Unidade 2. As paisagens da superfície terrestre

Introdução

A categoria paisagem tem papel central no ensino integrado de Geografia e História, pois abre aos estudantes um caminho acessível para o entendimento das relações entre sociedade e natureza. Por meio da leitura da paisagem, eles podem desvelar as características dessas relações não só no presente, mas em uma ampla escala temporal, uma vez que na paisagem se acumulam vestígios do passado. Nesta unidade, os textos, as imagens e as atividades estimulam a reflexão sobre como diferentes elementos naturais e culturais formam arranjos distintos para dar forma às paisagens de cada localidade. A unidade propicia, ainda, a análise dos processos que provocam as transformações das paisagens e dos grupos sociais que com elas interagem ao longo do tempo.

Em consonância com a BNCC, nesta unidade são trabalhadas as Competências Gerais da Educação Básica 1 e 3; as Competências Específicas de Ciências Humanas para o Ensino Fundamental 1 e 3; as Competências Específicas de História 4 e 5; e as Competências Específicas de Geografia 1 e 3.

A abordagem do assunto desta unidade está relacionada ao tema de relevância deste volume, “Meio ambiente e tecnologia na cidade e no campo”.

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para os conteúdos das páginas 52-53 podem ser trabalhadas na semana 11.

Fim do complemento.

Unidades temáticas da BNCC em foco na unidade

História

As pessoas e os grupos que compõem a cidade e o município.

Geografia

O sujeito e seu lugar no mundo; Conexões e escalas.

Objetos de conhecimento em foco na unidade

História

O “Eu”, o “Outro” e os diferentes grupos sociais e étnicos que compõem a cidade e os municípios: os desafios sociais, culturais e ambientais do lugar onde vive; Os patrimônios históricos e culturais da cidade e/ou do município em que vive.

Geografia

A cidade e o campo: aproximações e diferenças; Paisagens naturais e antrópicas em transformação.

Habilidades da BNCC em foco na unidade

EF03HI03, EF03HI04, EF01GE01, EF01GE03 e EF01GE04.

Objetivos pedagógicos da unidade

• Compreender o conceito de paisagem.
• Reconhecer que a paisagem é formada por elementos naturais e elementos culturais.
• Entender que a natureza e o ser humano transformam a paisagem.
• Reconhecer a importância de preservar os bens do patrimônio natural e cultural.
• Compreender que a diversidade de paisagens reflete a diversidade de modos de vida.
• Conhecer o modo de vida caiçara, ribeirinho, sertanejo, indígena e quilombola.
• Compreender a importância de respeitar e valorizar as diferenças.

  Orientações didáticas

  Promova a exploração coletiva das imagens e leia as perguntas com os estudantes. Garanta a todos a oportunidade de falar e incentive a troca de ideias.

  Atividade 1. Entre os elementos que diferenciam as paisagens apresentadas, os estudantes podem citar, por exemplo, o tipo de vegetação, a forma das montanhas, a presença ou ausência de água e as características das construções humanas, como casas, prédios, pontes e estradas.

  Atividade 2. Água, solo, rochas, montanhas e árvores podem ser citados como exemplos de elementos formados pela natureza. Casas, prédios, ruas, pontes e estradas podem ser citados como elementos construídos pelo ser humano.

  Atividade 3. Respostas variáveis. Espera-se que os estudantes comparem os elementos observados nas paisagens que compõem a abertura com os elementos observados em seus lugares de vivência.

  Atividade 4. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes considerem os aspectos naturais e culturais das paisagens para justificar as escolhas que fizerem.

  A exploração da imagem de abertura favorece o trabalho com a habilidade da BNCC EF03GE04.

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para os conteúdos da seção Investigar o assunto podem ser trabalhadas na semana 11.

Fim do complemento.

Objetivos pedagógicos da seção

• Registrar na memória uma paisagem vista da escola.
• Representar uma paisagem por meio de desenho.
• Perceber os elementos que formam a paisagem.

  Orientações didáticas

  Selecione um local da escola no qual os estudantes possam realizar a atividade. Esse local deve possibilitar a observação de elementos formados pela natureza e elementos construídos pelo ser humano; por isso, sugere-se que a atividade seja realizada ao ar livre, no pátio ou no jardim da escola. Se julgar conveniente, a atividade pode ser realizada em uma praça ou um parque próximos à escola.

  Antes de iniciar a atividade, converse com os estudantes sobre a possibilidade de registrarmos informações usando a memória. Comente também alguns aspectos da paisagem, ressaltando os elementos que a compõem, como árvores, construções, solo e rochas.

  Forneça aos estudantes informações gerais sobre a realização da atividade. Peça que formem duplas e converse sobre o cuidado que devem ter quando estiverem guiando os colegas vendados. Nesse momento, é possível trabalhar o respeito ao outro e a importância do cuidado: ao atuar como guia, cada estudante deverá ser os olhos do colega vendado, avisando sobre qualquer obstáculo, como um desnível ou uma carteira, no percurso.

  O que é a paisagem?

  Tudo aquilo que nós vemos, o que nossa visão alcança, é a paisagem. Esta pode ser definida como o domínio do visível, aquilo que a vista abarca. Não é formada apenas de volumes, mas também de cores, movimentos, odores, sons etc. [...]

  A dimensão da paisagem é a dimensão da percepção, o que chega aos sentidos. Por isso, o aparelho cognitivo tem importância crucial nessa apreensão, pelo fato de que toda nossa educação, formal ou informal, é feita de forma seletiva, pessoas diferentes apresentam diversas versões do mesmo fato.

Por exemplo, coisas que um arquiteto, um artista veem, outros não podem ver ou o fazem de maneira distinta. Isso é válido, também, para profissionais com diferente formação e para o homem comum.

A percepção é sempre um processo seletivo de apreensão. [...] A percepção não é ainda o conhecimento, que depende de sua interpretação e esta será tanto mais válida quanto mais limitarmos o risco de tomar por verdadeiro o que é só aparência.

FONTE: SANTOS, Milton. Metamorfoses do espaço habitado: fundamentos teórico e metodológico da Geografia. 6ª ed. São Paulo: Edusp, 2008. p. 67-68.

As duplas deverão inverter seus papéis: os estudantes que atuavam como fotógrafos passarão a atuar como máquinas fotográficas e vice-versa. Após todos os estudantes terem observado a paisagem, retorne para a sala de aula.

Oriente-os a representar a paisagem que observaram por meio de um desenho, com base no que registraram na memória. Peça que incluam no desenho a maior quantidade de elementos de que se lembrarem. Esses desenhos serão as fotografias mentais dos estudantes.

Organize uma exposição com os desenhos feitos pelos estudantes e aproveite o momento para conversar coletivamente sobre os diferentes elementos da paisagem que foram registrados.

Lembre-se de que esse tipo de registro deve apresentar variações. O conceito de paisagem abrange todos os elementos que podem ser percebidos em um lugar. Essa percepção deve variar de acordo com o olhar, com a capacidade de interpretação e com a relevância dos elementos para a percepção de cada estudante.

Depois da conversa com a turma, peça aos estudantes que respondam individualmente às questões 1 e 2.

Esta atividade contribui para o desenvolvimento da habilidade da BNCC EF03GE04.

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para os conteúdos das páginas 56-59 podem ser trabalhadas na semana 12.

Fim do complemento.

Objetivos pedagógicos do capítulo

• Entender o conceito de paisagem.
• Perceber que a paisagem apresenta elementos naturais e elementos culturais.
• Reconhecer os elementos que predominam nas paisagens naturais.
• Reconhecer os elementos que predominam nas paisagens culturais.
• Identificar os elementos que compõem a paisagem local.
• Exercitar a observação como instrumento de leitura da paisagem.

  Orientações didáticas

  Antes de iniciar o trabalho com o texto do capítulo, pergunte aos estudantes o que entendem por paisagem. Procure desconstruir a noção de paisagem como uma imagem bonita e estática da natureza, semelhante à que vemos em um quadro. Explique que paisagem é tudo aquilo que podemos perceber em um lugar, considerando, além dos componentes observáveis pela visão, componentes sonoros, olfativos e táteis.

  O estudo dos elementos que compõem a paisagem possibilita desvendar e compreender características do lugar, elucidando as possíveis transformações ocorridas ao longo do tempo.

  Explique aos estudantes que a paisagem é formada por elementos tanto naturais como culturais. Forneça exemplos que os ajudem a distinguir os dois tipos.

  Nestas páginas são abordados aspectos que permitem trabalhar as habilidades da BNCC EF03GE01, EF03GE11, EF03HI08 e EF03HI11, promovendo, em especial, a articulação entre os conteúdos dos componentes curriculares História e Geografia e a abordagem integrada em Ciências Humanas.

  A paisagem e seus elementos

  Uma região produtora de algodão, de café ou de trigo. Uma paisagem urbana ou uma cidade de tipo europeu ou de tipo americano. Um centro urbano de negócios e as diferentes periferias urbanas. Tudo isso são paisagens, formas mais ou menos duráveis. O seu traço comum é ser a combinação de objetos naturais e de objetos fabricados, isto é, objetos sociais, e ser o resultado da acumulação da atividade de muitas gerações.

  Em realidade, a paisagem compreende dois elementos:

1. Os objetos naturais, que não são obra do homem nem jamais foram tocados por ele.
2. Os objetos sociais, testemunhas do trabalho humano no passado, como no presente.

   FONTE: SANTOS, Milton. Pensando o espaço do homem. 5ª ed. São Paulo: Edusp. 2004. p. 53-54.

Atividade complementar: A paisagem daqui

Solicite aos estudantes que pesquisem imagens que mostrem paisagens do lugar onde vivem.

Essas imagens podem ser encontradas em cartões-postais, panfletos de turismo, jornais e revistas. Em sala de aula, converse sobre os elementos naturais e culturais que compõem as paisagens.

Em seguida, peça aos estudantes que produzam um mural com as imagens pesquisadas, classificando-as em paisagens naturais e paisagens culturais. Oriente-os a compor legendas para as imagens, indicando o local e a data de cada uma. O mural pode ser feito com cartolina ou papel pardo e fixado em uma parede da sala de aula.

Explore as imagens pedindo aos estudantes que destaquem os elementos de cada paisagem. Eles devem perceber a maior presença de elementos naturais na imagem 1, representativa de uma paisagem natural, e a maior presença de elementos culturais na imagem 2, representativa de uma paisagem cultural.

A categorização da paisagem como natural e cultural é uma das primeiras realizadas pelos estudantes, por isso é importante que seja trabalhada de maneira clara. Entende-se por paisagem natural aquela na qual predominam elementos naturais, e por paisagem cultural aquela na qual predominam elementos culturais, isto é, construídos pelos seres humanos. Ressalte, sempre que houver a oportunidade, as características e definições de cada uma dessas categorias.

Atividade 2. É importante que os estudantes percebam que na primeira imagem predominam elementos naturais, enquanto na segunda imagem predominam elementos culturais. Peça a eles que listem os elementos que compõem cada uma das paisagens, diferenciando-os entre naturais e culturais.

Literacia e Ciências Humanas

A leitura da paisagem é trabalhada em todo o processo educativo. Nestes primeiros momentos, é importante garantir que as seguintes etapas sejam contempladas: descrição (listar o que se vê), análise (relacionar o que se vê com o que se estuda) e interpretação (dar significado ao que se vê). Auxilie os estudantes nessa tarefa, conduzindo a leitura das imagens apresentadas.

Para você ler

Paisagem, de Andrea de Castro Panizza. Editora Melhoramentos, 2014.

Uma proposta didática para a abordagem do conceito de paisagem no Ensino Fundamental por meio da leitura de imagens de satélites, fotografias e obras de arte.

Atividade 3. A produção de esquemas e fluxogramas auxilia na organização do pensamento, facilitando o entendimento de conceitos. É natural que os estudantes tenham dificuldade em compreender as relações entre as partes do esquema. Para ajudá-los, oriente-os a observar o sentido das setas que interligam as caixas de texto. Se julgar conveniente, execute a atividade de maneira oral e depois solicite aos estudantes que preencham o esquema.

Atividade 4. Nesta atividade oral, oriente a leitura coletiva das imagens. Espera-se que os estudantes observem que, na imagem 1, predominam elementos naturais, como rio, rochas e vegetação; na imagem 2, predominam elementos culturais, como prédios, casas, ruas e pontes.

Compreender que as paisagens podem ser predominantemente naturais ou culturais favorece o desenvolvimento da habilidade da BNCC EF03GE04.

O desenho da paisagem como exercício

Sobre o desenho da paisagem: a paisagem configura-se como uma unidade gráfica, com elementos diversos que se relacionam.

A percepção da paisagem por meio do desenho vai além da visão retiniana, demonstrando a complexidade da atividade perceptiva. A percepção é um dos estágios por que o aluno passa no ato de representar graficamente.

O desenho é a representação de uma imagem, ou de várias imagens, criando um pensamento complexo. Algumas imagens podem transformar-se em ideias. As características do pensamento pós-formal e complexo auxiliam no entendimento do processo do pensamento, colaborando para a resolução de problemas.

A gênese dos conceitos, sejam eles cotidianos ou científicos, permeia o ato de pensar.

Os desenhos demonstram uma unidade, já que são frutos de processos mentais e físicos. Eles ordenam um mundo em desordem. Entretanto, esse conjunto pode conter condições específicas da visão. Temos o confronto da unidade com a parte.

[...] Os elementos desenhados estão presos à cultura de cada indivíduo, permeados pelo jogo da imaginação. O desenho, tal como o todo, é construído de partes, e essas partes é que dão um rosto a cada representação gráfica.

FONTE: SANTOS, Clézio. O desenho da paisagem feito por aluno do Ensino Fundamental: área de educação aplicada às geociências. 2000. 104f. Dissertação (Mestrado em Geociências) – Instituto de Geociências, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2000.

Atividade 5. Sugerimos que essa atividade seja realizada em casa por exigir pesquisa de determinadas informações visuais. Oriente os estudantes a consultarem fontes na internet que sejam confiáveis. Essa é uma ótima oportunidade para promover a integração e o diálogo do estudante com um familiar, além do compartilhamento de experiências e conhecimentos construídos fora da escola, para que dessa forma ganhem significado dentro dela.

A ideia da colagem é estimular os estudantes a exercitar formas de representação artística da paisagem. Se julgar conveniente, a atividade de colagem pode ser substituída pela atividade de desenho, pois nas duas situações espera-se que os estudantes criem paisagens utilizando elementos naturais e culturais. As respostas aos itens a e b dependem da composição de cada imagem, mas espera-se que os estudantes possam identificar os elementos que predominam na paisagem que criaram e, com base nisso, indicar se é natural ou cultural.

Atividade 6. Antes de iniciar a atividade, estimule os estudantes a refletir sobre como é a paisagem do lugar onde vivem e, depois, representá-la por meio do desenho.

Questione os estudantes sobre o elemento de que mais gostam na paisagem do lugar onde vivem; depois, pergunte se esse elemento é natural ou cultural. Comente que árvores plantadas pelas pessoas, plantações ou reflorestamentos não constituem elementos naturais, pois surgem da ação humana.

Literacia e Ciências Humanas

As atividades que utilizam diferentes linguagens para a representação gráfica do espaço propiciam estimular nos estudantes a curiosidade e os processos de percepção, seleção, organização, análise e apresentação de descobertas e conclusões.

Interpretar e representar o mundo relacionando componentes da sociedade e da natureza também contribui para a formação do pensamento espacial, que é fundamental no processo de alfabetização cartográfica e no raciocínio geográfico.

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para os conteúdos da seção Vamos fazer podem ser trabalhadas na semana 12.

Fim do complemento.

Objetivos pedagógicos da seção

• Identificar e distinguir alguns planos da paisagem.
• Reconhecer os planos da paisagem como uma maneira de organizar a sua leitura.

  Orientações didáticas

  Explique aos estudantes que é possível analisar a paisagem observando seus planos. Esse procedimento possibilita descrever o modo como os elementos estão organizados na paisagem.

  Promova a leitura coletiva da fotografia. Comente com os estudantes que, ao observar a imagem da paisagem do município de Ouro Preto, é possível perceber que ela não é uniforme: no primeiro plano, predominam os elementos construídos pelos seres humanos. No segundo e no terceiro plano, predominam os elementos formados pela natureza. Esclareça que o primeiro plano é aquele que aparece mais próximo ao observador; o segundo plano é aquele que surge imediatamente na sequência do primeiro, e assim sucessivamente, até se observar o horizonte.

  Explique que o horizonte é o limite visual de uma paisagem. O horizonte pode ser exemplificado pelo ponto aparente no qual a paisagem se encontra com o céu. Trata-se do limite da visão humana ou dos equipamentos que usamos para registrar uma paisagem.

  A paisagem

  A paisagem revela a realidade do espaço em um determinado momento do processo. O espaço é construído ao longo do tempo de vida das pessoas, considerando a forma como vivem, o tipo de relação que existe entre elas e que estabelecem com a natureza. Dessa forma, o lugar mostra, através da paisagem, a história da população que ali vive, os recursos naturais de que dispõe e a forma como se utiliza de tais recursos.

  A paisagem é o resultado do processo de construção do espaço. [...] Cada um vê a paisagem a partir de sua visão, de seus interesses, de sua concepção.

A aparência da paisagem, portanto, é única, mas o modo como a apreendemos poderá ser diferenciado. Embora na aparência as formas estejam dispostas e apresentadas de modo estático, não são assim por acaso. A paisagem, pode-se dizer, é um momento do processo de construção do espaço. O que se observa é, portanto, resultado de toda uma trajetória, de movimentos da população em busca de sua sobrevivência e da satisfação de suas necessidades (que são historicamente situados), mas também pode ser resultante de movimentos da natureza. Esta paisagem precisa ser apreendida para além do que é visível, observável. Esta apreensão é a busca das explicações do que está por detrás da paisagem, a busca dos significados do que aparece. [...]

FONTE: CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos (org.). Ensino de Geografia: práticas e textualizações no cotidiano. 3ª ed. Porto Alegre: Mediação, 2003. p. 96-97.

Reforce que a leitura dos planos da paisagem tem como ponto de referência o observador: o primeiro plano é mais próximo dele, passando pelos planos intermediários, até o horizonte.

Incentive os estudantes a discutir entre si a melhor forma de traçar os planos da paisagem do município de Paraty. Caso seja necessário, auxilie-os a delimitá-los.

Atividade complementar

Se julgar conveniente, proponha aos estudantes que pesquisem outras imagens para exercitar a delimitação dos planos da paisagem. Em seguida, peça que listem os elementos naturais e os elementos culturais que aparecem em cada plano e classifiquem as imagens em paisagens naturais ou paisagens culturais.

O conteúdo desta seção contribui para o desenvolvimento da habilidade da BNCC EF03GE04.

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para os conteúdos das páginas 62-63 podem ser trabalhadas na semana 13.

Fim do complemento.

Objetivos pedagógicos do capítulo

• Reconhecer que a paisagem está em constante transformação.
• Perceber que a natureza transforma a paisagem.
• Compreender que, por meio do trabalho, o ser humano altera a paisagem.
• Entender o que são bens do patrimônio natural e cultural.
• Reconhecer a importância de preservar os bens do patrimônio natural e cultural brasileiro.

  Orientações didáticas

  É importante que os estudantes desenvolvam a noção de que a paisagem é dinâmica e de que nela encontram-se elementos tanto do presente como do passado. É importante, ainda, que comecem a compreender que as mudanças na paisagem também refletem as mudanças que ocorrem na sociedade e indicam a relação dos seres humanos entre si e com a natureza.

  Comente que alguns dos processos naturais responsáveis por alterar as paisagens são muito lentos e imperceptíveis a curto prazo. A ação dos ventos e da água sobre as rochas e o solo, por exemplo, ocorre lentamente. Já outros processos naturais ocorrem de forma rápida e geram grandes transformações na paisagem. É o caso do vulcanismo, dos tremores de terra e de alguns fenômenos da atmosfera, como as enxurradas.

  Atividade 1. Os estudantes podem selecionar imagens de paisagens modificadas pela ação da água dos rios e das chuvas, das geleiras, além de erupções vulcânicas, furacões, deslizamentos de terras, entre outras.

  A lenta transformação natural das paisagens

  As paisagens evoluem por meio de lentas transformações, à medida que processos como soerguimento, intemperismo, erosão, transporte e deposição combinam-se para esculpir a superfície terrestre.

  [...] O conhecimento de como as paisagens evoluem pode ajudar-nos no gerenciamento dos recursos do terreno e na análise das interligações da tectônica e do clima. Entender o desenvolvimento das paisagens representa um grande desafio [...], pois exige a integração de muitas áreas de conhecimento das Ciências da Terra.

Num sentido mais amplo, as paisagens podem ser consideradas como resultado da competição entre os processos que provocam o levantamento da crosta terrestre e aqueles que causam seu rebaixamento. A crosta terrestre é soerguida e se formam cadeias de montanhas, devido à atuação do geossistema das placas tectônicas. As rochas soerguidas são expostas aos processos intempéricos e erosivos, conduzidos pelo geossistema do clima. [...]

[...]

FONTE: GROTZINGER, John; JORDAN, Thomas. Para entender a Terra. Porto Alegre: Bookman, 2006.

Ao analisar com os estudantes as imagens do município de Nova Friburgo, no estado do Rio de Janeiro, enfatize que as características naturais de um local podem estar relacionadas à maior ou menor ocorrência de deslizamentos de terra. Na situação representada pela sequência de imagens, a associação de aspectos naturais (como o relevo de encostas com declividade acentuada) à intervenção humana (desmatamento, corte de encostas e ocupação irregular) tem contribuído para a ocorrência de grandes deslizamentos de terra, principalmente nos períodos de muita chuva.

Auxilie os estudantes a perceber a passagem de tempo entre as cenas observadas nas imagens de satélite e forneça a eles informações sobre as alterações na paisagem causadas pelos deslizamentos de terra em 2011.

Atividade 2. Faça a leitura coletiva das imagens e proponha aos estudantes responder oralmente às questões. a) Entre as imagens 1 e 2, passou-se um ano; entre as imagens 2 e 3, o intervalo foi de seis anos. b) Em 2010, a paisagem era formada por construções, ruas e montanhas cobertas por árvores. c) É possível perceber que a paisagem se transformou em decorrência dos deslizamentos de terra provocados pelas fortes chuvas em 2011. d) As árvores cresceram e o solo não está mais exposto, apresentando uma cobertura vegetal.

O conteúdo apresentado contribui para o desenvolvimento da habilidade da BNCC EF03GE04.

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para os conteúdos das páginas 64-65 podem ser trabalhadas na semana 13.

Fim do complemento.

A análise da paisagem possibilita compreender o espaço geográfico. De acordo com Milton Santos, “uma paisagem é escrita sobre a outra, é um conjunto de objetos que têm idades diferentes, é uma herança de muitos diferentes momentos; ela não é dada para sempre, é objeto de mudança, é um resultado de adições e subtrações sucessivas, é uma espécie de marca histórica do trabalho, das técnicas; ela não mostra todos os dados, que nem sempre são visíveis [...]” (SANTOS, Milton (1988) apud CAVALCANTI, Lana. Geografia, escola e construção de conhecimentos. Campinas: Papirus, 2010. p. 99). Por isso, a paisagem é uma das categorias centrais do estudo da Geografia.

Relembre aos estudantes que as mudanças na paisagem também refletem mudanças ocorridas na sociedade. Comente que, por meio do trabalho, o ser humano altera a paisagem de maneira a adequá-la às suas necessidades e aos seus interesses.

Atividade 3. Trabalhe com as imagens, destacando as mudanças e as permanências na paisagem. A sequência de imagens possibilita observar a transformação de uma paisagem com predomínio de elementos naturais em uma paisagem com predomínio de elementos culturais. Ressalte que as mudanças foram realizadas pelos seres humanos. d) Nesta atividade oral, espera-se que os estudantes mencionem que os seres humanos promoveram essas transformações para atender às suas necessidades e aos seus interesses.

A abordagem deste assunto está relacionada ao tema de relevância deste volume – Meio ambiente e tecnologia na cidade e no campo. É uma ocasião para discutir a capacidade humana de interferir no ambiente, potencializada pelos recursos tecnológicos, e os limites impostos pela necessidade de sustentabilidade ambiental.

A fotografia como instrumento para o estudo do passado

A fotografia é um recorte da realidade, um corte que promove o congelamento do fluxo do tempo na imagem e, também, um recorte espacial da realidade, através do ângulo, do enquadramento e dos efeitos escolhidos para tratar do tema fotografado. O historiador deve colocar a imagem fotográfica em seu tempo e pensá-la em relação à cultura visual [...].

Mas também pensar acerca do que permitiu a sobrevivência de uma imagem do passado no caminho por ela percorrido até o presente, até chegar ao museu ou às nossas mãos. Por que conservamos algumas imagens de família, de nossa cidade ou da nossa sociedade e descartamos outras?

O que essa seleção de imagens do passado nos museus, nos álbuns comemorativos e nos livros de história tem a nos dizer sobre a forma como pensamos a nossa identidade ou nosso estranhamento com o passado e sobre a nossa concepção de história? Eis aí algumas perguntas importantes que podem dar origem a novas pesquisas e que exigiriam ser pensadas mais longamente em um outro texto. [...]

Essa discussão sobre a imagem fotográfica e sobre a dimensão visual da história pode contribuir para repensarmos a nossa relação com os documentos e a nossa operação histórica de construção do conhecimento histórico.

FONTE: MONTEIRO, Charles. História, fotografia e cidade: reflexões teórico-metodológicas sobre o campo de pesquisa. História e Cultura, Caxias do Sul. v. 5, n. 9. p. 11-23. jan.-jun. 2006. p. 19.

A paisagem é dinâmica, isto é, passa por contínuas mudanças em razão da interação dos seres humanos com o ambiente. Esse tipo de interação leva à superposição de elementos culturais de diferentes épocas em uma mesma paisagem. A presença de construções do passado ao lado de construções modernas é um exemplo dessa superposição.

Atividade 4. Oriente os estudantes a ler as legendas das fotografias e calcular o tempo que passou entre os dois registros. Em seguida, peça que comparem as imagens, buscando identificar os elementos que mudaram e os que permaneceram ao longo do tempo na Praça do Ferreira.

Atividade 5. Se julgar conveniente, comente que as construções antigas podem ser consideradas fontes históricas, que revelam aspectos da vida no passado.

A execução das atividades propostas contribui para o desenvolvimento da habilidade da BNCC EF03GE04.

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para os conteúdos das páginas 66-69 podem ser trabalhadas na semana 14.

Fim do complemento.

Pergunte aos estudantes o que eles entendem por patrimônio de um povo ou de um país. Explique que o patrimônio é o conjunto de bens de valor natural, histórico, arquitetônico ou artístico para uma sociedade. Destaque que os bens do patrimônio podem ser paisagens, construções, objetos, além de saberes específicos de um grupo e do modo de fazer determinadas atividades.

Converse com os estudantes sobre a importância do reconhecimento de elementos da paisagem como bens do patrimônio. Destaque que, embora eles devam receber atenção especial dos governos, toda a sociedade deve contribuir para a sua preservação.

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) é o órgão responsável pelo reconhecimento de uma área como patrimônio natural em âmbito mundial. Além do Parque Nacional do Iguaçu, outras áreas no Brasil receberam da Unesco o título de Patrimônio Mundial da Humanidade, entre elas o Pantanal e a Mata Atlântica do Sudeste.

Atividade 6. Com base nas informações dadas e na troca de ideias entre os estudantes, espera-se que eles observem que o objetivo do reconhecimento de elementos da paisagem como patrimônio é proteger e preservar esses elementos para que não desapareçam com o passar do tempo.

Patrimônio natural no Brasil

O surgimento da noção de patrimônio natural é um fato relativamente contemporâneo, pois foi somente na década de 1970, sob os auspícios da Unesco, que este se consagrou internacionalmente. No entanto, a sua origem é anterior, o patrimônio natural decorre da preocupação com o monumento, que a princípio aparece como o histórico e o artístico, para depois se configurar, também, como o monumento natural.

Nesse sentido, o patrimônio natural apareceu historicamente como produto de um universo de preocupações com a cultura e é, portanto, dentro do universo das políticas culturais que se deve buscar os elementos para compreender a sua evolução e seus significados. [...]

É possível perceber duas direções no sentido da construção da ideia de patrimônio natural: no plano mundial firmou-se como expressão de grandiosidade e beleza que, por sua vez, advém de um sentido de monumentalidade como preocupação estética. Pressupõe, também, intocabilidade, ou seja, os grandes testemunhos da natureza que foram poupados da intervenção humana.

Mas há outro significado que aparece no Brasil a partir de algumas experiências regionais: o patrimônio natural passou a ser entendido como conquista da sociedade, como uma noção ligada às práticas sociais e à memória coletiva. Portanto, um patrimônio natural que antes de tudo faz parte da vida humana e não aquele que a ela se opõe.

FONTE: SCIFONI, Simone. A construção do patrimônio natural. Tese (Doutorado) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006.

Atividades 7. Sugerimos que essa atividade seja realizada em casa por exigir pesquisa sobre determinadas informações. Oriente os estudantes a pesquisar um bem reconhecido como patrimônio natural do Brasil e a levantar os dados necessários para o preenchimento da ficha. Essa é uma ótima oportunidade para desenvolver com os estudantes a consolidação dos processos que envolvem a literacia e a alfabetização por meio da localização e retirada de informação explícita no texto e de interpretação e relação de ideias e informação.

Atividade 8. Converse com os estudantes sobre algumas modalidades de preservação de bens naturais, como o estabelecimento de Unidades de Conservação. Peça, então, que investiguem se no lugar onde vivem há áreas protegidas como Unidade de Conservação. Essa estratégia favorece o desenvolvimento da relação de pertencimento deles com seus locais de vivência.

Esclareça que também há elementos culturais reconhecidos como bens do patrimônio brasileiro. Segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o patrimônio cultural do Brasil é composto de bens de natureza material e imaterial. Entre os bens de natureza material estão os bens históricos, das belas-artes, das artes aplicadas e os arqueológicos, paisagísticos e etnográficos. Os bens de natureza imaterial, por sua vez, estão relacionados à esfera social, como saberes, ofícios, modos de fazer, celebrações, línguas, expressões artísticas e práticas culturais coletivas, que são transmitidos de geração em geração.

As imagens apresentadas nesta página contribuem para o esclarecimento da distinção entre bens culturais imateriais e materiais. Explore-as com os estudantes, incentivando-os a buscar outros exemplos de bens culturais do patrimônio, em especial aqueles que sejam relevantes para a comunidade local.

Conhecer os conceitos de patrimônio cultural e natural, relacionando esse último com o de Unidade de Conservação, contribui para o desenvolvimento das habilidades da BNCC EF03HI04 e EF03HI10.

O conteúdo destas páginas contribui para a consolidação da noção de que elementos materiais e imateriais produzidos pela sociedade brasileira são bens do patrimônio cultural.

Atividade 9. Os estudantes poderão responder à questão com base nas informações já trabalhadas.

Saliente que a iniciativa de requerer o tombamento de um bem como patrimônio pode ser da própria população envolvida, e não somente dos órgãos governamentais responsáveis pela gestão do patrimônio. Esse é o caso do Toque dos Sinos em Minas Gerais, cujo registro como patrimônio imaterial foi solicitado pela comunidade de São João del-Rei junto ao Conselho Consultivo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Explique ainda que, para a população local, ter seus costumes reconhecidos e registrados oficialmente é uma forma de valorizar sua cultura e sua história e garantir que sejam preservadas ao longo do tempo e cheguem às gerações futuras.

Atividade 10. Promova a leitura coletiva do texto e esclareça eventuais dúvidas. Depois, peça aos estudantes que respondam oralmente aos itens a e b.

Para você acessar

Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan)

Disponível em: http://fdnc.io/zN. Acesso em: 30 maio 2021.

Patrimônio natural e cultural

Nos últimos anos, o conceito “patrimônio cultural” adquiriu um peso significativo no mundo ocidental. De um discurso patrimonial referido aos grandes monumentos artísticos do passado, interpretados como fatos destacados de uma civilização, se avançou para uma concepção do patrimônio entendido como o conjunto dos bens culturais, referente às identidades coletivas. Desta maneira, múltiplas paisagens, arquiteturas, tradições, gastronomias, expressões de arte, documentos e sítios arqueológicos passaram a ser reconhecidos e valorizados pelas comunidades e organismos governamentais na esfera local, estadual, nacional ou internacional.

Os bens materiais e imateriais, tangíveis e intangíveis que compreendem o patrimônio cultural são considerados manifestações ou testemunho significativo da cultura humana, reputados como imprescindíveis para a conformação da identidade cultural de um povo. Em se tratando do patrimônio natural, a avaliação é ainda maior, posto que a salvaguarda dos recursos materiais e do conhecimento tradicional sobre os usos desses recursos é tida como essencial para a garantia de uma vida digna para a população humana [...].

FONTE: ZANIRATO, Silvia Helena; RIBEIRO, Wagner Costa. Patrimônio cultural: a percepção da natureza como um bem não renovável. Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 26, n. 51, jan.-jun. 2006.

Atividade 11. Ao iniciar a atividade, solicite aos estudantes que observem atentamente cada elemento mostrado nas imagens. Com base nessa observação, eles poderão relacionar os textos informativos às imagens corretas. Ao final da atividade, estimule-os a refletir sobre a importância das bonecas Karajá, da Cajuína e do Teatro de Bonecos Popular do Nordeste como expressão cultural regional e brasileira. Pergunte a eles se conhecem algumas dessas expressões ou se gostariam de conhecer.

Atividade 12. Se julgar conveniente, proponha aos estudantes que organizem um cartaz com imagens do bem cultural que pesquisaram e peça que o apresentem para o restante da turma.

Os conteúdos abordados contribuem para o desenvolvimento da habilidade da BNCC EF03HI04.

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para os conteúdos da seção Vamos fazer podem ser trabalhadas na semana 14.

Fim do complemento.

Objetivos pedagógicos da seção

• Conhecer o patrimônio natural e cultural do lugar de vivência.

  Orientações didáticas

  Antes de iniciar a pesquisa, os estudantes devem ter claro o conceito de patrimônio cultural. Caso existam algumas dúvidas, retome o conteúdo das páginas anteriores. Em seguida, explique a eles que devem ser selecionados livros, revistas e informes turísticos que tratam da história da cidade; no caso dos sites, há endereços institucionais, como os sites da prefeitura e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

  Se achar conveniente, oriente os estudantes a utilizar computadores e a internet para pesquisar fotografias e informações, montar e imprimir os folhetos. Caso haja uma sala de informática na escola, avalie a possibilidade de os estudantes realizarem a atividade nesse local.

  Para você ler

  Bens Culturais e Direitos Humanos, de Sandra Cureau e Inês Virgínia Prado Soares. Edições Sesc, 2015.

  Coletânea de ensaios multidisciplinares sobre a importância do acesso aos bens culturais para a preservação da identidade e da memória.

  Memórias do Brasil: uma viagem pelo patrimônio artístico, histórico, cultural e ambiental, de Glória Kok. Editora Terceiro Nome, 2011.

  Um olhar antropológico sobre o significado dos bens materiais e imateriais do patrimônio cultural brasileiro.

  Para o estudante ler

  Meu, seu, de todos: patrimônio cultural, de Renata Consegliere. Editora Positivo, 2015.

  Noções básicas sobre o patrimônio cultural e a importância de preservá-lo.

  Patrimônio Mundial no Brasil

  O trabalho do Patrimônio Mundial no Brasil tem significado frutíferas colaborações com os governos em âmbito federal, estaduais e municipais e também com a sociedade civil. Atualmente, o país conta com 22 bens inscritos na lista do Patrimônio Mundial, pelo seu valor excepcional e universal para a cultura da humanidade. Dos 22 sítios do Patrimônio Mundial no Brasil, 14 são culturais, um misto (Paraty) e sete naturais.

  [...]

  O Sitio de Paraty e Ilha Grande [reconhecido em 2019] apresenta valor universal excepcional por suas características naturais e culturais, assim como a interação entre elas. A sua área de abrangência envolve porções territoriais de oito municípios dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, sendo que a maior parte da área núcleo está em Paraty e Angra dos Reis.

Localizada entre a Serra da Bocaina e o Oceano Atlântico, essa paisagem cultural inclui o centro histórico de Paraty, uma das cidades costeiras mais bem preservadas do Brasil, além de quatro áreas naturais protegidas da Mata Atlântica brasileira, um dos cinco principais focos de biodiversidade do mundo. [...] No final do século XVII, Paraty foi o ponto final do Caminho do Ouro, a rota de envio do ouro para a Europa. Seu porto também serviu como ponto de entrada de ferramentas e escravos africanos trazidos para trabalhar nas minas. [...] O centro histórico de Paraty manteve seu projeto urbanístico do século XVIII e grande parte de sua arquitetura colonial, que data do século XVIII e início do século XIX.

FONTE: UNESCO. Patrimônio Mundial no Brasil. Disponível em: http://fdnc.io/eBa. Acesso em: 30 maio 2021.

Auxilie os estudantes a selecionar as informações e imagens que farão parte do folheto. Se achar conveniente, a turma toda pode contribuir para a elaboração de um único folheto sobre os bens do patrimônio natural e cultural relacionados à comunidade da qual fazem parte, ao município ou ao estado. Conhecer esses bens é uma forma de estímulo à sua valorização e preservação por parte dos estudantes, que poderão ampliar os laços de pertencimento e responsabilidade em relação ao lugar onde vivem.

Atividade 1. Espera-se que os estudantes compreendam que a divulgação de informações sobre o patrimônio natural e cultural contribui para sua valorização e preservação.

A atividade desta seção favorece o desenvolvimento da habilidade da BNCC EF03HI04.

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para os conteúdos da seção Para ler e escrever melhor podem ser trabalhadas na semana 15.

Fim do complemento.

Objetivos pedagógicos da seção

• Identificar a estrutura de um texto escrito em sequência temporal.
• Escrever um texto estruturado em sequência temporal com base em um modelo.

  Orientações didáticas

  Antes de iniciar a leitura do texto, apresente aos estudantes alguns aspectos da trajetória literária de José de Alencar (1829-1877).

  José de Alencar é tradicionalmente classificado como um escritor do movimento literário Romantismo. Na época em que viveu, a produção literária no Brasil era bastante influenciada pelas correntes europeias, mas José de Alencar criou uma literatura expressiva da formação cultural e histórica do povo brasileiro em uma linguagem inovadora para a época. Apesar de ter vivido apenas 48 anos, sua obra é extensa e aborda temáticas indianistas, regionalistas, históricas e urbanas. As obras O Guarani (1857), Iracema (1865) e Ubirajara (1874) são exemplos de romances indianistas, e as obras A viuvinha (1857) e Senhora (1875) são exemplos de romances urbanos.

  Após a leitura do texto, reflita com os estudantes sobre a função dos marcadores temporais (em 1825, no ano seguinte, em 1838, em 1964, atualmente). Ajude-os a observar que a divisão do texto foi realizada de acordo com os momentos importantes na história da casa e que, em cada frase, há uma expressão que indica a passagem do tempo.

  O trabalho proposto nesta seção é uma ótima oportunidade para desenvolver com os estudantes a consolidação dos processos que envolvem a literacia e a alfabetização por meio da localização e retirada de informação explícita no texto e de interpretação e relação de ideias e informação, além da produção escrita.

  Biografia de José de Alencar

  José Martiniano de Alencar nasceu em Mecejana, CE, em 1o de maio de 1829. Foi advogado, jornalista, político, poeta, romancista, dramaturgo e crítico.

  Escreveu romances indianistas, urbanos, regionais, históricos, romances-poemas de natureza lendária, obras teatrais, poemas, crônicas, ensaios, polêmicas literárias, discursos políticos e estudos filológicos. A partir de 1854, iniciou colaboração na imprensa para o Correio Mercantil. [...]

  Depois de sua estreia como romancista com Cinco minutos, Alencar publicou o aclamado O guarani (1857). [...] Herdando do pai, José Martiniano de Alencar, a verve política, José de Alencar elegeu-se deputado em 1868. Contudo, decepcionado com o Imperador D. Pedro II, o escritor abandonou a política em 1870.

Sua obra, imbuída do sentido de representar o Brasil em todos os seus aspectos, compreende romances urbanos, como Lucíola e Senhora, narrativas regionalistas, como O sertanejo e As meninas de prata, além das incursões no indianismo com Iracema (1865) e Ubirajara (1874), entre outros. [...]

Considerado o patriarca da literatura nacional, a obra de Alencar é, além de diversa, fundamental para se compreender a formação das feições da literatura brasileira. Seu legado alcança todas as sucessivas gerações de escritores pela habilidade em construir personagens definitivos, sobretudo femininas, e obras-síntese da nacionalidade. Faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 12 de dezembro de 1877.

FONTE: CASA DE RUI BARBOSA. Inventário analítico do Arquivo José de Alencar. Disponível em: http://fdnc.io/fn9. Acesso em: 30 maio 2021.

Sugerimos que esses conhecimentos sejam trabalhados com a turma e individualmente, para que cada estudante se sinta apoiado em suas dificuldades e que perceba que outros colegas também possuem dificuldades semelhantes.

Atividade 2. A atividade retoma o conceito de linha do tempo. Espera-se que os estudantes a compreendam como um recurso para organizar os acontecimentos ao longo do tempo. O uso dessa ferramenta também permite estabelecer relações de anterioridade, posterioridade e simultaneidade entre os eventos.

Atividade 3. Oriente os estudantes a utilizar expressões que marcam a passagem do tempo, como as que aparecem em destaque no texto. Se julgar interessante, sugira que tragam fotografias de diferentes épocas da casa onde moram ou que façam desenhos para ilustrar o texto. Verifique se os estudantes utilizam adequadamente os marcadores temporais para expressar a sucessão e a simultaneidade dos acontecimentos.

O conteúdo desta seção contribui para o desenvolvimento da habilidade da BNCC EF03HI04.

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para os conteúdos das páginas 74-75 podem ser trabalhadas na semana 15.

Fim do complemento.

Objetivos pedagógicos do capítulo

• Conhecer aspectos do modo de vida de alguns grupos sociais por meio da leitura de paisagens.
• Entender o modo de vida caiçara e sua relação com o mar.
• Reconhecer a importância do rio para o modo de vida ribeirinho.
• Conhecer o modo de vida sertanejo e sua relação com a escassez de água.
• Entender o modo de vida indígena e sua relação com a natureza.
• Conhecer alguns instrumentos musicais dos povos indígenas.
• Conhecer o modo de vida quilombola e sua história de resistência.
• Promover o respeito e a valorização de diferentes culturas e modos de vida.

  Orientações didáticas

  Explique aos estudantes que o trabalho humano transforma a paisagem, criando objetos e práticas que possibilitam a sobrevivência em diversas situações. Em cada tipo de paisagem evidenciam-se diferentes maneiras de se relacionar com os elementos da natureza. Os modos de vida são, portanto, o conjunto dos jeitos de ser, trabalhar e sobreviver dos diferentes grupos sociais no meio em que vivem.

  O primeiro exemplo da relação entre modo de vida e ambiente focalizado no capítulo é o dos caiçaras, que vivem em áreas litorâneas do Paraná, de São Paulo e do Rio de Janeiro. Pergunte aos estudantes quais atividades eles acreditam que os caiçaras praticam para obter alimentos, por exemplo.

  Atividade 2. Os estudantes devem se basear em seus conhecimentos prévios para identificar os animais marinhos retratados.

  As relações entre os seres humanos e a natureza

  O entendimento da verdadeira dimensão e importância do homem como ser vivo e social passa obrigatoriamente pela compreensão das limitações que a rigidez da natureza impõe à sua existência. Apesar de toda a tecnologia e do avanço para espaços que ultrapassam as altas camadas da atmosfera e que até atingem a Lua e planetas do sistema solar, o lugar comum dos homens é a superfície terrestre. [...]

  É objeto de preocupação da Geografia de hoje conhecer cada dia mais o ambiente natural de sobrevivência do homem, bem como entender o comportamento das sociedades humanas, suas relações com a natureza e suas relações socioeconômicas e culturais.

É portanto de interesse da Geografia apreender como cada sociedade humana estrutura e organiza o espaço físico territorial em face das imposições do meio natural, de um lado, e da capacidade de técnica, de outro.

Os grupos sociais, por mais autossuficientes e simples que sejam, não conseguem sobreviver de forma absolutamente isolada e estabelecem uma teia complexa das relações socioculturais e econômicas. Essa intensa troca de conhecimentos, mercadorias e moedas é determinada pelas necessidades reais e pelas necessidades criadas, que na atualidade cada vez mais se intensificam. [...]

FONTE: ROSS, Jurandyr. Os fundamentos da Geografia da natureza. In: ROSS, Jurandyr (org.). Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp, 2011. p. 16.

A caracterização da fauna como um dos elementos distintivos dos ambientes pode propiciar uma troca de ideias sobre as relações entre esse elemento e o modo de vida das pessoas – as atividades que desenvolvem e os hábitos alimentares, por exemplo.

É importante que os estudantes associem os modos de vida ao ambiente onde eles se desenvolvem. Reforce essa associação por meio das imagens, retomando os elementos da paisagem e explicitando as relações desses elementos com o modo de vida.

A pesca pode ser realizada com diferentes objetivos: para o consumo próprio ou para a venda. Esclareça que, quando destinada à venda, a pesca é considerada uma atividade econômica.

Explique aos estudantes que os manguezais são ambientes naturais complexos que abrigam grande quantidade de espécies animais e vegetais. Esses ambientes podem ser encontrados nas faixas litorâneas do Brasil.

Atividade 4. Espera-se que os estudantes utilizem as informações do texto para responder oralmente às questões propostas. a) Os caranguejos são capturados dos manguezais tanto para a alimentação das famílias dos catadores como para venda, gerando renda. b) Os catadores de caranguejos tomam o cuidado de não capturar fêmeas com ovos, para garantir a reprodução e preservação desses animais.

O conteúdo referente ao modo de vida caiçara contribui para o desenvolvimento da habilidade da BNCC EF03GE03.

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para os conteúdos das páginas 76-77 podem ser trabalhadas na semana 16.

Fim do complemento.

Converse com os estudantes sobre o modo de vida ribeirinho, isto é, sobre como vivem as comunidades situadas nas margens dos rios e que vinculam suas atividades a eles.

Enfatize que a relação das comunidades ribeirinhas com os rios se dá de diferentes modos: o rio fornece alimentação e meios de garantir renda e, além disso, é utilizado como espaço de lazer e via de transporte de mercadorias e pessoas.

Informe aos estudantes que o ambiente marinho, de água salgada, é propício ao desenvolvimento de espécies de peixes diferentes das que se desenvolvem em ambiente fluvial, de água doce.

Conhecer o modo de vida das comunidades ribeirinhas contribui para o desenvolvimento da habilidade da BNCC EF03GE03.

Ribeirinhos

A característica que unifica os diversos povos ribeirinhos espalhados pelo território amazônico é a profunda integração entre vida humana e o ciclo dos rios. Para Corrêa, “ribeirinhos são homens, mulheres, jovens e crianças que nascem, vivem, convivem e se criam, existem e resistem às margens dos rios”.

[...] Os ribeirinhos habitam as margens dos rios, igarapés, igapós e lagos da floresta, absorvendo a variação sazonal das águas como uma característica fundamental na constituição de sua rotina de vida e trabalho. A vazante e a enchente das águas regulam as dinâmicas de alimentação, trabalho e interação entre os membros destes grupos.

A presença constante das águas e da floresta amazônica também são a origem de outra característica marcante da maior parte das comunidades ribeirinhas: o isolamento geográfico. [...] Habitar a beira dos rios é também utilizá-los como via de transporte, seja em embarcações movidas a remo, seja em barcos mais modernos movidos a motor e combustível fóssil. Também é escasso o acesso a serviços públicos essenciais como eletricidade, saúde, educação, saneamento e acesso à internet, reflexo e consequência de um distanciamento dos centros de tomada de decisões políticas.

Assim, as questões cotidianas e a temporalidade destes povos são determinadas mais fortemente pela natureza e seus ciclos do que por questões típicas da civilização ocidental.

FONTE: BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Ribeirinhos. Portal Ypadê. Disponível em: http://fdnc.io/fna. Acesso em: 30 maio 2021.

Destaque que muitas comunidades ribeirinhas se dedicam também a atividades extrativistas, como a extração de madeira, açaí, cupuaçu, látex, castanha-do-pará e malva.

Atividade 8. Sugerimos que a atividade seja realizada em casa, promovendo a integração e o diálogo do estudante com um familiar, além do compartilhamento de experiências e conhecimentos construídos fora da escola, para que dessa forma ganhem significado dentro dela. A leitura oral do texto pode ser realizada na escola e depois em casa, possibilitando um momento de literacia familiar. No momento da leitura em classe, reforce o profundo conhecimento das comunidades ribeirinhas sobre os aspectos naturais do lugar onde vivem. Destaque que os ribeirinhos conhecem as plantas medicinais, o momento certo para plantar e colher, o comportamento dos animais, entre outros aspectos do lugar onde vivem.

Saliente que a tradição oral prevalece como forma de transmissão de conhecimento e registro histórico nessas comunidades.

Para o estudante ler

O segredo do rio, de Miguel Sousa Tavares. Editora Companhia das Letras, 2011.

Em linguagem poética, este livro narra a relação de um menino com um riacho e destaca a importância de preservar a natureza.

Para você acessar

Portal Ypadê – Comissão Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais. Disponível em: http://fdnc.io/6Q4. Acesso em: 30 maio 2021.

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para os conteúdos das páginas 78-79 podem ser trabalhadas na semana 16.

Fim do complemento.

Comente com os estudantes que o sertão é uma sub-região do Nordeste brasileiro, que se localiza em uma área de clima semiárido e tem como característica principal a baixa frequência de chuvas. Na paisagem do sertão predomina a vegetação da caatinga, que é formada principalmente por cactos e arbustos espinhosos.

Após a leitura do texto, explique aos estudantes que a fabricação de produtos a partir do couro é uma atividade praticada há séculos pelos sertanejos e está relacionada à pecuária.

Atividade 9. Oriente os estudantes a ler e comparar as legendas e imagens dos vaqueiros para identificar mudanças e permanências nos trajes ao longo do tempo. c) Espera-se que os estudantes percebam que a semelhança entre os vestuários dos vaqueiros retratados nas imagens indica a continuidade do modo de vida sertanejo ao longo do tempo.

Nestas páginas são abordados aspectos que permitem trabalhar as habilidades da BNCC EF03GE01 e EF03HI03, promovendo, em especial, a articulação entre os conteúdos dos componentes curriculares História e Geografia e a abordagem integrada em Ciências Humanas.

Para você ler

Grande sertão: veredas, de João Guimarães Rosa. Companhia das Letras, 2019.

Um clássico da literatura brasileira, no qual o sertão fornece o cenário para dramas e conflitos humanos universais.

O trabalho cotidiano do vaqueiro

O vaqueiro é a figura central de uma fazenda. Seu trabalho é árduo e contínuo. Passa grande parte do tempo montado a cavalo percorrendo a fazenda, fiscalizando as pastagens, as cercas e as aguadas (fonte, rio, lagoa ou qualquer manancial existente numa propriedade agrícola).

O maior problema enfrentado pelo vaqueiro é o da água. Às vezes o gado tem que ser levado por dezenas de quilômetros até os bebedouros. Na época da migração ele tem que conduzir o gado para lugares distantes na ida e na volta.

[...]

Lidar com o gado na caatinga cheia de galhos e espinhos é muito difícil, por isso o vaqueiro tem que usar uma roupa própria, com condições de enfrentá-la e que funcione como uma couraça ou armadura. A vestimenta do vaqueiro é caracterizada pela predominância do couro cru e curtido, geralmente, utilizando-se processos primitivos, o que o deixa da cor de ferrugem, flexível e macio [...].

A vestimenta compõe-se de gibão, parapeito ou peitoral, perneiras, luvas, jaleco e chapéu. [...] O vaqueiro usa sempre um par de esporas e nas mãos uma chibata de couro, indicando que, se não está montado, poderá fazê-lo a qualquer momento.

FONTE: MACHADO, Regina Coeli. Vaqueiro do Nordeste brasileiro. Fundação Joaquim Nabuco. Disponível em: http://fdnc.io/fnc. Acesso em: 30 maio 2021.

Converse com os estudantes sobre a relação das migrações dos sertanejos com as secas e faça uma leitura coletiva do trecho do poema apresentado. Depois, pode-se pedir aos estudantes que façam a atividade 10 como exercício para casa.

Comente que Patativa do Assaré, nome literário de Antônio Gonçalves da Silva, foi um poeta e violeiro cearense que dedicou seus trabalhos à representação da cultura nordestina em sua obra.

Caso os estudantes desconheçam alguma palavra do poema, peça que procurem o significado no glossário ou no dicionário. Explique que a palavra agreste se refere a um tipo de vegetação rasteira característica do Nordeste brasileiro. Comente que as palavras dexando, deferente e trabaiando são formas regionais do vocabulário local. Explique que essas expressões são usuais no contexto rural em que viveu Patativa do Assaré.

Atividade 10. Sugerimos que a atividade seja realizada em casa, promovendo a integração e o diálogo do estudante com um familiar, além do compartilhamento de experiências e conhecimentos construídos fora da escola, para que dessa forma ganhem significado dentro dela. O texto, já lido na escola, pode ser relido em casa, possibilitando um momento de literacia familiar. Feita a atividade, peça a alguns estudantes que leiam as respostas dadas às questões. Espera-se que eles relacionem as dificuldades sofridas pelos sertanejos à decisão de deixar o sertão em busca de outros lugares. d) Auxilie os estudantes a perceber que a linguagem utilizada reproduz o modo de falar dos sertanejos.

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para os conteúdos das páginas 80-83 podem ser trabalhadas na semana 17.

Fim do complemento.

Comente com os estudantes que os povos indígenas que preservam o modo de vida tradicional retiram da natureza os materiais utilizados na construção das moradias e na confecção dos objetos, como os instrumentos musicais.

Explique que há uma grande diversidade de povos indígenas no Brasil, com cultura e formas de organização social e política próprias.

Atividade 11. Trabalhe a leitura do mapa com os estudantes. Aproveite o momento para reafirmar a diversidade de povos indígenas em todo o território brasileiro. a) Espera-se que os estudantes identifiquem que há mais nomes de povos indígenas no estado do Amazonas, ou seja, a diversidade de povos que vivem nesse estado é maior que nos demais. b) Auxilie-os a localizar no mapa o estado em que vivem para responder às questões.

A alimentação indígena

Antes do início da colonização, os indígenas apresentavam, no que diz respeito à forma de economia alimentar, um aspecto geral comum: a atividade coletora. Nossos índios viviam às custas da natureza, coletando plantas, animais da terra, do mar ou dos rios.

A alimentação vegetariana teve, sem dúvida, um enorme papel e foi da coleta de frutos que alguns índios, dentre os quais os tupis-guaranis, passaram à arboricultura e, mais tarde, a uma agricultura rudimentar. Essa incipiente agricultura exigia que eles estivessem sempre mudando de terra. Daí o nomadismo tupi, sempre emigrante à procura de terras férteis.

Mas os índios não viviam apenas de vegetais. A caça e a pesca eram importantes atividades de subsistência. Os antigos tupis eram considerados exímios caçadores e pescadores e possuíam significativo equipamento para tais atividades, principalmente o arco e flecha.

Os homens caçavam e pescavam e as mulheres realizavam as atividades coletoras e os trabalhos agrícolas. Além disso, os homens assavam e as mulheres cozinhavam, e, justamente pela necessidade de equipamento para a realização de suas atividades, foram elas as inventoras da cerâmica, das vasilhas, panelas de barro, pratos etc.

[...] Em 1549, o padre Manoel da Nóbrega, guia dos primeiros jesuítas que vieram ao Brasil, afirmava que “o mantimento comum da terra é uma raiz de pau que chamam mandioca”. [...]

FONTE: RECINE, Elisabetta; RADAELLI, Patrícia. Alimentação e cultura. Disponível em: http://fdnc.io/ka. Acesso em: 30 maio 2021.

Se achar conveniente, selecione alguns aspectos culturais de diferentes povos indígenas, como pinturas corporais, tipos de artesanato e rituais, para apresentar aos estudantes e evidenciar a diversidade das culturas indígenas.

Atividade 12. É possível que os estudantes não conheçam todos os alimentos listados na atividade. Caso necessário, apresente-os a cada um deles, reforçando que todos são feitos à base de mandioca.

Atividade 13. Proponha aos estudantes que compartilhem com a turma o que descobriram em suas pesquisas. A abordagem pode ser estendida: destaque alguns aspectos da cultura indígena presentes na sociedade brasileira, como a utilização do milho e da mandioca na alimentação, o hábito de dormir em redes e de tomar banho diariamente, entre outros.

O conteúdo destas páginas contribui para o desenvolvimento das habilidades da BNCC EF03GE01 e EF03GE03.

Chame a atenção dos estudantes para os materiais que são utilizados pelos povos indígenas na fabricação de utensílios e objetos do dia a dia, como fibras, madeiras, sementes, bambus e barro. Vasos, panelas e cestos são feitos com esses materiais.

Destaque que o estilo do artesanato é próprio de cada povo indígena. Em geral, na confecção dos produtos artesanais são usadas tintas naturais, produzidas a partir de frutos e sementes. Plumas e sementes são muito utilizadas na produção de adornos, como colares e cocares.

Peça aos estudantes que observem os instrumentos musicais apresentados nesta página. Incentive-os a trocar ideias sobre esses instrumentos fazendo algumas perguntas, por exemplo: Vocês conhecem esses instrumentos? Sabem como é o som produzido por eles? De que maneira esses instrumentos são tocados? Se possível, convide para uma conversa com a turma uma pessoa que possa mostrar aos estudantes o som de alguns desses instrumentos e como tocá-los.

Atividade 15. Enfatize a importância da música para os povos indígenas. Além de um elemento de vivência prazerosa, ela é utilizada em rituais de comunicação com os deuses, com os antepassados e com a natureza. Os indígenas produzem diversos instrumentos musicais e realizam festas de celebração com música e dança.

O conteúdo destas páginas contém elementos que favorecem o trabalho com as habilidades da BNCC EF03GE03 e EF03GE05.

Atividade complementar Confecção de colares e pulseiras com sementes

Proponha uma atividade de montagem de colares e pulseiras usando sementes para estimular a criatividade dos estudantes e a manipulação de materiais naturais.

Para esta atividade, serão necessários: um rolo de barbante, diferentes tipos de sementes (milho e feijão, por exemplo) e cola branca.

Oriente os estudantes a colar as sementes no barbante da maneira que desejarem. Incentive-os a usar a criatividade quanto à disposição e à variação das sementes utilizadas, considerando suas cores e texturas.

Além de possibilitar a manipulação de materiais naturais abordados no texto, aproximando os estudantes do tema tratado, a atividade favorece o desenvolvimento da percepção estética e do fazer artístico.

Explique aos estudantes que cada instrumento musical produz sons diferentes. Pergunte a eles sobre os instrumentos que conhecem. Deixe que se expressem livremente, compartilhando os conhecimentos com os colegas. Em seguida, pergunte a eles se sabem como o som é produzido nesses instrumentos. Comente que os instrumentos de cordas, sopro e percussão produzem vibrações em diversas frequências, o que chamamos de notas.

Atividade 17. Sobre a produção de sons, trabalhe alguns exemplos com os estudantes, como a vibração das cordas vocais, a vibração das cordas de um violão e a vibração gerada por bater palmas.

Ao tratar a temática do sentido da audição é preciso estar atento à questão das limitações auditivas. Explique aos estudantes que as pessoas que apresentam limitação parcial ou total da capacidade de ouvir são pessoas com deficiência auditiva. No Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, há mais de 10 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência auditiva. Uma importante ferramenta de inclusão social dessas pessoas é a Língua Brasileira de Sinais (Libras), que é composta de gestos, expressões faciais e corporais. A Libras é reconhecida como uma língua oficial desde 2002.

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para os conteúdos da seção Vamos fazer podem ser trabalhadas na semana 17.

Fim do complemento.

Objetivos pedagógicos da seção

• Produzir um instrumento sonoro utilizando materiais comuns no cotidiano.
• Confeccionar um instrumento similar aos produzidos por povos indígenas.
• Perceber os diferentes sons produzidos a partir da manipulação de diferentes materiais.

  Orientações didáticas

  Converse com os estudantes sobre a origem de cada um dos materiais que serão utilizados na construção do chocalho. Comente também algumas de suas características, como tamanho e peso das sementes e pedrinhas, textura e resistência do alumínio da lata e do plástico da garrafa etc. Pergunte aos estudantes se eles acham que essas características podem influenciar na produção do som.

  Essa atividade possibilitará aos estudantes vivenciar a experiência de construir, com diferentes elementos do cotidiano, o seu próprio instrumento musical. Além disso, poderão interagir com os colegas e produzir sons.

  O conteúdo desta seção favorece o desenvolvimento da Competência Geral da Educação Básica 3 e da Competência Específica de Geografia 2.

  Atividade complementar

  Confeccionar um tambor

  Proponha aos estudantes a confecção de um tambor de sucata.

  Para isso, peça a cada um que traga de casa uma lata de leite em pó (ou similar) vazia, um balão de borracha e fita adesiva.

  Depois, oriente-os a cortar um pedaço do balão de borracha e, com ele, cobrir a boca da lata, esticando-o e prendendo-o firmemente com a fita adesiva. Se necessário, auxilie-os nessa tarefa. Quanto mais esticado estiver o balão, mais agudo será o som produzido pelo tambor.

  Essa atividade favorece a percepção da relação entre as características dos materiais e os sons que podem produzir.

Chame a atenção dos estudantes para a variação dos sons resultante dos tipos de material, da quantidade de sementes, grãos e pedrinhas usados na confecção, e do modo de tocar o chocalho.

Aproveite para incentivar os estudantes a produzir outros tipos de instrumento musical, também usando material reciclável, como latas, plásticos, papéis e cordas.

Atividade 1. Se julgar necessário, retome as informações já apresentadas no capítulo sobre os materiais utilizados por alguns povos indígenas na confecção de chocalhos. Os estudantes devem observar que o chocalho dos povos indígenas tem mais materiais encontrados na natureza do que o chocalho que produziram na classe. Todos os materiais do chocalho indígena estão disponíveis na natureza, enquanto alguns dos materiais que os estudantes utilizaram para fazer o chocalho são artificiais, como as latas de alumínio, a garrafa de plástico, os papéis e a tinta das canetas hidrográficas.

Atividade 2. Espera-se que os estudantes percebam que a variação dos sons dos chocalhos se deve às diferentes combinações de materiais que os compõem (lata de alumínio, garrafa plástica, tipos e tamanhos de grãos, sementes e pedrinhas) e também à quantidade dos elementos utilizada.

Educação em valores e temas contemporâneos

A mídia e a publicidade muitas vezes induzem ao consumo exagerado ou à compra de produtos caros. É importante transmitir aos estudantes a ideia de que brinquedos simples, baratos e produzidos por eles mesmos também podem ser divertidos.

Usando materiais como embalagens descartáveis, latas, pedrinhas, entre outros, é possível confeccionar instrumentos musicais e uma infinidade de brinquedos de maneira econômica, estimulando também a criatividade das crianças, o cuidado com o ambiente e os recursos naturais, por meio do reaproveitamento de materiais.

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para os conteúdos das páginas 86-87 podem ser trabalhadas na semana 18.

Fim do complemento.

Destaque que a saída dos africanos de sua terra natal constitui uma migração forçada, pois eles eram capturados e trazidos para o continente americano à força, para serem escravizados. Apesar das condições impostas pela escravidão, os africanos lutaram para manter seus hábitos culturais e sua liberdade, por meio de diversas formas de resistência, entre elas as fugas. Algumas dessas fugas em grupos deram origem aos quilombos.

Explique que a escravidão perdurou no Brasil por mais de 300 anos e era uma forma permitida pelo governo de obter mão de obra. Existia um comércio de escravizados entre a África e o Brasil, que foi chamado de tráfico negreiro. As pessoas escravizadas eram vendidas e quem as comprava detinha o direito sobre suas vidas. Dessa forma, os escravizados que fugiam eram perseguidos, pois sua fuga significava não somente a perda de mão de obra, mas também de uma propriedade por parte dos senhores. Por isso, muitos quilombos foram destruídos por senhores de escravos e autoridades governamentais, em ações que deixavam milhares de vítimas. Esse foi o caso do Quilombo dos Palmares, criado no século XVII na Serra da Barriga, em terras correspondentes ao atual território do estado de Alagoas. Palmares reuniu milhares de pessoas e, na época de sua destruição, era liderado por Zumbi, que ficou conhecido como Zumbi dos Palmares.

Nestas páginas são abordados aspectos que permitem trabalhar as habilidades da BNCC EF03GE01, EF03GE03 e EF03HI03, promovendo, em especial, a articulação entre os conteúdos dos componentes curriculares História e Geografia e a abordagem integrada em Ciências Humanas.

As formas de resistência à escravidão

Nem sempre os escravos [...] aceitaram se integrar à sociedade escravista brasileira, enquadrando-se em algum tipo de relação com seus senhores. Também foram várias as formas de resistir à escravidão que encontraram, seja negando-a totalmente pela fuga, seja negociando melhores condições de vida e trabalho.

Fugir era o recurso mais radical que os escravos tinham para escapar da servidão. E eram muitos os que fugiam. Para os sertões, se embrenhando nos matos, ou para os arredores das cidades, se escondendo em lugares de difícil acesso. Fugiam juntos ou sozinhos, seguindo um plano ou aproveitando uma oportunidade inesperada.

Os agrupamentos de escravos fugidos eram chamados de quilombos e podiam ter algumas poucas pessoas, dezenas, centenas ou milhares de moradores, como chegou a ter Palmares, o maior quilombo que existiu no Brasil e o que mais tempo durou.

Os quilombos, nos quais os escravos fugidos reconquistavam a liberdade, podiam ser afastados de qualquer núcleo de colonização, ou mais próximos de um arraial ou uma cidade. Nos mais isolados, os quilombolas viviam de cultivo da terra, da caça, da pesca, produzindo seus tecidos, seus potes, suas cestas, seus instrumentos de trabalho e armas.

FONTE: SOUZA, Marina de Mello e. África e Brasil africano. 3ª ed. São Paulo: Ática, 2012. p. 97-98.

Atividade 19. Promova a leitura coletiva da planta do quilombo e explore os elementos destacados na legenda. a) Espera-se que os estudantes observem que a maior parte das estruturas tinha a função de proteger o quilombo e facilitar as fugas em caso de invasão. b) A casa de ferreiro, a horta, a casa de pilões e a casa de tear. c) Auxilie os estudantes a compreender que as estruturas de segurança eram necessárias porque os escravizados fugidos eram perseguidos, e os quilombos estavam sob constante ameaça de invasão e destruição pelos senhores de escravos e pelas autoridades governamentais, visto que representavam transgressão à ordem vigente na sociedade escravista.

Apesar de as terras ocupadas pelos quilombos serem propriedade dos remanescentes quilombolas, direito garantido pela Constituição de 1988, há uma série de dificuldades para o reconhecimento e a titulação oficial dessas terras.

É importante ressaltar a importância dos quilombos para a resistência das pessoas que foram escravizadas e trazidas à força para o território brasileiro. Por meio da formação de quilombos e de outros atos de resistência, diversas práticas culturais de herança africana sobreviveram e fazem parte da cultura brasileira na atualidade.

Atividade 20. Sugerimos que essa atividade seja realizada em casa por exigir pesquisa sobre determinadas informações. Oriente os estudantes a consultarem fontes na internet que sejam confiáveis. Essa é uma ótima oportunidade para desenvolver com os estudantes a consolidação dos processos que envolvem a literacia e a alfabetização por meio da localização e retirada de informação explícita no texto e de interpretação e relação de ideias e informação. Em sala de aula, promova o compartilhamento dos resultados da pesquisa. Incentive a troca de informações entre os estudantes.

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para os conteúdos da seção O mundo que queremos podem ser trabalhadas na semana 18.

Fim do complemento.

Objetivos pedagógicos da seção

• Reconhecer a diversidade física, social e cultural e estabelecer relações de alteridade.
• Compreender que, na maioria das vezes, tendemos a rejeitar o que não conhecemos e o que é diferente.
• Entender que as pessoas são diferentes e todas devem ser respeitadas.

  Orientações didáticas

  Promova a leitura coletiva do texto. Em seguida, motive os estudantes a refletir sobre o texto por meio de perguntas como: Em uma festa, vocês preferem comer os pratos que já conhecem ou experimentam outros? E se não conhecessem ninguém, procurariam fazer amizade? Quais características observariam para se aproximar de uma pessoa desconhecida?

  Dê continuidade à conversa questionando se os estudantes gostam de conhecer pessoas, coisas e lugares diferentes. Estimule-os a refletir sobre como se sentem em relação a essas novas experiências.

  Comente que estamos acostumados a preferir o que já conhecemos, como pessoas, comidas, músicas, situações e hábitos. Peça então aos estudantes que busquem, em suas lembranças, exemplos de situações em que foi positivo conhecer coisas, pessoas e modos de vida novos.

  Estimule a conversa sobre os aspectos positivos da diversidade entre os seres humanos.

  Aproveite para reforçar a importância de não realizar julgamentos prévios sobre as pessoas e situações desconhecidas e explicar que “diferente” não deve ser confundido com “melhor” ou “pior”.

  Para conviver com a diversidade

  Aprender a viver em um ambiente de diversidade é um dos principais desafios do mundo contemporâneo – e, portanto, da Educação. Ao longo da vida escolar, os alunos se deparam com todo tipo de diferença: de gênero, raça, valores, religião, expressão da sexualidade, ritmos de aprendizagem, configurações familiares etc. Diante dessa realidade, nós, educadores, pregamos o discurso da tolerância e do respeito. [...] Ao definirmos pessoas ou atitudes como estranhas, estamos comparando-as a parâmetros previamente estabelecidos. [...] Quem dita ou reforça os padrões culturais e estabelece as normas são os grupos e as instituições com capacidade de influenciar a sociedade – ou seja, a escola, a família, os amigos, a televisão, os jornais, as revistas, a internet, as redes sociais etc. [...]

O outro é visto com frieza ou até mesmo com desconfiança e temor por representar uma ameaça ao universo conhecido. Sob esse ponto de vista, a reação agressiva ou indiferente àqueles que subvertem nossas convicções sobre o “verdadeiro modo de ser” funciona como uma forma de autoproteção. [...] Para transformar a reação dos alunos diante das diversidades, o trabalho educacional tem de instigar o questionamento sobre a origem [...] dos padrões estabelecidos.

Contudo, além de buscar o entendimento racional daquilo que foge à nossa familiaridade, é preciso sentir e experimentar o outro, deixando que ele nos afete emocionalmente. [...]

FONTE: IAVELBERG, Catarina. Para conviver com a diversidade. Nova Escola. Disponível em: http://fdnc.io/ZV. Acesso em: 14 ago. 2021.

Converse sobre a importância de valorizar as diferenças e respeitar o modo de ser de cada pessoa. Incentive os estudantes a perceber as diferenças entre eles: na escolha das atividades de que mais gostam, no jeito de ser, no modo de se vestir etc. Ressalte que o mais importante, acima das diferenças, é o respeito ao próximo.

O trabalho proposto nesta seção é uma ótima oportunidade para desenvolver com os estudantes a consolidação dos processos que envolvem a literacia e a alfabetização por meio da localização e retirada de informação explícita no texto e de interpretação e relação de ideias e informação, além da produção escrita. Sugerimos que esses conhecimentos sejam trabalhados com a turma e individualmente, para que cada estudante se sinta apoiado em suas dificuldades e que perceba que outros colegas também possuem dificuldades semelhantes.

Atividade 4. Auxilie os estudantes na realização da atividade de confecção dos cartazes. Relembre com a turma os costumes dos grupos sociais estudados neste capítulo e, se achar necessário, cite características culturais e sociais de cada um deles para que os estudantes possam estabelecer comparações e verificar a diversidade existente.

Se possível, amplie a atividade organizando uma exposição de cartazes, fotografias e objetos que representam o modo de vida dos diferentes grupos sociais estudados no capítulo.

A atividade proposta contribui para o trabalho com as habilidades da BNCC EF03HI03 e EF03GE03.

Educação em valores e temas contemporâneos

É importante que os estudantes comecem a se conscientizar da importância das relações de tolerância e respeito entre as pessoas. Pergunte a eles o que entendem por respeito e se conhecem ou já presenciaram alguma situação que demonstre desrespeito. Com base nos relatos, peça-lhes que apontem outras formas de lidar com as situações descritas.

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para os conteúdos da seção Painel multicultural podem ser trabalhadas na semana 19.

Fim do complemento.

Objetivos pedagógicos da seção

• Conhecer algumas festas e danças tradicionais brasileiras.
• Compreender que festas e danças tradicionais são manifestações culturais.

  Orientações didáticas

  Antes de iniciar a leitura do texto e das imagens, estimule uma conversa que promova a aproximação dos estudantes em relação ao tema abordado. Pergunte a eles, por exemplo: Que tipos de dança vocês conhecem? Na escola há algum grupo de dança? Vocês gostariam de aprender alguma dança? Em seguida, leia o texto com os estudantes e peça que observem as imagens. Entre outros aspectos que podem ser observados nas imagens, chame a atenção deles para as roupas e os acessórios usados pelas pessoas retratadas.

  Comente com os estudantes que o fandango caiçara é uma manifestação cultural das comunidades caiçaras. Nos encontros de fandango caiçara, chamados de baile, as pessoas da comunidade dançam e conversam sobre o dia a dia, estabelecendo a troca de saberes entre as gerações e reiterando a identidade do grupo social.

  O jongo, também conhecido como caxambu, é uma dança de origem africana praticada há muito tempo em diferentes comunidades paulistas, mineiras e cariocas, entre elas, nas comunidades quilombolas. A dança pode acontecer durante toda a noite e só terminar no raiar do sol.

  Esta seção contém elementos que favorecem o trabalho com as habilidades da BNCC EF03HI04 e EF03HI12 e EF03GE03.

  Atividade complementar Apresentação de dança

  Proponha aos estudantes que realizem uma apresentação de dança. Organize-os em grupos e oriente-os a pesquisar algumas danças tradicionais no lugar onde vivem. Eles devem descobrir quando essas danças são realizadas, qual é o ritmo das músicas, os figurinos e os passos principais.

  Oriente os estudantes a selecionar uma das danças pesquisadas. É interessante que cada grupo escolha uma dança diferente dos demais a fim de proporcionar um panorama da diversidade cultural local.

Após a pesquisa, combine uma data para os grupos realizarem as apresentações.

Ressalte a importância da realização da atividade em grupo para a troca de experiências e a interação com os colegas. Essa atividade deve ser realizada em um ambiente de respeito e de participação coletiva, havendo a divisão das tarefas entre todos os integrantes do grupo.

No dia combinado, peça aos estudantes que expliquem brevemente a história da dança pesquisada antes de iniciar a apresentação. Se for possível, afaste as carteiras para criar um espaço em que os grupos possam se apresentar e convidar os colegas para dançar.

Explique aos estudantes que o carimbó é uma dança típica das comunidades ribeirinhas da Ilha do Marajó e de Santarém, no estado do Pará. Os instrumentos musicais utilizados no carimbó são tambores, banjos, flautas e pandeiros, que orientam o ritmo da dança.

No Alto Xingu, diversos povos indígenas reúnem-se na aldeia anfitriã para o ritual de homenagem aos mortos e celebração da vida realizado durante o Kuarup. Nessa festa, troncos da madeira são ornamentados e representam as pessoas falecidas. Durante o Kuarup, há confraternizações entre os povos indígenas e a luta uka-uka, praticada pelos homens em um ambiente amigável.

Atividade 3. Se possível, peça aos estudantes que conversem com familiares e amigos mais velhos sobre as danças e festas típicas do lugar onde vivem. Oriente-os a perguntar se houve mudanças ao longo do tempo nessas danças ou festas ou até se alguma delas deixou de ser praticada.

Conclusão

Na perspectiva da avaliação formativa, esse é um momento propício para a verificação das aprendizagens construídas ao longo do bimestre e do trabalho com a unidade. É interessante observar se todos os objetivos pedagógicos propostos foram plenamente atingidos pelos estudantes. Sugerimos que você identifique os pontos que foram desenvolvidos, aqueles que ainda estão em desenvolvimento ou que não foram suficientemente trabalhados para que possa intervir a fim de consolidar as aprendizagens.

Considere a produção dos estudantes, a participação e as intervenções deles em discussões e atividades em sala de aula. A avaliação que propomos a seguir será um dos instrumentos para você acompanhar o processo de ensino e aprendizagem dos estudantes e da turma, e de identificar seus avanços, suas dificuldades e potencialidades, contribuindo para que se sintam seguros a continuar aprendendo.

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para a avaliação processual da seção O que você aprendeu podem ser trabalhadas na semana 19.

Fim do complemento.

Atividade 1. Espera-se que o estudante distinga os elementos naturais e culturas que integram as paisagens apresentadas e faça menção a eles nas respostas. a) Os elementos naturais da paisagem são formados pela natureza, como o mar, os rios, as montanhas e as florestas. Os elementos da paisagem construídos pelos seres humanos são as moradias, os prédios, as estradas, as ruas etc. b) Na fotografia 1. O mar, a areia, a formação rochosa e a vegetação natural. c) Na fotografia 2. Casas, prédios, ruas etc. Esta atividade favorece a mobilização da habilidade da BNCC EF03GE04.

Atividade 2. O estudante deve associar corretamente patrimônios culturais e naturais às suas respectivas definições, demonstrando que tem domínio sobre as informações estudadas. Caso seja necessário, revise com os estudantes alguns bens do patrimônio natural e cultural brasileiro, para que entendam a distinção. Esta atividade mobiliza aspectos da habilidade da BNCC EF03HI04.

Atividade 3. Espera-se que o estudante diferencie o patrimônio natural do cultural e reconheça diferentes bens do patrimônio brasileiro estudados. Caso os estudantes apresentem dificuldades, revise os conteúdos sobre os patrimônios elencados. Esta atividade favorece a mobilização de aspectos das habilidades da BNCC EF03GE01 e EF03GE03.

Atividade 4. O estudante deve preencher os espaços em branco no texto reconhecendo as festas populares como patrimônio. Esta atividade mobiliza aspectos da habilidade da BNCC EF03HI04.

Atividade 5. É importante reconhecer elementos culturais e naturais como bens do patrimônio para que esses elementos sejam protegidos e preservados e não desapareçam com o passar do tempo. Espera-se que os estudantes identifiquem a importância do reconhecimento patrimonial na preservação de bens físicos naturais ou históricos e das diferentes práticas culturais. Caso seja necessário, retome com a turma os conteúdos que trabalham alguns patrimônios naturais e culturais brasileiros. Esta atividade mobiliza aspectos da habilidade da BNCC EF03HI04.

Atividade 6. É esperado que os estudantes compreendam aspectos da percepção do som pelos seres humanos a partir do reconhecimento de um instrumento de origem indígena.

Caso seja necessário, revise os conteúdos sobre a produção e a propagação do som, bem como sua percepção pelos seres humanos por meio dos órgãos da audição.

Esta atividade favorece a mobilização de aspectos das habilidades da BNCC EF03GE01 e EF03GE03.

Atividade 7. Com base na leitura da imagem e da legenda, o estudante deve identificar as principais características dos modos de vida, incluindo aspectos culturais, dos sertanejos, dos povos indígenas, dos ribeirinhos, dos quilombolas e dos caiçaras. Esta atividade possibilita a mobilização de aspectos das habilidades da BNCC EF03HI03, EF03GE01 e EF03GE03.