UNIDADE 6  Histórias de vida...

Nesta unidade, vamos explorar e analisar gêneros textuais que retomam a história de vida de uma pessoa. As propostas foram desenvolvidas em quatro etapas que se relacionam. Acompanhe!

Fotografia. Vista geral de local de frente para o mar com quatro homens vistos de costas. Da esquerda para a direita: homem de cabelos escuros, camiseta preta e bermuda branca. Ao lado, um homem de cabelos escuros, sem camiseta e bermuda bege. À direita, um homem de cabelos brancos com boné laranja sobre a cabeça, camisa de gola em azul-claro e bermuda em azul. Um homem de cabelos grisalhos, de camisa com listras em branco e azul e bermuda em azul-claro. Eles seguram com as mãos uma rede de pesca. No mar, duas canoas atracadas. Em segundo plano, à esquerda, morros com vegetação. No alto, céu em azul-claro e nuvens brancas.

EU SEI

Como podem ser contadas as histórias de vida?

Minha história e as histórias de pessoas que têm algum destaque em suas áreas de atuação ou em suas comunidades podem ser contadas por meio de relato pessoal, autobiografia e biografia.

Fotografia. Três pessoas sentadas, uma ao lado da outra, duas mulheres e um homem. À esquerda, mulher de cabelos escuros, com um lenço grande azul-claro, cobrindo a cabeça, pescoço, braços e pernas, com a mão esquerda sobre o ombro. Ao lado, uma mulher de cabelos pretos, com um lenço grande cobrindo a cabeça, pescoço, ombros e braços. Na ponta, um homem de cabelos pretos penteados para a direita, camisa de gola cinza e casaco em azul-escuro. Em segundo plano, local com vegetação e morros.

EU VOU APRENDER

Capítulo 1 – Relato pessoal

Compreender a estrutura e a função social desse gênero textual.

Capítulo 2 – Autobiografia e biografia

Compreender a estrutura e a função social desses gêneros textuais.

Respostas e comentários

UNIDADE 6

Histórias de vidareticências

Introdução

Esta unidade tem como foco os gêneros textuais relato pessoal, biografia e autobiografia, por meio dos quais o autor retrata sua história de fórma detalhada, especificando um episódio, como ocorre no relato pessoal, ou de maneira mais ampla, como ocorre na autobiografia.

Compreende-se a diferença na formação de frases e orações, e quando uma oração se dá por um período simples ou composto. Para o conteúdo de acentuação, os conceitos de ditongo, tritongo e hiato são retomados e aprofundados.

Os Temas Contemporâneos Transversais são amplamente utilizados no decorrer da unidade, com enfoque em educação ambiental, na proteção dos animais marinhos, em educação de direitos humanos, explorando os direitos de equidade de gênero, e em diversidade cultural, ao abordar a história da jovem paquistanesa malala iuçáfizai.

Competências gerais

4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.

  1. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.
  2. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.

10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

Competências específicas de Linguagens para o Ensino Fundamental

  1. Compreender as linguagens como construção humana, histórica, social e cultural, de natureza dinâmica, reconhecendo-as e valorizando-as como fórmas de significação da realidade e expressão de subjetividades e identidades sociais e culturais.
  2. Utilizar diferentes linguagens para defender pontos de vista que respeitem o outro e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, atuando criticamente frente a questões do mundo contemporâneo.
Fotografia. À esquerda, um homem sentado sobre uma poltrona branca. Ele tem rosto arredondado, cabelos grisalhos penteados para trás, com camisa branca, gravata verde, colete azul por dentro, terno cinza e sapatos pretos. Ele olha pra frente sorrindo, com a mão direita sobre o joelho e mão rsquerda sobre um cachorro de pelos pretos, sentado em cadeira vermelha. O cachorro usa uma coleira em azul-claro. Ao fundo, livros de capa colorida um ao lado do outro.

EU APRENDI!

Atividades de compreensão textual, reflexão e análise da língua, sistematização e ampliação da aprendizagem.

Ilustração. Fundo dividido na diagonal, abaixo em azul e acima em vermelho. Ao centro, uma nuvem em zigue-zague colorida em amarelo e azul e ao redor, estrelas de raios em amarelo. Texto ao centro: FANZINE.

VAMOS COMPARTILHAR

Fanzine

Promover uma enquete, apoiada por um roteiro de entrevista com os colegas e a comunidade escolar, para produzir um fanzine baseado em relatos pessoais.

Respostas e comentários
  • A unidade propõe o desenvolvimento de um roteiro e a realização de uma entrevista, indicando como realizá-la, para produzir uma biografia do entrevistado. Aqui também é proposta a criação de um fanzine, que é um gênero de publicação criada por fãs, que têm um interesse em comum.
  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Para dar início à unidade, peça aos estudantes que abram na página e observem rapidamente as imagens presentes, fechando-a em seguida. Com base nas imagens, o que eles acreditam que vão estudar nesta unidade? Levante algumas hipóteses com a turma.
  • Em seguida, peça a eles que abram o livro novamente, mas agora deverão ler e fazer uma associação das imagens com o que foi lido, para que compreendam os temas que serão trabalhados em sala de aula.
  • Atividades de desenvolvimento
  • Peça aos estudantes que abram o livro e leiam apenas o título da unidade, observando as imagens representadas. Com base no que foi observado e por meio dos conhecimentos pré-adquiridos, incentive-os a criar uma hipótese sobre o que será estudado nesta unidade e o que já conhecem sobre o assunto.
  • Em seguida, retorne para o livro indicando e questionando o que acreditam ser cada uma das etapas que serão desenvolvidas na unidade, explicando o que trabalharão em cada uma delas.

Competências específicas de Língua Portuguesa

7. Reconhecer o texto como lugar de manifestação e negociação de sentidos, valores e ideologias.

1. Compreender a língua como fenômeno cultural, histórico, social, variável, heterogêneo e sensível aos contextos de uso, reconhecendo-a como meio de construção de identidades de seus usuários e da comunidadea que pertencem.

6. Analisar informações, argumentos e opiniões manifestados em interações sociais e nos meios de comunicação, posicionando-se ética e criticamente em relação a conteúdos discriminatórios que ferem direitos humanos e ambientais.

Temas Contemporâneos Transversais

  • Educação ambiental.
  • Educação em direitos humanos.
  • Diversidade cultural.

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

5. Igualdade de gênero.

14. Vida na água.

EU SEI

Como podem ser contadas as histórias de vida?

Ícone atividade oral.
  1. Na sua opinião, como pode ser contada a história de pessoas que se destacaram em sua área de atuação?
  2. Quem se interessaria por esse gênero textual? Com que objetivo?
  3. Observe as imagens. Você conhece as pessoas retratadas? Se sim, o que sabe sobre elas?
Fotografia. Uma garota vista da cintura para cima, de cabelos escuros, penteados para a esquerda, levantando com o braço direito esticado para o alto, uma caixa com uma medalha dourada. Ela usa um lenço vermelho cobrindo par da cabeça, pescoço e ombro à direita, usando blusa de mangas compridas em cinza. Fundo desfocado em amarelo, vermelho e parede em cinza.
malala iuçáfizai (1997) é uma militante dos direitos das crianças. Essa jovem paquistanesa foi vítima de um atentado por defender o direito das meninas de seu país de frequentar a escola. Com 17 anos, foi a mais jovem ganhadora do Prêmio Nobel da Paz.
Fotografia. Um homem visto dos ombros para cima, de cabelos grisalhos penteados para trás, sobrancelhas grossas, rosto um pouco arredondado, nariz fino, rugas finas no rosto e usando uma camisa de gola em branco e amarelo. Ele olha para frente, sorrindo. Ao fundo, pintura desfocada em amarelo, preto e azul.
Mauricio de Sousa (1935) é um cartunista e empresário brasileiro. Criou a Turma da Mônica e vários outros personagens de história em quadrinhos. É membro da Academia Paulista de Letras, ocupando a cadeira norteº 24.
Respostas e comentários

1. Resposta pessoal.

2. Pessoas que gostariam de conhecer os fatos da vida e as contribuições de alguém que se destacou em sua área de atuação, com o objetivo de ampliar seus conhecimentos.

3. Resposta pessoal.

Eu sei

Como podem ser contadas as histórias de vida?

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Peça aos estudantes que, em casa, conversem com seus avós, pais ou com pessoas mais velhas para que contem uma ou mais histórias da infância deles.
  • Com base nos relatos feitos, os estudantes deverão escrever ao menos uma das histórias em seu caderno. Peça a eles que esse relato seja feito em primeira pessoa, como se o próprio estudante estivesse compartilhando sua história.
  • Em sala de aula, os estudantes deverão trocar os relatos com seus colegas. Em seguida, peça a eles que compartilhem suas experiências ao escrever como um narrador em primeira pessoa, com o objetivo de compreender como ocorre o gênero de relato pessoal e introduzi-lo em sala de aula.
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  1. Essa questão é uma introdução ao estudo do gênero biografia. Incentive a troca de ideias entre os estudantes. Espera-se que citem alguns gêneros textuais utilizados para contar a vida, a trajetória e as contribuições de algumas pessoas que se destacaram em suas áreas de atuação, como livros, artigos, documentários, filmes, entre outros.
  2. Pergunte aos estudantes se existe alguém próximo ou distante de quem gostariam de ler um relato sobre a vida. Instigue-os a explorar e justificar sua escolha.
  3. Leia com os estudantes as legendas com as informações de cada pessoa e incentive-os a contar o que sabem sobre a vida delas.

Incentive os estudantes a ler as legendas das fotografias, comparar as histórias e refletir sobre o que elas podem ter em comum.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis sete éle pê zero três

ê éfe seis sete éle pê dois sete

ê éfe seis sete éle pê dois oito

ê éfe seis sete éle pê três sete

ê éfe seis nove éle pê quatro sete

  1. O que é uma biografia? Converse com os colegas e o professor.
  2. E o que é uma autobiografia?
  3. Observe agora estas outras imagens.
Fotografia. Vista geral de local de frente para o mar com quatro homens vistos de costas. Da esquerda para a direita: homem de cabelos escuros, camiseta preta e bermuda branca. Ao lado, um homem de cabelos escuros, sem camiseta e bermuda bege. À direita, um homem de cabelos brancos com boné laranja sobre a cabeça, camisa de gola em azul-claro e bermuda em azul. Um homem de cabelos grisalhos, de camisa com listras em branco e azul e bermuda em azul-claro. Eles seguram com as mãos uma rede de pesca. No mar, duas canoas atracadas. Em segundo plano, à esquerda, morros com vegetação. No alto, céu em azul-claro e nuvens brancas.
Pescadores da comunidade caiçara puxando a rede de pesca, na Praia de fóra, Ilha Grande, Rio de Janeiro.
Fotografia. Seis pessoas ao redor de uma mesa marrom fazendo uma refeição com suco de laranja, pães, salada. Da esquerda para a direita, menino de cabelo raspado,  blusa azul; menina de cabelos crespos curtos com fita azul nos cabelos, blusa rosa; homem grisalho, camisa rosa; mulher de cabelos crespos pretos em coque, blusa amarela; homem jovem de cabelos pretos curtos, com camisa xadrez em laranja e azul; mulher de cabelos grisalhos, curtos, com blusa branca listrada em cinza. Todos estão brindando com copo com suco de laranja e sorreidentes.
Uma comemoração familiar, comum em lares brasileiros, pode fazer parte do relato do cotidiano de várias pessoas.

7. As vivências de uma pessoa ou de um grupo de pessoas, suas memórias e experiências do cotidiano podem ser narradas por um relato pessoal. Qual seria o interesse do leitor por esse gênero de texto?

Respostas e comentários

4. Espera-se que os estudantes concluam que se trata da história de vida de uma pessoa narrada por outra pessoa.

5. É a narrativa, por uma pessoa, dos fatos relevantes de sua própria vida.

7. O interesse do leitor pode ter diferentes motivos: curiosidade sobre o modo de vida do narrador, identificação por fazer parte do grupo, aspectos culturais etcétera

• ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

  1. Converse com os estudantes para compreender o que sabem a respeito desse gênero textual.
  2. Pergunte a eles se já leram alguma autobiografia. Se sim, que aspectos conseguem comparar com a biografia? Por exemplo, em que pessoa é escrito cada um dos gêneros textuais?
  3. Novamente observe as fotos com os estudantes, lendo com eles as legendas. Peça-lhes que façam um comparativo das representações nas fotos com suas próprias vidas. Com qual delas se assemelha? Que outras memórias e lembranças eles têm ou irão guardar para o futuro?
  4. É interessante que os estudantes percebam os diferentes motivos que levam um autor a escrever sua autobiografia e as razões para seus leitores irem atrás desse gênero de texto.

EU VOU APRENDER  Capítulo 1

Relato pessoal

Você vai ler o relato de um jovem membro da comunidade caiçara da Barra do Ribeira, um bairro do município de Iguape, situado no litoral do estado de São Paulo.

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

Transcrição do áudio

Locutora: Relato pessoal de uma bailarina com Síndrome de Down

Locutora: A bailarina Ana Flávia Piovezzana dos Santos tem 30 anos, nasceu com Síndrome de Down e é uma das integrantes da Companhia Lápis de Seda, de Florianópolis, em Santa Catarina.

A seguir, Ana Flávia fará um relato pessoal sobre sua trajetória na dança.

Trajetória essa que começou ainda criança em academias de balé, passou por um grupo de dança da APAE, que é a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais, de Florianópolis, e hoje se consolida nos palcos nacionais e internacionais em uma companhia profissional, fundada e dirigida pela bailarina Ana Luiza Ciscatto. Acompanhe.

Eu nasci em São Lourenço do Oeste e morei em Galvão, que também é no oeste de Santa Catarina. Fiquei lá até meus 5 anos de idade e depois eu me mudei pra cá. Eu cheguei aqui em Floripa apenas com 5 anos de idade.

Eu entrei na dança apenas com 13 anos, que é a idade em que eu comecei e lá eu fui saber o significado da dança em si.

Entrei, fiz dança de rua, fiz balé clássico, fiz o contemporâneo. Aí eu pensei assim: é isso que você quer, Ana Flávia? Sim, é isso que eu quero: ser uma bailarina e mostrar o que eu sou capaz de fazer dentro do palco. E dançar no palco para mim é outra coisa.

Quando eu comecei a dançar, eu vi que tinha muitas coisas que eu não conseguia. Mas eu sabia que podia vencer minhas dificuldades e começar a mostrar que eu sou capaz, que eu consigo, que eu devo.

Eu sempre fui uma pessoa muito positiva. Sempre fui. E eu sempre falo para qualquer pessoa, ser sempre uma pessoa positiva, não negativa. Porque o negativismo não adianta nada.

Aqui na APAE, quando eu entrei, entrei com 20 anos. E eu digo que aqui foi uma vida ter entrado aqui na APAE. Tive grandes amigos, dancei junto com eles, foram momentos inesquecíveis que eu vivi com eles.

Um dos momentos mais felizes da minha vida foi quando nós fomos fazer a abertura das Olimpíadas das Danças Náuticas em Londres em 2012.

Foi muito importante pra mim ter viajado fora, pela primeira vez, ter dançado fora, mostrando meu potencial, mostrando a minha capacidade, minha desenvoltura, o meu desenvolvimento fora do país. Isso pra mim foi a maior alegria da minha vida, ter dançado fora do Brasil.

 A gente fez a nossa primeira turnê pela Companhia do Lápis de Seda com o nosso primeiro projeto, que era o “Convite ao olhar”.

Quando a Ana me convidou para participar, eu aceitei na hora. Para saber como era. Eu entrei, eu fui olhar como era e eu gostei daquilo, do que eu estava vendo, do que eu estava percebendo, observando.

A gente começou aqui em Florianópolis, a gente foi para o Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre. E nessas cidades que a gente foi, foi muito legal. E...teve uma entrevista que eu fiz que eu me lembro bem que eu falava que o meu sonho de consumo desde criança era conhecer o Rio de Janeiro. E eu realizei o sonho da minha vida de conhecer um pedaço do Rio de Janeiro.

A inclusão é muito importante. Eu me acostumei a dançar com pessoas com deficiência ou sem deficiência.

A minha relação com eles é ótima, é maravilhosa. A gente tem o momento de rir, o momento de conversar, o momento da brincadeira. A gente está sempre junto, assim, conversando. Ou quando a gente tem alguma dificuldade eles sempre estão nos ajudando...a gente diz que um grupo é ajudar um ao outro. E a gente gosta de se ajudar, nas dificuldades dos outros, nos erros, a gente interage muito. É o grupo da interação.

Ser uma bailarina sempre foi o grande sonho da minha vida.

É na dança que eu consigo me mostrar melhor. Mostrar como eu sou, o jeito que eu sou, o jeito que eu falo, que eu deixo de falar, como eu faço ou deixo de fazer.

E é pela dança que eu encontro muitas coisas, porque na dança existem muitas possibilidades. A possibilidade de amar, a possibilidade de ser feliz, a possibilidade de ter muitas pessoas a meu lado me apoiando.

Locutora: Créditos: Todos os áudios inseridos neste conteúdo são da Freesound.

Caderno do Lucas

Meu nome é Lucas e venho de uma família de pescadores. Meu bisavô era pescador, meu avô é pescador, meu tio é pescador... Minha mãe, não, minha mãe é cobreira, sabe até pegar cobra com a mão. Eu sou o mais novo da família, pescador e pesquisador. Peixe é comigo mesmo: eu pego, pesco, abro pra olhar dentro, desenho, estudo, pesquiso. Tudo. Até comer eu como!

Meu avô diz que pescar está no sangue, que ele mesmo aprendeu com seu pai, só olhando, curioso, e saindo para pescar. Comigo foi um pouco diferente. Eu não nasci pertinho do mar. Quando era pequeno e ainda não morava na Barra, gostava de muitas coisas, mas nunca pensei que ia me encantar com o mundo dos peixes. Com sete anos, mudei para cá. E logo que vi o meu avô pescando, fiquei curioso. Eram tantos peixes diferentes que ele trazia, tantas as histórias que eu ouvia, tantos jeitos de pescar... Fiquei doido e comecei a estudar, a perguntar para os mais velhos, a procurar na internet e nos livros. Logo decidi o que queria ser na vida: biólogo marinho. Para continuar estudando e poder ajudar a proteger o mar e seus animais.

Minha primeira pescaria foi pegar tainha. Mas não pegamos nada. Ventava forte, as ondas arrebentavam, o barco não parava, entrava por dentro da onda, espalhando água por todo lado. Parecia aquele programa da tê vê Pesca Mortal. Não cheguei a enjoar, mas fiquei paralisado, tenso. Outra vez, fui com o Nilson e o Si botar uma rede de robalo, e voltei oito horas da noite. Também sofri, porque o Si não conseguia entrar na Barra. As ondas começaram a entrar dentro da canoa, que escorregava prum lado e pro outro. Subia aquele paredão de água, eu não sabia o que fazer. Deitei lá embaixo, para não ver mais nada. E o Nilson me assustava: Vai afundar!, enquanto o Si dava risada. E é assim que a gente vai aprendendo.

reticências

Fotografia. Um menino agachado, de cabelos escuros lisos, sem camiseta, de bermuda em azul-claro e segura nas mãos, um boné em marrom-escuro. Ele olha para frente, sorrindo.
Lucas.
Respostas e comentários

Eu vou aprender

Relato pessoal

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Nas páginas deste capítulo é possível desenvolver os tê cê tês Educação ambiental e Diversidade cultural, bem como o ó dê ésse Vida na água, mostrando aos estudantes a cultura da pesca e a importância da preservação ambiental.
  • Leia para eles o livro As cocadas, de Cora Coralina, que apresenta vários relatos da autora relacionados a lembranças de sua infância. Comente que Cora Coralina foi poetisa e contista. Cursou apenas as primeiras letras e aos 14 anos escreveu seus primeiros contos e poemas. Traduziu em sua obra o cotidiano do interior brasileiro, com suas tradições, festas religiosas e “causos”.
  • Em seguida, converse com os estudantes sobre o livro, introduzindo o gênero textual relato pessoal. Para essa análise, é interessante que percebam que o relato pessoal é narrado em primeira pessoa, contando histórias verídicas vividas pelo próprio narrador-personagem.
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  • O relato pessoal, texto narrado em 1ª pessoa, apresenta marcação de tempo e espaço para contextualizar e pode fazer uso de diálogos.
  • A seleção de textos da unidade privilegia o gênero com relatos que possibilitam a construção de conhecimentos sobre vivências e povos diferentes. Seria interessante apresentar outros relatos para que os estudantes tenham um repertório para análise. A reflexão sobre a língua permite conhecer ou reconhecer o uso dos verbos no pretérito e a concordância em tempo, número e pessoa, assim como o uso dos pronomes possessivos.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis sete éle pê dois sete

ê éfe seis sete éle pê dois oito

ê éfe seis sete éle pê três sete

ê éfe seis nove éle pê três nove

ê éfe seis nove éle pê quatro sete

No relato pessoal, as pessoas narram fatos importantes de sua vida e/ou da comunidade de que fazem parte. O texto apresenta tempo (quando aconteceu), espaço (onde aconteceu) e personagens (outras pessoas envolvidas na narrativa). É narrado em primeira pessoa e os verbos geralmente estão no pretérito, uma vez que se referem a fatos passados.

Ilustração. Na parte superior, título: Peixes comuns na Jureia. Na parte inferior, dezesseis peixes de tamanhos e formatos diferentes, em cores amarelo, azul e cinza, com nome, medida e peso de cada um.

Pesca artesanal

Por aqui, existem muitos tipos de pesca artesanal no mar: de picaré, espinhel, rede de espera, corrico, vara, cerco, caceio... O que é pesca tradicional? É uma pesca bonita, gostosa de ir, em que usamos materiais simples e o conhecimento que aprendemos com nossos avós e bisavós. Tem que saber qual é a hora boa de pescar, conhecer a ciência da Lua e da maré. Em um dia, são quatro marés: duas de subida, duas de descida. E é nesses dois refluxos que o peixe muda de lugar. Na enchente, ele faz um trajeto e, na vazão, outro. No meio do caminho, a gente põe a rede. É um jeito de pescar muito diferente da pesca industrial, que tem equipamento, sonar, alta tecnologia, e, com isso, mata muito, muito mais peixe, e desequilibra tudo.

Respostas e comentários
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  • Explore com os estudantes a imagem e a disposição do texto na página. Pergunte a eles: O que desperta lembranças em vocês? O que dá saudade? Quem costuma guardar recordações (fotografias, artigos, bilhetes, cartas)? Você costuma contar passagens de sua vida a outras pessoas? Por que alguns momentos são marcantes? Compartilhe as respostas dos estudantes. Alguns podem se lembrar de momentos felizes, outros podem ter recordações tristes ou surpreendentes. Voltar ao passado próximo ou distante é inerente ao ser humano. Fale de si mesmo e ressalte que relembrar fatos ou acontecimentos importantes da própria vida é um ato muitas vezes natural.
  • Para trabalhar com lembranças e histórias, os estudantes podem entrevistar uma pessoa mais velha que tenha lembranças significativas da infância e da juventude.
  • Ao final do texto da página 178, proponha a leitura do conceito de relato pessoal e incentive os estudantes a identificar algumas características. Depois, continue a leitura sobre os tipos de pesca e explore por que o texto de Lucas desenvolve o tema da pesca.

Para ampliar

Proponha aos estudantes acessar o site do Museu da Pessoa e deixar o registro de sua história ou da história da família. Para isso, precisam se preparar para contar como é sua vida em família e as características do lugar em que vivem. Após o registro, pergunte: O seu relato pode ser considerado um documento histórico? Por quê?

Pesca da manjuba

A manjuba é o peixe mais vendido pelos pescadores aqui da Jureia. Por isso, tem até uma lei, para controlar sua pesca na região. A panagemglossário da manjubeira parece o picaré, e precisa de quatro pessoas pra manejar na pescaria. A manjuba é bem pequena – vai até uns quinze centímetros. Diz o Felipe que a manjuba é igual Piter pã, não cresce nunca. A diferença é que o Piter pã voa e a manjuba nada.

O picaré (arrastão de praia)

Duas pessoas seguram uma rede de umas vinte braças e arrastam a favor da maré, apanhando os peixes que ficam pelo raso, como paratis, palombetas, barbudas. É melhor na maré baixa: um fica bem no raso e o outro, menos sortudo, vai indo pro fundo. Juntos, vão passando a rede. Depois recolhem pra areia e tiram os peixes que foram pegos.

Ilustração. Dois homens em pé para esquerda, em pontas extremas de chapéu marrom, de blusa em laranja e calça em azul. Eles seguram uma rede de pesca. Atrás deles, uma flecha para a direita. À esquerda, três flechas em laranja do mar para a direita indicando: Direção da maré.
Ilustração. Dentro do mar de água em tons de verde, uma linha fina na horizontal e nela sete peixes pendurados. Na parte superior, acima do mar, duas boias em laranja.
Hoje em dia, a pesca artesanal é um dos aspectos marcantes da cultura caiçara e se caracteriza por incluir apenas o pescador e familiares ou vizinhos. Da pesca, retiram a maior parte da sua renda, que varia em função da sazonalidade, do clima e da maré.

O espinhel

O espinhel é como se fosse uma vara de pescar dez em um. Quer dizer, é uma linha de pesca bem forte e comprida, em que penduramos outras várias linhas, com anzóis na ponta; e, na ponta de cada anzol, uma isca. Muito usado para pescar peixes grandes como garoupas, mecas, raias e até cações, e a tal da caçoa comilona!

Respostas e comentários
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  • Leia o texto Pesca artesanal com os estudantes, propondo a cada um que leia um parágrafo ou trecho, parando para fazer observações no decorrer da leitura. É importante que eles percebam que o relato envolve mais a comunidade e os costumes de pesca. Algumas observações a se fazer:
    • “Minha mãe é cobreira” – o autor quis dizer que, ao invés da pesca, sua mãe prefere caçar cobras, tanto que é capaz de “pegar cobra com a mão”.
    • No primeiro parágrafo, o autor utiliza a preposição “pra”, sendo a abreviação de “para a”. Comente com os estudantes que, como se trata de um autor de primeira pessoa, este é um relato de linguagem informal. O mesmo caso se repete em “o picaré”, quando o autor utiliza a preposição “pro”, abreviação de “para o”.
    • No trecho de “pesca artesanal”, converse com os estudantes sobre como o autor relatou a fórma de pescaria. Destaque como existe uma relação emocional com a prática, que remete à família e a suas memórias, de fórma carinhosa e com intenção.
    • Em ”pesca assassina”, abra um debate sobre as consequências desse tipo de prática para a flora, o meio ambiente e como isso nos afeta como seres humanos.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis sete éle pê dois sete

ê éfe seis sete éle pê dois oito

ê éfe seis sete éle pê três sete

ê éfe seis nove éle pê três nove

ê éfe seis nove éle pê quatro sete

Pesca assassina

Aqui na Jureia tem uns duzentos tipos de peixe no mar. Já foram mais. Acontece que vários peixes sumiram por causa da pesca predatóriaglossário , principalmente a pesca de arrasto de fundo. É um tipo de pesca que usa redes bem grandes, de malha muito fina, que parecem uns sacos. Levados ao mar por barcos grandes, por exemplo as traineiras e baleeiras, essas redes são jogadas na lama do fundo do mar, e, quando puxadas, vão ensacolando tudo que aparece na frente. Não só peixes, mas também golfinhos, tartarugas, corais, pinguins, filhotinhos de peixes... TUDO! Essa pesca é mais usada para pegar camarão. Mas tudo que não é camarão é jogado de volta no mar, morto ou morrendo!

Ilustração. Local com oceano em água em azul-claro. À direita, um barco com a parte inferior em marrom e na parte superior em laranja, mastros e linhas finas. Na parte inferior, dentro do oceano, uma rede onde há tubarões e peixes. Na borda da rede, outros peixes e camarões em tons de cinza. À direita, fora da rede, corais e outros tubarões e peixes de nomes e tamanhos diferentes.

BORDAS, marri ange. Manual da criança caiçara. São Paulo: Peirópolis, 2011. página 62-67.

Para ampliar

Manual da criança caiçara. Marie Ange Bordas. São Paulo: Peirópolis, 2011.

Esse livro é o resultado de um trabalho realizado pela fotógrafa e educadora Marie Ange Bordas em parceria com crianças da Barra do Ribeira, com o propósito de valorizar as comunidades caiçara e seu conhecimento sobre a Mata Atlântica. O conteúdo foi pensado em colaboração com as crianças, cujos desenhos também ilustram o livro. O livro conta também com quatro histórias da escritora Meire Cazumbá.

Capa de livro. Na parte inferior, local com muita vegetação, árvores de folhas de cor verde, com rio ao centro onde há uma canoa e pessoas dentro. Mais abaixo, quatro fotos de pessoas. Na parte superior, céu em azul-claro com nuvens brancas e à direita, um pássaro de penas em azul e branco e bico grande em amarelo e ponta preta. Acima, outros pássaros e título do livro e nome do autor.
Respostas e comentários
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  • Proponha aos estudantes realizar uma enquete sobre a cultura da pesca, para compreender quais eram seus conhecimentos anteriores sobre o assunto e aprofundar o tema. Essa enquete pode ter perguntas como: Você sabia que existiam diferentes tipos de pesca? Sua região é um local de cultura de pesca? Como se tem acesso a peixes e frutos do mar onde você mora? Você e sua família costumam comer peixes ou frutos do mar? Se sim, com que frequência? Você já pescou alguma vez?.
  • Atividade complementar
  • Divida a turma em dois grupos: um deverá realizar uma pesquisa sobre a pesca artesanal, enquanto o outro fará uma pesquisa sobre a pesca assassina, ou seja, a pesca industrial.
  • Após uma pesquisa aprofundada, permita aos estudantes realizar uma roda com seu grupo para desenvolver argumentos defendendo seu tipo de pescaria. Todos deverão ter os itens dos argumentos listados em seu caderno, porém, deverão selecionar cinco colegas para lhes representar no debate, para as cinco rodadas que ocorrerão. Estes deverão dividir entre si o que falarão em suas rodadas e a ordem em que se apresentarão.
  • Estipule um tempo máximo para cada uma das rodadas, por exemplo, um minuto por rodada, avisando os estudantes antecipadamente. Os estudantes deverão debater de maneira alternada em cada grupo até o último finalizar. Peça aos demais que prestem atenção e façam anotações em seus cadernos sobre os argumentos de seus adversários.
  • Ao final do debate, proponha uma conversa com a turma sobre os pontos fortes e fracos de cada tipo de pesca, os quais concluíram com base em suas pesquisas.

Para ampliar

Para aprofundar os estudos sobre a cultura caiçara, acesse: https://oeds.link/dvczLI. Acesso em: 10 julho 2022.

COMPREENSÃO TEXTUAL

Responda às questões no caderno.

  1. Quem é o narrador desse relato?
  2. O que a família de Lucas faz para viver?
  3. O avô de Lucas diz que “pescar está no sangue”. Para você, o que isso significa?
  4. Quando Lucas passou a se interessar pela pesca? Transcreva o trecho que justifica sua resposta.
  5. O que motivou Lucas a estudar? Explique.
    1. Quais são suas fontes de estudo?
    2. O que ele resolveu fazer da vida? Transcreva o trecho.
    3. Você sabe o que faz um biólogo marinho e o que é preciso para se tornar esse especialista? Converse com um colega e formulem suas hipóteses.
  6. Qual foi a primeira pescaria de Lucas?
  7. Releia a sequência descritiva dessa pescaria e responda às questões.

Minha primeira pescaria foi pegar tainha. Mas não pegamos nada. Ventava forte, as ondas arrebentavam, o barco não parava, entrava por dentro da onda, espalhando água por todo lado. Parecia aquele programa da tê vê Pesca Mortal. Não cheguei a enjoar, mas fiquei paralisado, tenso.

  1. Como foi a pescaria?
  2. O que os impediu de ter sucesso?
  3. A qual programa de tê vê o narrador faz referência? Você o conhece? Se sim, explique a relação.
  4. Como Lucas se sentiu nessa pescaria?
  5. O relato é narrado em primeira ou em terceira pessoa?
Respostas e comentários

1. Lucas, um jovem caiçara da Barra do Ribeira, membro mais novo da família.

2. A família de Lucas vive da pesca.

3. Resposta pessoal.

4. Aos sete anos, quando se mudou para Barra e começou a observar seu avô pescando e a ouvir suas histórias.

4. “Com sete anos, mudei para cá. E logo que vi o meu avô pescando, fiquei curioso. Eram tantos peixes diferentes que ele trazia, tantas as histórias que eu ouvia, tantos jeitos de pescarreticências”.

5. A quantidade de peixes diferentes que seu avô trazia e as histórias que ouvia.

5.a) Fazer perguntas aos mais velhos e procurar informações na internet e nos livros.

5.b) “Logo decidi o que queria ser na vida: biólogo marinho. Para continuar estudando e poder ajudar a proteger o mar e seus animais.”

5.c) Resposta pessoal. Leia as sugestões de respostas nas orientações didáticas.

6. Sua primeira pescaria foi pegar tainha.

7.a) Não foi boa, pois não pescaram nada.

7.b) Ventava forte, as ondas arrebentavam, o barco não parava, entrava por dentro da onda, espalhando água por todo lado.

7.c) Ao programa Pesca mortal, que narra o cotidiano dos pescadores de caranguejo no Alasca, enfrentando terríveis condições climáticas, tal qual Lucas e os amigos enfrentaram.

7.d) Ele não enjoou, mas ficou paralisado, tenso.

7.e) Em primeira pessoa.

Compreensão textual

• ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

  1. Pergunte aos estudantes o que eles acreditam representar “viver da pesca”.
  2. Explique a eles que se trata de expressão idiomática, de sentido figurado, usada para explicar algo que é hereditário, que passa de pai para filho.
  3. Dê ênfase ao fato de Lucas começar a se interessar pela pesca ao observar e ouvir histórias de seu avô. Pergunte aos estudantes se já adquiriram um novo hobby ou aprenderam a fazer algo novo porque seus avós os ensinaram. Peça a eles que façam um breve relato.

5a. Espera-se que os estudantes percebam a variedade de fórmas que Lucas utilizou para realizar suas pesquisas.

5b. Espera-se que os estudantes consigam identificar o trecho em que Lucas especifica sua escolha de profissão e a justificativa pela qual a escolheu.

5c. Depois de ouvir as hipóteses dos estudantes, oriente-os a fazer uma pesquisa para conferir. Forneça endereços de sites confiáveis. Por exemplo: https://oeds.link/Kn8fh1; https://oeds.link/ZEaZFS. Acessos em: 10 junho 2022.

6. Retome a imagem de peixes diversos e peça aos estudantes que identifiquem a tainha e suas características.

7d. Pergunte aos estudantes se eles já andaram de barco alguma vez. Se sim, peça-lhes que contem sua experiência. Foi igual à de Lucas, que ficou paralisado, ou chegou a enjoar no barco?

7e. Peça aos estudantes que identifiquem características que demonstram que a narrativa está em primeira pessoa. Em seguida, solicite a eles que reescrevam uma determinada frase ou trecho (a critério do professor) em segunda e terceira pessoa, para que possam analisar.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis sete éle pê zero quatro

ê éfe seis sete éle pê dois sete

ê éfe seis sete éle pê dois oito

ê éfe seis sete éle pê três sete

ê éfe seis nove éle pê quatro três

ê éfe seis nove éle pê quatro sete

8. Releia este trecho do relato.

Outra vez, fui com o Nilson e o Si botar uma rede de robalo, e voltei oito horas da noite. Também sofri, porque o Si não conseguia entrar na Barra. As ondas começaram a entrar dentro da canoa, que escorregava prum lado e pro outro. Subia aquele paredão de água, eu não sabia o que fazer. Deitei lá embaixo, para não ver mais nada. E o Nilson me assustava: Vai afundar!, enquanto o Si dava risada. E é assim que a gente vai aprendendo.

  1. Com suas palavras, o que essa sequência descreve?
  2. Identifique no trecho marcas de oralidade e regionalidade no relato e explique-as.

9. Reveja os desenhos de peixes na Jureia feitos por Lucas. Por que você acha que o jovem desenha os peixes?

  1. Que informações podemos perceber nesses desenhos? Explique.
  2. Compare o desenho que Lucas fez de uma sororoca com uma fotografia desse peixe. Na sua opinião, os desenhos de Lucas podem ser considerados infantis ou de um pesquisador?
Fotografia. Um peixe de tamanho médio, para a direita, de cor cinza, com barbatanas na parte superior, pequenas, boca pequena aberta e partes pelo corpo como pequenas protuberâncias em amarelo.
Ilustração. Um peixe de tamanho médio, para a direita, de cor azul na parte superior, com corpo em cinza-claro e protuberâncias em amarelo. Na parte superior, barbatanas finas na vertical e nadadeira traseira comprida.
O peixe sororoca aparece o ano inteiro pelo litoral brasileiro, mas é mais encontrado nos meses mais frios, de maio a agosto. De espécie semelhante à do atum, tem cor prateada e pintas amarelas. Sua carne é branca e gorda, de sabor delicado.
  1. Na sua opinião, por que Lucas faz a comparação entre a pesca artesanal e a pesca predatória?
  2. No trecho sobre a pesca assassina, Lucas utiliza a palavra “ensacolando”. Essa palavra existe? O que ele quis dizer com isso?
  3. Que informações você obteve sobre o modo de vida caiçara ao ler o relato de Lucas? Por que é importante esse relato?
Respostas e comentários

8.a) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes percebam que a sequência descreve outra pescaria em que as condições foram difíceis e causaram medo.

8.b) “Prum” e “pro”, que são contrações das palavras “para um” e “para o”.

9. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes percebam que os desenhos são parte do estudo que Lucas faz sobre as espécies de peixe da região em que vive.

9.a) Os desenhos representam os peixes mais comuns na Jureia. Mostram a aparência dos peixes, suas cores e fórmas, o nome, o tamanho e o peso aproximado de cada peixe.

9.b) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes reconheçam a qualidade dos desenhos e a capacidade de Lucas de caracterizar as espécies e dar informações sobre cada uma delas.

10. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes percebam que a pesca predatória ameaça a preservação do ambiente da região.

11. Espera-se que os estudantes percebam que essa palavra não existe. Foi utilizada porque a rede parece uma sacola que recolhe tudo indiscriminadamente, prejudicando o ambiente aquático.

12. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes percebam que Lucas descreve muitos momentos da cultura caiçara, dos pescadores, principalmente do costume, nas comunidades, de contar e ouvir histórias, o que é uma fórma de transmitir conhecimento.

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

8. Peça aos estudantes que leiam o trecho individualmente e respondam às perguntas a seguir.

8b. Espera-se que eles percebam que o autor utilizou essas marcas de oralidade como fórma de enfatizar o movimento da água dentro da canoa. Esse tipo de marca é comumente utilizado em relatos pessoais, por se tratar de uma narração em primeira pessoa, contando um acontecimento, para trazer maior expressividade e pessoalidade à narrativa.

9. Espera-se que os estudantes percebam que os desenhos são parte do estudo que Lucas faz da região em que vive. Faça perguntas como: Qual é o maior e o menor peixe? Qual peixe é mais pesado e qual é mais leve? Que semelhanças ou diferenças vocês encontram nas figuras?

  1. Desafie os estudantes a pesquisar o verbo “ensacolar” em dicionários diversos, de modo que concluam que esse verbo não consta do nosso léxico.
  2. É importante garantir um ambiente respeitoso e amigável, mostrando uma atitude de escuta atenta ao relato dos colegas e as suas opiniões. A cultura caiçara é rica em relatos orais, que mantêm memórias e costumes passados por gerações.

De acordo com a classificação da unêsco, o Patrimônio Cultural é composto por monumentos, grupos de edifícios ou sítios que tenham valor universal excepcional do ponto de vista histórico, estético, arqueológico, científico, etnológico ou antropológico. Incluem obras de arquitetura, escultura e pintura monumentais ou de caráter arqueológico, e, ainda, obras isoladas ou conjugadas do homem e da natureza. São denominadas Patrimônio Natural as formações físicas, biológicas e geológicas excepcionais, abitás de espécies animais e vegetais ameaçadas e áreas que tenham valor científico, de conservação ou estético excepcional e universal. O Patrimônio Imaterial contempla os saberes, práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas – com os instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhes são associados – que as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural. Uma das fórmas de proteção dessa porção imaterial da herança cultural é a Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial, adotada pela unêsco em 2003.

Disponível em: https://oeds.link/XHQJ34. Acesso em: 10 julho 2022.

LÍNGUA E LINGUAGEM

Frase e oração

Responda às questões no caderno.

Ícone atividade oral.

1. Releia este trecho do relato de Lucas.

Aqui na Jureia tem uns duzentos tipos de peixe no mar. Já foram mais. Acontece que vários peixes sumiram por causa da pesca predatória, principalmente a pesca de arrasto de fundo. reticências Levados ao mar por barcos grandes, por exemplo as traineiras e baleeiras, essas redes são jogadas na lama do fundo do mar, e, quando puxadas, vão ensacolando tudo que aparece na frente. Não só peixes, mas também golfinhos, tartarugas, corais, pinguins, filhotinhos de peixes... TUDO! Essa pesca é mais usada para pegar camarão. Mas tudo que não é camarão é jogado de volta no mar, morto ou morrendo!

  1. Observe as duas primeiras frases do trecho. O que elas têm em comum? Para responder, considere a quantidade de verbos presentes em cada uma, bem como a pontuação utilizada.
  2. Agora, observe estas outras duas frases: “TUDO!”; “Mas tudo que não é camarão é jogado de volta no mar, morto ou morrendo!”. O que elas têm em comum e no que diferem? Para responder, considere os mesmos elementos da questão anterior.

Para nos comunicarmos, inicialmente fazemos uma seleção das palavras que vamos utilizar. Em seguida, essas palavras são combinadas, formando frases.

A frase é um enunciado composto de uma ou mais palavras e que tem sentido completo. Sua função é estabelecer comunicação diante de determinada situação. As frases nominais são aquelas que não apresentam verbo. Já as frases verbais são aquelas que apresentam verbo.

As frases também podem ser classificadas de acordo com o seu sentido:

  • frases declarativas: para dar uma resposta, afirmativa ou negativa, transmitir alguma informação ou relatar algo. Na escrita, são finalizadas por ponto-final;
  • frases exclamativas: para expressar algum estado emotivo, como surpresa, admiração, espanto etcétera Na escrita, são finalizadas por ponto de exclamação;
  • frases interrogativas: para formular uma pergunta. Na escrita, são finalizadas por ponto de interrogação;
  • frases imperativas: para expressar uma ordem ou um pedido, para dar uma orientação etcétera Na escrita, podem ser finalizadas por ponto-final ou ponto de exclamação.
Respostas e comentários

1.a) Ambas apresentam um verbo (tem; foram) e são encerradas por ponto.

1.b) A primeira frase não apresenta verbo; é constituída por apenas uma palavra (pronome indefinido). Já a segunda apresenta dois verbos (é). Ambas terminam com ponto de exclamação.

Língua e linguagem

Frase e oração

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Para a atividade preparatória, pergunte aos estudantes o que eles compreendem como frase e oração, e como identificar cada uma delas.
  • Na lousa, faça duas colunas, escreva as características citadas pela turma em cada uma delas, podendo colocar exemplos para classificarem.
  • Separe as respostas dadas pelos estudantes, mantendo na lousa ou pedindo a eles que escrevam em seus cadernos, seguindo para as atividades de desenvolvimento.
  • Ao final das atividades, retome as respostas, para que corrijam e complementem os conceitos de frase e oração.
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

1. Peça aos estudantes que leiam individualmente o trecho e respondam às questões na sequência.

1a. Espera-se que os estudantes percebam que ambas possuem um único verbo, apesar de tempos diferentes e pessoas, sendo “tem” no presente do indicativo e na 3ª pessoa do singular, enquanto “foram” no pretérito perfeito do indicativo e na 3ª pessoa no plural.

1b. Espera-se que os estudantes percebam que uma frase não precisa necessariamente conter um verbo, e que no caso destas, o autor quis atribuir maior expressividade com o uso de ponto de exclamação ao final.

Leia o boxe para os estudantes, explicando cada tipo de formação de frase. Em seguida, peça a eles que classifiquem as frases trabalhadas na atividade anterior com base nas novas informações.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe zero seis éle pê zero oito

ê éfe seis nove éle pê zero dois

ê éfe seis nove éle pê zero três

ê éfe seis nove éle pê zero cinco

2. Analisem o cartaz e respondam às questões seguintes.

Cartaz. Cartaz na vertical. À direita, um homem em posição de meditação: sentado de pernas cruzadas, mãos uma de frente para a outra, de olhos fechados, cabelos e barba em tons de azul-escuro. Ele usa blusa regata em branco e calça em azul-claro, descalço. À esquerda, texto: 'TÁ NERVOSO? VAI PESCAR (palavra riscada) MEDITAR!' ATÉ O DIA 29 DE FEVEREIRO ESTÃO PROIBIDOS A PESCA E O TRANSPORTE DE PESCADO. DENUNCIE: Linha Verde/Denúncia 0800 63 1155 Gerência da Fiscalização Ambiental (62) 3218-2670 Ouvidoria (63) 3218-2633 Mais abaixo, #RESPEITEAPIRACEMA. Na ponta inferior, logotipos de Tocantins.

Vallim, Alvaro;TOCANTINS. Naturatins lança campanha em redes sociais sobre a Piracema. govêrno do Estado de Tocantins, Palmas, 9 dezembro 2019.

  1. Com que objetivo ele foi produzido?
  2. Observem as duas frases principais do cartaz. A que elas fazem referência? Por que a palavra “pescar” aparece riscada?
  3. Como essas duas frases se classificam? Por quê?

A oração é uma frase ou parte de uma frase estruturada em torno de um verbo e que pode ou não ter sentido completo.

3. Agora, leiam esta tirinha.

Tirinha. Composta por dois quadros. Apresenta como personagens, duas mulheres, uma loira de cabelos curtos, blusa de mangas curtas em verde. Outra mulher tem cabelos loiros, franja, vestida com blusa regata em preto e colar branco no pescoço. Q1 – À esquerda, mulher de camiseta verde, virada para a direita, pergunta: O GENERAL COMPROU UM CACHORRO? À direita, mulher com blusa de cor preta, sentada, a responde: NÃO. Q2 – A mulher à esquerda, olhando para a outra que está sentada, esta comenta: ELE COLOCOU ESSA PLACA PRA VER SE ESPANTA O TEN. ESCOVINHA. Ao fundo, à direita, uma porta preta com uma estrela amarela pendurada e uma placa branca onde está escrito: CUIDADO! CÃO BRAVO.

uólquer mórtchi. Recruta Zero. Estadão, São Paulo, 12 maio 2022. Disponível em: https://oeds.link/YhgliN. Acesso em: 13 junho 2022.

  1. Por que a personagem inferiu que o general tinha comprado um cachorro?
  2. Onde está o humor da tirinha?
  3. Quanto ao sentido, como se classificam as frases utilizadas pelas personagens no primeiro quadrinho?
  4. A frase “Não” pode ser chamada de oração? Por quê?
  5. Na fala da personagem do segundo quadrinho, há quantas orações?
  6. Em “Cuidado! Cão bravo”, há uma frase nominal. Transformem-na em uma frase verbal.
Respostas e comentários

2.a) Com o objetivo de conscientizar o público sobre a proibição da pesca e do transporte do pescado até o dia 29 de fevereiro.

2.b) As frases fazem referência ao conhecido bordão “Tá nervoso? Vai pescar”. No caso, o verbo pescar aparece riscado, pois é justamente o que o cartaz procura combater: a pesca no período citado.

2.c) Ambas são frases verbais. A primeira é uma frase interrogativa; a segunda, imperativa. A primeira expressa uma pergunta; a segunda, uma sugestão.

3.a) Porque leu, na porta da sala do general, a placa com os dizeres “Cuidado! Cão bravo”.

3.b) No fato de o general ter colocado a placa na porta apenas para espantar o tenente Escovinha.

3.c) A primeira frase, “O general comprou um cachorro?”, é interrogativa. A segunda frase, “Não”, é declarativa.

3.d) Não, pois trata-se de uma frase nominal, ou seja, que não apresenta verbo. A oração é um enunciado estruturado em torno de um verbo.

3.e) Há três orações. [Ele colocou essa placa] [pra ver] [se espanta o ten. Escovinha]

3.f) Sugestões de resposta: “Tomem cuidado! Cão bravo”; “Cuidado! O cão é bravo” etcétera

• ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

2. Pergunte aos estudantes se sabem o que é a piracema. Caso não saibam, explique que é o período de reprodução de alguns peixes. Como ela garante que eles completem seu ciclo vital, a pesca fica proibida nesse período.

Sobre o cartaz, é possível encontrar mais informações em: https://oeds.link/IxofLK. Acesso em: 22 maio 2022.

2a. Explique aos estudantes que essa data foi definida pelo govêrno, pois é quando ocorre a migração dos peixes para reprodução.

2b. Comente como o autor utilizou uma sugestão de nova abordagem para o leitor trabalhar as emoções. Proponha fazer uma meditação guiada em sala de aula. Busque em sites de pesquisa áudios ou vídeos de curta duração de meditações guiadas (até 10 minutos). Em seguida, peça aos estudantes que fechem os olhos e escutem atentamente o áudio.

2c. Os estudantes deverão utilizar as informações do boxe-conceito da página 184 para responder à atividade.

3. Enfatize que a diferenciação de orações e frases também depende do foco que se pretende dar, do ponto de vista analítico. Quando fazemos análise sintática, ou seja, das relações entre os termos, utilizamos o termo oração.

Ademais, saliente que nem toda frase é uma oração, pois nem toda frase tem verbo. Do mesmo modo, nem toda oração é uma frase, pois nem toda oração tem sentido completo. Trabalhe esse aspecto no último item da atividade, quando fizer a divisão da fala do personagem do último quadrinho.

ACENTUAÇÃO

Ditongo, tritongo e hiato

Responda às questões no caderno.

1. Leia estas palavras em voz alta.

área espécies país Peruíbe anzóis areia baleeiras garoupas

  1. Como essas palavras se classificam quanto à sílaba tônica? Para classificá-las, escreva-as separando as sílabas.
  2. O que as palavras “área” e “espécies” têm em comum?
  3. Ao separar a palavra “baleeiras”, o que você notou com relação às duas letras “e” presentes nela?
  4. O mesmo acontece com o “ei” de areia e com o “ou” de garoupas?

Em algumas palavras, as vogais aparecem juntas graficamente, porém são pronunciadas separadamente. Da mesma fórma, há vogais que aparecem juntas e são pronunciadas em uma única emissão de voz. No primeiro caso, dizemos que houve um hiato, ou seja, a separação de dois sons vocálicos. No segundo caso, dizemos que houve um ditongo, ou seja, dois sons vocálicos pronunciados em uma mesma sílaba. Há ainda a possibilidade de haver três sons vocálicos na mesma sílaba, a que chamamos de tritongo.

2. Passe as seguintes palavras para o plural.

anel             coronel             farol             girassol

  1. Com relação à sílaba tônica, como se classificam essas palavras, tanto no singular quanto no plural?
  2. Ao passá-las para o plural, o que você percebeu com relação à acentuação?
  3. A que conclusão podemos chegar sobre a acentuação nesse caso?

3. Agora, leia estas palavras em voz alta.

assembleia             boia             geleia             ideia

  1. Como elas se classificam quanto à sílaba tônica?
  2. Os ditongos nelas presentes são abertos, como os da atividade anterior, ou fechados?
  3. A que conclusão podemos chegar sobre a acentuação nesse caso? Compare a regra com a da atividade 2.
Respostas e comentários

1.a) Área (á-rea), espécies (es-pé-ci-es), Peruíbe (Pe-ru-í-be), areia (a-rei-a), baleeiras (ba-le-ei-ras) e garoupas (ga-rou-pas) são paroxítonas. País (pa-ís) e anzóis (an-zóis) são oxítonas.

1.b) Ambas são paroxítonas, acentuadas, e terminam em ditongo.

1.c) As duas letras “e” se separam: ba-le-ei-ras.

1.d) Não. Nesse caso, temos: a-rei-a e ga-rou-pas.

2. Anéis, coronéis, faróis, girassóis.

2.a) São todas oxítonas.

2.b) Os estudantes devem perceber que todas receberam acento tônico na última sílaba: anéis, coronéis, faróis, girassóis.

2.c) Os estudantes devem chegar à conclusão de que os ditongos abertos presentes no fim de palavras oxítonas são acentuados.

3.a) Todas são paroxítonas.

3.b) São abertos.

3.c) Os ditongos abertos presentes nas paroxítonas não são acentuados, ao contrário do que acontece com as oxítonas.

Acentuação

Ditongo, tritongo e hiato

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Escreva na lousa, de fórma embaralhada estas palavras: coração, muito, respeito, papai, sabão, iguais, uruguaio, enxaguou, averiguam, queijo, poeta, saúde, coordenação, navio, maestro.
  • Pergunte aos estudantes o que essas palavras têm em comum e o que têm de diferente, pensando em sua formação e sua separação em sílabas. Em seguida, peça a eles que separem essas palavras em ditongo, tritongo e hiato, podendo discutir com os colegas as suas opiniões e respostas.

Respostas: Ditongo: coração, muito, respeito, papai, sabão.

Tritongo: iguais, uruguaio, enxaguou, queijo.

Hiato: poeta, saúde, coordenação, navio, maestro.

  • Peça-lhes que leiam o boxe-conceito, individualmente. Após todos terem lido, leia para a turma em voz alta, explicando-o caso ainda tenham dúvidas, e pedindo a eles que retomem a atividade para ver se mudariam alguma de suas respostas com base nas novas informações.
  • Para finalizar, corrija a atividade com os estudantes, pedindo a eles que avaliem quantas palavras acertaram a princípio e após terem lido o livro, corrigindo as demais palavras que permaneceram na classificação errada.
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

1a. Para essa atividade, pode-se propor que os estudantes façam em duplas, para que se auxiliem. Em seguida, corrija a resposta das duplas.

1b. Indique aos estudantes que a resposta deve conter o tipo de acentuação tônica e de encontro vocálico. Caso tenham alguma dificuldade em responder, auxilie-os falando as palavras em voz alta para que tenham maior compreensão de sua entonação.

1c. Explique aos estudantes que quando ocorre de haver duas vogais iguais, como no caso de baleeiras, a separação ocorre sempre entre elas. Conseguimos perceber o mesmo nas palavras: Sa-a-ra, vo-o, re-le-em, per-do-o. O mesmo ocorre com consoantes repetidas: gi-ras-sol, pás-sa-ro, tor-re, oc-ci-pi-tal.

1d. Espera-se que os estudantes percebam que a mesma regra da questão anterior não se aplica, necessariamente, a qualquer um dos casos.

  • Leia o boxe com os estudantes e explique que, quanto à pronúncia, os ditongos podem ser classificados em orais ou nasais e abertos ou fechados. Os ditongos orais são aqueles em que a passagem do ar se dá apenas pela boca: pai, peixe. Os ditongos nasais são aqueles em que a passagem do ar se dá pela boca e pelo nariz: cações, região. Os ditongos abertos são formados por uma vogal que tenha timbre aberto: pai, anzóis. Já os ditongos fechados são formados por uma vogal que apresenta timbre fechado: peixe, regiões. Em alguns casos, os ditongos podem ser ou não acentuados.
  • Comente que a formação do ditongo se dá por meio de dois sons vocálicos, dos quais um é considerado uma vogal, e o outro, uma semivogal. Ou seja, uma sempre será mais “forte” que a outra: a mais forte é a vogal e a mais fraca, a semivogal.
  • Caso queira, é possível trabalhar os conceitos de ditongo crescente (formado por semivogal + vogal) e ditongo decrescente (formado por vogal + semivogal). Explique também que, no caso dos tritongos, a combinação sempre é: semivogal + vogal + semivogal.
  • Diga que, no caso dos ditongos nasais, eles sempre serão fechados.

4. Leia um trecho da seguinte notícia.

ême ésse se prepara para o fim da piracema e tem novas regras para pesca

reticências

Conhecido como um dos principais destinos de pesca do país, o Mato Grosso do Sul está com a permissão de pesca suspensa desde 02 de novembro último, devido ao período da chamada piracema.

reticências

Esse ano porém, algumas alterações foram feitas nas regras de pesca, publicadas no Decreto .15375, publicado no Diário Oficial do Estado () do último dia 28. O novo Decreto altera basicamente a cota de captura para a pesca amadora, que seria “zero”, permitindo que o pescador capture e leve um exemplar de peixe de espécie nativa, respeitando os tamanhos mínimos e máximos permitidos nos Decretos, e exemplares de peixes da espécie piranha (Pygocentrus nattereri e/ou Serrasalmus marginatus). reticências

Houve ainda alteração nos tamanhos máximos e mínimos das espécies pintado, cachara, jaú e pacu. Essas espécies e as demais com determinação de medida estão na cartilha. reticências

Fotografia. Uma pessoa vista parcialmente de blusa de manga comprida em verde, segurando um peixe comprido de cor bege-claro e dorso em amarelo-claro. Na parte superior, perto da boca, duas antenas finas. Ao fundo, rio de cor marrom e vegetação de folhas verdes.
O jaú é considerado um dos maiores peixes de couro da região amazônica.

ême ésse SE PREPARA para o fim da piracema e tem novas regras para pesca. Diário do Turismo, São Paulo, 23 janeiro 2022. Disponível em: https://oeds.link/hLl3II. Acesso em: 23 maio 2022.

  1. Qual é o objetivo da notícia?
  2. De acordo com o texto, o que muda com as novas regras?
  3. Como as palavras pacu e jaú se classificam quanto à sílaba tônica?
  4. Separe essas palavras em sílabas. Em seguida, recupere a regra de acentuação das oxítonas e explique por que uma delas é acentuada e a outra não.
Respostas e comentários

4.a) Comunicar ao público as alterações nas regras de pesca no Mato Grosso do Sul.

4.b) A cota de pesca amadora [“zero”] muda para um exemplar de espécie nativa, respeitando os tamanhos mínimos e máximos, e cinco exemplares da espécie piranha. Houve ainda alteração nos tamanhos mínimos e máximos de algumas espécies, como pintado, cachara, jaú e pacu.

4.c) Ambas são oxítonas.

4.d) Pa-cu e ja-ú. Por regra, não se acentuam as oxítonas terminadas em -u. É o que ocorre em pacu. A palavra “jaú”, embora oxítona, contém um hiato e, por essa razão, recebe acento.

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

2a. Espera-se que os estudantes percebam que todas as palavras têm a última sílaba tônica, independendo se são no singular ou no plural.

2b. Sendo assim, espera-se que percebam que não há mudança da sílaba tônica ao mudarmos essas palavras para o plural.

2c. Aproveite para comentar que o mesmo ocorre com os monossílabos tônicos, no caso de céu, véu, dói etcétera

3a. Os estudantes devem perceber que a sílaba tônica se encontra na penúltima sílaba, classificando-as em paroxítonas.

3b. Os estudantes devem perceber a semelhança dos encontros vocálicos presentes nos dois grupos de palavras.

3c. Comente com os estudantes que essa regra mudou após o novo acordo ortográfico entrar em vigor, em janeiro de 2016. Antes dele, esses ditongos também eram acentuados.

4. Peça aos estudantes que leiam a reportagem individualmente. Em seguida, faça uma leitura em grupo, escolhendo um estudante para ler cada trecho ou parágrafo, fazendo comentários sobre suas compreensões e percepções ao final.

4a. Pergunte aos estudantes se sabiam que essas leis são aplicadas como fórma de preservação. Em caso afirmativo, peça-lhes para citarem outros exemplos como os apresentados nesse texto.

4b. Aproveite a questão e discuta com os estudantes a importância de decretos como os estabelecidos em Mato Grosso do Sul. Qual seu intuito, por que estabelecer tamanhos permitidos, como isso interfere na preservação da nossa fauna etcétera

4c. Espera-se que os estudantes percebam que, independentemente da acentuação, ambas as palavras apresentam a última sílaba tônica, sendo classificadas como oxítonas.

4d. Comente que o mesmo ocorre quando o hiato é formado com a letra “i”. Por exemplo: saí, caí etcétera As demais regras de acentuação dos hiatos serão trabalhadas no 8º ano, quando retomamos a acentuação das paroxítonas.

Para ampliar

Para informações adicionais sobre o novo acordo ortográfico, acesse: https://oeds.link/P1X5WO. Acesso em: 13 junho 2022.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe zero seis éle pê um um

ê éfe seis sete éle pê três dois

ê éfe seis nove éle pê zero três

EU VOU APRENDER Capítulo 2

Autobiografia e biografia

Você pôde observar uma fotografia de iuçáfizái e conhecer um pouco sobre ela. Agora, faça uma leitura silenciosa do trecho da autobiografia dessa jovem paquistanesa.

Livre como um pássaro

Eu sou iuçáfizái, uma menina como qualquer outra – mas tenho meus talentos.

Posso estalar os dedos das mãos e dos pés quando quero. Possa ganhar de alguém com o dobro da minha idade no braço de ferro. reticências

Sou pachto, membro de um povo orgulhoso que se espalhou pelo Afeganistão e pelo Paquistão. Meu pai, Ziauddin, e minha mãe, Tur Pekai, nasceram em uma aldeia nas montanhas. Depois de casar eles se mudaram para Mingora, a maior cidade do vale do Swat, que fica no noroeste do meu amado país, o Paquistão.

Nasci em 1997, no vale do Swat, que é conhecido por sua beleza: montanhas altas, montes verdejantes e rios cristalinos.

reticências

Desde que me lembro, nossa casa sempre esteve cheia de gente, em um fluxo sem fim de vizinhos, parentes e amigos do meu pai. Uma das partes mais importantes de ser pachto é sempre abrir a porta para uma visita.

Nos fundos de casa, minha mãe e as mulheres se reuniam para cozinhar, rir e falar sobre roupas novas, joias e outras mulheres da vizinhança. Meu pai e os homens ficavam na sala de visitas, tomando chá e falando de política.

Eu às vezes me afastava das brincadeiras de criança, passava na ponta dos pés pelo grupo das mulheres e ia me juntar aos homens na sala, onde absorvia cada palavra que diziam sobre o vasto mundo além do nosso vale.

Depois de um tempo, eu voltava para as mulheres, para ouvir seus cochichos e suas risadas. Minha parte preferida era que ninguém usava lenço ou véu ali. Era encantador ver seus cabelos escuros e compridos e seus rostos bonitos pintados de batom e hena.

Fotografia. Três pessoas sentadas, uma ao lado da outra, duas mulheres e um homem. À esquerda, mulher de cabelos escuros, com um lenço grande azul-claro, cobrindo a cabeça, pescoço, braços e pernas, com a mão esquerda sobre o ombro. Ao lado, uma mulher de cabelos pretos, com um lenço grande cobrindo a cabeça, pescoço, ombros e braços. Na ponta, um homem de cabelos pretos penteados para a direita, camisa de gola cinza e casaco em azul-escuro. Em segundo plano, local com vegetação e morros.
malala iuçáfizai e os pais.
Respostas e comentários

Eu vou aprender

Autobiografia e biografia

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • O capítulo 2 explora os gêneros textuais autobiografia e biografia e propõe a análise de relatos de vida, bem como a compreensão da estrutura e da função social desses gêneros textuais, em que o autor narra fatos marcantes da própria vida ou da vida de outra pessoa. O relato de Malala também pode gerar uma reflexão sobre os direitos humanos básicos em outras culturas.
  • Nas páginas deste capítulo é possível desenvolver os tê cê tês Educação em direitos humanos e Diversidade cultural, bem como o ó dê ésse Igualdade de gênero, mostrando aos estudantes a cultura de outros países e a importância de buscar as oportunidades para os gêneros.
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  • Apresente o tema deste capítulo: autobiografia e biografia.
  • A autobiografia é um texto no qual o autor narra sua própria história, organizando os fatos em ordem sequencial. Por ser narrado em 1ª pessoa, a linguagem é um pouco mais subjetiva e traz impressões do autor. A biografia é um texto que conta os principais acontecimentos da vida de uma pessoa. Os fatos também costumam seguir uma ordem cronológica, partindo do nascimento. É sempre escrita em 3ª pessoa e, diferentemente da autobiografia, apresenta, em geral, uma linguagem objetiva. Inicie as atividades perguntando aos estudantes como é possível conhecer a trajetória de vida de alguém. Espera-se que eles percebam que a história de uma pessoa pode ser escrita pela própria pessoa ou por outra pessoa. Outras vezes, é a própria obra (livros, pinturas, esculturas etcétera) que mostra a importância e a representatividade de seu autor.
  • Explore as ilustrações e o título da autobiografia e pergunte aos estudantes se conhecem malala iuçáfizai, militante dos direitos das crianças e ganhadora do Prêmio Nobel da Paz.
  • Proponha a eles que sublinhem no texto as palavras que desconhecem e utilizem o dicionário para buscar os significados, atividade que pode ser feita em duplas ou trios.
  • Mostre o vídeo sobre para ilustrar a atividade. Disponível em: https://oeds.link/7ABI3D. Acesso em: 9 julho 2022. Aproveite para comparar o texto biográfico do vídeo na terceira pessoa.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis sete éle pê dois sete

ê éfe seis sete éle pê dois oito

ê éfe seis sete éle pê três sete

No lugar onde cresci, as mulheres seguiam a prática da purdah: eram separadas dos homens e precisavam se cobrir em público. Algumas, como minha mãe, cobriam o rosto com um lenço. Outras se cobriam com vestes pretas compridas e esvoaçantes, às vezes usavam luvas e meias pretas também. Elas escondiam cada centímetro de pele – e até mesmo os olhos.

Mas quando não havia homens, as mulheres podiam mostrar seus lindos rostos – e eu descobria um mundo totalmente novo. Sempre me perguntava como era viver se escondendo.

Ainda pequena, eu disse a meus pais que, independente do que as outras meninas fizessem, eu nunca ia cobrir meu rosto daquele jeito. Minha mãe e alguns parentes ficaram chocados. Mas meu pai disse que eu poderia fazer como quisesse.

vai viver livre como um pássaro — ele disse a todo mundo.

Eu sabia que era a preferida do meu pai. Algo raro para uma menina paquistanesa.

No Paquistão, quando um menino nasce, é motivo de celebração. Deixam presentes no berço do bebê. Escrevem seu nome na árvore genealógica da família. Quando uma menina nasce, ninguém nem visita os pais.

Meu pai não se importava com aqueles costumes. Vi meu nome – em tinta azul na nossa árvore genealógica. Foi o primeiro nome de mulher incluído em trezentos anos.

Às vezes, quando eu pensava no futuro, as competições de empinar pipa que fazíamos quando pequenos me vinham à mente. Os meninos que queriam vencer tentavam cortar o fio da pipa de outras crianças. Eu sempre ficava meio triste ao ver pipas tão bonitas indo ao chão.

Eu tinha medo de que meu futuro pudesse ser cortado como o fio daquelas pipas só porque eu era menina. Conforme Safina e eu ficássemos mais velhas, esperariam que cozinhássemos e limpássemos para nossos irmãos. Não podíamos ser advogadas ou engenheiras, estilistas ou artistas – ou a maioria das coisas com que sonhávamos. E não permitiriam que saíssemos de casa sem a companhia de uma parente homem.

Às vezes me perguntava quão livre realmente poderia ser.

Meu pai seguia esperançoso.

— Olha só essa menina — ele disse com orgulho quando aprendi a ler. — O céu é o limite para ela!

Eu tinha muito mais sorte do que a maioria das garotas por outo motivo também: meu pai era dono de uma escola, a cruchal. Era um lugar humilde, que ficava perto de um rio fedorento e contava com pouco mais que lousa e giz. Mas, para mim, era o paraíso.

reticências

iuçáfizái, ; MaCórmick, Patricia. : minha história em defesa das meninas. Adaptação sara djei róbins. Tradução Lígia Azevedo. São Paulo: Seguinte, 2020. página 17-27.

Respostas e comentários
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  • Apresente outras biografias e linhas do tempo para que os estudantes possam comparar esses gêneros de textos biográficos. Aprender a ler e a compreender uma linha do tempo e observar a ordem cronológica dos fatos da vida de uma pessoa também pode constituir um recurso utilizado para o aprendizado de História.
  • Os estudantes são convidados a refletir sobre a importância do autorretrato e sua relação com a autobiografia, uma vez que o artista precisa “enxergar” suas próprias características para retratá-las em uma obra. Além disso, o estudo sobre a obra pode demonstrar características de uma época e seu contexto, uma proposta interdisciplinar com história e arte. Mostre os vídeos sobre Frida Kalo e proponha uma leitura sobre sua vida e seus autorretratos. Disponível em: https://oeds.link/uLUIop; https://oeds.link/ya8Q8i. Acesso em: 9 julho 2022. Ao final, os estudantes podem fazer o próprio autorretrato e sua autobiografia.

Para ampliar

Se possível, leve para a classe o livro A semente da compaixão, de Dalai Lamae Bao Lu . Em sua autobiografia, Dalai Lama, um dos maiores líderes espirituais budistas, recupera memórias de sua infância para compartilhar com as crianças lições que lhe foram ensinadas por sua mãe sobre como cultivar a compaixão e fazer crescer dentro de cada um o amor, o respeito, a gentileza e a tolerância. O livro narra a história do menino Lhamo Thondup, uma criança cheia de curiosidade que vivia numa pequena vila do Tibete até ser reconhecido como o 14º Dalai Lama. O líder espiritual do budismo mantém uma peregrinação ininterrupta pelo mundo, defendendo os direitos humanos, em especial do povo tibetano.

Para observar e avaliar

Circule pela sala, observando os estudantes que conseguem fazer uma leitura autônoma do texto e enunciados e os que precisam de alguma ajuda.

Verifique também o nível de compreensão dos estudantes e avalie se é necessário algum tipo de trabalho paralelo com leitura de enunciados e interpretação de textos. Em salas numerosas os estudantes podem ser divididos em pequenos grupos de no máximo 5 integrantes com variação nos níveis de autonomia de leitura e compreensão, para que possam se ajudar e trocar conhecimentos.

COMPREENSÃO TEXTUAL

Responda às questões no caderno.

  1. Qual é o assunto tratado no texto que você leu?
  2. Transcreva do texto uma informação que contextualize a jovem no tempo e no espaço.
  3. Quais eram os talentos de , na opinião da personagem?
  4. Após ler o texto, na sua opinião, quais são os talentos de ?
  5. Segundo , sua casa sempre estava cheia de gente, vizinhos, parentes e amigos.
    1. Como ela descreve os costumes das mulheres durante essas reuniões?
    2. E os costumes dos homens?
    3. Como se comportava nessas ocasiões? Transcreva o trecho.
  6. Explique, com suas palavras, a prática da purdah descrita no texto.
    1. Como se sentia em relação à purdah?
    2. Qual foi a reação da mãe e do pai da menina diante dessa fala?
    3. Na sua opinião, como a atitude do pai pode ter colaborado para a formação de ?
Fotografia. Uma mulher sentada sobre um banco de cimento de cor marrom. Ela usa roupa de cor preta que cobre todo seu corpo, inclusive a cabeça. Ela usa par de luvas da mesma cor. A mulher olha para baixo e segura nas mãos um livro de capa preta.
Algumas regiões do Paquistão adotam a prática da purdah, segundo a qual as mulheres devem se cobrir nos espaços públicos, ou mesmo em casa, na presença de homens.
Respostas e comentários

1. Parte da história da vida de iuçáfizái.

2. “Nasci em 1997, no vale do Swat, que é conhecido por sua beleza: montanhas altas, montes verdejantes e rios cristalinos.”

3. Podia estalar os dedos das mãos e dos pés quando queria e ganhar de alguém com o dobro da idade dela no braço de ferro.

4. Resposta pessoal. Ver sugestões de respostas nas orientações didáticas.

5.a) Elas ficavam nos fundos de casa, para cozinhar, rir e falar sobre roupas novas, joias e outras mulheres da vizinhança.

5.b) Os homens ficavam na sala de visitas, tomando chá e falando de política.

5.c) “Eu às vezes me afastava das brincadeiras de criança, passava na ponta dos pés pelo grupo das mulheres e ia me juntar aos homens na sala, onde absorvia cada palavra que diziam sobre o vasto mundo além do nosso vale.”

6. Resposta pessoal.

6.a) , ainda pequena, disse aos pais que, “independente do que as outras meninas fizessem, ela nunca iria cobrir o rosto daquele jeito”.

6.b) A mãe e alguns parentes ficaram chocados. O pai, por sua vez, disse que ela poderia fazer como quisesse. “— vai viver livre como um pássaro – ele disse a todo mundo.”

6.c) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes percebam que o apoio do pai permitiu que tivesse acesso à educação, a informações e a liberdades que podem ter contribuído para sua formação.

Compreensão textual

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  • Nesta página, é possível propor aos estudantes uma reflexão sobre o ó dê ésse Igualdade de gênero e o tê cê tê Educação em direitos humanos.
  1. Proponha a leitura da autobiografia e explore o estilo, o vocabulário e o fato de a história ter sido escrita por Malala na primeira pessoa. Explore aspectos da cultura da menina e compare com a cultura local.
  2. Encontre no texto referência ao local e tempo em que a história foi baseada e proponha uma breve pesquisa sobre o Vale do Swat no Paquistão para ilustrá-la.

4. Convide os estudantes para uma conversa sobre valorizar as habilidades pessoais e a importância de desenvolver competências para a vida.

Explore os talentos que levaram a ganhar o Prêmio Nobel: coragem para lutar pelo direito de ir à escola. Espera-se que os estudantes percebam que desde muito jovem o personagem teve oportunidade de estudar e participar de situações diferentes das comuns a meninas dessa cultura, permitindo a ele desenvolver opiniões e atitudes em defesa dos direitos das meninas.

5. Faça uma releitura para identificar costumes e explore as características de outros povos, valorizando as manifestações culturais. Explore o comportamento de em comparação ao de outras mulheres.

6a. Solicite uma breve pesquisa sobre purdah. Disponível em: https://oeds.link/n7paeL. Acesso em: 9 julho 2022.

6b e 6c. Relacione a atitude de ao apoio paterno e à estrutura patriarcal da sociedade local.

7. Proponha uma pesquisa sobre os costumes e as diferenças entre meninos e meninas para ampliar a reflexão sobre fórmas que podem limitar e influenciar negativamente o desenvolvimento das crianças e jovens.

7a. Leve os estudantes a perceber que a discriminação se dá por questões culturais e/ou religiosas. Se quiser aprofundar, dê exemplos de países em que certas práticas são negadas às mulheres.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis sete éle pê dois sete

ê éfe seis sete éle pê dois oito

ê éfe seis sete éle pê três sete

ê éfe seis nove éle pê quatro sete

7. Releia este trecho do texto e responda às questões.

No Paquistão, quando um menino nasce, é motivo de celebração. Deixam presentes no berço do bebê. Escrevem seu nome na árvore genealógica da família. Quando uma menina nasce, ninguém nem visita os pais.

  1. Na sua opinião, o que leva a essa discriminação?
  2. Como você enxerga essas diferenças de tratamento entre meninos e meninas?
  3. Isso acontece na região em que você vive?

8. Releia este outro trecho.

Às vezes, quando eu pensava no futuro, as competições de empinar pipa que fazíamos quando pequenos me vinham à mente. Os meninos que queriam vencer tentavam cortar o fio da pipa de outras crianças. Eu sempre ficava meio triste ao ver pipas tão bonitas indo ao chão.

  1. Qual foi a intenção de Malala ao fazer uma comparação entre seu futuro e as competições de empinar pipas? Explique.
  2. Leia novamente a última frase desse trecho e explique a mensagem implícita, ou seja, que nela está contida.
  1. O texto que você leu é uma biografia ou uma autobiografia? Justifique sua resposta.
  2. Em quais destas publicações é possível encontrar biografias e autobiografias? Aponte as alternativas corretas.
    1. revistas
    2. jornais
    3. páginas da internet
    4. livros
Ícone atividade oral.
  1. Existem outras maneiras de mostrar os fatos importantes da vida de uma pessoa? Converse com os colegas e o professor.
  2. Você já ouviu histórias de sua origem contadas pelos seus avós ou por outro adulto da família? Na sua família, vocês têm o costume de contar histórias? Se sim, de que tipo?
Respostas e comentários

7. Respostas pessoais.

8.a) Espera-se que os estudantes percebam que, ao fazer essa comparação, Malala está demonstrando preocupação com seu futuro, temendo que alguém possa impedir sua liberdade, suas ações.

8.b) Malala faz uma relação implícita entre as pipas bonitas indo ao chão com meninas talentosas que podiam ser cerceadas no seu voo, ou seja, impedidas de seus movimentos ou de manifestar suas ideias.

9. O texto é uma autobiografia, pois é narrado em primeira pessoa por Malala, mostrando alguns fatos de sua vida.

10. Todas as alternativas estão corretas.

11. Resposta pessoal. Respostas possíveis: um filme, uma peça de teatro, um poema e até uma música podem contar a história de vida de uma pessoa.

12. Resposta pessoal.

12. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes percebam que biografias e autobiografias ajudam a preservar histórias e costumes das pessoas, mesmo em narrativas orais dentro das famílias.

• ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

  1. Proponha uma conversa sobre as limitações da vida de Malala e as questões que limitam as vidas das crianças e jovens da região em que moram.
  2. Comente a etimologia de biografia (bio = vida; grafia = escrita) e de autobiografia (auto = por si mesmo). Relacione com a escrita na primeira pessoa (autobiografia) e na terceira pessoa (biografia).

A biografia e a autobiografia são gêneros textuais que favorecem o trabalho com pronomes pessoais. Além de indicar o foco narrativo (1ª pessoa ou 3ª pessoa), os pronomes podem ser utilizados para evitar repetições de substantivos. Como atividade de ampliação, ler trechos de textos (pode ser um texto dos próprios estudantes) em que apareçam muitas repetições de palavras e propor que identifiquem o que poderia ser modificado e que pronomes deveriam ser utilizados. Outra atividade interessante é fazer o exercício contrário: apresentar um trecho com pronomes e pedir aos estudantes que os substituam por substantivos.

10. Amplie a pergunta para auxiliar os estudantes a criarem uma breve lista de gêneros encontrados em jornais e revistas.

12. Pergunte a eles de que fórma conheceram as histórias de pessoas que eles admiram: filme, peça de teatro, reportagem etcétera

12. • Proponha aos estudantes que entrevistem alguns familiares mais velhos. Peça a eles que se concentrem em temas voltados à vida antigamente. Depois, organize um momento de troca de histórias de família, valorizando os relatos e as vivências como fonte de cultura e sabedoria.

  • Atividade complementar
  • Amplie a questão por meio da leitura do livro Garoto da camisa vermelha, de Otávio Júnior e Angelo Abu (iéloufante). Nesse livro autobiográfico, a história do autor Otávio Júnior e a do protagonista se entrecruzam o tempo todo e mostram como o encontro com um livro no meio do lixão mudou o curso da vida desse menino negro criado numa das comunidades mais violentas e pobres do Rio de Janeiro, dominada por traficantes. Desse encontro, veio o sonho de construir uma biblioteca comunitária, levando-o a se tornar o “livreiro do Alemão”. Após ganhar prêmios nacionais e internacionais, ele viaja por todo o Brasil e pelo exterior, dando palestras sobre a sua experiência de incentivador à leitura. O garoto da camisa vermelha – que soltava pipas, jogava bola de gude e corria nos campinhos esburacados de futebol – também passou a escrever histórias para crianças e jovens, dando vida a meninas e meninos de comunidades carentes e periféricas, lugares por tanto tempo abandonados pelo poder público.

Para observar e avaliar

Nesse momento, pode-se observar a postura dos estudantes ao ouvir os colegas de fórma atenta. Também é possível ver sua interação em situações de comunicação, contribuindo com informações, relatando ou descrevendo experiências. Após a atividade 6 e 12, organize um momento de feedback sobre a postura de estudante e os desafios pedagógicos, considerando suas anotações e a tabela de autoavaliação

LÍNGUA E LINGUAGEM

Período simples e período composto

Ícone atividade em dupla.

1. Releiam este trecho da autobiografia de Malala.

Ainda pequena, eu disse a meus pais que, independente do que as outras meninas fizessem, eu nunca ia cobrir meu rosto daquele jeito. Minha mãe e alguns parentes ficaram chocados. reticências

— Malala vai viver livre como um pássaro — ele disse a todo mundo.

Eu sabia que era a preferida do meu pai. Algo raro para uma menina paquistanesa.

  1. Transcrevam todos os verbos e locuções verbais presentes no trecho.
  2. Considerando o conceito de oração, quantas orações há nesse trecho?
  3. O trecho “Algo raro para uma menina paquistanesa” pode ser chamado de oração? Por quê?

As frases verbais podem se organizar em uma ou mais orações. Quando a frase é constituída de uma oração, temos um período simples. Quando é constituída de duas ou mais orações, temos um período composto.

  1. Agora, retomem o trecho da atividade 1.
    1. Quantos períodos há nele?
    2. Como eles se classificam?
  2. Leiam este outro trecho.

No Paquistão, quando um menino nasce, é motivo de celebração. Deixam presentes no berço do bebê. Escrevem seu nome na árvore genealógica da família. Quando uma menina nasce, ninguém nem visita os pais.

Meu pai não se importava com aqueles costumes. Vi meu nome – em tinta azul na nossa árvore genealógica. Foi o primeiro nome de mulher incluído em trezentos anos.

  1. Quantos períodos há nele?
  2. Transcrevam esses períodos, classificando-os em simples e compostos.
Respostas e comentários

1.a) Os verbos são: “disse”, “fizessem”, “ia cobrir” (no caso, uma locução verbal equivalente a “cobriria”), “ficaram”, “vai viver” (locução verbal equivalente a “viverá”), “sabia”, “era”.

1.b) Considerando que a oração é um enunciado construído em torno de um verbo, o período tem sete orações.

1.c) Não, pois não há verbo. Trata-se de uma frase nominal.

2.a) Há quatro períodos.

2.b) Ver respostas nas orientações didáticas.

3.a) Há sete períodos, que podem ser depreendidos pelos pontos-finais que separam as frases verbais.

3.b) Ver resposta nas orientações didáticas.

Língua e linguagem

Período simples e período composto

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Nesta etapa, é provável que os estudantes já tenham noção do que são a frase e a oração, seja por terem aprendido em anos anteriores, seja pela compreensão do que é dito sobre frases nos enunciados das atividades ou em explicações no decorrer do ano letivo. Este momento é para que eles percebam a ausência ou presença de verbos e a diferença entre período simples e composto. Comece a seção pedindo aos estudantes que deem exemplos de diferentes frases: exclamativa, interrogativa, imperativa etcétera Anote-as na lousa. Em seguida, peça a eles que indiquem quais são os verbos, quantos são etcétera Depois, classifique-as em frases e orações.
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

1a. Antes da leitura do texto, mostre orações que contenham locuções verbais e peça mais exemplos aos estudantes. Depois, faça a leitura do trecho na atividade e peça a eles que identifiquem os verbos.

1b. Explique os conceitos de:

Frase é um enunciado de sentido completo. Ela pode ser formada por uma ou mais palavras e finalizada por pontuação. Oração é uma frase que contenha um verbo (ou locução verbal). Período é uma frase formada por uma ou mais orações, podendo então ser simples ou composto.

1c. Explique que a frase nominal em questão se relaciona à anterior e que toda frase necessita de um verbo para ser classificada como oração.

2a. Espera-se que os estudantes percebam que cada período está finalizado com uma pausa pontuada e pode ser organizado por uma ou mais orações.

2b. Os períodos podem ser classificados em simples (apenas uma oração) ou composto (mais de uma oração).

Período 1 – “Ainda pequena, eu disse a meus pais que, independentemente do que as outras meninas fizessem, eu nunca ia cobrir meu rosto daquele jeito”: período composto por três orações.

Período 2 – “Minha mãe e alguns parentes ficaram chocados reticências: período simples.

Período 3 – “- Malala vai viver livre como um pássaro – ele disse a todo mundo”: período composto por duas orações.

Período 4 – “Eu sabia que era a preferida do meu pai”: período composto por duas orações.

3a. Enfatize a importância dos pontos-finais para identificar os períodos.

3b. Os estudantes devem sublinhar os verbos para então identificar o número de orações.

Período 1: “No Paquistão, quando um menino nasce, é motivo de celebração”: período composto (duas orações).

Período 2: “Deixam presentes no berço do bebê”: período simples (uma oração).

Período 3: “Escrevem seu nome na árvore genealógica da família”: período simples (uma oração).

Período 4: “Quando uma menina nasce, ninguém nem visita os pais”: período composto (duas orações).

Período 5: “Meu pai não se importava com aqueles costumes”: período simples (uma oração).

Período 6: “Vi meu nome – em tinta azul na nossa árvore genealógica”: período simples (uma oração).

Período 7: “Foi o primeiro nome de mulher incluído em trezentos anos”: período simples (uma oração).

Não existem regras para o uso de períodos simples ou compostos. Os falantes têm a liberdade de escolher, de acordo com seus objetivos e com a situação de comunicação. No entanto, na língua falada, é mais comum a presença de períodos simples. Já na língua escrita, é mais comum a presença de períodos compostos, sobretudo em textos mais complexos.

4. Leiam esta tirinha.

Tirinha. Composta por cinco quadros. Apresenta como personagens: Armandinho, menino de cabelos e bermuda em azul, de camiseta branca. Uma menina de cabelos ruivos presos para trás em coque e com uma presilha amarela, com blusa branca e bermuda em roxo. Q1 – A menina ruiva, com o corpo para a esquerda, vista da cintura para cima, diz: UM DIA PRA LEMBRAR DA LUTA DAS MULHERES, NO MUNDO TODO... À esquerda, sombra em azul de uma mulher de coque, segurando um cartaz com as mãos. Q2 – Texto: ... POR CONDIÇÕES DIGNAS DE TRABALHO, IGUALDADE DE DIREITOS E JUSTIÇA. Na parte inferior, sombra de várias mulheres em tons de vermelho, segurando no alto, cartazes. Em segundo plano, morros em marrom e amarelo.
Tirinha. Composta por cinco quadros. Apresenta como personagens: Armandinho, menino de cabelos e bermuda em azul, de camiseta branca. Uma menina de cabelos ruivos presos para trás em coque e com uma presilha amarela, com blusa branca e bermuda em roxo. Q3 - À esquerda, a menina falando de frente para Armandinho. Ela diz: UM DIA DE CONSCIÊNCIA POLÍTICA E SOLIDARIEDADE INTERNACIONAL. O menino à direita, com o corpo para a esquerda e boca fechada. Q4- Texto: PORQUE, SE MUITO JÁ FOI PERCORRIDO... Sombra de uma mulher em tons de verde com o cartaz levantado. Q5 – A menina ruiva, com o corpo para a esquerda, diz: ...MUITO AINDA TEMOS PELA FRENTE!

béc, Alexandre. Armandinho. [sem local], 8 março 2017. Facebook: Armandinho. Disponível em: https://oeds.link/e2xeXh. Acesso em: 23 maio 2022.

  1. A que data comemorativa remete a tirinha?
  2. Por que essa data é importante, segundo o texto?
  3. Quantas orações há na tirinha?
  4. Transcrevam os períodos presentes na tirinha, classificando-os em simples ou compostos.

5. Leiam a manchete e o lide desta notícia.

malala iuçáfizai ganhará homenagem em Cannes

Festival concederá à ativista e vencedora do Nobel da Paz o LionHeart, prêmio concedido a pessoas que impactam o mundo por meio de suas ações

malala iuçáfizai ganhará homenagem em Cannes. Meio&Mensagem, São Paulo, 17 maio 2022. Disponível em: https://oeds.link/O69IPk. Acesso em: 24 maio 2022.

  1. Pelo título, do que trata a notícia?
  2. Como se classifica o período que corresponde à manchete?
  3. Esse tipo de período é muito comum em manchetes de jornal. De acordo com o que vocês aprenderam, por que ele é frequente nesses casos?
  4. Quantas orações há no lide da notícia?
Respostas e comentários

4.a) Ao Dia Internacional da Mulher.

4.b) Porque relembra as lutas das mulheres no mundo todo e conscientiza as pessoas acerca das conquistas e do que ainda é preciso conquistar.

4.c) Há três orações.

4.d) Ver resposta nas orientações didáticas.

5.a) Trata da homenagem que Malala iuçáfizái ganhará em Cannes.

5.b) Período simples, de apenas uma oração.

5.c) Porque, por meio de um período simples, o tema da notícia é apresentado de modo mais direto, resumido.

5.d) Duas orações. Oração 1: “Festival concederá à ativista e vencedora do Nobel da Paz o LionHeart”. Oração 2: “prêmio concedido a pessoas que impactam o mundo por meio de suas ações”.

• ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

4. Explique que não há uma regra quanto à presença de períodos simples e compostos na língua escrita ou falada, mas apenas uma tendência linguística de organizar as informações em orações coordenadas ou subordinadas mais complexas na escrita, já que o autor dispõe de mais tempo para estruturar seus pensamentos. Há textos orais complexos, nos quais estão presentes mais períodos compostos. A questão do uso dos períodos simples ou compostos está mais ligada à complexidade do gênero e à sua função social, portanto.

Sinalize também que o fato de um gênero ser mais complexo que o outro não significa que há gêneros melhores ou piores. Todos devem seguir o princípio de adequação ao contexto, visando a cumprir um objetivo comunicativo.

4a. Associe o Dia Internacional da Mulher às informações aprendidas na unidade anterior sobre a constituição brasileira: direitos e deveres iguais.

4b. Converse com os estudantes sobre o que eles entendem por “consciência política e solidariedade internacional”.

4c. Peça-lhes que sublinhem os verbos e locuções verbais para então identificarem as orações.

4d. Chame atenção para a pontuação identificada pelos três pontos, indicando que o período continua no quadro seguinte da tirinha.

Período 1: “Um dia pra lembrar da luta das mulheres no mundo todoreticências por condições dignas de trabalho, igualdade de direitos e justiça” – período simples.

Período 2: “Um dia de consciência política e solidariedade internacional porque se muito já foi percorrido, muito ainda temos pela frente” – período composto por duas orações.

5a. Peça aos estudantes que contem o que lembram sobre Malala e suas ações pela educação de garotas.

5b. Auxilie-os a identificar a manchete e o título auxiliar. Ambos podem ser considerados orações, mesmo sem a pontuação, pois se trata de texto noticioso.

5c. Converse sobre gênero de texto conciso e direto que podemos encontrar num texto noticioso, já que o leitor precisa encontrar as informações básicas da notícia rapidamente.

5d. Peça aos estudantes que identifiquem e sublinhem os verbos para então encontrar as duas orações do período composto.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe zero seis éle pê zero oito

ê éfe zero seis éle pê zero nove

ê éfe seis nove éle pê zero cinco

ORALIDADE

Entrevista

Você e os colegas vão elaborar um roteiro para a realização de uma entrevista. Sigam as instruções para coletar as informações necessárias, que servirão de base para a escrita de uma biografia.

Pensem no objetivo da entrevista e em quem entrevistar

  1. Escolham a pessoa que vocês gostariam de entrevistar.
  2. Tenham em mente a função da entrevista e as perguntas que colaborem para seu objetivo.

A entrevista tem por função principal obter dados concretos sobre o próprio entrevistado e outras pessoas que ele conhece, ou sobre um assunto que lhe é familiar. Em algumas entrevistas, o mais importante são as opiniões e os sentimentos do entrevistado sobre um assunto de interesse público, um tipo de experiência pessoal etcétera

3. Analisem se é necessário entrevistar mais de uma pessoa ou propor outros métodos de coleta de dados e pesquisa.

É comum, por exemplo, que as informações obtidas por meio de entrevistas, em que o entrevistado rememora acontecimentos do passado, sejam complementadas com fontes históricas, como livros sobre época, fotografias e documentos.

Estruturem a entrevista

4. Planejem um roteiro mínimo de perguntas que trarão informações relevantes para o objetivo da entrevista.

Nas entrevistas, é comum utilizarmos perguntas fechadas e abertas.

Fotografia. Uma menina e um jovem sentados sobre um sofá cinza. À esquerda, menina de cabelos curtos, encaracolados em castanho, blusa de mangas compridas em rosa e calça-azul-claro, com as mãos sobre os joelhos. À direita dela, jovem de cabelos pretos, de blusa de mangas compridas em azul-claro, calça jeans em azul. Ele olha para ela sorrindo, com papel azul na mão esquerda e a outra mão um pouco para frente. Em segundo plano, estante em branco com decoração.
Durante a entrevista, o entrevistado pode escrever as respostas das questões fechadas. Também é possível gravá-las, como apoio para retomar as informações na etapa de coleta de dados.
Respostas e comentários

Oralidade

Entrevista

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Relembre com os estudantes em quais momentos eles fizeram entrevistas nas unidades anteriores e quais informações foram coletadas para que percebam a função de uma entrevista em situações sociais e acadêmicas.
  • Mostre uma entrevista em vídeo sobre Malala (Disponível em: https://oeds.link/qUobKp. Acesso em: 9 julho 2022.) e peça aos estudantes que criem as perguntas que podem ter sido feitas a ela durante a reportagem. Aproveite para chamar atenção para o tipo de resposta obtida por meio de perguntas fechadas e abertas.
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

1. Leia a atividade com os estudantes e pergunte o objetivo da entrevista (coletar informações para escrever uma biografia).

Converse sobre o conceito de entrevista como prática de pesquisa:

A palavra “entrevista” designa, ao mesmo tempo, uma técnica de coleta de dados e o texto que é produto dessa coleta. Trata-se de um procedimento comum a vários campos de atividade, mas em cada um deles ela responde a objetivos específicos.

2. Relembre o gênero textual entrevista, recuperando suas características para elaborar as questões. A entrevista pode ser gravada ou escrita. Explore a importância de resgatar a memória das pessoas e analisar se os relatos pessoais podem ser considerados documentos históricos de uma determinada época. Após a entrevista, os estudantes podem compartilhar as lembranças, transformando o que ouviram – relato em 1ª pessoa – em um relato em 3ª pessoa. Nesse processo, irão perceber a necessidade de mudar as pessoas verbais, bem como os pronomes possessivos. Aproveitar o momento para analisar os aspectos linguísticos do texto: parágrafo, sinais de pontuação, concordância verbal e nominal.

A entrevista é amplamente utilizada por ser uma técnica cuja aplicação é flexível a diferentes contextos e sujeitos, incluídos os que possuem baixa proficiência em leitura. Além disso, se comparada ao questionário, apresenta maior possibilidade de captar sutilezas nas respostas (ênfases, repetições, hesitações etcétera) e também permite ao pesquisador pedir ao entrevistado esclarecimentos sobre suas colocações.

3. Converse sobre a importância de conhecer a história de vida de uma pessoa por meio de documentos e de seus amigos e familiares, pois eles podem ser entrevistados para coletar dados sobre a pessoa que é tema central da biografia.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis sete éle pê zero dois

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ê éfe seis sete éle pê dois três

ê éfe seis sete éle pê dois quatro

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ê éfe seis nove éle pê três nove

Elaborem o roteiro

  1. Pensem em como perguntar o que precisa (como, o quê, porque, quando, onde etcétera), prevendo espaços para que os entrevistados aprofundem o que foi questionado.
  2. Elaborem um roteiro com as perguntas, com base na pesquisa feita sobre o assunto e de acordo com o entrevistado escolhido.
  3. Tomem cuidado com perguntas muito pessoais ou sobre acontecimentos difíceis da história da pessoa. Usem modalizações, mas sem perder a clareza.
  4. Planejar a linguagem a ser utilizada é fundamental para alcançar os objetivos: seja sucinto e claro, sem se perder em divagações e opiniões pessoais ou perguntas com múltiplas finalidades.
  5. Para ordenar as perguntas no roteiro, é recomendável começar por aquelas de caráter mais geral e objetivas, deixando para o final questões mais profundas e reflexivas.
  6. Caso os entrevistados sejam pessoas sobre as quais já se saiba algo (um cientista, um escritor ou uma pessoa de vida pública), recomenda-se fazer uma pesquisa previamente. Nesse caso, o roteiro pode incluir perguntas com o objetivo de confirmar os dados coletados ou para que a pessoa aprofunde certos temas com informações complementares.

Aplicação da entrevista

  1. Tenham em mente que a postura do entrevistador deve inspirar no entrevistado conforto, segurança e confiança.
  2. Expliquem à pessoa qual é o propósito da entrevista.
  3. Peça autorização para gravar (áudio ou vídeo) e diga de que fórma esse registro será utilizado e o que será feito com as informações.
  4. Garanta que os equipamentos estejam funcionando. Certifique-se de que as condições são propícias ao registro (silêncio, qualidade do microfone etcétera).

Análise da entrevista

  1. Após a entrevista, pode-se fazer a transcrição para ajudar na organização das informações. Nessa etapa, é preciso cuidado para reproduzir exatamente o que foi dito, tanto pelo entrevistador quanto pelo entrevistado.
  2. Lembrem-se de que, como entrevistadores, vocês vivenciaram a experiência e captaram dados de natureza verbal, não verbal e observacional, o que pode enriquecer a base de dados quando for escrever a biografia.
Respostas e comentários

• ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

  1. Explique que eles irão trabalhar com uma entrevista semiestruturada ou por pautas, por meio de um roteiro de perguntas que pode ser adaptado conforme o andamento da entrevista. As entrevistas semiestruturadas podem mesclar perguntas abertas e fechadas, mas as pautas devem estar relacionadas umas às outras e ordenadas de modo a facilitar a construção do relato pelo entrevistado.
  2. As perguntas iniciais devem compor um quadro biográfico prévio do entrevistado (nome completo, data de nascimento, profissão, profissão dos pais etcétera). As perguntas fechadas guiam o entrevistado a responder sim ou não e são úteis para verificar informações. As perguntas abertas, comuns numa entrevista, são recomendadas para temas sobre os quais se deseja que o entrevistado desenvolva livremente seu discurso, explorando detalhes e deixando que as lembranças surjam gradativamente (por exemplo: “Como foi essa situação para você?”).
  3. É importante ressaltar que nem sempre a entrevista é suficiente para garantir a adequada coleta de dados. Recomenda-se, assim, que ela seja utilizada em conjunto com outros métodos de análise, tais como notícias, livros, revistas, documentos e outras fontes bibliográficas, para que os resultados da pesquisa sejam alcançados.
  4. A atmosfera da entrevista e as perguntas escolhidas devem levar em consideração o respeito à pessoa humana e à privacidade, por isso se deve evitar perguntas invasivas ou embaraçosas.
  5. As perguntas devem ser diretas, não tendenciosas e livres de preconceito. Peça aos estudantes que imaginem qual seria a resposta para cada pergunta ou testem as perguntas com uma pessoa do grupo.
  6. É possível organizar as perguntas em blocos temáticos, de modo que o próprio entrevistado sinta que seu discurso segue uma progressão coerente.
  7. É importante pesquisar a história de vida da pessoa antes de entrevistá-la para que as perguntas sejam pertinentes.
  8. Enfatize que o entrevistado deve ficar livre para responder às perguntas que quiser e por isso deve ser mantida uma atmosfera de respeito e cordialidade.
  9. O entrevistado tem o direito de saber qual é a finalidade da entrevista.
  10. O entrevistado tem direito de saber se (e onde) as informações serão publicadas.
  11. O uso de tecnologias também deve ser autorizado previamente pelo entrevistado. Sempre que possível, peça aos estudantes que tenham um plano alternativo para o caso de o entrevistado não permitir a gravação.
  12. A transcrição deve ser fidedigna, pois se trata de documento para a pesquisa.
  13. É importante que os estudantes façam anotações do que observaram, descrevendo o que veem e sentem.

BIOGRAFIA

Ícone atividade oral.
  1. Você conhece Mauricio de Sousa? Conte aos colegas o que sabe sobre ele.
  2. Leia uma biografia desse cartunista e escritor.

Mauricio de Sousa: conheça a trajetória do criador da Turma da Mônica

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VITÓRIA BATISTOTI

Paulista nascido em Santa Isabel, filho de um casal de poetas, membro da Academia Paulista de Letras e o mais famoso e premiado cartunista brasileiro. Este é Mauricio Araújo de Sousa, mais conhecido por Mauricio de Sousa, o criador dos quadrinhos da Turma da Mônica.

O artista conquistou o país em 1959, ano em que seus personagens carismáticos e icônicos estrearam ao público. De lá para cá, as histórias de Mônica, seus amigos e familiares cresce em quantidade e em alcance – há gibis, desenhos, audiobooks e outras fórmas de mídia.

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Nascimento e infância

Mauricio de Sousa nasceu em 27 de outubro de 1935 em Santa Isabel, município no estado de São Paulo. Filho do barbeiro (mas poeta e pintor por vocação) Antônio Mauricio de Sousa e da poetisa Petronilha Araújo de Sousa, o cartunista cresceu em um ambiente repleto de arte, livros e cultura.

Ainda muito pequeno, Mauricio mudou-se com a família para Mogi das Cruzes, cidade vizinha. Sua mãe o ensinou a ler, utilizando como material os balões de gibi que seu pai trazia para casa. Sua infância foi marcada por pescarias, brincadeiras de rua e nas casas de seus vizinhos.

Conforme foi crescendo, Mauricio passou a desenhar cartazes e pôsteres, alguns dos quais integraram jornais de Mogi. Ele queria viver de seus desenhos e quando contou ao pai do que esperava de seu futuro, ouviu o seguinte conselho: “Mauricio, desenhe de manhã e administre à tarde.”

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Fotografia. Um homem visto da cintura para cima, de cabelos grisalhos penteados para trás, sobrancelhas grossas, rosto um pouco arredondado, nariz fino, rugas finas no rosto e usando uma camisa de gola em branco e amarelo. Ele olha para frente, rindo e está sentado em poltrona preta.
O cartunista Mauricio de Sousa participando da Comic Con Experience, em 2018.
Respostas e comentários

1. Resposta pessoal.

Biografia

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Nesta seção, os estudantes irão ler e analisar uma biografia composta a partir de dados coletados sobre uma figura relevante, seja por meio de pesquisa bibliográfica, seja de documentos ou de entrevistas. O objetivo é auxiliar os estudantes a compreender como um texto biográfico é organizado com base em pesquisas, roteiro de entrevista previamente elaborado e respostas dadas: selecionando informações, transcrevendo e editando o texto.
  • Leve-os a analisar os dados apresentados e como foram adequados ao contexto da publicação e à construção composicional do gênero biográfico, garantindo a integridade das informações obtidas, com imparcialidade e livre de julgamento.
  • Prepare previamente e traga para a sala de aula ilustrações, revistas em quadrinhos e outros materiais sobre o cartunista Mauricio de Sousa e sua obra.
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  1. Apresente as revistas em quadrinhos, ilustrações e o material sobre o cartunista Mauricio de Sousa. Pergunte a eles se conhecem a Turma da Mônica e os personagens criados pelo cartunista. Mostre a biografia do autor, disponível no site https://oeds.link/hXvBnd. Acesso em: 9 julho 2022, que ajudará a compor o contexto do relato.
  2. Antes da leitura, explique o conceito de biografia.
  • Uma biografia é um texto que conta os principais acontecimentos da vida de uma pessoa. Geralmente, os fatos são organizados em ordem cronológica. Tem por objetivo reconstruir a imagem e a história de alguém, permitindo melhor compreensão do período em que ela viveu e a trajetória que moldou seu caráter e suas atitudes. As biografias são, em geral, escritas em 3ª pessoa e com uma linguagem objetiva, direta, embora às vezes o narrador também faça algum comentário.
  • Para facilitar a compreensão da biografia, os estudantes devem buscar no dicionário os significados de algumas palavras do texto. O uso do dicionário deve fazer parte do cotidiano deles, para que se habituem a localizar verbetes e, também, a identificar os significados mais adequados ao contexto. Ao fazer isso, acionam suas capacidades de leitura e compreensão.

Habilidades Bê êne cê cê

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Seguindo o sonho

Em 1954, aos 19 anos de idade, Mauricio se mudou para a capital paulista e começou a procurar emprego como ilustrador. Chegou até a redação do antigo jornal Folha da Manhã oferecendo seus serviços, mas, em vez disso, conseguiu uma vaga de repórter policial.

Ele exerceu a função por cinco anos, realizando muitos plantões e ilustrando suas reportagens com desenhos próprios que faziam muito sucesso entre os leitores do veículo. Em 1959, sua primeira tirinha foi publicada na imprensa, reticências trazia suas primeiras personagens, o cão Bidu e Franjinha.

Foi a partir deste momento que Mauricio deixou o jornalismo de lado para trilhar seu sonho de ser desenhista.

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Turma da Mônica

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Em 1960, desenhou o coadjuvante Cebolinha, que sempre falava errado (ou elado?). Em 1961, foi a vez do Cascão. Mais personagens foram surgindo, mas todas eram do gênero masculino. Até que Mauricio foi confrontado pela ausência de mulheres em suas tirinhas e, em 1973, desenhou a Mônica, seu maior sucesso.

Todas essas novas personagens foram ganhando certo protagonismo e, finalmente, em 1970, Mauricio decidiu lançar uma revista para suas criações: Mônica e a sua Turma.

O sucesso foi crescente, e, aos poucos, a Mônica ganhou versão animada para aparecer em comerciais de televisão.

Um apêndice da revistinha da Turma da Mônica é a versão adolescente das famosas personagens, a Turma da Mônica Jovem, lançada em 2008.

Fotografia. Vista geral de local com um homem sentado ao meio em poltrona, perto de cinco personagens. Da esquerda para a direita: Boneco grande do personagem Cascão, de cabelos escuros crespos, de camiseta amarela e macacão vermelho. Ao lado, personagem Cebolinha de cabelos pretos finos, de camiseta verde, bermuda em preto e sapatos marrons. À frente deles, Bidu, cachorro azul, focinho preto. Ao centro, poltrona em azul feita com pelúcias de coelho em azul e sobre ela, homem sentado, de cabelos grisalhos para trás, de camiseta com listras em preto e azul e calça em preto, com pernas cruzadas, olhando para frente sorrindo. À direita, Mônica, menina de cabelos pretos com vestido em vermelho e na mão esquerda, um coelho azul. Na ponta da direita, Magali, menina de cabelos escuros, de vestido em amarelo e na mão direita, pedaço de melancia em vermelho, com uma mordida. Em segundo plano, duas estantes brancas com livros na vertical.
O cartunista Mauricio de Sousa com seus principais personagens: a Mônica, o Cebolinha, o Cascão, a Magali e o cachorrinho Bidu.
Respostas e comentários
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  • A autonomia do estudante-leitor desenvolve-se ao trabalhar individualmente, por isso é relevante que os estudantes sejam estimulados a ler, a comentar o que leram e a reconstruir as ideias principais do texto. Estimule a leitura silenciosa do texto e depois pergunte o que acharam mais interessante na leitura. Peça a eles ouçam as opiniões e valorize as diferentes contribuições, ajudando-os a organizar os comentários de maneira que fiquem completos e claros para todos os ouvintes. Ressalte para a narração do texto em 3ª pessoa, uma das características da biografia.
  • Explore, durante a leitura, os elementos textuais que caracterizam a biografia. Chame a atenção para o uso dos pronomes, dos tempos verbais e dos marcadores temporais, que indicam a ordem dos fatos.
  • Ressalte a importância da cronologia na biografia, organizada por subtítulos que separam as várias fases da vida do cartunista.
  • Quanto à criação dos personagens, comente a dificuldade de fala do Cebolinha, que trocava o “r” pelo “l”, e a escolha de palavras para marcar o regionalismo caipira de Chico Bento. Peça aos estudantes que deem exemplos dessas particularidades linguísticas e de outras características dos personagens. Se possível, leve-os à biblioteca para pesquisar mais sobre os personagens das revistas em quadrinhos.

Para ampliar

  • Mostre um vídeo no qual o cartunista Ziraldo entrevista Mauricio de Sousa e resgata momentos interessantes de sua biografia: Disponível em: https://oeds.link/KhV9jv. Acesso em: 9 julho 2022. Compare as informações e o estilo de linguagem do texto biográfico e da entrevista.
  • Os estudantes também podem pesquisar mais biografias de cartunistas famosos para comparar textos biográficos: Ely Barbosa, Ziraldo, Alexandre Beck, entre outros.
  • Biografias para crianças e jovens: “A infância de Ziraldo”, da Audálio Dantas. A infância de Ziraldo foi repleta de aventuras e experiências únicas que inspiraram sua obra. Audálio Dantas conta histórias divertidas e momentos emocionantes que marcaram a vida do autor de O Menino Maluquinho. Editora Callis, 2012.

Personagens muito conhecidos

De 1959 até os dias atuais, Mauricio e sua equipe de desenhistas da Mauricio de Sousa Produções já deram vida a cêrca de 250 personagens, alguns que fizeram sucesso enquanto outros até deixaram de existir.

Muitas dessas personalidades que fazem sucesso nos gibis são inspiradas em pessoas da vida real de Mauricio. O artista, que é pai de dez filhos, colocou todos eles em suas histórias: suas filhas Mônica, Magali, Marina e as gêmeas Vanda e Valéria, que mantiveram seus nomes verdadeiros, além de Maria Cebolinha (inspirada em sua filha Mariângela), Do Contra (o filho Mauricio Takeda), Nimbus (Mauro Sousa), professor Spada (Mauricio Spada), Marcelinho (Marcelo Pereira, seu caçula).

Titi e Franjinha, por exemplo, foram criados a partir de dois sobrinhos de Mauricio. Bidu era um cachorro de sua família, enquanto Cebolinha e Cascão eram amigos de seu irmão. Já Horácio, o dinossauro, é o alter ego do cartunista. “Mônica, Cascão, Cebolinha, Magali, eles todos são a minha família, são inspirados na minha vida, então eles são parte do que eu sou”, conta o desenhista em entrevista ao Estadão.

Expansão mundial

Nesses mais de 60 anos de trabalho, a Mauricio de Sousa Produções já publicou mais de 1 bilhão de revistas. O material também é exportado para cêrca de 30 países.

Junto aos quadrinhos, há também livros ilustrados, álbuns de figurinhas, DVDs, desenhos animados, série no YouTube, parque de diversão e outros tantos produtos licenciados.

Todas essas conquistas o consagraram como o mais famoso e premiado autor brasileiro de quadrinhos.

BATISTOTI, Vitória. Mauricio de Sousa: conheça a trajetória do criador da Turma da Mônica. Revista Galileu, São Paulo, 11 maio 2018. Disponível em: https://oeds.link/2IcsLc. Acesso em: 16 maio 2022.

Responda às questões no caderno.

  1. O que caracteriza esse texto como uma biografia? Explique.
  2. Transcreva a frase em que aparece um pronome pessoal que indica a pessoa que fala. O que mais, além dos pronomes, caracteriza a narração em terceira pessoa?
Respostas e comentários

3. O fato de a trajetória de Mauricio de Sousa ser narrada em terceira pessoa, por uma jornalista.

4. Resposta pessoal. Sugestão: “Ele exerceu a função por cinco anos, realizando muitos plantões e ilustrando suas reportagens com desenhos próprios que faziam muito sucesso entre os leitores do veículo.”

4. As terminações dos verbos indicam a terceira pessoa do discurso.

• ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

  1. Estimule os estudantes a citar as características de uma biografia: trajetória de vida narrada cronologicamente e em terceira pessoa.
  2. Oriente os estudantes a identificar oralmente os verbos e chame a atenção para em que tempo verbal pessoa eles são usados no texto.
  • Explore, durante a leitura, os elementos textuais que caracterizam o gênero. Ressalte o uso dos pronomes, dos tempos verbais e dos marcadores temporais, que indicam a ordem dos fatos.
  • Atividades complementares
  • Proponha aos estudantes ler a biografia de outros autores, como a de Eva Furnari (disponível em: https://oeds.link/8yLvva; acesso em: 9 jul. 2022), e assistir ao vídeo disponível no link https://oeds.link/bsEAFP. (acesso em: 9 jul. 2022). Proponha a leitura de alguma obra de Eva Furnari como atividade extraclasse.

Habilidades Bê êne cê cê

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Para complementar essa biografia, vamos fazer uma revisão bibliográfica de Mauricio de Sousa, por meio de uma pesquisa.

O foco da pesquisa está na elaboração de uma linha do tempo com as produções de Mauricio de Sousa a partir da criação da Turma da Mônica.

Escolham a área de pesquisa e tema

1. Comecem por definir o assunto da pesquisa, para delimitar a busca por referências.

Encontrem fontes bibliográficas

  1. Busquem, em plataformas digitais ou em bibliotecas, termos ou palavras-chave correspondentes ao tema da pesquisa.
  2. Fiquem atentos às datas, pois as referências mais antigas podem conter dados e informações desatualizados.
  3. Identifiquem as publicações de Mauricio de Sousa ou a criação de revista para os personagens e organizem as informações por data ou hierarquia de importância.
  4. O papel da revisão bibliográfica é identificar e agrupar as principais ideias sobre um tema; portanto, registrem as informações.

As referências precisam ter fontes confiáveis; por isso, busque informações em revistas científicas, artigos científicos, livros, banco de teses e dissertações ou similares.

Organizem as informações

6. Comecem a organizar e selecionar as principais informações em uma linha do tempo, respeitando a ordem cronológica.

Linha do tempo: fórma de organizar cronologicamente determinados acontecimentos, em esquema que apresenta fatos da vida de uma pessoa, de um lugar ou de um momento histórico.

Ilustração. Uma flecha para a direita em verde com datas e ilustrações: 2002 – Joana nasceu – Ilustração de uma cegonha, uma ave de penas em cinza e bordas em preto, bico e patas laranja. No bico, um pano em bege-claro com o formato arredondado. 2005 – Mudou-se para Brasília – Ilustração de um edifício com duas torres na vertical em bege-claro. 2009 – Entrou na escola – Ilustração de um caderno com textos e ilustrações e lápis verde na vertical. 2012 – Teve um irmão – Ilustração de um bebê com cabelos encaracolados pretos, com blusa de mangas compridas em rosa-escuro, com chupeta em verde na boca e braço direito para cima. 2020 – Entrou na faculdade – Ilustração de um chapéu em azul, com ponta inferior em vermelho. À direita, diploma em bege-claro, enrolado, com fita vermelha ao centro. 2022 – Iniciou um estágio – Ilustração de uma menina de cabelos curtos pretos, encaracolados, par de óculos de grau, camiseta em amarelo, segurando um livro marrom na mão direita.
  1. Selecionem imagens que possam ajudar a ilustrar a linha do tempo.
  2. Produzam a linha do tempo de Mauricio de Sousa com as criações da Turma da Mônica em uma cartolina. Depois, apresentem aos colegas.
Respostas e comentários

• ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

1. Inicie a atividade relembrando o conceito de revisão bibliográfica e linha do tempo:

A revisão bibliográfica é, de fórma geral, a revisão das pesquisas e das discussões de outros autores sobre o tema que será abordado num trabalho.

Uma linha do tempo é uma representação visual de uma sequência cronológica de eventos de uma história, um processo ou um histórico.

  1. Auxilie os estudantes a listar algumas referências pertinentes e que mais se aproximam do tema pesquisado.
  2. Delimite a data das publicações coletadas na revisão bibliográfica para encontrar informações atualizadas.
  3. Oriente quanto aos dados relevantes a serem registrados: os personagens, suas publicações, datas, publicações mais vendidas, eventos relevantes etcétera
  4. Oriente quanto ao registro das fontes bibliográficas, incluindo: SOBRENOME DO AUTOR, Prenomes. Título. Edição. Local: Editora, ano e endereço da internet, se houver (com data de acesso).
  5. Auxilie os estudantes a escolher somente os dados relevantes e eventos marcantes da vida do cartunista para criar a linha do tempo.

A linha do tempo é uma fórma de apresentar uma síntese dos principais acontecimentos da vida de alguém ou de fatos históricos. É caracterizada pela sequência de datas. Ler em ordem cronológica os fatos mostrados e discutir a diferença entre a biografia convencional e a linha do tempo – ambas relatam os fatos da vida de uma pessoa, mas a linha do tempo é uma síntese, sua leitura é mais rápida e não apresenta detalhes da vida do biografado. Apresentar outras biografias e linhas do tempo para que os estudantes possam comparar esses dois gêneros de textos biográficos. Aprender a ler e a compreender uma linha do tempo e observar a ordem cronológica dos fatos da vida de uma pessoa também podem constituir um recurso utilizado para o aprendizado de História.

  1. Sugira uma seleção de ilustrações interessantes, como imagens dos personagens, capas de revistas, cartazes de filmes, fotografias de eventos e outras.
  2. Estimule os estudantes a criar linhas do tempo de diferentes personagens e sua evolução, além de refletir sobre as semelhanças e diferenças entre as diversas produções.

VOCÊ É O AUTOR!

Biografia ou autobiografia?

Agora, mãos à obra! Você vai escrever a biografia da pessoa que entrevistou ou, se preferir, uma autobiografia contando os principais fatos de sua vida.

Antes, relembre as características desses gêneros textuais.

Uma biografia é um texto que reconta os principais acontecimentos da vida de uma pessoa ou de uma personalidade de destaque. Geralmente os fatos são organizados em ordem cronológica, mas podem ter uma organização temática. Tem por objetivo reconstruir a imagem e a história de alguém, permitindo melhor compreensão do momento em que ela viveu e a trajetória que contribui para sua personalidade e suas atitudes. As biografias são, em geral, escritas em terceira pessoa e com uma linguagem objetiva, direta, embora às vezes o narrador também faça algum comentário.

A autobiografia é um texto no qual o autor narra acontecimentos marcantes de sua história de vida, em geral em ordem cronológica, ou com a organização de temas, como lugares em que viveu, momentos de estudo ou carreira e outros. Esse tipo de texto apresenta uma linguagem mais pessoal, pois o autor pode expressar seu ponto de vista. A autobiografia é sempre escrita em primeira pessoa.

Levantamento de dados

  1. Retome as informações da entrevista ou roteiro para guiar a organização dos acontecimentos.
  2. Na autobiografia, as perguntas do roteiro de entrevista podem guiar o planejamento do texto apoiados em suas respostas.
  3. Para ajudar na organização dos fatos, crie uma linha do tempo com os acontecimentos para apoiar a ordem cronológica do texto.
  4. Selecione fotografias, documentos e outras fontes históricas para exemplificar alguns momentos do texto. Pode também montar um esquema para ajudar no planejamento do texto.
Fotografia. Vista do alto de uma mesa de madeira. Ao centro, uma máquina fotográfica quadrada, cinza. Ao redor, várias fotos de um bebê e crianças de cabelos escuros.
As fotografias, os documentos, os objetos pessoais e outros elementos são fontes que ajudam a contar a história das pessoas.
Respostas e comentários

Você é o autor!

Biografia ou autobiografia?

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Nesta seção, estimule os estudantes a recordar as características dos gêneros trabalhados na unidade antes de escrever suas autobiografias ou biografias.
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  • Os textos podem compor um livro virtual de memórias da classe ou de biografias de pessoas. Se o texto for digitado, é necessário providenciar computadores para esse fim. Antes da produção do texto, chame a atenção para o fato de que os relatos serão lidos por outras pessoas. Nesse caso, os estudantes devem selecionar fatos que possam vir a público.

1. Relembre o percurso da construção de um texto biográfico, a partir da pesquisa biográfica, a escrita do roteiro de entrevistas, a gravação das entrevistas, a transcrição das entrevistas, a criação da linha do tempo, a escolha dos dados mais relevantes, a seleção das ilustrações, a confecção do texto biográfico e a apresentação do produto final.

A biografia e a autobiografia são gêneros textuais que favorecem o trabalho com pronomes pessoais. Além de indicar o foco narrativo (1ª pessoa ou 3ª pessoa), os pronomes podem ser utilizados para evitar repetições de substantivos. Como atividade de ampliação, ler trechos de textos (pode ser um texto dos próprios estudantes) em que apareçam muitas repetições de palavras e propor que identifiquem o que poderia ser modificado e que pronomes deveriam ser utilizados. Outra atividade interessante é fazer o exercício contrário: apresentar um trecho com pronomes e pedir aos estudantes que os substituam por substantivos.

  1. O roteiro de entrevistas também pode ser usado numa autobiografia porque estimula a organização das ideias e fatos relevantes, bem como o registro das informações de fórma cronológica.
  2. Relembre como construir uma linha do tempo a partir da organização de eventos marcantes da vida numa ordem cronológica. Saliente que, antes de redigir os textos, é importante organizar os fatos seguindo algumas orientações. Caso os estudantes mostrem dificuldade, circule pela sala e verifique se os estudantes estão utilizando a ordem cronológica. É igualmente importante orientá-los a encadear os acontecimentos, explicando-os e utilizando pronomes para evitar repetições. Pedir-lhes que releiam o texto antes de entregá-lo.

Habilidades Bê êne cê cê

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Escrita do texto

  1. Prepare-se para escrever seu texto. Para isso, siga algumas recomendações.
    1. Crie um título coerente com o que vai contar.
    2. Conte quando e onde cada fato ocorreu. Tente responder às seguintes questões: “O quê?”; “Quem?”; “Quando?”; “Onde?”; “Como?”; “Por quê?”.
    3. Contextualize os acontecimentos com lembranças ou descrições da pessoa.
    4. Organize os fatos em ordem cronológica ou por agrupamento temático.
  2. Com tudo pronto, escreva a primeira versão do texto. Utilize o roteiro para o desenvolvimento da narrativa. Caso haja a fala de algum entrevistado, use aspas para identificá-la.
  3. Durante a escrita, fique atento aos itens seguintes.
    1. Observe se todos os passos do roteiro foram contemplados.
    2. Verifique se o texto está claro e objetivo.
    3. Cuide da pontuação e da ortografia.
    4. Utilize verbos e pronomes na primeira ou na terceira pessoa, caso tenha se decidido por uma autobiografia ou uma biografia.
    5. Organize o texto em parágrafos.
    6. Cuidado com a concordância e a coerência do texto.
  4. Pronta essa primeira versão, troque o texto com um colega para uma revisão. Utilize a pauta de revisão já vista em outras unidades e, se necessário, inclua outros aspectos.
  5. Escreva a versão final do texto usando um editor e processador de texto e imagem. Peça ajuda ao professor, se necessário.
  6. Salve o texto em um arquivo ou enviem-no por e-mail ao professor, pois ele será usado na seção “Vamos compartilhar”.
Fotografia. Uma menina sentada, de frente para uma mesa branca onde há um notebook de cor cinza. Ela tem cabelos castanhos penteados para trás, de blusa de mangas compridas em marrom. Perto dela, uma criança de cabelos encaracolados pretos, de blusa comprida em amarelo-claro, com a mão esquerda tocando o teclado. Em segundo plano, outras crianças sentadas, de frente para notebooks abertos na mesa.
Se você digitar o texto, ficará mais fácil reescrevê-lo. Seria interessante criar um arquivo com todos os textos, desde a versão inicial até a definitiva. No final do ano, você poderá acompanhar seu desenvolvimento na escrita e verificar todas as suas produções.
Respostas e comentários
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  • O trabalho de revisão do próprio texto é significativo e deve ser aprofundado a cada unidade, levando os estudantes a desenvolver a autonomia de leitura e a revisão de acordo com critérios estabelecidos a cada atividade de escrita.
  • Tanto na biografia como na autobiografia os verbos costumam ser escritos no pretérito, mas podem aparecer no presente ou futuro, conforme o fato comentado.
  1. A construção do texto biográfico deve respeitar as fontes, contando a história de vida de fórma clara e fidedigna. Enriqueça a narrativa com descrições, lembranças e narração de momentos especiais. Na autobiografia, oriente que descrevam as sensações, os sentimentos e as emoções diante dos acontecimentos.
  2. É importante contextualizar os acontecimentos e esclarecer se os dados foram retirados de entrevistas, fontes bibliográficas ou outras fontes.
  3. A organização do texto biográfico pode ser dividida em parágrafos com subtítulos que remetam a momentos diferentes de vida ou temas diferentes, como: infância, família, estudos, carreira etcétera
  4. A revisão constitui parte fundamental, pois é o momento de fazer uma leitura crítica do texto e apontar áreas que podem ser melhoradas. Por isso, é importante deixar claro que as impressões devem ajudar os colegas a compreender o que podem fazer para que o texto fique mais claro. Para isso, relembre quais aspectos devem ser considerados na revisão.
  5. Os estudantes devem considerar a organização textual e a ortografia na versão final.
  • Organize a leitura das biografias e uma discussão sobre o processo de criação. O texto final será usado nas atividades da seção Vamos compartilhar.
  • ATIVIDADE COMPLEMENTAR
  • Proponha a leitura da biografia Ninguém é pequeno demais para fazer a diferença, de (Companhia das Letrinhas). A frase que dá nome à publicação foi dita por Greta Túmberg, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (cóp vinte e quatro). Na ocasião, a jovem ativista sueca questionou o modo de vida de uma pequena parcela da população e pediu justiça climática. Inspirado em seus discursos mais famosos, o livro apresenta aos pequenos leitores a vida e a luta de – da rotina tranquila na cidade onde se sentia invisível ao destaque mundial como porta-voz de uma geração em prol da preservação ambiental. Com apenas 15 anos, depois de acompanhar em sala de aula discussões sobre aquecimento global, derretimento das calotas polares e ameaças à vida no planeta, ela passou a faltar à escola todas as sextas-feiras para se dirigir ao Parlamento sueco, em greve pelo clima. Em 2019, foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz, eleita a personalidade do ano pela revista Time e nomeada Mulher do Ano pela Swedish Women’s Educational Association

EU APRENDI!

Responda às questões no caderno.

  1. Vamos retomar o relato de Lucas.
    1. Como o narrador inicia seu relato?
    2. Quando e como seu interesse pelos peixes começou?
    3. Por que ele decidiu ser biólogo marinho?
    4. O que aconteceu nas pescarias de que participou?
  2. Se Lucas fosse contar oralmente o mesmo relato, seria exatamente como ele escreveu? Qual é a diferença entre um relato oral e um relato escrito?
  3. Releia a autobiografia de Malala e a biografia de Mauricio de Sousa para responder às questões.
    1. Quem conta a história de Malala? E a de Mauricio de Sousa?
    2. Com que intenção se escreve uma biografia?
    3. O que caracteriza o gênero autobiografia?
    4. Em geral, que tempo verbal predomina na autobiografia e na biografia?
Fotografia. À esquerda, um homem sentado sobre uma poltrona branca. Ele tem rosto arredondado, cabelos grisalhos penteados para trás, com camisa branca, gravata verde, colete azul por dentro, terno cinza e sapatos pretos. Ele olha pra frente sorrindo, com a mão direita sobre o joelho e mão rsquerda sobre um cachorro de pelos pretos, sentado em cadeira vermelha. O cachorro usa uma coleira em azul-claro. Ao fundo, livros de capa colorida um ao lado do outro.
Cartunista Mauricio de Sousa com a raça do cachorro que inspirou o personagem Bidu.
Respostas e comentários

1.a) Ele diz seu nome, fala sobre a família e conta o que gosta de fazer.

1.b) Seu interesse começou quando viu o avô pescando. Ficou encantado com a diversidade de peixes, com os diferentes jeitos de pescar e com as histórias que ouvia. Começou a ler e a pesquisar sobre o assunto.

1.c) Para Para continuar estudando e ajudar a proteger o mar e seus animais.

1.d) Lucas ficou tenso e assustado durante as pescarias relatadas, porque ventava forte e as ondas balançavam o barco.

2. Espera-se que os estudantes percebam que ele não contaria exatamente o que escreveu, a não ser que fizesse a leitura do texto.

2. No relato oral, há espontaneidade na fala. O narrador pode expressar seus sentimentos com gestos, expressões faciais, risadas, choros. Pode haver interrupções por diferentes motivos, comentários, dá para improvisar, entre outras coisas. No registro escrito, não há os recursos da fala nem a interferência do leitor.

3.a) A própria Malala conta sua história e uma jornalista conta a história de Mauricio de Sousa.

3.b) Uma biografia é um texto que narra os principais acontecimentos da vida de uma pessoa. Geralmente os fatos são organizados em ordem cronológica ou temática. Tem por objetivo reconstruir a imagem e a história de alguém, permitindo melhor compreensão do período em que ela viveu e a trajetória que moldou seu caráter e suas atitudes.

3.c) A autobiografia é um texto no qual o autor narra a própria história de vida, em geral em ordem cronológica ou com organização temática.

3.d) Predomina o pretérito, porque se narram fatos passados.

Eu aprendi!

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Nesta seção, os estudantes irão retomar os conteúdos aprendidos na unidade. Relembre as características de relatos pessoais orais, escritos, autobiografia e biografia.
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

1a. Analise a organização do relato pessoal de Lucas e sua cronologia.

1b. Chame a atenção dos estudantes para os elementos da narrativa: pessoas envolvidas, fatos, sentimentos, contextualização de tempo e espaço.

1c. Enfatize a relação de causa e consequência, identificando os fatos que levaram Lucas a estudar biologia marinha.

1d. Oriente os estudantes a identificar as causas para os sentimentos relatados.

2. Estimule os estudantes a relatar os fatos acontecidos com Lucas e a observar a linguagem utilizada para o relato oral.

Para observar e avaliar

É interessante analisar se os estudantes compreendem a diferença entre o relato pessoal oral e o relato pessoal escrito. Esse trabalho pode ser realizado após esta seção. Caso haja possibilidade, um dos relatos pode ser gravado, para ser comparado com os relatos pessoais escritos. Observe a linguagem utilizada na produção oral e verifique a presença (ou não) de marcas da oralidade na escrita.

3a. Estimule os estudantes a comparar a autobiografia de Malala com a biografia de Mauricio de Sousa, notando o uso da primeira pessoa e da terceira pessoa, respectivamente.

3b. O texto biográfico possibilita conhecer os eventos mais importantes de uma trajetória de vida, narrados de fórma contextualizada.

3c. A autobiografia oferece a possibilidade de conhecer a trajetória de vida a partir da narrativa do próprio autor que vivenciou os fatos, o que torna a leitura mais interessante.

3d. Os tempos verbais no pretérito aproximam a biografia dos textos narrativos ficcionais.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe zero seis éle pê zero oito

ê éfe zero seis éle pê zero nove

ê éfe zero seis éle pê um um

ê éfe seis sete éle pê dois sete

ê éfe seis sete éle pê dois oito

ê éfe seis sete éle pê três dois

ê éfe seis sete éle pê três sete

ê éfe seis nove éle pê zero dois

ê éfe seis nove éle pê quatro sete

4. Agora, releia este trecho inicial da biografia de Mauricio de Sousa.

Paulista nascido em Santa Isabel, filho de um casal de poetas, membro da Academia Paulista de Letras e o mais famoso e premiado cartunista brasileiro. Este é Mauricio Araújo de Sousa, mais conhecido por Mauricio de Sousa, o criador dos quadrinhos da Turma da Mônica.

O artista conquistou o país em 1959, ano em que seus personagens carismáticos e icônicos estrearam ao público. De lá para cá, as histórias de Mônica, seus amigos e familiares cresce em quantidade e em alcance – há gibis, desenhos, audiobooks e outras fórmas de mídia.

reticências

Todas essas novas personagens foram ganhando certo protagonismo e, finalmente, em 1970, Mauricio decidiu lançar uma revista para suas criações: Mônica e a sua Turma.

  1. No trecho “Paulista nascido em Santa Isabel, filho de um casal de poetas, membro da Academia Paulista de Letras e o mais famoso e premiado cartunista brasileiro”, temos uma frase verbal ou nominal? Por quê?
  2. Qual é a função desse trecho no texto?
  3. Como se classifica o período que vem na sequência? Por quê?
  4. O que esse período mostra ao leitor?
  5. Quantos períodos compõem o segundo parágrafo? Quantas orações há em cada um desses períodos e como eles se classificam?
  6. Por que, nessa parte do texto, esse tipo de período é mais utilizado? Para responder, considere aquilo que está sendo informado ao público leitor.

5. Observe estas palavras extraídas do trecho.

premiado                brasileiro                criador

  1. Separe-as em sílabas e classifique-as quanto à sílaba tônica.
  2. Indique em qual ou quais delas há ditongos e hiatos, circulando-os.
Respostas e comentários

4.a) Uma frase nominal, pois não há verbos.

4.b) Situar o leitor quanto ao personagem que será biografado.

4.c) É um período simples, pois apresenta apenas uma oração.

4.d) Uma síntese da descrição feita anteriormente. No caso, especifica-se quem é a pessoa de que tratará o texto.

4.e) O parágrafo tem dois períodos compostos. Em ambos os períodos, há duas orações.

4.f) No caso, são inseridas mais informações sobre a vida do autor, ou seja, o conteúdo vai se tornando mais detalhado e complexo. Por essa razão, ocorre a prevalência de períodos compostos.

5.a) Pre-mi-a-do e bra-si-lei-ro são paroxítonas. Cri-a-dor é oxítona.

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

4a. Enfatize que as palavras “nascido” e “premiado” não constituem verbos.

4b. Explique que os textos biográficos trazem informações pessoais sobre as pessoas porque elas contextualizam e situam suas histórias de vida no tempo e no espaço.

4c. Relembre a diferença entre período simples e composto.

4d. Normalmente, o nome da pessoa viria antes de suas informações, mas a autora só revelou o nome de Mauricio depois de sua descrição.

4e. Relembre a diferença entre orações e períodos.

4f. Auxilie os estudantes a separar as orações e analisar como elas foram organizadas em períodos compostos.

5a. Relembre a classificação das palavras quanto ao número de sílabas.

5b. Peça aos estudantes que forneçam outros exemplos de palavras com ditongos e hiatos.

VAMOS COMPARTILHAR

Fanzine

Para compartilhar alguns relatos da comunidade escolar, vamos organizar um fanzine. Você sabe o que é um fanzine?

Respostas e comentários

Vamos compartilhar: Resposta pessoal.

Ilustração. Fundo dividido na diagonal, abaixo em azul e acima em vermelho. Ao centro, uma nuvem em zigue-zague colorida em amarelo e azul e ao redor, estrelas de raios em amarelo. Texto ao centro: FANZINE.

O termo fanzine nasceu da contração da expressão em inglês fanatic magazine, que pode ser traduzida por “revista de fãs”. Trata-se de um gênero textual mais descontraído, despretensioso, podendo, porém, ter uma edição um pouco mais refinada na composição gráfica, conforme a disponibilidade de recursos e ilustradores. A maior parte dos fanzines é produzida e consumida por um público mais jovem, mas também está presente entre pessoas de todas as idades, unindo interesses da comunidade envolvida. Os temas podem ser desenvolvidos na fórma de contos, poemas, documentários, quadrinhos, entre outros.

Enquete

  1. Com o professor e os colegas, coletem informações sobre temas de interesse da turma relacionados a relatos de vida, como os que se apresentam a seguir.
    1. Fatos da infância.
    2. Acontecimentos engraçados.
    3. Passeios ou viagens.
    4. Eventos e comemorações familiares.
  2. Organizem as informações dos diferentes temas de interesse, recriando o quadro seguinte.
    Ícone modelo
Temas de interesse

Nome do estudante

Fatos da infância

Acontecimentos engraçados

Passeios ou viagens

Eventos e comemorações familiares

  1. Preencham os dados conforme a opinião de cada estudante. Se possível, ampliem a enquete envolvendo outras turmas da comunidade escolar.
  2. Decidam, por meio de votação, os temas de preferência da maioria.
  3. Escolham, entre os mais votados, um ou dois temas para compor o fanzine da turma.
Respostas e comentários

Vamos compartilhar

Fanzine

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Nesta seção, os estudantes irão compartilhar os textos biográficos que escreveram anteriormente ou criar novos textos para publicá-los num fanzine.
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  • Apresente a atividade mostrando um vídeo sobre o fanzine, um gênero de publicação simples e muito usado para divulgar ideias: https://oeds.link/mvgXNI. Acesso em: 5 julho 2022.

reticências os fanzines trazem textos diversos, histórias em quadrinhos, reprodução de agá quês antigas, poesias, divulgação de bandas independentes, contos, colagens, experimentações gráficas. Normalmente, são o resultado da iniciativa e esforço de pessoas que se propõem veicular produções artísticas ou informações sobre elas, que possam ser produzidas e enviadas a outras pessoas, fóra das estruturas comerciais de produção cultural.

Disponível em: https://oeds.link/bEvFws. Acesso em: 9 julho 2022.

  1. Organize uma enquete para escolher o tema de maior interesse na turma ou amplie para outras turmas.
  2. Auxilie os estudantes a identificar o tema mais popular para compor o fanzine.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis sete éle pê um um

ê éfe seis sete éle pê um dois

ê éfe seis sete éle pê três zero

ê éfe seis sete éle pê três dois

ê éfe seis sete éle pê três três

ê éfe seis nove éle pê cinco seis

Escrita do relato

3. Organizem-se em grupos e convidem os envolvidos a produzir seus relatos sobre o tema escolhido, podendo diversificar os recursos que vão utilizar para ilustrar e dinamizar a produção.

Lembrem-se de que o fanzine tem uma produção mais descontraída, o que deixa espaço para a criatividade!

  1. Se considerarem interessante, resgatem algumas perguntas do roteiro de entrevista para escrever seus relatos.
  2. Ao escrever, tentem responder às seguintes questões: “O quê?”; “Quem?”; “Quando?”; “Onde”?; “Como?”; “Por quê?”.
  3. Não se esqueçam de revisar o texto, verificando sua construção de acordo com o gênero, a ortografia e a pontuação.

Produção do fanzine

  1. Uma vez prontos os relatos, chegou o momento de planejar e montar a estrutura do fanzine.
  2. Decidam o tamanho e o número de páginas de seu fanzine. Vocês podem usar folhas de papel sulfite dobradas ao meio, de modo a formar um livreto.

a) Três folhas dobradas ao meio produzem um livreto de nove páginas, sendo que a primeira pode ser usada como capa. Observem o modelo a seguir.

Ilustração. Um livro na vertical com parte da frente em marrom: CAPA, parte 1. Dentro, folhas coloridas enumeradas: 3, 5, 7, 9, 11. À direita, outro lado do livro:  ÚLTIMA CAPA, parte 12.  Dentro, folhas coloridas enumeradas: 10, 8, 6, 4, 2.
  1. Numerem as páginas para facilitar a organização e a distribuição do conteúdo.
  2. Decidam como será a capa e deixem a última para escrever o nome dos colaboradores nos relatos e na produção do fanzine.
  3. Escolham imagens para ilustrar os relatos.
  1. Esta etapa envolve a diagramação dos relatos nas páginas. Diagramação é a técnica de distribuir texto e imagem na página de modo harmônico, que contribua para passar a informação ao leitor. Criem títulos organizadores e chamativos.
  2. Com os fanzines prontos, organizem uma exposição para compartilhar com toda a comunidade escolar e, se quiserem, com os familiares. Divirtam-se!
Respostas e comentários

• ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

  1. Relembre aos estudantes que mesmo os relatos devem respeitar uma organização, seja ela cronológica, seja temática.
  2. Oriente a turma a utilizar o roteiro de perguntas para auxiliar na organização do texto e lembre-os de incluir informações sobre sentimentos e emoções para enriquecer o relato. Relembre que os textos serão compartilhados com a comunidade escolar, portanto não podem ter conteúdos que exponham ou desrespeitem as pessoas envolvidas.
  3. Oriente os estudantes a incluir as informações básicas no início do relato para contextualizar e situar no tempo e no espaço. Sugira o tutorial para produzir um fanzine: https://oeds.link/JKI7dl. Acesso em: 9 jul. 2022.
  4. Os estudantes podem trocar os textos e revisar os relatos dos colegas.
  5. Lembre-os de incluir ilustrações, títulos e subtítulos. Podem ser fotografias, ilustrações ou até mesmo elementos de quadrinhos.
  6. Decidam em que papel o fanzine será produzido e a ordem dos textos.
  7. Auxilie os estudantes a organizar os textos em cada página, respeitando as margens e a posição das ilustrações.
  8. Oriente os estudantes a preparar a apresentação do fanzine, organizando a ordem das pessoas que irão falar e seus textos. Organize um debate final sobre o processo de criação do fanzine, valorizando a colaboração de todos.

Glossário

panagem
: tecido que fórma a rede de pesca.
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pesca predatória
: atividade pesqueira em que se retira do oceano uma quantidade excessiva de determinada espécie, sem considerar sua capacidade de reprodução, o que pode levar à ameaça de extinção e a um desequilíbrio ecológico.
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