UNIDADE 8 Crônica e cotidiano
Nesta unidade, convidamos você a explorar as crônicas. As propostas foram desenvolvidas em quatro etapas que se completam. Acompanhe!
EU SEI
Você já parou para pensar no cotidiano?
Perceber a presença das coisas simples do cotidiano nas crônicas.
EU VOU APRENDER
Capítulo 1 – A vida cotidiana
Compreender as características e o contexto de produção da crônica.
Capítulo 2 – Outras crônicas
Conhecer as especificidades e os meios de circulação da crônica.
EU APRENDI!
Atividades de compreensão textual, reflexão e análise da língua e da linguagem e ampliação da aprendizagem.
VAMOS COMPARTILHAR
Crônica visual: um novo olhar
Analisar e discutir o que é uma crônica visual.
EU SEI
Você já parou para pensar no cotidiano?
Você já parou para pensar nas coisas simples do dia a dia? Aquelas cenas corriqueiras, como a fila do supermercado, a compra do pão na padaria, os vizinhos conversando na calçada, o carteiro entregando a correspondência, crianças brincando no parquinho, alguém varrendo a calçada, enfim, coisas às quais, muitas vezes, nem prestamos atenção.
Há autores, no entanto, que transformam acontecimentos do cotidiano em verdadeiras obras de arte ao trazer um novo olhar para algo, a princípio, tão simples. Será que nossa vida pode render uma crônica?
Observe estas imagens.
- O que essas imagens retratam?
- Na sua opinião, cenas simples do dia a dia valem a pena ser observadas? Por quê?
- Você costuma reparar em coisas simples do cotidiano? Quais?
- Você acha que essas cenas corriqueiras podem servir de inspiração e virar uma crônica? Por quê?
- Você já leu alguma crônica ou conhece algum cronista? Se sim, qual?
- Para você, escrever sobre o cotidiano seria uma tarefa fácil? Por quê?
EU VOU APRENDER Capítulo 1
A vida cotidiana
- Na seção anterior, refletimos sobre cenas do dia a dia. Com base nisso, como você definiria o cotidiano, ou melhor, o que é o cotidiano para você?
- Você acha que todas as pessoas vivem o mesmo cotidiano? Por quê?
- Observe a cena a seguir. O que ela retrata?
Para ampliar
Mais comédias para ler na escola. Luis Fernando Verissimo. Objetiva: São Paulo, 2008.
Divirta-se com essa coletânea de crônicas selecionadas para o público jovem.
4. Leia esta crônica de Luis Fernando Verissimo.
Gerações
O rapaz ficou ouvindo as conversas do pai com o avô, esperando uma brecha para entrar também.
— Jogador foi o Leônidas — dizia o avô.
— Não sei — dizia o pai. — Já vi bequesglossário melhores.
— Mas que beque? E o Leônidas era beque?
— De que Leônidas o senhor está falando?
— Leônidas da Silva! O “Diamante Negro”. Nunca houve outro.
— Ah. Eu estava falando em outro. Um que jogou no Botafogo.
O rapaz não se manifestava. Não havia nenhum Leônidas digno de nota na sua geração.
— Beque mesmo era o Da Guia — dizia o avô.
— O Ademir da Guia não era beque — retrucava o pai.
— E quem é que está falando no Ademir? Estou falando no Domingos. E mesmo Ademir, pra mim, só houve um. O queixada. O homem do rush.
— Do quê?
— Do rush.
O rapaz tentava entrar.
— Crush eu conheço.
— Rush. Não Crush.
— Ah.
O rapaz pensava vagamente em mencionar o Ademir do Internacional. Mas desistia.
Sobre cinema, então, o desencontro era completo.
— Barbara, Barbara... — tentava se lembrar o avô. O sobrenome começa com “S”.
— .
— . Isso! Que atriz. Ninguém gritava como ela. E o Robert.
— ?
— têilor.
Seria parente do James?, pensava o rapaz. Melhor nem perguntar.
Na verdade, a diferença em anos entre o pai e o avô não era tão grande assim. Não chegariam ao ponto de falar em Maria Antonieta e um estar pensando na do Luís dezesseis e o outro na Maria Antonieta Pons. Mas se falassem em Chico, voltava a confusão.
— Bela voz.
— Espera um pouquinho, papai. Pode-se dizer tudo do Chico, menos que ele tem uma bela voz.
— O Chico Alves?
— Ah. Esse...
Chico para o pai era o Buarque de Holanda. Que para o avô não era o Chico, era o Sérgio.
Shirley era para o avô e para o pai. O rapaz quebrava a cabeça. Shirley. Shirley. Conhecia alguma Shirley? Não havia nenhuma Shirley no seu universo. Ficava quieto.
— .
— Grande ator.
— Estou falando no escritor e explorador inglês. Século dezenove.
O pai se impacientava.
— Século dezenove, também, papai!
Até que um dia saiu uma discussão sobre se era com dois “eles” ou rálei com um “ele” só. Aí o rapaz interferiu, seguro.
— É com dois “eles”.
— rálei com um “ele” só — disse o pai com a mesma certeza.
— com dois “eles”. É o nome do descobridor — disse o rapaz.
— Eu não disse? — falou o avô, triunfante.
— Espera aí. De que vocês estão falando?
— Do cometa! — disseram o avô e o neto juntos.
Depois ficaram trocando informações.
— Você viu ele da última vez, vô? Eu sei tudo sobre ele. Sabe que ele está voltando?
— Eu sei. Eu sei!
Foi a vez de o pai se sentir abandonado. Ficou pensando que fim levara aquele seu disco do rálei. Como era mesmo? One, two, three o’clock, four o’clock rock.
VERISSIMO, Luis Fernando. Gerações. In: VERISSIMO, Luis Fernando. Novas comédias da vida privada. Porto Alegre: L&PM, 1996. página 266-268.
COMPREENSÃO TEXTUAL
Responda às questões no caderno.
- O que você achou da crônica? Explique sua opinião.
- Você acredita que as coisas mudam muito de uma geração para a outra? Por quê?
- Para você, quais são as principais mudanças que ocorrem entre as gerações? Como você percebe isso? Cite exemplos do seu dia a dia.
- Na sua opinião, o cronista conta sua história com humor? Por quê?
- Ao ler o título da crônica, você imaginou que o texto seria sobre o quê? Você mudou sua hipótese após a leitura? Comente.
- Existem várias personalidades citadas ao longo da crônica. Vocês conhecem alguma? Qual?
- Qual é a atitude do rapaz no início da crônica?
- Por que o rapaz não consegue participar da conversa?
- O avô e o pai falam sobre as mesmas personalidades? Explique sua resposta.
- Analisem este trecho.
— Beque mesmo era o Da Guia — dizia o avô.
— O Ademir da Guia não era beque — retrucava o pai.
— E quem é que está falando no Ademir? Estou falando no Domingos. E mesmo Ademir, pra mim, só houve um. O queixada. O homem do rush.
- Nesse trecho, avô e pai falam de pessoas diferentes. Para tentar se entender, vão dando detalhes. Identifiquem de quem eles falam.
- Vocês acham que, para entender esse trecho, o leitor precisa ser especialista em futebol?
- Nesse trecho, que palavra não pertence ao vocabulário da língua portuguesa? Qual é sua origem?
- Levantem suposições sobre o motivo de o jogador Ademir, o queixada, ser chamado de “o homem do rush”.
e. Agora, leiam este trecho de uma matéria e comentem com os colegas se suas suposições se confirmaram ou não.
reticências
Como se pode ver, desde o começo, tudo na vida de Ademir foi rápido. Aliás, muito rápido. Ele fazia da sua condição física uma grande arma. Com suas arrancadas, dizem que Queixada, como também era conhecido, criou a posição de ponta de lança e obrigou os adversários até mudarem de esquema tático para se defender melhor. reticências
Passando um a um, Ademir costumava também finalizar com precisão com as duas pernas. Tão em moda no vocabulário esportivo da época, veio então do inglês a expressão que caracterizou o seu futebol: o rush (a arrancada) de Ademir. [...]
COSTA, Brenno. O rush de Ademir Menezes: como nasceu o maior artilheiro do Brasil em uma única edição de Copa. Futebol, Globo.com, Recife, 24 junho 2020. Disponível em: https://oeds.link/Zj6zsJ. Acesso em: 7 julho 2022.
11. Releiam este trecho da crônica.
O rapaz pensava vagamente em mencionar o Ademir do Internacional. Mas desistia.
- Qual é o sentido proporcionado pelo termo destacado?
- Por que o rapaz desistiu de mencionar o Ademir do Internacional?
- Essa confusão se estendeu a outros temas, como cinema. Como essa confusão é mencionada no texto?
- Citem um trecho da crônica que marca essa percepção para o leitor.
- Quando o rapaz comenta que a diferença entre o pai e o avô não era tão grande, o que ele deixa implícito ao leitor?
- Quais são os assuntos recorrentes na conversa entre o pai e o avô do rapaz?
- Ao final, o objetivo do rapaz de entrar na conversa é alcançado?
- Observem os termos destacados neste trecho.
Versão adaptada acessível
Atividade 15.
Neste trecho, observem os termos "e" em sua segunda aparição e o termo "mas".
Na verdade, a diferença em anos entre o pai e o avô não era tão grande assim. Não chegariam ao ponto de falar em Maria Antonieta e um estar pensando na do Luís dezesseis e o outro na Maria Antonieta Pons. Mas se falassem em Chico, voltava a confusão.
Versão adaptada acessível
Atividade 15, itens a, b.
- Qual é o sentido que o termo "e" atribui ao texto?
- O termo "mas" expressa qual relação com o que foi dito anteriormente?
- Qual é o sentido que o termo e atribui ao texto?
- O segundo termo em destaque expressa qual relação com o que foi dito anteriormente?
- Por que voltar a falar em Chico geraria confusão?
16. No final da crônica, o pai se sente abandonado. Por quê?
A crônica, gênero textual presente no campo jornalístico, é um breve relato sobre situações do dia a dia. É um texto curto sobre assuntos do cotidiano, contados de fórma engraçada ou crítica. As crônicas podem ser de vários tipos, como líricas, narrativas e humorísticas.
Com uma linguagem simples e coloquial, os termos e expressões são escolhidos de fórma a aproximar o texto do leitor. Os personagens retratam pessoas comuns e são pouco detalhados ao longo da história.
17. Releiam este trecho.
Até que um dia saiu uma discussão sobre se era com dois “eles” ou rálei com um “ele” só. Aí o rapaz interferiu, seguro.
- O que a marcação temporal do trecho indica ao leitor?
- O rapaz se sente seguro ao falar de . O que lhe dá essa segurança?
18. No trecho “Você viu ele da última vez, vô? Eu sei tudo sobre ele. Sabe que ele está voltando?”, a quem os pronomes em destaque se referem?
Versão adaptada acessível
Atividade 18.
No trecho “Você viu ele da última vez, vô? Eu sei tudo sobre ele.
Sabe que ele está voltando?”, a quem o pronome "ele" se refere nas três aparições?
▶ Nesse trecho, que fórma de falar muito comum na linguagem coloquial é reproduzida pelo autor? Como seria ela se usássemos a norma-padrão?
O é um cometa famoso que “visita a Terra” a cada 75 ou 76 anos, quando atinge o ponto mais próximo do Sol – o periélio. reticências Sua última aparição foi em 1986. reticências Somente em 2061 é que deve acontecer a próxima “visita” do – o ano em que ele atinge o periélio novamente.
BIANCHIN, Victor. Onde está o cometa ? Superinteressante, São Paulo, 6 fevereiro 2019. Disponível em: https://oeds.link/hc9417. Acesso em: 2 junho 2022.
LÍNGUA E LINGUAGEM
fórmas nominais do verbo e orações subordinadas reduzidas I
fórmas nominais
Responda às questões no caderno.
1. Releia este trecho da crônica “Gerações”.
O rapaz ficou ouvindo as conversas do pai com o avô, esperando uma brecha para entrar também.
— Jogador foi o Leônidas — dizia o avô.
— Não sei — dizia o pai. — Já vi beques melhores.
— Mas que beque? E o Leônidas era beque?
— De que Leônidas o senhor está falando?
Versão adaptada acessível
Atividade 1, itens a e b.
- O que os verbos “ouvindo”, “esperando” e “falando” têm em comum?
- O que eles indicam no contexto em que são empregados?
- O que os verbos destacados têm em comum?
- O que eles indicam no contexto em que são empregados?
2. Releia agora este outro trecho.
O rapaz tentava entrar.
— Crush eu conheço.
— Rush. Não Crush.
— Ah.
O rapaz pensava vagamente em mencionar o Ademir do Internacional. Mas desistia.
Sobre cinema, então, o desencontro era completo.
— Barbara, Barbara... — tentava se lembrar o avô. O sobrenome começa com “S”.
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Atividade 2, itens a e b.
- O que os verbos “entrar”, “mencionar” e “lembrar” têm em comum?
- O que eles expressam no contexto em que foram utilizados?
- O que os verbos destacados têm em comum?
- O que eles expressam no contexto em que foram utilizados?
O gerúndio, o infinitivo e o particípio são fórmas nominais do verbo. Eles recebem esse nome porque, em alguns casos, podem desempenhar funções próprias dos nomes, entendidos pela gramática como substantivos, adjetivos ou advérbios.
3. Leia a tirinha.
DOURADO, Rafael. Sapo Brothers, [ sem local], 2019. Disponível em: https://oeds.link/fEnBmy. Acesso em: 17 julho 2022.
- Em que consiste o humor da tirinha?
- Na primeira tirinha, aparece uma fórma nominal. Qual é ela e que função exerce?
- No trecho “Eu ficaria preocupada em perder um minuto das férias pensando em escola”, qual é a função da fórma nominal destacada?
Versão adaptada acessível
Atividade 2, item c.
No trecho “Eu ficaria preocupada em perder um minuto das férias pensando em escola”, qual é a função da forma nominal “pensando”?
4. Observe este cartaz.
CAMPANHA do Hemocentro e Exército estimula doação de sangue durante alistamento militar. , Goiânia, 5 fevereiro 2019. Disponível em: https://oeds.link/MptRlS. Acesso em: 17 julho 2022.
- Qual é o objetivo da campanha?
- Para tanto, quais argumentos são utilizados?
- Por que foi utilizada a fórma nominal “doar” na parte superior do cartaz?
- No trecho “Tem sempre alguém precisando de você”, qual é a função da fórma nominal em destaque?
Versão adaptada acessível
Atividade 4, item d.
No trecho “Tem sempre alguém precisando de você”, qual é a função da forma nominal “precisando”?
Orações subordinadas reduzidas
5. Observe a placa.
- Em que contextos podemos encontrar esse aviso?
- Que função exerce a oração “entrar na piscina”, em relação à oração que a antecede?
- Em comparação às outras orações subordinadas estudadas, quais diferenças você nota na estrutura dessa oração?
As orações subordinadas podem aparecer sob a fórma de orações reduzidas. Nesse caso, elas apresentam duas características principais:
- apresentam um verbo que se encontra em uma fórma nominal, ou seja, no gerúndio, no infinitivo e no particípio;
- não são introduzidas por conjunções ou pronomes relativos, como é comum acontecer em orações desse tipo.
6. Agora, leia a tirinha a seguir.
BECK, Alexandre. Armandinho. [ sem local], 24 junho 2017. Facebook: Armandinho. Disponível em: https://oeds.link/HGHy2v. Acesso em: 6 agosto 2022.
a. Por que o pai chega à conclusão de que a preocupação da mãe seria em relação à dengue?
- No segundo quadrinho, qual palavra mostra que a mãe não se referia apenas à prevenção da dengue?
- Em que medida a parte visual da tirinha contribui para o humor?
- Na tirinha, aparecem duas orações subordinadas substantivas subjetivas. Quais são elas?
- O que elas têm em comum quanto à estrutura?
As orações reduzidas de infinitivo desempenham as mesmas funções das orações subordinadas substantivas, adjetivas e adverbiais.
7. Observe este modelo.
Para que você chegue mais rápido, é preciso que você córte caminho.
Para chegar mais rápido, é preciso cortar caminho.
▶ Agora, faça o mesmo com os períodos a seguir.
- É necessário que você estude mais, a fim de que entenda a matéria.
- Júlio tinha medo de que tivesse uma crise.
- Minha vontade era que eu fizesse uma viagem.
- As meninas tinham certeza de que venceriam o campeonato.
- Para que seja atendido primeiro, é melhor que você chegue mais cedo.
- Patrícia pensava que estava no lugar errado.
- O importante é que consiga fazer tudo a tempo.
A VOZ DO AUTOR
Luis Fernando Verissimo
Clique no play e acompanhe as informações do vídeo.
Nome: |
Luis Fernando Verissimo |
---|---|
Profissão: |
Cronista, contista, jornalista, tradutor, roteirista de programas de televisão e músico. |
Nascimento: |
26 de setembro de 1936, na cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. |
1. Leia uma notícia relacionada a esse escritor, publicada em 2019.
Luis Fernando Verissimo será homenageado no 1º Prêmio do Centro Cultural da u éfe érre gê ésse
“Faltava uma homenagem da UFRGS a personalidades que se tornam de certa forma embaixadores do Rio Grande do Sul país afora”, declarou Claudia Boettcher, diretora do Centro
Inaugurado em setembro de 2018, o Centro Cultural da u éfe érre gê ésse reticências realiza reticências a primeira edição de seu prêmio cultural, que homenageará o escritor gaúcho Luis Fernando Verissimo, 83 anos. O cronista foi escolhido para a distinção por sua “vasta coleção de crônicas, textos humorísticos, romances e obras publicadas por todo o país e pelo mundo”.
O tributo contará com a leitura de textos de Verissimo Também será entregue uma escultura feita pelo artista Mauro Fuke, em madeira, inspirada nas espécies florestais que nomeiam as salas do Centro Cultural.
A noite ainda contará com música, com performance do trompetista Luiz Fernando Rocha (ex-membro do Jazz 6, grupo formado nos bares porto-alegrenses, que contava com Luis Fernando no alto) e Ras Vicente ao piano.
reticências
LUIS Fernando Verissimo será homenageado no 1º Prêmio do Centro Cultural da u éfe érre gê ésse. GZH, Porto Alegre, 6 novembro 2019. Disponível em: https://oeds.link/JjvLEf. Acesso em: 5 julho 2022.
- Na sua opinião, por que Luis Fernando Verissimo foi homenageado?
- Você acredita que a obra de Luis Fernando contribui de alguma fórma para a cultura nacional e mundial? Explique.
- Em grupos, pesquisem, na biblioteca ou on-line, outras atividades de Luis Fernando Verissimo como músico e cartunista.
- Descubram, por exemplo, como surgiu a música na vida do autor, que habilidades ele precisou desenvolver como músico, como começou a criar tirinhas e qual foi sua motivação, entre outros aspectos de sua trajetória.
- Selecionem as informações e planejem como irão apresentá-las à turma. Pode ser em fórma de slides, por exemplo.
- Combinem com o professor quando serão as apresentações e quanto tempo cada grupo terá para sua exposição.
- Elaborem a apresentação. Para complementá-la, vocês podem usar vídeos, áudios, imagens, infográficos
- Lembrem-se de revisá-la antes. Para isso, usem a pauta de revisão.
ORTOGRAFIA
Neologismo e estrangeirismo
Responda às questões no caderno.
1. Observe este cartaz.
SEXTOU com “s” de... Prefeitura Municipal de Araporã, Araporã, 2 abril 2021. Disponível em: https://oeds.link/LPDBu2. Acesso em: 13 julho 2022.
- Qual é o objetivo desse cartaz?
- Como a parte visual do cartaz contribui para que ele cumpra seu objetivo?
- O que significa a expressão “sextou” utilizada na parte superior do cartaz? De qual outra palavra ela se origina?
- Essa expressão é utilizada em ambientes mais ou menos formais? Dê exemplos.
A expressão “sextou”, presente no cartaz, tem circulado cada vez mais em determinados ambientes, assim como a expressão “segundou”, que significa o início de uma nova semana. Em ambos os casos, trata-se de palavras criadas a partir de outras, no caso “segunda” e “sexta”. Elas são exemplos de um fenômeno linguístico chamado neologismo.
O neologismo é um fenômeno linguístico por meio do qual se criam novas palavras. No caso da palavra “sextou”, ocorre um neologismo lexical, uma vez que a palavra nova foi criada a partir de uma já existente. Há também o neologismo semântico, que consiste na atribuição de novos significados a palavras que já circulam no idioma.
2. Agora, leia esta tirinha.
GONSALES, Fernando. Níquel Náusea. Folha de São Paulo, São Paulo, 10 junho 2022. Disponível em: https://oeds.link/cad00Y. Acesso em: 13 julho 2022.
- Em que consiste o humor dessa tirinha?
- O papagaio utiliza uma palavra que originalmente não pertence à língua portuguesa. Qual é essa palavra? Você já a viu escrita de outro modo?
O estrangeirismo consiste no emprego de palavras estrangeiras em frases proferidas em português. Ao entrarem para o vocabulário, elas podem manter sua grafia original ou ganhar uma nova escrita, mais próxima de nossa ortografia. Alguns neologismos podem se originar de palavras estrangeiras, embora isso não seja uma regra.
3. Observe este meme.
AMINO. Alguns memes que uso. [ sem local], 28 julho 2018. Disponível em: https://oeds.link/yqXiQP. Acesso em: 13 julho 2022.
- Explique o que você entendeu desse meme. Em que situações ele pode ser usado?
- O que significa a palavra “shippando” presente no meme? Você sabe de onde ela se origina?
- Com base no que você aprendeu nesta seção, essa palavra é exemplo de um neologismo ou de um estrangeirismo? Por quê?
4. Pesquise outras palavras criadas a partir de termos estrangeiros. Depois, faça um esquema com duas colunas: na primeira, disponha aquelas que podem ser utilizadas em quaisquer situações, incluindo as mais formais; na segunda, as que são usadas apenas em contextos mais informais.
EU VOU APRENDER Capítulo 2
Outras crônicas
- Você acha que todos os cronistas relatam acontecimentos do cotidiano?
- Será que para todos os autores escrever é uma tarefa fácil? Dê sua opinião.
- Você sabe quem foi Fernando Sabino?
▶ Leia os textos a seguir e conheça um pouco da biografia desse autor.
Fernando Sabino
Fernando Sabino nasceu em Belo Horizonte ( Minas Gerais), em 1923, e era o caçula numa família de seis filhos. Logo que aprendeu a decifrar as palavras, tornou-se um leitor compulsivo. reticências
Como era impossível viver apenas de escrever livros, Sabino exerceu outras profissões. Foi funcionário público, jornalista e professor de português. Formado em Direito, morou em Nova York e Londres
Faleceu em 2004, no Rio de Janeiro. A lápide de seu túmulo traz a seguinte mensagem, escrita pelo próprio escritor: “Aqui jaz Fernando Sabino. Nasceu homem, morreu menino”.
ANDRADE, Carlos Drumôn de êti ól Crônicas 3. vigésima edição São Paulo: Ática, 2011. página 90-91. (Coleção Para gostar de ler.)
Palavra de cronista
Todo mundo já ouviu falar que, para escrever um bom texto, são necessários 10% de inspiração e 90% de transpiração. Ou seja: além de ter vocação, o autor precisa se dedicar ao ofício. reticências
A seguir, os cronistas reunidos neste livro respondem a algumas perguntas de seus leitores. reticências
No final, a gente descobre que também pode encher o mundo de palavras para que outras pessoas leiam, numa corrente de ideias e mundos que nunca terá fim. Aí, uma atividade que só se fazia por obrigação ou brincadeira vira prazer, profissão, missão – e torna-se crônica.
Por que você escolheu ser escritor?
Fernando Sabino – Quando eu era menino, algumas histórias que eu lia não me satisfaziam: imaginava para elas outros episódios e um fim diferente. Então passei a escrever histórias como eu gostaria que elas fossem.
Em que se baseia para escrever suas histórias?
F.S. – Em casos acontecidos na vida real, comigo ou com outros, mas modificados pela imaginação. Muitas vezes as histórias, embora partindo da realidade, passam a ser aquilo que poderia ter acontecido e não o que realmente aconteceu.
Você corrige muito os textos depois de escrevê-los?
F.S. – Para mim, o ato de escrever é muito difícil e penoso, tenho sempre de corrigir e reescrever várias vezes. Basta dizer, como exemplo, que escrevi 1 100 páginas datilografadas para fazer um romance no qual aproveitei pouco mais de trezentas.
reticências
ANDRADE, Carlos Drumôn de êti ól Crônicas 3. vigésima edição São Paulo: Ática, 2011. página 7-9. (Coleção Para gostar de ler.)
- O que motivou o escritor, ainda menino, a começar a escrever?
- Que fatores inspiraram o autor a escrever suas histórias?
- O que o autor quis dizer ao afirmar que de 1 100 páginas aproveitou pouco mais de trezentas?
- Todo o processo de publicação de uma obra envolve várias etapas e diferentes profissionais. Pesquise para saber mais sobre isso e, depois, comente com os colegas.
- Você vai ler em seguida uma crônica de Fernando Sabino que faz referência a um antigo padrão monetário brasileiro. Antes, responda às questões.
- Você acha que o sistema monetário brasileiro mudou muito ao longo dos anos?
- Você conhece alguma moeda brasileira usada antes do Real?
- Você sabe quais são os nomes das moedas brasileiras que já foram usadas? Em caso afirmativo, comente com os colegas.
5. Agora, leia a crônica.
Cem cruzeiros a mais
Ao receber certa quantia num guichê do Ministério, verificou que o funcionário lhe havia dado cem cruzeiros a mais. Quis voltar para devolver, mas outras pessoas protestaram: entrasse na fila.
Esperou pacientemente a vez, para que o funcionário lhe fechasse na cara a janelinha de vidro:
— Tenham paciência, mas está na hora do meu café.
Agora era uma questão de teimosia. Voltou à tarde, para encontrar fila maior – não conseguiu sequer aproximar-se do guichê antes de encerrar-se o expediente.
No dia seguinte era o primeiro da fila:
— Olha aqui: o senhor ontem me deu cem cruzeiros a mais.
— Eu?
Só então reparou que o funcionário era outro.
— Seu colega, então. Um de bigodinho.
— O Mafra.
— Se o nome dele é Mafra, não sei dizer.
— Só pode ter sido o Mafra. Aqui só trabalhamos eu e o Mafra. Não fui eu. Logo...
Ele coçou a cabeça, aborrecido:
— Está bem, foi o Mafra. E daí?
O funcionário lhe explicou com toda urbanidadeglossário que não podia responder pela distração do Mafra:
— Isto aqui é uma pagadoriaglossário , meu chapa. Não posso receber, só posso pagar. Receber, só na recebedoriaglossário . O próximo!
O próximo da fila, já impaciente, empurrou-o com o cotovelo. Amar o próximo como a ti mesmo! Procurou conter-se e se afastou, indeciso. Num súbito impulso de indignação – agora iria até o fim – dirigiu-se à recebedoria.
— O Mafra? Não trabalha aqui, meu amigo, nem nunca trabalhou.
— Eu sei. Ele é da pagadoria. Mas foi quem me deu os cem cruzeiros a mais.
Informaram-lhe que não podiam receber: tratava-se de uma devolução, não era mesmo? E não de pagamento. Tinha trazido a guia? Pois então? Onde já se viu pagamento sem guia? Receber mil cruzeiros a troco de quê?
— Mil não: cem. A troco de devolução.
— Troco de devolução. Entenda-se.
— Pois devolvo e acabou-se.
— Só com o chefe. O próximo!
O chefe da seção já tinha saído: só no dia seguinte. No dia seguinte, depois de fazê-lo esperar mais de meia hora, o chefe informou-lhe que deveria redigir um ofício historiando o fato e devolvendo o dinheiro.
— Já que o senhor faz tanta questão de devolver.
— Questão absoluta.
— Louvo o seu escrúpulo.
— Mas o nosso amigo ali do guichê disse que era só entregar ao senhor — suspirou ele.
— Quem disse isso?
— Um homem de óculos naquela seção do lado de lá. Recebedoria, parece.
— O Araújo. Ele disse isso, é? Pois olhe: volte lá e diga-lhe para deixar de ser besta. Pode dizer que fui eu que falei. O Araújo sempre se metendo a entendido!
— Mas e o ofício? Não tenho nada com essa briga, vamos fazer logo o ofício.
— Impossível: tem de dar entrada no protocolo.
Saindo dali, em vez de ir ao protocolo, ou ao Araújo para dizer-lhe que deixasse de ser besta, o honesto cidadão dirigiu-se ao guichê onde recebera o dinheiro, fez da nota de cem cruzeiros uma bolinha, atirou-a lá dentro por cima do vidro e foi-se embora.
SABINO, Fernando. Cem cruzeiros a mais. In: ANDRADE, Carlos Drumôn de et al. Crônicas 3. vigésima edição São Paulo: Ática, 2011. página 80-82. (Coleção Para gostar de ler.)
COMPREENSÃO TEXTUAL
Responda às questões no caderno.
- Ao ler o título, você conseguiu imaginar o assunto da crônica?
- Para você, situações como a da crônica acontecem com frequência?
- Na sua opinião, há pessoas que têm a mesma atitude do personagem? Explique.
- Que situação fez o personagem voltar tantas vezes ao Ministério?
- Identifique, na crônica, o conflito.
- Que característica física identifica o rapaz que gerou o conflito da crônica?
Versão adaptada acessível
Atividade 7.
Observe o termo “Logo...” neste trecho.
7. Observe o termo em destaque neste trecho.
— Só pode ter sido o Mafra. Aqui só trabalhamos eu e o Mafra. Não fui eu. Logo...
- O que esse termo indica ao leitor?
- E as reticências? O que elas indicam e que efeito de sentido provocam nesse contexto?
- Que desculpas o funcionário da pagadoria utilizou para não receber o dinheiro de volta?
- Agora, releia este trecho.
O próximo da fila, já impaciente, empurrou-o com o cotovelo. Amar o próximo como a ti mesmo! Procurou conter-se e se afastou, indeciso. Num súbito impulso de indignação – agora iria até o fim – dirigiu-se à recebedoria.
Versão adaptada acessível
Atividade 9, item a.
No termo “empurrou-o”, o pronome “o” se refere a quem?
- O pronome em destaque se refere a quem?
- O que a palavra “súbito” significa? Que função sintática ela exerce na frase?
- Esse termo também pode ter a função de advérbio. Como ficaria a frase nesse caso?
- O que levou o personagem a se acalmar e não revidar ao empurrão?
10. Releia este outro trecho.
Quis voltar para devolver, mas outras pessoas protestaram: entrasse na fila.
Versão adaptada acessível
Atividade 10, itens a e b.
- O termo “mas” dá uma pista ao leitor. Qual é essa pista?
- Qual é o valor semântico da conjunção coordenativa “mas”?
- O termo destacado dá uma pista ao leitor. Qual é essa pista?
- Qual é o valor semântico da conjunção coordenativa em destaque?
- Na crônica, há alguns marcadores temporais. Eles o ajudaram a perceber quanto tempo o personagem perdeu para resolver seu impasse? Escreva alguns que você encontrou durante a leitura.
- Releia mais este trecho.
— Já que o senhor faz tanta questão de devolver.
— Questão absoluta.
— Louvo o seu escrúpulo.
- O que essa passagem deixa implícito ao leitor?
- O personagem faz questão de devolver a quantia, mesmo enfrentando empecilhos. Cite quais foram os impedimentos.
- Volte ao texto e releia o desfecho da crônica.
- Por que você acredita que o autor atribui ao personagem o adjetivo “honesto”?
- Para pôr fim a suas tentativas de devolver o dinheiro, o personagem, já cansado, toma uma atitude inesperada. Por que você acredita que ele tomou essa atitude? Explique.
- Que crítica está implícita nessa crônica de Fernando Sabino?
Para ampliar
A história da moeda brasileira. Jornal, 9 março 2017.
Neste vídeo, você pode conhecer a história das oito moedas que já usamos no Brasil. Disponível em: https://oeds.link/FYuZ5G. Acesso em: 5 julho 2022.
LÍNGUA E LINGUAGEM
Orações subordinadas reduzidas dois
Responda às questões no caderno.
1. Releia este trecho da crônica de Fernando Sabino.
O chefe da seção já tinha saído: só no dia seguinte. No dia seguinte, depois de fazê-lo esperar mais de meia hora, o chefe informou-lhe que deveria redigir um ofício historiando o fato e devolvendo o dinheiro.
reticências
Saindo dali, em vez de ir ao protocolo, ou ao Araújo para dizer-lhe que deixasse de ser besta, o honesto cidadão dirigiu-se ao guichê onde recebera o dinheiro, fez da nota de cem cruzeiros uma bolinha, atirou-a lá dentro por cima do vidro e foi-se embora.
Versão adaptada acessível
Atividade 1, item a.
O que têm em comum quanto à estrutura as seguintes orações: “historiando”, “devolvendo” e “Saindo dali”?
- O que as orações em destaque têm em comum quanto à estrutura?
- Qual função sintática elas desempenham?
- Como poderíamos reescrever a última oração tornando-a reduzida de infinitivo?
As orações reduzidas de gerúndio desempenham as mesmas funções das orações adjetivas e das orações adverbiais.
2. Observe a receita a seguir.
Bolo de leite fervendo
Ingredientes:
2 copos americanos de açúcar;
2 copos americanos de trigo;
3 ovos;
duas colheres de chá de fermento em pó;
1 copo americano de leite fervendo.
Modo de preparo:
Bata na batedeira o açúcar com os ovos e acrescente o trigo, o fermento e por último o leite fervendo. Coloque em fórma untada com margarina e trigo e leve ao forno preaquecido por 20 minutos.
BOLO de leite fervendo. Mais Receitas, [ sem local], cê dois mil e vinte e dois. Disponível em: https://oeds.link/CqrzeQ. Acesso em: 16 julho 2022.
- Na sua opinião, a receita apresentada é de fácil ou difícil execução? Por quê?
- Qual é a função do termo “fervendo”, no título da receita?
- Como você chegou a essa conclusão?
3. Leia a notícia a seguir.
Cidadão tem direito de devolver produto comprado on-line em até 7 dias
Desistir de compras on-line e receber o dinheiro de volta. Trocar qualquer produto que tenha sido vendido com defeito. Esses são alguns exemplos de direitos garantidos pela Lei de Defesa do Consumidor, mas que muita gente não sabe.
Os direitos do consumidor valem para qualquer meio de compra, digital ou físico, mas existem algumas diferenças. No caso de compras em lojas físicas, se o produto estiver com defeito, o fornecedor deve fazer o reparo ou trocar por um item novo. Já na Internet, a pessoa pode desistir da compra e ter o seu dinheiro de volta. reticências
Além dos valores pagos pelo produto comprado, o consumidor pode solicitar a devolução do que pagou pelo frete, tudo corrigido e com juros.
ALBUQUERQUE, Beatriz. Cidadão tem direito de devolver produto comprado on-line em até 7 dias. Radio Agência Nacional, Brasília, Distrito Federal, 23 março 2022. Disponível em: https://oeds.link/bBAZOM. Acesso em: 17 julho 2022.
- Qual é o objetivo dessa notícia?
- O que todos os elementos em destaque têm em comum?
- Em que aspecto esses elementos diferem?
- Reescreva este trecho transformando a oração reduzida de particípio em oração adjetiva desenvolvida.
Versão adaptada acessível
Atividade 3, itens a até d.
- Qual é o objetivo dessa notícia?
- O que os seguintes elementos têm em comum: “comprado” (no título), “que tenha sido vendido”, “garantidos”, “pagos” e “comprado” (em “produto comprado”)?
- Em que aspecto esses elementos diferem?
- Reescreva este trecho transformando a oração reduzida de particípio “garantidos” em oração adjetiva desenvolvida.
Esses são alguns exemplos de direitos garantidos pela Lei de Defesa do Consumidor reticências
e. Agora, transforme esta oração adjetiva em uma oração reduzida de particípio: “Trocar qualquer produto que tenha sido vendido com defeito”.
Versão adaptada acessível
Atividade 3, item e.
Agora, transforme a oração adjetiva “que tenha sido vendido” em uma oração reduzida de particípio em: “Trocar qualquer produto que tenha sido vendido com defeito”.
As orações reduzidas de particípio exercem as mesmas funções das orações adjetivas e das orações adverbiais.
VOCÊ É O AUTOR!
Crônica
Que tal agora você escrever uma crônica? Imagine cenas do dia a dia, algo que o inspire a trazer seu olhar para algo que aconteceu.
As crônicas produzidas serão compartilhadas na seção Oralidade.
1. Pré-planejamento. Em uma roda de conversa, discuta com o professor e os colegas situações que podem inspirar uma crônica. Tendo as cenas em mente, pensem em como estruturar o texto, de modo a preservar as características do gênero textual.
- Planejamento. Em duplas, definam:
- Que temática do cotidiano vocês irão abordar?
- Quem será o público-alvo e onde circulará a crônica?
- Quem serão os personagens envolvidos na história? Lembrem-se de que a crônica é um texto curto, com pouco espaço para desenvolver os personagens ou conter muitos personagens.
- Em que local a história acontecerá?
- Qual será o foco narrativo?
- Pensem nos tempos verbais, substantivos e adjetivos que podem ajudá-los a contar a situação retratada na crônica.
- Haverá alguma crítica ou ponto de vista com efeito de humor?
- Como será a linguagem empregada? Haverá diálogos? Se houver, eles terão marcas de oralidade para parecerem mais verossímeis?
Em uma crônica, o humor pode ser crítico, irônico ou sarcástico. Já a linguagem é simples e descontraída, embora haja a preocupação de escolher as palavras certas para produzir o efeito pretendido.
- Produção.
- Utilizem marcadores temporais e organizadores textuais para dar os efeitos de sentido desejados e garantir progressão ao texto, a fim de que as ideias não se percam ou fiquem confusas.
- Usem os recursos linguísticos e gramaticais de fórma a atrair a atenção do leitor. Observem os melhores termos e expressões para provocar o efeito de sentido que vocês querem, desde que compreensíveis.
- Criem um título adequado e atrativo ao leitor.
- Se possível, digitem o texto em um processador e editor de texto.
- Revisão e edição.
- Leiam o texto após terminarem a primeira versão. Confiram pontuação, ortografia, concordância e ajustem o que for preciso. Verifiquem a coesão, a coerência e a progressão textual.
- Troquem o texto com outra dupla para revisão. Lembrem-se de usar a pauta de revisão durante a leitura e fazer as marcações necessárias nas margens da página.
- Analisem as sugestões e comentários feitos pelos colegas e façam os ajustes necessários antes de escrever a versão final.
- Apresentação.
- Como já dissemos, as crônicas serão compartilhadas em uma roda de conversa na seção Oralidade.
- Vocês também podem combinar com o professor para reuni-las em um livro. O livro pode ser veiculado em uma plataforma digital ou ser impresso.
- Para produzir o livro, pensem nos elementos que o compõem: capa, sumário, quarta capa, orelhas da capa, texto de apresentação, nome dos autores.
- Definam quem será responsável pela criação da capa, pelo levantamento do sumário, pelos textos da quarta capa e das orelhas. Peçam ao professor que escreva o texto de apresentação.
- Uma vez pronto o livro, publiquem no ou nos que combinaram e o divulguem para a comunidade escolar e os familiares.
- Avaliação.
▶ Reúnam-se em uma roda de conversa para avaliar a experiência de escrita da crônica. Observem o que funcionou ou não e o que pode ser melhorado em uma próxima produção.
ORALIDADE
Roda de crônicas
Chegou o momento de compartilhar as crônicas que vocês produziram. Cada dupla pode fazer sua apresentação com os recursos que imaginar: cenários, figurinos, efeitos sonoros, leitura expressiva. O que vale agora é a criatividade para atrair a atenção do público.
- Pré-leitura. Combinem com o professor e os colegas como será organizada a roda de crônicas.
- Quanto tempo cada dupla terá para contar a crônica.
- Quais recursos tecnológicos e materiais serão necessários se a contação for além da leitura expressiva.
- Se haverá convidados e como será feito o convite.
- Qual será o local da roda de crônicas.
- Planejamento da leitura da crônica.
- Definam como será a leitura da crônica.
▶ Será expressiva? Vocês irão utilizar algum recurso extra para complementar a leitura, como cenário ou efeitos sonoros?
- Leiam entre vocês para treinar a fluência leitora e a melhor entonação e impostação da voz. Lembrem-se de que estão lendo para um público, por isso todos devem ouvi-los.
- Estabeleçam a parte que cada um irá ler e ensaiem até que a leitura pareça natural, como se estivessem conversando ou contando a amigos alguma história que aconteceu com vocês.
- Lembrem-se de que, durante a leitura, vocês também devem observar a postura, as expressões faciais, os gestos, o ritmo e o tom de voz.
- Hora da contação.
- Dependendo do número de participantes, formem uma roda, organizando-a de fórma que todos possam se ver.
- Se houver convidados, escolham um ou dois colegas para serem os anfitriões e organizarem a chegada deles e onde serão acomodados.
- Verifiquem se os recursos tecnológicos necessários estão disponíveis e funcionando.
- Estipulem a ordem de apresentação das duplas e quem será o apresentador para a plateia.
- Reservem um espaço para a dupla que está se apresentando.
- Estabeleçam regras para a hora da leitura das crônicas, como silêncio, palmas só no final, perguntas só depois das contações
- Avaliação.
- Após a roda de crônicas, reúnam-se para avaliar a experiência, promovendo uma discussão sobre os pontos positivos e negativos da leitura.
- Comecem fazendo uma autoavaliação e depois uma avaliação da dupla quanto ao engajamento, à disciplina, à participação A avaliação deve ser vista como uma oportunidade de melhorar, e não como um momento de apontar o que não deu certo. É importante lembrar que tudo faz parte do processo de aprendizagem, estamos sempre aprendendo. Se algo não deu certo dessa vez, pode dar certo na próxima.
- Por fim, façam uma avaliação do evento da roda de crônicas. O que foi positivo? O que foi negativo? O que pode ser melhorado?
Para ampliar
Crônica: três textos instigantes para gostar do gênero.
Disponível em: https://oeds.link/LDaKSX. Acesso em: 5 julho 2022.
VOCÊ, BOOKTUBER
Concurso de booktubes
Chegamos ao último encontro do Você, booktuber. Desta vez, além de assistir aos booktubes e comentá-los, vocês também organizarão um concurso de booktubes.
Você sabia que há, na internet, vários concursos de booktubes? Se você gostou da prática durante este ano, que tal tornar-se realmente um influenciador literário?
1. Apresentação dos booktubes
- Depois de assistir aos booktubes produzidos no bimestre, façam uma roda de conversa para trocar experiências.
- Façam perguntas sobre o conteúdo e comentem como foi para vocês realizar o trabalho em duplas.
2. Organização do concurso
- Depois da trajetória de vocês durante o ano e com a quantidade de material que produziram, que tal, para o encerramento deste projeto, organizar um concurso em que todos participem e votem nos seus vídeos favoritos?
- Elaborem coletivamente um roteiro do planejamento para a realização do concurso. Nele, devem constar alguns itens, como:
▶ local, data e horário;
▶ recursos tecnológicos necessários;
▶ jurados e critérios de avaliação;
▶ cronograma de realização de todas as atividades;
▶ divisão de tarefas entre os colegas;
▶ elaboração de materiais complementares, como cartazes, para divulgar o concurso e incentivar a participação e o voto de todos.
3. Etapas do concurso
- Selecione, entre os materiais que você produziu ao longo do ano, o vídeo que julgar mais adequado, quanto ao conteúdo e à edição, mas também o que melhor representa você.
- Definam, entre os colegas e com o professor, quais serão os critérios de avaliação do concurso.
- Estabeleçam quem votará, se haverá voto popular ou de uma banca de avaliação, se serão contados votos dos colegas e/ou da comunidade e quem fará a contagem.
- Publiquem os vídeos no canal combinado para a realização do concurso.
4. Execução do concurso
- Acompanhem sempre o cronograma organizado pela turma para que nada saia do planejado.
- Façam o alinhamento com todos os colegas sempre que surgir um imprevisto e atualizem o professor sobre a etapa de execução da atividade que foi delegada a vocês.
- Na véspera do concurso, façam, coletivamente, um check-list para se certificarem de que tudo está encaminhado. Caso identifiquem algum problema, este é o momento de resolver.
5. No dia do evento
- Organizem os espaços que serão utilizados para o concurso.
- Se houver uma etapa presencial, certifiquem-se de que todos os aparelhos que serão utilizados estão funcionando e se todos os vídeos estão rodando.
6. Depois do evento
- Acompanhem a votação e o anúncio oficial do ganhador.
- Comemorem!
- Em um semicírculo, façam um balanço das suas experiências sobre as práticas, tanto da realização dos booktubes durante o ano quanto da realização do concurso. Exponham suas impressões, sentimentos, emoções e aprendizados com o projeto.
EU APRENDI!
Responda às questões no caderno.
1. Leia o início de “A última crônica”, de Fernando Sabino.
A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto ao balcão. Na realidade estou adiando o momento de escrever. A perspectiva me assusta. Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito mais um ano nesta busca do pitoresco ou do irrisório no cotidiano de cada um. Eu pretendia apenas recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano, fruto da convivência, que a faz mais digna de ser vivida. Visava ao circunstancial, ao episódico. Nesta perseguição do acidental, quer num flagrante de esquina, quer nas palavras de uma criança ou num acidente doméstico, torno-me simples espectador e perco a noção do essencial. Sem mais nada para contar, curvo a cabeça e tomo meu café, enquanto o verso do poeta se repete na lembrança: “assim eu quereria o meu último poema”. Não sou poeta e estou sem assunto. Lanço então um último olhar fóra de mim, onde vivem os assuntos que merecem uma crônica.
reticências
SABINO, Fernando. A última crônica. In: ANDRADE, Carlos Drumôn de. Elenco de cronistas modernos. . edição Rio de Janeiro: José Olympio, 1994. página 254.
- O que caracteriza esse texto como uma crônica?
- O que leva o narrador a entrar em um botequim para beber um café?
- Por que a perspectiva de escrever o assusta?
- Nessa crônica, qual é o tipo de narrador? Justifique sua resposta.
- O que o narrador quis dizer com a frase “Lanço então um último olhar fóra de mim”?
- Para esse autor em especial, como vimos antes, escrever é uma tarefa fácil ou difícil? Por quê?
2. Releia este trecho.
A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto ao balcão. Na realidade estou adiando o momento de escrever. A perspectiva me assusta. Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito mais um ano nesta busca do pitoresco ou do irrisório no cotidiano de cada um. Eu pretendia apenas recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano, fruto da convivência, que a faz mais digna de ser vivida. reticências
Versão adaptada acessível
Atividade 2, item único.
▶ As seguintes orações são subordinadas reduzidas: “para tomar um café junto ao balcão”, “de estar inspirado, de coroar com êxito mais um ano nesta busca do pitoresco ou do irrisório no cotidiano de cada um”, “recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano” e “de ser vivida”. Escreva cada uma delas e classifique-as de acordo com o que você estudou.
▶ Todas as orações destacadas são subordinadas reduzidas. Copie cada uma delas e classifique-as de acordo com o que você estudou.
3. Leia a tirinha.
chuls , Charles M. Minduim. Estadão, São Paulo, 12 julho 2022. Disponível em: https://oeds.link/XHXMCB. Acesso em: 17 julho 2022.
- Na primeira fala do snúpi, há uma oração subordinada reduzida. Qual é essa oração e como se classifica?
- Como você chegou a essa classificação?
- Caso desejássemos transformar essa oração em uma oração desenvolvida, como deveríamos reescrevê-la?
- Nesse caso, você utilizou uma conjunção ou um pronome relativo? Por quê?
- No segundo quadrinho, há uma oração subordinada adverbial temporal. Qual é essa oração?
- Se quiséssemos transformar essa oração em uma oração reduzida de infinitivo, como ela seria escrita?
- Qual é o humor da tirinha?
VAMOS COMPARTILHAR
Crônica visual: um novo olhar
1. Você sabe o que é uma crônica visual? Em caso afirmativo, comente com os colegas. Se não souber, formule uma hipótese.
2. Em grupos, observem esta foto.
- O que vocês conseguem enxergar nela?
- O que mais chamou a atenção de vocês nessa cena?
- Vocês acham que essa imagem pode ser considerada uma crônica visual? Por quê?
3. Leiam a seguir um trecho de uma matéria sobre Ricardo Laf, autor da fotografia que vocês observaram.
A crônica visual de Ricardo Laf
No artigo “Fotografia: imagens-poesia como lugar de memória”, os autores Rogério Luiz Silva de Oliveira e Edson Silva de Farias afirmam: A fotografia pode ser entendida como imagem-poesia do cotidiano e pode descrever os acontecimentos da rotina de uma cidade como faz a crônica. Ela representa os cotidianos da rua e de interiores. É uma forma de narrativa apegada aos detalhes captados pelo olhar atento do fotógrafo-poeta. No caso da fotografia, uma história escrita com luz.
reticências Ricardo “escreve” uma crônica visual que nos apresenta uma cidade poética, solitária e humana. Suas imagens também podem ser consideradas registros fotoetnográficosglossário . Elas revelam histórias culturais presentes na construção e transformação de grupos sociais de Belo Horizonte.
reticências
OLIVEIRA, Taciana. A crônica visual de Ricardo Laf. Mirada, [ sem local], 6 janeiro 2020. Disponível em: https://oeds.link/ojUYqp. Acesso em: 7 julho 2022.
▶ Com base nesse trecho, as hipóteses de vocês sobre a foto de Ricardo Laf se confirmaram? Por quê?
- Reflitam e discutam: Para vocês, é importante que as crônicas visuais sejam divulgadas? Por quê?
- Pesquisem para conhecer mais o assunto e também outros artistas que produzem crônicas visuais.
- Selecionem as informações que vocês acham interessantes para a apresentação e lembrem-se de citar as fontes.
- Escolham a crônica visual que mais despertou a atenção de vocês.
- Montem a apresentação em slides ou cartazes. A fórma de apresentação será fundamental para o resultado da pesquisa, pois ela terá imagens.
- Expliquem a crônica visual escolhida por vocês, falem do autor, onde circulou, qual é o possível público-alvo, o que representa. Enfim, explorem todos os aspectos possíveis da crônica visual.
Utilizem fontes confiáveis para as buscas na internet.
- Apresentem seus trabalhos na data combinada com o professor.
- Após todas as apresentações, conversem sobre o que mais descobriram a respeito das crônicas visuais.
Glossário
- beque
- : jogador de futebol que atua na defesa; zagueiro.
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- urbanidade
- : cortesia, boas maneiras.
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- pagadoria
- : local onde se fazem pagamentos.
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- recebedoria
- : local onde se recolhem impostos ou taxas.
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- fotoetnográfico
- : que se utiliza da fotografia para descrever os costumes e as tradições de determinados grupos humanos.
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