UNIDADE 2 MODERNIDADE E MUNDIALIZAÇÃO
A história e você: contrôle financeiro e orçamento familiar
Nesta unidade, você estudará o processo de mundialização ocorrido na Idade Moderna. Ao descobrir novas rotas para as Índias, colonizar a América e ocupar o litoral da África para traficar pessoas para escravização, os europeus conectaram diferentes regiões do planeta.
Essa conexão tinha como base um sistema econômico denominado mercantilismo (o termo mercantil refere-se ao comércio), que foi dominante na Europa entre os séculos quinze e dezoito. As atividades dos países que adotavam esse sistema eram o comércio internacional, a escravização de pessoas e a acumulação de riquezas.
Boa parte dos países mercantilistas era governada por reis conhecidos como absolutistas, pois detinham todo o poder. Eles interferiam na economia para incentivar as exportações e diminuir as importações do reino, acumulando a diferença entre os ganhos e os gastos.
A noção de poupança foi uma novidade da modernidade. Sociedades anteriores, como a feudal, na Idade Média, produziam apenas o necessário para sobreviver. Quando havia excedentes, eram usados em trocas ou como provisão para o futuro, e não para enriquecer. Já nas sociedades modernas, acumular passou a ser quase um dever.
Assim como os reinos mercantilistas, os indivíduos modernos também começaram a juntar riquezas. O hábito de poupar, incomum na Idade Média, tornou-se fundamental na modernidade.
Na sociedade capitalista de hoje, a poupança é bastante valorizada. Mas será que as pessoas costumam poupar? Como uma família organiza seus ganhos, os gastos pessoais e os da casa?
Respostas e comentários
Bê êne cê cê
Na abertura da unidade, o mercantilismo dos séculos quinze a dezoito é relacionado ao capitalismo atual. A noção de poupança é historicizada, mostrando sua vinculação ao mundo moderno. A atividade de produção de um vídeo sobre orçamento familiar, por sua vez, envolve a relação da história com conceitos básicos de economia e finanças, contribuindo para o desenvolvimento das Competências Gerais da Educação Básica nº 2, nº 4 e nº 5, das Competências Específicas de Ciências Humanas nº 2 e nº 3 e da Competência Específica de História nº 7.
Abertura de unidade
Essa unidade abarca os capítulos 4 (“O Antigo Regime”), 5 (“A conquista da América e a mundialização da economia”) e 6 (“A colonização da América espanhola”) do volume.
O tema da atividade inicial é contrôle financeiro e orçamento familiar. Ele é relacionado ao princípio mercantilista da balança comercial favorável, que será apresentado no capítulo 4.
Interdisciplinaridade
Por envolver cálculos de porcentagem, a atividade contribui para o desenvolvimento da habilidade do componente curricular matemática ê éfe zero seis ême ah um três – “Resolver e elaborar problemas que envolvam porcentagens, com base na ideia de proporcionalidade, sem fazer uso da ‘regra de três’, utilizando estratégias pessoais, cálculo mental e calculadora, em contextos de educação financeira, entre outros”. A edição do vídeo mobiliza a habilidade do componente curricular língua portuguesa ê éfe seis nove éle pê zero oito – “Revisar/editar o texto produzido – notícia, reportagem, resenha, artigo de opinião, dentre outros –, tendo em vista sua adequação ao contexto de produção, a mídia em questão, características do gênero, aspectos relativos à textualidade, a relação entre as diferentes semioses, a formatação e uso adequado das ferramentas de edição (de texto, foto, áudio e vídeo, dependendo do caso) e adequação à norma culta”.
Tema Contemporâneo Transversal
Ao propor uma pesquisa sobre orçamento familiar, a atividade da abertura contribui para o desenvolvimento do Tema Contemporâneo Transversal Educação financeira.
O orçamento familiar é uma estimativa feita para ajudar no planejamento financeiro de uma família. Consiste no registro de todos os ganhos e despesas, a fim de controlar as contas e fazer melhor proveito do dinheiro. Você e seus colegas produzirão um vídeo sobre o assunto considerando as orientações a seguir.
Organizar
- Em casa, pesquise as receitas e as despesas de sua família. As receitas são os ganhos, ou seja, tudo que os membros da família recebem no mês (salários, pensões etcétera). As despesas são os gastos mensais da família com moradia (aluguel, condomínio, luz, água, impostos etcétera), alimentação, transporte, saúde, lazer e outros.
- Calcule a porcentagem de gasto de cada categoria (moradia, alimentação etcétera) em relação à receita familiar.
- Na sala de aula, forme um grupo com quatro colegas.
- Conversem sobre qual categoria de despesa consome o maior percentual das receitas das famílias e as estratégias que podem ajudar a diminuir os gastos.
Produzir
- Mostre a um familiar as porcentagens que você calculou, pergunte se ele as conhecia e se a informação contribui para pensar o orçamento. Grave essa conversa com um celular ou uma câmera ou anote as respostas.
- Junto dos colegas de grupo, escrevam um texto de abertura para o vídeo, explicando a importância de se pensar o orçamento familiar.
- Depois, redijam um texto apontando as informações reunidas pelo grupo nas conversas com os familiares e sugestões para favorecer o planejamento do orçamento. Esse texto também entrará no vídeo.
- Gravem o vídeo, usando o texto de abertura e o principal. Um ou mais membros do grupo podem aparecer no vídeo. Depois, editem esse material juntando a ele, caso tenha sido gravado e autorizado o uso, a entrevista com os familiares de vocês.
Compartilhar
- No dia combinado com o professor, apresentem o vídeo aos demais colegas.
- Após a apresentação, conversem coletivamente em sala sobre os vídeos produzidos.
Respostas e comentários
Atividade
Para facilitar a coleta de dados sobre as despesas domésticas, oriente os estudantes a guardar os tíquetes e cupons fiscais dos gastos da família. Tal solicitação deve ser feita pelo menos trinta dias antes do início da atividade para que os estudantes calculem os percentuais dos gastos de um mês, considerando as categorias: moradia, alimentação, transporte, saúde, lazer etcétera Caso algum estudante more em abrigo, peça-lhe que faça um levantamento das receitas e despesas da instituição de acolhimento, fornecidas pelos mantenedores.
Reserve duas aulas para a realização da primeira parte da atividade. Na primeira aula, defina orçamento familiar, balança comercial e balança orçamentária, organize grupos e apresente a pesquisa. Mostre à turma um orçamento familiar fictício, explicando o cálculo da porcentagem de cada gasto. Se necessário, peça ajuda ao professor de matemática.
Na aula seguinte, corrija os cálculos feitos pelos estudantes em casa e, então, peça-lhes que se reúnam em grupos para discutir os percentuais obtidos. Lembre-os de que salários são informações confidenciais e não devem ser divulgadas; por isso, a discussão deve basear-se em porcentagens. Ao final da aula, peça aos grupos que compartilhem os resultados e as estratégias formuladas para otimizar o orçamento familiar. Ressalte a utilidade de atitudes simples para a economia doméstica. Por fim, oriente-os a fazer as entrevistas como tarefa de casa.
Reserve ao menos uma aula para a realização da segunda etapa da atividade. Nessa aula devem ser produzidos e revisados os textos do vídeo. Oriente os estudantes a realizar a edição do vídeo em casa ou, se possível, na aula de informática. Há na internet diversos editores gratuitos, que podem ser utilizados para a edição final.
Caso os estudantes não disponham de equipamentos para a gravação dos vídeos, peça-lhes que façam uma reportagem escrita e a divulguem em meio impresso ou digital. Os grupos podem encenar as reportagens em sala de aula, misturando elementos de teatro e jornalismo.
Agende uma data para a exibição dos vídeos, que pode ser compartilhada com outras turmas. Ao final, organize uma roda de conversa sobre os recursos utilizados pelos grupos na produção dos vídeos, as dificuldades que enfrentaram e os aprendizados que tiveram.
CAPÍTULO 4 O Antigo Regime
Nos contos de fadas, séries e filmes, é comum a representação idealizada de príncipes e princesas vivendo em castelos europeus. Essas histórias remetem a um período em que, na maioria dos países da Europa, a fórma de governo adotada era a monarquia.
Neste capítulo, você estudará as monarquias europeias e compreenderá que algumas delas, como a da Inglaterra, permanecem vigentes até hoje. Além disso, perceberá que nem todas são iguais: as monarquias podem ser absolutistas, constitucionais e parlamentaristas, como a do Canadá.
Responda oralmente.
- Quais são as principais figuras sociais que caracterizam uma monarquia?
- Em sua opinião, por que a monarquia europeia é idealizada em filmes e séries até hoje?
- O que você pensa sobre a influência desses filmes na cultura e no pensamento do povo brasileiro?
Respostas e comentários
Abertura
Na abertura, é reproduzida uma fotografia de uma cena do filme estadunidense A princesa e a plebeia: uma nova aventura, com a temática da monarquia na Europa. Na cena, são representadas a princesa, trajada com vestido de luxo, e as damas de companhia, que a auxiliam. Com base nessa imagem, problematiza-se a idealização desse sistema político em produções culturais contemporâneas.
Atividades
1. O rei ou a rainha, figuras centralizadoras com poderes e privilégios.
2. Idealizar significa imaginar algo de maneira perfeita. É possível promover um debate sobre a exploração pela indústria do entretenimento dos sonhos e desejos envolvidos nas narrativas a respeito das monarquias. O enfoque da indústria cultural sobre a Europa se relaciona à presença e aos vestígios das monarquias europeias em diferentes períodos históricos e, ao mesmo tempo, a um pensamento eurocêntrico presente nas sociedades ocidentais atuais.
3. Entre outras possibilidades, os estudantes podem considerar que essas produções culturais podem acabar valorizando o poder material e político hereditário, a ostentação e o suposto direito a privilégios sociais e políticos. Isso vai ao encontro das necessidades da população brasileira, até hoje afetada por fórmas de governo que mantêm privilégios. Tal valorização pode reforçar a ideia de superioridade de determinadas camadas sociais sobre outras; na estrutura social brasileira, um exemplo disso seria a reafirmação de uma falsa superioridade de pessoas brancas sobre indígenas e negras, uma das evidências do que se chama racismo estrutural.
• É importante notar a longa duração das lógicas do Antigo Regime e do absolutismo como governos autocráticos: a Rússia dos romanóv, derrubada pela Revolução de 1917, assentava-se sobre princípios absolutistas. No contexto da independência brasileira, quando se discutiu a qualidade da monarquia instalada, havia grupos que defendiam a manutenção de princípios absolutistas contra as ideias de uma monarquia constitucional de caráter liberal.
O absolutismo
O absolutismo é uma fórma de organizar o poder na qual o monarca tem domínio absoluto e inquestionável sobre o território que governa. Nas monarquias absolutistas, como as da Europa entre os séculos quinze e dezoito, acreditava-se que o rei governava por vontade divina e seus súditos ou vassalos deviam ser submissos a ele.
Essa fórma de organizar o governo estava intimamente ligada à consolidação das monarquias nacionais, que você estudou no capítulo 1. Para concentrar o poder, um monarca absolutista precisava negociar com muita gente, aliar-se a pessoas poderosas, controlar inimigos, premiar aliados e súditos fiéis e manter boa relação com a Igreja. Também era fundamental distribuir porções desse poder na fórma de favores, isenção de impostos e monopóliosglossário , entre outros benefícios.
Maquiavel e o príncipe
Vários estudiosos buscaram definir o modo de governar um Estado e garantir o poder. Um dos primeiros e mais influentes textos sobre isso foi escrito pelo humanista florentino Nicolau Maquiavel, sob o mecenato da poderosa família Médici.
Em sua obra O príncipe, de 1513, Maquiavel demonstrou o que um governante deveria fazer para manter o poder sobre seu reino. Para ele, a virtude de um governante estava em sua capacidade de conservar sua estabilidade no poder e, com isso, garantir a estabilidade do Estado, mesmo que tivesse de recorrer a alianças e ações consideradas imorais.
Imagens em contexto!
O Palácio de Versalhes é considerado um símbolo do absolutismo. A construção, que servia como pavilhão de caça de Luís treze, passou por uma série de reformas durante o reinado de seu filho, Luís catorze, que ampliou o palácio, incluindo luxuosos jardins. Em 1682, Luís catorze se mudou para lá com a côrte real.
Respostas e comentários
Objetivos do capítulo
• Analisar a consolidação do absolutismo, suas características culturais, econômicas e os diversos pensadores que legitimaram teoricamente o sistema.
• Caracterizar a sociedade do Antigo Regime e seu complexo mecanismo de poder.
• Apresentar o absolutismo francês, sua estruturação, suas práticas culturais e sua importância.
• Apresentar o absolutismo inglês, pontuando os diversos conflitos de poder ocorridos, ressaltando a importância das ações da rainha Elizabeth I para a estabilidade do reino.
Justificativa
Os objetivos elencados ampliam a compreensão acerca das relações entre poder político e práticas culturais e econômicas. Colaboram, portanto, para entender a história como processo complexo no qual aspectos distintos da vida social se integram. Os conceitos históricos a serem aprendidos – absolutismo, Antigo Regime etcétera – complexificam as compreensões já conquistadas sobre a noção de Estado, bem como o que os estudantes já devem saber acerca das formações sociais, suas estruturas, hierarquias e modos de legitimação, como as ideias e ideologias políticas.
Bê êne cê cê
Ao tratar das ideias que sustentaram o absolutismo, o conteúdo do capítulo contribui para o desenvolvimento da habilidade ê éfe zero sete agá ih zero sete.
• A análise da imagem de Versalhes é um bom exercício para refletir sobre a relação entre arquitetura e poder político. Embora os estudantes sejam muito jovens e suas experiências sociais muito variadas regionalmente, podem, por meio do estabelecimento dessas relações, perceber o caráter histórico do ambiente construído. Mesmo em uma pequena cidade, os poderes se materializam em construções mais destacadas: os edifícios da prefeitura, do fórum local, da matriz católica e de outras igrejas. Na foto do Palácio de Versalhes, é possível notar que o poder absolutista se expressa na simetria dos jardins rigorosamente ordenados.
Pensamento de Maquiavel
Por afirmar que um príncipe poderoso devia fazer qualquer coisa para evitar a instabilidade de seu governo, Maquiavel teve seu nome associado a um adjetivo para qualificar um indivíduo astuto, que age sempre para tirar vantagem: maquiavélico. Além disso, o livro O príncipe, muitas vezes, foi resumido pela frase “os fins justificam os meios”. Essa frase não faz parte da obra de Maquiavel, mas ajuda a entender a ideia de que, para manter-se no poder, um governante poderia usar a fôrça e fazer acordos veladosglossário .
A ideia básica de Maquiavel, nessa obra, era a de que haveria um jogo entre ser e parecer. Um governante que fosse sempre bom poderia ser derrubado por outro que agisse de fórma suja, mas eficaz. Logo, era melhor parecer bom e ser eficaz, mesmo que, para isso, se comportasse de maneira imoral.
Além disso, ele propôs um jogo de oposição entre amor e medo: se um rei fosse sempre amado, teria estabilidade e, portanto, conservaria seu poder e seu projeto de governo. Entretanto, se para manter o poder fosse necessário usar a fôrça, o governante deveria fazer isso. Entre ser amado e parecer frágil e ser temido e apresentar-se como forte, o governante deveria escolher a segunda opção, mas precisaria saber que, se mantivesse o medo por muito tempo, poderia sofrer um golpe de Estado.
Antes de Maquiavel escrever O príncipe, os textos com instruções de governo eram marcados por conselhos fundamentados em virtudes cristãs, como paciência, equilíbrio, bondade e humildade. Por isso, a obra, que pregava uma moralidade menos virtuosa, foi considerada escandalosa. Mas era inegável que ela descrevia um tipo de governante poderoso, eficaz e amoralglossário que se estabelecia na Europa.
Imagens em contexto!
A estátua representa a deusa Fortuna, que aparece na obra de Maquiavel como símbolo da sorte e do acaso. Se um governante contasse apenas com a Fortuna, precisaria ter sorte para manter-se no poder. Diante desse perigo, deveria ter também a virtù, um conjunto de habilidades para lidar com as dificuldades.
Respostas e comentários
Bê êne cê cê
Ao sugerir reflexões sobre as fórmas de organização e justificação do poder monárquico, o conteúdo mobiliza a Competência Específica de História nº 1.
• A visibilidade do poder absolutista era fundamental para assegurar a centralidade da monarquia e do próprio monarca na vida política. Portanto, da pintura dos quadros à construção dos palácios, passando pelas cerimônias reais, todas as estratégias disponíveis eram empregadas para que o rei ou a rainha fossem vistos e reconhecidos. Assim, com base na teoria de Maquiavel, procuravam-se estabelecer fórmas racionais de compreender e de exercer a organização do poder, além de apelar aos sentimentos e aos sentidos. Por isso, nas cerimônias e na simbologia monárquicas, a ordem absolutista mobilizou também sentimentos que precisavam ser materializados de alguma fórma. Converse com os estudantes sobre o modo como a materialização do poder se realiza nos dias atuais.
Ampliando
Leia a seguir trechos de O príncipe que ajudam a entender o pensamento de Maquiavel acerca das alianças entre os nobres e as virtudes necessárias ao príncipe.
“reticências um príncipe não pode jamais proteger-se contra a inimizade do povo, porque são muitos; reticências pode-se garantir contra os grandes porque são poucos. O pior que um príncipe pode esperar de um povo hostil é ser abandonado por ele; mas dos grandes reticências deve temer reticênciasser abandonado reticências [e] que o ataque, porque, tendo mais visão e astúcia, precaveem-se sempre a tempo de se salvar reticências
reticências Não sendo isso inteiramente possível reticências [ter todas as qualidades consideradas boas,] necessita ser suficientemente prudente para evitar a infâmia daqueles vícios que lhe tirariam o estado e guardar-se reticências daqueles que lhe fariam perdê-lo; se não o conseguir reticências poderá, sem grande preocupação, deixar estar.
Também não deverá importar-se de incorrer na infâmia dos vícios sem os quais lhe seria difícil conservar o estado porque, considerando tudo muito bem, se encontrará alguma coisa que parecerá virtù e, sendo praticada, levaria à ruína; enquanto uma outra que parecerá vício, quem a praticar poderá alcançar segurança e bem-estar”.
MAQUIAVEL, N. O príncipe. São Paulo: Martins Fontes, 1996. página 44, 74.
O mercantilismo
Mercantilismo é o termo utilizado para denominar as ações econômicas das monarquias europeias entre os séculos quinze e dezoito, antes do início da chamada Revolução Industrial.
Essas ações caracterizaram a primeira fase do sistema capitalista. O capitalismo é uma fórma de organização econômica em que se busca o lucro, a acumulação de bens e de dinheiro (capital), e no qual predomina a propriedade privada. Esse sistema não nasceu pronto e, como toda invenção humana, está em constante transformação. Além disso, não se restringe à economia, mas envolve valores sociais e políticos.
O termo mercantilismo foi empregado pela primeira vez no século dezenove, por economistas que estudavam o passado do capitalismo. Para alguns historiadores, não havia regras econômicas que todas as nações deviam seguir, mas um conjunto de práticas marcadas pela interferência do Estado na economia para garantir os interesses de alguns grupos.
As práticas mercantilistas baseavam-se no metalismo, no protecionismo e na balança comercial favorável. Esses três elementos estavam interligados e favoreciam os burgueses responsáveis pelas manufaturas, os mercadores e os reis. A aliança com os setores relacionados ao comércio e à produção garantia receitasglossário ao monarca, na fórma do pagamento de impostos.
Imagens em contexto!
Durante o mercantilismo, foram criadas companhias oficiais de comércio, como a Companhia das Índias Ocidentais dos Países Baixos. Como havia muitas embarcações que transportavam mercadorias de alto valor, os casos de pirataria eram frequentes e, muitas vezes, acobertados por alguns governos, como o inglês.
Respostas e comentários
Bê êne cê cê
Ao apresentar o conceito de mercantilismo relacionado ao capitalismo, o conteúdo contribui para o desenvolvimento da habilidade ê éfe zero sete agá ih um sete.
• O boxe “Imagens em contexto!” apresenta informações sobre o reconhecimento da pirataria como ação legitimada por certos governos. Alguns piratas tornaram-se corsários a serviço dos Estados monárquicos. A atividade de corso era parte do sistema econômico atlântico e consistia no apresamento de navios de nações inimigas por navegadores experientes que detinham uma carta de corso ou carta de marca. A atividade de corso integrava a disputa colonial entre os Estados monárquicos europeus. Essa disputa também foi atravessada pelas guerras de religião estudadas no capítulo anterior. Pode-se dizer, portanto, que os conflitos entre os Estados em formação assumiam fórmas muito diversas.
Ampliando
O texto a seguir trata da pirataria.
“A história da pirataria não é pródiga em fontes primárias. Poucos registros de bordo sobreviveram; alguns corsários publicaram o relato de suas ‘aventuras’. O grosso das fontes vem de autoridades espanholas reportando as ações que sofriam ou de crônicas religiosas reticências
Curiosamente há muita literatura sobre o assunto escrita do século dezessete em diante. Da soma da escassez de fontes e das páginas produzidas posteriormente sobre essas navegações, podemos saber que os homens que se lançavam ao corso e à pirataria tinham as mais variadas origens. reticências Alguns poucos, como o aristocrata jean destrrê, reticências comandante das frotas do Poente de Luís catorze, eram nobres de primeiro escalão. reticências Mas a maioria, sem dúvida, era de baixa nobreza ou de origem não nobre, valendo-se do corso para adquirir títulos de nobreza, como no caso de Uálter Rálei. reticências A massa de marujos que servia aos seus comandos era composta por um sem-número de pobres, aprisionados por leis de recrutamento forçado de indigentes, servos vendidos ou contratados em condições questionáveis.”
FERNANDES, L. E. de O. Hereges nos mares de Deus: a ação de corsários como episódio das guerras de religião no século dezesseis. Revista Territórios e Fronteiras, Campo Grande, volume 7, número 1, página 172-201, janeiro-junho 2014. página 184.
Metalismo
Muitos pensadores da época, como Jan Batiste Colbér (ministro do Estado e da Economia do rei Luís catorze, da França), afirmavam que a riqueza de uma nação se media por suas reservas de ouro e de prata (metais preciosos). Assim, quanto mais ouro e prata uma nação tivesse, mais rica ela seria. A prática do acúmulo de metais preciosos pelas monarquias absolutistas é denominada metalismo.
Protecionismo
Para proteger a economia de seu reino, os monarcas favoreciam a manufatura e o comércio em seus territórios em oposição aos interesses de outros reinos. A rainha Elizabeth I, da Inglaterra, por exemplo, distribuiu uma série de monopólios para as manufaturas em seu território. A produção de salitreglossário , sabão, espelhos e faiançaglossário , a fabricação de canhões e a refinação do açúcar de cana, entre outras atividades, tinham exclusividade no mercado interno, sendo, portanto, protegidas contra produtos vindos de fóra. A ideia era evitar a concorrência e favorecer a economia local. Essas medidas são denominadas protecionistas.
Balança comercial favorável
A balança comercial é o resultado da diferença entre o total de bens comprados e o de bens vendidos por uma nação no comércio internacional. Ela é favorável quando a quantidade de bens vendidos é maior que a de bens comprados.
Com base nesse princípio, os monarcas e seus ministros controlavam a economia para valorizar as exportações e desestimular as importações. O Estado impunha o pagamento de taxas sobre os produtos importados. Assim, lucrava com a importação e dificultava a venda dos produtos estrangeiros no país, protegendo a produção nacional. Na França, por exemplo, para manter a balança comercial favorável, o governo incentivava a produção de minérios no reino e diminuía a compra de produtos de luxo (como tecidos e joias) de outros países.
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Temas Contemporâneos Transversais
Ao abordar conceitos, categorias e práticas econômicas dos Estados modernos, o conteúdo mobiliza os Temas Contemporâneos Transversais Educação financeira e Educação fiscal.
• A referência utilizada sobre o pensamento de Jean-Baptiste colbér sobre o metalismo foi: sól, J. Royal Accountability: Louis XIV and the golden notebooks. In: The information master: Jean-Baptiste Colbert’s secret state intelligence system. Ann Arbor: University of Michigan Press, 2009. página 50-66.
• Chame a atenção dos estudantes para o fato de os termos balança comercial favorável, protecionismo e monopólio estarem sempre presentes nos noticiários econômicos até os dias atuais, sendo, portanto, importante compreender a profundidade histórica desses conceitos cotidianamente empregados.
A sociedade do Antigo Regime
Antigo Regime é uma expressão criada no século dezoito, quando a sociedade absolutista passou por uma grave crise e foi duramente questionada. Seus críticos defendiam seu fim e a criação de um novo regime, sem reis absolutistas. E como era essa sociedade?
A sociedade do Antigo Regime era estamental, ou seja, dividia-se em estamentos, grupos sociais separados com base em privilégios.
Nesse tipo de sociedade, a posição social das pessoas era definida pela origem, não pela riqueza material; por isso, mesmo que enriquecessem, as pessoas não iam para uma camada social superior. Havia, por exemplo, comerciantes mais ricos do que nobres, mas eles não mudavam de camada social. A única exceção eram os religiosos: as posições que eles ocupavam na Igreja não necessariamente dependiam da origem social, embora o alto clero fosse majoritariamente composto pelas elites.
Naquele período, o poder que os nobres mantinham sobre as terras antes da consolidação dos Estados nacionais foi lentamente substituído pelo poder centralizado do rei e do Estado. Para manter a centralização, o rei precisava controlar os nobres, que detinham poderes locais, impostos e exércitos. Quanto melhores fossem as alianças de um rei com os nobres locais, mais poderoso ele seria.
Imagens em contexto!
Nessa charge foram representados os estamentos: o clero, a nobreza e um terceiro grupo que incluía comerciantes, artesãos e agricultores. O terceiro grupo era o mais numeroso, e seus integrantes pagavam os impostos que sustentavam o Estado e as outras camadas sociais. Por isso, na charge, a nobreza e o clero estão representados nas costas da camponesa.
Agora é com você!
Responda no caderno.
- Quem centralizava o poder no absolutismo? Cite exemplos de ações que essa figura podia tomar para conservar o poder.
- Descreva duas ideias defendidas por Maquiavel para um governante manter-se no poder.
- Que estamentos formavam a sociedade do Antigo Regime?
- O que definia o pertencimento de uma pessoa a um estamento?
Respostas e comentários
Bê êne cê cê
Ao tratar dos limites da mobilidade social na sociedade estamental, da centralização estatal e ao analisar uma charge histórica, o conteúdo contribui com o desenvolvimento da Competência Específica de História nº 3.
Interdisciplinaridade
A observação e a leitura da charge são exercícios importantes de análise de fonte histórica. As charges podem ser utilizadas como meios de informação e possibilitam a crítica social; portanto, o exercício de analisá-las contribui para o desenvolvimento da habilidade do componente curricular de língua portuguesa ê éfe seis nove éle pê zero três – “Identificar, em notícias, o fato central, suas principais circunstâncias e eventuais decorrências; em reportagens e fotorreportagens o fato ou a temática retratada e a perspectiva de abordagem, em entrevistas os principais temas/subtemas abordados, explicações dadas ou teses defendidas em relação a esses subtemas; em tirinhas, memes, charge, a crítica, ironia ou humor presente”.
Agora é com você!
1. O monarca. Ele devia oferecer privilégios aos súditos para que continuassem a apoiá-lo, distribuir poder na fórma de favores, títulos de nobreza e isenções de impostos, e manter boa relação com as igrejas locais.
2. Maquiavel afirmava que o governante deveria recorrer a alianças e tomar atitudes para manter a estabilidade do poder. Segundo o pensador, o monarca deveria sempre parecer eficaz, mesmo que precisasse agir de fórma imoral.
3. A sociedade era composta de três estamentos: clero, a nobreza e o chamado terceiro estado, que englobava comerciantes, artesãos e agricultores.
4. O que determinava o pertencimento de uma pessoa a um estamento era a posição de nascimento, de modo que outros fatores, como a riqueza material, não modificavam essa condição.
Orientação para as atividades
As atividades propostas no boxe “Agora é com você!” requerem a identificação e a descrição de elementos textuais. Para que os estudantes as realizem com facilidade, é importante que tenham incorporado os procedimentos sugeridos anteriormente sobre a releitura e o registro de informações. Alguns elementos também podem ser obtidos por meio da análise de imagem, como os necessários para responder à atividade 3. Se possível, dedique algum tempo à análise da caricatura reproduzida nesta página, apontando seu caráter crítico.
Versões em diálogo
Os membros da nobreza seguiam um conjunto de regras de convivência chamado etiqueta. No Antigo Regime, seguir a etiqueta ficou mais difícil: novos objetos, como o garfo e o lenço, e regras para usá-los foram introduzidos à vida dos nobres para se distinguirem dos demais. Cuspir, bocejar, coçar-se e soltar gases, ações antes vistas como naturais, passaram a ser desaprovadas.
Leia os textos a seguir e, depois, responda às atividades.
TEXTO 1
“Estão grandemente enganados aqueles que imaginam tratar-se aí [a etiqueta] apenas de questões de cerimônia reticências. Os povos sobre os quais reinamos reticências pautam em geral seu julgamento pelo que veem exteriormente, e reticências é pelas primaziasglossário e posições que medem seu respeito e sua obediência. Como é importante para o público ser governado apenas por um único, também é importante reticências que este que exerce essa função seja elevado de tal maneira acima dos outros que não haja ninguém que possa confundir ou comparar-se com ele reticências”
LUÍS catorze. Memórias. ín: ELIAS, N. A sociedade de côrte: investigação sobre a sociologia da realeza e da aristocracia de côrte. Rio de Janeiro: Jorge zarrár, 2001. página 132-133.
TEXTO 2
“reticências ‘Etiqueta é civilidade, é olhar para si mesmo, mas também olhar para o outro’. Daí sua definição de etiqueta como diminutivo de ‘ética’ – a atenção ao entorno, para que a coletividade funcione bem. reticências
reticências Hoje, reticências as pessoas convivem intensamente entre si e também com outras culturas reticências a um clique de distância. Você precisa tomar conhecimento do seu ambiente e respeitar as diferenças para viver bem em sociedade.”
GASPARINI, C. Gloria kalíl diz o que parece chique (mas não é) no trabalho. Exame, 8 junho 2017. Disponível em: https://oeds.link/HrOxDP. Acesso em: 7 fevereiro 2022.
Responda no caderno.
- Segundo os textos, qual é a função das regras de etiqueta? Cite exemplos relacionando-os ao momento histórico em que cada texto foi produzido.
- Com base no conteúdo do capítulo e nos textos apresentados, compare a etiqueta do Antigo Regime à da atualidade.
Respostas e comentários
Bê êne cê cê
A seção contribui para o desenvolvimento de procedimentos de interpretação próprios da história. Além disso, o conhecimento da história é utilizado para relativizar práticas contemporâneas. Assim, a seção mobiliza a Competência Específica de História nº 1 e a Competência Específica de Ciências Humanas nº 2.
Versões em diálogo
Nessa seção, são citados dois documentos sobre a etiqueta: um do século dezessete e outro contemporâneo. Espera-se que os estudantes sejam capazes de relacionar esses documentos ao conteúdo do capítulo.
No mundo aristocrático, especialmente no Antigo Regime, a etiqueta marcava as diferenças de státus e as hierarquias do poder. Como ela diferencia as pessoas hoje em dia? Essa pergunta pode auxiliar os estudantes a refletir sobre as semelhanças e as diferenças entre a etiqueta do Antigo Regime e a do mundo contemporâneo.
Atividades
1. No contexto do Antigo Regime, no primeiro texto, a função das regras de etiqueta era a de diferenciar os nobres e os plebeus. Ações como cuspir, bocejar e soltar gases em público, antes consideradas naturais, passaram a ser vistas como indecentes pela nobreza, de modo que aqueles que as praticavam eram considerados inferiores.
No segundo caso, conforme o texto produzido no período contemporâneo, a etiqueta deixou de ser primordialmente uma fórma de diferenciação social para se tornar um conjunto de regras de civilidade e de respeito – importante no convívio entre colegas de trabalho e estudo, por exemplo.
2. No Antigo Regime, as regras de etiqueta eram utilizadas para diferenciar os grupos sociais, denotando a pertença a um estamento. Já na atualidade, a etiqueta é compreendida como uma ferramenta para a boa convivência, incluindo o respeito aos costumes de outras culturas. A comparação pode resultar também na identificação de semelhanças. O cuidado com o outro, por exemplo, citado no texto 2 como fundamento da etiqueta contemporânea, pode ser considerado resultado das características da etiqueta desenvolvidas no Antigo Regime.
O absolutismo francês
Desde o século dez, a dinastia capetíngiaglossário empenhou-se em unificar o território francês. Com o fim dessa dinastia no século catorze, teve início a Guerra dos Cem Anos, uma violenta disputa entre nobres franceses e ingleses pelo direito ao trono francês. Ocorrido entre 1337 e 1453, esse conflito acelerou o processo de unificação francesa. Ao fim dele, a família valoá, da França, garantiu seu direito ao trono.
Apesar da unificação, na Idade Moderna, a estabilidade da monarquia francesa foi colocada à prova pelas guerras de religião. Como você estudou no capítulo 3, no século dezesseis, os huguenotes foram duramente perseguidos pela monarquia francesa.
As disputas religiosas eram também políticas. A família burbôm liderava os huguenotes e tinha muito poder no sul da França e na fronteira com a Espanha. No norte do país, predominava a família guís, que comandava os católicos. Ambas as famílias tinham sangue real e rivalizavam com os valoá pelo trono.
Em 1560, o jovem rei Francisco segundo morreu sem deixar herdeiros. Seguindo a linha hereditária para a sucessão, Carlos nove, seu irmão mais novo, deveria se tornar o rei da França. Como ele não tinha a idade mínima para assumir o poder, sua mãe, Catarina de Médici, foi nomeada regenteglossário e enfrentou os conflitos religiosos e as ameaças das famílias rivais. Em seu reinado, apesar de algumas tentativas de negociação, houve uma violenta perseguição aos huguenotes, que incluiu o Massacre da Noite de São Bartolomeu.
FONTE: KNECHT, R. J. The French wars of religion: 1559-1598. 2. ed. New York: Longman, 1996.
Imagens em contexto!
A França estava profundamente dividida pelos choques entre católicos e protestantes. Com o aumento da adesão de famílias nobres à Reforma Protestante, o enfrentamento das dissidências religiosas tornou-se mais problemático para a monarquia.
Respostas e comentários
Bê êne cê cê
A conceitualização do absolutismo se relaciona à habilidade ê éfe zero sete agá ih zero sete e contribui para o desenvolvimento da Competência Específica de História nº 6.
• As especificidades do absolutismo francês são apresentadas com base nas disputas religiosas e na ascensão da família burbôm ao poder.
• As referências às disputas dinásticas não são uma volta à antiga história de acontecimentos e dos grandes homens. Trata-se de destacar o fato de que tais disputas são constitutivas do Estado absolutista e da relação entre os Estados, como apontado em capítulos anteriores. É parte essencial da lógica do Antigo Regime a atenção às alianças, conflitos e tensões no interior da nobreza.
Curadoria
O rei máquina: espetáculo e política no tempo de Luís catorze (Livro)
jean marrí apostolidés. Rio de Janeiro: José Olympio; Brasília: eduenibê, 1993.
Esse livro é um clássico sobre o funcionamento da política como teatro no contexto absolutista. Em poucas páginas, apostolidês apresenta uma análise precisa do uso dos símbolos, das artes – ópera, teatro e artes visuais –, da arquitetura, da etiqueta e das vestimentas na composição da imagem de poder de Luís catorze. As práticas e os rituais desse monarca serviram de modelo para a cultura de côrte em toda a Europa.
Ascensão dos Bourbon ao trono
Um rei criança (portanto, frágil), uma mulher como regente (em um país que impedia mulheres de governar), disputas políticas e religiosas: a estabilidade recomendada por Maquiavel em O príncipe parecia muito distante da monarquia francesa no século dezesseis.
Com a morte de Carlos nove, em 1574, as três famílias – guís, burbôm e valoá – disputaram o trono francês. Os chefes delas tinham o mesmo nome: Henrique. Logo, a guerra entre elas ficou conhecida como a Guerra dos Três Henriques. Ocorrida entre 1587 e 1589, teve como desfecho a chegada da família burbôm ao poder, que governou a França até o fim do século dezoito.
Para assumir o trono, Henrique quarto, da família burbôm, foi obrigado a renunciar à fé protestante e a tornar-se católico. Em 1598, porém, decretou a liberdade de culto aos protestantes na França por meio do Edito de Nantes. Com isso, diminuíram as guerras de religião, que já tinham tirado a vida de 2 a 4 milhões de pessoas no país.
Os conflitos religiosos se mantiveram na França até o fim do período moderno, mas foram amenizados por Henrique quarto, que negociava com diferentes lideranças nobres, burguesas e religiosas.
Pensamento absolutista na França
A queda dos valoá e a ascensão dos burbôm ao poder marcaram um período de fortalecimento do absolutismo monárquico na França. Mas quais eram as características do absolutismo francês? O jurista e historiador Jan budâ, que trabalhou para a família valoá, escreveu um tratado sobre o tema.
Respostas e comentários
Dados numéricos sobre as guerras de religião foram retirados de: quinécht, R. J. The French wars of religion: 1559-1598. segunda edição New York: Longman, 1996. página 91.
Bê êne cê cê
As relações entre poder político e religião no mundo moderno podem ser comparadas ao que se observa no presente; nesse sentido, o conteúdo contribui para o desenvolvimento das Competências Específicas de Ciências Humanas nº 1 e nº 2.
• No capítulo 3, foi estabelecido o vínculo entre a centralização monárquica e as questões religiosas problematizadas com o aparecimento do protestantismo. Seria importante reforçar esse vínculo neste momento, recuperando o que os estudantes sabem sobre a relação entre religião e política no mundo moderno.
Ampliando
No texto a seguir, é abordada a propagação do protestantismo na França.
“reticências o grupo mais significativo para a Reforma na França foi a nobreza, especialmente as famílias burbôm reticências e munmorrâncí. O almirante gaspár de cólini (munmorrâncí) veio a tornar-se um destacado líder huguenote. Outras importantes famílias nobres do oeste e sudoeste da França também ingressaram na igreja reformada reticências.
As regiões norte e leste da França estavam sob o contrôle de uma facção ultracatólica da nobreza, liderada pela família guís lorreine. Essa poderosa família ocupou uma posição de destaque no reinado de Henrique segundo e possuía cardeais que exerceram pressão no sentido de organizar-se uma Inquisição de estilo espanhol para exterminar os calvinistas. Em reação a isso, os huguenotes formaram um partido político e militar para defender os seus direitos e a sua fé.
Embora Henrique segundo e sua esposa Catarina de Médici, sobrinha do papa Clemente sétimo, detestassem os protestantes, boa parte das suas energias foram gastas na perpétua rivalidade com Carlos quinto. Com a morte prematura do rei francês, seu filho de 15 anos, Francisco segundo, subiu ao trono. No seu breve reinado de um ano e meio, o governo foi controlado pelos Guises, que eram tios da esposa do jovem rei, méri stuárt, a rainha da Escócia. reticências”
O EDITO de Nantes (1598). Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper. Disponível em: https://oeds.link/7H70Sh. Acesso em: 5 março 2022.
Pensamento de budâ
Para Jean budâ, a palavra Estado designava as fórmas de organização da república (no sentido de “coisa pública”), ou seja, da vida em sociedade. Para ele, poderiam existir três fórmas de governar um Estado: monarquia, aristocracia e democracia. Isso seria definido de acordo com quem detinha a soberaniaglossário , o poder absoluto e perpétuoglossário : um indivíduo, um grupo de indivíduos ou a maioria dos cidadãos. Analise o esquema a seguir:
budâ considerava a monarquia superior às outras fórmas de Estado. O tema foi objeto de análise de outros pensadores da época, como o cardeal richeliê.
Cardeal richeliê
No início do século dezessete, no reinado de Luís treze, da família burbôm, o cardeal richeliê foi o primeiro-ministro da França. O religioso se tornou referência para a definição de absolutismo e implementou reformas, garantindo a centralização do poder pelo rei, reformulando o exército e valorizando a política econômica mercantilista. Além disso, promoveu rivalidades religiosas com os protestantes em guerras por toda a Europa.
richeliê escreveu um testamento político no qual narrou sua trajetória como primeiro-ministro, destacando de fórma convincente a transformação da França em um Estado absolutista.
Além de organizar a administração da monarquia francesa, o primeiro-ministro construiu a base do absolutismo francês: o poder centralizado, o mercantilismo e muitas negociações para manter a estabilidade no poder, que já havia sido mencionada por Maquiavel.
Respostas e comentários
Ampliando
O texto a seguir trata dos conceitos de soberania, governo e poder do ponto de vista de Jan budâ.
“A premissa da análise bodiniana é que a soberania não pode ser partilhada, pois a divisão dos direitos reticências resulta necessariamente em sua destruição. reticências Seu argumento favorito está baseado na simples observação de que, se os direitos da soberania estiverem distribuídos em várias partes da sociedade, o poder de comando desaparece e o resultado é inevitavelmente a anarquia.
No livro dois de République (1576), que trata das fórmas de constituição, a reticências palavra ‘estado’ passa a ser utilizada para designar a fórma de constituição da república: ‘É preciso verificar, em toda república, aquele que detém a soberania, para julgar qual é o estado; se a soberania pertence a um só príncipe, nós o chamaremos monarquia; se pertence a todo o povo, nós diremos que o estado é popular; se pertence só a menor parte do povo, nós diremos que o estado é aristocrático’. reticências Não é apenas o critério do número de pessoas que detém o poder soberano que continua presente, mas também a defesa intransigente da existência de apenas três espécies de repúblicas. ‘Só há três estados, ou três espécies de república, a saber: a monarquia, a aristocracia e a democracia’. reticências
Os huguenotes afirmavam que a nação francesa tinha uma espécie de constituição mista, pois era uma combinação de monarquia, representada pelo rei, com aristocracia devido à participação do Parlamento de Paris, e democracia, em razão da necessidade de convocação dos Estados Gerais para as principais decisões. Para refutá-los, budâ procura mostrar que o Parlamento e os Estados Gerais sempre estiveram submetidos ao poder real, o que fazia da França não uma democracia nem uma aristocracia, mas uma autêntica monarquia reticências.”
BARROS, A. R. Estado e governo em Jan budâ. Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, volume 10, número 27, página 129-137, 1995.
• Há diferenças entre os pensamentos de Maquiavel e de budâ. O primeiro formula conselhos ao príncipe sobre a manutenção do poder; o segundo descreve as fórmas de soberania e de governo para defender a monarquia francesa e o processo de centralização em curso.
Cardeal Mazarino
O filho mais velho de Luís treze herdou o trono da França em 1643, com apenas 4 anos de idade. O pequeno Luís catorze se tornaria o monarca com o mais longo reinado na história da França (de 1643 a 1715) e o símbolo máximo do absolutismo. Por causa da idade do rei, o cardeal Mazarino assumiu a regência do país até 1661.
O Breviário dos políticos, publicado pelo cardeal em 1684, era uma fórmula maquiavélica do início ao fim e reunia conselhos práticos e imorais para governar com poder inquestionável. Um dos conselhos era o de que o príncipe deveria controlar a côrte, saber dissimularglossário e ter teatralidade política, sem concessão à bondade ou à ética.
O cardeal orientou o príncipe, por exemplo, a ouvir empregados e pajensglossário , mas evitar fazer uso imediato dos segredos que eles revelassem. Em outra passagem, aconselhou-o a contar uma história diferente a cada pessoa, com variações, pedindo segredo. Assim, a versão que se espalhasse revelaria quem violou o segredo. O cardeal também tratou das falsas notícias como poderosos instrumentos de dominação política.
Os ensinamentos do cardeal ecoaram no reinado de Luís catorze, quando ele assumiu o poder pleno em sua maioridade. O monarca controlava diretamente a côrte e, por meio de bailes, festas e jogos de etiqueta, mantinha os nobres em constante vigilância.
Imagens em contexto!
No reinado de Luís catorze, a vestimenta tinha muita importância no simbolismo real. Ela fazia parte da etiqueta. A charge demonstra essa importância, pois apresenta Luís catorze sem suas vestimentas (como uma pessoa comum) e com suas roupas reais, ressaltando todo o poder e esplendor que um rei precisava exibir.
Dica
FILME
Os três mosqueteiros
Direção: Pôl W. S. Anderson. Reino Unido, França e Alemanha, 2011. Duração: 110 minutos
O filme trata da história fictícia de Dartanhã, jovem do interior da França treinado pelo pai para se tornar um mosqueteiro, ou seja, um guarda responsável pela proteção do rei. Ele vai a Paris e conhece átos, aramís e pórtos. O quarteto se une para lutar contra os guardas do cardeal richeliê, que pretende expor à população a fragilidade de Luís treze, para que o povo exija um monarca mais poderoso.
Respostas e comentários
Classificação indicativa de Os três mosqueteiros: 10 anos.
• Na página 67, o Palácio de Versalhes foi associado à simbologia política. As referências do Breviário dos políticos apresentadas no texto desta página ajudam a entender a teatralidade do poder e seus cenários, como Versalhes. A propósito da teatralidade, analise com os estudantes a charge reproduzida, em que é satirizada a montagem do rei como o personagem mais importante da vida política no absolutismo.
Curadoria
Píter Burc: entrevista a Renato Janine Ribeiro (Entrevista)
Revista úspi, São Paulo, número 20, página 112-118, 1994.
Nessa entrevista, o historiador Píter Burc analisa o livro A fabricação do rei, abordando, entre outros assuntos, as diferenças de exibição entre a realeza de Luís catorze e a da contemporaneidade, e o fato de que as estratégias para isso estão relacionadas à cuidadosa representação do rei.
Reinado de Luís catorze
De acordo com a lógica absolutista, o rei tinha dois corpos: um mortal, capaz de adoecer, envelhecer e morrer, como o de qualquer súdito, e outro místico, sacralizado, que o separava dos demais, pois estava imortalizado na arte, na história e na memória. Quando um rei morria, seu corpo sagrado migrava para o sucessor, que, por sua vez, passava a ter dois corpos. Isso tornava a monarquia sagrada.
Para compor essa lógica de poder, Luís catorze se cercou de escritores, artistas, artesãos, alfaiates, escultores, cientistas, poetas e historiadores que pudessem transformá-lo em símbolo público de glória. Tudo o que ele fazia como rei era cênico: um teatro do Estado, no qual seus trajes e gestos manifestavam seu poder.
Jác bossuê foi um dos principais teóricos da corte de Luís catorze. Segundo bossuê, os monarcas estavam apenas abaixo de Deus, e somente a ele deviam satisfações. Essa fórma de pensar ficou conhecida como teoria do direito divino dos reis. Assim, apoiado nessa justificativa, o rei poderia perseguir, desqualificar e deslegitimar qualquer opositor. Com base nesse enorme poder, Luís catorze decretou que as ordens do papa só seriam obedecidas na França se aprovadas pelo rei.
O principal palco para o teatro político de Luís catorze era o Palácio de Versalhes, um majestoso conjunto de palacetes, jardins e um imenso, luxuoso e planejado palácio, onde o rei passava boa parte do tempo com sua côrte.
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Luís catorze ficou conhecido como o Rei Sol por usar imagens do deus grego Apolo e se considerar o centro do poder. É atribuída a ele uma das frases que melhor representam o Estado absolutista: “O Estado sou eu”. Uma nova cultura visual foi inaugurada com o absolutismo. Pintores que trabalhavam para a realeza destacavam sua centralidade, grandiosidade e importância política.
Respostas e comentários
Interdisciplinaridade
A atenção analítica à obra de arte em que foi representada a realeza francesa contribui para o desenvolvimento da habilidade do componente curricular arte ê éfe seis nove á érre zero dois – “Pesquisar e analisar diferentes estilos visuais, contextualizando-os no tempo e no espaço”.
• O Estado absolutista implicou a construção simbólica e visual da monarquia. A pintura reproduzida nessa página exemplifica a fabricação da imagem do monarca, que nos Estados absolutistas superava a noção dos dois corpos do rei, característica da Idade Média. Segundo Ernst Kantorowicz, desde a Idade Média considerava-se que o rei tinha um corpo natural e um corpo místico, um corpo pessoal e íntimo e outro público. Nas monarquias modernas, quando a centralização política coincidiu na pessoa do rei, a montagem desse corpo místico se tornou muito mais elaborada e pervasiva.
Ampliando
O texto a seguir trata da análise documental.
“reticências Não escapa ao leitor que, a partir de meados da década de 1990, houve um reordenamento e uma expansão da noção de cultura visual, consolidando-a. Ela não é um estudo direcionado a uma tipologia documental, uma aposta numa teoria da representação ou a universalização da visão. Trata-se, muito mais, de um campo de problematização do que de um objeto bem definido. Os estudos visuais trabalham com uma noção ativa do espectador em sua educação visual, que desenvolve competências, vernaculares ou não, socialmente construídas através de práticas que podem envolver por exemplo: o ver de relance, a observação, a vigilância, o vôierismo. O ver consiste, então, em uma construção visual que se aprende e cultiva.”
isquiavináto, I. L.; MENESES, P. D. (organizador). Imagem como experimento: debates contemporâneos sobre o olhar. Vitória: Milfontes, 2020. página 10.
• É amplamente sabido que a iconografia é uma fonte histórica, mas a noção de cultura visual transcende a análise das fontes visuais, abarcando as fórmas de ver, a educação do olhar, a visualidade dos poderes instituídos etcétera
O absolutismo inglês
A experiência do absolutismo inglês estava intimamente ligada à dinastia túdor e à Reforma Protestante. Henrique oitavo governou a Inglaterra entre 1509 e 1547, sendo o segundo rei da família túdor e o criador da Igreja Anglicana, como você estudou no capítulo 3. Ao romper com a Igreja Católica e fundar a Igreja Anglicana, tornou-se chefe supremo do Estado e da Igreja.
Além de concentrar poderes civis e religiosos, os monarcas ingleses apresentavam outra particularidade: eram (e ainda são) submetidos ao Parlamento. Essa instituição foi criada na Baixa Idade Média para, entre outras funções, controlar as finanças do Estado e as decisões militares e analisar questões judiciais. Até hoje, ele funciona como um importante órgão legislativo do sistema monárquico.
Em seu reinado, porém, Henrique oitavo exerceu amplo contrôle sobre a política inglesa e o Parlamento, que, em geral, apenas confirmava as decisões e leis que favoreciam ao rei.
A morte de Henrique oitavo, em 1547, foi seguida de uma série de instabilidades políticas. Uma delas envolveu o herdeiro do trono, o filho mais novo de Henrique oitavo, Eduardo sexto: ele assumiu o reinado com apenas 10 anos de idade, adoeceu e morreu aos 16 anos. As outras duas herdeiras eram as irmãs de Eduardo sexto, Maria e Elizabeth. Embora a lei permitisse, até então nenhuma mulher na história inglesa havia assumido o trono.
Imagens em contexto!
O Palácio de Westminster é o local onde ocorrem as reuniões do Parlamento britânico. É composto de duas alas ou casas: a Câmara dos Comuns, formada por integrantes da baixa nobreza e burgueses enriquecidos, e a Câmara dos Lordes, formada por integrantes da alta nobreza e do alto clero. O líder do Parlamento é responsável pelo diálogo entre as casas parlamentares e o rei.
Respostas e comentários
Bê êne cê cê
No texto dessa página, a abordagem das características da centralização política na monarquia inglesa é aprofundada, contribuindo para o desenvolvimento da habilidade ê éfe zero sete agá ih zero sete.
Atividade complementar
Para compreender o absolutismo como uma fórma política tipicamente moderna, é preciso levar em conta as especificidades de cada Estado monárquico. Assim, considerando os casos francês e inglês, componha com os estudantes um quadro comparativo contendo:
• os principais eventos da consolidação de cada uma dessas monarquias;
• as justificativas teóricas do poder real;
• a relação das monarquias com outras instituições políticas religiosas;
• a relação das monarquias com as questões religiosas dos séculos dezesseis e dezessete.
Reinado de Maria primeira
Maria, filha de Henrique oitavo e de Catarina de Aragão, católica desde a infância, assumiu o trono em 1553. Antes, porém, várias conspiraçõesglossário foram armadas para impedi-la de ser a monarca da Inglaterra. Essas tramas foram motivadas principalmente pela religião de Maria – que era católica (o país era oficialmente protestante) – e pelo fato de ela ser mulher.
Após se estabelecer como rainha, Maria primeiro reconheceu a existência das duas religiões e permitiu a prática do anglicanismo, mas nunca escondeu seu desejo de reconverter a Inglaterra ao catolicismo. Para isso, substituiu decretos religiosos por uma lei de heresia, usada para condenar à morte cêrca de trezentos protestantes. As perseguições religiosas de Maria lhe valeram os apelidos a sanguinária entre os protestantes e a católica entre seus partidários.
Maria casou-se com seu primo Filipe segundo, da Espanha, que assinou um contrato abrindo mão de qualquer direito ao trono inglês. O casamento foi bastante impopular, pois os ingleses tinham receio de que o reino fosse anexado à poderosa Espanha.
A aliança com a Espanha arrastou a Inglaterra para um conflito militar com a França, que custou perdas territoriais aos ingleses. Maria e Filipe não tiveram filhos, e a rainha morreu em 1558, sendo sucedida por sua irmã, Elizabeth primeiro.
Imagens em contexto!
As representações da rainha Maria primeiro são marcadas por cores e poses discretas. Nesse retrato, feito para seu casamento, ela segura uma rosa vermelha (símbolo da família túdor) na mão direita e as luvas na mão esquerda. Além disso, destacam-se ornamentos como o colar de pérolas, dado por Filipe segundo, e a cruz no detalhe do cinto.
Essas escolhas artísticas fortaleceram a imagem de uma rainha moralmente rigorosa. Após a perseguição aos protestantes e a fama de sanguinária, a essa imagem somou-se, no imaginário popular, a característica de cruel.
Respostas e comentários
• Na França, o trono como lugar do contrôle político formal era vedado às mulheres. Já na Inglaterra, essa possibilidade existia e foi realizada pela primeira vez nos reinados de Maria primeiro e Elizabeth primeiro. Isso não quer dizer que as mulheres da nobreza não se integravam e protagonizavam a política em outros países, mas a posição de destaque que essas rainhas inglesas assumiram estabeleceu um precedente que se estenderia no tempo. Veja-se, por exemplo, o reinado de Vitória, no século dezenove, e o de Elizabeth segundo, desde os anos 1950.
Ampliando
No texto a seguir, é abordada a participação feminina na política brasileira.
“De acordo com dados divulgados em estudo pela Biblioteca do Senado Federal, somente em 1934, os brasileiros elegeram a primeira deputada […]. No ano seguinte, em 1935, foi eleita a primeira deputada negra […]. Quase meio século depois, em 1981, foi eleita a primeira senadora da república. Em 1994 […] assumiu o mandato […] a primeira governadora do país. Apenas em 2010 é que foi eleita […] a primeira mulher a presidir o país […].
Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral – tê ésse é, na composição atual [de 2018] da Câmara, das 513 cadeiras, somente 55 são ocupadas por mulheres, o que equivale a um percentual de 10,7%. No Senado, a participação feminina é relativamente superior: das 81 cadeiras, 12 são ocupadas por mulheres, o que representa 14,8% da composição de tal casa legislativa […]
Ao todo, na legislatura vigente [2018], há 67 mulheres entre os 594 deputados e senadores, o que representa, portanto, um percentual de 11,2% de representatividade feminina no parlamento brasileiro.”
ALVES, Y. K. T. R. Debatendo a representatividade: um panorama histórico e breve reflexão sobre a participação feminina na política brasileira. Revista de Estudos Eleitorais, Brasília (dê éfe), volume 2, número 3, página 95-103, julho 2018. página 97.
• É importante estabelecer comparações entre os limites da participação das mulheres na vida política no período moderno e os que são impostos hoje.
• Considerando a visão pluralista da história e seus sujeitos, é importante destacar a participação e o protagonismo de mulheres, como as duas primeiras rainhas inglesas e a regente francesa, Catarina de Médici, na edificação do Estado absolutista.
Reinado de Elizabeth primeiro
Elizabeth primeiro declarou o anglicanismo religião oficial da Inglaterra. Com o Parlamento, fez uma reforma administrativa e valorizou a burguesia inglesa promovendo a taxação de produtos estrangeiros. Além disso, ela promoveu o desenvolvimento da arte. A rainha amava música, dança e teatro e favoreceu poetas e dramaturgos como Uilian Xêiquispíer e crístofer márlou.
Apesar de seu reinado ter sido retratado como uma era de paz e prosperidade e de ter adotado uma abordagem moderada no conflito religioso, ela ordenou a perseguição e a execução de católicos. Em razão disso, em 1570, o papa Pio quinto a excomungou.
Do ponto de vista diplomático, Elizabeth primeiro encerrou a guerra com a França, iniciada por sua irmã. Em 1585, executou Méri Istíuart, sua prima católica e ex-rainha da Escócia, que tinha sido acusada de tentar tomar o trono inglês. Também apoiou uma rebelião protestante contra a Espanha, nos Países Baixos. Em resposta, a Espanha tentou invadir a Inglaterra com sua frota naval, a Invencível Armada. O confronto foi longo, mas, em 1588, a Inglaterra venceu a Espanha.
No campo, suas ações também foram controversas. Com a valorização da produção de tecidos promovida pelo Estado, a criação de carneiros tornou-se muito lucrativa. Por isso, os proprietários de terra ingleses passaram a expulsar os camponeses e cercar os campos para manter os rebanhos. Com o cercamento dos campos, a população camponesa perdeu meios de produzir e de se alimentar.
Elizabeth nunca se casou; por isso, era chamada de rainha virgem. Morreu em 1603, sem deixar herdeiros. Assim, uma nova dinastia, a Istíuart, dos reis da Escócia, primos dos túdor, ocupou o trono inglês.
Agora é com você!
Responda no caderno.
- Qual foi a importância da ascensão da família burbôm na França para o fortalecimento do regime monárquico?
- Descreva as fórmas de Estado definidas pelo pensador Jan budâ.
- Explique o papel do Parlamento na monarquia inglesa.
Respostas e comentários
Agora é com você!
1. A ascensão da família burbôm ao poder inaugurou um período de fortalecimento do absolutismo monárquico. Henrique terceiro teve como primeiro-ministro o cardeal richeliê, que implementou reformas no Estado, reformulou o exército e valorizou a política mercantilista.
2. Para Jan budâ, as fórmas de organizar o Estado se relacionam com a soberania: se quem a detém é um príncipe, trata-se de uma monarquia; se ela é de um povo, trata-se de uma democracia; se está nas mãos da menor parte do povo, trata-se de uma aristocracia.
3. O Parlamento foi criado para controlar as finanças do Estado, as decisões militares, as análises de questões judiciais etcétera É um importante órgão legislativo do sistema monárquico britânico.
Orientação para as atividades
Para realizar as atividades do boxe “Agora é com você!”, os estudantes devem fazer a releitura do conteúdo e, em seguida, elaborar as respostas. É importante observar o papel de indivíduos, grupos sociais e instituições na história, seja na criação das bases do Estado absolutista (atividade 1), seja em sua justificação ideológica (atividade 2). Destacar a ação de personagens não implica fomentar a história política, mas serve para refletir sobre a concentração do poder, no Antigo Regime, por um monarca ou uma família. Esse poder era limitado por instituições políticas que representavam uma parte da sociedade (atividade 3), notadamente a nobreza, visto que o Parlamento inglês daquele tempo tinha pouquíssima correspondência com sua configuração atual. Se possível, faça essas observações na correção das atividades.
Curadoria
Xêiquispíer: a invenção do humano (Livro)
Rérold Blum. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.
Nessa obra, o crítico literário analisa a obra de Uilian Xêiquispíer, principal artista da côrte de Elizabeth primeiro. Blum analisa as narrativas e os personagens criados pelo dramaturgo inglês, que são representativos do ser humano.
Vamos pensar juntos?
Apesar de ter aumentado no século vinte e um, a participação das mulheres em posições de poder ainda é baixa em comparação com a dos homens. No Brasil, em 2020, apenas 14,8% dos parlamentares eram mulheres.
Na Inglaterra do século dezesseis, os homens dominavam a política. A liderança de Elizabeth primeiro, que assumiu o governo da monarquia britânica em 1558, despertou críticas por motivos legaisglossário – na sucessão real, o filho mais velho (do sexo masculino) teve prioridade sobre a Coroa britânica até 2013 –, preconceitos e estereótiposglossário . Hoje, contudo, o reinado dela é conhecido pelos britânicos como uma “era de ouro”.
Em 19 de agosto de 1588, antes de as tropas inglesas partirem para a batalha contra a armada da Espanha, Elizabeth primeiro fez um discurso em que afirmou seu poder e a fôrça das tropas inglesas. Leia e analise um trecho desse documento.
“Meu querido povo,
reticências venho até vocês reticências por estar decidida, no meio e no calor da batalha, a viver e morrer entre vocês. Estou disposta a entregar reticências meu sangue para Deus reticências.
Sei que tenho o corpo frágil e fraco de mulher, mas eu tenho o coração e o estômago de um rei, e de um rei da Inglaterra. E menosprezo que reticências qualquer príncipe da Europa ouse invadir as fronteiras de meu reino; ao que, se isso acontecer, antes que qualquer desonra recaia sobre mim, eu mesma levantarei armas reticências.”
QUEEN Elizabeth I’s speech to the troops at Tilbury. Royal Museums Greenwich. Disponível em: https://oeds.link/kORXUG. Acesso em: 7 fevereiro 2022. Tradução nossa.
Responda no caderno.
- Como a rainha Elizabeth primeira se descreve no discurso?
- Qual teria sido a intenção da rainha ao apresentar-se aos seus súditos dessa fórma? Justifique sua resposta.
- Quais seriam as dificuldades enfrentadas pelas mulheres em posições de poder no período elisabetano? E hoje?
Respostas e comentários
Dados numéricos sobre parlamentares mulheres no Brasil foram retirados de: í bê gê É. Indicadores sociais das mulheres no Brasil. IBGE Educa. Disponível em: https://oeds.link/UY8p9a. Acesso em: 7 fevereiro 2022.
Vamos pensar juntos?
Nessa seção, são problematizados estereótipos, valores e lugares sociais atribuídos às mulheres na Inglaterra elisabetana, incentivando reflexões sobre a participação das mulheres em espaços de poder nos dias atuais.
Atividades
Nas atividades propostas, procuram-se explorar os processos inferenciais de leitura, fundamentais para a compreensão do trecho do discurso de Elizabeth primeira. A seção promove uma prática de análise documental, favorecendo o exercício dos princípios de análise do discurso. A ideia central é explorar as motivações que teriam levado a rainha a construir seu discurso dessa maneira.
Explore o contexto de produção desse texto, elaborado para ser proferido oralmente perante as tropas britânicas antes do conflito com a armada espanhola.
1. Destaque que a rainha se dirigiu de fórma direta aos súditos. Para incentivar possibilidades de articulação entre os conhecimentos prévios dos estudantes e o trecho, retome o contexto histórico do reinado de Elizabeth primeira, que era marcado pela exclusão da figura feminina dos centros de poder. Mesmo assim, ela se tornou monarca. No discurso, ela se apresentou como “disposta” e “decidida” e fez referência à fragilidade do corpo feminino, contrapondo-a à de um coração (vinculado à noção de centro vital) e à de um estômago (relacionado à capacidade de enfrentar situações difíceis). Assim, explorou a contradição que haveria entre o corpo feminino e o coração e o estômago de um monarca. Ela teria ambos, como uma espécie de síntese entre elementos díspares, mas que se reforçavam (oxímoro).
2. Encoraje os estudantes a elaborar hipóteses a respeito do impacto que a rainha esperava produzir entre os súditos e das intenções de seu discurso. Questione a importância da presença da rainha em tílbéri com as tropas que se preparavam para a luta. Alguns estudantes podem mencionar o fato de que Elizabeth primeira pareceu ter a intenção de criar a imagem de uma líder corajosa e disposta a lutar por seu reino, destacando a fôrça, a resolução firme de defender o reino e sua legitimidade como monarca. Outros podem considerar ainda que a menção à fragilidade do corpo feminino contraposta à impetuosidade do discurso parece funcionar como um meio de amplificar a imagem de bravura de Elizabeth primeiro diante do conflito.
3. Espera-se que eles retomem a ideia de que no período elisabetano a esfera pública era dominada por homens e uma mulher enfrentava muitas dificuldades ao ocupar posições de poder. Ao tratar do problema no presente, podem mencionar a influência de estereótipos e o fato de que, apesar do aumento registrado nos últimos anos, a participação de mulheres em posições de poder é muito reduzida quando comparada à dos homens.
Atividades
Responda no caderno.
Organize suas ideias
- No caderno, produza um quadro com as principais características do mercantilismo e suas definições. Selecione termos como metalismo, protecionismo e balança comercial favorável. Depois, complete o quadro com a definição de cada termo.
- As afirmações a seguir tratam da sociedade do Antigo Regime. No caderno, identifique as verdadeiras e as falsas.
- A posição social das pessoas era definida pelo nascimento.
- A burguesia era o grupo social mais privilegiado por conta de sua origem campesina.
- Para manter a centralização do Estado, o rei precisava controlar os poderes locais dos nobres.
- A divisão social em estamentos possibilitava a mobilidade social.
- A nobreza e o clero se beneficiavam de acordos e de relações pessoais com os reis.
Aprofundando
3. No quadro reproduzido a seguir, é representada uma performance de djón di para a rainha Elizabeth primeiro e seus súditos. di, que ficou conhecido como o mágico da rainha, era uma mistura de cientista alquímico e astrólogo. Por estudar muitas ciências, ele fascinou as pessoas durante séculos. Acredita-se que ele foi a inspiração para o personagem Próspero, o duque de Milão, do livro A tempestade, escrito por volta de 1611 por Uilian Xêiquispíer. Analise a imagem e depois faça o que se pede.
- Como a rainha Elizabeth primeiro é representada na pintura?
- Como djón di é representado na obra de ãnri gilárd glíndoni?
- Por que se pode afirmar que a ação da rainha ao receber em sua côrte um personagem como djón di era compatível com a chamada modernidade?
Respostas e comentários
Bê êne cê cê
A atividade 4, ao demandar que o estudante identifique as duas acepções do termo sujeito empregadas na tirinha, contribui para o desenvolvimento da habilidade ê éfe zero sete agá ih zero sete.
Interdisciplinaridade
Para responder à atividade 4, os estudantes precisam exercitar sua competência leitora, mobilizando conhecimentos relacionados à habilidade do componente curricular língua portuguesa ê éfe zero sete éle pê zero sete – “Identificar, em textos lidos ou de produção própria, a estrutura básica da oração: sujeito, predicado, complemento (objetos direto e indireto)”.
Atividades
Organize suas ideias
1. Metalismo – acúmulo de metais preciosos (sobretudo ouro e prata) pela Coroa.
Protecionismo – conjunto de medidas tomadas pelo Estado para proteger a produção nacional, baseada na cobrança de impostos sobre os produtos estrangeiros e na redução de impostos para a produção nacional.
Balança comercial favorável – condição da balança comercial em que um Estado vende mais produtos no comércio internacional do que compra.
2. um) V; dois) F; três) V; quatro) F; cinco) V.
Aprofundando
3. a) Ela é o ponto focal, onde incide a luz da cena, ressaltada pela vestimenta dourada.
b) di está sob a sombra do quadro e de lado para quem visualiza a obra de arte. É uma figura que transita entre a ciência e o obscurantismo. Faz o contraponto à figura de Elizabeth, tendo toda a atenção da côrte e controlando experimentos misteriosos e dramáticos.
c) Para responder à questão é interessante retomar que no projeto europeu, associado ao Renascimento, a razão passou a pautar as relações entre os homens e seu entorno. O período foi marcado pela intensa atividade das universidades, artistas e cientistas. Assim, a presença de di na côrte elizabetana como “o mágico da rainha” indica a procura pelos monarcas dos conhecimentos produzidos como uma tentativa de ponderação sobre projetos futuros – não à toa di também era astrólogo. Assim, o quadro representa a modernidade, marcada, nesse caso, por uma monarca, sua côrte, as ciências e o ocultismo.
4. Leia a tirinha a seguir e depois responda às atividades.
- Em que sentidos a palavra sujeito é empregada na tirinha?
- Por que os estudantes representados na tirinha têm dificuldade em entender a lição?
- Explique como o uso do termo sujeito na tirinha se relaciona ao funcionamento das monarquias absolutistas europeias.
- Neste capítulo, você estudou a formação e o funcionamento das monarquias absolutistas europeias, compreendendo o processo de centralização do poder. Algumas das monarquias estudadas existem até hoje, mas há diferenças na fórma como o poder é exercido em cada uma. Atualmente, dezenas de países são monarquias, que podem ser constitucionais (em que o poder é limitado por uma Constituição), parlamentaristas (em que o governo é exercido por representantes eleitos pelos cidadãos) ou apresentar sistemas mistos (em que diferentes fórmas políticas são combinadas). Há também aquelas em que os reis ainda detêm plenos poderes.
Selecione uma monarquia contemporânea e faça uma pesquisa sobre a organização do governo desse país. Depois, compare a estrutura desse governo com a das monarquias absolutistas que estudou. Para isso, siga estas etapas.
- Retome o que você estudou sobre o absolutismo e anote as principais características dessa fórma de organizar a política.
- Seguindo as orientações do professor, identifique e selecione um país em que a monarquia vigora. O funcionamento político desse país será seu objeto de pesquisa.
- Faça uma pesquisa, em livros, jornais e revistas impressos e/ou em sáites, sobre a composição política do país selecionado. Procure respostas para as seguintes questões, registrando as informações que obteve e as fontes de pesquisa que utilizou.
- Ele é regido por uma Constituição?
- A população pode eleger representantes?
- Quem exerce a Justiça?
- O rei é considerado chefe de Estado, de governo ou de ambos?
- Organize as informações registradas nas etapas a e cê em um quadro comparativo.
- Escreva um comentário sobre as diferenças e semelhanças entre as monarquias absolutistas europeias da Idade Moderna e a monarquia contemporânea que você pesquisou. O resultado de sua pesquisa pode ser compartilhado com a turma.
Respostas e comentários
4. a) Destaca-se que, na tirinha, o uso de polissemia resulta no efeito de humor. Espera-se que os estudantes percebam que, na tirinha, a palavra sujeito é empregada no sentido gramatical – termo de uma oração com o qual o verbo concorda – e também no sentido de súdito – indivíduo subordinado a um rei.
b) É possível associar os estudantes da tirinha – membros de uma monarquia, como indicam suas coroas – a uma fórma de pensamento segundo a qual o termo sujeito sempre está ligado à noção de súdito, como indivíduo subordinado ao poder monárquico.
c) O uso do termo no segundo sentido mencionado na tirinha, o de súdito, está intimamente ligado ao funcionamento das monarquias absolutistas, pois acreditava-se que o rei governava por vontade divina e que os súditos deviam ser submissos a ele. Diferentemente do que ocorre nos Estados constitucionais e democráticos contemporâneos, em que a soberania reside na vontade dos cidadãos, nas monarquias absolutistas, o poder máximo de um Estado estava concentrado no monarca e o povo se submetia a ele.
5. Pretende-se, com essa atividade, encorajar os estudantes a reconhecer mudanças e permanências nos regimes monárquicos, exercitando a prática de pesquisa, os procedimentos próprios das ciências humanas, a assimilação do conceito de absolutismo e a compreensão do processo histórico de consolidação das monarquias e suas transformações. Incentive a turma a sistematizar o conteúdo estudado sobre o absolutismo e a investigar as informações em fontes de pesquisa confiáveis, privilegiando sites e material impresso de divulgação científica ou material produzido com fins educativos. Em sala de aula, a proposta pode ser dividida em três momentos: a apresentação da atividade e uma breve revisão do conteúdo sobre as monarquias absolutistas europeias; o acompanhamento do resultado das pesquisas dos estudantes, incluindo a solução de dúvidas e orientação sobre os percursos do trabalho; o compartilhamento dos quadros e dos comentários, o que pode ser feito oralmente ou por meio de suportes físicos ou digitais.
Glossário
- Monopólio
- : exploração de um negócio ou produto feita exclusivamente por um grupo ou indivíduo.
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- Velado
- : escondido, encoberto.
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- Amoral
- : que não considera preceitos morais.
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- Receita
- : nesse contexto, o conjunto das riquezas arrecadadas por um Estado.
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- Salitre
- : nitrato de potássio. Naquele período, era utilizado para fabricação de pólvora.
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- Faiança
- : louça de barro coberta por esmalte.
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- Primazia
- : superioridade.
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- Dinastia capetíngia
- : dinastia real que governou a França entre os séculos dez e catorze. Em 1328, com a morte de Carlos quarto, não havia sucessores diretos da dinastia e o trono francês passou para Felipe sexto, primo de Carlos quarto, da família valoá.
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- Regente
- : chefe do governo estabelecido em uma monarquia em caso de indisponibilidade ou menoridade do rei.
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- Soberania
- : poder político máximo de um Estado.
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- Perpétuo
- : contínuo, inalterado, eterno.
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- Dissimular
- : esconder os próprios sentimentos e intenções.
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- Pajem
- : jovem serviçal que acompanhava um príncipe, um senhor ou uma dama.
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- Conspiração
- : elaboração de um plano para prejudicar alguém.
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- Legal
- : relativo à lei.
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- Estereótipo
- : ideia ou convicção preconcebida sobre algo ou alguém, resultado de falsas generalizações ou de julgamentos.
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