Unidade 3. A cidade e a cidadania

Introdução

Nesta unidade são abordadas as características das cidades e da população no Brasil, apresentando os aspectos mais relevantes para compreender e refletir sobre a realidade da população brasileira. Os estudantes terão a oportunidade de analisar temas como a distribuição da população brasileira pelo território, a evolução da taxa de crescimento da população, sua composição etária e processos como os fluxos migratórios, a urbanização e a constituição de diferentes tipos de desigualdade, importantes para entender a dinâmica populacional no Brasil.

Em consonância com a BNCC, nesta unidade são trabalhadas as Competências Gerais da Educação Básica 1, 2 e 10; as Competências Específicas de Ciências Humanas para o Ensino Fundamental 3 e 6; a Competência Específica de História 5; e as Competências Específicas de Geografia 3, 4 e 5.

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para o conteúdo da abertura da Unidade 3 podem ser trabalhadas na semana 20.

Fim do complemento.

Unidades temáticas da BNCC em foco na unidade

História

Povos e culturas: meu lugar no mundo e meu grupo social; Registros da história: linguagens e culturas.

Geografia

O sujeito e seu lugar no mundo; Conexões e escalas; Formas de representação e pensamento espacial.

Objetos de conhecimento em foco na unidade

História

Cidadania, diversidade cultural e respeito às diferenças sociais, culturais e históricas; As tradições orais e a valorização da memória; O surgimento da escrita e a noção de fonte para a transmissão de saberes, culturas e histórias.

Geografia

Dinâmica populacional; Diferenças étnico-raciais e étnico-culturais e desigualdades sociais; Território, redes e urbanização; Mapas e imagens de satélite; Representação das cidades e do espaço urbano.

Habilidades da BNCC em foco na unidade EF05HI04, EF05HI05, EF05HI09, EF05GE01, EF05GE02, EF05GE03, EF05GE04, EF05GE08, EF05GE09.

Objetivos pedagógicos da unidade

• Relacionar as ações de cuidado com o local onde vive com o conceito de cidadania.
• Reconhecer características da população brasileira e de sua distribuição no território brasileiro.
• Compreender a conformação das cidades atuais.
• Compreender as funções da cidade.
• Compreender os conceitos de hierarquia urbana e rede urbana.
• Reconhecer as desigualdades existentes no espaço urbano.
• Reconhecer que todos têm o direito à cidade.

  Orientações didáticas

  Explore a imagem de abertura com os estudantes. Eles devem analisá-la e identificar as atitudes das personagens que indicam cuidado com o local em que vivem e as que indicam o contrário.

  Pergunte aos estudantes quais atitudes eles costumam ter para cuidar do local onde vivem e permita que compartilhem experiências com os colegas.

  Atividade 1. Os estudantes podem citar como atitudes adequadas o homem jogando lixo na lixeira, o rapaz recolhendo fezes do cachorro, o funcionário de limpeza pública podando a árvore e as pessoas atravessando a rua na faixa de pedestres. As atitudes tidas como inadequadas são a menina e o motorista da van jogando lixo no chão.

  Atividade 2. Espera-se que os estudantes associem as iniciativas de cuidado com o local de vivência ao conceito de cidadania.

  O conteúdo apresentado favorece o desenvolvimento da habilidade da BNCC EF05HI04.

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para o conteúdo da seção Investigar o assunto podem ser trabalhadas na semana 20.

Fim do complemento.

Objetivos pedagógicos da seção

• Comparar diferentes visões de cidade.
• Reconhecer características do espaço urbano.
• Analisar obras de arte.
• Identificar a multiplicidade de aspectos envolvidos na percepção do espaço urbano.

  Orientações didáticas

  Inicie comentando com os estudantes que as pinturas mostram paisagens urbanas retratadas por artistas de diferentes épocas.

  Oriente os estudantes na leitura das obras de arte reproduzidas, solicitando a eles que as descrevam. É importante que eles percebam que elas representam cenas urbanas e ressaltam aspectos distintos das cidades, expressando a percepção de artistas que viveram em diferentes contextos históricos.

  Se necessário, explique aos estudantes que o termo “gare”, presente no título da pintura de Tarsila do Amaral, significa estação ferroviária. Ressalte, nessa obra, a presença de elementos emblemáticos dos processos de industrialização e urbanização, como a fábrica, a iluminação pública e os veículos.

  Se julgar adequado, instigue os estudantes a relacionar a cena representada por Tarsila do Amaral com a cena representada por Candido Portinari. Por meio dessa comparação, é possível evidenciar algumas das contradições envolvidas no processo de desenvolvimento urbano-industrial no Brasil, como a segregação espacial dos trabalhadores e a verticalização e a favelização de áreas contíguas.

  O conteúdo destas páginas favorece o trabalho com aspectos das habilidades da BNCC EF05HI04 e EF05HI09.

Oriente os estudantes na confecção dos cartazes. Se a escola estiver situada em uma área urbana, pode ser interessante organizar um passeio pela cidade com os estudantes, antes da realização do trabalho, de modo que possam reavivar e discutir suas impressões sobre ela.

Na análise dos cartazes pelas duplas, peça aos estudantes que digam quais elementos identificaram e como conseguiram realizar esse processo de identificação. Deixe que se expressem livremente comentando o que mais lhes chamou a atenção e do que mais gostaram, justificando suas escolhas.

Boxe complementar:

Roteiro de aula

A aula prevista para o conteúdo da página 96 pode ser trabalhada na semana 21.

Fim do complemento.

Objetivos pedagógicos do capítulo

• Conhecer aspectos da população brasileira e sua distribuição no território.
• Entender algumas dinâmicas populacionais.
• Relacionar a evolução da população rural à da população urbana.
• Analisar a pirâmide etária da população brasileira.
• Conhecer alguns direitos das mulheres e dos idosos.

  Orientações didáticas

  Levante os conhecimentos prévios dos estudantes sobre a população brasileira, formulando questões relativas à quantidade (quantos somos) e à localização (onde vivemos).

  Comente que o Brasil é um país de dimensões continentais que abriga uma diversidade natural, cultural e social muito grande. Muitos aspectos dessa diversidade são observáveis na população brasileira.

  Explore a leitura do planisfério, solicitando aos estudantes que identifiquem, oralmente, os continentes nos quais se situam os países mais populosos do mundo.

  Atividade 2. Se julgar conveniente, peça primeiramente aos estudantes que apenas observem o mapa e respondam à pergunta com base no que identificaram na imagem. Em seguida, solicite a eles que pesquisem em fontes seguras a extensão dos países que citaram, comparando-os. Pergunte se as respostas iniciais permaneceram ou mudaram após a pesquisa. De acordo com dados do IBGE ( http://fdnc.io/eay; acesso em: 3 ago. 2021), entre os países mais populosos do mundo, o mais extenso é a Rússia, com 17.098.250 km², seguido dos Estados Unidos, com 9.831.510 km², da China, com 9.600.010 km², e do Brasil, com 8.515.759 km²; o país com menor extensão é o Paquistão, com 881.913 km².

  Nesta página são abordados aspectos que permitem trabalhar as habilidades da BNCC EF05GE01 e EF05GE09.

Boxe complementar:

Roteiro de aula

A aula prevista para o conteúdo da página 97 pode ser trabalhada na semana 21.

Fim do complemento.

Comente que o crescimento populacional de um país se relaciona a diferentes fatores, como o número de nascimentos e o número de óbitos, que estão associados ao acesso à saúde e à qualidade de vida.

Explore a leitura do gráfico orientando os estudantes a observar o título e as informações presentes nos eixos horizontal e vertical. Explique que as barras na cor laranja representam o número de habitantes do Brasil e o eixo horizontal do gráfico mostra uma escala de tempo, em anos.

A leitura do gráfico poderá ser feita em duplas para promover a troca de informações. Certifique-se de que os estudantes compreenderam que houve um aumento da população brasileira entre 1950 e 2017.

Atividade 3. Nesta atividade oral, incentive a troca de ideias e o levantamento de hipóteses. É possível que os estudantes mencionem que a população aumenta quando o número de nascimentos é maior que o número de mortes. A conceituação de taxa de natalidade, taxa de mortalidade e crescimento vegetativo será explicada adiante, no tópico “A dinâmica da população”, no qual são discutidos os fatores que contribuem para o crescimento da população.

A abordagem das características da população no Brasil, iniciada nesta página, está relacionada ao tema de relevância deste volume – Democracia e conquista de direitos. É uma ocasião para discutir a distribuição da população no território e o processo de concentração populacional nas cidades, destacando as desigualdades estabelecidas no espaço urbano e a percepção de que a sociedade produz o espaço em que vive.

Nesta página são abordados aspectos que permitem trabalhar a habilidade da BNCC EF05GE01.

Numeracia e Ciências Humanas

Neste capítulo, há muitos dados estatísticos em quadros, tabelas, gráficos e mapas. Esses dados são meios importantes para o exercício de associação de representações de percentuais a “metade”, “terça parte”, “três quartos”, “um inteiro” etc. para cálculo ou estimativa, usando estratégias pessoais ou calculadora.

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para o conteúdo das páginas 98-99 podem ser trabalhadas na semana 21.

Fim do complemento.

Esclareça a diferença entre populoso e povoado. Um país populoso apresenta elevado número de habitantes, sem necessariamente ser um país povoado. O que determina se um país é pouco ou muito povoado é a relação entre a população e sua área territorial, ou seja, sua população relativa. Alguns países, como o Brasil, são populosos e pouco povoados em razão da sua grande área territorial. Já o Japão, por exemplo, é um país populoso e também muito povoado, pois sua área territorial é pequena.

Para saber qual é a população relativa ou a densidade demográfica de um país, divide-se o número total de habitantes por sua área territorial.

Atividade 5. a) Significa que o país tem um grande número de habitantes, mas uma baixa densidade demográfica. b) Significa que o país tem uma população pouco numerosa, mas uma densidade populacional alta. c) O Brasil tem um grande número de habitantes, ou seja, é populoso, mas, como tem um território muito extenso, a densidade demográfica é baixa, ou seja, é pouco povoado.

Atividade 6. A densidade demográfica é obtida pela divisão do número de habitantes de um lugar a pela respectiva área territorial. Quanto à pesquisa sobre a densidade demográfica local, sugerimos que seja feita em casa. Oriente os estudantes a consultar fontes na internet que sejam confiáveis, como a página Cidades@, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), disponível em: http://fdnc.io/2Lm (acesso em: 13 jun. 2021).

Essa é uma ótima oportunidade para desenvolver com os estudantes a consolidação dos processos que envolvem a literacia por meio da localização e da retirada de informação explícita no texto e de interpretação e relação de ideias e informação.

Nesta página são abordados aspectos que permitem trabalhar a habilidade da BNCC EF05GE01.

A leitura do mapa permite aos estudantes conhecer a distribuição da população pelo território brasileiro.

Explique que, no mapa da densidade demográfica, as diferentes tonalidades de cor indicam a distribuição da população: tons mais escuros indicam áreas mais densamente povoadas, enquanto tons mais claros indicam áreas menos povoadas (menor densidade demográfica).

Explore a distribuição da população brasileira pelo território, perguntando aos estudantes por que grande parte da população se concentra nas áreas litorâneas, enquanto no interior essa concentração é menor.

Fatores históricos e econômicos justificam a distribuição desigual da população brasileira pelo território. A ocupação do território brasileiro pelos colonizadores portugueses começou no litoral por volta de 1530, onde desenvolveram, inicialmente, atividades agrícolas e pecuárias e onde as primeiras cidades foram fundadas. É nessa área que nos dias atuais se encontram os grandes centros urbanos e industriais do Brasil. A ocupação mais efetiva e intensa do interior do país ocorreu somente por volta da década de 1950, quando grandes fluxos migratórios se dirigiram para o Centro-Oeste, principalmente. Foram criados projetos de colonização com a intenção de atrair moradores para a região, e ações governamentais contribuíram para a ocupação do Centro-Oeste, como abertura de estradas que ligavam a região ao resto do país.

Atividade 7. Verifique se os estudantes utilizaram corretamente as informações da legenda para interpretar o mapa.

Nesta página são abordados aspectos que permitem trabalhar a habilidade da BNCC EF05GE01.

Boxe complementar:

Roteiro de aula

A aula prevista para o conteúdo da página 100 pode ser trabalhada na semana 22.

Fim do complemento.

Explique aos estudantes que os censos demográficos criam fontes de dados para diversos estudos sobre a população, permitindo uma ampla derivação de materiais que abrangem muito mais do que a simples estimativa numérica da população.

Faça comentários sobre o censo demográfico. É importante os estudantes entenderem que existe um órgão responsável pelo levantamento e pela organização de dados estatísticos e informações sobre o país: o IBGE.

Reforce a importância do censo demográfico na obtenção de informações sobre o país. Comente que políticas públicas são elaboradas a partir do censo, considerando características específicas da população, como gênero, idade, nível de escolaridade e ocupação.

Atividade 8. d) Nessa atividade oral, espera-se que os estudantes mencionem que, no censo, são levantadas diversas informações sobre a população, como o local onde vive, a renda e a escolaridade. Essas informações auxiliam o governo a organizar e a administrar o país em todas as áreas, como saúde, educação e habitação.

Nesta página são abordados aspectos que permitem trabalhar a habilidade da BNCC EF05GE01.

O primeiro censo do Brasil registrou quase 10 milhões de habitantes

Em 1872, os escravos representavam 15,24% da população brasileira. Os estrangeiros somavam 3,8%, a maioria deles portugueses, alemães, africanos livres e franceses. Os números são de um censo, a única contagem da população durante o período imperial feita em todo o território brasileiro. Os dados foram disponibilizados pela Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais.

O censo registrou quase 10 milhões de habitantes distribuídos em 21 províncias. Cada província se subdividia em municípios que, por sua vez, se subdividiam em 1.440 paróquias, as unidades mínimas de informação. A coleta foi realizada nas paróquias [...].

O censo apresenta, além da contagem da população, informações específicas sobre pessoas com deficiência, acesso à escola e profissões exercidas, entre outras. Na época, a profissão de lavrador era a com o maior número de pessoas, seguida por serviços domésticos. Das profissões liberais, a de artista tinha mais representantes, inclusive entre a população escrava.

FONTE: BRASIL. Agência Brasil. Único a incluir população escrava, Censo de 1872 é disponibilizado ao público. Disponível em: http://fdnc.io/eaA. Acesso em: 17 jul. 2021.

Boxe complementar:

Roteiro de aula

A aula prevista para a seção Vamos fazer pode ser trabalhada na semana 22.

Fim do complemento.

Objetivos pedagógicos da seção

• Obter informações a respeito da turma por meio de um levantamento na sala de aula.
• Compilar resultados de uma pesquisa em um texto.

  Orientações didáticas

  Reforce para os estudantes que a finalidade de um censo demográfico é obter informações sobre a população de um local.

  Auxilie os estudantes na elaboração dos gráficos. Comente que o eixo vertical indicará o número de estudantes de cada gênero presentes na sala de aula, enquanto o eixo horizontal indicará os gêneros.

  Considere que a densidade demográfica é obtida pelo número de estudantes dividido pela área da sala de aula. O resultado indicará o número de estudantes por metro quadrado.

  Nesta seção são abordados aspectos que permitem trabalhar a habilidade da BNCC EF05GE01.

  Literacia e Ciências Humanas

  A elaboração de um texto a partir dos resultados obtidos em uma pesquisa feita pelos próprios estudantes estimula a construção do conhecimento, por meio da vivência da compilação e da organização dos resultados.

  Oriente os estudantes a escrever um texto que exponha os dados obtidos durante a atividade com clareza, garantindo que a informação seja repassada com eficiência.

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para o conteúdo das páginas 102-103 podem ser trabalhadas na semana 22.

Fim do complemento.

Mencione que um grande movimento populacional aconteceu no Brasil após a segunda metade do século XX. Esse movimento é caracterizado pela migração massiva de pessoas que deixam o campo em direção às cidades e é conhecido como êxodo rural.

O desenvolvimento da indústria e a mecanização da agricultura contribuíram para o movimento migratório da população rural para as áreas urbanas. Atualmente, 85% da população brasileira vive em cidades, enquanto 15% da população ainda vive no campo.

Auxilie os estudantes na leitura do gráfico. Solicite a eles que observem o título e a legenda. Em seguida, explique que esse gráfico mostra a população rural e a população urbana, simultaneamente, entre 1950 e 2015.

Atividade 9. Com base no texto e nos conhecimentos que já têm, os estudantes devem responder que a população rural vive nas áreas rurais, isto é, no campo. Já a população urbana vive nas áreas urbanas, ou seja, na cidade.

Atividade 10. A partir de 1970, a população urbana passou a ser maior que a população rural. Espera-se que os estudantes mencionem que a população passou a se concentrar nas cidades em busca de melhores condições de vida e de trabalho.

Nesta página são abordados aspectos que permitem trabalhar a habilidade da BNCC EF05GE01.

População rural e urbana

A população do Brasil foi [...] multiplicada por 17 em 118 anos, e por 10 durante o século XX.

Esse crescimento global foi acompanhado de uma reversão da proporcionalidade entre população rural e população urbana (na definição dada pelo IBGE), com seu ponto de inflexão nos anos de 1960. A curva da população urbana, que tinha começado seu crescimento mais rápido na década precedente, em função do crescimento vegetativo dos citadinos e do êxodo rural, interceptou a curva da população rural, que iniciava uma lenta descida. Em quatro das cinco grandes regiões, a predominância da população urbana é hoje bem nítida, e mesmo no Norte, a região menos urbanizada das cinco, o número de citadinos ultrapassou a população rural.

Mas o cruzamento das curvas ocorreu em datas diferentes nas diversas regiões: enquanto no Sudeste ela data dos anos de 1950, no Sul e no Centro-Oeste foi necessário esperar os anos de 1960; no Nordeste, ocorreu nos anos de 1980, e no Norte data somente dos anos de 1990 [...].

A distribuição da densidade populacional obedece a uma lógica claramente leste-oeste, resultado do processo de ocupação e de colonização a partir do litoral [...]. É, por conseguinte, nas regiões mais próximas do mar no Nordeste, Sudeste e Sul que se encontram as densidades mais elevadas [...]. No Sudeste e no Sul, [...] a densidade continua forte em muitas regiões próximas das fronteiras ocidentais: é o único lugar onde o Brasil povoado adquire certa “profundidade”.

FONTE: THÉRY, Hervé; MELLO, Neli Aparecida de. Atlas do Brasil: disparidades e dinâmicas do território. São Paulo: Edusp, 2005. p. 92-93.

A consolidação da população majoritariamente urbana no Brasil se relaciona com aspectos históricos. Explique aos estudantes que o êxodo rural se acentuou a partir da metade do século XX de maneira associada à mecanização da agricultura, que expulsava mão de obra das áreas rurais, e à industrialização das cidades, que absorvia parte da mão de obra nas fábricas.

Comente que políticas de desenvolvimento industrial promovidas principalmente durante os governos de Getúlio Vargas e de Juscelino Kubitscheck, entre as décadas de 1930 e 1950, foram fundamentais para o crescimento das cidades brasileiras.

Atualmente, a tendência da concentração da população em áreas urbanas se relaciona à maior ocorrência das atividades relacionadas ao comércio e à prestação de serviços.

Auxilie os estudantes na leitura dos mapas. Nos mapas coropléticos, a variação de tons das cores simboliza o nível de concentração do fenômeno representado. Assim, cores mais intensas ou mais escuras simbolizam a concentração do fenômeno mapeado, enquanto cores menos intensas ou mais claras simbolizam a desconcentração.

Atividade 11. Verifique se os estudantes utilizaram corretamente a legenda para a interpretação do mapa.

Nesta página são abordados aspectos que permitem trabalhar a habilidade da BNCC EF05GE01.

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As quatro aulas previstas para o conteúdo das páginas 104-107 podem ser trabalhadas na semana 23.

Fim do complemento.

Explique aos estudantes que a taxa de natalidade indica o número de nascimentos a cada mil habitantes no período de um ano e que a taxa de mortalidade se refere ao número de óbitos a cada mil habitantes no período de um ano.

Mencione que ambas as taxas são recalculadas periodicamente com a finalidade de acompanhar a dinâmica populacional em determinado lugar.

Caso julgue interessante, explique que a diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade resulta no crescimento vegetativo, que é indicativo do aumento ou diminuição de uma população e se associa à qualidade de vida e às condições socioeconômicas.

Atividade 14. Em 1900, a taxa de natalidade era de 46 nascimentos para cada mil habitantes e a taxa de mortalidade era de 28 óbitos para cada mil habitantes. Já em 2020, essas taxas ficaram em 14 para cada mil habitantes e 7 para cada mil habitantes, respectivamente. Os estudantes devem perceber que, de 1930 para 1965, as taxas de natalidade e de mortalidade declinaram. Contudo, ao longo desse período, a taxa de mortalidade declinou de forma mais acentuada do que a taxa de natalidade, resultando em um aumento do crescimento vegetativo (o número de nascimentos foi maior do que o número de óbitos). A partir de 1965, o ritmo do crescimento vegetativo diminuiu, o que se deveu ao declínio acentuado da taxa de natalidade. Aproveite para questionar os estudantes sobre os motivos que levaram à diminuição das taxas de mortalidade e natalidade.

A abordagem das dinâmicas demográficas no Brasil está relacionada ao tema de relevância deste volume – Democracia e conquista de direitos. É uma ocasião para discutir os fatores que afetam essas dinâmicas e de refletir sobre os aspectos que podem ser transformados para que todos tenham igual acesso a direitos como saúde, trabalho, educação e lazer, independentemente da origem, da idade ou do gênero.

Nesta página são abordados aspectos que permitem trabalhar a habilidade da BNCC EF05GE01.

Processo de evolução demográfica

O processo de evolução demográfica das sociedades é usualmente descrito em quatro etapas. Na primeira, a taxa de nascimento e a taxa de mortalidade são altas, resultando em baixo crescimento populacional e estrutura etária com formato de pirâmide, com muitas crianças e pouca população idosa. Na segunda etapa, a queda da mortalidade infantil combinada com a manutenção de altas taxas de fertilidade provoca crescimento populacional, potencialmente com um efeito virtuoso, o chamado “bônus demográfico”, uma vez que cresce a proporção da população em idade ativa. Na terceira etapa, o fato relevante é a queda na taxa de fertilidade, estreitando a base da pirâmide e empurrando para cima a média de idade da população.

Por fim, na quarta, a mortalidade e a fertilidade são baixas e estáveis, o crescimento populacional estabiliza-se e a estrutura etária torna-se quase retangular, com maior peso da população idosa, marcada pelo fenômeno do envelhecimento populacional [...].

O envelhecimento populacional pode ser explicado por dois fatores-chave: o aumento da expectativa de vida e a queda da taxa de fecundidade. Nos últimos anos, o mundo assistiu a uma grande elevação da expectativa de vida ao nascer de sua população. Nos anos 1950, a expectativa de vida era de 46,8 anos. Em 2015, esse indicador passou para 70,4, e espera-se que em 2030 chegue a 74,5 anos.

FONTE: REIS, Carla; BARBOSA, Larissa Maria de Lima Horta; PIMENTEL, Vitor Paiva. O desafio do envelhecimento populacional na perspectiva sistêmica da saúde. BNDES Setorial, Rio de Janeiro, n. 44, set. 2016. p. 100.

A taxa de fecundidade indica o número médio de filhos por mulher.

Explique aos estudantes que a tendência observada no Brasil nas últimas décadas é de queda da taxa de fecundidade e da taxa de natalidade. Caso as tendências se mantenham, é possível que a taxa de natalidade se iguale ou se torne menor do que a taxa de mortalidade e que a população comece a decrescer.

A queda na taxa de fecundidade, assim como a queda na taxa de natalidade, aponta o envelhecimento da população ou a diminuição do número de indivíduos de até 14 anos de idade.

Se julgar conveniente, comente com os estudantes que a tendência de mudança da taxa de fecundidade aponta a necessidade de se repensar as políticas públicas a fim de contemplar o avanço de estruturas voltadas para as pessoas idosas.

Atividades 16 e 17. Incentive os estudantes a se manifestar e a trocar ideias acerca dessas questões. Ressalte que as mulheres têm o direito de exercer sua profissão livremente.

Nestas páginas são abordados aspectos que permitem trabalhar as habilidades da BNCC EF05HI04, EF05HI05, EF05GE01 e EF05GE02, promovendo, em especial, a articulação entre os conteúdos dos componentes curriculares História e Geografia e a abordagem integrada em Ciências Humanas.

Explique aos estudantes que a esperança de vida (ou expectativa de vida) é um importante indicador da qualidade de vida de uma sociedade. Quanto maior a esperança de vida, maior é a qualidade de vida de uma população.

Nesse sentido, nos últimos cinquenta anos o Brasil passou por uma melhoria desse indicador, conforme apontam os gráficos. O aumento das taxas de esperança de vida se associa ao acesso à água tratada, às vacinas, ao sistema de esgoto, à escolarização, à renda e à redução da mortalidade infantil.

Explique aos estudantes que as pirâmides etárias também são instrumentos muito importantes para o acompanhamento da população.

Comente que, ao analisar uma pirâmide etária, é interessante observar as faixas etárias nas quais população se concentra. Essa análise permite uma previsão do comportamento da população a médio e longo prazo. Por exemplo: a base da pirâmide indica o número de pessoas de 0 até 14 anos de idade. Se essa base concentra muitos indivíduos, é possível prever que em uma ou duas décadas esses indivíduos se tornarão adultos.

Atividade 18. Com base no gráfico, os estudantes devem mencionar que, em 1960, a esperança de vida era de 52 anos. Já em 2020, a esperança de vida era de 77 anos.

Atividade 19. Espera-se que os estudantes tenham entendido que a pirâmide etária é um gráfico que mostra o número de habitantes divididos por gênero e idade. Nela, é possível observar a população jovem, adulta e idosa.

Atividade 20. Ao analisar a pirâmide etária, os estudantes devem observar que a faixa mais numerosa da população brasileira era a de 30 a 34 anos, e que as mulheres predominavam nas faixas etárias superiores a 60 anos.

Nesta página são abordados aspectos que permitem trabalhar a habilidade da BNCC EF05GE01.

Em 2019, expectativa de vida era de 76,6 anos

Para o ano de 2019, a expectativa de vida ao nascer, que foi de 76,6 anos, significou um aumento de 31,1 anos para ambos os sexos, frente ao indicador observado em 1940. Para os homens esse aumento foi de 30,2 anos e para as mulheres 31,8 anos.

Em 1940, um indivíduo ao completar 50 anos tinha uma expectativa de vida de 19,1 anos, vivendo em média 69,1 anos. Já em 2019, a pessoa de 50 anos teria uma expectativa de vida de 30,8 anos, esperando viver em média até 80,8 anos (11,8 anos a mais).

[...]

E a expectativa de vida dos idosos subiu 8,3 anos nesse período. Em 1940, um indivíduo ao atingir 65 anos, esperaria viver em média mais 10,6 anos, sendo que, no caso dos homens, seriam 9,3 anos, e das mulheres 11,5 anos. Já em 2019, esses valores passaram a ser de 18,9 anos para ambos os sexos, 17,2 anos para homens (7,9 anos a mais) e 20,4 anos para as mulheres (8,9 anos a mais).

FONTE: IBGE. Disponível em: http://fdnc.io/eaD. Acesso em: 17 jul. 2021.

Explique que políticas públicas de saúde são um conjunto de programas desenvolvidos pelo poder público com a intenção de cumprir a Constituição Federal de 1988, que prevê o acesso aos serviços de saúde por todos os cidadãos brasileiros e coloca o fornecimento deles como responsabilidade dos governantes.

As campanhas de vacinação são parte das políticas públicas de saúde e cumprem o papel preventivo, pois trabalham para evitar que algumas doenças se proliferem.

Discuta com os estudantes a importância da vacinação como forma de prevenção de doenças. Explique que a vacina fornece uma espécie de informação para o corpo fabricar um mecanismo de defesa, imunizando-o contra certo agente patológico ou toxina que possa entrar em contato com o organismo.

Destaque como exemplo a importância da vacina no combate ao coronavírus. Cientistas de diferentes países se empenharam para a produção em curto intervalo de tempo de uma vacina eficaz para combater um vírus que assolou o mundo e exigiu diversas mudanças no comportamento, como o isolamento e distanciamento social e o uso de máscaras, entre outras medidas.

Atividade 21. d) Peça aos estudantes que compartilhem a resposta dada a essa questão. É importante que eles observem que as vacinas contribuíram para a diminuição da taxa de mortalidade, aumentando a esperança de vida da população.

Nesta página são abordados aspectos que permitem trabalhar a habilidade da BNCC EF05GE01.

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para o conteúdo da seção Para ler e escrever melhor podem ser trabalhadas na semana 24.

Fim do complemento.

Objetivos pedagógicos da seção

• Ler e compreender um texto sequencial-temporal.
• Identificar as marcas temporais do texto.
• Analisar e selecionar informações contidas no texto, separando-as em um organizador gráfico (esquema).
• Escrever um texto sobre a evolução dos direitos e garantias dos idosos.

  Orientações didáticas

  Antes de ler o texto com os estudantes, pergunte a eles se acham que as mulheres sofrem algum tipo de discriminação social. Relacione isso à posição da mulher no mercado de trabalho e às atividades domésticas, por exemplo.

  Fale aos estudantes da importância de uma legislação que garanta os direitos das mulheres. Muitas vezes, esses direitos não são respeitados e é preciso que o governo mantenha políticas que façam com que esses direitos sejam cumpridos.

  Atividade 1. Não. É importante que os estudantes percebam que as mulheres nem sempre tiveram os mesmos direitos que os homens.

  Atividade 2. As mulheres ainda sofrem discriminação. Frequentemente, elas recebem salários menores, sofrem com a violência doméstica etc.

  Atividade 3. Durante muito tempo, até 1879, década de 1930, em 1988, em 2006 e atualmente.

  Educação em valores e temas contemporâneos

  Discutir aspectos da luta e da construção dos direitos civis no Brasil é fundamental para a prática da educação para a cidadania. Nessa atividade, valorize as discussões e as opiniões de todos os estudantes e esteja atento para mediar discursos preconceituosos ou estereotipados. É muito importante que os estudantes percebam a importância da contribuição de diferentes grupos na construção da sociedade brasileira.

  Mulheres e Direitos Humanos no Brasil

  É indiscutível que a luta das mulheres pelo fim da discriminação e pela igualdade de gênero transformou a sociedade em muitos países e também no Brasil. [...] A luta das mulheres e do movimento feminista no Brasil vem, desde os anos 1970, reduzindo as discriminações contra as mulheres e transformando as relações de gênero.

  A escolarização das mulheres cresceu em todos os níveis de ensino [...]. Essa crescente escolarização das mulheres contribuiu para o aumento constante de sua inserção no trabalho remunerado. [...]

  No âmbito legislativo e das políticas públicas há também importantes avanços [...]. No que diz respeito ao combate à violência são [...] sancionadas a Lei Maria da Penha (2006) e a que tipifica o feminicídio (2015), além disso, é alterada a tipificação penal de estupro (2009), permitindo abranger outras práticas tidas como sexuais para além da penetração vaginal. [...]

Apesar de todos esses avanços e conquistas ainda persistem as desigualdades de gênero, as discriminações e violência contra as mulheres. [...] No que concerne à violência, os atendimentos a mulheres vítimas de violência sexual, física ou psicológica em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) somam, por ano, 147.691 registros – 405 por dia, ou um a cada quatro minutos [...].

FONTE: ARAÚJO, Angela M. Carneiro; FACCHINI, Regina. Mulheres e Direitos Humanos no Brasil: avanços e desafios. Jornal da Unicamp , 2018. Disponível em: http://fdnc.io/eaE. Acesso em: 11 dez. 2020.

Chame a atenção dos estudantes para a importância da Constituição Federal de 1988. Explique que ela é considerada um marco, sendo chamada por alguns de Constituição Cidadã, pois estabeleceu diversos direitos e garantias individuais e coletivas.

Atividade 4. Ensino Superior; votar; Constituição Federal; iguais; Maria da Penha; discriminação.

Atividade 5. Oriente os estudantes a pesquisar as leis criadas nos últimos anos com o objetivo de proteger os idosos. Comente a importância de tratar os idosos com respeito. Em muitas sociedades os idosos são considerados sábios e tratados com muita reverência, porque são pessoas que têm muito conhecimento de vida e de mundo.

Em 1988, a Constituição Federal passou a estabelecer alguns princípios e garantias aos idosos, entre eles a garantia de um salário mínimo de benefício mensal e o transporte urbano gratuito. Em 1994, foi criada a Política Nacional do Idoso, que se mostrou insuficiente para garantir a proteção necessária ao idoso. Em vista disso, em 2003 foi promulgado o Estatuto do Idoso, que regulamentou direitos já estabelecidos na Constituição de 1988 e instituiu obrigações para o Estado, a família e a sociedade em relação à proteção do idoso e seus direitos.

O conteúdo apresentado está relacionado ao tema de relevância deste volume – Democracia e conquista de direitos. É uma ocasião para discutir todos os tipos de preconceito e discriminação que perpetuam as desigualdades em nossa sociedade, como os relacionados a gênero, cor, etnia e idade, e para analisar os direitos que já foram efetivados e os que ainda precisam ser conquistados.

Nestas páginas são abordados aspectos que permitem trabalhar as habilidades da BNCC EF05HI04, EF05HI05, EF05GE01 e EF05GE02, promovendo, em especial, a articulação entre os conteúdos dos componentes curriculares História e Geografia e a abordagem integrada em Ciências Humanas.

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para o conteúdo das páginas 110-111 podem ser trabalhadas na semana 24.

Fim do complemento.

Objetivos pedagógicos do capítulo

• Reconhecer as características do espaço urbano e suas relações com o processo de urbanização.
• Relacionar as transformações das paisagens urbanas às transformações da sociedade.
• Identificar nos elementos da paisagem urbana as desigualdades sociais e a segregação espacial.
• Compreender a importância das áreas verdes nas cidades.
• Reconhecer as funções das cidades.
• Entender a rede urbana e a hierarquia das cidades.
• Conhecer os deveres e os direitos dos cidadãos.
• Conhecer os direitos das crianças.
• Reconhecer a luta por direitos como uma atitude de cidadania.
• Reconhecer que todos têm o direito à cidade.

  Orientações didáticas

  Comente com os estudantes que eles conhecerão a organização do espaço da cidade, uma construção humana caraterizada pela aglomeração de edificações, pessoas e atividades econômicas. É nas cidades que vive a maioria da população brasileira.

  Promova a leitura coletiva das imagens desta página e, por meio da comparação, auxilie-os a identificar as semelhanças e as diferenças entre elas. Destaque os elementos que revelam o ritmo das cidades, possibilitando uma interpretação do que é o modo de vida urbano.

  A abordagem da cidade e dos direitos dos cidadãos no Brasil está relacionada ao tema de relevância deste volume – Democracia e conquista de direitos. É uma ocasião para discutir as transformações e permanências que estabelecem e sustentam as desigualdades sociais e desenvolver a percepção de que a sociedade produz o espaço em que vive.

  O que é o espaço urbano?

  A cidade, enquanto construção humana, é um produto histórico-social e nesta dimensão aparece como trabalho materializado, acumulado ao longo do processo histórico de uma série de gerações. Expressão e significação da vida humana, obra e produto, processo histórico cumulativo, a cidade contém e revela ações passadas, ao mesmo tempo em que o futuro, que se constrói nas tramas do presente – o que nos coloca diante da impossibilidade de pensar a cidade separada da sociedade e do momento histórico [...].

  O momento atual revela continuidades e descontinuidades que se combinam como consequência das transformações na relação espaço/tempo urbanos traduzidas nos “lugares da metrópole” sob a forma de rupturas de ritmo, da realização desigual do poder, das relações entre classes diferenciadas, que se traduzem em movimentos de construção e transformação, lidas na morfologia urbana e passíveis de serem apreendidas na vida cotidiana (onde aparecem sob a forma de conflito).

Deste modo, nos defrontamos com a necessidade de desvendar os conteúdos mais profundos do processo de urbanização hoje, a partir das contradições que estão postas no mundo moderno e que se revelam, com toda a sua força, na metrópole. A análise urbana também nos coloca diante de uma situação de crise da cidade, que se faz notar pelo aprofundamento de velhas contradições, bem como da produção de outras novas [...].

FONTE: CARLOS, Ana Fani A. O espaço urbano: novos escritos sobre a cidade. São Paulo: LABUR, 2007. p. 11-12.

Atividade 1. a) A fotografia A é de 1956; e a B, de 2021; 65 anos. b) Espera-se que os estudantes percebam o aumento da concentração de prédios ao longo do tempo. c) É importante que os estudantes percebam a grande concentração de construções (casas, prédios etc.) nas paisagens, em detrimento de elementos da natureza, o que caracteriza o espaço urbano. Comente com os estudantes que uma das principais características do espaço urbano atual é a verticalização, marcada pela concentração de prédios com vários andares. d) Estimule os estudantes a dar exemplos de mudanças que observaram no lugar onde vivem ou que conheceram por meio de livros, filmes, fotografias ou relatos de pessoas mais velhas. A troca de informações e de impressões acerca das mudanças mencionadas contribui para aproximar o tema tratado da realidade dos estudantes, despertando seu interesse.

Atividade 2. Em 1900, 811.000 pessoas viviam no Rio de Janeiro. Em 2017, 6.520.000 pessoas viviam nessa cidade. Auxilie os estudantes na leitura e na interpretação do gráfico. Peça-lhes que leiam o título e analisem o número de pessoas residentes na cidade do Rio de Janeiro, entre 1900 e 2017. Comente que a população da cidade do Rio de Janeiro aumentou cerca de oito vezes, em menos de 120 anos. Se julgar conveniente, faça a mesma atividade com o número de pessoas residentes na cidade onde os estudantes vivem.

Nestas páginas são abordados aspectos que permitem trabalhar as habilidades da BNCC EF05GE04 e EF05GE08.

Para o estudante ler

Belo Horizonte : de arraial a capital, de Sérgio Augusto Dâmaso de Sousa. Cortez, 2007.

A construção e o crescimento de uma cidade planejada que é hoje uma das metrópoles brasileiras.

Boxe complementar:

Roteiro de aula

A aula prevista para o conteúdo da página 112 pode ser trabalhada na semana 25.

Fim do complemento.

Verifique se os estudantes compreenderam o que é taxa de urbanização. É importante que eles não confundam taxa de urbanização com crescimento urbano. A taxa de urbanização expressa a concentração da população nas cidades, enquanto o crescimento urbano está relacionado ao aumento da área das cidades.

Atividade 3. A região com menor taxa de urbanização é a Nordeste, enquanto a região com maior taxa de urbanização é a Sudeste.

Atividade 4. Resposta pessoal. Estimule o estudante a comparar a taxa de urbanização da região onde vive com a do Brasil.

Nesta página são abordados aspectos que permitem trabalhar as habilidades da BNCC EF05GE03 e EF05GE04.

Atividade 5. Estimule a discussão sobre as desigualdades socioeconômicas, destacando que elas ocorrem em todo o país, seja na cidade, seja no campo.

Nesta página são abordados aspectos que permitem trabalhar a habilidade da BNCC EF05GE02.

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para o conteúdo das páginas 113-114 podem ser trabalhadas na semana 25.

Fim do complemento.

Relembre aos estudantes o conceito de paisagem e destaque a importância dele para as Ciências Humanas. Comente que a análise da paisagem é o ponto de partida para a compreensão do espaço geográfico.

De acordo com Milton Santos, a paisagem é o aspecto visível do espaço. Ele destaca também a importância da percepção na leitura da paisagem, afirmando que ela é um processo seletivo de apreensão. Se a realidade é única, cada pessoa observa a paisagem de uma forma diferente. Portanto, os elementos percebidos nas paisagens podem ser diferentes, dependendo do observador.

Ao encaminhar o conteúdo sobre as desigualdades na paisagem urbana, mostre a segregação espacial existente nas cidades, destacando o fato de que pessoas de baixa renda, em geral, moram em áreas periféricas, que, por serem as menos valorizadas da cidade, têm preços mais acessíveis a essa parcela da população. Comente que em algumas dessas áreas não há alguns serviços públicos adequados, como coleta de lixo e rede de esgoto.

Explique aos estudantes que a segregação espacial é a divisão da cidade de acordo com algumas características dos moradores, como renda, escolaridade e emprego. Segundo o Centro de Estudos da Metrópole (CEM), a cidade de São Paulo, por exemplo, tem elevada segregação espacial.

Embora o perfil dos moradores da periferia paulistana tenha se tornado mais heterogêneo nos últimos anos, as classes mais altas tendem a se isolar em algumas áreas.

Comente com os estudantes que as áreas verdes são espaços importantes nas cidades, pois desempenham diversas funções. Considera-se uma área verde “o espaço de domínio público que desempenhe função ecológica, paisagística e recreativa, propiciando a melhoria da qualidade estética, funcional e ambiental da cidade, sendo dotado de vegetação e espaços livres de impermeabilização” (Art. 8º, § 1º, da Resolução CONAMA nº 369/2006). Nesse sentido, as áreas verdes formam o conjunto de espaços com cobertura vegetal que contribuem de modo significativo para a qualidade de vida nas cidades.

Comente que, no último Censo Demográfico do IBGE, realizado em 2010, foi feito um levantamento das taxas de arborização em vias públicas nas cidades brasileiras com mais de 1 milhão de habitantes. De acordo com esse levantamento, no entorno de um terço dos domicílios em áreas urbanas não havia árvores. As cidades mais arborizadas eram Goiânia, Campinas, Belo Horizonte, Porto Alegre e Curitiba.

Atividade 6. a) As áreas verdes são espaços com cobertura vegetal que contribuem para a qualidade de vida e o equilíbrio ambiental nas cidades. b) A cobertura vegetal é formada por árvores nativas ou plantadas, arbustos e gramados. c) As praças, os parques, os jardins botânicos e os canteiros centrais de ruas e avenidas são considerados áreas verdes.

Atividade 7. A cobertura vegetal contribui para a infiltração da água das chuvas, a preservação dos solos e a qualidade do ar. Nas áreas verdes, o solo coberto por gramados favorece a infiltração da água da chuva, enquanto as raízes das plantas protegem o solo da erosão. Já as plantas nas áreas verdes melhoram a qualidade do ar, diminuindo a quantidade de gás carbônico na atmosfera.

Atividade 8. A falta de áreas verdes, somada ao excesso de concreto e de asfalto, pode causar o aumento da temperatura nas cidades.

Nesta página são abordados aspectos que permitem trabalhar a habilidade da BNCC EF05GE02.

A importância da cobertura vegetal em áreas urbanas

A cobertura vegetal urbana contribui para a manutenção da qualidade ambiental e melhoria da qualidade de vida nas cidades [...].

Ela interfere diretamente na qualidade de vida dos seres por meio das funções sociais, ecológicas, estéticas e educativas que exercem nos ecossistemas. Alves (2012) defende que a presença de cobertura vegetal urbana está relacionada a uma série de funcionalidades ambientais e que sua presença é essencial na paisagem urbana, podendo amenizar ou resolver diversos problemas ambientais.

Serviços ecossistêmicos ou ambientais são as contribuições diretas e indiretas dos ecossistemas para o bem-estar humano.

Entre os serviços ecossistêmicos proporcionados pela cobertura vegetal nas cidades pode-se citar a regulação do clima, absorção da radiação solar, filtro de poeiras, armazenamento de CO2, barreira para ventos, melhoria da qualidade do ar, promoção de resfriamento por evaporação, sombreamento e geração e convecção de ar, interceptação de chuvas, envolvendo também aspectos psicológicos, como o aumento da satisfação e redução do estresse, e aspectos econômicos, como a valoração monetária dos serviços ecossistêmicos [...].

FONTE: DUARTE, Taíse E. P. O papel da cobertura vegetal nos ambientes urbanos e sua influência na qualidade de vida nas cidades. Desenvolvimento em questão, Ijuí, n. 40, jul./set. 2017. p. 175-203.

Boxe complementar:

Roteiro de aula

A aula prevista para o conteúdo da página 115 pode ser trabalhada na semana 25.

Fim do complemento.

É importante que os estudantes compreendam que a função de uma cidade corresponde à atividade humana predominante nela. Assim, cabe destacar para eles que em algumas cidades essa atividade é o comércio, em outras é o turismo e outras, ainda, têm na atividade portuária sua principal função. Comente que, com a urbanização, algumas cidades se especializaram economicamente, reorientando suas atividades e criando funções específicas.

Destaque também que as grandes cidades geralmente exercem diferentes funções. É o caso da cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, que exerce ao mesmo tempo funções comercial, turística e portuária, entre outras.

Explique aos estudantes que o fato de uma cidade se enquadrar em uma função não significa que ela não apresente outras atividades humanas. Por exemplo, em uma cidade industrial são realizadas também atividades relacionadas ao comércio e à prestação de serviços.

Atividade 9. Sugerimos que esta atividade seja realizada em casa por exigir pesquisa sobre determinadas informações. Oriente os estudantes a consultar fontes na internet que sejam confiáveis. Essa é uma ótima oportunidade para desenvolver com os estudantes a consolidação dos processos que envolvem a literacia e a alfabetização por meio da localização e da retirada de informação explícita no texto e de interpretação e relação de ideias e informação.

Atividade 10. Incentive os estudantes a identificar as principais atividades econômicas da cidade ou da área urbana próxima ao lugar onde vivem para que consigam compreender a principal função dela.

Nesta página são abordados aspectos que permitem trabalhar a habilidade da BNCC EF05GE03.

Boxe complementar:

Roteiro de aula

A aula prevista para o conteúdo da página 116 pode ser trabalhada na semana 26.

Fim do complemento.

Comente com os estudantes que, para compreender a rede urbana, deve-se pensar em três palavras que a caracterizam: hierarquia, articulação e dependência. O que ocorre na rede urbana é uma integração que se dá em várias escalas locais e regionais, por meio do fluxo de pessoas, produtos e informações. Outro aspecto importante é a relação de interdependência: uma cidade depende de outra e vice-versa.

As funções das cidades também são caracterizadas pelas atividades desempenhadas na rede urbana; as cidades se diferenciam pelos bens e serviços que oferecem para um mercado consumidor amplo, que pode ultrapassar os próprios limites do núcleo urbano, exercendo influência sobre outros espaços.

Atividade 11. A rede urbana é o conjunto de cidades que se articulam entre si por meio dos sistemas de transporte e de comunicação, pelos quais circulam pessoas, produtos e informação.

Atividade 12. Esses fluxos são facilitados pelos avanços da tecnologia, dos transportes e das comunicações, e favorecem a circulação de pessoas e produtos.

Nesta página são abordados aspectos que permitem trabalhar a habilidade da BNCC EF05GE04.

A rede urbana e as funções das cidades

A importância das cidades está na relação direta entre as funções por elas abrigadas. Entre essas funções podemos citar a comercial, a industrial, a financeira, a política etc. Em razão delas é que são definidas as hierarquias das cidades no interior de uma rede urbana.

Sendo a rede urbana definida pela interação entre as funções exercidas pelas diferentes cidades, quanto maiores forem o número e a importância de tais funções no interior desse conjunto, maior será a grandeza da cidade nele contida. Assim, são definidas as de primeira, segunda e terceira grandeza ou então as pequenas, médias e grandes cidades que constituem aquela hierarquia.

Deve-se lembrar que essas cidades, ao inter-reagirem umas com as outras, criam relações hierarquizadas. Certas funções político-administrativas são exercidas pelas cidades de primeira e segunda grandeza. Estas representam o lugar da sede de importantes órgãos públicos e financeiros, com certos tipos de serviços especializados: educação, medicina, serviços de manutenção e assistência de tecnologia de ponta. A elas recorrem as pequenas cidades, cujas funções estão mais relacionadas com as operações comerciais ou com o beneficiamento dos produtos provenientes das zonas rurais.

FONTE: SCARLATO, Francisco C. População e urbanização brasileira. In: ROSS, Jurandyr L. S. (org.). Geografia do Brasil. 6ª ed. São Paulo: Edusp, 2011. p. 403.

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para o conteúdo das páginas 117-118 podem ser trabalhadas na semana 26.

Fim do complemento.

Comente com os estudantes que, em uma rede urbana, as cidades são hierarquizadas de acordo com a influência que uma exerce sobre a outra. Explique que o IBGE estabeleceu uma classificação da hierarquia das cidades brasileiras, conforme o nível de influência que a cidade desempenha na rede urbana. À medida que uma cidade se desenvolve e diversifica a oferta de produtos e serviços, cresce sua importância e influência na região. Por exemplo, as metrópoles são cidades de grande porte que exercem forte influência nas outras.

Para fins didáticos, a hierarquia urbana apresentada neste livro considera apenas os cinco grandes níveis: metrópole, capital regional, centro sub-regional, centro de zona e centro local. Se julgar necessário, comente com os estudantes que as metrópoles podem ser subdivididas em: grande metrópole nacional (cidade de São Paulo), metrópole nacional (cidade do Rio de Janeiro e Brasília) e metrópole (Manaus, Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Curitiba, Goiânia e Porto Alegre).

Explique que cada categoria da hierarquia urbana está subordinada à cidade imediatamente superior, que polariza os produtos e serviços na rede urbana.

Nesta página são abordados aspectos que permitem trabalhar a habilidade da BNCC EF05GE09.

Neste mapa da rede urbana brasileira foi suprimido o nível da hierarquia “centro local” em razão da escala adotada e para uma melhor visualização.

Faça a leitura coletiva do mapa, identificando os principais elementos representados na legenda. Questione os estudantes sobre o nível hierárquico na rede urbana da cidade onde vivem. Pergunte se sabem quais cidades ela influencia ou por quais é influenciada.

Atividade 13. Segundo a hierarquia urbana proposta pelo IBGE, as cidades podem ser classificadas em: metrópole, capital regional, centro sub-regional, centro de zona e centro local.

Atividade 14. a) A rede urbana não se distribui igualmente pelo território brasileiro. Nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste, a rede urbana é mais complexa, enquanto nas regiões Norte e Centro-Oeste, a rede urbana é simples e gira em torno das capitais estaduais. b) Resposta pessoal.

Nesta página são abordados aspectos que permitem trabalhar a habilidade da BNCC EF05GE09.

Hierarquia das cidades

As cidades foram classificadas em cinco grandes níveis [...]:

1. Metrópoles – são os 12 principais centros urbanos do País, que caracterizam-se por seu grande porte e por fortes relacionamentos entre si, além de, em geral, possuírem extensa área de influência direta. [...]

2. Capital regional – integram este nível 70 centros que, como as metrópoles, também se relacionam com o estrato superior da rede urbana. Com capacidade de gestão no nível imediatamente inferior ao das metrópoles, têm área de influência de âmbito regional, sendo referidas como destino, para um conjunto de atividades, por grande número de municípios. [...]

3. Centro sub-regional – integram este nível 169 centros com atividades de gestão menos complexas [...]; têm área de atuação mais reduzida, e seus relacionamentos com centros externos à sua própria rede dão-se, em geral, apenas com as três metrópoles nacionais.

Com presença mais adensada nas áreas de maior ocupação do Nordeste e do Centro-Sul, e mais esparsa nos espaços menos densamente povoados das Regiões Norte e Centro-Oeste [...].

4. Centro de zona – nível formado por 556 cidades de menor porte e com atuação restrita à sua área imediata; exercem funções de gestão elementares. [...]

5. Centro local – as demais 4.473 cidades cuja centralidade e atuação não extrapolam os limites do seu município, servindo apenas aos seus habitantes, têm população dominantemente inferior a 10 mil habitantes [...].

FONTE: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Regiões de influência das cidades. Rio de Janeiro: IBGE, 2008.

Boxe complementar:

Roteiro de aula

A aula prevista para o conteúdo da página 119 pode ser trabalhada na semana 26.

Fim do complemento.

Retome com os estudantes o debate sobre a desigualdade no Brasil e sobre a maneira como ela se revela nas paisagens das cidades. De acordo com o geógrafo Milton Santos: “Em todas elas problemas como os do desemprego, da habitação, dos transportes, do lazer, da água, dos esgotos, da educação e saúde são genéricos e revelam enormes carências. Quanto maior a cidade, mais visíveis se tornam as mazelas.” (SANTOS, Milton. A urbanização brasileira. 5ª ed. São Paulo: Edusp, 2005. p. 105.).

Atividade 15. Solicite aos estudantes que observem as imagens e identifiquem os problemas apresentados. Questione-os sobre como esses problemas podem prejudicar a vida dos moradores desses locais e se, no lugar onde vivem, há problemas semelhantes.

Atividade 16. Proponha aos estudantes uma discussão sobre os diversos problemas enfrentados nas grandes cidades brasileiras, como a precariedade das moradias, os congestionamentos, a violência, a falta de transporte público etc., considerando os problemas do lugar onde vivem. Essa é uma oportunidade de propor a eles que reflitam sobre possíveis soluções para os problemas do lugar onde vivem.

A atividade contribui também para a consolidação dos conhecimentos de literacia e de alfabetização, promovendo a fluência em leitura oral e o desenvolvimento de vocabulário.

A abordagem dos problemas das cidades e dos direitos dos cidadãos no Brasil está relacionada ao tema de relevância deste volume – Democracia e conquista de direitos. É uma ocasião para discutir as transformações e permanências que estabelecem e sustentam as desigualdades sociais e desenvolver a percepção de que a sociedade produz o espaço em que vive.

Nesta página são abordados aspectos que permitem trabalhar as habilidades da BNCC EF05GE02, EF05GE03 e EF05GE11.

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para o conteúdo das páginas 120-121 podem ser trabalhadas na semana 27.

Fim do complemento.

A Constituição Federal de 1988 no Brasil reserva cinco capítulos aos direitos fundamentais do cidadão, com várias categorias sobre os direitos individuais e coletivos. Alguns dos deveres do cidadão brasileiro são: votar para escolher os governantes; cumprir as leis; respeitar os direitos sociais de outras pessoas; educar e proteger nossos semelhantes; preservar a natureza; proteger o patrimônio público e social do país; colaborar com as autoridades. Alguns dos direitos do cidadão são: igualdade entre homens e mulheres; saúde; educação; moradia; trabalho; previdência social; proteção à maternidade e à infância; assistência aos desamparados; segurança; lazer; vestuário; alimentação; ninguém deve ser obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; ninguém deve ser submetido à tortura nem a tratamento desumano ou degradante; a manifestação do pensamento é livre, sendo vedado o anonimato; a liberdade de consciência e de crença é inviolável, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; entre outros.

Atividade 17. d) Espera-se que os estudantes mencionem que, para essas crianças, os direitos garantidos pela Constituição não existem na realidade; são como um “conto de fadas”, já que elas vivem na rua e não têm seu direito à moradia garantido.

A abordagem dos deveres e dos direitos dos cidadãos no Brasil está relacionada ao tema de relevância deste volume – Democracia e conquista de direitos. É uma ocasião para discutir a efetividade dos direitos constitucionalmente definidos e as transformações e permanências que estabelecem e sustentam as desigualdades sociais e para desenvolver a percepção de que a sociedade produz as condições em que vive.

Nesta página são abordados aspectos que permitem trabalhar a habilidade da BNCC EF05HI04.

O que é cidadania?

Tornou-se costume desdobrar a cidadania em direitos civis, políticos e sociais. O cidadão pleno seria aquele que fosse titular dos três direitos. [...] Direitos civis são os direitos fundamentais à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade perante a lei. Eles se desdobram na garantia de ir e vir, de escolher o trabalho, de manifestar o pensamento, de organizar-se, de ter respeitada a inviolabilidade do lar e da correspondência, de não ser preso a não ser pela autoridade competente e de acordo com as leis, de não ser condenado sem processo legal regular. [...] Sua pedra de toque é a liberdade individual.

É possível haver direitos civis sem direitos políticos. Estes se referem à participação do cidadão no governo da sociedade. Seu exercício é limitado a parcela da população e consiste na capacidade de fazer demonstrações políticas, de organizar partidos, de votar, de ser votado.

Em geral, quando se fala de direitos políticos, é do direito do voto que se está falando. [...] Sua essência é a ideia de autogoverno. Finalmente, há os direitos sociais. Se os direitos civis garantem a vida em sociedade, se os direitos políticos garantem a participação no governo da sociedade, os direitos sociais garantem a participação na riqueza coletiva. Eles incluem o direito à educação, ao trabalho, ao salário justo, à saúde, à aposentadoria. [...] Os direitos sociais permitem às sociedades politicamente organizadas reduzir os excessos de desigualdade produzidos pelo capitalismo e garantir um mínimo de bem-estar para todos. A ideia central em que se baseiam é a da justiça social.

FONTE: CARVALHO, José Murilo de. Cidadania no Brasil: o longo caminho. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002. p. 8-10.

Leia com a turma o resumo da Declaração dos Direitos da Criança e incentive os estudantes a opinar sobre a efetividade desses direitos no Brasil. Se julgar conveniente, proponha uma atividade de pesquisa de imagens sobre situações em que os direitos das crianças não estão sendo garantidos.

Aproveite o momento para explorar com os estudantes a relação entre os conceitos de cidadania, direitos humanos e democracia, que estão sendo estudados nesta unidade. Esclareça que os direitos de cidadania são os dos cidadãos de um país e os direitos humanos são os direitos de qualquer ser humano no mundo, por isso esses são mais amplos e abrangentes. Acrescente que, em sociedades democráticas, os direitos do cidadão e os direitos humanos coincidem, embora os direitos humanos estejam acima dos direitos civis.

A abordagem dos direitos de grupos específicos da sociedade, como o de crianças, está relacionada ao tema de relevância deste volume – Democracia e conquista de direitos. É uma ocasião para discutir as transformações e permanências que condicionam as desigualdades do acesso a esses direitos.

Nesta página são abordados aspectos que permitem trabalhar as habilidades da BNCC EF05HI04 e EF05HI05.

Atividade complementar

Se julgar conveniente, proponha aos estudantes uma atividade de pesquisa de imagens representativas de situações tanto de respeito como de desrespeito aos direitos das crianças. Depois, oriente-os a classificar coletivamente as imagens selecionadas.

Para o estudante ler

O livros dos grandes direitos das crianças, de Hiro Kawahara e Marcelo Lourenço. Panda Books, 2011.

Um incentivo à reflexão sobre as condições necessárias para garantir às crianças uma infância saudável e feliz.

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para o conteúdo da seção O mundo que queremos podem ser trabalhadas na semana 27.

Fim do complemento.

Objetivos pedagógicos da seção

• Compreender que o crescimento das cidades diminuiu os espaços de lazer.
• Reconhecer que todos têm o direito à cidade, principalmente as crianças.

  Orientações didáticas

  Antes da leitura do texto, pergunte aos estudantes onde eles costumam brincar. Com base nas respostas, ressalte a importância de brincar ao ar livre, nos quintais, nas praças e nos parques.

  Com a presença cada vez mais significativa da televisão, dos brinquedos eletrônicos, dos videogames e dos computadores ocupando o tempo livre das crianças, e também com o aumento da violência e dos perigos, as brincadeiras ao ar livre deixaram de ser um momento importante de convivência e lazer infantis. Além disso, principalmente nas grandes cidades, muitas atividades de lazer antes ocorridas nos quintais e nas ruas passaram a se realizar no interior de condomínios e em locais fechados nos quais as opções de lazer são pagas, como nos shopping centers.

  Pergunte aos estudantes se eles costumam andar nas ruas do bairro. Ressalte que em uma caminhada pelo bairro crianças e adultos podem se exercitar, conversar com os vizinhos, ter contato com as árvores e plantas, tomar sol, entre outras possiblidades.

  A abordagem do direito à cidade está relacionada ao tema de relevância deste volume – Democracia e conquista de direitos. É uma ocasião para discutir os processos que estabelecem e sustentam as desigualdades socioespaciais e as possibilidades de interferir neles por meio de uma atuação cidadã.

  Para você ler

  Direitos que a cidade esqueceu, de José Renato Nalini. Revista dos Tribunais, 2011.

  O exercício do direito à cidade como instrumento para combater as violações dos direitos humanos no espaço urbano.

  O direito à cidade

  A defesa do direito à cidade pressupõe novas formas de gestão e de ocupação do espaço público, com ressignificação da relação da população com a cidade em que vive. Trata-se, pois, de uma reflexão permanente sobre nosso estilo de vida e nossas práticas no espaço urbano, bem como de uma nova concepção de gestão pública, com novas formas de participação social.

  A cidade molda a vida urbana em sua estrutura e forma de organização, por meio do arranjo territorial e administrativo, do comércio, da divisão social do trabalho e da própria urbanização, que coloca em evidência tanto a criatividade humana como as contradições presentes nas relações de força e interesses político-econômicos. Disso decorrem os inúmeros desafios da cidade contemporânea, pois [...] ela é determinada por seu valor de troca.

Isso gera vários conflitos, na medida em que regulamenta a divisão da vida, do trabalho e das relações no espaço urbano, ou seja, provoca a divisão e a diferença entre classes sociais e territórios.

[...] Consolida-se, dessa forma, a principal bandeira da reforma urbana: o direito à cidade.

Tal questão é uma expressão das cidades contemporâneas em todo o mundo, sobretudo em países capitalistas, que promovem contradições e segregações. Com base nesse contexto, fica patente que o direito à cidade como direito humano é uma pauta internacional, e seu reconhecimento é resultado da articulação de grupos e movimentos sociais populares.

FONTE: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO PAULO. Direito à cidade. Cadernos de formação. São Paulo: SMDHC, 2015. p. 36.

Atividade 2. Espera-se que os estudantes selecionem as frases: “As crianças vivem cercadas em condomínios e restritas ao interior das moradias”; “As crianças e suas famílias preferem o uso de veículos”; “As crianças passeiam em lugares fechados, como os shoppings, porque são mais seguros”. Essa é uma ótima oportunidade para desenvolver com os estudantes a consolidação dos processos que envolvem a literacia por meio da localização e da retirada de informação explícita no texto e de interpretação e relação de ideias e informação, além da produção escrita. Sugerimos que esses conhecimentos sejam trabalhados com a turma e individualmente, para que cada estudante se sinta apoiado em suas dificuldades e perceba que outros colegas têm dificuldades semelhantes.

Atividade 3. Andar pelas calçadas é uma tarefa difícil em razão da ocupação do espaço por carros estacionados, buracos e lixo espalhado.

Atividade 4. Devem ser incentivados a criação e o uso de áreas verdes, o plantio de árvores nas ruas do bairro, a manutenção e o cuidado com as calçadas, e a locomoção a pé de crianças e adultos.

Oriente os estudantes a refletir sobre o direito à cidade e o que poderia ser feito para garanti-lo. Em seguida, ajude-os a produzir os cartazes e os panfletos com as atitudes que garantem o direito das crianças à cidade.

Se julgar conveniente, providencie algumas sementes de plantas ou mudas de árvores nativas para serem plantadas na calçada ou no jardim da escola. É possível contatar alguma entidade ou órgão municipal para obter as mudas e ajudar na realização da atividade. Engajar outras pessoas da comunidade na atividade pode estimular o trabalho dos estudantes.

Nestas páginas são abordados aspectos que permitem trabalhar as habilidades da BNCC EF05HI04 e EF05HI05.

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para o conteúdo da seção Painel multicultural podem ser trabalhadas na semana 28.

Fim do complemento.

Objetivos pedagógicos da seção

• Relacionar a arte nas ruas ao exercício do direito à cidade.
• Analisar obras de arte pública.
• Reconhecer a arte nas ruas como uma forma de comunicação.

  Orientações didáticas

  Oriente a leitura das informações visuais e textuais apresentadas, estimulando os estudantes a manifestar livremente suas impressões, dúvidas e opiniões.

  Verifique se eles sabem o que é grafite e pergunte se já viram esse tipo de manifestação artística no lugar onde vivem. Se sim, peça que contem aos colegas como era e o que representava.

  Comente com a turma que os grafiteiros pintam muros e paredes em geral com sprays, utilizando estilos e técnicas próprios. Como as pinturas são feitas majoritariamente em espaços públicos das cidades, podem ser vistas por muitas pessoas.

  Incentive os estudantes a comparar as obras e verificar as semelhanças e diferenças entre elas, considerando estilo, inserção no espaço urbano e mensagens, entre outros aspectos. Observe que há obras representativas de distintas regiões e da sociodiversidade de culturas e movimentos sociais existentes no país.

  Chame a atenção dos estudantes para aspectos que permitem caracterizar cada obra como uma forma de comunicação no espaço urbano, estabelecendo conexões entre territórios delimitados pela segregação socioespacial.

  Instigue-os a formar opinião questionando se a atividade dos grafiteiros pode ser considerada exemplo do exercício da cidadania na vida individual e comunitária.

A abordagem do direito à cidade está relacionada ao tema de relevância deste volume – Democracia e conquista de direitos. É uma ocasião para discutir as transformações e permanências que estabelecem e sustentam as desigualdades socioespaciais e destacar o exercício do direito à cidade como instrumento para combater as violações dos direitos humanos no espaço urbano.

O conteúdo apresentado favorece o trabalho com as habilidades da BNCC EF05HI04, EF05HI05 e EF05HI0.

Conclusão

Na perspectiva da avaliação formativa, esse é um momento propício para a verificação das aprendizagens construídas ao longo do bimestre e do trabalho com a unidade. É interessante observar se todos os objetivos pedagógicos propostos foram plenamente atingidos pelos estudantes.

Sugerimos que você identifique os pontos que foram desenvolvidos, aqueles que ainda estão em desenvolvimento ou que não foram suficientemente trabalhados para que possa intervir a fim de consolidar as aprendizagens.

Considere a produção dos estudantes, a participação e as intervenções deles em discussões e atividades em sala de aula. A avaliação que propomos a seguir será um dos instrumentos para você acompanhar o processo de ensino e aprendizagem dos estudantes e da turma, e identificar seus avanços, suas dificuldades e potencialidades, contribuindo para que se sintam seguros a continuar aprendendo.

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para a avaliação processual da seção O que você aprendeu podem ser trabalhadas na semana 28.

Fim do complemento.

Orientações didáticas

Inserida em uma proposta de acompanhamento continuado da progressão das aprendizagens dos estudantes, esta seção oferece a oportunidade de realização de um momento avaliativo do processo pedagógico que foi desenvolvido ao longo do bimestre. Pode oferecer parâmetros importantes para apurar se os objetivos pedagógicos e as habilidades propostos na unidade foram alcançados pelos estudantes e para verificar a necessidade de possíveis ajustes nas estratégias didáticas.

Atividade 1. Os estudantes devem compreender que, para verificar se uma unidade da federação é muito populosa ou não, é necessário considerar a quantidade de habitantes que nela reside, informação disponível na coluna “População estimada” da tabela; para verificar o nível de povoamento de uma unidade da federação é necessário considerar a densidade demográfica. Esta atividade mobiliza aspectos da habilidade da BNCC EF05GE01.

Atividade 2. Falsa. Com o desenvolvimento de outras atividades além da agricultura, houve a multiplicação de postos de trabalho nas cidades, principalmente nas indústrias. Além disso, a mecanização da agricultura provocou a substituição de mão de obra humana pelo uso de máquinas, aumentando o desemprego no campo. Esta atividade mobiliza aspectos da habilidade da BNCC EF05GE01.

Atividade 3. a) O estudante pode citar o direito de frequentar o ensino superior, o direito de votar, a existência de leis que reprimem a violência contra a mulher etc. Verifique se os estudantes compreendem as conquistas femininas alcançadas nos últimos anos.

b) Esperança de vida é o número de anos que uma pessoa vive, em média. c) A diminuição na taxa de mortalidade e o aumento da esperança de vida da população brasileira são consequências de políticas públicas na área da saúde, principalmente das campanhas de vacinação. Esta atividade mobiliza aspectos das habilidades da BNCC EF05HI04, EF05HI09 e EF05GE01.

Atividade 4. a) O estudante deve compreender o que é uma cidade, considerando suas complexidades. Além disso, é importante que reflitam sobre o fato de a cidade ser uma construção humana, onde todos interferem de alguma forma. Esta atividade mobiliza aspectos das habilidades da BNCC EF05GE02 e EF05GE04.

Atividade 5. a) Uma cidade turística é aquela que vincula suas atividades principalmente ao turismo. b) Uma cidade comercial é aquela que vincula suas atividades principalmente ao comércio. c) Uma cidade portuária é aquela que desenvolve suas atividades principalmente em função dos portos. Esta atividade mobiliza aspectos das habilidades da BNCC EF05GE03 e EF05GE08.

Atividade 6. O estudante deve compreender o que é uma rede urbana, que interliga as cidades por meio do transporte e da comunicação. Esta atividade mobiliza aspectos da habilidade da BNCC EF05GE04.

Atividade 7. O estudante deve compreender a concepção de hierarquia das cidades, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esta atividade mobiliza aspectos da habilidade da BNCC EF05GE09.

Atividade 8. c) Sugestões: garantir aposentadorias adequadas, promover atividades físicas e culturais direcionadas a pessoas idosas, promover campanhas de prevenção de doenças, oferecer atendimento médico-hospitalar de qualidade e gratuito, entre outras medidas. Esta atividade mobiliza aspectos das habilidades da BNCC EF05HI04, EF05HI09 e EF05GE01.

Atividade 9. O estudante deve identificar que moradias situadas em áreas inadequadas à habitação são aquelas construídas em locais impróprios, como em encostas de morro, em margens de córregos ou ao longo de vias públicas. Essas moradias ficam sujeitas a deslizamentos de terra e inundação. Geralmente, não têm acesso ao saneamento básico, à rede de energia elétrica etc. d) Espera-se que os estudantes percebam que tal condição tem relação com a desigualdade social. A dificuldade de acesso a determinados bens e serviços, tal como moradia adequada, revela esse problema. Esta atividade mobiliza aspectos da habilidade da BNCC EF05GE09.