Unidade 4. Migrações no Brasil

Introdução

A unidade 4, intitulada Migrações no Brasil, aborda a temática da imigração sob a perspectiva cultural. A unidade também trata das migrações internas no Brasil, especialmente ao longo do século XX e no começo do século XXI, e aborda a diversidade cultural da população brasileira.

Para apresentar aos estudantes o conceito de movimentos migratórios, bem como as mobilizações históricas no Brasil, é interessante fornecer, sempre que possível, exemplos concretos, destacando a própria história familiar e os fluxos migratórios na comunidade, na cidade e no país. Comente também que os africanos escravizados não são imigrantes, mas sim foram forçados ao deslocamento.

Em consonância com as Competências Gerais da Educação Básica 1, 3, 6 e 10 da BNCC, a unidade estimula os estudantes a exercitar a curiosidade intelectual e a valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais de diferentes povos. A unidade também incentiva os estudantes a valorizar a diversidade de indivíduos e de grupos sociais. Em consonância com as Competências Específicas de Ciências Humanas para o Ensino Fundamental 2, 5 e 7 da BNCC, a unidade busca incentivar o estudante a analisar o mundo social, cultural e digital e o meio técnico-científico-informacional com base nos conhecimentos das Ciências Humanas; a analisar e compreender o movimento de populações e mercadorias no tempo e no espaço e seus significados históricos; e a utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e iconográfica.

A proposta da unidade relaciona-se ainda com as Competências Específicas de História 1, 3, 4 e 5 da BNCC, e desse modo visa contribuir para que o estudante possa identificar interpretações que expressem visões de diferentes sujeitos, culturas e povos.

Unidades temáticas da BNCC em foco na unidade:

• Transformações e permanências nas trajetórias dos grupos humanos
• Circulação de pessoas, produtos e culturas
• As questões históricas relativas às migrações

  Objetos de conhecimento em foco na unidade:

• O passado e o presente: a noção de permanência e as lentas transformações sociais e culturais.
• A invenção do comércio e a circulação de produtos.
• O mundo da tecnologia: a integração de pessoas e as exclusões sociais e culturais.

• O surgimento da espécie humana no continente africano e sua expansão pelo mundo.
• Os processos migratórios para a formação do Brasil: os grupos indígenas, a presença portuguesa e a diáspora forçada dos africanos.
• Os processos migratórios do final do século XIX e do início do século XX no Brasil.
• As dinâmicas internas de migração no Brasil a partir dos anos 1960.

  Habilidades da BNCC em foco nesta unidade:

  EF04HI03, EF04HI06, EF04HI08, EF04HI09, EF04HI10 e EF04HI11.

  Roteiro de aula

  A aula prevista para a abertura da unidade 4 pode ser trabalhada na semana 31.

  Objetivos pedagógicos da unidade:

• Refletir sobre as diferenças entre o modo de trabalho escravo e o livre e assalariado no contexto brasileiro de fins do século XIX.
• Refletir sobre a imigração sob a perspectiva cultural, avaliando algumas manifestações presentes no Brasil, compreendendo as mudanças e as permanências em relação aos locais de origem.
• Identificar alguns movimentos de migração interna no Brasil, reconhecendo seus motivos e seus contextos.
• Reconhecer o papel dos meios de comunicação na difusão cultural brasileira, especialmente do rádio e da televisão durante o século XX.

  Orientações

  As atividades de abertura da unidade podem ser conduzidas como atividades preparatórias para o trabalho com conteúdos, competências e habilidades que serão desenvolvidos com os estudantes. Sugerimos que inicie as propostas da unidade com as seguintes atividades preparatórias:

  Converse com os estudantes sobre migração, buscando levantar seus conhecimentos prévios e opiniões sobre o assunto. É interessante, nesse primeiro momento, sensibilizá-los para as dimensões do deslocamento de pessoas, que ultrapassam o interesse geográfico e repercutem nas dinâmicas culturais e nas questões políticas.

  Prossiga com as questões propostas no boxe Vamos conversar e pergunte aos estudantes se eles costumam frequentar ou já participaram de alguma festa de imigrantes.

Roteiro de aula

A aula prevista para os conteúdos das páginas 112 e 113 pode ser trabalhada na semana 31.

Objetivos pedagógicos do capítulo

• Compreender o contexto de demanda de mão de obra livre e assalariada gerado com a crise do sistema escravista.
• Compreender a relação entre a economia cafeeira e os fluxos migratórios de trabalhadores para o Brasil, com destaque para europeus e asiáticos.
• Reconhecer as dificuldades nos deslocamentos de imigrantes para o Brasil e as condições de exploração a que eram submetidos.
• Refletir sobre o impacto das propagandas veiculadas em jornais e outros meios a fim de atrair imigrantes para trabalhar no Brasil.

  Orientações

  Explique aos estudantes que o termo imigrante, embora diga respeito ao indivíduo que deixa seu país de origem para viver em outro, raramente é empregado para se referir às pessoas que vieram ao Brasil antes de 1822. Na condição de colônia, tecnicamente, o Brasil recebia colonos, expedicionários ou então escravizados, que eram vítimas de migrações forçadas.

  Para o estudante ler

  TOLEDO, Edilene; CANO, Jefferson. Imigrantes no Brasil no século XIX . São Paulo: Atual, 2021.

  Apresenta aspectos do cotidiano, da cultura e da socialização dos imigrantes portugueses, alemães, espanhóis, italianos e outros, que vieram ao Brasil no século XIX em busca de melhores condições de vida e de trabalho.

  Outroa artistas retrataram emigrantes

  A biografia de Lasar Segall (1889-1957) é marcada pelas grandes travessias e mudanças de rumo. [...]

  Desde sua primeira viagem ao Brasil, em dezembro de 1912, ele anotou, em pequenos cadernos de desenho, as experiências que viveu a bordo dos navios. Assim, seus deslocamentos [...] cruzando o Atlântico, produziram instantâneos de viagem, retratos de diferentes tipos humanos, o cotidiano dos marinheiros, detalhes construtivos das embarcações, a experiência da imensidão do oceano em confronto com a fragilidade do destino humano. [...]

  FONTE: D’HORTA, Vera. Navio de emigrantes . Disponível em: http://www.mls.gov.br/exposicoes/mls_234/ . Acesso em: 28 maio 2021.

Orientações

Atividade 1. Conflitos, crise econômica e escassez de alimentos nos países de origem e incentivo do governo brasileiro para compor mão de obra livre e assalariada no Brasil.

Atividade 2. Na pintura, vemos trabalhadores rurais em uma lavoura de café. A maioria está colhendo café, um homem está secando os grãos e outros estão carregando um carro de boi com o produto. Apenas um casal descansa embaixo de uma árvore. Não se veem as expressões faciais das personagens, que usam roupas simples, lenço ou chapéu na cabeça e estão descalças.

As atividades 1 e 2, que abordam a inserção dos imigrantes europeus como trabalhadores nas lavouras de café do Brasil, possibilitam o desenvolvimento das habilidades EF04HI06: Identificar as transformações ocorridas nos processos de deslocamento das pessoas e mercadorias, analisando as formas de adaptação ou marginalização e EF04HI09: Identificar as motivações dos processos migratórios em diferentes tempos e espaços e avaliar o papel desempenhado pela migração nas regiões de destino.

O conteúdo e as atividades propostas ao longo do capítulo 1 favorecem o aprofundamento do trabalho com o tema de relevância em destaque neste volume, “Migrantes e migrações, ontem e hoje”. Sugerimos, desse modo, trabalhar aspectos do contexto da chegada de imigrantes de origem europeia e asiática ao Brasil e as trocas culturais possibilitadas pelos movimentos migratórios.

Atividade complementar: Consultar fichas de imigrantes

• Nos últimos 10 anos, houve o crescente trabalho de digitalização dos controles de entrada no país de imigrantes vindos de todas as partes do mundo.
• A base de dados do porto do Rio de Janeiro, por exemplo, está disponível no site http://bases.an.gov.br/rv/Menu_Externo/ (acesso em: 28 maio 2021), organizado pelo Arquivo Nacional. A pesquisa pode ser direcionada por palavras-chave.
• Na sala de informática da escola, auxilie os estudantes a navegar pelo site e a consultar informações sobre imigrantes no Brasil em diferentes épocas. As informações coletadas podem ser utilizadas na composição de uma apresentação oral ou visual.

Roteiro de aula

A aula prevista para os conteúdos das páginas 114 e 115 pode ser trabalhada na semana 31.

Orientações

Converse com os estudantes sobre os motivos que levaram os imigrantes a deixar seus países de origem e vir para o Brasil. Geralmente são questões de ordem econômica.

Comente que as pessoas que migravam eram, com pouquíssimas exceções, muito pobres; por isso, eram atraídas pelas ofertas feitas pelos fazendeiros no Brasil.

Elas vinham com seu núcleo familiar vender sua força de trabalho nas fazendas ou, se vinham sozinhas, assim que chegavam, mandavam cartas de chamada para a família.

É importante ressaltar que os imigrantes eram submetidos a uma condição de servidão por dívidas, sendo impossibilitados de voltar aos países de origem, e que não havia legislação no período que coibisse esse tipo de situação.

Um Brasil imigrante, uma Babel de línguas

Com o fim da escravidão e a consequente desorganização momentânea do sistema de mão de obra, uma série de esforços foi feita no sentido de atrair imigrantes, sobretudo europeus, para o Brasil. A experiência vinha da época do Império, mas no contexto da Primeira República seria incrementada. Contando com a concordância de países como Argentina, Cuba, México e Estados Unidos da América, o governo brasileiro teve que se esmerar para vender a ideia do “paraíso terreal”. Grandemente destinado ao campo – à formação de núcleos coloniais oficiais nos estados do Sul e em especial às fazendas de café na Região Sudeste –, esse contingente de imigrantes acabaria absorvido pela dinâmica das cidades que cresciam e ofereciam empregos e serviços.

Enganados por uma propaganda ilusória, poloneses, alemães, espanhóis, italianos, portugueses e, mais tarde (a partir dos últimos anos da década de 1910), japoneses foram tomados por uma febre imigratória. O mito da abundância dos trópicos casou-se bem com uma Europa que expelia sua população pobre e seus pequenos proprietários endividados. Por fim, o considerável aumento populacional em escala mundial, coadunado com a melhoria dos transportes, acabou por colocar à disposição grandes grupos de camponeses desempregados. Estima-se que mais de 50 milhões de europeus abandonaram seu continente de origem em busca da tão desejada “liberdade”, que vinha sob a forma de propriedade e emprego.

FONTE: SCHWARCZ, Lilia M.; STARLING, Heloísa M. Brasil : uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015. p. 323.

Leia com os estudantes o boxe Você sabia?, chamando a atenção deles para a reprodução da revista O Immigrante. Estimule-os a relacionar a proporção maior do estado de São Paulo ao público-alvo da revista, isto é, os imigrantes que chegavam para trabalhar no Brasil entre o fim do século XIX e o início do século XX. São Paulo foi o estado que mais recebeu imigrantes no período, sendo o principal estado em que se desenvolveu a economia cafeeira.

Atividade 3. a) e b) A propaganda no cartaz se dirigia aos italianos e descrevia o Brasil de modo muito atrativo, como um lugar cheio de oportunidades, com riquezas minerais e clima ideal para cultivar a terra. Ao desembarcar no Brasil, os italianos encontraram grandes fazendas de café, clima instável, com épocas de muito frio ou calor, sem infraestrutura, e foram trabalhar como agricultores, sem terras, sem ferramentas próprias e sem direitos.

Atividade 4. Sugerimos que a atividade seja realizada em casa, propiciando um momento de literacia familiar, de troca de ideias entre os estudantes e seus familiares, de leitura dialogada, de interação verbal e reconto do que foi estudado.

As atividades 3 e 4 mobilizam aspectos da habilidade EF04HI10: Analisar diferentes fluxos populacionais e suas contribuições para a formação da sociedade brasileira.

Roteiro de aula

A aula prevista para os conteúdos das páginas 116 e 117 pode ser trabalhada na semana 32.

Orientações

Diversos fatores convergiram para a abolição da escravidão no Brasil. No período, a Inglaterra passava por sua Segunda Revolução Industrial e buscava mercados consumidores para seus produtos. A continuidade da escravidão de africanos era um empecilho a suas aspirações econômicas em relação à África. Ao mesmo tempo, diversos movimentos abolicionistas lutavam pela libertação dos negros do trabalho escravo e pela efetivação de seus direitos como cidadãos. Ambas as situações se somaram à resistência secular dos escravizados.

Converse com os estudantes sobre a transição do trabalho escravo para o trabalho assalariado no Brasil, o último país a fazê-lo. Considerado um resquício colonial, o trabalho escravo era uma contradição às políticas de modernização do país e revelava o atraso da elite escravista em relação aos avanços no modo de produção capitalista em âmbito global. Cabe ressaltar que o fim da escravidão não foi acompanhado de meios de inserção econômica dos negros libertos, o que os condenou em um primeiro momento à completa marginalização social ou à permanência sob o jugo dos senhores.

Atividade complementar: Análise de fotografias

• A fotografia é considerada prematura no Brasil, tendo sido inserida no país em torno da década de 1840. Fotógrafos como Marc Ferrez e Victor Frond registraram importantes imagens sobre a produção cafeeira e a vigência do trabalho escravo no final do século XX.
• Peça aos estudantes que façam uma pesquisa sobre as fotografias de Ferrez da década de 1880, quando o trabalho escravo convivia com o assalariado dos imigrantes no Brasil.
• Proponha uma conversa sobre o que os registros visuais informam a respeito da realidade dos trabalhadores no Brasil nesse período.

Atividade 5. Explique aos estudantes que as fotografias eram muito caras na época e, por isso, as famílias tinham poucas oportunidades de fazer registros. As máquinas eram, em geral, mais pesadas de transportar e eram fixas em um lugar. Assim, as fotografias eram geralmente posadas e pouco espontâneas, como as desta atividade.

Atividade 6. Ressalte a importância do café para a sociedade brasileira no período em que Portinari produziu suas obras. A economia cafeeira afetava a organização do trabalho, os deslocamentos, a composição social e cultural do país, além de ter grandes reflexos políticos e urbanísticos. Diga aos estudantes também que, nas obras de Candido Portinari, os trabalhadores da lavoura, homens e mulheres, são retratados como figuras fortes, com grandes mãos e pés, ressaltando o enorme esforço físico realizado por eles.

Estas atividades mobilizam aspectos das habilidades EF04HI09: Identificar as motivações dos processos migratórios em diferentes tempos e espaços e avaliar o papel desempenhado pela migração nas regiões de destino e EF04HI10: Analisar diferentes fluxos populacionais e suas contribuições para a formação da sociedade brasileira.

O retrato de Marc Ferrez do Brasil entre a nostalgia e a modernidade

[...] o lugar de enunciação da mensagem fotográfica de Ferrez era o mundo dos grandes proprietários escravistas, que vivia entre a nostalgia de um passado em que a escravidão era um sistema incontestável do ponto de vista econômico e humanitário, e a perspectiva da construção de uma sociedade moderna a exemplo das nações europeias. Nesse aspecto, havia um paradoxo entre o mundo almejado, baseado na racionalidade industrial e exploração da mão de obra livre, e a realidade escravista constituída. Como solução para tal, a estética encontrada por Ferrez para o registro das fazendas do Vale associava-se tanto à tradição da fotografia de vistas quanto à de “tipos humanos”, presente na cultura visual oitocentista.

FONTE: MUAZE, Mariana de Aguiar Ferreira. Violência apaziguada: escravidão e cultivo do café nas fotografias de Marc Ferrez (1882-1885). Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 37, n. 74, 2017.

Roteiro de aula

A aula prevista para os conteúdos desta seção pode ser trabalhada na semana 32.

Objetivos pedagógicos da seção

• Discutir o estabelecimento de imigrantes em núcleos coloniais e aspectos de seu modo de vida.
• Diferenciar o modo de vida e as condições de trabalho nos núcleos coloniais e nas fazendas de café.

  Orientações

  O texto desta seção apresenta algumas características da imigração para os núcleos coloniais, espaços que tinham como objetivo a ocupação de terras no Sul do país e a produção de agricultura familiar. Auxilie os estudantes a ler o texto e a interpretá-lo, estimulando-os a diferenciar a vida dos imigrantes que viviam nos núcleos coloniais daqueles que trabalhavam nas fazendas de café do Sudeste.

  Literacia e História

  A leitura de um texto informativo, não produzido com fins didáticos, mas acadêmicos, possibilita ao estudante a apropriação de elementos próprios à essa narrativa. É preciso, no entanto, acompanhar esse trabalho de maneira a torná-lo acessível ao estudante e integrado à construção de habilidades desejáveis à faixa etária. O contato com palavras mais complexas deve ser mediado de modo a ampliar o vocabulário dos estudantes e suas noções de mundo, visando à progressão nos conhecimentos. O texto apresenta o modo de vida dos imigrantes nas colônias do Sul do Brasil. Ao estudante, cabe comparar com a vida dos imigrantes nas lavouras de café e estabelecer semelhanças e diferenças.

Nos estados do Sul, os imigrantes formaram colônias e preservaram grande parte dos costumes de seus locais de origem. Por exemplo, o município de Pomerode, no estado de Santa Catarina, foi colonizado por alemães em meados do século XIX. A maioria dos habitantes atualmente é descendente desses colonizadores e preserva a cultura alemã, mais especificamente a cultura da região da Pomerânia. Em 2010, o alemão foi instituído como segundo idioma oficial, complementar ao português.

Atividade 1. Os imigrantes que se estabeleceram no Sul tiveram acesso à terra, compraram pequenas propriedades e formaram colônias. Os imigrantes que foram para as grandes fazendas de café do Sudeste não eram donos da terra, mas trabalhadores assalariados.

Atividade 2. Os principais grupos de imigrantes que foram para a região Sul eram de alemães e italianos.

Atividade 3. A ideia de que havia uma “missão de transformar” as áreas relaciona-se às ideologias em vigor no século XIX, que valorizavam as culturas europeias em detrimento das demais. Muitos povos indígenas enfrentaram sérias dificuldades por causa disso, já que os ideais europeus que o governo procurava instituir no Brasil foram, muitas vezes, implantados com o uso da violência.

As atividades desta página favorecem a consolidação dos conhecimentos relacionados à literacia e à alfabetização por meio da localização e da retirada de informação explícita do texto e da interpretação e da relação de ideias e informação. Elas também mobilizam aspectos da habilidade EF04HI09: Identificar as motivações dos processos migratórios em diferentes tempos e espaços e avaliar o papel desempenhado pela migração nas regiões de destino.

Roteiro de aula

A aula prevista para os conteúdos das páginas 120 e 121 pode ser trabalhada na semana 33.

Objetivos pedagógicos do capítulo

• Refletir sobre a imigração no Brasil sob a perspectiva cultural.
• Compreender as manifestações culturais como expressões de identidade de um grupo e a importância de sua preservação.
• Avaliar permanências e transformações nas manifestações que compõem a cultura brasileira.
• Reconhecer elementos e práticas do cotidiano que têm origem estrangeira e sua integração no modo de vida do povo brasileiro.

  Orientações

  Retome as discussões feitas na unidade anterior sobre a formação cultural do povo brasileiro e sua natureza multiétnica. Acrescente que a matriz identitária composta na dinâmica colonial foi cada vez mais diversificada com as migrações dos séculos XIX e XX. Incentive os estudantes a refletir sobre como cada indivíduo que vem morar no Brasil traz consigo sua cultura e opera um movimento de troca com a cultura nacional: ele a influencia e é influenciado por ela. Assim, “a cultura” não é singular e está em constante mudança.

  Apresente aos estudantes o acarajé, um alimento de origem africana abordado na atividade 1. Comente que a maneira como os povos se alimentam diz respeito à fauna e à flora disponíveis em seu local de origem e ao modo de preparo transmitido culturalmente. Como o acarajé, outros elementos de origem estrangeira são incorporados e reelaborados de acordo com a realidade brasileira. Assim, eles não deixam de existir, mas também não permanecem iguais.

  Atividade 1. É esperado que, ao realizar esta atividade, os estudantes digam que o akará foi trazido ao Brasil pelos africanos, e aqui, chamado de acarajé, passou a fazer parte dos hábitos alimentares brasileiros.

  Esta atividade mobiliza aspectos das habilidades EF04HI10: Analisar diferentes fluxos populacionais e suas contribuições para a formação da sociedade brasileira e EF04HI11: Analisar, na sociedade em que vive, a existência ou não de mudanças associadas à migração (interna e internacional).

Orientações

Atividade 2. Sugerimos que a atividade seja realizada em casa, propiciando um momento de literacia familiar, de troca de ideias entre os estudantes e seus familiares, de leitura dialogada, de interação verbal e reconto do que foi estudado.

Estenda a proposta incentivando os estudantes a imaginar como é o cotidiano e o modo de vida de pessoas que vivem em outros lugares do Brasil, sob influência de outras culturas.

Pode ser interessante propor aos estudantes uma discussão sobre a diversidade de costumes, ampliando-a para a era da internet. Atualmente, mesmo que não se conviva cotidianamente com outros grupos étnicos ou que eles não influenciem a cultura local, o contato com suas tradições e costumes é facilitado pelas redes sociais e outras ferramentas. Pergunte aos estudantes se eles conhecem gêneros musicais, filmes e séries de outros países ou outros exemplos de artigos culturais disseminados pelas redes.

A atividade 2 mobiliza aspectos das habilidades EF04HI03: Identificar as transformações ocorridas na cidade ao longo do tempo e discutir suas interferências nos modos de vida de seus habitantes, tomando como ponto de partida o presente e EF04HI10: Analisar diferentes fluxos populacionais e suas contribuições para a formação da sociedade brasileira.

O conteúdo e as atividades propostas ao longo do capítulo 2 favorecem o aprofundamento do trabalho com o tema atual de relevância em destaque neste volume, “Migrantes e migrações, ontem e hoje”. Sugerimos, desse modo, trabalhar aspectos das trocas culturais possibilitadas pelos movimentos migratórios, ontem e hoje.

Roteiro de aula

A aula prevista para os conteúdos das páginas 122 e 123 pode ser trabalhada na semana 33.

Orientações

A abordagem sobre as mudanças e a preservação da cultura visa chamar a atenção dos estudantes para as manifestações que os cercam, fazendo-os refletir sobre sua historicidade, considerando as permanências e as rupturas que as marcam ao longo do tempo histórico até hoje.

Converse com os estudantes sobre a importância da preservação de manifestações culturais, como as festas, a culinária e a língua, com o intuito de manter relações com o local e o povo de origem e valorizar a própria identidade. Explique que, muitas vezes, os imigrantes consolidam práticas linguísticas e culturais que, diante da dinâmica da vida cotidiana, já estão em desuso no local de origem. Assim, suas práticas têm relação direta com a memória, mas tendem a se afastar do modo como são realizadas no local de origem no presente.

Chame a atenção dos estudantes para a relação entre a tradição e o tempo histórico: a preponderância da indústria com formas mais práticas e rápidas de fazer produtos, por exemplo, tende a reduzir a atividade artesanal, condenando-a à obsolescência e ao esquecimento. O afrouxamento das relações entre as novas gerações com as tradições culturais do passado também pode causar descontinuidades.

Atividade complementar: Pesquisa sobre o histórico de uma manifestação cultural

• Sugira aos estudantes que formem grupos e escolham uma manifestação cultural comum ao lugar em que vivem, como as festas populares, as músicas tradicionais ou as roupas típicas.
• Eles deverão fazer uma pesquisa sobre a origem dessa manifestação e como ela foi transformada ao longo do tempo, tendo se tornado da maneira como a conhecem hoje. Para isso, eles deverão considerar as diferentes apropriações que os grupos sociais atribuíram a ela e o quanto ela permaneceu fiel ou não ao que era originalmente.
• Organize a apresentação dos resultados das pesquisas. Se necessário, peça que elaborem esquemas de imagens e texto em uma cartolina para deixar o conteúdo mais visual.

Converse com os estudantes sobre o status de fonte dado pelo historiador à carta de um imigrante reproduzida na atividade 3. Estimule-os a pensar sobre o que é possível saber a respeito daquele contexto histórico a partir do relato, provocando um questionamento dos instrumentos de elaboração historiográfica e estimulando o pensamento crítico.

Nesse momento, é importante que os estudantes notem que o relato em primeira pessoa dá voz às pessoas comuns sobre os acontecimentos históricos. Mesmo que sejam dotados de parcialidade, esses relatos informam a respeito do que um sujeito pensa de determinado assunto.

Atividade 3. a) Informa que, mesmo no inverno, no local em que ele está, faz calor (é possível andar descalço). Diz que recebeu pés de café, mas que ainda não sabe quanto ganhará de dinheiro por seu trabalho. Ele também relata que lhe foi dito que quem for “fiel ao senhor” que emprega os colonos conseguirá pagar suas dívidas. Além disso, indica que há uma igreja e uma escola em construção.

A atividade 3 mobiliza aspectos das habilidades EF04HI09: Identificar as motivações dos processos migratórios em diferentes tempos e espaços e avaliar o papel desempenhado pela migração nas regiões de destino e EF04HI10: Analisar diferentes fluxos populacionais e suas contribuições para a formação da sociedade brasileira.

Roteiro de aula

A aula prevista para os conteúdos desta seção pode ser trabalhada na semana 33.

Objetivos pedagógicos da seção

• Identificar as motivações de deslocamento de migrantes e refugiados no mundo hoje e avaliar suas consequências.
• Reconhecer os migrantes como sujeitos de direitos.
• Elaborar medidas que tenham como objetivo garantir uma vida digna a migrantes e refugiados.

  Orientações

  Inicie a abordagem do assunto da seção fazendo um levantamento dos conhecimentos prévios dos estudantes. Pergunte a eles se já ouviram falar ou assistiram na televisão a notícias sobre os deslocamentos em massa que têm ocorrido ao longo dos últimos anos. É possível que contribuam com alguns relatos e opiniões que devem ser considerados ao longo da proposta didático-pedagógica.

  Entre os diversos motivos que fazem que muitas famílias deixem seus países, está, principalmente, a fuga de guerras e desastres climáticos. É importante ressaltar, com isso, que a condição de refugiado não é uma escolha e pode afetar a qualquer um.

  Essa reflexão permite desenvolver sentimentos de compaixão e solidariedade.

  Atividade 1. Mulheres e homens têm deixado seus lares em busca de dignidade, segurança, paz, trabalho e educação. Muitos estão fugindo de perseguições, guerras, pobreza extrema e degradação do meio ambiente (como desastres naturais).

  Atividade 2. A migração voluntária é positiva, feita por desejo da pessoa ou da família que migra, realizada com segurança no deslocamento e no arranjo da vida em um novo local. Já a migração não voluntária se refere ao deslocamento inseguro de populações, que, em condições extremas, se veem forçadas a viajar em situações perigosas que colocam a própria vida em risco.

Atividade 3. Incentive a pesquisa. Aproveite o momento para conversar com os estudantes sobre a necessidade de fornecer, às pessoas refugiadas, condições mínimas para a saída do país e a integração em um novo lugar.

Atividade 4. a) Segundo dados da ACNUR, os principais países de origem de refugiados, em 2020, eram os seguintes: Síria, Venezuela, Afeganistão, Sudão do Sul e Mianmar.

b) Resposta pessoal. Auxilie os estudantes a pensar em políticas de inclusão e acesso a moradia, trabalho, educação, saúde e justiça, além do combate à discriminação.

As atividades desta seção mobilizam aspectos das habilidades EF04HI03: Identificar as transformações ocorridas na cidade ao longo do tempo e discutir suas interferências nos modos de vida de seus habitantes, tomando como ponto de partida o presente, EF04HI09: Identificar as motivações dos processos migratórios em diferentes tempos e espaços e avaliar o papel desempenhado pela migração nas regiões de destino e EF04HI11: Analisar, na sociedade em que vive, a existência ou não de mudanças associadas à migração (interna e internacional).

Educação em valores e temas contemporâneos

É importante sensibilizar os estudantes para o fato de que uma das características fundamentais dos seres humanos é que eles se deslocam pelo mundo. A necessidade de um lugar seguro e saudável para viver e construir o futuro é comum a toda a humanidade.

Como aponta a Unesco, a migração é motivada pelo desejo de dignidade, segurança e paz. Assim, diante dessa condição, os estudantes poderão desenvolver o acolhimento e a empatia e condenar manifestações e práticas preconceituosas.

Você acha que o Brasil deveria receber refugiados de outros países?

Resposta da Laura, de 10 anos, à Folha de S.Paulo sobre o assunto.

Sim, porque quando uma pessoa está refugiada a gente tem que ajudar ela a se encaixar no nosso país e recebê-la de braços abertos, sem nenhuma crítica, sem nenhum preconceito. Porque a pessoa que está refugiada está sem condições de viver no seu país e vem, por exemplo, pro Brasil porque acha que o Brasil vai estar melhor. Então tem que estar melhor mesmo, e não ficar pior que o país dela.

FONTE: “Rejeitar refugiados é abolir uma vida diferente da sua”, diz Laura, 10 anos . Folha de S.Paulo , São Paulo, 12 out. 2017. Disponível em: http://temas.folha.uol.com.br/crianca-do-dia/mundo/rejeitar-refugiados-e-abolir-uma-vida-diferente-da-sua-diz-laura-10-anos.shtml . Acesso em: 28 maio 2021.

Roteiro de aula

A aula prevista para os conteúdos das páginas 126 e 127 pode ser trabalhada na semana 34.

Objetivos pedagógicos do capítulo

• Identificar alguns movimentos de migração interna no Brasil, reconhecendo seus motivos e seus contextos.
• Compreender o efeito da seca sobre a população sertaneja e sua relação com a presença nordestina em estados do Sul e do Sudeste.
• Refletir sobre as manifestações culturais regionais do povo brasileiro e sua preservação como identidade em contextos migratórios.
• Considerar a contribuição econômica e cultural dos migrantes nordestinos nos lugares em que se estabeleceram.

  Orientações

  Converse com os estudantes sobre a seca que atinge o sertão nordestino e provoca a saída de famílias para os grandes centros urbanos. Comente que o clima semiárido dessa região fica muito severo de tempos em tempos, o que atinge a produção agrícola e seca as fontes de água que os sertanejos usam para sobreviver, tornando a permanência nesses lugares praticamente inviável.

  Entre os séculos XIX e XX, o centro econômico do país se deslocou do Nordeste para o Sudeste brasileiro, onde a lavoura cafeeira pautou as exportações e a vida econômica do país, possibilitando a acumulação de capital para o início da industrialização. A busca por oportunidades de trabalho levou os migrantes nordestinos a se deslocar para cidades como Rio de Janeiro e São Paulo.

  Atividade complementar: Programa de rádio

• Sugira aos estudantes a elaboração de um programa de notícias sobre as migrações internas no Brasil. Eles deverão criar um roteiro e depois gravar um áudio informando os ouvintes sobre, por exemplo, os nordestinos que buscaram oportunidades de trabalho na construção de Brasília. Auxilie-os na linguagem e no formato da narrativa jornalística.
• Se necessário, apresente aos estudantes alguns exemplos de programas de notícias de emissoras de rádio.

Explique aos estudantes sobre a construção de Brasília, a nova capital do Brasil no Centro-Oeste do país. O projeto implementado ao longo do governo de Juscelino Kubitschek visava ocupar o centro do Brasil, uma região até então não urbanizada, construindo uma cidade planejada. A construção civil mobilizou expressivo contingente de trabalhadores para a região, que fornecia estrutura precária para recebê-los.

Comente que os trabalhadores de Brasília, geralmente migrantes do Nordeste, eram chamados de candangos. Eles foram importantes por constituir a principal mão de obra responsável por construir a nova capital. O termo candango pode se referir a algo negativo, pouco valorizado, mas foi ressignificado no contexto da construção da capital com a exaltação do trabalho dos migrantes.

Atividade 1. a) e b) estados da região Centro-Oeste e da região Norte foram os que receberam mais habitantes novos. Espera-se que os estudantes relacionem as migrações para essas regiões com as possibilidades de trabalho.

Esta atividade mobiliza aspectos da habilidade EF04HI09: Identificar as motivações dos processos migratórios em diferentes tempos e espaços e avaliar o papel desempenhado pela migração nas regiões de destino.

O conteúdo e as atividades propostas ao longo do capítulo 3 favorecem o aprofundamento do trabalho com o tema atual de relevância em destaque neste volume, “Migrantes e migrações, ontem e hoje”. É possível abordar questões migratórias no mundo de hoje, partindo de aspectos dos movimentos migratórios no Brasil da atualidade.

Roteiro de aula

A aula prevista para os conteúdos das páginas 128 e 129 pode ser trabalhada na semana 34.

Orientações

Converse com os estudantes sobre a importância dos migrantes nordestinos na formação cultural e social do Sudeste. Fale sobre como eles tiveram participação decisiva na construção de grandes centros urbanos, como São Paulo. Diga à turma que é possível encontrar manifestações da cultura nordestina no Sudeste, graças à grande quantidade de nordestinos e suas famílias que vivem nessa região e contribuem a ela culturalmente. Se considerar válido, estenda a discussão para a importância de combater o preconceito e as ações xenófobas contra os migrantes de outras regiões do país.

Reforce como as manifestações culturais que fazem parte do cotidiano estão permeadas por elementos não só locais, mas originados nas diferentes regiões brasileiras, uma consequência do movimento contínuo das migrações. Dê exemplos de expressões e palavras utilizadas no cotidiano que têm origem em diversos lugares. O objetivo é dar continuidade ao tratamento da cultura como resultado da conjunção de variados elementos que fazem parte dos costumes da população de um local.

Atividade complementar: Entrevista com migrantes

• Proponha aos estudantes que realizem uma entrevista com alguma pessoa que tenha migrado de outra região do país para a cidade onde vivem.
• Oriente-os a conduzir a entrevista de modo a levantar de qual região a pessoa veio, quais os motivos do deslocamento e quando isso aconteceu. A partir das informações coletadas, peça a eles que construam uma narrativa contando a história da pessoa entrevistada.
• Com essa atividade, espera-se que os estudantes compreendam a presença dos migrantes em seus espaços de vivência e a influência dos fluxos migratórios na formação de suas identidades.

Promova uma conversa com a turma sobre como as diferentes expressões culturais que formam uma identidade local se manifestam no dia a dia: por exemplo, na culinária, nas expressões linguísticas, nas músicas, nas festas e até mesmo nas brincadeiras. Ressalte que a migração interna é fundamental na formação de uma sociedade, esclarecendo que os fluxos migratórios estão presentes em muitas cidades brasileiras e têm impactos econômicos, sociais e culturais.

Atividade 2. Desde os anos 1930, muitos migrantes se estabeleceram nessa região (que inclui os municípios de Santo André, São Caetano, São Bernardo e Diadema) em busca de trabalho nas indústrias.

Atividade 3. b) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes compreendam que esses espaços são considerados importantes para a convivência e a identidade dos grupos de migrantes, pois permitem compartilhar hábitos e tradições, além de preservar e divulgar sua cultura de origem.

As atividades 2 e 3 mobilizam aspectos das habilidades EF04HI10: Analisar diferentes fluxos populacionais e suas contribuições para a formação da sociedade brasileira e EF04HI11: Analisar, na sociedade em que vive, a existência ou não de mudanças associadas à migração (interna e internacional).

Centro de Tradições Nordestinas

O CTN – Centro de Tradições Nordestinas – foi concebido como um recanto de encontro da comunidade nordestina de São Paulo e mantém o trabalho de preservação e valorização da cultura nordestina.

A fundação do CTN foi inspiração do empresário e radiodifusor José de Abreu, em maio de 1991, para mudar o cenário de intenso preconceito e ignorância contra os migrantes nordestinos que residiam na capital paulistana.

Ao longo dos anos, o CTN desenvolveu trabalhos sociais e que ainda mantém. [...]

FONTE: Centro de Tradições Nordestinas. Institucional . Disponível em: https://www.ctn.org.br/institucional/ . Acesso em: 28 maio 2021.

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para os conteúdos desta seção podem ser trabalhadas na semana 35.

Objetivos pedagógicos da seção

• Refletir sobre as dificuldades que enfrentavam os migrantes nordestinos no trajeto para o Sul e o Sudeste brasileiro.
• Entender a incidência de fatores naturais, como a seca, e seus impactos sociais, como a falta de oportunidades de trabalho, que levam grupos de pessoas da região Nordeste a optar pela migração.
• Refletir sobre o preconceito social sofrido pelos migrantes nordestinos ao chegar aos locais de destino em decorrência de estereótipos e xenofobia.
• Discutir as condições que os migrantes encontram nos locais de destino, como o acesso a educação, à moradia e ao mercado de trabalho.

  Orientações

  Durante a abordagem da seção, busque relacionar os fatores que motivam os fluxos migratórios e destacar sua continuidade ao longo do tempo, possibilitando aos estudantes a compreensão de que a seca se trata de um fenômeno natural cíclico.

  História das migrações internas no Brasil

  A estiagem periódica no semiárido brasileiro e a indústria da seca constituem outro nó que está na raiz das migrações. Porém, não podemos cair na ingenuidade de que a seca é fator predominante da saída em massa do Nordeste e de Minas Gerais. A seca apenas agrava uma situação fundiária já extremamente desigual. Mais que a seca, o que expulsa o nordestino é a cerca. Cerca que, como hoje sabemos, concentra não somente a terra, mas também a água. Podemos afirmar que a estiagem marca a hora da partida, mas a causa profunda do êxodo reside na estrutura fundiária já assinalada. Não devemos confundir as motivações aparentes e superficiais com as razões estruturais da saída em massa. De resto, à concentração da terra e da água, haveria que acrescentar o patriarcalismo e o coronelismo, tão arraigados na cultura brasileira, e dos quais muita gente se liberta no ato mesmo de migrar para a cidade.

  FONTE: GONÇALVEZ, Alfredo José. Migrações internas : evoluções e desafios. In : Estudos Avançados . v. 15, n. 43, 2001. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/eav/article/viewFile/9830/11402 . Acesso em: 28 maio 2021.

É importante que os estudantes reflitam sobre situações em que os migrantes sofrem discriminação e quais medidas o governo e a população em geral podem tomar a respeito. A percepção da existência de preconceito em situações cotidianas ajuda a criar consciência crítica e compreender como o tema visto em sala de aula se mostra presente em seu dia a dia.

Atividade 1. A viagem era longa e cansativa. Os migrantes precisavam viajar por meses, caminhando com suas famílias e poucos pertences. Eles enfrentavam situações de frio e fome e dormiam em acampamentos nas estradas.

Atividade 2. Havia muitas dificuldades, os migrantes precisavam arrumar trabalho, moradia e se adaptar aos costumes e à rotina do novo local. Muitos deles ainda sofriam discriminação.

Atividade 3. Sugerimos que a atividade seja realizada em casa, possibilitando um momento de literacia familiar e interação verbal. Seus resultados devem ser compartilhados em sala de aula. Chame a atenção dos estudantes para a presença de migrantes ou filhos de migrantes em seu cotidiano, dentro de suas famílias ou nos locais que frequentam.

As atividades 1, 2 e 3 mobilizam aspectos das habilidades EF04HI10: Analisar diferentes fluxos populacionais e suas contribuições para a formação da sociedade brasileira e EF04HI11: Analisar, na sociedade em que vive, a existência ou não de mudanças associadas à migração (interna e internacional).

As duas aulas previstas para os conteúdos das páginas 132 e 133 podem ser trabalhadas na semana 36.

Objetivos pedagógicos do capítulo

• Ressaltar a importância do migrante na composição das culturas locais e na formação da identidade cultural brasileira.
• Refletir sobre como as culturas estão em constante negociação social, sendo sujeitas ou não a processos de marginalização.
• Reconhecer o papel dos meios de comunicação na difusão cultural brasileira, especialmente do rádio e da televisão durante o século XX.
• Ressaltar a importância da internet e da inclusão digital no processo de difusão das diversas expressões culturais do Brasil.

  Orientações

  Durante a leitura dos textos das páginas 132 e 133 e a realização das atividades 1 e 2, converse com os estudantes sobre os diferentes aspectos da vida cotidiana em que podemos perceber a diversidade da cultura brasileira. Vale ressaltar as peculiaridades do vocabulário de cada região e fazer o exercício com os estudantes de reconhecimento de elementos de diferentes culturas dentro de seus próprios hábitos, sejam eles de alimentação, linguagem, gostos musicais etc.

  Pluralidade cultural no Brasil

  A diversidade marca a vida social brasileira. Encontram-se diferentes características regionais, diferentes manifestações de cosmologias que ordenam de maneiras diferenciadas a apreensão do mundo, formas diversas de organização social nos diferentes grupos e regiões [...]. O campo e a cidade propiciam às suas populações vivências e respostas culturais muito diferenciadas que implicam ritmos de vida, ensinamentos de valores e formas de solidariedade distintas. Os processos migratórios colocam em contato grupos sociais com diferenças de fala, de costumes, de valores, de projetos de vida.

  Frequentemente, porém, esse processo complexo presente na vida brasileira é ignorado e/ ou descaracterizado, particularmente em processos da indústria de bens culturais. Também na escola, onde essa diversidade está presente diretamente naqueles que constituem a comunidade escolar, essa presença tem sido ignorada [...]. São múltiplas as origens da omissão com relação à Pluralidade Cultural.

O nacionalismo exacerbado que se registrou em períodos autoritários, em diferentes momentos da história, também valeu-se de ação homogeneizadora, em que a escola desempenhou um papel decisivo. [...]

As ações oficiais foram acompanhadas de dois tipos básicos de interpretação do Brasil [...]: uma expectativa de homogeneidade cultural, enquanto se propagava o “mito da democracia racial brasileira”. Essas interpretações conduziram a atitudes de dissimulação do quadro de fato existente: um racismo difuso, porém efetivo, com repercussões diretas na vida cotidiana da população discriminada.

FONTE: BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais : pluralidade cultural, orientação sexual. Brasília: MEC/SEF, 1997. p. 25.

Explique aos estudantes que os elementos culturais podem ser usados também como ferramentas políticas. Apresente como exemplos o futebol e o carnaval, dois elementos de identidade cultural que fazem parte do imaginário de todas as regiões do país e, em alguns casos, têm sua prática atrelada ao cotidiano do local. Explique que, por isso, esses elementos foram usados no passado pelo governo para propagar uma ideia de união nacional a partir de uma identidade cultural comum.

Atividade 1. Podemos conhecer a diversidade cultural do Brasil por meio da convivência em espaços como os centros culturais ou por meio de livros, filmes, obras de arte e canais de comunicação, como internet, rádio, televisão e jornais.

As atividades 1 e 2, sobre a diversidade cultural brasileira, possibilitam o desenvolvimento da habilidade EF04HI11: Analisar, na sociedade em que vive, a existência ou não de mudanças associadas à migração (interna e internacional).

O conteúdo e as atividades propostas ao longo do capítulo 4 favorecem o aprofundamento do trabalho com o tema atual de relevância em destaque neste volume, “Migrantes e migrações, ontem e hoje”. É possível conversar com os estudantes sobre como o deslocamento de populações contribui para intensas trocas entre povos e para o intercâmbio de tradições diversas.

Roteiro de aula

A aula prevista para os conteúdos das páginas 134 e 135 pode ser trabalhada na semana 37.

Orientações

Explique aos estudantes que os meios de comunicação, como o rádio e a televisão, cumpriram um papel essencial não só na propagação das diferentes culturas, mas como forma de manter o vínculo do migrante com seu local de origem. O hábito de escutar o rádio fazia que ele pudesse obter informações sobre sua região.

Comente que, no início do século XX, o rádio cumpriu um papel tão importante quanto o que a internet cumpre nos dias de hoje como difusor de informações, notícias e também como uma forma de divulgar músicas, filmes, séries, propagandas políticas e comerciais, entre outras atrações.

Esclareça que, na década de 1930, o rádio estava começando a se tornar popular, isto é, muitas pessoas passaram a ter o aparelho em casa, e as emissoras e os programas estavam sendo ampliados e diversificados. Em virtude dessa popularização, o governo resolveu usar esse meio de comunicação para divulgar suas ideias para o maior número possível de pessoas.

Promova uma conversa com os estudantes sobre a relação que estabelecem com o meio de comunicação mais atual, que é a internet. Chame a atenção para que eles percebam o papel determinante que esse meio cumpre em seu dia a dia e trace um paralelo histórico mostrando outras formas de comunicação que tiveram a mesma relevância no cotidiano das populações em outros períodos.

A trajetória do rádio na História do Brasil

O rádio fez sua primeira aparição pública e oficial no Brasil, em 1922, na Exposição Nacional, preparada para os festejos do Centenário de Independência Brasileira. Como parte da solenidade de inauguração ocorreu a transmissão do discurso do Presidente da República Epitácio Pessoa realizado em um dos pavilhões da Exposição. Após o discurso foi transmitida a ópera O Guarany , de Carlos Gomes, diretamente do Teatro Municipal. O sucesso e a repercussão das primeiras transmissões na imprensa escrita da época resultaram, logo no ano seguinte, no estabelecimento, no Rio de Janeiro, da primeira emissora de rádio brasileira, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, seguida por outras em diversas partes do país.

O crescimento do rádio na sua primeira década de existência no Brasil se deu de forma lenta. A legislação brasileira não permitia a veiculação de textos comerciais, o que dificultava a sobrevivência financeira das Rádio-Sociedades. Bem verdade que tal fato não impedia que as emissoras, mesmo não produzindo intervalos comerciais, tivessem seus programas patrocinados por anunciantes específicos cujos produtos eram recomendados ao público ao longo do programa. Nos primeiros anos o alcance do rádio era pequeno, pois o preço dos aparelhos receptores era alto, tornando-os inacessíveis a grande parte da população.

No início da década de 1930, a situação havia mudado – o rádio se tornara um veículo mais popular. Em São Paulo (que oferecia os maiores salários do país), um aparelho de rádio custava em torno de 80$000 e o salário médio de uma família de trabalhadores era de 500$000 por mês.

FONTE: CALABRE, Lia. A participação do rádio no cotidiano da sociedade brasileira (1923-1960). Disponível em: http://rubi.casaruibarbosa.gov.br/handle/20.500.11997/808 . Acesso em: 27 jul. 2021.

Converse com a turma sobre como os meios de comunicação, desde o rádio até a internet, são utilizados como ferramenta de propaganda política dos governos, dando como exemplo as propagandas partidárias na televisão e no rádio.

Atividade 3. Em 1938, foi criado o programa Hora do Brasil, que divulgava as realizações e as obras do governo e transmitia programas culturais e musicais. Vargas utilizou o rádio para se aproximar e se comunicar diretamente com a população. Durante o período ditatorial, todas as emissoras de rádio foram obrigadas a transmitir a Hora do Brasil nos dias úteis em horário nobre.

Atividade 4. Sugerimos que a atividade seja realizada em casa, possibilitando um momento de literacia familiar e interação verbal. Seus resultados podem ser compartilhados em sala de aula. Ao fazer esse exercício de reflexão e escuta com seus familiares, é esperado que os estudantes percebam que por meio do rádio é possível ter acesso a informações e à cultura de locais próximos e distantes, com a divulgação de músicas, esportes, notícias etc.

As atividades 3 e 4, sobre a era do rádio, possibilitam o desenvolvimento da habilidade EF04HI08: Identificar as transformações ocorridas nos meios de comunicação (cultura oral, imprensa, rádio, televisão, cinema, internet e demais tecnologias digitais de informação e comunicação) e discutir seus significados para os diferentes grupos ou estratos sociais.

Roteiro de aula

A aula prevista para os conteúdos das páginas 136 e 137 pode ser trabalhada na semana 37.

Orientações

Converse com os estudantes sobre como a evolução das mídias, desde a criação da imprensa, cumpre um papel determinante no comportamento social, influenciando, por exemplo, o que é consumido pelas pessoas, tanto produtos como cultura. Comente sobre a popularização da internet a partir dos anos 2000, lembrando como ainda existe uma parcela da população que não tem acesso a ela. Pode ser interessante propor aos estudantes que relacionem os termos “exclusão digital” e “exclusão social”.

Para facilitar a visualização da evolução nos meios de comunicação no Brasil, elabore uma linha do tempo na lousa que contemple desde a mídia impressa (jornal e revistas) até a internet, passando pelo surgimento do rádio e da TV. Indique nessa linha fatos históricos marcantes que envolvem esses meios, como a criação do programa de rádio Hora do Brasil, pelo governo de Getúlio Vargas, em 1938, e a primeira transmissão ao vivo de um jogo da seleção brasileira na televisão durante a Copa do Mundo de 1970.

Atividade 5. As inovações alteraram os modos de as pessoas se comunicarem e se informarem. Atualmente é mais fácil e rápido se comunicar a longas distâncias e acessar informações sobre diferentes partes do mundo.

Esta atividade mobiliza aspectos da habilidade EF04HI08: Identificar as transformações ocorridas nos meios de comunicação (cultura oral, imprensa, rádio, televisão, cinema, internet e demais tecnologias digitais de informação e comunicação) e discutir seus significados para os diferentes grupos ou estratos sociais.

Atividade 6. Muitas pessoas passaram a utilizar aplicativos para se locomover ou para adquirir produtos e serviços. Porém, tal tecnologia impactou o cotidiano somente das pessoas que têm acesso a smartphones.

Atividade 7. b) É esperado que os estudantes percebam que esses números mostram, ainda, que existe exclusão digital no Brasil e que desigualdades socioeconômicas são responsáveis por esse problema.

c) Entre os possíveis motivos: falta de acesso a computadores e smartphones, indisponibilidade de rede de internet, custo dos equipamentos e dos serviços de internet.

As atividades 6 e 7 mobilizam aspectos da habilidade EF04HI08: Identificar as transformações ocorridas nos meios de comunicação (cultura oral, imprensa, rádio, televisão, cinema, internet e demais tecnologias digitais de informação e comunicação) e discutir seus significados para os diferentes grupos ou estratos sociais.

Conclusão

Na perspectiva da avaliação formativa, esse é um momento propício para a verificação das aprendizagens. Sugerimos que você avalie o trabalho realizado ao longo do bimestre e da unidade, observando se todos os objetivos pedagógicos propostos foram plenamente atingidos pelos estudantes para que você possa intervir a fim de consolidar as aprendizagens.

Dessa forma, observe a produção dos estudantes, a participação e a intervenção deles em sala de aula, individualmente, em grupo e com toda a turma, procurando perceber os seguintes pontos: se eles são capazes de refletir sobre as diferenças entre o modo de trabalho escravo e o livre e assalariado no contexto brasileiro de fins do século XIX; se refletem a respeito da imigração sob a perspectiva cultural, avaliando manifestações presentes no Brasil e compreendendo as mudanças e as permanências em relação aos locais de origem; se identificam alguns movimentos de migração interna no Brasil, reconhecendo seus motivos e seus contextos; e se reconhecem o papel dos meios de comunicação na difusão cultural brasileira, especialmente do rádio e da televisão durante o século XX.

A avaliação proposta a seguir será uma maneira de observar alguns aspectos do processo seguido por cada estudante e pela turma, possibilitando identificar se todas as habilidades foram desenvolvidas, seus avanços, dificuldades e potencialidades, estabelecendo permanente diálogo com eles para que continuem desenvolvendo suas aprendizagens.

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para a avaliação da seção O que você aprendeu podem ser trabalhadas na semana 38.

Orientações

Antes de orientar os estudantes a iniciar as atividades de avaliação, pergunte a eles de quais conteúdos estudados até então eles se recordam. Procure retomar com a turma esses pontos, comentando outros que ficaram esquecidos. Pergunte quais conteúdos mais gostaram de estudar e quais atividades mais gostaram de realizar e por quê. Verifique se as habilidades trabalhadas foram desenvolvidas pelos estudantes. Caso alguns deles ainda não tenham conseguido desenvolver todas as habilidades, faça novas intervenções conforme a necessidade de cada um, de modo que todos possam atingir os objetivos de aprendizagem.

Atividade 1. b) e c) É esperado que o estudante escolha uma das alternativas que ele julga serem falsas e reescreva-a, com base nos conhecimentos de história do Brasil vistos e adquiridos nesta unidade. As afirmativas falsas reescritas ficam do seguinte modo: “Os imigrantes que vieram para o Brasil entre os séculos XIX e XX eram de diversas nacionalidades”; “As propagandas que incentivavam a imigração tiveram influência sobre os imigrantes que vieram ao Brasil”.

Atividade 2. Os trabalhadores eram submetidos a jornadas desgastantes de trabalho; além disso, muitos ficavam endividados por causa dos pagamentos das despesas da viagem e de dívidas nos armazéns das fazendas, onde obtinham artigos básicos.

As atividades 1 e 2 mobilizam aspectos das seguintes habilidades: EF04HI06: Identificar as transformações ocorridas nos processos de deslocamento das pessoas e mercadorias, analisando as formas de adaptação ou marginalização, EF04HI09: Identificar as motivações dos processos migratórios em diferentes tempos e espaços e avaliar o papel desempenhado pela migração nas regiões de destino e EF04HI10: Analisar diferentes fluxos populacionais e suas contribuições para a formação da sociedade brasileira.

Atividade 3. a) Os imigrantes que chegaram ao Brasil no final do século XIX se estabeleceram principalmente nas regiões produtoras de café.

b) Durante o século XIX, a propaganda e o incentivo à imigração para o Brasil se direcionavam aos imigrantes de origem europeia.

c) Os imigrantes procuravam melhores condições de vida em consequência de conflitos e escassez de alimentos nos países de origem.

d) A pressão internacional e a resistência das pessoas escravizadas contribuíram para o fim do regime escravista no Brasil.

A atividade 3 mobiliza aspectos das seguintes habilidades: EF04HI09: Identificar as motivações dos processos migratórios em diferentes tempos e espaços e avaliar o papel desempenhado pela migração nas regiões de destino e EF04HI10: Analisar diferentes fluxos populacionais e suas contribuições para a formação da sociedade brasileira.

A atividade 4 mobiliza aspectos das seguintes habilidades: EF04HI03: Identificar as transformações ocorridas na cidade ao longo do tempo e discutir suas interferências nos modos de vida de seus habitantes, tomando como ponto de partida o presente e EF04HI11: Analisar, na sociedade em que vive, a existência ou não de mudanças associadas à migração (interna e internacional).

Para você acessar

Museu da Imigração do Estado de São Paulo

O site apresenta o acervo digital do museu, localizado na cidade de São Paulo.

Disponível em: http://www.inci.org.br/acervodigital/ .Acesso em: 24 maio 2021.

Habilidades da BNCC em foco nesta unidade:

EF04HI03, EF04HI06, EF04HI08, EF04HI09, EF04HI10 e EF04HI11.

Atividade 5. É esperado que o estudante identifique que as duas imagens retratam práticas relacionadas a culturas de imigrantes que chegaram ao Brasil no final do século XIX e início do XX. Na primeira imagem, vemos uma festa de tradição japonesa em São Paulo. Na segunda, uma apresentação de dança ucraniana em Antonina.

A atividade 5 mobiliza aspectos das habilidades EF04HI03: Identificar as transformações ocorridas na cidade ao longo do tempo e discutir suas interferências nos modos de vida de seus habitantes, tomando como ponto de partida o presente e EF04HI11: Analisar, na sociedade em que vive, a existência ou não de mudanças associadas à migração (interna e internacional).

Atividade 6. b) Entre os anos de 2008 e 2015, o número de televisores e telefones fixos continuou aumentando, mas o número de rádios diminuiu. Entre os motivos podem-se considerar as formas digitais de ouvir e transmitir músicas.

A atividade 6 mobiliza aspectos da habilidade EF04HI08: Identificar as transformações ocorridas nos meios de comunicação (cultura oral, imprensa, rádio, televisão, cinema, internet e demais tecnologias digitais de informação e comunicação) e discutir seus significados para os diferentes grupos ou estratos sociais.

Atividade complementar: Exclusão digital e a exclusão social

• Acesse o link do IBGE: https://sidra.ibge.gov.br/tabela/7328 (acesso em: 24 maio 2021) e consulte o percentual de pessoas que não usaram a internet em 2019 por região brasileira.
• Mostre os dados aos estudantes e proponha que tracem um paralelo com as regiões que historicamente têm menos acesso aos meios de comunicação, desde o rádio, a televisão e o telefone até o acesso à internet. Possibilite a conclusão sobre como a exclusão no acesso à informação de determinada parcela da população nessas regiões está diretamente relacionada à exclusão social.

• Oriente para que esse raciocínio retome os outros tópicos vistos anteriormente na unidade, relacionando com os fluxos migratórios e a influência dos meios de comunicação na formação de identidade cultural.
• Para finalizar, questione a turma sobre a importância do acesso aos meios de comunicação na vida cotidiana. Você pode usar o exemplo da internet, que é o meio mais popular entre crianças e jovens atualmente. Introduza questões como: Você viveria sem internet? Por quanto tempo você consegue ficar sem acesso ao mundo virtual?
• Os estudantes poderão se expressar livremente e trocar opiniões sobre o assunto.

  Atividade 7. a) Em 2018, o acesso à internet aumentou em relação aos anos anteriores. Além disso, em 2018, os equipamentos mais usados para acessar a internet eram o telefone móvel celular e o microcomputador. Entre 2015 e 2018, o uso de celulares para acessar a internet aumentou, e o uso de microcomputadores diminuiu.

  b) Sim, segundo os dados dos gráficos, é possível dizer que há telefone (qualquer que seja o tipo) na maioria dos domicílios brasileiros. Em 2018, não havia telefone, fixo convencional ou móvel celular, em 5,1% dos domicílios do Brasil.

  c) É esperado que o estudante tenha compreendido o significado de exclusão digital e consiga refletir sobre os impactos desse problema na vida dos estudantes brasileiros.

  A atividade 7 mobiliza aspectos das habilidades EF04HI03: Identificar as transformações ocorridas na cidade ao longo do tempo e discutir suas interferências nos modos de vida de seus habitantes, tomando como ponto de partida o presente e EF04HI08: Identificar as transformações ocorridas nos meios de comunicação (cultura oral, imprensa, rádio, televisão, cinema, internet e demais tecnologias digitais de informação e comunicação) e discutir seus significados para os diferentes grupos ou estratos sociais.

  Reforce a importância dos meios de comunicação, como o rádio, no processo de difusão das diferentes culturas presentes no Brasil a partir do século XX.

  Comente sobre a importância dos meios de comunicação na inclusão social e retome a discussão sobre os grupos que historicamente foram excluídos do processo de evolução da mídia.