UNIDADE 7  Contos africanos

As propostas desta unidade foram desenvolvidas em quatro etapas que se completam. Acompanhe!

Ilustração. Vista geral de local aberto, solo arenoso em amarelo-claro, com seis pessoas negras em pé e três crianças entre elas. As pessoas estão vestidas de roupas coloridas, em tons de vermelho, verde, amarelo, laranja e azul. Ao centro, uma mulher de cabelos pretos, de vestes até os joelhos de laranja, usando brincos de argola e colares, com o braço direito para cima, segurando um vaso de cor marrom. À direita, duas pessoas, uma mulher de vestes longas em laranja e amarelo, com um cesto em amarelo e verde e mais à direita, homem careca, de lenço branco sobre o ombro esquerdo e vestes longas em vermelho e azul. Entre ambos, duas crianças com os braços abertos. Em segundo plano, moradias em marrom e telhado de palhas em amarelo. Mais ao fundo, cerca com madeiras na vertical. Em terceiro plano, um elefante em cinza, para a esquerda, árvores de folhas verdes. No céu, em azul-claro e nuvens brancas.

EU SEI

Como os contos expressam a cultura?

Compreender o valor cultural dos contos e sua função social.

Ilustração. Vista geral de local com vegetação verde, um trecho de caminho à esquerda em marrom e sobre ele, raposa de pelos em laranja e partes do pescoço e rabo em branco, patas em marrom escuro e focinho fino. Perto, pedras cinza e uma toupeira, vista parcialmente em preto, de cabeça arredondada. Ao redor, vegetação em verde, flores de pétalas em branco. À direita, árvores com troncos marrons, folhas verdes. Em uma árvores, ao centro, um buraco onde vê-se uma coruja de pelos brancos. No alto, céu em azul-claro e nuvens brancas.

EU VOU APRENDER

Capítulo 1 – Conto angolano

Compreender as tradições e os valores culturais africanos transmitidos pelos contos.

Capítulo 2 – Conto moçambicano

Compreender as características do conto, o contexto de produção e sua circulação.

Respostas e comentários

UNIDADE 7

Contos africanos

Introdução

Esta unidade tem como foco o gênero textual conto, do campo artístico-literário, visando a compreender suas funções sociais, estruturas e estilos, bem como os contextos de produção e circulação. O estudo dêsse gênero textual passa também pelo trato com a história, cultura e herança de um povo. Para além disso, desenvolve o pensamento crítico e a construção de empatia, elementos essenciais para uma sociedade mais igualitária e justa. A leitura e análise dos textos que serão apresentados colaboram, ainda, para a aproximação e a sensibilização dos estudantes sobre assuntos relacionados ao local onde vivem, a seu estado, a seu país e ao mundo e, principalmente, à história do Brasil.

Nos estudos da linguagem, a unidade aborda o período composto por coordenação e o papel das conjunções para gerar efeito de sentido; a função do travessão, das reticências e das aspas, o período composto por coordenação aditiva e a variação linguística social, observando a contribuição de cada termo para a coesão textual e para o uso adequado da linguagem.

No eixo da produção de textos, são propostos o planejamento, a produção, a reescrita e a publicação de um conto. Para o desenvolvimento das práticas de oralidade, o conto apresentado pelo material deve ganhar uma versão de leitura expressiva realizada pelos estudantes. A unidade propõe, ainda, o estudo e a discussão sobre países de língua portuguesa, colonização e os efeitos históricos e sociais do processo de escravização dos povos africanos.

Competências gerais da Educação Básica

  1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
  1. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.

9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, suas identidades, suas culturas e suas potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.

Competências específicas de Linguagens para o Ensino Fundamental

  1. Compreender as linguagens como construção humana, histórica, social e cultural, de natureza dinâmica, reconhecendo-as e valorizando-as como fórmas de significação da realidade e expressão de subjetividades e identidades sociais e culturais.
  2. Conhecer e explorar diversas práticas de linguagem (artísticas, corporais e linguísticas) em diferentes campos da atividade humana para continuar aprendendo, ampliar suas possibilidades de participação na vida social e colaborar para a construção de uma sociedade mais justa, democrática e inclusiva. 

5. Desenvolver o senso estético para reconhecer, fruir e respeitar as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, inclusive aquelas pertencentes ao patrimônio cultural da humanidade, bem como participar de práticas diversificadas, individuais e coletivas, da produção artístico-cultural, com respeito à diversidade de saberes, identidades e culturas.

Fotografia. Vegetação rasteira de cor verde e pétalas pequenas em roxo. Entre as plantas, uma aranha na vertical em preto e listras na horizontal em amarelo e patas finas longas, em preto e amarelo.

EU APRENDI!

Atividades de compreensão textual, reflexão e análise da língua e ampliação da aprendizagem.

Ilustração. Três pessoas em pé, uma perto da outra. À esquerda, menina de cabelos pretos, de blusa de mangas compridas em bege-claro, calça azul e sapatos pretos. Ela está com o braço direito para trás das costas e braço esquerdo para frente. Ao centro, uma pessoa de cabelos castanhos, camiseta e sapatos pretos e calça vermelha. Ela segura um pedaço de papel longo com elementos diversos que sobressaem, como: gráfico em barra na vertical, moedas em amarelo, uma engrenagem em preto e entre outros. À direita, homem com o corpo para a esquerda, de  cabelos e blusa de mangas compridas em preto, calça e sapatos marrons. Este aponta com o dedo indicador para a folha. À direita, duas pessoas se cumprimentado com as mãos. Um homem de cabelos pretos, camiseta azul e um pessoa de cabelos castanhos em coque, camisa branca por dentro e terno preto. Perto deles, elementos espalhados: camiseta vermelha, calça verde, uma lâmpada amarela, bolsos com par de asas e moedas amarelas na vertical. À frente, um livro de páginas em bege, aberto.

VAMOS COMPARTILHAR

Storytelling

Promover a interação dos estudantes com a comunidade escolar por meio da divulgação dos storytellings produzidos.

Respostas e comentários

Para os estudantes que apresentarem dificuldades em relação aos objetivos de aprendizagem da unidade, sugere-se a retomada de conceitos prévios estudados nas unidades anteriores e a leitura analítica de outros contos africanos, de modo que eles possam compreender esse gênero textual, esclarecer suas dúvidas e compreender a utilização dos recursos linguísticos apresentados. A realização de atividades em pares ou em grupos possibilita a interação e a troca de conhecimentos, o que pode colaborar também para o desenvolvimento das habilidades esperadas.

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Antes de iniciar a unidade, reúna a turma em uma roda de conversa e debatam sobre hábitos de leitura e tradições familiares. Pergunte quem, durante a infância, ouvia ou ouve histórias das pessoas da família. Existem várias práticas de contação de histórias, e as mais enraizadas na nossa cultura são duas: primeiro a popular “história para dormir”, é muito comum que os responsáveis por crianças pequenas contem ou leiam histórias no momento que antecede o sono; a segunda prática comum está ligada a contações de histórias em momentos de interação coletiva, comumente histórias e anedotas que objetivam um ensinamento e a manutenção de uma tradição. Debata com os estudantes como a segunda situação vem sendo cada dia mais rara, enquanto a primeira é muito valorizada. Instigue-os a criar hipóteses sobre isso. Espera-se que os estudantes vinculem a dinamicidade da vida contemporânea, as ferramentas tecnológicas e outras mudanças sociais a essas alterações culturais.

Temas Contemporâneos Transversais

  • Diversidade cultural.
  • Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras.

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

4. Educação de qualidade.

Competências específicas de Língua Portuguesa para o Ensino Fundamental

  1. Compreender a língua como fenômeno cultural, histórico, social, variável, heterogêneo e sensível aos contextos de uso, reconhecendo-a como meio de construção de identidades de seus usuários e da comunidade a que pertencem. 
  1. Ler, escutar e produzir textos orais, escritos e multissemióticos que circulam em diferentes campos de atuação e mídias, com compreensão, autonomia, fluência e criticidade, de modo a se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos, e continuar aprendendo.
  2. Compreender o fenômeno da variação linguística, demonstrando atitude respeitosa diante de variedades linguísticas e rejeitando preconceitos linguísticos.

EU SEI

Como os contos expressam a cultura?

Nos povos africanos, as histórias eram criadas pelas pessoas da própria aldeia e serviam para ensinar, transmitir valores culturais e preservar os costumes.

Cada povo possuía uma identidade própria para contar as histórias aos mais jovens, como um modo de preservar e difundir as memórias de uma comunidade.

Ilustração. Vista geral de local aberto, solo arenoso em amarelo-claro, com seis pessoas negras em pé e três crianças entre elas. As pessoas estão vestidas de roupas coloridas, em tons de vermelho, verde, amarelo, laranja e azul. Ao centro, uma mulher de cabelos pretos, de vestes até os joelhos de laranja, usando brincos de argola e colares, com o braço direito para cima, segurando um vaso de cor marrom. À direita, duas pessoas, uma mulher de vestes longas em laranja e amarelo, com um cesto em amarelo e verde e mais à direita, homem careca, de lenço branco sobre o ombro esquerdo e vestes longas em vermelho e azul. Entre ambos, duas crianças com os braços abertos. Em segundo plano, moradias em marrom e telhado de palhas em amarelo. Mais ao fundo, cerca com madeiras na vertical. Em terceiro plano, um elefante em cinza, para a esquerda, árvores de folhas verdes. No céu, em azul-claro e nuvens brancas.
Os contos populares africanos fazem parte de uma cultura que envolve crianças e adultos. Um ponto forte em vários enredos é que a boa vontade deve prevalecer sobre o mal.
Ilustração. Vista geral de local com rio à frente, de cor azul e partes em amarelo. Mais ao fundo, vegetação em marrom, arbustos em verde. À esquerda e à direita, árvores de tamanho médio e grande, de tronco em marrom e folhas em verde. No alto, céu em azul-claro e nuvens brancas esparsas.
Muitas histórias africanas se passam em um mundo fantástico e com personagens não humanos. Entre os conceitos difundidos estão a vida, a beleza, o amor e a morte, além dos desejos e medos humanos. Como a história de Baobá, a árvore da vida.
Respostas e comentários

Eu sei

Como os contos expressam a cultura?

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Apresente para a turma a lei norteº 10 639/03, posteriormente alterada pela lei norteº 11 645/08, que torna obrigatório o ensino da história e da cultura afro-brasileiras e africanas em todas as escolas do Brasil e em todos os níveis educacionais.
  • Solicite à turma que crie hipóteses sobre a necessidade de leis como essa. Espera-se que os estudantes percebam que a cultura africana é primordial para a formação do povo brasileiro. Espera-se também que eles compreendam e que relacionem a discriminação, o preconceito e a tentativa de apagamento da história como fatores determinantes para que leis como essa sejam criadas.
  • Debata, em sala de aula, como discussões como essas são importantes e como a língua é fundamental para as lutas sociais. É por meio da língua que o ser humano materializa suas vivências; em decorrência disso, há muitas pesquisas sobre a revisão de termos que eram normalizados, por exemplo: propõe-se a substituição do termo “escravo” por “escravizado”, que configura uma consciência da ação de injustiça contra a comunidade. Além disso, não se considera mais adequado o termo “tribo”, sugere-se o uso, por exemplo, de “povos africanos”, porque o termo “tribo” passou a carregar o significado (historicamente construído) de uma comunidade primitiva, um subgrupo, ou seja, uma visão preconceituosa sobre o outro que é diferente do padrão eurocêntrico.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis sete éle pê dois oito

ê éfe seis nove éle pê um nove

ê éfe seis nove éle pê quatro quatro

ê éfe seis nove éle pê quatro nove

Ilustração. Vista geral de local com vegetação rasteira à frente, em marrom-claro e verde, com solo e pedras e rochas em marrom-claro. À esquerda, perto de uma árvore pequena em folhas verdes, uma hiena em marrom vista parcialmente. À direita, búfalo, animal de tamanho grande, com par de chifres em cinza-claro e corpo em cinza-escuro e focinho achatado preto. Em segundo plano, sobre pedras, dois suricatos, animais de tamanho pequeno, na vertical, de pelos em bege, olhos e orelhas em marrom-escuro. Mais à direita, árvore maior em marrom e no alto, céu em azul-claro e nuvens brancas.
Muitos protagonistas das histórias são animais, por meio dos quais se passam ensinamentos morais e de sobrevivência. Nessas histórias, os animais podem falar, e cada espécie tem virtudes e defeitos humanos, como inveja, ganância e esperteza.
Ilustração. Em um local aberto, com solo em bege. À esquerda, um elefante grande em cinza-claro, com rosto de uma pessoa negra, boca em vermelho, pinturas nas bochechas em amarelo e verde, nariz comprido. Ele está em pé sobre as patas traseiras, com a pata direita dianteira para frente. Sobre a cabeça, um objeto similar a um cocar. À direita, um homem negro de cabelos pretos, colar de dentes brancos, saiote e palhas nas pernas em bege. Ele está com o dedo indicador da mão direita para cima e mão esquerda, segurando uma lança. Sobre a cabeça dele, um balão de fala com desenho da cara de um elefante em cinza e vários pontos de interrogação em vermelho. Ao fundo, morros em verde e acima, céu em azul-claro.
Os contos de trapaça e enganação são comuns na cultura africana, em geral trazendo comentários sérios sobre as desigualdades da existência. As histórias costumam descrever criaturas indefesas que são capazes de superar e enganar animais ferozes. Dessa fórma, elas fazem justiça.
Ícone. Atividade oral.
  1. Você conhece alguma história de origem africana que tenha animais como personagens? Em caso afirmativo, qual ou quais? Comente com os colegas.
  2. O que você sabe sobre a África?
  3. Que contribuições os povos africanos trouxeram para a nossa cultura? Conte o que você sabe sobre isso.
Respostas e comentários

1, 2 e 3. Respostas pessoais. Ver orientações didáticas.

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  • Esta página permite o desenvolvimento do Tema Contemporâneo Transversal da Bê êne cê cê Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras.
  1. Incentive os estudantes a recontar o ou os aos colegas, do modo como se lembram dele ou deles, assim como muitos contadores o fazem.
  • Pergunte a eles se conhecem outros contos da cultura africana, não apenas os que envolvam animais, e incentive que contem também.
  • Caso os estudantes não conheçam ou não se recordem de nenhuma história, aproveite a oportunidade para conversar sobre isso. Comente que o Brasil, segundo dados do í bê gê É, é um país onde 54% da população é negra. Veja sugestão de leitura em Para ampliar.
  1. Os estudantes podem compartilhar o que sabem sobre a África, como os contos ou outros aspectos da cultura, entre eles música, instrumentos musicais, danças, comidas.
  • Instigue-os, também, a pensar em personalidades africanas, tanto históricas quanto atuais (atores, atrizes, músicos, modelos, jogadores de futebol etcétera).

3. É importante que os estudantes percebam a forte influência que os costumes, a língua e outros aspectos da cultura africana têm na cultura brasileira. Estimule uma conversa para que cada um conte o que souber.

Para ampliar

SOUZA, Izabel Cristina . Cultura africana e sua influência na cultura brasileira. Disponível em: https://oeds.link/d3sM2d. Acesso em: 15 julho 2022.

PRUDENTE, Eunice. Dados do í bê gê É mostram que 54% da população brasileira é negra. Rádio úspi. Disponível em: https://oeds.link/PPs8Ns. Acesso em: 15 julho 2022.

SALUM, Maria Heloísa Leuba. África: culturas e sociedades. Disponível em: https://oeds.link/yz8ow6. Acesso em: 14 julho 2022.

GOUVÊA, Maria Cristina Soares de. Imagem do negro na literatura infantil brasileira: análise historiográfica. In: Educação e Pesquisa, São Paulo, volume 31, número 1, página 77-89, 2005. Disponível em: https://oeds.link/ufNsyu. Acesso em: 18 julho 2022.

EU VOU APRENDER Capítulo 1

Conto angolano

1. Assim como muitas lendas e contos brasileiros, os contos africanos têm sua origem na tradição oral.

Leia o título do conto e formule uma hipótese sobre qual será o assunto.

2. Agora, vamos à leitura do conto! Faça uma leitura silenciosa e depois faça uma leitura compartilhada com os colegas.

A raposa e a toupeira

Era uma vez uma raposa e uma toupeira que eram grandes amigas. Dividiam a casa, as tarefas e o que houvesse para comer, que era sempre pouco...

Num belo dia resolveram variar a dieta. Ficou decidido que a raposa iria caçar galinhas e que, para o acompanhamento, a toupeira arranjaria alguma farinha na casa onde as mulheres da aldeia iam para moer grãos. Assim fizeram.

De manhã, saíram de casa e foram cada qual para seu lado. A raposa foi atrás das galinhas e trouxe, ao final do dia, uma bem gorda para o jantar. Já a toupeira cavou um buraco e foi seguindo, seguindo por baixo da terra até chegar à casa da farinha. Ali, encheu de farinha branquinha um saco que tinha com ela e voltou para casa.

Ah, que alegria! As duas amigas prepararam um belo cozido à angolana, uma muamba de galinha com bastante tempero, jantaram muito bem e dormiram felizes.

No dia seguinte ainda restava comida e elas passaram muito bem com o que tinha sobrado da véspera. Mas, no terceiro dia já não havia nada além do desejo de comerem uma boa muamba de galinha. Foram então novamente, cada uma para seu lado, conseguir uma nova galinha e mais um saco de farinha. Voltaram para casa, a raposa com outra bela galinha gorda e a toupeira com seu saco de farinha transbordando. Começaram logo a preparar a comida. Quando estava tudo pronto, a raposa voltou-se para a toupeira e disse:

— Ah, comadre, mas hoje fez tanto calor! E se tomássemos um banho de rio antes do jantar?

Respostas e comentários

1. Resposta pessoal. Ver orientações didáticas.

Eu vou aprender

Conto angolano

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  • Ao longo da unidade é possível trabalhar o ó dê ésse Educação de qualidade, já que são explorados elementos variados que envolvem o multiculturalismo, permitindo aos estudantes a ampliação de seu repertório cultural, bem como ampliação do entendimento sobre as funções da linguagem.
  1. Permita aos estudantes que se expressem livremente, compartilhando com a turma seu conhecimento prévio sobre o gênero textual conto e incentive-os a formular hipóteses sobre o assunto do texto, para que possam comprová-las (ou não) ao final da leitura. Lembre-os de que não existe certo ou errado.
  • É possível que alguns estudantes aproximem o texto a uma fábula. Explore essa percepção e os pontos em que esses textos se tocam, de fórma complementar. Retome as informações já vistas de que textos com animais são culturalmente expressivos nos contos africanos.

2. Peça a eles que façam primeiro uma leitura silenciosa e, se tiverem dúvida quanto ao significado de alguma palavra, consultem o dicionário. Depois, proponha uma leitura compartilhada, parando em alguns pontos para que todos tenham a oportunidade de fazer inferências explícitas e implícitas e confirmar ou não as hipóteses levantadas na pré-leitura.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis sete éle pê dois zero

ê éfe seis sete éle pê dois sete

ê éfe seis sete éle pê dois oito

ê éfe seis sete éle pê dois nove

ê éfe seis nove éle pê quatro quatro

ê éfe seis nove éle pê quatro seis

ê éfe seis nove éle pê quatro sete

ê éfe seis nove éle pê quatro nove

ê éfe seis nove éle pê cinco zero

ê éfe seis nove éle pê cinco dois

ê éfe seis nove éle pê cinco três

ê éfe seis nove éle pê cinco quatro

A toupeira achou ótima a ideia e lá foram as duas. Tomaram banho, brincaram, pularam, até que a raposa disse:

— Amiga toupeira, vamos ver quem aguenta mais tempo embaixo d’água?

A toupeira aceitou na hora, e disse para a amiga:

— Vamos sim, claro. Olhe, a mim você não verá por um bom tempo.

E mergulharam as duas.

Mas acontece que a toupeira tinha cavado um túnel que ligava a beira do rio à casa das duas e, tão logo mergulhou, nadou até o túnel, entrou por ele, foi até a casa e comeu a muamba toda sozinha. Depois voltou, subiu até a superfície e disse para a raposa:

— Então, vamos embora para casa, amiga raposa? Estou mesmo com fome!

Quando as duas chegaram em casa viram que a comida havia sumido. A raposa, então, perguntou muito admirada:

— Quem será que levou nossa comida?

A toupeira fez-se de muito surpresa:

— É mesmo, não? Que coisa...

No dia seguinte, aconteceu algo muito parecido... e a raposa começou a desconfiar (e a não gostar nada de ir dormir com fome todas as noites).

No terceiro dia, a raposa acordou e disse:

— Amiga toupeira, hoje só vou caçar galinhas ao meio-dia, estou indisposta para sair agora.

A toupeira, por sua vez, respondeu:

— Ah, então fique descansando, amiga raposa. Não posso é fazer-lhe companhia: se eu não for buscar a farinha agora, mais tarde as mulheres acabam de moer a mandioca e ficamos sem um só grãozinho para nosso jantar... Até mais tarde!

Nem bem a toupeira virou as costas, a raposa pulou da cama e lá se foi para a beira do rio. Pôs-se a procurar por alguma coisa suspeita até que encontrou o túnel que levava até a casa delas!

— Ah, comadre toupeira, sua malandra! Era você mesma que nos roubava a comida toda! Por isso andava despreocupada, não é? Deixe estar que eu já vou dar-lhe uma bela lição.

A raposa, então, buscou uma rede e montou uma armadilha dentro do túnel.

Depois foi ao terreiro e caçou uma galinha gorda para o jantar.

Respostas e comentários
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  • Identifique e explore as marcas narrativas do texto: iniciar com “Era uma vez” marca um gênero de história atrelada a narrativas infantis que, por mais que apresente uma incerteza temporal, constrói para o leitor a percepção de que aconteceu há muito tempo, em tempos remotos. Além dessa, identifique outras marcas temporais, elementos espaciais e voz narrativa.
  • Explore o que os estudantes entendem por “muamba” e compare o sentido que eles conhecem com o que é empregado no texto. É esperado que eles reconheçam o termo como algo associado ao contrabando.

A toupeira e a raposa prepararam juntas o jantar e depois foram para o rio nadar, como de costume. Quando a toupeira meteu-se no túnel para voltar para casa, ficou presa na rede.

Não adiantou gritar, nem espernear.

A raposa voltou para casa, comeu a muamba de galinha sozinha, até fartar-se. Depois disso foi dormir. Somente no dia seguinte foi ao túnel resgatar a toupeira, que, envergonhada, desculpou-se como pôde com a sua amiga.

E foi assim que a toupeira aprendeu a lição e entendeu que não vale a pena tentar enganar os amigos. Perde-se a amizade e, além de tudo, fica-se bem envergonhada!

Ilustração. Vista geral de local com vegetação verde, um trecho de caminho à esquerda em marrom e sobre ele, raposa de pelos em laranja e partes do pescoço e rabo em branco, patas em marrom escuro e focinho fino. Perto, pedras cinza e uma toupeira, vista parcialmente em preto, de cabeça arredondada. Ao redor, vegetação em verde, flores de pétalas em branco. À direita, árvores com troncos marrons, folhas verdes. Em uma árvores, ao centro, um buraco onde vê-se uma coruja de pelos brancos. No alto, céu em azul-claro e nuvens brancas.
Esse conto africano fala sobre a importância da amizade.

VENTURA, Susana. O tambor africano e outros contos de países africanos de língua portuguesa. São Paulo: Editora Volta e Meia, 2013. p. 15-17.

3. Esse conto tem origem na cultura angolana. O que você sabe sobre Angola?

Ícone. Atividade em grupos.
  1. O professor vai organizar os grupos para que pesquisem sobre esse país.
  2. Observem em um Atlas ou pesquisem na internet a localização de Angola. Em qual continente esse país se localiza? Quais são as características principais de Angola?
  3. Definam com o professor os aspectos que cada grupo vai pesquisar, como: cultura, história, geografia, economia, dados gerais e outros. Compartilhem com os colegas o que descobriram.
Respostas e comentários

3. Resposta pessoal.

3.a) Ver orientações didáticas.

3.c) Respostas pessoais.

3.b) O país de Angola se localiza na África. Resposta possível: É um país sul-africano, com um território com praias tropicais no oceano Atlântico, com um sistema de rios e desertos que se estende até a Namíbia. Como o Brasil, foi colonizado pelos portugueses, em 1576.

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  • Aproveite a leitura compartilhada para trabalhar turnos de fala, entonação e fluidez de leitura.
  • Explore na leitura as impressões que se tem sobre os animais. É comum os textos e histórias infantis representarem a raposa como um animal astuto, perspicaz e até mesmo não confiável. Levante as possibilidades interpretativas que eles listaram na pré-leitura e gradativamente acompanhe o texto e a comprovação delas, ou não.
  • ATIVIDADES COMPLEMENTARES
  • Proponha atividades de aprofundamento da leitura.
  • Note que apenas a raposa se refere à toupeira como “comadre”. O que o uso dêsse termo denota e o que indica apenas a raposa fazer uso dessa palavra?

Resposta: O uso do termo “comadre” está associado a uma amizade com alto grau de intimidade. São termos comuns a pessoas que são padrinhos dos filhos ou padrinhos de casamento. Com o uso apenas pela raposa, é possível perceber que a raposa se considerava mais próxima da toupeira do que o contrário.

  • Sugira ao estudantes transformar esse conto em um texto dramático. O objetivo é transformar as informações do conto para criar um texto teatral fazendo uso do discurso direto (diálogos) e indireto (orientações de cena), bem como de verbos de elocução: falar, perguntar, afirmar, responder, indagar, replicar, argumentar, pedir, implorar, comentar, exclamar.
  • Relembre com os estudantes algumas características do gênero textual conto e combine como serão os ensaios e as apresentações para outras turmas.

No texto teatral ou dramático, geralmente, não há narrador, por isso os diálogos são fundamentais, bem como os elementos cenográficos e os efeitos de luz e som. Para identificar as falas, usa-se o nome do personagem antes de cada uma. As marcações ou orientações costumam ser feitas entre parênteses.

Para ampliar

10 curiosidades que unem Angola e Brasil. Disponível em: https://oeds.link/MClwtU. Acesso em: 15 julho 2022.

Embaixada da República de Angola. Disponível em: https://oeds.link/gKt9Gu. Acesso em: 15 julho 2022.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis sete éle pê dois zero

ê éfe seis sete éle pê dois sete

ê éfe seis sete éle pê dois oito

ê éfe seis sete éle pê dois nove

ê éfe seis nove éle pê quatro quatro

ê éfe seis nove éle pê quatro seis

ê éfe seis nove éle pê quatro sete

ê éfe seis nove éle pê quatro nove

ê éfe seis nove éle pê cinco zero

ê éfe seis nove éle pê cinco dois

ê éfe seis nove éle pê cinco três

ê éfe seis nove éle pê cinco quatro

COMPREENSÃO TEXTUAL

Responda às questões no caderno.

1. Esse conto faz parte da tradição de que país? Como você chegou a essa conclusão?

Qual é o idioma oficial dêsse país? Localize no texto onde se encontra essa informação.

  1. Qual é o título do conto? Como ele se relaciona com os personagens principais?
  2. Qual é o assunto do conto?

O conto, no final, traz uma lição. Explique que lição é essa.

4. Localize no texto alguns marcadores temporais.

Nesse conto, pelos marcadores temporais, é possível saber quanto tempo durou a história?

Ilustração. À esquerda, a toupeira, vista com metade do corpo dentro da terra em solo marrom e a metade para cima, para fora. De corpo preto, focinho fino e garras finas em amarelo, olhando para a direita. À direita, sobre um tronco de árvore de cor marrom, com o formato redondo, uma raposa. Ela está com o corpo para a esquerda, pelos em laranja, orelhas pequenas, parte superior em preto, focinho e patas dianteiras da mesma cor e rabo longo abaixo.
Representação do conto “A raposa e a toupeira”.
  1. Identifique a alternativa correta. O narrador da história é um: 
    1. narrador-personagem.
    2. narrador-observador.
    3. narrador onisciente.
  2. Em que momentos do texto há discurso direto?
  3. Reproduza a frase que justifica o fato de a raposa e a toupeira serem amigas.
  4. Para variar a dieta, o que as amigas decidiram fazer?
    1. Com os alimentos obtidos, o que elas fizeram para comer? Transcreva a frase do conto que explica.
    2. O acôrdo entre elas para obter alimento deu certo? Explique.
Respostas e comentários

1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes percebam o país de origem do conto pelo título do capítulo e/ou pela explicação do que é muamba de galinha, “um belo cozido à angolana”, ou seja, prato típico de Angola.

1.• Língua portuguesa. A informação pode ser obtida pelo nome da obra que traz o conto lido, dada no crédito da publicação.

2. O título é “A raposa e a toupeira”, que esclarece quem são os personagens principais.

3. O conto explora a amizade entre uma raposa e uma toupeira, que se ajudam para conseguir alimento. A toupeira, no entanto, achando-se mais esperta, tenta enganar a raposa e acaba se dando mal.

3.• A toupeira entendeu que não vale a pena tentar enganar os amigos, pois, além de passar vergonha, corre o risco de perder a amizade.

4. “Era uma vez”, “num belo dia”, “de manhã”, “ao final do dia”, “ao meio-dia”, “depois”, “no terceiro dia”, “no dia seguinte”, entre outros.

4.• Sim. Os marcadores “No terceiro dia” e, no penúltimo parágrafo, “no dia seguinte”, indicam que a história se passa em quatro dias.

5. Alternativa c.

6. Nas falas das personagens.

7. “Dividiam a casa, as tarefas e o que houvesse para comer, que era sempre pouco...”.

8. Decidiram que a raposa iria caçar galinhas e a toupeira providenciaria farinha.

8.a) “As duas amigas prepararam um belo cozido à angolana, uma muamba de galinha com bastante tempero, jantaram muito bem e dormiram felizes.”

8.b) Sim, mas apenas por alguns dias.

Compreensão textual

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  1. Esclareça para a turma a existência do PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa), também chamado de África lusófona, que é um grupo composto por países de colonização portuguesa: Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe. Explore com os estudantes o fato de o processo de independência dêsses países ser tão tardio, todos eles só conquistaram a independência de Portugal em meados dos anos 1970, ou seja, há pouco mais de cinquenta anos.
  1. Reforce que o assunto do conto é a relação de amizade, que envolve confiança e reciprocidade afetiva. Discuta com a turma sobre a relação entre os dois personagens.
  • Provavelmente muitos estudantes levantaram a possibilidade de esse texto ser uma fábula. Aproveite a relação entre eles e compare o final do texto com a estrutura explícita da fábula. Peça a eles que pensem em outra moral para finalizar a história.
  1. Explique que, por conter as marcas de passagem de tempo, pode-se afirmar que esse conto apresenta tempo cronológico, e não tempo psicológico. Não há saltos temporais e nem suspensão da narrativa, como aconteceria em uma história psicológica.
  2. Explique os conceitos de narrador e focalização narrativa para a turma.

   Os principais focos narrativos podem ser assim classificados:

1. Onisciente intruso – Esse foco narrativo caracteriza o narrador que adota um ponto de vista divino, para além dos limites do tempo e espaço. reticências Seu traço característico é a intrusão, ou seja, seus comentários sobre a vida, os costumes, os caracteres, a moral, que podem ou não estar entrosados com a história narrada. reticências

2. Onisciente neutro – esse foco narrativo caracteriza-se pelo uso da 3ª pessoa do discurso. reticências Reserva-se, normalmente, o direito à caracterização das personagens, descrevendo-as e explicando-as para o leitor. reticências

3. “Eu” como testemunha – Faz uso da 1ª pessoa do discurso, mas ocupando uma posição secundária e/ou periférica em relação à história que narra. reticências

4. Narrador protagonista – esse foco narrativo caracteriza um narrador que narra necessariamente em 1ª pessoa, limitando-se aos registros de seus pensamentos, percepções e sentimentos. reticências

reticências

FRANCO JUNIOR, Arnaldo. Operadores de leitura da narrativa. In: BONNICI, Tômas e ZOLIN, Lúcia Osana. organização. Teoria Literária: abordagens históricas e tendências contemporâneas. Maringá: Eduem, 2005.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis sete éle pê três cinco

ê éfe seis sete éle pê três oito

ê éfe seis nove éle pê quatro quatro

ê éfe seis nove éle pê cinco um

ê éfe seis nove éle pê cinco quatro

ê éfe zero sete éle pê zero três

ê éfe zero sete éle pê um um

ê éfe zero sete éle pê um quatro

9. Releia este trecho do conto.

Quando estava tudo pronto, a raposa voltou-se para a toupeira e disse:

— Ah, comadre, mas hoje fez tanto calor! E se tomássemos um banho de rio antes do jantar?

Qual é a função da palavra “mas” na fala da raposa?

  1. O que a toupeira fez para mudar o rumo do conto? Transcreva o trecho do texto.
  2. Depois de ter comido a muamba sozinha, a toupeira falou para a raposa:

— Então, vamos embora para casa, amiga raposa? Estou mesmo com fome!

Fotografia. Vista de cima de uma vasilha redonda em marrom sobre a mesa de madeira. Dentro da vasilha, com pedaço de frango em bege-claro, com caldo e vegetais coloridos em amarelo e verde.
A muamba de galinha é um dos pratos mais populares de Angola. Geralmente é acompanhada de um pirão de farinha de milho ou de mandioca.

Na sua opinião, qual foi a intenção da toupeira ao dizer isso?

  1. Mostrar-se amiga, companheira da raposa.
  2. Mostrar sinceridade, pois realmente estava com fome.
  3. Tentar esconder da raposa o que havia feito.

Que frases do texto justificam a resposta?

12. Releia o trecho do texto sobre o que ocorreu no dia seguinte ao sumiço da muamba.

No dia seguinte, aconteceu algo muito parecido... e a raposa começou a desconfiar (e a não gostar nada de ir dormir com fome todas as noites).

No terceiro dia, a raposa acordou e disse:

— Amiga toupeira, hoje só vou caçar galinhas ao meio-dia, estou indisposta para sair agora.

a. Na sua opinião, o que o uso das reticências sugere nesse trecho?

Respostas e comentários

9.• A conjunção adversativa “mas”, nesse caso, tem a função de reforçar o argumento da raposa para convencer a amiga a tomar um banho de rio. Estabelece o contraste entre o calor que fez e a possibilidade de amenizá-lo.

10. “Mas acontece que a toupeira tinha cavado um túnel que ligava a beira do rio à casa das duas e, tão logo mergulhou, nadou até o túnel, entrou por ele, foi até a casa e comeu a muamba toda sozinha.”

11. Alternativa c.

11.• "A toupeira fez-se de muito surpresa:— É mesmo, não? Que coisa..."

12.a) Resposta pessoal. Os estudantes podem entender, por exemplo, que reforça a continuação do fato, o que levou a raposa a desconfiar da amiga.

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

6. Relembre com os estudantes a noção de discurso direto e indireto. Peça a eles que transformem algumas falas em discurso indireto.

Por exemplo, neste trecho: “No terceiro dia, a raposa acordou e disse:

— Amiga toupeira, hoje só vou caçar galinhas ao meio-dia, estou indisposta para sair agora.”, transformando para o discurso indireto, temos:

“No terceiro dia, a raposa acordou e disse para a amiga toupeira que naquele dia só caçaria galinhas ao meio-dia, pois estava indisposta para sair naquele momento.”

  1. Reflita com os estudantes e especule fórmas para aprimorar o prazer pela leitura e as inferências textuais sobre a atitude da toupeira. Pergunte se eles acham que ela fez o que fez de fórma consciente ou não, se a toupeira aceitou tomar banho no rio já com a intenção de comer a muamba sozinha ou se teve a ideia apenas no momento, solicitando sempre que comprovem as leituras com excertos do texto.
  • Explore o significado de “fazer-se” como sinônimo de fingir. Propicie que os próprios estudantes cheguem a essa conclusão, questione o que é fazer e o que poderia significar, por lógica associativa, o fazer-se, fazer a si mesmo. Comente que Fernando Pessoa, poeta português, para escrever seus poemas (que eram assinados por heterônimos) criou o verbo “outrar-se”, em uma ideia de transformar-se em outro. Proponha a eles que indiquem que outros verbos gostariam de criar seguindo essa mesma lógica de formação de termos.

12. Trabalhe o uso das reticências com os estudantes. Explique que as reticências sempre trabalham com a supressão de algo e que, por mais que seja um sinal de pontuação mais subjetivo, a ausência não impacta (ou não pode impactar) o sentido da oração. Elas marcam a interrupção de uma lógica de pensamento que pode ser deduzida pelo contexto.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis sete éle pê três cinco

ê éfe seis sete éle pê três oito

ê éfe seis nove éle pê quatro quatro

ê éfe seis nove éle pê cinco um

ê éfe seis nove éle pê cinco quatro

ê éfe zero sete éle pê zero três

ê éfe zero sete éle pê um um

ê éfe zero sete éle pê um quatro

  1. Qual foi a intenção do uso dos parênteses?
  1. Para despistar a toupeira, o que a raposa alegou para não ir à caça?
  2. Como a raposa descobriu que a toupeira roubava toda a comida?

O que ela fez para desmascarar a toupeira?

15. Releia este trecho.

— Ah, então fique descansando, amiga raposa. Não posso é fazer-lhe companhia: se eu não for buscar a farinha agora, mais tarde as mulheres acabam de moer a mandioca e ficamos sem um só grãozinho para nosso jantar... Até mais tarde!

Nem bem a toupeira virou as costas, a raposa pulou da cama e lá se foi para a beira do rio. Pôs-se a procurar por alguma coisa suspeita até que encontrou o túnel que levava até a casa delas!

  1. Qual é a função dos dois-pontos nesse contexto?
  2. Nas outras ocorrências de dois-pontos no texto, a função dessa pontuação é a mesma?

16. Elabore no caderno um quadro como o do modelo a seguir. Depois, preencha-o indicando a estrutura do conto “A raposa e a toupeira”.

Ícone modelo.
Estrutura do conto (enredo)

Introdução
(situação inicial)

Desenvolvimento
(surgimento do conflito)

Clímax
(momento de maior tensão)

Desfecho ou final
(solução do conflito)

17. Agora, releia o trecho final do conto.

E foi assim que a toupeira aprendeu a lição e entendeu que não vale a pena tentar enganar os amigos. Perde-se a amizade e, além de tudo, fica-se bem envergonhada!

  1. Por que a toupeira fica envergonhada?
  2. Qual a função dêsse parágrafo?
Respostas e comentários

12.b) Dar informações acessórias, complementando o estado de espírito da raposa.

13. A raposa falou que estava indisposta para caçar naquele momento.

14. Ao procurar alguma coisa suspeita, encontrou o túnel feito pela toupeira.

14.• Montou uma armadilha dentro do túnel, deixando a toupeira presa por uma noite inteira.

15.a) Introduzir um esclarecimento.

15.b) Não. Nas outras ocorrências a função é indicar o início de uma fala, de um discurso direto.

16. Introdução: Era uma vez uma raposa e uma toupeira que eram grandes amigas. reticências Ficou decidido que a raposa iria caçar galinhas e reticências a toupeira arranjaria alguma farinha reticências Assim fizeram. Desenvolvimento: De manhã, saíram de casa e foram cada qual para seu lado reticências Ah, que alegria! As duas amigas prepararam um belo cozido reticências. Clímax: reticências a toupeira reticências foi até a casa e comeu a muamba toda sozinha. reticências — Ah, comadre toupeira, sua malandra! Era você mesma que nos roubava a comida reticências Deixe estar que eu já vou dar-lhe uma bela lição. Desfecho: A raposa, então, buscou uma rede e montou uma armadilha reticências E foi assim que a toupeira aprendeu a lição reticências Perde-se a amizade e, além de tudo, fica-se bem envergonhada!

17.a) Porque perdeu a parceria para fazer o almoço e estragou a amizade da raposa ao tentar enganá-la.

17.b) Ele é um ensinamento da história, uma moral.

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  1. Explique que o sinal de dois-pontos pode ser considerado recurso coesivo, já que estabelece a íntima relação entre dois períodos e uma pequena pausa entre eles em que na sequência se tem uma relação de explicação, citação ou enumeração.
  2. Caso julgue necessário, explique que os demais elementos da narrativa são: narrador, tempo, espaço e personagem.
  • ATIVIDADES COMPLEMENTARES
  • O conto tem algumas palavras que possibilitam explorar as palavras derivadas, com prefixos e sufixos, como “amiga – amizade”, “companhia – acompanhamento”, entre outras.

Para observar e avaliar

Organize a turma em duplas e solicite aos estudantes que criem um diálogo em comum. Nesse diálogo, eles deverão fazer o uso consciente dos dois-pontos, das aspas, do travessão e devem criar frases com conjunções coordenativas. Na sequência, eles devem apresentar o diálogo produzido e explicar para a turma o uso dos elementos exigidos pelo exercício. Essa estratégia auxilia o acompanhamento em salas numerosas; portanto, oriente a atividade de modo que ela possa colaborar para que os estudantes que apresentarem dificuldades na compreensão do assunto consigam saná-las. Avalie com a turma o resultado obtido, comparando os diálogos criados e observando juntos o efeito de sentido produzido pelas conjunções.

LÍNGUA E LINGUAGEM

Período composto por coordenação: conjunções coordenativas

Responda às questões no caderno.

1. Releia o seguinte trecho do conto “A raposa e a toupeira”.

De manhã, saíram de casa e foram cada qual para seu lado. A raposa foi atrás das galinhas e trouxe, ao final do dia, uma bem gorda para o jantar. Já a toupeira cavou um buraco e foi seguindo, seguindo por baixo da terra até chegar à casa da farinha. reticências

Ah, que alegria! As duas amigas prepararam um belo cozido à angolana, uma muamba de galinha com bastante tempero, jantaram muito bem e dormiram felizes.

  1. Quantas orações há no trecho em destaque?
  2. No segundo período, há duas orações assindéticas. Identifique-as.
  3. Que critério você utilizou para localizar essas orações?

Como já sabemos, as orações são frases ou partes de frases que se organizam em torno de um verbo. Quando uma frase é composta de mais de uma oração, temos um período composto. Quando as orações de determinado período são independentes sintaticamente, dizemos que o período é composto por coordenação.

As orações do período composto por coordenação são chamadas de orações coordenadas e se dividem em dois grupos: o das orações assindéticas, que não apresentam conectivo (conjunção), e o das orações sindéticas, que apresentam conectivo (conjunção).

2. Observe a tirinha.

Tirinha. Composta por dois quadros. Apresenta como personagens: Recruta Zero, homem de cabelos finos pretos, de chapéu, camisa e calça em azul e sapatos em marrom. Um homem de tatuagem de coração vermelho no braço esquerdo, chapéu de cozinheiro e blusa regata em branco. As cenas se passam em um refeitório. Q1 – Recruta Zero, visto da cintura para cima, corpo para a direita, de frente para balcão segurando um prato. Ele diz: QUE GOROROBA VOCÊ TÁ SERVINDO, HOJE? Atrás do balcão, o homem com chapéu de cozinheiro, com as pálpebras um pouco baixas, fala: VOCÊ VAI COMER E VAI GOSTAR. Perto dele, vista do alto de um talher cinza. Q2 – Vista mais ampla do local, com Recruta Zero à esquerda, visto dos pés até a cabeça, segurando o prato na mão, fala: PRO SARGENTO VOCÊ NUNCA DIZ ISSO. O homem com chapéu de cozinheiro diz: NÃO PRECISO. Mais à direita, um homem com roupa de sargento, visto dos cotovelos para cima, de cabelos finos pretos, chapéu e blusa de mangas compridas em verde e distintivo dourado. Ele olha sorrindo e segura nas mãos um prato com comida em laranja.

uólquer, Mort. Recruta Zero. Estadão, São Paulo, 6 julho 2022. Disponível em: https://oeds.link/NrODQE. Acesso em: 6 julho 2022.

Respostas e comentários

1.a) Há dez orações.

1.b) “As duas amigas prepararam um belo cozido à angolana, uma muamba de galinha com bastante tempero (1), jantaram muito bem (2).

1.c) A ausência de conectivo entre essas orações.

Língua e linguagem

Período composto por coordenação: conjunções coordenativas

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

1a. Relembre os estudantes que a oração é uma frase ou parte de uma frase estruturada em torno de um verbo. Por essa razão, a frase “Ah, que alegria!” não é uma oração, pois não apresenta verbo.

1b. Sempre que possível, deduza os conceitos com os estudantes. Além de auxiliar o processo de compreensão e entendimento do conceito, desenvolve habilidades que conferem autonomia para seu caminhar acadêmico. No caso, mostre a eles que o termo “assindético” é a junção do prefixo ”a”, que expõe a ideia de negação, e o termo ”síndeto”, que indica conjunção. Assim, deduz-se que o termo “assindético” indica a ausência de palavras conectivas entre os períodos.

2a. Aproveite a oportunidade para perguntar aos estudantes se na região em que moram existe alguma outra palavra equivalente a “gororoba” para indicar uma comida ruim.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis sete éle pê três seis

ê éfe seis nove éle pê zero três

ê éfe zero sete éle pê um um

  1. No primeiro quadrinho, o Recruta Zero utiliza uma palavra que revela sua opinião sobre a refeição preparada pelo cozinheiro. Que palavra é essa e o que significa?
  2. A resposta do cozinheiro no segundo quadrinho causa o humor da tirinha. Explique por quê.
  3. No primeiro quadrinho, quantas orações há na fala do cozinheiro? Que palavra é utilizada para ligar essas orações?

As conjunções são palavras que conectam duas orações ou dois termos que desempenham a mesma função sintática em uma oração. As conjunções que ligam orações coordenadas ou termos que desempenham a mesma função sintática em uma oração são chamadas de conjunções coordenativas. Já as conjunções que ligam orações subordinadas são chamadas de conjunções subordinativas.

As conjunções coordenativas, além de conectar as orações, estabelecem relações lógicas entre elas, atribuindo-lhes um sentido. De modo geral, as orações coordenativas classificam-se em: aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas.

3. Em outro momento, trabalhamos os ditados populares, também chamados de provérbios ou adágios. Como sabemos, eles são pequenos textos que transmitem algum conhecimento de geração em geração. A seguir, transcrevemos alguns deles, porém sem as conjunções. Para preencher as lacunas e completar o sentido, utilize as conjunções do quadro.

e – nem – mas – pois – que

a. Deitar cedo

espaço para resposta
cedo erguer, dá saúde
espaço para resposta
faz crescer.

b. Não grite sua felicidade,

espaço para resposta
a inveja tem sono leve.

c. A palavra vale prata,

espaço para resposta
o silêncio vale ouro.

d. Devagar com o andor,

espaço para resposta
o santo é de barro.

e. Faça o que eu digo,

espaço para resposta
não faça o que eu faço.

f. Não há mal que sempre dure,

espaço para resposta
bem que não se acabe.

g. Rapadura é doce,

espaço para resposta
não é mole.

h. Perde-se o velho por não poder

espaço para resposta
o novo por não saber.

i. Quem não aparece esquece,

espaço para resposta
quem muito aparece tanto lembra que aborrece.

j. Diga-me com quem andas

espaço para resposta
eu te direi quem és.
Respostas e comentários

2.a) A palavra é “gororoba”. Dá a entender que o Recruta Zero acha a comida ruim.

2.b) O cozinheiro diz que não precisava dizer nada ao sargento, o que dá a entender que ele comia qualquer coisa que lhe fosse dada.

2.c) Há duas orações conectadas pela palavra “e”.

Respostas: a) e/e; b) pois; c) mas; d) que; e) mas; f) nem; g) mas; h) e ; i) mas ; j) e

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  1. Neste momento, basta que os estudantes saibam identificar as conjunções. As relações de sentido serão exploradas de fórma mais aprofundada ao longo da coleção. Entretanto, na atividade 3, são apresentadas algumas conjunções coordenativas para serem inseridas em determinados enunciados. Nesse processo, não é necessário fornecer listas prévias de conjunções para serem memorizadas, tornando o processo mecânico. Explora-se o aspecto semântico das conjunções com base no conhecimento prévio dos estudantes e em sua gramática internalizada.
  • Ao término da atividade, pergunte aos estudantes se eles sabem o significado de cada um dêsses provérbios. Em caso negativo, comente com a turma.
  1. Deitar-se e levantar-se cedo faz bem à saúde e ajuda em seu desenvolvimento.
  2. Não devemos contar tudo aos outros, pois nem todo mundo quer nosso bem.
  3. Embora seja importante falar, saber quando falar e quando não falar é ainda mais valioso.
  4. Apressar-se para fazer algo pode gerar algum resultado ruim. Nesse caso, diga que o andor é um objeto utilizado para transportar imagens em procissões. Ao ser conduzido, o andor precisa de calma para não derrubar o santo que está sobre ele.
  5. Esse ditado critica a hipocrisia de algumas pessoas que adoram dar conselhos aos demais, mas não praticam aquilo que dizem.
  6. Tanto as coisas boas quanto as ruins não são eternas.
  7. Para se alcançar algo, é preciso vencer as dificuldades.
  8. Quando jovens, perdemos algumas chances por imaturidade; quando mais velhos, já não temos condições de fazer tudo aquilo que fazíamos quando jovens.
  9. Quem quer muito chamar a atenção pode acabar sendo malvisto pelas pessoas.
  10. Devemos tomar cuidado com algumas amizades.

Feitas as explicações, é possível perguntar aos estudantes que valores semânticos as conjunções utilizadas acrescentaram aos ditados populares, ao serem introduzidas para ligar as orações. Nesta atividade, contemplamos conjunções coordenativas aditivas (e, nem), adversativas (mas) e explicativas (pois, que).

PONTUAÇÃO

Travessão, reticências e aspas

Responda às questões no caderno.

1. Releia este trecho do conto “A raposa e a toupeira”.

A raposa, então, perguntou muito admirada:

— Quem será que levou nossa comida?

A toupeira fez-se de muito surpresa:

— É mesmo, não? Que coisa...

  1. Uma das funções dos dois-pontos é introduzir a fala de determinado personagem. Além dos dois-pontos, que outro sinal foi utilizado nesse trecho com essa mesma finalidade?
  2. Na última linha, observamos a presença de reticências. Com que finalidade elas foram empregadas?

As reticências mostram uma interrupção na sequência de uma frase e podem ser usadas para: indicar a interrupção de uma fala em um diálogo; exprimir surpresa, dúvida, incerteza ou hesitação; mostrar que determinado trecho foi retirado do texto e convidar o leitor a completar ou concluir determinado raciocínio.

Já o travessão é utilizado para: apresentar a fala de uma pessoa ou de um personagem e separar palavras, expressões ou frases que tenham função explicativa no texto, bem como orações intercaladas.

2. Agora, observe o início do conto.

Era uma vez uma raposa e uma toupeira que eram grandes amigas. Dividiam a casa, as tarefas e o que houvesse para comer, que era sempre pouco...

Com qual finalidade as reticências foram empregadas no trecho em questão?

3. Observe a tirinha.

Tirinha. Composta por quatro quadros em preto e branco. Apresenta como personagens: Calvin, menino de cabelos arrepiados, camiseta de listras na horizontal, calça preta e sapatos claros. Haroldo, tigre com listras em branco e preto, focinho preto. As cenas se passam em local externo. Q1 – À esquerda, Haroldo com o corpo deitado sobre o solo, segurando uma pedra e com a ponta da língua para fora. À frente dele, à direita, Calvin olhando uma pedra, com o corpo para frente de local com solo. Ele fala: O CONCEITO DE BELAS-ARTES MORREU, HAROLDO. NINGUÉM GOSTA. NEM NINGUÉM ENXERGA, NA CULTURA MODERNA, ELE É IRRELEVANTE. Q2 – Calvin sentado para a esquerda, segurando uma pedra nas mãos. Ele diz: SE VOCÊ QUISER INFLUENCIAR PESSOAS, TEM QUE FAZER ARTE POPULAR. O FUTURO ESTÁ NA ARTE COMERCIAL DE MASSA. Q3 – Calvin sentado, olhando para a esquerda, para cima e segurando nas mãos uma pedra, fala: ALÉM DISSO, É A ÚNICA MANEIRA DE GANHAR MUITO DINHEIRO E ISSO É FUNDAMENTAL PARA SER UM ARTISTA. Q4 – Haroldo à esquerda, sentado com o corpo para a direita, pergunta para Calvin: TÁ, ENTÃO QUE TIPO DE ESCULTURA CÊ TÁ FAZENDO? À direita, menino sentado, de olhos fechados, com a cabeça para a esquerda e responde: POR FAVOR, NÃO CHAME DE ESCULTURA E SIM DE FIGURAS COLECIONÁVEIS. Ambos seguram pedras nas mãos.

WATTERSON, Bill. O melhor de Calvin. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 22 jun. 2022. Caderno 2, p. C6.

Respostas e comentários

1.a) O travessão.

1.b) Para exprimir a aparente surpresa da toupeira diante do que disse a raposa.

2.• Nesse caso, foram utilizadas para indicar uma interrupção do pensamento do narrador, que dá essa informação e logo, na sequência, passa a narrar o que aconteceu com as personagens.

Pontuação

Travessão, reticências e aspas

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

1a. Se necessário, retome com os estudantes a função do travessão. Peça a eles que expliquem a funcionalidade dessa pontuação, exemplificando com trechos extraídos do texto lido.

  1. Comente com os estudantes que o conceito de interrupção não se restringe apenas a um interlocutor que toma o turno do locutor. O locutor pode, por si só, interromper sua fala em um texto, e isso também é mostrado pelas reticências.
  2. Contraponha com a turma os conceitos de arte popular e arte de massa. Para fomentar o protagonismo estudantil, divida a sala em equipes para que procurem a definição dos conceitos de arte popular, cultura de massa e arte erudita para que o paralelo fique mais claro. Conversem sobre a diferença entre arte popular e arte de massa para que compreendam que arte popular e arte erudita possuem um valor agregado muito maior do que arte de massa, que é pasteurizada.

Segundo a perspectiva da escola de Frankfurt, a cultura de massa é a produção não autêntica de objetos artísticos apenas com fim mercadológico, de fácil reprodução e de grande padronização.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis sete éle pê três três

ê éfe seis nove éle pê zero três

ê éfe seis nove éle pê zero cinco

ê éfe seis nove éle pê cinco seis

ê éfe zero sete éle pê um zero

  1. Que argumentos Calvin utiliza para afirmar que o conceito de belas-artes morreu?
  2. Diante disso, o que o garoto propõe a Haroldo?
  3. O que leva Calvin a pensar dessa maneira?
  4. Por que foram utilizadas as aspas no último quadrinho? Como elas contribuem para o humor da tirinha?

As aspas podem ser utilizadas com diversas finalidades em um texto escrito, entre elas para: destacar palavras estrangeiras, neologismos ou qualquer outro termo que se queira enfatizar; mencionar títulos de obras em geral; dar um sentido de ironia a determinada palavra, expressão ou frase; mostrar a transcrição exata de uma fala e demarcar o início e o fim de um trecho ou de um texto que foi transcrito.

  1. Nos textos seguintes, foram retirados propositalmente os sinais gráficos travessão, reticências ou aspas. Reescreva os trechos em que esses sinais foram utilizados nos textos originais.

As Belas-Artes são um conjunto de disciplinas artísticas (desenho, pintura, arquitetura) que implicam um nível de inteligência e uma qualidade impecáveis, cujas obras únicas têm como vocação perpetuarem-se no tempo.

POSCA. Belas Artes. abre colchetesem localfecha colchete, centésima2022. Disponível em: https://oeds.link/vFk4G6. Acesso em: 6 julho 2022.

b.

O termo bôzár (belas-artes) é aplicado às chamadas artes superiores, de caráter não-utilitário, opostas às artes aplicadas e às artes decorativas.

ENCICLOPÉDIA ITAÚ CULTURAL. bôzár. São Paulo, 28 janeiro 2015. Disponível em: https://oeds.link/iklkP9. Acesso em: 6 julho 2022.

c.

De acôrdo com os estatutos de 1855, a academia passou a ter cinco especializações arquitetura, escultura, pintura, ciências acessórias e música cada uma composta de disciplinas específicas, sendo estabelecido o que deveria ser ensinado em cada uma das aulas.

BRASIL. MAPA – Memória da Administração Pública Brasileira. Academia Imperial de Belas Artes. Brasília, Distrito Federal. 10 novembro 2016. Disponível em: https://oeds.link/55eKRu. Acesso em: 6 julho 2022.

Respostas e comentários

3.a) O garoto diz que ninguém mais gosta, compreende ou enxerga esse conceito na cultura moderna. Além disso, diz que o conceito é irrelevante.

3.b) Que ele faça arte popular de massa.

3.c) O fato de ele associar o dinheiro à figura do artista, monetizando a arte.

3.d) Foram utilizadas para destacar os nomes. Elas contribuem no sentido de salientar a troca de denominação proposta pelo garoto, que tenta “traduzir” um termo mais erudito para algo mais vendável.

4.a) (desenho, pintura, arquitetura...); b) “artes superiores”; c) – arquitetura, escultura, pintura, ciências acessórias e música–.

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  1. Pergunte aos estudantes por que escolheram determinado sinal de pontuação para cada trecho e compare as respostas. Analise se utilizaram as reticências para deixar em aberto a enumeração, mostrando ao leitor que há outras disciplinas, porém que não foram citadas. Utilizaram-se as aspas para destacar o termo artes superiores. Utilizou-se o travessão para introduzir uma enumeração, que, no caso, explica, detalha o substantivo “especializações”.
  • ATIVIDADES COMPLEMENTARES
  1. Solicite aos estudantes que reescrevam o diálogo do texto “A raposa e a toupeira” substituindo o discurso direto e, consequentemente, o uso do travessão pelo discurso indireto. Aproveite para explorar com eles os verbos dicendi. Explane sobre o ganho estético de um texto com escolhas vocabulares mais refinadas; em contraponto, relacione o uso frequente do “disse” no texto lido com a oralidade e com textos populares.

Exemplos para substituição de verbos dicendi:

dizer

afirmar, declarar

responder

retrucar, replicar

concordar

assentir, anuir

perguntar

indagar, interrogar

pedir

solicitar, interrogar

EU VOU APRENDER Capítulo 2

Conto moçambicano

1. Leia o título do conto a seguir. Você sabe o significado de fiadeira? Se sim, comente com os colegas.

Na sua opinião, qual será o assunto do conto?

2. Faça uma leitura compartilhada com os colegas e o professor. Depois, confira sua hipótese sobre o assunto conto.

A infinita fiadeira

(A aranha ateia

diz ao aranho na teia:

o nosso amor

está por um fio!)

A aranha, aquela aranha, era tão única: não parava de fazer teias! Fazia-as de todos os tamanhos e fórmas. Havia, contudo, um senão: ela fazia-as, mas não lhes dava utilidade. O bicho repaginava o mundo. Contudo, sempre inacabava as suas obras. Ao fio e ao cabo, ela já amealhavaglossário uma porção de teias que só ganhavam senso no rebrilho das manhãs.

E dia e noite: dos seus palpos primavam obras, com belezas de cacimboglossário gotejando, rendas e rendilhados. Tudo sem fim nem finalidade. Todo o bom aracnídeo sabe que a teia cumpre as fatais funções: lençol de núpcias, armadilha de caçador. Todos sabem, menos a nossa aranhinha, em suas distraiçoeiras funções.

Para a mãe-aranha aquilo não passava de mau senso. Para quê tanto labor se depois não se dava a indevida aplicação? Mas a jovem aranhiça não fazia ouvidos. E alfaiatava, alfinetava, cegava os nós. Tecia e retecia o fio, entrelaçava e reentrelaçava mais e mais teia. Sem nunca fazer morada em nenhuma. Recusava a utilitária vocação da sua espécie.

Não faço teias por instinto.

Então, faz por quê?

Respostas e comentários

1. Respostas pessoais. Ver orientações didáticas.

Eu vou aprender

Conto moçambicano

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Se possível, oriente os estudantes a pesquisar antecipadamente sobre Moçambique, especialmente sobre a cultura, as artes e a literatura, para que iniciem a aula trazendo suas contribuições acerca das descobertas realizadas. Se possível, convide os professores de História e Geografia para participarem e auxiliarem os estudantes na pesquisa. A divulgação das informações encontradas pode ser realizada em uma roda de conversa ou por meio de pequenos seminários, nos quais eles podem apresentar textos escritos, imagens, vídeos curtos, sobre o tema, entre outras possibilidades, para que ampliem o repertório cultural deles.
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

1. Caso os estudantes desconheçam o termo ”fiadeira”, oriente-os a buscar o significado no contexto da leitura. Depois, se necessário, complemente dizendo que a palavra designa a pessoa que prepara fios para tecer; o mesmo que fiandeira. Pergunte a eles o que entenderam pelo título do conto: alguém que fia sem parar, ininterruptamente.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis sete éle pê dois zero

ê éfe seis sete éle pê dois sete

ê éfe seis sete éle pê dois oito

ê éfe seis nove éle pê quatro quatro

ê éfe seis nove éle pê quatro sete

ê éfe seis nove éle pê quatro nove

ê éfe seis nove éle pê cinco três

ê éfe seis nove éle pê cinco quatro

Faço por arte.

Benzia-se a mãe, rezava o pai. Mas nem com preces. A filha saiu pelo mundo em ofício de infinita teceloa. E em cantos e recantos deixava a sua marca, o engenho da sua seda. Os pais, após concertaçãoglossário , a mandaram chamar. A mãe:

— Minha filha, quando é que assentas as patas na sua parede?

E o pai:

— Já eu me vejo em palpos de mim...

Em chôro múltiplo, a mãe limpou as lágrimas dos muitos olhos enquanto disse:

— Estamos recebendo queixas do aranhalglossário .

— O que é que dizem, mãe?

— Dizem que isso só pode ser doença apanhada de outras criaturas.

Até que se decidiram: a jovem aranha tinha que ser reconduzida aos seus mandos genéticos. Aquele devaneio seria causado por falta de namorado. A moça seria até virgem, não tendo nunca digerido um machito. E organizaram um amoroso encontro.

— Vai ver que custa menos que engolir mosca — disse a mãe.

E aconteceu. Contudo, ao invés de devorar o singelo namorador, a aranha namorou e ficou enamorada. Os dois deram-se os apêndices e dançaram ao som de uma brisa que fazia vibrar a teia. Ou seria a teia que fabricava a brisa?

A aranhiça levou o namorado a visitar a sua colecção de teias, ele que escolhesse uma, ficaria prova de seu amor.

A família desiludida consultou o Deus dos bichos, para reclamar da fabricação daquele espécime. Uma aranha assim, com mania de gente? Na sua alta teia, o Deus dos bichos quis saber o que poderia fazer. Pediram que ela transitasse para humana. E assim sucedeu: num golpe divino, a aranha foi convertida em pessoa. Quando ela, já transfigurada, se apresentou no mundo dos humanos logo lhe exigiram a imediata identificação. Quem era, o que fazia?

Ilustração. Uma teia de aranha de cor preta. Na ponta da esquerda, uma aranha de tamanho pequeno em preto, de patas finas.
Respostas e comentários
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  1. Durante a leitura do texto, no momento da expressão “Já eu me vejo em palpos de mim...”, o texto está fazendo uma brincadeira linguística com a expressão “em palpos (papos) de aranha”, que significa “em uma situação muito ruim”. Questione se os estudantes conhecem essa expressão, se não, peça a eles que tentem deduzir o que poderia significar.

Ao final da leitura, retome os versos que antecedem o texto e relacionem com o texto lido. Explore as escolhas e os jogos linguísticos dos versos. Espera-se que os estudantes percebam a brincadeira envolvendo palavras masculinas e femininas.

Para ampliar

Por que, em algumas espécies, as fêmeas matam os machos? Superinteressante, 18 abril 2011. Disponível em: https://oeds.link/uJPBf5. Acesso em: 16 julho 2022.

Faço arte.

Arte?

E os humanos se entreolharam, intrigados. Desconheciam o que fosse arte. Em que consistia? Até que um, mais-velho, se lembrou. Que houvera um tempo, em tempo de que já se perdera memória, em que alguns se ocupavam de tais improdutivos afazeres. Felizmente, isso tinha acabado, e os poucos que teimavam em criar esses pouco rentáveis produtos – chamados de obras de arte – tinham sido geneticamente transmutados em bichos. Não se lembrava bem em que bichos. Aranhas, ao que parece.

COUTO, Mia. O fio das missangas. primeira edição São Paulo: Companhia das Letras, 2009, p. 73-75.

Fotografia. Em um local aberto, com uma teia de aranha de linhas finas, translúcidas, formando um círculo e à esquerda, aranha de cor preta. Ao fundo, folhas em verde e à esquerda, em tons de amarelo.
Em algumas espécies de aranha, a fêmea devora o macho para garantir uma fonte extra de alimentos para seus ovos fecundados.

Para ampliar

O fio das missangas. Mia Couto. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.

O livro é uma coletânea de 29 contos unidos como missangas por um fio, em histórias de desamor e de sonhos não realizados. Nas palavras do autor: “A vida é um colar. Eu dou o fio, as mulheres dão as missangas.”.

Capa de livro. Ilustração estilizada de diversos peixes em tons de rosa, azul, amarelo, roxo e verde e parte em marrom. Na parte superior, título de livro e nome do autor em branco.
Respostas e comentários
  • ATIVIDADES COMPLEMENTARES
  • Pergunte aos estudantes o que eles entenderam do texto, o que compreendem por arte e por que produzir arte parece ser um problema tanto para o mundo dos humanos quanto para o mundo dos animais. Espera-se que eles comentem o fato de que a aranha artista foi transformada em humana e, dessa fórma, a humana artista foi transformada em aranha. O que esse “desajuste social” diz sobre os artistas?
  • Explore com os estudantes quem gostaria de ser artista, quem conhece alguém que é artista. Peça a eles que elenquem as fórmas artísticas de que gostam e/ou com que têm contato. Espera-se que os estudantes mencionem música, dança, teatro, cinema, pintura, escultura, entre outros.
  • Proponha uma pesquisa sobre a função da arte. Componha um painel em sala de aula com o resultado dessa pesquisa. O painel pode ser feito na lousa, por meio de notas autoadesivas, de fórma virtual, entre outras. Promover a participação prática dos estudantes traz dinamicidade para a sala de aula.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis sete éle pê dois sete

ê éfe seis sete éle pê dois oito

ê éfe seis nove éle pê quatro quatro

ê éfe seis nove éle pê quatro sete

ê éfe seis nove éle pê quatro nove

ê éfe seis nove éle pê cinco três

ê éfe seis nove éle pê cinco quatro

COMPREENSÃO TEXTUAL

Ilustração. Teia arredondada em preto, com uma aranha preta, abaixo, ligada por uma linha fina ao centro.

Responda às questões no caderno.

Ícone. Atividade oral.
  1. O que você achou dêsse conto? Por quê? Comente com os colegas.
  2. Quem são os personagens do conto que você leu?
    1. Entre os personagens, quem é a protagonista?
    2. Ao longo do texto, que nomes o autor utiliza para se referir à protagonista?
  3. Releia a introdução do texto.

(A aranha ateia

diz ao aranho na teia:

o nosso amor

está por um fio!)

  1. Com qual gênero esse trecho se identifica?
  2. Na sua opinião, qual foi a intenção do autor ao usar esse texto antes de iniciar o conto?

4. Que pessoa do discurso é utilizada no texto?

Como você classifica o tipo de narrador?

  1. O que torna a protagonista única, diferente dos demais seres de sua espécie? Transcreva o trecho do texto que responde à questão.
  2. Releia este trecho do conto.

E dia e noite: dos seus palpos primavam obras, com belezas de cacimbo gotejando, rendas e rendilhados. Tudo sem fim nem finalidade. Todo o bom aracnídeo sabe que a teia cumpre as fatais funções: lençol de núpcias, armadilha de caçador. Todos sabem, menos a nossa aranhinha, em suas distraiçoeiras funções.

a. Que frase dêsse trecho se relaciona com o título do conto? Explique.

Respostas e comentários

1. Respostas pessoais. Ver orientações didáticas.

2. A aranha filha, a mãe aranha, o pai aranha e o namorado aranha.

2.a) A aranha filha, a jovem aranha.

2.b) Ele utilizou aranhinha, aranhiça, teceloa, jovem e moça.

3.a) É uma estrofe composta de versos, um poema.

3.b) Resposta pessoal. Ver orientações didáticas.

4. A terceira pessoa.

4.• Os estudantes devem perceber que se trata de um narrador onisciente, uma vez que revela conhecimento dos fatos e dos personagens. Um exemplo pode ser esta passagem: “Na sua alta teia, o Deus dos bichos quis saber o que poderia fazer. Pediram que ela transitasse para humana.”, o que o distingue do personagem observador.

5. “A aranha, aquela aranha, era tão única: não parava de fazer teias! Fazia-as de todos os tamanhos e fórmas. Havia, contudo, um senão: ela fazia-as, mas não lhes dava utilidade. O bicho repaginava o mundo. Contudo, sempre inacabava as suas obras.”

6.a) “Tudo sem fim nem finalidade”. A frase remete à palavra “infinita” do título, reforçando que a aranha tecia sem parar, sem objetivo definido.

Compreensão textual

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  1. Permita aos estudantes que exponham suas opiniões, proporcionando um espaço de fala e escuta atenta e respeitosa.

3. Explique aos estudantes que uma epígrafe é uma inscrição que antecede o texto e que serve como mote, contextualização ou introdução do texto que segue. De alguma fórma eles se relacionam, mesmo indiretamente.

3a. Retome os conceitos dos textos poéticos.

Verso: cada uma das linhas de um poema.

Estrofe: conjunto de versos. Entre as estrofes há um espaço maior do que entre os versos.

3b. Os estudantes podem criar a hipótese de que o autor teve a intenção de fazer uma antecipação do contexto do conto. Verifique se eles entenderam o jôgo de palavras nessa epígrafe: aranha ateia (que não acredita em nada) / amor por um fio (que está prestes a se romper). O entendimento depende da informação que será dada, de que, em algumas espécies, as fêmeas matam os machos após o acasalamento.

4. Retome as perspectivas de narradores que foram discutidas nas seções anteriores.

6c. Se possível, faça um trabalho conjunto com o professor da área de Ciências da Natureza. Proponha uma atividade conjunta sobre a função da teia para os aracnídeos, sobre os formatos da teia e a importância dos aracnídeos para o ecossistema.

Para ampliar

Como é feita a teia de aranha? Superinteressante, 18 abril 2011. Disponível em: https://oeds.link/IXgeKn. Acesso em: 16 julho 2022.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis sete éle pê dois sete

ê éfe seis sete éle pê três oito

ê éfe seis nove éle pê quatro quatro

ê éfe seis nove éle pê quatro sete

ê éfe zero sete éle pê zero três

ê éfe zero sete éle pê um três

  1. Que outra expressão reforça a noção da palavra “infinita”?
  2. Qual é a função da teia para um aracnídeo?
  3. Como o autor se referiu a essa função da teia?
  4. O que você compreende do significado da palavra “distraiçoeiras”, criada pelo autor? Explique qual foi a intenção dele.

7. Releia este outro trecho.

Para a mãe-aranha aquilo não passava de mau senso. Para quê tanto labor se depois não se dava a indevida aplicação? Mas a jovem aranhiça não fazia ouvidos. E alfaiatava, alfinetava, cegava os nós. Tecia e retecia o fio, entrelaçava e reentrelaçava mais e mais teia. Sem nunca fazer morada em nenhuma. Recusava a utilitária vocação da sua espécie.

  1. O que não passava de mau senso, para a mãe-aranha?
  2. Identifique nesse trecho todos as palavras utilizadas pelo autor para as ações da aranha.
  3. Qual é a intenção do autor com essa repetição?
  4. Como a jovem aranha reagia às palavras da mãe?
  5. Você se reconhece, em algum momento, na reação da jovem aranha às palavras da mãe? Explique.

8. Identifique no trecho do texto o que representam as expressões destacadas.

Versão adaptada acessível

Atividade 8.

Identifique no trecho do texto o que representam as expressões "infinita teceloa" e "engenho da sua seda".

A filha saiu pelo mundo em ofício de infinita teceloa. E em cantos e recantos deixava a sua marca, o engenho da sua seda.

  1. Como a aranha se comportou com o namorado? Teve o fim que os pais esperavam?
    1. O que a aranha fez como prova de seu amor pelo namorado?
    2. Como a família aranha reagiu diante dessa atitude?
Ilustração. Uma teia de aranha de cor preta. Na ponta da esquerda, uma aranha de tamanho pequeno em preto, de patas finas.
Respostas e comentários

6.b) A expressão inicial do parágrafo, “E dia e noite”, dando a noção de continuidade da ação de fiar.

6.c) A teia é uma armadilha para capturar presas e parceiros para a reprodução, que lhes servirão de alimento.

6.d) O autor se referiu como: “lençol de núpcias, armadilha de caçador”, indicando que é o local de reprodução da aranha, mas também armadilha para as presas.

6.e) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes a relacionem com a palavra “traiçoeira” (que comete o ato de trair, sendo a teia uma armadilha). Porém, a adição do prefixo dis-, que tem o sentido de negação, de oposição, mostra que, no contexto da frase, a aranhinha não tece para cumprir a função da teia, ou seja, de armadilha, e sim como arte.

7.a) O trabalho da jovem aranha de tecer a teia sem ter em mente sua função.

7.b) As palavras usadas foram: alfaiatava, alfinetava, cegava os nós, tecia, retecia, entrelaçava, reentrelaçava.

7.c) É reforçar a ação contínua e repetitiva da aranha, sem função nenhuma, a não ser a arte.

7.d) A jovem aranha fingia não ouvir, não ligava para a opinião da mãe.

7.e) Resposta pessoal. Ver orientações didáticas.

8. As expressões destacadas são figuras de linguagem, que representam a incansável atividade de tecer as teias da jovem aranha, a capacidade engenhosa de tecer o fio das teias, como se fosse um fio de seda em todos os cantos.

9. A aranha se enamorou do parceiro e não o devorou, contrariando as expectativas dos pais.

9.a) Levou-o para conhecer sua coleção de teias e convidou-o a escolher uma.

9.b) A família ficou desiludida com a jovem aranha e foi reclamar com o Deus dos bichos sobre a fabricação da jovem aranha.

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

7b. Aproveite esse exercício como oportunidade de explorar com os estudantes a derivação de palavras e o uso de voltar à palavra primitiva para compreender significados. Explore os termos “retecia” e “reentrelaçava”.

7e. Explore com os estudantes como eles costumam reagir às reclamações dos pais e se usam a mesma tática da arainha. Solicite a eles que deem alguns exemplos de situações do dia a dia. Aproveite esse momento para conhecer um pouco sobre o cotidiano dos estudantes com os familiares.

  1. Explore com os estudantes os efeitos de sentido no uso de figuras de linguagens no texto e que consigam nomear o tipo de figura utilizada em cada situação.
  2. Discuta com os estudantes sobre a perspectiva deles com relação ao que aconteceu com a aranha, seu namorado e a família dela. Debatam sobre diferenças culturais (para a cultura daquelas aranhas, era esperado que ela comesse o namorado, o que ela não fez, enquanto para outras culturas de aranhas os machos não são devorados. De fórma análoga, compare as culturas de diferentes lugares e povos).

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis sete éle pê dois sete

ê éfe seis sete éle pê três oito

ê éfe seis nove éle pê quatro quatro

ê éfe seis nove éle pê quatro sete

ê éfe zero sete éle pê zero três

ê éfe zero sete éle pê um três

10. Releia mais esse trecho do conto.

A família desiludida consultou o Deus dos bichos, para reclamar da fabricação daquele espécime. Uma aranha assim, com mania de gente? Na sua alta teia, o Deus dos bichos quis saber o que poderia fazer. Pediram que ela transitasse para humana. E assim sucedeu: num golpe divino, a aranha foi convertida em pessoa.

  1. Qual era o defeito da jovem aranha, na visão dos pais?
  2. Que expressão foi utilizada pelo autor para mostrar a importância do Deus dos bichos?
  3. O que a família aranha pediu como solução?
  1. Como foi a reação dos humanos com a aranha transformada?
  2. Releia o final do conto.

E os humanos se entreolharam, intrigados. Desconheciam o que fosse arte. Em que consistia? Até que um, mais-velho, se lembrou. Que houvera um tempo, em tempo de que já se perdera memória, em que alguns se ocupavam de tais improdutivos afazeres. Felizmente, isso tinha acabado, e os poucos que teimavam em criar esses pouco rentáveis produtos – chamados de obras de arte – tinham sido geneticamente transmutados em bichos. Não se lembrava bem em que bichos. Aranhas, ao que parece.

  1. Ele foi inesperado? Por quê?
  2. Quantas vezes a aranha se transmutou na história? Por quê?
Ícone. Atividade oral.

13. Converse com os colegas e o professor sobre a questão de que esse conto pode ser ou não uma crítica à fórma como os artistas são vistos pela sociedade.

Escrevam um texto no caderno que explique a opinião a que chegaram e utilizem trechos do texto como argumentos.

Respostas e comentários

10.a) Ela tinha mania de gente, ou seja, em vez de cumprir sua função ela queria fazer arte.

10.b) O autor usou a expressão “Na sua alta teia”.

10.c) Transformar a aranha em humana.

11. Os humanos também exigiram saber quem ela era e o que fazia.

12. a) Respostas pessoais.

12. b) Ela se transmutou de humano para aranha e de aranha para humano de novo, porque nem os humanos nem as aranhas compreendiam as suas obras de arte.

13.• Resposta pessoal. Ver orientações didáticas.

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  1. Explore com os estudantes se “mania de gente” e “na sua alta teia” representam figuras de linguagem e de que tipo.
  2. Explore este trecho do texto com os estudantes: “exigiram a imediata identificação. Quem era, o que fazia?”. Pergunte a eles o que costuma nos identificar na vida real. Espera-se que eles citem: nome, nome dos pais, documentos, profissão e outros.
  3. Espera-se que os estudantes percebam que o inesperado foi o fato de os humanos descobrirem, com um idoso, que antigamente as pessoas que se ocupavam em fazer algo improdutivo, como obras de arte, tinham se transmutado em bichos, provavelmente em aranhas.
  4. Espera-se que eles percebam que tanto como aranha quanto como ser humano, a artista não foi respeitada por sua arte, sendo criticada pelos pais e pelo aranhal, por produzir teias que não tinham função. Como ser humano, também não foi respeitada, por se envolver em improdutivos afazeres, criando produtos pouco rentáveis.
  • O texto proporciona uma boa oportunidade para desenvolver os tê cê tê Diversidade cultural e Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras e o ó dê ésse 4 – Educação de qualidade, por permitir a reflexão sobre o valor da cultura e da produção artística. Desenvolver a tolerância sobre a diversidade de interesse entre as pessoas, seus costumes e suas crenças pode ser outro tema importante para discutir com os estudantes.
  • ATIVIDADES COMPLEMENTARES
  1. Que outro final você poderia pensar para essa história? Reescreva o encerramento do texto propondo uma nova perspectiva.
  2. Ao final da leitura, descobrimos que os humanos artistas eram transformados em aranhas. Faça agora a versão “ao contrário” do que foi apresentado no texto: como foi, o que motivou e como se deu a primeira transformação do ser humano em aranha pela questão da arte. Escreva seu conto e compartilhe com os colegas.

Para observar e avaliar

Após a leitura e discussão sobre o texto, observe se os estudantes conseguiram entender adequadamente o jôgo de palavras que o texto apresenta. Avalie se os termos “retecia” e “reentrelaçava” foram entendidos e se os estudantes os usam com propriedade. Verifique também se eles se apropriaram das diferenças e como essas diferenças culturais são importantes para o entendimento de lugares e povos. Também avalie o quanto puderam falar sobre as reações que tiveram em relação às reclamações dos pais e se puderam fazer analogia com a tática da aranhinha.

A VOZ DO AUTOR

Você vai conhecer dados da vida e obra de Mia ­Couto, o escritor moçambicano mais traduzido no mundo e mais conhecido dos brasileiros por sua prosa poética.

Ícone. Atividade oral.
  1. Você já tinha ouvido falar dêsse escritor? Em caso positivo, comente com os colegas o que sabe sobre ele.
  2. Faça agora uma leitura silenciosa da biografia de Mia Couto.

Tome notas do que você gostou de saber sobre esse autor ou achou interessante.

Fotografia. Homem visto dos ombros para cima, de cabelos e barba grisalhos. Ele usa uma camiseta de gola de cor cinza. Ele olha para frente com cenho franzido. Ao fundo, estante de madeira em marrom com objetos.
Mia Couto, escritor e biólogo moçambicano, em São Paulo, 2018.

BIOGRAFIA

Antônio Emílio Leite Couto, mais conhecido por Mia Couto, nasceu em 5 de julho de 1955 na cidade da Beira em Moçambique. É filho de uma família de emigrantes portugueses. O pai, Fernando Couto, natural de Rio Tinto, foi jornalista e poeta, pertencendo a círculos intelectuais, tipo cineclubes, onde se faziam debates. Chegou a escrever dois livros que demonstraram preocupação social em relação à situação de conflito existente em Moçambique. Mia Couto publicou os seus primeiros poemas no jornal Notícias da Beira, com 14 anos. Iniciava assim o seu percurso literário dentro de uma área específica da literatura – a poesia –, mas posteriormente viria a escrever as suas obras em prosa. Em 1972 deixou a Beira e foi para Lourenço Marques para estudar medicina. A partir de 1974 enveredou pelo jornalismo, tornando-se, com a independência, repórter e diretor da Agência de Informação de Moçambique – de 1976 a 1976; da revista semanal Tempo – de 1979 a 1981 e do jornal Notícias – de 1981 a 1985. Em 1985 abandonou a carreira jornalística.

Reingressou na Universidade de Eduardo Mondlane para se formar em biologia, especializando-se na área de ecologia, sendo atualmente professor da cadeira de Ecologia em diversas faculdades desta universidade. Como biólogo tem realizado trabalhos de pesquisa em diversas áreas, com incidência na gestão de zonas costeiras e na recolha de mitos, lendas e crenças que intervêm na gestão tradicional dos recursos naturais. É diretor da empresa Impacto, limitada – Avaliações de Impacto Ambiental. Em 1992, foi o responsável pela preservação da reserva natural da Ilha de Inhaca.

Respostas e comentários

1. Resposta pessoal.

A voz do autor

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  • Comente com os estudantes que o autor Mia Couto é um dos autores contemporâneos mais importantes da literatura de língua portuguesa. Filho de portugueses que emigraram para Moçambique, o autor apresenta em suas obras representações do processo de miscigenação consequente do colonialismo português na África.
  • Peça a eles que tomem notas durante a leitura ou discussão para poderem se apoiar nelas no momento de realizar as atividades ou para retomar algum ponto que julgarem interessante compartilhar.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis sete éle pê dois sete

ê éfe seis sete éle pê dois oito

ê éfe seis nove éle pê três dois

ê éfe seis nove éle pê quatro quatro

ê éfe seis nove éle pê quatro nove

ê éfe seis nove éle pê cinco um

Mia Couto é um “escritor da terra”, escreve e descreve as próprias raízes do mundo, explorando a própria natureza humana na sua relação umbilical com a terra. A sua linguagem extremamente rica e muito fértil em neologismosglossário , confere-lhe um atributo de singular percepção e interpretação da beleza interna das coisas. Cada palavra inventada como que adivinha a secreta natureza daquilo a que se refere, entende-se como se nenhuma outra pudesse ter sido utilizada em seu lugar. As imagens de Mia Couto evocam a intuição de mundos fantásticos e em certa medida um pouco surrealistasglossário , subjacentes ao mundo em que se vive, que envolve de uma ambiência terna e pacífica de sonhos – o mundo vivo das histórias. Mia Couto é um excelente contador de histórias. É o único escritor africano que é membro da Academia Brasileira de Letras, como sócio correspondente, eleito em 1998, sendo o sexto ocupante da cadeira norteº 5, que tem por patrono Dom Francisco de Sousa.

Atualmente é o autor moçambicano mais traduzido e divulgado no exterior e um dos autores estrangeiros mais vendidos em Portugal. As suas obras são traduzidas e publicadas em 24 países. Várias das suas obras têm sido adaptadas ao teatro e cinema. Tem recebido vários prêmios nacionais e internacionais, por vários dos seus livros e pelo conjunto da sua obra literária.

É comparado a Gabriel Garcia Márquez e Guimarães Rosa. Seu romance Terra sonâmbula foi considerado um dos dez melhores livros africanos do século vinte. Em 1999, o autor recebeu o prêmio Vergílio Ferreira pelo conjunto de sua obra e, em 2007, o prêmio União Latina de Literaturas Românicas.

reticências

Respostas e comentários
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  • O texto compara Mia Couto a outros dois autores: Gabriel García Márquez e Guimarães Rosa. Solicite aos estudantes uma pesquisa sobre esses dois autores e que criem hipóteses de comparação entre esses três autores.
  • ATIVIDADES COMPLEMENTARES
  • Proponha aos estudantes que produzam biografias de outros escritores africanos. Para essa atividade, retome com eles o gênero textual Biografia. Para melhor retomada e compreensão, analise com eles as características da biografia de Mia Couto lida. Saliente as informações que aparecem e como elas são relevantes para o aspecto de destaque na vida do biografado. Por se tratar de uma pesquisa sobre autores africanos, coloque como item obrigatório a expressividade literária dêsses autores (se ganharam prêmios, se as obras são traduzidas) e também uma lista com as principais publicações. Atividades como essa podem ser organizadas no meio digital, o que promove uma capacidade de divulgação muito grande, que permite distribuir esse material para toda a comunidade escolar.

OBRA DE MIA COUTO PUBLICADA NO BRASIL

Editora Companhia das Letras

2003 – Um Rio Chamado Tempo, Uma Casa Chamada Terra [romance].

2005 – O Último Voo do Flamingo [romance].

2006 – O Outro Pé da Sereia [romance].

2007 – A Varanda do Frangipani [romance].

2007 – Terra Sonâmbula [romance].

2008 – O Gato e o Escuro [romance].

2008 – Venenos de Deus Remédios do Diabo.

2009 – Antes de Nascer o Mundo. [título original “Jesusalém”].

2009 – O Fio das Missangas [contos].

2011 – E Se Obama Fosse Africano?

2012 – A Confissão da Leoa [romance].

2012 – Estórias Abensonhadas [contos].

2013 – Cada homem é uma raça [contos].

2013 – A menina sem palavra [romance].

2013 – Vozes Anoitecidas [contos].

** Fonte e informações disponíveis em: Editora Companhia das Letras.

Editora Nova Fronteira

1986 – Estórias Abensonhadas.

1990 – Cada Homem é Uma Raça.

1993 – Terra Sonâmbula.

1996 – A Varanda do Frangipani.

“Estas estórias desadormeceram em mim sempre a partir de qualquer coisa"

reticências

MIA COUTO. Biografia, bibliografia e premiações. Moçambique, 201?. Disponível em: https://oeds.link/BNqhRD. Acesso em: 25 junho 2022.

Respostas e comentários
  • ATIVIDADES COMPLEMENTARES
  • O destaque da biografia com a publicação de obras de Mia Couto no Brasil pode ser utilizado como referencial no Clube do Livro, incentivando os estudantes a escolher uma obra para ler. Oriente-os a ler sinopses ou resenhas críticas on-line. Acompanhe e observe se o conteúdo é adequado à faixa etária deles.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis sete éle pê dois sete

ê éfe seis sete éle pê dois oito

ê éfe seis nove éle pê três dois

ê éfe seis nove éle pê quatro quatro

ê éfe seis nove éle pê quatro nove

ê éfe seis nove éle pê cinco um

Ícone. Atividade oral.
  1. Troque ideias com os colegas sobre o texto a partir das notas que tomou durante a leitura, como orientado na atividade 2.
  2. Releia este trecho da biografia que fala em neologismos.

A sua linguagem extremamente rica e muito fértil em neologismos, confere-lhe um atributo de singular percepção e interpretação da beleza interna das coisas.

No conto do autor que vocês leram, há dois neologismos. Quais são eles?

Pistas: um está no poema que abre o conto e outro é um termo que você analisou nas atividades.

  1. Converse com os colegas e o professor o que descobriram sobre o autor e qual sua importância para a literatura e a cultura contemporânea.
  2. Conheça algumas obras de Mia Couto para o público infantojuvenil.
Capa de livro. Na parte superior, título do livro, O pátio das sombras, o nome do autor, Mia Couto, e o nome do ilustrador, Malangatana. Ao fundo, ilustração de rostos e corpos estilizados de pessoas em tons de vermelho, verde, rosa e, ao centro, corpo de uma pessoa pequena em tons de branco.
Neste livro, uma avó ensina ao neto uma linda lição sobre a vida e a morte.
Capa de livro. À direita, nome do autor, Mia Couto, título do livro, A água e a águia, e nome da ilustradora, Danuta Wojciechowska. À esquerda, um penhasco em tons de bege-claro e partes em verde e marrom. Sobre ele, uma águia em tons de verde e amarelo. À direita, nuvens em branco em azul-claro, em céu azul.
Nesta fábula, as águias recorrem ao próprio nome para criar água para chover: tiraram a letra “i” de águia e a água voltou.
Capa de livro. Na parte superior, nome do autor, Mia Couto, título do livro, O gato e o escuro, e nome da ilustradora, Marilda Castanha. Abaixo, ilustração de um gato amarelo, com cara de formato triangular. À direita, uma meia lua branca e acima, fundo em verde e abaixo, em marrom com grafismos.
O livro é uma fábula sobre as aflições e os medos causados pelo desconhecido.

Uma dessas obras aparece na biografia do autor. Qual das obras? Em que ano foi publicada?

Respostas e comentários

4.• Os neologismos são “aranho” e “distraiçoeiras”.

5. Respostas pessoais. Ver orientações didáticas.

6. • O gato e o escuro, obra publicada em 2008.

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  1. As anotações dos estudantes devem apoiar a reflexão sobre a importância do autor e de sua trajetória. Aproveite para incentivá-los a construir argumentos e contra-argumentos durante a discussão, apoiados pelas notas feitas.
  2. Para discutir os neologismos, converse com os estudantes sobre os processos de criação de palavras e peça, também, a eles que criem hipóteses sobre as necessidades de um escritor para criar neologismos. Converse também sobre as implicações comunicativas que teríamos se as pessoas criassem palavras conforme seus desejos em conversas cotidianas. Para contextualizar e explorar mais o tema com a turma, relembre o livro “Marcelo, marmelo, martelo”, da escritora brasileira Ruth Rocha, em que o menino cria neologismos que julga mais eficientes. É muito provável que os estudantes tenham passado por essa leitura quando eram pequenos e podem compreender melhor o uso (e os perigos) do neologismo.
  3. Faça perguntas aos estudantes sobre o texto, conforme sugestões a seguir:

1) Qual é o vínculo entre a formação acadêmica de Mia Couto e sua produção artística?

2) O que representa ele ter uma cadeira na Academia Brasileira de Letras?

3) Qual é o impacto de ele ser o autor moçambicano mais traduzido?

6. Incentive os estudantes a pesquisar e conhecer mais sobre essas obras com o intuito de criar interesse pela leitura de livros de literatura e por outras produções culturais do autor.

LÍNGUA E LINGUAGEM

Período composto por coordenação: orações aditivas

Responda às questões no caderno.

1. Releia este trecho do conto “A infinita fiadeira”.

E aconteceu. Contudo, ao invés de devorar o singelo namorador, a aranha namorou e ficou enamorada. Os dois deram-se os apêndices e dançaram ao som de uma brisa que fazia vibrar a teia.

  1. Quantas orações há nesse trecho?
  2. Quais conjunções você consegue reconhecer nele?
  3. Na sua opinião, qual é o valor semântico da conjunção “e”? Para responder, observe a relação de sentido que ela estabelece entre as orações.

As conjunções coordenativas aditivas, como o próprio nome indica, transmitem uma ideia de adição, de soma, e podem introduzir uma sequência de ações. As orações que apresentam essas conjunções são chamadas de orações coordenadas aditivas. São exemplos de conjunções coordenativas aditivas o e e o nem. Além disso, há a locução conjuntiva não só..., mas também.

2. Leia a tirinha a seguir.

Tirinha. Composta por três quadros. Apresenta como personagem um sapo de cor verde, detalhes em amarelo na cabeça, com olhos azuis, blusa de mangas compridas e sapatos em laranja, avental branco, calça azul. As cenas se passam em uma cozinha em cinza. Q1 – O sapo com o corpo à direita, diz: HORA DE LAVAR A LOUÇA ACUMULADA DO FINAL DE SEMANA... Q2 – O sapo com os olhos bem abertos, braços para trás, observa para a direita, com pia de cor cinza e sobre ela, pilha gigante de louça. À esquerda, uma geladeira branca. Q3 – O sapo com o corpo para a esquerda, diz: HORA DE DEIXAR ACUMULAR A LOUÇA ATÉ O FINAL DO ANO... E DEPOIS MUDAR DE CASA COM ELA AÍ... Ao fundo, fogão com porta em cinza-escuro e acima, armário.

DOURADO, Rafael. Sapo Brothers. São Paulo, 202?. Disponível em: https://oeds.link/sDys2c. Acesso em: 6 julho 2022.

Respostas e comentários

1.a) Há sete orações.

1.b) Espera-se que os estudantes reconheçam as conjunções “e” e “contudo”.

1.c) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes percebam que a conjunção em foco traz uma ideia de adição, de acréscimo de nova informação.

Língua e linguagem

Período composto por coordenação: orações aditivas

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  • Explique aos estudantes que a locução conjuntiva é um conjunto de palavras que desempenha a função de conjunção. Relembre que o conceito de “locução” já foi visto antes, por exemplo: locução adjetiva (conjunto de palavras que exerce a função de adjetivo), locução adverbial (conjunto de palavras que exerce a função de advérbio) etcétera

2a. Solicite aos estudantes que criem uma fala para o personagem para preencher o segundo quadrinho com o que o Sapo poderia dizer diante do que estava vendo. Além disso, se o leitor não conseguisse ver a pilha de louça, que fala no quadrinho poderia ser utilizada para deixar claro para ele o que estava acontecendo?

Explore com a turma como o uso da pontuação poderia intensificar o processo interpretativo da tirinha se fossem usadas falas no 2º quadrinho. Espera-se que eles notem que caberia o uso das reticências, do ponto de exclamação etcétera

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis nove éle pê zero três

ê éfe seis nove éle pê quatro sete

ê éfe zero sete éle pê um um

  1. De que maneira a parte visual da tirinha nos faz perceber que a louça estava realmente acumulada?
  2. O que podemos concluir pela fala do sapo no último quadrinho?
  3. Por que essa fala é engraçada?
  4. No último quadrinho, há uma conjunção coordenativa. Identifique-a e informe o seu valor semântico.

Como já sabemos, as orações coordenadas assindéticas costumam ser separadas por vírgula. No caso das orações coordenadas aditivas, geralmente não se usa vírgula para separá-las, principalmente quando forem utilizadas as conjunções e ou nem. No entanto, existem dois casos em que se pode usar vírgula antes do e. São eles:

quando a conjunção aparecer várias vezes no período, desempenhando uma função de ênfase. Por exemplo:

O menino chegou, e sorriu, e brincou, e cantou, e se divertiu muito.

quando as orações coordenadas unidas por essa conjunção apresentarem sujeitos diferentes. Por exemplo:

Os meninos estavam na porta da escola, e os pais estavam no pátio.

Com relação à conjunção nem, ela também deve ser separada por vírgula, caso apareça repetida, transmitindo uma ideia de reforço ou de ênfase a determinada informação.

3. Leia esta outra tirinha.

Tirinha. Composta por três quadros. Apresenta como personagens: Armandinho, menino de cabelos castanhos, camiseta branca, com violão marrom sobre as costas, bermuda em vermelho. Pudim, menino de cabelos castanhos arrepiados, camiseta em branco e faixa na horizontal em azul, com bermuda em verde. Uma menina de cabelos ruivos com coque, em ruivo, camiseta branca e bermuda em lilás. Um sapinho de cor verde, olhos e boca pretos. Q1 – Pudim, com o corpo para a direita, braço esquerdo para frente, diz: NÃO COME NADA COM CARNE, NEM COM OVO, NEM COM LEITE... A frente dele, à direita, Armandinho. Q2 – Pudim, na mesma posição, com linhas finas em volta do corpo e diz: É COISA DE MALUCO!! Armandinho, na mesma posição, à direita, fala: RELAXA, PUDIM... Q3 – Armandinho fora do quadro, fala: É COISA DE VEGANO! A menina ruiva, com o corpo para a direita, ao lado dela, o sapinho. Ambos olham para dois animais, um filhote de vaca em marrom e branco e uma galinha de cor marrom, com crista em vermelho.

béc, Alexandre. Armandinho. Facebook, abre colchetesem localfecha colchete, 1º novembro 2016. Disponível em: https://oeds.link/PE8HWE. Acesso em: 7 julho 2022.

  1. O que causa indignação em Pudim?
  2. Que lição podemos tirar da resposta dada por Armandinho?
  3. No primeiro quadrinho, que ideia transmite a conjunção “nem”?
  4. Por que foi usada a vírgula antes dessa conjunção?
Respostas e comentários

2.a) No segundo quadrinho, o sapo olha para a pia, na qual se podem ver muitos pratos e copos empilhados.

2.b) Que ele não gosta de lavar louça, tanto que prefere mudar de casa a ter de limpar tudo.

2.c) Pelo exagero, algo fóra da realidade.

2.d) A conjunção é “e”. Ela introduz uma sequência de ações: no caso, primeiro deixar acumular a louça; depois, mudar de casa.

3.a) O fato de a menina não comer nada com carne, ovo ou leite.

3.b) Que não devemos julgar os outros de acôrdo com nossa realidade. A menina é vegana e, por isso, não consome tais alimentos.

3.c) Ideia de adição.

3.d) Porque a conjunção se repete, a fim de enfatizar os alimentos que a menina não consome.

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

3. Comente com os estudantes que o veganismo é um estilo de vida que busca eliminar todas as fórmas de exploração e crueldade contra os animais, seja na alimentação, seja no vestuário, seja na saúde, entre outras.

3c. Leve os estudantes a refletir sobre o fato de que o “nem” geralmente é utilizado como uma espécie de adição de algo negado anteriormente. No caso da fala de Pudim, ele inicia o período dizendo que a garota não come nada com carne e adiciona mais ideias mantendo o aspecto negativo: e também não come nada com ovo, e também não come nada com leite. Se necessário, recorra a este exemplo: “Não gostei nem de um, nem (gostei) de outro”.

3d. Enfatize que no caso de “nem com ovo”, “nem com leite”, embora o verbo não esteja explícito, as orações seriam: “nem come nada com ovo”, “nem come nada com leite”. A elipse ocorreu para evitar a repetição.

Para ampliar

Veganismo. Mais informações sobre o veganismo podem ser encontradas no link. Disponível em: https://oeds.link/Pv3kN4. Acesso em: 7 julho 2022.

ORALIDADE

Leitura expressiva

Agora que já lemos alguns contos, vamos trabalhar a fruição da leitura e desenvolver a expressão oral.

Ícone. Atividade em grupos.

1. Você e os colegas vão fazer uma leitura expressiva compartilhada de um conto, que será depois apresentada a outras turmas da escola. Sigam as orientações do professor.

O tambor africano

Um dia, na mata, um bando de macaquinhos brancos começou a macaquear e inventar brincadeiras.

Um deles teve uma ideia:

— E se fôssemos até a Lua?

Alguns logo se animaram:

— Vamos sim – disse um – podemos brincar lá em cima!

Um outro, no entanto, não concordou:

— Ah, não vamos não, a Lua é bonita, mas lá em cima deve ser muito gelado.

Um terceiro, então, teve a ideia:

— Vamos até lá e trazemos a Lua para morar aqui embaixo conosco.

Pronto, aí todos se puseram de acôrdo. Mas como chegar à Lua? Subiram numa árvore: não, estava muito longe da Lua. Foram até a montanha mais alta das redondezas e subiram nela: não, a Lua ainda estava muito longe.

Um deles, então, teve a grande ideia:

— Vamos subir uns nas costas dos outros, até que um de nós alcance a Lua!

A ideia parecia muito boa e lá foram eles colocá-la em prática. O maior macaco do bando ficou na base e nele subiu o segundo maior macaco do bando. Assim, de macaco em macaco, a coluna foi subindo, subindo, subindo, até que o menor macaquinho de todo o bando conseguiu tocar a Lua.

Mas não achava modo de entrar nela. Os outros foram ficando cansados do esforço, até que por fim, a perna de um deles fraquejou e começaram todos a cair.

Somente aquele macaquinho, o menorzinho de todos, não caiu, permanecendo agarrado na borda da Lua, que, ao perceber o pequeno visitante preso ali, segurou-o pela mão e o ajudou a subir nela. Tão bonitinho o achou, que resolveu dar a ele um presente, algo nunca antes visto por ninguém na Terra: um tambor.

O macaquinho ficou por ali e foi aprendendo a tocar seu pequeno tambor.

Ilustração. Um macaco pequeno de cor marrom, de orelhas arredondadas, olhos pretos fechados, boca aberta e braços abertos erguidos, segurando uma baqueta em cada mão, com um rabo longo. À frente dele, um tambor redondo em verde e parte superior em bege.
Respostas e comentários

Oralidade

Leitura expressiva

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  1. Oriente os estudantes a se espalhar em um espaço aberto para que possam fazer a leitura oral de fórma expressiva. É preciso explicar a eles, também, que a leitura em voz alta com expressividade é uma habilidade e, como tal, só será desenvolvida com treino e, quanto mais eles realizarem essa atividade, mais aperfeiçoada estará a habilidade. Para isso, pode-se propor aos estudantes:
    1. Antes, façam uma leitura individual.
    2. Reúnam-se com os colegas e decidam quem irá fazer a voz do narrador e dos personagens.
    3. Sigam as orientações para fazer a leitura do conto em voz alta. Ensaiem a impostação da voz, os gestos e as expressões corporais e faciais.
  • Para auxiliar os estudantes a realizar essa atividade, algumas dicas podem ser passadas a eles. Para que a leitura seja expressiva, é importante que haja uma intimidade com a história, que se saiba o curso dela, suas nuances, momentos de tensão e o desenvolvimento de cada personagem. Com esse conhecimento, a entonação poderá ser aplicada no momento e pelo personagem adequado.
  • Além disso, é importante que durante a leitura analítica do texto sejam traçadas características para os personagens que poderão refletir o modo de leitura de suas falas. Essas características podem ser: idade, gênero, nacionalidade, cultura da qual se aproxima e uma série de fatores que podem influenciar na composição da fala dêsse personagem.
  • O ritmo da leitura, ou seja, a velocidade com que se lê, deve estar intimamente ligado com os picos de tensão da história e com o gênero. A leitura expressiva de um poema é diferente da leitura expressiva de uma narrativa. Esclareça como a entonação e o ritmo da leitura impactam a compreensão da história e contribuem para a formação de sentido do texto.
  • Por fim, demonstre como a expressão facial é fundamental para a leitura expressiva. Peça a eles que reflitam sobre como é diferente o falar quando uma pessoa está sorrindo ou quando está com a expressão séria. A expressão facial auxilia a desvendar situações que poderiam ser ambíguas, principalmente quando envolvem ironia ou sarcasmo.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis nove éle pê quatro quatro

ê éfe seis nove éle pê quatro seis

ê éfe seis nove éle pê quatro sete

ê éfe seis nove éle pê cinco três

ê éfe seis nove éle pê cinco seis

Até que se passaram muitos dias e ele sentiu-se só e com saudades de casa. Pediu, então, à Lua, que o deixasse partir.

A Lua que tinha se acostumado à presença do macaquinho e já gostava de ouvir sua música, não compreendia que ele desejasse voltar para a Terra. Ele então explicou:

gósto muito daqui, mas tenho saudades da minha terra, de suas palmeiras, das mangueiras, das acácias, dos coqueiros, das bananeiras...

Contou para a Lua sobre todas essas árvores e sobre seu bando, e ainda sobre os animais todos que viviam na mata com eles.

A Lua finalmente entendeu:

— Está bem, compreendo seus motivos. Tome assento sobre seu tamborzinho e segure-se bem. Amarro você ao tambor com esta corda e vou baixando bem devagar. Mas preste atenção: não toque o tambor até chegar à Terra. Quando você estiver com os pés bem plantados lá, então sim, toque o tambor bem forte, para eu ouvir e cortar a corda.

O macaco concordou e a Lua foi soltando a corda devagarinho, devagarinho.

Mas, chegando ao meio do caminho, ele teve vontade de tocar seu tamborzinho, tão alegre estava por voltar para casa. Tocou muito de leve, para que a Lua não ouvisse. Mas acontece que o vento soprava para cima e levou o som do tambor à Lua.

Lá no alto, a Lua pensou:

— Ah, o macaquinho já chegou à Terra!

E cortou a corda.

O macaquinho começou a cair, cair, sempre amarrado ao seu tambor. Por sorte era muito pequeno e caiu justo nos braços de uma moça que cantava e dançava, feliz da vida, junto à fogueira, ao final de um dia de trabalho.

O macaquinho nem podia acreditar em tanta sorte. Contou à moça que aquela beleza que tinha amarrada a si era um tambor e que com ele sabia fazer música da melhor.

Assim foi como os homens conheceram o tambor e logo, na terra africana, ouviu-se o primeiro batuque de todos os tempos.

Depois, os homens aprenderam a construir tambores também e não houve mais lugar na África onde os batuques não fossem ouvidos. Como acontece até hoje!

O macaquinho, aquele, custou um pouco a encontrar o caminho de casa, mas terminou achando, e claro, levou com ele o tambor que tinha sido presente da Lua.

VENTURA, Susana. O tambor africano e outros contos de países africanos de língua portuguesa. São Paulo: Editora Volta e Meia, 2013. página 51-53.

Respostas e comentários
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  • Após a leitura do texto, oriente os estudantes a se organizarem em duplas ou trios para que possam fazer a leitura expressiva.
  • Delimite com a turma um cronograma para a realização das atividades.
    1. Tempo de estudo do texto e organização dos personagens e dos elementos utilizados para a leitura.
    2. Ensaio da leitura.
    3. Apresentação para a turma.
    4. Debate sobre as apresentações.
  • Toda a turma leu o mesmo texto, porém, solicite aos estudantes que observem as interpretações de detalhes que cada dupla ou trio conferiu ao texto. Se algumas equipes utilizaram objetos para a leitura, se fizeram apenas de fórma oral. Como foi a alternância dos turnos de fala.
  • Além das diferenças, solicite a eles que também observem as proximidades. Questione se houve algo que nenhuma equipe alterou ou se mais de uma equipe fez uso do mesmo recurso para que a leitura tivesse a expressividade necessária.
  • Combine com os estudantes o dia da apresentação, a organização do evento, quem serão os convidados e como será feito o convite. É uma oportunidade importante para que eles possam desenvolver habilidades de leitura expressiva e possam compartilhar com outros colegas da comunidade escolar.
  • ATIVIDADES COMPLEMENTARES
  • Proponha à turma que pesquise sobre a importância do tambor para a cultura africana. Espera-se que eles percebam o caráter sagrado que envolve o instrumento, que é percebido de fórma diferente nas comunidades africanas.
  • Caso haja oportunidade, explore com os estudantes o “tambor de crioula”, uma religião afro-maranhense que se caracteriza pelo destaque do tambor durante os ritos. Possibilite a eles pesquisar o instrumento e a cultura africana e afro-brasileira, compreendendo um pouco mais o processo de formação do Brasil, quebrando paradigmas e preconceitos que circulam em relação ao outro.

VOCÊ É O AUTOR!

Escrita de conto

1. Faça uma leitura silenciosa deste poema visual.

Poema visual. Folha em branco, com uma linha fina de formato arredondado em espirale do centro, saem linhas retas para todos os lados, formando uma teia de aranha. Na linha arredondada em espiral, um poema. Texto: Olá, como estás? Não me conheces, mas eu te conheço. Como estás grande. E fofo. Conheci teu pai, tua mãe, tua irmã e teu irmãozinho. Pessoas inesquecíveis. Eu os apreciei muitíssimo! De seda eram tecidos nossos caminhos. O meu, seco; o deles, aderente. Mas sobre isso discutimos depois. Pra dizer a verdade, a família tinha um bom paladar. Qualquer dia desses venha me visitar. Em uma linha na vertical, ao centro e com uma aranha na ponta inferior em preto. Texto: a correta linha reta da aranha. Mais abaixo, um círculo em verde.

CAPPARELLI, Sérgio. Venha me visitar. ín: CAPPARELLI, Sérgio. A casa de Euclides: elementos de geometria poética. Ilustrações: Ana Gruzínsqui. primeira edição Porto Alegre: 2013. página 14. 

Respostas e comentários

Você é o autor!

Escrita de conto

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  1. A poesia visual explora a criação de imagens nos poemas, priorizando o efeito visual por meio da disposição de letras e palavras na página, entre outros elementos, como o uso de cores. Em um poema visual, imagem e linguagem verbal se complementam para a criação dos sentidos do texto.
  • ATIVIDADES COMPLEMENTARES
  1. Solicite aos estudantes que analisem o poema visual apresentado. Para isso, conduza a interpretação deles fazendo as seguintes perguntas:
    1. Em que esse poema difere dos poemas convencionais?
    2. Descrevam, de fórma objetiva, sem interpretar a imagem, os traços apresentados pelo poema.
    3. Agora, interpretem a imagem. Que desenho foi construído? Com o que se parece, na visão de vocês?
    4. Leiam o que está escrito no texto. De que fórma o que está escrito se relaciona com o formato do texto?
    5. Vocês gostaram da experiência de leitura do poema visual?

Espera-se que os estudantes trabalhem os três níveis de leitura: decodificação, compreensão e interpretação e que, com isso, percebam o vínculo entre a fórma e o conteúdo expresso do texto.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis sete éle pê três zero

ê éfe seis sete éle pê três dois

ê éfe seis sete éle pê três três

ê éfe seis nove éle pê três oito

ê éfe seis nove éle pê quatro três

ê éfe seis nove éle pê cinco um

ê éfe zero sete éle pê zero seis

ê éfe zero sete éle pê um zero

ê éfe zero sete éle pê um um

ê éfe zero sete éle pê um dois

  1. Você vai escrever um conto inspirado pelo poema visual.
  2. Considere alguns pontos:
    1. quem será o leitor, ou seja, o público-alvo;
    2. qual é o objetivo;
    3. em que meio o conto será veiculado.
  3. Planeje a narrativa.
    1. Qual é o assunto? Que conflito fará a narrativa se desenvolver?
    2. Onde a história vai acontecer e quais serão as cenas?
    3. Quem serão os personagens principais e os secundários?
    4. Haverá diálogos?
    5. Qual será o tempo dessa narrativa, ou seja, tudo vai acontecer em um dia ou mais? Como isso será marcado para dar coesão à sequência de eventos?
    6. Qual será o tipo de narrador?
    7. O conto será narrado em 1ª ou 3ª pessoa?

Lembre-se de usar adjetivos para descrever personagens e cenários; usar marcadores de tempo; usar advérbios e locuções adverbiais para mostrar as circunstâncias e onde o evento ou as cenas acontecem (o espaço); observar a pontuação.

  1. Defina a estrutura do conto:
    1. situação inicial (descrição da cena inicial);
    2. surgimento do conflito;
    3. desenvolvimento do conflito;
    4. clímax ou o momento de maior tensão da história;
    5. desfecho, mostrando como ocorreu a solução do conflito;
    6. final do conto.
  2. Reúna todas as ideias e escreva o conto. Ao final, releia e veja o que ainda pode melhorar.
  3. Depois, troque o conto com outro colega para a revisão e use a pauta de revisão da Unidade 1. Faça sugestões e comentários para ajudar a melhorar o texto do colega. Depois, invertam os papéis e façam as revisões necessárias.
  4. Escreva a versão final do conto.
Respostas e comentários
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  • Faça dos exercícios de 3 a 5 uma espécie de checklist para garantir que todos os aspectos do texto foram contemplados. Oriente os estudantes sobre o processo de reescrita, muito importante para uma boa produção textual. Para isso, recursos digitais como documentos de texto facilitam muito a atividade, pois períodos podem ser refeitos, adicionados e mudados de lugar sem necessidade de refazer ou passar a limpo o texto como um todo.
  1. Para a pauta de revisão, pode ser analisado o uso da linguagem, que precisa adequar-se ao público-alvo e à norma-padrão (ortografia, concordância, regência, colocação pronominal, acentuação, pontuação, entre outros aspectos). Toda narrativa deve ter um uso expressivo da pontuação para gerar o efeito de sentido desejado. Adequar a coesão textual (referencial e sequencial) para a narrativa garantindo que haja uma boa articulação do texto. Atentar para a coerência textual, para evitar construções ambíguas ou contradições. Podem ser determinados, ainda, critérios de padronização do texto, como margens, espaçamentos, tipo de fonte, formato de títulos, subtítulos, legendas etcétera, de modo que todos os grupos formatem seus textos de acôrdo com o padrão estabelecido.
  • ATIVIDADES COMPLEMENTARES
  • Combine com a turma possibilidades textuais como a ilustração. Deixe aberto aos que quiserem complementar a escrita com recursos imagéticos. Uma possibilidade é atrelar esse trabalho com a disciplina de Arte para uma melhor orientação dos estudantes com relação a técnicas e fórmas de ilustração.

QUEM FALA PORTUGUÊS?

1. Faça uma leitura do texto a seguir com os colegas e o professor, de fórma colaborativa, para ajudar na compreensão global do texto.

Conheça todos os países que falam português

Os países que falam português são os que possuem a língua portuguesa como idioma oficial. Devido à colonização, o português já está presente em mais de um continente. Sua origem é a mesma de outras línguas românicas, todas pertencentes ao tronco do protoindo-europeu. Por ser uma língua românica (grupo que agrupa as línguas descendentes do latim), ela tem semelhanças com outras de mesma origem, como o espanhol, italiano, romeno e francês.

O português é a nona língua mais falada do mundo, com mais de 230 milhões de falantes. A maioria deles se encontra no Brasil. Sua origem é medieval, descendendo do galego-português, na região da Galiza, que hoje faz parte da Espanha, e em Portugal. reticências

Os países que falam português

Há nove países que falam português, ou seja, que o adotam como língua oficial. Seis deles ficam na África, outro na Ásia e um na América.

Angola

A Angola localiza-se na África, e foi um dos países afetados pelas explorações portuguesas, a partir do século quinze, fazendo parte da colonização. Sua independência ocorreu em 1975, mas o português se manteve como língua oficial da nação. Ainda há outros idiomas no país considerados como nacionais, dentre eles o quimbundo.

Brasil

O Brasil pertence à América do Sul, sendo o maior país da América do Sul, e o único onde o português se tornou língua oficial, uma vez que o espanhol se disseminou nos outros. O Brasil foi colônia de Portugal, conquistando sua independência em 1822. Há mais de 200 línguas étnicas diferentes no Brasil, mas o português é a dominante.

Cabo Verde

Cabo Verde localiza-se num arquipélago, situado no Oceano Atlântico. O país também fez parte da colonização e conquistou sua independência em 1975. Outros idiomas estão presentes no país, como o francês, inglês e crioulo cabo-verdiano, mas o oficial é o português.

Respostas e comentários

Quem fala português?

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  • Esta proposta permite o desenvolvimento dos Temas Contemporâneos Transversais da Bê êne cê cê Diversidade cultural e Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras e do ó dê ésse 4 – Educação de qualidade.
  • Oriente esta leitura com questões e reflexões. Compreensão global do texto: produzir uma visão global do texto identificando o assunto. Identificar finalidades e funções da leitura em função do reconhecimento do suporte, do gênero e da contextualização do texto – proporcionar a familiaridade com gêneros textuais diversos.
  • Levante informações vistas também em outras disciplinas, como Geografia, História, Arte e Sociologia.
  • Proponha pesquisas e faça questionamentos sobre:
    • Por que o Brasil é o único país da América que fala português?
    • Qual é a relação do período da colonização com a língua oficial portuguesa?
  • Portugal foi o único país que chegou ao Brasil?
  • Como foi o processo de colonização dos territórios por Portugal?
  • Qual é a importância da língua para a dominação dos territórios colonizados?

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis sete éle pê dois zero

ê éfe seis sete éle pê dois um

ê éfe seis sete éle pê três sete

ê éfe seis nove éle pê um quatro

ê éfe seis nove éle pê três quatro

ê éfe seis nove éle pê três seis

ê éfe seis nove éle pê quatro quatro

ê éfe seis nove éle pê cinco um

Guiné-Bissau

Guiné-Bissau também se encontra na África, e já se chamou de Guiné Portuguesa, quando estava sob contrôle de Portugal. Sua independência ocorreu em 1973, e cêrca de 27,1% dos habitantes falam português, que é o idioma oficial da nação. A outra língua é o kriol.

Guiné-Equatorial

Pertencente a África, a Guiné-Equatorial também foi alvo da exploração portuguesa, sendo depois cedida à Espanha em 1778. Além do português, o francês e o espanhol também são línguas oficiais.

Moçambique

Localiza-se na África, e fez parte do Império Português a partir de 1505, conquistando a independência em 1975. Além do português, que é a língua oficial, há outros idiomas presentes no país, como tsonga, sena e macua.

Portugal

O único país da lista que se encontra na Europa. O território de Portugal já foi ocupado por diferentes povos, como os lusitanos, galaicos e celtas. Durante a época das Grandes Navegações, explorou diversas partes do mundo, como o Brasil. Desde 1290 que o português é o idioma oficial do país.

São Tomé e Príncipe

Localiza-se na África, e é uma ilha que se tornou uma das colônias dos portugueses durante o século dezesseis. Sua independência foi conquistada em 1975. O português é o idioma oficial da nação, mas há outros idiomas presentes, como o angolar e forro.

Timor-Leste

O único país do continente asiático, cuja colonização ocorreu no século dezesseis. Antes, seu nome era Timor Português. A independência também aconteceu em 1975. Nesse país, além do português como idioma oficial, há também o tétum. Outros 31 idiomas estão presentes em Timor-Leste, como mambai, baiqueno, fataluco, entre outros.

ALBUQUERQUE, Dominic. Conheça todos os países que falam português. Socientífica, abre colchetesem localfecha colchete, maio 2022. Disponível em: https://oeds.link/8BYe6Q. Acesso em: 26 junho 2022.

Ícone. Atividade em grupos.

2. Façam uma pesquisa sobre esses países para apresentá-la na seção Vamos compartilhar!

Alguns aspectos que podem ser pesquisados: a localização do país; a capital; o número de habitantes; a organização política; as características do lugar; como vivem as pessoas; os costumes; os pratos e a música típicos.

Respostas e comentários
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  • Retome a pesquisa que fizeram sobre Angola e complemente com os outros países que falam português. Lembre os estudantes dos aspectos que podem pesquisar, como: cultura, história, geografia, economia, dados gerais e outros. A pesquisa pode incluir:
    • a localização do país no continente africano;
    • a moeda utilizada;
    • a língua oficial;
    • a capital;
    • o número de habitantes;
    • a bandeira nacional;
    • a organização política (parlamentarismo, monarquia ou presidencialismo);
    • as características do lugar;
    • os pontos turísticos;
    • como vivem as pessoas;
    • como são as vestimentas;
    • os costumes;
    • os pratos típicos;
    • a música típica.
  • Separe materiais ou sáites para a pesquisa. Oriente como fazer a pesquisa. Circule pela sala ajudando os estudantes que mostrarem dificuldade, sugerindo que grifem nos textos as informações principais.
  • Proponha aos estudantes o estudo cultural das bandeiras, como elas representam a história dos países. Separe a turma em grupos; cada um fica responsável por um país de língua portuguesa. Organizem a apresentação da pesquisa realizada e, posteriormente, procurem vínculos entre elas, que podem ser tanto de cores, significados, formatos ou até mesmo derivações de um mesmo lugar (a bandeira de Portugal, por exemplo).
  • Converse com os estudantes sobre qual história e país eles já conheciam e qual não conheciam ainda. De qual mais gostaram e se conhecem outras informações, curiosidades sobre os países apresentados.
  • Aproveite o momento para recuperar as informações apresentadas sobre o (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa) e debater sobre o uso das outras línguas nos países apresentados pelo texto.

VARIAÇÃO LINGUÍSTICA

Variação social: gírias

Responda às questões no caderno.

Ícone. Atividade em dupla.

1. Leiam o texto a seguir.

Gírias

Fenômeno que demonstra o quanto a língua é um sistema vivo e mutável, as gírias devem ser empregadas comedidamenteglossário , preferencialmente na modalidade oral.

reticências

Amadas por muitos, odiadas por outros, as gírias são a prova de que a língua é uma roda-viva, sistema mutável no qual a comunicação deve ser elemento primordial. Estão diretamente relacionadas com as variedades que a língua pode apresentar e nem sempre atingem a todos os elementos de uma mesma comunidade linguística. As gírias utilizadas no Rio de Janeiro podem ser diferentes daquelas utilizadas em São Paulo, por exemplo, assim como uma gíria utilizada por um determinado grupo pode ser desconhecida para outro. Quando atingem determinadas profissões, nas quais um vocabulário específico é empregado, as gírias passam a ser chamadas de jargão e dificilmente têm alcance fóra dêsses grupos. Quase sempre são criadas por um grupo social e sua vigência pode ser curta, já que estão sujeitas a contínuas transformações.

reticências

Atualmente, há um novo olhar para esse fenômeno linguístico em virtude das teorias que difundem uma maior liberdade na comunicação, lugar onde o certo e o errado não devem existir. Contudo, apesar dessa flexibilidade, é importante observar que a adequação vocabular deve ser empregada sempre, já que a língua é uma ferramenta da qual dispomos e que, consequentemente, pertence-nos.

O uso das gírias é permitido, seria um equívoco tentar conter o movimento natural da linguagem, mas devemos compreender que na modalidade escrita é pertinente que o código seja respeitado e preservado. A língua escrita demanda um esforço maior de precisão para que possa ser compreendida independente do contexto social, histórico e cultural em que um texto foi produzido.

Fotografia. Cinco jovens sentados, um ao lado do outro em degrau de escada larga, se entreolhando. Da esquerda para a direita: jovem de cabelos escuros em coque, um óculos sobre a cabeça, camisa de cor rosa-clara, blusa em azul-claro por dentro e calça da mesma cor, com os braços sobre as pernas e sapatos pretos. À direita, um menino de cabelos claros, de camisa de gola em azul-claro, calça jeans e sapatos pretos. Uma menina de  cabelos crespos e armados, de blusa de mangas curtas em rosa-claro, calça em bege e sapatos brancos. À direita, uma menina de cabelos longos de cor ruiva, blusa de mangas compridas em lilás, bermuda e sapatos em branco e preto. Na ponta da direita, menino de chapéu sobre a cabeça, de camiseta e sapatos pretos, com calça jeans em azul. Ao fundo, degraus da escada.
As gírias fazem parte da língua e devem ser usadas de acôrdo com o contexto de comunicação.

PEREZ, Luana Castro Alves. Gírias. Prepara Enem. abre colchetesem localfecha colchete, centésima2022. Disponível em: https://oeds.link/DlnAz6. Acesso em: 7 julho 2022.

Respostas e comentários

Variação linguística

Variação social: gírias

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  • As atividades podem ser realizadas em duplas.
  • Antes da leitura do texto, comente que, na seção anterior, foram apresentados os países onde se fala português. Retome o conceito de “variação geográfica ou regional” e pergunte aos estudantes se conhecem alguma palavra utilizada no português de outro país – pode ser uma gíria, inclusive – que não é utilizada no português brasileiro. Por exemplo: no português de Portugal, diz-se “fixe” para se referir a algo “legal”.
  • Após a leitura do texto, peça aos estudantes que, oralmente, deem exemplos de gírias que conhecem. Em seguida, pergunte em que contextos elas podem ser utilizadas e por que não podem ser usadas em outras situações. Pergunte também se eles têm familiares ou amigos de outras regiões e se sabem alguma gíria que seja específica dêsses locais.

1. Retome com os estudantes os conteúdos anteriormente estudados acerca das variações linguísticas. Peça a eles que tomem nota com o objetivo revisional, aproveitando a oportunidade para solucionar eventuais dúvidas que ainda possam ter com relação ao tema.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis sete éle pê dois zero

ê éfe seis sete éle pê dois um

ê éfe seis nove éle pê um quatro

ê éfe seis nove éle pê quatro quatro

ê éfe seis nove éle pê cinco cinco

ê éfe seis nove éle pê cinco seis

  1. De acôrdo com o texto, o que as gírias representam em relação a uma língua?
  2. A autora afirma que o uso das gírias pode variar de acôrdo com a região dos falantes. Nesse momento, podemos perceber que elas estão relacionadas a outro aspecto da variação linguística, já estudados anteriormente. Qual seria esse aspecto?
  3. Segundo o texto, quem cria as gírias e por quanto tempo elas podem se manter ativas em um idioma?
  4. Que advertências a autora faz com relação ao uso das gírias? Por que essas advertências são importantes?

Anteriormente, vimos que a língua assume diferentes características, de acôrdo com a região dos falantes. Além disso, ela pode variar de acôrdo com o grupo social a que esses falantes pertencem. Nesse caso, dizemos que ocorre a variação social. A gíria é um exemplo dêsse fenômeno.

  1. Segundo o texto, as gírias sofrem variação regional ou geográfica, o que obviamente acontece entre os falantes do português brasileiro. Partindo dessa afirmação, vamos fazer uma pesquisa relacionada ao tema. Para realizá-la, sigam os seguintes passos:
    1. Façam um levantamento das principais gírias que vocês conhecem e utilizam em seu dia a dia.
    2. Do total obtido, escolham duas delas e busquem informações sobre a origem dessas gírias e os prováveis contextos em que elas podem ser utilizadas.
    3. Depois verifiquem se essa mesma gíria é utilizada em um estado diferente daquele em que vocês vivem e se tem o mesmo significado.
    4. Montem uma ficha a fim de registrar os resultados obtidos. Baseiem-se no seguinte modelo:
Ícone modelo.

Gíria 1: (Inserir a gíria)

Origem: (Descrever o provável surgimento dessa gíria, qual grupo social a criou etc.)

Significado e contexto: (Explicar o que ela significa e em que situações é utilizada)

Estado escolhido para comparação: (Inserir o nome do estado)

A gíria é utilizada com o mesmo significado?

Em caso negativo, que gíria equivalente é utilizada nesse estado? (Escrever a gíria).

e. No dia combinado com o professor, apresentem os resultados da pesquisa à classe.

Respostas e comentários

1.a) As gírias mostram que a língua é capaz de mudar tendo sempre, como objetivo, a comunicação.

1.b) O aspecto geográfico ou regional, uma vez que as gírias podem mudar de acôrdo com o local onde vivem os falantes, fenômeno relacionado à variação regional ou geográfica.

1.c) As gírias são criadas por determinados grupos sociais e podem durar pouco tempo no idioma, caindo em desuso.

1.d) A autora adverte que elas sejam usadas principalmente na língua falada e em situações nas quais não se exija o uso da norma-padrão. Caso contrário, pode haver problemas na comunicação.

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  1. É possível fazer inúmeras adaptações nessa pesquisa, que ficarão a seu critério. Por exemplo:
  • Os estudantes podem fazer o trabalho em grupos, em vez de duplas. Eles podem pesquisar apenas gírias de sua própria região, buscando sua origem e contexto de uso.
  • É possível comparar as gírias com outras regiões, e não apenas estados.
  • Também é possível pedir a eles que façam uma pesquisa das gírias mais antigas, utilizadas por seus pais ou avós. No caso, seria necessário apresentar-lhes, ainda que brevemente, a variação histórica, no caso de termos mais antigos e que já não são mais utilizados.
  • Ainda se pode solicitar uma pesquisa relacionada às gírias mais atuais, sobretudo as que nasceram na internet e nas redes sociais, largamente utilizadas pelos jovens.

2c. Caso não tenha, procurem saber qual seria o termo utilizado nessa região, ou seja, qual gíria equivaleria àquela que vocês utilizam.

2e. Caso alguma dupla tenha usado a mesma gíria, verifiquem se conseguiram informações diferentes das que vocês encontraram.

CLUBE DO LIVRO

No bimestre passado, trabalhamos com textos de divulgação científica, infográficos e ficha técnicas, além de algumas intervenções artísticas no espaço urbano.

Fotografia. Abelha em marrom, com patas e antenas finas coberta de pólen. Fundo amarelo. Na parte inferior, à esquerda, pequenas esferas escuras.
Abelha coberta de pólen.
Fotografia. Uma viela, com paredes à esquerda e à direita, cobertas por grafites coloridos. À esquerda, pinturas em tons de vermelho, amarelo e laranja e à direita, em tons de cinza e vermelho. Ao fundo, casas, árvores de folhas verdes e céu em azul-claro.
Beco do Batman, São Paulo.

Agora, chegou o momento de voltar ao livro que você leu no bimestre anterior e compartilhar suas impressões com os colegas. Para isso, retome a ficha de leitura ou a resenha crítica com as informações sobre o livro para ajudá-lo a relembrar.

Relembrar

1. Traga para a escola o livro que você leu e a ficha de leitura preenchida.

Se precisar, folheie o livro, releia alguns trechos ou relembre o nome dos personagens.

Apresentar e avaliar

Ícone. Atividade em dupla.
  1. Junte-se a um colega e conte sobre o livro que leu. Faça um resumo do enredo, com base na ficha de leitura, e use o cartaz publicitário que criou para apresentá-lo.
    1. Caso considere interessante, mostre algumas imagens ou leia trechos para o colega, para exemplificar alguns aspectos da história.
    2. Ao final da apresentação, dê sua opinião sobre o livro, explorando os pontos positivos e negativos.
    3. Descreva algum trecho de que mais gostou ou que considera divertido.
    4. Agora, troque com o colega e ouça atentamente o resumo do livro que o colega leu e as observações dele. Se quiser, faça notas e peça esclarecimentos sobre o que não ficou claro.
  2. Para concluir, crie uma avaliação sobre o livro, recomendando ou não a leitura, dessa vez para toda a turma. Faça um breve comentário com a sua opinião e mostre o cartaz que você fez sobre a obra.
Respostas e comentários

Clube do Livro

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Retome com os estudantes a leitura do bimestre anterior. Enfatize com a turma a importância da utilização das notas durante a leitura.
  • Questione também se depois que realizaram a atividade eles começaram a reparar mais nos espaços urbanos da cidade onde moram.
  • Converse com a turma sobre como foi a experiência, se eles já tiveram contato com esse formato de texto anteriormente ou se foi a primeira vez.
  • Mostre para a turma como a apresentação do livro lido é muito mais interessante quando eles trazem materiais para ilustrar o que dizem. Observar a capa do livro, as imagens da história e demais materiais auxilia os espectadores a compreenderem e se interessarem pela história contada.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis sete éle pê dois oito

ê éfe seis nove éle pê quatro cinco

ê éfe seis nove éle pê quatro seis

ê éfe seis nove éle pê quatro sete

ê éfe seis nove éle pê quatro nove

Próxima leitura

  1. Escolha seu próximo livro utilizando as informações dos colegas e das fichas de leitura apresentados. Se preferir, escolha um livro na biblioteca.
    1. Lembre-se de que você pode pesquisar resenhas críticas ou indicações de livros em sáites especializados para a sua idade. Peça ajuda a um adulto para identificar as fontes e orientar a pesquisa.
    2. Leia sempre o resumo, a quarta capa e os comentários sobre a obra, seja nas capas do livro ou em sáites.

Montagem de esquema

5. Você sabe o que é um esquema? Após a leitura, que tal criar um esquema do livro que leu?

Esquema é um esboço simplificado das ideias e dos elementos principais abordados em um texto, permitindo ao leitor apreender de modo objetivo a mensagem nele contida.

  1. Retome elementos do livro: os personagens, os acontecimentos, os lugares e até diálogos para utilizar na montagem do esquema.
  2. Caso outros colegas tenham lido o mesmo livro, conversem para planejar e criar o esquema.
  3. Se necessário, retome as orientações e os roteiros que utilizamos nas unidades. Alguns deles podem auxiliar na montagem do esquema, conforme o gênero textual do livro lido.

6. Conheça alguns tipos de esquema.

Esquema de chaves. Uma chave aberta grande, saindo da ponta, à esquerda uma linha verde na horizontal; e depois outras três menores. Saindo de cada chave, linhas em verde na horizontal. Ilustração. Esquema de setas. Três setas saindo do mesmo ponto em direção à direita, saindo do ponto comum à esquerda uma linha vermelha na horizontal; e outras duas setas menores à direita. Saindo de cada seta uma linha vermelha na horizontal. Ilustração. Esquema misto. À esquerda, uma chave quadrada aberta com pontas de seta, saindo do centro da chave à esquerda uma linha azul na horizontal; linhas saindo também das pontas das setas; à direita outras duas chaves abertas menores, uma com linhas, e outra com linha e círculo azuis; e à direita, três setas, com linhas finas na horizontal e retângulos em azul. Ilustração. Esquema de retângulos. Retângulos em verde na horizontal e entre setas pequenas. Ilustração. Esquema de subordinação. Várias linhas na horizontal em laranja, com enumeração. Ilustração. Esquema mapa mental. Vários círculos vazados conectados entre si e ao centro, um em laranja e texto: ideia principal.
  1. Os esquemas serão apresentados em sala de aula para os colegas, por isso, prepare-se para apresentar.
  2. Aproveite a leitura do novo livro que você escolheu!
Respostas e comentários
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  • Fomente com a turma a possibilidade de, neste bimestre, eles escolherem um livro de algum ou alguma escritor ou escritora ou afro-brasileiro ou brasileira como muitos dos que foram abordados durante essa unidade.
  • Retomando a discussão sobre a importância da materialidade das informações, seja por cartaz, seja por ilustração, seja por apresentação da capa do livro, reforce com os estudantes a importância de desenvolver a prática de realizar esquemas para que possam apreender as informações de todos os textos com qualidade.
  • O esquema é uma excelente estratégia de estudo e de retenção de conteúdo, pois, além de precisar se debruçar várias vezes sobre o texto para colhêr, filtrar e organizar as informações, se faz necessário repassá-las na produção do esquema. E, depois de pronto, ele faz com que a memória visual seja ativada de fórma muito eficiente.

EU APRENDI!

Responda às questões no caderno.

1. Leia o texto a seguir.

Ilustração. Uma teia em preto, de linhas finas, em formato de círculo e linhas na vertical dentro. À esquerda, uma aranha grande preta, com pernas finas. Na ponta da direita, uma mosca pequena de par de asas em cinza e olhos arredondados em vermelho, com patas finas em preto. Ao centro, texto: 
Ilha 
A ARANHA TECE A TEIA 
(da telha à areia) 
ARMA A 
ARMADILHA 
ILHA 
ARMADA 
NO ESPAÇO 
ESPERANDO A MOSCA 
PARA UM GRANDE ABRAÇO.

NICOLA, José de. Ilha. In: NICOLA, José de. Entre ecos e outros trecos. São Paulo: Moderna, 2002. página 15.

  1. A que gênero textual pertence esse texto?
  2. Por que, na sua opinião, o autor deu o título de “Ilha” ao texto?
  3. Qual é o assunto do texto?
  4. Quais textos que trabalhamos nesta unidade se relacionam com o poema?
  5. O autor utiliza um recurso de diagramação no poema. Na sua opinião, qual foi a intenção?
  6. Justifique o uso de parênteses no poema.
  7. Que figura de linguagem foi usada no último verso? O que ela de fato significa?
Fotografia. Vegetação rasteira de cor verde e pétalas pequenas em roxo. Entre as plantas, uma aranha na vertical em preto e listras na horizontal em amarelo e patas finas longas, em preto e amarelo.
Nesse campo de flores, a armadilha se esconde e a mosca é presa na teia.
Respostas e comentários

1.a) Poema.

1.b) Porque ele compara a teia a uma ilha armada no espaço, uma armadilha para presas.

1.c) O assunto do poema é a aranha e sua teia como armadilha.

1.d) O conto “A infinita fiandeira” e o poema visual “Venha me visitar!”.

1.e) Resposta pessoal. A diagramação chama a atenção para as palavras que podem ser derivadas ou formadas a partir da palavra “armadilha”, com uma intencionalidade relacionada ao significado dos versos.

1.f) Os parênteses foram utilizados para intercalar uma informação acessória, que explica que a teia foi tecida da telha à areia.

1.g) Foi utilizada a metáfora “para um grande abraço”, indicando que a mosca ficará presa na teia.

Eu aprendi!

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

1a. Questione os estudantes sobre os elementos do texto que comprovam as respostas deles sobre o gênero ser um poema. Explore o espaço do texto no papel, o tamanho das linhas e como elas indicam que são versos. Contemple a linguagem, como ela é estruturada, como se organiza e as rimas que aparecem.

1b. Trabalhe com os estudantes a imagem associativa de uma ilha e da teia. Articule essa aproximação imagética.

1c e 1d. É preciso sempre relacionar os textos lidos, o produzido e temas que já foram contemplados durante a unidade. Isso vai sedimentando as informações e contextualizando as informações aprendidas.

1g. Se necessário, retome com os estudantes o conceito de metáfora, conforme segue:

A metáfora é uma figura de linguagem que consiste na utilização de uma palavra com sentido diferente do seu significado mais comum. Esse processo resulta de uma comparação indireta entre determinadas características presentes em dois elementos, uma relação de semelhança entre eles.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis sete éle pê dois sete

ê éfe seis sete éle pê dois oito

ê éfe seis sete éle pê três oito

ê éfe seis nove éle pê zero cinco

ê éfe seis nove éle pê cinco três

ê éfe zero sete éle pê um zero

ê éfe zero sete éle pê um um

2. Agora, leia a tirinha a seguir.

Tirinha. Composta por três quadros. Apresenta como personagens: Calvin, menino de cabelos arrepiados, de camiseta listrada em preto e branco, calça preta e sapatos claros. Um tigre com corpo listrado em preto e branco, com focinho pequeno. As cenas se passam em local aberto. Q1 – Haroldo caminhando para a direita e à frente dele, Calvin diz: AS PESSOAS SÃO TÃO EGOCÊNTRICAS. Q2 – Calvin visto da cintura para acima, com as mãos na cintura, cenho franzido e olhos bem abertos. Ele fala: O MUNDO SERIA BEM MELHOR SE ELAS PARASSEM DE PENSAR NELAS MESMAS E PENSASSEM NOS OUTROS, PRA VARIAR. Q3 – À esquerda, árvores e na parte superior, folhas. À direita, Haroldo, com os olhos bem arregalados, pergunta: IMAGINO QUEM SERIAM OS OUTROS? À direita, Calvin caminhando para frente, também com os olhos bem abertos, diz: EU, É CLARO! TODO MUNDO DEVIA PENSAR MAIS EM MIM!

uáterson, . O melhor de Calvin. Estadão, São Paulo, 7 julho 2022. Disponível em: https://oeds.link/DSXBgb. Acesso em: 7 julho 2022.

  1. Qual é a queixa do garoto?
  2. Após a queixa, Calvin apresenta uma proposta para que o problema seja resolvido. Qual seria essa proposta?
  3. Nessa fala, encontramos uma conjunção coordenativa aditiva. Qual é ela?
  4. Que ideia ela transmite?
  5. A resposta de Haroldo revela uma certa ironia. Como isso é apresentado no texto?
  6. A suspeita do tigre se confirma na fala do garoto? Por quê?
  7. O que mostra a expressão do tigre?
  8. Por que a resposta de Calvin causa o humor da tirinha?
  1. Agora, imagine que o texto da tirinha fosse escrito em um livro, no formato de diálogo. Reescreva esse trecho utilizando os sinais de pontuação adequados e fazendo as adaptações necessárias.
  2. Escreva as conjunções aditivas que conectam as frases a seguir. Se necessário, utilize a vírgula.

a. Naquele dia, o professor não passou lição de casa

espaço para resposta
corrigiu a tarefa dada no dia anterior.

b. Depois do almoço, os pais foram descansar um pouco

espaço para resposta
as crianças ficaram brincando na garagem.

c. Aquela senhora está parada aí em frente

espaço para resposta
ainda não tocou a campainha.

d. Os alunos

espaço para resposta
compareceram
espaço para resposta
enviaram justificativa.

e. Nós iremos à praia

espaço para resposta
vocês irão ao sítio. Podemos nos encontrar ao menos um dia
espaço para resposta
fazer um passeio juntos.
Respostas e comentários

2.a) Que as pessoas são muito egocêntricas.

2.b) As pessoas deveriam parar de pensar em si mesmas e pensar nos outros.

2.c) A conjunção “e”.

2.d) Nesse contexto, a conjunção transmite uma ideia de sequência de ações: primeiro deveriam parar de pensar em si mesmas, depois deveriam pensar nos outros.

2.e) Por meio das aspas na expressão “os outros”.

2.f) Sim, pois, ao se referir aos outros, o garoto refere-se a si mesmo.

2.g) O tigre parece não estar surpreso com a resposta. Sua expressão indica que já esperava aquela resposta.

2.h) Porque ele reclama do egocentrismo das pessoas e seu posicionamento revela uma atitude egocêntrica.

3. Resposta pessoal. Ver orientações didáticas.

4. a) Naquele dia, o professor não passou lição de casa nem corrigiu a tarefa dada no dia anterior. b) Depois do almoço, os pais foram descansar um pouco, e as crianças ficaram brincando na garagem. c) Aquela senhora está parada aí em frente e ainda não tocou a campainha. d) Os alunos nem compareceram nem enviaram justificativa da falta. e) Nós iremos à praia, vocês irão ao sítio (ou: Nós iremos à praia e vocês irão ao sítio). Podemos nos encontrar ao menos um dia e fazer um passeio juntos.

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  1. Permita aos estudantes que apresentem suas impressões sobre a tirinha, se a acharam engraçada ou não, se gostaram, e discussões que possam ser promovidas com base na tirinha.
  2. Verifique se os estudantes utilizaram verbos dicêndi e dois-pontos para anunciar as falas e travessão antes de cada fala.
  3. Explore outras conjunções que poderiam ser utilizadas e quais efeitos de sentido elas podem causar. Reforce a importância das conjunções, como um termo ou outro pode mudar completamente o sentido da construção textual.

Para observar e avaliar

• Se os estudantes demonstrarem dificuldades em relação aos objetivos pedagógicos da unidade, proponha mais atividades sobre os conteúdos abordados, como leituras de contos, com foco nos aspectos léxico-gramaticais trabalhados na unidade.

• Em turmas grandes é importante manter o registro da trajetória dos estudantes, mostrando suas conquistas e aprendizagens, o que pode ser feito por meio da sugestão de Instrumento de Acompanhamento de Aprendizagem, que se encontra na Seção Introdutória deste Manual do Professor.

VAMOS COMPARTILHAR

Storytelling

1. Você sabe o que é storytelling? Faça uma leitura compartilhada com os colegas.

Storytelling na educação

reticências

O impacto de uma boa história é inegável. Quem não lembra de histórias ouvidas na infância? Ou da dificuldade de parar de ler um bom livro quando a narrativa está muito envolvente? E quando um filme é tão bom que não conseguimos sair da frente? Sem dúvida, o poder de uma história bem contada é enorme.

reticências Storytelling, que em tradução livre significa “contação de histórias”, é uma habilidade humana ancestral. Contudo, hoje, o termo significa o conjunto de técnicas desenvolvidas para a criação de narrativas com funções específicas. reticências

Atenção garantida

Registros históricos da atividade humana, as pinturas rupestres eram uma das fórmas como os humanos antigos contavam suas histórias e vivências. Primeiramente, as mais antigas, datavam de mais ou menos 30 mil anos. Entretanto, em 2011, foi encontrada a pintura rupestre mais antiga do mundo. Apenas em 2018 é que foi confirmada a sua datação. Ela tem cêrca de 73 mil anos e está localizada na África do Sul, na caverna de Blombos. O que intrigou os cientistas e a comunidade científica é que, pela datação, essas pinturas não podem ter sido feitas por humanos modernos (homo sapiens). Surpreendentemente, elas foram feitas por neandertais! O que põe mais lenha na fogueira da discussão sobre inteligência e cognição na evolução da espécie humana.

Viu! Nem é uma história inventada… É a pura realidade. Mas, contada da maneira certa, cativa, atrai e tem o poder de manter a atenção de um grupo de jovens em sala de aula.

reticências

Ilustração. Três pessoas em pé, uma perto da outra. À esquerda, menina de cabelos pretos, de blusa de mangas compridas em bege-claro, calça azul e sapatos pretos. Ela está o braço direito para trás das costas e braço esquerdo para frente. Ao centro, uma pessoa de cabelos castanhos, camiseta e sapatos pretos e calça vermelha. Ela segura um pedaço de papel longo com elementos diversos que sobressaem, como: gráfico em barra na vertical, moedas em amarelo, uma engrenagem em preto e entre outros. À direita, homem com o corpo para a esquerda, de cabelos e blusa de mangas compridas em preto, calça e sapatos marrons. Esta aponta com o dedo indicador para a folha. À direita, duas pessoas se cumprimentado com as mãos. Um homem de cabelos pretos, camiseta azul e um pessoa de cabelos castanhos em coque, camisa branca por dentro e terno preto. Perto deles, elementos espalhados: camiseta vermelha, calça verde, uma lâmpada amarela, bolsos com par de asas e moedas amarelas na vertical. À frente, um livro de páginas em bege, aberto. Na ponta da direita, um menino sentado, com o corpo para a esquerda, de cabelos pretos, blusa de mangas compridas em rosa-claro, calça azul e sapatos em preto. Ele segura um notebook aberto de onde sai elementos: um garoto de cabelos pretos, braços erguidos, de camiseta em verde, mão de uma pessoa segurando uma balança. Ao fundo, uma lâmpada amarela e um foguete em branco, com partes em vermelho.

DIÁRIO ESCOLA. Storytelling na educação. abre colchetesem localfecha colchete, centésima2022.Disponível em: https://oeds.link/RjRAFV. Acesso em: 28 junho 2022.

Respostas e comentários

Vamos compartilhar

Storytelling

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Leia o texto integralmente com os estudantes e solicite que tomem nota sobre as informações para que possam produzir a atividade. O texto explica a função do storytelling como recurso na educação.
  • Pergunte aos estudantes se já conheciam o conceito de storytelling, muito utilizado na publicidade, conteúdo que já foi visto em outras unidades. Explore com a turma a relação entre as unidades trabalhadas no decorrer do ano.

A narrativa, a arte de contar histórias, está presente desde o início dos tempos. É por meio dela que as fórmas de conhecimento se transformam em relatos e assim, os indivíduos conseguem atribuir significado e sentido aos acontecimentos. Como vivemos em uma sociedade, um sistema maior e universal, criamos um sentimento de pertencimento com aqueles com quem partilhamos algo – um ambiente, uma história, um hobbie, um comportamento, etcétera reticências

E ao falar de narrativa no campo da comunicação no contexto atual, é imprescindível falar sobre storytelling – a prática de ativar uma memória coletiva por meio da narrativa. Com os estudos feitos para esse trabalho, vimos que essa prática de comunicação tem o objetivo de estimular a troca, o relacionamento, a confiança, por meio do sentimento de pertença e da conexão que a contação de histórias oferece.

reticências

Ainda falando sobre pertencimento, carl (1952) foi pioneiro noestudo das gerações. Ele percebeu que indivíduos, mesmo sem proximidade física, apresentam personalidades semelhantes por terem vivido um mesmo processo histórico. reticências

Storytelling e a geração milênial. Disponível em: https://oeds.link/cgdzUw. Acesso em: 5 julho 2022.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis nove éle pê um dois

ê éfe seis nove éle pê um três

ê éfe seis nove éle pê um quatro

ê éfe seis nove éle pê três seis

ê éfe seis nove éle pê quatro quatro

ê éfe zero sete éle pê um zero

Objetivo

2. Vocês vão apresentar uma istóritélin sobre o país que pesquisaram na seção Você é o autor!, página 233.

Planejamento

  1. Vamos explorar alguns elementos básicos do istóritélin.
    1. Toda narrativa precisa ter uma mensagem e ela precisa ser marcante e envolvente para entreter o ouvinte a ponto de criar uma expectativa sobre o final, portanto, o conteúdo deve ser relevante para a sua audiência.
    2. Quando o narrador transmite com clareza e riqueza de detalhes o ambiente em que a ação ocorre, isso facilita a visualização pelo público, ajudando-o a se envolver com a história e a criar as imagens mentalmente.
    3. O personagem permite tornar a narrativa mais real e próxima de quem está ouvindo, portanto, crie um personagem fictício ou identifique uma personalidade típica da cultura que pesquisou para ser o narrador.
    4. Toda boa história precisa ter um conflito, mas não se trata de um problema, e sim de um desafio que surge para motivar o personagem a percorrer toda a jornada e envolver o ouvinte e criar uma identificação com o personagem.
    5. Por fim, é importante que a apresentação responda: quem, o quê, onde, como, quando e por quê.
  2. Considere alguns pontos:
    1. quem será o ouvinte, ou seja, o público-alvo;
    2. qual é o objetivo, lembre-se de que faremos uma apresentação dos países que falam português e suas culturas;
    3. em que meio o istóritélin será divulgado.

Você pode usar recursos como imagens, técnicas de ilustrações, recursos digitais, mapas, galeria de imagens, entre outros.

Ensaios

  1. Ensaie antes e preste atenção em alguns detalhes, como:
    1. a impostação da voz, para que seja audível a todos;
    2. os gestos e as expressões corporais e faciais;
    3. o uso de tons de voz diferentes, no caso de haver diálogos, para deixar a narração mais envolvente e divertida.
  2. No dia da apresentação, fique tranquilo. Lembre-se de que você se preparou para contar a sua história. Tudo vai dar certo!

Refletindo sobre a apresentação

7. Forme uma roda com os colegas. Conversem sobre as apresentações do istóritélin, os pontos positivos e os negativos e o que vocês fariam diferente em uma próxima vez.

Orientação para acessibilidade

Atividade 5.

Caso haja estudantes cegos na turma, o item a deverá ser pulado por eles.

Respostas e comentários
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  • Leia atentamente as instruções com a turma para garantir que todos entenderam todas as etapas do planejamento e do desenvolvimento da atividade.
  1. Retome as informações pesquisadas e discutidas nas seções anteriores. Aproveite e reveja as notas que foram tomadas e também as relações com os outros países que foram traçadas.
  2. Repasse com os estudantes todos os elementos que compõem uma narrativa: Narrador; Personagem; Tempo; Espaço e Enredo. Explore cada um de fórma que eles consigam fazer escolhas conscientes para gerar o efeito de sentido que pretendem com a produção.
  • Incentive que a turma utilize o roteiro como uma fórma de checklist para se certificar de que todas as etapas foram cumpridas e estão adequadas. Após a conferência das informações, o texto estará pronto para a próxima etapa, que é o processo de ensaio.
  • Estabeleça um cronograma com os estudantes para que eles tenham tempo para elaboração do texto, ensaio e organização logística das apresentações e, por fim, após as apresentações, refletirem sobre a apresentação, destacando pontos positivos e pontos a serem melhorados, levando-os a refletir se em oportunidade futura fariam diferente.

Glossário

amealhar
: juntar, acumular.
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cacimbo
: nevoeiro denso, acompanhado de chuva miúda e sereno, que ocorre nas regiões costeiras (continentais e insulares) da África; o mesmo que cacimba.
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aranhal
: buraco em que as aranhas se abrigam; aranheiro.
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concertação
: acôrdo, entendimento.
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neologismo
: uso de uma expressão ou palavra nova, geralmente formada com base em outra existente na língua.
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surrealista
: referente ao surrealismo, movimento literário e artístico que valorizava a expressão do pensamento ditada pelo inconsciente e propunha a renovação dos valores em todos os campos, morais, políticos, científicos etcétera
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comedidamente
: de modo não excessivo; moderadamente.
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