Unidade 4. A paisagem e a vida na cidade

Introdução

O conteúdo apresentado nesta unidade propicia aos estudantes reconhecer as características predominantes do espaço urbano e a refletir sobre os processos histórico-sociais responsáveis pelas transformações das paisagens que acompanham o surgimento e o desenvolvimento das cidades.

Os estudantes também serão motivados a pensar sobre os marcos de memória do lugar em que vivem, a formação e composição da população e a presença e influência dos imigrantes.

Nessa trajetória, os principais aspectos que marcam o modo de vida, as rotinas e o trabalho nas cidades serão confrontados com os que caracterizam os ambientes não urbanos.

Em consonância com a BNCC, nesta unidade são trabalhadas as Competências Gerais da Educação Básica 1, 6 e 8; as Competências Específicas de Ciências Humanas 2 e 6; a competência específica de Geografia 3 e as Competências Específicas de História 5 e 6 da Base Nacional Comum Curricular.

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para os conteúdos da abertura da Unidade 4 podem ser trabalhadas na semana 29.

Fim do complemento.

Unidades temáticas da BNCC em foco na unidade

História

As pessoas e os grupos que compõem a cidade e o município; O lugar em que vive; A noção de espaço público e privado.

Geografia

O sujeito e seu lugar no mundo; Formas de representação e pensamento espacial; Natureza, ambientes e qualidade de vida.

Objetos de conhecimento em foco na unidade

História

O “Eu”, o “Outro” e os diferentes grupos sociais e étnicos que compõem a cidade e os municípios: os desafios sociais, culturais e ambientais do lugar onde vive; A produção dos marcos da memória: os lugares de memória (ruas, praças, escolas, monumentos, museus etc.); A produção dos marcos da memória: formação cultural da população; A produção dos marcos da memória: a cidade e o campo, aproximações e diferenças; A cidade, seus espaços públicos e privados e suas áreas de conservação ambiental; A cidade e suas atividades: trabalho, cultura e lazer.

Geografia

A cidade e o campo: aproximações e diferenças; Representações cartográficas; Produção, circulação e consumo; Impactos das atividades humanas.

Habilidades da BNCC em foco na unidade EF03HI01, EF03HI02, EF03HI03, EF03HI05, EF03HI06, EF03HI07, EF03HI08, EF03HI09, EF03HI10, EF03HI11, EF03HI12, EF03GE01, EF03GE02, EF03GE06, EF03GE07, EF03GE08, EF03GE09 e EF03GE11.

Objetivos pedagógicos da unidade

• Reconhecer características da paisagem e do modo de vida na cidade.
• Compreender o que são registros de memória e identificá-los no local onde vive.
• Conhecer a história da cidade por meio de fontes históricas.
• Reconhecer as migrações como parte da história da cidade.
• Identificar elementos das culturas indígena, europeia e africana no lugar onde vive.
• Diferenciar espaços públicos e privados e suas transformações.
• Reconhecer as atividades de trabalho realizadas na cidade.
• Entender os serviços públicos como direitos dos cidadãos.
• Compreender alguns problemas ambientais da cidade e refletir sobre suas possíveis soluções.

  Orientações didáticas

  Oriente os estudantes a observar a imagem e chame a atenção para as características da paisagem da cidade representada na imagem, como a grande concentração de prédios, a presença de muitos automóveis e alguns ônibus no trânsito, de ruas e avenidas asfaltadas. Acrescente que o pintor da obra, Cristiano Sidoti (1976), é paulistano e representou uma paisagem da cidade de São Paulo, capital do estado de São Paulo.

  Atividades 1 a 3. A obra retrata uma cidade com prédios, vias asfaltadas, além de veículos no trânsito e um rio canalizado, que parece estar poluído. A preponderância de tons azuis acinzentados pode ser uma estratégia para traduzir o domínio massivo de elementos construídos nas paisagens urbanas. Incentive os estudantes a comparar a paisagem representada com a paisagem do lugar onde vivem, identificando as semelhanças e as diferenças entre elas.

  O conteúdo da abertura da Unidade 4 favorece o trabalho com as habilidades da BNCC EF03GE01 e EF03GE11.

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para o conteúdo da seção Investigar o assunto podem ser trabalhadas na semana 29.

Fim do complemento.

Objetivos pedagógicos da seção

• Compreender o que são registros de memória.
• Reconhecer registros de memória presentes no lugar onde vive.
• Perceber que os registros de memória fazem parte da história de um lugar.

  Orientações didáticas

  Explique aos estudantes que a palavra “memória” pode se referir à capacidade humana de se lembrar de informações passadas e também a um conjunto de informações guardadas por um grupo sobre sua história ou a do lugar onde vive. Do ponto de vista histórico, portanto, a memória pode ser individual, isto é, se referir às lembranças que temos sobre as nossas experiências pessoais, ou coletiva e estar ligada às experiências de um grupo de pessoas ao longo do tempo. As sociedades preocupam-se em registrar sua memória coletiva em meios físicos, como documentos escritos, construções, obras de arte e monumentos.

  Explique ainda que os registros de memória podem ser materiais (com suporte físico), como as construções, os documentos escritos e os monumentos; e imateriais, como as músicas, os nomes de lugares, as festas e comemorações.

  Atividade 1. Os registros de memória podem revelar detalhes da história do lugar e das pessoas que vivem e viveram nele. Eles são criados para lembrar as pessoas de acontecimentos do passado.

  Atividade 2. A escultura Os guerreiros foi colocada em um local de destaque da capital brasileira em homenagem aos trabalhadores que participaram da construção da cidade e enfrentaram condições de vida difíceis, como a falta de moradias, de alimentos e de atendimento médico adequado. Como registro de memória, a obra revela que Brasília foi construída pelos candangos, trabalhadores que vieram de diversas partes do Brasil.

Oriente os estudantes a desenvolver a pesquisa como trabalho de casa e depois, em classe, promova o compartilhamento das informações levantadas. Se julgar conveniente, selecione com antecedência alguns registros de memória da cidade em que vivem e apresente-os para a turma, propondo uma atividade coletiva na sala de aula.

Este conteúdo favorece o desenvolvimento da habilidade da BNCC EF03HI06 ,.

Para você ler

Os candangos, de Luísa Videsott. RISCO – Revista de pesquisa em arquitetura e urbanismo. EESC-USP, 2008.

Um estudo da escultura de Bruno Giorgio e do contexto de sua execução.

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para o conteúdo das páginas 150-151 podem ser trabalhadas na semana 30.

Fim do complemento.

Objetivos pedagógicos do capítulo

• Identificar características da paisagem de uma cidade.
• Compreender o modo de vida na cidade, comparando-o com o do campo.
• Reconhecer a importância do estudo das fontes históricas.
• Pesquisar fontes históricas do lugar onde vive.
• Compreender o significado dos marcos históricos.
• Reconhecer o nome dos lugares como fonte de informação sobre sua história.
• Compreender o papel das migrações na formação das cidades.
• Identificar elementos das culturas indígena, europeia e africana no local onde vive.
• Conhecer diferentes pontos de vista sobre a cidade.

  Orientações didáticas

  Levante os conhecimentos prévios dos estudantes referentes ao tema, questionando-os sobre o que entendem por cidade. Estimule-os a se expressar e trocar ideias livremente. Em seguida, explique que a cidade corresponde à área urbana dos municípios.

  Relembre as características da paisagem de uma cidade mencionadas na abertura desta unidade, como a concentração de construções e de vias asfaltadas e a presença de trânsito intenso de pessoas e de veículos.

  A abordagem deste assunto está relacionada ao tema de relevância deste volume – Meio ambiente e tecnologia na cidade e no campo. É uma ocasião para discutir a capacidade humana de interferir no ambiente, potencializada pelos recursos tecnológicos, e os limites impostos pela necessidade de sustentabilidade ambiental.

  Atividade 1. Explore as características da paisagem da cidade representada na imagem da página anterior e oriente os estudantes a identificar as atividades de trabalho retratadas, como o comércio (depósito, padaria e banca de jornal), a prestação de serviços (hospital) e a indústria (fábrica). Ressalte as diferenças entre o modo de vida na cidade e o modo de vida no campo, destacando que na cidade há maior concentração de pessoas e as atividades têm um ritmo menos dependente dos ciclos da natureza, como a noite e o dia, ou a presença e ausência de chuva, por exemplo.

Relembre aos estudantes que as atividades de trabalho mais comuns no campo são a agricultura, a pecuária e o extrativismo, enquanto na cidade predominam o comércio, a prestação de serviços e a indústria.

Aproveite o momento para questionar os estudantes acerca das vivências deles na cidade e no campo e incentive-os a relatar suas experiências em relação aos diferentes modos de vida.

Atividade 3. Nas respostas orais aos itens c e d, espera-se que os estudantes observem que na paisagem do campo predominam pastagens, e as moradias são afastadas umas das outras; na paisagem da cidade predominam construções, como casas e prédios. Eles também devem reconhecer que os modos de vida no campo e na cidade são diferentes. No campo, as atividades dependem dos ritmos da natureza.

Nestas páginas são abordados aspectos que permitem trabalhar as habilidades da BNCC EF03HI08 e EF03GE01, promovendo, em especial, a articulação entre os conteúdos dos componentes curriculares História e Geografia e a abordagem integrada em Ciências Humanas.

Boxe complementar:

Roteiro de aula

A aula prevista para o conteúdo das páginas 152-153 pode ser trabalhada na semana 30.

Fim do complemento.

Ressalte que a imagem de satélite representa a paisagem em uma visão vertical.

Verifique se, ao observar os elementos da imagem, os estudantes conseguem identificar se a paisagem apresentada é de uma área urbana ou de uma área rural.

Atividade 4. Oriente os estudantes na observação e descrição da imagem, auxiliando-os a identificar as ruas e avenidas, o rio, a ponte, as áreas arborizadas, as construções e a diferença entre elas, além de outros elementos.

Atividade 5. Após a observação feita na atividade anterior, os estudantes devem concluir que há predominância de elementos culturais, ou seja, construídos ou modificados pelas atividades humanas.

Estas atividades contribuem para o desenvolvimento da habilidade da BNCC EF03GE06.

Literacia e Ciências Humanas

A observação da paisagem urbana permite perceber a espacialização das diferentes classes sociais; áreas deterioradas, áreas segregadas, áreas nobres, áreas em processo de valorização são facilmente reconhecidas na paisagem. É também possível perceber a historicidade da sociedade materializada na paisagem, por meio de formas antigas que permanecem para além das funções que as criam.

FONTE: CAVALCANTI, Lana de Souza. A Geografia escolar e a cidade: ensaios sobre o ensino de Geografia para a vida urbana. Campinas: Papirus, 2008, p. 66.

O que é cidade?

O que é a cidade? Essa pergunta pode ficar no ar. Qualquer habitante da cidade sabe o que ela é, posto que ele vive na cidade e constrói no seu cotidiano o cotidiano da cidade. Mas qual seria a real dimensão desse termo, tão empregado pela geografia urbana? Uma localidade definida a partir de um determinado número de habitantes? A sede de um município?

Façamos um exercício de pensar a cidade na qual vivemos. Podemos pensar na metrópole paulista. Pelo trajeto de um ônibus cortando a cidade de um lado ao outro – por exemplo, do centro para a periferia –, perceberíamos uma paisagem construída. Uma paisagem cinza, onde o verde cede lugar aos prédios, casas, ruas, tudo parecendo estar coberto por uma nuvem de poluição.

Um amontoado de prédios? Uma série infindável de carros? Um barulho, às vezes ensurdecedor, misto de buzina, motores de veículos, gritos de ambulantes? É isso a cidade?

Façamos um teste de associação. Que palavras as pessoas associam à palavra cidade? Ruas, prédios, carros, congestionamento, multidão, gente – em mais de 80% dos casos. A cidade aparece aos nossos olhos – no plano do imediato, do diretamente perceptível, como concreto diretamente visível e percebido, formas, caos. A cidade que parece distante aparece num emaranhado difícil de ser apreendido, quase impossível de ser capturado.

FONTE: CARLOS, Ana Fani Alessandri. A cidade. São Paulo: Contexto, 2001. p. 11.

Atividades 6 a 8. As atividades solicitam aos estudantes que recorram à legenda para encontrar o significado dos símbolos utilizados na planta e que encontrem na planta alguns elementos identificados na legenda. Esse tipo de atividade incentiva a prática da leitura e da interpretação de representações cartográficas. Se necessário, auxilie os estudantes que têm dificuldade de compreender a planta e a legenda.

Estas atividades favorecem o desenvolvimento da habilidade da BNCC EF03GE07.

Para você ler

Para ensinar e aprender Geografia, de Nídia Nacib Pontuschka, Tomoko Iyda Paganelli e Núria Hanglei Cacete. Editora Cortez, 2007.

Uma abordagem do ensino da Geografia fundamentada na relação entre os conhecimentos prévios dos estudantes e os conhecimentos acadêmicos dessa ciência.

Boxe complementar:

Roteiro de aula

A aula prevista para o conteúdo das páginas 154-155 pode ser trabalhada na semana 30.

Fim do complemento.

Ao promover a leitura do texto e das imagens desta página, saliente que as fontes históricas são meios de conhecer a história de um lugar. Explique que existem documentos oficiais, muitos de cunho administrativo, produzidos pelos governos e que, em geral, estão guardados nos arquivos municipais das cidades; existem, também, os documentos não oficiais, que são produzidos pelas pessoas que viveram no lugar, como fotografias, construções, cartas pessoais e relatos orais.

Explique aos estudantes que, para estudar a história de um lugar, é preciso acessar diversos tipos de fonte, como documentos oficiais, fotografias, relatos orais, mapas, construções, entre outros, pois cada um deles apresenta um tipo de informação diferente.

A transcrição do documento sobre a criação do distrito de Colina é apresentada no pé desta dupla de páginas.

O conteúdo desta página oferece elementos para o trabalho com as habilidade da BNCC EF03HI01 e EF03HI08.

A criação do distrito de Colina *

O Congresso Legislativo do Estado de São Paulo decreta:

Art. 1º Fica criado o districto de paz de Colina, no município e comarca de Barretos, com sede na povoação do mesmo nome.

Art. 2º Serão as seguintes divisas do districto de paz:

Nota de rodapé: *. Transcrição do documento apresentado no Livro do Estudante. Fim da nota.

Começam no Rio Pardo, na barra do ribeirão “Palmeiras” e sobem por este até a confluência dos ribeirões “Bebedouro” e “Onça”; seguem por este ultimo até à barra de um alfinete da margem direita que tem o nome de “Barro Preto”, nas divisas de Ezequias Lemos de Toledo; seguem pelas divisas das terras de Ezequias Lemos de Toledo até encontrar o espigão que separa as águas dos ribeirões da “Onça” e “Palmeiras” das do ribeirão “Cachoeirinha”; seguem por este espigão até pontear a cabeceira mais alta do córrego da “Caba”; descem por este, e depois pelo córrego do “Macaco” e, por último, pelo ribeirão “Cachoeirinha” até a barra do córrego da “Onça”, pelo qual sobem até a nascente mais alta, donde seguem em linha reta até o espigão que divide a fazenda da “Bagagem” da fazenda “Pitangueiras”, seguem a direita, pelo divisor das águas do ribeirão “Pitangueiras” até ao Rio Pardo, por baixo da barra do ribeirão denominado “Turvo” e sobem, finalmente, pelo Rio Pardo até o ponto onde tiveram começo.

Art. 3º Revogam-se as disposições em contrário. Sala das sessões do Senado, 7 de dezembro de 1917.

Jorge Tibiriçá, presidente.

Atividades 9 a 11. Explore com a turma as diferentes fontes históricas reproduzidas na página anterior e as informações que cada uma apresenta. Analisar e selecionar informações a partir de fontes históricas é uma oportunidade para os estudantes desenvolverem uma atitude historiadora e promoverem a construção do próprio conhecimento.

Atividade 12. Esta atividade complementa a pesquisa sobre os registros de memória realizada na seção Investigar o assunto desta unidade, dando continuidade ao trabalho com a história da cidade.

Sugerimos que essa atividade seja realizada em casa por exigir pesquisa sobre determinadas informações. Oriente os estudantes a consultarem fontes na internet que sejam confiáveis. Essa é uma ótima oportunidade para desenvolver com os estudantes a consolidação dos processos que envolvem a literacia e a alfabetização por meio da localização e retirada de informação explícita no texto e de interpretação e relação de ideias e informação. Auxilie os estudantes na pesquisa ou, se julgar conveniente, selecione algumas fontes sobre a história local para distribuir aos grupos e possibilitar a execução da atividade de pesquisa.

Se julgar interessante, organize uma exposição na sala de aula ou na escola sobre a história da cidade usando as fontes levantadas na atividade.

Este conteúdo favorece o desenvolvimento da habilidade da BNCC EF03HI02.

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para o conteúdo das páginas 156-158 podem ser trabalhadas na semana 31.

Fim do complemento.

Explique aos estudantes que os marcos históricos são construídos socialmente em razão dos interesses de um ou mais grupos da sociedade em compor uma história oficial de um lugar ou de um grupo social. Os marcos históricos podem ser datas, construções, eventos etc. ocorridos ao longo do tempo.

Comente que, no fim dos anos 1800, os grupos da elite brasileira que pretendiam estabelecer o regime republicano no Brasil em lugar da monarquia, que era um governo com resquícios da lógica colonial, retomaram a trajetória de Tiradentes durante a Inconfidência Mineira reconfigurando sua imagem de inimigo do Império (monarquia) para herói nacional. Além de ter lutado pela independência do Brasil, Tiradentes pertencia a uma classe social menos favorecida e a difusão de sua imagem como representante da república poderia fazer com que as pessoas mais pobres se sentissem representadas pelo regime.

Atividade 13. Durante a atividade oral proposta na questão c, incentive os estudantes a justificar as opiniões que apresentarem. Informe à turma que diversas obras de arte sobre a prisão, o julgamento e a morte de Tiradentes foram produzidas entre o fim dos anos 1800 e início dos anos 1900, e que todas elas fazem parte da construção da imagem de Tiradentes como um herói nacional e o consequente estabelecimento da data de sua morte como marco da história nacional.

Atividade 14. Sugerimos que essa atividade seja realizada em casa por exigir pesquisa sobre determinadas informações. Espera-se que os estudantes observem que alguns registros de memória se relacionam com marcos históricos do Brasil.

A construção de Tiradentes como herói nacional

[...] Nunca a construção histórica esteve tão presente em nossa nação como na transição da Monarquia para a República. Nesse momento, o poder político sentiu necessidade da criação de valores republicanos na consciência popular, valendo-se, para isto, de uma ideologia que ajudou a construir os símbolos, as alegorias, os rituais e mitos do novo regime.

[...] Dentre os vários símbolos criados pela República, alguns tiveram a aceitação pelo público, como é o caso do maior símbolo nacional, [...] o herói nacional, Tiradentes.

Tiradentes não foi criado pela República, mas sua imagem foi apropriada pelos vencedores, uma vez que o novo regime necessitava de uma figura forte que apagasse o então herói D. Pedro I, a imagem forte da monarquia [...].

O herói republicano deveria ser um instrumento eficaz para atingir a cabeça e o coração do povo. Assim, vários foram os candidatos ao preenchimento da vaga no panteão da República.

O vencedor do concurso, metaforicamente, foi Tiradentes e não poderia ser outro. A República tratou de conferir um rosto ao herói, pois que o mesmo não deixou um retrato. Assim, criou bustos, quadros, data comemorativa e histórias: Tiradentes pode aparecer como Jesus Cristo (de barba e cabelos compridos) ou elegante e bonito em sua roupa de alferes. A imagem não importava, mas, sim, o ideal que Tiradentes representava e que a República queria alcançar.

FONTE: BALLAROTTI, Carlos Roberto. A construção do mito de Tiradentes: de mártir republicano a herói cívico na atualidade. Antíteses, Londrina, v. 2, n. 3, p. 201-225, jan./jun. 2009. p. 202-203.

Os marcos históricos têm a função de manter vivos os eventos que representam no imaginário popular e perpetuá-los por gerações, compondo uma narrativa histórica consolidada e comum. Nesse sentido, cabe apontar que alguns elementos da história, como acontecimentos e personagens, são selecionados para fazer parte dessa narrativa em detrimento de outros que são negligenciados.

Explique aos estudantes que os marcos históricos passam por revisões a partir dos debates próprios à produção historiográfica, isto é, os eventos e as personalidades eleitas como marcos históricos podem ser reinterpretados pelos historiadores, gerando novas perspectivas sobre seu papel histórico, como é o caso dos bandeirantes.

Ressalte que, apesar das revisões historiográficas, muitos monumentos que foram erguidos em homenagem aos bandeirantes seguem de pé em diversas cidades brasileiras.

No estado de São Paulo, por exemplo, há uma rodovia chamada Bandeirantes e diversos monumentos cuja representação reafirma a imagem dos bandeirantes como heróis. Este é o caso da estátua do bandeirante Borba Gato, que fica no bairro de Santo Amaro, e do Monumento às Bandeiras, que fica próximo ao Parque Ibirapuera, ambos localizados na cidade de São Paulo. Se julgar conveniente, apresente fotografias desses monumentos para a turma e explique que as diversas visões sobre os eventos históricos coexistem, mesmo após as revisões feitas pelos historiadores, especialmente quando materializadas em monumentos.

Este conteúdo favorece o desenvolvimento da habilidade da BNCC EF03HI05.

Esclareça aos estudantes que o nome dos lugares também pode ser definido historicamente, isto é, representar eventos e personagens da história. Por esse motivo, esses nomes podem ser revistos ao longo do tempo.

Se considerar interessante, apresente aos estudantes uma fotografia do Marco do Descobrimento, situado no município de Porto Seguro, no estado da Bahia. Esse marco foi criado para registrar e lembrar o local aproximado da chegada dos portugueses ao Brasil em 1500.

Atividade 17. Chame a atenção dos estudantes para o período transcorrido entre a data em que o evento ocorreu (a chegada dos portugueses em 1500) e a data de sua representação por Oscar Pereira da Silva (1904), esclarecendo que as obras de arte também fazem parte da construção de uma narrativa sobre determinado evento histórico. Retome a pintura de Tiradentes e explore esse mesmo aspecto, o período transcorrido entre o evento histórico (a morte de Tiradentes) e a data de produção da obra (1914), para ampliar a compreensão dos estudantes.

Oriente a turma a observar como os indígenas e os europeus figuram na representação, explorando suas vestimentas e seus gestos, para que os estudantes percebam a visão das diferenças culturais entre os dois grupos e comecem a compreender aspectos desse contato.

Nesta página são abordados aspectos que permitem trabalhar as habilidades da BNCC EF03HI03, EF03HI05 e EF03GE01, promovendo, em especial, a articulação entre os conteúdos dos componentes curriculares de História e Geografia e a abordagem integrada em Ciências Humanas.

A construção da memória

A memória é um fenômeno construído. Ela grava, recalca, exclui e relembra, serve como instrumento para que estudiosos tentem, numa época com ideais e atitudes efêmeras, resgatar o passado e a história. [...]

Devido à aceleração da história, cada vez mais o cotidiano afasta-se das vivências da tradição e do costume, fazendo com que a memória deixe de ser encontrada no próprio tecido social, necessitando de lugares especiais para ser guardada preservada em seus laços de continuidades. São lugares de memória: museus, arquivos, bibliotecas e outros, sendo esses encarregados de preservar a lembrança do passado.

Os lugares de memória, então, podem ser considerados esteios da identidade histórica, contribuindo consideravelmente para evitar o esquecimento e o desprendimento do passado.

De outro lado, nota-se que a memória dos vencidos é pouco explorada, estudada e perpetuada; ela é chamada de memórias subterrâneas ou marginais, e, normalmente, o que se vê é a perpetuação da memória do grupo dominador (vencedor), da classe social hegemônica de uma determinada região, e é essa memória que é documentada, monumentalizada e sua história está concretamente amparada por textos e obras de arte, tornando-se história oficial.

Visto que é a diversidade cultural que forma a memória e a identidade do local e constrói o patrimônio histórico, a memória marginal deve ser mais explorada para que uma boa parte da história não desapareça [...].

FONTE: RODRIGUES, Giseli Giovanella; MACHADO, Neli Teresinha Galarce. A importância da memória para uma cidade. Revista Destaques Acadêmicos, Lajeado, ano 2, n. 2, 2010. p. 25.

Boxe complementar:

Roteiro de aula

A aula prevista para o conteúdo da seção Vamos fazer pode ser trabalhada na semana 31.

Fim do complemento.

Objetivos pedagógicos da seção

• Observar o nome das ruas e das avenidas do lugar onde vive.
• Pesquisar a história do nome dos logradouros no lugar em que vive.
• Reconhecer que os nomes dos lugares fazem parte de sua história.

  Orientações didáticas

  O trabalho proposto nesta seção é uma ótima oportunidade para desenvolver com os estudantes a consolidação dos processos que envolvem a literacia e a alfabetização por meio da localização e retirada de informação explícita no texto e de interpretação e relação de ideias e informação, além da produção escrita.

  Explique aos estudantes que os nomes de logradouros também são registros de memória e, por isso, podem revelar detalhes da história de um lugar. Saliente que esses nomes são definidos de acordo com os interesses de determinados grupos da sociedade e, por isso, podem ser revistos com o passar do tempo.

  Auxilie os estudantes a selecionar os nomes das ruas e das avenidas e oriente-os sobre a pesquisa na internet e na interpretação dos resultados.

  Atividades 1 e 2. Espera-se que os estudantes pesquisem nomes de ruas e avenidas relacionados à história do lugar onde vivem. Incentive-os a compartilhar as informações que levantaram por meio da pesquisa e ajude-os a relacioná-las à história local.

  A pesquisa sobre os nomes de logradouros do lugar em que vive favorece o desenvolvimento das habilidades da BNCC EF03HI02 e EF03HI06.

Boxe complementar:

Roteiro de aula

A aula prevista para o conteúdo da página 160 pode ser trabalhada na semana 31.

Fim do complemento.

Objetivos pedagógicos do capítulo

• Identificar aspectos do modo de vida urbano.
• Reconhecer atividades de lazer praticadas no espaço urbano.
• Conhecer a influência de diferentes grupos sociais na cultura, nas atividades econômicas e no espaço das cidades.
• Identificar os diferentes espaços que formam a cidade.
• Compreender que os espaços da cidade cumprem funções diferentes.
• Diferenciar espaços públicos de espaços privados.
• Perceber que os espaços da cidade podem mudar ao longo do tempo.

  Orientações didáticas

  Comente que nas cidades de grande porte geralmente há concentração de atividades culturais, como as que podem ser apreciadas em teatros, feiras e cinemas, e que as áreas rurais têm atraído cada vez mais pessoas que desejam empregar seus momentos de lazer e recreação em contato com a natureza.

  Atividade 1. Para aproximar a questão das vivências dos estudantes, pode-se propor a eles algumas questões, por exemplo: De quais atividades de lazer vocês mais gostam? Há muitos lugares para praticar essa atividade onde vivem?

  A abordagem deste assunto está relacionada ao tema de relevância deste volume – Meio ambiente e tecnologia na cidade e no campo. É uma ocasião para discutir a capacidade humana de interferir no ambiente, potencializada pelos recursos tecnológicos, e os limites impostos pela necessidade de sustentabilidade ambiental.

Box complementar:

Roteiro de aulas

As três aulas previstas para o conteúdo das páginas 161-163 podem ser trabalhadas na semana 32.

Fim do complemento.

Atualmente, o Brasil é considerado um “país de imigrantes”, por ter acolhido pessoas de diversas origens e, assim, constituído uma cultura heterogênea e ao mesmo tempo única.

Explique aos estudantes que são considerados imigrantes aqueles que vêm de qualquer outro país para o Brasil para se estabelecer e viver. Também são chamadas imigrantes as pessoas que saem de uma área e se estabelecem em outra em um mesmo país.

Atividade 2. Oriente os estudantes a preencher o quadro com base nas informações fornecidas no texto.

O estudo do modo de vida e da diversidade cultural nas cidades favorece o trabalho com as habilidades da BNCC EF03GE01, EF03GE02, EF03HI01 e EF03HI02, promovendo, em especial, a articulação entre os conteúdos dos componentes curriculares de História e Geografia e a abordagem integrada em Ciências Humanas.

Para o estudante ler

Vida na cidade, de Mônica Jakievicius. Editora DCL, 2005.

Uma leitura que incentiva o estudante a observar os seres que vivem nos ambientes urbanos.

Saliente que os movimentos migratórios favorecem as trocas culturais. Se julgar conveniente, pergunte aos estudantes sobre migrações ocorridas em suas famílias e explore o aspecto das trocas culturais favorecidas pelas migrações em seus espaços de vivência.

No Brasil, nos últimos anos, aumentou o número de solicitantes de entrada, como imigrante ou refugiado. Além das crises econômicas, guerras e desastres ambientais enfrentados em diversos países de origem, a expansão econômica brasileira na última década gerou oferta de empregos, o que motivou o deslocamento de milhares de pessoas para o país. Imigrantes bolivianos, haitianos, venezuelanos e sírios têm solicitado abrigo no Brasil em razão das condições adversas em seus países.

Atividade 3. Auxilie os estudantes na organização dos grupos de pesquisa e oriente-os sobre a escala geográfica da pesquisa, que pode ser a cidade, o município ou a região onde eles vivem.

Nestas páginas são abordados aspectos que permitem trabalhar as habilidades da BNCC EF03HI01, EF03HI07, EF03GE01 e EF03GE02, promovendo, em especial, a articulação entre os conteúdos dos componentes curriculares de História e Geografia e a abordagem integrada em Ciências Humanas.

A formação da população brasileira

Uma das características mais marcantes da sociedade brasileira é o fato de ela ser resultado da mistura dos povos e das culturas que para cá vieram, por vontade própria ou à força.

Somos um povo mestiço, de cultura mestiça, o que quer dizer que somos o produto de várias misturas, que resultaram em coisas diferentes daquelas que lhes deram origem. A presença de italianos japoneses, alemães, espanhóis, açorianos, entre muitos outros povos, é mais ou menos evidente, dependendo do lugar do país, pois, a partir do século XIX e principalmente do XX, eles chegaram a determinadas regiões para onde a imigração foi estimulada.

Assim, os italianos, japoneses e sírios em São Paulo, os alemães, italianos e açorianos nas regiões do sul, e muitos outros que em momentos diversos vieram para o Brasil em busca de vida melhor usaram seus conhecimentos anteriores e reproduziram sua sensibilidade nos novos ambientes em que passaram a viver, ajudando a construir a sociedade que somos hoje. Também os habitantes originais, os índios, têm uma presença marcante na sociedade brasileira, principalmente nas regiões do norte, onde viveram por mais tempo longe do contato com os colonizadores, mantendo com mais integridade suas características culturais.

Entre as pessoas que se encontraram em terras brasileiras é evidente, porém, a predominância de africanos, pois eles foram a principal força de trabalho por mais de trezentos anos.

FONTE: SOUZA, Marina de Mello e. África e Brasil africano. São Paulo: Ática, 2012. p. 128-129.

Comente que, na cidade, convivemos com pessoas de diferentes costumes e origens e que é fundamental respeitá-las.

Enfatize que os diferentes grupos sociais carregam consigo sua cultura e que é possível perceber sua influência em diferentes aspectos, como os hábitos alimentares, as festas típicas, as atividades econômicas e, inclusive, as construções.

Se considerar pertinente, explique que o tipo de construção apresentado na página se chama enxaimel e é feito com madeira e tijolos, mas também pode ser feito com madeira e pedras. Incentive os estudantes a identificar a influência de grupos de diferentes origens nas construções existentes no lugar onde vivem. Esta atividade pode contribuir para o desenvolvimento da habilidade da BNCC EF03GE02.

Atividades 4 e 5. Por meio da atividade oral, verifique o que os estudantes sabem sobre a presença de imigrantes de outros países no lugar onde vivem. Depois, oriente a execução da pesquisa em grupo. Recomende aos estudantes que utilizem as questões propostas como um instrumento de organização das informações levantadas.

Para você ler

A cidade, de Ana Fani Alessandri Carlos. Editora Contexto, 2009.

Uma discussão do conceito de cidade no âmbito da Geografia urbana.

Boxe complementar:

Roteiro de aula

A aula prevista para o conteúdo da página 164 pode ser trabalhada na semana 32.

Fim do complemento.

Explique aos estudantes que alguns espaços da cidade são públicos, isto é, podem ser utilizados por todos, e outros são privados e podem ser utilizados apenas pelas pessoas que são proprietárias ou que têm algum tipo de permissão para utilizá-los. Exemplifique dizendo que, nas cidades, as ruas e as praças costumam ser espaços públicos e as residências e as lojas são espaços privados.

Saliente que a moradia dos estudantes é um espaço privado que também pode ser chamado de espaço doméstico.

Destaque também que a administração e o cuidado dos espaços públicos geralmente são de responsabilidade de instituições governamentais da esfera municipal, estadual ou federal, enquanto a administração e o cuidado dos espaços privados são feitos pelos proprietários ou por seus representantes.

Atividade 6. Os espaços públicos pertencem a todas as pessoas e são administrados pelos governantes, que são responsáveis por garantir a sua manutenção. Os espaços domésticos são propriedades particulares, isto é, pertencem a uma pessoa ou família.

Atividade 7. Auxilie os estudantes na produção dos mapas. Oriente-os a pesquisar imagens de satélite que mostrem o lugar onde vivem e a identificar os espaços públicos e os privados.

Nesta página são abordados aspectos que permitem trabalhar as habilidades da BNCC EF03HI09, EF03HI10, EF03GE06 e EF03GE07, promovendo, em especial, a articulação entre os conteúdos dos componentes curriculares História e Geografia e a abordagem integrada em Ciências Humanas.

A Casa das Rosas

Em 1928 o escritório do arquiteto [...] Ramos de Azevedo já era tido como o mais famoso e reputado da área na América Latina. [...] a Casa das Rosas [é] uma mansão em estilo clássico francês com trinta cômodos, edícula, jardins, quadras e pomar na Avenida Paulista, local que reunia a maioria dos milionários barões do café.

A mansão foi concluída em 1935. Lá, os herdeiros de Ramos de Azevedo viveram até meados dos anos 1980. Por essa época, a Avenida Paulista já não era mais a mesma. [...] Ameaçado de demolição, o casarão foi preservado em ação inédita no Brasil. Na parte do terreno que dá para a Alameda Santos, foi liberada a construção de um moderno edifício comercial enquanto a casa foi restaurada e transformada pelo Estado de São Paulo em espaço cultural, inaugurado no ano do centenário da Avenida Paulista, 1991.

A avenida que fora aberta pela riqueza agrária havia se transformado na via dos casarões dos industriais e logo em seguida na avenida do mundo das finanças, dos prédios modernos e de bancos suntuosos. [...]. Em 1991 a Paulista já estava claramente se convertendo na avenida da cultura, transformação que as últimas décadas testemunharam. [...]

E é nesse contexto que a Casa das Rosas, desde a sua reinauguração como Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura, no final de 2004, tem oferecido à população de São Paulo cursos, oficinas de criação e crítica literárias, palestras, ciclos de debates, lançamentos de livros, [...] etc.

FONTE: GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO. Portal do governo. Casa das Rosas. Disponível em: http://fdnc.io/fnj. Acesso em: 6 jun. 2021.

Boxe complementar:

Roteiro de aula

A aula prevista para o conteúdo da página 165 pode ser trabalhada na semana 33.

Fim do complemento.

Atividade 8. Oriente os estudantes a observar as datas das imagens e a identificar mudanças e permanências ocorridas ao longo do tempo na Casa das Rosas. Saliente que essa construção passou por poucas mudanças ao longo do tempo porque foi declarada patrimônio cultural em 1985 pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico e Turístico, do estado de São Paulo. Assim, mesmo tendo sido restaurado algumas vezes ao longo dos anos, a legislação patrimonial obriga que as características físicas originais do prédio sejam mantidas para que sua história seja preservada. Atualmente, a Casa das Rosas é conhecida como Centro Cultural Casa das Rosas – Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura.

Saliente que a Casa das Rosas é um registro material da memória da cidade de São Paulo, que mudou de função ao longo do tempo, passando de residência a centro cultural.

Essa atividade apresenta elementos que permitem trabalhar aspectos das habilidades da BNCC EF03HI04, EF03HI05 e EF03HI09.

Boxe complementar:

Roteiro de aula

A aula prevista para o conteúdo da seção O mundo que queremos pode ser trabalhada na semana 33.

Fim do complemento.

Objetivos pedagógicos da seção

• Conhecer diferentes pontos de vista sobre a cidade.
• Conhecer elementos da cultura indígena do povo Munduruku.
• Interpretar um texto literário.
• Pesquisar comunidades indígenas e levantar informações sobre seu modo de vida.
• Produzir um texto com base em informações pesquisadas.

  Orientações didáticas

  O trabalho proposto nesta seção é uma ótima oportunidade para desenvolver com os estudantes a consolidação dos processos que envolvem a literacia e a alfabetização por meio da localização e retirada de informação explícita no texto e de interpretação e relação de ideias e informação, além da produção escrita.

  Chame a atenção dos estudantes para o fato de que o relato de Kaxi diz respeito a alguns aspectos comuns nas cidades, mas que a percepção de cada pessoa varia conforme sua experiência. Incentive os estudantes a comparar o ponto de vista de Kaxi com o próprio ponto de vista sobre as cidades, destacando semelhanças e diferenças.

  A abordagem deste assunto está relacionada ao tema de relevância deste volume – Meio ambiente e tecnologia na cidade e no campo. É uma ocasião para discutir a capacidade humana de interferir no ambiente, potencializada pelos recursos tecnológicos, e os limites impostos pela necessidade de sustentabilidade ambiental.

  Atividade complementar

  Se julgar conveniente, proponha uma atividade em que os estudantes imaginem que vão escrever uma carta descrevendo o lugar onde vivem para alguém que não os conhece, pontuando os elementos de que eles gostam e não gostam. Essa estratégia possibilita aos estudantes estabelecer relações mais estreitas de pertencimento com o lugar onde vivem.

  Literacia e Ciências Humanas

  Segundo informações disponíveis no site do Programa Povos Indígenas do Brasil, vinculado ao Instituto Socioambiental (ISA), 238 povos indígenas, falantes de mais de 180 línguas diferentes, habitam hoje o Brasil. Este número é significativo, especialmente diante do discurso de desaparecimento dos povos indígenas repassado às crianças nas escolas por décadas. Ainda é possível ouvir professores se referirem aos índios na história brasileira usando verbos no passado, como se os índios não mais contribuíssem para a história e cultura brasileiras.

Vários fatores contribuem para o desconhecimento da literatura indígena brasileira. Embora a produção de obras indígenas no Brasil esteja em crescimento desde a última década do século XX, com autores de várias etnias sendo reconhecidos através de premiações pela qualidade de sua produção literária, a circulação dos textos indígenas brasileiros é ainda reduzida se comparada àquela das publicações de autores indígenas norte-americanos. Mesmo havendo a publicação de contos, poemas, crônicas, textos de diversos gêneros, poucos são os leitores que leem estes textos como obras literárias ou neles buscam mais que o elemento exótico que torna a identidade indígena do autor objeto de curiosidade.

FONTE: THIÉL, Janice Cristine. A literatura dos povos indígenas e a formação do leitor multicultural. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 38, n. 4, p. 1175-1189, out./dez. 2013.

Atividades 1 e 2. Ao trabalhar a interpretação do texto com os estudantes, destaque os elementos apontados por Kaxi em suas impressões sobre a cidade, como as características da paisagem, as formas de moradia, o comportamento social das pessoas e as desigualdades econômicas.

Saliente que para os povos indígenas que preservam o modo de vida tradicional todos os aspectos envolvidos no cotidiano, como a moradia, a alimentação e as práticas de lazer, estão profundamente vinculados à natureza. Para que possam manter sua cultura, é preciso que vivam em áreas preservadas em que haja vegetação, terras para cultivo e rios limpos que garantam a sua sobrevivência. Assim, o estranhamento de Kaxi em relação à cidade também se deve à ausência desses elementos na paisagem urbana.

Atividade 3. Auxilie os estudantes na pesquisa, ou, se julgar conveniente, selecione previamente informações sobre algumas comunidades indígenas no Brasil e apresente as informações para a turma, a fim de que selecionem uma das comunidades para realizar a atividade de escrita do texto.

Explorar os modos de vida indígena e não indígena favorece desenvolvimento das habilidades da BNCC EF03GE01 e EF03HI03, promovendo, em especial, a articulação entre os conteúdos dos componentes curriculares de História e Geografia e a abordagem integrada em Ciências Humanas.

Para o estudante ler

O diário de Kaxi: um curumim descobre o Brasil, de Daniel Munduruku. Editora Salesiana.

O mundo não indígena aos olhos de uma criança que vivia em uma aldeia indígena.

Das crianças Ikpeng para o mundo Marangmotxíngmo Mïrang, de Rita Carelli. Editora Cosac Naify.

O modo de vida Ikpeng apresentado por crianças indígenas.

Boxe complementar:

Roteiro de aula

A aula prevista para o conteúdo das páginas 168-169 pode ser trabalhada na semana 33.

Fim do complemento.

Objetivos pedagógicos do capítulo

• Reconhecer algumas atividades de trabalho realizadas na cidade.
• Compreender os conceitos de comércio e prestação de serviços.
• Conhecer e distinguir os papéis do consumidor, do comerciante e do prestador de serviços.
• Reconhecer algumas profissões do setor de serviços.
• Relacionar os serviços públicos à qualidade de vida e aos direitos dos cidadãos.
• Compreender o que é atividade industrial.
• Relacionar a transformação de matérias-primas à atividade industrial.
• Identificar mudanças e permanências na indústria ao longo do tempo.

  Orientações didáticas

  Retome com os estudantes as principais atividades de trabalho desenvolvidas no campo e peça a eles que descrevam oralmente a agricultura, a pecuária e o extrativismo.

  Em seguida, esclareça que o trabalho na cidade se relaciona às principais atividades nela desenvolvidas, como o comércio, a prestação de serviços e a indústria.

  Atividade 2. Sugerimos que essa atividade seja realizada em casa por exigir pesquisa sobre determinadas informações. A sigla SAC significa Serviço de Atendimento ao Consumidor e, geralmente, pode ser observada na embalagem de produtos.

  Atividade 3. Explique que os consumidores contam com uma legislação que os protege contra a venda de produtos danificados ou contra problemas na execução dos serviços contratados, por exemplo.

  A abordagem deste assunto está relacionada ao tema de relevância deste volume – Meio ambiente e tecnologia na cidade e no campo. É uma ocasião para discutir a capacidade humana de interferir no ambiente, potencializada pelos recursos tecnológicos, e os limites impostos pela necessidade de sustentabilidade ambiental.

Código de Defesa do Consumidor

Antigamente não existia uma lei que protegesse as pessoas que comprassem um produto ou contratassem qualquer serviço. Se você comprasse um produto estragado, ficava por isso mesmo. Se o vendedor quisesse trocar, trocava, mas se não quisesse trocar, você ficava no prejuízo e não tinha a quem recorrer.

Em março de 1991 entrou em vigor a Lei n. 8.078/90, que é mais conhecida como Código de Defesa do Consumidor.

Esta lei veio com toda a força para proteger as pessoas que fazem compras ou contratam algum serviço.

FONTE: DEPARTAMENTO DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR. Cartilha do consumidor. Procon Alagoas. Disponível em: http://fdnc.io/sp. Acesso em: 6 jun. 2021.

Boxe complementar:

Roteiro de aula

A aula prevista para o conteúdo da página 169 pode ser trabalhada na semana 33.

Fim do complemento.

Esclareça que os serviços de lazer, saúde, segurança, atividades bancárias, financeiras, entre outros, são categorizados como prestação de serviços.

Explique que diversos serviços presentes na cidade são oferecidos por instituições públicas. No Brasil, os serviços públicos envolvem o abastecimento de água, a coleta de lixo, os transportes, a saúde, a educação, entre outros. Por exemplo, há hospitais, postos de saúde, bibliotecas, museus, espaços culturais de gestão pública que oferecem serviços para a população. Os serviços públicos são fundamentais para a manutenção da qualidade de vida da população e, por isso, são definidos por lei como direito dos cidadãos.

Atividade 4. Chame a atenção dos estudantes para o papel desempenhado por Luísa na atividade 1 da página anterior e na atividade 4, esclarecendo que uma mesma pessoa pode atuar como consumidora e prestadora de serviços.

Atividade 5. Estimule os estudantes a trocar ideias sobre a qualidade dos serviços públicos no lugar onde vivem. Peça que avaliem alguns dos serviços mencionados no texto, como coleta de lixo, iluminação pública, transporte público e serviços de saúde, educação, segurança, lazer e cultura. Verifique se eles compreenderam por que o acesso a esses serviços é um direito de todos.

O conteúdo destas páginas apresenta elementos que favorecem o trabalho com as habilidades da BNCC EF03HI08 e EF03HI11.

Para você acessar

Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor

Disponível em: http://fdnc.io/cXs. Acesso em: 6 jun. 2021.

O site do Idec fornece orientações sobre as relações de consumo e os direitos dos consumidores.

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para o conteúdo das páginas 170-171 podem ser trabalhadas na semana 34.

Fim do complemento.

Destaque que a atividade industrial é aquela que transforma as matérias-primas provenientes da agricultura, da pecuária e do extrativismo em outros produtos.

Atividades 6 e 7. Oriente os estudantes a observar a sequência de imagens que mostram a produção industrial de farinha de trigo e biscoitos. Primeiramente, o trigo é cultivado pela agricultura. Depois de ser colhido, é transportado até a indústria de farinha, que é responsável por triturá-lo e peneirá-lo, obtendo farinha e farelo de trigo. A farinha de trigo pode ser vendida diretamente ao consumidor ou pode ser comprada por outra indústria. Nesse caso, essa indústria produz alimentos derivados de farinha de trigo, como os biscoitos.

Comente com os estudantes que o farelo de trigo é um subproduto da farinha. Esse farelo contém gérmen de trigo, rico em vitamina E, sendo utilizado na alimentação de animais e na indústria de cosméticos.

A abordagem deste assunto está relacionada ao tema de relevância deste volume – Meio ambiente e tecnologia na cidade e no campo. É uma ocasião para discutir a capacidade humana de interferir no ambiente, potencializada pelos recursos tecnológicos, e os limites impostos pela necessidade de sustentabilidade ambiental.

Artesanato, manufatura e indústria contemporânea

Artesanato: atividade produtiva individual ou de pequenos grupos de pessoas em que o trabalhador é dono dos meios de produção e do produto de seu trabalho. No artesanato, usam-se instrumentos de trabalho rudimentares, a divisão do trabalho é elementar (o artesão executa todas ou quase todas as etapas da produção) e a produção pode destinar-se ao consumo próprio ou ao mercado. [...]

Manufatura: estabelecimento fabril em que a técnica de produção é artesanal, mas o trabalho é desempenhado por grande número de operários, sob a direção de um empresário. No processo manufatureiro vigora a divisão do trabalho, pela qual cada operário, utilizando instrumentos individuais, realiza uma operação parcial. Assim, a qualidade da produção depende fundamentalmente da habilidade manual do operário, pois não há ainda o emprego de máquinas.

A manufatura sucedeu o artesanato como forma de produção e organização do trabalho, sendo substituída pela produção industrial mecanizada. Surgiu por volta do século XIV [...].

Indústria: [...] A indústria contemporânea caracteriza-se pela produção em massa nas fábricas, na qual os objetos padronizados resultam da intensa mecanização e automação do processo produtivo.

Outra característica é a racionalização do trabalho, objetivando o aumento da sua produtividade e o máximo rendimento das máquinas.

FONTE: SANDRONI, Paulo. Dicionário de economia do século XXI . Rio de Janeiro: Record, 2007. p. 48, 425 e 510.

Comente com os estudantes que, assim como a farinha de trigo, muitos alimentos passam por processos industriais até chegar às nossas mesas. Cite alguns exemplos, como o óleo de soja, o açúcar, o achocolatado e o café solúvel, que são obtidos a partir da soja, da cana-de-açúcar, do cacau e do café.

Atividade 8. Durante o desenvolvimento desta atividade, explore também com os estudantes a origem dos ingredientes que não são produtos industrializados, isto é, cenouras e ovos. Eles devem reconhecer que as cenouras foram obtidas a partir da agricultura e que os ovos foram obtidos por meio da pecuária.

Atividade 9. c) Espera-se que os estudantes reconheçam que a imagem 2 representa a atividade industrial, pois é possível observar as máquinas embalando o iogurte, que foi produzido a partir do leite. Se julgar conveniente, amplie a atividade perguntando aos estudantes que outros produtos feitos a partir do leite eles conhecem. Eles podem mencionar queijos, manteiga, bebidas à base de leite fermentado, sobremesas etc.

O conteúdo destas páginas contribui para o desenvolvimento das habilidades da BNCC EF03HI08, EF03HI11 e EF03HI12.

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para o conteúdo das páginas 172-173 podem ser trabalhadas na semana 34.

Fim do complemento.

Chame a atenção dos estudantes para a mudança no ritmo de produção e no modo de vida que significou a passagem do modo de produção artesanal para o fabril. Enquanto no processo artesanal o trabalhador domina todas as etapas de produção, no processo industrial ele participa de apenas uma etapa da produção.

O advento da fábrica proporcionou também um meio de produzir mais coletivo, que favorecia as associações de trabalhadores em torno de seus interesses. Assim surgiram os sindicatos, organizações responsáveis por representar os interesses dos trabalhadores diante dos patrões.

Atividade 10. Caso os estudantes tenham dificuldade em executar a atividade, retome com eles a descrição do trabalho industrial e do trabalho artesanal.

A abordagem deste assunto está relacionada ao tema de relevância deste volume – Meio ambiente e tecnologia na cidade e no campo. É uma ocasião para discutir a capacidade humana de interferir no ambiente, potencializada pelos recursos tecnológicos, e os limites impostos pela necessidade de sustentabilidade ambiental.

Para você ler

O caracol e sua concha, de Ricardo Antunes. Editora Boitempo, 2005.

Uma análise do trabalho como categoria central no capitalismo globalizado.

A fábrica

O sistema de produção que nós conhecemos hoje pelo nome de fábrica surgiu na Inglaterra entre o final do século XVII e o começo do século XVIII.

Porém, fabricar produtos que serão comprados e usados por outras pessoas não é uma novidade dos nossos tempos. Essa prática faz parte da história dos povos desde a Antiguidade.

O que é novo, isto sim, é a forma de produção que concentra os trabalhadores em um ambiente fechado (o prédio da fábrica), cada um fazendo uma etapa diferente da fabricação de um mesmo produto, trabalhando para um único patrão. Outra novidade é que alguns países têm na produção fabril a base principal de sua economia. São os chamados países industrializados, como, por exemplo, a Inglaterra e a Alemanha.

Antes da criação das fábricas, a produção de bens era um trabalho caseiro, realizado por toda a família, que podia contar, também, com alguns ajudantes de fora, que eram chamados agregados.

Nesse sistema caseiro predominava o trabalho artesanal, realizado com o auxílio de ferramentas que pertenciam ao artesão. Esse processo também é chamado de manufatura. [...]

A ideia básica que orientou a criação das fábricas foi controlar a produção e disciplinar os trabalhadores a fim de evitar prejuízos e, consequentemente, aumentar os lucros dos proprietários das fábricas.

Dos diversos itens de disciplina do trabalho fabril, destacamos como principais os seguintes: cumprir o horário determinado pelo patrão [...]; não chegar atrasado nem faltar ao trabalho; evitar o desperdício de matéria-prima; ter cuidados com a higiene pessoal e manter comportamento adequado, evitando brigas ou bebedeiras.

FONTE: PETTA, Nicolina Luiza de. A fábrica e a cidade até 1930. São Paulo: Atual, 1995. p. 5-7.

Esclareça que as principais diferenças entre a produção artesanal e a produção industrial são a velocidade da produção, a participação dos trabalhadores nas etapas de produção (divisão do trabalho) e a propriedade sobre os instrumentos de trabalho e máquinas, que, no processo artesanal, pertencem ao artesão e, no processo industrial, pertencem ao dono da fábrica.

Explore os conhecimentos prévios dos estudantes sobre produtos artesanais e industrializados perguntando que produtos de cada tipo eles consomem. Esclareça que, apesar do desenvolvimento da indústria e de a maioria dos produtos consumidos atualmente serem industrializados, o processo de produção artesanal permanece em diversos setores produtivos, como alimentação, vestuário, mobiliário etc.

Atividade 11. Os estudantes devem responder às questões com base na leitura das imagens e nos conhecimentos que já têm sobre o trabalho artesanal e o trabalho industrial. a) A matéria-prima é o morango, que é produzido pela agricultura. b) Espera-se que os estudantes reconheçam que na fabricação industrial são produzidas mais geleias de morango em menor tempo.

O conteúdo destas páginas favorece o desenvolvimento das habilidades da BNCC EF03HI11 e EF03HI12.

Boxe complementar:

Roteiro de aula

A aula prevista para o conteúdo das páginas 174-175 pode ser trabalhada na semana 35.

Fim do complemento.

Explique aos estudantes que no Brasil, na primeira metade do século XX, o trabalho infantil era permitido nas fábricas e, com isso, as crianças eram impedidas de brincar e estudar. Atualmente existe uma vasta legislação que proíbe o trabalho infantil e obriga as famílias a manter as crianças na escola.

Explique, ainda, que a situação dos trabalhadores melhorou legalmente, pois, pelo menos na legislação, são previstos diversos direitos, como férias remuneradas e limite de jornada de trabalho.

Comente que, apesar da legislação, ainda existem crianças e adultos trabalhando em condições nas quais seus direitos não são garantidos, muitas vezes em situação análoga à escravidão. Se julgar conveniente, pesquise e selecione algumas reportagens sobre o assunto para explorar com os estudantes.

Explique aos estudantes que o desenvolvimento industrial atraiu muitas pessoas para trabalhar nas fábricas com a esperança de encontrar melhores condições de vida. Com isso, as cidades começaram a crescer, formando grandes centros urbanos, caso da cidade de São Paulo, no estado de São Paulo, por exemplo.

Atividade 13. Espera-se que os estudantes concluam, com base na leitura do texto, que a situação dos trabalhadores mudou ao longo do tempo, pois foram criadas leis para garantir seus direitos. Promova uma discussão com os estudantes sobre o assunto e, se julgar conveniente, explore com eles a legislação brasileira sobre o tema.

A cidade e os trabalhadores

No final do século XIX a grande maioria dos trabalhadores brasileiros estava ligada ao campo; eram agricultores que trabalhavam nas lavouras e viviam nas fazendas. Com a instalação das fábricas, aumenta a população das cidades e vemos surgir um novo tipo de trabalhador: o operário fabril.

Nossos primeiros operários tiveram origens: eram trabalhadores do campo que deixavam as fazendas; eram imigrantes europeus que vieram para cá em busca de trabalho e de melhores condições de vida.

É preciso observar que muitos imigrantes eram igualmente oriundos das lavouras. A partir de 1850, quando foi criada a lei que acabou com o tráfico de escravos, a lavoura cafeeira viveu um período de crise de mão de obra. Proibidos de comprar escravos africanos, os cafeicultores passaram a incentivar a imigração europeia com o objetivo de conseguir trabalhadores para as suas fazendas.

Muitos desses imigrantes, que vieram originalmente para trabalhar no campo, acabaram se transferindo para as cidades e para o trabalho nas fábricas.

Os trabalhadores das fábricas, além do trabalho, precisavam de um lugar para morar. As casas e os terrenos das melhores regiões eram muito caros, ao alcance apenas daqueles com melhores condições econômicas. [...]

Muitas famílias operárias vivam em habitações coletivas, como os cortiços e as casas de cômodos. [...] As casas de cômodos eram antigos casarões cujo proprietário alugava os seus vários quartos – os “cômodos” – para famílias de baixa renda. Como nos cortiços, cada família tinha o seu quarto, mas o banheiro e a área de lavanderia eram usados coletivamente.

FONTE: PETTA, Nicolina Luiza de. A fábrica e a cidade até 1930. São Paulo: Atual, 1995. p. 15-17.

A abordagem deste assunto está relacionada ao tema de relevância deste volume – Meio ambiente e tecnologia na cidade e no campo. É uma ocasião para discutir a capacidade humana de interferir no ambiente, potencializada pelos recursos tecnológicos, e os limites impostos pela necessidade de sustentabilidade ambiental.

O conteúdo destas páginas favorece o desenvolvimento das habilidades da BNCC EF03HI01 e EF03HI11.

Educação em valores e temas contemporâneos

Nos anos 1900, no Brasil, era comum haver crianças nas fábricas realizando jornada de trabalho semelhante à dos adultos. Apenas em 1943, com a disposição do tema na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), é que o cenário começou a mudar no Brasil, pois a CLT estabeleceu a importância de salvaguardar os direitos das crianças no contexto trabalhista.

Mais tarde, a Constituição Federal de 1988 previu a idade mínima de 16 anos para o trabalho do adolescente, salvo na condição de aprendiz a partir dos 14 anos. Também o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), criado em 1990, reforça o dever da sociedade de defender os interesses das crianças, que são pessoas em desenvolvimento e que devem ser amparadas, cuidadas, amadas e instruídas na família e na escola para que sejam adultos capacitados a viver plenamente em sociedade.

Para o estudante assistir

A fantástica fábrica de chocolate, de Tim Burton. Warner Bros. 2005. 115 min.

Filme sobre um excêntrico proprietário de uma fábrica de chocolate e um menino pobre de bom coração, que visita a fábrica e fica fascinado com o mundo fantástico que ele vivencia.

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para o conteúdo das páginas 176-177 podem ser trabalhadas na semana 35.

Fim do complemento.

Objetivos pedagógicos do capítulo

• Compreender que as atividades desenvolvidas nas cidades podem causar problemas ao ambiente.
• Entender o problema do excesso de lixo nas cidades.
• Refletir sobre atitudes cidadãs em relação ao descarte de lixo.
• Compreender aspectos da poluição do ar, da água e sonora.
• Realizar um experimento para verificar a poluição do ar no lugar onde vive.
• Compreender os usos de um rio no presente e no passado, identificando mudanças e permanências.
• Reconhecer alguns cuidados necessários à manutenção da saúde auditiva.
• Perceber a importância das áreas verdes para a vida na cidade.

  Orientações didáticas

  Pergunte aos estudantes quais materiais eles costumam descartar no lixo e para onde eles acham que esse lixo vai, a fim de levantar os conhecimentos da turma sobre a destinação dos resíduos sólidos.

  Se julgar conveniente, amplie a abordagem sobre os resíduos industriais e os prejuízos que causam ao meio ambiente, apresentando algumas reportagens sobre o tema.

  Atividade 1. Espera-se que os estudantes percebam que, quanto maior for o consumo de produtos, maior será a quantidade de lixo gerado.

  Atividade 2. O lixo doméstico é composto de restos de alimentos, materiais de higiene, embalagens usadas, entre outros. O lixo industrial é composto de resíduos químicos, como óleos e plásticos, decorrentes da atividade industrial, e pode ser tóxico para a saúde humana e causar danos ao meio ambiente.

  A história do lixo

  [...] Você sabia que começamos a produzir lixo na pré-história? Claro, em quantidade muito menor do que produzimos hoje. O tempo passou e a produção de lixo pela humanidade foi aumentando conforme a criação e a fabricação de produtos como alimentos processados, roupas, brinquedos… Por exemplo, aos poucos, fomos trocando alimentos colhidos na natureza por outros comprados e embalados – o que, é claro, gera muito mais lixo. [...] Pensar sobre como nosso estilo de vida gera lixo [...] traz também uma reflexão importante: precisamos repensar nossas atitudes e recusar – ou seja, deixar de usar ou de comprar – coisas sem muita utilidade. Eu, você, todo mundo pode ajudar a produzir menos lixo!

  FONTE: Quanto lixo. Ciência Hoje das Crianças. Disponível em: http://fdnc.io/fnk. Acesso em: 6 jun. 2021.

A abordagem deste assunto está relacionada ao tema de relevância deste volume – Meio ambiente e tecnologia na cidade e no campo. É uma ocasião para discutir a capacidade humana de interferir no ambiente, potencializada pelos recursos tecnológicos, e os limites impostos pela necessidade de sustentabilidade ambiental.

Ressalte a importância da reciclagem de materiais para a preservação do meio ambiente. Para tanto, se julgar conveniente, apresente aos estudantes tabelas sobre o tempo de decomposição de cada tipo de material reciclável, como vidro, papel, plástico etc. Elas podem ser facilmente encontradas na internet. Essa estratégia propicia aos estudantes dimensionar a duração dos resíduos sólidos e compreender que o lixo gerado no presente afetará as gerações futuras.

Atividade 3. Incentive os estudantes a refletir sobre hábitos de consumo e de reutilização em situações em casa e na escola.

Atividade 4. Estimule o trabalho coletivo e a discussão sobre atitudes que contribuem para reduzir a geração de lixo em casa e na escola. Peça aos estudantes que se empenhem na elaboração dos cartazes e auxilie-os na redação das frases.

O conteúdo sobre geração e descarte de resíduos favorece o desenvolvimento da habilidade da BNCC EF03GE08.

Para o estudante ler

Chico Papeleta e a reciclagem de papel, de Nereide Schilaro Santa Rosa. Editora Moderna, 2009.

Um personagem feito de papel chama a atenção do leitor para a necessidade de contribuir para a preservação da natureza por meio da reciclagem de papel.

Educação em valores e temas contemporâneos

O alumínio das latinhas é extraído de um minério, a bauxita. A mineração de bauxita pode causar erosão e outros impactos sobre o solo. Ao reduzir o consumo e reciclar latinhas e outras embalagens de alumínio, diminui-se a necessidade de extrair a bauxita do ambiente e, assim, o impacto sobre o solo também passa a ser menor.

Boxe complementar:

Roteiro de aula

A aula prevista para o conteúdo das páginas 178-179 pode ser trabalhada na semana 35.

Fim do complemento.

Ao iniciar a abordagem do tema, pergunte aos estudantes se sabem o significado da palavra poluição. É possível que eles associem esse termo a aspectos negativos relacionados às atividades do ser humano. Peça a eles que exemplifiquem outras situações em que essa palavra poderia ser usada. Se julgar necessário, lembre-os de situações em que a água e o solo podem ser contaminados.

Reforce a importância do ar para a vida no planeta Terra. Estimule os estudantes a imaginar uma situação na qual substâncias tóxicas estejam em maior quantidade no ar que respiramos. Pergunte o que aconteceria com os seres vivos do planeta Terra se isso acontecesse.

A abordagem deste assunto está relacionada ao tema de relevância deste volume – Meio ambiente e tecnologia na cidade e no campo. É uma ocasião para discutir a capacidade humana de interferir no ambiente, potencializada pelos recursos tecnológicos, e os limites impostos pela necessidade de sustentabilidade ambiental.

Consequências da poluição do ar para a saúde

Os gases tóxicos na atmosfera atacam primeiro o aparelho respiratório, diminuindo sua resistência e agravando doenças já existentes. Nas cidades poluídas é comum as pessoas queixarem-se de dor de garganta, dor de cabeça, sensação de cansaço e mal-estar, além de ardor e irritação nos olhos. O nariz pode começar a escorrer, provocando coriza, por causa da inalação de óxidos nitrosos, hidrocarbonetos e ozônio. A tosse e a dor de garganta são provocadas pela combinação de dióxido de enxofre e ozônio. Para aqueles que já sofrem de asma e bronquite, o quadro pode se agravar, principalmente nas crianças, idosos, cardíacos ou pessoas com a pressão alta. As gripes são disseminadas com mais facilidade. O excesso de monóxido de carbono pode causar sonolência, tontura, vertigem e até a morte, pois a presença desse poluente reduz o transporte de oxigênio pelo sangue. Problemas cardiovasculares aumentam em cerca de 10% em decorrência da poluição.

Os asmáticos e as crianças são os mais afetados pela poluição atmosférica. Mas, para qualquer pessoa, as chances de sofrer efeitos negativos à saúde são maiores quando realizam atividades físicas em locais com níveis elevados de poluentes. Por isso, deve-se evitar a prática de esportes em avenidas por onde passam muitos veículos. A presença de poluentes atmosféricos afeta também a saúde das plantas e provoca em muitos países a perda significativa de colheitas.

FONTE: MENDONÇA, Rita (org.). Como cuidar do seu meio ambiente. São Paulo: BEĨ Comunicação, 2004. p. 108-109.

Pergunte aos estudantes se já perceberam a poluição proveniente de carros, ônibus e motocicletas que trafegam nas cidades e peça que contem sua experiência.

Comente que a poluição do ar nas grandes cidades pode estar relacionada, também, à falta de infraestrutura e de planejamento de um sistema de transporte coletivo adequado à população.

Destaque que a legislação brasileira exige que os veículos tenham filtros em seus motores para evitar a liberação excessiva de poluentes no ar. Esses filtros devem ser inspecionados anualmente pelos órgãos responsáveis para verificar sua efetividade.

Atividade 8. A atividade compara a quantidade de veículos necessária para transportar o mesmo número de pessoas com o objetivo de possibilitar ao estudante compreender que um ônibus é menos poluente do que dez carros. a) 1 ônibus e 10 carros. b) Espera-se que os estudantes concluam que a primeira situação (representada pelo ônibus) gera menor poluição do ar por envolver menor quantidade de veículos.

O conteúdo destas páginas favorece o desenvolvimento da habilidade da BNCC EF03GE11.

Educação em valores e temas contemporâneos

O conteúdo permite abarcar dois eixos da educação em valores: meio ambiente e cidadania. Converse com os estudantes sobre formas de diminuir a emissão de poluentes no ar, como conscientizar a população acerca de queimadas e da necessidade de reduzir a emissão de poluentes pelas indústrias e pelos meios de transporte. Priorizar o uso de veículos não poluentes ou menos poluentes (bicicletas, transportes coletivos, carros movidos a gás natural), compartilhar caronas com vizinhos e colegas e locomover-se a pé sempre que possível são algumas atitudes que contribuem para a preservação do meio ambiente.

Boxe complementar:

Roteiro de aula

A aula prevista para o conteúdo da seção Vamos fazer pode ser trabalhada na semana 36.

Fim do complemento.

Objetivos pedagógicos da seção

• Testar a poluição presente no ar por meio de um experimento.
• Observar o material particulado presente no ar.
• Refletir sobre a qualidade do ar no lugar onde vive.

  Orientações didáticas

  Leia com os estudantes as instruções para o experimento. Oriente-os na escolha do melhor local para expor o tecido: varais em locais cobertos, janelas altas e próximas da rua podem ser opções. Saliente que os pedaços de tecido não devem ficar expostos à ação da chuva para não comprometer os resultados obtidos.

  Ressalte que é importante seguir as orientações sobre o tempo de exposição dos tecidos no ambiente para perceber a diferença na sua cor entre uma semana e outra.

  Informe aos estudantes que, ao respirar pelo nariz, muitas das partículas presentes no ar poluído ficam presas no muco e nos pelos do nariz. Dessa forma, conseguimos “filtrar” parte da sujeira do ar que respiramos.

  A abordagem deste assunto está relacionada ao tema de relevância deste volume – Meio ambiente e tecnologia na cidade e no campo. É uma ocasião para discutir a capacidade humana de interferir no ambiente, potencializada pelos recursos tecnológicos, e os limites impostos pela necessidade de sustentabilidade ambiental.

  Biomonitoramento do ar

  O crescimento populacional e o conforto gerado pelo progresso têm contribuído amplamente para o aumento da poluição atmosférica, fazendo com que o ar de vários centros urbanos apresente cada vez mais substâncias nocivas aos seres vivos [...]. Neste contexto, o monitoramento da poluição atmosférica constitui importante ferramenta que auxilia na tomada de decisões, tais como a adoção de medidas de controle, diminuição das substâncias expelidas pelas chaminés de indústrias e controle da frota veicular. Biomonitoramento consiste em um método de análise experimental que permite avaliar poluentes em grandes extensões de áreas utilizando organismos vivos, que são denominados bioindicadores. Tem sido uma ferramenta útil e importante para o fornecimento de informações rápidas e seguras sobre as ações dos poluentes na biota [...].

Os bioindicadores reagem ao estresse promovido por substâncias que se acumulam em seus tecidos, ocasionando modificações bioquímicas, fisiológicas e morfológicas. Entre os organismos mais utilizados como bioindicadores, destacam-se as plantas superiores, que são mais sensíveis à poluição que os animais, portanto, estudos sobre os efeitos dos poluentes nas plantas fornecem subsídios importantes para os programas de controle da poluição do ar. As respostas das plantas bioindicadoras aos poluentes podem ser observadas [...] através do aparecimento de cloroses, necroses, queda foliar ou diminuição no seu crescimento.

FONTE: TEIXEIRA, Mateus Cabral; BARBÉRIO, Agnes. Biomonitoramento do ar com Tradescantia pallida (Rose) D. R. Hunt var purpurea Boom (Commelinaceae). Revista Ambiente & Água, Taubaté, v. 7, n. 3, p. 279-292, 2012.

Atividade 3. Espera-se que os estudantes percebam que o pedaço de tecido que ficou exposto no varal mudou de cor, se comparado com o pedaço de tecido que ficou guardado na gaveta e que serviu de controle para o experimento. A mudança de cor indica que o ar pode estar poluído.

Se julgar conveniente, proponha aos estudantes que levem para a sala de aula os dados e o material colhido durante o experimento e faça uma atividade de comparação entre os resultados obtidos nas diferentes localidades de moradia dos estudantes.

Caso algum estudante tenha realizado o experimento na área rural, será interessante pedir que compare seus resultados com um experimento realizado em um bairro na área urbana.

O experimento proposto favorece o trabalho com a habilidade da BNCC EF03GE11.

Atividade complementar

Se julgar conveniente, promova uma atividade alternativa de observação da presença de poluição no ar no local da escola. Para isso, providencie um rolo de fita-crepe de cerca de 5 centímetros de largura e distribua um pedaço para cada estudante. Depois, leve-os para uma área externa da escola em que haja plantas. Então, oriente-os a colocar em contato com as folhas das plantas o lado colante do pedaço de fita crepe. Retorne para a sala de aula e peça que disponham os pedaços de fita lado a lado em uma mesa para que comparem os resultados. Observe com os estudantes as partículas aderidas nas fitas.

Boxe complementar:

Roteiro de aula

A aula prevista para o conteúdo das páginas 182-183 pode ser trabalhada na semana 36.

Fim do complemento.

Ressalte a importância da água para a sobrevivência dos seres vivos.

Reforce que a presença de água é necessária para o funcionamento da cidade; afinal, ela é utilizada para o consumo humano, para a geração de energia elétrica, no transporte de pessoas e cargas etc. A água também é um elemento fundamental na produção agrícola e industrial.

Atividade 11. Sugerimos que essa atividade seja realizada em casa por exigir pesquisa sobre determinadas informações. Oriente os estudantes a escolher um rio próximo ao lugar onde vivem, ou à escola, para realizar a pesquisa. Depois disso, reserve um momento para o compartilhamento das informações que obtiveram.

A abordagem deste assunto está relacionada ao tema de relevância deste volume – Meio ambiente e tecnologia na cidade e no campo. É uma ocasião para discutir a capacidade humana de interferir no ambiente, potencializada pelos recursos tecnológicos, e os limites impostos pela necessidade de sustentabilidade ambiental.

Educação em valores e temas contemporâneos

Estudar os rios do lugar de vivência e as formas de aproveitamento de suas águas pode ser uma oportunidade para despertar a sensação de pertencimento no estudante, contribuindo para a noção de responsabilidade em relação ao lugar onde vive.

Indústria e poluição das águas

As atividades industriais provocam significativos e crescentes impactos sobre a qualidade da água. A utilização industrial para a produção de energia elétrica responde por quase 20 por cento do total global de captações, sendo que essas águas geralmente retornam à fonte em condições inadequadas. As águas servidas de unidades industriais como usinas termoelétricas, fábricas de papel/celulose, de produtos farmacêuticos, de semicondutores e de produtos químicos, refinarias de petróleo, unidades de engarrafamento, bem como processos como mineração e perfuração, todos contribuem para a baixa qualidade da água em todo o mundo. [...]

Em todo o mundo, estima-se que, a cada ano, as indústrias são responsáveis pelo lançamento de 300 a 400 milhões de toneladas de metais pesados, solventes, lodo tóxico e outros resíduos nos corpos de água. [...]

A poluição hídrica industrial é causa significativa de danos aos ecossistemas e à saúde humana [...]. Muitos contaminantes industriais podem também provocar consequências à saúde humana quando consumidos na água potável. Podem também alterar características gerais da qualidade da água, tais como temperatura, acidez, salinidade ou turbidez de águas receptoras, provocando alterações nos ecossistemas e elevação na incidência de doenças transmitidas pelas águas. [...]

FONTE: BRASIL. Agência Nacional de Águas. Cuidando das águas: soluções para melhorar a qualidade dos recursos hídricos. Brasília: ANA, 2013. p. 28-29.

Reforce que as atividades desenvolvidas na cidade podem poluir corpos de água, isto é, os lagos, rios e mares.

Explique aos estudantes que um corpo de água contaminado pode prejudicar os seres vivos e o solo do lugar onde ele se localiza.

Atividade 13. Comente que as principais causas da contaminação das águas dos rios são o despejo de esgoto, de lixo e de resíduos dos processos industriais não tratados.

Esclareça que a gestão das águas é feita pelos órgãos públicos, porém a participação da população na preservação da água é fundamental.

O conteúdo destas páginas favorece o desenvolvimento das habilidades da BNCC EF03GE09 e EF03GE11.

Para você ler

Uso inteligente da água, de Aldo da C. Rebouças. Editora Escrituras, 2008.

Uma abordagem aprofundada de todas as questões polêmicas que envolvem a disponibilidade e o uso da água no planeta.

Boxe complementar:

Roteiro de aula

A aula prevista para o conteúdo das páginas 184-185 pode ser trabalhada na semana 36.

Fim do complemento.

Explore com os estudantes as imagens apresentadas, salientando as atividades realizadas no rio Tietê e a configuração da paisagem em seu entorno. Oriente-os a reconhecer, por meio da leitura das legendas, que as imagens mostram um trecho do rio Tietê no município de São Paulo.

Atividade complementar

Se julgar conveniente, aproveite a oportunidade para apresentar imagens atuais desse rio para que os estudantes possam comparar as mudanças que ocorreram nele, como a canalização do seu leito e a concentração de construções em suas margens. Essa estratégia favorece a compreensão dos estudantes acerca dos usos do rio em perspectiva histórica.

A abordagem deste assunto está relacionada ao tema de relevância deste volume – Meio ambiente e tecnologia na cidade e no campo. É uma ocasião para discutir a capacidade humana de interferir no ambiente, potencializada pelos recursos tecnológicos, e os limites impostos pela necessidade de sustentabilidade ambiental.

O rio Tietê

São Paulo e o Tietê estão intimamente ligados, pela história, pela geografia, pela cultura, e também pelas dificuldades. Símbolo da cidade, trata-se de um personagem fundamental durante os períodos econômico das bandeiras, monções, da cafeicultura e da industrialização.

Durante muitos anos, o rio foi a única via de acesso ao interior da província de São Paulo e, embora não navegável em alguns trechos, se tornou o caminho mais rápido para se atingir o Estado do Mato Grosso. Além de sua importância histórica, possui considerável significado econômico, ligado principalmente à produção de energia hidroelétrica imprescindível para o maior parque industrial da América do Sul. Também foi um local de lazer e entretenimento, porém, desrespeitado pela cidade, se transformou em “esgoto a céu aberto”. [..]

Até o século XVII, o Tietê era chamado de Anhembi. Historiadores e homens da época consideram que o nome é derivado de uma ave muito comum na região, as anhumas, significando rio das Anhumas. Com o passar do tempo, percebe-se que o Tietê é um local de incursão, tendo em vista a pobreza da capitania, pouco ligada à metrópole. [...]

O rio foi importante até o século XIX quando homens preferem as tropas de mulas, menos perigosas. No final do século XIX e início do XX desenvolveu-se a prática esportiva e, embora a poluição já fosse um problema no Tietê nas primeiras décadas do século XX, ainda não havia comprometimento tão grave.

FONTE: NOGUEIRA, Fausto. O Tietê. DAEE SP . Disponível em: http://fdnc.io/fnm. Acesso em: 6 jun. 2021.

Oriente os estudantes a comparar as imagens desta página com as da página anterior para identificar mudanças e permanências ocorridas no rio ao longo do tempo. Enfatize as mudanças ocorridas no trecho que passa pelo município de São Paulo, como a canalização do leito e a poluição das águas, e a permanência da realização de atividades de lazer no trecho que passa pelo município de Barra Bonita. Essa estratégia é importante para que os estudantes percebam as ligações entre passado e presente, considerando rupturas e continuidades, próprias aos processos históricos.

Atividade 16. Espera-se que os estudantes observem que o trecho do rio Tietê que passa pelo município de São Paulo é poluído, pois suas águas recebem dejetos e resíduos das moradias e indústrias.

Atividade 17. Com base no texto, os estudantes poderão mencionar que a Companhia de Tecnologia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Cetesb) foi criada para monitorar a qualidade das águas e do ar no estado de São Paulo e propor medidas para o controle da poluição.

Atividade 18. Espera-se que os estudantes respondam que o rio Tietê mudou de uso no trecho que passa pelo município de São Paulo, deixando de servir para atividades de lazer, esportes e pesca, mas permanece sendo usado dessa forma em outros trechos, como no trecho que passa pelo município de Barra Bonita.

Nestas páginas são apresentados elementos que permitem trabalhar as habilidades da BNCC EF03HI12, EF03GE06 e EF03GE11, promovendo, em especial, a articulação entre os conteúdos dos componentes curriculares de História e Geografia e a abordagem integrada em Ciências Humanas.

Boxe complementar:

Roteiro de aula

A aula prevista para o conteúdo das páginas 186-187 pode ser trabalhada na semana 36.

Fim do complemento.

Saliente que a poluição sonora é gerada pelas atividades humanas. Nos centros urbanos, os sons gerados pelo trânsito, pelas propagandas sonoras e pelas construções, entre outras situações, podem prejudicar a saúde auditiva das pessoas, caso seja frequente e intensa a exposição a eles.

Pergunte aos estudantes se eles já perceberam a ocorrência de poluição sonora no lugar onde vivem. Questione que tipos de som são ouvidos com frequência e incentive-os a identificar as fontes dos ruídos.

Atividade 19. Peça aos estudantes que respondam no caderno às questões propostas. Depois, promova o compartilhamento das respostas e estimule-os a se expressar e trocar ideias livremente.

A abordagem deste assunto está relacionada ao tema de relevância deste volume – Meio ambiente e tecnologia na cidade e no campo. É uma ocasião para discutir a capacidade humana de interferir no ambiente, potencializada pelos recursos tecnológicos, e os limites impostos pela necessidade de sustentabilidade ambiental.

O conteúdo desta página contribui para o trabalho com a habilidade da BNCC EF03GE11.

Poluição sonora na cidade

Quem vê a praia, o calçadão com o famoso padrão ondulado e os coqueiros imagina que Copacabana, um dos bairros mais conhecidos do Rio de Janeiro, seja tranquilo. Mas o grane número de moradores, a aglomeração de turistas e o trânsito são responsáveis por um nível de ruído que chega a ser um problema de saúde pública.

Pesquisadores do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade Federal do Rio de Janeiro desenvolveram um modelo que considera fontes de barulho como trânsito e indústria parâmetros populacionais e ambientais para produzir mapas de ruído que permitem prever o nível de poluição sonora de uma região (Environmental Monitoring and Assessment).

Aplicado a Copacabana, o modelo deixa claro que ruído é um problema importante no bairro. Para os autores, mapas de ruído são uma ferramenta valiosa para planejamento urbano.

FONTE: Nas ondas sonoras. Revista Pesquisa FAPESP, São Paulo, ed. 154, dez. 2008. Disponível em: http://fdnc.io/fnn. Acesso em: 6 jun. 2021.

Atividade 20. Para realizar a atividade, oriente os estudantes a ficar em silêncio e ouvir os ruídos na sala de aula. Peça que tentem identificar sua origem. Depois, leve-os até o pátio da escola e oriente-os a ficar atentos aos ruídos e sons vindos das salas de aula, da quadra e da rua. Eles devem tentar identificar a origem dos sons novamente. Repita o procedimento na rua em frente à escola. a) Os estudantes podem mencionar: voz da professora, colegas conversando, ruídos produzidos pela manipulação de materiais escolares, entre outros. b) Podem ser mencionados os sons de pássaros, de conversas em outras salas e de estudantes jogando bola, por exemplo. c) Dependendo da rua, é possível que eles ouçam sons de carros e outros veículos, buzinas, funcionamento de fábricas e lojas, entre outros sons. É provável que a rua seja mais barulhenta que o pátio. Em outras situações, por exemplo, o pátio de uma escola durante o recreio pode ser mais barulhento que a rua. Nos itens d e e, propostos como atividade oral, espera-se que os estudantes reconheçam que estão expostos a diferentes sons e ruídos durante o dia, e que muitos deles não são “percebidos” quando não se está prestando atenção neles.

Esta atividade contempla o trabalho com a Competência Específica de Geografia 1.

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para o conteúdo da seção Para ler e escrever melhor podem ser trabalhadas na semana 37.

Fim do complemento.

Objetivos pedagógicos da seção

• Ler e interpretar um texto baseado em exemplos.
• Compreender que a exposição frequente a ruídos intensos pode prejudicar a saúde auditiva.
• Identificar atitudes que favorecem a manutenção da saúde auditiva.
• Compor um texto baseado em exemplos de acordo com um modelo.

  Orientações didáticas

  O trabalho proposto nesta seção é uma ótima oportunidade para desenvolver com os estudantes a consolidação dos processos que envolvem a literacia e a alfabetização por meio da localização e retirada de informação explícita no texto e de interpretação e relação de ideias e informação, além da produção escrita.

  Antes de iniciar a leitura do texto, pergunte aos estudantes se possuem aparelhos portáteis de reprodução de música e em que situações eles utilizam o aparelho: no carro, no ônibus, em casa, entre outros. Pergunte em que situações o volume da música é maior e se eles acham que ouvir música em um volume muito alto pode fazer mal à saúde auditiva.

  Leia com os estudantes o texto da seção e peça que observem as características da organização do texto, que apresenta exemplos em tópicos.

  Solicite aos estudantes que relatem as causas de possíveis perdas auditivas provocadas por sons intensos.

  Explique que os fones de ouvido que se acomodam no interior da orelha são os menos indicados. Esse tipo de fone potencializa o som, e a energia de vibração entra totalmente na orelha, podendo prejudicar a audição.

  Surdez precoce

  Os hábitos de usar diariamente fones de ouvido para escutar música e de frequentar ambientes muito barulhentos, como os de danceterias e shows, têm causado um aumento na prevalência de zumbido nos ouvidos em adolescentes, considerado um sintoma de perda auditiva.

  A constatação é de um estudo realizado por pesquisadores da Associação de Pesquisa Interdisciplinar e Divulgação do Zumbido (APIDIZ). [...] “Constatamos que há uma prevalência muito alta em adolescentes de zumbido nos ouvidos, que é um primeiro sinal de alerta de risco para desenvolver perda de audição”, disse Tanit Ganz Sanchez, professora de otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP) e coordenadora do estudo, à Agência FAPESP.

“Se essa geração de adolescentes continuar se expondo a níveis muito elevados de ruído, provavelmente apresentará perda de audição entre 30 e 40 anos”, estimou Sanchez [...].

De acordo com a pesquisadora [...] algumas das formas de se proteger do problema é usar protetor auricular e fazer intervalos de dez minutos a cada hora de exposição a ambientes barulhentos, indicou. [...] Além da exposição a altos níveis de ruído, outras causas de zumbido nos ouvidos identificadas em adolescentes são jejum prolongado, abuso no consumo de doces – principalmente chocolate – e de cafeína, presente não só no café, chá e chocolate, como também em bebidas energéticas.

FONTE: ALISSON, Elton. Atual geração de adolescentes poderá ter surdez precoce. Agência Fapesp . Disponível em: http://fdnc.io/fno. Acesso em: 6 jun. 2021.

Ele também não é eficiente em barrar a entrada de sons do ambiente externo, por isso o ouvinte aumenta o volume para o som do fone sobressair em relação aos ruídos externos.

Em seguida, peça aos estudantes que falem sobre os cuidados para evitar danos à saúde auditiva. Estimule-os a pensar em outros cuidados, além dos mostrados no texto.

Além da saúde auditiva, converse com os estudantes sobre a saúde dos olhos. Auxilie-os a compreender os fatores que podem causar danos à visão e o que pode ser feito para minimizar problemas visuais. Pergunte a eles o que costumam fazer para proteger a visão no dia a dia.

Atividade 4. Sugerimos que a atividade seja realizada em casa, promovendo a integração e o diálogo do estudante com um familiar, além do compartilhamento de experiências e conhecimentos construídos fora da escola, para que dessa forma ganhem significado dentro dela. Os exemplos apresentados nas imagens relacionam-se aos seguintes cuidados: usar óculos escuros e com proteção contra os raios solares, manter telas de tablets e outros dispositivos eletrônicos não tão próximas aos olhos e usar iluminação artificial ao realizar determinadas atividades durante a noite.

Em sala de aula, solicite a alguns estudantes que leiam suas produções para os colegas. Se julgar conveniente, afixe os textos produzidos por eles no mural ou na parede da sala de aula.

Explorar o tema da poluição sonora e os cuidados com a saúde auditiva e visual favorece o desenvolvimento da Competência Geral da Educação Básica 8 e da Competência Específica de Geografia 1.

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para o conteúdo da seção Painel multicultural podem ser trabalhadas na semana 37.

Fim do complemento.

Objetivos pedagógicos da seção

• Conhecer áreas verdes de algumas cidades brasileiras.
• Refletir sobre a importância das áreas verdes para a qualidade de vida na cidade.

  Orientações didáticas

  Comente que o crescimento das cidades geralmente está associado à diminuição de áreas verdes e que é importante que os governos tomem iniciativas para preservá-las. Explique aos estudantes que muitas cidades brasileiras cresceram sem planejamento urbano e, em muitos casos, a maior parte da vegetação local foi eliminada.

  Relacione a existência de áreas verdes à melhoria da qualidade do ar. Explique que durante a fotossíntese as plantas absorvem o gás carbônico que é emitido pelos veículos movidos a combustível, por exemplo. Além disso, as árvores aumentam a umidade relativa do ar, o que melhora sua qualidade.

  Explique aos estudantes que muitas áreas verdes das cidades são espaços públicos e, por isso, são administrados por instituições das esferas municipal, estadual ou federal. As áreas verdes apresentadas nesta seção funcionam sob as seguintes administrações: Parque Augusto Franco: Prefeitura Municipal de Aracaju; Jardim Botânico do Rio de Janeiro: autarquia federal; Parque Estadual do Utinga: Governo do Estado do Pará; Parque Municipal das Mangabeiras: Prefeitura Municipal de Belo Horizonte.

  A abordagem deste assunto está relacionada ao tema de relevância deste volume – Meio ambiente e tecnologia na cidade e no campo. É uma ocasião para discutir a capacidade humana de interferir no ambiente, potencializada pelos recursos tecnológicos, e os limites impostos pela necessidade de sustentabilidade ambiental.

  Áreas verdes nas cidades

  Parque urbano é uma área verde com função ecológica, estética e de lazer, no entanto, com uma extensão maior que as praças e jardins públicos.

  De acordo com o Art. 8º, § 1º, da Resolução Conama n. 369/2006, considera-se área verde de domínio público “o espaço de domínio público que desempenhe função ecológica, paisagística e recreativa, propiciando a melhoria da qualidade estética, funcional e ambiental da cidade, sendo dotado de vegetação e espaços livres de impermeabilização”.

  As áreas verdes urbanas são consideradas como o conjunto de áreas intraurbanas que apresentam cobertura vegetal, arbórea (nativa e introduzida), arbustiva ou rasteira (gramíneas) e que contribuem de modo significativo para a qualidade de vida e o equilíbrio ambiental nas cidades.

Essas áreas verdes estão presentes numa enorme variedade de situações: em áreas públicas; em áreas de preservação permanente (APP); nos canteiros centrais; nas praças, parques, florestas e unidades de conservação (UC) urbanas; nos jardins institucionais; e nos terrenos públicos não edificados.

Exemplos de áreas verdes urbanas: praças; parques urbanos; parques fluviais; parque balneário e esportivo; jardim botânico; jardim zoológico; alguns tipos de cemitérios; faixas de ligação entre áreas verdes.

FONTE: BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Parques e áreas verdes. Disponível em: http://fdnc.io/fnp. Acesso em: 5 jul. 2021.

Mencione que as áreas verdes urbanas muitas vezes funcionam como refúgio biológico para diversas espécies de seres vivos, cumprindo um importante papel na preservação da flora e da fauna.

Para as pessoas que vivem nas cidades, as áreas verdes podem se apresentar como espaços de lazer e prática de esportes, sendo um elemento importante para a manutenção da sua qualidade de vida.

Atividade 1 e 2. Reserve um momento para que os estudantes compartilhem informações e opiniões sobre as questões formuladas.

Nestas páginas são abordados aspectos que permitem trabalhar as habilidades da BNCC EF03HI09, EF03HI12 e EF03GE11, promovendo, em especial, a articulação entre os conteúdos dos componentes curriculares História e Geografia e a abordagem integrada em Ciências Humanas.

Conclusão

Na perspectiva da avaliação formativa, este é um momento propício para a verificação das aprendizagens construídas ao longo do bimestre e do trabalho com a unidade. É interessante observar se todos os objetivos pedagógicos propostos foram plenamente atingidos pelos estudantes, destacando os seguintes pontos: identificação dos elementos da paisagem predominantes no espaço urbano; reconhecimento de aspectos relacionados ao modo de vida em diferentes ambientes urbanos; reconhecimento das principais atividades econômicas e formas de trabalho praticadas na cidade; identificação dos principais problemas ambientais na cidade e reflexões sobre suas possíveis soluções.

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para a avaliação processual da seção O que você aprendeu podem ser trabalhadas na semana 38.

Fim do complemento.

Orientações didáticas

Atividade 1. Os itens desta atividade devem ser respondidos com base na leitura das imagens e nos aspectos do modo de vida e do ambiente urbanos discutidos na unidade. a) Espera-se que os estudantes apontem a imagem 2 como representativa de uma paisagem urbana. b) Ruas, casas, prédios, veículos etc. c) Não. Por causa da diferença das atividades desenvolvidas na cidade e no campo. d) Espera-se que os estudantes mencionem as seguintes características: pouca dependência dos ciclos da natureza, fluxo maior de pessoas e veículos, e predomínio das atividades econômicas ligadas ao comércio, à prestação de serviços e à indústria. e) Lixo, poluição do ar, poluição da água e poluição sonora. Se julgar necessário, explique novamente que as paisagens urbanas apresentam características que as diferenciam das paisagens do campo. Incentive os estudantes a refletir sobre o processo de transformação da paisagem de acordo com as necessidades e os interesses das pessoas. Se julgar pertinente, ressalte que nem sempre todos são beneficiados com esse processo.

Esta atividade favorece a mobilização das habilidades da BNCC EF03HI08, EF03GE01, EF03GE06, EF03GE07, EF03GE08, EF03GE09 e EF03GE11.

Atividade 2. Verifique se os estudantes compreenderam o que são registros de memória e que eles estão ligados aos elementos construídos pelos seres humanos, portanto são elementos da paisagem cultural. Caso seja necessário, retome o assunto e explore com os estudantes os elementos culturais que são registros de memória pesquisados por eles em seu local de vivência. Esta atividade mobiliza aspectos da habilidade da BNCC EF03HI06.

Atividade 3. Os marcos históricos são eventos da história de um lugar aos quais são atribuídos significados ao longo do tempo. O dia 21 de abril, data da morte de Tiradentes, é um exemplo de marco histórico do Brasil. Verifique se os estudantes compreenderam que os marcos históricos são construções sociais. Se julgar necessário, explore outros exemplos de marcos históricos que se tornaram feriados nacionais (como o dia 15 de novembro/proclamação da República). Trata-se de uma boa estratégia para aproximar o conteúdo da realidade vivenciada pelos estudantes e favorecer a compreensão do tema. Esta atividade favorece a mobilização da habilidade da BNCC EF03HI05.

Atividade 4. O estudante deve compreender que as fontes históricas revelam informações sobre o passado e o presente, e não sobre o futuro. Caso seja necessário, retome o conteúdo e explore com os estudantes as datas das fontes apresentadas e as informações que elas revelam sobre o passado. Esta atividade contribui para o desenvolvimento da habilidade da BNCC EF03HI02.

Atividade 5. Espera-se que os estudantes respondam às questões com base nas informações apresentadas na unidade sobre a formação da população brasileira nos primeiros séculos da colonização e o ingresso de imigrantes oriundos de diferentes países a partir de meados do século XIX. a) Indígenas. b) Os africanos. c) Itália, Espanha, Portugal, Japão e Alemanha. d) A arquitetura das construções e as manifestações culturais, como as danças e as festas, por exemplo. Verifique se os estudantes compreenderam o conceito de migração como a vinda de povos de origens diversas para o Brasil. Se necessário, retome o conteúdo para consolidar a percepção dos estudantes sobre os efeitos da migração na realidade vivida por eles. Esta atividade propicia o desenvolvimento de aspectos das habilidades da BNCC EF03HI01, EF03HI03, EF03HI07 e EF03GE02.

Atividade 6. Verifique se os estudantes compreenderam as mudanças promovidas pela industrialização na conformação das cidades e se entenderam a razão dos fluxos migratórios do campo para a cidade. Abordar relatos orais sobre aspectos históricos é uma forma de sensibilizar os estudantes a respeito de algumas questões e favorecer a compreensão deles. Esta atividade contribui para o desenvolvimento das habilidades da BNCC EF03HI08 e EF03HI12.

Atividade 7. Os estudantes devem identificar a existência de diferentes tipos de atividade de trabalho realizados na cidade e as especificidades de cada um deles: comércio, prestação de serviços e indústria. Caso seja necessário retomar o conteúdo, apresente a eles alguns exemplos de atividades desses três tipos presentes no local onde vivem. Reconhecer tais elementos no local de vivência torna a aprendizagem mais significativa para eles e facilita a compreensão do conteúdo abordado. Esta atividade favorece a mobilização de aspectos das habilidades da BNCC EF03HI11 e EF03HI12.

Atividade 8. Caso o estudante apresente dificuldade para identificar o tipo de serviço a que corresponde cada imagem, retome o assunto trabalhado na unidade. Se julgar necessário, para ampliar a discussão, pergunte o que aconteceria se não houvesse os serviços indicados, ressaltando a importância de cada um deles. Esta atividade favorece a mobilização de aspectos das habilidades da BNCC EF03HI09 e EF03HI10.

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para a avaliação de resultado da seção Para terminar podem ser trabalhadas na semana 38.

Fim do complemento.

Orientações didáticas

Na etapa de finalização do ano letivo, a proposta da seção Para terminar possibilita ao professor analisar a progressão dos estudantes na trajetória de aprendizagens proporcionada pelo trabalho com as quatro unidades deste livro. A avaliação pode ser aproveitada também como subsídio aos professores e aos gestores escolares para a realização de revisões e adequações nos projetos pedagógicos.

Atividade 1. Caso os estudantes apontem outra alternativa como a correta, peça que justifiquem a resposta indicando se cada elemento das alternativas é natural ou cultural. Se necessário, solicite que retomem o conteúdo dos elementos da paisagem e comente novamente o que são elementos naturais da paisagem, citando exemplos. Se julgar pertinente, peça que comentem oralmente quais são os elementos naturais e culturais presentes no bairro onde moram. Esta atividade mobiliza aspectos da habilidade da BNCC EF03GE04.

Atividade 2. Espera-se que os estudantes reconheçam que a influência dos migrantes pode ser percebida nos elementos culturais presentes em uma cidade, como nas construções, no nome de ruas, em bairros considerados colônia de determinado lugar etc. Esta atividade mobiliza aspectos das habilidades da BNCC EF03HI03 e EF03HI04.

Atividade 3. Espera-se que os estudantes identifiquem a importância do reconhecimento patrimonial na preservação de bens físicos naturais ou históricos e das diferentes práticas culturais. Esta atividade mobiliza aspectos da habilidade da BNCC EF03HI04.

Atividade 4. Espera-se que os estudantes estabeleçam a relação correta entre os alimentos e as atividades que os produzem. Caso façam outras relações, peça que as justifiquem e explique novamente o papel de cada atividade na produção de alimentos. Esta atividade mobiliza aspectos da habilidade da BNCC EF03GE05.

Atividade 5. Espera-se que os estudantes reconhecem as etapas pelas quais passa um produto: desde o processo de plantação/ colheita do tomate até a produção do molho de tomate na indústria. Esta atividade mobiliza aspectos das habilidades da BNCC EF03HI11 e EF03GE05.

Atividade 6. Espera-se que os estudantes relacionem os produtos ao tipo de extrativismo que obtém o recurso utilizado na fabricação desses produtos. Caso não consigam realizar a atividade corretamente, verifique se compreenderam o que é extrativismo e como a indústria pode transformar os recursos da natureza em produtos. Esta atividade mobiliza aspectos da habilidade da BNCC EF03GE05.

Atividade 7. Os estudantes podem criar outras peças de quebra-cabeça. Pode-se dividir a sala em grupos e pedir a cada grupo que crie uma dupla de peças com uma afirmação referente ao conteúdo estudado na unidade. Verifique a coerência das frases criadas e corrija se necessário. Depois, a classe inteira deve montar as peças elaboradas. Esta atividade mobiliza aspectos das habilidades da BNCC EF03HI11 e EF03GE05.

Atividade 8. Espera-se que os estudantes reconheçam que as imagens retratam uma comunidade quilombola. A primeira fotografia mostra um posto de saúde da família localizado em uma comunidade quilombola. A segunda fotografia mostra estudantes realizando atividades em uma biblioteca localizada, também, em uma comunidade quilombola. É esperado que o estudante perceba que há semelhanças entre a comunidade que ele vive e a comunidade quilombola retratada nas fotografias, uma vez que serviços importantes como saúde, educação e lazer existem (e devem existir) em todos os locais. Esta atividade mobiliza aspectos da habilidade da BNCC EF03HI07.

Atividade 9. Ao preencher as lacunas, o estudante deve utilizar seus conhecimentos em relação aos prejuízos provocados ao meio ambiente a partir do desenvolvimento das diversas atividades econômicas. Além disso, o texto discute a função e a importância de unidades de conservação para a preservação dos recursos naturais e sustentabilidade do planeta Terra. Esta atividade mobiliza aspectos das habilidades da BNCC EF03HI10, EF03GE09 e EF03GE11.