10
Capítulo 1. Entrando em cena
LEGENDA: Mosaico romano representando as máscaras usadas no teatro grego. Século 2. Pastilhas de mármore colorido sobre argamassa, altura: 74,6 cm. Museus Capitolinos, Roma, Itália. FIM DA LEGENDA.
11
Boxe complementar
O que eu vejo
Converse com os colegas.
- Você já tinha visto máscaras como estas?
- O que as máscaras desta imagem representam?
- Se tivesse de usar uma delas, qual escolheria? Por quê?
Fim do complemento.
12
Teatro grego
Na Grécia antiga, os espetáculos eram apresentados em festivais que duravam cerca de uma semana e reuniam milhares de pessoas.
LEGENDA: Ruínas de teatro grego construído por volta do ano 325, em Afrodísias, antiga cidade grega localizada na atual Turquia. Fotografia de 2015. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Detalhe de baixo-relevo do palco do teatro de Afrodísias. Por volta do ano 325. Baixo-relevo em mármore, altura: 38 cm. Fotografia de 2015. FIM DA LEGENDA.
13
As máscaras serviam para os atores representarem várias personagens na mesma peça teatral.
Naquela época, apenas os homens podiam atuar e alternavam as máscaras femininas ou masculinas de acordo com o papel que seria representado.
Na Grécia antiga, as peças de teatro eram divididas em dois gêneros: a tragédia e a comédia.
LEGENDA: Réplica de máscara do teatro grego usada em tragédias. Cerca de 400 a.C. Cerâmica, altura: 30 cm. Coleção particular. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Réplica de máscara do teatro grego usada em comédias. Século 2 a.C. Pedra, altura: 22 cm. Museu Arqueológico de Atenas, Atenas, Grécia. FIM DA LEGENDA.
- Que tal participar de um jogo inspirado nas máscaras da tragédia e da comédia? Siga as orientações do professor.
14
Máscaras
A maioria das culturas que conhecemos fez uso de máscaras em rituais ou como disfarce, ou adereço.
As máscaras podem ser feitas de diversos materiais: madeira, metal, fibra de diferentes plantas, marfim, argila, penas, tecido, palha de milho etc.
LEGENDA: Máscara dos indígenas Tapirapé da Ilha do Bananal (TO). Sem data. Feita de madeira, plumas, penas e sementes, altura: 32 cm. Coleção particular. FIM DA LEGENDA.
Os indígenas brasileiros costumam usar máscaras em rituais que geralmente são acompanhados por cantos e danças.
A máscara pode cobrir apenas o rosto, toda a cabeça ou o corpo inteiro da pessoa que vai usá-la.
LEGENDA: Personagens místicos conhecidos como praiá durante o Toré em ritual chamado de Festa do Menino do Rancho, feito por membros da etnia Pankararu na Aldeia Brejo dos Padres. Terra Indígena Pankararu, Tacaratu (PE), 2014. FIM DA LEGENDA.
15
Os africanos também usam máscaras em festividades e nos rituais religiosos. A maioria dessas máscaras é feita de madeira, mas outros materiais podem ser usados, como marfim, pedras e metais.
LEGENDA: Máscara dupla da sociedade geledé dos povos Iorubá. Segunda metade do século 19. Madeira, pigmentos e índigo, altura: 34,3 cm. Museu de Arte de Saint Louis, Saint Louis, EUA. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Pingente representando a máscara da rainha mãe (iyoba) dos Edo. Século 16. Marfim, ferro e cobre, altura: 23,8 cm. Museu Metropolitano de Arte, Nova York, EUA. FIM DA LEGENDA.
Os Dogon, habitantes do Mali, na África, usam máscaras, cantam e dançam nos rituais em que reverenciam seus antepassados.
LEGENDA: Dançarinos Dogon durante o ritual em honra de seus antepassados, no Mali, país da África. Fotografia de 2014. FIM DA LEGENDA.
16
Boxe complementar
Mãos à obra
Que tal produzir uma máscara que será usada na atividade proposta no final deste capítulo? Siga o roteiro.
Materiais
- Balão de festa
- Folhas de jornal
- Cola branca
- Água
- Copo plástico
- Canetinha preta
- 2 pincéis
- Tesoura com pontas arredondadas
- Guache de várias cores
- Pedaço de elástico
Como fazer
LEGENDA: Rasgue as folhas de jornal em pequenos pedaços. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Encha o balão até ficar um pouco maior que a sua cabeça. Dê um nó. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Ponha no copo partes iguais de cola e de água. Com um pincel, passe a mistura no balão e grude os pedaços de jornal. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Cubra a metade do balão com três camadas de jornal. FIM DA LEGENDA.
Fim do complemento.
17
Boxe complementar
LEGENDA: Depois que a cola estiver seca, fure o balão e solte-o da camada de jornal. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Veja se a máscara se encaixa no seu rosto e recorte a borda para dar acabamento. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Marque com a canetinha as áreas dos olhos e da boca e recorte-as. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Passe uma camada de guache na máscara. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Depois que o guache secar, desenhe os detalhes da máscara e pinte-a como quiser. Passe cola para impermeabilizar. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Seu professor vai fazer um furo em cada lado da máscara. Passe o elástico pelos furos e amarre. FIM DA LEGENDA.
Fim do complemento.
18
Elementos do teatro
Em uma peça de teatro não podem faltar ator e público, pois estes são elementos fundamentais da linguagem teatral.
Além deles, conheceremos e experimentaremos outros elementos que compõem a cena e ajudam a contar histórias utilizando a linguagem do teatro.
Observe a fotografia de uma das cenas do espetáculo Paraíso, interpretada por um dos atores da Companhia Teatro Máquina.
LEGENDA: Cena do espetáculo Paraíso, da Companhia Teatro Máquina, apresentado em Fortaleza (CE), 2019. FIM DA LEGENDA.
- O que você vê na fotografia? _____.
- Você consegue imaginar o que está acontecendo nessa cena? _____.
- Qual será a história dessa peça de teatro? _____.
19
A peça se passa em um tempo futuro e conta a história de cientistas-catadores que encontram coisas esquecidas em uma praia. Entre essas coisas estão brinquedos, potes de margarina, garrafas de refrigerantes e baterias enferrujadas.
Depois de viverem experiências nesse ambiente contaminado, as personagens imaginam como elas gostariam que fosse uma praia no futuro.
LEGENDA: Pelos elementos que aparecem na fotografia, podemos imaginar que esta cena acontece no fundo do mar. FIM DA LEGENDA.
Converse com os colegas. Depois, registre suas respostas com a ajuda do professor.
- Essa peça de teatro foi encenada:
( ) apenas com atores.
( ) com atores, bonecos e objetos.
- Por que você acha que os cientistas encontraram esses objetos na praia, depois de tanto tempo? _____.
- O que você acha que a peça quis comunicar com essa história? _____.
- Como você gostaria que fossem as praias no futuro? Reúna-se com seu grupo para responder.
20
Texto teatral
No início do texto de uma peça, o autor pode colocar algumas informações, como o nome das personagens e a indicação de como o cenário deve ser. Observe.
[...]
Personagens
- Cachorro
- Lobo
- Alguns figurantes
(atuando como contrarregras )
Cenário
Um quintal sem cercas com uma casa de cachorro.
[...]
No texto, aparecem as falas das personagens. Antes de cada fala, é escrito o nome da personagem que falará. O nome é escrito com destaque.
[...]
Lobo Meu almoço!
Cachorro Quem, eu?! Não prefere um... cachorro-quente?
[...]
21
No texto, também existem rubricas, que são informações entre parênteses ou com destaque em itálico, que deixa as letras inclinadas.
As rubricas descrevem o que acontece em cena e indicam o que os atores devem fazer. Observe.
[...] simulação de passagem de tempo. (Alguém cruza a boca de cena segurando um cartaz com a inscrição: “mais tarde...”.) [...]
As rubricas também podem indicar o tipo de emoção a ser transmitida e se a cena acontece de dia ou de noite.
Que tal fazer uma leitura dramática?
Para essa atividade foi escolhida a peça O cachorro sabido e o lobo bobo.
Combine com um colega a distribuição dos papéis antes de iniciar a leitura em dupla.
O cachorro sabido e o lobo bobo
Personagens
- Cachorro
- Lobo
- Alguns figurantes (Atuando como contrarregras)
- Cenário
- Um quintal sem cercas com uma casa de cachorro.
22
Cachorro está deitado no quintal, fora de sua casa, dormindo. Lobo se aproxima sorrateiro e salta sobre ele, imobilizando-o.
Lobo Meu almoço!
Cachorro Quem, eu?! Não prefere um... cachorro-quente?
Lobo Não! Prefiro você: nem frio nem quente! Cachorro morno, rá, rá!
Cachorro Mas eu tô tão magrinho... Por que não espera passar a festa?
Lobo Festa? Que festa?
Cachorro A festa de aniversário do meu dono.
Lobo E o que tem essa festa?
Cachorro Veja bem, seu lobo... ele vai dar um churrasco. E churrasco o senhor sabe como é, né?...
Lobo Não, não sei.
Cachorro É que sempre sobra muita carne, muito osso, umas gordurinhas...
Lobo Eu sou um lobo! Já viu lobo comer sobras?
Cachorro Aí é que está: eu como. Eles me dão o que sobra, eu como, fico mais gordinho...
Lobo E daí?
23
Cachorro E daí que o senhor volta depois da festa e me janta! Melhor que me almoçar agora, enquanto eu ainda sou puro osso, não acha? [...]
Lobo Está bem, depois da festa eu volto.
Sai lambendo os beiços, enquanto o cachorro suspira, aliviado. Simulação de passagem de tempo. (Alguém cruza a boca de cena segurando um cartaz com a inscrição: “mais tarde...”.) Lobo retorna e encontra o cachorro dormindo de novo, mas agora o quintal está cercado. (Na simulação da passagem do tempo, alguns figurantes entram em cena e montam uma cerca em volta do cachorro e sua casa.)
Lobo (De fora da cerca)
Ei, cachorro! Vim para o jantar, conforme combinamos.
Cachorro Sinto muito, seu lobo, mas, da próxima vez que vier para o almoço, é melhor não esperar pelo jantar.
Lobo fica furioso ao perceber que foi enganado. Tenta pular a cerca, mas não consegue.
Cachorro (Para a plateia)
Quem escapa uma vez se previne de vez. [...]
- Com a ajuda do professor, escolha, na biblioteca da escola, uma peça de teatro para ler em casa com um ou mais familiares. Cada um de vocês vai escolher uma personagem para fazer essa leitura. Ao terminarem, conte o que você entendeu sobre a peça.
Boxe complementar
Conheça o artista
José Carlos Aragão é jornalista, ator e escritor. Ele nasceu na cidade de Governador Valadares (MG), no ano de 1956.
Na infância, ele gostava de ler, ouvir e inventar histórias. Talvez por isso escreva livros e peças teatrais para crianças.
Fim do complemento.
24
Figurino e maquiagem
Figurino
O traje e os acessórios, como cintos, lenços, bolsas, máscaras, chapéus e sapatos, usados por uma personagem formam o figurino. O profissional que desenvolve figurinos é o figurinista.
Uma das maneiras de criar um figurino é começar fazendo o croqui, que é o desenho das peças. Observe.
LEGENDA: Croquis dos figurinos e fotografias das personagens do espetáculo Alice, o musical. Direção de Max Oliveira, direção artística de Marina Costa e direção musical de Fernando Marianno. Figurinos: Jota Produções. Desenhos e fotografias de 2015. FIM DA LEGENDA.
O figurinista também pode reformar figurinos e coordenar a organização do guarda-roupa .
25
Boxe complementar
Mãos à obra
Forme dupla com um colega e criem figurinos para as personagens da peça O cachorro sabido e o lobo bobo. Para isso, sigam o roteiro.
- Decidam como os atores se caracterizarão para representar as personagens Cachorro e Lobo.
- As personagens usarão adereços, como máscaras e chapéus?
- Em uma folha avulsa, desenhem e pintem os figurinos e escrevam legendas explicando as peças do vestuário. Pensem nas cores das roupas que serão criadas.
- Organizem um mural com os desenhos para que todos apreciem.
Fim do complemento.
Maquiagem
A maquiagem também ajuda na criação de uma personagem. O profissional que faz a maquiagem é o maquiador.
LEGENDA: Ator indiano preparando a maquiagem. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: O ator já totalmente caracterizado em cena. Querala, Índia, 2019. FIM DA LEGENDA.
26
Boxe complementar
Mãos à obra
Prepare-se para atuar em um improviso teatral. Para isso, você precisará apenas da maquiagem.
Siga as orientações.
Materiais
- Kit de tinta facial atóxica
- Lenços de papel
Como fazer
- Escolha uma personagem para encenar.
- A maquiagem deve ser bem simples.
- Use os dedos para aplicar a tinta. Limpe a mão com lenço de papel antes de usar outra cor. Para se inspirar, observe as imagens.
- Quando estiver maquiado, improvise com os colegas uma cena em que todas as personagens interagem.
Fim do complemento.
27
Sonoplastia e cenografia
Sonoplastia
A sonoplastia é o som ou conjunto de sons que chama a atenção do público para a cena ou destaca as emoções que os atores querem transmitir para a plateia.
A pessoa que cuida da sonoplastia é o sonoplasta.
Cenografia
A cenografia é a arte de criar e instalar os cenários para os espetáculos.
A cenografia é parte importante de um espetáculo, pois é por ela que sabemos o lugar e a época em que a história acontece.
O profissional responsável pela cenografia é o cenógrafo. Ele também fica encarregado de escolher os objetos que farão parte da cena.
LEGENDA: Cenário da peça A Besta, com direção de Alexandre Reinecke. Cenografia de José de Anchieta. Fotografia de 2014. FIM DA LEGENDA.
28
Boxe complementar
Mãos à obra
Forme dupla com um colega.
- Um dos integrantes da dupla contará uma história. Enquanto ele conta, o outro improvisará os sons da história usando a voz, o corpo e objetos que estiverem por perto.
- Durante a atividade, o professor fará um sinal e vocês deverão inverter os papéis.
- Ao final, faça um desenho para registrar a experiência.
_____
- Compartilhe o desenho com os colegas, para que todos apreciem as produções da turma.
Fim do complemento.
29
Para fazer com os colegas
Em grupo, criem uma cena para representar usando as máscaras confeccionadas por vocês. Para isso:
- Relembrem a discussão sobre o assunto da peça Paraíso, pensem em um tema e criem uma cena que vocês queiram representar.
- Decidam o que acontecerá no início, no meio e no fim da cena. Se necessário, anotem ou façam desenhos para que todos do grupo se lembrem do que foi combinado.
- Pensem em uma situação em que possam ser inseridas as máscaras que vocês produziram. Que personagens elas representarão?
- A cena será feita com o espaço vazio ou o grupo pretende usar objetos para compor um cenário? Combinem antes com o professor e preparem os objetos, caso sejam necessários.
- Alguém fará a sonoplastia? Decidam quem será o responsável por ela e como será feita.
- Ensaiem a cena. Se preciso, façam adaptações e mudem os combinados.
-
Marquem o dia da apresentação e convidem os colegas de outras turmas para assistir. Divirtam-se!
Bom espetáculo!