MP184

Unidade 4. A cultura e a identidade brasileiras

Imagem: Fotografia. Em um local com vegetação rasteira verde por onde brincam seis crianças com mãos dadas, fazendo ciranda. Elas são vistas de costas, uma menina de pele clara, cabelos escuros com duas tranças, com camiseta branca, calça azul. Mais à direita, um menino de pele clara, cabelos escuros, com camiseta de cor azul-claro, calça preta e sapatos brancos. Após, um menino de pele morena, cabelos escuros, com camiseta vermelha, com bermuda laranja e sapatos brancos. Mais ao fundo, menino de camiseta azul, calça jeans, sapatos cinzas e cabelos escuros. Uma menina de pele clara, cabelos pretos em chuquinha com camiseta branca, calça cinza e uma menina de pele clara, cabelos castanhos presos para trás, camiseta rosa e bermuda azul.  Fim da imagem.

LEGENDA: Brincadeira de roda, prática comum das crianças em todo o Brasil. Nas cantigas entoadas nessa brincadeira, observam-se elementos culturais de matriz indígena, africana e portuguesa. Crianças brincando de roda em Klongluang, Pathumthani, na Tailândia. Fotografia de 2020. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Vista do alto de rua de cor cinza por onde vê-se dezenas de pessoas fantasiadas com roupas coloridas, mulheres com vestidos longos em vermelho e lilás. Ao fundo, à esquerda, uma estrutura de um boi de cor preta e detalhes em dourado. Mais à esquerda, fileira de dançarinos de roupa de cor verde-claro e tons em vermelho e à direita, pessoas e algumas mulheres com vestido em vermelho. Entre os dançarinos, pessoas sem fantasias, com roupas comuns circulam entre elas.  Fim da imagem.

LEGENDA: Cortejo de maracatu em encontro de culturas populares na cidade de Buenos Aires, no estado de Pernambuco, em 2018. FIM DA LEGENDA.

MANUAL DO PROFESSOR

Introdução

Esta unidade tem como tema principal a cultura e a identidade brasileiras, abordando como se deu a formação da população brasileira e como isso culminou na diversidade cultural presente no país. Trata-se da unidade que trabalha de maneira mais aprofundada o tema de relevância deste volume: Identidade e diversidade cultural no país, sendo a ocasião para discutir mais detalhadamente como a diversidade cultural é estabelecida a partir das trocas entre as tradições e os costumes dos múltiplos povos que participaram da formação da identidade nacional.

Ao traçar um panorama dos movimentos migratórios, especialmente ao longo do século XX e no começo do século XXI, bem como das mobilizações históricas no Brasil, a unidade pretende que os estudantes compreendam a historicidade desses movimentos populacionais, atentando aos conhecimentos adquiridos em anos anteriores. A unidade também possibilita frisar, nesse contexto, a condição dos africanos escravizados que vieram para o país durante o período, destacando que eles não são imigrantes, pois foram forçados ao deslocamento.

Para trabalhar o tema da unidade, é interessante fornecer aos estudantes exemplos concretos destacando a própria história familiar e os fluxos migratórios na comunidade, na cidade e no país.

Em consonância com a BNCC nesta unidade são trabalhadas as Competências Gerais da Educação Básica 3 e 9; as Competências Específicas de Ciências Humanas para o Ensino Fundamental 1 e 4; a Competência Específica de História 5 e a Competência Específica de Geografia 3.

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para a abertura da Unidade 4 podem ser trabalhadas na semana 20.

Fim do complemento.

Unidades temáticas da BNCC em foco na unidade

História

Transformações e permanências nas trajetórias dos grupos humanos; Circulação de pessoas, produtos e cultura; As questões históricas relativas às migrações.

Geografia

O sujeito e seu lugar no mundo.

Objetos de conhecimento em foco na unidade

História

O passado e o presente: a noção de permanência e as lentas transformações sociais e culturais; O mundo da tecnologia: a integração de pessoas e as exclusões sociais e culturais; O surgimento da espécie humana no continente africano e sua expansão pelo mundo; Os processos migratórios para a formação do Brasil: os grupos indígenas, a presença portuguesa e a diáspora forçada dos africanos; Os processos migratórios do final do século XIX e início do século XX no Brasil; As dinâmicas internas de migração no Brasil a partir dos anos 1960.

MP185

Boxe complementar:

Vamos conversar

  1. O que as imagens destas páginas representam?
    PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre esta atividade nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
  1. Em sua opinião, quais povos contribuíram para a formação da sociedade e da cultura brasileiras?
    PROFESSOR Resposta pessoal.
  1. Você conhece alguma manifestação da cultura brasileira que tem influência de outros povos? Qual?
    PROFESSOR Respostas pessoais.

Fim do complemento.

Imagem: Fotografia. Rua de cor cinza, por onde passam dançarinos de roupa de cor marrom, com calça em branco, com instrumentos como tambores. Ao fundo, uma mulher com vestido de cor azul-claro e mais atrás, camiseta e calça em branco. Em segundo plano, outras dezenas de pessoas passando e uma estrutura de cora azul-claro, no céu em cinza-claro.  Fim da imagem.

LEGENDA: Procissão de umbandistas com oferendas a Iemanjá no município de Rio Grande, no estado do Rio Grande do Sul, em 2020. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. À frente, homens e mulheres dançando, fazendo passo com as mãos para o alto. Os homens têm pele clara, bigode escuros, com bolsa, colete em vermelho, bermuda preta, camisa e meiões brancos, com cinto em verde e vermelha. As mulheres têm pele clara, cabelos castanhos longos, com blusa de mangas compridas em vermelho, na cintura preta, com saia longa verde e avental vermelho, com meias brancas e sapatos pretos. Ao fundo, vegetação de cor verde.  Fim da imagem.

LEGENDA: Festival Italiano no Museu do Imigrante, na cidade de São Paulo, no estado de São Paulo, em 2017. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Uma mulher loira à esquerda, de cabelos presos para trás, com quimono de cor amarela, com um guarda-chuva vermelho para à direita, redondo. À frente dela, à direita, uma mulher de pele clara, cabelos pretos presos para trás, segurando um pequeno guarda-chuva em vermelho em casa mão, com o mesmo estilo de roupa da outra mulher. Mais ao fundo, local com folhas verdes das árvores. De frente e ao fundo para as mulheres, pessoas em pé as observam. Fim da imagem.

LEGENDA: Festa da colônia japonesa na cidade de Sorocaba, no estado de São Paulo, em 2019. FIM DA LEGENDA.

MANUAL DO PROFESSOR

Geografia

Território e diversidade cultural; Processos migratórios no Brasil.

Habilidades da BNCC em foco na unidade

EF04HI03, EF04HI08, EF04HI09, EF04HI10, EF04HI11, EF04GE01 e EF04GE02.

Objetivos pedagógicos da unidade

  • Compreender o processo de formação da população brasileira.
  • Valorizar a diversidade social e cultural de nosso país.
  • Identificar a participação dos portugueses, dos diversos povos indígenas e africanos e dos imigrantes de distintas origens na formação da sociedade brasileira.
  • Compreender os fenômenos do êxodo rural e das migrações internas e externas como fundamentais para a formação da população brasileira.
  • Associar os fenômenos migratórios ao desenvolvimento industrial e ao crescimento das cidades.
  • Compreender aspectos do crescimento urbano.
  • Compreender a origem da diversidade cultural brasileira: a língua, a música, as festas e a culinária.
  • Reconhecer a influência de povos indígenas, africanos, europeus e asiáticos na culinária brasileira.

    Orientações didáticas

    As imagens apresentadas na abertura da unidade possibilitam sensibilizar os estudantes para o tema que será desenvolvido.

    Atividades 1 a 3. Incentive os estudantes a perceber que o conjunto das imagens é representativo da diversidade cultural e étnica que caracteriza a sociedade brasileira, compreendendo que povos de diferentes origens e características contribuíram para formar a cultura e a sociedade brasileira. É possível que eles citem, entre esses povos, os portugueses, os indígenas, os africanos e imigrantes como japoneses, italianos e alemães. Lembre aos estudantes que eles podem citar, como manifestações culturais, danças, comidas, roupas, músicas, brincadeiras e festas.

MP186

Investigar o assunto

Imagem: Ícone referente à seção. Fim da imagem.

Histórias de imigrantes

Muitas pessoas migram de uma cidade para outra, de um estado para outro ou de um país para outro. Migrar é sair de um lugar para viver em outro.

Quando uma pessoa sai de seu lugar de origem, ou seja, de sua terra natal, para viver em outro lugar, ela é chamada emigrante. Quando uma pessoa entra em um lugar que não é o de sua origem, ela é chamada imigrante. Por exemplo, se uma pessoa nasceu na Alemanha e se mudou para o Brasil, ela é emigrante quando deixa a Alemanha e imigrante quando chega ao Brasil.

Imagem: Fotografia em preto e branco. Vista do alto de uma grande embarcação com algumas hastes na vertical, com pessoas dentro. À direita, centenas de pessoas e à esquerda, oceano com embarcação pequena por onde sai fumaça para o alto.  Fim da imagem.

LEGENDA: Emigrantes asiáticos deixando o Japão, em 1954. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Dezenas de homens posando para foto dentro de uma embarcação. Ao centro, eles estão sentados de pernas cruzadas, vestidos de terno e gravata, de pele clara e cabelos escuros. Outros estão em pé e à esquerda, pessoas em pé sobre escada e no andar de cima. À direita, uma haste na vertical.  Fim da imagem.

LEGENDA: Imigrantes japoneses recém-chegados ao porto de Santos, no estado de São Paulo, em 1934. FIM DA LEGENDA.

Agora você vai pesquisar a história de um migrante entre seus familiares, amigos ou na comunidade em que vive.

Como fazer

PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre esta atividade nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
Imagem: Ícone: Atividade em dupla. Fim da imagem.
  1. Em dupla, investiguem entre seus familiares, amigos e pessoas que vivem na sua comunidade se há algum migrante.
MANUAL DO PROFESSOR

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para esta seção podem ser trabalhadas na semana 29.

Fim do complemento.

Objetivos pedagógicos da seção

  • Reconhecer a importância dos diferentes povos para a formação da sociedade brasileira.
  • Compreender e distinguir os conceitos de emigração, imigração e migração.

    Orientações didáticas

    É importante que os termos «emigração» e «imigração» sejam trabalhados concomitantemente, para facilitar a compreensão dos estudantes. Pergunte se já ouviram falar desses termos, quando e em que situação foram empregados.

    Converse com os estudantes sobre as origens deles. Comente que muitos brasileiros têm origens indígena, africana, europeia ou asiática. Pergunte se na família deles há pessoas que vieram de outro país ou que foram morar em outro. Ressalte que as pessoas são chamadas de emigrantes ao saírem do país onde moram, e ao chegarem ao país onde vão residir são imigrantes. Portanto, os emigrantes são também imigrantes.

    Nesta página são abordados aspectos que permitem trabalhar as habilidades da BNCC EF04HI11 e EF04GE01, promovendo, em especial, a articulação entre os conteúdos dos componentes curriculares de História e Geografia e a abordagem integrada em Ciências Humanas.

    A abordagem desse assunto está relacionada ao tema de relevância deste volume – Identidade e diversidade cultural no Brasil. É uma ocasião para discutir como a diversidade cultural é estabelecida a partir das trocas entre as tradições e os costumes dos múltiplos povos que participaram da formação da identidade nacional.

    Para o estudante ler

    Imigrantes no Brasil no século XIX , de Edilene Toledo e Jefferson Cano. Atual, 2021.

    Apresenta aspectos do cotidiano, da cultura e da socialização dos imigrantes portugueses, alemães, espanhóis, italianos e outros, que vieram ao Brasil no século XIX em busca de melhores condições de vida e de trabalho.

MP187

  1. Depois, perguntem a ele se vocês podem entrevistá-lo.
  1. Caso ele aceite, sigam o roteiro de perguntas apresentado abaixo e anotem as respostas no caderno. Não se esqueçam de registrar também o nome e a idade do entrevistado. Se possível, gravem a entrevista e depois a transcrevam para o papel, para não perderem nenhum detalhe das respostas.
  1. Onde você nasceu?
  1. Onde você vive atualmente?
  1. Há quanto tempo você vive nesse lugar?
  1. Por que você se mudou do lugar onde nasceu?
  1. Quais foram as suas maiores dificuldades para se adaptar ao novo lugar?
  1. Você já teve oportunidade de voltar ao seu lugar de origem? Se sim, como foi essa experiência?
  1. Já sentiu vontade de voltar definitivamente para seu local de origem? Por quê?
  1. Você mantém algum costume da cultura do seu lugar de origem? E que costumes do seu lugar de destino você adotou desde que chegou?
Imagem: Ilustração. Da esquerda para à direita, vários objetos diferentes: um par de óculos de grau azul e lentes pretas, um bilhete de cor laranja escrito: Cuiabá, três fotografias com imagens diferentes com montanhas, com prédios cinzas e guarda-chuva em vermelho e amarelo. Um passaporte de cor marrom; uma mala de rodinhas de cor azul com detalhes em vermelho, mala quadrada de cor marrom, uma mochila em amarelo e vermelho, uma agenda laranja e folha bege, uma caneta vermelha com ponta e tampa azul. Mais abaixo, linha pontilhada na vertical com duas fotos na praia e câmera de cor cinza.  Fim da imagem.
  1. Após a entrevista, façam uma pesquisa sobre a história do Brasil na época em que o entrevistado migrou e relacionem as informações históricas com os dados obtidos com a entrevista.
  1. Ao final, vocês deverão apresentar a pesquisa para os colegas e o professor.

    Para responder

Imagem: Ícone: Atividade oral. Fim da imagem.
  1. O entrevistado pode ser considerado um emigrante ou um imigrante? Explique.
PROFESSOR Respostas pessoais.
  1. Você descobriu algo novo sobre a história do lugar onde vive com essa atividade? O quê?
PROFESSOR Respostas pessoais.
MANUAL DO PROFESSOR

Comente que há os movimentos migratórios internos, que ocorrem dentro do próprio país, e os externos ou internacionais, que ocorrem de um país para outro.

Peça aos estudantes que se organizem em duplas para realizar a entrevista com o familiar, amigo ou outra pessoa da comunidade que tenha um histórico de migração. Leia o roteiro de perguntas com a turma e esclareça todas as dúvidas que surgirem. Oriente-os a prestar atenção às respostas dadas pelo entrevistado e anotá-las no caderno.

Auxilie os estudantes, caso seja necessário, na busca por informações sobre a história do Brasil na época em que o entrevistado migrou ou emigrou e, depois, na montagem da apresentação dos resultados da pesquisa.

Essa atividade visa aproximar os estudantes do tema que será desenvolvido na unidade e proporcionar a eles o contato com os procedimentos da pesquisa histórica partindo da exploração de uma fonte de história oral.

Atividade 2. Espera-se que os estudantes tenham descoberto as origens de determinados costumes, comidas ou músicas presentes em seu cotidiano.

Educação em valores e temas contemporâneos

Durante a realização da atividade, reforce com os estudantes o respeito às pessoas e às origens de cada um. Destaque que as diferenças culturais devem ser valorizadas, evitando considerações que revelem julgamento de valor.

MP188

Capítulo 1. A formação da população brasileira

Como você já sabe, a experiência colonial entrelaçou três povos de formações culturais distintas: os indígenas, que habitavam as terras que formariam o Brasil; os europeus, que ocuparam e colonizaram essas terras; e os africanos, trazidos pelos colonizadores como mão de obra escrava. Somos, portanto, uma população mesclada, tanto em termos étnicos como culturais.

Cada um desses povos, no entanto, apresentava, por si só, grande heterogeneidade . “Indígena”, por exemplo, é apenas uma expressão genérica para designar uma grande diversidade de povos, como os Kayapó, os Yanomami e os Bororo.

Imagem: Fotografia. Dezenas de homem indígenas, um atrás do outro. Eles têm pele morena, cabelos escuros, com braceletes azuis, colares no pescoço e pinturas pretas no corpo e vermelhas no rosto, com bermuda em amarelo. Um Ao centro, sobre a cabeça, coroa de penas em amarelo. Em segundo plano, vegetação verde.  Fim da imagem.

LEGENDA: Dança kayapó durante feira de troca de sementes na Terra Indígena Kayapó, em 2016. Município de São Félix do Xingu, no estado do Pará. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Dezenas de homens morenos visto da cintura para cima. Eles têm pinturas pretas no rosto, com partes em braço na cabeça, nos braços plantas de cor verde, com bermuda de cor azul.  Fim da imagem.

LEGENDA: Festividade yanomami na aldeia de Ariabu, em 2017. Município de Santa Isabel do Rio Negro, no estado do Amazonas. FIM DA LEGENDA.

Os portugueses, por sua vez, também tinham influências diversas, como a dos árabes, que dominaram por séculos a península Ibérica. Na região do Algarve, por exemplo, a influência árabe pode ser observada nas ruínas de antigas fortificações e na arquitetura de construções contemporâneas, como o Mercado de Loulé, em Faro, inaugurado em 1908.

Imagem: Fotografia. À frente, rua de cor cinza, calçada com pessoas caminhando. À esquerda, uma mulher e um homem um ao lado do outro, perto de uma placa azul indicando faixa de pedestre. A mulher de tem morena, cabelos grisalhos, blusa de mangas compridas rosa, calça e sapatos brancos. O homem tem pele morena, cabelos grisalhos, com blusa de mangas compridas e sapatos pretos e calça branca. Mais ao fundo, prédio de paredes de cor bege com dois andares, com janelas compridas e parte superior arredondada. No alto céu de cor azul e nuvens esparsas.  Fim da imagem.

LEGENDA: Mercado de Loulé, na cidade de Faro, capital do Algarve, em Portugal. Fotografia de 2020. FIM DA LEGENDA.

MANUAL DO PROFESSOR

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para o conteúdo das páginas 52-53 podem ser trabalhadas na semana 30.

Fim do complemento.

Objetivos pedagógicos do capítulo

  • Identificar as matrizes étnico-culturais de formação do Brasil.
  • Reconhecer a heterogeneidade dos povos europeus, indígenas e africanos.
  • Compreender que a população brasileira foi formada por fluxos migratórios.
  • Conhecer os fluxos de imigração dos europeus nos anos 1800 e 1900 e sua posterior migração para as cidades.
  • Conhecer e compreender aspectos das migrações internas na formação das populações locais.
  • Compreender o êxodo rural e sua relação com o crescimento das cidades.
  • Conhecer algumas características do processo de urbanização da população brasileira.
  • Identificar alguns movimentos de migração interna no Brasil, reconhecendo seus motivos e seus contextos.
  • Considerar a contribuição econômica e cultural dos migrantes nordestinos nos lugares em que se estabeleceram.

    Orientações didáticas

    Converse com a turma sobre a composição étnico-cultural da população brasileira. Pode ser interessante, para iniciar o assunto, fazer um levantamento do que os estudantes sabem acerca da origem de seus familiares, dos povos e culturas que fazem parte da sua ancestralidade. Nesse momento, é importante lembrar que, além dos povos índígenas, europeus e africanos que formaram a população brasileira no período colonial, imigrantes de diversas origens ingressaram no país principalmente a partir do século XIX.

    O povo brasileiro

    Aquela uniformidade cultural e esta unidade nacional – que são, sem dúvida, a grande resultante do processo de formação do povo brasileiro – não devem cegar-nos, entretanto, para disparidades, contradições e antagonismos que subsistem debaixo delas como fatores dinâmicos da maior importância. A unidade nacional, viabilizada pela integração econômica sucessiva dos diversos implantes coloniais, foi consolidada, de fato, depois da Independência, como um objetivo expresso, alcançado através de lutas cruentas e da sabedoria política de muitas gerações. [...] Esse é, sem dúvida, o único mérito das velhas classes dirigentes brasileiras.

    Comparando o bloco unitário resultante da América portuguesa com o mosaico de quadros diversos a que deu lugar a América hispânica, pode-se avaliar a extraordinária importância desse feito.

MP189

Essa diversidade era igualmente uma realidade entre os africanos, que podiam pertencer a diferentes troncos linguísticos e étnicos, como o iorubá ou o banto.

Imagem: Fotografia. Duas pessoas em uma calçada marrom praticando capoeira. À esquerda, um homem negro agachado com camiseta branca, calça e sapatos pretos, batendo palmas e cabelos escuros. À direita, menino de pele negra, cabelos escuros, com camiseta em branco e estampas em preto e vermelho, bermuda preta e sapatos brancos, se equilibrando com braço direito na vertical e outro esticado para o alto. Mais ao fundo, três pessoas em pé morenas, segurando nas mãos instrumentos, um homem visto parcialmente com camiseta branca, chapéu bege, com berimbau. À direita, um homem com camiseta com listras em branco e preto na horizontal e calça bege, sapatos brancos, berimbau. Ao ado, homem moreno, com camiseta vermelha e bermuda laranja.  Fim da imagem.

LEGENDA: A capoeira tem origem em práticas e tradições banto. Roda de capoeira na ilha de Mar Grande, no município de Vera Cruz, no estado da Bahia. Fotografia de 2019. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Dezenas de pessoas sobre areia com água do mar em pé com roupas em branco e azul-claro, enfileirado. Há mulheres de vestidos longos, em azul-claro e outras em branco e homens com camiseta azul com calça branca. À esquerda, dois homens morenos, com chapéu marrom, visto de costas com objeto azul nos ombros com flores de pétalas brancas. Mais à esquerda, outras pessoas, crianças, uma canoa vista parcialmente, com ondas do mar. Em segundo plano, cidade e prédios de paredes brancas, com morros à direita. No alto, céu azul-claro.  Fim da imagem.

LEGENDA: O candomblé, criado no Brasil, tem suas raízes nas tradições religiosas iorubá. Celebração a Iemanjá no município de Praia Grande, no estado de São Paulo. Fotografia de 2019. FIM DA LEGENDA.

Assim, nenhum desses três grupos – portugueses, indígenas e africanos – pode ser considerado homogêneo em sua origem.

Vale lembrar que entre os europeus que vieram para o Brasil no período colonial estavam, além dos portugueses, os franceses e os holandeses, que deixaram suas marcas na história do país.

Mais tarde, quando o Brasil já era um país independente, começaram a chegar outros fluxos populacionais, que se integraram à população brasileira, como veremos a seguir.

Imagem: Ícone: Atividade oral. Fim da imagem.
  1. Leia o texto a seguir e, depois, responda às questões.

    Ao longo de mais de três séculos, enquanto a própria nação brasileira se formava e tomava corpo, os africanos foram trazidos das mais diferentes partes do continente africano abaixo do Saara [...]. Não se tratava de um povo, mas de uma multiplicidade de etnias, nações, línguas, culturas. [...]

    FONTE: Reginaldo Prandi. De africano a afro-brasileiro: etnia, identidade, religião. Revista USP , São Paulo, n. 46, p. 52-65, jun./ago. 2000.

PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre esta atividade nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
  1. O que significa “multiplicidade de etnias”?
  1. De que modo as manifestações culturais retratadas nesta página podem demonstrar a multiplicidade de etnias dos africanos escravizados e trazidos para o Brasil?
MANUAL DO PROFESSOR

Essa unidade resultou de um processo continuado de unificação política, logrado mediante um esforço deliberado de supressão de toda identidade étnica discrepante e de repressão e opressão de toda tendência virtualmente separatista. [...]

O povo-nação não surge no Brasil da evolução de formas anteriores de sociabilidade, em que grupos humanos se estruturam em classes opostas, mas se conjugam para atender às suas necessidades de sobrevivência e progresso. Surge, isto sim, da concentração de uma força de trabalho escrava, recrutada para servir a propósitos mercantis alheios a ela, através de processos violentos de ordenação e repressão que constituíram, de fato, um continuado genocídio e um etnocídio implacável.

FONTE: RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro. São Paulo: Companhia das Letras, 2006. p. 22-23.

Atividade 1. Espera-se que os estudantes observem que, além dos troncos linguísticos distintos, os africanos escravizados e trazidos para o Brasil pertenciam a uma multiplicidade de etnias diversas entre si em vários aspectos, como a religiosidade, a organização política e os costumes relacionados à alimentação, à habitação e ao vestuário. Busque ressaltar a pluralidade das influências dos povos africanos, evitando que os estudantes simplifiquem-nos sob uma matriz africana generalizante.

É importante destacar que a diversidade étnico-cultural é parte fundamental da identidade brasileira. Essa diversidade tem como base trocas culturais que alguns estudiosos caracterizam como transculturação. A transculturação é o processo de aquisição de novas práticas e conhecimentos a partir do contato com o outro, sem perder a cultura de origem e, ao mesmo tempo, influenciando-o, em uma “via de mão dupla”.

A abordagem do assunto deste capítulo está relacionada ao tema de relevância deste volume – Identidade e diversidade cultural no Brasil. É uma ocasião para discutir como a diversidade cultural é estabelecida a partir das trocas entre as tradições e os costumes dos múltiplos povos que participaram da formação da identidade nacional.

MP190

A imigração no Brasil

Muitos deslocamentos de população aconteceram pelo mundo ao longo da história por diversas razões, como necessidade econômica, guerras ou problemas políticos. A história do Brasil também é marcada pelo intenso fluxo de pessoas de diferentes partes do planeta.

Enquanto o Brasil esteve sob o domínio de Portugal, entre os séculos XVI e XIX, a presença de portugueses na colônia era expressiva. Além deles, franceses, holandeses e europeus de diferentes nacionalidades, ligados especialmente ao comércio, também se estabeleceram no país. Nesse mesmo período, cerca de 5 milhões de pessoas do continente africano, provenientes principalmente de Angola, Moçambique, Golfo de Benin (sudoeste da atual Nigéria) e Costa do Marfim, foram escravizadas e trazidas ao Brasil.

Em 1850 foi aprovada a Lei Eusébio de Queirós, que proibia o tráfico de escravizados da África para o Brasil. Com isso, o governo brasileiro passou a incentivar a vinda de imigrantes de diferentes países do mundo para servir de mão de obra, principalmente na agricultura.

Muitos desses imigrantes viviam situações de guerra, desemprego e pobreza em seu país de origem e tinham interesse em emigrar.

Inicialmente, chegaram ao Brasil imigrantes europeus, destinados sobretudo a trabalhar no cultivo do café, que se expandia na época.

Imagem: Fotografia em tons de sépia. Dezenas de pessoas em pé, uma ao lado da outra: um homem negro de roupa clara com cesto redondo nas costas. À direita, outros homens negros, de roupa claras e mulheres de blusa de mangas compridas e saia longa, muitos deles tem gorro sobre a cabeça, com peneira redonda. Mais ao fundo, local com vegetação densa.  Fim da imagem.

LEGENDA: Trabalhadores escravizados em fazenda de café no estado do Rio de Janeiro, em 1882. FIM DA LEGENDA.

  1. Observe a tabela e responda no caderno às questões.
PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre esta atividade nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.

Quadro: equivalente textual a seguir.

Chegada de africanos escravizados ao Brasil (1841-1855)

Período

Número aproximado de pessoas

1841-1845

120.900

1846-1850

257.500

1851-1855

6.100

FONTE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Estatísticas históricas do Brasil: séries econômicas, demográficas e sociais de 1550 a 1988. Rio de Janeiro: IBGE, 1990. v. 3. p. 60.

  1. O que explica a queda no número de africanos que chegaram ao Brasil a partir de 1851?
  1. Após a aprovação da Lei Eusébio de Queirós, o tráfico de africanos escravizados cessou completamente? Explique.
MANUAL DO PROFESSOR

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As quatro aulas previstas para o conteúdo das páginas 154-157 podem ser trabalhadas nas semanas 30 e 31.

Fim do complemento.

Antes de iniciar a leitura do texto, peça aos estudantes que observem a fotografia e façam comentários sobre ela. Pergunte a eles o que é representado na imagem.

Explique aos estudantes que, no caso da formação da população brasileira, o termo “imigrante” em geral é referente aos indivíduos que chegaram ao Brasil após 1822, quando o território se tornou independente de Portugal.

Atividade 2. a) Os estudantes devem relacionar a queda no número de africanos que chegaram ao Brasil a partir de 1850 à aprovação da Lei Eusébio de Queirós, que proibia o tráfico de escravizados da África para o Brasil. b) O tráfico de africanos não cessou completamente após a aprovação da Lei Eusébio de Queirós: de acordo com os dados apresentados no quadro, entre 1851 e 1855 chegaram 6100 africanos escravizados ao Brasil.

Nestas páginas são abordados aspectos que permitem trabalhar as habilidades da BNCC EF04HI09 e EF04HI10.

Tráfico ocidental na África: anos 1500 a 1800

Todos os africanos levados para o Brasil vieram pela rota transatlântica. Isso envolveu povos de três regiões geográficas: África ocidental [...] Senegal, Mali, Níger, Nigéria, Gana, Togo, Benin, Costa do Marfim, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné e Camarões; África centro-ocidental [...] do Gabão, Angola, República do Congo, República Democrática do Congo (ex-Zaire), [...] Moçambique, da África do Sul e da Namíbia [...] diz-se geralmente que os africanos escravizados no Brasil foram trazidos do litoral de Angola, do litoral de Moçambique e do Golfo de Benin, de onde embarcaram rumo ao Brasil. Mas de fato teriam vindo do interior das áreas citadas [...].

FONTE: MUNANGA, Kabengele. Origens africanas do Brasil contemporâneo: histórias, línguas, culturas e civilizações. São Paulo: Global, 2009. p. 87.

MP191

PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre estas atividades nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
  1. Por que o governo brasileiro incentivou a vinda de imigrantes para o Brasil?
  1. Por que os imigrantes se interessavam em vir para o Brasil?

    A entrada de imigrantes no Brasil cresceu após a proibição do tráfico de africanos escravizados, intensificando-se à medida que os movimentos pelo fim do regime escravista ganhavam força no país.

    A campanha abolicionista, a pressão internacional pelo fim do tráfico de escravizados e a resistência das pessoas escravizadas (com a formação de quilombos, por exemplo) contribuíram para o fim do regime escravista, que ocorreu em 1888, com a assinatura da Lei Áurea.

    A necessidade de substituir a mão de obra escravizada pela mão de obra assalariada incentivou um novo fluxo de imigrantes.

    Entre 1884 e 1923, vieram para o Brasil cerca de 3,2 milhões de imigrantes. Para chegar ao país, eles usavam recursos próprios ou eram financiados por seu país de origem, pelos governos federal ou estaduais do Brasil ou, ainda, pelos fazendeiros que necessitavam de mão de obra para a agricultura.

  1. Analise o gráfico a seguir e depois responda no caderno às questões.
Imagem: Gráfico. Entrada de imigrantes no Brasil (1884-1923)* Dados de 100 000 até 600 000 na vertical, com intervalos de 100 000.  Na horizontal, datas de: 0 – 1884-1893, com intervalos de dez em dez.  Legenda: Roxo: Alemães Amarela: Japoneses Laranja: Espanhóis Azul: Portugueses  Verde: Italianos 1884 – 1893:  Alemães: Mais de 0 Espanhóis: Mais de 100 000 Italianos: Mais de 500 000 Portugueses: Quase 200 00 1894-1903: Alemães: quase 0 Espanhóis: 100 000 Italianos: Mais de 500 000 Portugueses: Mais de 100 000 1904-1913: Alemães: um pouco mais de 0 Espanhóis: Mais de 200 000 Italianos: Por volta de 200 000 Japoneses: por volta de 0 Portugueses: Mais de 300 000 1914- 1923: Alemães: um pouco mais de 0. Espanhóis: Perto de 100 000 Italianos: Perto de 100 000 Japoneses: mais um pouco de 100 000 Portugueses: por volta de 200 000  Fim da imagem.

FONTE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Brasil: 500 anos de povoamento. Rio de Janeiro: IBGE, 2007. p. 226.

Observação: O gráfico apresenta os principais grupos de imigrantes que chegaram ao Brasil. Fim da observação.

  1. Quais foram os principais grupos de imigrantes que chegaram ao Brasil?
PROFESSOR Resposta: Italianos, portugueses, espanhóis, japoneses e alemães.
  1. Que grupo de imigrantes chegou ao Brasil em maior número?
PROFESSOR Resposta: Italianos.
  1. Com quais recursos financeiros os imigrantes chegavam ao Brasil?
PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre esta atividade nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
MANUAL DO PROFESSOR

Atividade 3. Espera-se que os estudantes observem que o governo brasileiro incentivou a vinda de imigrantes para o Brasil por causa da necessidade de substituir a mão de obra escravizada pela assalariada.

Atividade 4. É importante deixar claro que os imigrantes vieram para o Brasil por vontade própria, ao contrário dos africanos, que foram escravizados e trazidos à força.

Informe aos estudantes que a abolição da escravidão foi um processo longo, que envolveu as lutas de resistência dos escravizados somadas a pressões de outros países, como a Inglaterra, pelo fim dessa forma de trabalho por motivos comerciais. Além disso, alguns setores da sociedade brasileira, como intelectuais e políticos, começaram a aderir a uma nova mentalidade acerca da condição humana e seu natural direito à liberdade que culminou no movimento abolicionista. Assim, a abolição não era apenas uma demanda por maior justiça social, mas a necessidade da inserção do Brasil na economia mundial, que já abandonara o trabalho escravo em favor do trabalho assalariado, considerado mais eficiente.

Atividade 5. Oriente os estudantes na leitura do gráfico. Retome a diferença entre colonos e imigrantes e explique que os portugueses que vieram para o Brasil antes de 1822 são considerados colonos, e os que chegaram depois dessa data, com fluxos migratórios, são considerados imigrantes.

Atividade 6. Com base no texto, os estudantes devem mencionar que os imigrantes chegavam ao Brasil com recursos próprios ou eram financiados pelo governo do país de origem ou pelos governos federal ou estaduais do Brasil, ou, ainda, pelos fazendeiros que necessitavam de mão de obra para a agricultura.

MP192

Em geral, os imigrantes vinham para o Brasil em navios e desembarcavam no porto de Santos, na cidade de Santos, no estado de São Paulo.

A maioria das pessoas recém-chegadas era conduzida para a capital do estado, São Paulo. Lá elas permaneciam na Hospedaria de Imigrantes até que fossem encaminhadas aos seus novos empregos.

Imagem: Fotografia em preto e branco. À frente, várias pessoas em pé, com paletó, chapéu sobre a cabeça. Ao fundo, navio grande com centenas de pessoas de palito e chapéu na cabeça. Tem pessoas em pé perto do mastro.  Fim da imagem.

LEGENDA: Chegada de imigrantes europeus ao porto de Santos, na cidade de Santos, no estado de São Paulo, em 1907. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia em preto e branco. À frente, centenas de pessoas de frente, homens de paletó e mulheres com saias longas e blusa de mangas compridas. Em segundo plano, estabelecimentos na horizontal de paredes claras, com dois andares com arcos e acima, na parte superior, janelas compridas na vertical. Mais ao centro, forma circular.  Fim da imagem.

LEGENDA: Imigrantes na Hospedaria de Imigrantes, na cidade de São Paulo, no estado de São Paulo, em 1938. FIM DA LEGENDA.

Na hospedaria, os imigrantes eram acolhidos e podiam dormir, alimentar-se e receber tratamento médico e odontológico, além de obter auxílio para se integrar ao país.

Criada em 1887 para receber os estrangeiros, a hospedaria, nos anos 1930, passou a acolher também migrantes vindos de outros estados do Brasil, especialmente do nordeste.

Em 1978, a hospedaria recebeu o último grupo de imigrantes e, em 1998, foi transformada no Museu da Imigração, que preserva um pouco da história da imigração no Brasil.

PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre estas atividades nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
  1. Qual era a função da Hospedaria de Imigrantes?
  1. Quais benefícios os imigrantes tinham na hospedaria?
  1. A hospedaria recebia somente imigrantes estrangeiros? Explique.
  1. Qual é o uso atual do prédio onde funcionava a Hospedaria de Imigrantes?
MANUAL DO PROFESSOR

O grande número de europeus que vieram para o Brasil como imigrantes nas últimas décadas do século XIX fez com que fosse necessário construir e adaptar instalações para recebê-los. A Hospedaria de Imigrantes, no município de São Paulo, cumpria o papel de recepção, catalogando os chegados e encaminhando-os para seus lugares de trabalho.

Nas dependências da antiga Hospedaria de Imigrantes atualmente funciona o Museu da Imigração do Estado de São Paulo, que tem um grande acervo digitalizado com informações sobre os imigrantes que chegaram ao Brasil durante os anos 1800 e 1900.

As questões propostas nas atividades visam auxiliar os estudantes a organizar as informações apresentadas no texto.

Atividade 7. Espera-se que os estudantes mencionem que a Hospedaria de Imigrantes, no município de São Paulo, tinha a função de receber os estrangeiros recém-chegados ao país até que fossem encaminhados ao seu local de trabalho.

Atividade 8. Na hospedaria, os imigrantes podiam dormir, se alimentar e receber tratamentos de saúde e auxílio para se integrar ao país.

Atividade 9. A partir dos anos 1930, a hospedaria passou a receber migrantes vindos de outros estados brasileiros, especialmente do Nordeste do país.

Atividade 10. O prédio onde funcionava a Hospedaria de Imigrantes abriga desde 1998 o Museu da Imigração.

Nestas páginas são abordados aspectos que permitem trabalhar as habilidades da BNCC EF04HI09 e EF04HI10.

Para o estudante ler

Mamma mia! História de uma imigrante italiana, de Ricardo Dreguer. Editora Moderna.

O livro conta a história de imigrantes italianos que deixaram seu país de origem com a esperança de uma vida melhor no Brasil.

Meu avô português, de Manuel Filho. Panda Books.

Livro sobre a migração dos portugueses para o Brasil.

Motivos para migrar

[...] Desde a pré-história, os movimentos migratórios das sociedades humanas foram constantes, ora por motivos naturais, como fenômenos climáticos, esgotamento de recursos de coleta vegetal ou de caça etc., ora por conflitos políticos, como guerras entre tribos ou nações, cujos predadores se viam ameaçados ou obrigados a abandonar seus territórios. Estas últimas são as migrações impelidas ou forçadas. Ainda hoje, grande parte dos motivos que forçam homens a migrar são os mesmos do passado. Os recentes episódios políticos ocorridos com os palestinos, os sul-vietnamitas e outros servem de testemunho.

FONTE: SCARLATO, F. C. População e urbanização brasileira. In: ROSS, J. L.S. Geografia do Brasil. 5ª ed. São Paulo: Edusp, 2008. p. 391.

MP193

Um grande número de imigrantes teve como destino as fazendas de café no interior dos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro. Eles eram contratados pelos fazendeiros como empregados, recebiam um pequeno salário e a permissão de cultivar alimentos nas terras. No entanto, esses imigrantes tiveram dificuldade para permanecer nas fazendas: nem sempre eles recebiam corretamente o pagamento combinado e eram submetidos a desgastantes jornadas de trabalho.

Em busca de melhores condições de vida e de trabalho, muitos trabalhadores deixaram o campo para se estabelecer nas cidades. Os destinos mais frequentes eram o Rio de Janeiro e São Paulo, cidades que ofereciam mais oportunidades de emprego na indústria e no comércio.

Desse modo, o fluxo de trabalhadores das áreas rurais para as urbanas contribuiu para o crescimento das cidades e para a industrialização, fornecendo mão de obra para as fábricas.

Houve também um número significativo de imigrantes cujo destino foi o sul do Brasil. A esses imigrantes oferecia-se a oportunidade de obterem um lote de terra doado pelo governo brasileiro e de se tornarem pequenos agricultores. Eles também enfrentaram dificuldades para se manter nas terras e viver da produção agrícola em razão dos altos impostos cobrados pelo governo e da concorrência com grandes agricultores.

Imagem: Fotografia. À esquerda, vegetação rasteira, com árvores baixas. À direita, homens e com chapéu na cabeça, e mulheres com blusa e saia longa em branco e chapéu sobre a cabeça. Elas seguram nas mãos uma enxada. Em segundo plano, árvores baixas.  Fim da imagem.

LEGENDA: Trabalhadores em fazenda de café, em 1850. FIM DA LEGENDA.

PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre estas atividades nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
  1. Quais foram os destinos dos imigrantes que chegaram ao Brasil?
  1. Por que muitos imigrantes se deslocaram do campo para as cidades?
MANUAL DO PROFESSOR

Explique aos estudantes que os estrangeiros que rumaram para os estados do Sul contavam com a possibilidade de se tornar pequenos proprietários de terra porque o governo brasileiro concedia alguns lotes de terra para os imigrantes, visando à ocupação da região.

Comente que os imigrantes seguiram para áreas distintas do Brasil e, em cada uma delas, precisaram se adaptar às possibilidades do trabalho e à cultura local, embora também a tenham influenciado.

Ressalte que a adaptação dos imigrantes não foi fácil em nenhuma região do país. A diferença do idioma, da cultura, das práticas de cultivo e as dificuldades financeiras foram um problema para grande parte dos imigrantes que vieram para o Brasil e, frequentemente, essas pessoas abandonaram o campo e se somaram à população em crescimento nos diversos centros urbanos do país.

Atividade 11. Espera-se que os estudantes mencionem que alguns imigrantes foram trabalhar nas fazendas de café dos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro e outros foram para os estados do Sul do Brasil, onde tinham a oportunidade de se tornarem pequenos agricultores.

Atividade 12. Muitos imigrantes deixaram o campo para morar em cidades porque tiveram dificuldades para se manter nas terras e viver da produção agrícola, tanto pelos baixos salários como pelas duras condições de trabalho nas fazendas de café.

Motivos para buscar migrantes

Determinados a consolidar a grande propriedade e a agricultura de exportação, os fazendeiros e o grande comércio buscavam angariar proletários de qualquer parte do mundo, de qualquer raça, para substituir, nas fazendas, os escravos mortos, fugidos e os que deixavam de vir da África. Preocupados, ao contrário, com o mapa social e cultural do país, a burocracia imperial e a intelectualidade tentavam fazer da imigração um instrumento de “civilização”, a qual, na época, referia-se ao embranquecimento do país.

FONTE: ALENCASTRO, Luiz Felipe de (org.). História da vida privada no Brasil: Império. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. p. 293.

MP194

Para ler e escrever melhor

A partir de meados dos anos 1800, numerosos imigrantes europeus estabeleceram-se em colônias criadas no sul do país pelo governo e por particulares. O objetivo econômico desses imigrantes era praticar a agricultura de base familiar. Quais eram as semelhanças e as diferenças entre as condições de vida e de trabalho deles e as dos imigrantes nas lavouras de café? Nas informações textuais e visuais a seguir, você pode encontrar elementos para elaborar um texto comparativo.

As colônias de imigrantes

Texto 1

A imigração europeia para o estado do Rio Grande do Sul no século XIX caracteriza-se pela posse da pequena propriedade de áreas ainda não colonizadas.

Os imigrantes dirigiram-se para essas regiões […] com a missão de transformar economicamente e culturalmente as áreas ocupadas. […] Diferentemente do processo do Sudeste do país, esses fluxos imigratórios não estão ligados à substituição de mão de obra escrava. […]

Os processos imigratórios dos séculos XIX e XX [...] caracterizam uma trajetória de transformação cultural das localidades envolvidas neles. A incorporação de novos hábitos alimentares, de diferentes idiomas, de uma estética específica, de religiosidades distintas, corresponde às múltiplas faces dessa trajetória. Uma nova identidade foi constituída para a população local através dessa experiência [...].

FONTE: Cristine Fortes Lia e Roberto Radünz. Os processos imigratórios dos séculos XIX e XX: diálogos entre o saber acadêmico e a Educação Básica. Educar em Revista, Curitiba, n. 61, p. 258 e 260, jul./set. 2016.

Imagem: Fotografia em preto e branco. Duas casas de madeiras com telhados triangulares. À frente, homens de blusa branca, calça escuro e mulheres com blusa e saia longa. Entre eles, duas crianças. À frente deles, cavalos e um homem de blusa clara e calça escura. Em segundo plano, árvores.  Fim da imagem.

LEGENDA: Família italiana na colônia Dona Isabel, onde hoje se localiza o município de Bento Gonçalves, no estado do Rio Grande do Sul. Fotografia de cerca de 1920. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia em preto e branco. Vista do alto de casa de madeira, com telhado triangular no alto. Ao redor, vegetação. Em primeiro plano, sentado, de terno e chapéu preto e camiseta branca por dentro. De frente para casa, dois homens em pé de terno, mulheres de blusas de mangas compridas e saia longa. Em segundo plano, densa vegetação.  Fim da imagem.

LEGENDA: Família de colonos alemães no sul do Brasil, no final do século XIX. FIM DA LEGENDA.

MANUAL DO PROFESSOR

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para esta seção podem ser trabalhadas na semana 31.

Fim do complemento.

Objetivos pedagógicos da seção

  • Discutir o estabelecimento de imigrantes em núcleos coloniais e aspectos de seu modo de vida.
  • Diferenciar o modo de vida e as condições de trabalho nos núcleos coloniais e nas fazendas de café.
  • Produzir um texto comparativo.

    Orientações didáticas

    O trabalho proposto nesta seção é uma ótima oportunidade para desenvolver com os estudantes a consolidação dos processos que envolvem a literacia e a alfabetização por meio da localização e retirada de informação explícita no texto e de interpretação e relação de ideias e informação, além da produção escrita. Sugerimos que esses conhecimentos sejam trabalhados com a turma e individualmente, para que cada estudante se sinta apoiado em suas dificuldades e perceba que outros colegas possuem dificuldades semelhantes.

    O texto desta seção apresenta algumas características da imigração para os núcleos coloniais, instituídos pelo governo com o objetivo de ocupar as terras no Sul do país pelo estabelecimento de unidades de produção agrícola de base familiar.

    Auxilie os estudantes a ler o Texto 1 e a interpretá-lo, estimulando-os a diferenciar a vida dos imigrantes que viviam nos núcleos coloniais das condições daqueles que trabalhavam nas fazendas de café do Sudeste.

    Nesta seção são abordados aspectos que permitem trabalhar as habilidades da BNCC EF04HI09 e EF04GE02, promovendo, em especial, a articulação entre os conteúdos dos componentes curriculares de História e Geografia e a abordagem integrada em Ciências Humanas.

    Os principais destinos dos imigrantes no Brasil

    O estado de São Paulo foi a principal região de atração de imigrantes no Brasil (57% do total dos estrangeiros entrados no país), dentro de uma tripartição histórico-geográfica da imigração constituída por: 1) uma região central fortemente atrativa, os estados do Sudeste, caracterizada pelo sistema agroexportador, mas também pela incipiente industrialização e pela franca expansão urbana; 2) uma região de atração importante, mas secundária, os estados do Sul, com consistentes núcleos coloniais rurais formados por pequenos proprietários e urbanização recente e mais rarefeita; 3) a macrorregião dos estados do Norte e Nordeste, onde a inserção dos estrangeiros foi quase exclusivamente urbana, mas muito pouco significativa no seu complexo e em relação ao resto do país, embora importante para as dinâmicas econômicas, sociais e culturais das grandes cidades.

MP195

Texto 2

As áreas do Rio Grande do Sul qualificadas no texto 1 como “não colonizadas” eram habitadas por povos indígenas de origem Guarani e Jê (como Xokleng e Kaingang). Alguns desses povos resistiram à ocupação de suas terras pelos não indígenas desde os anos 1800. É o caso de alguns grupos da etnia Kaingang, que promoveram guerras para preservar suas terras. Atualmente, muitos vivem em Terras Indígenas (TIs), mas enfrentam dificuldades para garantir o sustento da comunidade.

Imagem: Fotografia em preto. Dois homens vistos de frente, vestes longas escuras, com chapéu redondo na cabeça, com barba branca. À direita, uma mulher de pele morena com cabelos escuros com chapéu redondo, com blusa de mangas compridas clara e calça escura. Em segundo plano, vegetação.  Fim da imagem.

LEGENDA: Cacique Kaingang (à esquerda) retratado em área de colonização no Rio Grande do Sul, nos anos 1920. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Lugar com solo de cor marrom-claro, com dezenas de crianças. À esquerda, meninos indígenas de pele morenas, sem camiseta, com coroa de penas coloridas na cabeça, com bermuda longa e segurando nas mãos, lança fina na ponta. Ao centro, faixa de cor branca, texto em preto e vermelho. À direita, meninas umas perto das outras, de pele morena, cabelos longos escuros, usando blusa curta e saias coloridas em verde, vermelho, rosa. Sobre o pescoço delas, colares. No alto, céu azul-claro e nuvens brancas esparsas.  Fim da imagem.

LEGENDA: Jovens Kaingang do grupo de dança da Escola Estadual Indígena de Ensino Fundamental Toldo Campinas, no município de Redentora, no estado do Rio Grande do Sul, em 2014. FIM DA LEGENDA.

Analise

  1. De acordo com o texto 2, as terras oferecidas aos colonos eram desabitadas? Explique sua resposta.
PROFESSOR Resposta: Não. Elas eram habitadas por povos indígenas de origem Guarani e Jê.
  1. Qual era a missão atribuída aos colonos, de acordo com o texto 1?
PROFESSOR Resposta: Transformar economica e culturalmente as áreas ocupadas.

Organize

  1. Monte no caderno um quadro com duas colunas, como o do modelo abaixo. Depois, organize nele as características listadas a seguir.
PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre esta atividade nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.

pequena propriedade - grande propriedade

agricultura voltada à exportação - agricultura familiar

Quadro: equivalente textual a seguir.

Núcleos coloniais no sul

Lavoura cafeeira no sudeste

_____

_____

_____

_____

Escreva

  1. Elabore um pequeno texto apresentando as semelhanças e as diferenças entre as condições de vida e de trabalho dos imigrantes nas lavouras de café no sudeste e nas colônias estabelecidas no sul do Brasil a partir de meados dos anos 1800.
PROFESSOR Resposta pessoal.
MANUAL DO PROFESSOR

[…]

A região Sul foi caracterizada sobretudo pela imigração subvencionada para a formação de núcleos coloniais de pequenos proprietários em regiões específicas dos três estados. A grande maioria dos estrangeiros que imigraram para o Sul foi para o Rio Grande do Sul e particularmente para a região serrana. [...]

FONTE: Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC). Verbete Imigração. Disponível em: http://fdnc.io/fnN. Acesso em: 20 jun. 2021.

Ao fazer a leitura do Texto 2, verifique se ficou claro para os estudantes que as terras oferecidas aos colonos não eram desabitadas e que houve resistência por parte de alguns povos indígenas à ocupação de suas terras. Na análise conjunta desse texto com o Texto 1, explique que a “missão de transformar” as áreas de colonização relaciona-se às ideologias em vigor no século XIX, que valorizavam as culturas europeias em detrimento das demais. Muitos povos indígenas enfrentaram sérias dificuldades por causa disso, já que os ideais europeus que o governo procurava instituir no Brasil foram, muitas vezes, implantados com o uso da violência.

Destaque que, nos estados do Sul, os imigrantes formaram colônias e preservaram grande parte dos costumes de seus locais de origem. Você pode dar como exemplo o município de Pomerode, no estado de Santa Catarina, que foi colonizado por alemães em meados do século XIX. A maioria dos habitantes atualmente é descendente desses colonizadores e preserva a cultura alemã, mais especificamente a cultura da região da Pomerânia. Em 2010, o alemão foi instituído como segundo idioma oficial, complementar ao português.

No texto comparativo, espera-se que os estudantes mencionem que os imigrantes que se estabeleceram no Sul tiveram acesso à terra e formaram colônias. Os imigrantes que foram para as grandes fazendas de café no Sudeste não eram donos da terra, mas trabalhadores assalariados. Em muitos casos, as condições de trabalho eram semelhantes às da escravidão. Muitos fazendeiros não cumpriam as datas de pagamento dos salários e não havia escola nem assistência médica para os trabalhadores. Por causa das condições de vida e trabalho nas fazendas, os imigrantes começaram a migrar para as cidades em busca de emprego nas fábricas.

MP196

A produção de café e a industrialização

No início dos anos 1900, o café era o principal produto de exportação do Brasil e a base da economia nacional. Nesse período, a produção cafeeira empregava numerosa mão de obra e movia outros setores da economia, como o industrial e o comercial.

Imagem: Fotografia em preto e branco. À esquerda, vagões de trem com sacos brancos dentro e trilhos à direta. Nas extremidades, local com vegetação rasteira, árvores e alguns estabelecimentos de paredes brancas e telhados triangulares. Na parte da frente do trem, fumaça indo para o céu. Fim da imagem.

LEGENDA: As ferrovias construídas durante a expansão da economia cafeeira eram usadas para o transporte de café das áreas produtoras até os portos. Município de Ribeirão Preto, no estado de São Paulo, em 1930. FIM DA LEGENDA.

A infraestrutura criada no país durante a expansão da economia cafeeira, que incluía ferrovias, portos, bancos, casas de exportação e rede de energia elétrica, acabou favorecendo também o desenvolvimento da indústria e das cidades.

O desenvolvimento industrial gerou maior oferta de empregos e atraiu muitos imigrantes para as cidades, especialmente para os municípios de São Paulo e Rio de Janeiro. Eles vinham do campo ou diretamente de países do exterior. Os imigrantes compunham a maior parte dos operários das fábricas no início dos anos 1900.

Nas cidades, somavam-se aos imigrantes grande número de escravizados libertos e seus descendentes, que também migraram para as cidades após a abolição da escravidão. Os ex-escravizados tiveram mais dificuldade do que os imigrantes para encontrar emprego e se integrar à sociedade, sendo segregados em áreas de cortiços ou em favelas.

Imagem: Fotografia em tons de sépia. À frente, centenas de pessoas em pé, homens de terno e alguns com chapéu ou boina sobre a cabeça. Entre eles, mulheres com vestidos longos claros. Em segundo plano, um estabelecimento grande, com muitas janelas com o formato de arco na parte superior. Perto do local, um poste de e cabo de energia.  Fim da imagem.

LEGENDA: Operários em frente de fábrica na cidade de São Paulo, no estado de São Paulo, em 1906. FIM DA LEGENDA.

PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre estas atividades nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
  1. Quem eram os trabalhadores das fábricas no início da industrialização?
  1. Como era a situação dos escravizados libertos nas cidades?
MANUAL DO PROFESSOR

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As quatro aulas previstas para o conteúdo das páginas 160-163 podem ser trabalhadas na semana 32.

Fim do complemento.

Explique aos estudantes que o café começou a ser cultivado no Brasil por volta de 1727 no atual estado do Pará e seu cultivo se estendeu por diversos pontos da faixa litorânea do país e chegou ao estado de São Paulo por volta de 1800. Com a queda do comércio do açúcar, os fazendeiros do Vale do Paraíba começaram a substituir as plantações de cana pelos cafezais e, por volta de 1830, as exportações do café naquela região já superavam as do açúcar.

Com o crescimento da economia do café e a ampliação das áreas de cultivo, começaram a se desenvolver as primeiras estradas de ferro ligando as regiões produtoras aos portos, de onde o café era encaminhado para exportação. A primeira estrada de ferro do estado de São Paulo foi inaugurada em 1867, a São Paulo Railway; ela ligava a cidade de Jundiaí ao porto de Santos.

A infraestrutura criada pela economia do café favoreceu também o desenvolvimento da indústria e das cidades. A possibilidade de emprego nas indústrias atraiu muitos imigrantes vindos do campo ou diretamente de seus países de origem para as cidades.

À crescente população das cidades somavam-se escravizados libertos e seus descendentes, que desde a abolição da escravidão deixaram as fazendas nas quais trabalhavam compulsoriamente para buscar sobreviver de outras maneiras nos centros urbanos.

Atividade 13. Espera-se que os estudantes reconheçam que a maioria dos trabalhadores das fábricas, no início da industrialização, era de imigrantes vindos do campo ou diretamente de outros países.

Atividade 14. Os ex-escravizados não foram absorvidos como mão de obra assalariada nas cidades e enfrentaram uma situação de exclusão social porque sofriam preconceito por sua etnia e origem e, em geral, não eram escolarizados.

Nesta página são abordados aspectos que permitem trabalhar as habilidades da BNCC EF04HI09 e EF04HI10.

Do café nasce a indústria

O período compreendido entre 1880 e 1900 – corresponde ao final do Império e início do regime republicano – foi aquele em que se verificou a consolidação da industrialização brasileira. Devemos entender como industrialização, nesse momento, o começo de um processo no qual a unidade fabril, altamente mecanizada, afirmou-se como predominante na nossa economia urbana.

Isso não aconteceu em todos os grandes centros do país. Porém, foi um dado patente numa das suas regiões: o Sudeste. Basta lembrar que as empresas paulistas e as fluminenses daquela época que possuíam mais de cem trabalhadores e investimentos acima de mil contos de réis – representavam, respectivamente, 85% e 75% de todo o capital industrial aplicado na área! Mas o que explica tal diferença? O que teria o Sudeste de tão especial?

MP197

O crescimento das cidades

Até os primeiros anos de 1900, as cidades brasileiras cresciam em ritmo lento e a maioria das pessoas vivia no campo.

A partir desse período, o deslocamento de pessoas vindas do campo e a chegada de imigrantes provocaram o crescimento da população, fornecendo mão de obra para as fábricas e impulsionando o comércio e a prestação de serviços. O trabalho remunerado criou um mercado consumidor, isto é, um mercado de compradores, para os artigos que eram produzidos nas fábricas.

Com isso, as cidades cresceram e as rápidas transformações sociais criaram a necessidade de melhorias urbanas, como a ampliação de ruas e avenidas, a instalação de bondes elétricos e da rede de esgoto e a canalização de água.

Imagem: Fotografia em preto e branco. Vista de local com rua ao centro e à esquerda e à direita, casarões grandes e antigos. Um à esquerda, com dois andares, com janelas grandes e finas. Mais ao fundo, casas similares.  Fim da imagem.

LEGENDA: Cidade de São Paulo, no estado de São Paulo, em 1892. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Ícone: Atividade oral. Fim da imagem.
  1. Observe as imagens e responda à questão.
Imagem: Fotografia em preto e branco. Vista do alto de local com rua ao centro, muitas árvores e entra elas, casarões antigos de dois andares e paredes claras. No alto, céu com muitas nuvens.  Fim da imagem.

LEGENDA: Avenida Paulista, na cidade de São Paulo, no estado de São Paulo, em 1905. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Vista do alto de rua ao centro, de cor cinza e faixa ao centro, com automóveis passando, com algumas árvores de folhas verdes. À esquerda e à direita, prédios de tamanho médio e outros altos, espelhados.  Fim da imagem.

LEGENDA: Avenida Paulista, na cidade de São Paulo, no estado de São Paulo, em 2019. FIM DA LEGENDA.

PROFESSOR Resposta pessoal.

Algumas melhorias urbanas tiveram um custo social alto, prejudicando principalmente as pessoas mais pobres, que perderam suas moradias. Foi o que ocorreu no Rio de Janeiro, a capital do país.

No início do século XX, a cidade era foco de uma variedade de doenças, como a disenteria, a difteria e a peste bubônica. Para controlar a propagação dessas doenças e melhorar o transporte na cidade, o prefeito Pereira Passos planejou uma reforma urbana radical, que ficaria conhecida como “bota abaixo”.

MANUAL DO PROFESSOR

Dentre os fatores dessa “especialidade”, destacou-se a avassaladora expansão da lavoura cafeeira ocorrida, a partir de 1870, na Província de São Paulo, enquanto no Rio de Janeiro a cafeicultura ainda tinha destaque. A existência de abundantes terras virgens na região do chamado Oeste Paulista, juntamente com a alta dos preços do café no exterior, determinou uma verdadeira “corrida” para o interior paulista fazendo com que extensas regiões de matas logo se transformassem num mar de cafezais. [...]

Em função da nova “onda verde”, uma ampla infraestrutura de serviços, transportes, casas comerciais e bancárias fez-se presente para sustentar o crescimento da cafeicultura.

FONTE: MENDONÇA, Sônia Regina de. A industrialização brasileira. São Paulo: Moderna, 2004. p. 19-20.

Explique aos estudantes que o processo massivo de migração do campo para a cidade, o chamado êxodo rural, intensificou-se na segunda metade dos anos 1900, em grande parte, por causa da mecanização do campo, que gerava ociosidade nas áreas rurais.

Na mesma época, a industrialização trazia a necessidade de trabalhadores no meio urbano. Assim, a mecanização do campo e a industrialização das cidades geraram, simultaneamente, o êxodo rural e o crescimento das cidades.

Ressalte que, quando a população de uma cidade cresce, essa cidade passa a necessitar de infraestrutura, como avenidas, módulos de transporte etc. O aumento populacional também se associa ao aumento do consumo de produtos, apoiando a ampliação industrial.

Atividade 15. Ainda que o êxodo rural não seja tão significativo na atualidade, espera-se que os estudantes compreendam que as cidades continuam mudando em estrutura e população.

Nesta página são abordados aspectos que permitem trabalhar as habilidades da BNCC EF04HI03 e EF04GE02, promovendo, em especial, a articulação entre os conteúdos dos componentes curriculares de História e Geografia e a abordagem integrada em Ciências Humanas.

MP198

Nessa reforma, iniciada em 1903, inúmeros prédios e casas foram demolidos para a instalação de redes de esgoto e a construção de avenidas, jardins e praças.

A reforma de Pereira Passos atingiu principalmente as pessoas mais pobres, que foram expulsas da área central da cidade e empurradas para as áreas periféricas ou para as encostas dos morros. Nessas áreas, formaram-se inúmeras favelas, nas quais quase não existia infraestrutura, como rede de esgoto, água encanada, luz elétrica e transporte.

Imagem: Fotografia em tons de sépia. Vista do alto de local com pessoas, homens de terno e duas crianças de blusa clara, perto de solo com parte escavada e encanamentos dentro. À esquerda, calçada, com estabelecimento de vários andares e muitas janelas. À direita, parte em construção com haste na vertical e horizontal.  Fim da imagem.

LEGENDA: Instalação de rede de esgoto e alargamento de rua na cidade do Rio de Janeiro, no estado do Rio de Janeiro, em 1906. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia em tons de sépia. Vista de local com morro com vegetação rasteira e à esquerda, casas de paredes e muros de madeira, com telhado triangular. De frente das casas, pessoas descendo e mais abaixo, outras três sentadas junto com uma criança de blusa clara, e as mulheres de saia longa. Perto das casas, ao fundo, árvores de folhas verdes.  Fim da imagem.

LEGENDA: Favela no Morro do Pinto, uma das primeiras a se formar nas encostas dos morros na cidade do Rio de Janeiro, no estado do Rio de Janeiro. Fotografia de 1912. FIM DA LEGENDA.

PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre esta atividade nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
  1. Por que o prefeito Pereira Passos iniciou uma reforma urbana radical na cidade do Rio de Janeiro, em 1903?
Imagem: Ícone: Atividade oral. Fim da imagem.
  1. Um dos principais objetivos da reforma urbana do Rio de Janeiro era melhorar as condições de saúde da população. Em sua opinião, as pessoas mais pobres foram beneficiadas nesse sentido pela reforma? Converse com os colegas e o professor sobre isso.
PROFESSOR Resposta pessoal.

A especialização dos espaços urbanos

O crescimento urbano e a instalação de indústrias diversificaram os espaços da cidade, tornando alguns bairros predominantemente residenciais, comerciais ou industriais.

Os bairros com grande concentração de prédios e casas são chamados bairros residenciais. Os bairros que apresentam diversas lojas, escritórios, consultórios médicos e dentários, restaurantes e mercados são chamados bairros comerciais. Os bairros que concentram muitas indústrias são chamados bairros industriais.

Em diferentes cidades brasileiras, diversos bairros cresceram estimulados pela instalação de indústrias, como o bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro, o bairro São José, no Recife, e o bairro do Brás, em São Paulo.

MANUAL DO PROFESSOR

Comente com os estudantes que a infraestrutura da cidade do Rio de Janeiro não acompanhou o ritmo de crescimento da população e que grande parte dos moradores da cidade não tinha acesso à estrutura viária, ao abastecimento de água e à rede de esgotos, o que facilitava a proliferação de doenças de simples prevenção, como a disenteria e a peste bubônica.

Explique aos estudantes que as reformas iniciadas em 1903 no Rio de Janeiro foram planejadas com o intuito de controlar a proliferação de doenças e melhorar as vias de transporte, mas acabaram expulsando das áreas centrais os moradores de baixa renda e contribuindo para o processo de favelização que já vinha ocorrendo na cidade.

Atividade 16. Espera-se que os estudantes expliquem que a reforma urbana iniciada no Rio de Janeiro em 1903 tinha o objetivo de controlar a propagação de doenças como a disenteria, a difteria e a peste bubônica, e de melhorar o transporte na cidade. Essa reforma ficou conhecida como “bota abaixo” porque inúmeros prédios e casas foram demolidos para a instalação de redes de esgoto e a construção de avenidas, jardins e praças.

Atividade 17. As respostas são pessoais, no entanto, é esperado que os estudantes percebam que as reformas no Rio de Janeiro trouxeram melhorias urbanas, mas não beneficiaram a população mais pobre, que teve de se mudar para áreas periféricas.

Ao abordar a especialização dos espaços da cidade, comente com os estudantes que a observação da paisagem urbana permite estabelecer distinções entre os bairros, de acordo com as funções que desempenham.

Explique as diferenças entre bairros residenciais, comerciais e industriais. Relembre, porém, que os bairros mudam ao longo do tempo, de acordo com as atividades que neles se desenvolvem. Lembre-os ainda de que um mesmo bairro pode desempenhar mais de uma função.

As moradias operárias

A maior parte das residências operárias localizava-se próximo aos locais de trabalho, o que fez surgir os chamados bairros mistos industriais e operários. Bairros que estavam próximo às ferrovias e áreas de várzeas, como o Brás, Mooca, Barra Funda, Ipiranga, Cambuci entre outros.

[...] Cientes das péssimas condições de trabalho e renda que a grande maioria dos operários vivenciava, percebemos que aos operários eram “reservados” dois tipos de habitações: as vilas operárias, e os quartos minúsculos, os chamados cortiços, onde habitava a maioria deles [...].

Com o advento da grande imigração no fim do século XIX, como vimos anteriormente, um grande fluxo de pessoas passou pela cidade de São Paulo, com destino às grandes fazendas de café [...].

MP199

  1. Observe as imagens do bairro do Brás, na cidade de São Paulo, e responda no caderno às questões.
PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre esta atividade nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
Imagem: Fotografia em tons de sépia. Vista do alto de cidade com uma rua central, com casas de paredes claras e telhado na parte superior. Ao fundo, à esquerda, usinas com grandes paredes, inúmeras janelas e torres de chaminés por onde sai fumaça para o céu.  Fim da imagem.

LEGENDA: Vista do bairro do Brás, na cidade de São Paulo, no estado de São Paulo, em 1925. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. À frente, faixa de pedestre de cor branca, um homem à direita passando sobre ela, de pele morena, camiseta cinza, com calça jeans em azul-claro. Ao fundo, local com muitos estabelecimentos comerciais e um prédio à frente de cor bege e partes com janelas. Nas ruas, postes com muitos cabos de energia e abaixo, semáforos.  Fim da imagem.

LEGENDA: Vista do bairro do Brás, na cidade de São Paulo, no estado de São Paulo, em 2021. FIM DA LEGENDA.

  1. Qual era a principal atividade humana no bairro do Brás, em 1925?
  1. Qual é a principal atividade humana no bairro do Brás atualmente?
  1. De acordo com as imagens, no passado o bairro do Brás era residencial, comercial ou industrial? Como você sabe disso?
  1. Atualmente, o bairro do Brás é residencial, comercial ou industrial? Como você sabe disso?

    Nos bairros industriais, alguns proprietários de fábricas optaram por construir moradias para os operários, que ficaram conhecidas como vilas operárias.

    Diferentemente do que ocorria nos cortiços, nas vilas operárias cada família tinha banheiro próprio. Por isso, essas moradias eram consideradas “casas higiênicas”.

    A partir de 1920, os proprietários das fábricas deixaram de construir as vilas operárias, e as moradias foram vendidas para os trabalhadores. Algumas vilas operárias existem até hoje, como é o caso da Vila Maria Zélia, inaugurada em 1917 para abrigar os operários de uma indústria têxtil.

Imagem: Fotografia em preto e branco. Vista do alto de local com ruas, quadras com casarões e ao centro, muitos galpões com paredes claras e telhado escuro. Em algumas partes, árvores e mais ao fundo, outras casas.  Fim da imagem.

LEGENDA: Vista da Vila Maria Zélia, na cidade de São Paulo, no estado de São Paulo, em 1920. FIM DA LEGENDA.

  1. O que eram as vilas operárias?
PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre esta atividade nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
  1. Qual era a vantagem das vilas operárias em relação aos cortiços?
  1. Cite dois problemas das vilas operárias.
MANUAL DO PROFESSOR

Como forma de expandir lucros, vários industriais começaram a construir conjuntos residenciais para operários. Entre estes empresários, estavam principalmente industriais de tecidos, cujos estabelecimentos, naquela época pioneira, eram sempre muito próximos às linhas férreas, então os únicos meios de transporte de mercadoria e de passageiros [...].

As casas das vilas operárias eram alugadas aos operários. Também construídas em locais predeterminados [...], nos bairros operários ou próximo a estes, como forma de propiciar um manancial constante de mão de obra.

FONTE: DE PAULA, Amir El Hakim. Os operários pedem passagem!: A geografia do operário na cidade de São Paulo (1900 – 1917). Dissertação (mestrado) apresentada ao Departamento de Geografia da FFLCH-USP. São Paulo, 2005. p. 79-81.

Explore com os estudantes as fotografias do bairro do Brás, em São Paulo. Considere a leitura dos elementos das paisagens retratadas como um instrumento de análise histórica e geográfica.

Atividade 18. Os estudantes devem observar que o Brás foi um bairro industrial e se tornou comercial. É possível afirmar isso com base nas imagens: a fotografia de 1925 mostra as chaminés de fábricas no bairro, e a de 2021 mostra principalmente estabelecimentos comerciais.

Explique que no início da industrialização alguns proprietários de fábricas optaram por construir moradias para os operários. Eram casas pequenas, de dois ou três quartos, formando uma vila. Para os proprietários das fábricas essa prática era vantajosa, pois, além de significar arrecadação de renda com o aluguel pago pelos moradores, garantia a presença de mão de obra perene nas redondezas da fábrica.

Atividade 19. Espera-se que os estudantes mencionem que as vilas operárias eram conjuntos de moradias construídas pelos proprietários das fábricas para os operários. As moradias eram consideradas “casas higiênicas”, pois cada família dispunha de banheiro próprio. Porém, não havia moradias disponíveis para todos os operários e os aluguéis eram altos.

Nesta página são abordados aspectos que permitem trabalhar as habilidades da BNCC EF04HI03 e EF04GE02, promovendo, em especial, a articulação entre os conteúdos dos componentes curriculares de História e Geografia e a abordagem integrada em Ciências Humanas.

Para você ler

Brás: sotaques e desmemórias, de Lourenço Diaféria. Boitempo, 2002.

O livro explora as memórias relativas ao bairro do Brás, na cidade de São Paulo, fortemente marcadas pela imigração, como revelam os vários sotaques e outros elementos da cultura local.

MP200

As migrações internas

O deslocamento de pessoas que deixam um lugar para viver em outro, no mesmo país de origem, é chamado migração interna. No Brasil, entre as décadas de 1920 e 1970, muitas pessoas deixaram a terra natal e migraram para outras regiões do país. Os períodos prolongados de seca no Nordeste geraram escassez de água, dificuldade de cultivar a terra, desemprego e situações de fome e miséria, levando várias famílias a migrar em busca de condições de sobrevivência.

Especialmente entre os anos 1930 e 1960, esse fluxo migratório ocorreu em direção às regiões Sul e Sudeste, onde havia oferta de trabalho em construções, indústrias, fazendas e outros setores.

Um grande número de pessoas que migraram saiu de áreas rurais com destino a áreas urbanas. Esse tipo de fluxo migratório do campo para a cidade é chamado êxodo rural.

Nesse período de intensos deslocamentos populacionais, a população urbana do Brasil se tornou maior do que a população rural.

20. Observe os gráficos a seguir e responda às questões.

Imagem: Gráfico. Brasil: população rural e urbana (1940) Legenda: Laranja: População rural Azul: População urbana  Fim da imagem.

FONTE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Anuário estatístico do Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 2002.

Imagem: Gráfico em pizza:  31% da população urbana. 69% da população rural.  Gráfico. Brasil: população rural e urbana (2015) Legenda: Laranja: População rural Azul: População urbana Gráfico em pizza: 85% da população urbana. 15% da população rural.   Fim da imagem.

FONTE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa nacional por amostra de domicílios: síntese de indicadores 2015. Rio de Janeiro: IBGE, 2016.

  1. Nos gráficos, o que a cor laranja representa? E a cor azul?
PROFESSOR Resposta: Laranja: a população rural. Azul: a população urbana.
  1. Em 1940, de cada 100 habitantes, quantos viviam no campo?
PROFESSOR Resposta: 69.

E em 2015?

PROFESSOR Resposta: 15.
  1. De acordo com os gráficos, o que aconteceu com as pessoas que viviam no campo entre 1940 e 2015?
PROFESSOR Resposta: Muitas pessoas migraram do campo para a cidade.
Imagem: Ícone: Atividade oral. Fim da imagem.
  1. Muitas pessoas deixaram o campo e foram para as cidades em busca de melhores condições de vida. Em sua opinião, a vida delas melhorou na cidade? Converse com os colegas e o professor sobre isso.
PROFESSOR Resposta pessoal.
MANUAL DO PROFESSOR

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para o conteúdo das páginas 164-165 podem ser trabalhadas na semana 33.

Fim do complemento.

Relembre os estudantes de que a dinâmica das migrações geralmente se relaciona a motivos econômicos, políticos ou a desastres naturais. Converse com eles sobre os motivos dos fluxos migratórios da região Nordeste para outras regiões do Brasil. Comente que as secas no semiárido nordestino ficam muito severas de tempos em tempos, o que atinge a produção agrícola e seca as fontes de água que os sertanejos usam para sobreviver, tornando a permanência nesses lugares praticamente inviável.

Destaque que um dos grandes fluxos migratórios entre regiões observados no Brasil foi o que ocorreu entre meados e finais dos anos 1900 e se originou na região Nordeste, tendo como destino a região Sudeste. Esse fluxo foi motivado pelas secas e pela falta de emprego, mas decorreu também da falta de investimentos públicos na região naquela época.

Esclareça que entre os séculos XIX e XX, o centro econômico do país se deslocou do Nordeste para o Sudeste brasileiro, quando a lavoura cafeeira pautou as exportações e a vida econômica do país, possibilitando a acumulação de capital para o início da industrialização. A busca por oportunidades de trabalho levou os migrantes nordestinos a se deslocarem para cidades como Rio de Janeiro e São Paulo.

Atividade 20. Espera-se que os estudantes observem que entre 1940 e 2015 a população rural, que correspondia a 69% da população brasileira, passou a corresponder a apenas 15% da população total do país.

Nestas páginas são abordados aspectos que permitem trabalhar a habilidade da BNCC EF04GE02.

Para você ler

Seca no Nordeste : desafios e soluções, de Edith Oliveira Menezes. Atual, 2019.

A obra discute as dificuldades e os interesses políticos que barram as possibilidades de superação dos problemas gerados pelas secas no sertão nordestino.

Educação em valores e temas contemporâneos

A migração de diferentes grupos dentro do Brasil agrega elementos culturais aos locais de destino e às pessoas que neles vivem. A heterogeneidade da sociedade brasileira se revela na sua composição étnica e cultural, de forma que é fundamental respeitar grupos e indivíduos provenientes de diferentes regiões para uma boa convivência.

MP201

A partir dos anos 1960, as regiões Centro-Oeste e Norte começaram a receber um fluxo maior de pessoas vindas de outras regiões brasileiras, em decorrência da construção de Brasília e da criação da Zona Franca de Manaus, uma importante área industrial no município de Manaus, no estado do Amazonas. O avanço da agricultura e da pecuária nessas regiões também estimulou a migração de pessoas.

Imagem: Fotografia. Vista do alto de local com vários galpões grandes de cor cinza-claro, com muitos caminhões em volta e à esquerda, centenas de carros estacionados. Perto dos galpões, área com vegetação e árvores de folhas verdes e estrada à esquerda, por onde passam automóveis. Em segundo plano, outros galpões gigantes de cor branca. Em terceiro plano, área arborizada e rio.  Fim da imagem.

LEGENDA: Indústrias da Zona Franca de Manaus, no município de Manaus, no estado do Amazonas, em 2020. FIM DA LEGENDA.

Atualmente, a migração interna diminuiu bastante e percebe-se um movimento de retorno dos migrantes para os lugares em que nasceram, chamado de migração de retorno.

  1. Observe o mapa a seguir e responda no caderno às questões.
Imagem: Ilustração. Mapa. Brasil: fluxo migratório (2010)* Rosa dos ventos em preto com os sentidos: N, NO, O, SO, S, SE, L, NE. Escala de 0 – 455 km.  Legenda:  Migrantes (mil pessoas) Flecha fina em vermelho: de 20 a 30. Flecha em vermelho menos fina: de 31 a 50. Flecha em vermelho mais grossa: de 51 a 100. Flecha em vermelho mais grossa: de 101 a 150. Flecha em vermelho maior: acima de 150.  Do PA para AM, AP, MA e GO: por volta de 20 a 50 mil. De RO para MT por volta de 20 a 30 mil. Um grande fluxo do nordeste: MA, CE, PI, RN, PB, PE, AL, SE, BA para o sudeste: SP: acima de 150 e RJ = 100 mil. Pequenos fluxos entre o nordeste e região centro de GO = de 31 a 50 mil. De SP, grande fluxo para MG de 101 a 150 mil e nordeste: BA e PI, CE, PB, PE: 31 a 50 mil. Pequenos fluxos entre sul e sudeste: PR, SC, RS e SP: 31 a 50 mil.   Fim da imagem.

FONTE: Graça M. L. Ferreira. Moderno atlas geográfico. 6ª ed. São Paulo: Moderna, 2016.

Observação: O mapa utiliza os dados estatísticos do Censo Demográfico 2010. Fim da nota. Fim da observação.

  1. De qual região se originou o maior número de migrantes?
PROFESSOR Resposta: Nordeste.
  1. Para qual região a maioria desses migrantes se dirigiu?
PROFESSOR Resposta: Sudeste.
MANUAL DO PROFESSOR

Comente com os estudantes que, até 1960, a capital do Brasil estava sediada na região Sudeste, na cidade do Rio de Janeiro. Em 1957 teve início a construção da nova capital, Brasília, no Centro-Oeste do país.

As obras atraíram um grande número de pessoas que buscavam por trabalho.

Muitos dos trabalhadores que se deslocaram para Brasília com a intenção de se empregar nas obras de construção da capital acabaram fixando moradia na região. Atualmente, Brasília é a cidade mais populosa do Centro-Oeste, e no seu entorno desenvolveram-se vários outros municípios.

Sobre a Zona Franca de Manaus, explique aos estudantes que foi idealizada em 1957 e implementada dez anos depois. O projeto visava ao desenvolvimento econômico regional a partir de três polos: comercial, industrial e agropecuário.

A Zona Franca de Manaus é uma área de livre comércio de importação e exportação. Por incentivar a industrialização e o crescimento econômico regional, o polo recebe incentivos fiscais desde a sua criação e possui garantia estabelecida desses incentivos até 2073.

Atividade 21. Espera-se que os estudantes reconheçam que o principal fluxo migratório foi dos estados da região Nordeste para o estado de São Paulo. Oriente-os a observar o grande fluxo de retorno do estado de São Paulo para os estados da região Nordeste.

Êxodo rural e metropolização

Nas décadas de 1970 e 1980 o Brasil sofreu um intenso processo de êxodo rural. A mecanização da produção agrícola expulsou trabalhadores do campo que se deslocaram para as cidades em busca de oportunidades de trabalho. Hoje, o deslocamento do campo para a cidade continua, porém, em percentuais menores.

O intenso processo de urbanização no Brasil gerou o fenômeno da metropolização (ocupação urbana que ultrapassa os limites das cidades) e, consequentemente, o desenvolvimento de grandes centros metropolitanos como São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Salvador, Goiânia, Manaus, entre outros.

FONTE: IBGE Teen. Porcentagem de residentes nas zonas urbana e rural (2015). Disponível em: http://fdnc.io/fnP. Acesso em: 21 jun. 2021.

MP202

Capítulo 2. Diversidade cultural brasileira

A cultura brasileira foi formada por uma diversidade de povos e etnias, mesclando distintos costumes e tradições. Muitos elementos culturais herdados dos diferentes grupos que compõem a sociedade são compartilhados pela população. Há, também, as culturas regionais, que apresentam muitas diferenças e podem ser observadas em danças, festas, comidas e até mesmo em expressões verbais. É importante considerar ainda que ocorreram muitas trocas culturais entre as regiões do país.

Essas trocas foram favorecidas pela intensificação das migrações internas a partir dos anos 1920. Os deslocamentos populacionais contribuíram para aproximar pessoas com origens e histórias muito distintas. Como se observa atualmente, pessoas vindas das diferentes regiões do Brasil circulam e convivem no dia a dia nas grandes cidades.

Imagem: Ícone: Atividade oral. Fim da imagem.
  1. Observe a pintura a seguir e depois responda no caderno às questões.
Imagem: Pintura. Em formato piramidal, dezenas de rosto de pessoas: homens e mulheres de etnias diferentes. Alguns homens são morenos de cabelos escuros, outros de pele clara e cabelos escuros ou castanhos, pessoas negras de cabelos escuros, alguns morenos e de olhos fechados e mulheres loiras. Na fileira de baixo, uma mulher morena de cabelos escuros com um véu bege sobre a cabeça. À esquerda, chaminés cinzas e em uma delas sai uma grande quantidade de fumaça para o céu. Ao fundo, prédios de paredes brancas com janelas cinzas e céu azul-claro sem nuvens.  Fim da imagem.

LEGENDA: Tarsila do Amaral. Operários, 1933. Óleo sobre tela, 150 cm × 205 cm. FIM DA LEGENDA.

  1. Em sua opinião, o que a artista pretendeu representar na obra de arte?
PROFESSOR Resposta pessoal.
  1. Quais grupos que formaram a população brasileira foram representados pela artista?
PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre esta atividade nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
MANUAL DO PROFESSOR

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para o conteúdo das páginas 166-167 podem ser trabalhadas na semana 33.

Fim do complemento.

Objetivos pedagógicos do capítulo

  • Associar a diversidade à identidade brasileira.
  • Compreender que a formação da cultura brasileira está relacionada aos fluxos migratórios.
  • Compreender a origem e a função das diferentes línguas faladas no Brasil colonial e o processo de consolidação do português como língua nacional do Brasil.
  • Relacionar algumas práticas, saberes e costumes brasileiros a suas origens étnico-culturais.
  • Reconhecer o papel dos meios de comunicação na difusão cultural brasileira, do rádio e da televisão durante o século XX à internet nos dias de hoje.
  • Reconhecer a importância da inclusão digital no processo de difusão das diversas expressões culturais do Brasil.
  • Valorizar a cultura brasileira e compreender que ela está em constante transformação.

    Orientações didáticas

    Destaque alguns elementos da cultura brasileira relacionados a diferentes matrizes culturais – por exemplo, hábitos da matriz indígena, como a utilização do milho e da mandioca na alimentação, o uso de redes para dormir e o costume dos banhos diários. Incentive os estudantes a apresentar outros exemplos. Vale ressaltar as peculiaridades do vocabulário de cada região e fazer com a turma o exercício de reconhecimento de elementos de diferentes culturas em seus próprios hábitos, sejam eles de linguagem, alimentação, gostos musicais etc.

    Atividade 1. Espera-se que os estudantes respondam que a artista quis representar a diversidade da população brasileira, representando indígenas, africanos, europeus, asiáticos, entre outros.

    Operários e Tarsila do Amaral

    Tarsila do Amaral foi uma pintora que fez parte do movimento modernista e que buscou em suas obras representar o povo brasileiro.

    Incentive os estudantes a analisar os diversos rostos representados pela pintora. Comente as características mais marcantes das pessoas retratadas.

MP203

Foi também a partir dos anos 1920 que a divulgação de cultura e informação começou a ser facilitada pelas inovações tecnológicas nos meios de comunicação. Elas possibilitaram, sucessivamente, a popularização do rádio, da TV e dos aparelhos digitais, como o computador e o celular.

Hoje, aplicativos e redes virtuais permitem conhecer diferentes culturas de lugares distantes. Nem todos, porém, têm acesso aos meios digitais. A exclusão digital ainda é uma realidade para os segmentos menos favorecidos da sociedade e acentua as desigualdades econômicas, sociais e culturais.

Por isso, é importante contar com diferentes formas de conhecer outros costumes, pessoas e histórias, como os centros culturais e os espaços de convivência.

Imagem: Fotografia. De frente para uma mesa branca, uma menina à direita, vista de lado. Ela tem pele clara, cabelos com franja escuros, com faixa amarelo sobre os cabelos e camiseta de cor laranja, com as mãos no teclado. Na tela, ela vê dançarinos e dançarinas com vestidos longos de cor vermelha.  Fim da imagem.

LEGENDA: Estudante assiste a um espetáculo de dança regional pelo computador. Fotografia de 2021. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Sobre solo cinza, e local com fundo preto e linhas coloridas em branco, amarelo e vermelho, bonecos em pé. Ao centro, um boneco de cabelos loiros, com blusa de cor laranja, lenço e saia longa azul come estampa florida. À esquerda, boneco visto de costas de pele clara, cabelos grisalhos, com vestes longas de mangas compridas em preto. À direita, boneco visto de lado de pele clara, cabelos escuros, com camisa de mangas longas em azul e estampa florida em vermelho, com calça marrom e sapatos pretos. Mais ao fundo, outros bonecos.  Fim da imagem.

LEGENDA: Quadrilha de bonecos na festa de São João no Centro de Tradições Nordestinas, na cidade de São Paulo, no estado de São Paulo. Fotografia de 2017. FIM DA LEGENDA.

  1. De que maneiras podemos conhecer a diversidade cultural do Brasil?
PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre esta atividade nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
Imagem: Ícone: Atividade em grupo. Fim da imagem.
  1. Reúna-se com alguns colegas para produzir um álbum sobre a riqueza cultural de um estado ou de uma região do Brasil. Para isso, sigam estes passos:
PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre esta atividade nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
Imagem: Ícone: Atividade oral. Fim da imagem.
MANUAL DO PROFESSOR

Reforce que as manifestações culturais que fazem parte do cotidiano estão permeadas por elementos não só locais, mas originados nas diferentes regiões brasileiras, uma consequência do movimento contínuo das migrações. O objetivo é dar continuidade ao tratamento da cultura como resultado da conjunção de variados elementos que fazem parte dos costumes da população de um local.

Explique aos estudantes que os meios de comunicação, como o rádio e a televisão, cumpriram um papel essencial não só na propagação das diferentes culturas, mas na manutenção do vínculo do migrante com o seu local de origem, informando-o sobre sua região. Comente que, nas primeiras décadas do século XX, o rádio cumpriu um papel tão importante quanto o que a internet cumpre nos dias de hoje como difusor de informações.

Aborde a questão da exclusão digital, destacando que parte da população brasileira ainda não tem acesso à internet. Explique como o baixo acesso aos meios de comunicação por uma determinada parcela da população é um dos fatores que contribuem para a construção de hegemonias sociais e marginalizações.

Atividade 2. Espera-se que os estudantes apontem que é possível conhecer a diversidade cultural do Brasil pela convivência em espaços como os centros culturais ou por livros, filmes, obras de arte e canais de comunicação, como internet, rádio, televisão e jornais.

Atividade 3. Oriente a realização da pesquisa sobre as manifestações culturais de um estado ou região do Brasil e a confecção do álbum com o material levantado. Na apresentação dos trabalhos, incentive os estudantes a identificar e a discutir as semelhanças e as diferenças entre as tradições e os costumes do local estudado e as do lugar onde vivem.

Nesta página são abordados aspectos que permitem trabalhar as habilidades da BNCC EF04HI08, EF04HI10, EF04HI11, EF04GE01 e EF04GE02, promovendo, em especial, a articulação entre os conteúdos dos componentes curriculares de História e Geografia e a abordagem integrada em Ciências Humanas.

MP204

As características da cultura nacional

Todos os povos que formaram a população brasileira contribuíram também para a construção da cultura nacional.

Algumas lendas do folclore, a cerâmica, o preparo de alimentos com milho e mandioca são exemplos da influência indígena na cultura brasileira.

Entre as muitas contribuições dos diversos povos africanos que vieram para o Brasil, destacam-se a música, a religiosidade e a culinária. O samba, o candomblé e o uso do azeite de dendê são alguns exemplos da influência dos povos africanos na cultura brasileira.

Entre os imigrantes, os portugueses, por exemplo, introduziram a festa junina e o carnaval. Deles também herdamos a língua portuguesa falada no Brasil.

Imagem: Fotografia. Duas crianças dentro de um rio verde, vistas dos ombros para cima. Elas são morenas, com cabelos pretos lisos Uma olha para frente sorrindo e outra, atrás dela rindo.  Fim da imagem.

LEGENDA: O costume de tomar banhos diariamente foi herdado dos povos indígenas. Na imagem, crianças da etnia Xavante, na Terra Indígena Sangradouro, no estado de Mato Grosso, em 2020. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Vista geral de local com bonecos grandes dançando. À esquerda, bonecos vestidos de homens: um de pele clara, cabelos pretos, outro ruivo e ao lado dele, um boneco negro de cabelos pretos. Todos usam uma camisa azul com estampa em laranja, de mangas compridas e calça em bege. À direita, outras bonecas dançando de blusa de mangas compridas e saia longa de cor azul com estampas em laranja. Uma delas tem cabelos loiros, outra tem cabelos pretos e outra tem cabelos castanhos. No alto, linha finas com bandeiras coloridas penduradas. Mais ao fundo, prédio de paredes amarelas com partes em branco;  Fim da imagem.

LEGENDA: Festa junina, celebração de raízes portuguesas. Na imagem, os Bonecões da Mantiqueira dançam quadrilha durante o festejo no município de Pirapora do Bom Jesus, no estado de São Paulo, em 2019. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Sobre local com solo de cor bege, arenoso, mulheres e homens, dois dançando. À esquerda, um homem de pele morena, cabelos pretos, com chapéu de palha sobre a cabeça, camiseta com estampas coloridas em azul e vermelho e calça azul, dançando e se equilibrando sobre uma perna só. À frente, à direita, mulher de pele morena, cabelos pretos, com lenço azul sobre a cabeça, blusa azul e com estampas na gola e saia longa estampada, com os braços abertos. À esquerda, dezenas de homens sentados, tocando instrumentos. Eles são negros, usam chapéu bege redondo sobre a cabeça, com camiseta estampada de cor azul e partes em vermelho e calça azul. Mais ao fundo, árvore de folhas verdes e céu em azul-claro, sem nuvens.  Fim da imagem.

LEGENDA: Samba do Veio, manifestação cultural de matriz africana preservada pela comunidade de moradores da ilha do Massangano, no município de Petrolina, no estado de Pernambuco. Fotografia de 2018. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Ícone: Atividade em grupo. Fim da imagem.
  1. Em grupo, pesquisem a origem de uma manifestação cultural própria do lugar onde vocês vivem, enfatizando as influências culturais que ela recebeu. Investiguem os itens a seguir:
PROFESSOR Resposta pessoal.
MANUAL DO PROFESSOR

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para o conteúdo das páginas 168-170 podem ser trabalhadas na semana 34.

Fim do complemento.

Retome a abordagem da natureza multiétnica da formação cultural do povo brasileiro destacando as matrizes indígena, africana e portuguesa.

Explore com os estudantes as informações textuais e visuais apresentadas. Note que cada imagem é representativa de uma das matrizes de nossa formação étnica e cultural.

Ao abordar a matriz indígena, relembre que o termo “lenda” costuma designar narrativas da tradição oral transmitidas de geração em geração. De maneira geral, essas histórias apresentam uma explicação para os fenômenos da natureza e revelam formas de ver e de pensar o mundo.

Atividade 4. Oriente os estudantes na realização da pesquisa sobre uma manifestação cultural do lugar onde vivem. Se achar conveniente, proponha a organização de uma exposição sobre a cultura brasileira com base no resultado da pesquisa. Nesse caso, os estudantes podem produzir cartazes e providenciar objetos, como roupas, acessórios e instrumentos culturais usados na manifestação que pesquisaram.

Nesta página são abordados aspectos que permitem trabalhar as habilidades da BNCC EF04HI11 e EF04GE01, promovendo, em especial, a articulação entre os conteúdos dos componentes curriculares de História e Geografia e a abordagem integrada em Ciências Humanas.

Línguas gerais

[...] é preciso distinguir duas Línguas Gerais no Brasil-Colônia: a paulista e a amazônica. [...]

A Língua Geral paulista teve sua origem na língua dos índios Tupi de São Vicente e do alto rio Tietê, a qual diferia um pouco da dos Tupinambá. No século XVII, era falada pelos exploradores dos sertões conhecidos como bandeirantes. [...]

Essa segunda Língua Geral desenvolveu-se inicialmente no Maranhão e no Pará, a partir do Tupinambá, nos séculos XVII e XVIII. [...]. Desde o final do século XIX, a Língua Geral amazônica passou a ser conhecida, também, pelo nome Nheengatu (ie’engatú = “língua boa”).

MP205

As línguas do Brasil

A língua mais falada no Brasil é o português, mas contabilizam-se mais de 250 línguas faladas por povos indígenas de diferentes etnias. No início da colonização, eram cerca de 340 as línguas indígenas faladas no território que atualmente chamamos de Brasil.

A necessidade de comunicação cotidiana fez com que os colonizadores aprendessem algumas línguas indígenas. Nos primeiros duzentos anos de colonização, foi adotada a língua geral paulista, variação da língua tupi entendida e falada por portugueses e indígenas ao longo de toda a costa brasileira.

No Maranhão, no Pará e no Vale Amazônico, era falada a língua geral amazônica ou nheengatu, e na região oeste do atual Paraná e nas margens do rio Uruguai, era falado o guarani.

Imagem: Fotografia. Capa de livro de cor bege, com texto de cor preta: Catecismo dadoutrina Christaa na língua Brafilica da Naçéao kiriri composto pelo P. Luis Vincencio Mamiani, Da companhia de JESUS, milliona rio da Provincia do Brafil. Na parte inferior, um símbolo de cor preta que é similar a uma flor sobre ramos, com folhas pequenas. Na parte inferior, texto: Lisboa, Na Officina de Miguel Deslandes, Impreffor de Sua Mageftade, com todas as licenças neceffarias. Anno de 1684.  Fim da imagem.

LEGENDA: Livro Catecismo da doutrina cristã, escrito em língua geral indígena e composto pelo padre Luis Vincencio Mamiani, 1698. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Pintura. Dentro de uma toca, moradia de paredes de madeiras com palhas e solo em terra.  Na parte interna da toca, dois homens com vestes de religiosos de cor preta à esquerda. Um deles está agachado de joelhos e segurando nas mãos uma bíblia, de frente para um púlpito de lenço branco e parte vermelha, com uma cruz. À direita, religioso em pé de pele clara, cabelos escuros, com vestes longas em preto, com o braço direito para o alto e braço esquerdo sobre o peito. De frente para eles, dezenas de indígenas em pé. Eles têm pele morena, com coroa de plumas e saiote na cintura. Ao fundo, à direita, porta e um indígena em pé, segurando uma vara na mão esquerda de madeira. Em terceiro plano, árvores com folhas verdes.  Fim da imagem.

LEGENDA: Benedito Calixto. Anchieta e Nóbrega na cabana de Pindobuçu, 1920. Óleo sobre tela, 42,5 cm × 65,8 cm. Nessa obra, o autor representou a catequese dos indígenas pelos missionários jesuítas. FIM DA LEGENDA.

A principal razão da ampla difusão das línguas gerais foi a facilidade que isso dava aos religiosos para catequizar os indígenas.

Convém ainda lembrar que, entre as línguas de origem europeia faladas na colônia, o português era a predominante, mas havia também o espanhol, o francês e o holandês.

PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre estas atividades nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
  1. A língua portuguesa foi a única falada durante a colonização?
  1. O que eram as línguas gerais?
MANUAL DO PROFESSOR

Apesar de suas muitas transformações, o Nheengatu continua sendo falado nos dias de hoje, especialmente na bacia do rio Negro (rios Uaupés e Içana). Além de ser a língua materna da população cabocla, mantém o caráter de língua de comunicação entre índios e não índios, ou entre índios de diferentes línguas. [...]

FONTE: INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL. Línguas gerais. Disponível em: http://fdnc.io/61w. Acesso em: 21 jun. 2021.

Inicie a abordagem das línguas no Brasil conversando com os estudantes sobre como as pessoas se comunicam e a importância da língua para as relações sociais e para a formação cultural de um povo. Comente que a língua materna estimula a formação de determinados músculos, capacitando-nos a pronunciar as palavras com a dicção necessária. Ela também direciona a visão de mundo das pessoas, condicionando sua compreensão ao que está expresso no vocabulário, por exemplo.

Estimule os estudantes a imaginar como seria se falassem outra língua: Que língua seria? Eles ainda conseguiriam se comunicar com as pessoas que conhecem? Promova uma discussão livre sobre o assunto, estimulando-os a utilizar a imaginação e a argumentação.

Se julgar conveniente, proponha aos estudantes investigar em quais países do mundo a língua portuguesa é falada. Depois, peça que respondam por que a língua portuguesa é falada em lugares tão distantes uns dos outros. Com essa estratégia, a turma deve notar que os falantes de língua portuguesa vivem em países que em algum momento de sua história foram colônias de Portugal.

Atividade 5. Espera-se que os estudantes respondam negativamente, esclarecendo que durante a colonização falavam-se as línguas gerais indígenas e outras línguas de origem europeia.

Nesta página são abordados aspectos que permitem trabalhar as habilidades da BNCC EF04HI01 e EF04HI10.

MP206

PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre esta atividade nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
  1. O que determinou que o uso das línguas gerais indígenas perdurasse por tanto tempo no período colonial?

No século XVIII, o governo de Portugal, querendo administrar de modo mais presente a colônia, resolveu investir na disseminação da língua portuguesa, impondo o uso dessa língua nas escolas, em documentos e locais públicos.

No norte do Brasil, onde prevalecia o nheengatu, houve maior resistência à adoção do português.

  1. Quando e por que os colonizadores decidiram impor a língua portuguesa como idioma preferencial?
PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre esta atividade nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
  1. Como os colonizadores fizeram para impor a língua portuguesa como idioma preferencial?
PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre esta atividade nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.

As línguas indígenas foram amplamente adotadas pelos portugueses, como vimos, mas isso não aconteceu com as línguas africanas.

Foram vários os grupos africanos trazidos para o Brasil, e eles falavam línguas diversas. Para evitar que se unissem contra os senhores, os colonos europeus procuravam não concentrar as pessoas escravizadas da mesma origem em um só local, o que contribuiu para dispersar a cultura linguística dos africanos.

Os quilombos, por exemplo, que eram abrigos construídos por escravizados fugidos, foram locais de preservação e prática de várias línguas africanas.

Apesar dessa reação dos portugueses, muitas palavras das línguas africanas foram incorporadas à língua portuguesa falada no Brasil.

  1. A política dos colonizadores com relação às línguas africanas foi a mesma adotada para as línguas indígenas?
PROFESSOR Resposta: Não.
  1. Como os quilombos ajudaram na preservação das línguas africanas?
PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre esta atividade nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
Imagem: Ícone: Atividade para casa.  Fim da imagem.
  1. Monte no caderno um quadro como o do modelo a seguir. Para preenchê-lo, faça uma pesquisa em livros ou sites e selecione cinco palavras da língua portuguesa de origem indígena e cinco de origem africana.
PROFESSOR Resposta pessoal.

Quadro: equivalente textual a seguir.

Palavras de origem indígena

Palavras de origem africana

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MANUAL DO PROFESSOR

Atividade 7. Espera-se que os estudantes observem que o uso das línguas gerais indígenas perdurou por muito tempo no período colonial principalmente porque os religiosos, como os jesuítas, utilizavam as línguas indígenas para obter melhores resultados no trabalho de conversão dos povos originários.

Introduza a questão das línguas africanas lembrando aos estudantes que os africanos trazidos escravizados para o Brasil tinham diferentes origens e línguas. A estratégia de dispersar os escravizados de mesma língua visava dificultar a comunicação entre eles e, assim, evitar a organização de revoltas. O cerceamento da comunicação era uma das formas de violência utilizadas para imobilizar e silenciar os escravizados, mantendo-os na condição de dominados.

Comente que muitas palavras que usamos hoje no Brasil têm origem em línguas africanas, principalmente as do grupo linguístico Banto. Explique aos estudantes que esse grupo linguístico englobava muitas línguas diferentes, mas que tinham semelhanças entre si.

Atividades 10 e 11. Com base no texto, espera-se que os estudantes mencionem que os colonizadores não adotaram línguas africanas, como fizeram com as línguas indígenas, e que os quilombos foram locais de preservação e prática de várias línguas africanas.

Atividade 12. Sugerimos que esta atividade seja realizada em casa por exigir pesquisa sobre determinadas informações. Oriente os estudantes a consultar fontes na internet que sejam confiáveis. Essa é uma ótima oportunidade para desenvolver com os estudantes a consolidação dos processos que envolvem a literacia e a alfabetização por meio da localização e retirada de informação explícita no texto e de interpretação e relação de ideias e informação. Oriente os estudantes a montar o quadro, destacando que, apesar do procedimento português, muitas palavras das línguas africanas foram incorporadas à língua portuguesa falada no Brasil.

Nossas vogais, nosso canto

As línguas do grupo Banto não têm grupos consonantais, não têm uma sílaba fechada por consoante. O resultado é que nosso português é riquíssimo em vogais, afastado do português lusitano, muito baseado nas consoantes. O baiano fala cantando? Todo brasileiro fala cantando – aliás, “cantano”, porque a gente sempre evita consoantes. A parte sonora da palavra é a vogal, e nós fazemos questão de cantar. No futebol nós dizemos “gou”, em Portugal dizem golo, para acentuar a consoante. Nossa língua é vocalizada, nós colocamos vogais até mesmo onde elas não existem.

FONTE: CASTRO, Yeda Pessoa de. Nossa língua africana. Entrevista cedida ao Marcello Scarrone. Revista de história da Biblioteca Nacional. Ano 10, n. 16, p. 61, maio 2015.

MP207

A música brasileira

A música brasileira também recebeu a influência de diversas culturas.

Os instrumentos musicais feitos pelos povos indígenas, como a flauta, o tambor e o chocalho, foram incorporados à música nacional.

Os povos africanos que foram trazidos para o Brasil como escravizados se reuniam em rodas para cantar e dançar nos chamados batuques, realizados ao som de diversos instrumentos de percussão, como atabaque e djembê, e acompanhados de cantos e palmas.

O uso de instrumentos de percussão para a execução de ritmos musicais foi uma das principais contribuições dos povos africanos para a música brasileira.

Imagem: Fotografia. Vista geral de local coma areia de cor bege-claro, com dezenas de homens em pé, um ao lado do outro, com uma flauta de cor bege sobre a boca deles. Eles são morenos, cabelos lisos pretos, com colar no pescoço, cinto de palha nas pernas, com short ou bermuda. Em segundo plano, morros de cor cinza. No alto, céu em azul-claro, nuvens brancas.  Fim da imagem.

LEGENDA: Ritual com flautas do povo Enawenê-Nawê. Terra Indígena Enawenê-Nawê, no estado de Mato Grosso. Fotografia de 2020. FIM DA LEGENDA.

PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre estas atividades nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
  1. Cite uma contribuição de povos indígenas e uma contribuição de povos africanos para a música brasileira.
  1. Como eram realizados os batuques africanos?

    Do lundu ao samba

    O lundu também foi trazido pelos povos africanos para o Brasil durante o período colonial. Essa dança, originária das terras africanas que hoje são território de Angola e do Congo, era feita em roda ao som de tambores.

    Com o passar do tempo, o lundu foi sendo incorporado e praticado por toda a sociedade e deu origem ao atual samba.

Imagem: Fotografia. Um atabaque na vertical de cor marrom, com parte superior arredondada em bege. Na parte inferior, parte de cor bege.  Fim da imagem.

LEGENDA: O atabaque é um tipo de tambor. FIM DA LEGENDA.

MANUAL DO PROFESSOR

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As três aulas previstas para o conteúdo das páginas 171-173 podem ser trabalhadas nas semanas 34 e 35.

Fim do complemento.

Converse com os estudantes sobre a importância da música e da dança nos rituais indígenas. Comente que as danças podem ser feitas em grupo ou individualmente e que, em geral, são acompanhadas por cantos e ritmos produzidos por instrumentos musicais como o maracá, que é um tipo de chocalho feito com sementes secas.

Após a leitura do texto, verifique se os estudantes conhecem o som dos instrumentos indígenas mencionados ou se já tocaram algum deles. Incentive-os a compartilhar suas experiências. Se possível, apresente vídeos que apresentem indígenas tocando instrumentos musicais.

Comente com os estudantes que muitas tradições musicais de origem africana foram preservadas ao longo do tempo por práticas religiosas que têm uma relação íntima com o ritmo dos tambores.

Atividade 13. Com base no texto, os estudantes podem responder que a música brasileira incorporou instrumentos musicais indígenas, como a flauta, o tambor e o chocalho. Dos povos africanos, uma das principais contribuições foi o uso de instrumentos de percussão, como o atabaque.

Nestas páginas são abordados aspectos que permitem trabalhar as habilidades da BNCC EF04HI01 e EF04HI10.

As múltiplas expressões musicais

As muitas músicas da música – o samba ou o maracatu brasileiros, o blues e o jazz norte-americanos, a valsa, o rap, a sinfonia clássica europeia, [...] a música cultural infantil, entre muitas outras possibilidades – são expressões sonoras que refletem a consciência, o modo de perceber, pensar e sentir de indivíduos, comunidades, culturas, regiões, em seu processo sócio-histórico. Por isso, tão importante quanto conhecer e preservar nossas tradições musicais é conhecer a produção musical de outros povos e culturas e, de igual modo, explorar, criar e ampliar os caminhos e os recursos para o fazer musical. Como uma das formas de representação simbólica do mundo, a música, em sua diversidade e riqueza, permite-nos conhecer melhor a nós mesmos e ao outro – próximo ou distante.

FONTE: BRITO, Teça Alencar de. Música na educação infantil: propostas para a formação integral da criança. São Paulo: Peirópolis, 2003. p. 28.

MP208

Nessa trajetória, a dança do lundu ganhou versões distintas. Na versão mais usual, um casal fica no meio da roda e dança com movimentos de quadril e batidas de pés. Os instrumentos musicais utilizados para tocar o lundu são o atabaque, o agogô, a marimba, o pandeiro, o triângulo e a cuíca.

Imagem: Pintura. Local com solo de cor bege, com dezenas de homens e mulheres negros, dançando. À esquerda, à frente, homem de pele negra, com cabelos castanhos, com camiseta vermelha e bermuda cinza, agachado com as mãos sobre um tambor bege. À direita, cesto com frutos redondos em verde e amarelo, um pote cinza arredondado. Perto, uma mulher negra vista de lado, com lenço na cabeça rosa, partes em amarelo, com blusa branca, lenço verde sobre o ombro, blusa branca e saia longa de cor lilás, com as mãos para frente. Ao centro, um homem sem camiseta, com bermuda de cor branca, braços erguidos para cima e chapéu sobre a cabeça em branco e estampado, descalço. À direita, mulher com lenço rosa sobre os cabelos, com blusa de cor branca, saia longa de cor azul, sem sapatos e mãos sobre a cintura. Perto deles, à direita, menino de cabelos escuros, com blusa branca, bermuda verde, com flauta bege na mão esquerda. Mais ao fundo, outros homens e mulheres. Na ponta da esquerda, um homem de blusa marrom, bermuda verde e segura na mão esquerda um vaso de cor marrom. Ao fundo, casas de paredes claras com telhado marrom e árvores de folhas verdes. Em segundo plano, morro, céu em azul-claro e nuvens brancas. Fim da imagem.

LEGENDA: Augusto Earle. Negros dançando o fandango no Campo de Santana, Rio de Janeiro, 1822. Aquarela, 21 cm × 34 cm. O pintor inglês viajou pelo Brasil entre 1820 e 1824. Na cena retratada, pode-se observar um movimento comum a muitas danças de matriz africana, a umbigada. Esse movimento é executado, por exemplo, no lundu e no tambor de crioula. FIM DA LEGENDA.

PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre as atividades 15 e 16 nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
  1. Qual é a origem do lundu?
  1. Observe a imagem e responda à questão.
Imagem: Fotografia. Duas mulheres dançando à esquerda. Elas são negras, de cabelos escuros encaracolados, uma de frente para outra. À esquerda, mulher de regata branca, saia longa em branco e laranja e à frente, uma mulher de regata rosa e saia longa com flores. À direita, um homem negro agachado, sobre um tambor de cor bege, com boné verde, camisa branca e bermuda cinza. Ao lado, um moço de pele morena, cabelos escuros, com camiseta de cor branca, bermuda cinza, com as mãos sobre um tambor marrom sobre um cavalete. Mais ao fundo, outros homens negros dançando.  Fim da imagem.

LEGENDA: Tambor de crioula no município de Alcântara, no estado do Maranhão, em 2014. FIM DA LEGENDA.

O maxixe é considerado um dos primeiros ritmos brasileiros. Ele foi criado há cerca de 150 anos e mistura o lundu com a mazurca e a polca, que são danças de origem europeia.

O choro ou chorinho é outro ritmo musical brasileiro. Ele surgiu há cerca de 120 anos e tem influências dos ritmos da polca e da valsa, de origem europeia. Na execução desses gêneros musicais, o principal instrumento é o piano. Muitos choros eram executados nas ruas, e, por isso, o piano acabou sendo substituído pelo violão, pelo cavaquinho e pela flauta.

Entre os grandes nomes da música brasileira que compunham e tocavam choro estão Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazareth e Pixinguinha.

Imagem: Fotografia em preto e branca. Mulher com os braços sobre base. Ela tem pele clara com cabelos escuros presos para trás, com uma faixa de tecido. Ela tem sobrancelhas escuras, nariz pequeno e boca fechada, com a mão esquerda de frente para rosto, olhando para frente. Ela usa vestido de mangas compridas escuras, com partes escuras. No braço esquerdo, um bracelete pequeno fino preto.  Fim da imagem.

LEGENDA: Chiquinha Gonzaga foi a primeira mulher a se tornar maestrina no Brasil. Compôs a canção Ó abre alas, em 1889, que faz sucesso no carnaval até hoje. FIM DA LEGENDA.

MANUAL DO PROFESSOR

O lundu chegou ao Brasil com os africanos escravizados, e as primeiras referências sobre ele datam dos anos 1700.

Explique aos estudantes que, como muitas manifestações da cultura popular, ao longo do tempo e conforme o lugar, o lundu recebeu distintas versões, havendo variações nos estilos da música, das danças e das vestimentas. Em uma das versões mais conhecidas, as mulheres dançam com saias rodadas e usam correntes ou colares de sementes; já os homens usam calças curtas e muitos colares.

Comente que o lundu passou por ondas de preconceito e de admiração, mas se espalhou pelo país e ainda hoje é praticado.

Informe aos estudantes que, nas primeiras décadas do século XX, as mulheres que se dedicavam à música não eram bem vistas pela sociedade. Explique que, naquela época, considerava-se que o papel da mulher era somente cuidar dos filhos e dos afazeres domésticos. Desse modo, eles poderão compreender melhor o contexto social em que viveu Chiquinha Gonzaga e o papel transgressor que ela representou.

Atividades 15 e 16. Explore com os estudantes as informações textuais e visuais e depois proponha que registrem no caderno as respostas às questões.

Nestas páginas são abordados aspectos que permitem trabalhar a habilidade da BNCC EF04GE01.

Para você ler

Uma história da música popular brasileira : das origens à modernidade, de Jairo Severiano. Editora 34, 2008.

A obra trata dos principais gêneros e movimentos da música brasileira, além de importantes compositores e intérpretes.

O choro e o samba

No final do século XX, o samba era apenas ritmo. Não havia letras. Alguns anos antes, a partir de 1880, surgira um gênero instrumental: o choro. Os primeiros grupos de chorões [...] tocavam ritmos estrangeiros nos bailes e saraus elegantes. Em suas reuniões, a polca da Boêmia, o schottisch teuto-escocês ou a valsa da Alemanha ou da França ganhavam um sotaque totalmente brasileiro.

Era o choro. Criatividade e improviso. Suas origens brancas o tornavam aceitável pela elite e, por conseguinte, pela polícia, que não se incomodava com o som das rodas de choro que se ouvia das salas das residências [...]. O choro, porém, funcionava como disfarce para que, no fundo, se fizesse samba. Como declara Pixinguinha: “O choro tinha mais prestígio naquele tempo. O samba, você sabe, era mais cantado nos terreiros, pelas pessoas muito humildes.

MP209

Imagem: Ícone: Atividade oral. Fim da imagem.
  1. Observe a imagem, leia a legenda e responda às questões.
Imagem: Fotografia em tons de sépia. Dezenas de homens sentados um ao lado do outro, com chapéu redondo, com terno e sapatos de couro. Alguns estão com terno claro, outros escuros, segurando nas mãos instrumentos musicais: flautas finas e cavaquinho à frente e ao fundo, alguns homens com violão, em pé. Mais ao fundo, na parte superior, luzes penduradas.  Fim da imagem.

LEGENDA: Grupo de choro no município do Rio de Janeiro, no estado do Rio de Janeiro, em 1916. FIM DA LEGENDA.

  1. Qual é o gênero musical tocado pelo grupo que aparece na imagem?
PROFESSOR Resposta: Choro ou chorinho.
  1. Em sua opinião, por que há apenas homens no grupo?
PROFESSOR Resposta pessoal.

A mistura de diversos ritmos africanos e europeus deu origem ao samba, que também é um ritmo considerado brasileiro. Ele surgiu no início dos anos 1900, na cidade do Rio de Janeiro, e tem muitas variações.

Os instrumentos musicais mais utilizados para executar o samba são o tamborim, o violão, o cavaquinho, o pandeiro, o agogô, a cuíca, o surdo e as caixas.

Alguns dos principais artistas brasileiros do samba são Noel Rosa, Cartola, Nelson Cavaquinho, Paulinho da Viola e Martinho da Vila.

Imagem: Fotografia. De frente para um microfone, dois homens sentados tocando violão, sentados. À esquerda, um homem de pele morena, cabelos grisalhos, com camisa de mangas compridas xadrez em branco e azul, com calça cinza, tocando violão de cor bege. Mais à direita, homem moreno de cabelos escuros, com óculos de sol preto, camiseta de cor branca, com calça em azul, tocando violão de cor amarela e de pernas cruzadas.  Fim da imagem.

LEGENDA: Os sambistas Nelson Cavaquinho e Cartola, no Colégio Equipe, na cidade de São Paulo, no estado de São Paulo, em 1977. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Violão: Instrumento de tamanho médio com parte na vertical ao centro, com cordas acima na vertical e parte inferior, parte em marrom-claro.  Fim da imagem.

LEGENDA: Violão. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Agogô, instrumento de cor cinza e nas pontas, partes arredondadas e à direita, uma haste fina preta com bolinha pequena à esquerda.  Fim da imagem.

LEGENDA: Agogô. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Cavaquinho: instrumento pequeno, na diagonal, com haste fino na vertical, com cordas e parte inferior de madeira em bege.  Fim da imagem.

LEGENDA: Cavaquinho. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Surdo, instrumento grande de cor marrom-claro e em cima, parte arredondada de cor bege-claro. Fim da imagem.

LEGENDA: Surdo. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Um pandeiro redondo de cor bege-claro, com partes de cor prata, arredondada em cinza, ao redor.  Fim da imagem.

LEGENDA: Pandeiro. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Ícone: Atividade oral. Fim da imagem.
  1. Você já ouviu ou tocou algum dos instrumentos musicais apresentados nas imagens acima? Se sim, conte para os colegas como foi sua experiência.
PROFESSOR Respostas pessoais.
Imagem: Ícone: Atividade em dupla. Fim da imagem.
  1. Em dupla, pesquisem na internet a letra de uma canção de samba e anotem-na no caderno. Depois, apresentem-na para os colegas e o professor e expliquem por que vocês a selecionaram.
PROFESSOR Resposta pessoal.
MANUAL DO PROFESSOR

Se havia uma festa, o choro era tocado na sala de visitas e o samba, só no quintal, para os empregados. [...].”

O maxixe é uma das últimas evoluções do batuque africano antes do samba. O ritmo sofre influências da polca europeia e da habanera. O compasso rápido dois por quatro acabou gerando a primeira dança urbana brasileira. Percebe-se também influência do tango hispano-americano, sobretudo na sensualidade. Os preceitos morais da época levaram a classificá-la como “a dança proibida”.

FONTE: WORMS, Luciana Salles; COSTA, Wellington Borges (org.). Brasil século XX : ao pé da letra da canção popular. Curitiba: Nova Didática, 2002. p. 15-18.

Atividade 17. Associe a questão proposta aos comentários feitos sobre o papel transgressor de Chiquinha Gonzaga como musicista.

É provável que os estudantes não conheçam alguns ritmos musicais tratados no texto. Para maior envolvimento deles com o conteúdo, se possível, promova a audição de algumas canções dos estilos musicais trabalhados. Sugerimos: “Bamboleando” (maxixe de Luiz Gonzaga e Miguel Lima, 1945); “Carinhoso” (choro de Pixinguinha com letra de João de Barro, 1937); “O urubu e o gavião” (choro de Pixinguinha, 1930); “A flor e o espinho” (samba de Nelson Cavaquinho com letra de Guilherme de Brito e Alcides Caminha, 1957); “A canção da saudade” (samba de Cartola, 1975); “As rosas não falam” (samba de Cartola, 1976); “O samba do Arnesto” (samba de Adoniran Barbosa, 1955).

Se achar conveniente, organize uma audição dos instrumenos mencionados com a presença de pessoas que saibam tocá-los. É importante estimular o interesse dos estudantes pela música e apresentar os diferentes acordes e sons produzidos pelos instrumentos.

Pergunte aos estudantes se eles gostam de samba e quais são as suas canções e intérpretes favoritos. Estimule-os a perguntar aos familiares as preferências musicais deles.

Atividade 18. Explore com os estudantes as imagens de instrumentos musicais apresentadas e estimule-os a trocar ideias sobre esses instrumentos e a relatar experiências que tenham tido com eles.

Atividade 19. Oriente os estudantes a se organizarem em duplas para fazer a pesquisa proposta. No momento do compartilhamento das letras de samba selecionadas pelas duplas, pode ser interessante fazer a interpretação coletiva de uma ou duas delas.

MP210

As festas populares

As festas populares são uma forma de expressão da cultura brasileira e revelam a influência de outros povos. A festa junina e o carnaval, por exemplo, são comemorações trazidas pelos portugueses.

No Brasil, há várias festas populares, mas a principal é o carnaval, que ocorre no mês de fevereiro ou março. Durante os dias de festejo, as pessoas podem cantar, dançar e usar fantasias em escolas de samba ou blocos de rua.

O carnaval é festejado em todo o Brasil, mas varia de um lugar para outro. No Rio de Janeiro e em São Paulo, as escolas de samba organizam desfiles luxuosos com fantasias e carros alegóricos. Em Pernambuco, milhares de pessoas saem às ruas para dançar ao som do frevo, um ritmo típico do estado. Na Bahia, são muito populares os trios elétricos, em que músicos cantam sobre caminhões equipados com aparelhos de som.

Imagem: Fotografia. Vista geral de local com centenas de pessoas ao centro, desfilando com roupa de cor azul e partes em amarelo. Mais ao fundo, um carro alegórico de cor verde, com formato de uma onça de cor amarela e faixas em preto. Ele está com a boca aberta, língua rosa para fora. No alto, boneco grande com o formato de um corpo de um indígena de pele morena, com plumas em laranja sobre a cabeça. Ao fundo, outras pessoas desfilando de cor amarela e carro alegórico. À esquerda e à direita, pessoas sentadas em arquibancadas.  Fim da imagem.

LEGENDA: Desfile de escola de samba na cidade de São Paulo, no estado de São Paulo, no carnaval de 2020. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Em uma rua, pessoas fantasiadas de roupas em azul e detalhes em preto e amarelo. À direita, criança com roupa em vermelho e detalhes em branco. Ao centro, pessoa morena com vestido grande preto e detalhes em amarelo e branco. Mais ao fundo, outra mulher de vestido roxo, detalhes em amarelo e partes em laranja. Em segundo plano, um tecido grande na vertical de cor vermelha com detalhes em amarelo, partes em azul-escuro e texto em branco: Estrela- Brilhante. Mais ao fundo, outros dançarinos e pessoas fantasiadas. Fim da imagem.

LEGENDA: Grupo de maracatu no carnaval de 2020 no Recife, no estado de Pernambuco. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Rua de cor cinza, com dezenas de pessoas negras com vestidos de cor branca, colares, com lençol na cabeça, em azul-claro. À esquerda e à direita, casas de paredes em branco , vermelho e verde. Sobre as paredes, antenas de televisão redonda e ao fundo, prédio de cor cinza. No céu, azul-claro com nuvens brancas.  Fim da imagem.

LEGENDA: Afoxé feminino Filhas de Gandhy em evento pré-carnavalesco na cidade de Salvador, no estado da Bahia, em 2020. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Ícone: Atividade oral. Fim da imagem.
  1. Você já participou de alguma festa popular? Se sim, conte aos colegas e ao professor como foi essa experiência e o que você sabe sobre a origem dessa festa.
PROFESSOR Respostas pessoais.
  1. Utilize as informações a seguir para escrever no caderno dois pequenos textos descrevendo:
PROFESSOR Resposta pessoal.
  1. o carnaval;
  1. a festa junina.
    • Ocorre no mês de junho.
    • Ocorre no mês de fevereiro ou março.
    • As pessoas podem cantar, dançar e usar fantasias.
    • As pessoas vestem roupas de tecido de chita e usam chapéus de palha.
    • As pessoas desfilam em escolas de samba ou blocos de rua.
    • As pessoas dançam quadrilha.
MANUAL DO PROFESSOR

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para o conteúdo das páginas 174-175 podem ser trabalhadas na semana 35.

Fim do complemento.

É muito importante que os estudantes conheçam e valorizem as diversas manifestações, festas e tradições populares do Brasil, reconhecendo e valorizando, também, as influências culturais das quais elas derivam.

Caso alguma das festas apresentadas não faça parte da rotina dos estudantes, é possível pesquisar imagens e vídeos sobre o tema. A pesquisa pode ser elaborada pelo professor ou pelos estudantes, como uma atividade.

Comente com os estudantes que o Carnaval é a maior e mais conhecida festa popular brasileira. Embora suas características variem no território nacional, a festividade geralmente é acompanhada de músicas alegres e do uso de roupas e fantasias coloridas.

Explique aos estudantes que o Carnaval brasileiro se relaciona a festas portuguesas e que aqui foram agregados diversos elementos oriundos das diferentes etnias que compõem a população do Brasil.

Atividade 20. Nesta atividade oral, garanta a todos os estudantes a oportunidade de expor os conhecimentos que têm sobre as festas populares brasileiras e as experiências de participação nelas.

Atividade 21. Oriente os estudantes a organizar as informações fornecidas e utilizá-las na produção de pequenos textos descrevendo o Carnaval e as Festas Juninas.

Educação em valores e temas contemporâneos

A riqueza cultural do Brasil é resultado do encontro e da mistura de muitas culturas. Além dos indígenas, dos portugueses e dos africanos, muitas outras culturas deixaram suas marcas. Isso se revela nas festas populares e tradicionais que adquirem características locais e se transformam, enriquecendo a cultura brasileira.

A cultura popular brasileira

A cultura popular não se resume a um conjunto coerente e homogêneo de atividades. Pelo contrário, uma de suas principais características é a heterogeneidade. As festas e danças [...] traduzem, de forma educativa e informativa, a imensa riqueza cultural do Brasil, que tem na cultura popular uma de suas expressões mais significativas, possibilitando inúmeras oportunidades de aprendizagem. Embalados pelas músicas, danças e festas populares os brasileiros expressam, de forma exemplar, o caráter multifacetado e único de nosso país.

As manifestações da cultura popular se modificam juntamente com as mudanças da sociedade em que estão inseridas, sendo parte fundamental dos diversos modos de pensar, sentir e agir de um povo, presentes em seu contexto sociocultural historicamente construído [...].

MP211

Também é muito difundida no Brasil a festa do bumba meu boi. Essa festa tem origem na história de Catirina e Francisco, uma narrativa da tradição oral nordestina que mistura elementos das culturas indígena, africana e portuguesa.

Apesar de a festa do bumba meu boi ser celebrada em todo o país, cada lugar a festeja de maneira diferente.

No Maranhão, essa festa tem três estilos diferentes: o boi de matraca, o de orquestra e o de zabumba, que se diferenciam pelo ritmo e pelos instrumentos musicais. No Piauí e no Ceará, a festa é chamada boi de reis, enquanto no Rio de Janeiro é chamada folguedo do boi.

No estado do Amazonas, essa festa recebe o nome de boi-bumbá. O festival de Parintins é a maior festa do boi-bumbá do Brasil, na qual competem pela preferência do público dois bois, o Garantido e o Caprichoso.

Imagem: Fotografia. À frente, um boi de plástico de cor branca, com par de chifre de cor bege e parte superior em marrom-escuro, olhos e focinho preto, com testa com mancha de cor vermelha. Mais ao fundo, vista desfocada de pessoas.  Fotografia. Um boi de plástico de cor preta, olhos marrons, com par de chifre de cor bege e parte superior dos chifres em marrom-escuro. Ao fundo, partes coloridas desfocadas.   Fim da imagem.

LEGENDA: Boi Garantido (à esquerda) e Boi Caprichoso (à direita) no Festival Folclórico de Parintins, na cidade de Parintins, no estado do Amazonas, em 2019. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Um boi com tecidos coloridos para à direita, com parte em preto, duas pombas brancas e bandeira do Brasil. No pescoço, texto em vermelho: Paz do Brasil. Sobre a cabeça, fitas de cor vermelha e tecido rosa na parte inferior. De frente para boi, mulher de pele negra, cabelos castanhos encaracolados para trás, com camiseta verde e rosa e bermuda em branco e cinza. Mais atrás, um homem visto parcialmente, com braço para o alto segurando uma linha. Ele tem pele morena, boné preto de camiseta branca com estampa. Mais ao fundo, parede de cor verde-claro, com objetos redondos marrons e à direita, faixa pendurada na vertical.  Fim da imagem.

LEGENDA: Preparação de indumentárias no barracão do tradicional grupo Boi da Floresta, fundado em 1972 na cidade de São Luís, no estado do Maranhão. Fotografia de 2019. FIM DA LEGENDA.

  1. Qual é o personagem principal da festa do bumba meu boi?
PROFESSOR Resposta: O boi.
  1. Em sua opinião, por que existem festas do bumba meu boi tão diferentes em todo o país?
PROFESSOR Resposta pessoal.
Imagem: Ícone: Atividade para casa. Fim da imagem.
Imagem: Ícone: Atividade oral. Fim da imagem.
  1. Pesquise em livros ou sites a história de Catirina e Francisco. Em seguida, faça uma história em quadrinhos sobre ela e apresente para os colegas e o professor.
PROFESSOR Resposta pessoal.
MANUAL DO PROFESSOR

As práticas culturais só se mantêm à medida que forem reproduzidas ou reelaboradas e transformadas quando se modificam as condições histórico-sociais em que se inserem, conferindo-lhes um caráter dinâmico [...].

Sabe-se que nenhuma sociedade é estática, pois sua cultura se modifica continuamente pela incorporação de novos elementos. No caso do Brasil, nota-se essa grande diversidade cultural pela miscigenação de seu povo. Herdou-se, por exemplo, o modelo europeu na concepção dos calendários das festas tradicionais que se entrelaçam com a influência dos negros africanos e indígenas nativos, proporcionando ao país muitas festividades singulares.

FONTE: CORTÊS, Gustavo Pereira. Dança, Brasil!: festas e danças populares. Belo Horizonte: Editora Leitura, 2000. p. 13-14.

Explique aos estudantes que a festa do bumba meu boi originou-se no Nordeste e atualmente mistura influências de povos africanos, indígenas e portugueses e é realizada em diversos locais do país.

Caso seja necessário, comente que a festa do bumba meu boi surgiu de uma lenda que tem entre os personagens um casal de pessoas escravizadas. Catirina, que estava grávida, pede ao seu marido, Francisco, uma língua de boi para comer. Para atender à vontade de Catirina, Francisco mata o boi mais bonito da fazenda de seu senhor. O senhor, ao perceber a morte do animal, pede a ajuda de um pajé indígena para ressuscitá-lo. Quando o boi volta à vida, todos da fazenda comemoram em uma grande festa.

Para ampliar a abordagem do tema, peça aos estudantes que investiguem cantigas, poemas, canções e lendas cujo tema seja o bumba meu boi.

Atividade 22. Espera-se que os estudantes reconheçam que o personagem principal da festa do bumba meu boi é o próprio boi.

Atividade 23. Espera-se que os estudantes relacionem a diversidade das festas do bumba meu boi com a diversidade de culturas e costumes locais.

Atividade 24. Sugerimos que esta atividade seja realizada em casa por exigir pesquisa sobre determinadas informações. Oriente os estudantes a consultar fontes na internet que sejam confiáveis. Essa é uma ótima oportunidade para desenvolver com os estudantes a consolidação dos processos que envolvem a literacia e a alfabetização por meio da localização e retirada de informação explícita no texto e de interpretação e relação de ideias e informação. A atividade pode promover também a integração e o diálogo do estudante com um familiar, além do compartilhamento de experiências e conhecimentos construídos fora da escola, para que dessa forma ganhem significado dentro dela. Em sala de aula, promova o compartilhamento das histórias em quadrinhos feitas pelos estudantes.

Nestas páginas são abordados aspectos que permitem trabalhar a habilidade da BNCC EF04GE01.

MP212

Culinária brasileira

Assim como outros elementos da cultura brasileira, a culinária também tem influência de diferentes povos: indígenas, africanos, europeus e asiáticos. Alguns pratos típicos consumidos no Brasil têm traços dessas diversas culturas. Outros são preparados com ingredientes próprios das diferentes regiões do país, como frutos, sementes, raízes e peixes. Conheça alguns deles.

Pato no tucupi

O pato no tucupi é um prato típico muito consumido no estado do Pará, na região Norte do Brasil. Seus principais ingredientes são carne de pato assada; jambu, uma erva da região amazônica; e o tucupi, um caldo obtido da mandioca-brava, de origem indígena. O pato no tucupi é servido com arroz branco e farinha de mandioca.

Imagem: Fotografia. Vista do alto de um pote à esquerda, de barro marrom, com prato composto por líquido e dentro vegetação verde. À direita, pote redondo preto com farinha de cor amarelo-claro.  Fim da imagem.

LEGENDA: A mandioca-brava possui substâncias tóxicas. Para a preparação do tucupi, o caldo da mandioca deve ser fervido por bastante tempo para eliminar essas substâncias. FIM DA LEGENDA.

Acarajé

O acarajé é um prato típico do estado da Bahia, na região Nordeste do Brasil. Ele é um bolinho feito de massa de feijão-fradinho frito no azeite de dendê, ingrediente comum da culinária africana. Depois de frito, o acarajé pode ser cortado ao meio e recheado. Entre os principais recheios estão: caruru, vatapá, camarão e salada de tomates cortados em cubos.

Imagem: Fotografia. Vista do alto de acarajé de cor bege, com pedaços de cor laranja, molho com tomates vermelhos e partes em amarelo.  Fim da imagem.

LEGENDA: O caruru, um dos recheios do acarajé, é um cozido de quiabo, camarão e azeite de dendê. Outro recheio, o vatapá, é preparado com pão amolecido, camarão e azeite de dendê. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Ícone: Atividade oral. Fim da imagem.
  1. Observe esta imagem e depois responda à questão.
Imagem: Fotografia. Dentro de uma casa de paredes brancos, com um fogão à esquerda, à frente. Uma mulher negra, vista da cintura para cima, com cabelos escuros trançados, com blusa regata colorida em azul, amarelo e rosa. Ela está com a mão esquerda para frente, sobre uma panela redonda preta, com bolinhos redondos em bege dentro. Mais ao fundo, outras duas pessoas negras, uma vista de costa de blusa azul e outra de frente, com vestido de cor amarela.  Fim da imagem.

LEGENDA: Preparação de akará em uma residência em Lagos, na Nigéria. O akará é um bolinho feito de feijão-fradinho frito no azeite de dendê. Fotografia de 2016. FIM DA LEGENDA.

PROFESSOR Resposta: O akará e o acarajé são bolinhos feitos de feijão-fradinho e fritos no azeite de dendê.
MANUAL DO PROFESSOR

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As três aulas previstas para o conteúdo das páginas 176-179 podem ser trabalhadas nas semanas 35 e 36.

Fim do complemento.

Para iniciar este assunto, você pode solicitar aos estudantes que, em casa, façam uma pesquisa entre as pessoas com quem moram para saber se na família há alguma receita que foi transmitida entre as gerações. Proponha o seguinte questionário e peça que anotem as respostas no caderno: “Em nossa família há uma receita que foi transmitida entre as gerações? Qual? Você conhece a origem dessa receita? Quais são os ingredientes principais dessa receita?”.

Converse com a turma sobre as receitas pesquisadas e peça a alguns estudantes que comentem com os colegas o que descobriram com a pesquisa.

A origem das receitas pode variar bastante, dependendo da região do Brasil em que os estudantes morem. É provável que apareçam receitas com a influência de povos indígenas, africanos, europeus ou asiáticos, além de receitas produzidas com ingredientes regionais.

Comente com os estudantes que os hábitos alimentares de um povo fazem parte de sua identidade e cultura e são transmitidos entre as gerações. Por isso, os alimentos podem variar de uma cultura para outra e mesmo entre regiões de um mesmo país, como é o caso do Brasil.

Atividade 25. Espera-se que os estudantes mencionem que o akará e o acarajé são bolinhos feitos de feijão-fradinho e fritos no azeite de dendê. A atividade permite evidenciar a forte conexão cultural entre o Brasil e a África.

Nestas páginas são abordados aspectos que permitem trabalhar a habilidade da BNCC EF04GE01.

Culinária: cultura e regionalidade

Na sociedade brasileira, há distintos modos de conceber a alimentação e a comida. Para uma melhor compreensão desses aspectos, é preciso considerar diferentes elementos, tais como o acesso, a produção, o abastecimento/comercialização e o consumo de alimentos, que permitem refletir sobre o ser humano-natureza, no processo de escolha alimentar. Diferentemente dos outros animais, o ser humano confronta diversos fatores culturais, sociais, econômicos, religiosos, psíquicos e históricos, para conceber sua comida [...].

No Brasil, em virtude da colonização pelos europeus, criaram-se teias de relações na produção de alimentos a partir do contato dos portugueses com indígenas e negro-africanos, e do estranhamento em face de distintos hábitos e costumes.

MP213

Imagem: Ícone: Atividade para casa. Fim da imagem.
  1. O tacacá e o baião de dois também são pratos típicos da culinária brasileira. Pesquise em livros e sites os principais ingredientes desses pratos e as regiões do Brasil em que eles são mais consumidos. Registre no caderno os dados que levantou.
PROFESSOR Resposta pessoal.
Imagem: Ícone: Atividade em dupla. Fim da imagem.

Feijoada

A feijoada é um prato consumido em muitos lugares do Brasil em diferentes versões. A receita mais popular no estado do Rio de Janeiro, na região Sudeste, consiste na mistura de feijão-preto cozido com pedaços de carne de porco, como rabo, orelhas, pés e costelas, além de linguiça e carne-seca.

Antigamente, o consumo de carne não era tão comum; assim, na maioria das vezes, cozinhavam-se vários ingredientes em uma mesma panela para evitar o desperdício de alimentos.

Imagem: Fotografia. Vista do alto de potes de barro redondos em marrom, com alimentos dentro. À esquerda, feijoada de cor marrom-escuro, à direita, vegetais em verde, outro com alimento bege e mais ao fundo, pote com arroz branco.  Fim da imagem.

LEGENDA: A feijoada costuma ser servida com arroz branco, couve, torresmo, farofa e laranja. FIM DA LEGENDA.

Feijão-tropeiro

O feijão-tropeiro é um prato típico do estado de Minas Gerais, na região Sudeste do Brasil. Os ingredientes desse prato são feijão (carioquinha ou vermelho), farinha de mandioca, linguiça ou carne de porco, toucinho e ovos. O prato leva esse nome porque era consumido tradicionalmente pelos tropeiros, comerciantes que viajavam em tropas de mulas pelo Brasil e que se alimentavam basicamente de carne-seca, torresmo e farinha durante as longas viagens pelo país.

Imagem: Fotografia. Vista do alto, uma panela de cor preta na horizontal com alimento: grãos de feijão de cor marrom, partes em amarelo, vegetais em verde e pedaços de carne.  Fim da imagem.

LEGENDA: O feijão-tropeiro tradicional leva alimentos secos, que resistiam às longas viagens dos tropeiros pelo Brasil. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Ícone: Atividade oral. Fim da imagem.
  1. Qual ingrediente é comum aos dois pratos apresentados acima?
PROFESSOR Resposta: O feijão.
PROFESSOR Respostas pessoais.
MANUAL DO PROFESSOR

Desde o início, a monocultura açucareira constituiu-se numa violência ao desvalorizar as culturas alimentares locais. De acordo com Woortman (1987), o ser humano atribui um caráter simbólico aos alimentos, e a comida torna-se uma construção ideológica, na medida em que articula o natural, o biológico e o cultural, constituindo-se em “hábitos”. Então, pode-se interpretar como uma forma de resistência a manutenção de valores alimentares dos indígenas e africanos fundantes de uma culinária em que se misturam diferentes culturas. [...]

FONTE: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Alimentos regionais brasileiros. 2ª ed. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2015. p. 437-438.

Atividade 26. Sugerimos que esta atividade seja realizada em casa por exigir pesquisa sobre determinadas informações. Oriente os estudantes a consultar fontes na internet que sejam confiáveis. Essa é uma ótima oportunidade para desenvolver com os estudantes a consolidação dos processos que envolvem a literacia e a alfabetização por meio da localização e retirada de informação explícita no texto e de interpretação e relação de ideias e informação.

Em sala de aula, verifique as informações levantadas pelos estudantes. Os principais ingredientes do tacacá são: goma de tapioca extraída da mandioca, tucupi, camarão e jambu. Esse prato é muito consumido na região Norte do Brasil. Os principais ingredientes do baião de dois são arroz, feijão-verde, carne de sol e queijo coalho. Esse prato é comum na região Nordeste do Brasil.

Explique aos estudantes que a receita da feijoada apresenta variações regionais. Enquanto na região Sudeste do Brasil ela é preparada com feijão-preto, na região Nordeste é preparada com feijão-mulatinho, por exemplo.

Atividade 27. Os estudantes devem observar que o ingrediente comum aos dois pratos apresentados é o feijão. Aproveite a atividade para falar da importância do consumo de arroz com feijão. Informe aos estudantes que essa combinação é rica em nutrientes, trazendo benefícios para a saúde.

Se julgar interessante, solicite aos estudantes que pesquisem outros pratos típicos da região Sudeste, como a moqueca capixaba, que é preparada na tradicional panela de barro e cozida em molho à base de tomate e temperos como cebola. Se possível, leve imagens de alguns pratos e peça aos estudantes que identifiquem os ingredientes de cada um.

MP214

Caldo de piranha

O caldo de piranha é um prato típico muito consumido no estado de Mato Grosso, na região Centro-Oeste. A piranha é um peixe muito comum nos rios da região. O caldo é feito misturando a carne desse peixe com ingredientes como pimentão, cebola, sal, folhas de louro, manjericão e pimenta.

Imagem: Fotografia. Vista do alto de uma caneca de cor branca, com borda azul na parte superior e estampa de flores. Dentro da caneca, caldo de cor marrom com folhas verdes. Ao lado, à esquerda, pedaço de limão, debaixo para tecido sobre prato branco redondo.  Fim da imagem.

LEGENDA: Caldo de piranha. No estado de Mato Grosso e em outros estados da região Centro-Oeste é comum o consumo de peixes, como o pintado, o pacu e a piranha. FIM DA LEGENDA.

Churrasco

O churrasco é um prato típico do estado do Rio Grande do Sul, na região Sul do Brasil. Antigamente, a carne era assada em espetos fincados em um buraco no chão. Até hoje algumas famílias e restaurantes reproduzem essa técnica de churrasco, chamada “fogo de chão”.

A técnica mais usada atualmente em diversos lugares do Brasil é assar as carnes em grelhas ou espetos no fogo do carvão vegetal. As carnes são temperadas com sal grosso e acompanhadas de arroz, farofa e saladas.

Imagem: Fotografia. Local com grama de cor verde. Ao centro, solo de cor marrom-escuro, com hastes de madeiras na vertical e nelas, pedaços de carnes de cor marrom fincados e linguiças. Ao fundo, toras de madeiras em marrom. Fim da imagem.

LEGENDA: No modo tradicional de preparar o churrasco, as cinzas são utilizadas para “temperar” a carne, dando-lhe um sabor peculiar. FIM DA LEGENDA.

  1. Em relação aos alimentos consumidos no lugar onde você vive, responda às questões.
  1. Quais são os alimentos mais consumidos?
PROFESSOR Resposta pessoal.
  1. Há algum alimento que você nunca provou? Qual?
PROFESSOR Respostas pessoais.
Imagem: Ícone: Atividade oral. Fim da imagem.
  1. Escolha um prato típico de sua região e faça uma pesquisa sobre os ingredientes e a forma de prepará-lo. Depois, converse sobre ele com os colegas e o professor.
PROFESSOR Resposta pessoal.
MANUAL DO PROFESSOR

Destaque a regionalidade da piranha, principal ingrediente do caldo de piranha. Chame a atenção dos estudantes também para o hábito de consumir peixes na região Centro-Oeste, onde a pesca fluvial é abundante. Os peixes são preparados de diversas formas: grelhados, ensopados e fritos.

O arroz com pequi é outro prato típico da região Centro-Oeste bastante conhecido. Por causa do pequi, o arroz fica amarelo e com sabor bem característico.

Comente com os estudantes que hoje em dia, em diversos lugares do Brasil, é mais comum assar carnes em grelhas ou espetos no fogo do carvão vegetal. As carnes são temperadas com sal grosso e acompanhadas de arroz, farofa e saladas.

Pergunte aos estudantes se eles já provaram alguns dos pratos típicos citados no texto. Peça que compartilhem as informações sobre os pratos que mencionarem: onde o consumiram, como é o gosto, a consistência, o aroma etc.

Atividade 28. Incentive os estudantes a falar sobre os alimentos mais consumidos no lugar onde vivem e suas experiências com eles.

Atividade 29. Possivelmente, as receitas selecionadas pelos estudantes contêm ingredientes comuns da região onde vivem. Estimule-os a trocar as receitas entre si.

Nestas páginas são abordados aspectos que permitem trabalhar a habilidade da BNCC EF04GE01.

O consumo de doces pelos brasileiros

O Brasil teve seu advento com a indústria açucareira. Com um mercado altamente rentável, todos os esforços foram concentrados para a produção de açúcar. Assim, a monocultura do açúcar dominou a paisagem brasileira, enquanto que o cultivo de outros gêneros alimentícios foi deixado de lado. No Brasil abundava o açúcar e faltavam os demais gêneros alimentícios [...]. Desta forma, não é de se estranhar que inúmeros doces fossem criados em terras brasileiras a ponto de se tornarem parte da identidade nacional [...].

No Brasil desenvolveu-se uma arte de doces que se situa entre as mais características da civilização brasileira. O açúcar [...] adoçou tantos aspectos da vida brasileira que não se pode separar dele a civilização nacional. Os “doces” brasileiros são exageradamente doces, muito mais “doces” que os “doces” de outros países.

MP215

A hora da sobremesa

O costume de comer doces depois das refeições foi trazido para o Brasil pelos portugueses. Para adoçar os doces portugueses, usava-se mel, que depois, aqui no Brasil, foi substituído pelo açúcar feito de cana-de-açúcar. No passado, o açúcar era muito utilizado para conservar alimentos; por exemplo, para conservar as frutas por mais tempo, elas eram cozidas com açúcar, resultando em compotas e geleias. Conheça alguns doces típicos brasileiros.

Imagem: Fotografia. Cuca, formato redondo de cor bege e parte inferior em marrom sobre uma base de vidro.  Fim da imagem.

LEGENDA: A cuca é um bolo comum na região Sul do Brasil. A origem dessa receita é alemã. A massa pode receber cobertura de farofa doce e frutas, como banana, maçã e abacaxi. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Vista do alto de um prato branco com rapadura de cor marrom com o formato retangular em marrom. Fim da imagem.

LEGENDA: A rapadura é muito consumida na região Nordeste do Brasil. Trata-se de um doce bem duro, obtido do caldo da cana-de-açúcar. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Um prato redondo em branco, com pamonha de cor bege-claro sobre folha de cor amarela. Fim da imagem.

LEGENDA: A pamonha é conhecida em todo o Brasil, especialmente no estado de Goiás, na região Centro-Oeste. Sua origem é indígena, mas a receita foi adaptada pelos portugueses e africanos. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Sobre base madeira de cor bege e marrom com goiabada: barra na horizontal de cor vermelha. Mais à direita, parte cortada arredondada em verde e parte de dentro em rosa-claro.  Fim da imagem.

LEGENDA: A goiabada é uma sobremesa muito popular no Brasil, produzida tradicionalmente no estado de Minas Gerais, na região Sudeste. Essa sobremesa é originária de Portugal e foi criada substituindo o marmelo pela goiaba. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Sobre base de cor cinza, com um pote arredondado de vidro transparente com pasta de cor bege-claro, com utensílio de madeira sobre ela. Ao redor, nozes de cor marrom-claro.  Fim da imagem.

LEGENDA: O doce de cupuaçu é uma sobremesa tradicional da região Norte. Fruto de uma árvore nativa da Amazônia, o cupuaçu também é usado no preparo de sucos, sorvetes e bombons, entre outras iguarias. FIM DA LEGENDA.

  1. Como se adoçavam os alimentos antes da utilização do açúcar feito de cana-de-açúcar?
PROFESSOR Resposta: Com mel.
  1. No passado, para que o açúcar era utilizado, além de adoçar?
PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre esta atividade nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
Imagem: Ícone: Atividade oral. Fim da imagem.
  1. Você conhece outros frutos típicos do Brasil utilizados na preparação de sobremesas? Converse com os colegas e o professor sobre isso.
PROFESSOR Resposta pessoal.
MANUAL DO PROFESSOR

A doçaria brasileira foi herdada dos portugueses e estes já se valiam de um excesso de açúcar desde a Idade Média. Com a abundância de açúcar no Brasil, isso se acentuou ainda mais. Era tanto açúcar que, segundo o relato de cronistas que provaram doces brasileiros de frutas, não se conseguia distinguir o sabor entre uma fruta e outra. Além da extrema doçura dos seus doces, os brasileiros também se destacam pela variedade e quantidade de produção destes. Por muito tempo a produção brasileira de doces superou em absoluto a de todos os mercados do mundo. [...].

FONTE: TEMPASS, Mártin César. Os grupos indígenas e os doces brasileiros. Espaço Ameríndio, v. 2, n. 2, p. 98-114, jul./dez. 2008. Disponível em: http://fdnc.io/fnQ. Acesso em: 21 jun. 2021.

A influência dos doces portugueses é tão grande no Brasil que muitos doces típicos brasileiros são inspirados em receitas portuguesas. É o caso do bolo de rolo, um doce típico do estado de Pernambuco, parecido com o rocambole, mas feito com camadas muito finas e recheio tradicional de goiabada. Ele foi inspirado no bolo português chamado colchão de noiva. O quindim, sobremesa feita com ovos, açúcar e coco ralado, foi inspirado em um doce português chamado brisa do lis.

Comente com os estudantes a combinação de queijo com goiabada. Essa sobremesa, apreciada em diversos lugares do Brasil, é conhecida em alguns deles como Romeu e Julieta, designação inspirada no casal da tragédia escrita por William Shakespeare no final do século XVI. No clássico da dramaturgia, Romeu e Julieta pertencem a famílias rivais. No caso da sobremesa, trata-se de uma referência à combinação do gosto salgado do queijo com o doce da goiabada.

Atividades 30 e 31. Com base no texto, espera-se que os estudantes respondam que os alimentos eram adoçados com mel e que, no passado, o açúcar também era usado para conservar alguns alimentos, como as frutas, que eram cozidas nele, resultando em compotas e geleias.

Atividade 32. Existem diversos frutos brasileiros utilizados para a preparação de doces, como o coco, o caju, a jabuticaba, o pequi, a jaca e o cupuaçu. Se julgar interessante, apresente à turma imagens dos frutos típicos usados em pratos da culinária brasileira. É importante que os estudantes conheçam a diversidade e regionalidade de frutos de nosso país.

MP216

Para ler e escrever melhor

O texto que você vai ler mostra uma sequência de fatos sobre a história de um alimento.

A história da pizza

Cerca de 6 mil anos atrás, o que conhecemos hoje como pizza era apenas uma fina massa feita com farinha de trigo e água. Essa massa era consumida pelos hebreus e egípcios e era chamada piscea, de onde veio o nome pizza.

Quase mil anos atrás, a piscea chegou à Itália, onde passou a ser preparada com queijo e temperos. Os italianos a comiam dobrada ao meio, como um sanduíche.

Cerca de 500 anos atrás, os italianos acrescentaram tomate à receita da piscea, que ficou mais parecida com a pizza que conhecemos hoje.

Atualmente, diversos ingredientes podem compor a receita da pizza. É possível saborear pizza de carne-seca, de frango, de hortaliças, de frutas e até de sorvete.

Imagem: Fotografia. Um prato redondo de cor marrom-claro, com queijo em cor bege, tomates redondos vermelhos com folhas verdes de manjericão sobre e entre os tomates.  Fim da imagem.

LEGENDA: A pizza margherita, feita com tomates, queijo e manjericão, é considerada a pizza mais tradicional na Itália. FIM DA LEGENDA.

Analise

Imagem: Ícone: Atividade oral. Fim da imagem.
  1. O texto conta a história de qual alimento?
PROFESSOR Resposta: Da pizza.
  1. Quais expressões do texto indicam a passagem do tempo?
PROFESSOR Resposta: “Cerca de 6 mil anos atrás”, “Quase mil anos atrás”, Cerca de 500 anos atrás”, Atualmente”.

Organize

  1. Monte no caderno um quadro como o do modelo a seguir e depois complete-o com os marcos temporais e os fatos referentes à história da pizza, na sequência em que ocorreram.
PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre esta atividade nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.

A história da pizza

Quadro: equivalente textual a seguir.

Marco temporal

Fato

_____

_____

_____

_____

MANUAL DO PROFESSOR

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para esta seção podem ser trabalhadas na semana 36.

Fim do complemento.

Objetivos pedagógicos da seção

  • Ler e compreender um texto sequencial-temporal.
  • Identificar as marcas temporais do texto.
  • Analisar e selecionar informações contidas no texto, separando-as em um organizador gráfico (esquema).
  • Escrever um texto sobre as mudanças que ocorreram na receita da feijoada ao longo do tempo.

    Orientações didáticas

    O trabalho proposto nesta seção é uma ótima oportunidade para desenvolver com os estudantes a consolidação dos processos que envolvem a literacia e a alfabetização por meio da localização e retirada de informação explícita no texto e de interpretação e relação de ideias e informação, além da produção escrita. Sugerimos que esses conhecimentos sejam trabalhados com a turma e individualmente, para que cada estudante se sinta apoiado em suas dificuldades e perceba que outros colegas possuem dificuldades semelhantes.

    Pergunte aos estudantes se sabem qual é a origem da pizza. Veja se conhecem algum dado sobre a história desse prato. Em seguida, leia o texto com os estudantes; eles poderão verificar e confirmar se mencionaram informações citadas no texto.

    Analise com os estudantes as expressões do texto que indicam a passagem do tempo e forneça a eles as orientações necessárias para a montagem do quadro com a história da pizza.

    Nesta seção são abordados aspectos que permitem trabalhar as habilidades da BNCC EF04HI10, EF04GE01 e EF04GE02, promovendo, em especial, a articulação entre os conteúdos dos componentes curriculares de História e Geografia e a abordagem integrada em Ciências Humanas.

    Para você ler

    História da alimentação no Brasil, de Luís Câmara Cascudo. Global, 2011.

    Livro sobre a cozinha brasileira, em seus múltiplos aspectos, das origens indígena, africana e portuguesa aos elementos sociais que giram ao seu redor.

MP217

Invenção da massa conhecida como piscea.

6 mil anos atrás

500 anos atrás

Atualmente

Acréscimo de tomate à receita da piscea.

Diversos ingredientes passam a compor a receita da pizza.

Acréscimo de queijo e temperos à piscea.

Mil anos atrás

Imagem: Ilustração de vários alimentos contornando forma quadrada. Um queijo de cor amarelo que uma fatia cortada; folhas de manjericão de cor verde; montinho de ervas de cor verde; duas pimentas de cor vermelha a na porta, uma haste verde; duas cebolas com casca de cor marrom, uma cortada pela metade; três tomates vermelhos e três azeitonas verdes e outras três em preto.  Fim da imagem.

Escreva

  1. Elabore um texto contando a história da feijoada. Siga estas orientações:
PROFESSOR Respostas pessoais.
  1. Pesquise como a feijoada é preparada, atualmente, no lugar onde você mora.
  1. Monte no caderno um quadro como o do modelo abaixo e complete-o com as informações obtidas por meio da pesquisa.

    A história da feijoada

    Quadro: equivalente textual a seguir.

    No início

    A feijoada era um cozido de carnes e legumes.

    Com o tempo

    O feijão foi incorporado ao cozido de carnes e legumes.

    Atualmente

    _____

    c) Construa o texto com base nas informações do esquema.

  1. Procure utilizar outras expressões que indiquem a passagem do tempo, por exemplo: inicialmente, antigamente, ao longo do tempo, nos dias atuais, hoje etc. Lembre-se de dar um título ao texto.
MANUAL DO PROFESSOR

Atividade 4. Pergunte aos estudantes se já comeram feijoada. Verifique se gostam, com que frequência comem, quem prepara esse prato, como a pessoa faz, que ingredientes usa etc. Luís da Câmara Cascudo é considerado referência em estudos sobre a alimentação no Brasil. Em seu livro História da alimentação no Brasil, ele conta que os portugueses trouxeram da Europa um prato tradicional: uma mistura de carnes, legumes e verduras. De acordo com Cascudo, a feijoada surge quando se junta o feijão a essa mistura.

Leia com os estudantes o passo a passo da atividade proposta, da pesquisa sobre a história da feijoada à montagem do quadro com as informações levantadas.

Cumpridas essas etapas, oriente os estudantes a construir o texto sobre a história da feijoada com base nas informações do esquema.

MP218

Diversidade e identidade

A riqueza cultural de cada povo inclui os costumes e hábitos transmitidos de geração em geração e aqueles adquiridos dos grupos com os quais teve contato ao longo do tempo. No caso do Brasil, como vimos, temos hábitos das populações indígenas originárias, dos portugueses, africanos, italianos, japoneses, alemães, árabes, entre outros.

Em meio a toda essa diversidade cultural, de que maneira migrantes de origens e etnias tão distintas preservam as tradições e os costumes que lhes conferem identidade?

Como veremos a seguir, nos processos de migração, as pessoas se adaptam a novos costumes, mas também promovem trocas, encontros e transformações, buscando manter a sua identidade cultural. Essas transformações podem ser notadas em espaços sociais e culturais, nos costumes e nas festas, em diferentes locais do Brasil.

No estado de São Paulo, por exemplo, podemos observar um exemplo na região conhecida como ABCD Paulista, que congrega quatro municípios: Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul e Diadema. Mais de 20% da população do ABCD é formada por pessoas de origem nordestina, pois, entre os anos 1930 e 1960, foi grande o fluxo de migrantes que deixaram a região Nordeste em busca de trabalho nas indústrias locais. Por isso, em muitos bairros das cidades do ABCD existem estabelecimentos comerciais e feiras que vendem produtos típicos dos lugares de origem dos migrantes.

Imagem: Fotografia. Entrada de local com portões e grades, com a parte superior com faixa em marrom-claro, com texto: BEM-VINDOS. Na parte superior, em cima de duas hastes de cor preto, com chapéu de cangaceiro de cor marrom com a parte superior arredondada, com três estrelas em branco. Na parte superior, céu claro em azul-claro.  Fim da imagem.

LEGENDA: Centro de Tradições Nordestinas na cidade de São Paulo, no estado de São Paulo. Fotografia de 2021. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. À frente, entrada de local com hastes na vertical e na parte superior na horizontal, em madeira de cor marrom. Ao centro, no alto, placa em marrom onde está escrito C. T. G. À esquerda e à direita, cercado em branco e azul. Mais ao fundo, um galpão de paredes de cor branca e parte inferior em azul, com telhado cinza na parte superior. À esquerda e à direita, árvores de folhas verdes. No alto, céu claro.  Fim da imagem.

LEGENDA: Centro de Tradições Gaúchas no município de Colorado do Oeste, no estado de Rondônia. Fotografia de 2020. FIM DA LEGENDA.

Outro exemplo pode ser visto no estado de Rondônia, para o qual se dirigiu, a partir dos anos 1970, um grande fluxo de migrantes formado por agricultores sem terras do Rio Grande do Sul. Os migrantes que se estabeleceram em Rondônia formaram na capital, Porto Velho, o Centro de Tradições Gaúchas Ronda Crioula (CGT), que promove eventos, como o Festival de Arte e Tradição Gaúcha da Amazônia, com músicas, danças e comidas tradicionais do Rio Grande do Sul. Além de ser espaço de convívio para os migrantes, o CGT é importante para os habitantes locais conhecerem as tradições de outras regiões do país.

MANUAL DO PROFESSOR

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para o conteúdo das páginas 182-183 podem ser trabalhadas na semana 37.

Fim do complemento.

Ao iniciar a abordagem deste tema, relembre com os estudantes alguns exemplos de aspectos da cultura brasileira relacionados às populações indígenas originárias, aos portugueses, africanos, e imigrantes de origens diversas, como italianos, japoneses, alemães e árabes, entre outros. Coloque então em debate a pergunta proposta no texto: “Em meio a toda essa diversidade cultural, de que maneira migrantes de origens e etnias tão distintas preservam as tradições e os costumes que lhes conferem identidade?”. Oriente os estudantes a buscar algumas respostas nas imagens da página.

Ressalte que as manifestações culturais que fazem parte do cotidiano estão permeadas por elementos não só locais, mas originados nas diferentes regiões brasileiras, uma consequência do movimento contínuo das migrações. Dê exemplos de expressões e palavras utilizadas no cotidiano que têm origem em diversos lugares. O objetivo é dar continuidade ao tratamento da cultura como resultado da conjunção de variados elementos que fazem parte dos costumes da população de um local, constatando que, no caso do Brasil, essa diversidade é constituinte da própria identidade nacional.

Comente com os estudantes a importância dos migrantes nordestinos na formação cultural e social do Sudeste.

Nestas páginas são abordados aspectos que permitem trabalhar as habilidades da BNCC EF04HI10 e EF04HI11.

Educação em valores e temas contemporâneos

Para os alunos, o tema da pluralidade cultural oferece oportunidades de conhecimento de suas origens como brasileiro e como participante de grupos culturais específicos. Ao valorizar as diversas culturas que estão presentes no Brasil, propicia ao aluno a compreensão de seu próprio valor, promovendo sua autoestima como ser humano pleno de dignidade, cooperando na formação de autodefesas a expectativas indevidas que lhe poderiam ser prejudiciais. Por meio do convívio escolar possibilita conhecimentos e vivências que cooperam para que se apure sua percepção de injustiças e manifestações de preconceito e discriminação que recaiam sobre si mesmo, ou que venha a testemunhar – e para que desenvolva atitudes de repúdio a essas práticas.

FONTE: BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: pluralidade cultural. Brasília, DF: MEC/SEF, 1997. p. 36.

MP219

  1. Observe a imagem abaixo, leia a legenda e responda às questões.
PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre esta atividade nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
Imagem: Fotografia. Ao centro, placa com a inscrição: Festa de São Cristovão. E faixas coloridas e estampadas. Abaixo, diversas pessoas. Fim da imagem.

LEGENDA: Centro de Tradições Nordestinas na cidade do Rio de Janeiro, no estado do Rio de Janeiro. Fotografia de 2019. FIM DA LEGENDA.

  1. Que espaço é retratado na fotografia? Qual é a função dele?
  1. Esse tipo de espaço é importante para a cultura das populações migrantes? Por quê?

    Os migrantes e descendentes de migrantes vindos de outros países também conservam manifestações culturais próprias como forma de preservar a identidade.

    Como vimos, nas migrações que ocorreram entre os séculos XIX e XX para o Brasil, um grupo que teve intensa presença em algumas regiões foi o de italianos. Uma forma de preservação da identidade deles é a realização de festas populares religiosas dedicadas aos santos de seus locais de origem, como as festas Nossa Senhora Achiropita, San Gennaro, São Vito e Nossa Senhora de Casaluce. Nessas festas, descendentes dos imigrantes vestem roupas tradicionais e preparam pratos típicos, mantendo hábitos da Itália que foram trazidos com a imigração.

Imagem: Ícone: Atividade oral. Fim da imagem.
  1. Observe as fotografias e responda às questões.
Imagem: Fotografia. Ao fundo, uma pessoa com pele clara, blusa de mangas compridas em branco, com microfone na mão direita, com duas crianças pertos com vermelho e branco. Acima, cruz no alto. À frente deles, dezenas de pessoas vistas em pé e de costas, usando casacos e uma pessoa ao centro, homem de pele clara, cabelos pretos, com camiseta e azul, escrito em branco: ITALIA, com as mãos para cima. Fim da imagem.

LEGENDA: Festa de Nossa Senhora de Casaluce no bairro do Bexiga, na cidade de São Paulo, no estado de São Paulo, em 2017. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Em uma rua de cor cinza, com crianças passando, usando blusa de mangas compridas em preto, detalhes em branco, calça preta e botas brancas, com uma faixa na cintura e na cabeça, de cor vermelha. Algumas delas tem pele clara, cabelos pretos e olhos puxados. Algumas atrás seguram um instrumento nas mãos, com fitas coloridas na parte superior. Mais ao fundo, à esquerda, pessoas em pé perto de grades.  Fim da imagem.

LEGENDA: Festival das Estrelas, no bairro da Liberdade, na cidade de São Paulo, no estado de São Paulo, em 2018. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Rua cinza, com centenas de pessoas desfilando, à frente, mulheres usando vestidos de cor preta com detalhes em branco, com o braço direito para cima. Elas têm pele clara, a maioria de cabelos escuros. Mais ao fundo, homens também usam camiseta preta e branca. Mais ao fundo, à direita, árvore de folhas verdes e prédios à esquerda e à direita. Sobre alguns, sacadas com pessoas observando o desfile.  Fim da imagem.

LEGENDA: Oktoberfest, festival de tradições germânicas na cidade de Blumenau, no estado de Santa Catarina, em 2017. FIM DA LEGENDA.

PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre esta atividade nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
MANUAL DO PROFESSOR

Converse com os estudantes sobre a presença de migrantes ou de descendentes de imigrantes no cotidiano, na própria família ou nos locais que frequentam. Pergunte se têm alguma história de migração entre os parentes ou conhecidos, estimulando-os a compartilhá-la com a turma.

Procure destacar como as diferentes expressões culturais que formam uma identidade local se manifestam no dia a dia, por exemplo, na culinária, nas expressões linguísticas, músicas, festas e brincadeiras.

Atividade 33. Espera-se que os estudantes demonstrem ter compreendido que espaços como os retratados na fotografia são importantes para a convivência e identidade dos grupos de migrantes, pois permitem compartilhar hábitos e tradições, além de preservar e divulgar a sua cultura de origem.

Atividade 34. Nesta atividade oral, explore as imagens com os estudantes e incentive a troca de ideias. As fotografias retratam manifestações culturais de imigrantes, evidenciando uma das formas que eles têm de preservar seus laços com os locais dos quais se originam.

Centro de Tradições Nordestinas

O CTN – Centro de Tradições Nordestinas – foi concebido como um recanto de encontro da comunidade nordestina de São Paulo e mantém o trabalho de preservação e valorização da cultura nordestina.

A fundação do CTN foi inspiração do empresário e radiodifusor José de Abreu, em maio de 1991, para mudar o cenário de intenso preconceito e ignorância contra os migrantes nordestinos que residiam na capital paulistana. [...]

O pedacinho do Nordeste em São Paulo, como é popularmente conhecido, oferece experiências culturais que abrangem toda a memória do nosso Nordeste: música, gastronomia, cultura, fé e social. [...]

FONTE: CENTRO DE TRADIÇÕES NORDESTINAS. Institucional. Disponível em: http://fdnc.io/JU. Acesso em: 29 jun. 2021.

MP220

Painel multicultural

Cidades de imigrantes

Em várias cidades brasileiras, podemos observar construções que revelam a influência dos grupos de imigrantes e descendentes de imigrantes que vivem nelas.

Que tal conhecer algumas dessas cidades?

Holambra é um município do estado de São Paulo criado em 1991. Sua história, porém, começa bem antes, em 1948, quando um grupo de imigrantes holandeses se estabeleceu em uma fazenda que existia no local. Atualmente, o município é conhecido não só pela arquitetura típica, mas por ser o maior produtor de flores do país.

Imagem: Fotografia. Vista de geral de local com casas antigas coloridas, com paredes rosa, verde, azul, amarelo, laranjas e outras cores com janelas pequenas na parte superior, com portas grandes de vidro. Perto das paredes no chão, vasos de cor marrom e plantas em verde de tamanhos diversos. No alto, de frente para janelas, vaso marrom com flores dentro. No alto, céu azul-claro sem nuvens. À esquerda, vista parcial de folhas verdes.  Fim da imagem.

LEGENDA: Casario do núcleo urbano do município de Holambra, no estado de São Paulo, em 2018. FIM DA LEGENDA.

Blumenau é um município localizado no estado de Santa Catarina. Ele foi fundado com a participação de imigrantes alemães. Além de conservar a arquitetura típica, com telhados inclinados e paredes com madeiras aparentes, Blumenau sedia a Oktoberfest, um evento que mantém a memória da origem alemã e que acontece no mês de outubro.

Imagem: Fotografia. Vista do alto de casas uma ao lado da outra, com telhado triangular de cor marrom. Elas têm paredes em branco e outras cores, com hastes da diagonal e horizontal de cores diferentes. Ligando de um lado para o outro, vegetação verde na horizontal. No alto, céu nublado de cor cinza.  Fim da imagem.

LEGENDA: Construções em estilo alemão na cidade de Blumenau, no estado de Santa Catarina, em 2018. FIM DA LEGENDA.

MANUAL DO PROFESSOR

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para esta seção podem ser trabalhadas na semana 37.

Fim do complemento.

Objetivos pedagógicos da seção

  • Conhecer aspectos da formação, da cultura e da arquitetura de alguns municípios brasileiros que receberam colônias de imigrantes.
  • Reconhecer o valor turístico de municípios brasileiros colonizados por imigrantes.

    Orientações didáticas

    Comente com os estudantes que os fluxos de migração para o Brasil também influenciaram a arquitetura de algumas cidades, principalmente daquelas que receberam uma grande quantidade de pessoas oriundas de um mesmo país ou região.

    Explique que o município de Holambra foi fundado em 1991, mas desde 1948 havia um núcleo de imigrantes holandeses estabelecidos em uma fazenda no local. O cultivo de flores ornamentais foi uma das práticas introduzidas pelos imigrantes na região.

    Informe aos estudantes que a área hoje correspondente ao município de Blumenau foi ocupada por imigrantes alemães a partir de 1850. Um desses imigrantes, que era proprietário de uma fazenda, optou por lotear suas terras e vender parcelas para outros imigrantes, em sua maioria alemães. Além da arquitetura, a influência alemã no município é percebida em hábitos culturais, como a alimentação e as danças.

    Nestas páginas são abordados aspectos que permitem trabalhar a habilidade da BNCC EF04HI11.

    A abordagem desse assunto está relacionada ao tema de relevância deste volume – Identidade e diversidade cultural no Brasil. É uma ocasião para discutir como a diversidade cultural é estabelecida a partir das trocas entre as tradições e os costumes dos múltiplos povos que participaram da formação da identidade nacional.

    A imigração alemã para o sul do Brasil

    [...] O que faz a imigração alemã importante enquanto fenômeno sociológico e histórico é o fato de ter-se constituído como colonização – isto é, a maioria dos imigrantes estabeleceu-se como colonos em áreas pioneiras, construindo uma sociedade inteiramente diversa da nacional. No contexto da imigração no Brasil, nenhuma outra etnia se concentrou tanto em áreas homogêneas e compactas, concorrendo para modificar a estrutura fundiária e a vida rural dos Estados onde se estabeleceu. Só a colonização italiana no Rio Grande do Sul e Santa Catarina teve características semelhantes, mas sem o longo isolamento étnico dos alemães.

MP221

Gramado é um município localizado no estado do Rio Grande do Sul. Ele foi fundado com a participação de imigrantes italianos e sedia o Festival de Cinema de Gramado, o principal evento de cinema do país.

Imagem: Fotografia. À frente, uma rua de cor cinza, com carros estacionados perto de calçada em cinza, com árvore fino marrom com pétalas pequenas de cor verde e outras em verde. Mais à direita, um prédio de paredes marrons com janelas de vidro escuro e no alto, telhado de formato triangular. À frente do prédio, calçada e outros carros estacionados. Mais ao fundo, prédio de paredes marrons e telhados triangulares. No alto, céu nebuloso.  Fim da imagem.

LEGENDA: Vista do centro urbano do município de Gramado, no estado do Rio Grande do Sul, em 2019. FIM DA LEGENDA.

Monte Verde é um distrito do município de Camanducaia, no estado de Minas Gerais. O distrito de Monte Verde foi fundado com a participação de imigrantes vindos da Letônia. Além da arquitetura típica, a altitude de 1500 metros e a paisagem formada por pinheiros e araucárias tornam esse distrito um pedacinho da Letônia no Brasil.

Imagem: Fotografia. Local com comércios à esquerda de paredes de cor bege, varanda à frente e um banco por onde pessoas estão sentadas: um homem de camiseta e calça azul e mulher de roupa azul. À direita, casas de paredes brancas, com telhados triangulares de cor verde e janelas de cor marrom com cobertura, passando, homem de pele clara, cabelos escuros, com camiseta em azul-escuro, calça jeans e mulher com macacão de cor preta. Mais ao fundo, outros estabelecimentos com formato de casarões. Em segundo plano, árvores com folhas verdes. No alto, céu de cor azul-claro e nuvens brancas.  Fim da imagem.

LEGENDA: Centro comercial do distrito de Monte Verde, no estado de Minas Gerais, em 2019. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Ícone: Atividade em dupla. Fim da imagem.
  1. Reúna-se com um colega e escolham uma das cidades mostradas nas imagens para fazer um cartaz turístico sobre ela. No cartaz, vocês devem indicar os principais pontos turísticos da cidade.
PROFESSOR Resposta pessoal.
  1. Pesquisem outras cidades que se formaram por influência de imigrantes no Brasil. Procurem descobrir a origem desses imigrantes, onde essas cidades se localizam e algumas curiosidades sobre elas.
PROFESSOR Resposta pessoal.
Imagem: Ícone: Atividade oral. Fim da imagem.
MANUAL DO PROFESSOR

A imigração [alemã] começou em 1824 no Rio Grande do Sul, se intensificou no final da década de 1840, após um intervalo de cerca de 15 anos, e se manteve com alguma constância até o final da década de 1930 – cerca de 2 mil imigrantes por ano [...].

A colonização em Santa Catarina obedeceu ao mesmo princípio: os núcleos foram estabelecidos em regiões de florestas, acompanhando os vales dos rios. Na bacia do Itajaí, a colônia Blumenau (1850), uma iniciativa particular, deu início ao povoamento do vale médio e superior do rio Itajaí-Açu. A partir desta colônia, imigrantes alemães fundaram os núcleos de Pomerode (1860), Indaial (1863), Hansa (Ibirama, 1899) e Timbó (1868) [...].

FONTE: SEYFERTH, Gilda. Imigração e colonização alemã no Brasil: uma revisão da bibliografia. Revista Brasileira de Informação Bibliográfica em Ciências Sociais – BIB, Rio de Janeiro, n. 25, semestre de 1988. p. 4-5.

Comente que a área correspondente ao atual município de Gramado foi ocupada primeiro por portugueses; posteriormente, grupos de imigrantes de origem italiana e alemã passaram a viver na região.

A ocupação da área correspondente ao distrito de Monte Verde teve início em 1950, com a chegada de um casal da Letônia que buscava um lugar com paisagem similar à de sua terra de origem, estabelecendo-se na região e passando então a vender lotes para outros imigrantes, a maioria letões e húngaros.

Atividade 1. Oriente os estudantes a planejar a elaboração do cartaz a partir de uma pesquisa. Oriente-os também a consultar fontes na internet que sejam confiáveis.

Atividade 2. A pesquisa proposta oferece aos estudantes a oportunidade de conhecer outros exemplos da presença de imigrantes no Brasil.

Conclusão

Na perspectiva da avaliação formativa, este é um momento propício para a verificação das aprendizagens construídas ao longo do bimestre e do trabalho com a unidade. É interessante observar se todos os objetivos pedagógicos propostos foram plenamente atingidos pelos estudantes. Sugerimos que você identifique os pontos que foram desenvolvidos, aqueles que ainda estão em desenvolvimento ou que não foram suficientemente trabalhados para que possa intervir a fim de consolidar as aprendizagens.

Considere a produção dos estudantes, a participação e as intervenções deles em discussões e atividades em sala de aula. A avaliação que propomos a seguir será um dos instrumentos para você acompanhar o processo de ensino e aprendizagem dos estudantes e da turma, e identificar seus avanços, suas dificuldades e potencialidades, contribuindo para que se sintam seguros para continuar aprendendo.

MP222

O que você aprendeu

PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre esta atividade nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
  1. Leia as afirmativas a seguir e faça o que se pede.
  1. Identifique quais são as afirmativas verdadeiras e quais são as falsas. Registre suas respostas no caderno.
  1. Escolha uma das afirmativas falsas e elabore um parágrafo explicando por que ela é falsa. Na sequência, reescreva a afirmativa corrigindo as informações necessárias.
  1. Os imigrantes que vieram para o Brasil entre os séculos XIX e XX eram de apenas uma nacionalidade.
  1. O grande fluxo migratório da Europa para o Brasil foi incentivado por proprietários de terra e pelo governo brasileiro daquela época.
  1. As propagandas que incentivavam a imigração não tiveram influência sobre os imigrantes que vieram ao Brasil.
  1. O café era o principal produto de exportação do Brasil no século XIX.
  1. Grande parte dos imigrantes foi trabalhar nas lavouras de café.
  1. Registre no caderno as frases a seguir. Complete-as com as informações dos quadros abaixo.

    conflitos e escassez de alimentos - fim do regime escravista

    regiões produtoras de café - imigrantes de origem europeia

    1. Os imigrantes que chegaram ao Brasil no final do século XIX se estabeleceram principalmente nas _____.
PROFESSOR Resposta: regiões produtoras de café.
  1. Durante o século XIX, a propaganda e o incentivo à imigração para o Brasil se direcionavam aos _____.
PROFESSOR Resposta: imigrantes de origem europeia.
  1. Os imigrantes procuravam melhores condições de vida em consequência de _____ nos países de origem.
PROFESSOR Resposta: conflitos e escassez de alimentos.
  1. A pressão internacional e a resistência das pessoas escravizadas contribuíram para o _____ no Brasil.
PROFESSOR Resposta: fim do regime escravista.
MANUAL DO PROFESSOR

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para esta seção podem ser trabalhadas na semana 38.

Fim do complemento.

Orientações didáticas

Inserida em uma proposta de acompanhamento continuado da progressão das aprendizagens dos estudantes, esta seção oferece a oportunidade de realização de um momento avaliativo do processo pedagógico que foi desenvolvido ao longo do bimestre, previsto para ser concluído no fechamento desta unidade. A seção pode oferecer parâmetros importantes para apurar se os objetivos pedagógicos e as habilidades propostos na unidade foram alcançados pelos estudantes e verificar a necessidade de possíveis ajustes nas estratégias didáticas.

Antes de orientar os estudantes a iniciar as atividades de avaliação, sugerimos relembrar com a turma os conteúdos da Unidade 4, retomando as atividades realizadas, bem como as discussões, conversas e intervenções em sala de aula. Pergunte aos estudantes o que aprenderam e do que mais gostaram de estudar e por quê. Faça novas intervenções conforme a necessidade de cada um.

Atividade 1. a) e b) É esperado que o estudante escolha uma das alternativas que ele julga serem falsas e reescreva-a, com base nos conhecimentos de história do Brasil vistos e adquiridos nesta unidade. As afirmativas falsas reescritas ficam do seguinte modo: “Os imigrantes que vieram para o Brasil entre os séculos XIX e XX eram de diversas nacionalidades.”; “As propagandas que incentivavam a imigração tiveram influência sobre os imigrantes que vieram ao Brasil”. Esta atividade mobiliza aspectos das habilidades da BNCC EF04HI09, EF04HI10 e EF04GE02.

Atividade 2. Ao completar as frases com os fatos elencados nos quadros, o estudante deve refletir sobre as diferenças entre o modo de trabalho escravo e o livre e assalariado no contexto brasileiro de fins do século XIX e identificar alguns movimentos de migração interna no Brasil, reconhecendo seus motivos e seus contextos. Esta atividade mobiliza aspectos das habilidades da BNCC EF04HI09, EF04HI10 e EF04GE02.

MP223

Avaliação processual

  1. Considerando a vinda de imigrantes para o Brasil, responda às questões a seguir no caderno.
    1. Qual é a relação entre a proibição do tráfico de pessoas escravizadas da África para o Brasil, em 1850, e a chegada de trabalhadores imigrantes?
PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre esta atividade nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
  1. Qual foi a lei que estabeleceu essa proibição?
PROFESSOR Resposta: Lei Eusébio de Queirós.
  1. Observe a tabela e responda às questões.

    Tabela: equivalente textual a seguir.

    Brasil: população urbana e população rural (1950-2015)

    1950

    1960

    1970

    1980

    1991

    2000

    2010

    2015

    População urbana

    36%

    45%

    56%

    68%

    75%

    81%

    84%

    85%

    População rural

    64%

    55%

    44%

    32%

    25%

    19%

    16%

    15%

    Fontes: IBGE. Anuário estatístico do Brasil 2015. Rio de Janeiro: IBGE, 2016; IBGE. Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira 2016. Rio de Janeiro: IBGE, 2016.

    1. Em 1950, a maior parte da população brasileira era urbana ou rural?
PROFESSOR Resposta: Rural.
  1. Quando isso mudou? Por que houve essa mudança?
PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre esta atividade nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
  1. O que motivou as pessoas a deixarem o campo e migrarem para as cidades no Brasil?
PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre esta atividade nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
  1. Qual foi o resultado desse processo para a distribuição atual da população brasileira entre a cidade e o campo?
PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre esta atividade nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
  1. Copie no caderno a alternativa que melhor define a relação entre a economia cafeeira e o início do desenvolvimento industrial no Brasil nos anos 1900.
    1. A infraestrutura de estradas de ferro criada pela economia do café impediu o desenvolvimento da indústria.
    1. Com o declínio da produção cafeeira, os investimentos passaram a ser transferidos para outras atividades, como a indústria.
    1. A produção de café favoreceu o desenvolvimento de indústrias para processar e exportar esse produto.
    1. A infraestrutura criada no país durante a expansão da economia cafeeira incluía ferrovias, portos, bancos, casas de exportação e rede de energia elétrica.
PROFESSOR Resposta correta: b.
MANUAL DO PROFESSOR

Atividade 3. O estudante deve identificar que a Lei Eusébio de Queirós estabeleceu a proibição do tráfico de pessoas escravizadas da África para o Brasil em 1850, o que promoveu a substituição da mão de obra de escravizados pela mão de obra estrangeira, livre. É importante que os estudantes compreendam que, com o fim da escravidão no Brasil, não houve uma integração dos negros à sociedade ou uma política de assimilação dessas pessoas ao mercado de trabalho e à sociedade como um todo. Esta atividade mobiliza aspectos das habilidades da BNCC EF04HI11 e EF04GE02.

Atividade 4. Espera-se que o estudante encontre na tabela as informações necessárias para reconhecer que a maior parte da população brasileira era rural em 1950 e que passou a ser predominantemente urbana a partir da década de 1970, além de compreender o que é êxodo rural e as relações entre a ida de pessoas do campo para a cidade e as consequências desse processo para a distribuição atual da população brasileira. Esta atividade mobiliza aspectos das habilidades da BNCC EF04HI09, EF04HI10 e EF04GE02.

Atividade 5. O estudante deve compreender a relação entre a queda da produção de café e a transferência de investimento para a atividade industrial. Caso necessário, retome o conteúdo que explica esse processo relacionando-o também com o crescimento das cidades e o êxodo rural. E importante que os estudantes compreendam que esses processos são interdependentes. Esta atividade mobiliza aspectos das habilidades da BNCC EF04HI03 e EF04GE02.

MP224

  1. Explique no caderno a relação entre o desenvolvimento industrial e o crescimento das cidades.
PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre esta atividade nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
  1. Copie o parágrafo a seguir no caderno e complete as lacunas com as palavras corretas, dispostas nos quadros abaixo.

brasileira – internet – rádio

meios de comunicação – digital

Os _____ são importantes para a integração cultural. Eles constituem ferramentas de transmissão de costumes, hábitos e tradições.

PROFESSOR Resposta: meios de comunicação.

Atualmente, o _____, os jornais impressos e digitais, os programas de televisão e a internet permitem acessar e conhecer melhor a diversidade cultural _____ e de outros países.

PROFESSOR Resposta: rádio; brasileira.

Contudo, algumas formas de circulação de informação podem gerar processos de exclusão de alguns grupos sociais.

Hoje, por exemplo, o acesso à _____ não é igual para todos. A exclusão _____ gera desigualdade social, econômica e cultural.

PROFESSOR Resposta: internet; digital.
  1. Leia alguns dos aspectos para a preservação e a valorização da diversidade cultural no Brasil segundo a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura):
    • O valor às tradições, a arte e os costumes populares indígenas;
    • O reconhecimento da influência da cultura africana na cultura e na história do país;
    • A preservação das línguas ameaçadas de desaparecimento;
    • O valor do conhecimento tradicional sobre a natureza.

      FONTE: Unesco. Diversidade das expressões culturais no Brasil. Disponível em: http://fdnc.io/fnR. Acesso em: 24 abr. 2021.

MANUAL DO PROFESSOR

Atividade 6. O estudante deve identificar que, com o declínio da produção cafeeira, os investimentos passaram a ser transferidos para a atividade industrial. Com isso, houve redução dos postos de trabalho no campo, na agricultura, e aumento da oferta de empregos nas cidades, o que gerou o êxodo rural. O aumento da população das cidades somado à necessidade de fazer melhorias urbanas gerou o crescimento das cidades. Esta atividade mobiliza aspectos das habilidades da BNCC EF04HI03, EF04HI09, EF04HI11 e EF04GE02.

Atividade 7. É esperado que o estudante complete as lacunas do parágrafo para que o texto fique deste modo: “Os meios de comunicação são importantes para a integração cultural. Eles constituem ferramentas de transmissão de costumes, hábitos e tradições. Hoje, o rádio, os jornais impressos e digitais, os programas de televisão e a internet permitem acessar e conhecer melhor a diversidade cultural brasileira e de outros países. Contudo, algumas formas de circulação de informação podem gerar processos de exclusão de alguns grupos sociais. Hoje, por exemplo, o acesso à internet não é igual para todos. A exclusão digital gera desigualdade social, econômica e cultural”. Esta atividade mobiliza aspectos das habilidades da BNCC EF04HI09, EF04HI10, EF04HI11, EF04GE01 e EF04GE02.

Atividade 8. a) A preservação das línguas ameaçadas de desaparecimento. b) O valor do conhecimento tradicional sobre a natureza. c) O reconhecimento da influência da cultura africana na cultura e na história do país. d) O valor às tradições, a arte e os costumes populares indígenas. Espera-se que os estudantes associem as fotografias aos itens enumerados pela Unesco sobre os aspectos da preservação da diversidade cultural no Brasil. Em caso de dúvidas, promova uma análise conjunta das fotografias, auxiliando os estudantes a reconhecer o aspecto que pode ser associado a cada uma.

A atividade 8 mobiliza aspectos da habilidade da BNCC EF04GE01.

MP225

PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre esta atividade nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
Imagem: Fotografia 1. De frente para uma lousa de cor verde, com bordas em marrom-claro de madeira. Ele é visto de costas, da cintura para cima de pele morena, cabelos pretos com camiseta de cor azul, com a mão direita para cima. Na lousa, vogais: A-E-I-IY-O e outras letras. A lousa está sobre parede de bloquinhos de cor marrom. À esquerda e à direita, cartaz e papeis fixados.  Fim da imagem.

LEGENDA: Professor ensinando as vogais do dialeto Waymaré para crianças da etnia Paresí na escola indígena da aldeia Bacaval no município de Campo Novo do Parecis, no estado de Mato Grosso, em 2018. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia 2. Três pessoas caminhando para à direita, carregando coisas sobre a cabeça de frente para vegetação de cor verde, com árvores com tronco em cinza e folhas verdes na parte superior. Da esquerda para à direita: uma mulher de pele negra, vestido com listras em branco e roxo, com cesto de cor bege. Ao centro, uma mulher de pele clara, cabelos castanhos, com blusa de alças finas e calça preta com um cesto bege sobre a cabeça. Na ponta da direita, mulher de pele morena, blusa de alcinha em preto e calça jeans azul-claro, com coisas sobre a cabeça Fim da imagem.

LEGENDA: Quebradeiras de coco babaçu após coleta dos frutos em babaçual, no município de Viana, no estado do Maranhão, em 2019. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia 3. À esquerda, duas crianças negras de cabelos pretos com pequenas presilhas, usando camiseta e calça de cor branca, com os pés descalças. À esquerda, menina agachada e à frente, menina com a perna esquerda perpassando sobre o corpo da outra. Mais ao fundo, outros meninos e meninas, alguns vestidos com camiseta e calça em branco. Mais ao fundo, vista parcial de local com telhado.  Fim da imagem.

LEGENDA: Crianças se apresentando durante aula de capoeira em escola no município do Rio de Janeiro, no estado do Rio de Janeiro, em 2015. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia 4. Uma pessoa de pele morena com cabelos pretos, com franja, e blusa de cor rosa e ilustração em azul, com as mãos sobre palhas de cor bege-claro, olhando para baixo. Mais ao fundo, parede de cor verde-claro com partes em branco.  Fim da imagem.

LEGENDA: Indígena da etnia Xavante confeccionando um cesto na Aldeia Bom Sucesso no município de General Carneiro, no estado de Mato Grosso, em 2020. FIM DA LEGENDA.

MP226

Comentários para o professor:

GRADE DE CORREÇÃO

Quadro: equivalente textual a seguir.

Questão

Habilidades avaliadas

Nota/ conceito

1

(EF04HI09) Identificar as motivações dos processos migratórios em diferentes tempos e espaços e avaliar o papel desempenhado pela migração nas regiões de destino.

(EF04HI10) Analisar diferentes fluxos populacionais e suas contribuições para a formação da sociedade brasileira.

(EF04GE02) Descrever processos migratórios e suas contribuições para a formação da sociedade brasileira.

2

(EF04HI09) Identificar as motivações dos processos migratórios em diferentes tempos e espaços e avaliar o papel desempenhado pela migração nas regiões de destino.

(EF04HI10) Analisar diferentes fluxos populacionais e suas contribuições para a formação da sociedade brasileira.

(EF04GE02) Descrever processos migratórios e suas contribuições para a formação da sociedade brasileira.

3

(EF04HI11) Analisar, na sociedade em que vive, a existência ou não de mudanças associadas à migração (interna e internacional).

(EF04GE02) Descrever processos migratórios e suas contribuições para a formação da sociedade brasileira.

4

(EF04HI09) Identificar as motivações dos processos migratórios em diferentes tempos e espaços e avaliar o papel desempenhado pela migração nas regiões de destino.

(EF04HI10) Analisar diferentes fluxos populacionais e suas contribuições para a formação da sociedade brasileira.

(EF04GE02) Descrever processos migratórios e suas contribuições para a formação da sociedade brasileira.

5

(EF04HI03) Identificar as transformações ocorridas na cidade ao longo do tempo e discutir suas interferências nos modos de vida de seus habitantes, tomando como ponto de partida o presente.

(EF04GE02) Descrever processos migratórios e suas contribuições para a formação da sociedade brasileira.

6

(EF04HI03) Identificar as transformações ocorridas na cidade ao longo do tempo e discutir suas interferências nos modos de vida de seus habitantes, tomando como ponto de partida o presente.

(EF04HI09) Identificar as motivações dos processos migratórios em diferentes tempos e espaços e avaliar o papel desempenhado pela migração nas regiões de destino.

(EF04HI11) Analisar, na sociedade em que vive, a existência ou não de mudanças associadas à migração (interna e internacional).

(EF04GE02) Descrever processos migratórios e suas contribuições para a formação da sociedade brasileira.

MP227

Quadro: equivalente textual a seguir.

Questão

Habilidades avaliadas

Nota/ conceito

7

(EF04HI09) Identificar as motivações dos processos migratórios em diferentes tempos e espaços e avaliar o papel desempenhado pela migração nas regiões de destino.

(EF04HI10) Analisar diferentes fluxos populacionais e suas contribuições para a formação da sociedade brasileira.

(EF04HI11) Analisar, na sociedade em que vive, a existência ou não de mudanças associadas à migração (interna e internacional).

(EF04GE01) Selecionar, em seus lugares de vivência e em suas histórias familiares e/ou da comunidade, elementos de distintas culturas (indígenas, afro-brasileiras, de outras regiões do país, latino-americanas, europeias, asiáticas etc.), valorizando o que é próprio em cada uma delas e sua contribuição para a formação da cultura local, regional e brasileira.

(EF04GE02) Descrever processos migratórios e suas contribuições para a formação da sociedade brasileira.

8

(EF04GE01) Selecionar, em seus lugares de vivência e em suas histórias familiares e/ou da comunidade, elementos de distintas culturas (indígenas, afro-brasileiras, de outras regiões do país, latino-americanas, europeias, asiáticas etc.), valorizando o que é próprio em cada uma delas e sua contribuição para a formação da cultura local, regional e brasileira.

Sugestão de questões de autoavaliação

Questões de autoavaliação, como as sugeridas a seguir, podem ser apresentadas aos estudantes para que eles reflitam sobre seu processo de ensino e aprendizagem ao final de cada unidade. O professor pode fazer os ajustes que considerar adequados de acordo com as necessidades da turma.

Quadro: equivalente textual a seguir.

AUTOAVALIAÇÃO DO ESTUDANTE

MARQUE UM X EM SUA RESPOSTA

SIM

MAIS OU MENOS

NÃO

1. Presto atenção às aulas?

2. Tiro dúvidas com o professor quando não entendo algum conteúdo?

3. Trago o material escolar necessário e cuido bem dele?

4. Sou participativo?

5. Cuido dos materiais e do espaço físico da escola?

6. Gosto de trabalhar em grupo?

MP228

Para terminar

  1. Observe o mapa e responda no caderno às questões.
Imagem: Ilustração. Mapa. Região hidrográfica do São Francisco. Rosa dos ventos em preto com os sentidos N, NO, O, SO, S, SE, L, NE.  Escala de 0 – 140km Legenda:  Linha em azul-claro: Rio permanente Linha pontilhada em azul: Rio temporário  Parte em azul-claro com contorno: Represa, açude ou lago Ente PB, PE, AL, Represa, açude ou lago: represa de Paulo Afonso e Represa de Itaparica e Represa de Xingo. Passando perto: Rio São Francisco. Perto do PI, Represa de Sobradinho, com rios de: Salitre, Jacaré, Verde. Na região da Bahia: Paramirim, Santo Onofre, São Francisco, Corrente, Carinhanha. Entre DF e MG, Represa de Queimado e Represa Três marias. Rios: Paracatu, R. Das velhas e Paraopeba.   Fim da imagem.

Fontes: Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico. Disponível em: http://fdnc.io/fnS. Acesso em: 25 jun. 2022; IBGE. Atlas geográfico escolar. 8ª ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018.

PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre estas atividades nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
  1. O que o mapa mostra?
  1. Em quais estados se situa a região hidrográfica do São Francisco?
  1. Que represas fazem parte dessa região?
  1. Leia o texto abaixo e escreva no caderno a que formação vegetal brasileira ele se refere.
PROFESSOR Resposta: Mata Atlântica.

Essa formação vegetal sofreu devastação desde o início da ocupação pelos colonizadores portugueses das terras que formaram o Brasil. Os portugueses começaram explorando uma árvore chamada pau-brasil. Depois, a vegetação foi derrubada para o cultivo de cana-de-açúcar e de café.

MANUAL DO PROFESSOR

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para esta seção podem ser trabalhadas na semana 38.

Fim do complemento.

Orientações didáticas

Na etapa de finalização do ano letivo, a proposta da avaliação de resultado possibilita ao professor analisar a progressão dos estudantes no decorrer da trajetória de aprendizagens proporcionada pelo trabalho com as quatro unidades deste livro. A avaliação pode ser aproveitada também como subsídio aos professores e aos gestores escolares para a realização de revisões e adequações nos projetos pedagógicos.

Atividade 1. a) O mapa mostra a Região Hidrográfica do São Francisco. b) Nos estados de Minas Gerais, Goiás, Bahia, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, além do Distrito Federal. c) Represa de Três Marias, Sobradinho, Queimado, Itaparica, Paulo Afonso e Xingu. Todas as informações necessárias para a resolução integral da atividade podem ser obtidas por meio da análise do mapa. O título do mapa indica o que ele representa; as linhas que delimitam as unidades federativas do Brasil e a mancha que representa a área da região hidrográfica do São Francisco permitem localizar os estados abrangidos; e a legenda do mapa auxilia na identificação das represas. Esta atividade mobiliza aspectos da habilidade da BNCC EF04GE10.

Atividade 2. O texto se refere à Mata Atlântica. Verifique se os estudantes reconhecem o histórico dos processos de devastação das formações vegetais do Brasil desde a chegada dos colonizadores europeus. Se necessário, retome especialmente as atividades que contribuíram para a derrubada da Mata Atlântica. Esta atividade mobiliza aspectos das habilidades da BNCC EF04HI05 e EF04GE11.

MP229

Avaliação de resultado

  1. A imagem abaixo mostra algumas gravuras feitas em rocha por povos da Pré-História.
Imagem: Fotografia. Gravuras de cor cinza-claro de animais. Ao centro, um animal quadrúpede para à direita, com uma pessoa em cima na vertical, com arco e à frente, flecha em direção com animal quadrúpede menor, com par de chifres ramificados. Ao redor, outros animais e formas diversas.  Fim da imagem.

LEGENDA: Gravuras feitas em rocha, produzidas entre 1000 e 1200, localizadas no estado de Utah, nos Estados Unidos. FIM DA LEGENDA.

  1. As gravuras representam tipos de moradia existentes na Pré-História. Elas não se relacionam com as transformações que acontecem na natureza.
  1. Podemos dizer que as gravuras representam uma cena de caça. Há diversos animais espalhados pela cena e é possível identificar um ser humano portando uma espécie de arma, possivelmente usada para a caça.
  1. A cena não representa seres humanos. Há somente construções e objetos produzidos por populações pré-históricas.
PROFESSOR Resposta correta: b.
  1. Leia com atenção o texto a seguir.

    A importância da utilização do fogo como instrumento de transformação da nossa sociedade se acelerou com o progresso da cultura humana. Além de fornecer conforto térmico e melhorar a preparação de alimentos, ele desde cedo foi usado em rituais dos mais diferentes povos, na fabricação de armas (até os dias atuais), na produção de novos materiais (ajudando a fundir metais, por exemplo) e como fonte de calor para máquinas térmicas.

    FONTE: A descoberta que mudou a humanidade. Ciência Hoje. 16 jul. 2010. Disponível em: http://fdnc.io/fnT. Acesso em: 11 fev. 2021.

    • Com base no texto que você acabou de ler e nos conhecimentos que você adquiriu durante o ano, elabore no caderno um pequeno texto sobre a importância do domínio do fogo pelos seres humanos.
PROFESSOR Resposta pessoal.
MANUAL DO PROFESSOR

Atividade 3. Espera-se que o estudante realize uma leitura da imagem, mobilizando alguns conhecimentos já adquiridos em anos anteriores, e perceba que as gravuras representam uma cena de caça. Esta atividade mobiliza aspectos das habilidades da BNCC EF04HI01 e EF04HI02.

Atividade 4. O estudante deve conhecer aspectos relacionados à vida humana na Pré-História e reconhecer as principais características do Paleolítico e do Neolítico. A descoberta do fogo pode parecer simples nos dias de hoje, mas consistiu em um avanço tecnológico extraordinário para a época. No momento de realização desta atividade, sugira aos estudantes que imaginem como seria o cotidiano atualmente sem o uso do fogo. Desse modo, é esperado que o estudante escreva um pequeno texto sobre a descoberta do fogo na Pré-História, elaborando também reflexão sobre a evolução humana. Esta atividade mobiliza aspectos da habilidade da BNCC EF04HI02.

MP230

  1. Leia o texto sobre os povos indígenas no Brasil e, depois, resolva as questões.

A maioria dos indígenas brasileiros não falam a língua indígena (57%). Já a maioria deles fala a língua portuguesa (77%). Porém, entre os indígenas que vivem em terras indígenas, a maioria (57,3%) fala alguma língua indígena.

FONTE: IBGE Educa. População indígena. Disponível em: http://fdnc.io/fnU. Acesso em: 22 mar. 2021.

PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre esta atividade nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
  1. Relacione os conceitos (1, 2 e 3) com as definições correspondentes. Depois, registre suas respostas no caderno.

    1. Imigração

    2. Emigração

    3. Migração interna

    1. O fluxo de pessoas que chegam para viver em um lugar que não o de sua origem.
PROFESSOR Resposta: 1 - Imigração.
  1. O fluxo de pessoas que saem do lugar de origem para viver em outro lugar no mesmo país.
PROFESSOR Resposta: 3 - Migração interna.
  1. O fluxo de pessoas que saem de seu lugar de origem para viver em outro lugar.
PROFESSOR Resposta: 2 - Emigração.
  1. Os municípios, os estados e o Distrito Federal são unidades político-administrativas governadas por representantes eleitos pela população a cada quatro anos. A respeito da administração dos municípios, responda às questões.
PROFESSOR Atenção professor: Ver comentários sobre esta atividade nas orientações específicas deste Manual do Professor. Fim da observação.
  1. Qual é a diferença entre a função do prefeito e a função dos vereadores de um município?
  1. Além de votar no prefeito e nos vereadores, de que modo a população pode participar da administração do município em que vive?
MANUAL DO PROFESSOR

Atividade 5. As informações contidas no texto evidenciam que as terras indígenas favorecem a preservação das línguas indígenas, pois são adotadas pela maioria da população que ocupa essas terras. Esta atividade mobiliza aspectos da habilidade da BNCC EF04GE01.

Atividade 6. Verifique se a turma compreende o significado dos diferentes movimentos populacionais: a imigração como a entrada de pessoas em um país/região; a emigração como a saída de pessoas de um país/região; a migração como o deslocamento interno dentro de um país/região. Esta atividade mobiliza aspectos das habilidades da BNCC EF04HI09 e EF04HI10.

Atividade 7. a) A função do prefeito é governar o município e a função dos vereadores é elaborar leis municipais e fiscalizar a atuação do prefeito. b) A população pode participar da administração do município de diferentes maneiras, como assistir às sessões da Câmara Municipal e propor medidas aos vereadores, enviar reivindicações ao prefeito e participar dos Conselhos Municipais para debater os problemas do município. Espera-se que os estudantes considerem os papéis distintos que os representantes eleitos pelo voto popular e os cidadãos têm na definição de políticas públicas que impactam a administração do município. Caso apresentem dificuldades, ofereça um exemplo concreto do município em que vivem para abordar a atuação de agentes públicos e/ou a atuação popular. Esta atividade mobiliza aspectos das habilidades da BNCC EF04GE03 e EF04GE05.

MP231

  1. Atualmente, a maior parte da população brasileira vive em cidades. Copie no caderno a alternativa que apresenta dois motivos que levaram ao aumento da população urbana no Brasil.
  1. O desenvolvimento das indústrias nas cidades e a mecanização da agricultura.
  1. O crescimento do comércio nas cidades e o aumento da pecuária.
  1. A modernização do campo e a diminuição das cidades.
  1. O desenvolvimento da agricultura e o fim das indústrias nas cidades.
PROFESSOR Resposta correta: a.
  1. A imagem abaixo mostra uma área de transição entre o campo e a cidade. Utilize a legenda para identificar os elementos em destaque.
Imagem: Ilustração. Vista do alto de plano de cidade.  Na ponta superior, à direita, rosa dos ventos em preto com os sentidos: N, NO, O, SO, S, SE, L, NE. Escala: 0 – 225m Legenda: P – plantação R- Rodovia M- Mata B- Bairro F- Fábrica Ao centro, local de cor verde-escuro e partes em verde claro (ponto M); à direita, cidade com casas de telhados em marrom, ruas e partes em verde-claro. e na ponta superior, solo de cor marrom-claro. Mais acima, à esquerda, cidade com casas próximas, partes com solo bege, partes em verdes e casas. (ponto B). Mais à esquerda, uma rua cinza na vertical, um pouco na diagonal (ponto R). Mais à esquerda, na ponta, grande parte de cor verde (ponto P). Na parte superior, local com grande galpão em cinza-claro, perto de parte verde, grande, (ponto F).   Fim da imagem.

LEGENDA: Imagem de satélite de parte do município de Botucatu, no estado de São Paulo, em 2021. FIM DA LEGENDA.

  1. A mata está ao sul do bairro.
PROFESSOR Resposta: V.
  1. A plantação está a leste da rodovia.
PROFESSOR Resposta: F.
  1. O bairro está a leste da fábrica.
PROFESSOR Resposta: V.
  1. A mata está a leste da rodovia.
PROFESSOR Resposta: F.
MANUAL DO PROFESSOR

Atividade 8. O estudante deve identificar motivos que levaram ao aumento da população urbana no Brasil. Caso os estudantes apontem outra alternativa como correta, peça que justifiquem sua resposta. Se julgar pertinente, retome o conteúdo sobre a distribuição da população no território e explique novamente os motivos do crescimento da população urbana no Brasil. Esta atividade mobiliza aspectos da habilidade da BNCC EF04GE02.

Atividade 9. O estudante deve identificar a localização de elementos em uma imagem utilizando uma rosa dos ventos. Se julgar necessário, peça aos estudantes que justifiquem suas respostas e explique novamente sobre os pontos cardeais e colaterais. Se forem constatadas dificuldades de projeção das direções cardeais a partir da rosa dos ventos representada no canto da imagem, oriente-os a confeccionar uma rosa dos ventos em um pedaço de papel e a posicioná-la no centro da imagem. Esta atividade mobiliza aspectos da habilidade da BNCC EF04GE09.

MP232

Comentários para o professor:

GRADE DE CORREÇÃO

Quadro: equivalente textual a seguir.

Questão

Habilidades avaliadas

Nota/ conceito

1

(EF04GE10) Comparar tipos variados de mapas, identificando suas características, elaboradores, finalidades, diferenças e semelhanças.

2

(EF04HI05) Relacionar os processos de ocupação do campo a intervenções na natureza, avaliando os resultados dessas intervenções.

(EF04GE11) Identificar as características das paisagens naturais e antrópicas (relevo, cobertura vegetal, rios etc.) no ambiente em que vive, bem como a ação humana na conservação ou degradação dessas áreas.

3

(EF04HI01) Reconhecer a história como resultado da ação do ser humano no tempo e no espaço, com base na identificação de mudanças e permanências ao longo do tempo.

(EF04HI02) Identificar mudanças e permanências ao longo do tempo, discutindo os sentidos dos grandes marcos da história da humanidade (nomadismo, desenvolvimento da agricultura e do pastoreio, criação da indústria etc.).

4

(EF04HI02) Identificar mudanças e permanências ao longo do tempo, discutindo os sentidos dos grandes marcos da história da humanidade (nomadismo, desenvolvimento da agricultura e do pastoreio, criação da indústria etc.).

5

(EF04GE01) Selecionar, em seus lugares de vivência e em suas histórias familiares e/ou da comunidade, elementos de distintas culturas (indígenas, afro-brasileiras, de outras regiões do país, latino-americanas, europeias etc.), valorizando o que é próprio em cada uma delas e sua contribuição para a formação da cultura local, regional e brasileira.

6

(EF04HI09) Identificar as motivações dos processos migratórios em diferentes tempos e espaços e avaliar o papel desempenhado pela migração nas regiões de destino.

(EF04HI10) Analisar diferentes fluxos populacionais e suas contribuições para a formação da sociedade brasileira.

7

(EF04GE03) Distinguir funções e papéis dos órgãos do poder público municipal e canais de participação social na gestão do Município, incluindo a Câmara de Vereadores e Conselhos Municipais.

(EF04GE05) Distinguir unidades político-administrativas oficiais nacionais (Distrito, Município, Unidade da Federação e grande região), suas fronteiras e sua hierarquia, localizando seus lugares de vivência.

8

(EF04GE02) Descrever processos migratórios e suas contribuições para a formação da sociedade brasileira.

9

(EF04GE09) Utilizar as direções cardeais na localização de componentes físicos e humanos nas paisagens rurais e urbanas.

MP233

Sugestão de questões de autoavaliação

Ao final da seção Para terminar, sugerimos um último momento de autoavaliação, que pode servir de estímulo para que os estudantes projetem o que será necessário fazer para continuarem evoluindo. Assim, eles poderão traçar metas e estratégias de estudo e de valorização dos momentos coletivos de aprendizagem no próximo ano letivo para adquirir novos conhecimentos, habilidades e procedimentos. Se preferir, faça perguntas aos estudantes como as sugeridas a seguir.

Quadro: equivalente textual a seguir.

AUTOAVALIAÇÃO DO ESTUDANTE

MARQUE UM X EM SUA RESPOSTA

SIM

MAIS OU MENOS

NÃO

1. Consegui aprender novos conhecimentos?

2. Aproveitei as oportunidades que tive para aprofundar os conhecimentos que já dominava?

3. Levei para a sala de aula as observações feitas no dia a dia para contribuir com as aulas?

4. Tenho facilidade para resolver atividades com diferentes formatos: marcar X, falso ou verdadeiro, elaborar textos, entre outros?

5. Gostei de estudar e quero continuar aprendendo sobre os temas do bimestre?

MP234

Sugestões de leitura

Unidade 1

Imagem: Fotografia. Capa de livro. Ilustração de uma rocha de cor amarelada e tons em marrom-claro. Na ponta superior à esquerda, pedras pequenas e de tamanho médio. Sobre a rocha, pintura rupestre em marrom-escuro com a cabeça à direita. Na ponta superior à direita, duas animais quadrúpedes em marrom correndo para à direita. Na ponta inferior, à esquerda, um animal similar a uma onça pintada, com a cabeça para à direita. Abaixo, título do livro.  Fim da imagem.

Patrícia E. Secco

Editora Melhoramentos

Juca Brasileiro e seus amigos gostam de fazer caminhadas por matas e parques. Nessas aventuras, eles percebem que a natureza brasileira é muito rica, porém está sendo ameaçada pelos seres humanos.

Imagem: Fotografia. Capa de livro. Ilustração de um para com formato de vegetação ao centro, com folhas em verde-escuro à direita. Na ponta, um garoto de pele clara, cabelos castanhos, com boné em branco e vermelho virado para trás, com camiseta laranja, bermuda e mochila em azul-claro, com sapatos cinzas, com o braço esquerdo para cima. Na ponta superior, com galho marrom, com aves de penas em azul-claro, bico laranja e vermelho à esquerda e à direita, ave de penas em vermelho e laranja, com bico branco, à direita. Uma pessoa pendurada no galho de pele clara, com braços e pernas longas, de ponta cabeça. Na ponta inferior, à esquerda, uma onça em amarelo e manchas em preto, com tartaruga verde em cima. No alto, título do livro. Fim da imagem.

Denise Crispun e Mariana Massarani

Global Editora

Durante visita aos sítios arqueológicos do Parque Nacional Serra da Capivara, a garota Maria relata ao pai, via e-mail, as observações e descobertas que faz. Um livro muito informativo, em linguagem coloquial e com belas ilustrações.

Imagem: Fotografia. Capa de livro. Ilustração de uma menina à direita, com o corpo para à esquerda, vista dos joelhos para cima, de pele clara, cabelos encaracolados pretos, com blusa rosa de alça e calça de cor verde, segurando um objeto branco na mão direita. Ao fundo, uma rocha de cor bege com pinturas rupestres. Na parte superior, uma animal quadrúpede com duas pessoas à frente dele. Mais abaixo, um animal quadrúpede de tamanho grande, com pescoço longo para à esquerda e abaixo, um animal similar todo em marro, correndo para esquerda com as patas bem esticadas. No alto, título do livro. Fim da imagem.

MP235

Unidade 2

Imagem: Fotografia. Capa de livro. Ilustração de um rio à frente, mais atrás, solo com vegetação e árvores com tronco em marrom com folhas verdes e ao centro, folhas em azul. Sobre a vegetação, um asno de cor azul, com a boca aberta e sobre o dorso dele, um enorme saco de cor branca. Perto dele, um homem de pele morena, com saiote branca, com cabelos escuros pequenos e o braço esquerdo para cima. À direita, outras duas pessoas de frente para plantação com uma foice na mão. Eles têm pele morena, cabelos escuros, um homem de cabelos curtos e à frente uma mulher de cabelos longos. Em segundo plano, uma esfinge, pessoa com corpo de animal quadrúpede e cabeça de pessoa. Ela está olhando para à esquerda. Mais ao fundo, duas pirâmides e um local com areia e céu em azul-claro. No alto, título do livro. Fim da imagem.

Jean-Paul Duviols

Editora Rocco

Com essa leitura, você vai descobrir como eram as viagens de Cristóvão Colombo na época em que ele chegou à América e conhecer o uso de instrumentos de navegação e as riquezas encontradas no novo continente.

Imagem: Fotografia. Capa de livro. Na parte inferior, indígenas vistos da cintura para cima, de costas em meio a local com densa vegetação e arborizado. Eles têm pele morena, cabelos pretos, dois homens com um lança na mão direita, ao centro, uma mulher com um bebê no colo e perto dela à direita, uma criança de frente com cabelos pretos. Mais à frente, um outro indígena com uma lança na mão esquerda e a outra mão direita apontando para frente. Mais ao fundo, o mar com água de cor azul e com três embarcações antigas em marrom avançando na borda. Elas têm velas de cor branca com símbolo de cruz vermelha. No alto, céu azul com nuvens brancas. Ao centro, título do livro.  Fim da imagem.

Janaína Amado

Editora Atual

Utilizadas desde a Antiguidade como condimentos, aromatizantes e remédios, as especiarias nativas do Oriente eram mercadorias valiosas. Seu comércio estimulou as primeiras expedições marítimas europeias para a Ásia.

Imagem: Fotografia. Capa de livro. Na parte superior, seis pinturas vistas parcialmente, dispostas uma ao lado da outra. Da esquerda para à direita: uma pintura de um homem sentado de cabelos e barba grisalhos, com vestido longo de mangas compridas em vermelho, com a mão direita perto de dois objetos marrons. A segunda pintura vê-se uma árvore em tons de marrom-claro, com folhas pequenas de cor verde. A terceira pintura vê-se duas pessoas de frente para um barril em marrom-claro come esferas pretas, com um homem à esquerda com vestes brancas e chapéu redondo cinza colocando uma esfera na boca e à direita, uma pessoa negra com short em laranja, em local com solo marrom-claro e árvore com folhas verdes. No alto, céu em azul e parte em branco. Quarta pintura, dois homens de pele clara, cabelos e barba escuros, com vestes longas em azul. Um está em pé segurando objeto retangular marrom e outro à direita sentado. Mais ao fundo, local com paredes brancas e telhado marrom. Quinta pintura de um homem sobre um cavalo de cor branca, com vestes vermelhos e pano branco sobre os ombros e atrás dele, camelos de cor marrom, um de pele morena e vestes longas de cor bege. Sexta pintura, pessoas sentadas de frente para uma mesa de toalha branca com pratos e alimentos em cima. Ao fundo, uma mulher de pele clara, cabelos pretos, com vestido de cor vermelha e à frente, uma criança de pele clara, cabelos escuros, com blusa de mangas compridas bufantes em marrom e calça laranja, segurando na mão um alimento. Na parte inferior, em cinza com ilustração de fundo em preto, de duas caravelas em alto mar. Abaixo, título do livro.  Fim da imagem.

MP236

Unidade 3

Imagem: Fotografia. Capa de livro. Fundo de cor amarela, com título colorido com estampa em amarelo, azul, vermelho e verde. Na parte inferior, subtítulo em letras em vermelho: de muitos povos. Mais abaixo, estampas coloridas. Ao centro, título do livro.  Fim da imagem.

Ruth Rocha

Editora Salamandra

O livro conta a aventura dos bandeirantes do ponto de vista de Francisco, um menino que acabou de chegar de Portugal. Ele acompanha a triste captura de indígenas que foram escravizados.

Imagem: Fotografia. Capa de livro. Fundo de cor verde, com ilustração ao centro, com galho de cor cinza. À esquerda, um macaco pequeno de cor marrom com cauda longa, segura na pata esquerda, uma esfera. À frente, um garoto pendurado com as pernas sobre galho. Ele tem pele clara, cabelos em marrom, com calça em azul, com manchas marrons e blusa de mangas compridas de cor verde-claro e manchas em marrom. Na parte inferior, em tons de verde com uma canoa pequena e uma pessoa em pé à direita, segurando nas mãos uma haste fina. No alto, título do livro.  Fim da imagem.

Tino Freitas

Editora Lê

Pai e filho estão em Brasília pela primeira vez. Enquanto percorrem a cidade em um táxi, a história da capital do Brasil é contada, desde sua construção até os dias atuais.

Imagem: Fotografia. Capa de livro. Fundo em verde-claro, com um menino de pele clara, cabelos curtos castanhos, com camiseta de listras em branco e cinza, com calça cinza e sapatos de cor vermelha, agachado com joelhos. Ele segura na mão esquerda um carrinho de brinquedo de cor vermelha. No solo, duas linhas finas, letras coloridas em A, JK, C. Na parte superior, título do livro.  Fim da imagem.

MP237

Unidade 4

Imagem: Fotografia. Capa de livro. Fundo em laranja e cinza, com silhueta de pássaros de cor laranja. Na parte inferior, grama de cor verde, com duas pessoas à frente. Um homem de pele negra, coroa com plumas coloridas, duas argolas douradas nas orelhas, com colar de cor laranja e saiote com plumas coloridas em amarelo, laranja e verde, com o olho esquerdo fechado e o olho direito aberto, com o corpo para diagonal, com a mão esquerda para baixo e outra mão direita para cima. Mais à direita, um menino negro de cabelos pretos, com camiseta e calça branca, com as mãos, olhando para à esquerda, com lábios de cor rosa. No alto, céu de cor amarela com detalhes em laranja. Na parte superior, título do livro.  Fim da imagem.

Thiago Iacocca

Editora Panda Books

Os imigrantes que chegaram ao Brasil trouxeram na mala não apenas roupas e saudades da terra natal, mas também muito da cultura de seu país. Revendo as fotografias da família ao lado do avô, o garoto descobre como era a vida de seus parentes na Itália e por que eles vieram para o Brasil.

Imagem: Fotografia. Capa de livro. De frente para uma mesa com toalha quadriculada em rosa e verde, com quadrados em branco, com muitas fotos espalhadas de locais e lugares diferentes. À esquerda, um menino de pele clara, cabelos castanhos, com camiseta de cor rosa e bermuda de cor azul, com as mãos para frente. À direita, um homem de pele clara, com cabelos e bigode de cor branca, com colete de cor verde, camiseta de cor rosa-claro, com boina de cor azul, segurando nas mãos uma foto. Mais ao fundo, à direita, mobília marrom e abajur com a parte superior em branco. No alto, título de livro.  Fim da imagem.

Fabiana Ferreira Lopes

Edições SM

Nesse livro, o leitor vai adentrar na origem histórica, geográfica e cultural do bumba-boi. Vai conhecer mitos, ritos e ritmos que envolvem essa manifestação cultural brasileira.

Imagem: Fotografia. Capa de livro. Fundo de cor branca, com três fotos espalhadas, cada uma com um boi de cor preta, com linhas coloridas na cabeça e par de chifres sobre a cabeça dela. Uma foto na parte inferior, homem de pele negra, com chapéu e blusa de mangas compridas em branco, com um objeto redondo de cor marrom. Mais ao fundo, três quadrados em amarelo. No alto, título de livro.  Fim da imagem.