58
Unidade 2. O comércio e as rotas
LEGENDA: Rio Nilo, no Sudão do Sul. Fotografia de 2017. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Ruínas de civilizações antigas na margem do rio Nilo, no Egito, em 2019. FIM DA LEGENDA.
Boxe complementar:
Vamos conversar
- Que elemento da natureza é comum nas quatro imagens?
- O rio Nilo foi muito importante no passado. Em sua opinião, ele ainda é importante no presente? Explique.
Fim do complemento.
59
LEGENDA: Cidade do Cairo, capital do Egito, nas margens do rio Nilo, em 2020. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Barcos a vela no rio Nilo, no Egito, em 2019. FIM DA LEGENDA.
60
Investigar o assunto
De onde vêm os alimentos que você consome?
Há mais de 6 mil anos, os grupos humanos que começaram a praticar a agricultura cultivavam apenas os alimentos necessários para o próprio sustento. A criação de animais também era feita apenas para garantir a sobrevivência do grupo, com a produção de alimentos, lã ou couro.
LEGENDA: Lentilha, carne e trigo eram alguns dos alimentos consumidos há cerca de 6 mil anos. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Alimentos industrializados consumidos atualmente. FIM DA LEGENDA.
À medida que as técnicas agrícolas se aperfeiçoaram, a produção aumentou, resultando em mais alimentos do que o necessário para a subsistência. Esse excedente passou a ser trocado entre os diferentes grupos familiares, evitando o desperdício e aumentando a diversidade alimentar.
Hoje, podemos ir a feiras, mercearias ou supermercados e comprar o que necessitamos ou desejamos. Nesses locais, podem ser vendidos alimentos in natura, como o milho e a maçã, ou alimentos industrializados, como o cereal de milho e o suco de maçã.
É na indústria que os alimentos in natura são transformados para a produção de alimentos industrializados.
No rótulo das embalagens desses produtos há diversas informações, como dados nutricionais, datas de fabricação e de validade, além do local onde foram produzidos.
Que tal observar alguns rótulos desses alimentos para descobrir onde foram produzidos?
Material
- Três embalagens de alimentos industrializados
Como fazer
- Selecione três embalagens de alimentos industrializados. Elas devem conter informações sobre o local onde os alimentos foram produzidos.
- No dia combinado com o professor, reúna-se com um colega e analisem as informações presentes nos rótulos das embalagens selecionadas. Identifiquem o nome do alimento e o local onde ele foi produzido.
61
- No caderno, cada um deve montar um quadro como o do modelo a seguir, com 3 linhas, inserindo as informações sobre os alimentos industrializados selecionados. Escrevam o nome dos alimentos na primeira coluna e completem o quadro com as informações sobre o local de origem de cada um.
Quadro: equivalente textual a seguir.
Alimento industrializado |
Local onde foi produzido |
|
Brasil |
Outro país |
|
_____ |
_____ |
_____ |
- Em seguida, identifiquem no mapa abaixo onde vocês vivem e o local de origem dos alimentos industrializados produzidos no Brasil.
FONTE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Atlas geográfico escolar. 8ª ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. Disponível em: http://fdnc.io/2Mx. Acesso em: 12 abr. 2021.
- Entre os locais de produção que você identificou, quais são os mais próximos do lugar onde você vive? Quais são os mais distantes? Converse com os colegas e o professor sobre suas conclusões.
Para responder
- Quais foram os alimentos industrializados cujos rótulos vocês analisaram?
- Quais são os locais de produção desses alimentos?
- Algum alimento tem outro país como local de origem? Se tiver, qual é?
- Na opinião de vocês, como esse alimento chegou ao Brasil? Quais vias de circulação e meios de transporte podem ter sido utilizados?
62
Capítulo 1. As primeiras cidades e civilizações
O processo de sedentarização do ser humano a partir do desenvolvimento da agricultura e da criação de animais resultou em maior oferta de alimentos. Com isso, mais seres humanos conseguiram sobreviver, formando grupos cada vez maiores, que mais tarde vieram a dar origem às primeiras aldeias.
As primeiras aldeias
A princípio, os habitantes das aldeias participavam igualmente do cultivo, do plantio e da colheita de alimentos.
Com o crescimento das aldeias, a divisão do trabalho passou a ser diferente: alguns habitantes se dedicavam à agricultura; outros, à criação de animais; outros, ainda, à produção de objetos artesanais, como tecidos, cerâmica e utensílios feitos de rocha.
LEGENDA: Pilão de pedra utilizado para moer alimentos encontrado no Níger. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Os tecidos eram produzidos a partir da lã dos animais. A lã era fiada para formar fios e depois, tecida em pequenos teares. FIM DA LEGENDA.
A fabricação de cerâmica, por exemplo, exigia um processo em etapas, muito utilizado ainda hoje.
LEGENDA: Vasilhas, pratos, potes e outros objetos feitos de cerâmica eram usados para armazenar alimentos e líquidos ou para preparar as refeições. FIM DA LEGENDA.
Observação: Representação fora de proporção. Cores fantasia. Fim da observação.
63
- Explique como ocorreu o desenvolvimento das aldeias.
- Como o trabalho era dividido nas aldeias?
- Como eram produzidos os tecidos?
- Qual era a utilidade da cerâmica?
- Observe o objeto mostrado nesta imagem. Na sua opinião, para que ele era utilizado?
LEGENDA: Pote de cerâmica encontrado em Israel. FIM DA LEGENDA.
À medida que aumentava o número de habitantes nas aldeias, maior era a necessidade de alimentos. Assim, foi preciso melhorar as técnicas de cultivo, ampliando as áreas plantadas, desenvolvendo métodos para controle de pragas e construindo sistemas de irrigação, entre outras ações.
A melhoria das técnicas de cultivo promoveu o aumento da produção de alimentos e, com isso, a produção de excedentes, ou seja, nem tudo o que era produzido era consumido e havia sobras.
- Observe esta sequência de imagens e descreva o que ela representa.
64
Além dos sistemas de irrigação, outras invenções humanas promoveram o crescimento e o desenvolvimento das aldeias. Entre 6000 a.C. e 5000 a.C., por exemplo, foram criados o arado e a roda.
O arado consistia em uma peça de madeira puxada por animais que servia para preparar o solo para o plantio. Esse instrumento tornou o processo de plantio mais rápido, aumentando a produção de alimentos. Já a roda era empregada em carros puxados por animais, usados para transportar produtos e pessoas. Os carros favoreceram o contato entre aldeias distantes umas das outras.
LEGENDA: Miniatura representando uso do arado na agricultura por volta de 2000 a.C. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Miniatura representando uso de carro puxado por animais para transporte por volta de 2000 a.C. FIM DA LEGENDA.
- Qual foi a importância do desenvolvimento:
- do arado?
- da roda?
O contato entre as aldeias, muitas vezes, ocorria em razão da troca de produtos. Por exemplo, uma aldeia que produzia trigo podia trocá-lo por utensílios de cerâmica ou peças de carne de outra aldeia. Esse processo deu origem a um tipo de comércio baseado em trocas, isto é, que não utilizava moeda.
O comércio entre as aldeias também promoveu o crescimento delas e, com o passar do tempo, elas se transformaram em cidades e civilizações.
- Como eram feitas as primeiras trocas comerciais?
- O que essa atividade promoveu?
- Pesquise em um dicionário o significado da palavra civilização. Depois, escreva-o no caderno.
65
Civilizações fluviais
As primeiras cidades se formaram próximas a rios. Os vales dos rios atraíam os grupos humanos porque as terras eram férteis para a prática da agricultura e havia oferta de água para as atividades cotidianas e a criação de animais.
O rio também era via de transporte para o deslocamento de pessoas e de mercadorias. Por meio dele, era possível se comunicar com outros povos, e isso facilitava a troca de informações e o comércio entre eles.
Nos vales dos rios Nilo, Tigre, Eufrates, Indo, Amarelo e Azul, diversos povos se organizaram e desenvolveram as primeiras civilizações conhecidas, entre 4000 a.C. e 2000 a.C. Por se desenvolverem próximo a rios, praticando atividades que dependiam deles, elas foram chamadas civilizações fluviais.
Observe o mapa a seguir sobre as primeiras cidades e civilizações.
FONTE: Time Life. A aurora da humanidade. Rio de Janeiro: Abril Livros, 1993.
- Qual era a importância dos rios para o desenvolvimento das primeiras cidades?
- Observe o mapa. Depois, monte no caderno um quadro como o do modelo a seguir, completando-o com as informações pedidas.
Quadro: equivalente textual a seguir.
Local |
Rio |
Povo |
---|---|---|
Egito |
_____ |
_____ |
Mesopotâmia |
_____ |
_____ |
Índia |
_____ |
_____ |
China |
_____ |
_____ |
66
A civilização mesopotâmica
A Mesopotâmia era uma faixa de terras que ficava entre os rios Tigre e Eufrates. Periodicamente, a água das chuvas aumentava o volume dos rios, que inundavam as áreas próximas, tornando o solo fértil para a agricultura.
A partir de cerca de 6000 a.C., diversos povos ocuparam essas terras, dando origem à chamada civilização mesopotâmica. Alguns desses povos foram os sumérios, os acádios, os babilônicos, os assírios e os persas .
Além da agricultura e da criação de animais, o comércio era uma das principais atividades econômicas dos povos mesopotâmicos. Havia um grupo de pessoas que se dedicava somente a essa atividade: os comerciantes.
Observe no mapa a seguir a área ocupada antigamente pela Mesopotâmia.
FONTE: FAE. Atlas histórico escolar. Rio de Janeiro, 1991. p. 83.
- Por que diversos povos se estabeleceram na Mesopotâmia a partir de 6000 a.C.?
- Quais povos formaram a civilização mesopotâmica?
- Quais eram as principais atividades econômicas dos povos mesopotâmicos?
67
A localização e o relevo da Mesopotâmia possibilitavam os deslocamentos por terra, rio e mar.
Por terra, o transporte de produtos entre aldeias próximas podia ser feito por pessoas a pé carregando sacos nas costas. Para transportar produtos entre cidades próximas ou distantes, camelos, burros ou bois podiam servir de animais de carga. Alguns desses animais também eram usados para puxar carros feitos de madeira carregados de mercadorias.
Por rios e mares, as mercadorias podiam ser transportadas por embarcações. Os barcos usados no mar eram mais resistentes que os barcos de rios e costumavam dispor de velas, que são equipamentos que contribuem para impulsionar e controlar a direção da embarcação.
As várias possibilidades de deslocamento terrestre e marítimo favoreceram o desenvolvimento do comércio e, com o passar do tempo, a Mesopotâmia tornou-se um grande centro comercial, realizando trocas com diversas cidades.
- Quais eram as vias de deslocamento utilizadas pelos mesopotâmicos?
- Os comerciantes mesopotâmicos deslocavam-se para cidades distantes usando diversos meios de transporte. No caderno, elabore uma legenda para cada imagem descrevendo a forma de deslocamento representada.
Para organizar as atividades comerciais, os povos mesopotâmicos desenvolveram também um sistema de escrita, a chamada escrita cuneiforme.
LEGENDA: Placa de argila feita por volta de 2400 a.C. com escrita cuneiforme. O desenvolvimento desse sistema de escrita é atribuído aos sumérios. FIM DA LEGENDA.
- Qual foi a importância do comércio para o desenvolvimento da escrita?
68
A civilização chinesa
As primeiras aldeias chinesas desenvolveram-se às margens do rio Hoang-Ho, conhecido como rio Amarelo, dando origem à civilização chinesa por volta de 2000 a.C. Essas terras foram ocupadas porque tinham solo fértil, grande quantidade de minerais e áreas favoráveis à pastagem de animais.
Os chineses dedicavam-se à agricultura, principalmente ao cultivo do arroz, e desenvolviam atividades comerciais. Um dos principais produtos comerciados era a seda, tecido feito a partir do casulo da lagarta do bicho-da-seda.
O comércio da seda era realizado por um caminho que partia da região do rio Amarelo, atravessava uma vasta área do continente asiático e do Oriente Médio, incluindo a Mesopotâmia, e chegava ao continente europeu. No longo percurso, passava por diferentes cidades e postos comerciais. Esse caminho ficou conhecido como Rota da Seda.
Observe o mapa que mostra a Rota da Seda.
FONTE: Elaborado com base em: Wang Tao. Explorando a China. São Paulo: Ática, 1996. p. 14.
- Por que os chineses ocuparam as margens do rio Amarelo?
- Qual era o principal produto do comércio chinês?
- Com que matéria-prima era produzido?
- Observe o mapa novamente e escreva no caderno de onde partia e até onde chegava a Rota da Seda.
69
O rio Amarelo
O rio Amarelo é um dos rios mais importantes da China. Ele nasce no planalto do Tibete e deságua no mar Amarelo, na costa do oceano Pacífico.
O rio Amarelo recebe esse nome por causa da cor de suas águas, que ficam amareladas quando carregam grande quantidade de materiais.
FONTE: Elaborado com base em: Graça M. L. Ferreira. Atlas geográfico: espaço mundial. 5ª ed. São Paulo: Moderna, 2019. p. 95.
- Onde está localizada a nascente do rio Amarelo? E a foz?
Apesar de nascer em uma área elevada, o rio Amarelo percorre áreas de planície. A grande disponibilidade de água e a presença de solos ricos em nutrientes nessas planícies possibilitam que elas sejam utilizadas como áreas de pastagem para o gado e de cultivo de arroz.
Em algumas épocas do ano, o rio Amarelo recebe águas originadas do derretimento de neve e gelo das montanhas, causando inundações. Para controlar as inundações e conter o excesso de água, um sistema de barragens foi construído.
LEGENDA: O rio Amarelo é o segundo rio mais extenso da China, com cerca de 4845 quilômetros de comprimento. Fotografia de 2021. FIM DA LEGENDA.
- Como são as planícies do rio Amarelo? Para quais atividades elas são utilizadas?
70
A civilização harapense
As áreas próximas ao rio Indo foram ocupadas por povos que formaram a civilização harapense. Por volta de 2500 a.C., grandes cidades, como Harapa e Mohenjo-Daro, já estavam formadas nesse local e tinham milhares de habitantes.
A agricultura era a base da economia dos harapenses. Eles cultivavam trigo, cevada, tâmara, damasco, ervilha, gergelim, melão, entre outros produtos. Os harapenses também foram os primeiros a cultivar algodão, que era usado para produzir tecidos.
Além da agricultura, os harapenses praticavam o comércio. Há fontes históricas que apresentam registros de trocas comerciais entre os harapenses e os mesopotâmicos. Esses povos trocavam entre si grãos, madeiras, animais, pedras, cerâmicas, joias, diversos tipos de especiarias, entre outros produtos. As trocas eram realizadas por meio de rotas terrestres e marítimas.
FONTE: Elaborado com base em: Pierre Vidal-Naquet e Jacques Bertin. Atlas histórico: da pré-história aos nossos dias. Lisboa: Círculo de Leitores, 1990.
- Quais produtos agrícolas eram cultivados pelos harapenses?
- Quais eram os principais produtos comerciados pelos harapenses com os mesopotâmicos?
- Quais eram as rotas utilizadas pelos harapenses para o comércio?
- Em sua opinião, por que os harapenses não utilizavam os rios para comerciar com os mesopotâmicos?
71
O rio Indo
O rio Indo nasce na China, no conjunto de montanhas do Himalaia, e deságua no mar Arábico, que é uma porção do oceano Índico situada entre a península Arábica e a Índia. Até chegar à foz, esse rio passa por terras da Índia e do Paquistão.
FONTE: Elaborado com base em: Graça M. L. Ferreira. Atlas geográfico: espaço mundial. 5ª ed. São Paulo: Moderna, 2019. p. 95.
- Onde está localizada a nascente do rio Indo? E a foz?
- Compare o mapa desta página com o mapa da página anterior. Quais são as semelhanças? E as diferenças?
As águas do rio Indo têm origem no derretimento de neve e gelo das montanhas que formam o Himalaia. Por isso, em algumas épocas do ano, o nível desse rio se eleva, provocando inundações.
Na planície do rio Indo, as obras destinadas a controlar as inundações e os canais de irrigação favorecem a agricultura, principalmente de cana-de-açúcar, trigo, arroz e algodão, além da pesca.
LEGENDA: O rio Indo é o mais extenso do Paquistão, com cerca de 3180 quilômetros de comprimento. Rio Indo, no Paquistão, em 2018. FIM DA LEGENDA.
- Qual é a origem das águas do rio Indo?
72
A civilização egípcia
A civilização egípcia começou a se desenvolver às margens do rio Nilo por volta de 3200 a.C.
Todos os anos, as águas do rio subiam e inundavam as terras ao seu redor, tornando o solo das margens úmido e fértil, ideal para a agricultura. Além das inundações naturais, os egípcios construíram diques e canais de irrigação para ampliar as áreas de cultivo.
Eles cultivavam principalmente trigo, cevada, ervilha, lentilha, linho e frutas. Outro produto cultivado era o papiro, planta com fibras que eram usadas como suporte para a escrita e o desenho e para produzir cestos, sandálias e embarcações. O papiro é um suporte de escrita antecessor do papel.
Outras atividades importantes para os egípcios eram a pesca e a criação de porcos, carneiros, bois, gansos e patos.
FONTE: Elaborado com base em: Graça M. L. Ferreira. Atlas geográfico: espaço mundial. 5ª ed. São Paulo: Moderna, 2019. p. 85.
- Qual era a importância do rio Nilo para a civilização egípcia?
- Como os egípcios melhoraram o aproveitamento das águas do rio Nilo?
- Quais produtos agrícolas cultivados pelos egípcios você conhece?
- Observe a imagem de um papiro egípcio. Em sua opinião, que atividades foram representadas nos desenhos?
LEGENDA: Folha feita de papiro usada para escrita e desenho, datada de cerca de 500 a.C. FIM DA LEGENDA.
73
O comércio egípcio
Os egípcios comerciavam com diversos povos da África, da Ásia e da Europa. A grande extensão do rio Nilo e a proximidade com o mar Mediterrâneo e com o mar Vermelho, usados como vias de transporte de produtos para o comércio, favoreciam o contato entre esses povos.
Os comerciantes egípcios trocavam produtos como trigo, lentilha, papiro e linho por cobre, incenso, pedras semipreciosas, como turquesa e lápis-lazúli, além de madeira para a construção de embarcações.
As embarcações também eram construídas usando papiro tanto no corpo do barco como nas velas.
LEGENDA: Folha de papiro com desenho de embarcação também feita de papiro datada de cerca de 500 a.C. FIM DA LEGENDA.
- Com quais povos os egípcios realizavam trocas comerciais?
• Que condições geográficas favoreciam esse comércio?
- Quais eram os produtos trocados pelos comerciantes egípcios?
- Observe o uso do papiro no documento apresentado nesta página. Depois, responda às questões.
- O que a imagem mostra?
- Como o papiro foi utilizado nesse caso?
74
O domínio das rotas do mar Mediterrâneo
O comércio marca a história da humanidade. Inicialmente, como vimos, as relações de troca ocorriam entre grupos que viviam próximos. Com o tempo, mercadores passaram a levar seus produtos, por mar ou por terra, para locais cada vez mais distantes.
Na região do mar Mediterrâneo, por exemplo, o comércio ocorreu de maneira intensa, envolvendo vários povos antigos, como fenícios, cartagineses, gregos, romanos, árabes e, mais tarde, italianos (venezianos e genoveses).
Em razão do crescimento do comércio, várias sociedades se desenvolveram e houve grande intercâmbio de línguas e culturas na região. Houve também muita disputa pelo controle das rotas marítimas e, em consequência, guerras e batalhas.
Os fenícios
Os fenícios ocuparam uma estreita faixa litorânea no mar Mediterrâneo por volta de 1500 a.C. A presença de altas montanhas na região e a ausência de grandes rios para irrigar as terras dificultavam a prática da agricultura pelos fenícios. O cultivo agrícola ficava limitado a uma estreita faixa de terra fértil.
As terras ocupadas pelos fenícios, porém, eram banhadas pelo mar Mediterrâneo, o que facilitava o contato com os povos da Ásia, da África e da Europa. Além disso, a vegetação dessas terras era rica em cedro, árvore que fornece madeira de excelente qualidade para a produção de embarcações.
Esses fatores favoreceram o domínio dos fenícios sobre a navegação marítima, fazendo do comércio e da pesca suas principais atividades econômicas. A navegação no mar Mediterrâneo possibilitou aos fenícios entrar em contato com diferentes povos e culturas.
LEGENDA: Relevo mostrando embarcação fenícia utilizada para o comércio marítimo, produzido por volta de 400 a.C. FIM DA LEGENDA.
- Quais fatores dificultavam a prática da agricultura pelos fenícios?
- Quais fatores favoreceram o domínio da navegação pelos fenícios?
- O que isso significou para a economia fenícia?
75
O comércio fenício
Graças à navegação, os fenícios estabeleceram rotas comerciais em todo o mar Mediterrâneo. Eles criaram entrepostos em diversos pontos do litoral mediterrâneo para promover suas atividades comerciais. Nesses entrepostos eram construídos depósitos para armazenar os produtos e portos que possibilitavam guardar e reparar as embarcações.
A atividade comercial impulsionou a criação de um sistema de escrita fenício para registrar as trocas comerciais. Esse sistema era baseado em um alfabeto fonético, isto é, para cada som da fala foi desenvolvido um símbolo. Com a expansão comercial, o alfabeto fenício tornou-se amplamente conhecido, e os 22 símbolos que o compunham deram origem às letras do alfabeto que utilizamos atualmente.
- Por que os fenícios estabeleciam entrepostos? Qual era sua função?
- Observe o mapa a seguir. Depois, responda às questões.
FONTE: Elaborado com base em: Werner Hilgemann e Hermann Kinder. Atlas historique. Paris: Perrin, 1992.
- Qual era a principal via de transporte utilizada pelos fenícios para o comércio?
- Quais produtos havia na área ocupada pelos fenícios?
- Quais produtos havia no Egito?
- Qual é a relação do comércio fenício com o alfabeto que utilizamos atualmente?
76
O uso da moeda
As embarcações fenícias, chamadas galés, dispunham de velas e longos remos. Esse meio de transporte permitiu que os fenícios chegassem à África e à Europa, onde comercializavam seus produtos, e fundassem várias colônias.
LEGENDA: Modelo de embarcação fenícia. FIM DA LEGENDA.
Os fenícios produziam tecidos, joias, perfumes e objetos de marfim, madeira e metal. Eles eram bons metalúrgicos, isto é, sabiam manipular o metal para produzir utensílios.
Entre os objetos de metal criados pelos fenícios estavam as moedas, que eram usadas no comércio. Elas costumavam ser feitas de metais valiosos, como ouro, prata e cobre, e tinham um valor fixo determinado por seu peso, o que facilitava as negociações comerciais.
LEGENDA: Moeda fenícia produzida por volta de 300 a.C. FIM DA LEGENDA.
- Observe a imagem da moeda fenícia. Depois, responda no caderno às questões.
- Que elemento foi representado na moeda?
- Em sua opinião, por que os fenícios representaram esse elemento na moeda?
- Quais são as semelhanças e as diferenças entre essa moeda e as que usamos atualmente?
77
- Diversos materiais já serviram como moeda no decorrer da história. Sobre esse assunto, leia o texto a seguir e depois responda às questões.
Por que inventaram o dinheiro?
O dinheiro foi criado para facilitar as trocas comerciais quando estas ficaram mais complexas. A princípio, as permutas eram baseadas na quantidade de tempo de trabalho gasto para produzir a mercadoria. [...]
Sabe-se que na China, mais de mil anos antes de Cristo, já se usavam conchas como moeda de troca. A partir daí, os materiais utilizados foram os mais diversos por todo o mundo, dos quais o exemplo mais conhecido é o sal [...].
[Há mais de 2 mil anos], já se tem notícias de moedas feitas em metal, como o ouro, a prata e o cobre. [...] O valor dependia da abundância ou da escassez de certo metal em cada região. [...]
[Centenas de anos depois,] os reis e governantes começaram a cunhar seus rostos nas moedas. [...] Nessa época, cada pessoa que fosse dona de certa quantidade de metal levava esse material até uma repartição para que fosse transformado em moeda com o rosto do rei.
O ouro, metal mais precioso, acabou virando referência de valor [...]. No século 19, ainda valia o ouro, mas as notas em papel já se tornavam mais populares. [...]
Na década de 1970, os Estados Unidos aboliram a referência ao padrão-ouro [...], e o papel-moeda passou a valer por si só. Depois, foi copiado pelos outros países, que passaram a usar o dólar como referência para o valor de suas moedas. [...]
LEGENDA: O florim foi a primeira moeda cunhada no Brasil, em 1645, produzida em ouro por holandeses em Pernambuco. FIM DA LEGENDA.
Renata Costa. Por que inventaram o dinheiro? Nova Escola, 1º set. 2009. Disponível em: http://fdnc.io/fnC. Acesso em: 11 mar. 2021.
- Quando foram produzidas as primeiras moedas de metal?
- Segundo o texto, quais materiais já foram utilizados como moeda?
78
O mundo que queremos
Economia solidária: moeda social e bancos comunitários
Pode-se dizer que a Economia Solidária é um modo alternativo de lidar com as atividades econômicas de um determinado lugar. [...] Por exemplo, os trabalhadores são, ao mesmo tempo, donos do negócio, diferentemente da economia convencional, na qual há uma distinção entre esses dois grupos. [...]
As iniciativas podem ocorrer de diversas maneiras, sendo algumas delas por meio de associações, cooperativas, como as de coleta e reciclagem, ou grupos, tanto no campo quanto na cidade. [...].
LEGENDA: Banco comunitário na cidade de São Paulo, no estado de São Paulo, em 2018. FIM DA LEGENDA.
A moeda social é o meio que viabiliza a prática da Economia Solidária. Ela possui características específicas que a diferem da “moeda normal” [...].
[Elas] não são fabricadas pela Casa da Moeda, mas pelos Bancos Comunitários de Desenvolvimento (BCD). [...]
Outro diferencial é que os bancos comunitários podem emprestar valores em moeda social para os habitantes das comunidades que não possuem linhas de crédito em instituições bancárias tradicionais, logo os BCDs também funcionam como uma ferramenta de democratização de crédito, permitindo a ampliação de investimentos locais. [...]
Fatores como combate à exclusão, desigualdade, desemprego urbano e desocupação rural servem de motivação para impulsionar a iniciativa no cenário brasileiro e buscar uma melhor qualidade de vida para as classes mais vulneráveis. [...]
Dentre as 117 moedas alternativas existentes hoje no país, tem-se a Palma. Ela foi a primeira moeda social, criada pela própria comunidade do Conjunto Palmeiras, localizado no sul de Fortaleza, Ceará, em 1998. O objetivo era o desenvolvimento local, já que os moradores viam-se fazendo praticamente todas as compras fora do bairro, de forma que o dinheiro não se mantinha lá. [...]
Algumas outras moedas alternativas que circulam no Brasil são: a Mumbuca, na cidade de Maricá, no Rio de Janeiro; a Bem, no Morro de São Benedito, no Espírito Santo; a Santana, na cidade de Santana do Acaraú, no Ceará; e a Ita, primeira moeda social da área rural, no Assentamento Itamarati, em Ponta Porã, Mato Grosso do Sul.
FONTE: Beatriz Rengel e Kimberly Studer. Economia solidária: a moeda social e o caso de Palmas. Politize!, 19 dez. 2018. Disponível em: http://fdnc.io/fnD. Acesso em: 25 jun. 2022.
79
- De acordo com o texto, o que são bancos comunitários?
- Como o banco comunitário pode ajudar a desenvolver uma comunidade?
- Observe as fotografias abaixo e responda às questões a seguir.
LEGENDA: Banco Comunitário Palmas, criado pela comunidade do Conjunto Palmeiras, na cidade de Fortaleza, no estado do Ceará, em 2021. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Moeda social do Banco Comunitário União Sampaio, criado pelos moradores do bairro, na cidade de São Paulo, no estado de São Paulo, em 2018. FIM DA LEGENDA.
- Onde estão situados os bancos comunitários retratados?
- A qual comunidade cada um dos bancos pertence?
- Quais são os valores da moeda representada na fotografia?
- Para quais finalidades os membros das comunidades podem utilizar essa moeda?
Vamos fazer
Além das moedas sociais e dos bancos comunitários, outra maneira de desenvolver a economia solidária em uma comunidade é a realização de feiras de trocas.
- Em grupo, sigam as etapas listadas:
- Com os colegas de grupo, pesquisem se existem feiras de trocas no local onde vocês vivem. Caso existam, procurem saber como essas feiras funcionam e como podem participar delas ou ajudar a divulgá-las.
- Caso contrário, vocês podem organizar uma feira de trocas na escola.
- Os participantes da feira podem trocar itens como livros, roupas, materiais escolares ou brinquedos que estejam em boas condições. Podem ser trocados também serviços como aulas de música, dança, cuidados com um animal etc.
80
Capítulo 2. O comércio europeu
Até o século XV, o comércio marítimo entre Europa e Ásia era feito apenas pelo mar Mediterrâneo. Por ali, mercadores traziam produtos que eram vendidos por toda a Europa, como tecidos de seda, tapeçarias, pedras preciosas, porcelanas e especiarias. Esses produtos vinham da região que os europeus chamavam, na época, de Índias, que incluía territórios que hoje correspondem ao Japão, à China, à Índia e à Indonésia.
As especiarias, como cravo, canela, noz-moscada, baunilha, gengibre e pimenta, são produtos usados para temperar e conservar alimentos e na fabricação de remédios e perfumes. Elas eram caras no mercado europeu. Um dos motivos dos altos preços era a dificuldade de obtê-las em locais distantes e pouco acessíveis.
O comércio das especiarias e de artigos de luxo garantia altos lucros. Os mercadores árabes e italianos das cidades de Gênova e Veneza controlavam esse comércio, pois eles dominavam as rotas marítimas do mar Mediterrâneo. Isso excluía os negociantes portugueses e espanhóis desse lucrativo comércio.
LEGENDA: Baunilha. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Gengibre. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Canela-da-índia. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Noz-moscada. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Cravo-da-índia. FIM DA LEGENDA.
- Quais eram os principais produtos que chegavam à Europa pelas rotas comerciais do mar Mediterrâneo?
- Onde esses produtos eram encontrados?
- Por que os comerciantes portugueses e espanhóis estavam excluídos do comércio de especiarias nos anos 1400?
81
A busca pelas Índias
No final dos anos 1400, navegadores a serviço de governantes e comerciantes europeus, em especial portugueses e espanhóis, iniciaram viagens marítimas na tentativa de encontrar rotas para chegar às Índias sem passar pelo mar Mediterrâneo. Assim, poderiam fazer parte do comércio de especiarias sem depender exclusivamente de árabes e italianos.
A estratégia dos portugueses era contornar o continente africano pelo oceano Atlântico para ter acesso a esse lucrativo negócio. Já os governantes espanhóis investiram nos navegadores que contavam com a possibilidade de alcançar as Índias seguindo pelo oceano Atlântico sempre em direção ao ocidente.
Navegadores portugueses e espanhóis realizaram diversas rotas para chegar às Índias nos anos 1400 e 1500. Em geral, as viagens eram longas e algumas duravam anos.
Observe no mapa a seguir algumas dessas rotas.
Fontes: Atlas histórico. São Paulo: Britannica, 1997. p. 88; John R. Hale. Idade das explorações. Rio de Janeiro: José Olympio, 1981. p. 54.
- Qual era o objetivo das viagens realizadas pelos navegadores europeus?
- Qual foi a estratégia utilizada por eles para isso?
- Observe o mapa e responda às questões.
- Quais navegadores chegaram às Índias?
- Quanto tempo durou a maioria das viagens representadas?
82
Para ler e escrever melhor
O texto a seguir descreve o que são e para que servem as especiarias.
As especiarias e seus usos
As especiarias são partes de plantas que podem ser usadas para temperar e dar sabor e aroma aos alimentos.
No passado, o cultivo das especiarias era restrito a alguns lugares do mundo, como Índia e China. Por esse motivo, elas tinham alto valor e eram consideradas produtos de luxo.
Com a expansão do comércio, as especiarias tornaram-se conhecidas em todo o mundo, passando a fazer parte dos costumes de diferentes culturas. Atualmente, elas são usadas em preparações culinárias, como matéria-prima na indústria de perfumes e com fins medicinais e terapêuticos.
Observação: Representações fora de proporção. Cores fantasia. Fim da observação.
Analise
- O que são especiarias? Como elas são utilizadas?
- Por que as especiarias eram consideradas produtos de luxo no passado?
- Observe esta imagem e reflita: Entre os elementos representados, quais serviriam para fundamentar a resposta que você deu à questão anterior?
LEGENDA: Ilustração do Atlas Catalão (cerca de 1375) representando caravana de mercadores a caminho da China. FIM DA LEGENDA.
83
- Relacione cada especiaria a seguir a uma das partes das plantas destacadas no quadro abaixo. Faça seus registros no caderno.
botão de flor – pedaço de caule – folha – fruto
LEGENDA: Canela. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Pimenta. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Cravo-da-índia. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Louro. FIM DA LEGENDA.
Organize
- Releia o texto da página anterior e faça no caderno uma síntese das informações, na ordem em que são apresentadas.
Escreva
- Reúna-se com um colega e sigam estes passos:
- Pesquisem em livros, revistas ou sites a receita de um prato que tenha uma especiaria como ingrediente.
- Em uma folha de papel à parte, façam uma pequena descrição dessa especiaria e dos usos dela no passado e no presente.
- Abaixo da descrição da especiaria, copiem a receita que pesquisaram.
- Em sala de aula, leiam a receita para os colegas e o professor, destacando a especiaria utilizada como ingrediente.
- Com a ajuda do professor, organizem todas as receitas em um livro de receitas da turma. O livro poderá ser compartilhado com toda a comunidade escolar.
84
Embarcações e equipamentos
As caravelas
A utilização das caravelas foi fundamental para a exploração do oceano Atlântico pelos europeus nos anos 1400 e 1500.
Essas embarcações leves e ágeis não tinham remos e eram movidas pela ação dos ventos que atingiam suas velas. Elas podiam chegar próximo da terra firme sem risco de encalhar. Por esse motivo, eram ideais para as navegações marítimas que tinham o objetivo de chegar a novas terras.
Observe na imagem a seguir algumas características da caravela.
FONTE: Viagens de descobrimento: 1400-1500. Rio de Janeiro: Abril Livros, 1994. p. 18-19.
Outras embarcações utilizadas nas viagens marítimas europeias eram as naus e as fragatas. Elas eram maiores, mais resistentes e tinham maior capacidade de transporte de cargas. Essas embarcações eram mais utilizadas no transporte de produtos para o comércio.
- Monte no
caderno
um quadro como o do
modelo
a seguir, completando-o com as características de cada tipo de embarcação.
Quadro: equivalente textual a seguir.
Embarcação |
Características |
Uso |
---|---|---|
Caravela |
_____ |
_____ |
Nau e fragata |
_____ |
_____ |
85
Os instrumentos de localização
Para navegar pelo oceano Atlântico, era necessário utilizar instrumentos de navegação que orientassem a direção para chegar às Índias.
A bússola, um instrumento de localização inventado na China, foi aperfeiçoado pelos navegadores europeus. Ela tem uma agulha que indica aproximadamente a direção norte-sul geográfica.
O astrolábio também foi aperfeiçoado e utilizado pelos europeus na navegação. Ele era usado para determinar a posição dos astros no céu e, assim, calcular a localização das embarcações.
Outros instrumentos utilizados nas viagens marítimas eram os mapas e as cartas náuticas, um tipo de mapa que representa o relevo, as correntes e outras características de áreas do mar. À medida que conheciam mais as rotas marítimas, os navegadores contribuíam para o aprimoramento dos mapas e cartas, fornecendo novos dados para os cartógrafos.
LEGENDA: Bússola dos anos 1400. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Modelo de astrolábio criado por Elias von Lennep, em 1690. FIM DA LEGENDA.
- Por que os instrumentos de navegação eram necessários?
- Quais eram os instrumentos utilizados pelos navegadores europeus?
- Qual era a função da bússola e do astrolábio?
- Como as viagens marítimas dos europeus contribuíram para o aprimoramento de alguns instrumentos de navegação, como os mapas e as cartas náuticas?
86
Orientação pelo Sol
Você sabe como se orientar para chegar a diferentes lugares? Podemos nos orientar, por exemplo, observando o movimento aparente do Sol no céu ao longo do dia.
Para isso, tomamos como base onde o Sol “nasce” e onde “se põe”. Ele sempre “nasce” do mesmo lado no horizonte pela manhã: esse é o lado leste. No fim da tarde, o Sol “se põe” do lado oposto: esse é o lado oeste.
Assim, o Sol pode ser utilizado como um referencial para nos orientarmos.
Se abrir os braços com a mão direita apontando para o lado onde o Sol “nasce”, você estará indicando a direção leste-oeste; a mão esquerda indica o sentido oeste, e a direita indica o sentido leste. À sua frente, estará o norte e, às suas costas, estará o sul.
- Observe o esquema a seguir e, depois, responda no caderno às questões.
Observação: Representação fora de proporção. Fim da observação.
- Em qual direção “nasce” o Sol?
- Em qual direção “se põe” o Sol?
- De acordo com o esquema anterior, em qual direção estão as ilhas? E os prédios?
Norte (N), sul (S), leste (L) e oeste (O) são chamados pontos cardeais.
Entre os pontos cardeais estão os pontos colaterais: nordeste (NE), sudeste (SE), sudoeste (SO) e noroeste (NO).
87
Os pontos cardeais e os pontos colaterais podem ser representados em uma rosa dos ventos, que indica direções de orientação e localização, como se observa a seguir.
LEGENDA: Rosa dos ventos com os pontos cardeais. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Rosa dos ventos com os pontos cardeais e os pontos colaterais. FIM DA LEGENDA.
- Observe a imagem a seguir. Depois, responda no caderno às questões tomando como base os pontos cardeais e os pontos colaterais.
Observação: Representação fora de proporção. Fim da observação.
- Partindo da praça, qual direção deve ser seguida para chegar à escola?
- Partindo da praça, qual direção deve ser seguida para chegar ao mercado?
- Partindo da praça, qual direção deve ser seguida para chegar à padaria?
- Em relação à praça, em qual direção fica a casa da Mariana?
- Em relação à praça, em qual direção fica o hospital?
88
Vamos fazer
Um gnômon
O gnômon é um antigo instrumento que possibilita a observação do movimento aparente do Sol no céu. Ele é formado por uma vareta fixada verticalmente em um suporte. A observação da variação da sombra da vareta permite acompanhar a posição do Sol no céu ao longo do dia.
Nesta atividade, você vai usar esse instrumento para identificar os pontos cardeais.
Material
- Placa quadrada de isopor de 30 centímetros
- Vareta de madeira ou tubo de plástico de 15 centímetros
- Barbante do mesmo comprimento da vareta, 15 centímetros
- Caneta
- Fita adesiva
Como fazer
- Esta atividade deve ser feita em um dia ensolarado. Amarre o barbante em uma das pontas da vareta, deixando um espaço para espetá-la na placa de isopor.
- Espete a vareta verticalmente na placa de isopor. Esse será seu gnômon.
- Escolha um lugar plano, onde a luz solar incida durante a manhã e a tarde. Leve o gnômon até o local e prenda-o no chão com a fita adesiva.
- De manhã, marque com a caneta a ponta da sombra que se formou a partir da vareta.
- Estique o barbante da base da vareta até a marcação da ponta da sombra e deslize-o da esquerda para a direita, desenhando um arco na placa de isopor com a caneta.
89
- Depois do meio-dia, observe o gnômon e o movimento da sombra. Fique atento ao momento em que a sombra tocar em algum ponto do arco desenhado. Marque esse ponto.
- Faça uma linha ligando os dois pontos que você marcou; essa é a direção leste-oeste e representa o movimento aparente do Sol no céu.
- Depois, trace uma linha vertical partindo da base da vareta e cruzando a direção leste-oeste. Essa linha representa a direção norte-sul.
- Marque os pontos cardeais seguindo as orientações: o primeiro ponto marcado indica a direção oeste; o segundo ponto indica a direção leste; a extremidade da linha vertical que cruza a direção leste-oeste indica o sentido sul; a extremidade oposta indica o sentido norte.
Para responder
- Qual eixo corresponde ao movimento aparente do Sol no céu?
- Qual ponto cardeal corresponde ao lado em que o Sol “nasce”? E ao lado em que o Sol “se põe”?
- Imagine que você está na posição da vareta, apontando o braço direito para o leste e o braço esquerdo para o oeste. Qual ponto cardeal está à sua frente? E qual está atrás de você?
- Assim como o gnômon, a bússola é usada para indicar os pontos cardeais. Ela possui uma agulha que aponta para a direção norte.
- Quais são as diferenças entre esses dois instrumentos?
- Em sua opinião, qual dos dois instrumentos é o mais preciso?
90
As navegações espanholas
As viagens marítimas espanholas em direção às Índias tiveram início no final dos anos 1400, quando o governo espanhol decidiu financiar uma expedição comandada pelo navegador italiano Cristóvão Colombo. Ele era um estudioso da cartografia e planejou uma rota em direção ao oeste para alcançar as Índias, e não ao leste, como faziam os portugueses ao contornar a África.
No entanto, durante a viagem, Colombo encontrou terras no percurso da rota planejada. Essas terras faziam parte de um continente mais tarde nomeado de América, que ainda era desconhecido pelos europeus na época.
Acreditando estar nas Índias, Cristóvão Colombo chamou de “índios” os habitantes dessas terras. Depois dessa primeira expedição, ele fez três outras viagens à América. No entanto, as riquezas desejadas pelos espanhóis, como o ouro, não foram encontradas nessas viagens.
LEGENDA: Theodore de Bry. Chegada de Colombo à América, 1596. Gravura. FIM DA LEGENDA.
- Qual foi a rota planejada por Cristóvão Colombo para alcançar as Índias?
- Ele conseguiu chegar às Índias? Explique.
- Observe a gravura de Theodore de Bry e, depois, responda às questões.
- O que os indígenas estão oferecendo a Cristóvão Colombo?
- Na sua opinião, por que esse detalhe foi representado?
91
A partir de 1501, Américo Vespúcio, outro navegador italiano, realizou algumas expedições contornando a costa da América. Ao observar a existência de grande extensão de terras ao sul, ele concluiu que não se tratava da Ásia, mas de um novo continente que bloqueava o caminho para as Índias pelo oeste.
Em 1507, o cartógrafo alemão Martin Waldseemüller, em conjunto com outros estudiosos, criou um planisfério com base nas descrições feitas pelo navegador Américo Vespúcio e em conhecimentos de cartografia disponíveis na época. Observe o planisfério a seguir.
LEGENDA: Planisfério colorizado de Martin Waldseemüller, 1507. FIM DA LEGENDA.
- Por que o planisfério de Waldseemüller é um marco para a história da cartografia? Que novidades ele apresenta?
- Em sua opinião, por que a América é apresentada com menos detalhes que os demais continentes?
92
As navegações portuguesas
Nos anos 1400, vários navegadores a serviço dos governantes portugueses buscaram uma rota que levasse às Índias contornando o continente africano, mas não tiveram sucesso em ultrapassar o chamado Cabo das Tormentas, no sul da África. No entanto, entre 1487 e 1488, o português Bartolomeu Dias partiu de Portugal e conseguiu ultrapassar o Cabo das Tormentas, que passou, então, a ser chamado de Cabo da Boa Esperança.
Dez anos depois, Vasco da Gama realizou a mesma rota marítima e alcançou as Índias, região fornecedora de gengibre, canela e pimenta-do-reino, entre outras especiarias.
LEGENDA: Artista desconhecido. Retrato de Vasco da Gama, cerca de 1524. Óleo sobre tela. FIM DA LEGENDA.
A viagem de Vasco da Gama estabeleceu a rota marítima entre Portugal e as Índias. As viagens por esse caminho passaram a ser realizadas com frequência, fazendo de Portugal um grande centro de comércio de especiarias na Europa nos anos 1500.
Reveja o percurso desse navegadores no mapa da página 81.
- Qual foi a importância da viagem marítima de Bartolomeu Dias?
- Quais especiarias eram fornecidas pelas Índias?
- Qual foi a importância da viagem de Vasco da Gama às Índias em 1497?
A chegada dos portugueses ao Brasil
Em 1500, o navegador português Pedro Álvares Cabral comandou uma expedição marítima em direção às Índias com o objetivo de fixar entrepostos comerciais e garantir o acesso ao comércio de especiarias.
Entretanto, ao chegar ao noroeste da África, a expedição desviou da rota original e acabou chegando a terras que, depois, constituiriam o território do Brasil.
Diversos pesquisadores afirmam que o desvio não foi um acidente, mas uma decisão de Cabral, que estaria à procura das terras mencionadas por outros navegadores em relatos de viagem pelo oceano Atlântico e que ainda não eram conhecidas pelos portugueses.
93
- Qual era o objetivo da expedição marítima de Pedro Álvares Cabral?
- Qual foi a consequência do desvio feito na rota original? Isso foi um acidente?
- Leia a seguir um trecho da Carta de Pero Vaz de Caminha, funcionário do governo de Portugal que integrou a expedição de Pedro Álvares Cabral, informando sobre o encontro das terras que seriam chamadas de Brasil.
Neste dia, a horas de véspera, houvemos vista de terra! Primeiramente dum grande monte, mui alto e redondo; e doutras serras mais baixas ao sul dele; e de terra chã, com grandes arvoredos: ao monte alto o capitão pôs nome – o Monte Pascoal e à terra – a Terra da Vera Cruz. [...]
Nela, até agora, não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro; nem lho vimos. Porém a terra em si é de muito bons ares [...].
Pero Vaz de Caminha. A carta de Pero Vaz de Caminha, cerca de 1500. Disponível em: http://fdnc.io/23m. Acesso em: 25 mar. 2021.
- Que nome as terras encontradas receberam?
- O que os portugueses procuravam nessas terras?
- Quais meios você costuma utilizar para se comunicar por escrito com pessoas que estão distantes?
- Observe a imagem a seguir e depois responda no caderno às questões.
LEGENDA: Aurélio de Figueiredo. Descobrimento do Brasil, 1899. Óleo sobre tela, 52,3 cm × 71,3 cm. FIM DA LEGENDA.
- Qual é o acontecimento representado na imagem?
- O acontecimento representado na pintura ocorreu em que ano?
- O artista produziu a pintura no mesmo ano do acontecimento representado? Explique.
- Na sua opinião, como o artista conseguiu reconstituir a cena?
94
Painel multicultural
A cultura portuguesa pelo mundo
A colonização portuguesa marcou a história não só do Brasil, mas também de países de outros continentes, como Angola, Cabo Verde, Moçambique, Timor-Leste, Guiné Bissau, Guiné Equatorial e São Tomé e Príncipe.
Vamos conhecer um pouco desses países e da influência que a cultura portuguesa exerceu sobre eles.
Angola é um país localizado no continente africano, na costa do oceano Atlântico. Ele foi colônia de Portugal e tornou-se independente em 1975.
A influência da cultura portuguesa em Angola pode ser notada na culinária, como o costume de preparar bacalhau, e na arquitetura, como a fortaleza de São Miguel, que fica na cidade de Luanda.
LEGENDA: Fortaleza de São Miguel, em Luanda, capital de Angola. Fotografia de 2018. FIM DA LEGENDA.
Cabo Verde é um país africano que também foi colônia de Portugal e conquistou sua independência em 1975.
Esse país é formado por dez ilhas que se localizam no oceano Atlântico.
No centro histórico da capital, Praia, é possível notar a influência portuguesa na arquitetura.
- LEGENDA: Centro histórico em Praia, capital de Cabo Verde, em 2019. FIM DA LEGENDA.
95
Moçambique, outro país da África, está situado na costa do oceano Índico. Também foi colônia de Portugal e se tornou independente em 1975. A influência portuguesa pode ser observada na arquitetura da cidade de Maputo, como exemplifica a estação de trem Caminho de Ferro.
LEGENDA: Estação Caminho de Ferro, em Maputo, capital de Moçambique, em 2018. FIM DA LEGENDA.
Timor-Leste é um país asiático localizado na ilha do Timor.
O país também foi colônia de Portugal e, após muitos conflitos, em 2002 obteve o reconhecimento de sua independência.
A influência portuguesa pode ser observada em diversas construções, como no Palácio do Governo, na cidade de Dili.
LEGENDA: Palácio do Governo em Dili, capital do Timor-Leste. Fotografia de 2015. FIM DA LEGENDA.
- Você já ouviu falar de algum desses países? Se sim, quais?
- Reúna-se com um colega e pesquisem em livros ou sites a língua oficial desses países. Registre as informações no caderno.
- Conversem com os colegas e o professor sobre as suas descobertas.
96
O que você aprendeu
- Os eventos dos quadros abaixo trazem informações sobre as primeiras trocas comerciais e o uso de moedas ao longo do tempo. Contudo, eles estão embaralhados. Reescreva-os no
caderno
em ordem cronológica, ou seja, na sequência temporal correta.
O valor de um produto, como um alimento, pôde ser determinado de acordo com o tempo necessário para sua produção.
O papel-moeda passou a ser muito utilizado durante o século XIX.
Há mais de 6 mil anos, as trocas eram diretas, e os produtos trocados tinham o mesmo valor.
Há mais de 2 mil anos, moedas feitas de metais já eram utilizadas.
Em 1645, foram cunhadas as primeiras moedas no Brasil: os florins holandeses.
Há mais de 3 mil anos, alguns grupos começaram a utilizar objetos como conchas para realizar trocas comerciais.
- Descubra as respostas para as adivinhas a seguir e as escreva no caderno.
O que é, o que é?
Nome das embarcações fenícias usadas no comércio pelo Mediterrâneo.
O que é, o que é?
Atividade humana com base na troca de produtos.
O que é, o que é?
Nome do mar localizado entre o sul da Europa, o norte da África e o oeste da Ásia.
- As primeiras civilizações tiveram que inventar coisas que hoje consideramos muito simples. Essas invenções foram muito importantes para a sobrevivência e o desenvolvimento dos seres humanos. Sobre esse tema, responda no caderno às questões a seguir.
- Cite duas invenções importantes para as primeiras civilizações.
- Alguma das invenções que você mencionou ainda é usada hoje em dia? Qual? Para quê?
97
Avaliação processual
- Associe, no caderno, os tipos de comércio listados nos quadros a cada uma das imagens a seguir.
comércio virtual - comércio marítimo - comércio terrestre
LEGENDA: Caravela, gravura de Theodore de Bry, 1592. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Detalhe da caravana de Marco Polo (mercador veneziano) a caminho de Catai, nome pelo qual era conhecida a China. Atlas Catalão, 1375. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Compra de produtos pela internet em 2016. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Detalhe de caravana na Argélia, na África, em gravura de 1903. FIM DA LEGENDA.
98
- O texto a seguir foi escrito por um indígena. Ele discorre sobre os nomes dados pelos portugueses aos lugares que encontraram na América.
Antes de os portugueses chegarem, cada lugar de nossa terra tinha um nome.
Os rios já tinham nome.
As lagoas já tinham nome.
Mas logo os portugueses trocaram os nomes de tudo.
O lugar onde eles encostaram as caravelas eles chamaram de Porto Seguro.
O primeiro morro que eles enxergaram eles chamaram de Monte Pascoal.
Os Tupinikim já tinham dado nome para esses lugares.
Os portugueses mudaram o nome da terra.
Mas não mudaram só o nome da terra.
Os portugueses roubaram a terra também.
Eunice Dias de Paula; Luiz Gouveia de Paula; Elizabeth Amarante. História dos povos indígenas: 500 anos de luta no Brasil. Petrópolis: Vozes; Brasília, DF: Cimi, 1993. p. 89.
- De acordo com o texto, antes de os portugueses chegarem às terras que formaram o Brasil, que povo indígena já tinha dado nome à terra, aos rios e às lagoas?
- Qual foi o nome dado pelos portugueses ao lugar onde eles atracaram as caravelas? E ao primeiro monte que avistaram?
- Em que ano isso ocorreu?
- Por que os portugueses iniciaram as expedições marítimas nesse período?
- Faça uma reflexão sobre as possíveis intervenções no território após a ocupação pelos portugueses, considerando o acontecimento do ponto de vista indígena. Registre suas anotações no caderno.
99
- Leia o texto e observe o mapa a seguir. Depois, responda às questões.
Os mapas produzidos antigamente, no período da expansão das rotas do comércio, são bastante diferentes dos mapas produzidos atualmente. Antigamente, os mapas eram, muitas vezes, feitos à mão e repletos de ilustrações dos elementos presentes no local representado. Alguns mapas traziam monstros marinhos e seres fantásticos, que ilustravam a crença nos perigos dos mares e dos lugares desconhecidos.
Um exemplo é o mapa do continente americano produzido pelo europeu Joducus Hondius, em 1606. Ele foi considerado um dos mapas mais importantes na época pela quantidade de informações que traz e também pela sua beleza. No mapa, há ilustrações de animais ou monstros marinhos, indígenas e embarcações europeias, além de representações da forma como os europeus viam o modo de vida dos nativos.
LEGENDA: Mapa da América produzido por Joducus Hondius em 1606. FIM DA LEGENDA.
- Qual é o assunto tratado no texto?
- Quem produziu o mapa? Em que ano?
- Atualmente, os mapas apresentam a rosa dos ventos, que auxilia na orientação e na localização espacial. Desenhe no caderno a rosa dos ventos abaixo, indicando os pontos laterais e os pontos colaterais. Elabore também uma legenda com o nome de cada ponto.