UNIDADE 4  Do mito ao teatro

Nesta unidade, convidamos você a explorar o mito grego e o texto teatral. As propostas foram organizadas em quatro etapas que se completam.

Fotografia. Dentro de uma sala de cinema, com paredes grandes com luz azul refletindo, teto profundo e perto, estrutura preta com luzes de tamanho médio, redondas. Mais abaixo, tela grande na horizontal onde vê-se imagem de duas pessoas em pé. À frente, dezenas de pessoas sentadas em cadeiras.

EU SEI

Você gosta mais de teatro ou cinema?

Entender que há diferenças entre textos literários, textos teatrais e roteiros de cinema.

Fotografia. Vista geral de local com uma construção antiga à direita. Ela tem o formato retangular, com colunas na vertical cilíndricas. Mais à esquerda, pedaços de pedras em bege. Ao fundo, vista geral de céu em tons de laranja, nuvens e, ao centro, sol redondo em amarelo.

EU VOU APRENDER

Capítulo 1 – Veio da Grécia

Compreender o contexto de produção e circulação do mito grego.

Capítulo 2 – No mundo de Molière

Compreender o contexto de produção e circulação do texto teatral.

Encenação. Cena de quatro pessoas vistas da cintura para cima, em um palco, com o corpo para a esquerda. Elas estão uma ao lado da outra. Da esquerda para a direita: homem um pouco gordo, de cabelos grisalhos, com terno cinza. Ele olha para a esquerda com a boca aberta. Perto, uma mulher de cabelos castanhos penteados para trás em coque, de blusa de mangas compridas e saia em laranja, com detalhes na gola e manga em preto. Ela olha para a esquerda com a boca um pouco aberta. À direita dela, uma menina de cabelos pretos penteados para trás com laço nos cabelos, blusa e saia em bege. Ela olha para a esquerda com a boca bem aberta e mãos perto da cintura. Na ponta extrema da direita, homem de cabelos lisos penteados e presos para trás, usando camisa de gola branca por dentro, lenço ao redor do pescoço em verde e terno da mesma cor. Ele segura na mão esquerda um papel em bege.

EU APRENDI!

Atividades de compreensão textual, reflexão e análise da língua e da linguagem e ampliação da aprendizagem.

Ilustração. Ao centro, tela laranja na horizontal e gráfico com barras na vertical em verde e vermelho. Na ponta superior, à esquerda, retângulo com gráfico e duas linhas em flecha para a direita, uma verde e outra vermelha. Sobre ela, uma pasta em azul e duas flechas para cima em verde. Na parte inferior, à esquerda, mouse laranja com detalhe em verde. À direita, um retângulo azul e linhas e flecha em laranja. Ao fundo, celular na vertical branco com contorno em laranja e flecha verde para cima. Ao redor e ao fundo, nuvens e flechas. Na ponta inferior, texto: VECTOR ILLUSTRATION.

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Análise de mídias sociais: podcast

Realizar leitura dramática para episódio de podcast e analisar o resultado nas mídias sociais.

EU SEI

Você gosta mais de teatro ou cinema?

Muitas obras literárias inspiram outros autores, diretores, roteiristas e atores a adaptá-las para o teatro ou o cinema. Um desses casos foi a peça teatral O Auto da Compadecida, do escritor brasileiro Ariano Suassuna. A peça, em fórma de auto e em três atos, já esteve nos palcos e nas telas da TV, como uma minissérie, e do cinema, em uma versão longa-metragem.

1. Observe as imagens a seguir.

Cena de filme. Dois personagens sentados sobre local com solo em bege e vegetação seca, em tons de marrom e verde. À esquerda, homem de cabelos castanhos, de blusa de mangas compridas fina, em bege-claro. Ele olha para frente, tem chapéu bege, preso com um cordão preto ao redor do pescoço e mãos sobre os joelhos. À direita, homem um pouco calvo e cabelos escuros, vestido de camisa de cor bege-escuro e calça em bege-claro. Olha para frente e tem chapéu cinza preso com um cordão preto ao redor do pescoço. No alto, céu em azul-claro e nuvens brancas.
Cena de O Auto da Compadecida, com os protagonistas que interpretam os amigos João Grilo e Chicó, personagens alegóricos, do imaginário coletivo, que representam o cotidiano de quem luta para sobreviver em um ambiente hostil e adverso.
Cena de teatro. Vista geral de palco onde há cinco pessoas em pé encenando. Da esquerda para a direita: um homem com chapéu, blusa de mangas compridas, calça e sapatos em preto, com camisa de gola branca por dentro. Ele olha para frente, com a mão direita sobre o peito. Ao lado, homem de cabelos escuros, de camisa de mangas compridas em branco, colete azul, calça e sapatos pretos, com o braço direito para a direita. Ao centro, uma mulher em pé para a direita, de cabelos castanhos em coque para trás, vestido regata curto amarelo e sapatos da mesma cor. Ela está com o braço direito para a direita, acima e outro braço para frente. Na ponta da direita, uma mulher de cabelos castanhos penteados para trás, ornamento sobre a cabeça e vestido regata em azul, com braços para a esquerda. Ao lado, mulher de cabelos castanhos em coque para trás, vestido regata verde e tecidos nos braços em preto, olhando para a esquerda. Em segundo plano, projeção de um prédio com uma porta à esquerda, aberta e luz amarela sobre ela. Na parte superior, teto preto e luzes em amarelo.
No teatro, a aproximação dos atores com o público cria uma interação maior, pela qual os atores podem perceber a reação da plateia.
Fotografia. Dentro de uma sala com pouca luz, pessoas sentadas sobre poltronas em amarelo. Elas estão com um par de óculos preto sobre o rosto, olhando para a esquerda, a maioria com a boca bem aberta. Ao meio, uma criança de cabelos escuros, de blusa de mangas compridas em cinza, com o braço direito e dedo indicador para frente. Perto dela, um pote de pipoca com listras na vertical em branco e vermelho. Ao lado, pessoa de cabelos escuros, de blusa de mangas compridas em preto e braços erguidos até o rosto. Ao fundo, à esquerda, partes na vertical em laranja e marrom.
Plateia no cinema usando óculos 3D.
Fotografia. Dentro de uma sala de cinema, com paredes grandes com luz azul refletindo, teto profundo e perto, estrutura preta com luzes de tamanho médio, redondas. Mais abaixo, tela grande na horizontal onde vê-se imagem de duas pessoas em pé. À frente, dezenas de pessoas sentadas em cadeiras.
Muitos filmes utilizam efeitos visuais para compor os cenários.
Ícone. Atividade oral.
  1. Você já assistiu a algum filme que tenha sido adaptado de um livro? Qual?
  2. Você acha, por exemplo, que um filme e o livro no qual foi baseado são exatamente iguais? Por quê?
  3. Na sua opinião, adaptar um livro para o teatro ou o cinema é uma boa ideia? Por quê?
  4. Se você fosse adaptar um livro para o cinema, qual livro escolheria?

▶ Como você adaptaria a história? Manteria os personagens, cenários etc.? Conte de forma resumida.

6. Você já assistiu a alguma peça no teatro ou a um filme no cinema? Como foi sua experiência?

▶ Se não assistiu, como você imagina que seja? Explique para a turma.

EU VOU APRENDER  Capítulo 1

Veio da Grécia

Vamos conhecer um mito grego sobre o rei Midas e o Toque de Ouro. Antes, responda às perguntas a seguir.

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

Transcrição do áudio

Locutor: Mito brasileiro

Locutor: As mais diversas culturas criam histórias para explicar de onde vieram e como se relacionam com a natureza, o planeta e seus fenômenos. Essas explicações são chamadas de mitos.

Os povos originários brasileiros também têm seus mitos, ou seja, histórias que relacionam esses povos tanto com a aparição deles no planeta quanto com seres sobrenaturais, como deuses.

Você vai ouvir a seguir um mito do povo Kayapó. Ou Mebêngôkré, como eles se denominam. População essa que está distribuída em diversas aldeias ao longo de afluentes do rio Xingu, no Brasil Central.

Ouça com atenção “O Buraco do Céu de Onde Saíram os Kayapó”, texto recontado por Daniel Munduruku, e publicado na obra Outras tantas histórias indígenas de origem das coisas e do Universo.

Narradora: “Contam que, num tempo muito antigo, os Kayapó moravam no céu. Lá, muito acima do teto do céu, havia tudo o que se pode imaginar. Tinha batata-doce, macaxeira, inhame, mandioca, milho, inajá, banana, caças das mais diversas e tartarugas da terra. Enfim, era um lugar com muita fartura.

Um dia, um experiente guerreiro da classe dos Mebenget descobriu no mato a cova de um tatu. Ele ficou muito curioso e com vontade de caçar o animal. Então começou a cavar. Passou o dia inteiro caçando e mesmo de noite não parou de cavar. Assim se passaram muitos dias até que viu o tatu-gigante. Ficou animado com isso e cavou com mais empenho ainda até furar a abóbada celeste. O tatu despencou lá de cima, arrastando consigo o velho guerreiro. No entanto, quando já estavam para chegar no chão, um forte vento de tempestade pegou o guerreiro e o atirou novamente para cima. Assim, ele pôde voltar para o céu, de onde olhou a terra e viu que lá tinha uma pequena floresta de buriti, um rio e vastos campos.

Admirando a terra lá embaixo, o homem sentiu uma saudade tão grande, um aperto tão profundo no coração, que não se conteve e deixou rolar duas lágrimas pelo rosto. Depois, apressou-se em voltar para sua aldeia a fim de contar o que havia visto.

− Cavei um buraco na abóbada celeste – contou o guerreiro.

− E como isso aconteceu? – perguntaram os homens reunidos na casa especialmente preparada para suas reuniões.

− Eu vi um tatu-gigante e o persegui até ele desabar do céu.

− E onde ele está agora?

− Ele caiu sobre uma floresta de buritis.

Os chefes dos Kayapó ficaram muito pensativos após ouvirem o relato do guerreiro e conversaram para decidir o que fazer.

− O que vamos fazer agora? - perguntou um chefe.

− Será que devemos deixar o céu e descer para a Terra?

No entanto, não conseguiam decidir nada e permaneceram longo tempo conversando e pensando sobre o que iam fazer, até que decidiram que o povo deveria emigrar para a Terra.

− Como iremos fazer isso, já que é uma descida muito grande? – indagou outro chefe.

− Vamos fazer uma corda muito comprida usando nossos cipós, braceletes e cintos. Cada um de nós terá de ir em sua casa e trazer tudo o que puder ser tecido para fazermos uma corda bem forte e resistente.

E assim foi feito. Os homens teceram uma longa corda que foi lançada daquele buraco do céu. Imediatamente começaram a descer. A corda, no entanto, não era longa o bastante para atingir o chão e todos tiveram de retornar ao céu. Mas não desistiram. Foram trazendo mais coisas para aumentar a corda até o comprimento necessário.

O primeiro a descer foi um homem da classe dos Mebenget que não tinha medo de altura. Ele foi o primeiro Kayapó a pisar na Terra. Logo que chegou, amarrou a extremidade da corda no tronco de uma árvore gigante, o que facilitou muito a descida das outras pessoas. Os primeiros a descer foram os jovens; depois, as mulheres com as crianças agarradas em suas costas; em seguida, os homens e, finalmente, os anciãos.

Aconteceu, porém, que alguns Kayapó ficaram com medo de descer pela corda e resolveram não acompanhar os outros. Nessa expectativa, nesse desce-não-desce, apareceu um estranho menino que, vendo a corda esticada, passou por ela e a cortou. Fez isso zombando de todos e disse:

− Estou cortando a corda para que eles fiquem morando no céu eternamente.

Diante disso, os que já tinham descido procuraram rapidamente um lugar nos campos onde pudessem construir sua morada. Os mais jovens iam na frente para abrir caminho enquanto eram seguidos pelos demais.

É por esse motivo, contam os antigos Kayapó, que uma parte desse povo continua morando no céu enquanto os demais se fixaram na Terra e a dominaram, tornando-se grandes conhecedores da floresta.”

Locutor: Créditos: O mito “O Buraco do Céu de Onde Saíram os Kayapó”, recontado por Daniel Munduruku, foi publicado na obra Outras tantas histórias indígenas de origem das coisas e do Universo, em 2008, pela editora Global. Todos os áudios inseridos neste conteúdo são da Freesound.

Ícone. Atividade oral.
  1. O que você acha que é um mito?
  2. Por que o nome “mito grego”?
  3. Você sabe onde se localiza a Grécia?
Fotografia. Vista geral de local com uma construção antiga à direita. Ela tem o formato retangular, com colunas na vertical cilíndricas. Mais à esquerda, pedaços de pedras em bege. Ao fundo, vista geral de céu em tons de laranja, nuvens e, ao centro, sol redondo em amarelo.
O Partenon, templo erguido na Acrópole ateniense, na Grécia, foi dedicado à deusa Atena. Sua construção terminou em torno de 432 antes de Cristo

4. Leia este trecho da introdução de O livro da mitologia.

reticências toda cultura humana desenvolveu uma mitologia própria para explicar suas origens e conseguir entender os fenômenos observados no mundo natural. A palavra “mitologia” vem do grego mythós, significando “história”, e logia, “conhecimento”. Os mitos falam sobre a criação do mundo ou preveem seu fim; explicam como os animais foram feitos e como a Terra se formou; fazem uma ponte ligando o mundo dos humanos com o mundo dos espíritos ou deuses; tentam impor uma ordem num caos aterrorizante e confrontar os mistérios da morte. reticências

, Filípe. O livro da mitologia. Tradução Bruno Alexander. Rio de Janeiro: Globo Livros, 2018. página 12.

  1. Observando a origem da palavra, o que você entende por mitologia?
  2. Segundo esse trecho, a mitologia foi criada para tentar explicar o que o ser humano não entendia. Isso faz sentido para você? Explique.

5. Agora, leia o mito “Rei Midas e o Toque de Ouro” em uma versão adaptada.

Rei Midas e o Toque de Ouro

Midas, rei da Frígiaglossário , era o homem mais rico do mundo. Arcas e mais arcas cheias de ouro, prata e pedras preciosas amontoavam-se na sua casa de tesouros. Midas tinha mais dinheiro do que é possível imaginar, mas para ele não bastava.

Midas mergulhava os braços em suas arcas de moedas e murmurava:

— Quero mais ouro!

Midas enfiava a mão em suas arcas de pedras preciosas, e, enquanto diamantes e rubis escorriam-lhe por entre os dedos, ele exclamava, ganancioso:

— Quero mais joias!

reticências

Um dia, ao passar por ali, o deus Dioniso ouviu os gritos de Midas. Olhou pelas grades da janela e viu o rei rolando num monte de moedas de ouro, como um porco chafurdando na lama. Era uma cena tão ridícula, que Dioniso se pôs a rir.

— Está rindo de mim? — perguntou o rei Midas.

— É claro! Você parece um tolo! — disse Dioniso.

— Não me importa o que acha — retrucou Midas. — Adoro dinheiro, e quero ganhar cada vez mais.

— Deveria pensar mais em dar do que em ganhar — replicou Dioniso. — Por que não usa sua riqueza para dar de comer aos famintos? De que adianta ter tanto dinheiro só para guardar?

— Dar meu dinheiro? De jeito nenhum — disse Midas. — Quem me dera obter o Toque de Ouro. Como eu seria feliz, se tudo o que eu tocasse se transformasse em ouro!

— Você acha mesmo que seria feliz assim? — perguntou Dioniso, com ar de incredulidade.

— Tenho certeza! — respondeu Midas.

— Quero só ver — sussurrou Dioniso, afastando-se.

“Que sujeito estranho!”, pensou Midas. “Que ideia! Dividir minha riqueza com os outros! Não posso permitir que esse louco fique perambulando pelo meu reino. Preciso tomar alguma providência.”

O rei saiu da casa do tesouro, fechou a porta pesada e trancou com uma imensa chave de ferro. De repente ele percebeu que alguma coisa havia mudado. A porta brilhava tanto que seus olhos se ofuscaram. Era isso! A madeira da porta havia se transformado em ouro, assim como o ferro da chave que ele segurava.

Midas não cabia em si de contente! Os deuses haviam atendido o seu desejo. Tudo o que ele tocava transformava-se em ouro! reticências

Midas correu até seu palácio. Ordenou aos criados que preparassem uma refeição sem igual para comemorar sua sorte e convocou toda a família e os amigos para participarem da festa.

O banquete foi servido Num gesto largo, Midas ergueu sua taça para brindar, e imediatamente ela se transformou em ouro. Houve uma exclamação de espanto.

— Um brinde ao rei mais rico da terra, que se tornará cada dia mais rico! — Midas declarou.

reticências

Deixando a taça de lado, ele declarou iniciadas as comemorações. Os convivas começaram a comer. Midas também tentou, mas tudo o que lhe tocava a boca transformava-se em ouro.

Niobe, o gato do rei, pulou no colo do dono e imediatamente transformou-se em ouro. Seu cão, Ajax, lambeu-lhe a mão e teve o mesmo destino. Então Midas compreendeu tudo e uma expressão de pavor instalou-se em seu rosto. Os convidados o fitavam sem saber o que fazer. Phoebe, sua filha adorada, levantou-se e correu para ele, preocupada.

— O que foi, papai? Está se sentindo mal?

Antes que o pai conseguisse detê-la, ela pôs a mão em sua testa e imediatamente se transformou numa estátua de ouro.

Midas jogou-se da cadeira, rolando no chão, desesperado.

Ilustração. Dentro de um local com paredes de cor bege-escuro, janelas longas, na vertical, com ponta oval na parte superior. Ao centro, um homem sentado de frente para uma mesa, retangular em marrom. Ele tem cabelos e barba longos em castanho, com coroa amarela sobre a cabeça, com blusa de mangas compridas em amarelo e detalhes em branco. O homem olha para a esquerda, segurando na mão direita uma fruta arredondada dourada, com a mão esquerda sobre a bochecha. Na mesa, louças douradas, com um prato e frutas de cores diversas. Perto do prato, uma maçã e laranja douradas.

— Sou o rei mais rico do mundo, mas sou o mais pobre ser humano. Agora sei o que os deuses quiseram me ensinar. O Toque de Ouro é uma maldição. Destruiu minha filha amada, meus animais de estimação e vai continuar me privando de tudo o que é importante para mim. De que serve minha riqueza se não posso ter nem um copo de água e um pedaço de pão seco? Meu dinheiro não poderá impedir que eu sinta fome, sêde, medo e solidão. Aprendi tarde demais a reconhecer o que é importante de fato.

— Você sempre foi um homem bom, acontece que o brilho do ouro ofuscou seus olhos — disse uma voz.

Midas levantou os olhos e viu Dioniso à sua frente. Ajoelhou-se diante do deus e disse:

— Desculpe-me de minha ambição. Desculpe-me de só pensar em mim.

— Você aprendeu a lição, não há razão para se atormentar.

Com um gesto de Dioniso, um imenso arco-íris se formou. Midas fechou os olhos e, quando voltou a abri-los, viu-se de novo sentado à mesa de banquete. De pé a seu lado, Phoebe lhe falava carinhosamente. Ajax lambia-lhe a mão e Niobe ronronava, instalada em seu colo.

— Por favor, tragam-me uma fatia de pão e um copo de água — Midas pediu.

reticências

— Abram as portas de meu palácio e convidem todos os habitantes do reino para participar deste banquete — Midas ordenou.

A partir daquele dia, Midas passou a partilhar suas riquezas com quem precisava. Deixou de ser o rei mais rico do mundo, mas certamente tornou-se o mais querido.

Ilustração. Vista geral de cidade com casas antigas em marrom, de dois andares e na parte superior com telhado cinza-escuro. Mais ao fundo, torres cinzas com telhado vermelho, de formato similar a castelo. Ao centro, na parte inferior, na rua, vários comerciantes, pessoas caminhando e mais à frente, um rio de água de cor azul-claro. Na água, uma canoa marrom, com um homem segurando uma rede com peixes cinza. Ele usa gorro marrom-escuro e blusa de mangas compridas em bege. Perto da escada do porto que liga o rio e a cidade, um menino de cabelos pretos, de blusa de mangas compridas, calça em marrom, segurando cesto com peixes cinza dentro. Na parte superior, céu em azul-claro.

KIMMEL, Eric A. Rei Midas e o Toque de Ouro. In: Mitos gregos. Tradução: Monica Stahel. terceira edição São Paulo: WMF Martins Fontes, 2013. página 41-47.

COMPREENSÃO TEXTUAL

Responda às questões no caderno.

Ícone. Atividade oral.
  1. O que você achou desse mito? Comente.
  2. Qual é o principal assunto tratado no texto?
  3. Para você, quais são as características psicológicas do rei Midas no início da história?
  4. Essas características mudam no decorrer da história? Explique.
  5. Onde acontece a história e como esses espaços são descritos?
  6. Há algum indício de quando a história acontece?
  7. Quem são os personagens principais, secundários e terciários?
  8. Como é a construção da narrativa, no início, para mostrar como o rei Midas era rico?
  9. Como o rei se comportava quando estava sozinho com seus tesouros?
  10. Na descrição do comportamento do rei, há uma figura de linguagem. Qual é ela?
  11. Qual é a lição que Dioniso dá ao rei no primeiro encontro?
  12. Como o rei reage a esse conselho?
  13. Até esse momento, o rei considera que a felicidade só é obtida por meio da riqueza, dos bens materiais. Você concorda? Por quê?
  14. Você acha que Midas, no primeiro momento, percebeu quem era de fato Dioniso?
  15. O que esta fala indica ao leitor?

— Quero só ver — sussurrou Dioniso, afastando-se.

  1. Como ocorrem os diálogos entre os personagens em “Rei Midas e o Toque de Ouro”?
  2. Como a história do rei Midas foi registrada?
  3. Para você, como se apresenta a leitura dos diálogos ao leitor?

19. Leia este trecho. A que a palavra destacada se refere?

Versão adaptada acessível

Atividade 19.

Leia este trecho. A que a palavra “convivas” se refere?

Os convivas começaram a comer. Midas também tentou, mas tudo o que lhe tocava a boca transformava-se em ouro.

Como eles são referenciados em outras passagens?

20. Neste outro trecho, qual é a função das vírgulas?

Niobe, o gato do rei, pulou no colo do dono

  1. Depois que seu desejo foi atendido, tudo o que Midas tocava se transformava em ouro: a comida, a bebida, seus animais de estimação e sua filha. Ao perceber isso, qual foi sua reação?
  2. A partir desse momento, como o rei passa a encarar o Toque de Ouro?
  3. Como o leitor percebe, no texto, que o rei se arrependeu?
  4. Releia o trecho seguinte.

Com um gesto de Dioniso, um imenso arco-íris se formou. Midas fechou os olhos e, quando voltou a abri-los, viu-se de novo sentado à mesa de banquete. De pé a seu lado, Phoebe lhe falava carinhosamente. Ajax lambia-lhe a mão e Niobe ronronava, instalada em seu colo.

 

▶ Na sua opinião, o que aconteceu com o rei Midas não passou de um sonho?

  1. Em que momento o leitor percebe a mudança na atitude e no pensamento do rei?
  2. Na sua opinião, a mudança de comportamento do rei foi algo positivo? Por quê?
  3. Se você tivesse de adaptar essa história para o teatro ou cinema, como faria?
  4. Observe a estrutura desse mito grego. Como ela é composta?
Ilustração. Em um local com solo arredondado e colunas cilíndricas na vertical em amarelo. Ao centro, uma poltrona amarela, onde há sentado um homem de cabelos e barba em castanho, longos, de coroa dourada, roupa de mangas curtas em laranja e lenço vermelho na cintura. Ele usa par de sandálias nos pés em marrom. O homem está com o corpo inclinado para a direita, segurando na mão esquerda, uma jovem em tons de dourado, com o corpo desfalecido. Na ponta inferior, título: Rey Midas.

LÍNGUA E LINGUAGEM

Conjunções coordenativas: sintetização

Responda às questões no caderno.

1. Releia este trecho do mito “Rei Midas e o Toque de Ouro”.

— Abram as portas de meu palácio e convidem todos os habitantes do reino para participar deste banquete — Midas ordenou.

A partir daquele dia, Midas passou a partilhar suas riquezas com quem precisava. Deixou de ser o rei mais rico do mundo, mas certamente tornou-se o mais querido.

Versão adaptada acessível

Atividade 1, itens a e b.

  1. A que classe gramatical pertencem as palavras “e” e “mas”?
  2. Que ideia elas introduzem entre as orações?
  1. A que classe gramatical pertencem as palavras em destaque?
  2. Que ideia elas introduzem entre as orações?

2. Observe este cartaz.

Cartaz. Cartaz na vertical. Ao fundo, vista parcial de rosto em tons de amarelo e à direita em vermelho, de sobrancelhas pretas e máscara branca cirúrgica sobre a boca e nariz. Acima, texto: Você sabia? As máscaras n95/PFF2 são descartáveis, mas podem ser reutilizadas por até cinco vezes durante a pandemia! Na parte inferior, à esquerda, uma máscara cirúrgica em cinza-claro, de olhos abertos brancos, com bochechas em rosa e boca bem aberta. À direita, texto: Mas caso eu esteja molhada ou com alguma mancha, devo ser descartada! Mais abaixo, logotipos.

TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 8ª REGIÃO. JT8 incentiva o uso de máscaras em campanha de conscientização. Belém, 2021. Disponível em: https://oeds.link/ck4qcM. Acesso em: 12 julho 2022.

  1. Qual é o objetivo da campanha?
  2. O período em destaque no cartaz é conectado por uma conjunção coordenativa. Qual é essa conjunção e por que ela é importante, considerando o objetivo da campanha?
Versão adaptada acessível

Atividade 2, item b.

No cartaz, o período “mas podem ser reutilizadas por até cinco vezes” é conectado por uma conjunção coordenativa. Qual é essa conjunção e por que ela é importante, considerando o objetivo da campanha?

c. Na fala da máscara, qual é a função desempenhada pela conjunção “ou”? Como ela se classifica?

3. Leia este texto.

Por que a Mitologia Grega ainda é relevante hoje?

Se há um assunto que ainda é amplamente ensinado hoje, é o da antiga mitologia grega. Não é apenas parte de um currículo de literatura, mas também da maioria das lições de história. Algumas pessoas podem se perguntar por que o mundo ainda está interessado em mitos gregos antigos quando não são mais do que histórias de milhares de anos atrás. No entanto, você pode se impressionar e muito com a mitologia grega e com o que vai colhêr de aprendizado a partir de suas histórias.

Histórias fundamentais para a formação do indivíduo

Para quem pensa que histórias da antiga mitologia grega são um monte de contos desatualizados, saiba que isso não é verdade. Com certeza essas histórias podem ter sido escritas há centenas (se não milhares) de anos, mas é bom lembrar que foram escritas por homens sábios que ajudaram a moldar o pensamento moderno.

Esses grandes homens, como Aristóteles e Sófocles por exemplo, não eram meros contadores de histórias. Seus mitos eram contados para ajudar as pessoas a perceberem a diferença entre o certo e o errado, ensinar virtudes como a humildade e a nunca pensarem que eram imortais. Além disso, eram narrativas sobre heróis, que mostravam como a verdadeira grandeza era alcançada por aqueles que tentavam, ousavam e até falhavam.

reticências

TEMÍSTOCLES, Jander. Por que a Mitologia Grega ainda é relevante hoje? Centro Universitário Ítalo-Brasileiro, São Paulo, . Disponível em: https://oeds.link/fJMa6F. Acesso em: 12 julho 2022.

  1. De acordo com o texto, quais áreas ainda se ocupam atualmente da mitologia grega?
  2. Para mencionar essas áreas, que locução conjuntiva foi utilizada?
  3. Segundo o autor, por que é um engano achar que os mitos são apenas contos desatualizados?
  4. No trecho em que defende que os mitos não são apenas contos desatualizados, o autor utiliza uma conjunção para estabelecer um contraste. Qual?
  5. No trecho “por aqueles que tentavam, ousavam e até falhavam”, qual é a função da conjunção coordenativa? Como ela contribui para ressaltar o ponto de vista do autor?

ORTOGRAFIA

Crase três

Responda às questões no caderno.

1. Leia a tirinha.

Tirinha. Tirinha composta por três quadros. Apresenta como personagem, Armandinho, menino de cabelos e calça em azul, de blusa de mangas compridas em branco e mochila vermelha sobre as costas. Amiga de Armandinho, menina de cabelos ruivos em coque com presilha em amarelo, com a mesma roupa de Armandinho e mochila nas costas em verde. Um sapinho de cor verde, de olhos e boca em preto. Q1 – Armandinho em pé para a direita de frente para a menina, diz: ADORO FAZER COMIDA COM MEU PAI! A menina à direita, com a cabeça para a esquerda, observando o menino e corpo para a direita. Q2 – Armandinho à esquerda, a menina com o corpo para a esquerda, de frente com o menino, pergunta para ele: E SAI COISA BOA? Ele a responde: SEMPRE! Q3 – As duas crianças, uma de frente para outra. Armandinho à esquerda, com a mão esquerda para frente, diz: ÀS VEZES ATÉ A COMIDA! Atrás da menina, o sapinho olhando para a esquerda.

BECK, Alexandre. Armandinho, [sem local], 30 março 2015. Facebook: Armandinho. Disponível em: https://oeds.link/FxrfUr. Acesso em: 10 julho 2022.

  1. No segundo quadrinho, o que a amiga de Armandinho pretende saber com a pergunta?
  2. A princípio, a resposta de Armandinho dá a entender que ele compreendeu o sentido da pergunta da amiga, hipótese que se desconstrói no terceiro quadrinho. Por que isso acontece?
  3. Com base nas respostas anteriores, explique de que modo se constrói o humor da tirinha.
  4. Se a expressão “às vezes” fosse escrita sem o acento grave, haveria alguma diferença no sentido?

Vamos conhecer mais alguns casos nos quais ocorre ou não crase e, também, casos em que seu uso é facultativo, ou seja, não é obrigatório. Todos eles foram sintetizados nos quadros a seguir.

Ocorre crase:

1. Em locuções adverbiais: às vezes, à noite, à tarde. Exemplo: Chegaremos hoje à tarde.

2. Em locuções prepositivas: à custa de, à frente de, à espera de. Exemplo: Todos estavam à espera de boas notícias.

3. Em locuções conjuntivas: à medida que, à proporção que. Exemplo: À medida que o dia nascia, maiores eram suas esperanças.

4. Na expressão à moda de, mesmo que a palavra “moda” esteja subentendida. Exemplo: Seu prato favorito era macarrão à francesa.

5. Diante de nomes de lugares que admitem o artigo a. Exemplo: Ainda não definimos nosso retorno à Bahia.

6. Diante de numerais que fazem referência a horas. Exemplo: O evento começará às onze horas.

Não ocorre crase:

1. Diante de verbos. Exemplo: Ainda temos muitas contas a pagar.

2. Diante de pronomes que não admitem artigo. Exemplo: Desejo a vocês uma ótima semana.

3. Diante de palavra masculina. Exemplo: Acabei voltando a pé da sua casa.

4. Diante de artigo indefinido, mesmo que seja feminino. Exemplo: Chegamos a uma situação muito difícil.

5. Diante de nomes de lugares que não admitem artigo a. Exemplo: Iremos a Pernambuco na próxima semana.

6. Em locuções compostas de palavras repetidas. Exemplo: Acho que precisamos de uma conversa frente a frente.

A crase é facultativa:

1. Diante de pronomes possessivos femininos no singular. Exemplo: Dei esse livro a (à) minha professora.

2. Diante de substantivos próprios femininos. Exemplo: Entregue este bilhete a (à) Marta o mais rápido possível.

2. Nas manchetes seguintes, o acento indicativo de crase foi propositalmente retirado em alguns casos. Reescreva os trechos das manchetes em que o “a” deve ser craseado.

A

Soja mais resistente a sêca. Como a ciência está trabalhando nisso?

FAVERIN, Victor. Soja mais resistente a sêca. Como a ciência está trabalhando nisso? Canal Rural, São Paulo, 10 julho 2022. Disponível em: https://oeds.link/8vNQMs. Acesso em: 10 julho 2022.

B

Presidente do Sri Lanka é retirado as pressas da residência oficial

FRANCO, Daniela. Presidente do Sri Lanka é retirado as pressas da residência oficial. Radio Agência Nacional, Paris, 9 julho 2022. Disponível em: https://oeds.link/CJeNSz. Acesso em: 10 julho 2022.

C

A partir de que temperatura o calor se torna um problema para humanos, animais e culturas?

GREEN SAVERS. A partir de que temperatura o calor se torna um problema para humanos, animais e culturas? [sem local], 10 julho 2022. Disponível em: https://oeds.link/cNFNN0. Acesso em: 10 julho 2022.

Versão adaptada acessível

Atividade 3.

Procure outras manchetes em jornais e revistas que contenham crase. Escreva-as no caderno e justifique a presença da crase.

3. Procure outras manchetes em jornais e revistas que contenham crase. Copie-as no caderno e justifique a presença da crase.

EU VOU APRENDER  Capítulo 2

No mundo de Molière

Na literatura, algumas histórias contadas ou escritas há muito tempo continuam atuais, como se tivessem sido criadas nos dias de hoje. É o que acontece com a peça teatral que você vai conhecer, do escritor e dramaturgo francês Molière, escrita em 1673.

1. Para situar a peça e seu autor, leia o início desta matéria.

O DOENTE IMAGINÁRIO

Para marcar 400 anos do nascimento de Molière, Marcus Alvisi dirige grupo de atores para encenar uma das peças mais emblemáticas do autor

Os tão familiares três sinais que anunciam o começo dos espetáculos tiveram origem nas icônicas “pancadas de Molière”. Ao ouvir o som das batidas secas no chão, o público era convidado a silenciar e assistir à realidade a partir do olhar mágico do teatro. reticências

Fotografia. Três pessoas vistas da cintura para cima, uma ao lado do outro, em palco com cortinas em vermelho, detalhes dourados e ornamentos. Da esquerda para a direita: um homem de cabelos grisalhos, com bigode e barba escuros, com casaco de mangas compridas em laranja, olhando para frente sorrindo e mão direita na cintura. Ao centro, uma mulher loira, de cabelos longos, de blusa de mangas compridas em branco, colete marrom e saia em rosa. Ela olha para frente sorrindo, com a mão direita para a esquerda. À direita, um homem de cabelos castanhos lisos até os ombros, de casaco em bege e blusa por dentro de gola em branco. O homem olha para frente sorrindo e mão esquerda na cintura.
Molière, um dos maiores dramaturgos de todos os tempos, consagrado como um dos mestres da comédia satírica, utilizava suas obras para retratar e criticar os costumes da sociedade tratando de temas relacionados aos grandes defeitos e virtudes humanas, o que faz com que sua dramaturgia pulse até os dias de hoje.

ATUANDO. O doente imaginário. ArteCult, Rio de Janeiro, 6 outubro 2021. Disponível em: https://oeds.link/yiYLFW. Acesso em: 27 junho 2022.

Ícone. Atividade oral.
  1. De acordo com o texto, quem foi Molière?
  2. O que ele introduziu para sinalizar o início do espetáculo?

2. Na imagem da peça, aparecem os personagens: Angélica, filha de Argan; Cleanto, por quem Angélica é apaixonada; e Tomás Disafôrus, com quem Argan quer que a filha se case. No trecho que você vai ler agora, aparecem apenas estes:

▶ Argan – burguês e hipocondríaco; Nieta – a empregada da casa; e Angélica.

O doente imaginário

Primeiro ato

Cena um

ARGAN (Sentado, no quarto, revê as contas do farmacêutico e fala consigo mesmo) – Três e dois, cinco, e cinco, dez, e dez, vinte. “Mais, do dia vinte e quatro, pelo pequeno clister insinuativo, preparador e emoliente para amolecer, umedecer e refrescar os intestinos do meu estimado cliente, trinta.” O que mais me agrada no Senhor Flores, da farmácia, é que suas contas são muito gentis. “Intestinos do meu estimado cliente!” Certo, Senhor Flores, mas não basta a gentileza, é preciso, também, ser razoável e não explorar os doentes. Trinta, por uma lavagem! Isso não se faz com um estimado cliente. reticências

Cena três

ANGÉLICA, NIETA e ARGAN

ARGAN – Chegou no momento certo, Angélica. Eu queria falar.

ANGÉLICA – Pode falar que eu estou ouvindo.

ARGAN (Correndo para o urinol) – Espere. Me dê minha bengala. Volto num minuto.

NIETA (Ralhando) – Depressa. Depressa. O Senhor Flores nos dá trabalho...

Cena cinco

ARGAN, ANGÉLICA e NIETA

ARGAN (Sentando na cadeira) – Ouça a novidade que eu tenho para contar, minha filha. Me pediram você em casamento. Mas o que é, por que você está rindo? A palavra casamento é engraçada mesmo. Não há nada mais divertido para as jovens. E, é a vida. Nem preciso, pelo que posso ver, perguntar se quer ou não casar.

ANGÉLICA – Eu faço aquilo que meu pai mandar.

ARGAN – Estou satisfeito de ter uma filha tão obediente. A coisa está, então, acertada: considere-se comprometida.

ANGÉLICA – Como o senhor quiser. Aceito sem discussão.

ARGAN – Sua madrasta sonhava que você e Luisinha fossem religiosas! Sempre sonhou.

NIETA (Baixo) – A malandra tem suas razões.

ARGAN – Ela não queria nem mesmo consentir nesse casamento. Mas dei minha palavra, está dada.

ANGÉLICA – Ah... papai, o senhor é tão bom.

NIETA – Meus cumprimentos, senhor, foi a coisa mais sensata que fez na vida.

ARGAN – Não conheço ainda o noivo, mas me disseram que eu ficaria contente e você também.

ANGÉLICA – Garanto que sim, papai.

ARGAN – Como, você o conhece?

ANGÉLICA – O seu consentimento me autoriza a ser franca e não hesito em contar que, por acaso, eu o conheci, faz seis dias, e que o pedido de casamento é resultado da atração que sentimos um pelo outro, à primeira vista.

ARGAN – Ninguém me disse nada, mas estou contente de que tudo tenha se arranjado. Dizem que é um jovem bem-apessoado.

ANGÉLICA – É, papai.

ARGAN – Elegante.

ANGÉLICA – Sem dúvida.

ARGAN – Simpático.

ANGÉLICA – Se é.

ARGAN – Uma boa figura.

ANGÉLICA – Muito boa.

ARGAN – Inteligente e bem-nascido.

ANGÉLICA – De fato.

ARGAN – Honesto.

ANGÉLICA – O mais honesto do mundo.

ARGAN – Fala latim e grego.

ANGÉLICA – Isso eu não sei.

ARGAN – Vai receber o diploma de médico em três dias.

ANGÉLICA – Ele, papai?

ARGAN – Não contou, não?

ANGÉLICA – Não. Quem disse isso para o senhor?

ARGAN Doutor Purgan.

ANGÉLICA – E ele o conhece?

ARGAN – Que pergunta. Pois é seu sobrinho.

ANGÉLICA – Cleanto? Sobrinho do Doutor Purgan?

ARGAN – Que Cleanto? Estamos falando do jovem que pediu você em casamento.

ANGÉLICA – Mas claro.

ARGAN – Então... é o sobrinho do Doutor Purgan, filho de seu cunhado, o médico, o Doutor Disafôrus. Ele se chama Tomás Disafôrus, e não Cleanto. Combinamos o casamento hoje de manhã, o Doutor Purgan, o Senhor Flores e eu, e amanhã, meu futuro genro vem com o pai, aqui. O que há, ficou muda?

ANGÉLICA – Desculpe, meu pai, falávamos de pessoas diferentes.

NIETA – Pelo amor de Deus, Senhor Argan, com todo o dinheiro que tem, querer casar a filha com um médico?

reticências

ARGAN – O médico é para mim e uma boa filha deve ficar contente de casar com alguém que é útil para a saúde de seu pai.

NIETA – Sinceramente, patrão, quer um conselho de amiga?

ARGAN – Qual?

NIETA – Não acredite nesse casamento.

ARGAN – Por quê?

NIETA – Porque sua filha não vai aceitar.

reticências

Cena de teatro. Em um palco com cortinas em marrom claro, vê-se dois atores encenando, da cintura para cima. À esquerda, homem de cabelos e barba grisalhos, com blusa branca por dentro e vestes longas em vermelho desbotado e detalhes dourados e mangas bufantes. Sobre a cabeça, gorro em amarelo e segura na mão direita uma bengala na vertical em marrom-escuro. Ele olha para frente. À direita, mulher com a cabeça para a esquerda, com gorro de listras em amarelo e azul e vestido nos mesmos tons, com partes em branco. A mulher olha para o homem, à esquerda e braço esquerdo para a direita.
Cena com os personagens Argan e Nieta interpretada por atores da Companhia LIMITE 151. Rio de Janeiro, 2017.

MOLIÈRE. O doente imaginário. Tradução e adaptação Edla van Steen. São Paulo: Global, 2004. página 55-58; 59-60.

COMPREENSÃO TEXTUAL

Responda às questões no caderno.

Ícone. Atividade oral.
  1. Ao ler o texto teatral, você conseguiu imaginar o cenário e os personagens interagindo no palco? Você achou interessante o que imaginou para a cena?
  2. Quem são os personagens presentes na cena e quais são apenas mencionados?
  3. Se você fosse o figurinista, como comporia os figurinos dos personagens dessa cena?
  4. Onde as cenas acontecem?
  5. Se você tivesse de montar esse cenário, como faria? Que elementos estariam presentes?
  6. Observe a estrutura do texto. O que há de diferente em relação à história que você leu sobre o rei Midas?
  7. Na primeira cena, há uma rubrica descrevendo a cena. Como é essa cena?

O gênero texto teatral é contado por meio dos diálogos e ações dos personagens; geralmente, não há um narrador. As ações, expressões e sentimentos dos personagens ou suas entradas e saídas do palco e o cenário são apresentados pelas rubricas, marcações entre parênteses que situam as cenas, os acontecimentos. Ao interpretar o texto teatral, atores e diretores dão seu próprio toque à leitura das falas e das rubricas.

  1. A primeira cena descreve, de fórma engraçada, Argan conferindo a conta que veio da farmácia. Ao fazer isso, expõe o que acha do farmacêutico e o modo como ele apresenta a conta.
    1. O que agrada Argan sobre o farmacêutico?
    2. E o que desagrada?
  2. O que traz graça à conta apresentada pelo Senhor Flores?
  3. No início da Cena cinco, Angélica ri quando o pai lhe diz que a pediram em casamento, o que o leva a concluir que ela quer se casar. Por que Angélica ri?
  1. Devido a esse equívoco, qual é a reação da jovem?
  2. Neste trecho:

ARGAN – Sua madrasta sonhava que você e Luisinha fossem religiosas! Sempre sonhou.

NIETA (Baixo) – A malandra tem suas razões.

ARGAN – Ela não queria nem mesmo consentir nesse casamento. Mas dei minha palavra, está dada.

  1. A quem Nieta está se referindo?
  2. O que a fala de Nieta dá a entender?
  3. O que a rubrica nessa fala indica?
  1. Na continuação do diálogo, Angélica dá a entender ao pai que ela conhece o futuro pretendente. Em que fala isso fica claro?
  2. Ainda sem saber do equívoco, Argan enumera as “qualidades” do pretendente. Quais são elas?
  3. Em que momento Angélica começa a sentir estranheza nos predicados do moço?
  4. Quando o equívoco fica claro?
  5. De quem Argan estava falando?
  6. Que fala de Argan dá a pista ao leitor de que Angélica vai mudar de ideia quanto ao casamento?
  7. Qual é a intenção de Argan ao casar a filha com Tomás?
  8. Na sua opinião, Angélica casa ou não casa com Tomás?
  9. Podemos considerar que nessa cena há o início do conflito, isto é, Angélica irá ou não se casar conforme o pai quer? Por quê?

Os textos teatrais geralmente apresentam um conflito, que ocasiona o clímax, criando expectativa no público para saber como será resolvido. No entanto, há textos teatrais em que isso não ocorre, principalmente no teatro contemporâneo.

Cena de teatro. Sobre um palco preto e ao fundo, cortina em bege. À esquerda, mulher sentada em um banco, com o corpo para a direita. Ela tem cabelos castanhos, de gorro vermelho, regata e calça em marrom. Ela tem braço direito para frente, segurando um um guarda-chuva preto, aberto, pela parte de cima ao centro. De frente para ela, à direita, um outro banco de madeira.
Atriz atuando em peça de teatro contemporâneo.

Roteiro de cinema

Fotografia. Um homem visto da cintura até os joelhos, sentado. Ele usa camiseta e bermuda cinza. Ele segura nas mãos, uma câmera de cor preta, com a parte da frente quadrada. À direita, braço de outra pessoa, esticado para a esquerda, segurando parte da câmera. Ao fundo, parte desfocada.
A equipe de filmagem e produção de um filme, um curta-metragem, uma série ou novela envolve vários profissionais, como cinegrafistas, sonoplastas, diretor, figurinistas e maquiadores.
  1. Até um filme chegar às telas do cinema, há muita preparação. Que etapas você acha que precisam ser cumpridas para produzir um filme?
  2. Leia este roteiro que fez parte do quadro “Casos e Causos” da Revista RPC, revista eletrônica de uma emissora paranaense.

O telefonema

QUARTO DA CASA DE TEREZA – INTERIOR – NOITE

Quarto com grande guarda-roupas, cama de casal e cômodo. Tereza e Lauro estão dormindo. TEREZA, 40, e LAURO, 45. O ambiente está escuro. Silêncio na rua. Ouve-se o aparelho de telefone tocando na sala. O barulho é relativamente baixo, mas Tereza acorda. Ela demonstra surpresa ao perceber o telefone. Tereza procura os chinelos ao lado da cama, depois levanta apressadamente. Lauro desperta lentamente.

SALA DA CASA DE TEREZA – INTERIOR – NOITE

Sala ampla de estar. Ambiente familiar. Num dos cantos da sala está o aparelho de telefone. Ambiente imerso na penumbra. Toca o aparelho de telefone quebrando o silêncio da noite. Ele toca várias vezes até que aparece na sala Tereza, vestida com camisola. Ela está sobressaltada.

TEREZA

(inquieta)

Alô? Alô?

VOZ FEMININA ()

Mãe?

Efeito visual distorce a tela.

COZINHA DA CASA DE TEREZA – INTERIOR – DIA FLASHBACK

Cozinha bem equipada com móveis embutidos e ambiente organizado. Tereza lava a louça. Entra no ambiente GUTA, 18, filha de Tereza. Ela segura um fôlder de propaganda da .

GUTA

(animada)

Olha só, mãe. Aqui está o fôlder da universidade que eu te disse.

Tereza lava a louça. Quando a filha mostra o fôlder, ela apenas olha de canto o fôlder, depois dá atenção novamente para a pia. Guta percebe a resistência, mas procura inverter a situação tentando persuadir Tereza.

GUTA

(animada)

A viagem é tranquila. A Viviane disse que podemos dividir as despesas. Será bom para mim. Sair aqui de Maringá pode ser uma coisa muito boa para mim. reticências

CARDOSO, Rafael. O telefonema. Roteiro de cinema, Paraná, 8 fevereiro 2009. Disponível em: https://oeds.link/u0OKx0. Acesso em: 30 junho 2022.

  1. Você conseguiu imaginar o cenário, os personagens e a ação que aconteceu nessas cenas iniciais? Como foi?
  2. Em que a estrutura do roteiro difere da estrutura do texto teatral?

O roteiro de cinema serve de base para a produção cinematográfica e televisiva. Ele dá as diretrizes de como devem ser as cenas, como os atores devem se mover e reagir durante as cenas, onde as cenas se passam (casa, restaurante ), a locação das cenas (interna, externa), quando acontecem (dia, noite ). Ou seja, o roteiro orienta a equipe de direção e produção e os atores.

  1. Antes de entrar a cena com o flashback, há uma indicação de como isso deve acontecer. Qual é essa indicação?
  2. Qual é o início dessa trama e como você acha que ela vai se desenrolar?
  3. Nesse trecho, identifique alguns elementos do roteiro: cabeçalho, ação, nome, instruções para o ator.

A VOZ DO AUTOR

Molière

Pintura. Um homem visto dos ombros para cima. Ele tem cabelos longos castanhos, encaracolados e um pouco armados, de sobrancelhas grossas, blusa branca por dentro e casaca por cima em cinza.

Nome:

Jean-Baptiste Poquelin; nome artístico: Molière.

Profissão:

Dramaturgo.

Nascimento:

15 de janeiro de 1622, Paris, França.

Falecimento:

17 de fevereiro de 1673, Paris, França.

1. Leia este trecho de uma matéria sobre os 400 anos de Molière.

Adaptação de “O Doente Imaginário” ressuscita Molière no Brasil

reticências

“Um Molière Imaginário”, do Grupo Galpão, é uma das adaptações mais emblemáticas da cena teatral brasileira contemporânea. A versão da trupe mineira de “O Doente Imaginário” ressuscita Molière no Brasil. O dramaturgo francês, que também era ator, fazia o Argan, o papel principal, quando passou mal em cena na quarta apresentação da peça em fevereiro de 1673, e morreu logo em seguida.

reticências

A montagem do grupo mineiro reticências ficou em cartaz durante quase 12 anos, foi encenada em praças públicas e teatros de 120 cidades brasileiras e de 4 países. Mais de duzentas e oitenta e seis mil pessoas assistiram “Um Molière Imaginário”.

“Era uma peça muito divertida. Talvez, um dos motivos para ela ter ficado tantos anos no repertório tenha sido a grande cumplicidade com o público. A rua traz muito isso. Muitas vezes, a maioria do público nunca tinha visto teatro. Quantas cidades no Brasil têm um teatro? A montagem de rua ajudou a perpetuar o Molière”, conta a atriz Fernanda Vianna, que fez a Rainha Mab, personagem integrada à versão mineira de “O Doente Imaginário”.

reticências

A peça começa com o funeral do dramaturgo francês na rua e a cada nova apresentação ele é ressuscitado pela Rainha Mab, a Rainha dos Sonhos. “Como era um defunto que voltava à vida, tinha um parentesco muito grande com o Brás Cubas, do Machado de Assis, essa coisa de um defunto que reconta sua vida”, indica o diretor. reticências

O ressuscitado Molière do Grupo Galpão conversa com o personagem principal Argan, o doente imaginário: um velho hipocondríaco, ludibriado por doutores charlatães, que tenta casar a filha com um médico.

reticências

BRANDÃO, Adriana. Adaptação de “O Doente Imaginário” ressuscita Molière no Brasil. RFI, [sem local], 25 maio 2022. Disponível em: https://oeds.link/QSdNmZ. Acesso em: 28 junho 2022.

  1. A adaptação feita pelo Grupo Galpão foi produzida para ser apresentada em que local? Como o leitor fica sabendo disso?
  2. O que você achou dessa adaptação? Por quê?
  3. Qual referência é usada na peça para essa adaptação?
  4. Você acha que essa matéria desperta o interesse do leitor para assistir à peça? Por quê?

2. Em grupos, pesquisem mais informações sobre Molière na biblioteca da escola ou on-line, para descobrir, entre outras coisas:

▶ quem foi Molière, como ele retrata a sociedade de sua época, como se percebe sua influência nos dias de hoje, por que suas obras continuam atuais e como se percebe a atualidade delas.

3. Organizem e montem uma apresentação para, no dia combinado, ser exibida à turma.

Para ampliar

Agenda Cultural: Destaque para apresentações inspiradas em Molière, que completaria 400 anos. Jornal da Gazeta, São Paulo, 14 janeiro 2022.

Matéria sobre a montagem da peça “Escola de Mulheres”, que abriu a temporada de 2022 do Teatro Aliança Francesa. Disponível em: https://oeds.link/q8ie5K. Acesso em: 1º julho 2022.

LÍNGUA E LINGUAGEM

Conjunções subordinativas: sintetização

Responda às questões no caderno.

  1. Releia o primeiro parágrafo que aparece no trecho da matéria sobre a adaptação da peça de Molière, na página 140.
    1. Qual aspecto importante da história de Molière é mencionado nesse trecho?
    2. Para situar temporalmente o leitor, que conjunção é utilizada para destacar esse aspecto?
    3. Essa conjunção é integrante ou adverbial? Por quê?
  2. Leia a tirinha.
Tirinha. Tirinha composta por cinco quadros. Apresenta como personagem Heloisa na fase da infância até idade adulta. Q1 – Texto: HELOISA PLANTOU UM OVO NO JARDIM. Menina de cabelos curtos loiros, com laço de fita sobre a cabeça e blusa em vermelho, de saia em cinza, ajoelhada, com uma pequena pá na mão esquerda. De frente para ela, terreno em cinza, com um buraco quadrado com um ovo branco dentro. Q2 – E ESPEROU... Heloisa um pouco maior, cabelos longos e presilha cinza na cabeça, em pé, de blusa de mangas compridas em branco, saia cinza e braços para trás. Q3 – ESPEROU... Heloisa adulta, cabelos longos, com seios maiores, de blusa de mangas compridas em verde, saia preta com estampa em verde e sapatos pretos. Q4 – ESPEROU... Heloisa um pouca idosa, cabelos mais curtos, com rugas finas debaixo do olho, de blusa de mangas compridas em marrom e saia com listras em preto e bege. Q5 – ATÉ QUE NASCEU UM PÉ DE GALINHA... Heloisa, mais idosa, cabelos mais curtos, com muitas rugas na testa e na lateral dos olhos, com o dedo indicador da mão esquerda perto do olho esquerdo. Ela usa camiseta bege, saia preta com bolinhas bege.

GONSALES, Fernando. Níquel Náusea. Folha de São Paulo, São Paulo, 21 agosto 2021. Disponível em: https://oeds.link/pBCQE4. Acesso em: 12 julho 2022.

  1. Por que a fórma verbal “esperou” foi repetida por três vezes?
  2. No último quadrinho, é utilizada uma locução conjuntiva que indica consequência. Qual é ela e como contribui para o humor da tirinha?
  3. Como o autor explora os significados da expressão “pé de galinha”?

3. Leia esta notícia.

França comemora 400 anos de Molière, dramaturgo francês mais traduzido e interpretado no mundo

reticências Em 2022, aniversário de seus 400 anos de nascimento, Molière será lembrado e celebrado em uma série de eventos durante todo o ano, na França, mas também em vários países.

Os 400 anos de Molière começam a ser celebrados a partir deste sábado, 15 de janeiro, data de batismo e provavelmente de nascimento do autor em 1622, em Paris. Apesar de passados quatro séculos, a glória nacional do dramaturgo francês permanece intacta.

reticências

Para abordar os traços principais da vida e obra do genial dramaturgo, a entrevistou Martial Poirson, professor de História Cultural, roteirista, ensaísta e curador da exposição “Molière, la fabrique d’une gloire nationale” (“Molière, a fábrica de uma glória nacional”), que será exibida em Versalhes a partir de 15 de janeiro até 17 de abril.

A mostra, que reúne cérca de 200 objetos vindos de vários países, revela o homem que foi Molière, a obra que ele escreveu e interpretou e a herança exuberante que deixou na França e no mundo.

reticências

O que levou Jean Batísti Poquelin, um homem do século 17, a ser o dramaturgo francês mais conhecido, traduzido e interpretado no mundo todo? Por que o nome de Molière passou a qualificar a língua francesa? Como sua obra teatral inspirou e continua inspirando adaptações nos quatro cantos do mundo?

A resposta “é o talento de Molière de transgredir pelo riso. Ele era amigo do rei (Luís catorze) e ao mesmo tempo do povo, de quem era o porta-voz”, resume Martial Poirson. O curador ressalta que Molière é a “síntese do espírito francês” e foi o único homem de teatro do século 17 que tinha uma tripla faceta.

reticências

RIVA, Florian; MARTIN, Patrice. França comemora 400 anos de Molière, dramaturgo francês mais traduzido e interpretado no mundo. UOL, [sem local], 14 janeiro 2022. Disponível em: https://oeds.link/vfbVXA. Acesso em: 12 julho 2022.

  1. Qual é o objetivo dessa notícia?
  2. No segundo parágrafo, que valor a conjunção “apesar de” introduz no texto? Por que ela foi utilizada?
  3. Segundo o texto, por que foi entrevistado Martial Poirson? Que conjunção foi utilizada a fim de explicar isso ao público? Como essa conjunção se classifica?
  4. Para responder às perguntas presentes no texto, os autores se valem do argumento do entrevistado. O que ele diz?
  5. Em outro momento, utiliza-se uma conjunção integrante para indicar ao público outra observação feita pelo entrevistado. Qual é essa conjunção e como se classifica a oração que ela introduz?

VOCÊ É O AUTOR!

Do mito ao teatro

O que você acha de transformar “Rei Midas e o Toque de Ouro” em um texto teatral? Lembre-se de que o texto pode ser adaptado, trazendo elementos novos ou mudando alguma parte, por exemplo.

Ícone. Atividade oral.
Ícone. Atividade em grupos.
  1. Em grupos, voltem ao mito grego para relê-lo e identificar:
    1. a ideia principal, as características de cada personagem, os locais em que acontece a história;
    2. a sequência dos acontecimentos (situação inicial, desenvolvimento, conflito, desfecho e final), o tipo de narrador, a pessoa do discurso, os diálogos.
  2. Anotem o que vocês consideram importante e que vai ajudá-los na elaboração do roteiro.
  3. No planejamento, definam:
    1. quais elementos do mito serão preservados e quais serão modificados;
    2. como o ambiente, as cenas e os personagens serão descritos;
    3. como serão as rubricas;
    4. como serão as falas dos personagens, a linguagem utilizada e em quais situações eles vão interagir;
    5. em quantos atos e cenas o texto teatral será dividido.
  4. Releiam o planejamento: as cenas e os diálogos entre os personagens fazem sentido? O leitor poderá fazer inferências e descobrir a intenção do texto?
Ilustração. À frente, duas mãos de uma pessoa e, perto, uma folha de cor branca com texto preto. Mais ao fundo, uma máquina de escrever, de cor cinza com teclas em cinza-claro. Dela sai, folha branca com texto preto. Na parte superior da máquina, uma menina sentada segurando uma caneta de pena azul. Ela tem cabelos longos, de blusa de mangas compridas e sapatos em bege e calça cinza. À esquerda, uma luminária em cinza, com lâmpada clara. Ao fundo, outras folhas brancas e texto e no solo, vegetação rasteira em tons de cinza. Na parte superior, nuvens.
  1. Para escrever o texto teatral, sigam o que planejaram.
    1. Usem a estrutura do gênero para contar a história: dividam o texto em atos e/ou cenas e utilizem rubricas nos diálogos dos personagens, indicando suas ações e como devem ser as falas ou algum detalhe do local em que a cena acontece.
    2. Para deixar claro ao leitor as circunstâncias, utilizem advérbios ou locuções adverbiais nos diálogos e nas rubricas.
    3. Observem se as falas estão adequadas às características de cada personagem e à cena; confiram a sequência dos diálogos e das cenas, se houver mais de uma, para que tenham sentido.
    4. Releiam o texto final para ver se ainda precisa de ajuste. Depois, troquem com outro grupo para a revisão.

Observem a pontuação, a ortografia, a coesão e a coerência.

6. Para a revisão, utilizem a pauta de revisão atualizada. Observem se a estrutura e as características do gênero textual foram seguidas e se a sequência dos diálogos e dos eventos faz sentido.

A pontuação também é muito importante nos textos dramáticos, pois determina a entonação das falas dos personagens, para que, no momento da dramatização, os espectadores percebam o sentido do texto e a expressividade.

  1. Realizem as alterações necessárias de acordo com os comentários e sugestões feitas pelos colegas e escrevam a versão final, se possível, em um processador e editor de texto.
  2. Façam cópias e guardem para usá-las quando forem ensaiar a peça teatral.

Para ampliar

O doente imaginário. Molière. Adaptação Marilia Toledo. São Paulo: Editora 34, 2011.

Essa adaptação de um dos clássicos da comédia foi feita para o público jovem.

Capa de livro na vertical. Ao fundo, em branco e abaixo, ilustração de um esqueleto em pé, com a perna direita levantada, segurando um estetoscópio na mão direita e uma injeção na mão esquerda. Na parte superior, título do livro e nome do autor. Na parte inferior, logotipo da editora.

ORALIDADE

Abrem-se as cortinas!

Você e seu grupo foram os autores e agora serão os atores, o diretor e a equipe técnica na produção da peça teatral.

Ícone. Atividade oral.

1. Você já participou da produção de uma peça teatral? Em caso afirmativo, como foi? Se não participou, como você imagina que ela deve ser? Explique.

Planejamento

2. Para a dramatização do texto teatral, você e os colegas vão produzir o cenário e os figurinos. Pode ser algo simples, mas que sirva para todas as encenações.

Ilustração. Vista geral de um palco de cor marrom. Na parte superior, cortina de cor vermelha, com alça prendendo nas pontas de cor amarela. Na parte superior, três luminárias em preto, refletindo luz branca para baixo. Em segundo plano, cenário com vegetação ao fundo e na parte superior, duas nuvens brancas.
  1. Combinem com o professor onde será feita a encenação para que o cenário possa ser montado antecipadamente.
  2. Combinem quando poderão ser as apresentações, levando em conta o tempo para ensaiar e produzir cenários e figurinos, por exemplo.
  3. Definam quem serão os convidados e como será feita a divulgação das apresentações.

3. Juntem dois grupos para preparar a produção da peça teatral. Selecionem um dos textos feitos por esses grupos para ser encenado. O outro será utilizado na leitura dramática para o podcast na seção Vamos compartilhar.

▶ Dividam as tarefas, definindo atores, diretor, figurinista, sonoplasta, maquiador etc. Lembrem-se de que, dependendo do papel, o mesmo estudante pode fazer mais de um. Por exemplo, o diretor pode dirigir e interpretar um dos papéis.

Para compor a dramatização do texto teatral, vocês podem incorporar à produção música, figurino, efeitos de luzes e sonoros , para dar mais expressão às cenas.

Ensaios

  1. Comecem o ensaio com uma leitura do texto. Nesse momento, já pensem em como os atores poderiam interpretar as falas, de acordo com a situação de cada cena: qual o tom, a entonação e o ritmo da voz; quais expressões faciais e gestos
    1. As falas devem ser decoradas, pois, no momento de atuar, vocês não poderão ter nenhum apoio escrito. Ensaiem bastante para que elas pareçam naturais.
    2. O pessoal da equipe e o diretor também devem participar dos ensaios, cada um fazendo a sua parte, para que tudo fique harmônico, como iluminação e som, por exemplo.
    3. Os atores devem marcar suas falas e observar as deixas para começar. Devem também observar a pontuação e as rubricas para dar o ritmo certo às falas do personagem.

A apresentação

5. Verifiquem se tudo o que é necessário para a dramatização está pronto e funcionando.

▶ Verifiquem também se os atores estão impostando a voz de forma adequada para que todos da plateia possam ouvir as falas.

Autoavaliação e avaliação

  1. Esse é um momento importante para avaliar a participação de cada um na produção e apresentação da peça teatral.
    1. A autoavaliação deve ser individual. Copie o modelo de grade de avaliação a seguir em uma folha à parte. Tire alguns minutos para avaliar o que gostou, o que tem de melhorar, se há questionamentos e as novas ideias para uma próxima vez.
      Ícone modelo.

Gostei

Melhorias

Questionamentos

Novas ideias

b. Em uma roda, conversem sobre como foram as apresentações, avaliando o que mais gostaram e o que não gostaram em relação à atuação do grupo.

▶ Durante a conversa, respeitem as trocas de turno e os pontos de vista dos colegas.

Ilustração. Três esferas coloridas representando emojis em formato de rosto. Da esquerda para a direita: esfera rosa, de olhos pretos e boca para baixo em preto; esfera amarela, com olhos pretos e boca reta em preto; esfera em azul, de olhos pretos e boca para cima em preto.
Versão adaptada acessível

Atividade 6, item a.

A autoavaliação deve ser individual. Elabore uma grade de avaliação como a do modelo a seguir. Tire alguns minutos para avaliar o que gostou, o que tem de melhorar, se há questionamentos e as novas ideias para uma próxima vez.

VARIAÇÃO LINGUÍSTICA

Variação histórica

Respondam às questões no caderno.

Ícone. Atividade em dupla.

1. Leiam o texto a seguir.

Macarrão.

Cozido o macarrão em caldo limpo com sal, pimenta e noz moscada raspada, tira-se e lança-se em uma cassarola com manteiga de vacca, queijo de Parma, ou holandez, cortado miudissimo com pimentão e alguma nata. Quando o queijo começar a fazer fêveras, deite-se o macarrão em um prato côvo com miolo de pão e pão ralado; regue-se depois com manteiga quente, e dê-se-lhe côr ao forno, ou com a pá em braza.

Fotografia. Sobre uma mesa de madeira em marrom, com uma travessa de cerâmica redonda em vermelho, com macarrão de cor bege dentro e por cima, queixo gratinado e um ramo pequeno de alecrim. Ao fundo, vê-se parcialmente cebolas.
Em 25 de outubro comemora-se o Dia Mundial do Macarrão.

R.C.M. Cozinheiro imperial ou nova arte do cozinheiro e do copeiro... Rio de Janeiro: Laemmert & C., 1887.

  1. O que mais lhes chamou a atenção na leitura desse texto?
  2. A que gênero textual ele corresponde?
  3. Como vocês chegaram a essa conclusão?
  4. Quais diferenças vocês notaram entre o modo como esse texto se apresenta hoje na sociedade e o modo como ele se apresentava no século dezenove?

A leitura desse texto nos mostra que, no século dezenove, o português era escrito de fórma bem diferente da que conhecemos atualmente. Além disso, algumas palavras utilizadas na época já não fazem mais parte do nosso vocabulário cotidiano. Tudo isso mostra que as línguas também mudam ao longo do tempo. A esse processo damos o nome de variação histórica. Essas mudanças podem acontecer de diferentes fórmas, por exemplo: na pronúncia e na escrita de algumas palavras, bem como no uso de determinadas expressões.

2. Leiam o texto e respondam às questões.

Dos palácios até a mesa de jantar: a origem dos pronomes ‘tu’ e ‘você’

reticências

Muito além de representarem diferentes fórmas de se dirigir a alguém, os termos ‘tu’ e ‘você’ já se tornaram traços culturais das regiões brasileiras. Nesse sentido, registros das fórmas de tratamento ‘tu’ e ‘vós’, ambas com origem no latim, aparecem antes da língua portuguesa, no idioma galego-português, em textos do início do século 13.

Naquela época, os termos eram as duas únicas fórmas de se referir à segunda pessoa. Especialistas apontam, contudo, que o termo ‘tu’ era mais informal, usado dentro das famílias, enquanto ‘vós’, mais respeitoso, era utilizado no tratamento da realeza.

Foi só por volta de 1500, depois da separação entre português e galego, que modificações começaram a aparecer em ‘vós’, como ‘vossa graça’, ‘vossa excelência’ e ‘vossa mercê’. Pelo uso mais frequente, ‘vossa mercê’ se tornou alvo de mais modificações fonéticas e semânticas. Assim, percorreu os seguintes estágios: ‘vossa mercê’ à ‘vossemecê’ à ‘vosmecê’ e, por fim, à ‘você’. 

Já no fim do século 17, ‘você’ aparece nas conversas em família, abandonando a origem respeitosa – que fica por conta de expressões como ‘vossa excelência’ ou ‘senhor’.

No Brasil, segundo o linguista , em ‘História da Língua Portuguesa’, “o vós desapareceu, mas o tu sobrevive apenas no extremo Sul e em áreas não suficientemente delimitadas do Norte”. Hipóteses para tal falam em afirmação de valores regionais – e, em Santa Catarina, da influência açoriana.

Sem qualquer variação desde sua origem, o ‘tu’ vem do latim idêntico. É provável que tenha surgido no protoindo-europeu, falado há cêrca de 5 mil anos, de onde também veio, entre outros idiomas, o sânscrito. reticências

CRISTIANINI, Maria Carolina. Dos palácios até a mesa de jantar: a origem dos pronomes ‘tu’ e ‘você’. Aventuras na História, UOL, [sem local], 13 junho 2021. Disponível em: https://oeds.link/ASruMt. Acesso em: 10 julho 2022.

  1. Na opinião de vocês, como os pronomes “tu” e “você” se tornaram traços culturais das regiões brasileiras?
  2. De acordo com o texto, em que momento o pronome “vós” passa a se modificar? Como isso acontece?
  3. Na sua região, qual desses pronomes é mais comum? Vocês utilizam o outro pronome em alguma ocasião?

EU APRENDI!

Responda às questões no caderno.

  1. Com base nos gêneros textuais estudados nesta unidade, elabore no caderno um esquema contemplando as principais características desses gêneros. Para tanto, considere os seguintes aspectos:
    1. o contexto de produção, ou seja, em que situações eles são produzidos;
    2. o contexto de circulação, ou seja, onde circularam ou circulam esses textos;
    3. as principais características da estrutura de cada um;
    4. com que finalidade eles circulam ou circularam na sociedade.
  2. Leia a tirinha a seguir.
Tirinha. Tirinha composta por três quadros. Apresenta como personagens: um gato de pelos de cor rosa, partes em preto, de orelhas pequenas e focinho preto. Um rato azul-claro, de focinho preto e rabo longo e uma barata de olhos grandes e cabelos espetados. As cenas se passam em local de chão branco e janela cinza, vista parcialmente. Q1 – À frente, à esquerda, caixa virada de lado, derramando areia de cor bege e perto, à direita, uma tigela redonda em cinza. O gato olha os objetos com o cenho franzido e diz: ESPALHARAM MINHA AREIA NO CHÃO! Q2 – Gato visto do pescoço para cima, com a língua para fora da boca e cenho franzido. Exclama: E TACARAM SAL NA MINHA ÁGUA! Q3 – À esquerda, rato segurando nas mãos um guarda-sol de cor laranja-escuro e laranja-claro, caminhando para fora do local junto com a barata, que carrega uma prancha de surfe amarela. O rato diz: NÃO É ACAPULCO, MAS DÁ PRO GASTO! Ao fundo, montinhos de areia pelo chão.

GONSALES, Fernando. Níquel Náusea. Folha de São Paulo, São Paulo, 27 setembro 2021. Disponível em: https://oeds.link/3TDoOL. Acesso em: 13 julho 2022.

  1. A fala do gato é separada por uma conjunção. Qual é ela e o que indica?
  2. Por que essa conjunção foi utilizada?
  3. Na fala do rato, ele utiliza uma conjunção que expressa a sua apreciação da cena retratada. Qual é essa conjunção e o que ela indica?
  4. Qual é o humor da tirinha?

3. Agora, leia mais um trecho da notícia sobre os 400 anos do nascimento de Molière.

Molière e o Brasil

A presença e a influência de Molière no Brasil são antigas e constantes. As peças de teatro do dramaturgo começaram a ser lidas e montadas ainda no período colonial, na segunda metade do século 18, mas foi depois da chegada da corte portuguesa, em 1808, e principalmente após a independência do país, em 1822, que a apresentação de artistas e textos franceses se multiplicaram.

Molière era um dos autores de predileção como indica uma crítica de 1866, assinada por Machado de Assis: “Há uns bons 30 anos, ‘O Misantropo’ e ‘O Tartufo’ faziam as delícias da sociedade fluminense”.

“Molière chega ao Brasil ao mesmo tempo que outros autores clássicos europeus, como Godoni, Corneille ou Voltaire um século mais tarde. Ele faz parte desses autores que são um puro produto de importação. reticências”, lembra o historiador Martial Poirson.

reticências

O Liceu Molière do Rio de Janeiro reticências participa da comemoração pelos 400 anos de nascimento do dramaturgo, que coincide com os 40 anos de fundação do Liceu carioca. As festividades começam em 26 de março, com um festival gastronômico, uma feira do livro e a apresentação de uma peça de Molière pelos alunos da escola, e se estendem durante todo o ano.

Encenação. Cena de quatro pessoas vistas da cintura para cima, em um palco, com o corpo para a esquerda. Elas estão uma ao lado da outra. Da esquerda para a direita: homem um pouco gordo, de cabelos grisalhos, com terno cinza. Ele olha para a esquerda com a boca aberta. Perto, uma mulher de cabelos castanhos penteados para trás em coque, de blusa de mangas compridas e saia em laranja, com detalhes na gola e manga em preto. Ela olha para a esquerda com a boca um pouco aberta. À direita dela, uma menina de cabelos pretos penteados para trás com laço nos cabelos, blusa e saia em bege. Ela olha para a esquerda com a boca bem aberta e mãos perto da cintura. Na ponta extrema da direita, homem de cabelos lisos penteados e presos para trás, usando camisa de gola branca por dentro, lenço ao redor do pescoço em verde e terno da mesma cor. Ele segura na mão esquerda um papel em bege.
Companhia Limite 151 em cena com a peça As Eruditas. Rio de Janeiro, 2011.

RIVA, Florian; MARTIN, Patrice. França comemora 400 anos de Molière, dramaturgo francês mais traduzido e interpretado no mundo. UOL, [sem local], 14 janeiro 2022. Disponível em: https://oeds.link/vfbVXA. Acesso em: 12 julho 2022.

  1. No trecho “Molière era um dos autores de predileção como indica uma crítica de 1866”, há um período composto por subordinação. Indique a conjunção e classifique a oração subordinada.
  2. No trecho “As peças de teatro do dramaturgo começaram a ser lidas e montadas ainda no período colonial”, por que o “a” em destaque não recebe acento indicativo de crase?
  3. De acordo com o texto, como será o início da comemoração dos 400 anos de nascimento de Molière, realizada pelo Liceu Molière?
  4. Com que finalidade foi introduzida a oração “e se estendem durante todo o ano”?

VAMOS COMPARTILHAR

Análise de mídias sociais: podcast

Ícone. Atividade oral.
Ícone. Atividade em grupos.
  1. Vocês já fizeram alguma leitura dramática ou ouviram alguém fazer? Se sim, como foi? Se não, como vocês imaginam que seja?
  2. Proposta: vocês devem realizar uma leitura dramática para um episódio de podcast.
    1. O texto teatral para a leitura dramática deve ser o que não foi encenado em Oralidade.
    2. Dividam as tarefas no grupo (atores, diretores, sonoplasta ), vejam quais os recursos necessários para gravar o podcast, ensaiem, gravem, editem, divulguem e postem no meio que vocês escolherem com o professor.
    3. Após postar, vocês farão o acompanhamento, durante um período acordado com o professor, para poder fazer a análise de mídias sociais ao final, por exemplo, de quatro semanas.

Para responder às perguntas a seguir, vocês podem pesquisar.

  1. Análise de métricas das mídias: entenda as diferenças. Antes de aplicarmos uma análise das mídias sociais, precisamos entender algumas diferenças. Vamos lá!
    1. O que é uma plataforma on-line?
    2. O que é mídia digital? E mídia social?
  2. Para entender o resultado de uma mídia social, é importante saber o que é um indicador e uma métrica. Essa compreensão auxilia na análise dos dados.

▶ Você sabe o que é um indicador? E uma métrica?

Os indicadores auxiliam na análise de tomadas de decisão ao acompanharem o desenvolvimento de uma empresa, cenário econômico, grupo social e de mídias, por exemplo. Mensurar um período, ação ou volume de informações possibilita medir um fato ou uma variável, representando o resultado de desempenho do que está sendo medido. Há vários tipos de indicador, como de emprego e desemprego, de preço, de desempenho

Deve-se acompanhar mês a mês as métricas para fazer um comparativo e obter o resultado do indicador. Lembrem-se de que um podcast também é medido pelo número de downloads.

5. Planejamento. Para a nossa análise, vamos usar o indicador de mídia social, que vai medir o desempenho da mídia publicada. Ele pode ser composto por mais de uma variável, como estas sugeridas:

a variável alcance, que mede a quantidade de visualizações (impacto) da sua mídia;

a variável engajamento, que mede a audiência considerando curtidas, compartilhamentos e comentários.

Ilustração. Ao centro, tela laranja na horizontal e gráfico com barras na vertical em verde e vermelho. Na ponta superior, à esquerda, retângulo com gráfico e duas linhas em flecha para a direita, uma verde e outra vermelha. Sobre ela, uma pasta em azul e duas flechas para cima em verde. Na parte inferior, à esquerda, mouse laranja com detalhe em verde. À direita, um retângulo azul e linhas e flecha em laranja. Ao fundo, celular na vertical branco com contorno em laranja e flecha verde para cima. Ao redor e ao fundo, nuvens e flechas. Na ponta inferior, texto: VECTOR ILLUSTRATION.
  1. Com base no indicador, o grupo deve discutir quais métricas serão usadas para medir o resultado; por exemplo, quantas pessoas visualizaram e quantas curtiram a publicação.
  2. Montem o planejamento com o indicador e as métricas da mídia escolhida. O formato é importante para se ter clareza do resultado. Para isso, vocês podem usar, por exemplo, planilhas. Vejam este modelo.
    Ícone modelo.

Indicador

Fato ou variável

Métrica (quantas pessoas)

Medida (período)

Resultado do indicador (%)

Alcance

Impacto do conteúdo

ouviram

Engajamento

Interação com a publicação

curtiram

comentaram

  1. Agora, observem os valores apurados no período – por exemplo, quatro semanas – para preencher o quadro e chegar ao resultado das métricas e indicadores sobre o quanto as pessoas foram impactadas pelo conteúdo da mídia postada por vocês, o podcast.
  2. Com a apuração da métrica e dos indicadores, discutam se vocês acham que o resultado foi positivo ou negativo e se o impacto aconteceu por causa do tema ou pelo formato da mídia.
  3. Em uma roda de conversa com toda a turma, discutam sobre essa experiência e o que vocês mudariam para que os podcasts melhorassem a performance, alcançando um impacto maior.

Glossário

Frígia
: reino da Antiguidade que se localizava na região da Ásia Menor, hoje Turquia.
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