UNIDADE 1 Brasil em versos
As propostas do seu livro de Língua Portuguesa foram desenvolvidas em quatro etapas que se completam. Nesta unidade, convidamos você a conhecer um pouco do Brasil e de heroínas brasileiras por meio de versos.
EU SEI
Você gosta de poetar?
Perceber a possibilidade de deixar fluir a criatividade para transformar sentimentos em poesia.
EU VOU APRENDER
Capítulo 1 – Poetando brasilidades
Compreender as características e o contexto de produção e circulação de poemas.
Capítulo 2 – Heroínas brasileiras
Compreender as características e o contexto de produção e circulação de cordéis.
EU APRENDI!
Atividades de compreensão textual, reflexão e análise da língua e da linguagem e ampliação da aprendizagem.
VAMOS COMPARTILHAR
Slam: espaço livre de comunicação
Conhecer o slam e a apropriação do espaço como um local de criação e liberdade.
EU SEI
Você gosta de poetar?
A arte contemporânea rompeu barreiras e ganhou as ruas utilizando os mais variados recursos para produzir novos sentidos ou novos olhares sobre o que já conhecíamos como arte. Dos museus, ganhou as ruas; dos livros, as paredes; dos teatros, a praça. Foi ao encontro do público, despertando sentimentos e emoções por meio do teatro, da dança, da música, da literatura.
Assim como os lambe-lambes, novos formatos deram voz aos autores e aos poetas. Nos saraus, nos coletivos, nas batalhas de slams encontramos outros olhares, outras visões e percepções de mundo.
Dos concursos de poesia às competições de slam, os poetas deleitam os leitores e os ouvintes, transportando-os para mundos novos ao ressignificarem as palavras em imagens poéticas.
Observe as manchetes e as imagens a seguir.
Poesia nas escolas: 8ª edição do Slam Interescolar de ésse pê está com inscrições abertas
Organizado pelo Slam da Guilhermina, o Slam Interescolar é uma competição de poesia falada entre alunos de escolas públicas e privadas que acontece desde 2014. reticências
SANTOS, Patricia. Poesia nas escolas: 8ª edição do Slam Interescolar de São Paulo está com inscrições abertas. Desenrola e não me enrola. São Paulo, 27 abril 2022. Disponível em: https://oeds.link/eHvP19. Acesso em: 14 junho 2022.
“Slam Interuni”: campeonato de poesia acontece dia 22/11
“Slam Interuni” integra o projeto Copa das Favelas Slam – Campeonato internacional organizado pelo coletivo Slam Resistência
“SLAM Interuni”: campeonato de poesia acontece dia 22/11. Jornal da , São Paulo, 19 novembro 2021. Disponível em: https://oeds.link/OV5SCL. Acesso em: 14 junho 2022.
- Você gosta de ler poemas? Por quê?
- Gosta de poetar, de criar poemas? Comente.
- Você já participou de um concurso de poesias ou de uma competição de slam? Em caso afirmativo, conte aos colegas como foi.
- O que você achou do projeto Slam Interescolar ésse pê ter virado um livro premiado?
- Na sua opinião, por que no post se diz que o slam é um esporte da poesia falada?
EU VOU APRENDER Capítulo 1
Poetando brasilidades
- Você conhece algum poema sobre a região em que mora? Se conhecer, declame-o ou recite-o para os colegas.
- Você acha que podemos homenagear ou exaltar o local ou o país em que moramos por meio de poemas? Por quê?
- Leia a notícia a seguir sobre um concurso de poesia e descubra quem foi o vencedor.
Conheça o poema amazonense premiado em concurso nacional de poesia
Estudante Vitor Gusmão foi um dos vencedores do 17º Concurso Estudantil de Poesia do Festival de Cenas Teatrais (Fescete)
Redação – 27/06/2021
O estudante Vitor Gusmão, do curso de Geografia da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), foi um dos vencedores do 17º Concurso Estudantil de Poesia do Festival de Cenas Teatrais (Fescete). Ele conquistou o primeiro lugar na categoria estudantil universitária, com a poesia “Antepassados”.
Como prêmio, o estudante irá receber o Troféu Iracema Paula Ribeiro, que homenageia a fundadora da escola e o grupo de teatro Tescom, que organiza o Festival em parceria com a prefeitura de Santos ( São Paulo).
O 17º Concurso Estudantil de Poesia do Fescete acontece anualmente; o concurso tem o objetivo de incentivar a escrita poética de estudantes de escolas e universidades, além de estimular a criatividade e premiar as melhores poesias inscritas.
O concurso é dividido em quatro categorias, ensino Fundamental um e dois, Ensino Médio e Ensino Universitário, e os vencedores de cada categoria recebem o Troféu Iracema Paula Ribeiro. Importante destacar que o concurso ocorre durante o Fescete, que premia as melhores cenas teatrais do país.
Confira abaixo o poema “Antepassados”, de Vitor Gusmão:
Antepassados
Sou a árvore da semente que
cresceu com as raízes
dos meus antepassados
Sou a flor que brotou
com o suor da caminhada
quente, percorrida pelos
meus ascendentes
Sou o fruto que se deu com
as batalhas da vida difícil,
das origens dos meus precursores
Sou o filho do farinheiro, do marceneiro
e do industriário, sou neto do pescador
que trouxe até a mesa como alimento,
o famoso tambaquiglossário assado.
Sou a canoa que o canoeiro rema,
O pescador que quer pescar o peixe,
A tarrafaglossário e a malhadeiraglossário jogadas
dentro do rio junto com o anzol
Sou uma gota de sangue
dos portugueses, dos peruanos,
dos povos indígenas nativos,
do vizinho paraense,
do nordestino cearense
que fugiu da sêca e da fome
Sou o poeta que herdou
O dom de escrever poesia,
O dom que foi deixado pelos
meus tios Antônio e Teodoro
Sou o caboclo amazonense
que assim como os meus ascendentes,
respinga o suor que escorre pelo rosto
com o corpo todo ensopado
depois de uma chuva de mormaço.
CONHEÇA o poema amazonense premiado em concurso nacional de poesia. Portal Amazônia. [], 27 junho 2021. Disponível em: https://oeds.link/O0Mq1M. Acesso em: 10 junho 2022.
COMPREENSÃO TEXTUAL
Respondam às questões no caderno.
- Qual é a informação publicada na notícia?
- Na opinião de vocês, por que a matéria deu ênfase ao poema amazonense, se há outras três categorias premiadas?
- Quem organiza o festival? Onde e há quanto tempo ele acontece?
- Qual é o objetivo do concurso?
- Vocês acham interessante participar de um concurso como esse? Por quê?
- Quem escreveu o poema, para quem e com qual finalidade?
- Observem o título do poema. Na opinião de vocês, sobre o que ele trata?
- Ao ler o poema, que imagem poética vocês construíram?
- O que o poema despertou em vocês?
- Há várias metáforas ao longo do poema. Citem uma.
- Que outros termos o poeta utiliza para se referir aos antepassados?
- O que o poema exalta?
- Na opinião de vocês, o poema é inspirador? Por quê?
- Em relação à estrutura externa do poema, analisem a composição e os versos.
- Observem o início de cada estrofe. Que construção se repete ao longo do texto, proporcionando ao poema um paralelismo sintático? Identifiquem.
- Agora, observem a pontuação. O que ela pode indicar ao leitor?
Os versos dão ritmo, melodia e métrica ao poema, sendo classificados de acordo com a quantidade de sílabas poéticas (monossílabo, dissílabo, trissílabo ). Os versos podem ser regulares quanto ao ritmo e rimas, ou livres (ou irregulares), quando não utilizam padrões rígidos de métricas, fugindo às fórmas fixas. Neste último caso, estão mais focados no ritmo, na unidade semântica, na musicalidade, e podem ou não apresentar rimas. Há também versos brancos (ou soltos), que podem apresentar métrica, mas não esquemas de rimas.
OUTROS POEMAS
- Você conhece Cora Coralina? Em caso afirmativo, comente o que você sabe sobre ela.
- Antes de ler o poema, você irá ouvi-lo.
- Ao ouvir o poema, que imagem você construiu?
- Você observou o ritmo e a musicalidade? Comente.
- Você recitaria o poema do mesmo modo? Como faria?
- Agora, leia o poema.
Ofertas de Aninha (Aos moços)
Eu sou aquela mulher
a quem o tempo
muito ensinou.
Ensinou a amar a vida.
Não desistir da luta.
Recomeçar na derrota.
Renunciar a palavras e pensamentos negativos.
Acreditar nos valores humanos.
Ser otimista.
Creio numa fôrça imanenteglossário
que vai ligando a família humana
numa corrente luminosa
de fraternidade universal.
Creio na solidariedade humana.
Creio na superação dos erros
e angústias do presente.
Acredito nos moços.
Exalto sua confiança,
generosidade e idealismo.
Creio nos milagres da ciência
e na descoberta de uma profilaxiaglossário
futura dos erros e violências do presente.
Aprendi que mais vale lutar
do que recolher dinheiro fácil.
Antes acreditar do que duvidar.
CORALINA, Cora. Ofertas de Aninha (Aos moços) In: CORALINA, Cora. Melhores poemas. quarta edição Seleção de Darcy França Denófrio. São Paulo: Global, 2017. página 92.
COMPREENSÃO TEXTUAL
Respondam às questões no caderno.
- De quem é a voz no poema e como é construída a sua identidade?
- Na opinião de vocês, para quem o poema foi escrito?
- O que o poema despertou em vocês? Ao fechar os olhos, vocês conseguem imaginar o que é sugerido nos versos?
- Ao ler o poema, depois de ouvi-lo, vocês compreenderam melhor o sentido? Expliquem.
- Há três tempos no poema. Quais são eles e qual significado contêm?
- Sobre o que o eu lírico reflete no poema?
- Que convite o eu lírico faz ao leitor?
- Leia as primeiras estrofes do poema. Quem foi o professor do eu lírico e o que lhe foi ensinado?
- Para vocês, qual é a principal mensagem do poema?
- No poema, podemos considerar que há duas vozes: a de Aninha e a da senhora Cora Coralina, que parecem mescladas para dar o contraste temporal entre o passado, o presente e o futuro. Vocês concordam com essa afirmação? Por quê?
- A construção sintática do poema pode ser considerada, aparentemente, simples. No entanto, em uma observação mais atenta, notamos uma linguagem moldada com primazia e uma escolha minuciosa de palavras. Vocês concordam com essa afirmação? Por quê?
- Nesse poema, o que o eu lírico compartilha com o leitor?
- Em relação ao poema, analisem os itens seguintes.
Composição |
Versos |
Rimas |
---|---|---|
As rimas ajudam a dar musicalidade ao poema e podem ser classificadas quanto à fonética (rima perfeita, toante ou aliterante), ao valor (pobre, rica ou rara), à acentuação (aguda, grave ou esdrúxula) e à posição no verso (final ou interna) e na estrofe (alternadas, paralelas, opostas, encadeadas, misturadas ou versos brancos).
- Observem as estrofes. Há repetições que proporcionam ao poema um paralelismo sintático. Quais são?
- Releiam este trecho do poema.
Creio numa fôrça imanente
reticências
Creio na solidariedade humana.
Creio na superação dos erros
e angústias do presente.
- Além do paralelismo, ao que essa estrutura remete?
- O que esse trecho indica ao leitor?
16. Na última estrofe, o que indica ao leitor a repetição do termo “do que”?
▶ Nesse encadeamento de ideias, o que representam os verbos no infinitivo?
Para ampliar
Antologia de poemas portugueses para a juventude. Henriqueta Lisboa. São Paulo: Peirópolis, 2011.
Nessa antologia, Henriqueta Lisboa seleciona poemas do além-mar para os jovens leitores brasileiros. Entre eles, estão poemas de Fernando Pessoa, Almeida e Luís de Camões.
LÍNGUA E LINGUAGEM
Figuras de linguagem: eufemismo e ironia
Responda às questões no caderno.
1. Leia a tirinha.
BECK, Alexandre. Armandinho. [], 10 fevereiro 2022. Facebook: Armandinho. Disponível em: https://oeds.link/eNpWxb. Acesso em: 22 junho 2022.
- O que Armandinho está explicando ao pai?
- Por qual razão ele teria decidido explicar o ocorrido dessa fórma?
- Qual é o humor da tirinha?
O eufemismo é uma figura de linguagem cujo objetivo é suavizar determinada informação, que pode ser desagradável ao interlocutor. Nesse caso, escolhem-se palavras ou expressões que minimizem os possíveis efeitos do conteúdo da mensagem.
2. Observe o cartaz.
TOCANTINS. Vamos prevenir; Vacinar é importante. Secretaria da Saúde do Governo do Estado de Tocantins, Palmas, 2019. Disponível em: https://oeds.link/juhPCQ. Acesso em: 22 junho 2022.
- Qual é o objetivo do cartaz?
- Que argumento é utilizado para persuadir o público?
- Que expressão é utilizada para suavizar a informação relativa à mortalidade da febre amarela?
3. Leia a tirinha a seguir.
GONSALES, Fernando. Níquel Náusea. Folha de São Paulo, São Paulo, 21 junho 2022. Disponível em: https://oeds.link/685Efo. Acesso em: 22 junho 2022.
- O título da tirinha condiz com aquilo que se afirma no segundo e no terceiro quadrinhos?
- O que podemos inferir da reação do cachorro, após a afirmação de que ele ficou tão feliz a ponto de ir embora?
- Em que medida esse fato contribui para o humor da tirinha?
A ironia é uma figura de linguagem que consiste em expressar uma ideia oposta àquilo que realmente se quer dizer.
4. Agora, leia esta outra tirinha.
▶ Considerando o parágrafo escrito por Calvin, por que a fala de Haroldo, no último quadrinho, pode ser considerada irônica?
uáterson, . O melhor de Calvin. Estadão, São Paulo, 27 abril 2022. Disponível em: https://oeds.link/uwWBWy. Acesso em: 22 junho 2022.
OS POVOS ORIGINÁRIOS EM VERSOS
O rio Solimões virou verso pelo olhar de Márcia Wayna Kambeba. Você sabe quem é essa poetisa? Você conhece o povo Omágua/Kambeba?
1. Leia um trecho de “A literatura e o ativismo indígena – entrevista com Márcia Wayna Kambeba”.
reticências
2- Fale-nos como é ser uma mulher Omágua/Kambeba na luta pela visibilidade e direitos aos povos indígenas via literatura.
Ser mulher Omágua e estar na literatura é desafiador. Escrever memórias, narrativas contadas pelos mais velhos reticências, é tarefa das mais sublimes porque marca em mim a identidade que carrego. Precisamos informar, ecoar, marcar o lugar do saber em nós, compreendendo que somos parte integrante de uma nação. E precisamos de mais e mais parentes escrevendo. A arte que os povos fazem na cidade nas várias linguagens é um ativismo. Aplausos são bons, mas a visibilidade tem que ser da causa, da luta, e poucos na cidade entenderão a nossa luta por esse olhar. Por isso nos rotulam de artistas indígenas, até somos, mas gostamos mesmo de ser ativistas indígenas.
reticências
DORRICO, Julie; GALVÃO, Demetrios. A literatura e o ativismo indígena – entrevista com Márcia Kambeba. Revista Acrobata, Teresina, 13 abril 2020. Disponível em: https://oeds.link/PJH500. Acesso em: 18 junho 2022.
- Você concorda com a autora de que escrever memórias marca a identidade de quem escreve? Por quê?
- Na sua opinião, a arte é uma fórma de ativismo?
- Para você, respeitar a identidade de cada pessoa é uma fórma de respeito à diversidade cultural? Por quê?
- Você acha importante discutir a cultura dos povos indígenas e o lugar atual dos povos originários? Por quê?
- Você vai, primeiro, ouvir o poema de Márcia sobre o rio Solimões para depois lê-lo. Concentre-se apenas nas palavras proferidas.
- Agora, leia o poema e responda às perguntas no caderno.
Os filhos das águas do Solimões
A água é a mãe que sustenta,
A vida que nasce como flor
Alimenta a planta e o ser vivente,
É estrada onde anda o pescador.
Na enchente, vem veloz e furiosa,
Derrubando ribanceiras, destruindo a plantação,
Afeta a vida do indígena e ribeirinho,
é um ciclo, que se renova a cada estação.
Na vazante o rio quase some.
A praia começa a surgir,
A água, agora bem calminha,
Não tem fôrças para a roça destruir.
Nas margens de um rio em formação,
Vive um povo que a água fez nascer,
Em um parto de dor e emoção,
A VÁRZEA, o Kambeba escolheu pra viver.
Mas em um contato fatal,
Com um povo mais socializado,
Fez dos herdeiros das águas,
Um povo desaldeado,
Tomando seu solo sagrado,
Sem dor, piedade ou compaixão,
Os Kambeba foram escravizados,
Apresentados à “civilização”.
Exploraram a sua fôrça,
Forjando uma falsa proteção.
KAMBEBA, Márcia Wayna. Os filhos das águas do Solimões. In: KAMBEBA, Márcia Wayna. Ay Kakyri Tama (Eu moro na cidade): poemas e crônicas. Manaus: Grafisa Gráfica e Editora, 2013. página 47.
- Que mensagem o poema transmitiu a você?
- Quem são os filhos das águas do Solimões citados no título?
- No poema, há uma personificação. Identifique-a.
- Que relação o poema estabelece entre os Kambeba e o povo ribeirinho?
- O eu lírico começa exaltando a água e, logo depois, fala de sua fôrça na enchente e a destruição que pode causar. Isso é uma contradição? Que significado essa consideração agrega ao poema?
- Que ruptura na história dos Kambeba há no poema?
- Que efeito de sentido produz o termo “civilização” entre aspas?
ORTOGRAFIA
A cêrca de, há cêrca de, acerca de, cêrca de
Responda às questões no caderno.
1. Leia a tirinha.
BECK, Alexandre. Armandinho. [ sem local], 19 abril 2015. feicibúk: Armandinho. Disponível em: https://oeds.link/0E4Z0t. Acesso em: 20 junho 2022.
- No último quadrinho, o que a expressão de Armadinho revela?
- Por que ele tem essa reação?
- O que significa a expressão “ cêrca de”, que aparece na fala do garoto?
2. A seguir, leia o trecho de uma matéria sobre a influência cultural indígena no cotidiano dos paraenses.
reticências
Tomar um açaí com farinha e peixe assado e depois deitar em uma rede, qual o paraense que nunca fez isso? Algo tão comum e enraizado nos costumes de quem vive na parte de cima do Brasil, é uma herança dos povos indígenas. A cultura indígena está presente no nosso cotidiano, seja no nosso vocabulário, hábitos, músicas, danças e também no conhecimento do poder medicinal das plantas.
Abril é um mês de visibilidade para os Povos Indígenas, mas que não fique apenas em um mês do ano. E não, os Povos Indígenas não estão em um mundo paralelo ou parados no tempo, em séculos passados. Estão nas cidades, nas aldeias, nas universidades, nas escolas, conquistando espaços e compartilhando vivências. A luta por valorização, reconhecimento, direitos e principalmente respeito pelas tradições, cultura e vida indígena precisa ser vista como prioridade em debates acerca da origem da história do país. Suas práticas culturais estão em nosso dia a dia.
reticências
BERSA, Aline. Na semana dos Povos Indígenas, vamos conhecer um pouco mais sobre a influência cultural indígena no nosso cotidiano. TV Liberal, Belém, 19 abril 2021. Disponível em: https://oeds.link/2fYgKF. Acesso em: 20 junho 2022.
- Segundo o texto, a visibilidade dos povos indígenas não deve se restringir a apenas um mês. Que argumento a autora utiliza para defender esse ponto de vista?
- A autora menciona a influência indígena no vocabulário. Que exemplos dessa influência você conhece?
- Qual é o significado da expressão “acerca da”, utilizada no texto?
Dada a semelhança entre as expressões a cêrca de, há cêrca de, acerca de e cêrca de, é comum haver dúvidas na hora da escrita. No entanto, é preciso ter em mente que cada uma tem um significado, e precisamos conhecê-los para evitar problemas na comunicação e no entendimento do leitor.
- A cêrca de: refere-se a uma distância aproximada, que pode ser em relação ao espaço ou ao tempo futuro. Exemplos: Estamos a cêrca de seis meses do fim do ano./A biblioteca está a cêrca de quinhentos metros de distância.
- Há cêrca de: a expressão refere-se a algo que ocorreu no passado, em um tempo aproximado. Exemplo: As regras mudaram há cêrca de um ano.
- Acerca de: locução prepositiva que equivale a “sobre” ou “a respeito de”. Exemplo: A professora falou acerca dos problemas da turma.
- cêrca de: a expressão significa “aproximadamente”. Exemplo: cêrca de dez alunos já estavam na sala.
3. Escreva as frases completando-as com a cêrca de, há cêrca de, acerca de ou cêrca de.
a.
duzentas pessoas compareceram ao show ontem.b. O conflito que estamos estudando ocorreu
cem anos.c. Na semana passada, discutimos
línguas indígenas que ainda são faladas no Brasil.d. O escritório fica
dois quilômetros da avenida principal.e.
dez anos, meu irmão mais velho retornou de sua viagem à América Central.f. Aquele pequeno munícipio, consideravelmente afastado do centro, tem
quinhentos habitantes.g. Os textos
direitos indígenas serão discutidos na próxima aula.A VOZ DO AUTOR
Cora Coralina
Nome: |
Anna (Ana) Lins dos Guimarães Peixoto Bretas; pseudônimo: Cora Coralina. |
---|---|
Profissão: |
Poetisa e contista. |
Nascimento: |
20 de agosto de 1889, na cidade de Goiás, estado de Goiás. |
Falecimento: |
10 de abril de 1985, em Goiânia, estado de Goiás. |
1. Leia este trecho de uma matéria sobre Cora Coralina.
As raízes de Cora
Documentário poético resgata a história de vida da poeta e doceira
Essa é a história da menina feia da Ponte da Lapa. Da menina triste e nervosa, amarela de rosto empalamadoglossário e pernas moles, que tinha duas irmãs lindas e que poderia ter sido amada por ser a caçula, mas então veio mais uma e ocupou seu lugar. Ficou sozinha, fechada em seu mundo imaginário. A menina é Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, nascida na cidade de Goiás em 1889 e rebatizada, por ela mesma, já aspirante a poeta, como Cora Coralina.
Ao longo de seus 95 anos de vida – de muito trabalho, garra e coragem e de alguma alegria –, Cora carregou essa menina ao seu lado, e quando começou a escrever mais sistematicamente e a publicar seus livros, já mais velha, lá estavam a garota, a casa da infância, que foi a casa da velhice, as memórias – tudo o que ela viu, sentiu, viveu neste quase um século, e que não foi pouco.
RODRIGUES, Maria Fernanda. As raízes de Cora. Caderno 2, cê um . Estadão, São Paulo, 14 dezembro 2017.
- Como Cora Coralina se via na infância?
- Para você, qual é a importância dela para a literatura brasileira?
- Em grupos, pesquisem mais sobre Cora Coralina para descobrir, entre outras coisas:
- a importância dessa menina que a poetisa “carregou ao seu lado” por toda a sua vida, bem como as referências da infância;
- como foi a vida de Cora Coralina e sua trajetória literária;
- como as receitas fizeram parte da vida da poetisa.
3. Apresentem oralmente os resultados da pesquisa. Vocês podem usar imagens, slides e cartazes para ilustrar a apresentação.
Para ampliar
Museu Casa de Cora Coralina
A página do museu encanta o visitante com o acervo da poetisa e uma vasta galeria. Para fazer um tour virtual pelo museu, acesse o link. Disponível em: https://oeds.link/VR3Bax. Acesso em: 15 junho 2022.
Lembranças de Aninha. Cora Coralina. São Paulo: Global, 2021.
Esse livro inédito transporta o leitor para a infância de Aninha no interior de Goiás. Conforme a leitura avança, descortina-se um tempo distante em um cenário rural e cheio de tradições.
EU VOU APRENDER Capítulo 2
Heroínas brasileiras
- Você já ouviu falar em Maria Firmina dos Reis? Se sim, comente o que sabe sobre ela.
- Observando a legenda da imagem, você acha que ela teve um papel importante para a literatura brasileira? Por quê?
- Leia este texto sobre Maria Firmina.
Maria Firmina dos Reis é considerada a primeira romancista brasileira, e também fazia composições musicais e poemas. Nasceu em 1822 na ilha de São Luís ( Maranhão) e mudou-se ainda criança para São José de Guimarães, onde começou a estudar de fórma autodidata. Aos 25 anos, tornou-se a primeira professora concursada do estado do Maranhão. Enquanto trabalhava, Maria Firmina escrevia Úrsula, publicado em 1859 como primeiro romance abolicionista e primeiro romance escrito por uma mulher negra no Brasil. Em 1880, aposentou-se e fundou uma escola gratuita para meninos e meninas no povoado de Maçaricó, que seria fechada mais tarde devido ao machismo daquela época. Maria Firmina continuou atuando como ativista na campanha abolicionista e escrevendo obras antiescravistas até o seu falecimento, em 1917, no município de Guimarães.
ARRAES, Jarid. Heroínas negras brasileiras em 15 cordéis. São Paulo: Seguinte, 2020. página 113.
- As hipóteses que você formulou na atividade 2 se confirmaram após a leitura do texto? Explique.
- Em vários aspectos de sua vida, Maria Firmina foi precursora. Quais deles são contados no texto?
4. Agora, leia um trecho de um cordel sobre Maria Firmina.
Maria Firmina dos Reis
Maria Firmina dos Reis
De mulata foi chamada
Mas renego esse termo
Pra gente miscigenada
Reconheço-a como negra
Sendo assim bem nomeada.
Foi nascida em São Luís
No estado do Maranhão
Dia onze de março
No país, a escravidão
mil oitocentos e vinte e dois
No Nordeste da nação.
Apesar do seu registro
De bastarda carimbada
Sofreu muito preconceito
Por não ser endinheirada
E foi na dificuldade
Que se fez iluminada.
Para ter vida melhor
Com a tia foi morar
Sempre muito esforçada
Conseguiu se educar
Pois sabia da importância
Que existe em estudar.
Tinha assim vinte e cinco anos
Quando foi ela aprovada
Para vaga numa escola
Onde muito dedicada
Excelente professora
Foi por todos registrada.
Só que Maria Firmina
Tinha livre o coração
Defendendo com clareza
Que acabasse a escravidão
Para ela o ideal
Era a certa abolição.
Uma fórma que encontrou
Pra política exercer
Foi na arte literária
Que ela veio a escrever
Contos, livro e poesia
Tudo pronto pra se ler.
reticências
De Úrsula chamou
Seu romance publicado
E na História brasileira
O seu nome está gravado
Como sendo a pioneira
Desse gênero citado.
A primeira romancista
Que foi negra e nordestina
Soube usar com esperteza
O fulgor da sua sina
Trabalhou suas palavras
Mesmo sendo clandestina.
Porque de dificuldades
Sua vida foi inteira
Até mesmo pseudônimo
Foi sua opção primeira
Como “Uma maranhense”
Assinou sua trincheira.
Em suas obras literárias
Ela sempre demonstrou
O seu abolicionismo
Que na escrita assinalou
E a sua origem negra
Com certeza que honrou.
reticências
Ela foi tão importante
Para outras instigar
E a mim muito emociona
Quase ao ponto de chorar
Quando penso em sua vida
Quero assim compartilhar.
Porque graças a Firmina
Hoje temos esse espelho
Da mulher negra escritora
E que publicou primeiro
Um livro abolicionista
Como mais belo centelho.
reticências
ARRAES, Jarid. Maria Firmina dos Reis. In: ARRAES, Jarid. Heroínas negras brasileiras em 15 cordéis. São Paulo: Seguinte, 2020. página 107-111.
COMPREENSÃO TEXTUAL
Responda às questões no caderno.
- Ao ler esse trecho do cordel, o que você sentiu? Comente.
- O que é um cordel? Explique com suas próprias palavras.
- Qual é a temática do cordel?
- Com que intenção ele foi escrito?
- Pelo cordel, conseguimos ter uma ideia de quem foi Maria Firmina? Explique.
- O eu lírico se sente inspirado por Maria Firmina? Em que partes podemos perceber isso?
- Nos versos “Hoje temos esse espelho / Da mulher negra escritora”, o que o termo espelho significa?
▶ Na mesma estrofe que contém esses versos, há uma comparação. Qual?
8. Releiam esta estrofe.
Apesar do seu registro
De bastarda carimbada
Sofreu muito preconceito
Por não ser endinheirada
E foi na dificuldade
Que se fez iluminada.
- O que a expressão destacada significa?
- O que podemos entender dos dois últimos versos dessa estrofe?
Versão adaptada acessível
Atividade 8, itens a, b.
- O que a expressão “bastarda carimbada” significa?
- O que podemos entender dos versos “E foi na dificuldade / Que se fez iluminada.”?
9. No verso “Mesmo sendo clandestina”, que sentido tem o termo destacado?
Versão adaptada acessível
Atividade 9.
No verso “Mesmo sendo clandestina”, que sentido tem o termo “clandestina”?
10. Em relação à estrutura externa, a métrica e a modalidade das estrofes são características importantes no cordel. O que podemos observar quanto a isso nesse cordel?
Os cordéis são escritos de acordo com uma estrutura preestabelecida, focando no ritmo e na musicalidade. Dentro das métricas fixas, algumas são mais comuns:
- quadras: estrofes de quatro versos e sete sílabas;
- sextilhas: estrofes de seis versos e sete sílabas;
- décimas: estrofe de dez versos e sete sílabas.
LÍNGUA E LINGUAGEM
Regência verbal e regência nominal: norma-padrão e usos coloquiais
Responda às questões no caderno.
1. Observe o cartaz seguinte.
CURITIBA. Secretaria Municipal de Saúde Curitiba, [ sem data]. Disponível em: https://oeds.link/iQQLtR. Acesso em: 22 junho 2022.
- Qual é o objetivo desse cartaz?
- Em que medida a parte visual do cartaz contribui para seu objetivo?
- A linguagem utilizada é mais próxima ou mais distante do público? Justifique sua resposta com elementos do texto.
- Esse uso promove que efeito no texto?
No 8º ano, estudamos a regência nominal e a verbal. Na ocasião, aprendemos alguns usos relativos à norma-padrão, que devem ser respeitados em situações que exigem mais formalidade. Entretanto, como também já sabemos, a língua está em constante mudança e, muitas vezes, em determinadas situações, os falantes utilizam variedades diferentes das determinadas pela norma-padrão, sobretudo em situações informais ou quando se pretende utilizar uma linguagem mais próxima do público.
Com relação à regência, essa variedade de usos é bastante comum e, no cartaz, é possível observar um exemplo disso: o verbo chegar foi empregado com a preposição em, no lugar da preposição a, que seria o mais adequado de acordo com a norma-padrão.
2. Leia a tirinha.
BECK, Alexandre. Armandinho. [ sem local], 14 setembro 2016. Facebook: Armandinho. Disponível em: https://oeds.link/1VsK50. Acesso em: 22 junho 2022.
- Que mensagem a tirinha procura transmitir?
- Qual classe de palavra Armandinho usa para exemplificar seu argumento? Como ele utiliza os conceitos de singular e plural para defender seu ponto de vista?
- As tirinhas geralmente retratam situações do cotidiano e, por essa razão, a linguagem nelas utilizada se aproxima da língua falada. Nessa tirinha, há um verbo que comprova o uso de uma linguagem mais cotidiana. Qual é esse verbo?
Essa variação de uso também pode acontecer com alguns nomes, ou seja, também está presente na regência nominal.
3. Leia a HQ a seguir.
, . . Twitter: . [], 15 janeiro 2022. Disponível em: https://oeds.link/e1rYae. Acesso em: 22 junho 2022.
- O que leva a ter a ideia de vender os biscoitos na escola?
- No segundo quadrinho, a amiga de utiliza um termo muito comum atualmente, que mostra seu contato com o mundo virtual. Que termo é esse? O que ele significa?
- Que problema as meninas encontram ao decidir divulgar o trabalho de ?
- Em que consiste o humor da tirinha?
- Se você tivesse de optar por uma das três possibilidades sugeridas em português, qual delas escolheria? Por quê?
Na tirinha, as personagens têm dúvida quanto à preposição a ser utilizada com o substantivo “entrega”: em domicílio ou a domicílio? De acordo com a norma-padrão, a fórma mais adequada seria entrega em domicílio, pois a entrega é feita em algum lugar. No entanto, em algumas situações é comum ouvir – e até mesmo ler – a segunda expressão.
- Considerando a quantidade de casos de regência verbal em que a fórma sinalizada pela norma-padrão difere da língua coloquial, vamos fazer uma pesquisa, a fim de verificar outras ocorrências. Para tanto, com um colega, siga os passos seguintes.
- Façam uma lista com os verbos já estudados no 8º ano e também com outros verbos, como: agradar/desagradar, assistir, esquecer (-se)/lembrar (-se), ir/chegar, obedecer/desobedecer, pagar/perdoar, preferir Nesse primeiro momento, observem as regras determinadas pela gramática normativa.
- Depois de listar os verbos, elaborem uma ficha, baseada neste modelo:
Verbo |
Regência de acordo com a norma-padrão |
Regência observada na língua oral/ coloquial |
Exemplo de uso na língua oral/coloquial |
Situação de comunicação da qual o exemplo foi retirado |
---|---|---|---|---|
- Na sequência, procurem exemplos de como esses verbos são utilizados na língua oral/coloquial e completem a ficha, com base nos critérios preestabelecidos.
- Comparem os dados obtidos com as regras da gramática e expliquem, do ponto de vista sintático, a mudança de transitividade que ocorre nesses casos. Por exemplo: determinado verbo, de acordo com a norma-padrão, é transitivo indireto. No entanto, na amostra coletada, ele é utilizado sem preposição, ou seja, é transitivo direto.
- No dia combinado com o professor, apresentem os resultados e discutam com a turma o que mais chamou a atenção de vocês ao longo da pesquisa. Verifiquem se vocês chegaram a conclusões semelhantes e, no caso de haver diferenças, analisem as possíveis razões para isso.
VOCÊ É O AUTOR!
Cordel
1. Agora é a sua vez de escrever um cordel! Antes, converse com os colegas para fazer uma síntese do que é um cordel. Ela servirá para você fazer seu planejamento. Veja a sugestão do quadro a seguir.
Características |
|
---|---|
Estrutura externa |
|
Finalidade |
|
Contexto de circulação |
- No planejamento, você terá de tomar algumas decisões para definir, por exemplo:
- o tema – algo da região que você queira exaltar ou criticar, alguma figura ou fato histórico, algum fato recente que foi importante ;
- a estrutura externa – quantas estrofes terá, qual vai ser a composição dessas estrofes, o número de sílabas poéticas, as rimas perfeitas;
- o contexto de circulação e o público-alvo;
- o título.
- Com base no planejamento, inicie a elaboração do cordel.
- Pense em palavras-chave que podem ser usadas para produzir o efeito de sentido desejado e em outras que rimam com elas.
- Depois, pense em como você irá desenvolver o tema para contar a história e utilizar a linguagem mais adequada e se irá incluir alguma figura de linguagem ou marcas de oralidade.
- Esboce a ilustração para a capa que represente o cordel, lembrando que, na montagem, você poderá produzir a xilogravura.
- Troque o esboço com um colega para a revisão.
- Para a revisão, prepare, com a orientação do professor, uma pauta com os itens que devem ser conferidos durante a leitura, como pontuação, ortografia, coesão e coerência, organização do texto, características e estrutura do gênero, entre outros.
Essa pauta de revisão pode ser utilizada em outros momentos.
- Ao analisar o esboço do colega, verifique se ele: desenvolveu o tema proposto, seguiu as métricas, seguiu a estrutura dos versos e das estrofes e o tipo de rima.
- Depois da revisão, faça a reescrita do cordel. Veja quais ajustes devem ser feitos e as sugestões do colega.
- Com o cordel reescrito, pense em como dispô-lo no papel para confeccionar o folheto. Decida se você vai ou não transformar a ilustração em uma xilogravura.
- Combine com o professor e os colegas como será feita a divulgação.
- Ao final, faça com a turma uma roda de conversa para discutir sobre a produção dos cordéis e a exposição dos folhetos.
ORALIDADE
Slam
Nesta unidade, já conversamos sobre o slam. Agora, a proposta é organizar uma competição de slam da turma!
1. Leia este trecho da matéria sobre o slam e, depois, analise a imagem para compartilhar suas impressões com os colegas.
A cena do Slam se popularizou no Brasil e principalmente nos territórios periféricos, com o formato de competição da poesia falada em até 3 minutos, com poemas autorais, e sem uso de objetos cênicos, como figurinos e cenários. Em sua maioria são realizados em espaços públicos, como ruas e praças, ocupando esses locais com arte e cultura.
SANTOS, Patricia. Poesia nas escolas: 8ª edição do Slam Interescolar de São Paulo está com inscrições abertas. Desenrola e não me enrola, São Paulo, 27 abril 2022. Disponível em: https://oeds.link/eHvP19. Acesso em: 15 junho 2022.
- Na sua opinião, por que no slam são proibidos adereços, cenários e acompanhamentos musicais?
- Discuta com os colegas possíveis hipóteses para compreenderem por que o slam se popularizou mais nas periferias do que nos centros.
- Por que o slam é medido em minutos e não em número de versos ou estrofes, por exemplo?
- Na imagem, é possível observar algumas placas levantadas indicando as notas dadas. Discuta a relação metonímica existente na escolha de pessoas aleatórias na plateia.
Metonímia é uma figura de linguagem em que um termo representa uma noção mais ampla, popularmente descrita como uma parte representando o todo. As fórmas mais comuns de metonímia são: marca pelo produto e autor pela obra.
Criação do slam
- Chegou o momento de você transformar suas vivências em slam. Como você pode perceber, o slam fala muito do “eu no mundo”. Então, pense sobre como você se coloca ou como você se sente no mundo, na comunidade em que está inserido.
- Selecione um tema que toca você, que contemple a sua identidade.
- Ao escrever a primeira versão do seu slam, deixe fluir para que você realmente possa se colocar no texto.
- Na segunda versão, lapide seu texto construindo as rimas, ajustando as palavras, organizando a ordem do que quer expressar.
- Leia o poema em voz alta e cronometre o tempo para ver se ele se encaixa nos 3 minutos preestabelecidos.
- Ensaie empregando ritmo ao seu texto. Use os movimentos corporais para compor sua leitura.
- Combine com o professor e os colegas o dia da competição e se haverá chaves do campeonato, com oitavas de finais, semifinais e finais.
- Confeccione, com os colegas, algumas placas com números para serem distribuídas, no dia da batalha, às pessoas da plateia que farão o papel de jurados.
- Chegado o grande dia, batalhe e aprecie a produção dos colegas.
- Por fim, em uma roda de conversa, avalie com os colegas e o professor o contexto de produção e divulgação do slam e como foi a experiência.
VOCÊ, BOOKTUBER
Afinal, o que é mesmo um booktuber?
A leitura é uma atividade muito importante para a nossa formação, não apenas para a escola, mas também para toda a nossa vida. Ela nos transporta a outros universos, outras realidades e outros tempos.
Ao ler uma obra, somos convidados a participar daquele mundo imaginário, em que lugares, pessoas, vozes, cores e sons são criados em nossa mente e complementam a leitura. É por isso também que muitas vezes nos surpreendemos com filmes adaptados de livros, porque havíamos imaginado o lugar e os personagens de fórma diferente.
Vamos ver alguns pontos importantes sobre o booktuber.
- Você sabe o que faz um booktuber e o tipo de conteúdo que ele produz?
- Qual é o objetivo de um booktuber?
- Você acompanha ou conhece algum booktuber? Se sim, qual ou quais?
- Você já discordou de alguma resenha ou outro comentário apresentado por um booktuber? Se sim, como foi essa experiência?
5. Assista a alguns booktubers, seguindo a orientação do professor, e analise criticamente o formato do programa para retomar sua estrutura.
- Em grupos, sistematizem a análise que fizeram da estrutura de um booktube e a transformem em um tutorial para produzir um booktube.
- Com o professor e os colegas, determinem o canal em que irão compartilhar os vídeos.
8. O booktube é um programa com vários episódios, por isso precisa apresentar um fio condutor, que é estabelecido por elementos que se repetem ao longo dos episódios. Como você trabalhará com o seu booktube durante este ano, comece escolhendo um nome para o seu programa!
- Para este bimestre, você vai elaborar um vídeo com dicas de leitura sobre o livro lido, contendo dez tópicos que mais chamaram sua atenção e que seriam as razões pelas quais o livro deve (ou não) ser lido. Veja as etapas a serem seguidas.
- Escolha o livro
▶ Pesquise resenhas, críticas e comentários; analise a capa do livro, a orelha e a contracapa para definir sua leitura. Lembre-se do tempo que você tem para isso, dentro do seu cronograma.
b. Organize-se com o cronograma
▶ Definida a obra, comece a leitura, sempre atento ao cronograma combinado com o professor e os colegas.
c. Elabore o texto
▶ Destaque as informações de referência: título, autor, idioma, tradutor, editora e ano da publicação.
▶ Organize as anotações feitas durante a leitura e coloque, em ordem crescente de importância, os dez destaques do livro que você irá expor no vídeo.
d. Grave o vídeo
▶ Retome o roteiro que vocês elaboraram para gravar seu vídeo.
▶ Elabore um roteiro de gravação. Nele, lembre-se de apresentar o nome do programa e de se apresentar. Defina se haverá vinheta, alerta de spoiler e efeitos sonoros.
▶ Ensaie, grave e edite o vídeo.
e. Apresente o vídeo à turma
▶ Poste o vídeo no canal escolhido para que todos possam assistir. Converse sobre a experiência com os colegas e compartilhe as principais dificuldades da produção do booktube.
EU APRENDI!
1. Leia o poema a seguir e responda às questões no caderno.
Coisas do reino da minha cidade
Olho e vejo por cima dos telhados patinados pelo tempo
copadasglossário mangueiras de quintais vizinhos.
Altaneirasglossário , enfolhadas, encharcados seus caules,
troncos e raízes das longas chuvas do verão passado.
Paramentadas em verde, celebram a liturgiaglossário da próxima florada.
Antecipam a primavera no revestimento de brotação bronzeada,
onde esboçavam borboletas amarelas.
As mangueiras estão convidando todos os turistas,
para a festa das suas frutas maduras, nos reinos da minha cidade.
Minha mesa pobre está florida e perfumada.
De entrada à minha casa, um aroma suave
incensando a sala.
Um bule de asa quebrada, um vidro de boca larga,
um vaso esguio servem ao conjunto floral.
Rosas brancas a lembrar grinalda das meninas
de branco que acompanhavam antigas procissões,
de onde vieram carregando seus perfumes?...
Tão fácil. Por cima do muro da vizinha
a roseira, trepadeira, se debruça
numa oferta floral de boa vizinhança reticências
O vizinho é a luz da rua. Quando o vizinho viaja e fecha a casa,
é como se apagasse a luz da rua... Indagamos sempre: quando volta?
E quando o vizinho volta, abre portas e janelas,
é como se acendessem todas as luzes da rua
e nós todos nos sentimos em segurança.
Estas coisas nos reinos de Goiás.
CORALINA, Cora. Coisas do reino da minha cidade. In: CORALINA, Cora. Melhores poemas. Seleção de Darcy França Denófrio. terceira edição São Paulo: Global, 2011. página 90-91.
- Por que, na sua opinião, o eu lírico refere-se à sua cidade como “reino”?
- A paisagem descrita no poema revela que características da cidade? Justifique sua resposta com elementos do texto.
- Os adjetivos utilizados pelo eu lírico para se referir à sua mesa revelam que aspectos do lugar? Em que medida esses aspectos se relacionam à cidade onde vive?
- A que são comparadas as rosas brancas? Por meio dessa comparação, é possível saber, ainda que de modo aproximado, a idade do eu lírico? Por quê?
2. Leia esta tirinha.
THAVES, Bob. Frank & Ernest. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 3 junho 2022. Caderno 2, página C6.
- Observe a fala do médico e o modo como o paciente é retratado. Considerando esse contexto, o que realmente o médico quis dizer?
- Ainda de acordo com o contexto, por que o médico teria se dirigido ao paciente dessa fórma?
- De acordo com sua resposta anterior, qual é a figura de linguagem utilizada pelo médico da tirinha?
3. Escreva as frases no caderno completando-as com a cêrca de, há cêrca de, acerca de ou cêrca de.
a.
cem pessoas compareceram ao encontro promovido pela escola.b.
cinco anos, formei-me professora. Nesse período já dei aula para trezentos alunos.c. A casa de minha avó ficava
duzentos metros da rua em que morávamos. Para chegar lá, eu levava cinco minutos a pé.d. Nessa obra, o autor registra suas opiniões
colonização portuguesa no Brasil, iniciada 500 anos.VAMOS COMPARTILHAR
Slam espaço livre de expressão?
- Na sua opinião, o que é liberdade de expressão?
- Como os espaços em que os slams acontecem (praças, ruas e espaços públicos) podem se vincular a uma produção artística livre?
- Você conhece algum grupo de slam da sua cidade ou do seu estado? Em caso afirmativo, compartilhe com a turma o nome do grupo e onde ele se apresenta.
- Compartilhe com os colegas como é, para você, ouvir um slam. O que mais chama a sua atenção? O ritmo, o que está sendo dito, as expressões corporais?
Slam e seus desdobramentos
Existem vários grupos, ou coletivos, de slam espalhados pelo Brasil. Você sabia que existe até o Campeonato Brasileiro de Poesia Falada – Slam BR e um Campeonato Mundial?
Um dos coletivos que merece destaque é o Slam das Minas. Surgido em 2017, no Rio de Janeiro, ele se define como uma batalha lúdico-poética que objetiva criar um espaço seguro e de liberdade para potencializar a produção artística das mulheres.
- Muitos coletivos de slams se agrupam em torno de uma causa ou uma marca identitária em comum. Você conhece algum outro grupo como o Slam das Minas? Se sim, qual é o elemento de união desse grupo?
- Se você fosse participar de um slam ou criar um coletivo, qual seria a marca da sua individualidade?
Versão adaptada acessível
Atividade 4.
Compartilhe com os colegas como é, para você, apreciar um slam. O que mais chama a sua atenção? O ritmo, as temáticas, as expressões corporais?
7. Observe a imagem e leia a legenda.
- Você já ouviu falar de slam em Libras? Se sim, comente.
- Na sua opinião, o slam é um espaço de expressão e de inclusão em seu sentido mais amplo? Por quê?
8. Leia mais um trecho da matéria de Patricia Santos.
Em sua primeira edição, a modalidade Interescolar contou com quatro escolas e oito alunos selecionados a partir do campeonato escolar, onde os dois melhores colocados representaram suas respectivas unidades. reticências
O projeto também foi indicado e vencedor do Prêmio Jabuti 2021 na categoria Fomento à Leitura.
- Logo no início desta unidade, você observou a imagem da capa do livro Das ruas para as escolas: das escolas para as ruas. Discuta esse título com os colegas. O que ele representa?
- Na sua opinião, qual é a importância desse livro para o percurso do slam no Brasil?
- Por fim, depois desses debates, reflita e responda: O slam é um espaço de livre expressão? Justifique sua resposta e troque informações com a turma.
Glossário
- tambaqui
- : espécie de peixe encontrado no rio Amazonas e afluentes.
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- tarrafa
- : rede de pesca circular, geralmente arremessada com as mãos.
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- malhadeira
- : tipo de rede de pesca artesanal utilizada na região Amazônica.
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- imanente
- : que está contido de modo inseparável na natureza de um ser ou de um objeto.
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- profilaxia
- : utilização de procedimentos e recursos para prevenir algo.
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- empalamado
- : inchado.
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- copado
- : que apresenta copa abundante, densa.
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- altaneiro
- : muito elevado, alto.
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- liturgia
- : ritual.
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