MP068

UNIDADE 2: O início do comércio

Mapa. Mapa mundo destacando origens de agricultura e da criação de animais (a partir de 8000 a.C.). América do Sul: Batata (6000 a.C.); Alpaca (4000 a.C.); Mandioca (5000 a.C.); Batata (6000 a.C.); Algodão (3300 a.C.); Lhama (4000 a.C.); Porco-da-Índia (4000 a.C.). América Central: Feijão (3000 a.C.); Milho (3000 a.C.). África: Inhame (7000 a.C.); Painço (4000 a.C.); Sorgo (3000 a.C.); Trigo (7500 a.C.); Cevada (8000 a.C.); Cabra (8000 a.C.). Europa: Aveia (6500 a.C.); Centeio (7000 a.C.); Ervilha (7000 a.C.); Boi (6500 a.C.); Cavalo (3500 a.C.); Carneiro (8000 a.C.); Lentilha (7000 a.C.); Ganso (8000 a.C.). Ásia: Cânhamo (5500 a.C.); Porco (7000 a.C.); Painço (6000 a.C.); Arroz (3500 a.C.); Galinha (6000 a.C.)

LEGENDA: Por ter função ilustrativa, este mapa não apresenta escala nem coordenadas geográficas. FIM DA LEGENDA.

Fontes: Atlas da história do mundo. São Paulo: Times/Folha de S.Paulo, 1995. p. 38-39. Colin Refrew; Paul Bahn. Arqueologia. Madri: Akal, 1993. p. 152.

A especialização do trabalho

O desenvolvimento da agricultura possibilitou aos trabalhadores criar uma atividade especializada, por exemplo: artesãos que fabricavam tecidos, objetos de cerâmica, cestos, armas e outros.

MANUAL DO PROFESSOR

Introdução

A unidade 2, intitulada O início do comércio, aborda aspectos das primeiras trocas comerciais e da história do comércio. A unidade trata também dos principais aspectos relacionados às chamadas Grandes Navegações, considerando a importância das rotas comerciais naquele contexto.

Para dar início aos estudos desta unidade, comente que a maneira como as trocas comerciais são feitas se transformou muito ao longo do tempo. No contexto das primeiras trocas comerciais, não existiam moedas; faziam-se trocas diretas entre produtos.

Esta unidade também aborda o desenvolvimento de novas rotas de comércio no início da Idade Moderna, no cenário da busca por especiarias e artigos de luxo vindos do Oriente. Contudo, é interessante fazer com que os estudantes compreendam que o interesse pela navegação foi anterior à necessidade de uma rota exclusivamente marítima para as Índias.

Em consonância com as Competências Gerais da Educação Básica 1, 3 e 6 da BNCC, a unidade estimula os estudantes a exercitar a curiosidade intelectual e a valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais. Em consonância com as Competências Específicas de Ciências Humanas para o Ensino Fundamental 5, 6 e 7 da BNCC, a unidade busca incentivar os estudantes a comparar eventos ocorridos simultaneamente no mesmo espaço e em espaços variados; a construir argumentos com vistas à construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva; e a utilizar diferentes linguagens na construção do conhecimento histórico. A proposta da unidade relaciona-se ainda com as Competências Específicas de História 1 e 5 da BNCC, e deste modo visa contribuir para que o estudante possa compreender acontecimentos históricos e analisar e compreender o movimento de populações e mercadorias no tempo e no espaço e seus significados históricos.

Unidade temática da BNCC em foco na unidade:

  • Circulação de pessoas, produtos e culturas

    Objetos de conhecimento em foco na unidade:

  • A circulação de pessoas e as transformações no meio natural.
  • A invenção do comércio e a circulação de produtos.
  • As rotas terrestres, fluviais e marítimas e seus impactos para a formação de cidades e as transformações do meio natural.

    Habilidades da BNCC em foco nesta unidade:

    EF04HI05, EF04HI06 e EF04HI07.

MP069

Boxe complementar:

Vamos conversar

1. O que era cultivado no território que hoje corresponde ao Brasil?

2. Se você fizesse uma viagem no tempo e quisesse consumir arroz, para que época e local teria de ir?

3. Identifique no mapa o local de origem de três alimentos que você gosta de comer.

Fim do complemento.

Comunidades fluviais

Os primeiros grandes grupos familiares ocupavam geralmente as proximidades de um rio, o que garantia água para regar os campos e abastecer a população e o gado.

Formação de aldeias

O desenvolvimento da agricultura levou os grupos humanos a se fixar próximo às plantações. No local, com o tempo, formaram-se aldeias, que reuniam famílias vizinhas.

O sedentarismo

A necessidade de acompanhar o desenvolvimento das plantas levou os grupos humanos a viver mais tempo em um mesmo lugar. Ao se fixarem, trocaram, aos poucos, o nomadismo pelo modo de vida sedentário.

Aumento demográfico

A durabilidade dos grãos possibilitou o armazenamento dos alimentos por longos períodos. Com o cultivo da terra e a criação de animais, a alimentação tornou-se mais diversificada. O resultado foi um grande aumento populacional

MANUAL DO PROFESSOR

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para os conteúdos da abertura da unidade 2 e da página 46 podem ser trabalhadas na semana 11.

Orientações

As atividades de abertura da unidade podem ser conduzidas como atividades preparatórias para o trabalho com conteúdos, competências e habilidades que serão desenvolvidos com os estudantes. Sugerimos que inicie as propostas da unidade com as seguintes atividades preparatórias:

Incentive os estudantes a observar, no mapa-múndi, os diferentes alimentos e datas. Diga a eles que os primeiros grupos humanos trocavam produtos e, então, peça que identifiquem no mapa, de acordo com o período e a distância entre as regiões, quais produtos poderiam ser trocados.

Estimule os estudantes a refletir se o mapa sobre o comércio atual seria semelhante ao mapa observado nas páginas de abertura de unidade. Pergunte a eles: Quais seriam possivelmente os alimentos produzidos? Apareceriam outros produtos no comércio? Quais? O tempo necessário para percorrer as distâncias e realizar transações comerciais seria hoje o mesmo de antigamente? Por quê? Estimule os estudantes a formular hipóteses.

Por fim, proponha aos estudantes as questões do boxe Vamos conversar. Na atividade 1, ajude-os a identificar que, no território que hoje corresponde ao Brasil, era cultivada mandioca. Na atividade 2, auxilie-os a perceber que, para consumir arroz, teriam de ir à região da China em 8000 a.C. ou à região da Índia em 3500 a.C. As respostas da atividade 3 são pessoais; essa atividade permite uma nova leitura do mapa, desta vez com um caráter lúdico.

Objetivos pedagógicos da unidade:

  • Compreender o surgimento do comércio.
  • Conhecer a história do surgimento da moeda e compreender a sua importância no comércio.
  • Refletir sobre como o comércio motivou a busca por rotas comerciais e a ocupação do espaço, contribuindo para a interação de povos e culturas diferentes.
  • Reconhecer o desenvolvimento tecnológico gerado pela disputa por novas rotas comerciais.

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Capítulo 1. As primeiras trocas comerciais

Hoje, quando precisamos ou desejamos comprar algo, podemos ir a feiras, supermercados, lojas, shoppings ou, até mesmo, utilizar lojas virtuais. Para pagar por um produto, podemos usar dinheiro, cheque ou cartão. A maneira como as trocas comerciais são feitas, no entanto, passou por muitas mudanças ao longo do tempo.

Há mais de 6 mil anos, os primeiros grupos familiares que conviviam entre si praticavam a agricultura de subsistência. Isso significa que eles cultivavam apenas os alimentos necessários para seu sustento. Assim como o cultivo agrícola, a criação de animais também era feita apenas para garantir a sobrevivência do grupo, produzindo alimento, lã ou couro.

À medida que as técnicas agrícolas se aperfeiçoaram, a produção aumentou, resultando em mais alimentos que o necessário. Esse excedente passou a ser trocado entre os diferentes grupos familiares. Desse modo, os alimentos cultivados e os animais criados podiam ser trocados por outros itens que não eram produzidos por aquele grupo.

Imagem: Fotografia. Pilão formada por prato de cerâmica arredondado com pedra lisa apoiada ao centro. Fim da imagem.

LEGENDA: Pilão utilizado para moer alimentos do Neolítico, encontrado no Níger. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Vaso de cerâmica oval com porta lateral. Fim da imagem.

LEGENDA: Pote de cerâmica utilizado para guardar grãos, do Neolítico, encontrado em Israel. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Couro de boi em corte. Fotografia. Três peixes cinzas lado a lado. Fotografia. Monte de grãos de feijão. Fotografia. Pedaço de carne crua vermelha. Fotografia. Amontoado de frutas diversas compostas por maçã, banana, uva, pera, goiaba, laranja e ameixa.  Fim da imagem.

LEGENDA: Peles de animais, peixes, carnes, grãos, como lentilha, e frutas eram alguns dos produtos utilizados há cerca de 6 mil anos. FIM DA LEGENDA.

MANUAL DO PROFESSOR

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para os conteúdos das páginas 46 e 47 podem ser trabalhadas na semana 11.

Objetivos pedagógicos do capítulo

  • Compreender a origem do comércio como desenvolvimento das trocas de produtos excedentes.
  • Identificar a necessidade de estabelecer valores equivalentes para produtos diferentes.
  • Compreender a necessidade de criar a moeda pela ampliação e diversificação das trocas comerciais.
  • Reconhecer que as trocas comerciais possibilitaram a interação entre povos e culturas.

    Orientações

    Solicite aos estudantes que realizem a leitura dos textos das páginas 46 e 47. Você pode pedir a voluntários que leiam em voz alta para toda a turma.

    Após a leitura, pergunte aos estudantes se sabem onde são obtidos os objetos que possuem e os alimentos consumidos na casa deles. Questione se eles ou seus familiares produzem seus próprios alimentos e objetos, ou se conhecem alguém que o faça, por exemplo: cultivar uma horta, costurar a própria roupa etc. Embora existam pessoas na atualidade que consigam produzir alguns de seus próprios itens de consumo, como frutas e verduras, há produtos que precisam ser comprados, como as ferramentas necessárias ao cultivo, e outros itens básicos do cotidiano, como produtos de higiene e saúde. Isso acontece porque a humanidade chegou a determinada dependência da indústria e do comércio.

    O conteúdo e as atividades propostas ao longo do capítulo 1 favorecem o aprofundamento do trabalho com o tema atual de relevância em destaque neste volume, “Migrantes e migrações, ontem e hoje”. Sugerimos, dessa forma, explorar com os estudantes questões sobre o comércio, considerando que o desenvolvimento dessa atividade criou a possibilidade de rotas de transporte de produtos, intensificando contatos entre diversos povos e as trocas culturais entre eles.

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Trocas diretas

Assim, com o aumento da produção agrícola e com o surgimento dos excedentes, os grupos começaram a fazer trocas diretas entre si. Isso significa que um grupo familiar que produzia mais cereais do que era capaz de consumir podia trocá-los, antes que estragassem, com outro grupo que tivesse muitos animais, por exemplo.

As próprias mercadorias eram usadas como moeda e nem sempre havia diferença de valor entre elas.

Boxe complementar:

Você sabia?

As trocas diretas de produtos evitavam o desperdício de alimentos. Mas você sabia que essas trocas também colaboraram para a diversidade alimentar de cada família? A maior oferta de alimentos possibilitou a melhoria das condições de vida e de alimentação dos grupos humanos. Um grupo que não plantava batatas, por exemplo, poderia conseguir batatas por meio da troca com outros grupos. Nesse processo, os grupos humanos tornaram-se cada vez mais numerosos.

Fim do complemento.

PROFESSOR Atenção professor: 1 e 2. Ver orientações específicas deste volume. Fim da observação.
  1. Explique o que é a agricultura de subsistência.
  1. Como eram feitas as primeiras trocas comerciais?

    Imagem: Ícone: Atividade em grupo. Fim da imagem.

  1. Reúna-se com alguns colegas em grupo e leiam as afirmações a seguir uns para os outros, em voz alta. Identifiquem quais são as verdadeiras e quais são as falsas.
    1. As trocas de produtos começaram apenas há 200 anos.
      PROFESSOR Resposta: Falsa.
    1. O desenvolvimento das técnicas agrícolas favoreceu a troca de produtos entre os grupos familiares.
      PROFESSOR Resposta: Verdadeira.
    1. Há 6 mil anos, as trocas comerciais eram feitas de maneira direta.
      PROFESSOR Resposta: Verdadeira.
    1. A economia de subsistência tem por objetivo a venda de grande quantidade de produtos.
      PROFESSOR Resposta: Falsa.
    1. As trocas de produtos aumentaram a diversidade da alimentação das famílias.
      PROFESSOR Resposta: Verdadeira.
      • Releiam as afirmações identificadas como falsas. Escrevam no caderno uma frase para justificar por que a afirmação é falsa. No final da atividade, compartilhem as anotações com os demais grupos e com o professor.
MANUAL DO PROFESSOR

Orientações

O início do comércio se deu a partir da troca de produtos que as pessoas produziam, mas não consumiam. Os excedentes eram trocados por outros produtos de que precisassem.

Verifique os conhecimentos dos estudantes sobre o tema do comércio e forneça exemplos do cotidiano, como os produtos que eles consomem, os locais onde são adquiridos e as formas de pagamento. Além das compras, os estudantes podem ter experiência na realização de trocas de seus pertences com os colegas: de materiais escolares, de brinquedos e de lanches. Essas trocas são comuns em brincadeiras infantis que buscam itens colecionáveis, como figurinhas.

Atividade 1. A agricultura de subsistência é um tipo de cultivo agrícola destinado a garantir a sobrevivência alimentar de um grupo, produzindo apenas aquilo que é necessário para a alimentação e o uso da própria comunidade.

Atividade 2. O excedente da produção, ou seja, aquilo que se produzia além do necessário, passou a ser trocado entre os diferentes grupos. Eles trocavam os cereais, os frutos produzidos e os animais criados por outros produtos. Essas trocas eram diretas e ampliavam a diversidade alimentar dos grupos.

Atividade 3. Esta atividade privilegia a leitura, trabalhando inferências diretas e interpretação e relação de ideias e informação. As sentenças abordam aspectos sobre as primeiras trocas comerciais.

As atividades 1, 2 e 3 mobilizam aspectos da habilidade EF04HI05: Relacionar os processos de ocupação do campo a intervenções na natureza, avaliando os resultados dessas intervenções.

Atividade complementar: As trocas do dia a dia

  • Proponha aos estudantes que pesquisem quais são as trocas realizadas diariamente pelos membros de suas famílias. Eles provavelmente relatarão as compras em supermercados e lojas, as ofertas de ajuda entre os familiares, trocas de roupas que não usam mais e a troca da jornada de trabalho pelo salário. Construa uma tabela com as informações.
  • Auxilie os estudantes a perceber como as trocas continuam a fazer parte do dia a dia das pessoas atualmente. Chame a atenção para o fato de que nem todas as trocas envolvem relações financeiras e o pagamento com dinheiro.

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Novas relações e produtos

O aumento das trocas de produtos entre grupos familiares colaborou para o surgimento de uma produção agrícola voltada para o comércio. Além disso, com o passar do tempo, ferramentas, utensílios de cerâmica e vestimentas também passaram a ser produzidos para serem trocados.

Nos grupos maiores, cada membro da família ficava responsável por uma tarefa. Assim, teve início a especialização do trabalho: enquanto alguns trabalhavam nas plantações, outros se dedicavam a produzir tecidos ou a cuidar dos animais.

Imagem: Fotografia. Vaso de argila arredondado cinza e vermelho. Ao lado, foice de pedra alaranjada. Fim da imagem.

LEGENDA: Foice de pedra polida e vaso de argila do Neolítico encontrados na Espanha. FIM DA LEGENDA.

Trocas e valores

Aos poucos, os grandes grupos passaram a estabelecer valores diferentes para cada tipo de produto, conforme o tempo necessário para produzi-lo.

Se uma atividade ou um produto necessitava de certa quantidade de tempo de trabalho, cada um deles teria um valor específico. Por exemplo: um agricultor arava, semeava e irrigava a terra e depois de alguns meses colhia o cereal. Uma artesã levava semanas para lavar, cortar e costurar o couro do animal para fazer um par de sapatos. Um caçador, por sua vez, poderia abater várias aves para consumo em um único dia, mas ainda assim ele precisava esperar a época do ano adequada para caçar.

De acordo com essa ideia de igualdade, ou equivalência, entre diferentes produtos, um caçador precisaria oferecer três aves para receber em troca um fardo de trigo, por exemplo. Quatro cestos de peixes poderiam corresponder a um par de sapatos feitos pela artesã. Mas ainda se fazia a troca direta de um produto por outro.

Imagem: Fotografia. Cesto longo e estreito com tecido trançado marrom. Fim da imagem.

LEGENDA: Cesto feito de fibra vegetal de cerca de 5 000 anos atrás encontrado em uma caverna na Espanha. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Sapato antigo de couro com capim no interior. Fim da imagem.

LEGENDA: Sapato feito de couro de vaca de cerca de 5 500 anos atrás. FIM DA LEGENDA.

MANUAL DO PROFESSOR

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para os conteúdos das páginas 48 e 49 podem ser trabalhadas na semana 12.

Orientações

Solicite aos estudantes que façam a leitura da página 48 individualmente. Em seguida, peça que conversem sobre o que entenderam do texto com o colega do lado.

Confira o entendimento dos estudantes sobre o tema através de perguntas gerais realizadas oralmente, por exemplo: o que era produzido com o objetivo da troca? O que é a especialização do trabalho?

Na sequência, questione os estudantes sobre o porquê de a população ter aumentado a partir do momento em que os grupos humanos passaram a dominar algumas técnicas de agricultura e de pecuária.

Pergunte aos estudantes se imaginam por que os produtos deixaram de ser equivalentes entre si e passaram a ter valores diferentes nas trocas. Auxilie--os a perceber que um produto é valorizado por sua escassez, sua utilidade e sua raridade, enquanto a abundância ou a pouca utilizade tornam um produto menos valorizado.

Aproveite para promover uma conversa sobre a interdependência das pessoas e a necessidade de colaboração na vida em grupo a partir das perguntas a seguir:

  • Vocês possuem tarefas em casa? Quais?
  • Quais são as tarefas desempenhadas por seus familiares?
  • Qual é a importância de exercer as tarefas que estão sob sua responsabilidade?
  • Quais podem ser as consequências se não houver empenho no desenvolvimento dessas atividades?

MP073

Boxe complementar:

Você sabia?

Por que será que, com o passar do tempo, os produtos deixaram de ser equivalentes entre si e passaram a ter valores diferentes nas trocas? De maneira geral, isso ocorre porque um produto é valorizado devido a sua escassez, utilidade e raridade, enquanto a grande quantidade ou a pouca utilidade tornam um produto menos valorizado.

Fim do complemento.

  1. Como os grupos estabeleceram os valores para os produtos que trocavam entre si?
    PROFESSOR Atenção profes sor: Ver orientações específicas deste volume. Fim da observação.

    Imagem: Ícone: Atividade para casa. Fim da imagem.

    Imagem: Ícone: Atividade oral. Fim da imagem.

  1. Há milhares de anos o valor de cada produto era estabelecido de acordo com o tempo de trabalho gasto em sua produção. Agora, que tal trazer essa reflexão para a sua realidade e das pessoas que vivem com você? Vamos lá?
    PROFESSOR Respostas pessoais.
    • Converse com seus familiares e anote as tarefas que cada um deles realiza em sua casa. Depois, leve suas anotações para a sala de aula e compartilhe com a turma.

      Imagem: Ícone: Atividade oral. Fim da imagem.

    1. Após a realização da atividade anterior, você, os colegas e o professor vão elaborar um quadro que inclua todas as informações fornecidas pela turma. Com o quadro completo, iniciem um debate conduzido pelas seguintes questões:
      PROFESSOR Respostas pessoais.
      • Há tarefas mais fáceis e mais difíceis de realizar?
      • Há prioridade entre as tarefas?
      • Elas devem ser valorizadas de maneira diferente?
      • Será que o valor de uma tarefa é mensurado pela dificuldade em realizá-la e pelo conhecimento que se deve ter para desenvolvê-la?
Imagem: Ilustração. Crianças formando um círculo sobre mesa redonda verde. Eles segurando folhas escritas. Há duas meninas: menina de cabelo cacheado castanho; menina de cabelo médio ruivo. Há três meninos: Menino de cabelo curto preto; menino de cabelo cacheado castanho; Menino de cabelo liso castanho. Fim da imagem.
MANUAL DO PROFESSOR

Atividade 4. Eles estabeleceram valores considerando o tempo de trabalho empregado na produção. Alguns produtos levavam um tempo maior para serem cultivados ou produzidos, por isso o valor atribuído a eles era maior.

A atividade 4 mobiliza aspectos da habilidade EF04HI06: Identificar as transformações ocorridas nos processos de deslocamento das pessoas e mercadorias, analisando as formas de adaptação ou marginalização.

Atividades 5 e 6. Incentive os estudantes a conversarem com seus familiares sobre as diversas tarefas domésticas. Sugerimos que a atividade 5 seja realizada em casa, possibilitando um momento de literacia familiar, de leitura oral e dialogada e interação verbal. Dessa forma, a atividade favorece a troca de ideias entre os estudantes e seus familiares, o reconto do que foi estudado e a integração dos conhecimentos construídos por eles em casa e na escola. Para consolidar os conhecimentos de literacia e de alfabetização, essa atividade trabalha a interpretação e a relação de ideias e informação.

Aproveite a reflexão em grupo e o momento de debate, proposto na atividade 6, para conversar mais com a turma sobre as primeiras trocas comerciais.

As atividades 5 e 6 mobilizam aspectos da habilidade EF04HI06: Identificar as transformações ocorridas nos processos de deslocamento das pessoas e mercadorias, analisando as formas de adaptação ou marginalização.

Atividade complementar: Jogo de tabuleiro da trajetória histórica do comércio

  • Elabore com os estudantes um tabuleiro em que, conforme os jogadores percorram as casas da trilha, eles possam atravessar épocas históricas diferentes. Os jogadores deverão realizar uma troca comercial de acordo com cada período em que eles estiverem.
  • Os estudantes podem confeccionar fichas com ilustrações de um único produto para realizar as trocas diretas, conjuntos de produtos para as trocas equivalentes, produtos utilizados como moeda e, por fim, moedas de papel.
  • Defina as regras do jogo com a turma e incentive a participação de todos.

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O surgimento da moeda

Há cerca de 6 mil anos, realizar uma troca comercial não era simples. Uma tecelã, por exemplo, teria de encontrar um agricultor que estivesse interessado em seus produtos e, ao mesmo tempo, possuísse os produtos de que ela precisava.

Para facilitar essas trocas, passou-se a usar um produto como símbolo de equivalência. Estudos indicam que grupos familiares usaram, nessa época, sementes de trigo.

Usando algo como símbolo de equivalência, a tecelã não precisaria mais oferecer, por exemplo, tecidos em troca de arroz. Ela poderia utilizar determinada quantidade de sementes de trigo, e o agricultor poderia utilizar as mesmas sementes para realizar novas trocas com outras pessoas que tivessem produtos de que ele precisasse.

Essas sementes serviam como uma espécie de moeda . Desse modo, o comércio ficou mais fácil e dinâmico e, com o passar do tempo, as trocas comerciais deixaram de ser diretas.

Imagem: Fotografia. Destaque de mão segurando punhado de grãos de semestres amarelas. Fim da imagem.

LEGENDA: Sementes de trigo foram utilizadas por muito tempo como moeda de troca por civilizações antigas. FIM DA LEGENDA.

Boxe complementar:

Você sabia?

A concha de uma espécie de caramujo marinho era usada em algumas regiões da África e da Ásia como moeda. Essas conchas eram valorizadas por seu aspecto semelhante ao da porcelana, eram pequenas e fáceis de transportar. Além disso, como em geral tinham o mesmo tamanho e peso, muitas vezes bastava pesá-las para descobrir quanto dinheiro havia em uma porção.

Imagem: Fotografia. Conchas em tons de cinza, bege e branco, todas fechadas com abertura central estreita. Fim da imagem.

LEGENDA: Na China, há 3 mil anos, as conchas naturais foram substituídas por conchas artificiais feitas de ossos, de pedra, de jade, de chumbo ou de cobre. FIM DA LEGENDA.

Fim do complemento.

MANUAL DO PROFESSOR

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para os conteúdos das páginas 50 e 51 podem ser trabalhadas na semana 13.

Orientações

Explique aos estudantes que, ao longo do processo histórico, determinados produtos, por serem mais valorizados ou raros, recebiam um valor maior nas trocas. Posteriormente, com a ampliação das relações comerciais, estabelecer valores equivalentes para produtos diferentes não era suficiente para atender à complexidade que essas trocas comerciais já apresentavam. Nesse contexto surgem as primeiras moedas, criadas para facilitar as trocas que não podiam ser realizadas entre produtos específicos. A criação das moedas possibilitou uma maior ampliação das relações comerciais, das trocas de novos produtos e da expansão territorial.

Pergunte aos estudantes se nas trocas que já realizaram com os colegas havia produtos com valores diferentes, por exemplo: uma caneta especial poderia ser trocada por duas canetas comuns. Deixe os estudantes perceberem que possuem conhecimento prévio sobre o assunto.

Pergunte aos estudantes se já utilizaram dinheiro e fizeram compras, por exemplo. Deixe que relatem suas experiências.

Chocolate como dinheiro

Os astecas usavam chocolate como dinheiro, ou, mais precisamente, usavam sementes de cacau, geralmente chamados grãos. Com essas sementes de cacau, era possível comprar frutas e legumes como milho, tomates, pimentas, abóbora e amendoins. Joias de ouro, prata, jade e turquesa. Produtos manufaturados como sandálias, roupas, capas emplumadas, armaduras acolchoadas com algodão, armas, cerâmica e cestos. [...]

Quanto a isso, o Império Asteca era praticamente como todos os outros impérios da era anterior à propagação do dinheiro. O antigo Egito, Peru, Pérsia e China, todos funcionavam como sistemas tributários em vez de sistemas de mercado. Dentro desse sistema tributário, os mercados locais desempenhavam um papel secundário na distribuição de produtos, mas o cacau tinha um papel importante naquela esfera menor de atividade. De todas as formas de dinheiro asteca, o cacau demonstrou ser o mais comumente disponível e o mais fácil de usar. [...] Quando preservados por um processo de secagem e torragem, os grãos podem durar muitos meses antes de serem moídos para fabricação de chocolate.

MP075

  1. Com o uso da moeda, o que mudou nas trocas comerciais?
    PROFESSOR Atenção professor: Ver orientações específicas deste volume. Fim da observação.
  1. Observe as imagens e relacione cada troca representada à sua descrição. Registre suas conclusões no caderno.
    PROFESSOR Atenção professor: Ver orientações específicas deste volume. Fim da observação.
Imagem: Esquema. 1: Fotografia de saco de batatas ligadas a uma cabra.  Fim da imagem.
Imagem: 2: Fotografia de sapato antigo de couro com capim no interior ligadas a pratos com peixes diversos.  Fim da imagem.
Imagem: 3: Fotografia de tecido azul ligadas a mãos com sementes de trigos. Fim da imagem.
  1. Troca de mercadorias por moedas.
  1. Troca direta entre produtos.
  1. Troca direta de produtos com valores equivalentes.

    Imagem: Ícone: Atividade em grupo. Fim da imagem.

    Imagem: Ícone: Uso de tecnologias. Fim da imagem.

  1. Reúnam-se em grupo. Façam uma pesquisa em sites confiáveis na internet para descobrir os nomes de algumas moedas que existem no mundo atualmente. Anotem as descobertas de vocês em um quadro como o do modelo abaixo. Não se esqueçam de anotar também a fonte consultada na pesquisa de vocês. Compartilhem os resultados com os colegas e o professor.
PROFESSOR Atenção professor: Oriente os estudantes a formar grupos e a realizar a pesquisa em casa ou na sala de aula. Feita a pesquisa, eles devem apresentá-la à turma. Fim da observação.

Tabela: equivalente textual a seguir

País

Nome da moeda

Fonte de onde foi retirada a informação

MANUAL DO PROFESSOR

[...] O cacau tornou-se tão importante como meio de troca que produziu sua própria indústria de falsificação. Os criminosos apanhavam as pequenas cascas dos grãos de cacau, as esvaziavam e enchiam-nas de lama. Depois fechavam a casca e misturavam os grãos falsos com verdadeiros para disfarçá-los ainda mais.

[...] Outros artigos de troca padronizados incluíam contas, conchas e sinos de cobre que eram comercializados até a região norte que atualmente é o estado do Arizona.

FONTE: WEATHERFORD, Jack. A história do dinheiro . São Paulo: Campus/Elsevier, 2005. p. 21-23.

Atividade 7. As trocas comerciais deixaram de ser diretas, de um produto por outro. Cada produto passou a ter um valor correspondente a determinada quantidade de moeda. Ao realizar essa atividade, os estudantes devem perceber as mudanças que ocorreram com a introdução da moeda nas relações de trocas comerciais.

Explique aos estudantes que, conforme as trocas comerciais ficaram mais complexas, tornou-se difícil estabelecer valores específicos entre tantos tipos de produtos diferentes.

Atividade 8. Imagem 1: troca direta entre produtos (item b); imagem 2: troca direta de produtos com valores equivalentes (item c); imagem 3: troca de mercadorias por moedas (item a).

Atividade 9. Se julgar adequado, explique aos estudantes que, apesar de as cédulas de dinheiro de outros países apresentarem números iguais às cédulas de real, há equivalências diferentes de valor entre elas. Diga que, quando se vai a outro país ou se compra um produto importado pela internet, é preciso trocar uma quantidade de real pela quantidade equivalente da outra moeda. Além de as moedas de outros países terem equivalência de valor diferente, essa diferença não é fixa e costuma variar com o passar do tempo de acordo com as questões políticas e econômicas de cada país.

As atividades 7, 8 e 9 mobilizam aspectos das habilidades EF04HI06: Identificar as transformações ocorridas nos processos de deslocamento das pessoas e mercadorias, analisando as formas de adaptação ou marginalização e EF04HI07: Identificar e descrever a importância dos caminhos terrestres, fluviais e marítimos para a dinâmica da vida comercial.

MP076

Para ler e escrever melhor

O texto a seguir apresenta a sucessão de eventos que transformaram as primeiras moedas de troca no modelo que conhecemos hoje.

Por que inventaram o dinheiro?

O dinheiro foi criado para facilitar as trocas comerciais quando estas ficaram mais complexas. A princípio, as permutas eram baseadas na quantidade de tempo de trabalho gasto para produzir a mercadoria [...].

Sabe-se que na China, mais de mil anos antes de Cristo, já se usavam conchas como moeda de troca. A partir daí, os materiais utilizados foram os mais diversos por todo o mundo, dos quais o exemplo mais conhecido é o sal [...].

[Há mais de 2 mil anos], já se tem notícias de moedas feitas em metal, como o ouro, a prata e o cobre. [...] O valor dependia da abundância ou da escassez de certo metal em cada região [...].

Centenas de anos depois, os reis e governantes começaram a cunhar seus rostos nas moedas. [...] Nessa época, cada pessoa que fosse dona de certa quantidade de metal levava esse material até uma repartição para que fosse transformado em moeda com o rosto do rei.

O ouro, metal mais precioso, acabou virando referência de valor [...]. No século 19, ainda valia o ouro, mas as notas em papel já se tornavam mais populares. [...]

Na década de 1970, os Estados Unidos aboliram a referência ao padrão-ouro [...], e o papel-moeda passou a valer por si só. Depois, foi copiado pelos outros países, que passaram a usar o dólar como referência para o valor de suas moedas. [...]

FONTE: Renata Costa. Por que inventaram o dinheiro? Nova Escola . set. 2009. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/2273/por-que-inventaram-o-dinheiro . Acesso em: 14 fev. 2021.

Imagem: Fotografia. Moeda arredondada de prata com forma de rosto em perfil de homem com cabelo curto cacheado. Fim da imagem.

LEGENDA: Moeda representando o rei Filipe II da Macedônia, século IV a.C. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Moeda em losango de bronze indicando “Anno Brasil 1645”. Fim da imagem.

LEGENDA:O florim foi a primeira moeda cunhada no Brasil, em 1645, produzida por holandeses em Pernambuco. FIM DA LEGENDA.

MANUAL DO PROFESSOR

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para os conteúdos desta seção podem ser trabalhadas na semana 14.

Objetivos pedagógicos da seção

  • Explorar a ordem cronológica de eventos relacionados à invenção do dinheiro.
  • Entender a necessidade da criação da moeda.
  • Aprimorar a interpretação de texto.
  • Ampliar o vocabulário dos estudantes.

    Orientações

    Antes da leitura, pergunte aos estudantes qual é o título do texto e quais são as informações que ele fornece.

    Em seguida, peça aos estudantes que leiam o texto individualmente uma primeira vez e que, em seguida, repitam a leitura assinalando os pontos nos quais tiveram maior dificuldade.

    Literacia e História

    As atividades de leitura contribuem para a fluência dos estudantes e para o enriquecimento do vocabulário. Quanto mais se lê, mais subsídios para escrever os estudantes adquirem. A leitura é importante não apenas pelo conhecimento de novas palavras e de sua grafia correta, mas é fundamental na ampliação dos argumentos que serão utilizados nos textos que produzirão futuramente.

    Atividade complementar: Reprodução de notas e moedas antigas

  • Realize uma pesquisa prévia sobre diferentes tipos de moedas e notas e selecione imagens de algumas delas para apresentar aos estudantes.
  • A proposta é que, depois de conhecer a evolução histórica das moedas e cédulas, a turma possa escolher algumas delas para reproduzi-las com material de desenho.
  • A reprodução poderá ser feita em grupo, e, além das réplicas das notas e moedas do passado, os estudantes podem fazer uma pesquisa sobre o local de emissão e a circulação que tiveram na época.

MP077

  1. Quando foram produzidas as primeiras moedas de metal?
  1. Segundo o texto, quais materiais já foram utilizados como moeda?

    Imagem: Ícone: Atividade em grupo. Fim da imagem.

    Imagem: Ícone: Uso de tecnologias. Fim da imagem.

  1. Reúnam-se em grupo e façam uma pesquisa sobre as diferentes moedas usadas no Brasil ao longo de sua história. Vocês podem pesquisar em livros, revistas e na internet. Elaborem uma linha do tempo que represente cada uma dessas moedas e a época aproximada em que foram utilizadas.
    PROFESSOR Atenção professor: Ver orientações específicas deste volume. Fim da observação.

Boxe complementar:

Você sabia?

Os astecas usavam chocolate como dinheiro, ou, mais precisamente, usavam sementes de cacau, geralmente chamados grãos. Com essas sementes de cacau, era possível comprar frutas e legumes como milho, tomates, pimentas, abóbora e amendoins. Joias de ouro, prata, jade e turquesa. Produtos manufaturados como sandálias, roupas, capas emplumadas, armaduras acolchoadas com algodão, armas, cerâmica e cestos. [...]

De todas as formas de dinheiro asteca, o cacau demonstrou ser o mais comumente disponível e o mais fácil de usar. [...] Quando preservados por um processo de secagem e torragem, os grãos podem durar muitos meses antes de serem moídos para fabricação de chocolate.

FONTE: Jack Weatherford. A história do dinheiro. São Paulo: Campus/Elsevier, 2005. p. 21-23.

Imagem: Fotografia. Cacau em corte com semestre espalhadas entre fruto aberto. Fim da imagem.

LEGENDA: Cacau e sementes de cacau em fotografia recente. FIM DA LEGENDA.

CRÉDITO: FREEDOMNARUK/SHUTTERSTOCK

Fim do complemento..

MANUAL DO PROFESSOR
  • A pesquisa realizada pelos estudantes deve ser registrada em um cartaz, no qual serão apresentadas informações como: nome da moeda, local de origem, data e características breves sobre o período de sua circulação e principais mercadorias que poderiam ser adquiridas quando a moeda estava em uso.
  • Depois, exponha os cartazes e convide outras turmas da escola para conhecer um pouco mais sobre a história do dinheiro.
  • Para saber mais sobre a história do dinheiro no Brasil, você pode acessar o seguinte documento: https://www.bcb.gov.br/content/acessoinformacao/museudocs/pub/Cartilha_Dinheiro_no_Brasil.pdf . Acesso em: 19 jul. 2021.

    Atividade 1. Há mais de 2000 anos.

    Atividade 2. Conchas, sal, metais (como ouro, prata e cobre) e papel-moeda.

    Para consolidar os conhecimentos de literacia e de alfabetização, essas atividades trabalham a localização de informação explícita do texto.

    As atividades 1 e 2, de localização de informações específicas no texto, e a atividade 3, de pesquisa e elaboração de uma linha do tempo, contribuem para o desenvolvimento da habilidade EF04HI06: Identificar as transformações ocorridas nos processos de deslocamento das pessoas e mercadorias, analisando as formas de adaptação ou marginalização.

    Atividade 3. Certifique-se do acesso dos estudantes a fontes de pesquisa para realizar a atividade e, caso haja necessidade, possibilite a realização da pesquisa em sala de aula com materiais de consulta disponíveis na escola.

    Explique que os objetos que usamos em nosso cotidiano muitas vezes foram criados em épocas anteriores e passaram por modificações ao longo do tempo. Volte a mencionar que foram as necessidades das pessoas que as levaram a aperfeiçoar esses produtos, em uma sucessão de eventos até chegar ao que conhecemos atualmente.

MP078

Capítulo 2. Comércio e ocupação do espaço

O comércio marca a história da humanidade. A princípio, as relações de comércio ocorriam entre grupos que viviam próximos. Com o tempo, mercadores passaram a levar seus produtos, por mar ou por terra, para regiões cada vez mais distantes.

Na região do mar Mediterrâneo, por exemplo, o comércio ocorreu de maneira intensa, envolvendo vários povos antigos, como os fenícios. As trocas comerciais também favoreciam a divulgação de outras línguas, costumes e culturas. O mapa abaixo mostra as principais rotas comerciais dos fenícios na região do mar Mediterrâneo.

Imagem: Ilustração. Barco longo verde com interior vermelho e vela central. Nos arredores há espaço entre estrutura do marco com remos. Fim da imagem.

LEGENDA: Modelo de embarcação fenícia, chamada de galé. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Mapa. Rotas comerciais fenícias. Ásia Menor indica Fenícia em Mesopotâmia representada pelas cidades: Ugarit; Arado. Biblos; Beritos (Beirute); Sidon; Tiro. Setas saem da Fenícia para litoral norte da África e Litoral Sul da Europa. Europa indica: Iberos; Sardenha; Corsega; Sicília; Malta; Creta e Chipre. África indica: Númidas. No canto superior direito há um mapa mundo destacando região informada. Ao lado, rosa dos ventos indicando noroeste, norte, nordeste, leste, sudeste, sul, sudoeste e oeste, escala de 0 a 320 km. Fim da imagem.

Fonte: Werner Hilgemann e Hermann Kinder. Atlas historique. Paris: Perrin, 1992. p. 34.

Os fenícios habitavam uma estreita faixa litorânea do Mediterrâneo, onde hoje se localizam o Líbano e parte da Síria. A região era pouco favorável à agricultura e, por isso, dedicaram-se mais ao comércio. Eles navegavam em embarcações chamadas galés, nas quais utilizavam velas e longos remos. Por meio delas, chegaram à Europa e à África, onde comercializavam seus produtos e fundaram várias colônias.

MANUAL DO PROFESSOR

Roteiro de aula

A aula prevista para o conteúdo das páginas 54 e 55 pode ser trabalhada na semana 15.

Objetivos pedagógicos do capítulo

  • Compreender o desenvolvimento das rotas comerciais como decorrência da ampliação do comércio.
  • Conhecer a importância do mar Mediterrâneo para o estabelecimento de rotas comerciais.
  • Reconhecer que as rotas comerciais possibilitaram a ocupação do espaço e a interação entre povos e culturas.

    Orientações

    Solicite aos estudantes que leiam o texto da página 54 e identifiquem as palavras-chave de cada parágrafo e o tema geral do texto. Explique que palavras-chave são aquelas que evidenciam o assunto abordado.

    Elucide alguns conceitos, como rotas comerciais, mercadores e colônias, trazendo sempre explicações que contemplem o repertório de conhecimento dos estudantes.

    Pergunte aos estudantes se eles acham que as trocas comerciais favoreceram a divulgação de línguas, costumes e culturas e qual é a importância da comunicação no comércio.

    Para compreender o desenvolvimento das rotas comerciais e a complexidade das distâncias percorridas, os estudantes precisam ter noções básicas de cartografia e clareza do que são continentes, países, oceanos e rios. Providencie um globo terrestre ou um atlas histórico mundial, para orientar espacialmente os estudantes durante o trabalho com esse tema.

    Os fenícios

    Na Antiguidade, a civilização Fenícia foi muito importante para o desenvolvimento do comércio e da tecnologia marítima. Os fenícios habitavam a região do atual Líbano e se organizavam em cidades-Estado, sendo as principais Sidon, Tiro e Biblos. Dedicavam-se ao comércio, inclusive marítimo, e, em decorrência disso, criaram uma rede de colônias comerciais, onde obtinham também matéria-prima. Entre as mercadorias mais exportadas estavam: vinho, azeite, madeira, tecidos, artesanato, perfumes e joias.

    Através das suas viagens, os fenícios divulgaram sua cultura e a de lugares que conheciam em diferentes territórios, contribuindo para a disseminação dos mais diversos saberes.

MP079

Boxe complementar:

Você sabia?

As trocas comerciais também impulsionavam as trocas culturais. Os fenícios, por exemplo, difundiram também o seu idioma e um tipo de escrita nas regiões em que faziam comércio. Tudo isso ajudava na comunicação e também facilitava a atividade comercial.

Imagem: Fotografia. Colar com pingentes circulares e quadrados coloridos. Fim da imagem.

LEGENDA: Colar fenício de pasta de vidro, peça do século 4 a.C. Os fenícios produziam tecidos, joias, perfumes e objetos em marfim, madeira e metal. FIM DA LEGENDA.

ARQUEOLÓGICO NACIONAL DA ESPANHA, MADRI

Fim do complemento.

  1. De que maneira o comércio influenciou a ocupação do espaço e as trocas culturais entre os povos?
  1. De acordo com o mapa da página anterior, qual foi a importância do mar Mediterrâneo para alguns povos antigos? Explique.

  1. Reúna-se com um colega. Observem as imagens e respondam às questões.
    PROFESSOR Atenção professor: As atividades 1, 2 e 3, desta página, abordam a importância do comércio no mar Mediterrâneo para a ocupação do espaço e as trocas culturais entre povos antigos. Ver orientações específicas deste volume. Fim da observação.
Imagem: Fotografia. Moeda de prata antiga com ilustração de dragão e guerreiros. Fim da imagem.

LEGENDA: Moedas fenícias de cerca de 3 200 anos atrás. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Moeda amarelada com ilustração de um barco. Fim da imagem.

LEGENDA: Moedas fenícias de cerca de 3 200 anos atrás. FIM DA LEGENDA.

CRÉDTO: PHOTO12/ALAMY/FOTOARENA – BIBLIOTECA NACIONAL DA FRANÇA, PARIS

  1. O que esses objetos têm em comum?
  1. É possível supor por que motivo as duas moedas têm essas características em comum?
MANUAL DO PROFESSOR

Atividade 1. A busca por novas rotas de comércio permitiu o contato de diferentes povos que viviam distantes uns dos outros, modificando a ocupação do espaço com o surgimento de novas colônias e promovendo as trocas culturais com a difusão de diferentes línguas, costumes e produtos.

Atividade 2. Por meio da navegação no mar Mediterrâneo, muitos povos antigos da África, Ásia e Europa realizaram trocas comerciais e entraram em contato com diferentes povos e culturas.

Atividade 3. a) Os dois objetos são moedas de origem fenícia, feitas de metal, utilizadas em transações comerciais. Nas duas, estão cunhados elementos do mar (embarcação, ondas e criatura marinha mitológica).

b) Sim. As duas foram feitas pelo mesmo povo e a escolha dos elementos ligados ao mar (como as galés) pode estar relacionada à importância do mar Mediterrâneo para os fenícios, já que era por meio dele que percorriam as rotas comerciais e faziam contato com outros povos.

As atividades 1, 2 e 3 mobilizam aspectos das habilidades EF04HI06: Identificar as transformações ocorridas nos processos de deslocamento das pessoas e mercadorias, analisando as formas de adaptação ou marginalização e EF04HI07: Identificar e descrever a importância dos caminhos terrestres, fluviais e marítimos para a dinâmica da vida comercial.

Atividade complementar: Encenando as aventuras de Marco Polo

  • Marco Polo foi um importante navegador veneziano que viajou para o Oriente em 1271 com seu pai e tio, ambos mercadores. Ele permaneceu por 17 anos na China, no Império Mongol de Kublai Khan. Ao retornar para Veneza em 1295, fez muitos relatos sobre a vida no Oriente.
  • Apresente aos estudantes o vídeo “As aventuras de Marco Polo” do programa O Teco Teco da TV Brasil. Disponível em: https://tvbrasil.ebc.com.br/o-teco-teco/episodio/as-aventuras-de-marco-polo . Acesso em: 19 jul. 2021.
  • Em seguida, proponha a encenação da história de Marco Polo em um teatro de fantoches. Os estudantes podem confeccionar os fantoches com material reciclado, como meias.

MP080

Rotas comerciais ao longo do tempo

Na região do mar Mediterrâneo, várias sociedades se desenvolveram com o crescimento do comércio. As rotas comerciais foram um elemento comum aos povos que viveram nessa região ao longo dos séculos, como fenícios, cartagineses, gregos, romanos, árabes e italianos (venezianos e genoveses).

Imagem: Ilustração. Homens comerciantes em pátio ao lado de um castelo. Possuem roupas coloridas com mercadoria exposta sobre o chão. Fim da imagem.

LEGENDA: Navegadores fenícios comercializando mercadorias em porto do mar Mediterrâneo. Gravura do século XIX. FIM DA LEGENDA.

Muitas dessas populações desenvolveram hábitos semelhantes, que permaneceram ao longo do tempo. Durante séculos, por exemplo, os pastores deslocaram-se no verão para regiões mais frias e montanhosas, retornando no fim da estação.

Entretanto, nem tudo permanecia igual. Diferentes povos disputavam a liderança do comércio na região, resultando em guerras e batalhas. As disputas se davam pelo controle das rotas comerciais e levavam um povo a concorrer com outro, resultando em mudanças rápidas e algumas transformações, como o domínio de portos e de pontos de comércio. O comércio era uma atividade necessária à vida das populações e, ao mesmo tempo, produziu conflitos políticos e sociais e também causou desigualdades entre as pessoas.

MANUAL DO PROFESSOR

Roteiro de aula

A aula prevista para os conteúdos das páginas 56 e 57 pode ser trabalhada na semana 15.

Orientações

Explique aos estudantes que, durante um longo período histórico, o mar Mediterrâneo foi um importante centro de trocas comerciais. Em épocas distintas, diferentes povos dominaram o comércio no mar Mediterrâneo, alguns deles conviveram no mesmo período e outros, não. Fenícios, cartagineses, gregos e romanos chegaram a conviver por um período, enquanto árabes, venezianos e genoveses conviveram em outro.

Por causa de sua localização estratégica e possibilidade de ganhos econômicos, o mar Mediterrâneo também foi palco de muitas disputas e conflitos.

Mediterrâneo: encruzilhadas de civilizações

O que é o Mediterrâneo? Mil coisas ao mesmo tempo. Não uma paisagem, mas inúmeras paisagens. Não um mar, mas uma sucessão de mares. Não uma civilização, mas civilizações sobrepostas umas às outras. Viajar pelo Mediterrâneo é encontrar o mundo romano no Líbano, a Pré-História na Sardenha, o islã turco na Iugoslávia. É mergulhar nas profundezas dos séculos, até construções megalíticas de Malta ou até as pirâmides do Egito. [...]

[...] Há milênios tudo converge em sua direção, confundindo e enriquecendo sua história: homens, animais de carga, veículos, mercadorias, navios, ideias, religiões, artes de viver.

FONTE: BRAUDEL, Fernand. O espaço e a história no Mediterrâneo . São Paulo: Martins Fontes, 1988. p. 2.

MP081

Comércio antigo em diversas partes do mundo

Além da região do Mediterrâneo, outros povos de diversas partes do mundo também realizavam o comércio percorrendo longas distâncias. É o caso do comércio da seda produzida na China, que era transportada por um longo caminho até a Europa, passando pela região do Mediterrâneo.

Rotas de comércio foram criadas, também, pelos povos indígenas da América muito antes da chegada dos europeus. A criação de rotas, as trocas comerciais e o desenvolvimento de sistemas de equivalência aconteceram ao mesmo tempo em diversos lugares.

Imagem: Ilustração. Imagem em quatro partes. 1: Homens ao lado de penas azuis, vermelhas e cocares vermelhos. 3: Homens ao redor de peles de animais, colares e anéis. 3: Homens ao redor de tecidos coloridos, colares, penas amarelas e cocares verdes. 4: Homens ao redor de tecidos estampados em tons de vermelho, preto e branco.  Fim da imagem.

LEGENDA: Gravura retratando mercadores astecas, povo que habitava a região onde hoje se localiza o México, c. 1540. Os astecas comercializavam produtos como cacau, milho, metais preciosos, peles, plumas e tecidos. FIM DA LEGENDA.

  1. Quais eram os principais motivos dos conflitos entre os povos da região do mar Mediterrâneo?
    PROFESSOR Atenção professor: Ver orientações específicas deste volume. Fim da observação.
  1. É possível dizer que as trocas comerciais se desenvolveram em diversas partes do mundo, no passado? Explique.
    PROFESSOR Resposta: As atividades comerciais se desenvolveram em diversas partes do mundo, no passado.
MANUAL DO PROFESSOR

Orientações

Leia o texto da página 57 com os estudantes e chame a atenção para a gravura de mercadores astecas. Explique a eles que a guerra era uma das atividades centrais dos astecas e, por meio dela, dominaram outras sociedades, formando um grande império.

A agricultura era a base da economia asteca, e os artesãos tinham grande prestígio. Eles confeccionavam peças em ouro e prata, cerâmica e pedras semipreciosas, além de roupas e mosaicos de plumas, muito apreciados como ornamento.

Além dos astecas, os maias, que viviam em cidades-Estados no sul do atual México, também desenvolviam importantes atividades de trocas comerciais entre as próprias cidades-Estados e entre outros povos. O principal produto comercializado era o tecido.

Atividade 4. O controle das rotas comerciais era uma das principais razões de conflito, pois diversos povos concorriam entre si, provocando guerras e batalhas.

Atividade 5. Sim. Por meio da leitura do texto e das imagens das páginas 56 e 57, os estudantes podem compreender que, ao mesmo tempo que o comércio se intensificava, por exemplo, na região do mar Mediterrâneo, outras regiões do mundo (como Ásia e América) também organizavam e desenvolviam suas trocas comerciais.

As atividades 4 e 5 mobilizam aspectos da habilidade EF04HI07: Identificar e descrever a importância dos caminhos terrestres, fluviais e marítimos para a dinâmica da vida comercial.

O comércio asteca

Tenochtitlán, atual Cidade do México, era a capital do império asteca, que foi construída como uma ilha no lago Texcoco. Segundo relatos de viajantes, a cidade contava com cerca de 250 mil habitantes. Além da estrutura de uma grande cidade com templos, escolas, espaços para a prática de esportes e lazer, Tenochtitlán destacava-se pelo seu intenso comércio, no qual mercadorias locais e de todo o império poderiam ser encontradas.

As rotas comerciais astecas eram extensas e numerosas. Os comerciantes operavam do centro do império, em Tenochtitlán e Tlatelolco, e iam em direção a outros lugares, tanto por rotas terrestres, seguindo uma complexa rede de estradas, como fluviais.

MP082

O mundo que queremos

Imagem: Ícone: Educação Financeira. Fim da imagem.

Imagem: Ícone: Formação cidadã. Fim da imagem.

Economia solidária: moeda social e bancos comunitários

Quando pensamos em bancos, imaginamos grandes empresas com agências elegantes

[...]. Mas dezenas de pequenas instituições financeiras estão mudando a relação que milhares de brasileiros têm com o próprio dinheiro. São os bancos comunitários, criados em vilas e favelas, que contam com moeda e sistema de crédito próprios e fomentam as economias locais. [...]

Uma das condições para a criação de um banco comunitário [...] é o envolvimento da comunidade. Isso porque o objetivo final não é o lucro, e sim o desenvolvimento da economia do entorno. Para tanto é criada uma moeda social, que circula apenas na comunidade. Os moradores podem pegar dois tipos de empréstimo: um para produção, como reforma de uma loja ou compra de estoque, em reais e outro para consumo, compra de alimentos e outros produtos, na moeda do banco.

[...]

Hoje, as instituições estão presentes em quilombos, comunidades de pescadores, aldeias indígenas e em favelas [...]. Todas as “agências” são geridas e fiscalizadas pela comunidade.

FONTE: Larissa Veloso. Donos do próprio dinheiro. Portal Esafaz . 29 dez. 2015. Disponível em: https://portalesafaz.sefaz.pe.gov.br/midias/meioambiente/263-dono-do-proprio-dinheiro . Acesso em: 14 fev. 2021.

Imagem: Fotografia. Salas com pessoas no interior e porta de vidro com visão par ao interior da sala. No interior há uma mulher e dois homens sentados, vestindo camiseta azul. Fim da imagem.

LEGENDA: Banco Comunitário Cidade de Deus. Município de Duque de Caxias, no estado do Rio de Janeiro, em 2013. FIM DA LEGENDA.

MANUAL DO PROFESSOR

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para os conteúdos desta seção podem ser trabalhadas na semana 16.

Objetivos pedagógicos da seção

  • Entender a importância dos bancos comunitários para o desenvolvimento local.
  • Conhecer a economia solidária e a moeda social.
  • Valorizar o trabalho coletivo no processo de desenvolvimento de toda a comunidade.

    Orientações

    É importante, antes de introduzir um novo tema, realizar a sondagem dos conhecimentos prévios dos estudantes. Essa sondagem possibilita a eles o desenvolvimento de estratégias que atribuam mais sentido às novas informações. Para isso, antes de realizar a leitura do texto, pergunte aos estudantes se eles já foram a um banco e se sabem qual é a sua função e como ele funciona. Deixe que eles relatem suas experiências com os familiares ou as brincadeiras que já realizaram, como jogos de tabuleiro que envolvem transações comerciais.

    Em seguida, realize a leitura do texto com os estudantes e esclareça eventuais dúvidas que surgirem.

    Educação em valores e temas contemporâneos

    Trabalhar com temas sobre a busca pelo bem-estar social contribui para o desenvolvimento de uma formação cidadã plena e consciente. É importante que os estudantes compreendam que é possível obter desenvolvimento econômico com atitudes que visem ao bem-estar coletivo, como aquelas praticadas pelos bancos comunitários que fomentam a economia local.

MP083

  1. De acordo com o texto, o que são bancos comunitários?
    PROFESSOR Atenção professor: Ver orientações específicas deste volume. Fim da observação.
  1. Como o banco comunitário pode ajudar a desenvolver uma comunidade?

    Imagem: Ícone: Atividade para casa. Fim da imagem.

  1. Além das moedas sociais e dos bancos comunitários, outra maneira de desenvolver a economia solidária em uma comunidade é a realização de feiras de troca. Você sabe o que são feiras de troca? Nessas feiras, que se tornaram populares a partir da década de 1980, as pessoas podem levar produtos ou serviços para trocar. Podem ser roupas, livros, acessórios novos ou seminovos, sapatos e outros objetos, e até mesmo alimentos feitos em casa. As pessoas também podem oferecer como troca a prestação de serviços, como aulas de violão, aulas de idiomas, cortes de cabelo etc.

    As feiras de troca levam em consideração os princípios da economia solidária, ou seja, valorizam a cooperação e a solidariedade no lugar do lucro e da competição. Além disso, essas feiras valorizam o trabalho e a criatividade e promovem o consumo consciente.

    • Peça ajuda aos seus familiares em casa e pesquise se, no local em que vocês vivem, existem feiras desse tipo. Depois, compartilhe as informações com os colegas em sala de aula.

      Imagem: Ícone: Atividade em grupo. Fim da imagem.

    1. Com os colegas de turma e com a orientação do professor, organizem uma feira de trocas na escola. Os participantes poderão trocar itens como pinturas, desenhos, livros, roupas, materiais escolares ou brinquedos que estejam em boas condições, ou ainda serviços, como aulas de música, de dança, de línguas, pequenos reparos etc.
Imagem: Ilustração. Crianças em frente a mesas de bancas com objetos expostos como relógios, canecas, livros, sapatos e abajures. Fim da imagem.
MANUAL DO PROFESSOR

Pergunte aos estudantes se seus familiares trabalham próximo às suas moradias ou se levam muito tempo no percurso até o trabalho. Explique que o fomento da economia local poderia aumentar a oferta de emprego no bairro, descentralizando as atividades comerciais que se concentram em certos locais da cidade. Isso, consequentemente, melhoraria a qualidade de vida dos moradores da comunidade.

Atividade 1. Bancos comunitários são aqueles criados pela própria comunidade com o objetivo de desenvolver a economia local. Isso é feito por meio de empréstimos em reais ou na moeda própria do banco, destinados à produção e ao consumo dos moradores daquela comunidade.

Atividade 2. O banco comunitário pode ser uma importante ferramenta para desenvolver a economia de uma comunidade, estimulando a produção e o consumo local. Produtos e serviços (alimentos, roupas, serviços de ensino, beleza e outros) passam a ser produzidos e consumidos no local, melhorando as condições de vida da população.

Atividade 3. Sugerimos que a atividade seja realizada em casa, propiciando um momento de literacia familiar em que estudantes e seus familiares possam trocar ideias e conhecimentos a respeito do tema estudado, em que os estudantes possam contar e explicar o que aprenderam, desenvolvendo a interação verbal e a compreensão de texto. Desta forma, a atividade favorece a integração entre os conhecimentos construídos pelos estudantes em casa e na escola.

Atividade 4. Os estudantes podem definir a data e o horário do evento e confeccionar convites para distribuir a toda a comunidade escolar. Seja o mediador do processo e ajude os estudantes com o planejamento.

Esta seção permite o desenvolvimento de aspectos da Competência Específica de História 5 da BNCC: Analisar e compreender o movimento de populações e mercadorias no tempo e no espaço e seus significados históricos, levando em conta o respeito e a solidariedade com as diferentes populações.

MP084

Capítulo 3. A expansão do comércio e das rotas

Até o século XV, o comércio marítimo entre Europa e Ásia era feito apenas pelo mar Mediterrâneo. Por ali, mercadores traziam tecidos de seda, tapeçarias, pedras preciosas, porcelanas, e especiarias que eram vendidos por toda a Europa. Esses produtos vinham da África e da região que incluía territórios que hoje correspondem ao Japão, à China, à Índia e à Indonésia, que os europeus, à época, chamavam de Índias.

O comércio das especiarias e de artigos de luxo era muito lucrativo e controlado por mercadores árabes e italianos, das cidades de Gênova e Veneza, que dominavam as rotas marítimas do mar Mediterrâneo. Muitos países, porém, queriam participar deste vantajoso comércio. Para isso, era preciso estabelecer uma nova rota marítima.

Empenhados em chegar às Índias, outros povos europeus, como os portugueses, enviaram embarcações para contornar o continente africano pelo oceano Atlântico. Depois de muitas expedições, o navegador português Bartolomeu Dias conseguiu, entre 1487 e 1488, alcançar o temido Cabo da Boa Esperança, no sul da África. Dez anos depois, Vasco da Gama, realizando o mesmo percurso, alcançou finalmente Calicute, na Índia, uma importante região que fornecia especiarias.

Imagem: Fotografia. Destaque de sementes em formatos de estrelas com pedaços de canela e cereais espalhados. Fim da imagem.

LEGENDA: Especiarias: canela, anis-estrelado, noz-moscada, cardamomo, pimenta e açafrão. FIM DA LEGENDA.

MANUAL DO PROFESSOR

Roteiro de aula

A aula prevista para os conteúdos das páginas 60 e 61 pode ser trabalhada na semana 17.

Objetivos pedagógicos do capítulo

  • Compreender como o desenvolvimento do comércio contribuiu para a expansão das fronteiras territoriais.
  • Entender a importância das especiarias para o desenvolvimento de novas rotas marítimas.
  • Relacionar os prejuízos e os desafios das grandes navegações aos lucros e às vantagens que elas proporcionaram.
  • Conhecer técnicas e instrumentos que auxiliavam os navegantes nas viagens marítimas.

    Orientações

    O tema das viagens marítimas aguça a curiosidade dos estudantes; por isso, aproveite para incentivar o gosto pela investigação, além da autonomia de pesquisa para a obtenção de informações.

    Pergunte aos estudantes quais são seus alimentos preferidos e se sabem o que acrescenta sabor a eles. Fale dos diversos condimentos e temperos que existem e das muitas funções que as especiarias tinham no passado e ainda têm atualmente.

    Se julgar adequado, proponha aos estudantes que façam desenhos para representar o comércio de especiarias no passado.

    O conteúdo e as atividades propostas ao longo do capítulo 3 favorecem o aprofundamento do trabalho com o tema atual de relevância em destaque neste volume, “Migrantes e migrações, ontem e hoje”. A expansão da atividade comercial ao longo do tempo e o desenvolvimento de rotas comerciais (terrestres e marítimas) constituem elementos que dão embasamento aos estudos sobre o deslocamento de pessoas e de mercadorias na história.

MP085

Os lucros obtidos com a viagem de Vasco da Gama foram reinvestidos em muitas outras expedições marítimas realizadas pelo governo português. Essas expedições ajudaram Portugal a se tornar o maior centro europeu do comércio de especiarias do século XVI.

  1. O que são especiarias? Para que elas são utilizadas?
    PROFESSOR Atenção professor: Ver orientações específicas deste volume. Fim da observação.
  1. Observe o mapa e responda às questões a seguir.
Imagem: Mapa. Rotas para chegar ao Oriente a partir de 1487. Rota do Cabo. Bartolomeu Dias (1487-1488): Partindo de Lisboa até Cabo da Boa Esperança. Viagem de Vasco da Gama (1497-1498): Parte de Lisboa, seguindo continente Africano até Calicute na Índia. Rotas de comércio a partir de Gênova: Parte da Republica de Gênova seguindo para leste europeu e Lisboa. Republica de Veneza: Parte da Republica de Veneza para norte da África. No canto inferior direito, rosa dos ventos indicando noroeste, norte, nordeste, leste, sudeste, sul, sudoeste e oeste, escala de 0 a 815 km. Fim da imagem.

Fontes: Georges Duby. Atlas histórico mundial. Madri: Editorial Debate, 1989. p. 64-65; Atlas histórico. São Paulo: Britannica, 1997. p. 88.

  1. Por que muitos países europeus precisavam encontrar uma nova rota marítima?
  1. Quais foram as principais mudanças de percurso entre as rotas marítimas representadas no mapa?
    PROFESSOR Atenção professor: Ao realizar a atividade 2 com os estudantes, encaminhe a análise coletiva do mapa, identificando cada uma das rotas representadas. Ver orientações específicas deste volume. Fim da observação.
MANUAL DO PROFESSOR

Simule com os estudantes a descoberta de uma rota marítima. Peça àquele que estiver sentado em uma ponta da sala que realize a transação comercial de um lápis passando-o para o colega de trás, que deverá então passá-lo para o próximo colega até chegar ao estudante da outra ponta da sala. Depois, solicite aos estudantes das duas extremidades que realizem a transação comercial diretamente entre eles. Pergunte à turma quais foram as vantagens dessa transação direta.

Após a brincadeira, explique que a descoberta da Rota do Cabo fez que as transações comerciais entre Portugal e alguns lugares do Oriente acontecessem de maneira direta, como a que os estudantes das duas extremidades da sala simularam. Desse modo, Portugal não dependia mais dos mercadores que controlavam o mar Mediterrâneo para obter especiarias.

Atividade 1. As especiarias são produtos como cravo, canela, noz-moscada, baunilha, gengibre e pimenta. Elas são utilizadas para conservar e temperar os alimentos e para fabricar remédios e perfumes.

Atividade 2. a) Porque o comércio de produtos orientais pelo mar Mediterrâneo era controlado por mercadores árabes e italianos das cidades de Gênova e Veneza.

b) Até 1487, o caminho utilizado para chegar ao Oriente atravessava o mar Mediterrâneo. Com a Rota do Cabo, passou-se a utilizar o oceano Atlântico, contornando a África para chegar ao Oriente.

Verifique se todos conseguiram compreender a grande transformação ocorrida nas transações comerciais com o alcance do Cabo da Boa Esperança.

As atividades 1 e 2 mobilizam aspectos das habilidades EF04HI06: Identificar as transformações ocorridas nos processos de deslocamento das pessoas e mercadorias, analisando as formas de adaptação ou marginalização e EF04HI07: Identificar e descrever a importância dos caminhos terrestres, fluviais e marítimos para a dinâmica da vida comercial.

MP086

Mudanças na navegação

Até o século XV, aproximadamente, alguns povos europeus tinham pouco conhecimento sobre os oceanos e acreditavam que, além dos limites conhecidos, existiam monstros marinhos que atacariam as embarcações. A maior parte das viagens marítimas era feita próximo ao litoral, e não em mar aberto. Por isso, descobrir a Rota do Cabo e navegar além dos marcos conhecidos não foi tarefa simples.

Técnicas e instrumentos

A necessidade de encontrar novos caminhos para chegar à região das Índias fez com que os europeus aperfeiçoassem os instrumentos de orientação marítima, como o astrolábio, a bússola, o quadrante e as cartas marítimas.

Imagem: Fotografia. Instrumento de ferro arredondado com ponteiro central entre duas esferas, uma maior e uma menor. Fim da imagem.

LEGENDA: O astrolábio é um instrumento que possibilita aos navegadores se orientar por meio da observação do Sol e de outras estrelas. FIM DA LEGENDA.

Os portugueses foram pioneiros e utilizavam a caravela, uma embarcação longa, feita de madeira e com velas que eram impulsionadas pelo vento. As viagens ficaram mais rápidas, mas ainda eram muito desconfortáveis. Elas duravam meses e era necessário controlar a quantidade de alimentos para que durassem todo o trajeto. Era muito difícil, por exemplo, pescar em alto-mar. Os marinheiros geralmente não tinham equipamentos para pescar em águas profundas e também não queriam desperdiçar a comida usando-a como isca. Imprevistos, como tempestades, podiam danificar as embarcações. As precárias condições de higiene provocavam doenças e mortes. E, mesmo com as melhorias, ainda existia o risco de naufrágios ou de as embarcações se perderem no mar, ou de ficarem à deriva em razão da ausência de vento (chamada de “calmaria” pelos navegantes portugueses).

Imagem: Fotografia. Bussola em forma de caixa com ilustrações no interior e direções em um círculo.  Fim da imagem.

LEGENDA: A bússola é um instrumento com uma agulha de ímã que aponta para o norte. FIM DA LEGENDA.

Boxe complementar:

Hora da leitura

• A magia das especiarias: a busca de especiarias e a expansão marítima, de Janaína Amado e Luiz Carlos Figueiredo. São Paulo: Atual, 2019.

A obra trata da história do comércio de especiarias, utilizadas desde a Antiguidade como aromatizantes, temperos e remédios, e muito valorizadas pelas populações do continente europeu.

Fim do complemento.

MANUAL DO PROFESSOR

Roteiro de aula

A aula prevista para os conteúdos das páginas 62 e 63 pode ser trabalhada na semana 17.

Orientações

Pergunte aos estudantes o que eles sabem sobre tecnologia e desenvolvimento tecnológico. Eles provavelmente citarão os computadores e celulares como exemplos. Explique que tecnologia é um conceito que significa o desenvolvimento de técnicas, procedimentos ou instrumentos criados para facilitar atividades humanas que antes eram realizadas com mais dificuldade.

Explique à turma que a necessidade de conquistar novas rotas comerciais impulsionou o desenvolvimento tecnológico de instrumentos essenciais para as grandes navegações. Essa tecnologia possibilitou aos navegadores percorrer distâncias muito superiores às alcançadas anteriormente. Esses instrumentos são a bússola, o astrolábio, as cartas marítimas ou náuticas e o quadrante, além do aprimoramento das técnicas de construção de embarcações mais leves e mais rápidas.

Leia o texto da página 62 com os estudantes e, se desejar, peça a eles que realizem uma pesquisa sobre os instrumentos citados e o funcionamento de cada um deles.

Comente que a maior parte dos alimentos levados nas embarcações eram produtos que demoravam a se deteriorar, como biscoitos, cereais e carne salgada.

As primeiras navegações

A arte de navegar mediterrânica assentava no processo conhecido como rumo e estima (ou, mais rigorosamente, era um processo de navegação estimada): o piloto seguia o rumo previamente definido com o auxílio da bússola, socorrendo-se das conhecenças para auxiliar a correção da sua rota e em simultâneo estimava a progressão do navio [...]. Os instrumentos requeridos por essa prática: os portulanos, instruções de navegações escritas, eram acompanhados de cartas-portulano, a sua expressão gráfica; a bússola foi conhecida nessa altura; e as sondas, tábuas de marés e similares completavam a panóplia dos recursos existentes – e suficientes.

FONTE: DOMINGUES, Francisco Contente. Arte e técnica nas navegações portuguesas: das primeiras viagens à armada de Cabral. In : NOVAES, Adauto (org.). A descoberta do homem e do mundo . São Paulo: Companhia das Letras, 1998. p. 209.

MP087

Boxe complementar:

Você sabia?

As caravelas eram embarcações ágeis e velozes e possuíam dois tipos de vela. As triangulares possibilitavam fazer manobras mais facilmente; as quadradas eram impulsionadas pelo vento, aumentando a velocidade da embarcação.

Imagem: Ilustração. Navio de madeira com velas içadas com cruz vermelha sobre elas. No interior do barco há sala com mesa, deposito com sacos, barris e caixas. Há homens em pontos específicos observando com lunetas. Fim da imagem.

LEGENDA: Ilustração representando caravela. FIM DA LEGENDA.

Fonte: Viagens de descobrimento: 1400-1500. Rio de Janeiro: Abril Livros, 1994. p. 18-19.

CRÉDITO: HECTOR GÓMEZ

Fim do complemento.

Imagem: Ícone: Atividade em dupla. Fim da imagem.

  1. Reúna-se com um colega, observem a imagem a seguir e respondam às questões.
Imagem: Ilustração. Barcos de madeira com velas içadas brancas. Sobre o mar há monstros marítimos próximos ao barco. Ao fundo há dois barcos. Fim da imagem.

LEGENDA: Monstros marinhos e embarcações, gravura de Jan Collaert, 1596. FIM DA LEGENDA.

  1. Como são os animais representados na imagem? Seriam eles reais ou imaginários?
    PROFESSOR Resposta: São monstros marinhos com dentes afiados e parecidos com elefantes, dinossauros e dragões.
  1. Quais dificuldades os navegadores enfrentaram para conhecer novas rotas marítimas?
    PROFESSOR Resposta: As viagens eram longas e era preciso controlar a quantidade de alimentos. Tempestades podiam danificar as embarcações, além do risco de se perder no mar ou de naufragar. As más condições de higiene causavam doenças e mortes.
  1. Para que serviam os dois tipos de vela das caravelas?
    PROFESSOR Atenção professor: Ver orientações específicas deste volume. Fim da observação.
MANUAL DO PROFESSOR

Explique que muitos seres fantasiosos foram retratados com base em conhecimentos literários e míticos dos europeus. Ao avistar animais desconhecidos, os navegadores, assustados, os associavam às imagens míticas, aumentando o mistério sobre terríveis criaturas marinhas. Alguns marinheiros podem, por exemplo, ter relatado a presença de sereias no horizonte quando, na verdade, tinham avistado golfinhos.

Atividade 3. Animais e criaturas como os que estão representados na imagem eram fruto da imaginação das pessoas da época e poderiam representar os perigos envolvidos nas viagens marítimas.

Atividade 4. As velas triangulares possibilitavam fazer manobras mais facilmente, e as velas quadradas eram impulsionadas pelo vento, aumentando a velocidade.

As atividades 3 e 4 mobilizam aspectos da habilidade EF04HI07: Identificar e descrever a importância dos caminhos terrestres, fluviais e marítimos para a dinâmica da vida comercial.

Venezianos ficam alarmados com as conquistas dos portugueses

Toda Veneza ficou surpreendida e se alarmou. Os mais sisudos diziam que era a pior notícia que podia chegar-lhes. De fato, toda a gente sabe que Veneza tinha obtido o seu prestígio e a sua riqueza unicamente graças ao seu comércio marítimo. [...] Mas agora por este novo caminho, as especiarias de Leste serão transportadas para Lisboa, onde os húngaros, os alemães, os flamengos e os franceses irão procurá-las pois serão aí menos caras.

[As] especiarias que chegam a Veneza têm de passar pela Síria e os territórios do sultão, e por toda parte devem pagar direitos tão exorbitantes que, ao chegar a Veneza, o que tinha custado um ducado deve ser vendido com oitenta ou cem ducados. [...].

FONTE: FREITAS, Gustavo de. 900 textos e documentos de história . Lisboa: Plátano Editorial, 1975. p. 105-106.

MP088

Como as pessoas faziam para...

Sobreviver às longas viagens marítimas

A rotina nos navios durante as longas viagens realizadas a partir do século XV era muito difícil. Além do longo tempo em alto-mar e do trabalho quase ininterrupto na manutenção da embarcação, a tripulação tinha de se preocupar com a alimentação e com as doenças que a vitimavam.

Imagem: Ilustração complementar das páginas 64 e 65. Navio longo de madeira com velas e corte mostrando parte de baixo com barris sacos e caixas e lugares de descanso. Acima, ilustrações destacando cenas. 1: Ilustração de homem de cabelo médio castanho, vestindo camiseta amarela e calça azul, está sentado, segurando um alimento, texto: Durante a viagem, o principal alimento consistia em uma ração diária de cerca de 400 gramas de um biscoito seco feito de farinha de trigo e centeio. 2: Ilustração de homens sentados sem calça em estrutura de madeira com abertura inferior para necessidades, texto: Para fazer suas necessidades, os marujos usavam assentos instalados na borda do barco ou em baldes. 3: Ilustração de homem de cabelo curto cacheado castanho, vestindo camiseta amarela e bermuda azul. Está mexendo líquido em um caldeirão de ferro, texto: Para prevenir incêndios, o fogão geralmente ficava no convés, onde também eram feitas as refeições. 4: Ilustração destacando barris em corte com água potável armazenada, texto: A água potável era armazenada em barricas. Depois de algumas semanas, apareciam limo e parasitas, o que causava diarreias e outras doenças nos marujos. 5: Homens de casaco azul e verde e cruz vermelha no centro, texto: Nos navios havia uma organização bastante rígida, e cada tripulante tinha uma função: havia o capitão-mor, os nobres, os especialistas em navegação, o mestre, o contramestre, o piloto, o escrivão, representantes da Igreja e centenas de marinheiros. 6: Homens sentados no centro de um galpão jogando cartas, texto: Havia poucas formas de lazer durante as longas viagens. A tripulação procurava se distrair com: jogos de cartas, leitura em voz alta, rezas, dramatização de histórias populares e de eventos religiosos. 7: Sala privada próxima ao topo do navio com homem no interior, texto: Apenas os nobres, capitães ou religiosos dormiam em camas. A maioria da tripulação dormia ao relento, na popa ou no convés dos barcos. Fim da imagem.

Fontes: Stephen Biesty; Richard Platt. Conhecer por dentro. São Paulo: Folha de S.Paulo, 1995. p. 17-20; Gago Coutinho. A náutica dos descobrimentos. Lisboa: Agência Geral do Ultramar, 1951. v. 2; Claude Farrère. Histoire de la Marine Française. Paris: Flammarion, 1956. p. 121.

Os alimentos frescos (incluindo animais vivos), embarcados no início da viagem, não duravam muitos dias. Os demais alimentos secos, como carne salgada, bacalhau salgado, frutas secas e lentilhas, eram armazenados em porões abafados e úmidos e, muitas vezes, apodreciam.

MANUAL DO PROFESSOR

Roteiro de aula

A aula prevista para os conteúdos desta seção pode ser trabalhada na semana 18.

Objetivos pedagógicos da seção

  • Conhecer os perigos e as dificuldades que os tripulantes tinham de enfrentar durante as viagens marítimas.
  • Entender por que a alimentação e a higiene eram precárias em alto-mar.
  • Compreeender como os tripulantes passavam o tempo e quais tarefas deveriam exercer.

    História das viagens marítimas há mais de 500 anos

    As viagens marítimas da época Moderna eram longas e cheias de perigo. Entretanto, sempre havia quem aceitasse participar desses trajetos, porque, apesar da certeza dos perigos, havia a esperança de lucros que garantiriam uma vida melhor do que a que era levada na Europa. Para se distraírem, os tripulantes jogavam cartas, disputavam torneios de luta e encenavam peças de teatro já conhecidas pela tripulação, e também trechos bíblicos. Instrumentos musicais podiam ser levados a bordo e sempre havia uma oportunidade para cantar e tocar. Além disso, aconteciam missas com frequência durante as viagens.

    Leia as legendas de cada uma das ilustrações numeradas. Faça uma pausa entre um item e outro, esclarecendo as dúvidas da turma. Ao final, pergunte aos estudantes quem se aventuraria em uma viagem marítima e peça que citem os pontos positivos e negativos de uma viagem de navio no século XV.

    Relato de Antonio Pigafetta sobre a primeira viagem ao redor do mundo

    Saída do estreito – Na quarta-feira, dia 28 de novembro de 1520, saímos do estreito para entrar no grande mar, ao qual em seguida chamamos de Pacífico, e onde navegamos durante três meses e vinte dias sem provar nenhum alimento fresco.

    Má alimentação no oceano Pacífico – Já não tínhamos mais nem pão para comer, mas apenas polvo impregnado de morcegos, que tinham lhe devorado toda a substância, e que tinha um fedor insuportável por estar empapado em urina de rato. A água que nos víamos forçados a tomar era igualmente pútrida e fedorenta. Para não morrer de fome, chegamos ao ponto crítico de comer pedaços de couro com que se havia coberto o mastro maior, para impedir que a madeira roçasse as cordas [. ].

MP089

  1. Como era a alimentação da tripulação?
    PROFESSOR Atenção professor: Ver orientações específicas deste volume. Fim da observação.

    Imagem: Ícone: Atividade para casa. Fim da imagem.

    Imagem: Ícone: Atividade oral. Fim da imagem.

  1. Converse com um familiar sobre o assunto estudado e investigue com ele o que mudou no cotidiano das embarcações. Procure descobrir se já é possível, por exemplo, pescar em alto-mar, quais são as condições de alimentação, higiene e lazer nas embarcações atualmente. Depois, compartilhe as informações com os colegas.
MANUAL DO PROFESSOR

Penúria extrema – Frequentemente nossa alimentação ficou reduzida à serragem de madeira como única comida, posto que até os ratos, tão repugnantes ao homem, chegaram a ser um manjar tão caro, que se pagava meio ducado por cada um.

Escorbuto – Mas isto não foi o pior. Nossa maior desdita foi nos vermos atacados por uma enfermidade pela qual as gengivas incham até o ponto de sobrepassar os dentes, tanto da mandíbula superior como da inferior. E os atacados por esta enfermidade não podiam tomar nenhum alimento. Morreram dezenove [...].

Enfermidades – Além dos mortos tivemos de vinte e cinco a trinta marinheiros enfermos [...]. Todos, porém, se curaram. [...]”

FONTE: PIGAFETTA, Antonio. A primeira viagem ao redor do mundo. Porto Alegre: L&PM, 1985. p. 81-82.

Atividade 1. Retome com os estudantes o item 1 da página 64 e explique a eles que os tripulantes se alimentavam inadequadamente, pois só podiam levar alimentos duráveis para a longa viagem. A comida era racionada, porque não havia quantidade suficiente para todos.

Atividade 2. Sugerimos que a atividade seja realizada em casa, propiciando um momento de literacia familiar em que estudantes e seus familiares possam trocar ideias e conhecimentos a respeito do tema estudado, em que os estudantes possam contar e explicar o que aprenderam, desenvolvendo a fluência em leitura, a leitura dialogada, a interação verbal e a compreensão de texto. Desta forma, a atividade favorece a integração entre os conhecimentos construídos pelos estudantes em casa e na escola. É interessante orientá-los a realizar uma pesquisa sobre o cotidiano das viagens marítimas atualmente e as técnicas de pescaria em alto-mar. Eles provavelmente vão encontrar tanto técnicas usadas por barcos pesqueiros simples como as usadas por barcos sofisticados, que se valem do auxílio de radares e câmeras. Estimule os estudantes a refletir sobre a diferença dessas tecnologias e o que elas provavelmente ocasionam no sucesso da pescaria.

As atividades 1 e 2 mobilizam aspectos da habilidade EF04HI07: Identificar e descrever a importância dos caminhos terrestres, fluviais e marítimos para a dinâmica da vida comercial.

MP090

Capítulo 4. As grandes Navegações

Até o século XIV, os europeus tinham pouco conhecimento geográfico. Eles conheciam basicamente a Europa e as proximidades do Mediterrâneo, como algumas partes da África e da Ásia. Além disso, existia o medo dos perigos imaginários em alto-mar.

Mesmo com tantos desafios, os navegantes europeus aventuraram-se em expedições pelo oceano Atlântico movidos pela busca de riquezas (especiarias e metais preciosos), pela conquista de novas colônias e pela expansão do cristianismo.

A viagem de Colombo

Em 1492, o navegador genovês Cristóvão Colombo e sua tripulação, a serviço dos reis católicos da Espanha, partiram em busca de uma nova rota para as Índias, navegando pelo oceano Atlântico em direção a Oeste. Os espanhóis desembarcaram em uma ilha da atual América Central, chamada pelos nativos de Guanaani, mas batizada pelos europeus de Ilha de San Salvador. Eles pensavam ter chegado às Índias, por isso chamaram os nativos de índios.

Imagem: Mapa. Principais expedições marítimas portuguesas e espanholas. Expedições portuguesas. Viagem de Bartolomeu Dias (1487-1488): Parte de Lisboa, seguindo para Cabo da Boa Esperança. Viagem de Vasco da Gama (1497-1498): Parte de Ceuta, seguindo para Melinde na África e encerrando em Calicute na Índia. Viagem de Pedro Álvares Cabral (1500): Parte de Ceuta, segue para Porto Seguro no Brasil, e encerra em Calicute. Expedições espanholas. Cristóvão Colombo (1492-1493): Parte de Lisboa e vai até Cuba, retornando para Lisboa. Fim da imagem.

Fontes: Atlas histórico escolar. Rio de Janeiro: FAE, 1988. p. 112-113; Atlas histórico. São Paulo: Britannica, 1997. p. 88.

MANUAL DO PROFESSOR

Roteiro de aula

A aula prevista para os conteúdos das páginas 66 e 67 pode ser trabalhada na semana 18.

Objetivos pedagógicos do capítulo

  • Conhecer as principais expedições marítimas portuguesas e espanholas e suas conquistas.
  • Conhecer os navegadores Cristóvão Colombo e Pedro Álvares Cabral e os desdobramentos de suas viagens.
  • Compreender como a busca por rotas comerciais ocasionou o encontro de culturas diferentes.
  • Refletir sobre os impactos causados pelo encontro entre representantes da cultura europeia e nativos do continente americano.

    Orientações

    Leia o texto da página 66 com os estudantes e peça que localizem no mapa os lugares que os europeus conheciam até o século XIV (a Europa e as proximidades do Mediterrâneo, como o norte da África e algumas partes da Ásia).

    Solicite aos estudantes que observem o mapa e identifiquem as rotas que eles já conhecem de Bartolomeu Dias e de Vasco da Gama. Em seguida, peça que localizem a rota de Cristóvão Colombo e pergunte por que o navegador achou que tinha chegado às Índias. Como o continente americano era desconhecido pelos europeus, eles acreditavam que podiam chegar à Ásia contornando o mundo pelos oceanos Atlântico e Pacífico.

    O conteúdo e as atividades propostas ao longo do capítulo 4 favorecem o aprofundamento do trabalho com o tema atual de relevância em destaque neste volume, “Migrantes e migrações, ontem e hoje”. Os movimentos imigratórios para a América portuguesa, bem como a organização da colonização, no século XVI, das terras que mais tarde formariam o Brasil e os conflitos e a convivência entre os europeus e os diversos povos indígenas que aqui residiam dão início a estudos mais aprofundados sobre as problemáticas envolvendo a história das migrações e dos deslocamentos de pessoas e mercadorias ao longo do tempo.

MP091

  1. Quais fatores moveram os europeus a buscar novas rotas ao Oriente navegando pelo Atlântico?
    PROFESSOR Atenção professor: Ver orientações específicas deste volume. Fim da observação.

    Imagem: Ícone: Atividade em dupla. Fim da imagem.

  1. Reúna-se com um colega, leiam o texto a seguir e, depois, respondam às questões.

    Quando a expedição de Gonçalo Velho atingiu os Açores no início dos anos 1430, ainda que a latitude ali fosse muito próxima da de Portugal, ele e seus homens imaginavam estar adentrando uma zona em que “a água do mar ferve como em uma caldeira e que os marinheiros são sugados, juntamente com os navios, por um grande precipício e jogados no inferno.” O equador só seria ultrapassado na década de 1470. [...] As precoces experiências lusas no mar os acostumaram à alteridade antes de outros navegadores europeus.

    FONTE: Jaime Rodrigues. Um mundo novo no Atlântico: marinheiros e ritos de passagem na linha do Equador, séculos XV-XX. Revista Brasileira de História , São Paulo, v. 33, n. 65, p. 240, 2013.

Imagem: Fotografia. Vista aérea de pequena ilha formada por rochas com vegetação ao redor, e lago no centro. Ao fundo ilha extensa com vegetação e casas na beira do mar. Fim da imagem.

LEGENDA: Ilha de São Miguel (ao fundo), a maior ilha do arquipélago dos Açores. Fotografia de 2019. FIM DA LEGENDA.

  1. O que o texto descreve?
    PROFESSOR Atenção professor: Esta atividade demanda uma comparação entre a fonte textual e a cartográfica para produzir a resposta. Auxilie os estudantes a perceber que o trajeto percorrido em 1430 foi muito menor do que os trajetos do final do século XV e, portanto, é possível supor que os navegadores superaram os medos. Fim da observação.
  1. Observe o mapa da página anterior e releia o texto desta página. É possível dizer que os navegadores superaram o medo? Por quê?

    Imagem: Ícone: Atividade para casa. Fim da imagem.

  1. Em casa, relembre com um familiar uma viagem marcante que tenham feito. Escreva no caderno um breve relato da viagem contando como foi o trajeto, qual foi o meio de transporte utilizado e como eram os lugares visitados. Depois, compartilhe em sala de aula essa lembrança e escute as dos colegas.
    PROFESSOR Resposta pessoal.
MANUAL DO PROFESSOR

Atividade 1. A busca de riquezas (especiarias e metais preciosos), a conquista de novas colônias e a expansão do cristianismo.

Atividade 2. a) O texto descreve os medos e as crenças de navegadores e marinheiros relacionados à navegação em mar aberto. b) Espera-se que os estudantes percebam que o texto descreve os medos dos marinheiros em 1430; já as rotas marítimas representadas no mapa foram percorridas entre os anos de 1487 e 1500. Desse modo, é possível supor que, ao longo do tempo, as viagens progrediram e o temor do mar aberto foi superado.

Atividade 3. A atividade propicia a literacia familiar, a troca de experiências, a interação verbal e a produção escrita por meio do registro dos relatos orais. Dessa forma, a atividade promove a integração dos conhecimentos construídos pelos estudantes em casa e na escola.

As atividades 1, 2 e 3 mobilizam aspectos das habilidades EF04HI06: Identificar as transformações ocorridas nos processos de deslocamento das pessoas e mercadorias, analisando as formas de adaptação ou marginalização e EF04HI07: Identificar e descrever a importância dos caminhos terrestres, fluviais e marítimos para a dinâmica da vida comercial.

Para o estudante assistir

A aventuras do pequeno Colombo , direção de Rodrigo Gava, Brasil, 2016.

A animação relata as aventuras do jovem Colombo e, apesar dos elementos de fantasia, traz informações históricas que, problematizadas em sala de aula, ampliam o conhecimento dos estudantes.

Atividade complementar: Construindo uma bússola

  • Criada pelos chineses, a bússola é uma ferramenta de navegação antiga que foi fundamental no período das grandes navegações. É composta de uma agulha magnetizada que se alinha com o campo magnético da Terra para apontar o Norte.
  • Construa uma bússola com os estudantes usando materiais simples como agulha, ímã e água. Para conhecer o passo a passo de como montar uma bússola, acesse o vídeo explicativo do canal Oficina do Estudante, disponível em: em: https://www.youtube.com/watch?v=hZPJyEWP74M . Acesso em: 19 jul. 2021.

MP092

Nova visão de mundo

A chegada dos europeus na América fez com que diferentes partes do mundo se interligassem. Alguns povos que ainda mantinham pouco ou nenhum contato entre si foram muito afetados. Produtos, pessoas e culturas passaram a circular, a partir de então, entre a Europa, a América e a África. Com a viagem de Colombo, ampliaram-se os conhecimentos de Geografia, e novos mapas tiveram de ser produzidos.

Imagem: Fotografia. Livro aberto com mapa mundo antigo com território terrestre irregular. Fim da imagem.

LEGENDA: Mapa-múndi de Henricus Martellus, 1489. FIM DA LEGENDA.

Observe os mapas desta página. O primeiro, produzido em 1489, antes da viagem de Colombo, retrata apenas a Europa, a África e a Ásia, pois o continente americano ainda era desconhecido dos europeus. Já o segundo mapa, de 1507, foi produzido alguns anos depois dos primeiros contatos dos europeus com a América. Essa é a primeira vez que o continente é representado separado da Ásia, ainda que de maneira bastante imprecisa, além de ser a primeira vez que o nome “América” aparece em um mapa.

Imagem: Ilustração. Mapa mundo com território terrestre irregular. Em duas partes e textos explicativos ao redor. Fim da imagem.

LEGENDA: Mapa-múndi de Martin Waldseemüller, 1507. FIM DA LEGENDA.

MANUAL DO PROFESSOR

Roteiro de aula

A aula prevista para os conteúdos das páginas 68 e 69 pode ser trabalhada na semana 19.

Orientações

Pergunte aos estudantes se eles já ouviram falar do termo “descobrimento da América” ou “descobrimento do Brasil” e o que entendem sobre o tema.

Depois, pergunte como é possível pensar que um local pode ter sido descoberto quando já era habitado por outros povos. Deixe-os elaborar suas hipóteses e então siga para a leitura do texto da página 68.

Explore os mapas-múndi reproduzidos na página 68 com os estudantes e peça que identifiquem semelhanças e diferenças entre eles. Mostre que no mapa de 1507 o Cabo da Boa Esperança é apresentado de maneira arredondada e o hemisfério ocidental é retratado de modo mais semelhante à forma como é conhecido hoje, demonstrando que os conhecimentos cartográficos se ampliaram nesse período das grandes navegações. Peça a eles que observem o continente americano e pergunte se ele é retratado do mesmo modo como é apresentado nos mapas atuais.

O impacto da chegada dos europeus à América

A tentação de ver o mundo recém-descoberto em termos de ilhas encantadas da fantasia medieval era esmagadora. Mas não era só o fantástico que se intrometia entre a realidade e os europeus: se o desconhecido devia ser abordado como algo mais extraordinário ou monstruoso, a abordagem tem, pois, de ser conduzida com referência aos elementos mais firmemente enraizados na herança cultural europeia. [...]

A inocência, a fertilidade e a abundância – todas elas qualidades pelas quais a Europa e a Renascença ansiavam [...] – surgiam nas descrições de Colombo e Vespúcio [...].

FONTE: ELLIOT, J. H. O Velho Mundo e o Novo : 1492-1650. Lisboa: Editora Querco, 1984. p. 30-40.

MP093

Depois que os europeus chegaram ao continente americano, em fins dos anos 1400, a América ficou conhecida como Novo Mundo, e a Europa e a Ásia, como Velho Mundo. Por muito tempo esse episódio ficou conhecido como a “Descoberta da América”, revelando uma visão eurocêntrica (maneira de olhar o mundo e a História tomando como referência a Europa) sobre o continente, pois pressupõe que a América não existia antes que os europeus a conhecessem e desconsidera os diversos povos indígenas que já viviam nesse território e desenvolviam sociedades complexas.

  1. Observe a imagem a seguir e responda às questões.
Imagem: Ilustração. Homens indígenas trazendo ouro para homens brancos de roupas finas, ao lado, homens erguendo um crucifixo. Ao fundo da praia há barcos sobre o mar.   Fim da imagem.

LEGENDA: Chegada de Colombo à América, gravura de Theodore de Bry, 1596. Nessa representação, Cristóvão Colombo segura uma lança e está à frente de dois europeus. FIM DA LEGENDA.

  1. Quais grupos estão representados na imagem?
    PROFESSOR Resposta: Europeus e indígenas americanos.
  1. O que os indígenas estão oferecendo aos espanhóis?
    PROFESSOR Resposta: Objetos feitos de metais preciosos.
  1. Em sua opinião, o que a cruz e a lança simbolizam?
    PROFESSOR Resposta: A cruz representa o poder religioso e a lança, o poder das armas.

    Imagem: Ícone: Atividade em grupo. Fim da imagem.

  1. Reúnam-se em grupos e conversem: vocês consideram que a chegada de Colombo à América representou a “descoberta do novo continente”? Registrem suas conclusões no caderno e depois compartilhem com a turma.
    PROFESSOR Atenção professor: Ver orientações específicas deste volume. Fim da observação.
MANUAL DO PROFESSOR

Atividade 4. Oriente os estudantes a analisar a gravura, tendo como parâmetro o que aprenderam com o texto da página 68 sobre o encontro entre culturas.

Atividade 5. É esperado que os estudantes compreendam que o termo “descoberta da América” revela o ponto de vista do colonizador europeu, conhecido como “olhar eurocêntrico”. Ele pressupõe que a história da América começa apenas com a chegada dos europeus e desconsidera a história das populações indígenas, que já habitavam o território há muito tempo.

Estas atividades mobilizam aspectos das habilidades EF04HI06: Identificar as transformações ocorridas nos processos de deslocamento das pessoas e mercadorias, analisando as formas de adaptação ou marginalização e EF04HI07: Identificar e descrever a importância dos caminhos terrestres, fluviais e marítimos para a dinâmica da vida comercial.

A vantagem das colônias

O objetivo destas colônias é o de praticar o comércio em melhores condições do que aquelas em que é praticado com os povos vizinhos, com os quais as vantagens são recíprocas.

Estabeleceu-se que somente a metrópole poderia comerciar com a colônia; e isto com grande razão, porque o objetivo do estabelecimento havia sido a constituição do comércio e não a fundação de uma cidade ou de um novo império [...].

A desvantagem das colônias, que perdem a liberdade de comércio, é compensada pela proteção da metrópole, que a defende com suas armas.

FONTE: MONTESQUIEU, Charles Louis de Secondat, baron de. Do espírito das leis . Rio de Janeiro: Tecnoprint, 1966. p. 83.

MP094

A viagem de Pedro Álvares Cabral

Nomeado pela Coroa portuguesa para comandar uma expedição para a Índia, Pedro Álvares Cabral recebeu ordens para tomar posse, em nome de Portugal, das terras que encontrasse no caminho.

Durante a viagem, em vez de seguir a rota para Calicute, Cabral desviou do caminho, pois, naquela época, suspeitava-se que, ao sul do continente que Colombo havia alcançado, haveria outras terras. Assim, em 22 de abril de 1500, a frota chegou ao local que, depois, seria chamado de Brasil. Cabral aportou na região da atual cidade de Santa Cruz Cabrália, no atual estado da Bahia.

Nativos e portugueses

Quando navegadores portugueses encontraram os nativos que já viviam nas terras que hoje formam o Brasil, procuraram oferecer a eles chapéus, colares e crucifixos, como faziam com outros povos que viviam em regiões da África ocidental. Em troca, receberam dos indígenas cocares, arcos e flechas. Dias depois, os tripulantes de uma das embarcações da frota voltaram a Portugal para dar notícias ao rei. Alguns homens ficaram no local, e o restante da expedição seguiu viagem para Calicute, na Índia, onde chegaram em setembro de 1500.

Imagem: Fotografia. Vista aérea de uma praia extensa com vegetação pela beira da praia e casas em sequência. Não há prédios na imagem, apenas casas baixas em terreno plano. Fim da imagem.

LEGENDA: Praia de Coroa Vermelha, município de Santa Cruz Cabrália, estado da Bahia, em 2017. Esse é o provável lugar onde a esquadra de Cabral desembarcou. FIM DA LEGENDA.

MANUAL DO PROFESSOR

Roteiro de aula

A aula prevista para os conteúdos das páginas 70 e 71 pode ser trabalhada na semana 19.

Orientações

Realize a leitura do texto da página 70 com os estudantes e peça a eles que anotem no caderno as principais informações e as novas palavras que conheceram. Retome o mapa da página 66 e peça que observem a rota de Pedro Álvares Cabral e a comparem com a rota de Cristóvão Colombo.

Depois, pergunte aos estudantes o que já sabiam acerca da chegada dos portugueses ao Brasil e quais informações novas puderam ser obtidas com esse texto.

Verifique se compreenderam que a chegada à terra que posteriormente seria chamada de Brasil se deu por meio do desenvolvimento das rotas comerciais e da busca de Portugal por riquezas e novas colônias.

Para o estudante assistir

Pindorama, Palavra Cantada, Brasil, 1998.

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=DrVJCRT0H4Q . Acesso em: 27 maio 2021.

O clipe retrata de maneira lúdica o encontro entre portugueses e indígenas que habitavam o território de Pindorama, hoje conhecido como Brasil.

Atividade 6. Ao realizar esta atividade, os estudantes devem identificar no mapa os locais citados na linha do tempo, tentando seguir a ordem cronológica apresentada. Depois, devem elaborar uma lista com a ordem cronológica correta da chegada dos portugueses aos locais destacados. Aproveite a atividade para retomar os conteúdos trabalhados no capítulo.

Atividade 7. Os portugueses encontraram os nativos e lhes ofereceram chapéus, colares e crucifixos. Em troca, receberam dos indígenas cocares, arcos e flechas.

MP095

  1. Observe, a seguir, a linha do tempo com os principais marcos das expedições portuguesas. Observe também as rotas das expedições, representadas no mapa desta página.
Imagem: Esquema. Linha do tempo. 1415: Conquista de Ceuta. 1418: Chegada à Ilha da Madeira. 1427: Chegada aos Açores. 1488: Bartolomeu Dias contorna o Cabo da Boa Esperança. 1498: Vasco da Gama chega à Índia. 22 de abril de 1500: Pedro Álvares Cabral chega ao Brasil. Fim da imagem.
Imagem: Mapa. Expedições portuguesas durante as Grandes Navegações. Setas coloridas distinguem os trajetos das viagens. Viagem de Bartolomeu Dias (1487 – 1488): Inicia-se em Ceuta, contornando o continente Africano até Cabo da Esperança. Viagem de Vasco da Gama (1497-1498): Parte de Lisboa, passando por Açores, seguindo continente Africano até Calicute na Índia. Viagem de Pedro Álvares Cabral (1500): Parte de Ceuta, passando por Madeira, seguindo para Porto Seguro no Brasil, seguindo pela África, até Calicute na Índia. No canto inferior direito, rosa dos ventos indicando noroeste, norte, nordeste, leste, sudeste, sul, sudoeste e oeste, escala de 0 a 380 km. Fim da imagem.

Fontes: Atlas histórico escolar. Rio de Janeiro: FAE, 1988. p. 112-113. Atlas histórico. São Paulo: Britannica, 1997. p. 88; John R. Hale. Idade das explorações. Rio de Janeiro: José Olympio, 1981. p. 54. Georges Duby. Atlas histórico mundial. Barcelona: Larousse, 2010. p. 123.

  1. Quais trocas aconteceram entre portugueses e indígenas no Brasil nos primeiros contatos entre eles?
    PROFESSOR Atenção professor: Ver orientações específicas deste volume. Fim da observação.
MANUAL DO PROFESSOR

As atividades 6 e 7 mobilizam aspectos das habilidades EF04HI06: Identificar as transformações ocorridas nos processos de deslocamento das pessoas e mercadorias, analisando as formas de adaptação ou marginalização e EF04HI07: Identificar e descrever a importância dos caminhos terrestres, fluviais e marítimos para a dinâmica da vida comercial.

Conclusão

Na perspectiva da avaliação formativa, esse é um momento propício para a verificação das aprendizagens. Sugerimos que você avalie o trabalho realizado ao longo do bimestre e da unidade, buscando observar se todos os objetivos pedagógicos propostos foram plenamente atingidos pelos estudantes para que você possa intervir a fim de consolidar as aprendizagens.

Dessa forma, observe a produção dos estudantes, a participação e a intervenção deles em sala de aula, individualmente, em grupo e com toda a turma, atentando-se aos seguintes pontos: se compreendem o surgimento do comércio; se conhecem a história do surgimento da moeda e compreendem sua importância no comércio; se são capazes de refletir sobre como o comércio motivou a busca por rotas comerciais e a ocupação do espaço, contribuindo para a interação de povos e culturas diferentes; e se reconhecem o desenvolvimento tecnológico gerado pela disputa por novas rotas comerciais.

A avaliação proposta a seguir será uma maneira de observar alguns aspectos do processo seguido por cada estudante e pela turma, possibilitando identificar se todas as habilidades foram desenvolvidas, seus avanços, dificuldades e potencialidades, estabelecendo permanente diálogo com eles para que continuem desenvolvendo suas aprendizagens.

MP096

  1. Os eventos dos quadros abaixo trazem informações sobre as primeiras trocas comerciais e o uso de moedas ao longo do tempo. Contudo, eles estão embaralhados. Organize-os no caderno em ordem cronológica, ou seja, na sequência temporal correta.
    • O valor de um produto, como um alimento, pôde ser determinado de acordo com o tempo necessário para sua produção.
      PROFESSOR Resposta: 2.
    • O papel-moeda passou a ser muito utilizado durante o século XIX.
      PROFESSOR Resposta: 6.
    • Há mais de 6 mil anos, as trocas eram diretas, e os produtos trocados tinham o mesmo valor.
      PROFESSOR Resposta: 1.
    • Há mais de 2 mil anos, moedas feitas de metais já eram utilizadas.
      PROFESSOR Resposta: 4.
    • Em 1645, foram cunhadas as primeiras moedas no Brasil, florins holandeses.
      PROFESSOR Resposta: 5.
    • Há mais de 3 mil anos, alguns grupos começaram a utilizar objetos como conchas para realizar trocas comerciais.
      PROFESSOR Resposta: 3.
    1. Para refletir sobre a história das trocas comerciais, faça o seguinte: imagine que alguns objetos escolares poderiam ser trocados. Você deve estabelecer um sistema de equivalência entre eles. Por exemplo, quantos lápis seriam necessários na troca por um caderno? Escolha pelo menos cinco objetos para fazer esse exercício de imaginação. Monte uma tabela com os valores estipulados para cada objeto. Depois, você deve escrever um pequeno texto para explicar os critérios usados para definir os valores.
      PROFESSOR Atenção professor: Ver orientações específicas deste volume. Fim da observação.
    1. Descubra as respostas para as adivinhas a seguir.

      O que é, o que é?

      Nome das embarcações fenícias usadas no comércio pelo Mediterrâneo.

      O que é, o que é?

      Atividade humana com base na troca de produtos.

      O que é, o que é?

      Nome do mar localizado entre o sul da Europa, o norte da África e o oeste da Ásia.

PROFESSOR Atenção professor: Ver orientações específicas deste volume. Fim da observação.
MANUAL DO PROFESSOR

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para a avaliação da seção O que você aprendeu podem ser trabalhadas na semana 20.

Orientações

Antes de orientar os estudantes a iniciar as atividades de avaliação, pergunte a eles de quais conteúdos estudados até então eles se recordam. Retome com a turma esses pontos, comentando outros que ficaram esquecidos. Pergunte quais conteúdos mais gostaram de estudar e quais atividades mais gostaram de realizar e por quê. Verifique se as habilidades trabalhadas foram desenvolvidas pelos estudantes. Caso alguns deles ainda não tenham conseguido desenvolver todas as habilidades, faça novas intervenções conforme a necessidade de cada um, de modo que todos possam atingir os objetivos de aprendizagem.

Atividade 1. É esperado que o estudante organize os eventos na seguinte ordem:

  1. Há mais de 6 mil anos, as trocas eram diretas, e os produtos trocados tinham o mesmo valor.
  2. O valor de um produto, como um alimento, pôde ser determinado de acordo com o tempo necessário para sua produção.
  3. Há mais de 3 mil anos, alguns grupos começaram a utilizar objetos como conchas para realizar trocas comerciais.
  4. Há mais de 2 mil anos, moedas feitas de metais já eram utilizadas.
  5. Em 1645, foram cunhadas as primeiras moedas no Brasil, florins holandeses.
  6. O papel-moeda passou a ser muito utilizado durante o século XIX.

    Caso o estudante encontre dificuldades em organizar os eventos na ordem cronológica, retome alguns conteúdos estudados ao longo da unidade e incentive a turma a realizar uma leitura atenta das sentenças, valorizando a interpretação de texto.

    Atividade 2. É esperado que o estudante escolha pelo menos cinco objetos utilizados em seu cotidiano escolar para fazer um exercício de imaginação. Ao montar a tabela, ele deve registrar os valores estipulados para cada objeto. Verifique se o estudante compreendeu o exercício e se ele redigiu de maneira satisfatória um pequeno texto a fim de explicar os critérios usados para definir os valores.

    As atividades 1 e 2 mobilizam aspectos das seguintes habilidades: EF04HI05: Relacionar os processos de ocupação do campo a intervenções na natureza, avaliando os resultados dessas intervenções e EF04HI06: Identificar as transformações ocorridas nos processos de deslocamento das pessoas e mercadorias, analisando as formas de adaptação ou marginalização.

MP097

  1. Identifique que tipo de comércio é representado em cada uma das imagens a seguir. Dica: é possível identificar, no conjunto de imagens, comércio virtual, comércio marítimo e comércio terrestre.
Imagem: Ilustração. 1: de um barco com longas velas, sobre o mar. Na ilustração há grandes peixes.  Fim da imagem.

LEGENDA: Caravela, gravura de Théodore de Bry, 1592.FIM DA LEGENDA.

Imagem: Ilustração. 2: de trajeto de terra com camelos com malas e homens montados em cavalos. Há homens a pé acompanhando. Abaixo, ilustração de castelos.  Fim da imagem.

LEGENDA: Detalhe da caravana de Marco Polo (mercador veneziano) a caminho de Catai, nome pelo qual era conhecida a China. Atlas Catalão, 1375.FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. 3: Destaque de uma mão segurando um cartão roxo em frente a um computador.  Fim da imagem.

LEGENDA: Pessoa comprando produtos pela internet, 2016. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Ilustração. 4: Homens e mulheres de túnicas brancas andando sobre terreno desértico. Há homens e mulheres em cavalos e burros, também há camelos carregando malas e ovelhas em rebanho seguindo-os. Fim da imagem.

LEGENDA: Detalhe de caravana na Argélia, na África, em gravura de 1903.FIM DA LEGENDA.

PROFESSOR Respostas corretas: Imagem 1: comércio marítimo; imagem 2: comércio terrestre; imagem 3: comércio virtual; imagem 4: comércio terrestre.
MANUAL DO PROFESSOR

Atividade 3. É esperado que o estudante identifique as seguintes respostas para as charadas:

Nome das embarcações fenícias usadas no comércio pelo Mediterrâneo: Galés.

Atividade humana com base na troca de produtos: comércio.

Nome do mar localizado entre o sul da Europa, o norte da África e o oeste da Ásia: mar Mediterrâneo.

A atividade 3 mobiliza aspectos das seguintes habilidades: EF04HI06: Identificar as transformações ocorridas nos processos de deslocamento das pessoas e mercadorias, analisando as formas de adaptação ou marginalização e EF04HI07: Identificar e descrever a importância dos caminhos terrestres, fluviais e marítimos para a dinâmica da vida comercial.

Atividade 4. É esperado que o estudante seja capaz de realizar a leitura e a interpretação das imagens, relacionando cada uma delas a um tipo específico de troca comercial. Caso ele não consiga identificar o que está sendo representado, em especial nas imagens 1, 2 e 4, organize uma conversa em sala de aula, retomando conteúdos vistos na unidade e fazendo uma pequena leitura de cada imagem. Esta atividade mobiliza aspectos da habilidade EF04HI07: Identificar e descrever a importância dos caminhos terrestres, fluviais e marítimos para a dinâmica da vida comercial.

Habilidades da BNCC em foco nesta seção

EF04HI05, EF04HI06 e EF04HI07.

MP098

  1. O texto a seguir foi escrito por um indígena. Ele discorre sobre os nomes dados pelos portugueses aos lugares que encontraram na América.

    Antes de os portugueses chegarem,

    cada lugar de nossa terra tinha um nome.

    Os rios já tinham nome.

    As lagoas já tinham nome.

    Mas logo os portugueses

    trocaram os nomes de tudo.

    O lugar onde eles encostaram as

    caravelas

    eles chamaram de Porto Seguro.

    O primeiro morro que eles

    enxergaram

    eles chamaram de Monte Pascoal.

    Os Tupinikim já tinham dado

    nome

    para esses lugares.

    Os portugueses mudaram o nome

    da terra.

    Mas não mudaram só o nome da

    terra.

    Os portugueses roubaram a terra também.

    FONTE: In: Eunice Dias de Paula; Luiz Gouveia de Paula; Elizabeth Amarante. História dos povos indígenas: 500 anos de luta no Brasil. Petrópolis: Vozes/Cimi, 1993. p. 89.

Imagem: Ilustração. Vista do mar com ilha em segundo plano. No centro da ilha há uma montanha com vegetação ao redor. Fim da imagem.
  1. De acordo com o texto, antes de os portugueses chegarem ao Brasil, qual povo indígena já tinha dado nome à terra, aos rios e às lagoas?
    PROFESSOR Resposta: Os Tupinikim.
  1. Qual foi o nome dado pelos portugueses ao lugar onde eles atracaram as caravelas? E ao primeiro monte que avistaram?
    PROFESSOR Resposta: Porto Seguro foi o nome dado ao local onde aportaram. E o primeiro monte que avistaram chamaram de Monte Pascoal.
  1. Faça uma reflexão sobre as possíveis intervenções no território após a ocupação pelos portugueses, considerando o acontecimento do ponto de vista indígena.
    PROFESSOR Atenção professor: Ver orientações específicas deste volume. Fim da observação.
  1. Elabore, no caderno, uma descrição para a caravela, destacando as partes que contribuíram para o desenvolvimento das embarcações importantes naquela época.
    PROFESSOR Atenção professor: Ver orientações específicas deste volume. Fim da observação.
MANUAL DO PROFESSOR

Atividade 5. Se necessário, leia o texto com os estudantes e enfatize que ele foi escrito por um indígena. Ao dar nomes aos lugares, os indígenas passavam a ideia de que a terra era deles. Os portugueses, ao mudarem os nomes, manifestavam a intenção de se apropriar daquelas mesmas terras.

c) É esperado que o estudante retome conhecimentos construídos ao longo desta unidade e elabore um pequeno texto sobre as intensas intervenções (e transformações) ocorridas no território que hoje compreende o Brasil após a chegada dos portugueses, considerando elementos como desmatamento e exploração de recursos naturais, introdução de novas formas de trabalho, tentativa de apagamento da memória indígena, entre outros.

A atividade 5 mobiliza aspectos da seguinte habilidade: EF04HI06: Identificar as transformações ocorridas nos processos de deslocamento das pessoas e mercadorias, analisando as formas de adaptação ou marginalização.

Atividade 6. O estudante pode destacar que as caravelas eram feitas de madeira e tinham dois tipos de vela, uma para realizar manobras e outra impulsionada pelo vento, o que tornou a navegação mais rápida. Esta atividade mobiliza aspectos da habilidade EF04HI07: Identificar e descrever a importância dos caminhos terrestres, fluviais e marítimos para a dinâmica da vida comercial.

Atividade complementar: O olhar do ponto de vista indígena

  • De modo geral, quando se fala do choque entre culturas dos povos americanos e europeus, é utilizado como referência, na maioria das vezes, o relato do europeu, expresso nas cartas dos viajantes e na produção historiográfica.
  • Atualmente é possível encontrar sites, livros e documentários produzidos por indígenas. É importante mostrar essas produções aos estudantes para que eles possam romper desde cedo com o paradigma do preconceito em relação a esses povos.
  • O documentário Índios no Brasil – uma outra história, da TV Escola, de 1999, traz outra visão acerca da chegada dos portugueses e do contato com povos europeus. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=ugfkoj3C7V8 e https://www.youtube.com/watch?v=vjoQNlB-JWw&t=12s . Acessos em: 23 maio 2021.

MP099

  1. Com base em seus conhecimentos, elabore uma legenda explicativa para a ilustração a seguir. Registre a legenda no caderno e lembre-se de incluir nela todas as informações históricas que você conseguir retomar.
    PROFESSOR Atenção professor: Ver orientações específicas deste volume. Fim da observação.
Imagem: Ilustração. Homens indígenas com cocares coloridos e tangas de cipó, sobre a beira de uma praia segurando arco e flecha, observando a chegada de homens brancos de roupas coloridas, saindo de barcos de madeira. Fim da imagem.
  1. A pintura a seguir representa portugueses aproximando-se das terras que seriam chamadas de Brasil.
Imagem: Ilustração. Interior de um barco a vela com pessoas no interior, apontam para terra a vista. Fim da imagem.

LEGENDA: Descobrimento do Brasil, de Aurélio de Figueiredo. 1899. Óleo sobre tela, 52,3 cm X 71,3 cm. FIM DA LEGENDA.

  1. O acontecimento representado na pintura ocorreu em que ano?
    PROFESSOR Resposta: Em 1500.
  1. O artista produziu a pintura no mesmo ano do acontecimento representado? Explique.
    PROFESSOR Resposta: Não. Ele produziu em 1899 a representação de um acontecimento ocorrido em 1500.
  1. O artista presenciou o acontecimento representado? Como ele conseguiu reconstituir a cena?
    PROFESSOR Reposta: Não. Ele provavelmente reconstituiu a cena utilizando relatos escritos à época do acontecimento e a própria imaginação.
MANUAL DO PROFESSOR
  • Apresente o vídeo aos estudantes e, depois, questione-os sobre quais eram as ideias que tinham sobre os indígenas e o que mudou após assistirem ao documentário.
  • Mostre também aos estudantes o site Índio Educa, com conteúdo digital produzido pelos povos indígenas. Nesse site há informações sobre a história indígena, atualidades, produções digitais e material de apoio ao professor. Disponível em: https://www.indioeduca.org/ . Acesso em: 23 maio 2021.
  • Após as pesquisas, peça aos estudantes que façam desenhos e pequenos relatos sobre o que aprenderam.

    Atividade 7. O estudante pode elaborar legendas como: “Chegada dos europeus à América” ou “Contato dos europeus com os indígenas americanos”.

    Caso julgue necessário, explique aos estudantes que a ilustração é inspirada em pinturas históricas e converse com eles sobre a relação da imagem com o conteúdo estudado na unidade.

    A atividade 7 mobiliza aspectos das habilidades EF04HI06: Identificar as transformações ocorridas nos processos de deslocamento das pessoas e mercadorias, analisando as formas de adaptação ou marginalização e EF04HI07: Identificar e descrever a importância dos caminhos terrestres, fluviais e marítimos para a dinâmica da vida comercial.

    Atividade 8. Incentive os estudantes a perceber que na época em que a obra foi feita, em 1899, prevalecia ainda a ideia de que o Brasil foi “descoberto” pelos portugueses. Explique que as pinturas relativas à chegada de Cabral à América foram feitas muitos anos após esse acontecimento, por artistas que não estavam presentes naquele momento e incentive os estudantes a levantar hipóteses sobre as fontes que podem ter sido utilizadas pelo artista.

    A atividade 8 mobiliza aspectos das habilidades EF04HI06: Identificar as transformações ocorridas nos processos de deslocamento das pessoas e mercadorias, analisando as formas de adaptação ou marginalização e EF04HI07: Identificar e descrever a importância dos caminhos terrestres, fluviais e marítimos para a dinâmica da vida comercial.

MP100

Comentários para o professor:

GRADE DE CORREÇÃO

Tabela: equivalente textual a seguir.

Questão

Habilidades avaliadas

Nota/conceito

1

EF04HI05: Relacionar os processos de ocupação do campo a intervenções na natureza, avaliando os resultados dessas intervenções.

EF04HI06: Identificar as transformações ocorridas nos processos de deslocamento das pessoas e mercadorias, analisando as formas de adaptação ou marginalização.

2

EF04HI05: Relacionar os processos de ocupação do campo a intervenções na natureza, avaliando os resultados dessas intervenções.

EF04HI06: Identificar as transformações ocorridas nos processos de deslocamento das pessoas e mercadorias, analisando as formas de adaptação ou marginalização.

3

EF04HI06: Identificar as transformações ocorridas nos processos de deslocamento das pessoas e mercadorias, analisando as formas de adaptação ou marginalização.

EF04HI07: Identificar e descrever a importância dos caminhos terrestres, fluviais e marítimos para a dinâmica da vida comercial.

4

EF04HI07: Identificar e descrever a importância dos caminhos terrestres, fluviais e marítimos para a dinâmica da vida comercial.

5

EF04HI06: Identificar as transformações ocorridas nos processos de deslocamento das pessoas e mercadorias, analisando as formas de adaptação ou marginalização.

6

EF04HI07: Identificar e descrever a importância dos caminhos terrestres, fluviais e marítimos para a dinâmica da vida comercial.

7

EF04HI06: Identificar as transformações ocorridas nos processos de deslocamento das pessoas e mercadorias, analisando as formas de adaptação ou marginalização.

EF04HI07: Identificar e descrever a importância dos caminhos terrestres, fluviais e marítimos para a dinâmica da vida comercial.

8

EF04HI06: Identificar as transformações ocorridas nos processos de deslocamento das pessoas e mercadorias, analisando as formas de adaptação ou marginalização.

EF04HI07: Identificar e descrever a importância dos caminhos terrestres, fluviais e marítimos para a dinâmica da vida comercial.

MP101

Sugestão de questões de autoavaliação

Questões de autoavaliação, como as sugeridas a seguir, podem ser apresentadas aos estudantes para que eles reflitam sobre seu processo de ensino e aprendizagem ao final de cada unidade. O professor pode fazer os ajustes que considerar adequados de acordo com as necessidades da sua turma.

Tabela: equivalente textual a seguir.

AUTOAVALIAÇÃO DO ESTUDANTE

MARQUE UM X EM SUA RESPOSTA

SIM

MAIS OU MENOS

NÃO

1. Presto atenção nas aulas?

2. Tiro dúvidas com o professor quando não entendo algum conteúdo?

3. Trago o material escolar necessário e cuido bem dele?

4. Sou participativo?

5. Cuido dos materiais e do espaço físico da escola?

6. Gosto de trabalhar em grupo?

7. Respeito todos os colegas de turma, professores e funcionários da escola?

8. Compreendo a origem do comércio no contexto do desenvolvimento das trocas de produtos excedentes?

9. Compreendo a história do surgimento da moeda e sua importância no comércio?

10. Reconheço que as trocas comerciais, ao longo do tempo, possibilitaram a interação entre povos e culturas?

11. Reconheço que as trocas comerciais motivaram a busca por diferentes rotas de comércio e a ocupação do espaço, ao longo do tempo?

12. Conheço a importância do mar Mediterrâneo para o estabelecimento de rotas comerciais?

13. Compreendo o papel das especiarias para o estabelecimento de rotas marítimas, especialmente entre os séculos XIV e XV?

14. Reconheço técnicas e instrumentos utilizados nas viagens marítimas dos séculos XV e XVI?

15. Conheço as principais expedições marítimas portuguesas e espanholas e suas conquistas entre os séculos XV e XVI?