Abertura

Atividade preparatória

HABILIDADE DA BNCC EF15AR07

Este capítulo apresenta a arte produzida para fruição fora de museus, teatros e espaços considerados “legitimados”, “sacralizados”, comumente associados à arte. O contato com as chamadas artes “de rua” é uma boa oportunidade para ampliar a visão dos estudantes sobre o conceito de arte.

Eles poderão dirigir o olhar para as produções feitas fora do cânone artístico “oficial”, em geral hermético e acessível somente a uma parte da população. Essa abertura possibilita a ampliação do horizonte artístico e do repertório cultural, e também leva os estudantes a rever eventuais preconceitos em relação a artes consideradas “menores”. Se bem encaminhada, a exploração do capítulo propiciará aos estudantes a percepção de que a arte é um fenômeno vivo e de que muitas manifestações artísticas consideradas atualmente cânones, um dia, em tempos passados, podem ter sido consideradas uma arte “menor”.

Caso seja realizada a atividade complementar sugerida a seguir, explique para a turma que uma das técnicas usadas em manifestações artísticas de rua é o estêncil. Essa técnica consiste em reproduzir um desenho ou mensagem utilizando uma placa vazada.

Sugestão de atividade complementar

Os estudantes deverão ter em mãos lápis, folhas de sulfite, pedaços de cartolina, tesouras com pontas arredondadas, tinta, pincel largo ou rolo de tinta e papéis absorventes. Oriente-os a realizar uma silhueta simples (um animal, uma estrela ou até mesmo uma forma geométrica) em uma cartolina. Depois, ajude-os a dobrar a cartolina e fazer um picote no centro com a tesoura, de modo a recortar o contorno do desenho, sem recortar a base. Depois de recortar, eles devem sobrepor a cartolina vazada sobre a folha de sulfite e aplicar a tinta com o pincel sobre o papel sulfite. No final, estimule a turma a colaborar na organização e limpeza dos materiais. Em seguida, organizem juntos uma exposição com as produções.

Orientações e comentários das atividades

HABILIDADE DA BNCC EF15AR07

Solicite aos estudantes que observem a imagem com atenção e leiam a legenda antes de responder às questões. Deixe-os à vontade para descobrirem detalhes e levantarem hipóteses. Como há muitas pessoas na imagem, sugira que olhem atentamente uma de cada vez, buscando o olhar, o gesto, o tipo humano que representam e a circunstância que as faz estarem juntas. Pergunte se conseguem dissociar o ser humano por trás da personagem que representam.

Os atores das estátuas vivas se caracterizam para imitar personagens temáticas e passam horas sem se mover, trabalho que requer tanto preparação física como o domínio de técnicas de respiração. A estátua viva interage com o público, fazendo pequenos movimentos quando o espectador deposita notas ou moedas de forma espontânea em sua caixinha, demonstrando que apreciou sua arte.

Depois de terem respondido às perguntas da abertura, incentive os estudantes a comentar outras manifestações artísticas de rua que já tenham presenciado. Pergunte se já viram músicos tocando em praças, parques ou no transporte coletivo; se já viram dançarinos ou atores se apresentando nas ruas; se presenciaram performances , instalações, grafites ou outros trabalhos artísticos em espaços públicos.

Estimule-os a falar sobre experiências pessoais e a refletir sobre a importância dessas manifestações. Pergunte se foram surpreendidos pelos artistas e como se sentiram no momento, se tiveram vontade de participar ou se ficaram como espectadores.

Peça a cada um que registre sua experiência pessoal com a arte de rua fazendo um desenho e escrevendo uma legenda curta contando o episódio retratado. Caso o estudante afirme nunca ter visto nada relacionado à arte de rua, sugira que ele imagine uma cena para desenhar, a partir da discussão coletiva e da apreciação das páginas de abertura do capítulo. No final, compartilhe todos os desenhos com a turma. Se achar pertinente, peça a cada um que leia a legenda e comente seu desenho antes de apresentá-lo aos colegas.

Arte em espaços públicos

HABILIDADES DA BNCC EF15AR01; EF15AR07

Introduza o assunto “arte de rua” falando inicialmente dos espaços considerados “legitimados” para quem deseja ver arte: museus, centros culturais, galerias de arte, entre outros, que são caracterizados como espaços de educação não formal – diferentemente da escola, que é um espaço formal de educação. A chamada “arte de rua” também pode ser considerada um espaço de educação não formal, assim como os exemplos citados.

Comente, por fim, que a arte de rua, ou arte urbana, está presente em ruas, praças, estações de trem ou de metrô e até mesmo em cemitérios, sendo uma maneira diferente de perceber esteticamente o outro e a prática pedagógica.

Grafite

Pergunte aos estudantes se eles já viram muros ou paredes pichadas e o que acham dessas pichações. Peça a opinião de cada um, promovendo um pequeno debate. Então, pergunte se acham que pichação é arte. Novamente, deixe que debatam, orientando-os de forma que a opinião de todos seja respeitada.

Comente que a questão é controversa. Há estudiosos que afirmam que a pichação é uma forma de arte, enquanto outros dizem que é vandalismo. Por outro lado, há um consenso de que o grafite é considerado uma forma de arte.

Arte ou vandalismo, o grafite e também a pichação têm a cidade como suporte. A diferença mais importante entre essas manifestações é que, em geral, o grafite privilegia a imagem, enquanto a pichação prefere a palavra, ainda que seus caracteres muitas vezes não sejam legíveis e a junção de palavras não faça sentido.

Teatro de rua

HABILIDADES DA BNCC EF15AR18; EF15AR19

A rua é um espaço aberto e sem limites definidos, por isso, é comum que os espetáculos apresentados em espaços urbanos privilegiem recursos e expressividades que ajudem a ter maior alcance, tanto visualmente quanto sonoramente. Para isso, os artistas usam adereços muito coloridos, máscaras chamativas, pernas de pau, figurinos extravagantes, entre outros recursos. Instrumentos musicais, megafones e equipamentos eletrônicos colaboram para a criação do ambiente sonoro, muitas vezes marcado pela musicalidade e pela narrativa.

Contudo, as estéticas de rua podem ser muito diversificadas. O acontecimento cênico pode se dar com pouquíssimos recursos, bastando um ator que se proponha a jogar com a plateia de transeuntes, por exemplo. É possível também encontrar companhias que trabalham na fronteira com outras linguagens, como a performance e o site specific. O conceito de site specific em arte está ligado à ideia de uma criação voltada para o espaço ambiente, transformando-o ou incorporando-o à obra, em ambientes naturais, áreas urbanas, salas em galerias etc.

Se possível, faça uma pesquisa sobre grupos e espetáculos de teatro de rua com imagens e trechos de vídeos para que os estudantes possam apreciar.

Orientações e comentários das atividades

1. Chame a atenção para a ressignificação dos objetos e o uso do automóvel como cenário e elemento de cena.

2. Solicite que reparem na presença de árvores e do gramado no local. Aponte também os elementos que permitem identificar a quadra esportiva. Pergunte se notaram duas pessoas ao fundo, atrás do cenário, observando a cena e se parece que elas sabiam que haveria um espetáculo ali ou foram surpreendidas ao passar pelo local.

3. Ouça atentamente as experiências dos estudantes e tente ajudá-los a identificar semelhanças e diferenças entre as experiências teatrais.

   Mãos à obra

   Reúna os estudantes em pequenos grupos e peça a cada grupo que escolha uma pequena ação cotidiana (por exemplo, escovar os dentes, levantar da cama, almoçar com os colegas, brincar etc.) para representar. O grupo que se sentir mais à vontade começa a representação, ocupando um lugar visível a todos. Estimule-os a ficar um tempo que seja suficiente para que os colegas observem com calma os detalhes de suas ações. Diga que o importante é apreciar o gesto, o modo como cada um realiza a ação e que não se trata de um mero jogo de adivinhação. Os grupos devem se revezar, até que todos tenham se apresentado. No final, organize uma roda de conversa sobre o que aprenderam fazendo e observando os colegas. Ajude-os a identificar as dificuldades e valorize as diferenças na interpretação de cada um.

Flash mob

HABILIDADES DA BNCC EF15AR01; EF15AR18

O flash mob é um tipo de manifestação performática que pode ou não ter um caráter artístico. Muito embora muitas manifestações como essa tenham caráter contestatório, essa forma de expressão já foi utilizada por empresas, com intuito comercial.

Marcado pela instantaneidade, o flash mob reúne um número relativamente grande de pessoas, durante um período curto de tempo, para realizar uma ação previamente combinada, geralmente pelas redes sociais. Depois da ação, os participantes se dispersam, deixando o local. A ideia é criar um acontecimento, intervindo esteticamente em um ambiente, geralmente, público.

Orientações e comentários das atividades

HABILIDADES DA BNCC EF15AR01; EF15AR04; EF15AR18

1. Após responderem à questão, pergunte aos estudantes se a expressão de felicidade dessas pessoas tem a ver com os temas da violência e da guerra. Incentive-os a pensar no contraste entre a violência de uma guerra e a diversão da guerra dos travesseiros, pois é justamente essa a ideia da performance . Ao mobilizar afetos positivos, o flash mob afirma, de maneira lúdica, o que os participantes desejam para o mundo.

2. Comente que a diferença está no faz de conta, na ficção. Por meio da arte, podemos falar sobre assuntos difíceis e problemáticos, para entender melhor um tema ou mudar uma situação.

3. Organize os estudantes em grupos e permita que se expressem livremente verificando como relacionam esse tema com seu cotidiano. Mostre que temas relacionados à violência podem ser manifestados por meio de histórias, músicas, pinturas etc. Esse é um bom momento também para ouvir os temas relevantes para eles relacionados à escola.

   O dramaturgo Luiz Paulo Vasconcellos assim definiu a performance :

   Manifestação ritualística de interação social ocorrida em local público com a utilização de recursos cênicos e dramáticos. Historicamente, tais manifestações surgem após a Segunda Guerra Mundial, numa tentativa de superação da fragmentação sociocultural enfatizada pelo capitalismo. [...] O objetivo da performance é entreter, divertir, criar uma identidade e, sobretudo, dissolver fronteiras que separam os indivíduos. Artisticamente, uma performance pode ser individual ou grupal e ter sua execução centrada no teatro, na dança ou nas artes plásticas. [...]

   Fonte: VASCONCELLOS, Luiz Paulo. Dicionário de teatro. 6ª ed. Porto Alegre: L&PM, 2009.

Estátua viva

HABILIDADE DA BNCC EF15AR19

Chame a atenção dos estudantes para o fato de que, embora pareça uma manifestação moderna ou recente da arte, as estátuas vivas remontam ao teatro grego antigo. Naquele período, os atores faziam poses imitando estátuas. No Renascimento, entre os séculos XV e XVI, há registros de artistas que realizavam performances ficando imobilizados para fingir que eram quadros vivos. Nos anos 1920, performances parecidas com as das estátuas vivas eram realizadas na dança, uma técnica que foi chamada na época de “dança da quietude física”.

Se os estudantes nunca tiveram contato com estátuas vivas, proponha que imaginem como seria esse contato. Pergunte: O que aconteceria se você tocasse na estátua viva? E no momento em que fosse depositado dinheiro na caixinha que fica perto dela? Dê subsídios para que eles usem a imaginação e então explique que, a cada interação com o público, a estátua viva faz um pequeno movimento e muda de posição. Se possível, apresente vídeos da internet com estátuas vivas para que eles possam ver como se dá essa interação.

Mãos à obra

Comece a atividade com o jogo de estátua tradicional. Pergunte se todos já brincaram de estátua e se conhecem as regras. A brincadeira pode ter algumas variações, portanto, ensine ou reforce as regras para se certificar de que todos entenderam como jogar.

Todos deverão dançar e se locomover pelo espaço, realizando diversos movimentos ao som de uma música. Quando o professor pausar a música, todos deverão ficar imóveis, parando o movimento e mantendo-se na mesma posição, como se fossem estátuas.

Esse deve ser um momento lúdico. Peça aos estudantes que desafiem a si mesmos, durante o período em que ficarem imóveis, sem incentivar a competitividade.

Depois de um tempo dançando livremente, instigue-os a explorar o gestual a partir de sugestões durante a atividade. Você pode sugerir sentimentos e emoções, pedindo, por exemplo, que todos dancem tristes, ou alegres, ou bravos, e assim por diante. Quando fizer a pausa, as estátuas deverão expressar o sentimento daquele momento. Você também pode explorar intensidades: Como é dançar alegre? E como é dançar muito alegre? E um pouco alegre? Ao final, faça uma roda de conversa sobre a experiência.

De olho na imagem

HABILIDADE DA BNCC EF15AR01

Orientações e comentários das atividades

1. Espera-se que os estudantes concluam que a criação de um painel nessas dimensões é demorada e necessita de um esboço a ser feito pelo artista que vai executá-lo. Comente com eles que, no caso desse painel, na criação da obra, estão envolvidos não apenas a técnica de pintura em cerâmica de Adoaldo Lenzi, mas também o conhecimento do dia a dia da cidade e a memória afetiva de Poty Lazzarotto, já que o painel retrata um cenário do passado da cidade de Curitiba, expresso nas casas de madeira, nas araucárias (árvores que produzem o pinhão), no transporte feito por mula e nas mulheres campesinas do início do século passado.

2. Informe aos estudantes que um painel não precisa estar necessariamente na parede de um edifício, como o de autoria de Poty Lazzarotto e executado por Adoaldo Lenzi. Eles podem ser vistos em muros (de onde vem a expressão mural), nas paredes internas de edifícios oficiais (como o da prefeitura ou o da câmara dos vereadores), em saguões de hospitais e até em shopping centers.

   Comente com os estudantes que o Metrô de São Paulo adotou, desde os seus primórdios, a ideia de transformar suas estações em galerias de arte subterrâneas, aproximando assim o cidadão das manifestações artísticas. Dessa forma, quem anda por esses espaços pode ter contato com pinturas, murais e esculturas, principalmente de importantes artistas brasileiros, como Tomie Ohtake, Antonio Peticov, Alfredo Ceschiatti, Marcello Nitsche, Renina Katz, Alex Flemming, Claudio Tozzi, Mário Gruber, Denise Milan, entre outros. Essa ideia pioneira, que se transformou em projeto, recebeu o nome de “Arte no Metrô”.

   Sugestão de atividade complementar

   No site da Companhia do Metropolitano de São Paulo – Metrô, na parte Cultura (na seção Mapa do site), os estudantes podem apreciar virtualmente todas as obras do metrô de São Paulo no link Livro Digital.

Para fazer com os colegas

HABILIDADES DA BNCC EF15AR06; EF15AR20; EF15AR23

Converse com antecedência com a equipe de coordenação da escola para decidir como e onde essa atividade poderá ser colocada em prática. Pode ser que o melhor momento para a realização do flash mob seja durante o intervalo, porque os estudantes das outras turmas estão todos no pátio. Contudo, pode ser escolhido outro momento, de acordo com os fluxos e as possibilidades da escola. Se necessário, combine com colegas do corpo docente para ter apoio no dia do evento.

Enfatize com a turma que o objetivo do flash mob é divertir, descontrair e também criar uma performance para promover uma reflexão sobre determinado assunto. Relembre os momentos trabalhados anteriormente e incentive os estudantes a refletir sobre como as experiências anteriores podem ajudar a criar algo novo. Eles poderão transformar as regras do jogo de estátua, ou criar algo novo inspirados na atividade de amplificação dos gestos. Não esqueça de retomar também os assuntos discutidos em sala, para que a atividade coletiva seja um momento de troca e aprendizado acerca de questões importantes para a turma.

Pesquise previamente algumas imagens e vídeos de flash mob para que todos possam se inspirar. Auxilie os grupos em todas as etapas. Se achar melhor, organize-os em poucos grupos, ou proponha à turma que crie um único flash mob coletivo. Procure envolver os estudantes nas decisões. Ao final, faça uma roda de conversa sobre a experiência, perguntando o que aprenderam e quais foram as dificuldades.

O que aprendemos

Avaliação processual

HABILIDADES DA BNCC EF15AR14; EF15AR15

1. Caso os estudantes não se recordem da definição de “acervo”, estimule-os a inferir o significado da palavra dando exemplos e propondo questões. Se mesmo assim não conseguirem dar uma definição, peça que localizem o termo no livro e encontrem a resposta.

2. Nesse tipo de questão, além de verificar o conhecimento dos estudantes, aproveite para trabalhar a familiarização com perguntas de múltipla escolha. Peça-lhes que expliquem como chegaram à resposta e compare as diferentes estratégias apresentadas por eles. Nesse caso, pode ser por eliminação, tanto a partir do que sabem sobre museu, quanto a partir de seus conhecimentos sobre a orquestra. Ao identificar o maestro à orquestra, o estudante já obtém a resposta.

3. Caso os estudantes tenham dificuldades, peça a eles que imitem os sons dos animais e verifiquem se cada som emitido é forte ou fraco. Outra possibilidade é pesquisar vídeos de animais na internet, para que reconheçam o som emitido por eles.

HABILIDADES DA BNCC EF15AR14; EF15AR15

4. Estimule os estudantes a comentar as dificuldades e as conquistas no desempenho das atividades práticas propostas na seção Mãos à obra. Chame a atenção também para as conexões com a prática no aprendizado de outras disciplinas, em especial a de Ciências. Utilize a conversa para ajudá-los a elaborar o discurso, e verifique se conseguem transpor a discussão do nível da fala para a linguagem escrita.

5. A partir da leitura do capítulo 3 e das atividades realizadas, espera-se que os estudantes sejam capazes de perceber a importância da arte de rua e tirar conclusões a respeito desse tema. É importante ressaltar o aspecto voltado à cidadania. O acesso à arte nem sempre é amplo e alcança todas as camadas da sociedade. Os estudantes poderão encontrar respostas no texto de maneira direta ou indireta e também poderão contar com o repertório pessoal e o próprio poder de reflexão. Verifique se eles são capazes de localizar as informações no texto e tirar as próprias conclusões a partir da leitura.

6. Espera-se que os estudantes se recordem do grupo de dança de Goiânia, estudado no capítulo 3 do ano anterior, além de outras obras presentes no mesmo capítulo. Outro exemplo é a peça teatral As aventuras do fusca a vela, apresentada ao ar livre, em um parque, tratada no capítulo 3 deste volume. Além disso, eles podem relembrar pinturas com a temática de paisagem e também a atividade sobre paisagem sonora, realizada no primeiro ano.