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UNIDADE 2: O início do comércio
LEGENDA: Por ter função ilustrativa, este mapa não apresenta escala nem coordenadas geográficas. FIM DA LEGENDA.
Fontes: Atlas da história do mundo. São Paulo: Times/Folha de S.Paulo, 1995. p. 38-39. Colin Refrew; Paul Bahn. Arqueologia. Madri: Akal, 1993. p. 152.
A especialização do trabalho
O desenvolvimento da agricultura possibilitou aos trabalhadores criar uma atividade especializada, por exemplo: artesãos que fabricavam tecidos, objetos de cerâmica, cestos, armas e outros.
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Boxe complementar:
Vamos conversar
1. O que era cultivado no território que hoje corresponde ao Brasil?
2. Se você fizesse uma viagem no tempo e quisesse consumir arroz, para que época e local teria de ir?
3. Identifique no mapa o local de origem de três alimentos que você gosta de comer.
Fim do complemento.
Comunidades fluviais
Os primeiros grandes grupos familiares ocupavam geralmente as proximidades de um rio, o que garantia água para regar os campos e abastecer a população e o gado.
Formação de aldeias
O desenvolvimento da agricultura levou os grupos humanos a se fixar próximo às plantações. No local, com o tempo, formaram-se aldeias, que reuniam famílias vizinhas.
O sedentarismo
A necessidade de acompanhar o desenvolvimento das plantas levou os grupos humanos a viver mais tempo em um mesmo lugar. Ao se fixarem, trocaram, aos poucos, o nomadismo pelo modo de vida sedentário.
Aumento demográfico
A durabilidade dos grãos possibilitou o armazenamento dos alimentos por longos períodos. Com o cultivo da terra e a criação de animais, a alimentação tornou-se mais diversificada. O resultado foi um grande aumento populacional
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Capítulo 1. As primeiras trocas comerciais
Hoje, quando precisamos ou desejamos comprar algo, podemos ir a feiras, supermercados, lojas, shoppings ou, até mesmo, utilizar lojas virtuais. Para pagar por um produto, podemos usar dinheiro, cheque ou cartão. A maneira como as trocas comerciais são feitas, no entanto, passou por muitas mudanças ao longo do tempo.
Há mais de 6 mil anos, os primeiros grupos familiares que conviviam entre si praticavam a agricultura de subsistência. Isso significa que eles cultivavam apenas os alimentos necessários para seu sustento. Assim como o cultivo agrícola, a criação de animais também era feita apenas para garantir a sobrevivência do grupo, produzindo alimento, lã ou couro.
À medida que as técnicas agrícolas se aperfeiçoaram, a produção aumentou, resultando em mais alimentos que o necessário. Esse excedente passou a ser trocado entre os diferentes grupos familiares. Desse modo, os alimentos cultivados e os animais criados podiam ser trocados por outros itens que não eram produzidos por aquele grupo.
LEGENDA: Pilão utilizado para moer alimentos do Neolítico, encontrado no Níger. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Pote de cerâmica utilizado para guardar grãos, do Neolítico, encontrado em Israel. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Peles de animais, peixes, carnes, grãos, como lentilha, e frutas eram alguns dos produtos utilizados há cerca de 6 mil anos. FIM DA LEGENDA.
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Trocas diretas
Assim, com o aumento da produção agrícola e com o surgimento dos excedentes, os grupos começaram a fazer trocas diretas entre si. Isso significa que um grupo familiar que produzia mais cereais do que era capaz de consumir podia trocá-los, antes que estragassem, com outro grupo que tivesse muitos animais, por exemplo.
As próprias mercadorias eram usadas como moeda e nem sempre havia diferença de valor entre elas.
Boxe complementar:
Você sabia?
As trocas diretas de produtos evitavam o desperdício de alimentos. Mas você sabia que essas trocas também colaboraram para a diversidade alimentar de cada família? A maior oferta de alimentos possibilitou a melhoria das condições de vida e de alimentação dos grupos humanos. Um grupo que não plantava batatas, por exemplo, poderia conseguir batatas por meio da troca com outros grupos. Nesse processo, os grupos humanos tornaram-se cada vez mais numerosos.
Fim do complemento.
- Explique o que é a agricultura de subsistência.
- Como eram feitas as primeiras trocas comerciais?
- Reúna-se com alguns colegas em grupo e leiam as afirmações a seguir uns para os outros, em voz alta. Identifiquem quais são as verdadeiras e quais são as falsas.
- As trocas de produtos começaram apenas há 200 anos.
- O desenvolvimento das técnicas agrícolas favoreceu a troca de produtos entre os grupos familiares.
- Há 6 mil anos, as trocas comerciais eram feitas de maneira direta.
- A economia de subsistência tem por objetivo a venda de grande quantidade de produtos.
- As trocas de produtos aumentaram a diversidade da alimentação das famílias.
- Releiam as afirmações identificadas como falsas. Escrevam no caderno uma frase para justificar por que a afirmação é falsa. No final da atividade, compartilhem as anotações com os demais grupos e com o professor.
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Novas relações e produtos
O aumento das trocas de produtos entre grupos familiares colaborou para o surgimento de uma produção agrícola voltada para o comércio. Além disso, com o passar do tempo, ferramentas, utensílios de cerâmica e vestimentas também passaram a ser produzidos para serem trocados.
Nos grupos maiores, cada membro da família ficava responsável por uma tarefa. Assim, teve início a especialização do trabalho: enquanto alguns trabalhavam nas plantações, outros se dedicavam a produzir tecidos ou a cuidar dos animais.
LEGENDA: Foice de pedra polida e vaso de argila do Neolítico encontrados na Espanha. FIM DA LEGENDA.
Trocas e valores
Aos poucos, os grandes grupos passaram a estabelecer valores diferentes para cada tipo de produto, conforme o tempo necessário para produzi-lo.
Se uma atividade ou um produto necessitava de certa quantidade de tempo de trabalho, cada um deles teria um valor específico. Por exemplo: um agricultor arava, semeava e irrigava a terra e depois de alguns meses colhia o cereal. Uma artesã levava semanas para lavar, cortar e costurar o couro do animal para fazer um par de sapatos. Um caçador, por sua vez, poderia abater várias aves para consumo em um único dia, mas ainda assim ele precisava esperar a época do ano adequada para caçar.
De acordo com essa ideia de igualdade, ou equivalência, entre diferentes produtos, um caçador precisaria oferecer três aves para receber em troca um fardo de trigo, por exemplo. Quatro cestos de peixes poderiam corresponder a um par de sapatos feitos pela artesã. Mas ainda se fazia a troca direta de um produto por outro.
LEGENDA: Cesto feito de fibra vegetal de cerca de 5 000 anos atrás encontrado em uma caverna na Espanha. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Sapato feito de couro de vaca de cerca de 5 500 anos atrás. FIM DA LEGENDA.
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Você sabia?
Por que será que, com o passar do tempo, os produtos deixaram de ser equivalentes entre si e passaram a ter valores diferentes nas trocas? De maneira geral, isso ocorre porque um produto é valorizado devido a sua escassez, utilidade e raridade, enquanto a grande quantidade ou a pouca utilidade tornam um produto menos valorizado.
- Como os grupos estabeleceram os valores para os produtos que trocavam entre si?
- Há milhares de anos o valor de cada produto era estabelecido de acordo com o tempo de trabalho gasto em sua produção. Agora, que tal trazer essa reflexão para a sua realidade e das pessoas que vivem com você? Vamos lá?
- Converse com seus familiares e anote as tarefas que cada um deles realiza em sua casa. Depois, leve suas anotações para a sala de aula e compartilhe com a turma.
- Após a realização da atividade anterior, você, os colegas e o professor vão elaborar um quadro que inclua todas as informações fornecidas pela turma. Com o quadro completo, iniciem um debate conduzido pelas seguintes questões:
- Há tarefas mais fáceis e mais difíceis de realizar?
- Há prioridade entre as tarefas?
- Elas devem ser valorizadas de maneira diferente?
- Será que o valor de uma tarefa é mensurado pela dificuldade em realizá-la e pelo conhecimento que se deve ter para desenvolvê-la?
- Converse com seus familiares e anote as tarefas que cada um deles realiza em sua casa. Depois, leve suas anotações para a sala de aula e compartilhe com a turma.
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O surgimento da moeda
Há cerca de 6 mil anos, realizar uma troca comercial não era simples. Uma tecelã, por exemplo, teria de encontrar um agricultor que estivesse interessado em seus produtos e, ao mesmo tempo, possuísse os produtos de que ela precisava.
Para facilitar essas trocas, passou-se a usar um produto como símbolo de equivalência. Estudos indicam que grupos familiares usaram, nessa época, sementes de trigo.
Usando algo como símbolo de equivalência, a tecelã não precisaria mais oferecer, por exemplo, tecidos em troca de arroz. Ela poderia utilizar determinada quantidade de sementes de trigo, e o agricultor poderia utilizar as mesmas sementes para realizar novas trocas com outras pessoas que tivessem produtos de que ele precisasse.
Essas sementes serviam como uma espécie de moeda . Desse modo, o comércio ficou mais fácil e dinâmico e, com o passar do tempo, as trocas comerciais deixaram de ser diretas.
LEGENDA: Sementes de trigo foram utilizadas por muito tempo como moeda de troca por civilizações antigas. FIM DA LEGENDA.
Boxe complementar:
Você sabia?
A concha de uma espécie de caramujo marinho era usada em algumas regiões da África e da Ásia como moeda. Essas conchas eram valorizadas por seu aspecto semelhante ao da porcelana, eram pequenas e fáceis de transportar. Além disso, como em geral tinham o mesmo tamanho e peso, muitas vezes bastava pesá-las para descobrir quanto dinheiro havia em uma porção.
LEGENDA: Na China, há 3 mil anos, as conchas naturais foram substituídas por conchas artificiais feitas de ossos, de pedra, de jade, de chumbo ou de cobre. FIM DA LEGENDA.
Fim do complemento.
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- Com o uso da moeda, o que mudou nas trocas comerciais?
- Observe as imagens e relacione cada troca representada à sua descrição. Registre suas conclusões no caderno.
- Troca de mercadorias por moedas.
- Troca direta entre produtos.
- Troca
direta
de produtos com valores equivalentes.
- Reúnam-se em grupo. Façam uma pesquisa em sites confiáveis na internet para descobrir os nomes de algumas moedas que existem no mundo atualmente. Anotem as descobertas de vocês em um quadro como o do modelo abaixo. Não se esqueçam de anotar também a fonte consultada na pesquisa de vocês. Compartilhem os resultados com os colegas e o professor.
Tabela: equivalente textual a seguir
País |
|
---|---|
Nome da moeda |
|
Fonte de onde foi retirada a informação |
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Para ler e escrever melhor
O texto a seguir apresenta a sucessão de eventos que transformaram as primeiras moedas de troca no modelo que conhecemos hoje.
Por que inventaram o dinheiro?
O dinheiro foi criado para facilitar as trocas comerciais quando estas ficaram mais complexas. A princípio, as permutas eram baseadas na quantidade de tempo de trabalho gasto para produzir a mercadoria [...].
Sabe-se que na China, mais de mil anos antes de Cristo, já se usavam conchas como moeda de troca. A partir daí, os materiais utilizados foram os mais diversos por todo o mundo, dos quais o exemplo mais conhecido é o sal [...].
[Há mais de 2 mil anos], já se tem notícias de moedas feitas em metal, como o ouro, a prata e o cobre. [...] O valor dependia da abundância ou da escassez de certo metal em cada região [...].
Centenas de anos depois, os reis e governantes começaram a cunhar seus rostos nas moedas. [...] Nessa época, cada pessoa que fosse dona de certa quantidade de metal levava esse material até uma repartição para que fosse transformado em moeda com o rosto do rei.
O ouro, metal mais precioso, acabou virando referência de valor [...]. No século 19, ainda valia o ouro, mas as notas em papel já se tornavam mais populares. [...]
Na década de 1970, os Estados Unidos aboliram a referência ao padrão-ouro [...], e o papel-moeda passou a valer por si só. Depois, foi copiado pelos outros países, que passaram a usar o dólar como referência para o valor de suas moedas. [...]
FONTE: Renata Costa. Por que inventaram o dinheiro? Nova Escola . 1º set. 2009. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/2273/por-que-inventaram-o-dinheiro . Acesso em: 14 fev. 2021.
LEGENDA: Moeda representando o rei Filipe II da Macedônia, século IV a.C. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA:O florim foi a primeira moeda cunhada no Brasil, em 1645, produzida por holandeses em Pernambuco. FIM DA LEGENDA.
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- Quando foram produzidas as primeiras moedas de metal?
- Segundo o texto, quais materiais já foram utilizados como moeda?
- Reúnam-se em grupo e façam uma pesquisa sobre as diferentes moedas usadas no Brasil ao longo de sua história. Vocês podem pesquisar em livros, revistas e na internet. Elaborem uma linha do tempo que represente cada uma dessas moedas e a época aproximada em que foram utilizadas.
Boxe complementar:
Você sabia?
Os astecas usavam chocolate como dinheiro, ou, mais precisamente, usavam sementes de cacau, geralmente chamados grãos. Com essas sementes de cacau, era possível comprar frutas e legumes como milho, tomates, pimentas, abóbora e amendoins. Joias de ouro, prata, jade e turquesa. Produtos manufaturados como sandálias, roupas, capas emplumadas, armaduras acolchoadas com algodão, armas, cerâmica e cestos. [...]
De todas as formas de dinheiro asteca, o cacau demonstrou ser o mais comumente disponível e o mais fácil de usar. [...] Quando preservados por um processo de secagem e torragem, os grãos podem durar muitos meses antes de serem moídos para fabricação de chocolate.
FONTE: Jack Weatherford. A história do dinheiro. São Paulo: Campus/Elsevier, 2005. p. 21-23.
LEGENDA: Cacau e sementes de cacau em fotografia recente. FIM DA LEGENDA.
CRÉDITO: FREEDOMNARUK/SHUTTERSTOCK
Fim do complemento..
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Capítulo 2. Comércio e ocupação do espaço
O comércio marca a história da humanidade. A princípio, as relações de comércio ocorriam entre grupos que viviam próximos. Com o tempo, mercadores passaram a levar seus produtos, por mar ou por terra, para regiões cada vez mais distantes.
Na região do mar Mediterrâneo, por exemplo, o comércio ocorreu de maneira intensa, envolvendo vários povos antigos, como os fenícios. As trocas comerciais também favoreciam a divulgação de outras línguas, costumes e culturas. O mapa abaixo mostra as principais rotas comerciais dos fenícios na região do mar Mediterrâneo.
LEGENDA: Modelo de embarcação fenícia, chamada de galé. FIM DA LEGENDA.
Fonte: Werner Hilgemann e Hermann Kinder. Atlas historique. Paris: Perrin, 1992. p. 34.
Os fenícios habitavam uma estreita faixa litorânea do Mediterrâneo, onde hoje se localizam o Líbano e parte da Síria. A região era pouco favorável à agricultura e, por isso, dedicaram-se mais ao comércio. Eles navegavam em embarcações chamadas galés, nas quais utilizavam velas e longos remos. Por meio delas, chegaram à Europa e à África, onde comercializavam seus produtos e fundaram várias colônias.
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Boxe complementar:
Você sabia?
As trocas comerciais também impulsionavam as trocas culturais. Os fenícios, por exemplo, difundiram também o seu idioma e um tipo de escrita nas regiões em que faziam comércio. Tudo isso ajudava na comunicação e também facilitava a atividade comercial.
LEGENDA: Colar fenício de pasta de vidro, peça do século 4 a.C. Os fenícios produziam tecidos, joias, perfumes e objetos em marfim, madeira e metal. FIM DA LEGENDA.
ARQUEOLÓGICO NACIONAL DA ESPANHA, MADRI
Fim do complemento.
- De que maneira o comércio influenciou a ocupação do espaço e as trocas culturais entre os povos?
- De acordo com o mapa da página anterior, qual foi a importância do mar Mediterrâneo para alguns povos antigos? Explique.
- Reúna-se com um colega. Observem as imagens e respondam às questões.
LEGENDA: Moedas fenícias de cerca de 3 200 anos atrás. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Moedas fenícias de cerca de 3 200 anos atrás. FIM DA LEGENDA.
CRÉDTO: PHOTO12/ALAMY/FOTOARENA – BIBLIOTECA NACIONAL DA FRANÇA, PARIS
- O que esses objetos têm em comum?
- É possível supor por que motivo as duas moedas têm essas características em comum?
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Rotas comerciais ao longo do tempo
Na região do mar Mediterrâneo, várias sociedades se desenvolveram com o crescimento do comércio. As rotas comerciais foram um elemento comum aos povos que viveram nessa região ao longo dos séculos, como fenícios, cartagineses, gregos, romanos, árabes e italianos (venezianos e genoveses).
LEGENDA: Navegadores fenícios comercializando mercadorias em porto do mar Mediterrâneo. Gravura do século XIX. FIM DA LEGENDA.
Muitas dessas populações desenvolveram hábitos semelhantes, que permaneceram ao longo do tempo. Durante séculos, por exemplo, os pastores deslocaram-se no verão para regiões mais frias e montanhosas, retornando no fim da estação.
Entretanto, nem tudo permanecia igual. Diferentes povos disputavam a liderança do comércio na região, resultando em guerras e batalhas. As disputas se davam pelo controle das rotas comerciais e levavam um povo a concorrer com outro, resultando em mudanças rápidas e algumas transformações, como o domínio de portos e de pontos de comércio. O comércio era uma atividade necessária à vida das populações e, ao mesmo tempo, produziu conflitos políticos e sociais e também causou desigualdades entre as pessoas.
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Comércio antigo em diversas partes do mundo
Além da região do Mediterrâneo, outros povos de diversas partes do mundo também realizavam o comércio percorrendo longas distâncias. É o caso do comércio da seda produzida na China, que era transportada por um longo caminho até a Europa, passando pela região do Mediterrâneo.
Rotas de comércio foram criadas, também, pelos povos indígenas da América muito antes da chegada dos europeus. A criação de rotas, as trocas comerciais e o desenvolvimento de sistemas de equivalência aconteceram ao mesmo tempo em diversos lugares.
LEGENDA: Gravura retratando mercadores astecas, povo que habitava a região onde hoje se localiza o México, c. 1540. Os astecas comercializavam produtos como cacau, milho, metais preciosos, peles, plumas e tecidos. FIM DA LEGENDA.
- Quais eram os principais motivos dos conflitos entre os povos da região do mar Mediterrâneo?
- É possível dizer que as trocas comerciais se desenvolveram em diversas partes do mundo, no passado? Explique.
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O mundo que queremos
Economia solidária: moeda social e bancos comunitários
Quando pensamos em bancos, imaginamos grandes empresas com agências elegantes
[...]. Mas dezenas de pequenas instituições financeiras estão mudando a relação que milhares de brasileiros têm com o próprio dinheiro. São os bancos comunitários, criados em vilas e favelas, que contam com moeda e sistema de crédito próprios e fomentam as economias locais. [...]
Uma das condições para a criação de um banco comunitário [...] é o envolvimento da comunidade. Isso porque o objetivo final não é o lucro, e sim o desenvolvimento da economia do entorno. Para tanto é criada uma moeda social, que circula apenas na comunidade. Os moradores podem pegar dois tipos de empréstimo: um para produção, como reforma de uma loja ou compra de estoque, em reais e outro para consumo, compra de alimentos e outros produtos, na moeda do banco.
[...]
Hoje, as instituições estão presentes em quilombos, comunidades de pescadores, aldeias indígenas e em favelas [...]. Todas as “agências” são geridas e fiscalizadas pela comunidade.
FONTE: Larissa Veloso. Donos do próprio dinheiro. Portal Esafaz . 29 dez. 2015. Disponível em: https://portalesafaz.sefaz.pe.gov.br/midias/meioambiente/263-dono-do-proprio-dinheiro . Acesso em: 14 fev. 2021.
LEGENDA: Banco Comunitário Cidade de Deus. Município de Duque de Caxias, no estado do Rio de Janeiro, em 2013. FIM DA LEGENDA.
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- De acordo com o texto, o que são bancos comunitários?
- Como o banco comunitário pode ajudar a desenvolver uma comunidade?
- Além das moedas sociais e dos bancos comunitários, outra maneira de desenvolver a economia solidária em uma comunidade é a realização de feiras de troca. Você sabe o que são feiras de troca? Nessas feiras, que se
tornaram
populares a partir da década de 1980, as pessoas podem levar produtos ou serviços para trocar. Podem ser roupas, livros, acessórios novos ou seminovos, sapatos e outros objetos, e até mesmo alimentos feitos em casa. As pessoas também podem oferecer como troca a prestação de serviços, como aulas de violão, aulas de idiomas,
cortes
de
cabelo
etc.
As feiras de troca levam em consideração os princípios da economia solidária, ou seja, valorizam a cooperação e a solidariedade no lugar do lucro e da competição. Além disso, essas feiras valorizam o trabalho e a criatividade e promovem o consumo consciente.
- Peça ajuda aos seus familiares em casa e pesquise se, no local em que vocês vivem, existem feiras desse tipo. Depois, compartilhe as informações com os colegas em sala de aula.
- Com os colegas de turma e com a orientação do professor, organizem uma feira de trocas na escola. Os participantes poderão trocar itens como pinturas, desenhos, livros, roupas, materiais escolares ou brinquedos que estejam em boas condições, ou ainda serviços, como aulas de música, de dança, de línguas, pequenos reparos etc.
- Peça ajuda aos seus familiares em casa e pesquise se, no local em que vocês vivem, existem feiras desse tipo. Depois, compartilhe as informações com os colegas em sala de aula.
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Capítulo 3. A expansão do comércio e das rotas
Até o século XV, o comércio marítimo entre Europa e Ásia era feito apenas pelo mar Mediterrâneo. Por ali, mercadores traziam tecidos de seda, tapeçarias, pedras preciosas, porcelanas, e especiarias que eram vendidos por toda a Europa. Esses produtos vinham da África e da região que incluía territórios que hoje correspondem ao Japão, à China, à Índia e à Indonésia, que os europeus, à época, chamavam de Índias.
O comércio das especiarias e de artigos de luxo era muito lucrativo e controlado por mercadores árabes e italianos, das cidades de Gênova e Veneza, que dominavam as rotas marítimas do mar Mediterrâneo. Muitos países, porém, queriam participar deste vantajoso comércio. Para isso, era preciso estabelecer uma nova rota marítima.
Empenhados em chegar às Índias, outros povos europeus, como os portugueses, enviaram embarcações para contornar o continente africano pelo oceano Atlântico. Depois de muitas expedições, o navegador português Bartolomeu Dias conseguiu, entre 1487 e 1488, alcançar o temido Cabo da Boa Esperança, no sul da África. Dez anos depois, Vasco da Gama, realizando o mesmo percurso, alcançou finalmente Calicute, na Índia, uma importante região que fornecia especiarias.
LEGENDA: Especiarias: canela, anis-estrelado, noz-moscada, cardamomo, pimenta e açafrão. FIM DA LEGENDA.
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Os lucros obtidos com a viagem de Vasco da Gama foram reinvestidos em muitas outras expedições marítimas realizadas pelo governo português. Essas expedições ajudaram Portugal a se tornar o maior centro europeu do comércio de especiarias do século XVI.
- O que são especiarias? Para que elas são utilizadas?
- Observe o mapa e responda às questões a seguir.
Fontes: Georges Duby. Atlas histórico mundial. Madri: Editorial Debate, 1989. p. 64-65; Atlas histórico. São Paulo: Britannica, 1997. p. 88.
- Por que muitos países europeus precisavam encontrar uma nova rota marítima?
- Quais foram as principais mudanças de percurso entre as rotas marítimas representadas no mapa?
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Mudanças na navegação
Até o século XV, aproximadamente, alguns povos europeus tinham pouco conhecimento sobre os oceanos e acreditavam que, além dos limites conhecidos, existiam monstros marinhos que atacariam as embarcações. A maior parte das viagens marítimas era feita próximo ao litoral, e não em mar aberto. Por isso, descobrir a Rota do Cabo e navegar além dos marcos conhecidos não foi tarefa simples.
Técnicas e instrumentos
A necessidade de encontrar novos caminhos para chegar à região das Índias fez com que os europeus aperfeiçoassem os instrumentos de orientação marítima, como o astrolábio, a bússola, o quadrante e as cartas marítimas.
LEGENDA: O astrolábio é um instrumento que possibilita aos navegadores se orientar por meio da observação do Sol e de outras estrelas. FIM DA LEGENDA.
Os portugueses foram pioneiros e utilizavam a caravela, uma embarcação longa, feita de madeira e com velas que eram impulsionadas pelo vento. As viagens ficaram mais rápidas, mas ainda eram muito desconfortáveis. Elas duravam meses e era necessário controlar a quantidade de alimentos para que durassem todo o trajeto. Era muito difícil, por exemplo, pescar em alto-mar. Os marinheiros geralmente não tinham equipamentos para pescar em águas profundas e também não queriam desperdiçar a comida usando-a como isca. Imprevistos, como tempestades, podiam danificar as embarcações. As precárias condições de higiene provocavam doenças e mortes. E, mesmo com as melhorias, ainda existia o risco de naufrágios ou de as embarcações se perderem no mar, ou de ficarem à deriva em razão da ausência de vento (chamada de “calmaria” pelos navegantes portugueses).
LEGENDA: A bússola é um instrumento com uma agulha de ímã que aponta para o norte. FIM DA LEGENDA.
Boxe complementar:
Hora da leitura
• A magia das especiarias: a busca de especiarias e a expansão marítima, de Janaína Amado e Luiz Carlos Figueiredo. São Paulo: Atual, 2019.
A obra trata da história do comércio de especiarias, utilizadas desde a Antiguidade como aromatizantes, temperos e remédios, e muito valorizadas pelas populações do continente europeu.
Fim do complemento.
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Boxe complementar:
Você sabia?
As caravelas eram embarcações ágeis e velozes e possuíam dois tipos de vela. As triangulares possibilitavam fazer manobras mais facilmente; as quadradas eram impulsionadas pelo vento, aumentando a velocidade da embarcação.
LEGENDA: Ilustração representando caravela. FIM DA LEGENDA.
Fonte: Viagens de descobrimento: 1400-1500. Rio de Janeiro: Abril Livros, 1994. p. 18-19.
CRÉDITO: HECTOR GÓMEZ
Fim do complemento.
- Reúna-se com um colega, observem a imagem a seguir e respondam às questões.
LEGENDA: Monstros marinhos e embarcações, gravura de Jan Collaert, 1596. FIM DA LEGENDA.
- Como são os animais representados na imagem? Seriam eles reais ou imaginários?
- Quais dificuldades os navegadores enfrentaram para conhecer novas rotas marítimas?
- Para que serviam os dois tipos de vela das caravelas?
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Como as pessoas faziam para...
Sobreviver às longas viagens marítimas
A rotina nos navios durante as longas viagens realizadas a partir do século XV era muito difícil. Além do longo tempo em alto-mar e do trabalho quase ininterrupto na manutenção da embarcação, a tripulação tinha de se preocupar com a alimentação e com as doenças que a vitimavam.
Fontes: Stephen Biesty; Richard Platt. Conhecer por dentro. São Paulo: Folha de S.Paulo, 1995. p. 17-20; Gago Coutinho. A náutica dos descobrimentos. Lisboa: Agência Geral do Ultramar, 1951. v. 2; Claude Farrère. Histoire de la Marine Française. Paris: Flammarion, 1956. p. 121.
Os alimentos frescos (incluindo animais vivos), embarcados no início da viagem, não duravam muitos dias. Os demais alimentos secos, como carne salgada, bacalhau salgado, frutas secas e lentilhas, eram armazenados em porões abafados e úmidos e, muitas vezes, apodreciam.
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- Como era a alimentação da tripulação?
- Converse com um familiar sobre o assunto estudado e investigue com ele o que mudou no cotidiano das embarcações. Procure descobrir se já é possível, por exemplo, pescar em alto-mar, quais são as condições de alimentação, higiene e lazer nas embarcações atualmente. Depois, compartilhe as informações com os colegas.
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Capítulo 4. As grandes Navegações
Até o século XIV, os europeus tinham pouco conhecimento geográfico. Eles conheciam basicamente a Europa e as proximidades do Mediterrâneo, como algumas partes da África e da Ásia. Além disso, existia o medo dos perigos imaginários em alto-mar.
Mesmo com tantos desafios, os navegantes europeus aventuraram-se em expedições pelo oceano Atlântico movidos pela busca de riquezas (especiarias e metais preciosos), pela conquista de novas colônias e pela expansão do cristianismo.
A viagem de Colombo
Em 1492, o navegador genovês Cristóvão Colombo e sua tripulação, a serviço dos reis católicos da Espanha, partiram em busca de uma nova rota para as Índias, navegando pelo oceano Atlântico em direção a Oeste. Os espanhóis desembarcaram em uma ilha da atual América Central, chamada pelos nativos de Guanaani, mas batizada pelos europeus de Ilha de San Salvador. Eles pensavam ter chegado às Índias, por isso chamaram os nativos de índios.
Fontes: Atlas histórico escolar. Rio de Janeiro: FAE, 1988. p. 112-113; Atlas histórico. São Paulo: Britannica, 1997. p. 88.
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- Quais fatores moveram os
europeus
a buscar novas
rotas
ao Oriente navegando pelo Atlântico?
- Reúna-se com um colega, leiam o texto a seguir e, depois, respondam às questões.
Quando a expedição de Gonçalo Velho atingiu os Açores no início dos anos 1430, ainda que a latitude ali fosse muito próxima da de Portugal, ele e seus homens imaginavam estar adentrando uma zona em que “a água do mar ferve como em uma caldeira e que os marinheiros são sugados, juntamente com os navios, por um grande precipício e jogados no inferno.” O equador só seria ultrapassado na década de 1470. [...] As precoces experiências lusas no mar os acostumaram à alteridade antes de outros navegadores europeus.
FONTE: Jaime Rodrigues. Um mundo novo no Atlântico: marinheiros e ritos de passagem na linha do Equador, séculos XV-XX. Revista Brasileira de História , São Paulo, v. 33, n. 65, p. 240, 2013.
LEGENDA: Ilha de São Miguel (ao fundo), a maior ilha do arquipélago dos Açores. Fotografia de 2019. FIM DA LEGENDA.
- O que o texto descreve?
- Observe o mapa da página anterior e releia o texto desta página. É possível dizer que os navegadores superaram o medo? Por quê?
- Em casa, relembre com um familiar uma viagem marcante que tenham feito. Escreva no caderno um breve relato da viagem contando como foi o trajeto, qual foi o meio de transporte utilizado e como eram os lugares visitados. Depois, compartilhe em sala de aula essa lembrança e escute as dos colegas.
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Nova visão de mundo
A chegada dos europeus na América fez com que diferentes partes do mundo se interligassem. Alguns povos que ainda mantinham pouco ou nenhum contato entre si foram muito afetados. Produtos, pessoas e culturas passaram a circular, a partir de então, entre a Europa, a América e a África. Com a viagem de Colombo, ampliaram-se os conhecimentos de Geografia, e novos mapas tiveram de ser produzidos.
LEGENDA: Mapa-múndi de Henricus Martellus, 1489. FIM DA LEGENDA.
Observe os mapas desta página. O primeiro, produzido em 1489, antes da viagem de Colombo, retrata apenas a Europa, a África e a Ásia, pois o continente americano ainda era desconhecido dos europeus. Já o segundo mapa, de 1507, foi produzido alguns anos depois dos primeiros contatos dos europeus com a América. Essa é a primeira vez que o continente é representado separado da Ásia, ainda que de maneira bastante imprecisa, além de ser a primeira vez que o nome “América” aparece em um mapa.
LEGENDA: Mapa-múndi de Martin Waldseemüller, 1507. FIM DA LEGENDA.
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Depois que os europeus chegaram ao continente americano, em fins dos anos 1400, a América ficou conhecida como Novo Mundo, e a Europa e a Ásia, como Velho Mundo. Por muito tempo esse episódio ficou conhecido como a “Descoberta da América”, revelando uma visão eurocêntrica (maneira de olhar o mundo e a História tomando como referência a Europa) sobre o continente, pois pressupõe que a América não existia antes que os europeus a conhecessem e desconsidera os diversos povos indígenas que já viviam nesse território e desenvolviam sociedades complexas.
- Observe a imagem a seguir e responda às questões.
LEGENDA: Chegada de Colombo à América, gravura de Theodore de Bry, 1596. Nessa representação, Cristóvão Colombo segura uma lança e está à frente de dois europeus. FIM DA LEGENDA.
- Quais grupos estão representados na imagem?
- O que os indígenas estão oferecendo aos espanhóis?
- Em sua opinião, o que a cruz e a lança simbolizam?
- Reúnam-se em grupos e conversem: vocês consideram que a chegada de Colombo à América representou a “descoberta do novo continente”? Registrem suas conclusões no caderno e depois compartilhem com a turma.
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A viagem de Pedro Álvares Cabral
Nomeado pela Coroa portuguesa para comandar uma expedição para a Índia, Pedro Álvares Cabral recebeu ordens para tomar posse, em nome de Portugal, das terras que encontrasse no caminho.
Durante a viagem, em vez de seguir a rota para Calicute, Cabral desviou do caminho, pois, naquela época, suspeitava-se que, ao sul do continente que Colombo havia alcançado, haveria outras terras. Assim, em 22 de abril de 1500, a frota chegou ao local que, depois, seria chamado de Brasil. Cabral aportou na região da atual cidade de Santa Cruz Cabrália, no atual estado da Bahia.
Nativos e portugueses
Quando navegadores portugueses encontraram os nativos que já viviam nas terras que hoje formam o Brasil, procuraram oferecer a eles chapéus, colares e crucifixos, como faziam com outros povos que viviam em regiões da África ocidental. Em troca, receberam dos indígenas cocares, arcos e flechas. Dias depois, os tripulantes de uma das embarcações da frota voltaram a Portugal para dar notícias ao rei. Alguns homens ficaram no local, e o restante da expedição seguiu viagem para Calicute, na Índia, onde chegaram em setembro de 1500.
LEGENDA: Praia de Coroa Vermelha, município de Santa Cruz Cabrália, estado da Bahia, em 2017. Esse é o provável lugar onde a esquadra de Cabral desembarcou. FIM DA LEGENDA.
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- Observe, a seguir, a linha do tempo com os principais marcos das expedições portuguesas. Observe também as rotas das expedições, representadas no mapa desta página.
Fontes: Atlas histórico escolar. Rio de Janeiro: FAE, 1988. p. 112-113. Atlas histórico. São Paulo: Britannica, 1997. p. 88; John R. Hale. Idade das explorações. Rio de Janeiro: José Olympio, 1981. p. 54. Georges Duby. Atlas histórico mundial. Barcelona: Larousse, 2010. p. 123.
- Organize uma lista em ordem cronológica com os principais locais de chegada das expedições portuguesas representados no mapa da página 66.
PROFESSOR
trocas aconteceram entre portugueses e indígenas no Brasil nos primeiros contatos entre eles?
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- Os eventos dos quadros abaixo trazem informações sobre as primeiras trocas comerciais e o uso de moedas ao longo do tempo. Contudo, eles estão embaralhados. Organize-os no
caderno
em ordem cronológica, ou seja, na sequência temporal correta.
- O valor de um produto, como um alimento, pôde ser determinado de acordo com o tempo necessário para sua produção.
- O papel-moeda passou a ser muito utilizado durante o século XIX.
- Há mais de 6 mil anos, as trocas eram diretas, e os produtos trocados tinham o mesmo valor.
- Há mais de 2 mil anos, moedas feitas de metais já eram utilizadas.
- Em 1645, foram cunhadas as primeiras moedas no Brasil, florins holandeses.
- Há mais de 3 mil anos, alguns grupos começaram a utilizar objetos como conchas para realizar trocas comerciais.
- Para refletir sobre a história das trocas comerciais, faça o seguinte: imagine que alguns objetos escolares poderiam ser trocados. Você deve estabelecer um sistema de equivalência entre eles. Por exemplo, quantos lápis seriam necessários na troca por um caderno? Escolha pelo menos cinco objetos para fazer esse exercício de imaginação. Monte uma tabela com os valores estipulados para cada objeto. Depois, você deve escrever um pequeno texto para explicar os critérios usados para definir os valores.
- Descubra as respostas para as adivinhas a seguir.
O que é, o que é?
Nome das embarcações fenícias usadas no comércio pelo Mediterrâneo.
O que é, o que é?
Atividade humana com base na troca de produtos.
O que é, o que é?
Nome do mar localizado entre o sul da Europa, o norte da África e o oeste da Ásia.
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- Identifique que tipo de comércio é representado em cada uma das imagens a seguir. Dica: é possível identificar, no conjunto de imagens, comércio virtual, comércio marítimo e comércio terrestre.
LEGENDA: Caravela, gravura de Théodore de Bry, 1592.FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Detalhe da caravana de Marco Polo (mercador veneziano) a caminho de Catai, nome pelo qual era conhecida a China. Atlas Catalão, 1375.FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Pessoa comprando produtos pela internet, 2016. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Detalhe de caravana na Argélia, na África, em gravura de 1903.FIM DA LEGENDA.
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- O texto a seguir foi escrito por um indígena. Ele discorre sobre os nomes dados pelos portugueses aos lugares que encontraram na América.
Antes de os portugueses chegarem,
cada lugar de nossa terra tinha um nome.
Os rios já tinham nome.
As lagoas já tinham nome.
Mas logo os portugueses
trocaram os nomes de tudo.
O lugar onde eles encostaram as
caravelas
eles chamaram de Porto Seguro.
O primeiro morro que eles
enxergaram
eles chamaram de Monte Pascoal.
Os Tupinikim já tinham dado
nome
para esses lugares.
Os portugueses mudaram o nome
da terra.
Mas não mudaram só o nome da
terra.
Os portugueses roubaram a terra também.
FONTE: In: Eunice Dias de Paula; Luiz Gouveia de Paula; Elizabeth Amarante. História dos povos indígenas: 500 anos de luta no Brasil. Petrópolis: Vozes/Cimi, 1993. p. 89.
- De acordo com o texto, antes de os portugueses chegarem ao Brasil, qual povo indígena já tinha dado nome à terra, aos rios e às lagoas?
- Qual foi o nome dado pelos portugueses ao lugar onde eles atracaram as caravelas? E ao primeiro monte que avistaram?
- Faça uma reflexão sobre as possíveis intervenções no território após a ocupação pelos portugueses, considerando o acontecimento do ponto de vista indígena.
- Elabore, no caderno, uma descrição para a caravela, destacando as partes que contribuíram para o desenvolvimento das embarcações importantes naquela época.
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- Com base em seus conhecimentos, elabore uma legenda explicativa para a ilustração a seguir. Registre a legenda no caderno e lembre-se de incluir nela todas as informações históricas que você conseguir retomar.
- A pintura a seguir representa portugueses aproximando-se das terras que seriam chamadas de Brasil.
LEGENDA: Descobrimento do Brasil, de Aurélio de Figueiredo. 1899. Óleo sobre tela, 52,3 cm X 71,3 cm. FIM DA LEGENDA.
- O acontecimento representado na pintura ocorreu em que ano?
- O artista produziu a pintura no mesmo ano do acontecimento representado? Explique.
- O artista presenciou o acontecimento representado? Como ele conseguiu reconstituir a cena?