MP086

Comentários para o professor:

Capítulo 4: Arte pré-colonial

Introdução

O capítulo aborda aspectos das civilizações pré-coloniais no território brasileiro, com a divulgação de registros arqueológicos e técnicas utilizadas em pinturas e esculturas. É apresentada a história do Parque Nacional Serra da Capivara, mostrando a importância do trabalho de preservação para o conhecimento e a valorização dessas culturas.

As atividades têm como objetivo consolidar os conteúdos e propor explorações inspiradas na pintura rupestre, de maneira lúdica, fazendo utilização de materiais naturais e do movimento como elemento da linguagem visual.

No final do capítulo, a seção Musicando apresenta o conceito de ritmo e propõe uma exploração coletiva envolvendo ritmo.

Objetivos do capítulo

  1. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.
  1. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

    Competência específica de Linguagens

  1. Desenvolver o senso estético para reconhecer, fruir e respeitar as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, inclusive aquelas pertencentes ao patrimônio cultural da humanidade, bem como participar de práticas diversificadas, individuais e coletivas, da produção artístico-cultural, com respeito à diversidade de saberes, identidades e culturas.

    Competências específicas de Arte

  1. Pesquisar e conhecer distintas matrizes estéticas e culturais – especialmente aquelas manifestas na arte e nas culturas que constituem a identidade brasileira –, sua tradição e manifestações contemporâneas, reelaborando-as nas criações em Arte.
  1. Desenvolver a autonomia, a crítica, a autoria e o trabalho coletivo e colaborativo nas artes.

    Habilidades favorecidas

MP087

Capítulo

Aula

Roteiro de aula

Páginas

4

28

Realização da atividade preparatória.

p. 54-55

29

Leitura dialogada dos textos “Civilizações pré-coloniais” e “Parque Nacional Serra da Capivara”. Realização das atividades do livro. Realização de atividade complementar (opcional).

p. 56-59

30

Leitura dialogada do texto “Tintas pré-coloniais”. Realização da atividade da seção Mãos à obra. Realização de atividade complementar (opcional).

p. 60-62

31

Finalização da atividade da seção Mãos à obra com a exposição dos trabalhos.

p. 62

32

Leitura dialogada dos textos “As civilizações pré-coloniais brasileiras”, “A cerâmica pré-colonial brasileira” e “A cerâmica marajoara”. Realização das atividades do livro. Realização de atividade complementar (opcional).

p. 63-66

33

Leitura dialogada dos textos “A cerâmica santarém”, “A magia dos sapos” e “Sapos na arte”. Realização das atividades do livro. Realização da atividade da seção Mãos à obra.

p. 67-68

34

Leitura dialogada e realização da atividade da seção Musicando.

p. 69

MP088

Capítulo 4. Arte pré-colonial

Imagem: Fotografia. Destaque da superfície de uma pedra grande e de aparência espessa sobre a qual há inscrições com símbolos diversos. Fim da imagem.

LEGENDA: Detalhe de petróglifos da Pedra do Ingá, localizada no sítio arqueológico de Itacoatiara, no município de Ingá, estado da Paraíba. Esse monumento tem 50 metros de comprimento por até 3,8 metros de altura. Fotografia de 2014. FIM DA LEGENDA.

MANUAL DO PROFESSOR

Abertura

Atividade preparatória

HABILIDADES DA BNCC EF15AR01; EF15AR25

Este capítulo dá continuidade ao assunto tratado no anterior, abordando as civilizações pré-coloniais que ocuparam o território onde hoje se localiza o Brasil. São abordadas as pinturas rupestres em sítios arqueológicos no país e as descobertas mais recentes referentes aos povos que habitavam o local na época da colonização europeia. A apresentação de vestígios de civilizações antigas, como pinturas rupestres, artefatos encontrados e técnicas preservadas, tem por objetivo valorizar a diversidade cultural e de matrizes estéticas de povos antigos.

Inspirados nos exemplos, os estudantes serão convidados a explorar elementos dos desenhos, como o movimento, e da pintura, como as tintas feitas de pigmentos naturais.

Pergunte aos estudantes se já ouviram falar da arte rupestre. Comente que o termo rupestre se refere a “rocha”, “pedra”. Pergunte, então, se conseguem reconhecer esse material na fotografia e se já viram outros exemplos de arte feita de materiais obtidos da natureza. Estimule-os a se recordarem dos exemplos vistos no capítulo 2 deste volume, em especial, a obra de Frans Krajcberg. Peça que reflitam sobre as semelhanças e diferenças entre as obras, utilizando o próprio repertório e vocabulário.

Comente que, segundo pesquisadores, os petróglifos da fotografia foram feitos por povos extintos em um período entre 2 mil e 5 mil anos atrás. Segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), no Brasil existem mais de 24 mil sítios arqueológicos, localizados em diferentes estados. O Iphan considera sítio arqueológico o local onde se encontram vestígios de ocupação humana, como os que são identificados como cemitérios e locais de estadia prolongada desses povos.

MP089

Boxe complementar

O que eu vejo

Imagem: Ícone: Atividade oral. Fim da imagem.

Converse com os colegas.

  1. Você já ouviu falar de sítios arqueológicos?
    PROFESSOR Respostas pessoais.
  1. Você consegue identificar os desenhos esculpidos (petróglifos) nesta imagem? Que desenhos você vê?
    PROFESSOR Respostas pessoais.
  1. Na sua opinião, por que as civilizações antigas faziam desenhos como estes?
    PROFESSOR Respostas pessoais.

Fim do complemento

MANUAL DO PROFESSOR

Orientações

HABILIDADES DA BNCC EF15AR01; EF15AR25

Peça aos estudantes que respondam às perguntas da página de abertura e, depois, formem grupos. Cada grupo deverá folhear o livro e olhar com atenção as imagens do capítulo, sem ler os textos e as legendas, neste momento. Eles devem, então, escolher uma das imagens e inventar uma história para ela. Faça perguntas que possam ajudá-los a criar a história: “Como esse objeto foi feito?”; “Quem fez, uma pessoa ou um grupo?”; “Por que ele foi feito?”; “Ele tinha uma função prática, artística ou cerimonial?”. Peça aos grupos que registrem a história no caderno ou em uma folha avulsa, que, nesse caso, será recolhida e guardada. No final, eles devem compartilhar as histórias com a turma. A ideia não é adivinhar a história oficial, mas estimular a observação, a imaginação, a criação de narrativas e a oralidade, utilizando uma proposta lúdica.

Orientações e comentários das atividades

  1. Depois de ouvir as respostas, explique aos estudantes que sítios arqueológicos são lugares com vestígios de ocupação de civilizações antigas.
  1. Após observarem a imagem, liste as hipóteses dos estudantes e comente que os pesquisadores concluíram que na pedra estão grafadas imagens que representam animais, frutas e seres humanos.
  1. Após os estudantes levantarem hipóteses sobre os desenhos, comente que, por não haver escrita naquela época, os desenhos serviam para registrar os fatos.

MP090

Civilizações pré-coloniais

O Brasil foi habitado por várias civilizações antes da chegada dos colonizadores europeus. Por isso, elas são chamadas de civilizações pré-coloniais. Essas civilizações tinham o próprio modo de viver e desenvolveram ferramentas, cerâmica, esculturas etc.

Os arqueólogos trabalham para tentar descobrir como era o lugar onde essas civilizações se desenvolveram e como era o modo de vida das pessoas naquela época.

As civilizações pré-coloniais pintavam ou entalhavam em pedras o que viam, o que existia ao redor delas e as atividades que faziam. A palavra rupestre refere-se a rocha, pedra.

Imagem: Fotografia. Destaque de uma parede rochosa onde estão pintadas silhuetas de quatro figuras humanas lado a lado com a mãos levantadas. Fim da imagem.

LEGENDA: Reprodução de pintura rupestre que retrata cena de dança. Parque Nacional Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato (PI). Fotografia de 2010. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Em uma ampla vala com solo e parede de aspecto arenoso, três homens uniformizados e com capacete de proteção trabalham na escavação de rochosas com ossos de dinossauro.  Fim da imagem.

LEGENDA: Arqueólogos trabalhando em fósseis de costelas, vértebras, tíbias e partes da cintura escapular de dinossauros, ainda presas às rochas originais, durante escavações no Bairro São Bento, na cidade de Uberaba (MG), 2015. FIM DA LEGENDA.

MANUAL DO PROFESSOR

Civilizações pré-coloniais

HABILIDADES DA BNCC EF15AR01; EF15AR25

Converse com a turma sobre a profissão de arqueólogo. O profissional formado nessa área pode trabalhar em diferentes campos: museus, igrejas, galerias de arte e bibliotecas, prestando consultoria em ações relacionadas à educação, escavando e recolhendo materiais para pesquisa, fazendo acompanhamento arqueológico em grandes empreendimentos ou atuando com análise e pesquisa em laboratórios. Além disso, o bacharel em conservação e restauro pode trabalhar na preservação de edifícios e obras artísticas. O curso, tecnológico ou universitário, tem duração de 3 ou 4 anos, respectivamente, e é oferecido em nove instituições do país. Em alguns casos, o enfoque do curso é a arte rupestre e a preservação patrimonial. As disciplinas práticas ocorrem em parques naturais e sítios arqueológicos.

Sugestão de atividade

Sugira uma visita a museus, sítios arqueológicos ou outros locais que valorizem a história e a arte, sobretudo a arqueologia. Na cidade de Santo André, no estado de São Paulo, por exemplo, o Sabina Escola Parque do Conhecimento possui uma seção dedicada à arqueologia. Nela, as crianças podem brincar de arqueólogos, descobrindo fósseis no solo. Já em outros estados brasileiros, há também museus voltados à arqueologia. Caso haja interesse em fazer uma excursão a algum desses locais, é aconselhável que os professores conheçam antecipadamente o espaço e verifiquem em que trechos vale focar a visitação. Também é importante preparar um roteiro para orientar os estudantes antes de ir.

MP091

  1. A fotografia da pintura rupestre na página anterior representa uma cena de dança. Observe-a e responda: o que indica que as figuras estão em movimento? _____.
PROFESSOR Resposta: A posição dos braços e das pernas. É possível notar braços abertos e pernas também abertas, ou flexionadas, como se as figuras estivessem pulando.
Imagem: Ícone: Desenho ou pintura. Fim da imagem.
  1. Faça um desenho representando uma pessoa em movimento.

_____

PROFESSOR Desenho pessoal.

Parque Nacional Serra da Capivara

O Parque Nacional Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato, Piauí, foi criado em 1979 para preservar um dos mais importantes patrimônios rupestres do Brasil.

A arqueóloga Niède Guidon foi uma das pessoas responsáveis pela criação do parque. Ela dedicou mais de 40 anos de sua vida à preservação e ao estudo dos achados nos sítios arqueológicos do local.

Imagem: Fotografia. Retrato de uma senhora sorridente de pele clara com muitas rugas e cabelo liso grisalho e curto. Ela olha para o lado e usa camiseta.  Fim da imagem.

LEGENDA: A arqueóloga Niède Guidon (1933-) em 2016. FIM DA LEGENDA.

MANUAL DO PROFESSOR

Parque Nacional Serra da Capivara

HABILIDADES DA BNCC EF15AR02; EF15AR04; EF15AR25

Orientações e comentários das atividades

  1. Os estudantes deverão observar com atenção as figuras da pintura rupestre e reconhecer figuras humanas. Espera-se que eles descrevam os corpos com cabeça, tronco e membros. Pergunte se os desenhos indicam movimento e o que os faz pensar assim. Chame a atenção para braços e pernas abertos, alguns flexionados e em diferentes posições. Comente com os estudantes que essa forma de representação em que vemos o contorno do corpo, preenchido ou não com cor, chama-se silhueta. Pergunte a eles se já viram outros desenhos de silhueta e se já fizeram desenhos desse tipo.
  1. Antes de desenharem, estimule os estudantes a pensar em ações e movimentos do corpo realizados no cotidiano, tais como jogar bola, pular corda, dançar, sentar-se, entre outros. Peça que pensem no modo como o movimento acontece nessas ações. Pergunte, dando exemplos: “Quando alguém chuta uma bola, como está esse corpo no momento do chute?”; “E quando pula corda?”. O desenho deverá representar o corpo em movimento.

    No momento da atividade, eles podem optar por desenhar uma silhueta, como na pintura rupestre, ou representar o corpo humano de outras formas, desenhando o rosto e as roupas, por exemplo. Comente com a turma que o objetivo da atividade é explorar a representação do movimento no desenho. Eles não devem se preocupar em fazer um desenho realista nem acertar a proporção entre as partes do corpo. Se eles tiverem dificuldades para criar representações do corpo em movimento, sugira que trabalhem em duplas. Oriente um dos integrantes a representar as ações; por exemplo, acenar, atravessar uma rua, cozinhar, entre outras. Peça a ele que faça uma pausa, no meio da ação. Então, o outro integrante fará o desenho observando a posição do colega. As duplas deverão revezar para que as ações possam ser desenhadas.

    Niède Guidon

    A arqueóloga Niède Guidon foi diretora-presidente da Fundação Museu do Homem Americano até 2018, e professora da Universidade Federal de Pernambuco; além de exercer essas funções, fez parte da Missão Arqueológica Franco-Brasileira e concentrou seus trabalhos na Serra da Capivara. Guidon foi responsável pela descoberta do esqueleto humano mais antigo do país. Atualmente está aposentada.

MP092

Em 1986, no Parque Nacional Serra da Capivara, foi criada a Fundação Museu do Homem Americano (Fumdham) para auxiliar nos trabalhos arqueológicos.

Imagem: Fotografia. Em um ambiente de baixa luminosidade e protegido por vidros, urnas de barro de diferentes tamanhos estão expostas lado a lado. Apresentam uma grande cavidade circular na parte superior, têm aspecto arredondado e superfície de aparência ondulada.  Fim da imagem.

LEGENDA: Urnas funerárias expostas no Museu do Homem Americano, em São Raimundo Nonato (PI), 2016. FIM DA LEGENDA.

A Fumdham tem uma escola que prepara estudantes para trabalhar nas diversas atividades ligadas à visitação dos sítios arqueológicos e também na produção de cerâmica artesanal, que faz parte da cultura piauiense.

Imagem: Fotografia. Em uma ampla sala bem iluminada, dois meninos manipulam peças de cerâmica sobre uma ampla bancada.  Há outras peças dispostas sobre a superfície. Ao fundo, estantes e outras mesas. Fim da imagem.

LEGENDA: Na escola de cerâmica da Fumdham, os mais experientes ensinam o ofício de ceramista aos aprendizes. Fotografia de 2015. FIM DA LEGENDA.

MANUAL DO PROFESSOR

Orientações

HABILIDADES DA BNCC EF15AR01; EF15AR03; EF15AR25

  1. Comente com os estudantes que o Parque Nacional Serra da Capivara e o sítio arqueológico Itacoatiara, onde se encontra a Pedra do Ingá, são considerados os sítios arqueológicos mais importantes do Brasil. O Parque Nacional Serra da Capivara fica no Piauí, em uma área de 130 mil hectares, e é um grande exemplo de conservação do patrimônio histórico e artístico nacional, estabelecido como patrimônio mundial pela Unesco em 1991. A Serra da Capivara, apesar de ser uma das áreas mais protegidas do Brasil, sob a guarda do Iphan, do Ministério do Meio Ambiente (MMA), do Fumdham e do Instituto Chico Mendes, tem enfrentado alguns problemas, como a prática desordenada de agricultura e as queimadas na região, que afetam o ecossistema local.

MP093

Uma das formas de preservar os sítios arqueológicos da região é empregar a população local como guia no parque. Essa é também uma das principais fontes de renda do entorno.

O parque está aberto à visitação e é protegido pela Unesco como patrimônio mundial.

Imagem: Fotografia. Vista panorâmica da sombra de um grupo de seis pessoas sobre uma ponte. No horizonte, para o lado ao qual estão voltadas, há um extenso paredão com aspecto ondulado e amarelado vibrante.  Fim da imagem.

LEGENDA: Visitação noturna no Parque Nacional da Serra da Capivara (PI), 2017. FIM DA LEGENDA.

Agora, converse com os colegas e, depois, registre suas respostas.

  1. Você já conhecia o trabalho dos arqueólogos? O que mais chamou sua atenção no trabalho desses profissionais? _____.
PROFESSOR Respostas pessoais.
  1. Você gostaria de ter essa profissão? Por quê? _____.
PROFESSOR Respostas pessoais.
  1. Na sua opinião, o que podemos aprender com as civilizações pré-coloniais? _____.
PROFESSOR Resposta pessoal.
MANUAL DO PROFESSOR

Orientações

HABILIDADES DA BNCC EF15AR01; EF15AR25

Antes de solicitar o registro, converse com os estudantes sobre as questões propostas e verifique os conhecimentos prévios das crianças e de que maneira avançaram em relação aos estudos e pesquisas feitos até o momento. Verifique se existe a possibilidade de um arqueólogo de alguma universidade de seu estado ir até a escola e promover uma conversa informal com a turma, em que poderá tirar dúvidas, sanar curiosidades e esclarecer as dificuldades e destacar as possibilidades relacionadas à profissão.

Orientações e comentários das atividades

  1. Chame a atenção dos estudantes para o fato de que essa profissão exige muita pesquisa e conhecimento técnico. Faz parte do trabalho do arqueólogo ir a campo, ou seja, visitar e explorar os lugares onde são encontrados materiais fósseis ou representativos de antigas civilizações, que precisam ser estudados e preservados.
  1. Comente com eles que essa profissão exige muitos sacrifícios, por exemplo, passar meses nos locais de pesquisa, às vezes em condições precárias, sem conforto e com o mínimo para sobreviver, em relação a água e comida. Sem o trabalho dos arqueólogos, porém, não seria possível conhecer o passado de muitas civilizações, e a evolução da humanidade. Reflita com eles sobre a importância da preservação do patrimônio material e imaterial para a sociedade atual. Reforce que para preservar os objetos é importante não somente protegê-los, mas também estudá-los, catalogá-los e divulgá-los, para que eles permaneçam e sejam conhecidos pelas civilizações futuras.
  1. Relembre aos estudantes que cada civilização possui seus saberes. Além das tecnologias desenvolvidas por elas para construção, confecção de objetos, agricultura etc., cite o conhecimento e a relação próxima que os povos antigos estabeleciam com a natureza. Pergunte a eles se acham que é possível aprender técnicas sustentáveis com essas populações.

MP094

Tintas pré-coloniais

Na época em que o ser humano produzia pinturas rupestres não existiam tintas industrializadas. Elas eram naturais, produzidas com ossos queimados, sangue e gordura de animais, carvão, sumo de plantas e minerais coloridos, que eram moídos até serem transformados em pó.

Os pincéis eram feitos de pelos e penas. Muitas vezes, até os dedos e a mão inteira eram usados como pincel.

Imagem: Fotografia. Destaque de uma parede rochosa que apresenta pinturas de mãos espalmadas. Fim da imagem.

LEGENDA: Pintura rupestre na Pedra da Inscrição, localizada no Parque Nacional de Sete Cidades, Piracuruca (PI). Fotografia de 2016. FIM DA LEGENDA.

As pinturas rupestres cujas imagens são reproduzidas nesta página foram criadas dessa maneira.

Imagem: Fotografia. Destaque de uma parede rochosa que apresenta uma composição de pinturas com cores fortes sobrepostas que reproduzem símbolos diversos em linhas curvas finas que se repetem, outros em linhas onduladas e também algumas figuras de animais aquáticos ao centro do desenho. As cores predominantes são amarelo, vermelho e marrom. Fim da imagem.

LEGENDA: Pintura rupestre na Lapa dos Desenhos, Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, Januária (MG). Fotografia de 2019. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Destaque de uma parede rochosa que apresenta desenhos de animais ao lado de figuras humanas ao redor de uma fogueira. A cor predominante é marrom.  Fim da imagem.

LEGENDA: Pintura rupestre na Gruta do Pilão, Parque Estadual de Monte Alegre (PA). Fotografia de 2019. FIM DA LEGENDA.

MANUAL DO PROFESSOR

Tintas pré-coloniais

HABILIDADES DA BNCC EF15AR01; EF15AR25

Comente com os estudantes que, no Brasil, a maior parte da arte rupestre preservada está localizada no Nordeste, especialmente no Rio Grande do Norte e na Paraíba, onde o clima seco e a vegetação local contribuem para sua preservação. Em geral, as pinturas remanescentes retratam temas cotidianos, como caça, trabalho, fertilidade, objetos domésticos etc., e utilizam as cores preta (vinda do carvão), vermelha e amarela (do óxido de ferro e da cera de abelha). As técnicas empregadas variam, apresentando, às vezes, sobreposição de figuras.

O registro rupestre é a primeira manifestação estética da Pré-história brasileira. No Brasil, tratar essas representações como arte é, ainda, um tema polêmico, diferentemente de outros países onde essas representações são consideradas arte. As cavernas com pinturas geralmente não eram habitadas, mas locais de passagem, de cerimônias festivas ou santuário

Arte rupestre é o termo usado para referir-se às representações pré-históricas realizadas em tetos, paredes e outras superfícies de cavernas ou rochas. Há dois tipos de arte rupestre: a pintura e a gravura rupestres. A primeira caracteriza-se pela utilização de pigmentos para compor a representação; a segunda, por ser entalhada nas pedras. A arte rupestre é a primeira demonstração da capacidade humana de abstrair e representar conceitos reais pela manipulação mental.

MP095

Boxe complementar

Mãos à obra

Imagem: Ícone: Atividade em grupo. Fim da imagem.

Que tal fazer uma pintura com tintas naturais como as usadas em pinturas rupestres?

Para isso, forme um grupo com três colegas.

Materiais

  • Terra, carvão, folhas de espinafre, sementes de urucum e beterraba (para dar cor à tinta)
  • Cola branca para diluir em água (para fixar a cor)
  • Vinagre ou óleo de cravo (para a tinta não estragar)
  • Lápis
  • Uma cartolina para cada grupo
  • Um copo plástico por grupo (para preparar cada cor de tinta)
  • Água
  • Recipiente plástico
  • Colheres de sopa
  • Glicerina para deixar a tinta fluida (opcional)
  • Um pincel para cada estudante
  • Folhas de jornal

    Como fazer

    Imagem: Ilustração 1. Destaque de uma bancada sobre a qual há potes de cola, vinagre e glicerina. Também há dois jarros, pincéis, água, copos, folhas e pequenos recipientes com carvão e sementes. Fim da imagem.

    LEGENDA: Forrem uma mesa grande, ou duas carteiras juntas, com jornal e arrumem os materiais sobre ela. FIM DA LEGENDA.

    Imagem: Ilustração 2. Duas duplas de crianças uniformizadas manipulam os itens sobre a mesa. Um coloca a cola em um dos jarros e outra despeja a água no outro frasco. Fim da imagem.

    LEGENDA: No recipiente plástico, diluam a cola branca com água, em partes iguais, e coloquem um pouco dessa mistura no copo plástico de cada grupo. FIM DA LEGENDA.

MANUAL DO PROFESSOR

Mãos à obra

HABILIDADES DA BNCC EF15AR04

Os pigmentos podem ser adaptados de acordo com o que estiver disponível; por exemplo, podem ser usados carvão moído; temperos, como colorau ou cúrcuma em pó; beterraba ralada crua ou em caldo concentrado do vegetal cozido. Se preferir, em vez de distribuir cartolinas por grupo, entregue a cada estudante ou a cada dupla folhas de papel mais firme ou, ainda, a pintura poderá ser feita de forma coletiva em papel pardo. Caso queira propiciar novas experiências artísticas aos estudantes, aproveite todas as sugestões dadas.

Comente que, para fazer tinta, são necessários pigmentos para obtenção da cor (terra, planta, frutas, temperos etc.), resinas para fixar a cor (gema, leite, mingau, cola etc.), aditivos para deixar a tinta deslizante (glicerina, glicose de milho) e fungicidas, como óleo de cravo, para que a tinta não se estrague se não for utilizada imediatamente.

Ao reunir copos e recipientes plásticos para a atividade, dê preferência ao reúso de materiais recicláveis.

Sugestão de atividade complementar

Sugira aos estudantes que façam uma pesquisa sobre Frans Krajcberg e suas obras. Nascido na Polônia e naturalizado brasileiro, ele foi artista plástico, gravador, escultor e fotógrafo, e utilizava tintas naturais para criar suas obras. Algumas informações adicionais sobre a vida e a obra de Krajcberg estão presentes no capítulo 2 deste volume.

MP096

Imagem: Ilustração 3. Agora, uma dupla coloca as sementes em um dos copos e outra coloca sementes  em outro copo. Fim da imagem.

LEGENDA: Em seguida, escolham um pigmento para seu grupo e coloquem uma colher dele no copo com a mistura de cola. Mexam com um pincel até obterem uma cor uniforme. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Ilustração 4. Uma dupla acrescenta o vinagre em outro copo. E a segunda dupla faz o mesmo com a glicerina. Fim da imagem.

LEGENDA: Acrescentem uma colher de sopa de vinagre no copo de cada grupo. E, se optaram por usar glicerina, coloquem também uma colher de sopa na mistura de cada grupo e mexam novamente até diluir bem esses produtos. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Ilustração 5. Todos desenham com pincéis e a tinta produzida em folhas de papel sobre a mesa.  Fim da imagem.

LEGENDA: Com as tintas prontas, planejem o que vão desenhar na cartolina e esbocem o desenho com o lápis. Ou façam o desenho com a própria tinta. Depois, pintem. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Ilustração 6. Um homem adulto e as quatro crianças observam de pé muitos desenhos expostos fixados em uma parede.  Entre os desenhos há um castelo, barco e animais. Fim da imagem.

LEGENDA: Exponham os trabalhos dos grupos em um mural da escola para que colegas de outras turmas, funcionários da escola, pais e responsáveis possam apreciá-los. FIM DA LEGENDA.

MANUAL DO PROFESSOR

Orientações

HABILIDADE DA BNCC EF15AR04

Vale ressaltar que, além de usar as tintas, os estudantes terão a possibilidade de prepará-las, e não apenas recebê-las prontas. Eles poderão testar outros tons e consistências para verificar como preferem pintar e que diferença isso pode fazer na produção final. Por exemplo, se utilizarem uma tinta muito líquida em um papel fino, podem rasgá-lo ou deixá-lo muito umedecido e, consequentemente, a pintura demora a secar. Os tons mais sóbrios são conseguidos por meio de pigmentos naturais, como terra, obtidos diretamente da natureza; já os pigmentos de tons mais vívidos são feitos com corantes alimentícios, artificiais ou sintéticos, conseguidos por meio de processos químicos. Explique aos estudantes que as tintas produzidas com terra não têm problemas de conservação nem desbotam, mesmo se expostas ao sol intenso. Contudo, para que a tinta fique com melhor consistência, é recomendado coar a terra com uma peneira grossa e, depois, com uma mais fina.

Quando organizar a exposição dos trabalhos, garanta que os estudantes possam explicar ao público a técnica e os materiais utilizados. Eles também podem dar título às obras e deixar ao lado delas uma folha de sulfite ou um papel em branco para que os apreciadores escrevam sensações que as obras lhes transmitiram.

MP097

As civilizações pré-coloniais brasileiras

Os arqueólogos dividem as antigas civilizações que habitaram o nosso país em três grupos, de acordo com o local onde viviam, os hábitos que tinham e os artefatos que produziam. Esses grupos foram chamados pelos europeus de “índios”.

Os povos caçadores-coletores habitavam áreas do Nordeste ao Sul, aproximadamente entre 60 e 2,5 mil anos atrás. Boa parte deles vivia em cavernas ou florestas. Esses povos criaram a arte rupestre.

Há 6 mil anos, os povos do litoral habitaram a costa do Brasil, desde onde atualmente se localiza o estado do Espírito Santo até o atual estado do Rio Grande do Sul. Além de outros alimentos, eles comiam os moluscos que coletavam. As conchas desses animais e os objetos que não usavam mais eram empilhados em montes enormes chamados de sambaquis. A palavra sambaqui, de origem indígena, significa “amontoado de conchas”.

Imagem: Fotografia. Figura de um peixe esculpido em uma pedra escura de aspecto liso e detalhes em relevo. Fim da imagem.

LEGENDA: Zoólito em forma de peixe. Sem data. Pedra, 19 cm de altura × 26 cm de comprimento. Sambaqui do Rio Grande do Sul. Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro (RJ). FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Destaque de uma região de solo de aspecto áspero irregular com vegetação. Ao fundo, casas. Fotografia. Destaque do solo. Apresenta composição com muitas pequenas conchas.   Fim da imagem.

LEGENDA: Sambaqui Garopaba do Sul, em Jaguaruna (SC), 2017. No detalhe, conchas encontradas no local. FIM DA LEGENDA.

MANUAL DO PROFESSOR

As civilizações pré-coloniais brasileiras

HABILIDADES DA BNCC EF15AR01; EF15AR25

Comente com os estudantes que as descobertas arqueológicas apontam que, há 20 mil anos, todos os humanos eram caçadores-coletores; em geral, nômades, pois não tinham residência fixa e os recursos locais rapidamente se esgotavam. A diferença entre os povos caçadores-coletores e os do litoral é que estes tinham a dieta baseada no que coletavam do mar. Os caçadores-coletores ocupavam um território que hoje corresponde a uma área que vai do Sul ao Nordeste brasileiro e retratavam, por meio da arte rupestre, a caça, a dança e a guerra. Os povos agricultores ocuparam várias regiões do que hoje é o Brasil entre 3,5 mil e 1,5 mil anos atrás, aproximadamente. Plantavam mandioca e produziam cerâmica. Foram esses os povos que entraram em contato com os portugueses, no momento de sua chegada às terras que atualmente correspondem ao Brasil. Alguns deles foram escravizados e boa parte morreu por doenças trazidas pelos europeus e para as quais não tinham defesas orgânicas.

Muito embora boa parte desses povos tenha sido extinta e outra parte tenha perdido território devido à colonização, ainda há muitos povos indígenas no Brasil em diferentes regiões.

MP098

Entre 3500 a.C. e 1500, os povos agricultores ocuparam várias regiões do país e construíram cabanas para morar. Eles produziam cerâmica e corantes naturais, e sabiam usar ervas medicinais.

A cerâmica pré-colonial brasileira

A arte da cerâmica faz parte da cultura dos povos desde a Antiguidade.

Cerâmica é a arte e a técnica da fabricação de objetos que usa a argila como matéria-prima. Alguns desses objetos são de uso comum, como potes para água e pratos, ou decorativos, enquanto outros são utilizados em rituais religiosos, entre outras funções.

A argila é um material fácil de ser moldado e endurece com o calor.

A cor, a porosidade e a dureza de uma peça podem mudar de acordo com os elementos minerais que estiverem na composição da argila.

Esses elementos também determinam a temperatura em que a peça pode ser cozida para não sofrer rachaduras.

Dependendo da variação da temperatura, as cerâmicas podem ter consistência e aparência diferentes. Observe as peças de cerâmica a seguir.

Imagem: Fotografia. Um vaso de cerâmica com formato ovalar e superfície de aspecto poroso. Fim da imagem.

LEGENDA: À temperatura de 800 a 1.100 °C produz-se a terracota, uma cerâmica porosa e dura ao tato, que quebra com facilidade. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Um vaso de cerâmica com formato arredondado e superfície de aspecto liso e opaco. Fim da imagem.

LEGENDA: Entre 1.100 e 1.300 °C são produzidas peças de cerâmica quase sem porosidade, duras, lisas e que têm maior durabilidade que a terracota. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Um vaso de cerâmica de formato arredondado e superfície de aspecto liso e brilhoso. Fim da imagem.

LEGENDA: À temperatura de 1.300 a 1.500 °C são produzidas cerâmicas ainda mais duras; a superfície delas pode ficar vitrificada, pois a areia que compõe a argila se transforma em vidro. FIM DA LEGENDA.

MANUAL DO PROFESSOR

A cerâmica pré-colonial brasileira

HABILIDADES DA BNCC EF15AR01; EF15AR25

A argila é um material de origem mineral, formado por partículas muito pequenas de argilominerais, como alumínio, ferro, sódio, potássio, cálcio e magnésio. Na natureza, a argila pode ser encontrada associada a outros minerais e materiais, o que lhe confere colorações distintas: branca, verde, vermelha, amarela, rosa, preta, marrom e cinza. Além do uso em modelagem de cerâmica, atualmente muitos tipos de argila são utilizados em tratamentos estéticos e na construção civil.

Sugestão de atividade complementar

Com os estudantes, pesquise na internet vídeos de artesãos confeccionando peças de cerâmica, além de vídeos de fábricas de cerâmica, para que vejam os processos de produção. Se houver, em sua região, artesãos que trabalhem com cerâmica, possibilite à turma um contato com esses profissionais para que observe essa técnica de perto.

MP099

A cerâmica marajoara

Os povos agricultores do Brasil produziram artefatos de cerâmica de grande beleza.

Uma das cerâmicas mais conhecidas foi a produzida pelo povo marajoara durante o período de 400 a 1400, na ilha de Marajó, localizada na foz do rio Amazonas, no estado do Pará.

Os marajoaras produziam vasilhas, potes, apitos, chocalhos, tangas, urnas funerárias, além de outras peças.

Imagem: Fotografia. Escultura em cerâmica de uma figura personificada. Apresenta olhos, nariz, boca, braços e pernas. Todo corpo apresenta desenhos e detalhes em relevo. Fim da imagem.

LEGENDA: Tanga marajoara. 400-800. Cerâmica, 15 cm de altura. Museu de História Natural de Nova York, Nova York, EUA. Fotografia de 2013. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Escultura em cerâmica de formato triangular que apresenta desenhos em sua superfície. Fim da imagem.

LEGENDA: Urna funerária marajoara. 1000-1250. Cerâmica, 90 cm de altura. Museu de História Natural de Nova York, Nova York, EUA. FIM DA LEGENDA.

Os marajoaras tingiam as peças, ainda úmidas, aplicando uma mistura de argila diluída em água e pigmentos. Por exemplo, para colorir a peça de vermelho, usavam urucum moído.

Imagem: Fotografia. Destaque das mãos de uma pessoa que usa jaleco e pinta uma pequena peça de cerâmica com pincel sobre uma bancada. Na mesa, há frascos de tinta e pincéis. Fim da imagem.

LEGENDA: A técnica de tingimento de peças de argila crua é chamada de engobe. Ela ainda é utilizada, mas atualmente são empregados pigmentos industrializados no processo. Na fotografia, a artesã aplica engobe marrom em um vaso de argila recém-moldado no torno. FIM DA LEGENDA.

MANUAL DO PROFESSOR

A cerâmica marajoara

HABILIDADES DA BNCC EF15AR01; EF15AR03; EF15AR25

Sugestão de atividade complementar

Proponha aos estudantes a criação de um vaso em estilo marajoara moldado em argila. Eles podem observar as imagens do livro para se inspirarem. No entanto, sugerimos que pesquise e leve para a sala imagens de vasos marajoaras para que eles possam observar os padrões decorativos.

Para esta atividade serão necessários: meio bloco de argila para cada estudante; pedaços de cabo de vassoura ou rolos de abrir massa; copo plástico com água; lápis ou tampa de caneta para marcar a argila; jornais ou um pedaço de plástico grosso para forrar as carteiras tinta guache; cola branca líquida; e papel absorvente para limpeza. Oriente-os com os passos a seguir.

  • Com um rolo, estiquem um pedaço de massa de argila. Deem-lhe um formato arredondado, de disco, deixando-o com a espessura de um dedo. Se a argila estiver muito dura, umedeçam-na com um pouco de água.
  • Marquem a base do vaso fazendo um círculo na parte central do disco. A partir dela, com as mãos, formem as laterais, até deixar a peça com o formato desejado.
  • Decorem o vaso fazendo riscos com a ponta do lápis, imitando o estilo marajoara. Após a modelagem do objeto, é preciso deixá-lo secar.
  • Quando o vaso estiver seco, pintem-no com tinta guache. Depois que a tinta estiver seca, passem cola branca líquida por cima para impermeabilizá-la.

MP100

Depois de tingir as peças, os marajoaras cavavam um buraco no chão e faziam fogo com pedaços de madeira e folhas secas envolvendo as peças de argila que já haviam secado ao sol. Assim, as peças eram cozidas.

Imagem: Fotografia. Em uma área aberta, destaque para fornos convexos acesos em uma bancada de tijolos com cinzas e chamas. Na parte superior, sobre uma fileira de tijolos, há muitas peças de cerâmica dispostas sobrepostas.  À frente dos fornos, uma pessoa uniformizada caminha.  Fim da imagem.

LEGENDA: A queima de cerâmica em fogueiras é usada ainda hoje. Na fotografia, vemos fornos de queima de peças de cerâmica na província de Hebei, China, 2019. FIM DA LEGENDA.

Para manter a tradição da cultura marajoara, na ilha de Marajó há diversos ateliês de cerâmica onde são reproduzidas peças copiadas das originais.

  1. Converse com os colegas e, depois, registre sua resposta. O que mais chamou sua atenção nas cerâmicas marajoaras? _____.
PROFESSOR Resposta pessoal.
Imagem: Ícone: Desenho ou pintura. Fim da imagem.
  1. Faça um desenho inspirado nas cerâmicas marajoaras, criando padrões de linhas, pontos e formas.
    1. _____
PROFESSOR Desenho pessoal.
MANUAL DO PROFESSOR

Orientações e comentários das atividades

  1. Chame a atenção para os padrões pintados ou gravados nas cerâmicas. Explique aos estudantes que esses padrões são formados por linhas, pontos ou formas que se repetem. Se possível, mostre outros padrões gráficos indígenas, para ampliar o repertório.
  1. Pesquise na internet, com toda a turma, mais peças de cerâmica marajoara antes de os estudantes fazerem os desenhos. Chame a atenção para as formas e os traçados dos desenhos. Estimule-os a criar os próprios padrões, combinando elementos do desenho. Eles podem optar por usar uma ou mais cores.

    Pesquise com antecedência alguns exemplos de grafismos indígenas de diferentes etnias e mostre-os para a turma. Poderão ser incluídas também outras obras, espaços arquitetônicos ou monumentos que apresentem padrões. Um dos exemplos são as artes gráficas kusiwa, produzidas pelos Wajãpi e consideradas patrimônio imaterial do Brasil, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

    1. Para saber mais sobre os grafismos e a cultura dos Wajãpi, acesse a página do Iphan: http://fdnc.io/2LQ. Acesso em: 20 fev. 2021.

MP101

A cerâmica Santarém

Outra cerâmica pré-colonial muito famosa foi produzida pelos santaréns que viveram ao longo do rio Tapajós, onde hoje fica a cidade de Santarém, no estado do Pará. Essa população começou a se instalar no local a partir do ano 1200 a.C.

Os colonizadores que chegaram à região que hoje é Santarém, em 1542, chamavam os santaréns de tupaiús ou tapajós.

A luta contra os portugueses pela posse das terras fez os santaréns desaparecerem.

Imagem: Fotografia. Escultura de um vaso em cerâmica que apresenta duas cumbucas paralelas sobre as costas de um animal de corpo comprido e quatro patas curtas. Fim da imagem.

LEGENDA: Vaso zoomorfo santarém de duplo gargalo. 1000-1400. Cerâmica, 13,5 cm de altura × 24 cm de comprimento. Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém (PA). FIM DA LEGENDA.

A magia dos sapos

O muiraquitã é uma pequena escultura em forma de sapo feita em pedra. Esse artefato, originário da cultura santarém e considerado um amuleto sagrado, é mundialmente conhecido e admirado.

Conta a lenda que os muiraquitãs eram produzidos pelas icamiabas, guerreiras indígenas do Amazonas. Em certa noite de lua cheia, elas mergulhavam em um lago para recolher, do fundo, um tipo de argila especial e com ela modelavam o muiraquitã enquanto ainda estavam embaixo da água. Quando emergiam, a argila endurecia em contato com o ar.

Segundo a crença, esses amuletos, que eram usados como pingentes, protegiam dos perigos as pessoas que os portavam.

Imagem: Fotografia. Um sapo esculpido em pedra com tom esverdeado e de aspecto liso. Fim da imagem.

LEGENDA: Muiraquitã dos santaréns. Local de origem: Óbidos (PA). Sem data. Jadeíte, 3,4 cm de altura. Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro (RJ). FIM DA LEGENDA.

MANUAL DO PROFESSOR

A cerâmica santarém

HABILIDADES DA BNCC EF15AR02; EF15AR04

O povo Santarém dedicava-se sobretudo à produção de cerâmica. As peças de cerâmica santarém são consideradas bastante sofisticadas para a época em que foram produzidas e apresentam figuras humanas ou de animais em relevo, além de cariátides (figuras humanas que “sustentam” ou apoiam os vasos).

A magia dos sapos

HABILIDADES DA BNCC EF15AR03; EF15AR25

Os muiraquitãs, que comumente apresentam forma de rã, eram feitos de pedras de coloração esverdeada, como a jadeíta, a nefrita e a amazonita. São considerados poderosos amuletos que trazem sorte a quem os carrega. Santarém foi o centro de produção dessas peças.

O talismã das Amazonas

[…] A fama e o exotismo do amuleto o tornaram cobiçado desde os primórdios da colonização da Amazônia, nos séculos XVII e XVIII, quando foram encontrados pela primeira vez nas proximidades dos Rios Nhamundá e Tapajós. Poucos são os exemplares que podem ser apreciados atualmente, principalmente em sua região originária. [...]

Segundo a lenda mais comum, os verdadeiros Muiraquitãs são filhos da Lua retirados do fundo de um imaginário lago denominado Espelho da Lua, na proximidade das nascentes do Rio Nhamundá, perto do qual habitavam as índias Icamiabas, nação das legendárias mulheres guerreiras que os europeus chamaram de Amazonas. […]

Fonte: CAVALCANTE, Rogério. Manoel Urbano ontem e hoje. 2ª ed. Rio Branco: Editora do Autor, 2014. p. 186.

MP102

Sapos na arte

Os sapos costumam ser retratados em pinturas e esculturas e aparecem como personagens em contos de fadas, cantigas infantis, desenhos animados e no cinema.

O grafite reproduzido abaixo faz parte do projeto Paredes de Viena, que oferece áreas para jovens grafiteiros mostrarem seu talento. Nesse grafite, o artista representou um sapo da Amazônia que é da mesma espécie dos que são reproduzidos nos muiraquitãs.

Imagem: Fotografia. Destaque de uma parede com a pintura de um grande sapo em tons de azul e com uma corrente prata. Ele está ao redor de latas de tinta spray. O fundo também é em tons de azul. Fim da imagem.

LEGENDA: MANTCKA. Detalhe de Sapo entre latas de tinta. 2013. Muro de tijolos e tinta spray, 6 m de altura ×10 m de comprimento. Viena, Áustria. Fotografia de 2015. FIM DA LEGENDA.

Converse com os colegas e, depois, registre suas respostas.

  1. As peças zoomorfas da cerâmica santarém têm forma de:
    1. ( ) pessoas.
    1. ( ) objetos geométricos
    1. ( ) animais.
    1. ( ) plantas.
PROFESSOR Resposta correta: animais
Imagem: Ícone: Pluralidade cultural. Fim da imagem.
  1. Você conhece alguma canção ou algum filme que tenha um sapo como personagem? Qual? _____.
PROFESSOR Respostas pessoais.

Boxe complementar

Mãos à obra

Imagem: Ícone: Atividade em dupla. Fim da imagem.

Que tal experimentar imitar os movimentos de diferentes animais?

  1. Forme uma dupla para trabalhar.
  1. Vocês deverão criar uma personagem imitando os movimentos do animal que escolherem.
  1. Sigam as orientações do professor.

Fim do complemento

MANUAL DO PROFESSOR

Sapos na arte

HABILIDADES DA BNCC EF15AR03; EF15AR22; EF15AR25

Orientações e comentários das atividades

  1. Retome com os estudantes a imagem do vaso zoomorfo de cerâmica santarém. Caso tenham dúvidas para responder à questão, solicite que retomem o texto, chamando atenção para o vocabulário em destaque no Glossário.
  1. Permita que compartilhem as próprias experiências, cantando ou contando a história antes de fazer o registro. Pergunte à turma quem já conhecia a canção ou a história. Caso não se lembrem de nenhuma canção ou filme, pergunte quem conhece a canção “O sapo não lava o pé” e os filmes A princesa e o sapo e Muppets, entre outros.

    Mãos à obra

    Os estudantes deverão explorar movimentos de animais. No primeiro momento, indique o que todos devem representar, por exemplo, um pássaro. Lembre-os de que há pássaros diferentes: grandes e pequenos, com bicos maiores e menores, com pernas compridas e curtas etc., para que eles explorem essas diferentes possibilidades. Depois de exercitarem por um tempo, sugira um encontro entre os pássaros, formando duplas. Solicite a um dos estudantes que observe os movimentos e os sons produzidos pelo colega e os imite. Depois, que inverta e faça movimentos para que sejam imitados pelo outro integrante da dupla. Dessa maneira, eles devem ampliar o repertório de movimentos, além de reconhecer e apreciar o outro em seu potencial criativo. Repita a atividade, do início até esta etapa, alterando os animais.

    Após a experimentação, cada estudante deverá escolher um animal. Peça que selecionem uma característica marcante da movimentação ou do corpo, para criar uma personagem.

    Eles podem escolher representar apenas o bico do pássaro, ou as asas grandes ou pequenas, ou o movimento das pernas. Outros movimentos podem surgir, mas eles devem manter o foco no elemento que escolheram.

    Organize uma roda e peça a cada personagem que se apresente, podendo usar a fala e realizando a movimentação escolhida. Se eles se sentirem à vontade, peça a cada personagem que conte um pouquinho de si. Incentive-os a manter a movimentação enquanto falam.

    Depois que todos se apresentarem, converse com os estudantes sobre a maneira como os animais aparecem nas histórias. Pergunte a eles se já viram atores representando animais no teatro. Se possível, mostre trechos de vídeos de peças teatrais com personagens que sejam animais.

MP103

Musicando

Imagem: Ícone referente à seção. Fim da imagem.

O ritmo

Uma música é composta de sons e silêncios. Às vezes, ela é composta apenas dos sons de instrumentos musicais. Outras vezes, é composta de uma mistura da voz de um ou mais cantores, de sons de instrumentos, ou de outros sons produzidos pelo corpo ou por objetos do cotidiano.

Na música, o ritmo é a forma como os sons e o silêncio se organizam no tempo.

Para perceber o ritmo da música, é necessário prestar atenção no modo como os sons estão ordenados em determinados intervalos de tempo. Podem aparecer sons longos, sons curtos ou pausas (momentos de silêncio).

Podemos produzir um ritmo com sons do nosso corpo, batendo palmas, por exemplo.

Vamos testar?

  1. Primeiro, experimentaremos diversos ritmos, individualmente, batendo palmas.
  1. O professor contará os tempos, de um a quatro, e indicará em que momento vocês deverão bater palmas.
Imagem: Ícone: Atividade em grupo. Fim da imagem.
  1. Depois de treinar individualmente, forme um grupo com três colegas.
  1. Cada grupo deverá criar e ensaiar uma sequência rítmica.
  1. Quando a sequência rítmica criada pelo grupo estiver pronta, mostrem para o restante da turma.
Imagem: Ilustração. Em uma sala, uma mulher adulta está sentada no chão ao lado de outras seis crianças uniformizadas, quatro estão sentadas divididas em duplas e duas estão de pé batendo palmas. Todos sorriem. Fim da imagem.
MANUAL DO PROFESSOR

Musicando

HABILIDADES DA BNCC EF15AR14; EF15AR15; EF15AR17

O objetivo da atividade é apresentar o conceito de ritmo propondo uma experimentação com palmas. Verifique a cada etapa se os estudantes estão acompanhando. Somente passe para a etapa seguinte se eles não apresentarem dificuldades na etapa anterior. Disponibilize um tempo para a exploração e criação em grupo. No momento da criação oriente-os, focando na etapa que eles conseguiram executar com mais facilidade.

Para começar, organize uma roda com todos os estudantes. Primeiro, conte até quatro, repetidas vezes, em intervalos de tempo iguais. Esse tipo de marcação será uma simplificação didática do compasso quaternário, determinando uma frequência regular de tempos, que se repetem a cada ciclo.

Peça que batam palmas em cada um dos números (1, 2, 3 e 4). Oriente-os a realizar a indicação todos juntos, repetidas vezes, em sequência. Quando estiverem acompanhando o pulso, dê indicações diferentes para trabalhar os ritmos.

  1. Você pode indicar, por exemplo, que todos batam palmas no 1 e no 3, fazendo uma pausa no 2 e no 4. Depois, sugira que batam palmas no 1, no 3 e no 4, fazendo a pausa no 2. Depois peça que batam palmas no 1 e no 2, pausando no 3 e no 4. A cada indicação é importante valorizar o silêncio das pausas. Também é importante repetir a sequência algumas vezes, tanto para que eles trabalhem a coordenação motora quanto para que percebam a sensação daquele ritmo.

    Explique para a turma que esses tempos podem ser divididos nos mesmos intervalos de tempo. Ou seja, no intervalo em que havia uma palma pode haver duas ou mais. Experimente com eles essa subdivisão. Peça a todos que batam duas palmas a cada tempo. Ao total, serão oito palmas em cada ciclo de quatro tempos. Conte devagar e bata palmas junto com eles, para que consigam acompanhar.

    Depois de explorar os ritmos com os estudantes, organize-os em pequenos grupos e peça a cada um que crie uma sequência rítmica simples. Ajude-os durante o processo de criação. No final, reúna-os em roda novamente, e peça a cada grupo que apresente o ritmo criado por eles. A cada apresentação o grupo ensina aos demais o ritmo inventado por ele e todos os componentes da roda participam conjuntamente.

MP104

Comentários para o professor:

Conclusão

Este capítulo abordou a presença dos povos pré-coloniais no que hoje é o território brasileiro. A apresentação do Parque Nacional Serra da Capivara, incluindo fotografias das pinturas rupestres e das cerâmicas, pretende estimular os estudantes a valorizar a história dos povos antigos e compreender a importância da preservação e do trabalho arqueológico. Espera-se que eles consolidem os conteúdos realizando as atividades propostas, dialogando sobre o aprendizado e a aquisição de novos conhecimentos e fazendo a utilização em suas produções. Também é esperado que eles reconheçam o movimento nas pinturas rupestres como elemento visual e consigam explorá-lo em suas criações. Além disso, os estudantes deverão experimentar materialidades no momento da produção e na utilização de tintas naturais confeccionadas por eles.

A avaliação formativa deve ser realizada de maneira contínua durante todo o ano letivo, apoiada nas atividades do capítulo e nas sugestões de atividades complementares do Manual do Professor. A ficha de avaliação poderá auxiliar no mapeamento das aprendizagens e dificuldades da turma. Caso alguma dificuldade ainda persista no final do processo, é sugerida uma atividade de remediação, no final desta conclusão.

Quadro: equivalente textual a seguir.

Ficha de avaliação - Capítulo 4

Habilidades

Objetivos

Bem

Parcialmente

Pouco

Observações

(EF15AR01)

O estudante reconhece as pinturas rupestres e cerâmicas pré-coloniais como expressões humanas estéticas e culturais?

(EF15AR02)

O estudante identifica o movimento como elemento visual nas pinturas rupestres e mobiliza esse conhecimento em suas criações?

(EF15AR03) e (EF15AR25)

O estudante valoriza os objetos culturais apresentados no capítulo como parte do patrimônio cultural do Brasil, reconhecendo sua matriz indígena?

(EF15AR04)

O estudante mobiliza os conteúdos apresentados no capítulo em suas criações individuais e coletivas, experimentando tintas naturais como possibilidade de material?

(EF15AR22)

O estudante mobiliza conhecimentos prévios e os conteúdos apresentados na exploração de movimentos para a criação de personagens, conforme a proposta do capítulo?

(EF15AR14) e (EF15AR15)

O estudante compreende o ritmo como elemento presente na música, explorando-o dentro de suas possibilidades?

(EF15AR15) e (EF15AR17)

O estudante mobiliza o conhecimento sobre ritmo desenvolvido em seu repertório pessoal e em sala de aula na criação coletiva?

MP105

Atividade de remediação

Esta atividade deve ser feita individualmente, mas pode contar com a colaboração dos colegas. Os estudantes deverão escolher e representar um objeto pessoal que gostariam de preservar para a posteridade. Promova uma conversa e peça que comentem sobre os objetos que cada um utiliza no cotidiano. Depois, solicite que reflitam e citem a importância que esses objetos têm para eles individualmente, abordando sua função e seu significado. Oriente-os a pensar no que gostariam que ficasse registrado sobre eles ser conhecido pelas pessoas que viverão no futuro. Cada estudante escolherá um objeto e fará um desenho ou uma pintura sobre o objeto escolhido. Pode ser apenas a representação do objeto ou a maneira como é utilizado. Realize uma exposição na escola para compartilhar as produções com a comunidade escolar e os familiares. Com esta atividade, é esperado que os estudantes reflitam sobre a importância e o significado da preservação, aproximando-os dos conteúdos abordados ao longo do capítulo.