UNIDADE 1  Brasil em versos

As propostas do seu livro de Língua Portuguesa foram desenvolvidas em quatro etapas que se completam. Nesta unidade, convidamos você a conhecer um pouco do Brasil e de heroínas brasileiras por meio de versos.

Fotomontagem. Ao fundo, em preto e branco de pessoas e ao centro, reprodução de capa de livro. Ele tem cor azul, e abaixo, pessoas perto de uma das outras, algumas segurando na mão direita com microfone. Na parte superior, título do livro: DAS RUAS PARA ESCOLAS DAS ESCOLAS PARA AS RUAS. Na parte inferior, texto: SLAM. Na parte superior, à direita, logotipo de Jabuti 2021, à esquerda um jabuti branco na vertical, em pé abaixo, um livro na horizontal e texto: LIVRO FINALISTA.

EU SEI

Você gosta de poetar?

Perceber a possibilidade de deixar fluir a criatividade para transformar sentimentos em poesia.

Colagem. Ao centro, rosto de pessoa em preto e branco, de cabelos escuros penteados para trás, nariz fino e lábios grossos. Ao redor do rosto, vários elementos, da esquerda para a direita girassóis, pássaro preto, flor de pétalas vermelhas: flores de pétalas rosa, uma bandeira, livro aberto, girassóis, duas mãos dadas, um espelho, um pássaro voando em preto, uma pena de escrever. Abaixo do rosto, a palavra MARIA formada por letras como recortes de revista. Em segundo plano, pautas musicais, grafismos em laranja, preto, branco e vermelho.

EU VOU APRENDER

Capítulo 1 – Poetando brasilidades

Compreender as características e o contexto de produção e circulação de poemas.

Capítulo 2 – Heroínas brasileiras

Compreender as características e o contexto de produção e circulação de cordéis.

Fotografia. Vista geral de local com solo ao centro, com vegetação rasteira em verde. À esquerda e à direita, árvores de folhas verdes com frutos redondos em vermelho. Na parte superior, céu e nuvens brancas e ao centro, luz solar. Em segundo plano, morros escuros.

EU APRENDI!

Atividades de compreensão textual, reflexão e análise da língua e da linguagem e ampliação da aprendizagem.

Fotografia. À frente, um homem visto de costas, da cintura para cima. Ele tem uma boina arredondada em tons de amarelo com partes em verde-escuro. Usa blusa de mangas compridas em tons de amarelo e em tons de verde-escuro. Ao fundo, dezenas de jovens juntos, à esquerda, sentados sobre o chão e à direita, sobre um muro em cinza. Em segundo plano, árvores de folhas em verde e céu acima em tons de cinza.

VAMOS COMPARTILHAR

Slam: espaço livre de comunicação

Conhecer o slam e a apropriação do espaço como um local de criação e liberdade.

EU SEI

Você gosta de poetar?

A arte contemporânea rompeu barreiras e ganhou as ruas utilizando os mais variados recursos para produzir novos sentidos ou novos olhares sobre o que já conhecíamos como arte. Dos museus, ganhou as ruas; dos livros, as paredes; dos teatros, a praça. Foi ao encontro do público, despertando sentimentos e emoções por meio do teatro, da dança, da música, da literatura.

Assim como os lambe-lambes, novos formatos deram voz aos autores e aos poetas. Nos saraus, nos coletivos, nas batalhas de slams encontramos outros olhares, outras visões e percepções de mundo.

Dos concursos de poesia às competições de slam, os poetas deleitam os leitores e os ouvintes, transportando-os para mundos novos ao ressignificarem as palavras em imagens poéticas.

Observe as manchetes e as imagens a seguir.

Poesia nas escolas: 8ª edição do Slam Interescolar de ésse pê está com inscrições abertas

Organizado pelo Slam da Guilhermina, o Slam Interescolar é uma competição de poesia falada entre alunos de escolas públicas e privadas que acontece desde 2014. reticências

SANTOS, Patricia. Poesia nas escolas: 8ª edição do Slam Interescolar de São Paulo está com inscrições abertas. Desenrola e não me enrola. São Paulo, 27 abril 2022. Disponível em: https://oeds.link/eHvP19. Acesso em: 14 junho 2022.

Slam Interuni”: campeonato de poesia acontece dia 22/11

Slam Interuni” integra o projeto Copa das Favelas Slam – Campeonato internacional organizado pelo coletivo Slam Resistência

SLAM Interuni”: campeonato de poesia acontece dia 22/11. Jornal da , São Paulo, 19 novembro 2021. Disponível em: https://oeds.link/OV5SCL. Acesso em: 14 junho 2022.

Fotomontagem. Ao fundo, em preto e branco de pessoas e ao centro, reprodução de capa de livro. Ele tem cor azul, e abaixo, pessoas perto de uma das outras, algumas segurando na mão direita com microfone. Na parte superior, título do livro: DAS RUAS PARA ESCOLAS DAS ESCOLAS PARA AS RUAS. Na parte inferior, texto: SLAM. Na parte superior, à direita, logotipo de Jabuti 2021, à esquerda um jabuti branco na vertical, em pé abaixo, um livro na horizontal e texto: LIVRO FINALISTA.
O projeto Slam Interescolar ésse pê, ideia do coletivo Slam da Guilhermina, ganhou o Prêmio Jabuti 2021 na categoria Inovação – Fomento à Leitura.
Publicação em rede social.  Postagem à esquerda. Fundo com pessoas abaixo, visto parcialmente e acima, tecido claro com texto em preto, visto pela metade. Ao centro, texto: Slam Interescolar: Projeto vencedor do Jabuti, leva o esporte da poesia falada para salas de aula. À direita, texto da publicação: esteticasdasperiferias: De uma roda de poetas na saída do Metrô Vila Guilhermina ao maior prêmio da literatura nacional. O Projeto Slam interescolar, iniciativa do coletivo Slam da Guilhermina, recebeu o prêmio Jabuti, na categoria Inovação. A honraria é um reconhecimento ao trabalho de formação e educação em literatura, promovido em escolas públicas e particulares. Realizado desde 2014, o projeto tem inscrições abertas até o dia 13 de maio. #slam #slaminterescolar #poesia #campeonatodepoesia #jabuti #premiojabuti #jabutiinovacao #literatura #escolapublica Na parte inferior, texto curtida por (nome ilegível) e outras pessoas.
Em suas edições, o Slam Interescolar procura proporcionar o protagonismo juvenil e despertar o interesse tanto pela leitura quanto pela escrita.
Ícone. Atividade oral.
  1. Você gosta de ler poemas? Por quê?
  2. Gosta de poetar, de criar poemas? Comente.
  3. Você já participou de um concurso de poesias ou de uma competição de slam? Em caso afirmativo, conte aos colegas como foi.
  4. O que você achou do projeto Slam Interescolar ésse pê ter virado um livro premiado?
  5. Na sua opinião, por que no post se diz que o slam é um esporte da poesia falada?

EU VOU APRENDER Capítulo 1

Poetando brasilidades

Ícone. Atividade oral.
  1. Você conhece algum poema sobre a região em que mora? Se conhecer, declame-o ou recite-o para os colegas.
  2. Você acha que podemos homenagear ou exaltar o local ou o país em que moramos por meio de poemas? Por quê?
  3. Leia a notícia a seguir sobre um concurso de poesia e descubra quem foi o vencedor.

Conheça o poema amazonense premiado em concurso nacional de poesia

Estudante Vitor Gusmão foi um dos vencedores do 17º Concurso Estudantil de Poesia do Festival de Cenas Teatrais (Fescete)

Redação – 27/06/2021

O estudante Vitor Gusmão, do curso de Geografia da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), foi um dos vencedores do 17º Concurso Estudantil de Poesia do Festival de Cenas Teatrais (Fescete). Ele conquistou o primeiro lugar na categoria estudantil universitária, com a poesia “Antepassados”.

Como prêmio, o estudante irá receber o Troféu Iracema Paula Ribeiro, que homenageia a fundadora da escola e o grupo de teatro Tescom, que organiza o Festival em parceria com a prefeitura de Santos (São Paulo).

Fotografia. Vários troféus, um ao lado do outro, idênticos. Eles têm o formato de uma máscara com o formato de rosto de uma pessoa. À esquerda, rosto para a direita, de cor bege-claro e acima, parte em amarelo, sorrindo. À direita, outra metade com rosto em marrom e boca para baixo. Na parte inferior, base retangular em preto.
Os vencedores de cada categoria recebem o Troféu Iracema Paula Ribeiro. Na foto, última versão do Troféu Iracema Paula Ribeiro, em edição de 2022 do Festival de Cenas Teatrais (FESCETE), na Escola de Teatro TESCOM, em Santos/São Paulo, pelo artista plástico Chico Melo.

O 17º Concurso Estudantil de Poesia do Fescete acontece anualmente; o concurso tem o objetivo de incentivar a escrita poética de estudantes de escolas e universidades, além de estimular a criatividade e premiar as melhores poesias inscritas. 

O concurso é dividido em quatro categorias, ensino Fundamental um e dois, Ensino Médio e Ensino Universitário, e os vencedores de cada categoria recebem o Troféu Iracema Paula Ribeiro. Importante destacar que o concurso ocorre durante o Fescete, que premia as melhores cenas teatrais do país. 

Confira abaixo o poema “Antepassados”, de Vitor Gusmão:

Antepassados

Sou a árvore da semente que

cresceu com as raízes

dos meus antepassados

 

Sou a flor que brotou

com o suor da caminhada

quente, percorrida pelos

meus ascendentes

 

Sou o fruto que se deu com

as batalhas da vida difícil,

das origens dos meus precursores

 

Sou o filho do farinheiro, do marceneiro

e do industriário, sou neto do pescador

que trouxe até a mesa como alimento,

o famoso tambaquiglossário assado.

 

Sou a canoa que o canoeiro rema,

O pescador que quer pescar o peixe,

A tarrafaglossário e a malhadeiraglossário jogadas

dentro do rio junto com o anzol

 

Sou uma gota de sangue

dos portugueses, dos peruanos,

dos povos indígenas nativos,

do vizinho paraense,

do nordestino cearense

que fugiu da sêca e da fome

 

Sou o poeta que herdou

O dom de escrever poesia,

O dom que foi deixado pelos

meus tios Antônio e Teodoro

 

Sou o caboclo amazonense

que assim como os meus ascendentes,

respinga o suor que escorre pelo rosto

com o corpo todo ensopado

depois de uma chuva de mormaço.  

CONHEÇA o poema amazonense premiado em concurso nacional de poesia. Portal Amazônia. [], 27 junho 2021. Disponível em: https://oeds.link/O0Mq1M. Acesso em: 10 junho 2022.

COMPREENSÃO TEXTUAL

Ícone. Atividade em dupla.

Respondam às questões no caderno.

  1. Qual é a informação publicada na notícia?
  2. Na opinião de vocês, por que a matéria deu ênfase ao poema amazonense, se há outras três categorias premiadas?
  3. Quem organiza o festival? Onde e há quanto tempo ele acontece?
  4. Qual é o objetivo do concurso?
  5. Vocês acham interessante participar de um concurso como esse? Por quê?
  6. Quem escreveu o poema, para quem e com qual finalidade?
  7. Observem o título do poema. Na opinião de vocês, sobre o que ele trata?
  8. Ao ler o poema, que imagem poética vocês construíram?
  9. O que o poema despertou em vocês?
  10. Há várias metáforas ao longo do poema. Citem uma.
  11. Que outros termos o poeta utiliza para se referir aos antepassados?
  12. O que o poema exalta?
  13. Na opinião de vocês, o poema é inspirador? Por quê?
  14. Em relação à estrutura externa do poema, analisem a composição e os versos.
  15. Observem o início de cada estrofe. Que construção se repete ao longo do texto, proporcionando ao poema um paralelismo sintático? Identifiquem.
  16. Agora, observem a pontuação. O que ela pode indicar ao leitor?

Os versos dão ritmo, melodia e métrica ao poema, sendo classificados de acordo com a quantidade de sílabas poéticas (monossílabo, dissílabo, trissílabo ). Os versos podem ser regulares quanto ao ritmo e rimas, ou livres (ou irregulares), quando não utilizam padrões rígidos de métricas, fugindo às fórmas fixas. Neste último caso, estão mais focados no ritmo, na unidade semântica, na musicalidade, e podem ou não apresentar rimas. Há também versos brancos (ou soltos), que podem apresentar métrica, mas não esquemas de rimas.

OUTROS POEMAS

Ícone. Atividade oral.
  1. Você conhece Cora Coralina? Em caso afirmativo, comente o que você sabe sobre ela.
  2. Antes de ler o poema, você irá ouvi-lo.
    1. Ao ouvir o poema, que imagem você construiu?
    2. Você observou o ritmo e a musicalidade? Comente.
    3. Você recitaria o poema do mesmo modo? Como faria?
  3. Agora, leia o poema.

Ofertas de Aninha (Aos moços)

Eu sou aquela mulher

a quem o tempo

muito ensinou.

Ensinou a amar a vida.

Não desistir da luta.

Recomeçar na derrota.

Renunciar a palavras e pensamentos negativos.

Acreditar nos valores humanos.

Ser otimista.

 

Creio numa fôrça imanenteglossário

que vai ligando a família humana

numa corrente luminosa

de fraternidade universal.

Creio na solidariedade humana.

Creio na superação dos erros

e angústias do presente.

 

Acredito nos moços.

Exalto sua confiança,

generosidade e idealismo.

Creio nos milagres da ciência

e na descoberta de uma profilaxiaglossário

futura dos erros e violências do presente.

 

Aprendi que mais vale lutar

do que recolher dinheiro fácil.

Antes acreditar do que duvidar.

Fotografia. Uma senhora vista da cintura para cima, sentada sobre uma cadeira de madeira. Ela tem cabelos grisalhos penteados para trás, usando blusa de mangas compridas em branco e blusa por cima em roxo, com bolinhas em branco. Ela segura nas mãos, um par de óculos de grau, olhando para frente sorrindo. Sobre uma mesa de madeira, um livro aberto com páginas em branco.
Cora Coralina. Foto de 1982.

CORALINA, Cora. Ofertas de Aninha (Aos moços) In: CORALINA, Cora. Melhores poemas. quarta edição Seleção de Darcy França Denófrio. São Paulo: Global, 2017. página 92.

COMPREENSÃO TEXTUAL

Ícone. Atividade em dupla.

Respondam às questões no caderno.

  1. De quem é a voz no poema e como é construída a sua identidade?
  2. Na opinião de vocês, para quem o poema foi escrito?
  3. O que o poema despertou em vocês? Ao fechar os olhos, vocês conseguem imaginar o que é sugerido nos versos?
  4. Ao ler o poema, depois de ouvi-lo, vocês compreenderam melhor o sentido? Expliquem.
  5. Há três tempos no poema. Quais são eles e qual significado contêm?
  6. Sobre o que o eu lírico reflete no poema?
  7. Que convite o eu lírico faz ao leitor?
  8. Leia as primeiras estrofes do poema. Quem foi o professor do eu lírico e o que lhe foi ensinado?
  9. Para vocês, qual é a principal mensagem do poema?
  10. No poema, podemos considerar que há duas vozes: a de Aninha e a da senhora Cora Coralina, que parecem mescladas para dar o contraste temporal entre o passado, o presente e o futuro. Vocês concordam com essa afirmação? Por quê?
  11. A construção sintática do poema pode ser considerada, aparentemente, simples. No entanto, em uma observação mais atenta, notamos uma linguagem moldada com primazia e uma escolha minuciosa de palavras. Vocês concordam com essa afirmação? Por quê?
Ilustração. À esquerda, uma senhora vista dos ombros para cima de cabelos brancos penteados para trás e blusa de gola em tons de marrom. À direita, sobreposto, uma jovem sentada, vista dos joelhos para cima, de cabelos escuros para trás, vestes longas claras e mão esquerda perto do queixo. Ao fundo, à esquerda, local com árvores, caminho e mais ao fundo, um prédio similar a uma casa grande com várias janelas. No alto, céu com muitas nuvens.
  1. Nesse poema, o que o eu lírico compartilha com o leitor?
  2. Em relação ao poema, analisem os itens seguintes.
Ícone modelo.

Composição

Versos

Rimas

As rimas ajudam a dar musicalidade ao poema e podem ser classificadas quanto à fonética (rima perfeita, toante ou aliterante), ao valor (pobre, rica ou rara), à acentuação (aguda, grave ou esdrúxula) e à posição no verso (final ou interna) e na estrofe (alternadas, paralelas, opostas, encadeadas, misturadas ou versos brancos).

  1. Observem as estrofes. Há repetições que proporcionam ao poema um paralelismo sintático. Quais são?
  2. Releiam este trecho do poema.

Creio numa fôrça imanente

reticências

Creio na solidariedade humana.

Creio na superação dos erros

e angústias do presente.

  1. Além do paralelismo, ao que essa estrutura remete?
  2. O que esse trecho indica ao leitor?

16. Na última estrofe, o que indica ao leitor a repetição do termo “do que”?

▶ Nesse encadeamento de ideias, o que representam os verbos no infinitivo?

Para ampliar

Antologia de poemas portugueses para a juventude. Henriqueta Lisboa. São Paulo: Peirópolis, 2011.

Nessa antologia, Henriqueta Lisboa seleciona poemas do além-mar para os jovens leitores brasileiros. Entre eles, estão poemas de Fernando Pessoa, Almeida e Luís de Camões.

Capa de livro. Fundo em marrom. Na parte superior, título do livro em azul, na ponta da direita, retrato pequeno de formato de um círculo de uma pessoa de cabelos curtos escuros, penteados para a direita. Na parte inferior, textos e logotipo da editora.

LÍNGUA E LINGUAGEM

Figuras de linguagem: eufemismo e ironia

Responda às questões no caderno.

Ícone. Atividade oral.

1. Leia a tirinha.

Tirinha. Tirinha composta por três quadros. Apresenta como personagens: Armandinho, menino de cabelos e bermuda em azul, camiseta laranja. Pai de Armandinho, visto da cintura para baixo, de calça em azul e sapatos em azul-escuro. Sapinho de cor verde, de olhos e boca em preto. Q1 – À esquerda, pai de Armandinho com o corpo para a direita. Ao centro, o sapinho olhando para a direita, em direção a Armandinho. À direita, Armandinho olhando para o pai, diz: UM ARTEFATO QUADRANGULAR TRANSPARENTE... Q2 – Armandinho com a mão para a esquerda e, perto dele, o sapinho ainda o observando. O menino fala: ...SOFREU UMA MODIFICAÇÃO DE GRANDE MONTA... Q3 – Armandinho com o corpo para a esquerda, ainda com o braço esticado para a esquerda, onde estão o sapinho ao centro e o pai à esquerda. Armandinho, diz: ...AO RECEBER O IMPACTO DE UM OBJETO ESFÉRICO PREENCHIDO COM AR... Atrás, à direita, uma bola laranja de vôlei e, perto dela, pedaços de vidro espalhados.

BECK, Alexandre. Armandinho. [], 10 fevereiro 2022. Facebook: Armandinho. Disponível em: https://oeds.link/eNpWxb. Acesso em: 22 junho 2022.

  1. O que Armandinho está explicando ao pai?
  2. Por qual razão ele teria decidido explicar o ocorrido dessa fórma?
  3. Qual é o humor da tirinha?

O eufemismo é uma figura de linguagem cujo objetivo é suavizar determinada informação, que pode ser desagradável ao interlocutor. Nesse caso, escolhem-se palavras ou expressões que minimizem os possíveis efeitos do conteúdo da mensagem.

2. Observe o cartaz.

Cartaz. Cartaz com fundo em laranja. Na parte superior, nuvens em branco. Na parte inferior, à esquerda, silhueta de um mosquito em preto e sobre ele, um círculo em vermelho com uma linha na diagonal, para a direita. Na parte inferior, texto: #MOSQUITONÃO. Mais à direita, logotipo e texto: SECRETARIA DA SAÚDE. Ao cento, texto: #VAMOSPREVENIR #VACINARÉIMPORTANTE Febre amarela pode ser fatal. A vacina é a medida mais importante para prevenção e controle da doença.

TOCANTINS. Vamos prevenir; Vacinar é importante. Secretaria da Saúde do Governo do Estado de Tocantins, Palmas, 2019. Disponível em: https://oeds.link/juhPCQ. Acesso em: 22 junho 2022.

  1. Qual é o objetivo do cartaz?
  2. Que argumento é utilizado para persuadir o público?
  3. Que expressão é utilizada para suavizar a informação relativa à mortalidade da febre amarela?

3. Leia a tirinha a seguir.

Tirinha. Tirinha composta por quatro quadros. Apresenta como personagens: um cão de tamanho pequeno, de cor bege, focinho em preto. Um homem visto parcialmente do rosto para cima, de cabelos em castanho-claro. As cenas se passam em local aberto com árvores. Q1 – Texto: UMA HISTÓRIA TRISTE. Na parte inferior, visto de baixo para cima, árvores de troncos e folhas em verde. Q2 – Texto: O CÃO FICOU TÃO FELIZ AO VER O DONO... À esquerda, o cão com a boca aberta, onde vê-se os dois dentes dianteiros superiores e rabo mexendo. À direita, rosto do homem observando o cão. Q3 – Texto: MAS TÃO FELIZ... Na mesma posição, o cachorro com o rabo mexendo mais ainda, e língua de cor vermelha para fora. À direita, rosto do homem observando o cão. Q4 – Texto: QUE FOI EMBORA. À esquerda, o homem com a cabeça para a direita, acenando com a mão para cima. Perto dele, à esquerda e à direita, árvores verdes e ao centro, um traço de caminho e na ponta superior, o cão com a boca aberta e mexendo o rabo.

GONSALES, Fernando. Níquel Náusea. Folha de São Paulo, São Paulo, 21 junho 2022. Disponível em: https://oeds.link/685Efo. Acesso em: 22 junho 2022.

  1. O título da tirinha condiz com aquilo que se afirma no segundo e no terceiro quadrinhos?
  2. O que podemos inferir da reação do cachorro, após a afirmação de que ele ficou tão feliz a ponto de ir embora?
  3. Em que medida esse fato contribui para o humor da tirinha?

A ironia é uma figura de linguagem que consiste em expressar uma ideia oposta àquilo que realmente se quer dizer.

4. Agora, leia esta outra tirinha.

Considerando o parágrafo escrito por Calvin, por que a fala de Haroldo, no último quadrinho, pode ser considerada irônica?

Tirinha em preto e branco. Tirinha composta por quatro quadros. Apresenta como personagens: Calvin, menino pequeno de cabelos arrepiados, de camiseta com listras em preto e branco na horizontal, bermuda preta e par de tênis. Haroldo, tigre listrado em branco e preto, com focinho pequeno preto. As cenas se passam em local com uma escrivaninha e um abajur à direita dela e uma cadeira à frente. Q1 – Haroldo, à esquerda, visto da cintura para cima, de frente para a escrivaninha, com a pata esquerda sobre a cadeira. Nela, Calvin sentado, escrevendo algo sobre uma folha na mesa. Ele olha para Haroldo, à esquerda e diz: A PROFESSORA PEDIU PRA GENTE ESCREVER UM PARÁGRADO CONTANDO O QUE O PAPAI FAZ. Q2 – À esquerda, Haroldo visto em pé, segurando nas patas a folha, lê: PAPAI - O PARÁGRAFO. À direita, Calvin sentado em cadeira, onde vê-se a escrivaninha inteira e abajur. Ele olha para Haroldo e fala: O TÍTULO FICOU LEGAL, NÉ? Q3 – À esquerda, Haroldo visto da cintura para cima, ainda com a folha nas patas, continua lendo: O QUE O MEU PAI FAZ? NA MAIOR PARTE DO TEMPO, ME ENCHE O SACO. FIM À direita, Calvin, com o cotovelo sobre a mesa, mão na bochecha, olhando para Haroldo. Q4 – À esquerda, Haroldo visto da cintura para cima, com o corpo para a direita, segurando na pata direita a folha, e entregando para Calvin. Haroldo, diz: PODE SER QUE VOCÊ GANHE UM PONTO PELO PODER DE SÍNTESE. Calvin, pegando a folha, olha para Haroldo com o cenho franzido, e pergunta: O QUE MAIS EU POSSO DIZER?Tirinha em preto e branco. Tirinha composta por dois quadros. Apresenta como personagens: Calvin, menino pequeno de cabelos arrepiados, de camiseta com listras em preto e branco na horizontal, bermuda preta e par de tênis. Haroldo, tigre listrado em branco e preto, com focinho pequeno preto. As cenas se passam em local com uma escrivaninha e um abajur à direita dela e uma cadeira à frente. Haroldo, à esquerda, visto da cintura para cima, de frente para a escrivaninha, com a pata esquerda sobre a cadeira. Nela, Calvin sentado, escrevendo algo sobre uma folha na mesa. Ele olha para Haroldo, à esquerda e diz: A PROFESSORA PEDIU PRA GENTE ESCREVER UM PARÁGRADO CONTANDO O QUE O PAPAI FAZ.
Tirinha em preto e branco. Tirinha composta por dois quadros. Apresenta como personagens: Calvin e Haroldo. Haroldo, à esquerda, visto da cintura para cima, de frente para a escrivaninha, com a pata esquerda sobre a cadeira. Nela, Calvin sentado, escrevendo algo sobre uma folha na mesa. Ele olha para Haroldo, à esquerda e diz: A PROFESSORA PEDIU PRA GENTE ESCREVER UM PARÁGRADO CONTANDO O QUE O PAPAI FAZ. Q2 – À esquerda, Haroldo visto em pé, segurando nas patas a folha, lê: PAPAI - O PARÁGRAFO. À direita, Calvin sentado em cadeira, onde vê-se a escrivaninha inteira e abajur. Ele olha para Haroldo e fala: O TÍTULO FICOU LEGAL, NÉ? Q3 – À esquerda, Haroldo visto da cintura para cima, ainda com a folha nas patas, continua lendo: O QUE O MEU PAI FAZ? NA MAIOR PARTE DO TEMPO, ME ENCHE O SACO. FIM À direita, Calvin, com o cotovelo sobre a mesa, mão na bochecha, olhando para Haroldo. Q4 – À esquerda, Haroldo visto da cintura para cima, com o corpo para a direita, segurando na pata direita a folha, e entregando para Calvin. Haroldo, diz: PODE SER QUE VOCÊ GANHE UM PONTO PELO PODER DE SÍNTESE. Calvin, pegando a folha, olha para Haroldo com o cenho franzido, e pergunta: O QUE MAIS EU POSSO DIZER?

uáterson, . O melhor de Calvin. Estadão, São Paulo, 27 abril 2022. Disponível em: https://oeds.link/uwWBWy. Acesso em: 22 junho 2022.

OS POVOS ORIGINÁRIOS EM VERSOS

Ícone. Atividade oral.

O rio Solimões virou verso pelo olhar de Márcia Wayna Kambeba. Você sabe quem é essa poetisa? Você conhece o povo Omágua/Kambeba?

1. Leia um trecho de “A literatura e o ativismo indígena – entrevista com Márcia Wayna Kambeba”.

reticências

2- Fale-nos como é ser uma mulher Omágua/Kambeba na luta pela visibilidade e direitos aos povos indígenas via literatura.

Ser mulher Omágua e estar na literatura é desafiador. Escrever memórias, narrativas contadas pelos mais velhos reticências, é tarefa das mais sublimes porque marca em mim a identidade que carrego. Precisamos informar, ecoar, marcar o lugar do saber em nós, compreendendo que somos parte integrante de uma nação. E precisamos de mais e mais parentes escrevendo. A arte que os povos fazem na cidade nas várias linguagens é um ativismo. Aplausos são bons, mas a visibilidade tem que ser da causa, da luta, e poucos na cidade entenderão a nossa luta por esse olhar. Por isso nos rotulam de artistas indígenas, até somos, mas gostamos mesmo de ser ativistas indígenas.

reticências

Fotografia. Uma mulher vista dos ombros para cima, de frente para tronco de árvore em marrom. Ela tem pinturas em vermelho nas bochechas, cabelos longos escuros e sobre a cabeça, uma coroa de folhas em verde. Ela olha para frente sorrindo, com o braço direito e cotovelo no tronco a frente e segurando um tronco fino na mão esquerda, na vertical, em marrom. Em segundo plano, arvores e vegetação densa.
Ao falar dos povos indígenas, Márcia está falando de sua própria história.

DORRICO, Julie; GALVÃO, Demetrios. A literatura e o ativismo indígena – entrevista com Márcia Kambeba. Revista Acrobata, Teresina, 13 abril 2020. Disponível em: https://oeds.link/PJH500. Acesso em: 18 junho 2022.

  1. Você concorda com a autora de que escrever memórias marca a identidade de quem escreve? Por quê?
  2. Na sua opinião, a arte é uma fórma de ativismo?
  3. Para você, respeitar a identidade de cada pessoa é uma fórma de respeito à diversidade cultural? Por quê?
  4. Você acha importante discutir a cultura dos povos indígenas e o lugar atual dos povos originários? Por quê?
  1. Você vai, primeiro, ouvir o poema de Márcia sobre o rio Solimões para depois lê-lo. Concentre-se apenas nas palavras proferidas.
  2. Agora, leia o poema e responda às perguntas no caderno.

Os filhos das águas do Solimões

A água é a mãe que sustenta,

A vida que nasce como flor

Alimenta a planta e o ser vivente,

É estrada onde anda o pescador.

 

Na enchente, vem veloz e furiosa,

Derrubando ribanceiras, destruindo a plantação,

Afeta a vida do indígena e ribeirinho,

é um ciclo, que se renova a cada estação.

 

Na vazante o rio quase some.

A praia começa a surgir,

A água, agora bem calminha,

Não tem fôrças para a roça destruir.

 

Nas margens de um rio em formação,

Vive um povo que a água fez nascer,

Em um parto de dor e emoção,

A VÁRZEA, o Kambeba escolheu pra viver.

 

Mas em um contato fatal,

Com um povo mais socializado,

Fez dos herdeiros das águas,

Um povo desaldeado,

 

Tomando seu solo sagrado,

Sem dor, piedade ou compaixão,

Os Kambeba foram escravizados,

Apresentados à “civilização”.

Exploraram a sua fôrça,

Forjando uma falsa proteção.

KAMBEBA, Márcia Wayna. Os filhos das águas do Solimões. In: KAMBEBA, Márcia Wayna. Ay Kakyri Tama (Eu moro na cidade): poemas e crônicas. Manaus: Grafisa Gráfica e Editora, 2013. página 47.

  1. Que mensagem o poema transmitiu a você?
  2. Quem são os filhos das águas do Solimões citados no título?
  3. No poema, há uma personificação. Identifique-a.
  4. Que relação o poema estabelece entre os Kambeba e o povo ribeirinho?
  5. O eu lírico começa exaltando a água e, logo depois, fala de sua fôrça na enchente e a destruição que pode causar. Isso é uma contradição? Que significado essa consideração agrega ao poema?
  6. Que ruptura na história dos Kambeba há no poema?
  7. Que efeito de sentido produz o termo “civilização” entre aspas?

ORTOGRAFIA

A cêrca de, há cêrca de, acerca de, cêrca de

Responda às questões no caderno.

1. Leia a tirinha.

Tirinha. Tirinha composta por três quadros. Apresenta como personagens: Armandinho, menino de cabelos azuis, camiseta branca, bermuda laranja, com uma faixa na cabeça em tons de amarelo e azul e uma pena branca. Pai de Armandinho, visto da cintura para baixo de calça azul e sapatos em azul-escuro. Sapinho de cor verde, de olhos e boca em preto ao centro. Q1 – À esquerda, pai de Armandinho virado para a direita, ao centro, sapinho com os olhos abertos para cima e sorrindo, olhando para Armandinho à direita. Armandinho está com um livro aberto nas mãos, com o corpo para a esquerda e fala: NOSSO IDIOMA OFICAL É O PORTUGUÊS... Q2 – O sapinho continua olhando para Armandinho, com a boca fechada e Armandinho, continua lendo: ...MAS MAIS DE 270 LÍNGUAS INDÍGENAS AINDA SÃO FALADAS NO PAÍS... Q3 – À esquerda, o pai de Armandinho com o corpo para a direita, ao centro, o sapinho com a boca para baixo. À direita, Armandinho em pé, com o corpo para a esquerda, segurando nas mãos o livro, olhando para frente, cita: ...DAS CERCA DE 1.300 QUE ERAM FALADAS NA ÉPOCA DE CABRAL...

BECK, Alexandre. Armandinho. [sem local], 19 abril 2015. feicibúk: Armandinho. Disponível em: https://oeds.link/0E4Z0t. Acesso em: 20 junho 2022.

  1. No último quadrinho, o que a expressão de Armadinho revela?
  2. Por que ele tem essa reação?
  3. O que significa a expressão “cêrca de”, que aparece na fala do garoto?

2. A seguir, leia o trecho de uma matéria sobre a influência cultural indígena no cotidiano dos paraenses.

reticências

Tomar um açaí com farinha e peixe assado e depois deitar em uma rede, qual o paraense que nunca fez isso? Algo tão comum e enraizado nos costumes de quem vive na parte de cima do Brasil, é uma herança dos povos indígenas. A cultura indígena está presente no nosso cotidiano, seja no nosso vocabulário, hábitos, músicas, danças e também no conhecimento do poder medicinal das plantas.

Abril é um mês de visibilidade para os Povos Indígenas, mas que não fique apenas em um mês do ano. E não, os Povos Indígenas não estão em um mundo paralelo ou parados no tempo, em séculos passados. Estão nas cidades, nas aldeias, nas universidades, nas escolas, conquistando espaços e compartilhando vivências. A luta por valorização, reconhecimento, direitos e principalmente respeito pelas tradições, cultura e vida indígena precisa ser vista como prioridade em debates acerca da origem da história do país. Suas práticas culturais estão em nosso dia a dia.

reticências

BERSA, Aline. Na semana dos Povos Indígenas, vamos conhecer um pouco mais sobre a influência cultural indígena no nosso cotidiano. TV Liberal, Belém, 19 abril 2021. Disponível em: https://oeds.link/2fYgKF. Acesso em: 20 junho 2022.

  1. Segundo o texto, a visibilidade dos povos indígenas não deve se restringir a apenas um mês. Que argumento a autora utiliza para defender esse ponto de vista?
  2. A autora menciona a influência indígena no vocabulário. Que exemplos dessa influência você conhece?
  3. Qual é o significado da expressão “acerca da”, utilizada no texto?

Dada a semelhança entre as expressões a cêrca de, cêrca de, acerca de e cêrca de, é comum haver dúvidas na hora da escrita. No entanto, é preciso ter em mente que cada uma tem um significado, e precisamos conhecê-los para evitar problemas na comunicação e no entendimento do leitor.

  • A cêrca de: refere-se a uma distância aproximada, que pode ser em relação ao espaço ou ao tempo futuro. Exemplos: Estamos a cêrca de seis meses do fim do ano./A biblioteca está a cêrca de quinhentos metros de distância.
  • cêrca de: a expressão refere-se a algo que ocorreu no passado, em um tempo aproximado. Exemplo: As regras mudaram cêrca de um ano.
  • Acerca de: locução prepositiva que equivale a “sobre” ou “a respeito de”. Exemplo: A professora falou acerca dos problemas da turma.
  • cêrca de: a expressão significa “aproximadamente”. Exemplo: cêrca de dez alunos já estavam na sala.

3. Escreva as frases completando-as com a cêrca de, cêrca de, acerca de ou cêrca de.

a.

duzentas pessoas compareceram ao show ontem.

b. O conflito que estamos estudando ocorreu

cem anos.

c. Na semana passada, discutimos

línguas indígenas que ainda são faladas no Brasil.

d. O escritório fica

dois quilômetros da avenida principal.

e.

dez anos, meu irmão mais velho retornou de sua viagem à América Central.

f. Aquele pequeno munícipio, consideravelmente afastado do centro, tem

quinhentos habitantes.

g. Os textos

direitos indígenas serão discutidos na próxima aula.

A VOZ DO AUTOR

Cora Coralina

Fotografia em preto e branco. Uma senhora vista dos ombros para cima, corpo para a direita. Ela tem cabelos brancos penteados para trás, em coque, de blusa por dentro clara e casaco por cima escuro. A senhora olha para a direita e tem várias rugas e linhas de expressão na testa e rosto.

Nome:

Anna (Ana) Lins dos Guimarães Peixoto Bretas; pseudônimo: Cora Coralina.

Profissão:

Poetisa e contista.

Nascimento:

20 de agosto de 1889, na cidade de Goiás, estado de Goiás.

Falecimento:

10 de abril de 1985, em Goiânia, estado de Goiás.

1. Leia este trecho de uma matéria sobre Cora Coralina.

As raízes de Cora

Documentário poético resgata a história de vida da poeta e doceira

Essa é a história da menina feia da Ponte da Lapa. Da menina triste e nervosa, amarela de rosto empalamadoglossário e pernas moles, que tinha duas irmãs lindas e que poderia ter sido amada por ser a caçula, mas então veio mais uma e ocupou seu lugar. Ficou sozinha, fechada em seu mundo imaginário. A menina é Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, nascida na cidade de Goiás em 1889 e rebatizada, por ela mesma, já aspirante a poeta, como Cora Coralina.

Ao longo de seus 95 anos de vida – de muito trabalho, garra e coragem e de alguma alegria –, Cora carregou essa menina ao seu lado, e quando começou a escrever mais sistematicamente e a publicar seus livros, já mais velha, lá estavam a garota, a casa da infância, que foi a casa da velhice, as memórias – tudo o que ela viu, sentiu, viveu neste quase um século, e que não foi pouco.

RODRIGUES, Maria Fernanda. As raízes de Cora. Caderno 2, cê um . Estadão, São Paulo, 14 dezembro 2017.

Ícone. Atividade oral.
  1. Como Cora Coralina se via na infância?
  2. Para você, qual é a importância dela para a literatura brasileira?
Ícone. Atividade em grupos.
  1. Em grupos, pesquisem mais sobre Cora Coralina para descobrir, entre outras coisas:
    1. a importância dessa menina que a poetisa “carregou ao seu lado” por toda a sua vida, bem como as referências da infância;
    2. como foi a vida de Cora Coralina e sua trajetória literária;
    3. como as receitas fizeram parte da vida da poetisa.
Fotografia em preto e branco. Uma senhora vista dos ombros para cima. Cabelos brancos penteados para trás, blusa branca por dentro e casaquinho por cima escuro com bolinhas brancas. Ela tem a mão direita para cima, olhos escuros e leve sorriso. No rosto dela, linhas de expressão e rugas.
Cora Coralina.

3. Apresentem oralmente os resultados da pesquisa. Vocês podem usar imagens, slides e cartazes para ilustrar a apresentação.

Para ampliar

Museu Casa de Cora Coralina

A página do museu encanta o visitante com o acervo da poetisa e uma vasta galeria. Para fazer um tour virtual pelo museu, acesse o link. Disponível em: https://oeds.link/VR3Bax. Acesso em: 15 junho 2022.

Lembranças de Aninha. Cora Coralina. São Paulo: Global, 2021.

Esse livro inédito transporta o leitor para a infância de Aninha no interior de Goiás. Conforme a leitura avança, descortina-se um tempo distante em um cenário rural e cheio de tradições.

Capa de livro. Fundo em bege-claro e ao centro, um ninho redondo, de palha de cor bege, de forma arredondada. Na parte superior, título e nome de autora. Na parte inferior, à direita, logotipo da editora.

EU VOU APRENDER Capítulo 2

Heroínas brasileiras

Capa e contracapa de livro. À esquerda, página de cor bege com o texto Úrsula, romance original brasileiro, por uma maranhense. À direita, em toda a página, uma mulher vista dos ombros para cima, com o corpo para a esquerda. Ela tem cabelos pretos, crespos para trás em coque, sobrancelhas finas, olhos pretos, nariz um pouco largo e par de argolas douradas nas orelhas. A mulher usa roupa de gola em amarelo.
A professora e escritora Maria Firmina dos Reis é autora do primeiro romance abolicionista brasileiro, lançado em 1860.
Ícone. Atividade oral.
  1. Você já ouviu falar em Maria Firmina dos Reis? Se sim, comente o que sabe sobre ela.
  2. Observando a legenda da imagem, você acha que ela teve um papel importante para a literatura brasileira? Por quê?
  3. Leia este texto sobre Maria Firmina.

Maria Firmina dos Reis é considerada a primeira romancista brasileira, e também fazia composições musicais e poemas. Nasceu em 1822 na ilha de São Luís (Maranhão) e mudou-se ainda criança para São José de Guimarães, onde começou a estudar de fórma autodidata. Aos 25 anos, tornou-se a primeira professora concursada do estado do Maranhão. Enquanto trabalhava, Maria Firmina escrevia Úrsula, publicado em 1859 como primeiro romance abolicionista e primeiro romance escrito por uma mulher negra no Brasil. Em 1880, aposentou-se e fundou uma escola gratuita para meninos e meninas no povoado de Maçaricó, que seria fechada mais tarde devido ao machismo daquela época. Maria Firmina continuou atuando como ativista na campanha abolicionista e escrevendo obras antiescravistas até o seu falecimento, em 1917, no município de Guimarães.

ARRAES, Jarid. Heroínas negras brasileiras em 15 cordéis. São Paulo: Seguinte, 2020. página 113.

  1. As hipóteses que você formulou na atividade 2 se confirmaram após a leitura do texto? Explique.
  2. Em vários aspectos de sua vida, Maria Firmina foi precursora. Quais deles são contados no texto?

4. Agora, leia um trecho de um cordel sobre Maria Firmina.

Maria Firmina dos Reis

Maria Firmina dos Reis

De mulata foi chamada

Mas renego esse termo

Pra gente miscigenada

Reconheço-a como negra

Sendo assim bem nomeada.

 

Foi nascida em São Luís

No estado do Maranhão

Dia onze de março

No país, a escravidão

mil oitocentos e vinte e dois

No Nordeste da nação.

 

Apesar do seu registro

De bastarda carimbada

Sofreu muito preconceito

Por não ser endinheirada

E foi na dificuldade

Que se fez iluminada.

 

Para ter vida melhor

Com a tia foi morar

Sempre muito esforçada

Conseguiu se educar

Pois sabia da importância

Que existe em estudar.

 

Tinha assim vinte e cinco anos

Quando foi ela aprovada

Para vaga numa escola

Onde muito dedicada

Excelente professora

Foi por todos registrada.

 

Só que Maria Firmina

Tinha livre o coração

Defendendo com clareza

Que acabasse a escravidão

Para ela o ideal

Era a certa abolição.

 

Uma fórma que encontrou

Pra política exercer

Foi na arte literária

Que ela veio a escrever

Contos, livro e poesia

Tudo pronto pra se ler.

reticências

 

De Úrsula chamou

Seu romance publicado

E na História brasileira

O seu nome está gravado

Como sendo a pioneira

Desse gênero citado.

Colagem. Ao centro, rosto de pessoa em preto e branco, de cabelos escuros penteados para trás, nariz fino e lábios grossos. Ao redor do rosto, vários elementos, da esquerda para a direita girassóis, pássaro preto, flor de pétalas vermelhas: flores de pétalas rosa, uma bandeira, livro aberto, girassóis, duas mãos dadas, um espelho, um pássaro voando em preto, uma pena de escrever. Abaixo do rosto, a palavra MARIA formada por letras como recortes de revista. Em segundo plano, pautas musicais, grafismos em laranja, preto, branco e vermelho.

A primeira romancista

Que foi negra e nordestina

Soube usar com esperteza

O fulgor da sua sina

Trabalhou suas palavras

Mesmo sendo clandestina.

 

Porque de dificuldades

Sua vida foi inteira

Até mesmo pseudônimo

Foi sua opção primeira

Como “Uma maranhense”

Assinou sua trincheira.

 

Em suas obras literárias

Ela sempre demonstrou

O seu abolicionismo

Que na escrita assinalou

E a sua origem negra

Com certeza que honrou.

reticências

 

Ela foi tão importante

Para outras instigar

E a mim muito emociona

Quase ao ponto de chorar

Quando penso em sua vida

Quero assim compartilhar.

 

Porque graças a Firmina

Hoje temos esse espelho

Da mulher negra escritora

E que publicou primeiro

Um livro abolicionista

Como mais belo centelho.

reticências

ARRAES, Jarid. Maria Firmina dos Reis. In: ARRAES, Jarid. Heroínas negras brasileiras em 15 cordéis. São Paulo: Seguinte, 2020. página 107-111.

COMPREENSÃO TEXTUAL

Responda às questões no caderno.

Ícone. Atividade oral.
  1. Ao ler esse trecho do cordel, o que você sentiu? Comente.
  2. O que é um cordel? Explique com suas próprias palavras.
Ícone. Atividade em dupla.
  1. Qual é a temática do cordel?
  2. Com que intenção ele foi escrito?
  3. Pelo cordel, conseguimos ter uma ideia de quem foi Maria Firmina? Explique.
  4. O eu lírico se sente inspirado por Maria Firmina? Em que partes podemos perceber isso?
  5. Nos versos “Hoje temos esse espelho / Da mulher negra escritora”, o que o termo espelho significa?

Na mesma estrofe que contém esses versos, há uma comparação. Qual?

8. Releiam esta estrofe.

Apesar do seu registro

De bastarda carimbada

Sofreu muito preconceito

Por não ser endinheirada

E foi na dificuldade

Que se fez iluminada.

  1. O que a expressão destacada significa?
  2. O que podemos entender dos dois últimos versos dessa estrofe?
Versão adaptada acessível

Atividade 8, itens a, b.

  1. O que a expressão “bastarda carimbada” significa?
  2. O que podemos entender dos versos “E foi na dificuldade / Que se fez iluminada.”?

9. No verso “Mesmo sendo clandestina”, que sentido tem o termo destacado?

Versão adaptada acessível

Atividade 9.

No verso “Mesmo sendo clandestina”, que sentido tem o termo “clandestina”?

10. Em relação à estrutura externa, a métrica e a modalidade das estrofes são características importantes no cordel. O que podemos observar quanto a isso nesse cordel?

Os cordéis são escritos de acordo com uma estrutura preestabelecida, focando no ritmo e na musicalidade. Dentro das métricas fixas, algumas são mais comuns:

  • quadras: estrofes de quatro versos e sete sílabas;
  • sextilhas: estrofes de seis versos e sete sílabas;
  • décimas: estrofe de dez versos e sete sílabas.

LÍNGUA E LINGUAGEM

Regência verbal e regência nominal: norma-padrão e usos coloquiais

Responda às questões no caderno.

1. Observe o cartaz seguinte.

Cartaz. Cartaz na vertical de fundo em azul-claro, com texto e nove ilustrações. Na parte superior, texto: CURITIBA CONTRA CORONAVÍRUS O QUE FAZER AO CHEGAR EM CASA? Abaixo à esquerda, ilustração de uma mão de pessoa com um círculo redondo em vermelho e linha na diagonal para a esquerda. Abaixo da ilustração, texto: Não toque em nada antes de se higienizar. Ao centro, ilustração de dois tênis azuis, com detalhes e solado em branco, um para a direita e outro para a esquerda. Abaixo da ilustração, texto: Tire os sapatos. À direita, ilustração de uma camiseta amarela e ao fundo, uma máquina de lavar em azul. Abaixo da ilustração, texto: Coloque suas roupas para lavar. Abaixo à esquerda, ilustração de sacola amarela com embalagens coloridas saindo por cima. Abaixo da ilustração, texto: Limpe as embalagens que trouxe antes de guardar. Ao centro, ilustração de uma carteira de cor marrom, com duas notas em verde dentro. Abaixo da ilustração, texto: Deixe bolsa e carteira em uma caixa na entrada. À direita, ilustração de um celular cinza e à frente um par de óculos de grau quadrado. Abaixo da ilustração, texto: Higienize o seu celular e óculos. Abaixo à esquerda, ilustração de um chuveiro cinza, por onde sai água e à direita, um homem visto dos ombros para cima, com as mãos na cabeça, ensaboando-a. Abaixo da ilustração, texto: Tome um banho. Ao centro, ilustração de duas mãos de uma pessoa, se ensaboando, com bolhas de sabão. À direita, um frasco azul, com ponta fina. Abaixo da ilustração, texto: Se não puder tomar banho, lave bem mãos, punhos e partes expostas. À direita, ilustração de uma pata de animal para frente, em marrom e almofadinhas em cinza. Abaixo da ilustração, texto: Saiu com o pet? Desinfete as patinhas dele. Na parte inferior do cartaz, à esquerda, texto em branco: CURITIBA CONTRA CORONAVÍRUS DÚVIDAS SOBRE O CORONAVÍRUS: saúde.curitiba.pr.gov.br 41 99876-2903 À direita, dois logotipos.

CURITIBA. Secretaria Municipal de Saúde Curitiba, [sem data]. Disponível em: https://oeds.link/iQQLtR. Acesso em: 22 junho 2022.

  1. Qual é o objetivo desse cartaz?
  2. Em que medida a parte visual do cartaz contribui para seu objetivo?
  3. A linguagem utilizada é mais próxima ou mais distante do público? Justifique sua resposta com elementos do texto.
  4. Esse uso promove que efeito no texto?

No 8º ano, estudamos a regência nominal e a verbal. Na ocasião, aprendemos alguns usos relativos à norma-padrão, que devem ser respeitados em situações que exigem mais formalidade. Entretanto, como também já sabemos, a língua está em constante mudança e, muitas vezes, em determinadas situações, os falantes utilizam variedades diferentes das determinadas pela norma-padrão, sobretudo em situações informais ou quando se pretende utilizar uma linguagem mais próxima do público.

Com relação à regência, essa variedade de usos é bastante comum e, no cartaz, é possível observar um exemplo disso: o verbo chegar foi empregado com a preposição em, no lugar da preposição a, que seria o mais adequado de acordo com a norma-padrão.

2. Leia a tirinha.

Tirinha. Tirinha composta por três quadros. Apresenta como personagens: Armandinho, menino de cabelos e bermuda em azul, camiseta em branco. Sapinho de cor verde, de olhos e boca em preto. Q1 – À esquerda, o sapinho sobre uma mesa pequena marrom, olhando para a direita, em direção a Armandinho. Armandinho fala para o sapinho: A PRIMEIRA PESSOA SOU EU... Q2 – Armandinho na mesma posição, com o braço direito esticado para frente, fala: ...MAS TAMBÉM TEM TU, ELA, ELE... Q3 – Os dois ainda na mesma posição. O sapinho olhando para Armandinho, sorrindo e o menino diz, com as mãos para baixo: É PRECISO RESPEITAR AS SINGULARIDADES... ...SEM NUNCA ESQUECER DO PLURAL!

BECK, Alexandre. Armandinho. [sem local], 14 setembro 2016. Facebook: Armandinho. Disponível em: https://oeds.link/1VsK50. Acesso em: 22 junho 2022.

  1. Que mensagem a tirinha procura transmitir?
  2. Qual classe de palavra Armandinho usa para exemplificar seu argumento? Como ele utiliza os conceitos de singular e plural para defender seu ponto de vista?
  3. As tirinhas geralmente retratam situações do cotidiano e, por essa razão, a linguagem nelas utilizada se aproxima da língua falada. Nessa tirinha, há um verbo que comprova o uso de uma linguagem mais cotidiana. Qual é esse verbo?

Essa variação de uso também pode acontecer com alguns nomes, ou seja, também está presente na regência nominal.

3. Leia a HQ a seguir.

História em quadrinhos. História em quadrinhos composta por seis quadros. Apresenta dois personagens, Marry, menina de cabelos loiros, curtos, encaracolados, de camiseta vermelha e presilha da mesma cor, à direita. Melody, menina de cabelos longos em lilás e camiseta da mesma cor. Ela usa par de óculos de grau quadrado. Q1 – À esquerda, Marry, vista da cintura para cima de frente para uma mesa em marrom com bolinhas em bege, com um pote azul nas mãos e uma massa em bege dentro, mexendo nela. À direita, Melody, com os braços erguidos para cima, olhos em formato de estrelas brancas, diz: NOSSA QUE DOCINHO LINDO MARRY! Q2 – À esquerda, Marry, mexendo na massa em bege, com a boca aberta e à direita, Melody, de olhos fechados e boca fechada, fala: QUE DELÍCIA! TEMOS QUE MONETIZAR ISSO! Q3 – À esquerda, Marry, vista dos ombros para cima, com o corpo para a direita, de frente para Melody. Marry diz: PODÍAMOS VENDER NA ESCOLA. À direita, Melody olhando para Marry, diz: SIM E FAZER ENTREGAS TAMBÉM!
História em quadrinhos. História em quadrinhos composta por seis quadros. Apresenta dois personagens, Marry e Melody. Q4 – Melody vista da cintura para cima, de frente para mesa marrom, onde há docinhos em bege, olhando para baixo, com boca para baixo. Ela pergunta: SÓ TEM UM PROBLEMA, COMO SE ANUNCIA ISSO? Q5 – À esquerda, Marry, mexendo com utensílio no pote. À direita, dela, Melody pergunta, com a mão direita perto da boca: SE ESCREVE ENTREGA A DOMICÍLIO, ENTREGA EM DOMICÍLIO OU ENTREGA NO DOMICÍLIO? Q6 – Marry à esquerda, de olhos fechados, responde, segurando na mão esquerda o utensílio: JÁ SEI: DELIVERY!

, . . Twitter: . [], 15 janeiro 2022. Disponível em: https://oeds.link/e1rYae. Acesso em: 22 junho 2022.

  1. O que leva a ter a ideia de vender os biscoitos na escola?
  2. No segundo quadrinho, a amiga de utiliza um termo muito comum atualmente, que mostra seu contato com o mundo virtual. Que termo é esse? O que ele significa?
  3. Que problema as meninas encontram ao decidir divulgar o trabalho de ?
  4. Em que consiste o humor da tirinha?
  5. Se você tivesse de optar por uma das três possibilidades sugeridas em português, qual delas escolheria? Por quê?

Na tirinha, as personagens têm dúvida quanto à preposição a ser utilizada com o substantivo “entrega”: em domicílio ou a domicílio? De acordo com a norma-padrão, a fórma mais adequada seria entrega em domicílio, pois a entrega é feita em algum lugar. No entanto, em algumas situações é comum ouvir – e até mesmo ler – a segunda expressão.

Ícone. Atividade em dupla.
  1. Considerando a quantidade de casos de regência verbal em que a fórma sinalizada pela norma-padrão difere da língua coloquial, vamos fazer uma pesquisa, a fim de verificar outras ocorrências. Para tanto, com um colega, siga os passos seguintes.
    1. Façam uma lista com os verbos já estudados no 8º ano e também com outros verbos, como: agradar/desagradar, assistir, esquecer (-se)/lembrar (-se), ir/chegar, obedecer/desobedecer, pagar/perdoar, preferir Nesse primeiro momento, observem as regras determinadas pela gramática normativa.
    2. Depois de listar os verbos, elaborem uma ficha, baseada neste modelo:
Ícone modelo.

Verbo

Regência de acordo com a norma-padrão

Regência observada na língua oral/ coloquial

Exemplo de uso na língua oral/coloquial

Situação de comunicação da qual o exemplo foi retirado

  1. Na sequência, procurem exemplos de como esses verbos são utilizados na língua oral/coloquial e completem a ficha, com base nos critérios preestabelecidos.
  2. Comparem os dados obtidos com as regras da gramática e expliquem, do ponto de vista sintático, a mudança de transitividade que ocorre nesses casos. Por exemplo: determinado verbo, de acordo com a norma-padrão, é transitivo indireto. No entanto, na amostra coletada, ele é utilizado sem preposição, ou seja, é transitivo direto.
  3. No dia combinado com o professor, apresentem os resultados e discutam com a turma o que mais chamou a atenção de vocês ao longo da pesquisa. Verifiquem se vocês chegaram a conclusões semelhantes e, no caso de haver diferenças, analisem as possíveis razões para isso.

VOCÊ É O AUTOR!

Cordel

Fotografia. Vista geral de local com cordéis pendurados na vertical. Os livros têm folhas de cores diferentes, em azul, amarelo e rosa, com ilustrações em preto com xilogravura. Eles estão organizados na vertical.
Literatura de cordel exposta em Cabedelo, na Paraíba, em 2017.
Ícone. Atividade oral. 
Ícone. Atividade em grupos.

1. Agora é a sua vez de escrever um cordel! Antes, converse com os colegas para fazer uma síntese do que é um cordel. Ela servirá para você fazer seu planejamento. Veja a sugestão do quadro a seguir.

Ícone modelo.
Cordel

Características

Estrutura externa

Finalidade

Contexto de circulação

  1. No planejamento, você terá de tomar algumas decisões para definir, por exemplo:
    1. o tema – algo da região que você queira exaltar ou criticar, alguma figura ou fato histórico, algum fato recente que foi importante ;
  1. a estrutura externa – quantas estrofes terá, qual vai ser a composição dessas estrofes, o número de sílabas poéticas, as rimas perfeitas;
  2. o contexto de circulação e o público-alvo;
  3. o título.
  1. Com base no planejamento, inicie a elaboração do cordel.
    1. Pense em palavras-chave que podem ser usadas para produzir o efeito de sentido desejado e em outras que rimam com elas.
    2. Depois, pense em como você irá desenvolver o tema para contar a história e utilizar a linguagem mais adequada e se irá incluir alguma figura de linguagem ou marcas de oralidade.
    3. Esboce a ilustração para a capa que represente o cordel, lembrando que, na montagem, você poderá produzir a xilogravura.
  2. Troque o esboço com um colega para a revisão.
    1. Para a revisão, prepare, com a orientação do professor, uma pauta com os itens que devem ser conferidos durante a leitura, como pontuação, ortografia, coesão e coerência, organização do texto, características e estrutura do gênero, entre outros.

Essa pauta de revisão pode ser utilizada em outros momentos.

  1. Ao analisar o esboço do colega, verifique se ele: desenvolveu o tema proposto, seguiu as métricas, seguiu a estrutura dos versos e das estrofes e o tipo de rima.
  1. Depois da revisão, faça a reescrita do cordel. Veja quais ajustes devem ser feitos e as sugestões do colega.
  2. Com o cordel reescrito, pense em como dispô-lo no papel para confeccionar o folheto. Decida se você vai ou não transformar a ilustração em uma xilogravura.
  3. Combine com o professor e os colegas como será feita a divulgação.
  4. Ao final, faça com a turma uma roda de conversa para discutir sobre a produção dos cordéis e a exposição dos folhetos.

ORALIDADE

Slam

Nesta unidade, já conversamos sobre o slam. Agora, a proposta é organizar uma competição de slam da turma!

1. Leia este trecho da matéria sobre o slam e, depois, analise a imagem para compartilhar suas impressões com os colegas.

A cena do Slam se popularizou no Brasil e principalmente nos territórios periféricos, com o formato de competição da poesia falada em até 3 minutos, com poemas autorais, e sem uso de objetos cênicos, como figurinos e cenários. Em sua maioria são realizados em espaços públicos, como ruas e praças, ocupando esses locais com arte e cultura.

SANTOS, Patricia. Poesia nas escolas: 8ª edição do Slam Interescolar de São Paulo está com inscrições abertas. Desenrola e não me enrola, São Paulo, 27 abril 2022. Disponível em: https://oeds.link/eHvP19. Acesso em: 15 junho 2022.

Fotografia. Vista geral de local onde há várias pessoas sentadas, uma ao lado da outra, mulheres, homens e jovens. Ao fundo, à esquerda e à direita, pessoas com placas brancas para cima, com números: 6, 9 e 7. Na parte superior, teto de sala em tons de preto e luzes em amarelo.
O slam é uma poesia do povo e para o povo. Por isso, o público é, ao mesmo tempo, espectador e júri das batalhas ou competições.
Ícone. Atividade oral.
  1. Na sua opinião, por que no slam são proibidos adereços, cenários e acompanhamentos musicais?
  2. Discuta com os colegas possíveis hipóteses para compreenderem por que o slam se popularizou mais nas periferias do que nos centros.
  1. Por que o slam é medido em minutos e não em número de versos ou estrofes, por exemplo?
  2. Na imagem, é possível observar algumas placas levantadas indicando as notas dadas. Discuta a relação metonímica existente na escolha de pessoas aleatórias na plateia.

Metonímia é uma figura de linguagem em que um termo representa uma noção mais ampla, popularmente descrita como uma parte representando o todo. As fórmas mais comuns de metonímia são: marca pelo produto e autor pela obra.

Criação do slam

  1. Chegou o momento de você transformar suas vivências em slam. Como você pode perceber, o slam fala muito do “eu no mundo”. Então, pense sobre como você se coloca ou como você se sente no mundo, na comunidade em que está inserido.
  2. Selecione um tema que toca você, que contemple a sua identidade.
  3. Ao escrever a primeira versão do seu slam, deixe fluir para que você realmente possa se colocar no texto.
  4. Na segunda versão, lapide seu texto construindo as rimas, ajustando as palavras, organizando a ordem do que quer expressar.
  5. Leia o poema em voz alta e cronometre o tempo para ver se ele se encaixa nos 3 minutos preestabelecidos.
  6. Ensaie empregando ritmo ao seu texto. Use os movimentos corporais para compor sua leitura.
  7. Combine com o professor e os colegas o dia da competição e se haverá chaves do campeonato, com oitavas de finais, semifinais e finais.
  8. Confeccione, com os colegas, algumas placas com números para serem distribuídas, no dia da batalha, às pessoas da plateia que farão o papel de jurados.
  9. Chegado o grande dia, batalhe e aprecie a produção dos colegas.
  10. Por fim, em uma roda de conversa, avalie com os colegas e o professor o contexto de produção e divulgação do slam e como foi a experiência.

VOCÊ, BOOKTUBER

Afinal, o que é mesmo um booktuber?

A leitura é uma atividade muito importante para a nossa formação, não apenas para a escola, mas também para toda a nossa vida. Ela nos transporta a outros universos, outras realidades e outros tempos.

Ao ler uma obra, somos convidados a participar daquele mundo imaginário, em que lugares, pessoas, vozes, cores e sons são criados em nossa mente e complementam a leitura. É por isso também que muitas vezes nos surpreendemos com filmes adaptados de livros, porque havíamos imaginado o lugar e os personagens de fórma diferente.

Vamos ver alguns pontos importantes sobre o booktuber.

Ícone. Atividade oral.
  1. Você sabe o que faz um booktuber e o tipo de conteúdo que ele produz?
  2. Qual é o objetivo de um booktuber?
  3. Você acompanha ou conhece algum booktuber? Se sim, qual ou quais?
  4. Você já discordou de alguma resenha ou outro comentário apresentado por um booktuber? Se sim, como foi essa experiência?
Fotografia. De frente para parede de cor rosa, uma menina sentada. Ela tem cabelos longos castanhos, de blusa de cor branca até os cotovelos, com calça cinza e descalça. A menina segura nas mãos, um livro de capa em azul, aberto, próximo do rosto. À esquerda, vários livros um sobre o outro, de capas coloridas, empilhados.
Um booktuber, antes de ser um produtor de conteúdos de literatura, precisa ser um leitor assíduo, o que costuma fazer dele uma pessoa mais criativa e com um excelente repertório cultural.

5. Assista a alguns booktubers, seguindo a orientação do professor, e analise criticamente o formato do programa para retomar sua estrutura.

Ícone. Atividade em grupos.
  1. Em grupos, sistematizem a análise que fizeram da estrutura de um booktube e a transformem em um tutorial para produzir um booktube.
  2. Com o professor e os colegas, determinem o canal em que irão compartilhar os vídeos.

8. O booktube é um programa com vários episódios, por isso precisa apresentar um fio condutor, que é estabelecido por elementos que se repetem ao longo dos episódios. Como você trabalhará com o seu booktube durante este ano, comece escolhendo um nome para o seu programa!

  1. Para este bimestre, você vai elaborar um vídeo com dicas de leitura sobre o livro lido, contendo dez tópicos que mais chamaram sua atenção e que seriam as razões pelas quais o livro deve (ou não) ser lido. Veja as etapas a serem seguidas.
    1. Escolha o livro

Pesquise resenhas, críticas e comentários; analise a capa do livro, a orelha e a contracapa para definir sua leitura. Lembre-se do tempo que você tem para isso, dentro do seu cronograma.

b. Organize-se com o cronograma

Definida a obra, comece a leitura, sempre atento ao cronograma combinado com o professor e os colegas.

c. Elabore o texto

Destaque as informações de referência: título, autor, idioma, tradutor, editora e ano da publicação.

Organize as anotações feitas durante a leitura e coloque, em ordem crescente de importância, os dez destaques do livro que você irá expor no vídeo.

d. Grave o vídeo

Retome o roteiro que vocês elaboraram para gravar seu vídeo.

Elabore um roteiro de gravação. Nele, lembre-se de apresentar o nome do programa e de se apresentar. Defina se haverá vinheta, alerta de spoiler e efeitos sonoros.

Ensaie, grave e edite o vídeo.

e. Apresente o vídeo à turma

Poste o vídeo no canal escolhido para que todos possam assistir. Converse sobre a experiência com os colegas e compartilhe as principais dificuldades da produção do booktube.

EU APRENDI!

1. Leia o poema a seguir e responda às questões no caderno.

Coisas do reino da minha cidade

Olho e vejo por cima dos telhados patinados pelo tempo

copadasglossário mangueiras de quintais vizinhos.

Altaneirasglossário , enfolhadas, encharcados seus caules,

troncos e raízes das longas chuvas do verão passado.

Paramentadas em verde, celebram a liturgiaglossário da próxima florada.

Antecipam a primavera no revestimento de brotação bronzeada,

onde esboçavam borboletas amarelas.

As mangueiras estão convidando todos os turistas,

para a festa das suas frutas maduras, nos reinos da minha cidade.

Minha mesa pobre está florida e perfumada.

De entrada à minha casa, um aroma suave

incensando a sala.

Um bule de asa quebrada, um vidro de boca larga,

um vaso esguio servem ao conjunto floral.

Rosas brancas a lembrar grinalda das meninas

de branco que acompanhavam antigas procissões,

de onde vieram carregando seus perfumes?...

Tão fácil. Por cima do muro da vizinha

a roseira, trepadeira, se debruça

numa oferta floral de boa vizinhança reticências

 

O vizinho é a luz da rua. Quando o vizinho viaja e fecha a casa,

é como se apagasse a luz da rua... Indagamos sempre: quando volta?

E quando o vizinho volta, abre portas e janelas,

é como se acendessem todas as luzes da rua

e nós todos nos sentimos em segurança.

Estas coisas nos reinos de Goiás.

Fotografia. Vista geral de local com solo ao centro, com vegetação rasteira em verde. À esquerda e à direita, árvores de folhas verdes com frutos redondos em vermelho. Na parte superior, céu e nuvens brancas e ao centro, luz solar. Em segundo plano, morros escuros.

CORALINA, Cora. Coisas do reino da minha cidade. In: CORALINA, Cora. Melhores poemas. Seleção de Darcy França Denófrio. terceira edição São Paulo: Global, 2011. página 90-91.

  1. Por que, na sua opinião, o eu lírico refere-se à sua cidade como “reino”?
  2. A paisagem descrita no poema revela que características da cidade? Justifique sua resposta com elementos do texto.
  3. Os adjetivos utilizados pelo eu lírico para se referir à sua mesa revelam que aspectos do lugar? Em que medida esses aspectos se relacionam à cidade onde vive?
  4. A que são comparadas as rosas brancas? Por meio dessa comparação, é possível saber, ainda que de modo aproximado, a idade do eu lírico? Por quê?

2. Leia esta tirinha.

Tirinha. Tirinha composta por um quadro. Dentro de uma sala de paredes em amarelo. À esquerda, uma placa branca na horizontal onde está escrito: MÉDICO. Abaixo, perto da placa, um móvel branco com uma cruz vermelha pintada na frente. Acima, utensílios de hospital. Perto, um homem sentado, de cabelos finos em preto, nariz grande, sem camiseta e bermuda em laranja e sapatos brancos. Ele está com a mão esquerda sobre a cabeça, pálpebras baixas e boca um pouco aberta. Mais à direita, um médico em pé, olhando para ele, de boca aberta. Ele usa uma lanterna sobre a testa, jaleco de mangas compridas em branco, calça em preto, com prancheta na mão direita e lápis na mão esquerda. Texto: O PROBLEMA COM A SUA CONSTITUIÇÃO É QUE VOCÊ ABUSOU NA BUSCA DA FELICIDADE. Na parte inferior, à direita, assinatura.

THAVES, Bob. Frank & Ernest. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 3 junho 2022. Caderno 2, página C6.

  1. Observe a fala do médico e o modo como o paciente é retratado. Considerando esse contexto, o que realmente o médico quis dizer?
  2. Ainda de acordo com o contexto, por que o médico teria se dirigido ao paciente dessa fórma?
  3. De acordo com sua resposta anterior, qual é a figura de linguagem utilizada pelo médico da tirinha?

3. Escreva as frases no caderno completando-as com a cêrca de, cêrca de, acerca de ou cêrca de.

a.

cem pessoas compareceram ao encontro promovido pela escola.

b.

cinco anos, formei-me professora. Nesse período já dei aula para
trezentos alunos.

c. A casa de minha avó ficava

duzentos metros da rua em que morávamos. Para chegar lá, eu levava
cinco minutos a pé.

d. Nessa obra, o autor registra suas opiniões

colonização portuguesa no Brasil, iniciada
500 anos.

VAMOS COMPARTILHAR

Slam espaço livre de expressão?

Fotografia. À frente, um homem visto de costas, da cintura para cima. Ele tem uma boina arredondada em tons de amarelo com partes em verde-escuro. Usa blusa de mangas compridas em tons de amarelo e em tons de verde-escuro. Ao fundo, dezenas de jovens juntos, à esquerda, sentados sobre o chão e à direita, sobre um muro em cinza. Em segundo plano, árvores de folhas em verde e céu acima em tons de cinza.
Espaço público utilizado para o slam.
Ícone. Atividade oral.
  1. Na sua opinião, o que é liberdade de expressão?
  2. Como os espaços em que os slams acontecem (praças, ruas e espaços públicos) podem se vincular a uma produção artística livre?
  3. Você conhece algum grupo de slam da sua cidade ou do seu estado? Em caso afirmativo, compartilhe com a turma o nome do grupo e onde ele se apresenta.
  4. Compartilhe com os colegas como é, para você, ouvir um slam. O que mais chama a sua atenção? O ritmo, o que está sendo dito, as expressões corporais?

Slam e seus desdobramentos

Existem vários grupos, ou coletivos, de slam espalhados pelo Brasil. Você sabia que existe até o Campeonato Brasileiro de Poesia Falada – Slam BR e um Campeonato Mundial?

Um dos coletivos que merece destaque é o Slam das Minas. Surgido em 2017, no Rio de Janeiro, ele se define como uma batalha lúdico-poética que objetiva criar um espaço seguro e de liberdade para potencializar a produção artística das mulheres.

Ícone. Atividade oral.
  1. Muitos coletivos de slams se agrupam em torno de uma causa ou uma marca identitária em comum. Você conhece algum outro grupo como o Slam das Minas? Se sim, qual é o elemento de união desse grupo?
  2. Se você fosse participar de um slam ou criar um coletivo, qual seria a marca da sua individualidade?
Versão adaptada acessível

Atividade 4.

Compartilhe com os colegas como é, para você, apreciar um slam. O que mais chama a sua atenção? O ritmo, as temáticas, as expressões corporais?

7. Observe a imagem e leia a legenda.

Fotografia. À frente, um homem visto da cintura para cima, com os braços para o alto, uma mão de frente para outra. Ele tem cabelos e barba escuros, com tatuagens nos braços. O homem olhando para frente, de boca aberta, de boné sobre a cabeça, usando camiseta com mangas em verde e detalhes em cinza. Em segundo plano, pessoas em pé, umas ao lado das outras. Acima, céu escuro noturno.
Poeta Edinho dos Santos expressando sua poesia em Libras no torneio de Slam Estética das Periferias.
  1. Você já ouviu falar de slam em Libras? Se sim, comente.
  2. Na sua opinião, o slam é um espaço de expressão e de inclusão em seu sentido mais amplo? Por quê?

8. Leia mais um trecho da matéria de Patricia Santos.

Em sua primeira edição, a modalidade Interescolar contou com quatro escolas e oito alunos selecionados a partir do campeonato escolar, onde os dois melhores colocados representaram suas respectivas unidades. reticências

O projeto também foi indicado e vencedor do Prêmio Jabuti 2021 na categoria Fomento à Leitura.

Ícone. Atividade oral.
  1. Logo no início desta unidade, você observou a imagem da capa do livro Das ruas para as escolas: das escolas para as ruas. Discuta esse título com os colegas. O que ele representa?
  2. Na sua opinião, qual é a importância desse livro para o percurso do slam no Brasil?
  3. Por fim, depois desses debates, reflita e responda: O slam é um espaço de livre expressão? Justifique sua resposta e troque informações com a turma.

Glossário

tambaqui
: espécie de peixe encontrado no rio Amazonas e afluentes.
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tarrafa
: rede de pesca circular, geralmente arremessada com as mãos.
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malhadeira
: tipo de rede de pesca artesanal utilizada na região Amazônica.
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imanente
: que está contido de modo inseparável na natureza de um ser ou de um objeto.
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profilaxia
: utilização de procedimentos e recursos para prevenir algo.
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empalamado
: inchado.
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copado
: que apresenta copa abundante, densa.
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altaneiro
: muito elevado, alto.
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liturgia
: ritual.
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