CAPÍTULO 6 ROTAS COMERCIAIS: MEDITERRÂNEO E CHINA ANTIGA

Se você vive em uma grande cidade ou já visitou alguma, deve ter presenciado uma cena mais ou menos parecida com a da foto desta página: um emaranhado de avenidas, ruas e estradas ligando diferentes locais. Mesmo as pessoas que moram em pequenos municípios utilizam, no dia a dia, diversos produtos fabricados em locais distantes que foram transportados por vias como essas.

Sabia que ligações como essas existem desde a Antiguidade? É o que você vai comprovar ao estudar este capítulo, que trata de algumas rotas comerciais do passado e das civilizações que se formaram em torno delas.

Fotografia. Vista aérea de uma cidade moderna, com destaque para várias avenidas, pontes e viadutos interconectados. À direita, um rio cujas margens direita e esquerda são ligadas por diversas pontes. Ao fundo, grandes prédios.
Entrelaçamento de vias expressas em Nanchang, China. Foto de 2021.
Ícone. Ilustração de ponto de interrogação indicando questões de abertura de capítulo.

Responda oralmente.

  1. Como os produtos que você usa chegam até sua casa?
  2. Além de objetos, o que mais pode ser transportado de um lugar a outro?
  3. Antes da existência dos meios de transporte atuais, como você imagina que as pessoas faziam para atravessar grandes distâncias?

A navegação no Mar Mediterrâneo

Desde a história antes da escrita os grupos humanos faziam trocas comerciais. Essas trocas começaram a se intensificar à medida que as comunidades se tornaram mais complexas.

Hoje, muitas pessoas estão acostumadas a encontrar rapidamente produtos para comprar. Por isso, é difícil imaginar como era o transporte de grande quantidade de mercadorias quando não existiam caminhões, trens, aviões etcétera

Antes de serem inventados esses meios de transporte, as pessoas usavam embarcações nos rios e nos mares para levar cargas de um lugar a outro. Comerciantes que viviam na África, na Ásia e na Europa utilizavam o Mar Mediterrâneo para isso.

O Mediterrâneo banha esses três continentes e interliga terras com grande diversidade de povos. Por isso, tornou-se um local de grande importância econômica e de integração cultural.

Fotografia. Mapa antigo, composto pelo desenho de um círculo com escritas na borda interna e ao redor, externamente. No centro do círculo, um desenho em forma de T, com a indicação "Mare magnum". Acima do T está indicada a Ásia, e embaixo, do lado esquerdo, a Europa, e do lado direito, a África.
Mapa do século quinze feito com base em escritos publicados no século seis por Isidoro de Sevilha.

As civilizações do Mediterrâneo – séculos quinze-ih antes de Cristo

Mapa. As civilizações do Mediterrâneo – séculos quinze a um antes de Cristo. Apresenta terras banhadas pelo Mar Mediterrâneo no sul da Europa, oeste da Ásia e norte da África.
Legenda:
Laranja: Fenícia: núcleo original antes da expansão pela região do Mediterrâneo.
Roxo: Grécia: núcleo original antes da expansão pela região do Mediterrâneo.
Rosa: Roma: núcleo original antes da expansão pela região do Mediterrâneo.
No mapa, o núcleo original da Fenícia abrange uma faixa litorânea na porção oeste da Ásia banhada pelo Mar Mediterrâneo, tendo com principais cidades Biblos, Beritus (Beirute), Sidon e Tiro. O núcleo original da Grécia abrange o sul da Península Balcânica e a ilha de Creta, tendo como principais cidades Atenas, Micenas e Cnossos. O núcleo original de Roma abrange a Península Itálica e as ilhas de Córsega, Sardenha e Sicília, tendo como cidade em destaque Roma.
À esquerda, a rosa dos ventos e escala de 0 a 380 quilômetros.

FONTES: dubí, G. Atlas histórico mundial. Barcelona: Larousse, 2010. página 43; ríguelmân, W.; quínder, H. Atlas historique. Paris: Perrin, 1992. página 34, 46.

Ícone. Ilustração de uma lupa indicando o boxe Imagens em contexto!

Imagens em contexto!

O Mar Mediterrâneo foi representado em muitos mapas antigos. No de Isidoro de Sevilha, ele é identificado como máre mágnum. Já no mapa estão representados os locais às margens desse mar em que se formaram três povos: o fenício, o grego e o romano. Neste capítulo, você conhecerá o povo fenício e, na próxima unidade, o grego e o romano.

Ícone. Ilustração de um símbolo de localização sobre um folheto aberto e em branco, indicando o boxe Se liga no espaço!

Se liga no espaço!

Responda no caderno.

O nome mediterrâneo vem do latim e significa “entre terras”. Que continentes são banhados por esse mar? Qual era a importância dele para os povos que se formaram em seu entorno?

Os fenícios

O povo fenício é um dos exemplos mais conhecidos de sociedades que se desenvolveram perto do Mar Mediterrâneo. Sua civilização começou a se formar por volta de 2000 antes de Cristo na região onde, atualmente, estão o Líbano e parte dos territórios de Israel e da Síria.

As terras fenícias eram pouco férteis. Além disso, uma cadeia de montanhas dificultava o acesso ao interior do continente asiático. Assim, os fenícios vivam em uma estreita faixa de terra próxima ao litoral, em que não podiam praticar a agricultura. Portanto, eles dependiam do mar para se alimentar e realizar atividades econômicas. Com o tempo, tornaram-se excelentes pescadores e comerciantes.

Como você percebeu no mapa da página anterior, a Fenícia se situava em uma região estratégica, próxima da Europa e da África. Era, portanto, um ponto de cruzamento de várias rotas comerciais. Por lá passavam muitas caravanas que haviam partido de lugares mais distantes da Ásia e seguiam em direção ao Mar Mediterrâneo.

Ilustração. Quatro navios de madeira, com o casco arredondado, em alto-mar. Cada um tem duas velas, em formato retangular, e muitos remos nas laterais. Todos são decorados com olhos na proa.
Ilustração atual representando navios fenícios.

FONTE: FENÍCIOS: os globalizadores da Antiguidade. Aventuras na História, 15 setembro 2019. Disponível em: https://oeds.link/WLB0ps. Acesso em: 3 março 2022.

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A ilustração representa navios fenícios. O comércio era uma das principais atividades econômicas dos fenícios. Seus navios mercantes tinham o casco arredondado. Essa característica aumentava o espaço interno para transportar um grande volume de carga.

Outro fator importante para o desenvolvimento econômico dos fenícios foi a grande quantidade de uma árvore chamada cedro na região em que eles viviam. A madeira dessa árvore era ideal para a fabricação de navios. Os fenícios souberam aproveitá-la para construir embarcações de carga e vendê-la para outros povos mediterrâneos.

Eles tinham, então, madeira de boa qualidade, capacidade de fabricar embarcações eficientes e um litoral com bons portos naturais. Assim, puderam desenvolver o comércio marítimo em suas principais cidades – Biblos, Sídon, Tiro e bêritus (atual Beirute, a capital do Líbano).

O sucesso comercial fenício também estava relacionado à comercialização da tinta púrpura, obtida do múrice (ou múrex), um molusco que vivia nas praias da região. Havia muitos múrices no local, mas, para obter um grama e meio do corante, eram necessários mais de 12 mil desses moluscos!

A tinta púrpura era cobiçada por muitos povos da Antiguidade, especialmente pelos integrantes da elite. Como o produto era muito raro e caro, as túnicas e os mantos de cor púrpura indicavam a elevada posição social de quem os usava.

Fotografia. Concha curvilínea, de cor clara, com diversas pontas.
Concha do múrice. Foto de 2021.
Fotomontagem. Na imagem principal, fotografia de uma floresta com diversas árvores. Em primeiro plano, uma árvore de troncos médios e muitos galhos com folhas verdes, que formam diversos patamares. Ao fundo, céu azul. No canto superior esquerdo, sobreposta à fotografia, uma ilustração representando a bandeira do Líbano. A bandeira é composta por três faixas horizontais, sendo a superior e a inferior menores e vermelhas e a do meio maior e branca, com o desenho de uma árvore verde no centro. A árvore da bandeira apresenta características semelhantes as da árvore da fotografia.
No canto superior esquerdo, ilustração atual com a representação da bandeira do Líbano; na imagem principal, cedros-do-líbano na Floresta dos Cedros de Deus, em Ariz, Líbano. Foto de 2021.
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O comércio de púrpura e de cedro contribuiu muito para as trocas culturais entre fenícios e outros povos. A palavra fenícios vem do termo grego foiniques, que significa “pessoas da púrpura”, em referência ao pigmento retirado do molusco múrice. Além disso, até hoje, elementos característicos do comércio fenício na Antiguidade fazem parte da cultura da região: o cedro está representado na bandeira do Líbano, em alusão à abundância dessa madeira no território do país.

O alfabeto fenício

Você se lembra de que estudou no capítulo 3 e no capítulo 5 algumas das finalidades dos sistemas de escrita desenvolvidos pelos sumérios e pelos egípcios: armazenar informações para controlar a produção agrícola, o comércio e o pagamento de impostos?

Os fenícios também precisavam registrar informações sobre as mercadorias vendidas ou compradas, controlar a entrada e a saída de produtos etcétera Assim, desenvolveram o primeiro alfabeto fonético conhecido. Esse alfabeto, assim como o utilizado hoje no Brasil, continha apenas símbolos – as letras – que representavam sons, e não ideias complexas. Desse modo, para escrever qualquer palavra, bastava combinar as 22 letras que compunham o alfabeto, o que facilitava a memorização e o aprendizado da técnica.

A expansão fenícia

A Fenícia não constituiu um Estado unificado. Era composta de cidades-Estado independentes, que compartilhavam o idioma e a cultura, mas eram rivais comercialmente. No século doze antes de Cristo, os fenícios já haviam expandido suas atividades comerciais por todo o Mediterrâneo. Além disso, tinham fundado colônias pelos locais por onde passavam.

A princípio, essas colônias serviam como bases e entrepostos comerciais, para que os fenícios tivessem acesso a novas mercadorias e a novos mercados. Porém, algumas se desenvolveram tanto que se tornaram cidades muito poderosas. Isso aconteceu com Cartago, no norte da África.

Ao navegar por todo o Mediterrâneo e entrar em contato com diferentes povos, os fenícios transmitiam conhecimentos, como o alfabeto e noções de astronomia e aritmética desenvolvidas por eles. Além disso, contribuíram para que pessoas de diferentes culturas circulassem de um local a outro.

Fenícia: rotas comerciais e colônias – séculos nove-sete antes de Cristo

Mapa. Fenícia: rotas comerciais e colônias – século nove a sete antes de Cristo. Apresenta terras na Europa, no norte da África e no oeste da Ásia banhadas pelo Mar Mediterrâneo.
Legenda:
Vermelho: Fenícia.
Rosa: Colônias fenícias.
Seta vermelha: Rotas comerciais fenícias.
Seta roxa: Produtos e matérias-primas importados pelos fenícios.
Ilustrações representando cada um dos seguintes elementos: algodão, azeite de oliva, cereais, cobre, ébano, escravizados, estanho, ferro, gado, lã, marfim, moluscos, ouro, prata, produtos exóticos e vinho. 
No mapa, a Fenícia localiza-se na costa oeste da Ásia, banhada pelo Mar Mediterrâneo, abrangendo as cidades de Ugarit, Arado, Simyra, Biblos, Beirute, Tiro, Acco e Jopé. As colônias fenícias localizam-se principalmente à noroeste da Fenícia, incluindo as cidades de Amatus e Chipre; no norte da África, incluindo as cidades de Leptis, Dea, Sabrata, Tacape, Cartago, Utica, Hipona, Icósio, Cartena e Tânger; na Península Ibérica, incluindo as cidades de Cádiz, Calpe, Abdera, Cartagena e Sagunto e nas ilhas Baleares, de Córsega, Sardenha e Sicília, incluindo as cidades de Cagliari e Palermo. As rotas comerciais fenícias saem de Simyra e Sídon em direção ao Chipre. De lá seguem para a Ásia Menor e para o continente europeu. Saem também de Acco para Cidônia, Creta e pequenas ilhas no litoral da Grécia; e de Jopé, passando por Gaza, ao sul da Fenícia, Sais e Cirene, no norte da África, Leptis, Dea, Sabrata, Tacape, Cartago, Utica, Hipona, Icósio, Cartena e Tânger. Em Cirene a rota se bifurca e segue também por Malta e Cartago. De Utica saem rotas para Palermo, Cagliari, Sardenha e Ilhas Baleares. De lá a rota se estende por Cartagena, Abdera, Calpe e Cádiz, seguindo ao norte pelo Oceano Atlântico. Outras rotas saem da Fenícia em direção ao leste da Ásia e do Mar Vermelho. Os produtos e matéria-prima importados pelos fenícios do Egito eram ébano, vinho, ouro, produtos exóticos, marfim, escravizados, algodão e cereais. De Chipre: cobre e moluscos. Da região correspondente a atual Turquia eram importados estanho, ferro, cobre, gado e escravizados. Da Grécia, vinho e azeite de oliva. Do litoral da África, moluscos, cereais e, próximo à cidade de Tânger, ouro e marfim. Da ilha da Sardenha, cereais e vinho. Da ilha da Sicília, moluscos. Da Península Ibérica, estanho, prata, cobre, azeite de oliva, vinho e lã.
No canto inferior esquerdo, a rosa dos ventos e escala de 0 a 430 quilômetros.

FONTE: VICENTINO, C. Atlas histórico: geral e do Brasil. São Paulo: Scipione, 2011. página 36.

Ícone. Ilustração de um símbolo de localização sobre um folheto aberto e em branco, indicando o boxe Se liga no espaço!

Se liga no espaço!

Responda no caderno.

Em que locais os fenícios praticavam o comércio? Cite alguns dos produtos que eles comercializavam.

Agora é com você!

Responda no caderno.

  1. Por que o comércio incentiva ou possibilita trocas culturais?
  2. Por que o alfabeto fenício pode ser considerado uma tecnologia de comunicação eficiente?

O Império Persa

Na árida e montanhosa região do sul do território correspondente ao do atual Irã, formou-se o Império Persa, um dos maiores e mais poderosos da Antiguidade. Os persas eram nômades até por volta de 1000 antes de Cristo, quando passaram a viver no planalto iraniano. No norte dessa região, havia outras sociedades, como a dos medos.

Por muito tempo toda essa área foi dominada por povos da Mesopotâmia. Um deles foi o assírio. No século sete antes de Cristo, quando o Império Assírio chegou ao fim, os medos conquistaram a região, dominando os persas e cobrando impostos deles.

Essa situação durou até aproximadamente 550 antes de Cristo, quando o rei persa Ciro segundo – também chamado de Ciro, o Grande – conquistou os medos e iniciou a construção do primeiro Império Persa.

Inteligente e grande estrategista, Ciro passou a acumular uma série de vitórias sobre os povos vizinhos, conquistando toda a região correspondente à atual Turquia, além de partes da Mesopotâmia e do Oriente Médio.

Em sua máxima extensão, o império alcançou uma área de mais de 8 milhões de quilômetros quadrados. Se conquistar todas essas regiões foi difícil, administrá-las foi um desafio ainda maior.

Fotografia. Cilindro de pedra com linhas horizontais e textos em relevo, suspenso por dois apoios de metal. Há pedaços danificados à direita e na parte inferior do cilindro.
Cilindro de Ciro, produzido por volta de 539 antes de Cristo e descoberto na região do atual Iraque.
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A peça mostrada na foto é recoberta por textos em escrita cuneiforme, que glorificam Ciro, o Grande, e o episódio em que ele conquistou a Babilônia, cidade mesopotâmica.

A construção de uma civilização mundial

Como manter regiões tão distantes e povos tão distintos sob contrôle? Ciro deu os primeiros passos para conseguir isso. Um desses passos foi não mandar executar ou escravizar os povos conquistados que se rendessem. Ele geralmente permitia que as regiões incorporadas ao império continuassem sendo administradas por integrantes das elites locais.

Além disso, esses povos podiam manter os próprios costumes e religiões, em troca do pagamento de impostos e de apoio militar. O respeito e a tolerância às diferenças culturais fizeram da Pérsia o primeiro grande império multicultural, por englobar diversas etnias em seus domínios.

Após a morte de Ciro, cambisses segundo assumiu a liderança. Seu principal feito foi a conquista do Egito, liderando um grande exército composto de povos de todas as partes do império.

Porém, foi com Dario primeiro, seu sucessor, que o Império Persa alcançou a máxima extensão: da Trácia – a oeste – até o vale do Rio Indo – a leste.

Mesmo sendo um general competente, Dario concentrou seus esforços na consolidação do império em vez de realizar conquistas em série, como seus antecessores. Para isso, tomou diversas medidas, como criar uma moeda única (o dárico), a fim de facilitar o comércio e as trocas no império.

Império Persa: máxima extensão – século cinco antes de Cristo

Mapa. Império Persa: máxima extensão – século cinco antes de Cristo. Destaque para a área entre Egito, na África, oeste da Ásia, e sudeste da Europa. 
Legenda:
Roxo: Núcleo original.
Lilás: Império de Ciro.
Amarelo: Conquistas de Cambises.
Verde: Conquistas de Dario Primeiro.
Linha rosa: Estrada real.
No mapa, o núcleo original do Império Persa localiza-se na Ásia, nas proximidades do Golfo Pérsico, incluindo as cidades de Pasárgada e Persépolis. O Império de Ciro avança à noroeste, conquistando as regiões de Média, Mesopotâmia, Síria e Lídia, incluindo as cidades de Ecbátana, Susa, Assur, Babilônia, Damasco, Tiro, Jerusalém, Mileto e Sardes; e à nordeste, incluindo a região de Bactriana e a cidade de Samarcanda. As conquistas de Cambises localizam-se no norte da Arábia, no norte do Egito, incluindo a cidade de Mênfis, ao norte e a leste do Império de Ciro, incluindo a região da Índia. As conquistas de Dario Primeiro concentram-se ao norte do Império de Ciro, na região da Trácia, incluindo a cidade de Bizâncio, e na porção leste e parte do norte do Egito. A Estrada real começa em Susa, perto do Golfo Pérsico, atravessa a Mesopotâmia e a Síria até a cidade de Sardes, próxima ao Mar Mediterrâneo, na Lídia.
No canto inferior esquerdo, a rosa dos ventos e escala de 0 a 350 quilômetros.

FONTE: ríguelmân, W.; quínder, H. Atlas historique: de l’apparition de l’homme sur la Terre à l’ère atomique. Paris: Perrin, 1992. página 40.

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A Estrada Real, mostrada no mapa, tinha mais de 2 mil quilômetros e ligava as cidades de Sardes e sussa. Era uma via estratégica para a administração do império, pois aproximava as regiões mais distantes do vasto território. A pavimentação de pedra e os locais para alimentação e hospedagem ao longo do percurso favoreciam o transporte de mercadorias e de pessoas.

A administração do império

Como o imperador não podia estar em todos os lugares ao mesmo tempo, o império foi dividido em províncias, chamadas de satrapias. Cada uma delas era governada por um sátrapa escolhido pelo imperador, geralmente um integrante da elite local. Esse governante tinha a função de controlar o território e cobrar impostos, entre outras obrigações.

Para garantir a realização das tarefas, funcionários imperiais viajavam pelas províncias fiscalizando a administração dos sátrapas. Como o império era muito grande, a comunicação entre as partes era essencial para seu funcionamento. Por isso, os persas usavam uma enorme rede de estradas.

O uso dessa rede impulsionou a comunicação: mensagens passaram a chegar de uma ponta a outra do império mais rapidamente. As estradas também tornaram o deslocamento de exércitos mais rápido e eficiente.

As muitas caravanas comerciais que atravessavam o território dominado pelos persas também se beneficiavam desse sistema de estradas. Além disso, o império conectava a região do Mediterrâneo ao território onde se localizavam a China e a Índia, sendo um local de intenso trânsito de mercadorias, pessoas e ideias.

Fotografia. Vista de ruínas de uma grande construção. Em primeiro plano, base de uma escadaria com muitos desenhos em alto-relevo e seis colunas cilíndricas com entalhes. Em segundo plano, conjunto de diversas colunas menores, retangulares. Ao fundo, céu azul e algumas nuvens.
Ruínas de Persépolis, no atual Irã. Foto de 2019.
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Uma boa maneira de entender a multiculturalidade do império é observar a cidade de Persépolis, cuja construção foi iniciada por Dario primeiro. Os persas mantinham várias capitais ao mesmo tempo para facilitar a administração, mas Persépolis era a mais grandiosa e imponente. Para construí-la, Dario empregou milhares de trabalhadores e artistas dos mais diferentes lugares, além de gastar muitos recursos materiais.

Comércio multicultural

O Império Persa era uma importante ligação entre os povos do nordeste da África e os da Península Arábica, tendo acesso, portanto, aos produtos das rotas comerciais entre o Mediterrâneo, o Mar Vermelho e o Índico.

Além disso, os persas realizavam negócios com povos da Ásia Central, como os bactrianos, que viviam na região correspondente à do atual Afeganistão e, com suas caravanas, transportavam produtos do Leste Asiático e da Índia.

O comércio de longa distância era intenso, e seu núcleo era o Mar Mediterrâneo. Por meio de povos e de impérios como o persa, as redes comerciais centradas no Mediterrâneo alcançaram regiões orientais ainda mais distantes.

Fotografia. Detalhe de desenhos esculpidos em alto-relevo. Estão divididos em duas linhas horizontais. Na linha superior, da esquerda para a direita, há dois homens conduzindo um touro, um homem com um escudo redondo, seguido de dois homens com lanças, uma árvore e mais dois homens. Na linha inferior, três homens com objetos nas mãos, um homem com um bastão, um camelo, uma árvore e mais dois homens.
Detalhe de escadaria no sítio arqueológico de Persépolis, no Irã. Foto de 2016.
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Nas escadarias em Persépolis foram esculpidas imagens de delegações das províncias que compunham o império, oferecendo presentes e tributos de suas regiões ao imperador, como manifestação de lealdade. Nessa imagem, são representados diversos povos pagando tributos aos persas com camelos, touros, vasos, copos, tecidos etcétera Essa é uma evidência do intenso intercâmbio comercial e cultural que existia na Antiguidade.

O zoroastrismo

Diferentemente dos povos vizinhos, que eram politeístas, os persas desenvolveram uma religião que pode ser considerada dualista (com dois deuses): o zoroastrismo.

Eles acreditavam que a doutrina foi revelada pelo profeta Zoroastro. De acordo com essa doutrina, Ormuz (ou Ahura-Mazda) era uma divindade que representava o bem, enquanto Arimã simbolizava o mal. A batalha entre o bem e o mal duraria até o Juízo Final, quando Ormuz finalmente venceria Arimã.

Uma das características do zoroastrismo era a igualdade entre mulheres e homens. Inscrições em tabletes encontrados em Persépolis revelaram que as mulheres podiam realizar os mesmos trabalhos que os homens, conquistar independência econômica e ter um lugar de destaque na sociedade persa.

Algumas mulheres não se casavam ou não tinham filhos, e isso não era visto como um problema. No entanto, como nas demais sociedades patriarcais antigas, na persa, na maioria das vezes, os homens ocupavam posições mais altas do que as mulheres.

Agora é com você!

Responda no caderno.

  1. Identifique algumas estratégias adotadas pela Pérsia para lidar com os povos conquistados que contribuíram para torná-la um império multicultural.
  2. Descreva a situação das mulheres na sociedade persa.

A China antiga: o Império do Meio

Você se lembra de estudar que as primeiras civilizações que se desenvolveram na Mesopotâmia e no Egito se estabelecerem perto de rios? O mesmo ocorreu na China.

Muitas das primeiras comunidades chinesas formaram-se ao longo da bacia do Rio Amarelo, pois o acúmulo de uma poeira amarelada em suas margens deixava o solo fértil para cultivo, principalmente do arroz.

Na região em que a civilização chinesa se desenvolveu havia grandes barreiras naturais, como o Deserto de Gobi e as montanhas da Cordilheira do Himalaia. Apesar de dificultar o acesso, elas não impediram os contatos dos chineses com povos de outras regiões. O chá, por exemplo, depois de ser desenvolvido na China, foi difundido por toda a Ásia, o que também aconteceu com uma série de outros produtos e de ideias.

Muitas tecnologias e objetos criados pelos chineses são utilizados ainda hoje: o macarrão, o papel, a porcelana, a pólvora e o sistema de imprensa, por exemplo.

Fotografia. Vista aérea de um rio de cor barrenta com plantações nas duas margens.
Rio Amarelo (ruãng rô, em chinês) próximo a binzou, na província de Shandong, leste da China. Foto de 2021.

Dica

Livro

O nascimento do dragão, de uãng fei e mérrí sêliê, com ilustrações de Cáterrine luí. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2010.

Nesse livro é narrada a lenda do nascimento do dragão, animal fabuloso que o primeiro imperador chinês – quín xí ruãngdí associou a sua imagem. O dragão representa a realeza e a fôrça da China e, atualmente, é um dos principais símbolos do país, sendo celebrado nos festejos do ano-novo.

As primeiras dinastias

Os chineses baseiam sua história em uma sequência de dinastias que se sucederam no poder por praticamente 3 mil anos. A primeira dinastia da qual foram encontrados vestígios foi a Shang, que governou a China por volta do século dezessete antes de Cristo Há menções a dinastias anteriores, como a xia, mas sem registros de sua existência.

A dinastia Shang

Após dominar o território ao longo do Rio Amarelo, os imperadores da dinastia Shang iniciaram a construção de muralhas para se proteger de invasões, o que seria retomado por governantes de outras dinastias.

Além disso, durante o período Shang foram desenvolvidos os ideogramasglossário chineses mais antigos já descobertos, com cêrca de 3 mil anos. Talvez eles sejam baseados em um sistema ainda mais antigo, mas até hoje não encontrado. Esses ideogramas eram gravados em cascos de tartaruga e ossos de outros animais e empregados em práticas de adivinhação.

Assim como no Egito e na Mesopotâmia, na China a escrita foi fundamental para a organização do Estado. A caligrafia era tão importante que foi transformada em arte, e era praticada com empenho até pelos imperadores.

Fotografia. A parte de baixo de um casco de tartaruga de formato ovalado com inscrições.
Casco de tartaruga com gravação de ideogramas chineses produzida durante a dinastia Shang, em cêrca de 1200 antes de Cristo
Ilustração. Pergaminho com rolo em cima e em baixo e desenhos no centro. Na vertical, os desenhos de montanha, fogueira, nuvem com chuva, olho e árvore. Na horizontal, cada um desses desenhos apresenta uma progressão de traços até chegar aos ideogramas chineses correspondentes.
Ilustração atual representando a formação de ideogramas chineses.

Fonte: MATIUSSO, C. Fazendo girar as engrenagens da escrita. Instituto Confúcio na Unésp, 22 abril 2020. Disponível em: https://oeds.link/ONLqtS. Acesso em: 13 janeiro 2022.

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Os cascos ou ossos eram limpos e polidos. Em seguida, os ideogramas eram gravados. Depois, eram jogados ao fogo e os sacerdotes tentavam prever o futuro com base nas mudanças provocadas nesses materiais pela queima e pela quebra dos ideogramas.

Os símbolos da escrita chinesa foram derivados de elementos concretos, usados para comunicar uma ideia ou um conceito. Os ideogramas passaram por transformações ao longo do tempo, tornando-se bem diferentes dos elementos dos quais se originaram.

A dinastia xou

A dinastia Shang terminou durante o século doze antes de Cristo, quando os xou (ou djou) assumiram o poder e permaneceram no governo até 221 antes de Cristo Nesse período, foi divulgada a ideia de que o imperador era filho do céu e, portanto, sua legitimidade era garantida por direito divino. Apesar desse título, o imperador chinês não era considerado um deus, como o faraó no Egito.

Durante o governo da dinastia xou, fortaleceu-se uma corrente filosófica baseada no respeito à tradição e na veneração aos antepassados. Por ter sido desenvolvida por Confúcio, recebeu o nome confucionismo.

De acordo com esse sistema de pensamento, cada pessoa tinha um lugar no mundo e devia respeitar quem estivesse em uma posição superior (os filhos deviam respeitar os pais, os jovens deviam respeitar os idosos etcétera).

Além disso, conforme o confucionismo, a estrutura familiar devia ser preservada por meio da obediência e do respeito à tradição. Assim, reforçou-se a ideia de que as mulheres deviam obedecer à autoridade masculina e, de modo geral, seu papel acabou se fixando ao ambiente doméstico. Essa ideia favorecia também a obediência ao governante.

No século ih, desenvolveu-se o pensamento budista, que favoreceu a valorização feminina, pois essa corrente de pensamento defendia a igualdade entre mulheres e homens. Aceitavam-se mulheres nos templos budistas, por exemplo.

Reinos combatentes

O poder da dinastia xou foi diminuindo, pois os imperadores não conseguiram controlar os nobres de diferentes territórios. Aos poucos, o império foi se fragmentando até dar origem a sete Estados que não reconheciam mais a autoridade imperial.

Essa fase da história chinesa ficou conhecida como período dos reinos combatentes, pois os Estados fragmentados passaram a travar guerras uns com os outros.

A fragmentação durou até o século três antes de Cristo, quando tchin shi uândi, governante do Reino tchin, dominou os outros seis reinos, tornando-se imperador chinês.

Fotografia. Esculturas de barro enfileiradas representando homens com traços orientais e coques nos cabelos.
Guerreiros de terracota no mausoléu do primeiro imperador tchin, localizado em Xian. Foto de 2021.
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tchin shi uândi mandou construir em seu mausoléu um exército de milhares de soldados de terracota (um tipo de cerâmica feita de argila) para cuidar da proteção de seu corpo após a morte. Praticamente todas as esculturas foram elaboradas em tamanho real e com tal detalhamento que o rosto dos soldados tem características de diferentes etnias.

O governo tchin

No período de seu governo, entre 221 antes de Cristo e 210 antes de Cristo, quín xí ruãngdí implementou várias medidas. Uma delas foi a construção de obras para facilitar a comunicação e o trânsito, como estradas e canais de navegação.

Ele também adotou uma padronização de pesos e medidas e criou uma moeda e um conjunto de leis válidos para todo o império.

tchin shi uândi idealizou a construção de obras grandiosas. Uma delas foi a Muralha da China, o monumento mais extenso do planeta, com mais de 20 mil quilômetros de extensão.

A construção da muralha foi iniciada no século três antes de Cristo, mas demorou milhares de anos para ser concluída. O último trecho foi construído no século dezessete.

Apesar dessa enorme fortificação, povos estrangeiros, como os mongóis, invadiram e dominaram a China entre os séculos treze e catorze, até serem expulsos por rông uú, primeiro imperador da dinastia Ming.

Fotografia. Folhas de papel com ideogramas chineses.
Cartas escritas durante o governo tchin expostas em Xiaogan, China. Foto de 2015.
Fotografia. Vista de uma grande muralha, composta de corredores largos, muros altos e torres de vigilância. Há muitos turistas caminhando na extensão da muralha. Ao fundo, montanhas e o céu azul.
Trecho da Muralha da China construído durante a dinastia Ming, entre os séculos quinze e dezessete, próximo à cidade de Pequim. Foto de 2021.

Agora é com você!

Responda no caderno.

  1. Explique a relevância da escrita na China antiga.
  2. Por que a adoção do budismo ajudou a valorizar o papel social das mulheres na China antiga?

Versões em diálogo

Leia os textos para responder às questões propostas.

TEXTO 1

“A agricultura sedentária e a urbanização promoveram a produção excedente e a especialização, instituindo o mercado. Além disso, as práticas mesmas da agricultura e da vida sedentária eram em si fórmas transmissíveis de cultura reticências. Descobertas arqueológicas de produtos oriundos de diferentes ecossistemas nos assentamentos de comunidades de exploração agrícola pré-históricas sugerem reticências que os descobridores estiveram supostamente em ação, mesmo que continue sendo impossível reconstruir as rotas e a natureza de tal comércio.”

MALERBA, J. Conquistadores peregrinos: sinopse da história global da exploração da Terra, por Fernãndes Arnésto. Estudos Ibero-Americanos, volume 35, número 2, página 166-171, julho/dezembro 2009. página 168.

TEXTO 2

reticências novos detalhes sobre a dieta de povos antigos do Mediterrâneo que podem mudar tudo que os estudiosos sabiam sobre o tema até então.

Através da placa dentária de 16 esqueletos, pesquisadores conseguiram definir que há, pelo menos, .3700 anos as pessoas já comiam alimentos cultivados no sul da Ásia, tais como: banana, soja, açafrão e gergelim. A análise muda o que era definido anteriormente, de que o comércio asiático na região teria iniciado no primeiro século Depois de Cristo reticências

[o estudioso fílip stócãmer] acrescentou que é preciso se livrar da ‘suposição de que as pessoas no passado só comiam o que crescia em seus arredores imediatos’.

O estudo ainda sugere que os hábitos alimentares indicam um forte sistema de globalizaçãoglossário e importação de produtos, que já aconteciam há quase quatro mil anos.”

SOUSA, A. Estudo sugere que há quase 4 mil anos povos do Mediterrâneo tinham uma dieta muito mais diversificada do que pensávamos. Aventuras na História, 23 dezembro 2020. Disponível em: https://oeds.link/JahEqc. Acesso em: 12 janeiro 2022.

Responda no caderno.

  1. Qual é o tema abordado nos textos?
  2. Os textos apresentam informações complementares ou divergentes sobre esse tema? Justifique.
  3. Que evidências sugerem que o contato entre povos da região do Mediterrâneo e do Leste Asiático começou antes do que se imaginava?

Atividades

Responda no caderno.

Organize suas ideias

  1. No caderno, associe os fatos a seguir aos fenícios, aos persas ou aos chineses.
    1. Desenvolvimento do alfabeto fonético.
    2. Desenvolvimento agrícola no vale do Rio Amarelo.
    3. Tolerância com os povos conquistados em um império multicultural.

Aprofundando

2. A peça da imagem a seguir foi encontrada perto do Rio Oxus, na fronteira entre o Afeganistão e o Tadjiquistão. Analise-a, leia o texto citado e depois faça o que se pede.

Fotografia. Escultura de ouro de uma carruagem com dois homens dentro, um que segura as rédeas e veste apenas um pano amarrado à cintura, e outro vestido com um manto com vários adornos, sendo puxada por quatro cavalos.
Carruagem de Oxus, peça de ouro produzida entre 500 antes de Cristo e 300 antes de Cristo no Império Persa.

“Embora ela tenha sido encontrada na fronteira oriental, perto do Afeganistão, o trabalho em metal indica que deve ter sido feita na Pérsia central. O condutor e seu passageiro usam o traje dos medos, um povo antigo que viveu no noroeste do que hoje é o Irã, e na frente da carruagem, em destaque, encontramos a cabeça do deus egípcio Bês. reticências.

Mas o que significa um deus egípcio protegendo um persa na fronteira do Afeganistão? Trata-se de uma demonstração perfeita da impressionante capacidade do Império Persa de tolerar religiões diferentes e, às vezes, de fato adotar as dos povos conquistados. Esse império singularglossário e inclusivo também não via nada de errado em usar línguas estrangeiras para proclamações oficiais.

reticências

A abordagem multicultural e multirreligiosa representada pela nossa pequena carruagem criou um sistema imperial flexível que durou mais de duzentos anos quando combinada ao poder militar bem organizado.”

mécgrégor, N. A história do mundo em 100 objetos. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2013. página 202-203.

  1. Descreva os elementos que compõem a Carruagem de Oxus, destacando aqueles associados a culturas que não faziam parte do Império Persa.
  2. Por que, com base na Carruagem de Oxus, é possível deduzir que uma das características do Império Persa foi a tolerância?
  3. De acordo com o texto, além da tolerância cultural e religiosa, outro elemento garantiu aos persas o contrôle sobre os povos do império. Identifique-o e explique por que ele não contradiz o fato de esse império ter sido tolerante com outros povos sob seu domínio.

3. Leia o texto e responda às questões.

“As tribos [inimigas] iúng e Ti da Antiguidade agora participam do Império do Meio; os homens nus da Antiguidade estão agora vestidos com roupas da corte; os de cabeça descoberta da Antiguidade estão agora enchapeladosglossário com bonés enfeitados e os descalços da Antiguidade estão agora calçados com chinelos.”

xáfer, E. China antiga. Rio de Janeiro: José Olympio, 1973. página 85-86.

  1. De acordo com o texto, como eram as tribos iúng e Ti antes de fazerem parte do Império do Meio (China)?
  2. Em sua opinião, o autor do texto tinha uma visão favorável a esses grupos? Justifique.

4. Analise o texto e depois faça o que se pede.

“Em países como China, Japão ou Tailândia, o arroz tem sido parte da agricultura tradicional. O cultivo do arroz exige um trabalho intenso e requer o dobro do tempo de produção que o trigo. Necessita também que se construam e gerenciem redes de canais e tubulações que levam água da casa das famílias dos agricultores até os campos de arroz para inundá-los. Os cultivadores de arroz precisam coordenar as inundações dos campos, trocar e compartilhar a água, construir diques e canais que necessitam de constante manutenção. Esses fatores promovem a dependência dos agricultores entre si, já que todos precisam trabalhar em conjunto para a manutenção dessa estrutura produtiva.”

saêns, S. El trigo y el arroz: dos creadores de diferencias culturales. Iceberg Cultural Intelligence, 14 junho 2014. Disponível em: https://oeds.link/vGDLD1. Acesso em: 12 janeiro 2022. Tradução nossa.

  1. No capítulo 5, você conheceu a ideia de que o Egito seria uma dádiva do Nilo. Depois de ler o texto citado, é correto dizer que o arroz é uma dádiva do Rio Amarelo? Justifique.
  2. Como o cultivo de arroz contribuiu para a formação de laços entre seus produtores?
  3. Qual é a relação entre o desenvolvimento da agricultura e a formação de Estados como o chinês ou o egípcio?
  4. Usando as respostas das questões anteriores como apoio, faça uma redação – texto dissertativo – sobre as alterações na natureza provocadas pelas atividades humanas.

Glossário

Ideograma
: símbolo utilizado para representar objeto ou ideia, e não som, como no alfabeto fonético.
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Globalização
: processo de integração por meio de contatos comerciais, culturais, econômicos e tecnológicos em nível global.
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Singular
: único, diferente, especial.
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Enchapelar
: colocar o chapéu.
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