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Capítulo 5. Danças e ritmos brasileiros

LEGENDA: COELHO, Helena. Catira. 2003. Óleo sobre tela, 50 cm × 70 cm. Galeria Jacques Ardies, São Paulo (SP). FIM DA LEGENDA.

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Samba, fandango e outros ritmos

A origem do samba

O samba surgiu da mistura de ritmos africanos, como o batuque e o lundu, e de ritmos criados no Brasil, como o maxixe . No início do século 20, popularizou se como um gênero musical da cultura brasileira.

O termo samba deriva da palavra africana semba. Essa palavra significa “umbigada”, que é um gesto comum em algumas danças populares brasileiras.

O lundu é uma variação do calundu, uma dança ritual praticada pelos africanos escravizados na época em que o Brasil era colônia de Portugal.

Os movimentos característicos do lundu são a umbigada e os braços erguidos movendo-se acima da cabeça.

LEGENDA: Essa fotografia da década de 1950 mostra uma cena de umbigada. Museu do Folclore Rossini Tavares de Lima, São Paulo (SP). FIM DA LEGENDA.

LEGENDA: RUGENDAS, Johann Moritz. Dança do lundu. 1835. Litografia, 26,7 cm × 25,1 cm. Coleção particular. FIM DA LEGENDA.

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Os instrumentos mais usados para tocar samba são: tamborim, cuíca, surdo, agogô, pandeiro e cavaquinho.

LEGENDA: Tamborim (cerca de 15 cm). FIM DA LEGENDA.

LEGENDA: Cuíca (cerca de 20 cm). FIM DA LEGENDA.

LEGENDA: Surdo (cerca de 40 cm). FIM DA LEGENDA.

LEGENDA: Agogô (campânula maior: 18 cm; campânula menor: 15 cm). FIM DA LEGENDA.

LEGENDA: Pandeiro (cerca de 30 cm). FIM DA LEGENDA.

LEGENDA: Cavaquinho (cerca de 60 cm). FIM DA LEGENDA.

Os instrumentos musicais não estão reproduzidos na proporção real.

Converse com os colegas e, depois, registre sua resposta.

• O samba é considerado uma das principais manifestações da cultura brasileira. Na sua opinião, por que isso acontece? _____

As variações do samba

Há diferentes variações do samba. Conheça algumas delas.

Samba de partido-alto: no passado, nesse gênero de samba, os cantores mostravam suas habilidades como improvisadores .

Com o passar do tempo, o samba de partido-alto foi se popularizando e recebendo influências de outros estilos de samba mais modernos.

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Atualmente, não é mais samba de improviso e costuma ser acompanhado de violão, cavaquinho, pandeiro, surdo e outros instrumentos de percussão.

LEGENDA: Uma das grandes representantes do samba de partido-alto foi Clementina de Jesus (1901-1987). Fotografia de 1983. FIM DA LEGENDA.

Samba de roda: originário do Recôncavo Baiano, é marcado pelo ritmo das palmas e do canto alegre. No samba de roda, a música geralmente é acompanhada por instrumentos de percussão, palmas e objetos, como pratos, panelas e caixas de fósforos.

LEGENDA: A sambista baiana Dona Edith do Prato (1916-2009) se apresentava nas rodas de samba usando prato e faca como instrumentos musicais. Fotografia de 1997. FIM DA LEGENDA.

Samba-canção: é um samba lento, de origem urbana, que geralmente narra histórias de amor. Foi bastante popular nos anos 1930 e 1940.

LEGENDA: Um dos primeiros compositores de samba-canção foi o carioca Noel Rosa (1910-1937). Fotografia da década de 1930. Fotógrafo desconhecido. FIM DA LEGENDA.

Samba-enredo: foi criado para acompanhar o desfile de uma escola de samba; com frequência é acompanhado pela bateria da escola – que, nesse caso, é formada principalmente por instrumentos de percussão.

LEGENDA: Em 1946, Mano Décio da Viola (1909-1984) compôs um samba para a escola Prazeres da Serrinha. Esse é considerado o primeiro samba-enredo. Fotografia de 1979. FIM DA LEGENDA.

Samba-rock: esse estilo de samba tem influência do rock. Nele, a batida do violão é acelerada como se fosse uma guitarra. Foi criado no final da década de 1960, em São Paulo (SP).

LEGENDA: O músico e cantor Seu Jorge (1970) é compositor de samba-rock. Apresentação no Festival Cruïlla, Barcelona, Espanha, em 2019. FIM DA LEGENDA.

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2. Você já participou desse tipo de festejo? Onde? _____

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As variações do fandango

No Brasil, o termo fandango é usado para indicar manifestações da cultura popular que reúnem canto, música e dança.

No Norte e no Nordeste, esse folguedo também é chamado de nau-catarineta, barca, chegança de marujos, marujada.

A nau-catarineta, que acontece na Paraíba, na Bahia e no Ceará, por exemplo, é um tipo de representação teatral que encena as viagens marítimas da época da chegada dos portugueses ao Brasil.

Os participantes se caracterizam com roupas brancas e azuis ou brancas e vermelhas para lembrar uniformes de marinheiro.

LEGENDA: Devotos de São Sebastião participam da marujada, em Tracuateua (PA), 2018. FIM DA LEGENDA.

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Em alguns lugares do Sul e do Sudeste do Brasil, esse folguedo é chamado de fandango caiçara e está ligado ao modo de vida da população caiçara.

Em algumas danças do fandango caiçara, é comum os fandangueiros formarem uma roda e usarem tamancos de madeira para marcar o ritmo.

LEGENDA: Baile de fandango caiçara realizado durante o 10º Festival Nacional de Fandango, na Ilha dos Valadares, em Paranaguá (PR), 2019. FIM DA LEGENDA.

Em 2012, o fandango caiçara foi reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como Patrimônio Cultural Imaterial brasileiro.

Os instrumentos mais utilizados para tocar fandango caiçara são a rabeca, a viola de cocho, a caixa de folia e o adufe, que são feitos artesanalmente por luthiers das comunidades fandangueiras.

LEGENDA: Rabeca (cerca de 35 cm). FIM DA LEGENDA.

LEGENDA: Viola de cocho (cerca de 70 cm). FIM DA LEGENDA.

LEGENDA: Caixa de folia (35 cm de diâmetro e 40 cm de altura). FIM DA LEGENDA.

LEGENDA: Adufe (45 cm). FIM DA LEGENDA.

Os instrumentos musicais não estão reproduzidos na proporção real.

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No Rio Grande do Sul, os bailes realizados nos Centros de Tradições Gaúchas, os CTGs, também são chamados de fandango. Eles são animados por vários ritmos: marchas, vaneras, vanerões, xotes, rancheiras, chamamés. Cada ritmo tem uma dança característica.

LEGENDA: Apresentação da dança meia-canha durante um concurso estadual de danças tradicionais realizado em Santa Maria (RS), em 2018. FIM DA LEGENDA.

Durante a dança do fandango, as mulheres usam vestido rodado e longo. Os homens vestem bombachas, calças largas que fazem parte de um traje tipicamente gaúcho.

O instrumento musical mais usado no fandango gaúcho é o acordeão.

Converse com os colegas e, depois, registre suas respostas.

1. Você já viu uma apresentação de fandango? Se viu, conte como foi e se gostou. _____

2. Que outras danças de roda você conhece? _____

3. Pense em uma brincadeira de roda que você conhece e convide os colegas para brincar.

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Outros ritmos e danças populares

Além do fandango, há outras manifestações da cultura popular brasileira que reúnem canto, música e dança.

Alguns exemplos são o carimbó, originário dos povos indígenas da região amazônica, e o coco, de influência africana.

Os africanos trazidos como cativos para o Brasil apropriaram-se do carimbó, acrescentando mais vibração ao toque dos tambores e novos movimentos à dança.

Mulheres e homens dançam descalços. Elas usam saias rodadas, coloridas e longas. Já eles costumam usar calças curtas ou com a barra dobrada e camisas floridas com as pontas amarradas na altura do umbigo.

A dança é acompanhada por tambores curimbós de tamanhos e sons diferentes. Os tambores são feitos de troncos em que os músicos se sentam para tocar.

O carimbó, expressão cultural da região amazônica, tornou-se Patrimônio Cultural Imaterial no Brasil em 2014.

No carimbó também são usados instrumentos musicais como o afoxé, o ganzá, o banjo e o curimbó. Observe.

LEGENDA: Grupo dançando carimbó durante festividade em Belém (PA), 2019. FIM DA LEGENDA.

LEGENDA: Afoxé (30 cm). FIM DA LEGENDA.

LEGENDA: Ganzás (20 cm). FIM DA LEGENDA.

LEGENDA: Banjo (66 cm). FIM DA LEGENDA.

LEGENDA: Curimbó (cerca de 30 cm de diâmetro por 1 m de comprimento). FIM DA LEGENDA.

Os instrumentos musicais não estão reproduzidos na proporção real.

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Converse com os colegas e, depois, registre suas respostas.

1. A que família de instrumentos o curimbó, o afoxé e o ganzá pertencem? _____

2. A que família de instrumentos o banjo pertence? _____

O coco é dançado principalmente nos estados de Alagoas, Paraíba e Pernambuco. A origem dessa manifestação cultural está associada aos cantos que as quebradeiras de coco entoam durante o trabalho.

Enquanto a maioria dos participantes forma uma roda para dançar, alguns pares de dançarinos vão ao centro executar passos que lembram os da capoeira.

Esse folguedo é acompanhado por instrumentos de percussão, como ganzá, pandeiro e cuíca. Alguns grupos de coco também usam tamancos para marcar o ritmo da dança.

LEGENDA: Apresentação de dança do coco do grupo das Destaladeiras de Fumo de Arapiraca (AL), 2009. FIM DA LEGENDA.

Dependendo da região, o coco recebe nomes diferentes, como coco de roda, coco de embolada, coco de praia, coco de umbigada, coco de ganzá e coco de zambê.

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Converse com os colegas e, depois, registre suas respostas.

1. Você já viu alguém dançando carimbó ou coco? Se nunca viu, faça uma pesquisa na internet para assistir a uma apresentação dessas danças. Em seguida, registre aqui suas impressões. _____

2. Você sabe quais são as manifestações culturais populares que reúnem canto, música e dança no local onde você mora? Faça uma pesquisa em grupo e anote o que descobriu para compartilhar com os colegas. _____

3. Em grupo, vocês escolherão uma das danças pesquisadas para fazer uma apresentação para a turma. Pesquisem vídeos, gravem a música e ensaiem. Abaixo, registre o nome da expressão cultural que será apresentada e o motivo pelo qual foi escolhida pelo grupo. _____

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Para fazer com os colegas

Nos capítulos finais do livro, você e os colegas conheceram diversas danças e festas brasileiras, produziram fantasias, aprenderam jogos e movimentos corporais, ouviram e cantaram várias músicas.

Desse modo, foi possível perceber a riqueza e a variedade de histórias e maneiras de festejar que fazem parte da cultura brasileira. Também foi possível notar que algumas características dessas festividades se assemelham.

Agora, você e os colegas já têm elementos para criar a própria festa!

Decidam todos juntos que história querem contar, e criem as fantasias e as músicas para cantar e dançar.

Sigam o roteiro para organizar essa festa.

1. Primeiro escolham a história que vão contar e façam um resumo no caderno.

2. Escolham uma música da qual todos gostem e criem uma paródia, usando a melodia da música e a história escolhida. Ensaiem até que todos saibam cantar a nova versão.

3. Decidam quem fará cada uma das personagens dessa história. Se mais de um integrante do grupo quiser representar a mesma personagem, façam um sorteio, ou combinem de se revezar ou dançar juntos, para que todos possam participar.

4. Organizem-se para confeccionar as fantasias e os adereços para as personagens. Se desejarem, façam também a decoração para o evento. Lembrem-se de que a festa é coletiva!

5. Ajude os colegas nas tarefas mais difíceis e permita que eles também ajudem você na sua tarefa. Assim, todos aprendem mais e se divertem também.

6. Decidam se haverá um momento de dançar em roda e como serão os passos. Não se esqueçam de que vocês podem improvisar os movimentos.

7. Preparem um roteiro para incluir o momento de formar a roda e os momentos das brincadeiras coletivas.

8. Agora, é só brincar!

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O que aprendemos

Olá! Agora você fará algumas atividades e descobrirá que já aprendeu muitas coisas!

1. Vamos testar o vocabulário? Complete o glossário com o significado das palavras abaixo:

   Toada: _____

Folguedo: _____

Fandangueiro: _____

2. Forme uma dupla para contar a lenda do boi de mamão. Você começa, para na metade da história, e o colega termina; ou podem inverter, se quiserem.

LEGENDA: FURTADO, Sônia. Boi de mamão (detalhe). 1995. óleo sobre tela, 70 cm x 100 cm. Galeria Jacques Ardies, São Paulo (SP). FIM DA LEGENDA.

Quando terminarem, escrevam a história completa, cada um no seu livro. _____.

3. Durante este ano, você e seus colegas pesquisaram as festas folclóricas do lugar onde moram. Você se lembra das apresentações feitas pela turma? Faça um breve relato daquilo que você aprendeu com a narrativa dos colegas.

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Avaliação processual

4. O samba se tornou um gênero musical muito popular no nosso país, desde o início do século 20. Quais são os principais instrumentos tocados em uma roda de samba? _____

5. Escolha um samba que você conhece e ensine para os colegas. Registre um trechinho da letra aqui. Pode ser o refrão. _____

6. Agora, você vai se reunir com seu grupo e criar uma frase sonora. Lembre-se: a frase deve ser diferente daquela que vocês já criaram durante o ano. Apresentem a frase sonora para a turma e faça aqui o registro, desenhando ou transformando-a em sílabas.

_____

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Para terminar

Para encerrar o trabalho com este livro, faça as atividades a seguir com atenção.

1. A arte pode estar em toda parte, isto é, em espaços culturais, como museus, teatros, cinemas, galerias e centros culturais, passando pelas ruas e chegando até a internet. Escreva um comentário sobre a importância de um desses espaços para a divulgação da arte. _____

2. As festas populares que acontecem em uma comunidade sempre contam com a colaboração de muitas pessoas. Como foi a experiência de criar uma festa com seus colegas? Vocês conseguiram colaborar uns com os outros? Como fizeram para superar as dificuldades? _____

3. Este ano, você planejou e executou um flash mob com a turma. Nele, vocês discutiram um tema importante para o grupo. Qual foi esse tema? Escreva um breve relato contando sobre a escolha do grupo e como vocês transformaram o tema em uma performance . _____

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Avaliação de resultado

4. Relembre a experiência pesquisando a fotografia de algum flash mob na internet. Imprima a fotografia e cole-a aqui. O tema desse flash mob é muito diferente do que foi escolhido pelo seu grupo? Por quê? _____

5. Leia as perguntas com atenção e responda marcando um X .

   Quadro: equivalente textual a seguir.

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Vamos ler

A orquestra tim-tim por tim-tim

Liane Hentschke, Susana Ester Krüger, Luciana Del Ben e Elisa da Silva e Cunha.

São Paulo: Moderna, 2005.

Essa é uma oportunidade de mergulhar no maravilhoso mundo dos instrumentos musicais e conhecer mais de perto as famílias das cordas, das madeiras e dos metais, além da importância de cada um deles em uma orquestra.

Oito anos

Paula Toller.

São Paulo: Salamandra, 2015.

Gabriel é um menino de oito anos muito curioso, que gosta de fazer perguntas que nem os adultos sabem responder. E uma das perguntas que Gabriel faz é: “Se música é poesia, o lugar dela é no rádio ou no livro?” Essa é a história da música que virou livro.

Soltando o som

Carolina Michelini. Ilustração de Michele Iacocca.

São Paulo: Moderna, 2015.

Jana e Dudu percebem quantos sons diferentes eles produzem e quantos outros barulhos, ruídos, músicas os rodeiam! Fazendo experiências com assobios, extraindo sons do próprio corpo, experimentando timbres e alturas de voz, eles vão descobrindo e nos contando os mistérios da música.

Festas

Texto e ilustrações de Marcelo Xavier.

Belo Horizonte: Formato, 2012. (Coleção O Folclore do Mestre André.)

Nesse livro, você conhecerá Mestre André, um contador de histórias que lhe mostrará o universo fascinante do folclore brasileiro. Personagens folclóricas, festas populares e comemorações religiosas são representadas com imagens feitas com massinha de modelar.