CAPÍTULO 6 A Segunda Guerra Mundial

Imagine a seguinte situação: um dia, você acordou, pegou seus livros e cadernos e foi para a escola, mas, quando chegou à portaria, foi comunicado de que não preenchia mais os requisitos necessários para estudar lá. Assim como você, muitos outros estudantes foram proibidos de entrar na escola por não serem mais considerados brasileiros. Ao voltar para casa, você notou pelo caminho pichações nos muros com mensagens de que você, seus pais, amigos e parentes não eram mais bem-vindos ao Brasil e, de agora em diante, estavam proibidos de andar livremente pela cidade e deveriam ficar confinados aos limites do bairro onde moravam.

Esse exemplo parece ter saído de um filme de terror, não é? Mas, se para você esse é um exercício de imaginação, para outros, em um passado não tão distante, algo parecido realmente aconteceu. Analise as fotos desta página.

Fotografia em preto e branco. Rapaz de roupas sociais abaixado escrevendo em um muro. Ao redor dele outros jovens e um homem com uma braçadeira nazista.
Garoto da Juventude ritlerísta vandalizando o muro de uma loja de propriedade de judeus na cidade de Viena, Áustria. Foto de 1938.
Fotografia em preto e branco. Homens de uniforme e quepe agrupados. Alguns seguram armas. Ao fundo um deles segura uma faixa com uma ilustração e alguns dizeres em alemão.
Alemães da milícia paramilitar Sturmabteilung (ésse á) divulgando propaganda antissemita na cidade de Berlim, Alemanha. Foto de 1935.
Ícone. Ilustração de um ponto de interrogação indicando questões de abertura de capítulo.

Responda oralmente.

  1. Você já teve contato com algo parecido com a situação apresentada no texto ou com as cenas retratadas nas imagens em filmes, séries e histórias em quadrinhos?
  2. As cenas retratadas nessas fotografias se passaram em um momento histórico específico? Justifique sua resposta.
  3. Em sua opinião, situações de discriminação e preconceito como a citada no texto ainda ocorrem? Justifique sua resposta citando exemplos.

Pisando em cacos de vidro: revanchismo e expansionismo

Para compreender as origens da Segunda Guerra Mundial, ocorrida entre 1939 e 1945, é preciso recuar um pouco no tempo e relembrar alguns dos efeitos da Primeira Guerra Mundial e da Grande Depressão sobre a Europa. Esses dois acontecimentos resultaram, como você estudou em capítulos anteriores, na ascensão de regimes totalitários na Itália (fascismo) e na Alemanha (nazismo).

Esses regimes negavam os princípios da democracia liberal e, ao mesmo tempo, opunham-se às propostas de cunho socialista, em alta desde a Revolução Russa de 1917. De modo geral, boa parte do discurso dos nazistas e fascistas era baseada na construção daquilo que eles chamavam de grandeza nacional, por meio da unidade em torno de princípios como o de “raça pura”, do partido único, da liderança superior e incontestável, e da expansão territorial como premissaglossário de sobrevivência da nação. Em razão disso, reivindicaram, já nas décadas de 1920 e 1930, a construção de um espaço vital para seus povos.

Essas ideias ganharam fôrça na Alemanha e na Itália em razão do incentivo a um sentimento de revanche após a Primeira Guerra Mundial. Esse sentimento foi aprofundado pelos efeitos da crise de 1929 e, na Alemanha, reforçado pelas imposições do Tratado de Versalhes. Nesse contexto, Benito Mussolini e ádolf rítler tinham como objetivo central reconstruir a Itália e a Alemanha, militarizando-as, desrespeitando os tratados de paz do pós-guerra.

Como primeiro passo para alcançar esse objetivo, em 1935, Benito Mussolini ordenou a invasão da Abissínia (Etiópia), país localizado no Chifre da África, no sudeste africano, com a intenção de estabelecer novas colônias e expandir o espaço vital da Itália.

Fotografia em preto e branco. No primeiro plano, homem de rosto comprido. Tem orelhas grandes e boca pequena. Está de casaco com um cinto sobre ele. Usa uma boina. Está de frente, mas com a cabeça virada de lado, olhando para um soldado que faz uma saudação com o braço direito esticado. Ao lado deste último, vários soldados perfilados.
O ditador Benito Mussolini inspecionando as tropas italianas durante a invasão da Abissínia (Etiópia). Foto da década de 1930.
Ícone. Ilustração de uma lupa indicando o boxe Imagens em contexto!

Imagens em contexto!

Em um ambiente de crise econômica, social e financeira, o partido fascista prometia fazer da Itália uma nação tão grandiosa como fora a Roma antiga. Para isso, a conquista de colônias na África era parte central de sua estratégia territorial. De acordo com Mussolini, esse seria o comêço da restauração da grandeza da civilização romana.

Expansão nazista e Política do Apaziguamento

Seguindo o exemplo italiano, em 1935, Rítler criou a Luftwaffe (fôrça aérea alemã) e reintroduziu o serviço militar obrigatório na Alemanha. No ano seguinte, reocupou militarmente a região da Renânia, na fronteira com a França, descumprindo uma das cláusulas do Tratado de Versalhes. Ainda em 1936, Rítler e Mussolini se tornaram aliados no apôio às fôrças fascistas do general Francisco Franco na Guerra Civil Espanhola. A aliança entre os dois países se consolidou pouco tempo depois, com a formação do Eixo Roma-Berlim.

Na sequência, os alemães assinaram um tratado anticomunista com o Japão (em franca expansão pela Ásia), ampliando as fôrças do Eixo para Roma-Berlim-Tóquio. Apesar da aproximação dos países por meio de acordos bilaterais, esse pacto oficializou-se apenas em 1939, com a guerra já em andamento.

Diante de todos esses episódios da política nazifascista, a Liga das Nações optou por adotar uma Política de Apaziguamentoglossário . Pela via diplomática, esperava-se abrandar as pesadas imposições do Tratado de Versalhes, concedendo espaço a Rítler no cenário europeu. Sobretudo o Reino Unido e a França temiam que uma solução mais drásticaglossário desencadeasse um conflito de proporções parecidas às da Primeira Guerra Mundial, com perdas humanas e custos materiais altíssimos.

Apesar da expectativa por parte dos países europeus de conter o avanço ritlerísta, em 1938 o governante da Alemanha voltou a descumprir os acordos internacionais. O exército nazista invadiu a Áustria e anexou o território a seus domínios sem disparar nenhum tiro. Desde o ano anterior, o Partido Nazista austríaco, com auxílio alemão, boicotava o governo do chanceler Kurt Schuschnigg, forçando sua renúncia, em março de 1938. Aproveitando-se dessa situação, os alemães realizaram a anexação (anschluss) do território da Áustria, neutralizando qualquer movimento de resistência.

Cartão-postal. Ilustração de homem muito grande está embaixo de uma ponte. Ele encaixa um bloco no buraco da ponte, unindo as duas partes. No bloco está escrito Anschluss. Sobre a ponte, à direita, um homem com a bandeira da Alemanha. À esquerda, diversas pessoas. Uma delas carrega uma bandeira branca e vermelha, da Áustria.
Cartão-postal produzido nos anos 1920.
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Imagens em contexto!

No centro da imagem do cartão-postal, uma imensa figura humana, representando o povo austríaco, encaixa um tijolo na ponte danificada para unir a Áustria à Alemanha. Nele está gravada a palavra ánchluss, ou seja, “anexação”. Note que a propaganda nazista explora a anexação do território da Áustria como a reconstrução do destino de um povo (pangermanismo). Nos tratados de paz firmados após a Primeira Guerra Mundial, a união entre Áustria e Alemanha havia sido proibida. Por isso, a ponte rompida entre austríacos e alemães é recomposta na imagem. A frase Ein Volk, ein Reich, ein Führer (“Um povo, um império, um líder”) foi o lema da política expansionista nazista sobre a Europa.

O alvo seguinte foi a região dos Sudetos, território de maioria alemã localizado na recém-criada Tchecoslováquia. Também com a ajuda do Partido Nazista local, Rítler pressionou o govêrno tcheco a ceder os Sudetos à Alemanha. Diante da ameaça à Tchecoslováquia, foi convocada a Conferência de Munique, que reuniu Alemanha, Reino Unido, França e Itália. Nessa conferência, Rítler alegou que aquele seria seu último movimento na Europa, e os representantes dos demais países concordaram com a anexação, sem consultar o govêrno tcheco. A paz parecia assegurada, mas, pouco tempo depois, os alemães invadiram a metade oriental do país, transformando-o em um protetorado.

Fotografia em preto e branco. No primeiro plano, chefes de Estado posando lado a lado para a foto.
Líderes europeus durante a assinatura do acordo de paz na Conferência de Munique, em 1938. Na primeira fila, da esquerda para a direita, Arthur Névil Tiêmberlan(Reino Unido), (França), ádolf rítler (Alemanha), Benito Mussolini e (Itália).

Em 1939, Rítler voltou suas atenções para a Polônia, enquanto Mussolini dava sequência ao plano de expansão italiano, invadindo a Albânia. O objetivo nazista ao atacar a Polônia era recuperar um antigo território alemão denominado Corredor Polonês. Para isso, Rítler estabeleceu com Jôsef Istálin, líder da União Soviética, um acordo conhecido como Pacto Nazi-Soviético de Não Agressão, que garantia a neutralidade soviética no conflito. Pelo acordo, o território polonês seria dividido entre Alemanha e União Soviética. Além disso, os soviéticos recuperariam os territórios da Letônia, da Estônia e da Finlândia, perdidos na Primeira Guerra Mundial.

Europa: expansão da Alemanha nazista – 1935-1941

Mapa. Europa: Expansão da Alemanha nazista, de 1935 a 1941. Destaque para o território europeu. Legenda. Verde: Alemanha em 1935. Verde escuro: Regiões de maioria alemã (Sudetos). Verde claro: Regiões eslavas. Amarelo: Anexações húngaras. Linha vermelha: Limites da Alemanha, primeiro de setembro de 1939. Linha cinza: Polônia em 1938. Linha verde: Fronteira germano-soviética de 28 de setembro de 1939 a 26 de junho de 1941. Lilás: Tchecoslováquia antes de 1938. Círculo com ponto preto: Anexação polonesa. Laranja escuro: Zona de administração polonesa, de 1939 a 1944. Marrom: Região anexada à administração polonesa em 1941. Roxo: Área ocupada e remilitarizada por tropas alemãs em 1936. Quadrado vermelho composto de duas linhas: Corredor polonês. Territórios incorporados ao Reich. Laranja claro: em 1939. Laranja: em 1941. No mapa. Alemanha em 1935: território alemão após a Primeira Guerra Mundial, incluindo a região da Prússia Oriental e as cidades de Berlim, Munique e Dantzig. Regiões de maioria alemã (Sudetos): região de fronteira entre as atuais Alemanha e República Tcheca. Regiões eslavas: região central da atual República Tcheca, incluindo a cidade de Praga. Anexações húngaras: região sul da atual Eslováquia, incluindo a cidade de Bratislava. Limites da Alemanha, primeiro de setembro de 1939: território das atuais Alemanha, República Tcheca e Áustria, incluindo o território da Prússia Oriental e as cidades de Berlim, Munique, Viena, Praga e Dantzig. Polônia em 1938: território das atuais Polônia, Bielorrússia, Ucrânia e o território de Lemberg, incluindo as cidades de Cracóvia e Varsóvia. Fronteira germano-soviética de 28 de setembro de 1939 a 26 de junho de 1941: linha vertical que separa Bielorrússia, Ucrânia e Lemberg do restante do território da Polônia, que conta com as cidades de Cracóvia e Varsóvia. Tchecoslováquia antes de 1938: território das atuais República Tcheca e Eslováquia. Anexação polonesa: cidade de Teschen, em 1939. Zona de administração polonesa, 1939 a 1944: região da Polônia que inclui as cidades de Varsóvia e Cracóvia. Região anexada à administração polonesa em 1941: região de Lemberg. Área ocupada e remilitarizada por tropas alemãs, 1936: região da Renânia, no oeste da atual Alemanha. Corredor Polonês: região da fronteira da Alemanha e Polônia, que separa o território da Prússia Oriental do restante do território alemão. Territórios incorporados ao Reich. Em 1939: oeste da atual Polônia. Em 1941: território da atual Bielorrússia. Do lado direito, legenda com os itens descritos acima. No canto inferior esquerdo, rosa dos ventos e escala de 0 a 190 quilômetros.

FONTE: dubí, G. Atlas histórico mundial. Barcelona: Larrússi, 2010. página 286-290.

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Responda no caderno.

Analise o mapa da expansão territorial alemã desde antes do início da Segunda Guerra Mundial. Por que o chamado Corredor Polonês e a Polônia independente eram considerados obstáculos à ideia de império alemão concebida pelos nazistas?

A invasão da Polônia e o início da guerra

Uma semana após a assinatura do Pacto de Não Agressão com a União Soviética, a Alemanha nazista deu início à invasão da Polônia, concretizando-a em 1o de setembro de 1939. A retomada do Corredor Polonês por tropas nazistas colocou fim à Política de Apaziguamento na Europa. Dois dias depois, França e Reino Unido declararam guerra à Alemanha, dando início à Segunda Guerra Mundial.

Os combates entre as fôrças do Eixo (compostas inicialmente da Alemanha e da Itália) e as dos Aliados (a princípio, liderados pelo Reino Unido e pela França) começaram em 1940.

A ofensiva nazista na Europa

A blítzcrig, ou guerra-relâmpago, foi a estratégia utilizada pela Alemanha para conquistar o maior número de países em menor intervalo de tempo. As fôrças nazistas pareciam imbatíveis e, em abril de 1940, anexaram a Dinamarca e a Noruega. Em maio do mesmo ano, foi a vez da Bélgica e da Holanda.

Ilustração. Três aviões militares sobrevoando uma cidade em ruínas.
Ilustração atual representando guerra-relâmpago alemã.

FONTE: RODRIGUES, L. F. C. A guerra relâmpago (Blitzkrieg) alemã: da teoria à capacitação estratégica, tática e tecnológica bélica e militar ao êxito nos campos de batalha (1939-1940). 2015. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura e Bacharelado em História) – Instituto de História, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2015. página 13-15.

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Embora não haja consenso entre os historiadores sobre o fato de a Blitzkrieg ter sido uma doutrina ou tática militar oficial das fôrças armadas nazistas, em nível operacional ela se organizava por um ataque coordenado da infantaria, dos tanques de guerra da divisão Panzer e dos bombardeios da Luftwaffe O ataque fulminante era feito com o objetivo de desmobilizar instalações militares e linhas de comunicação inimigas. Esse ataque maciço e coordenado era muito rápido e fazia as fôrças nazistas parecerem imbatíveis.

A França foi conquistada logo depois, entre maio e junho de 1940. O próprio Rítler se encarregou de tomar a cidade de Paris e desfilou triunfante com seus exércitos pelas ruas da capital francesa. O país se dividiu: o norte ficou sob domínio alemão e o sul se transformou na República de Vichy. Os inimigos caíram tão depressa diante de Rítler que o pavor tomou conta dos europeus. Parecia que os alemães dominariam todo o continente em pouco tempo e que o sonho de Rítler de conquistar a Europa estava bem perto de se concretizar.

Fotografia colorizada. No primeiro plano, Adolf Hitler com um longo casaco verde e quepe escuro. Está caminhando ao lado de outros homens de casaco e quepe. Atrás, militares agrupados. Ao fundo a Torre Eiffel.
Fotografia colorizada representando a inspeção de tropas, por ádolf rítler, na cidade de Paris, França, ocupada pelos nazistas em junho de 1940.

Nesse período, a Itália entrou oficialmente na guerra, tornando o norte da África uma das frentes de combate. Após algumas derrotas para as tropas britânicas na região, os italianos tiveram o auxílio dos alemães. Assim, as fôrças do Eixo dominaram a Líbia, a Tunísia, a Argélia e o Marrocos, bem como algumas regiões do Egito.

Em meio a essas vitórias sucessivas do Eixo, em 1940 Uínston tchârtchil assumiu o cargo de primeiro-ministro no Parlamento do Reino Unido após a renúncia de Arthur Névil Tiêmberlan. Determinado a derrotar Rítler, tchârtchil se empenhou em levantar o moral dos britânicos com discursos diários nas rádios. Ele falava sempre em manter a calma e seguir em frente. Apelou para o nacionalismo britânico e para a grandeza do país com o objetivo de fortalecer as fôrças armadas e incentivar os britânicos a resistir aos bombardeios incessantes da lúft váf, fôrça aérea que chegou a contar com mais de 4 mil aviões de combate.

A insistência de tchârtchil em manter o poderio britânico preparado para a resistência e, mais tarde, a ampliação da fôrça dos Aliados foram fundamentais para o desfecho da guerra. Apesar disso, a situação dos britânicos não era nada fácil. Imagine como seria viver dentro de casa, com as luzes apagadas ou as cortinas fechadas durante todo o tempo para tentar se proteger dos constantes bombardeios alemães.

Fotografia em preto e branco. Homem calvo, rosto arredondado, orelhas grandes e boca pequena. Está sentado olhando para uma folha que tem nas mãos. À sua frente, uma mesa.
Uínston tchârtchil em sua primeira transmissão na rádio bê bê cê, de Londres, no Reino Unido. tchârtchil tornou-se uma das mais importantes vozes dos Aliados no continente europeu durante a guerra. Foto de 1939.
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Rítler ordenou à Luftwaffe que não bombardeasse de fórma intensiva certos locais europeus que eram considerados por ele patrimônios artísticos relevantes para os arianos. Isso explica em parte por que Paris não foi tão destruída como outras cidades do continente.

A invasão da União Soviética

Na Europa, as fôrças do Eixo avançaram para o leste. Os italianos invadiram a Grécia, enquanto os alemães, por meio da fôrça, obtiveram o apôio da Romênia e da Bulgária, além de invadir a Iugoslávia.

Após sucessivas vitórias do Eixo, em 1941 Rítler pôs em ação a chamada Operação Barbarossa, um plano para invadir a União Soviética, quebrando o Pacto de Não Agressão firmado com Istálin. O país tinha um território riquíssimo em recursos naturais, como petróleo, carvão e gás natural, necessários para manter a máquina de guerra alemã em atividade. Além disso, Rítler nunca escondeu seu ódio ao bolchevismo e seu desprezo por povos eslavos.

No início, os alemães conseguiram vitórias arrasadoras, avançando rapidamente até os arredores da capital soviética, Moscou. Essa pode ser considerada a maior ofensiva alemã durante a Segunda Guerra Mundial. Os nazistas utilizaram aproximadamente 3 milhões de soldados, 3 mil tanques de guerra, 7 mil peças de artilharia e pelos menos 2 500 aviões como parte da operação de invasão a uma linha de 2 900 quilômetros ao longo das fronteiras soviéticas na Europa.

Europa: avanço máximo do Eixo – 1939-1942

Mapa. Europa: avanço máximo do Eixo, 1939 a 1942. Destaque para o território europeu.
Legenda.
Verde escuro: Territórios do Eixo, primeiro de setembro de 1939.
Amarelo: Territórios ocupados pelo Eixo.
Verde claro: Estados coligados ao Eixo.
Cinza: Países neutros.
Laranja: Países e territórios dos Aliados.
Seta vermelha: Avanços alemães, de 1939 a 1941.
Seta cinza: Avanços italianos.
Seta verde: Ataque do Eixo na União Soviética,de 1941 e 1942.
Quadrado preto: cidades fortemente castigadas pelos bombardeios. 
Linha tracejada: Limite da ocupação do Eixo na União Soviética.
No mapa. Territórios do Eixo, primeiro de setembro de 1939: território da Alemanha após a Primeira Guerra Mundial (incluindo a Prússia Oriental), Itália, Albânia, Líbia e as ilhas da Sardenha e da Sicília, incluindo as cidades de Hamburgo, Berlim, Munique, Königsberg, Viena, Veneza, Gênova, Roma, Trípoli e Bengazi.
Territórios ocupados pelo Eixo: Noruega, Dinamarca, Holanda, Bélgica, norte da França, República Tcheca, Polônia, Estônia, Letônia, Lituânia, Bessarábia, Iugoslávia, Grécia, Ilha de Creta, território das atuais Ucrânia e Bielorrússia e oeste da atual Rússia, incluindo as cidades de Paris, Bordeaux, Dijon, Dunquerque, Bruxelas, Roterdã, Copenhague, Oslo, Stavanger, Gerger, Namsos, Narvik, Praga, Sarajevo, Belgrado, Atenas, Varsóvia, Vilnius, Riga, Leningrado, Kiev, Rostov, Odessa e Stalingrado.
Estados coligados ao Eixo: Finlândia, República de Vichy (sul da França), Ilha da Córsega, Eslováquia, Hungria, Romênia, Bulgária, Argélia e Tunísia, incluindo as cidades de Lyon, Marselha, Helsinque, Budapeste, Bucareste e Sófia.
Países Neutros: Suíça, Suécia, Turquia e Espanha, incluindo as cidades de Estocolmo e Istambul.
Países e territórios dos Aliados: Reino Unido, União Soviética, Egito, Palestina, Chipre (território britânico), Líbano (sob controle dos Aliados em junho de 1941); Transjordânia; Iraque (ocupado pelas forças britânicas em 1941) e Síria (sob controle do Aliados em junho de 1941), incluindo as cidades de Londres, Moscou, Tobruk e Alexandria.
Avanços alemães, 1939 a 1941: de Hamburgo para o Mar do Norte, Stavanger e Gerger, na Noruega. De Oslo, na Noruega, para o restante do território norueguês. Da Alemanha para Roterdã, Bruxelas, Dunquerque e todo o norte do território francês. Da Alemanha para o interior da Polônia. De Hungria, Romênia e Bulgária para Belgrado e Sarajevo, na Iugoslávia. De Belgrado para Sarajevo. Da Bulgária para a Grécia. Da Albânia para Trípoli, na Líbia, se estende por todo o litoral norte Africano até o Egito.
Avanços Italianos: do sul da Alemanha para a Iugoslávia. Da Itália para o litoral da Iugoslávia. Da Albânia para a Iugoslávia. De Tobruk, no Egito, para Bengazi, na Líbia.
Ataque do Eixo na União Soviética, 1941 a 1942: da Prússia Oriental para Estônia, Letônia, Lituânia, Leningrado, Moscou, Kiev. E para todo território ocupado pelo Eixo.
Cidades fortemente castigadas pelos bombardeios: Londres, Roterdã, Belgrado, Varsóvia.
No canto superior direito, legenda com os itens descritos acima. No canto inferior esquerdo, rosa dos ventos e escala de zero a trezentos e trinta quilômetros.

FONTES: Chalhán, G.; Rajô, J.-P. Atlas politique du XXe siècle. Paris: Seuil, 1988. página 62-64; dubí, G. Atlas histórico mundial. Barcelona: Larousse, 2010. página 288.

Ícone. Ilustração de um símbolo de localização sobre um folheto aberto e em branco, indicando o boxe Se liga no espaço!

Se liga no espaço!

Responda no caderno.

Durante a Primeira Guerra Mundial, os alemães temiam ter de lutar em duas frentes de batalha (leste e oeste) em razão de sua posição geográfica no continente europeu. Considerando o mapa que apresenta o avanço do Eixo sobre territórios entre 1939 e 1942, é possível afirmar que na Segunda Guerra eles superaram esse temor? Por quê?

Diante do avanço alemão, os soviéticos adotaram a tática da terra arrasada, que consistia na destruição de plantações, abrigos e qualquer suprimento que pudesse garantir a sobrevivência das tropas inimigas.

No inverno de 1942, as tropas alemãs que estavam nos arredores de Moscou foram paralisadas pelo frio, pela fome e pelo exército soviético, sendo obrigadas a recuar. Desistindo momentaneamente da capital soviética, os alemães concentraram esforços na conquista da região do Cáucaso, que era rica em recursos naturais, como o petróleo, e abrigava os principais centros industriais soviéticos. Para alcançar e dominar a região, porém, os nazistas precisavam conquistar a cidade de istalingrado, localizada às margens do Rio Volga. Além de ser um importante centro industrial, istalingrado tinha valor simbólico para o govêrno soviético (grado, em russo, significa “cidade”; o nome istalingrado, portanto, significa “cidade de Istálin”).

As batalhas em istalingrado ocorreram entre julho de 1942 e fevereiro de 1943. Em pouco tempo, a cidade foi arrasada por bombardeios. A tática soviética, no entanto, era atrair os alemães para os escombros e lutar corpo a corpo com eles, o que aumentou muito o número de mortos. As condições climáticas também foram um complicador para os alemães, que não estavam preparados para enfrentar o rigoroso inverno soviético. A derrota das tropas alemãs em istalingrado foi a primeira desde o início da Segunda Guerra Mundial e marcou o ponto de virada no conflito, até então dominado pelos alemães.

Fotografia em preto e branco. Mulher de cabelo cacheado, curto e rosto arredondado. Está sorrindo. Usa uma boina e segura uma arma de cano longo.
, umas das franco-atiradoras soviéticas que estiveram em ação durante a Segunda Guerra Mundial. Essa foto foi tirada durante a defesa de istalingrado, em 1942.
Fotografia em preto e branco. Soldados abaixados entre os escombros. Ao fundo muita fumaça e prédios destruídos.
Soldados soviéticos entre os escombros da cidade de istalingrado. Foto de 1942.
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Imagens em contexto!

Além do enfrentamento corpo a corpo, os soviéticos adotaram técnicas de guerrilha para combater os nazistas em Stalingrado. Muitos civis, assustados pela propaganda soviética e pelos rumores – verdadeiros – sobre ações desumanas praticadas por integrantes do exército alemão no Leste Europeu enquanto se dirigiam a Moscou, engajaram-se na luta para derrotar os nazistas em Stalingrado por acreditarem que não tinham a opção de render-se.

Agora é com você!

Responda no caderno.

  1. Por que o Tratado de Versalhes e a crise de 1929 podem ser considerados parte da origem da Segunda Guerra Mundial?
  2. Resuma o que foi a Blitzkrieg.
  3. Descreva as batalhas em istalingrado e sua importância para o desenrolar dos conflitos na Europa.

Analisando o passado

Há um elemento comum a boa parte das produções ficcionais sobre a Segunda Guerra Mundial: o destaque dado aos homens que lutaram no front, como se apenas eles tivessem participado do conflito. No livro A guerra não tem rosto de mulher, a escritora ucraniana Isvétlana Alequissêieviti, vencedora do prêmio Nobel de Literatura em 2015, apresenta relatos de mulheres que atuaram no conflito. No texto 1, é apresentado um trecho do relato da capitã da fôrça aérea soviética Clávidia Aivanóvina Tiricóva registrado no livro de Alequissêieviti.

TEXTO 1

“Eu reticências usava uma trança em volta da cabeçareticências Mas como ia lavar? Onde secar? Você tinha acabado de lavar e vinha um alarme, precisava sair correndo. Nossa comandante, Marina Rascóva, mandou todas cortarem as tranças. As meninas cortavam e choravam. reticências

Vestidos, sapatos de salto... Nós lastimávamos tanto por eles que os escondíamos em um saquinho. De dia usávamos botas, e de noite, nem que fosse um pouquinho, calçávamos os sapatos na frente do espelho. Rascóva viu, e uns dias depois veio a ordem: devíamos mandar toda a roupa feminina para casa nas remessas. Pois bem! Porém aprendemos a operar um avião novo em seis meses, e não em dois anos, como se faz em tempos de paz.

Nos primeiros dias de treinamento morreram duas tripulações. Enterraram quatro caixões. Todos os três regimentos, todas nós nos acabamos de chorar.

Veio Rascóva: ‘Amigas, enxuguem as lágrimas. Essas foram nossas primeiras perdas. Serão muitas. Apertem o coração no punho....

Depois, na guerra, enterrávamos sem uma lágrima sequer. Paramos de chorar.

Voávamos em caças. A própria altura era um peso terrível para todo o organismo reticências. E nós, garotas, voávamos e derrubávamos ases da aviação, e que ases! Isso mesmo! Sabe, quando andávamos por aí os homens nos olhavam com assombro: as pilotos estão passando. Se encantavam conoscoreticências

, . Apud: Alequissêieviti, S. A guerra não tem rosto de mulher. São Paulo: Companhia das Letras, 2016. página 98-99.

TEXTO 2

“O capitão Iorranes Steinhoff, comandante do Jagdgeschwader 52 – a mais bem-sucedida unidade da Luftwaffe –, afirmou em uma carta escrita em 2 de setembro de 1942: ‘Nós simplesmente não podíamos compreender que os aviadores soviéticos que nos causavam maiores problemas eram, na verdade, mulheres. Essas mulheres não temiam nada. Elas vinham noite após noite nos seus aviões muito lentos, e por alguns períodos, elas não nos deixavam dormir de fórma alguma.’”

RODRIGUES, I. Histórias e memórias da Segunda Guerra Mundial e do pós-guerra no Leste Europeu a partir do heavy metal: análise da obra da banda Sábaton. 2016. Dissertação (Mestrado em História) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2016. página 164.

Responda no caderno.

  1. O depoimento da capitã da fôrça aérea soviética e o trecho da carta do capitão alemão expõem as reações de homens diante da atuação das pilotas soviéticas. Resuma essas reações e as contextualize historicamente.
  2. Demonstre como o depoimento e o trecho da carta ajudam a formar a imagem das combatentes soviéticas.

Os Estados Unidos e a guerra no Pacífico

As pretensões imperialistas do Japão motivaram diversos conflitos na Ásia. Em 1941, os japoneses invadiram a possessão francesa da Indochina e atacaram Pearl Harbor – base naval estadunidense no Havaí – e posições dos Estados Unidos nas Filipinas.

Até então, os Estados Unidos não estavam envolvidos diretamente na guerra, mas forneciam armas e equipamentos aos Aliados e haviam interrompido o comércio com os países do Eixo. Diante do ataque a Pearl Harbor no entanto, o presidente Frânclin Delano Rúsvelt manifestou ao Congresso a intenção de declarar guerra ao Japão, o que ocorreu em dezembro de 1941.

A entrada dos Estados Unidos na guerra ao lado dos Aliados fortaleceu o bloco. Os alemães, que lutavam desde 1941 em duas frentes – uma no Oriente e outra no Ocidente –, viram os Aliados receberem enorme incentivo.

Até 1944, os Estados Unidos buscaram sobretudo deter o avanço japonês no Pacífico, mas o país também participou do conflito na Europa e no norte da África. Além disso, a fôrça industrial estadunidense se tornou uma máquina de produção bélica. A economia do país, em processo de recuperação após a crise de 1929, voltou a florescer graças ao conflito.

Pacífico: ofensivas japonesas – 1941-1942

Mapa. Pacífico: ofensivas japonesas, de 1941 a 1942. Destaque para o Sudeste Asiático.
Legenda.
Verde: Território japonês em 1938.
Cinza: Territórios não implicados na Guerra do Pacífico.
Verde claro: Conquistas japonesas, de 1938 a 1942.
Lilás: Territórios aliados.
Linha azul: Limites das conquistas japonesas no início de 1942.
Linha laranja: Limite da zona controlada majoritariamente pelas forças navais japonesas.
Linha verde: Possessões japonesas no Pacífico.
Operações japonesas: 
Seta vermelha: Dezembro de 1941.
Seta laranja: Janeiro de 1942.
Seta marrom: De janeiro a julho de 1942.
No mapa.
Território japonês em 1938: arquipélago japonês, território da Coreia e Ilha de Formosa (Taiwan).
Territórios não implicados na guerra do pacífico: União Soviética e Mongólia.
Conquistas japonesas, 1938 a 1942: Manchúria, Pequim, Shangai, Hong Kong, Cantão, Birmânia, Tailândia, Celebes, Indochina Francesa, Filipinas, Malásia, Bornéu, Sumatra, Java, Índias Holandesas, Timor, Nova Guiné, incluindo as cidades de Pequim, Shangai, Cantão, Bangcoc, Saigon, Singapura, Palimbão, Batávia, Ballikpapan, Tarankan e Ambon.
Territórios Aliados: China, Índia, Alasca e Austrália, incluindo a cidade de Moresby.
Limites das conquistas japonesas no início de 1942: linha azul passando pelas Ilhas Gilbert, Ilhas Marshall, Índias Holandesas e Malásia.
Limite da zona controlada majoritariamente pelas forças navais japonesas: linha laranja descendo verticalmente da fronteira entre o Japão e a União Soviética, abrangendo desde o Mar de Bering, todo o mar ao redor do litoral do Japão até a fronteira marítima com a Austrália e o Arquipélago de Guadalcanal.
Possessões japonesas no Pacífico: Ilhas Marianas, Ilhas Marshall, Ilhas Carolinas, Ilhas Palaos, Manchúria, Pequim, Shangai e o Sudeste Asiático.
Operações japonesas, dezembro de 1941: Pearl Harbor, no Havaí, Manila, Cantão, Malásia, Bangcoc, Bornéu e Ilhas Gilbert.
Janeiro de 1942: Ilhas Salomão, Cingapura e Tarankan.
De Janeiro a julho de 1942: Palimbão, em Sumatra, Timor, Ambon, Port Moresby, Guadalcanal, Ilhas Attu e Birmânia.
No canto inferior direito, rosa dos ventos e escala de 0 a 940 quilômetros.

FONTE: dubí, G. Atlas histórico mundial. Barcelona: Larousse, 2010. página 293.

Ilustração. Capa da revista do Capitão América. No centro o Capitão América segurando o escudo, acerta um soco em Adolf Hitler, que está com os olhos fechados, caindo para trás. Outros militares nazistas atiram na direção do Capitão América. No chão, perto do embate, uma folha com o mapa dos Estados Unidos. Ao fundo, suásticas espalhadas pelas paredes.
Capa da primeira edição da história em quadrinhos do personagem Capitão América, publicada nos Estados Unidos em março de 1941.
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Imagens em contexto!

Durante a Segunda Guerra Mundial, a propaganda foi amplamente utilizada por todas as partes envolvidas no conflito. Nos Estados Unidos, foram criados vários personagens de histórias em quadrinhos, filmes e séries com a missão de ajudar a salvar o país de seus inimigos, como o Capitão América.

O Brasil na Segunda Guerra Mundial

Você sabia que o Brasil participou da Segunda Guerra Mundial? Inicialmente, o país se manteve neutro em relação ao conflito. Getúlio Vargas havia estabelecido uma ditadura no Brasil (o Estado Novo), que você estudou no capítulo 5, e demonstrava simpatia pelo fascismo italiano. No entanto, foi pressionado pelos Estados Unidos, o principal parceiro comercial brasileiro, a apoiar os Aliados.

Sob a influência da Política da Boa Vizinhança, os Estados Unidos assinaram acordos com o Brasil e outros países da América Latina. O govêrno brasileiro cedeu aos estadunidenses o uso de bases militares no Nordeste e o fornecimento exclusivo de matérias-primas como borracha e minério de ferro, recebendo, em contrapartida, armas, munições e créditos para o investimento em indústrias de base.

Nesse contexto, navios comerciais brasileiros foram atacados por submarinos alemães, e Vargas declarou guerra ao Eixo, em 1942. Soldados da fôrça Expedicionária Brasileira (féb) foram enviados à Europa para lutar na guerra. Apesar do pouco preparo e da falta de suprimentos, eles participaram de campanhas vitoriosas, como a tomada do Monte Castelo, na Itália.

Fotografia em sépia. Quatro pessoas sentadas ao redor de uma mesa redonda. À direita, homem de rosto comprido, cabelo penteado para trás. Está com uma das mãos na boca. Ao lado dele, mulher de rosto comprido, testa larga e o cabelo penteado em um topete alto. À frente deles dois homens de terno e gravata.
Carmen Miranda e uóu disnêi (à direita, na foto) na comemoração do lançamento do personagem Zé Carioca na cidade do Rio de Janeiro, em janeiro de 1943.
Fotografia em preto e branco. Soldados armados em fila andando entre o mato alto.
Soldados brasileiros integrantes da féb durante a Batalha de Monte Castelo, Itália. Foto de 1944.
Cartaz. Zé Carioca, papagaio de luvas, cartola, casaco amarelo e gravata borboleta vermelha. Recebe animado o Pato Donald. Pato de roupa de marinheiro e chapéu. Ao redor dele, algumas malas. Ao fundo, uma montanha e o mar.
Cartaz da animação estadunidense Salúdos amigos(“Alô, amigos”), lançada em 1942.
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Imagens em contexto!

A propaganda de guerra estadunidense se estendeu à América Latina. Para angariar aliados no continente, os Estados Unidos adotaram uma estratégia, conhecida como Política da Boa Vizinhança, que combinava acordos econômicos e militares com a difusão cultural e a propaganda. Personagens simbolizando países latino-americanos, como Zé Carioca (Brasil) e Pantito Pistóles (México), foram criados por uóu disnêi nesse contexto. Também nesse período, Carmen Miranda estreou sua carreira na bróduei e em Roliuúdi.

A fase final da guerra

Os rumos da guerra mudaram quando a União Soviética e os Estados Unidos somaram fôrças aos Aliados. Em 1942, aviões britânicos e estadunidenses intensificaram os bombardeios às cidades alemãs. Enquanto isso, os soviéticos combatiam as tropas nazistas no Leste Europeu.

No norte da África, os Aliados, com a ajuda de grupos locais, ocuparam o território conquistado pela Itália e pela Alemanha e partiram para a retomada da Europa pelo sul da Península Itálica. As fôrças de Mussolini não resistiram à ofensiva e se renderam em setembro de 1943. No entanto, o exército nazista criou uma linha de resistência ao longo dos Montes Apeninos, dificultando o acesso ao continente. Mussolini, que havia sido deposto e preso, foi reconduzido ao govêrno pelos nazistas, que fundaram um país fantoche ao norte da Itália: a República de Saló. A resistência italiana enfrentou os nazistas com suas milícias, formadas pelos partigiani. Em abril de 1945, os partigiani prenderam e mataram Mussolini.

Diante da dificuldade de invadir o território europeu pela Itália, os Aliados traçaram outro plano de ação, dessa vez pelas praias da Normandia, na França. Em 6 de junho de 1944, o chamado Dia D, as fôrças aliadas desembarcaram em território francês e promoveram um intenso bombardeio aéreo e naval contra o exército alemão, que reagiu violentamente. O combate deixou milhares de mortos e terminou com a vitória dos Aliados.

Fotografia em preto e branco. Soldados desembarcando na praia. Alguns estão em pequenos barcos. Na faixa de areia, caminhões e tanques de guerra.
Tropas estadunidenses desembarcando em praia da Normandia francesa, em 6 de junho de 1944, o Dia D.

Em janeiro de 1945, as tropas nazistas não conseguiam mais resistir. Na Frente Ocidental, França, Bélgica e Holanda foram libertadas. Na Frente Oriental, o exército soviético estava prestes a entrar em Berlim, último reduto nazista. Rítler recusava-se a assinar um tratado de rendição. No fim de abril, ao perceber que não conseguiria resistir ao avanço soviético, ele cometeu suicídio. Em maio, a Alemanha assinou a rendição, pondo fim à guerra na Europa.

Fotografia em preto e branco. Dois soldados com longos casacos estão na parte alta de um edifício. À frente deles uma bandeira com a foice e o martelo sobrepostos. Acima, uma estrela. Ao fundo, cavalos e carros na rua e muitos escombros.
Soldados soviéticos em frente ao Portão de Brandemburgo, em Berlim, Alemanha, após a tomada da cidade, em maio de 1945.

A rendição do Japão

A guerra no Pacífico se arrastou por mais alguns meses. Os japoneses não aceitavam a rendição e utilizavam, além das táticas de guerra tradicionais, pilotos suicidas, conhecidos como camicases, que atacavam os navios dos Aliados, provocando muitas baixas. Para encerrar o conflito e, ao mesmo tempo, demonstrar ao mundo seu grande poderio militar, os Estados Unidos optaram pelo uso de armas produzidas em segredo durante a guerra: as bombas atômicas. O desenvolvimento dessa tecnologia contou com a participação de dezenas de cientistas, muitos deles fugidos da Europa por causa da guerra.

Em 6 de agosto de 1945, o avião estadunidense B-29 Enôla Guei sobrevoou o território japonês com a bomba atômica, nomeada de Little Boy, a bordo. O alvo escolhido foi a cidade de iroshíma. Assim que a bomba foi lançada, uma explosão correspondente a mais de 15 mil toneladas de dinamite incinerou quase instantaneamente cêrca de 70 mil pessoas.

Fotografia em sépia. Nuvem de fumaça grande e densa de formato semelhante ao de um cogumelo. Abaixo dela uma coluna densa de nuvens escuras de fumaça.
Nuvem formada após a explosão da bomba atômica lançada sobre a cidade de nagazáqui, no Japão, em 9 de agosto de 1945.
Fotografia em preto e branco. No primeiro plano, homem de roupas largas, está em pé observando os escombros de construções.
A cidade de iroshíma, no Japão, destruída após a explosão da bomba atômica. Foto de setembro de 1945.

O cogumelo de fumaça formado pela explosão da bomba atômica subiu a uma altura de mais de 60 mil pésglossário . Quando a bomba explodiu, próximo ao solo, uma onda de calor de milhares de graus Celsius se espraiou no raio de alguns quilômetros. Com a onda de calor e as altas doses de radiação liberadas, milhares de pessoas e animais, construções e plantações desapareceram instantaneamente. Os que sobreviveram à explosão tiveram graves queimaduras, e muitos morreram nos meses seguintes. Boa parte dos que se curaram do choque imediato e seus descendentes sofreram com doenças, como o câncer, causadas pela radiação.

Dias depois desse ataque, em 9 de agosto de 1945, outra bomba atômica foi lançada pelos Estados Unidos no território japonês, sobre a cidade de nagazáqui. Arremessada do avião B-29 estadunidense Bockscar, a bomba chamada Fat Man, feita de plutônio-239, provocou uma explosão ainda mais violenta que a ocorrida em iroshíma, contida apenas pelas condições geográficas locais. Estima-se que, somente no dia da explosão, 40 mil pessoas morreram em nagazáqui. Nos meses e anos seguintes, outras milhares de vítimas do ataque ainda sofreriam com os ferimentos, queimaduras e os efeitos da radiação.

Devastado, o Japão assinou a rendição em 2 de setembro de 1945 e a guerra chegou ao fim.

Fotografia. No primeiro plano, crianças e adultos colocando lanternas coloridas de papel em um grande rio. Diversas pessoas nas margens observam. Ao fundo duas construções, uma está em ruínas.
Pessoas lançando lanternas de papel no Rio Motoiassú, em frente à Cúpula da Bomba Atômica, na cidade de iroshíma, Japão. Foto de 2018.
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Todos os anos, no dia 6 de agosto, data do primeiro bombardeio estadunidense sobre o Japão, milhares de pessoas se reúnem em iroshíma c om o objetivo de prestar homenagem às vítimas da bomba atômica e se manifestar para que cenas como as que ocorreram em 1945 não se repitam.

O Holocausto

A perseguição aos judeus pelos nazistas começou antes do início da Segunda Guerra Mundial. No entanto, foi durante o conflito que os nazistas colocaram em prática a chamada solução final – a política de extermínio em massa da população judaica, que ficou conhecida como Holocausto ou Shoah.

Os judeus foram privados de sua cidadania na Alemanha, tornando-se apátridasglossário . Eles foram reunidos em guetos, espaços separados em algumas cidades, instituídos pelo Estado nazista com o objetivo de segregá-los do convívio social e político. Conforme os alemães conquistavam territórios em seu avanço sobre a Europa, reproduziam sua política racista nesses locais, em uma escala ainda maior. Na Polônia, por exemplo, ficava o Gueto de Varsóvia. Estima-se que, antes das políticas de deportação da solução final, o gueto tenha abrigado até 350 mil pessoas.

Além dos guetos, antes da Segunda Guerra Mundial já haviam sido criados na Alemanha os primeiros campos de concentração para aprisionamento dos judeus, adversários políticos e integrantes de outros grupos que desagradavam o regime, como os homossexuais. Com a guerra, os campos foram expandidos para os territórios dominados pelos nazistas, principalmente na Europa Oriental, onde também, a partir de 1941, passaram a atuar unidades móveis de extermínio de pessoas (chamadas Einsatzgruppen).

Fotografia em preto e branco. Menina de aproximadamente 10 anos. Tem os cabelos escuros na altura dos ombros, olhos e sobrancelhas grandes. Está sorridente de vestido escuro com mangas longas. Está sentada em uma carteira escolar.
én frênqui na escola em que estudava, na cidade de Amsterdam, na Holanda, pouco antes da invasão nazista. Foto de 1940.
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Com a ocupação nazista, én e sua irmã, margô, foram proibidas de frequentar a escola, sendo direcionadas para uma instituição destinada exclusivamente aos judeus. Elas foram vítimas do Holocausto durante a Segunda Guerra Mundial, e sua história se tornou mundialmente conhecida após a publicação do diário de én, em 1947. én e sua família ficaram escondidas no prédio da empresa de seu pai, em Amsterdam, na Holanda, entre julho de 1942 e agosto de 1944. Quando o esconderijo foi descoberto, én e margô foram transferidas para o campo de concentração de Bérguem-Bêsin, onde faleceram em fevereiro de 1945.

Dica

LIVRO

O diário de én frênqui, adaptação de Ari fôlman; ilustração de Dêivid Polônsqui. Rio de Janeiro: Record, 2018.

O diário de én frênqui foi traduzido para mais de setenta idiomas e se tornou um dos relatos mais importantes e influentes sobre o Holocausto.

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) declarou suas anotações parte do patrimônio histórico e cultural da humanidade. Nessa versão, a história de én ganhou tratamento gráfico e foi apresentada por meio da linguagem dos quadrinhos.

Os campos de concentração e de extermínio

A partir de outubro de 1941, os nazistas começaram a fazer deportações em massa de judeus aos campos de concentração e de extermínio. Embora tenham sido genericamente nomeados como campos de concentração, havia distinção entre os locais instituídos para conter as pessoas indesejadas pelos nazistas. Nos campos de concentração, essas pessoas eram submetidas a trabalhos forçados. Já os campos de extermínio, que começaram a ser utilizados em dezembro de 1941, foram construídos com a finalidade específica de realizar assassinatos em massa, em escala industrial, de judeus e de integrantes de outros grupos, como os ciganos.

Levados de prisões, de guetos e de outros campos, os prisioneiros eram assassinados por fuzilamentos sistemáticos ou nas câmaras de gás. Divididos em grupos e obrigados a trabalhar em condições precárias, sem higiene nem alimentos, os prisioneiros também estavam sujeitos a todos os tipos de doença.

A resistência no Gueto de Varsóvia

Em janeiro de 1943, os nazistas ordenaram a aceleração da deportação dos judeus do Gueto de Varsóvia, na Polônia, para os campos de concentração. Diante dessa situação, as pessoas que viviam no local enfrentaram as tropas nazistas usando armas que conseguiam quando saíam do gueto para trabalhar. A luta durou cêrca de quatro meses, até maio de 1943, quando os nazistas puseram fim à rebelião, que entrou para a história como a primeira resistência judaica civil contra o nazismo.

Fotografia em preto e branco. Famílias rendidas por militares. Estão em fila com os braços erguidos. Militares armados acompanham.
Judeus capturados após o levante do Gueto de Varsóvia, na Polônia. Foto de 1943.

Dica

FILME

O pianista

Direção: Rôman Polensqui. Alemanha, 2002. Duração: 120 minutos

Ambientado na Polônia dos anos 1930 e 1940, o filme aborda a vida do pianista judeu polonês Vladisláv Ispílman, sobrevivente do Holocausto. Na sequência de cenas, é possível identificar a formação do Gueto de Varsóvia e a política de deportação em massa dos judeus da Europa (solução final).

A indústria do extermínio

Os campos de concentração e extermínio mais letais eram os de Treblinka e áuchvitz, localizados na Polônia. Em Treblinka foram executadas de 870 mil a 925 mil pessoas, ao passo que em áuchvitz foram mortos cêrca de 1 milhão de judeus, de 70 mil a 74 mil poloneses, 21 mil ciganos e 15 mil prisioneiros de guerra. Ao todo, morreram nos campos de concentração e extermínio e em execuções em massa promovidas pelos nazistas em outros lugares aproximadamente 6 milhões de judeus, 1,8 milhão de poloneses, 312 mil sérvios, até 250 mil pessoas com deficiência, cêrca de uma.novecentas testemunhas de Jeová e até 250 mil ciganos, além de milhares de homossexuais, civis soviéticos e prisioneiros de guerra.

Fotografia. Homem de rosto comprido, cabelo raspado, orelhas grandes e queixo quadrado. Veste uma camisa com listras verticais. No canto da camisa um número e um triângulo rosa de ponta cabeça.
O alemão Válter Dêguin preso no campo de áuchvitz em agosto de 1941. Assim como Uálter, muitos outros homossexuais foram perseguidos e assassinados pelo regime nazista.

Alguns símbolos de identificação de prisioneiros em Auschwitz

Ilustração. Estrela amarela de 6 pontas: judeus. Triângulo vermelho de ponta-cabeça: Prisioneiros políticos, anarquistas, comunistas e socialistas. Triângulo lilás de ponta-cabeça: Testemunhas de Jeová. Triângulo preto de ponta-cabeça: Ciganos. Triângulo rosa de ponta-cabeça: Homossexuais.

FONTES: Memórial end Miusiam Áuchivíts Birquenau. Disponível em: https://oeds.link/Tr8iz1; Iunáited Istêits Rólocaust Memórial Miusiam. Disponível em: https://oeds.link/aJkFlb. Acesso em: 7 abril 2022.

Com o fim da guerra, o mundo tomou conhecimento das atrocidades cometidas pelos nazistas contra o povo judeu e cresceu a pressão internacional para a criação de um Estado nacional judaico na região histórica da Palestina. Esse, no entanto, é um tema que você estudará adiante.

Fotografia. Pessoas de braços dados passando por um grande portão. No alto, um letreiro.
Ex-prisioneiros e seus familiares em áuchvitz, Polônia, no 75º aniversário da libertação do campo, em 2020. Em 27 de janeiro de 1945, os prisioneiros de áuchvitz foram libertados pelo exército soviético e, por isso, essa data foi escolhida como o Dia Internacional da Lembrança do Holocausto.
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Imagens em contexto!

No portão do campo de concentração e extermínio de áuchvitz está gravada a frase em alemão Arbeit macht frei, que pode ser traduzida como “O trabalho liberta”. Atualmente, o local abriga um memorial em homenagem às vítimas do nazismo e foi transformado em patrimônio histórico e cultural da humanidade pela unêsco.

Agora é com você!

Responda no caderno.

  1. Explique as motivações dos Estados Unidos para entrar na Segunda Guerra Mundial.
  2. Resuma o modo como ocorreu a rendição do Japão na guerra.
  3. O que foi a solução final? Como ela foi executada?

Julgamentos no pós-guerra

Ao final da guerra, alguns nazistas de alto escalão que foram capturados pelos Aliados, como rérman guêrin, foram julgados por um Tribunal Militar Internacional. As audiências em que isso ocorreu ficaram conhecidas como Julgamentos de Nuremberg, por terem ocorrido nessa cidade alemã em 1945 e 1946.

Apesar de alguns terem sido condenados, muitos outros integrantes do alto escalão nazista conseguiram fugir da Alemanha no período final do conflito para não responder por seus crimes de guerra. Alguns deles se refugiaram em países da América Latina, como Brasil, Argentina, Paraguai e Bolívia. Há evidências de que iôzef mênguele (conhecido como “anjo da morte”) tenha passado pelo Brasil.

Mesmo usando nomes e documentos falsos, vários deles foram encontrados e levados à justiça pelos chamados caçadores de nazistas. O polonês Sáimon Visental, que sobreviveu aos campos de concentração, foi uma das pessoas que se dedicaram a localizar e levar a julgamento esses nazistas. Visental foi um dos responsáveis pela localização de Ádolf Áichiman na Argentina, em 1960. O ex-oficial da ésse ésse foi capturado pelo Mossád (serviço secreto do Estado de Israel) e levado a julgamento nesse país.

A banalidade do mal

Em 1961, a filósofa judia alemã rãna arent, que vivia nos Estados Unidos, foi a Israel como jornalista acompanhar o julgamento de Áichiman. Após observar aquele que foi um dos principais carrascos nazistas, Arendt percebeu que Áichiman não parecia um monstro, mas um homem comum. Além disso, ele não apresentava um histórico de práticas antissemitas e afirmava no julgamento que apenas cumpria ordens recebidas de seus superiores de fórma eficiente, sem questionar as consequências daquilo que fazia.

Partindo disso, a filósofa conceituou a expressão banalidade do mal, e chegou à conclusão de que o mal é comum e instaura-se onde encontra espaço, quando uma ordem política e social trivializaglossário a violência e a torna, portanto, comum.

Assim, de acordo com esse pensamento de arent, os seres humanos podem realizar ações inimagináveis, que causam destruição e morte, sem motivação maligna. A escalada da barbárie sempre começa em gestos cotidianos, banais, feitos supostamente sem a intenção de ofender, que escancaram preconceitos, intolerâncias e hostilidades. Conforme alerta Primo Livai, químico e escritor italiano, sobrevivente de áuchvitz: “Os monstros existem, mas são muito pouco numerosos para serem verdadeiramente perigosos; os mais perigosos são os homens comuns, os funcionários prontos a ceder e a obedecer sem discussão”.

Fotografia em preto e branco. Homem de cabeça arredondada, calvo, vestindo terno e gravata. Usa óculos de armação redonda e grande. Está em pé, dentro de uma cabine de vidro. Na frente dele, papéis e um microfone. Atrás dele um guarda sentado.
Ádolf Áichiman, oficial da ésse ésse, em uma cabine de vidro à prova de balas, testemunhando em seu julgamento em Jerusalém, Israel. Foto de 20 de junho de 1961.

Atividades

Responda no caderno.

Organize suas ideias

1. (enêm méqui – adaptado) Em discurso proferido em 17 de março de 1939, o primeiro-ministro inglês à época, Névil Tiêmberlan, sustentou sua posição política:

“Não necessito defender minhas visitas à Alemanha no outono passado, que alternativa existia? Nada do que pudéssemos ter feito, nada do que a França pudesse ter feito, ou mesmo a Rússia, teria salvado a Tchecoslováquia da destruição. Mas eu também tinha outro propósito ao ir até Munique. Era o de prosseguir com a política por vezes chamada de ‘apaziguamento europeu’, e Rítler repetiu o que já havia dito, ou seja, que os Sudetos, região de população alemã na Tchecoslováquia, eram a sua última ambição territorial na Europa, e que não queria incluir na Alemanha outros povos que não os alemães.”

No caderno, identifique a alternativa correta. Sabendo-se que o compromisso assumido por Rítler em 1938, mencionado no texto acima, foi rompido pelo líder alemão em 1939, infere-se que
  1. Rítler ambicionava o contrôle de mais territórios na Europa além da região dos Sudetos.
  2. a aliança entre a Inglaterra, a França e a Rússia poderia ter salvado a Tchecoslováquia.
  3. o rompimento desse compromisso inspirou a política de “apaziguamento europeu”.
  4. a política de tchênberlen de apaziguar o líder alemão era contrária à posição assumida pelas potências aliadas.
  5. a fórma que tchênberlen escolheu para lidar com o problema dos Sudetos deu origem à destruição da Tchecoslováquia.

Aprofundando

  1. A estrutura e a narrativa de muitos jogos eletrônicos sobre a Segunda Guerra Mundial são parecidas: o protagonista (que geralmente é homem) adquire um aspecto heroico por atravessar uma série de provações e mostrar coragem e bravura em seus feitos. Ao transportar o jogador para a realidade virtual da guerra, eles simulam a sensação de viver a guerra, e nisso reside o perigo de transformar o horror em entretenimento. Junte-se a alguns colegas e, com base nessas considerações, debatam as questões a seguir.
    1. Como jogos de guerra podem transformar a violência em entretenimento?
    2. Como é construída a imagem do herói e a dos inimigos na maior parte dos jogos (ou filmes) de guerra?
    3. Por que o tema da guerra se tornou entretenimento? Isso apresenta alguma relação com a sociedade contemporânea?
  2. Ao defender a superioridade de uma “raça pura” e a inferioridade de determinados grupos, os nazistas levaram a cabo um projeto de extermínio que resultou na morte de milhões de pessoas. Essa suposta superioridade biológica e intelectual da raça ariana foi refutada cientificamente, mas ainda é defendida por
certos grupos, como os neonazistas, que utilizam principalmente violência para se declarar superiores e tentar restringir os direitos de comunidades, como as de negros e integrantes do movimento éle gê bê tê quê i a mais. Para sensibilizar as pessoas que frequentam a escola em que estudam sobre esse problema de ódio e intolerância, você e os colegas farão uma pesquisa e produzirão uma apresentação para a comunidade escolar. Para isso, percorram as seguintes etapas.
  1. Junte-se a quatro estudantes e retomem o que estudaram sobre nazismo.
  2. Pesquisem a definição de neonazismo, a lei brasileira que define os crimes relacionados ao nazismo e as fórmas de denunciar tais crimes. Com base nas fontes pesquisadas, produzam um resumo que contenha respostas às seguintes questões:
    • O que é neonazismo e como ele se assemelha ao nazismo?
    • Como o neonazismo é definido no Brasil de acordo com a lei?
    • Por que o neonazismo é perigoso para a sociedade?
    • Quais são os canais e os meios para realizar denúncias de crimes relacionados ao neonazismo?
  1. Com base no resumo que vocês fizeram, produzam um cartaz com informações como: definição de neonazismo; lei brasileira que criminaliza o neonazismo; problemas que o neonazismo pode trazer; soluções para combater a ideologia neonazista e outros tipos de intolerância; como denunciar o neonazismo.
  2. Afixem o cartaz em um local permitido dentro da escola para que a comunidade escolar possa ter contato com essas informações.
  1. Em 2017, algumas lojas nos Estados Unidos anunciaram a venda de fantasias de én frênqui para a festa de Halloween, informando na propaganda que as crianças poderiam ser heroínas da Segunda Guerra Mundial. Já em 2019, o Museu de áuchvitz, na Polônia, pronunciou-se em uma de suas redes sociais sobre o fato de alguns turistas tirarem selfies se equilibrando nos trilhos dos trens que transportaram milhares de pessoas até o local em que seriam assassinadas. Esses dois casos podem ser relacionados com o conceito de banalidade do mal, de rãna arent: quando o extermínio vira fantasia de Halloween ou um registro de viagem desrespeitoso, sem a incorporação crítica de um debate sobre a memória e a história, banalizam-se esses temas. Considerando essas informações, faça as atividades a seguir.
    1. Junte-se a cinco colegas e pesquisem mais informações sobre a noção de banalidade do mal na internet ou em livros disponíveis na biblioteca da escola ou da região onde vivem.
    2. Produzam um texto inicial com a definição desse conceito, relacionando-o ao caso da fantasia de én frênqui e das selfies de turistas em áuchvitz.
    3. Pesquisem informações sobre algum episódio do passado brasileiro que recebeu tratamento semelhante, ou seja, um evento trágico explorado comercialmente ou de fórma turística sem reflexões, e o descrevam resumidamente.
    4. Usando os textos produzidos, elaborem cartazes com o objetivo de propor uma reflexão sobre os usos que fazemos do passado. Explorem a questão: “Como combater a banalização, bastante perigosa, da história e da memória?”.
    5. Caso seja possível, unam os cartazes com os produzidos na atividade 3 e montem uma mostra sobre educação em direitos humanos na escola para promover a construção de uma sociedade mais tolerante, respeitosa e pacífica.

Glossário

Premissa
: ideia que antecede um argumento.
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Apaziguamento
: abrandamento, aplacamento, conciliação.
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Drástico
: nesse caso, enérgico.
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: unidade de medida utilizada no Reino Unido e nos Estados Unidos. 1 pé corresponde a 30,48 centímetros.
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Apátrida
: pessoa que, tendo perdido sua nacionalidade, encontra-se oficialmente sem pátria.
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Trivializar
: tornar banal, sem importância, corriqueiro.
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