UNIDADE 8  Lenda e cordel

As propostas desta unidade foram desenvolvidas em quatro etapas que se relacionam. Acompanhe!

Ilustração. Um menino negro com o corpo da cintura para baixo em um redemoinho cinza e da cintura para cima, vê-se o corpo dele. Ele tem cabelos pretos, com um gorro vermelho sobre a cabeça dele, a língua para fora e com as palmas das mãos abertas, perto das bochechas.

EU SEI

Como os povos contam suas histórias?

Compreender o valor cultural das lendas indígenas e dos cordéis.

Ilustração. De frente para um rio de água em azul-claro, à direita, sobre a areia, uma mulher indígena sentada. Ela tem cabelos longos pretos, sem roupa, com um colar em amarelo sobre o pescoço e pernas cruzadas. À direita dela, um tuiuiú, pássaro de penas brancas, de parte em vermelho no pescoço, cabeça e bico comprido em preto. Mais atrás, na areia, outros tuiuiús, uma tartaruga pequena. Nas extremidades da esquerda e da direita, vegetação rasteira em verde, com outros animais. Ao fundo, grande quantidade de árvores de folhas verdes. No alto, céu em azul, com o sol visto parcialmente em laranja e contorno em amarelo. Na ponta superior, à direita, dois pássaros sobrevoando de penas em vermelho e branco, com bico fino preto. Perto deles, várias borboletas sobrevoando.

EU VOU APRENDER

Capítulo 1 – Lenda indígena

Compreender os elementos da lenda indígena, o contexto de produção e sua circulação.

Capítulo 2 – Cordel

Compreender os elementos do cordel, o contexto de produção e sua circulação.

Respostas e comentários

UNIDADE 8

Lenda e cordel

Introdução

A unidade 8 propõe o trabalho com os gêneros textuais lenda e cordel e oferece aos estudantes a oportunidade de refletir sobre como os povos contam as suas histórias, o que possibilita aos jovens pesquisar e compreender o valor cultural das tradições orais e como preservam os costumes de geração em geração.

Além de trazer todo o universo da lenda indígena para as discussões e leituras em sala de aula, traz também o estudo do gênero, com destaque aos elementos que a caracterizam. As lendas exploram elementos que envolvem: natureza, amor, amizade, existência e explicação da origem do mundo em que vivemos. São histórias que foram contadas de geração em geração, com o intuito de ensinar e preservar os costumes e a cultura indígena, aspectos discutidos e trabalhados na análise dêsse gênero textual e ampliado pela oportunidade de pesquisar lendas indígenas e da região em que os estudantes vivem.

Nesta unidade, é explorada a literatura de cordel ou cordel, que é um gênero textual literário que apresenta rimas e narrativas de histórias da tradição oral do nordeste brasileiro, muitas vezes, divulgados em folhetos que têm xilogravuras e finalidade comercial para o cordelista se divulgar. Explore com os estudantes os diferentes meios de divulgação do cordel, atualmente, para que compreendam que ele ganhou o país por meio de livros, da internet e dos estudos em escolas e universidades.

Durante o trabalho com os textos de lendas e cordéis, abordando a temática do respeito à cultura, é feito o estudo de análise linguística contextualizado e inserido nas propostas da unidade. Entre eles está o trabalho com período composto por coordenação adversativa e a grafia de palavras homônimas, como trás e traz, coesão referencial e a sintetização nas construções textuais.

Competências gerais da Educação Básica

  1. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.

9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.

Competências específicas de Linguagens para o Ensino Fundamental

5. Desenvolver o senso estético para reconhecer, fruir e respeitar as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, inclusive aquelas pertencentes ao patrimônio cultural da humanidade, bem como participar de práticas diversificadas, individuais e coletivas, da produção artístico-cultural, com respeito à diversidade de saberes, identidades e culturas.

Xilogravura. Dois homens sentados em um banco em local aberto. Eles usam o mesmo tipo de roupa: chapéu arredondado, camisa de gola de mangas compridas, calça, sapatos pretos. Eles seguram nas mãos um violão e em volta, notas musicais. À direita, vegetação rasteira, um cacto. Na parte superior, à direita, lua redonda com crateras.

EU APRENDI!

Atividades de compreensão textual, reflexão e análise da língua e ampliação da aprendizagem.

Fotografia. À frente, duas crianças sentadas de frente para uma mesa em bege, cada uma segurando um livro nas mãos. À esquerda, menina de cabelos pretos, divididos ao meio, em chuquinhas, de blusa de mangas curtas, listrada em rosa e branco e capa do livro nas mãos em azul-claro. À direita, menino de cabelos pretos, de camiseta em azul e segurando livro de capa em amarelo. Ao fundo, um menino loiro, visto parcialmente, para a esquerda. Ele tem cabelos castanhos lisos, com camiseta listrada em branco e azul-claro. Ele está com as mãos sobre livros organizados em uma estante grande em marrom.

VAMOS COMPARTILHAR

Apresentação de final de ano

Promover a interação dos estudantes com a comunidade escolar por meio da divulgação das lendas pesquisadas.

Respostas e comentários

Ao final da unidade, os estudantes poderão aplicar os conhecimentos desenvolvidos durante as aulas para produzir a sua versão de lenda, que será apresentada na festa de final de ano, junto com pelejas e desafios de repente, ao vivo para a comunidade escolar.

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Apresente aos estudantes a estrutura da unidade com as quatro seções: Eu sei, Eu vou aprender, Eu aprendi!, Vamos compartilhar. É importante que entendam como o trabalho será desenvolvido e tenham clareza sobre as etapas e os objetivos de cada uma delas.
  • Observe as imagens apresentadas e leia a breve explicação que acompanha cada uma delas, oferecendo aos estudantes pistas do que será tratado adiante e trazendo a possibilidade de eles levantarem mentalmente as primeiras hipóteses e os conhecimentos prévios sobre o tema da unidade.
  • Leia o título da unidade e convide os estudantes a comentar o que sabem ou pensam sobre o tema “Lenda e cordel”. Permita que se expressem livremente, orientando-os a respeitar opiniões diversas e os turnos de fala.

Competências específicas de Língua Portuguesa para o Ensino Fundamental

  1. Compreender a língua como fenômeno cultural, histórico, social, variável, heterogêneo e sensível aos contextos de uso, reconhecendo-a como meio de construção de identidades de seus usuários e da comunidade a que pertencem.
  2. Ler, escutar e produzir textos orais, escritos e multissemióticos que circulam em diferentes campos de atuação e mídias, com compreensão, autonomia, fluência e criticidade, de modo a se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos, e continuar aprendendo.

9. Envolver-se em práticas de leitura literária que possibilitem o desenvolvimento do senso estético para fruição, valorizando a literatura e outras manifestações artístico-culturais como fórmas de acesso às dimensões lúdicas, de imaginário e encantamento, reconhecendo o potencial transformador e humanizador da experiência com a literatura.

Temas Contemporâneos Transversais

  • Diversidade cultural.
  • Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras.

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

  1. Educação de qualidade.

10. Redução das desigualdades.

EU SEI

Como os povos contam as histórias?

As lendas indígenas são textos de tradição oral que se relacionam com aspectos como o amor, o medo, a origem de vários elementos da natureza, a existência, os desafios da vida e as perdas pela morte e o renascimento.

Mistério, fantasia e seres sobrenaturais estão presentes nas narrativas, em histórias contadas de geração em geração. Assim como outras linguagens artísticas, as lendas também refletem a cultura e os costumes de povos e seus ideais.

Nos dias de hoje, a literatura indígena chega a nós por meio de textos contados pelos próprios indígenas, mostrando a pluralidade cultural do nosso país.

Ilustração. Uma sereia, mulher com o corpo metade humano e metade para baixo como peixe. Ela tem cabelos longos em castanhos lisos, sem blusa e parte igual peixe, de nadadeira em azul-claro. Ela está sentada sobre uma planta aquática em verde, de formato arredondado e segura nas mãos, uma estrutura azul na vertical.
A lenda da Iara tem origem no povo tupi-guarani. Uma jovem indígena, admirada por ser uma grande e bela guerreira, causava inveja em seus familiares, que tentaram acabar com sua vida. Ela acabou sendo salva pelos peixes do rio, e a lua cheia, penalizada, transformou-a em sereia.
Ilustração. Uma serpente de tamanho médio de cor verde no dorso e na parte interna em bege-claro. Sobre o dorso dela, chamas em laranja, com a boca aberta e língua vermelha para fora e dois dentes afiados na parte superior e na parte inferior. Na parte inferior do rabo, corpo contorcido.
Boitatá é uma serpente de fogo que protege os animais da floresta. A lenda tem diferentes versões, e, em uma delas, ela se transforma em uma árvore em chamas para queimar os invasores que querem destruir a floresta.
Respostas e comentários

Eu sei

Como os povos contam as histórias?

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Leia com os estudantes a introdução da página e peça a eles que observem as imagens e os personagens folclóricos representados. Fazer esse contato anterior à leitura é importante para antecipar o que será tratado. Comente que essa leitura inicial de título e observação de imagens permite criar hipóteses sobre o que será desenvolvido na proposta.
  • Escreva na lousa os nomes dos personagens folclóricos que estão representados nas páginas e os que os estudantes conhecem, pedindo a eles que apresentem seus conhecimentos prévios sobre o gênero textual lenda. Permita aos estudantes que troquem ideias e confrontem opiniões e oriente-os a citar exemplos de onde ouviram as histórias das lendas e onde podem encontrar esses textos.
  • Se possível, leve para a sala de aula alguns exemplares de livros e indicações de sáites selecionados previamente com exemplos de lendas. Organize os estudantes em grupos de quatro integrantes e solicite a eles que observem a estrutura textual e que discutam em grupo suas impressões.
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  • Apresente aos estudantes de maneira breve algumas informações que explicam as características das lendas e os personagens do folclore brasileiro, citados nesta página, aproveitando o levantamento prévio realizado pelos estudantes na atividade anterior, conforme sugestão a seguir. Oriente-os a fazer anotações no caderno.
  • Comente que o folclore brasileiro tem seres sobrenaturais presentes nas narrativas de tradição oral, que exploram elementos da natureza, dos desafios de vida e morte, da explicação da existência, do amor e dos medos relacionados aos mistérios e fantasias que explicam os costumes e a cultura dos povos, principalmente a pluralidade da cultura indígena.
  • Discuta com os estudantes se conhecem as lendas indígenas dêsses personagens e peça a eles que compartilhem com os colegas. Solicite-lhes que façam a leitura dos textos e explorem as imagens. Nesse momento, é possível que alguns manifestem opiniões sobre versões diferentes das lendas ou que percebam outras características do gênero apresentado.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis sete éle pê dois zero

ê éfe seis sete éle pê dois três

ê éfe seis sete éle pê dois sete

ê éfe seis sete éle pê dois oito

ê éfe seis nove éle pê quatro quatro

Ilustração. Um boto cor-de-rosa, animal de tamanho médio, corpo longo similar a um golfinho, de focinho longo. Ele está com o corpo para a direita, parte inferior contorcida.
Na lenda do boto cor-de-rosa, esse ­animal, que vive nos rios amazônicos, transforma-se, nas noites de festa junina, em um belo rapaz que seduz as ­jovens bonitas para ter filhos.
Ilustração. Um menino negro com o corpo da cintura para baixo em um redemoinho cinza e da cintura para cima, vê-se o corpo dele. Ele tem cabelos pretos, com um gorro vermelho sobre a cabeça dele, a língua para fora e com as palmas das mãos abertas, perto das bochechas.
A lenda do saci-pererê é mais conhecida na região Sul do Brasil e sofre influência das culturas africana e indígena. O saci é um ser que vive nas florestas e é conhecido por suas travessuras.
Ícone. Atividade oral.
  1. Descreva as imagens e conte o que você sabe sobre elas.
  2. Na sua opinião, por que as pessoas contam as lendas de geração em geração?
  3. As imagens ilustram lendas do folclore brasileiro. Quais outras você conhece?
Respostas e comentários

1. Respostas pessoais. Incentive os estudantes a descrever os personagens das lendas e contar o que sabem sobre elas.

2. Resposta pessoal. É importante que os estudantes destaquem que as lendas são de tradição oral e que são utilizadas pelos povos como uma fórma de transmitir conhecimentos, costumes e preservar sua identidade cultural.

3. Resposta pessoal. Os estudantes podem citar várias lendas, como a do guaraná e a da vitória-régia, entre outras.

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  1. Peça aos estudantes que descrevam o que veem nas imagens. Se julgar necessário, comente que as imagens mostram alguns personagens sobrenaturais das lendas brasileiras. Na análise das imagens, é indicado, sempre que possível, incentivar que os estudantes reconheçam algumas características de cada um deles.
  • Depois de ler os textos observando e relacionando-os com as imagens, peça aos estudantes ajuda para identificar os elementos abordados nas lendas e as regiões onde são mais conhecidos no país.
  • Proponha uma conversa para falar livremente sobre o conteúdo de cada texto. Incentive que os estudantes complementem com os aspectos da narrativa que conhecem. É possível que a mesma lenda possa ter mais versões e que tenha até aspectos divergentes. Nessa situação, incentive os estudantes a perceberem as semelhanças e as diferenças entre as versões e explore a hipótese deles sobre o fato de a lenda ter diferentes versões.
  1. Incentive os estudantes a compartilharem a explicação de por que as pessoas contam lendas de geração em geração. Elas são gêneros da tradição oral e podem ser utilizadas como fórma de transmitir conhecimentos, costumes e preservar a identidade da cultura do povo. Permita e oriente a complementação das respostas que julgar incompletas.
  2. Estimule os estudantes a listar as lendas que conhecem e, se possível, retome oralmente alguns aspectos, construindo uma pequena síntese de cada lenda. Depois, retome com eles algumas características dos gêneros textuais, abordadas na página, e incentive-os a identificar alguns elementos nas lendas que já conheciam.

Para ampliar

ANDRADE E SILVA, valdermar. Lendas e mitos dos índios brasileiros. São Paulo: Editora , 2001. Ilustrado com 25 obras dêsse grande artista, o livro é fruto de sua convivência de oito anos com os principais povos do Xingu.

EU VOU APRENDER Capítulo 1

Lenda indígena

Ícone. Atividade oral.
  1. Que elementos você espera encontrar no texto de uma lenda indígena?
  2. Leia o título da lenda a seguir. Na sua opinião, qual deve ser o assunto do texto?
  3. Agora, faça uma leitura silenciosa da lenda.

A lenda dos diamantes

Há muito tempo, vivia às margens de um rio uma tribo de índios onde morava um casal muito feliz, Itagibá e Potira. Itagibá significa “braço forte” e ele era um guerreiro destemido. Potira, cujo nome quer dizer “flor”, era uma índia jovem e formosa.

Viviam todos tranquilos até que um certo dia começou a guerra contra uma tribo vizinha. Itagibá teve que partir para a luta. Despediu-se com tristeza da esposa querida e seguiu com os outros guerreiros. Potira não derramou uma só lágrima, mas seguiu, com os olhos cheios de pesar, a canoa que conduzia o esposo até que ela desaparece no curso do rio.

Passaram-se muitos dias sem que Itagibá voltasse para sua tribo.

Todas as tardes, a índia esperava a volta de seu amado, sentada à margem do rio ouvindo o cricrilar dos grilos, o canto das aves e o ruído das folhas com a brisa que batia. Permaneceu serena e confiante na esperança de que Itagibá voltaria logo.

Finalmente, Potira foi informada de que seu esposo havia morrido como um herói e jamais regressaria. Potira chorou muito e derramou muitas lágrimas. Vencida pelo sofrimento, Potira passou o resto de sua vida à beira do rio, chorando sem cessar. Suas lágrimas puras e brilhantes misturam--se com as areias brancas do rio. Tupã, o deus dos índios, transformou as lágrimas de Potira em diamantes, daí a razão pela qual são sempre encontrados entre os cascalhos dos rios e regatos.

QUEIROZ, Tânia Dias; GRILLO, Leila Maria. A lenda dos diamantes. ín: QUEIROZ, Tânia Dias; GRILLO, Leila Maria. Origami e folclore. São Paulo: Êxito, 2003. p. 49-52.

4. Observe a imagem a seguir. Que elementos estão representados nela? Que relação pode ser feita entre a imagem e a lenda?

Respostas e comentários

1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes respondam que as narrativas podem apresentar alguns elementos fictícios e maravilhosos e citem também o cenário, os personagens etcétera

2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes percebam que a lenda conta a origem dos diamantes.

4. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes descrevam a imagem e identifiquem todos os elementos que conhecem, nomeando-os, e que a relacionem com a lenda, pelas lágrimas que caem do rosto da jovem indígena.

Eu vou aprender

Lenda indígena

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Apresente a abertura do capítulo aos estudantes e proponha uma pré-leitura. Pergunte a eles o que acham que vão estudar e deixe que respondam livremente. Explore o formato do texto, a imagem, os personagens e como eles podem se relacionar, o título da lenda e sua conexão com o título do capítulo. Chame atenção aos elementos que aparecem na página seguinte e peça a eles que descrevam a imagem e leiam a legenda. Caso algum estudante tenha algum conhecimento prévio dessa lenda indígena, peça-lhe que compartilhe com a turma.
  • O tema desenvolvido nesta página permite explorar os tê cê tê Diversidade cultural e Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras e ó dê ésse 4 – Educação de qualidade e 10 – Redução das desigualdades.
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  1. Estimule a participação dos estudantes e peça a eles que citem as hipóteses que têm sobre o que esperam encontrar nas lendas indígenas. É possível que alguns tenham contato com o gênero e respondam que as narrativas podem apresentar alguns elementos fictícios e maravilhosos, e citem também o cenário, os personagens etcétera Realizar a atividade oralmente pode trazer ganhos importantes na troca de ideias entre os estudantes.
  2. Pergunte aos estudantes se já foram atraídos para a leitura de um texto pelo título e se a expectativa foi cumprida. Comente que é comum em alguns textos que um título não deixe claro o contexto do assunto ou tenha duplo sentido para atrair o leitor. Destaque que a principal função do título é apresentar em poucas palavras o assunto que será tratado.
  3. Esta questão sugere uma leitura individual e silenciosa para que o estudante possa utilizar habilidades de competência leitora, buscando a compreensão global da narrativa. Depois, se achar importante, faça uma leitura coletiva e compartilhada em voz alta, retomando com os estudantes para identificar o que compreenderam, em quais palavras ou trechos tiveram dificuldade e se conseguem retomar os acontecimentos principais da narrativa.
  4. Proponha aos estudantes que observem a imagem da próxima página e que tentem identificar e nomear os elementos representados pelo pintor na imagem, o que pode exigir uma atenção mais aprofundada, já que é rica em elementos, texturas e elementos cinestésicos.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis sete éle pê zero quatro

ê éfe seis sete éle pê dois sete

ê éfe seis sete éle pê dois oito

ê éfe seis nove éle pê quatro quatro

ê éfe seis nove éle pê quatro sete

ê éfe seis nove éle pê quatro nove

ê éfe seis nove éle pê cinco três

ê éfe seis nove éle pê cinco quatro

Ilustração. De frente para um rio de água em azul-claro, à direita, sobre a areia, uma mulher indígena sentada. Ela tem cabelos longos pretos, sem roupa, com um colar em amarelo sobre o pescoço e pernas cruzadas. À direita dela, um tuiuiú, pássaro de penas brancas, de parte em vermelho no pescoço, cabeça e bico comprido em preto. Mais atrás, na areia, outros tuiuiús, uma tartaruga pequena. Nas extremidades da esquerda e da direita, vegetação rasteira em verde, com outros animais. Ao fundo, grande quantidade de árvores de folhas verdes. No alto, céu em azul, com o sol visto parcialmente em laranja e contorno em amarelo. Na ponta superior, à direita, dois pássaros sobrevoando de penas em vermelho e branco, com bico fino preto. Perto deles, várias borboletas sobrevoando.
Ilustração de valdermar de Andrade e Silva, da obra Lendas e mitos dos índios brasileiros.

5. A imagem é de autoria de valdermar de Andrade e Silva, artista plástico, escritor e pesquisador brasileiro. Leia o texto sobre o autor.

reticências

valdermar pintor, se inspirou e começou a passar para a tela tudo aquilo que via. Não escapou à sua sensibilidade a vida bucólicaglossário do silvícola. As feições serenas das suas figuras mostram bem as gentes xinguanas.

reticências

Sem escola de arte, movido apenas pela intuição e sensibilidade artística, valdermar vem se projetando entre os melhores primitivistas do país.

reticências

Nos quadros de valdermar, a mata completa o cenário. As largas florestas, quando vistas do alto, se apresentam como uma grande planície ondulada. O verde das copas vai-se tornando mais escuro nas partes mais baixas da ondulação. Essas nuances não escaparam ao pincel do artista.

Orlando Villas Bôas

SILVA, valdermar de Andrade e. Lendas e mitos dos índios brasileiros. quarta edição São Paulo: éfe tê dê, 2015. página 10, 11 e 53.

Respostas e comentários
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  • Na análise das imagens, é indicado, sempre que possível, usar expressões como: em primeiro plano, no canto superior esquerdo, no fundo ou no centro da imagem, entre outras. É possível que os estudantes levem algum tempo para relacionar as lágrimas que caem do rosto da jovem indígena aos diamantes e, nesse caso, leia com eles o trecho da lenda para que percebam a relação.
  1. Faça uma leitura em voz alta do texto sobre o artista da imagem representada na página. Pergunte como o texto pode se relacionar com a imagem e que aspectos conseguem identificar na obra. Se possível, peça aos estudantes que identifiquem algumas frases do texto que são perceptíveis na imagem, como: “As feições serenas das suas figuras mostram bem as gentes xinguanas.”; “Nos quadros de valdermar, a mata completa o cenário.”
  • Solicite aos estudantes o registro das principais informações apresentadas no texto. Caso encontrem palavras desconhecidas, oriente-os a tentar entender pelo contexto. Caso não seja possível, proponha pesquisa no dicionário impresso ou digital. Solicite uma segunda leitura coletiva do texto em voz alta. Esse é um excelente exercício de oralidade e deve ser usado sempre que possível.
  • Apresente o conceito de “arte primitivista”, na qual os artistas não seguem as regras tradicionais de representação de imagens e criam seu estilo próprio. Veja mais informações no boxe Para ampliar.
  • Explique aos estudantes que o texto foi assinado por Orlando Villas Bôas, por ser o trecho do prefácio do livro do artista . Explore com os estudantes que o prefácio é um texto introdutório que pretende apresentar o conteúdo de uma obra literária, normalmente conciso e escrito pelo autor ou por outra pessoa de relevância para o assunto. Depois, pergunte aos estudantes se conhecem os irmãos Villas Bôas e o trabalho pioneiro que fizeram no Xingu e na defesa dos povos indígenas.
  • Converse com os estudantes sobre o prazer de ler por diversão, como fórma de entretenimento. Conte a eles sobre seus hábitos de leitura e pergunte o que gostam de ler e se costumam ler fóra da escola. Incentive-os a realizar leituras sem cobranças. Crie espaço adequado para isso em sala de aula. Ter uma cesta com livros para empréstimo ou para serem lidos em sala de aula, levar os estudantes à biblioteca ou à sala de leitura da escola e comentar sobre publicações interessantes e com temáticas atraentes ao público da faixa etária dos estudantes são fórmas de aproximar o livro do cotidiano deles, sem o compromisso escolar de ler.

Para ampliar

O Museu do Índio, em Embu das Artes, foi planejado por valdermar de Andrade e Silva. Para informações adicionais, acesse: https://oeds.link/7Qhmx3. Acesso em: 9 julho 2022.

Arte Primitivista ou naífi. Disponível em: https://oeds.link/NkLv4a. Acesso em: 9 julho 2022.

Biografia de Orlando Villas Bôas. Disponível em: https://oeds.link/no2FUs. Acesso em: 9 julho 2022.

COMPREENSÃO TEXTUAL

Responda às questões no caderno.

  1. Escreva os nomes dos personagens principais da lenda e algumas das suas características, conforme o texto.
  2. Qual é o significado dos nomes dêsses personagens?
  3. Como era a vida deles e o que aconteceu para mudar isso?
  4. O que aconteceu com Itagibá? Qual foi a reação de Potira?
  5. Releia este trecho da lenda.

Passaram-se muitos dias sem que Itagibá voltasse para sua tribo.

Todas as tardes, a índia esperava a volta de seu amado, sentada à margem do rio ouvindo o cricrilar dos grilos, o canto das aves e o ruído das folhas com a brisa que batia. Permaneceu serena e confiante na esperança de que Itagibá voltaria logo.

Finalmente, Potira foi informada de que seu esposo havia morrido como um herói e jamais regressaria.

  1. O que Potira fazia enquanto esperava a volta do marido? Ela demonstrava aflição ou não? Explique por quê.
  2. Identifique e escreva a sequência descritiva dêsse trecho.
  3. Nesse trecho, podemos perceber a noção de tempo?
  1. Qual é a função dos marcadores de tempo no texto?
  2. Ao saber que seu amado havia morrido, como Potira reagiu?
  3. Releia este trecho do texto. Que relação se pode estabelecer com o título da lenda?

Suas lágrimas puras e brilhantes ­misturam-se com as areias brancas do rio. Tupã, o deus dos índios, transformou as lágrimas de Potira em diamantes, daí a razão pela qual são sempre encontrados entre os cascalhos dos rios e regatos.

Ilustração. À frente, um rio com água em tons de verde e perto, pedras pequenas. Ao fundo, local com vegetação rasteira em verde e flores de pétalas vermelhas, árvores com troncos longos e na parte superior, folhas em verde. Entre as árvores, vê-se céu em azul-claro.
Respostas e comentários

1. Itagibá e Potira, um guerreiro destemido e uma jovem formosa.

2. Itagibá significa “braço forte” e Potira, “flor”.

3. A vida deles era tranquila, até começar uma guerra com a tribo vizinha.

4. Itagibá teve que ir para a luta com os outros guerreiros. Potira acompanhou a partida dele com os olhos cheios de pesar, demonstrando tristeza, desolação.

5.a) Ela sentava-se às margens do rio. Não estava aflita, e sim tranquila, porque confiava que ele voltaria logo.

5.b) “Todas as tardes, a índia esperava a volta de seu amado, sentada à margem do rio ouvindo o cricrilar dos grilos, o canto das aves e o ruído das folhas com a brisa que batia.”

5.c) Podemos perceber o tempo passando pelos marcadores temporais usados: “Passaram-se muitos dias”, “Todas as tardes”, “logo”, “Finalmente”.

6. Mostrar a passagem do tempo e situar o leitor na história.

7. Ela passou o resto de sua vida à beira do rio, chorando sem cessar.

8. O trecho explica a razão do título, pois mostra como os diamantes sugiram: Tupã, o deus dos índios, transformou as lágrimas de Potira em diamantes.

Compreensão textual

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  1. Incentive os estudantes a identificar os personagens principais e suas características, relendo o primeiro parágrafo do texto, mas deixe-os responder às questões com autonomia e proponha uma correção coletiva após terminarem.
  2. Proponha a atividade e explore as habilidades de compreensão de texto e identificação de adjetivos. Retome com os estudantes as palavras que caracterizam os seres. Permita a eles que troquem experiências sobre nomes com origem indígena e explorem os significados, como os nomes dos personagens. É importante que percebam que utilizamos muitos nomes no nosso cotidiano e na nossa cultura que são influência indígena.
  3. Explore a introdução da lenda e o contexto para que percebam como era a vida dos personagens e qual foi o fato que criou o conflito. Os estudantes utilizarão a habilidade de identificação de informações explícitas no texto. É possível que a atividade seja feita individualmente ou em duplas, mas é uma excelente oportunidade para verificar o nível dos estudantes na compreensão autônoma dos textos.
  4. O fato que surge na narrativa altera a vida dos personagens, levando Itagibá para a luta com os outros guerreiros, e a reação de Potira demonstra sentimentos de tristeza e desolação.
  5. É importante que os estudantes também identifiquem informações não explícitas do texto, utilizando habilidades de compreensão textual e desenvolvendo autonomia na leitura. Explore com eles os próximos parágrafos da lenda, com o objetivo de identificar as sequências descritivas e os marcadores temporais usados pela autora para representar as nuances da paisagem e do cotidiano.
  6. Retome a função dos marcadores de tempo com os estudantes, para que percebam a passagem de tempo no texto e que auxiliam o leitor a se situar na história. Se necessário, retome com eles os elementos linguísticos e os efeitos de sentido decorrentes do emprego de palavras e expressões, que funcionam como modificadores, percebendo sua função na caracterização dos espaços, tempos, personagens e ações próprios de cada gênero narrativo.

7 e 8. É importante que os estudantes estabeleçam a relação do título da lenda com a condição final das lágrimas de Potira, que encaminha para o final da narrativa com os elementos fantásticos.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis sete éle pê zero quatro

ê éfe seis sete éle pê zero seis

ê éfe seis sete éle pê dois sete

ê éfe seis sete éle pê três seis

ê éfe seis sete éle pê três sete

ê éfe seis sete éle pê três oito

ê éfe seis nove éle pê quatro sete

ê éfe seis nove éle pê quatro nove

ê éfe seis nove éle pê cinco três

ê éfe seis nove éle pê cinco quatro

ê éfe zero sete éle pê zero oito

ê éfe zero sete éle pê um dois

  1. As lendas geralmente misturam acontecimentos fantásticos com elementos que poderiam ser reais.
    1. Que acontecimento fantástico é descrito nessa lenda?
    2. Nessa lenda, há elementos ou seres que poderiam ter existência real? Em caso afirmativo, qual ou quais?
  2. Para você, as lendas são sempre iguais ou podem apresentar variações? Por quê?
  3. Copie e complete com termos adequados esta explicação sobre lendas.

Lenda é uma história transmitida pela

espaço para resposta.

 através das gerações. Combina fatos 

espaço para resposta.

e históricos com expressões de fantasias, medos, dúvidas e elementos 

espaço para resposta.

que estão no imaginário de um povo.

Ícone. Atividade em dupla.

12. Faça com um colega uma leitura compartilhada do texto a seguir, que é outra versão da mesma lenda. Depois, conversem coletivamente sobre as questões.

potira

As lágrimas eternas

Tupi

A linda e meiga potira amava o jovem valente chefe da aldeia, o guerreiro Itajibá, o braço de pedra. Ambos se encontravam frequentemente nas areias brancas do rio, onde permaneciam durante horas admirando a natureza e trocando juras de amor, enquanto aguardavam o casamento.

Um dia, a aldeia foi atacada por inimigos, e Itajibá partiu para a luta.

Ansiosa, potira esperava sua volta, caminhando às margens do rio.

Muito tempo depois, os guerreiros regressaram, informando à jovem que o chefe havia morrido. Inconsolável, potira voltava todos os dias à praia, chorando sua grande perda. Sensibilizado, Tupã, o Deus do Bem, transformou suas lágrimas em diamantes. Assim, as águas levavam suas preciosas pedrinhas até a sepultura do guerreiro, como prova de seu eterno amor.

SILVA, valdermar de Andrade e. potira. ín: SILVA, valdermar de Andrade e. Lendas e mitos dos índios brasileiros. quarta edição São Paulo: éfe tê dê, 2015. página 52-54.

  1. Existem semelhanças entre as duas versões? Em caso afirmativo, quais?
  2. Que elementos ou fatos são diferentes? Expliquem.
Respostas e comentários

9.a) A transformação das lágrimas de Potira em diamantes.

9.b) Itagibá e Potira podem ser reais; a guerra com a tribo vizinha é uma situação que faz parte da história dos indígenas brasileiros; o rio, o cricrilar dos grilos, o canto das aves e o ruído das folhas com a brisa que batia é uma descrição de um contexto de floresta.

10. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes percebam que as histórias sofrem variações ao longo do tempo, por serem de tradição oral.

11. tradição oral, reais, fantásticos

12.a) e b) Ver orientações didáticas.

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

9a. É importante que os estudantes compreendam que uma das características da lenda indígena é a presença de elementos fantásticos e reais misturados na narrativa, aspecto que podem facilmente identificar na lenda trabalhada. A transformação das lágrimas em diamantes, a presença de um ser místico e a simbologia da preciosidade dos diamantes, para representar a perda e os sentimentos de Potira, são os elementos fantásticos.

9b. Proponha aos estudantes explorar os elementos reais da narrativa e fazer uma análise comparativa com a história dos indígenas brasileiros, o contexto de vida e os elementos da paisagem em que vivem para perceber a semelhança com a vida na floresta.

  1. Retome com os estudantes elementos da tradição oral, presentes nas lendas, para que percebam que as histórias orais sofrem variações ao longo do tempo influenciadas pelas culturas.
  2. Incentive os estudantes a refletir sobre a explicação dos elementos e características das lendas, que no decorrer do trabalho foram construindo. Depois, proponha a resolução da atividade com uma síntese da reflexão.
  3. Proponha aos estudantes que se reúnam em duplas para ler e responder às questões propostas de maneira bem elaborada e completa. Peça também a eles que façam uma revisão gramatical das respostas, garantindo qualidade do texto em termos de ortografia, pontuação, concordância verbal e nominal, pois irão apresentá-las para a turma como parte da análise e reflexão sobre as duas versões da lenda.

12a e 12b. Explore com os estudantes os elementos semelhantes da narrativa, como o enredo da história. Depois, chame atenção para o título, a fórma de escrever o nome da índia, a linguagem utilizada para descrever os personagens, o uso de sequências descritivas, como apresenta o conflito, qual a resolução e a explicação do fato fantasioso.

  • ATIVIDADES COMPLEMENTARES
  • Oriente os estudantes a pesquisar outras lendas indígenas e sugira aos grupos que façam sinopses que incentivem a leitura dos colegas. Exponha esses textos produzidos em um mural, contribuindo com o Clube do Livro.

Textos da tradição oral têm sido passados de geração em geração e compostos por inúmeras vozes. Cada voz que narra uma história traz sua interpretação, com entonações próprias, acréscimos e subtrações que tornam cada narrativa única.

A relação entre o contador e o ouvinte é diferente da relação entre escritor e leitor; o contador interpreta a história e utiliza estratégias para atrair e manter a atenção de seu público que envolvem sua expressão corporal, sua voz e o ambiente no qual a história é contada. O ouvinte é cativado pela narração e pela narrativa. A palavra é importante, mas como essa palavra é narrada e mediada diferencia a recepção de cada história.

reticências

Em muitas culturas crianças e jovens costumam ouvir histórias contadas pelos mais velhos. Culturas tribais mantêm a contação de histórias para sustentar as bases sociais da comunidade, assegurar a continuidade de conhecimentos e construir uma unidade que entrelaça diferentes gerações.

Disponível em: https://oeds.link/k4wH4a. Acesso em: 9 julho 2022.

LÍNGUA E LINGUAGEM

Período composto por coordenação adversativa

Responda às questões no caderno.

1. Releia este trecho da “Lenda dos diamantes”.

Viviam todos tranquilos até que um certo dia começou a guerra contra uma tribo vizinha. Itagibá teve que partir para a luta. Despediu-se com tristeza da esposa querida e seguiu com os outros guerreiros. Potira não derramou uma só lágrima, mas seguiu, com os olhos cheios de pesar, a canoa que conduzia o esposo até que ela desaparece no curso do rio.

  1. A que classe gramatical pertence as palavras em destaque?
  2. Que valor semântico a primeira palavra em destaque introduz entre as orações?
  3. Com relação à segunda palavra em destaque, você consegue identificar o valor semântico que ela introduz entre as orações por ela ligadas? Em caso afirmativo, explique.
Versão adaptada acessível

Atividade 1.

  1. A que classe gramatical pertence as palavras "e" e "mas"?
  2. Que valor semântico a palavra "e" introduz entre as orações?
  3. Com relação à palavra "mas", você consegue identificar o valor semântico que ela introduz entre as orações por ela ligadas? Em caso afirmativo, explique.

As conjunções coordenativas adversativas estabelecem uma relação de contraste ou oposição entre as orações. São elas: mas, porém, contudo, todavia, entretanto e senão. Há também locuções conjuntivas adversativas, por exemplo: no entanto. Ao conectarem duas orações, essas conjunções costumam ser precedidas de vírgula.

2. Leia a tirinha a seguir.

Tirinha. Composta por três quadros. Apresenta como personagens: Begofredo, um sapo de cor laranja, com detalhes em amarelo, de roupa e calça em azul e jaleco em branco, de par de tênis em cinza. Outro sapo em verde, detalhes em amarelo na cabeça, com olhos em azul, usando blusa de frio e sapatos em vermelho, de calça azul-claro. As cenas se passam em uma cozinha com armário e uma geladeira em branco. Q1 – À esquerda, Begofredo, com o corpo para a direita, mãos na cintura, olhando para o sapo verde. Este o olha com o cenho franzido, segurando na mão direita um liquidificador cinza com líquido dentro em marrom. Ele diz: PERAÌ BEGOFREDO... VOCÊ MEXEU NO NOSSO LIQUIDIFICADOR... MAS CHAMOU DE... ELEVADOR. Q2 – Begofredo segurando na mão direita um controle de cor cinza, apertando um botão vermelho dele e com uma luz em verde na parte superior. Ele diz: É QUE EU PROVIDENCIEI ALGUMAS FUNCIONALIDADES EXTRAS! Q3 – Begofredo olha com os dentes cerrados para o outro sapo, segurando o controle. À direita, o sapo verde, com o liquidificador explodido, com o líquido marrom que vai até o teto e faz o barulho de: SPLASH. O líquido está esparramado no rosto do sapo verde, de olhos bem abertos.

DOURADO, Rafael. Sapo Brothers. São Paulo, [20--]. Disponível em: https://oeds.link/bsyIeO. Acesso em: 8 julho 2022.

Respostas e comentários

1.a) À classe das conjunções.

1.b) O valor semântico de sequência de ações.

1.c) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes, com base em seu conhecimento prévio e em sua gramática internalizada, percebam que a conjunção “mas” transmite uma ideia de oposição.

Língua e linguagem

Período composto por coordenação adversativa

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  • É importante mencionar que vamos explorar períodos compostos nos quais duas orações são conectadas por vírgula, ou por conjunções que expressem soma de sentido (conjunção “e”) ou oposição de sentidos (conjunções “mas”, “porém”).

1a e 1b. Retome com os estudantes o que aprenderam na unidade anterior, destacando que as conjunções aditivas têm um valor semântico de soma, adição ou sequência de ações. No caso, essa terceira característica é a mais presente no trecho: primeiro ele se despede e depois parte com os outros guerreiros.

1c. Incentive que os estudantes, com base em seu conhecimento prévio e o uso cotidiano da gramática, percebam que a conjunção “mas” transmite uma ideia de oposição.

Enfatize que, em alguns casos, é comum encontrar algumas dessas conjunções – principalmente “contudo”, “todavia”, “entretanto” e “no entanto” – ocupando o início de uma oração após um ponto, tal como no exemplo:

Já tínhamos preparado todos os detalhes da festa, pois era um evento muito importante. Contudo, ainda não tínhamos a certeza de que ela viria para comemorar conosco, já que estava muito longe e tinha muitos afazeres.

  • Como se nota, a conjunção “contudo” não apareceu após uma vírgula, mas encabeçando um período. Segundo Bechara (2009, página 322), mas, porém e senão são as conjunções efetivamente adversativas. As demais seriam unidades adverbiais. Como tal, elas podem aparecer no início de uma oração e sucedidas por vírgulas.
  • Por tradição, mantivemos a definição dada pela gramática tradicional e, considerando a idade dos estudantes, não entraremos nessa questão ao longo do capítulo. Entretanto, vale a pena comentar com os estudantes a possibilidade de algumas dessas conjunções aparecerem no começo de orações.

2. Retome com os estudantes o que é uma tirinha e suas características como um gênero textual, que se apresenta geralmente em uma tira de dois a quatro quadrinhos na horizontal, composto de linguagem verbal e não verbal, com balões que representam a fala ou o pensamento do personagem. Pode ser acompanhada de uma legenda ou título que mostra a fala ou as ideias do narrador e costuma ser agradável e de fácil leitura e interpretação.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis sete éle pê zero um

ê éfe seis nove éle pê zero três

ê éfe seis nove éle pê zero cinco

ê éfe zero sete éle pê um um

  1. Por que Begofredo teria mudado o nome do liquidificador para “elevador”?
  2. Na fala do primeiro quadrinho, que relação se estabelece entre as duas orações ligadas pela conjunção “mas”?
  3. Caso quiséssemos tirar as reticências presentes nas duas orações, como esse período seria escrito?

3. Leia, a seguir, o trecho de uma matéria.

Conheça a pipoca feita com as sementes da vitória-régia

A vitória-régia é uma das maiores plantas aquáticas do mundo – chega a medir 3 métros de diâmetro. O que pouca gente sabe é que essa planta típica da Amazônia tem diversos usos na culinária. É possível até preparar pipoca com as sementes da vitória-régia, que parecem muito com a pipoca tradicional ou até mesmo com a pipoca de sorgo.

reticências

Plantas Alimentícias não Convencionais (pânqui – escreve-se sem o S, mesmo no plural) é uma sigla utilizada para plantas que têm potencial alimentício, porém não são consumidas, pelo menos não em larga escala, ou não em determinada região, sendo que muitas delas são cultivadas somente por pequenos produtores e em escala doméstica.

reticências

Grande parte das pânqui são rústicas, ou seja, dificilmente são atacadas por pragas e necessitam de pouco cuidado, mas atenção, isto não é uma regra, assim como qualquer outra planta, algumas necessitam de ambiente ideal para seu desenvolvimento. Outras se desenvolvem em qualquer ambiente, porém em condições adequadas têm uma melhor produção.

reticências

EMÍLIO. Conheça a pipoca feita com as sementes da vitória-régia. Clube da Pipoca, abre colchetesem localfecha colchete, 12 abril 2022. Disponível em: https://oeds.link/A49RHJ. Acesso em: 8 julho 2022.

  1. Você tinha conhecimento da curiosidade relatada na notícia? Em caso negativo, o que achou dessa possibilidade de consumo?
  2. As conjunções destacadas são coordenativas adversativas. Explique a ideia que cada uma delas traz no contexto em que foram utilizadas, com base nas informações veiculadas no texto.
  3. Caso substituíssemos essa conjunção por “mas”, haveria mudança no sentido? Seria necessário modificar algo na pontuação? Por quê?
Versão adaptada acessível

Atividade 3, item b.

As conjunções "porém" e "porém" são coordenativas adversativas. Explique a ideia que cada uma delas traz no contexto em que foram utilizadas, com base nas informações veiculadas no texto.

Respostas e comentários

2.a) Porque sua nova invenção fez com que o liquidificador saltasse, ou seja, se elevasse.

2.b) Uma relação de oposição.

2.c) Você mexeu no nosso liquidificador, mas chamou de elevador.

3.a) Respostas pessoais.

3.b) Ambas apresentam uma ideia de oposição, mas com conteúdos diferentes. No primeiro caso, o autor afirma que as PANC têm potencial alimentício, mas não são muito consumidas. Ou seja, é necessário explorar mais esse potencial. No segundo caso, o autor afirma que algumas delas se desenvolvem em qualquer ambiente, mas a produção melhora se o cultivo se der em condições adequadas. Isto é, o cuidado no cultivo melhora ainda mais a produção delas.

3.c) Não haveria mudança no sentido e não seria necessário modificar nada na pontuação, pois ambas são conjunções coordenativas adversativas, transmitem a mesma ideia de oposição e, geralmente, são precedidas de vírgula quando estão no mesmo período.

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

2a e 2b. Explore com os estudantes que, na fala dos personagens da tirinha, verificamos que as explicações são defendidas, conotando a presença de ironia ou humor, em relação às novas funcionalidades.

2c. É importante que os estudantes consigam identificar que a relação entre as duas orações ligadas pela conjunção “mas” é de oposição.

  • Aqui é importante ressaltar que as adversativas devem ser precedidas por vírgula. Comente com os estudantes que, nas tirinhas, procura-se representar o máximo possível a língua oral.
  • Aproveite a oportunidade para perguntar aos estudantes se conseguem identificar qual a função das reticências nesse período, que indicam a atitude de hesitação, de dúvida do sapo.
  1. Proponha uma leitura silenciosa e individual do texto, para conseguir acompanhar o desenvolvimento dos estudantes para a leitura e compreensão de texto com autonomia. É possível explorar com eles o conhecimento prévio e a compreensão sobre as informações exploradas no texto.

Comente com os estudantes que também é possível encontrar essas conjunções encabeçando orações, tal como já mencionamos. Nesses casos, explique que a vírgula é geralmente colocada após a conjunção, principalmente quando se trata da conjunção “porém”.

Para ampliar

Para ampliar e aprofundar o assunto: BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. Rio de Janeiro: Lucerna, Nova Fronteira, 2009.

ORTOGRAFIA

Grafia de palavras homônimas: trás e traz

Responda às questões no caderno.

1. Leia esta lenda.

A lenda da vitória-régia

Os pajés Tupis-Guaranis acreditavam que a Lua era um guerreiro audacioso, forte, valente e belo. Nas noites de luar ele desce à Terra, por trás das serras. reticências

Havia uma índia jovem e bonita chamada Naiá, filha de um chefe e princesa da tribo. Sabendo que a Lua era um guerreiro, por ele se apaixonou. Todas as noites, por muito tempo, ela subia as colinas e perseguia a Lua na esperança de que a visse e a transformasse em estrela. Porém, a Lua não notava a sua presença e Naiá chorava de tristeza.

Uma noite, Naiá chegou à beira de um lago e viu nas águas a imagem da Lua refletida. Ficou radiante! Acreditando que a Lua veio buscá-la, atirou-se nas águas profundas do lago e nunca mais foi vista.

Penalizada com o destino da bela índia, a Lua recompensou seu sacrifício, transformando-a em uma estrela diferente, numa “Estrela das águas”, que é a planta vitória-régia.

A vitória-régia é uma planta cujas flores perfumadas e brancas abrem-se somente à noite, recebendo em sua corola rosada os raios amarelos do seu amado.

Fotografia. Vista geral de local com rio em tons de verde e várias plantas com o formato arredondado de cor verde e linhas finas com bordas para cima. Ao centro, uma planta menor e parte à esquerda com pétalas em branco.
As flores da vitória-régia abrem somente à noite.

QUEIROZ, Tânia Dias; GRILLO, Leila Maria. A lenda da vitória-régia. ín: QUEIROZ, Tânia Dias; GRILLO, Leila Maria. Origami e folclore. São Paulo: Êxito, 2003. página 59-60.

  1. Você já conhecia a lenda da vitória-régia? Em caso afirmativo, como você tomou conhecimento dessa lenda?
  2. De acôrdo com a lenda, por que as flores da vitória-régia se abrem apenas à noite?
  3. No trecho Nas noites de luar ele desce à Terra, por trás das serras. reticências”, o que a palavra em destaque significa?
Versão adaptada acessível

Atividade 1, item c.

No trecho “Nas noites de luar ele desce à Terra, por trás das serras. [...]”, o que a palavra "trás" significa?

Respostas e comentários

1.a) Respostas pessoais.

1.b) Porque é o horário em que a Lua aparece, e a vitória-régia pode entrar em contato com seu amado.

1.c) Significa atrás, após. Refere-se ao lugar onde nasce o sol.

Ortografia

Grafia de palavras homônimas: trás e traz

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

1a. Proponha a leitura da lenda em voz alta e compartilhada com os estudantes. Converse com eles sobre a temática da lenda e explore se já a conheciam e se compreenderam o texto.

Para observar e avaliar

Circule pela sala observando os estudantes que conseguem fazer uma leitura autônoma da lenda e dos enunciados. Caso alguns mostrem dificuldade, faça outras questões que auxiliem a compreensão global do texto. Verifique também o nível de fluência de leitura deles e avalie se é necessário algum tipo de trabalho paralelo com leitura de outros textos.

1b. Oriente os estudantes a identificar as palavras desconhecidas e a tentar compreender o significado pelo contexto. Se necessário, peça que consultem o dicionário. Em seguida, releia o texto em voz alta para a turma e explore o que a lenda explica, para ver se perceberam que é sobre a origem da vitória-régia e se consideram uma explicação real ou fantasiosa, promovendo reflexão acerca da compreensão leitora. Explore o que sabem sobre a flor vitória-régia, para que consiga avaliar o que na lenda se aproxima do real ou não.

1c. Explore a questão com os estudantes para perceber se compreendem o uso da figura de linguagem. Leia o boxe-conceito sobre palavras homônimas e destaque as explicações sobre os usos de trás e traz. Peça aos estudantes que observem a última frase do boxe-conceito e respondam qual das fórmas utilizam em relação ao verbo “trazer” no imperativo: se usam “traz” ou “traga”. Esse aspecto varia muito de acôrdo com a região em que se encontram os falantes.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis sete éle pê dois oito

ê éfe seis sete éle pê três dois

ê éfe seis nove éle pê zero cinco

ê éfe seis nove éle pê cinco três

ê éfe seis nove éle pê cinco quatro

ê éfe zero sete éle pê zero quatro

As palavras homônimas são aquelas que apresentam a mesma escrita (homógrafas) ou a mesma pronúncia (homófonas). No caso das palavras trás e traz, elas são denominadas homófonas, pois apresentam a mesma pronúncia, porém são diferentes na escrita.

  • Trás: é uma palavra que se refere a lugar e fórma locuções adverbiais, pois sempre é acompanhada de uma preposição. Geralmente é utilizada como sinônimo de atrás, após. Exemplo:   Não sei o que está por trás daquela porta.
  • Traz: é uma conjugação do verbo trazer no presente do indicativo (3ª pessoa do singular) ou no imperativo afirmativo (2ª pessoa do singular). Exemplos:   Todos os dias, ele traz um livro diferente.   Traz esse lápis logo, menino!

2. Leia a tirinha.

Tirinha. Composta por dois quadros. Apresenta como personagem, Recruta Zero, homem com chapéu, camiseta de gola e calça em azul e par de sapatos em laranja. Um sargento, homem de cabelos finos em preto. Q1 – Dentro de um local com uma porta à esquerda, Recruta Zero, de frente para a porta, diz: VOU AO ARMAZÉM. À direita, o sargento sentado de frente para uma mesa marrom diz: UMAS COISINHAS PRA MIM? Q2 – Recruta Zero com o corpo para a esquerda, caminhando e levando um carrinho de compra com vários alimentos dentro e ele pensa: COISINHAS PRO SARGENTO É COISA DEMAIS PRA MIM. À direita, vista parcial de local de paredes em rosa e vitrina por onde vê-se vegetais verdes.

WALKER, Mort. Recruta Zero. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 2 abr. 2022. Caderno 2, p. C6.

  1. A primeira palavra da fala do sargento foi retirada propositalmente. De acôrdo com o contexto, a lacuna deve ser preenchida com trás ou traz? Justifique.
  2. Por que o sargento teria empregado o diminutivo na palavra “coisas”?
  3. O que as aspas indicam na fala do Recruta Zero?

3. Identifique as frases que devem ser completadas com trás e as que devem ser completadas com traz.

a. Ao sair, verifique se não deixou nada para 

espaço para resposta.
.

b. Quase sempre, ele

espaço para resposta.
algo para lanchar com a família.

c. A entrada deve ser feita pela porta de 

espaço para resposta.
do salão.

d. Quando você voltar do Rio de Janeiro, me

espaço para resposta.
uma lembrança?

e. Não gósto de pessoas que falam por

espaço para resposta.
.
Respostas e comentários

2.a) Com traz, pois corresponde à 2ª pessoa do singular do imperativo afirmativo. O sargento pede ao Recruta Zero que traga algumas coisas do mercado.

2.b) Provavelmente para não assustar o Recruta Zero ou para evitar que ele se negasse a trazer muitas coisas do mercado.

2.c) Indicam ironia, pois, na verdade, o sargento pediu que ele trouxesse muitas coisas do mercado.

3. a) trás; b) traz; c) trás; d) traz; e) trás.

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

2. Proponha a leitura da tirinha e observe se os estudantes percebem que uma palavra foi retirada da fala do sargento. O contexto da tirinha é suficiente para que os estudantes compreendam a história e possam criar a hipótese da palavra que foi omitida.

2a. Pergunte a opinião dos estudantes e estimule a apresentação de hipóteses sobre a pergunta em questão. Considere que eles ainda podem mostrar dificuldade, por isso, proponha que percebam o que falta na frase, para que sintam falta do verbo. Observe se utilizam o verbo “traga” para substituir o verbo “trazer”, para confirmar o uso correto da expressão.

2b e 2c. Apresente a questão para os estudantes para que percebam o uso do diminutivo e a intenção na fala do sargento de aliviar o esforço de fazer as compras e evitar que o recruta se recusasse a fazê-las, mas é importante que eles percebam como o uso das aspas indica a ironia na fala do Recruta Zero.

  1. Permita aos estudantes que analisem as frases com o uso de “trás” ou “traz” e abra espaço para tirar dúvidas e fazer perguntas. A atividade possibilitará a sistematização do uso das palavras homônimas trabalhadas na proposta, e se ainda mostrarem dificuldade, apresente exemplos para que percebam que são de uso comum no cotidiano.

Chame a atenção dos estudantes para a presença de palavras destacadas no texto por híperlinquis. Explore que o recurso é característico dos gêneros digitais e comuns na área jornalística e em textos de divulgação científica.

Para ampliar

Vitória-régia (Victoria amazonica). Disponível em: https://oeds.link/RLTpBV. Acesso em: 9 julho 2022.

Série – vitória-régia. Disponível em: https://oeds.link/cfSywp. Acesso em: 9 julho 2022.

VITÓRIA-RÉGIA vira ESPAGUETE pânqui . Disponível em: https://oeds.link/YlzZ8b. Acesso em: 9 julho 2022.

ATIVIDADES COMPLEMENTARES

Proponha a leitura e a pesquisa sobre a vitória-régia, começando com o texto indicado no boxe Para ampliar, com as informações científicas sobre essa planta.

Depois, descubra um pouco mais de usos e curiosidades sobre a vitória-régia, acessando o sáite Série – vitória-régia, propondo a leitura do texto e assistindo ao vídeo: “Vitória-régia vira espaguete”.

PESQUISA DE LENDAS

Responda às questões no caderno.

Ícone. Atividade oral.
  1. Na sua família, os adultos costumam contar lendas?
  2. Você conhece alguma lenda que é comumente contada pelas pessoas da região em que você vive? Comente com os colegas.

Objetivo

3. Vocês farão uma pesquisa sobre as lendas que são contadas na região em que vivem.

Ilustração. Um lobisomem grande, em pé, com o corpo para a direita. Ele tem pelos ao redor do corpo de cor cinza-escuro, focinho fino, garras finas nas patas dianteiras e traseiras, com o corpo ereto, como bípede. Em segundo plano, árvores com muitas folhas. No alto, céu azul-escuro, com nuvens e uma lua redonda branca.
Algumas lendas são conhecidas em várias regiões com diferentes versões. Uma delas é a lenda do lobisomem, presente no folclore brasileiro e no latino-americano.

Pesquisa

  1. Pesquisem em livros de literatura, coletâneas de lendas, jornais e revistas impressos ou digitais, ou em sáites.
  2. Alguns artigos, estudos e teses feitos por especialistas, instituições e universidades de sua região podem ajudar na pesquisa e análise documental.
  3. Como as lendas podem refletir a cultura e os costumes de povos e seus ideais? Façam uma entrevista sobre o assunto com familiares, professores e especialistas para ajudar a fazer um levantamento sobre as lendas da região. Sigam as instruções do professor.
  4. É importante tentar identificar alguns aspectos sobre as lendas, como origem, veiculação, o público que as compartilham e outras informações que podem ser obtidas sem a análise do documento ou por meio de uma leitura superficial dele.

Analisem também as entrevistas para identificar esses aspectos.

8. Depois, é preciso analisar o texto das lendas, buscando compreender a narrativa e identificar aspectos que remetam à cultura da região.

Organizando os dados da pesquisa

9. Criem um quadro com o levantamento das lendas que já conseguiram identificar na região em que vivem. A quantidade de vezes em que o nome de uma das lendas é citado nas pesquisas ou entrevistas fortalece a hipótese de fazer parte da cultura.

Respostas e comentários

1. e 2. Respostas pessoais. Ver orientações didáticas.

Pesquisa de lendas

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Providencie livros de literatura, coletâneas de lendas, jornais e revistas impressos ou digitais e a possibilidade dos estudantes pesquisarem em sáites. Eles devem pesquisar as lendas contadas na região em que vivem, resgatando a tradição oral e a cultura regional.
  • O tema desenvolvido nesta página permite explorar os tê cê tê Diversidade cultural e Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras e ó dê ésse 4. Educação de qualidade e 10. Redução das desigualdades.
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

1 e 2. Chame atenção dos estudantes para levantarem as narrativas com os familiares e conhecidos e, para isso, eles devem organizar um roteiro planejado de entrevista e ter em mente a função do gênero e perguntas que colaborem com o objetivo.

3 e 4. Proponha aos estudantes que pesquisem em livros de literatura, coletâneas de lendas, jornais e revistas impressos ou digitais e oriente como poderão pesquisar em sáites. Eles devem pesquisar as lendas contadas na região em que vivem, resgatando a tradição oral e a cultura regional.

  • Oriente os estudantes a pesquisar na biblioteca da escola e on láine.
  1. É importante que os estudantes tenham acesso a alguns artigos, estudos e teses feitas por especialistas, instituições e universidades de sua região, que podem ajudar na pesquisa e análise documental.
  2. Discuta com os estudantes como será o roteiro de perguntas da entrevista tendo em vista o objetivo e as informações que vocês precisam obter do entrevistado. Chame atenção para que pensem em como perguntar o que é preciso (como, o quê, por que, quando, onde etcétera), prevendo oportunidades para que os entrevistados aprofundem o que foi questionado.
  3. Elaborem um roteiro com as perguntas, com base na pesquisa feita sobre o assunto e deacôrdocom o público-alvo. Usem modalizações, mas sem perder a clareza. Para ordenar as perguntas no roteiro, é recomendável começar por aquelas de caráter mais geral e objetivas, deixando para o final questões mais profundas e reflexivas.

Caso os entrevistados sejam pessoas sobre as quais já se saiba algo (um especialista, um escritor ou uma pessoa com vida mais pública), recomenda-se fazer uma pesquisa previamente. Nesse caso, o roteiro pode incluir perguntas com o objetivo de confirmar os dados coletados ou para que a pessoa aprofunde certos temas com informações complementares. Avisem ao entrevistado sobre a duração da pesquisa e já pensem em fórmas sutis e educadas de retomar o turno de fala, caso seja necessário.

8 e 9. Outro recurso que pode ajudar nas entrevistas é gravar (áudio ou vídeo). Para isso, é preciso pedir autorização para os entrevistados e esclarecer de que fórma esse registro será utilizado e o que será feito com as informações. Se possível, sugira aos estudantes que tirem fotografias para registro. Esses recursos facilitarão no momento de análise das lendas, na organização tópica ou de marcas de organização e de explicação, na exemplificação e definição das lendas e no registro de frequência nas entrevistas.

Formule a hipótese

10. Ao escolher as versões das lendas, vocês precisam delimitar a hipótese que será objeto de estudo da pesquisa, o que ajudará a selecionar as fontes e os documentos de validação.

Análises

  1. Selecionem as diferentes versões da mesma lenda e comecem a análise, uma por vez, analisando e comparando o discurso conforme as orientações a seguir.
    1. Organizem novamente um quadro ou um esquema com as informações que descobriram sobre as lendas: títulos, origens, autoria, como foram veiculadas, se são lendas urbanas ou da tradição indígena, o perfil do público que as contam, entre outros.
    2. Comece com a análise dos significados, estabelecendo a relação entre partes de um texto e seu significado, tal como compreendidos pelo emissor ou pelo público-alvo.
    3. Estabeleçam um tema de análise (uma palavra, um conceito, uma figura de linguagem, um personagem) e verifiquem suas recorrências, se é empregado com o mesmo significado ao longo do texto e com qual frequência ocorre.
    4. Em seguida, procedam a uma análise dos signos e dos códigos com o objetivo de identificar as relações que têm entre si e com as linguagens de origem. Por exemplo, Tupã associa-se às crenças do Deus dos indígenas, do Deus do bem, relacionando a mensagem expressa a um elemento do gênero textual, a presença de elementos místicos.

Lembrem-se de registrar as fontes e as referências bibliográficas que utilizaram durante toda a pesquisa.

Conclusão e avaliação

  1. Organizem as informações que descobriram e que apresentam confiabilidade e construam a conclusão da pesquisa, descrevendo o contexto da pesquisa e a validação ou não da hipótese inicial.
  2. Se acharem interessante, criem fichas ou cartazes com as informações de cada lenda que conseguiram comprovar que faz parte da cultura da região.
  3. Com a pesquisa sobre as lendas registrada, avaliem a participação e todo o processo de pesquisa da turma.
  4. Combinem com os colegas e o professor como podem compartilhar os trabalhos.

Decidam qual é o melhor meio de divulgação e compartilhamento, de acôrdo com o público-alvo que vocês escolheram. Vamos nos organizar na seção Vamos compartilhar!

Respostas e comentários
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  1. Antes de analisar o documento é preciso formular a hipótese acerca do objeto de estudo e esclarecê-la. Delimite sua observação e elabore questionamentos em torno dela. Dessa fórma, a análise e a avaliação dos documentos e das entrevistas serão direcionadas para validar ou não a sua hipótese.
  2. O método da análise documental é muito utilizado nas Ciências Humanas, principalmente para objetos de pesquisa que exigem análise qualitativa. Ela pode ser aplicada em documentos escritos oficiais, documentos históricos, filmes, obras de arte, fotografias, esculturas, entre outros. Quanto à importância, a análise documental pode ser o principal método de pesquisa ou coadjuvante de outros métodos. A análise pode ser feita em âmbitos interno e externo, sendo que a primeira consiste em determinar a autoria, a data de publicação, como foi veiculado, o gênero, a função a que se destina, o público e outras informações que podem ser obtidas sem a análise do documento ou por meio de uma leitura superficial dele. A segunda, a análise interna, recorre a diversos métodos para estabelecer os sentidos do texto por meio de suas estruturas e de outros elementos inerentes ao documento. Para facilitar a transcrição e a identificação dos elementos, usam-se editores de textos para auxiliar na análise, na organização e nas reescritas e na busca de informações.

12 e 13. Na última etapa, proponha a organização da conclusão da pesquisa, na qual a interpretação do texto das lendas, a análise do discurso, a compreensão das informações e o registro da autoria, origem e principais ideias apresentadas vão auxiliar a validação ou não da hipótese inicial. A escrita da conclusão deve organizar as informações de tal fórma que construa a argumentação necessária para a validação ou a refutação da hipótese.

14 e 15. Peça aos estudantes que registrem em fichas ou cartazes as informações que conseguiram comprovar sobre as lendas para compartilhar o trabalho de pesquisa. Incentive que façam uma avaliação de sua participação e o que aprenderam com a prática de pesquisa. É possível fazer uma avaliação da colaboração individual e em grupo, trabalhando o que podem aprimorar.

  • ATIVIDADES COMPLEMENTARES
  • Proponha aos estudantes uma tarde de contação de lendas para outras turmas da escola. É uma oportunidade de vivenciarem a tradição oral, contando para outros colegas o que aprenderam sobre as lendas da região em que vivem.

Para ampliar

Lendas e mitos típicos das cinco regiões brasileiras. Disponível em: https://oeds.link/CXX2Jr. Acesso em: 9 julho 2022.

Lendas da Região Nordeste. Disponível em: https://oeds.link/Bjdtpe. Acesso em: 9 julho 2022.

Lendas da Região Norte. Disponível em: https://oeds.link/DxNpkK. Acesso em: 9 julho 2022.

Lendas da Região Sudeste. Disponível em: https://oeds.link/raiNdI. Acesso em: 9 julho 2022.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis sete éle pê um quatro

ê éfe seis sete éle pê dois zero

ê éfe seis sete éle pê dois um

ê éfe seis sete éle pê dois quatro

ê éfe seis sete éle pê dois cinco

ê éfe seis nove éle pê zero sete

ê éfe seis nove éle pê dois um

ê éfe seis nove éle pê três zero

ê éfe seis nove éle pê cinco um

ê éfe seis nove éle pê cinco três

ê éfe seis nove éle pê cinco quatro

ê éfe zero sete éle pê um quatro

EU VOU APRENDER Capítulo 2

Cordel

Ícone. Atividade oral.
  1. Você sabe o que é literatura de cordel e por que recebe esse nome?
  2. Que características você conhece dêsse gênero textual?
  3. Alguns cordéis são ilustrados com xilogravuras. Você conhece esse tipo de gravura? Já viu alguma parecida com a da página seguinte?
Versão adaptada acessível

Atividade 3.

Alguns cordéis são ilustrados com xilogravuras. Você conhece esse tipo de gravura? Conhece alguma parecida com a da página seguinte?

4. Leia o cordel a seguir. Antes, leia o título e explique o que você entendeu.

Um cordel sobre o cordel

Modalidade: sextilha

Um cordel sobre o cordel

Eu pretendo apresentar.

É uma arte versejada

Da cultura popular

Que nasceu lá no Nordeste

Para o mundo apreciar.

São as rimas de cordel

Encaixadas nas sextilhas

Nos martelos e galopes

Nas oitavas e setilhas.

Que encantam muito mais

Do que as setes maravilhas.

O cordel só é aceito

Com os versos bem rimados.

Cada verso bem medido

Todos bem metrificados.

Assim manda a tradição

Dos poetas inspirados.

É na fórma de folhetos

Que ele tem sua tradição

Porém hoje outras fórmas

Temos de publicação

Como livros e internet

E outras tantas que virão.

O cordel pode conter

Alguns temas atuais

Ou histórias inventadas

Ou mil causos naturais

Pois os versos do cordel

Contam isso e muito mais.

O folheto nordestino

É uma arte genial.

E a origem dêsse nome

Provém lá de Portugal.

Esse nome porque era

Pendurado no varal.

Respostas e comentários

1. 2. 3. Respostas pessoais. Explore com os estudantes o que sabem sobre o gênero textual cordel, sua estrutura e características, e incentive-os também a contar o que sabem sobre a xilogravura.

Eu vou aprender

Cordel

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Exiba para os estudantes o vídeo da contação da história A cigarra e a formiga em cordel, disponível em: https://oeds.link/hYcVor. Acesso em: 14 julho 2022.
  • Converse com eles sobre essa história no formato de cordel, fazendo perguntas que os levem a perceber as rimas, o ritmo e os versos. Chame a atenção para o acompanhamento de um instrumento, no caso um violão. É comum, em apresentações de repentistas, a presença de um instrumento para acompanhar o cordel.
  • O tema desenvolvido nesta página permite explorar os tê cê tê Diversidade cultural e Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras e ó dê ésse 4. Educação de qualidade e 10. Redução das desigualdades.
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

1 e 2. Proponha um levantamento do conhecimento prévio dos estudantes sobre o gênero cordel. Explore o que sabem sobre a origem do cordel, sua estrutura e suas características.

A leitura de cordel

Nascida no interior dos estados nordestinos, a literatura de cordel é uma narrativa oral escrita em versos, e suas estrofes devem ser faladas com bastante empolgação. Experimente, recitando os versos do livro com emoção, vibrando de energia, colocando seu corpo para dizer junto com a fala. Você vai perceber que o texto ganha cor, fica lindo. É incrível como funciona.

A literatura de cordel está profundamente ligada à cantoria de viola, feita por repentistas que fazem versos improvisados ao som dêsse instrumento. O cordel nasceu daí, é como se fosse filho da cantoria. No começo do cordel no Brasil, lá pelos anos de 1900, muitos cordelistas eram também repentistas, e até hoje é assim. Mesmo os cordelistas que não são repentistas sabem como funciona toda a estrutura do repente.

reticências

Quanto à métrica: Todas as modalidades apresentam a métrica de sete sílabas poéticas. É interessante notar que a contagem de sílabas poéticas é diferente da de sílabas gramaticais (nesta, contam-se todas as sílabas). Não se esqueça de que, no cordel, a contagem silábica é feita até a tônica da última palavra.

Para ampliar

Proponha uma leitura compartilhada do verbete enciclopédico Xilogravura, disponível em: https://oeds.link/hH9d9P. Acesso em: 9 julho 2022.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis sete éle pê dois oito

ê éfe seis nove éle pê quatro quatro

ê éfe seis nove éle pê quatro oito

ê éfe seis nove éle pê cinco quatro

ê éfe seis nove éle pê cinco cinco

Pendurar os folhetinhos

Não é nossa tradição

Ora iam em barbantes

Ora em bancas ou no chão.

O barbante não foi regra

Do poeta do sertão.

 

O cordel era vendido

Lá nas feiras do Nordeste

Lá no Brejo ou Cariri

No Sertão ou no Agreste.

Hoje está pelo Brasil

Desde o Norte até o Sudeste.

 

O cordel vendido em feiras

Precisava entonação.

Pra história ficar boa

E chegar ao coração

Corpo e voz tinham que ter

Uma grande expressão.

 

Pra dizer um bom cordel

Tem que ser bem inspirado

Pois ninguém aguenta ouvir

Um cordel desanimado.

Mas o verso fica lindo

Quando é bem declamado.

Vejam só qual é a técnica

Dos poetas do Sertão

Que paravam sua história

Num momento de emoção

Para o povo então comprar

Seu folheto campeão.

 

E assim muitos poetas

As famílias sustentaram.

Com a venda dos folhetos

Muitos lucros aumentaram.

Porém hoje, os folhetos

Novos passos conquistaram.

 

O cordel hoje é presente

Lá nas feiras culturais

Faculdade e escolas

E também outros locais.

Todo mundo abriu as portas

Para os versos naturais.

Xilogravura. Em preto e branco. Um casal ao centro, à esquerda, homem de chapéu, terno e cabelos escuros e de braços dados com uma mulher de cabelos curtos, vestes longas e um buquê de rosas na mão direita. À esquerda do casal, quatro pessoas de chapéu de cangaceiro, arredondado, tocando instrumentos: sanfona, pratos e um com um microfone na mão. À direita do casal, três outras pessoas com o mesmo tipo de chapéu cangaceiro e tocando instrumentos: pandeiro, sanfona e tambor. Na parte superior, vê-se metade do rosto das pessoas, uma ao lado da outra, cactos e na ponta da esquerda, pontas do sol.
A literatura de cordel também é conhecida como folheto ou literatura popular em verso.

OBEID, César. Um cordel sobre o cordel. ín: OBEID, César. Desafios de cordel. São Paulo: éfe tê dê, 2009. p. 10-13.

Respostas e comentários

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

Quanto às rimas: Você vai observar que as rimas do livro são todas “perfeitas”, ou seja, possuem exatamente o mesmo som, mas não necessariamente precisam ter a mesma grafia. Por exemplo, “mesa” rima com “beleza”. Na literatura do cordel não são aceitas rimas com sons parecidos, por exemplo, “hora” com “viola” ou “café” com “mulher”. É assim que manda a “tradição”, que rima com “coração”.

A fórma tradicional de impressão do cordel é o folheto, mais ou menos do tamanho de uma folha a quatro, dividida em 4 partes. As capas geralmente são ilustradas em xilogravuras. Hoje em dia existem outras fórmas de difusão do cordel, como sáites, livros e Cê dês. Mesmo com essas novas fórmas de impressão/divulgação, não podem faltar a métrica, as estrofes e as rimas certas.

Algumas fontes dizem que o cordel tem este nome por causa da fórma como é exposto (pendurado em barbantes e vendido em feiras do Nordeste). Na verdade, esse nome e essa tradição são ibéricos e não nordestinos. Lá em Portugal eles tinham uma literatura de cordel, assim chamada por ser pendurada em barbantes. No Brasil é diferente. O povo se refere a essa manifestação como “folheto” ou mesmo “romance”, que poderia ou não estar pendurado em barbantes.

Também existe outra diferença: a literatura de cordel ibérica poderia ou não ser escrita em versos, enquanto no Brasil ela é sempre escrita dessa fórma.

Os temas da literatura de cordel são muito diversos e praticamente qualquer tema pode virar cordel nas mãos de um poeta habilidoso.

Entre os inúmeros assuntos tratados no cordel, os fatos ocorridos no dia a dia sempre tiveram grande aceitação das comunidades do interior do Nordeste. reticências

OBEID, César. A leitura de cordel. ín: OBEID, César. Aquecimento global não dá rima com legal. São Paulo: Moderna, 2017. página 50-51.

  1. Se possível, prepare uma apresentação de isláidis previamente ou imprima e mostre aos estudantes diversas imagens de desenhos feitos com a técnica de xilogravura. Você pode montar um varal na sala e prender com os prendedores de roupa para mostrar como os cordéis são geralmente vendidos.
  2. Oriente a leitura prévia das figuras da página e do título, e levante hipóteses sobre o texto. Depois, faça uma primeira leitura em voz alta para os estudantes. Em seguida, proponha uma segunda leitura de fórma compartilhada, de modo que cada um leia um trecho, mesmo que para isso seja necessário retornar ao início do texto. Promova a leitura em voz alta para desenvolver a autonomia e a fluência.
  • Explore a diagramação dos versos e a presença de rimas e métrica. Chame a atenção para os termos com variação linguística regional, valorizando-os e chamando a atenção para que devemos combater o preconceito linguístico, pois não há uma palavra melhor do que outra, existem variações dentro da língua devido a alguns fatores, como o regional. Retome o que já viram sobre um mesmo elemento ser chamado de nomes diferentes dependendo da região.
  • Ao final da leitura, pergunte aos estudantes o que mais chamou a atenção de cada um sobre o cordel e suas características e estruturas.

COMPREENSÃO TEXTUAL

Responda às questões no caderno.

  1. Qual é o assunto dêsse cordel?
  2. Explique, com suas palavras, o que é o cordel e qual é sua origem.
  3. Conte quantas estrofes há nesse cordel e quantos versos compõem cada estrofe.
    1. Logo abaixo do título há uma pista sobre o número de versos. Que pista é essa?
    2. Todo cordel tem sempre seis versos em cada estrofe? Copie do texto a estrofe que explica a resposta.
  4. Releia esta estrofe do cordel.

O cordel só é aceito

Com os versos bem rimados.

Cada verso bem medido

Todos bem metrificados.

Assim manda a tradição

Dos poetas inspirados.

  1. Que características do gênero a estrofe explora?
  2. Que palavras rimam nessa estrofe?
  3. Em quais versos você identificou as palavras que rimam?
  1. Conforme o texto, que temas são comumente utilizados nos cordéis? Qual estrofe dá essa informação?
  2. Releia esta outra estrofe.

É na fórma de folhetos

Que ele tem sua tradição

Porém hoje outras fórmas

Temos de publicação

Como livros e internet

E outras tantas que virão.

  1. Qual é o assunto abordado nessa estrofe?
  2. Onde tradicionalmente o cordel é publicado? E atualmente?
  3. O que o último verso prevê?
Respostas e comentários

1. O cordel explora a origem e algumas características e estruturas dêsse gênero textual. Trata-se de um cordel sobre o cordel.

2. Resposta pessoal.

3. Esse cordel tem seis versos em cada estrofe e 13 estrofes ao todo.

3.a) A indicação da modalidade: sextilha.

3.b) Não. “São as rimas de cordel/ Encaixadas nas sextilhas /Nos martelos e galopes /Nas oitavas e setilhas. /Que encantam muito mais /Do que as setes maravilhas".

4.a) A presença de rima e de métrica dos versos.

4.b) Rimados, metrificados e inspirados.

4.c) No segundo, quarto e sexto versos. A estrutura de sextilha segue a posição das rimas , onde xis representa os versos que não rimam e A os que rimam entre si.

5. Os cordéis utilizam temas atuais, histórias inventadas, casos naturais e outros. A informação é dada na quinta estrofe.

6.a) O suporte e a fórma de publicação.

6.b) Tradicionalmente é publicado em folhetos, mas hoje também é publicado em livros e na internet.

6.c) Prevê que outras fórmas de publicação virão.

Compreensão textual

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  • Peça aos estudantes que leiam em voz baixa para se prepararem para responder às questões sobre o texto. Chame atenção para as palavras e expressões que desconheçam e os apoie, se possível, quanto a intuir o significado delas por uma análise de contexto. Caso ainda mostrem dificuldade, oriente-os a procurar o significado das palavras no dicionário.

1 e 2. Pergunte aos estudantes se conhecem ou já ouviram falar sobre cordel, retome que teve origem no Nordeste do país e que o cordel que leram explora as características dêsse gênero.

3 e 4. Chame atenção para a estrutura do texto, a quantidade de estrofes e versos em cada estrofe. Explique que a estrutura do cordel segue uma métrica e que no caso dêsse cordel a modalidade é a sextilha, por ter seis versos em cada estrofe. Mas que nem todos os cordéis seguem essa métrica, podem ter modalidades de sextilha, setilha, oitava, décima, martelos e galopes. Incentive os estudantes a observar a presença de rimas e a tentar identificar os versos com as palavras que rimam.

5 e 6. Retome as características do cordel que foi explorado no texto e tente organizar uma síntese. São elas:

  • O cordel deve ser escrito em fórma de versos e estrofes.
  • As estrofes, em geral, são produzidas em métricas com sextilhas (compostas de seis versos e rimas geralmente nos 2º, 4º e 6º versos), setilhas, oitavas, décimas ou martelos e galopes.
  • Pode ter a presença de métricas e rimas.
  • Utiliza temas do cotidiano e temas atuais.
  • O cordel pode ser ilustrado com imagens de xilografias e publicados em folhetos, livros, revistas e na internet.

Para ampliar

Oficina de literatura de cordel. Disponível em: https://oeds.link/YRk0Ph. Acesso em: 9 julho 2022.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis sete éle pê dois sete

ê éfe seis sete éle pê dois oito

ê éfe seis nove éle pê quatro quatro

ê éfe seis nove éle pê quatro oito

ê éfe seis nove éle pê cinco três

ê éfe seis nove éle pê cinco quatro

ê éfe seis nove éle pê cinco cinco

  1. Qual é a origem do nome cordel?
  2. Em que região do Brasil o cordel é bem presente na cultura?
  3. Como os folhetos são expostos?
  4. Releia estas estrofes.

O cordel vendido em feiras

Precisava entonação.

Pra história ficar boa

E chegar ao coração

Corpo e voz tinham que ter

Uma grande expressão.

 

Pra dizer um bom cordel

Tem que ser bem inspirado

Pois ninguém aguenta ouvir

Um cordel desanimado.

Mas o verso fica lindo

Quando é bem declamado.

  1. Qual é o assunto abordado nessas estrofes?
  2. Para quem esses versos dão dicas?
  3. No verso “Pois ninguém aguenta ouvir”, a quem a palavra “ninguém” se refere?

11. O autor, em uma estrofe, diz qual é a técnica para envolver o ouvinte. Transcreva a estrofe e explique o que compreendeu.

Na sua opinião, podemos considerar que essa é uma estratégia publicitária para envolver o ouvinte? Explique.

12. Transcreva a estrofe que explica onde o cordel está presente atualmente. Depois, discuta com os colegas o que vocês compreenderam sobre esse gênero textual.

Para ampliar

Cordel África. César Obeid. São Paulo: Moderna, 2014.

Os cordéis dêsse livro levam o leitor a uma viagem pela cultura dos povos que vieram do continente africano e acabaram por se mesclar ao nosso país, adquirindo dimensões próprias. Conhecer as influências dessas culturas contribui para acabar com preconceitos que persistem em nossa sociedade.

Capa de livro. Ao centro, dois homens de tons em azul, levando uma mulher sentada em acento, carregado por hastes pelos homens. A mulher em tons de vermelho, com um leque na mão direita. À esquerda, um cachorro em vermelho virado para a esquerda. Ao fundo, cinco pessoas em pé, uma perto de um animal quadrúpede. Mais atrás, prédios e casas em tons de branco e azul e mais à direita, prédios em tons de amarelo e vermelho. Na parte superior, título do livro e nome do autor.
Respostas e comentários

7. A origem do nome dos folhetos vem do modo como eram expostos, pendurados em uma corda fina, em Portugal.

8. No interior do Nordeste.

9. Os folhetos normalmente são expostos em varal de barbante, mas também em bancas ou no chão. Entretanto, não importa a fórma de exposição do folheto de cordel, o que valem são as rimas e as métricas dos poemas.

10.a) O assunto é a entonação e a expressividade necessárias para declamar um bom cordel.

10.b) Para quem for declamar o cordel, para o cordelista.

10.c) Ao ouvinte, a quem está assistindo à apresentação.

11. “Vejam só qual é a técnica /Dos poetas do Sertão /Que paravam sua história /Num momento de emoção /Para o povo então comprar /Seu folheto campeão.” É importante que os estudantes percebam que parar a história no momento da emoção desperta a curiosidade do ouvinte, estimulando-o a comprar o folheto.

11.• Resposta pessoal. Os estudantes podem relacionar essa pausa na declamação a uma estratégia publicitária, como um modo de persuadir o ouvinte a adquirir o folheto.

12. “O cordel hoje é presente/ Lá nas feiras culturais /Faculdade e escolas /E também outros locais. /Todo mundo abriu as portas /Para os versos naturais.” Resposta pessoal. Veja as orientações didáticas para a discussão.

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

7 e 8. Explore os conhecimentos dos estudantes sobre o nome cordel e proponha a eles que formulem hipóteses sobre a possível origem.

História da literatura de cordel

Ao contrário do que muitos pensam, o cordel não foi criado no Brasil. O estilo já existia no período dos povos greco-romanos, fenícios, cartagineses e saxões. Chegou a Portugal e Espanha por volta do século dezesseis. No Brasil, veio com os colonizadores, instalando-se na Bahia, mais precisamente em Salvador, que à época era a capital brasileira.

Estudos apontam 1893 como o marco da literatura de cordel, quando o paraibano Leandro Gomes de Barros teria publicado os primeiros versos no país. Os folhetos em que eram inseridos pequenos textos corridos e poemas eram chamados de “folhetos de cordel”. Esses folhetos sempre eram vendidos de mão em mão e a baixo custo.

reticências

Disponível em: https://oeds.link/HLFi8m. Acesso em: 10 julho 2022.

9. Leve-os a perceber que o gênero tem origem na Antiguidade, em alguns países europeus, e veio para o Brasil com os colonizadores, ganhando expressividade no Nordeste do país, com folhetos vendidos e expostos em cordões.

10 e 11. Converse com os estudantes sobre a importância da entonação e expressividade ao declamar o cordel, com intuito de envolver o ouvinte e a plateia, e como recurso de persuasão para a venda dos folhetos. É importante que o estudante perceba o recurso de convencimento do cordelista como uma intenção de se promover para a plateia e estimular a compra do folheto.

A ideia é estimular a resolução autônoma das questões sem apoio imediato e integral do educador. O exercício de identificar as dificuldades é importante e permite aos estudantes lidar com as dificuldades também, pois, muitas vezes, quando recorrem ao educador de fórma imediata, não fazem nenhum esforço intelectual de resolução e interpretação de problemas. Cabe ao educador oferecer apoio, mas também oportunidades de superação.

Para ampliar

Literatura de cordel: O que é, história e curiosidades. Disponível em: https://oeds.link/HLFi8m. Acesso em: 10 julho 2022.

LÍNGUA E LINGUAGEM

Coesão referencial: sintetização

Responda às questões no caderno.

1. Releia este trecho de “Um cordel sobre o cordel”.

O cordel pode conter

Alguns temas atuais

Ou histórias inventadas

Ou mil causos naturais

Pois os versos do cordel

Contam isso e muito mais.

O folheto nordestino

É uma arte genial.

E a origem desse nome

Provém lá de Portugal.

Esse nome porque era

Pendurado no varal.

 

Pendurar os folhetinhos

Não é nossa tradição

Ora iam em barbantes

Ora em bancas ou no chão.

O barbante não foi regra

Do poeta do sertão.

Versão adaptada acessível

Atividade 1, itens a e b.

  1. O que as palavras e as expressões "isso", "folheto nordestino", "desse nome", "Esse nome" e "os folhetinhos" têm em comum?
  2. Na primeira estrofe, a que classe gramatical pertence a palavra "isso"? Como essa palavra se classifica?
  1. O que as palavras e as expressões destacadas têm em comum?
  2. Na primeira estrofe, a que classe gramatical pertence a palavra destacada? Como essa palavra se classifica?
  3. Qual é a função dessa palavra no contexto em que foi utilizada?
  4. A que se referem as expressões “o folheto nordestino” e “os folhetinhos”? Por que foram utilizadas?
  5. As expressões “esse nome” e “dêsse nome” referem-se a que nome? Caso substituíssemos o pronome “esse” pelo pronome “este”, o sentido seria o mesmo? Por quê?
Fotografia. Na parte superior, bandeirolas coloridas penduradas uma ao lado da outra em verde, azul, rosa e amarelo. Ao fundo, em outros varais, livros de literatura de cordel, a maioria com ilustração em xilogravura.
Tradicionalmente, os cordéis são publicados em folhetos.

No 6º ano, você estudou a coesão; agora, vamos exercitar mais um pouco esse fator indispensável à construção de bons textos, que cumprem seu papel comunicativo. Antes, é necessário relembrar esse conceito. Para isso, vamos a mais uma atividade.

Respostas e comentários

1.a) Todas elas retomam algo dito anteriormente.

1.b) À classe dos pronomes. Classifica-se como pronome demonstrativo.

1.c) Essa palavra retoma aquilo que foi dito no segundo, no terceiro e no quarto verso. Mais especificamente, o que o cordel pode conter.

1.d) Referem-se ao cordel. Foram utilizadas para evitar a repetição excessiva da palavra “cordel”.

1.e) Referem-se ao nome “cordel”. Não, pois o pronome “este” e seus correlatos não têm função anafórica, de retomada, mas sim catafórica, ou seja, de antecipação.

Língua e linguagem

Coesão referencial: sintetização

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  • Os procedimentos de leitura do trecho do cordel podem seguir a sequência apresentada anteriormente: leitura silenciosa, leitura em voz alta, leitura compartilhada e diálogo sobre o conteúdo do texto com destaque para o desenvolvimento da oralidade e fluidez na leitura.

1. Coloque na lousa as palavras e expressões em destaque no texto. Peça aos estudantes que tentem responder às questões e identificar a relação que há entre elas e qual é a classe gramatical das palavras destacadas. É importante que eles percebam que foram utilizadas para evitar a repetição da palavra cordel.

1d. Relembre os estudantes de que o artigo definido também tem um papel anafórico, ou seja, de retomada. Para tanto, dê o seguinte exemplo e pergunte-lhes por que houve mudança de artigo:

Um menino passava pela rua e encontrou um gatinho com fome. Ao perceber que o gatinho não tinha comido, o menino entrou em casa e trouxe uma vasilha com leite.

Comente que, quando as palavras menino e gatinho foram utilizadas pela primeira vez, por se tratar de um menino e de um gato não identificados, utilizou-se o artigo indefinido. Na segunda ocorrência, uma vez que essas palavras já tinham sido mencionadas, utilizou-se o artigo definido para referenciá-las. O mesmo ocorre nas expressões destacadas, pois o cordel já tinha sido mencionado anteriormente.

1e. Para melhor explicar a diferença, utilize exemplos, como estes:

Falta de concentração e agitação: essas eram as principais queixas da mãe do garoto (retomada).

As principais queixas da mãe do garoto eram estas: falta de concentração e agitação (antecipação).

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis sete éle pê dois oito

ê éfe seis nove éle pê zero três

ê éfe seis nove éle pê quatro oito

ê éfe zero sete éle pê um dois

ê éfe zero sete éle pê um três

2. Leia a tirinha a seguir.

Tirinha. Composta por quatro quadros. Apresenta como personagens: Charlie Brown, menino com um fio de cabelo preto à frente, camiseta de gola amarela com listra na horizontal em preto, calça azul e sapatos marrons. Outro menino de cabelos pretos finos, de casaco e sapatos em vermelho e calça em azul. Snoopy, cachorro de pelos brancos com partes em preto, gorro de aviador na cabeça em marrom, par de óculos de aviador em cinza e cachecol em vermelho. Q1 – O menino de casaco vermelho, em pé, com o corpo para a direita, de frente para a entrada de uma casa, vista parcialmente, em marrom. Ele diz para Charlie Brown, visto parcialmente na entrada: PRECISO DE SUA AJUDA, CHARLIE BROWN. Ao fundo, chão coberto por neve em branco. Q2 – O menino de casaco vermelho, visto dos ombros para cima, fala: QUANDO O PAPAI NOEL TROUXER O MEU CACHORRO, VOU TER QUE APRENDER COMO CUIDAR DELE. Q3 – Os dois meninos caminham para a direita, dentro de um cômodo com paredes em amarelo e passagem em marrom à direita. O menino de casaco vermelho fala: SE VOCÊ ME MOSTRAR O QUE DÁ PARA O SEU CACHORRO COMER E ONDE ELE DORME, TALVEZ EU APRENDA ALGUMA COISA. Q4 – À esquerda, o menino de casaco vermelho, visto da cintura para cima, corpo para a direita, onde está Snoopy. Ele está sentado, com o corpo para a esquerda e pensa: O QUE AQUELE GAROTO ESTÁ FAZENDO NA PISTA? Ao fundo, vegetação rasteira em verde e acima, céu em azul-claro.

SCHULZ, Charles M. Minduim. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 3 jul. 2022. Caderno 2, p. C6.

  1. Em que consiste o humor da tirinha?
  2. No segundo quadrinho, a que se refere a palavra “dele”, que aparece na fala do amigo de Charlie?
  3. No terceiro quadrinho, podemos dizer que a palavra “ele”, também presente na fala do amigo, refere-se ao mesmo elemento? Por quê?
  4. A que classe gramatical pertence essa palavra? Como ela se classifica?
  5. No terceiro quadrinho, imagine que o amigo de Charlie quisesse utilizar outra palavra para se referir ao elemento retomado pela palavra “ele”. Que palavra ele poderia usar? Como ficaria a fala do garoto nesse caso?
  1. Agora que você já realizou duas atividades que tratam da coesão, explique com suas palavras o conceito dêsse termo.
  2. Leia as manchetes a seguir.

Família encanta a internet ao compartilhar dia a dia com seus lobos híbridos

CÂMARA, Ana Carolina. Família encanta a internet ao compartilhar dia a dia com seus lobos híbridos. Amo meu Pet, Rio Grande do Sul, 9 julho 2022. Disponível em: https://oeds.link/0Xk1W5. Acesso em: 9 julho 2022.

Comemore o Dia da Pizza, neste domingo (10), conhecendo sua história e curiosidades

SOUZA, Edi. Comemore o Dia da Pizza, neste domingo (10), conhecendo sua história e curiosidades. Folha de Pernambuco, Recife, 9 julho 2022. Disponível em: https://oeds.link/yzigav. Acesso em: 9 julho 2022.

Respostas e comentários

2.a) No fato de o amigo de Charlie querer ver o que seu cachorro come e se deparar com o cão com uma roupa de aviador, simulando pilotar em cima da casinha.

2.b) Refere-se a “o meu cachorro”. No caso, ao futuro cachorro do amigo de Charlie.

2.c) Não. Nesse caso, a palavra “ele” refere-se ao cachorro de Charlie, e não ao do amigo.

2.d) Pertence à classe dos pronomes. É um pronome pessoal reto.

2.e) Respostas pessoais. Sugestões de respostas: Seria possível utilizar sinônimos, por exemplo, cão, cãozinho. “Se você me mostrar o que dá para seu cachorro comer e onde seu cãozinho dorme, talvez eu aprenda alguma coisa”.

3. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes lembrem de que a coesão é o processo de conexão entre as partes de um texto, com o objetivo de criar relações entre as palavras e as expressões.

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  1. Relembre aos estudantes que as tirinhas são um gênero textual que apresenta como característica principal a estrutura em linha horizontal com três ou quatro quadrinhos e que conta histórias curtas e, muitas vezes, carregadas de humor. Pergunte: O que faz a tirinha se tornar engraçada? Espera-se que eles percebam que o humor vem no quarto quadrinho no fato de o amigo de Charlie querer ver o que seu cachorro come e se deparar com o cão com uma roupa de aviador, simulando pilotar em cima da casinha.
  • Retome a orientação sobre o conceito de coesão com a resolução da proposta com a tirinha. É esperado que os estudantes percebam o uso dos pronomes para se referir ao cachorro e evitar a repartição da palavra. Incentive que reflitam sobre que outra palavra eles poderiam usar para garantir a coesão da frase, e que poderiam relacionar com os sinônimos da palavra cachorro.
  • Comente que, ainda no 6º ano, aprendemos sobre a chamada coesão referencial e sobre o papel de alguns pronomes para garantir a conexão entre as partes de um texto. Para relembrar um pouco mais o papel dos pronomes, vamos realizar uma atividade.

3. Oriente os estudantes a escrever o que sabem sobre o conceito de coesão, que já exploraram no ano anterior e em outros momentos no estudo dos textos. Peça a eles que leiam os conceitos que construíram e escreva na lousa o conceito ou parte dele que considerou adequado. Crie perguntas para que reflitam sobre o trecho que não está corretamente construído ou que precisa de aprimoramento, para que outros estudantes possam apresentar o conceito para aprimorar o que estão construindo coletivamente. A proposta desta seção é fazer uma síntese do conceito de coesão e, para tanto, os estudantes devem recuperá-lo por meio das atividades, a fim de que rememorem o que aprenderam no ano anterior. Espera-se que eles se lembrem de que a coesão é o processo de conexão entre as partes de um texto, com vistas a criar relações entre as palavras e expressões.

Versão adaptada acessível

Atividade 4, itens a até c.

  1. Como se classificam as palavras "seus" e "suas"?
  2. A que elementos do texto elas se referem?
  3. Que outra palavra poderíamos usar para indicar essas mesmas relações?
  1. Como se classificam as palavras destacadas?
  2. A que elementos do texto elas se referem?
  3. Que outra palavra poderíamos usar para indicar essas mesmas relações?
  1. Agora, sintetize os principais tipos de pronome que nos auxiliam a tornar nossos textos mais coesos.
  2. Leia um trecho deste cordel.

Nas asas da leitura

Neste Cordel falarei

Sobre meu melhor amigo,

Que me ajuda a encontrar

Lazer, trabalho e abrigo.

Desde meus primeiros anos,

Ele é parte dos meus planos

E segue sempre comigo.

 

Leio livro em minha cama,

Em ônibus, metrô ou trem,

Em navio ou avião,

Ou mesmo esperando alguém.

Leio para o povo ouvir

Leio para transmitir

A riqueza que ele tem.

reticências

 

Há quase seis mil anos

A Ásia surpreendeu,

Pois, criando o alfabeto

A escrita apareceu.

Veja só que linda ação,

Foi aí dessa união

Que nosso livro nasceu.

Xilogravura. Em preto e branco. Vários livros empilhados um sobre o outro.

SENNA, Costa. Nas asas da leitura. ín: SENNA, Costa. Cordéis que educam e transformam. São Paulo: Global, 2012. página 49-56.

  1. Em que parte da vida do narrador se deu seu primeiro contato com os livros? Justifique com um trecho do texto.
  2. Na primeira estrofe, a quem o pronome “ele” se refere?
  3. E na segunda estrofe, que elemento do texto essa palavra retoma?
  4. Que ideia do texto a expressão “dessa união” retoma?

7. Com base em todas as atividades realizadas até aqui, responda: além dos pronomes possessivos, que outro recurso podemos utilizar para manter a coesão do texto?

Respostas e comentários

4.a) São pronomes possessivos.

4.b) “Seus” retoma a família, ou seja, os lobos da família; “sua” retoma pizza, ou seja, a história e as curiosidades da pizza.

4.c) Deles e delas.

5. Os pronomes retos (de 3ª pessoa), os pronomes demonstrativos, os pronomes possessivos e os pronomes indefinidos.

6.a) Na infância: “Desde meus primeiros anos”.

6.b) Refere-se à expressão “meu melhor amigo”.

6.c) Retoma o elemento “livro”.

6.d) Retoma a invenção do alfabeto e o surgimento da escrita.

7. Espera-se que os estudantes respondam que também é possível fazer referências no texto por meio de palavras ou expressões, chamadas de fórmas remissivas lexicais.

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

4. Solicite que os estudantes leiam as manchetes e identifiquem as palavras destacadas. Oriente-os a responder às questões e identificar a relação que as palavras estabelecem, qual é a classe gramatical delas e que outras palavras poderiam indicar a mesma relação. Os estudantes precisam concluir que os pronomes retos (de 3ª pessoa), os pronomes demonstrativos, os pronomes possessivos e os pronomes indefinidos nos auxiliam a tornar nossos textos mais coesos.

4c. Comente com os estudantes que, nesse caso, os enunciados adquiririam um tom mais oralizado, uma vez que as construções nos remeteriam à língua falada.

5. Há outros pronomes com função coesiva. No entanto, esses foram os trabalhados até o presente momento, cuja ocorrência é mais frequente. Não deixe de comentar isso com os estudantes, informando-lhes que, em outros anos, serão estudados outros pronomes que contribuem para a coesão textual, como os pronomes relativos.

6 e 7. Proponha aos estudantes que façam uma leitura em voz alta e compartilhada do cordel Nas asas da leitura. Essa sugestão permite a eles ampliar a proposta de coesão e perceber que outras palavras e expressões nos ajudam como recurso para manter a coesão do texto, portanto seria interessante que resolvessem as atividades de fórma coletiva e compartilhando as análises.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis sete éle pê dois oito

ê éfe seis nove éle pê zero três

ê éfe seis nove éle pê quatro quatro

ê éfe seis nove éle pê quatro oito

ê éfe zero sete éle pê um dois

ê éfe zero sete éle pê um três

8. Leia o texto a seguir.

A história da xilogravura de cordel: o papel da técnica na essência da arte

Antes de saber como aconteceu a história da xilogravura de cordel é preciso entender o que esse gênero significa. O cordel é uma tradição que chegou ao Brasil por meio de Portugal e se caracteriza por um tipo de literatura que começou oralmente para disseminar notícias para aqueles que não tinham acesso a elas.

O uso da técnica de xilogravura criou e propagou a literatura de cordel. Afinal, sua produção era simples e seu custo bastante baixo. Logo, foi fundamental para sustentar a tradição e manter fortes as raízes das histórias e das pessoas que as contavam.

reticências

De fórma simples, a xilogravura é uma técnica em que o artista entalha a madeira, pinta as suas partes elevadas e, por fim, pressiona a madeira em papel ou tela. reticências

Ao escrever e imprimir suas histórias, a xilogravura nordestina e o cordel se tornaram um só elemento e, assim, se transformaram em uma linguagem de expressão, contando e documentando uma história.

reticências

Apesar de ter mudado, a xilogravura nordestina ainda mantém as raízes fortes do sertão. Assim, replica e cria suas histórias.

reticências

Xilogravura. Em preto e branco. À esquerda, um cacto coberto por espinhos. À direita, um boi com par de chifre e no alto, um pássaro sobrevoando para a direita, entre nuvens e um par de borboletas. Mais à direita, uma flor no solo.
A xilogravura e o cordel se tornaram um só elemento e representam uma parte importante da nossa cultura.

AGÊNCIA PAPOCA. A história da xilogravura de cordel: o papel da técnica na essência da arte. LAART, 21 junho 2019. Disponível em: https://oeds.link/4yJCLc. Acesso em: 9 julho 2022.

  1. De acôrdo com o texto, o que facilitou a divulgação da xilogravura e, consequentemente, do cordel?
  2. A técnica em questão apresenta uma forte ligação com determinada região do Brasil. Qual é essa região?
  3. Identifique os elementos referenciados pelas palavras e expressões em destaque.
Versão adaptada acessível

Atividade 8, item c.

Identifique os elementos referenciados pelas seguintes palavras e expressões: "esse gênero", "elas", "sua", "as", "suas" e "suas".

Respostas e comentários

8.a) A sua produção simples e seu baixo custo.

8.b) O sertão nordestino.

8.c) “Esse gênero”: refere-se ao cordel. “Elas”: notícias. "Sua": refere-se à produção da xilogravura. “As”: histórias. “Suas”: da madeira (as partes da madeira). “Suas”: do sertão (as novas histórias do sertão).

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

8. Solicite aos estudantes que leiam a reportagem de fórma individual e silenciosa. A proposta desta atividade permite a eles aplicar e sistematizar o que exploraram no desenvolvimento do conteúdo sobre coesão. Aproveite a oportunidade para incentivar os estudantes a resolver a atividade com autonomia, auxiliando os que mostrarem dificuldade na leitura, compreensão de texto ou resolução das questões.

Para observar e avaliar

Circule pela sala observando os estudantes que conseguem fazer uma leitura autônoma do texto de cordel e dos enunciados das questões. Caso alguns mostrem dificuldade, faça outras questões que auxiliem a compreensão global do texto. Verifique também o nível de fluência de leitura dos estudantes e avalie se é necessário algum tipo de trabalho paralelo com leitura de outros textos. Aproveite para observar se eles conseguem identificar os pronomes e recursos que auxiliam na coesão do texto.

  • ATIVIDADES COMPLEMENTARES
  • Proponha aos estudantes que aprendam a técnica de xilogravura para usar nas suas produções de texto. Peça a eles que assistam aos vídeos e conheçam mais sobre a técnica.
  • Providencie o material necessário para que façam uma atividade, que pode ser em contribuição com o professor de Arte, de impressão com xilogravura.

Para ampliar

Mais informações acerca da literatura de cordel e da xilogravura podem ser obtidas no vídeo disponível em: https://oeds.link/hshvXM. Acesso em: 9 julho 2022.

Neste outro vídeo, ensina-se como fazer uma xilogravura utilizando isopor. Caso seja de interesse, é possível fazer essa atividade com os estudantes. Disponível em: https://oeds.link/kXq6ff. Acesso em: 9 julho 2022.

ORALIDADE

Peleja

Ícone. Atividade oral. 
Ícone. Atividade em dupla.

1. Você sabe o que é uma peleja? Converse com um colega e formulem uma hipótese.

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

Transcrição do áudio

Locutora: A peleja do boto cor-de-rosa com a sereia Iara        

Locutora: Nada mais brasileiro do que a literatura de cordel nordestino, não é mesmo? Agora imagine um cordel sobre dois personagens de lendas folclóricas brasileiras da região Norte: O Boto e a Iara! Isso sim é que é a representação da nossa identidade nacional.

Mas, antes de ouvir a peleja, vale lembrar que a literatura de cordel é uma manifestação popular muito representativa no Nordeste brasileiro.

De herança portuguesa, os versos são escritos em folhetos e apresentados em uma espécie de varal. É daí que vem o nome cordel. E eles têm uma linguagem mais informal, popular mesmo, para tratar de assuntos locais e da cultura da região.

Acompanhe agora o texto ‘A peleja do boto cor-de-rosa com a sereia Iara’, de autoria de Alexandre de Morais.

Boto [voz masculina] e Sereia [voz feminina]

Numa tarde de domingo

Após uma chuva fina

O rio corria manso         

Acompanhando a neblina

Para se entregar ao mar

E cumprir a sua sina

[...]

Era o cenário perfeito

Para o Boto cor-de-rosa

Aparecer pelas margens

Todo solto, todo prosa

E aproximar-se das moças

De forma mais glamourosa

 

Só que também era hora

Da bela Sereia Iara

Surgir nas pedras do rio

E ainda na tarde clara

Apresentar aos rapazes

Sua beleza tão rara

 

Surgiu então um conflito

Entre o Boto e a Sereia

Cada qual queria só

Dominar rio e areia

E assim deu-se entre os dois

Uma briga muito feia

 

Disse o Boto: — Vá embora

Que esse rio é todo meu!

Disse ela: — Nada prova

Que ele seja todo seu

Se quiser saia você

Que aqui quem manda sou eu

[...]

Mas o boto retornou

Para tudo resolver

Disse: — Daqui um de nós

Tem que desaparecer

E a peleja aconteceu

Como agora vamos ver

 

Boto — Dona Sereia, você

É bem atraente e bela

Tem um canto encantador

Que grande atração revela

Mas não moro numa casa

Com mulher mandando nela

 

Sereia — Na verdade sou aquela

Que encanta todo ambiente

Você também é bonito

Muito forte e atraente

Mas não queira por ser homem

Ser melhor nem diferente

[...]

Boto — Que direito você tem

De querer julgar a mim

Cada um tem o seu jeito

E o meu jeito é assim

Já acho que essa conversa

Tá precisando ter fim

 

Sereia – Ah, seu Boto, agora sim

Fizeste boa proposta

Porque conviver com brigas

Ninguém deve, ninguém gosta

Pra selar nossa amizade

Te convido pr’uma aposta

 

Boto – pois ‘sim’ é minha resposta

Quero acabar essa briga

A mãe natureza ensina

Não devemos ter intriga

Diga qual é a aposta

Diga logo minha amiga

 

Sereia – A aposta é muito antiga

Porém diverte um bocado

Vamos juntos mergulhar

Nos mantendo lado a lado

E ganhando quem passar

Maior tempo mergulhado

 

Boto – Adoro ser provocado

E adoro competição

Uma aposta deste tipo

Eu nunca abro mão

Mas me responda: — O que ganha 

Quem se tornar campeão?

 

Sereia – A maior premiação

Será a nossa amizade

Nosso tempo aqui nas margens

Reduzirá à metade

Sendo assim nós poderemos

Ficar só e à vontade

 

Boto – Então vamos, na verdade

Um acordo assumir

Em um dia vou vir eu

No outro você vai vir

E assim nós não mais teremos

Razão para discutir

 

Sereia – Vamos também decidir

Que precisamos nos ver

Quem sabe todos os sábados

Logo após ao amanhecer?

Tenho certeza que assim

Bons amigos vamos ser

 

Disse o Boto: — Que prazer

Ter conversado contigo.

Já a Sereia: — Que bom

Poder te ter como amigo.

E os dois conviveram bem

Como irmãos num só abrigo

 

Dão o boto e a Sereia

Um exemplo de respeito

Outro dia ouvi dizerem

Um pensamento perfeito:

— Bem que os humanos podiam

Conviver do nosso jeito!

Locutora: E aí? Do que você mais gostou? Da lenda, dos versos ou dessa junção dos dois?

Locutora: Créditos: Todos os áudios inseridos neste conteúdo são da Freesound. O texto “A peleja do boto cor-de-rosa com a sereia Iara”, de autoria de Alexandre de Morais, foi extraído do livro de mesmo nome, publicado em 2012 pela editora Suinara.

2. Leia este cordel e descubra como foi a peleja entre dois personagens de lendas indígenas.

A peleja do Boto cor-de-rosa com a Sereia Iara

Numa tarde de domingo

Após uma chuva fina

O rio corria manso

Acompanhando a neblina

Para se entregar ao mar

E cumprir a sua sina

reticências

Era o cenário perfeito

Para o Boto cor-de-rosa

Aparecer pelas margens

Todo solto, todo prosa

E aproximar-se das moças

De fórma mais glamourosa

Só que também era hora

Da bela Sereia Iara

Surgir nas pedras do rio

E ainda na tarde clara

Apresentar aos rapazes

Sua beleza tão rara

 

Surgiu então um conflito

Entre o Boto e a Sereia

Cada qual queria só

Dominar rio e areia

E assim deu-se entre os dois

Uma briga muito feia

Disse o Boto: — Vá embora

Que esse rio é todo meu!

Disse ela: — Nada prova

Que ele seja todo seu

Se quiser saia você

Que aqui quem manda sou eu

reticências

Ilustração. Um boto cor-de-rosa, animal com o corpo de formato similar a um golfinho, com o dorso em rosa, parte inferior do corpo em rosa-claro e branco, olhos em azul, sobrancelhas e um bigode pequeno em preto. Sobre a cabeça, um chapéu branco, com faixa ao meio em rosa. Ao redor do corpo, bolhas em cinza.
O boto cor-de-rosa é um dos personagens mais conhecidos do folclore brasileiro.
Respostas e comentários

1. Resposta pessoal. Ver orientações didáticas.

Oralidade

Peleja

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Explore a palavra “peleja” com os estudantes. Pergunte se alguém sabe o significado e peça a ele que compartilhe com os colegas. Se necessário, proponha que digam suas hipóteses ou consultem o dicionário. Espera-se que descubram o significado: travar ou participar de discussão, embate, luta.
  • Proponha aos estudantes que façam esse contato anterior à leitura para antecipar o que será tratado. Comente que essa leitura inicial de título e observação de imagens permite criar hipóteses sobre o que será desenvolvido na proposta.
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  1. Faça a leitura do texto com os estudantes em voz alta e de fórma coletiva, alternando-os na leitura das estrofes. Verifique a compreensão de texto e vocabulário e se percebem algumas palavras e expressões com variação linguística.
  • Explore o cordel e sua estrutura – versos e estrofes, rima – e proponha a peleja. Se possível, convide um professor ou um estudante com fluência em leitura oral para fazer esse embate com você, como um momento de leitura oral. Pergunte se os estudantes já presenciaram alguma apresentação parecida.
  • Destaque que, no caso da fala de cada personagem, a estrofe começa com o nome do personagem e dois-pontos. Reflita com os estudantes sobre quando esse recurso foi utilizado no texto e qual a intenção do autor. Comente que o uso dêsse recurso explicita quem está declamando no momento e deixa mais claras a peleja e as réplicas das estrofes.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis nove éle pê um nove

ê éfe seis nove éle pê dois um

ê éfe seis nove éle pê quatro quatro

ê éfe seis nove éle pê quatro seis

ê éfe seis nove éle pê quatro sete

ê éfe seis nove éle pê quatro nove

ê éfe seis nove éle pê cinco três

ê éfe seis nove éle pê cinco quatro

ê éfe seis nove éle pê cinco cinco

Mas o boto retornou

Para tudo resolver

Disse: — Daqui um de nós

Tem que desaparecer

E a peleja aconteceu

Como agora vamos ver

Boto — Dona Sereia, você

É bem atraente e bela

Tem um canto encantador

Que grande atração revela

Mas não moro numa casa

Com mulher mandando nela

Sereia — Na verdade sou aquela

Que encanta todo ambiente

Você também é bonito

Muito forte e atraente

Mas não queira por ser homem

Ser melhor nem diferente

Boto — Que direito você tem

De querer julgar a mim

Cada um tem o seu jeito

E o meu jeito é assim

Já acho que essa conversa

Tá precisando ter fim

 

Sereia — Ah, seu Boto, agora sim

Fizeste boa proposta

Porque conviver com brigas

Ninguém deve, ninguém gosta

Pra selar nossa amizade

Te convido pr’uma aposta

Boto — Pois ‘sim’ é minha resposta

Quero acabar essa briga

A mãe natureza ensina

Não devemos ter intriga

Diga qual é a aposta

Diga logo minha amiga

Sereia — A aposta é muito antiga

Porém diverte um bocado

Vamos juntos mergulhar

Nos mantendo lado a lado

E ganhando quem passar

Maior tempo mergulhado

Ilustração. Uma pequena sereia sentada com o corpo para a esquerda, sobre um coral com ramificações em tons de azul, lilás e rosa. Ela tem cabelos em rosa-escuro para o alto, com uma presilha em branco, olhos fechados, top branco e parte inferior do corpo como cauda de peixe em azul e ponta em verde. Ao redor, pequenos peixes nadando em rosa e roxo. Ela sorri e está com as mãos sobre os joelhos.
De acôrdo com o folclore brasileiro, a sereia Iara vive no rio Amazonas.
Respostas e comentários
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  • Explore com os estudantes como a escola costuma trabalhar com uma cultura escrita, com dispositivos que são organizados pela escrita, como livros, cadernos, fichários, quadros e tabelas e outros meios escritos que acabam conduzindo a um modo de se expressar e pensar que é nutrido pelo modelo escrito. No entanto, a escola é um espaço de encontro de culturas da oralidade, quando diferentes falares convivem no espaço escolar, quando muitos conhecimentos são transmitidos pela via da oralidade e muitas trocas e reflexões são mediadas pela oralidade. Proponha uma reflexão com os estudantes sobre aspectos que podem ser semelhantes ou não na relação entre oralidade e escrita.

A Literatura de Cordel tem seus registros desde os povos espanhóis, franceses e principalmente portugueses que chegaram ao Brasil pelo litoral nordestino. Disseminaram a literatura através da oralidade: histórias, romances, cantorias e depois por folhetos impressos.

A oralidade, desde os tempos mais remotos até hoje, sempre esteve presente e o cordel é fruto dessa oralidade, pois foi através das narrativas orais, cantorias e contos que surgiram os primeiros folhetos no Brasil, tendo a métrica, o ritmo e a rima como elementos formais marcantes nesse tipo de literatura (ALBUQUERQUE, 2011, página 23).

reticências

As cantorias e pelejas constituem um conjunto, por sua especialidade, nos folhetos de cordel. A peleja às vezes chamada desafio, é um aspecto da cantoria, isto é, quando dois cantadores se encontram e vão revelar, então, seus conhecimentos através de sextilhas, martelos, décimas, martelos agalopados, gemedeira, etcétera estes são os chamados gêneros ou “regras” da cantoria. Nos folhetos de cordel as pelejas representam uma de suas partes mais expressivas: traduzem o gênio criador do poeta, a imaginação revelada pelos contendores na disputa (MEDEIROS, 2004, página 317).

A peleja por ser um desafio entre poetas, cantadores abordam diversos assuntos em um único cordel. reticências

DIAS, Karcia L. O.; BELISARIO, Danielle dos S. S.; ALBUQUERQUE, Maria E. B. C. de. Pelejas na literatura popular de cordel. Biblionlaine, João Pessoa, volume 9, número 2, página 122-140, 2013. Disponível em: https://oeds.link/kzUna5. Acesso em: 15 julho 2022.

Boto — Adoro ser provocado

E adoro competição

Uma aposta deste tipo

Eu nunca abro mão

Mas me responda: — O que ganha

Quem se tornar campeão?

Sereia — A maior premiação

Será a nossa amizade

Nosso tempo aqui nas margens

Reduzirá à metade

Sendo assim nós poderemos

Ficar só e à vontade

Boto — Então vamos, na verdade

Um acôrdo assumir

Em um dia vou vir eu

No outro você vai vir

E assim nós não mais teremos

Razão para discutir

 

Sereia — Vamos também decidir

Que precisamos nos ver

Quem sabe todos os sábados

Logo após o amanhecer?

Tenho certeza que assim

Bons amigos vamos ser

Disse o Boto: — Que prazer

Ter conversado contigo.

Já a Sereia: — Que bom

Poder te ter como amigo.

E os dois conviveram bem

Como irmãos num só abrigo

Dão o Boto e a Sereia

Um exemplo de respeito

Outro dia ouvi dizerem

Um pensamento perfeito:

— Bem que os humanos podiam

Conviver do nosso jeito!

Ilustração. Dentro da água de cor azul-claro, um boto cor-de-rosa, com o corpo para a direita.
Ilustração. A pequena sereia descrita anteriormente, com o rosto para a esquerda, olhos fechados, braços esticados e cauda para a direita. Sobre a cabeça dela, uma coroa de flores e ao redor dela, peixes coloridos nadando de cor roxa, azul, vermelha e rosa. Ao fundo, água em azul-claro.

MORAIS, Alexandre. A peleja do boto cor-de-rosa com a sereia Iara. São Paulo: Suinara, 2012. página 4, 6, 8, 16, 18, 20.

Respostas e comentários
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  • Pergunte aos estudantes se conhecem os personagens Boto e Sereia Iara e se ouviram as lendas que exploram as narrativas sobre eles.
  • Pergunte se conhecem as lendas indígenas dêsses personagens e peça a eles que compartilhem com os colegas. Solicite-lhes que façam a leitura dos textos e explorem as imagens. Nesse momento, é possível que alguns manifestem opiniões sobre versões diferentes das lendas ou que percebam outras características do gênero apresentado.
  • As lendas do Boto e da Iara têm em comum o cenário da região Norte do país, a região amazônica, onde foram difundidas como personagens do folclore brasileiro e da cultura indígena.

Para ampliar

Mais informações acerca da lenda do boto. Disponível em: https://oeds.link/NEkHYz. Acesso em: 9 julho 2022.

Com a chegada dos colonizadores, foi se transformando e a Iara acabou retratada como a sereia dos rios. Mas ela era muito mais do que isso. Veja mais informações acerca da lenda da Iara. Disponível em: https://oeds.link/qe12Vs. Acesso em: 9 julho 2022.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis nove éle pê um nove

ê éfe seis nove éle pê dois um

ê éfe seis nove éle pê quatro quatro

ê éfe seis nove éle pê quatro seis

ê éfe seis nove éle pê quatro sete

ê éfe seis nove éle pê quatro nove

ê éfe seis nove éle pê cinco três

ê éfe seis nove éle pê cinco quatro

ê éfe seis nove éle pê cinco cinco

3. Releia a quarta estrofe e explique por que surgiu um conflito entre o Boto e a Sereia.

Surgiu então um conflito

Entre o Boto e a Sereia

Cada qual queria só

Dominar rio e areia

E assim deu-se entre os dois

Uma briga muito feia

  1. Para resolver o conflito, que aposta a Sereia sugeriu ao Boto? Localize no texto.
  2. Qual foi a solução para resolver o conflito?
Ícone. Atividade oral.

6. Releia a última estrofe e converse com os colegas sobre o que compreenderam dela.

Proposta

  1. Você e os colegas vão apresentar o cordel da peleja entre o Boto e a Iara. Preparem-se!
    1. Ensaiem as estrofes que cada um vai declamar.
    2. Memorizem os versos de cada estrofe.
    3. Falem em voz alta, com emoção e energia.
    4. A entonação deve dar ênfase ao ritmo e às rimas de cada verso.
    5. Providenciem imagens do Boto e da Iara para ajudar a identificar quem você representa.
  2. Releiam as estrofes do cordel das páginas 258 a 260 e vejam as dicas de como declamar.

Escreva, com suas palavras, o que é preciso fazer para que seu cordel seja bem declamado. Lembrem-se de que a expressão corporal e facial são importantes em uma declamação.

Apresentação e avaliação

  1. Agora, com os colegas e o professor, organizem o dia da apresentação. Não se esqueçam de convidar os colegas das outras salas e os familiares!
  2. Forme uma roda com os colegas. Conversem sobre as apresentações da peleja, os pontos positivos e os negativos e o que vocês fariam diferente em uma próxima vez.
Respostas e comentários

3. Porque os dois queriam dominar o rio e a areia.

4. Manterem-se lado a lado para ver quem fica mais tempo mergulhado.

5. Os dois fizeram um acôrdo para se revezarem nas margens do rio.

6. Respostas pessoais. Ver orientações didáticas.

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

3. Proponha aos estudantes que releiam a estrofe destacada na atividade, que trabalha com identificação de informações explícitas, e peça a eles que identifiquem o motivo do conflito da peleja.

4 e 5. Os personagens se envolvem no conflito, fazem uma aposta e acabam por resolvê-lo, fazendo um acôrdo para se revezarem nas margens do rio. Para que os estudantes possam identificar esses momentos, é necessária uma leitura atenta das estrofes por parte dos estudantes, com a intenção de ver os argumentos e contra-argumentos da peleja até conseguirem chegar a um acôrdo.

6. Solicite aos estudantes que façam a atividade em duplas, e verifique a compreensão textual da última estrofe da peleja. Circule pela sala fazendo as intervenções necessárias e provocando uma reflexão dos estudantes sobre os versos do texto:

Dão o Boto e a Sereia

Um exemplo de respeito

Outro dia ouvi dizerem

Um pensamento perfeito:

— Bem que os humanos podiam

Conviver do nosso jeito!

7 e 8. As propostas destas atividades convidam os estudantes para ensaiar e apresentar a peleja para a comunidade escolar. Organize-os dentro das possibilidades da escola. Você pode organizá-los em duplas, e cada dupla encena duas estrofes, uma para cada estudante. Se preferir evitar repetições, traga outros cordéis para a turma ensaiar e apresentar.

Oriente os estudantes para que releiam as estrofes do cordel da página 259 e vejam as dicas de como declamar. Lembre-os de que a expressão corporal e facial é importante em uma declamação.

9 e 10. Forme uma roda com os estudantes e conversem sobre as apresentações da peleja, os pontos positivos e os negativos e o que poderiam fazer diferente em uma próxima vez, não só nos aspectos de organização da apresentação como também do engajamento e participação na declamação da peleja.

  • ATIVIDADES COMPLEMENTARES
  • Proponha aos estudantes que se gravem, com áudio ou vídeo, durante os ensaios da peleja e depois se escutem analisando como podem melhorar. Esse é um ótimo exercício de metacognição: pensar sobre a própria aprendizagem e levantar os pontos em que precisam se aprimorar na declamação ou leitura, com objetivo de desenvolver a fluência.

Para observar e avaliar

Oriente que as questões de interpretação do texto sejam respondidas individualmente e sem apoio de colegas ou do professor. É uma fórma de observar se os estudantes conseguem responder às questões com autonomia. Em turmas numerosas, a correção coletiva dará outra ferramenta de regulação e deverá ser usada pelos estudantes como fórma de rever e complementar suas respostas.

VOCÊ É O AUTOR!

Escrita de lenda

1. Agora, você terá a oportunidade de escrever uma versão da lenda que escolher. Siga as orientações.

Seleção da lenda

  1. Com a ajuda do professor, você e os colegas da turma vão escolher uma lenda para criar uma nova versão dela. Vocês também podem contar a lenda em fórma de cordel, em versos.
  2. A lenda pode ser escolhida em uma consulta aos livros na biblioteca, aos livros disponibilizados pelo professor ou na pesquisa de lendas que fizeram da região. Lembre-se de que o texto que você escreverá é uma versão da lenda selecionada, portanto precisa manter alguma semelhança.
Ilustração. Nas bordas, estilo xilogravura em preto com pontinhos pequenos em branco e na parte superior, título: CORDEL. Mais abaixo, ilustrações de seis personagens: um boto com olhos fechados, bico para frente e chapéu sobre a cabeça. Uma mula sem cabeça, com chamas em amarelo no pescoço. Uma serpente contorcida, com chamas em laranja no dorso. Na parte inferior, uma sereia de olhos fechados e cauda para a direita. Um saci-pererê, menino negro, um gorro sobre a cabeça e bermuda em vermelho, se equilibrando com a perna direita. Um lobisomem, lobo bípede, com garras finas e afiadas e focinho fino.
Essas são algumas das lendas que fazem parte do folclore brasileiro: boto cor-de-rosa, mula sem cabeça, boitatá, sereia Iara, saci Pererê e lobisomem.

Planejamento

  1. Nesta etapa, você terá de tomar algumas decisões para definir, por exemplo: 
    1. a temática da lenda;
    2. o foco narrativo e o tipo de narrador;
    3. espaço, tempo (cronológico, no caso) e as ações (o que acontece dentro da história);
    4. o ou os personagem ou personagens;
    5. se haverá diálogo e quais personagens terão fala;
    6. como será a apresentação (situação inicial), o desenvolvimento e o final.
  2. Após o planejamento, faça um roteiro de escrita, listando todos os tópicos que você planeja escrever na introdução, no desenvolvimento e no final. Veja esta sugestão.
    Ícone modelo.
(Nome da lenda)

Introdução

Desenvolvimento

Final

Respostas e comentários

Você é o autor!

Escrita de lenda

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Providencie livros de literatura, coletâneas de lendas, jornais e revistas impressos ou digitais e a possibilidade de os estudantes pesquisarem em sites. Eles devem revisitar o material pesquisado sobre as lendas contadas na região em que vivem, para servir de base para a atividade de produção escrita.
  • Organize os estudantes em pequenos grupos e solicite a eles que o material impresso seja manuseado, folheado e observado a fim de que se faça a escolha de uma lenda.
  • Retome os pontos a serem analisados: título, tema principal, presença ou não de imagens, identificação do público-alvo, relevância do tema e linguagem utilizada, sob o ponto de vista da coesão e da coerência.
  • Os itens observados e discutidos devem ser registrados por um escriba do grupo e serão material de apoio para a produção proposta a seguir.
  • O tema desenvolvido nesta página permite explorar os tê cê tê Diversidade cultural e Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras e ó dê ésse 4. Educação de qualidade e 10. Redução das desigualdades.
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

2 e 3. Faça a seleção da lenda da qual escreverão a versão. Proponha a leitura silenciosa e que fiquem atentos às informações lidas e façam notas no caderno para apoiar a produção do texto mais tarde.

4 e 5. Retome com os estudantes alguns aspectos que terão que decidir em relação à lenda e que foram enunciados na proposta. Peça a eles que façam um esquema no caderno com esses aspectos, organizando o planejamento do texto para a produção. Solicite-lhes que completem com o roteiro da lenda com os tópicos que planejam escrever, conforme o modelo.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis sete éle pê três zero

ê éfe seis sete éle pê três um

ê éfe seis sete éle pê três dois

ê éfe seis sete éle pê três três

ê éfe seis sete éle pê três seis

ê éfe seis nove éle pê três oito

ê éfe seis nove éle pê quatro quatro

ê éfe seis nove éle pê quatro sete

ê éfe zero sete éle pê zero seis

ê éfe zero sete éle pê zero sete

ê éfe zero sete éle pê zero oito

ê éfe zero sete éle pê zero nove

ê éfe zero sete éle pê um zero

ê éfe zero sete éle pê um três

  1. Considere mais alguns pontos:
    1. quem será o leitor, ou seja, o público-alvo;
    2. qual é o objetivo;
    3. em que meio a lenda será publicada.

Elaboração

  1. Para escrever, lembre-se da linguagem das lendas e observe, entre outros aspectos:
    1. as características e a estrutura do gênero;
    2. a descrição dos personagens, do cenário e do tempo;
    3. o uso de organizadores para dar sequência aos eventos e os marcadores que irão indicar tempo e espaço, por exemplo;
    4. o uso adequado dos recursos linguísticos e gramaticais disponíveis;
    5. elementos coerentes com a cultura da região de origem da lenda.

Lembre-se de usar: adjetivos para descrever personagens e cenários; marcadores de tempo; advérbios e locuções adverbiais para mostrar as circunstâncias e onde o evento ou as cenas acontecem (o espaço); figuras de linguagem; pontuação e ortografia corretas.

8. Depois de escrever, leia o texto para ver se ainda há algo a ser ajustado ou melhorado.

Revisão e edição

  1. Pronta a primeira versão, comece a etapa de revisão e edição.
    1. Troque o texto com um colega para que ele leia, revise e faça sugestões. 
    2. Para a revisão, utilize a pauta de revisão, listando os itens que devem ser conferidos durante a leitura.
    3. Verifique as sugestões apontadas pelo colega e faça os acréscimos, as reformulações e os ajustes que considerar necessários para melhorar ainda mais o texto.
    4. Se possível, digite a lenda, utilizando um processador e editor de texto. Você também pode ilustrá-la.

Apresentação e avaliação

  1. Com o professor e os colegas, organizem um evento para que todos possam compartilhar as lendas e conhecer o trabalho uns dos outros. O ano está acabando e podemos organizar uma apresentação da pesquisa e da versão da lenda que vocês escreveram!
  2. Após as apresentações, avaliem como foi o processo de produção para cada um, identificando pontos positivos e negativos e as melhorias que podem ser feitas em uma próxima vez.
Respostas e comentários
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

6. Eles precisam considerar mais alguns pontos para a escrita do texto e construir os personagens e cenários com descrição de características e aspectos cinestésicos. Ao final, chame atenção para identificarem no texto lido os marcadores orais que garantem um bom entendimento: tom de voz adequado, entonação e respeito à pontuação e ritmo de leitura com as pausas necessárias para que se identifique a organização da estrutura do texto e a pontuação que contribuem com o desenvolvimento da mensagem.

7 e 8. Oriente a escrita dos estudantes com base no planejamento que produziram. Peça-lhes que retomem esses registros como uma fonte de ideias para a escrita e elaboração dos elementos do texto da lenda. É importante que os estudantes não esqueçam que farão uma versão da lenda escolhida por eles, portanto devem manter similaridade com a lenda, os personagens e elementos coerentes com a cultura da região de origem da lenda.

9 e 10. Ao final, peça a eles que usem a pauta de revisão apresentada na unidade 1 deste volume como um checklist de revisão e, caso percebam que algum item não foi contemplado, oriente-os a fazer os ajustes. Solicite aos estudantes que considerem também as sugestões apontadas pelos colegas para aprimorar o texto. O uso de um processador e editor de texto digital pode facilitar a etapa de revisão.

11. Organize com os estudantes uma discussão sobre como farão a exposição das lendas produzidas na apresentação do final do ano e distribua as tarefas entre eles para que providenciem os aspectos de organização e comunicação a tempo do evento.

CLUBE DO LIVRO

Durante este bimestre, trabalhamos com contos africanos, lendas indígenas e cordel, encontrados em meios impressos e digital.

Ilustração. Na parte inferior, solo em marrom-claro com listras em zigue-zague em preto. Mais acima, espirais em quadrado de cor vermelha em solo preto. Ao centro, um homem negro, alto, com o corpo para a esquerda, usando gorro e saiote de cor bege, colar branco e uma bolsa de lado de cor cinza sobre o ombro direito e segura uma lança na mão direita. Perto dele, três casas com telhado preto, triangular e uma árvore à direita. Em segundo plano, à esquerda, dois elefantes caminhando para a direita. À esquerda, um árvore. Mais ao fundo, morros. No alto, em tons de marrom-claro, céu, sol redondo branco e dois pássaros sobrevoando.
Os contos populares africanos fazem parte de uma cultura que envolve tradição oral, em que as histórias eram contadas para crianças e adultos, usando ilustrações coloridas e vivas. Muitos protagonistas das histórias são animais que costumam trazer ensinamentos morais e de sobrevivência.
Xilogravura. Uma mulher à esquerda, de mãos dadas dançando com o homem à frente dela. Ela tem cabelos pretos em uma trança, com vestido vermelho de mangas curtas e sapatos pretos. Ele tem cabelos pretos, de blusa de mangas compridas em laranja, calça e sapatos pretos, de chapéu marrom sobre a cabeça. Em segundo plano, à esquerda, morro e um cacto e à direita, uma igreja, casa e morro. No alto, céu com nuvens brancas e metade para cima, céu em azul-escuro com estrelas brancas e pequenas. Mais acima, dois varais com bandeirinhas pequenas coloridas em verde, rosa, azul, vermelho, laranja e amarelo.
O cordel é comum na cultura do Nordeste, com suas estrofes rimadas, desafios e repentes. Para declamar um bom cordel é preciso boa entonação de voz, expressão corporal adequada, uma apresentação inspirada.
Ilustração. Dois meninos idênticos, um ao lado do outro. Eles têm cabelos curtos em laranja, com olhos e saiote em verde, colar no pescoço, uma corda na diagonal do corpo e pés invertidos para trás. O menino da direita segura na mão direita, uma lança fina e boca fechada. O da esquerda, olha para frente sorrindo, com as duas mãos na cintura.
A lenda do curupira, um ser mítico que protege a floresta, é uma das mais conhecidas do folclore brasileiro. É bastante popular na região Norte do Brasil, sobretudo no Amazonas e no Pará.

Agora que chegamos ao fim do último bimestre do ano, é hora de compartilhar com os colegas as informações e avaliações do livro que você leu.

Respostas e comentários

Clube do Livro

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Nesta seção, os estudantes devem escolher um dos livros que leram no Clube do livro para fazer a contação da narrativa da lenda. Trabalhamos com contos africanos, lendas indígenas e cordel, encontrados em meios impressos e digital.
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

Relembrar

1 e 2. Oriente-os a retomar as Fichas de leitura que produziram durante o bimestre. Ressalte a importância de eles terem feito as fichas ao final das leituras, de modo que possam retomar os elementos da história para compartilhar com os colegas.

Pode-se incentivar os estudantes a assistir, sob a supervisão de um adulto, a vídeos de contadores de história na internet, de modo a se inspirarem. No entanto, eles não devem copiar, tentando buscar o estilo que mais se adeque a eles.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis sete éle pê dois oito

ê éfe seis nove éle pê quatro seis

ê éfe seis nove éle pê quatro sete

ê éfe seis nove éle pê quatro nove

ê éfe seis nove éle pê cinco três

ê éfe seis nove éle pê cinco quatro

Relembrar

  1. Traga para escola o livro que você leu com a ficha de leitura preenchida. Se precisar, folheie o livro, releia alguns trechos, relembre os nomes dos personagens.
  2. Lembre-se de que, no bimestre passado, você organizou um esquema sobre o livro que leu, que também pode ajudá-lo na apresentação aos colegas.

Apresentar e avaliar

  1. Junte-se a um colega e conte sobre o livro que leu. Faça um resumo do enredo, baseado na ficha de leitura e no esquema que criou para apresentá-lo.
    1. Ao final de sua exposição, dê sua opinião sobre o livro, explorando os pontos positivos e negativos.
    2. Em seguida, ouça atentamente o resumo do livro que o colega leu. Se quiser, faça notas e peça esclarecimentos para os trechos que não ficaram tão claros.
    3. Para concluir, crie uma avaliação para o livro que você leu e explique aos colegas se recomenda ou não a leitura e por quê.

Preparação para a apresentação de final de ano

  1. Você criou o esquema do livro que leu. Chegou o momento de ensaiar para apresentá-lo à comunidade escolar e aos familiares.
    1. Antes, apresente-o aos colegas da turma, como uma espécie de ensaio.
    2. Depois, ouça os comentários e as contribuições dos colegas.
    3. Faça as melhorias que considerar necessárias.
  2. Combine com os colegas e o professor o dia e o local da escola em que acontecerá a apresentação do final de ano.
  3. Criem o convite e os cartazes para comunicar o evento à comunidade escolar e aos familiares.
  4. Para a montagem do final do ano, façam uma lista do que será preciso providenciar, como:
    1. mesas, murais ou locais de exposição dos livros, da pesquisa sobre lendas da região em que vivem, dos cartazes com os esquemas, das versões das lendas que escreveram e dos materiais produzidos no Clube do livro;
    2. espaço com cadeiras para a apresentação das lendas, pelejas ou leituras expressivas; pode ser a biblioteca ou um local aberto, desde que seja um ambiente agradável, propício para as apresentações;
    3. aparelho de som e microfones.
Respostas e comentários

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

Apresentar e avaliar

  1. A proposta traz um ponto importante, que é a não leitura da história, mas o uso de um resumo como guia. Também podem ser utilizados como apoio materiais impressos ou digitais, por meio de projeção ou de telas de computador ou tê vê.
  • Combine com eles previamente quem estará nessa roda de contação de histórias. Na apresentação, enfatize a importância de ouvirem os colegas, fazendo perguntas quando necessário e no momento adequado. Relembre os estudantes de como falar de maneira adequada durante a exposição oral.
  • São importantes a avaliação e a conversa entre os estudantes, de modo que possam compreender o processo e aprender com ele. Faça a mediação com perguntas como: O que acharam de mais legal? Do que não gostaram tanto assim? Como fariam em uma próxima vez?.

Preparação para a apresentação de final de ano

  1. Este é o momento de relembrar o esquema do livro criado anteriormente. Oriente os estudantes a ensaiar, pois não poderão ler no momento da apresentação.
  1. Organize uma apresentação prévia para os estudantes ensaiarem como se fosse o dia de apresentação de final de ano. Em uma roda de conversa, eles devem sugerir melhorias e fazer os ajustes necessários.

7. Para a montagem da apresentação de final de ano, dividam as tarefas em grupos de estudantes, para que cada grupo se responsabilize por um espaço: exposição dos livros, da pesquisa sobre lendas da região em que vivem, dos cartazes com os esquemas, das versões das lendas que escreveram e dos materiais produzidos no Clube do Livro.

EU APRENDI!

Responda às questões no caderno.

1. Leia o texto a seguir.

Desafio das palavras invertidas

Modalidade: sextilha; última estrofe, setilha.

Poeta 1 Pra pegar este poeta

Sigo nesse itinerário

Quero ver se seu repente

Com o meu já fórma um páreo.

Das palavras “lavo” e “lava”

Diga rápido o contrário.

 

Poeta 2 – Sei brincar com ao contrário

Que meu verso é genial

A palavra “lavo” inverto

E transforma-se em “oval”

A palavra “lava” inversa

Não tem dúvida que é “aval”.

 

Poeta 1 – Seu repente foi legal

Mas eu quero te pegar

O contrário de “acenos”

Quero ver você rimar.

De “maré” inverta as letras

Só não pode se afogar.

 

Poeta 2 – Você tenta me pegar

Mas meu verso nunca breca.

Que o contrário de “acenos”

Minha rima diz “soneca”.

De “maré” resulta em “eram”

Minha fonte nunca séca.

 

Poeta 1 – Se sua rima nunca séca

Já inverta sem demora

As palavras “mela” e “ia”

E também a doce “amora”.

Ou você responde certo

Ou então desista agora.

 

Poeta 2 – Dá “aroma” o de “amora”

E de “mela” dá “além”

O contrário de “ia” é “ai”

Que não perco pra ninguém.

Mas agora eu pergunto

Pra testar você também.

 

Poeta 1 – Acho bom mudar

[também

Que sou fera quando inverto.

Só pergunto tudo certo

Só respondo com acerto

Que eu vou sair sorrindo

E você num grande aperto.

 

Poeta 2 – Eu te mando um

[desconserto

Porque sou bom cantador

Das palavras “rodo” e “aluna”,

Dê o contrário sem temor.

Não esqueça de rimar

O contrário de “ator”.

 

Poeta 1 – O de “rodo” é “odor”

De “ator” eu digo é “rota”

O de “aluna” é “anula”

Sempre dez é minha nota.

Você tenta me pegar

Mas eu fujo em cambalhota.

 

Poeta 2 – Hoje não teve derrota

E nem versos agredidos.

Poeta 1 – Sua rima é poliglota

E seus versos coloridos.

Poeta 1 e 2 – É melhor parar agora

Se ficar mais meia hora

Nós caímos invertidos.

OBEID, César. Desafio das palavras invertidas. ín: OBEID, César. Desafios de cordel. São Paulo: éfe tê dê, 2009. página 51-53.

Respostas e comentários

Eu aprendi!

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Faça uma roda de conversa e fale com os estudantes sobre a seção Eu aprendi! abordando os tópicos a seguir:
  • Comente que as atividades da seção foram elaboradas com a intenção de fazer uma retomada dos assuntos abordados na unidade. Sendo assim, é importante garantir que os estudantes realizem as tarefas com autonomia e sem apoio direto do educador.
  • Diga que as atividades não são uma proposta para julgar ou classificar o conhecimento deles, mas pode ser uma excelente oportunidade de fazer uma autoavaliação do que foi aprendido na unidade.
  • Se tiverem dificuldade com conceitos trabalhados na unidade, permita-lhes voltar às páginas anteriores e consultar o caderno para buscar as fontes de informação. Neste momento, é importante valorizar os registros pessoais no caderno como fonte de consulta.
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  1. Proponha uma leitura do título e explore com os estudantes a hipótese de qual será o assunto deste texto. A palavra desafio deve despertar no estudante que teremos uma disputa de repente. Pergunte se alguém sabe o significado e se já assistiu a um desafio de repente. Peça a ele que compartilhe com os colegas.

O texto com as palavras invertidas deve envolver os estudantes pelo desafio de só criar versos com essa característica. Se achar interessante, proponha-lhes que façam uma leitura compartilhada com um colega para vivenciar o repente e os desafios.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis sete éle pê dois oito

ê éfe seis sete éle pê três dois

ê éfe seis nove éle pê zero três

ê éfe seis nove éle pê um cinco

ê éfe seis nove éle pê um nove

ê éfe seis nove éle pê dois um

ê éfe seis nove éle pê quatro quatro

ê éfe seis nove éle pê quatro oito

ê éfe seis nove éle pê cinco três

ê éfe zero sete éle pê um dois

ê éfe zero sete éle pê um três

Xilogravura. Dois homens sentados em um banco em local aberto. Eles usam o mesmo tipo de roupa: chapéu arredondado, camisa de gola de mangas compridas, calça, sapatos pretos. Eles seguram nas mãos um violão e em volta, notas musicais. À direita, vegetação rasteira, um cacto. Na parte superior, à direita, lua redonda com crateras.">
A literatura de cordel e o repente de viola são dois elementos da cultura popular brasileira.
  1. Na sua opinião, por que o texto recebeu esse título?
  2. Qual é o gênero textual dêsse texto?

Quantas estrofes e versos ele tem? Qual é a modalidade dele?

  1. Esse desafio constitui um repente. O que você sabe sobre repente?
  2. Nos versos “Seu repente foi legal / Mas eu quero te pegar”, como se classifica a conjunção em destaque? Que ideia ela introduz ao unir as duas orações?
Versão adaptada acessível

Atividade 5.

Nos versos “Seu repente foi legal / Mas eu quero te pegar”, como se classifica a conjunção "mas"? Que ideia ela introduz ao unir as duas orações?

Identifique no texto mais dois exemplos em que essa conjunção foi usada e com a mesma finalidade.

6. Leia esta tirinha.

Tirinha. Composta por três quadros. Apresenta como personagem, uma borboleta de cor marrom, de cabeça preta com par de asas em marrom. Q1 – Texto: LANÇAMENTO DO LIVRO. A borboleta marrom de cabeça preta, vista da metade do corpo para cima, sorrindo. Ela segura um livro branco na mão direita, com título em preto: MUDEI MINHA VIDA, e na parte inferior, uma lagarta de cor laranja. A borboleta diz: EU ERA UMA SIMPLES LAGARTA. Q2 – A borboleta vista de longe, com asas grandes, diz: MAS VIREI UMA BORBOLETA EXUBERANTE! Q3 – Vista do alto de uma sala com vários insetos perto um do outro. Uma lagarta verde, pergunta: ISSO NÃO ACONTECE COM TODAS AS LAGARTAS? À direita, a borboleta marrom, em cima de uma cadeira, de frente para uma mesa autografando um livro, diz: TIREM ESSE CARA DAQUI!

GONSALES, Fernando. Níquel Náusea. Folha de São Paulo, São Paulo, 30 junho 2022. Disponível em: https://oeds.link/VESkrX. Acesso em: 9 julho 2022.

  1. Qual é a crítica nela presente?
  2. No segundo quadrinho, que informação o pronome “isso” retoma?
Respostas e comentários

2. O título é “Desafio das palavras invertidas”. Resposta pessoal.

3. É um cordel.

3.• Tem 10 estrofes, sendo nove com seis versos (modalidade sextilha) e a última com sete versos (modalidade setilha).

4. Resposta pessoal. O repente consiste em fazer os versos de improviso, desafio vencido por quem rimar melhor e com maior expressividade, de modo a trazer o público para a sua torcida.

5. Conjunção coordenativa adversativa. Introduz uma ideia de oposição entre as informações das orações.

5.• Você tenta me pegar /Mas meu verso nunca breca. Você tenta me pegar / Mas eu fujo em cambalhota.

6.a) O fato de a borboleta querer comercializar algo corriqueiro, como se fosse um exemplo de superação e de mudança de vida, e ser desmascarada por isso.

6.b) Retoma a fala da borboleta, que dizia ser uma simples lagarta e acabou virando uma borboleta exuberante.

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  • Depois da roda de conversa, organize a sala solicitando silêncio e concentração. Retome a ideia de terem a oportunidade de reflexão e percepção do quanto foram capazes de compreender os assuntos e das possíveis dificuldades.
  • Leia todas as questões em voz alta, esclareça os enunciados com o cuidado de não antecipar as respostas e destaque os assuntos que foram abordados na unidade.
  • Coloque na lousa uma lista dos cuidados necessários para a elaboração das respostas: escrever respostas completas, explicar bem as ideias, rever as respostas antes de concluir, cuidar da pontuação, ortografia, acentuação, concordância nominal e verbal.
  • Determine um tempo para a realização das atividades propostas, tomando o cuidado de não criar um clima de pressão e nem oferecer um tempo excessivamente longo.
  • Respeitar os diferentes ritmos é tarefa importante da gestão da sala de aula. Ofereça leituras de livre escolha para os estudantes que terminarem a tarefa antes do tempo combinado. Os que não conseguirem concluir podem ter um tempo extra para finalizar em casa ou em outra aula.
  • A correção das tarefas ganha importância à medida que é uma etapa de fechamento da unidade. Não significa que os assuntos não voltem a aparecer, mas serão menos intencionais. A correção deve ser feita de fórma a permitir que todos tenham tempo de reformular ou completar respostas. Enfatize que a correção é um importante momento de aprendizagem, e não de julgamento ou classificação.

Para observar e avaliar

Oriente que as questões de interpretação do texto e sistematização dos conteúdos sejam respondidas individualmente e sem apoio de colegas ou do professor. Em turmas numerosas, esta pode ser uma fórma de observar se os estudantes conseguem responder às questões com autonomia. A correção coletiva dará outra ferramenta de regulação e deverá ser usada pelos estudantes como fórma de rever e complementar suas respostas.

VAMOS COMPARTILHAR

Apresentação de final de ano

Organização

  1. Durante o bimestre, algumas atividades foram elaboradas para serem apresentadas no final do ano. São elas:
    1. os esquemas do Clube do livro e todas as propostas desenvolvidas nele para uma exposição, como os livros lidos pela turma, as fichas de leitura, os cartazes e outros materiais que considerarem interessante;
    2. as lendas e pesquisa das lendas produzidas na unidade, para apresentarem e exporem na Feira do livro;
    3. a peleja ou o desafio de cordel para uma apresentação de rima e encantamento para os ouvintes.
  2. Vocês trabalharam muito e agora poderão mostrar à comunidade escolar e aos familiares como progrediram durante o ano. Distribuam o convite e os cartazes que criaram para comunicar o evento à comunidade escolar e aos familiares.
  3. Durante o evento, tenham em mãos a programação das apresentações e a definição dos locais, para informar aos convidados.

Depois, se quiserem, podem organizar um livro de lendas para ser doado à biblioteca.

Montagem do evento

  1. Uma vez definidos os ambientes na escola para as exposições e apresentações, sigam estas orientações para a montagem do evento.
    1. Para expor os livros que vocês leram no decorrer do ano, utilizem um ambiente com mesas e/ou estantes. Pode ser um espaço da biblioteca, por exemplo.
    2. Para as apresentações das pelejas e das lendas, o espaço deverá ter cadeiras para que as pessoas possam se acomodar.
    3. Verifiquem o funcionamento do aparelho de som e dos microfones.
  2. Vamos organizar cada espaço pensando na sua funcionalidade e usos, começando pelo Clube do livro!
    1. Os materiais do Clube do livro são um convite para os colegas e familiares acompanharem toda a produção do ano e como vocês compartilharam as leituras.
Respostas e comentários

Vamos compartilhar

Apresentação de final de ano

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Nesta seção, os estudantes irão rever suas produções literárias do bimestre e apresentá-las na festa de final de ano: exposição dos livros, da pesquisa sobre lendas da região em que vivem, dos cartazes com os esquemas, das versões das lendas que escreveram, a peleja e o desafios de cordel e dos materiais produzidos no Clube do livro.
  • A participação em práticas de compartilhamento das produções literárias e das vivências com estudantes de outras classes permite que eles se apropriem dos espaços da escola, enriquece a aprendizagem e dá sentido ao processo de criação literária, valorizando o resultado das produções individuais e coletivas ao final do percurso didático.
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

Organização

  • Inicie a organização propondo a criação de cartazes e convites para comunicar aos familiares e à comunidade escolar o dia e o local do evento. Sugira aos estudantes produzir cartazes e convites digitais, se houver esse tipo de recurso disponível.
  • Para a realização dos cartazes, é importante lembrá-los de que as informações devem ser claras e destacadas para serem facilmente compreendidas pelos leitores, utilizando recursos verbais e visuais, além do uso de cores que tornem o texto legível, para chamar a atenção e transmitir a mensagem.
  • Auxilie os estudantes a definir a programação com os horários dos eventos para que todos os envolvidos estejam cientes de suas atribuições. As informações da programação também podem ser incluídas nos cartazes e comunicações sobre o evento.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis nove éle pê dois um

ê éfe seis nove éle pê três oito

ê éfe seis nove éle pê quatro seis

ê éfe seis nove éle pê quatro oito

ê éfe seis nove éle pê quatro nove

ê éfe seis nove éle pê cinco três

ê éfe seis nove éle pê cinco quatro

b. Organizem as produções por bimestre, para mostrarem sua evolução e os gêneros textuais que foram explorados.

Fotografia. À frente, duas crianças sentadas de frente para uma mesa em bege, cada uma segurando um livro nas mãos. À esquerda, menina de cabelos pretos, divididos ao meio, em chuquinhas, de blusa de mangas curtas, listrada em rosa e branco e capa do livro nas mãos em azul-claro. À direita, menino de cabelos pretos, de camiseta em azul e segurando livro de capa em amarelo. Ao fundo, um menino loiro, visto parcialmente, para a esquerda. Ele tem cabelos castanhos lisos, com camiseta listrada em branco e azul-claro. Ele está com as mãos sobre livros organizados em uma estante grande em marrom.
Uma fórma de convidar as pessoas à leitura é criar um cantinho aconchegante para conhecer os livros que vocês leram, acompanhados das fichas de leitura, dos esquemas e cartazes. Nesse espaço, é preciso um pouco mais de silêncio, para que todos possam aproveitar a leitura.

Apresentação de final de ano

  1. O espaço para a apresentação das lendas pode ser o mesmo das pelejas ou desafios de repente, mas façam uma ambientação diferente para cada apresentação, para o público compreender a diferença de clima!
    1. Se for possível, tragam para esse momento o processo de pesquisa das lendas da região e os livros de lendas consultados para criar suas versões.
    2. Para a leitura das lendas, fiquem atentos à entonação, à postura, à interpretação e ao ritmo mais adequado para criar um clima relacionado com a história.
    3. Levem a folha em que escreveram a lenda para servir de apoio. Não é para ler!
    4. Organizem no espaço as lendas que vocês produziram por escrito. Não se esqueçam de identificar com etiquetas os nomes dos autores.

Novamente, as pessoas podem ser convidadas a ler depois das apresentações.

Relatos e avaliações

  1. Depois da apresentação do final de ano, chegou o momento de avaliar o evento.
    1. Relate aos colegas e ao professor como foi sua experiência. Avalie sua participação na organização e nas apresentações, apontando eventuais falhas e sucessos.
    2. Ouça o relato de experiência dos colegas, para saber se conseguiram apresentar o que prepararam.
  2. Conversem sobre como foi a participação da comunidade, bem como a reação da plateia.
  3. Para finalizar, apontem o que poderia ser melhorado em uma próxima ocasião. Quem sabe, no 8º ano...
Respostas e comentários

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

Montagem do evento

  • Faça uma lista dos materiais necessários para cada exposição e providencie com antecedência. Oriente os estudantes a organizar os espaços, os materiais de exposição, o mobiliário e a ambientação necessários para a montagem de cada apresentação.
  • Os estudantes podem fazer uma leitura dramática de trechos dos livros lidos durante o bimestre e promover uma roda de conversa sobre a experiência literária. Os materiais do Clube do livro são um convite para os colegas e familiares acompanharem toda a produção do ano e como vocês compartilharam as leituras.
  • Para as apresentações das pelejas, dos desafios de repente e a contação de lendas, o espaço deverá ter cadeiras para que as pessoas possam se acomodar. Providencie e verifique o funcionamento do aparelho de som e dos microfones. Essa atividade deve ser precedida de ensaios periódicos para que a experiência seja bem-sucedida.
  • Se for possível, tragam para esse momento o processo de pesquisa das lendas da região e os livros de lendas consultados para criar suas versões.

Relatos e avaliações

  • É importante a avaliação e a conversa entre os estudantes, de modo que possam compreender o processo e aprender com ele. Faça a mediação com perguntas como: O que acharam de mais legal? Do que não gostaram tanto assim? Como fariam em uma próxima vez?.
  • Uma alternativa seria propor uma breve enquete entre os presentes para receber comentários e opiniões do público sobre o evento. Essas informações são essenciais para identificar pontos que podem ser melhorados nas próximas vivências. Proponha a escrita de uma autoavaliação individual para que cada estudante possa avaliar sua colaboração em sala de aula, sua conduta no grupo e sua participação nas atividades, bem como sugestões de melhoria no futuro.

Para observar e avaliar

Organize propostas de atividades que favoreçam a avaliação de resultados para que possa ser observada a evolução dos estudantes dentro de seu aprendizado, aqui voltado para a transição dos anos finais do Ensino Fundamental. Essa abordagem deve ser compreendida como uma progressão do que os estudantes atingiram quanto à compreensão leitora, à escrita, à percepção de aspectos linguísticos e léxico-gramaticais e à leitura autônoma silenciosa e em voz alta. Como atividade final de avaliação, você pode recontar um dos contos utilizadas no Livro do Estudante ou um novo, para que eles reescrevam.

Glossário

bucólico
: que faz parte da natureza, da vida natural.
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