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Unidade 2. Cultura e patrimônio
LEGENDA: Acrópole de Atenas, na Grécia, construída há mais de 2400 anos. Fotografia de 2019. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Anfiteatro de Taormina, na Sicília, Itália, construído há mais de 2000 anos por colonos de origem grega. Fotografia de 2020. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Anfiteatro de Epidauro, em Epidauro, na Grécia, construído há 2400 anos. Fotografia de 2019. FIM DA LEGENDA.
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LEGENDA: Anfiteatro do Parque da Devesa, na cidade de Vila Nova de Famalicão, em Portugal, inaugurado em 2012. Fotografia de 2019. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Anfiteatro de Ponta Negra, na cidade de Manaus, no estado do Amazonas, no Brasil, construído no final dos anos 1990. Fotografia de 2019. FIM DA LEGENDA.
Boxe complementar:
Vamos conversar
- Observe a fotografia da acrópole de Atenas. Em sua opinião, é importante preservar essas construções? Por quê?
- Agora, observe os locais retratados nas outras imagens. O que eles têm em comum? Quais são as principais diferenças entre eles?
- Qual é a relação entre as imagens que você examinou e o título desta unidade?
Fim do complemento.
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Investigar o assunto
Palavras de origens latina e grega
As línguas sofrem muitas transformações ao longo do tempo. A língua portuguesa, por exemplo, é resultado da transformação do latim vulgar e do galego. O latim vulgar era falado pelos romanos há milhares de anos na região da atual Itália, e o galego, na província da Galícia, região que atualmente faz parte da Espanha.
Muitas palavras que usamos no dia a dia são formadas por elementos de origem latina e grega, em razão do contato que os romanos tiveram com os gregos no passado.
Veja alguns exemplos nos quadros a seguir.
Quadro: equivalente textual a seguir.
Elemento |
Significado |
---|---|
pre |
anterior |
tri |
três |
rino |
nariz |
biblio |
livro |
Quadro: equivalente textual a seguir.
Elemento |
Significado |
---|---|
geo |
terra |
zoo |
animal |
logia |
estudo |
bio |
vida |
Agora, você vai investigar outras palavras que utiliza no seu dia a dia que têm elementos de origens latina e grega.
Material
- Dicionário que apresente a etimologia das palavras.
- 1 folha de papel sulfite.
Como fazer
- Pense em algumas palavras que você acha que têm elementos de origem latina ou grega e anote-as na folha de papel sulfite. Você pode se basear nos exemplos apresentados acima e procurar outros.
57
- Em seguida, escolha cinco palavras dentre as que você anotou e consulte o dicionário para verificar a origem e o significado de cada uma delas. Registre essas informações na folha de papel sulfite.
-
Monte no
caderno um quadro
com três colunas, como o do
modelo abaixo, e
cinco linhas. Na
coluna da esquerda,
registre as palavras que você pesquisou, numerando-as de 1 a 5.
Depois, complete o quadro com as informações que levantou.
Quadro: equivalente textual a seguir.
Palavra
Origem
Significado
_____
_____
_____
_____
_____
_____
4. Ao final, compartilhe o resultado da sua pesquisa com os colegas e o professor.
Para responder
- Você descobriu alguma palavra nova? Qual? O que ela significa?
- Compare seu quadro com o de um colega. Vocês pesquisaram alguma palavra igual? Qual? O que ela significa?
- Algum colega pesquisou uma palavra que chamou a sua atenção? Que palavra foi essa?
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Capítulo 1. O mundo grego
A civilização grega desenvolveu-se na região da atual Grécia no período entre 2000 a.C. e 500 a.C. a partir de diversas sociedades estabelecidas no local.
A Grécia antiga não correspondia a um território unificado, dirigido por um governo central, mas era formada por várias cidades, com organização social, política e econômica própria. Contudo, os gregos compartilhavam uma língua, as mesmas crenças religiosas e diversos valores culturais.
As cidades independentes que constituíam a Grécia antiga espalhavam-se por uma grande região chamada de Hélade pelos gregos. No máximo de sua extensão, aproximadamente entre os anos 700 a.C. e 500 a.C., essa região abrangia áreas continentais e insulares banhadas pelos mares Mediterrâneo, Jônico e Egeu.
- Observe os mapas a seguir e, depois, responda às questões.
FONTE: Atlas histórico . São Paulo: Encyclopaedia Britannica, 1977. p. 165.
FONTE: FERREIRA, Graça Maria Lemos. Atlas geográfico: espaço mundial. 5ª ed. São Paulo: Moderna, 2019. p. 89.
- Por quais mares era banhada a Grécia antiga?
- A região da Grécia antiga corresponde à região ocupada pela atual Grécia? Explique.
- Que cidades estão nomeadas na representação da Grécia antiga?
- Que cidades e ilhas estão nomeadas nas duas representações da Grécia?
- Qual é a capital da Grécia atual?
59
O processo de formação
Por volta de 2500 a.C., povos conhecidos como indo -europeus, como os aqueus, os dórios, os eólios e os jônios, começaram a ocupar o sul da região dos Bálcãs, a península do Peloponeso e as ilhas do mar Egeu. Esses povos deram origem ao povo grego.
A influência cretense
Entre 2000 a.C. e 1400 a.C., desenvolveu-se na ilha de Creta um grande polo cultural. Nesse período, a civilização cretense (ou minoica) dominou o comércio marítimo no mar Mediterrâneo e, por meio dessa atividade econômica, estendeu sua influência até a Grécia continental.
O palácio de Cnossos, na ilha de Creta, era o centro da vida econômica, política e religiosa da civilização minoica. Nele, vivia o rei, que governava com o auxílio de funcionários e da nobreza.
A religião cretense tinha como base o culto à Grande-Mãe, deusa da fertilidade, considerada a mãe de todos os seres vivos.
LEGENDA: Escultura cretense de cerca de 1600 a.C. representando a Grande-Mãe. FIM DA LEGENDA.
- Que povos deram origem ao povo grego?
- Que regiões esses povos ocuparam?
- De que forma os cretenses estenderam sua influência até a Grécia continental?
- Observe a imagem a seguir e, depois, responda às questões.
LEGENDA: Sala do trono do palácio de Cnossos, centro cultural de Creta, datado de cerca de 1500 a.C. Fotografia de 2019. FIM DA LEGENDA.
- O que a imagem mostra?
- Qual era a importância desse local para a civilização cretense?
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Os micênicos
Por volta de 1450 a.C., a civilização cretense entrou em declínio. Os pesquisadores acreditam que desastres ambientais tenham fragilizado essa civilização, facilitando a invasão da ilha pelos aqueus. Os aqueus buscavam terras férteis, que eram raras na Grécia.
Com o passar do tempo, os aqueus estenderam seu domínio para outras regiões da Grécia antiga.
Uma das principais cidades fundadas pelos aqueus foi Micenas , na península do Peloponeso, por volta de 1500 a.C., dando origem à civilização micênica .
A sociedade micênica era governada por um rei e uma elite dedicada a guerras que viviam em palácios. Ao redor desses palácios, desenvolveram-se espaços urbanos cercados por muralhas, onde viviam os artesãos. Fora dos limites da muralha, havia aldeias habitadas por camponeses, que se encarregavam dos trabalhos agrícolas. Nessas áreas, também viviam escravos capturados nas guerras pelos micênicos. Eles desempenhavam diversas funções nos palácios.
LEGENDA: Ruínas da cidade de Micenas, na Grécia. Fotografia de 2019. FIM DA LEGENDA.
Por razões ainda desconhecidas pelos pesquisadores, a civilização micênica foi destruída por volta do ano 1200 a.C. Nessa mesma época, outros povos indo-europeus chegaram à região: os jônios e os eólios se estabeleceram na Grécia continental, e os dórios se fixaram na península do Peloponeso e na ilha de Creta.
- Como ocorreu a formação da civilização micênica?
- Descreva como eram organizados os espaços das cidades da civilização micênica.
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As cidades-Estados
A partir de 800 a.C., o crescimento da população estimulou as trocas comerciais e o aparecimento de várias cidades, isoladas umas das outras. Chamadas de pólis pelos gregos, cada uma delas era um centro político independente. Por isso, também são conhecidas como cidades-Estados . Elas tinham governo próprio, exército, moeda e leis.
O centro político da pólis era a acrópole , que costumava ser construída no local mais alto da cidade, onde ficavam os templos e o palácio dos governantes.
LEGENDA: Ruínas da acrópole na vila de Lindos, em Rodes, na Grécia. Fotografia de 2020. FIM DA LEGENDA.
A ágora era a praça onde as pessoas se reuniam para discutir as questões que afetavam a vida da pólis e para realizar trocas comerciais.
LEGENDA: Ruínas da ágora de Atenas, na Grécia. Fotografia de 2019. FIM DA LEGENDA.
As áreas de cultivo agrícola e os bosques ficavam fora das muralhas, mas também faziam parte da pólis.
No período entre 800 a.C. e 600 a.C., apenas os nobres, que eram os proprietários das terras mais férteis, tinham direito de participar do governo e de ocupar cargos administrativos. Esse grupo reduzido de pessoas era chamado de aristocracia e elegia um rei, que governava com o auxílio dos nobres. Esse tipo de pólis é denominado pólis aristocrática .
- O que era a pólis?
-
Qual era a função da:
- acrópole?
- ágora?
- Por que a pólis aristocrática recebia esse nome?
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Atenas
Atenas foi uma das principais pólis do mundo grego e estava localizada na Grécia continental. Inicialmente, era governada pela aristocracia, mas, em 594 a.C., uma reforma política e social empreendida pelo legislador Sólon deu início a importantes mudanças no sistema de governo.
Na época, Atenas passava por uma grave crise econômica e era palco de conflitos sociais. Para enfrentar essa situação, Sólon estabeleceu leis para abolir a escravidão por dívidas e limitar os poderes dos aristocratas, criando a Eclésia .
LEGENDA: Representação de uma Eclésia grega na Antiguidade. FIM DA LEGENDA.
A Eclésia era uma assembleia popular da qual os homens livres, filhos de pai e mãe atenienses e com mais de 18 anos de idade, podiam participar para discutir as questões da vida cotidiana na pólis. Ela funcionava em conjunto com a Bulê , um conselho composto de quatrocentas pessoas que definia os temas que seriam discutidos e votados na assembleia .
A partir de então, desenvolveu-se uma forma de governo que permitia a participação de todos os cidadãos nas decisões políticas e administrativas da pólis.
Os cidadãos podiam discutir os problemas da cidade e votar, mas apenas os mais ricos podiam ser eleitos governantes. No entanto, sendo a principal instância de participação política, a Eclésia tornou-se a base das instituições democráticas atenienses.
LEGENDA: Sólon, legislador grego que viveu em Atenas entre 640 a.C. e 558 a.C. Ele fazia parte da aristocracia ateniense. A escultura feita de mármore data do século IV a.C. FIM DA LEGENDA.
- Que medidas tomadas por Sólon permitiram a participação dos atenienses no governo da cidade?
- O que era a Eclésia? Quem podia participar dela?
- As medidas tomadas por Sólon permitiram, de fato, a participação de todos os atenienses no governo? Explique.
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Entre 509 a.C. e 507 a.C., Clístenes, outro aristocrata, eliminou a divisão da sociedade ateniense baseada na riqueza e estabeleceu a igualdade entre os cidadãos perante a lei, dando início à democracia em Atenas.
A palavra grega “democracia” significa “poder ( kratos ) do povo ( demos )”. Democracia é, portanto, um regime político em que todos os cidadãos podem discutir e decidir as questões que dizem respeito à vida de sua cidade, de seu estado ou de seu país.
Na democracia ateniense, porém, eram considerados cidadãos apenas os homens maiores de 18 anos, filhos de mãe e pai atenienses. As mulheres, os estrangeiros e os escravos não tinham direito à cidadania . Assim, apenas um grupo pequeno de pessoas tinha o direito de opinar e decidir sobre os rumos da pólis.
- Leia a tirinha a seguir sobre a democracia ateniense e responda às questões.
- O que é dito pelo personagem grego no primeiro quadrinho?
- Essa fala corresponde à realidade vivida pelos atenienses na política? Como isso é retratado na tirinha? Explique.
- Pesquise informações sobre a democracia no Brasil atualmente e compare suas características com as da democracia ateniense. Registre suas observações no caderno.
- Em sala de aula, discuta com os colegas e o professor as semelhanças e as diferenças entre a democracia no Brasil e a democracia ateniense.
64
Vamos fazer -
Ações de cidadania
Você já deve ter ouvido falar na palavra “cidadania”. Mas você sabe o que ela significa? Quem é cidadão?
A palavra “cidadania” refere-se à condição da pessoa que vive em uma comunidade politicamente organizada e aos direitos e deveres dessa pessoa.
Mas, como vimos anteriormente, a concepção de cidadania sofreu muitas transformações ao longo do tempo. Nas cidades antigas, nem todas as pessoas tinham os mesmos direitos ou podiam participar da vida política. Um exemplo é a Grécia antiga, onde era considerada cidadã apenas uma parte da sociedade: homens gregos, livres, nascidos na cidade e maiores de 18 anos.
No decorrer da história, houve muita luta e resistência para que os direitos dos cidadãos fossem estendidos a todas as pessoas. Atualmente, todos aqueles que vivem em sociedade são considerados cidadãos e devem exercer a cidadania. A cidadania envolve a participação popular nas decisões políticas e está associada ao respeito aos direitos humanos, ou seja, aos direitos considerados essenciais a todas as pessoas, sem distinção, como o direito à vida, à liberdade e à educação.
Exercer a cidadania significa agir em favor do interesse coletivo, isto é, de todos aqueles que vivem na cidade. Cada um de nós pode praticar a cidadania em pequenos gestos no dia a dia.
- Observe a ilustração. O que as pessoas estão fazendo? Em sua opinião, essa pode ser considerada uma ação de cidadania? Por quê?
Boxe complementar:
Hora da leitura
-
A Grécia antiga, de
Stewart Ross, editora Companhia das Letrinhas, 2011.
O livro traz, de maneira leve, muitas ilustrações e informações sobre a vida na Grécia antiga.
Fim do complemento.
65
Agora, você vai investigar as ações de cidadania praticadas na comunidade onde vive.
Como fazer
- Reúna-se com um colega que more próximo a você.
- Selecionem alguns vizinhos que aceitem ser entrevistados sobre as ações de cidadania que praticam no dia a dia.
- Solicitem a um familiar que os acompanhe durante a entrevista.
-
Sigam o roteiro de perguntas apresentado a seguir e anotem as
respostas no caderno. Lembrem-se de anotar o nome de cada
entrevistado.
- Você economiza água no seu dia a dia? Como?
- Você economiza energia elétrica no seu dia a dia? Como?
- Você separa o lixo reciclável para a coleta seletiva?
- Você colabora para manter a limpeza das áreas públicas do local onde vive? Como?
- Você preserva as áreas verdes do local onde vive? Como?
- Há outras ações de cidadania que você pratica no seu dia a dia? Quais?
- Ao final, leve o resultado das entrevistas para a sala de aula e compartilhe-o com os colegas e o professor.
Para responder
- Quantas pessoas você e seu colega entrevistaram?
- As pessoas entrevistadas costumam praticar ações de cidadania no dia a dia? Alguma ação chamou a sua atenção? Qual?
- Quais ações de cidadania você e sua família praticam no dia a dia? Por que elas são importantes?
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Capítulo 2. Legados da Antiguidade
Ao analisar palavras que usamos no dia a dia, podemos reconhecer elementos das línguas faladas por gregos e romanos que viveram há milhares de anos. A herança das civilizações criadas por esses povos está presente não só na língua que falamos, mas também nas concepções que temos da arte, da filosofia e do direito, por exemplo, como veremos a seguir.
A cultura grega
Da civilização grega antiga, herdamos muitos elementos culturais que fazem parte do nosso dia a dia, como a democracia, as artes, a arquitetura, a filosofia, a matemática e a astronomia.
A cultura grega teve muita importância porque foi resultado do contato entre os gregos e diferentes povos que viveram na África e no Oriente Médio na Antiguidade. Os gregos tiveram contato, por exemplo, com os egípcios, reconhecidos por seus complexos conhecimentos técnicos, e com os fenícios, que criaram o alfabeto que deu origem ao alfabeto que usamos atualmente.
Os Jogos Olímpicos também são uma herança cultural grega. Eles foram criados por volta do ano 776 a.C. e eram realizados na cidade grega de Olímpia, com a intenção de promover a amizade e a integração entre os povos da região. Os jogos envolviam as cidades-Estados da Hélade em várias competições de atletismo.
LEGENDA: Jogos Olímpicos representados em vaso grego datado de cerca de 530 a.C. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Jogos Olímpicos realizados no município do Rio de Janeiro, estado do Rio de Janeiro, em 2016. FIM DA LEGENDA.
- Cite alguns exemplos de elementos culturais de origem grega que fazem parte do nosso dia a dia.
- Em grupo, façam uma pesquisa sobre as modalidades esportivas que faziam parte dos Jogos Olímpicos na Grécia antiga e sobre as modalidades que fazem parte deles no presente. Selecionem algumas informações e imagens e produzam um cartaz sobre o assunto para apresentar ao restante da turma.
67
A religião
Como diversos povos da Antiguidade, os gregos eram politeístas , isto é, tinham uma religião baseada na crença em vários deuses. A divindade mais importante para os gregos era Zeus, deus dos céus, das nuvens e das montanhas. Eles acreditavam que as divindades habitavam o Monte Olimpo e personificavam as forças da natureza, mas tinham a aparência, as qualidades e os defeitos humanos.
Para os gregos, os deuses eram capazes de intervir na vida humana, podendo até gerar filhos com os humanos. Da união entre um deus e uma pessoa, nasciam os heróis, como Aquiles, Teseu, Odisseu e Héracles, que eram poderosos como os deuses, mas mortais como os humanos.
Diferentemente de outros povos da Antiguidade, os gregos não acreditavam que os deuses fossem os criadores do Universo. Para eles, o Universo sempre existiu e dele se originaram os titãs (gigantes), filhos de Urano (o céu) e de Gaia (a Terra), e os deuses.
Segundo a mitologia grega, os deuses surgiram após a morte do titã Cronos, pai das divindades do Olimpo. A entidade Destino teria determinado que Cronos, deus do tempo, filho de Urano e de Gaia, seria destruído por um de seus filhos. Sabendo disso, Cronos devorava os próprios filhos assim que nasciam. Um dia, no entanto, a esposa de Cronos, Reia, decidiu salvar um deles, chamado Zeus, e o escondeu do marido.
Zeus acabou cumprindo a profecia de Destino e matou o pai. Depois, retirou do estômago de Cronos os irmãos que haviam sido devorados, permitindo a existência dos outros deuses. Com isso, Zeus passou a reinar no mundo ao lado de seus irmãos.
LEGENDA: Relevo representando Reia entregando a Cronos uma pedra no lugar de Zeus, datado do século II. FIM DA LEGENDA.
- Como era a religião grega?
- Como eram os deuses?
- Reescreva o mito do surgimento de Zeus e dos outros deuses a partir de Cronos e Reia. Depois, leia seu texto para os colegas e o professor. Você pode ilustrar a narrativa de acordo com a sua imaginação.
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A arte
Os artistas da Grécia antiga produziam obras de forte impacto visual: pintores faziam grandes murais em locais públicos; ceramistas representavam heróis e cenas míticas em vasos; arquitetos construíam templos que podiam ser admirados a quilômetros de distância; e escultores representavam deuses e guerreiros com riqueza de detalhes e muito movimento.
A poesia também era uma importante forma de expressão artística para os gregos. Antes de a escrita se popularizar, eles faziam poemas que eram declamados em público ou em reuniões particulares e podiam ser acompanhados de música instrumental, canto e dança. Os principais temas da poesia grega eram os mitos sobre os deuses, que também apareciam na arquitetura, na escultura e na pintura.
Uma das principais expressões da arte grega era o teatro , que teve suas origens nas festas realizadas em homenagem a Dionísio, o deus do vinho. Essas festividades incluíam danças, músicas e poemas. Delas, originaram-se os dois gêneros clássicos do teatro grego: a tragédia e a comédia . A tragédia abordava a vida de personagens com moral exemplar e tinha o objetivo de orientar a conduta das pessoas. A comédia abordava a vida de personagens comuns e questões do cotidiano e era apresentada para divertir.
LEGENDA: As apresentações de teatro eram feitas principalmente ao ar livre, nos anfiteatros, que tinham capacidade para milhares de pessoas. Ruínas do Teatro de Argos, antiga cidade grega situada na Argólida, na península do Peloponeso. Fotografia de 2019. FIM DA LEGENDA.
- Quais eram as principais características da arte grega? Cite exemplos.
- Você já foi ao teatro? A que peça você assistiu? Converse com os colegas e o professor sobre sua experiência.
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A arquitetura grega foi preservada em parte e pode ser observada nas ruínas de antigos templos construídos em homenagem aos deuses. Nos templos, havia esculturas das divindades e eram realizados rituais de oferendas. Entre os principais templos da Grécia antiga estão o Partenon e o Erecteion, construídos entre 500 a.C. e 400 a.C. na acrópole de Atenas.
As esculturas gregas eram feitas principalmente de bronze e de mármore. Muitas dessas esculturas tinham como tema o corpo humano, sobretudo o masculino.
Poucas esculturas gregas chegaram aos dias de hoje, e muitas estão danificadas. As peças que conhecemos atualmente são cópias feitas pelos romanos.
As pinturas em vasos de cerâmica são praticamente os únicos testemunhos da pintura grega que foram preservados até hoje.
LEGENDA: A arquitetura grega se destaca por suas grandes colunas. Com a mesma função de sustentação, em algumas edificações foram usadas cariátides, que são esculturas de figuras femininas. Templo de Erecteion, construído entre 421 a.C. e 406 a.C. na acrópole de Atenas, na Grécia. Fotografia de 2019. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Discóbolo, cópia romana da obra produzida pelo escultor grego Míron por volta de 455 a.C. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Pintura feita em vaso de cerâmica grego do século V a.C. FIM DA LEGENDA.
- Você já observou no seu dia a dia objetos ou construções que tenham características da arte grega? Converse com os colegas e o professor sobre isso.
70
A filosofia
A filosofia é um legado cultural dos gregos antigos especialmente importante, porque as questões, as reflexões e os procedimentos desenvolvidos por eles nesse campo do saber têm impacto nas formas de investigar o mundo até hoje.
Ao lado de tantos outros filósofos da Grécia antiga, Platão, que viveu há 2400 anos, compôs ideias e reflexões sobre a vida e o mundo por meio da filosofia. Na obra A república , apresentou uma reflexão sobre formas de conhecer a verdade e sobre as questões que impedem percebê-la. Para isso, utilizou uma alegoria conhecida como alegoria da caverna.
Imagine pessoas que vivem presas em uma caverna e estão de costas para o mundo externo. Elas acompanham o que se passa do lado de fora apenas pelas sombras que se projetam na parede ao fundo da caverna onde vivem. Todo contato com a realidade se dá somente pelas sombras. Mas como seria se algumas dessas pessoas saíssem para o mundo exterior? O que se passaria com elas? Como reagiriam as pessoas que permaneceram na caverna ao ouvir as histórias das que voltassem? O que tem maior valor: o conhecimento da realidade ou a representação dela, que é marcada por convenções sociais? Para Platão, a filosofia – palavra de origem grega que quer dizer amor ( phílos ) à sabedoria ( sophi a) – seria o meio de sair dessa caverna.
LEGENDA: Busto de Platão, filósofo grego que viveu entre 428 a.C. e 347 a.C. FIM DA LEGENDA.
Por meio do pensamento filosófico, os sábios da Grécia antiga procuraram compreender o mundo e a natureza sem recorrer aos deuses e aos mitos. Apesar disso, a filosofia e a religiosidade conviveram por muito tempo na Grécia antiga.
- As imagens a seguir fazem parte de uma história em quadrinhos inspirada na alegoria da caverna. Observe-as e depois faça o que se pede.
LEGENDA: Tiras extraídas da história em quadrinhos As sombras da vida , publicada por Mauricio de Sousa em 1981. FIM DA LEGENDA.
71
- Explique:
- a relação entre o título da história em quadrinhos e a alegoria da caverna;
- a relação entre as imagens e a alegoria da caverna.
-
Reúna-se com alguns colegas e, com base na alegoria da caverna,
reflitam:
É melhor correr os riscos de conhecer o mundo exterior ou mais vale conhecer somente as sombras desse mundo?
-
Com a orientação do professor, participe de um debate sobre essa
questão.
O cotidiano
A cultura de uma sociedade se expressa não só nas crenças, nos valores, nas tradições, nas normas e nas instituições, mas também em vários aspectos da vida cotidiana, como a organização do espaço doméstico, a divisão das tarefas do dia a dia, o papel desempenhado por homens e mulheres e a educação das crianças. São esses aspectos que vamos examinar a seguir.
Vida doméstica na Grécia antiga
Na Grécia antiga, a maioria das casas tinha espaços comuns, como um pátio interno, depósitos e dormitórios. Existiam também divisões entre os espaços destinados aos homens e às mulheres. O local designado às atividades dos homens se chamava andron, e o local reservado às mulheres era o gineceu. No andron, os homens reuniam-se para conversar, cantar e ouvir música. No gineceu, as mulheres faziam atividades como a tecelagem e a preparação de farinhas.
As mulheres não tinham acesso à educação ou à atividade política; aquelas que participavam da vida pública o faziam por meio da religião, como sacerdotisas.
LEGENDA: Representação de mulher e de homem em cerâmica grega produzida há cerca de 2500 anos. FIM DA LEGENDA.
72
- Quais são as semelhanças e as diferenças entre a vida doméstica na Grécia antiga e na sociedade da qual você faz parte? Em sua resposta, considere os seguintes aspectos:
- divisão do espaço das moradias;
- atividades dos homens e atividades das mulheres.
- Em sua opinião, por que as mulheres na Grécia antiga não tinham acesso à educação e à vida política? Fundamente sua opinião com elementos do texto “Vida doméstica na Grécia antiga”.
Meninas e meninos em Esparta e em Atenas
Em Esparta, cidade da Grécia antiga, a concepção de infância estava ligada às obrigações cívicas. As crianças iam para a escola aos 7 anos. Os meninos deixavam a casa dos pais para receber uma educação voltada para a guerra. O treinamento era muito difícil e eles só voltavam para casa quando ingressavam na vida adulta. As meninas recebiam, desde a infância, um rigoroso treinamento físico e psicológico porque se esperava que elas se tornassem as mães dos guerreiros que no futuro serviriam a Esparta.
Em Atenas, os meninos de famílias mais ricas recebiam educação formal. Eles aprendiam a ler, a escrever, a recitar poemas e até a cantar ou tocar um instrumento musical. As meninas, por sua vez, eram educadas para a vida doméstica e para a maternidade. Elas aprendiam a fiar, a tecer e a cozinhar e brincavam com bonecas.
LEGENDA: Representação de professores e estudantes em vaso grego de cerca de 2500 anos. FIM DA LEGENDA.
- Com base nas informações do texto acima, responda:
- Por que, em Esparta, as meninas recebiam treinamento físico e psicológico?
- Converse com os colegas sobre as principais diferenças entre o cotidiano das crianças na Grécia antiga e o cotidiano de vocês.
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Para ler e escrever melhor
O texto que você lerá apresenta uma descrição da sociedade na antiga cidade grega de Atenas.
Atenas
A cidade-Estado de Atenas localizava-se na Grécia continental. Sua população era de origem micênica.
A presença de terras pouco férteis para a atividade agrícola fez com que os atenienses se dedicassem ao comércio no mar Mediterrâneo.
A sociedade ateniense era dividida em cidadãos, homens livres maiores de 18 anos, filhos de pai e mãe atenienses, que podiam adquirir terras e participar da vida política; metecos, estrangeiros que se dedicavam ao comércio e ao artesanato e podiam participar dos eventos religiosos, mas não podiam adquirir terras nem atuar na vida política; e escravos, prisioneiros de guerra ou filhos de escravos, que não tinham direitos políticos, econômicos nem militares e trabalhavam na agricultura, nas tarefas domésticas, na mineração ou no artesanato.
LEGENDA: Representação de Platão com seus pupilos em mosaico de cerca de 100 a.C. encontrado em Pompeia. Para o filósofo, a sociedade deveria assegurar educação para todos. FIM DA LEGENDA.
Em Atenas, as famílias decidiam como educar os filhos. Os meninos das famílias mais ricas começavam a estudar por volta dos 7 anos de idade e tinham aulas de gramática e música, além de aprender a declamar poemas. Aos 15 anos, os rapazes iam para os ginásios, onde praticavam atividades físicas e tinham aulas de leitura, escrita, cálculo, poesia e música. Também estudavam política e filosofia, preparando-se para atuar na vida pública.
Já as meninas geralmente não aprendiam a ler nem a escrever, pois eram preparadas para o casamento e para as atividades domésticas, como fiar, tecer e cozinhar.
Analise
- Que fator contribuiu para que os atenienses se dedicassem ao comércio marítimo?
- Como era dividida a sociedade ateniense?
- Como era a educação das crianças em Atenas?
74
Organize
- Monte no caderno um quadro como o do modelo a seguir e complete-o com as informações referentes a cada item.
Características da cidade-Estado de Atenas
Quadro: equivalente textual a seguir.
Localização |
_____ |
Origem da população |
_____ |
Atividade econômica |
_____ |
Organização da sociedade |
_____ |
Educação |
_____ |
Escreva
-
Esparta foi outra importante cidade-Estado grega. Ela tinha
características bastante distintas das de Atenas. No quadro a seguir
são apresentadas algumas dessas características. Com base nelas,
escreva um texto de descrição, tendo como
modelo o texto
sobre Atenas do início desta seção. Não se esqueça de dar um título
para o seu texto.
Localização: Lacônia, na península do Peloponeso.
Origem da população: dória; os dórios invadiram a região e transformaram os habitantes locais em servos, que ficaram conhecidos como hilotas.
Atividade econômica: agricultura e guerras.
Organização da sociedade: dividida entre esparciatas, os únicos considerados cidadãos, que eram proprietários das melhores terras e se dedicavam à atividade militar (eram guerreiros) e à política; periecos, homens livres que se dedicavam à agricultura e ao comércio e não tinham direitos políticos; e hilotas, que formavam a população mais numerosa de Esparta e pertenciam ao Estado, devendo trabalhar nas terras dos esparciatas, e não tinham direitos.
Educação: era pública e obrigatória para os meninos das famílias ricas, que saíam de casa aos 7 anos e iam viver em quartéis, onde permaneciam até cerca de 30 anos em treinamento para se tornarem guerreiros leais à pólis. As meninas também passavam por treinamento físico e psicológico e se preparavam para ser mães e esposas de guerreiros.
LEGENDA: Escultura espartana feita de bronze representando menina praticando esportes, datada do século VI a.C. FIM DA LEGENDA.
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A cultura romana
De acordo com pesquisas arqueológicas, a partir de 1200 a.C. povos originários da Europa e da Ásia migraram para a península Itálica, onde se estabeleceram, formando aldeias. Entre esses povos estavam os itálicos, os gregos e os etruscos. No período aproximado de 800 a.C. a 750 a.C., essas aldeias teriam crescido e se fundido, dando origem à cidade de Roma.
Os etruscos provavelmente migraram pelo mar da Ásia Menor até a península Itálica, onde entraram em contato com povos itálicos e gregos e fundaram várias cidades-Estados a partir de 600 a.C.
Os etruscos foram os responsáveis por introduzir a cultura do comércio pelo Mediterrâneo e promover grande crescimento comercial e urbano em Roma. Nesse período, foram construídos canais de irrigação e uma grande muralha em torno da cidade, por exemplo.
FONTE: KINDER, Hermann; HERGT, Manfred; HILGEMANN, Werner. Atlas histórico mundial : de los orígenes a nuestros días. 22ª ed. Madri: Akal, 2007. p. 74.
- Como ocorreu a formação de Roma?
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Como os etruscos chegaram a Roma?
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Quais foram as consequências disso?
A cultura romana formou-se, assim, a partir de conhecimentos, costumes e valores de diversos povos. Por exemplo, a religião tradicional romana, de influência etrusca, era politeísta e baseava-se no culto aos antepassados e aos deuses da cidade, mas também incorporou deuses e cultos de origens grega e oriental. Os gregos fundaram colônias na península Itálica e na Sicília entre 750 a.C. e 550 a.C., mantendo prolongado contato com os romanos. Diversos dos seus deuses têm correspondentes na cultura romana.
A arquitetura romana envolveu a construção de estradas, pontes, represas e aquedutos, além de construções ornamentais, como arcos de triunfo, obeliscos, passeios e jardins.
O latim, língua falada em Roma, difundiu-se pelo mundo, misturando-se a diversos idiomas, e, mais tarde, deu origem às línguas neolatinas, como o espanhol, o italiano, o português, o francês, o catalão e o romeno.
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Quais foram as consequências disso?
- Faça uma pesquisa sobre dois deuses gregos e seus correspondentes na cultura romana. Depois, elabore um texto descrevendo as semelhanças e as diferenças entre eles.
- Em sala de aula, apresente o texto que você elaborou aos colegas e ao professor.
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Direito de cidadania em Roma
A história da Roma antiga é geralmente dividida em três períodos, estabelecidos com base nos regimes políticos. O período monárquico começa com a fundação de Roma, em 753 a.C., e termina em 509 a.C., quando o último rei de Roma é retirado do poder. O período republicano inicia-se em 509 a.C. e termina em 27 a.C., quando Roma passa a ser governada por um imperador. O período imperial estende-se de 27 a.C. a 476 d.C., quando Roma é tomada por guerreiros germânicos e o imperador romano do ocidente é deposto. Esse evento costuma ser tomado como marco divisório da passagem da Antiguidade para a Idade Média.
No decorrer dessa história, o direito de cidadania em Roma ampliou-se progressivamente. Na concepção romana, a cidadania era uma condição política que definia os direitos que a pessoa tinha ou podia exercer. Como a sociedade era desigual e a população dividia-se em várias categorias, a atribuição desses direitos também era desigual. Durante a monarquia, a cidadania era concedida apenas aos aristocratas. Durante a república, foi estabelecida a Lei das Doze Tábuas (450 a.C.), que reconheceu a participação de outras camadas da população que vivia em Roma. E, durante o império no ocidente, foi promulgado o Édito de Caracala, no ano 212, que concedeu cidadania a todos os habitantes das terras sob o domínio de Roma, desde que fossem livres, isto é, não escravos.
Os cidadãos tinham direito de participar da vida política, adquirir propriedades, participar dos cultos religiosos públicos, ser eleitos para cargos administrativos e políticos e votar nas assembleias.
LEGENDA: O fórum era um dos locais mais importantes da vida pública em Roma. Nele, havia edifícios destinados ao comércio, aos cultos religiosos e às atividades da administração pública. Ruínas do fórum na cidade de Roma, na Itália. Fotografia de 2019. FIM DA LEGENDA.
- Explique como foi o processo de ampliação do direito de cidadania ao longo da história romana.
- Quais eram os direitos concedidos aos cidadãos romanos?
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Capítulo 3. História e memória: o patrimônio cultural
A arte, a arquitetura, a literatura, a religião, as tradições orais, a dança e a forma de se alimentar são alguns dos elementos que compõem o patrimônio cultural de um povo. A preservação desse patrimônio ajuda a conservar a história e a memória das diferentes sociedades e a entender suas transformações ao longo da história.
Bens materiais e bens imateriais
Herdamos dos povos antigos um rico patrimônio cultural, que inclui bens materiais e imateriais. Esse patrimônio traz marcas do passado e colabora para formar a cultura do presente.
Entre os exemplos de bens culturais imateriais que herdamos de povos antigos, podemos destacar as concepções filosóficas e políticas que estão na base de instituições fundamentais da sociedade da qual fazemos parte. A ideia de democracia presente no Ocidente tem sua origem na democracia ateniense, que se baseava na noção de cidadania e tinha como principal característica permitir a uma pessoa participar das decisões políticas da pólis. O fundamento do sistema de direito de muitos países do Ocidente, entre eles o Brasil, vem do complexo de leis romanas que regulamentavam os atos dos cidadãos e dos estrangeiros na Roma antiga.
Como exemplos de bens que fazem parte do patrimônio material e que são legados culturais, podemos apontar as obras arquitetônicas. Vamos nos deter em uma delas: o Partenon, templo dedicado à deusa Atena e construído há 2500 anos.
LEGENDA: Partenon, templo construído em Atenas, na Grécia, entre cerca de 447 a.C. e 438 a.C. Fotografia de 2019. FIM DA LEGENDA.
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A forma de construção das colunas foi especialmente desenvolvida pelos antigos gregos e serviu de inspiração para a arquitetura ao longo da história. Colunas como as das edificações gregas foram recriadas em projetos contemporâneos, para mostrar imponência e grandiosidade, como pode ser visto na construção da Casa Branca (1800), sede do Poder Executivo nos Estados Unidos.
LEGENDA: Casa Branca, sede do Poder Executivo nos Estados Unidos, construída em Washington entre 1792 e 1800. Fotografia de 2019. FIM DA LEGENDA.
- Observe a imagem a seguir.
LEGENDA: Diferentes tipos de coluna criados na Grécia antiga e utilizados em projetos arquitetônicos e decorativos contemporâneos. FIM DA LEGENDA.
- Faça uma pesquisa sobre os tipos de coluna mais comuns na Grécia antiga e descreva cada um deles. Registre a informação no caderno.
- Por que as colunas criadas pelos antigos gregos são consideradas um legado cultural? Justifique sua resposta no caderno.
- Em sala de aula, compartilhe com o professor e os colegas as informações levantadas.
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Ruínas como patrimônio
As ruínas da Antiguidade, com partes de construções que sobreviveram ao tempo, são consideradas bens materiais. Algumas dessas construções ficaram preservadas por motivos diversos. No ano 76, o vulcão Vesúvio entrou em erupção e soterrou as cidades de Pompeia, Herculano e Estábia. Do total de 20 mil habitantes de Pompeia, cerca de 2 mil foram mortos. As cidades foram cobertas por cinzas e depósitos vulcânicos que atingiram seis a sete metros de altura.
No final do século XVI, as cidades soterradas foram descobertas. Afirma-se que as escavações feitas ali na primeira metade do século XVIII marcam o início da arqueologia moderna.
LEGENDA: Ruínas de Pompeia, cidade que estava soterrada após a erupção do Vesúvio, na Itália. Fotografia de 2020. FIM DA LEGENDA.
Patrimônio material e intercâmbios culturais
O estudo dos patrimônios culturais nos ajuda a entender como os povos se relacionavam entre si e como uma cultura pode ter influenciado outra. É o caso dos fenícios, por exemplo. Há mais de 3 mil anos eles estabeleceram relações com vários povos vizinhos por meio do comércio marítimo na região do mar Mediterrâneo. Apesar de terem um sistema de escrita próprio, sua arte e sua arquitetura apresentam vários aspectos da cultura dos egípcios, com os quais realizavam trocas comerciais.
Muitas construções da Antiguidade consideradas bens do patrimônio material reúnem tradições de diferentes tempos e origens. Nas terras próximas ao rio Nilo, em Meroe, as pirâmides que guardam as tumbas dos governantes do reino de Kush têm estruturas e elementos decorativos que remetem a outras culturas antigas, como as do Egito, da Grécia e de Roma.
Há cerca de 2300 anos, Meroe era a capital do reino de Kush e tornou-se um grande entreposto de produtos vindos de vários pontos da África, do Mediterrâneo e do Oriente. Os legados das artes e da tecnologia meroíta refletem esses intercâmbios e essas marcas do tempo.
LEGENDA: Pirâmides do cemitério de Meroe, no atual Sudão, em fotografia de 2013. FIM DA LEGENDA.
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- O que a descoberta das cidades soterradas pelas cinzas do Vesúvio representou para a ciência?
- Faça uma pesquisa sobre a cidade de Pompeia, após a erupção do Vesúvio, e escreva um resumo de suas descobertas.
-
Por que as pirâmides de Meroe são representativas dos intercâmbios
culturais e comerciais da Antiguidade?
Patrimônios da Humanidade
Patrimônio da Humanidade é um elemento material ou imaterial considerado de fundamental importância e relevância. Pode ser uma paisagem ou componentes da paisagem, monumentos e construções, manifestações culturais ou saberes próprios de determinadas comunidades.
Conforme a classificação adotada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o patrimônio pode ser cultural, natural ou misto. O patrimônio cultural é composto de monumentos e grupos de edifícios ou sítios que tenham valor histórico, estético, arqueológico, científico, etnológico ou antropológico. O patrimônio natural corresponde a formações físicas, biológicas e geológicas excepcionais, hábitats de espécies animais e vegetais ameaçadas e áreas que tenham valor científico, de conservação ou estético. O patrimônio misto envolve elementos culturais e naturais.
O reconhecimento oficial de um elemento como Patrimônio da Humanidade é feito pela Unesco visando garantir sua conservação, preservação e segurança ao longo do tempo.
A Unesco mantém uma Lista do Patrimônio Mundial, que é atualizada anualmente. Periodicamente, os países interessados solicitam à Unesco o pedido de reconhecimento como patrimônio mundial dos elementos que consideram importantes para a humanidade. Assim, com o passar do tempo, novos patrimônios vão sendo reconhecidos e outros patrimônios deixam de existir, como o sítio arqueológico de Hatra, cidade construída há mais de 2300 anos, no atual Iraque, que foi destruída em 2015 durante conflitos.
LEGENDA: Destaque do Pão de Açúcar em cartão-postal do Rio de Janeiro, primeira cidade do mundo a ser declarada Patrimônio Mundial como Paisagem Cultural. O título foi concedido pela Unesco em 2012. FIM DA LEGENDA.
- Que elementos podem ser reconhecidos como Patrimônio da Humanidade? Que instituição os reconhece?
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O estudo e a escrita da História
Os bens culturais legados por sociedades de diferentes épocas e locais são importantes fontes para o estudo da História. Por meio de pesquisas, os historiadores analisam e interpretam essas fontes para descobrir informações que contribuam para o entendimento do passado e do presente.
Documentos históricos
As fontes históricas são classificadas como materiais ou imateriais, mas existem outras formas de considerá-las. Por exemplo, as leis e os tratados que foram criados por governantes e que orientaram regimes políticos são chamados documentos oficiais porque apresentam as informações do ponto de vista de quem estava no poder no momento de sua produção.
Mas existem também documentos não oficiais , que são assim considerados porque expressam pontos de vista de pessoas que não estavam necessariamente no poder. Os jornais, as esculturas, as pinturas, as construções arquitetônicas, a música, o cinema, as cartas, as fotografias de família, os mapas e os livros de gêneros diversos, incluindo a literatura, podem se apresentar como documentos não oficiais.
LEGENDA: Tratado de Tordesilhas, assinado entre os governantes de Portugal e da Espanha em 1494: documento oficial. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Fotografias e cartas pessoais: documentos não oficiais. FIM DA LEGENDA.
- Explique o que são documentos oficiais e documentos não oficiais. Dê exemplos.
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Estudos e técnicas
Historiadores e arqueólogos utilizam fontes diversas para estudar sinais do passado e suas relações com o presente. Eles buscam pistas de outros tempos e, ao encontrá-las, procuram relacioná-las com diversos campos de conhecimento.
Para fazer suas pesquisas, esses profissionais consultam arquivos e bibliotecas . Se a pesquisa é feita em jornais e revistas, o historiador pode frequentar uma hemeroteca, local em que esses materiais são arquivados. Nos arquivos, os pesquisadores consultam fundos documentais, que reúnem coleções de documentos que têm uma origem comum. É preciso também aprender a interpretar imagens, pois os documentos muitas vezes são fotografias ou obras de arte. A essa habilidade chama-se leitura iconográfica . As fontes pesquisadas também podem ser manuscritas (feitas à mão) ou impressas .
Os arqueólogos precisam lançar mão de conhecimentos técnicos bastante complexos para investigar o passado por meio de objetos encontrados nos sítios arqueológicos. O terreno desses locais que foram ocupados por antepassados humanos é cercado e escavado; apenas a equipe de arqueólogos pode ter acesso a eles para que nada seja danificado; os objetos são cuidadosamente separados e analisados e tem-se o cuidado de procurar fragmentos de peças eventualmente quebradas.
Os arqueólogos também estudam sítios arqueológicos nas cidades e até no fundo do mar (Arqueologia subaquática). Esses profissionais são acionados antes da realização de grandes obras públicas, como construção de metrôs, pontes e viadutos.
LEGENDA: Fragmentos de peças de cerâmica de mais de 2 mil anos encontrados na área de um antigo assentamento romano na Inglaterra. Fotografia de 2017. FIM DA LEGENDA.
- Quais são as semelhanças e as diferenças entre o trabalho dos pesquisadores da área de História e o trabalho dos pesquisadores da área de Arqueologia?
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Marcos de memória
O termo memória pode ter diferentes significados tanto no senso comum como na conceituação das distintas áreas do conhecimento.
Em geral, no dia a dia, usamos esse termo com o sentido equivalente ao de lembrança. Caso perguntem a você “Onde passou as últimas férias?”, depois de pensar, você vai encontrar a informação em sua memória.
Existe também outro significado para memória, que diz respeito a valores, costumes e saberes que herdamos culturalmente. Esses elementos, de cuja criação não participamos, foram transmitidos de geração em geração, constituindo uma memória coletiva. No cotidiano, observamos várias expressões dessa memória: uma forma de fazer uma receita culinária aprendida com parentes; um tipo de bordado que as famílias de certa região praticam; hábitos de cura por meio do uso de chás ou da medicina natural…
Também podemos dizer que existe uma memória que é construída para fins determinados. Por exemplo: se algum grupo político fez questão de esconder determinados fatos da população, aqueles que se sentiram prejudicados podem se mobilizar para reivindicar a memória histórica coletiva que se tentou apagar. É o caso da elaboração de livros que reúnem depoimentos de pessoas que sofrem perseguições políticas e se empenham em preservar a memória da história que viveram.
Pode acontecer também de um grupo político querer valorizar sua proposta de governo, recorrendo ao passado e destacando figuras ou momentos significativos – por exemplo, heróis, grandes batalhas – que possam ressaltar o projeto. Trata-se, nesse caso, da tentativa de construção de uma memória histórica usando o passado para alcançar um objetivo. Esse tipo de memória está muito relacionado às homenagens e às comemorações.
LEGENDA: Capa do livro Valentes, de Aryane Cararo, Duda Porto de Souza e Rafaela Villela, publicado em 2020. A obra traz a história de pessoas de outros países que se refugiaram no Brasil. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Placa de sinalização de rua com o nome de um ex-presidente do Brasil, que governou o país de 1934 a 1945 e de 1951 a 1954. Cidade de Indaiatuba, no estado de São Paulo. Fotografia de 2018. FIM DA LEGENDA.
- Registre uma lembrança pessoal que compõe a sua memória individual.
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- Observe a imagem, leia a legenda e responda à questão.
LEGENDA: Griot fotografado no Senegal nos anos 1950. Na tradição de alguns grupos africanos, as mulheres e os homens que desempenham a função de griot transmitem os saberes, os valores, as práticas culturais e as tradições de seu povo por meio da narração de histórias passadas de geração em geração. FIM DA LEGENDA.
- Que tipo de memória é constituída e transmitida pelos griots ?
- Como a memória pode se relacionar a uma forma de protesto e a uma comemoração?
A história oral
Por meio de pesquisas de variados tipos, pode-se estudar como grupos oprimidos lutaram e lutam para fazer valer suas vozes e ser incluídos socialmente e lembrados historicamente. Estudos desse tipo valorizam os movimentos e as lutas pela preservação da memória coletiva. Também é possível pesquisar como os grupos que estão no poder implementaram seus projetos utilizando o passado para construir uma memória que valorizasse o seu grupo. Nos dois casos, o historiador lida com fontes que busca em arquivos, bibliotecas e hemerotecas.
Há um terceiro tipo de memória que também integra o campo de estudo e escrita da História: a memória das pessoas vivas, que é acionada por meio de entrevistas, em uma vertente que se chama história oral.
Os estudiosos que atuam nessa vertente realizam entrevistas com uma rede de pessoas que vivenciaram determinado momento que está sendo pesquisado. As entrevistas depois são transcritas (transformadas em texto) e editadas, para que possam ser lidas e analisadas. Muitas vezes, o que é narrado em uma entrevista se repete em outra, com algumas mudanças. Isso quer dizer que, apesar de os dados narrados constituírem as memórias individuais, também fazem parte de uma dimensão coletiva.
LEGENDA: Integrantes de projeto de história oral em trabalho de campo, em 2019. FIM DA LEGENDA.
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A História é filha de seu tempo?
Independentemente do método empregado para pesquisar a memória por meio da história, é importante saber que os temas e as abordagens escolhidos nas pesquisas revelam muito sobre o presente. Como o historiador é uma figura que vive o seu tempo, ele reflete as ansiedades e as projeções do presente, e isso faz com que suas escolhas de assuntos e perspectivas sejam inspiradas nas questões que o atingem. Assim, com a prática, quando lemos livros de antigos historiadores, é possível perceber alguns motivos que levaram aqueles pesquisadores a escrever daquela maneira.
Isso mostra que o conhecimento histórico não é único. Ele muda com o tempo e de acordo com as leituras que os historiadores fazem do passado histórico. A forma peculiar de entendimento e registro de cada geração de historiadores mostra que as marcas do tempo ficam também no modo como o conhecimento histórico é construído. A análise de como a história foi escrita em determinado tempo é chamada Historiografia .
Nas origens da historiografia, dois estudiosos gregos se destacaram: Heródoto, que viveu de 484 a.C. a 425 a.C., e Tucídides, que viveu de 460 a.C. a 396 a.C. Para Heródoto, o papel da História era evitar o esquecimento do que devia ser lembrado. Ele é considerado o “pai da História” por ter sido o primeiro a tentar desvendar de modo objetivo as relações entre os eventos históricos. A Tucídides atribui-se outro pioneirismo: o de estabelecer a dissociação entre a vontade dos deuses e o sentido da história, definindo uma base racional e metodológica para a pesquisa histórica.
LEGENDA: Escultura retratando Heródoto, à esquerda, e Tucídides, à direita. Feita de mármore no século IV a.C. FIM DA LEGENDA.
- O que é a história oral?
- O que é Historiografia?
- Junte-se a um colega e selecionem um aspecto da história de sua comunidade que vocês gostariam de estudar. Analisem os meios que poderiam utilizar para pesquisar esse aspecto.
- Apresentem para a turma as ideias que levantaram. Com base no que for discutido com os colegas e o professor, elaborem e ponham em prática um projeto de pesquisa.
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Painel multicultural
Patrimônios Culturais Imateriais da Humanidade
Os Patrimônios Culturais Imateriais são as heranças culturais dos povos, isto é, as expressões de vida e tradições que comunidades, grupos e indivíduos em todas as partes do mundo conservam e transmitem de geração em geração.
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) reconhece diversos desses patrimônios pelo mundo. Agora, você vai conhecer alguns deles.
A Shital pati é a arte tradicional de tecelagem de fibras da planta conhecida como murta para a fabricação de tapetes artesanais em Bangladesh, país da Ásia. Esses objetos são utilizados pelas pessoas como decoração, colchas ou tapetes de oração. Homens e mulheres participam da coleta e do processamento da murta.
A arte Shital pati foi reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco em 2017.
LEGENDA: Confecção de tapete com a técnica conhecida como Shital pati em Dhaka, Bangladesh, em 2017. FIM DA LEGENDA.
Oruro é uma cidade da atual Bolívia que era considerada um lugar sagrado para os povos que ocupam a região há milhares de anos. Nela, eram realizadas festas religiosas em homenagem a deuses. Ao longo do tempo, essas festas se transformaram no Carnaval de Oruro.
Essa festa é feita todos os anos e dura seis dias. Os participantes dançam coreografias usando máscaras e roupas de tecidos coloridos e bordados.
O Carnaval de Oruro foi reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco em 2001.
LEGENDA: Carnaval na cidade de Oruro, na Bolívia, em 2018. FIM DA LEGENDA.
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O fado é um estilo musical português que, geralmente, é cantado por uma só pessoa, o fadista, acompanhado pelo som de um violão e uma guitarra portuguesa.
Em geral, as letras das canções tratam de temas melancólicos, como a saudade, o amor e as dificuldades da vida, ou de temas alegres, como os acontecimentos engraçados do cotidiano.
O fado foi reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco em 2011.
LEGENDA: Apresentação de fado em Madri, na Espanha, em 2020. FIM DA LEGENDA.
O balafon é um xilofone, instrumento musical feito com teclas de madeira ou bambu. Ele possui de 11 a 22 teclas de diferentes tamanhos e produz sons por meio da batida das hastes de madeira e borracha nas suas teclas.
O instrumento é um símbolo de identidade para as comunidades senufo que vivem nos países africanos de Burkina Faso, Mali e Costa do Marfim, onde é conhecido como ncegele .
O balafon costuma ser tocado em festas e funerais e é aprendido pelos músicos ainda na infância.
O modo de tocar balafon foi reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco em 2012.
LEGENDA: Músico tocando balafon em Colônia, na Alemanha, em 2017. FIM DA LEGENDA.
- Você já observou alguma das manifestações culturais apresentadas? Converse com os colegas e o professor sobre sua experiência.
- Você gostaria de participar de alguma delas? De qual? Por quê?
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O que você aprendeu
-
Leia o texto a seguir, que trata de aspectos da Grécia antiga, e
observe as imagens. Depois, faça as atividades propostas.
Em cada pólis vigorava uma liberdade total na definição de regras para o viver junto, ou seja, a forma de poder político, as instituições, a estrutura da sociedade e até as práticas religiosas. Os deuses são os mesmos, mas cada cidade escolhia a sua divindade protetora e estabelecia os calendários religiosos específicos.
[...]
A independência das pólis e a consequente inexistência de um poder central não levou a uma fragmentação pois [...] havia a uni-las o idioma, a religião e a arte. A existência em praticamente todas as pólis de um espaço comunitário, a ágora [...] ponto central da cidade e espaço de reunião dos cidadãos, indica um propósito claro de estimular a participação deste grupo nos assuntos cívicos. O conceito de cidadania vai assim sendo consolidado, também de forma diferenciada, no conjunto das cidades gregas antigas.
Elaine Farias Veloso Hirata. Pólis : viver em uma cidade grega antiga. São Paulo: Laboratório de Estudos sobre a Cidade Antiga (Labeca), Museu de Arqueologia e Etnologia, Universidade de São Paulo, Fapesp, 2016. p. 8.
LEGENDA: Templo de Hefesto em Atenas, na Grécia, em 2019. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Ruínas do Templo de Apolo Epicuro em Bassas, na Grécia, em 2019. FIM DA LEGENDA.
- Segundo o texto, as pólis gregas eram independentes umas das outras. Contudo, elas compartilhavam alguns elementos culturais em comum. Que elementos eram esses?
- Identifique um elemento comum nas cidades antigas da Grécia relacionado ao espaço das cidades.
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Avaliação formativa
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Leia o texto a seguir e responda às questões.
O que é ser cidadão?
Cidadania não é uma definição estanque , mas um conceito histórico, o que significa que seu sentido varia no tempo e no espaço. É muito diferente ser cidadão na Alemanha, nos Estados Unidos ou no Brasil [...], não apenas pelas regras que definem quem é ou não titular da cidadania (por direito territorial ou de sangue) , mas também pelos direitos e deveres distintos que caracterizam o cidadão em cada um dos Estados nacionais contemporâneos. Mesmo dentro de cada Estado nacional o conceito e a prática da cidadania vêm se alterando ao longo dos últimos duzentos ou trezentos anos. Isso ocorre tanto em relação a uma abertura maior ou menor do estatuto de cidadão para sua população (por exemplo, pela maior ou menor incorporação dos imigrantes à cidadania), ao grau de participação política de diferentes grupos (o voto da mulher, do analfabeto), quanto aos direitos sociais, à proteção social oferecida pelos Estados aos que dela necessitam. [...] Exercer a cidadania plena é ter direitos civis, políticos e sociais.
A cidadania instaura-se a partir dos processos de lutas que culminaram na Independência dos Estados Unidos [...] e na Revolução Francesa. Esses dois eventos romperam o princípio [...] baseado nos deveres dos súditos , e passaram a estruturá-lo a partir dos direitos do cidadão. Desse momento em diante todos os tipos de luta foram travados para que se ampliassem o conceito e a prática de cidadania [...]. Nesse sentido pode-se afirmar que, na sua acepção mais ampla, cidadania é a expressão concreta do exercício da democracia.
Jaime Pinsky. In : Carla Bassanezi Pinsky; Jaime Pinsky (org.). História da cidadania . São Paulo: Contexto, 2013. p. 9-10.
- Segundo o texto, a definição de cidadania manteve-se a mesma? Explique.
- No Brasil durante o século XIX e início do século XX, o direito ao voto estendia-se a todas as pessoas? Pesquise.
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- Responda às questões a respeito da civilização romana.
- Indique a língua falada na Roma antiga e os idiomas que foram originados pela difusão dela no mundo. Em seguida, cite uma palavra que tenha origem nessa língua.
- Além da língua, que outros aspectos podem ser identificados como característicos da civilização romana?
- Observe a fotografia e responda às questões abaixo.
LEGENDA: A acrópole de Atenas, localizada na Grécia, foi reconhecida como Patrimônio Mundial pela Unesco em 1987. FIM DA LEGENDA.
- Atenas e Esparta foram importantes cidades-Estados do mundo grego. Construa um quadro e indique as principais características e a função de cada uma delas.
- A acrópole de Atenas pode ser considerada um patrimônio material e imaterial? Justifique sua resposta.
- Que mudanças ocorreram na acrópole de Atenas ao longo do tempo?
- Por que a acrópole de Atenas é considerada um marco de memória para a humanidade?
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- Leia o texto abaixo e observe as imagens. Depois, com base em seus conhecimentos e nos conteúdos estudados ao longo desta unidade, responda ao que se pede.
Os museus de hoje quase sempre mostram exemplos da antiga cerâmica grega. Se você olhar com atenção, verá que ela é feita de uma excelente argila vermelha, muito lisa, pintada com desenhos dramáticos ou cenas vívidas. Sabemos sobre a cerâmica grega porque muita coisa chegou a nossos dias. Mas havia outros artesãos gregos – joalheiros, trabalhadores em metal, tecelões, escultores, carpinteiros – que também produziam artigos de alta qualidade e objetos mais simples, para o uso diário.
Fiona MacDonald. Como seria sua vida na Grécia antiga? São Paulo: Scipione, 2012. p. 7.
LEGENDA: Pintura grega no interior de uma xícara de cerca de 550 a.C. a 510 a.C. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Jarro grego produzido entre 510 a.C. e 500 a.C. FIM DA LEGENDA.
- Que profissões estão representadas nas cerâmicas desta página?
- De acordo com o texto, museus de hoje nos mostram exemplares importantes da antiga cerâmica grega. Que tipo de fonte histórica são as cerâmicas?
- Por que preservar essas fontes é importante?