UNIDADE 4  Poetando

As propostas desta unidade foram desenvolvidas para você conhecer o universo da poesia e dos poemas. Acompanhe!

Grafite. Vista geral de um muro em azul, com pintura ao centro. Uma cabeça de pessoa de olhos azuis, lábios em rosa e sobre a cabeça, cabelos coloridos em azul, verde e laranja. À esquerda e à direita, pinturas em vermelho e à direita, a palavra DREADS pichada em preto.

EU SEI

A poesia faz parte da minha vida?

Conhecer a diferença entre poesia e poema.

Perceber a poesia na Arte, na natureza e em outras manifestações artísticas ou não.

Fotografia de intervenção urbana. Um prédio à direita de cor cinza-claro, na parede toda está pintada uma mulher sentada para a esquerda. Ela tem cabelos pretos curtos para trás, de camiseta de mangas curtas em preto, calça cinza e par de tênis em branco e preto. Ela está com o braço direito para frente, segurando como se fosse um spray, a imagem de Abaporu (obra de Tarcila do amaral)spray. Mais acima, texto preto em fundo rosa: mulher gigante, mulherão, caminhando com as amigas que vieram inspira azamiga que virão. Ao redor, texto em preto: é também o seu lugar ela vai e faz. À esquerda, prédio em tons de cinza e janelas de vidro. Mais abaixo, parede em marrom e janelas brancas.

EU VOU APRENDER

Capítulo 1 – Poemas eternos

Compreender o gênero textual poema.

Capítulo 2 – A poesia a céu aberto

Compreender o gênero textual lambe-lambe.

Lambe-lambe. Papel lilás colado em parede de cor marrom. No papel, texto em preto: AINDA BEM QUE É SÓ UM DIA DE CADA VEZ. DOIS EU NÃO AGUENTAVA. À direita, texto: RAISSA GIO @papel.mulher

EU APRENDI!

Atividades de compreensão textual, reflexão e análise da língua e da linguagem e ampliação da aprendizagem.

Fotografia. Vista geral de prédio em três andares, com colunas na vertical em marrom-claro. Ao centro, entrada com duas colunas e telhado em formato triangular. Na parte inferior, entrada com escadas pequenas em bege. À direita, dois cartazes pendurados na parede, um em cada andar do prédio.

VAMOS COMPARTILHAR

A arte é para todos: garantia do direito à cultura

Pesquisa, seleção e curadoria da informação para discussão com a turma, com divulgação das conclusões em cartazes para redes sociais.

EU SEI

A poesia faz parte da minha vida?

Você já parou para pensar como a poesia está em sua vida mesmo que você nem perceba? Será que ela está apenas na composição de versos e poemas? Onde mais pode haver poesia? Que outros sentidos ela pode ter?

Observe as imagens a seguir.

Pintura. Um retrato de uma mulher, vista da cintura para cima. Ela tem cabelos castanhos até os ombros, com roupa de mangas compridas em marrom. A mulher tem olhos pequenos, nariz fino, com a mão direita sobre a esquerda. Ao fundo, local com solo em bege, um rio e árvores de folhas verdes, à esquerda. No alto, céu em tons de cinza.
Mona Lisa, ou A Gioconda, de Leonardo da Vinci, 1503-1506. Óleo sobre tela, 77 centímetros × 53 centímetros.
Fotografia. Foco nas mãos de uma pessoa com lápis na mão direita, escrevendo sobre folha de papel com pauta musical, com linhas na horizontal e na mão esquerda, segura uma haste fina de violino.
Violinista fazendo anotações em partitura, que é o registro escrito da música. Nela estão os símbolos que representam as notas das músicas.
Fotografia. Vista geral de local com campo de lavanda, plantas de flores em tons de lilás. No alto, céu em azul-claro.
Lavandário em Valensole, Provence, França.
Grafite. Vista geral de um muro em azul, com pintura ao centro. Uma cabeça de pessoa de olhos azuis, lábios em rosa e sobre a cabeça, cabelos coloridos em azul, verde e laranja. À esquerda e à direita, pinturas em vermelho e à direita, a palavra DREADS pichada em preto.
Grafite do artista eimar Ribeiro em homenagem ao amigo drédi, exposto em Osasco, São Paulo, 2021.
Ilustração. Ícone. Dois balões de falas sobrepostos, o de baixo em rosa e o de cima em branco.
  1. Você acha que há poesia no que cada imagem representa: pintura, música, flor, grafite?
  2. A poesia faz parte da sua vida?
  3. Algum poema marcou você? Em caso positivo, qual?

Pesquisa!

Ícone. Três silhuetas de pessoas em branco e rosa e próximo delas, dois balões de fala quadrados, um em rosa e outro branco.
  1. Em grupos, pesquisem, na biblioteca da escola ou on-line, possíveis respostas para as questões seguintes.
    1. Por que nem sempre a poesia está apenas no poema?
    2. Há diferença entre poesia e poema? Expliquem.
    3. Como gênero literário, a poesia apresenta-se em três tipos: a poesia lírica, a poesia épica e a poesia dramática. Qual é a diferença entre elas? Deem exemplos.
    4. Compartilhem as descobertas com a turma e façam um painel sobre poesia e poema para afixar na sala de aula.

VOU APRENDER  Capítulo 1

Poemas eternos

Ilustração. Ícone. Dois balões de falas sobrepostos, o de baixo em rosa e o de cima em branco.
  1. Você se lembra de algum poema que tenha lido ou ouvido alguém declamar? Qual?
    1. Ao ouvir o poema, o que você percebeu?
    2. Ele despertou algo em você? O quê?
  2. Você acha que as pessoas percebem os poemas da mesma fórma?
  3. Cada poema é um olhar do poeta sobre um tema entre os mais variados assuntos: a vida, uma pessoa, um acontecimento, um relacionamento, um sonho

Ouça o poema que o professor vai recitar. Ao ouvi-lo, você o relacionou a algum fato, lugar, pessoa, situação que tenha vivenciado e feito você se sentir de fórma parecida?

  1. Ouça novamente o poema. Vamos penetrar nos recursos expressivos. Você consegue perceber, por exemplo:
    1. a organização?
    2. o ritmo, a melodia, a sonorização?
    3. as repetições e as rimas?
  2. Agora, vamos falar dos poetas! Você conhece algum poeta? Se sim, qual ou quais?
  3. Você já ouviu falar em Mário de Andrade? O que sabe sobre ele? Conte aos colegas.
Fotografia em preto e branco. À esquerda, um homem sentado, visto dos ombros para cima. Ele é calvo, com cabelos para atrás, com par de óculos de grau, roupa escura e no pescoço, lenço. Ele olha para frente, mão esquerda sobre a mesa. À direita, acima, caderno de folhas brancas aberto com anotações e outros livros.
Mário de Andrade em sua casa no bairro da Barra Funda. São Paulo, cêrca de 1935.

Mário de Andrade (1893-1945) era um apaixonado por São Paulo e pelo Brasil e foi um dos idealizadores da Semana de Arte Moderna de 1922. Seu segundo livro de poemas, Pauliceia Desvairada, lançado em 1922, incorpora o espírito do que representou essa semana. Nele, lança os princípios estéticos das vanguardas europeias e o uso do verso livre, iniciando o rompimento com a tradição de até então. Nessa obra, o poeta anuncia: “Escrevo brasileiro”, divulgando o que considera a “língua brasileira”.

Em Pauliceia Desvairada, o eu líricoglossário saúda São Paulo e sua vida urbana, sua população, suas nuances e insulta a aristocracia e a burguesia da época de fórma satírica, embebido no espírito de uma São Paulo de 1922, revolucionária, cosmopolita.

  1. Antes de ler o poema, observe a capa da 1ª edição de Pauliceia Desvairada.
    1. Preste atenção em como ela foi composta, como preenche o espaço da página, as cores, os desenhos.
    2. Leia o título do livro. Lembre-se de que foi publicado em 1922; portanto, está de acordo com a ortografia vigente na época.
Fotografia. Capa de livro. Fundo com ilustração de losangos um ao lado do outro em vermelho, verde, preto, azul, amarelo e branco. Ao centro, etiqueta branca, com o nome do autor e o título do livro: Mario de Andrade, Paulicea Desvairada.

8. Agora, leia o poema de abertura de Pauliceia Desvairada, apresentado depois do “Prefácio interessantíssimo”. O que esse título sugere a você?

Inspiração

Onde até na fôrça do verão havia

tempestades de ventos e frios de

crudelíssimo inverno.

Fr. Luís de Sousa

São Paulo! comoção de minha vida…

Os meus amores são flores feitas de original!…

Arlequinal!... Traje de losangos... Cinza e ouro…

Luz e bruma... Forno e inverno morno…

Elegâncias sutis sem escândalos, sem ciúmes…

Perfume de Paris... Arys!

Bofetadas líricas no Trianon... Algodoal!...

São Paulo! comoção de minha vida…

Galicismoglossário glossário a berrar nos desertos da América!

SOUZA, Gilda de M. Melhores Poemas de Mário de Andrade. primeira edição São Paulo: Global, 2016. E-book.

Fotografia em tons de sépia. Vista geral de local com dois arcos à frente, ao fundo, local com grama e árvores. Em segundo plano, rua de formato arredondado, construções, casas à direita e mais atrás, árvores.
Inaugurado em 3 de abril de 1892, o Parque Trianon situa-se na Avenida Paulista, em São Paulo, e conta com 48,6 mil métros quadrados de vegetação tropical, remanescente da Mata Atlântica. Na década de 1910, onde hoje se localiza o Museu de Arte de São Paulo (MASP), foi inaugurado o Belvedere Trianon. Nesses dois espaços, a intelectualidade paulistana era presença constante entre as décadas de 1920 e 1930, transformando esse conjunto em símbolo da riqueza da elite paulistana.

COMPREENSÃO TEXTUAL

Responda às questões no caderno.

Ilustração. Ícone. Dois balões de falas sobrepostos, o de baixo em rosa e o de cima em branco.
  1. O que você sentiu ao ler o poema?
  2. Que imagem você conseguiu construir ao ler o poema?
  3. O que o poema exalta?
  4. Na sua opinião, o poema pode ser considerado uma inspiração e uma crítica?

O poeta, ao criar imagens atribuindo novos sentidos às palavras, transmite sentimentos ou impressões sobre sua visão e experiência do mundo. Essa imagem poética revela o mundo psicológico em que o poeta vive, produzindo uma pluralidade da realidade.

Ilustração. Ícone. Duas silhuetas de pessoas em branco e rosa e próximo delas, um balão de fala quadrado.

5. No poema, analisem estes itens. Copiem o quadro no caderno para responder.

Ícone. Modelo.

Composição

Versos

Rimas

  1. Desde a epígrafe, conseguimos perceber contrastes no poema. Identifiquem alguns e digam o que esses contrastes representam para vocês no poema.
  2. Identifiquem os verbos no poema. O que eles indicam?
  3. Qual é o papel da pontuação no poema? O que ela indica?
  4. Releiam o primeiro verso.

São Paulo! comoção de minha vida...

  1. Que figura de linguagem podemos perceber nesse verso?
  2. Qual é a função do ponto de exclamação?
  3. Que significado o termo “comoção” pode ter nesse contexto?

As figuras de linguagem são recursos estilísticos utilizados para reforçar a expressividade da mensagem. Nos poemas, são especialmente utilizadas para ampliar o significado das palavras, apresentando uma nova visão ao leitor.

10. Leiam o segundo verso em voz alta, mas sem atrapalhar os colegas.

Os meus amores são flores feitas de original...

  1. O que vocês perceberam quanto à sonoridade do verso?
  2. Há alguma figura de linguagem que repete sons consonantais?
  1. No terceiro verso, há o termo “arlequinal”.
    1. Ele faz vocês se lembrarem de alguma outra palavra? Se sim, qual?
    2. A que o eu lírico nos remete ao usar esse termo?
    3. Que outras referências ao Arlequim há no poema?
    4. A capa da primeira edição de Pauliceia Desvairada traz alguma relação com o Arlequim?
Fotografia. Rosto de uma pessoa de olhos pretos, voltado para a direita. Ela usa uma máscara dourada decorada com losangos coloridos em vermelho, verde, azul e amarelo. Embaixo do queixo, um pano em amarelo e azul contorna o rosto. A pessoa usa um adereço de cabeça nas mesmas cores. A máscara tem um sorriso com lábios em vermelho. Ao fundo, à esquerda, um boneco desfocado usando roupa também de losangos coloridos
Arlequim é um personagem de teatro criado na Itália.

12. Agora, releiam o quarto verso.

Luz e bruma... Forno e inverno morno...

  1. Vocês diriam que há oposição de sentidos em luz/bruma e forno/inverno morno? Por quê?
  2. Qual figura de linguagem há na oposição de sentidos em uma mesma frase?
  3. Nesse verso, há o uso da sinestesia, pois evoca diferentes sensações que são percebidas pelos órgãos do sentido. Quais são os termos que provocam essas sensações sinestésicas?
  4. Ao evocar essas sensações, o eu lírico faz com que o leitor perceba qual aspecto da cidade de São Paulo?
  1. Agora, em uma folha à parte, analisem os outros versos. Depois, compartilhem com a turma.
  2. Que tal fazer um passeio virtual pela Casa Mário de Andrade, tornada formalmente um museu em 2018? Combine com o professor.

Paródia

Ilustração. Ícone. Dois balões de falas sobrepostos, o de baixo em rosa e o de cima em branco.
  1. Você sabe quem foi Oswald de Andrade? Em caso positivo, conte aos colegas o que conhece sobre esse autor ou sua obra.
  2. Agora, conheça um pouco melhor esse escritor, poeta, ensaísta e dramaturgo brasileiro. Assista ao vídeo que o professor irá exibir.
  1. Você vai ler um poema de Oswald de Andrade publicado primeiro na revista Pau-Brasil, em 1924.
    1. Antes, leia o título. Do que você acha que o poema trata?
    2. Esse poema é considerado uma paródia. Você sabe o que é uma paródia e por que ele é assim considerado? Explique.

CANTO DO REGRESSO À PÁTRIA

Minha terra tem palmares

Onde gorjeia o mar

Os pássaros daqui

Não cantam como os de lá

  

Minha terra tem mais rosas

E quase que mais amores

Minha terra tem mais ouro

Minha terra tem mais terra

  

Ouro terra amor e rosas

Eu quero tudo de lá

Não permita Deus que eu morra

Sem que volte para lá

  

Não permita Deus que eu morra

Sem que volte para São Paulo

Sem que veja a Rua 15

E o progresso de São Paulo

ANDRADE, Oswald de. Canto do regresso à pátria. In: ANDRADE, Oswald de. Pau-Brasil. quarta edição. Rio de Janeiro: Globo, 1991. página 139.

  1. Sua hipótese sobre o tema do poema se confirmou? Comente.
  2. Que imagem poética esse poema transmite a você?
Fotomontagem. Ao fundo, parte em vermelho, com ilustração em tons de cinza-claro, sobreposta e textos. À esquerda, está escrito: Semana de Arte Moderna. Ao centro, duas fotografias em preto e branco e uma pintura. Um homem de cabelos escuros, paletó, com a mão direita sobre o queixo. À direita, um homem de chapéu claro e faixa em preto sobre a cabeça, com paletó e gravata. Na ponta da direita, pintura de homem de cabelos pretos penteados para a esquerda, camisa de gola por dentro em branco, gravata preta e por cima, paletó cinza.

e. Desafio! No poema, há uma intertextualidade explícita com outro poema, que serviu como texto-base para a paródia. Qual é esse poema e quem o escreveu?

Ilustração. Ícone. Dois balões de falas sobrepostos, o de baixo em rosa e o de cima em branco.
  1. Agora, assista a um vídeo com a declamação do poema “Canção do exílio”, de Gonçalves Dias.
    1. O que você achou do poema?
    2. Que imagem poética ele transmitiu a você?
    3. Qual é a temática desse poema, na sua opinião?
Captura de tela. Fundo em preto e à direita, rosto de um homem. Ele tem cabelos penteados à esquerda, barba e bigode ralos, com camisa de gola branca e acima, terno escuro por cima. À esquerda, texto em branco: CANÇÃO DO EXÍLIO – GONÇALVES DIAS (1823 – 1864).
Gonçalves Dias é um dos principais representantes do Romantismo brasileiro.
  1. Entre esses dois poemas há um diálogo, ou melhor, uma intertextualidade, como comentado antes. Isso acontece por meio da paródia, que retoma o texto-original mudando seu sentido, seja pelo humor, seja pela crítica.
    1. Após ouvir o poema “Canção de exílio”, você acha que a paródia de Oswald de Andrade tem um tom crítico ou de humor?
Ícone. Três silhuetas de pessoas em branco e rosa e próximo delas, dois balões de fala quadrados, um em rosa e outro branco.
  1. Em grupos, façam um quadro comparativo entre os dois poemas. Depois, compartilhem as análises com a turma.
  2. O que vocês descobriram em comum? O que foi diferente?
  3. Transformem o que discutiram em um mural comparativo.

20. “Canção do exílio” foi parodiada diversas vezes e de diferentes modos. Leia a tirinha a seguir.

Tirinha. Tirinha composta por três quadros. Apresenta como personagens: Bidu, cachorro de pelos azuis, na ponta inferior da cabeça em preto e focinho redondo, preto. Outro cachorro, de pelos em marrom, coleira em vermelho e olhos em marrom-claro. As cenas se passam em local de grama verde. Q1 – À esquerda, cachorro de pelos marrons, caminhando para a direita. Bidu, na ponta da direita, olhos fechados, fala: MINHA TERRA TEM CORINTHIANS, ONDE CANTA O SABIÁ... Ao fundo, céu em azul-claro, sem nuvens. Q2 – Os dois cachorros vistos do pescoço para cima, o marrom, à esquerda de olhos fechados, diz: É 'MINHA TERRA TEM PALMEIRAS'! à direita, Bidu, com os olhos bem arregalados. Q3 – À esquerda, cachorro de pelos marrons, de olhos bem arregalados, olhando para frente. À direita, Bidu, de olhos fechados, fala: CADA UM TEM O TIME QUE QUISER! Ao fundo, céu em rosa-claro, sem nuvens.

SOUSA, Mauricio de. O Estado de São Paulo, São Paulo, 11 fevereiro 2006.

  1. O que provoca o humor na tirinha?
  2. Onde podemos observar a paródia?
  3. Você acha que o amigo de Bidu entendeu a paródia? Por quê?
  4. Essa paródia tem um tom crítico ou de humor?

LÍNGUA E LINGUAGEM

Predicado verbo-nominal e predicativo do objeto

Responda às questões no caderno.

Ilustração. Ícone. Dois balões de falas sobrepostos, o de baixo em rosa e o de cima em branco.

1. Leia este poema de Drumôn.

A RUA DIFERENTE

Na minha rua estão cortando árvores

botando trilhos

construindo casas.

Minha rua acordou mudada.

Os vizinhos não se conformam.

Eles não sabem que a vida

tem dessas exigências brutas.

Só minha filha goza o espetáculo

e se diverte com os andaimes,

a luz da solda autógenaglossário

e o cimento escorrendo nas fórmas.

ANDRADE, Carlos Drumôn de. A rua diferente. In: ANDRADE, Carlos Drumôn de. Nova reunião: 23 livros de poesia. Rio de Janeiro: BestBolso, 2009. volume 1. página 19.

  1. O que o poema denuncia?
  2. O fato em questão gera que sentimento nos moradores da referida rua? Retire do texto um trecho que comprove sua resposta.
  3. No verso “Minha rua acordou mudada”, como se classifica sintaticamente o termo “mudada”? O verbo “acordou” é de ligação ou significativo? Por quê?

Em alguns casos, o predicado de uma oração pode apresentar um verbo significativo e um predicativo. Quando isso ocorre, ele é classificado como predicado verbo-nominal. Nesse tipo de predicado, há um cruzamento entre um predicado verbal e um predicado nominal, ou seja, contém ambas as estruturas sintáticas.

Ilustração. Ícone. Duas silhuetas de pessoas em branco e rosa e próximo delas, um balão de fala quadrado.

2. Observem estas orações. O que vocês notam nelas?

O menino voltou da escola.

O menino estava preocupado.

O menino voltou da escola preocupado.

Ilustração. Ícone. Duas silhuetas de pessoas em branco e rosa e próximo delas, um balão de fala quadrado.

3. Leiam a tirinha.

Tirinha. Tirinha composta por três quadros. Apresenta como personagens: Armandinho, menino de cabelos e bermuda em azul, camiseta branca. Amiga de Armandinho, cabelos ruivos em coque e com presilha amarela, blusa branca e bermuda em lilás. Um sapinho de cor verde, olhos e boca em preto. Q1 – À esquerda, uma árvore de galhos em marrom, com flores de pétalas amarelas. Alguém fora do quadro, diz: GOSTO DE VER OS IPÊS FLORIDOS. Q2 – No canto superior esquerdo, um galho com flores de pétalas amarelas. O sapinho, a menina e Armandinho com o corpo para a esquerda, observando o galho. A menina fala: TALVEZ EU SEJA BOBA POR LIGAR PRA ISSO... Q3 – No canto superior esquerdo, um galho com flores de pétalas amarelas. Os três personagens ainda na mesma posição e Armandinho diz: TALVEZ BOBO SEJA QUEM NÃO LIGA...

BECK, Alexandre. Armandinho. [sem local], 13 setembro 2016. Facebook: letra á contornada por uma linha curvatirasarmandinho. Disponível em: https://oeds.link/rwzqg1. Acesso em: 10 maio 2022.

  1. No segundo quadrinho, o que a fala da garota dá a entender?
  2. Que mensagem essa tirinha transmite?
  3. No primeiro quadrinho, o termo “floridos” se liga a que outro termo da oração? Como ele se classifica?

4. Leiam este trecho de uma matéria.

Tarsila do Amaral, além de pintora, deixou uma música inédita; ouça composição

reticências

Tarsilinha supõe que “Rondo d’Amour” foi composta entre 1913 e 1920, antes da ida da tia-avó a Paris reticências.

Foi por estímulo de Sousa Lima, seu professor de piano, que Tarsila foi a Paris para completar os estudos em pintura. reticências

Em outra estada em Paris, Tarsila roubou a cena num jantar em homenagem a Santos Dumont, com uma personificação de “Autorretrato”, sua própria obra. “Ela chegou um pouco atrasada, com aquele manteauglossário vermelho, com aquele visual, cabelo puxado para trás, batom vermelho. A festa parou para verem minha tia”, conta Tarsilinha. reticências

FRÓES, Lucas. Tarsila do Amaral, além de pintora, deixou uma música inédita; ouça composição. Folha de São Paulo, Salvador, 31 janeiro 2022. Ilustrada.

  1. Na manchete, o termo “inédita” funciona como adjunto adnominal ou predicativo do objeto? Por quê?
  2. No trecho “Ela chegou atrasada”, como se classifica o termo “atrasada”? Como se classifica o predicado?

ORTOGRAFIA

Ortoépia e prosódia

Responda às questões no caderno.

Ícone. Três silhuetas de pessoas em branco e rosa e próximo delas, dois balões de fala quadrados, um em rosa e outro branco. Ilustração. Ícone. Dois balões de falas sobrepostos, o de baixo em rosa e o de cima em branco.

1. Leiam estas palavras em voz alta.

Ilustração. Palavras formadas com letras coloridas de pequenos recortes de folhas de revista em tons de verde, azul, laranja, amarelo, verde, entre outras. Bandeja Caranguejo Asterisco Cuspe Cabeleireiro Prazeroso Lagartixa Privilégio
  1. Vocês conhecem o significado de todas essas palavras? Se não souberem, consultem um dicionário.
  2. Em algum momento, vocês já ouviram essas palavras sendo pronunciadas de maneiras diferentes?

Algumas palavras podem gerar dúvidas quanto à fórma de pronunciá-las. Em determinadas situações de comunicação, sobretudo as mais formais, é necessário prestar atenção nesse aspecto. A ortoépia ou ortoepia é a parte da gramática que trata da pronúncia adequada das palavras, de acordo com a norma-padrão.

Ilustração. Ícone. Duas silhuetas de pessoas em branco e rosa e próximo delas, um balão de fala quadrado.

2. Agora, em duplas, leiam estas outras palavras em voz alta.

Ilustração. Palavras formadas com letras coloridas de pequenos recortes de folhas de revista em tons de verde, azul, laranja, amarelo, verde, entre outras. Cateter Sutil Rubrica Gratuito Recorde Avaro Ínterim Vermífugo
  1. Vocês conhecem o significado de todas elas? Se não souberem, perguntem ao professor.
  2. Vocês tiveram dificuldade de ler alguma delas? Por quê?
  3. Separem essas palavras em três grupos: o das oxítonas, o das paroxítonas e o das proparoxítonas.

Algumas palavras também geram dúvida quanto à pronúncia, com relação à sílaba tônica. A parte da gramática que estuda essas questões é chamada de prosódia.

Ilustração. Ícone. Duas silhuetas de pessoas em branco e rosa e próximo delas, um balão de fala quadrado.

3. Observem as seguintes palavras.

Ilustração. Palavras formadas com letras coloridas de pequenos recortes de folhas de revista em tons de verde, azul, laranja, amarelo, verde, entre outras. Corpo Esforço Imposto Jogo Olho Povo
  1. Leiam essas palavras em voz alta.
  2. No caderno, escrevam essas palavras no plural e, em seguida, leiam novamente em voz alta.
  3. Que diferença elas apresentam na pronúncia em relação ao singular?

Na língua falada, em algumas ocasiões, o timbre de determinadas vogais pode se modificar. Esse fenômeno é chamado de metafonia. Ela ocorre, por exemplo, com o plural de algumas palavras, como as que vimos na atividade anterior.

Ícone. Três silhuetas de pessoas em branco e rosa e próximo delas, dois balões de fala quadrados, um em rosa e outro branco.
  1. Nesta seção, apresentamos algumas palavras que podem gerar dúvida com relação à pronúncia. No entanto, há muitas outras que merecem atenção quanto a esse aspecto. Façam um levantamento dessas outras palavras para ampliar seus conhecimentos sobre esse assunto. Sigam os seguintes passos.
    1. Pesquisem, em livros ou on-line, outras palavras que precisam de atenção quanto à pronúncia em situações mais formais;
    2. Escrevam essas palavras no caderno. Separem-nas em três colunas: na primeira, as que podem gerar dúvida quanto à pronúncia em geral; na segunda, as que merecem atenção quanto à pronúncia da sílaba tônica; na terceira, as que apresentam mudança no timbre vocal quando pluralizadas.
    3. No dia estipulado pelo professor, apresentem à turma os resultados da pesquisa e discutam esses resultados, comparando-os aos de seus colegas.
Ícone. Três silhuetas de pessoas em branco e rosa e próximo delas, dois balões de fala quadrados, um em rosa e outro branco.
  1. Que tal fazer uma apresentação de poemas para a turma? Considerem estas orientações.
    1. Decidam qual poema apresentar. Pode ser um dos já estudados nesta unidade ou outros de que gostem.
    2. Escolhido o poema, façam uma primeira leitura, silenciosa. Depois, pensem no modo de apresentá-lo. Será declamado por apenas um membro do grupo ou dividido entre todos?
    3. Acertados esses detalhes, passem à leitura oral do poema. Nesse momento, prestem atenção à pronúncia das palavras e à entonação dada aos versos. Caso tenham dúvida com relação à pronúncia de determinada palavra, procurem em dicionários físicos ou on-line.
    4. Combinem como o professor a data das apresentações. Lembrem-se de que, na ocasião, todos precisam colaborar fazendo silêncio. Peçam a compreensão dos colegas e sejam compreensivos com eles.
    5. Ao final, discutam os poemas apresentados. Quais apresentações mais se destacaram? Por quê? De quais poemas vocês mais gostaram? Por qual razão?

EU VOU APRENDER Capítulo 2

A poesia a céu aberto

Ilustração. Ícone. Dois balões de falas sobrepostos, o de baixo em rosa e o de cima em branco.
  1. Ao caminhar pelas ruas, você já se deparou com cartazes colados em postes ou muros?
  2. Algum deles era voltado para a arte, e não para a publicidade?
  3. Se você encontrou cartazes artísticos, de qual ou quais mais gostou? Comente.

Os cartazes estão presentes há bastante tempo na vida urbana como fórma de comunicação. No final do século dezenove, tornaram-se um meio de divulgar informação e fazer publicidade. Por meio deles, anunciavam-se eventos e fazia-se publicidade de produtos e serviços e até propaganda política. Era uma fórma rápida e barata de divulgação impressa em massa.

Após a Segunda Guerra Mundial, os cartazes começaram a reaparecer como fórma de protesto, fazendo parte da contracultura. Surgiu então o que conhecemos hoje como lambe-lambe.

Fotografia. Simulação de diversos cartazes sobrepostos de papel branco, com texto em preto: Perigo – Você pode estar; Não pise nos outros; Atenção - isto pode ser um poema. Entre outros.
Os lambe-lambes são expressões artísticas urbanas.

4. Assista ao vídeo que o professor irá exibir.

Lambe-lambe. Fundo de cor azul e partes em preto e bege. Ao centro, folha branca com texto datilografado em preto: o coração é a parte mais (o)usada do corpo.
Lambe-lambe da poetisa Ryane Leão.
  1. Agora que você sabe um pouco mais sobre essa manifestação artística e cultural, você considera o lambe-lambe uma fórma de expressão? Explique.
  2. Como é uma arte exposta na rua, a interação com as pessoas é quase inevitável. O que você acha dessa comunicação entre a arte e o povo?
  3. Na sua opinião, o lambe-lambe provoca uma reação nas pessoas? Por quê?
  4. Leia o lambe-lambe da imagem. Que mensagem ele transmite a você?
  5. Ao lê-lo, o que você pode dizer sobre a composição desse poema?

5. Leia agora estes outros lambe-lambes.

Fotomontagem. Um muro na vertical com blocos finos na horizontal em tons de marrom e partes cobertas em cinza-claro. Sobre essa foto, há três lambe-lambes. Letra a. O poema muda o sentido do caminho. Lambe-lambe de Cauê Maia. Letra b. Fica só e escuta o barulho da chuva, a festa ao longe, as vozes próximas de despedida e boa noite. Lau Guimarães chama seus trabalhos de “microrroteiros da cidade”. Letra c. Às vezes tentam me limitar... Mas sou feita de infinitos. Lambe-lambe de Manifesto das mina, por @biamaciell.

COMPREENSÃO TEXTUAL

Responda às questões no caderno.

Ilustração. Ícone. Dois balões de falas sobrepostos, o de baixo em rosa e o de cima em branco.
  1. O que você achou desses lambe-lambes? Por quê?
  2. Há algum de que você gostou mais? Por quê?
  3. Você percebe algum deles como crítica, protesto ou convite à reflexão? Explique.
Ilustração. Ícone. Duas silhuetas de pessoas em branco e rosa e próximo delas, um balão de fala quadrado.
  1. Qual é o público-alvo do lambe-lambe?
  2. Em quais espaços eles circulam?
  3. Na opinião de vocês, o lambe-lambe, assim como outras fórmas de arte urbana, tem o objetivo de provocar uma reação nas pessoas?
  4. Vocês acham que, a partir do momento em que o lambe-lambe é integrado à paisagem urbana, ele ganha novos significados? Por quê?
  5. Releiam o lambe-lambe A.
    1. O que ele transmite a vocês?
    2. A que sentido o poeta se refere ao dizer que “o poema muda o sentido do caminho”?
    3. “Caminho”, nesse contexto, pode ter mais de um sentido? Qual?
    4. A falta de pontuação final pode indicar o que nesse poema?
  6. O lambe-lambe B é considerado um microrroteiro pela autora. São pequenas histórias, cenas curtas criadas a partir de um olhar voltado para o cotidiano. Os microrroteiros foram concebidos para fazer voar a imaginação das pessoas que circulam pelas ruas, por isso as cenas são imagéticas, ou seja, revelam a imaginação.
Lambe-lambe b. Sobre um poste de cor cinza, com partes em branco está colada uma folha na vertical em rosa-escuro, texto em preto: fica só e escuta o barulho da chuva, a festa ao longe, as vozes próximas de despedida e boa noite.
  1. Vocês conseguem imaginar a cena proposta nesse microrroteiro? Comentem.
  2. Que mensagem ele passa para vocês? Comentem.
  3. Vocês acham que ele se aproxima da realidade, ou seja, mostra cenas possíveis de acontecer no dia a dia? Expliquem.
  4. A que momento do dia a cena faz referência? Como o leitor percebe isso?
  1. Qual é a função das vírgulas no texto?
  2. Observem o emprego dos verbos no imperativo. O que eles indicam?

10. Releiam o lambe-lambe C.

Lambe-lambe c. Sobre uma parede em tons de rosa e lilás, está colado um cartaz na vertical em verde-claro. Texto em preto: ÀS VEZES TENTAM ME LIMITAR... MAS SOU FEITA DE INFINITOS.
  1. Qual mensagem ele transmite para vocês?
  2. Que figura de linguagem é possível identificar no texto?
  3. Como essa figura contribui para o entendimento do poema?
  4. Qual é o efeito de sentido provocado pelas reticências?
  5. Observem a parte gráfica do lambe-lambe. Ela ajuda a atribuir sentido ao texto?
Ícone. Três silhuetas de pessoas em branco e rosa e próximo delas, dois balões de fala quadrados, um em rosa e outro branco.
  1. Hora do lambe-lambe! Que tal você e os colegas fazerem uma intervenção artística com lambe-lambes?
    1. Conversem com o professor sobre quem será o público-alvo, onde irá circular (local de exposição do mural), os recursos materiais necessários para a produção, como será divulgado e o mais importante: quais serão a temática e o objetivo dessa intervenção artística.
    2. Em grupos, pesquisem as técnicas utilizadas para produzir os lambe-lambes e quais podem ser usadas para os que vocês irão criar.
    3. Criem as mensagens dos lambe-lambes, seja uma poesia, um microrroteiro, uma imagem ou uma mescla de texto e imagem. Vocês decidem!
    4. Colem os lambe-lambes em um mural e o exponham no local previamente combinado.

Outros lambe-lambes

Os lambe-lambes surgiram no início do século vinte com os fotógrafos que revelavam fotografias instantaneamente nos jardins e praças. Porém, no início dos anos 1970, já eram considerados raros. Saiba mais em Lambe-lambe: fotógrafos de rua em São Paulo nos anos 1970. MIS – Museu da Imagem e do Som. Disponível em: https://oeds.link/cvK5RD Acesso em: 9 maio 2022.

Fotografia em preto e branco. Em um local aberto, à esquerda, um homem em pé, corpo para a direita, com terno de mangas compridas, de frente para uma câmera sobre pedestal. Sobre a cabeça dele, um tecido preto cobrindo-a. Ao fundo, um corrimão e local com vegetação.
Fotógrafo lambe-lambe no parque Jardim da Luz, em São Paulo.

A rua como espaço de expressão

A rua, para muitos artistas, é o espaço de interlocução com o público. Espaço de intervenções, de provocações, de diálogo.

Em São Paulo, dentro da série GrafiteMeuVizinho e do projeto TarsilaInspira, foram criados painéis gigantes no Centro Histórico por artistas contemporâneas. Os microrroteiros de Lau Guimarães fizeram parte, compondo um itinerário único e histórico de mulheres que abrem caminhos para as próximas gerações.

12. Observe.

Fotografia de intervenção urbana. Um prédio à direita de cor cinza-claro, na parede toda está pintada uma mulher sentada para a esquerda. Ela tem cabelos pretos curtos para trás, de camiseta de mangas curtas em preto, calça cinza e par de tênis em branco e preto. Ela está com o braço direito para frente, segurando como se fosse um spray, a imagem de Abaporu (obra de Tarcila do amaral)spray. Mais acima, texto preto em fundo rosa: mulher gigante, mulherão, caminhando com as amigas que vieram inspira azamiga que virão. Ao redor, texto em preto: é também o seu lugar ela vai e faz. À esquerda, prédio em tons de cinza e janelas de vidro. Mais abaixo, parede em marrom e janelas brancas.
“Era uma vez agora”, microrroteiros de Lau Guimarães integrados à obra “No fundo, no fundo... tinha eu!”, da artista Simone Siss.
Ilustração. Ícone. Dois balões de falas sobrepostos, o de baixo em rosa e o de cima em branco.
  1. O que você achou dessa intervenção? Comente.
  2. Se você estivesse passando pela rua e visse esse painel gigante, você pararia para apreciar? Por quê?
  3. Qual é a principal mensagem dessa intervenção?
  4. Qual é a intertextualidade utilizada na imagem?
  5. Que sentidos você pode atribuir aos termos “mulher gigante, mulherão” dentro desse contexto?
  1. Assim como o lambe-lambe, outras manifestações artísticas ganharam espaço nas ruas, como o grafite.
    1. Você sabe o que é um grafite? Comente.
    2. Agora, faça uma breve pesquisa para ver se sua hipótese se confirmou.
    3. Onde o grafite circula e qual é o público-alvo dessa arte?
  2. Observe este grafite do artista eimar Ribeiro.
Grafite. Vista geral de um muro em marrom e partes em bege, com pintura ao centro. Uma cabeça de pessoa de olhos em marrom, lábios em rosa e sobre a cabeça, lenço colorido em azul, verde e laranja. No pescoço, colar colorido em azul, laranja, cinza e rosa.
Grafite do artista eimar Ribeiro, exposto em Juquitiba, 2021.

Na sua opinião, o que ele representa?

15. Você acha que o grafite, os murais, os painéis, os lambe-lambes, entre outras manifestações artísticas, transformam as ruas da cidade em um “museu a céu aberto”? Explique.

Ícone. Três silhuetas de pessoas em branco e rosa e próximo delas, dois balões de fala quadrados, um em rosa e outro branco.
  1. Em uma roda de conversa, discutam:
    1. o que vocês consideram arte e o que não consideram, explicando o porquê;
    2. o valor social e cultural da arte de rua.

LÍNGUA E LINGUAGEM

Registro formal e informal

Responda às questões no caderno.

Ilustração. Ícone. Dois balões de falas sobrepostos, o de baixo em rosa e o de cima em branco.

1. Observe novamente este lambe-lambe.

Lambe-lambe. Texto preto em fundo rosa: mulher gigante, mulherão, caminhando com as amigas que vieram inspira azamiga que virão.
  1. Que mensagem o lambe-lambe pretende passar ao público?
  2. A linguagem utilizada no texto tem um aspecto mais formal ou mais informal? Dê exemplos que justifiquem sua resposta.
  3. Na sua opinião, a linguagem empregada está de acordo com o contexto?

Como já sabemos, as línguas variam de acordo com inúmeros fatores. Dependendo do contexto e da finalidade da comunicação, podemos nos expressar de diferentes fórmas, chamadas de registros.

2. Leia a tirinha.

Tirinha. Tirinha composta por dois quadros. Apresenta como personagens: Armandinho, menino de cabelos e bermuda em azul, camiseta em branco, um sapinho de cor verde, de olhos e boca em preto. Um outro menino de cabelos castanhos de camiseta verde e bermuda azul. Um menino de cabelos castanhos, camiseta branca, bermuda vermelha com violão sobre as costas. Um menino de cabelos arrepiados em marrom, camiseta em azul-claro e bermuda em azul. Uma menina de cabelos ruivos, com coque e presilha em amarelo, blusa branca e bermuda roxa. Q1 – Menino de cabelos castanhos, bermuda azul e camiseta verde, com o corpo para a direita, diz: MORDI A GOIABA E VI A LARVA! ENTÃO GOIABAS TÊM LARVAS! Alguém fora do quadro, fala: CALMA, MANO... NÃO GENERALIZE! Q2 – O menino de bermuda azul e camiseta verde de frente para menino com violão sobre as costas. Este diz, com a mão direita para frente: ALGUMAS GOIABAS TÊM LARVAS! Menino de cabelos arrepiados em castanho, olhando para a menina ruiva, diz: OU AO MENOS UMA GOIABA TEM LARVAS... A menina, acrescenta com a mão direita para frente: OU UMA GOIABA TEM UMA LARVA! Na ponta da direita, o sapinho olhando para a direita, em direção a Armandinho. Este segura uma goiaba já mordida na mão direita para frente e diz: NO CASO, METADE DE UMA LARVA...

BECK, Alexandre. Armandinho. abre colchetesem localfecha colchete, 13 setembro 2016. Facebook: letra á contornada por uma linha curvatirasarmandinho. Disponível em: https://oeds.link/SfHlH8Facebook.com/tirasarmandinho/photos/a.488361671209144.113963.488356901209621/1586381624740471/?type=3&theater. Acesso em: 11 maio 2022.

  1. Por que a afirmação do garoto no primeiro quadrinho é refutada pelos amigos?
  2. Onde está o humor da tirinha?
  3. De acordo com o contexto retratado, podemos dizer que a linguagem dos personagens é mais formal ou menos formal?
  4. Aponte no texto uma palavra que comprove sua resposta anterior.

O registro informal (ou linguagem informal) é utilizado quando há mais familiaridade entre as pessoas que participam da situação comunicativa ou em ocasiões de maior descontração. Nesse contexto, há uma preocupação menor com questões relacionadas à norma-padrão. Além disso, utilizam-se palavras mais simples, gírias, palavras abreviadas ou contraídas

3. Observe o cartaz e responda às questões.

Cartaz. Cartaz na vertical. Fundo em preto. Na parte inferior, ilustração com curva para cima onde circulam ônibus e carros em amarelo, com dois faróis. Acima, texto: Convite Convidamos vossa senhoria para participar da abertura do MAIO AMARELO. Sua presença é fundamental para sensibilizarmos a sociedade a uma mudança de comportamento. Local: Câmara Municipal de Porto Nacional-10 Dia: 09 de maio às 19:30h #MinhaEscolhaFazDiferença Mais abaixo, logotipos.

PORTO NACIONAL. Departamento Municipal de Trânsito. Convite oficial da Campanha Maio Amarelo. Prefeitura de Porto Nacional, Porto Nacional, 1º agosto 2017. Disponível em: https://oeds.link/gZQPis Acesso em: 11 maio 2022.

Ilustração. Ícone. Dois balões de falas sobrepostos, o de baixo em rosa e o de cima em branco.
  1. Você sabe a que se refere o movimento “Maio Amarelo”? Se souber, compartilhe a resposta com a turma.
  2. Qual é o objetivo do cartaz?
  3. Analisando o texto, podemos dizer que a linguagem do cartaz é mais formal ou menos formal? Por quê?
  4. Considerando que o cartaz foi produzido pela prefeitura da cidade, a linguagem utilizada está adequada?

O registro formal (ou linguagem formal) é utilizado quando não há familiaridade entre as pessoas que participam da situação comunicativa ou em momentos nos quais é preciso se dirigir a alguém de fórma mais respeitosa. Nesse contexto, há maior cuidado com questões relacionadas à norma-padrão.

Ilustração. Ícone. Duas silhuetas de pessoas em branco e rosa e próximo delas, um balão de fala quadrado.

4. Observem este cartaz de uma campanha de doação de livros.

Cartaz. Cartaz em fundo branco. Ao centro, uma pilha de livros com uma maçã vermelha sobre ela, à esquerda. No chão, à esquerda, uma menina sentada, de olhos fechados, cabelos longos ruivos, de blusa de mangas compridas em vermelho e branco, calça cinza escuro, sapatos em preto e branco. Ela segura um livro nas mãos  e está encostada na pilha de livros. Um menino de cabelos pretos penteados para a direita, blusa branca de mangas em cinza, calça e sapatos em cinza está sentado sobre a pilha de livros, à direita. Ele segura um livro nas mãos. Ao redor deles, uma linha pontilhada e à esquerda, uma fadinha de cabelos pretos, de chapéu vermelho sobre a cabeça, blusa preta, saia vermelha e par de asas nas costas em azul-claro voa sorridente. Ela tem na mão direita uma varinha com estrela azul. Na parte superior, texto: CAMPANHA DOE LIVROS, DOE SONHOS. Abaixo, logotipo da OAB.

ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL – SÃO PAULO. 3ª Subseção de Campinas. Campanha doe livros, doe sonhos. OAB Campinas, Campinas, 2019. Disponível em: https://oeds.link/568fz6 Acesso em: 16 maio 2022.

  1. Imaginem que sua escola promoverá um evento para divulgar essa campanha. Será necessário, portanto, criar dois convites, para dois públicos diferentes: um para os estudantes e outro para os pais e a comunidade escolar. Com base nessas informações, escrevam os textos.
  2. Para redigir, lembrem-se de adequar o registro ao público a que os convites se destinam. Não se esqueçam de que o texto diz respeito a uma instituição escolar!

Semana de Arte Moderna de 1922

Ilustração. Ícone. Dois balões de falas sobrepostos, o de baixo em rosa e o de cima em branco.

1. O que você sabe sobre a Semana de Arte Moderna de 1922? Conte aos colegas.

Capa de catálogo. Capa de catálogo de cor bege claro. Ao centro, ilustração em preto e bege, uma estátua de uma pessoa em pé, com o braço direito sobre o ventre. Na parte inferior, texto: SEMANA DE ARTE MODERNA CATALOGO DA EXPOSIÇÃO  S. PAULO 1922.
Cartaz. Cartaz vertical de cor bege-claro. Ao centro, ilustração de uma árvore preta com folhas em vermelho acima, com raízes ramificadas. Na parte superior, texto: SEMANA DE ARTE MODERNA. Abaixo, texto: S. Paulo 1922.
Capa do catálogo da Semana de Arte Moderna de 1922 e cartaz do evento, ambos criados por Di Cavalcanti.

2. Leia este trecho de uma reportagem.

Uma semana que dura para sempre

O centenário da Semana de Arte Moderna de 1922 é também um convite para se refletir sobre sociedade e cultura no Brasil

Marcello rôlembérg                                                                                                                                          

No dia 17 de fevereiro de 1922, a plateia que aguardava a apresentação do pianista Heitor Villa-Lobos no Teatro Municipal de São Paulo estava, ao mesmo tempo, ansiosa e arisca. Aquela récitaglossário seria o encerramento de uma ousadia que durou três dias – 13, 15 e 17 de fevereiro –, mas que entrou na história como se fosse uma semana inteira: a Semana de Arte Moderna. E Villa-Lobos talvez representasse um raro momento de tranquilidade que não necessariamente existiu nos dias anteriores, com uma série de apresentações e exposições que o jornal Correio Paulistano, no dia 29 de janeiro, afirmava ser “a perfeita demonstração do que há em nosso meio em escultura, arquitetura, música e literatura sob o ponto de vista rigorosamente atual” – só faltou combinar com a plateia. E aquela do dia 17 se assustou ao ver o maestro e pianista subir ao palco de fraque – como o espaço vetusto da elite paulistana exigia –, só que com um pé calçando sapato e o outro… de pantufa. O público interpretou aquilo como uma atitude futurista e desrespeitosa e vaiou o artista impiedosamente. Depois, Villa-Lobos explicaria: não havia nada de futurista, moderno ou o que fosse. Nem falta de respeito. O que havia era um prosaicoglossário calo inflamado.

Foi há cem anos que o calo de Villa-Lobos chocou e irritou uma plateia que não estava ainda preparada para aquilo chamado de “modernismo” ou de “arte moderna”. E por que um pé com pantufa poderia criar tanto rebuliço? Porque, na esteira dessa cena, tinham ocorrido outros episódios que mais confundiram do que explicaram. O festival organizado por gente do naipe de Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Ronald de Carvalho, Anita Malfatti, Menotti del , Di Cavalcanti e Villa-Lobos – Tarsila do Amaral estava na Europa na época – entre as cortinas e paredes bem ornamentadas do Teatro Municipal – um templo das artes clássicas em São Paulo, um pedaço de Paris às margens do Tamanduateí –, inaugurou um outro momento das artes brasileiras. E toda novidade traz, também, um quê de ruptura com o passado. No caso, dos modernistas, com o classicismo, o chamado “passadismo” e o parnasianismoglossário , ainda em voga no eixo Rio-São Paulo – as cidades que realmente importavam cultural, social, política e economicamente naquele Brasil agrário, semianalfabeto e às voltas com as agruras de uma República com pouco mais de 30 anos e os votos de cabresto.

reticências

rôlembérg, Marcello. Uma semana que dura para sempre. Jornal da USP, São Paulo, 11 fevereiro 2022. Disponível em: https://oeds.link/ZsO4YL Acesso em: 9 maio 2022.

  1. Segundo a matéria, o que foi a Semana de 1922?
  2. O que houve de tão diferente na Semana que chocou o público, de acordo com o texto?
  3. A reação do público diante da pantufa de Villa-Lobos foi provocada por quê?
  4. Qual é a sua opinião sobre esse fato?
Ícone. Três silhuetas de pessoas em branco e rosa e próximo delas, dois balões de fala quadrados, um em rosa e outro branco.
  1. Em grupos, pesquisem sobre a Semana de Arte Moderna de 1922. O professor irá propor diferentes temas, para que cada grupo possa apresentar um aspecto do evento. Por exemplo:
    1. a Semana de Arte Moderna de 1922 e sua repercussão;
    2. as vaias e os aplausos da plateia;
    3. os artistas que participaram;
    4. o papel das mulheres na Semana de Arte Moderna de 1922;
    5. as mudanças na arte e na cultura brasileira pós-Semana de Arte Moderna de 1922.

VOCÊ É O AUTOR!

Parodiando a paródia

Como você viu, a paródia é a releitura de um texto original, verbal ou não verbal, modificando seu sentido original, o qual é deslocado com o objetivo de provocar humor, sarcasmo, ironia ou crítica. A paródia propõe um olhar e uma percepção diferentes da realidade, deixando, no entanto, o texto original aparecer na superfície do novo texto para que haja um diálogo.

Essa releitura pode ser feita tanto pela retomada da temática quanto do personagem, da estrutura do texto, ou mesmo de outros elementos presentes no texto original que possibilitem ao leitor perceber a intertextualidade.

No ambiente virtual, os memes podem aparecer como paródias da realidade ao recriá-la de fórma cômica, satírica ou crítica. Você sabia disso?

Ilustração. Ícone. Dois balões de falas sobrepostos, o de baixo em rosa e o de cima em branco.
  1. Você já havia pensado em um meme como uma fórma de paródia? Explique.
  2. Você se recorda de algum meme? Compartilhe com a turma.
  3. Observe este meme postado em redes sociais.
Meme. Parede em vermelho-escuro, dois quadrados pendurados com moldura em tons de dourado. À esquerda, quadro com uma ponte com pinceladas em tons de marrom e laranja. À frente, uma pessoa vista da cintura para cima, careca, de vestes longas em preto, mãos sobre as bochechas, olhos arregalados e boca bem aberta. Mais ao fundo, sombra de duas pessoas em preto. À direita, local em azul, morros em cinza e na parte superior em laranja-escuro com nuvens esparsas em laranja-claro. No outro quadro, à direita, uma mulher vista da cintura para cima de cabelos longos em castanho, vestes longas em marrom-escuro. Ela está com o braço direito sobre a moldura do quadro e mão esquerda sobre a bochecha. Ela olha para a esquerda, em direção à pessoa do quadro da esquerda e diz: NÃO GRITE. MELHORE SEUS ARGUMENTOS!

ARTES DIVA DEPRESSÃO. Não grite; melhore seus argumentos. abre colchetesem localfecha colchete, centésima2022. Instagram: letra á contornada por uma linha curvadivadepressao. Disponível em: https://oeds.link/CKGluE. Acesso em: 25 abril 2023.

  1. Esse meme faz intertextualidade com que quadros famosos? Tente descobrir!
  2. Qual é a mensagem do meme?
  3. O que você achou desse meme?

Que tal você criar uma paródia para, depois, expor no sarau poético da turma? A proposta é que você crie uma paródia a partir de um poema. Mas guarde o poema original para o sarau poético!

  1. Na etapa de planejamento, comece escolhendo um poema. Para isso, visáite a biblioteca da escola ou alguma biblioteca on-line.
    1. Para selecionar o poema, você pode levar em consideração o tema que quer abordar, o poeta de que mais gosta, o objetivo da sua paródia, entre outras opções.
    2. Selecione alguns livros, folheie-os, leia alguns poemas e, então, escolha o que mais se adequar ao seu propósito.
    3. Pense no público-alvo, no contexto de circulação e como a paródia será divulgada. Para isso, você pode pensar nas respostas para perguntas como:

Quem escreve?

Para quem?

Qual é a finalidade?

Onde será publicado?

d. Reflita sobre qual será o tom da sua paródia: crítica, ironia, humor.

Lembre-se de que esta atividade é para ser divertida, mesmo que sua paródia tenha o objetivo de fazer alguma crítica.

  1. Após o planejamento, inicie a etapa de produção da paródia.
    1. Analise o poema escolhido, compreendendo-o para poder fazer a paródia.
    2. Pense em quais palavras ou imagens, por exemplo, podem ser utilizadas para criar a paródia e faça uma lista. Lembre-se das trocas feitas nos poemas analisados: palmeiras/palmares e na tirinha Corinthians/Palmeiras, ou nas obras de arte originais e nas parodiadas.
    3. Observe a estrutura e as características do gênero textual em que será feita a paródia.
    4. Observe como utilizar adequadamente os recursos linguísticos e gramaticais disponíveis.
    5. Siga seu planejamento.
  2. Pronta a primeira versão, comece a etapa de revisão.
    1. Troque a paródia com outro colega, para que ele a leia e faça sugestões.
    2. Verifique as sugestões apontadas pelo colega e faça as alterações que considerar pertinentes.
    3. Após os ajustes, releia o texto e faça a edição que for necessária.
    4. Para a revisão, utilize a pauta de revisão, conferindo itens como pontuação, ortografia, coesão e coerência, organização do texto, entre outros.

Lembre-se de que temos de ter respeito pelos colegas e pelos trabalhos produzidos por eles, fazendo os apontamentos de fórma cordial.

4. Faça a versão final da paródia e deixe-a pronta para ser exposta no sarau poético.

Variação linguística

Variação social

Ilustração. Ícone. Dois balões de falas sobrepostos, o de baixo em rosa e o de cima em branco.

1. Observe este cartum.

Cartum. Um quadro em contorno preto, com um homem visto dos ombros para cima. Ele tem cabelos castanhos, de camisa de gola por dentro branca e jaleco da mesma cor por cima. O homem diz em um balão de fala à frente dele: A TERAPIA TEVE UM EFEITO IDIOSSINCRÁTICO COM PROGNÓSTICO FAVORÁVEL NO CASO DE PRONTA-SUPRESSÃO.

HELVÉCIA, Heloísa. Cada um com sua língua. Sinapse online - Folha ônláine, São Paulo, 24 junho 2003. Disponível em: https://oeds.link/qF4Z0vAcesso em: 16 maio 2022.

Você consegue entender o que disse o médico? Por quê?

2. Leia o texto.

Você e seu médico têm um diálogo na mesma língua?

O diálogo entre médico e paciente se constrói com atenção, paciência e linguagem clara. Dele pode depender o sucesso do tratamento

Por Edna Vairoletti

“Medicinês” e “mediquês” são algumas das expressões usadas para se referir à linguagem utilizada pelos médicos, com muitos jargões e termos científicos que podem causar estranheza aos pacientes. A qualidade do diálogo entre eles pode até mesmo ter reflexos sobre a adesão e o sucesso do tratamento.

Para assegurar a compreensão do que se diz e do que se ouve, a sintonia desse diálogo deveria ser imediata. Mas nem sempre é assim. A fórma como se estabelece a relação médico-paciente mostra-se fundamental desde a primeira consulta. Estamos falando da formação de um vínculo, para o qual sentimentos como confiança e segurança são importantíssimos.

Segundo estudos, de 60% a 80% dos diagnósticos e decisões sobre o tratamento se dão justamente durante a consulta. Portanto, é o momento em que a troca de informações deve ser clara e fluir.

reticências

Para o Doutor Galeno Alvarenga, formado em Medicina e doutor em filosofia, a terminologia médica fornece um bom exemplo das múltiplas funções que a linguagem tem a desempenhar. “Por um lado, ela é técnica, permitindo aos médicos ao mesmo tempo compreender e explicar a doença. Mas também é usada como instrumento de comunicação entre médico e as pessoas. E, algumas vezes, a não comunicação entre médico e paciente resulta em consequências sérias”. reticências

VAIROLETTI, Edna. Você e seu médico têm um diálogo na mesma língua? Revista Abrale On-line, São Paulo, 13 junho 2017. Disponível em: https://oeds.link/GdWVaJ Acesso em: 12 maio 2022.

  1. De acordo com o texto, o que seria o “medicinês” ou “mediquês”?
  2. Releia este trecho.

Para assegurar a compreensão do que se diz e do que se ouve, a sintonia desse diálogo deveria ser imediata.

O que a autora quis dizer com isso?

  1. Segundo o Doutor Alvarenga, essa linguagem apresenta aspectos positivos e negativos. Quais seriam esses aspectos?
  2. Na sua opinião, como o “medicinês” pode prejudicar a construção do vínculo entre médico e paciente?
Ícone. Três silhuetas de pessoas em branco e rosa e próximo delas, dois balões de fala quadrados, um em rosa e outro branco.
  1. Reúnam-se em grupos para fazer uma pesquisa sobre o tema aqui abordado. Sigam os seguintes passos.
    1. Inicialmente, pensem sobre os grupos sociais conhecidos por usarem uma linguagem específica, relacionada à sua profissão, por exemplo, advogados, professores, policiais
    2. Escolhido o grupo, façam uma pesquisa sobre as principais particularidades do jargão utilizado por esses profissionais.
    3. Se possível, entrevistem um profissional da área escolhida.
    4. No dia marcado pelo professor, apresentem os resultados da pesquisa.

ORALIDADE

Sarau poético

A proposta desta atividade é você e os colegas organizarem um sarau poético no qual possam recitar poemas e paródias produzidos por vocês.

Você já participou de um sarau ou recital? Comente com os colegas.

Fotografia. Uma menina vista da cintura para cima, em uma rua cinza, com o rosto para a direita, olhando para livro de capa azul, que ela segura com a mão esquerda. Ela está com os braços bem abertos e erguidos até a altura dos ombros. Ela tem cabelos longos em castanho, com uma boina sobre a cabeça e vestido de mangas compridas em azul-claro e flores em bege. Em segundo plano, fundo desfocado com vista parcial de casa bege com três janelas.
Antes de recitar o poema no sarau, é importante ensaiar.

Organização

  1. Para organizar o sarau poético, você e os colegas terão de pensar antes em alguns itens, como:
    1. o público-alvo do sarau (colegas de sala; colegas de outras turmas; pais, responsáveis e amigos; toda a comunidade escolar );
    2. a data, o horário e o local do sarau;
    3. como será o convite (digital ou impresso, com imagem ou sem imagem);
    4. quem ficará responsável por organizar e realizar o evento, coordenando as atividades;
    5. o cronograma para as atividades do pré-sarau;
    6. quem vai recitar os poemas e quais serão os poemas e suas paródias, lembrando que, para as paródias, é desejável apresentar também o texto original, pois nem todos podem conhecê-lo, o que dificultaria entender a proposta de vocês;
    7. como será a exposição das paródias: em cartazes, murais
    8. os materiais necessários para realizar o sarau (projetor de imagem, equipamento de som, cartazes );
    9. quem fará as vezes de anfitrião recebendo os convidados e os encaminhando aos respectivos lugares;
    10. quem será o responsável pela apresentação geral, ou abertura do sarau, explicando a ideia do evento (o apresentador pode fazer um roteiro sobre o que irá falar, usando-o como apoio durante a fala);
    11. quem fará o encerramento do sarau.

Ensaio

  1. Com tudo definido, é hora de ensaiar.
    1. Aqueles que não irão recitar os poemas, podem dirigir os ensaios, orientando os colegas quanto à impostação da voz, à entonação, à postura, ao ritmo, à articulação das palavras e à interpretação mais adequadas para cada poema.
    2. Se todos recitarem, revezem-se nas tarefas de ensaiar e orientar os ensaios, fazendo observações e dando sugestões.
    3. Lembrem-se de que a voz tem de ser clara e as palavras bem pronunciadas.
Fotografia. Dentro de uma sala de aula, com piso em azul, crianças vistas sentadas em carteiras escolares. Ao fundo, na parede em bege-claro, uma lousa branca, vista parcialmente. De frente da lousa, um menino em pé de cabelos pretos, de camisa de gola e mangas curtas, em xadrez de cor branca e laranja, calça jeans em azul e par de tênis em cinza e cadarço em vermelho. Ele está com o braço direito para cima e na mão esquerda, livro aberto.
O tom da voz deve ser observado durante a apresentação, para que todos da plateia ouçam.

Dia do sarau

  1. No dia do sarau, tomem algumas providências, como:
    1. organizem o local para receber os convidados;
    2. verifiquem a ordem das apresentações e como será a transição entre um participante e outro;
    3. confiram se os recursos tecnológicos necessários estão disponíveis;
    4. deixem a postos quem vai recepcionar os convidados e encaminhá-los para seus lugares;
    5. verifiquem se a apresentação geral sobre o recital está pronta;
    6. façam a exposição das paródias em local que chame a atenção do público.
  2. Durante a apresentação, dirijam o olhar para toda a plateia, sem fixar apenas em uma pessoa ou ponto.

Avaliação

5. Após o sarau, encerrem as atividades com uma discussão coletiva, levantando os pontos positivos e negativos e o que fariam de diferente em uma próxima vez.

EU APRENDI!

Responda às questões no caderno.

1. Leia este poema.

CANTO DE SOMBRA

O canto de sombra e umidade no quintal.

Do muro de pedra escorre o fio d’água,

manso, no verde limoso, eternamente.

Uma gota e outra gota, no silêncio

onde só as formigas trabalham

e dorme um gato e dorme o futuro das coisas

que doerão em mim, desprevenido.

Crescem, rasteiras, plantas sem pretensão

de utilidade ou beleza.

Tudo simples. Anônimo.

O sol é um ouro breve. A paz existe

na lata abandonada de conserva

e no mundo.

ANDRADE, Carlos Drumôn de. Canto de sombra. In: ANDRADE, Carlos Drumôn de. Nova reunião: 23 livros de poesia. Rio de Janeiro: BestBolso, 2009. volume 3. página 155.

  1. Que ideia o eu lírico pretende transmitir ao descrever essa imagem?
  2. Cite dois versos que comprovem sua resposta anterior.
  3. Que ideia o eu lírico pretende transmitir com os seguintes versos: “e dorme um gato e dorme o futuro das coisas / que doerão em mim, desprevenido.”?
  4. Nos versos “Do muro de pedra escorre o fio d’água, / manso, no verde limoso, eternamente”, como se classifica sintaticamente o termo em destaque?
  5. “Escorre” é um verbo de ligação ou um verbo significativo? Por quê?
  6. Nos versos “Crescem, rasteiras, plantas sem pretensão / de utilidade ou beleza”, que tipo de predicado ? Por quê?

Reescreva esse predicado, separando-o em duas orações.

Versão adaptada acessível

Atividade 1, itens a até f.

  1. Que ideia o eu lírico pretende transmitir ao descrever essa imagem?
  2. Cite dois versos que comprovem sua resposta anterior.
  3. Que ideia o eu lírico pretende transmitir com os seguintes versos: “e dorme um gato e dorme o futuro das coisas / que doerão em mim, desprevenido.”?
  4. Nos versos “Do muro de pedra escorre o fio d’água, / manso, no verde limoso, eternamente”, como se classifica sintaticamente o termo “manso”?
  5. “Escorre” é um verbo de ligação ou um verbo significativo? Por quê? 1.e) É um verbo significativo, pois denota a ação de escorrer.
  6. Nos versos “Crescem, rasteiras, plantas sem pretensão / de utilidade ou beleza”, que tipo de predicado há? Por quê?

▶ Reescreva esse predicado, separando-o em duas orações.

2. Leia este lambe-lambe.

Lambe-lambe. Papel lilás colado em parede de cor marrom. No papel, texto em preto: AINDA BEM QUE É SÓ UM DIA DE CADA VEZ. DOIS EU NÃO AGUENTAVA. À direita, texto: RAISSA GIO @papel.mulher
Lambe-lambe de Raissa Gio.
  1. Que ideia o lambe-lambe pretende transmitir?
  2. Que palavra ou expressão do texto comprova sua resposta à questão anterior?
  3. O que podemos inferir da segunda oração do lambe-lambe?
  4. O registro utilizado nesse texto é mais ou menos formal? Justifique sua resposta.

3. Leia mais um trecho do texto “Você e seu médico têm um diálogo na mesma língua?”, trabalhado em “Variação linguística”.

A linguagem médica, embora procure ser neutra e objetiva, vem sempre emaranhada em preceitos sociais, culturais, econômicos e religiosos, e acompanhada de prescrições e aspirações terapêuticas e autoritárias.

Esse tom incisivo na consulta é apontado como uma das causas da má comunicação. Ele pode provocar certa timidez no paciente, que se sente acuado e não consegue se expressar ou tirar dúvidas. E mais uma vez o diálogo não flui.

reticências

As pesquisas mostram que o profissional que procura fornecer instruções mais detalhadas ao paciente possui maior sensibilidade às questões levantadas pelo paciente, compreende melhor o que ele sente e o induz a tornar-se mais colaborativo com o tratamento. Ou seja, ao invés de falar “a leucopenia vai acarretar sepse”, pode-se dizer “seu sangue está um pouco fraco e pode não reagir contra as infecções”.

reticências

VAIROLETTI, Edna. Você e seu médico têm um diálogo na mesma língua? Revista Abrale On-line, São Paulo, 13 junho 2017. Disponível em: https://oeds.link/rJS4IMAcesso em: 12 maio 2022.

  1. Nos dois primeiros parágrafos, a autora aponta um aspecto que vai além do vocabulário utilizado no “medicinês”. Qual seria esse aspecto?
  2. No último parágrafo, a autora dá um exemplo de como os médicos podem falar com seus pacientes sem utilizar termos incompreensíveis. Por que isso é importante?

VAMOS COMPARTILHAR

A arte é para todos: garantia do direito à cultura

Ilustração. Ícone. Dois balões de falas sobrepostos, o de baixo em rosa e o de cima em branco.
  1. Você já percebeu que arte e cultura são palavras que estão sempre juntas? Por que você acha que isso acontece?
  2. Como você viu, há várias manifestações artísticas, como o grafite, o rap, a performance, a instalação. Quais outras você conhece? Comente.
  3. Você acha que todos devem ter acesso à cultura? Isso faz parte de alguma lei ou direito?
  4. Você já ouviu falar dos grafiteiros OSGEMEOS? Leia um trecho de uma matéria sobre eles.
Fotografia. Vista geral de prédio em três andares, com colunas na vertical em marrom-claro. Ao centro, entrada com duas colunas e telhado em formato triangular. Na parte inferior, entrada com escadas pequenas em bege. À direita, dois cartazes pendurados na parede, um em cada andar do prédio.
A Pinacoteca do Estado de São Paulo está localizada na Praça da Luz, região central da capital, ao lado do Parque da Luz e em frente ao Museu da Língua Portuguesa. Na foto, fachada da Pinacoteca em tour virtual da Exposição OSGEMEOS: Segredos, Pinacoteca.

OSGEMEOS: Segredos impacta meio milhão de pessoas

No dia 9 de agosto nos despedimos da mostra OSGEMEOS: Segredos da dupla de artistas Gustavo e Otávio Pandolfo. A exposição, sucesso de crítica e público, liderou a retomada das atividades culturais no Brasil desde a sua inauguração em 15 de outubro de 2020.

Os trabalhos dos irmãos impactaram mais de meio milhão de pessoas, contando as ações on-line e as visitas presenciais. E mesmo em um ano de pandemia, o que limitou a capacidade de atendimento, 237.891 visitantes passaram presencialmente pelos espaços, o terceiro maior público que a Pina já recebeu em uma exposição temporária da sua história.

Confira agora o que foi sucesso na exposição!

[…]

OSGEMEOS: SEGREDOS impacta meio milhão de pessoas. São Paulo: Pinacoteca de São Paulo/ Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, 2021. Disponível em: https://oeds.link/4FUOk0 Acesso em: 5 maio 2022.

  1. O texto deixa evidente o alcance que a arte pode promover na sociedade. Sendo assim, discuta com os colegas que tipos de trabalhos artísticos podem impactar as pessoas e por quê.
  2. OSGEMEOS são grafiteiros brasileiros que já viajaram pelo mundo, grafitando questões históricas, promovendo discussões e exibindo sua estética. Você compreende o grafite sempre como uma expressão artística? Há outros contextos em que o grafite se manifesta de outra forma?
  3. Quando se expressar se torna arte? E quando não? Exponha a sua opinião.
  4. No texto, é mencionado que também houve ações on-line. De que maneira as práticas artísticas realizadas nessa modalidade puderam e ainda podem contribuir com a propagação da arte e da cultura para as pessoas?

Organizando e argumentando

Ícone. Três silhuetas de pessoas em branco e rosa e próximo delas, dois balões de fala quadrados, um em rosa e outro branco.
  1. Em grupos, discutam, pesquisem, reflitam e argumentem sobre as seguintes propostas.
    1. O que falta para que haja mais acesso à cultura e incentivo para que artistas de outras manifestações culturais também recebam público?
    2. O que podemos fazer para mudar esse cenário de modo a garantir o direito à cultura?
  2. Vocês podem pesquisar mais sobre o assunto e outros artistas que proponham diálogos com a rua e espaços para além do museu.

Apresentando as considerações

  1. Antes de apresentar o que vocês discutiram, reúnam as informações com os dados considerados mais importantes a serem mencionados. Para isso:
    1. produzam um pequeno roteiro ou arquivo para apresentação;
    2. apresentem a proposta de vocês à turma no dia combinado com o professor;
    3. depois das apresentações, conversem com todos os grupos sobre possíveis soluções para que a ampliação e a democratização da cultura se torne cada vez mais real no país;
    4. por fim, pensem em uma fórma e em um canal para divulgar as propostas, como cartazes para redes sociais.

Para ampliar

Exposição OSGEMEOS: Segredos.

Faça um tour virtual pela exposição dos artistas na Pinacoteca. Disponível em: https://oeds.link/1QPFEM. Acesso em: 24 julho 2022.

Glossário

eu lírico (eu poético)
: voz que representa, no poema, a visão do poeta, manifestando sentimentos, emoções, pensamentos e opiniões.
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galicismo
: termo ou expressão da língua francesa usado em outra língua.
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autógeno
: aquilo que se produz por si mesmo, sem interferência externa. A solda autógena é aquela realizada com o próprio metal, sem adição de outro.
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manteau
: palavra da língua francesa que significa “casaco”.
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prosaico
: banal, comum.
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récita
: recital.
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Parnasianismo
: movimento literário que propõe um rigor formal e uma poesia objetiva e realista.
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