UNIDADE 1  Brasil em versos

As propostas do seu livro de Língua Portuguesa foram desenvolvidas em quatro etapas que se completam. Nesta unidade, convidamos você a conhecer um pouco do Brasil e de heroínas brasileiras por meio de versos.

Fotomontagem. Ao fundo, em preto e branco de pessoas e ao centro, reprodução de capa de livro. Ele tem cor azul, e abaixo, pessoas perto de uma das outras, algumas segurando na mão direita com microfone. Na parte superior, título do livro: DAS RUAS PARA ESCOLAS DAS ESCOLAS PARA AS RUAS. Na parte inferior, texto: SLAM. Na parte superior, à direita, logotipo de Jabuti 2021, à esquerda um jabuti branco na vertical, em pé abaixo, um livro na horizontal e texto: LIVRO FINALISTA.

EU SEI

Você gosta de poetar?

Perceber a possibilidade de deixar fluir a criatividade para transformar sentimentos em poesia.

Colagem. Ao centro, rosto de pessoa em preto e branco, de cabelos escuros penteados para trás, nariz fino e lábios grossos. Ao redor do rosto, vários elementos, da esquerda para a direita girassóis, pássaro preto, flor de pétalas vermelhas: flores de pétalas rosa, uma bandeira, livro aberto, girassóis, duas mãos dadas, um espelho, um pássaro voando em preto, uma pena de escrever. Abaixo do rosto, a palavra MARIA formada por letras como recortes de revista. Em segundo plano, pautas musicais, grafismos em laranja, preto, branco e vermelho.

EU VOU APRENDER

Capítulo 1 – Poetando brasilidades

Compreender as características e o contexto de produção e circulação de poemas.

Capítulo 2 – Heroínas brasileiras

Compreender as características e o contexto de produção e circulação de cordéis.

Respostas e comentários

UNIDADE 1

Brasil em versos

Introdução

Esta unidade tem como foco dois gêneros textuais do campo literário, o poema e o cordel, visando a compreender suas funções sociais, estruturas e estilos, bem como os contextos de produção e circulação. O estudo desses gêneros também convida o estudante a conhecer, observar e analisar o valor histórico-literário desses textos e ampliar seu entendimento e prática na produção escrita.

Nos estudos de análise linguística e semiótica, a unidade aborda as figuras de linguagem, mais especificamente o eufemismo e a ironia, focando nos efeitos de sentido dados ao texto; a regência verbal e a regência nominal conforme preconiza a norma-padrão e também algumas variedades utilizadas pelos falantes em situações informais; e as distinções entre a cêrca de, cêrca de, acerca de e cêrca de, observando a função de cada termo para estabelecer a compreensão leitora.

No eixo da produção de textos, são propostos o planejamento, a elaboração, a revisão, a edição e a publicação de cordéis em folhetos. Para o desenvolvimento das práticas de oralidade, é proposta a criação de slams e a organização de uma competição entre os estudantes.

Competências gerais da Educação Básica

  1. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.
  2. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.

6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.

Competências específicas de Linguagens para o Ensino Fundamental

  1. Compreender as linguagens como construção humana, histórica, social e cultural, de natureza dinâmica, reconhecendo-as e valorizando-as como fórmas de significação da realidade e expressão de subjetividades e identidades sociais e culturais.
  1. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao diálogo, à resolução de conflitos e à cooperação.

5. Desenvolver o senso estético para reconhecer, fruir e respeitar as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, inclusive aquelas pertencentes ao patrimônio cultural da humanidade, bem como participar de práticas diversificadas, individuais e coletivas, da produção artístico-cultural, com respeito à diversidade de saberes, identidades e culturas.

Fotografia. Vista geral de local com solo ao centro, com vegetação rasteira em verde. À esquerda e à direita, árvores de folhas verdes com frutos redondos em vermelho. Na parte superior, céu e nuvens brancas e ao centro, luz solar. Em segundo plano, morros escuros.

EU APRENDI!

Atividades de compreensão textual, reflexão e análise da língua e da linguagem e ampliação da aprendizagem.

Fotografia. À frente, um homem visto de costas, da cintura para cima. Ele tem uma boina arredondada em tons de amarelo com partes em verde-escuro. Usa blusa de mangas compridas em tons de amarelo e em tons de verde-escuro. Ao fundo, dezenas de jovens juntos, à esquerda, sentados sobre o chão e à direita, sobre um muro em cinza. Em segundo plano, árvores de folhas em verde e céu acima em tons de cinza.

VAMOS COMPARTILHAR

Slam: espaço livre de comunicação

Conhecer o slam e a apropriação do espaço como um local de criação e liberdade.

Respostas e comentários

Nesta unidade, ainda há a apresentação do Você, booktuber com estabelecimento de combinados e explicação da proposta, momento em que os estudantes podem desenvolver o hábito da leitura e também produzir conteúdo. A unidade propõe, ainda, um momento reflexivo e a discussão se o slam é ou não um espaço em que se pode expressar livremente.

Para os estudantes que apresentarem dificuldades em relação aos objetivos de aprendizagem da unidade, sugere-se a análise de outros poemas e cordéis, de modo que eles possam compreender as características e as funções desses gêneros e esclarecer dúvidas. A realização de atividades em pares ou em grupos possibilita a interação e a troca de conhecimentos, o que pode colaborar também para o desenvolvimento das habilidades esperadas.

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Antes de iniciar a unidade, reserve um espaço na sala de aula para expor vários livros de autoras brasileiras e revistas com matérias sobre brasileiras que fizeram e fazem a diferença em vários campos de atuação, como a literatura, a educação e a ciência. Disponha esse material de fórma atraente para que desperte o interesse dos estudantes. Depois, convide-os a olhar esse material, analisando as capas, os assuntos abordados, quem são as autoras ou personalidades Reserve um tempo da aula para que eles possam folheá-los e ler à vontade. Em seguida, organize a turma em grupos para que eles compartilhem o que descobriram nas publicações e discutam sobre o papel dessas autoras e/ou personalidades na cultura brasileira. Em um segundo momento, abra uma discussão com toda a turma para que cada grupo possa expressar seu ponto de vista sobre o que discutiram.

Competências específicas de Língua Portuguesa para o Ensino Fundamental

  1. Compreender o fenômeno da variação linguística, demonstrando atitude respeitosa diante de variedades linguísticas e rejeitando preconceitos linguísticos.
  1. Selecionar textos e livros para leitura integral, de acordo com objetivos, interesses e projetos pessoais (estudo, formação pessoal, entretenimento, pesquisa, trabalho ).
  2. Envolver-se em práticas de leitura literária que possibilitem o desenvolvimento do senso estético para fruição, valorizando a literatura e outras manifestações artístico-culturais como fórmas de acesso às dimensões lúdicas, de imaginário e encantamento, reconhecendo o potencial transformador e humanizador da experiência com a literatura.
  3. Mobilizar práticas da cultura digital, diferentes linguagens, mídias e ferramentas digitais para expandir as fórmas de produzir sentidos (nos processos de compreensão e produção), aprender e refletir sobre o mundo e realizar diferentes projetos autorais.

Temas Contemporâneos Transversais

  • Diversidade cultural.
  • Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras.

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

  1. Educação de qualidade.
  2. Igualdade de gênero.

10. Redução das desigualdades.

EU SEI

Você gosta de poetar?

A arte contemporânea rompeu barreiras e ganhou as ruas utilizando os mais variados recursos para produzir novos sentidos ou novos olhares sobre o que já conhecíamos como arte. Dos museus, ganhou as ruas; dos livros, as paredes; dos teatros, a praça. Foi ao encontro do público, despertando sentimentos e emoções por meio do teatro, da dança, da música, da literatura.

Assim como os lambe-lambes, novos formatos deram voz aos autores e aos poetas. Nos saraus, nos coletivos, nas batalhas de slams encontramos outros olhares, outras visões e percepções de mundo.

Dos concursos de poesia às competições de slam, os poetas deleitam os leitores e os ouvintes, transportando-os para mundos novos ao ressignificarem as palavras em imagens poéticas.

Observe as manchetes e as imagens a seguir.

Poesia nas escolas: 8ª edição do Slam Interescolar de ésse pê está com inscrições abertas

Organizado pelo Slam da Guilhermina, o Slam Interescolar é uma competição de poesia falada entre alunos de escolas públicas e privadas que acontece desde 2014. reticências

SANTOS, Patricia. Poesia nas escolas: 8ª edição do Slam Interescolar de São Paulo está com inscrições abertas. Desenrola e não me enrola. São Paulo, 27 abril 2022. Disponível em: https://oeds.link/eHvP19. Acesso em: 14 junho 2022.

Slam Interuni”: campeonato de poesia acontece dia 22/11

Slam Interuni” integra o projeto Copa das Favelas Slam – Campeonato internacional organizado pelo coletivo Slam Resistência

SLAM Interuni”: campeonato de poesia acontece dia 22/11. Jornal da , São Paulo, 19 novembro 2021. Disponível em: https://oeds.link/OV5SCL. Acesso em: 14 junho 2022.

Respostas e comentários

Eu sei

Você gosta de poetar?

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Antes de iniciar a conversa, faça um combinado com a turma para que haja respeito nos turnos de fala. É importante que todos escutem o que os colegas têm a dizer e interajam em momento oportuno, apoiando, complementando ou refutando o que foi dito, de fórma cordial e ética.
  • Os combinados são importantes, principalmente em turmas numerosas, para que todos tenham um bom aproveitamento e você possa perceber os estudantes que compreendem com mais facilidade e aqueles que precisam de explicações adicionais. Quando for fazer a avaliação diagnóstica no início do ano letivo, aproveite para fazê-la em três momentos: com atividades individuais, em duplas e em grupos, para observar o desempenho deles e, com isso, identificar qual a melhor estratégia para ajudar aqueles que têm mais dificuldade de acompanhar as atividades ou as explicações.
  • A avaliação também ajudará a propor atividades para os estudantes que aprendem os conteúdos com mais facilidade ou que as terminam com maior rapidez. Entender como trabalhar com esses estudantes para que eles não se sintam entediados ou pouco desafiados, perdendo a motivação para o aprender, é importante. Por isso, são necessários desafios constantes para motivá-los. Um desses desafios pode ser fazer o papel de tutor de um grupo de estudantes, ajudar algum colega que ainda não tenha terminado a atividade ou que precise compreender melhor determinado conteúdo. No entanto, isso deve ser gerenciado com cuidado e sensibilidade para não ter efeito nocivo ao levar os estudantes a se sentirem superiores ou inferiores, criar competições entre eles, ou estigmatizá-los de alguma fórma. É urgente desmistificar a cultura do certo e errado para que os estudantes compreendam que errar faz parte do processo de ensino e de aprendizagem. Para essa percepção, faça comparações com grandes inventores, escritores, pintores , perguntando quanto tempo eles passaram em uma invenção, escrevendo um livro ou pintando até que chegassem ao resultado final.
  • Trabalhe para desenvolver a empatia e o espírito de cooperação entre os estudantes, garantindo um ambiente harmônico em que todos se sintam valorizados e possam desenvolver as competências que ainda estejam latentes. Valorize as contribuições e, ao complementá-las, faça de fórma a não depreciar as respostas dada por eles. Dedique um tempo, no início do ano letivo, para uma conversa que envolva competências socioemocionais e leve-os a se sentir valorizados, ouvidos e corresponsáveis pelo próprio aprendizado.
  • Leia o texto introdutório com os estudantes e questione-os sobre o que entendem por arte contemporânea e que novos sentidos e olhares ela atribuiu à arte. Esta é uma boa oportunidade para trabalhar com o professor de Arte, para que os estudantes entendam não apenas a arte contemporânea, mas também a arte moderna e as barreiras que elas quebraram para serem consideradas arte. Continue os questionamentos levando-os a refletir sobre o que é arte. Por exemplo, o grafite é arte, é uma fórma de letramento ou os dois ao mesmo tempo? E os slams, que novos olhares os poetas que participam dessas batalhas trazem para o público? Deixe-os responder livremente e, se for necessário, complemente as respostas.
  • Entrando no universo literário, pergunte a eles o que entendem por “ao ressignificarem as palavras em imagens poéticas”, ou o que é uma imagem poética. Será que encontramos nos poemas valores sociais e culturais?
Fotomontagem. Ao fundo, em preto e branco de pessoas e ao centro, reprodução de capa de livro. Ele tem cor azul, e abaixo, pessoas perto de uma das outras, algumas segurando na mão direita com microfone. Na parte superior, título do livro: DAS RUAS PARA ESCOLAS DAS ESCOLAS PARA AS RUAS. Na parte inferior, texto: SLAM. Na parte superior, à direita, logotipo de Jabuti 2021, à esquerda um jabuti branco na vertical, em pé abaixo, um livro na horizontal e texto: LIVRO FINALISTA.
O projeto Slam Interescolar ésse pê, ideia do coletivo Slam da Guilhermina, ganhou o Prêmio Jabuti 2021 na categoria Inovação – Fomento à Leitura.
Publicação em rede social.  Postagem à esquerda. Fundo com pessoas abaixo, visto parcialmente e acima, tecido claro com texto em preto, visto pela metade. Ao centro, texto: Slam Interescolar: Projeto vencedor do Jabuti, leva o esporte da poesia falada para salas de aula. À direita, texto da publicação: esteticasdasperiferias: De uma roda de poetas na saída do Metrô Vila Guilhermina ao maior prêmio da literatura nacional. O Projeto Slam interescolar, iniciativa do coletivo Slam da Guilhermina, recebeu o prêmio Jabuti, na categoria Inovação. A honraria é um reconhecimento ao trabalho de formação e educação em literatura, promovido em escolas públicas e particulares. Realizado desde 2014, o projeto tem inscrições abertas até o dia 13 de maio. #slam #slaminterescolar #poesia #campeonatodepoesia #jabuti #premiojabuti #jabutiinovacao #literatura #escolapublica Na parte inferior, texto curtida por (nome ilegível) e outras pessoas.
Em suas edições, o Slam Interescolar procura proporcionar o protagonismo juvenil e despertar o interesse tanto pela leitura quanto pela escrita.
Ícone. Atividade oral.
  1. Você gosta de ler poemas? Por quê?
  2. Gosta de poetar, de criar poemas? Comente.
  3. Você já participou de um concurso de poesias ou de uma competição de slam? Em caso afirmativo, conte aos colegas como foi.
  4. O que você achou do projeto Slam Interescolar ésse pê ter virado um livro premiado?
  5. Na sua opinião, por que no post se diz que o slam é um esporte da poesia falada?
Respostas e comentários

1 a 5. Respostas pessoais. Ver orientações didáticas.

  • Acompanhe com os estudantes a leitura das manchetes, imagens e legendas. Pergunte o que sabem sobre o slam e se já haviam ouvido falar nessa competição interescolar.
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

1 e 2. Provavelmente os estudantes irão responder que já leram e criaram poemas em alguma tarefa escolar. No entanto, explore a leitura ou a produção por prazer, como atividade artística e criativa. Para aqueles estudantes que não leem nem escrevem poemas, pergunte como acham que deve ser criar um poema, por exemplo.

  1. Caso os estudantes não tenham participado, conte alguma experiência que você já teve ou fale sobre algum documentário ou reportagem sobre o tema.
  2. Espera-se que os estudantes possam reconhecer que a arte contemporânea alcançou espaços que antes não eram contemplados. É importante abrir uma discussão sobre os avanços conquistados pela arte da periferia ou marginal, como essa publicação, ou o grafite em exposição de museu, como OsGêmeos na Pinacoteca do Estado de São Paulo. Explique aos estudantes o que é o prêmio Jabuti. Veja indicações de leitura em Para ampliar.
  3. Oriente os estudantes a inferirem o que o esporte exige dos atletas antes de uma competição. Em seguida, abra uma discussão para que eles possam expor suas opiniões quanto às preparações que devem ser realizadas antes de um concurso como esse. Permita aos estudantes que compartilhem suas considerações em um ambiente harmonioso.

Para ampliar

ALVES, Izandra; SOUZA, Bruna. O Slam como representação de literatura marginal e manifestação cultural na escola. Travessias, Cascavel, volume 14, número 2, página 233-250, maio/agosto 2020. diem: https://oeds.link/WktAa5. Acesso em: 17 julho 2022.

NEVES, Cynthia Agra de Brito. Slams  – letramentos literários de reexistência ao/no mundo contemporâneo. Linha D’Água, São Paulo, volume 30, número 2, página 92-112, outubro 2017. Disponível em: https://oeds.link/BdrciN. Acesso em: 17 julho 2022.

OSGÊMEOS: segredos. Pinacoteca de São Paulo, São Paulo, 15 outubro 20-09 agosto. 21. Disponível em: https://oeds.link/TFnvYX. Acesso em: 17 julho 2022.

PRÊMIO Jabuti. Câmara Brasileira do Livro, São Paulo, 2022. Disponível em: https://oeds.link/UEuoRQ. Acesso em: 15 julho 2022.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis nove éle pê dois um

ê éfe seis nove éle pê quatro nove

ê éfe oito nove éle pê três dois

EU VOU APRENDER Capítulo 1

Poetando brasilidades

Ícone. Atividade oral.
  1. Você conhece algum poema sobre a região em que mora? Se conhecer, declame-o ou recite-o para os colegas.
  2. Você acha que podemos homenagear ou exaltar o local ou o país em que moramos por meio de poemas? Por quê?
  3. Leia a notícia a seguir sobre um concurso de poesia e descubra quem foi o vencedor.

Conheça o poema amazonense premiado em concurso nacional de poesia

Estudante Vitor Gusmão foi um dos vencedores do 17º Concurso Estudantil de Poesia do Festival de Cenas Teatrais (Fescete)

Redação – 27/06/2021

O estudante Vitor Gusmão, do curso de Geografia da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), foi um dos vencedores do 17º Concurso Estudantil de Poesia do Festival de Cenas Teatrais (Fescete). Ele conquistou o primeiro lugar na categoria estudantil universitária, com a poesia “Antepassados”.

Como prêmio, o estudante irá receber o Troféu Iracema Paula Ribeiro, que homenageia a fundadora da escola e o grupo de teatro Tescom, que organiza o Festival em parceria com a prefeitura de Santos (São Paulo).

Fotografia. Vários troféus, um ao lado do outro, idênticos. Eles têm o formato de uma máscara com o formato de rosto de uma pessoa. À esquerda, rosto para a direita, de cor bege-claro e acima, parte em amarelo, sorrindo. À direita, outra metade com rosto em marrom e boca para baixo. Na parte inferior, base retangular em preto.
Os vencedores de cada categoria recebem o Troféu Iracema Paula Ribeiro. Na foto, última versão do Troféu Iracema Paula Ribeiro, em edição de 2022 do Festival de Cenas Teatrais (FESCETE), na Escola de Teatro TESCOM, em Santos/São Paulo, pelo artista plástico Chico Melo.
Respostas e comentários

1 a 3. Respostas pessoais. Ver orientações didáticas.

Eu vou aprender

Poetando brasilidades

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Relembre com os estudantes os poemas que eles já escreveram, seja como atividade escolar ou por prazer. Pergunte como foi o processo criativo, qual o tema que os inspirou a escrever o poema (pode ser que o tema tenha sido preestabelecido) e se eles se lembram desse poema para compartilhar com os colegas.
  • Depois, pergunte de onde eles imaginam que os poetas tiram suas inspirações para compor um poema. Estimule-os a pensar em quantas observações podem ser realizadas para que a inspiração surja. Indague-os sobre as temáticas dos poemas e suas diversidades, levando-os a perceber que o poema segue um tema, embora possa abordar qualquer assunto que tenha despertado a atenção do poeta.
  • As primeiras perguntas objetivam descobrir o que os estudantes já sabem sobre o gênero textual e a temática que será abordada nos poemas apresentados no capítulo. Por isso, dependendo das respostas, elabore outras que os ajudarão a compreender melhor as atividades propostas.
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  1. Abra um espaço seguro para as declamações, fazendo combinados com a turma para que não ocorra nenhuma situação constrangedora sobre o poema declamado ou a declamação. Aborde o respeito que temos de ter com os outros para também sermos respeitados. Permita que os estudantes exponham de fórma livre as considerações a respeito das declamações ou mesmo dos autores. Indague-os sobre a imagem poética que os poemas imprimiram neles. Deixe um ou dois poemas de reserva para você declamar caso os estudantes não se lembrem de nenhum poema sobre a região.
  2. Espera-se que os estudantes possam recordar alguns poemas que leram durante os anos escolares ou até mesmo fóra da escola, nos quais os autores ressaltavam aspectos locais de onde moravam, homenageando e exaltando a natureza, a beleza do lugar. Leve para a sala de aula alguns poemas com essa temática e declame-os; procure poemas que talvez os estudantes já conheçam, para que, assim, possam acompanhar a declamação.
  3. Solicite a leitura da notícia primeiro de fórma silenciosa; depois realize a leitura compartilhada.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis nove éle pê quatro quatro

ê éfe seis nove éle pê quatro oito

ê éfe seis nove éle pê quatro nove

ê éfe seis nove éle pê cinco três

ê éfe oito nove éle pê três três

O 17º Concurso Estudantil de Poesia do Fescete acontece anualmente; o concurso tem o objetivo de incentivar a escrita poética de estudantes de escolas e universidades, além de estimular a criatividade e premiar as melhores poesias inscritas. 

O concurso é dividido em quatro categorias, ensino Fundamental um e dois, Ensino Médio e Ensino Universitário, e os vencedores de cada categoria recebem o Troféu Iracema Paula Ribeiro. Importante destacar que o concurso ocorre durante o Fescete, que premia as melhores cenas teatrais do país. 

Confira abaixo o poema “Antepassados”, de Vitor Gusmão:

Antepassados

Sou a árvore da semente que

cresceu com as raízes

dos meus antepassados

 

Sou a flor que brotou

com o suor da caminhada

quente, percorrida pelos

meus ascendentes

 

Sou o fruto que se deu com

as batalhas da vida difícil,

das origens dos meus precursores

 

Sou o filho do farinheiro, do marceneiro

e do industriário, sou neto do pescador

que trouxe até a mesa como alimento,

o famoso tambaquiglossário assado.

 

Sou a canoa que o canoeiro rema,

O pescador que quer pescar o peixe,

A tarrafaglossário e a malhadeiraglossário jogadas

dentro do rio junto com o anzol

 

Sou uma gota de sangue

dos portugueses, dos peruanos,

dos povos indígenas nativos,

do vizinho paraense,

do nordestino cearense

que fugiu da sêca e da fome

 

Sou o poeta que herdou

O dom de escrever poesia,

O dom que foi deixado pelos

meus tios Antônio e Teodoro

 

Sou o caboclo amazonense

que assim como os meus ascendentes,

respinga o suor que escorre pelo rosto

com o corpo todo ensopado

depois de uma chuva de mormaço.  

CONHEÇA o poema amazonense premiado em concurso nacional de poesia. Portal Amazônia. [], 27 junho 2021. Disponível em: https://oeds.link/O0Mq1M. Acesso em: 10 junho 2022.

Respostas e comentários
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  • Converse com os estudantes sobre qual é o objetivo, para eles, da leitura dessa notícia. Provavelmente, irão responder que é para fazer as atividades propostas. Explique a eles que esse é um dos objetivos, mas que também irão se informar, ampliar o vocabulário Leve-os a refletir que sempre há um objetivo e uma intencionalidade quando lemos algum texto, seja um post, um livro Durante a leitura, pare em alguns momentos, abrindo espaço para inferências explícitas e implícitas que levarão os estudantes à compreensão leitora. Nesses momentos, faça perguntas de acordo com as pistas deixadas no texto, os recursos que proporcionam referências, entre outros. Motive-os a desenvolver estratégias de leitura que os levem à compreensão leitora.
  • Ao ler o poema “Antepassados”, trabalhe com os estudantes o contexto de produção (quem produz, o público-alvo, o suporte ), a circulação; a construção composicional (organização em versos, estrofes ), a metrificação, o ritmo e a musicalidade; o tema do poema e como ele evolui conforme vai-se lendo; as figuras de linguagem; o paralelismo (por exemplo, todas as estrofes começam com “Sou” – Sou a árvore reticências/Sou a flor/Sou o fruto/Sou o filho reticências/Sou a canoa/Sou uma gota de sangue/Sou o poeta/Sou o caboclo amazonense).
  • Peça a alguns voluntários que declamem o poema “Antepassados” observando o ritmo, a melodia, os versos, o tom de voz

COMPREENSÃO TEXTUAL

Ícone. Atividade em dupla.

Respondam às questões no caderno.

  1. Qual é a informação publicada na notícia?
  2. Na opinião de vocês, por que a matéria deu ênfase ao poema amazonense, se há outras três categorias premiadas?
  3. Quem organiza o festival? Onde e há quanto tempo ele acontece?
  4. Qual é o objetivo do concurso?
  5. Vocês acham interessante participar de um concurso como esse? Por quê?
  6. Quem escreveu o poema, para quem e com qual finalidade?
  7. Observem o título do poema. Na opinião de vocês, sobre o que ele trata?
  8. Ao ler o poema, que imagem poética vocês construíram?
  9. O que o poema despertou em vocês?
  10. Há várias metáforas ao longo do poema. Citem uma.
  11. Que outros termos o poeta utiliza para se referir aos antepassados?
  12. O que o poema exalta?
  13. Na opinião de vocês, o poema é inspirador? Por quê?
  14. Em relação à estrutura externa do poema, analisem a composição e os versos.
  15. Observem o início de cada estrofe. Que construção se repete ao longo do texto, proporcionando ao poema um paralelismo sintático? Identifiquem.
  16. Agora, observem a pontuação. O que ela pode indicar ao leitor?

Os versos dão ritmo, melodia e métrica ao poema, sendo classificados de acordo com a quantidade de sílabas poéticas (monossílabo, dissílabo, trissílabo ). Os versos podem ser regulares quanto ao ritmo e rimas, ou livres (ou irregulares), quando não utilizam padrões rígidos de métricas, fugindo às fórmas fixas. Neste último caso, estão mais focados no ritmo, na unidade semântica, na musicalidade, e podem ou não apresentar rimas. Há também versos brancos (ou soltos), que podem apresentar métrica, mas não esquemas de rimas.

Respostas e comentários

1. O poema amazonense que ganhou o concurso nacional de poesia na categoria estudantil universitária.

2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes respondam que, como a publicação é do Portal da Amazônia, a intenção foi chamar a atenção para o fato de que um dos poemas ganhadores é de um amazonense.

3. A organização é da escola e grupo de teatro Tescom em parceria com a prefeitura; acontece em Santos, no estado de São Paulo, há 17 anos.

4. Incentivar a escrita poética de estudantes de escolas e universidades, estimular a criatividade e premiar as melhores poesias inscritas.

5. Respostas pessoais.

6. Vitor Gusmão. Para o público em geral e, principalmente, para os amazonenses. Provavelmente, para participar de um concurso.

7. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes façam relação com a acepção do termo “antepassados”, ou seja, com as gerações anteriores, a ascendência.

8. Resposta pessoal. Ver orientações didáticas.

9. Resposta pessoal.

10. Sugestão de resposta: “Sou a árvore da semente que reticências”.

11. “Ascendentes”, “precursores”.

12. A importância dos antepassados na construção de quem o eu lírico é hoje.

13. Resposta pessoal.

14. Composição: Oito estrofes: dois tercetos; quatro quartetos; uma sextilha e uma quintilha. A estrutura não é fixa. Versos: Os versos são livres (o número de sílabas dos versos não é sempre o mesmo, não obedecendo a uma regra métrica clássica).

15. “Sou a árvore reticências”, “Sou a flor reticências”, “Sou o caboclo reticências

16. Ver resposta nas orientações didáticas.

Compreensão textual

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  • As atividades de 1 a 16 podem ser realizadas em duplas.

1. Espera-se que os estudantes possam também relacionar o título com o fato central; para isso, pergunte se o título já adianta o assunto ao leitor e por que eles deram essa resposta.

3. e 4. Leve os estudantes a perceber a organização e o planejamento necessários para que o evento aconteça e o objetivo de quem o organiza. Se for possível, entre no site do grupo de teatro Tescom para saber como a ideia surgiu, por exemplo.

  1. Explore a participação em concursos não apenas de poesia, mas também de outros gêneros textuais, como contos, crônicas. Pergunte a opinião deles sobre o que move os participantes a se inscreverem e exporem seus trabalhos para apreciação dos juízes do concurso, por exemplo, e do público. Aproveite para introduzir as batalhas ou competições de slam e a avaliação de algumas pessoas da plateia como representantes de todo o público que assiste à batalha.
  2. Abra outros questionamentos que levem os estudantes a perceber o contexto de produção e circulação tanto da notícia quanto do poema. Pergunte: Onde o texto circulou? (Primeiro, no concurso; depois, foi publicado em jornais e sites como parte de uma notícia).
  1. Espera-se que os estudantes consigam perceber a imagem de um amazonense orgulhoso de sua ancestralidade, reconhecendo a natureza, os imigrantes que se fixaram na região, os trabalhadores urbanos e rurais, os familiares como partes do eu lírico, ou o eu lírico formado por todos esses elementos.
  1. Acompanhe esta atividade de perto para perceber se algum estudante tem dúvidas sobre o que é uma metáfora, o que o impedirá de desenvolver a atividade. Caso isso aconteça, retome com a turma ou com o grupo que está tendo dificuldades o que é metáfora e cite exemplos, inclusive um que esteja no poema, para que eles possam fazer as relações necessárias e encontrar mais algumas.
  1. A análise da estrutura externa do poema observa os aspectos formais: números de estrofes, números de versos em cada estrofe, rimas nas estrofes Retome com os estudantes a classificação de estrofes quanto ao número de versos. Leia o verbete sobre versos livres indicado em Para ampliar.
  1. O ponto-final é empregado apenas em dois versos: no primeiro caso, indica a transição do fluxo de pensamento do eu lírico, que passa da história de vida da sua família, sua ancestralidade, para elementos da geografia humana, até retornar à ancestralidade, fechando o poema. Há vírgulas no meio de algumas estrofes, indicando explicações ou enumerações, que trazem pausas ao ritmo.

Leia com os estudantes o boxe-conceito e retome com eles o que são métrica e sílabas poéticas, por exemplo. Para isso, leia o artigo indicado em Para ampliar.

Para ampliar

CARDOSO, Ary Carlos Moura. Da métrica e do metro. Recanto das Letras, 14 dezembro 2006. Disponível em: https://oeds.link/CvndAI. Acesso em: 13 julho 2022.

GRAÇA, Fernando. Verso livre. E-Dicionário de Termos Literários , coordenação de Carlos Ceia, [sem local], 13 março 2013. Disponível em: https://oeds.link/HfrgQt. Acesso em: 13 julho 2022.

FABRE, Mardilê Frídric. Contagem das sílabas poéticas. Recanto das Letras, [sem local], 21 março 2013. Disponível em: https://oeds.link/ABzK1O. Acesso em: 13 julho 2022.

OUTROS POEMAS

Ícone. Atividade oral.
  1. Você conhece Cora Coralina? Em caso afirmativo, comente o que você sabe sobre ela.
  2. Antes de ler o poema, você irá ouvi-lo.
    1. Ao ouvir o poema, que imagem você construiu?
    2. Você observou o ritmo e a musicalidade? Comente.
    3. Você recitaria o poema do mesmo modo? Como faria?
  3. Agora, leia o poema.

Ofertas de Aninha (Aos moços)

Eu sou aquela mulher

a quem o tempo

muito ensinou.

Ensinou a amar a vida.

Não desistir da luta.

Recomeçar na derrota.

Renunciar a palavras e pensamentos negativos.

Acreditar nos valores humanos.

Ser otimista.

 

Creio numa fôrça imanenteglossário

que vai ligando a família humana

numa corrente luminosa

de fraternidade universal.

Creio na solidariedade humana.

Creio na superação dos erros

e angústias do presente.

 

Acredito nos moços.

Exalto sua confiança,

generosidade e idealismo.

Creio nos milagres da ciência

e na descoberta de uma profilaxiaglossário

futura dos erros e violências do presente.

 

Aprendi que mais vale lutar

do que recolher dinheiro fácil.

Antes acreditar do que duvidar.

Fotografia. Uma senhora vista da cintura para cima, sentada sobre uma cadeira de madeira. Ela tem cabelos grisalhos penteados para trás, usando blusa de mangas compridas em branco e blusa por cima em roxo, com bolinhas em branco. Ela segura nas mãos, um par de óculos de grau, olhando para frente sorrindo. Sobre uma mesa de madeira, um livro aberto com páginas em branco.
Cora Coralina. Foto de 1982.

CORALINA, Cora. Ofertas de Aninha (Aos moços) In: CORALINA, Cora. Melhores poemas. quarta edição Seleção de Darcy França Denófrio. São Paulo: Global, 2017. página 92.

Respostas e comentários

1 a 3. Respostas pessoais. Ver orientações didáticas.

Outros poemas

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  1. Envolva os estudantes nas perguntas iniciais, motivando-os a participar e a recuperar o que se lembram de Cora Coralina e sua obra. No entanto, tenha algumas informações para citar como exemplos. O importante é começar a estabelecer uma relação entre a poetisa e seus poemas para entender o que a motivou a escrever e como sua obra faz parte da cultura brasileira. Chame a atenção para o tema dos poemas, voltados para coisas simples do cotidiano e sentimentos de amor, amizade, saudade, entre outros.
  2. Prepare antecipadamente o material necessário para a exibição do poema. Caso não seja possível, recite-o. Para a exibição, sugerimos este vídeo:
  • CORALINA, Cora. Ofertas de Aninha (aos moços). YouTube: Mundo dos Poemas, 25 julho 2020. Disponível em: https://oeds.link/NZJV0N. Acesso em: 15 junho 2022.
  • Combine com a turma que você irá mostrar o vídeo duas vezes. Na primeira, peça que fechem os olhos e só ouçam. Em seguida, faça a pergunta do item a). Mostre pela segunda vez e peça a eles que comecem a prestar atenção aos elementos que compõem o poema, proporcionando-lhe ritmo e musicalidade. Ao final, passe para o item b). No item c), peça a alguns estudantes que recitem o poema do modo que imaginam. Ouça as respostas e peça que, em duplas, leiam o poema (atividade 3) e ensaiem para recitar para a turma.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis nove éle pê zero três

ê éfe seis nove éle pê quatro quatro

ê éfe seis nove éle pê quatro oito

ê éfe seis nove éle pê quatro nove

ê éfe seis nove éle pê cinco três

ê éfe seis nove éle pê cinco quatro

ê éfe oito nove éle pê três três

ê éfe oito nove éle pê três sete

COMPREENSÃO TEXTUAL

Ícone. Atividade em dupla.

Respondam às questões no caderno.

  1. De quem é a voz no poema e como é construída a sua identidade?
  2. Na opinião de vocês, para quem o poema foi escrito?
  3. O que o poema despertou em vocês? Ao fechar os olhos, vocês conseguem imaginar o que é sugerido nos versos?
  4. Ao ler o poema, depois de ouvi-lo, vocês compreenderam melhor o sentido? Expliquem.
  5. Há três tempos no poema. Quais são eles e qual significado contêm?
  6. Sobre o que o eu lírico reflete no poema?
  7. Que convite o eu lírico faz ao leitor?
  8. Leia as primeiras estrofes do poema. Quem foi o professor do eu lírico e o que lhe foi ensinado?
  9. Para vocês, qual é a principal mensagem do poema?
  10. No poema, podemos considerar que há duas vozes: a de Aninha e a da senhora Cora Coralina, que parecem mescladas para dar o contraste temporal entre o passado, o presente e o futuro. Vocês concordam com essa afirmação? Por quê?
  11. A construção sintática do poema pode ser considerada, aparentemente, simples. No entanto, em uma observação mais atenta, notamos uma linguagem moldada com primazia e uma escolha minuciosa de palavras. Vocês concordam com essa afirmação? Por quê?
Ilustração. À esquerda, uma senhora vista dos ombros para cima de cabelos brancos penteados para trás e blusa de gola em tons de marrom. À direita, sobreposto, uma jovem sentada, vista dos joelhos para cima, de cabelos escuros para trás, vestes longas claras e mão esquerda perto do queixo. Ao fundo, à esquerda, local com árvores, caminho e mais ao fundo, um prédio similar a uma casa grande com várias janelas. No alto, céu com muitas nuvens.
Respostas e comentários

1. A voz é a do eu lírico, que vai mostrando ao longo dos versos no que se tornou.

2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes respondam que o poema foi escrito para os moços, aqui representando a juventude, pessoas mais novas que o eu lírico.

3 e 4. Respostas pessoais. Ver orientações didáticas.

5. Há o passado, quando o eu lírico mostra as experiências adquiridas; o presente, quando mostra no que se tornou; e o futuro, quando expressa o que espera dele.

6. Sobre sua trajetória e experiências ao longo da vida, mostrando uma visão otimista e resiliente.

7. O convite para nos transformarmos em seres humanos melhores.

8. O tempo foi o professor, que o ensinou a amar a vida, a não desistir, a recomeçar, a lutar e a enfrentar os obstáculos.

9. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes percebam que, de modo geral, podemos identificar o ser resiliente, que tem fôrça para perseverar, identificar o erro e aprender com ele.

10 e 11. Respostas pessoais. Ver orientações didáticas.

Compreensão textual

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  • As atividades de 1 a 16 podem ser realizadas em duplas.

1. Espera-se que os estudantes sejam capazes de identificar a voz no poema. Retome com eles o que é eu lírico e qual a sua função dentro das construções poéticas.

3 e 4. Ao lermos ou ouvirmos os poemas, percebemos as sensações, as emoções, os sentimentos, as imagens e as reflexões que evocam. Estimule os estudantes a descobrir o que o poema pode despertar neles. Faça perguntas que possam ajudá-los na compreensão do que sentiram, nos sentimentos e emoções que surgiram e quais sentidos eles construíram.

  1. Questione os estudantes se as reflexões realizadas no poema ajudam na construção da visão do eu lírico. Estimule-os a pensar como o passado, suas experiencias e trajetória podem ter contribuído para que o eu lírico pudesse acreditar em coisas boas.
  1. Com esta atividade, você pode trabalhar a polifonia presente no poema. Espera-se que os estudantes percebam a personagem Aninha, que remonta à infância e representa o passado, e a voz lírica da senhora Cora Coralina do presente e da esperança no futuro. No entanto, há uma fusão dessas vozes, pois o poema é construído na 1ª pessoa do singular, embora no título fique explícito que é um conselho de Aninha aos moços. Ou seja, o eu lírico que se dirige ao leitor é o da Aninha mais velha, mais experiente.
  2. Espera-se que os estudantes percebam que só aparentemente o poema é simples: há todo um trabalho com a linguagem e a escolha lexical para traduzir ao leitor o efeito de sentido pretendido. É importante que eles percebam que nenhuma palavra está no poema por acaso. Cada uma delas ocupa um lugar para produzir sentido e trazer profundas reflexões, apesar de serem simples, assim como a fala e a vida da poetisa.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis nove éle pê quatro quatro

ê éfe seis nove éle pê quatro oito

ê éfe seis nove éle pê cinco quatro

ê éfe oito nove éle pê três três

ê éfe oito nove éle pê três sete

  1. Nesse poema, o que o eu lírico compartilha com o leitor?
  2. Em relação ao poema, analisem os itens seguintes.
Ícone modelo.

Composição

Versos

Rimas

As rimas ajudam a dar musicalidade ao poema e podem ser classificadas quanto à fonética (rima perfeita, toante ou aliterante), ao valor (pobre, rica ou rara), à acentuação (aguda, grave ou esdrúxula) e à posição no verso (final ou interna) e na estrofe (alternadas, paralelas, opostas, encadeadas, misturadas ou versos brancos).

  1. Observem as estrofes. Há repetições que proporcionam ao poema um paralelismo sintático. Quais são?
  2. Releiam este trecho do poema.

Creio numa fôrça imanente

reticências

Creio na solidariedade humana.

Creio na superação dos erros

e angústias do presente.

  1. Além do paralelismo, ao que essa estrutura remete?
  2. O que esse trecho indica ao leitor?

16. Na última estrofe, o que indica ao leitor a repetição do termo “do que”?

▶ Nesse encadeamento de ideias, o que representam os verbos no infinitivo?

Para ampliar

Antologia de poemas portugueses para a juventude. Henriqueta Lisboa. São Paulo: Peirópolis, 2011.

Nessa antologia, Henriqueta Lisboa seleciona poemas do além-mar para os jovens leitores brasileiros. Entre eles, estão poemas de Fernando Pessoa, Almeida e Luís de Camões.

Capa de livro. Fundo em marrom. Na parte superior, título do livro em azul, na ponta da direita, retrato pequeno de formato de um círculo de uma pessoa de cabelos curtos escuros, penteados para a direita. Na parte inferior, textos e logotipo da editora.
Respostas e comentários

12. A sabedoria de quem experimentou a vida e aprendeu a viver fazendo o melhor uso das ferramentas que tinha.

13. Ver respostas nas orientações didáticas.

14. Os objetos diretos de “Ensinou”: a amar, a não desistir, a recomeçar, a renunciar, a acreditar, a ser. A repetição de “creio” na segunda e na terceira estrofe. E o uso do presente do indicativo: “creio”, acredito”, exalto”.

15.a) Ela lembra uma oração, como se o eu lírico estivesse mostrando aos moços, à juventude a sua crença esperançosa.

15.b) A crença do eu lírico na superação dos obstáculos e dos próprios erros e na criatura humana que estende a mão solidária.

16. A repetição do comparativo “do que” leva o leitor a associar os termos “lutar”, “recolher”, “acreditar” e “duvidar”

16.• Eles estão no infinitivo com valor de imperativo, reforçando a ideia de aconselhamento do eu lírico.

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  1. Oriente os estudantes quanto ao que se espera em cada uma das colunas e veja se há alguma dúvida. Respostas possíveis:
    • Composição: Quatro estrofes, sendo nove versos na primeira, sete versos na segunda, seis versos na terceira e três na quarta.
    • Versos: Os versos são livres (o número de sílabas poéticas não é sempre o mesmo, ou seja, não obedece a uma regra métrica clássica).
    • Rimas: O poema apresenta algumas rimas internas; solidariedade/fraternidade; amar/recomeçar/renunciar, acreditar. Apenas dois versos apresentam rimas finais: lutar/duvidar, presentes na última estrofe.
    • Comente com os estudantes que, quanto à fonética, na rima imperfeita a sonoridade é parecida, mas as letras não se correspondem totalmente na disposição dos versos.

15. Os estudantes podem ter alguma dificuldade para identificar o paralelismo (a repetição de "creio" no início dos versos). Então, trabalhe isso primeiro. Depois, proponha a um voluntário que leia esse trecho em voz alta. Veja se, com isso, eles percebem o formato que remete a uma prece.

Para observar e avaliar

Aproveite as atividades de compreensão leitora para verificar se os estudantes estão construindo os significados propostos pelo texto. Caso perceba dificuldades, selecione outros poemas para que eles possam analisar em duplas ou trios. Procure reunir estudantes com graus de conhecimentos diferentes para que um possa ajudar o outro, como a metodologia peer to peer. Essas atividades favorecem a troca de conhecimentos e experiências por meio da discussão do assunto para chegar a uma resposta ou a uma solução em comum e também trabalham as habilidades socioemocionais.

A metodologia peer to peer, ou seja, de par para par, propõe a aprendizagem colaborativa entre os pares. Foi criada por Eric Mazur, professor de Física da Universidade de rávard, após observar que os estudantes obtinham mais proveito nas aprendizagens quando um ensinava ao outro do que quando apenas ouviam as explicações do professor. Os estudantes devem ser agrupados de fórma intencional, havendo nas duplas ou trios pessoas com conhecimentos que se complementem.

LÍNGUA E LINGUAGEM

Figuras de linguagem: eufemismo e ironia

Responda às questões no caderno.

Ícone. Atividade oral.

1. Leia a tirinha.

Tirinha. Tirinha composta por três quadros. Apresenta como personagens: Armandinho, menino de cabelos e bermuda em azul, camiseta laranja. Pai de Armandinho, visto da cintura para baixo, de calça em azul e sapatos em azul-escuro. Sapinho de cor verde, de olhos e boca em preto. Q1 – À esquerda, pai de Armandinho com o corpo para a direita. Ao centro, o sapinho olhando para a direita, em direção a Armandinho. À direita, Armandinho olhando para o pai, diz: UM ARTEFATO QUADRANGULAR TRANSPARENTE... Q2 – Armandinho com a mão para a esquerda e, perto dele, o sapinho ainda o observando. O menino fala: ...SOFREU UMA MODIFICAÇÃO DE GRANDE MONTA... Q3 – Armandinho com o corpo para a esquerda, ainda com o braço esticado para a esquerda, onde estão o sapinho ao centro e o pai à esquerda. Armandinho, diz: ...AO RECEBER O IMPACTO DE UM OBJETO ESFÉRICO PREENCHIDO COM AR... Atrás, à direita, uma bola laranja de vôlei e, perto dela, pedaços de vidro espalhados.

BECK, Alexandre. Armandinho. [], 10 fevereiro 2022. Facebook: Armandinho. Disponível em: https://oeds.link/eNpWxb. Acesso em: 22 junho 2022.

  1. O que Armandinho está explicando ao pai?
  2. Por qual razão ele teria decidido explicar o ocorrido dessa fórma?
  3. Qual é o humor da tirinha?

O eufemismo é uma figura de linguagem cujo objetivo é suavizar determinada informação, que pode ser desagradável ao interlocutor. Nesse caso, escolhem-se palavras ou expressões que minimizem os possíveis efeitos do conteúdo da mensagem.

2. Observe o cartaz.

Cartaz. Cartaz com fundo em laranja. Na parte superior, nuvens em branco. Na parte inferior, à esquerda, silhueta de um mosquito em preto e sobre ele, um círculo em vermelho com uma linha na diagonal, para a direita. Na parte inferior, texto: #MOSQUITONÃO. Mais à direita, logotipo e texto: SECRETARIA DA SAÚDE. Ao cento, texto: #VAMOSPREVENIR #VACINARÉIMPORTANTE Febre amarela pode ser fatal. A vacina é a medida mais importante para prevenção e controle da doença.

TOCANTINS. Vamos prevenir; Vacinar é importante. Secretaria da Saúde do Governo do Estado de Tocantins, Palmas, 2019. Disponível em: https://oeds.link/juhPCQ. Acesso em: 22 junho 2022.

  1. Qual é o objetivo do cartaz?
  2. Que argumento é utilizado para persuadir o público?
  3. Que expressão é utilizada para suavizar a informação relativa à mortalidade da febre amarela?
Respostas e comentários

1.a) Está explicando que quebrou o vidro, provavelmente da janela, com a bola.

1.b) Para suavizar o conteúdo da mensagem, na tentativa de evitar que o pai ficasse muito bravo.

1.c) O humor da tirinha consiste justamente no fato de Armandinho ter escolhido outras expressões para explicar ao pai que tinha quebrado o vidro.

2.a) Conscientizar a população sobre a importância da vacinação contra a febre amarela.

2.b) O fato de que a febre amarela pode ser fatal.

2.c) “Febre amarela pode ser fatal”.

Língua e linguagem

Figuras de linguagem: eufemismo e ironia

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Reúna os estudantes em uma roda de conversa e pergunte o que eles lembram sobre a função das figuras de linguagem e quais delas eles lembram. Coloque-as na lousa e peça exemplos. Depois, questione-os sobre o emprego das figuras de linguagem no dia a dia. Diga que algumas são comuns nas conversas do nosso cotidiano. Proponha um desafio em trios, por exemplo. Oriente-os a anotar o máximo de exemplos de figuras de linguagem usadas no cotidiano que lembrarem em 2 minutos. Quem lembrar a maior quantidade vence! Por exemplo: leio muito Réui Potter (metonímia); ela é um doce (metáfora); ela passou desta para melhor (eufemismo); estou morrendo de sêde (hipérbole); fale mais alto, o vizinho ainda não ouviu (ironia)
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

1a. Chame a atenção dos estudantes também para os elementos não verbais que complementam a explicação verbal, que só fica clara no último quadrinho com a bola e os cacos de vidro.

1b. Questione os estudantes se a fórma de relatar o ocorrido ao pai mudaria a postura em relação ao castigo ou à bronca e se eles acham que a fórma como Armandinho suavizou a explicação para a quebra do vidro da janela foi eficaz.

1c. Explique aos estudantes que a escolha das palavras é um elemento fundamental para estabelecer o humor.

  • Após ler o boxe-conceito, comente com os estudantes que, em algumas situações, precisamos selecionar as palavras e/ou expressões para tratar de determinados assuntos, que podem gerar algum tipo de mal-estar no interlocutor. Nesses casos, buscamos suavizar o conteúdo daquilo que pretendemos comunicar por meio de uma figura de linguagem chamada eufemismo. O eufemismo é muito utilizado no cotidiano, uma vez que ajuda a promover a chamada “preservação da face”, ou seja, nas situações em que não devemos afrontar nosso interlocutor, a fim de manter uma relação cordial e respeitosa.

2. Com os estudantes, analise o cartaz. Pergunte qual é o slogan (Mosquito não), qual o título do cartaz (Vamos prevenirvacinaréimportante), qual o texto secundário (Febre amarela reticências da doença.), quem assina (Secretaria da Saúde). Depois, qual é a principal mensagem do cartaz e quais elementos verbais e não verbais foram utilizados para persuadir o leitor. Pergunte também quem é o público-alvo e em quais locais esse cartaz pode ter circulado.

2c. Reforce com os estudantes que as escolhas lexicais são importantes para estabelecer o efeito de sentido pretendido.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis nove éle pê zero dois

ê éfe seis nove éle pê zero três

ê éfe seis nove éle pê zero cinco

ê éfe oito nove éle pê três sete

3. Leia a tirinha a seguir.

Tirinha. Tirinha composta por quatro quadros. Apresenta como personagens: um cão de tamanho pequeno, de cor bege, focinho em preto. Um homem visto parcialmente do rosto para cima, de cabelos em castanho-claro. As cenas se passam em local aberto com árvores. Q1 – Texto: UMA HISTÓRIA TRISTE. Na parte inferior, visto de baixo para cima, árvores de troncos e folhas em verde. Q2 – Texto: O CÃO FICOU TÃO FELIZ AO VER O DONO... À esquerda, o cão com a boca aberta, onde vê-se os dois dentes dianteiros superiores e rabo mexendo. À direita, rosto do homem observando o cão. Q3 – Texto: MAS TÃO FELIZ... Na mesma posição, o cachorro com o rabo mexendo mais ainda, e língua de cor vermelha para fora. À direita, rosto do homem observando o cão. Q4 – Texto: QUE FOI EMBORA. À esquerda, o homem com a cabeça para a direita, acenando com a mão para cima. Perto dele, à esquerda e à direita, árvores verdes e ao centro, um traço de caminho e na ponta superior, o cão com a boca aberta e mexendo o rabo.

GONSALES, Fernando. Níquel Náusea. Folha de São Paulo, São Paulo, 21 junho 2022. Disponível em: https://oeds.link/685Efo. Acesso em: 22 junho 2022.

  1. O título da tirinha condiz com aquilo que se afirma no segundo e no terceiro quadrinhos?
  2. O que podemos inferir da reação do cachorro, após a afirmação de que ele ficou tão feliz a ponto de ir embora?
  3. Em que medida esse fato contribui para o humor da tirinha?

A ironia é uma figura de linguagem que consiste em expressar uma ideia oposta àquilo que realmente se quer dizer.

4. Agora, leia esta outra tirinha.

Considerando o parágrafo escrito por Calvin, por que a fala de Haroldo, no último quadrinho, pode ser considerada irônica?

Tirinha em preto e branco. Tirinha composta por quatro quadros. Apresenta como personagens: Calvin, menino pequeno de cabelos arrepiados, de camiseta com listras em preto e branco na horizontal, bermuda preta e par de tênis. Haroldo, tigre listrado em branco e preto, com focinho pequeno preto. As cenas se passam em local com uma escrivaninha e um abajur à direita dela e uma cadeira à frente. Q1 – Haroldo, à esquerda, visto da cintura para cima, de frente para a escrivaninha, com a pata esquerda sobre a cadeira. Nela, Calvin sentado, escrevendo algo sobre uma folha na mesa. Ele olha para Haroldo, à esquerda e diz: A PROFESSORA PEDIU PRA GENTE ESCREVER UM PARÁGRADO CONTANDO O QUE O PAPAI FAZ. Q2 – À esquerda, Haroldo visto em pé, segurando nas patas a folha, lê: PAPAI - O PARÁGRAFO. À direita, Calvin sentado em cadeira, onde vê-se a escrivaninha inteira e abajur. Ele olha para Haroldo e fala: O TÍTULO FICOU LEGAL, NÉ? Q3 – À esquerda, Haroldo visto da cintura para cima, ainda com a folha nas patas, continua lendo: O QUE O MEU PAI FAZ? NA MAIOR PARTE DO TEMPO, ME ENCHE O SACO. FIM À direita, Calvin, com o cotovelo sobre a mesa, mão na bochecha, olhando para Haroldo. Q4 – À esquerda, Haroldo visto da cintura para cima, com o corpo para a direita, segurando na pata direita a folha, e entregando para Calvin. Haroldo, diz: PODE SER QUE VOCÊ GANHE UM PONTO PELO PODER DE SÍNTESE. Calvin, pegando a folha, olha para Haroldo com o cenho franzido, e pergunta: O QUE MAIS EU POSSO DIZER?Tirinha em preto e branco. Tirinha composta por dois quadros. Apresenta como personagens: Calvin, menino pequeno de cabelos arrepiados, de camiseta com listras em preto e branco na horizontal, bermuda preta e par de tênis. Haroldo, tigre listrado em branco e preto, com focinho pequeno preto. As cenas se passam em local com uma escrivaninha e um abajur à direita dela e uma cadeira à frente. Haroldo, à esquerda, visto da cintura para cima, de frente para a escrivaninha, com a pata esquerda sobre a cadeira. Nela, Calvin sentado, escrevendo algo sobre uma folha na mesa. Ele olha para Haroldo, à esquerda e diz: A PROFESSORA PEDIU PRA GENTE ESCREVER UM PARÁGRADO CONTANDO O QUE O PAPAI FAZ.
Tirinha em preto e branco. Tirinha composta por dois quadros. Apresenta como personagens: Calvin e Haroldo. Haroldo, à esquerda, visto da cintura para cima, de frente para a escrivaninha, com a pata esquerda sobre a cadeira. Nela, Calvin sentado, escrevendo algo sobre uma folha na mesa. Ele olha para Haroldo, à esquerda e diz: A PROFESSORA PEDIU PRA GENTE ESCREVER UM PARÁGRADO CONTANDO O QUE O PAPAI FAZ. Q2 – À esquerda, Haroldo visto em pé, segurando nas patas a folha, lê: PAPAI - O PARÁGRAFO. À direita, Calvin sentado em cadeira, onde vê-se a escrivaninha inteira e abajur. Ele olha para Haroldo e fala: O TÍTULO FICOU LEGAL, NÉ? Q3 – À esquerda, Haroldo visto da cintura para cima, ainda com a folha nas patas, continua lendo: O QUE O MEU PAI FAZ? NA MAIOR PARTE DO TEMPO, ME ENCHE O SACO. FIM À direita, Calvin, com o cotovelo sobre a mesa, mão na bochecha, olhando para Haroldo. Q4 – À esquerda, Haroldo visto da cintura para cima, com o corpo para a direita, segurando na pata direita a folha, e entregando para Calvin. Haroldo, diz: PODE SER QUE VOCÊ GANHE UM PONTO PELO PODER DE SÍNTESE. Calvin, pegando a folha, olha para Haroldo com o cenho franzido, e pergunta: O QUE MAIS EU POSSO DIZER?

uáterson, . O melhor de Calvin. Estadão, São Paulo, 27 abril 2022. Disponível em: https://oeds.link/uwWBWy. Acesso em: 22 junho 2022.

Respostas e comentários

3.a) Não, pois, nesses quadrinhos, explora-se a aparente felicidade do cachorro, e não sua tristeza.

3.b) Que, na verdade, o cachorro não ficou tão feliz assim. Se tivesse realmente ficado feliz, não teria ido embora. Trata-se de uma ironia.

3.c) O humor da tirinha reside justamente nessa quebra de expectativa, uma vez que o segundo e o terceiro quadrinhos dão a entender que, pela lógica, o cachorro não iria embora de tanta “felicidade”.

4.• Porque, pelo texto escrito, provavelmente Calvin não vai ganhar sequer um ponto, pois a “síntese” a que se refere Haroldo não é um aspecto positivo nesse caso.

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

3. Nessa tirinha, percebemos que o cartunista, para transmitir uma mensagem, acabou se valendo de um recurso que consiste em afirmar o contrário daquilo que se esperava. No caso, o cachorro ficou “tão feliz” que acabou fugindo, o que aparentemente vai contra a lógica estabelecida no segundo e no terceiro quadrinhos. A essa figura de linguagem damos o nome de ironia.

3c. Na tirinha, há uma quebra de expectativa provocada pelo jogo construído pelos elementos verbais e não verbais. Leve os estudantes a perceberem esses elementos analisando a tirinha, como ela é narrada, as expressões e ações dos personagens, por exemplo.

Ao ler o boxe-conceito, comente com os estudantes que a ironia é muito presente em textos como charges e cartuns, dado o poder de crítica que essa figura de linguagem apresenta.

OS POVOS ORIGINÁRIOS EM VERSOS

Ícone. Atividade oral.

O rio Solimões virou verso pelo olhar de Márcia Wayna Kambeba. Você sabe quem é essa poetisa? Você conhece o povo Omágua/Kambeba?

1. Leia um trecho de “A literatura e o ativismo indígena – entrevista com Márcia Wayna Kambeba”.

reticências

2- Fale-nos como é ser uma mulher Omágua/Kambeba na luta pela visibilidade e direitos aos povos indígenas via literatura.

Ser mulher Omágua e estar na literatura é desafiador. Escrever memórias, narrativas contadas pelos mais velhos reticências, é tarefa das mais sublimes porque marca em mim a identidade que carrego. Precisamos informar, ecoar, marcar o lugar do saber em nós, compreendendo que somos parte integrante de uma nação. E precisamos de mais e mais parentes escrevendo. A arte que os povos fazem na cidade nas várias linguagens é um ativismo. Aplausos são bons, mas a visibilidade tem que ser da causa, da luta, e poucos na cidade entenderão a nossa luta por esse olhar. Por isso nos rotulam de artistas indígenas, até somos, mas gostamos mesmo de ser ativistas indígenas.

reticências

Fotografia. Uma mulher vista dos ombros para cima, de frente para tronco de árvore em marrom. Ela tem pinturas em vermelho nas bochechas, cabelos longos escuros e sobre a cabeça, uma coroa de folhas em verde. Ela olha para frente sorrindo, com o braço direito e cotovelo no tronco a frente e segurando um tronco fino na mão esquerda, na vertical, em marrom. Em segundo plano, arvores e vegetação densa.
Ao falar dos povos indígenas, Márcia está falando de sua própria história.

DORRICO, Julie; GALVÃO, Demetrios. A literatura e o ativismo indígena – entrevista com Márcia Kambeba. Revista Acrobata, Teresina, 13 abril 2020. Disponível em: https://oeds.link/PJH500. Acesso em: 18 junho 2022.

  1. Você concorda com a autora de que escrever memórias marca a identidade de quem escreve? Por quê?
  2. Na sua opinião, a arte é uma fórma de ativismo?
  3. Para você, respeitar a identidade de cada pessoa é uma fórma de respeito à diversidade cultural? Por quê?
  4. Você acha importante discutir a cultura dos povos indígenas e o lugar atual dos povos originários? Por quê?
Respostas e comentários

1.a) a d) Respostas pessoais. Ver orientações didáticas.

Os povos originários em versos

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Inicie esta atividade contextualizando alguns elementos que irão contribuir para a compreensão leitora. Pergunte onde fica o rio Solimões e traga algumas informações para os estudantes sobre a região. Essa dupla de páginas pode ser feita em parceria com o professor de Geografia.
  • Comente que Márcia é indígena, do povo Omágua/Kambeba no Alto Solimões (ei ém), e mora em Belém, no Pará. Além de mestra em Geografia, é escritora, poetisa, compositora, fotógrafa e ativista. Viaja pelo Brasil e outros países da América Latina para levar seu trabalho e discutir a importância dos povos indígenas e o lugar dos povos originários na atualidade.
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

1. Peça aos estudantes que façam primeiro uma leitura silenciosa, para ter uma compreensão geral do texto. Depois, proponha uma leitura compartilhada, a fim de que seja possível parar em alguns pontos para fazer inferências.

1a a 1c. Disponha os estudantes em uma roda de conversa para que possam comentar o trecho da entrevista e responder oralmente às questões propostas, abrindo oportunidade para a discussão. Converse com eles sobre as marcas deixadas por quem escreve não apenas em relação à identidade, mas ao que acredita e aos valores que carrega.

1b. Comece pela reflexão do que é arte e do que é ativismo, o que eles entendem sobre esses dois temas, para que possam perceber se há ou não a possibilidade de enxergar a arte como um ativismo. Por fim, questione o que é diversidade cultural e por que temos de respeitá-la, para que possam responder à pergunta de fórma crítica e reflexiva.

1d. Comente com os estudantes que povos originários são os descendentes dos primeiros habitantes de uma região ou localidade. No caso do Brasil, os povos originários são aqueles que estavam aqui antes da chegada dos europeus, ou seja, os povos indígenas, com suas culturas, línguas e organizações políticas e sociais. Para aprofundar o assunto, leia a matéria indicada em Para ampliar.

Esta é uma boa oportunidade para trabalhar os TCT Diversidade cultural e Educação para a valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras, bem como os ó dê ésse 4 Educação de qualidade; 5 Igualdade de gênero; e 10 Redução das desigualdades.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis nove éle pê quatro quatro

ê éfe seis nove éle pê quatro oito

ê éfe oito nove éle pê três três

ê éfe oito nove éle pê três sete

  1. Você vai, primeiro, ouvir o poema de Márcia sobre o rio Solimões para depois lê-lo. Concentre-se apenas nas palavras proferidas.
  2. Agora, leia o poema e responda às perguntas no caderno.

Os filhos das águas do Solimões

A água é a mãe que sustenta,

A vida que nasce como flor

Alimenta a planta e o ser vivente,

É estrada onde anda o pescador.

 

Na enchente, vem veloz e furiosa,

Derrubando ribanceiras, destruindo a plantação,

Afeta a vida do indígena e ribeirinho,

é um ciclo, que se renova a cada estação.

 

Na vazante o rio quase some.

A praia começa a surgir,

A água, agora bem calminha,

Não tem fôrças para a roça destruir.

 

Nas margens de um rio em formação,

Vive um povo que a água fez nascer,

Em um parto de dor e emoção,

A VÁRZEA, o Kambeba escolheu pra viver.

 

Mas em um contato fatal,

Com um povo mais socializado,

Fez dos herdeiros das águas,

Um povo desaldeado,

 

Tomando seu solo sagrado,

Sem dor, piedade ou compaixão,

Os Kambeba foram escravizados,

Apresentados à “civilização”.

Exploraram a sua fôrça,

Forjando uma falsa proteção.

KAMBEBA, Márcia Wayna. Os filhos das águas do Solimões. In: KAMBEBA, Márcia Wayna. Ay Kakyri Tama (Eu moro na cidade): poemas e crônicas. Manaus: Grafisa Gráfica e Editora, 2013. página 47.

  1. Que mensagem o poema transmitiu a você?
  2. Quem são os filhos das águas do Solimões citados no título?
  3. No poema, há uma personificação. Identifique-a.
  4. Que relação o poema estabelece entre os Kambeba e o povo ribeirinho?
  5. O eu lírico começa exaltando a água e, logo depois, fala de sua fôrça na enchente e a destruição que pode causar. Isso é uma contradição? Que significado essa consideração agrega ao poema?
  6. Que ruptura na história dos Kambeba há no poema?
  7. Que efeito de sentido produz o termo “civilização” entre aspas?
Respostas e comentários

3.a) Resposta pessoal.

3.b) Os Kambeba e os povos ribeirinhos.

3.c) Há a personificação da água: “A água é a mãe que sustenta reticências”.

3.d) Ambos moram à beira do Solimões e têm suas vidas afetadas pelas cheias e vazantes do rio.

3.e) Sim, é uma contradição, pois a mesma água que traz vida, alimento e serve de meio de transporte pode devastar plantações e casas.

3.f) O encontro com um povo mais socializado, que tomou suas aldeias e os escravizou.

3.g) Espera-se que os estudantes possam perceber a ironia em “apresentados à ‘civilização’”, dando a entender que um povo civilizado não iria tomar a terra do outro e escravizá-lo.

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  1. Antes de colocar o áudio para os estudantes ouvirem o poema, explique a atividade: eles devem apenas ouvir, ou seja, ouvir e deixar que o poema faça o resto, que desperte neles sentimentos e emoções. Esse é um momento de fruição, eles não devem se preocupar com nada além de aproveitar o poema. Diga também que, depois de ouvir, eles terão um tempo para pensar sobre o poema, ter as próprias impressões e entender os sentimentos e emoções causados. É importante que esse seja apenas um momento de ouvir por prazer, sem a obrigação de ter de realizar alguma tarefa depois. Deixe-os aproveitar o momento.
  • Toque o áudio com o poema recitado por Márcia Wayna Kambeba em 21 de março de 2015, disponível em: https://oeds.link/kKsieK. Acesso em: 11 junho 2022.
  • Caso não seja possível, recite o poema. Peça aos estudantes que fechem os livros. Procure proporcionar um momento de fruição.

3. Solicite aos estudantes que leiam o poema. As atividades da questão 3 podem ser feitas em duplas para que os pares possam discutir e chegar a uma resposta em comum. Após a leitura, pergunte se o que entenderam sobre o poema durante a atividade 2 continua igual ou se compreenderam agora de outra maneira ou com mais profundidade.

3b. Espera-se que os estudantes tenham realizado uma escuta ativa e uma leitura atenta do poema e sejam capazes de responder à questão, que exige uma localização de informação explícita.

3c. Caso haja necessidade, retome com os estudantes o conceito de personificação.

3e. Complemente a pergunta: Como a enchente e a vazante são vistas pelo eu lírico? (Como um ciclo que se renova a cada estação.)

3f. Complemente a pergunta: Como foi esse encontro? (Nada pacífico ou amoroso, como mostram os dois últimos parágrafos.)

Para ampliar

QUEM SÃO. Mirim Povos Indígenas Brasil, [sem local], cê dois mil e vinte e dois. Disponível em: https://oeds.link/aqFKsq. Acesso em: 13 julho 2022.

ORTOGRAFIA

A cêrca de, há cêrca de, acerca de, cêrca de

Responda às questões no caderno.

1. Leia a tirinha.

Tirinha. Tirinha composta por três quadros. Apresenta como personagens: Armandinho, menino de cabelos azuis, camiseta branca, bermuda laranja, com uma faixa na cabeça em tons de amarelo e azul e uma pena branca. Pai de Armandinho, visto da cintura para baixo de calça azul e sapatos em azul-escuro. Sapinho de cor verde, de olhos e boca em preto ao centro. Q1 – À esquerda, pai de Armandinho virado para a direita, ao centro, sapinho com os olhos abertos para cima e sorrindo, olhando para Armandinho à direita. Armandinho está com um livro aberto nas mãos, com o corpo para a esquerda e fala: NOSSO IDIOMA OFICAL É O PORTUGUÊS... Q2 – O sapinho continua olhando para Armandinho, com a boca fechada e Armandinho, continua lendo: ...MAS MAIS DE 270 LÍNGUAS INDÍGENAS AINDA SÃO FALADAS NO PAÍS... Q3 – À esquerda, o pai de Armandinho com o corpo para a direita, ao centro, o sapinho com a boca para baixo. À direita, Armandinho em pé, com o corpo para a esquerda, segurando nas mãos o livro, olhando para frente, cita: ...DAS CERCA DE 1.300 QUE ERAM FALADAS NA ÉPOCA DE CABRAL...

BECK, Alexandre. Armandinho. [sem local], 19 abril 2015. feicibúk: Armandinho. Disponível em: https://oeds.link/0E4Z0t. Acesso em: 20 junho 2022.

  1. No último quadrinho, o que a expressão de Armadinho revela?
  2. Por que ele tem essa reação?
  3. O que significa a expressão “cêrca de”, que aparece na fala do garoto?

2. A seguir, leia o trecho de uma matéria sobre a influência cultural indígena no cotidiano dos paraenses.

reticências

Tomar um açaí com farinha e peixe assado e depois deitar em uma rede, qual o paraense que nunca fez isso? Algo tão comum e enraizado nos costumes de quem vive na parte de cima do Brasil, é uma herança dos povos indígenas. A cultura indígena está presente no nosso cotidiano, seja no nosso vocabulário, hábitos, músicas, danças e também no conhecimento do poder medicinal das plantas.

Abril é um mês de visibilidade para os Povos Indígenas, mas que não fique apenas em um mês do ano. E não, os Povos Indígenas não estão em um mundo paralelo ou parados no tempo, em séculos passados. Estão nas cidades, nas aldeias, nas universidades, nas escolas, conquistando espaços e compartilhando vivências. A luta por valorização, reconhecimento, direitos e principalmente respeito pelas tradições, cultura e vida indígena precisa ser vista como prioridade em debates acerca da origem da história do país. Suas práticas culturais estão em nosso dia a dia.

reticências

BERSA, Aline. Na semana dos Povos Indígenas, vamos conhecer um pouco mais sobre a influência cultural indígena no nosso cotidiano. TV Liberal, Belém, 19 abril 2021. Disponível em: https://oeds.link/2fYgKF. Acesso em: 20 junho 2022.

Respostas e comentários

1.a) Revela espanto, surpresa.

1.b) Certamente pela informação de que restaram apenas 270 das 1.300 línguas indígenas aqui faladas na época de Cabral.

1.c) Significa “aproximadamente”.

Ortografia

A cêrca de, há cêrca de, acerca de, cêrca de

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Questione os estudantes sobre a importância da ortografia na escrita. Permita que exponham suas considerações para a construção coletiva de hipóteses. Interfira caso acredite ser necessário.
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

1a e b. Peça aos estudantes que analisem os elementos não verbais da tirinha e observem se eles complementam os elementos verbais. Depois, pergunte o que acham da reação de Armandinho sobre o número atual de línguas indígenas ainda faladas no país em relação ao número da época de Cabral.

1c. Chame a atenção para o número que vem após cêrca de, um número redondo, aproximado, não exato.

2. Solicite a leitura do trecho da matéria pelos estudantes, no primeiro momento, de fórma silenciosa e atenta. No segundo, realize a leitura compartilhada, com a ajuda de um ou dois voluntários, e faça pausas para explicar algum aspecto que considerar importante.

2a. Pergunte a opinião deles sobre o fato de a visibilidade dos povos indígenas não ser restrita a apenas um mês e se concordam ou não com o argumento apresentado pela autora e por quê. Oriente os estudantes a utilizar argumentos que validem a posição que assumirem.

2b. Dê exemplos de palavras de origem indígena aos estudantes. Na culinária: abacaxi, açaí, amendoim, caju, cajá, macaxeira, mandioca Na fauna: arara, araponga, capivara, cupim, jacaré, jiboia Na toponímia: Amapá, Curitiba, Grajaú, Paraíba, Piauí, Ubatuba

  • Com relação à influência indígena no português brasileiro, veja as indicações de leitura em Para ampliar.
  • No boxe-conceito, ao explicar acerca de, relembre que a locução prepositiva são duas ou mais palavras que desempenham a função de preposição.
  • Mostre aos estudantes que as expressões a cêrca de e cêrca de guardam a mesma ideia de aproximação presente em cêrca de. O que muda é a relação que estabelecem com o passado e com o futuro. No caso de cêrca de, isso ocorre em virtude da presença do verbo haver impessoal, que denota tempo transcorrido.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis nove éle pê zero três

ê éfe seis nove éle pê zero cinco

ê éfe zero nove éle pê zero quatro

  1. Segundo o texto, a visibilidade dos povos indígenas não deve se restringir a apenas um mês. Que argumento a autora utiliza para defender esse ponto de vista?
  2. A autora menciona a influência indígena no vocabulário. Que exemplos dessa influência você conhece?
  3. Qual é o significado da expressão “acerca da”, utilizada no texto?

Dada a semelhança entre as expressões a cêrca de, cêrca de, acerca de e cêrca de, é comum haver dúvidas na hora da escrita. No entanto, é preciso ter em mente que cada uma tem um significado, e precisamos conhecê-los para evitar problemas na comunicação e no entendimento do leitor.

  • A cêrca de: refere-se a uma distância aproximada, que pode ser em relação ao espaço ou ao tempo futuro. Exemplos: Estamos a cêrca de seis meses do fim do ano./A biblioteca está a cêrca de quinhentos metros de distância.
  • cêrca de: a expressão refere-se a algo que ocorreu no passado, em um tempo aproximado. Exemplo: As regras mudaram cêrca de um ano.
  • Acerca de: locução prepositiva que equivale a “sobre” ou “a respeito de”. Exemplo: A professora falou acerca dos problemas da turma.
  • cêrca de: a expressão significa “aproximadamente”. Exemplo: cêrca de dez alunos já estavam na sala.

3. Escreva as frases completando-as com a cêrca de, cêrca de, acerca de ou cêrca de.

a.

duzentas pessoas compareceram ao show ontem.

b. O conflito que estamos estudando ocorreu

cem anos.

c. Na semana passada, discutimos

línguas indígenas que ainda são faladas no Brasil.

d. O escritório fica

dois quilômetros da avenida principal.

e.

dez anos, meu irmão mais velho retornou de sua viagem à América Central.

f. Aquele pequeno munícipio, consideravelmente afastado do centro, tem

quinhentos habitantes.

g. Os textos

direitos indígenas serão discutidos na próxima aula.
Respostas e comentários

2.a) A autora relembra a importância dos indígenas para a história do Brasil e, por conseguinte, para a identidade do povo brasileiro, uma vez que seus costumes fazem parte de nosso cotidiano.

2.b) Resposta pessoal. Ver orientações didáticas.

2.c) Significa “sobre”.

3.a) cêrca de. b) há cêrca de. c) acerca das. d) a cêrca de. e) Há cêrca de. f) cêrca de. g) acerca dos.

  • ATIVIDADES COMPLEMENTARES
  • Para aprofundar a discussão sobre as línguas indígenas no Brasil, indicamos os textos de Para ampliar.
  • Solicite a leitura de um desses textos (ou dos três, dividindo a sala em grupos) e promova uma discussão posterior acerca do passado linguístico do Brasil, bem como da atual situação das línguas indígenas.

Para ampliar

ABDALA, Vitor. Brasil tem cinco línguas indígenas com mais de 10 mil falantes. Agência Brasil, Rio de Janeiro, 11 dezembro 2014. Disponível em: https://oeds.link/zrzv4H. Acesso em: 17 julho 2022.

ABDALLA, Vitor. Tupi deu importantes contribuições ao português. Agência Brasil, Rio de Janeiro, 11 dezembro 2014. Disponível em: https://oeds.link/uroEpl. Acesso em: 17 julho 2022.

SANTANA, Caio. Um Brasil de 154 línguas. Jornal da Universidade de São Paulo, São Paulo, 10 janeiro 2020. Disponível em: https://oeds.link/vV4MUR. Acesso em: 17 julho 2022.

SILVEIRA, Tamires Batista. Influência do Tupi na língua portuguesa falada no Brasil. Espaço do Conhecimento ú éfe ême gê, Belo Horizonte, [sem data]. Disponível em: https://oeds.link/rcQ4qF. Acesso em: 20 junho 2022.

Para observar e avaliar

Aproveite a atividade 3 para observar se os estudantes compreenderam quando empregar as expressões. Caso ainda apresentem dificuldades de compreensão, proponha um trabalho em duplas ou em trios de pesquisa em jornais ou revistas, impressos ou on-lines.

Para a pesquisa, disponibilize jornais e revistas impressos ou leve-os até o laboratório de informática, por exemplo, para que possam pesquisar e selecionar o material. Oriente-os a consultar publicações apenas de sites confiáveis.

Oriente-os a procurar pelas expressões nos textos, escolhendo dois exemplos de cada. Durante a atividade, circule pela sala de aula para apoiá-los caso tenham dúvidas.

Com esses exemplos, eles devem fazer um cartaz para apresentar à turma e explicar o uso de cada uma das expressões de acordo com o que aprenderam.

A VOZ DO AUTOR

Cora Coralina

Fotografia em preto e branco. Uma senhora vista dos ombros para cima, corpo para a direita. Ela tem cabelos brancos penteados para trás, em coque, de blusa por dentro clara e casaco por cima escuro. A senhora olha para a direita e tem várias rugas e linhas de expressão na testa e rosto.

Nome:

Anna (Ana) Lins dos Guimarães Peixoto Bretas; pseudônimo: Cora Coralina.

Profissão:

Poetisa e contista.

Nascimento:

20 de agosto de 1889, na cidade de Goiás, estado de Goiás.

Falecimento:

10 de abril de 1985, em Goiânia, estado de Goiás.

1. Leia este trecho de uma matéria sobre Cora Coralina.

As raízes de Cora

Documentário poético resgata a história de vida da poeta e doceira

Essa é a história da menina feia da Ponte da Lapa. Da menina triste e nervosa, amarela de rosto empalamadoglossário e pernas moles, que tinha duas irmãs lindas e que poderia ter sido amada por ser a caçula, mas então veio mais uma e ocupou seu lugar. Ficou sozinha, fechada em seu mundo imaginário. A menina é Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, nascida na cidade de Goiás em 1889 e rebatizada, por ela mesma, já aspirante a poeta, como Cora Coralina.

Ao longo de seus 95 anos de vida – de muito trabalho, garra e coragem e de alguma alegria –, Cora carregou essa menina ao seu lado, e quando começou a escrever mais sistematicamente e a publicar seus livros, já mais velha, lá estavam a garota, a casa da infância, que foi a casa da velhice, as memórias – tudo o que ela viu, sentiu, viveu neste quase um século, e que não foi pouco.

RODRIGUES, Maria Fernanda. As raízes de Cora. Caderno 2, cê um . Estadão, São Paulo, 14 dezembro 2017.

Respostas e comentários

A voz do autor

Cora Coralina

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Neste A voz do autor, o objetivo é que os estudantes conheçam um pouco mais sobre Cora Coralina e percebam a importância da sua contribuição para a literatura e a cultura brasileiras. No início, retome com os estudantes o que já comentaram sobre os poemas e a autora nas atividades da página 17. Leia o quadro bibliográfico e chame a atenção para a data de nascimento da autora, traçando um paralelo de quando ela começou a escrever e como os temas de seus poemas continuam atuais. Pergunte a eles por que acham que isso acontece.
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  1. Leia com os estudantes o trecho da matéria. Ao ler o título, pergunte sobre o que eles acham que o texto trata, levando-os a perceber a escolha do termo "raízes" para indicar ao leitor a referência ao começo, quando Cora ainda era menina, o que se confirma logo em seguida, no primeiro parágrafo. Quanto ao título auxiliar, ele acrescenta uma profissão que talvez nem todos os estudantes conheçam: doceira. Chame a atenção para os adjetivos utilizados para falar de Aninha: “menina feita da Ponte da Lapa; menina triste e nervosa, amarela de rosto empalamado e pernas moles; sozinha e fechada em um mundo imaginário”. Pergunte qual foi a intenção da autora da matéria ao utilizar uma inversão para iniciar o segundo parágrafo. Ouça as respostas e complemente, se necessário, enfatizando que o foco não se restringe aos 95 anos que Cora Coralina viveu, mas também como ela os viveu: com “muito trabalho, garra e coragem e alguma alegria”. Questione o que “carregou essa menina ao seu lado” significa na obra e na vida de Cora Coralina (que a Aninha da infância continuava presente durante toda a sua trajetória de vida e isso é refletido em seus poemas e em sua vida com as lembranças da infância).

Continue fazendo perguntas que os levem a perceber como todos esses elementos da infância, da casa, da família, da cidade, do trabalho (doces) estão presentes na temática de seus poemas, criando uma intertextualidade e sendo um dos motivos de seus poemas continuarem atuais.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis nove éle pê quatro quatro

ê éfe oito nove éle pê dois quatro

ê éfe oito nove éle pê três dois

Ícone. Atividade oral.
  1. Como Cora Coralina se via na infância?
  2. Para você, qual é a importância dela para a literatura brasileira?
Ícone. Atividade em grupos.
  1. Em grupos, pesquisem mais sobre Cora Coralina para descobrir, entre outras coisas:
    1. a importância dessa menina que a poetisa “carregou ao seu lado” por toda a sua vida, bem como as referências da infância;
    2. como foi a vida de Cora Coralina e sua trajetória literária;
    3. como as receitas fizeram parte da vida da poetisa.
Fotografia em preto e branco. Uma senhora vista dos ombros para cima. Cabelos brancos penteados para trás, blusa branca por dentro e casaquinho por cima escuro com bolinhas brancas. Ela tem a mão direita para cima, olhos escuros e leve sorriso. No rosto dela, linhas de expressão e rugas.
Cora Coralina.

3. Apresentem oralmente os resultados da pesquisa. Vocês podem usar imagens, slides e cartazes para ilustrar a apresentação.

Para ampliar

Museu Casa de Cora Coralina

A página do museu encanta o visitante com o acervo da poetisa e uma vasta galeria. Para fazer um tour virtual pelo museu, acesse o link. Disponível em: https://oeds.link/VR3Bax. Acesso em: 15 junho 2022.

Lembranças de Aninha. Cora Coralina. São Paulo: Global, 2021.

Esse livro inédito transporta o leitor para a infância de Aninha no interior de Goiás. Conforme a leitura avança, descortina-se um tempo distante em um cenário rural e cheio de tradições.

Capa de livro. Fundo em bege-claro e ao centro, um ninho redondo, de palha de cor bege, de forma arredondada. Na parte superior, título e nome de autora. Na parte inferior, à direita, logotipo da editora.
Respostas e comentários

1.a) Como uma menina feia, triste, nervosa, amarela de rosto empalamado e pernas moles.

1.b) Resposta pessoal.

2.a) a c) Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes descubram que a vida de Cora Coralina foi de muito trabalho e dificuldades, mas ela teve garra, coragem, resiliência e esperança.

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  1. Organize os grupos e oriente-os onde realizar a pesquisa. Eles podem pesquisar na biblioteca da escola, por exemplo, ou on-line. Combine com eles quanto tempo cada grupo terá para as apresentações e quais recursos de apoio eles podem usar.

Auxilie-os também a como selecionar o material e a fazer a curadoria do que for interessante apresentar respondendo aos três itens propostos e outras curiosidades que descobrirem ao longo da pesquisa.

Para ampliar

CORA Coralina. YouTube: Museu Cora Coralina, 9 dezembro. 2015. Disponível em: https://oeds.link/7xsaPu. Acesso em: 16 junho 2022.

  • ATIVIDADES COMPLEMENTARES
  • Aproveite o documentário para trabalhar a intertextualidade e acrescente outros elementos fazendo o tour virtual no museu ou apresentando a entrevista indicada em Para ampliar. Caso não seja possível assistir aos vídeos propostos durante a aula, solicite aos estudantes que os assistam como tarefa para casa. Nesse caso, você pode propor uma sala de aula invertida, pedindo que assistam em casa antes da aula e tomem notas do que considerarem interessante, de comentários e de dúvidas. Ao assistir ao vídeo em casa, os estudantes podem convidar os familiares para assistirem juntos e comentarem suas impressões e o que mais gostaram sobre a vida e a obra da poetisa.

EU VOU APRENDER Capítulo 2

Heroínas brasileiras

Capa e contracapa de livro. À esquerda, página de cor bege com o texto Úrsula, romance original brasileiro, por uma maranhense. À direita, em toda a página, uma mulher vista dos ombros para cima, com o corpo para a esquerda. Ela tem cabelos pretos, crespos para trás em coque, sobrancelhas finas, olhos pretos, nariz um pouco largo e par de argolas douradas nas orelhas. A mulher usa roupa de gola em amarelo.
A professora e escritora Maria Firmina dos Reis é autora do primeiro romance abolicionista brasileiro, lançado em 1860.
Ícone. Atividade oral.
  1. Você já ouviu falar em Maria Firmina dos Reis? Se sim, comente o que sabe sobre ela.
  2. Observando a legenda da imagem, você acha que ela teve um papel importante para a literatura brasileira? Por quê?
  3. Leia este texto sobre Maria Firmina.

Maria Firmina dos Reis é considerada a primeira romancista brasileira, e também fazia composições musicais e poemas. Nasceu em 1822 na ilha de São Luís (Maranhão) e mudou-se ainda criança para São José de Guimarães, onde começou a estudar de fórma autodidata. Aos 25 anos, tornou-se a primeira professora concursada do estado do Maranhão. Enquanto trabalhava, Maria Firmina escrevia Úrsula, publicado em 1859 como primeiro romance abolicionista e primeiro romance escrito por uma mulher negra no Brasil. Em 1880, aposentou-se e fundou uma escola gratuita para meninos e meninas no povoado de Maçaricó, que seria fechada mais tarde devido ao machismo daquela época. Maria Firmina continuou atuando como ativista na campanha abolicionista e escrevendo obras antiescravistas até o seu falecimento, em 1917, no município de Guimarães.

ARRAES, Jarid. Heroínas negras brasileiras em 15 cordéis. São Paulo: Seguinte, 2020. página 113.

Respostas e comentários

1 a 3.a). Respostas pessoais. Ver orientações didáticas.

Eu vou aprender

Heroínas brasileiras

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Disponha os estudantes em uma roda de conversa para discutir quem eles consideram heroínas brasileiras e por quê. Ouça as respostas e, se achar necessário, complemente-as.
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  1. Complemente as respostas dos estudantes comentando a vida e a luta de Maria Firmina na época em que viveu. Veja as indicações em Para ampliar.
  2. Leia o texto com os estudantes. Ao final, pergunte o que eles acharam dessa pequena biografia de Maria Firmina e seu papel na literatura e na cultura brasileiras. Chame atenção para o título do livro de onde o texto foi retirado e a autora.

Converse com os estudantes sobre a autora do cordel e sobre o livro que conta, por meio de cordéis, a vida e a obra das representantes negras brasileiras nas diversas áreas e a importância de toda a população conhecer os feitos dessas mulheres incríveis que a história deixou escondidas até hoje. Chame a atenção para a educação como meio libertador. Leia a matéria sobre o livro indicada em Para ampliar. Trabalhe esse assunto chamando a atenção para os TCT Diversidade Cultural e Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras, bem como os ó dê ésse 10 Redução das desigualdades, 4 Educação de qualidade, 5 Igualdade de gênero.

Para ampliar

D’ANGELO, Helô. Quem foi Maria Firmina dos Reis, considerada a primeira romancista brasileira. Revista Cult, UOL, 10 novembro 2017. Disponível em: https://oeds.link/v0uDMY/. Acesso em: 17 julho 2022.

MEMORIAL de Maria Firmina dos Reis. [sem local], cê dois mil e vinte e dois. Disponível em: https://oeds.link/HxyrBb. Acesso em: 17 julho 2022.

MACIEL, Suelen; COSTA, Vicente. Maria Firmina dos Reis – Leia autoras negras! Sesc-Rio, Rio de Janeiro, 13 maio 2021. Disponível em: https://oeds.link/aeB8nh. Acesso em: 17 julho 2022.

SILVA, Alen das Neves; SANTOS, Bruna Carla dos. Seis páginas da memória negra feminina: os Cordéis de Jarid Arraes. Literafro, Belo Horizonte, 26 março 2020. Disponível em: https://oeds.link/VXwfb0. Acesso em: 16 junho 2022.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis nove éle pê dois um

ê éfe seis nove éle pê quatro quatro

ê éfe seis nove éle pê quatro oito

ê éfe seis nove éle pê quatro nove

ê éfe seis nove éle pê cinco três

ê éfe seis nove éle pê cinco cinco

ê éfe oito nove éle pê três dois

ê éfe oito nove éle pê três três

ê éfe oito nove éle pê três sete

  1. As hipóteses que você formulou na atividade 2 se confirmaram após a leitura do texto? Explique.
  2. Em vários aspectos de sua vida, Maria Firmina foi precursora. Quais deles são contados no texto?

4. Agora, leia um trecho de um cordel sobre Maria Firmina.

Maria Firmina dos Reis

Maria Firmina dos Reis

De mulata foi chamada

Mas renego esse termo

Pra gente miscigenada

Reconheço-a como negra

Sendo assim bem nomeada.

 

Foi nascida em São Luís

No estado do Maranhão

Dia onze de março

No país, a escravidão

mil oitocentos e vinte e dois

No Nordeste da nação.

 

Apesar do seu registro

De bastarda carimbada

Sofreu muito preconceito

Por não ser endinheirada

E foi na dificuldade

Que se fez iluminada.

 

Para ter vida melhor

Com a tia foi morar

Sempre muito esforçada

Conseguiu se educar

Pois sabia da importância

Que existe em estudar.

 

Tinha assim vinte e cinco anos

Quando foi ela aprovada

Para vaga numa escola

Onde muito dedicada

Excelente professora

Foi por todos registrada.

 

Só que Maria Firmina

Tinha livre o coração

Defendendo com clareza

Que acabasse a escravidão

Para ela o ideal

Era a certa abolição.

 

Uma fórma que encontrou

Pra política exercer

Foi na arte literária

Que ela veio a escrever

Contos, livro e poesia

Tudo pronto pra se ler.

reticências

 

De Úrsula chamou

Seu romance publicado

E na História brasileira

O seu nome está gravado

Como sendo a pioneira

Desse gênero citado.

Respostas e comentários

3.b) Primeira professora concursada do estado do Maranhão, escreveu o primeiro romance abolicionista e primeiro romance escrito por uma mulher negra no Brasil, fundou a primeira escola gratuita para meninos e meninas no povoado de Maçaricó.

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  1. Inicie a atividade explorando o que é o cordel, a partir do que os estudantes já sabem. Ouça as respostas e complemente se for necessário. Depois, questione-os sobre as principais características e o contexto de produção e circulação.

Proponha aos estudantes que, em duplas, leiam esse trecho de cordel. Eles podem se revezar, cada um lê uma estrofe. Lembre-os de observarem o ritmo, a melodia durante a leitura. Peça que leiam em um tom de voz moderado para não atrapalhar as outras duplas. Se for possível, faça essa atividade em um espaço aberto, como o pátio da escola, para que eles possam explorar outros locais como lugares também de aprendizados.

Colagem. Ao centro, rosto de pessoa em preto e branco, de cabelos escuros penteados para trás, nariz fino e lábios grossos. Ao redor do rosto, vários elementos, da esquerda para a direita girassóis, pássaro preto, flor de pétalas vermelhas: flores de pétalas rosa, uma bandeira, livro aberto, girassóis, duas mãos dadas, um espelho, um pássaro voando em preto, uma pena de escrever. Abaixo do rosto, a palavra MARIA formada por letras como recortes de revista. Em segundo plano, pautas musicais, grafismos em laranja, preto, branco e vermelho.

A primeira romancista

Que foi negra e nordestina

Soube usar com esperteza

O fulgor da sua sina

Trabalhou suas palavras

Mesmo sendo clandestina.

 

Porque de dificuldades

Sua vida foi inteira

Até mesmo pseudônimo

Foi sua opção primeira

Como “Uma maranhense”

Assinou sua trincheira.

 

Em suas obras literárias

Ela sempre demonstrou

O seu abolicionismo

Que na escrita assinalou

E a sua origem negra

Com certeza que honrou.

reticências

 

Ela foi tão importante

Para outras instigar

E a mim muito emociona

Quase ao ponto de chorar

Quando penso em sua vida

Quero assim compartilhar.

 

Porque graças a Firmina

Hoje temos esse espelho

Da mulher negra escritora

E que publicou primeiro

Um livro abolicionista

Como mais belo centelho.

reticências

ARRAES, Jarid. Maria Firmina dos Reis. In: ARRAES, Jarid. Heroínas negras brasileiras em 15 cordéis. São Paulo: Seguinte, 2020. página 107-111.

Respostas e comentários
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  • Durante a leitura, circule pela sala de aula e veja como as duplas estão fazendo a leitura. Comente em alguns momentos as escolhas lexicais, as vozes que aparecem no poema e se há intertextualidade.
  • Concluída a leitura, proponha que as duplas conversem sobre o que compreenderam do texto, expondo suas primeiras impressões. Peça-lhes que falem sobre a temática abordada, a linguagem, os personagens, as pontuações. É importante também orientá-los a observar a imagem, pedindo a eles que tentem associar o conteúdo à ilustração: Que elementos estão presentes na imagem? Você acha que ela dialoga com o texto?
  • Convide também os estudantes a ler a fonte de onde o texto foi extraído. Leve-os a criar o hábito de conferir as referências, perguntando quais informações podem ser encontradas nesta parte: nome do autor, título do livro, cidade de publicação, editora, ano e, neste caso, o número de páginas.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis nove éle pê dois um

ê éfe seis nove éle pê quatro quatro

ê éfe seis nove éle pê quatro seis

ê éfe seis nove éle pê quatro oito

ê éfe seis nove éle pê quatro nove

ê éfe seis nove éle pê cinco três

ê éfe seis nove éle pê cinco quatro

ê éfe seis nove éle pê cinco cinco

ê éfe oito nove éle pê três dois

ê éfe oito nove éle pê três três

ê éfe oito nove éle pê três sete

COMPREENSÃO TEXTUAL

Responda às questões no caderno.

Ícone. Atividade oral.
  1. Ao ler esse trecho do cordel, o que você sentiu? Comente.
  2. O que é um cordel? Explique com suas próprias palavras.
Ícone. Atividade em dupla.
  1. Qual é a temática do cordel?
  2. Com que intenção ele foi escrito?
  3. Pelo cordel, conseguimos ter uma ideia de quem foi Maria Firmina? Explique.
  4. O eu lírico se sente inspirado por Maria Firmina? Em que partes podemos perceber isso?
  5. Nos versos “Hoje temos esse espelho / Da mulher negra escritora”, o que o termo espelho significa?

Na mesma estrofe que contém esses versos, há uma comparação. Qual?

8. Releiam esta estrofe.

Apesar do seu registro

De bastarda carimbada

Sofreu muito preconceito

Por não ser endinheirada

E foi na dificuldade

Que se fez iluminada.

  1. O que a expressão destacada significa?
  2. O que podemos entender dos dois últimos versos dessa estrofe?
Versão adaptada acessível

Atividade 8, itens a, b.

  1. O que a expressão “bastarda carimbada” significa?
  2. O que podemos entender dos versos “E foi na dificuldade / Que se fez iluminada.”?

9. No verso “Mesmo sendo clandestina”, que sentido tem o termo destacado?

Versão adaptada acessível

Atividade 9.

No verso “Mesmo sendo clandestina”, que sentido tem o termo “clandestina”?

10. Em relação à estrutura externa, a métrica e a modalidade das estrofes são características importantes no cordel. O que podemos observar quanto a isso nesse cordel?

Os cordéis são escritos de acordo com uma estrutura preestabelecida, focando no ritmo e na musicalidade. Dentro das métricas fixas, algumas são mais comuns:

  • quadras: estrofes de quatro versos e sete sílabas;
  • sextilhas: estrofes de seis versos e sete sílabas;
  • décimas: estrofe de dez versos e sete sílabas.
Respostas e comentários

1 e 2. Respostas pessoais. Ver orientações didáticas.

3. A vida e a obra de Maria Firmina dos Reis.

4. Exaltar e trazer à luz os feitos de Maria Firmina dos Reis.

5. Sim, porque o cordel narra a vida dela.

6. Sim, nas estrofes “Ela foi tão importante reticências Quero assim compartilhar.”; “Porque graças a Firmina reticências Como mais belo centelho.”.

7. Ele perde seu sentido denotativo para servir de exemplo, de modelo a ser imitado pelas gerações seguintes de mulheres, principalmente as afrodescendentes.

7.• "Um livro abolicionista / Como mais belo centelho". O livro abolicionista é comparado a um centelho, ou seja, a algo luminoso.

8.a) Significa que ela não tinha o nome do pai na certidão de nascimento, o que a levava a ser tachada (carimbada) de bastarda, filha ilegítima, por ter sido gerada fóra do matrimônio. Trata-se de mais um preconceito de que Maria Firmina era vítima.

8.b) Que, apesar de ser bastarda, pobre, sofrer preconceito e passar por muitas dificuldades, conseguiu vencer e se fazer notada, aflorando com sua literatura.

9. Como, por muito tempo, Maria Firmina não pôde assinar suas obras, teve de usar um pseudônimo, daí o termo “clandestina”.

10. Ver orientações didáticas.

Compreensão textual

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  1. Motive os estudantes a comentar suas impressões e sentimentos ao ler o cordel e construa um ambiente seguro para que isso aconteça sem que haja brincadeiras desagradáveis entre eles. Se achar interessante, compartilhe com a turma o que você sentiu e as impressões que teve ao ler o cordel pela primeira vez.
  2. Espera-se que os estudantes se refiram à literatura de cordel como uma narrativa oral escrita em versos, ou seja, com o propósito de ser lida em voz alta para dar maior expressividade, de origem nordestina. Os cordéis são divulgados de fórma impressa. Originariamente, eram impressos em folhetos e tinham as capas ilustradas em xilogravuras, sendo, geralmente, pendurados em barbantes nas feiras como fórma de exposição. Ouça as respostas dos estudantes e complemente-as, se necessário.
  • As atividades de 3 a 10 podem ser realizadas em duplas.
  1. Caso os estudantes encontrem dificuldades em dizer qual é a temática, solicite uma segunda leitura com mais atenção.
  1. Comente com os estudantes que não existe “centelho”, no masculino. Esse substantivo é feminino: centelha. Seu uso no masculino é uma licença poética, para estabelecer rima com “espelho”.

10. Para retomar com os estudantes a métrica, leia a matéria indicada em Para ampliar. Leve os estudantes a perceber que esse cordel é composto de sextilhas, ou seja, cada estrofe tem seis versos e cada verso tem sete sílabas poéticas (heptassílabo). Nas sextilhas, a rima é distribuída no segundo e no quarto verso. Por exemplo, na 1ª e na 2ª estrofe desse cordel temos o esquema de rimas XAXAXA, ou seja, o segundo e o quarto versos rimam e o primeiro, o terceiro e o quinto versos, representados por dez, não apresentam rimas.

Para ampliar

MÉTRICAS. Academia Brasileira de Literatura de Cordel, Rio de Janeiro, [sem data]. Disponível em: https://oeds.link/hZKSZW. Acesso em: 14 julho 2022.

LÍNGUA E LINGUAGEM

Regência verbal e regência nominal: norma-padrão e usos coloquiais

Responda às questões no caderno.

1. Observe o cartaz seguinte.

Cartaz. Cartaz na vertical de fundo em azul-claro, com texto e nove ilustrações. Na parte superior, texto: CURITIBA CONTRA CORONAVÍRUS O QUE FAZER AO CHEGAR EM CASA? Abaixo à esquerda, ilustração de uma mão de pessoa com um círculo redondo em vermelho e linha na diagonal para a esquerda. Abaixo da ilustração, texto: Não toque em nada antes de se higienizar. Ao centro, ilustração de dois tênis azuis, com detalhes e solado em branco, um para a direita e outro para a esquerda. Abaixo da ilustração, texto: Tire os sapatos. À direita, ilustração de uma camiseta amarela e ao fundo, uma máquina de lavar em azul. Abaixo da ilustração, texto: Coloque suas roupas para lavar. Abaixo à esquerda, ilustração de sacola amarela com embalagens coloridas saindo por cima. Abaixo da ilustração, texto: Limpe as embalagens que trouxe antes de guardar. Ao centro, ilustração de uma carteira de cor marrom, com duas notas em verde dentro. Abaixo da ilustração, texto: Deixe bolsa e carteira em uma caixa na entrada. À direita, ilustração de um celular cinza e à frente um par de óculos de grau quadrado. Abaixo da ilustração, texto: Higienize o seu celular e óculos. Abaixo à esquerda, ilustração de um chuveiro cinza, por onde sai água e à direita, um homem visto dos ombros para cima, com as mãos na cabeça, ensaboando-a. Abaixo da ilustração, texto: Tome um banho. Ao centro, ilustração de duas mãos de uma pessoa, se ensaboando, com bolhas de sabão. À direita, um frasco azul, com ponta fina. Abaixo da ilustração, texto: Se não puder tomar banho, lave bem mãos, punhos e partes expostas. À direita, ilustração de uma pata de animal para frente, em marrom e almofadinhas em cinza. Abaixo da ilustração, texto: Saiu com o pet? Desinfete as patinhas dele. Na parte inferior do cartaz, à esquerda, texto em branco: CURITIBA CONTRA CORONAVÍRUS DÚVIDAS SOBRE O CORONAVÍRUS: saúde.curitiba.pr.gov.br 41 99876-2903 À direita, dois logotipos.

CURITIBA. Secretaria Municipal de Saúde Curitiba, [sem data]. Disponível em: https://oeds.link/iQQLtR. Acesso em: 22 junho 2022.

Respostas e comentários

Língua e linguagem

Regência verbal e regência nominal: norma-padrão e usos coloquiais

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Antes de iniciar as atividades propostas nesta seção, retome com os estudantes os conceitos de usos coloquiais e norma-padrão. Comente que algumas ocasiões exigem uma linguagem mais formal.
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  1. Peça aos estudantes que analisem o cartaz e identifiquem os principais elementos verbais e como os elementos não verbais contribuem para o entendimento do texto. Por exemplo, se houvesse apenas a ilustração dos tênis seria possível entender o que é para fazer? Leve-os a perceber que, na maioria dos casos, as ilustrações complementam os textos.

Pergunte aos estudantes onde esse cartaz pode ter circulado (locais com grandes movimentos, como postos de saúde, escolas, ônibus , ou mesmo em redes sociais da prefeitura ou da secretaria de saúde, por exemplo) e quem é o público-alvo (os moradores de Curitiba e quem estiver de passagem pela cidade).

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis nove éle pê zero dois

ê éfe seis nove éle pê zero três

ê éfe seis nove éle pê zero cinco

ê éfe seis nove éle pê cinco seis

ê éfe zero nove éle pê zero sete

  1. Qual é o objetivo desse cartaz?
  2. Em que medida a parte visual do cartaz contribui para seu objetivo?
  3. A linguagem utilizada é mais próxima ou mais distante do público? Justifique sua resposta com elementos do texto.
  4. Esse uso promove que efeito no texto?

No 8º ano, estudamos a regência nominal e a verbal. Na ocasião, aprendemos alguns usos relativos à norma-padrão, que devem ser respeitados em situações que exigem mais formalidade. Entretanto, como também já sabemos, a língua está em constante mudança e, muitas vezes, em determinadas situações, os falantes utilizam variedades diferentes das determinadas pela norma-padrão, sobretudo em situações informais ou quando se pretende utilizar uma linguagem mais próxima do público.

Com relação à regência, essa variedade de usos é bastante comum e, no cartaz, é possível observar um exemplo disso: o verbo chegar foi empregado com a preposição em, no lugar da preposição a, que seria o mais adequado de acordo com a norma-padrão.

2. Leia a tirinha.

Tirinha. Tirinha composta por três quadros. Apresenta como personagens: Armandinho, menino de cabelos e bermuda em azul, camiseta em branco. Sapinho de cor verde, de olhos e boca em preto. Q1 – À esquerda, o sapinho sobre uma mesa pequena marrom, olhando para a direita, em direção a Armandinho. Armandinho fala para o sapinho: A PRIMEIRA PESSOA SOU EU... Q2 – Armandinho na mesma posição, com o braço direito esticado para frente, fala: ...MAS TAMBÉM TEM TU, ELA, ELE... Q3 – Os dois ainda na mesma posição. O sapinho olhando para Armandinho, sorrindo e o menino diz, com as mãos para baixo: É PRECISO RESPEITAR AS SINGULARIDADES... ...SEM NUNCA ESQUECER DO PLURAL!

BECK, Alexandre. Armandinho. [sem local], 14 setembro 2016. Facebook: Armandinho. Disponível em: https://oeds.link/1VsK50. Acesso em: 22 junho 2022.

  1. Que mensagem a tirinha procura transmitir?
  2. Qual classe de palavra Armandinho usa para exemplificar seu argumento? Como ele utiliza os conceitos de singular e plural para defender seu ponto de vista?
  3. As tirinhas geralmente retratam situações do cotidiano e, por essa razão, a linguagem nelas utilizada se aproxima da língua falada. Nessa tirinha, há um verbo que comprova o uso de uma linguagem mais cotidiana. Qual é esse verbo?
Respostas e comentários

1.a) Dar instruções às pessoas acerca de procedimentos que devem adotar ao chegar em casa, a fim de evitar a contaminação pelo coronavírus.

1.b) As imagens ilustram e sintetizam as ações que devem ser adotadas pela população.

1.c) Mais próxima. São exemplos: o verbo chegar, utilizado com a preposição “em”; o substantivo óculos, utilizado em concordância com “seu”, em vez de “seus”; o uso do substantivo “patinhas”, no diminutivo, expressando afetividade.

1.d) Promove um efeito de oralidade, como se o cartaz estivesse “conversando” com as pessoas.

2.a) A mensagem de que devemos respeitar a individualidade das pessoas, mas sem nos esquecermos do todo, uma vez que vivemos em sociedade.

2.b) Ele usa a classe dos pronomes. Relaciona-os à existência de diferentes “pessoas”, utilizando as pessoas do discurso no singular, para evidenciar cada uma delas. Posteriormente, ele menciona o plural, em referência a todas as outras pessoas, no caso, ao todo, à comunidade.

2.c) O verbo é “esquecer”. Segundo a norma-padrão, quando utilizado sem o se, ele é verbo transitivo direto, ou seja, “esquecer algo”. Quando acompanhado do se (“esquecer-se”), é verbo transitivo indireto, ou seja, “esquecer-se de algo”. No caso, o autor registra o uso mais comum do verbo na linguagem coloquial: “esquecer de algo”.

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

1c. Leve os estudantes a refletir por que há essa tentativa de aproximação do público, qual a intenção por trás disso. Ajude-os a entender que é um recurso persuasivo para que o leitor se identifique com o cartaz, que o veja como o conselho dado por um amigo. Com isso, há maior probabilidade de o leitor aceitar as instruções e segui-las.

A partir do boxe-conceito, promova uma discussão com os estudantes no sentido de que o verbo “chegar”, quando sucedido da palavra “casa”, quase nunca aparece com a preposição “a” no português brasileiro. Informe-lhes que esse uso é corrente em Portugal, mas não no Brasil, onde a maioria dos falantes diz “cheguei em casa”, mesmo em situações mais formais e com maior monitoramento na fala ou na escrita.

Para aprofundar o assunto sobre a regência dos verbos chegar e ir, veja a indicação em Para ampliar.

2a. A partir da resposta dos estudantes, pergunte o que eles entendem por respeitar as singularidades sem esquecer do plural e o que é viver em sociedade, respeitando os outros assim como gostaríamos de ser respeitados.

2c. Reforce que não se trata de determinar o que é “certo” ou “errado”, evitando juízos de valor e preconceito linguístico. Mostre que, em determinados gêneros, o registro mais próximo da língua oral é necessário, como nas tirinhas. Por isso, os cartunistas optam por alguns usos que reflitam essa modalidade.

Para ampliar

BAGNO, Marcos. Quando chegar em Americana, não sei o que vai ser: regências dos verbos ir e chegar com sentido de direção. In: BAGNO, Marcos. Português ou brasileiro: um convite à pesquisa. São Paulo: Parábola, 2005.

Essa variação de uso também pode acontecer com alguns nomes, ou seja, também está presente na regência nominal.

3. Leia a HQ a seguir.

História em quadrinhos. História em quadrinhos composta por seis quadros. Apresenta dois personagens, Marry, menina de cabelos loiros, curtos, encaracolados, de camiseta vermelha e presilha da mesma cor, à direita. Melody, menina de cabelos longos em lilás e camiseta da mesma cor. Ela usa par de óculos de grau quadrado. Q1 – À esquerda, Marry, vista da cintura para cima de frente para uma mesa em marrom com bolinhas em bege, com um pote azul nas mãos e uma massa em bege dentro, mexendo nela. À direita, Melody, com os braços erguidos para cima, olhos em formato de estrelas brancas, diz: NOSSA QUE DOCINHO LINDO MARRY! Q2 – À esquerda, Marry, mexendo na massa em bege, com a boca aberta e à direita, Melody, de olhos fechados e boca fechada, fala: QUE DELÍCIA! TEMOS QUE MONETIZAR ISSO! Q3 – À esquerda, Marry, vista dos ombros para cima, com o corpo para a direita, de frente para Melody. Marry diz: PODÍAMOS VENDER NA ESCOLA. À direita, Melody olhando para Marry, diz: SIM E FAZER ENTREGAS TAMBÉM!
História em quadrinhos. História em quadrinhos composta por seis quadros. Apresenta dois personagens, Marry e Melody. Q4 – Melody vista da cintura para cima, de frente para mesa marrom, onde há docinhos em bege, olhando para baixo, com boca para baixo. Ela pergunta: SÓ TEM UM PROBLEMA, COMO SE ANUNCIA ISSO? Q5 – À esquerda, Marry, mexendo com utensílio no pote. À direita, dela, Melody pergunta, com a mão direita perto da boca: SE ESCREVE ENTREGA A DOMICÍLIO, ENTREGA EM DOMICÍLIO OU ENTREGA NO DOMICÍLIO? Q6 – Marry à esquerda, de olhos fechados, responde, segurando na mão esquerda o utensílio: JÁ SEI: DELIVERY!

, . . Twitter: . [], 15 janeiro 2022. Disponível em: https://oeds.link/e1rYae. Acesso em: 22 junho 2022.

  1. O que leva a ter a ideia de vender os biscoitos na escola?
  2. No segundo quadrinho, a amiga de utiliza um termo muito comum atualmente, que mostra seu contato com o mundo virtual. Que termo é esse? O que ele significa?
  3. Que problema as meninas encontram ao decidir divulgar o trabalho de ?
  4. Em que consiste o humor da tirinha?
  5. Se você tivesse de optar por uma das três possibilidades sugeridas em português, qual delas escolheria? Por quê?
Respostas e comentários

3.a) O fato de a amiga ter dito que os docinhos eram lindos e deliciosos.

3.b) O termo é monetizar, do inglês “monetize”. Significa converter algo em dinheiro, usar algo como fonte de lucro.

3.c) Elas ficam em dúvida sobre como anunciar a entrega, qual das expressões usariam.

3.d) No fato de ter resolvido o problema utilizando uma expressão em inglês (delivery), já que não houve um consenso acerca da melhor expressão a ser utilizada em português.

3.e) Respostas pessoais.

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  • Aproveite a tirinha para conversar com os estudantes sobre estrangeirismo, como pegamos “emprestados” esses termos e como eles acabam sendo dicionarizados depois de algum tempo de uso. Delivery, por exemplo, pode ser encontrado no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp) ou no Aulete digital.

3. Leia com os estudantes o texto a respeito da dúvida das personagens e comente que outro exemplo relacionado à regência nominal é a expressão “em cores”, no caso de “TV em cores”. Embora a gramática tradicional preconize esse uso, muitas vezes, é comum ouvir/ler “TV a cores”. Em resposta, os gramáticos defendem que a lógica seria a mesma empregada quando dizemos: “Assisti a um filme em branco e preto”, e não “Assisti a um filme a branco e preto”. Por isso, deve-se preferir a fórma “TV em cores”.

3c. Reforce que não se trata de determinar o que é “certo” ou “errado”, evitando juízos de valor. Mostre que, em determinados gêneros, o registro mais próximo da língua oral é necessário, como nas tirinhas. Por isso, os cartunistas optam por alguns usos que reflitam essa modalidade.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis nove éle pê zero três

ê éfe seis nove éle pê zero cinco

ê éfe seis nove éle pê cinco seis

ê éfe oito nove éle pê dois quatro

ê éfe oito nove éle pê dois cinco

ê éfe zero nove éle pê zero sete

Na tirinha, as personagens têm dúvida quanto à preposição a ser utilizada com o substantivo “entrega”: em domicílio ou a domicílio? De acordo com a norma-padrão, a fórma mais adequada seria entrega em domicílio, pois a entrega é feita em algum lugar. No entanto, em algumas situações é comum ouvir – e até mesmo ler – a segunda expressão.

Ícone. Atividade em dupla.
  1. Considerando a quantidade de casos de regência verbal em que a fórma sinalizada pela norma-padrão difere da língua coloquial, vamos fazer uma pesquisa, a fim de verificar outras ocorrências. Para tanto, com um colega, siga os passos seguintes.
    1. Façam uma lista com os verbos já estudados no 8º ano e também com outros verbos, como: agradar/desagradar, assistir, esquecer (-se)/lembrar (-se), ir/chegar, obedecer/desobedecer, pagar/perdoar, preferir Nesse primeiro momento, observem as regras determinadas pela gramática normativa.
    2. Depois de listar os verbos, elaborem uma ficha, baseada neste modelo:
Ícone modelo.

Verbo

Regência de acordo com a norma-padrão

Regência observada na língua oral/ coloquial

Exemplo de uso na língua oral/coloquial

Situação de comunicação da qual o exemplo foi retirado

  1. Na sequência, procurem exemplos de como esses verbos são utilizados na língua oral/coloquial e completem a ficha, com base nos critérios preestabelecidos.
  2. Comparem os dados obtidos com as regras da gramática e expliquem, do ponto de vista sintático, a mudança de transitividade que ocorre nesses casos. Por exemplo: determinado verbo, de acordo com a norma-padrão, é transitivo indireto. No entanto, na amostra coletada, ele é utilizado sem preposição, ou seja, é transitivo direto.
  3. No dia combinado com o professor, apresentem os resultados e discutam com a turma o que mais chamou a atenção de vocês ao longo da pesquisa. Verifiquem se vocês chegaram a conclusões semelhantes e, no caso de haver diferenças, analisem as possíveis razões para isso.
Respostas e comentários

4.a) a e) Respostas pessoais. Ver orientações didáticas.

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

4. Fica a seu critério estabelecer outras categorias de pesquisa. Além disso, você pode determinar os verbos que cada estudante ou grupo vai pesquisar. Do mesmo modo, cabe a você decidir as fontes que comporão o corpus de pesquisa dos estudantes: eles podem assistir a vídeos e transcrevê-los, identificando as regências; observar a fala de pessoas próximas e anotar as ocorrências; utilizar textos escritos que busquem representar a língua falada, como as tirinhas, entre outras.

4e. No dia da apresentação, levante alguns pontos, por exemplo: o fato de muitos verbos, na língua oral/coloquial, serem empregados como transitivos diretos, o que, de acordo com alguns linguistas, se dá como uma analogia, considerando que, na maioria, os verbos em português são transitivos diretos.

Outro aspecto que provavelmente emergirá da discussão é o fato de que algumas das regências encontradas pelos estudantes, embora sejam tidas como “coloquiais” pela gramática, já se encontram em contextos considerados mais formais, como é o caso da regência do verbo chegar (chegar “em casa”), trabalhado no começo desta seção.

VOCÊ É O AUTOR!

Cordel

Fotografia. Vista geral de local com cordéis pendurados na vertical. Os livros têm folhas de cores diferentes, em azul, amarelo e rosa, com ilustrações em preto com xilogravura. Eles estão organizados na vertical.
Literatura de cordel exposta em Cabedelo, na Paraíba, em 2017.
Ícone. Atividade oral. 
Ícone. Atividade em grupos.

1. Agora é a sua vez de escrever um cordel! Antes, converse com os colegas para fazer uma síntese do que é um cordel. Ela servirá para você fazer seu planejamento. Veja a sugestão do quadro a seguir.

Ícone modelo.
Cordel

Características

Estrutura externa

Finalidade

Contexto de circulação

  1. No planejamento, você terá de tomar algumas decisões para definir, por exemplo:
    1. o tema – algo da região que você queira exaltar ou criticar, alguma figura ou fato histórico, algum fato recente que foi importante ;
Respostas e comentários

1 a 8. Respostas pessoais. Ver orientações didáticas.

Você é o autor!

Cordel

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  1. Características: texto produzido em versos que visa à oralidade; a métrica é fixa e as rimas dão a musicalidade; o texto conta uma história; linguagem informal; temática diversa sobre figuras ou episódios históricos, realidade social, costumes locais ; distribuído em folhetos e ilustrado com xilogravuras. Estrutura externa: as estrofes geralmente são em sextilhas, mas podem apresentar outras composições; geralmente utilizam-se versos com sete sílabas poéticas, e o esquema de rimas é XAXAXA. Finalidade: informar e divertir os leitores ao contar uma história cheia de elementos regionais e da cultura brasileira, principalmente a nordestina. Contexto de circulação: originalmente os folhetos eram expostos em varais em feiras, mas hoje também são publicados em livros e distribuídos para várias regiões do país.
  • Relembre com os estudantes o que é uma sílaba poética e coloque alguns exemplos para escansão na lousa. Faça com a turma esse exercício para que possam elaborar os cordéis usando o número de sílabas poéticas adequadas ao gênero.

2. Para o planejamento, auxilie-os durante a atividade. Circule entre os estudantes para ver se todos estão conseguindo organizar o planejamento conforme as orientações dadas. Se você notar alguma dificuldade, oriente-os novamente. Ressalte a importância de ter o tema bem definido e de não fugir dele durante a elaboração do cordel. Enfatize a importância de um título chamativo e coerente com a produção.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis nove éle pê quatro quatro

ê éfe seis nove éle pê quatro oito

ê éfe seis nove éle pê cinco um

ê éfe seis nove éle pê cinco quatro

ê éfe seis nove éle pê cinco cinco

ê éfe seis nove éle pê cinco seis

ê éfe oito nove éle pê três seis

ê éfe oito nove éle pê três sete

  1. a estrutura externa – quantas estrofes terá, qual vai ser a composição dessas estrofes, o número de sílabas poéticas, as rimas perfeitas;
  2. o contexto de circulação e o público-alvo;
  3. o título.
  1. Com base no planejamento, inicie a elaboração do cordel.
    1. Pense em palavras-chave que podem ser usadas para produzir o efeito de sentido desejado e em outras que rimam com elas.
    2. Depois, pense em como você irá desenvolver o tema para contar a história e utilizar a linguagem mais adequada e se irá incluir alguma figura de linguagem ou marcas de oralidade.
    3. Esboce a ilustração para a capa que represente o cordel, lembrando que, na montagem, você poderá produzir a xilogravura.
  2. Troque o esboço com um colega para a revisão.
    1. Para a revisão, prepare, com a orientação do professor, uma pauta com os itens que devem ser conferidos durante a leitura, como pontuação, ortografia, coesão e coerência, organização do texto, características e estrutura do gênero, entre outros.

Essa pauta de revisão pode ser utilizada em outros momentos.

  1. Ao analisar o esboço do colega, verifique se ele: desenvolveu o tema proposto, seguiu as métricas, seguiu a estrutura dos versos e das estrofes e o tipo de rima.
  1. Depois da revisão, faça a reescrita do cordel. Veja quais ajustes devem ser feitos e as sugestões do colega.
  2. Com o cordel reescrito, pense em como dispô-lo no papel para confeccionar o folheto. Decida se você vai ou não transformar a ilustração em uma xilogravura.
  3. Combine com o professor e os colegas como será feita a divulgação.
  4. Ao final, faça com a turma uma roda de conversa para discutir sobre a produção dos cordéis e a exposição dos folhetos.
Orientação para acessibilidade

Atividade 3

Caso haja estudantes cegos na turma, além de ilustração manual, eles podem utilizar, por exemplo, ferramentas digitais ou, ainda, produzir a imagem da capa usando colagem. Técnica e material utilizados podem variar.

Respostas e comentários
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  1. Na elaboração, oriente os estudantes a utilizar os recursos estilísticos a favor de sua escrita e produção. Se for necessário, dê exemplos.
  2. Para a revisão, com os estudantes, monte uma pauta de revisão para que seja utilizada sempre que for necessário. Ajude-os a atualizar a pauta conforme o que forem aprendendo e adequá-la ao gênero textual que será produzido. Na pauta, ajude-os a elencar os itens que devem ser conferidos durante a leitura de revisão, como pontuação, ortografia, coesão e coerência, sequência textual (expositiva, narrativa, descritiva), organização do texto, características e estrutura do gênero, entre outros.
  • É importante que o momento de revisão seja feito com troca entre colegas ou grupos para que um possa conhecer o trabalho do outro, tecer comentários e fazer sugestões, bem como compreender como devemos nos comportar e que tipo de comentários podemos fazer em relação à produção textual alheia de fórma respeitosa e ética.
  1. Combine com a turma como será o folheto e se eles irão usar xilogravura para ilustrá-lo. O formato também deve ser pensado tendo em mente como a produção irá circular e onde. Para as ilustrações em xilogravura, veja a indicação de leitura em Para ampliar.
  2. A divulgação pode ser feita de várias fórmas, como uma feira de cordéis, uma exposição, ou em meio virtual, como no blogue da escola ou da turma. Decidam em conjunto qual é a mais viável para esta atividade.
  3. Durante a roda de conversa, proponha que eles comecem fazendo uma avaliação desde o planejamento até a confecção do folheto, levantando os pontos positivos e negativos e como eles podem ser melhorados em uma próxima vez.

Para ampliar

AGÊNCIA PAPOCA. O que é xilogravura? Conheça a história e artistas que marcaram a técnica. , [sem local], 24 maio 2019. Disponível em: https://oeds.link/G7PwSR. Acesso em: 17 julho 2022.

XILOGRAVURA em isopor (Isogravura) – Passo a passo – Artes Visuais. iutúbe: Pincelando Arte com . Disponível em: https://oeds.link/9TOf8M. Acesso em: 17 julho 2022.

ORALIDADE

Slam

Nesta unidade, já conversamos sobre o slam. Agora, a proposta é organizar uma competição de slam da turma!

1. Leia este trecho da matéria sobre o slam e, depois, analise a imagem para compartilhar suas impressões com os colegas.

A cena do Slam se popularizou no Brasil e principalmente nos territórios periféricos, com o formato de competição da poesia falada em até 3 minutos, com poemas autorais, e sem uso de objetos cênicos, como figurinos e cenários. Em sua maioria são realizados em espaços públicos, como ruas e praças, ocupando esses locais com arte e cultura.

SANTOS, Patricia. Poesia nas escolas: 8ª edição do Slam Interescolar de São Paulo está com inscrições abertas. Desenrola e não me enrola, São Paulo, 27 abril 2022. Disponível em: https://oeds.link/eHvP19. Acesso em: 15 junho 2022.

Fotografia. Vista geral de local onde há várias pessoas sentadas, uma ao lado da outra, mulheres, homens e jovens. Ao fundo, à esquerda e à direita, pessoas com placas brancas para cima, com números: 6, 9 e 7. Na parte superior, teto de sala em tons de preto e luzes em amarelo.
O slam é uma poesia do povo e para o povo. Por isso, o público é, ao mesmo tempo, espectador e júri das batalhas ou competições.
Ícone. Atividade oral.
  1. Na sua opinião, por que no slam são proibidos adereços, cenários e acompanhamentos musicais?
  2. Discuta com os colegas possíveis hipóteses para compreenderem por que o slam se popularizou mais nas periferias do que nos centros.
Respostas e comentários

2. Resposta pessoal. Comente com os estudantes que o foco do slam é a palavra. Outros elementos poderiam tirar o foco do que se considera sua essência.

3. Tradicionalmente, a poesia ocupa espaços elitizados e excludentes, limitada a um público erudito e letrado. O slam surge como um espaço para vozes historicamente silenciadas, que não eram contempladas pela poesia canônica.

Oralidade

Slam

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Antes de propor a elaboração do slam, pergunte aos estudantes se eles têm o costume de assistir a competições de slam. Se houver possibilidade, apresente alguma competição para que eles assistam e se apropriem das características do gênero.
  • Essa atividade pode ser ampliada e envolver todas as turmas do 9º ano, por exemplo, ou de outros anos, transformando-a em um evento da escola.
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

1. Pergunte aos estudantes o que podemos inferir em relação ao trecho da matéria. Por exemplo: é um evento popular principalmente na periferia das cidades, cada competidor tem 3 minutos para dizer sua poesia falada, os poemas têm de ser autorais e não pode haver nada cênico, os eventos são realizados em espaços públicos. Ou seja, nesse parágrafo temos as principais regras para participar de uma competição de slam. A imagem e a legenda complementam isso ao deixar claro que quem vota é o público, que tem a função de dar as notas para cada poema.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis nove éle pê dois um

ê éfe seis nove éle pê quatro quatro

ê éfe seis nove éle pê quatro seis

ê éfe seis nove éle pê quatro oito

ê éfe seis nove éle pê cinco um

ê éfe seis nove éle pê cinco três

ê éfe seis nove éle pê cinco quatro

ê éfe oito nove éle pê três seis

  1. Por que o slam é medido em minutos e não em número de versos ou estrofes, por exemplo?
  2. Na imagem, é possível observar algumas placas levantadas indicando as notas dadas. Discuta a relação metonímica existente na escolha de pessoas aleatórias na plateia.

Metonímia é uma figura de linguagem em que um termo representa uma noção mais ampla, popularmente descrita como uma parte representando o todo. As fórmas mais comuns de metonímia são: marca pelo produto e autor pela obra.

Criação do slam

  1. Chegou o momento de você transformar suas vivências em slam. Como você pode perceber, o slam fala muito do “eu no mundo”. Então, pense sobre como você se coloca ou como você se sente no mundo, na comunidade em que está inserido.
  2. Selecione um tema que toca você, que contemple a sua identidade.
  3. Ao escrever a primeira versão do seu slam, deixe fluir para que você realmente possa se colocar no texto.
  4. Na segunda versão, lapide seu texto construindo as rimas, ajustando as palavras, organizando a ordem do que quer expressar.
  5. Leia o poema em voz alta e cronometre o tempo para ver se ele se encaixa nos 3 minutos preestabelecidos.
  6. Ensaie empregando ritmo ao seu texto. Use os movimentos corporais para compor sua leitura.
  7. Combine com o professor e os colegas o dia da competição e se haverá chaves do campeonato, com oitavas de finais, semifinais e finais.
  8. Confeccione, com os colegas, algumas placas com números para serem distribuídas, no dia da batalha, às pessoas da plateia que farão o papel de jurados.
  9. Chegado o grande dia, batalhe e aprecie a produção dos colegas.
  10. Por fim, em uma roda de conversa, avalie com os colegas e o professor o contexto de produção e divulgação do slam e como foi a experiência.
Respostas e comentários

4. Porque é a arte da poesia falada. Como o ritmo e a entonação interferem no tempo da declamação, a quantidade de versos e de estrofes podem variar, ou seja, textos com tamanhos diferentes podem ser declamados com o mesmo tempo de duração, a depender do trabalho oral feito pelo enunciador.

5. Ver orientações didáticas.

1 a 10. Ver orientações didáticas.

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  1. Na imagem, a relação metonímica consiste na “parte pelo todo”, ou seja, as cinco pessoas escolhidas aleatoriamente na plateia representam a opinião de todo o público. A importância de não escolherem apenas as pessoas da primeira fileira se destaca pelo processo de não personalização do júri. A intenção é que essas vozes representem o coletivo heterogêneo do público.

Para a criação do slam, converse sobre todos os itens com os estudantes e discutam se ainda querem acrescentar algo ou como irão desenvolver algum deles: quando, onde e como será a competição, se será só da sala ou envolverá outras turmas. Caso a atividade se transforme em um evento, proponha a formação de uma comissão organizadora, que ficará responsável por fazer o evento acontecer. Você também pode envolver professores de outras áreas, como Arte e Educação Física, que poderão trabalhar expressividade corporal, domínio de palco e empostação de voz, por exemplo.

VOCÊ, BOOKTUBER

Afinal, o que é mesmo um booktuber?

A leitura é uma atividade muito importante para a nossa formação, não apenas para a escola, mas também para toda a nossa vida. Ela nos transporta a outros universos, outras realidades e outros tempos.

Ao ler uma obra, somos convidados a participar daquele mundo imaginário, em que lugares, pessoas, vozes, cores e sons são criados em nossa mente e complementam a leitura. É por isso também que muitas vezes nos surpreendemos com filmes adaptados de livros, porque havíamos imaginado o lugar e os personagens de fórma diferente.

Vamos ver alguns pontos importantes sobre o booktuber.

Ícone. Atividade oral.
  1. Você sabe o que faz um booktuber e o tipo de conteúdo que ele produz?
  2. Qual é o objetivo de um booktuber?
  3. Você acompanha ou conhece algum booktuber? Se sim, qual ou quais?
  4. Você já discordou de alguma resenha ou outro comentário apresentado por um booktuber? Se sim, como foi essa experiência?
Fotografia. De frente para parede de cor rosa, uma menina sentada. Ela tem cabelos longos castanhos, de blusa de cor branca até os cotovelos, com calça cinza e descalça. A menina segura nas mãos, um livro de capa em azul, aberto, próximo do rosto. À esquerda, vários livros um sobre o outro, de capas coloridas, empilhados.
Um booktuber, antes de ser um produtor de conteúdos de literatura, precisa ser um leitor assíduo, o que costuma fazer dele uma pessoa mais criativa e com um excelente repertório cultural.

5. Assista a alguns booktubers, seguindo a orientação do professor, e analise criticamente o formato do programa para retomar sua estrutura.

Ícone. Atividade em grupos.
  1. Em grupos, sistematizem a análise que fizeram da estrutura de um booktube e a transformem em um tutorial para produzir um booktube.
  2. Com o professor e os colegas, determinem o canal em que irão compartilhar os vídeos.
Respostas e comentários

1. Resposta pessoal. Booktuber é uma pessoa que produz conteúdos literários para a internet por meio de vídeos. Todo o conteúdo produzido é sobre livros, podendo ser resenhas, curiosidades, entrevista com autores, dica de leitura, lista de livros e uma infinidade de outros gêneros textuais.

2. Indicar uma leitura e incentivar os espectadores a lerem.

3. Respostas pessoais.

4. Respostas pessoais.

5, 6 e 7. Respostas pessoais. 5. Ver orientações didáticas.

Você, booktuber

Afinal, o que é mesmo um booktuber?

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Para esta aula, providencie os recursos tecnológicos necessários para que os estudantes possam assistir a exemplos de booktubes. Organize a sala para que seja um momento descontraído e divertido.
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  • A cada bimestre os estudantes são convidados a escolher um livro que será a base para a produção de conteúdos para o booktube. A escolha do título deve ser pessoal e pode ser direcionada por resenhas, comentários, entrevistas e demais indicadores disponíveis em bibliotecas, blogues literários, fanpages, revistas e canais de booktubers.
  • Organize um momento de conversa sobre leitura e apresente o Você, booktuber. Retome com os estudantes que já participaram do projeto no ano anterior como foi feita a atividade e suas experiências. Estabeleça com a turma os prazos a serem cumpridos, explique sobre organização e planejamento de leitura, anotações e apresentações. Proponha aos estudantes que elaborem as regras para participação do Você, booktuber. Enfatize o respeito que temos de ter pelo trabalho do outro.
  • Caso não seja possível gravar vídeos, mas seja possível áudio, podem ser montados podcasts literários. Diante da impossibilidade de gravar vídeos ou áudios, adeque a atividade conforme a sua realidade. As opções possíveis para o trabalho sem recurso de audiovisual são: fanfics, adaptação da história para outros gêneros textuais, como agá quês, e simulação de um booktube ao vivo.
  1. Explique aos estudantes que um booktuber é a pessoa que produz o conteúdo, enquanto booktube é o programa em si.
  1. Comente com os estudantes que um búktúber tece comentários particulares de sua leitura. Ele não é, por essência, um crítico literário. São impressões subjetivas de um leitor. A ideia dessa atividade é reforçar que um texto literário pode conter múltiplas leituras.
  2. Se possível, apresente um booktuber em sala para uma discussão coletiva sobre as impressões dos estudantes acerca do programa assistido. Reforce sempre com eles os pontos de análise estrutural do programa, tendo em vista que posteriormente eles assumirão o papel de booktubers. Selecione booktubers observando se os conteúdos e os livros abordados são adequados à faixa etária.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis nove éle pê dois três

ê éfe seis nove éle pê quatro cinco

ê éfe seis nove éle pê quatro seis

ê éfe seis nove éle pê quatro nove

ê éfe seis nove éle pê cinco um

ê éfe oito nove éle pê dois seis

ê éfe oito nove éle pê dois sete

ê éfe oito nove éle pê dois oito

8. O booktube é um programa com vários episódios, por isso precisa apresentar um fio condutor, que é estabelecido por elementos que se repetem ao longo dos episódios. Como você trabalhará com o seu booktube durante este ano, comece escolhendo um nome para o seu programa!

  1. Para este bimestre, você vai elaborar um vídeo com dicas de leitura sobre o livro lido, contendo dez tópicos que mais chamaram sua atenção e que seriam as razões pelas quais o livro deve (ou não) ser lido. Veja as etapas a serem seguidas.
    1. Escolha o livro

Pesquise resenhas, críticas e comentários; analise a capa do livro, a orelha e a contracapa para definir sua leitura. Lembre-se do tempo que você tem para isso, dentro do seu cronograma.

b. Organize-se com o cronograma

Definida a obra, comece a leitura, sempre atento ao cronograma combinado com o professor e os colegas.

c. Elabore o texto

Destaque as informações de referência: título, autor, idioma, tradutor, editora e ano da publicação.

Organize as anotações feitas durante a leitura e coloque, em ordem crescente de importância, os dez destaques do livro que você irá expor no vídeo.

d. Grave o vídeo

Retome o roteiro que vocês elaboraram para gravar seu vídeo.

Elabore um roteiro de gravação. Nele, lembre-se de apresentar o nome do programa e de se apresentar. Defina se haverá vinheta, alerta de spoiler e efeitos sonoros.

Ensaie, grave e edite o vídeo.

e. Apresente o vídeo à turma

Poste o vídeo no canal escolhido para que todos possam assistir. Converse sobre a experiência com os colegas e compartilhe as principais dificuldades da produção do booktube.

Respostas e comentários

8 e 9. Ver orientações didáticas.

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  • Oriente os estudantes para que, durante a exibição dos booktubes, observem e façam anotações sobre o tempo de duração dos vídeos, o gênero textual escolhido (resenha/dica de leitura/entrevista/lista de livro), qual é a linguagem utilizada, como o booktuber interage com seus espectadores, quantos espectadores viram o vídeo, como é o cenário
  1. Comente com os estudantes que é possível inserir elementos complementares como vinhetas, efeitos sonoros, músicas e imagens do livro. Peça que compartilhem o roteiro com os colegas, quando poderão aproveitar para complementar o seu tutorial com algo que possa ter faltado.
  2. Uma possibilidade é criar um canal para a turma; assim, todos os vídeos são postados em um canal oficial, o que confere credibilidade ao trabalho. Porém, essa não é a única fórma de fazer; discuta as possibilidades com a turma e com a coordenação pedagógica para a atividade ter o maior ganho educacional possível. Lembre-se de que os estudantes são menores de idade e você ou a escola precisam de autorização dos responsáveis para qualquer tipo de publicação.
  3. Comente que a escolha do nome do programa deve ser criativa e quanto mais referências literárias/culturais tiver mais interessante o nome fica. Acompanhe de perto para que nomes inadequados não sejam escolhidos.
  4. Você pode exemplificar com filmes feitos para adolescentes ou matérias de revista em que há dez dicas. Caso não seja possível filmar, transforme em uma atividade escrita, produzindo, por exemplo, um infográfico ou cartaz.
  • É possível que ocorram leituras que não foram interessantes, por isso é importante deixar ao estudante espaço para se expressar. Ao ter que fazer uma lista, ele vai precisar organizar, racionalmente, os elementos que o fizeram gostar, ou não, do livro.
  • Quanto ao cronograma, estruture-o com a turma pensando em um que seja aplicável a um bimestre. Estabeleça datas para as etapas a fim de que os estudantes consigam se organizar e realizar as atividades em tempo hábil.

EU APRENDI!

1. Leia o poema a seguir e responda às questões no caderno.

Coisas do reino da minha cidade

Olho e vejo por cima dos telhados patinados pelo tempo

copadasglossário mangueiras de quintais vizinhos.

Altaneirasglossário , enfolhadas, encharcados seus caules,

troncos e raízes das longas chuvas do verão passado.

Paramentadas em verde, celebram a liturgiaglossário da próxima florada.

Antecipam a primavera no revestimento de brotação bronzeada,

onde esboçavam borboletas amarelas.

As mangueiras estão convidando todos os turistas,

para a festa das suas frutas maduras, nos reinos da minha cidade.

Minha mesa pobre está florida e perfumada.

De entrada à minha casa, um aroma suave

incensando a sala.

Um bule de asa quebrada, um vidro de boca larga,

um vaso esguio servem ao conjunto floral.

Rosas brancas a lembrar grinalda das meninas

de branco que acompanhavam antigas procissões,

de onde vieram carregando seus perfumes?...

Tão fácil. Por cima do muro da vizinha

a roseira, trepadeira, se debruça

numa oferta floral de boa vizinhança reticências

 

O vizinho é a luz da rua. Quando o vizinho viaja e fecha a casa,

é como se apagasse a luz da rua... Indagamos sempre: quando volta?

E quando o vizinho volta, abre portas e janelas,

é como se acendessem todas as luzes da rua

e nós todos nos sentimos em segurança.

Estas coisas nos reinos de Goiás.

Fotografia. Vista geral de local com solo ao centro, com vegetação rasteira em verde. À esquerda e à direita, árvores de folhas verdes com frutos redondos em vermelho. Na parte superior, céu e nuvens brancas e ao centro, luz solar. Em segundo plano, morros escuros.

CORALINA, Cora. Coisas do reino da minha cidade. In: CORALINA, Cora. Melhores poemas. Seleção de Darcy França Denófrio. terceira edição São Paulo: Global, 2011. página 90-91.

Respostas e comentários

Eu aprendi!

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  1. Solicite a leitura do poema primeiro de fórma silenciosa e individualizada. Depois, pergunte aos estudantes o que sentiram ao ler o poema e qual foi a imagem poética transmitida.
  • Concluída a primeira leitura, pergunte a eles se houve alguma palavra cujo significado desconhecem. Em caso afirmativo, oriente-os a retomar o trecho, procurando compreender os termos desconhecidos pelo contexto. Chame a atenção também para as palavras destacadas em azul e pergunte se conseguiram identificar o porquê dessa diferenciação. Espera-se que percebam que essas palavras fazem parte do glossário.
  • Para um melhor entendimento do texto, proponha uma segunda leitura, em voz alta e em duplas, de modo que cada um leia um trecho. Depois disso, solicite que troquem ideias sobre o que compreenderam. As duplas podem permanecer juntas para responder às atividades da página seguinte.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis nove éle pê quatro oito

ê éfe seis nove éle pê quatro nove

ê éfe oito nove éle pê três dois

ê éfe oito nove éle pê três três

ê éfe oito nove éle pê três sete

ê éfe zero nove éle pê zero sete

ê éfe zero nove éle pê um um

  1. Por que, na sua opinião, o eu lírico refere-se à sua cidade como “reino”?
  2. A paisagem descrita no poema revela que características da cidade? Justifique sua resposta com elementos do texto.
  3. Os adjetivos utilizados pelo eu lírico para se referir à sua mesa revelam que aspectos do lugar? Em que medida esses aspectos se relacionam à cidade onde vive?
  4. A que são comparadas as rosas brancas? Por meio dessa comparação, é possível saber, ainda que de modo aproximado, a idade do eu lírico? Por quê?

2. Leia esta tirinha.

Tirinha. Tirinha composta por um quadro. Dentro de uma sala de paredes em amarelo. À esquerda, uma placa branca na horizontal onde está escrito: MÉDICO. Abaixo, perto da placa, um móvel branco com uma cruz vermelha pintada na frente. Acima, utensílios de hospital. Perto, um homem sentado, de cabelos finos em preto, nariz grande, sem camiseta e bermuda em laranja e sapatos brancos. Ele está com a mão esquerda sobre a cabeça, pálpebras baixas e boca um pouco aberta. Mais à direita, um médico em pé, olhando para ele, de boca aberta. Ele usa uma lanterna sobre a testa, jaleco de mangas compridas em branco, calça em preto, com prancheta na mão direita e lápis na mão esquerda. Texto: O PROBLEMA COM A SUA CONSTITUIÇÃO É QUE VOCÊ ABUSOU NA BUSCA DA FELICIDADE. Na parte inferior, à direita, assinatura.

THAVES, Bob. Frank & Ernest. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 3 junho 2022. Caderno 2, página C6.

  1. Observe a fala do médico e o modo como o paciente é retratado. Considerando esse contexto, o que realmente o médico quis dizer?
  2. Ainda de acordo com o contexto, por que o médico teria se dirigido ao paciente dessa fórma?
  3. De acordo com sua resposta anterior, qual é a figura de linguagem utilizada pelo médico da tirinha?

3. Escreva as frases no caderno completando-as com a cêrca de, cêrca de, acerca de ou cêrca de.

a.

cem pessoas compareceram ao encontro promovido pela escola.

b.

cinco anos, formei-me professora. Nesse período já dei aula para
trezentos alunos.

c. A casa de minha avó ficava

duzentos metros da rua em que morávamos. Para chegar lá, eu levava
cinco minutos a pé.

d. Nessa obra, o autor registra suas opiniões

colonização portuguesa no Brasil, iniciada
500 anos.
Respostas e comentários

1.a) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes percebam a intenção de tecer um elogio ao seu local de origem, destacando sua nobreza, que reside justamente na sua simplicidade.

1.b) Ver orientações didáticas.

1.c) O eu lírico utiliza os adjetivos “pobre”, “florida” e “perfumada”, revelando a simplicidade e a beleza daquele espaço. A descrição da cidade também contempla essas características de simplicidade aliada à beleza natural.

1.d) O eu lírico compara as rosas brancas à grinalda das moças que acompanhavam as procissões antigas. Tanto o costume em si quanto a presença do adjetivo “antigas” indicam que se trata de alguém mais velho, que viveu em um tempo diferente do atual.

2.a) Ele quis dizer que o paciente não está em boas condições físicas devido aos abusos cometidos.

2.b) Para tentar suavizar aquilo que pretendia dizer, sem ofender ou assustar o paciente.

2.c) Um eufemismo.

3.a) cêrca de. b) Há cêrca de; cêrca de. c) a cêrca de; cêrca de. d) acerca da; há cêrca de.

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

1b. Trata-se de uma cidade com construções antigas: “Olho e vejo por cima dos telhados patinados pelo tempo”; com a forte presença da natureza (uma cidade arborizada): “copadas mangueiras de quintais vizinhos/Altaneiras, enfolhadas, encharcados seus caules/Tão fácil. Por cima do muro da vizinha/a roseira, trepadeira, se debruça/numa oferta floral de boa vizinhança reticências”.

  • ATIVIDADES COMPLEMENTARES
  • Faça algumas perguntas extras sobre o poema, como: A relação do eu lírico com seus vizinhos revela um traço característico de determinado tipo de cidade. Qual seria esse tipo? (Trata-se de uma cidade típica do interior, o que também pode ser comprovado pela própria descrição da paisagem, em grande medida bucólica e campesina); De acordo com o poema, o que representa o retorno do vizinho? (O retorno do vizinho dá uma sensação de segurança ao eu lírico.)

VAMOS COMPARTILHAR

Slam espaço livre de expressão?

Fotografia. À frente, um homem visto de costas, da cintura para cima. Ele tem uma boina arredondada em tons de amarelo com partes em verde-escuro. Usa blusa de mangas compridas em tons de amarelo e em tons de verde-escuro. Ao fundo, dezenas de jovens juntos, à esquerda, sentados sobre o chão e à direita, sobre um muro em cinza. Em segundo plano, árvores de folhas em verde e céu acima em tons de cinza.
Espaço público utilizado para o slam.
Ícone. Atividade oral.
  1. Na sua opinião, o que é liberdade de expressão?
  2. Como os espaços em que os slams acontecem (praças, ruas e espaços públicos) podem se vincular a uma produção artística livre?
  3. Você conhece algum grupo de slam da sua cidade ou do seu estado? Em caso afirmativo, compartilhe com a turma o nome do grupo e onde ele se apresenta.
  4. Compartilhe com os colegas como é, para você, ouvir um slam. O que mais chama a sua atenção? O ritmo, o que está sendo dito, as expressões corporais?

Slam e seus desdobramentos

Existem vários grupos, ou coletivos, de slam espalhados pelo Brasil. Você sabia que existe até o Campeonato Brasileiro de Poesia Falada – Slam BR e um Campeonato Mundial?

Um dos coletivos que merece destaque é o Slam das Minas. Surgido em 2017, no Rio de Janeiro, ele se define como uma batalha lúdico-poética que objetiva criar um espaço seguro e de liberdade para potencializar a produção artística das mulheres.

Ícone. Atividade oral.
  1. Muitos coletivos de slams se agrupam em torno de uma causa ou uma marca identitária em comum. Você conhece algum outro grupo como o Slam das Minas? Se sim, qual é o elemento de união desse grupo?
  2. Se você fosse participar de um slam ou criar um coletivo, qual seria a marca da sua individualidade?
Versão adaptada acessível

Atividade 4.

Compartilhe com os colegas como é, para você, apreciar um slam. O que mais chama a sua atenção? O ritmo, as temáticas, as expressões corporais?

Respostas e comentários

1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes discutam que liberdade de expressão é o direito à livre manifestação do indivíduo, principalmente no aspecto temático.

2. Os espaços públicos são mais democráticos por incluir a todos. Não existe uma restrição ao público do local, não é cobrada entrada, permitindo que todos possam estar no espaço, sem distinção de classe econômica, idade, gênero ou crença.

3 e 4. Respostas pessoais.

5 e 6. Respostas pessoais. Ver orientações didáticas.

Vamos compartilhar

Slam espaço livre de expressão?

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Comece perguntando aos estudantes o que eles entendem por liberdade de expressão e como saber o limite entre liberdade de expressão e o respeito ao outro. Permita que exponham seus pontos de vista em um ambiente de harmonia e respeito.
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  • O slam é a voz que emerge da periferia, é a poesia feita pelo povo, e ela vem como um movimento de contracultura à poesia elitista e excludente que se perpetuou na tradição literária. O poeta inglês , em seu livro Poems, publicado em 1964, escreveu no prefácio que “a maior parte das pessoas ignora a maioria das poesias, porque a maior parte das poesias ignora a maioria das pessoas”. Essa passagem explicita a crítica que se faz ao fazer literário que se restringe a um grupo privilegiado (acadêmica ou economicamente). O slam traz a palavra e toda a sua potencialidade para vozes historicamente silenciadas. Pelo encantamento da palavra, pela capacidade de dizer muito com pouco e pela habilidade de condensar a linguagem, o slam potencializa a subjetividade dos indivíduos marginalizados, que possuem ali um espaço para expor suas vivências.
  1. É preciso refletir com os estudantes que liberdade para se expressar é diferente de infringir o direito e a existência do outro. Discursos de ódio e preconceitos não são opiniões, são fórmas de violência e, como tal, não são contempladas como “direito de expressar-se”.

Em Slam e seus desdobramentos, comente o boxe lateral explicando que existem outros slams, como o “Slam do corpo”, que é uma batalha de slam para surdos que compõem poesia em Libras com a linguagem corporal. Apresente aos estudantes o poeta Edinho Santos. Sugerimos a exibição de algum vídeo que você considerar adequado para a turma.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis nove éle pê zero um

ê éfe seis nove éle pê dois um

ê éfe seis nove éle pê dois cinco

ê éfe seis nove éle pê quatro quatro

ê éfe seis nove éle pê quatro seis

ê éfe seis nove éle pê quatro oito

ê éfe seis nove éle pê quatro nove

ê éfe seis nove éle pê cinco três

ê éfe seis nove éle pê cinco quatro

ê éfe seis nove éle pê cinco cinco

ê éfe oito nove éle pê três dois

ê éfe oito nove éle pê três três

7. Observe a imagem e leia a legenda.

Fotografia. À frente, um homem visto da cintura para cima, com os braços para o alto, uma mão de frente para outra. Ele tem cabelos e barba escuros, com tatuagens nos braços. O homem olhando para frente, de boca aberta, de boné sobre a cabeça, usando camiseta com mangas em verde e detalhes em cinza. Em segundo plano, pessoas em pé, umas ao lado das outras. Acima, céu escuro noturno.
Poeta Edinho dos Santos expressando sua poesia em Libras no torneio de Slam Estética das Periferias.
  1. Você já ouviu falar de slam em Libras? Se sim, comente.
  2. Na sua opinião, o slam é um espaço de expressão e de inclusão em seu sentido mais amplo? Por quê?

8. Leia mais um trecho da matéria de Patricia Santos.

Em sua primeira edição, a modalidade Interescolar contou com quatro escolas e oito alunos selecionados a partir do campeonato escolar, onde os dois melhores colocados representaram suas respectivas unidades. reticências

O projeto também foi indicado e vencedor do Prêmio Jabuti 2021 na categoria Fomento à Leitura.

Ícone. Atividade oral.
  1. Logo no início desta unidade, você observou a imagem da capa do livro Das ruas para as escolas: das escolas para as ruas. Discuta esse título com os colegas. O que ele representa?
  2. Na sua opinião, qual é a importância desse livro para o percurso do slam no Brasil?
  3. Por fim, depois desses debates, reflita e responda: O slam é um espaço de livre expressão? Justifique sua resposta e troque informações com a turma.
Respostas e comentários

7.a) e b) Respostas pessoais.

8.a) O título do livro representa o caminho do slam na vida dos estudantes que compuseram o livro. O islãm veio das ruas e, por meio de um projeto, passou a integrar a escola. Na sequência, essa produção escolar virou livro e volta para as ruas como um produto artístico.

8.b) Resposta pessoal. Ver orientações didáticas.

8.c) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes possam compreender o slam como um espaço de resistência e de liberdade.

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  1. Proporcione alguns minutos para os estudantes lerem o trecho da matéria e refletirem sobre ele. Faça o mesmo a cada item, deixe que eles reflitam individualmente antes de começarem a discutir com os colegas para expor seus posicionamentos. Quando forem expor suas opiniões e defender seus posicionamentos, ajude-os a relembrar o que já estudaram sobre recursos de persuasão, argumentação, modalização e operadores argumentativos, por exemplo, de modo a utilizá-los de fórma consciente durante a discussão.

Durante a discussão, trabalhe como um moderador gerenciando o tempo para que todos tenham a oportunidade de se expressar e, também, garantindo que não haja desvio do tema. Lembre a todos que, em uma discussão, deve prevalecer o respeito, a ética, a moral e a diversidade de opiniões.

8b. O livro atua como uma fórma de divulgação e propagação do slam. Sendo o slam um espaço para vozes costumeiramente silenciadas, o livro propaga também essas vozes, representando uma contribuição não somente artística, mas também social.

Glossário

tambaqui
: espécie de peixe encontrado no rio Amazonas e afluentes.
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tarrafa
: rede de pesca circular, geralmente arremessada com as mãos.
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malhadeira
: tipo de rede de pesca artesanal utilizada na região Amazônica.
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imanente
: que está contido de modo inseparável na natureza de um ser ou de um objeto.
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profilaxia
: utilização de procedimentos e recursos para prevenir algo.
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empalamado
: inchado.
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copado
: que apresenta copa abundante, densa.
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altaneiro
: muito elevado, alto.
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liturgia
: ritual.
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