CAPÍTULO 2 A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
Máquinas automáticas, veículos de alta velocidade, uma gigantesca oferta de produtos e muita poluição! Esses elementos, que podem fazer parte de seu cotidiano, são o resultado de um dos processos mais importantes da história: a Revolução Industrial. Durante esse processo, mudaram muitas coisas: o modo como as pessoas trabalhavam e consumiam, as relações que estabeleciam umas com as outras, os impactos que causavam ao ambiente e até a maneira como compreendiam o tempo.
Antes da Revolução Industrial, não havia, por exemplo, sapatos suficientes na Europa para atender a todas as pessoas que queriam comprar essa mercadoria. Hoje, sapatos e muitos outros produtos são fabricados em uma velocidade maior do que as pessoas conseguem consumir e descartados na natureza com a mesma rapidez.
Neste capítulo, você vai estudar o início da Revolução Industrial e, também, algumas das características e consequências desse processo que ajudou a moldar o mundo de hoje.
Responda oralmente.
- Com base na imagem, indique a relação entre o consumismo e a produção de lixo na atualidade.
- É possível relacionar a Revolução Industrial ao consumismo? Use o texto da abertura para justificar sua resposta.
- De acordo com dados divulgados pelo Fundo Mundial para a Natureza ( dáblio dáblio éfe) em 2019, o Brasil é o quarto país que mais produz lixo plástico no mundo. Em 2018, cada pessoa descartou, em média, 1 quilo desse material por semana. Essa média reflete a quantidade de lixo produzida por você e pelas pessoas com quem mora?
- O que você pode fazer para consumir menos?
O início da Revolução Industrial
Revolução Industrial é um termo usado para nomear uma série de mudanças nas fórmas de produzir e consumir mercadorias. Essas mudanças começaram na Europa, entre 1750 e 1780, e se consolidaram entre 1830 e 1850, com o desenvolvimento das fábricas.
Alguns dos aspectos que caracterizaram a Revolução Industrial foram a utilização de máquinas e a automação de certas etapas da produção, a divisão e a especialização do trabalho e a grande quantidade de assalariados e fábricas. Além disso, a produção passou a ser realizada em larga escala e comercializada em nível local, regional e até mundial.
Essas transformações demoraram décadas para se concretizar e se desenvolveram de modo desigual em diferentes partes do mundo. O processo iniciou-se na Grã-Bretanha, alcançando países como a França (na primeira metade do século dezenove), os diferentes Estados germânicos (por volta de 1850), o Japão (no fim do século dezenove) e o Brasil (no século vinte).
Desde a primeira fase da Revolução Industrial, a tecnologia não parou de se aperfeiçoar, dando origem a outras revoluções, que ocasionaram profundas transformações.
Imagens em contexto!
Com lances milimetricamente calculados, o robô jogador de basquete chamou a atenção dos espectadores dos Jogos Olímpicos de Tóquio, que estavam programados para 2020, mas, por causa da pandemia de covid-19, foram adiados para 2021. A quantidade de robôs especializados em diferentes tarefas, antes realizadas exclusivamente por humanos, é cada vez maior. A área da robótica faz parte do que os especialistas chamam de Quarta Revolução Industrial, que teve início na década de 2010. Estima-se que os robôs assumam cada vez mais tarefas de produção e serviço, substituindo a ação humana de fórma parcial ou total.
Trocas comerciais e crescimento demográfico
Um dos fatores que possibilitaram a Revolução Industrial foi o aumento do comércio entre as metrópoles e suas colônias no século dezesseis, no período da expansão marítima europeia. Com essa atividade, as potências europeias acumularam muito dinheiro.
A riqueza acumulada, assim como o intercâmbio de culturas e conhecimentos entre as metrópoles e suas colônias, possibilitou a melhora nas condições de alimentação e saúde dos europeus, contribuindo para o crescimento da população.
Cruzando fronteiras
O intercâmbio de culturas e de conhecimentos entre povos de diferentes lugares ocorrido após a expansão marítima europeia favoreceu, por exemplo, o aprimoramento da agricultura e da pecuária.
Diferentes produtos circularam entre a América e a Europa, onde foram adaptados e salvaram regiões inteiras da fome. Um desses produtos foi a batata, que passou a ser produzida em várias regiões do continente europeu.
Nesse contexto, ocorreu a consolidação da filosofia moderna e, com ela, a valorização das experiências e do método científico, possibilitando importantes avanços nos conhecimentos sobre saúde.
Todos esses fatores contribuíram para um grande crescimento demográfico na Europa. Entre os séculos dezesseis e dezessete a população dessa região quase duplicou. Como consequência, aumentou a procura por mercadorias, como roupas e sapatos, que precisavam ser produzidas cada vez mais rápido e em maior quantidade.
Para refletir sobre esse tema, analise o gráfico a seguir e, depois, faça o que se pede.
Europa: dinâmica populacional – 200-1800
FONTE: zinquína, J.; corotaiév, A; alechi-cóvsqui, I. The demographic transition in the First World: the nineteenth century. ín grinín, L. E. e outros ( edição.). Globalistics and globalization studiesglobal evolution, historical globalistics and globalization studies. Volgograd: Uchitel, 2017. página 185.
Responda no caderno.
- Quantos milhões de habitantes havia na Europa em 1400 e em 1800? Em quantas vezes o número de habitantes aumentou nesse período?
- Explique a razão desse grande crescimento populacional.
- Relacione o crescimento populacional europeu no século dezenove à Revolução Industrial.
Do artesanato à maquinofatura
No período anterior à Revolução Industrial, a maioria das pessoas vivia no meio rural e trabalhava com agricultura e pecuária. As mercadorias eram feitas pelos artesãos.
Os artesãos se organizavam nas corporações de ofício ou nas guildas. Nessas associações, eles conseguiam regulamentar o processo produtivo, negociar os preços e controlar a concorrência e o comércio de determinados artigos em uma cidade.
Os regulamentos para controlar, por exemplo, os modos de trabalho, as matérias-primas utilizadas e a quantidade de mercadorias eram muito rígidos. Assim, os artesãos não conseguiam aumentar a produção para atender a demanda dos consumidores.
Naquele período, foram desenvolvidas outras fórmas de produção, como a doméstica, que começou a ser implementada por volta do século dezesseis. Nesse sistema, os artesãos recebiam a matéria-prima para produzir determinada mercadoria, mas a venda era feita por um comerciante. Nesse caso, o artesão tinha conhecimento de todo o processo de produção, mas não do mercado no qual seu produto era vendido.
Por volta da metade do século dezessete, começaram se formar as manufaturas. A produção passou a ser realizada em grandes oficinas, nas quais os artesãos se reuniam e o trabalho era dividido em etapas, cabendo a cada trabalhador a responsabilidade por uma delas.
Imagens em contexto!
Na imagem do século dezesseis está representado o sistema doméstico, em que uma família sozinha produzia o objeto que seria vendido. Já na imagem do século dezoito, é representada uma manufatura. Nesse sistema, o trabalhador perdia a noção do processo de produção como um todo e do mercado, pois recebia um salário para executar apenas uma função, a mando de um patrão ou mestre.
A formação das fábricas e as primeiras máquinas
O artesanato, o sistema doméstico e a manufatura não foram suficientes para atender à demanda por mercadorias. Diante disso, alguns burgueses começaram a utilizar máquinas em seus galpões para acelerar a produção. Assim, a manufatura transformou-se em maquinofatura.
Como as máquinas realizavam determinados processos de modo mais rápido e mais barato que os operários, os lucros dos donos desses meios de produçãoglossário aumentaram muito. Eles passaram, então, a agrupar um número cada vez maior de trabalhadores e máquinas em determinados espaços, dando origem às fábricas, um dos principais símbolos da primeira fase da Revolução Industrial.
Com essas transformações, a burguesia se tornou mais poderosa e a economia se voltou cada vez mais para a indústria, afastando-se das práticas mercantilistas que caracterizaram o expansionismo europeu dos séculos quinze a dezoito.
A invenção das máquinas fez parte do contexto da mudança de mentalidade que ocorreu na Europa entre os séculos quinze e dezoito. Nesse período, a ciência passou por um processo de valorização, e as descobertas científicas e os inventos se multiplicaram. Essas inovações eram direcionadas, principalmente, às atividades de mineração e tecelagem.
Em 1733, o inglês djôn quêi patenteouglossário a invenção da lançadeira volante. Com essa ferramenta, foi possível dobrar a produtividade da indústria têxtil. O mecanismo facilitava a tarefa de entrelaçar os fios para a confecção do tecido e era operado por apenas um artesão – para movimentar as máquinas antigas eram necessários até três trabalhadores.
No mesmo período, inventores aperfeiçoaram as máquinas existentes e criaram outras, como as movidas a fôrça hidráulica e a vapor. Assim, a mecanização tornou-se uma das principais característica dessa fase da Revolução Industrial.
Imagens em contexto!
Muitos trabalhadores ingleses se revoltaram quando a lançadeira volante foi inventada, pois com ela diminuiu o número de operários contratados. Um grupo desses trabalhadores atacou a casa de djôn quêi em 1753, obrigando-o a fugir e a refugiar-se na França. Na imagem, o artista representou o momento desse ataque. Note que quêi está sendo enrolado em um largo tecido, que é puxado pela personagem à qual ele tenta se agarrar, uma mulher representada utilizando volumosas vestes.
O pioneirismo inglês
Os ingleses popularizaram e aperfeiçoaram muitas invenções que resultaram na automatização das máquinas e contribuíram para que o país fosse o primeiro a realizar a Revolução Industrial. Isso foi favorecido por diversos aspectos culturais, econômicos e sociais.
As políticas mercantilistas adotadas a partir do século dezesseis e, principalmente, o processo das Revoluções Inglesas que marcou o aumento da influência da gentry na Inglaterra foram muito importantes.
A expansão comercial foi favorecida pelo fato de a maioria dos integrantes do Parlamento ser da gentry e, portanto, ter interesses comerciais. Além disso, após a promulgação dos Atos de Navegação, em 1651, durante o governo republicano de Óliver Crom-uél, a marinha inglesa se tornou uma potência mundial.
O acúmulo de capital pelos ingleses também foi beneficiado pelo grande mercado consumidor, principalmente o externo, que teve diversas altas entre 1660 e 1760. Nesse período, as exportações britânicas aumentaram de três a quatro vezes. As causas desse crescimento estavam relacionadas à poderosa marinha mercante e, também, às bem-sucedidas estratégias comerciais do país.
Além disso, a Inglaterra apresentava mais estabilidade política que as outras potências europeias, pois tinha conseguido controlar os graves problemas de fome. Essa situação se devia também ao fato de os integrantes do Parlamento concordarem em priorizar as políticas de obtenção de lucro. Para completar, a monarquia parlamentarista estava amparada nos princípios de liberdade individual, que era o objetivo de muitos daqueles que protestavam na Europa naquele momento.
No mesmo período, a França, uma de suas principais concorrentes comerciais, enfrentava escassez de alimentos e uma forte crise econômica. Portugal e Espanha, por sua vez, estavam em declínio econômico.
Imagens em contexto!
Com a promulgação dos Atos de Navegação, a Inglaterra se tornou uma potência naval da Idade Moderna. Nessa pintura, o artista djôn clíveli representou o estaleiro naval de Deptford Dockyard, no Rio Tâmisa (região de Londres), para evidenciar a grandeza da marinha real britânica.
A terra como mercadoria
Outro fator que contribuiu para o pioneirismo inglês na Revolução Industrial foi a quantidade de mão de obra disponível para as fábricas, em razão do processo de arrendamento e cercamento dos campos.
No século dezesseis, durante a Reforma Anglicana, o rei Henrique oitavo confiscou amplos territórios pertencentes à Igreja Católica, os quais foram vendidos ou doados para os integrantes da gentry.
Na época, os campos eram ocupados por camponeses, que podiam ser os donos das terras ou arrendatários, nobres e outros proprietários. Além disso, existiam as terras comunais, que pertenciam aos senhores, mas podiam ser utilizadas coletivamente para atividades como pastoreio e coleta de lenha.
Para aproveitar a alta de preços decorrente do crescimento da economia nos séculos dezesseis e dezessete, os proprietários rurais ingleses passaram a cobrar o arrendamento de todos os camponeses e obrigaram muitos deles a sair das terras em que viviam.
A partir do século dezoito, esse processo passou a ser regulamentado pelos Enclosure Acts (“Decretos das Cercas”), que determinavam o enclosure (“cercamento dos campos”), transformando a terra em mercadoria que podia ser vendida e comprada.
Se liga no espaço!
Responda no caderno.
Analise a pintura. Nela tômas guéinsburu representou dois membros da gentry com roupas elegantes e acessórios de caça. Nessa imagem, qual é o papel da grande extensão de terras desenhada atrás dos dois personagens?
Mão de obra e recursos
Ao longo do processo de retirada dos camponeses, que durou séculos, as terras passaram a ser administradas pelos arrendatários e proprietários capitalistas, que as utilizaram principalmente para a produção agrícola, aumentando bastante a oferta de alimentos na região.
Foram empregadas nessa produção técnicas agrícolas avançadas, o que possibilitou a redução do número de trabalhadores. Além disso, a criação de ovelhas aumentou muito no século dezoito, pois a lã era uma das principais matérias-primas utilizadas na crescente indústria têxtil. Esse trabalho também demandava pouca mão de obra.
Dessa maneira, muitos camponeses ficaram desempregados e, assim como os artesãos falidos e os imigrantes judeus e irlandeses, tornaram-se mão de obra barata para as fábricas.
Por último, havia na Grã-Bretanha abundante oferta de recursos naturais necessários para a construção e o funcionamento das primeiras máquinas industriais, pois o subsolo da ilha era rico em carvão mineral e ferro.
O carvão mineral era mais eficiente que o carvão vegetal. Por isso, foi o escolhido como combustível para as máquinas a vapor. O ferro, por sua vez, foi utilizado na construção das máquinas, das ferramentas e das estradas de ferro, fundamentais para escoar a produção industrial em um segundo momento do processo de industrialização.
Agora é com você!
Responda no caderno.
- Descreva as principais mudanças nas fórmas de produzir que caracterizaram a Revolução Industrial.
- Como se formaram as primeiras fábricas na Inglaterra?
- O início da Revolução Industrial afetou apenas o espaço urbano? Justifique.
A Primeira Revolução Industrial
Durante a primeira fase da Revolução Industrial, as máquinas foram sendo adotadas e aperfeiçoadas aos poucos, e não substituíram completamente a produção artesanal ou a manufatureira, que existem até hoje.
A princípio, na indústria têxtil foi utilizada como matéria-prima apenas a lã produzida nos campos britânicos. Depois, a lã foi substituída pelo algodão, pois a produção desse material era mais barata. Além disso, os tecidos de algodão duravam menos e precisavam ser recomprados com mais frequência, o que aumentava o lucro dos comerciantes. Assim, o algodão foi a matéria-prima da revolução e seu consumo, apenas na Grã-Bretanha, aumentou mais de doze vezes entre as décadas de 1770 e 1800.
A partir do momento em que as máquinas a vapor começaram a ser usadas, a produção passou a ser feita de modo seriadoglossário e em larga escala. Para manter o ritmo de produção, era preciso exportar as mercadorias, pois o mercado interno não tinha condições de absorvê-las. Assim, a indústria britânica passou a depender do mercado externo, principalmente o colonial, para adquirir matéria-prima e para vender as mercadorias produzidas.
O aperfeiçoamento dos meios de transporte
Com o aumento constante da produção nas fábricas, foi necessário pensar também em meios para transportar rapidamente as mercadorias entre as cidades, os campos e os portos.
O vapor foi muito utilizado nos motores das máquinas da indústria têxtil e para movimentar diversos outros tipos de maquinário, tornando-se a principal fonte de energia do período.
Em 1807 foi construído o North River Steamboat, o primeiro barco a vapor, inventado pelo estadunidense Róbert Fúlton. O barco ficaria conhecido informalmente como Clearmont.
Imagens em contexto!
A maior parte do algodão consumido na Grã-Bretanha provinha de suas colônias na Índia e na América do Norte. Nesse último local, o produto era cultivado por negros escravizados. A partir da última década do século dezoito, a América portuguesa se tornou um dos principais fornecedores da mercadoria, chegando a produzir, também com uso de trabalho escravizado, 40% do algodão utilizado na cidade de Liverpool.
A primeira travessia oceânica com esse tipo de embarcação ocorreu alguns anos depois, em 1819. Nessa viagem, foi utilizado o barco britânico Savannah, que combinou a tecnologia da máquina a vapor com a propulsão a velas e levou um mês para percorrer o trajeto entre o Reino Unido e os Estados Unidos.
Por tornar a navegação menos dependente de fatores como o vento e as correntes marítimas, a invenção do barco a vapor inaugurou uma nova era nos transportes e no comércio mundial.
A locomotiva a vapor foi inventada pouco tempo depois e provocou outras transformações. A primeira estrada de ferro destinada a passageiros foi projetada pelo engenheiro djêordji istívenson e inaugurada em 1825, conectando as cidades de Darlington e Stockton, no Reino Unido. As locomotivas que percorriam essa ferrovia alcançavam a velocidade de 24 quilômetros por hora.
Os trens foram fundamentais para integrar regiões onde a navegação fluvial não era possível, realizando o transporte de pessoas e mercadorias entre os portos e o interior do território. Além disso, a construção das estradas de ferro impulsionou as atividades relacionadas à siderurgia e ao carvão.
Para construir estradas, era necessário ferro fundido. Esse material era produzido com uso de máquinas a vapor, movidas a carvão, que também alimentava as locomotivas. Assim, o consumo de ferro e o de carvão se retroalimentavamglossário e movimentaram a economia britânica a partir de então.
Europa: grandes centros industriais e ferrovias – século dezenove
FONTE: VICENTINO, C. Atlas histórico: geral e do Brasil. São Paulo: Scipione, 2011. página 122.
Se liga no espaço!
Responda no caderno.
Em que parte da Europa o número de ferrovias era maior? Explique os fatores que contribuíram para isso.
Crescimento urbano e ambiente
Por causa da relação entre a produção de carvão e a de ferro, as fábricas eram instaladas perto das minas. As minas e as fábricas atraíam milhares de camponeses, imigrantes e artesãos em busca de trabalho, que se instalavam nas proximidades desses locais. Formaram-se, assim, grandes cidades industriais em um processo de urbanização desordenado.
Para se ter ideia de como foi rápido esse processo, na Grã-Bretanha, até 1750, apenas nas cidades de Londres e Edimburgo havia mais de 50 mil habitantes. Em 1801, oito cidades ultrapassaram esse número e, em 1851, o mesmo ocorreu em outras 59.
Além disso, o aprimoramento dos meios de produção foi acompanhado pela transformação dos outros processos que envolviam a indústria têxtil, como o de lavagem, preparação das mechas e acabamento dos tecidos. Inicialmente, os tecidos eram alvejados em grandes terrenos ao ar livre. Depois, isso passou a ser feito com produtos químicos, como o ácido sulfúrico e, a partir de 1720, o cloro.
A utilização crescente desses produtos e o descarte de seus resíduos nos rios aumentaram a poluição da água, causando profundo desequilíbrio ambiental e tornando as regiões fabris insalubres.
A poluição dos rios britânicos aumentou tanto com a Revolução Industrial e o processo de urbanização que, em 1874, em um naufrágio no Rio Tâmisa morreram sessenta pessoas, não por afogamento, mas por contaminação. Desde o início do século dezenove, o rio foi usado como uma das principais rotas comerciais da região, e sua poluição foi constante a partir de então.
Imagens em contexto!
Em 1957, os especialistas consideraram o Rio Tâmisa biologicamente morto. Os trabalhos para despoluí-lo foram iniciados na segunda metade da década de 1960 e ainda não terminaram. Graças a esse processo de despoluição, alguns peixes e outros animais aquáticos voltaram a aparecer no rio.
O ludismo
Com o aumento do uso de máquinas e a automação dos processos de produção, muitos operários ficaram com medo de perder o emprego. Em razão disso, promoveram revoltas e destruição dos maquinários.
Você sabia que a palavra sabotagem tem origem nesse período? Ela deriva da palavra francesa sabot, que significa “tamanco”, um tipo de sapato que era atirado pelos operários nas máquinas para danificá-las e comprometer a produção.
Esses protestos, que ocorreram na Grã-Bretanha, na França, na Bélgica e em outros locais, foram meios utilizados pelos operários para lutar por melhores condições de trabalho, diante de uma situação de intensa exploração e de péssima qualidade de vida nas cidades. No início, o movimento era principalmente de resistência e protesto.
No século dezoito, muitos operários passaram a encarar as máquinas como causadoras dos males que o mundo industrial lhes trazia. Assim, grupos de trabalhadores se reuniam com o objetivo de destruí-las; por isso, ficaram conhecidos como quebradores de máquinas.
Com o objetivo de conter esse movimento, que ganhou fôrça sobretudo a partir da segunda metade do século dezoito, o governo britânico promulgou, em 1769, uma lei que determinava a pena de morte para os destruidores de máquinas e fábricas.
Apesar dessa primeira proibição, protestos foram realizados no Condado de Nottingham, onde os patrões foram acusados de reduzir o salário dos operários para baratear seus produtos. Os operários, então, solicitaram o fim do uso das máquinas no processo de produção e o restabelecimento de seus antigos pagamentos. A fim de conquistar esses direitos, promoveram violentos protestos, nos quais destruíram parte das máquinas e fábricas de Nottingham.
A estratégia era reunir-se em grupos de aproximadamente cinquenta pessoas e invadir de modo rápido uma aldeia após a outra, destruindo os teares que encontrassem pelo caminho.
Imagens em contexto!
Mesmo com a promulgação da lei de 1769, o movimento não foi extinto e alcançou o auge por volta de 1812. Nesse período, já era conhecido como ludismo, em homenagem a néd lúd, personagem que foi apontado como o líder dos operários e que teria destruído a marretadas as máquinas da oficina em que trabalhou.
Reação governamental aos protestos
Os ludistas iam passando de aldeia em aldeia e se spalharam por outras regiões, chegando a Yorkshire, onde atacaram a tecelagem de Uilian cártráit, além de alcançar Liversedge, onde assassinaram o industrial Uilian , em 1812.
O Parlamento britânico considerou o movimento dos ludistas uma organização militar e enviou tropas para lutar contra eles. Em janeiro de 1813, ordenou a execução por enforcamento de dezessete pessoas em iórque. A ação conteve o movimento, mas não o destruiu.
Em 1830 foi promulgada a Nova Lei dos Pobres. O objetivo do governo era prestar assistência social aos mais pobres, garantindo-lhes roupas, alimentação e alojamento em asilos. No entanto, em troca dessa assistência, as pessoas em situação de pobreza eram obrigadas a trabalhar exaustivamente várias horas por dia.
O descontentamento dos operários aumentou ainda mais em 1832, quando foi realizada uma reforma no Parlamento britânico, que dedidiu manter o sufrágio censitário. Isso significava que o direito ao voto era determinado por critérios econômicos e de renda, o que excluía os operários da vida política institucional.
Logo depois, em 1836, uma grave crise econômica atingiu o Reino Unido, aumentado ainda mais a miséria dos trabalhadores.
Imagens em contexto!
Os operários denunciavam as péssimas condições de trabalho e os castigos corporais aos quais eram submetidos em cartazes como o reproduzido nesta página, que também era uma crítica à Nova Lei dos Pobres.
No campo, com a aceleração do processo de cercamentos, somada às péssimas condições de vida e trabalho, diversos trabalhadores atacaram fazendas e propriedades agrícolas vinculadas à indústria têxtil. O ataque ilustrado na imagem de 1890 foi direcionado às máquinas de triturar. Camponeses viam nessas máquinas uma ameaça à garantia de seu trabalho.
O cartismo
Em 1838, os trabalhadores de Londres enviaram ao Parlamento a Carta do Povo, um documento no qual reivindicavam o direito ao voto para todos os homens maiores de 21 anos, assim como o voto secreto, entre outras demandas.
O movimento em defesa dessa carta ficou conhecido como cartismo. Por visar à representação política dos trabalhadores, ele pode ser entendido como um amadurecimento do movimento operário europeu.
Apesar de haver recebido mais de um milhão de assinaturas, a reforma parlamentar proposta na Carta do Povo foi negada pelo Parlamento britânico. Por isso, em 1842 os operários organizaram outra petição, dessa vez assinada por 3 milhões de pessoas.
Na petição cartista de 1842, os operários reivindicaram a diminuição da jornada de trabalho, a proibição do trabalho infantil e a regulamentação do trabalho feminino, entre outras demandas. Como tais reivindicações também não foram atendidas, eles realizaram uma grande manifestação em 1848.
Com o aumento da repressão por parte do governo, o cartismo perdeu fôrça e os operários se organizaram de outras maneiras. Apesar de não avançar na conquista institucional dos direitos dos trabalhadores, o cartismo foi muito importante. Por mais de vinte anos, o movimento reuniu milhões de trabalhadores britânicos na luta por uma causa, incentivando-os a se identificar como uma classe com os mesmos interesses e problemas.
Aos poucos, ao longo do século dezenove e no início do século vinte, o movimento operário conquistou vários direitos.
Imagens em contexto!
A expressiva ação do cartismo foi liderada principalmente por Uilian e . A férgus ôu cónor reunião de trabalhadores na região de Kennington Common, em Londres, registrada na foto, foi convocada por ôu cónor para apresentar uma petição ao Parlamento.
Analisando o passado
Analise a seguir duas charges sobre o cartismo, publicadas em 1848 pela Punch, revista especializada em sátiras e análise de assuntos do cotidiano por meio do humor. A Punch foi veiculada no Reino Unido de 1841 a 1992, sendo reativada em 1996 e, em 2002, encerrou suas atividades. Reflita sobre essas imagens, produzidas no século dezenove, para responder às perguntas que seguem.
CHARGE 1
CHARGE 2
Responda no caderno.
- Na primeira charge é representado um operário do movimento cartista entregando a Carta do Povo a um membro do Parlamento. De que modo esse operário e a carta estão representados? Em sua opinião, o que isso simboliza?
- Na segunda charge, de que modo as mulheres são representadas? Qual é o simbolismo por trás disso?
- Considerando que as duas charges abordam a luta do movimento cartista, que opinião elas transmitem sobre a capacidade das mulheres e dos homens de lutar por seus direitos? Você acha que ainda existem pessoas com essa opinião?
Vida, cotidiano e trabalho durante a Revolução Industrial
A Revolução Industrial modificou completamente a vida da maioria das pessoas pobres, que passou a enfrentar duras condições de trabalho nas fábricas. Não havia salário mínimo, jornada de trabalho máxima, descanso semanal, férias nem outros direitos trabalhistas.
As jornadas de trabalho eram cansativas e podiam se estender de dez a dezoito horas por dia. Como havia muitos desempregados, os operários se submetiam a salários baixíssimos e a condições que geravam lesões graves, como as causadas por esforço repetitivo, e acidentes, que podiam levar à morte. Em caso de acidente ou doença, os trabalhadores não recebiam auxílio.
Para aumentar o lucro, os donos dos meios de produção lotavam as fábricas com máquinas e trabalhadores. Esses locais eram abafados, sujos e úmidos. Para piorar, o ar era poluído pela fumaça das máquinas e cheio de fiapos que se soltavam nos processos de tecelagem, causando doenças respiratórias.
Com a industrialização, a maioria dos operários passou a viver em bairros próximos às fábricas. Esses bairros eram caracterizados pela pobreza e por ruas estreitas e mal iluminadas. As casas eram precárias e pequenas. Diversos homens, mulheres e crianças tinham de dormir no mesmo cômodo. Os banheiros eram fossas que ficavam a céu aberto, pois não havia rede de esgoto. Diante dessas péssimas condições de vida, era comum a disseminação de doenças, como a tuberculose e a cólera.
O trabalho de mulheres e crianças
A maior parte dos patrões evitava empregar homens adultos, pois o contrato deles podia ser mediado por guildas ou corporações. Não havia, porém, leis que regulamentassem a contratação de mulheres e crianças, que podiam trabalhar nas fábricas e receber menos. Por isso, elas eram maioria.
Estima-se que, em 1839, quase a metade dos trabalhadores das fábricas britânicas tinha menos de 18 anos. As mulheres compunham 56,25% dos operários nas fábricas de algodão, 69,5% nas fábricas de lã e 70,5% nas fábricas de seda e de fiação de linho.
Mulheres grávidas podiam ser dispensadas sem ressarcimento. As que não eram demitidas tinham de voltar para as fábricas três ou quatro dias depois do parto. Os bebês ficavam em casa e era comum dar-lhes narcóticosglossário , como o láudano, para acalmá-los, o que causava a diminuição do ritmo cardíaco e podia levar à morte.
Por volta dos 9 anos, as crianças já podiam ser enviadas para as fábricas, onde chegavam a trabalhar dezesseis horas por dia. Por causa de seu tamanho, trabalhavam em locais pequenos e realizavam tarefas que seriam difíceis para os adultos, como recolher os carretéis de fios que caíam entre as máquinas. Como não havia nenhum tipo de proteção, era comum elas se ferirem no maquinário e até terem partes do corpo amputadas.
Imagens em contexto!
O Dia Nacional e Mundial de Combate ao Trabalho Infantil é comemorado em 12 de junho. Todos os anos, nesse dia, são realizados eventos para dar visibilidade ao tema e propor um debate sobre a violação e a defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes, pois a exploração do trabalho infantil ainda ocorre em várias partes do mundo.
Dica
FILME
As aventuras de óliver tuíste Direção: tôni bíl. Estados Unidos, 1997. Duração: 91 minutos.
O filme é baseado no romance homônimo de chárles díquens, escrita de As aventuras de Óliver que abordou em suas obras os dramas da vida cotidiana dos pobres. Essa adaptação cinematográfica apresenta a história do jovem Oliver e sua vida nas ruas da Londres do século dezenove.
A mudança na relação com a natureza
Antes da Revolução Industrial, as pessoas tinham uma relação mais equilibrada com a natureza. Depois, a sociedade ocidental passou a enxergar o planeta como fonte de recursos a ser domada pela inteligência humana e pelo maquinário. A água, por exemplo, passou a ser vista como algo que podia ser transformado em energia por meio do vapor. Além disso, como você estudou, o crescimento urbano e industrial aconteceu sem planejamento nem preocupação com o meio ambiente.
O afastamento da natureza também se manifestou na mudança da percepção que as pessoas tinham sobre o tempo. Antes, a passagem do tempo era percebida de maneira cíclica e as tarefas eram relacionadas às condições da natureza. Com a Revolução Industrial, passou a ser definida pelo patrão e não estava mais relacionada às estações do ano ou ao nascer e ao pôr do sol, pois as fábricas funcionavam também no período noturno.
Na sociedade industrial, o tempo passou a ser valorizado e medido como um recurso para controlar a produção nas fábricas e calcular a remuneração dos trabalhadores.
Essa mudança da relação com o tempo envolveu, por exemplo, a criação de instrumentos de medição para disciplinar os operários, como os relógios de ponto, que controlavam os horários de chegada e saída dos trabalhadores nas fábricas. Os relógios públicos já eram construídos na Europa desde o século catorze, mas com a industrialização se tornaram populares os relógios portáteis. Com eles, cada indíviduo podia controlar o próprio tempo.
Imagens em contexto!
O crescimento urbano e industrial e o consumo descontrolado são problemas que começaram no século dezoito, com a Revolução Industrial, mas persistem até os dias de hoje. Em 2020, a Organização das Nações Unidas ( ônu) publicou um relatório de acordo com o qual, em todo o mundo, são produzidos 53 milhões de toneladas de lixo eletrônico por ano. Estima-se que até 2050 serão produzidos 120 milhões de toneladas de lixo eletrônico por ano.
Agora é com você!
Responda no caderno.
- Relacione a Revolução Industrial à declaração da morte biológica do Rio Tâmisa, em Londres, em 1957.
- Identifique as principais características dos movimentos operários ludista e cartista.
- De que fórma a modernização dos processos de produção, da implementação das manufaturas à formação das indústrias, afetou a vida dos trabalhadores?
Atividades
Responda no caderno.
Organize suas ideias
1. Analise o mapa mental da Revolução Industrial. No caderno, relacione os fatos e personagens do quadro a seguir aos títulos desse mapa.
- Capital acumulado.
- Grande quantidade de mão de obra disponível.
- Poluição ambiental.
- Quebradores de máquinas.
- Sentimento de união entre os trabalhadores.
- Teares mecânicos.
- Trens e estradas de ferro.
- Trabalho não regulamentado.
- Trabalho infantil.
- Vapor pela queima do carvão.
- Analise as informações a seguir. No caderno, identifique as alternativas que apresentam características da Revolução Industrial.
- Produção artesanal.
- Produção em baixa escala.
- Automação de algumas etapas da produção.
- Grande quantidade de assalariados e fábricas.
Aprofundando
3. Leia o texto a seguir, sobre a sociedade britânica do século dezoito, e faça o que se pede.
“A família era a base reticências de todas as moças pertencentes à classe média e à aristocracia daquela época; por isso, era de se esperar que os pais as deixassem certa quantia [de dinheiro] após sua morte ou que os irmãos ficassem com a responsabilidade de ajudá-las, caso não se casassem. A herança e bens materiais eram transmitidos sempre ao filho primogênito ou parente mais próximo do sexo masculino, impedindo assim que as filhas recebessem a herança. Na verdade, esse era o sistema legal da época, criado para que a fortuna ficasse sempre em nome da família por várias gerações, e para que não fosse partilhada, caso o pai decidisse dividir as terras e bens entre todos os filhos, incluindo filhas.
As leis inglesas da época colocavam a mulher em uma situação muito delicada. O direito de propriedade e o contrôle do dinheiro eram exclusivos dos maridos. Somente após o The Married Woman’s Property Act, de 1870, é que as mulheres conquistam o direito de herdarem rendimentos e propriedades após o casamento . reticências
O Matrimonial Causes Act, de 1857, dava ao homem o direito de se divorciar, caso a mulher lhe fosse infiel. Porém, se uma mulher pedisse o divórcio por infidelidade do marido, esta perderia a guarda dos filhos e ficava proibida de vê-los. reticências Somente em 1891 reticências as mulheres conquistaram o direito do divórcio, sem restrições aos filhos.”
ZARDINI, A. S. O universo feminino nas obras de Djêine Óstin. Em Tese, Belo Horizonte, volume 17, número 2, página158-164, 2011.
- Segundo a autora do texto, por que a herança familiar ficava sempre com o filho primogênito ou outro homem da família?
- Como o Married Woman’s Property Act, de 1870, mudou essa situação?
- Compare a situação das mulheres descrita nesse texto com a das trabalhadoras das fábricas, que você estudou no capítulo, e aponte as principais diferenças e semelhanças entre elas.
4. ()
“Na Europa, até o século dezoito, o passado era o modelo para o presente e para o futuro. O velho representava a sabedoria, não apenas em termos de uma longa experiência, mas também da memória de como eram as coisas, como eram feitas e, portanto, de como deveriam ser feitas. Atualmente, a experiência acumulada não é mais considerada tão relevante. Desde o início da Revolução Industrial, a novidade trazida por cada geração é muito mais marcante do que sua semelhança com o que havia antes.”
Adaptado de Eric róbisbáum, O que a história tem a dizer-nos sobre a sociedade contemporânea? em: Sobre História. São Paulo: Companhia das Letras, 1998, página 37-38.
- Segundo o texto, como a Revolução Industrial transformou nossa atitude em relação ao passado?
- De que maneiras a Revolução Industrial dos séculos dezoito e dezenove alterou o sistema de produção?
- Debata com os colegas as questões a seguir.
- O desenvolvimento tecnológico e a industrialização causaram mudanças positivas ou negativas à vida dos seres humanos? Expliquem.
- Na opinião de vocês, o século vinte e um já superou os problemas apresentados na alternativa anterior? Justifiquem a resposta.
- Leia a seguir três trechos do Estatuto da Criança e do Adolescente ( éca), uma lei de 1990 criada para proteger juridicamente as crianças e os adolescentes.
“ Artigo 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho reticências
Artigo 60. É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos de idade, salvo na condição de aprendiz. reticências
Artigo 62. Considera-se aprendizagem a formação técnico-profissional ministrada segundo as diretrizes e bases da legislação de educação em vigor.”
BRASIL. Lei nº 8 069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Brasília, DF, 13 julho 1990. Disponível em: https://oeds.link/fGd074. Acesso em: 18 fevereiro 2022.
Com base nesses artigos do éca, produza uma dissertação argumentativa comparando os direitos das crianças e dos adolescentes na época da Revolução Industrial aos que eles têm hoje, no Brasil. Caso queira utilizar outras informações para a comparação, pesquise dados e estatísticas sobre o trabalho infantil na atualidade. Você pode encerrar o texto com propostas para solucionar esse problema.Glossário
- Meio de produção
- : utensílio, ferramenta ou qualquer outro instrumento utilizado no processo de produção de determinada mercadoria.
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- Patentear
- : registrar legalmente uma invenção de utilidade pública.
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- Seriado
- : em série, seguindo a lógica da linha de montagem, em que diversos trabalhadores operam máquinas com funções específicas.
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- Retroalimentar-se
- : alimentar um ao outro.
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- Narcótico
- : nesse caso, substância que causa sonolência e reduz ou elimina a sensibilidade.
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