UNIDADE 4  Do mito ao teatro

Nesta unidade, convidamos você a explorar o mito grego e o texto teatral. As propostas foram organizadas em quatro etapas que se completam.

Fotografia. Dentro de uma sala de cinema, com paredes grandes com luz azul refletindo, teto profundo e perto, estrutura preta com luzes de tamanho médio, redondas. Mais abaixo, tela grande na horizontal onde vê-se imagem de duas pessoas em pé. À frente, dezenas de pessoas sentadas em cadeiras.

EU SEI

Você gosta mais de teatro ou cinema?

Entender que há diferenças entre textos literários, textos teatrais e roteiros de cinema.

Fotografia. Vista geral de local com uma construção antiga à direita. Ela tem o formato retangular, com colunas na vertical cilíndricas. Mais à esquerda, pedaços de pedras em bege. Ao fundo, vista geral de céu em tons de laranja, nuvens e, ao centro, sol redondo em amarelo.

EU VOU APRENDER

Capítulo 1 – Veio da Grécia

Compreender o contexto de produção e circulação do mito grego.

Capítulo 2 – No mundo de Molière

Compreender o contexto de produção e circulação do texto teatral.

Respostas e comentários

UNIDADE 4

Do mito ao teatro

Introdução

Esta unidade tem como foco os gêneros textuais mito grego e texto teatral. Além de analisar as características e a estrutura dos gêneros, o estudante é convidado a observar e analisar o contexto de sua produção e circulação, bem como seu valor histórico-cultural.

Em Língua e linguagem, são revistas algumas conjunções coordenativas e subordinativas, visando à elaboração de uma síntese ao final pelos estudantes e à compreensão da função que essas conjunções desempenham nos textos. Também é aprofundado, em ortografia, o estudo da crase.

Nas práticas de produção de textos, em Você é o autor!, propõe-se a transformação de um mito grego em um texto teatral, com vistas a utilizá-lo em Oralidade. Nessa seção, os estudantes são orientados a organizar, produzir e apresentar uma peça teatral, envolvendo inclusive a produção e a confecção de cenários e figurinos. Em Variação linguística, eles entram em contato com a variação histórica.

Ao final da unidade, na seção Vamos compartilhar, a proposta é produzir e postar um podcast com leitura dramática de uma das peças escritas pelos estudantes, com posterior análise de mídias sociais, introduzindo noções de práticas de pesquisa.

A avaliação deve ser diária, observando-se todas as atividades desempenhadas no dia a dia, como os trabalhos em grupo e as tarefas contextualizadas. A autoavaliação individual e do grupo também é uma importante ferramenta de acompanhamento da aprendizagem dos estudantes. Caso alguns estudantes apresentem dificuldades em relação aos objetivos pedagógicos da unidade, proponha a leitura de outros mitos e textos teatrais, além de oferecer atividades extras de análise linguística.

Competências gerais da Educação Básica

  1. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.
  2. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.

6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.

Competências específicas de Linguagens para o Ensino Fundamental

  1. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao diálogo, à resolução de conflitos e à cooperação.

5. Desenvolver o senso estético para reconhecer, fruir e respeitar as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, inclusive aquelas pertencentes ao patrimônio cultural da humanidade, bem como participar de práticas diversificadas, individuais e coletivas, da produção artístico-cultural, com respeito à diversidade de saberes, identidades e culturas.

Encenação. Cena de quatro pessoas vistas da cintura para cima, em um palco, com o corpo para a esquerda. Elas estão uma ao lado da outra. Da esquerda para a direita: homem um pouco gordo, de cabelos grisalhos, com terno cinza. Ele olha para a esquerda com a boca aberta. Perto, uma mulher de cabelos castanhos penteados para trás em coque, de blusa de mangas compridas e saia em laranja, com detalhes na gola e manga em preto. Ela olha para a esquerda com a boca um pouco aberta. À direita dela, uma menina de cabelos pretos penteados para trás com laço nos cabelos, blusa e saia em bege. Ela olha para a esquerda com a boca bem aberta e mãos perto da cintura. Na ponta extrema da direita, homem de cabelos lisos penteados e presos para trás, usando camisa de gola branca por dentro, lenço ao redor do pescoço em verde e terno da mesma cor. Ele segura na mão esquerda um papel em bege.

EU APRENDI!

Atividades de compreensão textual, reflexão e análise da língua e da linguagem e ampliação da aprendizagem.

Ilustração. Ao centro, tela laranja na horizontal e gráfico com barras na vertical em verde e vermelho. Na ponta superior, à esquerda, retângulo com gráfico e duas linhas em flecha para a direita, uma verde e outra vermelha. Sobre ela, uma pasta em azul e duas flechas para cima em verde. Na parte inferior, à esquerda, mouse laranja com detalhe em verde. À direita, um retângulo azul e linhas e flecha em laranja. Ao fundo, celular na vertical branco com contorno em laranja e flecha verde para cima. Ao redor e ao fundo, nuvens e flechas. Na ponta inferior, texto: VECTOR ILLUSTRATION.

VAMOS COMPARTILHAR

Análise de mídias sociais: podcast

Realizar leitura dramática para episódio de podcast e analisar o resultado nas mídias sociais.

Respostas e comentários
  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Proponha atividades em duplas ou em pequenos grupos, de modo que os estudantes possam trocar conhecimento e se apoiar nessas interações, para o desenvolvimento das habilidades esperadas.
  • Esta unidade permite o desenvolvimento dos Temas Contemporâneos Transversais (TCT), previstos pela BNCC, Diversidade cultural e Ciência e Tecnologia e do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ó dê ésse) 4, Educação de qualidade, em várias oportunidades, como na abertura dos capítulos ao falar da cultura da Grécia antiga e atual ou da sociedade francesa da época de Molière e atual, podendo ampliar com contrapontos com a nossa cultura e sociedade da mesma época e da atualidade.
  • Para dar início à unidade, pergunte aos estudantes se eles costumam ir ao cinema ou ao teatro, se já tiveram a oportunidade de fazer esses programas Tente descobrir os costumes dos estudantes em relação a essas opções de programas. Caso na cidade onde residem não haja cinema nem teatro, mude as perguntas para a realidade deles, pois podem ter assistido a alguma peça montada pela escola ou a um filme exibido na biblioteca ou na praça central
  • Você também pode perguntar o que eles costumam ver na TV, quando poderá focar em minisséries ou filmes adaptados de grandes obras literárias.

Competências específicas de Língua Portuguesa para o Ensino Fundamental

  1. Compreender a língua como fenômeno cultural, histórico, social, variável, heterogêneo e sensível aos contextos de uso, reconhecendo-a como meio de construção de identidades de seus usuários e da comunidade a que pertencem.
  1. Compreender o fenômeno da variação linguística, demonstrando atitude respeitosa diante de variedades linguísticas e rejeitando preconceitos linguísticos.
  1. Selecionar textos e livros para leitura integral, de acordo com objetivos, interesses e projetos pessoais (estudo, formação pessoal, entretenimento, pesquisa, trabalho ).
  2. Envolver-se em práticas de leitura literária que possibilitem o desenvolvimento do senso estético para fruição, valorizando a literatura e outras manifestações artístico-culturais como fórmas de acesso às dimensões lúdicas, de imaginário e encantamento, reconhecendo o potencial transformador e humanizador da experiência com a literatura.

Temas Contemporâneos Transversais

  • Diversidade cultural.
  • Ciência e Tecnologia.

Objetivo de Desenvolvimento Sustentável

4. Educação de qualidade.

EU SEI

Você gosta mais de teatro ou cinema?

Muitas obras literárias inspiram outros autores, diretores, roteiristas e atores a adaptá-las para o teatro ou o cinema. Um desses casos foi a peça teatral O Auto da Compadecida, do escritor brasileiro Ariano Suassuna. A peça, em fórma de auto e em três atos, já esteve nos palcos e nas telas da TV, como uma minissérie, e do cinema, em uma versão longa-metragem.

1. Observe as imagens a seguir.

Cena de filme. Dois personagens sentados sobre local com solo em bege e vegetação seca, em tons de marrom e verde. À esquerda, homem de cabelos castanhos, de blusa de mangas compridas fina, em bege-claro. Ele olha para frente, tem chapéu bege, preso com um cordão preto ao redor do pescoço e mãos sobre os joelhos. À direita, homem um pouco calvo e cabelos escuros, vestido de camisa de cor bege-escuro e calça em bege-claro. Olha para frente e tem chapéu cinza preso com um cordão preto ao redor do pescoço. No alto, céu em azul-claro e nuvens brancas.
Cena de O Auto da Compadecida, com os protagonistas que interpretam os amigos João Grilo e Chicó, personagens alegóricos, do imaginário coletivo, que representam o cotidiano de quem luta para sobreviver em um ambiente hostil e adverso.
Cena de teatro. Vista geral de palco onde há cinco pessoas em pé encenando. Da esquerda para a direita: um homem com chapéu, blusa de mangas compridas, calça e sapatos em preto, com camisa de gola branca por dentro. Ele olha para frente, com a mão direita sobre o peito. Ao lado, homem de cabelos escuros, de camisa de mangas compridas em branco, colete azul, calça e sapatos pretos, com o braço direito para a direita. Ao centro, uma mulher em pé para a direita, de cabelos castanhos em coque para trás, vestido regata curto amarelo e sapatos da mesma cor. Ela está com o braço direito para a direita, acima e outro braço para frente. Na ponta da direita, uma mulher de cabelos castanhos penteados para trás, ornamento sobre a cabeça e vestido regata em azul, com braços para a esquerda. Ao lado, mulher de cabelos castanhos em coque para trás, vestido regata verde e tecidos nos braços em preto, olhando para a esquerda. Em segundo plano, projeção de um prédio com uma porta à esquerda, aberta e luz amarela sobre ela. Na parte superior, teto preto e luzes em amarelo.
No teatro, a aproximação dos atores com o público cria uma interação maior, pela qual os atores podem perceber a reação da plateia.
Respostas e comentários

Eu sei

Você gosta mais de teatro ou cinema?

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Comece fazendo o questionamento: Você gosta mais de teatro ou cinema? Analise as respostas e explore-as. Incentive os estudantes a explicarem por que gostam mais de um ou de outro para que não fiquem apenas em respostas simples como “Eu gosto mais de cinema.”. Leve-os a explicar o porquê.
  • Ao ler o texto introdutório, pergunte por que eles acham que algumas obras literárias inspiram outros autores, diretores a adaptá-las para o cinema ou teatro, por exemplo.
  • Em seguida, pergunte quem é Ariano Suassuna e por que no título do livro tem “auto”. De acordo com as respostas, complemente-as. Comente os elementos dos autos medievais e da literatura de cordel presentes na obra de Suassuna. Pergunte se algum deles já leu esse livro e incentive-os a lê-lo por fruição. Diga que muitos consideram a obra uma sátira social. Outro ponto importante é a linguagem empregada pelo autor na peça, marcada pela oralidade, utilizando um registro que pode ser encontrado na região Nordeste. Aproveite para abordar o preconceito linguístico e como e por que devemos combatê-lo. Veja Para ampliar.
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

1. Proponha aos estudantes que descrevam com suas palavras as imagens, fazendo, primeiramente, o exercício de analisar a cena de um filme e a cena de uma peça teatral, confrontando-as e identificando semelhanças e diferenças, por exemplo: em ambas existem atores que vivenciam personagens. Na primeira, o cenário representa uma realidade: o Nordeste brasileiro; na segunda, vê-se o palco do teatro. Em seguida, chame a atenção dos estudantes para as imagens da página seguinte, que estão relacionadas a salas de cinema. A análise das fotos deve ser acompanhada da leitura das legendas, para que fique mais claro o entendimento de cada uma delas.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis nove éle pê quatro quatro

ê éfe seis nove éle pê quatro nove

ê éfe oito nove éle pê dois sete

ê éfe oito nove éle pê três quatro

Fotografia. Dentro de uma sala com pouca luz, pessoas sentadas sobre poltronas em amarelo. Elas estão com um par de óculos preto sobre o rosto, olhando para a esquerda, a maioria com a boca bem aberta. Ao meio, uma criança de cabelos escuros, de blusa de mangas compridas em cinza, com o braço direito e dedo indicador para frente. Perto dela, um pote de pipoca com listras na vertical em branco e vermelho. Ao lado, pessoa de cabelos escuros, de blusa de mangas compridas em preto e braços erguidos até o rosto. Ao fundo, à esquerda, partes na vertical em laranja e marrom.
Plateia no cinema usando óculos 3D.
Fotografia. Dentro de uma sala de cinema, com paredes grandes com luz azul refletindo, teto profundo e perto, estrutura preta com luzes de tamanho médio, redondas. Mais abaixo, tela grande na horizontal onde vê-se imagem de duas pessoas em pé. À frente, dezenas de pessoas sentadas em cadeiras.
Muitos filmes utilizam efeitos visuais para compor os cenários.
Ícone. Atividade oral.
  1. Você já assistiu a algum filme que tenha sido adaptado de um livro? Qual?
  2. Você acha, por exemplo, que um filme e o livro no qual foi baseado são exatamente iguais? Por quê?
  3. Na sua opinião, adaptar um livro para o teatro ou o cinema é uma boa ideia? Por quê?
  4. Se você fosse adaptar um livro para o cinema, qual livro escolheria?

▶ Como você adaptaria a história? Manteria os personagens, cenários etc.? Conte de forma resumida.

6. Você já assistiu a alguma peça no teatro ou a um filme no cinema? Como foi sua experiência?

▶ Se não assistiu, como você imagina que seja? Explique para a turma.

Respostas e comentários

2 a 6. Respostas pessoais. Ver orientações didáticas.

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

2. Caso nenhum estudante se lembre de um filme adaptado de um livro, cite algum que você conheça e comente a diferença entre eles. Como exemplo, você pode citar os livros Harry Potter, O Senhor dos Anéis e O Hobbit. Quanto a filmes nacionais, cite Turma da Mônica – Laços.

3 e 4. Aceite todas as respostas. Espera-se que os estudantes percebam que, geralmente, os livros ou mesmo os textos teatrais, quando vão para o cinema, sofrem adaptações.

  1. Aceite todas as respostas. Perceba se os estudantes mencionam o tempo de duração do filme ou da peça de teatro em relação ao tamanho do livro, o que é possível ou não em relação aos cenários, às dinâmicas de cena Comente o roteiro de cinema, a estrutura básica, o papel do roteirista nessa adaptação do texto literário ou teatral para o cinema, por exemplo.
  2. Espera-se que os estudantes percebam que no teatro há a proximidade com a plateia, o que não é possível no cinema; no filme, é possível ter cenas em várias locações diferentes e cenários criados por computação gráfica; no teatro, é possível mudar os cenários durante a peça ou nos intervalos.

No decorrer da unidade, será possível desenvolver o TCT Diversidade cultural, como nesta dupla de páginas, que oferece ao estudante meios para conhecer manifestações artísticas propostas pelas atuações de personagens no teatro e no cinema, ampliando assim o repertório cultural dos estudantes, bem como o ó dê ésse 4 Educação de qualidade.

Para ampliar

BAGNO, Marcos. Preconceito linguístico. Glossário Ceale, Faculdade de Educação da ú éfeMG. Disponível em: https://oeds.link/nFI9Ee. Acesso em: 22 julho 2022.

BAGNO, M. Preconceito linguístico: o que é, como se faz. São Paulo: Loyola, 2014.

FUKS, Rebeca. Auto da Compadecida (resumo e análise). Cultura Genial. Disponível em: https://oeds.link/Y6z2x2. Acesso em: 15 julho 2022.

EU VOU APRENDER  Capítulo 1

Veio da Grécia

Vamos conhecer um mito grego sobre o rei Midas e o Toque de Ouro. Antes, responda às perguntas a seguir.

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

Transcrição do áudio

Locutor: Mito brasileiro

Locutor: As mais diversas culturas criam histórias para explicar de onde vieram e como se relacionam com a natureza, o planeta e seus fenômenos. Essas explicações são chamadas de mitos.

Os povos originários brasileiros também têm seus mitos, ou seja, histórias que relacionam esses povos tanto com a aparição deles no planeta quanto com seres sobrenaturais, como deuses.

Você vai ouvir a seguir um mito do povo Kayapó. Ou Mebêngôkré, como eles se denominam. População essa que está distribuída em diversas aldeias ao longo de afluentes do rio Xingu, no Brasil Central.

Ouça com atenção “O Buraco do Céu de Onde Saíram os Kayapó”, texto recontado por Daniel Munduruku, e publicado na obra Outras tantas histórias indígenas de origem das coisas e do Universo.

Narradora: “Contam que, num tempo muito antigo, os Kayapó moravam no céu. Lá, muito acima do teto do céu, havia tudo o que se pode imaginar. Tinha batata-doce, macaxeira, inhame, mandioca, milho, inajá, banana, caças das mais diversas e tartarugas da terra. Enfim, era um lugar com muita fartura.

Um dia, um experiente guerreiro da classe dos Mebenget descobriu no mato a cova de um tatu. Ele ficou muito curioso e com vontade de caçar o animal. Então começou a cavar. Passou o dia inteiro caçando e mesmo de noite não parou de cavar. Assim se passaram muitos dias até que viu o tatu-gigante. Ficou animado com isso e cavou com mais empenho ainda até furar a abóbada celeste. O tatu despencou lá de cima, arrastando consigo o velho guerreiro. No entanto, quando já estavam para chegar no chão, um forte vento de tempestade pegou o guerreiro e o atirou novamente para cima. Assim, ele pôde voltar para o céu, de onde olhou a terra e viu que lá tinha uma pequena floresta de buriti, um rio e vastos campos.

Admirando a terra lá embaixo, o homem sentiu uma saudade tão grande, um aperto tão profundo no coração, que não se conteve e deixou rolar duas lágrimas pelo rosto. Depois, apressou-se em voltar para sua aldeia a fim de contar o que havia visto.

− Cavei um buraco na abóbada celeste – contou o guerreiro.

− E como isso aconteceu? – perguntaram os homens reunidos na casa especialmente preparada para suas reuniões.

− Eu vi um tatu-gigante e o persegui até ele desabar do céu.

− E onde ele está agora?

− Ele caiu sobre uma floresta de buritis.

Os chefes dos Kayapó ficaram muito pensativos após ouvirem o relato do guerreiro e conversaram para decidir o que fazer.

− O que vamos fazer agora? - perguntou um chefe.

− Será que devemos deixar o céu e descer para a Terra?

No entanto, não conseguiam decidir nada e permaneceram longo tempo conversando e pensando sobre o que iam fazer, até que decidiram que o povo deveria emigrar para a Terra.

− Como iremos fazer isso, já que é uma descida muito grande? – indagou outro chefe.

− Vamos fazer uma corda muito comprida usando nossos cipós, braceletes e cintos. Cada um de nós terá de ir em sua casa e trazer tudo o que puder ser tecido para fazermos uma corda bem forte e resistente.

E assim foi feito. Os homens teceram uma longa corda que foi lançada daquele buraco do céu. Imediatamente começaram a descer. A corda, no entanto, não era longa o bastante para atingir o chão e todos tiveram de retornar ao céu. Mas não desistiram. Foram trazendo mais coisas para aumentar a corda até o comprimento necessário.

O primeiro a descer foi um homem da classe dos Mebenget que não tinha medo de altura. Ele foi o primeiro Kayapó a pisar na Terra. Logo que chegou, amarrou a extremidade da corda no tronco de uma árvore gigante, o que facilitou muito a descida das outras pessoas. Os primeiros a descer foram os jovens; depois, as mulheres com as crianças agarradas em suas costas; em seguida, os homens e, finalmente, os anciãos.

Aconteceu, porém, que alguns Kayapó ficaram com medo de descer pela corda e resolveram não acompanhar os outros. Nessa expectativa, nesse desce-não-desce, apareceu um estranho menino que, vendo a corda esticada, passou por ela e a cortou. Fez isso zombando de todos e disse:

− Estou cortando a corda para que eles fiquem morando no céu eternamente.

Diante disso, os que já tinham descido procuraram rapidamente um lugar nos campos onde pudessem construir sua morada. Os mais jovens iam na frente para abrir caminho enquanto eram seguidos pelos demais.

É por esse motivo, contam os antigos Kayapó, que uma parte desse povo continua morando no céu enquanto os demais se fixaram na Terra e a dominaram, tornando-se grandes conhecedores da floresta.”

Locutor: Créditos: O mito “O Buraco do Céu de Onde Saíram os Kayapó”, recontado por Daniel Munduruku, foi publicado na obra Outras tantas histórias indígenas de origem das coisas e do Universo, em 2008, pela editora Global. Todos os áudios inseridos neste conteúdo são da Freesound.

Ícone. Atividade oral.
  1. O que você acha que é um mito?
  2. Por que o nome “mito grego”?
  3. Você sabe onde se localiza a Grécia?
Fotografia. Vista geral de local com uma construção antiga à direita. Ela tem o formato retangular, com colunas na vertical cilíndricas. Mais à esquerda, pedaços de pedras em bege. Ao fundo, vista geral de céu em tons de laranja, nuvens e, ao centro, sol redondo em amarelo.
O Partenon, templo erguido na Acrópole ateniense, na Grécia, foi dedicado à deusa Atena. Sua construção terminou em torno de 432 antes de Cristo

4. Leia este trecho da introdução de O livro da mitologia.

reticências toda cultura humana desenvolveu uma mitologia própria para explicar suas origens e conseguir entender os fenômenos observados no mundo natural. A palavra “mitologia” vem do grego mythós, significando “história”, e logia, “conhecimento”. Os mitos falam sobre a criação do mundo ou preveem seu fim; explicam como os animais foram feitos e como a Terra se formou; fazem uma ponte ligando o mundo dos humanos com o mundo dos espíritos ou deuses; tentam impor uma ordem num caos aterrorizante e confrontar os mistérios da morte. reticências

, Filípe. O livro da mitologia. Tradução Bruno Alexander. Rio de Janeiro: Globo Livros, 2018. página 12.

  1. Observando a origem da palavra, o que você entende por mitologia?
  2. Segundo esse trecho, a mitologia foi criada para tentar explicar o que o ser humano não entendia. Isso faz sentido para você? Explique.

5. Agora, leia o mito “Rei Midas e o Toque de Ouro” em uma versão adaptada.

Respostas e comentários

1. Resposta pessoal. Ver orientações didáticas.

2. Porque faz parte da mitologia grega, que é um conjunto de mitos narrados há muito tempo, na Grécia Antiga. Eles eram transmitidos oralmente e, mais tarde, foram registrados por Homero e Hesíodo. Os mitos retratavam não só a cultura dessa época, como também a religiosidade. As histórias envolvem deuses gregos, moradores do Monte Olimpo, que demonstram sentimentos como os dos mortais. Em muitos desses mitos, há explicações para fenômenos da natureza ou lições de moral estabelecendo o que os contadores acreditavam ser comportamentos apropriados ou não.

3. Resposta pessoal. A Grécia fica no sul do continente europeu.

4. Respostas pessoais. Ver orientações didáticas.

Eu vou aprender

Veio da Grécia

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Inicie a aula perguntando aos estudantes se eles conhecem algum mito. Solicite que citem alguns. Caso ache necessário, cite outros e anote-os na lousa para ajudá-los a formular a resposta para a atividade 1 mais tarde.
  • Se possível, traga para a sala de aula um mapa-múndi e imagens da Grécia para mostrar aos estudantes.
  • Esta é uma boa oportunidade para trabalhar com os professores de História e Geografia para que os estudantes entendam o valor cultural e social do mito, sua provável origem e por que os mitos gregos continuam sendo uma influência na civilização ocidental.
  • Como mencionado, neste capítulo será possível desenvolver o TCT Diversidade cultural, proporcionando aos estudantes conhecer manifestações artísticas e culturais por meio do teatro, bem como o ó dê ésse 4 Educação de qualidade.
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  1. Espera-se que os estudantes relacionem o nome grego à cultura da Grécia; caso eles não encontrem essa relação, direcione-os com questionamentos que os levem a estabelecer essa relação sozinhos.
  2. Após as respostas dos estudantes, se possível, apresente um mapa-múndi para que eles visualizem a localização da Grécia e do Brasil, bem como imagens que possam ilustrar a cultura e as tradições gregas, como a culinária, a dança, as músicas Aproveite para falar um pouco da cultura grega e dos imigrantes gregos no Brasil.
  • Faça o contraponto entre a Grécia antiga, quando surgiram os mitos e os deuses do Olimpo, e a Grécia atual.
  • Após ler a legenda do Partenon, apresente informações sobre esse templo, sua construção e o que está preservado e aberto para visitações. Veja Para ampliar.

4a. Coloque a palavra “mitologia” na lousa e mostre como ela foi formada a partir dos termos gregos. Chame a atenção para cada um dos termos e veja se os estudantes conseguem responder o que é mitologia com as próprias palavras.

Para ampliar

BRANDÃO, Junito de Souza. Mitologia grega. volume 1. Rio de Janeiro: Petrópolis, 1986; , Filípe. O livro da mitologia. Tradução de Bruno Alexander. Rio de Janeiro: Globo Livros, 2018.

pártenôn de Atenas. Portal Grécia Antiga. Disponível em: https://oeds.link/47zJ9N. Acesso em: 17 julho 2022.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis nove éle pê quatro sete

ê éfe seis nove éle pê quatro nove

ê éfe seis nove éle pê cinco três

ê éfe seis nove éle pê cinco quatro

ê éfe oito nove éle pê três dois

ê éfe oito nove éle pê três três

Rei Midas e o Toque de Ouro

Midas, rei da Frígiaglossário , era o homem mais rico do mundo. Arcas e mais arcas cheias de ouro, prata e pedras preciosas amontoavam-se na sua casa de tesouros. Midas tinha mais dinheiro do que é possível imaginar, mas para ele não bastava.

Midas mergulhava os braços em suas arcas de moedas e murmurava:

— Quero mais ouro!

Midas enfiava a mão em suas arcas de pedras preciosas, e, enquanto diamantes e rubis escorriam-lhe por entre os dedos, ele exclamava, ganancioso:

— Quero mais joias!

reticências

Um dia, ao passar por ali, o deus Dioniso ouviu os gritos de Midas. Olhou pelas grades da janela e viu o rei rolando num monte de moedas de ouro, como um porco chafurdando na lama. Era uma cena tão ridícula, que Dioniso se pôs a rir.

— Está rindo de mim? — perguntou o rei Midas.

— É claro! Você parece um tolo! — disse Dioniso.

— Não me importa o que acha — retrucou Midas. — Adoro dinheiro, e quero ganhar cada vez mais.

— Deveria pensar mais em dar do que em ganhar — replicou Dioniso. — Por que não usa sua riqueza para dar de comer aos famintos? De que adianta ter tanto dinheiro só para guardar?

— Dar meu dinheiro? De jeito nenhum — disse Midas. — Quem me dera obter o Toque de Ouro. Como eu seria feliz, se tudo o que eu tocasse se transformasse em ouro!

— Você acha mesmo que seria feliz assim? — perguntou Dioniso, com ar de incredulidade.

— Tenho certeza! — respondeu Midas.

— Quero só ver — sussurrou Dioniso, afastando-se.

“Que sujeito estranho!”, pensou Midas. “Que ideia! Dividir minha riqueza com os outros! Não posso permitir que esse louco fique perambulando pelo meu reino. Preciso tomar alguma providência.”

O rei saiu da casa do tesouro, fechou a porta pesada e trancou com uma imensa chave de ferro. De repente ele percebeu que alguma coisa havia mudado. A porta brilhava tanto que seus olhos se ofuscaram. Era isso! A madeira da porta havia se transformado em ouro, assim como o ferro da chave que ele segurava.

Respostas e comentários
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  1. Proponha aos estudantes que, primeiro, façam uma leitura silenciosa. Depois, peça que façam uma leitura compartilhada. Durante essa prática, pare em alguns pontos da história para que eles possam fazer inferências implícitas e explícitas com base nas pistas deixadas no texto, construindo assim a compreensão leitora. Motive-os a desenvolver estratégias de leitura, como levantar hipóteses na pré-leitura e fazer inferências. Para a leitura compartilhada, peça que usem a expressividade, observando a empostação, o tom e a melodia da voz, além do discurso direto. Ao final dessa leitura, pergunte a eles se compreenderam melhor o texto dessa vez em relação à primeira leitura.
  • Pergunte aos estudantes se o título deixa claro para o leitor sobre o que a história vai tratar. Provavelmente, o leitor tem de conhecer um pouco a mitologia grega para relacionar tanto o nome do rei quanto o que é o Toque de Ouro. Se não houver um conhecimento prévio, podem ser levantadas várias hipóteses sobre o que seja o Toque de Ouro e qual é a relação com o rei.
  • Após a leitura da introdução do mito, o leitor situa-se na história para entender quem era o Rei Midas, como ele agia e o que mais desejava. Pergunte aos estudantes exatamente essas três questões, ou seja, o que logo no início o leitor já descobre sobre o rei.
  • Continue analisando o texto com os estudantes durante a leitura compartilhada. Por exemplo, como Dioniso reage ao ver a cena do rei rolando nas moedas de ouro e o que essa reação desencadeia na história. Leve-os a perceber as escolhas lexicais e sintáticas utilizadas pelo autor para dar a expressividade necessária e estabelecer a sequência dessa reação: ri, acha ridículo e diz que o rei parece um tolo, dá uma lição de caridade, questiona o desejo do rei (ter o Toque de Ouro para ser feliz) e faz uma aposta indireta ao dizer “Quero só ver”. Chame a atenção para o “sussurrando” e o que isso indica ao leitor. Faça algumas análises com os estudantes em outros pontos do texto.

Midas não cabia em si de contente! Os deuses haviam atendido o seu desejo. Tudo o que ele tocava transformava-se em ouro! reticências

Midas correu até seu palácio. Ordenou aos criados que preparassem uma refeição sem igual para comemorar sua sorte e convocou toda a família e os amigos para participarem da festa.

O banquete foi servido Num gesto largo, Midas ergueu sua taça para brindar, e imediatamente ela se transformou em ouro. Houve uma exclamação de espanto.

— Um brinde ao rei mais rico da terra, que se tornará cada dia mais rico! — Midas declarou.

reticências

Deixando a taça de lado, ele declarou iniciadas as comemorações. Os convivas começaram a comer. Midas também tentou, mas tudo o que lhe tocava a boca transformava-se em ouro.

Niobe, o gato do rei, pulou no colo do dono e imediatamente transformou-se em ouro. Seu cão, Ajax, lambeu-lhe a mão e teve o mesmo destino. Então Midas compreendeu tudo e uma expressão de pavor instalou-se em seu rosto. Os convidados o fitavam sem saber o que fazer. Phoebe, sua filha adorada, levantou-se e correu para ele, preocupada.

— O que foi, papai? Está se sentindo mal?

Antes que o pai conseguisse detê-la, ela pôs a mão em sua testa e imediatamente se transformou numa estátua de ouro.

Midas jogou-se da cadeira, rolando no chão, desesperado.

Ilustração. Dentro de um local com paredes de cor bege-escuro, janelas longas, na vertical, com ponta oval na parte superior. Ao centro, um homem sentado de frente para uma mesa, retangular em marrom. Ele tem cabelos e barba longos em castanho, com coroa amarela sobre a cabeça, com blusa de mangas compridas em amarelo e detalhes em branco. O homem olha para a esquerda, segurando na mão direita uma fruta arredondada dourada, com a mão esquerda sobre a bochecha. Na mesa, louças douradas, com um prato e frutas de cores diversas. Perto do prato, uma maçã e laranja douradas.
Respostas e comentários
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  • Na continuação da leitura, chame a atenção para o emprego dos advérbios e a inversão da ordem das orações com o significado que eles agregam ao texto, por exemplo: “reticências ergueu sua taça para brindar, e imediatamente ela se transformou em ouro.”; “Deixando a taça de lado, ele declarou reticências”.
  • Neste trecho: “Niobe, o gato do rei, pulou no colo do dono e imediatamente transformou-se em ouro. Seu cão, Ajax, reticências”, pergunte qual é a função das vírgulas e se há outra palavra que substitui “imediatamente” sem perder o sentido.
  • Chame a atenção dos estudantes para os sinais de pontuação ao longo do texto, destacando a função de alguns deles em especial, como travessão e reticências. Pergunte-lhes se recordam a funcionalidade de cada um, orientando-os a compartilhar o que sabem sobre isso. Dependendo dos comentários, complemente dizendo que o travessão serve para indicar o discurso direto, ou seja, para marcar a fala de personagens e as reticências entre colchetes indicam que foi apresentado apenas um trecho do texto original.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis nove éle pê quatro sete

ê éfe seis nove éle pê quatro nove

ê éfe seis nove éle pê cinco três

ê éfe seis nove éle pê cinco quatro

ê éfe oito nove éle pê três dois

ê éfe oito nove éle pê três três

— Sou o rei mais rico do mundo, mas sou o mais pobre ser humano. Agora sei o que os deuses quiseram me ensinar. O Toque de Ouro é uma maldição. Destruiu minha filha amada, meus animais de estimação e vai continuar me privando de tudo o que é importante para mim. De que serve minha riqueza se não posso ter nem um copo de água e um pedaço de pão seco? Meu dinheiro não poderá impedir que eu sinta fome, sêde, medo e solidão. Aprendi tarde demais a reconhecer o que é importante de fato.

— Você sempre foi um homem bom, acontece que o brilho do ouro ofuscou seus olhos — disse uma voz.

Midas levantou os olhos e viu Dioniso à sua frente. Ajoelhou-se diante do deus e disse:

— Desculpe-me de minha ambição. Desculpe-me de só pensar em mim.

— Você aprendeu a lição, não há razão para se atormentar.

Com um gesto de Dioniso, um imenso arco-íris se formou. Midas fechou os olhos e, quando voltou a abri-los, viu-se de novo sentado à mesa de banquete. De pé a seu lado, Phoebe lhe falava carinhosamente. Ajax lambia-lhe a mão e Niobe ronronava, instalada em seu colo.

— Por favor, tragam-me uma fatia de pão e um copo de água — Midas pediu.

reticências

— Abram as portas de meu palácio e convidem todos os habitantes do reino para participar deste banquete — Midas ordenou.

A partir daquele dia, Midas passou a partilhar suas riquezas com quem precisava. Deixou de ser o rei mais rico do mundo, mas certamente tornou-se o mais querido.

Ilustração. Vista geral de cidade com casas antigas em marrom, de dois andares e na parte superior com telhado cinza-escuro. Mais ao fundo, torres cinzas com telhado vermelho, de formato similar a castelo. Ao centro, na parte inferior, na rua, vários comerciantes, pessoas caminhando e mais à frente, um rio de água de cor azul-claro. Na água, uma canoa marrom, com um homem segurando uma rede com peixes cinza. Ele usa gorro marrom-escuro e blusa de mangas compridas em bege. Perto da escada do porto que liga o rio e a cidade, um menino de cabelos pretos, de blusa de mangas compridas, calça em marrom, segurando cesto com peixes cinza dentro. Na parte superior, céu em azul-claro.

KIMMEL, Eric A. Rei Midas e o Toque de Ouro. In: Mitos gregos. Tradução: Monica Stahel. terceira edição São Paulo: WMF Martins Fontes, 2013. página 41-47.

Respostas e comentários
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  • Na continuação da leitura, chame a atenção para como é organizado o diálogo, os verbos dicendi utilizados (disse, sussurrou, pediu, ordenou ), e a fala do narrador, que narra o que observa, sendo objetivo e imparcial sobre os acontecimentos. Pergunte sobre o foco narrativo (3ª pessoa) e o tipo de narrador.
  • Terminada a leitura, pergunte aos estudantes o que compreenderam da história. Peça-lhes que compartilhem oralmente suas opiniões, orientando-os a respeitar os turnos de fala e as opiniões diferentes que possam surgir. Pergunte se as imagens os ajudaram a compreender melhor a leitura e por quê. Outro ponto que pode ser levantado diz respeito às palavras desconhecidas. Solicite à turma que exponha esses termos e pergunte se ao concluir a leitura foi possível inferir seus significados. Se não, retome o trecho em voz alta e peça ajuda da turma para tentar encontrar sinônimos para essas palavras, como neste exemplo, extraído da ­página 124: “Os convidados o fitavam sem saber o que fazer.” Se necessário, diga que o verbo fitar nessa situação tem o sentido de observar. Se após esse mapeamento, ainda houver dúvidas sobre o significado de algum termo, proponha pesquisas em dicionários (físico ou on-line).

COMPREENSÃO TEXTUAL

Responda às questões no caderno.

Ícone. Atividade oral.
  1. O que você achou desse mito? Comente.
  2. Qual é o principal assunto tratado no texto?
  3. Para você, quais são as características psicológicas do rei Midas no início da história?
  4. Essas características mudam no decorrer da história? Explique.
  5. Onde acontece a história e como esses espaços são descritos?
  6. Há algum indício de quando a história acontece?
  7. Quem são os personagens principais, secundários e terciários?
  8. Como é a construção da narrativa, no início, para mostrar como o rei Midas era rico?
  9. Como o rei se comportava quando estava sozinho com seus tesouros?
  10. Na descrição do comportamento do rei, há uma figura de linguagem. Qual é ela?
  11. Qual é a lição que Dioniso dá ao rei no primeiro encontro?
  12. Como o rei reage a esse conselho?
  13. Até esse momento, o rei considera que a felicidade só é obtida por meio da riqueza, dos bens materiais. Você concorda? Por quê?
  14. Você acha que Midas, no primeiro momento, percebeu quem era de fato Dioniso?
  15. O que esta fala indica ao leitor?

— Quero só ver — sussurrou Dioniso, afastando-se.

  1. Como ocorrem os diálogos entre os personagens em “Rei Midas e o Toque de Ouro”?
  2. Como a história do rei Midas foi registrada?
  3. Para você, como se apresenta a leitura dos diálogos ao leitor?
Respostas e comentários

1. Resposta pessoal.

2. A ambição e a ganância.

3. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes percebam que o rei é um personagem ambicioso, ganancioso e avarento, interessado apenas em acumular fortunas em ouro, prata, joias e pedras preciosas.

4. Sim, elas mudam. Ao perceber o que havia feito com os seres que amava e consigo mesmo, Midas se arrepende, tornando-se um rei generoso.

5. Na casa do tesouro, local fechado com uma porta pesada e trancada com uma chave de ferro enorme; e no palácio real, durante um banquete com a família, os bichos de estimação e os amigos de Midas.

6. Não há indicação específica de quando a história acontece; o tempo é indeterminado.

7. Principais: rei Midas e o deus Dioniso; secundários: a filha Phoebe, o gato Niobe, o cão Ajax; terciários: os convidados e os criados.

8. Há a descrição da quantidade de arcas e os conteúdos delas: ouro, prata e pedras preciosas. Para dar ideia da profundidade das arcas, o autor diz que o personagem “mergulhava” o braço nelas.

9. Ele se deliciava com os tesouros, deixando-os escorrer entre os dedos, mas isso não lhe bastava: queria mais e mais riqueza.

10. A comparação. O rei, ao rolar em um monte de moedas de ouro, é comparado a “um porco chafurdando na lama”.

11. “Deveria pensar mais em dar do que em ganhar.” “Por que não usa sua riqueza para dar de comer aos famintos?”.

12. Não aceita e diz que quer o Toque de Ouro, pois só assim seria feliz.

13. Respostas pessoais.

14. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes comentem que não, pelas expressões “sujeito estranho” e “louco”. O desconhecimento é reforçado mais adiante pela voz do narrador: “Os deuses haviam atendido o seu desejo”.

15. Indica que Dioniso concede a Midas o Toque de Ouro.

16. Os diálogos são anunciados pelo narrador, que faz a intermediação entre as ações narradas e o leitor. Essas falas, nessa história, são marcadas pelo travessão e, em alguns momentos, pelos verbos dicendi.

17. Nesse caso, foi registrada na modalidade escrita. Em geral, os mitos registrados nessa modalidade apresentam os elementos da estrutura narrativa, como o narrador.

18. De fórma interrompida, ou seja, há interrupções na narrativa que dão vez à voz do narrador, explicando as ações e reações dos personagens, tanto no plano psicológico (emoções e sentimentos) quanto fisicamente.

Compreensão textual

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  • As atividades a seguir podem ser feitas individualmente ou em duplas. Sugerimos que sejam feitas em duplas para que haja troca entre os pares e oportunidade de maior reflexão e discussão para chegar a uma resposta comum.

1 a 3. Explore o que os estudantes sentiram ao ler o texto, se eles concordaram com a atitude do rei, se discordaram, se consideraram o rei egoísta, ambicioso A história tenta ensinar algo ao leitor? Vocês se lembram de outros personagens que também têm as características do Rei Midas? (Tio Patinhas, personagem de agá quê; e iscrúgi, personagem de O conto de Natal, de Charles Dickens.)

  1. Peça aos estudantes que indiquem em que parte da história se percebe que essa mudança acontece. (Quando sua filha vira estátua de ouro, o rei aprende, tarde demais, o que de fato é importante.)
  2. Espera-se que os estudantes sejam capazes de identificar os espaços descritos na narrativa. Caso encontrem dificuldades, solicite uma releitura.
  1. Se observar que os estudantes estão com dificuldades em encontrar a figura de linguagem, coloque alguns exemplos de comparação na lousa e peça a eles que analisem. Leve-os a perceber qual termo indica uma comparação nos exemplos.
  2. Questione os estudantes sobre o que eles acharam da primeira lição dada por Dioniso ao rei, se eles concordam ou não que se deve pensar mais em dar do que ganhar ou em compartilhar uma parte do que temos com quem não tem nada.

14. Retome o texto para que os recursos lexicais e semânticos possam ser visualizados pelos estudantes, ajudando-os a chegar à resposta.

16 a 18. Essas perguntas chamam a atenção dos estudantes para a fórma como o texto é construído, sua estrutura. Com isso, espera-se que possam perceber a diferença em relação ao texto teatral que será trabalhado no próximo capítulo.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis nove éle pê quatro sete

ê éfe seis nove éle pê quatro nove

ê éfe seis nove éle pê cinco três

ê éfe seis nove éle pê cinco quatro

ê éfe oito nove éle pê três dois

ê éfe oito nove éle pê três três

19. Leia este trecho. A que a palavra destacada se refere?

Versão adaptada acessível

Atividade 19.

Leia este trecho. A que a palavra “convivas” se refere?

Os convivas começaram a comer. Midas também tentou, mas tudo o que lhe tocava a boca transformava-se em ouro.

Como eles são referenciados em outras passagens?

20. Neste outro trecho, qual é a função das vírgulas?

Niobe, o gato do rei, pulou no colo do dono

  1. Depois que seu desejo foi atendido, tudo o que Midas tocava se transformava em ouro: a comida, a bebida, seus animais de estimação e sua filha. Ao perceber isso, qual foi sua reação?
  2. A partir desse momento, como o rei passa a encarar o Toque de Ouro?
  3. Como o leitor percebe, no texto, que o rei se arrependeu?
  4. Releia o trecho seguinte.

Com um gesto de Dioniso, um imenso arco-íris se formou. Midas fechou os olhos e, quando voltou a abri-los, viu-se de novo sentado à mesa de banquete. De pé a seu lado, Phoebe lhe falava carinhosamente. Ajax lambia-lhe a mão e Niobe ronronava, instalada em seu colo.

 

▶ Na sua opinião, o que aconteceu com o rei Midas não passou de um sonho?

  1. Em que momento o leitor percebe a mudança na atitude e no pensamento do rei?
  2. Na sua opinião, a mudança de comportamento do rei foi algo positivo? Por quê?
  3. Se você tivesse de adaptar essa história para o teatro ou cinema, como faria?
  4. Observe a estrutura desse mito grego. Como ela é composta?
Ilustração. Em um local com solo arredondado e colunas cilíndricas na vertical em amarelo. Ao centro, uma poltrona amarela, onde há sentado um homem de cabelos e barba em castanho, longos, de coroa dourada, roupa de mangas curtas em laranja e lenço vermelho na cintura. Ele usa par de sandálias nos pés em marrom. O homem está com o corpo inclinado para a direita, segurando na mão esquerda, uma jovem em tons de dourado, com o corpo desfalecido. Na ponta inferior, título: Rey Midas.
Respostas e comentários

19. Aos familiares e amigos convocados para o banquete.

19.• Convidados.

20. Marcar o aposto explicativo sobre quem é Niobe.

21. Ele percebeu que até poderia ser o rei mais rico do mundo, mas, como ser humano, seria o mais pobre, pois não teria por perto aqueles que amava nem o que comer ou beber, tornando-se infeliz, só, com medo, faminto e sedento.

22. Como uma maldição.

23. Ao dizer: “Aprendi tarde demais a reconhecer o que é importante de fato” e ao pedir desculpas a Dioniso por sua ambição e egoísmo.

24.• Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes percebam que o rei “acordou” para o que realmente importa na vida: as pessoas e o amor que as une. Se tudo aconteceu de verdade na história ou foi apenas um sonho do rei, não tem como o leitor saber, fica no campo da imaginação.

25. Quando ele pede uma fatia de pão e um copo de água, nada sofisticado, e ao abrir o palácio para todos, compartilhando as riquezas.

26 e 27. Respostas pessoais.

28. Sugestão de resposta: é uma narrativa com começo, desenvolvimento e fim. Há um narrador que vai situando o leitor em relação aos personagens, ao enredo, ao tempo e ao espaço. No caso desse texto, o narrador é onisciente.

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

20. Espera-se que os estudantes sejam capazes de identificar um aposto explicativo, termo acessório trabalhado anteriormente. Se perceber dificuldades, coloque alguns exemplos na lousa para que eles possam inferir quais são as explicações e a que se referem, além de como o aposto é formado. Leve-os a perceber que o aposto explica um termo anterior. Comente que o aposto pode ser explicativo, enumerativo, comparativo, resumidor ou distributivo.

21 e 22. Pergunte aos estudantes se eles consideram esse marco na história um fator importante para a narrativa.

  1. Chame a atenção para o que é natural e sobrenatural no mito contado nessa história e a presença de um dos deuses do Olimpo.
  1. Motive-os a refletir como contariam essa história no teatro ou no cinema, como seria esse roteiro, ou seja, leve-os a perceber que a estrutura do texto não é a mesma e entram outros elementos, como as rubricas. Eles também devem pensar em cenários, trilha sonora, entre outros elementos que fazem parte tanto do teatro quanto do cinema.
  2. Comente com os estudantes que, em uma narrativa, os diálogos podem ser diretos, indiretos ou indiretos livres (um exemplo deste último é quando o narrador reproduz o pensamento do rei utilizando as aspas: “Que sujeito estranho!”, pensou Midas. “Que ideia!”.

LÍNGUA E LINGUAGEM

Conjunções coordenativas: sintetização

Responda às questões no caderno.

1. Releia este trecho do mito “Rei Midas e o Toque de Ouro”.

— Abram as portas de meu palácio e convidem todos os habitantes do reino para participar deste banquete — Midas ordenou.

A partir daquele dia, Midas passou a partilhar suas riquezas com quem precisava. Deixou de ser o rei mais rico do mundo, mas certamente tornou-se o mais querido.

Versão adaptada acessível

Atividade 1, itens a e b.

  1. A que classe gramatical pertencem as palavras “e” e “mas”?
  2. Que ideia elas introduzem entre as orações?
  1. A que classe gramatical pertencem as palavras em destaque?
  2. Que ideia elas introduzem entre as orações?

2. Observe este cartaz.

Cartaz. Cartaz na vertical. Ao fundo, vista parcial de rosto em tons de amarelo e à direita em vermelho, de sobrancelhas pretas e máscara branca cirúrgica sobre a boca e nariz. Acima, texto: Você sabia? As máscaras n95/PFF2 são descartáveis, mas podem ser reutilizadas por até cinco vezes durante a pandemia! Na parte inferior, à esquerda, uma máscara cirúrgica em cinza-claro, de olhos abertos brancos, com bochechas em rosa e boca bem aberta. À direita, texto: Mas caso eu esteja molhada ou com alguma mancha, devo ser descartada! Mais abaixo, logotipos.

TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 8ª REGIÃO. JT8 incentiva o uso de máscaras em campanha de conscientização. Belém, 2021. Disponível em: https://oeds.link/ck4qcM. Acesso em: 12 julho 2022.

  1. Qual é o objetivo da campanha?
  2. O período em destaque no cartaz é conectado por uma conjunção coordenativa. Qual é essa conjunção e por que ela é importante, considerando o objetivo da campanha?
Versão adaptada acessível

Atividade 2, item b.

No cartaz, o período “mas podem ser reutilizadas por até cinco vezes” é conectado por uma conjunção coordenativa. Qual é essa conjunção e por que ela é importante, considerando o objetivo da campanha?

c. Na fala da máscara, qual é a função desempenhada pela conjunção “ou”? Como ela se classifica?

Respostas e comentários

1.a) À classe das conjunções.

1.b) A conjunção “e” introduz uma ideia de sucessão de ações; já a conjunção “mas” introduz uma ideia de oposição.

2.a) Incentivar o uso de máscaras, em decorrência da pandemia de covid-19.

2.b) A conjunção é “mas”. Ela é importante porque estabelece uma oposição entre as orações: as máscaras em questão são descartáveis, porém podem ser reutilizadas até cinco vezes. Ou seja, não precisam ser imediatamente descartadas. Como a campanha é de incentivo ao uso de máscara, isso pode ser um argumento que convença o público, já que o fator financeiro pode ser uma justificativa para não comprar/usar as máscaras.

2.c) Estabelecer uma opção entre dois fatos, no sentido de mostrar que, se ocorrer qualquer um deles, a máscara precisará ser descartada. Classifica-se como conjunção coordenativa alternativa.

Língua e linguagem

Conjunções coordenativas: sintetização

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • O propósito desta seção é promover uma recapitulação breve de algumas conjunções coordenativas, para que os estudantes possam, ao fim, elaborar uma síntese no caderno, considerando os principais tipos dessas orações. Ainda que a metalinguagem seja relevante para organizar as informações, o foco sempre deve ser o papel que essas conjunções desempenham nos enunciados.
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

2a. Comente com os estudantes que, ao longo da pandemia, inúmeros estudos foram divulgados sobre a importância do uso da máscara, ressaltando maior eficácia dos modelos contemplados no cartaz.

2b. Explique aos estudantes que o termo “mas” é utilizado principalmente como uma conjunção adversativa, ou seja, que indica oposição. Se for o caso, reforce com atividades extras.

2c. O trecho em destaque é este: “Caso eu esteja molhada ou com alguma mancha”. Nele, a conjunção alternativa separa duas orações encabeçadas pela conjunção subordinativa condicional “caso”. Aproveite a oportunidade para mostrar aos estudantes que, nas situações comunicativas, as orações coordenadas e subordinadas se intercalam, formando períodos mistos.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis nove éle pê zero dois

ê éfe oito nove éle pê um seis

ê éfe zero nove éle pê zero oito

3. Leia este texto.

Por que a Mitologia Grega ainda é relevante hoje?

Se há um assunto que ainda é amplamente ensinado hoje, é o da antiga mitologia grega. Não é apenas parte de um currículo de literatura, mas também da maioria das lições de história. Algumas pessoas podem se perguntar por que o mundo ainda está interessado em mitos gregos antigos quando não são mais do que histórias de milhares de anos atrás. No entanto, você pode se impressionar e muito com a mitologia grega e com o que vai colhêr de aprendizado a partir de suas histórias.

Histórias fundamentais para a formação do indivíduo

Para quem pensa que histórias da antiga mitologia grega são um monte de contos desatualizados, saiba que isso não é verdade. Com certeza essas histórias podem ter sido escritas há centenas (se não milhares) de anos, mas é bom lembrar que foram escritas por homens sábios que ajudaram a moldar o pensamento moderno.

Esses grandes homens, como Aristóteles e Sófocles por exemplo, não eram meros contadores de histórias. Seus mitos eram contados para ajudar as pessoas a perceberem a diferença entre o certo e o errado, ensinar virtudes como a humildade e a nunca pensarem que eram imortais. Além disso, eram narrativas sobre heróis, que mostravam como a verdadeira grandeza era alcançada por aqueles que tentavam, ousavam e até falhavam.

reticências

TEMÍSTOCLES, Jander. Por que a Mitologia Grega ainda é relevante hoje? Centro Universitário Ítalo-Brasileiro, São Paulo, . Disponível em: https://oeds.link/fJMa6F. Acesso em: 12 julho 2022.

  1. De acordo com o texto, quais áreas ainda se ocupam atualmente da mitologia grega?
  2. Para mencionar essas áreas, que locução conjuntiva foi utilizada?
  3. Segundo o autor, por que é um engano achar que os mitos são apenas contos desatualizados?
  4. No trecho em que defende que os mitos não são apenas contos desatualizados, o autor utiliza uma conjunção para estabelecer um contraste. Qual?
  5. No trecho “por aqueles que tentavam, ousavam e até falhavam”, qual é a função da conjunção coordenativa? Como ela contribui para ressaltar o ponto de vista do autor?
Respostas e comentários

3.a) Literatura e história.

3.b) “Não apenas... mas também”.

3.c) Porque, apesar de serem antigos, os mitos foram escritos por pessoas sábias e que ajudaram a moldar o pensamento moderno.

3.d) A conjunção utilizada foi “mas”.

3.e) A função é indicar o fim de uma sucessão de ações. Ela contribui para, de certa fórma, destacar a última ação – falhar –, mostrando que até os heróis falhavam em suas empreitadas.

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

3a. Mostre aos estudantes que, ao utilizar a locução “não apenas... mas também”, o autor não apenas adiciona um elemento, como também promove uma apreciação, destacando o segundo elemento: a literatura se vale da mitologia, mas a história também.

3c. Aproveite a oportunidade para perguntar a opinião dos estudantes sobre isso. Inclusive, destaque que algumas áreas, como a psicologia, se valem de arquétipos e temas mitológicos para explicar determinados comportamentos humanos, o que revela a atualidade e a utilidade dos mitos.

  • ATIVIDADES COMPLEMENTARES
  • Proponha aos estudantes a elaboração de um esquema com os cinco tipos de conjunções coordenativas, destacando a função de cada um deles.

Caso queira, peça aos estudantes que insiram no esquema exemplos de orações nas quais são utilizadas as conjunções coordenativas. Ao corrigir a atividade, verifique se eles contemplaram os cinco tipos de orações coordenadas (aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas) com suas respectivas conjunções, bem como se indicaram os valores semânticos adequados.

Para observar e avaliar

Organize os estudantes em grupos e apresente algumas frases simples para que identifiquem as conjunções coordenativas, observando seus valores semânticos e funções. Depois, peça a eles que selecionem em revistas ou jornais impressos um texto no qual possam localizar as conjunções coordenativas e analisar suas funções. Ao final, eles podem apresentar os resultados aos colegas.

Durante a atividade, circule pela sala de aula para ver como eles estão desenvolvendo a tarefa e se precisam de algum auxílio ou orientação.

ORTOGRAFIA

Crase três

Responda às questões no caderno.

1. Leia a tirinha.

Tirinha. Tirinha composta por três quadros. Apresenta como personagem, Armandinho, menino de cabelos e calça em azul, de blusa de mangas compridas em branco e mochila vermelha sobre as costas. Amiga de Armandinho, menina de cabelos ruivos em coque com presilha em amarelo, com a mesma roupa de Armandinho e mochila nas costas em verde. Um sapinho de cor verde, de olhos e boca em preto. Q1 – Armandinho em pé para a direita de frente para a menina, diz: ADORO FAZER COMIDA COM MEU PAI! A menina à direita, com a cabeça para a esquerda, observando o menino e corpo para a direita. Q2 – Armandinho à esquerda, a menina com o corpo para a esquerda, de frente com o menino, pergunta para ele: E SAI COISA BOA? Ele a responde: SEMPRE! Q3 – As duas crianças, uma de frente para outra. Armandinho à esquerda, com a mão esquerda para frente, diz: ÀS VEZES ATÉ A COMIDA! Atrás da menina, o sapinho olhando para a esquerda.

BECK, Alexandre. Armandinho, [sem local], 30 março 2015. Facebook: Armandinho. Disponível em: https://oeds.link/FxrfUr. Acesso em: 10 julho 2022.

  1. No segundo quadrinho, o que a amiga de Armandinho pretende saber com a pergunta?
  2. A princípio, a resposta de Armandinho dá a entender que ele compreendeu o sentido da pergunta da amiga, hipótese que se desconstrói no terceiro quadrinho. Por que isso acontece?
  3. Com base nas respostas anteriores, explique de que modo se constrói o humor da tirinha.
  4. Se a expressão “às vezes” fosse escrita sem o acento grave, haveria alguma diferença no sentido?

Vamos conhecer mais alguns casos nos quais ocorre ou não crase e, também, casos em que seu uso é facultativo, ou seja, não é obrigatório. Todos eles foram sintetizados nos quadros a seguir.

Ocorre crase:

1. Em locuções adverbiais: às vezes, à noite, à tarde. Exemplo: Chegaremos hoje à tarde.

2. Em locuções prepositivas: à custa de, à frente de, à espera de. Exemplo: Todos estavam à espera de boas notícias.

3. Em locuções conjuntivas: à medida que, à proporção que. Exemplo: À medida que o dia nascia, maiores eram suas esperanças.

4. Na expressão à moda de, mesmo que a palavra “moda” esteja subentendida. Exemplo: Seu prato favorito era macarrão à francesa.

5. Diante de nomes de lugares que admitem o artigo a. Exemplo: Ainda não definimos nosso retorno à Bahia.

6. Diante de numerais que fazem referência a horas. Exemplo: O evento começará às onze horas.

Respostas e comentários

1.a) Pretende saber se a comida que ele faz com o pai fica boa.

1.b) Porque o garoto diz que, às vezes, até a comida fica boa.

1.c) O humor da tirinha consiste justamente na formulação da pergunta feita pela amiga e na resposta dada por Armandinho, que entende a questão de outra fórma; a menina focaliza a comida, e o garoto, o fato de estar com seu pai na cozinha.

1.d) Sim, a frase ficaria sem sentido, uma vez que a locução adverbial seria compreendida como sintagma nominal, o que não se encaixa no contexto.

Ortografia

Crase três

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

1a. Questione os estudantes se a pergunta da personagem foi bem formulada ou como ela deveria ter sido feita. Permita que alguns deles exponham suas respostas a fim de demonstrar suas elaborações.

1d. Se for necessário, dê exemplos de uso do sintagma nominal para que os estudantes compreendam. Sugerimos as seguintes orações para contrastar ambos os usos: As vezes que o vi foram sempre muito felizes. (sintagma nominal – função de sujeito) / Às vezes, ele parecia muito preocupado. (sintagma preposicionado – função de adjunto adverbial).

Ao explicar o quadro Ocorre crase no item 2, em locuções prepositivas, com relação às expressões com dias da semana femininos (às segundas, às terças ), comente que não ocorre crase quando há delimitação de tempo. Por exemplo: O escritório funciona de segunda a sexta. No item 4, sinalize que, nesse caso, subentende-se: macarrão (à moda) francesa. No item 6, o mesmo vale para expressões que delimitam um intervalo de tempo. Por exemplo: O restaurante está aberto das onze às três.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis nove éle pê zero três

ê éfe seis nove éle pê zero cinco

ê éfe seis nove éle pê cinco seis

ê éfe zero nove éle pê zero quatro

Não ocorre crase:

1. Diante de verbos. Exemplo: Ainda temos muitas contas a pagar.

2. Diante de pronomes que não admitem artigo. Exemplo: Desejo a vocês uma ótima semana.

3. Diante de palavra masculina. Exemplo: Acabei voltando a pé da sua casa.

4. Diante de artigo indefinido, mesmo que seja feminino. Exemplo: Chegamos a uma situação muito difícil.

5. Diante de nomes de lugares que não admitem artigo a. Exemplo: Iremos a Pernambuco na próxima semana.

6. Em locuções compostas de palavras repetidas. Exemplo: Acho que precisamos de uma conversa frente a frente.

A crase é facultativa:

1. Diante de pronomes possessivos femininos no singular. Exemplo: Dei esse livro a (à) minha professora.

2. Diante de substantivos próprios femininos. Exemplo: Entregue este bilhete a (à) Marta o mais rápido possível.

2. Nas manchetes seguintes, o acento indicativo de crase foi propositalmente retirado em alguns casos. Reescreva os trechos das manchetes em que o “a” deve ser craseado.

A

Soja mais resistente a sêca. Como a ciência está trabalhando nisso?

FAVERIN, Victor. Soja mais resistente a sêca. Como a ciência está trabalhando nisso? Canal Rural, São Paulo, 10 julho 2022. Disponível em: https://oeds.link/8vNQMs. Acesso em: 10 julho 2022.

B

Presidente do Sri Lanka é retirado as pressas da residência oficial

FRANCO, Daniela. Presidente do Sri Lanka é retirado as pressas da residência oficial. Radio Agência Nacional, Paris, 9 julho 2022. Disponível em: https://oeds.link/CJeNSz. Acesso em: 10 julho 2022.

C

A partir de que temperatura o calor se torna um problema para humanos, animais e culturas?

GREEN SAVERS. A partir de que temperatura o calor se torna um problema para humanos, animais e culturas? [sem local], 10 julho 2022. Disponível em: https://oeds.link/cNFNN0. Acesso em: 10 julho 2022.

Versão adaptada acessível

Atividade 3.

Procure outras manchetes em jornais e revistas que contenham crase. Escreva-as no caderno e justifique a presença da crase.

3. Procure outras manchetes em jornais e revistas que contenham crase. Copie-as no caderno e justifique a presença da crase.

Respostas e comentários

2. A: Soja mais resistente à sêca. Como a ciência está trabalhando nisso? B. Presidente do Sri Lanka é retirado às pressas da residência oficial.

3. Respostas pessoais. Ver orientações didáticas.

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  • No quadro Não ocorre crase, no item 2, ressalte que não ocorre crase com a maioria dos pronomes.
  • Em A crase é facultativa, no item 2, comente com os estudantes que isso ocorre porque, em ambos os casos, o uso do artigo é facultativo diante dessas palavras. Para exemplificar, utilize os seguintes pares de frases ou outras que desejar: Maria disse que voltaria cedo. / A Maria disse que voltaria cedo. Nesse caso, há falantes que colocam o artigo diante do nome feminino, do mesmo modo que há aqueles que não colocam. O mesmo acontece com os pronomes possessivos femininos no singular: Minha mãe sempre me deu bons conselhos. / A minha mãe sempre me deu bons conselhos.
  1. Realize com os estudantes uma leitura prévia de todas as manchetes e ajude-os a compreender o que cada uma delas quer dizer. Em seguida, chame a atenção para os termos que fazem parte de cada manchete e como eles estão relacionados para produzirem sentido. Por fim, leve-os a perceber o que cada “a” significa: preposição, artigo ou a junção dos dois? Ao final da atividade discuta as escolhas de acentuação dos estudantes e se for necessário, retome os conceitos.
  2. Sugerimos propor aos estudantes que levem para a aula jornais e revistas impressos para realizar a pesquisa de manchetes que tenham crase. Outra possibilidade é fazer uma pesquisa on-line, utilizando a sala de informática da escola, se houver, ou em casa, acompanhados de um adulto. Após a identificação das manchetes, peça que as copiem no caderno procurando classificar o uso da crase, conforme o primeiro quadro: Ocorre crase.

EU VOU APRENDER  Capítulo 2

No mundo de Molière

Na literatura, algumas histórias contadas ou escritas há muito tempo continuam atuais, como se tivessem sido criadas nos dias de hoje. É o que acontece com a peça teatral que você vai conhecer, do escritor e dramaturgo francês Molière, escrita em 1673.

1. Para situar a peça e seu autor, leia o início desta matéria.

O DOENTE IMAGINÁRIO

Para marcar 400 anos do nascimento de Molière, Marcus Alvisi dirige grupo de atores para encenar uma das peças mais emblemáticas do autor

Os tão familiares três sinais que anunciam o começo dos espetáculos tiveram origem nas icônicas “pancadas de Molière”. Ao ouvir o som das batidas secas no chão, o público era convidado a silenciar e assistir à realidade a partir do olhar mágico do teatro. reticências

Fotografia. Três pessoas vistas da cintura para cima, uma ao lado do outro, em palco com cortinas em vermelho, detalhes dourados e ornamentos. Da esquerda para a direita: um homem de cabelos grisalhos, com bigode e barba escuros, com casaco de mangas compridas em laranja, olhando para frente sorrindo e mão direita na cintura. Ao centro, uma mulher loira, de cabelos longos, de blusa de mangas compridas em branco, colete marrom e saia em rosa. Ela olha para frente sorrindo, com a mão direita para a esquerda. À direita, um homem de cabelos castanhos lisos até os ombros, de casaco em bege e blusa por dentro de gola em branco. O homem olha para frente sorrindo e mão esquerda na cintura.
Molière, um dos maiores dramaturgos de todos os tempos, consagrado como um dos mestres da comédia satírica, utilizava suas obras para retratar e criticar os costumes da sociedade tratando de temas relacionados aos grandes defeitos e virtudes humanas, o que faz com que sua dramaturgia pulse até os dias de hoje.

ATUANDO. O doente imaginário. ArteCult, Rio de Janeiro, 6 outubro 2021. Disponível em: https://oeds.link/yiYLFW. Acesso em: 27 junho 2022.

Ícone. Atividade oral.
  1. De acordo com o texto, quem foi Molière?
  2. O que ele introduziu para sinalizar o início do espetáculo?

2. Na imagem da peça, aparecem os personagens: Angélica, filha de Argan; Cleanto, por quem Angélica é apaixonada; e Tomás Disafôrus, com quem Argan quer que a filha se case. No trecho que você vai ler agora, aparecem apenas estes:

▶ Argan – burguês e hipocondríaco; Nieta – a empregada da casa; e Angélica.

Respostas e comentários

1.a) Foi um dos maiores dramaturgos, considerado um mestre da comédia satírica que retratava e criticava os costumes da sociedade de sua época, com temas sobre os defeitos e as virtudes do comportamento humano.

1.b) Suas pancadas no chão antes de iniciar o espetáculo originaram o que hoje conhecemos como os três sinais que anunciam o começo da apresentação.

Eu vou aprender

No mundo de Molière

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Pergunte aos estudantes se já viram alguma peça teatral. Em caso positivo, pergunte o nome da peça e qual foi a sensação de ver o palco e os atores tão de perto. Depois, questione-os sobre o que lembram de cenários, personagens e falas.
  • Pergunte aos estudantes por que algumas peças teatrais escritas há muito tempo ainda atraem tanto o público, ou seja, o que as tornam atuais para atrair o público, na opinião deles. Permita que todos os estudantes exponham suas considerações em um ambiente de troca harmonioso e com respeito às falas.
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  1. Chame a atenção dos estudantes para o título principal e o título auxiliar da matéria. Que informações eles dão ao leitor? O que “imaginário” pode indicar sobre o doente? Leve-os a perceber que uma das hipóteses é que o doente não é doente de fato, é um hipocondríaco, por exemplo. Ao relacionar o título com o título auxiliar, o que o leitor fica sabendo? Que Molière faz 400 anos, que um grupo de atores vai encenar uma de suas peças, ou seja, Molière escreve peças, é um escritor; então O doente imaginário é uma peça de Molière e é uma de suas peças mais emblemáticas. Resta ao leitor entender por que a peça é considerada emblemática.

Em seguida, chame a atenção para a foto da peça com alguns dos personagens. Peça que observem o figurino e o que pode ser visto do cenário. Depois, pergunte o que a imagem transmitiu para eles sobre a peça. Peça, então, que leiam a legenda, na qual se explica que Molière é um dos mestres da comédia satírica. Pergunte se, ao ver a foto e receber essa informação da legenda, o leitor pode chegar à conclusão que O doente imaginário é uma comédia satírica.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis nove éle pê quatro sete

ê éfe seis nove éle pê quatro nove

ê éfe seis nove éle pê cinco dois

ê éfe seis nove éle pê cinco três

ê éfe seis nove éle pê cinco quatro

ê éfe oito nove éle pê três dois

ê éfe oito nove éle pê três três

ê éfe oito nove éle pê três quatro

O doente imaginário

Primeiro ato

Cena um

ARGAN (Sentado, no quarto, revê as contas do farmacêutico e fala consigo mesmo) – Três e dois, cinco, e cinco, dez, e dez, vinte. “Mais, do dia vinte e quatro, pelo pequeno clister insinuativo, preparador e emoliente para amolecer, umedecer e refrescar os intestinos do meu estimado cliente, trinta.” O que mais me agrada no Senhor Flores, da farmácia, é que suas contas são muito gentis. “Intestinos do meu estimado cliente!” Certo, Senhor Flores, mas não basta a gentileza, é preciso, também, ser razoável e não explorar os doentes. Trinta, por uma lavagem! Isso não se faz com um estimado cliente. reticências

Cena três

ANGÉLICA, NIETA e ARGAN

ARGAN – Chegou no momento certo, Angélica. Eu queria falar.

ANGÉLICA – Pode falar que eu estou ouvindo.

ARGAN (Correndo para o urinol) – Espere. Me dê minha bengala. Volto num minuto.

NIETA (Ralhando) – Depressa. Depressa. O Senhor Flores nos dá trabalho...

Cena cinco

ARGAN, ANGÉLICA e NIETA

ARGAN (Sentando na cadeira) – Ouça a novidade que eu tenho para contar, minha filha. Me pediram você em casamento. Mas o que é, por que você está rindo? A palavra casamento é engraçada mesmo. Não há nada mais divertido para as jovens. E, é a vida. Nem preciso, pelo que posso ver, perguntar se quer ou não casar.

ANGÉLICA – Eu faço aquilo que meu pai mandar.

ARGAN – Estou satisfeito de ter uma filha tão obediente. A coisa está, então, acertada: considere-se comprometida.

ANGÉLICA – Como o senhor quiser. Aceito sem discussão.

Respostas e comentários
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  • Antes de iniciar, pergunte aos estudantes qual é o objetivo da leitura. Leve-os a perceber que sempre temos pelo menos um objetivo ao ler um texto, um livro, uma agá quê Um deles é por prazer, outro pode ser para fins acadêmicos, outro profissional, e assim por diante. Ao definir o objetivo, fica mais fácil para fazermos algumas ações, por exemplo: em uma leitura para estudo, podemos tomar notas ou grifar os pontos mais importantes, fazer anotações
  • Peça aos estudantes que façam uma leitura silenciosa. Após isso, solicite a alguns voluntários que façam a leitura em voz alta, interpretando os papéis dos personagens de acordo com as rubricas. Oriente-os a explorar o ritmo, as pausas, a entonação, a empostar a voz , de fórma a dar dramaticidade ao roteiro.
  • Faça isso com mais voluntários, para que os estudantes possam ver as diferenças entre cada leitura expressiva e ver as possibilidades de interpretação.
  • Chame a atenção para como o texto é organizado: ato, cena; a indicação dos personagens, os textos entre parênteses.
  • Após a leitura da Cena um, peça a alguns voluntários que descrevam como eles imaginaram a cena: cenário e personagem com suas expressões faciais e gestos, postura, figurino, voz Pergunte se alguém pensou diferente e se quer compartilhar. Leve-os a perceber que, quando lemos, os cenários, as paisagens, os personagens, as cenas, ou seja, toda a história vai sendo formada em nossa mente como se fosse em um filme, só que é um filme nosso, dirigido e interpretado por nós, por isso é muito difícil que outra pessoa tenha imaginado exatamente a mesma coisa por mais que o texto seja o mesmo.
  • Na Cena três, destaque algumas rubricas: (Correndo para o urinol) e (Ralhando). Antes de falar dos significados que elas dão ao texto, converse com os estudantes sobre o urinol, utensílio muito utilizado no século em que a peça foi escrita, pois ainda não havia os banheiros como os conhecemos hoje. Pergunte o que fez Argan correr para o urinol, o que está diretamente ligado à última fala de Nieta (“depressa” e “o Senhor Flores nos dá trabalho...”). Espera-se que os estudantes percebam que é o efeito do purgante que o Senhor Flores faz para Argan. Depois, pergunte o que “ralhando” pode indicar: Será que ela está repreendendo Argan ou o Senhor Flores?

ARGAN – Sua madrasta sonhava que você e Luisinha fossem religiosas! Sempre sonhou.

NIETA (Baixo) – A malandra tem suas razões.

ARGAN – Ela não queria nem mesmo consentir nesse casamento. Mas dei minha palavra, está dada.

ANGÉLICA – Ah... papai, o senhor é tão bom.

NIETA – Meus cumprimentos, senhor, foi a coisa mais sensata que fez na vida.

ARGAN – Não conheço ainda o noivo, mas me disseram que eu ficaria contente e você também.

ANGÉLICA – Garanto que sim, papai.

ARGAN – Como, você o conhece?

ANGÉLICA – O seu consentimento me autoriza a ser franca e não hesito em contar que, por acaso, eu o conheci, faz seis dias, e que o pedido de casamento é resultado da atração que sentimos um pelo outro, à primeira vista.

ARGAN – Ninguém me disse nada, mas estou contente de que tudo tenha se arranjado. Dizem que é um jovem bem-apessoado.

ANGÉLICA – É, papai.

ARGAN – Elegante.

ANGÉLICA – Sem dúvida.

ARGAN – Simpático.

ANGÉLICA – Se é.

ARGAN – Uma boa figura.

ANGÉLICA – Muito boa.

ARGAN – Inteligente e bem-nascido.

ANGÉLICA – De fato.

ARGAN – Honesto.

ANGÉLICA – O mais honesto do mundo.

ARGAN – Fala latim e grego.

ANGÉLICA – Isso eu não sei.

ARGAN – Vai receber o diploma de médico em três dias.

Respostas e comentários
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  • Pergunte aos estudantes o que Nieta quis dizer com a fala “A malandra tem suas razões.” e por que ela falou isso baixo. Quem é “a malandra”? (A madrasta.) O que está por trás do sonho da madrasta? O que aconteceria se elas virassem religiosas? Nesse caso, provavelmente, elas virariam freiras (contextualize para os estudantes a época em que a peça foi escrita) e, acontecendo isso, a madrasta não teria de dividir a herança com elas.
  • Chame a atenção dos estudantes para como a dinâmica do texto é construída; comente sobre a parte deste diálogo curto entre pai e filha, quase monossilábico: É, papai/ Elegante./Sem dúvida./Simpático./Se é. reticências
  • Comente que, se houver termos desconhecidos, que os estudantes tentem encontrar os significados pelo contexto. O mesmo ocorre para expressões como “bem-nascido”. Pergunte-lhes se imaginam o que essa expressão quer dizer. Dependendo dos comentários, complemente dizendo que, nesse contexto, significa que o suposto pretendente é alguém da nobreza, portanto, uma pessoa de posses. Pergunte a eles se existem elementos presentes no diálogo que reafirmam essa ideia. Como sugestão, pode-se destacar as qualidades atribuídas ao jovem de quem o pai comentava: fala latim e grego, vai se tornar médico em poucos dias.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis nove éle pê quatro sete

ê éfe seis nove éle pê quatro nove

ê éfe seis nove éle pê cinco dois

ê éfe seis nove éle pê cinco três

ê éfe seis nove éle pê cinco quatro

ê éfe oito nove éle pê três dois

ê éfe oito nove éle pê três três

ê éfe oito nove éle pê três quatro

ANGÉLICA – Ele, papai?

ARGAN – Não contou, não?

ANGÉLICA – Não. Quem disse isso para o senhor?

ARGAN Doutor Purgan.

ANGÉLICA – E ele o conhece?

ARGAN – Que pergunta. Pois é seu sobrinho.

ANGÉLICA – Cleanto? Sobrinho do Doutor Purgan?

ARGAN – Que Cleanto? Estamos falando do jovem que pediu você em casamento.

ANGÉLICA – Mas claro.

ARGAN – Então... é o sobrinho do Doutor Purgan, filho de seu cunhado, o médico, o Doutor Disafôrus. Ele se chama Tomás Disafôrus, e não Cleanto. Combinamos o casamento hoje de manhã, o Doutor Purgan, o Senhor Flores e eu, e amanhã, meu futuro genro vem com o pai, aqui. O que há, ficou muda?

ANGÉLICA – Desculpe, meu pai, falávamos de pessoas diferentes.

NIETA – Pelo amor de Deus, Senhor Argan, com todo o dinheiro que tem, querer casar a filha com um médico?

reticências

ARGAN – O médico é para mim e uma boa filha deve ficar contente de casar com alguém que é útil para a saúde de seu pai.

NIETA – Sinceramente, patrão, quer um conselho de amiga?

ARGAN – Qual?

NIETA – Não acredite nesse casamento.

ARGAN – Por quê?

NIETA – Porque sua filha não vai aceitar.

reticências

Cena de teatro. Em um palco com cortinas em marrom claro, vê-se dois atores encenando, da cintura para cima. À esquerda, homem de cabelos e barba grisalhos, com blusa branca por dentro e vestes longas em vermelho desbotado e detalhes dourados e mangas bufantes. Sobre a cabeça, gorro em amarelo e segura na mão direita uma bengala na vertical em marrom-escuro. Ele olha para frente. À direita, mulher com a cabeça para a esquerda, com gorro de listras em amarelo e azul e vestido nos mesmos tons, com partes em branco. A mulher olha para o homem, à esquerda e braço esquerdo para a direita.
Cena com os personagens Argan e Nieta interpretada por atores da Companhia LIMITE 151. Rio de Janeiro, 2017.

MOLIÈRE. O doente imaginário. Tradução e adaptação Edla van Steen. São Paulo: Global, 2004. página 55-58; 59-60.

Respostas e comentários
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  • Converse com os estudantes como o conflito é construído a partir do equívoco de Argan e Angélica, que acreditam estarem falando da mesma pessoa. Pergunte a eles sobre a reação de ambos ao descobrirem isso.
  • Pergunte a opinião deles sobre os sobrenomes Disafôrus e Purgan. No trecho apresentado no Livro do estudante não é possível ter todos os elementos para explicar, no entanto, eles podem formular hipóteses. Caso queiram confirmá-las, sugira que leiam a peça inteira e tragam a informação para ser discutida em sala de aula. Provavelmente, os nomes sugerem remédios: purgante (Purgan, ou do nome original em francês Purgon) e diaforético (Disafôrus, ou do nome original em francês Diafoirus), uma vez que os médicos estavam interessados apenas no dinheiro que recebiam do doente.

COMPREENSÃO TEXTUAL

Responda às questões no caderno.

Ícone. Atividade oral.
  1. Ao ler o texto teatral, você conseguiu imaginar o cenário e os personagens interagindo no palco? Você achou interessante o que imaginou para a cena?
  2. Quem são os personagens presentes na cena e quais são apenas mencionados?
  3. Se você fosse o figurinista, como comporia os figurinos dos personagens dessa cena?
  4. Onde as cenas acontecem?
  5. Se você tivesse de montar esse cenário, como faria? Que elementos estariam presentes?
  6. Observe a estrutura do texto. O que há de diferente em relação à história que você leu sobre o rei Midas?
  7. Na primeira cena, há uma rubrica descrevendo a cena. Como é essa cena?

O gênero texto teatral é contado por meio dos diálogos e ações dos personagens; geralmente, não há um narrador. As ações, expressões e sentimentos dos personagens ou suas entradas e saídas do palco e o cenário são apresentados pelas rubricas, marcações entre parênteses que situam as cenas, os acontecimentos. Ao interpretar o texto teatral, atores e diretores dão seu próprio toque à leitura das falas e das rubricas.

  1. A primeira cena descreve, de fórma engraçada, Argan conferindo a conta que veio da farmácia. Ao fazer isso, expõe o que acha do farmacêutico e o modo como ele apresenta a conta.
    1. O que agrada Argan sobre o farmacêutico?
    2. E o que desagrada?
  2. O que traz graça à conta apresentada pelo Senhor Flores?
  3. No início da Cena cinco, Angélica ri quando o pai lhe diz que a pediram em casamento, o que o leva a concluir que ela quer se casar. Por que Angélica ri?
Respostas e comentários

1. Respostas pessoais. Ver orientações didáticas.

2. Presentes na cena: Argan, o pai; Angélica, a filha; e Nieta, a empregada. Mencionados: a madrasta; Cleanto, jovem por quem Angélica é apaixonada; Doutor Purgan, médico de Argan; Doutor Disafôrus, pai de Tomás e médico; Tomás Disafôrus, o pretendente de Angélica; Senhor Flores, farmacêutico.

3 e 5. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes possam descrever o figurino e a cena conforme foram imaginando ao ler o texto.

4. Nos aposentos de Argan.

6. Esse texto é dividido em ato e cenas; antes de cada fala, há o nome dos personagens de fórma destacada; há trechos entre parênteses (rubricas) com as explicações sobre a cena e as ações dos personagens; os diálogos dão o tom da narrativa, pois não há narrador.

7. Argan está sentado no quarto revendo as contas do farmacêutico e falando sozinho.

8.a) A gentileza com que escreve as contas.

8.b) A exploração, ao cobrar caro do doente pelos remédios e procedimentos.

9. O modo como ele escreve a conta: “do dia vinte e quatro, pelo pequeno clister insinuativo, preparador e emoliente para amolecer, umedecer e refrescar os intestinos do meu estimado cliente, trinta”.

10. Porque ela acha que o pedido de casamento vem de Cleanto.

Compreensão textual

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

1. Pergunte aos estudantes como imaginaram os personagens, os figurinos, os cenários, os personagens se movimentando em cena Peça a alguns voluntários que descrevam o que imaginaram.

3 e 5. Estimule-os a descrever com detalhes e a usar adjetivos e expressões adjetivas para ajudá-los na descrição.

  1. Espera-se que os estudantes sejam capazes de identificar as diferenças dos textos lidos e compará-los. Permita que alguns estudantes exponham suas respostas e demarquem as diferenças encontradas em ambos os textos; caso seja necessário, complemente.

9. Chame a atenção dos estudantes para as escolhas lexicais e o tom formal que o farmacêutico tenta dar à conta: estimado cliente, umedecer e refrescar. Volte a essa parte do texto para que os estudantes releiam e percebam a conversa interna de Argan com o que está escrito nas contas e é indicada ao leitor entre aspas: “O que mais me agrada no Senhor Flores reticências”.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis nove éle pê quatro sete

ê éfe seis nove éle pê quatro nove

ê éfe seis nove éle pê cinco dois

ê éfe seis nove éle pê cinco três

ê éfe seis nove éle pê cinco quatro

ê éfe oito nove éle pê três dois

ê éfe oito nove éle pê três três

ê éfe oito nove éle pê três quatro

  1. Devido a esse equívoco, qual é a reação da jovem?
  2. Neste trecho:

ARGAN – Sua madrasta sonhava que você e Luisinha fossem religiosas! Sempre sonhou.

NIETA (Baixo) – A malandra tem suas razões.

ARGAN – Ela não queria nem mesmo consentir nesse casamento. Mas dei minha palavra, está dada.

  1. A quem Nieta está se referindo?
  2. O que a fala de Nieta dá a entender?
  3. O que a rubrica nessa fala indica?
  1. Na continuação do diálogo, Angélica dá a entender ao pai que ela conhece o futuro pretendente. Em que fala isso fica claro?
  2. Ainda sem saber do equívoco, Argan enumera as “qualidades” do pretendente. Quais são elas?
  3. Em que momento Angélica começa a sentir estranheza nos predicados do moço?
  4. Quando o equívoco fica claro?
  5. De quem Argan estava falando?
  6. Que fala de Argan dá a pista ao leitor de que Angélica vai mudar de ideia quanto ao casamento?
  7. Qual é a intenção de Argan ao casar a filha com Tomás?
  8. Na sua opinião, Angélica casa ou não casa com Tomás?
  9. Podemos considerar que nessa cena há o início do conflito, isto é, Angélica irá ou não se casar conforme o pai quer? Por quê?

Os textos teatrais geralmente apresentam um conflito, que ocasiona o clímax, criando expectativa no público para saber como será resolvido. No entanto, há textos teatrais em que isso não ocorre, principalmente no teatro contemporâneo.

Cena de teatro. Sobre um palco preto e ao fundo, cortina em bege. À esquerda, mulher sentada em um banco, com o corpo para a direita. Ela tem cabelos castanhos, de gorro vermelho, regata e calça em marrom. Ela tem braço direito para frente, segurando um um guarda-chuva preto, aberto, pela parte de cima ao centro. De frente para ela, à direita, um outro banco de madeira.
Atriz atuando em peça de teatro contemporâneo.
Respostas e comentários

11. De aceitação, ao dizer que fará o que o pai quiser.

12.a) À madrasta de Angélica.

12.b) Dá a entender que a madrasta tem segundas intenções ao tirar Angélica e Luisinha da jogada tornando-as religiosas, ou seja, provavelmente toda a herança ficaria apenas para a madrasta.

12.c) Indica que ela deve dizer sua fala em voz baixa, o que reforça a intencionalidade de mostrar que a madrasta de Angélica não era boa coisa.

13. “O seu consentimento me autoriza a ser franca e não hesito em contar que, por acaso, eu o conheci, faz seis dias, e que o pedido de casamento é resultado da atração que sentimos um pelo outro, à primeira vista.”

14. Bem-apessoado, elegante, simpático, boa figura, inteligente, bem-nascido, honesto, fluente em latim e grego, prestes a se formar em Medicina.

15. Quando o pai diz que ele irá receber o diploma de médico em três dias e Angélica pergunta: “Ele, papai?”.

16. Quando Angélica pergunta: “Cleanto? Sobrinho do Dr. Purgan?”.

17. Do sobrinho do Dr. Purgan, Tomás Disafôrus.

18. A pergunta “O que há? Ficou muda?”.

19. Ter um médico na família para cuidar de sua saúde.

20. Resposta pessoal. Ver orientações didáticas.

21. Sim, pois o problema já se instalou e, pela visita que acontecerá em outra cena, irá apenas aumentar até chegar ao clímax. Já se cria aqui no leitor uma expectativa se Angélica vai ou não se casar com Tomás para obedecer ao pai ou com Cleanto, por quem está apaixonada. Se não for possível ler toda a peça, tente ler com os estudantes a próxima cena e solicite a eles que leiam o resto do texto como atividade para casa. Assim, podem também envolver a família para ler junto.

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  1. Explore novamente com os estudantes esse trecho da peça, agora de fórma um pouco diferente. Provavelmente, eles conseguiram responder às perguntas propostas com mais facilidade depois da análise durante a leitura compartilhada.
  2. Peça aos estudantes que releiam a parte que começará a tratar do pedido para que identifiquem claramente a questão. Espera-se que eles sejam capazes de reconhecer o diálogo no qual a moça dá a entender ao pai que conhece o futuro pretendente; caso ocorra dificuldade, retome uma leitura compartilhada com a turma.
  1. Espera-se que os estudantes sejam capazes de identificar as segundas intenções de Argan em casar sua filha. Pergunte por que eles acham que Argan quer a filha casada com um médico.
  2. Se possível, leia com os estudantes o resto da peça para que eles fiquem sabendo o final e se as hipóteses que formularam aqui se concretizam ou não.

A pré-leitura, a leitura e a pós-leitura são momentos importantes para que os estudantes possam chegar à compreensão leitora. Por meio desse mix de atividades de leitura, os estudantes podem desenvolver estratégias que os ajudem na compreensão textual, transformando-os em leitores autônomos. Assim:

Formar leitores autônomos também significa formar leitores capazes de aprender a partir dos textos. Para isso, quem lê deve ser capaz de interrogar-se sobre sua própria compreensão, estabelecer relações entre o que lê e o que faz parte de seu acervo pessoal, questionar seu conhecimento e modificá-lo, estabelecer generalizações que permitam transferir o que foi aprendido para outros contextos diferentes. (SOLÉ, 2009, página 72.)

Para ampliar

SOLÉ, Isabel. Estratégias de Leitura. sexta edição Tradução de Cláudia chílin. Porto Alegre: Artmed, 2009.

Para observar e avaliar

Durante a leitura do trecho da peça teatral ou de toda ela, caso seja possível, observe como os estudantes constroem os sentidos e se estão usando estratégias de leitura, mesmo que de fórma inconsciente. Ao fazer questionamentos antes, durante e depois da leitura, observe as respostas e a complexidade delas, se os estudantes conseguem fazer relações e inferências adequadas ao texto.

Àqueles que demonstrarem dificuldades, proponha outras atividades de leitura, para que você os ajude a levantar hipóteses e fazer inferências de acordo com as pistas deixadas no texto.

Roteiro de cinema

Fotografia. Um homem visto da cintura até os joelhos, sentado. Ele usa camiseta e bermuda cinza. Ele segura nas mãos, uma câmera de cor preta, com a parte da frente quadrada. À direita, braço de outra pessoa, esticado para a esquerda, segurando parte da câmera. Ao fundo, parte desfocada.
A equipe de filmagem e produção de um filme, um curta-metragem, uma série ou novela envolve vários profissionais, como cinegrafistas, sonoplastas, diretor, figurinistas e maquiadores.
  1. Até um filme chegar às telas do cinema, há muita preparação. Que etapas você acha que precisam ser cumpridas para produzir um filme?
  2. Leia este roteiro que fez parte do quadro “Casos e Causos” da Revista RPC, revista eletrônica de uma emissora paranaense.

O telefonema

QUARTO DA CASA DE TEREZA – INTERIOR – NOITE

Quarto com grande guarda-roupas, cama de casal e cômodo. Tereza e Lauro estão dormindo. TEREZA, 40, e LAURO, 45. O ambiente está escuro. Silêncio na rua. Ouve-se o aparelho de telefone tocando na sala. O barulho é relativamente baixo, mas Tereza acorda. Ela demonstra surpresa ao perceber o telefone. Tereza procura os chinelos ao lado da cama, depois levanta apressadamente. Lauro desperta lentamente.

SALA DA CASA DE TEREZA – INTERIOR – NOITE

Sala ampla de estar. Ambiente familiar. Num dos cantos da sala está o aparelho de telefone. Ambiente imerso na penumbra. Toca o aparelho de telefone quebrando o silêncio da noite. Ele toca várias vezes até que aparece na sala Tereza, vestida com camisola. Ela está sobressaltada.

TEREZA

(inquieta)

Alô? Alô?

VOZ FEMININA ()

Mãe?

Efeito visual distorce a tela.

Respostas e comentários

22. Resposta pessoal. Ver orientações didáticas.

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  1. Espera-se que os estudantes mencionem: criação do roteiro; pesquisa de locações para as gravações; elaboração dos figurinos; formação da equipe de produção e filmagem; escolha do elenco, entre outros. Comente que essas etapas geralmente também acontecem com novelas, séries, curtas-metragens.
  2. Após uma leitura silenciosa, peça a alguns voluntários que façam a leitura em voz alta, interpretando os papéis dos personagens e lendo as rubricas. Oriente-os a explorar o ritmo, as pausas, a entonação, a empostar a voz , de fórma a dar dramaticidade ao roteiro.

Chame a atenção para a imagem presente na página, levando os estudantes a relacioná-la ao tema tratado nas duas atividades. Peça que em duplas leiam a legenda e comentem o que sabem sobre os profissionais citados. Se necessário, proponha uma pesquisa na internet para completar o entendimento.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis nove éle pê quatro seis

ê éfe seis nove éle pê cinco zero

ê éfe seis nove éle pê cinco dois

ê éfe seis nove éle pê cinco três

ê éfe seis nove éle pê cinco quatro

ê éfe oito nove éle pê três dois

ê éfe oito nove éle pê três quatro

COZINHA DA CASA DE TEREZA – INTERIOR – DIA FLASHBACK

Cozinha bem equipada com móveis embutidos e ambiente organizado. Tereza lava a louça. Entra no ambiente GUTA, 18, filha de Tereza. Ela segura um fôlder de propaganda da .

GUTA

(animada)

Olha só, mãe. Aqui está o fôlder da universidade que eu te disse.

Tereza lava a louça. Quando a filha mostra o fôlder, ela apenas olha de canto o fôlder, depois dá atenção novamente para a pia. Guta percebe a resistência, mas procura inverter a situação tentando persuadir Tereza.

GUTA

(animada)

A viagem é tranquila. A Viviane disse que podemos dividir as despesas. Será bom para mim. Sair aqui de Maringá pode ser uma coisa muito boa para mim. reticências

CARDOSO, Rafael. O telefonema. Roteiro de cinema, Paraná, 8 fevereiro 2009. Disponível em: https://oeds.link/u0OKx0. Acesso em: 30 junho 2022.

  1. Você conseguiu imaginar o cenário, os personagens e a ação que aconteceu nessas cenas iniciais? Como foi?
  2. Em que a estrutura do roteiro difere da estrutura do texto teatral?

O roteiro de cinema serve de base para a produção cinematográfica e televisiva. Ele dá as diretrizes de como devem ser as cenas, como os atores devem se mover e reagir durante as cenas, onde as cenas se passam (casa, restaurante ), a locação das cenas (interna, externa), quando acontecem (dia, noite ). Ou seja, o roteiro orienta a equipe de direção e produção e os atores.

  1. Antes de entrar a cena com o flashback, há uma indicação de como isso deve acontecer. Qual é essa indicação?
  2. Qual é o início dessa trama e como você acha que ela vai se desenrolar?
  3. Nesse trecho, identifique alguns elementos do roteiro: cabeçalho, ação, nome, instruções para o ator.
Respostas e comentários

23.a) Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes, ao ler o roteiro, consigam identificar a descrição do cenário, os personagens e a ação inicial que irá desencadear o resto da história.

23.b) As descrições das cenas são maiores, há informações de quando a cena acontece no presente e no passado (flashback), rubricas para indicar sentimentos e reações dos personagens e indicações de (), que é voice over (voz sobreposta).

23.c) “Efeito visual distorce a tela.”

23.d) Começa com o telefone tocando de madrugada. Pelo senso comum, quando isso acontece não é algo bom, então quem vai atender o telefone já está apreensivo e esperando pelo pior. Ao atender, é a voz de uma mulher que chama Tereza de mãe, o que imediatamente leva Tereza a uma cena no passado.

23.e) Cabeçalho: QUARTO DA CASA DE TEREZA – INTERIOR – NOITE. Ação: “Quarto com grande guarda-roupas, cama de casal e cômodo. Tereza e Lauro estão dormindo. ” Nome: TEREZA, VOZ FEMININA (), GUTA. Instruções para o ator: (animada).

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

23a. Pergunte a eles se já haviam lido um roteiro antes e se imaginavam que era organizado dessa fórma e tinha esse conteúdo.

23d. Oriente os estudantes com novas perguntas. Por exemplo: Por que será que ela se lembrou da filha quando dizia que ia para a universidade em outra cidade? Qual é a relação entre essas cenas? Em que período do dia elas acontecem? Caso ache interessante, trabalhe todo o roteiro com os estudantes. Baixe-o da internet, no link indicado no Para ampliar, para que eles possam ver o desfecho da história e comparar o que imaginaram com o que o roteirista escreveu.

23e. Explique aos estudantes cada elemento e peça a eles que copiem no caderno:

  • Cabeçalho: escrito em letras maiúsculas, informa onde e quando. As informações são separadas por traços. O cabeçalho muda toda vez que uma dessas informações muda.
  • Ação: parte visual do que acontece na cena; as descrições dos personagens, onde estão e o que estão fazendo
  • Nome: nome do personagem que introduz o diálogo, em letras maiúsculas. Em alguns casos, são seguidos por indicações como (), (OFF). () – escutamos a voz do personagem, mas ele não está na cena; (OFF) – o ator está em cena, mas só ouvimos sua voz.
  • Instruções para o ator: sempre entre parênteses, são usadas eventualmente para dar alguma instrução que não tenha ficado clara na fala.

Para ampliar

CARDOSO, Rafael. O telefonema. Revista RPC, Quadro Casos e Causos, 8 fevereiro 2009. Disponível em: roteirodecinema.com.br/roteiros/telefonema.pdf. Acesso em: 17 julho 2022.

  • ATIVIDADES COMPLEMENTARES
  • Proponha aos estudantes que deem continuidade ao roteiro O telefonema. O que poderia ter acontecido? Outros personagens e cenários entram na história? Haverá um conflito? Qual? Como ele será resolvido? Como a história termina?
  • Organize a turma em duplas ou, se for muito numerosa, em grupos para a elaboração do roteiro finalizando O telefonema. Ajude-os no planejamento: quanto tempo terá esse quadro; quais são os recursos linguísticos e estilísticos que podem ser usados para dar fôrça e dinâmica ao texto; quais escolhas lexicais darão o tom da narrativa: suspense, surpresa, expectativa ; como utilizar os elementos de orientação do roteiro: cabeçalho, ação, nome, instruções para o ator, entre outros.
  • Após a elaboração da primeira versão, peça a eles que leiam e revisem o roteiro. Depois, preparem-se para encená-lo. Nessa encenação, não é necessário fazer uma grande produção. Oriente-os a explorar a interpretação dos papéis. Para isso, convide os professores de Arte e Educação Física para que os estudantes possam trabalhar a empostação da voz, a interpretação, o domínio de palco, explorar as expressões faciais e gestos
  • Combine um dia para a apresentação.

A VOZ DO AUTOR

Molière

Pintura. Um homem visto dos ombros para cima. Ele tem cabelos longos castanhos, encaracolados e um pouco armados, de sobrancelhas grossas, blusa branca por dentro e casaca por cima em cinza.

Nome:

Jean-Baptiste Poquelin; nome artístico: Molière.

Profissão:

Dramaturgo.

Nascimento:

15 de janeiro de 1622, Paris, França.

Falecimento:

17 de fevereiro de 1673, Paris, França.

1. Leia este trecho de uma matéria sobre os 400 anos de Molière.

Adaptação de “O Doente Imaginário” ressuscita Molière no Brasil

reticências

“Um Molière Imaginário”, do Grupo Galpão, é uma das adaptações mais emblemáticas da cena teatral brasileira contemporânea. A versão da trupe mineira de “O Doente Imaginário” ressuscita Molière no Brasil. O dramaturgo francês, que também era ator, fazia o Argan, o papel principal, quando passou mal em cena na quarta apresentação da peça em fevereiro de 1673, e morreu logo em seguida.

reticências

A montagem do grupo mineiro reticências ficou em cartaz durante quase 12 anos, foi encenada em praças públicas e teatros de 120 cidades brasileiras e de 4 países. Mais de duzentas e oitenta e seis mil pessoas assistiram “Um Molière Imaginário”.

“Era uma peça muito divertida. Talvez, um dos motivos para ela ter ficado tantos anos no repertório tenha sido a grande cumplicidade com o público. A rua traz muito isso. Muitas vezes, a maioria do público nunca tinha visto teatro. Quantas cidades no Brasil têm um teatro? A montagem de rua ajudou a perpetuar o Molière”, conta a atriz Fernanda Vianna, que fez a Rainha Mab, personagem integrada à versão mineira de “O Doente Imaginário”.

reticências

Respostas e comentários

A voz do autor

Molière

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Comece situando os estudantes na época em que Molière viveu para que eles possam relacionar os temas de suas peças teatrais à sociedade da época, percebendo que elas criticam de fórma cômica, por exemplo.
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  1. Peça aos estudantes que leiam o texto em silêncio e, depois, de fórma compartilhada. Na pré-leitura, pergunte o que o título informa ao leitor sobre o texto: é uma adaptação e nela Molière ressuscita, como se voltasse à vida, ou a adaptação da peça no Brasil ressuscita Molière no sentido de trazer o dramaturgo para os palcos brasileiros novamente? Na sua opinião, o que o jornalista quis dizer com “ressuscita”? Durante a leitura, faça pausas para perguntas que os levem a perceber como o texto foi tecido, quais as relações e as conexões feitas para a construção de sentido.
  • Faça algumas perguntas durante a leitura, como estas para o primeiro parágrafo: Na sua opinião, por que o autor do texto utiliza o termo “emblemáticas” para se referir à adaptação? Você acha que novamente o termo “ressuscita” foi usado de fórma ambígua?
  • No terceiro parágrafo, pergunte: Por que há essa cumplicidade segundo a atriz?

Para ampliar

RIVA, Florian; MARTIN, Patrice. França comemora 400 anos de Molière, dramaturgo francês mais traduzido e interpretado do mundo. UOL, 14 janeiro 2022. Disponível em: https://oeds.link/vfbVXA. Acesso em: 15 de julho 2022.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis nove éle pê quatro quatro

ê éfe seis nove éle pê quatro cinco

ê éfe oito nove éle pê três quatro

A peça começa com o funeral do dramaturgo francês na rua e a cada nova apresentação ele é ressuscitado pela Rainha Mab, a Rainha dos Sonhos. “Como era um defunto que voltava à vida, tinha um parentesco muito grande com o Brás Cubas, do Machado de Assis, essa coisa de um defunto que reconta sua vida”, indica o diretor. reticências

O ressuscitado Molière do Grupo Galpão conversa com o personagem principal Argan, o doente imaginário: um velho hipocondríaco, ludibriado por doutores charlatães, que tenta casar a filha com um médico.

reticências

BRANDÃO, Adriana. Adaptação de “O Doente Imaginário” ressuscita Molière no Brasil. RFI, [sem local], 25 maio 2022. Disponível em: https://oeds.link/QSdNmZ. Acesso em: 28 junho 2022.

  1. A adaptação feita pelo Grupo Galpão foi produzida para ser apresentada em que local? Como o leitor fica sabendo disso?
  2. O que você achou dessa adaptação? Por quê?
  3. Qual referência é usada na peça para essa adaptação?
  4. Você acha que essa matéria desperta o interesse do leitor para assistir à peça? Por quê?

2. Em grupos, pesquisem mais informações sobre Molière na biblioteca da escola ou on-line, para descobrir, entre outras coisas:

▶ quem foi Molière, como ele retrata a sociedade de sua época, como se percebe sua influência nos dias de hoje, por que suas obras continuam atuais e como se percebe a atualidade delas.

3. Organizem e montem uma apresentação para, no dia combinado, ser exibida à turma.

Para ampliar

Agenda Cultural: Destaque para apresentações inspiradas em Molière, que completaria 400 anos. Jornal da Gazeta, São Paulo, 14 janeiro 2022.

Matéria sobre a montagem da peça “Escola de Mulheres”, que abriu a temporada de 2022 do Teatro Aliança Francesa. Disponível em: https://oeds.link/q8ie5K. Acesso em: 1º julho 2022.

Respostas e comentários

1.a) Na rua, mas também foi apresentada em teatros. Pela fala da atriz: “A rua traz muito isso reticências A montagem de rua

1.b) e d) Respostas pessoais. Ver orientações didáticas.

1.c) A obra de Machado de Assis: Memórias póstumas de Brás Cubas.

2. Respostas pessoais. Ver orientações didáticas.

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  • No primeiro parágrafo desta página, quais são os termos utilizados para se referir a Molière? (Dramaturgo francês, ele, defunto.)
  • No último parágrafo desse trecho, o termo “ressucitado” fica ambíguo? Discuta isso com os estudantes, pois o termo pode dar a entender que o escritor Molière foi ressuscitado na lembrança das pessoas ou ele foi ressuscitado na peça.
  • Comente com os estudantes que a France Médias Monde – érre éfe i – é uma rádio francesa de notícias que transmite conteúdos em francês e em mais 15 idiomas.
  • Essa notícia na íntegra está disponível em podcast. Se achar interessante, mostre para a turma e comente essa modalidade de transmissão de informação, sua estrutura e principais características, levando os estudantes a perceberem que o podcast pode ser usado em vários campos, como o jornalístico e o de estudo e pesquisa para a divulgação científica.

1b e 1d. Explore essas perguntas sobre a opinião dos estudantes em relação ao texto para que se sintam livres para se expressarem e defenderem seus posicionamentos. Por exemplo, os que considerarem a adaptação ruim, por que consideram dessa fórma? O que os levaram a ter essa impressão já que não assistiram à peça?

  1. Oriente os estudantes a utilizarem a biblioteca da escola para a pesquisa ou, se forem fazer on-line, para utilizarem sites confiáveis. Converse com eles como devem fazer a busca e a curadoria das informações para poder identificar o que é ou não interessante para eles colocarem na apresentação de acordo com o que foi solicitado.
  2. Combine com os estudantes como devem ser as apresentações, quais recursos podem ser utilizados e quanto tempo cada grupo terá para a apresentação. Oriente-os a elaborar um roteiro de apresentação e a incluir imagens e trechos de textos das obras de Molière que fundamentem o que estão dizendo sobre sua obra, vida, época ou mesmo trechos de artigos e livros que falem da obra do autor. Lembre-os de citarem as fontes.

LÍNGUA E LINGUAGEM

Conjunções subordinativas: sintetização

Responda às questões no caderno.

  1. Releia o primeiro parágrafo que aparece no trecho da matéria sobre a adaptação da peça de Molière, na página 140.
    1. Qual aspecto importante da história de Molière é mencionado nesse trecho?
    2. Para situar temporalmente o leitor, que conjunção é utilizada para destacar esse aspecto?
    3. Essa conjunção é integrante ou adverbial? Por quê?
  2. Leia a tirinha.
Tirinha. Tirinha composta por cinco quadros. Apresenta como personagem Heloisa na fase da infância até idade adulta. Q1 – Texto: HELOISA PLANTOU UM OVO NO JARDIM. Menina de cabelos curtos loiros, com laço de fita sobre a cabeça e blusa em vermelho, de saia em cinza, ajoelhada, com uma pequena pá na mão esquerda. De frente para ela, terreno em cinza, com um buraco quadrado com um ovo branco dentro. Q2 – E ESPEROU... Heloisa um pouco maior, cabelos longos e presilha cinza na cabeça, em pé, de blusa de mangas compridas em branco, saia cinza e braços para trás. Q3 – ESPEROU... Heloisa adulta, cabelos longos, com seios maiores, de blusa de mangas compridas em verde, saia preta com estampa em verde e sapatos pretos. Q4 – ESPEROU... Heloisa um pouca idosa, cabelos mais curtos, com rugas finas debaixo do olho, de blusa de mangas compridas em marrom e saia com listras em preto e bege. Q5 – ATÉ QUE NASCEU UM PÉ DE GALINHA... Heloisa, mais idosa, cabelos mais curtos, com muitas rugas na testa e na lateral dos olhos, com o dedo indicador da mão esquerda perto do olho esquerdo. Ela usa camiseta bege, saia preta com bolinhas bege.

GONSALES, Fernando. Níquel Náusea. Folha de São Paulo, São Paulo, 21 agosto 2021. Disponível em: https://oeds.link/pBCQE4. Acesso em: 12 julho 2022.

  1. Por que a fórma verbal “esperou” foi repetida por três vezes?
  2. No último quadrinho, é utilizada uma locução conjuntiva que indica consequência. Qual é ela e como contribui para o humor da tirinha?
  3. Como o autor explora os significados da expressão “pé de galinha”?

3. Leia esta notícia.

França comemora 400 anos de Molière, dramaturgo francês mais traduzido e interpretado no mundo

reticências Em 2022, aniversário de seus 400 anos de nascimento, Molière será lembrado e celebrado em uma série de eventos durante todo o ano, na França, mas também em vários países.

Respostas e comentários

1.a) O de que ele fazia o papel principal da peça e passou mal em cena, morrendo em seguida.

1.b) A conjunção temporal “quando”.

1.c) Adverbial, pois introduz uma ideia de circunstância, própria dos advérbios.

2.a) Para enfatizar que a espera foi longa.

2.b) A conjunção é “até que”. Ela contribui no sentido de mostrar que a menina tanto esperou, que acabou envelhecendo.

2.c) Em primeiro lugar, ele atribui o “pé de galinha” a algo que pudesse sair da terra. Depois, utiliza a expressão para mostrar que a menina apenas envelheceu, ou seja, acabou adquirindo “pés de galinha”, nome popular pelo qual são conhecidas as rugas na área lateral dos olhos.

Língua e linguagem

Conjunções subordinativas: sintetização

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Tal como na seção anterior de Língua e linguagem, o objetivo desta é promover uma síntese das conjunções subordinativas. Ainda que a nomenclatura seja mencionada, a fim de verificar se os estudantes se lembram dessas classificações, o foco é fazê-los perceber a importância desses conectivos nos textos.
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

1c. Reforce a diferença entre conjunções integrantes e adverbiais. A função da primeira é introduzir uma oração subordinada que pode funcionar como sujeito, predicativo, objeto, complemento nominal ou aposto da oração principal. Já a segunda tem a função de introduzir alguma circunstância, tal como acontece com os advérbios.

2c. Comente com os estudantes que, no último quadrinho, a personagem é representada de fórma envelhecida, sendo possível observar os “pés de galinha” em seu rosto. Inclusive, a própria personagem retratada aponta para eles.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis nove éle pê zero três

ê éfe seis nove éle pê zero cinco

ê éfe oito nove éle pê um seis

ê éfe zero nove éle pê zero oito

Os 400 anos de Molière começam a ser celebrados a partir deste sábado, 15 de janeiro, data de batismo e provavelmente de nascimento do autor em 1622, em Paris. Apesar de passados quatro séculos, a glória nacional do dramaturgo francês permanece intacta.

reticências

Para abordar os traços principais da vida e obra do genial dramaturgo, a entrevistou Martial Poirson, professor de História Cultural, roteirista, ensaísta e curador da exposição “Molière, la fabrique d’une gloire nationale” (“Molière, a fábrica de uma glória nacional”), que será exibida em Versalhes a partir de 15 de janeiro até 17 de abril.

A mostra, que reúne cérca de 200 objetos vindos de vários países, revela o homem que foi Molière, a obra que ele escreveu e interpretou e a herança exuberante que deixou na França e no mundo.

reticências

O que levou Jean Batísti Poquelin, um homem do século 17, a ser o dramaturgo francês mais conhecido, traduzido e interpretado no mundo todo? Por que o nome de Molière passou a qualificar a língua francesa? Como sua obra teatral inspirou e continua inspirando adaptações nos quatro cantos do mundo?

A resposta “é o talento de Molière de transgredir pelo riso. Ele era amigo do rei (Luís catorze) e ao mesmo tempo do povo, de quem era o porta-voz”, resume Martial Poirson. O curador ressalta que Molière é a “síntese do espírito francês” e foi o único homem de teatro do século 17 que tinha uma tripla faceta.

reticências

RIVA, Florian; MARTIN, Patrice. França comemora 400 anos de Molière, dramaturgo francês mais traduzido e interpretado no mundo. UOL, [sem local], 14 janeiro 2022. Disponível em: https://oeds.link/vfbVXA. Acesso em: 12 julho 2022.

  1. Qual é o objetivo dessa notícia?
  2. No segundo parágrafo, que valor a conjunção “apesar de” introduz no texto? Por que ela foi utilizada?
  3. Segundo o texto, por que foi entrevistado Martial Poirson? Que conjunção foi utilizada a fim de explicar isso ao público? Como essa conjunção se classifica?
  4. Para responder às perguntas presentes no texto, os autores se valem do argumento do entrevistado. O que ele diz?
  5. Em outro momento, utiliza-se uma conjunção integrante para indicar ao público outra observação feita pelo entrevistado. Qual é essa conjunção e como se classifica a oração que ela introduz?
Respostas e comentários

3.a) Comunicar ao público as comemorações dos 400 anos de Molière, que acontecerão na França e em outros países.

3.b) Introduz um valor de concessão. Ela foi utilizada para mostrar que ele continua com o mesmo prestígio, ou seja, o tempo não foi capaz de apagá-lo da história.

3.c) Para abordar os traços principais da vida e da obra de Molière. A conjunção utilizada foi “para”. Classifica-se como conjunção subordinada adverbial final.

3.d) Que Molière era talentoso e tinha a capacidade de transgredir pelo riso.

3.e) A conjunção é “que”, e ela introduz uma oração subordinada substantiva objetiva direta.

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

3b. Recupere o conceito de concessão, que seria uma particularidade que, a princípio, poderia impedir que algo citado na oração principal ocorresse. No caso, por ser antigo, Molière poderia ser esquecido, mas ocorreu justamente o contrário.

3e. Sinalize que esse tipo de conjunção é muito utilizado com verbos dicendi, para introduzir argumentos de autoridade em reportagens, notícias No caso, são comuns as construções “argumenta que, diz que, conta que, afirma que”. Nesses casos, a conjunção integrante introduz orações objetivas diretas, que complementam o sentido dos verbos, apresentando o pensamento/os argumentos dos entrevistados.

  • ATIVIDADES COMPLEMENTARES
  • Proponha aos estudantes a construção de um esquema com as principais conjunções integrantes e com as principais conjunções adverbiais, destacando suas funções nos textos. As respostas são pessoais, mas, se julgar conveniente, peça que insiram no esquema exemplos de orações nas quais são utilizadas as conjunções subordinativas (integrantes e adverbiais). Ao corrigir a atividade, verifique se eles contemplaram as principais conjunções integrantes (que e se), bem como se mencionaram as orações subordinadas substantivas introduzidas por tais conjunções (subjetiva, objetiva direta, objetiva indireta, completiva nominal, predicativa e apositiva). Ademais, verifique se mencionaram os nove tipos de orações subordinadas adverbiais (causais, consecutivas, concessivas, condicionais, conformativas, comparativas, finais, temporais e proporcionais), cujo valor semântico é introduzido pelas conjunções subordinativas adverbiais.

VOCÊ É O AUTOR!

Do mito ao teatro

O que você acha de transformar “Rei Midas e o Toque de Ouro” em um texto teatral? Lembre-se de que o texto pode ser adaptado, trazendo elementos novos ou mudando alguma parte, por exemplo.

Ícone. Atividade oral.
Ícone. Atividade em grupos.
  1. Em grupos, voltem ao mito grego para relê-lo e identificar:
    1. a ideia principal, as características de cada personagem, os locais em que acontece a história;
    2. a sequência dos acontecimentos (situação inicial, desenvolvimento, conflito, desfecho e final), o tipo de narrador, a pessoa do discurso, os diálogos.
  2. Anotem o que vocês consideram importante e que vai ajudá-los na elaboração do roteiro.
  3. No planejamento, definam:
    1. quais elementos do mito serão preservados e quais serão modificados;
    2. como o ambiente, as cenas e os personagens serão descritos;
    3. como serão as rubricas;
    4. como serão as falas dos personagens, a linguagem utilizada e em quais situações eles vão interagir;
    5. em quantos atos e cenas o texto teatral será dividido.
  4. Releiam o planejamento: as cenas e os diálogos entre os personagens fazem sentido? O leitor poderá fazer inferências e descobrir a intenção do texto?
Ilustração. À frente, duas mãos de uma pessoa e, perto, uma folha de cor branca com texto preto. Mais ao fundo, uma máquina de escrever, de cor cinza com teclas em cinza-claro. Dela sai, folha branca com texto preto. Na parte superior da máquina, uma menina sentada segurando uma caneta de pena azul. Ela tem cabelos longos, de blusa de mangas compridas e sapatos em bege e calça cinza. À esquerda, uma luminária em cinza, com lâmpada clara. Ao fundo, outras folhas brancas e texto e no solo, vegetação rasteira em tons de cinza. Na parte superior, nuvens.
Respostas e comentários

1 a 6. Respostas pessoais. Ver orientações didáticas.

Você é o autor!

Do mito ao teatro

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

1 a 4. Mobilize os estudantes para conversarem sobre a diferença estrutural entre “Rei Midas e o Toque de Ouro” e O doente imaginário, como são escritos, chamando a atenção para a falta de narrador no texto teatral. Pergunte como eles imaginam que poderiam transformar o mito em um texto teatral, como seriam o cenário, os personagens Seria dividido em atos, cenas? Estimule-os a soltar a imaginação e pensar no mito grego como uma inspiração, pois podem acrescentar ou retirar personagens, cenários, incluir trilha sonora, iluminação, entre outros.

  • Durante o planejamento, circule pelos grupos para orientá-los ou ajudá-los nas dúvidas. Veja com os estudantes o que vão preservar do mito, o que vão alterar, se vão acrescentar algum personagem ou cenário, como serão as rubricas
  • Na fala dos personagens, chame a atenção para que definam a linguagem que será empregada, como acontece a dinâmica do diálogo, por exemplo. Comente também as escolhas lexicais e semânticas para dar os efeitos de sentido desejados.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis nove éle pê quatro seis

ê éfe seis nove éle pê cinco zero

ê éfe seis nove éle pê cinco um

ê éfe seis nove éle pê cinco três

ê éfe oito nove éle pê dois oito

ê éfe oito nove éle pê três dois

ê éfe oito nove éle pê três três

ê éfe oito nove éle pê três quatro

ê éfe oito nove éle pê três cinco

  1. Para escrever o texto teatral, sigam o que planejaram.
    1. Usem a estrutura do gênero para contar a história: dividam o texto em atos e/ou cenas e utilizem rubricas nos diálogos dos personagens, indicando suas ações e como devem ser as falas ou algum detalhe do local em que a cena acontece.
    2. Para deixar claro ao leitor as circunstâncias, utilizem advérbios ou locuções adverbiais nos diálogos e nas rubricas.
    3. Observem se as falas estão adequadas às características de cada personagem e à cena; confiram a sequência dos diálogos e das cenas, se houver mais de uma, para que tenham sentido.
    4. Releiam o texto final para ver se ainda precisa de ajuste. Depois, troquem com outro grupo para a revisão.

Observem a pontuação, a ortografia, a coesão e a coerência.

6. Para a revisão, utilizem a pauta de revisão atualizada. Observem se a estrutura e as características do gênero textual foram seguidas e se a sequência dos diálogos e dos eventos faz sentido.

A pontuação também é muito importante nos textos dramáticos, pois determina a entonação das falas dos personagens, para que, no momento da dramatização, os espectadores percebam o sentido do texto e a expressividade.

  1. Realizem as alterações necessárias de acordo com os comentários e sugestões feitas pelos colegas e escrevam a versão final, se possível, em um processador e editor de texto.
  2. Façam cópias e guardem para usá-las quando forem ensaiar a peça teatral.

Para ampliar

O doente imaginário. Molière. Adaptação Marilia Toledo. São Paulo: Editora 34, 2011.

Essa adaptação de um dos clássicos da comédia foi feita para o público jovem.

Capa de livro na vertical. Ao fundo, em branco e abaixo, ilustração de um esqueleto em pé, com a perna direita levantada, segurando um estetoscópio na mão direita e uma injeção na mão esquerda. Na parte superior, título do livro e nome do autor. Na parte inferior, logotipo da editora.
Respostas e comentários
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  1. Oriente os estudantes a lerem o texto teatral que escreveram antes de trocar com outro grupo. Durante essa leitura, eles já podem utilizar a pauta de revisão atualizada com os novos conteúdos e a estrutura e características do gênero textual texto teatral. Peça-lhes que leiam de fórma atenta para ver a ortografia, a pontuação, os recursos linguísticos e estilísticos que utilizaram para construir o texto, os elementos de coesão e coerência, se a progressão textual foi bem amarrada e se faz sentido
  2. Combine com os grupos como serão as marcas de revisão para que não rabisquem o texto dos colegas. Oriente-os a utilizar a margem e combinem algumas marcas de revisão que possam ser feitas diretamente no texto e que fiquem claras para todos. Os revisores devem ter claro o que é considerado erro segundo a norma-padrão, como erro de grafia ou pontuação, portanto deve ser corrigido, e o que é sugestão de melhoria do texto, que pode ou não ser aceita pelo grupo que tem a autoria do texto.

6b. Oriente os estudantes na quantidade de cópias de que vão precisar para a produção da peça teatral. Elas serão utilizadas nos ensaios e servirão de roteiro tanto para os atores quanto para os diretores e a equipe técnica, para confeccionar cenários e figurinos, orientar a iluminação e a trilha sonora, entre outras funções.

ORALIDADE

Abrem-se as cortinas!

Você e seu grupo foram os autores e agora serão os atores, o diretor e a equipe técnica na produção da peça teatral.

Ícone. Atividade oral.

1. Você já participou da produção de uma peça teatral? Em caso afirmativo, como foi? Se não participou, como você imagina que ela deve ser? Explique.

Planejamento

2. Para a dramatização do texto teatral, você e os colegas vão produzir o cenário e os figurinos. Pode ser algo simples, mas que sirva para todas as encenações.

Ilustração. Vista geral de um palco de cor marrom. Na parte superior, cortina de cor vermelha, com alça prendendo nas pontas de cor amarela. Na parte superior, três luminárias em preto, refletindo luz branca para baixo. Em segundo plano, cenário com vegetação ao fundo e na parte superior, duas nuvens brancas.
  1. Combinem com o professor onde será feita a encenação para que o cenário possa ser montado antecipadamente.
  2. Combinem quando poderão ser as apresentações, levando em conta o tempo para ensaiar e produzir cenários e figurinos, por exemplo.
  3. Definam quem serão os convidados e como será feita a divulgação das apresentações.

3. Juntem dois grupos para preparar a produção da peça teatral. Selecionem um dos textos feitos por esses grupos para ser encenado. O outro será utilizado na leitura dramática para o podcast na seção Vamos compartilhar.

▶ Dividam as tarefas, definindo atores, diretor, figurinista, sonoplasta, maquiador etc. Lembrem-se de que, dependendo do papel, o mesmo estudante pode fazer mais de um. Por exemplo, o diretor pode dirigir e interpretar um dos papéis.

Para compor a dramatização do texto teatral, vocês podem incorporar à produção música, figurino, efeitos de luzes e sonoros , para dar mais expressão às cenas.

Respostas e comentários

1. a 6. Respostas pessoais. Ver orientações didáticas.

Oralidade

Abrem-se as cortinas!

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Para esta atividade, verifique quais são os recursos materiais e tecnológicos necessários para a produção de cenários e figurinos, bem como para a encenação das peças.
  • Verifique também o local em que serão feitas as encenações e quem será convidado para assisti-las.
  • Esta é uma boa oportunidade para envolver os professores de Arte, com a produção de cenários e figurinos, por exemplo, e de Educação Física, para preparar os estudantes em relação a ocupação do palco, atividades de expressão corporal, entre outras, ampliando a atividade.
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  1. Converse com os estudantes sobre como pode ser a produção teatral deles, com os recursos de que dispõem para realizar a proposta. O importante é que eles possam interpretar e conseguir transmitir sentimentos e emoções para o público.
  2. Para a montagem da peça, é importante que a etapa de planejamento seja feita com cuidado e que tudo seja organizado e produzido de acordo com o cronograma. Então, a primeira coisa a fazer é listar todas as tarefas a serem feitas na pré-produção e eleger um responsável por elas. Dessa fórma, os estudantes saberão quais são os recursos necessários para fazer o que imaginaram e se o que está sendo proposto é viável tanto em questões financeiras quanto de tempo. Proponha um check-list para a conferência do andamento das atividades.
  • É importante desde o início estabelecer onde será exibida a peça e se será ou não aberta ao público, detalhes que devem fazer parte da lista de planejamento, porque envolve outras fases, como os ensaios, para que os atores se apropriem do espaço e saibam suas marcações, para confeccionar os cenários, para verificar a iluminação , bem como fazer a divulgação da peça e convidar o público para assisti-la.
  • Se outros professores forem envolvidos na produção da peça teatral, eles devem participar desde o planejamento para ter claro quais serão suas funções e pensar sobre as atividades em que poderão contribuir.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis nove éle pê quatro seis

ê éfe seis nove éle pê cinco um

ê éfe seis nove éle pê cinco dois

ê éfe seis nove éle pê cinco quatro

ê éfe oito nove éle pê três dois

ê éfe oito nove éle pê três três

Ensaios

  1. Comecem o ensaio com uma leitura do texto. Nesse momento, já pensem em como os atores poderiam interpretar as falas, de acordo com a situação de cada cena: qual o tom, a entonação e o ritmo da voz; quais expressões faciais e gestos
    1. As falas devem ser decoradas, pois, no momento de atuar, vocês não poderão ter nenhum apoio escrito. Ensaiem bastante para que elas pareçam naturais.
    2. O pessoal da equipe e o diretor também devem participar dos ensaios, cada um fazendo a sua parte, para que tudo fique harmônico, como iluminação e som, por exemplo.
    3. Os atores devem marcar suas falas e observar as deixas para começar. Devem também observar a pontuação e as rubricas para dar o ritmo certo às falas do personagem.

A apresentação

5. Verifiquem se tudo o que é necessário para a dramatização está pronto e funcionando.

▶ Verifiquem também se os atores estão impostando a voz de forma adequada para que todos da plateia possam ouvir as falas.

Autoavaliação e avaliação

  1. Esse é um momento importante para avaliar a participação de cada um na produção e apresentação da peça teatral.
    1. A autoavaliação deve ser individual. Copie o modelo de grade de avaliação a seguir em uma folha à parte. Tire alguns minutos para avaliar o que gostou, o que tem de melhorar, se há questionamentos e as novas ideias para uma próxima vez.
      Ícone modelo.

Gostei

Melhorias

Questionamentos

Novas ideias

b. Em uma roda, conversem sobre como foram as apresentações, avaliando o que mais gostaram e o que não gostaram em relação à atuação do grupo.

▶ Durante a conversa, respeitem as trocas de turno e os pontos de vista dos colegas.

Ilustração. Três esferas coloridas representando emojis em formato de rosto. Da esquerda para a direita: esfera rosa, de olhos pretos e boca para baixo em preto; esfera amarela, com olhos pretos e boca reta em preto; esfera em azul, de olhos pretos e boca para cima em preto.
Versão adaptada acessível

Atividade 6, item a.

A autoavaliação deve ser individual. Elabore uma grade de avaliação como a do modelo a seguir. Tire alguns minutos para avaliar o que gostou, o que tem de melhorar, se há questionamentos e as novas ideias para uma próxima vez.

Respostas e comentários
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  1. Oriente os estudantes a como proceder com as peças feitas pelos dois grupos: eles devem escolher uma delas para ser encenada e a outra será parte da atividade de leitura dramática para o podcast. Com isso, todos os grupos se sentirão prestigiados e terão suas produções divulgadas. É determinante que eles se sintam valorizados e que suas produções são importantes e devem ser compartilhadas com outras pessoas.
  2. Proponha algumas atividades de expressão corporal, exploração do palco e impostação de voz para que os estudantes possam se apropriar do espaço e circular de fórma natural por ele, o que vai ajudar os atores na interpretação dos papéis, os diretores a ter noção de como orientar os atores em cena e a equipe técnica a como posicionar as luzes, escolher a trilha musical ou os efeitos sonoros, a produção dos cenários
  • Os ensaios são fundamentais e todos devem participar. Marque com a turma um ensaio geral próximo da data de apresentação, já com cenários e figurinos, se houver, prontos. É o momento de fazer os testes e acertar os últimos detalhes.
  1. No dia da apresentação, reúna todos para uma conversa breve que os descontraia e os deixem seguros, menos nervosos e confiantes no que vão apresentar. Faça alguns exercícios de relaxamento e concentração para ajudar os atores em cena.
  • Ao final do espetáculo, procure saber o que a plateia achou para dar esse feedback à turma durante a avaliação.

6. O momento de autoavaliação e avaliação é importante para que os estudantes percebam sua trajetória desde que começaram a produção textual até a apresentação da peça. Incentive-os a refletir como foi esse processo de criação e execução, bem como de interação com os colegas e o público.

VARIAÇÃO LINGUÍSTICA

Variação histórica

Respondam às questões no caderno.

Ícone. Atividade em dupla.

1. Leiam o texto a seguir.

Macarrão.

Cozido o macarrão em caldo limpo com sal, pimenta e noz moscada raspada, tira-se e lança-se em uma cassarola com manteiga de vacca, queijo de Parma, ou holandez, cortado miudissimo com pimentão e alguma nata. Quando o queijo começar a fazer fêveras, deite-se o macarrão em um prato côvo com miolo de pão e pão ralado; regue-se depois com manteiga quente, e dê-se-lhe côr ao forno, ou com a pá em braza.

Fotografia. Sobre uma mesa de madeira em marrom, com uma travessa de cerâmica redonda em vermelho, com macarrão de cor bege dentro e por cima, queixo gratinado e um ramo pequeno de alecrim. Ao fundo, vê-se parcialmente cebolas.
Em 25 de outubro comemora-se o Dia Mundial do Macarrão.

R.C.M. Cozinheiro imperial ou nova arte do cozinheiro e do copeiro... Rio de Janeiro: Laemmert & C., 1887.

  1. O que mais lhes chamou a atenção na leitura desse texto?
  2. A que gênero textual ele corresponde?
  3. Como vocês chegaram a essa conclusão?
  4. Quais diferenças vocês notaram entre o modo como esse texto se apresenta hoje na sociedade e o modo como ele se apresentava no século dezenove?

A leitura desse texto nos mostra que, no século dezenove, o português era escrito de fórma bem diferente da que conhecemos atualmente. Além disso, algumas palavras utilizadas na época já não fazem mais parte do nosso vocabulário cotidiano. Tudo isso mostra que as línguas também mudam ao longo do tempo. A esse processo damos o nome de variação histórica. Essas mudanças podem acontecer de diferentes fórmas, por exemplo: na pronúncia e na escrita de algumas palavras, bem como no uso de determinadas expressões.

Respostas e comentários

1.a) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes percebam não só a grafia de algumas palavras, que atualmente é diferente (por exemplo, caçarola, vaca, holandês), bem como de outras que não são utilizadas atualmente (por exemplo: fêveras, côvo).

1.b) A uma receita culinária.

1.c) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes reconheçam não somente o vocabulário, como também a presença de verbos no imperativo, muito característicos desse gênero textual.

1.d) Resposta pessoal. Ver orientações didáticas.

Variação linguística

Variação histórica

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Comente com os estudantes os seguintes aspectos, relacionados ao vocabulário: atualmente, o queijo de Parma é chamado simplesmente de parmesão. As fêveras, também chamadas de febras ou fevras em Portugal, significam fibras. Nesse contexto, significa que o queijo derreteu e formou “lâminas”. O prato côvo atualmente é chamado de prato fundo.
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

1. Solicite a leitura do texto e peça a atenção dos estudantes quanto aos termos desconhecidos por eles, orientando-os a procurar encontrar significados pelo contexto em que as palavras estão inseridas. Se necessário, solicite que pesquisem em dicionários (físico ou on-line).

1d. Espera-se que os estudantes percebam que, atualmente, as receitas apresentam, em primeiro lugar, as quantidades exatas dos ingredientes. Além disso, os verbos no imperativo geralmente se apresentam na terceira pessoa do singular, porém sem o -se, e também é comum a presença do tempo de preparo e do rendimento.

Esta atividade visa a levá-los a refletir que não só a língua muda, mas também os gêneros textuais. Ainda que haja uma estrutura básica que nos permite reconhecer suas versões mais recuadas no tempo, eles também vão sofrendo modificações ao longo do tempo.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis nove éle pê cinco cinco

ê éfe seis nove éle pê cinco seis

2. Leiam o texto e respondam às questões.

Dos palácios até a mesa de jantar: a origem dos pronomes ‘tu’ e ‘você’

reticências

Muito além de representarem diferentes fórmas de se dirigir a alguém, os termos ‘tu’ e ‘você’ já se tornaram traços culturais das regiões brasileiras. Nesse sentido, registros das fórmas de tratamento ‘tu’ e ‘vós’, ambas com origem no latim, aparecem antes da língua portuguesa, no idioma galego-português, em textos do início do século 13.

Naquela época, os termos eram as duas únicas fórmas de se referir à segunda pessoa. Especialistas apontam, contudo, que o termo ‘tu’ era mais informal, usado dentro das famílias, enquanto ‘vós’, mais respeitoso, era utilizado no tratamento da realeza.

Foi só por volta de 1500, depois da separação entre português e galego, que modificações começaram a aparecer em ‘vós’, como ‘vossa graça’, ‘vossa excelência’ e ‘vossa mercê’. Pelo uso mais frequente, ‘vossa mercê’ se tornou alvo de mais modificações fonéticas e semânticas. Assim, percorreu os seguintes estágios: ‘vossa mercê’ à ‘vossemecê’ à ‘vosmecê’ e, por fim, à ‘você’. 

Já no fim do século 17, ‘você’ aparece nas conversas em família, abandonando a origem respeitosa – que fica por conta de expressões como ‘vossa excelência’ ou ‘senhor’.

No Brasil, segundo o linguista , em ‘História da Língua Portuguesa’, “o vós desapareceu, mas o tu sobrevive apenas no extremo Sul e em áreas não suficientemente delimitadas do Norte”. Hipóteses para tal falam em afirmação de valores regionais – e, em Santa Catarina, da influência açoriana.

Sem qualquer variação desde sua origem, o ‘tu’ vem do latim idêntico. É provável que tenha surgido no protoindo-europeu, falado há cêrca de 5 mil anos, de onde também veio, entre outros idiomas, o sânscrito. reticências

CRISTIANINI, Maria Carolina. Dos palácios até a mesa de jantar: a origem dos pronomes ‘tu’ e ‘você’. Aventuras na História, UOL, [sem local], 13 junho 2021. Disponível em: https://oeds.link/ASruMt. Acesso em: 10 julho 2022.

  1. Na opinião de vocês, como os pronomes “tu” e “você” se tornaram traços culturais das regiões brasileiras?
  2. De acordo com o texto, em que momento o pronome “vós” passa a se modificar? Como isso acontece?
  3. Na sua região, qual desses pronomes é mais comum? Vocês utilizam o outro pronome em alguma ocasião?
Respostas e comentários

2.a) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes percebam que o uso de “tu” ou “você” é um traço linguístico identitário do local de origem do falante.

2.b) A partir do século quinze. A princípio, surgem as fórmas “vossa graça”, “vossa excelência” e “vossa mercê”. Este último, de uso mais frequente, foi se transformando até chegar à atual fórma “você”.

2.c) Respostas pessoais. Ver orientações didáticas.

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  • Na sequência, vamos aprender um pouco mais sobre os pronomes “tu” e “você”, principalmente a sua origem e como são utilizados atualmente pelos falantes do português no Brasil.

2a. Mais uma vez, vale retomar o conceito de variação geográfica, uma vez que o uso desses pronomes depende do local em que se encontra o utente.

2c. Verifique se há alguma diferença no uso, caso os estudantes manifestem a presença de ambos os pronomes. No caso, leve-os a refletir se, em situações de maior distanciamento em relação ao interlocutor, por exemplo, ocorre o uso de “você”, o que pode denotar algum resquício da antiga fórma de tratamento “vossa mercê”.

  • ATIVIDADES COMPLEMENTARES
  • Proponha uma pesquisa em grupos para que os estudantes descubram em que regiões se fala “tu”. No texto da atividade 2, foram citadas duas, há outras? Espera-se que, com a pesquisa, os estudantes descubram que há outras localidades que usam o pronome “tu”, como o Nordeste e o Sudeste.

Para ampliar

FIORAVANTI, Carlos. Ora pois, uma língua bem brasileira. Pesquisa Fapesp, edição 230, abril 2015. Disponível em: https://oeds.link/ZHofOo. Acesso em: 22 julho 2022.

EU APRENDI!

Responda às questões no caderno.

  1. Com base nos gêneros textuais estudados nesta unidade, elabore no caderno um esquema contemplando as principais características desses gêneros. Para tanto, considere os seguintes aspectos:
    1. o contexto de produção, ou seja, em que situações eles são produzidos;
    2. o contexto de circulação, ou seja, onde circularam ou circulam esses textos;
    3. as principais características da estrutura de cada um;
    4. com que finalidade eles circulam ou circularam na sociedade.
  2. Leia a tirinha a seguir.
Tirinha. Tirinha composta por três quadros. Apresenta como personagens: um gato de pelos de cor rosa, partes em preto, de orelhas pequenas e focinho preto. Um rato azul-claro, de focinho preto e rabo longo e uma barata de olhos grandes e cabelos espetados. As cenas se passam em local de chão branco e janela cinza, vista parcialmente. Q1 – À frente, à esquerda, caixa virada de lado, derramando areia de cor bege e perto, à direita, uma tigela redonda em cinza. O gato olha os objetos com o cenho franzido e diz: ESPALHARAM MINHA AREIA NO CHÃO! Q2 – Gato visto do pescoço para cima, com a língua para fora da boca e cenho franzido. Exclama: E TACARAM SAL NA MINHA ÁGUA! Q3 – À esquerda, rato segurando nas mãos um guarda-sol de cor laranja-escuro e laranja-claro, caminhando para fora do local junto com a barata, que carrega uma prancha de surfe amarela. O rato diz: NÃO É ACAPULCO, MAS DÁ PRO GASTO! Ao fundo, montinhos de areia pelo chão.

GONSALES, Fernando. Níquel Náusea. Folha de São Paulo, São Paulo, 27 setembro 2021. Disponível em: https://oeds.link/3TDoOL. Acesso em: 13 julho 2022.

  1. A fala do gato é separada por uma conjunção. Qual é ela e o que indica?
  2. Por que essa conjunção foi utilizada?
  3. Na fala do rato, ele utiliza uma conjunção que expressa a sua apreciação da cena retratada. Qual é essa conjunção e o que ela indica?
  4. Qual é o humor da tirinha?

3. Agora, leia mais um trecho da notícia sobre os 400 anos do nascimento de Molière.

Molière e o Brasil

A presença e a influência de Molière no Brasil são antigas e constantes. As peças de teatro do dramaturgo começaram a ser lidas e montadas ainda no período colonial, na segunda metade do século 18, mas foi depois da chegada da corte portuguesa, em 1808, e principalmente após a independência do país, em 1822, que a apresentação de artistas e textos franceses se multiplicaram.

Respostas e comentários

1. Ver orientações didáticas.

2.a) A conjunção é “e” e indica uma sucessão de fatos.

2.b) Para unir as orações, que correspondem às reclamações do gato. Primeiro ele constata que sua areia foi espalhada e depois que colocaram sal em sua água.

2.c) A conjunção é “mas” e indica uma oposição. No caso, o rato diz que a praia não é como Acapulco, porém “dá pro gasto”, ou seja, é satisfatória.

2.d) O fato de o rato e a barata terem derrubado a areia do gato e colocado sal em sua água para simular que estão em uma praia.

Eu aprendi!

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

1. Ao corrigir o esquema, verifique se os estudantes contemplaram todos os itens listados, bem como se têm alguma dúvida em relação a algum ou alguns deles. É importante enfatizar que, além dos aspectos linguísticos, os gêneros textuais têm uma função social decisiva para que sejam compreendidos do modo como os entendemos e reconhecemos. 

2a e 2c. Espera-se que os estudantes sejam capazes de identificar as conjunções coordenativas. Caso perceba dificuldades, retome os conceitos e solicite exercícios extras.

3. Solicite uma leitura em primeiro momento silenciosa, depois uma leitura compartilhada com pausas em locais estratégicos para que os estudantes possam inferir informações.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis nove éle pê zero cinco

ê éfe seis nove éle pê cinco seis

ê éfe zero nove éle pê zero quatro

Molière era um dos autores de predileção como indica uma crítica de 1866, assinada por Machado de Assis: “Há uns bons 30 anos, ‘O Misantropo’ e ‘O Tartufo’ faziam as delícias da sociedade fluminense”.

“Molière chega ao Brasil ao mesmo tempo que outros autores clássicos europeus, como Godoni, Corneille ou Voltaire um século mais tarde. Ele faz parte desses autores que são um puro produto de importação. reticências”, lembra o historiador Martial Poirson.

reticências

O Liceu Molière do Rio de Janeiro reticências participa da comemoração pelos 400 anos de nascimento do dramaturgo, que coincide com os 40 anos de fundação do Liceu carioca. As festividades começam em 26 de março, com um festival gastronômico, uma feira do livro e a apresentação de uma peça de Molière pelos alunos da escola, e se estendem durante todo o ano.

Encenação. Cena de quatro pessoas vistas da cintura para cima, em um palco, com o corpo para a esquerda. Elas estão uma ao lado da outra. Da esquerda para a direita: homem um pouco gordo, de cabelos grisalhos, com terno cinza. Ele olha para a esquerda com a boca aberta. Perto, uma mulher de cabelos castanhos penteados para trás em coque, de blusa de mangas compridas e saia em laranja, com detalhes na gola e manga em preto. Ela olha para a esquerda com a boca um pouco aberta. À direita dela, uma menina de cabelos pretos penteados para trás com laço nos cabelos, blusa e saia em bege. Ela olha para a esquerda com a boca bem aberta e mãos perto da cintura. Na ponta extrema da direita, homem de cabelos lisos penteados e presos para trás, usando camisa de gola branca por dentro, lenço ao redor do pescoço em verde e terno da mesma cor. Ele segura na mão esquerda um papel em bege.
Companhia Limite 151 em cena com a peça As Eruditas. Rio de Janeiro, 2011.

RIVA, Florian; MARTIN, Patrice. França comemora 400 anos de Molière, dramaturgo francês mais traduzido e interpretado no mundo. UOL, [sem local], 14 janeiro 2022. Disponível em: https://oeds.link/vfbVXA. Acesso em: 12 julho 2022.

  1. No trecho “Molière era um dos autores de predileção como indica uma crítica de 1866”, há um período composto por subordinação. Indique a conjunção e classifique a oração subordinada.
  2. No trecho “As peças de teatro do dramaturgo começaram a ser lidas e montadas ainda no período colonial”, por que o “a” em destaque não recebe acento indicativo de crase?
  3. De acordo com o texto, como será o início da comemoração dos 400 anos de nascimento de Molière, realizada pelo Liceu Molière?
  4. Com que finalidade foi introduzida a oração “e se estendem durante todo o ano”?
Respostas e comentários

3.a) A conjunção subordinativa adverbial “como” estabelece uma relação de comparação. Oração subordinada adverbial comparativa.

3.b) Porque não ocorre crase diante de verbo.

3.c) As comemorações começam com um festival gastronômico, uma feira literária e com a apresentação de uma peça do autor.

3.d) Para mostrar ao público que as comemorações continuarão ao longo do ano, ou seja, reforça-se a informação de que elas estão apenas começando.

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

3a. Espera-se que os estudantes sejam capazes de identificar os períodos compostos por subordinação e sejam capazes de classificá-los; caso ocorra dificuldades, em um primeiro momento solicite uma nova leitura, depois retome os conceitos e avalie se ainda permanecem as dificuldades.

3b. Auxilie os estudantes para que sejam capazes de identificar o emprego correto do acento indicador de crase. Caso perceba dificuldades, retome os conceitos e reforce com atividades para casa.

3c. Esta é uma oportunidade de desenvolver a compreensão textual, por meio da localização de informação explícita. Peça à turma que tente se recordar como se dá o início das festividades, puxando pela memória da leitura realizada. Caso não se recordem, oriente-os a retomar a leitura e localizar as informações solicitadas, pedindo que comentem o que compreenderam do que foi lido, instigando-os a compartilhar suas impressões sobre o texto.

VAMOS COMPARTILHAR

Análise de mídias sociais: podcast

Ícone. Atividade oral.
Ícone. Atividade em grupos.
  1. Vocês já fizeram alguma leitura dramática ou ouviram alguém fazer? Se sim, como foi? Se não, como vocês imaginam que seja?
  2. Proposta: vocês devem realizar uma leitura dramática para um episódio de podcast.
    1. O texto teatral para a leitura dramática deve ser o que não foi encenado em Oralidade.
    2. Dividam as tarefas no grupo (atores, diretores, sonoplasta ), vejam quais os recursos necessários para gravar o podcast, ensaiem, gravem, editem, divulguem e postem no meio que vocês escolherem com o professor.
    3. Após postar, vocês farão o acompanhamento, durante um período acordado com o professor, para poder fazer a análise de mídias sociais ao final, por exemplo, de quatro semanas.

Para responder às perguntas a seguir, vocês podem pesquisar.

  1. Análise de métricas das mídias: entenda as diferenças. Antes de aplicarmos uma análise das mídias sociais, precisamos entender algumas diferenças. Vamos lá!
    1. O que é uma plataforma on-line?
    2. O que é mídia digital? E mídia social?
  2. Para entender o resultado de uma mídia social, é importante saber o que é um indicador e uma métrica. Essa compreensão auxilia na análise dos dados.

▶ Você sabe o que é um indicador? E uma métrica?

Os indicadores auxiliam na análise de tomadas de decisão ao acompanharem o desenvolvimento de uma empresa, cenário econômico, grupo social e de mídias, por exemplo. Mensurar um período, ação ou volume de informações possibilita medir um fato ou uma variável, representando o resultado de desempenho do que está sendo medido. Há vários tipos de indicador, como de emprego e desemprego, de preço, de desempenho

Deve-se acompanhar mês a mês as métricas para fazer um comparativo e obter o resultado do indicador. Lembrem-se de que um podcast também é medido pelo número de downloads.

Respostas e comentários

1 e 2. Respostas pessoais. Ver orientações didáticas.

3.a) Plataforma on-line é tudo que acessamos pela internet, como site, loja, aplicativos.

3.b) Mídia digital é o meio, como site, blogue, rede social, podcast. Mídias sociais são as fórmas de comunicar e interagir com o público utilizando recursos visuais (imagens), textos (blogues e chats) e audiovisuais (vídeos e podcast).

4.• Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes respondam que o indicador é um fato ou uma variável que queremos ou precisamos monitorar. A métrica é o método utilizado para medir os valores e a qualidade do resultado do indicador, como o número de acessos de um site, o tempo de navegação do leitor ou cliente, quantas pessoas estão falando do seu produto ou marca.

Vamos compartilhar

Análise de mídias sociais: podcast

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Reúna os mesmos grupos da montagem da peça, pois, nesta atividade, eles devem fazer a leitura dramática com o texto teatral que não foi encenado. Oriente-os a ensaiar e gravar o podcast com essa leitura. Escolha com eles onde vão postar para que a turma acompanhe o desempenho por um período e analise a performance do que postaram nas mídias sociais. A escolha de onde postar os podcasts é fundamental, pois deve ser um local que forneça os dados necessários para gerar as métricas durante o período estabelecido de monitoramento, como número de curtidas.
  • Esta atividade tem como objetivo trabalhar noções de uma das práticas de pesquisa, a Análise de mídias sociais.
  • Nesta dupla de páginas, será possível desenvolver o TCT Ciência e Tecnologia, bem como o ó dê ésse 4 Educação de qualidade, ao relacionar com as mídias sociais e as análises que podem ser realizadas.
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

1. Ouça as respostas e complemente-as, se for necessário. Reforce o fato de que, na leitura dramática, o foco é a leitura em voz alta de um texto teatral. Por isso, é importante observar o ritmo, a fluidez, a entonação da voz, a pontuação, as rubricas , para passar ao público ou ouvinte as emoções e os sentimentos do personagem, uma vez que não há recursos complementares como cenários e figurinos. Deixe claro que, para essa leitura, deve haver interpretação. Pode-se explorar o uso de várias vozes ou mudanças de tom para poder dar a expressividade necessária à fala.

2b e 2c. Oriente os estudantes a seguir todos os passos para produzir o podcast tendo em vista o objetivo e o público-alvo para quem a mídia está sendo produzida. O acompanhamento da postagem será em relação às curtidas, aos comentários, às visualizações Isso tem de estar claro para os estudantes, pois comporão as variáveis do indicador para a análise da mídia digital e o impacto que teve no público-alvo.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis nove éle pê quatro seis

ê éfe seis nove éle pê cinco três

ê éfe oito nove éle pê zero dois

ê éfe oito nove éle pê dois quatro

ê éfe oito nove éle pê dois cinco

ê éfe oito nove éle pê dois sete

ê éfe oito nove éle pê três três

5. Planejamento. Para a nossa análise, vamos usar o indicador de mídia social, que vai medir o desempenho da mídia publicada. Ele pode ser composto por mais de uma variável, como estas sugeridas:

a variável alcance, que mede a quantidade de visualizações (impacto) da sua mídia;

a variável engajamento, que mede a audiência considerando curtidas, compartilhamentos e comentários.

Ilustração. Ao centro, tela laranja na horizontal e gráfico com barras na vertical em verde e vermelho. Na ponta superior, à esquerda, retângulo com gráfico e duas linhas em flecha para a direita, uma verde e outra vermelha. Sobre ela, uma pasta em azul e duas flechas para cima em verde. Na parte inferior, à esquerda, mouse laranja com detalhe em verde. À direita, um retângulo azul e linhas e flecha em laranja. Ao fundo, celular na vertical branco com contorno em laranja e flecha verde para cima. Ao redor e ao fundo, nuvens e flechas. Na ponta inferior, texto: VECTOR ILLUSTRATION.
  1. Com base no indicador, o grupo deve discutir quais métricas serão usadas para medir o resultado; por exemplo, quantas pessoas visualizaram e quantas curtiram a publicação.
  2. Montem o planejamento com o indicador e as métricas da mídia escolhida. O formato é importante para se ter clareza do resultado. Para isso, vocês podem usar, por exemplo, planilhas. Vejam este modelo.
    Ícone modelo.

Indicador

Fato ou variável

Métrica (quantas pessoas)

Medida (período)

Resultado do indicador (%)

Alcance

Impacto do conteúdo

ouviram

Engajamento

Interação com a publicação

curtiram

comentaram

  1. Agora, observem os valores apurados no período – por exemplo, quatro semanas – para preencher o quadro e chegar ao resultado das métricas e indicadores sobre o quanto as pessoas foram impactadas pelo conteúdo da mídia postada por vocês, o podcast.
  2. Com a apuração da métrica e dos indicadores, discutam se vocês acham que o resultado foi positivo ou negativo e se o impacto aconteceu por causa do tema ou pelo formato da mídia.
  3. Em uma roda de conversa com toda a turma, discutam sobre essa experiência e o que vocês mudariam para que os podcasts melhorassem a performance, alcançando um impacto maior.
Respostas e comentários

5 a 8. Ver orientações didáticas.

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

3b. Leve os estudantes a pensar nas produções acadêmicas e pessoais de mídias sociais. Devem identificar duas mídias produzidas individualmente ou pelo grupo. Sugestões de resposta: podcast, vlogue, booktube, vídeos.

Ao ler o boxe-conceito, explique aos estudantes que, neste caso, analisam-se duas variáveis: o emprego e o desemprego; no indicador de desempenho ele vai analisar um conjunto de variáveis que, juntas, produzirão um resultado. O número de variáveis vai depender do que se quer medir.

5b. Para chegar ao resultado do indicador, é preciso dividir o número de pessoas que curtiram, por exemplo, pelo número total de pessoas que acessaram a publicação e, depois, multiplicar por 100. O resultado será em %. Para ser um indicador, esse acompanhamento deve ser feito semanalmente, para poder comparar os resultados no final do mês.

  1. São importantes a avaliação e a conversa entre os estudantes, de modo que possam compreender o processo e aprender com ele. Faça a mediação com perguntas como: O que acharam mais legal? Do que não gostaram tanto assim? Como fariam em uma próxima vez?
  • Com base no mapeamento dos indicadores, proponha uma discussão sobre os resultados. Essas informações são essenciais para identificar pontos que podem ser melhorados nas próximas vivências. Proponha a escrita de uma autoavaliação para que cada estudante possa avaliar sua colaboração em sala de aula, sua conduta no grupo e participação nas atividades, bem como sugestões de melhoria no futuro.
  • Entre outras oportunidades, esta dupla de páginas permite desenvolver o ó dê ésse Educação de qualidade, já que possibilita aos estudantes autonomia no processo de aprendizagem, que nesta seção Vamos compartilhar vai desde a leitura dramatizada transposta para um objeto digital, que é o podcast, seguida de mapeamento de indicadores, análise dos dados de acordo com a apuração realizada para finalizar com a avaliação das equipes sobre o que foi produzido, como foi produzido e os resultados a que chegaram.

Glossário

Frígia
: reino da Antiguidade que se localizava na região da Ásia Menor, hoje Turquia.
Voltar para o texto