UNIDADE 8 Lenda e cordel
As propostas desta unidade foram desenvolvidas em quatro etapas que se relacionam. Acompanhe!
EU SEI
Como os povos contam suas histórias?
Compreender o valor cultural das lendas indígenas e dos cordéis.
EU VOU APRENDER
Capítulo 1 – Lenda indígena
Compreender os elementos da lenda indígena, o contexto de produção e sua circulação.
Capítulo 2 – Cordel
Compreender os elementos do cordel, o contexto de produção e sua circulação.
EU APRENDI!
Atividades de compreensão textual, reflexão e análise da língua e ampliação da aprendizagem.
VAMOS COMPARTILHAR
Apresentação de final de ano
Promover a interação dos estudantes com a comunidade escolar por meio da divulgação das lendas pesquisadas.
EU SEI
Como os povos contam as histórias?
As lendas indígenas são textos de tradição oral que se relacionam com aspectos como o amor, o medo, a origem de vários elementos da natureza, a existência, os desafios da vida e as perdas pela morte e o renascimento.
Mistério, fantasia e seres sobrenaturais estão presentes nas narrativas, em histórias contadas de geração em geração. Assim como outras linguagens artísticas, as lendas também refletem a cultura e os costumes de povos e seus ideais.
Nos dias de hoje, a literatura indígena chega a nós por meio de textos contados pelos próprios indígenas, mostrando a pluralidade cultural do nosso país.
- Descreva as imagens e conte o que você sabe sobre elas.
- Na sua opinião, por que as pessoas contam as lendas de geração em geração?
- As imagens ilustram lendas do folclore brasileiro. Quais outras você conhece?
EU VOU APRENDER Capítulo 1
Lenda indígena
- Que elementos você espera encontrar no texto de uma lenda indígena?
- Leia o título da lenda a seguir. Na sua opinião, qual deve ser o assunto do texto?
- Agora, faça uma leitura silenciosa da lenda.
A lenda dos diamantes
Há muito tempo, vivia às margens de um rio uma tribo de índios onde morava um casal muito feliz, Itagibá e Potira. Itagibá significa “braço forte” e ele era um guerreiro destemido. Potira, cujo nome quer dizer “flor”, era uma índia jovem e formosa.
Viviam todos tranquilos até que um certo dia começou a guerra contra uma tribo vizinha. Itagibá teve que partir para a luta. Despediu-se com tristeza da esposa querida e seguiu com os outros guerreiros. Potira não derramou uma só lágrima, mas seguiu, com os olhos cheios de pesar, a canoa que conduzia o esposo até que ela desaparece no curso do rio.
Passaram-se muitos dias sem que Itagibá voltasse para sua tribo.
Todas as tardes, a índia esperava a volta de seu amado, sentada à margem do rio ouvindo o cricrilar dos grilos, o canto das aves e o ruído das folhas com a brisa que batia. Permaneceu serena e confiante na esperança de que Itagibá voltaria logo.
Finalmente, Potira foi informada de que seu esposo havia morrido como um herói e jamais regressaria. Potira chorou muito e derramou muitas lágrimas. Vencida pelo sofrimento, Potira passou o resto de sua vida à beira do rio, chorando sem cessar. Suas lágrimas puras e brilhantes misturam--se com as areias brancas do rio. Tupã, o deus dos índios, transformou as lágrimas de Potira em diamantes, daí a razão pela qual são sempre encontrados entre os cascalhos dos rios e regatos.
QUEIROZ, Tânia Dias; GRILLO, Leila Maria. A lenda dos diamantes. ín: QUEIROZ, Tânia Dias; GRILLO, Leila Maria. Origami e folclore. São Paulo: Êxito, 2003. p. 49-52.
4. Observe a imagem a seguir. Que elementos estão representados nela? Que relação pode ser feita entre a imagem e a lenda?
5. A imagem é de autoria de valdermar de Andrade e Silva, artista plástico, escritor e pesquisador brasileiro. Leia o texto sobre o autor.
reticências
valdermar pintor, se inspirou e começou a passar para a tela tudo aquilo que via. Não escapou à sua sensibilidade a vida bucólicaglossário do silvícola. As feições serenas das suas figuras mostram bem as gentes xinguanas.
reticências
Sem escola de arte, movido apenas pela intuição e sensibilidade artística, valdermar vem se projetando entre os melhores primitivistas do país.
reticências
Nos quadros de valdermar, a mata completa o cenário. As largas florestas, quando vistas do alto, se apresentam como uma grande planície ondulada. O verde das copas vai-se tornando mais escuro nas partes mais baixas da ondulação. Essas nuances não escaparam ao pincel do artista.
Orlando Villas Bôas
SILVA, valdermar de Andrade e. Lendas e mitos dos índios brasileiros. quarta edição São Paulo: éfe tê dê, 2015. página 10, 11 e 53.
COMPREENSÃO TEXTUAL
Responda às questões no caderno.
- Escreva os nomes dos personagens principais da lenda e algumas das suas características, conforme o texto.
- Qual é o significado dos nomes dêsses personagens?
- Como era a vida deles e o que aconteceu para mudar isso?
- O que aconteceu com Itagibá? Qual foi a reação de Potira?
- Releia este trecho da lenda.
Passaram-se muitos dias sem que Itagibá voltasse para sua tribo.
Todas as tardes, a índia esperava a volta de seu amado, sentada à margem do rio ouvindo o cricrilar dos grilos, o canto das aves e o ruído das folhas com a brisa que batia. Permaneceu serena e confiante na esperança de que Itagibá voltaria logo.
Finalmente, Potira foi informada de que seu esposo havia morrido como um herói e jamais regressaria.
- O que Potira fazia enquanto esperava a volta do marido? Ela demonstrava aflição ou não? Explique por quê.
- Identifique e escreva a sequência descritiva dêsse trecho.
- Nesse trecho, podemos perceber a noção de tempo?
- Qual é a função dos marcadores de tempo no texto?
- Ao saber que seu amado havia morrido, como Potira reagiu?
- Releia este trecho do texto. Que relação se pode estabelecer com o título da lenda?
Suas lágrimas puras e brilhantes misturam-se com as areias brancas do rio. Tupã, o deus dos índios, transformou as lágrimas de Potira em diamantes, daí a razão pela qual são sempre encontrados entre os cascalhos dos rios e regatos.
- As lendas geralmente misturam acontecimentos fantásticos com elementos que poderiam ser reais.
- Que acontecimento fantástico é descrito nessa lenda?
- Nessa lenda, há elementos ou seres que poderiam ter existência real? Em caso afirmativo, qual ou quais?
- Para você, as lendas são sempre iguais ou podem apresentar variações? Por quê?
- Copie e complete com termos adequados esta explicação sobre lendas.
Lenda é uma história transmitida pela
através das gerações. Combina fatos
e históricos com expressões de fantasias, medos, dúvidas e elementos
que estão no imaginário de um povo.
12. Faça com um colega uma leitura compartilhada do texto a seguir, que é outra versão da mesma lenda. Depois, conversem coletivamente sobre as questões.
potira
As lágrimas eternas
Tupi
A linda e meiga potira amava o jovem valente chefe da aldeia, o guerreiro Itajibá, o braço de pedra. Ambos se encontravam frequentemente nas areias brancas do rio, onde permaneciam durante horas admirando a natureza e trocando juras de amor, enquanto aguardavam o casamento.
Um dia, a aldeia foi atacada por inimigos, e Itajibá partiu para a luta.
Ansiosa, potira esperava sua volta, caminhando às margens do rio.
Muito tempo depois, os guerreiros regressaram, informando à jovem que o chefe havia morrido. Inconsolável, potira voltava todos os dias à praia, chorando sua grande perda. Sensibilizado, Tupã, o Deus do Bem, transformou suas lágrimas em diamantes. Assim, as águas levavam suas preciosas pedrinhas até a sepultura do guerreiro, como prova de seu eterno amor.
SILVA, valdermar de Andrade e. potira. ín: SILVA, valdermar de Andrade e. Lendas e mitos dos índios brasileiros. quarta edição São Paulo: éfe tê dê, 2015. página 52-54.
- Existem semelhanças entre as duas versões? Em caso afirmativo, quais?
- Que elementos ou fatos são diferentes? Expliquem.
LÍNGUA E LINGUAGEM
Período composto por coordenação adversativa
Responda às questões no caderno.
1. Releia este trecho da “Lenda dos diamantes”.
Viviam todos tranquilos até que um certo dia começou a guerra contra uma tribo vizinha. Itagibá teve que partir para a luta. Despediu-se com tristeza da esposa querida e seguiu com os outros guerreiros. Potira não derramou uma só lágrima, mas seguiu, com os olhos cheios de pesar, a canoa que conduzia o esposo até que ela desaparece no curso do rio.
- A que classe gramatical pertence as palavras em destaque?
- Que valor semântico a primeira palavra em destaque introduz entre as orações?
- Com relação à segunda palavra em destaque, você consegue identificar o valor semântico que ela introduz entre as orações por ela ligadas? Em caso afirmativo, explique.
Versão adaptada acessível
Atividade 1.
- A que classe gramatical pertence as palavras "e" e "mas"?
- Que valor semântico a palavra "e" introduz entre as orações?
- Com relação à palavra "mas", você consegue identificar o valor semântico que ela introduz entre as orações por ela ligadas? Em caso afirmativo, explique.
As conjunções coordenativas adversativas estabelecem uma relação de contraste ou oposição entre as orações. São elas: mas, porém, contudo, todavia, entretanto e senão. Há também locuções conjuntivas adversativas, por exemplo: no entanto. Ao conectarem duas orações, essas conjunções costumam ser precedidas de vírgula.
2. Leia a tirinha a seguir.
DOURADO, Rafael. Sapo Brothers. São Paulo, [20--]. Disponível em: https://oeds.link/bsyIeO. Acesso em: 8 julho 2022.
- Por que Begofredo teria mudado o nome do liquidificador para “elevador”?
- Na fala do primeiro quadrinho, que relação se estabelece entre as duas orações ligadas pela conjunção “mas”?
- Caso quiséssemos tirar as reticências presentes nas duas orações, como esse período seria escrito?
3. Leia, a seguir, o trecho de uma matéria.
Conheça a pipoca feita com as sementes da vitória-régia
A vitória-régia é uma das maiores plantas aquáticas do mundo – chega a medir 3 métros de diâmetro. O que pouca gente sabe é que essa planta típica da Amazônia tem diversos usos na culinária. É possível até preparar pipoca com as sementes da vitória-régia, que parecem muito com a pipoca tradicional ou até mesmo com a pipoca de sorgo.
reticências
Plantas Alimentícias não Convencionais ( pânqui – escreve-se sem o S, mesmo no plural) é uma sigla utilizada para plantas que têm potencial alimentício, porém não são consumidas, pelo menos não em larga escala, ou não em determinada região, sendo que muitas delas são cultivadas somente por pequenos produtores e em escala doméstica.
reticências
Grande parte das pânqui são rústicas, ou seja, dificilmente são atacadas por pragas e necessitam de pouco cuidado, mas atenção, isto não é uma regra, assim como qualquer outra planta, algumas necessitam de ambiente ideal para seu desenvolvimento. Outras se desenvolvem em qualquer ambiente, porém em condições adequadas têm uma melhor produção.
reticências
EMÍLIO. Conheça a pipoca feita com as sementes da vitória-régia. Clube da Pipoca, abre colchete sem local fecha colchete, 12 abril 2022. Disponível em: https://oeds.link/A49RHJ. Acesso em: 8 julho 2022.
- Você tinha conhecimento da curiosidade relatada na notícia? Em caso negativo, o que achou dessa possibilidade de consumo?
- As conjunções destacadas são coordenativas adversativas. Explique a ideia que cada uma delas traz no contexto em que foram utilizadas, com base nas informações veiculadas no texto.
- Caso substituíssemos essa conjunção por “mas”, haveria mudança no sentido? Seria necessário modificar algo na pontuação? Por quê?
Versão adaptada acessível
Atividade 3, item b.
As conjunções "porém" e "porém" são coordenativas adversativas. Explique a ideia que cada uma delas traz no contexto em que foram utilizadas, com base nas informações veiculadas no texto.
ORTOGRAFIA
Grafia de palavras homônimas: trás e traz
Responda às questões no caderno.
1. Leia esta lenda.
A lenda da vitória-régia
Os pajés Tupis-Guaranis acreditavam que a Lua era um guerreiro audacioso, forte, valente e belo. Nas noites de luar ele desce à Terra, por trás das serras. reticências
Havia uma índia jovem e bonita chamada Naiá, filha de um chefe e princesa da tribo. Sabendo que a Lua era um guerreiro, por ele se apaixonou. Todas as noites, por muito tempo, ela subia as colinas e perseguia a Lua na esperança de que a visse e a transformasse em estrela. Porém, a Lua não notava a sua presença e Naiá chorava de tristeza.
Uma noite, Naiá chegou à beira de um lago e viu nas águas a imagem da Lua refletida. Ficou radiante! Acreditando que a Lua veio buscá-la, atirou-se nas águas profundas do lago e nunca mais foi vista.
Penalizada com o destino da bela índia, a Lua recompensou seu sacrifício, transformando-a em uma estrela diferente, numa “Estrela das águas”, que é a planta vitória-régia.
A vitória-régia é uma planta cujas flores perfumadas e brancas abrem-se somente à noite, recebendo em sua corola rosada os raios amarelos do seu amado.
QUEIROZ, Tânia Dias; GRILLO, Leila Maria. A lenda da vitória-régia. ín: QUEIROZ, Tânia Dias; GRILLO, Leila Maria. Origami e folclore. São Paulo: Êxito, 2003. página 59-60.
- Você já conhecia a lenda da vitória-régia? Em caso afirmativo, como você tomou conhecimento dessa lenda?
- De acôrdo com a lenda, por que as flores da vitória-régia se abrem apenas à noite?
- No trecho “Nas noites de luar ele desce à Terra, por trás das serras. reticências”, o que a palavra em destaque significa?
Versão adaptada acessível
Atividade 1, item c.
No trecho “Nas noites de luar ele desce à Terra, por trás das serras. [...]”, o que a palavra "trás" significa?
As palavras homônimas são aquelas que apresentam a mesma escrita (homógrafas) ou a mesma pronúncia (homófonas). No caso das palavras trás e traz, elas são denominadas homófonas, pois apresentam a mesma pronúncia, porém são diferentes na escrita.
- Trás: é uma palavra que se refere a lugar e fórma locuções adverbiais, pois sempre é acompanhada de uma preposição. Geralmente é utilizada como sinônimo de atrás, após. Exemplo: Não sei o que está por trás daquela porta.
- Traz: é uma conjugação do verbo trazer no presente do indicativo (3ª pessoa do singular) ou no imperativo afirmativo (2ª pessoa do singular). Exemplos: Todos os dias, ele traz um livro diferente. Traz esse lápis logo, menino!
2. Leia a tirinha.
WALKER, Mort. Recruta Zero. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 2 abr. 2022. Caderno 2, p. C6.
- A primeira palavra da fala do sargento foi retirada propositalmente. De acôrdo com o contexto, a lacuna deve ser preenchida com trás ou traz? Justifique.
- Por que o sargento teria empregado o diminutivo na palavra “coisas”?
- O que as aspas indicam na fala do Recruta Zero?
3. Identifique as frases que devem ser completadas com trás e as que devem ser completadas com traz.
a. Ao sair, verifique se não deixou nada para
.b. Quase sempre, ele
algo para lanchar com a família.c. A entrada deve ser feita pela porta de
do salão.d. Quando você voltar do Rio de Janeiro, me
uma lembrança?e. Não gósto de pessoas que falam por
.PESQUISA DE LENDAS
Responda às questões no caderno.
- Na sua família, os adultos costumam contar lendas?
- Você conhece alguma lenda que é comumente contada pelas pessoas da região em que você vive? Comente com os colegas.
Objetivo
3. Vocês farão uma pesquisa sobre as lendas que são contadas na região em que vivem.
Pesquisa
- Pesquisem em livros de literatura, coletâneas de lendas, jornais e revistas impressos ou digitais, ou em sáites.
- Alguns artigos, estudos e teses feitos por especialistas, instituições e universidades de sua região podem ajudar na pesquisa e análise documental.
- Como as lendas podem refletir a cultura e os costumes de povos e seus ideais? Façam uma entrevista sobre o assunto com familiares, professores e especialistas para ajudar a fazer um levantamento sobre as lendas da região. Sigam as instruções do professor.
- É importante tentar identificar alguns aspectos sobre as lendas, como origem, veiculação, o público que as compartilham e outras informações que podem ser obtidas sem a análise do documento ou por meio de uma leitura superficial dele.
Analisem também as entrevistas para identificar esses aspectos.
8. Depois, é preciso analisar o texto das lendas, buscando compreender a narrativa e identificar aspectos que remetam à cultura da região.
Organizando os dados da pesquisa
9. Criem um quadro com o levantamento das lendas que já conseguiram identificar na região em que vivem. A quantidade de vezes em que o nome de uma das lendas é citado nas pesquisas ou entrevistas fortalece a hipótese de fazer parte da cultura.
Formule a hipótese
10. Ao escolher as versões das lendas, vocês precisam delimitar a hipótese que será objeto de estudo da pesquisa, o que ajudará a selecionar as fontes e os documentos de validação.
Análises
- Selecionem as diferentes versões da mesma lenda e comecem a análise, uma por vez, analisando e comparando o discurso conforme as orientações a seguir.
- Organizem novamente um quadro ou um esquema com as informações que descobriram sobre as lendas: títulos, origens, autoria, como foram veiculadas, se são lendas urbanas ou da tradição indígena, o perfil do público que as contam, entre outros.
- Comece com a análise dos significados, estabelecendo a relação entre partes de um texto e seu significado, tal como compreendidos pelo emissor ou pelo público-alvo.
- Estabeleçam um tema de análise (uma palavra, um conceito, uma figura de linguagem, um personagem) e verifiquem suas recorrências, se é empregado com o mesmo significado ao longo do texto e com qual frequência ocorre.
- Em seguida, procedam a uma análise dos signos e dos códigos com o objetivo de identificar as relações que têm entre si e com as linguagens de origem. Por exemplo, Tupã associa-se às crenças do Deus dos indígenas, do Deus do bem, relacionando a mensagem expressa a um elemento do gênero textual, a presença de elementos místicos.
Lembrem-se de registrar as fontes e as referências bibliográficas que utilizaram durante toda a pesquisa.
Conclusão e avaliação
- Organizem as informações que descobriram e que apresentam confiabilidade e construam a conclusão da pesquisa, descrevendo o contexto da pesquisa e a validação ou não da hipótese inicial.
- Se acharem interessante, criem fichas ou cartazes com as informações de cada lenda que conseguiram comprovar que faz parte da cultura da região.
- Com a pesquisa sobre as lendas registrada, avaliem a participação e todo o processo de pesquisa da turma.
- Combinem com os colegas e o professor como podem compartilhar os trabalhos.
Decidam qual é o melhor meio de divulgação e compartilhamento, de acôrdo com o público-alvo que vocês escolheram. Vamos nos organizar na seção Vamos compartilhar!
EU VOU APRENDER Capítulo 2
Cordel
- Você sabe o que é literatura de cordel e por que recebe esse nome?
- Que características você conhece dêsse gênero textual?
- Alguns cordéis são ilustrados com xilogravuras. Você conhece esse tipo de gravura? Já viu alguma parecida com a da página seguinte?
Versão adaptada acessível
Atividade 3.
Alguns cordéis são ilustrados com xilogravuras. Você conhece esse tipo de gravura? Conhece alguma parecida com a da página seguinte?
4. Leia o cordel a seguir. Antes, leia o título e explique o que você entendeu.
Um cordel sobre o cordel
Modalidade: sextilha
Um cordel sobre o cordel
Eu pretendo apresentar.
É uma arte versejada
Da cultura popular
Que nasceu lá no Nordeste
Para o mundo apreciar.
São as rimas de cordel
Encaixadas nas sextilhas
Nos martelos e galopes
Nas oitavas e setilhas.
Que encantam muito mais
Do que as setes maravilhas.
O cordel só é aceito
Com os versos bem rimados.
Cada verso bem medido
Todos bem metrificados.
Assim manda a tradição
Dos poetas inspirados.
É na fórma de folhetos
Que ele tem sua tradição
Porém hoje outras fórmas
Temos de publicação
Como livros e internet
E outras tantas que virão.
O cordel pode conter
Alguns temas atuais
Ou histórias inventadas
Ou mil causos naturais
Pois os versos do cordel
Contam isso e muito mais.
O folheto nordestino
É uma arte genial.
E a origem dêsse nome
Provém lá de Portugal.
Esse nome porque era
Pendurado no varal.
Pendurar os folhetinhos
Não é nossa tradição
Ora iam em barbantes
Ora em bancas ou no chão.
O barbante não foi regra
Do poeta do sertão.
O cordel era vendido
Lá nas feiras do Nordeste
Lá no Brejo ou Cariri
No Sertão ou no Agreste.
Hoje está pelo Brasil
Desde o Norte até o Sudeste.
O cordel vendido em feiras
Precisava entonação.
Pra história ficar boa
E chegar ao coração
Corpo e voz tinham que ter
Uma grande expressão.
Pra dizer um bom cordel
Tem que ser bem inspirado
Pois ninguém aguenta ouvir
Um cordel desanimado.
Mas o verso fica lindo
Quando é bem declamado.
Vejam só qual é a técnica
Dos poetas do Sertão
Que paravam sua história
Num momento de emoção
Para o povo então comprar
Seu folheto campeão.
E assim muitos poetas
As famílias sustentaram.
Com a venda dos folhetos
Muitos lucros aumentaram.
Porém hoje, os folhetos
Novos passos conquistaram.
O cordel hoje é presente
Lá nas feiras culturais
Faculdade e escolas
E também outros locais.
Todo mundo abriu as portas
Para os versos naturais.
OBEID, César. Um cordel sobre o cordel. ín: OBEID, César. Desafios de cordel. São Paulo: éfe tê dê, 2009. p. 10-13.
COMPREENSÃO TEXTUAL
Responda às questões no caderno.
- Qual é o assunto dêsse cordel?
- Explique, com suas palavras, o que é o cordel e qual é sua origem.
- Conte quantas estrofes há nesse cordel e quantos versos compõem cada estrofe.
- Logo abaixo do título há uma pista sobre o número de versos. Que pista é essa?
- Todo cordel tem sempre seis versos em cada estrofe? Copie do texto a estrofe que explica a resposta.
- Releia esta estrofe do cordel.
O cordel só é aceito
Com os versos bem rimados.
Cada verso bem medido
Todos bem metrificados.
Assim manda a tradição
Dos poetas inspirados.
- Que características do gênero a estrofe explora?
- Que palavras rimam nessa estrofe?
- Em quais versos você identificou as palavras que rimam?
- Conforme o texto, que temas são comumente utilizados nos cordéis? Qual estrofe dá essa informação?
- Releia esta outra estrofe.
É na fórma de folhetos
Que ele tem sua tradição
Porém hoje outras fórmas
Temos de publicação
Como livros e internet
E outras tantas que virão.
- Qual é o assunto abordado nessa estrofe?
- Onde tradicionalmente o cordel é publicado? E atualmente?
- O que o último verso prevê?
- Qual é a origem do nome cordel?
- Em que região do Brasil o cordel é bem presente na cultura?
- Como os folhetos são expostos?
- Releia estas estrofes.
O cordel vendido em feiras
Precisava entonação.
Pra história ficar boa
E chegar ao coração
Corpo e voz tinham que ter
Uma grande expressão.
Pra dizer um bom cordel
Tem que ser bem inspirado
Pois ninguém aguenta ouvir
Um cordel desanimado.
Mas o verso fica lindo
Quando é bem declamado.
- Qual é o assunto abordado nessas estrofes?
- Para quem esses versos dão dicas?
- No verso “Pois ninguém aguenta ouvir”, a quem a palavra “ninguém” se refere?
11. O autor, em uma estrofe, diz qual é a técnica para envolver o ouvinte. Transcreva a estrofe e explique o que compreendeu.
▶ Na sua opinião, podemos considerar que essa é uma estratégia publicitária para envolver o ouvinte? Explique.
12. Transcreva a estrofe que explica onde o cordel está presente atualmente. Depois, discuta com os colegas o que vocês compreenderam sobre esse gênero textual.
Para ampliar
Cordel África. César Obeid. São Paulo: Moderna, 2014.
Os cordéis dêsse livro levam o leitor a uma viagem pela cultura dos povos que vieram do continente africano e acabaram por se mesclar ao nosso país, adquirindo dimensões próprias. Conhecer as influências dessas culturas contribui para acabar com preconceitos que persistem em nossa sociedade.
LÍNGUA E LINGUAGEM
Coesão referencial: sintetização
Responda às questões no caderno.
1. Releia este trecho de “Um cordel sobre o cordel”.
O cordel pode conter
Alguns temas atuais
Ou histórias inventadas
Ou mil causos naturais
Pois os versos do cordel
Contam isso e muito mais.
O folheto nordestino
É uma arte genial.
E a origem desse nome
Provém lá de Portugal.
Esse nome porque era
Pendurado no varal.
Pendurar os folhetinhos
Não é nossa tradição
Ora iam em barbantes
Ora em bancas ou no chão.
O barbante não foi regra
Do poeta do sertão.
Versão adaptada acessível
Atividade 1, itens a e b.
- O que as palavras e as expressões "isso", "folheto nordestino", "desse nome", "Esse nome" e "os folhetinhos" têm em comum?
- Na primeira estrofe, a que classe gramatical pertence a palavra "isso"? Como essa palavra se classifica?
- O que as palavras e as expressões destacadas têm em comum?
- Na primeira estrofe, a que classe gramatical pertence a palavra destacada? Como essa palavra se classifica?
- Qual é a função dessa palavra no contexto em que foi utilizada?
- A que se referem as expressões “o folheto nordestino” e “os folhetinhos”? Por que foram utilizadas?
- As expressões “esse nome” e “ dêsse nome” referem-se a que nome? Caso substituíssemos o pronome “esse” pelo pronome “este”, o sentido seria o mesmo? Por quê?
No 6º ano, você estudou a coesão; agora, vamos exercitar mais um pouco esse fator indispensável à construção de bons textos, que cumprem seu papel comunicativo. Antes, é necessário relembrar esse conceito. Para isso, vamos a mais uma atividade.
2. Leia a tirinha a seguir.
SCHULZ, Charles M. Minduim. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 3 jul. 2022. Caderno 2, p. C6.
- Em que consiste o humor da tirinha?
- No segundo quadrinho, a que se refere a palavra “dele”, que aparece na fala do amigo de Charlie?
- No terceiro quadrinho, podemos dizer que a palavra “ele”, também presente na fala do amigo, refere-se ao mesmo elemento? Por quê?
- A que classe gramatical pertence essa palavra? Como ela se classifica?
- No terceiro quadrinho, imagine que o amigo de Charlie quisesse utilizar outra palavra para se referir ao elemento retomado pela palavra “ele”. Que palavra ele poderia usar? Como ficaria a fala do garoto nesse caso?
- Agora que você já realizou duas atividades que tratam da coesão, explique com suas palavras o conceito dêsse termo.
- Leia as manchetes a seguir.
Família encanta a internet ao compartilhar dia a dia com seus lobos híbridos
CÂMARA, Ana Carolina. Família encanta a internet ao compartilhar dia a dia com seus lobos híbridos. Amo meu Pet, Rio Grande do Sul, 9 julho 2022. Disponível em: https://oeds.link/0Xk1W5. Acesso em: 9 julho 2022.
Comemore o Dia da Pizza, neste domingo (10), conhecendo sua história e curiosidades
SOUZA, Edi. Comemore o Dia da Pizza, neste domingo (10), conhecendo sua história e curiosidades. Folha de Pernambuco, Recife, 9 julho 2022. Disponível em: https://oeds.link/yzigav. Acesso em: 9 julho 2022.
Versão adaptada acessível
Atividade 4, itens a até c.
- Como se classificam as palavras "seus" e "suas"?
- A que elementos do texto elas se referem?
- Que outra palavra poderíamos usar para indicar essas mesmas relações?
- Como se classificam as palavras destacadas?
- A que elementos do texto elas se referem?
- Que outra palavra poderíamos usar para indicar essas mesmas relações?
- Agora, sintetize os principais tipos de pronome que nos auxiliam a tornar nossos textos mais coesos.
- Leia um trecho deste cordel.
Nas asas da leitura
Neste Cordel falarei
Sobre meu melhor amigo,
Que me ajuda a encontrar
Lazer, trabalho e abrigo.
Desde meus primeiros anos,
Ele é parte dos meus planos
E segue sempre comigo.
Leio livro em minha cama,
Em ônibus, metrô ou trem,
Em navio ou avião,
Ou mesmo esperando alguém.
Leio para o povo ouvir
Leio para transmitir
A riqueza que ele tem.
reticências
Há quase seis mil anos
A Ásia surpreendeu,
Pois, criando o alfabeto
A escrita apareceu.
Veja só que linda ação,
Foi aí dessa união
Que nosso livro nasceu.
SENNA, Costa. Nas asas da leitura. ín: SENNA, Costa. Cordéis que educam e transformam. São Paulo: Global, 2012. página 49-56.
- Em que parte da vida do narrador se deu seu primeiro contato com os livros? Justifique com um trecho do texto.
- Na primeira estrofe, a quem o pronome “ele” se refere?
- E na segunda estrofe, que elemento do texto essa palavra retoma?
- Que ideia do texto a expressão “dessa união” retoma?
7. Com base em todas as atividades realizadas até aqui, responda: além dos pronomes possessivos, que outro recurso podemos utilizar para manter a coesão do texto?
8. Leia o texto a seguir.
A história da xilogravura de cordel: o papel da técnica na essência da arte
Antes de saber como aconteceu a história da xilogravura de cordel é preciso entender o que esse gênero significa. O cordel é uma tradição que chegou ao Brasil por meio de Portugal e se caracteriza por um tipo de literatura que começou oralmente para disseminar notícias para aqueles que não tinham acesso a elas.
O uso da técnica de xilogravura criou e propagou a literatura de cordel. Afinal, sua produção era simples e seu custo bastante baixo. Logo, foi fundamental para sustentar a tradição e manter fortes as raízes das histórias e das pessoas que as contavam.
reticências
De fórma simples, a xilogravura é uma técnica em que o artista entalha a madeira, pinta as suas partes elevadas e, por fim, pressiona a madeira em papel ou tela. reticências
Ao escrever e imprimir suas histórias, a xilogravura nordestina e o cordel se tornaram um só elemento e, assim, se transformaram em uma linguagem de expressão, contando e documentando uma história.
reticências
Apesar de ter mudado, a xilogravura nordestina ainda mantém as raízes fortes do sertão. Assim, replica e cria suas histórias.
reticências
AGÊNCIA PAPOCA. A história da xilogravura de cordel: o papel da técnica na essência da arte. LAART, 21 junho 2019. Disponível em: https://oeds.link/4yJCLc. Acesso em: 9 julho 2022.
- De acôrdo com o texto, o que facilitou a divulgação da xilogravura e, consequentemente, do cordel?
- A técnica em questão apresenta uma forte ligação com determinada região do Brasil. Qual é essa região?
- Identifique os elementos referenciados pelas palavras e expressões em destaque.
Versão adaptada acessível
Atividade 8, item c.
Identifique os elementos referenciados pelas seguintes palavras e expressões: "esse gênero", "elas", "sua", "as", "suas" e "suas".
ORALIDADE
Peleja
1. Você sabe o que é uma peleja? Converse com um colega e formulem uma hipótese.
Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.
Transcrição do áudio
Locutora: A peleja do boto cor-de-rosa com a sereia Iara
Locutora: Nada mais brasileiro do que a literatura de cordel nordestino, não é mesmo? Agora imagine um cordel sobre dois personagens de lendas folclóricas brasileiras da região Norte: O Boto e a Iara! Isso sim é que é a representação da nossa identidade nacional.
Mas, antes de ouvir a peleja, vale lembrar que a literatura de cordel é uma manifestação popular muito representativa no Nordeste brasileiro.
De herança portuguesa, os versos são escritos em folhetos e apresentados em uma espécie de varal. É daí que vem o nome cordel. E eles têm uma linguagem mais informal, popular mesmo, para tratar de assuntos locais e da cultura da região.
Acompanhe agora o texto ‘A peleja do boto cor-de-rosa com a sereia Iara’, de autoria de Alexandre de Morais.
Boto [voz masculina] e Sereia [voz feminina]
Numa tarde de domingo
Após uma chuva fina
O rio corria manso
Acompanhando a neblina
Para se entregar ao mar
E cumprir a sua sina
[...]
Era o cenário perfeito
Para o Boto cor-de-rosa
Aparecer pelas margens
Todo solto, todo prosa
E aproximar-se das moças
De forma mais glamourosa
Só que também era hora
Da bela Sereia Iara
Surgir nas pedras do rio
E ainda na tarde clara
Apresentar aos rapazes
Sua beleza tão rara
Surgiu então um conflito
Entre o Boto e a Sereia
Cada qual queria só
Dominar rio e areia
E assim deu-se entre os dois
Uma briga muito feia
Disse o Boto: — Vá embora
Que esse rio é todo meu!
Disse ela: — Nada prova
Que ele seja todo seu
Se quiser saia você
Que aqui quem manda sou eu
[...]
Mas o boto retornou
Para tudo resolver
Disse: — Daqui um de nós
Tem que desaparecer
E a peleja aconteceu
Como agora vamos ver
Boto — Dona Sereia, você
É bem atraente e bela
Tem um canto encantador
Que grande atração revela
Mas não moro numa casa
Com mulher mandando nela
Sereia — Na verdade sou aquela
Que encanta todo ambiente
Você também é bonito
Muito forte e atraente
Mas não queira por ser homem
Ser melhor nem diferente
[...]
Boto — Que direito você tem
De querer julgar a mim
Cada um tem o seu jeito
E o meu jeito é assim
Já acho que essa conversa
Tá precisando ter fim
Sereia – Ah, seu Boto, agora sim
Fizeste boa proposta
Porque conviver com brigas
Ninguém deve, ninguém gosta
Pra selar nossa amizade
Te convido pr’uma aposta
Boto – pois ‘sim’ é minha resposta
Quero acabar essa briga
A mãe natureza ensina
Não devemos ter intriga
Diga qual é a aposta
Diga logo minha amiga
Sereia – A aposta é muito antiga
Porém diverte um bocado
Vamos juntos mergulhar
Nos mantendo lado a lado
E ganhando quem passar
Maior tempo mergulhado
Boto – Adoro ser provocado
E adoro competição
Uma aposta deste tipo
Eu nunca abro mão
Mas me responda: — O que ganha
Quem se tornar campeão?
Sereia – A maior premiação
Será a nossa amizade
Nosso tempo aqui nas margens
Reduzirá à metade
Sendo assim nós poderemos
Ficar só e à vontade
Boto – Então vamos, na verdade
Um acordo assumir
Em um dia vou vir eu
No outro você vai vir
E assim nós não mais teremos
Razão para discutir
Sereia – Vamos também decidir
Que precisamos nos ver
Quem sabe todos os sábados
Logo após ao amanhecer?
Tenho certeza que assim
Bons amigos vamos ser
Disse o Boto: — Que prazer
Ter conversado contigo.
Já a Sereia: — Que bom
Poder te ter como amigo.
E os dois conviveram bem
Como irmãos num só abrigo
Dão o boto e a Sereia
Um exemplo de respeito
Outro dia ouvi dizerem
Um pensamento perfeito:
— Bem que os humanos podiam
Conviver do nosso jeito!
Locutora: E aí? Do que você mais gostou? Da lenda, dos versos ou dessa junção dos dois?
Locutora: Créditos: Todos os áudios inseridos neste conteúdo são da Freesound. O texto “A peleja do boto cor-de-rosa com a sereia Iara”, de autoria de Alexandre de Morais, foi extraído do livro de mesmo nome, publicado em 2012 pela editora Suinara.
2. Leia este cordel e descubra como foi a peleja entre dois personagens de lendas indígenas.
A peleja do Boto cor-de-rosa com a Sereia Iara
Numa tarde de domingo
Após uma chuva fina
O rio corria manso
Acompanhando a neblina
Para se entregar ao mar
E cumprir a sua sina
reticências
Era o cenário perfeito
Para o Boto cor-de-rosa
Aparecer pelas margens
Todo solto, todo prosa
E aproximar-se das moças
De fórma mais glamourosa
Só que também era hora
Da bela Sereia Iara
Surgir nas pedras do rio
E ainda na tarde clara
Apresentar aos rapazes
Sua beleza tão rara
Surgiu então um conflito
Entre o Boto e a Sereia
Cada qual queria só
Dominar rio e areia
E assim deu-se entre os dois
Uma briga muito feia
Disse o Boto: — Vá embora
Que esse rio é todo meu!
Disse ela: — Nada prova
Que ele seja todo seu
Se quiser saia você
Que aqui quem manda sou eu
reticências
Mas o boto retornou
Para tudo resolver
Disse: — Daqui um de nós
Tem que desaparecer
E a peleja aconteceu
Como agora vamos ver
Boto — Dona Sereia, você
É bem atraente e bela
Tem um canto encantador
Que grande atração revela
Mas não moro numa casa
Com mulher mandando nela
Sereia — Na verdade sou aquela
Que encanta todo ambiente
Você também é bonito
Muito forte e atraente
Mas não queira por ser homem
Ser melhor nem diferente
Boto — Que direito você tem
De querer julgar a mim
Cada um tem o seu jeito
E o meu jeito é assim
Já acho que essa conversa
Tá precisando ter fim
Sereia — Ah, seu Boto, agora sim
Fizeste boa proposta
Porque conviver com brigas
Ninguém deve, ninguém gosta
Pra selar nossa amizade
Te convido pr’uma aposta
Boto — Pois ‘sim’ é minha resposta
Quero acabar essa briga
A mãe natureza ensina
Não devemos ter intriga
Diga qual é a aposta
Diga logo minha amiga
Sereia — A aposta é muito antiga
Porém diverte um bocado
Vamos juntos mergulhar
Nos mantendo lado a lado
E ganhando quem passar
Maior tempo mergulhado
Boto — Adoro ser provocado
E adoro competição
Uma aposta deste tipo
Eu nunca abro mão
Mas me responda: — O que ganha
Quem se tornar campeão?
Sereia — A maior premiação
Será a nossa amizade
Nosso tempo aqui nas margens
Reduzirá à metade
Sendo assim nós poderemos
Ficar só e à vontade
Boto — Então vamos, na verdade
Um acôrdo assumir
Em um dia vou vir eu
No outro você vai vir
E assim nós não mais teremos
Razão para discutir
Sereia — Vamos também decidir
Que precisamos nos ver
Quem sabe todos os sábados
Logo após o amanhecer?
Tenho certeza que assim
Bons amigos vamos ser
Disse o Boto: — Que prazer
Ter conversado contigo.
Já a Sereia: — Que bom
Poder te ter como amigo.
E os dois conviveram bem
Como irmãos num só abrigo
Dão o Boto e a Sereia
Um exemplo de respeito
Outro dia ouvi dizerem
Um pensamento perfeito:
— Bem que os humanos podiam
Conviver do nosso jeito!
MORAIS, Alexandre. A peleja do boto cor-de-rosa com a sereia Iara. São Paulo: Suinara, 2012. página 4, 6, 8, 16, 18, 20.
3. Releia a quarta estrofe e explique por que surgiu um conflito entre o Boto e a Sereia.
Surgiu então um conflito
Entre o Boto e a Sereia
Cada qual queria só
Dominar rio e areia
E assim deu-se entre os dois
Uma briga muito feia
- Para resolver o conflito, que aposta a Sereia sugeriu ao Boto? Localize no texto.
- Qual foi a solução para resolver o conflito?
6. Releia a última estrofe e converse com os colegas sobre o que compreenderam dela.
Proposta
- Você e os colegas vão apresentar o cordel da peleja entre o Boto e a Iara. Preparem-se!
- Ensaiem as estrofes que cada um vai declamar.
- Memorizem os versos de cada estrofe.
- Falem em voz alta, com emoção e energia.
- A entonação deve dar ênfase ao ritmo e às rimas de cada verso.
- Providenciem imagens do Boto e da Iara para ajudar a identificar quem você representa.
- Releiam as estrofes do cordel das páginas 258 a 260 e vejam as dicas de como declamar.
▶ Escreva, com suas palavras, o que é preciso fazer para que seu cordel seja bem declamado. Lembrem-se de que a expressão corporal e facial são importantes em uma declamação.
Apresentação e avaliação
- Agora, com os colegas e o professor, organizem o dia da apresentação. Não se esqueçam de convidar os colegas das outras salas e os familiares!
- Forme uma roda com os colegas. Conversem sobre as apresentações da peleja, os pontos positivos e os negativos e o que vocês fariam diferente em uma próxima vez.
VOCÊ É O AUTOR!
Escrita de lenda
1. Agora, você terá a oportunidade de escrever uma versão da lenda que escolher. Siga as orientações.
Seleção da lenda
- Com a ajuda do professor, você e os colegas da turma vão escolher uma lenda para criar uma nova versão dela. Vocês também podem contar a lenda em fórma de cordel, em versos.
- A lenda pode ser escolhida em uma consulta aos livros na biblioteca, aos livros disponibilizados pelo professor ou na pesquisa de lendas que fizeram da região. Lembre-se de que o texto que você escreverá é uma versão da lenda selecionada, portanto precisa manter alguma semelhança.
Planejamento
- Nesta etapa, você terá de tomar algumas decisões para definir, por exemplo:
- a temática da lenda;
- o foco narrativo e o tipo de narrador;
- espaço, tempo (cronológico, no caso) e as ações (o que acontece dentro da história);
- o ou os personagem ou personagens;
- se haverá diálogo e quais personagens terão fala;
- como será a apresentação (situação inicial), o desenvolvimento e o final.
- Após o planejamento, faça um roteiro de escrita, listando todos os tópicos que você planeja escrever na introdução, no desenvolvimento e no final. Veja esta sugestão.
Introdução |
|
Desenvolvimento |
|
Final |
- Considere mais alguns pontos:
- quem será o leitor, ou seja, o público-alvo;
- qual é o objetivo;
- em que meio a lenda será publicada.
Elaboração
- Para escrever, lembre-se da linguagem das lendas e observe, entre outros aspectos:
- as características e a estrutura do gênero;
- a descrição dos personagens, do cenário e do tempo;
- o uso de organizadores para dar sequência aos eventos e os marcadores que irão indicar tempo e espaço, por exemplo;
- o uso adequado dos recursos linguísticos e gramaticais disponíveis;
- elementos coerentes com a cultura da região de origem da lenda.
Lembre-se de usar: adjetivos para descrever personagens e cenários; marcadores de tempo; advérbios e locuções adverbiais para mostrar as circunstâncias e onde o evento ou as cenas acontecem (o espaço); figuras de linguagem; pontuação e ortografia corretas.
8. Depois de escrever, leia o texto para ver se ainda há algo a ser ajustado ou melhorado.
Revisão e edição
- Pronta a primeira versão, comece a etapa de revisão e edição.
- Troque o texto com um colega para que ele leia, revise e faça sugestões.
- Para a revisão, utilize a pauta de revisão, listando os itens que devem ser conferidos durante a leitura.
- Verifique as sugestões apontadas pelo colega e faça os acréscimos, as reformulações e os ajustes que considerar necessários para melhorar ainda mais o texto.
- Se possível, digite a lenda, utilizando um processador e editor de texto. Você também pode ilustrá-la.
Apresentação e avaliação
- Com o professor e os colegas, organizem um evento para que todos possam compartilhar as lendas e conhecer o trabalho uns dos outros. O ano está acabando e podemos organizar uma apresentação da pesquisa e da versão da lenda que vocês escreveram!
- Após as apresentações, avaliem como foi o processo de produção para cada um, identificando pontos positivos e negativos e as melhorias que podem ser feitas em uma próxima vez.
CLUBE DO LIVRO
Durante este bimestre, trabalhamos com contos africanos, lendas indígenas e cordel, encontrados em meios impressos e digital.
Agora que chegamos ao fim do último bimestre do ano, é hora de compartilhar com os colegas as informações e avaliações do livro que você leu.
Relembrar
- Traga para escola o livro que você leu com a ficha de leitura preenchida. Se precisar, folheie o livro, releia alguns trechos, relembre os nomes dos personagens.
- Lembre-se de que, no bimestre passado, você organizou um esquema sobre o livro que leu, que também pode ajudá-lo na apresentação aos colegas.
Apresentar e avaliar
- Junte-se a um colega e conte sobre o livro que leu. Faça um resumo do enredo, baseado na ficha de leitura e no esquema que criou para apresentá-lo.
- Ao final de sua exposição, dê sua opinião sobre o livro, explorando os pontos positivos e negativos.
- Em seguida, ouça atentamente o resumo do livro que o colega leu. Se quiser, faça notas e peça esclarecimentos para os trechos que não ficaram tão claros.
- Para concluir, crie uma avaliação para o livro que você leu e explique aos colegas se recomenda ou não a leitura e por quê.
Preparação para a apresentação de final de ano
- Você criou o esquema do livro que leu. Chegou o momento de ensaiar para apresentá-lo à comunidade escolar e aos familiares.
- Antes, apresente-o aos colegas da turma, como uma espécie de ensaio.
- Depois, ouça os comentários e as contribuições dos colegas.
- Faça as melhorias que considerar necessárias.
- Combine com os colegas e o professor o dia e o local da escola em que acontecerá a apresentação do final de ano.
- Criem o convite e os cartazes para comunicar o evento à comunidade escolar e aos familiares.
- Para a montagem do final do ano, façam uma lista do que será preciso providenciar, como:
- mesas, murais ou locais de exposição dos livros, da pesquisa sobre lendas da região em que vivem, dos cartazes com os esquemas, das versões das lendas que escreveram e dos materiais produzidos no Clube do livro;
- espaço com cadeiras para a apresentação das lendas, pelejas ou leituras expressivas; pode ser a biblioteca ou um local aberto, desde que seja um ambiente agradável, propício para as apresentações;
- aparelho de som e microfones.
EU APRENDI!
Responda às questões no caderno.
1. Leia o texto a seguir.
Desafio das palavras invertidas
Modalidade: sextilha; última estrofe, setilha.
Poeta 1 – Pra pegar este poeta
Sigo nesse itinerário
Quero ver se seu repente
Com o meu já fórma um páreo.
Das palavras “lavo” e “lava”
Diga rápido o contrário.
Poeta 2 – Sei brincar com ao contrário
Que meu verso é genial
A palavra “lavo” inverto
E transforma-se em “oval”
A palavra “lava” inversa
Não tem dúvida que é “aval”.
Poeta 1 – Seu repente foi legal
Mas eu quero te pegar
O contrário de “acenos”
Quero ver você rimar.
De “maré” inverta as letras
Só não pode se afogar.
Poeta 2 – Você tenta me pegar
Mas meu verso nunca breca.
Que o contrário de “acenos”
Minha rima diz “soneca”.
De “maré” resulta em “eram”
Minha fonte nunca séca.
Poeta 1 – Se sua rima nunca séca
Já inverta sem demora
As palavras “mela” e “ia”
E também a doce “amora”.
Ou você responde certo
Ou então desista agora.
Poeta 2 – Dá “aroma” o de “amora”
E de “mela” dá “além”
O contrário de “ia” é “ai”
Que não perco pra ninguém.
Mas agora eu pergunto
Pra testar você também.
Poeta 1 – Acho bom mudar
[também
Que sou fera quando inverto.
Só pergunto tudo certo
Só respondo com acerto
Que eu vou sair sorrindo
E você num grande aperto.
Poeta 2 – Eu te mando um
[desconserto
Porque sou bom cantador
Das palavras “rodo” e “aluna”,
Dê o contrário sem temor.
Não esqueça de rimar
O contrário de “ator”.
Poeta 1 – O de “rodo” é “odor”
De “ator” eu digo é “rota”
O de “aluna” é “anula”
Sempre dez é minha nota.
Você tenta me pegar
Mas eu fujo em cambalhota.
Poeta 2 – Hoje não teve derrota
E nem versos agredidos.
Poeta 1 – Sua rima é poliglota
E seus versos coloridos.
Poeta 1 e 2 – É melhor parar agora
Se ficar mais meia hora
Nós caímos invertidos.
OBEID, César. Desafio das palavras invertidas. ín: OBEID, César. Desafios de cordel. São Paulo: éfe tê dê, 2009. página 51-53.
- Na sua opinião, por que o texto recebeu esse título?
- Qual é o gênero textual dêsse texto?
▶ Quantas estrofes e versos ele tem? Qual é a modalidade dele?
- Esse desafio constitui um repente. O que você sabe sobre repente?
- Nos versos “Seu repente foi legal / Mas eu quero te pegar”, como se classifica a conjunção em destaque? Que ideia ela introduz ao unir as duas orações?
Versão adaptada acessível
Atividade 5.
Nos versos “Seu repente foi legal / Mas eu quero te pegar”, como se classifica a conjunção "mas"? Que ideia ela introduz ao unir as duas orações?
▶ Identifique no texto mais dois exemplos em que essa conjunção foi usada e com a mesma finalidade.
6. Leia esta tirinha.
GONSALES, Fernando. Níquel Náusea. Folha de São Paulo, São Paulo, 30 junho 2022. Disponível em: https://oeds.link/VESkrX. Acesso em: 9 julho 2022.
- Qual é a crítica nela presente?
- No segundo quadrinho, que informação o pronome “isso” retoma?
VAMOS COMPARTILHAR
Apresentação de final de ano
Organização
- Durante o bimestre, algumas atividades foram elaboradas para serem apresentadas no final do ano. São elas:
- os esquemas do Clube do livro e todas as propostas desenvolvidas nele para uma exposição, como os livros lidos pela turma, as fichas de leitura, os cartazes e outros materiais que considerarem interessante;
- as lendas e pesquisa das lendas produzidas na unidade, para apresentarem e exporem na Feira do livro;
- a peleja ou o desafio de cordel para uma apresentação de rima e encantamento para os ouvintes.
- Vocês trabalharam muito e agora poderão mostrar à comunidade escolar e aos familiares como progrediram durante o ano. Distribuam o convite e os cartazes que criaram para comunicar o evento à comunidade escolar e aos familiares.
- Durante o evento, tenham em mãos a programação das apresentações e a definição dos locais, para informar aos convidados.
Depois, se quiserem, podem organizar um livro de lendas para ser doado à biblioteca.
Montagem do evento
- Uma vez definidos os ambientes na escola para as exposições e apresentações, sigam estas orientações para a montagem do evento.
- Para expor os livros que vocês leram no decorrer do ano, utilizem um ambiente com mesas e/ou estantes. Pode ser um espaço da biblioteca, por exemplo.
- Para as apresentações das pelejas e das lendas, o espaço deverá ter cadeiras para que as pessoas possam se acomodar.
- Verifiquem o funcionamento do aparelho de som e dos microfones.
- Vamos organizar cada espaço pensando na sua funcionalidade e usos, começando pelo Clube do livro!
- Os materiais do Clube do livro são um convite para os colegas e familiares acompanharem toda a produção do ano e como vocês compartilharam as leituras.
b. Organizem as produções por bimestre, para mostrarem sua evolução e os gêneros textuais que foram explorados.
Apresentação de final de ano
- O espaço para a apresentação das lendas pode ser o mesmo das pelejas ou desafios de repente, mas façam uma ambientação diferente para cada apresentação, para o público compreender a diferença de clima!
- Se for possível, tragam para esse momento o processo de pesquisa das lendas da região e os livros de lendas consultados para criar suas versões.
- Para a leitura das lendas, fiquem atentos à entonação, à postura, à interpretação e ao ritmo mais adequado para criar um clima relacionado com a história.
- Levem a folha em que escreveram a lenda para servir de apoio. Não é para ler!
- Organizem no espaço as lendas que vocês produziram por escrito. Não se esqueçam de identificar com etiquetas os nomes dos autores.
Novamente, as pessoas podem ser convidadas a ler depois das apresentações.
Relatos e avaliações
- Depois da apresentação do final de ano, chegou o momento de avaliar o evento.
- Relate aos colegas e ao professor como foi sua experiência. Avalie sua participação na organização e nas apresentações, apontando eventuais falhas e sucessos.
- Ouça o relato de experiência dos colegas, para saber se conseguiram apresentar o que prepararam.
- Conversem sobre como foi a participação da comunidade, bem como a reação da plateia.
- Para finalizar, apontem o que poderia ser melhorado em uma próxima ocasião. Quem sabe, no 8º ano...
Glossário
- bucólico
- : que faz parte da natureza, da vida natural.
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