UNIDADE 6  Intervenção artística

As propostas desta unidade foram desenvolvidas em quatro etapas que se completam. Acompanhe!

Fotografia. Vista geral de local aberto com um pátio onde há pessoas sentadas e algumas em pé, olhando para uma mulher à direita. Esta usa lenço colorido sobre a cabeça em tons de roxo, azul-claro e rosa, de camiseta em cinza-escuro, short em cinza-claro e par de tênis em branco e cinza. Ela está de frente para um microfone e segura um objeto nas mãos. À direita, ao fundo, um prédio antigo com colunas em cor bege e arcos, onde há mais pessoas olhando para a mulher ao microfone.

EU SEI

Como as intervenções artísticas se expressam no espaço urbano?

Compreender o valor cultural das intervenções artísticas e sua função social no espaço da cidade.

Fotografia. Uma porta de comércio na horizontal, com pintura de rosto de uma pessoa de olhos em marrom-claro, lábios grossos e cabelos pretos curtos penteados para trás. Ao redor, locais com pinturas em verde, amarelo e azul-claro. Na parte inferior, à esquerda e à direita, assinatura.

EU VOU APRENDER

Capítulo 1 – Grafite

Compreender o grafite como expressão artística e seus valores culturais.

Capítulo 2 – Rap

Compreender o contexto de produção e a circulação do rap no cenário cultural.

Fotografia. Quatro homens indígenas, em pé em um palco, com um microfone na mão, cantando. Da esquerda para a direita: um homem com boina sobre a cabeça em laranja, camiseta em tons de rosa e marrom, de calça jeans e sapatos em preto e laranja, com microfone na mão direita próximo à boca. À direita, homem de cabelos, camiseta, calça e sapatos em preto, com microfone na mão esquerda. Ao centro, um homem com um grande cocar sobre a cabeça, pinturas no rosto, de camiseta preta e cinza, calça jeans e sapatos em laranja, com microfone na mão esquerda. Na ponta da direita, homem de cocar em branco sobre a cabeça, camiseta em vermelho, calça em azul-escuro, sapatos em marrom, pinturas sobre as bochechas e microfone na mão esquerda. Mais ao fundo, à direita, um homem visto parcialmente de cabelos escuros. Ao centro, palco com ornamentos coloridos na vertical em amarelo, vermelho e azul.

EU APRENDI!

Atividades de compreensão textual, reflexão e análise da língua e ampliação da aprendizagem.

Fotografia. Dentro de um local com paredes em cinza e janela grande à esquerda. Ao centro, quatro jovens sentados sobre um sofá em marrom. Ao centro, menina de cabelos longos em marrom, de blusa de mangas compridas em branco e detalhes em vermelho e de calça em azul-escuro, com os braços erguidos, vistos parcialmente. À esquerda, um menino visto parcialmente, de cabelos loiros, de blusa branca com listras em azul e laranja e calça jeans em azul-claro, com os braços esticados para frente. À direita, um menino de boné para trás na cabeça, blusa de mangas até os cotovelos, em xadrez de cor preta e vermelha, pode dentro uma blusa branca e calça jeans. Ele está com os braços esticados para frente, o da direita no alto e o da esquerda, para baixo. Atrás, outro jovem visto parcialmente de camiseta em vermelho.

VAMOS COMPARTILHAR

Batalha de rap

Promover a interação dos estudantes em uma batalha com os raps por eles produzidos.

EU SEI

Como as intervenções artísticas se expressam no espaço urbano?

A cidade se traduz em suas múltiplas linguagens e funções, como local de moradia, de estudo, de comércio, de lazer, entre tantas outras. É também palco de manifestações artísticas, em que músicos, dançarinos, pintores, escultores e outros artistas atuam e interferem de diferentes maneiras no cotidiano, transformando a relação dos cidadãos com os espaços urbanos.

Observe as imagens a seguir, que retratam algumas manifestações artísticas em diferentes cidades.

Fotografia. Vista geral de cidade com árvores com folhas em verde. Ao fundo, prédios de tamanhos e altos, em tons de bege-claro. À direita, um prédio com grafite colorido, de rosto de duas pessoas em tons de amarelo-claro, uma de frente para a outra. Da boca de cada uma, sai uma pessoa na vertical conectado à língua delas. Mais à esquerda, um prédio com grafite claro, em tons de preto e azul, de cabeça de uma pessoa e em azul, objeto comprido em azul. Na parte superior, céu noturno, com nuvens espalhadas.
Grafites em prédios de Belo Horizonte, Minas Gerais, 2021.
Fotografia. Uma mulher vista do busto para cima, segurando um microfone na mão direita, de frente para a boca, cantando. Ela tem cabelos até os ombros, trançados, de cor azul, de blusa regata em rosa e blusa de mangas compridas em amarelo e com estampa em preto de onça. A mão esquerda, para cima, apontando com o dedo indicador para a frente. Ao fundo, placa na vertical em azul e rosa, em quadrados.
Rapper santista Preta Rara no evento Poesia que Pulsa, São Paulo, 2019.
Fotografia. Vista geral de local com um pátio aberto, à frente, com solo em cinza-claro e ao centro, duas esculturas grandes, uma ao lado da outra. As esculturas parecem com duas pessoas em pé, abraçadas, com os braços para cima, cabeça pequena e pernas longas. Ao fundo, prédio na horizontal de paredes brancas, muitas janelas e uma rampa na parte inferior que se conecta com o pátio. No alto, céu em azul-claro com muitas nuvens brancas.
A escultura Os guerreiros, de Bruno Giorgi, mais conhecida como “Os candangos”, celebra os primeiros habitantes da cidade, que trabalharam na sua construção. Está localizada na Praça dos Três Poderes. Brasília, Distrito Federal, 2021.
Fotografia. Vista geral de local aberto com um pátio onde há pessoas sentadas e algumas em pé, olhando para uma mulher à direita. Esta usa lenço colorido sobre a cabeça em tons de roxo, azul-claro e rosa, de camiseta em cinza-escuro, short em cinza-claro e par de tênis em branco e cinza. Ela está de frente para um microfone e segura um objeto nas mãos. À direita, ao fundo, um prédio antigo com colunas em cor bege e arcos, onde há mais pessoas olhando para a mulher ao microfone.
A batalha poética Slam das Minas, só de mulheres, vem ganhando espaço nas ruas. Na imagem, apresentação na Escola de Artes Visuais, no Parque Lage, Rio de Janeiro, 2020.

A arte no espaço urbano não se limita a manifestações artísticas: pretende despertar sentimentos, ideias e reflexões relacionados com as vivências dos indivíduos.

  1. O que você achou dessas intervenções? Comente.
  2. Se você estivesse passando pela rua e visse algumas delas, você pararia para apreciar? Por quê?
Versão adaptada acessível

Atividade 2.

Se você estivesse passando pela rua e se deparasse com algumas delas, você pararia para apreciar? Por quê?

  1. Manifestações artísticas como essas também ocorrem na cidade em que você vive? Comente.
  2. Para você, qual é a principal mensagem da arte urbana?

EU VOU APRENDER Capítulo 1

Grafite

A intervenção artística se caracteriza por ser fisicamente acessível à população, modificando e explorando a paisagem urbana, seja de fórma permanente ou temporária. Em muitos casos, é um convite que promove discussões sobre a relação do cidadão com o espaço público, resultando em uma atuação ativa, não somente como espectador, mas também como participante, em diálogo com a obra e a cidade.

Esse é o caso do grafite em espaços públicos. A palavra “grafite” vem do italiano graffito, que significa “arranhado, rabiscado”. Foi incorporada ao inglês no plural, graffiti, para designar um tipo de arte pública realizada para interferir na paisagem urbana. No início, caracterizava-se como uma arte anônima, em que o grafiteiro utilizava as paredes da cidade como veículo de comunicação.

Fotografia. Um muro na horizontal com ilustração de vários elementos sobrepostos. Na ponta superior, à esquerda, uma mulher de cabelos curtos em castanho, de olhos e vestimenta com mangas bufantes em azul-claro, de batom em vermelho e pintura em rosa nas bochechas na vertical. Perto dela, um carro longo em vermelho com detalhes em amarelo e à esquerda, pés de uma pessoa de bermuda amarela e sapatos marrons. Na ponta da direita, um hot-dog visto parcialmente com salsicha vermelha dentro e pão em marrom-claro. Mais ao fundo, cara de um animal similar a um gato de pelos em cinza, olhos azuis-claros e língua em vermelho. Ao centro, texto em amarelo: LOW REDER. Em segundo plano, vista parcial de prédios em bege.
Imagem detalhada de grafite em um muro de rua, com personagens de desenhos animados.
Ícone. Atividade oral.
  1. Ao caminhar pelas ruas, você já se deparou com grafites em paredes ou muros?
    1. Em caso afirmativo, o que chamou a sua atenção? De qual você mais gostou? Comente.
    2. Algum deles era voltado para a arte ou tinha um caráter crítico e de reflexão?

Materiais como giz, carimbos, pincéis, máscaras de pintura e, principalmente, tinta em spray são utilizados para criar fórmas, símbolos e imagens em diferentes espaços urbanos.

Fotografia. Um homem visto da cintura para cima pintando um muro com um tubo cinza de spray. Ele tem cabelos pretos trançados, de blusa de mangas compridas em vermelho. No muro, tinta em rosa, preto e vermelho.
Grafiteiro usando spray para pintar uma parede pública.

No Brasil, o grafite tem sido visto como manifestação artística desde o final da década de 1970, influenciada pela cultura dos Estados Unidos. Aos poucos, os grafiteiros brasileiros foram inserindo características da cultura nacional em suas obras, como os artistas Alex Vallauri (1949-1987), Zezão (1971-), Nina Pandolfo (1977-), os gêmeos (1974-) e Eduardo Kobra (1976-).

Apesar da predominância masculina, as mulheres vêm se destacando cada vez mais no cenário do grafite. É o caso de Simone sapiença cis (1972-), ou apenas , e da artista que assina como Mag Magrela (1985-), que têm seus trabalhos intervindo no cotidiano urbano sobre muros e suportes diversificados.

Fotografia. Uma mulher à esquerda, vista de costas da cintura para cima, de frente para uma parede, pintando-a. A mulher tem cabelos loiros, presos para trás, blusa regata em azul-claro, avental com alças cruzadas nas costas em azul-escuro. Ela segura na mão direita um pincel pintando elementos próximos a ilustração de um pássaro sobre um galho, com o corpo e bico de um tucano. Ele tem o corpo preto, bico grande colorido e ao redor, folhagens em tons de azul e formas abstratas coloridas.
Mulher jovem pintando na parede alguns elementos da sua cultura.
  1. Você sabe o que é o Beco do Batman? Já ouviu falar dêsse lugar?
  2. Leia a matéria a seguir e conheça um pouco sobre esse importante espaço cultural da cidade de São Paulo.

Beco do Batman

Entre as vielas do bairro da Vila Madalena, mais precisamente nas ruas Gonçalo Afonso e Medeiros de Albuquerque, fica localizada uma galeria de grafite a céu aberto, conhecida como Beco do Batman – próxima à estação Clínicas do Metrô. Com ruas estreitas, a visita ao local pode ser mais proveitosa se o visitante for a pé ou de bicicleta.

Sua história começou na década de 1980, quando foi encontrado nas paredes do bairro um desenho do homem-morcego dos quadrinhos. O acontecimento atraiu estudantes de artes plásticas, que começaram a fazer desenhos de influência cubistaglossário e psicodélicaglossário nas paredes do Beco, formando a galeria de paredes totalmente cobertas.

Atualmente, os desenhos são renovados constantemente por grafiteiros e a comunidade ajuda a conservar as paredes que são disputadíssimas pelos artistas. O Beco tornou-se um ponto turístico obrigatório para os amantes das artes urbanas. A cada visita, uma nova pintura é encontrada no local, o que faz que o visitante retorne mais de uma vez para apreciar as obras.

Fotografia. Uma viela, com paredes à esquerda e à direita, cobertas por grafites coloridos. À esquerda, pinturas em tons de vermelho, amarelo e laranja e à direita, em tons de cinza e vermelho. Ao fundo, casas, árvores de folhas verdes e céu em azul-claro.
Beco do Batman, São Paulo.
Fotografia. Vista geral do local descrito anteriormente. À esquerda, muro com cores variadas em vermelho, amarelo, azul-claro, de formas abstratas e geométricas. Em segundo plano, à direita, outros muros coloridos e em segundo plano, rosto de uma pessoa de cabelos pretos. À direita, vegetação com folhas em verde e acima, céu em azul-claro.
Fotografia. Detalhe de muro com ilustração de rosto de um homem e, acima do rosto, máscara vermelha com detalhes em azul-claro, do nariz para cima. Ele usa blusa de mangas compridas em cinza e mão direita sobre a boca. Ao fundo, partes do muro em rosa-claro.
Grafites em exposição no Beco do batmen, São Paulo.

BECO do batmen. São Paulo Viva tudo isso , São Paulo, abre colchetesem datafecha colchete. Disponível em: https://oeds.link/dy7NA2. Acesso em: 23 junho 2022.

4. Observe este grafite do artista eimar Ribeiro e leia como ele define essa arte.

Fotografia. Uma porta de comércio na horizontal, com pintura de rosto de uma pessoa de olhos em marrom-claro, lábios grossos e cabelos pretos curtos penteados para trás. Ao redor, locais com pinturas em verde, amarelo e azul-claro. Na parte inferior, à esquerda e à direita, assinatura.
Grafite do artista eimar Ribeiro, exposto no beco do batmen, em São Paulo, 2022.

Grafite é palavra pintada; usamos imagem para mostrar sentimentos, emoções e para expor nossos processos estéticos e poéticos.

  1. Na sua opinião, o que o artista quer dizer com “palavra pintada”?
  2. O que você percebe nesse grafite do artista? Que sentimentos ele provoca em você?
  3. Explique o que você entende por “processos estéticos e poéticos”, expressos pelas imagens do grafite, de acôrdo com as palavras de eimar.

5. Leia a entrevista que eimar Ribeiro concedeu especialmente para esta obra, explorando a produção de grafite e atuação artística.

Para você, o que é um grafite?

Para mim, o grafite é uma das mais expoentes manifestações artísticas em espaços urbanos, sobretudo pela diversidade de explorações artísticas presentes na contemporaneidade.

O que o seu grafite de mulheres representa?

Esses grafites começaram como uma homenagem à diversidade de rostos que temos no Brasil e no mundo. No caso, quando comecei essas pinturas, trabalhava na Vila Madalena, e assim as chamo de Madalenas, mesmo tendo outros nomes.

Na sua opinião, o grafite provoca uma reação nas pessoas? Por quê?

É notório o impacto que vem causando em diversos espaços. Na Vila Madalena, mais precisamente no Beco do batmen, há uma visitação muito grande todos os dias, se adensando nos finais de semana. Esse espaço se tornou uma referência mundial no campo do grafite.

O grafite como uma prática de letramento se caracteriza pelo quê?

Vejo desde os autores que sempre buscam informações através de literaturas sobre grafite mundial até materiais sobre técnicas de pinturas praticadas por artistas históricos. Existe sempre um fluxo de pesquisa e ação nos expedientes dos artistas de rua.

O grafite pode ser também uma forma de crítica. Como você vê isso?

Há um artista bastante famoso chamado bânquissi que tem como temática central de suas obras a crítica social. No Brasil, posso citar o trabalho do artista Paulo Ito, que também traz em suas obras críticas ácidas sobre a sociedade. Existem muitos outros artistas. Convido vocês a pesquisar em sites de grafite, tenho certeza de que será um bom passeio.

O que você considera arte e o que não considera? Explique o porquê.

Arte é uma manifestação que demanda estudo, persistência, dedicação e muita resiliência. Acho que ações que não levem em conta autoria e reflexão podem não se acomodar no campo das artes.

Fotografia. Um homem visto de pé em local com parede em vermelho, com dois quadros abstratos coloridos pendurados. O homem é calvo, tem barba grisalha, usa camiseta em preto, calça jeans e sapatos pretos, com as mãos próximas à cintura, à frente. Ele olha para frente sorrindo e à esquerda dele, tubos de tinta na vertical. Na parte inferior, chão em tons de marrom de madeira.
O artista eimar Ribeiro com algumas de suas obras.

Você acha que o grafite, os murais, os painéis, os lambe-lambes, entre outras manifestações artísticas, transformam as ruas da cidade em um “museu a céu aberto”? Explique.

Participei de perto de uma experiência de intervenção que durou de 2000 até 2010. O projeto se chamava Beco Escola e fazia parte das estratégias de intervenção do Projeto Aprendiz. Nessa ação, restauramos o Beco do Batman, repintamos o Buraco da Avenida Paulista e mais de 100 murais no ano de celebração de 450 anos da cidade de São Paulo. Essas ações foram espalhadas pela cidade de São Paulo e muitos dos lugares em que intervimos hoje são galerias de grafite e demais modos de intervenção urbana. Esses espaços podem ser considerados galerias e até museus de arte a céu aberto, por conta de manter ativa a cena e sempre renovar artistas e interações, papel central no que acho que pode ser uma galeria de artes viva e que vá além da dinâmica capitalista de venda e revenda.

Qual é o valor social e cultural da arte de rua?

Acredito que as manifestações recentes do grafite brasileiro têm acrescentado ao campo das artes plásticas, um reduto majoritariamente ocupado por uma classe média alta, hoje ocupado por diversos campos sociais. Muitos artistas hoje gerenciam seus trabalhos desde a produção até a venda e divulgação, atitudes antes feitas por marchandsglossário .

Na sua opinião, o que pode favorecer a participação dos jovens em movimentos de bairros, centros culturais comunitários ?

É importante que nesses agenciamentos de participação dos jovens sejam garantidos espaços de fala e escuta, respeito por opiniões e generosidade coletiva, além de uma análise e pesquisa sobre as demandas que a comunidade traz, partindo daí para realizar as intervenções coletivas.

Como podemos agir para promover práticas culturais locais que se constituem como fórmas de resistência e de defesa de direitos de diferentes naturezas?

Acho que respondi na questão acima. Entendo que não há possibilidade de interação sem respeito aos direitos, gêneros e demais demandas relacionadas aos avanços da civilidade.

Como a escola pode contribuir e acolher essas práticas para que favoreça o empoderamento dos jovens em uma atuação cada vez mais qualificada?

Construindo coletivamente espaços de troca de ideias e de construção de modos de interação e vida coletiva, bem como respeito aos espaços públicos e coletivos.

COMPREENSÃO TEXTUAL

Responda às questões no caderno.

  1. Como é, para você, a arte do grafite? Descreva as impressões do que você compreendeu sobre o grafite.
  2. Se possível, traga exemplos de grafite da sua cidade ou cite artistas que você conhece.
  3. No início da seção, você leu o texto.

A intervenção artística se caracteriza por ser fisicamente acessível à população, modificando e explorando a paisagem urbana, seja de fórma permanente ou temporária.

  1. Na sua opinião, qual é a importância das intervenções artísticas para a população?
  2. Como uma intervenção artística pode interagir com a paisagem urbana e modificá-la?
  1. Na sua opinião, por que os homens são maioria na arte do grafite? Qual é a importância da participação de mulheres?
  2. Que materiais são normalmente utilizados no grafite?
  3. O que pode ser representado em um grafite?
  4. Onde o grafite circula e qual é o público-alvo?
  5. O que você acha da iniciativa de espaços como o Beco do ­batmen? Qual é a importância dele para o grafite?
  6. Releia o segundo parágrafo do texto sobre o Beco do batmen.
    1. Você percebe alguma relação entre os quadrinhos e o grafite? Explique.
    2. Por que o texto chama de “galeria” as paredes cobertas de grafite?
  7. Releia este outro trecho do texto. Na sua opinião, por que os grafites são renovados?

Atualmente, os desenhos são renovados constantemente por grafiteiros e a comunidade ajuda a conservar as paredes que são disputadíssimas pelos artistas.

  1. Para você, o que representa o grafite de eimar Ribeiro reproduzido na página 177?
  2. Releia o que eimar considera arte e o que não considera. Como você explicaria o trabalho do artista?

Arte é uma manifestação que demanda estudo, persistência, dedicação e muita resiliência. Acho que ações que não levem em conta autoria e reflexão podem não se acomodar no campo das artes.

E você, o que compreende por arte?

  1. Na sua opinião, qual é a importância de favorecer a participação dos jovens em movimentos de bairros e centros culturais comunitários, entre outros?
  2. Agora, leia a opinião de eimar sobre a participação dos jovens.

É importante que nesses agenciamentos de participação dos jovens sejam garantidos espaços de fala e escuta, respeito por opiniões e generosidade coletiva, além de uma análise e pesquisa sobre as demandas que a comunidade traz, partindo daí para realizar as intervenções coletivas.

  1. O artista considera a participação dos jovens de uma perspectiva individual? O que comprova essa posição?
  2. O que significa garantir “espaços de fala e escuta”? Explique.

15. Você acha que o grafite, os murais, os painéis, os lambe-lambes, entre outras manifestações artísticas, transformam as ruas da cidade em um “museu a céu aberto”? Explique.

Qual é a opinião do artista sobre isso? Identifique-a na entrevista e reproduza as palavras que ele usou.

Ilustração. Seis pessoas sentadas de frente para uma bancada, duas pessoas com um braço esticado para o alto. Um homem de cabelos pretos, com blusa de mangas compridas em azul e uma mulher de cabelos pretos e de blusa de mangas compridas em amarelo. À frente da bancada, outras seis pessoas sentadas, duas delas com o braço esquerdo erguido. Menino de cabelos pretos, de blusa verde, calça e sapatos em marrom. Uma mulher de cabelos pretos, blusa rosa e calça em azul. Na ponta da direita, um homem visto de costa em pé. Ele tem cabelos em azul, blusa de mangas compridas em rosa, calça azul-escuro e sapatos pretos. Atrás dele, um objeto similar a púlpito cinza.
Participação ativa de jovens na discussão.
Ícone. Atividade oral.

16. Em uma roda de conversa, discutam o valor social e cultural da arte de rua.

LÍNGUA E LINGUAGEM

  Concordância nominal

Responda às questões no caderno.

Ícone. Atividade em dupla.

1. Releiam os trechos seguintes da entrevista de eimar Ribeiro.

Trecho 1

Vejo desde os autores que sempre buscam informações através de literaturas sobre graffiti mundial até materiais sobre técnicas de pinturas praticadas por artistas históricos, existe sempre um fluxo de pesquisa e ação nos expedientes dos artistas de rua.

Trecho 2

Construindo coletivamente espaços de troca de ideias e de construção de modos de interação e vida coletiva, bem como respeito aos espaços públicos e coletivos.

  1. A que classe gramatical pertencem as palavras em destaque verde?
  2. E as palavras em destaque azul?
  3. Por que algumas dessas palavras estão no plural e outras no singular?
Versão adaptada acessível

Atividade 1, itens a e b.

  1. A que classe gramatical pertencem as palavras "praticadas", "públicos" e "coletivos"?
  2. E as palavras "os", "um" e "aos"?
  1. Retornem aos trechos do texto da atividade 1 e respondam:
    1. No trecho 1, se o entrevistado tivesse utilizado a palavra “estilos” em vez da palavra “técnicas”, como deveria ser empregado o adjetivo “praticadas”?
    2. No trecho 2, se o entrevistado tivesse utilizado a palavra “atividades” em vez de “espaços”, que mudanças seriam feitas nas palavras em destaque, relacionadas a esse substantivo?

A concordância nominal é um princípio segundo o qual toda palavra variável que se liga a um substantivo deve ser flexionada de acôrdo com ele.

Versão adaptada acessível

Atividade 2, item b.

No trecho 2, se o entrevistado tivesse utilizado a palavra “atividades” em vez de “espaços”, que mudanças seriam feitas nas palavras "aos", "públicos" e "coletivos", relacionadas a esse substantivo?

3. Observem a tirinha.

Tirinha. Composta por dois quadros. Apresenta como personagens: Um homem de cabelos loiros, chapéu, blusa de gola e calça em verde e Dona Tetê, uma mulher loira de cabelos curtos, com franja, blusa regata preta e colar de pérolas em branco no pescoço. As cenas se passam em local de frente para uma mesa em marrom. Q1 – O homem à esquerda, de frente para a mesa onde a mulher loira está sentada. O homem diz: QUER QUE EU GRAMPEIE ALGUMA COISA, DONA TETÊ? A mulher com folha branca na mão direita para frente, diz: TEM ESTAS DUAS PÁGINAS AQUI. Na ponta da esquerda, um grampeador. Q2 – À esquerda, o homem grampeando folhas brancas com grampeador cinza sobre a mesa. Ouve-se: BAM, BAM, BAM, BAM, BAM. Ele diz: ADORO GRAMPEAR! A mulher à direita, com o dedo indicador da mão esquerda para cima, fala: UM JÁ ESTAVA BOM.

WALKER, Mort. Recruta Zero. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 13 junho 2022. Caderno 2, página C6.

  1. Em que consiste o humor da tirinha?
  2. Como a parte visual da tirinha contribui para a compreensão dêsse humor?
  3. No primeiro quadrinho, como ficaria a fala de Dona Tetê, caso ela utilizasse a palavra “papéis”, em vez de “páginas”?
  4. Por que essas alterações ocorreram?

4. Com base nas atividades realizadas, a que conclusão vocês chegam sobre a regra geral de concordância nominal?

Existem outras regras de concordância nominal. Uma delas contempla o adjetivo relacionado a mais de um substantivo. Nesse caso, temos duas opções de concordância:

se o adjetivo vier antes dos substantivos, deve concordar com o mais próximo.

Por exemplo: Em sua mala, ele levava variados livros e revistas.

se o adjetivo vier depois dos substantivos, pode concordar com o mais próximo ou com todos os substantivos.

Por exemplo: Em sua mala, ele levava livros e revistas variadas. Em sua mala, ele levava livros e revistas variados.

5. Leiam esta notícia.

Prefeitura do Recife realiza curso para grafiteiras

A Prefeitura do Recife, através da Secretaria da Mulher, realizou no último sábado (16) o primeiro curso de Norma Regulamentadora 35 (ene erre trinta e cinco) para 20 mulheres grafiteiras. O curso habilita as profissionais para o trabalho em altura e tem como objetivo impulsionar a participação no Colorindo o Recife, projeto realizado pela Secretaria Executiva de Inovação Urbana que promove a valorização do grafite com a criação de verdadeiras galerias de arte urbana a céu aberto.

reticências

PREFEITURA do Recife realiza curso para grafiteiras. Prefeitura Municipal de Recife, 18 outubro 2021. Disponível em: https://oeds.link/uiOg7F. Acesso em: 4 julho 2022.

No trecho “que promove a valorização do grafite com a criação de verdadeiras galerias de arte urbana a céu aberto”, por que o termo em destaque está no feminino singular? Qual é sua função sintática?

Versão adaptada acessível

Atividade 5.

▶ No trecho “que promove a valorização do grafite com a criação de verdadeiras galerias de arte urbana a céu aberto”, por que o termo "urbana" está no feminino singular? Qual é sua função sintática?

PONTUAÇÃO

Uso dos dois-pontos e do ponto e vírgula

Responda às questões no caderno.

1. O programa “Mais vida nos morros” é desenvolvido pela Secretaria de Inovação Urbana do Recife. A seguir, vamos entender melhor como ele funciona.

Mais vida nos morros

Entenda o mais vida nos Morros

Visualizando a inclusão social, o protagonismo cidadão e o pertencimento urbano, o Programa Mais Vida nos Morros é um caso inovador de sucesso de Urbanismo Social, que busca dar vida às áreas de encostas através do uso das cores, da requalificação dos ambientes comuns, da ressignificação de vazios urbanos, com foco na participação social. Os principais eixos das intervenções são: pintura de casas, arte urbana, espaços de convivência e intervenções para crianças.

MAIS vida nos morros. Colorindo o Recife. Recife, 2021. Disponível em: https://oeds.link/mMPvcy. Acesso em: 24 abr. 2023

  1. De acôrdo com o texto, qual é o objeto do programa?
  2. Para mencionar os eixos das intervenções, que sinal de pontuação foi utilizado?
  3. Na sua opinião, o que esse sinal de pontuação indica no texto lido?

Na escrita, o sinal de pontuação denominado dois-pontos é utilizado principalmente para iniciar uma enumeração, demarcar o início de uma fala ou citação e introduzir um esclarecimento, uma explicação, uma conclusão ou um resumo de algo já dito.

2. Leia a tirinha.

Tirinha. Composta por cinco quadros. Apresenta como personagens: Calvin, menino de cabelos arrepiados de blusa listrada na horizontal em preto e branco, bermuda preta e sapatos claros. Haroldo, tigre com o corpo listrado na horizontal e focinho pequeno escuro. Q1 – À esquerda, Calvin, com o corpo para a direita, cenho franzido, boca bem aberta e braço esquerdo apontado para frente. Ele diz: QUERO FALAR COM VOCÊ! À direita, Haroldo, com os olhos para cima, sorrindo, diz: QUEM EU? Q2 – Calvin, visto da cintura para cima. Ele tem os olhos bem abertos, segurando nas mãos uma folha, diz: A HISTÓRIA QUE VOCÊ ESCREVEU É SOBRE MIM TENTANDO NÃO ESCREVÊ-LA! VOCÊ FEZ MINHAS VIAGENS NO TEMPO PARECEREM LOUCURA! Q3 – Calvin visto da cintura para cima, corpo para a esquerda, segura na mão esquerda, folhas e mão direita sobre os olhos dele. Ele exclama: E A ILUSTRAÇÃO! VOCÊ DESENHOU TRÊS DE MIM BRIGANDO ENTRE SI! A TURMA INTEIRA RIU DE MIM! Q4 – À esquerda, Haroldo visto da cintura para cima, com o corpo para a direita, cabeça para baixo, apontando para a folha que Calvin segura, pergunta: QUE NOTA VOCÊ TIROU? De frente para ele, Calvin, com a cabeça para baixo, segurando as folhas, diz: AHNN... UM A+ A PROFESSORA ESCREVEU: MUITO CRIATIVO, A NARRAÇÃO FEITA PELO TIGRE FOI UM ACHADO. FICO FELIZ DE VER QUE VOCÊ ESTÁ MELHORANDO Q5 – À esquerda, Calvin visto da cintura para cima, com os braços esticados para o alto, olhos fechados e cenho franzido, exclama: EU NÃO QUERO SABER! À direita, Haroldo visto da cintura para cima, segurando folhas mãos, sorrindo, diz: A+??! TALVEZ EU DEVESSE MANDAR ISSO PARA UMA EDITORA.

uáterson, . O melhor de Calvin. Estadão, São Paulo, 4 junho 2022. Disponível em: https://oeds.link/Am1mB0. Acesso em: 4 julho 2022.

  1. Em que consiste o humor da tirinha?
  2. Que aspectos da tirinha revelam que Calvin está furioso?
  3. No quarto quadrinho, observa-se a presença de dois-pontos. Por que esse sinal foi utilizado?

Outro sinal de pontuação que merece destaque é o ponto e vírgula. Sua função é marcar uma pausa um pouco maior que a vírgula e, por isso, ele é considerado uma pontuação intermediária entre o ponto e a vírgula. De modo geral, é utilizado para: separar orações muito extensas ou em casos nos quais a vírgula já foi muito utilizada; separar e enumerar elementos e marcar a omissão de verbos.

3. Leia esta notícia.

Nas periferias, artistas plásticas reinventam o mercado da arte

reticências

Longe do mundinho institucionalizado das artes plásticas, reticências pulsa, freneticamente, um mercado independente de mulheres artistas nas periferias. São ilustradoras, designers, desenhistas, grafiteiras, quadrinistas e criadoras de artes plásticas que conquistaram prestígio não apenas em seus territórios, mas também nas redes sociais, na publicidade e no mercado editorial.

reticências

Organizadas em coletivos ou com a explícita proposta de fortalecer suas colegas de ofício, de maneira informal, elas chamam atenção pela identidade estética e pelo desafio de viver de arte – algo que, com raras exceções, sempre foi destinado a poucos privilegiados; homens no geral.

reticências

O grupo dá destaque para o protagonismo de narrativas das mulheres negras como criadoras e criaturas das obras de arte e lançou o desafio de reunir ainda mais talentos femininos invisibilizados de todo o país a partir desta reportagem.

reticências

MARTINELLI, Flávia. Nas periferias, artistas plásticas reinventam o mercado da arte. Universa uól, Mulherias, São Paulo, 1º março 2020. Disponível em: https://oeds.link/yDh40S. Acesso em: 5 julho 2022.

  1. O que a autora pretendeu ao utilizar a expressão “mundinho”, no primeiro parágrafo?
  2. Segundo o texto, que mulheres compõem o quadro de artistas das periferias?
  3. No segundo parágrafo, por quais razões teria sido empregado o ponto e vírgula?
  4. Qual é o objetivo do coletivo mencionado na notícia?

EU VOU APRENDER Capítulo 2

Rap

Neste capítulo, vamos trabalhar um gênero de música popular urbana, o rap, um dos elementos da chamada cultura hip-hop.

Antes de ler o texto, responda às questões seguintes.

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

Transcrição do áudio

Locutora: Rap e denúncia

Locutora: Ritmo e poesia.

Essas são as palavras que em inglês formam a sigla rap: Rhythm and poetry.

No caso desse ritmo musical, as composições, na maioria das vezes, tratam do dia a dia de seus autores, oriundos de bairros pobres das grandes capitais.

Apesar de ter nascido na Jamaica, nos anos 1960, o rap ganhou forma e destaque nas comunidades negras e hispânicas dos Estados Unidos nos anos 1970 e se espalhou pelo mundo a partir dos anos 1980.

É tocado por um DJ (disc-jóquei), responsável pelos efeitos sonoros e mixagens, e por MCs (mestres de cerimônia) que apresentam a letra cantada.

Geralmente, as letras são em forma de discurso, muita informação e pouca melodia, falam da violência, pobreza e falta de perspectiva e de condições mínimas de sobrevivência.

Apesar de um rap mais ‘pop’ também figurar nas listas de músicas de redes sociais e em muitas emissoras de rádio, é o rap-denúncia que continua mais ligado às origens desse estilo musical.

A juventude brasileira das capitais e suas periferias tem hoje no rap um grande canal de expressão.

Se Thaide e Dj Hum são os grandes expoentes, ou seja, aqueles que difundiram essa forma de arte no Brasil, hoje temos nomes como Racionais MCs, Emicida, Projota, Rincon Sapiência, Criolo, Negra Li e Baco Exu do Blues carregando a bandeira do rap.

Mas o rap não é uma arte exclusiva, ou seja, ela não se restringe à manifestação de ninguém.

Veja o caso, por exemplo, desse rap que você vai ouvir agora.

Ele foi composto por Dominique Sttanffer, um garoto de onze anos que quis usar a música para denunciar a poluição dos mares. Preste atenção:

Voz masculina: O Rap do Mar

Muitas pessoas jogam lixo no mar,

com isso não poderemos mais pescar

e ficaremos doentes

se lá formos nadar,

os peixes não poderão mais respirar.

 

Autoridades,

vim aqui para me queixar:

toda essa poluição tem de acabar,

senão essa beleza pouco vai durar

e a paz não vai mais reinar.

A situação é de desesperar,

tomem cuidado, ou o mar vai acabar.

 

Assim como esse rap escrito por Dominique, você também pode usar essa forma de arte para expressar sua indignação, para mostrar as coisas com as quais você não concorda, fazer críticas ou chamar a atenção para algum assunto de seu interesse.

Pode começar usando a base de uma música que você já conhece ou criar uma batida inédita. Não importa.

O importante é mostrar sua visão crítica sobre o mundo e ajudar outras pessoas a refletirem também sobre os problemas que nos cercam. Vamos lá! Solte sua imaginação!

 

Locutora: Créditos: Todos os áudios inseridos neste conteúdo são da Freesound. ‘O rap do mar’, de Dominique Sttanffer, foi publicado em 1995 no livro Missão Terra: o resgate do planeta. Agenda 21, feita por crianças e jovens, da editora Melhoramentos.

Ícone. Atividade oral.
  1. O que você sabe sobre rap?
  2. Tem alguma ideia de como e onde essa manifestação artística surgiu?
  3. Na sua opinião, qual é a relação entre o rap e o grafite?

Rap

A expressão rép provém da língua inglesa, com o sentido de Rhythm And Poetry – traduzindo, Ritmo e Poesia. Esse estilo é assim denominado porque mescla um ritmo intenso com rimas poéticas, integrando o cenário cultural conhecido como hip-hop. Nascido na Jamaica, ele se transformou em produto comercializável entre os norte-americanos.

O rap desenvolveu-se entre as classes pobres dos Estados Unidos da América, particularmente entre os afro-americanos e os hispânicos, que ansiavam por uma sonoridade que traduzisse seu cotidiano e sua cultura, no início dos anos 70. Na Jamaica, em meados da década de 60, o rap ganhou impulso com o aparecimento de equipamentos sonoros que eram dispostos ao ar livre nos guetos deste país, dando vida às festas produzidas nas ruas jamaicanas.

Posteriormente os bailes passaram a ter como cenários amplos locais até então usados como depósitos. Estas festas, mais aprimoradas, contavam não só com a presença de um DJ, mas também com a intervenção de um êmi ci ou Mestre de Cerimônias reticências, o qual incitava as pessoas com palavras de ordem rimadas, traduzindo geralmente questões de ordem sociopolítica, especialmente temas controvertidos.

Nos primeiros anos da década de 70, uma séria crise social e econômica atingiu a Jamaica, provocando a ida de vários jamaicanos, principalmente os mais jovens, para os Estados Unidos da América. Na bagagem eles traziam essa nova sonoridade, os equipamentos de som e a canção falada. reticências

Imediatamente esse ritmo, que versava sobre os obstáculos enfrentados pelos miseráveis dos guetos das grandes metrópoles, contagiou a população sofrida dos subúrbios norte-americanos. As músicas, repletas de gírias dos grupos juvenis formados nesses bairros pobres, unidas às danças urbanas de rua, com suas coreografias velozes e acrobacias corporais, passaram a constituir rapidamente o cenário do hip-hop norte-americano. Completa esse panorama um visual composto por inúmeros grafites expostos nas fachadas dos prédios urbanos.

reticências Esse som, que une poesia a uma pulsação veloz, é normalmente secundado por um baixo, ou apresentado ao ouvinte à capela, ou seja, sem nenhum instrumento.

O conteúdo, portanto, é mais significativo que qualquer melodia ou harmonia. Destacam-se, assim, o texto e a linha vocal. Cabe ao rapper discorrer velozmente sobre o tema escolhido.

SANTANA, Ana Lúcia. rép. Info Escola. abre colchetesem localfecha colchete, centésima2022. Disponível em: https://oeds.link/Y3L9sv. Acesso em: 30 junho 2022.

4. Leia este rép criado por um menino de 11 anos.

O rap do mar

Muitas pessoas jogam lixo no mar,

com isso não poderemos mais pescar

e ficaremos doentes

se lá formos nadar,

os peixes não poderão mais respirar.

Autoridades,

vim aqui para me queixar:

toda essa poluição tem de acabar,

senão essa beleza pouco vai durar

e a paz não vai mais lá reinar.

A situação é de desesperar,

tomem cuidado, ou o mar vai acabar.

Fotografia. Uma tartaruga nadando de cor verde e partes em bege-claro, com uma sacola de plástico transparente presa ao corpo, próximo da boca. Ela está no mar com água em azul-claro e com vegetação na parte inferior, rasteira. Na parte superior, céu em tons de rosa e amarelo.
A poluição afeta a fauna marinha.

, Dominique. O rap do mar. ín: Missão Terra: o resgate do planeta. Agenda 21, feita por crianças e jovens. São Paulo: Melhoramentos, 1995. página 23.

COMPREENSÃO TEXTUAL

Responda às questões no caderno.

1. O rap, surgido na Jamaica, ganhou impulso nos anos 1960. O que explica esse impulso?

Os adeptos do rap, na época, eram os habitantes dos guetos nesse país. Você sabe o significado de “gueto”? Se não souber, pesquise em um dicionário.

  1. Como o rap chegou aos Estados Unidos?
    1. Nesse país, que classe social e econômica adotou o rap?
    2. O que motivou essa adoção?
    3. Por que esse ritmo contagiou a população dos subúrbios norte-americanos?
    4. Explique o caráter do discurso do rép.
  2. Que manifestações culturais compõem o cenário do rípi rópi?
  3. No Brasil, esse movimento chegou na década de 1980, sendo adotado pelos grupos jovens da periferia. Explique por que ele desperta o interesse de jovens em diferentes culturas, sobretudo entre a população menos favorecida.
  4. O êmi ci, Mestre de Cerimônia, interage com o público e também compõe e canta. Você conhece algum êmi ci brasileiro? Se sim, qual ou quais?
Fotografia. Em uma quadra de solo em marrom com listras em branco e mais ao fundo, cesta de basquete. À frente, uma menina de cabelos trançados para trás em preto e loiro. Ela usa regata e calça em preto, com par de tênis e solado bege. Ela faz movimento de dança, com a cabeça perto do solo, equilibrando o corpo com a mão esquerda apoiada no chão, os pés para a lateral e para cima. Em segundo plano, local com morros e céu nublado em cinza.
Apesar da predominância masculina, aos poucos vem aumentando a participação das jovens no movimento rípi rópi, permitindo que ganhem confiança e engajamento para deixar suas marcas.
  1. Você leu, neste capítulo, um rép produzido por um garoto de 11 anos.
    1. Qual é o tema dêsse rap?
    2. A quem ele é dirigido?
    3. Com que objetivo ele foi escrito?
  1. Identifique o verso que colaboraria com o uso sustentável dos oceanos.
  2. Quantas estrofes tem o rap? E quantos versos há em cada estrofe?
    1. Que palavras rimam na primeira estrofe do rap?
    2. Em quais versos aparecem as rimas?
    3. A segunda estrofe também apresenta rimas? Em que versos?
  3. Vários países do mundo se reuniram para estabelecer objetivos e ações que garantissem um planeta saudável para todos. Leia o objetivo que trata da vida na água.
Cartaz na horizontal. Fundo em azul-claro. À esquerda, texto em branco: Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 14 Vida na água Conservar e usar de forma sustentável os oceanos, mares e os recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável. Na parte inferior, à direita, um peixe nadando para a direita e duas ondas brancas acima dele.

NAÇÕES UNIDAS. Centro Regional de Informação para a Europa Ocidental. Objetivo 14: Proteger a Vida Marinha. Rio de Janeiro, centésima2022. Disponível em: https://oeds.link/YCCDyz. Acesso em: 29 junho 2022.

  1. Qual é o foco dêsse objetivo?
  2. Pesquise sobre o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 14 para conhecer todas as propostas.

Para ampliar

O grito do hip hop. Luiz Puntel, Fátima Chaguri. São Paulo: Ática, 2021.

Toninho vive em uma comunidade carente da periferia de São Paulo. Ele descobre nas manifestações do hip-hop um instrumento para denunciar a injustiça social e transformar seu destino.

Capa de livro. Na parte superior, título do livro e nomes de autores. Na parte inferior, ilustração de um homem sentado, visto parcialmente à esquerda de cabelos loiros, camiseta branca e bermuda em vermelho, segurando nas mãos um tubo de tinta em cinza. No centro, em pé, um homem visto dos joelhos para cima, de boné e calça em azul, camisa em vermelho, com as mangas até os cotovelos. Ele olha para baixo, com o braço esquerdo esticado para cima e um tubo de tinta spray na mão. Na ponta da direita, um homem sentado, careca, de camiseta em amarelo e calça verde. Em segundo plano, muro de cor branca, com ilustração fraca em marrom e amarelo. Mais ao fundo, cidade com os prédios em tons de preto, luzes amarelas, cabos de energia em poste, céu noturno em azul-escuro e lua redonda em branco.

LÍNGUA E LINGUAGEM

Concordância verbal

Ícone. Atividade em dupla.

Respondam às questões no caderno.

  1. Releiam a primeira estrofe de “O rap do mar”.
    1. Qual é o sujeito dos verbos destacados? Como eles se classificam?
    2. O que todos esses verbos têm em comum?
    3. Por que isso acontece?

A concordância verbal é o princípio segundo o qual o verbo flexiona de acôrdo com o sujeito a que se refere.

2. Leiam esta notícia.

Nativos êmi cis: rrépers indígenas da aldeia Afukuri cantam a etnia Kuikuro

reticências

Os povos indígenas da etnia Kuikuro são atualmente a maior população do Alto Xingu (Mato Grosso), no estado do Mato Grosso e os rappers celebram a etnia cantando a música Sou Kuikuro, onde falam do orgulho da terra indígena e as culturas e tradições da etnia.

reticências

Na música inicial dos Nativos, intitulada de Tente entender, os rappers retratam as lutas do território indígena do Xingu diante da poluição, a destruição da floresta e outras ameaças à vida e à biodiversidade, em tentativa de diálogo com o homem branco.

A atual versão da música Sou Kuikuro foi feita na batida do trapglossário criada por Senpai para a gravação mixada e masterizada por Cehfaz.

NATIVOS : rrépers indígenas da aldeia Afukuri cantam a etnia Kuikuro. ANF. Agência de Notícias das Favelas. Rio de Janeiro, 1º março 2022. Disponível em: https://oeds.link/gGIBeD. Acesso em: 5 julho 2022.

  1. De acôrdo com o texto, quem são os Kuikuro?
  2. Do que trata a canção em destaque no texto?
  3. O que os verbos destacados têm em comum?
  4. Identifiquem o sujeito de cada uma das orações cujos verbos foram destacados e digam o que eles têm em comum.
  1. Com base nas atividades anteriores, a que conclusão vocês chegaram sobre a regra de concordância, com relação à concordância verbal?
  2. Leiam a tirinha a seguir.
Tirinha. Composta por quatro quadros. Apresenta como personagens, Charlie Brown, menino careca e com um fio de cabelo preto na frente, de camiseta de cor amarela, de gola e listra em preto e bermuda em preto, com par de sapatos em marrom. Patty Pimentinha, menina de cabelos curtos, ruivos, com franja, de camiseta verde, bermuda preta e chinelos em marrom. Snoopy, cachorro branco, com manchas e orelhas em preto. As cenas se passam em local aberto com grama verde. Q1 – À esquerda, vista parcial de parede em amarelo, com Charlie Brown em pé, sobre degrau de escada em cinza. De frente para ele, sobre a grama, Patty que diz: MARCIE E EU QUASE GANHAMOS A COMPETIÇÃO AÉREA FEMININA, CHUCK. Q2 – Charlie Brown em local com vegetação, corpo para a direita e mão esquerda sobre a boca. Ao centro, Patty, olhando para frente e mão esquerda esticada para direita. Ela fala: MAS SABE O QUE ELE FEZ? TOMOU O SEU AVIÃO DE VOLTA E AÍ NÓS NÃO CONSEGUIMOS TERMINAR A CORRIDA. À direita, Snoopy caminhando para a direita, de olhos fechados. Q3 – Patty vista da cintura para cima, com o corpo para a direita, fala: EU PAGUEI UM DÓLAR PRA ALUGAR O AVIÃO E NÃO TENHO NEM COMO RECUPERAR O DINHEIRO PORQUE ELE GASTOU TUDO COM COOKIES. Q4 – Snoopy sentado sobre telhado de casa em vermelho. Ele está sentado, segurando uma caixa bege e à esquerda dele, cookies empilhados um sobre o outro. O cachorro está de olhos fechados, pata esquerda sobre a boca e pensa: DINHEIRO BEM GASTO!

SCHULZ, M. Minduim Charles. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 9 jul. 2022. Caderno 2, p. C6.

  1. Qual é a situação retratada na tirinha?
  2. Qual é o humor da tirinha?
  3. Qual é o sujeito da oração “Marcie e eu quase ganhamos a competição aérea feminina”? Como ele se classifica?
  4. Nessa oração, por que o verbo está no plural?

5. Reescrevam as frases completando as lacunas com o verbo indicado nos parênteses.

a. Todos 

espaço para resposta.
notícias suas! (esperar – pretérito imperfeito do indicativo)

b. Naquela manhã, pai e filho

espaço para resposta.
para passear com o cachorro. (sair – pretérito perfeito do indicativo)

c. Ninguém 

espaço para resposta.
quando a família de Fernando (saber – presente do indicativo; voltar – futuro do presente)

d. Os cantores de rép

espaço para resposta.
cada vez mais conquistado espaço no cenário musical brasileiro. (ter – presente do indicativo)

e. Diante do problema, a professora e os alunos

espaço para resposta.
marcar uma reunião com o diretor. (decidir – pretérito perfeito do indicativo)

f. Nós 

espaço para resposta.
que, no futuro, homens e mulheres
espaço para resposta.
 as mesmas oportunidades. (esperar – futuro do presente do indicativo; (ter – presente do subjuntivo)

g. Se Jorge e Sofia

espaço para resposta.
 conosco, nosso passeio
espaço para resposta.
  melhor. (ir – pretérito imperfeito do subjuntivo; ser – futuro do pretérito do indicativo)

h. Na próxima semana, certamente alguém 

espaço para resposta.
o problema. (resolver – futuro do presente)

AQUI O FUNK TEM VEZ E TEM VOZ!

No final da década de 1960, despontou o estilo musical funk, também ligado ao hip-hop, através da música negra norte-americana.

1. Leia este texto de um post de uma reportagem da Folha de São Paulo sobre um espaço dedicado a esse estilo.

PRAÇA DO FUNK | Em uma praça no Jardim Imperador, na zona leste de São Paulo, quase todo dia é dia de bingo. É um bingo diferente. Os participantes são jovens em busca do sonho de se tornar êmi cis de funk de sucesso. As dezenas sorteadas equivalem a uma chance: mostrar o talento e tentar ganhar uma gravação de música e videoclipe. De nome Miguel Ramos de Moura, reticências o logradouro concentra a seu redor algumas das produtoras em ascensão no funk da cidade hoje. Mais próxima fica a Love Funk, a maior da região. A poucos metros está a e a umas quantas quadras está a SpaceFunk. Leia em folhacom/ilustrada arrobafolhailustrada.

CONHEÇA a praça do fank, reduto de talentos que faz rits estourarem pelo país. Folha de São Paulo. São Paulo, 20 junho 2022. Ilustrada. Instagram: arrobafolhadespaulo. Disponível em: https://oeds.link/Gj9jiH. Acesso em: 27 junho 2022.

  1. Você já ouviu falar da Praça do Funk? O que você sabe sobre ela?
  2. O que o post do jornal destaca sobre a reportagem?
  3. Qual o nome oficial da praça e onde ela se localiza?
  4. Por que, segundo o texto do post, a praça ganhou importância?
  5. Em qual seção do jornal a reportagem foi publicada?
  6. Leia a reportagem e conheça um pouco sobre a Praça do Funk.

A praça é do funk

Praça do Vinho, na zona leste de São Paulo, concentra produtoras, atrai gente de todo o país e lança os hits que tocam na cidade

19 junho 2022

Felipe Maia

Em uma praça no Jardim Imperador, na zona leste de São Paulo, quase todo dia é dia de bingo. reticências

Quando acaba o sorteio, no começo da tarde, outros artistas do funk aparecem na praça. Empresários da música têm reuniões em banquinhos de concreto. Um carrão estaciona e de lá sai um êmi ci com milhões de seguidores no Instagram. Fãs cantam um de seus sucessos ao som de palmas. Tudo na praça. É a praça do funk.

reticências

O escolhido do dia é Ismael Oliveira, de 17 anos. Tão logo recebe o anúncio da vitória, é levado a uma saleta da LoveFunk onde vai dar vida a sua música. reticências

A canção sai algo entre suave e dramática, bem ao tom da letra: uma carta à mãe. Com a roupa que veio – camiseta amarela e boné marrom da marca Lacoste –, o jovem volta à praça no fim da tarde. Ali gravam o clipe da música. O resultado sai em poucos dias. Em dois meses, a canção “O Mãe” do êmi ci EL tem cêrca de visualizações.

reticências

A curva de crescimento é resultado de uma agressiva estratégia digital: em meio à restrição de show, a empresa se voltou ao streaming. “A pandemia permitiu que a gente se destacasse porque nosso custo de operação é baixo”, diz Morais. “Estamos grandes, mas não saímos dessa praça.”

Essa mudança de gravidade para o online dita hoje boa parte do mercado de funk de São Paulo, e isso tem impacto no Brasil inteiro.

reticências

Fotografia. Um menino visto da cintura para cima, fazendo coreografia de dança, com o braço direito para frente e o esquerdo para trás. Ele tem cabelos escuros e camiseta de cor azul-escuro, com colar marrom no pescoço, com a cabeça inclinada para a direita. Ao fundo, parede em preto, um coração vermelho e ao centro, texto em branco: LOVE FUNK.
O fânqueiro Gabb êmi ci, de 13 anos, na produtora Love Funk, na zona leste de São Paulo.

MAIA, Felipe. A praça é do fank. Folha de São Paulo, São Paulo, 20 junho 2022. Ilustrada página C2 e C3.

  1. Compare as informações dadas na manchete com as do título auxiliar. Que relação podemos estabelecer entre elas?
  2. Na manchete, é utilizada a fórma verbal “estourarem”. Qual é o significado dêsse verbo no contexto dado?
  3. Para você, quem seria o público-alvo dessa reportagem? Você acredita que ela seja de interesse do leitor dêsse jornal? E do caderno “Ilustrada”?

ORALIDADE

rép é música

Nesta seção, antes de você exercitar suas habilidades na linguagem oral, vamos abordar um rap do artista Gabriel O Pensador.

  1. Você conhece o rapper Gabriel O Pensador? Se sim, o que sabe sobre ele? Comente com os colegas.
  2. Você já ouviu algum rap dêsse artista? Qual?
Versão adaptada acessível

Atividade 2.

Você já conhecia algum rap desse artista? Qual?

3. Leia um trecho da letra de uma canção dêsse artista.

Fotografia. Um homem visto da cintura para cima, segurando na mão esquerda um microfone preto, perto da boca cantando. Ele tem cabelos e barba pretos, de boné sobre a cabeça e camiseta em cinza. A mão direita está para frente. Ao fundo, local em azul-escuro.
réper Gabriel O Pensador.

Fé na luta

Gabriel O Pensador

Hoje eu vim pra te mostrar que o bem é mais forte que o mal

Que o sim é mais forte que o não em tudo nessa vida

Vim te dizer que tem vitória no final

Pode acreditar que sim e duvidar de quem duvida

Vou te mostrar que o bem é mais forte que o mal

Que o sim é mais forte que o não em tudo nessa vida

Vim só pra te ver com a vitória no final

Pode crer que sim e duvidar de quem duvida, de quem duvida

Hoje eu me vi sorridente escovando os dentes na frente do espelho

E a minha imagem me disse: hoje é dia de luta, escuta o conselho

Entra com foco no ringue, não perde o swing, protege a cabeça

Guarda o que é bom no seu peito e o que for ruim ou suspeito, esqueça!

Pensa no tempo, não esquece do tempo, não há tesouro maior

Lembra dos outros, não esquece dos outros, tem muita vida ao redor

Leva o amor aonde for, espalha esse amor da maneira mais pura

Fala a verdade porque ela é a chave que abre em qualquer fechadura

Tira a armadura para dar um abraço naqueles que querem o seu bem

Fala o que pensa, evita a ofensa e aceita as palavras que vêm

Olha a paisagem, aproveita a viagem, que um dia a viagem termina

Minha imagem no espelho já sabe que não sabe nada e por isso me ensina

reticências

E que pra toda ferida tem uma cicatrização

Dividindo o seu sorriso como se divide um pão

Esse estranho me ensinou que todo estranho é um irmão

Hoje eu sei que dividindo eu faço a multiplicação

reticências

Tenho a mente livre e a paz no coração

Garra pra seguir em frente com disposição

Guarda fechada contra o ódio e a traição

Base preparada pra buscar superação

O certo é certo, o errado é errado, nem esculachar, nem ser esculachado

Meu papo é bem reto, eu não mando recado, respeito pra ser respeitado

fóra do ringue, lutar pela paz, pelos meus sonhos, meus ideais

Planto amizade, colho esperança, o verdadeiro guerreiro não cansa

Quem tem caráter e honra (dos nossos)

Positividade, atitude (dos nossos)

Covardia nunca, humildade

Sei o que eu quero, o que eu quero eu posso

Histórias nossas histórias, dias de luta, dias de glória

Histórias nossas histórias, dias de luta, dias de glória

GABRIEL O PENSADOR. Fé na luta. Rio de Janeiro: uórner míusic, 2016. (4métros21segundos). Disponível em: https://oeds.link/WdKUbU. Acesso em: 24 junho 2022.

  1. Qual é o assunto da canção?
  2. Releia a canção e anote o que compreendeu sobre cada estrofe. Depois, converse com os colegas sobre as questões a seguir.
    1. Alguma das estrofes lhe trouxe algum ensinamento?
    2. Que mensagem a canção passou a você?
  3. Chegou a hora de vocês mostrarem que são craques na expressão oral! Depois de ouvirem o rap, formem grupos para ler em voz alta a letra da canção, na fórma de rap. Sigam as instruções do professor.

VOCÊ É O AUTOR!

Criação de um rap

Ícone. Atividade oral.

1. Leia esta tirinha do Armandinho.

Tirinha. Composta por três quadros. Armandinho, menino de cabelos em azul-escuro e calça em azul-claro, camiseta em branco. As cenas se passam em local aberto, em calçada de frente para um muro. Q1 - À esquerda, vista parcial de uma pessoa caminhando para a esquerda, calça em azul-claro de sapato cinza. Perto dele, caminhando para a esquerda e olhando para trás, Armandinho. Na perna deste, duas esferas cinzas presas por uma corda. Ao fundo, muro em verde-escuro, texto em verde-claro: EU EXISTO. À direita, um homem visto da cintura para baixo, de blusa laranja, calça azul e sapatos marrons. Ele passa sobre o muro tinta em cinza com um utensílio de pintura, cobrindo a frase em verde.
Q2 – O homem que estava pintando, avançou até a esquerda, quase cobrindo todo o muro. Na ponta da direita, Armandinho com o corpo para a esquerda, com uma bolsa sobre as costas, coberto pela tinta em cinza. À direita dele, um cachorro pequeno de pelos em bege.
Q3 – À esquerda, o homem de calça azul e sapato cinza e Armandinho caminhando para a direita, arrastando por um fio as esferas cinzas. No muro pintado de cinza, frase em verde: EU RESISTO.

béc, Alexandre. Armandinho. Santa Maria, 24 janeiro 2017. feicibúk: Armandinho. Disponível em: https://oeds.link/4hNZ1N. Acesso em: 24 junho 2022.

  1. A que se refere a crítica presente na tirinha?
  2. Observe o Armandinho nas três tirinhas. Você percebe alguma diferença?
  3. Na sua opinião, qual foi a intenção do cartunista?

2. A proposta da produção de escrita é criar um rap inspirado na tirinha do Armandinho. Converse com o professor para retomar o que sabemos sobre esse gênero.

Planejamento

3. Com a ajuda do professor, você e os colegas vão formar grupos e criar notas com as ideias que a tirinha despertou em vocês.

  1. Pensem no público-alvo, no contexto de circulação e como o rap será divulgado.
  2. Reflitam para decidir qual será o tom do rap de vocês: crítica, alerta, denúncia, ironia, humor.
  3. Selecionado o tom, conversem sobre a escolha das palavras, as rimas, os jogos de palavras, o uso de sentido figurado (metáfora, aliterações, assonâncias ou outras figuras de linguagem), o ritmo e a sonoridade.

Produção do rap

  1. Agora, cada grupo fará a primeira versão do rap. Lembrem-se de que a letra deve manter alguma relação com a tirinha do Armandinho.
    1. Façam um esboço da letra do rap já pensando na batida, na possível influência de outras canções, no refrão.
    2. Lembrem-se dos exemplos que vimos e os recursos verbais utilizados. É comum o rap apresentar algumas gírias e marcas de oralidade, mas mantenham o texto em um tom respeitoso para todos.
    3. Anotem tudo que vier à mente e tentem criar rimas. Uma boa ideia é procurar um dicionário de rimas na internet.
    4. Trabalhem à vontade nessa fase: façam, refaçam, mudem de novo. Vão esculpindo o rap até ficar na fórma que vocês imaginaram.
    5. Como esse é um trabalho criativo, não existe certo ou errado. Apenas não fujam do tema!

Revisão

8. Quando acharem que o rap está pronto, façam a versão final. Utilizem a pauta de revisão para orientar essa etapa.

Apresentação do rép

  1. Combinem com os colegas e o professor como farão a apresentação para a turma e a comunidade escolar. Anotem as ideias e aguardem a seção Vamos compartilhar!
  2. Agora, conversem sobre a experiência. Vocês podem fazer um mural com as letras dos répis para as outras turmas da comunidade escolar.

EU APRENDI!

Responda às questões no caderno.

1. Releia estas estrofes do rap “Fé na luta”.

Não tem outra saída a não ser a da coragem

Levanta e vai à luta, sempre escuto essa mensagem

Meu rosto no espelho, meu filho, minha mãe, meu pai

E todos que me amam me dizem: Levanta e vai!

 

Se todo mundo cai, eu também caí um dia

Eu chorava e não entendia por que um estranho sorria

E sua mão ele estendia pra me levantar do chão

Me fazendo acreditar que o sim é mais forte que o não

  1. Na sua opinião, qual é a mensagem dessas estrofes da música?
  2. Observe o uso do ponto de exclamação no final deste verso:

E todos que me amam me dizem: Levanta e vai!

  1. Que efeito de sentido essa pontuação provoca?
  2. Leia o último verso novamente e escreva com suas palavras o que você entendeu.

Me fazendo acreditar que o sim é mais forte que o não

2. Leia este trecho da notícia a seguir.

1º grupo indígena de rap do Brasil, Brô êmi cis tem disco ‘no forno’ e promete vários singles antes do Rock In Rio

Juntos há 10 anos, Brô êmi cis faz arte ao cantar pela luta indígena: ‘rap é nossa ferramenta de defesa’. reticências

reticências

O Brô êmi cis vem conquistando espaço no cenário musical nacional. Como 1º grupo indígena de rap do Brasil e com agenda confirmada para o Rock In Rio 2022, os quatro integrantes conversaram com o gê um sobre os próximos passos, que são os lançamentos de um novo disco e vários singles, e da visibilidade promovida pelo Dia da Resistência Indígena

Fotografia. Quatro homens indígenas, em pé em um palco, com um microfone na mão, cantando. Da esquerda para a direita: um homem com boina sobre a cabeça em laranja, camiseta em tons de rosa e marrom, de calça jeans e sapatos em preto e laranja, com microfone na mão direita próximo à boca. À direita, homem de cabelos, camiseta, calça e sapatos em preto, com microfone na mão esquerda. Ao centro, um homem com um grande cocar sobre a cabeça, pinturas no rosto, de camiseta preta e cinza, calça jeans e sapatos em laranja, com microfone na mão esquerda. Na ponta da direita, homem de cocar em branco sobre a cabeça, camiseta em vermelho, calça em azul-escuro, sapatos em marrom, pinturas sobre as bochechas e microfone na mão esquerda. Mais ao fundo, à direita, um homem visto parcialmente de cabelos escuros. Ao centro, palco com ornamentos coloridos na vertical em amarelo, vermelho e azul.
O grupo Brô tem conquistado espaço no cenário musical nacional.

reticências

Kelvin , Bruno Veron, Clemersom Batista e Charlie Peixoto são integrantes das comunidades Jaguapiru e Boróró, que ficam em Dourados, a 235 quilômetros de Campo Grande. Os indígenas fazem parte da etnia Guarani-Kaiow e completam 13 anos de carreira em 2022.

O Brô êmi cis é atração confirmada no Rock In Rio 2022, antes de subir ao palco com o cantor Xamã, de quem surgiu o convite, o grupo tem planos otimistas para alavancar ainda mais a visibilidade no cenário musical nacional. reticências

CÂMARA, José. 1º grupo indígena de rap do Brasil, Brô êmi cis tem disco ‘no forno’ e promete vários síngoul antes do Rock In Rio. gê um, Mato Grosso do Sul, 19 abril 2022. Disponível em: https://oeds.link/hWXHNW. Acesso em: 5 julho 2022.

  1. Quais aspectos destacados no texto chamaram mais sua atenção? Por quê?
  2. O texto aponta alguns planos futuros do grupo. Quais são esses planos?
  3. Na linha fina ou título auxiliar, qual é a função dos dois-pontos?
  4. No segundo parágrafo, qual é o sujeito do verbo “são”? Como esse sujeito se classifica?
  5. Releia este período: “Os indígenas fazem parte da etnia Guarani-Kaiow e completam 13 anos de carreira em 2022.” Reescreva-o, trocando o sujeito “Os indígenas” por “O grupo”.
  6. Na oração “O Brô êmi cis é atração confirmada no Rock In Rio 2022”, por que o termo em destaque está no feminino singular? Qual é a função sintática dêsse termo?
Versão adaptada acessível

Atividade 2, item f.

Na oração “O Brô MC’s é atração confirmada no Rock In Rio 2022”, por que a palavra "confirmada" está no feminino singular? Qual é a função sintática dessa palavra?

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Batalha de rap

Vocês produziram um rap inspirados pelo mesmo tema. Agora, vão apresentá-los aos colegas e escolher o grupo vencedor!

Organização

  1. Você, os colegas e o professor vão organizar uma batalha de rép. Antes, discutam alguns tópicos, como:
    1. haverá convidados ou a disputa será só para a turma;
    2. o dia e o horário da batalha;
    3. onde ela será feita;
    4. o material necessário para realizar as apresentações;
    5. quem será o representante do grupo na apresentação do rép (vocês podem se alternar, cada integrante apresentando um verso ou uma estrofe);
    6. a divisão das tarefas para organizar o evento e o dia do evento;
    7. a ordem de apresentação dos grupos;
    1. quem será o êmi ci, mestre de cerimônia, que fará a introdução e o fechamento da disputa.

Ensaio

  1. Com tudo definido, é o momento de você escolher com o grupo algumas estratégias, dicas para a batalha. Veja algumas:
    1. Aprenda a destacar suas melhores frases para que elas fiquem em evidência e chamem a atenção do público.
    2. Permaneça calmo, para passar uma aparência de tranquilidade e segurança.
    3. Apresente-se com energia. Não fique parado, mexa-se, gesticule, use suas mãos para enfatizar o que está cantando. A expressão corporal e os gestos podem reforçar a letra do rap.
    4. Lembre-se de que a letra tem que acompanhar o ritmo, pois a batida é um fator decisivo para desenvolver as rimas em uma batalha de rép.
  2. Tente compreender o rap e observar as características do texto que podem ajudá-lo no momento de se apresentar. Embora você não precise decorá-lo, ele não deve ser lido na apresentação.
  3. Para mostrar segurança, é necessário ensaiar.
    1. Observe a entonação, a postura, a interpretação e o ritmo mais adequados ao rap que vocês escreveram.
  1. Use um tom de voz que todos possam ouvir.
  2. Articule bem as palavras, use gírias, mas mantenha um ambiente respeitoso com os colegas. Você precisa cativar o público, mas não pode fazê-lo se virar contra você.

Apresentação do rap

  1. No dia da disputa, organize com os colegas o local do evento.
    1. Providenciem material para que o público possa anotar a avaliação.
    2. Disponham as cadeiras de fórma que a plateia possa enxergar quem está disputando. Deixem espaço para os rappers e para os colegas do grupo de apoio.
    3. O local pode ser uma sala ou um ambiente aberto, desde que haja um bom espaço para as apresentações.
    4. Se possível, providenciem um aparelho de som e microfones.
  2. Roupas largas, moletons com capuz e bonés de abas retas: seja qual for a roupa, criem o próprio estilo e o tragam para a batalha!

Avaliação e recepção

  1. Durante o evento, o público fará a avaliação das apresentações, escolhendo a que mais se destacou.
  2. Converse com seus colegas sobre o que perceberam da reação do público.
    1. Como o público interagiu com a apresentação dos raps? Ele interagiu o tempo todo?
    2. Os raps despertaram emoções, empolgação e participação do público?
  3. Agora, reúnam-se para conversar sobre as apresentações, avaliando os pontos positivos e negativos e o que pode ser mudado em uma próxima vez.
    1. Todos participaram, desempenhando sua função?
    2. Cada um respeitou a função do outrço durante o ensaio e durante a apresentação do rap?
    3. Houve discórdias entre os colegas? Como vocês resolveram?
    4. A batalha de rap saiu como vocês queriam? Expliquem.
Fotografia. Dentro de um local com paredes em cinza e janela grande à esquerda. Ao centro, quatro jovens sentados sobre um sofá em marrom. Ao centro, menina de cabelos longos em marrom, de blusa de mangas compridas em branco e detalhes em vermelho e de calça em azul-escuro, com os braços erguidos, vistos parcialmente. À esquerda, um menino visto parcialmente, de cabelos loiros, de blusa branca com listras em azul e laranja e calça jeans em azul-claro, com os braços esticados para frente. À direita, um menino de boné para trás na cabeça, blusa de mangas até os cotovelos, em xadrez de cor preta e vermelha, pode dentro uma blusa branca e calça jeans. Ele está com os braços esticados para frente, o da direita no alto e o da esquerda, para baixo. Atrás, outro jovem visto parcialmente de camiseta em vermelho.
Para as apresentações, os grupos podem criar figurinos que representem a cultura do rap.

Glossário

cubista
: próprio do cubismo, movimento artístico surgido no início do século vinte, caracterizado por traços geométricos e fragmentados.
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psicodélico
: diz-se de local, decoração, roupa, maquilagem, objeto etcétera de cores muito vivas ou que fogem dos padrões tradicionais.
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: profissional que oferece obras de arte a compradores.
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: a palavra trap significa armadilha e é um subgênero do rap.
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