UNIDADE 8  Crônica e cotidiano

Nesta unidade, convidamos você a explorar as crônicas. As propostas foram desenvolvidas em quatro etapas que se completam. Acompanhe!

Fotografia. Cinco meninos em pé, jogando futebol com bola branca com detalhes em preto, em local com vegetação rasteira. Em segundo plano, vegetação, árvores de folhas verdes. Mais à direita, vista parcial de uma torre na vertical. No alto, céu em cinza e luz solar à esquerda.

EU SEI

Você já parou para pensar no cotidiano?

Perceber a presença das coisas simples do cotidiano nas crônicas.

Ilustração. Vista geral de local com ruas em cinza e, à esquerda, faixa de pedestre em branco, com pessoas passando sobre ela. Entre elas, uma cadeirante sendo empurrada por uma pessoa de cabelos loiros, camiseta cinza, calça azul e sapatos marrons. Mais ao fundo, calçada em cinza, por onde caminham pessoas, criança e um cachorro amarelo e, ao fundo, um ônibus amarelo na rua. Mais atrás, prédios e casas à direita, de paredes em bege, janelas e portas em vermelho-claro. Nas janelas de um prédio à direita, atrás de casa, vê-se pessoas pela janela. Mais ao fundo, à esquerda, perto dos prédios, duas pipas sobrevoando no céu, de cor azul-claro com nuvens brancas.

EU VOU APRENDER

Capítulo 1 – A vida cotidiana

Compreender as características e o contexto de produção da crônica.

Capítulo 2 – Outras crônicas

Conhecer as especificidades e os meios de circulação da crônica.

Respostas e comentários

UNIDADE 8

Crônica e cotidiano

Introdução

Nesta unidade, os estudantes são levados a explorar o gênero textual crônica. O objetivo do estudo é compreender as funções sociais desse gênero textual, sua estrutura e estilo, bem como os contextos de produção e circulação. Além disso, o manejo desses textos passa pelo trato com o cotidiano e com nossa realidade imediata, direta e tantas vezes negligenciada por nós mesmos. A leitura e a análise de crônicas colaboram, ainda, para a sensibilização dos estudantes sobre assuntos relacionados ao local onde vivem, a seu estado, a seu país. Para a realização dos trabalhos, é importante o acesso a recursos como computadores, notebooks, smartphones, câmeras fotográficas, livros e internet.

Nos estudos de Língua e linguagem, a unidade aborda as fórmas nominais dos verbos e as orações subordinadas reduzidas. Além disso, são discutidas a formação e o contexto de utilização de neologismos e estrangeirismos.

No eixo da produção de textos, em Você é o autor!, são propostos o planejamento, a produção, a revisão e a publicação de uma crônica. Em Oralidade, a mesma crônica ganhará uma versão em leitura dramática e, para isso, os estudantes precisarão construir um roteiro, ensaiar e compreender a entonação necessária para provocar os efeitos desejados no leitor/espectador. A unidade propõe também o estudo e a discussão sobre a percepção do cotidiano e do processo de escrita de uma crônica. Em Vamos compartilhar, apresenta-se a crônica visual.

Nesta unidade, também temos o encerramento do Você, booktuber com o concurso de booktubes.

Para os estudantes que apresentarem dificuldades em relação aos objetivos de aprendizagem da unidade, sugere-se a análise de outras crônicas e a identificação e reescrita de orações subordinadas reduzidas e desenvolvidas, de modo que eles possam compreender o funcionamento desses recursos linguísticos e esclarecer as dúvidas.

Competências gerais da Educação Básica

  1. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.
  2. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos, além de produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.

9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, suas identidades, suas culturas e suas potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.

Competências específicas de Linguagens para o Ensino Fundamental

  1. Compreender as linguagens como construção humana, histórica, social e cultural, de natureza dinâmica, reconhecendo-as e valorizando-as como fórmas de significação da realidade e expressão de subjetividades e identidades sociais e culturais.
  1. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao diálogo, à resolução de conflitos e à cooperação.

5. Desenvolver o senso estético para reconhecer, fruir e respeitar as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, inclusive aquelas pertencentes ao patrimônio cultural da humanidade, bem como participar de práticas diversificadas, individuais e coletivas, da produção artístico-cultural, com respeito à diversidade de saberes, identidades e culturas.

Fotografia em preto e branco. Um homem sentado, com o corpo para a direita, digitando sobre teclas de máquina de escrever, por onde sai folha clara por cima. Em segundo plano, mesa, cadeira e, mais ao fundo, prateleiras com dezenas de livros na vertical.

EU APRENDI!

Atividades de compreensão textual, reflexão e análise da língua e da linguagem e ampliação da aprendizagem.

Fotografia em preto e branco. Ao centro, um banco na horizontal de madeira e, ao fundo, vê-se duas pessoas sentadas, de costas. À esquerda, pessoa com um boné sobre a cabeça e, à direita, um homem com a mão esquerda sobre a cabeça. Mais ao fundo, à esquerda, um saco grande no chão. Em segundo plano, local aberto, pátio, com uma coluna na vertical. Em terceiro plano, cidade com prédios, árvores e, à direita, um ônibus passando em uma rua.

VAMOS COMPARTILHAR

Crônica visual: um novo olhar

Analisar e discutir o que é uma crônica visual.

Respostas e comentários
  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Antes de iniciar a unidade, organize a turma em duplas e distribua exemplos de crônicas. Peça a eles que leiam e analisem o tema e a linguagem; em seguida, convide todos para expor brevemente o assunto do texto lido. Após a apresentação, conduza a conversa tentando fazê-los identificar o que os textos apresentam em comum, até que os estudantes consigam compreender que esse elemento comum é o cotidiano. Explore com eles a literariedade do dia a dia, como ações comuns viram mote para escritores e para propostas de reflexão.
  • Feito esse primeiro contato, chame a atenção dos estudantes para as imagens desta dupla de páginas. Peça a eles que observem os elementos que as compõem, o que representam. Se preferir, solicite um detalhamento das diferentes situações da vida representadas na segunda imagem. Espera-se que os estudantes participem oralmente comentando tudo o que veem nas duas fotos, destacando situações cotidianas, como estender roupa no varal, pessoas trabalhando, movimento de transportes, pessoas caminhando, entre outras.

Competências específicas de Língua Portuguesa para o Ensino Fundamental

  1. Ler, escutar e produzir textos orais, escritos e multissemióticos que circulam em diferentes campos de atuação e mídias, com compreensão, autonomia, fluência e criticidade, de modo a se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos, e continuar aprendendo.
  1. Selecionar textos e livros para leitura integral, de acordo com objetivos, interesses e projetos pessoais (estudo, formação pessoal, entretenimento, pesquisa, trabalho ). 
  2. Envolver-se em práticas de leitura literária que possibilitem o desenvolvimento do senso estético para fruição, valorizando a literatura e outras manifestações artístico-culturais como fórmas de acesso às dimensões lúdicas, de imaginário e encantamento, reconhecendo o potencial transformador e humanizador da experiência com a literatura.

Temas Contemporâneos Transversais

  • Vida familiar e social.
  • Educação fiscal.

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

4. Educação de qualidade.

EU SEI

Você já parou para pensar no cotidiano?

Você já parou para pensar nas coisas simples do dia a dia? Aquelas cenas corriqueiras, como a fila do supermercado, a compra do pão na padaria, os vizinhos conversando na calçada, o carteiro entregando a correspondência, crianças brincando no parquinho, alguém varrendo a calçada, enfim, coisas às quais, muitas vezes, nem prestamos atenção.

Há autores, no entanto, que transformam acontecimentos do cotidiano em verdadeiras obras de arte ao trazer um novo olhar para algo, a princípio, tão simples. Será que nossa vida pode render ­uma crônica?

Observe estas imagens.

Fotografia. Vista parcial de barraquinhas de feira de rua, à direita. Sobre elas, frutas de cores e formatos diferentes. Ao fundo, duas pessoas em pé. Uma deles, de cabelos castanhos, camiseta cinza e calça jeans em azul-claro, perto de laranjas. Acima das barraquinhas, toldo em verde. Ao fundo, vista parcial de rua e árvores de folhas em verde.
Banca de frutas em feira de rua na cidade de São Paulo.
Fotografia. Vista do alto de plataforma de metrô de cor bege-claro, linha em azul. À direita, proteção de vidro em preto, com detalhes acima em cinza e amarelo. De frente para a proteção, pessoas em pé. Na parte superior, pendurado, uma tela pequena preta e, à frente, tela em azul.
A espera pelo metrô em estação da linha amarela, São Paulo.
Respostas e comentários

Eu sei

Você já parou para pensar no cotidiano?

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Antes de iniciar a atividade de leitura e reflexão, solicite aos estudantes que contem um pouco sobre o cotidiano e a rotina deles. Conversem sobre os lugares por onde eles passam cotidianamente e que já não reparam, não olham atentamente. Proponha que nessa semana eles façam as ações corriqueiras prestando atenção em todas as coisas, cores, formatos, pessoas, cheiros, sons, que agucem o olhar sobre o dia a dia, e depois compartilhem com os colegas em uma roda de conversa.
  • Solicite que façam uma espécie de diário de bordo dessas experiências corriqueiras. Podem ser anotações, fotografias ou demais fórmas de registro. Questione os aspectos que passaram a chamar a atenção a partir dessas observações: as relações interpessoais, as relações das pessoas com os espaços e afins.
  • Em sala de aula, proponha um espaço de compartilhamento dessas experiências. Solicite aos estudantes que apresentem os materiais coletados e relatem como foi mudar a perspectiva sobre o que era frequentemente visto. Pergunte a eles se viram algo que nunca haviam reparado, uma loja específica, um segundo andar em lojas nas avenidas, árvores ou sinais de trânsito.
  • Em caso de turmas numerosas, organize os estudantes em grupos de 4 a 5 integrantes, propondo-lhes que discutam entre eles sobre os comandos sugeridos nas Atividades preparatórias. Depois disso, pode-se escolher um representante que irá compartilhar uma síntese das percepções do grupo para a turma.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis nove éle pê quatro quatro

ê éfe seis nove éle pê quatro nove

ê éfe seis nove éle pê cinco quatro

ê éfe oito nove éle pê dois sete

Fotografia. Quatro pessoas de frente para uma mesa, comendo. À esquerda, uma criança vista de costas, em pé, de cabelos castanhos e blusa com listras em branco, em preto e laranja. À direita, vista parcial de um homem de lado, corpo para a esquerda, de cabelos e barba pretos, com blusa em azul. Em segundo plano, uma menina sentada, de cabelos escuros divididos no meio, penteados para trás e de blusa de mangas curtas, com listras laranja e azul-claro, sorrindo e com um prato à frente dela. À esquerda, uma pessoa vista parcialmente, mulher de cabelos escuros, com óculos de grau em vermelho e blusa em amarelo. Mais ao fundo, prateleiras com objetos em cinza.
Família reunida para a refeição.
Fotografia. Cinco meninos em pé, jogando futebol com bola branca com detalhes em preto, em local com vegetação rasteira. Em segundo plano, vegetação, árvores de folhas verdes. Mais à direita, vista parcial de uma torre na vertical. No alto, céu em cinza e luz solar à esquerda.
Amigos jogando futebol ao entardecer.
Ícone. Atividade oral.
  1. O que essas imagens retratam?
  2. Na sua opinião, cenas simples do dia a dia valem a pena ser observadas? Por quê?
  3. Você costuma reparar em coisas simples do cotidiano? Quais?
  4. Você acha que essas cenas corriqueiras podem servir de inspiração e virar uma crônica? Por quê?
  5. Você já leu alguma crônica ou conhece algum cronista? Se sim, qual?
  6. Para você, escrever sobre o cotidiano seria uma tarefa fácil? Por quê?
Respostas e comentários

1 a 6. Respostas pessoais. Ver orientações didáticas.

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Solicite aos estudantes que analisem minuciosamente as imagens. Para isso, faça uma observação orientada, descreva as partes que devem observar, guie os olhos deles para que percebam os detalhes das imagens, o movimento captado, a iluminação (ou a falta dela), as cores e todos os detalhes.
  • Permita que criem hipóteses sobre as imagens, que criem situações, que a criatividade guie o debate, de modo que eles possam fruir a experiência de olhar ficcionalmente para as situações apresentadas.
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

1 a 6. Peça aos estudantes que pensem nas perguntas propostas de duas fórmas: primeiro antes da atividade preparatória e, agora, depois de terem reparado no percurso feito. Explore as mudanças que sentiram e os impactos que essa nova percepção do olhar pode gerar na construção de empatia. Espera-se que percebam que olhar atentamente para todas as situações do cotidiano é olhar para o outro, é perceber a existência do outro e, portanto, ser compassível às suas dores e a todas as suas demandas.

5. Retome a Atividade preparatória do início da unidade, em que eles leram e conversaram sobre experiências corriqueiras compartilhadas com os colegas. Nesse, trabalhe com o conhecimento prévio dos estudantes. Talvez nem todos tenham lido ou se lembrem de ter lido uma crônica. Peça aos que leram que compartilhem a história com os colegas. Depois, pergunte sobre a estrutura. Era um texto curto ou longo? A linguagem era simples ou rebuscada? Quem conta a história?

EU VOU APRENDER  Capítulo 1

A vida cotidiana

Ícone. Atividade oral.
  1. Na seção anterior, refletimos sobre cenas do dia a dia. Com base nisso, como você definiria o cotidiano, ou melhor, o que é o cotidiano para você?
  2. Você acha que todas as pessoas vivem o mesmo cotidiano? Por quê?
  3. Observe a cena a seguir. O que ela retrata?
Ilustração. Vista geral de local com ruas em cinza e, à esquerda, faixa de pedestre em branco, com pessoas passando sobre ela. Entre elas, uma cadeirante sendo empurrada por uma pessoa de cabelos loiros, camiseta cinza, calça azul e sapatos marrons. Mais ao fundo, calçada em cinza, por onde caminham pessoas, criança e um cachorro amarelo e, ao fundo, um ônibus amarelo na rua. Mais atrás, prédios e casas à direita, de paredes em bege, janelas e portas em vermelho-claro. Nas janelas de um prédio à direita, atrás de casa, vê-se pessoas pela janela. Mais ao fundo, à esquerda, perto dos prédios, duas pipas sobrevoando no céu, de cor azul-claro com nuvens brancas.

Para ampliar

Mais comédias para ler na escola. Luis Fernando Verissimo. Objetiva: São Paulo, 2008.

Divirta-se com essa coletânea de crônicas selecionadas para o público jovem.

Capa de livro. Acima, nome do autor. Ao centro, título do livro. À esquerda, um homem idoso de costas sobre uma escada. Ele tem cabelos brancos curtos, está usando blusa marrom, bermuda jeans e tênis azuis e vermelhos. Leva uma mochila azul-clara nas costas com materiais escolares dentro. O homem está escrevendo o título do livro com tinta spray. No canto inferior direito, três frascos de tinta spray nas cores amarelo, rosa e lilás.
Respostas e comentários

1 e 2. Respostas pessoais. Ver orientações didáticas.

3. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes digam que ela retrata várias cenas do cotidiano que acabam se entrelaçando.

Eu vou aprender

A vida cotidiana

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  • Estas páginas permitem o desenvolvimento do TCT Vida familiar e social.
  1. Espera-se que os estudantes identifiquem que o cotidiano está relacionado a tudo o que acontece diariamente, corriqueiramente. Para explorar ainda mais essa percepção, é possível apresentar aos estudantes a música “Cotidiano”, do cantor e compositor Chico Buarque, e discutir como desde o início a vivência do dia a dia é bem marcada.
  2. Conecte essa resposta à discussão que eles fizeram sobre a percepção acerca dos próprios cotidianos, como cada um tem uma rotina, uma organização diária, um ritmo de vida e, portanto, um cotidiano diferente. Enumere, com a turma, fatores internos e externos que podem contribuir, na percepção deles, para que cada pessoa tenha um cotidiano diferente. Espera-se que mencionem idade, gênero, atribuições, responsabilidades
  3. Retome a mesma atividade de observação minuciosa que fizeram com as imagens das páginas anteriores, mas agora com o desenho. Solicite que explorem todos os elementos e que comentem sobre essas atividades cotidianas.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis nove éle pê quatro sete

ê éfe seis nove éle pê quatro nove

ê éfe seis nove éle pê cinco um

ê éfe seis nove éle pê cinco três

ê éfe seis nove éle pê cinco quatro

ê éfe seis nove éle pê cinco cinco

ê éfe oito nove éle pê três dois

ê éfe oito nove éle pê três três

ê éfe oito nove éle pê três sete

ê éfe zero nove éle pê zero nove

ê éfe zero nove éle pê um um

ê éfe zero nove éle pê um dois

4. Leia esta crônica de Luis Fernando Verissimo.

Gerações

O rapaz ficou ouvindo as conversas do pai com o avô, esperando uma brecha para entrar também.

— Jogador foi o Leônidas — dizia o avô.

— Não sei — dizia o pai. — Já vi bequesglossário melhores.

— Mas que beque? E o Leônidas era beque?

— De que Leônidas o senhor está falando?

— Leônidas da Silva! O “Diamante Negro”. Nunca houve outro.

— Ah. Eu estava falando em outro. Um que jogou no Botafogo.

O rapaz não se manifestava. Não havia nenhum Leônidas digno de nota na sua geração.

— Beque mesmo era o Da Guia — dizia o avô.

— O Ademir da Guia não era beque — retrucava o pai.

— E quem é que está falando no Ademir? Estou falando no Domingos. E mesmo Ademir, pra mim, só houve um. O queixada. O homem do rush.

— Do quê?

— Do rush.

O rapaz tentava entrar.

Crush eu conheço.

Rush. Não Crush.

— Ah.

O rapaz pensava vagamente em mencionar o Ademir do Internacional. Mas desistia.

Sobre cinema, então, o desencontro era completo.

— Barbara, Barbara... — tentava se lembrar o avô. O sobrenome começa com “S”.

.

. Isso! Que atriz. Ninguém gritava como ela. E o Robert.

?

têilor.

Seria parente do James?, pensava o rapaz. Melhor nem perguntar.

Fotografia em preto e branco. Um homem visto da cintura para cima, de cabelos escuros. Ele está com os braços para trás nas costas, de blusa de mangas compridas e texto: BRASIL e abaixo, logotipo: CBD.
O jogador de futebol Ademir de Menezes (1921-1996), conhecido como Queixada, é um dos maiores jogadores da história do Clube de Regatas Vasco da Gama.
Respostas e comentários
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  1. Proponha aos estudantes primeiro uma leitura silenciosa e peça a eles que escrevam no caderno o que compreenderam do texto. Depois, solicite que façam uma leitura compartilhada. Oriente-os a respeitar o ritmo, as pausas, as hesitações e a entonação indicados pela pontuação. Durante a leitura, pare em alguns pontos da história para que eles possam fazer inferências implícitas e explícitas e as relações necessárias para atingir a compreensão leitora. Ao final dessa leitura, pergunte a eles se mudariam alguma coisa sobre a compreensão do texto na resposta após a primeira leitura.
  • Explique que “queixada” era o apelido do jogador Ademir de Menezes, por conta de seu queixo proeminente.
  • Questione o que a turma entendeu com relação aos termos rush e crush e a diferença entre eles.
  • Ainda na leitura do texto, chame a atenção para a sequência do uso dos travessões sem indicadores dos personagens que estão falando. Assim, o leitor precisa compreender a alternância de vozes pelo contexto.
  • ATIVIDADES COMPLEMENTARES
  • Proponha aos estudantes que pesquisem sobre as personalidades que são mencionadas no texto. Sugira que façam uma linha do tempo, marcando cronologicamente o período de atuação de cada um desses nomes. Com base nessa pesquisa, desenvolvam possibilidades sobre as idades dos três personagens: avô, pai e rapaz.

Na verdade, a diferença em anos entre o pai e o avô não era tão grande assim. Não chegariam ao ponto de falar em Maria Antonieta e um estar pensando na do Luís dezesseis e o outro na Maria Antonieta Pons. Mas se falassem em Chico, voltava a confusão.

— Bela voz.

— Espera um pouquinho, papai. Pode-se dizer tudo do Chico, menos que ele tem uma bela voz.

— O Chico Alves?

— Ah. Esse...

Chico para o pai era o Buarque de Holanda. Que para o avô não era o Chico, era o Sérgio.

Shirley era para o avô e para o pai. O rapaz quebrava a cabeça. Shirley. Shirley. Conhecia alguma Shirley? Não havia nenhuma Shirley no seu universo. Ficava quieto.

.

— Grande ator.

— Estou falando no escritor e explorador inglês. Século dezenove.

O pai se impacientava.

— Século dezenove, também, papai!

Até que um dia saiu uma discussão sobre se era com dois “eles” ou rálei com um “ele” só. Aí o rapaz interferiu, seguro.

— É com dois “eles”.

rálei com um “ele” só — disse o pai com a mesma certeza.

com dois “eles”. É o nome do descobridor — disse o rapaz.

— Eu não disse? — falou o avô, triunfante.

— Espera aí. De que vocês estão falando?

— Do cometa! — disseram o avô e o neto juntos.

Depois ficaram trocando informações.

— Você viu ele da última vez, vô? Eu sei tudo sobre ele. Sabe que ele está voltando?

— Eu sei. Eu sei!

Foi a vez de o pai se sentir abandonado. Ficou pensando que fim levara aquele seu disco do rálei. Como era mesmo? One, two, three o’clock, four o’clock rock.

VERISSIMO, Luis Fernando. Gerações. In: VERISSIMO, Luis Fernando. Novas comédias da vida privada. Porto Alegre: L&PM, 1996. página 266-268.

Respostas e comentários
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  • Para ampliar as habilidades a serem desenvolvidas, sugere-se que os estudantes pesquisem as personalidades, e não que apenas recebam essa informação de fórma passiva. Questione-os sobre os nomes que conhecem e dos que nunca ouviram falar, não sabem quem são, e solicite que criem hipóteses sobre sua importância.
  • Explique aos estudantes que Maria Antonieta Pons foi uma atriz cubana, naturalizada mexicana, que fez muito sucesso com seus filmes na década de 1950. Já Maria Antonieta, casada com Luís dezesseis, foi rainha da França em meados do século dezoito, tendo sido decapitada em meio à Revolução Francesa.
  • Caso seja necessário, explique que Sérgio Buarque de Holanda foi um importante sociólogo e historiador brasileiro. Sua principal obra é Raízes do Brasil, publicada em 1936. Além da importância acadêmica, Sérgio é pai de Chico Buarque de Holanda, cantor e compositor.

COMPREENSÃO TEXTUAL

Responda às questões no caderno.

Ícone. Atividade oral.
  1. O que você achou da crônica? Explique sua opinião.
  2. Você acredita que as coisas mudam muito de uma geração para a outra? Por quê?
  3. Para você, quais são as principais mudanças que ocorrem entre as gerações? Como você percebe isso? Cite exemplos do seu dia a dia.
  4. Na sua opinião, o cronista conta sua história com humor? Por quê?
  5. Ao ler o título da crônica, você imaginou que o texto seria sobre o quê? Você mudou sua hipótese após a leitura? Comente.
Ícone. Atividade em dupla.
  1. Existem várias personalidades citadas ao longo da crônica. Vocês conhecem alguma? Qual?
  2. Qual é a atitude do rapaz no início da crônica?
  3. Por que o rapaz não consegue participar da conversa?
  4. O avô e o pai falam sobre as mesmas personalidades? Explique sua resposta.
  5. Analisem este trecho.

— Beque mesmo era o Da Guia — dizia o avô.

— O Ademir da Guia não era beque — retrucava o pai.

— E quem é que está falando no Ademir? Estou falando no Domingos. E mesmo Ademir, pra mim, só houve um. O queixada. O homem do rush.

Ilustração. Um homem de cabelos pretos, com camiseta em verde, detalhes das mangas e meias em amarelo, com bermuda em bege-claro. Ele está com o corpo para a direita e bola de futebol perto do pé direito.
  1. Nesse trecho, avô e pai falam de pessoas diferentes. Para tentar se entender, vão dando detalhes. Identifiquem de quem eles falam.
  2. Vocês acham que, para entender esse trecho, o leitor precisa ser especialista em futebol?
  3. Nesse trecho, que palavra não pertence ao vocabulário da língua portuguesa? Qual é sua origem?
  4. Levantem suposições sobre o motivo de o jogador Ademir, o queixada, ser chamado de “o homem do rush”.
Respostas e comentários

1 a 6. Respostas pessoais. Ver orientações didáticas.

7. No início, ele está apenas ouvindo a conversa entre o pai e o avô, tentando encontrar uma maneira de também participar.

8. Porque ele não conhecia nenhuma das figuras citadas pelo avô ou pelo pai para poder tecer algum comentário.

9. Não, os nomes são os mesmos, mas as pessoas a quem eles se referem, não. Eles falam de personalidades de gerações diferentes.

10.a) Domingos da Guia, Ademir da Guia e Ademir queixada, o homem do rush.

10.b) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes percebam que é possível depreender que o assunto gira em torno de jogadores de futebol importantes, mesmo que os desconheçam.

10.c) Rush, palavra da língua inglesa.

10.d) Resposta pessoal.

Compreensão textual

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  1. Permita aos estudantes que encontrem em sala de aula um espaço livre para expressar suas opiniões, se gostaram da crônica, se ela fez (ou não) sentido para eles
  2. Pergunte a eles o que entendem por gerações. Espera-se que entendam que as gerações nada mais são do que uma fórma de agrupar as pessoas pensando em traços em comum, ou perfil em comum, daqueles que nasceram em um mesmo momento histórico e que têm estímulos culturais e sociais semelhantes, o que os leva a ter, majoritariamente, comportamentos relativamente similares.
  • Caso julgue necessário, solicite aos estudantes que pesquisem e organizem um material em que expliquem as gerações que temos na sociedade hoje. A atividade pode ser feita em grupos e eles podem compor um painel, uma linha do tempo. Para relacionar ainda mais as atividades, é possível unir esse panorama das gerações com a linha do tempo das personalidades que foi proposta anteriormente.
  1. Faça perguntas extras, como: Você já passou por situações parecidas com a do rapaz da crônica, ou seja, teve dificuldade em se inserir em conversas entre adultos, por exemplo? Qual foi a sensação?
  2. Espera-se que os estudantes percebam o teor humorístico que o autor emprega na crônica ao retratar as diferentes referências que marcaram cada geração e como elas se entrecruzam, embora não sejam as mesmas.
  3. Explore os elementos textuais e suas relações que fizeram os estudantes criarem determinadas hipóteses. Trabalhe o campo semântico da palavra “gerações” e exponha as possibilidades de linhas de raciocínio com base em uma mesma palavra.

7 e 8. Pergunte aos estudantes qual seria a reação deles no lugar do rapaz da crônica. Envolva as experiências de cada um e pergunte extrapolando o texto lido: Quando isso acontece, como você se comporta? Aproveite o momento para falar sobre a diferença de personalidade de cada um deles e analise a personalidade do rapaz da crônica também.

10b. É importante destacar que não é necessário ter conhecimento sobre futebol para entender que os dois personagens falavam sobre jogadores diferentes, porém, caso o leitor tenha conhecimento prévio sobre o assunto, a crônica se torna ainda mais interessante e o humor se acentua.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe oito nove éle pê três três

ê éfe oito nove éle pê três sete

ê éfe zero nove éle pê um dois

Ícone. Atividade oral.

e. Agora, leiam este trecho de uma matéria e comentem com os colegas se suas suposições se confirmaram ou não.

reticências

Como se pode ver, desde o começo, tudo na vida de Ademir foi rápido. Aliás, muito rápido. Ele fazia da sua condição física uma grande arma. Com suas arrancadas, dizem que Queixada, como também era conhecido, criou a posição de ponta de lança e obrigou os adversários até mudarem de esquema tático para se defender melhor. reticências

Passando um a um, Ademir costumava também finalizar com precisão com as duas pernas. Tão em moda no vocabulário esportivo da época, veio então do inglês a expressão que caracterizou o seu futebol: o rush (a arrancada) de Ademir. [...]

COSTA, Brenno. O rush de Ademir Menezes: como nasceu o maior artilheiro do Brasil em uma única edição de Copa. Futebol, Globo.com, Recife, 24 junho 2020. Disponível em: https://oeds.link/Zj6zsJ. Acesso em: 7 julho 2022.

Ícone. Atividade em dupla.

11. Releiam este trecho da crônica.

O rapaz pensava vagamente em mencionar o Ademir do Internacional. Mas desistia.

  1. Qual é o sentido proporcionado pelo termo destacado?
  2. Por que o rapaz desistiu de mencionar o Ademir do Internacional?
  3. Essa confusão se estendeu a outros temas, como cinema. Como essa confusão é mencionada no texto?
  4. Citem um trecho da crônica que marca essa percepção para o leitor.
  1. Quando o rapaz comenta que a diferença entre o pai e o avô não era tão grande, o que ele deixa implícito ao leitor?
  2. Quais são os assuntos recorrentes na conversa entre o pai e o avô do rapaz?
  3. Ao final, o objetivo do rapaz de entrar na conversa é alcançado?
  4. Observem os termos destacados neste trecho.
Versão adaptada acessível

Atividade 15.

Neste trecho, observem os termos "e" em sua segunda aparição e o termo "mas".

Na verdade, a diferença em anos entre o pai e o avô não era tão grande assim. Não chegariam ao ponto de falar em Maria Antonieta e um estar pensando na do Luís dezesseis e o outro na Maria Antonieta Pons. Mas se falassem em Chico, voltava a confusão.

Respostas e comentários

10.e) Respostas pessoais.

11.a) Mostrar como o rapaz estava reagindo à conversa, indicando não estar seguro de mencionar o jogador.

11.b) Porque o pai e o avô falavam de jogadores diferentes, da época de cada um deles, sem escutar, na verdade, o que o outro estava falando.

11.c) Como um desencontro completo.

11.d) Resposta pessoal. Os estudantes podem citar, por exemplo, o diálogo que menciona as atrizes Barbara e Barbara .

12. Que não chegariam ao ponto de confundir duas personagens que viveram em épocas tão distantes de ambos.

13. São assuntos do cotidiano: futebol, cinema, música.

14. Sim, pois, no final da crônica, ele encontra um assunto em comum com o avô, e o espectador acaba sendo seu pai.

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

10d. É provável que os estudantes vinculem o rush apresentado pelo texto com expressões comuns atualmente, como “a hora do rush associada ao momento de mais trânsito, de mais movimento. Caso vinculações como essas aconteçam, aproveite para explorar aspectos em comum e a maleabilidade da língua, não só como o mesmo termo pode ser usado em contextos e com significados diferentes, mas também como a língua muda nos contextos de oralidade e expressões coloquiais.

11a. Espera-se que os estudantes relacionem o termo “vagamente” com a locução “de fórma vaga”; para isso, incentive-os a pensar outros contextos para a utilização desse modalizador em que não necessariamente há a ideia de hesitação, mas apenas de imprecisão. Exemplo: “Andando pela praia, Amanda pensava vagamente no livro lido, enquanto deixava que as ondam molhassem seus pés”. Outro exemplo: “Matheus lembrava-se vagamente daquele parque”.

  1. Note que, quando o narrador menciona que a diferença não era tão grande para confundir as Marias Antonietas, as personagens citadas têm diferenças não só de séculos, mas também de contextos. Leve a turma a perceber que as principais confusões feitas na crônica giram em torno de um contexto muito parecido: futebol (confusão entre jogadores); cinema (confusão entre atrizes). Com isso, trabalhe o contexto relacional dos termos percebendo os aspectos que poderiam gerar confusões de sentidos.

15. Reforce que as conjunções são palavras invariáveis e que são utilizadas para relacionar as orações ou ainda dois termos.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis nove éle pê cinco cinco

ê éfe oito nove éle pê zero cinco

ê éfe oito nove éle pê dois sete

ê éfe oito nove éle pê três três

ê éfe oito nove éle pê três sete

ê éfe zero nove éle pê zero oito

ê éfe zero nove éle pê um dois

Versão adaptada acessível

Atividade 15, itens a, b.

  1. Qual é o sentido que o termo "e" atribui ao texto?
  2. O termo "mas" expressa qual relação com o que foi dito anteriormente?
  1. Qual é o sentido que o termo e atribui ao texto?
  2. O segundo termo em destaque expressa qual relação com o que foi dito anteriormente?
  3. Por que voltar a falar em Chico geraria confusão?

16. No final da crônica, o pai se sente abandonado. Por quê?

A crônica, gênero textual presente no campo jornalístico, é um breve relato sobre situações do dia a dia. É um texto curto sobre assuntos do cotidiano, contados de fórma engraçada ou crítica. As crônicas podem ser de vários tipos, como líricas, narrativas e humorísticas.

Com uma linguagem simples e coloquial, os termos e expressões são escolhidos de fórma a aproximar o texto do leitor. Os personagens retratam pessoas comuns e são pouco detalhados ao longo da história.

17. Releiam este trecho.

Até que um dia saiu uma discussão sobre se era com dois “eles” ou rálei com um “ele” só. Aí o rapaz interferiu, seguro.

  1. O que a marcação temporal do trecho indica ao leitor?
  2. O rapaz se sente seguro ao falar de . O que lhe dá essa segurança?

18. No trecho “Você viu ele da última vez, vô? Eu sei tudo sobre ele. Sabe que ele está voltando?”, a quem os pronomes em destaque se referem?

Versão adaptada acessível

Atividade 18.

No trecho “Você viu ele da última vez, vô? Eu sei tudo sobre ele.

Sabe que ele está voltando?”, a quem o pronome "ele" se refere nas três aparições?

Nesse trecho, que fórma de falar muito comum na linguagem coloquial é reproduzida pelo autor? Como seria ela se usássemos a norma-padrão?

O é um cometa famoso que “visita a Terra” a cada 75 ou 76 anos, quando atinge o ponto mais próximo do Sol – o periélio. reticências Sua última aparição foi em 1986. reticências Somente em 2061 é que deve acontecer a próxima “visita” do – o ano em que ele atinge o periélio novamente.

BIANCHIN, Victor. Onde está o cometa ? Superinteressante, São Paulo, 6 fevereiro 2019. Disponível em: https://oeds.link/hc9417. Acesso em: 2 junho 2022.

Fotografia. Céu noturno em preto, com estrelas pequenas em branco. Ao centro, uma esfera branca com parte superior em branco espalhada, similar a estrela cadente.
Cometa fotografado durante sua última aparição, em 1986.
Respostas e comentários

15.a) Ele dá o sentido de adição. É uma conjunção coordenativa com valor semântico de adição.

15.b) Ele estabelece uma relação de oposição.

15.c) Porque há muitos Chicos entre essas gerações.

16. Por ter sido excluído da conversa, uma vez que não conseguiu associar o nome em questão com o cometa.

17.a) Indica que as conversas entre eles eram constantes.

17.b) Ele conclui que o pai e o avô estão falando do cometa , assunto que ele domina, levando-o assim a participar da conversa.

18. Os pronomes em destaque se referem ao cometa Halley.

18.• “Você viu ele”. Pela norma-padrão, seria “Você o viu”.

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  • Ao abordar o boxe-conceito, explique aos estudantes que, originalmente, as crônicas circulavam em jornais e revistas, passando mais tarde a serem também publicadas em livros e/ou veiculadas pela internet. Comente com a turma o fato de a crônica estar intimamente ligada aos eventos do cotidiano. Sendo assim, muitos afirmam que as crônicas apresentam “data de validade”. Explore com os estudantes o que isso quer dizer. De fórma complementar, proponha uma reflexão sobre o cotidiano de momentos históricos anteriores, como a primeira metade do século vinte, e momentos contemporâneos, a primeira metade do século vinte e um, e debatam sobre possíveis crônicas produzidas nesse período.
  1. Instigue os estudantes a pensarem sobre a relação entre os três personagens e as conversas entre eles. Inicialmente o rapaz se sente excluído da conversa entre o pai e o avô: pergunte-lhes sobre a sensação dele com relação a essa exclusão. Há elementos textuais que indicam como o rapaz se sentia? Espera-se que os estudantes destaquem um certo desconforto, pois ele queria fazer parte daquele momento. Ao final, o pai é excluído da conversa: como ele se sente? Espera-se que os estudantes estabeleçam o paralelo entre as sensações do pai e as do rapaz.
  • Com base nessas reflexões, sabendo como é se sentir excluído, peça-lhes que reflitam por que nada é feito para que todos possam participar igualmente da conversa. O pai aparentemente também não gosta de se sentir de fóra; então, será que em outro momento ele vai tentar incluir o filho ou esse ciclo de exclusão de um sempre se repetirá? Espera-se que os estudantes considerem os processos empáticos ao nosso redor e que proponham soluções que poderiam melhorar o convívio entre as gerações.
  • ATIVIDADES COMPLEMENTARES
  • Peça aos estudantes que leiam o trecho destacado no material sobre o cometa , publicado na revista Superinteressante. Em seguida, oriente-os a responder a estas questões:
    1. Ao ler o trecho, fica claro por que o assunto do cometa é comum ao rapaz e ao avô? Resposta: O assunto do cometa é comum ao rapaz e ao avô, pois é um assunto que atravessa gerações.
    2. Na conversa entre o rapaz e o avô há uma pergunta do rapaz que sugere a idade do avô. Qual é essa pergunta? Resposta: “Você viu ele da última vez, vô?”.
    3. E qual é a afirmação feita pelo rapaz que indica que ele tem domínio do assunto conversado? Resposta: “Eu sei tudo sobre ele. Sabe que ele está voltando?”.

LÍNGUA E LINGUAGEM

fórmas nominais do verbo e orações subordinadas reduzidas I

fórmas nominais

Responda às questões no caderno.

1. Releia este trecho da crônica “Gerações”.

O rapaz ficou ouvindo as conversas do pai com o avô, esperando uma brecha para entrar também.

— Jogador foi o Leônidas — dizia o avô.

— Não sei — dizia o pai. — Já vi beques melhores.

— Mas que beque? E o Leônidas era beque?

— De que Leônidas o senhor está falando?

Versão adaptada acessível

Atividade 1, itens a e b.

  1. O que os verbos “ouvindo”, “esperando” e “falando” têm em comum?
  2. O que eles indicam no contexto em que são empregados?
  1. O que os verbos destacados têm em comum?
  2. O que eles indicam no contexto em que são empregados?

2. Releia agora este outro trecho.

O rapaz tentava entrar.

Crush eu conheço.

Rush. Não Crush.

— Ah.

O rapaz pensava vagamente em mencionar o Ademir do Internacional. Mas desistia.

Sobre cinema, então, o desencontro era completo.

— Barbara, Barbara... — tentava se lembrar o avô. O sobrenome começa com “S”.

Versão adaptada acessível

Atividade 2, itens a e b.

  1. O que os verbos “entrar”, “mencionar” e “lembrar” têm em comum?
  2. O que eles expressam no contexto em que foram utilizados?
  1. O que os verbos destacados têm em comum?
  2. O que eles expressam no contexto em que foram utilizados?

O gerúndio, o infinitivo e o particípio são fórmas nominais do verbo. Eles recebem esse nome porque, em alguns casos, podem desempenhar funções próprias dos nomes, entendidos pela gramática como substantivos, adjetivos ou advérbios.

Respostas e comentários

1.a) Todos estão no gerúndio.

1.b) Indicam fato verbal em desenvolvimento.

2.a) Todos estão no infinitivo.

2.b) Expressam o fato verbal em si.

Língua e linguagem

fórmas nominais do verbo e orações subordinadas reduzidas um

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  • Estas páginas permitem o desenvolvimento do ó dê ésse Educação de qualidade, ao abordar situações que envolvem as variantes falada e escrita da língua, permitindo aos estudantes refletir sobre o uso da língua em diferentes contextos.

1a. Retome com a turma o efeito de sentido provocado pelo gerúndio. E, com isso, conversem sobre o “gerundismo”, que é um vício de linguagem (Vou estar ligando/ Vamos estar fazendo). Explique que, devido ao gerundismo, é muito comum uma forte rejeição a essa fórma verbal, como se qualquer gerúndio devesse ser evitado. Todavia, reforce que o uso adequado da língua é fundamental para aplicar o efeito de sentido desejado pelo autor do texto. O que deve acontecer sempre é a adequação do uso dos recursos linguísticos ao seu contexto de produção.

1b. Comente que, em “ficou ouvindo”, “está falando” e “estava falando”, o gerúndio faz parte de uma locução verbal.

2b. Comente que, em “tentava entrar” e em “tentava se lembrar”, o infinitivo faz parte de uma locução verbal. Em “pensava em mencionar”, destaque que existe uma preposição que rege o verbo, caso em que o infinitivo se faz necessário.

Ao ler o boxe-conceito, complemente a explicação dizendo que o gerúndio se caracteriza pela terminação –ndo, o infinitivo pela terminação –r e o particípio pela terminação –ado ou –ido, referentes, respectivamente, à 1ª e às 2ª e 3ª conjugações.

Habilidade Bê êne cê cê

ê éfe seis nove éle pê zero dois

ê éfe seis nove éle pê zero três

ê éfe seis nove éle pê zero quatro

ê éfe zero nove éle pê zero quatro

3. Leia a tirinha.

Tirinha. Tirinhca composta por três quadros. Apresenta como personagens: Begônia, um sapo vermelho com detalhes na cabeça em rosa-claro, laço sobre a cabeça, saia e sapatos em azul-escuro, de camiseta em azul-claro. Ele tem olhos grandes, braço esquerdo com um livro de capa preta. Uma menina loira de cabelos penteados para trás, com uniforme igual da Begônia e com o mesmo tipo de livro na mão. As cenas se passam em local aberto com prédios de cidade e céu em azul. Q1 – Begônia caminhando para a direita e ao lado da menina. A menina pergunta com a mão direita para frente: BEGÔNIA, VOCÊ NÃO TÁ PREOCUPADA COM O INÍCIO DAS AULAS? Q2 – A menina loira continua falando: BOTARAM TANTO MEDO NA GENTE QUE ESSE ANO TUDO VAI SER AINDA MAIS DIFÍCIL. EU NEM APROVEITEI AS FÉRIAS DIREITO PENSANDO NISSO. Begônia olha para cima. Q3 – Begônia diz: EU FICARIA PREOCUPADA EM PERDER UM MINUTO DAS FÉRIAS PENSANDO EM ESCOLA, ISSO SIM. A menina loira, à direita, observa o sapinho, com cenho franzido.

DOURADO, Rafael. Sapo Brothers, [sem local], 2019. Disponível em: https://oeds.link/fEnBmy. Acesso em: 17 julho 2022.

  1. Em que consiste o humor da tirinha?
  2. Na primeira tirinha, aparece uma fórma nominal. Qual é ela e que função exerce?
  3. No trecho “Eu ficaria preocupada em perder um minuto das férias pensando em escola”, qual é a função da fórma nominal destacada?
Versão adaptada acessível

Atividade 2, item c.

No trecho “Eu ficaria preocupada em perder um minuto das férias pensando em escola”, qual é a função da forma nominal “pensando”?

4. Observe este cartaz.

Cartaz. Cartaz na vertical. Na parte superior, à direita, uma pessoa vista dos ombros para baixo, de roupa de mangas longas e luvas em branco, segurando duas bolsas de sangue em vermelho-escuro. Texto: Doar sangue é um exercício de cidadania. HEM GO HEMOCENTRO DE GOIÁS Doe sangue regularmente. Tem sempre alguém precisando de você. Na parte inferior, quatro logotipos diferentes: SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE – ESTADO DE GOIÁS – Ministério da saúde – GOVERNO FEDERAL.

CAMPANHA do Hemocentro e Exército estimula doação de sangue durante alistamento militar. , Goiânia, 5 fevereiro 2019. Disponível em: https://oeds.link/MptRlS. Acesso em: 17 julho 2022.

  1. Qual é o objetivo da campanha?
  2. Para tanto, quais argumentos são utilizados?
  3. Por que foi utilizada a fórma nominal “doar” na parte superior do cartaz?
  4. No trecho “Tem sempre alguém precisando de você”, qual é a função da fórma nominal em destaque?
Versão adaptada acessível

Atividade 4, item d.

No trecho “Tem sempre alguém precisando de você”, qual é a função da forma nominal “precisando”?

Respostas e comentários

3.a) No fato de que Begônia não parecia preocupada com o retorno às aulas, mas ficaria se perdesse um minuto pensando em escola.

3.b) A fórma é “preocupada”. Exerce a função de adjetivo.

3.c) Função de advérbio, pois se relaciona ao modo como a personagem perderia seu tempo.

4.a) Incentivar a doação de sangue.

4.b) O primeiro é que o ato de doar é um exercício de cidadania; o segundo é que sempre há alguém que precisa de um doador.

4.c) Porque corresponde a uma ação que não se refere a um sujeito específico.

4.d) Função de adjetivo (alguém que precisa, alguém necessitado).

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

3c. Explique para a turma que o gerúndio, por ser uma fórma nominal do verbo, não é flexionável. Ele pode desempenhar a função de advérbio, ao exprimir o sentido de modo, ou ainda a função de adjetivo, quando destaca a característica de um substantivo.

4a. Explore com os estudantes as estratégias de envolvimento e persuasão que existem no cartaz. Perceba que em vez de colocar “Tem sempre alguém precisando de sangue”, o que se coloca é “Tem sempre alguém precisando de você”. Explore com a turma o uso do “você” como fórma de envolvimento do leitor. É um modo de tocar e persuadir quem lê e, logo, levá-lo a fazer o que a campanha propõe, no caso, doar sangue.

4b. Converse com a turma sobre os tipos de argumentos utilizados. Pergunte qual dos dois eles consideram mais forte. Além disso, analisem a escolha textual: qual argumento vem primeiro e qual encerra a campanha? Reforce com eles que em textos persuasivos o mais adequado é deixar o argumento mais apelativo para o final, assim, o leitor encerra o texto mais envolvido. Dessa fórma, proponha uma reflexão sobre o impacto da campanha se a ordem dos argumentos fosse invertida, se primeiro viesse o apelo à necessidade do outro e depois o ato de doar sangue como ato de cidadania. Espera-se que os estudantes percebam que a fôrça persuasiva do texto seria menor, já que ser um ato de cidadania não é um apelo comovente para a maior parte das pessoas.

Orações subordinadas reduzidas

5. Observe a placa.

Placa. Ao centro, placa redonda com o contorno em vermelho e faixa na diagonal para a esquerda, da mesma cor. Ao fundo, silhueta em preto de uma pessoa nadando para a esquerda. Abaixo, texto em preto: É proibido entrar na piscina.
  1. Em que contextos podemos encontrar esse aviso?
  2. Que função exerce a oração “entrar na piscina”, em relação à oração que a antecede?
  3. Em comparação às outras orações subordinadas estudadas, quais diferenças você nota na estrutura dessa oração?

As orações subordinadas podem aparecer sob a fórma de orações reduzidas. Nesse caso, elas apresentam duas características principais:

  • apresentam um verbo que se encontra em uma fórma nominal, ou seja, no gerúndio, no infinitivo e no particípio;
  • não são introduzidas por conjunções ou pronomes relativos, como é comum acontecer em orações desse tipo.

6. Agora, leia a tirinha a seguir.

Tirinha. Tirinha composta por três quadros. Apresenta como personagens: Armandinho, menino de cabelos e calça em azul, com camiseta branca. Pai de Armandinho, homem visto da cintura para baixo, de calças em cinza e sapatos em azul. Mãe de Armandinho, vista da cintura para baixo, de blusa em azul, calça cinza e sapatos em azul. Sapinho verde, de olhos e boca em pretos. As cenas se passam em local aberto. Q1 – A mãe, fora do quadro diz: QUERIDO, É BOM VER SE NÃO TEM ÁGUA ACUMULADA NO QUINTAL... O pai de Armandinho, à direita, com o corpo para a esquerda fala: TEM RAZÃO... Q2 – À esquerda, mãe de Armandinho e, à direita, pai de Armandinho. O pai diz: É MELHOR EVITAR O MOSQUITO DA DENGUE! A mulher diz: TAMBÉM, TAMBÉM... Q3 – Armandinho e o sapinho com o corpo para cima, saltando. Ambos estão com o corpo para a direita. Na parte inferior, local com muita lama em marrom-escuro.

BECK, Alexandre. Armandinho. [sem local], 24 junho 2017. Facebook: Armandinho. Disponível em: https://oeds.link/HGHy2v. Acesso em: 6 agosto 2022.

a. Por que o pai chega à conclusão de que a preocupação da mãe seria em relação à dengue?

Respostas e comentários

5.a) Em clubes, em edifícios e demais locais onde haja piscina para uso público/compartilhado.

5.b) Exerce a função de sujeito.

5.c) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes percebam dois aspectos principais: a oração subordinada não é introduzida por uma conjunção; ela apresenta uma fórma nominal. No caso, um infinitivo.

6.a) Porque a mãe menciona a água acumulada, um fator preponderante para o desenvolvimento do mosquito da dengue.

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

5a. mainquénau (2011) destaca as leis do discurso como um conjunto de normas para a cooperação comunicativa a fim de que a mensagem seja passada da fórma mais assertiva possível. Nesse contexto, o autor lista, dentro das principais leis, a lei da pertinência, da sinceridade e da informatividade. Para a primeira, entende-se que a mensagem deve interessar ao destinatário, com enunciação adequada ao contexto. Para a segunda, se contempla o engajamento do enunciador no ato de fala que realiza. Por fim, para a terceira, a informatividade, se realça o fato de que os enunciados devem oferecer informações novas ao destinatário. Sendo assim, ao questionarmos os estudantes sobre o lugar de veiculação de placas como a destacada no material, notamos a atuação dessas três leis de fórma subjetiva, portanto, espera-se que compreendam que um aviso indicando ser proibido entrar na piscina deve ter um contexto específico para garantir a sinceridade do enunciado.

6. Aproveite o momento de leitura da tirinha para explorar os elementos verbais e não verbais expressos. Destaque as expressões do Armandinho e do sapo, transparecendo alegria por estarem brincando na lama.

  1. No segundo quadrinho, qual palavra mostra que a mãe não se referia apenas à prevenção da dengue?
  2. Em que medida a parte visual da tirinha contribui para o humor?
  3. Na tirinha, aparecem duas orações subordinadas substantivas subjetivas. Quais são elas?
  4. O que elas têm em comum quanto à estrutura?

As orações reduzidas de infinitivo desempenham as mesmas funções das orações subordinadas substantivas, adjetivas e adverbiais.

7. Observe este modelo.

Para que você chegue mais rápido, é preciso que você córte caminho.

Para chegar mais rápido, é preciso cortar caminho.

Agora, faça o mesmo com os períodos a seguir.

  1. É necessário que você estude mais, a fim de que entenda a matéria.
  2. Júlio tinha medo de que tivesse uma crise.
  3. Minha vontade era que eu fizesse uma viagem.
  4. As meninas tinham certeza de que venceriam o campeonato.
  5. Para que seja atendido primeiro, é melhor que você chegue mais cedo.
  6. Patrícia pensava que estava no lugar errado.
  7. O importante é que consiga fazer tudo a tempo.
Ilustração. Cinco jovens, um ao lado do outro, quatro deles com troféu em amarelo. Da esquerda para a direita: menina de cabelos ondulados em preto, com camiseta em verde, calça azul e sapatos marrons. Ela segura na mão direita o troféu e, na mão esquerda, uma medalha sobre o pescoço. Ao lado, menino de cabelos castanhos, de camiseta branca, gola e calça em azul e sapatos marrons. Na mão direita, troféu e na mão esquerda está segurando medalha no pescoço. Ao centro, menina de cabelos ruivos com franja, blusa de mangas compridas em rosa, sapatos da mesma cor e sobre o pescoço, medalha pendurada e braços esticados para cima. Mais à direita, um garoto de cabelos pretos, com regata em bege, bermuda branca e tênis em azul e branco, com braço direito para o alto e troféu na mão esquerda. Na ponta da direita, menina de cabelos pretos, com blusa regata em vermelha, calça azul e sapatos cinzas, segurando nas mãos um troféu amarelo.
Respostas e comentários

6.b) A palavra "também", que aparece duas vezes.

6.c) No terceiro quadrinho, Armandinho aparece brincando com o sapo e sujando o quintal de lama. Logo, a preocupação da mãe era também com a sujeira que o garoto estava fazendo, em decorrência da água acumulada.

6.d) “É bom ver” e “É melhor evitar”.

6.e) Em primeiro lugar, ambas são compostas por verbo de ligação + predicativo do sujeito. Em segundo lugar, a oração subordinada é composta por um verbo no infinitivo, ou seja, é reduzida de infinitivo (“ver” e “evitar”).

7. a) É necessário estudar mais, a fim de entender a matéria. b) Júlio tinha medo de ter uma crise. c) Minha vontade era fazer uma viagem. d) As meninas tinham certeza de vencer o campeonato. e) Para ser atendido primeiro, é melhor chegar mais cedo. f) Patrícia pensava estar no lugar errado. gramas) O importante é conseguir fazer tudo a tempo.

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

7. Nesta atividade, é importante mostrar aos estudantes que, a depender do contexto, as orações reduzidas podem contribuir para a coesão textual, uma vez que não são introduzidas por nenhuma conjunção, principalmente a conjunção “que”. Dito de outro modo, pode-se usar uma oração reduzida para eliminar alguns “quês” do texto, caso estejam em excesso.

Para observar e avaliar

Organize a turma em grupos e apresente algumas frases simples para que sejam modificadas. É importante que tracem os dois caminhos das orações subordinadas, tanto as reduzidas quanto as desenvolvidas. Para isso, passe orações subordinadas desenvolvidas e solicite a eles que reduzam, retirando as conjunções, os pronomes relativos e utilizando as fórmas nominais dos verbos. Em um segundo momento, proponha que selecionem orações subordinadas reduzidas e as desenvolvam, com os ajustes necessários, fazendo uso de conjunções e pronomes relativos. Oriente a atividade de modo que seja possível identificar eventuais dificuldades na compreensão do assunto e que, por meio dos exercícios, consigam saná-las. Avalie com a turma o resultado obtido e retome conceitos sempre que julgar necessário.

A VOZ DO AUTOR

Luis Fernando Verissimo

Clique no play e acompanhe as informações do vídeo.

Fotografia. Um homem visto dos ombros para cima. Ele é calvo e tem cabelos brancos, de nariz fino, sorrindo. Ele está usando óculos de grau no rosto, usa camisa de gola branca e terno em cinza.

Nome:

Luis Fernando Verissimo

Profissão:

Cronista, contista, jornalista, tradutor, roteirista de programas de televisão e músico.

Nascimento:

26 de setembro de 1936, na cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul.

1. Leia uma notícia relacionada a esse escritor, publicada em 2019.

Luis Fernando Verissimo será homenageado no 1º Prêmio do Centro Cultural da u éfe érre gê ésse

“Faltava uma homenagem da UFRGS a personalidades que se tornam de certa forma embaixadores do Rio Grande do Sul país afora”, declarou Claudia Boettcher, diretora do Centro

Inaugurado em setembro de 2018, o Centro Cultural da u éfe érre gê ésse reticências realiza reticências a primeira edição de seu prêmio cultural, que homenageará o escritor gaúcho Luis Fernando Verissimo, 83 anos. O cronista foi escolhido para a distinção por sua “vasta coleção de crônicas, textos humorísticos, romances e obras publicadas por todo o país e pelo mundo”. 

O tributo contará com a leitura de textos de Verissimo Também será entregue uma escultura feita pelo artista Mauro Fuke, em madeira, inspirada nas espécies florestais que nomeiam as salas do Centro Cultural. 

A noite ainda contará com música, com performance do trompetista Luiz Fernando Rocha (ex-membro do Jazz 6, grupo formado nos bares porto-alegrenses, que contava com Luis Fernando no alto) e Ras Vicente ao piano.

reticências

LUIS Fernando Verissimo será homenageado no 1º Prêmio do Centro Cultural da u éfe érre gê ésse. GZH, Porto Alegre, 6 novembro 2019. Disponível em: https://oeds.link/JjvLEf. Acesso em: 5 julho 2022.

Respostas e comentários

A voz do autor

Luis Fernando Verissimo

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Solicite aos estudantes que pesquisem sobre o pai do autor estudado. Espera-se que eles percebam o caminho literário de Érico Veríssimo. Para isso, peça que organizem a pesquisa com base nos seguintes pontos:
    1. Biografia do autor.
    2. Principais obras.
    3. Prêmios que o autor ganhou.
    4. Adaptações das obras para outras artes (cinema, novela, música).
    5. Curiosidades.
    6. Referências.
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  1. No título da matéria, aparece a sigla u éfe érre gê ésse: verifique se os estudantes a conhecem. Se não, solicite que pensem em hipóteses sobre o que ela deve significar. A sigla refere-se à Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Na sequência, pergunte a eles qual é a sigla da universidade pública mais próxima ou mais importante dentro do contexto deles.
  • Após a leitura do texto, questione por que essa é uma homenagem importante para o Luis Fernando Verissimo, o que ela tem de especial em relação a outras homenagens que ele possa ter recebido. Espera-se que os estudantes percebam que, além de ser vinculada à terra natal do autor, ela conta com a presença do grupo musical do qual Verissimo fazia parte.
  • Motive a turma a ler outras crônicas do autor. Se possível, leve-os até a biblioteca para que possam buscar outros textos e publicações. Luis Fernando Verissimo é um autor de escrita muito acessível e cativante para os adolescentes. Aproveite o momento para trabalhar com eles a fruição literária e desenvolver o gosto pela leitura.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis nove éle pê zero três

ê éfe seis nove éle pê quatro quatro

ê éfe oito nove éle pê três dois

Ícone. Atividade oral.
  1. Na sua opinião, por que Luis Fernando Verissimo foi homenageado?
  2. Você acredita que a obra de Luis Fernando contribui de alguma fórma para a cultura nacional e mundial? Explique.
Ícone. Atividade em grupos.
  1. Em grupos, pesquisem, na biblioteca ou on-line, outras atividades de Luis Fernando Verissimo como músico e cartunista.
    1. Descubram, por exemplo, como surgiu a música na vida do autor, que habilidades ele precisou desenvolver como músico, como começou a criar tirinhas e qual foi sua motivação, entre outros aspectos de sua trajetória.
    2. Selecionem as informações e planejem como irão apresentá-las à turma. Pode ser em fórma de slides, por exemplo.
    3. Combinem com o professor quando serão as apresentações e quanto tempo cada grupo terá para sua exposição.
    4. Elaborem a apresentação. Para complementá-la, vocês podem usar vídeos, áudios, imagens, infográficos
    5. Lembrem-se de revisá-la antes. Para isso, usem a pauta de revisão.
Caricatura. Um homem visto dos ombros para cima. Ele tem o rosto gordo, sobrancelhas grossas, olhos rasgados, lábios grossos e orelhas grandes. Usa óculos de grau e camisa de gola em bege-claro. No canto inferior direito, a assinatura do caricaturista Toni D'Agostinho.
Respostas e comentários

1.a) e b) Respostas pessoais.

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  • Pergunte aos estudantes: No último parágrafo do texto, qual indício temos de que Luis Fernando também é musicista? Espera-se que apontem que o autor era integrante da banda Jazz 6 e que tocava .

1a. Espera-se que a turma perceba que o autor não foi homenageado apenas pelo seu percurso de destaque como escritor, mas também por ser uma espécie de embaixador do Rio Grande do Sul.

Questione os estudantes sobre o que entenderam da fala de Claudia Boettcher sobre personalidades que de certa fórma são embaixadoras do Rio Grande do Sul pelo país afora. O que isso quer dizer? Para explorar mais, proponha que pensem quais personalidades poderiam representar esse papel, argumentando para defender sua perspectiva.

1b. Caso os estudantes não conheçam a obra de Luis Fernando Verissimo e, portanto, não consigam responder à questão, proponha que leiam algumas crônicas para poder refletir sobre o impacto nacional e mundial de textos como o dele. Espera-se que notem que, no geral, os textos de Verissimo (diferentemente dos produzidos pelo pai dele) não apresentam aspectos específicos de um lugar; as crônicas tocam em temas do cotidiano, nas relações comuns das pessoas, o que provoca um reconhecimento muito grande em todos que leem seus textos e se enxergam neles. Em outras palavras, atuam como ferramenta de reflexão para as relações que nos cercam.

2. Além de toda a pesquisa envolvendo a produção artística de Verissimo, ao final, motive os estudantes a degustar as produções, tanto literárias quanto musicais, e instigue-os a pensar de qual gostam mais. Assim, aproveite a oportunidade da atividade para formar um público leitor e apreciador de arte acima de qualquer atividade pedagógica.

ORTOGRAFIA

Neologismo e estrangeirismo

Responda às questões no caderno.

1. Observe este cartaz.

Cartaz. Cartaz na vertical. Ao fundo, em azul-claro. Na parte inferior, um homem deitado sobre sofá em azul com pés em marrom. O homem está com as pernas para a esquerda e cabeça à direita, sobre travesseiro laranja. Ele tem cabelos escuros, de camiseta e sapatos em vermelho e calça roxa. Ele segura nas mãos um celular e fone conectado aos ouvidos. Sobre o sofá, à esquerda, gato laranja. À direita, uma luminária na vertical e parte superior em laranja. Perto, uma mesa de canto em marrom, com garrafa e taça. Texto: DicasDaProf # Sextou com ‘S’ de sossegar em casa. Faça sua parte e contribua para o fim da pandemia! Na parte inferior, texto: Araporã contra o coronavírus MEDIDAS DE PREVENÇÃO Saiba mais em. Ilustração de quatro logotipos de redes sociais: site, facebook, Instagram e youtube @prefeituradearapora À direita, logotipo de: cidade de Araporã é pra você que a gente trabalha.

SEXTOU com “s” de... Prefeitura Municipal de Araporã, Araporã, 2 abril 2021. Disponível em: https://oeds.link/LPDBu2. Acesso em: 13 julho 2022.

  1. Qual é o objetivo desse cartaz?
  2. Como a parte visual do cartaz contribui para que ele cumpra seu objetivo?
  3. O que significa a expressão “sextou” utilizada na parte superior do cartaz? De qual outra palavra ela se origina?
  4. Essa expressão é utilizada em ambientes mais ou menos formais? Dê exemplos.

A expressão “sextou”, presente no cartaz, tem circulado cada vez mais em determinados ambientes, assim como a expressão “segundou”, que significa o início de uma nova semana. Em ambos os casos, trata-se de palavras criadas a partir de outras, no caso “segunda” e “sexta”. Elas são exemplos de um fenômeno linguístico chamado neologismo.

O neologismo é um fenômeno linguístico por meio do qual se criam novas palavras. No caso da palavra “sextou”, ocorre um neologismo lexical, uma vez que a palavra nova foi criada a partir de uma já existente. Há também o neologismo semântico, que consiste na atribuição de novos significados a palavras que já circulam no idioma.

Respostas e comentários

1.a) Mobilizar a população a permanecer em casa, em virtude da pandemia de covid-19.

1.b) A ilustração mostra uma pessoa segurando um celular, deitada no sofá, ou seja, em casa, e um gato cochilando. Isso contribui para reforçar a mensagem veiculada na parte textual.

1.c) A expressão significa a chegada da sexta-feira ou o início do fim de semana. Como o próprio nome mostra, ela se origina do dia da semana “sexta”.

1.d) Em ambientes menos formais, principalmente nas redes sociais, onde se compartilham memes e frases relacionadas à chegada do fim de semana.

Ortografia

Neologismo e estrangeirismo

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

1. Explore os recursos utilizados no cartaz para dialogar com o leitor. Primeiramente, solicite à turma que identifique a quem essa campanha é direcionada. Na sequência, pergunte aos estudantes se é essa a significação (sossegar em casa) que as pessoas esperam encontrar quando leem a sentença “sextou com S de....”. Permita que complementem o sentido da expressão com termos que usualmente são atribuídos a essa fala e que representam o que seria o “sextou”, ou seja, esse início do final de semana, da curtição.

1c. Pergunte aos estudantes se fazem uso frequente dessa expressão e onde se valem dela. Espera-se que comentem sobre o uso de expressões assim nas redes sociais e em aplicativos de conversas.

No boxe-conceito, como exemplos de neologismos semânticos, cite, entre outros:

Gato: o felino, um homem bonito ou uma fórma irregular de obtenção de energia, água ou sinal de internet e TV.

Arara: o pássaro, suporte para pendurar roupas ou alguém muito nervoso.

Laranja: a fruta, a cor ou alguém cuja responsabilidade sobre algo é apenas de fachada.

Se possível, e necessário, solicite aos estudantes que apresentem outros neologismos semânticos e proponha que reflitam sobre a vinculação entre o termo original e a nova significação que lhe foi atribuída.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis nove éle pê zero dois

ê éfe seis nove éle pê zero três

ê éfe oito nove éle pê zero dois

ê éfe zero nove éle pê um dois

2. Agora, leia esta tirinha.

Tirinha. Tirinha composta por seis quadros. Apresenta como personagem, papagaio de penas em verde e bico em cinza. As cenas se passam em local com o papagaio sobre um tronco fino na horizontal. Uma pessoa vista parcialmente, com bolacha amarela quadrada na mão. Q1 – O papagaio com a cabeça para a direita, diz: LOURO QUER BOLACHA! Q2 – O papagaio olha para a direita, onde vê-se mão de uma pessoa com bolacha quadrada. Q3 – O papagaio com a cabeça para a direita, diz: LOURO QUER STROGONOFF DE CORDEIRO COM ALCAPARRAS! Q4 - O papagaio olha para a direita, onde vê-se mão de uma pessoa com bolacha quadrada. Q5 – O papagaio fala: ASSIM EU NUNCA VOU MELHORAR MEU VOCABULÁRIO! Q6 - O papagaio olha para a direita, onde vê-se mão de uma pessoa com bolacha quadrada. Ele está com as pálpebras baixas.

GONSALES, Fernando. Níquel Náusea. Folha de São Paulo, São Paulo, 10 junho 2022. Disponível em: https://oeds.link/cad00Y. Acesso em: 13 julho 2022.

  1. Em que consiste o humor dessa tirinha?
  2. O papagaio utiliza uma palavra que originalmente não pertence à língua portuguesa. Qual é essa palavra? Você já a viu escrita de outro modo?

O estrangeirismo consiste no emprego de palavras estrangeiras em frases proferidas em português. Ao entrarem para o vocabulário, elas podem manter sua grafia original ou ganhar uma nova escrita, mais próxima de nossa ortografia. Alguns neologismos podem se originar de palavras estrangeiras, embora isso não seja uma regra.

3. Observe este meme.

Meme. Uma menina vista dos braços para cima, com o corpo para a esquerda. Ela tem cabelos curtos em vermelho, com franja, camiseta de mangas curtas em azul-claro, com gola e detalhes nas mangas em azul-escuro. Ela segura nas mãos um alimento de cor amarela, em pacote com listras na vertical em branco e vermelho. Texto: EU TÔ SÓ OBSERVANDO E SHIPPANDO.

AMINO. Alguns memes que uso. [sem local], 28 julho 2018. Disponível em: https://oeds.link/yqXiQP. Acesso em: 13 julho 2022.

  1. Explique o que você entendeu desse meme. Em que situações ele pode ser usado?
  2. O que significa a palavra “shippando” presente no meme? Você sabe de onde ela se origina?
  3. Com base no que você aprendeu nesta seção, essa palavra é exemplo de um neologismo ou de um estrangeirismo? Por quê?

4. Pesquise outras palavras criadas a partir de termos estrangeiros. Depois, faça um esquema com duas colunas: na primeira, disponha aquelas que podem ser utilizadas em quaisquer situações, incluindo as mais formais; na segunda, as que são usadas apenas em contextos mais informais.

Respostas e comentários

2.a) Consiste no fato de o papagaio pedir um de cordeiro com alcaparras e receber em troca um biscoito. Diante disso, ele reclama que não pode melhorar seu vocabulário, pois não lhe dão o que pede.

2.b) A palavra é “strogonoff”. Resposta pessoal.

3.a) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes digam que esse meme pode ser utilizado em situações nas quais alguém torce muito para que duas pessoas ou personagens formem um casal.

3.b) A palavra significa torcer para a formação de um casal. Ela se origina do termo “relationship”, que, em inglês, significa “relacionamento”. Em português, manteve-se apenas o “ship” da palavra original, ao qual foi adicionado o sufixo formador de verbo -ar.

3.c) Trata-se de um neologismo, pois houve a criação de uma nova palavra.

4. Ver orientações didáticas.

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

2b. Também é comum encontrar a grafia estrogonofe para se referir ao prato de origem russa. De acordo com o site Superinteressante, o prato já era preparado no século dezenove, na Rússia, e seu nome deriva da família russa Stroganov. Ainda segundo o site, o prato se popularizou no século vinte, e o costume de adicionar ketchup foi uma influência dos Estados Unidos. Disponível em: https://oeds.link/BtJgMJ. Acesso em: 13 julho 2022.

3c. Oportunize para a turma chegar a uma conclusão, permitindo um debate sobre ser um neologismo ou um estrangeirismo. Motive-os a apresentar argumentos para comprovar a tese e provoque-os para que hipóteses sejam criadas. Esse tipo de debate tem um ganho muito importante para o desenvolvimento de habilidades argumentativas e de autonomia de pensamento para os adolescentes. Encerrado o momento da discussão, explique que, nesse caso, o neologismo baseou-se em uma palavra estrangeira e, com base nela, criou-se uma nova.

4. Aproveite esta atividade para enfatizar que alguns estrangeirismos e neologismos só podem circular em contextos mais informais, e que não são adequados em situações nas quais se exige maior monitoramento da linguagem. Do mesmo modo, alguns termos já circulam em contextos mais formais, por exemplo: deletar, tuiteiro, escanear, entre outros.Aproveite também para dizer que, no caso de estrangeirismos, em contextos mais formais, é comum escrever esses termos em itálico ou até mesmo entre aspas.

EU VOU APRENDER  Capítulo 2

Outras crônicas

Ícone. Atividade oral.
  1. Você acha que todos os cronistas relatam acontecimentos do cotidiano?
  2. Será que para todos os autores escrever é uma tarefa fácil? Dê sua opinião.
  3. Você sabe quem foi Fernando Sabino?
Fotografia. Um homem visto com o corpo para a direita, dos ombros para cima. Ele tem rugas e linhas de expressões, nariz e lábios finos, olhos escuros e cabelos escuros e fios brancos para trás. O homem usa camisa de gola em listras em azul e branco na vertical, terno cinza e está olhando para a frente, sorrindo. Mais ao fundo, um jovem visto parcialmente, cabelos e sobrancelhas escuras, jaqueta vermelha.
Fernando Sabino.

Leia os textos a seguir e conheça um pouco da biografia desse autor.

Fernando Sabino

Fernando Sabino nasceu em Belo Horizonte (Minas Gerais), em 1923, e era o caçula numa família de seis filhos. Logo que aprendeu a decifrar as palavras, tornou-se um leitor compulsivo. reticências

Como era impossível viver apenas de escrever livros, Sabino exerceu outras profissões. Foi funcionário público, jornalista e professor de português. Formado em Direito, morou em Nova York e Londres

Faleceu em 2004, no Rio de Janeiro. A lápide de seu túmulo traz a seguinte mensagem, escrita pelo próprio escritor: “Aqui jaz Fernando Sabino. Nasceu homem, morreu menino”.

ANDRADE, Carlos Drumôn de êti ól Crônicas 3. vigésima edição São Paulo: Ática, 2011. página 90-91. (Coleção Para gostar de ler.)

Respostas e comentários

1 e 2. Respostas pessoais. Ver orientações didáticas.

Eu vou aprender

Outras crônicas

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Leia, com os estudantes, o excerto a seguir. Escrito por Affonso Romano de Sant’Anna, ele contempla um pouco sobre o fazer literário das crônicas:

“Machado de Assis dizia que o cronista é uma espécie de colibri que beija um assunto aqui outro ali. Drumond também usava metáforas assim descompromissadas para definir o cronista. Veríssimo dizia que o cronista é como uma galinha, bota seu ovo regularmente, e Carlos Eduardo Novaes define as crônicas como laranjas: podem ser doces ou azedas, e ser consumidas na poltrona de casa ou espremidas nas salas de aula.” (SANT’ANNA, 1997, página 272).

  • Com base na leitura desse trecho, debata com os estudantes sobre o papel do cronista, como eles acham que deve ser escrever e, para além disso, ter a obrigação de entregar textos regularmente. Incentive-os a se colocarem no papel de escritores e comentar as dificuldades de escrever, buscar fonte de inspiração, o trabalho com a linguagem e tudo que envolve o processo criativo de um bom texto literário.
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  1. Aos estudantes que tiverem pouco conhecimento prévio sobre crônicas, peça que utilizem as que foram lidas e comentadas em sala de aula como parâmetro para a reflexão sobre as perguntas.

3. É possível que a geração mais nova conheça mais Luis Fernando Verissimo do que Fernando Sabino. As crônicas de Sabino são consideradas mais datadas pela crítica por estarem muito envolvidas com acontecimentos da época. Por essa característica, os textos de Sabino são muito utilizados como uma análise da perspectiva da história.

Habilidades Bê êne cê cê (Referentes às páginas de 284 a 287.)

ê éfe seis nove éle pê quatro sete

ê éfe seis nove éle pê cinco um

ê éfe seis nove éle pê cinco três

ê éfe seis nove éle pê cinco cinco

ê éfe oito nove éle pê três dois

ê éfe oito nove éle pê três três

ê éfe oito nove éle pê três sete

ê éfe zero nove éle pê um um

ê éfe zero nove éle pê um dois

Palavra de cronista

Todo mundo já ouviu falar que, para escrever um bom texto, são necessários 10% de inspiração e 90% de transpiração. Ou seja: além de ter vocação, o autor precisa se dedicar ao ofício. reticências

A seguir, os cronistas reunidos neste livro respondem a algumas perguntas de seus leitores. reticências

No final, a gente descobre que também pode encher o mundo de palavras para que outras pessoas leiam, numa corrente de ideias e mundos que nunca terá fim. Aí, uma atividade que só se fazia por obrigação ou brincadeira vira prazer, profissão, missão – e torna-se crônica.

Por que você escolheu ser escritor?

Fernando Sabino – Quando eu era menino, algumas histórias que eu lia não me satisfaziam: imaginava para elas outros episódios e um fim diferente. Então passei a escrever histórias como eu gostaria que elas fossem.

Em que se baseia para escrever suas histórias?

F.S. – Em casos acontecidos na vida real, comigo ou com outros, mas modificados pela imaginação. Muitas vezes as histórias, embora partindo da realidade, passam a ser aquilo que poderia ter acontecido e não o que realmente aconteceu.

Você corrige muito os textos depois de escrevê-los?

F.S. – Para mim, o ato de escrever é muito difícil e penoso, tenho sempre de corrigir e reescrever várias vezes. Basta dizer, como exemplo, que escrevi 1 100 páginas datilografadas para fazer um romance no qual aproveitei pouco mais de trezentas.

reticências

ANDRADE, Carlos Drumôn de êti ól Crônicas 3. vigésima edição São Paulo: Ática, 2011. página 7-9. (Coleção Para gostar de ler.)

  1. O que motivou o escritor, ainda menino, a começar a escrever?
  2. Que fatores inspiraram o autor a escrever suas histórias?
  3. O que o autor quis dizer ao afirmar que de 1 100 páginas aproveitou pouco mais de trezentas?
  4. Todo o processo de publicação de uma obra envolve várias etapas e diferentes profissionais. Pesquise para saber mais sobre isso e, depois, comente com os colegas.
Respostas e comentários

3.a) Sua insatisfação com as histórias que lia. Ele as reescrevia como imaginava que deveriam ser, acrescentando partes e mudando o final.

3.b) Os casos reais, com pitadas de imaginação, que aconteciam com ele e com outras pessoas.

3.c) Possivelmente que, às vezes, quantidade não significa qualidade, ou seja, ele escreveu muitas páginas, mas acabou reduzindo-as para obter o resultado que desejava.

3.d) Ver orientações didáticas.

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  • No texto original, há a resposta dos outros autores que também têm suas crônicas publicadas no livro; no entanto, para focarmos em Fernando Sabino, deixamos apenas suas respostas. Caso seja possível, conforme o interesse da turma, leia o texto completo e traga outras perguntas e outras reflexões dos demais escritores.
  • Logo no início do texto aparece a seguinte construção: “Todo mundo já ouviu falar que, para escrever um bom texto, são necessários 10% de inspiração e 90% de transpiração”. Sobre esse excerto, responda:
  1. O que indica a expressão “Todo mundo já ouviu falar”?
  • Resposta: Ela indica uma informação popular, um senso comum. A ideia que é apresentada na sequência de uma expressão como essa não tem credibilidade de autoridade, é tratada como senso comum apenas.
  1. Você já ouviu falar sobre esta frase: “para escrever, são necessários 10% de inspiração e 90% de transpiração”? Você concorda com ela?

Espera-se que os estudantes reflitam sobre o processo de escrita e quebrem o estereótipo de que o escritor é tomado por uma inspiração súbita e simplesmente começa a escrever e o texto sai pronto, sem precisar de revisão, de reescrita.

3d. Com a pesquisa, os estudantes devem perceber o processo editorial e quantas vezes o texto é escrito, revisado, editado até chegar à publicação. Comente o papel dos editores, revisores, diagramadores, divulgadores

Ícone. Atividade oral.
  1. Você vai ler em seguida uma crônica de Fernando Sabino que faz referência a um antigo padrão monetário brasileiro. Antes, responda às questões.
    1. Você acha que o sistema monetário brasileiro mudou muito ao longo dos anos?
    2. Você conhece alguma moeda brasileira usada antes do Real?
    3. Você sabe quais são os nomes das moedas brasileiras que já foram usadas? Em caso afirmativo, comente com os colegas.
Fotografia. Vista do alto de várias notas de dinheiro, em tons de verde e bege-claro. Acima, moedas pequenas em cinza. Abaixo, notas antigas com números em 1000 e acima, nota atual de 100 reais, de cor azul e busto de um homem.
Cédulas de moedas brasileiras.

5. Agora, leia a crônica.

Cem cruzeiros a mais

Ao receber certa quantia num guichê do Ministério, verificou que o funcionário lhe havia dado cem cruzeiros a mais. Quis voltar para devolver, mas outras pessoas protestaram: entrasse na fila.

Esperou pacientemente a vez, para que o funcionário lhe fechasse na cara a janelinha de vidro:

— Tenham paciência, mas está na hora do meu café.

Agora era uma questão de teimosia. Voltou à tarde, para encontrar fila maior – não conseguiu sequer aproximar-se do guichê antes de encerrar-se o expediente.

No dia seguinte era o primeiro da fila:

— Olha aqui: o senhor ontem me deu cem cruzeiros a mais.

— Eu?

Só então reparou que o funcionário era outro.

— Seu colega, então. Um de bigodinho.

— O Mafra.

— Se o nome dele é Mafra, não sei dizer.

— Só pode ter sido o Mafra. Aqui só trabalhamos eu e o Mafra. Não fui eu. Logo...

Ele coçou a cabeça, aborrecido:

— Está bem, foi o Mafra. E daí?

O funcionário lhe explicou com toda urbanidadeglossário que não podia responder pela distração do Mafra:

— Isto aqui é uma pagadoriaglossário , meu chapa. Não posso receber, só posso pagar. Receber, só na recebedoriaglossário . O próximo!

Respostas e comentários

4. a), b) e c) Respostas pessoais. Ver orientações didáticas.

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Trabalhe com os estudantes a pré-leitura para que compreendam o que eram cem cruzeiros. Comente com eles que o Cruzeiro () foi a moeda corrente no Brasil no período de 1942 a 1967, de 1970 a 1986 e de 1990 a 1993. Veja mais em Para ampliar.
  • As páginas 286 e 287 trazem a oportunidade de desenvolver conceitos relacionados ao TCT Educação fiscal. É importante inserir conhecimentos e gerar discussões que implicam mudanças de comportamento e induzem os estudantes a se envolver com o desenvolvimento econômico e social do País para o seu próprio benefício e do coletivo.
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

4. Proponha aos estudantes que conversem com pessoas mais velhas e perguntem a elas sobre as moedas que já utilizaram e como foi o período de troca da moeda, as confusões que porventura aconteciam e as impressões da população civil em situações assim. Provavelmente termos como “inflação” e “instabilidade econômica” aparecerão nas falas; converse com a turma sobre a percepção deles sobre isso e, se possível, envolva professores da área de Matemática para explicar as proporções e a inflação.

Para ampliar

BCB. Síntese dos padrões monetários brasileiros. Brasília, Distrito Federal: Banco Central do Brasil (BCB), 2007. Disponível em: https://oeds.link/0LPxv7. Acesso em: 21 julho 2022.

DICIONÁRIO FINANCEIRO. Padrões monetários: conheça as moedas que o Brasil já teve. [sem local] Dicionário Financeiro [sem data]. Disponível em: https://oeds.link/XQSVPD. Acesso em: 21 julho 2022.

VEJA SÃO PAULO. A evolução da moeda brasileira. São Paulo: Veja São Paulo, 2017. Disponível em: https://oeds.link/K8Fldy. Acesso em: 22 julho 2022.

O próximo da fila, já impaciente, empurrou-o com o cotovelo. Amar o próximo como a ti mesmo! Procurou conter-se e se afastou, indeciso. Num súbito impulso de indignação – agora iria até o fim – dirigiu-se à recebedoria.

— O Mafra? Não trabalha aqui, meu amigo, nem nunca trabalhou.

— Eu sei. Ele é da pagadoria. Mas foi quem me deu os cem cruzeiros a mais.

Informaram-lhe que não podiam receber: tratava-se de uma devolução, não era mesmo? E não de pagamento. Tinha trazido a guia? Pois então? Onde já se viu pagamento sem guia? Receber mil cruzeiros a troco de quê?

— Mil não: cem. A troco de devolução.

— Troco de devolução. Entenda-se.

— Pois devolvo e acabou-se.

— Só com o chefe. O próximo!

O chefe da seção já tinha saído: só no dia seguinte. No dia seguinte, depois de fazê-lo esperar mais de meia hora, o chefe informou-lhe que deveria redigir um ofício historiando o fato e devolvendo o dinheiro.

— Já que o senhor faz tanta questão de devolver.

— Questão absoluta.

— Louvo o seu escrúpulo.

— Mas o nosso amigo ali do guichê disse que era só entregar ao senhor — suspirou ele.

— Quem disse isso?

— Um homem de óculos naquela seção do lado de lá. Recebedoria, parece.

— O Araújo. Ele disse isso, é? Pois olhe: volte lá e diga-lhe para deixar de ser besta. Pode dizer que fui eu que falei. O Araújo sempre se metendo a entendido!

— Mas e o ofício? Não tenho nada com essa briga, vamos fazer logo o ofício.

— Impossível: tem de dar entrada no protocolo.

Saindo dali, em vez de ir ao protocolo, ou ao Araújo para dizer-lhe que deixasse de ser besta, o honesto cidadão dirigiu-se ao guichê onde recebera o dinheiro, fez da nota de cem cruzeiros uma bolinha, atirou-a lá dentro por cima do vidro e foi-se embora.

SABINO, Fernando. Cem cruzeiros a mais. In: ANDRADE, Carlos Drumôn de et al. Crônicas 3. vigésima edição São Paulo: Ática, 2011. página 80-82. (Coleção Para gostar de ler.)

Respostas e comentários
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  1. Solicite aos estudantes que realizem primeiro a leitura silenciosa do texto e, na sequência, organize a turma para que possam fazer a leitura compartilhada. Institua os personagens e a voz do narrador. Auxilie quando necessário, diante de uma palavra da qual não conheçam a pronúncia, ou ainda orientando a entonação do texto.
  • Finalizada a leitura, explore os elementos plásticos do texto, como o autor consegue criar cenas perfeitamente representáveis, a exemplo de “Ele coçou a cabeça, aborrecido” e “O próximo da fila, já impaciente, empurrou-o com o cotovelo”. Descrições assim proporcionam ao leitor criar a imagem em sua imaginação, como se fosse um filme. Converse com a turma sobre esses recursos e como eles imaginaram o espaço, a roupa das pessoas e os demais elementos que não são explícitos no texto, mas que são criados pelo leitor.
  • Converse com a turma sobre o que fariam no lugar do personagem principal. Também insistiriam na devolução do dinheiro ou não?
  • Pergunte aos estudantes se acham que cem cruzeiros é muito ou pouco dinheiro. Peça auxílio aos professores da área de Matemática e proponha à turma que faça a conversão desse valor para o dinheiro de hoje a fim de dimensionarem quanto valia essa quantia.

COMPREENSÃO TEXTUAL

Responda às questões no caderno.

Ícone. Atividade oral.
  1. Ao ler o título, você conseguiu imaginar o assunto da crônica?
  2. Para você, situações como a da crônica acontecem com frequência?
  3. Na sua opinião, há pessoas que têm a mesma atitude do personagem? Explique.
  4. Que situação fez o personagem voltar tantas vezes ao Ministério?
  5. Identifique, na crônica, o conflito.
  6. Que característica física identifica o rapaz que gerou o conflito da crônica?
Versão adaptada acessível

Atividade 7.

Observe o termo “Logo...” neste trecho.

7. Observe o termo em destaque neste trecho.

— Só pode ter sido o Mafra. Aqui só trabalhamos eu e o Mafra. Não fui eu. Logo...

  1. O que esse termo indica ao leitor?
  2. E as reticências? O que elas indicam e que efeito de sentido provocam nesse contexto?
  1. Que desculpas o funcionário da pagadoria utilizou para não receber o dinheiro de volta?
  2. Agora, releia este trecho.

O próximo da fila, já impaciente, empurrou-o com o cotovelo. Amar o próximo como a ti mesmo! Procurou conter-se e se afastou, indeciso. Num súbito impulso de indignação – agora iria até o fim – dirigiu-se à recebedoria.

Versão adaptada acessível

Atividade 9, item a.

No termo “empurrou-o”, o pronome “o” se refere a quem?

  1. O pronome em destaque se refere a quem?
  2. O que a palavra “súbito” significa? Que função sintática ela exerce na frase?
  3. Esse termo também pode ter a função de advérbio. Como ficaria a frase nesse caso?
  4. O que levou o personagem a se acalmar e não revidar ao empurrão?
Respostas e comentários

1 a 3. Respostas pessoais. Ver orientações didáticas.

4. O fato de ter recebido cem cruzeiros a mais em um pagamento.

5. O conflito da crônica é o fato de o personagem não conseguir fazer a devolução do dinheiro.

6. Um bigodinho.

7.a) A expressão em destaque indica a conclusão de um fato.

7.b) Indicam a interrupção da fala, sugerindo que o que foi dito tinha ficado claro para o interlocutor, sem margem de dúvida.

8. Que não era responsável pela distração do Mafra e, por se tratar de uma pagadoria, não poderia receber o dinheiro.

9.a) Refere-se ao personagem que estava tentando devolver o dinheiro.

9.b) Repentino, inesperado. Exerce a função de adjetivo, qualificando “impulso”.

9.c) Súbito, num impulso de indignação Nesse caso, “súbito” pode ser substituído por “repentinamente”, “subitamente”, “inesperadamente”.

9.d) A lembrança da frase “Amar o próximo como a ti mesmo!”.

Compreensão textual

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  1. Espera-se que os estudantes respondam que situações como devolver o troco errado até acontecem com uma certa frequência, mas a insistência para a devolução, não. Além disso, é possível que os estudantes tragam realidades diferentes depois da popularização de outras fórmas de pagamento, como o cartão e o pix.
  2. Possivelmente alguns estudantes apontarão que não existem tantas ações como a do personagem principal; outros que existem. O objetivo é questioná-los em relação à ética e à moral o que deveríamos fazer em uma situação como essa, uma vez que o dinheiro a mais foi dado por engado, ou seja, não é nosso.

5. Retome com os estudantes os elementos que compõem a narrativa: narrador, personagem, tempo espaço e enredo, destacando que o enredo se subdivide em situação inicial, conflito, clímax e desfecho.

7a. Converse com os estudantes sobre qual é a conclusão que está implícita nessa articulação textual.

7b. Rememore com a turma que as reticências indicam a supressão de algo. Nesse caso, questione o que foi suprimido e por que é possível entender a intenção de fala mesmo com a supressão.

9c. Esclareça que, ao transpor o adjetivo “súbito” para um advérbio, é necessário fazer pequenos ajustes na ordem da oração. Se em um primeiro momento a frase era “Num súbito impulso de indignação“, agora o advérbio inicia a oração: “Subitamente, num impulso de indignação”.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe oito nove éle pê um seis

ê éfe oito nove éle pê três dois

ê éfe oito nove éle pê três três

ê éfe oito nove éle pê três cinco

10. Releia este outro trecho.

Quis voltar para devolver, mas outras pessoas protestaram: entrasse na fila.

Versão adaptada acessível

Atividade 10, itens a e b.

  1. O termo “mas” dá uma pista ao leitor. Qual é essa pista?
  2. Qual é o valor semântico da conjunção coordenativa “mas”?
  1. O termo destacado dá uma pista ao leitor. Qual é essa pista?
  2. Qual é o valor semântico da conjunção coordenativa em destaque?
  1. Na crônica, há alguns marcadores temporais. Eles o ajudaram a perceber quanto tempo o personagem perdeu para resolver seu impasse? Escreva alguns que você encontrou durante a leitura.
  2. Releia mais este trecho.

— Já que o senhor faz tanta questão de devolver.

— Questão absoluta.

— Louvo o seu escrúpulo.

  1. O que essa passagem deixa implícito ao leitor?
  2. O personagem faz questão de devolver a quantia, mesmo enfrentando empecilhos. Cite quais foram os impedimentos.
  1. Volte ao texto e releia o desfecho da crônica.
    1. Por que você acredita que o autor atribui ao personagem o adjetivo “honesto”?
    2. Para pôr fim a suas tentativas de devolver o dinheiro, o personagem, já cansado, toma uma atitude inesperada. Por que você acredita que ele tomou essa atitude? Explique.
  2. Que crítica está implícita nessa crônica de Fernando Sabino?

Para ampliar

A história da moeda brasileira. Jornal, 9 março 2017.

Neste vídeo, você pode conhecer a história das oito moedas que já usamos no Brasil. Disponível em: https://oeds.link/FYuZ5G. Acesso em: 5 julho 2022.

Fotografia. Nota de dinheiro antigo, vista parcialmente do centro para a direita. Em tons de verde, laranja e texto. À direita, busto em laranja, de mulher de camiseta escura e cabelos curtos, penteados para a direita. Na ponta superior, à direita: texto: 100.
A nota de 100 cruzeiros lançada na década de 1990 trazia a imagem de Cecília Meireles, uma das mais importantes poetisas do Brasil.
Respostas e comentários

10.a) Indica oposição entre o que o personagem queria fazer e o que não pôde fazer.

10.b) Valor semântico de adversidade.

11. Resposta pessoal. Possibilidades de resposta: “dia seguinte”, “meia hora”, “ontem”. Espera-se que os estudantes percebam a progressão temporal atribuída ao texto pelos marcadores temporais.

12.a) A passagem deixa implícita a atitude louvável de honestidade do personagem, que provavelmente poucas pessoas teriam.

12.b) As filas, os horários de expedientes cumpridos à risca, a má vontade dos funcionários, a burocracia.

13.a) e b) Respostas pessoais. Ver orientações didáticas.

14. Ver resposta em orientações didáticas.

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

10b. Converse com a turma sobre o efeito de sentido gerado pelo termo “mas”. Proponha que alterem o sentido da frase fazendo uso de outro conectivo. Explore as possibilidades e discuta as sugestões apresentadas pela turma.

  1. Questione se o tempo da narrativa é cronológico ou psicológico. Espera-se que os estudantes percebam que é cronológico, pelas marcas temporais sequenciais e pela ausência de saltos temporais como o flashback.
  2. Converse com a turma sobre a burocracia que é apresentada no texto. Debatam sobre a importância de procedimentos para a organização das ações: se instituições grandes como prefeitura, escola e empresa não tivessem o mínimo processo burocrático, seria uma bagunça e as ações se perderiam. Porém, no texto, é mostrada outra faceta da burocracia, que vem a calhar com o senso comum, que é o fato de ela complicar ações que poderiam ser muito simples, como devolver um dinheiro que veio a mais.

13a. Espera-se que os estudantes respondam que o adjetivo tem o objetivo de enfatizar que as tentativas do personagem de devolver a quantia recebida a mais mostram como sua atitude é íntegra e digna de ser chamada assim, pois não queria ficar com o que não lhe pertencia.

13b. Espera-se que os estudantes respondam que, depois de recorrer a quem poderia ajudá-lo e perceber a má vontade de todos em receber a quantia de volta, decide não ficar com o que não é seu e joga o dinheiro no local em que o havia recebido.

  1. A crônica, embora apresente certo humor, faz uma crítica à burocracia de órgãos públicos, que dificulta a vida do cidadão comum, até mesmo impedindo-o de agir corretamente – caso do nosso personagem.
  • ATIVIDADES COMPLEMENTARES
  • Proponha aos estudantes que pensem em uma continuação para a crônica. Seguindo a mesma linha burocrática, o que será que aconteceu depois que a bolinha de cem cruzeiros chegou até o guichê? Explore as possibilidades narrativas apresentadas e estimule-os a escrever sobre elas. Se for possível, organize uma apresentação dessas sequências narrativas ou, então, troque as histórias entre os colegas para que possam ler as atividades uns dos outros.

LÍNGUA E LINGUAGEM

Orações subordinadas reduzidas dois

Responda às questões no caderno.

1. Releia este trecho da crônica de Fernando Sabino.

O chefe da seção já tinha saído: só no dia seguinte. No dia seguinte, depois de fazê-lo esperar mais de meia hora, o chefe informou-lhe que deveria redigir um ofício historiando o fato e devolvendo o dinheiro.

reticências

Saindo dali, em vez de ir ao protocolo, ou ao Araújo para dizer-lhe que deixasse de ser besta, o honesto cidadão dirigiu-se ao guichê onde recebera o dinheiro, fez da nota de cem cruzeiros uma bolinha, atirou-a lá dentro por cima do vidro e foi-se embora.

Versão adaptada acessível

Atividade 1, item a.

O que têm em comum quanto à estrutura as seguintes orações: “historiando”, “devolvendo” e “Saindo dali”?

  1. O que as orações em destaque têm em comum quanto à estrutura?
  2. Qual função sintática elas desempenham?
  3. Como poderíamos reescrever a última oração tornando-a reduzida de infinitivo?

As orações reduzidas de gerúndio desempenham as mesmas funções das orações adjetivas e das orações adverbiais.

2. Observe a receita a seguir.

Bolo de leite fervendo

Fotografia. Sobre uma mesa de madeira em marrom, ao centro, um prato redondo em branco com um bolo em cima, de cor amarela. Mais à direita, fatia cortada em formato triangular. À esquerda, cesto redondo em marrom e dois ovos de casca em marrom e, à direita, utensílio redondo em branco e, mais à direita, saco em bege.
Bolo de leite.

Ingredientes:

2 copos americanos de açúcar;

2 copos americanos de trigo;

3 ovos;

duas colheres de chá de fermento em pó;

1 copo americano de leite fervendo.

Modo de preparo:

Bata na batedeira o açúcar com os ovos e acrescente o trigo, o fermento e por último o leite fervendo. Coloque em fórma untada com margarina e trigo e leve ao forno preaquecido por 20 minutos.

BOLO de leite fervendo. Mais Receitas, [sem local], cê dois mil e vinte e dois. Disponível em: https://oeds.link/CqrzeQ. Acesso em: 16 julho 2022.

Respostas e comentários

1.a) Todas são reduzidas de gerúndio.

1.b) Todas desempenham a função de advérbio.

1.c) “Ao sair dali”.

Língua e linguagem

Orações subordinadas reduzidas dois

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

1b. Ressalte que as duas primeiras orações mostram uma circunstância de finalidade: o homem deveria escrever um ofício para contar o que aconteceu e para devolver o dinheiro. Já a última tem valor temporal: quando saiu dali.

Relembre com os estudantes que as orações subordinadas reduzidas são orações que não são acompanhadas por pronome relativo ou conjunção e que são introduzidas por verbos em suas fórmas nominais, podendo estar no infinitivo, no gerúndio ou no particípio.

2. Destaque que, para a adequada execução da receita, o leite precisa estar fervendo enquanto é misturado com os demais ingredientes, daí a importância de o termo estar no gerúndio, marcando a ação em desenvolvimento. Do contrário, o nome poderia ser “Bolo de leite fervido”, mas a construção do efeito de sentido é diferente.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis nove éle pê zero três

ê éfe zero nove éle pê zero quatro

  1. Na sua opinião, a receita apresentada é de fácil ou difícil execução? Por quê?
  2. Qual é a função do termo “fervendo”, no título da receita?
  3. Como você chegou a essa conclusão?

3. Leia a notícia a seguir.

Cidadão tem direito de devolver produto comprado on-line em até 7 dias

Desistir de compras on-line e receber o dinheiro de volta. Trocar qualquer produto que tenha sido vendido com defeito. Esses são alguns exemplos de direitos garantidos pela Lei de Defesa do Consumidor, mas que muita gente não sabe. 

Os direitos do consumidor valem para qualquer meio de compra, digital ou físico, mas existem algumas diferenças. No caso de compras em lojas físicas, se o produto estiver com defeito, o fornecedor deve fazer o reparo ou trocar por um item novo. Já na Internet, a pessoa pode desistir da compra e ter o seu dinheiro de volta. reticências

Além dos valores pagos pelo produto comprado, o consumidor pode solicitar a devolução do que pagou pelo frete, tudo corrigido e com juros.

ALBUQUERQUE, Beatriz. Cidadão tem direito de devolver produto comprado on-line em até 7 dias. Radio Agência Nacional, Brasília, Distrito Federal, 23 março 2022. Disponível em: https://oeds.link/bBAZOM. Acesso em: 17 julho 2022.

  1. Qual é o objetivo dessa notícia?
  2. O que todos os elementos em destaque têm em comum?
  3. Em que aspecto esses elementos diferem?
  4. Reescreva este trecho transformando a oração reduzida de particípio em oração adjetiva desenvolvida.
Versão adaptada acessível

Atividade 3, itens a até d.

  1. Qual é o objetivo dessa notícia?
  2. O que os seguintes elementos têm em comum: “comprado” (no título), “que tenha sido vendido”, “garantidos”, “pagos” e “comprado” (em “produto comprado”)?
  3. Em que aspecto esses elementos diferem?
  4. Reescreva este trecho transformando a oração reduzida de particípio “garantidos” em oração adjetiva desenvolvida.

Esses são alguns exemplos de direitos garantidos pela Lei de Defesa do Consumidor reticências

e. Agora, transforme esta oração adjetiva em uma oração reduzida de particípio: “Trocar qualquer produto que tenha sido vendido com defeito”.

Versão adaptada acessível

Atividade 3, item e.

Agora, transforme a oração adjetiva “que tenha sido vendido” em uma oração reduzida de particípio em: “Trocar qualquer produto que tenha sido vendido com defeito”.

As orações reduzidas de particípio exercem as mesmas funções das orações adjetivas e das orações adverbiais.

Respostas e comentários

2.a) Respostas pessoais.

2.b) A função é a de adjetivo.

2.c) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes digam que a fórma nominal em questão especifica, caracteriza o leite a ser usado na receita. Inclusive, é possível trocar essa fórma nominal por um adjetivo: fervente.

3.a) Informar ao público os seus direitos em relação à devolução de produtos comprados on-line.

3.b) Todos eles exercem a função de adjetivo em relação aos termos aos quais se ligam.

3.c) Alguns são orações adjetivas desenvolvidas. Outros são orações adjetivas reduzidas de particípio.

3.d) Esses são alguns exemplos de direitos que são garantidos pela Lei de Defesa do Consumidor.

3.e) Trocar qualquer produto vendido com defeito.

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

2a. Espera-se que os estudantes julguem a receita como algo de fácil execução, tendo em vista que são poucos ingredientes e preparo comum. Porém, é possível que alguns levantem a dificuldade de trabalhar com o leite fervendo já que, por característica própria do ingrediente, ele costuma derramar quando levanta fervura. Alerte os estudantes que, se eles quiserem reproduzir a receita, não devem tentar sem a supervisão de um adulto.

3b. Solicite aos estudantes que identifiquem os termos aos quais os adjetivos em destaque estão relacionados. Oriente-os a analisar a classe gramatical de todos os termos para que cheguem à conclusão de que os termos destacados são adjetivos, pois caracterizam substantivos. Atividades como essas sedimentam os conhecimentos e retomam conceitos como classe de palavras e relação entre termos.

VOCÊ É O AUTOR!

Crônica

Que tal agora você escrever uma crônica? Imagine cenas do dia a dia, algo que o inspire a trazer seu olhar para algo que aconteceu.

As crônicas produzidas serão compartilhadas na seção Oralidade.

Ícone. Atividade oral.

1. Pré-planejamento. Em uma roda de conversa, discuta com o professor e os colegas situações que podem inspirar uma crônica. Tendo as cenas em mente, pensem em como estruturar o texto, de modo a preservar as características do gênero textual.

Ícone. Atividade em dupla.
  1. Planejamento. Em duplas, definam:
    1. Que temática do cotidiano vocês irão abordar?
    2. Quem será o público-alvo e onde circulará a crônica?
    3. Quem serão os personagens envolvidos na história? Lembrem-se de que a crônica é um texto curto, com pouco espaço para desenvolver os personagens ou conter muitos personagens.
    4. Em que local a história acontecerá?
    5. Qual será o foco narrativo?
    6. Pensem nos tempos verbais, substantivos e adjetivos que podem ajudá-los a contar a situação retratada na crônica.
    7. Haverá alguma crítica ou ponto de vista com efeito de humor?
    8. Como será a linguagem empregada? Haverá diálogos? Se houver, eles terão marcas de oralidade para parecerem mais verossímeis?

Em uma crônica, o humor pode ser crítico, irônico ou sarcástico. Já a linguagem é simples e descontraída, embora haja a preocupação de escolher as palavras certas para produzir o efeito pretendido.

  1. Produção.
    1. Utilizem marcadores temporais e organizadores textuais para dar os efeitos de sentido desejados e garantir progressão ao texto, a fim de que as ideias não se percam ou fiquem confusas.
Fotografia em preto e branco. À frente, pátio aberto por onde passam pessoas vistas de costas. Uma delas, segurando um carrinho de feira na mão direita. Ao fundo, prédios e árvores de folhas escuras e céu claro, diurno.
Retrato de um dia comum nas ruas das grandes cidades.
Respostas e comentários

1 a 6. Respostas pessoais. Ver orientações didáticas.

Você é o autor!

Crônica

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Retome com os estudantes a primeira atividade realizada, em que eles deveriam atentar para seu próprio cotidiano, prestar atenção nas coisas que já haviam se normalizado em suas rotinas. Peça que retomem as anotações que fizeram, as fotos que tiraram e as conversas que tiveram. Esse é um material muito rico para ser explorado no processo criativo de escrita da crônica.
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  1. Forme uma roda e discuta com os estudantes quais são as situações cotidianas que eles acreditam ser adequadas para uma crônica. Permita que façam suas colocações de fórma livre. Peça que reflitam sobre o que observam cotidianamente quando vão ao mercado, uma situação comum, um fato inusitado.
  1. Visite os grupos, auxiliando-os a revisitar os materiais estudados, retomando os conteúdos, caso seja necessário.

Enfatize para a turma que o primeiro passo para ser um excelente escritor é ser um excelente leitor. Quanto mais crônicas eles tiverem a oportunidade de ler, mais a estrutura textual será internalizada, mais exemplos de composição eles terão. Será mais fácil perceber recursos de humor, ironia, sarcasmo. Aproveite o momento, também, para intensificar a formação de leitores. A crônica é um gênero artístico-literário muito acessível, seja pela extensão, seja pela linguagem. Assim, é possível conquistar novos leitores por meio das crônicas.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis nove éle pê três quatro

ê éfe seis nove éle pê quatro seis

ê éfe seis nove éle pê cinco quatro

ê éfe seis nove éle pê cinco seis

ê éfe oito nove éle pê três dois

ê éfe oito nove éle pê três três

ê éfe oito nove éle pê três cinco

ê éfe zero nove éle pê zero quatro

  1. Usem os recursos linguísticos e gramaticais de fórma a atrair a atenção do leitor. Observem os melhores termos e expressões para provocar o efeito de sentido que vocês querem, desde que compreensíveis.
  2. Criem um título adequado e atrativo ao leitor.
  3. Se possível, digitem o texto em um processador e editor de texto.
  1. Revisão e edição.
    1. Leiam o texto após terminarem a primeira versão. Confiram pontuação, ortografia, concordância e ajustem o que for preciso. Verifiquem a coesão, a coerência e a progressão textual.
    2. Troquem o texto com outra dupla para revisão. Lembrem-se de usar a pauta de revisão durante a leitura e fazer as marcações necessárias nas margens da página.
    3. Analisem as sugestões e comentários feitos pelos colegas e façam os ajustes necessários antes de escrever a versão final.
  2. Apresentação.
    1. Como já dissemos, as crônicas serão compartilhadas em uma roda de conversa na seção Oralidade.
    2. Vocês também podem combinar com o professor para reuni-las em um livro. O livro pode ser veiculado em uma plataforma digital ou ser impresso.
    3. Para produzir o livro, pensem nos elementos que o compõem: capa, sumário, quarta capa, orelhas da capa, texto de apresentação, nome dos autores.
    4. Definam quem será responsável pela criação da capa, pelo levantamento do sumário, pelos textos da quarta capa e das orelhas. Peçam ao professor que escreva o texto de apresentação.
    5. Uma vez pronto o livro, publiquem no ou nos que combinaram e o divulguem para a comunidade escolar e os familiares.
  3. Avaliação.

Reúnam-se em uma roda de conversa para avaliar a experiência de escrita da crônica. Observem o que funcionou ou não e o que pode ser melhorado em uma próxima produção.

Respostas e comentários
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  1. Sugira aos grupos uma leitura atenta antes de uma revisão mais detalhada. Estimule uma leitura individual para que cada membro do grupo reveja os pontos abordados.
  • Oriente os estudantes a passar o texto para leitores externos tecerem comentários sobre a escrita antes da finalização da crônica. Esclareça que às vezes está muito claro na cabeça do autor o que ele quer dizer, porém, no momento de colocar as ideias no papel, lacunas podem acontecer, o que costuma gerar ruídos de compreensão. Por isso, uma leitura externa, de alguém que não faz parte da produção, pode auxiliar a perceber as lacunas interpretativas. Peça que analisem: A sequência de ideias está clara? O leitor irá compreender?

5. Informe-os de que o compartilhamento será feito em uma roda de leitura de crônica.

5b. Caso optem por produzir um livro, verifique a possibilidade de uma noite de lançamento, com autógrafos dos autores. Ou, ainda, conversem sobre um concurso de crônicas na escola, e o ganhador represente a instituição em um concurso municipal, estadual ou nacional.

5d. Para a capa do livro de crônicas, procure incentivar as produções artísticas dos estudantes. Para isso, uma possibilidade é escolher uma das fotografias tiradas por eles no processo de análise do cotidiano e torná-la a capa do livro.

6. Estimule-os a expor todas as dificuldades encontradas na hora da produção. É a hora de esclarecer dúvidas que possam surgir.

ORALIDADE

Roda de crônicas

Chegou o momento de compartilhar as crônicas que vocês produziram. Cada dupla pode fazer sua apresentação com os recursos que imaginar: cenários, figurinos, efeitos sonoros, leitura expressiva. O que vale agora é a criatividade para atrair a atenção do público.

Ícone. Atividade oral.
  1. Pré-leitura. Combinem com o professor e os colegas como será organizada a roda de crônicas.
    1. Quanto tempo cada dupla terá para contar a crônica.
    2. Quais recursos tecnológicos e materiais serão necessários se a contação for além da leitura expressiva.
    3. Se haverá convidados e como será feito o convite.
    4. Qual será o local da roda de crônicas.
      Ícone. Atividade em dupla.
  2. Planejamento da leitura da crônica.
    1. Definam como será a leitura da crônica.

Será expressiva? Vocês irão utilizar algum recurso extra para complementar a leitura, como cenário ou efeitos sonoros?

  1. Leiam entre vocês para treinar a fluência leitora e a melhor entonação e impostação da voz. Lembrem-se de que estão lendo para um público, por isso todos devem ouvi-los.
  2. Estabeleçam a parte que cada um irá ler e ensaiem até que a leitura pareça natural, como se estivessem conversando ou contando a amigos alguma história que aconteceu com vocês.
  3. Lembrem-se de que, durante a leitura, vocês também devem observar a postura, as expressões faciais, os gestos, o ritmo e o tom de voz.
Fotografia. Quatro jovens sentados de frente para uma mesa de cor bege com livros, tablet e ipad em cima. Da esquerda para a direita: um jovem de cabelos castanhos, de camiseta branca e blusa de mangas compridas em azul. Ele olha para a direita, em direção a um caderno sobre uma mesa, sorrindo. Ao lado, menina de cabelos pretos armados e crespos, de blusa de mangas curtas em rosa, olhando para baixo, sorrindo e com a mão esquerda sobre o ouvido. Mais à direita, uma menina vista parcialmente, de cabelos castanhos, longos, de camiseta cinza, olhando para baixo sorrindo e lápis de escrever na mão direita. Na ponta da direita, um menino loiro, visto de lado e camiseta preta, segurando lápis na mão esquerda. Em segundo plano, estantes em cinza com muitos livros na vertical.
Leiam a crônica como se vocês estivessem contando-a para amigos.
Respostas e comentários

1 a 4. Respostas pessoais. Ver orientações didáticas.

Oralidade

Roda de crônicas

  • ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
  • Oriente os estudantes a seguirem as etapas na ordem proposta, que envolve os processos de pré-leitura, planejamento, contação e avaliação.
  • Comente a importância do envolvimento e da participação de todos da turma, para que os objetivos sejam alcançados e que todos tenham a oportunidade de viver a experiência de desenvolver práticas da oralidade durante a apresentação ao público, bem como trabalhar a fluência leitora na apresentação.
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  • Comente com a turma que uma crônica majoritariamente composta de falas dos personagens, ou seja, de discurso direto, tem uma fluidez maior. Isso quer dizer que o texto fica mais dinâmico. Em contrapartida, exige mais interpretação dos leitores, pois há menos descrição do que os personagens estão sentindo ou como estão se expressando, cabendo essa interpretação ao leitor.

1. Organize a turma em um semicírculo para traçar os combinados de como será a roda de crônicas. Possibilite que todos se manifestem e contribuam com os combinados.

2c. Estimule os estudantes a interagir nos grupos e harmoniosamente realizar a divisão da crônica.

  • As habilidades leitoras podem ser diferentes entre os estudantes, por isso é importante o estímulo para leituras de diversos textos extras, para que essas habilidades sejam desenvolvidas.
  • Estimule os ensaios em locais mais calmos e sem muito barulho para que os estudantes possam precisar a entonação necessária que utilizarão na leitura em sala.

Para ampliar

Explore o projeto “Ato e efeito”, criado pelo jornalista e crítico teatral Rafael Teixeira e pela produtora Tocavideos. As leituras dramáticas do projeto podem ser encontradas no canal Tocavídeos, no Youtube. Como sugestão, para entender e apreciar melhor a leitura dramática, segue o vídeo: Débora FALABELLA. O jardim das cerejeiras (Tchekov). Disponível em: https://oeds.link/NASdxh. Acesso em: 21 julho 2022.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis nove éle pê cinco seis

ê éfe oito nove éle pê três dois

ê éfe oito nove éle pê três três

ê éfe oito nove éle pê três cinco

  1. Hora da contação.
    1. Dependendo do número de participantes, formem uma roda, organizando-a de fórma que todos possam se ver.
    2. Se houver convidados, escolham um ou dois colegas para serem os anfitriões e organizarem a chegada deles e onde serão acomodados.
    3. Verifiquem se os recursos tecnológicos necessários estão disponíveis e funcionando.
    4. Estipulem a ordem de apresentação das duplas e quem será o apresentador para a plateia.
    5. Reservem um espaço para a dupla que está se apresentando.
    6. Estabeleçam regras para a hora da leitura das crônicas, como silêncio, palmas só no final, perguntas só depois das contações
  2. Avaliação.
    1. Após a roda de crônicas, reúnam-se para avaliar a experiência, promovendo uma discussão sobre os pontos positivos e negativos da leitura.
    2. Comecem fazendo uma autoavaliação e depois uma avaliação da dupla quanto ao engajamento, à disciplina, à participação A avaliação deve ser vista como uma oportunidade de melhorar, e não como um momento de apontar o que não deu certo. É importante lembrar que tudo faz parte do processo de aprendizagem, estamos sempre aprendendo. Se algo não deu certo dessa vez, pode dar certo na próxima.
    3. Por fim, façam uma avaliação do evento da roda de crônicas. O que foi positivo? O que foi negativo? O que pode ser melhorado?

Para ampliar

Crônica: três textos instigantes para gostar do gênero.

Disponível em: https://oeds.link/LDaKSX. Acesso em: 5 julho 2022.

Ilustração. Cinco pessoas, uma ao lado da outra, da esquerda para a direita: um homem de cabelos escuros, de blusa de mangas compridas em laranja, calça e sapatos em preto e, na mão esquerda, segura uma estrela. Ao lado, uma mulher de cabelos longos encaracolados em laranja, blusa de frio preta e vestido claro, segurando uma estrela laranja na mão esquerda. Ao centro, um homem de cabelos escuros encaracolados, camisa branca, calça preta e sapatos brancos, com braços para frente e estrela laranja na mão esquerda. Mais à direita, uma pessoa de cabelos escuros, camisa clara, calça e sapatos pretos para trás. Ela está com os braços erguidos, segurando uma estrela. Na ponta da direita, um menino de cabelos e calça pretos, de blusa de mangas compridas em laranja, sapatos brancos e braços para cima, segurando uma estrela laranja.
Respostas e comentários
  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

3. Esta etapa deve ser feita envolvendo toda a turma.

3a. Oriente os estudantes sobre a importância do silêncio e da atenção durante a leitura dos demais colegas. Ajude-os a estipular as regras para que fique claro todo o envolvimento do grupo que for estabelecido por eles.

  1. Ao avaliar a experiência, deixe os estudantes à vontade para expor o que realmente gostaram na troca, na leitura de roda. Questione o que foi mais fácil e de que modo fizeram, o que foi mais difícil e como pensaram na solução. Estimule-os a dividir a experiência completa.
  • ATIVIDADES COMPLEMENTARES
  • Retome a leitura do excerto de Affonso Romano de Sant’Anna sobre o processo criativo do cronista e peça aos estudantes que comparem o que discutiram na época às considerações como produtores dos textos, ou seja, agora que assumiram de fato o papel de cronistas.

VOCÊ, BOOKTUBER

Concurso de booktubes

Chegamos ao último encontro do Você, booktuber. Desta vez, além de assistir aos booktubes e comentá-los, vocês também organizarão um concurso de booktubes.

Você sabia que há, na internet, vários concursos de booktubes? Se você gostou da prática durante este ano, que tal tornar-se realmente um influenciador literário?

1. Apresentação dos booktubes

  1. Depois de assistir aos booktubes produzidos no bimestre, façam uma roda de conversa para trocar experiências.
  2. Façam perguntas sobre o conteúdo e comentem como foi para vocês realizar o trabalho em duplas.

2. Organização do concurso

  1. Depois da trajetória de vocês durante o ano e com a quantidade de material que produziram, que tal, para o encerramento deste projeto, organizar um concurso em que todos participem e votem nos seus vídeos favoritos?
  2. Elaborem coletivamente um roteiro do planejamento para a realização do concurso. Nele, devem constar alguns itens, como:

local, data e horário;

recursos tecnológicos necessários;

jurados e critérios de avaliação;

cronograma de realização de todas as atividades;

divisão de tarefas entre os colegas;

elaboração de materiais complementares, como cartazes, para divulgar o concurso e incentivar a participação e o voto de todos.

3. Etapas do concurso

  1. Selecione, entre os materiais que você produziu ao longo do ano, o vídeo que julgar mais adequado, quanto ao conteúdo e à edição, mas também o que melhor representa você.
  2. Definam, entre os colegas e com o professor, quais serão os critérios de avaliação do concurso.
Respostas e comentários

1 a 6. Respostas pessoais. Ver orientações didáticas.

Você, booktuber

Concurso de booktubes

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  • Existem várias instituições que produzem concurso de booktubes, sendo comum restringirem o tamanho do vídeo ou pedirem uma versão reduzida, para facilitar a análise e a pontuação. Converse com os setores responsáveis na escola para ver a viabilidade desse evento no meio digital da escola também. A quantidade de likes, de compartilhamento ou de comentários pode ser um dos critérios avaliativos.
  • É importante que todos tenham par­ticipação no concurso, por isso, veja a possibilidade de estabelecer etapas e chaves como oitavas de finais, semifinais e finais. Assim as etapas iniciais poderiam ser dentro da instituição escolar e as etapas finais com a possibilidade de envolver a comunidade externa. São fórmas de produzir engajamentos.
  • Analise também a possibilidade de uma premiação, podendo ser um cartaz de vencedor, que depois será preenchido com as informações do ganhador, ou outras fórmas de .

2b. Comumente, os concursos de booktubes possuem os seguintes parâmetros para avaliação: 1) Qualidade do conteúdo; 2) Identificação do livro trabalhado; 3) Qualidade da iluminação e do áudio do vídeo.

  • Explore a interdisciplinaridade e convide outros professores para participarem do projeto. Os cartazes de divulgação podem ser feitos com orientação do professor de Arte, e os demais professores podem ser parceiros para compor a banca de jurados.

3. Diante da impossibilidade de um concurso envolvendo o audiovisual, outras fórmas de concurso podem ser feitas, como um concurso de resenhas, de textos escritos, de cartazes ou ainda um concurso de melhor versão para a capa do livro lido (esse trabalho pode ser feito em parceria com professores de outras disciplinas, como Arte).

3b. Fomente a participação dos estudantes em todas as etapas: elaboração do evento, cronograma, avaliações e afins. Ouça o que eles julgam importante e o que eles observam quando estão como espectadores. Alinhe as expectativas da turma com o curso pedagógico do projeto.

Definam se haverá categorias (melhor crítica, melhor indicação ) ou se será temática livre. É importante organizar uma fórma de inscrição, como um formulário on-line, para acompanhar melhor as informações.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis nove éle pê quatro cinco

ê éfe seis nove éle pê quatro seis

ê éfe seis nove éle pê quatro sete

ê éfe seis nove éle pê quatro nove

ê éfe seis nove éle pê cinco seis

ê éfe zero nove éle pê um um

  1. Estabeleçam quem votará, se haverá voto popular ou de uma banca de avaliação, se serão contados votos dos colegas e/ou da comunidade e quem fará a contagem.
  2. Publiquem os vídeos no canal combinado para a realização do concurso.

4. Execução do concurso

  1. Acompanhem sempre o cronograma organizado pela turma para que nada saia do planejado.
  2. Façam o alinhamento com todos os colegas sempre que surgir um imprevisto e atualizem o professor sobre a etapa de execução da atividade que foi delegada a vocês.
  3. Na véspera do concurso, façam, coletivamente, um check-list para se certificarem de que tudo está encaminhado. Caso identifiquem algum problema, este é o momento de resolver.

5. No dia do evento

  1. Organizem os espaços que serão utilizados para o concurso.
  2. Se houver uma etapa presencial, certifiquem-se de que todos os aparelhos que serão utilizados estão funcionando e se todos os vídeos estão rodando.

6. Depois do evento

  1. Acompanhem a votação e o anúncio oficial do ganhador.
  2. Comemorem!
  3. Em um semicírculo, façam um balanço das suas experiências sobre as práticas, tanto da realização dos booktubes durante o ano quanto da realização do concurso. Exponham suas impressões, sentimentos, emoções e aprendizados com o projeto.
Ilustração. Uma tela em preto e, na tela, captura de site e ilustração de um braço, para a direita, segurando um troféu dourado.
Respostas e comentários
  • ATIVIDADES COMPLEMENTARES
  • Solicite aos estudantes que façam um ranking de todas as leituras realizadas durante o ano. Tanto as leituras que utilizaram para produzir os booktubes quanto as lidas por fruição ou por alguma atividade pedagógica. Com a produção do ranking, listando os livros de que mais gostaram e dos que menos gostaram, estamos dando a eles a oportunidade de pensarem criticamente no seu gosto leitor, naquilo que agrada ou não cada um e as expectativas que tinham para cada livro.
  • Proponha que esse ranking seja compartilhado com a turma. Com base nisso, uma atividade possível é tentar encontrar o mesmo livro em listas diferentes e debater a percepção de cada um sobre a obra.

EU APRENDI!

Responda às questões no caderno.

1. Leia o início de “A última crônica”, de Fernando Sabino.

A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto ao balcão. Na realidade estou adiando o momento de escrever. A perspectiva me assusta. Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito mais um ano nesta busca do pitoresco ou do irrisório no cotidiano de cada um. Eu pretendia apenas recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano, fruto da convivência, que a faz mais digna de ser vivida. Visava ao circunstancial, ao episódico. Nesta perseguição do acidental, quer num flagrante de esquina, quer nas palavras de uma criança ou num acidente doméstico, torno-me simples espectador e perco a noção do essencial. Sem mais nada para contar, curvo a cabeça e tomo meu café, enquanto o verso do poeta se repete na lembrança: “assim eu quereria o meu último poema”. Não sou poeta e estou sem assunto. Lanço então um último olhar fóra de mim, onde vivem os assuntos que merecem uma crônica.

reticências

SABINO, Fernando. A última crônica. In: ANDRADE, Carlos Drumôn de. Elenco de cronistas modernos. . edição Rio de Janeiro: José Olympio, 1994. página 254.

  1. O que caracteriza esse texto como uma crônica?
  2. O que leva o narrador a entrar em um botequim para beber um café?
  3. Por que a perspectiva de escrever o assusta?
  4. Nessa crônica, qual é o tipo de narrador? Justifique sua resposta.
  5. O que o narrador quis dizer com a frase “Lanço então um último olhar fóra de mim”?
  6. Para esse autor em especial, como vimos antes, escrever é uma tarefa fácil ou difícil? Por quê?
Fotografia em preto e branco. Um homem sentado, com o corpo para a direita, digitando sobre teclas de máquina de escrever, por onde sai folha clara por cima. Em segundo plano, mesa, cadeira e, mais ao fundo, prateleiras com dezenas de livros na vertical.
Além das crônicas, Fernando Sabino publicou diversos romances, como O menino no espelho.
Respostas e comentários

1.a) Ele retrata uma cena do cotidiano.

1.b) Ele está adiando a hora de escrever.

1.c) Porque ele não se sente inspirado, não consegue recolher o simples da vida diária e transformá-lo em palavras.

1.d) É um narrador-personagem, pois os verbos estão na primeira pessoa do discurso.

1.e) Que precisa deixar a reflexão de lado e olhar para o seu entorno, em busca de situações e acontecimentos que possam servir de inspiração para sua escrita.

1.f) Segundo o próprio autor, escrever é uma tarefa difícil e penosa, porque tem sempre que corrigir e reescrever várias vezes.

Eu aprendi!

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  1. A atividade permite resgatar características do gênero textual crônica, considerando seu processo criativo, seu contexto de produção, sua composição e seu estilo. Além disso, desenvolve a habilidade de leitura e interpretação do texto com base nos elementos linguísticos que ele apresenta. Também é um recurso de avaliação que ajudará os estudantes a perceber o que foi aprendido e o que precisa ser revisto. Além disso, por meio dessa atividade é possível conectar o estudante às duas fórmas: como leitor e como produtor.
  • Convide os estudantes a pensarem sobre o tema dessa crônica, como o fato de não ter sobre o que escrever também se torna tema para a escrita.
  • Explore, também, com os estudantes a metalinguagem, ou seja, quando algo fala sobre si. Uma metacrônica é uma crônica que discorre sobre fazer crônicas, assim como um metapoema é um poema sobre a produção de poemas.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis nove éle pê quatro sete

ê éfe oito nove éle pê três dois

ê éfe oito nove éle pê três três

ê éfe zero nove éle pê zero quatro

2. Releia este trecho.

A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto ao balcão. Na realidade estou adiando o momento de escrever. A perspectiva me assusta. Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito mais um ano nesta busca do pitoresco ou do irrisório no cotidiano de cada um. Eu pretendia apenas recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano, fruto da convivência, que a faz mais digna de ser vivida. reticências

Versão adaptada acessível

Atividade 2, item único.

▶ As seguintes orações são subordinadas reduzidas: “para tomar um café junto ao balcão”, “de estar inspirado, de coroar com êxito mais um ano nesta busca do pitoresco ou do irrisório no cotidiano de cada um”, “recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano” e “de ser vivida”. Escreva cada uma delas e classifique-as de acordo com o que você estudou.

Todas as orações destacadas são subordinadas reduzidas. Copie cada uma delas e classifique-as de acordo com o que você estudou.

3. Leia a tirinha.

Tirinha. Tirinhca composta por quatro quadros. Apresenta como personagem, Snoopy, um cachorro de pelos brancos, com orelhas e focinho pretos, de tamanho médio, com um boné sobre a cabeça, corpo ereto na vertical, andando como bípede, segurando na mão direita uma raquete de tênis. As cenas se passam em local aberto, com solo e fundo verde. Q1 – Snoopy em pé, com o corpo para a direita, com o braço esquerdo esticado para frente e na mão direita uma raquete. Ele pensa: PARA TUDO! TEM UM INSETO ATRAVESSANDO A QUADRA! Q2 – Snoopy, olhando para frente, cabeça para baixo, pensa: VAMOS LÁ, INSETO. ANDA RÁPIDO ANTES QUE ALGUÉM PISE EM VOCÊ. Q3 – Snoopy, com a cabeça para a esquerda, pensa: O QUÊ? AH, TÁ. OBRIGADO. Q4 – Snoopy com a cabeça para a direita, olhando para frente, pensa: ELE DISSE QUE EU DEVIA FLEXIONAR MAIS MEUS JOELHOS.

chuls , Charles M. Minduim. Estadão, São Paulo, 12 julho 2022. Disponível em: https://oeds.link/XHXMCB. Acesso em: 17 julho 2022.

  1. Na primeira fala do snúpi, há uma oração subordinada reduzida. Qual é essa oração e como se classifica?
  2. Como você chegou a essa classificação?
  3. Caso desejássemos transformar essa oração em uma oração desenvolvida, como deveríamos reescrevê-la?
  4. Nesse caso, você utilizou uma conjunção ou um pronome relativo? Por quê?
  5. No segundo quadrinho, há uma oração subordinada adverbial temporal. Qual é essa oração?
  6. Se quiséssemos transformar essa oração em uma oração reduzida de infinitivo, como ela seria escrita?
  7. Qual é o humor da tirinha?
Respostas e comentários

2.• Oração 1 (para tomar um café junto ao balcão): adverbial final reduzida de infinitivo. Oração 2 (de estar inspirado, de coroar com êxito mais um ano nesta busca do pitoresco ou do irrisório no cotidiano de cada um): substantiva objetiva indireta reduzida de infinitivo. Oração 3 (recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano): substantiva objetiva indireta reduzida de infinitivo. Oração 4 (de ser vivida): substantiva completiva nominal reduzida de infinitivo.

3.a) A oração é “atravessando a quadra”. É uma oração adjetiva reduzida de gerúndio.

3.b) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes respondam que, em primeiro lugar, o verbo está no gerúndio. Do ponto de vista sintático, essa oração se liga ao termo “inseto”, dando-lhe uma característica, particularizando-o.

3.c) Tem um inseto que está atravessando a quadra.

3.d) Um pronome relativo, pois, nas orações subordinadas adjetivas, não há conjunção, mas sim pronome relativo.

3.e) “Antes que alguém pise em você”.

3.f) Antes de alguém pisar em você.

3.gramas) O humor da tirinha consiste no fato de snúpi ajudar o inseto, motivando-o a andar rápido, e, em seguida, receber dele uma crítica em relação à sua performance no jogo.

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  • Aproveite as atividades para retomar os conteúdos vistos em Língua e linguagem. Além disso, retome as classes gramaticais e as funções dos termos dentro da oração, como advérbio, objeto indireto, objeto direto e complemento nominal.
  • Por fim, reforce as fórmas nominais do verbo e a ausência de conjunções e de pronomes relativos na formulação de orações subordinadas reduzidas.
  • ATIVIDADES COMPLEMENTARES
  • Solicite aos estudantes que façam a atividade sugerida a seguir.
  1. Transforme as orações em destaque em orações reduzidas.
    1. Quando a reunião terminou, todos estavam menos tensos.
    2. Mesmo que estivesse atrasado, ele não deixou de comparecer.
    3. Para que a compra seja efetuada, é preciso que você pague o boleto.
    4. Tenho esperança de que elas voltem logo.
    5. Ela foi a única que se lembrou de nosso encontro.

Respostas: a) Terminada a reunião, todos estavam menos tensos. b) Mesmo atrasado, ele não deixou de comparecer. c) Para efetuar a compra, é preciso pagar o boleto. d) Tenho esperança de voltarem logo. e) Ela foi a única a se lembrar de nosso encontro.

VAMOS COMPARTILHAR

Crônica visual: um novo olhar

Ícone. Atividade oral.

1. Você sabe o que é uma crônica visual? Em caso afirmativo, comente com os colegas. Se não souber, formule uma hipótese.

Ícone. Atividade em grupos.

2. Em grupos, observem esta foto.

Fotografia em preto e branco. Ao centro, um banco na horizontal de madeira e, ao fundo, vê-se duas pessoas sentadas, de costas. À esquerda, pessoa com um boné sobre a cabeça e, à direita, um homem com a mão esquerda sobre a cabeça. Mais ao fundo, à esquerda, um saco grande no chão. Em segundo plano, local aberto, pátio, com uma coluna na vertical. Em terceiro plano, cidade com prédios, árvores e, à direita, um ônibus passando em uma rua.
Centro/Praça da Estação de Belo Horizonte na visão de Ricardo Laf.
  1. O que vocês conseguem enxergar nela?
  2. O que mais chamou a atenção de vocês nessa cena?
  3. Vocês acham que essa imagem pode ser considerada uma crônica visual? Por quê?

3. Leiam a seguir um trecho de uma matéria sobre Ricardo Laf, autor da fotografia que vocês observaram.

Respostas e comentários

1, 2 e 3. Respostas pessoais. Ver orientações didáticas.

Vamos compartilhar

Crônica visual: um novo olhar

  • ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
  1. Explore a relação entre crônica e o cotidiano para que os estudantes possam conceber que uma crônica visual é o retrato do cotidiano por meio da fotografia.
  2. Antes de solicitar que eles observem a fotografia, proponha outra atividade. Explore com eles o início da unidade, em que tiveram que observar o próprio cotidiano. Naquele momento, foi sugerido que documentassem suas observações por meio de anotações, áudios, fotografias e demais recursos. No caso dos estudantes que fizeram registros fotográficos, relacione-os com a imagem apresentada pelo material.
  • Explique que existem diferentes fórmas de lidar com a fotografia: existe a fotografia de registro, que apenas visa a gravar o momento, e existe também a fotografia artística, que visa a enquadrar uma imagem, utilizar recursos de luz e sombra para provocar o efeito de sentido desejado.
  • Proponha aos estudantes que analisem a fotografia, ou crônica visual, presente no material e que prestem atenção ao enquadramento e ao equilíbrio das fórmas e da disposição dos elementos na imagem.
  • Com base nessa análise, proponha que observem as fotos tiradas no início da unidade e percebam se houve uma preocupação artística no momento da foto ou se foi apenas uma foto de registro.

2c. Espera-se que os estudantes respondam que se trata de uma crônica visual, pois é um retrato do cotidiano em fórma de imagem.

Habilidades Bê êne cê cê

ê éfe seis nove éle pê quatro seis

ê éfe seis nove éle pê cinco um

ê éfe seis nove éle pê cinco quatro

ê éfe oito nove éle pê três dois

ê éfe oito nove éle pê três três

ê éfe oito nove éle pê três cinco

A crônica visual de Ricardo Laf

No artigo “Fotografia: imagens-poesia como lugar de memória”, os autores Rogério Luiz Silva de Oliveira e Edson Silva de Farias afirmam: A fotografia pode ser entendida como imagem-poesia do cotidiano e pode descrever os acontecimentos da rotina de uma cidade como faz a crônica. Ela representa os cotidianos da rua e de interiores. É uma forma de narrativa apegada aos detalhes captados pelo olhar atento do fotógrafo-poeta. No caso da fotografia, uma história escrita com luz.

reticências Ricardo “escreve” uma crônica visual que nos apresenta uma cidade poética, solitária e humana. Suas imagens também podem ser consideradas registros fotoetnográficosglossário . Elas revelam histórias culturais presentes na construção e transformação de grupos sociais de Belo Horizonte.

reticências

OLIVEIRA, Taciana. A crônica visual de Ricardo Laf. Mirada, [sem local], 6 janeiro 2020. Disponível em: https://oeds.link/ojUYqp. Acesso em: 7 julho 2022.

Com base nesse trecho, as hipóteses de vocês sobre a foto de Ricardo Laf se confirmaram? Por quê?

  1. Reflitam e discutam: Para vocês, é importante que as crônicas visuais sejam divulgadas? Por quê?
  2. Pesquisem para conhecer mais o assunto e também outros artistas que produzem crônicas visuais.
    1. Selecionem as informações que vocês acham interessantes para a apresentação e lembrem-se de citar as fontes.
    2. Escolham a crônica visual que mais despertou a atenção de vocês.
    3. Montem a apresentação em slides ou cartazes. A fórma de apresentação será fundamental para o resultado da pesquisa, pois ela terá imagens.
    4. Expliquem a crônica visual escolhida por vocês, falem do autor, onde circulou, qual é o possível público-alvo, o que representa. Enfim, explorem todos os aspectos possíveis da crônica visual.

Utilizem fontes confiáveis para as buscas na internet.

  1. Apresentem seus trabalhos na data combinada com o professor.
  2. Após todas as apresentações, conversem sobre o que mais descobriram a respeito das crônicas visuais.
Respostas e comentários

3.• Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes respondam que é uma fórma de registrar o cotidiano pela lente de uma fotografia ou retrato, além da escrita.

4. Respostas pessoais.

5 a 7. Ver orientações didáticas.

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

5. Proponha que durante a pesquisa os estudantes descubram também técnicas de fotografia e de captação de luz, sombra e enquadramento, para que, caso queiram, possam produzir as próprias crônicas visuais.

6 e 7. Oriente os estudantes a como fazer a apresentação. Proponha que utilizem recursos digitais, como slides mestres. Há várias ferramentas disponíveis gratuitamente na internet.

  • ATIVIDADES COMPLEMENTARES
  • Além da apresentação da pesquisa sobre crônicas visuais, outra atividade possível é propor uma produção e exposição coletiva de “variações sobre o mesmo tema”. Para essa atividade, o professor poderá escolher um tema, ou ainda permitir que a turma chegue a um consenso sobre o que gostariam de representar artisticamente, e todos os participantes deverão produzir crônicas visuais sobre o tema em comum. Um exemplo é explorar a poesia da escola, levá-los a registrar e observar de outro modo o cotidiano escolar: as aulas, o intervalo, a entrada e a saída dos colegas.

Glossário

beque
: jogador de futebol que atua na defesa; zagueiro.
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urbanidade
: cortesia, boas maneiras.
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pagadoria
: local onde se fazem pagamentos.
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recebedoria
: local onde se recolhem impostos ou taxas.
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fotoetnográfico
: que se utiliza da fotografia para descrever os costumes e as tradições de determinados grupos humanos.
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