MP134

Unidade 3. O território brasileiro

Imagem: Ilustração. À esquerda, mapa do Brasil com os estados coloridos em tons de verde, laranja, amarelo, rosa, vermelho e outras cores e à esquerda, países vizinhos em cinza.  À direita, peças coloridas e formatos diferentes de estados brasileiros. Há sete peças em verde; nove em amarelo; três em laranja; três em roxo; e quatro em vermelho.   Fim da imagem.

Observação: Representação fora de proporção. Fim da observação.

MANUAL DO PROFESSOR

Introdução

Nesta unidade, os estudantes terão a oportunidade de explorar conteúdos relacionados aos conceitos de território e de região. A abordagem permite reconhecer as características gerais da superfície terrestre, identificando a divisão das terras emersas em continentes e a divisão dos oceanos, e compreender como o Brasil se insere no espaço geográfico mundial. A unidade apresenta ainda a divisão interna do território brasileiro em unidades político-administrativas e em grandes regiões.

Em consonância com a BNCC nesta unidade são trabalhadas as Competências Gerais da Educação Básica 1, 7 e 9; a Competência Específica de Ciências Humanas para o Ensino Fundamental 7; a Competência Específica de História 2 e as Competências Específicas de Geografia 3 e 4.

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para a abertura da Unidade 3 podem ser trabalhadas na semana 20.

Fim do complemento.

Unidades temáticas da BNCC em foco na unidade

História

Circulação de pessoas, produtos e culturas.

Geografia

O sujeito e seu lugar no mundo; Conexões e escalas; Mundo do trabalho; Formas de representação e pensamento espacial.

Objetos de conhecimento em foco na unidade

História

A circulação de pessoas e as transformações no meio natural; A invenção do comércio e a circulação de produtos; As rotas terrestres, fluviais e marítimas e seus impactos para a formação de cidades e as transformações do meio natural.

MP135

Boxe complementar:

Vamos conversar

PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre estas atividades nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
  1. O que a imagem da página anterior representa?
  1. E as “peças” desta página, o que representam?
  1. As “peças” que compõem o mapa do Brasil são as mesmas desta página?
  1. As “peças” desta página estão agrupadas por cores. Em sua opinião, o que isso significa?

Fim do complemento.

MANUAL DO PROFESSOR

Geografia

Instâncias do poder público e canais de participação social; Relação campo e cidade; Unidades político-administrativas do Brasil; Territórios étnico-culturais; Trabalho no campo e na cidade; Elementos constitutivos dos mapas.

Habilidades da BNCC em foco na unidade

EF04HI05, EF04HI06, EF04HI07, EF04GE03, EF04GE04, EF04GE05, EF04GE06, EF04GE07 e EF04GE10.

Objetivos pedagógicos da unidade

Conhecer a dinâmica da organização do território brasileiro ao longo do tempo, entendendo o seu processo de formação.

  • Entender os principais aspectos da colonização do Brasil.
  • Conhecer alguns aspectos sociais e econômicos relacionados à história do Brasil.
  • Compreender a regionalização do Brasil.
  • Compreender que campo e cidade se relacionam.
  • Reconhecer quem administra o município e como a pessoa é escolhida.
  • Valorizar a participação dos cidadãos nas questões municipais.
  • Entender o que são terras indígenas e quilombolas.

    Orientações didáticas

    Com as imagens da abertura pretende-se mobilizar o interesse dos estudantes e os conhecimentos que eles têm acerca do tema que será desenvolvido.

    Atividades 1 a 4. Os estudantes devem identificar que o mapa representa o Brasil e que as “peças” correspondem às unidades federativas do país, ou seja, 26 estados e o Distrito Federal.

    Para destacar a distinção e a relação entre as divisões político-administrativas do país e as divisões regionais, pergunte aos estudantes em qual unidade federativa eles vivem e a qual região essa unidade pertence.

MP136

Investigar o assunto

Imagem: Ícone referente à seção. Fim da imagem.

O município em foco

Os estados e o Distrito Federal são unidades federativas do Brasil. Essas unidades são divididas em municípios. Você sabe em qual unidade federativa está situado o município em que você vive? Sabe quando e como esse município se formou? Sabe quantas pessoas vivem nele? E qual é o nome dado às pessoas que nascem nele, isto é, o gentílico?

Para saber mais sobre o município em que você vive, que tal fazer uma pesquisa?

Como fazer

PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre estas atividades nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
Imagem: Ícone: Atividade em dupla. Fim da imagem.
  1. Reúna-se com um colega para pesquisar algumas informações sobre o município em que vivem.
  1. Para fazer a pesquisa, vocês devem acessar o site Cidades, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), disponível em: http://fdnc.io/5R. Nesse site é possível encontrar informações sobre os municípios brasileiros.
  1. No campo O que você procura?, digitem o nome do município. Em seguida, abrirá uma aba com o nome do município e a unidade federativa em que ele se localiza; cliquem nela para confirmar a informação pesquisada. Nesse momento, abrirá a página com as informações do município. Anotem o gentílico (nome dado à pessoa que nasce no município), o nome do prefeito e dados da população coletados no último censo.
  1. Em seguida, cliquem em Território e ambiente e consultem a área territorial do município.
Imagem: Fotografia. Página de site com ilustração na parte superior, com foto de cor azul com prédios de tamanhos diferentes. Texto em letras brancas: CONHEÇA CIDADES E ESTADOS DO BRASIL. Na parte inferior, texto em branco. Na parte inferior, à esquerda: Pesquisas e à direita: História e Fotos.  Fim da imagem.

LEGENDA: Página inicial do site Cidades. Acesso em: 14 mar. 2021. FIM DA LEGENDA.

MANUAL DO PROFESSOR

Roteiro de aula

A aula prevista para o conteúdo desta seção pode ser trabalhada na semana 20.

Objetivos pedagógicos da seção

  • Realizar uma pesquisa em fontes oficiais.
  • Conhecer alguns dados referentes ao município em que vive.

    Orientações didáticas

    Antes de propor a realização da pesquisa, explique aos estudantes que os municípios são divisões com autonomia administrativa dentro de um estado.

    Oriente a organização da turma em duplas e a leitura coletiva das informações para a realização da atividade, explicando os procedimentos passo a passo. Se houver equipamentos disponíveis na escola, a atividade pode ser desenvolvida na sala de informática ou em sala de aula com o auxílio de um computador com acesso à internet e de um projetor multimídia.

    Recomende aos estudantes que anotem no caderno as informações que obtiverem para, posteriormente, repassá-las às fichas.

    Nesta seção são abordados aspectos que permitem trabalhar a habilidade da BNCC EF04GE05.

    O estudo do município nos anos iniciais

    Ao estudar o município, faz-se o estudo do processo de construção da sociedade, isto é, como os homens se relacionam entre si e de que forma estão organizados para prover a sua subsistência, seja em nível de trabalho, saúde, cultura, lazer. Como constroem a sua história e qual é o espaço que produzem neste processo [...].

MP137

  1. Depois, na lateral esquerda da página, cliquem em História & Fotos e consultem algumas informações sobre a história do município, como o ano em que se formou e se ele se desmembrou de algum município vizinho.
Imagem: Fotografia. Página de site. À esquerda, parte em azul com menu clicado em: Panorama – Belo Horizonte. Mais à direita, parte em cinza com informações com código, população, e à direita, parte com detalhes de população no último censo. Há o mapa do local, informações com números: População no último censo: 2.75.151 pessoas.  Fim da imagem.

LEGENDA: Página com as informações do município. Acesso em: 14 mar. 2021. FIM DA LEGENDA.

  1. Em seguida, em uma folha à parte, componham uma ficha com os itens listados no quadro abaixo e registrem as informações que pesquisaram.
PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre estas atividades nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.

O município: informações levantadas

  1. Nome do município.
  1. Unidade federativa a que ele pertence.
  1. Como é chamada a pessoa que nasce no município (gentílico).
  1. Nome do prefeito do município.
  1. População do município registrada no último censo.
  1. Área territorial do município.
  1. Ano de fundação do município.
  1. Resumo da história do município: principais acontecimentos relacionados à formação dele.

    Para responder

PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre estas atividades nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
Imagem: Ícone: Atividade oral. Fim da imagem.
  1. Comparem a ficha que prepararam com as dos colegas. Vocês encontraram as mesmas informações?
  1. Vocês encontraram outras informações durante a pesquisa? Quais?
  1. Alguma informação chamou a sua atenção? Qual?
MANUAL DO PROFESSOR

O estudo do município permite que o aluno constate a organização do espaço, que possa perceber nele a influência e/ou interferência dos vários segmentos da sociedade, dos interesses políticos e econômicos ali existentes e também de decisões externas ao município, confrontando-se inclusive com interesses locais e da população que ali vive.

FONTE: CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos et al. (org.). Geografia em sala de aula: práticas e reflexões. 3ª ed. Porto Alegre: Editora da UFRGS/AGB – Seção Porto Alegre, 2001. p. 76-79.

Oriente a turma quanto ao preenchimento da ficha. Se julgar conveniente, reproduza as perguntas na lousa e solicite aos estudantes que respondam a elas oralmente antes de preencher a ficha definitiva.

Caso nem todos os estudantes residam no mesmo município, atente-se para contemplar todos os municípios pesquisados.

Literacia e Ciências Humanas

As discussões orais propostas nas atividades trabalhadas no decorrer do livro dão condições para que os estudantes levantem hipóteses sobre o assunto abordado adiante e antecipem conceitos que serão aprofundados.

Favorecer o desenvolvimento dos estudantes em situações de comunicação pública deve ser estimulado ao longo do Ensino Básico e é um dos objetivos desse tipo de atividade.

É uma oportunidade para exercitar a capacidade de se colocar em público e justificar o posicionamento diante dos colegas. Valorize a participação dos estudantes e organize a turma de modo que todos se expressem, argumentem e ouçam os demais, evitando repetições e/ou falas sobrepostas.

Para o estudante ler

A história de uma cidade contada por ela mesma, de Leny Werneck. Escrita Fina, 2013.

Nesse livro, a cidade do Rio de Janeiro é quem conta a própria história, narrando como nasceu, cresceu e as mudanças pelas quais passou no decorrer do tempo.

MP138

Capítulo 1. A formação do território brasileiro

Localização do Brasil

O Brasil está situado na América, que é um dos seis continentes da Terra. Os outros continentes são: África, Ásia, Europa, Oceania e Antártida.

Os continentes e as ilhas correspondem às terras emersas, isto é, às terras que não estão cobertas por água. As terras emersas representam um terço de toda a superfície terrestre; o restante é coberto pela água dos oceanos, mares, lagos e rios.

  1. Veja, no mapa abaixo, a distribuição dos continentes e oceanos. Observe, também, a localização do território brasileiro. Em seguida, responda às questões.
Imagem: Ilustração. Mapa. Continentes e oceanos. Rosa dos ventos de cor preta com os sentidos: N, NO, O, SO, S, SE, L, NE.  Escala: 0 – 3375 Km Legenda: Vermelho: América Roxo: Europa Amarelo: Ásia  Roxo-claro: Oceania Verde: África Verde-claro: Antártida: Antártida À esquerda, América do Norte na parte superior, ao centro, América Central e abaixo, América do Sul. À direita, continente Africano, à direita, parte Europeia, grande parte na parte superior à direita, Ásia. Na parte inferior, Oceania.   Fim da imagem.

FONTE: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8ª ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018.

  1. Quais oceanos banham o continente americano?
PROFESSOR Resposta: Oceano Atlântico e oceano Pacífico.
  1. Algum desses oceanos banha o Brasil? Se sim, qual?
PROFESSOR Resposta: Sim. O oceano Atlântico.
  1. Em sua opinião, o título do mapa é coerente com as informações que ele apresenta? Justifique sua resposta.
PROFESSOR Resposta pessoal.

Além do título, outros elementos são importantes para ler e compreender um mapa: a legenda, a orientação, a escala e a fonte.

MANUAL DO PROFESSOR

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para o conteúdo das páginas 104-105 podem ser trabalhadas nas semanas 20 e 21.

Fim do complemento.

Objetivos pedagógicos do capítulo

  • Reconhecer os oceanos e os continentes do planeta Terra.
  • Entender que a América do Sul é uma subdivisão da América.
  • Identificar o Brasil como um país da América do Sul.
  • Localizar o Brasil nos hemisférios.
  • Reconhecer os limites territoriais entre Portugal e Espanha estabelecidos pelo Tratado de Tordesilhas.
  • Compreender o processo de ocupação colonial do território português na América e o contexto da criação das capitanias hereditárias.
  • Relacionar a expansão das fronteiras às atividades econômicas desenvolvidas na colônia.
  • Compreender as dinâmicas da constituição da sociedade colonial.
  • Caracterizar as relações entre indígenas e portugueses.
  • Compreender o contexto do tráfico de africanos para o Brasil.
  • Conhecer formas de resistência à escravização de indígenas e africanos.

    Orientações didáticas

    Leve para a sala de aula um planisfério e um globo terrestre para que os estudantes possam visualizar melhor as informações que serão apresentadas. Destaque que nessas representações a cor azul corresponde às águas.

    Atividade 1. Oriente os estudantes a identificar os elementos do mapa: legenda, orientação, escala e fonte. Para leitura e interpretação das informações representadas nos mapas, é fundamental que os estudantes reconheçam a importância desses elementos.

    A escassez dos recursos hídricos

    [...] A água como substância está presente em toda parte, mas o recurso hídrico, entendido como um bem econômico e que pode ser aproveitado pelo ser humano dentro de custos financeiros razoáveis, é mais escasso.

    Cerca de 97,5% de toda a água na Terra são salgadas. Menos de 2,5% são doces e estão distribuídas entre as calotas polares (68,9%), os aquíferos (29,9%), rios e lagos (0,3%) e outros reservatórios (0,9%). Desta forma, apenas 1% da água doce é um recurso aproveitável pela humanidade, o que representa 0,007% de toda a água do planeta.

    FONTE: HIRATA, Ricardo. Recursos hídricos. In: TEIXEIRA, Wilson et al. (org.). Decifrando a Terra. São Paulo: Oficina de Textos, 2003. p. 422.

MP139

PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre esta atividade nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
Imagem: Ícone: Atividade oral. Fim da imagem.
  1. Observe novamente o mapa e responda às questões.
  1. Se esse mapa não tivesse legenda, você conseguiria reconhecer e identificar cada um dos continentes? Por quê?
  1. Qual é a direção do mapa?
  1. As informações utilizadas na elaboração desse mapa foram extraídas de qual documento?

    Paralelos e meridianos facilitam a localização

    Você sabe o que são as linhas traçadas no mapa que examinamos e para que servem?

    Essas linhas são os paralelos e os meridianos. Elas são linhas imaginárias traçadas no globo e nos mapas para facilitar a localização de qualquer lugar na superfície do planeta.

Imagem: Ilustração. Esfera terrestre de oceanos em azul, continentes em verde, com linhas finas na horizontal: Paralelos e na vertical, linhas finas na vertical: Meridianos.  Fim da imagem.

FONTE: IBGE. Atlas geográfico escolar. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018.

Observação: Representação fora de proporção. Fim da observação.

Os paralelos são as linhas traçadas paralelamente à linha do equador. Os principais paralelos são: equador, trópico de Capricórnio, trópico de Câncer, círculo polar Ártico e círculo polar Antártico.

Os meridianos são as linhas traçadas de um polo a outro. O principal meridiano é o de Greenwich.

Os hemisférios da Terra

Tomando como referência a linha do equador e o meridiano de Greenwich, o planeta pode ser dividido em hemisférios.

O equador divide o planeta em hemisfério norte e hemisfério sul.

O meridiano de Greenwich divide o planeta em hemisfério oeste ou ocidental e hemisfério leste ou oriental.

Imagem: Ilustração. Esfera terrestre.  Legenda:  Roxo: Hemisfério norte Verde-claro: Hemisfério sul Da metade para cima, além da linha do Equador. Na parte inferior: Hemisfério sul.   Fim da imagem.
Imagem: Ilustração. Esfera terrestre. Legenda: Amarelo: Hemisfério oeste Laranja: Hemisfério leste Ao centro, na vertical, linha azul: MERIDIANO DE GREENWICH. À esquerda: hemisfério oeste e à direita: hemisfério leste.   Fim da imagem.

FONTE: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8ª ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018.

Observação: Representações fora de proporção. Fim da observação.

  1. Observe as representações acima e responda: em que hemisférios o Brasil se localiza?
PROFESSOR Resposta: Nos hemisférios sul e oeste.
MANUAL DO PROFESSOR

Atividade 2. Esta atividade possibilita ao estudante perceber a importância dos elementos do mapa. Após realizar a atividade oral proposta, você pode retomar o mapa da página anterior e explorá-lo com a turma com outras questões, por exemplo: “Qual é o maior continente? Quais oceanos banham o continente africano? Que oceano banha a Ásia e a América?”.

Leia o texto sobre as coordenadas geográficas de forma compartilhada. Durante a leitura, é importante destacar que os paralelos correspondem às linhas paralelas ao Equador e os meridianos, às linhas traçadas de um polo a outro.

Trabalhe as associações entre o Equador e a divisão do planeta em hemisférios norte e sul, e entre o Meridiano de Greenwich e a divisão do planeta em hemisférios ocidental (oeste) e oriental (leste).

Atividade 3. Oriente os estudantes a localizar o Brasil nas representações do globo terrestre. Eles devem perceber que a maior parte do território brasileiro está no hemisfério sul e que está integralmente no hemisfério oeste.

Nesta seção são abordados aspectos que permitem trabalhar a habilidade da BNCC EF04GE10.

Atividade complementar: Paralelos e meridianos em bolas de isopor

Para facilitar o entendimento dos estudantes sobre paralelos e meridianos, é possível realizar uma atividade simples com bolas de isopor.

Material necessário: bolas de isopor em número suficiente para que os estudantes possam trabalhar individualmente ou em duplas; canetas hidrográficas coloridas.

Providencie previamente o material necessário ou peça aos estudantes que o tragam de casa. Oriente os estudantes a traçar com a caneta hidrográfica, com cores diferentes, o Equador e o Meridiano de Greenwich. Se possível, nomeie as linhas traçadas com uma caneta mais fina.

MP140

O Brasil no continente americano

O continente americano é dividido em três partes: América do Norte, América Central e América do Sul. O território de todas essas partes é divido em vários países, que apresentam grande diversidade de povos e de paisagens.

No mapa abaixo, observe os países que compõem cada parte da América.

Imagem: Ilustração. Mapa. América: político.  Rosa dos ventos de cor preta, com os sentidos: N, NO, SO, S, SE, L, NE.  Escala: 0 – 800km Legenda: Verde-claro: América do Norte Roxo: América Central  Laranja: América do Sul Na parte superior, América do norte composta pelos países: Alasca (EUA), Canadá, Groenlândia (DIN), Estados Unidos, México, Bahamas. Mais abaixo, América central composta pelos países: Guatemala, El Salvador, Costa Rica, Panamá, Nicarágua, Honduras, Belize, Jamaica, Cuba, Haiti e República Dominicana. Porto Rico (EUA).  Na parte inferior, América do sul composta por: Brasil, Suriname, Guiana Francesa (FRA), Guiana, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, Paraguai, Uruguai, Chile e Argentina.   Fim da imagem.

FONTE: Graça M. L. Ferreira. Atlas geográfico: espaço mundial. 5ª ed. São Paulo: Moderna, 2019.

MANUAL DO PROFESSOR

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As três aulas previstas para o conteúdo das páginas 106-109 podem ser trabalhadas na semana 21.

Fim do complemento.

Ressalte que a América do Sul não é um continente. Consideramos a divisão do continente americano em três porções (América do Norte, América Central e América do Sul) como uma regionalização baseada na posição das terras americanas no próprio continente.

Verifique o que os estudantes sabem a respeito do termo “fronteira”, perguntando se já o ouviram, em que situação isso aconteceu e se compreenderam o respectivo significado na ocasião. Explique que as fronteiras são determinadas por lei e podem ser naturais (como rios e serras) ou artificiais (pontes, placas, marcos, entre outros elementos).

Atividade complementar

Proponha aos estudantes que desenhem um país imaginário e estabeleçam fronteiras com países vizinhos, também imaginários, utilizando elementos visíveis na paisagem. Promova o compartilhamento dos desenhos entre duplas de estudantes para que um explique ao outro como foram estabelecidas as fronteiras dos seus países imaginários.

Nesta dupla de páginas são abordados aspectos que permitem trabalhar a habilidade da BNCC EF04GE10.

Gráficos: fazer e entender

[...] é importante que os professores ofereçam situações reais para que as crianças observem, coletem dados concretos do espaço de vivência e elaborem gráficos. [...] devemos ensinar o gráfico como uma linguagem visual tão importante quanto a linguagem escrita, para comunicar ou obter informações. Consideramos a importância de reconhecer o gráfico como linguagem que comunica as informações, com organização lógica, por meio de uma imagem.

MP141

O Brasil é um país sul-americano

O território brasileiro ocupa uma grande área da América do Sul, fazendo fronteira com quase todos os países sul-americanos.

  1. Observe o mapa abaixo e depois responda às questões.
Imagem: Ilustração. Mapa. América do Sul: político.  Rosa dos ventos em preto: N, NO, O, SO, S, SE, L, NE.  Escala: 0 – 450 km Legenda: Uma esfera preta com contorno amarelo: Capital de pais  Esfera pequena preta: Cidade principal Brasil: Capital: Brasília Guiana Francesa ( FRA) Capital: Caiena Suriname Capital: Paramaribo Guiana: Capital: Georgetown Venezuela: Capital: Caracas Colômbia: Bogotá  Equador Capital: Equador Peru Capital: Lima Bolívia Capital: La Paz Paraguai Capital: Assunção Uruguai Capital: Montevidéu Argentina Capital: Buenos Aires Chile Capital: Santiago Ilhas Falkland ( Reino unido).  Fim da imagem.

FONTE: IBGE. Atlas geográfico escolar. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018.

  1. Quais países sul-americanos não fazem fronteira com o Brasil?
PROFESSOR Resposta: Chile e Equador.
  1. Escreva o nome de quatro países que fazem fronteira com o Brasil.
PROFESSOR Resposta pessoal.
MANUAL DO PROFESSOR

Ele é uma importante ferramenta para entender Geografia como ciência, pois, para expressar os dados investigados por uma imagem, obriga o sujeito da investigação e da representação a entrar no conteúdo para entendê-lo em sua organização lógica e elaborar uma imagem que “fale”.

FONTE: PASSINI, Elza Y. Gráficos: fazer e entender. In: PONTUSCHKA, Nídia N.; OLIVEIRA, Ariovaldo U. de (org.). Geografia em perspectiva. ed. São Paulo: Contexto, 2015. p. 209-214.

Explique que a América do Sul compreende doze países (Brasil, Argentina, Bolívia, Paraguai, Uruguai, Chile, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana e Suriname), um departamento ultramarino francês (Guiana Francesa) e uma dependência inglesa (Ilhas Falkland). Esclareça que o termo “departamento” é utilizado na França para designar a unidade federativa.

Atividade 4. Os estudantes devem observar que os países que não fazem fronteira com o Brasil são o Chile e o Equador. Entre os países que fazem fronteira com o Brasil, podem ser citados, por exemplo, Argentina, Uruguai, Colômbia e Venezuela.

MP142

A extensão territorial do Brasil

O Brasil tem área territorial de 8.515.767 quilômetros quadrados (km2). A grande extensão do país e o fato de você já conhecer a configuração territorial dele facilitam a identificação do Brasil no planisfério.

Imagem: Ilustração. Mapa. Os cinco países mais extensos do mundo. Rosa dos ventos em preto com sentidos: N, NO, O, SO, S, SE, L, NE. Escala: 0 – 2320 Km Rússia (1º ) Canada ( 2º) China (3º) Estados unidos ( 4º) Brasil (5º)  Fim da imagem.

FONTE: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8ª ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018.

  1. Observe o mapa acima e responda:
  1. Quais são os países que têm área territorial maior que a do Brasil?
PROFESSOR Resposta: Rússia, Canadá, China e Estados Unidos.
  1. Se você tivesse de listar os dez maiores países do mundo em área territorial, quais seriam os outros cinco países da lista? Pesquise e anote a lista completa.
PROFESSOR Resposta pessoal.
  1. Considerando apenas a América do Sul e sabendo que o Brasil é o país com a maior área territorial do continente, quais países ocupariam as três posições seguintes? Pesquise e anote o nome deles.
PROFESSOR Resposta pessoal.
Imagem: Ícone: Atividade oral. Fim da imagem.
  1. Com base em seus conhecimentos, responda: o território brasileiro sempre teve a configuração representada no mapa acima? Converse com o professor e os colegas a esse respeito.
PROFESSOR Resposta pessoal.
MANUAL DO PROFESSOR

Peça aos estudantes que leiam o mapa, identificando os cinco países que têm a maior área territorial. Oriente-os a comparar o tamanho desses países.

Destaque que o Brasil é o 5º maior do mundo em área territorial.

Atividade 5. Com base na observação do mapa, os estudantes podem identificar a Rússia, o Canadá, a China e os Estados Unidos como os países do mundo que têm uma área territorial maior que a do Brasil. Com a pesquisa, eles devem concluir que os países que completariam a lista dos dez maiores do mundo em área territorial são Austrália, Índia, Argentina, Cazaquistão e Argélia. Se julgar pertinente, mostre aos estudantes a localização desses países no planisfério. c) Comparando a área dos países representados no mapa, os estudantes terão como identificar, de modo geral, os países mais extensos territorialmente. Para definir, no entanto, a ordem de grandeza entre os quatro maiores – Brasil (1º), Argentina (2º), Peru (3º) e Colômbia (4º) – talvez seja necessária uma pesquisa complementar, que pode ser feita pela internet ou em um atlas geográfico.

Atividade 6. Espera-se que os estudantes reconheçam que o território brasileiro nem sempre teve a configuração representada no planisfério reproduzido na página. Ao longo do tempo, a configuração territorial do país passou por mudanças.

MP143

O Tratado de Tordesilhas

Nos últimos anos de 1400, os governantes portugueses e espanhóis financiavam viagens transoceânicas e disputavam o direito de explorar as terras que fossem encontradas. Para resolver os conflitos resultantes dessa disputa, Portugal e Espanha assinaram, em 1494, um documento chamado Tratado de Tordesilhas, que estabelecia uma linha imaginária no oceano Atlântico e dividia as terras encontradas entre portugueses e espanhóis.

O tratado definia que as terras a leste da linha seriam de controle português e as terras a oeste seriam de controle espanhol. A linha de Tordesilhas, como mostra o mapa abaixo, marca essa divisão: as terras a leste da linha de Tordesilhas pertenceriam a Portugal e as terras a oeste dessa linha pertenceriam à Espanha.

Desse modo, o tratado garantiu a Portugal o direito à posse de parte das terras que mais tarde formariam o Brasil.

  1. Sobre o Tratado de Tordesilhas, responda:
PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre esta atividade nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
  1. Por que o documento foi assinado?
  1. O que ele estabelecia?
  1. O que sua assinatura representou para Portugal?
  1. Observe o mapa e, depois, responda às questões.
Imagem: Ilustração. Mapa. Tratado de Tordesilhas e divisão de terras (1494) Rosa dos ventos em preto com os sentidos: N, NO, O, SO, S, SE, L, NE. Escala: 0 – 2450 km Legenda: Linha lilás: Limite atual do Brasil Linha grossa verde: Linha de Tordesilhas No contorno à esquerda do Brasil: Limite atual do Brasil No meio do Brasil, linha passando na vertical: Linha de Tordesilhas.  À direita, Portugal e Espanha na Europa. Passando na Espanha na vertical, uma linha: MERIDIANO DE GREENWICH.   Fim da imagem.

FONTE: Georges Duby. Atlas historique mondial. Paris: Larousse, 2003. p. 239.

  1. O que representa a linha verde?
PROFESSOR Resposta: A linha imaginária estabelecida pelo Tratado de Tordesilhas.
Imagem: Ícone: Atividade oral. Fim da imagem.
  1. As terras que hoje pertencem ao Brasil estavam localizadas somente nos domínios sob controle português? Explique.
PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre esta atividade nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
MANUAL DO PROFESSOR

Leia com os estudantes as informações textuais e visuais apresentadas. Esclareça as dúvidas que surgirem e verifique se todos entenderam que o Tratado de Tordesilhas era uma linha imaginária que dividia entre Portugal e Espanha as terras que encontrassem em suas expedições transoceânicas.

Atividade 7. Com base nas informações do texto, os estudantes devem compreender que o Tratado de Tordesilhas estabelecia uma linha imaginária que dividia as terras entre Portugal e Espanha para evitar conflitos entre os países: as terras a leste da linha seriam controladas por Portugal, e as terras a oeste seriam controladas pela Espanha. A assinatura do tratado representou para Portugal o direito à posse de parte das terras que formariam o Brasil.

Atividade 8. Espera-se que os estudantes observem, com a leitura do mapa, que grande parte do atual território brasileiro correspondia a terras sob o domínio espanhol.

Nesta página são abordados aspectos que permitem trabalhar as habilidades da BNCC EF04HI07 e EF04GE05, promovendo, em especial, a articulação entre os conteúdos dos componentes curriculares de História e Geografia e a abordagem interdisciplinar em Ciências Humanas.

MP144

A colonização do Brasil

Em 1500, o navegador português Pedro Álvares Cabral e sua frota alcançaram a América, chegando às terras que se tornariam o Brasil. No entanto, nos primeiros anos, as terras não foram ocupadas pelos portugueses. Somente a partir de 1530 os governantes portugueses começaram a promover a ocupação dessas terras. Eles foram motivados pelo temor de que estrangeiros, principalmente os franceses, viessem explorar as riquezas da terra, como o pau-brasil, e pelo desejo de encontrar ouro e prata.

Assim, teve início o processo de colonização, a forma utilizada pelos europeus para explorar territórios americanos. Nesse processo, o país colonizador é chamado metrópole, e o território explorado é a colônia. O papel da colônia é fornecer mercadorias com muito valor e enriquecer a metrópole.

As capitanias hereditárias

Para organizar a administração e incentivar a ocupação do território, o governo português criou, em 1532, as capitanias hereditárias. As capitanias eram faixas de terra cedidas a indivíduos, os capitães-donatários, que deveriam pagar pelos custos de ocupação e de exploração. Esse sistema era vantajoso para o governo de Portugal, pois garantia a exploração das terras sem custos.

Imagem: Ilustração. Mapa. As capitanias hereditárias (1534-1536) Na ponta superior, à direita, planisfério com destaque para a região leste e nordeste do Brasil.  Rosa dos ventos em preto: N, NO, O, SO, S, SE, L, NE. Escala: 0 – 290 km Legenda: Linha de cor cinza: Limites atuais Do meio para à esquerda: linha pontilhada na vertical: Linha de Tordesilhas.  No nordeste, estados de: Terras não distribuídas; Maranhão I, Maranhão II, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte I, Rio Grande do Norte II, Itamaracá, Pernambuco, Bahia, Ilhéus, Porto Seguro, Espírito Santo, São Tomé, São Vicente I, Santo Amaro, São Vicente II, Santana.   Fim da imagem.

FONTE: Jorge Pimentel Cintra. Anais do Museu Paulista. São Paulo, v. 21, n. 2, p. 11-45, jul./dez. 2013.

PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre estas atividades nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
  1. Sobre o sistema de capitanias hereditárias, responda:
  1. O que eram as capitanias?
  1. Por que esse sistema foi criado?
  1. Qual foi a vantagem desse sistema para o governo português?
MANUAL DO PROFESSOR

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As três aulas previstas para o conteúdo das páginas 110-112 podem ser trabalhadas na semana 22.

Fim do complemento.

Após a leitura do texto, peça aos estudantes que observem no mapa a disposição e a extensão das faixas de terra que formavam as capitanias hereditárias. Destaque a importância desse sistema para a exploração e a ocupação do território brasileiro pelos portugueses e para evitar o desembarque e o estabelecimento de outros europeus.

Atividade 9. Comente com os estudantes que as capitanias eram faixas de terra cedidas a indivíduos, os capitães-donatários, que deveriam pagar pelos custos de ocupação e de exploração. Trata-se de um sistema criado pelo governo português para garantir a ocupação e a exploração das terras na América sem custos, além de controlá-las.

Nesta página são abordados aspectos que permitem trabalhar as habilidades da BNCC EF04HI07 e EF04GE10, promovendo, em especial, a articulação entre os conteúdos dos componentes curriculares de História e Geografia e a abordagem interdisciplinar em Ciências Humanas.

A abordagem desse assunto está relacionada ao tema de relevância deste volume – Identidade e diversidade cultural no Brasil. É uma ocasião para discutir como a diversidade cultural é estabelecida a partir das trocas entre as tradições e os costumes dos múltiplos povos que participaram da formação da identidade nacional.

As capitanias hereditárias

O sistema de capitanias hereditárias adotado por Portugal tencionava estabelecer mecanismos de efetivo controle sobre o litoral atlântico de suas terras americanas e assim foram doadas 14 donatarias, com 50 ou 100 léguas de costa cada uma, entre 1534 e 1536, para promover a ocupação do Brasil.

Os donatários das primeiras capitanias pertenciam, majoritariamente, a uma nobreza de funções que se destacara no serviço da Coroa, seja como funcionários, seja nas navegações e atividades militares. Mas, apesar de hereditárias, as capitanias não eram propriedade absoluta dos donatários, já que a legítima propriedade das terras era atributo do Estado. Hereditário era sobretudo o poder do donatário de administrar a capitania como conquista ultramarina do Estado português.

MP145

Os primeiros contatos entre indígenas e portugueses

Quando os portugueses chegaram ao Brasil, encontraram vários povos e um território muito diferente do europeu. O desconhecimento e o estranhamento os levaram a criar ideias sobre o recém-alcançado continente. Nos relatos enviados a Portugal, os viajantes descreviam as paisagens do Brasil como exóticas , com frutos e vegetais desconhecidos, florestas densas e cheias de animais perigosos. Por causa da riqueza natural e do calor, o Brasil era descrito como “paraíso terrestre”.

Os indígenas tinham hábitos diferentes daqueles dos europeus, como não usar vestimentas, ter outro sistema de crença e viver da caça, da pesca e da agricultura de subsistência.

O estranhamento fez com que os portugueses considerassem os indígenas ora bondosos, ora selvagens. Essas representações dos nativos feitas pelos europeus eram formuladas com base no mundo que eles conheciam.

  1. Leia a seguir um trecho do primeiro relato feito pelos portugueses sobre os indígenas. Trata-se de uma carta escrita em 1500 por Pero Vaz de Caminha, um escrivão da frota de Pedro Álvares Cabral. Depois, responda à questão.

    A feição deles é parda, um tanto avermelhada, com bons rostos e bons narizes, benfeitos. Andam nus, sem nenhuma cobertura. Não fazem o menor caso de encobrir ou mostrar suas vergonhas, e nisso têm tanta inocência como em mostrar o rosto.

    A carta de Pero Vaz de Caminha. Comentários e notas de Douglas Tufano. São Paulo: Moderna, 2003. p. 31.

Imagem: Fotografia. Uma página de cor bege-claro com texto de cor preta, com letra manuscrita, ilegível.  Fim da imagem.

LEGENDA: Reprodução de página da carta de Pero Vaz de Caminha escrita em 1500. FIM DA LEGENDA.

PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre esta atividade nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
Imagem: Ícone: Atividade oral. Fim da imagem.
  1. Na época em que Pero Vaz de Caminha viveu, as cartas eram o meio de comunicação mais efetivo para os contatos a longa distância. E, atualmente, quais meios de comunicação podem ser utilizados para isso? Converse com os colegas e o professor sobre o assunto.
PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre esta atividade nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
MANUAL DO PROFESSOR

Além de receber terras em benefício próprio, ao donatário era permitida a concessão de sesmarias aos que quisessem se estabelecer e cultivar a terra, havendo um prazo para o cumprimento do compromisso de torná-la produtiva. A adoção desse regime longe esteve de solucionar a questão da ocupação e colonização do Brasil, pois não foram poucas as capitanias que fracassaram diante dos assaltos indígenas e da falta de proteção aos ataques estrangeiros. Mas não há dúvida de que foi através desse sistema de capitanias que os primeiros núcleos de ocupação e colonização portuguesa do Brasil foram estabelecidos, a exemplo de São Vicente, concedida a Martim Afonso de Sousa, em 1532, e de Pernambuco, base da economia açucareira então iniciada, concedida a Duarte Coelho, em 1534.

FONTE: HERMANN, Jacqueline. Cenário do encontro de povos: a construção do território. In: IBGE. Centro de Documentação e Disseminação de Informações. Brasil: 500 anos de povoamento. Rio de Janeiro: IBGE, 2007. p. 21 e 23.

Atividade 10. Antes de realizar a atividade, explique aos estudantes que a análise de documentos históricos é fundamental no estudo histórico, pois permite aos pesquisadores conhecer aspectos da realidade e da vida em épocas passadas. O estudo do trecho da carta de Pero Vaz de Caminha possibilita conhecer elementos do contato entre indígenas e portugueses nos anos 1500 sob a perspectiva do autor da carta, ou seja, o autor de um documento imprime as particularidades de sua visão no documento que está produzindo. É importante também que compreendam que os documentos históricos não foram produzidos como tal, mas tornaram-se documentos históricos pelo valor que lhes foi atribuído posteriormente.

Atividade 11. Promova uma reflexão sobre os meios de comunicação usados no passado e no presente, propondo aos estudantes que pensem como seria viver em um período em que o meio de comunicação mais eficiente fossem as cartas e que não houvesse telefone, televisão ou internet. Essa estratégia permite explorar os meios de comunicação conhecidos pelos estudantes e pode favorecer o trabalho com a habilidade da BNCC EF04HI08.

MP146

Apesar de todo o estranhamento, os portugueses fizeram alianças com os indígenas em busca de segurança, alimentação e facilidades para extrair o pau-brasil. As árvores de pau-brasil eram derrubadas pelos indígenas e trocadas por tecidos, facas e outros objetos. Com o passar do tempo e a intensificação do convívio, portugueses e indígenas adotaram os costumes uns dos outros.

Os portugueses adotaram muitos costumes indígenas para se adaptar às novas terras e sobreviver nelas, em condições ambientais diferentes das existentes em Portugal.

Imagem: Ilustração. Um homem de pele clara, cabelos, barba e bigode escuros, com chapéu sobre a cabeça, calça e sapatos em marrom. Um facão grande na vertical e nas mãos, uma enxada de madeira com a parte inferior em cinza. Na cintura, à esquerda garrafa de cor dourada arredondada.  Fim da imagem.

LEGENDA: Ilustração atual representando um colono português dos anos 1500. FIM DA LEGENDA.

Eles utilizavam as canoas indígenas para explorar os rios e aprenderam a utilizar o arco e a flecha para pescar e o tacape para caçar. Também começaram a cultivar e consumir alimentos da culinária indígena, como o milho, a mandioca e o amendoim, dormir em redes e usar roupas mais leves, feitas de algodão. Além disso, passaram a fazer uso das plantas locais para tratar doenças e ferimentos com base no conhecimento dos indígenas sobre elas.

No entanto, o contato com os portugueses teve sérias consequências para a saúde dos indígenas. Doenças como gripe, sarampo, catapora, varíola, malária, pneumonia e febre amarela não existiam na América antes da chegada dos portugueses. Por nunca terem tido proximidade com essas doenças, os indígenas não tinham defesas contra elas, e muitos deles foram contaminados e morreram.

PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre estas atividades nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
  1. Com base no texto, responda:
    1. Por que os portugueses adotaram diversos costumes indígenas?
    1. Cite alguns costumes indígenas adotados pelos portugueses em relação aos aspectos a seguir.
      • Transporte.
      • Alimentação.
      • Vestimentas.
      1. Qual foi a consequência do contato com os europeus para a saúde dos indígenas?
Imagem: Ícone: Atividade em grupo. Fim da imagem.
Imagem: Ícone: Atividade oral. Fim da imagem.
  1. Reúna-se com dois ou três colegas e pesquisem quais povos indígenas viveram ou ainda vivem na região em que vocês moram. Façam uma lista dos hábitos, costumes e crenças religiosas de um desses povos. Depois, em uma folha de papel sulfite, façam uma ilustração representando o cotidiano do povo que pesquisaram e apresentem para os colegas e o professor.
PROFESSOR Resposta pessoal.
MANUAL DO PROFESSOR

Leia o texto com os estudantes e destaque que os europeus utilizaram a mão de obra indígena, no sistema de escambo, desde que começaram a explorar o pau-brasil. Com a introdução da indústria açucareira, a necessidade de mão de obra aumentou e os indígenas passaram a ser escravizados.

Comente com os estudantes que as trocas culturais e a absorção dos hábitos entre portugueses e indígenas deram-se em diferentes ritmos. Assim, houve aspectos incorporados mais rapidamente, como a alimentação, e outros mais lentamente, como a religiosidade ou o idioma.

Atividade 12. a) Espera-se que os estudantes tenham entendido que os portugueses adotaram costumes indígenas para se adaptar e sobreviver nas novas terras, que tinham condições ambientais diferentes das existentes em Portugal. b) Os estudantes podem citar como costumes indígenas adotados pelos portugueses a alimentação baseada no milho, na mandioca e no amendoim; o uso de roupas mais leves; e o uso da canoa indígena. c) Os indígenas foram infectados por doenças como gripe, sarampo, catapora, varíola, malária, pneumonia e febre amarela.

Atividade 13. Oriente os estudantes a consultar fontes na internet que sejam confiáveis. Essa é uma ótima oportunidade para desenvolver com os estudantes a consolidação dos processos que envolvem a literacia e a alfabetização por meio da localização e retirada de informação explícita no texto e de interpretação e relação de ideias e informação.

Nesta página são abordados aspectos que permitem trabalhar a habilidade da BNCC EF04HI01.

Para o estudante acessar

Povos Indígenas do Brasil Mirim. Disponível em: http://fdnc.io/6w. Acesso em: 17 jun. 2021.

No site, é possível conferir informações sobre os povos indígenas que vivem atualmente no Brasil, como quem são, onde vivem, língua, hábitos etc.

A importância da mandioca na cultura indígena

Quando a posse da terra começou a ser feita nasceu o elogio da mandioca e seu registro laudatório em todos os cronistas. Afirmavam, unânimes, ser aquela raiz o alimento regular, obrigatório, indispensável aos nativos e europeus recém-vindos. Pão da terra em sua legitimidade funcional. [...]

A mandioca vivia nos dois elementos inarredáveis da alimentação indígena: a farinha e os beijus. O primeiro constituía o conduto essencial e principal, acompanhando todas as coisas comíveis, da carne à fruta. O segundo fornecia bebidas, além de ser a primeira matalotagem de jornada, de guerra, caça, pesca, permuta, oferenda aos amigos. [...]

MP147

O contato entre indígenas e franceses

Os portugueses chegaram à Baía de Guanabara, na região da atual cidade do Rio de Janeiro, em 1502. Em 1555, os franceses também chegaram a esse local e se aliaram ao povo Tamoio para explorar o pau-brasil.

Para conter esse avanço dos franceses, os portugueses decidiram expulsá-los e ocupar a região. Uma medida importante foi a fundação, em 1565, da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Foram construídas casas de colonos, um colégio jesuíta, uma igreja e prédios da administração pública portuguesa.

Em 1567, após batalhas navais e terrestres, os portugueses expulsaram os franceses da Baía de Guanabara e exterminaram a maioria do povo Tamoio.

Alguns franceses permaneceram no Brasil e se dirigiram ao Norte e ao Nordeste, travando contato e fazendo comércio com outros indígenas.

Foram expulsos novamente em 1584 e retornaram em 1612, quando fundaram a cidade de São Luís do Maranhão. Três anos depois, voltaram a ser expulsos pelos portugueses.

Imagem: Pintura. Vista geral de local com solo de cor marrom-claro. À esquerda, local com vegetação verde, dezenas de homens morenos, alguns com pele de animal no corpo. Na ponta da esquerda, homens com roupa de soldados com capacete, colete cinza, com lança fina à esquerda. Mais ao fundo, caminho por onde há um senhor de cabelos grisalhos, roupa em marrom-claro e casaco em marrom-escuro, apontando para à esquerda. Ao lado, homem de pele clara, cabelos escuros, capa vermelha e calça escura, uma criança vista de costas de casaco azul. Mais à direita, um púlpito com uma grande cruz marrom e perto, homens com roupas religiosas em branco e outros em cinza. Perto deles, homens em pé, aglomerados. Em segundo plano, árvores de folhas verdes. Em terceiro plano, mar de água azul-claro e morros. No alto, céu azul-claro com nuvens brancas à esquerda.  Fim da imagem.

LEGENDA: Antonio Firmino Monteiro. Fundação da cidade do Rio de Janeiro, século XIX. Óleo sobre tela, 200 cm × 300 cm. Essa pintura representa o momento da fundação de São Sebastião do Rio de Janeiro, que deu origem à atual cidade do Rio de Janeiro, em 1565. FIM DA LEGENDA.

MANUAL DO PROFESSOR

Dominou o paladar português na cotidianidade do uso tornado indispensável. Era a reserva, a provisão, o recurso. O europeu no Brasil ampliava as roçarias de mandiocas, classicamente as roças, histericamente as granjearias, comendo, vendendo, comprando, valorizando, melhorando as “casas de farinha”, fazendo em máquinas de ferro o que d’antes era de madeira, precária e frágil, exportando-a para as colônias africanas [...].

Há quase cinco séculos a farinha continua mantendo o prestígio no crédito popular. Essa permanência constituía a imagem da suficiência. Creem-na apta e capaz na exigência da nutrição.

Sem ela a refeição estará incompleta e falha. É comida de volume, comida que enche, sacia, faz bucha, satisfaz.

FONTE: CASCUDO, Luís da Câmara. História da alimentação no Brasil: cardápio indígena, dieta africana, ementa portuguesa. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1967. p. 93-95.

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para o conteúdo das páginas 113-115 podem ser trabalhadas na semana 22.

Fim do complemento.

Se possível, leve para a sala de aula um mapa físico da região Sudeste, localize nele a baía de Guanabara, no atual estado do Rio de Janeiro, e analise com a turma o porquê de a ocupação desse local por franceses ter dificultado tanto a comunicação entre o norte e o sul da colônia portuguesa.

Converse com os estudantes sobre a dificuldade de o governo português promover a ocupação do vasto território da colônia, o que permitiu que outros povos europeus cobiçassem as riquezas locais.

Para dominar a baía de Guanabara e conseguir explorar o pau-brasil, os franceses se aliaram aos Tamoio. Destaque que a ocupação francesa resultou no extermínio da maioria dos Tamoio, seus aliados durante a ocupação.

Solicite aos estudantes que observem a obra do artista Antonio Firmino Monteiro. Comente que a pintura ressalta a importância da fundação do Rio de Janeiro, representando uma solenidade na qual se destacam elementos da religião católica.

Oriente a leitura da legenda, de modo que os estudantes percebam que a imagem foi produzida muito tempo depois da fundação de São Sebastião do Rio de Janeiro. Solicite que observem a imagem e indiquem diferenças entre as vestimentas das pessoas representadas, identificando a presença de indígenas e de portugueses.

MP148

A mão de obra indígena

Para explorar as riquezas naturais da terra, especialmente o pau-brasil, os portugueses utilizaram o trabalho dos indígenas.

A princípio, os indígenas trocavam seu trabalho por objetos, como tecidos, espelhos e instrumentos feitos de ferro. Mais tarde, eles foram forçados a trabalhar como escravos.

Uma das formas utilizadas pelos portugueses para obter mão de obra indígena era incentivar conflitos entre diferentes povos e capturar os vencidos para escravizá-los.

Para fugir da escravização, os indígenas adentravam o interior do Brasil, afastando-se do litoral, o que dificultava sua captura, pois, ao contrário dos portugueses, eles conheciam muito bem os caminhos pelas matas.

Apesar disso, a população indígena perdeu territórios e sofreu forte redução.

  1. No século XVI, o viajante alemão Hans Staden esteve no Brasil duas vezes e produziu relatos de viagem, alguns deles ilustrados, descrevendo o modo de vida dos indígenas. Observe abaixo uma dessas ilustrações e responda às questões.
Imagem: Gravura. Vista do alto de local com quatro moradias com o telhado bege e paredes em cinza. Ao centro, mulheres de pele clara, com braços para o alto, de cabelos longos e crianças. À frente, mulheres de pele morena em pé, de frente para grades de cor vermelha. Depois das grades, dezenas de homens indígenas com coroa e saiotes em cores de cor bege, azul e vermelho. Eles seguram nas mãos um arco e flecha, apontados para o povo de dentro das grades. Na ponta da direita, canoas de cor marrom.  Fim da imagem.

LEGENDA: Gravura representando um combate entre diferentes povos indígenas. Theodore de Bry. Ilustração para o livro Americae Tertia Pars, 1592. FIM DA LEGENDA.

PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre estas atividades nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
  1. Qual acontecimento a imagem representa?
  1. Por que os portugueses incentivavam acontecimentos desse tipo?
  1. Que estratégia os indígenas utilizaram para fugir da escravização?
PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre esta atividade nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
MANUAL DO PROFESSOR

Atividade 14. a) Analise a gravura com os estudantes, identificando os elementos presentes. Comente que o livro America e Tertia Pars, de 1592, é uma das coletâneas publicadas por Theodore Bry, editor responsável pela publicação das importantes coletâneas com relatos ilustrados sobre as Grandes Navegações e as colônias europeias.

Atividade 15. Esclareça aos estudantes que durante todo o período de dominação portuguesa os indígenas reagiram de diversas maneiras à escravização e à perda de suas terras. Eles realizavam ataques aos núcleos de povoamento portugueses, destruíam engenhos e organizavam fugas. Contudo, o poder bélico dos portugueses era maior e muitos povos indígenas foram quase dizimados durante o processo.

Explique que a pessoa escravizada tem sua dignidade como ser humano usurpada, sendo-lhe retirado o direito de ir e vir e ter a devida remuneração em troca do trabalho realizado. Ela é submetida à violência emocional, psicológica e física pela pessoa que a mantém em cativeiro. Apesar de proibido por lei e combatido pelas autoridades governamentais, o trabalho em condições análogas às da escravidão ainda é praticado em diversos lugares do Brasil.

Para o estudante ler

Tendy e Jã-jã e os dois mundos : na época do descobrimento, de Maria José Rios Peixoto da Silveira Lindoso. Formato, 2021.

O livro apresenta as aventuras vividas por dois amigos em épocas históricas diferentes, mostrando o cotidiano de alguns momentos da história do Brasil.

A retomada do crescimento da população indígena no Brasil

[...] No Brasil, até meados dos anos 70, acreditava-se que o desaparecimento dos povos indígenas seria algo inevitável.

Nos anos 80, verificou-se uma tendência de reversão da curva demográfica e, desde então, a população indígena no país tem crescido de forma constante, indicando uma retomada demográfica por parte da maioria desses povos, embora povos específicos tenham diminuído demograficamente e alguns estejam até ameaçados de extinção. Na listagem de povos indígenas no Brasil elaborada pelo ISA, sete deles têm populações entre 5 e 40 indivíduos.

MP149

Redução da população e do território indígena

Estima-se que, em 1500, a população indígena era de cerca de 4 milhões de pessoas, organizadas em mais de mil grupos étnicos, que ocupavam todo o território brasileiro. Com as ações dos colonizadores, essa população perdeu territórios e sofreu forte redução.

Os indígenas eram vistos pelos colonizadores como um “obstáculo” à ocupação das terras, pois resistiram ao processo de colonização criando estratégias e alianças e combatendo os invasores.

Imagem: Gravura. Local com solo de cor marrom, com vegetação em verde. Ao centro, árvore com troncos finos em marrom, com folhas verdes. Entre a vegetação, homens de pele morena, cabelos pretos, nus. À esquerda, homens brigando, um com camisa de mangas de cor cinza, calça branca e chapéu sobre a cabeça, com lança nas mãos sobre um homem caído no chão de pele morena com cabelos pretos. Perto deles, um homem negro com calça amarela, caindo para trás. Mais à esquerda, atrás de uma moita, um homem de pele morena, chapéu bege, bermuda azul-claro, com uma arma apontada para frente. Mais ao fundo, outros dois homens com lanças, chapéu na cabeça. Em segundo plano, um homem apontando lança para outras duas pessoas morenas nuas de cabelos pretos: uma mulher e um homem.  Fim da imagem.

LEGENDA: Johann Moritz Rugendas. Guerrilhas, 1835. Gravura do álbum Viagem pitoresca através do Brasil, 20,1 cm × 26,2 cm. FIM DA LEGENDA.

A partir de 1530, as terras indígenas do litoral brasileiro foram sendo ocupadas pelos portugueses para extrair pau-brasil e instalar feitorias e engenhos de açúcar.

Nos anos 1600 e 1700, com a descoberta das minas de ouro, começou a exploração das terras indígenas na região onde hoje estão localizados os estados de Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás. As terras indígenas foram ocupadas por pequenas vilas comerciais e aldeamentos jesuíticos. Com a ocupação do território em que viviam, muitos indígenas fugiram para o interior das matas a fim de evitar o aprisionamento, enquanto outros passaram a viver nos aldeamentos.

Após 1750, os portugueses começaram a ocupação dos chamados “sertões” do Brasil, sobretudo na região Amazônica.

Nos anos 1900, o cultivo de café nas regiões Sul e Sudeste e a construção de ferrovias desalojaram mais indígenas de suas terras.

O processo de colonização levou à extinção centenas de grupos indígenas e reduziu muito as áreas ocupadas por eles. Em 1823, o número de indígenas no Brasil não chegava a 1 milhão. Em 2010, quando foi realizado o último censo demográfico no Brasil, a população indígena somava cerca de 818 mil indivíduos, distribuídos em 305 etnias.

  1. Por que os indígenas eram vistos pelos colonizadores como um “obstáculo”?
PROFESSOR Resposta: Porque defendiam seu território e opunham resistência ao avanço da ocupação colonial.
MANUAL DO PROFESSOR

Dos 256 povos listados pelo ISA, 48 têm parte de sua população residindo em outro(s) país(es). Quando há informações demográficas a respeito, essas parcelas são contabilizadas e apresentadas separadamente, segundo a fonte da informação, e não contam na estimativa global para o Brasil.

Segundo o Censo IBGE 2010, os mais de 305 povos indígenas somam 896.917 pessoas. Destes, 324.834 vivem em cidades e 572.083 em áreas rurais, o que corresponde aproximadamente a 0,47% da população total do país.

FONTE: INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL. Povos indígenas no Brasil. Quantos são? Disponível em: http://fdnc.io/61x. Acesso em: 17 jun. 2021.

Explique aos estudantes que, para as sociedades indígenas, a terra era um bem coletivo, assim como o alimento obtido com o plantio, a pesca, a caça ou a coleta de frutos e de raízes. Dessa forma, não havia entre eles nem ricos nem pobres, pois os bens eram comuns à aldeia. Por isso, os nativos tinham grande dificuldade em compreender a noção de propriedade individual dos europeus.

Destaque que o avanço da colonização portuguesa na América significou cada vez mais morticínio de indígenas, fosse pela posse e exploração de suas terras, fosse por mazelas como doenças e guerras trazidas pela sua presença. É importante ressaltar o declínio contínuo das populações indígenas, que desde 1500 sofreram períodos de exploração, deslocamento e extermínio. Esses povos, no entanto, tiveram uma trajetória de resistência e, nas últimas décadas, tem-se verificado uma reversão nessa dinâmica, com dados que apontam o crescimento populacional entre os indígenas.

Atividade 16. Espera-se que os estudantes observem que os indígenas eram vistos pelos colonizadores como um “obstáculo” porque defendiam seu território e opunham resistência ao avanço da ocupação colonial.

Nesta página são abordados aspectos que permitem trabalhar a habilidade da BNCC EF04HI06.

MP150

Para ler e escrever melhor

Nesta seção, apresentamos uma síntese de informações textuais e visuais relevantes para a compreensão da situação dos povos indígenas no Brasil.

A violência contra os indígenas

Quando os portugueses chegaram ao território que atualmente forma o Brasil, havia cerca de 4 milhões de indígenas. Ao longo do tempo, com o contato entre os dois povos, grande parte da população indígena foi morta.

Imagem: Fotografia. Vista geral de local com solo arenoso de cor bege-claro com carteiras escolares com cadeiras, onde há meninas e meninos de pele morena, cabelos pretos lisos, olhando para frente. À direita, uma lousa de cor branca com um homem de frente com camiseta cinza e bermuda em azul-claro. No alto, teto de cor marrom-claro.  Fim da imagem.

LEGENDA: Escola indígena na aldeia Piuylaga, da etnia Wauja, no município de Gaúcha do Norte, no estado de Mato Grosso. Fotografia de 2019. FIM DA LEGENDA.

MANUAL DO PROFESSOR

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para esta seção podem ser trabalhadas na semana 23.

Fim do complemento.

Objetivos pedagógicos da seção

  • Identificar contextos de violência contra os povos indígenas na história do Brasil.
  • Reconhecer alguns dos direitos fundamentais dos povos indígenas na atualidade.
  • Compreender a importância da educação indígena.
  • Produzir um texto com base em uma síntese de informações textuais e visuais.

    Orientações didáticas

    O trabalho proposto nesta seção é uma ótima oportunidade para desenvolver com os estudantes a consolidação dos processos que envolvem a literacia e a alfabetização por meio da localização e retirada de informação explícita no texto e de interpretação e relação de ideias e informação, além da produção escrita. Sugerimos que esses conhecimentos sejam trabalhados com a turma e individualmente, para que cada estudante se sinta apoiado em suas dificuldades e perceba que outros colegas possuem dificuldades semelhantes.

    Destaque que nos dias de hoje uma das principais razões da violência contra indígenas é a disputa por suas terras. Explique que a terra é um bem essencial ao modo de vida de muitos grupos indígenas.

    Converse com os estudantes sobre a educação indígena e sobre a importância de as escolas indígenas terem professores que fazem parte da comunidade e ensinam tanto os conhecimentos tradicionais quanto outros considerados “universais”.

    A abordagem desse assunto está relacionada ao tema de relevância deste volume – Identidade e diversidade cultural no Brasil. É uma ocasião para discutir como a diversidade cultural é estabelecida a partir das trocas entre as tradições e os costumes dos múltiplos povos que participaram da formação da identidade nacional.

    Portugal e a escravidão

    [...] A primeira remessa de cativos da África chegou a Lisboa em 1441, e em três anos formou-se uma companhia no Algarve para explorar esse comércio. Por volta de 1448 mais mil africanos haviam sido levados a Portugal [...]. Entre 1490 e 1496, Lagos, no Algarve, recebeu mais de setecentos escravos africanos, número equivalente a um décimo da população local. O impacto econômico e demográfico desse comércio foi enorme. Por volta de 1551, somente em Lisboa havia 9.950 escravos em uma população total de 100 mil habitantes.

    FONTE: SCHWARTZ, Stuart B. Segredos internos: engenhos e escravos na sociedade colonial. São Paulo: Companhia das Letras, 1988. p. 23.

MP151

As Terras Indígenas

Imagem: Ilustração. Mapa. Terras Indígenas regularizadas (2017). Rosa dos ventos em preto: N, NO, O, SO, SE, L, NE.  Escala: 0 – 620 Km Vermelho: Terras indígenas regularizadas Verde: Limite de região Limite de região entre MT e RO, AM, PA e TO.  Limite de região entre MA E PA e TO. BA e TO, GO, ME e ES.  Limite de região entre MG e BA, GO, MS e PR.  Mais à esquerda, Oceano Pacífico. À direita: Oceano Atlântico.  Fim da imagem.

FONTE: Fundação Nacional do Índio. Disponível em: http://fdnc.io/5J. Acesso em: 6 maio 2021.

Os indígenas têm o direito de viver nas terras que tradicionalmente ocupam. Para garantir esse direito, existem áreas demarcadas, para uso exclusivo dos indígenas, chamadas Terras Indígenas.

Nessas áreas, todas as riquezas naturais, como a madeira das árvores, os peixes dos rios, os animais e os minérios, podem ser exploradas somente para a sobrevivência dos indígenas.

Nem sempre, porém, é o que acontece. Essas riquezas atraem empresas e não indígenas interessados em explorá-las. Em muitos casos, ocorrem confrontos entre indígenas e não indígenas.

Analise

Imagem: Ícone: Atividade oral. Fim da imagem.
  1. Em qual região está localizada a maior parte das terras indígenas regularizadas?
PROFESSOR Resposta: Na região Norte.
  1. Em quais regiões as terras indígenas regularizadas eram menos numerosas em 2017?
PROFESSOR Resposta: Nordeste e Sudeste.
  1. Escreva três causas que provocaram a morte de um grande número de indígenas.
PROFESSOR Resposta pessoal.

Escreva

  1. Produza um pequeno texto mostrando a relação entre os direitos dos povos indígenas e os prejuízos que eles sofreram em decorrência da ocupação do território em que vivem.
PROFESSOR Resposta pessoal.
MANUAL DO PROFESSOR

Atividades 1 e 2. Solicite aos estudantes que observem o mapa e chame a atenção para as áreas em vermelho, que representam as terras indígenas regularizadas. Eles devem observar que a maior parte das terras indígenas regularizadas está concentrada na região Norte. Relembre à turma que o processo de ocupação do território ocorreu a partir das áreas litorâneas, e que muitos indígenas viram-se forçados a migrar para o interior para escapar da escravização e da violência de não indígenas.

Atividade 3. Com base nas respostas dos estudantes, retome as principais formas de violência a que ficaram submetidos os povos indígenas no contato com europeus e seus descendentes: disputa pela terra, escravização, doenças e migrações forçadas.

Atividade 4. Depois das atividades de análise oral, oriente os estudantes a produzir um texto mostrando a relação entre os direitos dos povos indígenas e os prejuízos que eles sofreram em decorrência da ocupação do território em que vivem.

O conteúdo desta seção contribui para o desenvolvimento da Competência específica de Ciências Humanas 5 e das habilidades da BNCC EF04HI01 e EF04GE10, promovendo, em especial, a articulação entre os conteúdos dos componentes curriculares de História e Geografia e a abordagem integrada em Ciências Humanas.

Literacia e Ciências Humanas

Sempre que há necessidade de escrever sobre as relações entre eventos de épocas distintas, é melhor, para organizar os acontecimentos, começar pela enumeração dos eventos geradores. Havendo também o apoio de um mapa, é possível sugerir hipóteses sobre o que ocorreu naquele lugar à época.

Para você acessar

Instituto Socioambiental. Terras indígenas no Brasil.

Disponível em: http://fdnc.io/3hA. Acesso em: 17 jun. 2021.

O site fornece grande quantidade de conteúdos variados sobre os diversos povos indígenas no Brasil.

MP152

O tráfico de africanos

Desde os anos 1400, quando buscavam um caminho marítimo para as Índias contornando a África, os portugueses se interessaram em comprar e vender produtos no continente. Eles levavam diversas mercadorias para serem comercializadas com os povos africanos, como tecidos da Índia, armas de fogo, bebidas e cavalos. Em contrapartida, buscavam na África ouro, marfim e pessoas para serem escravizadas e vendidas.

Imagem: Gravura. Vista geral de solo de cor bege, com dezenas de pessoas. À frente, local com telhado marrom com dezenas de homens morenos, vistos de costas. À esquerda, pessoas sentadas perto de elementos arredondados. Mais à frente, homens em pés, outros à esquerda perto de pequenas moradias com o telhado triangular marrom. Ao centro, uma pessoa estendendo um grande tecido de cor vermelha na horizontal. À direita, mais ao fundo, uma árvore com tronco pequeno e folhas verdes. Mais ao fundo, outras moradias com pessoas perto.  Fim da imagem.

LEGENDA: Theodore de Bry. Gravura representando trocas entre africanos e europeus na costa africana, fim do século XVI. FIM DA LEGENDA.

A escravidão já existia na África antes da chegada dos europeus. Em geral, uma pessoa podia ser posta na condição de escrava por não pagar suas dívidas, por cometer um crime ou ao ser capturada como prisioneira durante uma guerra. A compra e a venda de escravos, porém, não eram frequentes.

A chegada dos europeus modificou a prática da escravidão, transformando-a em uma atividade comercial de compra e venda de seres humanos.

Como o comércio de escravos era uma atividade muito lucrativa, comerciantes africanos e portugueses passaram a capturar pessoas para serem vendidas como escravas na América.

No momento em que eram comprados na África, os prisioneiros capturados tinham o corpo examinado para avaliar suas condições de saúde. Depois, eram embarcados nos navios negreiros em direção à América, onde trabalhariam como escravos.

As condições nos navios eram péssimas: os africanos capturados viajavam amontoados em porões abafados, eram mal alimentados e recebiam castigos. Muitos não suportavam as duras condições, adoeciam e morriam durante a viagem.

  1. Sobre o comércio entre europeus e africanos, responda no caderno.
    1. O que os europeus buscavam na África?
PROFESSOR Resposta: Ouro, marfim e pessoas para escravizar.
  1. Que produtos os europeus levavam para ser comercializados na África?
PROFESSOR Resposta: Tecidos, armas de fogo, cavalos e bebidas.
  1. Como era a escravidão na África:
PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre esta atividade nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
  1. antes da chegada dos europeus?
  1. depois da chegada dos europeus?
  1. Como eram as condições de viagem nos navios negreiros?
PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre esta atividade nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
MANUAL DO PROFESSOR

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para o conteúdo das páginas 118-121 podem ser trabalhadas na semana 23.

Fim do complemento.

Converse com os estudantes sobre trabalho assalariado e trabalho voluntário. Explique a eles que nem todo trabalho é remunerado, mas que, por lei, todo trabalho deve ser livre. Complemente que está incluído nessa liberdade o direito de mudar de empregador, o que é bastante comum.

Compare o trabalho livre ao trabalho escravo. Explique aos estudantes que o trabalho escravo, além de não ser remunerado, não é livre, pois o escravizado não pode escolher “mudar de dono”.

Promova a leitura coletiva do texto. Destaque que a escravidão que existia na África era muito diferente da que acontecia na América portuguesa. Por ser uma atividade comercial, a escravização e venda de africanos pelos colonizadores europeus atingiu grandes proporções, causando o despovoamento de muitas regiões da África e mudando a composição étnica da população do continente americano.

Atividade 17. Com base no texto, os estudantes devem observar que os europeus buscavam na África ouro, marfim e pessoas para escravizar, e levavam para comercializar no continente africano tecidos, armas de fogo, cavalos e bebidas.

Atividade 18. Espera-se que os estudantes mencionem que, antes da chegada dos europeus ao continente africano, uma pessoa podia tornar-se escrava por não pagar suas dívidas, por cometer um crime ou ao ser capturada como prisioneira durante uma guerra. Contudo, a compra e a venda de escravos não eram comuns. Depois da chegada dos europeus, a venda de escravos tornou-se um comércio muito lucrativo e, com isso, africanos passaram a ser perseguidos e caçados para serem vendidos aos negociantes de escravos.

Atividade 19. Comente com os estudantes as condições precárias às quais eram expostos os africanos capturados, pontuando que muitos adoeciam e morriam durante o trajeto.

A produção de açúcar no Brasil

As culturas açucareiras constituem problemáticas relevantes na América. Desde a época colonial, a produção de açúcar vinculou-se ao capitalismo comercial, criando um sistema produtivo fundado na escravidão e na triangulação de rotas comerciais que ligavam África, Europa e o continente americano.

Apesar dos componentes em comum, a cultura do açúcar adotou formas distintas em cada uma das regiões onde foi estabelecida: no nordeste brasileiro e mais tarde no sudeste predominou a grande plantação escravista que marcou a sociedade e a economia da região, enquanto que, em outras áreas, os engenhos acabaram por orientar-se ao mercado interno, produzindo açúcar e aguardente para o sustento local.

MP153

Os africanos no Brasil

A crescente necessidade de mão de obra para o trabalho e a dificuldade de capturar e escravizar indígenas estimularam os portugueses a promover o tráfico de africanos escravizados para sua colônia na América.

Já em meados dos anos 1500 havia africanos escravizados na América portuguesa, mas a mão de obra indígena ainda era mais numerosa. Desde então, e até meados dos anos 1800, milhões de africanos de distintas etnias, originários de diferentes regiões da África, foram trazidos à força para o Brasil.

Os primeiros grupos de africanos foram trazidos da região do Golfo da Guiné, onde hoje se localizam os países Guiné-Bissau, Costa do Marfim, Gana, Nigéria, Congo, Guiné, Angola e República Democrática do Congo. Nessa região, viviam os povos iorubás e bantos, falantes de línguas diversas e muito distintos entre si quanto à organização social e às tradições culturais.

Imagem: Pintura. Local com rio de cor verde, com canoas finas de cor marrom e ao fundo, embarcações em marrom, com velas brancas. À esquerda, duas canoas marrons, uma com pessoas negras e outra com três homens de pele clara, com chapéu bege, blusa compridas e de calça. Mais à esquerda, moradia de cor bege, com telhado marrom com pessoas uniformizadas de soldados: casaco cinza e calça, perto de uma mesa redonda com dois homens sentados de pele clara, com casaco marrom. No alto, céu de cor amarelo e nuvem de cor bege.  Fim da imagem.

LEGENDA: Johann Moritz Rugendas. Desembarque de escravos no Rio de Janeiro, 1824. Litografia, 23,2 cm × 33 cm. FIM DA LEGENDA.

No Brasil, os indivíduos desses grupos eram separados e vendidos como escravos. Eles eram destinados a todo tipo de trabalho, principalmente nos empreendimentos agrícolas e na mineração.

Os africanos e seus descendentes resistiram à escravização por meio de ataques a senhores de escravos, fugas individuais e coletivas e compra da liberdade.

Algumas fugas coletivas deram origem aos quilombos, que eram comunidades formadas por escravizados fugidos, indígenas e outras pessoas pobres em busca de proteção.

  1. Por que os portugueses promoveram o tráfico de africanos escravizados para o Brasil?
PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre esta atividade nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
  1. Quais foram as principais formas de resistência à escravização?
MANUAL DO PROFESSOR

Dessa forma, as diferentes dinâmicas produtivas geraram fisionomias diversas em regiões açucareiras distintas, segundo a magnitude de suas configurações agrárias, as escalas produtivas e a orientação de sua produção. Tais modelos açucareiros, sustentados pela escravidão, projetaram-se nos séculos XIX e XX.

FONTE: FERLINI, V. L. A. Sociedades açucareiras no mundo ibérico: estudo comparativo. Anais do XXVIII. Simpósio Nacional de História. n. 28. Florianópolis: UFSC/UDESC, 2015.

Leia o texto com os estudantes e depois oriente-os a observar a gravura de Rugendas e a estabelecer comparações entre ela e a gravura de Theodore de Bry apresentada na página anterior. Peça que identifiquem os locais, a data de produção e os elementos representados em cada imagem. Incentive-os a apontar os elementos comuns nas gravuras e a relacioná-los à prática de comércio entre os europeus e os africanos. Se julgar interessante, proponha a elaboração coletiva de um pequeno texto registrando o que observaram.

Atividade 20. Espera-se que os estudantes mencionem que os portugueses promoveram o tráfico de africanos escravizados para o Brasil por terem dificuldade em capturar e escravizar os indígenas no Brasil e por se tratar de uma atividade bastante lucrativa para comerciantes africanos e portugueses.

Atividade 21. Entre as formas de resistência dos africanos e seus descendentes à condição de escravizados, os estudantes podem citar ataques a senhores de escravos, fugas individuais e coletivas, formação de quilombos e compra da liberdade.

Nestas páginas são abordados aspectos que permitem trabalhar a habilidade da BNCC EF04HI06.

A abordagem desse assunto está relacionada ao tema de relevância deste volume – Identidade e diversidade cultural no Brasil. É uma ocasião para discutir como a diversidade cultural é estabelecida a partir das trocas entre as tradições e os costumes dos múltiplos povos que participaram da formação da identidade nacional.

Para você ler

Os escravos, de Castro Alves. L&PM, 1997.

A obra de um dos mais importantes poetas brasileiros é uma referência do século XIX em relação à temática da escravidão.

MP154

Os produtos da colônia

A indústria açucareira

O açúcar era uma mercadoria bastante valorizada na Europa. Sua matéria-prima é a cana-de-açúcar, que passou a ser cultivada pelos colonos portugueses nos engenhos para produzir açúcar. A maioria dos engenhos ficava no nordeste brasileiro, onde havia solo propício e condições favoráveis para o cultivo.

Imagem: Pintura. Um solo de cor marrom-claro, ao centro, um homem visto de costas, com camiseta e bermuda branca, colete de cor azul-claro, descalço, com canas-de-açúcar no ombro esquerdo. Mais ao fundo, à esquerda, canas-de-açúcar de cor verde, empilhadas na vertical e um homem agachado com os braços pegando canas, com camiseta e bermuda branca. Atrás, estrutura de cor bege e ao fundo, engrenagem grande redonda na horizontal, com um homem sentado visto de costas, colocando canas-de-açúcar, de camiseta e bermuda bege-claro. À direita, homem negro com camiseta e bermuda branca, perto de dois animais de costas, bovinos. Em segundo plano à esquerda, animais bovinos marrons, e local com vegetação verde.  Fim da imagem.

LEGENDA: Benedito Calixto de Jesus. Moagem da Cana na Fazenda Cachoeira, em Campinas, 1830. Óleo sobre tela, 118,3 cm × 148,2 cm. FIM DA LEGENDA.

A produção do açúcar era feita em várias etapas: primeiro a cana era moída para a obtenção do caldo, depois o caldo era levado para a casa de purgar, onde era filtrado, e por último extraía-se o açúcar, que era acomodado em fôrmas para secar.

Essas tarefas, bem como o trabalho na lavoura de cana, eram feitas pelos africanos escravizados e seus descendentes.

A produção de açúcar foi uma das mais importantes atividades realizadas no período da colonização portuguesa e gerou muito lucro para os donos dos engenhos, comerciantes de açúcar, traficantes de africanos escravizados e o governo português.

Imagem: Ilustração. Mapa. Engenhos no Brasil (anos 1600)  Rosa dos ventos em preto com sentidos: N, NO, O, SO, S, SE, L, NE.  Escala: 0 – 330 Km Legenda: áreas de cultivo de cana-de-açúcar  Ao centro do território brasileiro, linha pontilhada na vertical: Linha de Tordesilhas.   À direita, pequenas partes do litoral com: áreas de cultivo de cana-de-açúcar: Natal, Paraíba, Olinda, Recife, Porto Calvo, Penedo = 66 engenhos.  Cachoeira, Salvador = 36 engenhos. Ilhéus e Porto Seguro = 4 engenhos. Vitória = 6 engenhos, Campos dos Goitacás = 3 engenhos, Rio de Janeiro. São Paulo, São Vicente, Santos= 4 engenhos.   Fim da imagem.

FONTE: Bernardo Joffily. Atlas histórico: Brasil 500 anos. São Paulo: Três Editorial, 1988. p. 18.

PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre estas atividades nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
  1. Por que o maior número de engenhos ficava no nordeste brasileiro?
  1. Quem realizava o trabalho nas lavouras de cana-de-açúcar e nos engenhos?
  1. Qual foi a importância da produção de açúcar durante a colonização?
MANUAL DO PROFESSOR

Introduza o tema destacando que o açúcar foi um dos mais importantes gêneros de exportação do Brasil nos séculos XVI e XVII. Atualmente, a produção açucareira brasileira ainda é uma das mais significativas do mundo.

Compare a importância da produção de açúcar no início da colonização e hoje em dia. Incentive os estudantes a perceber a permanência de alguns aspectos sociais, econômicos e culturais do passado.

Explique aos estudantes que, geralmente, os engenhos açucareiros compunham-se de várias construções, como a casa-grande, a senzala, a capela e as instalações para a fabricação do açúcar, e de grandes áreas para a lavoura da cana-de-açúcar. Na casa-grande viviam o senhor de engenho, sua família e agregados. Na senzala viviam os escravos, em condições bastante precárias. Se achar conveniente, aproveite o momento para apresentar algumas obras de arte que representam esses espaços do engenho, especialmente a senzala, para tornar a aprendizagem do conteúdo mais significativa para os estudantes.

Atividade 22. Espera-se que os estudantes observem que os engenhos concentravam-se no Nordeste porque nessa área havia solo e condições favoráveis para o cultivo da cana-de-açúcar.

Atividade 23. Grande parte do trabalho nas lavouras e nos engenhos era feita pelos africanos escravizados e seus descendentes.

Atividade 24. O açúcar, cuja matéria-prima é a cana-de-açúcar, era um produto bastante valorizado na Europa. A organização da lavoura da cana e da produção do açúcar no Brasil acabou sendo uma das atividades mais importantes do período colonial e garantiu lucros consideráveis ao governo português, aos donos dos engenhos, comerciantes e traficantes de africanos escravizados.

O trabalho dos africanos na mineração

Não resta dúvida sobre o intenso trânsito de práticas e de conhecimentos técnicos entre a Costa da Mina e a América portuguesa, mais no sentido leste/oeste que o contrário. Sobretudo na região de mineração, os resultados desses empréstimos técnico-culturais se fizeram notar desde muito cedo.

Não poderia ser, ressalte-se, de outra forma. Boa parte do ouro explorado [...] foi recolhido através de técnicas introduzidas pelos africanos e desconhecidas pelos europeus. Essa realidade estende-se, ainda, aos diamantes extraídos e ao minério de ferro encontrado na região, transformado em instrumentos de trabalho nas pequenas forjas montadas pelos africanos. Aliás, o ferreiro, ocupação prestigiosa em algumas regiões africanas, como, por exemplo, nas terras dos Beafares, costa da Guiné, era, também, cuteleiro e ourives. [...]

MP155

Os holandeses e a produção de açúcar

O açúcar produzido no Brasil era levado pelos portugueses para a Europa e vendido aos holandeses. Na Europa, os holandeses refinavam o açúcar e o revendiam a preços muito mais altos. Para aumentar os lucros e obter açúcar diretamente do Brasil, os holandeses ocuparam diferentes áreas do nordeste. Em 1624 e 1625, conquistaram Salvador e, em 1630, conseguiram tomar Olinda e Recife.

Em 1637, os holandeses nomearam Maurício de Nassau governante de Pernambuco. Ele ordenou a construção de canais, escolas, teatros e da primeira ponte do Brasil. Também fez alianças e intermediou empréstimos para os senhores de engenho, para que realizassem melhorias nas fazendas.

Após vários desentendimentos com o governo da Holanda, Nassau pediu demissão em 1644 e deixou o Brasil. O governo holandês começou a cobrar os empréstimos feitos aos senhores de engenho, que ficaram descontentes e se aliaram de novo a Portugal. Assim, após muitos combates contra os holandeses, os portugueses reconquistaram Pernambuco. Os holandeses foram expulsos do Brasil em 1654 e começaram a produzir açúcar em suas colônias nas Antilhas (ilhas que se localizam na América Central). O açúcar holandês era vendido na Europa por um preço menor que o do açúcar fabricado no Brasil. Portugal não conseguiu superar a concorrência holandesa, e a produção e a exportação de açúcar entraram em declínio.

Imagem: Pintura. Vista geral de local com caravelas de cor marrom a velas, em alto mar. Elas têm tamanho pequeno e médio. À esquerda, torre de cor marrom com saída de fumaça de cor cinza. Em segundo plano, outras embarcações. Mais ao fundo, morro com vegetação verde, com casas uma ao lado da outra. No alto, céu de cor cinza-claro.  Fim da imagem.

LEGENDA: Hassel Gerritsz. Representação da tomada de Salvador pelos holandeses em 1624. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Gravura em tons de sépia. Local com mar, com pequenas embarcações com pessoas. Em segundo plano, local com um casarão grande com dois andares e torres em cada ponta. No alto, nuvens e à esquerda, um avião carregando bandeira com texto: Boa vista. Na parte, com anotações com letras pretas.  Fim da imagem.

LEGENDA: Frans Post. Palácio da Boa Vista do Recife, cerca de 1647. Gravura. O palácio foi construído por Maurício de Nassau em 1643. FIM DA LEGENDA.

PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre estas atividades nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
  1. Por que os holandeses tinham interesse em ocupar áreas do nordeste do Brasil?
  1. Por meio de quais ações o governante Maurício de Nassau conquistou o apoio dos senhores de engenho?
  1. Como a expulsão dos holandeses afetou a economia do açúcar?
MANUAL DO PROFESSOR

Entre um lado e outro do Atlântico Sul, os Mina mediaram culturas e fomentaram, junto com os outros povos habitantes da América portuguesa, mestiçagem cultural, nas dimensões e particularidades mais diversas desse fenômeno. Claro que não se trata de uma transposição literal de conhecimentos e de práticas de um ambiente para o outro. Houve, evidentemente, muitas adaptações, ressignificações e apuração técnica também. E é aí que hibridações e impermeabilidades culturais se compuseram, surgindo de arranjos específicos, moldados na dinâmica da sociedade colonial brasileira e, mais especificamente, da sociedade mineira.

FONTE: PAIVA, Eduardo F.; ANASTASIA, Carla Maria J. (orgs.). O trabalho mestiço: maneiras de pensar e formas de viver – século XVI a XIX. São Paulo: Annablume; Belo Horizonte: PPGH/UFMG, 2002. p. 189-190.

Faça a leitura compartilhada do texto e das imagens referentes à presença dos holandeses no Brasil. Com base nessa leitura, os estudantes poderão responder individualmente, no caderno, às questões propostas.

Atividade 25. Espera-se que os estudantes observem que os holandeses refinavam e revendiam na Europa o açúcar que adquiriam dos portugueses e, para lucrar mais com os negócios, tinham interesse em ocupar áreas do Nordeste brasileiro e cuidar diretamente da produção do açúcar.

Atividade 26. O governante Maurício de Nassau estabeleceu alianças com os senhores de engenho e intermediou empréstimos para que fizessem melhorias nos engenhos.

Atividade 27. Os estudantes devem mencionar que os holandeses passaram a produzir açúcar nas Antilhas e a vendê-lo na Europa por preços menores que os do açúcar produzido no Brasil. Como os governantes e comerciantes portugueses não tiveram condições de enfrentar a concorrência, a indústria do açúcar entrou em declínio.

Nesta página são abordados aspectos que permitem trabalhar as habilidades da BNCC EF04HI06 e EF04HI07.

A abordagem desse assunto está relacionada ao tema de relevância deste volume – Identidade e diversidade cultural no Brasil. É uma ocasião para discutir como a diversidade cultural é estabelecida a partir das trocas entre as tradições e os costumes dos múltiplos povos que participaram da formação da identidade nacional.

MP156

A mineração

Além do cultivo de cana-de-açúcar, os portugueses investiram na busca por metais e pedras preciosas. Nas terras que pertencem aos atuais estados de Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás foi encontrada grande concentração de minas de ouro e de diamantes.

Os africanos escravizados e seus descendentes eram a principal mão de obra na área de mineração no Brasil. Muitos deles foram trazidos pelos portugueses da região conhecida como Costa da Mina, na África, onde já trabalhavam com mineração. Seus conhecimentos sobre as técnicas de mineração foram fundamentais para a efetiva exploração das minas brasileiras.

Assim como os africanos, os indígenas escravizados também trabalharam na região das minas, na mineração ou em outras atividades, como a agricultura e os serviços domésticos.

Imagem: Pintura. Vista geral de local com quedas d’água de cor azul-claro saindo de rochas de cor marrom, com vegetação rasteira e outras partes com caules finas e folhas em verde. Na parte inferior, dezenas de homens negros, com bermudas coloridas, alguns com blusa e outras sem e mulheres de vestidos de cores diversa. À esquerda, perto de local com corrente de água com quatro homens negros: um de bermuda vermelha, outra de bermuda em azul, vestes em amarelo e outro em bermuda rosa. Perto deles, no solo, um homem de pele clara com cabelos pretos, blusa de mangas compridas em marrom, com a mão direita para o alto segurando um chapéu bege. Mais à direita, dois homens em pé, carregando nas mãos, objeto grande em marrom-escuro e mais ao fundo, outras pessoas em pé. Em segundo plano, um homem de pele clara, chapéu bege na cabeça e casaca azul entre eles. Mais ao fundo, mulheres de vestidos longos, carregando algo sobre a cabeça delas. Em terceiro plano, à esquerda, queda d’água.  Fim da imagem.

LEGENDA: Johann Moritz Rugendas. Representação da mineração de ouro por lavagem na área aurífera das Minas Gerais, 1820-1825. Gravura. FIM DA LEGENDA.

  1. Observe o mapa e responda às questões.
PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre esta atividade nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
Imagem: Ilustração. Rota do tráfico de africanos da Costa da Mina para o Brasil.  Na ponta da esquerda, destaque região do continente da América do sul e da África.  Rosa dos ventos de preto: N, NO, O, SO, S, SE, L, NE.  Escala: 0 – 1260 km Da África com as regiões de: Costa da Mina, Aliada, Udá, Accra, Popo, Axim e Mina para a América do Sul. Em destaque Accra, Udá e Popo.   Fim da imagem.

FONTE: Costa da Guiné no século XVII. Práticas religiosas na Costa da Mina. Universidade Federal da Bahia. Disponível em: http://fdnc.io/fnG. Acesso em: 17 mar. 2021.

  1. Qual região do continente africano está destacada?
  1. Qual foi a importância do trabalho dos africanos trazidos dessa região para a mineração no Brasil?
MANUAL DO PROFESSOR

Roteiro de aula

A aula prevista para o conteúdo das páginas 122-123 pode ser trabalhada na semana 24.

Fim do complemento.

Explique aos estudantes que o motivo que levou os portugueses à colonização do território brasileiro foi a busca por ouro e pedras preciosas. Durante essa conversa inicial sobre o tema da mineração, mostre para a turma, em um mapa político do Brasil, a localização dos estados de Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás.

Destaque a importância do conhecimento e das técnicas trazidas pelos africanos escravizados e transportados da Costa da Mina para trabalhar na mineração no Brasil. Explique que muitos deles tinham experiência com atividades de mineração, produziam as próprias ferramentas e eram excelentes ferreiros e ourives.

Atividade 28. Os estudantes devem observar que a região do continente africano destacada no mapa é a Costa da Mina. De lá foram trazidos à força para o Brasil africanos que já tinham experiência no trabalho com mineração. Seus conhecimentos sobre as técnicas de mineração foram fundamentais para a efetiva exploração das minas brasileiras.

Nesta página são abordados aspectos que permitem trabalhar as habilidades da BNCC EF04HI06 e EF04HI07.

Literacia e Ciências Humanas

Os mapas são instrumentos fundamentais na construção do conhecimento histórico e geográfico. Alguns elementos cartográficos, como o título, a legenda, a escala e a orientação, possibilitam a leitura precisa das informações representadas nos mapas. Ao observar com os estudantes o mapa da rota do tráfico de africanos, incentive-os a identificar os elementos mencionados.

As bandeiras e a escravização de indígenas

Se as expedições de apresamento para o interior e o comércio de escravos índios em São Paulo datavam das origens da Colônia, a partir do século XVII adquiriram novos aspectos qualitativos e quantitativos. As experiências do primeiro século introduziram diversos métodos de apropriação direta da mão de obra nativa, abrangendo os resgates, o apresamento direto e, em escala maior, as expedições punitivas, características dos últimos anos do século XVI. Para atender às necessidades do novo século, estes modelos de apresamento foram sendo ampliados e aperfeiçoados pelos paulistas. Ao passo que o escambo e os pequenos assaltos do século XVI restringiam-se às imediações do Rio Tietê, agora as expedições projetavam-se a distâncias mais dilatadas, integrando-se ao emergente circuito comercial intercapitanias.

MP157

Os tropeiros e o abastecimento das minas

No final dos anos 1600, as regiões de mineração de ouro e de pedras preciosas receberam muitas pessoas vindas de todas as partes da colônia com a esperança de enriquecer. Nesses locais, havia cultivo de alimentos, no entanto eles eram produzidos em quantidade insuficiente para todas as pessoas. Com isso, desenvolveu-se um comércio de produtos alimentícios, de roupas e ferramentas de trabalho em torno das regiões mineiras.

Esse comércio era realizado por rotas terrestres, principalmente pelos tropeiros. Os tropeiros eram os condutores das tropas de burros e mulas que transportavam as mercadorias produzidas em outras partes da colônia até a região das minas.

Ao longo dos caminhos percorridos pelos tropeiros foram criados pousos, que eram locais para descanso, e feiras, para o comércio dos produtos. Com o passar do tempo, esses locais se desenvolveram e deram origem a vilas e, mais tarde, a cidades; é o caso, por exemplo, da feira de Sorocaba, que deu origem à atual cidade de Sorocaba, no estado de São Paulo.

Imagem: Pintura. À esquerda e à direita, local com rochas de cor bege-claro. À esquerda, um homem de pele clara, com roupa azul, de frente de um animal quadrúpede marrom carregando carga. Ao centro, uma ponte de cor marrom-claro com outra pessoa de pele morena, camiseta e calça em branco, de frente para animal quadrúpede de cor marrom. À direita, nas rochas, outros três animais quadrúpedes carregando carga. Perto, à esquerda, um cachorro sentado. Mais à direita, árvores de troncos finos e folhas verdes.  Fim da imagem.

LEGENDA: Jean-Baptiste Debret. Limite da Província de São Paulo e Curitiba, 1827. Aquarela sobre papel, 41,31 cm × 56,44 cm. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Pintura. À frente, solo de cor marrom-claro, com estrutura com hastes na vertical, teto com palhas escuras. Dentro, várias pessoas de pele negra, com homens e mulheres de roupas coloridos. À direita, menina de blusa azul-claro, saia bege, com as mãos no tecido de cor verde-claro. À esquerda, homens sentados. Fora do local, animais quadrúpedes de cor marrom e um homem sem camiseta, bermuda vermelha, carregando algo sobre a cabeça. Em segundo plano, rio com água de cor azul-claro, morros e céu em azul-claro com parte em amarelo.  Fim da imagem.

LEGENDA: Johann Moritz Rugendas. Repouso de uma caravana, 1835. Litografia, 22,1 cm × 32,5 cm. FIM DA LEGENDA.

PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre estas atividades nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
  1. Qual é a relação entre a mineração e a atividade dos tropeiros?
  1. Quem eram os tropeiros e como eles faziam o transporte de produtos?
  1. Como a atividade dos tropeiros favoreceu o desenvolvimento das vilas e cidades?
MANUAL DO PROFESSOR

E, se as campanhas punitivas dos anos 1590 manifestaram objetivos defensivos e territoriais, as expedições maiores articulavam-se de forma mais explícita a um projeto coletivo de desenvolvimento.

Em certo sentido, foi o projeto desenvolvido de D. Francisco de Souza que intensificou as incursões portuguesas ao sertão. Quando governador do Brasil entre 1591 e 1601, D. Francisco dedicou-se com afinco à busca de metais e pedras preciosas, devidamente estimulada pela lenda tupiniquim de Itaberaba-açu, uma serra resplandecente que, para muitos, localizava-se nas cabeceiras do Rio São Francisco. [...]

FONTE: MONTEIRO, John Manuel. Negros da terra : índios e bandeirantes nas origens de São Paulo. São Paulo: Companhia das Letras, 1994. p. 58-59.

Antes de propor as atividades, solicite aos estudantes que descrevam as imagens e que as relacionem às atividades realizadas pelos tropeiros. A exploração das imagens contribuirá para a percepção do contexto em que os tropeiros atuavam, percorrendo caminhos precários para transportar produtos pelas diversas localidades do território colonial e, nessas condições, contribuindo para a formação de vilas e cidades.

Atividade 29. Espera-se que os estudantes observem que as áreas de mineração receberam muitas pessoas vindas de todas as partes da colônia, o que acarretou o desenvolvimento do comércio de produtos, como alimentos, roupas e ferramentas de trabalho. Esse comércio era realizado por rotas terrestres, principalmente pelos tropeiros.

Atividade 30. Os tropeiros eram os condutores de tropas de burros e mulas que transportavam até a região as mercadorias produzidas em outras partes da colônia.

Atividade 31. Ao longo dos caminhos percorridos pelos tropeiros foram criados pousos e feiras comerciais. Com o tempo, em alguns desses locais formaram-se povoados que viriam a se tornar vilas e cidades.

Nesta página são abordados aspectos que permitem trabalhar as habilidades da BNCC EF04HI06 e EF04HI07.

MP158

A expansão para o interior

A busca por minerais promoveu um movimento de exploração e ocupação das áreas do interior do Brasil. Até o início dos anos 1700, a exploração colonial tinha se concentrado no litoral.

Os deslocamentos rumo ao interior eram realizados por rotas terrestres e fluviais em movimentos conhecidos como entradas, bandeiras e monções, que ocorreram desde o início dos anos 1500 até o final dos anos 1700. Eles tinham objetivos variados, como explorar as terras, buscar pedras e metais preciosos, capturar africanos escravizados fugitivos, capturar indígenas para escravizá-los e, ainda, combater grupos indígenas considerados contrários à colonização.

Entradas e bandeiras

As entradas eram expedições oficiais, isto é, organizadas pelo governo português, que saíam do litoral em direção ao interior do Brasil. Elas eram realizadas por soldados portugueses e colonos que viviam no Brasil e tinham como objetivo principal fazer o mapeamento das terras brasileiras para ampliar a área de exploração da colônia no interior.

Imagem: Pintura. Um tronco de árvore grande, marrom na horizontal por onde passam mulheres indígenas com crianças e nas pontas extremas, três homens com fardas e armados. À esquerda, homem de pele clara, cabelos e bigode fino escuro, com chapéu marrom, com blusa de mangas compridas e calça em azul-claro, com colete marrom e arma grande na mão esquerda. Atrás, uma mulher de pele morena, cabelos escuros, nua, com uma criança atrás segurando na cintura da mulher. Desta mulher, outra corda presa em outra mulher. Está também nua, morena de cabelos pretos, com um menino sobre as costas dela, e outros dois um atrás do outro, com mãos nas cinturas. Na outra ponta, outros dois homens armados e vestidos como o primeiro. Sobre o último, uma arma sobre ombro e bolsa sobre as costas. Em segundo plano, vegetação e céu de cor clara.  Fim da imagem.

LEGENDA: Jean-Baptiste Debret. Soldados índios de Curitiba, 1834. Litografia, 21 cm × 32,4 cm. FIM DA LEGENDA.

PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre estas atividades nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
Imagem: Ícone: Atividade oral. Fim da imagem.
  1. Sobre a atuação dos portugueses no período inicial da colonização do Brasil, o religioso e cronista baiano frei Vicente do Salvador (1564-1636) comentou:

“Sendo grandes conquistadores de terras, não se aproveitam delas, mas contentam-se de as andar arranhando ao longo do mar como caranguejos”.

Imagem: Ícone: Atividade para casa. Fim da imagem.
  1. Responda:
    1. O que motivou os colonos a explorar e ocupar áreas do interior do Brasil?
    1. Quem promovia as entradas e participava delas? Qual era o principal objetivo desse movimento?
MANUAL DO PROFESSOR

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As três aulas previstas para o conteúdo das páginas 124-127 podem ser trabalhadas na semana 24.

Fim do complemento.

Converse com os estudantes sobre a relação entre as expedições para a busca de riquezas minerais e a abertura de novos caminhos, que deram origem a povoados e possibilitaram a expansão territorial da colônia em direção ao interior.

Peça aos estudantes que observem a gravura de Debret e analise com eles o modo como os apresadores de indígenas foram representados. Oriente a exploração da imagem com as perguntas: “Eles se parecem mais com europeus ou com indígenas? Como isso pode ser explicado?”. Destaque que, embora na iconografia do século XIX e início do século XX os colonos geralmente estejam representados como homens brancos, de feições europeias, em muitas imagens eles figuram com traços indígenas.

Atividade 32. Os estudantes devem observar que Frei Vicente do Salvador compara os portugueses aos caranguejos porque os colonizadores inicialmente não se lançaram ao interior do território, permanecendo no litoral.

Atividade 33. Sugerimos que a atividade seja realizada em casa, promovendo a integração e o diálogo do estudante com um familiar, além do compartilhamento de experiências e conhecimentos construídos fora da escola, para que dessa forma ganhem significado dentro dela. Os estudantes devem reconhecer que as entradas eram promovidas pelo governo português, e quem costumava participar delas eram soldados portugueses e colonos. O principal objetivo das entradas era mapear o território e ampliar a área de exploração da colônia.

A abordagem desse assunto está relacionada ao tema de relevância deste volume – Identidade e diversidade cultural no Brasil. É uma ocasião para discutir como a diversidade cultural é estabelecida a partir das trocas entre as tradições e os costumes dos múltiplos povos que participaram da formação da identidade nacional.

MP159

As bandeiras foram realizadas durante os anos 1600 e 1700, quando se intensificou a busca por metais e pedras preciosas na colônia. Essas expedições eram organizadas por grupos de homens que viviam nas vilas de São Paulo e São Vicente, no atual estado de São Paulo. Eles ficaram conhecidos como bandeirantes.

Os bandeirantes percorriam rotas terrestres em direção ao interior para encontrar pedras e metais preciosos e capturar indígenas para escravizá-los.

Imagem: Ícone: Atividade para casa. Fim da imagem.
  1. Quem organizava as bandeiras? Quais eram os objetivos dessas expedições?
PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre esta atividade nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.

Além do interesse econômico em explorar as terras do Brasil, a colonização portuguesa também tinha fins religiosos. Por isso, foram enviadas às terras do Brasil missões formadas por religiosos da ordem católica Companhia de Jesus, chamados jesuítas, que tinham a função de catequizar os indígenas, isto é, convertê-los ao cristianismo.

Essas missões formaram aldeamentos em que os padres jesuítas ensinavam religião e língua portuguesa aos indígenas. Os missionários forçavam os indígenas a adotar os costumes europeus e exploravam sua mão de obra na construção, na agricultura e na pecuária.

Algumas bandeiras atacavam missões jesuíticas para capturar indígenas.

Imagem: Litografia. Uma mulher de pele morena, cabelos pretos presos no alto, com um vestido longo de cor branco longo, com um casaco em cima de cor cinza e detalhes em preto, com colares coloridos e segurando objetos finos e uma corrente com cruz de madeira nas mãos. Ela está sobre local com solo marrom. Mais atrás, vista parcial de pessoas com lenços sobre a cabeça. Em segundo plano, morros e céu em tons amarelos, nublado. Fim da imagem.

LEGENDA: Jean-Baptiste Debret. Guaranis, 1834. Litografia, 32,3 cm × 20,3 cm. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Vista de baixo para o alto de local com grama verde-claro, com ruinas: paredes de cor marrom-claro com arcos embaixo. O local tem outras paredes do mesmo tom com arcos e sem teto acima. No alto, céu azul-claro sem nuvens.  Fim da imagem.

LEGENDA: Ruínas de aldeamento jesuíta dos povos indígenas Guarani construído entre 1735 e 1745. Município de São Miguel das Missões, no estado do Rio Grande do Sul. Fotografia de 2018. FIM DA LEGENDA.

  1. O que foram as missões jesuíticas? Como elas funcionavam?
PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre esta atividade nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
MANUAL DO PROFESSOR

Atividade 34. Sugerimos que a atividade também seja realizada em casa. Espera-se que os estudantes identifiquem as bandeiras como expedições de homens que viviam nas vilas de São Paulo e São Vicente, no atual estado de São Paulo. Eles organizavam essas expedições com a finalidade de encontrar pedras e metais preciosos e capturar indígenas para escravizá-los.

Converse com os estudantes sobre o papel das missões jesuíticas no processo de aculturação dos indígenas, promovido pela catequização e pelo cerceamento da liberdade.

Destaque que a produção agrícola nas missões era distribuída entre todos e apenas o excedente era comercializado. Embora cada família indígena tivesse a sua porção de terra, na qual trabalhava durante alguns dias da semana, havia áreas de cultivo comunitário nas quais se praticava também a criação de gado bovino.

Atividade 35. As missões jesuíticas enviadas à América portuguesa tinham o objetivo de converter os indígenas ao cristianismo. Nos aldeamentos formados pelas missões, os jesuítas ensinavam religião e língua portuguesa aos indígenas, mas também exploravam sua mão de obra na construção, na agricultura e na pecuária.

Nesta página são abordados aspectos que permitem trabalhar as habilidades da BNCC EF04HI06 e EF04HI07.

MP160

As entradas e as bandeiras foram fundamentais para a expansão da ocupação das terras do Brasil e a diversificação das atividades econômicas pela descoberta de riquezas minerais como ouro, prata e diamante.

Ao longo das rotas percorridas e dos caminhos abertos pelos bandeirantes, também se desenvolveram povoados que, com o passar do tempo, deram origem a vilas e cidades, como Itanhaém, Paranaguá, Laguna e Desterro, no litoral, e Cuiabá, Vila Boa de Goiás, Vila Rica e Diamantina, no interior.

Imagem: Gravura em preto em branco. Vista geral de local com um caminho ao centro por onde passam animais quadrúpedes carregando uma carroça com uma pessoa em pé de pele escura, vestes claras e haste na mão esquerda. À direita, perto dos animais, um homem de chapéu sobre a cabeça, com vestes longas e um animal pequeno à frente, quadrúpede. À esquerda e à direita com vegetação rasteira densa, árvores com folhas altas. Mais atrás, outras pessoas e uma sobre um cavalo caminhando para trás. Em segundo plano, vista do alto de casas com telhados triangulares e em terceiro plano, morros com vegetação de tamanho médio e grande.  Fim da imagem.

LEGENDA: Thomas Ender. Vila Boa de Goiás, antiga capital da capitania de Goiás, 1832. Gravura, 45,2 cm × 56,9 cm. FIM DA LEGENDA.

  1. Cite algumas consequências das entradas e das bandeiras no processo de colonização.
PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre esta atividade nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
Imagem: Ícone: Atividade oral. Fim da imagem.
  1. Observe o mapa a seguir e, depois, responda às questões.
Imagem: Ilustração. Mapa. Principais entradas e bandeiras (anos 1600 e 1700). Na parte superior, à direita, planisfério com destaque para a região do Brasil na América do Sul.  Rosa dos ventos em preto com sentidos: N, NO, O, SO, S, SE, L, NE. Escala de 0 – 450km Legenda: Uma esfera preta pequena: Vilas e cidades Seta vermelha: Rotas das expedições Seta cinza: Limites atuais do Brasil Ao centro, na metade do Brasil, com linha na vertical: Linha de Tordesilhas.  Rotas de expedições:  De Santos para o Rio grande do Sul. De São Paulo para Paraná. De São Paulo para: Cuiabá, para Mato Grosso do sul, Vila Bela e Gurupá, e Vila Boa e Belém. De Taubaté para Minas gerais. De Santos para Salvador. De Salvador para o interior da Bahia e indo para vila Mocha e Pastos Bons. Rota de Recife para dentro do Pernambuco. De recife para Fortaleza. De Olinda para dentro do Rio grande do Norte. Outras cidades: Natal, Paraíba. À esquerda do Brasil, limites atuais do Brasil contornando do norte, centro-oeste e sul.   Fim da imagem.

FONTE: Elaborado com base em: Cláudio Vicentino. Atlas histórico: geral & Brasil. São Paulo: Scipione, 2011. p. 101.

  1. De onde partiram as entradas e as bandeiras cujas rotas estão representadas no mapa?
PROFESSOR Resposta: Geralmente, partiam do litoral em direção ao interior.
  1. Qual estado atual foi origem do maior número de expedições?
PROFESSOR Resposta: Do atual estado de São Paulo.
  1. As expedições respeitavam os limites impostos pelo Tratado de Tordesilhas?
PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre esta atividade nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
MANUAL DO PROFESSOR

Comente com os estudantes a complexa relação entre os indígenas e os bandeirantes: a captura de indígenas foi um dos principais objetivos das bandeiras, e muitos deles foram escravizados ou mortos; no entanto, a participação dos indígenas era importante para a realização dessas expedições, pois, além de executar muitas das tarefas do dia a dia, eles contribuíam para direcionar as expedições e auxiliavam na sobrevivência dos integrantes, graças aos conhecimentos que tinham do território.

Atividade 36. Entre as consequências das entradas e das bandeiras no processo de colonização, os estudantes podem mencionar a expansão da ocupação das terras da colônia; a diversificação das atividades econômicas pela descoberta de riquezas minerais como ouro, prata e diamante; e o desenvolvimento de vilas e arraiais ao longo dos caminhos percorridos pelos bandeirantes.

Atividade 37. a) Com base na leitura do mapa, os estudantes devem observar que expedições bandeirantes geralmente partiam do litoral em direção ao interior. b) O maior número de expedições bandeirantes teve origem no atual estado de São Paulo. c) As expedições bandeirantes não respeitavam os limites do Tratado de Tordesilhas, ocorrendo também em terras espanholas.

Divisão político-administrativa e regional do Brasil

Grandes Regiões

O Brasil está dividido em cinco Grande Regiões: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul.

Distrito Federal

É a Unidade onde tem a sede do Governo Federal, com seus poderes: Judiciário, Legislativo e Executivo.

Estados

Em número de 26, constituem as unidades de maior hierarquia dentro da organização político-administrativa do País. A localidade que abriga a sede do governo denomina-se Capital.

MP161

As monções

As monções foram expedições fluviais organizadas por colonos nos anos 1700 que partiam principalmente do atual estado de São Paulo em direção a áreas de mineração dos atuais estados de Goiás e Mato Grosso.

Elas serviam tanto para o transporte de pessoas como de mercadorias para abastecer as áreas mineradoras, principalmente no atual estado de Mato Grosso.

Essas expedições foram chamadas de monções por ocorrerem de acordo com o regime fluvial dos rios. Elas eram realizadas na época das cheias, entre os meses de março e abril, quando os rios eram facilmente navegáveis, tornando a viagem menos difícil e arriscada.

Imagem: Pintura. À frente, local com solo de cor bege-clara, com pessoas em pé aglomeradas à direita e à esquerda, homens de blusa de mangas compridas em branco, e outros com colete vermelho e lenço sobre a cabeça. Um deles, de pele negra, com roupas brancas, carregando malas de cor marrom-claro. À direita, homens e crianças e mulheres com lenço sobre a cabeça de cor branca, vermelha e azul. Mais ao fundo, rio de cor azul, com dezenas de canoas de cor marrom com pessoas em pé e um à frente, de homem morena com lenço vermelho na cabeça, com vestes de cor branca. Mais ao fundo, à direita, árvore com tronco marrom com folhas verdes, com céu em amarelo com morros em azul.  Fim da imagem.

LEGENDA: José Ferraz de Almeida Júnior. Partida da monção, 1897. Óleo sobre tela, 390 cm × 640 cm. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Dentro de uma canoa fina sobre rio de cor verde, com menina indígena sentada. Ela tem pele morena, com cabelos pretos com franja, manchas de cor cinza no corpo, com bermuda em preto, sem sapatos e segurando nas mãos, um remo de cor marrom. Ela olha para à direita, com colar preto no pescoço. Na água, vegetação dentro.  Fim da imagem.

LEGENDA: Criança da etnia Saterê-Mawé pescando em canoa no igarapé do Tiú, na zona rural ribeirinha do município de Manaus, no estado do Amazonas. Fotografia de 2018. FIM DA LEGENDA.

Os integrantes das monções seguiam pelo rio Tietê em embarcações feitas com um tronco de árvore único, de acordo com a técnica indígena. Os conhecimentos dos indígenas também eram aproveitados para definir as rotas por rios e matas rumo ao interior.

  1. O que eram as monções?
PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre estas atividades nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
  1. Por que elas receberam esse nome?
  1. Quando elas eram realizadas?
  1. Como os conhecimentos dos indígenas contribuíram para o avanço dos colonos em direção ao interior?
PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre esta atividade nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
MANUAL DO PROFESSOR

Municípios

Os municípios constituem as unidades de menor hierarquia dentro da organização político-administrativa do Brasil. A localidade onde está sediada a Prefeitura Municipal tem a categoria de cidade.

Distritos

São unidades administrativas dos municípios.

FONTE: IBGE educa. Divisão político-administrativa e regional. Disponível em: http://fdnc.io/fnH. Acesso em: 18 jun. 2021.

Estimule os estudantes a analisar a representação da partida de uma monção.

Questione-os sobre a diferença entre a forma de deslocamento das bandeiras e a das monções. Os estudantes devem observar que, enquanto os bandeirantes deslocavam-se principalmente por terra, os monçoeiros seguiam por rios. Assim, o conhecimento e a exploração do território colonial pelos bandeirantes e pelos monçoeiros tiveram natureza distinta.

Antes de propor aos estudantes as atividades escritas, retome oralmente com eles as características das entradas, das bandeiras e das monções. Para isso, você pode fazer algumas perguntas, como: “Em que período ocorreram as entradas, as bandeiras e as monções? Quais eram os objetivos dessas expedições? Qual foi a consequência dessas expedições para a configuração do território brasileiro?”.

Atividade 38. Espera-se que os estudantes mencionem que as monções foram expedições fluviais organizadas por colonos nos anos 1700. Essas expedições partiam principalmente do atual estado de São Paulo em direção a áreas de mineração dos atuais estados de Goiás e Mato Grosso. Elas receberam esse nome porque sua ocorrência estava vinculada ao regime fluvial. Eram realizadas na época das cheias, entre os meses de março e abril, quando os rios eram facilmente navegáveis.

Atividade 39. Os indígenas contribuíram para o avanço dos colonos em direção ao interior porque o conhecimento que tinham do território foi utilizado para definir as rotas pelos rios e pela mata. A técnica de construção de embarcações dos indígenas também foi aproveitada pelos colonos.

Nesta página são abordados aspectos que permitem trabalhar as habilidades da BNCC EF04HI06 e EF04HI07.

MP162

Capítulo 2. A organização do território brasileiro

As unidades federativas

O território brasileiro é dividido em 27 unidades federativas. Cada estado é uma unidade federativa, isto é, uma parte do Brasil.

O Distrito Federal, onde está situada Brasília, a capital do país, também é uma unidade federativa.

Por isso, podemos dizer que o território brasileiro é dividido em 27 unidades federativas: 26 estados e o Distrito Federal.

Observe no mapa a seguir a divisão do território brasileiro em unidades federativas.

Imagem: Ilustração. Mapa. Brasil: unidades federativas. Rosa dos ventos em preto com os sentidos: N, NO, O, SO, S, SE, L, NE.  Escala: 0 – 323 km Legenda: Esfera redonda em preto com contorno amarelo: Capital de pais  Esfera redonda em preto com contorno branco: Capital de estado Região Norte: Acre (AC) – Rio Branco, Amazonas (AM) - Manaus, Roraima (RR) – Boa vista, Rondônia (RO) – Porto velho, Pará (PA) - Belém, Amapá (AP) - Macapá, Tocantins (TO) - Palmas.  Região Nordeste: Maranhão (MA) – São Luís, Piauí (PI) - Teresina, Ceará (CE) - Fortaleza, Rio grande do norte (RN) - Natal, Paraíba (PB) – João Pessoa, Pernambuco (PE) - Recife, Alagoas (AL) – Maceió, Sergipe (SE) - Aracaju, Bahia (BA) - Salvador.  Região Centro-Oeste: Mato Grosso (MT) - Cuiabá, Mato Grosso do Sul (MS) – Campo Grande, Goiás (GO) - Goiânia – Distrito Federal – Brasília. Região Sudeste: São Paulo (SP) – São Paulo, Minas Gerias (MG) – Belo Horizonte, Rio de Janeiro (RJ) – Rio de Janeiro e Espírito Santo (ES) – Vitória. Região Sul: Paraná (PR) - Curitiba, Santa Catarina (SC) – Florianópolis, Rio Grande do Sul (RS) – Porto Alegre.  Fim da imagem.

FONTE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Atlas geográfico escolar. 8ª ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018.

MANUAL DO PROFESSOR

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para o conteúdo das páginas 128-129 podem ser trabalhadas na semana 25.

Fim do complemento.

Objetivos pedagógicos do capítulo

  • Conhecer a atual divisão política do Brasil.
  • Compreender a dinâmica da organização do espaço brasileiro ao longo do tempo.
  • Reconhecer as funções político-administrativas exercidas nas esferas municipal, estadual e federal.
  • Reconhecer a responsabilidade da população na escolha dos seus representantes políticos.
  • Entender os critérios da regionalização do Brasil.
  • Conhecer aspectos do município em que vive.
  • Valorizar a participação da população nas questões municipais.
  • Reconhecer as características e inter-relações dos espaços urbano e rural no município.
  • Reconhecer os territórios indígenas e as comunidades quilombolas como direitos desses povos.

    Orientações didáticas

    Antes de fazer a leitura do texto e do mapa com os estudantes, pergunte a eles se sabem por que o território de um país é dividido em porções menores. Explique que o Brasil foi dividido em unidades federativas para que sua administração se tornasse mais fácil, dada a sua extensão territorial.

    Solicite aos estudantes que observem o título e a legenda do mapa. Explique que, nessa representação, o uso de diferentes cores serve para diferenciar as unidades federativas.

    Explore a leitura do mapa chamando a atenção da turma para o nome e a sigla de cada unidade federativa.

    Esta atividade introduz o trabalho que será desenvolvido ao longo de todo o capítulo contemplando a habilidade da BNCC EF04GE05.

    A região

    É possível compreender a região na atualidade como uma área formada por articulações particulares no quadro de uma sociedade globalizada. Essa região é definida a partir de recortes múltiplos, complexos e mutáveis, mas destacando-se, nesses recortes, elementos fundamentais, como a relação de pertencimento e identidade entre os homens e seu território, o jogo político no estabelecimento de regiões autônomas ante um poder central, a questão do controle e da gestão de um território [...].

    Na discussão a respeito do conceito de região para a Geografia, os autores têm chamado a atenção para o fato de que esse termo é bastante utilizado em outros campos científicos e também no senso comum [...].

MP163

Agora, responda às questões.

  1. O que representam as linhas brancas no mapa?
PROFESSOR Resposta: Representam a divisão do território brasileiro em unidades federativas.
  1. Em qual unidade federativa você vive?
PROFESSOR Resposta pessoal.
Imagem: Ícone: Atividade oral. Fim da imagem.
  1. Quais unidades federativas se limitam com aquela onde você vive?
PROFESSOR Resposta pessoal.
  1. Leia o trecho da letra de uma canção e, em seguida, faça o que se pede.

    Uma notícia está chegando lá do Maranhão

    Não deu no rádio, no jornal ou na televisão

    Veio no vento que soprava lá no litoral

    De Fortaleza, de Recife e de Natal

    A boa-nova foi ouvida em Belém, Manaus,

    João Pessoa, Teresina e Aracaju

    E lá do norte foi descendo pro Brasil central

    Chegou em Minas, já bateu bem lá no sul [...].

Imagem: Ilustração. Um local com água de cor azul-claro, com vegetação à frente de cor verde-claro. No alto, perto de duas flores em verde-escuro por onde sopra vento. Em segundo plano, morros de cor marrom e céu em laranja, com partes em amarelo.  Ilustração. Um local com água de cor azul-claro com ondas. Em segundo plano, morros de cor marrom, duas árvores com folhas no alto. No céu, laranja e partes em amarelo.   Fim da imagem.

FONTE: Milton Nascimento. Notícias do Brasil. In: Caçador de mim. [S. l.]: Universal Music, 2000.

PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre estas atividades nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
  1. Monte no caderno um quadro com 3 colunas e 10 linhas. O cabeçalho deve ser igual ao do modelo abaixo. Escreva o nome das unidades federativas e das capitais citadas na letra da canção. Depois, complete o quadro com as informações que faltam.

Quadro: equivalente textual a seguir.

Unidade federativa

Sigla

Capital

_____

_____

_____

_____

_____

_____

_____

_____

_____

Imagem: Ícone: Atividade oral. Fim da imagem.

  1. De acordo com a letra da canção, de onde parte a notícia e até onde ela chega?
  1. A notícia foi divulgada pelos meios de comunicação? Explique.
Imagem: Ícone: Atividade para casa. Fim da imagem.
  1. Pesquise e responda: no percurso descrito na letra da canção, a notícia chega a quais regiões do Brasil?
    • Em classe, verifique se você identificou corretamente essas regiões.
MANUAL DO PROFESSOR

No senso comum, o conceito de região [...] está associado à localização e à extensão de um certo fato ou fenômeno: um conjunto de área onde há o domínio de determinadas características que distinguem aquela área das demais. Um outro sentido atribuído à região é o da unidade administrativa, sendo a divisão regional, nesse caso, a forma pela qual se exerce a hierarquia e o controle na administração dos estados.

Nos depoimentos dos alunos, a ideia mais frequente para o conceito de região é a de um local definido de forma absoluta e estática. Nessa ideia não se inclui a noção de processo, de escala ou de especificidade e de identidade, tanto no sentido de região natural quanto no sentido de região geográfica [...].

FONTE: CAVALCANTI, Lana de Souza. Geografia, escola e construção de conhecimentos. Campinas: Papirus, 1998. p. 104-105.

Atividades 1 e 2. Oriente os estudantes a registrar no caderno as respostas às questões.

Atividade 3. Explore o mapa oralmente com os estudantes para que identifiquem o nome, a sigla e a capital de cada unidade federativa que limita com a unidade onde vivem.

Atividade 4. Leia o trecho da letra da canção com os estudantes. Esse procedimento facilitará o preenchimento do quadro e ajudará na compreensão do texto. Exponha um mapa político do Brasil aos estudantes para que localizem os lugares citados na canção. Se possível, leve um arquivo da canção para reproduzir em sala de aula. A audição da melodia e da voz do intérprete pode fornecer aos estudantes outros dados para a compreensão, como a identificação de determinado ritmo, do sotaque e da entonação produzidos pelo cantor. Se julgar necessário, providencie também a letra completa da canção aos estudantes para que a acompanhem enquanto ouvem. d) Sugerimos que esta atividade seja realizada em casa por exigir pesquisa sobre determinadas informações. Oriente os estudantes a consultar fontes na internet que sejam confiáveis, se necessário.

O trabalho com textos de literatura, principalmente com canções, contribui para a consolidação dos conhecimentos de literacia e de alfabetização, promovendo a fluência em leitura oral, o desenvolvimento de vocabulário e a compreensão textual, além da localização e da retirada de informação explícita do texto e inferências diretas.

Literacia e Ciências Humanas

O uso da música no processo de aprendizagem se associa ao desenvolvimento da criatividade, da sensibilidade, da capacidade de interpretação, da motricidade, da interdisciplinaridade, do raciocínio e do conhecimento de si próprio. Ao trabalhar com essa linguagem, ressalte suas características específicas, como ritmo, melodia e interação entre diferentes instrumentos.

MP164

A divisão regional do Brasil

As unidades federativas que compõem o Brasil são agrupadas em regiões. Uma região pode ser definida como uma porção da superfície terrestre que reúne características que a diferenciam das outras porções. A divisão do território em regiões é chamada de regionalização.

A divisão regional do Brasil foi criada pelo IBGE para facilitar a organização das informações e dos dados estatísticos sobre o país. Nela, o território brasileiro está dividido em cinco grandes regiões: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul.

Cada uma dessas regiões agrupa estados com características semelhantes quanto à vegetação, ao clima, à história da ocupação humana e às atividades econômicas.

A divisão regional feita pelo IBGE é a regionalização oficial do Brasil. As informações e os dados estatísticos fornecidos pelo instituto auxiliam o governo a organizar e a administrar o país em todas as áreas: saúde, educação, habitação, transporte, entre outras.

Observe no mapa abaixo a divisão do território brasileiro em cinco grandes regiões.

Imagem: Ilustração. Mapa. Brasil: divisão regional. Rosa dos ventos em preto com os sentidos: N, NO, O, SO, S, SE, L, NE.  Escala: 0 – 430km Legenda: Verde-escuro: Região Norte Verde-claro: Região Nordeste Rosa: Região Centro-Oeste Amarelo: Região Sudeste Roxo: Região Sul Região Norte: Acre, Amazonas, Roraima, Rondônia, Para, Amapá, Tocantins.  Região Nordeste: Maranhão, Piauí, Ceará, Rio grande do norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia.  Região Centro-Oeste: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás – Distrito Federal. Região Sudeste: São Paulo, Minas Gerias, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Região Sul: Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul.  Fim da imagem.

FONTE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Atlas geográfico escolar. 8ª ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018.

Imagem: Ícone: Atividade oral. Fim da imagem.
  1. O que é uma região?
PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre estas atividades nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
  1. Em quantas regiões o território brasileiro é dividido? Quais são elas?
  1. O que representam as linhas vermelhas no mapa?
MANUAL DO PROFESSOR

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para o conteúdo das páginas 130-131 podem ser trabalhadas na semana 25.

Fim do complemento.

É importante que os estudantes compreendam as noções referentes aos conceitos de região e regionalização. Explique que a regionalização de um país facilita a administração e o estudo dos territórios, orienta o planejamento das ações governamentais e ajuda a conhecer os dados numéricos ou estatísticos sobre um tema ou assunto.

Comente que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é um órgão ligado ao Governo Federal que tem entre as suas funções o reconhecimento e a análise das características naturais, econômicas e sociais do território brasileiro. Ele mantém agências em todo o território nacional e obtém dados sobre os municípios e estados pelos mapeamentos e censos realizados periodicamente.

Esclareça que a divisão política corresponde à divisão do território em unidades político-administrativas e que a divisão regional corresponde à divisão do território em regiões. Destaque que existem diversos critérios para estabelecer a divisão regional de um território.

Atividade 5. Antes de propor a atividade, é fundamental ler o mapa do Brasil com os estudantes, destacando a função da legenda. Chame a atenção para a divisão regional, que agrupa diferentes estados sob uma mesma cor de legenda. Em suas respostas, os estudantes podem definir região como uma porção da superfície terrestre que reúne características que a diferenciam das outras porções. Espera-se que identifiquem corretamente as cinco regiões em que o território brasileiro é oficialmente dividido (Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul) e que reconheçam as linhas vermelhas do mapa como representativas do limite entre as regiões.

A regionalização

Analisando de um outro ângulo essa questão da regionalização, independentemente de a questão da região se colocar como autoevidente ou como produto final da investigação, podemos perceber que o procedimento de regionalizar teve referências variadas. Primeiramente, as regionalizações se identificaram com a administração territorial e política. Em seguida, o critério natural foi o mais relevante para a elaboração de regionalizações. Com a percepção de que a natureza não seria a única determinante na conformação regional, foram concebidas propostas baseadas no critério econômico e em outros critérios. A título de lembrança e de exemplo, podemos mencionar a identidade posta entre região e espaço vivido e a compreensão da regionalização como produto da divisão territorial do trabalho [...].

MP165

Características das grandes regiões brasileiras

As grandes regiões apresentam características que as diferenciam umas das outras. Vamos conhecê-las.

Região Norte: ocupa quase metade do território brasileiro, sendo a região com maior extensão territorial. Nessa região, situam-se a maior parte da Floresta Amazônica e o rio Amazonas.

Região Nordeste: a paisagem dessa região apresenta aspectos naturais bastante diversificados, com áreas úmidas, áreas secas e áreas de matas. Essa região tem um extenso litoral e é muito visitada por turistas, atraídos pelas belas praias.

Região Centro-Oeste: nessa região, estão localizados o Pantanal, uma grande planície inundável, e a capital do país, Brasília. A criação de gado bovino e o cultivo de soja estão entre as principais atividades desenvolvidas nessa região.

Região Sudeste: concentra a maior parte da população do país, que vive, principalmente, nas cidades. A maioria das indústrias do Brasil está localizada nessa região.

Região Sul: é a região com menor extensão territorial. A colonização dessa região teve forte influência da imigração alemã e da imigração italiana.

Imagem: Fotografia. Vista geral de alto, com rodovias de cor cinza ao centro. À esquerda e à direita, grama de cor verde, com quadras com casas e árvores de folhas em verde-escuro. Mais ao fundo, morros escuros. No alto, céu em azul-claro e nuvens brancas.  Fim da imagem.

LEGENDA: O estado do Pará faz parte da região Norte. Município de Ourilândia do Norte, no estado do Pará, em 2020. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Vista geral de alto de local com rio de cor verde ao centro, longo com uma ponte acima de cor cinza com automóveis passando. Nas bordas do rio à esquerda, árvores de folhas verdes e à direita, cidade com casas com telhados de cor marrom, entre árvores. No alto, céu de cor azul-claro com poucas nuvens brancas.  Fim da imagem.

LEGENDA: O estado do Piauí faz parte da região Nordeste. Município de Parnaíba, no estado do Piauí, em 2020. FIM DA LEGENDA.

  1. A unidade federativa onde você vive faz parte de que região brasileira?
PROFESSOR Resposta pessoal.
Imagem: Ícone: Atividade oral. Fim da imagem.
  1. Além das informações apresentadas no texto, o que mais você sabe sobre a região em que vive?
PROFESSOR Resposta pessoal.
MANUAL DO PROFESSOR

A noção de região é relevante para a compreensão do recorte espacial e se constitui numa categoria de análise própria da geografia. Como outras noções próprias da geografia, contém a possibilidade de revitalizar e renovar o pensamento geográfico.

FONTE: LENCIONI, Sandra. Região e Geografia: a noção de região no pensamento geográfico. In: CARLOS, Ana Fani A. Novos caminhos da Geografia. 5ª ed. São Paulo: Contexto, 2005. p. 201-203.

Esclareça que a divisão do Brasil em cinco regiões também é uma construção social: uma interpretação do território nacional que considera aspectos naturais e humanos buscando semelhanças entre as unidades federativas.

Atividade 7. Nesta atividade oral, incentive os estudantes a descrever outras características regionais que eles conheçam, além das apresentadas no texto.

Caso seja necessário, mencione aspectos da produção cultural da região onde vivem, considerando música, alimentação, festas etc.

Incentive os estudantes a ampliar o conhecimento da região em que vivem convidando-os a pesquisar informações e fotografias sobre o tema e a compartilhar o que descobrirem com a turma.

Esse conteúdo favorece o desenvolvimento da habilidade da BNCC EF04GE05.

MP166

Para ler e escrever melhor

O texto que você vai ler apresenta a sequência temporal da divisão regional do Brasil.

As divisões regionais do Brasil

Ao longo do tempo, a regionalização do território brasileiro foi feita de várias maneiras.

  1. Em 1940, o Brasil foi dividido em cinco regiões: Norte, Nordeste, Centro, Este (ou Leste) e Sul. Veja como era essa divisão regional no mapa 1.
Imagem: Ilustração 1. Mapa. Brasil: regiões (1940) Rosa dos ventos com sentidos: N, NO, O, SO, S, SE, L, NE. Escala: 0 – 610 km Legenda: Região Verde: Norte Verde-claro: Nordeste Amarelo: Este Rosa: Centro Lilás: Sul Norte: Território do Acre, AM, PA, MA, PI.  Nordeste: CE, RN, PB, PE, AL. Este: BA e SE. Centro: MT, GO, MG. Sul: RJ, DF, SP, PR, SC, RS.   Fim da imagem.
  1. Mais tarde, em 1960, essas cinco regiões foram modificadas. Os nomes de algumas regiões mudaram e todas passaram a abranger áreas diferentes, conforme mostra o mapa 2.
Imagem: Ilustração 2. Mapa. Brasil: regiões (1960) Rosa dos ventos com sentidos: N, NO, O, SO, S, SE, L, NE. Escala: 0 – 590 km Legenda: Região Verde: Norte Verde-claro: Nordeste Amarelo: Leste Rosa: Centro Lilás: Sul Norte: Território do Acre, AM, PA, MA, Território do Rio Branco e Território do Amapá. Nordeste: MA, CE, RN, PB, PE, AL. Leste: BA, SE, MG, Es, RJ – Guanabara. Centro: MT, GO – DF. Sul: SP, PR, SC, RS.   Fim da imagem.

Na divisão atual, oficializada em 1970, a região Leste não existe mais. A região Nordeste foi estendida até a Bahia e foi criada a região Sudeste, que abrange os estados que pertenciam à região Leste e São Paulo, que deixou de fazer parte da região Sul. Além disso, uma parte do território da região Centro-Oeste passou a integrar a região Norte. Veja o mapa 3.

Imagem: Ilustração 3. Mapa. Brasil: regiões (1970) Rosa dos ventos com sentidos: N, NO, O, SO, S, SE, L, NE. Escala: 0 – 590 km Legenda: Região Verde: Norte Verde-claro: Nordeste Amarelo: Sudeste Rosa: Centro-oeste Lilás: Sul Norte: AM, PA, MA, AC, RO, RR. Nordeste: MA, CE, RN, PB, PE, AL, PI, SE, BA. Sudeste: MG, ES, RJ, SP. Centro-Oeste: MT, GO – DF. Sul: PR, SC e RS.   Fim da imagem.

Fonte dos mapas: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Atlas geográfico escolar. 8ª ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018.

MANUAL DO PROFESSOR

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para esta seção podem ser trabalhadas na semana 26.

Fim do complemento.

Objetivos pedagógicos da seção

  • Ler e compreender um texto expositivo com estrutura de sequência temporal.
  • Perceber a organização do texto expositivo com a utilização de marcadores textuais.
  • Analisar e selecionar informações contidas no texto e em mapas, separando-as em um organizador gráfico (quadro).
  • Escrever um texto, com base em um modelo, sobre as mudanças que ocorrem na divisão política da região Nordeste.

    Orientações didáticas

    O trabalho proposto nesta seção é uma ótima oportunidade para desenvolver com os estudantes a consolidação dos processos que envolvem a literacia e a alfabetização por meio da localização e retirada de informação explícita no texto e de interpretação e relação de ideias e informação, além da produção escrita. Sugerimos que esses conhecimentos sejam trabalhados com a turma e individualmente, para que cada estudante se sinta apoiado em suas dificuldades e perceba que outros colegas possuem dificuldades semelhantes.

    Leia o texto com os estudantes, evidenciando que ele mostra um desencadeamento temporal. A indicação das datas “em 1940”, “em 1960”, “em 1970”, assim como a das expressões “mais tarde” e “atual”, têm a função de marcar essa passagem.

    Auxilie os estudantes na leitura e interpretação dos mapas, que comprovam e complementam as informações do texto. Chame a atenção para a ordem cronológica do texto e dos mapas, de modo que compreendam as mudanças ocorridas na divisão regional do território brasileiro ao longo do tempo.

    Reforce elementos importantes dos mapas. Relembre à turma que o título traz informações que identificam o mapa, e a legenda indica o significado dos símbolos e das cores. Ressalte que tais elementos auxiliam na leitura e na compreensão das informações apresentadas nos mapas.

    A unidade (contraditória) cidade/campo

    O processo de industrialização da agricultura tem eliminado gradativamente a separação entre a cidade e o campo, entre o rural e o urbano unificando-os dialeticamente. Isto quer dizer que campo e cidade, cidade e campo formam uma unidade contraditória. Uma unidade onde a diferença entre os setores da atividade econômica (agricultura, pecuária e outros, em um; indústria, comércio etc., em outro) vai sendo soldada de um lado pela presença, na cidade, do trabalhador assalariado (“boia-fria”) do campo. Aliás, as greves dos trabalhadores do campo são feitas nas cidades. De outro lado, pode-se constatar que a industrialização dos produtos agrícolas pode ser feita no campo com os trabalhadores das cidades. Tudo indica que o desenvolvimento do capitalismo está soldando a união contraditória da agricultura e da indústria, do campo e da cidade, que ele mesmo separou no início de sua expansão. [...]

MP167

Analise

  1. Qual é o assunto principal do texto?
PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre esta atividade nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
  1. No texto, que expressões indicam a passagem do tempo?
PROFESSOR Resposta: “Em 1940”, “em 1960”, “em 1970”, entre outras.

Organize

  1. Monte no caderno um quadro como o do modelo a seguir e complete-o com a sigla dos estados que formavam a região Nordeste em cada período.

    Quadro: equivalente textual a seguir.

    Estados da região Nordeste

    Em 1940

    Em 1960

    Atualmente

    _____

    PROFESSORResposta: CE/RN/PB/PE/AL

    _____

    PROFESSORResposta: MA/PI/CE/RN/PB/PE/AL

    _____

    PROFESSORResposta: MA/PI/CE/RN/PB/ PE/AL/SE/BA

    _____

    PROFESSORResposta: CE/RN/PB/PE/AL

    _____

    PROFESSORResposta: MA/PI/CE/RN/PB/PE/AL

    _____

    PROFESSORResposta: MA/PI/CE/RN/PB/ PE/AL/SE/BA

    Escreva

  1. Observe os mapas da região Nordeste ao longo do tempo.
Imagem: Ilustração. Mapa. Região Nordeste (1940). Rosa dos ventos em preto com sentidos: N, NO, O, SO, S, SE, L, NE. Escala: 0 – 400 km. Estados de CE, RN, PB, PE e AL.   Fim da imagem.
Imagem: Ilustração. Mapa. Região Nordeste (1960). Rosa dos ventos em preto com sentidos: N, NO, O, SO, S, SE, L, NE. Escala: 0 – 400 km. Estados de MA, PI, CE, RN, PB, PE, AL. Fim da imagem.
Imagem: Ilustração. Mapa. Região Nordeste (atualmente). Rosa dos ventos em preto com sentidos: MA, PI, CE, RN, PB, PE, AL, SE, BA. Escala: 0 – 400 km. Estados de CE, RN, PB, PE e AL.  Fim da imagem.

Fonte dos mapas: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Atlas geográfico escolar. 8ª ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018.

• Com base nos mapas e nas informações do quadro que você preencheu, escreva um texto que mostre a sequência de mudanças que ocorreram na região Nordeste ao longo do tempo. Lembre-se de dar um título para o seu texto.

PROFESSOR Resposta pessoal.
MANUAL DO PROFESSOR

A compreensão, pois, dos processos que atuam na construção e na expansão das cidades passa igualmente pela necessária compreensão dos processos que atuam no campo.

Essa unidade contraditória entre a cidade e o campo não elimina suas diferenças – ao contrário, aprofunda-as, tornando cada uma mais específica, porém cada vez mais portadora da característica geral da outra.

FONTE: OLIVEIRA, Ariovaldo U. de. Agricultura brasileira: transformações recentes. In: ROSS, Jurandyr L. Sanches (org.). Geografia do Brasil. 6ª ed. São Paulo: Edusp, 2011. p. 474-475.

Peça aos estudantes que observem os mapas e comparem as informações representadas.

Organize, na lousa, um quadro destacando as diferenças entre a divisão regional de três épocas distintas apresentada nos mapas.

Atividade 4. A produção do texto vai exigir que, primeiramente, os estudantes organizem as informações que estão nos mapas. Depois, como modelo, eles deverão seguir a estrutura do texto apresentado na seção. Lembre-os de elaborar um título sugestivo, que desperte a curiosidade dos leitores; de escrever um parágrafo anunciando o que será tratado; e de explicar as mudanças que ocorreram na divisão política da região Nordeste ao longo do tempo.

Esse conteúdo favorece o desenvolvimento da habilidade da BNCC EF04GE10.

MP168

O município

O território de cada estado brasileiro é dividido em partes menores, chamadas municípios.

O município é a menor unidade político-administrativa do país.

Imagem: Ilustração. Mapa. Roraima: Municípios. Rosa dos ventos em pretos com sentidos: MA, PI, CE, RN, PB, PE, AL, SE, BA. Escala: 0 – 85 km Municípios de Roraima: Uiramutã, Normandia, Bonfim, Cantá, Caracaraí, Caroebe, São João da Baliza, São Luiz, Rorainópolis, Pacaraima, Amajari, Boa vista, Mucajaí, Iracema, Alto Alegre.   Fim da imagem.

FONTE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Roraima. Cidades @. Disponível em: http://fdnc.io/5R. Acesso em: 6 maio 2021.

Imagem: Ícone: Atividade oral. Fim da imagem.
  1. Observe o mapa acima e responda às questões.
  1. O mapa mostra os municípios de que estado brasileiro?
PROFESSOR Resposta: Roraima.
  1. Quantos municípios tem esse estado?
PROFESSOR Resposta: 15.

Geralmente, os municípios são formados por uma área rural e uma área urbana. Você já estudou que o campo e a cidade constituem, respectivamente, a área rural e a área urbana.

A relação entre o campo e a cidade

O campo e a cidade estão em constante relação trocando produtos e serviços.

Imagem: Ilustração. Vista do alto de cidade com a parte esquerda com natureza, morros e grama, criação de gados, casas e estrada em solo de cor bege. Texto: O campo fornece para a cidade produtos agrícolas e pecuários, como frutas, hortaliças, grãos, leite e carne. Mais à direita, um grande balcão com telhado vermelho: Supermercado. Uma casa de paredes laranjas com placa: Correios. Ao centro, rua de cor cinza com um carro vermelho, um ônibus verde. Em uma quadra, um prédio de paredes cinzas: Ponto de Saúde. Em outra quadra, à direita, Banco com paredes de cor amarela. Ao lado, prédio de cor azul-claro, com telhado laranja e placa onde está escrito: concessionária. No alto, entre nuvens brancas, um avião cinza com pontas em vermelho.  Texto: A cidade fornece para o campo produtos industrializados, como roupas e máquinas. Ela também oferece serviços, como bancos, hospitais e correios.  Fim da imagem.

LEGENDAS: O campo fornece para a cidade produtos agrícolas e pecuários, como frutas, hortaliças, grãos, leite e carne.
A cidade fornece para o campo produtos industrializados, como roupas e máquinas. Ela também oferece serviços, como bancos, hospitais e correios. FIM DAS LEGENDAS.

Observação: Representação fora de proporção. Fim da observação.

MANUAL DO PROFESSOR

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para o conteúdo das páginas 134-135 podem ser trabalhadas na semana 26.

Fim do complemento.

Relembre aos estudantes que os municípios, em geral, são formados por área urbana e área rural, que constituem a cidade e o campo, respectivamente.

Explore o significado dos termos “campo” e “cidade” com a análise da imagem, pedindo aos estudantes que a descrevam. Ressalte os elementos que pertencem à paisagem do campo, como o cultivo da terra e a criação de animais, e os que pertencem à paisagem da cidade, como a concentração de construções e de oferta de serviços. Solicite aos estudantes que falem sobre as atividades de trabalho desenvolvidas em cada um desses espaços.

Atividade 8. Esta atividade propicia aos estudantes trabalhar noções referentes ao conceito de limite e perceber que os municípios estão inseridos em outra divisão administrativa, a unidade federativa. No mapa, destaque que as linhas brancas representam os limites dos municípios do estado de Roraima.

O sufrágio e o voto no Brasil: direito ou obrigação?

A Constituição Federal vigente em nosso país adota o regime democrático representativo, por meio do qual o povo elege seus representantes, dando-lhes poderes para que atuem em seu nome.

O processo eleitoral, o sistema eleitoral e os direitos políticos dos cidadãos brasileiros sofreram inúmeras transformações, sobretudo no período compreendido entre o Império, a Proclamação da República, até os dias atuais. Os antecedentes históricos do nosso país demonstram que o sufrágio (poder) e o voto (instrumento) percorreram um longo e árduo caminho até chegarem ao atual estágio de efetividade.

[…]

MP169

Dessa maneira, campo e cidade se complementam, se integram. É possível perceber uma integração também entre os modos de vida rural e urbano. Assim, é cada vez mais comum que elementos e costumes do modo de vida urbano estejam presentes no cotidiano do habitante do campo, e vice-versa.

  1. Observe as imagens e responda às questões.
Imagem: Fotografia 1. Vista geral de local com solo em marrom-escuro à esquerda e à direita, vegetação com folhas pequenas em verde-claro e em outra parte, em verde-mais escuro. As plantações estão dispostas na vertical. Fim da imagem.

LEGENDA: Plantação de hortaliças no município de Cornélio Procópio, no estado do Paraná, em 2020. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia 2. Em um stand com cobertura de cor amarela, com vários caixotes coloridos em azul, verde e vermelho com hortaliças com folhas verdes. À direita, atrás dos caixotes, um homem de pele clara, cabelos grisalhos, uma máscara preta no rosto, com casaco de cor azul e vermelho. À esquerda, pessoas observando as hortaliças. De frente, uma mulher de pele clara, cabelos curtos escuros, com casaco de cor marrom.  Fim da imagem.

LEGENDA: Feira livre no município de Apucarana, no estado do Paraná, em 2020. FIM DA LEGENDA.

  1. Onde se localiza a plantação de hortaliças mostrada na imagem 1: no campo ou na cidade?
PROFESSOR Resposta: No campo.
  1. Onde se localiza a feira mostrada na imagem 2: no campo ou na cidade?
PROFESSOR Resposta: Na cidade.
Imagem: Ícone: Atividade oral. Fim da imagem.
  1. Você sabe onde são produzidas as hortaliças consumidas em sua moradia? Troque informações a esse respeito com o professor e os colegas.
PROFESSOR Resposta pessoal.
  1. Que produtos do campo você e sua família consomem? E da cidade? Monte um quadro como o do modelo e complete-o com alguns exemplos.
PROFESSOR Respostas pessoais.

Quadro: equivalente textual a seguir.

Produtos do campo

Produtos da cidade

_____

_____

_____

_____

MANUAL DO PROFESSOR

Em nosso país, a soberania popular é exercida pelo sufrágio universal, voto direto e secreto, sendo facultativo para os maiores de 16 anos e menores de 18, assim como para os maiores de 70 anos e analfabetos. Contudo, o voto é obrigatório para os eleitores que tenham entre 18 e 70 anos.

Pode-se concluir, portanto, que sufrágio é um direito público subjetivo, ou seja, um direito próprio da condição de cidadão, que inclui tanto o poder de escolha dos representantes quanto a possibilidade de concorrer aos cargos públicos eletivos. Quanto ao voto, embora seja obrigatório para uma determinada faixa da população, representa uma verdadeira conquista política para o povo brasileiro.

FONTE: PAES, Janiere Portela Leite. O sufrágio e o voto no Brasil: direito ou obrigação? Revista da EJE, Brasília, DF, n. 3, Ano 3, 2013. Disponível em: http://fdnc.io/fnJ. Acesso em: 18 jun. 2021.

Converse com os estudantes sobre a interdependência entre campo e cidade, utilizando as imagens apresentadas como apoio. Comente que no campo são produzidos alimentos comercializados nas cidades e matérias-primas usadas na produção industrial. Já nas cidades estão localizados os principais serviços, como os de saúde, educação, justiça e de governo.

Atividade 10. Ao fazer esta atividade, os estudantes devem perceber que muitas mercadorias que consomem são produzidas com matérias-primas provenientes do campo. Exemplifique essa relação com base na indústria alimentícia. Mencione que os alimentos industrializados podem ser produzidos na cidade ou no campo; todavia, a matéria-prima para a produção deles geralmente é fornecida pelo campo.

Nesta página são abordados aspectos que permitem trabalhar as habilidades da BNCC EF04HI05, EF04GE04 e EF04GE07, promovendo, em especial, a articulação entre os conteúdos dos componentes curriculares de História e Geografia e a abordagem integrada em Ciências Humanas.

MP170

Quem administra o município

O município é a menor parte do nosso país com governo e leis próprias.

A administração do município é responsabilidade do prefeito. Ele é auxiliado por vários secretários municipais. Cada secretário municipal cuida de uma parte dos serviços públicos oferecidos pelo município, como saúde, educação, habitação, cultura e transporte. O acesso a esses serviços é um direito dos moradores.

O prefeito e os secretários municipais trabalham na Prefeitura.

As leis do município são responsabilidade dos vereadores. É dever dos vereadores a elaboração, a discussão e a votação das leis municipais e a fiscalização do trabalho do prefeito.

Os vereadores trabalham na Câmara Municipal.

Imagem: Fotografia. Vista do alto de local com prédios de cor branca e partes em azul-claro, com três andares. No alto, título: Prefeitura de Cruzeiro do Sul. À esquerda, carros estacionados. À direita, casa grande, com telhado marrom e perto, vegetação de cor verde. Mais ao fundo, à direita, um prédio não terminado de cor cinza-claro. Em segundo plano, ruas, casas entre árvores de folhas verdes.  Fim da imagem.

LEGENDA: Prefeitura municipal de Cruzeiro do Sul, no estado do Acre, em 2018. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Vista do alto de local com paredes de cor bege, entrada de cor marrom e na parte inferior, parede com vidros escuros. De frente da entrada, uma moto estacionada de cor preta. No alto do prédio, está escrito: PODER LEGISLATIVO MUNICIPAL. À esquerda, bandeiras hasteadas. Em segundo plano, carros estacionados e árvores com folhas verdes. No alto, céu nebuloso.  Fim da imagem.

LEGENDA: Câmara de vereadores no município de Águas de Chapecó, no estado de Santa Catarina, em 2018. FIM DA LEGENDA.

  1. Explique as atribuições dos seguintes integrantes da administração municipal:
PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre esta atividade nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
  1. prefeito;
  1. secretário municipal;
  1. vereador.
  1. Escreva o nome:
PROFESSOR Respostas pessoais.
  1. do prefeito do município em que você vive;
  1. de dois vereadores do município.
MANUAL DO PROFESSOR

Roteiro de aula

A aula prevista para o conteúdo das páginas 136-137 pode ser trabalhada na semana 27.

Fim do complemento.

Atividade 11. Com base na leitura do texto, espera-se que os estudantes mencionem que o prefeito é o chefe do Poder Executivo no município, ou seja, ele é o responsável por administrar os interesses do município e da população, auxiliado pelos secretários municipais. Entre as principais funções de um prefeito estão a preservação e a melhoria do município, bem como zelar pelo bem-estar de seus cidadãos. O vereador desempenha a função de legislar, ou seja, de propor leis para o município. Os vereadores também desempenham a função de fiscalizar as ações do Poder Executivo, isto é, do prefeito e dos secretários.

Explique aos estudantes que o número de vereadores em um município está relacionado ao número de habitantes que ele possui. No Brasil, o número mínimo de vereadores é de 9 (para uma população de até 15 mil habitantes), e o máximo de 55 (para uma população com mais de 8 milhões de habitantes).

Nesta página são abordados aspectos que permitem trabalhar a habilidade da BNCC EF04GE03.

As primeiras eleições no Brasil

Os portugueses foram os responsáveis por trazer as eleições para o Brasil, pois tinham o costume de eleger administradores nos povoados lusos [...]. Quando chegavam ao lugar em que deveriam se estabelecer, seu primeiro ato era realizar a eleição do guarda-mor (nome dado ao responsável pela região) regente. Somente após esse ato eram fundadas as cidades, já sob a égide da lei e da ordem.

As eleições para governantes locais foram realizadas até a Independência. A primeira de que se tem notícia ocorreu em 1532, para eleger o Conselho Municipal da Vila de São Vicente/SP.

O crescimento econômico e as movimentações populares acabaram por exigir a participação ativa de brasileiros na corte, quando então, em 1821, foram realizadas eleições gerais para escolher os deputados que iriam representar o Brasil nas cortes de Lisboa. Eleições estas que demoraram meses, devido a inúmeras formalidades.

MP171

O prefeito e os vereadores são escolhidos pelos habitantes do município nas eleições municipais. Essas eleições acontecem a cada quatro anos.

Observe a seguir como é o processo eleitoral para a escolha de um prefeito.

Imagem: Ilustração. Um folheto com ilustração de uma mulher vista do busto para cima, cabelos castanhos curtos, com blusa de cor azul e casaco marrom. Texto: Maria PDZ 26 Prefeita. Ilustração. Um folheto com ilustração de um homem visto do busto para cima de pele morena, cabelos encaracolados castanhos, com camiseta de cor amarela. Texto: Carlos, 38 PFM Prefeito.  Fim da imagem.
  1. Os candidatos para prefeito e vereador são escolhidos a cada quatro anos em eleições municipais.
Imagem: Ilustração. Um homem visto da cintura para cima, de pele clara, cabelos castanhos, com par de óculos azul, camiseta laranja com gola verde. Ele segura na mão esquerda um título de eleitos, papel na horizontal em bege e verde. Mais ao fundo, calçada com um homem em pé, passando, de pele morena, cabelos escuros, com blusa de mangas compridas em laranja e bermuda verde. Perto da porta do local, uma mulher de pele clara, cabelos castanhos, blusa de mangas compridas em rosa e saia cinza longa. Ao fundo, local com vegetação verde.  Fim da imagem.
  1. Quem vota é o eleitor. Para votar, ele precisa ter o título eleitoral, documento que identifica o eleitor e o local de votação.
Imagem: Ilustração. Duas pessoas sentadas de frente para uma mesa de cor bege-claro. À esquerda, uma mulher de pele clara com cabelos ruivos e blusa de mangas compridas marrom, segurando nas mãos uma folha branca. À direita, homem de pele morena, cabelos encaracolados castanhos com camiseta de cor azul com a mão direita pegando o título de eleitor do homem de camiseta laranja, descrito anteriormente.  Fim da imagem.
  1. No dia da eleição, o eleitor deve se dirigir à sua seção eleitoral levando o título eleitoral e um documento com fotografia, que será conferido pelos mesários, pessoas que trabalham na eleição. O voto é facultativo para jovens de 16 e 17 anos e para pessoas com mais de 70 anos de idade. Para pessoas de 18 a 70 anos, o voto é obrigatório.
Imagem: Ilustração. O homem de camiseta laranja descrito anteriormente, de frente para uma mesa marrom com uma máquina de cor branca com botões em cinza-escuro, um em branco, outro vermelho e outro azul. Na tela, imagem de candidata e texto: 26 Prefeita.  Fim da imagem.
  1. O eleitor deve digitar o número de seu candidato na urna eletrônica e confirmar seu voto. O voto é secreto.
Imagem: Ilustração. A prefeita, mulher de pele clara, cabelos curtos escuros com blusa de mangas curtas em azul, de frente para um púlpito de cor marrom, discursando com folha branca na mão direita. De frente para ela, dezenas de pessoas e o homem descrito anteriormente de camiseta laranja, visto dos ombros para cima. Em segundo plano, à direita, local com paredes e vigas altas de cor cinza-claro.  Fim da imagem.
  1. Com a apuração dos votos é decidido quem são o prefeito e os vereadores eleitos do município.
  1. Quando serão as próximas eleições para prefeito e vereadores no município em que você vive?
PROFESSOR Atenção professor: A resposta depende do ano em que a atividade está sendo realizada. Provavelmente, 2024 ou 2028. Fim da observação.
  1. Que documento os eleitores precisam ter para votar? Como ele é?
PROFESSOR Resposta: Título de eleitor. Pode ser impresso ou digital – e-Título.
MANUAL DO PROFESSOR

[...] No princípio, o voto era livre, todo o povo votava. Com o tempo, porém, ele passou a ser direito exclusivo dos que possuíam maior poder aquisitivo, entre outros privilégios. A idade mínima para votar era 25 anos. Escravos, mulheres, índios e assalariados não podiam escolher representantes, nem governantes.

As eleições em dois turnos no Brasil foram introduzidas pela constituição de 1988 para os cargos executivos (presidente e vice-presidente, governadores e vice-governadores e prefeitos e vice-prefeitos) [...].

FONTE: BRASIL. Ministério Público Federal. Você sabia? As primeiras eleições no Brasil. Disponível em: http://fdnc.io/fnK. Acesso em: 18 jun. 2021.

Comente com os estudantes que o processo eleitoral brasileiro nem sempre foi como o conhecemos. A escolha democrática por meio do voto secreto e direto, no período de quatro em quatro anos, é uma conquista ainda recente garantida pela Constituição Federal de 1988.

Explique aos estudantes que a escolha entre os candidatos é responsabilidade dos cidadãos brasileiros e que, por esse motivo, é essencial que se conheçam as propostas dos candidatos antes da eleição.

Reconhecer as funções do prefeito e dos vereadores favorece o desenvolvimento da habilidade da BNCC EF04GE03, do componente curricular Geografia.

Atividade 13. Nesta atividade, os estudantes devem verificar o calendário eleitoral do período para identificar quando serão realizadas as próximas eleições para prefeito e vereador. Solicite aos estudantes que pesquisem a informação em sites confiáveis. Se necessário, por se tratar de textos mais complexos, acompanhe com os estudantes as informações presentes no calendário eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral, disponível em: http://fdnc.io/fnL. Acesso em: 30 jun. 2021.

Atividade 14. Comente com os estudantes a importância do título de eleitor para o cidadão. Ressalte que, atualmente, há o título digital, o e-Título, disponível via aplicativo para smartphones e tablets, mas que, antigamente, havia somente o título impresso.

Nesta página são abordados aspectos que permitem trabalhar a habilidade da BNCC EF04GE03.

MP172

Vamos fazer

Eleição na sala de aula

Agora que você já aprendeu como funciona a escolha do prefeito e dos vereadores do seu município, que tal organizar uma eleição na sala de aula para escolher um representante da turma?

Material

  • papel sulfite
  • cartolina
  • canetinhas coloridas ou lápis de cor
  • fita adesiva
  • caixas de papelão com tampa
  • tesoura com pontas arredondadas

    Como fazer

    PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre esta atividade nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
  1. Definir com o professor e os colegas as funções do representante da turma. Por exemplo: conversar com os colegas sobre aspectos da sala de aula ou da escola que podem ser melhorados, elaborar propostas conjuntas e encaminhá-las ao professor ou ao diretor da escola; coordenar a preparação de exposições de trabalho ou de eventos com a participação da comunidade escolar.
  1. Com a ajuda do professor, a turma deve escolher dois candidatos a representante. Cada candidato deve escolher quatro colegas para ajudá-lo na campanha eleitoral, constituindo o partido político. Os demais estudantes serão os eleitores.
  1. Os partidos políticos devem produzir cartazes com um desenho ou uma fotografia do candidato a representante da turma, o nome e o número do partido. Para a produção do cartaz, utilizem material como cartolina, papel sulfite, canetinhas ou lápis de cor e fita adesiva.
  1. O restante dos estudantes, que constitui os eleitores, deve produzir duas urnas eleitorais. Para a confecção das urnas, utilizem caixas de papelão com tampa e tesoura com pontas arredondadas. Com o auxílio do professor, façam uma abertura na tampa das caixas de papelão com a tesoura.
  1. Depois, fixem os cartazes nas paredes e posicionem as urnas na frente da sala de aula.

    Imagem: Ilustração. Dentro de uma sala de aula, com lousa à esquerda de cor verde, onde está escrito com giz branco: Eleições. De frente da lousa, uma mulher de pele clara, cabelos pretos curtos, blusa de mangas compridas rosas, colete branca e calça azul, com caderneta em verde e caneta na mão direita. À frente dela, carteiras escolares de cor verde, com materiais escolares. Mais à esquerda, um menino moreno de cabelos encaracolados castanhos com camiseta de uniforme em azul-claro, visto de costas. De frente para ele, uma menina ruiva de olhos verdes segurando nas mãos, um cartaz colorido com imagem do menino moreno e texto: Caio representante da turma. Vote 10. À direita, uma menina loira com franja, vestido com o uniforme, anotando algo sobre prancheta roxa. Ao lado dela, um menino de pele clara, cabelos pretos, com uniforme, olhos puxados, segurando nas mãos, um cartaz com a imagem da menina, escrito: VOTE 5, representante da Turma Sara. Mais ao fundo, outras duas crianças perto de carteiras escolares, com materiais de colagem. Fim da imagem.

MANUAL DO PROFESSOR

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para esta seção podem ser trabalhadas na semana 27.

Fim do complemento.

Objetivos pedagógicos da seção

  • Simular o processo eleitoral com uma atividade lúdica.
  • Compreender que a escolha de um candidato é um processo que começa com a campanha eleitoral e termina com as eleições.

    Orientações didáticas

    Oriente os grupos a elaborar a campanha. Solicite que escolham os temas de campanha relacionados à escola. Lembre-os de que as campanhas devem visar ao bem-estar dos estudantes na sala de aula e na escola.

    Ao simular um processo eleitoral, elaborando campanhas, participando de debates das propostas de governo e do pleito, os estudantes têm contato com o funcionamento do modelo de participação popular adotado no país, construindo o sentido da participação ativa e consciente e colaborando para a criação de uma prática pedagógica direcionada à cidadania e à valorização dos processos democráticos, da capacidade de análise de contexto e do respeito ao ponto de vista do outro.

    Os direitos dos indígenas na Constituição Federal

    Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.

    § 1º. São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles habitadas em caráter permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições. [...]

    FONTE: BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Título VIII da Ordem Social. Capítulo VIII dos Índios. Disponível em: http://fdnc.io/9v. Acesso em: 18 jun. 2021.

MP173

  1. Recortem folhas de papel sulfite em quatro partes para compor os títulos de eleitor e as cédulas eleitorais. Cada estudante deve preencher o título com suas informações pessoais e a cédula com as informações do candidato escolhido.
  1. Em seguida, organizem uma fila em frente à mesa do professor. Ele será o mesário e vai conferir se as informações do título eleitoral estão corretas. Após a conferência das informações, deposite a sua cédula eleitoral em uma das urnas.
Imagem: Ilustração. À esquerda, professora sentada de frente para mesa, com livros e escrevendo sobre folha com a mão esquerda e com a outra mão, estendida e à frente dela, uma menina de pele clara com cabelos castanhos até os ombros, entregando um papel de cor verde. A menina usa uniforme e sapatos e faixa sobre cabelos em lilás. À direita, um menino de pele morena com cabelos castanhos, segurando nas mãos, um papel azul e outro verde. Ele os observa e está vestido com uniforme e sapatos em vermelho e laranja. Mais ao fundo, uma carteira-escolar com caixa de cor vermelha, com etiqueta: Urna. De frente da urna, um menino negro, cabelos castanhos, segurando na mão direita, segurando papel de cor azul. Em segundo plano, porta de cor azul.  Fim da imagem.
  1. Finalizada a votação, o professor abrirá as urnas para a contagem dos votos. Para acompanhar a contagem, monte no caderno um quadro como o do modelo abaixo e preencha-o conforme o professor for anunciando os votos. Boa sorte!
PROFESSOR Resposta pessoal.

Quadro: equivalente textual a seguir.

Candidato a representante da turma

Número de votos

_____

_____

_____

_____

Para responder

  1. Quais são os nomes dos candidatos a representante da turma?
PROFESSOR Resposta pessoal.
  1. Qual candidato venceu as eleições para representante da turma?
PROFESSOR Resposta pessoal.
PROFESSOR Resposta pessoal.
  1. Você imaginou que esse candidato venceria? Explique a sua resposta.
PROFESSOR Respostas pessoais.
Imagem: Ícone: Atividade oral. Fim da imagem.
  1. Em sua opinião, o processo de escolha do representante da turma foi democrático e transparente? Converse com os colegas e o professor sobre isso e comente o que poderia ser feito de forma diferente.
PROFESSOR Respostas pessoais.
MANUAL DO PROFESSOR

No decorrer da atividade, também é possível trabalhar aspectos das funções de diferentes órgãos em distintas hierarquias do poder público brasileiro.

Nesta página são abordados aspectos que permitem trabalhar a habilidade da BNCC EF04GE03.

Para o estudante ler

Quem manda aqui?, de Larissa Ribeiro, André Rodrigues, Paula Desgualdo e Pedro Markun. Companhia das Letras, 2015.

Em linguagem simples e divertida, o livro aborda as diversas formas de controle e poder, modos de governar e tomar decisões.

O que é uma comunidade quilombola?

[...] São considerados remanescentes das comunidades dos quilombos os grupos étnico-raciais, segundo critérios de autoatribuição, com trajetória histórica própria, dotados de relações territoriais específicas, com presunção de ancestralidade negra relacionada com a resistência à opressão histórica sofrida. [...]

Assim sendo, uma comunidade quilombola precisa ter a presunção da ancestralidade negra, mesmo que alguns membros incluídos ao grupo ao longo de sua história apresentem outras ancestralidades [...].

Precisa, ainda, apresentar relações territoriais específicas, na medida em que é o território e o vínculo específico que os membros da comunidade têm com o mesmo que se constituem no fato social total que, ao lado de todas estas outras características, conformam uma comunidade quilombola.

FONTE: BRASIL. Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária. Regularização de território quilombola . Brasília, DF: Incra, 2017. p. 4-5.

MP174

Territórios indígenas e quilombolas

Os povos indígenas e as comunidades quilombolas têm o direito de viver nas terras que originalmente ocupam e de manter suas tradições. Esse direito é garantido pela Constituição Federal de 1988.

As Terras Indígenas

As áreas demarcadas para uso exclusivo dos povos indígenas são chamadas Terras Indígenas. A demarcação dessas terras é o reconhecimento oficial do governo de que a posse e o uso delas cabem somente aos indígenas e a seus descendentes.

Todos os recursos da natureza existentes nas terras demarcadas, como a madeira, as plantas, os animais e os minerais, podem ser explorados apenas para a sobrevivência dos povos indígenas. No entanto, essas terras ainda sofrem a invasão de madeireiros, caçadores, mineradores e posseiros, que extraem os recursos e ocupam as áreas ilegalmente.

Imagem: Fotografia. Dezenas de homens em pé, morenos, de cabelos escuros, com tecido nas pernas e cintura de cor laranja, branca e partes em branco. De frente deles, um tronco na horizontal de madeira. Ao centro, entre eles, um tronco grande de cor marrom. Eles estão em solo de cor bege. Em segundo plano, morros e árvores de folhas verdes. Fim da imagem.

LEGENDA: Indígenas da etnia Waurá em ritual preparativo para a celebração do Kuarup. Aldeia Piyulaga, no Território Indígena do Xingu, em 2019. FIM DA LEGENDA.

A garantia dos direitos indígenas

Nos dias atuais, os indígenas têm enfrentado diversos problemas. Nem todas as terras em que habitam estão demarcadas. A luta pela demarcação e os conflitos pela posse dessas terras são exemplos desses problemas.

Para explorar economicamente as Terras Indígenas e expandir os negócios, grandes empresas agropecuárias, mineradoras e madeireiras sobrepõem seus interesses às necessidades dos indígenas, para quem a terra representa a manutenção de seu modo de vida e sua sobrevivência.

Imagem: Fotografia. Sobre rua de cor cinza com dezenas mulheres manifestando, uma ao lado da outra, caminhando em fileiras, para à esquerda. Ela tem pele morena, cabelos escuros, colares coloridos e par de chinelos. Ao fundo, algumas pessoas estão com uma coroa de penas coloridas. Em segundo plano, prédio com design para a vertical, com hastes finas. No alto, céu em azul-claro sem nuvens. Fim da imagem.

LEGENDA: Mulheres indígenas em manifestação contra as ações do governo relacionadas à saúde, à educação e à demarcação das Terras Indígenas. Esplanada dos Ministérios, em Brasília, no Distrito Federal, em 2019. FIM DA LEGENDA.

MANUAL DO PROFESSOR

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para o conteúdo das páginas 140-141 podem ser trabalhadas nas semanas 27 e 28.

Fim do complemento.

Faça a leitura do texto e das imagens com os estudantes. É importante que eles entendam que o direito dos povos indígenas e das comunidades quilombolas de viver nas terras que tradicionalmente ocupam e de manter seu modo de vida é garantido pela Constituição Federal de 1988. No entanto, nem todas as terras indígenas e quilombolas estão demarcadas e esses povos continuam enfrentando problemas resultantes de conflitos pela posse dessas terras.

Utilize as imagens da página para desencadear uma conversa com os estudantes sobre a importância de assegurar aos povos indígenas o direito às terras em que vivem e das quais dependem para manter seu modo de vida. Incentive-os a formar opinião e a trocar ideias com os colegas.

Se julgar pertinente, aprofunde a conversa e promova uma discussão sobre os diferentes usos que as pessoas fazem da terra, de acordo com os seus interesses e modo de vida. É possível também selecionar reportagens e artigos sobre o tema e fazer uma leitura compartilhada com a turma.

Nesta página são abordados aspectos que permitem trabalhar a habilidade da BNCC EF04GE06.

A abordagem desse assunto está relacionada ao tema de relevância deste volume – Identidade e diversidade cultural no Brasil. É uma ocasião para discutir como a diversidade cultural é estabelecida a partir das trocas entre as tradições e os costumes dos múltiplos povos que participaram da formação da identidade nacional.

Educação em valores e temas contemporâneos

É importante observar nas falas dos estudantes o respeito aos colegas e às origens de cada um. Ressalte as diferenças no sentido de valorizá-las. As vivências cotidianas são o ponto de partida para o entendimento e a valorização do outro.

MP175

Combater essas invasões e proteger as terras indígenas, garantindo a preservação dos recursos ambientais necessários à sobrevivência dos povos indígenas, é responsabilidade do governo. A demarcação das Terras Indígenas representa apenas um passo para isso.

PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre estas atividades nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
Imagem: Ícone: Atividade oral. Fim da imagem.
  1. Por que é necessário demarcar as terras habitadas pelos indígenas?
  1. O que motiva a invasão de Terras Indígenas? Em sua opinião, de que maneira esse problema poderia ser resolvido?

    As comunidades quilombolas

    A escravidão durou pouco mais de 300 anos no Brasil. Durante esse período, e até mesmo depois dele, formaram-se vários quilombos.

    Os quilombos constituíam núcleos de resistência à escravidão e à exploração do trabalho impostas pelo sistema colonial. Esses núcleos, ou comunidades, agrupavam africanos escravizados que fugiam da escravidão, africanos escravizados libertos, indígenas e brancos pobres. Além disso, os quilombos tinham organização social, política, econômica e cultural próprias, que refletiam seus valores, costumes e tradições.

    Ao longo da história dos quilombos, muitos foram destruídos. Hoje em dia, existem diversas comunidades remanescentes de quilombos no Brasil. As áreas que elas ocupam constituem as terras quilombolas. Essas áreas estão localizadas tanto em áreas rurais como em áreas urbanas.

    De acordo com a Constituição Federal, a posse dessas terras é um direito das comunidades quilombolas. Muitas comunidades conseguiram assegurar esse direito, mas há outras que ainda lutam pelo reconhecimento e pela manutenção de sua história e do direito às terras que habitam.

Imagem: Fotografia. Vista de local com grama de cor verde e mais ao fundo, escola com o formato de casa de paredes de cor branca com telhados de cor marrom, janelas e paredes de cor verde. Em segundo plano, árvores de folhas verdes. No alto, céu em azul-claro. Fim da imagem.

LEGENDA: Escola de Ensino Fundamental da comunidade quilombola de Uxizal, no município de Mocajuba, no estado do Pará. Fotografia de 2020. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Ícone: Atividade oral. Fim da imagem.
  1. Na unidade federativa em que você vive existem comunidades quilombolas? Se sim, qual é a situação delas em relação ao direito à posse das terras que ocupam?
PROFESSOR Respostas pessoais.
MANUAL DO PROFESSOR

Atividade 15. Os estudantes devem observar que os indígenas têm direito à posse e à exclusividade do uso dos recursos das terras que habitam, dependendo deles para a manutenção de seu modo de vida.

Atividade 16. Espera-se que os estudantes mencionem que grandes empresas agropecuárias, mineradoras e madeireiras disputam as terras indígenas visando explorar seus recursos e expandir os próprios negócios. Para resolver essa questão, os indígenas ainda precisam lutar e pressionar os órgãos oficiais para efetivar seu direito às terras que habitam e à preservação de sua cultura.

Assim como os povos indígenas, as comunidades quilombolas buscam a demarcação de suas terras. O órgão responsável por demarcá-las é o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

Atividade 17. Incentive os estudantes a buscar informações sobre comunidades quilombolas existentes no município, no estado ou na região em que vivem. Auxilie-os indicando fontes oficiais que possam ser consultadas na internet.

Nesta página são abordados aspectos que permitem trabalhar a habilidade da BNCC EF04GE06.

MP176

Painel multicultural

Pontos turísticos no Brasil

As regiões brasileiras são muito diferentes umas das outras, mas todas elas oferecem muitas atrações para visitantes de diversos lugares do Brasil e do mundo.

Conheça a seguir alguns pontos turísticos nas cinco grandes regiões do Brasil.

Um ponto turístico da região Norte é o Teatro Amazonas, situado em Manaus, capital do estado do Amazonas. Ele foi inaugurado em 1896, durante o auge do extrativismo da borracha.

O teatro tem capacidade de acomodar cerca de 700 pessoas. Ao longo de sua história, ele recebeu importantes espetáculos de óperas, danças e peças teatrais.

Imagem: Fotografia. Vista do alto de local com um grande prédio de paredes de cor rosa, detalhes em branco, com três andares e à frente, forma arredondada. No alto, telhado de cor marrom. Mais ao centro, cúpula arredondada em tons de dourado. Em segundo plano, cidade, árvores de folhas verdes e mais ao fundo, rio. No alto céu em azul-claro com nuvens esparsas.  Fim da imagem.

LEGENDA: Teatro Amazonas, na cidade de Manaus, no estado do Amazonas, em 2020. FIM DA LEGENDA.

Um ponto turístico da região Sul é o Museu Oscar Niemeyer, que se localiza no município de Curitiba, no estado do Paraná. Ele foi inaugurado em 2002, para expor obras de artes visuais, arquitetura, urbanismo e design.

O museu tem cerca de 17 mil metros quadrados de área expositiva, considerada a maior da América Latina.

Imagem: Fotografia. Local com duas vias em cinza, contorno branco, semelhante a duas ruas. À esquerda e à direita, local com água em verde. No alto, parte superior com o formato arredondado. Em segundo plano, local com árvores com folhas verdes. No alto, céu nublado.  Fim da imagem.

LEGENDA: Museu Oscar Niemeyer, no município de Curitiba, no estado do Paraná, em 2019. FIM DA LEGENDA.

MANUAL DO PROFESSOR

Roteiro de aula

A aula prevista para esta seção pode ser trabalhada na semana 28.

Fim do complemento.

Objetivos pedagógicos da seção

  • Conhecer alguns dos pontos turísticos brasileiros.
  • Reconhecer a importância da preservação cultural patrimonial.
  • Identificar pontos turísticos em seu local de vivência.

    Orientações didáticas

    O trabalho proposto nesta seção é uma ótima oportunidade para desenvolver com os estudantes a consolidação dos processos que envolvem a literacia e a alfabetização por meio da localização e retirada de informação explícita no texto e de interpretação e relação de ideias e informação, além da produção escrita. Sugerimos que esses conhecimentos sejam trabalhados com a turma e individualmente, para que cada estudante se sinta apoiado em suas dificuldades e perceba que outros colegas possuem dificuldades semelhantes.

    Faça a leitura dos textos e das imagens coletivamente com os estudantes. Para auxiliar nessa leitura, leve para a sala de aula um mapa político do Brasil e identifique a localização dos pontos turísticos mencionados na seção.

    Se julgar conveniente, pesquise os sites dos pontos turísticos apresentados. O acesso a esses portais pode auxiliar na obtenção de outras informações.

MP177

Um ponto turístico da região Nordeste é a Estação Cabo Branco, que se localiza no município de João Pessoa, no estado da Paraíba. A Estação Cabo Branco foi inaugurada em 2008, para levar ciência, cultura, arte e tecnologia à população.

Imagem: Fotografia. À frente, local com grama verde e à esquerda, folhas verdes. Ao fundo, local com paredes espelhadas de cor cinza, por onde reflete a imagem do local. No alto, céu em azul-claro e nuvens brancas.  Fim da imagem.

LEGENDA: Estação Cabo Branco, no município de João Pessoa, no estado da Paraíba, em 2019. FIM DA LEGENDA.

Um ponto turístico da região Centro-Oeste é o Palácio do Congresso Nacional, situado em Brasília, no Distrito Federal. O palácio foi inaugurado em 1960 e, com os edifícios do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal, forma a Praça dos Três Poderes.

Imagem: Fotografia. À esquerda, local com base reta na horizontal com dois prédios na vertical de cor cinza, um de frente para o outro. À direita, formato similar a metade de um círculo. À esquerda, formato arredondado, de cor cinza. À direita, local com rodovia de cor cinza. No alto, céu em cinza.  Fim da imagem.

LEGENDA: Palácio do Congresso Nacional, no município de Brasília, no Distrito Federal, em 2020. FIM DA LEGENDA.

Um ponto turístico da região Sudeste é o Estádio Mário Filho, conhecido como Maracanã, situado na cidade do Rio de Janeiro, no estado do Rio de Janeiro. O estádio foi construído em 1950 para a Copa do Mundo de Futebol e, desde então, é palco de inúmeras competições.

Imagem: Fotografia. Vista do alto de local arredondado de cor cinza, com abertura ao centro e abaixo, vê-se grama verde e ao redor, as arquibancadas. Em segundo plano, cidade vista de prédios de tamanhos diferentes.  Fim da imagem.

LEGENDA: Estádio do Maracanã, na cidade do Rio de Janeiro, no estado do Rio de Janeiro, em 2019. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Ícone: Atividade oral. Fim da imagem.
  1. Em sua opinião, o que os locais mostrados nas imagens têm em comum?
PROFESSOR Resposta pessoal.
  1. Você já visitou algum ponto turístico em seu município? Converse com os colegas e conte um pouco sobre sua experiência.
PROFESSOR Resposta pessoal.
MANUAL DO PROFESSOR

Atividade 1. Oriente os estudantes a comparar os pontos turísticos e destacar semelhanças e diferenças entre eles. Observe que cada ponto turístico está localizado em uma região brasileira e eles se relacionam a aspectos históricos e culturais das regiões. Se julgar conveniente, leve para a sala de aula outras imagens desses pontos turísticos.

Atividade 2. Para ampliar a atividade, proponha aos estudantes a elaboração coletiva de um painel, em sala de aula, com os pontos turísticos do lugar onde eles vivem.

Conclusão

Na perspectiva da avaliação formativa, este é um momento propício para a verificação das aprendizagens construídas ao longo do bimestre e do trabalho com a unidade. É interessante observar se todos os objetivos pedagógicos propostos foram plenamente atingidos pelos estudantes. Sugerimos que você identifique os pontos que foram desenvolvidos, aqueles que ainda estão em desenvolvimento ou que não foram suficientemente trabalhados para que possa intervir a fim de consolidar as aprendizagens.

Considere a produção dos estudantes, a participação e as intervenções deles em discussões e atividades em sala de aula. A avaliação que propomos a seguir será um dos instrumentos para você acompanhar o processo de ensino e aprendizagem dos estudantes e da turma, e identificar seus avanços, suas dificuldades e potencialidades, contribuindo para que se sintam seguros para continuar aprendendo.

MP178

O que você aprendeu

  1. Sobre o Tratado de Tordesilhas, representado no mapa a seguir, copie no caderno a afirmação correta.
Imagem: Ilustração. Mapa. Tratado de Tordesilhas (1494).  Rosa dos ventos em preto com sentidos: N, NO, O, SO, S, SE, L, NE.  Escala: 0 – 1470 km Legenda:  Linha cinza: Limite atual do Brasil. Linha verde: Linha de Tordesilhas Passando ao centro do território brasileiro, uma linha verde na vertical: Tordesilhas. À esquerda, contornando o território do país, linha cinza. À direita, na Europa, em verde: Portugal e em rosa: Espanha.   Fim da imagem.

FONTE: Georges Duby. Atlas historique mondial. Paris: Larousse, 2003. p. 239.

  1. Era uma linha imaginária que dividia entre Portugal e Espanha as terras encontradas.
  1. Garantia aos portugueses o domínio das terras brasileiras.
  1. Dividia as terras do continente americano entre Inglaterra, Portugal, França e Espanha.
  1. Era uma linha imaginária que limitava as navegações no oceano Atlântico.
PROFESSOR Resposta correta: a.
MANUAL DO PROFESSOR

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para a seção podem ser trabalhadas na semana 28.

Fim do complemento.

Orientações didáticas

Inserida em uma proposta de acompanhamento continuado da progressão das aprendizagens dos estudantes, esta seção oferece a oportunidade de realização de um momento avaliativo do processo pedagógico que foi desenvolvido ao longo do bimestre, previsto para ser concluído no fechamento desta unidade. A seção pode oferecer parâmetros importantes para apurar se os objetivos pedagógicos e as habilidades propostos na unidade foram alcançados pelos estudantes e para verificar a necessidade de possíveis ajustes nas estratégias didáticas.

Antes de orientar os estudantes a iniciar as atividades de avaliação, sugerimos relembrar com a turma os conteúdos da Unidade 3, retomando as atividades realizadas, bem como as discussões, conversas e intervenções em sala de aula. Pergunte a eles o que aprenderam e do que mais gostaram de estudar e por quê. Faça novas intervenções conforme a necessidade de cada um.

Atividade 1. Espera-se que os estudantes reconheçam o que foi o Tratado de Tordesilhas e qual seu papel na configuração territorial brasileira. Se julgar necessário, retome o conteúdo e explore com os estudantes o mapa que mostra o Tratado de Tordesilhas e a divisão do território entre Portugal e Espanha. Esta atividade mobiliza aspectos das habilidades da BNCC EF04HI07 e EF04GE10.

MP179

Avaliação processual

PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre estas atividades nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
  1. Sobre as grandes navegações, responda às questões a seguir.
  1. Quais foram as consequências das navegações europeias para o conhecimento geográfico sobre o mundo?
  1. Quais mercadorias os portugueses pretendiam conseguir com as viagens marítimas? Onde essas mercadorias eram encontradas?
PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre estas atividades nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
  1. Leia o texto a seguir e responda no caderno às questões.

    Para entendermos o processo de colonização do Brasil a partir de 1530, é preciso compreender que as bases sobre as quais se estruturou essa colonização estavam inseridas no contexto da expansão comercial europeia, o que significa dizer que a colonização do território brasileiro foi planejada dentro de um projeto de ampliação do poderio comercial lusitano. Fazia-se necessário fazer uma exploração econômica que possibilitasse um retorno a curto prazo.

    A ocupação deste território deu-se por meio da sua divisão em capitanias hereditárias, como já havia feito em outras regiões, com o objetivo de promover a defesa do território, fixar colonos e organizar uma produção lucrativa [...].

    Decidido o regime político administrativo a ser implantado, D. João III [rei de Portugal à época], mandou dividir, em 1532, o litoral do Brasil em extensões de cinquenta léguas portuguesas que constituíram as capitanias, dando-as, entre os anos de 1534 e 1536, a alguns de seus fidalgos beneméritos, capazes de promover o desenvolvimento dessa região.

    FONTE: Luciene M. P. Pereira. Reflexões acerca da distribuição de terras no período colonial brasileiro: o caso das sesmarias. Anais do XXVI Simpósio Nacional de História (ANPUH), São Paulo, jul. 2011. p. 2. Disponível em: http://fdnc.io/fnM. Acesso em: 21 fev. 2021.

    1. Como iniciou a colonização das terras que se tornariam o Brasil?
    1. Qual era a vantagem da implementação das capitanias hereditárias para o governo de Portugal?
  1. Uma das principais atividades desenvolvidas pelos colonizadores nas terras do Brasil foi o cultivo de cana-de-açúcar. Sobre essa atividade, responda no caderno às questões a seguir.
    1. Onde se localizava a maior parte dos engenhos de açúcar nos anos 1600? Por quê?
PROFESSOR Resposta: Na região Nordeste. Nessa região, havia solo propício e condições favoráveis ao plantio.
  1. Quem realizava a maior parte do trabalho nas lavouras de cana-de-açúcar e nos engenhos de açúcar?
PROFESSOR Resposta: Os africanos escravizados e seus descendentes.
MANUAL DO PROFESSOR

Atividade 2. Espera-se que os estudantes compreendam os aspectos das Grandes Navegações, identificando que elas possibilitaram aos europeus conhecer terras até então não visitadas por eles, como o continente americano. As viagens tinham como objetivo fixar entrepostos comerciais e garantir o comércio de especiarias nas Índias. É interessante que os estudantes percebam que, apesar das especificidades, tanto os portugueses quanto os espanhóis se depararam com o atual continente americano enquanto procuravam uma rota alternativa para as Índias em busca de especiarias. Esta atividade mobiliza aspectos das habilidades da BNCC EF04HI06 e EF04HI07.

Atividade 3. Espera-se que os estudantes identifiquem as características do início da colonização do território que formaria o Brasil e as principais ações portuguesas nesse período, reconhecendo que a colonização teve início por volta de 1530, com a divisão das capitanias hereditárias, que objetivava garantir a ocupação e a exploração das terras sem custos para o governo, além do controle do território. Caso seja necessário, retome o conteúdo, releia os principais pontos estudados e peça aos estudantes que anotem no caderno as informações mais relevantes. Analise o mapa das capitanias hereditárias e destaque a questão de que os donatários se tornavam os principais responsáveis pela ocupação e pela exploração do território. Esta atividade mobiliza aspectos da habilidade da BNCC EF04HI07.

Atividade 4. Os estudantes devem compreender as principais características do cultivo de cana-de-açúcar pelos colonizadores, considerando sua ocorrência, sua finalidade, sua localização e a mão de obra empregada majoritariamente. Esta atividade mobiliza aspectos das habilidades da BNCC EF04HI06 e EF04HI07.

MP180

  1. Grande parte das minas de ouro e de diamante exploradas durante o período colonial ficava nas terras que atualmente pertencem ao estado de Minas Gerais.
Imagem: Fotografia. Vista geral de local com casas antigas de paredes de cor branca, com telhado de cor marrom, triangular. Mais ao fundo, uma igreja de paredes de cor branca com detalhes em detalhes de cor amarela, com duas torres em cada ponta. Mais ao fundo, outra igreja de paredes brancas, com uma grande torre na vertical. À direita, morros de cor verde. No alto, céu em azul-claro com nuvens brancas.  Fim da imagem.

LEGENDA: Município de Ouro Preto, no estado de Minas Gerais, em 2019. FIM DA LEGENDA.

  1. Qual é a relação entre o município mostrado na imagem e a mineração durante o período colonial no Brasil?
PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre esta atividade nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
  1. Qual era a principal mão de obra usada na mineração?
PROFESSOR Resposta: Africanos escravizados.
  1. Sobre os povos indígenas, responda às questões no caderno.
PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre estas atividades nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
  1. Cite fatores que contribuíram para a diminuição dos povos indígenas e de suas terras.
  1. Ao longo do tempo, o encontro entre esses povos se modificou de que maneira?
  1. Quais são os problemas enfrentados pelos povos indígenas na atualidade?
  1. Copie no caderno o texto abaixo completando as lacunas com as palavras do quadro.

    vereadores - município - prefeitura - secretários - prefeito - câmara municipal

    O _____ é considerado a menor unidade político-administrativa do nosso país.

PROFESSOR Resposta: município.

O município é governado pelo _____, que é auxiliado pelos ____, responsáveis pelos serviços públicos. Eles trabalham na _____.

PROFESSOR Resposta: prefeito; secretários; prefeitura.

Os _____ são responsáveis pelas leis municipais e por fiscalizar o trabalho do prefeito. Eles trabalham na _____.

PROFESSOR Resposta: vereadores; câmara municipal.
MANUAL DO PROFESSOR

Atividade 5. Espera-se que os estudantes compreendam os processos de descoberta do ouro e ocupação do interior por conta da exploração desse mineral, reconhecendo a participação dos indígenas, dos africanos escravizados e seus descendentes como mão de obra escravizada nesse processo. Esta atividade mobiliza aspectos das habilidades da BNCC EF04HI06 e EF04HI07.

Atividade 6. Espera-se que os estudantes avaliem os impactos da exploração e da imposição do modo de vida dos europeus sobre os povos indígenas e reconheçam as matrizes étnico-culturais de formação do Brasil. Os estudantes devem considerar como se deu o encontro entre portugueses e indígenas, identificando especialmente as ameaças ao modo de vida dos nativos e ao meio natural. Verifique se os estudantes correlacionam essas condições às enfrentadas pela população indígena na atualidade. Esta atividade mobiliza aspectos das habilidades da BNCC EF04HI06 e EF04GE06.

Atividade 7. Os estudantes devem identificar aspectos do município relacionados à administração pública, reconhecendo que o município é a menor divisão territorial de um estado com autonomia política. Esta atividade mobiliza aspectos das habilidades da BNCC EF04GE03 e EF04GE05.

MP181

  1. Observe o mapa a seguir e responda às questões.
Imagem: Ilustração. Mapa. Brasil: divisão regional.  Rosa dos ventos em preto em sentidos: N, NO, O, SO, S, SE, L, NE, N. Escala: 0 – 345km Legenda: Verde-escuro: Região Norte Verde-claro: Região Nordeste Rosa: Região Centro-Oeste Amarelo: Região Sudeste Lilás: Região Sul Região Norte: Acre, Amazonas, Roraima, Rondônia, Para, Amapá, Tocantins.  Região Nordeste: Maranhão, Piauí, Ceará, Rio grande do norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia.  Região Centro-Oeste: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás – Distrito Federal. Região Sudeste: São Paulo, Minas Gerias, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Região Sul: Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul.  Fim da imagem.

FONTE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Atlas geográfico escolar. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2016.

  1. De acordo com o mapa acima, como o território brasileiro está dividido? Quais são essas partes?
PROFESSOR Resposta: Em regiões. Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul.
  1. Observe as siglas das unidades federativas a seguir. No caderno, organize cada uma delas conforme a região da qual fazem parte.

AM – MA – MT – MG – PR – AC – PI - GO – SP

SC – RR – CE – MS – RJ – RS – PA – BA – ES

RN – PB – RO – PE – AP – AL – TO – SE – DF

PROFESSOR Resposta: Norte: AC, AM, AP, PA, RO, RR, TO; Nordeste: AL, BA, CE, MA, PB, PE, PI, RN, SE; Centro-Oeste: GO, MT, MS e DF; Sudeste: ES, MG, RJ, SP; Sul: PR, RS, SC.
MANUAL DO PROFESSOR

Atividade 8. Os estudantes devem identificar a divisão regional do Brasil e reconhecer as unidades federativas que formam as regiões brasileiras, por meio das siglas. Esta atividade mobiliza aspectos das habilidades da BNCC EF04GE05 e EF04GE10.

MP182

Comentários para o professor:

GRADE DE CORREÇÃO

Quadro: equivalente textual a seguir.

Questão

Habilidades avaliadas

Nota/ conceito

1

(EF04HI07) Identificar e descrever a importância dos caminhos terrestres, fluviais e marítimos para a dinâmica da vida comercial.

(EF04GE10) Comparar tipos variados de mapas, identificando suas características, elaboradores, finalidades, diferenças e semelhanças.

2

(EF04HI07) Identificar e descrever a importância dos caminhos terrestres, fluviais e marítimos para a dinâmica da vida comercial.

3

(EF04HI06) Identificar as transformações ocorridas nos processos de deslocamento das pessoas e mercadorias, analisando as formas de adaptação ou marginalização.

(EF04HI07) Identificar e descrever a importância dos caminhos terrestres, fluviais e marítimos para a dinâmica da vida comercial.

4

(EF04HI06) Identificar as transformações ocorridas nos processos de deslocamento das pessoas e mercadorias, analisando as formas de adaptação ou marginalização.

(EF04HI07) Identificar e descrever a importância dos caminhos terrestres, fluviais e marítimos para a dinâmica da vida comercial.

5

(EF04HI06) Identificar as transformações ocorridas nos processos de deslocamento das pessoas e mercadorias, analisando as formas de adaptação ou marginalização.

(EF04HI07) Identificar e descrever a importância dos caminhos terrestres, fluviais e marítimos para a dinâmica da vida comercial.

6

(EF04HI06) Identificar as transformações ocorridas nos processos de deslocamento das pessoas e mercadorias, analisando as formas de adaptação ou marginalização.

(EF04GE06) Identificar e descrever territórios étnico-culturais existentes no Brasil, tais como terras indígenas e de comunidades remanescentes de quilombos, reconhecendo a legitimidade da demarcação desses territórios.

7

(EF04GE03) Distinguir funções e papéis dos órgãos do poder público municipal e canais de participação social na gestão do Município, incluindo a Câmara de Vereadores e Conselhos Municipais.

(EF04GE05) Distinguir unidades político-administrativas oficiais nacionais (Distrito, Município, Unidade da Federação e grande região), suas fronteiras e sua hierarquia, localizando seus lugares de vivência.

8

(EF04GE05) Distinguir unidades político-administrativas oficiais nacionais (Distrito, Município, Unidade da Federação e grande região), suas fronteiras e sua hierarquia, localizando seus lugares de vivência.

MP183

Sugestão de questões de autoavaliação

No fechamento de mais um bimestre, apresentamos mais um conjunto de questões para orientar uma nova rodada de autoavaliações. Outros procedimentos avaliatórios e de consulta podem ser realizados, bem como outras questões podem ser acrescentadas ao conjunto sugerido na sequência.

Quadro: equivalente textual a seguir.

AUTOAVALIAÇÃO DO ESTUDANTE

MARQUE UM X EM SUA RESPOSTA

SIM

MAIS OU MENOS

NÃO

1. Consegui aprender novos conhecimentos?

2. Aproveitei as oportunidades que tive para aprofundar os conhecimentos que já dominava?

3. Levei para a sala de aula as observações feitas no dia a dia para contribuir com as aulas?

4. Tenho facilidade para resolver atividades com diferentes formatos: marcar X, falso ou verdadeiro, elaborar textos, entre outros?

5. Gostei de estudar e quero continuar aprendendo sobre os temas do bimestre?