UNIDADE 1  Fábulas

As propostas desta unidade foram desenvolvidas em quatro etapas que se completam. Acompanhe!

Ilustração. Em um local aberto, à esquerda, uma planta com caules longos e folhas em verde. Perto dela, uma raposa de pelos laranjas, com o focinho e pescoço em branco, patas e ponta de cauda em preto. Ela olha para a esquerda. Ao fundo, céu em verde e nuvens brancas.

EU SEI

As fábulas me ensinam?

Perceber-se como leitor que faz apreciações sobre o que leu e o que pretende ler e compreender o que está por trás da moral apresentada por meio de fábulas.

Capa de livro. Na parte inferior, uma raposa vista das orelhas para cima, com a cabeça para a esquerda, focinho fino, com a ponta da língua em vermelho para fora. Ao centro, o texto: Fábulas de Esopo, adaptação de Guilherme Figueiredo, ilustrações de Alexandre Camanho. Mais acima, cachos de uvas roxas entre caules e folhas verdes.

EU VOU APRENDER

Capítulo 1 – Fábulas ainda atuais

Compreender as características do gênero textual fábula.

Capítulo 2 – Fábulas e contrafábulas

Compreender o contexto de circulação e a produção desse gênero textual.

Respostas e comentários

UNIDADE 1

Fábulas

Introdução

Esta unidade tem como foco o gênero textual fábula e enfatiza tanto as fábulas clássicas quanto as fábulas modernas e as contrafábulas. Além de analisar as características e a estrutura da fábula, o estudante é convidado a observar e analisar o contexto de produção/circulação e o valor histórico-cultural desses textos, o que possibilita ampliar o entendimento acerca do gênero textual e praticar a produção escrita. O contato com esses gêneros textuais proporciona o desenvolvimento das Competências Gerais e Específicas da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), indicadas a seguir.

São apresentadas também histórias em quadrinhos, que se mostram uma oportunidade de os estudantes perceberem o uso de recursos linguísticos e visuais para a construção de sentido do texto.

O registro da trajetória dos estudantes, que mostra suas conquistas e aprendizagens, pode ser feito por meio da tabela/quadro, disponível na Parte Introdutória deste Manual do Professor.

A avaliação deve ser diária, observando-se todas as atividades desempenhadas no dia a dia, como os trabalhos em grupo e as tarefas contextualizadas. As autoavaliações individual e do grupo também são importantes ferramentas de acompanhamento da aprendizagem dos estudantes. Caso eles apresentem dificuldades em relação aos objetivos pedagógicos da unidade, proponha a leitura de mais fábulas e histórias em quadrinhos (agá quês) e ofereça mais atividades de análise linguística. Proponha atividades em duplas ou em pequenos grupos, de modo que eles possam trocar conhecimento e se apoiar nessas interações para o desenvolvimento das habilidades esperadas.

Quando for fazer a avaliação diagnóstica no início do ano letivo, aproveite para fazê-la em três situações: com atividades individuais, em duplas e em grupos, para observar o desempenho dos estudantes nesses três momentos e, com isso, identificar qual é a melhor estratégia para ajudar os estudantes com mais dificuldade de acompanhar as atividades ou explicações.

Competências gerais da Educação Básica

  1. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.

4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.

Ilustração. Em um local aberto com vegetação verde de folhas, arbustos e árvores. Ao centro, um caminho de cor cinza por onde vê-se à frente dele, uma tartaruga caminhando. Ela tem pele verde, casco em verde-escuro, corpo em pé como bípede, de boné sobre a cabeça em laranja, amarelo e vermelho. Ao fundo, próximo ao caminho, encostada em um tronco de árvore em marrom, uma lebre de olhos fechados, de corpo em bege e marrom. No alto, céu branco com nuvens em azul-claro.

EU APRENDI!

Atividades de compreensão textual, reflexão e análise da língua e da linguagem, além de ampliação da aprendizagem.

Capa de livro. À direita, um homem visto da cintura para cima, de cabelos e barba em castanho, com um par de óculos de grau, camisa de gola branca e colete verde por cima. Ele tem uma bandeira do Brasil sobre o corpo, no ombro esquerdo, passando pela cintura. Ele estende com a mão direita um livro de capa marrom e uma folha branca com texto abaixo. Na parte superior, à esquerda, perto da cabeça dele, uma arma apontada com tubo fino preto. Em segundo plano, folhas verdes de árvore e acima, céu em azul-claro, sem nuvens. Mais à esquerda, nome da coleção, Grandes nomes em graphic novel, título do livro, Triste fim de Policarpo Quaresma, e nome dos autores, Lima Barreto, Edgar Vasques e Flávio Braga.

VAMOS COMPARTILHAR

Fábulas visuais

Planejar e produzir fábulas em agá quê para compartilhar com a comunidade escolar, familiares e amigos.

Respostas e comentários
  • A unidade propõe reflexão, análise e compreensão textual das fábulas estudadas para que possam aprofundar e ampliar o conhecimento dos estudantes. Também são lidas e analisadas as agá quês. Os conhecimentos linguísticos são ampliados com a análise dos termos da oração sujeito e predicado. No estudo do sujeito, são diferenciados os determinados dos indeterminados e são analisadas orações sem sujeito. Os verbos são classificados em significativos e de ligação para que, com base nessa diferença, os estudantes reconheçam o predicativo do sujeito em predicados nominais.
  • Ao final da unidade, os estudantes terão a oportunidade de compartilhar indicações de leitura por meio de vídeos.
  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Para dar início à unidade, solicite aos estudantes que perguntem antecipadamente a seus familiares que fábulas eles conhecem. Durante a aula, promova um momento para que eles compartilhem as histórias que ouviram em suas casas.
  • Esse compartilhamento pode ser feito em pequenos grupos e, em um segundo momento, cada grupo elege uma fábula para ser contada a todos os outros estudantes.
  • Oportunize, ao longo do ano letivo, atividades com os familiares sempre que possível. Esse momento de ligação entre eles poderá despertar nos estudantes a percepção do conhecimento, da experiência e da cultura que a família transmite e a importância dessa ligação.

Competências específicas de Linguagens para o Ensino Fundamental

2. Conhecer e explorar diversas práticas de linguagem (artísticas, corporais e linguísticas) em diferentes campos da atividade humana para continuar aprendendo, ampliar suas possibilidades de participação na vida social e colaborar para a construção de uma sociedade mais justa, democrática e inclusiva.

Competências específicas de Língua Portuguesa para o Ensino Fundamental

  1. Selecionar textos e livros para leitura integral, de acordo com objetivos, interesses e projetos pessoais (estudo, formação pessoal, entretenimento, pesquisa, trabalho ).
  2. Envolver-se em práticas de leitura literária que possibilitem o desenvolvimento do senso estético para fruição, valorizando a literatura e outras manifestações artístico-culturais como fórmas de acesso às dimensões lúdicas, de imaginário e encantamento, reconhecendo o potencial transformador e humanizador da experiência com a literatura.

Temas Contemporâneos Transversais (tê cê tê)

  • Diversidade cultural.
  • Educação ambiental.

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ó dê ésse)

  1. Água potável e saneamento básico.

10. Redução das desigualdades.

EU SEI

As fábulas me ensinam?

Há muito, muito tempo, as fábulas, que são de tradição oral, fazem parte da literatura universal. Segundo registros, elas teriam surgido por volta de 1500 antes de Cristo, mas tiveram seu desenvolvimento na Grécia antiga, sendo Esopo um dos grandes responsáveis por propagá-las.

Como nessa época a liberdade de expressão era limitada, as fábulas, por meio de animais com valores humanos que personificavam características da sociedade daquela época, permitiram aos autores criticar a opressão, os costumes e o governo de fórma indireta e aparentemente inofensiva, sem comprometê-los. Com o tempo, as fábulas foram se modificando e passaram a ter caráter moral e educativo, com ensinamentos sobre a vida, criando analogia com o cotidiano.

Desde o seu surgimento, as fábulas foram propagadas por vários autores, sendo Esopo e La Fontéin os mais famosos. Nas narrativas de Esopo, que foi um escravo grego, o mais fraco sempre vence o mais forte. Cada animal simboliza algum aspecto ou qualidade do ser humano: o leão é relacionado à fôrça, a formiga é relacionada ao trabalho, o coelho é relacionado à agilidade, por exemplo.

No século dezessete, o francês La Fontéin reescreveu fábulas de Esopo, tornando-as mais educativas. Por isso, é considerado um dos mais importantes disseminadores desse gênero.

Nos dias de hoje, vários autores recriam as antigas fábulas, conferindo-lhes novos finais ou significados. Entre os autores brasileiros que deram uma nova roupagem a velhas fábulas, transformando-as em fábulas modernas, temos o humorista Millôr Fernandes.

1. As imagens a seguir são representações de fábulas. Observe-as e, depois, responda às questões.

Ilustração. Em um local aberto, à esquerda, uma planta com caules longos e folhas em verde. Perto dela, uma raposa de pelos laranjas, com o focinho e pescoço em branco, patas e ponta de cauda em preto. Ela olha para a esquerda. Ao fundo, céu em verde e nuvens brancas.
Respostas e comentários

Eu sei

As fábulas me ensinam?

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Leia o texto introdutório com os estudantes. Destaque que as fábulas foram produzidas ao longo do tempo, de acordo com o agir e o pensar das pessoas de determinada época, com relação ao estilo de vida daquela sociedade. Desse modo, elas se transformaram em um “registro histórico” de valores e modos de agir, considerados apropriados para a sociedade não só daquele período, mas também dos dias atuais.
  • Em seguida, promova uma conversa com os estudantes a fim de que eles contem que fábulas já conhecem. Com base nos comentários, pergunte a eles que valores sociais, culturais e humanos estão presentes nas narrativas citadas.

Para ampliar

, Tiago Mendonça. Fábula: um gênero persuasivo. Abralic décimo quarto Congresso Internacional Fluxo e correntes: trânsitos e traduções literárias. 29 de junho a 3 de julho de 2015. Universidade Federal do Pará, Belém. Disponível em: https://oeds.link/7uUv9a. Acesso em: 5 maio 2022.

Habilidades BNCC

ê éfe seis nove éle pê quatro quatro

ê éfe seis nove éle pê quatro nove

ê éfe seis nove éle pê cinco três

ê éfe oito nove éle pê dois sete

  • ORIENTAÇÕES GERAIS
  • A avaliação diagnóstica também ajudará a propor atividades para os estudantes que, por alguma razão, aprendem os conteúdos com mais facilidade ou que terminam as atividades com maior rapidez. Entender como trabalhar com esses estudantes para que eles não se sintam entediados ou pouco desafiados, perdendo a motivação para o aprender, é importante. Por isso, a necessidade de sugerir desafios constantes para motivá-los. Um desses desafios pode ser se tornar o tutor de um grupo de estudantes, ajudar algum colega que ainda não tenha terminado a atividade ou que precise compreender melhor determinado conteúdo. No entanto, isso deve ser gerenciado com cuidado e sensibilidade para não ter efeito nocivo ao levar os estudantes a se sentir superiores ou inferiores uns aos outros, criar competições entre eles, ou estigmatizá-los de alguma fórma. É urgente sair da cultura do certo e errado para que os estudantes compreendam que errar faz parte do processo de ensino e de aprendizagem. Para essa percepção, faça comparações com grandes inventores, escritores, pintores perguntando quanto tempo eles passaram em uma invenção, escrevendo um livro ou pintando uma tela até que chegassem ao resultado final.
  • Proponha aos estudantes estabelecer combinados logo no início do ano letivo, pois são importantes, principalmente em turmas numerosas, para que todos tenham um bom aproveitamento e você possa perceber aqueles estudantes com mais facilidade de compreensão dos conteúdos e aqueles que precisam de explicações adicionais.
  • Trabalhe para desenvolver a empatia e o espírito de cooperação entre os estudantes, garantindo um ambiente harmônico em que todos se sintam valorizados e possam desenvolver as competências que ainda estejam latentes. Valorize as contribuições e, ao complementá-las, faça de fórma a não depreciar as respostas dadas pelos estudantes. Dedique um tempo, no início do ano letivo, para uma conversa que envolva competências socioemocionais e leve-os a se sentir valorizados, ouvidos e corresponsáveis pelo próprio aprendizado.
Ilustração. Em um local aberto com vegetação verde de folhas, arbustos e árvores. Ao centro, um caminho de cor cinza por onde vê-se à frente dele, uma tartaruga caminhando. Ela tem pele verde, casco em verde-escuro, corpo em pé como bípede, de boné sobre a cabeça em laranja, amarelo e vermelho. Ao fundo, próximo ao caminho, encostada em um tronco de árvore em marrom, uma lebre de olhos fechados, de corpo em bege e marrom. No alto, céu branco com nuvens em azul-claro.
Ilustração. Da metade para a esquerda, local com vegetação em verde-claro, um tronco de árvore na horizontal em marrom e à direita, uma árvore pequena de tronco marrom e folhas verdes. Perto, à esquerda, uma raposa de corpo fino em marrom, com lenço vermelho e bolinhas brancas ao redor do pescoço, comendo algo sobre prato azul. À direita, uma ave similar a cegonha de penas brancas e nas pontas em preto, com o bico perto de um prato azul com alimento amarelo. Da metade para a direita, local com rio em azul-claro, onde há a cegonha com o lenço vermelho no pescoço, bico para frente, perto de um vaso bege com objetos circulares dentro. À direita, a raposa perto do mesmo tipo de objeto. Ao fundo, vegetação verde, de caules finos em verde. No alto, céu em azul-claro.
Ilustração. Ícone. Dois balões de falas sobrepostos, o de baixo em rosa e o de cima em branco.
  1. Você reconheceu essas fábulas? Quais são elas?
  2. Você se lembra de outras fábulas? Se sim, qual ou quais?
  3. Conte aos colegas uma dessas fábulas.
  4. Qual é a moral da fábula que você contou?
  5. Converse com os colegas sobre a função dessas fábulas, a moral explícita ou implícita de cada uma delas, se a moral apresentada os convenceu e o que essas fábulas ensinaram a vocês.
Ícone. Três silhuetas de pessoas em branco e rosa e próximo delas, dois balões de fala quadrados, um em rosa e outro branco. Ilustração. Ícone. Dois balões de falas sobrepostos, o de baixo em rosa e o de cima em branco.
  1. Em grupos, pesquisem para descobrir um pouco mais sobre as fábulas, como:
    1. origem e principais autores e suas épocas;
    2. contribuição cultural e valor social das fábulas;
    3. fábulas modernas com uma nova visão de mundo.
Ilustração. Uma tartaruga verde e uma lebre de cor bege-claro, cada uma sobre uma esteira de cor cinza. Ambas estão com o corpo para a esquerda. A lebre olha para a tartaruga à frente, com olhos bem arregalados, ponta da língua vermelha para fora e perto do rosto, três gotas de suor.
  1. Selecionem e organizem as informações para apresentá-las aos outros grupos. Vocês podem usar cartazes, slides, vídeos. Soltem a imaginação!
    1. Que tal selecionar uma fábula e contá-la de fórma dramática, fazendo uma leitura expressiva?
    2. Combinem um dia para as apresentações.
Respostas e comentários

1.a) As imagens relacionam-se com as seguintes fábulas: “A raposa e as uvas”, “A lebre e o coelho” e “O cisne e a raposa”.

1.b) a e) Ver orientações didáticas.

2. Respostas pessoais.

3. Ver orientações didáticas.

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

1. Durante a conversa inicial sobre a fábula que os estudantes conhecem, chame a atenção para a moral (item d). Destaque que esses textos revelam diferentes olhares sobre as sociedades e as culturas e que devem ser analisados considerando os contextos social e histórico de sua produção.

1b a 1e. Valorize todas as contribuições e peça a dois ou três voluntários que contem a fábula para os colegas. Após contarem, analise com eles alguns elementos que caracterizam o gênero textual e trabalhe os questionamentos propostos sobre a moral e os ensinamentos dessas fábulas. Antes de propor o debate em pequenos grupos, converse com os estudantes sobre o respeito com a vez e a opinião do outro. Todos têm o mesmo direito de se expressar. Comente também os turnos de fala e como podemos pedir a vez ou nos dirigir a um colega de fórma respeitosa, sem assaltar o turno. A ética e o respeito devem sempre estar presentes em todas as interações. Assim como queremos ser respeitados, devemos respeitar os outros. Se julgar apropriado, converse sobre até onde vai nossa liberdade, pois o outro também tem liberdade. Como saber se não estamos invadindo o espaço do outro?

  1. Divida a turma em grupos com 3 a 4 estudantes para que façam a pesquisa proposta. É importante que eles se aprofundem no conhecimento de Esopo e de La Fontéin. Para isso, se possível, sugira o uso da internet, supervisionado por um adulto, ou proponha uma visita à biblioteca escolar para seleção dos livros que abordem esses autores.
  2. Oriente os estudantes a realizar uma leitura expressiva, que deve traduzir para a modalidade oral a pontuação e outros recursos visuais próprios da modalidade escrita. Assim, devem ser empregados recursos como entonação, pausas e prolongamentos, além de mudanças no tom e no timbre vocais. Oriente-os também a como elaborar a apresentação motivando-os a usar programas que os ajudarão com o letramento digital. Há vários programas gratuitos para apresentações que podem ser utilizados para obter, por exemplo, slides mestres e compor a apresentação.

EU VOU APRENDER Capítulo 1

Fábulas ainda atuais

As fábulas, escritas em prosa ou em versos, apesar de existirem há mais de 3 mil anos, permanecem atuais por tratarem de assuntos sociais e sentimentos inatosglossário ao ser humano, o que leva o leitor a se identificar com a narrativa simples e curta.

1. Leia a introdução do livro Fábulas de Esopo, adaptado por Guilherme Figueiredo, para conhecer um pouco mais sobre Esopo.

Fábulas de Esopo

Esopo era um escravo que viveu na Grécia há cêrca de três mil anos. Não se sabe muito a respeito de sua vida, até mesmo porque outros fabulistasglossário receberam o seu nome e as histórias de suas vidas se misturaram.

Esopo tornou-se famoso pelas suas pequenas histórias de animais, cada uma com um sentido e um ensinamento, que mostram como proceder com inteligência. Os seus animais falam, cometem erros, são sábios ou tolos, maus ou bons, exatamente como os homens. Sua intenção, em suas fábulas, é mostrar como nós podemos e devemos agir.

Ele nunca escreveu suas histórias. Contava-as para o povo, que, por sua vez, se encarregou de repeti-las. Só duzentos anos depois de sua morte é que elas foram escritas. Suas fábulas, contadas e readaptadas por seus continuadores, como Fedro, La Fontéin e outros, tornaram-se parte de nossa linguagem diária.

Em outros países além da Grécia, em outras épocas, sempre se inventaram fábulas, que permaneceram anônimas. No Brasil, quando dizemos que “macaco velho não mete a mão em cumbuca!”, estamos repetindo o ensinamento de uma fábula. Assim, podemos dizer que, em toda parte, a fábula é um conto de moralidade popular, uma lição de inteligência, de justiça e de sagacidade, trazida até nós pelos nossos Esopos.

Pintura. Um homem visto em pé, de cabelos grisalhos, curtos, com uma vestimenta longa em marrom-escuro, de mangas compridas, calçado com um par de botas longas. Ele segura na mão direita um livro de capa marrom com folhas em bege. Ao fundo, sombra do corpo dele em preto, perto de parede marrom.
"Esopo", Diego Rodríguez de Silva uái Velázquez, Califórnia. 1638. Óleo sobre tela, 179 centímetros x 94 centímetros.

FIGUEIREDO, Guilherme. Fábulas de Esopo. [Adaptado da obra de] Esopo. terceira edição Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2019. página 7.

Respostas e comentários

Eu vou aprender

Fábulas ainda atuais

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Durante a leitura do texto, explore com os estudantes o que era ser escravo na Grécia antiga, quais as limitações e imposições feitas pelo Estado. Leve-os a perceber a sociedade daquela época. Se achar interessante, proponha uma atividade conjunta com o professor de História e de Geografia. Com base na visão do papel de Esopo naquela sociedade, proponha uma discussão sobre as possíveis intenções do autor em usar as fábulas para transmitir ensinamentos, lições de moral e ética e, ao mesmo tempo, criticar de fórma indireta não apenas o comportamento da sociedade como o governo.
  • Pergunte como Esopo conseguia persuadir o leitor de fórma a levá-lo, pelo menos em um primeiro momento, a aceitar a moral ou o ensinamento transmitido na fábula. Como ele conseguiu fazer com que essas fábulas e seus ensinamentos chegassem até nós. Permita que levantem hipóteses sem se preocupar com certo ou errado. Oriente-os durante as exposições e, se achar necessário, proponha uma pesquisa para elaborar uma conclusão coletiva.
  • Após a leitura do texto, pergunte aos estudantes o que acham que o autor quis dizer com “nossos Esopos”. Pergunte: Por que você acha que ele escolheu o pronome “nosso”? Destaque o começo do parágrafo “Em outros países além da Grécia” para introduzir a mudança das fábulas de Esopo para fábulas escritas por outros autores, até chegar aos “nossos Esopos”, como Millôr Fernandes em seu livro Novas fábulas fabulosas. A ideia também é reforçada por “No Brasil”. Explique que, ao empregar “nosso”, o autor do texto cria uma certa intimidade com o leitor, fazendo parte daquele grupo e, ao mesmo tempo, persuadindo-o. Essa análise é importante para que os estudantes sejam preparados para o estudo das modalizações.

Habilidades BNCC

ê éfe zero oito éle pê um seis

ê éfe oito nove éle pê zero seis

ê éfe oito nove éle pê três dois

ê éfe oito nove éle pê três três

  1. Qual é o grande diferencial das histórias contadas por Esopo?
  2. Segundo o texto, a intenção de Esopo com suas fábulas era mostrar como podemos e devemos agir. Você concorda? Por quê?
  3. Por que as fábulas são consideradas de tradição oral, passando de geração em geração?
  4. Segundo o texto, “suas fábulas tornaram-se parte de nossa linguagem diária”. O que o autor quis dizer com isso? Explique.

Você conhece algum ensinamento ou provérbio popular que pode ou poderia ter origem em ensinamentos de fábulas?

6. Como a fábula é definida nesse texto?

Vamos às fábulas?

7. Você já ouviu falar da fábula “A cigarra e a formiga”? Você lembra qual é a mensagem que ela transmite?

Ilustração. Ícone. Dois balões de falas sobrepostos, o de baixo em rosa e o de cima em branco.

8. Leia a fábula e confira sua hipótese sobre o ensinamento que ela contém. Depois, conte se você conhece outra versão dela.

A cigarra e a formiga

A cigarra cantava no verão, enquanto a formiga passava os dias guardando comida para o inverno. Quando o inverno chegou, a cigarra não tinha o que comer e foi procurar a vizinha formiga:

— Formiga, por favor, ajude-me. Não tenho o que comer…

A formiga perguntou:

— O que é que você fazia no verão? Não guardou nada?

— No verão eu cantava… — respondeu a cigarra.

— Ah, cantava? Pois dance, agora.

“Deve-se prever sempre o dia de amanhã.”

Ilustração. Em um local aberto, com solo em marrom. À esquerda, sobre uma espreguiçadeira em azul-claro, uma cigarra amarela, de par de óculos de sol no rosto, tocando um violão em branco. Perto da boca dela, vê-se uma nota musical. À direita dela, uma mesa pequena com copo de suco e um pedaço de limão em cima. À esquerda dela, uma caixa pequena de som em cinza. Mais à direita, perto da cigarra, uma formiga de cor cinza, em pé, carregando nas costas, um alimento oval em marrom-claro. À direita, local com solo marrom e árvore de folhas em verde. No alto, em azul-claro, com a luz à esquerda em branco.

FIGUEIREDO, Guilherme. Fábulas de Esopo. [Adaptado da obra de] Esopo. terceira edição Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2019. página 55.

Respostas e comentários

2. Animais com valores e características humanas como personagens.

3. Respostas pessoais.

4. Porque Esopo, seu criador, não as escrevia, e sim contava para o povo, que se encarregava de repeti-las.

5. Que há ensinamentos que repetimos sem nem nos darmos conta de que fazem parte de uma das fábulas de Esopo.

5.• Resposta pessoal.

6. fábula é um conto de moralidade popular, uma lição de inteligência, de justiça e de sagacidade, trazida até nós pelos nossos Esopos.”

7. Respostas pessoais.

8. Resposta pessoal.

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  • Durante as atividades, relacione os ensinamentos das fábulas com os provérbios. Por exemplo, a moral da fábula “A raposa e a cegonha” corresponde ao provérbio “não faça aos outros o que não gostaria que lhe fizessem”.
  1. Pergunte aos estudantes qual é, na opinião deles, o objetivo da leitura desse texto. Ouça as respostas e complemente-as, se necessário. Leve-os a perceber que toda leitura tem um objetivo: por fruição, para fazer uma atividade escolar, para se informar, para estudar Nesse caso, além de lerem para fazer as atividades, eles também podem se divertir com a leitura, só depende de como eles percebem o que é aprender. Converse sobre aprender se divertindo e a importância de aprendermos sempre, se houver oportunidade. Peça aos estudantes que façam primeiro uma leitura silenciosa. Motive-os a desenvolver estratégias de leitura que os levarão à compreensão leitora como levantar hipóteses na pré-leitura e fazer inferências, por exemplo. Depois, proponha uma leitura mais expressiva, observando a empostação, o tom e a melodia da voz, além do discurso direto. Nessa leitura, pode haver, por exemplo, três voluntários: narrador, as duas personagens e, na leitura da moral, os três leem em uníssono.
  • Aborde também os elementos não verbais disponíveis nesta página. Convide os estudantes a observar as características das duas personagens, destacando suas expressões faciais, suas atitudes, possibilitando que opinem sobre o que veem. Pergunte aos estudantes: Vocês acham que a imagem colabora para um entendimento mais amplo sobre o texto? Por quê?
  • ATIVIDADES COMPLEMENTARES
  • Se perceber dificuldades, proponha atividades adicionais para reforçar o conteúdo estudado, conforme exemplo: A conjunção “enquanto” introduz outra oração, dando a ideia de tempo, modo, duração ou intensidade? (Ideia de tempo.)

COMPREENSÃO TEXTUAL

Responda às questões no caderno.

Ilustração. Ícone. Duas silhuetas de pessoas em branco e rosa e próximo delas, um balão de fala quadrado. Ilustração. Ícone. Dois balões de falas sobrepostos, o de baixo em rosa e o de cima em branco.
  1. O que vocês acharam dessa fábula? Por quê?
  2. Vocês concordam com a moral do final? Por quê?

Vocês colocariam outra moral no final? Se sim, qual?

  1. Vocês acham que toda ação gera uma consequência, seja ela boa, seja ruim? Expliquem com base no texto.
  2. Qual é a ideia principal dessa fábula? Relacione-a a um destes ditados populares e escreva a alternativa adequada no caderno.
    1. Plantamos o que colhemos.
    2. Quem tudo quer tudo perde.
  3. No texto, como são caracterizadas a cigarra e a formiga?
  4. Releia este trecho para responder às questões.

A cigarra cantava no verão, enquanto a formiga passava os dias guardando comida para o inverno. Quando o inverno chegou, a cigarra não tinha o que comer

  1. Quais são os marcadores temporais presentes nesse trecho?
  2. Em que tempo e modo estão os verbos utilizados? O que eles indicam ao leitor?
  1. Como começa a fábula?
  2. Há um conflito na narrativa? Qual?
  3. Qual foi a solução encontrada pela cigarra para seu problema de falta de alimento? Como isso é marcado na fábula?
  4. Qual foi o desfecho da fábula? Como o leitor identifica isso?
  5. A fábula foi escrita em prosa ou verso? Como você identificou isso?
  6. Por ser estruturada como um texto narrativo, quais elementos da narrativa a fábula apresenta?
  7. Como é a narrativa da fábula lida?
  8. O que distingue os personagens da fábula de personagens de outras narrativas?

A moral é uma das características das fábulas, mas nem sempre é explícita. Em alguns casos, o autor deixa para o leitor inferir.

Respostas e comentários

1. Respostas pessoais.

2. Respostas pessoais.

2.• Respostas pessoais.

3. Resposta possível: Sim, pois a ação da cigarra de escolher cantar em vez de se precaver para o inverno fez com que ela ficasse sem alimentos para esse período. Por outro lado, a formiga pôde aproveitar a fartura de alimentos proveniente de sua ação de juntá-los durante o verão.

4. Resposta: Alternativa a).

5. Resposta possível: A cigarra pode ser vista como preguiçosa e imprudente, que só pensa no dia de hoje e quer aproveitar a vida. Já a formiga, como trabalhadora e prudente.

6.a) “No verão”, “enquanto”, “passava os dias”, “quando”, “inverno”.

6.b) Cantava, passava e tinha estão no pretérito imperfeito do indicativo, dando a ideia de ações não concluídas, que ainda estão ocorrendo. Chegou está no pretérito perfeito do indicativo, passando a ideia de que a estação já havia mudado, não dava mais tempo de consertar a situação da cigarra.

7. Com a cigarra cantando e a formiga trabalhando durante o verão.

8. Sim, a cigarra fica sem comida no inverno.

9. A solução foi pedir ajuda à formiga.

• Isso foi marcado pelo diálogo entre os personagens, utilizando o recurso linguístico do discurso direto.

10. A recusa da formiga em ajudar, presente na fala: “Ah, cantava? Pois dance, agora!”.

11. Sugestão de resposta: A fábula foi escrita em prosa, ou seja, o texto é escrito de fórma corrida, organizado em parágrafos e com linguagem denotativa, sem função poética.

12. Narrador, personagens, espaço, tempo e enredo.

13. É uma narrativa curta, escrita em prosa, com linguagem simples.

14. Eles possuem características humanas, como a fala.

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  • Ao longo do desenvolvimento das atividades propostas, mostre aos estudantes que as fábulas apresentam a estrutura de textos narrativos. Da atividade 7 a 10 são explorados estes elementos, respectivamente: a situação inicial; o conflito; o clímax; e o desfecho.

11 a 13. Estas atividades tratam das características e estrutura da fábula. Comente que, além da estrutura de texto narrativo, as fábulas apresentam outros elementos das narrativas: narrador, personagens, espaço e tempo.

  1. Se achar que é o momento, explique aos estudantes que há textos em prosa poética (textos em prosa que se aproximam da poesia, sendo o olhar lírico o norteador dessa construção, no qual são empregados recursos poéticos mantendo a estrutura poética) e poema em prosa (são poemas em que não se utiliza a quebra em verso, mas têm a função poética). Relembre com eles o que é linguagem denotativa (emprego das palavras e expressões com o sentido real ou literal) e conotativa (emprego das palavras e expressões com o sentido subjetivo, figurado).
  2. Pergunte aos estudantes: Por que esse texto é considerado narrativo? O que o difere de outros, como o descritivo? Esta é uma oportunidade de trabalhar com os estudantes a tipologia textual. Veja indicação de leitura em Para ampliar.

14. Destaque que uma das características que diferenciam as fábulas dos demais textos narrativos é a presença de animais como personagens, mas com características humanas.

15. • Devem ser apontadas estas semelhanças: Estrutura: início, desenvolvimento (com conflito) e fim. Ideia principal: nas duas fábulas, a ideia é a mesma: as formigas trabalham enquanto a cigarra canta e, no inverno, as formigas têm alimentos e a cigarra passa necessidade. O desfecho é o mesmo. O espaço não é determinado, fica a cargo do leitor imaginá-lo. O tempo é marcado de fórma geral: sabe-se que começou no verão e terminou no inverno. As duas fábulas são escritas em prosa. As duas narrativas são curtas e simples. A moral é a mesma, contudo as palavras escolhidas pelos autores são diferentes. As diferenças são: No título, “formiga” está no singular na primeira fábula, mas está no plural na segunda. No segundo texto, está claro que se trata de mais de uma formiga. Já no primeiro, é ativado o conhecimento de mundo e fazemos a relação com o formigueiro e a quantidade de formigas nele. Tempo da história: na segunda fábula, a história começa já no inverno. Na primeira, a história começa no verão, mostrando o que os personagens fizeram, até chegar ao inverno.

Para ampliar

ARANTES, M. B. A argumentação nos gêneros fábula, parábola e apólogo. 2006. 170 folhas Dissertação (Mestrado em Linguística) – /Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2006.

TRAVAGLIA, L. C. Composição tipológica de textos como atividade de formulação textual. In: Revista do GELNE, volume 4, número 1/2. Fortaleza: Grupo de Estudos Linguísticos do Nordeste / Universidade Federal do Ceará, 2002. p 32-37.

TRAVAGLIA, L. C. Tipos, gêneros e subtipos textuais e o ensino de língua materna. In: BASTOS, N. M. O. B. (Organização.). Língua Portuguesa: uma visão em mosaico. São Paulo: /Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2002. página 201-214.

Habilidades BNCC

ê éfe zero oito éle pê um cinco

ê éfe zero oito éle pê um seis

ê éfe seis nove éle pê um dois

ê éfe seis nove éle pê quatro quatro

ê éfe seis nove éle pê quatro cinco

ê éfe seis nove éle pê quatro sete

ê éfe seis nove éle pê cinco três

ê éfe seis nove éle pê cinco quatro

ê éfe oito nove éle pê três dois

ê éfe oito nove éle pê três três

Outras versões

15. Leia outra versão da mesma fábula.

A cigarra e as formigas

Durante um lindo dia de inverno, as formigas estavam secando os grãos que tinham coletado durante o verão. Uma cigarra faminta parou e lhes pediu algo para comer. As formigas perguntaram então: “Por que você não armazenou comida durante o verão para enfrentar os meses de dificuldade que estão chegando?” A cigarra respondeu: “Não tive tempo, eu estava muito ocupada cantando”. Ao ouvir isso, as formigas disseram: “Você cantou durante todo o verão? Pois agora dance!”.

É melhor estar preparado para os dias de necessidade.

PUDENZI, Luciana; CAMPANÁRIO, Nicolás (Organização.). Fábulas de Esopo ilustradas. São Paulo: PanaPaná, 2017. página 158.

Ilustração. Ícone. Duas silhuetas de pessoas em branco e rosa e próximo delas, um balão de fala quadrado.

Com um colega, façam a comparação dessas fábulas. Indiquem as semelhanças e as diferenças.

Capa e contracapa

16. Analise a capa e a contracapa do livro Fábulas de Esopo.

Capa de livro. Na parte inferior, uma raposa vista das orelhas para cima, com a cabeça para a esquerda, focinho fino, com a ponta da língua em vermelho para fora. Ao centro, o texto: Fábulas de Esopo, adaptação de Guilherme Figueiredo, ilustrações de Alexandre Camanho. Mais acima, cachos de uvas roxas entre caules e folhas verdes.
Contracapa. Um lobo de pelos castanhos, com boina redonda sobre a cabeça, olhando para a direita e texto. Fundo em grafismos preto e branco. Uma seta aponta para um quadro com o texto a seguir: Você sabe o que é uma fábula? São pequenas histórias que terminam com um breve ensinamento e em geral são representadas por animais que pensam como gente!! As 67 histórias presentes aqui foram narradas por Esopo, um dos maiores contadores de fábulas de todos os tempos, que viveu há mais de três mil anos na Grécia. Ele encanta crianças e adultos desde aquela época! Que tal virar estas páginas e conhecer o incrível universo das fábulas de Esopo?

a. Quais informações elas nos trazem?

Ilustração. Ícone. Dois balões de falas sobrepostos, o de baixo em rosa e o de cima em branco.

b. Ao observar a capa e a contracapa, você ficou com vontade de ler o livro? Por quê? Comente com os colegas e o professor.

Respostas e comentários

15.• Resposta pessoal. Ver orientações didáticas.

16.a) A capa traz os nomes da obra, do autor, do adaptador do texto, do ilustrador e da editora. A ilustração representa uma das fábulas, “A raposa e as uvas”. Na contracapa, ou quarta capa, há outra ilustração; aparece novamente o nome da editora, o código de barras e as informações sobre o conteúdo do livro.

16.b) Respostas pessoais.

  1. Convide os estudantes a realizar uma leitura completa dos elementos textuais (verbal e não verbal) presentes na capa e contracapa. Pergunte a eles se sabem para que serve o texto de contracapa. Se necessário, complemente as respostas dizendo que geralmente esses textos apresentam a sinopse do livro.
  • ATIVIDADES COMPLEMENTARES
  • Peça aos estudantes para analisar a fábula da atividade 15 de acordo com o roteiro: Contexto de produção e circulação: autor, público-alvo, objetivo, local de circulação, época. / Aspecto composicional: foco narrativo; enredo (introdução, desenvolvimento, final, moral); elementos da narrativa (narrador, personagens, tempo, espaço, discurso direto/indireto). Contexto de produção e circulação: Versão adaptada por Luciana Pudenzi e Nicolás Campanário de uma fábula de Esopo; o público-alvo são crianças, jovens e adultos; tem como objetivo levar as pessoas a refletir sobre o comportamento humano; foi publicada em livro impresso; a época de circulação é o século vinte e um./Aspecto composicional: Foco narrativo: 3ª pessoa. Enredo: introdução (em um dia de inverno, as formigas secavam os grãos coletados no verão); desenvolvimento (a cigarra interrompe a tarefa das formigas para pedir comida); as formigas questionam por que ela não estocou comida para o inverno; a cigarra explica que não teve tempo porque passou o tempo todo cantando; desfecho (as formigas dizem para a cigarra então dançar); moral: “É melhor estar preparado para os dias de necessidade”. Elementos da narrativa: narrador-observador; personagens: formigas e cigarra; tempo: linear-cronológico; espaço: formigueiro; há discurso direto e indireto.
  • Proposta de atividade em dupla: Como seria essa fábula se fosse escrita pela primeira vez agora, no século vinte e um? Sejam criativos e elaborem a narrativa, por exemplo, pelo olhar de um dos personagens, incluam personagens, mudem o cenário. Observem a estrutura e as características da fábula durante o planejamento e a elaboração do texto. Leiam a versão de vocês para os colegas e conversem sobre a experiência de autoria.

LÍNGUA E LINGUAGEM

Termos da oração: sujeito e predicado verbal

Responda às questões no caderno.

Ilustração. Ícone. Duas silhuetas de pessoas em branco e rosa e próximo delas, um balão de fala quadrado.

1. Releiam estes trechos das fábulas trabalhadas.

A cigarra cantava no verão enquanto a formiga passava os dias guardando comida para o inverno. Quando o inverno chegou, a cigarra não tinha o que comer e foi procurar a vizinha formiga

Durante um lindo dia de inverno, as formigas estavam secando os grãos que tinham coletado durante o verão. Uma cigarra faminta parou e lhes pediu algo para comer. As formigas perguntaram então: “Por que você não armazenou comida durante o verão para enfrentar os meses de dificuldade que estão chegando?”.

  1. Os verbos e locuções verbais destacados se referem a que termos das orações?
  2. Por que alguns desses verbos e locuções verbais estão no plural e outros, no singular?
  3. Esses verbos e locuções verbais têm conteúdo semântico, ou seja, têm significado próprio ou apenas ligam o sujeito a uma característica?
  4. Considerando o gênero fábula, por que verbos como esses predominam nos trechos?
Versão adaptada acessível

Atividade 1, itens a até d.

  1. Os verbos “cantava”, “passava”, “chegou”, “tinha”, “parou”, “pediu”, “perguntaram”, “armazenou” e as locuções verbais “foi procurar”, “estavam secando”, “tinham coletado”, “estão chegando” se referem a que termos das orações?
  2. Por que alguns desses verbos e locuções verbais estão no plural e outros, no singular?
  3. Esses verbos e locuções verbais têm conteúdo semântico, ou seja, têm significado próprio ou apenas ligam o sujeito a uma característica?
  4. Considerando o gênero fábula, por que verbos como esses predominam nos trechos?

As orações se estruturam em torno de unidades sintáticas, também conhecidas como termos da oração. Os principais são o sujeito, que é o termo com o qual o verbo concorda em pessoa e em número, e o predicado, termo que traz uma declaração sobre o sujeito e que sempre apresenta verbo.

Dependendo da fórma como o sujeito se estrutura em uma oração, ele recebe diferentes classificações. De modo geral, há duas principais categorias: a dos sujeitos determinados, que são aqueles que podem ser identificados por palavras ou pelo contexto, e a dos sujeitos indeterminados, que não podem ser identificados nem por palavras nem pelo contexto, como vemos na tirinha a seguir.

Respostas e comentários

1.a) Cantava: a cigarra; passava: a formiga; chegou: o inverno; tinha: a cigarra; foi procurar: a cigarra. Estavam secando: as formigas; tinham coletado: as formigas; parou: uma cigarra faminta; pediu: uma cigarra faminta; perguntaram: as formigas; armazenou: você; estão chegando: os meses de dificuldade.

1.b) Porque concordam com o sujeito a que se referem.

1.c) Todos têm conteúdo semântico. São verbos significativos.

1.d) Porque se relacionam às ações realizadas pelos personagens. São de relevante importância para a compreensão da fábula, cuja moral geralmente se liga a essas ações.

Língua e linguagem

Termos da oração: sujeito e predicado verbal

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Antes de iniciar o estudo do sujeito e do predicado verbal, pode-se relembrar o que é verbo e o que é locução verbal. Para isso, escreva na lousa algumas orações com verbos e com locuções verbais e peça aos estudantes que identifiquem que palavras indicam ação. Retome que uma das funções dos verbos é indicar a ação realizada por um sujeito.
  • Estas páginas permitem trabalhar o Tema Contemporâneo Transversal Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras.
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  1. O intuito é levar o estudante a reconhecer os termos da oração: sujeito e predicado. um á e 1b. Destaque que os verbos e as locuções sempre devem concordar com o sujeito a que se referem.1c. É importante ressaltar que os verbos destacados são significativos, ou seja, indicam uma ação. 1d. Proponha uma reflexão sobre o uso dos verbos de ação nas fábulas. Peça aos estudantes que, primeiro, identifiquem os verbos constantes no texto, copiando-os no caderno, para depois refletir sobre a importância dessas palavras para o texto e sobre a relação desses verbos com a moral da história.
  2. Solicite uma leitura interpretativa da tirinha, sobre a qual os estudantes devem tratar da lição transmitida no texto. Caso perceba dificuldades na compreensão, proponha que se reúnam em duplas ou trios para promover a troca de ideias. Chame a atenção deles para os elementos não verbais, que mostram a felicidade dos personagens, livres de produtos materiais caros.

Na leitura do boxe-conceito, relembre que os sujeitos determinados se classificam em: sujeito simples, que apresenta um único núcleo; sujeito composto, que apresenta mais de um núcleo; e sujeito elíptico, identificado pelo contexto e pela desinência do verbo.

Habilidades BNCC

ê éfe zero oito éle pê zero seis

ê éfe zero oito éle pê zero nove

ê éfe zero oito éle pê um cinco

2. Leia a tirinha.

Tirinha. Composta por três quadros. Apresenta como personagens: Armandinho, menino de cabelos e calça em azul, de blusa em laranja. Um sapinho de cor verde, olhos e bocas em preto. Amigo de Armandinho, de cabelos castanhos, de blusa de mangas compridas em verde, calça em cinza. Uma menina de cabelos com duas tranças, par de óculos de grau, cabelos pretos, de blusa em bege e calça cinza. Outra menina de cabelos pretos, com presilha em flor de pétalas em amarelo, blusa branca e calça azul. Q1 – À esquerda, amiga de Armandinho de cabelos pretos e tranças, diz: LIGAM 'FELICIDADE' AO 'CONSUMO'... SÓ PROPAGANDA! Ela segura nas mãos um prato de cor cinza e de frente para ela, Armandinho com o corpo para a esquerda. Q2 – A menina de tranças, diz: QUEREM QUE A GENTE CONSUMA... MAS NÃO QUE SEJA FELIZ! À esquerda, o amigo de Armandinho, de cabelos castanhos, com arame fino com o formato em arco na parte superior. À direita, a amiga de presilha amarela. Entre os dois está o sapinho. Q3 – À esquerda, a menina de tranças, Armandinho e o amigo de cabelos castanhos. Este está com o arame fazendo uma bolhas de sabão em azul-claro. A menina de tranças diz: PESSOAS FELIZES CONSOMEM MENOS! À direita, sapinho com o corpo para cima, patas dianteiras para cima, saltando para pegar as bolhas de sabão e a menina de presilha amarela, com o corpo para a esquerda.

BECK, Alexandre. Armandinho, [], 25 maio 2017. Facebook. Disponível em: https://oeds.link/mNAIJ3. Acesso em: 19 abril. 2022.

  1. Que lição a tirinha pretende transmitir?
  2. Nos dois primeiros quadrinhos, há verbos na terceira pessoa do plural. Quais são eles?
  3. Com qual intenção os personagens teriam usado o verbo dessa fórma?
  4. A que sujeitos esses dois verbos se relacionam?

3. Compare estas duas manchetes para responder às questões.

Choveu muito, em Foz. Mas sem trazer o “grande perigo” previsto

BENETTA, Claudio D. Choveu muito, em Foz. Mas sem trazer o “grande perigo” previsto. agá doisFoz, Foz do Iguaçu, 25 março 2022. Disponível em: https://oeds.link/EpqO9q. Acesso em: 27 abril. 2022.

Chuvas leves ocorrerão em todo o Estado nos próximos dias

CHUVAS leves ocorrerão em todo o Estado nos próximos dias. Só Sergipe, 19 abril. 2022. Disponível em: https://oeds.link/8VDVyw. Acesso em: 19 abril. 2022.

  1. Com relação ao tempo, como as manchetes situam o leitor sobre o conteúdo a ser lido? Que verbos são usados para isso e em que tempo?
  2. Na primeira manchete, há uma oração sem sujeito. Por quê?
  3. Por que o verbo da segunda oração está no plural?

4. Leia estas orações.

Número um.

Chove há muitos dias no interior do estado.

Número dois.

Choveram elogios à palestra do cientista.

Há sujeito nessas orações? Por quê?

Respostas e comentários

2.a) Que a felicidade não depende daquilo que temos e que, quanto mais felizes estamos, menos precisamos de coisas materiais.

2.b) “Ligam” e “querem”.

2.c) Para generalizar, não determinar quem são essas pessoas que ligam ou querem, embora os personagens deixem transparecer que se trata de uma prática comum nas propagandas.

2.d) Nesse caso, não há um sujeito explícito. Pelo contexto, não conseguimos saber quem são essas pessoas. Portanto, são sujeitos indeterminados.

3.a) A primeira notícia apresenta um fato que aconteceu. A segunda, que vai acontecer. Os verbos utilizados são “choveu” (pretérito perfeito do indicativo) e “ocorrerão” (futuro do presente do indicativo).

3.b) Porque o foco da oração é o fato em si. O verbo chover indica fenômeno meteorológico e não pode ser atribuído a nenhum sujeito.

3.c) Porque concorda com o sujeito “chuvas”.

4. Na primeira oração, não há sujeito, pois o verbo indica fenômeno da natureza. Já na segunda, o sujeito é elogios, pois o verbo foi usado no sentido figurado.

2b a 2d. Envolvem a identificação de verbos e a relação deles com os sujeitos. Reforce a intenção da escolha desses verbos, que pistas eles dão ao leitor para ajudá-lo na construção dos sentidos, e dê outros exemplos.

3. Enfatize que há diferença entre o substantivo “chuva” e o verbo “chover”. No caso, quando empregado no sentido de fenômeno meteorológico, o verbo chover não admite sujeito. O foco é sempre a ação em si. O mesmo acontece com os demais verbos da categoria. Já no caso do substantivo ligado ao verbo, ele pode exercer a função de sujeito, como os demais substantivos.

Para observar e avaliar

As atividades 2 e 4 oferecem uma boa oportunidade para observar o entendimento dos estudantes acerca das funções dos verbos e dos sujeitos nas orações. Caso perceba dificuldades, proponha mais atividades para casa, peça que realizem pesquisas complementares na internet ou em livros e retome o assunto na aula seguinte para o compartilhamento dos resultados das pesquisas.

5. Leia esta breve fábula de Esopo.

O cão e a concha

Um cão que tinha o hábito de comer ovos viu uma concha. Abriu a boca e, não sem esforço, a engoliu. Sentindo então a barriga pesada e doendo, disse: “Isto me ensinou a não achar que tudo o que é redondo é ovo”.

Reflita antes de agir a fim de não se ferir com estranhos espinhos.

Ilustração. Um cão de pelos marrons na vertical, em pé, com a cabeça para a esquerda. Ele está com a pata perto de um objeto redondo em rosa. Na ponta da direita, um par de chinelos em rosa, uma estrela em bege, par de óculos de sol e folhas em verde-escuro. Em segundo plano, dois retângulos na vertical em azul e amarelo.

ESOPO. O cão e a concha. In: Fábulas de Esopo. Tradução de Antônio Carlos Vianna. Porto Alegre: L&PM, 1997. página 21. (Coleção L&PM Pocket, 68).

  1. Que ensinamento podemos extrair dessa fábula?
  2. Considerando a atitude do cão, que se deixou levar pela aparência da concha, poderíamos reescrever a moral dessa fábula utilizando um ditado popular que fala sobre isso. Qual seria esse ditado? Escreva no caderno.

Quem não tem cão caça com gato.

Nem tudo que reluz é ouro.

Um dia é da caça, outro, do caçador.

  1. O primeiro verbo destacado na fábula se liga a um sujeito que está expresso na oração. Qual é esse sujeito? A que classe gramatical pertence o núcleo desse sujeito?
  2. Nas demais orações, os verbos destacados remetem a um sujeito que não está diretamente expresso. Qual é esse sujeito? Como conseguimos identificá-lo?
  3. Por que, nessas orações, o sujeito não foi expresso diretamente?
  4. Do ponto de vista semântico, os verbos destacados têm significado próprio ou apenas ligam o sujeito a uma característica?
Versão adaptada acessível

Atividade 5, itens c até f.

  1. O verbo “tinha” que aparece na fábula se liga a um sujeito que está expresso na oração. Qual é esse sujeito? A que classe gramatical pertence o núcleo desse sujeito?
  2. Nas demais orações, os verbos “viu”, “abriu” e “disse” remetem a um sujeito que não está diretamente expresso. Qual é esse sujeito? Como conseguimos identificá-lo?
  3. Por que, nessas orações, o sujeito não foi expresso diretamente?
  4. Do ponto de vista semântico, esses verbos têm significado próprio ou apenas ligam o sujeito a uma característica?

Ao analisarmos o predicado, sabemos que é muito importante perceber o tipo de verbo presente na oração. Quanto ao significado, os verbos se dividem em dois grupos: o dos verbos de ligação e o dos verbos significativos.

Respostas e comentários

5.a) Considerando a moral, que devemos agir com prudência.

5.b) Nem tudo que reluz é ouro.

5.c) O sujeito é “Um cão”. Pertence à classe dos substantivos (cão).

5.d) O sujeito é o mesmo: “Um cão”. Conseguimos identificá-lo pelo contexto. Todos os verbos remetem às ações realizadas pelo cão, que é o único referencial existente, com quem concordam esses verbos.

5.e) Para evitar a repetição desnecessária do sujeito “um cão”, o que é facilmente recuperado pelo contexto.

5.f) Têm significado próprio. Expressam ações realizadas pelo sujeito.

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

5a. É possível aceitar como respostas que se deve analisar bem uma situação antes de tomar alguma decisão, que se deve pensar antes de agir e outras variações com esses mesmos sentidos.

5d e 5e. Mencione que essa é uma ótima estratégia para evitar a repetição desnecessária de palavras nos textos e, assim, melhorar a coesão.

  • Após a leitura do boxe-conceito, escreva duas orações na lousa, uma com verbo de ligação e outra com verbo significativo. Por exemplo: “A concha era redonda” e “O cão comeu a concha”. Mostre que, no primeiro caso, o verbo tem a função de ligar o sujeito “concha” a uma característica “redonda”. Já no segundo exemplo, o verbo indica uma ação realizada pelo sujeito “cão”.
  • Complemente o conteúdo do boxe-conceito com estas informações:

Os verbos de ligação são aqueles que não apresentam um conteúdo semântico específico. Já os verbos significativos são aqueles que, por si sós, apresentam uma informação, ou seja, têm um conteúdo semântico.

6. Comente o que está implícito na fala do Recruta Zero ao fazer a proposta de como retornar ao quartel.

Habilidades BNCC

ê éfe zero oito éle pê zero seis

ê éfe zero oito éle pê zero nove

ê éfe zero oito éle pê um cinco

6. Leia a tirinha.

Tirinha. Tirinha composta por dois quadros. Apresenta como personagens, Recruta Zero, homem  de chapéu redondo e farda verde de camisa, calça e par de botas em marrom. Amigo de Recruta Zero. Outro homem de cabelos pretos, com o mesmo tipo de farda e chapéu. Ambos com mochila em marrom sobre as costas. Um senhor de barbicha branca, chapéu marrom. As cenas se passam em local aberto com grama verde perto de um cercado de madeira. Q1 – À frente, antes do cercado, Recruta Zero, com o corpo para a direita pergunta: COMO SE CHEGA AO ACAMPAMENTO? Perto dele, o amigo de farda de cabelos pretos, olhando para frente. Atrás do cercado, o senhor de chapéu marrom, segurando na mão esquerda, um rastelo de jardim, responde: QUEREM O ATALHO OU O CAMINHO LONGO? Em segundo plano, à esquerda, vista parcial de uma casa em bege-claro e telhado marrom, acima, céu em azul-claro. Q2 – Foco nos três homens, vistos dos ombros para cima. Recruta Zero com a cabeça para a esquerda, olhando o amigo, o pergunta: VAMOS VOLTAR OU VAMOS NOS PERDER?

uólquer mórtchi. Recruta Zero. O Estado de São Paulo, São Paulo, 15 abril. 2022. Cultura.

  1. Por que, no segundo quadrinho, o Recruta Zero teria feito essa pergunta ao colega?
  2. Quanto ao significado, como se classificam os verbos presentes na tirinha?
  3. Os verbos presentes no primeiro quadrinho têm sentido completo ou precisam de algum complemento?
  4. Os verbos do último quadrinho estão registrados na fórma composta. No caderno, reescreva a fala do Recruta Zero utilizando esses mesmos verbos na fórma simples.
  5. Esses verbos têm sentido completo ou precisam de algum complemento?

7. Observe este cartaz.

Cartaz. Cartaz vertical. Fundo em amarelo e traços finos em amarelo-escuro e à esquerda, vista parcial de telefone celular, onde está escrito: CARTEIRA DIGITAL DE TRÂNSITO. Mais abaixo, um celular e um documento retangular. Texto: VAI VIAJAR DE CARRO? LEMBRE-SE DE BAIXAR A CARTEIRA DIGITAL DE TRÂNSITO (CDT) e inserir o Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV) e a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) Na parte inferior, logotipos.

BRASIL. Ministério da Infraestrutura. Campanha Carteira Digital de Trânsito. Brasília, Distrito Federal, 2021.

  1. Com qual objetivo o cartaz foi produzido?
  2. Qual é o sujeito das fórmas verbais “vai viajar” e “lembre-se”? A quem se refere?
  3. Quanto ao significado, como se classificam essas fórmas?
  4. Quanto à transitividade, como se classifica a locução verbal “vai viajar?” Por quê?
  5. Como se classifica o predicado das três orações que compõem o cartaz?
Respostas e comentários

6.a) Porque, dependendo da resposta do colega, ele escolheria o atalho ou o caminho mais longo. No caso, o atalho seria para voltarem; o caminho mais longo, para se perderem e demorarem mais para regressar ao quartel.

6.b) Todos são verbos significativos.

6.c) Precisam de complemento. No caso de “chegar”, chega-se a algum lugar; no caso de “querer”, quer-se algo. Ou seja: chegar ao acampamento, querer o atalho ou o caminho mais longo.

6.d) Voltaremos ou nos perderemos?

6.e) Têm sentido completo.

7.a) Incentivar os motoristas a utilizar a carteira digital de trânsito.

7.b) O sujeito é “você”. Refere-se ao leitor, à pessoa que está vendo o cartaz.

7.c) Ambas são verbos significativos.

7.d) Trata-se de um verbo intransitivo porque, nesse caso, tem sentido completo e não precisa de complemento.

7.e) Predicado verbal.

6c. Por tradição, os verbos “chegar”, “ir”, “morar”, entre outros, são classificados como intransitivos, pois o complemento é feito com adjunto adverbial, e não com objeto. Entretanto, há gramáticos, como Rocha Lima, que defendem que esses verbos são “transitivos circunstanciais”. Na tirinha em questão, não faria sentido se o Recruta Zero perguntasse: “Como se chega?”, sem ter feito nenhuma referência ao lugar anteriormente. Vale ressaltar que a transitividade verbal será trabalhada de modo mais detalhado na unidade em que tratamos dos complementos verbais. Por isso, interessa-nos, neste momento, apenas que os estudantes percebam essa necessidade de complemento, independentemente de classificação do verbo.

Os verbos significativos podem ou não apresentar sentido completo. Quando apresentam sentido completo, não precisam de nenhum complemento e são chamados de intransitivos. Quando não apresentam sentido completo, precisam de complemento e são chamados de transitivos. Quando a informação do predicado se concentra em um verbo significativo, temos um predicado verbal.

7. Aproveite para analisar o contexto de produção e circulação do cartaz, bem como a função social. Chame a atenção para os elementos verbais e não verbais que compõem o cartaz e a diagramação, que ajudam a chamar a atenção do leitor para os textos principais e secundários. Para esta atividade, sugira a organização dos estudantes em trios, de modo que se reúnam aqueles que apresentam mais entendimento e menos entendimento sobre o assunto para que possam se apoiar na realização das atividades.

Para ampliar

LIMA, Rocha. Gramática normativa da língua portuguesa. quinquagésima terceira edição. Rio de Janeiro: José Olympio, 2017. página 416-421.

ORTOGRAFIA

Formação de palavras: composição por aglutinação e justaposição — uso do hífen

Responda às questões no caderno.

1. Leia este trecho de notícia.

Sol ganha ‘auréola’ de arco-íris em Recife; conheça o fenômeno natural

reticências

Os moradores de Recife, capital de Pernambuco, notaram algo diferente no céu, na manhã desta quinta-feira ()

Conforme o meteorologista Ruibran Dos Reis, o Halo Solar (auréola solar, em português) é um fenômeno óptico que acontece em razão da refração dos raios solares nas partículas de água cristalizadas que estão na nuvem cirrus. Assim, como o efeito de um prisma, o formato circular e as cores aparecem.

Fotografia. Vista do alto de um céu em azul-escuro. Um círculo em azul com contorno em preto. Ao centro, um sol irradiante e abaixo, nuvens brancas.
O fenômeno da auréola solar.

LELLES, Ana Raquel. Sol ganha ‘auréola’ de arco-íris em Recife; conheça o fenômeno natural. Estado de Minas, Belo Horizonte, 13 janeiro. 2022. Disponível em: https://oeds.link/FyX6Bp. Acesso em: 20 abril. 2022.

  1. Você já viu esse fenômeno em sua cidade?
  2. De acordo com o texto, como a auréola solar se fórma?
  3. O que as palavras “arco-íris” e “quinta-feira” têm em comum?

2. Agora leia este trecho de outra notícia.

Intensa tempestade solar aconteceu neste fim de semana

Uma grande explosão solar aconteceu neste último sábado (16). Durante a atividade, quantidades significativas de energia foram lançadas em fórma de radiação, produzindo uma ejeção de massa coronal () poucos minutos depois.

TORRES, . Intensa tempestade solar aconteceu neste fim de semana. Canaltech, 18 abril. 2022. Disponível em: https://oeds.link/L4PSWx. Acesso em: 19 abril. 2022.

Respostas e comentários

1.a) Resposta pessoal.

2.b) fórma-se pela refração dos raios solares nas partículas de água que se encontram nas nuvens cirrus.

1.c) São palavras compostas e apresentam hífen.

Ortografia

Formação de palavras: composição por aglutinação e justaposição – uso do hífen

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

1. A primeira parte pode ser feita como um momento exploratório, de pré-leitura. Peça aos estudantes que reflitam sobre o título e imaginem sobre o que o texto vai tratar. Convide algum voluntário para ler o texto em voz alta. Durante a leitura, chame a atenção para as pistas linguísticas deixadas pelo autor, como “assim”; a oração intercalada explícita pelo uso de parênteses, que traz uma explicação; e a introdução de outras vozes no texto, como “Conforme”. As atividades que seguem envolvem interpretação e relatos pessoais sobre experiências com o fenômeno apresentado no texto. Peça a eles que respondam e em seguida compartilhem oralmente suas respostas. Depois, coloque o boxe-conceito a seguir na lousa. Use outros exemplos para complementar.

A composição é um processo de formação de palavras que pode acontecer de duas fórmas: por justaposição e por aglutinação. Na justaposição, os radicais se unem sem alteração fonética, por exemplo, quinta-feira (quinta + feira) ou arco-íris. Já na aglutinação, ocorre alteração fonética no processo de junção, por exemplo, vinagre (vinho + acre) ou embora (em + boa + hora). Grande parte das palavras formadas por justaposição apresenta hífen.

2. Convide um segundo voluntário para a leitura em voz alta, procedendo da mesma fórma com a investigação do assunto, com base no título. No momento pós-leitura, é interessante propor aos estudantes que reflitam sobre as hipóteses levantadas, se elas se confirmaram ou não ao longo da leitura.

Habilidades BNCC

ê éfe zero oito éle pê zero cinco

ê éfe seis nove éle pê um oito

  1. Quais expressões situam temporalmente o leitor quanto ao fato ocorrido?
  2. Em uma dessas expressões há um substantivo composto formado por justaposição. Qual é ele?
  3. Na sua opinião, por que ele não apresenta hífen?

3. Algumas palavras do texto a seguir foram transcritas, intencionalmente, de fórma incorreta. Leia o texto e, no caderno, copie as palavras que devem ser escritas com hífen.

Conheça o lobo guará, da cédula de R$ 200duzentos reais

O lobo guará estampa a nota de R$ 200duzentos reais, lançada nesta quarta feira () pelo Banco Central (bê cê), por uma escolha da população. E, além de ser um animal típico do cerrado, é o maior canídeo da América do Sul.

A escolha do lobo guará ocorreu ainda em 2001, quando o governo Fernando Henrique Cardoso perguntou à população quais animais da fauna brasileira deveriam ilustrar as novas notas do Real. O primeiro colocado foi a tartaruga marinha, que foi para a nota de R$ 2dois reais naquele mesmo ano. O segundo, o mico leão dourado, que está na nota de R$ 20vinte reais, lançada no ano seguinte.

A nota, contudo, traz outro elemento ligado ao lobo guará e ao cerrado brasileiro: a vegetação chamada de lobeira.

Os ramos da lobeira, bem como parte do corpo do lobo guará, por sinal, representam parte dos elementos de segurança da nota de R$ 200duzentos reais. É possível sentir um alto relevo nesses elementos. Também é possível ver uma marca d’água do lobo guará quando a cédula é colocada contra a luz.

Fotografia. Uma cédula de duzentos reais, nota na horizontal de cor cinza-claro e à esquerda, ilustração de um lobo-guará de tamanho médio, pelos em marrom e focinho fino. À direita, números impressos em vermelho e ilustração menor, de outro lobo-guará em relevo em local aberto.
A cédula de R$ 200duzentos reais é impressa em papel fiduciário, que tem textura firme e áspera.

BARBOSA, Marina. Conheça o lobo-guará, da cédula de R$ 200duzentos reais. Correio Braziliense, Brasília, Distrito Federal, 2 setembro. 2020. Disponível em: https://oeds.link/xplqgh. Acesso em: 20 abril. 2022.

Respostas e comentários

2.a) “Neste fim de semana”, “neste último sábado”, “poucos minutos depois”.

2.b) Fim de semana.

2.c) Resposta pessoal.

3. Lobo-guará, quarta-feira, tartaruga-marinha, mico-leão-dourado, alto-relevo e marca-d’água.

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

2b. Podem-se apresentar aos estudantes as regras do uso do hífen nas palavras compostas por justaposição:

  • palavras compostas com significado próprio são escritas com hífen: quinta-feira, arco-íris, guarda-roupa;
  • palavras compostas com significado próprio e com elementos de ligação não são escritas com hífen: fim de semana, cão de guarda, pé de moleque (Neste caso, comente que há exceções, por exemplo, as palavras compostas que usam o “d”: caixa-d’água, queda-d´água.);
  • palavras compostas que se referem a elementos da fauna e da flora são escritas com hífen: beija-flor, couve-flor, mico-leão-dourado;
  • palavras compostas que perderam, de alguma fórma, a noção de composição são escritas sem hífen e em apenas uma palavra: girassol, paraquedas, pontapé.
  • Com relação à noção de composição, informe aos estudantes que, na palavra paraquedas, por exemplo, embora seja possível distinguir os dois elementos que a compõem, eles não se impõem semanticamente. O significado está mais próximo do objeto em si do que nesses elementos.

2c. Aproveite para discutir que o hífen é uma convenção ortográfica e, após o Acordo Ortográfico, houve mudanças nas regras de uso do hífen, o que pode gerar dúvidas quanto à escrita.

3. Inicie explorando o contexto de produção e circulação do texto. Depois, chame a atenção para alguns recursos linguísticos que ajudam nas relações entre as partes do texto, estabelecendo a progressão temática, como “primeiro”, “segundo”, e o uso da pontuação, especialmente das vírgulas.

EU VOU APRENDER Capítulo 2

Fábulas e contrafábulas

Ilustração. Ícone. Dois balões de falas sobrepostos, o de baixo em rosa e o de cima em branco.
  1. Você conhece algum escritor brasileiro que tenha produzido ou adaptado fábulas? Se sim, qual ou quais?
  2. Você se lembra de alguma fábula escrita por eles? Conte aos colegas.
  3. Na sua opinião, como seria uma fábula escrita nos tempos atuais? Ela seria igual à que foi escrita por Esopo, por exemplo, ou seria diferente?
  4. Leia esta fábula contemporânea (ou contrafábula), de Millôr Fernandes.

A raposa e as uvas

De repente a raposa, esfomeada e gulosa, fome de quatro dias e gula de todos os tempos, saiu do areal do deserto e caiu na sombra deliciosa do parreiral que descia por um precipício a perder de vista. Olhou e viu, além de tudo, à altura de um salto, cachos de uvas maravilhosos, uvas grandes, tentadoras. Armou o salto, retesouglossário o corpo, saltou, o focinho passou a um palmo das uvas. Caiu, tentou de novo, não conseguiu. Descansou, encolheu mais o corpo, deu tudo o que tinha, não conseguiu nem roçar as uvas gordas e redondas. Desistiu, dizendo entre dentes, com raiva: “Ah, também, não tem importância. Estão muito verdes”. E foi descendo, com cuidado, quando viu à sua frente uma pedra enorme. Com esforço, empurrou a pedra até o local em que estavam os cachos de uva, trepou na pedra, perigosamente, pois o terreno era irregular e havia o risco de despencar, esticou a pata e… conseguiu! Com avidezglossário colocou na boca quase o cacho inteiro. E cuspiu. Realmente as uvas estavam muito verdes.

Moral: A frustração é uma fórma de julgamento tão boa como qualquer outra.

Ilustração. Uma raposa laranja, à esquerda, saltando de boca aberta, língua vermelha para fora, uma gota de suor na cara e com a pata esquerda para cima, perto de um cacho de uva em roxo, em uma parreira de tronco marrom, com caules e folhas em verde. Na parte inferior, arbustos e vegetação rasteira.

FERNANDES, Millôr. Novas fábulas fabulosas. Rio de Janeiro: Desiderata, 2007. volume 1. página 128.

Respostas e comentários

1, 2 e 3. Respostas pessoais. Ver orientações didáticas.

1. Sugestões de resposta: Millôr Fernandes, Monteiro Lobato.

Eu vou aprender

Fábulas e contrafábulas

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Peça aos estudantes que expliquem o que entendem por contrafábula. Ouça as hipóteses e explique que se trata de uma releitura da fábula original.

1 e 2. Incentive os estudantes a participar. Este momento é exploratório, deixe-os livres para os comentários e garanta um espaço em que se sintam confortáveis para fazer isso sem medo do certo ou errado. Permita que compartilhem voluntariamente suas experiências com o gênero textual fábula e, se necessário, comente aquelas mais conhecidas para ajudá-los nesse reconhecimento, como: O lobo e o cordeiro, A lebre e a tartaruga, entre outras.

  1. Espera-se que os estudantes digam que seria diferente, que haveria uma recontextualização, embora sua estrutura fantástica e alegórica continuasse presente. Explique que, na fábula contemporânea, a cultura e o comportamento da nossa sociedade influenciam na produção do texto, além da diferença na posição social e no momento histórico. Também o meio de produção das fábulas é diferente. Na época de Esopo, eram transmitidas oralmente e, agora, são escritas. Chame a atenção para o teor das fábulas. Em Esopo, as fábulas são direcionadas ao povo, criticando o comportamento daquela sociedade; já o foco de Millôr, além de acrescentar ironia e humor, está no comportamento dos poderosos. No entanto, ambos preservam uma das características da fábula: usam-na para a crítica e denúncia social, dizendo indiretamente o que querem dizer. A fábula proposta – “A raposa e as uvas” – pode ser considerada como uma paródia, uma contrafábula, como colocado por mandrique e Bona (2009).
  2. Pergunte aos estudantes por que acham que vão ler esse texto, mostrando que toda leitura tem um objetivo. Converse com eles sobre isso. Em seguida, peça que façam primeiro uma leitura silenciosa para ter uma compreensão geral do texto. Depois, proponha uma leitura compartilhada a fim de que seja possível parar em alguns pontos para fazer inferências. Chame a atenção para o fato de que, embora seja um texto narrativo, que conta uma história, há trechos descritivos repletos de adjetivos para dar a ideia de como é a uva. Ao final da leitura, pergunte a eles o que acharam do texto e incentive-os a expor a opinião. Assegure um ambiente em que todos se sintam confortáveis para expor seus pensamentos, sem se preocupar com piadas de mau gosto, bullying ou desrespeito.

Habilidades BNCC

ê éfe zero oito éle pê um zero

ê éfe zero oito éle pê um cinco

ê éfe zero oito éle pê um seis

ê éfe seis nove éle pê quatro sete

ê éfe seis nove éle pê cinco três

ê éfe seis nove éle pê cinco quatro

ê éfe oito nove éle pê três dois

ê éfe oito nove éle pê três três

COMPREENSÃO TEXTUAL

Responda às questões no caderno.

Ilustração. Ícone. Dois balões de falas sobrepostos, o de baixo em rosa e o de cima em branco. Ilustração. Ícone. Duas silhuetas de pessoas em branco e rosa e próximo delas, um balão de fala quadrado.
  1. O que vocês acharam dessa nova versão da fábula? Conversem um com o outro, depois compartilhem com a turma.
  2. Qual é o enredo da história?
  3. Como a fábula descreve:
    1. a raposa;
    2. os cachos de uva;
    3. as uvas;
    4. a pedra.
  4. Onde acontece a história?
  5. Onde estava a raposa no começo da história?
  6. Leia este trecho da fábula e responda às questões.

De repente a raposa, esfomeada e gulosa, fome de quatro dias e gula de todos os tempos, saiu do areal do deserto e caiu na sombra deliciosa do parreiral .

  1. Para vocês, qual é o significado da parte destacada?
  2. A expressão “De repente”, no início do parágrafo, é uma locução adverbial, uma locução adjetiva ou um advérbio?
  3. Qual é o valor dela dentro do contexto da fábula? O que ela indica?
Versão adaptada acessível

Atividade 6, itens a até c.

  1. Para vocês, qual é o significado de “fome de quatro dias e gula de todos os tempos”?
  2. A expressão “De repente”, no início do parágrafo, é uma locução adverbial, uma locução adjetiva ou um advérbio?
  3. Qual é o valor dela dentro do contexto da fábula? O que ela indica?
  1. Ao chegar ao parreiral, o que chamou a atenção da raposa? Copie a alternativa adequada.
    1. A sombra deliciosa.
    2. Cachos de uvas maravilhosos.

Como o autor leva o leitor a perceber que a raposa só tinha olhos para as uvas?

  1. O que aconteceu com a raposa depois que avistou o cacho de uvas?
  2. Que estratégia a raposa usou ao perceber que não alcançaria o cacho de uvas apenas saltando?
  3. Esse sentimento era verdadeiro? Como você percebeu isso?
Respostas e comentários

1. Resposta pessoal.

2. Uma raposa estava com fome e encontra um cacho de uva, porém não consegue pegá-lo.

3.a) Esfomeada, gulosa.

3.b) Maravilhosos.

3.c) Início e desenvolvimento: grandes, tentadoras, gordas e redondas; final: verdes.

3.d) Enorme.

4. Na sombra de um parreiral.

5. No areal do deserto.

6.a) A raposa estava havia quatro dias sem comer, mas sua gula era eterna, ou seja, ela era gulosa o tempo todo.

6.b) É uma locução adverbial.

6.c) Nesse contexto, a locução adverbial “de repente” corresponde a advérbios como “repentinamente” e “subitamente”, ou seja, advérbios de modo. Então, “de repente” indica a fórma como a raposa passou do deserto para a sombra do parreiral.

7. Resposta: Alternativa b).

7.• Ver resposta nas orientações didáticas.

8. Ela tenta pegar o cacho usando várias estratégias, que são descritas no texto, mostrando como ela se preparou para os saltos.

9. Ela desdenha das uvas, dizendo que estavam verdes.

10. Não, ela estava apenas dando uma desculpa por ter desistido. Percebe-se isso quando, mais adiante, ela avista uma pedra enorme e a usa para ajudá-la a alcançar as uvas.

Compreensão textual

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  • Converse com os estudantes sobre o contexto de produção, quem escreveu, para quem, qual o objetivo, onde vai circular Depois, comente o que é uma fábula contemporânea, ou seja, atual, com elementos do cotidiano da nossa sociedade, deixando a fábula mais próxima do leitor atual. Explique o que é uma contrafábula: “um texto cuja origem está na fábula, no qual a criatividade e o conhecimento do autor trazem reflexões, implícitas e explícitas sobre um tema que pretende demonstrar uma visão crítica com base no jogo de palavras e pluralidade de sentidos.” (mandrique; BONA, 2009, página 3). Ao apresentar a contrafábula aos estudantes, com seu teor irônico e questionador dos valores tradicionais, proporcionam-se leituras múltiplas e plurais. Percebendo o texto como algo que provoca, a experiência leitora do estudante atinge outra dimensão, libertando o imaginário e criando o novo.
  • As atividades de 1 a 16 podem ser realizadas em dupla.

6c. Explique aos estudantes que a locução “de repente” tem sentido ambíguo, definido apenas pelo contexto, já que ela pode ter sentido tanto de um advérbio de modo quanto de um advérbio de tempo.

7b. O autor leva o leitor a perceber que a raposa só tinha olhos para as uvas pela escolha lexical: ele joga com os verbos no pretérito perfeito do indicativo (“olhou” e “viu”) e a expressão “além de tudo”, deixando claro ao leitor que a raposa, a partir daquele momento, só tinha olhos para o cacho de uvas. Isso é reforçado pelos adjetivos “grandes” e “tentadoras”, ou seja, quase impossível de resistir, ainda mais para quem está esfomeado e é guloso.

  • ATIVIDADES COMPLEMENTARES
  • Proponha aos estudantes que realizem no caderno mais algumas atividades, que os auxiliarão a compreender mais sobre a leitura.
  • Depois que ela conseguiu pegar o cacho de uvas, o que aconteceu?

Resposta: Ela ficou desapontada, pois as uvas estavam ainda verdes.

  • A palavra destacada no trecho a seguir tem qual significado nesse contexto? o focinho passou a um palmo das uvas. Resposta: Tem o sentido de distância, pois palmo é uma unidade de medida de comprimento equivalente a 22 centímetros.
  • Que termo poderia substituir a expressão “dizendo entre dentes” presente no texto? Copiem a alternativa adequada.

a) Resmungando. b) Gritando.

Resposta: a

11. Nessa fábula, a raposa tem alguma fala? Como o leitor identifica isso?

Orientação para acessibilidade

Atividade 11

Se houver estudantes cegos na turma, ajude-os a identificar onde estão as aspas e os travessões do trecho. Releia a oração que antecede a fala direta da personagem na fábula e a fala em si, para que deduzam pelo contexto onde se inicia a fala e, na sequência, conversem sobre como os sinais gráficos estão empregados.

12. Releia este trecho da fábula.

reticências trepou na pedra, perigosamente, pois o terreno era irregular e havia o risco de despencar, esticou a pata e… conseguiu!

  1. Qual é o efeito de sentido provocado pelos três pontos ou reticências?
  2. E o ponto de exclamação?
Orientação para acessibilidade

Atividade 12

Se houver estudantes cegos na turma, releiam o trecho da fábula em conjunto e indique verbalmente a pontuação empregada.

13. Em “Realmente as uvas estavam muito verdes.”, que sentido a palavra destacada confere à frase?

Voltando para Esopo

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

Transcrição do áudio

Locutor: Fábulas e contrafábulas

Locutor: “A cigarra e a formiga”, “A lebre e a tartaruga”, você conhece essas histórias? São dois exemplos muito conhecidos de fábulas.

Essas histórias costumam ser curtas e escritas com linguagem simples, tanto em prosa quanto em verso. Seus personagens podem ser animais, plantas ou objetos, que se comportam como pessoas, tanto ao andar e falar, como também na demonstração de características como esperteza, sabedoria ou inveja.

As fábulas, que vêm da tradição oral, foram originariamente usadas para fazer críticas a governos e à sociedade de forma velada, em uma época em que a liberdade de expressão era menor.

Com o passar do tempo, as fábulas passaram a tratar de questões do cotidiano, apresentando lições de moral.

Preste atenção agora na leitura da fábula “A raposa e as uvas”.

Essa história é atribuída a Esopo. Está presente no livro Fábulas de Esopo Ilustradas, de Luciana Pudenzi.

Narradora:

A raposa e as uvas

Uma raposa faminta passava sob um caramanchão quando divisou, pendendo de uma videira que nele se enroscava, um suculento e apetitoso cacho de uvas já bem pretas. A raposa pulou, saltou, e recorreu a tudo o que estava ao seu alcance para tentar alcançar as uvas, mas esforçou-se em vão, pois estavam muito altas. Por fim, desistiu e foi-se embora, dissimulando para não admitir o fracasso: “Ora! De todo modo não as queria – estão verdes!”

Moral da história: Quem desdenha quer comprar.

Locutor: Depois de ouvir a fábula, você percebeu que os elementos citados estavam presentes na história: a raposa, que agia como um ser humano, um problema do cotidiano e uma moral, certo?

Agora ouça com a atenção a versão de Millôr Fernandes para essa mesma fábula.

Narradora:

A raposa e as uvas

De repente a raposa, esfomeada e gulosa, fome de quatro dias e gula de todos os tempos, saiu do areal do deserto e caiu na sombra deliciosa do parreiral que descia por um precipício a perder de vista. Olhou e viu, além de tudo, à altura de um salto, cachos de uvas maravilhosos, uvas grandes, tentadoras. Armou o salto, retesou o corpo, saltou, o focinho passou a um palmo das uvas. Caiu, tentou de novo, não conseguiu. Descansou, encolheu mais o corpo, deu tudo o que tinha, não conseguiu nem roçar as uvas gordas e redondas. Desistiu, dizendo entre dentes, com raiva: “Ah, também, não tem importância. Estão muito verdes”. E foi descendo, com cuidado, quando viu à sua frente uma pedra enorme. Com esforço, empurrou a pedra até o local em que estavam os cachos de uva, trepou na pedra, perigosamente, pois o terreno era irregular e havia o risco de despencar, esticou a pata e… conseguiu! Com avidez colocou na boca quase o cacho inteiro. E cuspiu. Realmente as uvas estavam muito verdes.

Moral: A frustração é uma forma de julgamento tão boa como qualquer outra.

Locutor: Você percebeu que nessa versão, que acabamos de contar, alguns elementos da história são iguais aos da fábula anterior, mas muitos são diferentes, principalmente a moral da história? Pois é. Isso que você acabou de ouvir é uma contrafábula.

Essa história contemporânea costuma usar elementos mais próximos da nossa realidade, do nosso dia a dia.

E a moral da história aparece normalmente com uma pitada de sarcasmo, um toque de humor.

Aposto que se você pesquisar encontrará em livros, filmes ou novelas muitas outras fábulas que foram adaptadas para nossa realidade.

Locutor: Créditos: O conto “A Raposa e as uvas”, adaptado por Luciana Pudenzi e Nicolás Campanário, foi publicado na obra Fábulas de Esopo, em 2021, pela editora PanaPaná. O conto “A Raposa e as uvas”, adaptado por Millôr Fernandes, foi publicado na obra Fábulas Fabulosas, em 1999, pela editora Nórdica. Todos os áudios inseridos neste conteúdo são da Freesound. 

14. Agora, leia outra versão de “A raposa e as uvas”.

A raposa e as uvas

Uma raposa faminta passava sob um caramanchãoglossário quando divisouglossário , pendendo de uma videira que nele se enroscava, um suculento e apetitoso cacho de uvas já bem pretas. A raposa pulou, saltou, e recorreu a tudo o que estava ao seu alcance para tentar alcançar as uvas, mas esforçou-se em vão, pois estavam muito altas. Por fim, desistiu e foi-se embora, dissimulando para não admitir o fracasso: “Ora! De todo modo não as queria – estão verdes!”.

Quem desdenha quer comprar.

Ilustração. Fundo em roxo, com silhueta em branco de parreiras com cachos de uvas. À esquerda, silhueta em branco de raposa com o corpo para a direita.

PUDENZI, Luciana; CAMPANÁRIO, Nicolás (Organização.). Fábulas de Esopo ilustradas. São Paulo: PanaPaná, 2017. página 48.

  1. O que você achou dessa fábula? Explique.
  2. Comparando as duas versões de “A raposa e as uvas”, qual você prefere? Por quê?
  3. Qual é o significado de “desdenhar”, termo presente na moral da fábula?
Respostas e comentários

11. Sim: “Ah, também, não tem importância. Estão muito verdes”. Identifica-se a fala pelo uso de aspas.

12.a) O uso das reticências, nesse contexto, provoca um suspense, até que o leitor se dê conta de que a raposa conseguiu pegar o cacho.

12.b) No contexto, ele exprime surpresa ou admiração, reforçando o fato de que a raposa alcançou o cacho, conseguiu pegá-lo.

13. Ela reafirma a fala da raposa e explica a reação da raposa na oração anterior, de ter cuspido as uvas.

14.a) Resposta pessoal.

14.b) Respostas pessoais.

14.c) Significa “fazer pouco caso” de algo (as uvas, no contexto).

  1. Explore a compreensão leitora dos estudantes. Caso perceba dificuldade na identificação da fala da personagem, mostre que as aspas e os travessões são recursos utilizados para marcar essas passagens no texto.
  1. Destaque para os estudantes que há palavras na língua que são usadas para indicar o valor de verdade de uma afirmação. Essas palavras podem ser usadas para indicar algo com o qual se concorda (“realmente, evidentemente, naturalmente, efetivamente, claro, certo, lógico, sem dúvida” ), com o que se discorda (“de jeito nenhum, de fórma alguma”) ou para indicar um conteúdo quase certo (“talvez, assim, possivelmente, provavelmente, eventualmente”). Mostre que, por meio da análise dessas palavras, é possível conhecer a opinião do autor mesmo que ela não seja declarada explicitamente.
  2. Possibilita aos estudantes, essencialmente, realizar uma análise comparativa entre as duas versões da fábula “A raposa e as uvas”. Permita que criem hipóteses para as atividades, convide-os a comentar suas opiniões oralmente, antes do registro escrito.

15 e 16. Exploram a caracterização de elementos presentes na narrativa, o que oportuniza a retomada da função dos adjetivos. Mostre aos estudantes a função dessas palavras, por meio dos exemplos extraídos do texto.

Para observar e avaliar

Aproveite para observar se os estudantes compreenderam o conceito de fábula. Caso ainda apresentem dificuldades de compreensão, ofereça mais exemplos e promova o trabalho em duplas ou em grupos.

Os estudantes com dificuldades podem ler outras fábulas, dividindo-as em introdução, desenvolvimento (com conflito) e final. Aqueles que compreenderam mais esse gênero textual podem buscar fábulas contemporâneas ou adaptar fábulas antigas às características de nossa sociedade e de nosso tempo.

Habilidades BNCC

ê éfe zero oito éle pê zero nove

ê éfe seis nove éle pê quatro sete

ê éfe oito nove éle pê três um

ê éfe oito nove éle pê três dois

ê éfe oito nove éle pê três três

Ilustração. Ícone. Duas silhuetas de pessoas em branco e rosa e próximo delas, um balão de fala quadrado.

15. Criem e preencham no caderno um quadro com as características de cada elemento citado a seguir.

Raposa

Local

Cacho de uvas

  1. No trecho “um suculento e apetitoso cacho de uvas já bem pretas”, a que o adjetivo “pretas” se refere, o que significa e por que está no plural?
  2. A raposa foi bem-sucedida em sua empreitada de pegar as uvas? Por quê?
  3. Em “pendendo de uma videira”, por qual outra palavra poderíamos substituir a que está em destaque, sem prejudicar o sentido?
Versão adaptada acessível

Atividade 18

Por qual outra palavra poderíamos substituir “videira” em “pendendo de uma videira”, sem prejudicar o sentido?

19. As fábulas são exatamente iguais? Quais são as semelhanças e as diferenças entre elas? Façam, no caderno, um quadro como o do modelo a seguir e escrevam as informações pedidas.

Ícone. Modelo.
Comparação das fábulas

Semelhanças

Diferenças

20. Compartilhem com a turma o resultado da comparação entre as fábulas.

A fábula é uma narrativa alegóricaglossário curta, escrita em prosa ou verso e com linguagem simples. Os personagens quase sempre são animais, plantas ou objetos, representando características e comportamentos humanos, como inveja, sabedoria, esperteza, andam eretos e falam. Por representarem o comportamento humano de fórma coletiva, são considerados personagens-tipo.

Para ampliar

Fábulas de Esopo ilustradas. Esopo. São Paulo: PanaPaná, 2017.  

O livro reúne fábulas clássicas e conhecidas de Esopo, como “A tartaruga e a lebre” e “O lobo em pele de cordeiro”, e fábulas menos conhecidas. As ilustrações apresentam um rico e variado painel de técnicas e estilos artísticos.

Capa de livro. Na parte inferior, uma ave de penas em preto, com bico pequeno para cima e de rabo grande, de penas em verde, círculos em vermelho e partes em azul, como rabo de pavão. Na parte superior, título do livro.
Respostas e comentários

15. Raposa: faminta. Local: caramanchão. Cacho de uvas: suculento, apetitoso.

16. Refere-se às uvas; está no plural para concordar com uvas (pretas), indicando que elas já estavam maduras.

17. Não foi, apesar de tentar de tudo, pois as uvas estavam muito altas, ela não conseguiu alcançá-las.

18. Resposta possível: parreira.

19. Ver orientações didáticas.

20. Respostas pessoais.

  1. Embora não sejam iguais, a essência foi mantida nas duas versões. Ambas começam pela descrição da raposa e do local em que está o cacho de uvas e a tentativa da raposa de pegá-lo. As duas versões mostram a dissimulação da raposa ao afirmar que, na verdade, não queria as uvas porque elas estavam verdes. As duas fábulas são em prosa e as narrativas são curtas e apresentam linguagem simples. A marcação do discurso direto é feita por meio de aspas. A estrutura é a mesma: início, desenvolvimento (com conflito) e fim. O local em que a história acontece é o mesmo nas duas, embaixo de uma parreira.
  • Na versão de Millôr Fernandes, a raposa constata que as uvas estavam realmente verdes, contrariando todos os adjetivos utilizados antes para caracterizá-las, dando a ideia de que estavam maduras e prontas para o consumo. Na segunda fábula, a raposa não consegue pegar as uvas e se justifica afirmando que não queria porque elas estavam verdes. Com isso, a moral das fábulas não é a mesma. Na segunda, aponta o desdém de quem, na verdade, queria algo, mas não consegue: “Quem desdenha quer comprar”, um ditado popular conhecido. A primeira refere-se à frustação de imaginar uma coisa e constatar que é outra.
  1. Explique aos estudantes que a fábula pode modificar-se ao longo dos tempos, por ser transmitida oralmente e por adaptar-se ao contexto de cada época. Esses textos buscam explicar, principalmente, as relações e complexidades humanas, além de transmitirem algum ensinamento.
  • Após a leitura do boxe-conceito, explique que a fábula cria analogia com o cotidiano, além de ser educativa e apresentar uma moral implícita ou explícita, geralmente no final, trabalhando valores e virtudes. Por ser uma narrativa curta, o tempo e o lugar dos acontecimentos não são precisos. Há várias versões e adaptações, por serem, originalmente, de transmissão oral. O enredo é construído com base nas características dos personagens até chegar a um ensinamento, levando o leitor a refletir. A estrutura apresenta introdução, desenvolvimento (com conflito) e final.
  • Explique aos estudantes os tipos de enredo: sequencial ou linear e fragmentado ou não linear.

Para ampliar

DEZOTTI, Maria Celeste Consolin. A tradição da fábula: de Esopo a La Fontéin. São Paulo: Editora , 2018.

A VOZ DO AUTOR

Millôr Fernandes

Fotografia. Um homem visto dos ombros para cima, calvo e com cabelos brancos atrás, vestido com camisa de gola em bege-claro. Ao fundo, livros organizados em estante um ao lado do outro.

Nome:

Milton Viola Fernandes, conhecido como Millôr Fernandes.

Profissão:

Desenhista, humorista, tradutor, escritor e dramaturgo.

Nascimento:

Rio de Janeiro, 16 de agosto de 1923.

Falecimento:

Rio de Janeiro, 27 de março de 2012.

Millôr Fernandes começou a trabalhar cedo, ainda adolescente, quando circulava pelos departamentos de O Cruzeiro absorvendo tudo o que podia das várias funções dentro de uma revista. Muito criativo e sempre pronto para o novo, deixou, nos seus mais de 80 anos de vida, um verdadeiro legado ao patrimônio cultural brasileiro. Que tal conhecê-lo?

Ilustração. Ícone. Duas silhuetas de pessoas em branco e rosa e próximo delas, um balão de fala quadrado.

1. Em duplas, leiam este trecho de uma das biografias de Millôr. Depois, conversem sobre a importância do autor para a cultura brasileira.

reticências Millôr sempre desenvolveu seus dotes de maneira autodidata e baseado em sua capacidade criativa. Capacidade que estimulava com um trabalho persistente e com uma rotina dinâmica. Dessa fórma, cedo ele aprendeu a desenhar copiando as histórias das revistas em quadrinhos até transformar seus desenhos num dos traços mais marcantes do cartunismo brasileiro. Com esse mesmo espírito se transformou num dramaturgo reconhecido já desde seus primeiros textos (“Uma mulher em três atos”, “Um elefante no caos”, “O homem do princípio ao fim”) Aliás, como roteirista, desenvolveu também vários trabalhos para o cinema e para a televisão, entre eles reticências “Memórias de um sargento de milícias”, adaptado da obra de Manuel Antônio de Almeida

reticências Millôr sempre foi um artista capaz de se expressar das mais variadas fórmas. Para isso se valeu do texto, das imagens, do humor. Autor de frases famosas, textos críticos e desenhos e caricaturas inesquecíveis, marcou seu tempo com a riqueza de sua obra.

reticências

MILLÔR Fernandes. Uol, São Paulo, 6 abril. 2012. Disponível em: https://oeds.link/MgByDX. Acesso em: 20 abril. 2022.

Respostas e comentários

A voz do autor

Millôr Fernandes

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Nesta seção, o objetivo é que os estudantes conheçam Millôr Fernandes e percebam a importância de sua vasta contribuição para a cultura brasileira. No início, pergunte a eles se já haviam ouvido falar de Millôr. Em seguida, faça uma leitura compartilhada do texto. Mencione que a revista O Cruzeiro foi um importante periódico semanal que circulou entre 1928 e 1985. Essa revista contribuiu para a inovação editorial dos periódicos brasileiros.
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

1. Peça a um estudante que leia a biografia de Millôr. Em seguida, exiba o vídeo disponível neste link: https://oeds.link/jS7Opn. Acesso em: 20 maio 2022. Depois, promova uma discussão com os estudantes sobre o autor e sua obra.

Habilidades BNCC

ê éfe seis nove éle pê quatro quatro

ê éfe seis nove éle pê quatro sete

ê éfe seis nove éle pê quatro nove

ê éfe oito nove éle pê três três

2. Millôr Fernandes escreveu o texto a seguir como um enigma! Decifre-o!

Ilustração. Ícone. Dois balões de falas sobrepostos, o de baixo em rosa e o de cima em branco. Ícone. Três silhuetas de pessoas em branco e rosa e próximo delas, dois balões de fala quadrados, um em rosa e outro branco.

a. Primeiro, leiam em voz alta. Pensem no ritmo e na melodia dessas novas palavras.

O macorvo e o caco

Andesta na florando um enaco macorme avistorvo um cou com um beço pedalo de quico no beijo. “Ver comou aqueijo quele ou não me chaco macamo”. Vangloriaco o macou-se de sara pigo consi. E berrorvo para o cou: “Oládre compá! Voçá este bonoje hito! Loso, maravilhindo! Jami o vais tem bão! Nante, brilhio, luzidegro. Poje que enso, se quisasse cânter, sua vém tamboz serela a mais bia de teta a floroda. Gostari-lo de ouvia, comporvo cadre, per podara dizodo a tundo mer que você ê o Rássaros dos Pei”. Caorvo na cantida o cado abico o briu a far de cantim sor melhão cansua. Naturalmeijo o quente caão no chiu e gente imediatomoi devoraco pelo astado macuto. “Obriqueijo pelo gado!”, gritiz o felaco macou. E a far de provim o mento agradecimeu var lhe delho um consou:

Moral: Jamie confais em pacos-suxa.

FERNANDES, Millôr. Novas fábulas fabulosas. Rio de Janeiro: Desiderata, 2007. volume 1. página 96.

  1. Como foi a leitura? Fácil, difícil, estranha? Comentem.
  2. Traduzam o texto em uma folha à parte. Para traduzi-lo, vocês têm de entender qual foi a estratégia utilizada pelo autor para construí-lo. Conversem para achar a solução.
  3. Apresentem a tradução à turma e vejam se todos chegaram ao mesmo resultado.
  4. Você gostou do texto? Por quê?
  5. A que gênero textual pertence esse texto?
  6. Qual é o ensinamento desse texto?
  1. Você já ouviu falar em neologismo?
    1. Pesquise sobre o significado do termo e registre-o no caderno. Depois, converse com a turma para comparar as respostas.
    2. Você acha que em “O macorvo e o caco” há neologismos?
    3. Qual foi a intenção do autor ao fazer isso?
Respostas e comentários

2.b) Respostas pessoais.

2.c) e d) Ver sugestões de respostas nas orientações didáticas.

2.e) Respostas pessoais.

2.f) Ao gênero textual fábula.

2.g) Que não devemos confiar em elogios vazios, vindos de bajuladores, de puxa-sacos.

3.a) Resposta pessoal. Ver orientações didáticas.

3.b) Resposta pessoal.

3.c) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes percebam que a intenção do autor foi estilística, ao criar um valor expressivo impactante no leitor, que tem de fazer um esforço extra para entender o significado das novas palavras.

  1. É proposta a leitura de uma fábula de Millôr. Nela, o autor cria neologismos para dar voz à sua liberdade de expressão, fugindo ao modelo canônico da língua, criando um código paralelo (tendo aqui a língua como um código). “Segundo Barbosa (2000, página 182), nos neologismos que surgem nos universos de discurso jornalístico, humorístico, publicitário, dentre outros, se nota uma ação que o emissor procura exercer sobre o receptor. O emprego do neologismo passa, então, a ter como função dominante outra que não a referencial: a busca de um efeito, de uma ação produzida sobre o destinatário. É a função conativa.’” (Barbosa, 2000, página 182, apud , 2012 – Periódicos Científicos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.). “Contudo, apesar dos importantes efeitos expressivos dos neologismos literários e estilísticos, estes são em geral passageiros, conforme sustenta Cardoso” (2004, página 160), para quem “as criações lexicais literárias ou estilísticas se comportam de maneira diferente das demais criações. Apresentam apenas um valor expressivo naquele momento e naquele texto. Cumprido seu papel expressivo, tendem ao esquecimento. Motivam-se a cada leitura. Dificilmente passam a integrar o léxico da língua.” (Cardoso, 2004, página 160, apud , 2012 – Periódicos Científicos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul).
  2. É importante mencionar que o neologismo é um fenômeno linguístico que constitui na formação de novas palavras ou expressões ou, até mesmo, na atribuição de novos significados a uma palavra já existente no léxico da língua. Há o neologismo fonológico, quando criamos novas combinações fonológicas; sintático (formação de palavras por derivação ou composição), semântico (um novo sentido a um termo já existente) ou por empréstimo (quando pegamos uma palavra ou expressão estrangeira e incorporamos à nossa língua).

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

2b e 2c. Os estudantes podem utilizar qualquer estratégia desde que consigam solucionar a atividade e fazer a tradução. Oriente-os a como apresentar as traduções e como proceder para ver as opções que surgiram ou se todas as traduções foram iguais. Veja sugestão de tradução:

O macaco e o corvo

Andando na floresta, um macaco enorme avistou um corvo com um belo pedaço de queijo no bico. “Vou comer aquele queijo ou não me chamo macaco”, vangloriou-se o macaco de si para consigo. E berrou para o corvo: “Olá, compadre! Você está bonito hoje! Lindo, maravilhoso! Jamais o vi tão bem! Negro, brilhante, luzidio! Hoje penso que, se quisesse cantar, sua voz também seria a mais bela de toda a floresta. Gostaria de ouvi-lo, compadre corvo, para poder dizer a todo mundo que você é o Rei dos Pássaros”. Caindo na cantada o corvo abriu o bico a fim de cantar sua melhor canção. Naturalmente o queijo caiu no chão e foi imediatamente devorado pelo astuto macaco. “Obrigado pelo queijo.”, gritou o feliz macaco. E a fim de provar meu agradecimento vou lhe dar um conselho:

Moral: Jamais confie em puxa-sacos.

HISTÓRIA EM QUADRINHOS

Responda às questões no caderno.

1. Leia o início desta história em quadrinhos. Comece pelo título: O que ele nos revela?

História em quadrinhos. História em quadrinhos composta por sete quadros. Apresenta como personagens: Dona Carmem, mulher loira com os cabelos penteados para cima, encaracolados, de vestido regata em lilás e círculos brancos, sapatos da mesma cor. Cascão, menino de cabelos pretos encaracolados, camiseta amarela, jardineira em vermelho, manchas nas bochechas e pés descalços. Mônica, menina de cabelos pretos penteados para o lado esquerdo, vestido de mangas curtas em vermelho, descalça e com os dentes para fora. Cebolinha, menino de cabelos finos em preto, camiseta verde, bermuda em preto e sapatos marrons. Texto: Turma da Mônica em água potável e saneamento Q1 – Dona Carmem, à esquerda, perto de uma casa vista parcialmente de paredes em azul-claro e janela amarela em pé segurando uma mangueira em azul por onde sai água sobre arbusto em verde, com flores de pétalas rosa. Ela diz: TRÁ-LÁ-LÁ-LÁ-LÁ. À direita, torneira cinza onde está colocada a mangueira. Mais à direita, Cascão com o corpo saltando para cima, olhos bem arregalados, braços abertos, gotas de suor sobre a cabeça. Ele fala: NÃÃÃÃOOO!! Atrás, à direita, árvore de tronco marrom e folhas em verde. Ao fundo, céu em lilás. Q2 – Dona Carmem, vira o rosto para a direita, com os olhos bem arregalados, duas gotas de suor perto do rosto e diz: HEIN?! À direita, Cascão sobre galho de árvore, olhos fechados e língua vermelha para fora, fala: DONA CARMEM! FECHE ESSA TORNEIRA!! Mais abaixo da árvore, Mônica e Cebolinha caminhando para frente, ambos com os olhos bem abertos. Ao fundo, céu em amarelo. Q3 – Dona Carmem, com o corpo para a direita, segurando nas mãos mangueira com uma gota d’água saindo. Perto da torneira, Mônica com a mão esquerda, fechando torneira, diz: A ÁGUA É UM BEM MUITO PRECIOSO! À direita, Cebolinha, com a mão esquerda para frente, fala: E NÃO PODE SER DESPELDIÇADA! Cascão ainda sobre o galho de árvore, diz: ISSO AÍ! NÃO FOI SÓ CHILIQUE, NÃO! Ao fundo, céu em azul-claro.
História em quadrinhos. História em quadrinhos composta por sete quadros. Apresenta como personagens: Dona Carmem, mulher loira com os cabelos penteados para cima, encaracolados, de vestido regata em lilás e círculos brancos, sapatos da mesma cor. Cascão, menino de cabelos pretos encaracolados, camiseta amarela, jardineira em vermelho, manchas nas bochechas e pés descalços. Mônica, menina de cabelos pretos penteados para o lado esquerdo, vestido de mangas curtas em vermelho, descalça e com os dentes para fora. Cebolinha, menino de cabelos finos em preto, camiseta verde, bermuda em preto e sapatos marrons. Texto: Turma da Mônica em água potável e saneamento Q4 – Dona Carmem, caminhando para a esquerda, subindo escada em marrom, perto da porta marrom da casa, fala: EU ME LEMBREI DE UMA NOTÍCIA QUE VI NA INTERNET! À direita, vê-se a Mônica e Cebolinha olhando para frente. A Mônica de olhos bem abertos, braço direito para frente. Ao fundo, céu em azul-claro. Q5 – Dona Carmem aparece em uma janela, vista da cintura para cima, segurando um tablet cinza na mão direita. Ela diz: AQUI ESTÁ! ELA FALA SOBRE OS 17 OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DA ONU! à direita, Mônica e Cebolinha caminhando para a esquerda e mais ao fundo, Cascão saltando da árvore para baixo, de braços esticados para cima. Ao fundo, céu em lilás. Q6 – Dona Carmem vista dos ombros para cima, corpo para a direita, segurando na mão esquerda o tablet, com a imagem em azul-claro e detalhes em branco. Ela fala: O OBJETIVO 6 REFERE-SE A ASSEGURAR A DISPONIBILIDADE E A GESTÃO SUSTENTÁVEL DA ÁGUA E SANEAMENTO PARA TODOS! Ao fundo, céu em lilás. Q7- Dona Carmem à esquerda, saindo da porta, para a direita, segurando nas mãos, um tablet em cinza. Ela fala: CADA OBJETIVO TEM METAS ESPECÍFICAS A SEREM ALCANÇADAS! À direita, as três crianças uma ao lado da outra, observando a Dona Carmem, sorrindo. Ao fundo, céu em amarelo.

SOUSA, Mauricio de. Turma da Mônica ó dê ésse 6. Impacta ó dê ésse Gibis digitais. Disponível em: https://oeds.link/BVdG94. Acesso em: 25 abr. 2023.

Respostas e comentários

1. Que a história da agá quê é sobre água potável e saneamento básico e deve estar relacionada a um dos ó dê ésse (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável).

História em quadrinhos

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Na pergunta inicial, incentive os estudantes a levantar hipóteses e a pensar na relação entre água potável e saneamento e os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ó dê ésse). Esses objetivos “são um apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade” (https://oeds.link/UiGVY2; acesso em 24 ago. 2022).
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

1. Chame a atenção dos estudantes para a sequência narrativa do quadrinho. Leve-os a observar as expressões dos personagens, os formatos dos balões, os textos escritos e o diálogo estabelecido entre eles. Peça aos estudantes que compartilhem oralmente o entendimento da leitura. Aproveite para abordar o ó dê és comentado no texto, que está também associado ao Tema Contemporâneo Transversal Educação ambiental.

2 a 5. Os estudantes são convidados a interpretar o texto lido. Caso perceba dificuldades, faça perguntas que os ajudem a responder às questões.

6. É importante que os estudantes percebam que as agá quês são, predominantemente, do tipo narrativo, embora possamos encontrar outros tipos textuais. Há uma tentativa de reproduzir uma conversa informal por meio dos balões, que representam a fala ou o pensamento do personagem, por exemplo. Tanto o texto quanto o desenho desenvolvem papel crucial para a produção de sentidos, misturando o verbal e o não verbal. Geralmente, os personagens são fixos, como no caso da Turma da Mônica. Ramos (2020, página 18) explica que: “O espaço da ação é contido no interior de um quadrinho. O tempo da narrativa avança por meio da comparação entre o quadrinho anterior e o seguinte ou é condensado em uma única cena”.

Habilidade BNCC

ê éfe seis nove éle pê quatro sete

  1. Quem são os personagens da agá quê?
  2. Onde acontece a história? Como percebemos isso?
  3. Qual foi a reação de Cascão ao ver Dona Carmem regando as plantas? Por que ele teve essa reação?

Como você conseguiu perceber essa reação? Explique.

  1. Como Dona Carmem reagiu à fala do Cascão?
  2. No seu ponto de vista, podemos considerar “Água potável e saneamento básico” uma história em quadrinhos? Por quê?
  3. Observe os balões presentes nas cenas. São todos iguais? Você conhece outros diferentes? Explique.
  4. Ainda observando os balões, o tamanho e o tipo de letras são iguais? Explique.
  5. Como os textos são dispostos nos balões? Como percebemos a troca dos turnos de fala?
  6. O que o recurso de “gotas” desenhadas em torno da cabeça do Cascão, na primeira cena, representa?

A história em quadrinhos que você acabou de ler faz parte do projeto IMPACTA ó dê ésse. Você conhece esse projeto ou ouviu falar dele?

O QUE É O IMPACTA ó dê ésse

O IMPACTA ó dê ésse é um projeto idealizado pela Aldeias Infantis SOS em parceria com o Instituto Mauricio de Sousa com o objetivo de disseminar a temática dos ó dê ésse [Objetivos de Desenvolvimento Sustentável] entre crianças, adolescentes e jovens. A iniciativa conta com 17 gibis da Turma da Mônica e cursos ê á dê para formação de agentes multiplicadores. Nossa meta é chegar em 16 milhões de pessoas até 2030!

reticências

Cartaz. Fundo em azul na horizontal. À esquerda, Cascão, sentado, visto de costas, braços esticados, boca aberta. Perto dele, um balão de fala com vários quadrados coloridos. À direita, Mônica e Cebolinha, sentados, um ao lado do outro, sorrindo. Na ponta da direita, Magali, olhando para frente, sorrindo, dedo indicador da mão direita, sobre a boca. À direita, texto: QUE TAL FAZER PARTE DO IMPACTA ODS? Na ponta inferior, assinatura do desenhista.

IMPACTA ó dê ésse. O que é o Impacta ó dê ésse. São Paulo, centésima2022. Disponível em: https://oeds.link/HqarH2. Acesso em: 15 abril. 2022.

Respostas e comentários

2. Dona Carmem, Mônica, Cebolinha e Cascão.

3. Acontece no quintal da casa da Dona Carmem, o que se deduz pelas cenas ilustradas.

4. Ele teve um chilique. Reagiu dessa fórma porque regar as plantas com a mangueira, como Dona Carmem estava fazendo, aumenta o consumo de água potável e também desperdiça uma boa parte dessa água.

4.• Espera-se que os estudantes citem as expressões faciais dos personagens.

5. Ela não entendeu o que estava acontecendo, tanto que exclama “Hein?!”. Só entendeu depois da explicação da Mônica e do Cebolinha, quando então se lembrou de que já havia lido sobre o assunto.

6. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes respondam que é uma história em quadrinhos devido à estrutura e às características desse gênero textual, citando, por exemplo, história narrada quadro a quadro, com desenhos, balões, entre outras.

7. Não, há vários tipos de balões, pois a fórma e o contorno dos balões têm significados diferentes para representar a fala, o medo, o sonho, o pensamento, o grito Por exemplo, na fala “Hein?!”, o balão ajuda a expressar a surpresa da personagem.

8. Não, também são diferentes. Isso depende do sentimento que estão representando, por exemplo, raiva, grito.

9. São dispostos sem o uso de parágrafos ou travessões, por exemplo. Percebemos a troca dos turnos de fala pela alternância dos balões entre os personagens.

10. Nesse caso, reitera a preocupação e o nervosismo do personagem.

  1. No caso de “NÃÃÃÃOOO!!”, as letras são maiúsculas e estão em negrito, representando o grito; além disso, algumas letras são repetidas para representar o alongamento da palavra no momento do grito. Para reforçar, há o uso de dois pontos de exclamação. fóra a fórma tradicional (sem nenhum destaque), considerada neutra, como explicado por Ramos (2020), qualquer outro tamanho, tipo de letra ou destaque que fuja a isso está carregado de expressividade e intencionalidade, indicando novos significados ao leitor.
  2. Trabalhe outros recursos presentes na agá quê, como a representação de movimentos, o uso das cores. Se continuar a ler a história, chame a atenção para outros recursos presentes, como as legendas (presente na parte superior do quadrinho, nesse caso) nas páginas seguintes, representando a voz do narrador (onisciente ou não). Mostre outros exemplos que representam o assalto ao turno; a simetria e a assimetria entre as falas, mostrando se há ou não predominância da fala de algum personagem; aproveite para chamar a atenção para a representação das pausas e hesitações, entre outros recursos, para representar as marcas de oralidade.
  3. Explique aos estudantes que, em outros contextos, pode indicar entusiasmo e esforço físico, por exemplo, pois os sinais gráficos estão diretamente relacionados ao contexto da cena. Há também as metáforas visuais, como o zzzzzzzz com conotação de sono, ou corações para representar amor, paixão.

Ao final da leitura, retome com os estudantes as hipóteses levantadas. Elas se confirmaram? O gibi em versão digital está disponível no site https://oeds.link/aZnU7Y. Acesso em: 20 maio 2022. Sugerimos que você apresente o final da história aos estudantes. Você também pode solicitar os gibis impressos para a escola, entrando em contato com as Aldeias Infantis SOS. Para mais informações, entre em contato com impactaodsletra á contornada por uma linha curvaaldeiasinfantispontoorgpontobr.

LÍNGUA E LINGUAGEM

Termos da oração: sujeito e predicado nominal (predicativo do sujeito)

Responda às questões no caderno.

Ilustração. Ícone. Dois balões de falas sobrepostos, o de baixo em rosa e o de cima em branco.

1. Releia este trecho da fábula “A raposa e as uvas”, recontada por Millôr Fernandes, e responda às questões.

Com esforço, empurrou a pedra até o local em que estavam os cachos de uva, trepou na pedra, perigosamente, pois o terreno era irregular e havia o risco de despencar, esticou a pata e… conseguiu! Com avidez colocou na boca quase o cacho inteiro. E cuspiu. Realmente as uvas estavam muito verdes.

  1. A que termo da oração se referem os verbos em destaque? Qual é o núcleo desses termos?
  2. Quanto ao significado, esses verbos se classificam da mesma fórma? Por quê?
  3. Na oração “Realmente as uvas estavam verdes”, o termo “verdes” se refere a que parte da oração? Por que ele está no plural?
Versão adaptada acessível

Atividade 1, itens a até c.

  1. A que termo da oração se referem as duas ocorrências do verbo “estavam” no trecho? Qual é o núcleo desses termos?
  2. Quanto ao significado, esses verbos se classificam da mesma forma? Por quê?
  3. Na oração “Realmente as uvas estavam verdes”, o termo “verdes” se refere a que parte da oração? Por que ele está no plural?

Como já dissemos, os verbos de ligação são aqueles que têm a função de ligar o sujeito a uma característica relacionada a ele. A essa característica damos o nome de predicativo do sujeito. Geralmente, essa função é desempenhada por adjetivos, locuções adjetivas, substantivos, entre outros termos.

2. Observe este cartaz.

Cartaz. Cartaz, na vertical, com fundo em azul-claro. Na parte superior, à esquerda, círculo em preto com texto branco: COVID-19. Ao centro, menina vista dos ombros para cima, de cabelos castanhos com franja em castanho, olhos fechados, de máscara tampando nariz e boca e blusa de mangas compridas em azul. Ao redor, vírus circulares em vermelho. Abaixo, texto: COVID-19 prevenção é o melhor tratamento é obrigatório o uso de máscaras. Como utilizar a máscara: A prevenção é a nossa principal arma contra o coronavírus. O CREFITO-8 está tornando uma série de medidas para proteger a saúde de todos e conta com a sua participação. À esquerda, ilustração: Cabeça de um homem de cabelos escuros, blusa clara, com máscara sobre nariz e boca. À esquerda, relógio marcando em 2h. Homem de frente tirando máscara com as mãos. Homem com a mão direita sobre a máscara. Homem com a mão esquerda arrumando a máscara para cima. Homem com máscara tapando apenas a boca. Homem com dedo indicador sobre a parte do nariz, com a máscara. Homem com a máscara perto dos olhos. Na parte inferior, logotipos.

CREFITO-8. Covid-19: prevenção é o melhor tratamento. Curitiba, 2020. Disponível em: https://oeds.link/U7NwGY. Acesso em: 11 julho. 2022.

Respostas e comentários

1.a) Na primeira oração, refere-se a “os cachos de uva”, que é o sujeito. O núcleo é “cachos”. Na segunda oração, refere-se a “as uvas”, que também é o sujeito. O núcleo é “uvas”.

1.b) Não. Na primeira oração, o verbo é significativo, pois remete à ação de estar em algum lugar. Na segunda oração, o verbo é de ligação, pois sua função é apenas ligar o sujeito a uma característica.

1.c) O termo se refere ao sujeito “as uvas” e está no plural justamente porque o sujeito está no plural.

Língua e linguagem

Termos da oração: sujeito e predicado nominal (predicativo do sujeito)

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Antes de iniciar as atividades propostas nesta seção, retome com os estudantes o conceito de verbo significativo abordado anteriormente. Relembre que há verbos que indicam ação e verbos que apenas fazem a ligação entre um sujeito e uma característica.
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

1b. Enfatize que a classificação de alguns verbos pode variar. Na primeira ocorrência, “estar” não funciona como verbo de ligação, pois é sucedido de expressão que indica lugar. Nesse caso, por tradição, o verbo é classificado como intransitivo.

Habilidades BNCC

ê éfe zero oito éle pê zero seis

ê éfe zero oito éle pê zero nove

ê éfe seis nove éle pê cinco seis

Ilustração. Ícone. Dois balões de falas sobrepostos, o de baixo em rosa e o de cima em branco.
  1. Qual é o objetivo dessa campanha?
  2. Leia a primeira oração do cartaz. Sintaticamente, como se classifica o termo “o melhor tratamento”?
  3. Na segunda oração do cartaz, há uma inversão do sujeito. Na ordem direta, a oração ficaria “O uso de máscaras é obrigatório”. Se o sujeito dessa oração fosse “As medidas de proteção”, quais alterações o predicado sofreria? Reescreva essa oração no caderno fazendo as alterações necessárias.
  4. Na oração “A prevenção é a nossa principal arma contra o coronavírus”, como se classifica o verbo? Por quê?
  5. Na sua opinião, como as orações em análise contribuem para o objetivo da campanha?

Quando um predicado é formado por verbo de ligação e predicativo do sujeito, ele se classifica como predicado nominal. Nesse caso, o núcleo semântico é o predicativo do sujeito.

3. Leia o cartum.

Cartum. À esquerda, homem caminhando sobre morro, para a direita, em tons de lilás e cabelos em preto, com par de óculos de grau. Na ponta inferior, à direita, prédios aglomerados, em tons de amarelo. Na parte superior, céu em lilás, com várias estrelas pequenas brancas, uma lua à esquerda, com o formato de letra C. À direita, um disco voador de cor cinza, com o texto: EM UMA CIVILIZAÇÃO AVANÇADA, TODAS AS GUERRAS SÃO DE TRAVESSEIROS.

dãmer, André. Não há nada acontecendo. Folha de S.Paulo, São Paulo, 9 abril. 2022. Ilustrada. Disponível em: https://oeds.link/6CjCp8. Acesso em: 20 abril. 2022.

  1. Observe a quem se liga a fala que aparece no cartum. O que se pode inferir dessa afirmação?
  2. Qual é o objetivo do autor desse cartum?
  3. Na frase dita pelo extraterrestre, o termo “de travesseiros” é de grande relevância para o entendimento do cartum. Por quê?
  4. Sintaticamente, como esse termo se classifica? Ele é composto de quais classes de palavras?
  5. Como se classifica o predicado da oração presente no cartum? Qual é seu núcleo semântico?
Respostas e comentários

2.a) Conscientizar a população sobre o uso de máscara, em virtude da pandemia do novo coronavírus.

2.b) Predicativo do sujeito. É usado para destacar a importância do uso de máscara.

2.c) Ele seria escrito no plural e no feminino: As medidas de proteção são obrigatórias.

2.d) Verbo de ligação, pois serve para ligar o sujeito “A prevenção” a uma característica “a nossa principal arma contra o coronavírus” (predicativo do sujeito).

2.e) Resposta pessoal.

3.a) A fala se liga a algum ser que está no disco voador. Ao dizer que as civilizações avançadas fazem apenas guerras de travesseiros, infere-se que os seres humanos não são civilizados, pois nem todas as suas guerras são de travesseiros.

3.b) Levar o leitor a refletir sobre os aspectos negativos das guerras que não sejam “de travesseiros”.

3.c) Porque a reflexão proposta pelo cartum gira em torno do fato de os seres humanos não serem considerados civilizados pelos extraterrestres justamente pelo motivo de suas guerras não serem todas “de travesseiros”.

3.d) Predicativo do sujeito. Ele é composto de uma preposição (de) e de um substantivo (travesseiros). Trata-se de uma locução adjetiva.

3.e) Predicado nominal. O núcleo semântico é a locução adjetiva “de travesseiros” (predicativo do sujeito).

2 e 3. Propõem analisar um cartaz e um cartum sob os seguintes aspectos: interpretativo, linguístico e gramatical. Caso perceba dificuldades, solicite que realizem mais atividades de reforço em casa e, na aula seguinte, reserve um momento para a retomada dos assuntos, de fórma oral e coletiva.

2e. Enfatize que essas orações têm o objetivo de ressaltar a importância do uso de máscara, bem como levar o público a entender o seu papel na batalha contra o coronavírus. Para tanto, utilizam-se os predicativos do sujeito “fundamental” e “de todos nós”.

VOCÊ É O AUTOR!

Fábula contemporânea

Para a produção textual, você terá duas opões de escrita: uma fábula contemporânea, que pode ser inspirada em alguma já existente ou ser totalmente inédita, ou uma contrafábula. Se optar por esta última, você terá de partir de uma fábula já existente.

Planejamento

  1. Nesta etapa, você terá de tomar algumas decisões para definir, por exemplo:
    1. a temática da fábula;
    2. o foco narrativo e o tipo de narrador;
    3. espaço, tempo (cronológico, no caso) e as ações (o que acontece dentro da história);
    4. se haverá diálogo e quais personagens terão fala;
    5. como será a apresentação (situação inicial), o desenvolvimento e o final.
  2. Após o planejamento, em uma folha à parte, faça um roteiro de escrita, listando todos os tópicos que você planeja escrever na introdução, no desenvolvimento e no final. Veja esta sugestão.
    Ícone. Modelo.
(Nome da fábula)

Introdução

Desenvolvimento

Final

Ilustração. Vista geral de local aberto de solo cinza. À esquerda, uma raposa de pelos em laranja, patas e rabo em marrom, de focinho fino e orelhas pequenas, sentada sobre um tronco em marrom. Ela tem entre as pernas, um tambor pequeno em bege, arredondado. Perto dela, à esquerda, uma árvore vista parcialmente em marrom, com folhas em rosa e sobre um galho, um animal similar a um castor, em pé, de pelos marrons, tocando um violino da mesma cor. Ao centro, um coelho de tamanho médio, cinza, com par de orelhas grandes, segurando com as patas dianteiras, uma flauta bege grande, perto da boca. À direita e de frente para os outros, um servo em pé, de pelos em marrom-claro, com um par de chifres em bege, segurando na pata direita um galho marrom, ao redor do galho, linhas que representam o movimento. Perto dele, uma grande vela com chama de cor laranja. Em segundo plano, árvore de tronco e galhos em preto e folhas rosa, com abertura em luz clara. No alto, céu em azul-escuro, com estrelas brancas.
Respostas e comentários

1 a 8. Respostas pessoais. Ver orientações didáticas.

Você é o autor!

Fábula contemporânea

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Proponha uma roda de leitura de fábulas selecionadas e trazidas pelos estudantes.

Crie um espaço no qual a leitura acontece por prazer. Se achar interessante, proponha que afastem as carteiras da sala, coloque almofadas e tapetes no chão e convide-os a contar as histórias selecionadas.

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  1. Retome com os estudantes a ideia de que a fábula contemporânea ou a contrafábula devem ter como tema um comportamento ou uma questão humana. O foco narrativo das fábulas é em 3ª pessoa, e o narrador pode ser observador ou onisciente. Os personagens devem ser animais com características humanas, as falas podem ser apresentadas pelo discurso direto (marcadas por aspas ou travessões) ou pelo indireto.
  2. No desenvolvimento da atividade, é importante destacar para os estudantes que as ações dos personagens devem conduzir o leitor a chegar à moral, ao ensinamento que se pretende mostrar ao leitor.

Habilidades BNCC

ê éfe zero oito éle pê zero quatro

ê éfe zero oito éle pê zero seis

ê éfe zero oito éle pê zero nove

ê éfe zero oito éle pê um zero

ê éfe zero oito éle pê um quatro

ê éfe seis nove éle pê quatro sete

ê éfe seis nove éle pê cinco um

ê éfe oito nove éle pê três três

ê éfe oito nove éle pê três cinco

Elaboração

  1. Para escrever, lembre-se da linguagem das fábulas e observe, entre outros aspectos:
    1. as características e a estrutura do gênero;
    2. a descrição dos personagens, do cenário e do tempo;
    3. o uso de organizadores para dar sequência aos eventos e os marcadores que vão indicar tempo e espaço, por exemplo;
    4. o uso adequado dos recursos linguísticos e gramaticais disponíveis.
  2. Depois de escrever, leia o texto para ver se ainda há algo a ser ajustado.

Revisão e edição

  1. Pronta a primeira versão, começa a etapa de revisão e edição.
    1. Troque o texto com um colega para que ele leia, revise e faça sugestões.
    2. Para a revisão, prepare, com o professor, uma pauta de revisão, listando os itens que devem ser conferidos durante a leitura, como pontuação, ortografia, coesão e coerência, sequência textual (expositiva, narrativa, descritiva), organização do texto, características e estrutura do gênero, entre outros.

Essa pauta de revisão pode ser utilizada em outros momentos.

  1. Verifique as sugestões apontadas pelo colega e faça os acréscimos, as reformulações e os ajustes que considerar necessários para melhorar ainda mais o texto.
  2. Após os ajustes, releia o texto e faça a edição que for necessária. Se possível, digite a fábula, utilizando um processador e editor de texto.
  3. Você também pode ilustrar sua fábula.

6. Releia a versão final da fábula.

Apresentação e avaliação

  1. Com o professor e os colegas, organizem um evento para que todos possam compartilhar as fábulas e conhecer o trabalho uns dos outros.
  2. Após as apresentações, avaliem como foi o processo de produção para cada um, identificando pontos positivos e negativos e as melhorias que podem ser feitas em uma próxima vez.
Respostas e comentários
  1. Durante a elaboração do texto, oriente os estudantes a utilizar os recursos linguísticos e gramaticais para ordenação temporal e espacial, além de empregar conectores visando à coesão e à coerência. A seguir, há exemplos desses marcadores e conectores.
  • Alguns marcadores temporais:
    • Presente: hoje, atualmente, já, neste momento
    • Passado: tempos atrás, naquele dia, ontem
    • Futuro: daqui (ou dali) a dois anos, futuramente, proximamente
    • Tempo indeterminado: algum dia, era uma vez, certa vez
    • Progressão temporal: à medida que, ao passo de
  • Marcadores espaciais: à frente de, abaixo de, distante, aqui, acolá, atrás, adiante, acima de, sobre, sob, em algum lugar, em outro lugar
  1. Na elaboração da pauta de revisão, considere aspectos gramaticais, de adequação ao gênero e à proposta e de coesão e coerência textuais. Essa pauta pode ter itens adicionais conforme os estudantes avançam em seus estudos. Diga a eles que guardem a pauta para as próximas produções textuais, quando vão atualizá-la com os novos conteúdos aprendidos. Oriente-os a revisar os aspectos do texto por meio de perguntas como:
  • O texto está adequado à proposta de produção de uma fábula contemporânea ou de uma contrafábula?
  • A narrativa apresenta situação inicial, desenvolvimento e final?
  • São usados marcadores temporais e espaciais?
  • Evita-se a repetição desnecessária de palavras?
  • São respeitadas as regras gramaticais, de ortografia e de pontuação?
  • A etapa de revisão é importante para que os estudantes sejam capazes de editar o próprio texto com base nos problemas encontrados.
  • Após a apresentação, promova uma conversa sobre as marcas de autoria, o olhar próprio de cada um sobre a narrativa, as ideias apresentadas e como elas foram organizadas para persuadir o leitor, mobilizá-lo, fazê-lo refletir ou criar cumplicidade, entre outros.

Para ampliar

FÁVERO, Leonor Lopes. Coesão e coerência textuais. São Paulo: Ática, 2002.

ORALIDADE

Fábulas em podcast

Que tal agora contar em um podcast a fábula que vocês escreveram? Vocês vão criar, produzir e divulgar um programa de podcast literário, sendo cada fábula um episódio.

Criação do programa

Ilustração. Ícone. Dois balões de falas sobrepostos, o de baixo em rosa e o de cima em branco.
  1. Com o professor e os colegas, conversem sobre a criação do programa. Discutam como serão:
    1. o programa e os episódios;
    2. o texto de apresentação do programa e de cada episódio;
    3. o nome do programa;
    4. a circulação do programa e o público-alvo;
    5. a divulgação.
  2. Definido como será o programa, é o momento de produzir os episódios. Essa tarefa será feita em duplas.

Tendo ideias

  1. Em duplas, conversem para decidir qual fábula será contada em um podcast, como pode ser feita a transposição da escrita para a oralidade, que estratégias utilizar, quais recursos tecnológicos podem ajudar, quais serão as características e a estrutura do podcast, o contexto de produção e circulação Esse é o momento para ter ideias, ou seja, não há certo ou errado!
    1. Anotem em notas adesivas as ideias que surgirem, cada ideia em uma nota.
    2. Ao terminarem a troca de ideias, organizem as notas adesivas, classificando-as, por exemplo, em ideias para transcrever, estratégias para contar a fábula, recursos tecnológicos
    3. Revisem para ver se falta algum item ou se alguma mudança na ordem é necessária.
    4. Colem as notas adesivas em uma folha à parte para segui-las como roteiro.
Fotografia. Dois braços de pessoa de frente para vidro transparente com vários papéis pequenos coloridos, colados e enfileirados.
Colocando cada ideia em uma nota, é possível mudá-la de lugar se você quiser.
Respostas e comentários

1 a 8. Respostas pessoais. Ver orientações didáticas.

Oralidade

Fábulas em podcast

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Antes de propor a elaboração do podcast, pergunte aos estudantes se eles têm o costume de ouvir podcasts. Se houver possibilidade, coloque algum programa para que eles ouçam e se apropriem das características do gênero.
  • Destaque que os programas têm uma vinheta de abertura, a apresentação dos locutores e do tema que será abordado. Ao final, há uma despedida.
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  • Oriente os estudantes na utilização destes itens para a organização do processo:
    • Preparar o roteiro. Nessa etapa, é importante estabelecer o tempo de duração do podcast. Sugere-se entre 3 e 5 minutos.
    • Separar ferramentas necessárias (aparelho que grave áudio e aplicativo ou software de edição).
    • Dividir as tarefas entre os integrantes da dupla: quem vai pesquisar e produzir os efeitos sonoros para a vinheta e a trilha sonora, quem escreverá a apresentação e a introdução do roteiro, quem será o apresentador (podem ser os dois se desejarem) e quem editará o programa.
    • Estabelecer prazos de execução para cada etapa.
    • Definir o local de gravação (que, de preferência, seja silencioso).
    • Editar o áudio gravado.

Para ampliar

PODCASTS LITERÁRIOS: 19 sugestões para começar a ouvir. Disponível em: https://oeds.link/gMuXLL. Acesso em: 14 maio 2022.

Habilidades BNCC

ê éfe zero oito éle pê zero quatro

ê éfe seis nove éle pê quatro sete

ê éfe seis nove éle pê cinco um

ê éfe seis nove éle pê cinco três

ê éfe seis nove éle pê cinco quatro

ê éfe seis nove éle pê cinco seis

Planejamento e elaboração do roteiro

4. Elaborem um roteiro para o podcast, em uma folha à parte. Lembrem-se de usar o que já escreveram nas notas adesivas.

Ícone. Modelo.
Modelo de roteiro para podcast

Pauta para (nome do programa)

Nome do episódio:

Página:

Data:

Duração:

Episódio :

Sonoplasta(s): Inserir o nome de quem irá selecionar e gravar os efeitos sonoros e a trilha musical.

Redator(es): Inserir o nome de quem irá escrever o roteiro para o episódio.

Apresentador:

Narrador e personagem(ns):

Sonoplastia (som)

Áudio (fala)

Inserir nesta coluna: vinheta, trilha musical, efeito sonoro, entre outros.

Exemplo: trilha sonora de abertura ao fundo. (1 min).

Inserir nesta coluna: apresentação do episódio, narração da fábula, encerramento, entre outros.

Ensaio e gravação

  1. Antes de começarem a gravação, ensaiem a contação da fábula. Isso é importante para que a leitura durante a gravação pareça o mais natural possível. Lembrem-se de que vocês não estão apenas lendo, devem fazer uma leitura dramática.
  2. Para a gravação, procurem um local calmo e silencioso. Muitos ruídos indesejáveis podem ser retirados na edição do áudio, mas a quietude pode ajudar na concentração.

Edição e divulgação

  1. Na etapa de edição, as tarefas são:
    1. limpar o áudio de ruídos ou sons que não fazem parte do episódio;
    2. verificar se as vozes do apresentador, do narrador e do ou dos personagem ou personagens estão claras para os ouvintes;
    3. cortar partes desnecessárias, como erros durante a fala e pausas longas;
    4. inserir trilhas e vinhetas, se estiverem previstas.
  2. Com o podcast pronto, é o momento de divulgar e compartilhar sua criação!
Respostas e comentários
  1. Na etapa de planejamento e elaboração do roteiro, oriente os estudantes a inserir as informações gerais sobre o episódio no cabeçalho e, depois, colocar os efeitos sonoros (se tiver) em uma coluna e, na outra, o texto de apresentação e as falas do narrador e dos personagens.
  • Antes de seguir o modelo, comente que fazer um roteiro do podcast pode ajudá-los a detalhar como o programa será formatado, com indicações do momento em que entram os efeitos sonoros, o narrador e a fala dos personagens, por exemplo. Geralmente, ele é dividido em cabeçalho (informações sobre o programa ou episódio) e desenvolvimento (sonoplastia, tempo e áudio).
  • Após a elaboração do roteiro, se julgar adequado, comente: Vocês podem optar por não ter todos os elementos, apenas o áudio com a narração, por exemplo, sem apresentador, vinheta ou trilha sonora.
  1. Para o ensaio e a gravação, os estudantes devem ser orientados a cuidar da empostação e do tom da voz, da clareza da pronúncia, do uso das pausas indicadas pela pontuação. Oriente-os também quanto à leitura dramática, em que devem usar a voz e outros recursos sonoros para provocar sensações, como suspense, nos ouvintes.
  2. Em caso de problemas durante as gravações, oriente-os a continuar de onde pararam, para que possam corrigir erros na etapa de edição, em que também são inseridas as vinhetas e a trilha sonora.

VOCÊ, BOOKTUBER

Booktuber?!

O hábito de ler deve ser cultivado desde cedo. Você, provavelmente, já leu muitos livros, alguns indicados por professores, outros escolhidos por você apenas para se divertir.

Ao penetrar no mundo literário, começamos a fazer parte de uma história e de um mundo imaginário (sim, passamos a ser coautores, imaginar cenários, personagens, cenas, fazer inferências, levantar suposições).

Ao lermos, nossa mente é preenchida por pensamentos que nos colocam dentro da história. “Conversamos” com o texto e criamos sentidos. Vivenciamos a história, sofremos, rimos, ficamos com receio, com medo, felizes com os personagens. Algumas vezes nos envolvemos de tal maneira que fica difícil interromper a leitura, queremos saber o final, como quando estamos assistindo ao seriado que adoramos e não vemos a hora de que a próxima temporada comece!

Você, booktuber foi imaginado para incentivá-lo a entrar e se apaixonar pelo mundo literário. Como? Tornando-se um booktuber. Mas você sabe o que é ser um booktuber?

Ilustração. Ícone. Dois balões de falas sobrepostos, o de baixo em rosa e o de cima em branco.
  1. Que palavra você conhece que é parecida com essa? Lembrou? O que essa palavra significa?
  2. Agora, analise o substantivo book. O que esse termo em inglês significa?
  3. O que faz, então, um booktuber?
  4. Você conhece algum booktuber? Se sim, qual ou quais?
  5. Reflitam sobre estas questões.

Como será que os booktubers abordam seus conteúdos? Será que dialogam com os espectadores, como se estivessem conversando?

Além de resenhas e comentários sobre as últimas leituras, será que há outras propostas para chamar os espectadores para a ação, fazer com que saiam da zona de conforto lendo novos autores ou diferentes gêneros?

6. Para descobrir, assista a algumas produções de buktúbers conforme orientação do professor. Analise como eles se direcionam para as câmeras e como falam com a audiência.

Respostas e comentários

1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes se lembrem de youtuber, pessoas que produzem conteúdos em vídeo.

2. Livro.

3. Booktuber é alguém que produz conteúdo sobre literatura, como resenhas, indicação de livros, clubes de livros e bate-papo com autores, em vídeo para canais de redes sociais.

4 a 6. Respostas pessoais. Ver orientações didáticas.

Você, booktuber

Booktuber?!

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Nesta unidade, começa o Clube do Livro em novo formato. Propomos que os estudantes entrem para o universo dos booktubers produzindo conteúdos e expressando suas opiniões sobre o que leem.
  • A cada bimestre eles devem escolher o livro que vão ler. Essa escolha pode ser feita por meio de resenhas pesquisadas na biblioteca, em vlogues ou blogues literários, fanpages, revistas, jornais e canais de booktubers. A escolha dos livros deve ser pessoal e não restrita a nenhum gênero textual.
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  • Forme uma roda de leitura e proponha o Você, booktuber. Explique como será feito e peça que estabeleçam os objetivos de leitura (apreciação/lazer, estudo ). Depois, organize com a turma os combinados: fórmas de tomar notas, organização da leitura, planejamento da leitura, o dia da gravação, o dia da apresentação Também converse sobre o contexto de produção e compartilhamento: público-alvo, suporte
  • Oriente os estudantes a tomar nota do que considerarem importante sobre a história ou alguma relação que fizeram para usar depois durante a gravação do vídeo e no compartilhamento com os colegas.
  • Caso não seja possível gravar nem vídeo nem áudio, proponha a simulação, como se todos estivessem em um estúdio assistindo à gravação do booktuber.
  • Oriente-os a como fazer a resenha com base nas anotações que fizeram durante a leitura, a complementar explicando por que escolheram aquele livro, a inserir crítica dando as opiniões e justificando-as, se indicam ou não o livro e por quê, informações sobre o autor, se tem ilustrações e se são interessantes, a linguagem empregada, se tem humor/ironia, se a resenha que os ajudou a escolher o livro atendeu às expectativas criadas
  1. Apresente aos estudantes exemplos de booktubers. Ao assistir aos programas, eles devem analisar os aspectos verbais e não verbais, como gestos, cenário
  • Sugestões de booktubers:
  • Disponível em: https://oeds.link/so9SEI. Acesso em: 24 maio 2022.
  • Disponível em: https://oeds.link/vzOmRh Acesso em: 14 de maio 2022.
  • Após as apresentações dos buktúbers, faça questionamentos em relação ao livro apresentado e pergunte o que acharam da experiência.
  • Outra opção, caso não seja possível desenvolver um trabalho focado em buktúbers, é propor um fanzine.
  • Na etapa de pesquisa, oriente os estudantes a buscar fontes confiáveis na internet para prepararem o tutorial. É importante que eles percebam as etapas envolvidas na produção e no compartilhamento de vídeos com sugestões literárias: seleção do livro que será sugerido, avaliação crítica da obra, redação do roteiro, preparação do cenário (painel de fundo, objetos cênicos e iluminação), gravação e edição do vídeo.
  • Após a pesquisa, peça aos estudantes que apresentem a proposta do grupo e ouçam as dos colegas. Em seguida, promova uma discussão para ver qual é a mais viável para a turma e a utilizem como modelo. Por fim, analise coletivamente a proposta escolhida para ver se há algo que pode ser acrescentado ou substituído para torná-la ainda melhor.

Booktuber, eu?

Você, booktuber foi pensado dentro da mesma estrutura do Clube do Livro, ou seja, é uma atividade bimestral que começa com a escolha do livro para a leitura e termina com a gravação e o compartilhamento do vídeo com a resenha crítica.

O projeto é dividido em etapas que estão descritas a seguir.

1. Escolha do livro

Pesquise resenhas críticas na biblioteca, em vlogues ou blogues literários, fanpages, revistas, jornais e canais de booktubers. Elas vão nortear sua escolha, mas não a definirão. Você fará isso ao pegar um livro, ler a contracapa, a orelha, folheá-lo

Fotografia. Uma menina vista da cintura para cima, com o corpo para a direita, de cabelos pretos penteados para trás, com um par de óculos de grau, blusa de mangas curtas em verde-claro, de bolsa nas costas em rosa-claro. Ela está de frente para uma estante branca, com livros organizados. Ao fundo, duas pessoas em pé, de frente para uma estante com outros livros.
Observar a capa, a contracapa, ilustrações e ler a orelha ou apresentação do livro são ações que ajudam na escolha.

2. Definição do cronograma

Escolhido o livro, comece a leitura. Você e os colegas vão combinar com o professor o cronograma, englobando o tempo que terão para ler o livro, para preparar a resenha, gravar o vídeo e apresentá-lo para a turma.

  1. Elaboração da resenha
    1. Organize as anotações feitas durante a leitura.
    2. Depois, faça um roteiro em uma folha.
    3. Escreva o esboço da resenha.
    4. Antes de escrever a versão final, revise e edite o texto.
  2. Gravação do vídeo
    1. Faça um roteiro de gravação e, antes de gravar, ensaie a fala para que ela saia o mais natural possível.
    2. Procure um local silencioso para a gravação.
    3. Depois de gravado o vídeo, edite para limpar o áudio de ruídos, verificar se a voz está clara e cortar as partes desnecessárias.
  3. Apresentação e avaliação
    1. Pronto! Apresente o vídeo aos colegas e poste no canal escolhido.
    2. Faça uma roda com os colegas para conversar sobre a experiência.
Respostas e comentários
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

1. Averigue o que eles já sabem sobre o gênero textual resenha crítica. Ouça as respostas e complemente, se necessário, explicando:

A resenha crítica é um gênero textual que apresenta a avaliação de uma obra (um filme, uma produção teatral, uma obra literária, um espetáculo de dança e eventos artístico-culturais em geral). Além de fornecer informações gerais sobre a obra e um resumo dela, o autor de uma resenha crítica dá sua opinião, mostrando pontos positivos e negativos e argumentando sobre eles para tentar convencer o leitor. Ao final do texto, pode recomendá-la ou não. Uma resenha crítica pode ser publicada em jornais, revistas ou sites, entre outras possibilidades.

  1. Depois, oriente os estudantes no planejamento da resenha que vão usar no canal do booktuber. É importante que essa resenha seja iniciada com os dados técnicos do livro: nome do autor ou organizador, do ilustrador, da editora, a data de publicação
  • Na etapa de redação da resenha, lembre os estudantes de que a estrutura deve ter introdução, desenvolvimento e conclusão.
  • Depois que os estudantes terminarem a redação, oriente-os a observar os aspectos linguísticos e gramaticais antes da etapa de gravação do vídeo.
  1. Durante as gravações, peça que observem o melhor enquadramento para filmar e a qualidade e o direcionamento da luz.
  • Para edição do vídeo, o Movie MakerOnline é uma opção por ser um software de fácil utilização e disponibilizado on-line. Disponível em: https://oeds.link/Nfsl8X. Acesso em: 14 maio 2022.
  1. Após as apresentações dos vídeos, promova uma avaliação coletiva da atividade, estimulando os estudantes a opinar sobre o que gostaram ou não gostaram, e o que fariam diferente.

Caso não seja possível contar com recursos tecnológicos, as resenhas podem ser publicadas de fórma impressa em um mural da escola destinado a recomendações de leitura.

Habilidades BNCC

ê éfe seis nove éle pê zero seis

ê éfe seis nove éle pê zero oito

ê éfe seis nove éle pê dois três

ê éfe seis nove éle pê quatro cinco

ê éfe seis nove éle pê quatro seis

ê éfe seis nove éle pê quatro nove

ê éfe oito nove éle pê dois seis

EU APRENDI!

1. Em uma folha à parte, construa um mapa mental com o que você aprendeu sobre a fábula e as agá quês. Ele servirá de guia para você estudar.

Ilustração. Ícone. Duas silhuetas de pessoas em branco e rosa e próximo delas, um balão de fala quadrado.

Veja este exemplo de mapa mental sobre ecologia.

Mapa mental. Ao centro, palavra em verde-claro: ECOLOGIA sobre grama e flores de pétalas em rosa e roxo. Ao redor, vários elementos, sentido horário: Não corte árvores. Ilustração: Uma árvore cortada com folhas verdes, caída para a esquerda e ao redor, três troncos e duas toras de árvore. Separe o lixo. Ilustração: Três lixeiras com símbolo de reciclagem: amarela, verde e azul. Economize combustível. Ilustração: Uma placa redonda com contorno e linha fina na diagonal em vermelho, sobre um carro preto. Uma bicicleta azul com rodas em preto. Reduza o consumo de eletricidade. Ilustração: Uma vela branca com luz amarela e uma lâmpada em amarelo. Use os materiais certos. Ilustração: Uma sacola de papel em marrom-claro, com símbolo de reciclagem em verde. Economize água. Ilustração: Torneira cinza, com a parte superior em vermelho. Na ponta inferior, gotas de água em azul-claro. Doe o que não for necessário para você. Ilustração: Duas blusas de alça, uma laranja, outra amarela e bermuda azul. Não jogue lixo na rua. Ilustração: Embalagens espalhadas: uma caixa em verde com etiqueta em branco, duas latas, uma garrafa azul e um papel amassado em branco.

2. Leia esta fábula e responda às questões a seguir.

A raposa comilona

Uma raposa que estava morrendo de fome viu que alguns pastores haviam deixado pão e carne no oco de uma árvore. Sorrateiramente, foi lá e comeu tudo. Como a barriga cresceu e ela ficou presa no buraco, gemia e se lamentava. Uma outra raposa que passava por perto ouviu-a se lamentando e perguntou por quê. Quando soube o que tinha acontecido, disse-lhe:

— Paciência! Quando voltares ao que eras, sairás facilmente.

Ilustração. Uma raposa de pelos em laranja, caminhando para a direita. Ela tem patas em preto e focinho fino, com orelhas pequenas e rabo peludo. Ao fundo, árvores de galhos finos em marrom, sem folhas, secos. No solo, branco de neve.

ESOPO. A raposa comilona. In: Fábulas de Esopo. Porto Alegre: L&PM, 1997. página 44. (Coleção L&PM Pocket, 68).

Respostas e comentários

Eu aprendi!

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • O objetivo da seção é retomar conteúdos e conceitos trabalhados na unidade e, portanto, pode ser necessário rever páginas e anotações anteriores.
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

1. Trabalhe com os estudantes a retomada das características dos gêneros textuais estudados nesta unidade.

Fábulas

  • São textos de tradição oral.
  • Desenvolveram-se na Grécia Antiga.
  • Apresentam animais como personagens.
  • Têm uma moral.
  • Esopo e La Fontéin escreveram muitas fábulas conhecidas até os dias atuais.
  • Tratam de assuntos sociais e de sentimentos humanos.

agá quês

  • Apresentam linguagem verbal e não verbal.
  • São usados balões para as falas e os pensamentos dos personagens.
  • Há uso de recursos gráficos para representar sentimentos dos personagens.

2a. Aborda a moral da história. A moral da fábula transcrita é: “O tempo resolve as dificuldades”. Verifique a compreensão dos estudantes e peça que justifiquem a moral que escreveram.

Habilidades BNCC

ê éfe zero oito éle pê zero quatro

ê éfe zero oito éle pê zero cinco

ê éfe zero oito éle pê zero seis

ê éfe zero oito éle pê zero nove

ê éfe seis nove éle pê três quatro

  1. A moral dessa fábula foi propositalmente retirada. Com base naquilo que você compreendeu do texto, crie uma moral que sintetize o ensinamento transmitido pela história.
  2. Qual é o sujeito dos verbos destacados em verde? Qual é o núcleo desses sujeitos?
  3. A que termo da oração se relacionam os verbos destacados em azul?
  4. Embora esses três verbos se refiram ao mesmo sujeito, do ponto de vista do significado, eles recebem classificações diferentes. Por quê?
  5. Por que nas orações cujos verbos centrais são “gemia” e “lamentava” o sujeito não está expresso diretamente?
  6. Quanto à transitividade, como se classificam os verbos da pergunta anterior?
  7. Agora, vamos observar um pouco mais essa fábula. Siga o roteiro a seguir e complete-o no caderno.

Contexto de produção e circulação: autor, público-alvo, objetivo, local de circulação, época.

Aspecto composicional: foco narrativo; enredo (introdução, desenvolvimento, final, moral); elementos da narrativa (narrador, personagens, tempo, espaço, discurso direto/indireto).

Versão adaptada acessível

Atividade 2, itens b, c.

  1. Qual é o sujeito dos verbos “viu” e “haviam deixado”? Qual é o núcleo desses sujeitos?
  2. A que termo da oração se relacionam os verbos “ficou”, “gemia” e “lamentava”?

3. Leia esta tirinha e responda às questões a seguir.

Tirinha. Tirinha composta por dois quadros. Apresenta como personagens: um homem de cabelos pretos, de camiseta cinza, bermuda preta. Outro homem, Platão, de cabelos pretos penteados para a direita, com par de óculos de grau, camiseta cinza e calça em verde. As cenas se passam em um dormitório. Q1 – À esquerda, o homem de cabelos pretos, sentado sobre uma cama, tocando um violão de cor bege, pergunta? VOCÊ TOCA ALGUM INSTRUMENTO, PLATÃO? À direita, Platão, olhando para ele, responde: SIM. Q2 – O homem sobre a cama, visto da cintura para cima, ainda com o violão nas mãos, diz: VAMOS TOCAR JUNTOS UM DIA. À frente, Platão, de costas para o outro, fala: VOU BUSCAR MINHA GAITA DE FOLES.
WALKER, Mort. Recruta Zero. O Estado de São Paulo, São Paulo, 13 abril 2022. Caderno 2, página C6.
  1. Qual é o sujeito das orações “Vamos tocar juntos um dia” e “Vou buscar minha gaita de foles”? Como você chegou a essa conclusão?
  2. Nesta unidade, aprendemos que, dependendo do contexto, os verbos podem mudar sua classificação com relação ao seu significado e quanto à transitividade. Como isso acontece com o verbo “tocar” na tirinha?
  3. Qual é o humor da tirinha?
Respostas e comentários

2.a) Resposta pessoal.

2.b) Viu: uma raposa; núcleo: raposa. Haviam deixado: alguns pastores; núcleo: pastores.

2.c) Todos se referem a “ela”, que, por sua vez, retoma “uma raposa”.

2.d) Porque “ficou” é verbo de ligação, e os demais são verbos significativos.

2.e) Para evitar a repetição de “uma raposa” ou de “ela”. Como o termo é facilmente recuperado pelo contexto, não há necessidade de repetir o sujeito.

2.f) Ambos são intransitivos, pois não necessitam de complemento.

2.g) Ver sugestões de respostas nas orientações didáticas.

3.a) Nós e eu. Pela desinência dos verbos.

3.b) Na primeira ocorrência, o verbo “tocar” exige complemento (tocar o quê?). Trata-se de um verbo transitivo. Na segunda ocorrência, ele é intransitivo, pois não exige complemento (vão tocar juntos algum dia).

3.c) O fato de o interlocutor tocar uma gaita de foles, instrumento pouco comum no Brasil.

Proponha que as atividades desta página sejam realizadas em duplas, de modo que um estudante possa apoiar o outro na retomada dos conteúdos estudados na unidade. Mostre a eles que além da compreensão textual, por meio da fábula contida na página 40, serão revistos também temas relacionados à língua e à linguagem, envolvendo alguns conceitos como uso de verbos, transitividade verbal, orações, entre outros, bem como os gêneros textuais fábula e história em quadrinho. Espera-se que os estudantes sejam capazes de relembrar os estudos realizados ao longo da unidade. Se necessário, proponha atividades e pesquisas adicionais para serem realizadas em casa, com a ajuda de familiares.

2g. Contexto de produção e circulação: Fábula de Esopo; o público-alvo são crianças, jovens e adultos; tem como objetivo levar as pessoas a refletir sobre o comportamento humano; foi publicada em livro impresso; a época de circulação é o século vinte e um./Aspecto composicional: Foco narrativo: terceira pessoa. Enredo: introdução (uma raposa faminta vê alimentos deixados por pastores no oco de uma árvore); desenvolvimento (a raposa entra no oco da árvore e come todo o pão e a carne deixados pelos pastores; com isso, sua barriga cresce e ela fica presa no buraco, a gemer e se lamentar; outra raposa que passava por ali pergunta o que estava acontecendo e ouve a explicação da raposa); desfecho (a segunda raposa diz para a outra ter paciência, pois terá de voltar ao normal para poder sair do buraco da árvore); moral: “O tempo resolve as dificuldades”. Elementos da narrativa: narrador-observador; personagens: as duas raposas e os pastores (secundários e só mencionados); tempo: linear-cronológico; espaço: em torno do oco da árvore; há discurso direto e indireto.

VAMOS COMPARTILHAR

Fábulas em agá quê

Você já ouviu falar em agá quês literárias? Observe as reproduções das capas e das páginas de duas publicações.

Capa de livro. À direita, um homem visto da cintura para cima, de cabelos e barba em castanho, com um par de óculos de grau, camisa de gola branca e colete verde por cima. Ele tem uma bandeira do Brasil sobre o corpo, no ombro esquerdo, passando pela cintura. Ele estende com a mão direita um livro de capa marrom e uma folha branca com texto abaixo. Na parte superior, à esquerda, perto da cabeça dele, uma arma apontada com tubo fino preto. Em segundo plano, folhas verdes de árvore e acima, céu em azul-claro, sem nuvens. Mais à esquerda, nome da coleção, Grandes nomes em graphic novel, título do livro, Triste fim de Policarpo Quaresma, e nome dos autores, Lima Barreto, Edgar Vasques e Flávio Braga.
Reprodução de página. Página com história em quadrinhos composta por cinco quadros. Q1 – Alguém fora do quadrinho diz: EM TODA PARTE HÁ TERRAS FÉRTEIS... À direita, Policarpo, homem sentado debaixo de árvore, de cabelos e barba escuros, com par de óculos de grau, diz: QUE MAGNÍFICA IDEIA TENS TU! NOSSA TERRA É A MAIS FERTIL DO MUNDO! Ao fundo, árvores de folhas em verde. Q2 – Rosto de Policarpo, do queixo para cima, diz: MAS NÃO COMO NO BRASIL! Q3 – Policarpo visto dos ombros para cima, de olhos fechados e com verduras e legumes em volta dele: milho, feijões pretos, brancos e vermelhos, batatas, alface e tomate. Ele fala: VOU PLANTAR O MILHO, A BATATA E O FEIJÃO... ALÉM DAS FRUTAS E VERDURAS. Q4 – Policarpo em pé, com sombra sobre ele, olhos claros, braços abertos. À esquerda dele, um abacaxi em amarelo, com símbolo de cifrão e acima, folhas verdes. À direita, cofrinho de formato de um porco grande, com símbolo de cifrão. Policarpo fala: O RENDIMENTO SERÁ EXCELENTE COM UMA ADMINISTRAÇÃO APROPRIADA. Q5 – Policarpo visto dos ombros para cima, com a mão direita fechada, para cima, diz: SAIO DAQUI AMANHÃ E COMPRO O SÍTIO! Ao redor, verduras, legumes e frutas em tons de cinza.
Reprodução da capa e da página 22 da agá quê de Triste Fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, por Edgar Vasques e Flávio Braga.
Respostas e comentários

Vamos compartilhar

Fábulas em agá quê

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Antes de iniciar as atividades, diga aos estudantes que muitas histórias escritas apenas em linguagem verbal foram adaptadas e se transformaram em agá quês.
  • Mostre a eles que obras importantes da literatura brasileira, como Triste fim de Policarpo Quaresma e O alienista, foram transformadas em agá quês.
  • A avaliação deve ser diária, observando-se as atividades desempenhadas no dia a dia, como os trabalhos em grupo e as tarefas contextualizadas. A autoavaliação individual e do grupo também são importantes ferramentas de acompanhamento da aprendizagem dos estudantes.
  • Caso os estudantes apresentem dificuldades em relação aos objetivos pedagógicos da unidade, proponha a leitura de mais fábulas e agá quês e ofereça mais atividades de análise linguística. Proponha atividades em duplas ou em pequenos grupos, de modo que eles possam trocar conhecimento e se apoiar nessas interações para o desenvolvimento das habilidades esperadas.

Habilidades BNCC

ê éfe zero oito éle pê zero quatro

ê éfe seis nove éle pê quatro quatro

ê éfe seis nove éle pê quatro cinco

ê éfe seis nove éle pê quatro seis

ê éfe seis nove éle pê quatro sete

ê éfe seis nove éle pê cinco um

ê éfe seis nove éle pê cinco quatro

ê éfe seis nove éle pê cinco seis

ê éfe oito nove éle pê um cinco

ê éfe oito nove éle pê três dois

Capa de livro. Cenas com os personagens em locais diferentes. À esquerda, cena de uma pessoa de cabelos escuros, com terno em amarelo e braços para cima. Ao fundo, outros homens vistos parcialmente, em marrom e azul-claro. Ao centro, cena com um personagem visto dos ombros para cima, cabelos e barba escuros, de camisa branca e terno cinza por cima, olhando para a esquerda. À direita, cena com outras pessoas em tons de verde, roxo e marrom-claro. Abaixo, cena com vista parcial de prédio em bege, com telhado marrom de torre. Na parte superior, título do livro e autor: Literatura Brasileira em Quadrinhos. O Alienista, Machado de Assis.
Reprodução de página. Reprodução de página de história em quadrinhos, composta por sete quadros na vertical. Q1: Vulto em preto de pessoa por trás de uma vidraça. Q2: Duas mulheres de cabelos curtos escuros e com saias longas em preto e blusas em vermelho. Q3: Homem visto da cintura para cima, cabelos, bigode e barcas pretos, óculos de grau, sobre a cabeça um chapéu preto. Usa casaca e colete em cinza, com camisa de gola branca e gravata em roxo. Q4: Homem de costa à esquerda, com cabelos pretos, usando casaca e calças marrons; ele é o noivo. Ele está de braços dados com uma mulher, à sua direita, de cabelos pretos e de vestido longo branco; ela é a noiva. À frente deles está um padre, homem de cabelos pretos, usando um traje branco com um crucifixo no pescoço. Ao fundo, um altar com imagens de santos. Q5: Aparecem as mãos de duas pessoas, uma delas colocando aliança dourada no dedo anular da outra. Q6: Perfil do noivo, homem de cabelos e barba pretos, com óculos de grau. Q7: Mulher de cabelos pretos, sobrancelhas juntas, sorridente, usando vestido branco, a noiva; ela é vista de frente, da cintura para cima, e de seu lado esquerdo aparece o  ombro de seu noivo.
Reprodução da capa e da página 3 da agá quê de O alienista, de Machado de Assis.
Ilustração. Ícone. Dois balões de falas sobrepostos, o de baixo em rosa e o de cima em branco.
  1. Ao fazer as observações, na sua opinião, ler um clássico da literatura em formato de quadrinhos é interessante? Por quê?
  2. Ler o clássico em agá quê aumenta ou diminui sua vontade de ler o livro? Explique.

Criação da agá quê

Partindo dessa inspiração, vamos transformar as fábulas em histórias em quadrinhos?

  1. Em grupos, selecionem uma das fábulas que vocês criaram.
  2. Dividam as tarefas para a produção, definindo quem serão os responsáveis: roteirista, ilustrador, editor, revisor, diagramador
  3. Discutam como vão montar o roteiro, como será o quadro a quadro e a ilustração das cenas, quais serão os recursos, sinais gráficos e metáforas visuais utilizados
  4. Combinem o cronograma para a execução das tarefas e como os demais colegas podem ajudar os responsáveis por elas.
  5. Lembrem-se da etapa de revisão do roteiro, depois da aprovação dos desenhos até chegar à publicação final.
  6. Definam como será a capa, quem aparecerá na página de créditos e se a agá quê será digitalizada.
  7. Combinem com o professor uma exposição das agá quês para a comunidade escolar, familiares e amigos.
  8. Por fim, em uma roda de conversa, avaliem o contexto de produção, circulação e divulgação da agá quê. Como foi essa experiência?
Respostas e comentários

1 e 2. Respostas pessoais.

1 e 2. Durante a discussão proposta nas atividades, valorize as contribuições dos estudantes e estimule que todos opinem a respeito.

  • Para a criação das agá quês, após a divisão da turma em grupos, oriente-os a seguir as etapas indicadas nesta página. Permita que resolvam de fórma autônoma as opções constantes na etapa 3. Uma opção que pode auxiliar os estudantes a realizar esta adaptação é oferecer revistas de agá quês ou acessar sites que contenham esses textos para que observem a estrutura, os recursos visuais utilizados, o uso de onomatopeias, entre outras características desse gênero textual.

3. Geralmente, o ilustrador parte do roteiro para a criação dos desenhos. O roteirista, por sua vez, pode fazer as adaptações necessárias, transformando o texto em prosa em um roteiro para agá quê, mas sem perder a essência da história.

Glossário

fabulistas
: que ou quem escreve ou conta fábulas.
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inato
: que é próprio ou característico da experiência humana.
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avidez
: desejo intenso, voracidade; no caso, muita vontade de comer ou beber algo.
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retesar
: esticar.
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caramanchão
: construção rústica, feita de ripas ou estacas, geralmente recoberta de trepadeira. É comum em parques e jardins.
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divisar
: avistar, enxergar, perceber com os olhos.
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alegórico
: que representa algo de modo simbólico, indiretamente — no caso da fábula, a personificação de animais e coisas para representar atitudes humanas.
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