UNIDADE 7  Contos africanos

As propostas desta unidade foram desenvolvidas em quatro etapas que se completam. Acompanhe!

Ilustração. Vista geral de local aberto, solo arenoso em amarelo-claro, com seis pessoas negras em pé e três crianças entre elas. As pessoas estão vestidas de roupas coloridas, em tons de vermelho, verde, amarelo, laranja e azul. Ao centro, uma mulher de cabelos pretos, de vestes até os joelhos de laranja, usando brincos de argola e colares, com o braço direito para cima, segurando um vaso de cor marrom. À direita, duas pessoas, uma mulher de vestes longas em laranja e amarelo, com um cesto em amarelo e verde e mais à direita, homem careca, de lenço branco sobre o ombro esquerdo e vestes longas em vermelho e azul. Entre ambos, duas crianças com os braços abertos. Em segundo plano, moradias em marrom e telhado de palhas em amarelo. Mais ao fundo, cerca com madeiras na vertical. Em terceiro plano, um elefante em cinza, para a esquerda, árvores de folhas verdes. No céu, em azul-claro e nuvens brancas.

EU SEI

Como os contos expressam a cultura?

Compreender o valor cultural dos contos e sua função social.

Ilustração. Vista geral de local com vegetação verde, um trecho de caminho à esquerda em marrom e sobre ele, raposa de pelos em laranja e partes do pescoço e rabo em branco, patas em marrom escuro e focinho fino. Perto, pedras cinza e uma toupeira, vista parcialmente em preto, de cabeça arredondada. Ao redor, vegetação em verde, flores de pétalas em branco. À direita, árvores com troncos marrons, folhas verdes. Em uma árvores, ao centro, um buraco onde vê-se uma coruja de pelos brancos. No alto, céu em azul-claro e nuvens brancas.

EU VOU APRENDER

Capítulo 1 – Conto angolano

Compreender as tradições e os valores culturais africanos transmitidos pelos contos.

Capítulo 2 – Conto moçambicano

Compreender as características do conto, o contexto de produção e sua circulação.

Fotografia. Vegetação rasteira de cor verde e pétalas pequenas em roxo. Entre as plantas, uma aranha na vertical em preto e listras na horizontal em amarelo e patas finas longas, em preto e amarelo.

EU APRENDI!

Atividades de compreensão textual, reflexão e análise da língua e ampliação da aprendizagem.

Ilustração. Três pessoas em pé, uma perto da outra. À esquerda, menina de cabelos pretos, de blusa de mangas compridas em bege-claro, calça azul e sapatos pretos. Ela está com o braço direito para trás das costas e braço esquerdo para frente. Ao centro, uma pessoa de cabelos castanhos, camiseta e sapatos pretos e calça vermelha. Ela segura um pedaço de papel longo com elementos diversos que sobressaem, como: gráfico em barra na vertical, moedas em amarelo, uma engrenagem em preto e entre outros. À direita, homem com o corpo para a esquerda, de  cabelos e blusa de mangas compridas em preto, calça e sapatos marrons. Este aponta com o dedo indicador para a folha. À direita, duas pessoas se cumprimentado com as mãos. Um homem de cabelos pretos, camiseta azul e um pessoa de cabelos castanhos em coque, camisa branca por dentro e terno preto. Perto deles, elementos espalhados: camiseta vermelha, calça verde, uma lâmpada amarela, bolsos com par de asas e moedas amarelas na vertical. À frente, um livro de páginas em bege, aberto.

VAMOS COMPARTILHAR

Storytelling

Promover a interação dos estudantes com a comunidade escolar por meio da divulgação dos storytellings produzidos.

EU SEI

Como os contos expressam a cultura?

Nos povos africanos, as histórias eram criadas pelas pessoas da própria aldeia e serviam para ensinar, transmitir valores culturais e preservar os costumes.

Cada povo possuía uma identidade própria para contar as histórias aos mais jovens, como um modo de preservar e difundir as memórias de uma comunidade.

Ilustração. Vista geral de local aberto, solo arenoso em amarelo-claro, com seis pessoas negras em pé e três crianças entre elas. As pessoas estão vestidas de roupas coloridas, em tons de vermelho, verde, amarelo, laranja e azul. Ao centro, uma mulher de cabelos pretos, de vestes até os joelhos de laranja, usando brincos de argola e colares, com o braço direito para cima, segurando um vaso de cor marrom. À direita, duas pessoas, uma mulher de vestes longas em laranja e amarelo, com um cesto em amarelo e verde e mais à direita, homem careca, de lenço branco sobre o ombro esquerdo e vestes longas em vermelho e azul. Entre ambos, duas crianças com os braços abertos. Em segundo plano, moradias em marrom e telhado de palhas em amarelo. Mais ao fundo, cerca com madeiras na vertical. Em terceiro plano, um elefante em cinza, para a esquerda, árvores de folhas verdes. No céu, em azul-claro e nuvens brancas.
Os contos populares africanos fazem parte de uma cultura que envolve crianças e adultos. Um ponto forte em vários enredos é que a boa vontade deve prevalecer sobre o mal.
Ilustração. Vista geral de local com rio à frente, de cor azul e partes em amarelo. Mais ao fundo, vegetação em marrom, arbustos em verde. À esquerda e à direita, árvores de tamanho médio e grande, de tronco em marrom e folhas em verde. No alto, céu em azul-claro e nuvens brancas esparsas.
Muitas histórias africanas se passam em um mundo fantástico e com personagens não humanos. Entre os conceitos difundidos estão a vida, a beleza, o amor e a morte, além dos desejos e medos humanos. Como a história de Baobá, a árvore da vida.
Ilustração. Vista geral de local com vegetação rasteira à frente, em marrom-claro e verde, com solo e pedras e rochas em marrom-claro. À esquerda, perto de uma árvore pequena em folhas verdes, uma hiena em marrom vista parcialmente. À direita, búfalo, animal de tamanho grande, com par de chifres em cinza-claro e corpo em cinza-escuro e focinho achatado preto. Em segundo plano, sobre pedras, dois suricatos, animais de tamanho pequeno, na vertical, de pelos em bege, olhos e orelhas em marrom-escuro. Mais à direita, árvore maior em marrom e no alto, céu em azul-claro e nuvens brancas.
Muitos protagonistas das histórias são animais, por meio dos quais se passam ensinamentos morais e de sobrevivência. Nessas histórias, os animais podem falar, e cada espécie tem virtudes e defeitos humanos, como inveja, ganância e esperteza.
Ilustração. Em um local aberto, com solo em bege. À esquerda, um elefante grande em cinza-claro, com rosto de uma pessoa negra, boca em vermelho, pinturas nas bochechas em amarelo e verde, nariz comprido. Ele está em pé sobre as patas traseiras, com a pata direita dianteira para frente. Sobre a cabeça, um objeto similar a um cocar. À direita, um homem negro de cabelos pretos, colar de dentes brancos, saiote e palhas nas pernas em bege. Ele está com o dedo indicador da mão direita para cima e mão esquerda, segurando uma lança. Sobre a cabeça dele, um balão de fala com desenho da cara de um elefante em cinza e vários pontos de interrogação em vermelho. Ao fundo, morros em verde e acima, céu em azul-claro.
Os contos de trapaça e enganação são comuns na cultura africana, em geral trazendo comentários sérios sobre as desigualdades da existência. As histórias costumam descrever criaturas indefesas que são capazes de superar e enganar animais ferozes. Dessa fórma, elas fazem justiça.
Ícone. Atividade oral.
  1. Você conhece alguma história de origem africana que tenha animais como personagens? Em caso afirmativo, qual ou quais? Comente com os colegas.
  2. O que você sabe sobre a África?
  3. Que contribuições os povos africanos trouxeram para a nossa cultura? Conte o que você sabe sobre isso.

EU VOU APRENDER Capítulo 1

Conto angolano

1. Assim como muitas lendas e contos brasileiros, os contos africanos têm sua origem na tradição oral.

Leia o título do conto e formule uma hipótese sobre qual será o assunto.

2. Agora, vamos à leitura do conto! Faça uma leitura silenciosa e depois faça uma leitura compartilhada com os colegas.

A raposa e a toupeira

Era uma vez uma raposa e uma toupeira que eram grandes amigas. Dividiam a casa, as tarefas e o que houvesse para comer, que era sempre pouco...

Num belo dia resolveram variar a dieta. Ficou decidido que a raposa iria caçar galinhas e que, para o acompanhamento, a toupeira arranjaria alguma farinha na casa onde as mulheres da aldeia iam para moer grãos. Assim fizeram.

De manhã, saíram de casa e foram cada qual para seu lado. A raposa foi atrás das galinhas e trouxe, ao final do dia, uma bem gorda para o jantar. Já a toupeira cavou um buraco e foi seguindo, seguindo por baixo da terra até chegar à casa da farinha. Ali, encheu de farinha branquinha um saco que tinha com ela e voltou para casa.

Ah, que alegria! As duas amigas prepararam um belo cozido à angolana, uma muamba de galinha com bastante tempero, jantaram muito bem e dormiram felizes.

No dia seguinte ainda restava comida e elas passaram muito bem com o que tinha sobrado da véspera. Mas, no terceiro dia já não havia nada além do desejo de comerem uma boa muamba de galinha. Foram então novamente, cada uma para seu lado, conseguir uma nova galinha e mais um saco de farinha. Voltaram para casa, a raposa com outra bela galinha gorda e a toupeira com seu saco de farinha transbordando. Começaram logo a preparar a comida. Quando estava tudo pronto, a raposa voltou-se para a toupeira e disse:

— Ah, comadre, mas hoje fez tanto calor! E se tomássemos um banho de rio antes do jantar?

A toupeira achou ótima a ideia e lá foram as duas. Tomaram banho, brincaram, pularam, até que a raposa disse:

— Amiga toupeira, vamos ver quem aguenta mais tempo embaixo d’água?

A toupeira aceitou na hora, e disse para a amiga:

— Vamos sim, claro. Olhe, a mim você não verá por um bom tempo.

E mergulharam as duas.

Mas acontece que a toupeira tinha cavado um túnel que ligava a beira do rio à casa das duas e, tão logo mergulhou, nadou até o túnel, entrou por ele, foi até a casa e comeu a muamba toda sozinha. Depois voltou, subiu até a superfície e disse para a raposa:

— Então, vamos embora para casa, amiga raposa? Estou mesmo com fome!

Quando as duas chegaram em casa viram que a comida havia sumido. A raposa, então, perguntou muito admirada:

— Quem será que levou nossa comida?

A toupeira fez-se de muito surpresa:

— É mesmo, não? Que coisa...

No dia seguinte, aconteceu algo muito parecido... e a raposa começou a desconfiar (e a não gostar nada de ir dormir com fome todas as noites).

No terceiro dia, a raposa acordou e disse:

— Amiga toupeira, hoje só vou caçar galinhas ao meio-dia, estou indisposta para sair agora.

A toupeira, por sua vez, respondeu:

— Ah, então fique descansando, amiga raposa. Não posso é fazer-lhe companhia: se eu não for buscar a farinha agora, mais tarde as mulheres acabam de moer a mandioca e ficamos sem um só grãozinho para nosso jantar... Até mais tarde!

Nem bem a toupeira virou as costas, a raposa pulou da cama e lá se foi para a beira do rio. Pôs-se a procurar por alguma coisa suspeita até que encontrou o túnel que levava até a casa delas!

— Ah, comadre toupeira, sua malandra! Era você mesma que nos roubava a comida toda! Por isso andava despreocupada, não é? Deixe estar que eu já vou dar-lhe uma bela lição.

A raposa, então, buscou uma rede e montou uma armadilha dentro do túnel.

Depois foi ao terreiro e caçou uma galinha gorda para o jantar.

A toupeira e a raposa prepararam juntas o jantar e depois foram para o rio nadar, como de costume. Quando a toupeira meteu-se no túnel para voltar para casa, ficou presa na rede.

Não adiantou gritar, nem espernear.

A raposa voltou para casa, comeu a muamba de galinha sozinha, até fartar-se. Depois disso foi dormir. Somente no dia seguinte foi ao túnel resgatar a toupeira, que, envergonhada, desculpou-se como pôde com a sua amiga.

E foi assim que a toupeira aprendeu a lição e entendeu que não vale a pena tentar enganar os amigos. Perde-se a amizade e, além de tudo, fica-se bem envergonhada!

Ilustração. Vista geral de local com vegetação verde, um trecho de caminho à esquerda em marrom e sobre ele, raposa de pelos em laranja e partes do pescoço e rabo em branco, patas em marrom escuro e focinho fino. Perto, pedras cinza e uma toupeira, vista parcialmente em preto, de cabeça arredondada. Ao redor, vegetação em verde, flores de pétalas em branco. À direita, árvores com troncos marrons, folhas verdes. Em uma árvores, ao centro, um buraco onde vê-se uma coruja de pelos brancos. No alto, céu em azul-claro e nuvens brancas.
Esse conto africano fala sobre a importância da amizade.

VENTURA, Susana. O tambor africano e outros contos de países africanos de língua portuguesa. São Paulo: Editora Volta e Meia, 2013. p. 15-17.

3. Esse conto tem origem na cultura angolana. O que você sabe sobre Angola?

Ícone. Atividade em grupos.
  1. O professor vai organizar os grupos para que pesquisem sobre esse país.
  2. Observem em um Atlas ou pesquisem na internet a localização de Angola. Em qual continente esse país se localiza? Quais são as características principais de Angola?
  3. Definam com o professor os aspectos que cada grupo vai pesquisar, como: cultura, história, geografia, economia, dados gerais e outros. Compartilhem com os colegas o que descobriram.

COMPREENSÃO TEXTUAL

Responda às questões no caderno.

1. Esse conto faz parte da tradição de que país? Como você chegou a essa conclusão?

Qual é o idioma oficial dêsse país? Localize no texto onde se encontra essa informação.

  1. Qual é o título do conto? Como ele se relaciona com os personagens principais?
  2. Qual é o assunto do conto?

O conto, no final, traz uma lição. Explique que lição é essa.

4. Localize no texto alguns marcadores temporais.

Nesse conto, pelos marcadores temporais, é possível saber quanto tempo durou a história?

Ilustração. À esquerda, a toupeira, vista com metade do corpo dentro da terra em solo marrom e a metade para cima, para fora. De corpo preto, focinho fino e garras finas em amarelo, olhando para a direita. À direita, sobre um tronco de árvore de cor marrom, com o formato redondo, uma raposa. Ela está com o corpo para a esquerda, pelos em laranja, orelhas pequenas, parte superior em preto, focinho e patas dianteiras da mesma cor e rabo longo abaixo.
Representação do conto “A raposa e a toupeira”.
  1. Identifique a alternativa correta. O narrador da história é um: 
    1. narrador-personagem.
    2. narrador-observador.
    3. narrador onisciente.
  2. Em que momentos do texto há discurso direto?
  3. Reproduza a frase que justifica o fato de a raposa e a toupeira serem amigas.
  4. Para variar a dieta, o que as amigas decidiram fazer?
    1. Com os alimentos obtidos, o que elas fizeram para comer? Transcreva a frase do conto que explica.
    2. O acôrdo entre elas para obter alimento deu certo? Explique.

9. Releia este trecho do conto.

Quando estava tudo pronto, a raposa voltou-se para a toupeira e disse:

— Ah, comadre, mas hoje fez tanto calor! E se tomássemos um banho de rio antes do jantar?

Qual é a função da palavra “mas” na fala da raposa?

  1. O que a toupeira fez para mudar o rumo do conto? Transcreva o trecho do texto.
  2. Depois de ter comido a muamba sozinha, a toupeira falou para a raposa:

— Então, vamos embora para casa, amiga raposa? Estou mesmo com fome!

Fotografia. Vista de cima de uma vasilha redonda em marrom sobre a mesa de madeira. Dentro da vasilha, com pedaço de frango em bege-claro, com caldo e vegetais coloridos em amarelo e verde.
A muamba de galinha é um dos pratos mais populares de Angola. Geralmente é acompanhada de um pirão de farinha de milho ou de mandioca.

Na sua opinião, qual foi a intenção da toupeira ao dizer isso?

  1. Mostrar-se amiga, companheira da raposa.
  2. Mostrar sinceridade, pois realmente estava com fome.
  3. Tentar esconder da raposa o que havia feito.

Que frases do texto justificam a resposta?

12. Releia o trecho do texto sobre o que ocorreu no dia seguinte ao sumiço da muamba.

No dia seguinte, aconteceu algo muito parecido... e a raposa começou a desconfiar (e a não gostar nada de ir dormir com fome todas as noites).

No terceiro dia, a raposa acordou e disse:

— Amiga toupeira, hoje só vou caçar galinhas ao meio-dia, estou indisposta para sair agora.

a. Na sua opinião, o que o uso das reticências sugere nesse trecho?

  1. Qual foi a intenção do uso dos parênteses?
  1. Para despistar a toupeira, o que a raposa alegou para não ir à caça?
  2. Como a raposa descobriu que a toupeira roubava toda a comida?

O que ela fez para desmascarar a toupeira?

15. Releia este trecho.

— Ah, então fique descansando, amiga raposa. Não posso é fazer-lhe companhia: se eu não for buscar a farinha agora, mais tarde as mulheres acabam de moer a mandioca e ficamos sem um só grãozinho para nosso jantar... Até mais tarde!

Nem bem a toupeira virou as costas, a raposa pulou da cama e lá se foi para a beira do rio. Pôs-se a procurar por alguma coisa suspeita até que encontrou o túnel que levava até a casa delas!

  1. Qual é a função dos dois-pontos nesse contexto?
  2. Nas outras ocorrências de dois-pontos no texto, a função dessa pontuação é a mesma?

16. Elabore no caderno um quadro como o do modelo a seguir. Depois, preencha-o indicando a estrutura do conto “A raposa e a toupeira”.

Ícone modelo.
Estrutura do conto (enredo)

Introdução
(situação inicial)

Desenvolvimento
(surgimento do conflito)

Clímax
(momento de maior tensão)

Desfecho ou final
(solução do conflito)

17. Agora, releia o trecho final do conto.

E foi assim que a toupeira aprendeu a lição e entendeu que não vale a pena tentar enganar os amigos. Perde-se a amizade e, além de tudo, fica-se bem envergonhada!

  1. Por que a toupeira fica envergonhada?
  2. Qual a função dêsse parágrafo?

LÍNGUA E LINGUAGEM

Período composto por coordenação: conjunções coordenativas

Responda às questões no caderno.

1. Releia o seguinte trecho do conto “A raposa e a toupeira”.

De manhã, saíram de casa e foram cada qual para seu lado. A raposa foi atrás das galinhas e trouxe, ao final do dia, uma bem gorda para o jantar. Já a toupeira cavou um buraco e foi seguindo, seguindo por baixo da terra até chegar à casa da farinha. reticências

Ah, que alegria! As duas amigas prepararam um belo cozido à angolana, uma muamba de galinha com bastante tempero, jantaram muito bem e dormiram felizes.

  1. Quantas orações há no trecho em destaque?
  2. No segundo período, há duas orações assindéticas. Identifique-as.
  3. Que critério você utilizou para localizar essas orações?

Como já sabemos, as orações são frases ou partes de frases que se organizam em torno de um verbo. Quando uma frase é composta de mais de uma oração, temos um período composto. Quando as orações de determinado período são independentes sintaticamente, dizemos que o período é composto por coordenação.

As orações do período composto por coordenação são chamadas de orações coordenadas e se dividem em dois grupos: o das orações assindéticas, que não apresentam conectivo (conjunção), e o das orações sindéticas, que apresentam conectivo (conjunção).

2. Observe a tirinha.

Tirinha. Composta por dois quadros. Apresenta como personagens: Recruta Zero, homem de cabelos finos pretos, de chapéu, camisa e calça em azul e sapatos em marrom. Um homem de tatuagem de coração vermelho no braço esquerdo, chapéu de cozinheiro e blusa regata em branco. As cenas se passam em um refeitório. Q1 – Recruta Zero, visto da cintura para cima, corpo para a direita, de frente para balcão segurando um prato. Ele diz: QUE GOROROBA VOCÊ TÁ SERVINDO, HOJE? Atrás do balcão, o homem com chapéu de cozinheiro, com as pálpebras um pouco baixas, fala: VOCÊ VAI COMER E VAI GOSTAR. Perto dele, vista do alto de um talher cinza. Q2 – Vista mais ampla do local, com Recruta Zero à esquerda, visto dos pés até a cabeça, segurando o prato na mão, fala: PRO SARGENTO VOCÊ NUNCA DIZ ISSO. O homem com chapéu de cozinheiro diz: NÃO PRECISO. Mais à direita, um homem com roupa de sargento, visto dos cotovelos para cima, de cabelos finos pretos, chapéu e blusa de mangas compridas em verde e distintivo dourado. Ele olha sorrindo e segura nas mãos um prato com comida em laranja.

uólquer, Mort. Recruta Zero. Estadão, São Paulo, 6 julho 2022. Disponível em: https://oeds.link/NrODQE. Acesso em: 6 julho 2022.

  1. No primeiro quadrinho, o Recruta Zero utiliza uma palavra que revela sua opinião sobre a refeição preparada pelo cozinheiro. Que palavra é essa e o que significa?
  2. A resposta do cozinheiro no segundo quadrinho causa o humor da tirinha. Explique por quê.
  3. No primeiro quadrinho, quantas orações há na fala do cozinheiro? Que palavra é utilizada para ligar essas orações?

As conjunções são palavras que conectam duas orações ou dois termos que desempenham a mesma função sintática em uma oração. As conjunções que ligam orações coordenadas ou termos que desempenham a mesma função sintática em uma oração são chamadas de conjunções coordenativas. Já as conjunções que ligam orações subordinadas são chamadas de conjunções subordinativas.

As conjunções coordenativas, além de conectar as orações, estabelecem relações lógicas entre elas, atribuindo-lhes um sentido. De modo geral, as orações coordenativas classificam-se em: aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas.

3. Em outro momento, trabalhamos os ditados populares, também chamados de provérbios ou adágios. Como sabemos, eles são pequenos textos que transmitem algum conhecimento de geração em geração. A seguir, transcrevemos alguns deles, porém sem as conjunções. Para preencher as lacunas e completar o sentido, utilize as conjunções do quadro.

e – nem – mas – pois – que

a. Deitar cedo

espaço para resposta
cedo erguer, dá saúde
espaço para resposta
faz crescer.

b. Não grite sua felicidade,

espaço para resposta
a inveja tem sono leve.

c. A palavra vale prata,

espaço para resposta
o silêncio vale ouro.

d. Devagar com o andor,

espaço para resposta
o santo é de barro.

e. Faça o que eu digo,

espaço para resposta
não faça o que eu faço.

f. Não há mal que sempre dure,

espaço para resposta
bem que não se acabe.

g. Rapadura é doce,

espaço para resposta
não é mole.

h. Perde-se o velho por não poder

espaço para resposta
o novo por não saber.

i. Quem não aparece esquece,

espaço para resposta
quem muito aparece tanto lembra que aborrece.

j. Diga-me com quem andas

espaço para resposta
eu te direi quem és.

PONTUAÇÃO

Travessão, reticências e aspas

Responda às questões no caderno.

1. Releia este trecho do conto “A raposa e a toupeira”.

A raposa, então, perguntou muito admirada:

— Quem será que levou nossa comida?

A toupeira fez-se de muito surpresa:

— É mesmo, não? Que coisa...

  1. Uma das funções dos dois-pontos é introduzir a fala de determinado personagem. Além dos dois-pontos, que outro sinal foi utilizado nesse trecho com essa mesma finalidade?
  2. Na última linha, observamos a presença de reticências. Com que finalidade elas foram empregadas?

As reticências mostram uma interrupção na sequência de uma frase e podem ser usadas para: indicar a interrupção de uma fala em um diálogo; exprimir surpresa, dúvida, incerteza ou hesitação; mostrar que determinado trecho foi retirado do texto e convidar o leitor a completar ou concluir determinado raciocínio.

Já o travessão é utilizado para: apresentar a fala de uma pessoa ou de um personagem e separar palavras, expressões ou frases que tenham função explicativa no texto, bem como orações intercaladas.

2. Agora, observe o início do conto.

Era uma vez uma raposa e uma toupeira que eram grandes amigas. Dividiam a casa, as tarefas e o que houvesse para comer, que era sempre pouco...

Com qual finalidade as reticências foram empregadas no trecho em questão?

3. Observe a tirinha.

Tirinha. Composta por quatro quadros em preto e branco. Apresenta como personagens: Calvin, menino de cabelos arrepiados, camiseta de listras na horizontal, calça preta e sapatos claros. Haroldo, tigre com listras em branco e preto, focinho preto. As cenas se passam em local externo. Q1 – À esquerda, Haroldo com o corpo deitado sobre o solo, segurando uma pedra e com a ponta da língua para fora. À frente dele, à direita, Calvin olhando uma pedra, com o corpo para frente de local com solo. Ele fala: O CONCEITO DE BELAS-ARTES MORREU, HAROLDO. NINGUÉM GOSTA. NEM NINGUÉM ENXERGA, NA CULTURA MODERNA, ELE É IRRELEVANTE. Q2 – Calvin sentado para a esquerda, segurando uma pedra nas mãos. Ele diz: SE VOCÊ QUISER INFLUENCIAR PESSOAS, TEM QUE FAZER ARTE POPULAR. O FUTURO ESTÁ NA ARTE COMERCIAL DE MASSA. Q3 – Calvin sentado, olhando para a esquerda, para cima e segurando nas mãos uma pedra, fala: ALÉM DISSO, É A ÚNICA MANEIRA DE GANHAR MUITO DINHEIRO E ISSO É FUNDAMENTAL PARA SER UM ARTISTA. Q4 – Haroldo à esquerda, sentado com o corpo para a direita, pergunta para Calvin: TÁ, ENTÃO QUE TIPO DE ESCULTURA CÊ TÁ FAZENDO? À direita, menino sentado, de olhos fechados, com a cabeça para a esquerda e responde: POR FAVOR, NÃO CHAME DE ESCULTURA E SIM DE FIGURAS COLECIONÁVEIS. Ambos seguram pedras nas mãos.

WATTERSON, Bill. O melhor de Calvin. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 22 jun. 2022. Caderno 2, p. C6.

  1. Que argumentos Calvin utiliza para afirmar que o conceito de belas-artes morreu?
  2. Diante disso, o que o garoto propõe a Haroldo?
  3. O que leva Calvin a pensar dessa maneira?
  4. Por que foram utilizadas as aspas no último quadrinho? Como elas contribuem para o humor da tirinha?

As aspas podem ser utilizadas com diversas finalidades em um texto escrito, entre elas para: destacar palavras estrangeiras, neologismos ou qualquer outro termo que se queira enfatizar; mencionar títulos de obras em geral; dar um sentido de ironia a determinada palavra, expressão ou frase; mostrar a transcrição exata de uma fala e demarcar o início e o fim de um trecho ou de um texto que foi transcrito.

  1. Nos textos seguintes, foram retirados propositalmente os sinais gráficos travessão, reticências ou aspas. Reescreva os trechos em que esses sinais foram utilizados nos textos originais.

As Belas-Artes são um conjunto de disciplinas artísticas (desenho, pintura, arquitetura) que implicam um nível de inteligência e uma qualidade impecáveis, cujas obras únicas têm como vocação perpetuarem-se no tempo.

POSCA. Belas Artes. abre colchetesem localfecha colchete, centésima2022. Disponível em: https://oeds.link/vFk4G6. Acesso em: 6 julho 2022.

b.

O termo bôzár (belas-artes) é aplicado às chamadas artes superiores, de caráter não-utilitário, opostas às artes aplicadas e às artes decorativas.

ENCICLOPÉDIA ITAÚ CULTURAL. bôzár. São Paulo, 28 janeiro 2015. Disponível em: https://oeds.link/iklkP9. Acesso em: 6 julho 2022.

c.

De acôrdo com os estatutos de 1855, a academia passou a ter cinco especializações arquitetura, escultura, pintura, ciências acessórias e música cada uma composta de disciplinas específicas, sendo estabelecido o que deveria ser ensinado em cada uma das aulas.

BRASIL. MAPA – Memória da Administração Pública Brasileira. Academia Imperial de Belas Artes. Brasília, Distrito Federal. 10 novembro 2016. Disponível em: https://oeds.link/55eKRu. Acesso em: 6 julho 2022.

EU VOU APRENDER Capítulo 2

Conto moçambicano

1. Leia o título do conto a seguir. Você sabe o significado de fiadeira? Se sim, comente com os colegas.

Na sua opinião, qual será o assunto do conto?

2. Faça uma leitura compartilhada com os colegas e o professor. Depois, confira sua hipótese sobre o assunto conto.

A infinita fiadeira

(A aranha ateia

diz ao aranho na teia:

o nosso amor

está por um fio!)

A aranha, aquela aranha, era tão única: não parava de fazer teias! Fazia-as de todos os tamanhos e fórmas. Havia, contudo, um senão: ela fazia-as, mas não lhes dava utilidade. O bicho repaginava o mundo. Contudo, sempre inacabava as suas obras. Ao fio e ao cabo, ela já amealhavaglossário uma porção de teias que só ganhavam senso no rebrilho das manhãs.

E dia e noite: dos seus palpos primavam obras, com belezas de cacimboglossário gotejando, rendas e rendilhados. Tudo sem fim nem finalidade. Todo o bom aracnídeo sabe que a teia cumpre as fatais funções: lençol de núpcias, armadilha de caçador. Todos sabem, menos a nossa aranhinha, em suas distraiçoeiras funções.

Para a mãe-aranha aquilo não passava de mau senso. Para quê tanto labor se depois não se dava a indevida aplicação? Mas a jovem aranhiça não fazia ouvidos. E alfaiatava, alfinetava, cegava os nós. Tecia e retecia o fio, entrelaçava e reentrelaçava mais e mais teia. Sem nunca fazer morada em nenhuma. Recusava a utilitária vocação da sua espécie.

Não faço teias por instinto.

Então, faz por quê?

Faço por arte.

Benzia-se a mãe, rezava o pai. Mas nem com preces. A filha saiu pelo mundo em ofício de infinita teceloa. E em cantos e recantos deixava a sua marca, o engenho da sua seda. Os pais, após concertaçãoglossário , a mandaram chamar. A mãe:

— Minha filha, quando é que assentas as patas na sua parede?

E o pai:

— Já eu me vejo em palpos de mim...

Em chôro múltiplo, a mãe limpou as lágrimas dos muitos olhos enquanto disse:

— Estamos recebendo queixas do aranhalglossário .

— O que é que dizem, mãe?

— Dizem que isso só pode ser doença apanhada de outras criaturas.

Até que se decidiram: a jovem aranha tinha que ser reconduzida aos seus mandos genéticos. Aquele devaneio seria causado por falta de namorado. A moça seria até virgem, não tendo nunca digerido um machito. E organizaram um amoroso encontro.

— Vai ver que custa menos que engolir mosca — disse a mãe.

E aconteceu. Contudo, ao invés de devorar o singelo namorador, a aranha namorou e ficou enamorada. Os dois deram-se os apêndices e dançaram ao som de uma brisa que fazia vibrar a teia. Ou seria a teia que fabricava a brisa?

A aranhiça levou o namorado a visitar a sua colecção de teias, ele que escolhesse uma, ficaria prova de seu amor.

A família desiludida consultou o Deus dos bichos, para reclamar da fabricação daquele espécime. Uma aranha assim, com mania de gente? Na sua alta teia, o Deus dos bichos quis saber o que poderia fazer. Pediram que ela transitasse para humana. E assim sucedeu: num golpe divino, a aranha foi convertida em pessoa. Quando ela, já transfigurada, se apresentou no mundo dos humanos logo lhe exigiram a imediata identificação. Quem era, o que fazia?

Ilustração. Uma teia de aranha de cor preta. Na ponta da esquerda, uma aranha de tamanho pequeno em preto, de patas finas.

Faço arte.

Arte?

E os humanos se entreolharam, intrigados. Desconheciam o que fosse arte. Em que consistia? Até que um, mais-velho, se lembrou. Que houvera um tempo, em tempo de que já se perdera memória, em que alguns se ocupavam de tais improdutivos afazeres. Felizmente, isso tinha acabado, e os poucos que teimavam em criar esses pouco rentáveis produtos – chamados de obras de arte – tinham sido geneticamente transmutados em bichos. Não se lembrava bem em que bichos. Aranhas, ao que parece.

COUTO, Mia. O fio das missangas. primeira edição São Paulo: Companhia das Letras, 2009, p. 73-75.

Fotografia. Em um local aberto, com uma teia de aranha de linhas finas, translúcidas, formando um círculo e à esquerda, aranha de cor preta. Ao fundo, folhas em verde e à esquerda, em tons de amarelo.
Em algumas espécies de aranha, a fêmea devora o macho para garantir uma fonte extra de alimentos para seus ovos fecundados.

Para ampliar

O fio das missangas. Mia Couto. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.

O livro é uma coletânea de 29 contos unidos como missangas por um fio, em histórias de desamor e de sonhos não realizados. Nas palavras do autor: “A vida é um colar. Eu dou o fio, as mulheres dão as missangas.”.

Capa de livro. Ilustração estilizada de diversos peixes em tons de rosa, azul, amarelo, roxo e verde e parte em marrom. Na parte superior, título de livro e nome do autor em branco.

COMPREENSÃO TEXTUAL

Ilustração. Teia arredondada em preto, com uma aranha preta, abaixo, ligada por uma linha fina ao centro.

Responda às questões no caderno.

Ícone. Atividade oral.
  1. O que você achou dêsse conto? Por quê? Comente com os colegas.
  2. Quem são os personagens do conto que você leu?
    1. Entre os personagens, quem é a protagonista?
    2. Ao longo do texto, que nomes o autor utiliza para se referir à protagonista?
  3. Releia a introdução do texto.

(A aranha ateia

diz ao aranho na teia:

o nosso amor

está por um fio!)

  1. Com qual gênero esse trecho se identifica?
  2. Na sua opinião, qual foi a intenção do autor ao usar esse texto antes de iniciar o conto?

4. Que pessoa do discurso é utilizada no texto?

Como você classifica o tipo de narrador?

  1. O que torna a protagonista única, diferente dos demais seres de sua espécie? Transcreva o trecho do texto que responde à questão.
  2. Releia este trecho do conto.

E dia e noite: dos seus palpos primavam obras, com belezas de cacimbo gotejando, rendas e rendilhados. Tudo sem fim nem finalidade. Todo o bom aracnídeo sabe que a teia cumpre as fatais funções: lençol de núpcias, armadilha de caçador. Todos sabem, menos a nossa aranhinha, em suas distraiçoeiras funções.

a. Que frase dêsse trecho se relaciona com o título do conto? Explique.

  1. Que outra expressão reforça a noção da palavra “infinita”?
  2. Qual é a função da teia para um aracnídeo?
  3. Como o autor se referiu a essa função da teia?
  4. O que você compreende do significado da palavra “distraiçoeiras”, criada pelo autor? Explique qual foi a intenção dele.

7. Releia este outro trecho.

Para a mãe-aranha aquilo não passava de mau senso. Para quê tanto labor se depois não se dava a indevida aplicação? Mas a jovem aranhiça não fazia ouvidos. E alfaiatava, alfinetava, cegava os nós. Tecia e retecia o fio, entrelaçava e reentrelaçava mais e mais teia. Sem nunca fazer morada em nenhuma. Recusava a utilitária vocação da sua espécie.

  1. O que não passava de mau senso, para a mãe-aranha?
  2. Identifique nesse trecho todos as palavras utilizadas pelo autor para as ações da aranha.
  3. Qual é a intenção do autor com essa repetição?
  4. Como a jovem aranha reagia às palavras da mãe?
  5. Você se reconhece, em algum momento, na reação da jovem aranha às palavras da mãe? Explique.

8. Identifique no trecho do texto o que representam as expressões destacadas.

Versão adaptada acessível

Atividade 8.

Identifique no trecho do texto o que representam as expressões "infinita teceloa" e "engenho da sua seda".

A filha saiu pelo mundo em ofício de infinita teceloa. E em cantos e recantos deixava a sua marca, o engenho da sua seda.

  1. Como a aranha se comportou com o namorado? Teve o fim que os pais esperavam?
    1. O que a aranha fez como prova de seu amor pelo namorado?
    2. Como a família aranha reagiu diante dessa atitude?
Ilustração. Uma teia de aranha de cor preta. Na ponta da esquerda, uma aranha de tamanho pequeno em preto, de patas finas.

10. Releia mais esse trecho do conto.

A família desiludida consultou o Deus dos bichos, para reclamar da fabricação daquele espécime. Uma aranha assim, com mania de gente? Na sua alta teia, o Deus dos bichos quis saber o que poderia fazer. Pediram que ela transitasse para humana. E assim sucedeu: num golpe divino, a aranha foi convertida em pessoa.

  1. Qual era o defeito da jovem aranha, na visão dos pais?
  2. Que expressão foi utilizada pelo autor para mostrar a importância do Deus dos bichos?
  3. O que a família aranha pediu como solução?
  1. Como foi a reação dos humanos com a aranha transformada?
  2. Releia o final do conto.

E os humanos se entreolharam, intrigados. Desconheciam o que fosse arte. Em que consistia? Até que um, mais-velho, se lembrou. Que houvera um tempo, em tempo de que já se perdera memória, em que alguns se ocupavam de tais improdutivos afazeres. Felizmente, isso tinha acabado, e os poucos que teimavam em criar esses pouco rentáveis produtos – chamados de obras de arte – tinham sido geneticamente transmutados em bichos. Não se lembrava bem em que bichos. Aranhas, ao que parece.

  1. Ele foi inesperado? Por quê?
  2. Quantas vezes a aranha se transmutou na história? Por quê?
Ícone. Atividade oral.

13. Converse com os colegas e o professor sobre a questão de que esse conto pode ser ou não uma crítica à fórma como os artistas são vistos pela sociedade.

Escrevam um texto no caderno que explique a opinião a que chegaram e utilizem trechos do texto como argumentos.

A VOZ DO AUTOR

Você vai conhecer dados da vida e obra de Mia ­Couto, o escritor moçambicano mais traduzido no mundo e mais conhecido dos brasileiros por sua prosa poética.

Ícone. Atividade oral.
  1. Você já tinha ouvido falar dêsse escritor? Em caso positivo, comente com os colegas o que sabe sobre ele.
  2. Faça agora uma leitura silenciosa da biografia de Mia Couto.

Tome notas do que você gostou de saber sobre esse autor ou achou interessante.

Fotografia. Homem visto dos ombros para cima, de cabelos e barba grisalhos. Ele usa uma camiseta de gola de cor cinza. Ele olha para frente com cenho franzido. Ao fundo, estante de madeira em marrom com objetos.
Mia Couto, escritor e biólogo moçambicano, em São Paulo, 2018.

BIOGRAFIA

Antônio Emílio Leite Couto, mais conhecido por Mia Couto, nasceu em 5 de julho de 1955 na cidade da Beira em Moçambique. É filho de uma família de emigrantes portugueses. O pai, Fernando Couto, natural de Rio Tinto, foi jornalista e poeta, pertencendo a círculos intelectuais, tipo cineclubes, onde se faziam debates. Chegou a escrever dois livros que demonstraram preocupação social em relação à situação de conflito existente em Moçambique. Mia Couto publicou os seus primeiros poemas no jornal Notícias da Beira, com 14 anos. Iniciava assim o seu percurso literário dentro de uma área específica da literatura – a poesia –, mas posteriormente viria a escrever as suas obras em prosa. Em 1972 deixou a Beira e foi para Lourenço Marques para estudar medicina. A partir de 1974 enveredou pelo jornalismo, tornando-se, com a independência, repórter e diretor da Agência de Informação de Moçambique – de 1976 a 1976; da revista semanal Tempo – de 1979 a 1981 e do jornal Notícias – de 1981 a 1985. Em 1985 abandonou a carreira jornalística.

Reingressou na Universidade de Eduardo Mondlane para se formar em biologia, especializando-se na área de ecologia, sendo atualmente professor da cadeira de Ecologia em diversas faculdades desta universidade. Como biólogo tem realizado trabalhos de pesquisa em diversas áreas, com incidência na gestão de zonas costeiras e na recolha de mitos, lendas e crenças que intervêm na gestão tradicional dos recursos naturais. É diretor da empresa Impacto, limitada – Avaliações de Impacto Ambiental. Em 1992, foi o responsável pela preservação da reserva natural da Ilha de Inhaca.

Mia Couto é um “escritor da terra”, escreve e descreve as próprias raízes do mundo, explorando a própria natureza humana na sua relação umbilical com a terra. A sua linguagem extremamente rica e muito fértil em neologismosglossário , confere-lhe um atributo de singular percepção e interpretação da beleza interna das coisas. Cada palavra inventada como que adivinha a secreta natureza daquilo a que se refere, entende-se como se nenhuma outra pudesse ter sido utilizada em seu lugar. As imagens de Mia Couto evocam a intuição de mundos fantásticos e em certa medida um pouco surrealistasglossário , subjacentes ao mundo em que se vive, que envolve de uma ambiência terna e pacífica de sonhos – o mundo vivo das histórias. Mia Couto é um excelente contador de histórias. É o único escritor africano que é membro da Academia Brasileira de Letras, como sócio correspondente, eleito em 1998, sendo o sexto ocupante da cadeira norteº 5, que tem por patrono Dom Francisco de Sousa.

Atualmente é o autor moçambicano mais traduzido e divulgado no exterior e um dos autores estrangeiros mais vendidos em Portugal. As suas obras são traduzidas e publicadas em 24 países. Várias das suas obras têm sido adaptadas ao teatro e cinema. Tem recebido vários prêmios nacionais e internacionais, por vários dos seus livros e pelo conjunto da sua obra literária.

É comparado a Gabriel Garcia Márquez e Guimarães Rosa. Seu romance Terra sonâmbula foi considerado um dos dez melhores livros africanos do século vinte. Em 1999, o autor recebeu o prêmio Vergílio Ferreira pelo conjunto de sua obra e, em 2007, o prêmio União Latina de Literaturas Românicas.

reticências

OBRA DE MIA COUTO PUBLICADA NO BRASIL

Editora Companhia das Letras

2003 – Um Rio Chamado Tempo, Uma Casa Chamada Terra [romance].

2005 – O Último Voo do Flamingo [romance].

2006 – O Outro Pé da Sereia [romance].

2007 – A Varanda do Frangipani [romance].

2007 – Terra Sonâmbula [romance].

2008 – O Gato e o Escuro [romance].

2008 – Venenos de Deus Remédios do Diabo.

2009 – Antes de Nascer o Mundo. [título original “Jesusalém”].

2009 – O Fio das Missangas [contos].

2011 – E Se Obama Fosse Africano?

2012 – A Confissão da Leoa [romance].

2012 – Estórias Abensonhadas [contos].

2013 – Cada homem é uma raça [contos].

2013 – A menina sem palavra [romance].

2013 – Vozes Anoitecidas [contos].

** Fonte e informações disponíveis em: Editora Companhia das Letras.

Editora Nova Fronteira

1986 – Estórias Abensonhadas.

1990 – Cada Homem é Uma Raça.

1993 – Terra Sonâmbula.

1996 – A Varanda do Frangipani.

“Estas estórias desadormeceram em mim sempre a partir de qualquer coisa"

reticências

MIA COUTO. Biografia, bibliografia e premiações. Moçambique, 201?. Disponível em: https://oeds.link/BNqhRD. Acesso em: 25 junho 2022.

Ícone. Atividade oral.
  1. Troque ideias com os colegas sobre o texto a partir das notas que tomou durante a leitura, como orientado na atividade 2.
  2. Releia este trecho da biografia que fala em neologismos.

A sua linguagem extremamente rica e muito fértil em neologismos, confere-lhe um atributo de singular percepção e interpretação da beleza interna das coisas.

No conto do autor que vocês leram, há dois neologismos. Quais são eles?

Pistas: um está no poema que abre o conto e outro é um termo que você analisou nas atividades.

  1. Converse com os colegas e o professor o que descobriram sobre o autor e qual sua importância para a literatura e a cultura contemporânea.
  2. Conheça algumas obras de Mia Couto para o público infantojuvenil.
Capa de livro. Na parte superior, título do livro, O pátio das sombras, o nome do autor, Mia Couto, e o nome do ilustrador, Malangatana. Ao fundo, ilustração de rostos e corpos estilizados de pessoas em tons de vermelho, verde, rosa e, ao centro, corpo de uma pessoa pequena em tons de branco.
Neste livro, uma avó ensina ao neto uma linda lição sobre a vida e a morte.
Capa de livro. À direita, nome do autor, Mia Couto, título do livro, A água e a águia, e nome da ilustradora, Danuta Wojciechowska. À esquerda, um penhasco em tons de bege-claro e partes em verde e marrom. Sobre ele, uma águia em tons de verde e amarelo. À direita, nuvens em branco em azul-claro, em céu azul.
Nesta fábula, as águias recorrem ao próprio nome para criar água para chover: tiraram a letra “i” de águia e a água voltou.
Capa de livro. Na parte superior, nome do autor, Mia Couto, título do livro, O gato e o escuro, e nome da ilustradora, Marilda Castanha. Abaixo, ilustração de um gato amarelo, com cara de formato triangular. À direita, uma meia lua branca e acima, fundo em verde e abaixo, em marrom com grafismos.
O livro é uma fábula sobre as aflições e os medos causados pelo desconhecido.

Uma dessas obras aparece na biografia do autor. Qual das obras? Em que ano foi publicada?

LÍNGUA E LINGUAGEM

Período composto por coordenação: orações aditivas

Responda às questões no caderno.

1. Releia este trecho do conto “A infinita fiadeira”.

E aconteceu. Contudo, ao invés de devorar o singelo namorador, a aranha namorou e ficou enamorada. Os dois deram-se os apêndices e dançaram ao som de uma brisa que fazia vibrar a teia.

  1. Quantas orações há nesse trecho?
  2. Quais conjunções você consegue reconhecer nele?
  3. Na sua opinião, qual é o valor semântico da conjunção “e”? Para responder, observe a relação de sentido que ela estabelece entre as orações.

As conjunções coordenativas aditivas, como o próprio nome indica, transmitem uma ideia de adição, de soma, e podem introduzir uma sequência de ações. As orações que apresentam essas conjunções são chamadas de orações coordenadas aditivas. São exemplos de conjunções coordenativas aditivas o e e o nem. Além disso, há a locução conjuntiva não só..., mas também.

2. Leia a tirinha a seguir.

Tirinha. Composta por três quadros. Apresenta como personagem um sapo de cor verde, detalhes em amarelo na cabeça, com olhos azuis, blusa de mangas compridas e sapatos em laranja, avental branco, calça azul. As cenas se passam em uma cozinha em cinza. Q1 – O sapo com o corpo à direita, diz: HORA DE LAVAR A LOUÇA ACUMULADA DO FINAL DE SEMANA... Q2 – O sapo com os olhos bem abertos, braços para trás, observa para a direita, com pia de cor cinza e sobre ela, pilha gigante de louça. À esquerda, uma geladeira branca. Q3 – O sapo com o corpo para a esquerda, diz: HORA DE DEIXAR ACUMULAR A LOUÇA ATÉ O FINAL DO ANO... E DEPOIS MUDAR DE CASA COM ELA AÍ... Ao fundo, fogão com porta em cinza-escuro e acima, armário.

DOURADO, Rafael. Sapo Brothers. São Paulo, 202?. Disponível em: https://oeds.link/sDys2c. Acesso em: 6 julho 2022.

  1. De que maneira a parte visual da tirinha nos faz perceber que a louça estava realmente acumulada?
  2. O que podemos concluir pela fala do sapo no último quadrinho?
  3. Por que essa fala é engraçada?
  4. No último quadrinho, há uma conjunção coordenativa. Identifique-a e informe o seu valor semântico.

Como já sabemos, as orações coordenadas assindéticas costumam ser separadas por vírgula. No caso das orações coordenadas aditivas, geralmente não se usa vírgula para separá-las, principalmente quando forem utilizadas as conjunções e ou nem. No entanto, existem dois casos em que se pode usar vírgula antes do e. São eles:

quando a conjunção aparecer várias vezes no período, desempenhando uma função de ênfase. Por exemplo:

O menino chegou, e sorriu, e brincou, e cantou, e se divertiu muito.

quando as orações coordenadas unidas por essa conjunção apresentarem sujeitos diferentes. Por exemplo:

Os meninos estavam na porta da escola, e os pais estavam no pátio.

Com relação à conjunção nem, ela também deve ser separada por vírgula, caso apareça repetida, transmitindo uma ideia de reforço ou de ênfase a determinada informação.

3. Leia esta outra tirinha.

Tirinha. Composta por três quadros. Apresenta como personagens: Armandinho, menino de cabelos castanhos, camiseta branca, com violão marrom sobre as costas, bermuda em vermelho. Pudim, menino de cabelos castanhos arrepiados, camiseta em branco e faixa na horizontal em azul, com bermuda em verde. Uma menina de cabelos ruivos com coque, em ruivo, camiseta branca e bermuda em lilás. Um sapinho de cor verde, olhos e boca pretos. Q1 – Pudim, com o corpo para a direita, braço esquerdo para frente, diz: NÃO COME NADA COM CARNE, NEM COM OVO, NEM COM LEITE... A frente dele, à direita, Armandinho. Q2 – Pudim, na mesma posição, com linhas finas em volta do corpo e diz: É COISA DE MALUCO!! Armandinho, na mesma posição, à direita, fala: RELAXA, PUDIM... Q3 – Armandinho fora do quadro, fala: É COISA DE VEGANO! A menina ruiva, com o corpo para a direita, ao lado dela, o sapinho. Ambos olham para dois animais, um filhote de vaca em marrom e branco e uma galinha de cor marrom, com crista em vermelho.

béc, Alexandre. Armandinho. Facebook, abre colchetesem localfecha colchete, 1º novembro 2016. Disponível em: https://oeds.link/PE8HWE. Acesso em: 7 julho 2022.

  1. O que causa indignação em Pudim?
  2. Que lição podemos tirar da resposta dada por Armandinho?
  3. No primeiro quadrinho, que ideia transmite a conjunção “nem”?
  4. Por que foi usada a vírgula antes dessa conjunção?

ORALIDADE

Leitura expressiva

Agora que já lemos alguns contos, vamos trabalhar a fruição da leitura e desenvolver a expressão oral.

Ícone. Atividade em grupos.

1. Você e os colegas vão fazer uma leitura expressiva compartilhada de um conto, que será depois apresentada a outras turmas da escola. Sigam as orientações do professor.

O tambor africano

Um dia, na mata, um bando de macaquinhos brancos começou a macaquear e inventar brincadeiras.

Um deles teve uma ideia:

— E se fôssemos até a Lua?

Alguns logo se animaram:

— Vamos sim – disse um – podemos brincar lá em cima!

Um outro, no entanto, não concordou:

— Ah, não vamos não, a Lua é bonita, mas lá em cima deve ser muito gelado.

Um terceiro, então, teve a ideia:

— Vamos até lá e trazemos a Lua para morar aqui embaixo conosco.

Pronto, aí todos se puseram de acôrdo. Mas como chegar à Lua? Subiram numa árvore: não, estava muito longe da Lua. Foram até a montanha mais alta das redondezas e subiram nela: não, a Lua ainda estava muito longe.

Um deles, então, teve a grande ideia:

— Vamos subir uns nas costas dos outros, até que um de nós alcance a Lua!

A ideia parecia muito boa e lá foram eles colocá-la em prática. O maior macaco do bando ficou na base e nele subiu o segundo maior macaco do bando. Assim, de macaco em macaco, a coluna foi subindo, subindo, subindo, até que o menor macaquinho de todo o bando conseguiu tocar a Lua.

Mas não achava modo de entrar nela. Os outros foram ficando cansados do esforço, até que por fim, a perna de um deles fraquejou e começaram todos a cair.

Somente aquele macaquinho, o menorzinho de todos, não caiu, permanecendo agarrado na borda da Lua, que, ao perceber o pequeno visitante preso ali, segurou-o pela mão e o ajudou a subir nela. Tão bonitinho o achou, que resolveu dar a ele um presente, algo nunca antes visto por ninguém na Terra: um tambor.

O macaquinho ficou por ali e foi aprendendo a tocar seu pequeno tambor.

Ilustração. Um macaco pequeno de cor marrom, de orelhas arredondadas, olhos pretos fechados, boca aberta e braços abertos erguidos, segurando uma baqueta em cada mão, com um rabo longo. À frente dele, um tambor redondo em verde e parte superior em bege.

Até que se passaram muitos dias e ele sentiu-se só e com saudades de casa. Pediu, então, à Lua, que o deixasse partir.

A Lua que tinha se acostumado à presença do macaquinho e já gostava de ouvir sua música, não compreendia que ele desejasse voltar para a Terra. Ele então explicou:

gósto muito daqui, mas tenho saudades da minha terra, de suas palmeiras, das mangueiras, das acácias, dos coqueiros, das bananeiras...

Contou para a Lua sobre todas essas árvores e sobre seu bando, e ainda sobre os animais todos que viviam na mata com eles.

A Lua finalmente entendeu:

— Está bem, compreendo seus motivos. Tome assento sobre seu tamborzinho e segure-se bem. Amarro você ao tambor com esta corda e vou baixando bem devagar. Mas preste atenção: não toque o tambor até chegar à Terra. Quando você estiver com os pés bem plantados lá, então sim, toque o tambor bem forte, para eu ouvir e cortar a corda.

O macaco concordou e a Lua foi soltando a corda devagarinho, devagarinho.

Mas, chegando ao meio do caminho, ele teve vontade de tocar seu tamborzinho, tão alegre estava por voltar para casa. Tocou muito de leve, para que a Lua não ouvisse. Mas acontece que o vento soprava para cima e levou o som do tambor à Lua.

Lá no alto, a Lua pensou:

— Ah, o macaquinho já chegou à Terra!

E cortou a corda.

O macaquinho começou a cair, cair, sempre amarrado ao seu tambor. Por sorte era muito pequeno e caiu justo nos braços de uma moça que cantava e dançava, feliz da vida, junto à fogueira, ao final de um dia de trabalho.

O macaquinho nem podia acreditar em tanta sorte. Contou à moça que aquela beleza que tinha amarrada a si era um tambor e que com ele sabia fazer música da melhor.

Assim foi como os homens conheceram o tambor e logo, na terra africana, ouviu-se o primeiro batuque de todos os tempos.

Depois, os homens aprenderam a construir tambores também e não houve mais lugar na África onde os batuques não fossem ouvidos. Como acontece até hoje!

O macaquinho, aquele, custou um pouco a encontrar o caminho de casa, mas terminou achando, e claro, levou com ele o tambor que tinha sido presente da Lua.

VENTURA, Susana. O tambor africano e outros contos de países africanos de língua portuguesa. São Paulo: Editora Volta e Meia, 2013. página 51-53.

VOCÊ É O AUTOR!

Escrita de conto

1. Faça uma leitura silenciosa deste poema visual.

Poema visual. Folha em branco, com uma linha fina de formato arredondado em espirale do centro, saem linhas retas para todos os lados, formando uma teia de aranha. Na linha arredondada em espiral, um poema. Texto: Olá, como estás? Não me conheces, mas eu te conheço. Como estás grande. E fofo. Conheci teu pai, tua mãe, tua irmã e teu irmãozinho. Pessoas inesquecíveis. Eu os apreciei muitíssimo! De seda eram tecidos nossos caminhos. O meu, seco; o deles, aderente. Mas sobre isso discutimos depois. Pra dizer a verdade, a família tinha um bom paladar. Qualquer dia desses venha me visitar. Em uma linha na vertical, ao centro e com uma aranha na ponta inferior em preto. Texto: a correta linha reta da aranha. Mais abaixo, um círculo em verde.

CAPPARELLI, Sérgio. Venha me visitar. ín: CAPPARELLI, Sérgio. A casa de Euclides: elementos de geometria poética. Ilustrações: Ana Gruzínsqui. primeira edição Porto Alegre: 2013. página 14. 

  1. Você vai escrever um conto inspirado pelo poema visual.
  2. Considere alguns pontos:
    1. quem será o leitor, ou seja, o público-alvo;
    2. qual é o objetivo;
    3. em que meio o conto será veiculado.
  3. Planeje a narrativa.
    1. Qual é o assunto? Que conflito fará a narrativa se desenvolver?
    2. Onde a história vai acontecer e quais serão as cenas?
    3. Quem serão os personagens principais e os secundários?
    4. Haverá diálogos?
    5. Qual será o tempo dessa narrativa, ou seja, tudo vai acontecer em um dia ou mais? Como isso será marcado para dar coesão à sequência de eventos?
    6. Qual será o tipo de narrador?
    7. O conto será narrado em 1ª ou 3ª pessoa?

Lembre-se de usar adjetivos para descrever personagens e cenários; usar marcadores de tempo; usar advérbios e locuções adverbiais para mostrar as circunstâncias e onde o evento ou as cenas acontecem (o espaço); observar a pontuação.

  1. Defina a estrutura do conto:
    1. situação inicial (descrição da cena inicial);
    2. surgimento do conflito;
    3. desenvolvimento do conflito;
    4. clímax ou o momento de maior tensão da história;
    5. desfecho, mostrando como ocorreu a solução do conflito;
    6. final do conto.
  2. Reúna todas as ideias e escreva o conto. Ao final, releia e veja o que ainda pode melhorar.
  3. Depois, troque o conto com outro colega para a revisão e use a pauta de revisão da Unidade 1. Faça sugestões e comentários para ajudar a melhorar o texto do colega. Depois, invertam os papéis e façam as revisões necessárias.
  4. Escreva a versão final do conto.

QUEM FALA PORTUGUÊS?

1. Faça uma leitura do texto a seguir com os colegas e o professor, de fórma colaborativa, para ajudar na compreensão global do texto.

Conheça todos os países que falam português

Os países que falam português são os que possuem a língua portuguesa como idioma oficial. Devido à colonização, o português já está presente em mais de um continente. Sua origem é a mesma de outras línguas românicas, todas pertencentes ao tronco do protoindo-europeu. Por ser uma língua românica (grupo que agrupa as línguas descendentes do latim), ela tem semelhanças com outras de mesma origem, como o espanhol, italiano, romeno e francês.

O português é a nona língua mais falada do mundo, com mais de 230 milhões de falantes. A maioria deles se encontra no Brasil. Sua origem é medieval, descendendo do galego-português, na região da Galiza, que hoje faz parte da Espanha, e em Portugal. reticências

Os países que falam português

Há nove países que falam português, ou seja, que o adotam como língua oficial. Seis deles ficam na África, outro na Ásia e um na América.

Angola

A Angola localiza-se na África, e foi um dos países afetados pelas explorações portuguesas, a partir do século quinze, fazendo parte da colonização. Sua independência ocorreu em 1975, mas o português se manteve como língua oficial da nação. Ainda há outros idiomas no país considerados como nacionais, dentre eles o quimbundo.

Brasil

O Brasil pertence à América do Sul, sendo o maior país da América do Sul, e o único onde o português se tornou língua oficial, uma vez que o espanhol se disseminou nos outros. O Brasil foi colônia de Portugal, conquistando sua independência em 1822. Há mais de 200 línguas étnicas diferentes no Brasil, mas o português é a dominante.

Cabo Verde

Cabo Verde localiza-se num arquipélago, situado no Oceano Atlântico. O país também fez parte da colonização e conquistou sua independência em 1975. Outros idiomas estão presentes no país, como o francês, inglês e crioulo cabo-verdiano, mas o oficial é o português.

Guiné-Bissau

Guiné-Bissau também se encontra na África, e já se chamou de Guiné Portuguesa, quando estava sob contrôle de Portugal. Sua independência ocorreu em 1973, e cêrca de 27,1% dos habitantes falam português, que é o idioma oficial da nação. A outra língua é o kriol.

Guiné-Equatorial

Pertencente a África, a Guiné-Equatorial também foi alvo da exploração portuguesa, sendo depois cedida à Espanha em 1778. Além do português, o francês e o espanhol também são línguas oficiais.

Moçambique

Localiza-se na África, e fez parte do Império Português a partir de 1505, conquistando a independência em 1975. Além do português, que é a língua oficial, há outros idiomas presentes no país, como tsonga, sena e macua.

Portugal

O único país da lista que se encontra na Europa. O território de Portugal já foi ocupado por diferentes povos, como os lusitanos, galaicos e celtas. Durante a época das Grandes Navegações, explorou diversas partes do mundo, como o Brasil. Desde 1290 que o português é o idioma oficial do país.

São Tomé e Príncipe

Localiza-se na África, e é uma ilha que se tornou uma das colônias dos portugueses durante o século dezesseis. Sua independência foi conquistada em 1975. O português é o idioma oficial da nação, mas há outros idiomas presentes, como o angolar e forro.

Timor-Leste

O único país do continente asiático, cuja colonização ocorreu no século dezesseis. Antes, seu nome era Timor Português. A independência também aconteceu em 1975. Nesse país, além do português como idioma oficial, há também o tétum. Outros 31 idiomas estão presentes em Timor-Leste, como mambai, baiqueno, fataluco, entre outros.

ALBUQUERQUE, Dominic. Conheça todos os países que falam português. Socientífica, abre colchetesem localfecha colchete, maio 2022. Disponível em: https://oeds.link/8BYe6Q. Acesso em: 26 junho 2022.

Ícone. Atividade em grupos.

2. Façam uma pesquisa sobre esses países para apresentá-la na seção Vamos compartilhar!

Alguns aspectos que podem ser pesquisados: a localização do país; a capital; o número de habitantes; a organização política; as características do lugar; como vivem as pessoas; os costumes; os pratos e a música típicos.

VARIAÇÃO LINGUÍSTICA

Variação social: gírias

Responda às questões no caderno.

Ícone. Atividade em dupla.

1. Leiam o texto a seguir.

Gírias

Fenômeno que demonstra o quanto a língua é um sistema vivo e mutável, as gírias devem ser empregadas comedidamenteglossário , preferencialmente na modalidade oral.

reticências

Amadas por muitos, odiadas por outros, as gírias são a prova de que a língua é uma roda-viva, sistema mutável no qual a comunicação deve ser elemento primordial. Estão diretamente relacionadas com as variedades que a língua pode apresentar e nem sempre atingem a todos os elementos de uma mesma comunidade linguística. As gírias utilizadas no Rio de Janeiro podem ser diferentes daquelas utilizadas em São Paulo, por exemplo, assim como uma gíria utilizada por um determinado grupo pode ser desconhecida para outro. Quando atingem determinadas profissões, nas quais um vocabulário específico é empregado, as gírias passam a ser chamadas de jargão e dificilmente têm alcance fóra dêsses grupos. Quase sempre são criadas por um grupo social e sua vigência pode ser curta, já que estão sujeitas a contínuas transformações.

reticências

Atualmente, há um novo olhar para esse fenômeno linguístico em virtude das teorias que difundem uma maior liberdade na comunicação, lugar onde o certo e o errado não devem existir. Contudo, apesar dessa flexibilidade, é importante observar que a adequação vocabular deve ser empregada sempre, já que a língua é uma ferramenta da qual dispomos e que, consequentemente, pertence-nos.

O uso das gírias é permitido, seria um equívoco tentar conter o movimento natural da linguagem, mas devemos compreender que na modalidade escrita é pertinente que o código seja respeitado e preservado. A língua escrita demanda um esforço maior de precisão para que possa ser compreendida independente do contexto social, histórico e cultural em que um texto foi produzido.

Fotografia. Cinco jovens sentados, um ao lado do outro em degrau de escada larga, se entreolhando. Da esquerda para a direita: jovem de cabelos escuros em coque, um óculos sobre a cabeça, camisa de cor rosa-clara, blusa em azul-claro por dentro e calça da mesma cor, com os braços sobre as pernas e sapatos pretos. À direita, um menino de cabelos claros, de camisa de gola em azul-claro, calça jeans e sapatos pretos. Uma menina de  cabelos crespos e armados, de blusa de mangas curtas em rosa-claro, calça em bege e sapatos brancos. À direita, uma menina de cabelos longos de cor ruiva, blusa de mangas compridas em lilás, bermuda e sapatos em branco e preto. Na ponta da direita, menino de chapéu sobre a cabeça, de camiseta e sapatos pretos, com calça jeans em azul. Ao fundo, degraus da escada.
As gírias fazem parte da língua e devem ser usadas de acôrdo com o contexto de comunicação.

PEREZ, Luana Castro Alves. Gírias. Prepara Enem. abre colchetesem localfecha colchete, centésima2022. Disponível em: https://oeds.link/DlnAz6. Acesso em: 7 julho 2022.

  1. De acôrdo com o texto, o que as gírias representam em relação a uma língua?
  2. A autora afirma que o uso das gírias pode variar de acôrdo com a região dos falantes. Nesse momento, podemos perceber que elas estão relacionadas a outro aspecto da variação linguística, já estudados anteriormente. Qual seria esse aspecto?
  3. Segundo o texto, quem cria as gírias e por quanto tempo elas podem se manter ativas em um idioma?
  4. Que advertências a autora faz com relação ao uso das gírias? Por que essas advertências são importantes?

Anteriormente, vimos que a língua assume diferentes características, de acôrdo com a região dos falantes. Além disso, ela pode variar de acôrdo com o grupo social a que esses falantes pertencem. Nesse caso, dizemos que ocorre a variação social. A gíria é um exemplo dêsse fenômeno.

  1. Segundo o texto, as gírias sofrem variação regional ou geográfica, o que obviamente acontece entre os falantes do português brasileiro. Partindo dessa afirmação, vamos fazer uma pesquisa relacionada ao tema. Para realizá-la, sigam os seguintes passos:
    1. Façam um levantamento das principais gírias que vocês conhecem e utilizam em seu dia a dia.
    2. Do total obtido, escolham duas delas e busquem informações sobre a origem dessas gírias e os prováveis contextos em que elas podem ser utilizadas.
    3. Depois verifiquem se essa mesma gíria é utilizada em um estado diferente daquele em que vocês vivem e se tem o mesmo significado.
    4. Montem uma ficha a fim de registrar os resultados obtidos. Baseiem-se no seguinte modelo:
Ícone modelo.

Gíria 1: (Inserir a gíria)

Origem: (Descrever o provável surgimento dessa gíria, qual grupo social a criou etc.)

Significado e contexto: (Explicar o que ela significa e em que situações é utilizada)

Estado escolhido para comparação: (Inserir o nome do estado)

A gíria é utilizada com o mesmo significado?

Em caso negativo, que gíria equivalente é utilizada nesse estado? (Escrever a gíria).

e. No dia combinado com o professor, apresentem os resultados da pesquisa à classe.

CLUBE DO LIVRO

No bimestre passado, trabalhamos com textos de divulgação científica, infográficos e ficha técnicas, além de algumas intervenções artísticas no espaço urbano.

Fotografia. Abelha em marrom, com patas e antenas finas coberta de pólen. Fundo amarelo. Na parte inferior, à esquerda, pequenas esferas escuras.
Abelha coberta de pólen.
Fotografia. Uma viela, com paredes à esquerda e à direita, cobertas por grafites coloridos. À esquerda, pinturas em tons de vermelho, amarelo e laranja e à direita, em tons de cinza e vermelho. Ao fundo, casas, árvores de folhas verdes e céu em azul-claro.
Beco do Batman, São Paulo.

Agora, chegou o momento de voltar ao livro que você leu no bimestre anterior e compartilhar suas impressões com os colegas. Para isso, retome a ficha de leitura ou a resenha crítica com as informações sobre o livro para ajudá-lo a relembrar.

Relembrar

1. Traga para a escola o livro que você leu e a ficha de leitura preenchida.

Se precisar, folheie o livro, releia alguns trechos ou relembre o nome dos personagens.

Apresentar e avaliar

Ícone. Atividade em dupla.
  1. Junte-se a um colega e conte sobre o livro que leu. Faça um resumo do enredo, com base na ficha de leitura, e use o cartaz publicitário que criou para apresentá-lo.
    1. Caso considere interessante, mostre algumas imagens ou leia trechos para o colega, para exemplificar alguns aspectos da história.
    2. Ao final da apresentação, dê sua opinião sobre o livro, explorando os pontos positivos e negativos.
    3. Descreva algum trecho de que mais gostou ou que considera divertido.
    4. Agora, troque com o colega e ouça atentamente o resumo do livro que o colega leu e as observações dele. Se quiser, faça notas e peça esclarecimentos sobre o que não ficou claro.
  2. Para concluir, crie uma avaliação sobre o livro, recomendando ou não a leitura, dessa vez para toda a turma. Faça um breve comentário com a sua opinião e mostre o cartaz que você fez sobre a obra.

Próxima leitura

  1. Escolha seu próximo livro utilizando as informações dos colegas e das fichas de leitura apresentados. Se preferir, escolha um livro na biblioteca.
    1. Lembre-se de que você pode pesquisar resenhas críticas ou indicações de livros em sáites especializados para a sua idade. Peça ajuda a um adulto para identificar as fontes e orientar a pesquisa.
    2. Leia sempre o resumo, a quarta capa e os comentários sobre a obra, seja nas capas do livro ou em sáites.

Montagem de esquema

5. Você sabe o que é um esquema? Após a leitura, que tal criar um esquema do livro que leu?

Esquema é um esboço simplificado das ideias e dos elementos principais abordados em um texto, permitindo ao leitor apreender de modo objetivo a mensagem nele contida.

  1. Retome elementos do livro: os personagens, os acontecimentos, os lugares e até diálogos para utilizar na montagem do esquema.
  2. Caso outros colegas tenham lido o mesmo livro, conversem para planejar e criar o esquema.
  3. Se necessário, retome as orientações e os roteiros que utilizamos nas unidades. Alguns deles podem auxiliar na montagem do esquema, conforme o gênero textual do livro lido.

6. Conheça alguns tipos de esquema.

Esquema de chaves. Uma chave aberta grande, saindo da ponta, à esquerda uma linha verde na horizontal; e depois outras três menores. Saindo de cada chave, linhas em verde na horizontal. Ilustração. Esquema de setas. Três setas saindo do mesmo ponto em direção à direita, saindo do ponto comum à esquerda uma linha vermelha na horizontal; e outras duas setas menores à direita. Saindo de cada seta uma linha vermelha na horizontal. Ilustração. Esquema misto. À esquerda, uma chave quadrada aberta com pontas de seta, saindo do centro da chave à esquerda uma linha azul na horizontal; linhas saindo também das pontas das setas; à direita outras duas chaves abertas menores, uma com linhas, e outra com linha e círculo azuis; e à direita, três setas, com linhas finas na horizontal e retângulos em azul. Ilustração. Esquema de retângulos. Retângulos em verde na horizontal e entre setas pequenas. Ilustração. Esquema de subordinação. Várias linhas na horizontal em laranja, com enumeração. Ilustração. Esquema mapa mental. Vários círculos vazados conectados entre si e ao centro, um em laranja e texto: ideia principal.
  1. Os esquemas serão apresentados em sala de aula para os colegas, por isso, prepare-se para apresentar.
  2. Aproveite a leitura do novo livro que você escolheu!

EU APRENDI!

Responda às questões no caderno.

1. Leia o texto a seguir.

Ilustração. Uma teia em preto, de linhas finas, em formato de círculo e linhas na vertical dentro. À esquerda, uma aranha grande preta, com pernas finas. Na ponta da direita, uma mosca pequena de par de asas em cinza e olhos arredondados em vermelho, com patas finas em preto. Ao centro, texto: 
Ilha 
A ARANHA TECE A TEIA 
(da telha à areia) 
ARMA A 
ARMADILHA 
ILHA 
ARMADA 
NO ESPAÇO 
ESPERANDO A MOSCA 
PARA UM GRANDE ABRAÇO.

NICOLA, José de. Ilha. In: NICOLA, José de. Entre ecos e outros trecos. São Paulo: Moderna, 2002. página 15.

  1. A que gênero textual pertence esse texto?
  2. Por que, na sua opinião, o autor deu o título de “Ilha” ao texto?
  3. Qual é o assunto do texto?
  4. Quais textos que trabalhamos nesta unidade se relacionam com o poema?
  5. O autor utiliza um recurso de diagramação no poema. Na sua opinião, qual foi a intenção?
  6. Justifique o uso de parênteses no poema.
  7. Que figura de linguagem foi usada no último verso? O que ela de fato significa?
Fotografia. Vegetação rasteira de cor verde e pétalas pequenas em roxo. Entre as plantas, uma aranha na vertical em preto e listras na horizontal em amarelo e patas finas longas, em preto e amarelo.
Nesse campo de flores, a armadilha se esconde e a mosca é presa na teia.

2. Agora, leia a tirinha a seguir.

Tirinha. Composta por três quadros. Apresenta como personagens: Calvin, menino de cabelos arrepiados, de camiseta listrada em preto e branco, calça preta e sapatos claros. Um tigre com corpo listrado em preto e branco, com focinho pequeno. As cenas se passam em local aberto. Q1 – Haroldo caminhando para a direita e à frente dele, Calvin diz: AS PESSOAS SÃO TÃO EGOCÊNTRICAS. Q2 – Calvin visto da cintura para acima, com as mãos na cintura, cenho franzido e olhos bem abertos. Ele fala: O MUNDO SERIA BEM MELHOR SE ELAS PARASSEM DE PENSAR NELAS MESMAS E PENSASSEM NOS OUTROS, PRA VARIAR. Q3 – À esquerda, árvores e na parte superior, folhas. À direita, Haroldo, com os olhos bem arregalados, pergunta: IMAGINO QUEM SERIAM OS OUTROS? À direita, Calvin caminhando para frente, também com os olhos bem abertos, diz: EU, É CLARO! TODO MUNDO DEVIA PENSAR MAIS EM MIM!

uáterson, . O melhor de Calvin. Estadão, São Paulo, 7 julho 2022. Disponível em: https://oeds.link/DSXBgb. Acesso em: 7 julho 2022.

  1. Qual é a queixa do garoto?
  2. Após a queixa, Calvin apresenta uma proposta para que o problema seja resolvido. Qual seria essa proposta?
  3. Nessa fala, encontramos uma conjunção coordenativa aditiva. Qual é ela?
  4. Que ideia ela transmite?
  5. A resposta de Haroldo revela uma certa ironia. Como isso é apresentado no texto?
  6. A suspeita do tigre se confirma na fala do garoto? Por quê?
  7. O que mostra a expressão do tigre?
  8. Por que a resposta de Calvin causa o humor da tirinha?
  1. Agora, imagine que o texto da tirinha fosse escrito em um livro, no formato de diálogo. Reescreva esse trecho utilizando os sinais de pontuação adequados e fazendo as adaptações necessárias.
  2. Escreva as conjunções aditivas que conectam as frases a seguir. Se necessário, utilize a vírgula.

a. Naquele dia, o professor não passou lição de casa

espaço para resposta
corrigiu a tarefa dada no dia anterior.

b. Depois do almoço, os pais foram descansar um pouco

espaço para resposta
as crianças ficaram brincando na garagem.

c. Aquela senhora está parada aí em frente

espaço para resposta
ainda não tocou a campainha.

d. Os alunos

espaço para resposta
compareceram
espaço para resposta
enviaram justificativa.

e. Nós iremos à praia

espaço para resposta
vocês irão ao sítio. Podemos nos encontrar ao menos um dia
espaço para resposta
fazer um passeio juntos.

VAMOS COMPARTILHAR

Storytelling

1. Você sabe o que é storytelling? Faça uma leitura compartilhada com os colegas.

Storytelling na educação

reticências

O impacto de uma boa história é inegável. Quem não lembra de histórias ouvidas na infância? Ou da dificuldade de parar de ler um bom livro quando a narrativa está muito envolvente? E quando um filme é tão bom que não conseguimos sair da frente? Sem dúvida, o poder de uma história bem contada é enorme.

reticências Storytelling, que em tradução livre significa “contação de histórias”, é uma habilidade humana ancestral. Contudo, hoje, o termo significa o conjunto de técnicas desenvolvidas para a criação de narrativas com funções específicas. reticências

Atenção garantida

Registros históricos da atividade humana, as pinturas rupestres eram uma das fórmas como os humanos antigos contavam suas histórias e vivências. Primeiramente, as mais antigas, datavam de mais ou menos 30 mil anos. Entretanto, em 2011, foi encontrada a pintura rupestre mais antiga do mundo. Apenas em 2018 é que foi confirmada a sua datação. Ela tem cêrca de 73 mil anos e está localizada na África do Sul, na caverna de Blombos. O que intrigou os cientistas e a comunidade científica é que, pela datação, essas pinturas não podem ter sido feitas por humanos modernos (homo sapiens). Surpreendentemente, elas foram feitas por neandertais! O que põe mais lenha na fogueira da discussão sobre inteligência e cognição na evolução da espécie humana.

Viu! Nem é uma história inventada… É a pura realidade. Mas, contada da maneira certa, cativa, atrai e tem o poder de manter a atenção de um grupo de jovens em sala de aula.

reticências

Ilustração. Três pessoas em pé, uma perto da outra. À esquerda, menina de cabelos pretos, de blusa de mangas compridas em bege-claro, calça azul e sapatos pretos. Ela está o braço direito para trás das costas e braço esquerdo para frente. Ao centro, uma pessoa de cabelos castanhos, camiseta e sapatos pretos e calça vermelha. Ela segura um pedaço de papel longo com elementos diversos que sobressaem, como: gráfico em barra na vertical, moedas em amarelo, uma engrenagem em preto e entre outros. À direita, homem com o corpo para a esquerda, de cabelos e blusa de mangas compridas em preto, calça e sapatos marrons. Esta aponta com o dedo indicador para a folha. À direita, duas pessoas se cumprimentado com as mãos. Um homem de cabelos pretos, camiseta azul e um pessoa de cabelos castanhos em coque, camisa branca por dentro e terno preto. Perto deles, elementos espalhados: camiseta vermelha, calça verde, uma lâmpada amarela, bolsos com par de asas e moedas amarelas na vertical. À frente, um livro de páginas em bege, aberto. Na ponta da direita, um menino sentado, com o corpo para a esquerda, de cabelos pretos, blusa de mangas compridas em rosa-claro, calça azul e sapatos em preto. Ele segura um notebook aberto de onde sai elementos: um garoto de cabelos pretos, braços erguidos, de camiseta em verde, mão de uma pessoa segurando uma balança. Ao fundo, uma lâmpada amarela e um foguete em branco, com partes em vermelho.

DIÁRIO ESCOLA. Storytelling na educação. abre colchetesem localfecha colchete, centésima2022.Disponível em: https://oeds.link/RjRAFV. Acesso em: 28 junho 2022.

Objetivo

2. Vocês vão apresentar uma istóritélin sobre o país que pesquisaram na seção Você é o autor!, página 233.

Planejamento

  1. Vamos explorar alguns elementos básicos do istóritélin.
    1. Toda narrativa precisa ter uma mensagem e ela precisa ser marcante e envolvente para entreter o ouvinte a ponto de criar uma expectativa sobre o final, portanto, o conteúdo deve ser relevante para a sua audiência.
    2. Quando o narrador transmite com clareza e riqueza de detalhes o ambiente em que a ação ocorre, isso facilita a visualização pelo público, ajudando-o a se envolver com a história e a criar as imagens mentalmente.
    3. O personagem permite tornar a narrativa mais real e próxima de quem está ouvindo, portanto, crie um personagem fictício ou identifique uma personalidade típica da cultura que pesquisou para ser o narrador.
    4. Toda boa história precisa ter um conflito, mas não se trata de um problema, e sim de um desafio que surge para motivar o personagem a percorrer toda a jornada e envolver o ouvinte e criar uma identificação com o personagem.
    5. Por fim, é importante que a apresentação responda: quem, o quê, onde, como, quando e por quê.
  2. Considere alguns pontos:
    1. quem será o ouvinte, ou seja, o público-alvo;
    2. qual é o objetivo, lembre-se de que faremos uma apresentação dos países que falam português e suas culturas;
    3. em que meio o istóritélin será divulgado.

Você pode usar recursos como imagens, técnicas de ilustrações, recursos digitais, mapas, galeria de imagens, entre outros.

Ensaios

  1. Ensaie antes e preste atenção em alguns detalhes, como:
    1. a impostação da voz, para que seja audível a todos;
    2. os gestos e as expressões corporais e faciais;
    3. o uso de tons de voz diferentes, no caso de haver diálogos, para deixar a narração mais envolvente e divertida.
  2. No dia da apresentação, fique tranquilo. Lembre-se de que você se preparou para contar a sua história. Tudo vai dar certo!

Refletindo sobre a apresentação

7. Forme uma roda com os colegas. Conversem sobre as apresentações do istóritélin, os pontos positivos e os negativos e o que vocês fariam diferente em uma próxima vez.

Glossário

amealhar
: juntar, acumular.
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cacimbo
: nevoeiro denso, acompanhado de chuva miúda e sereno, que ocorre nas regiões costeiras (continentais e insulares) da África; o mesmo que cacimba.
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aranhal
: buraco em que as aranhas se abrigam; aranheiro.
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concertação
: acôrdo, entendimento.
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neologismo
: uso de uma expressão ou palavra nova, geralmente formada com base em outra existente na língua.
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surrealista
: referente ao surrealismo, movimento literário e artístico que valorizava a expressão do pensamento ditada pelo inconsciente e propunha a renovação dos valores em todos os campos, morais, políticos, científicos etcétera
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comedidamente
: de modo não excessivo; moderadamente.
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