CAPÍTULO 12 SÉCULO dezenove: IMPERIALISMO E MOVIMENTOS ANTICOLONIAIS

No século dezenove, europeus e estadunidenses produziram saberes pseudocientíficos (ou seja, falsamente científicos) para justificar a adoção de políticas de dominação territorial e cultural nos continentes africano e asiático. A imagem a seguir foi publicada por um médico e cientista estadunidense que tentou comprovar a suposta diferença entre as raças por meio do estudo de crânios.

Ilustração. Desenho da silhueta de três crânios vistos de cima. O primeiro é identificado como sendo caucasiano, tem formato largo e arredondado com o maxilar pequeno. Tem um distanciamento entre as cavidades dos olhos. O segundo, mongol, possui crânio largo e redondo, tem o maxilar grande e distância pequena entre as cavidades dos olhos. O terceiro, negro, tem o crânio oval e estreito. O maxilar é largo. Entre a cavidade dos olhos há um prolongamento da testa.
Suposta representação da parte superior do crânio de um caucasiano, de um mongol e de um negro em ilustração do livro Types of mankind, de Sêmiuel , 1854.
Ícone. Ilustração de uma lupa indicando o boxe Imagens em contexto!

Imagens em contexto!

A partir do século dezessete, baseados em dados pseudocientíficos, estudiosos europeus procuraram dividir os seres humanos em diferentes raças, com o intuito de classificá-las e hierarquizá-las. Entre essas raças encontravam-se a caucasiana, que designava as pessoas brancas, a mongol, que englobava grupos asiáticos, e a negra, chamada por vezes de africana.

Ícone. Ilustração de ponto de interrogação indicando questões de abertura de capítulo.

Responda oralmente.

  1. Qual dos crânios representados na imagem parece ser o maior?
  2. Em sua opinião, qual era o objetivo de sémiuel djórdje mórton ao representar essa diferença de tamanho entre os crânios?
  3. Quais foram os possíveis efeitos desse tipo de representação?

O imperialismo

Como você estudou no capítulo 9, na segunda metade do século dezenove ocorreu a Segunda Revolução Industrial. Com a ampliação da indústria e do comércio em países europeus, nos Estados Unidos e no Japão, eram necessárias novas fontes de matéria-prima e mercados consumidores para as mercadorias produzidas.

Nesse contexto de industrialização e de crescente nacionalismo, países como Reino Unido e França promoveram expedições de militares, geógrafos, engenheiros e cientistas, entre outros profissionais, em sua maioria europeus, para conhecer e investigar outros povos e lugares.

Essas equipes elaboraram mapas e relatórios ampliando o conhecimento a respeito de sociedades e lugares até então pouco explorados pelos europeus, principalmente nos continentes africano e asiático. Teve início, então, o domínio sobre territórios, bens e pessoas, e tentativas de imposição da cultura, da economia e da política da Europa nessas regiões. Esse processo, iniciado no século dezenove, é denominado neocolonialismoglossário ou imperialismo.

Os dados científicos foram manipulados e distorcidos para justificar a implementação da política imperialista. Diferentes campos da ciência foram direcionados para isso: geografia, antropologia, arqueologia e ecologia, entre outros.

Ilustração em preto e branco. Desenhos de rostos e seus respectivos crânios, identificados como pertencendo a uma pessoa grega, a uma pessoa negra e a um chimpanzé jovem. O primeiro rosto é o de um homem branco de nariz fino, queixo pequeno e cabelo ondulado. O crânio correspondente a ele é o do homem grego e é arredondado e largo com os dentes rentes ao contorno da testa. O segundo rosto é o de um homem negro que possui cabelo curto, nariz largo e lábios grossos e projetados para frente. Ao lado representação do crânio que corresponde a ele, e que é comprido e oval, com a mandíbula e o maxilar projetados para frente. O terceiro rosto é o de um chimpanzé que possui a cabeça comprida e oval, olhos pequenos, orelhas grandes e a boca projetada para frente. O crânio correspondente é arredondado, com o maxilar e a mandíbula projetados para frente.
Ilustrações do livro Types of mankind, de Sêmiuel djêordji mórton, 1854. A nomenclatura das imagens foi traduzida pelos autores para fins didáticos.
Ícone. Ilustração de uma lupa indicando o boxe Imagens em contexto!

Imagens em contexto!

No século dezenove, a deturpação da ciência serviu para justificar a suposta superioridade racial dos europeus. Na imagem, um crânio humano representando os brancos, com fórmas consideradas superiores às de outras “raças”, foi relacionado ao deus grego Apolo. Já o crânio do negro foi comparado ao de um chimpanzé, demonstrando o racismo presente nesse tipo de teoria.

Darwinismo e darvinísmo social

Em 1859, o britânico chárlis Dárvin publicou a obra A origem das espécies, na qual propôs a teoria da seleção natural. De acordo com essa teoria, os seres que se adaptam melhor às condições do ambiente em que vivem têm mais chances de sobreviver e gerar descendentes, enquanto os seres que não se adaptam se extinguem. Ao longo do tempo, então, a população dos seres que conseguem sobreviver transmite para seus descendentes as características que facilitam a adaptação ao ambiente, garantindo a continuidade da espécie. A modificação da espécie por meio da aquisição dessas características foi denominada por Dárvin evolução.

A teoria de Dárvin não foi prontamente aceita pela sociedade da época. Para alguns cientistas e para a maior parte dos religiosos, as espécies seriam imutáveis. Outros se apropriaram das teorias de Dárvin a respeito da seleção natural e da evolução para produzir uma interpretação distorcida das sociedades humanas com base em aspectos biológicos, culturais e sociais.

De acordo com esse modelo explicativo, a espécie humana era biologicamente única, mas havia grupos em diferentes estágios civilizatórios (socioculturais): os que viviam no estágio mais primitivo (considerados selvagens), os que estavam em estágios intermediários (denominados bárbaros) e os que faziam parte do estágio considerado mais evoluído (chamados civilizados). Essa ideia de civilização tinha como parâmetro a Europa.

Segundo esse ponto de vista eurocêntrico, todos os povos poderiam progredir, passando de estágios mais primitivos aos mais avançados. Para isso, precisariam avançar nos níveis de uma escala evolutiva que os levaria ao mesmo patamar em que se encontravam os europeus. Progredir, portanto, seria se “europeizar”.

Também no século dezenove, consolidou-se a crença na existência de diferentes raças humanas. Isso explicaria as cores de pele, os tipos de cabelo, os formatos de nariz e olhos etcétera A ideia básica de raça era a de que características físicas fixas, imutáveis ou pouco mutáveis passariam de pais para filhos (ou seja, seriam hereditárias) e condicionariam a existência humana.

Tirinha em um quadro. Ilustração de três  homens de cabeça oval, nariz grande, olhos redondos e um deles tem barba cinza. Eles estão com roupas de anjo, asas e auréola, sobre nuvens. Um dos homens comenta com o outro: POBRE DARWIN, ELE NÃO CONSEGUE ENTENDER A ORIGEM DAS ASAS.
frênqui , tirinha de bóbi Teivis, 2014.
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Na tirinha, é representada uma interação entre Dárvin e figuras angelicais que viveriam no céu. O humor da tirinha está no fato de que a teoria da evolução defendida por Dárvin não explicaria mistérios como a vida depois da morte e as asas dos anjos.

Dica

VÍDEO

Expedições: percorra os caminhos de Darwin no Parque Estadual Serra da Tiririca

Direção: Lucas Saldanha. Brasil, 2016. Duração: 26 minutos Disponível em: https://oeds.link/VmE1w3. Acesso em: 20 abril2022.

Nesse episódio do programa Expedições, realizado pela tê vê Brasil, é abordada a época em que Dárvin esteve em solo brasileiro, no século dezenove, para realizar pesquisas científicas. Um de seus destinos foi o local correspondente ao do atual Parque Estadual da Serra da Tiririca, no estado do Rio de Janeiro, foco dessa produção.

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Transcrição do áudio

[LOCUTOR 1]: Darwinismo social e racismo

[LOCUTOR 2]: No final do século XIX, chegaram ao Brasil teorias europeias que afirmavam que a humanidade era dividida em raças superiores e inferiores. Algumas teses também falavam em seleção natural e dialogavam com o evolucionismo biológico de Charles Darwin: o chamado “darwinismo social”.

Qual foi o impacto da chegada do darwinismo social em um país que já praticava o racismo em sua própria estrutura social?

A professora Karoline Carula, do curso de História da Universidade Federal Fluminense, vai responder essa questão e nos ajudar a refletir mais sobre o assunto.

[VINHETA]

[LOCUTOR 2]: Por que teorias racistas foram elaboradas no final do século XIX? Qual o impacto delas na cultura do Ocidente?

[KAROLINE CARULA]: O século XIX foi o século da ciência. Nele a ciência estendeu seus tentáculos para diversos setores da sociedade, foi aqui que inúmeros aspectos, desde o mundo natural à esfera social, passaram a ser cientificamente explicados. Teorias cientificas de diversas vertentes passaram a classificar a humanidade em grupos ou raças como eram chamados. Importante ressaltar que as análises classificatórias começaram a ser desenvolvidas no Iluminismo, mas foi apenas no século XIX que elas ganharam força e grande difusão. Essa classificação era hierarquizante e colocava determinados grupos como superiores aos outros. Ou seja, uma parcela da humanidade era considerada racialmente inferior a outra. O impacto dessas teorias racistas na cultura ocidental foi extremamente grande na medida em que elas trouxeram argumentos científicos para a delimitação de uma hierarquia racial na sociedade. Isso, no caso de sociedades onde a escravidão africana esteve presente de maneira basilar, propiciou a difusão de um discurso que pretendia estabelecer os lugares sociais nos quais os indivíduos deveriam ser introduzidos.

[LOCUTOR 2]: As teses originárias do darwinismo social eram muito lidas no Brasil naquela época? Quem eram seus leitores? Como eles recebiam essas ideias? Elas foram adaptadas? Outras teorias foram criadas aqui?

[KAROLINE CARULA]: Assim como em outros países ocidentais, as teses originárias do darwinismo chegaram e tiveram repercussão no Brasil. O darwinismo, compreendido como uma teoria moderna, foi lido, apropriado e ressignificado por uma parcela de letrados na sociedade brasileira – médicos, jornalistas, literatos dentre outros que poderíamos considerar como intelectuais.

A leitura da teoria de Darwin era feita por filtros. Esses sujeitos, que difundiram o darwinismo no Brasil, mesclavam ao darwinismo princípios de outros evolucionistas, como Dirac, Lamarck e Spencer. Ocorreu uma apropriação do darwinismo, muitas vezes para justificar questões de cunho social. Nesse sentido, importante destacar, que muitos desses intelectuais não liam diretamente a obra da Darwin, mas sim comentadores e divulgadores do darwinismo. Essas teses originárias do darwinismo, como o darwinismo social e seus desdobramentos, eram discutidas em espaços institucionais, como nas faculdades de Medicina do Rio de Janeiro e da Bahia, nas faculdades de Direito do Recife, de São Paulo, no Museu Nacional, no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e também em espaços públicos, como na imprensa e em conferências e cursos públicos. Por exemplo, a Conferência Pública sobre o Darwinismo, feita pelo médico Augusto César de Miranda Azevedo, no Rio de Janeiro em 1875, gerou grande polêmica na imprensa. A polêmica girou fundamentalmente em torno do jornal católico chamado O apóstolo, que se manifestou de modo hostil, explicitando sua oposição à teoria de Darwin. Contudo, boa parte da imprensa considerou importante a divulgação da teoria na sociedade brasileira, ou seja, a recepção do darwinismo não se deu de maneira igual e pacífica. No caso da conferência do Miranda Azevedo, uma das aplicações da teoria darwinista na sociedade apontada por Miranda Azevedo estava relacionada à seleção do serviço militar, pois, na visão desse médico, essa seleção do serviço militar retirava os homens sadios da sociedade e deixava os defeituosos para procriarem.

[LOCUTOR 2]: Qual a diferença entre o racismo surgido no fim do século XIX e a ideologia que fundamentou a escravidão nos séculos anteriores?

[KAROLINE CARULA]: No século XIX, sobretudo no final do século, a justificativa do racismo fundamentava-se em argumentos de caráter científico. O discurso científico era empregado para classificar de modo hierárquico os seres humanos. Quando pensamos nos séculos anteriores não temos a presença dessa argumentação fundamentada na fala da ciência. Nesse sentido, ao pensarmos a fundamentação ideológica da escravidão, não temos apenas uma explicação, mas sim várias. Por exemplo, uma justificativa muito importante largamente empregada estava pautada no caráter cristão, pois aqueles africanos seriam retirados do mundo pagão e inseridos no mundo cristão, no caso do Brasil, no mundo cristão católico. Porém o que é importante demarcar é que em nenhuma dessas explicações anteriores ao século XIX havia uma fundamentação racializada em termos científicos.

[LOCUTOR 2]: A época da chegada dessas teorias é também o período em que despontaram os primeiros escritores e líderes políticos negros no Brasil. Como eles se relacionavam com o racismo presente nas culturas brasileira e europeia?

[KAROLINE CARULA]: Com relação a escritores e líderes negros, podemos mencionar, por exemplo, Machado de Assis – mulato, literato, homem de imprensa, cuja obra é considerada um marco na literatura brasileira. Machado, apesar do que muitos afirmam, foi crítico a várias questões raciais que pautavam o mundo de sua época: escravismo, darwinismo social, preconceito racial etc. Quando ele trabalhou como funcionário do Ministério da Agricultura, lá ele atuou de diversas maneiras em prol da libertação dos escravos.

Outro que podemos citar é Luís Gama, que também combateu o racismo e a escravidão. Filho de uma africana livre e um fidalgo de origem portuguesa, ele foi vendido como escravo pelo próprio pai após sua falência. Conseguiu comprar sua liberdade e se tornou um eminente rábula. Rábula era como era chamado um advogado autodidata. E, atuando dessa maneira como advogado autodidata, ele conseguiu a liberdade de mais de 500 escravos.

Podemos também mencionar José do Patrocínio, que foi uma importante figura do movimento abolicionista. Patrocínio era filho de um cônego com uma quitandeira liberta. Quando de seu casamento com uma jovem branca, recebeu críticas feitas por meio da imprensa referentes ao casamento inter-racial. Ele rebateu as críticas no jornal A gazeta da tarde, que era um jornal de cunho abolicionista que ele era diretor em 1881.

Outra figura importante foi André Rebouças, filho do conselheiro de estado Antônio Rebouças, que era – o pai de André Rebouças – filho de uma escrava alforriada. André Rebouças era engenheiro de formação e foi vítima de vários preconceitos raciais. Engajado no movimento abolicionista, Rebouças, juntamente com Joaquim Nabuco e José do Patrocínio, fundou a Sociedade Brasileira Contra a Escravidão. No início da década de 1880, viajou pela Europa a fim de dar continuidade à campanha abolicionista e de conectá-la ao movimento abolicionista internacional.

Por fim, já mais no início do século XX, merece destaque a figura de Lima Barreto. Também mulato, jornalista e escritor, ele criticou a condição precária a qual foram relegados os negros no pós-abolição. Em algumas de suas produções literárias, ele atacou os argumentos científicos racistas amplamente difundidos na sociedade daquele momento.

Então, temos aí uma lista de importantes escritores, literatos e outros que nos mostram a atuação desses negros dentro dessa sociedade.

Teorias como essa não são mais aceitas, pois se provou pela biologia e por outras ciências que as variações genéticas entre os seres humanos com características físicas semelhantes e entre pessoas com características físicas diversas são muito pequenas. Portanto, não existem raças humanas, mas apenas variações físicas.

Houve, ainda, teorias mais preconceituosas. Arthur de gobinô e Herbert Spencer, por exemplo, adaptaram a lógica da sobrevivência dos mais aptos para as teorias sociais e propuseram o chamado darvinísmo social, que foi amplamente difundido. De acordo com os defensores dessa ideia, os brancos fariam parte da raça superior. Abaixo deles estariam, nesta ordem, os amarelos, os indígenas e os negros. Para muitos darvinístas sociais, os indígenas e os negros seriam incivilizáveis.

Nesse discurso, a ideia de raça se misturava à de cultura. Portanto, uma cultura superior só seria possível a raças puras, e a única que os darvinístas sociais consideravam pura era a branca. Eles divulgavam a ideia de que, quanto mais misturas raciais houvesse, mais danos haveria à cultura superior e à civilização. Pior do que as raças inferiores puras, portanto, seria a mistura das raças, que poderia levar ao que era chamado de degeneração, ou seja, o processo pelo qual a raça mais desenvolvida se tornaria menos evoluída.

Embora diferentes, essas teorias tinham o racismo como base. Apesar de condenar as misturas raciais, porém, os defensores dessas teorias afirmavam que as nações civilizadas deviam estar presentes entre as menos civilizadas para tutorá-las.

Fortaleceu-se, dessa fórma, um discurso em defesa da ideia de que levar a civilização para africanos e asiáticos, por exemplo, seria uma obrigação moral dos europeus, responsáveis por civilizar povos que eles consideravam atrasados. Defendia-se também a ideia de que as raças que os europeus consideravam inferiores deviam ser eliminadas ou dominadas em benefício das superiores.

Ilustração. Vista de local aberto, com dois grupos ocupando lados opostos da imagem, separados pelo mar. À esquerda homens brancos, vestindo uniformes e empunhando armas. À frente deles há uma alegoria feminina, com cabelo loiro longo, vestindo uma túnica branca e um capacete, que ergue uma bandeira com o escrito CIVILIZAÇÃO. À frente deles, à direita, homens negros, sem camisa, descalços e segurando lanças. Um deles carrega uma bandeira com a palavra BARBÁRIE. Alguns deles estão caídos no chão. Ao fundo, o mar. No alto, céu de alvorada.
Do Cabo ao Cairo, ilustração de Udo Keppler, 1902.
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Imagens em contexto!

Nessa imagem, o cartunista estadunidense reproduziu a ideia racista de superioridade dos brancos ao representá-los do lado esquerdo, vestidos, calçados e munidos de armas de fogo, levando a bandeira da civilização, e ao desenhar os negros despidos, usando lanças e carregando a bandeira da barbárie.

Dica

LIVRO

Quem foi chárlis Dárvin?, de Deborah Hopkinson. São Paulo: DCL, 2009.

Nessa biografia, a autora narra a vida do cientista desde a infância até a idade adulta. Além disso, ela comenta as primeiras viagens de observação e exploração da natureza feitas por Dárvin, principalmente as realizadas a bordo do navio agá ême éssebígou, seu método de pesquisa e o lançamento de suas hipóteses e teorias.

Imperialismo na África

Desde o século quinze, os europeus estabeleceram diferentes fórmas de domínio e de interação com líderes de diversas regiões da África. No entanto, a presença no continente se intensificou a partir da década de 1870, quando teve início a corrida imperialista, que, como você estudou, aliava industrialização, racismo e disputas por mercados e matérias-primas entre as potências europeias.

Em 1876, essas potências fundaram a Associação Internacional Africana (), com a finalidade de, teoricamente, ajudar os africanos do centro do continente. A contava com comissões nacionais de vários países-membros e era presidida pelo rei belga Leopoldo segundo. A Bélgica fundou instituições como o Comitê de Estudos do Alto-Congo, em 1878, para explorar comercialmente esse território, e competia com outros países europeus, como França e Portugal, pelo domínio da região.

A França foi o primeiro país europeu a propor um acordo a líderes locais do Congo, em 1880, por meio de seu representante Piérr. Com auxílio de intérpretes e habitantes locais, brazá convenceu o chefe do povo batêque, ilô macôco, a transformar seus domínios em um protetoradoglossário da França. Acreditando na promessa de obter vantagens, macôco assinou o acordo, conhecido como Tratado brazá-macôco.

Fotografia em sépia. Em um local a céu aberto, há dezenas de presas de elefante espalhados pelo chão de terra. Ao fundo, alinhados lado a lado, homens brancos de chapéu e roupa social observam a cena. Entre eles há duas pessoas negras com roupas mais simples observando a cena também. No canto à direita, várias pessoas negras estão lado a lado observando as presas. Ao fundo, casa com cobertura de palha.
Exploradores belgas no Congo e moradores do local com presas de elefante utilizadas para a obtenção do marfim. Foto de 1900.

No mesmo período, o rei Leopoldo segundo enviou como representante o jornalista e aventureiro britânico rênei mórton istânlei à região, a fim de garantir o domínio do território para a Associação Internacional do Congo, instituição criada em 1879 para substituir o Comitê de Estudos do Alto-Congo. Por meio dessa instituição, a Bélgica conseguiu administrar parte do Congo como uma espécie de colônia privada, explorando primeiro o marfim e, depois, a borracha. istânlei usou meios cruéis para dominar os congoleses, castigando, mutilando e assassinando os que não atingissem as metas estipuladas de produção. As tentativas de resistência eram duramente reprimidas.

Para impedir o monopólio de um país sobre importantes regiões da África e evitar conflitos armados na corrida imperialista, as potências da época negociaram tratados diplomáticos no final do século dezenove e no início do século vinte. Um deles foi assinado entre 1884 e 1885, na Conferência de Berlim, promovida pelo chanceler alemão Otto von Bismarck, que contou com a participação de diversos países europeus, de representantes do Império Otomano e dos Estados Unidos. As principais preocupações desses países eram garantir a liberdade de comércio na bacia do Rio Congo e de navegação nos rios Congo e Níger e estabelecer critérios para legitimar as futuras anexações do território africano pelas potências capitalistas.

Esse tratado e uma série de outros acordos firmados até o início da Primeira Guerra Mundial, em 1914, resultaram na chamada partilha da África, que foi a divisão do continente de forma arbitráriaglossário pelas potências capitalistas, modificando as fronteiras africanas segundo os interesses imperialistas.

Países com mais poder político, como Reino Unido e França, foram privilegiados nesses acordos, pois assumiram a administração ou o direito de influenciar vastas regiões da África. Em contrapartida, a Itália e a Alemanha, países recém-unificados, não se sentiram beneficiadas, ficando com territórios menores e menos rentáveis economicamente.

Pintura. Interior de um grande salão com piso coberto por tapetes vermelhos, paredes azul-claro, teto alto, com detalhes dourados nas paredes e grandes janelas verticais ao fundo. Dezenas de homens estão reunidos no salão, alguns sentados ao redor uma grande mesa, outros em pé conversando. Eles vestem roupas escuras. À frente, dois senhores, um calvo e um de bigode branco, se cumprimentam. Um deles veste um paletó com várias medalhas penduradas. Alguns homens no salão observam a cena.
Congresso de Berlim, 13 de julho de 1878, pintura de Ânton fon Vérnar, 1881.
Dominação e resistência

A divisão arbitrária do continente africano causou uma série de problemas internos e disputas locais. Com o estabelecimento de fronteiras traçadas sem respeito à diversidade étnico-cultural das populações locais e as divergências entre elas, os conflitos armados entre os diferentes povos africanos aumentaram significativamente. Esses conflitos foram, em muitos casos, estimulados pelos europeus, que pretendiam ampliar seus domínios. Eles utilizaram a tática de “dividir para dominar”, que impedia a união dos africanos contra os invasores.

Para conquistar os territórios africanos, os europeus utilizaram diferentes lógicas e estratégias: em muitos casos usaram a fôrça para anexar formalmente os territórios invadidos, transformando-os em colônias; em outros, criaram fórmas de dependência econômica, estabelecendo áreas de influência e protetorados. Nas colônias, a administração era realizada diretamente pelos colonizadores, com perda total de soberania local. Já nos protetorados, a administração ocorria em aliança com a elite local.

Muitos povos africanos resistiram à dominação europeia. Um deles foi o Axânti, que vivia na Costa do Ouro (atual Gana). No final do século dezenove, os chefes tradicionais desse povo foram depostos pelos britânicos, que tentaram impor novos líderes e cobrar pesadas indenizações por revoltas anteriores. A rainha não aceitou essa situação. A partir de 1890, ela liderou um poderoso exército com a participação maciça de mulheres. Com esse exército, os Axânti travaram violentas batalhas contra os britânicos, mas acabaram derrotados em 1900. Esse evento ficou conhecido como Rebelião Axânti.

Outro exemplo de resistência foi a Rebelião máji máji, ocorrida na África Oriental Alemã (atual Tanzânia), entre 1905 e 1907. Essa revolta, comandada por líderes do povo ingôni, reuniu diversas etnias africanas contra os colonizadores alemães. Os participantes da rebelião se recusaram a aceitar a tomada de suas terras, a imposição do cristianismo e o trabalho forçado nas plantações de algodão, sendo violentamente reprimidos pelas autoridades alemãs.

Ilustração. Boneca negra com olhos grandes e rosto arredondado. Tem cabelos pretos, compridos e crespos. Usa um lenço amarelo com estampa geométrica em tons de verde e de vermelho ao redor da cabeça, formando um laço. Veste um macacão nas mesmas cores do lenço.
Ilustração atual representando uma boneca inspirada na rainha Iá Assentauá.
Ícone. Ilustração de uma lupa indicando o boxe Imagens em contexto!

Imagens em contexto!

A rainha Iá Assentauá tornou-se símbolo da resistência africana contra o Império Britânico e também da fôrça feminina negra. Bonecas como a da imagem são feitas para homenagear a rainha e valorizar a fôrça das mulheres negras.

Os vestígios materiais da guerra liderada pela rai- nha Iá Assentauá contra o Império Britânico fazem parte da memória da etnia Axânti e da memória nacional de Gana. No ano 2000, foi fundado o Museu Iá Assentauá, em homenagem a ela, para lembrar a resistência do povo Axânti contra as potências imperialistas.

Fotografia. Em local a céu aberto, destaque para uma escultura do busto de uma mulher sem cabelos, com o rosto comprido, olhos pequenos e queixo quadrado. Sobre os ombos, um manto vermelho. A escultura está apoiada sobre uma base retangular azulejada. Ao fundo, uma casa grande com telhado inacabado e com plantas na frente. No alto, céu cinza.
Busto de Iá Assentauá, em frente ao museu a ela dedicado em êjisú, na região Axânti, em Gana. Foto de 2016.
A dominação do Egito

A disputa colonial acirrou ainda mais a rivalidade entre os países europeus. O Egito, por exemplo, foi disputado por França e Reino Unido até 1869, quando terminou a construção do Canal de Suez. Para concluir a obra, que ligou o Mar Mediterrâneo ao Mar Vermelho, o país obteve financiamento do Reino Unido, tornando-se área de influência dos britânicos. Em 1882, para sufocar revoltas nacionalistas, os britânicos invadiram o Egito, transformando-o em um protetorado.

Fotografia. Imagem de um sarcófago, estrutura vertical que tem o contorno do corpo humano. A tampa tem o rosto de um egípcio de cabelo comprido e olhos grandes pintados e, na parte da tampa que corresponde ao corpo, pinturas em camadas bem definidas. Há inscrições na parte interna do sarcófago.
Sarcófago egípcio de cêrca de 700 antes de Cristo, no Museu Britânico, em Londres, Reino Unido. Foto de 2019. As potências europeias se apossaram de vários objetos egípcios de alto valor cultural e com eles formaram acervos de museus como o Britânico.

O domínio estrangeiro na África – 1885-1913

Mapa. O domínio estrangeiro na África, 1885 a 1913. Mapa representando as áreas de domínio europeu na África. Legenda: Rosa: Reino Unido. Verde-claro: França. Verde-escuro: Alemanha. Vermelho: Itália. Laranja: Bélgica. Roxo: Portugal. Amarelo: Espanha. Hachurado rosa: Domínio conjunto anglo-egípcio. Cinza: Territórios não colonizados. No mapa, estão indicados os seguintes domínios: Reino Unido: Egito, Nigéria, Costa do Ouro, Fernando Pó (Bioko), Serra Leoa, Gâmbia, Somália Britânica, África Oriental Britânica, Rodésia do Norte, Rodésia do Sul, Suazilândia, Basutolândia, Niassalândia, União da África do Sul, Bechuanalândia e Zanzibar. França: Marrocos, Tunísia, Argélia, África Ocidental Francesa, África Equatorial Francesa, Madagascar e Somália Francesa. Alemanha: Camarões, Sudoeste Africano Alemão, África Oriental Alemã e Togo. Itália: Líbia, Eritreia e Somália Italiana. Bélgica: Congo Belga. Portugal: Angola, Moçambique, Guiné Portuguesa e Cabinda. Espanha: Saara Espanhol, Marrocos Espanhol e Guiné Espanhola. Domínio conjunto anglo-egípcio: Sudão Anglo-egípcio. Territórios não colonizados: Etiópia e Libéria. No canto inferior esquerdo, rosa dos ventos e escala de 0 a 710 quilômetros.

FONTE: ernândes, L. L. A África na sala de aula: visita à história contemporânea. São Paulo: Selo Negro, 2005. página 68.

Ícone. Ilustração de um símbolo de localização sobre um folheto aberto e em branco, indicando o boxe Se liga no espaço!

Se liga no espaço!

Responda no caderno.

Analise o mapa e responda: que elementos representados nele sugerem que o continente foi demarcado por potências europeias? Essa demarcação respeitou as diferenças étnicas e culturais dos povos africanos? Explique.

Agora é com você!

Responda no caderno.

  1. Explique de que modo o imperialismo está relacionado à Segunda Revolução Industrial.
  2. O que foi a AIA?
  3. Os povos africanos resistiram à dominação europeia. Essa afirmação está correta? Justifique.

Imperialismo na Ásia

No fim do século dezoito, o interesse dos europeus pelo continente asiático já era antigo. Desde o final do século quinze, eles exploraram, por exemplo, produtos da Índia, como especiarias, seda e madeira.

Naquele período, os portugueses se apossaram de territórios indianos, como Goa, Damão e Diu, e de outras regiões da Ásia, como Macau, na China, e parte do Timor, na Indonésia. Os espanhóis, por sua vez, tomaram o território correspondente ao das atuais Filipinas, enquanto os holandeses se concentraram em Java e Sumatra, na Indonésia.

O caso da Índia

A partir das últimas décadas do século dezoito, com a corrida imperialista, o interesse dos europeus pelo continente asiático aumentou. Naquela época, a então Grã-Bretanha exercia forte influência sobre a Índia. Por meio da atuação da Companhia das Índias Orientais, os britânicos firmaram acordos com integrantes da elite local, interferindo nas leis e na cobrança de impostos e subjugandoglossário povos e regiões inteiras.

O imperialismo na Ásia – século dezenove

Mapa. O imperialismo na Ásia, século 19. Mapa representando as áreas de domínio europeu na Ásia. Legenda: Potências dominadoras Rosa: Reino Unido. Amarelo: França. Laranja: Alemanha. Roxo: Holanda. Verde: Portugal. Vermelho: Japão. No mapa, estão indicados os seguintes domínios: Reino Unido: Nova Zelândia, Tasmânia, Austrália, Ilhas Fiji, Ilhas Salomão, Ilhas Gilbert, Sarawak, Cingapura, Índia, Birmânia, Ceilão, Áden (na península arábica), Socotora, Hong Kong e Wai-Hai-wei (na China). França: Nova Caledônia, Novas Hébridas, Kuang-Tcheu na China e Mahé, Yanaon, Pondicherry e Karikal na Índia. Alemanha: Nova Guiné e Kiaut-Cheu (na China). Holanda: Sumatra, Bornéu, Índias Holandesas, Java e Célebes. Portugal: Diu e Damão na Índia, Goa, Macau na China e Timor. Japão: Coreia, Porto Artur (na China), parte de Sacalina, Formosa, Porto Artur. No canto inferior direito, rosa dos ventos e escala de 0 a 1.210 quilômetros.

FONTE: párquer, G. Atlas Verbo de história universal. Lisboa: Verbo, 1997. página 113.

Em meados do século dezenove, com a redução das tarifas alfandegárias e a concorrência dos produtos britânicos, o setor têxtil indiano foi arruinado. Isso aconteceu porque a produção local de tecidos era artesanal, e os indianos não conseguiam vender as mercadorias por um preço mais baixo que o das importadas do Reino Unido.

O domínio britânico causou indignação na população. Diante disso, soldados indianos se uniram a outros grupos descontentes e, entre 1857 e 1859, promoveram a Revolta dos . O movimento foi violentamente reprimido pelo Império Britânico, que tomou o contrôle político da região e depois a incorporou a seu território.

O caso da China

A China também foi alvo da corrida imperialista no século dezenove. O Reino Unido importava dos chineses produtos como porcelana, chá e seda, que eram muito valorizados na Europa.

Os produtos britânicos, por sua vez, enfrentavam forte barreira comercial para entrar na China. Com a justificativa de abrandar as perdas com a exportação de suas mercadorias, o Império Britânico determinou a venda do ópio na China. Esse produto era uma droga viciante e proibida pelo Estado chinês.

O aumento no número de dependentes dessa droga causou vários problemas sociais e econômicos na China. Diante disso, o governo tentou aumentar as restrições ao comércio e ao uso do ópio. Com essas medidas, foram reduzidos os lucros do Reino Unido, que iniciou, em 1839, a chamada Primeira Guerra do Ópio. Com a vitória britânica em 1842, a China assinou o Tratado de Nanquim, por meio do qual teve de concordar com a abertura de cinco portos chineses ao livre-comércio e ceder aos britânicos a ilha de Róng Kóng.

Os chineses continuaram tentando controlar o comércio exterior e frear o consumo de ópio, que continuava a causar problemas no país. Essa situação gerou a Segunda Guerra do Ópio, ocorrida entre 1856 e 1860, na qual a China foi novamente derrotada pelos britânicos.

Em 1900, os integrantes de um grupo nacionalista, que era conhecido pelos britânicos como boxers, passou a cometer uma série de atentados contra estrangeiros, iniciando a Rebelião dos Boxers. Para combatê-los foi formada uma aliança internacional entre europeus, estadunidenses e japoneses. Mesmo com o apoio do governo chinês, os boxers foram derrotados, em 1901.

Charge. Ilustração de uma cena em que, ao centro, há uma pizza grande, em formato circular, de cor bege, com fatias delineadas onde está escrito em francês: CHINA. Apoiados com mãos e cotovelos sobre a pizza, quatro pessoas representando seus respectivos países. Da esquerda para à direita: uma mulher com rugas, cabelos brancos, véu branco preso nos cabelos, pulseiras douradas, colar e coroa na mesma cor segurando uma faca na mão direita, apontada para cima. Ela dirige um olhar tenso para o homem ao seu lado, que usa capacete preto com detalhes em dourado, com uma lança triangular na parte superior. Ele usa trajes militares e segura uma faca para cortar a fatia da pizza. Ao lado dele, um homem observa atentamente a atitude do outro. Ele usa um chapéu branco sobre a cabeça, casaca verde e gola em vermelho, com par de luvas brancas  e segura uma faca na mão direita. Atrás dele, uma mulher de cabelos escuros em coque e, sobre os cabelos, um pequeno gorro vermelho e roupa com gola vermelha, branca e azul. Na ponta da direita, um homem de cabelos pretos, com um coque pequeno, de blusa de manga comprida em laranja e tecido sobre os ombros em branco, com a mão direita sobre o queixo. Atrás das pessoas ao redor da mesa, um homem com olhos saltados, com espanto, rugas na testa, uma trança fina, barbicha grisalha, usando um chapéu preto com uma pena. Ele está com os braços erguidos para cima, possui unhas grandes e afiadas e colar em volta do pescoço.
Charge francesa publicada em 1898 no Le Petit Journal.
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Na charge, a China foi desenhada como uma pítsa . Os pedaços dela são disputados por personagens que representam a rainha Vitória, do Reino Unido, o cáizer Guilherme segundo, da Alemanha, o quizár Nicolau segundo, da Rússia, marriâne, símbolo da França pós-revoluções liberais, e um samurai do Japão. Ao fundo, um mandarim estereotipado protesta em vão.

A dominação francesa na Indochina

Outra potência europeia que consolidou seu domínio sobre o continente asiático foi a França. Na segunda metade do século dezenove, os franceses conquistaram a Indochina, região correspondente à dos atuais Vietnã, Camboja e Laos. Eles incentivaram as rivalidades entre as populações locais e substituíram os governantes por representantes franceses. Além disso, exploraram a mão de obra local, sobretudo na extração de carvão e no cultivo de arroz, café e chá, e implantaram o cultivo de seringueiras para produzir látex.

A população local resistiu à dominação francesa. Em tônquim, por exemplo, entre 1883 e 1886, os nativos enfrentaram o exército francês, que foi enviado para transformar a região em um protetorado. Mesmo recebendo o apoio da China, eles não conseguiram impedir o avanço do país invasor.

Gravura. Vista de um gramado com uma construção semelhante a uma muralha ao fundo. No gramado está acontecendo uma batalha. À direita, soldados de uniforme escuro e chapéu triangular atacam com espingardas, baionetas e espadas. À esquerda, pessoas tentam se defender com espadas e lanças. No topo de uma lança, há uma cabeça humana. Ao fundo, outras pessoas participam da batalha e há fumaça no local.
Campanha sôn tái, gravura francesa do século dezenove.
Gravura. Em um local a céu aberto, à esquerda, um conjunto de militares vestindo roupas escuras está em pé conversando com um grupo de pessoas posicionado na parte direita da imagem. Elas vestem roupas coloridas, algumas usam chapéus triangulares sobre a cabeça. Na lateral direita, um membro do grupo empunha uma bandeira preta. Ao fundo, construções em estilo oriental e uma bandeira da França hasteada. Na base da imagem, textos escritos em francês. Um deles significa: Conchinchina e Tonkin unidas à França.
Cochinchina e tônquim unidas à França, gravura francesa do século dezenove.
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As gravuras desta página foram produzidas em homenagem à vitória da França contra as tentativas de resistência da Indochina. Na imagem Campanha sôn tái, foi representada a dominação pelos franceses da cidade desôn tái, em tônquim (atual Vietnã), em 1883. Note que a violência dos soldados é ilustrada de fórma positiva. Já na outra imagem, os franceses e indochineses foram representados negociando em harmonia, criando uma falsa ideia de união. Além da produção de gravuras, foram emitidas moedas para comemorar a chamada Campanha de tônquim.

A expansão imperialista do Japão

O continente asiático sofreu influência de outro país imperialista: o Japão. O país era governado por xoguns, líderes que concentravam os poderes políticos e militares. Durante muito tempo, a economia japonesa baseou-se na agricultura e a sociedade valorizava as tradições milenares.

Em 1853, o país foi obrigado a ceder à pressão dos Estados Unidos e abrir seus portos para o comércio, dando início a uma ampla abertura econômica. Depois disso, jovens japoneses passaram a ser enviados a universidades na Europa e nos Estados Unidos para frequentar cursos na área de tecnologia e, assim, impulsionar a industrialização do país.

Em 1868, o poder dos xoguns foi transferido ao imperador. Apoiado por uma forte reação nacionalista, o príncipe mutissurríto mêidji assumiu o poder, inaugurando o que ficou conhecido como Era meidjí (“governo dos iluminados”), caracterizada pela ocidentalização e pela industrialização do país.

Nesse processo, empresas controladas por famílias que tinham um banco para financiar suas atividades, chamadas zaibatsús, concentraram riquezas – apenas quatro companhias controlavam 32% da indústria pesada e 50% do sistema financeiro do país. Elas evitavam competir umas com as outras e eram favorecidas pelo Estado.

O Japão lançou-se, então, em uma campanha imperialista, guerreando contra a China e a Rússia em diversas ocasiões. Vencedor em todos os conflitos, o país incorporou diversos territórios na Ásia.

Desde o século dezesseis, o Japão invadia a Península Coreana, mas sem conseguir dominá-la. Em 1876, os japoneses conseguiram integrar a Coreia a seu império, exercendo influência política e econômica sobre a região. A anexação formal do território, contudo, ocorreu apenas em 1910.

Fotografia. Vista para uma área urbana, com destaque, em primeiro plano, para uma área coberta por árvores em tons de amarelo, vermelho e laranja. Ao centro, entre as árvores, há uma construção antiga, com telhados triangulares em cor verde com detalhes dourados. Ao fundo, vários prédios altos espelhados e modernos. No alto, céu azul com poucas nuvens brancas.
Vista da cidade de ossáka, no Japão. Foto de 2019.
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A Era meidjí, que durou até o início do século vinte, impulsionou a modernização do Japão, tornando-o uma potência mundial. A cidade de ossáka foi um dos principais centros comerciais japoneses no processo de modernização.

O imperialismo estadunidense na América Latina

No final do século dezenove e nas primeiras décadas do século vinte, os Estados Unidos adotaram uma postura agressiva de interferência política na América Latina, com base em uma lógica imperialista muito similar à europeia. A nação se projetou como branca, superior tecnologicamente e mais civilizada que as demais do continente, utilizando o argumento de que tinha de controlar vizinhos menos civilizados. Além disso, os Estados Unidos invadiram as possessões espanholas nas Filipinas, na Ásia.

A intervenção em Cuba e no Panamá

No final do século dezenove, Cuba era a maior produtora mundial de açúcar e atraía muitos investimentos estadunidenses. Além disso, localizava-se próximo ao Istmo do Panamá, porção de terra que liga a América do Norte à América do Sul.

Caricatura. Ilustração de uma ampla sala de aula. À esquerda, o professor é um senhor alto e magro, tem cabelo branco e liso, nariz grande e cavanhaque. Ele usa um casaco azul escuro e calça com listras vermelhas e brancas, nas cores da bandeira dos Estados Unidos. Está debruçado sobre uma mesa, apontando uma varinha fina para quatro crianças negras sentadas em um banco. Elas o observam assustadas. Na cintura das crianças é possível ler Cuba, Porto Rico, Havaí e Filipinas. Ao fundo, crianças brancas lendo livro sentadas em carteiras escolares individuais. Atrás delas há uma lousa com texto. Ao lado, uma porta, e, do lado de dentro da sala, um indígena está sentado encolhido e isolado do resto do grupo lendo um livro. Do lado de fora da porta, um aluno negro observa o interior segurando um livro embaixo do braço. Ao fundo à esquerda, um jovem negro no topo de uma escada limpa a janela da sala de aula com um pano e observa a cena. Na sala há uma bandeira dos Estados Unidos pendurada.
Caricatura publicada na revista estadunidense Puck, de 1899.
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Na caricatura, o Tio sém, símbolo nacional dos Estados Unidos, é representado como professor de crianças mal-comportadas que simbolizam Cuba, Porto Rico, Havaí e Filipinas (sentadas em um banco, sem livros, na primeira fileira). As crianças que simbolizam os estados dos Estados Unidos são representadas bem-vestidas e calçadas, sentadas em carteiras e lendo de maneira autônoma. Parecem mais velhas que as demais. O personagem indígena foi representado longe dos outros, com o livro de ponta-cabeça. O chinês foi desenhado do lado de fóra da escola. O africano, por sua vez, foi representado limpando uma janela, como se não tivesse direito de estudar.

Em 1898, soldados estadunidenses e cubanos lutaram juntos contra os espanhóis pela independência de Cuba. O conflito ficou conhecido como a Guerra Hispano-Americana e foi marcado pelo ideal da Doutrina Monroe (que você estudou no capítulo 10). Com a vitória, Cuba conseguiu sua emancipação política da Espanha, mas se tornou uma espécie de protetorado dos Estados Unidos.

Para sair do país, em 1901, os estadunidenses obrigaram os cubanos a aceitar a Emenda Plát, um dispositivo, depois incorporado à Constituição Cubana, que permitia a interferência política dos Estados Unidos na ilha. Logo em seguida, forçaram a instalação de uma base naval em Guantánamo (mantida até hoje). Antes disso, os Estados Unidos enviaram tropas para Porto Rico, em 1898, e para a Nicarágua, em 1899.

Outro exemplo de intervenção dos Estados Unidos ocorreu no Panamá, que, no início do século vinte, era ligado à Colômbia. O governo estadunidense tinha interesse em construir na região uma ligação entre o Oceano Atlântico e o Oceano Pacífico: o Canal do Panamá.

Diante da recusa do governo colombiano de ceder seu território, os estadunidenses incentivaram a guerra de independência do Panamá, em 1903. Em troca de apoio no conflito, o governo panamenho cedeu o direito de construção do canal aos Estados Unidos.

Charge em preto e branco. Ilustração de uma cena em que um homem de cabeça grande, testa larga e sobrancelhas grossas está em pé, vestido com roupa social e gravata borboleta, e segura um ferro com as letras U S na ponta após marcar a pele das costas de um homem que está em pé na sua frente. O homem está amarrado a um poste no qual há uma placa, com o escrito Emenda Platt. Ao fundo um senhor de cartola e nariz comprido observa a cena com as mãos nos bolsos. No alto da imagem, um título em espanhol: O ferro da casa. Marca Comercial.
Charge publicada em Cuba, em 1901, ironizando a Emenda Plát.
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Na charge, o Tio Sam é representado observando a cena em que o então presidente dos Estados Unidos Uilian maquínli marca com ferro quente as costas de um cubano com as iniciais U.S. (United States). No cartaz se lê: “O ferro da casa: marca registrada”.

A diplomacia do Grande Porrete

Em 1904, Rusevélt, então presidente dos Estados Unidos, lançou o chamado Corolárioglossário Rusevélt à Doutrina Monroe, pensamento que se consagrou como a Política do Big Stick (“Grande Porrete”). Reafirmava, assim, o princípio de apoio dos Estados Unidos às nações americanas contra a interferência europeia, considerando o país o guardião da América, fosse por meio de negociações, fosse por meio da fôrça.

Desse modo, os estadunidenses se resguardavam o direito de interferir politicamente nos demais países do continente, derrubar e instaurar governos e invadir territórios. Assim como as demais nações imperialistas, eles afirmavam ter o dever de levar a civilização e o progresso a povos ou países que consideravam atrasados.

Impulsionados por essa ideia, realizaram intervenções militares em Cuba (entre 1906 e 1910), na Nicarágua (de 1909 a 1911, de 1912 a 1925 e de 1926 a 1933), no Haiti (entre 1915 e 1934) e na República Dominicana (entre 1916 e 1924). Entre 1898 e 1925, os Estados Unidos intervieram 31 vezes em nove países da América Central e do Caribe.

Charge. Ilustração de um homem vestido com roupas azuis caminhando a passos largos sobre o que parece ser a superfície de um lago envolto por terra. Na parte da terra, nomes de territórios: Santo Domingo, México, Panamá, entre outros. Na água está escrito Mar do Caribe e nela há embarcações de guerra com chaminés soltando fumaça. Em um dos barcos está escrito em inglês: coletor de impostos. À esquerda, está o homem de pele clara, cabelos e bigode escuros, com par de óculos redondos, lenço sobre o pescoço em branco e vermelho, casaca de mangas compridas em azul, calça até os joelhos em bege, segurando um objeto que se assemelha a um grande porrete. Ele está descalço e seus sapatos estão presos na cintura, onde também há um arma de fogo e uma espada. Com a mão esquerda, ele puxa uma corda presa a uma das embarcações. No alto, céu azul-claro, nuvens brancas e pássaros sobrevoando.
O Grande Porrete no Mar do Caribe, charge de UILIAM ÁLEN RÓGERS, 1904.
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Na imagem, o presidente Rusevélt é representado segurando um porrete e carregando uma frota naval no interior do Mar do Caribe. As nações identificadas no círculo são: São Domingos, Cuba, México, Panamá e Venezuela.

Agora é com você!

Responda no caderno.

  1. Como as potências imperialistas se relacionavam com as tradições culturais dos territórios conquistados?
  2. Explique o que foi a Rebelião dos Boxers.
  3. Defina a Emenda Plát e a Política do Big Stick.

Vamos pensar juntos?

O imperialismo foi praticado por países industrializados em diferentes regiões da África, da Ásia e da América. De acordo com o intelectual palestino Edward Said, todos eles afirmaram “não ser como os outros, explicaram que suas circunstâncias eram especiais, que existiam com a missão de educar, civilizar”. Com essa narrativa, criavam circunstâncias para dominar.

As ações imperialistas foram realizadas com o emprego de táticas militares, econômicas, culturais e políticas. Povos de diferentes locais reagiram a elas de diversas maneiras: por meio da valorização das tradições (língua, alimentação, vestimenta etcétera) e da literatura locais, da luta pela liberdade de crença ou do embate militar. Essas reações ficaram conhecidas como anti-imperialistas ou anticoloniais.

De fórma geral, elas ficaram mais populares e intensas com o passar do tempo e, a partir da metade do século vinte, tornaram quase insustentável a existência de impérios declarados.

Na América Latina, por exemplo, a política intervencionista dos Estados Unidos e o processo de desenvolvimento da consciência anti-imperialista alimentaram o debate intelectual no final do século dezenove e no início do século vinte. Importantes pensadores latino-americanos, como o cubano rossê martí, o uruguaio rossê enríque rodó e o nicaraguense rubên darío, escreveram textos contra o chamado Colosso ou Gigante do Norte, criando um imaginário político de contestação aos Estados Unidos. Expressões como diplomacia do dólar, Tio sém e Wall Street e imagens que associavam os Estados Unidos a chacais, monstros de duas cabeças, vampiros ou águias fizeram parte da linguagem de resistência à influência estadunidense na América Latina. Em uma carta de 1895, rossê martí declarou:

“Corro todos os dias o perigo de dar minha vida por meu país, e por meu dever – porque o entendo e tenho a coragem de fazê-lo – de impedir a tempo com a independência de Cuba que os Estados Unidos se estendam pelas Antilhas e caiam, com mais fôrça, sobre nossas terras da América. O que fiz até hoje, e continuarei a fazer, é impedir reticências que Cuba se abra, por anexação dos imperialistas de lá e dos espanhóis reticências”.

ápud: fernández, R. R. Pensamiento de nuestra America: autorreflexiones y propuestas. Buenos Aires: Clacso, 2006. página 41.

Responda no caderno.

  1. Para eduard saíd, quais foram as justificativas das potências para o imperialismo?
  2. O que são ações anti-imperialistas ou anticoloniais? Descreva uma das que você estudou neste capítulo.
  3. Em sua carta, como rossê martí apresenta sua relação com Cuba e o que ele denuncia?

Atividades

Responda no caderno.

Organize suas ideias

  1. Analise as afirmações a seguir, sobre a obra A origem das espécies, publicada em 1859 por chárlis Dárvin. Depois, no caderno, identifique as verdadeiras e as falsas.
    1. Inaugurou um debate sobre a história na Terra ao demonstrar que as espécies sofriam adaptações ao meio em que estavam inseridas.
    2. Alterou o debate sobre a evolução dos seres vivos no planeta Terra, mas manteve intocadas as discussões sobre a evolução humana.
    3. Foi adaptada de fórma equivocada para explicar as sociedades humanas, o que deu origem ao darvinísmo social.
    4. Serviu a economistas na elaboração de planos de desenvolvimento industrial para o Reino Unido e a França, sendo a base da Segunda Revolução Industrial.
  2. No caderno, reproduza o quadro a seguir e complete-o com as características dos movimentos de resistência ao domínio imperial citados no capítulo.
Îcone Modelo.

Nome do movimento

Local em que ocorreu

Motivações

Chefes tradicionais ashanti foram depostos pelos britânicos, que tentaram impor novos líderes e cobrar pesadas indenizações por revoltas anteriores.

Rebelião Maji-Maji (1905-1907)

Índia

Guerras do Ópio
(1839-1842 e 1856-1860)

Indochina

Aprofundando

3. Obras de arte, histórias em quadrinhos, charges e grafites, entre outros materiais com imagens, são importantes documentos históricos. Tendo em mente o contexto da política imperialista estadunidense no fim do século dezenove e no século vinte, analise a tirinha a seguir.

Tirinha em um quadro. Ilustração da parede de fora de uma construção, perto da qual há dois homens vestindo casacos largos e coloridos e usando chapéus. Eles olham com espanto para uma grande placa na parede com os dizeres: INSTITUTO TEDDY ROOSEVELT. CAMINHE COM SUAVIDADE E CARREGUE UM GRANDE PORRETE. Abaixo dessa placa, outras duas placas apresentam os seguintes textos: ESCOLA DE ENCANTO e uma seta para a esquerda, e ESCOLA DE MALDADE e uma seta para a direita. Ao lado das placas, há a escultura de um homem de bigode, sorrindo, com o cabelo penteado no meio, com duas pontas para cima, semelhante a chifres, segurando um chapéu em uma das mãos.
frênqui e Êrnest, tirinha de Bob Teivis, 2003.
  1. Descreva a tirinha. Qual é a sátira contida nela?
  2. Em sua opinião, por que o autor da tirinha recorreu ao tema da Política do Big Stick no século vinte e um?
  1. (éfe gê vê-São Paulo – adaptado) “Fale macio e use um porrete”, dizia o presidente norte-americano Rusevélt para justificar a política externa dos ê u á. A respeito da política conhecida como “Big Stick”, indique no caderno a alternativa correta:
    1. Significou uma medida pragmática dos norte-americanos logo após a independência, buscando superar o isolamento diplomático, ao mesmo tempo que combatia o exército britânico.
    2. Era o lema dos Estados do Norte durante a Guerra de Secessão, durante a qual os escravos foram libertados, como fórma de enfraquecer as fôrças sulistas.
    3. Diz respeito à política norte-americana com relação à América Latina durante a Guerra Fria, quando deu apoio político e militar a diversas ditaduras militares, visando impedir o estabelecimento de regimes comunistas semelhantes ao de Cuba.
    4. Foi uma continuidade do expansionismo interno, marcado pela Marcha para o Oeste e pela Guerra de Secessão, que implicou nas seguidas intervenções militares norte-americanas que transformaram o Caribe em sua área de influência.
    5. Foi a orientação dada pelo serviço secreto norte-americano a seus agentes infiltrados na u érre ésse ésse e nos países da chamada Cortina de Ferro no Leste europeu.
  2. O imperialismo se expressou também nos livros escritos por estadunidenses e europeus. A história do personagem Tarzan, criada por édgar bâwrous em 1912, e a de , criada por rúdiard quíplin em 1884, são exemplos de representação dos povos e da natureza dos continentes africano e asiático nesse contexto. Houve várias adaptações dessas narrativas para o cinema e a televisão. Em 2016, foram lançadas no cinema as seguintes versões das duas histórias: : o menino lobo (direção: djôn fravô; país: Estados Unidos; duração: 106 minutos) e A lenda de Tarzan (direção: Deivid ; país: Estados Unidos; duração: 110 minutos). O professor organizará a turma em dois grandes grupos para assistir a uma delas. Depois de ver o filme, vocês deverão analisá-lo e escrever um relatório para apresentar aos colegas do outro grupo em sala de aula. O relatório deverá conter:
    • a ficha técnica e o gênero do filme;
    • os fatos e a época retratados no filme;
    • o nome do país em que se passa a trama;
    • a caracterização dos cenários;
    • a caracterização dos personagens;
    • a relação entre o filme e o conteúdo estudado no capítulo.   Depois de apresentar o relatório do filme que vocês viram e analisar o relatório feito pelos colegas do outro grupo, debatam as seguintes questões:
    1. Que imagens dos continentes africano e asiático prevalecem nas narrativas apresentadas?
    2. Como essas narrativas ajudaram a justificar a dominação imperialista nesses lugares?

Glossário

Neocolonialismo
: dominação exercida por potências capitalistas sobre territórios da África e da Ásia a partir do fim do século dezenove. Diferenciou­‑se do colonialismo, que ocorreu entre os séculos quinze e dezoito, por caracterizar, além da exploração do trabalho dos povos nativos e de seus recursos naturais, a criação de um mercado consumidor para os produtos industrializados e o contrôle dos locais onde o capital europeu seria investido.
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Protetorado
: território ou país que se mantém como Estado independente, mas é politicamente subordinado a um país estrangeiro.
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Arbitrário
: nesse caso, sem consultar os povos africanos nem levar em conta as histórias e o contexto social, político e cultural deles.
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Subjugar
: submeter, dominar com uso da fôrça.
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Corolário
: resultado, conclusão.
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