UNIDADE 3. A população brasileira

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para a abertura da Unidade 3 podem ser trabalhadas na semana 20.

Fim do complemento.

Objetivos pedagógicos da unidade

• Compreender a formação da população brasileira.
• Conhecer aspectos da população brasileira e sua distribuição no território.
• Entender os conceitos de população e densidade demográfica.
• Identificar as principais contribuições dos portugueses, dos indígenas, dos diversos povos africanos e dos diversos povos imigrantes na formação da cultura brasileira.
• Entender os conceitos de migração, emigração e imigração.
• Compreender a diversidade social e cultural de nosso país.

  Nessa abertura de unidade são trabalhados aspectos relacionados à habilidade da BNCC: EF04GE02.

  Introdução da unidade

  Nesta unidade, os estudantes analisam o processo de formação e as características da população brasileira. A proposta leva os estudantes a reconhecer os povos e os processos históricos envolvidos na formação da população do Brasil e os aspectos mais importantes que marcam a realidade atual dos brasileiros. O conteúdo da unidade também destaca a diversidade da população brasileira e a situação dos indígenas e dos afrodescendentes.

  Levante os conhecimentos dos estudantes sobre a população brasileira, formulando questões relativas à quantidade (quantos somos), à localização (onde vivemos), às atividades (quais atividades econômicas desenvolvemos) etc. É importante que os estudantes façam um registro das informações no caderno.

  Competências da Base Nacional Comum Curricular em foco nesta unidade

• Competências Gerais da Educação Básica: 1; 3; 5; 6; 9.
• Competências Específicas de Ciências Humanas para o Ensino Fundamental: 1; 4; 5.
• Competências Específicas de Geografia para o Ensino Fundamental: 1; 2; 3.

Orientações pedagógicas

Aproveite o conteúdo da unidade para aprofundar o debate sobre o tema atual de relevância trabalhado neste livro, explorando principalmente as características demográficas e a diversidade cultural no Brasil.

Atividade 1. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estimou que, em 2020, o Brasil tinha aproximadamente 212 milhões de habitantes.

Atividade 2. Inicialmente, contribuíram para a formação do povo brasileiro os indígenas, os portugueses e os diversos povos africanos e, posteriormente, diversos povos imigrantes.

Atividade 3. É importante que os estudantes expressem suas opiniões e seus conhecimentos. Essas informações oferecerão subsídios para desenvolver os temas propostos na unidade. Podem ser citadas influências culturais nos hábitos alimentares, na dança, na música, na vestimenta, nas construções, nas lendas etc.

Para você ler

População e Geografia, de Amélia Damiani, Editora Contexto. Obra que debate a questão populacional contrapondo as visões de Malthus e Marx.

A construção do Brasil : ameríndios, portugueses e africanos, do início do povoamento a finais de quinhentos, de Jorge Couto, Editora Cosmos. Obra que aborda a cultura e a participação dos indígenas na formação do povo brasileiro.

O povo brasileiro : a formação e o sentido do Brasil, de Darcy Ribeiro, Editora Companhia das Letras. Obra de referência para a compreensão da formação étnica e cultural do povo brasileiro.

Eles formaram o Brasil, de Fábio Pestana Ramos e Marcus Vinícius de Morais, Editora Contexto. Livro que trata dos povos formadores do Brasil.

Unidades temáticas, objetos de conhecimento e habilidades da Base Nacional Comum Curricular em foco nesta unidade

• Unidades temáticas: O sujeito e seu lugar no mundo; Conexões e escalas.
• Objetos de conhecimento: Território e diversidade cultural; Relação campo e cidade; Processos migratórios no Brasil; Territórios étnico-culturais.
• Habilidades: EF04GE01; EF04GE02; EF04GE04; EF04GE06.

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para o Capítulo 1 podem ser trabalhadas na semana 21.

Fim do complemento.

Objetivos pedagógicos

• Entender os conceitos de população e densidade demográfica.
• Reconhecer o Brasil como um dos países mais populosos do mundo.
• Conhecer aspectos da população brasileira e sua distribuição no território.
• Identificar os principais fatores que levaram ao aumento da população urbana no Brasil.
• Ler e interpretar o mapa de densidade demográfica do Brasil.

  Nas páginas 80 e 81 são trabalhados aspectos relacionados à habilidade da BNCC: EF04GE02.

  Orientações pedagógicas

  Atividade 1: Espera-se que os estudantes verifiquem no gráfico, comparando o tamanho das barras horizontais, que na China, na Índia, nos Estados Unidos, na Indonésia e no Paquistão há mais habitantes que no Brasil.

  Numeracia e Geografia

  Explore a leitura do planisfério que mostra os países mais populosos do mundo. Solicite aos estudantes que identifiquem os continentes nos quais esses países estão localizados. As respostas podem ser organizadas em um quadro. Com base no quadro, eles podem, ainda, elaborar gráficos mostrando o número de países que, no universo representado, estão entre os mais populosos em cada continente. Nessa proposta, os estudantes podem exercitar a numeracia, explorando noções necessárias para a análise de informações quantitativas. Eles devem perceber que a maior parte desses países se concentra no continente asiático.

Orientações pedagógicas

Faça comentários sobre o censo demográfico. É importante os estudantes saberem que existe um órgão responsável pelo levantamento e pela organização de dados estatísticos e informações sobre o Brasil, o IBGE. O IBGE tem um site na internet com diversas informações sobre a população brasileira ( http://fdnc.io/4LQ, acesso em: 13 jul. 2021).

Atividade 3. Explique aos estudantes que a população de um país aumenta quando a taxa de natalidade, que corresponde ao número de nascidos vivos em cada grupo de mil habitantes, é maior do que a taxa de mortalidade, que se refere ao número de óbitos em cada grupo de mil habitantes. Ou seja, quando há mais nascimentos do que mortes, a população do país cresce. A população de um país também pode aumentar quando a imigração internacional é maior do que a emigração, isto é, quando mais pessoas entram no país do que saem dele.

Nas páginas 82 e 83 são trabalhados aspectos relacionados à habilidade da BNCC: EF04GE04.

Orientações pedagógicas

O conteúdo desta página favorece o aprofundamento da abordagem sobre o tema da dinâmica populacional.

Leia o texto com os estudantes destacando o atual predomínio da população urbana sobre a população rural. Ressalte que, no Brasil, esse processo de mudança do perfil da população ocorreu de forma acelerada, visto que, até a década de 1950, a maioria da população brasileira ainda vivia no campo. A pauperização dos camponeses conjunta à modernização das atividades de trabalho no campo e a expansão da industrialização são os principais fatores que contribuíram para que a população brasileira se tornasse predominantemente urbana.

Ao trabalhar com os estudantes a densidade demográfica, destaque a diferença entre país populoso e país povoado. Um país populoso (aquele que tem elevado número de habitantes) não é necessariamente um país povoado (aquele que tem elevada densidade demográfica). O que determina se um país é pouco ou muito povoado é a relação entre a população local e sua área territorial.

Numeracia e Geografia

• Para calcular a densidade demográfica da classe, os estudantes deverão medir a sala de aula com uma trena e calcular a sua área em metros quadrados. Para isso, basta multiplicar o comprimento da sala pela sua largura.
• Sabendo que a densidade demográfica é obtida pelo número de habitantes de um local dividido pela área do território ocupado, basta dividir o número de estudantes pela medida da área da sala. O resultado indicará a densidade demográfica da classe; nesse caso, o número de estudantes por metro quadrado.

Orientações pedagógicas

Atividade 4. Explique que as diferentes tonalidades de cor, no mapa da densidade demográfica, indicam a distribuição da população no território: tons mais escuros indicam áreas mais povoadas, enquanto tons mais claros indicam áreas menos povoadas (com menor densidade demográfica).

Fatores históricos e econômicos justificam a distribuição desigual da população brasileira pelo território. A ocupação do território brasileiro pelos colonizadores portugueses começou por volta de 1530 no litoral, onde desenvolveram, inicialmente, atividades agrícolas e pecuárias e onde as primeiras cidades foram fundadas. É nessa área que nos dias atuais se encontram os grandes centros urbanos e industriais do Brasil.

Atividade 5. Ajude os estudantes a identificar, no mapa, as áreas da unidade federativa onde moram que apresentam maior concentração de habitantes por km2. No site do IBGE, você pode acessar dados sobre a população e a densidade demográfica por unidades federativas e municípios do Brasil ( http://fdnc.io/5R, acesso em: 8 dez. 2020).

Atividade 7. Ao encaminhar a atividade para casa, além de orientar os estudantes a reler o conteúdo relativo à densidade demográfica, incentive-os a retomar as quatro operações matemáticas, em especial a divisão, utilizada no cálculo da densidade demográfica, contribuindo também para desenvolver a numeracia.

Numeracia e Geografia

• Para fazer o censo demográfico da classe, sugerimos que os estudantes elaborem um roteiro de dados a serem levantados, como sexo, idade, número de irmãos, meio de transporte usado para ir à escola, brincadeiras preferidas, bairro de residência, entre outros.
• Os dados podem ser organizados em tabelas ou em gráficos elaborados em papel quadriculado.
• Sugerimos que, ao final, seja feito um texto coletivo sobre os resultados obtidos.

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para as páginas 84 a 87 do Capítulo 2 podem ser trabalhadas na semana 22.

Fim do complemento.

Objetivos pedagógicos

• Compreender o processo de formação inicial da população brasileira.
• Reconhecer os povos indígenas como os primeiros habitantes do Brasil.
• Compreender que a vinda dos africanos para o Brasil constitui uma migração forçada.
• Compreender e distinguir os conceitos de migração, emigração e imigração.
• Reconhecer a participação de diferentes povos na formação da população brasileira.

  Nas páginas 84 e 85 são trabalhados aspectos relacionados às habilidades da BNCC: EF04GE01 e EF04GE02.

  Orientações pedagógicas

  A formação do povo brasileiro e da diversidade cultural no Brasil está entre os aspectos mais importantes ligados à dinâmica populacional da história nacional. Explore o conteúdo para dar sequência ao aprofundamento do tema atual de relevância trabalhado neste livro.

  Comente com os estudantes que vários estudos indicam que havia entre 2 milhões e 4 milhões de indígenas pertencentes a mais de mil povos, em terras brasileiras, na época da chegada dos colonizadores. De acordo com o censo demográfico de 2010, a população indígena brasileira era de 817.963 pessoas.

  Para você ler

  A temática indígena na escola, de Aracy L. da Silva e Luís D. B. Grupioni, Editora Global. Obra que fornece subsídios para trabalhar diferentes temas relacionados à questão indígena no Brasil.

  África na sala de aula: visita à história contemporânea, de Leila Leite Hernandez, Editora Selo Negro. Livro que aborda o domínio europeu na África e os movimentos de independência nos países do continente.

  O Brasil e a África, de Manuel Correia de Andrade, Editora Contexto. Livro que aborda aspectos referentes ao racismo e à herança cultural africana no Brasil.

Orientações pedagógicas

Destaque que a saída dos africanos de sua terra natal constituiu uma migração forçada, pois eles eram capturados de suas aldeias ou simplesmente trocados por mercadorias pelos chefes das comunidades nativas, que faziam acordos ou alianças com os negociantes europeus.

Para o estudante ler

Bia na África, de Ricardo Dreguer, Editora Moderna. Livro que aborda a influência africana na cultura brasileira.

Meu avô africano, de Carmen Lúcia Campos, Panda Books. Livro que trata do processo de escravidão no Brasil e da riqueza cultural dos povos africanos.

A história dos escravos, de Isabel Lustosa, Companhia das Letrinhas. Livro que aborda a temática da escravidão africana no Brasil.

Para você acessar

Fundação Nacional do Índio

Disponível em: http://fdnc.io/2Ap. Acesso em: 26 jul. 2021.

Instituto Socioambiental

Disponível em: http://fdnc.io/5V2. Acesso em: 26 jul. 2021.

Quilombolas em Oriximiná – Comissão Pró-índio de São Paulo

Disponível em: http://fdnc.io/42. Acesso em: 26 jul. 2021.

Museu Afro Brasil

Disponível em: http://fdnc.io/2io. Acesso em: 26 jul. 2021.

Nas páginas 86 e 87 são trabalhados aspectos relacionados à habilidade da BNCC: EF04GE02.

Orientações pedagógicas

É importante que os termos emigração e imigração sejam trabalhados concomitantemente para facilitar a compreensão dos estudantes. Explore o conhecimento prévio que eles têm a respeito dos termos. Pergunte se já ouviram falar desses termos, quando e em que situação eles foram empregados. Questione os estudantes se, na família deles, há pessoas que vieram de outros países ou que foram morar em outros países. Ressalte que as pessoas são chamadas de emigrantes ao saírem do local onde moram e, ao chegarem ao município, estado ou país onde vão residir, são chamadas de imigrantes. Portanto, os emigrantes são também imigrantes.

Muitos motivos impulsionam as migrações. De acordo com Francisco C. Scarlato, “desde a Pré-História, os movimentos migratórios das sociedades humanas foram constantes, ora por motivos naturais, como fenômenos climáticos, esgotamento de recursos de coleta vegetal ou de caça etc., ora por conflitos políticos, como guerras entre tribos ou nações, cujos perdedores se viam ameaçados ou obrigados a abandonar seus territórios. Estas últimas são as migrações impelidas ou forçadas. Ainda hoje, grande parte dos motivos que forçam homens a migrar são os mesmos do passado. Os recentes episódios políticos ocorridos com os palestinos, os sul-vietnamitas e outros servem de testemunho. Porém, neste momento, o que mais nos interessa é o estudo dos movimentos migratórios voluntários, os motivados pelo desejo de melhoria de vida ou de ascensão social, em particular na sociedade brasileira”. (População e urbanização brasileira. In: ROSS, Jurandyr L. S. (org.). Geografia do Brasil. 6ª ed. São Paulo: Edusp, 2019. p. 391.)

Para o estudante ler

População e urbanização brasileira, de Francisco C. Scarlato, em Geografia do Brasil, de Jurandyr L. S. Ross (org.), Editora Edusp. Obra que discute questões populacionais e relativas ao processo de urbanização no Brasil.

O Brasil dos imigrantes, de Lucia Lippi Oliveira, Editora Zahar. Livro que analisa a influência dos imigrantes na cultura brasileira.

Orientações pedagógicas

Atividade 1. Espera-se que os estudantes vinculem a miscigenação entre diferentes povos com a diversidade que marca a população brasileira.

Atividade 2. Os estudantes devem responder que a população original das terras onde se formou o Brasil era constituída de diferentes povos nativos, que passaram a ser chamados de indígenas.

Atividade 3. É esperado que os estudantes façam a distinção considerando os locais de origem e de destino das pessoas que participam de fluxos migratórios. Portanto, a pessoa em migração é considerada emigrante relativamente ao seu lugar de origem e imigrante em relação ao seu destino.

Atividade 5. Ao encaminhar a atividade para casa, incentive os estudantes a envolver os familiares na resolução, procurando resgatar a história familiar e vínculos de ancestralidade com povos de outros países. A atividade busca levantar os conhecimentos dos estudantes sobre a origem de seus familiares. Permita que exponham as informações que conhecem e peça-lhes que falem também sobre hábitos e costumes trazidos do lugar de origem por seus familiares.

Para o estudante ler

Meu avô árabe, de Maísa Zakzuk, Panda Books. Livro que aborda a imigração árabe no Brasil.

Histórias de avô e avó, de Arthur Nestrovski, Companhia das Letrinhas.

Livro que explora a temática da memória para abordar diferenças e semelhanças entre os diversos grupos que constituem a população brasileira.

Educação em valores e temas contemporâneos

Observe nas falas dos estudantes o respeito aos colegas e às origens de cada um. Destaque as diferenças para valorizá-las, evitando que eles façam considerações que emitam julgamentos de valor.

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para a seção O mundo que queremos podem ser trabalhadas na semana 23.

Fim do complemento.

Objetivos pedagógicos

• Ler o depoimento de uma estudante estrangeira no Brasil.
• Perceber que todas as pessoas merecem respeito, independentemente de seus costumes.

  Na seção são trabalhados aspectos relacionados à habilidade da BNCC: EF04GE02.

  Orientações pedagógicas

  Peça aos estudantes que leiam o texto individualmente. Depois, eles podem comentá-lo de forma oral. Os procedimentos de estudo requeridos na seção contribuem para o desenvolvimento de habilidades relacionadas à literacia, como o desenvolvimento de vocabulário e a compreensão textual por meio da localização e da retirada de informação explícita do texto e de inferências diretas.

  Solicite aos estudantes que grifem as palavras desconhecidas e procurem seu significado no dicionário.

  Comente que o Brasil sempre recebeu imigrantes. Por isso, é comum encontrarmos aspectos da cultura de diferentes países e etnias em nossa população. Alguns desses aspectos já estão incorporados à cultura brasileira, principalmente de grupos de imigrantes mais antigos, como italianos, espanhóis, japoneses e libaneses. Grupos de imigrantes mais recentes, como coreanos, chineses e bolivianos, ainda são comunidades com menos inserção na sociedade brasileira.

  Enfatize a importância do respeito ao próximo e da tolerância àqueles que têm origem e costumes diferentes. A heterogeneidade da sociedade e as particularidades de cada indivíduo devem ser valorizadas.

Orientações pedagógicas

Atividades 2 a 4. Espera-se que os estudantes compreendam a necessidade de acolher pessoas que vêm de outros lugares e que valorizem a cultura dessas pessoas, conscientizando-se sobre a necessidade de combater ações discriminatórias. “É preciso esclarecer, também, que a discriminação ocorre como uma relação em que há dois polos. No polo que discrimina, o medo se apresenta como reação ao desconhecido, visto como ameaçador. Quem tem a cor da pele diferente, ou fala de tradições – étnicas, religiosas, culturais – desconhecidas, confronta seu interlocutor com sua própria ignorância de mundos diferentes do seu. É a figura do ‘estranho’, do ‘estrangeiro’, que, por escapar da apreensão comum, pode ser rotulado de ‘esquisito’. [...] Uma forma de trabalhar e superar esse tipo de medo é com informação. Trata-se, portanto, de buscar conhecer aquele que atemoriza. Esse conhecimento se dá por intermédio de textos, fitas de vídeo, jornais e boletins informativos de grupos organizados pelas diferentes comunidades. Contudo, a fonte mais importante de conhecimento desse ‘desconhecido que atemoriza’ é ele mesmo. Assim, trata-se de, potencializando ao máximo a prática da transversalidade, oferecer informações, nas diversas áreas, que permitam esse conhecimento mútuo, tanto dos estudantes entre si quanto em relação a concidadãos, brasileiros de diferentes origens socioculturais. [...] No polo em que se encontra aquele que é discriminado, o medo se apresenta como ameaça permanente, na qual a discriminação se dirige à sua forma extrema, aquela na qual se busca eliminar fisicamente quem é discriminado. É importante observar que a discriminação reveste-se sempre de conteúdos de violência, ainda que em sua forma simbólica.” (BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: pluralidade cultural. Brasília, DF: MEC/SEB, 1997. p. 37.)

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para o Capítulo 3 podem ser trabalhadas na semana 24.

Fim do complemento.

Objetivos pedagógicos

• Reconhecer a luta dos indígenas na manutenção da própria existência e na preservação de sua cultura.
• Reconhecer a importância da demarcação das terras indígenas para a preservação do modo de vida das diversas etnias.
• Identificar a distribuição das terras indígenas no território brasileiro.

  Nas páginas 90 e 91 são trabalhados aspectos relacionados à habilidade da BNCC: EF04GE06.

  Orientações pedagógicas

  Esclareça ao estudante que, embora a população indígena tenha crescido nas últimas décadas, conforme destacado nos dados do quadro (Brasil: população indígena), existem povos cuja sobrevivência física e cultural se encontra extremamente ameaçada, por conta, principalmente, do baixo número de indivíduos.

  Para o estudante ler e acessar

  Histórias que ouvi e gosto de contar, de Daniel Munduruku, Editoria Callis. Livro que apresenta conhecimentos e experiências de nações indígenas no Brasil.

  Índio vivo, de Julieta de Godoy Ladeira, Editora Moderna. Livro que aborda diversos aspectos relacionados à questão indígena e ao contato entre indígenas e não indígenas.

  Povos Indígenas no Brasil Mirim

  Disponível em: http://fdnc.io/6w. Acesso em: 26 jul. 2021.

  População indígena no Brasil

  Desde 1500 até a década de 1970 a população indígena brasileira decresceu acentuadamente e muitos povos foram extintos. O desaparecimento dos povos indígenas passou a ser visto como uma contingência histórica, algo a ser lamentado, porém inevitável. No entanto, este quadro começou a dar sinais de mudança nas últimas décadas do século passado. A partir de 1991, o IBGE incluiu os indígenas no censo demográfico nacional. O contingente de brasileiros que se considerava indígena cresceu 150% na década de [19]90. O ritmo de crescimento foi quase seis vezes maior que o da população em geral. O percentual de indígenas em relação à população total brasileira saltou de 0,2% em 1991 para 0,4% em 2000, totalizando 734 mil pessoas.

Houve um aumento anual de 10,8% da população, a maior taxa de crescimento dentre todas as categorias, quando a média total de crescimento foi de 1,6%.

[...] A atual população indígena brasileira, segundo resultados preliminares do Censo Demográfico realizado pelo IBGE em 2010, é de 817.963 indígenas, dos quais 502.783 vivem na zona rural e 315.180 habitam as zonas urbanas brasileiras. Este Censo revelou que em todos os estados da federação, inclusive no Distrito Federal, há populações indígenas. A Funai também registra 69 referências de índios ainda não contatados, além de existirem grupos que estão requerendo o reconhecimento de sua condição indígena junto ao órgão federal indigenista.

FONTE: BRASIL. Fundação Nacional do Índio. Quem são . Disponível em: http://fdnc.io/fBh. Acesso em: 27 jun. 2022.

Orientações pedagógicas

Explique que, de acordo com a Constituição de nosso país, o governo brasileiro tem o dever de demarcar e de proteger as terras indígenas. O órgão governamental responsável por demarcar as terras indígenas e protegê-las é a Fundação Nacional do Índio (Funai).

Explique que o processo de demarcação das terras indígenas é complicado e a demora sempre gera conflitos e ocupações indevidas. Os indígenas ainda precisam lutar e pressionar o governo para garantir seus direitos, buscando, assim, preservar sua identidade e sua cultura.

Nas páginas 92 e 93 são trabalhados aspectos relacionados à habilidade da BNCC: EF04GE06.

Orientações pedagógicas

Atividade 1. Para responder aos itens da questão, os estudantes devem perceber a relação com o processo de ocupação do Brasil. Sendo assim, retome a informação de que a ocupação do território brasileiro pelos colonizadores europeus começou pela faixa litorânea. Esse processo fez com que a maior parte dos povos indígenas que habitavam áreas próximas ao litoral fosse assassinada ou expulsa de suas terras originárias; muitos indígenas deslocaram-se para o interior do território. Desde o início da colonização, essa região esteve praticamente isolada do restante do país. A ocupação mais efetiva da região, apoiada por incentivos governamentais, ocorreu somente a partir da segunda metade do século XX. Esse isolamento propiciou, até então, a preservação da floresta e das comunidades indígenas que nela viviam. A manutenção da floresta é importante, pois nela encontram-se os recursos vitais à reprodução do modo de vida indígena.

A exaustão da natureza

O que aprendi ao longo dessas décadas é que todos precisam despertar, porque, se durante um tempo éramos nós, os povos indígenas, que estávamos ameaçados de ruptura ou da extinção dos sentidos das nossas vidas, hoje estamos todos diante da iminência de a Terra não suportar a nossa demanda. Como disse o pajé yanomami David Kopenawa, o mundo acredita que tudo é mercadoria, a ponto de projetar nela tudo o que somos capazes de experimentar. A experiência das pessoas em diferentes lugares do mundo se projeta na mercadoria, significando que ela é tudo o que está fora de nós.

Essa tragédia que agora atinge a todos é adiada em alguns lugares, em algumas situações regionais nas quais a política – o poder político, a escolha política – compõe espaços de segurança temporária em que as comunidades, mesmo quando já esvaziadas do verdadeiro sentido do compartilhamento de espaços, ainda são, digamos, protegidas por um aparato que depende cada vez mais da exaustão das florestas, dos rios, das montanhas, nos colocando num dilema em que parece que a única possibilidade para que comunidades humanas continuem a existir é à custa da exaustão de todas as outras partes da vida. [...]

Se nós imprimimos no planeta Terra uma marca tão pesada que até caracteriza uma era [o Antropoceno], que pode permanecer mesmo depois de já não estarmos aqui, pois estamos exaurindo as fontes de vida que nos possibilitaram prosperar e sentir que estávamos em casa, sentir até, em alguns períodos, que tínhamos uma casa comum que podia ser cuidada por todos [...].

FONTE: KRENAK, Ailton. Ideias para adiar o fim do mundo . 2ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2019. p. 24-25.

Orientações pedagógicas

Atividade 2. Oriente os estudantes a retomar o conteúdo da página, estimulando-os a fazer a leitura do texto relacionado à invasão de terras indígenas em voz alta para os familiares, exercitando a literacia familiar. Realize a correção da atividade, explorando as respostas dos estudantes, e promova uma discussão sobre os diferentes usos que as pessoas fazem da terra, de acordo com seus interesses e seu modo de vida. É importante que eles percebam que a terra é fundamental para a manutenção do modo de vida dos povos indígenas e, por isso, o governo deve intervir a fim de impedir a ação de invasores interessados em explorar os recursos naturais dessas áreas. É possível também selecionar reportagens e artigos sobre o tema e fazer uma leitura compartilhada desses materiais com os estudantes. Em seguida, eles podem expressar suas opiniões sobre o assunto. Comente que muitos indígenas e seus descendentes vivem em cidades. Infelizmente, alguns indígenas urbanos fazem parte da população marginalizada, assim como muitos afrodescendentes, já que são poucas as ações afirmativas do poder público para resolver a dívida histórica com essas populações.

Atividade 3. As terras indígenas precisam estar devidamente demarcadas e regularizadas. Feito isso, a lei que regulamenta a demarcação precisa ser respeitada pelos não indígenas, para evitar conflitos. É preciso esclarecer que apenas as demarcações não resolvem as invasões às terras indígenas, sendo fundamental a fiscalização para que as leis sejam cumpridas.

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para o Capítulo 4 podem ser trabalhadas na semana 25.

Fim do complemento.

Objetivos pedagógicos

• Refletir sobre o preconceito e a discriminação racial ainda presentes em nosso país.
• Reconhecer a importância das comunidades remanescentes de quilombos no Brasil.
• Identificar a distribuição das comunidades quilombolas no território brasileiro.

  As páginas 94 e 95 abordam aspectos relacionados às habilidades da BNCC: EF04GE01 e EF04GE06.

  Orientações pedagógicas

  Esclareça que estudos estatísticos realizados pelo IBGE analisam a distribuição da população por cor ou raça. Esses estudos também buscam avaliar a condição social da população brasileira segundo a cor, fornecendo subsídios para a implementação de políticas públicas que reduzam as desigualdades sociais no país, principalmente em relação aos grupos mais carentes, como o dos indígenas e dos pretos e pardos.

  Questione os estudantes a respeito da desigualdade de oportunidades da população negra brasileira. Questione, também, a discriminação e o preconceito em relação à população afrodescendente.

  Explore o gráfico que mostra o rendimento médio da população, segundo a cor ou raça. Ajude-os a perceber que a desigualdade de renda entre brancos e negros resulta em condições de vida menos favoráveis aos negros, uma vez que, quanto menor a renda, maior a dificuldade de acesso a bens e serviços que atendam às necessidades de alimentação adequada, moradia digna, educação e saúde de qualidade etc.

  Brasil quilombola

  No imaginário nacional, quilombo é algo do passado que teria desaparecido do país junto ao sistema escravocrata, em maio de 1888. As denominadas comunidades remanescentes de quilombos ainda causam grande surpresa na população brasileira, quando surgem notícias nos meios de comunicação sobre a sua existência em, praticamente, todos os estados da federação e que estas vêm, gradualmente, conquistando o reconhecimento e a posse formal de suas terras.

  Esta falsa ideia decorreu do fato das comunidades terem permanecido isoladas durante parte do século passado. Foi uma estratégia intencional que garantiu a sua sobrevivência como um grupo organizado com tradições e relações territoriais próprias [...].

Desde então, o pleito pela garantia do acesso à terra, relacionando-o ao fator da identidade étnica como condição essencial, tornou-se uma constante, como forma de compensar a injustiça histórica cometida contra a população negra, aliado à preservação do patrimônio cultural brasileiro em seus bens de natureza material e imaterial.

Alterar as condições de vida nas comunidades remanescentes de quilombos por meio da regularização da posse da terra, estimular o seu desenvolvimento e apoiar as associações representativas destas comunidades são objetivos estratégicos que visam o desenvolvimento sustentável destas comunidades, com a garantia de que os respectivos direitos sejam elaborados, como também implementados.

FONTE: BRASIL. Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. Programa Brasil Quilombola . Brasília, DF: Editorial Abaré, 2004. p. 6-7.

Orientações pedagógicas

Atividade 1. a) Espera-se que os estudantes verifiquem no gráfico, comparando a altura das barras verticais, que a parcela que recebe em média os maiores rendimentos no Brasil corresponde à população branca.

b) Nessa questão, os estudantes devem perceber que também existe uma desigualdade entre homens e mulheres. As mulheres têm rendimento, em média, inferior ao dos homens, condição de desigualdade que é ainda pior quando se observa o rendimento médio das mulheres negras no Brasil.

Educação em valores e temas contemporâneos

Trabalhar a história e a cultura afro-brasileiras com as crianças implica reconhecer e valorizar igualmente a identidade, a história e a cultura das raízes africanas presentes na nação brasileira, ao lado das indígenas, das europeias e das asiáticas. O tema deve ser trabalhado para enfrentar concretamente as ideias negativas e os estereótipos ligados aos afrodescendentes e, assim, combater o racismo.

Para o estudante ler

Ubuntu : eu sou porque nós somos, de Pedro Sarmento, Editora Viajante do Tempo. Livro que explora a ideia de Ubuntu para expressar a importância do espírito comunitário.

Luana : as sementes de Zumbi, de Aroldo Macedo e Oswaldo Faustino, Editora FTD. Livro que aborda a temática dos quilombos no Brasil e o legado de Zumbi dos Palmares.

A página 96 aborda aspectos relacionados às habilidades da BNCC: EF04GE01 e EF04GE06.

Orientações pedagógicas

Atividade 2. Encaminhe a atividade para casa, orientando a leitura da legenda como forma de interpretar o mapa. Oriente também os estudantes a fazer o registro correto das respostas.

Nessa atividade, os estudantes desenvolvem a habilidade EF04GE06 da Base Nacional Comum Curricular: Identificar e descrever territórios étnico-culturais existentes no Brasil, tais como terras indígenas e de comunidades remanescentes de quilombos, reconhecendo a legitimidade da demarcação desses territórios, com enfoque na localização dos territórios remanescentes de quilombos.

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para as páginas 97 a 101 do Capítulo 5 podem ser trabalhadas na semana 26.

Fim do complemento.

Objetivos pedagógicos

• Reconhecer a grande diversidade étnica e cultural brasileira.
• Conhecer algumas influências dos diferentes povos indígenas, africanos e imigrantes na cultura brasileira.

  Na página 97 são trabalhados aspectos relacionados às habilidades da BNCC: EF04GE01 e EF04GE02.

  Orientações pedagógicas

  Destaque a forte influência dos diversos povos formadores da população brasileira em vários aspectos de nossa cultura: língua, religião, música, dança e culinária, entre outros.

  Pergunte sobre outras manifestações culturais brasileiras que não foram citadas no texto e que foram influenciadas por esses povos.

  Se considerar pertinente, proponha a elaboração de um painel sobre as influências dos principais povos formadores da população brasileira em nossa cultura. As informações podem ser organizadas e apresentadas por país de origem ou por manifestação cultural (dança, culinária, festas etc.).

  Para você ler

  Cultura brasileira e identidade nacional, de Renato Ortiz, Editora Brasiliense. Obra que explora a cultura como lastro da identidade dos brasileiros.

Nas páginas 98 e 99 são trabalhados aspectos relacionados à habilidade da BNCC: EF04GE01.

Orientações pedagógicas

Verifique se os estudantes conhecem outros exemplos da influência indígena na formação da cultura brasileira: costumes, tradições, crenças e manifestações artísticas.

Para você ler

Cultura : um conceito antropológico, de Roque de Barros Laraia, Editora Zahar. Obra que analisa a cultura com base em noções de Antropologia.

O samba e a capoeira

Durante o período da revolução de [19]30, os próprios núcleos de cultura negra se movimentaram para ganhar espaço. A criação das escolas de samba no final dos anos vinte já representara um passo importante nessa direção. Elas, que durante a República Velha foram sistematicamente afastadas de participação do desfile oficial do carnaval carioca, dominado pelas grandes sociedades carnavalescas, terminaram sendo plenamente aceitas posteriormente.

No rastro do samba, a capoeira e as religiões afro-brasileiras também ganharam terreno. Antes considerada atividade de marginais, a capoeira seria alçada a autêntico esporte nacional, para o que muito contribuiu a atuação do baiano Mestre Bimba, criador da chamada capoeira regional.

Tal como os sambistas alojaram o samba em “escolas”, Bimba abrigaria a capoeira em “academias”, que aos poucos passaram a ser frequentadas pelos filhos da classe média baiana, inclusive muitos estudantes universitários.

FONTE: IBGE. Brasil : 500 anos de povoamento. Rio de Janeiro: IBGE, 2000. Disponível em: http://fdnc.io/fAt. Acesso em: 8 dez. 2020.

Educação em valores e temas contemporâneos

Incentive os estudantes a compreender e respeitar a multiplicidade brasileira, esclarecendo que valorizar “as diferenças étnicas e culturais não significa aderir aos valores do outro, mas respeitá-los como expressão da diversidade, respeito que é, em si, devido a todo ser humano, por sua dignidade intrínseca, sem qualquer discriminação”. (BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos do Ensino Fundamental – temas transversais: pluralidade cultural. Brasília, DF: MEC/SEF, 1998. p. 121.)

Para o estudante ler

Senegal : a caminho da escola, de Anna Obiols e Subi, Ciranda Cultural. Livro que apresenta uma personagem que vive no Senegal, destacando aspectos da vida naquele país.

Nas páginas 100 e 101 são trabalhados aspectos relacionados às habilidades da BNCC: EF04GE01 e EF04GE02.

Orientações pedagógicas

Comente que todos os povos que contribuíram de alguma maneira para a formação da cultura brasileira tiveram igual grau de importância. Todos, sem distinção étnica, deram sua contribuição; dessa forma, os estudantes poderão compreender e valorizar a pluralidade cultural.

Universos culturais e representações docentes: subsídios para a formação de professores para a diversidade cultural

Reconhecer que a sociedade brasileira é multicultural significa compreender a diversidade étnica e cultural dos diferentes grupos sociais que a compõem. Entretanto, significa também constatar as desigualdades no acesso a bens econômicos e culturais por parte dos diferentes grupos, em que determinantes de classe social, raça, gênero e diversidade cultural atuam de forma marcante.

Inserida no bojo destas relações socioculturais desiguais, a escola tem produzido a exclusão daqueles grupos cujos padrões étnico-culturais não correspondem aos dominantes. Embora o fracasso escolar tenha causas que extravasam o âmbito educacional, uma maior conscientização tem sido desenvolvida acerca da necessidade de minimizar aqueles fatores intraescolares que contribuem para a perpetuação do problema, dentre os quais as percepções e as expectativas de professores.

Conforme indicado por estudos [...], as expectativas docentes com relação ao desempenho de estudantes de padrões culturais distintos dos dominantes são, muitas vezes, permeadas de estereótipos que se refletem em práticas docentes que, sob o véu da neutralidade técnica, legitimam o silenciar das diferentes “vozes” que chegam a nossas escolas.

No entanto, em uma perspectiva crítica, trata-se de superar uma atitude meramente condenatória e resgatar o espaço intraescolar para viabilizar práticas pedagógicas imbuídas por expectativas que celebrem a diversidade cultural, ao invés de abafá-la. [...].

FONTE: CANEM, Ana. Universos culturais e representações docentes: subsídios para a formação de professores para a diversidade cultural. Revista Educação & Sociedade , Campinas, v. 22, n. 77, dez. 2001. p. 207-208.

Orientações pedagógicas

Atividade 1. Encaminhe a atividade para casa, incentivando os estudantes a conversar com os familiares sobre os alimentos de que gostam e costumam consumir, procurando identificar a influência de diferentes povos em seus hábitos familiares. Destaque que essas influências podem estar presentes nos ingredientes e no modo de preparo dos alimentos e até mesmo na ritualização dos momentos de refeição. Se julgar conveniente, organize um quadro com as respostas, para mostrar qual é a maior influência cultural entre os hábitos alimentares das famílias dos estudantes. Proponha um painel com fotografias e desenhos de pratos de origens indígena, africana, europeia e asiática.

Nas atividades 1 e 2, o estudante desenvolve a habilidade EF04GE01 da Base Nacional Comum Curricular: Selecionar, em seus lugares de vivência e em suas histórias familiares e/ou da comunidade, elementos de distintas culturas (indígenas, afro-brasileiras, de outras regiões do país, latino-americanas, europeias, asiáticas etc.), valorizando o que é próprio em cada uma delas e sua contribuição para a formação da cultura local, regional e brasileira.

Literacia e Geografia

Para a realização da atividade 1, dê um pequeno tempo para as conversas entre os estudantes. Em seguida, socialize a discussão para a turma toda. O importante é garantir que os estudantes tenham oportunidade de se expressar oralmente, seja em pequenos grupos, seja para a turma toda. Enquanto eles falam, aponte semelhanças e diferenças entre as diversas ideias apresentadas. Oriente-os também quanto às atitudes (solicitar a palavra, ouvir e respeitar a fala dos colegas).

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para a seção Para ler e escrever melhor podem ser trabalhadas na semana 27.

Fim do complemento.

Objetivos pedagógicos

• Ler e compreender um texto sequencial-temporal.
• Identificar as marcas temporais do texto.
• Analisar e selecionar informações contidas no texto, separando-as em um organizador gráfico (esquema).
• Escrever um texto sobre as mudanças que ocorreram na receita da feijoada ao longo do tempo.

  Na seção são trabalhados aspectos relacionados às habilidades da BNCC: EF04GE01 e EF04GE02.

  Orientações pedagógicas

  Antes de ler o texto, pergunte aos estudantes sobre a origem da pizza. Veja se conhecem algum dado sobre a história desse prato. Em seguida, eles podem verificar e confirmar se mencionaram informações citadas no texto.

  Para você ler

  História da alimentação no Brasil, de Luís da Câmara Cascudo, Editora Global. Livro que aborda as contribuições de indígenas, africanos e europeus por meio da história da alimentação no Brasil.

Orientações pedagógicas

Atividade 5. Pergunte aos estudantes se já comeram feijoada. Verifique se gostam, com que frequência comem, quem prepara esse prato, como a pessoa faz, que ingredientes usa etc. Luís da Câmara Cascudo é considerado referência em estudos sobre a alimentação no Brasil. Em seu livro História da alimentação no Brasil, ele conta que os portugueses trouxeram da Europa um prato tradicional: uma mistura de carnes, legumes e verduras. De acordo com Cascudo, a feijoada surge quando se junta o feijão a essa mistura.

Educação em valores e temas contemporâneos

Para os estudantes, o tema da pluralidade cultural oferece oportunidades de conhecimento de suas origens como brasileiro e como participante de grupos culturais específicos. Ao valorizar as diversas culturas que estão presentes no Brasil, propicia ao estudante a compreensão de seu próprio valor, promovendo sua autoestima como ser humano pleno de dignidade, cooperando na formação de autodefesas a expectativas indevidas que lhe poderiam ser prejudiciais. Por meio do convívio escolar possibilita conhecimentos e vivências que cooperam para que se apure sua percepção de injustiças e manifestações de preconceito e discriminação que recaiam sobre si mesmo, ou que venha a testemunhar – e para que desenvolva atitudes de repúdio a essas práticas.

FONTE: BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: pluralidade cultural. Brasília, DF: MEC/SEF, 1997. p. 36.

Conclusão da unidade

Na perspectiva da avaliação formativa, este é um momento propício para a verificação das aprendizagens construídas ao longo do bimestre e do trabalho com a unidade. É interessante observar se todos os objetivos pedagógicos propostos foram plenamente atingidos pelos estudantes, destacando os seguintes pontos: compreensão a respeito dos processos de formação da população brasileira; reconhecimento de como a população brasileira se distribui pelo território; compreensão do conceito de densidade demográfica e capacidade para analisar a densidade demográfica do Brasil; compreensão dos conceitos relacionados à migração; valorização da diversidade que caracteriza a população brasileira.

Boxe complementar:

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para a seção O que você aprendeu podem ser trabalhadas na semana 28.

Fim do complemento.

Objetivos pedagógicos

• Retomar os principais conceitos e as noções estudados ao longo da unidade.
• Aplicar o conhecimento adquirido a situações novas.

  As páginas 104 e 105 abordam aspectos relacionados às habilidades da BNCC: EF04GE01, EF04GE02, EF04GE04 e EF04GE06.

  Faça a leitura compartilhada de cada atividade, esclarecendo possíveis dúvidas dos estudantes. É importante que os conteúdos sejam retomados oralmente durante a realização das atividades. Esse processo permite identificar o que eles entenderam dos conceitos trabalhados e as dúvidas que permaneceram.

  Caso necessitem, oriente os estudantes a reler os textos da unidade, buscando fixar os conceitos apresentados.

  Atividade 1. A atividade possibilita avaliar a capacidade de interpretação do mapa para identificar diferenças relacionadas à distribuição populacional em diversas porções do território brasileiro e também a compreensão de que a migração das pessoas do campo para as cidades (êxodo rural) contribuiu para a concentração de habitantes em áreas urbanas.

  População além dos números

  Sabemos que historicamente as possibilidades de sucesso para as populações de migrantes estão muito relacionadas com as disponibilidades de recursos para a ocupação dos novos territórios. Nos casos em que estes foram abundantes, os imigrantes encontraram pouca resistência, chegando mesmo a ser planejada a sua vinda, o que lhes permitiu não somente a fixação mas também a ascensão social. Como exemplo podemos citar o caso dos imigrantes europeus no território brasileiro desde o século XIX, principalmente no sul do Brasil. [...]

  Diferentes são as condições dos imigrantes que se destinam a regiões onde os assentamentos humanos já se apresentam fortemente consolidados. [...] Exemplos disso encontramos nas migrações de povos [...] para os Estados Unidos e para os países do Mercado Comum Europeu.

A chegada desses imigrantes para trabalhar em serviços pouco qualificados, respondendo a uma exigência nascida do fato de a população europeia ter envelhecido e conquistado um alto nível de qualificação, gerou uma grande contradição: consome-se a força de trabalho desses imigrantes e ao mesmo tempo eles são considerados como invasores, sendo segregados espacialmente e relegados às piores condições de vida nas cidades aonde chegam.

FONTE: SCARLATO, Francisco C. População e urbanização brasileira. In : ROSS, Jurandyr L. S. (org.). Geografia do Brasil . 6ª ed. São Paulo: Edusp, 2019. p. 396-397.

Objetivos pedagógicos

Atividade 2. Espera-se que os estudantes encontrem no quadro as informações necessárias para reconhecer que a maior parte da população brasileira era rural em 1950 e passou a ser predominantemente urbana a partir da década de 1970. Caso apresentem respostas diferentes, oriente-os a ler novamente os dados do quadro, identificando em cada ano a distribuição percentual das populações do campo e da cidade.

Atividade 3. A resolução da atividade requer a compreensão dos conceitos de emigração e imigração, que têm como referência os locais de origem e de destino das pessoas envolvidas nos fluxos migratórios.

Atividade 4. Espera-se que os estudantes analisem o gráfico e reconheçam o percentual de indígenas que viviam e que não viviam em terras indígenas em 2010. Se julgar pertinente, enfatize que as terras indígenas cumprem um papel fundamental para a garantia de sobrevivência e para a preservação cultural de diversos povos indígenas. Comente também que muitos indígenas buscam preservar e valorizar sua cultura e suas tradições mesmo não vivendo em terras indígenas demarcadas e, muitas vezes, integrados ao modo de vida urbano.

As páginas 106 e 107 abordam aspectos relacionados às habilidades da BNCC: EF04GE01 e EF04GE06.

Orientações pedagógicas

Atividade 5. Para resolver a atividade, os estudantes precisam identificar e analisar as informações disponíveis, estabelecendo a relação entre a área do território e o número de habitantes que o ocupam para mensurar a densidade demográfica de cada estado. Espera-se que os estudantes reconheçam o papel das terras indígenas para a preservação do modo de vida da população que nelas vive.

Atividade 6. Espera-se que os estudantes destaquem, sobretudo, a contribuição dos povos indígenas, dos africanos de diferentes nacionalidades e dos portugueses. Além deles, deve ser valorizada a menção a todos os grupos de imigrantes que chegaram ao Brasil em diferentes momentos.

Atividade 7. Nessa atividade, além de reconhecer o papel dos portugueses e dos povos africanos na formação populacional do Brasil, os estudantes precisam apontar a forma como eles participaram desse processo, reconhecendo os portugueses como colonizadores e os africanos como vítimas do tráfico de seres humanos, comercializados na condição de escravizados. A atividade também aborda a importância dos quilombos como territórios constituídos como forma de resistência ao regime de trabalho forçado e à situação de desrespeito aos direitos humanos.

Diversidade cultural no Brasil

Ao enfrentar a desigualdade social, o país vem descobrindo a forte influência da cultura para a configuração dessa realidade, bem como seu potencial de transformação social do cenário atual. Contudo, ainda há espaço para o desenvolvimento de uma abordagem cultural mais profunda com relação aos povos indígenas e aos afrodescendentes no Brasil. Apesar de serem grupos com indicadores sociais baixos, possuem uma riqueza exuberante de expressões culturais que deve ser reconhecida e valorizada.

É necessária atenção especial quanto à preservação e à valorização da cultura brasileira, nos seguintes aspectos:

• o valor às tradições, a arte e os costumes populares indígenas;

• o reconhecimento da influência da cultura africana na cultura e na história do país;
• a preservação das línguas ameaçadas de desaparecimento;
• o valor do conhecimento tradicional sobre a natureza;
• a sustentabilidade do uso das reservas naturais e dos investimentos em infraestrutura;
• a afirmação dos direitos humanos;
• o combate à discriminação.

  FONTE: UNESCO. Diversidade das expressões culturais no Brasil . Disponível em: http://fdnc.io/fnR. Acesso em: 8 dez. 2020.

  Orientações pedagógicas

  Atividade 8. Espera-se que os estudantes associem as fotografias aos itens enumerados pela Unesco sobre os aspectos da preservação da diversidade cultural no Brasil. Em caso de dúvidas, promova uma análise conjunta das fotografias, auxiliando os estudantes a reconhecer o aspecto que pode ser associado a cada uma. As informações da legenda também são importantes para a compreensão do contexto retratado nas fotografias.