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Unidade 1. A formação dos povos

Imagem: Fotografia complementar das páginas 12 e 13. Vista superior de mulher de cabelo longo preto, vestindo camiseta azul e calça cinza, tralhando em um buraco retangular. Há bacias com rochas e escada de madeira.   Fim da imagem.

LEGENDA: Arqueóloga realiza pesquisa em sítio arqueológico na Comunidade Bom Jesus da Ponta da Castanha, na Floresta Nacional de Tefé, Amazonas, 2018. Segundo as pesquisas arqueológicas, a Floresta Amazônica teria sido densamente povoada muito antes da chegada dos colonizadores portugueses. FIM DA LEGENDA.

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Boxe complementar:

Vamos conversar

  1. O que a profissional retratada na imagem está fazendo?
  1. Como podemos ter mais informações sobre o modo de vida dos povos que viveram em outros tempos?

Fim do complemento.

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Capítulo 1. Fixação dos grupos humanos

O período anterior ao desenvolvimento da escrita (que surgiu há cerca de 6 mil anos) é conhecido como Pré-História. Esse período foi subdividido em diferentes fases, de acordo com os tipos de ferramenta criados pelos grupos humanos em momentos e lugares distintos. A criação e o uso dessas ferramentas dizem muito sobre o modo de vida das populações da Pré-História. Vamos, agora, conhecer um pouco mais sobre diferentes períodos da Pré-História?

Imagem: Fotografia. Rochas pontiagudas diversas.   Fim da imagem.

LEGENDA: Ferramentas feitas de pedra lascada e de chifre de animal utilizadas no Paleolítico, há cerca de 10 mil anos. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Lanças de ossos e pequenas pedras em diferentes formatos.  Fim da imagem.

Período Paleolítico

No Paleolítico (período em que foram criados os primeiros utensílios de pedra até o início da prática da agricultura, há cerca de 12 mil anos), os grupos humanos eram nômades, caçadores e coletores. Por isso, foi fundamental desenvolver objetos para a caça, a coleta e o processamento de alimentos. Esses objetos, como lanças e machados, geralmente eram feitos de pedra, mas também eram usados madeira, ossos e chifres. Em muitos lugares, as peles dos animais eram utilizadas para fazer vestimentas.

Apesar da diversidade de materiais empregados nos utensílios e ferramentas, o período Paleolítico ficou conhecido como Idade da Pedra Lascada, pois essa era a principal matéria-prima usada entre diferentes povos na confecção dos instrumentos.

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Boxe complementar:

Você sabia?

As chamadas bifaces estavam entre as principais ferramentas encontradas no período Paleolítico. Elas eram feitas de pedra, em forma de amêndoa. Segundo pesquisadores, as bifaces mais comuns apresentavam, geralmente, uma ponta e a base arredondada.

As bifaces foram os primeiros utensílios reconhecidos, entre estudiosos e pesquisadores, como ferramentas produzidas na Pré-História. Essas ferramentas, que se diferenciam dos machados, foram extremamente importantes para os grupos humanos do Paleolítico, pois eram usadas para cavar, cortar e tirar a pele de animais.

As imagens a seguir mostram algumas das ferramentas do período Paleolítico, entre elas, a biface.

Ferramentas paleolíticas

Imagem: Ilustração. Rocha semicircular com uma ponta fina na lateral oposta.  Fim da imagem.

LEGENDA: Seixo talhado. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Ilustração. Rocha triangular com pontas arredondadas.  Fim da imagem.

LEGENDA: Biface parcial. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Ilustração. Rocha triangular com posta reta.  Fim da imagem.

LEGENDA: Biface completa. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Ilustração. Rocha triangular bege.  Fim da imagem.

LEGENDA: Ponta levalloisense. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Ilustração. Triangular estreita e alongada marrom.  Fim da imagem.

LEGENDA: Ponta de lança. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Ilustração. Arpão de osso com dentes de ambos os lados formando três dentes em cada lado.  Fim da imagem.

LEGENDA: Arpão. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Ilustração. Agulha fina e alongada com um furo na ponta.   Fim da imagem.

Fonte: Marcel Mazoyer; Laurance Roudart. História das agriculturas no mundo. São Paulo: Editora Unesp, 2008. p. 65.

LEGENDA: Agulha com furo. FIM DA LEGENDA.

Fim do complemento.

  1. Quais são os critérios utilizados para dividir os períodos históricos anteriores ao desenvolvimento da escrita?
  1. Quais eram os materiais usados nas ferramentas do Paleolítico?
Imagem: Ícone: Atividade para casa. Fim da imagem.
  1. Por que o período Paleolítico também ficou conhecido como Idade da Pedra Lascada? Troque conhecimentos sobre o período com seus familiares antes de responder à questão.

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Período Neolítico

Com o passar do tempo, os grupos humanos desenvolveram novas técnicas para a fabricação de instrumentos de pedra, como machados e raspadores. Com isso, os estudiosos demarcaram um novo período, posterior ao Paleolítico, conhecido como Idade da Pedra Polida ou Neolítico.

O período Neolítico estendeu-se de 12 mil até 6 mil anos atrás, aproximadamente. Por causa da prática da agricultura e da domesticação de animais (como cabras, bois, porcos, cavalos e aves), muitos grupos passaram a se estabelecer em um local fixo.

Aldeias neolíticas

No período Neolítico, foram constituídas aldeias que transformaram alguns aspectos da vida dos primeiros grupos humanos. Para estocar os alimentos foram criados utensílios de cerâmica, e com o desenvolvimento da agricultura novos instrumentos surgiram, como o arado, que serve para preparar a terra para o plantio. Alguns grupos passaram a utilizar tecidos de lã e linho no vestuário, e, para fabricar os tecidos, foram criados fusos e teares.

No final desse período, um novo ciclo se abriu com o desenvolvimento do trabalho com metal, material mais resistente que a pedra ou os ossos. Primeiro foram fabricados instrumentos de cobre, estanho e bronze, que eram mais fáceis de manusear quando submetidos a altas temperaturas. Depois, com o uso de fornalhas, foi possível confeccionar instrumentos de ferro, material que precisa de temperaturas muito altas para atingir a fusão . Esse período, por volta de 5 mil anos atrás, ficou conhecido como Idade dos Metais.

Imagem: Fotografia. Abrigo com laterais e teto fechado em palha com toras sustentando o interior. Faixadas da frente e atrás abertas.   Fim da imagem.

LEGENDA: Réplica de um abrigo do período Neolítico, próximo da caverna de Lascaux, França, 2017. FIM DA LEGENDA.

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Imagem: Ícone: Uso de tecnologias. Fim da imagem.
  1. Skara Brae, localizada na ilha principal de Orkney, no norte da atual Escócia, era uma aldeia do período Neolítico. Suas casas foram habitadas entre 3100 a.C. e 2500 a.C. A sociedade que vivia no local praticava a pesca, a agricultura e a caça. Essa é a aldeia neolítica mais bem preservada e mais completa da Europa e está aberta para visitação do público. Leia mais sobre esse local no trecho de reportagem a seguir.

Skara Brae [...] tinha casas com isolamento térmico e móveis embutidos de pedra, além de camas que seriam forradas com peles de animais e plantas. Havia até versões mais rudimentares de banheiros.

“Eles não eram tão diferentes de nós assim. Eram às vezes até mais inventivos”, diz [o arqueólogo] Nick Card. “Quando muitas pessoas pensam na Idade da Pedra, elas imaginam um estilo de vida bem simplório. Mas a sociedade neolítica pode ter sido relativamente semelhante à nossa em termos de dinamismo e complexidade”.

FONTE: Amanda Ruggeri. O arquipélago escocês que reescreve a história da Idade da Pedra. BBC News , 29 fev. 2016. Disponível em: http://fdnc.io/gus. Acesso em: 4 mar. 2021.

Imagem: Fotografia. Vista aérea de sitio arqueológico de uma casa com divisões em rochas das áreas internas.   Fim da imagem.

LEGENDA: Sítio arqueológico de Skara Brae, em Orkney, na Escócia, 2014. FIM DA LEGENDA.

  1. Segundo a reportagem, como eram as casas da aldeia neolítica de Skara Brae?
  1. Por que o arqueólogo, na reportagem, diz que os habitantes daquela aldeia neolítica “não eram tão diferentes de nós assim” e que eram “às vezes até mais inventivos”?
  1. Faça, na internet, uma pequena pesquisa sobre a aldeia neolítica de Skara Brae ou sobre outra aldeia do período, identificando dois aspectos que mais chamem sua atenção. Pode ser algo referente à moradia, aos móveis ou aos hábitos alimentares de seus moradores. Apresente seu trabalho aos demais colegas da turma, se possível, mostrando a eles (por meio de um retroprojetor ou na sala de informática, por exemplo) algumas imagens da aldeia pesquisada por você.

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Espaço e ocupação

A ocupação dos territórios e a fixação dos grupos humanos em determinados locais aconteceram lentamente ao longo da História. Povos nômades geralmente buscavam locais em que pudessem garantir sua sobrevivência, onde fosse possível encontrar abrigo e proteção e que lhes possibilitassem ampla visão dos arredores. Procuravam, também, locais que tivessem recursos abundantes para a alimentação. Os locais próximos aos mares, lagos e rios, por exemplo, favoreciam a pesca, a caça e a coleta de frutos e vegetais.

Para os povos que começaram a desenvolver a agricultura e a permanecer em um mesmo lugar, novos critérios se tornaram importantes: os núcleos de povoamento deveriam ficar próximos aos rios, porque favoreciam a obtenção de água, a irrigação das plantações e a criação de animais. Assim, historicamente, a partir dos contatos com a natureza e diferentes condições geográficas, os grupos humanos constituíram diversos aprendizados.

Povos dos sambaquis

Vamos conhecer um exemplo de relação entre o ambiente e o desenvolvimento de núcleos populacionais? Não temos de ir muito longe para isso: aqui mesmo, no Brasil, é possível encontrar vestígios dos povos dos sambaquis, que viveram na costa brasileira há cerca de 6 500 anos.

Os sambaquis são montes erguidos por populações que viveram na Pré-História no território que hoje forma o Brasil. Eles contêm restos de conchas, moluscos e ossos humanos e de animais fossilizados , além de fragmentos de cerâmica e de outros objetos fabricados e utilizados por essas populações.

Imagem: Fotografia. Monte de sambaqui formado por restos fossilizados de ossos, conchas e moluscos. Ao redor, árvores e vegetação fechada.   Fim da imagem.

LEGENDA: Sambaqui encontrado no município de Barra de São Miguel, estado de Alagoas, 2016. FIM DA LEGENDA.

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O esquema abaixo mostra a formação de um sambaqui.

Imagem: Ilustração. Corte quadrado mostrando homens e mulheres primitivos em atividades diversas. Há uma cachoeira seguindo ao rio. No rio há homens pescando em uma canoa, imagem indica: “As técnicas de construção de barcos e de confecção de flechas e anzóis possibilitaram a pesca em rios e mares, onde os povos dos sambaquis obtinham os recursos para sobrevivência”. Ao lado, homens amontando montes de sambaquis, pessoas enterram um cadáver de monte, imagem indica: “A construção de um sambaqui podia ter finalidade funerária, servir para demarcar o território e depositar restos de alimentos”.   Fim da imagem.

FONTE: O Brasil antes do Brasil. Nova Escola, n. 212, maio 2008. p. 47.

Boxe complementar:

Você sabia?

A palavra sambaqui, de origem tupi, significa “amontoado de conchas”. Mas os sambaquis podem também ser compostos de restos de animais e de vestígios funerários. Esses sítios arqueológicos, que podem atingir até 30 metros de altura, fornecem muitas informações sobre a dieta alimentar e os rituais funerários de povos indígenas que ocupavam a costa brasileira há milhares de anos.

Fim do complemento.

  1. Que fatores ambientais influenciaram a escolha dos locais onde geralmente se estabeleciam os grupos humanos nômades?
  1. Por que o estudo dos sambaquis é importante para o conhecimento do passado?

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Para ler e escrever melhor

O texto a seguir apresenta exemplos para a argumentação sobre a importância do papel da mulher nas sociedades neolíticas. Nessas sociedades, a fertilidade era um elemento simbólico fundamental associado à mulher, por ela exercer atividades ligadas à agricultura e ser, também, geradora da vida.

As mulheres no período Neolítico

Esse processo de […] domesticação, regularidade alimentar, veio introduzir uma segunda fase. […]. Com ele, iniciou­se a reunião sistemática e o plantio de sementes [...]. A domesticação geral foi […] acompanhada de um papel mais importante atribuído à mulher […] plantando sementes e vigiando as mudas, talvez, primeiro num ritmo de fertilidade, antes que o crescimento e multiplicação das sementes sugerisse uma nova possibilidade de […] aumentar a safra de alimentos. […]

[...] Era ela que cuidava dos jardins e foi ela quem conseguiu essas obras­primas de seleção e cruzamento que transformaram espécies selvagens e rudes em variedades domésticas [...] e ricamente nutritivas; foi a mulher que fabricou os primeiros recipientes, tecendo cestas e dando forma aos primeiros vasos de barro. Na forma, também, a aldeia é criação sua: [...] era a aldeia o ninho coletivo para o cuidado e nutrição dos filhos […].

A vida estável da aldeia tinha uma vantagem sobre as formas itinerantes [...] dos grupos menores, pelo fato de proporcionar um máximo de facilidades para a fecundidade, nutrição e proteção [...]. Sem esse longo período de desenvolvimento agrícola e doméstico, os excessos de alimento e capacidade de trabalho que tornaram possível a vida urbana não teriam existido.

FONTE:Lewis Mumford. A cidade na história . São Paulo: Martins Fontes, 1998. p. 17­19.

Imagem: Fotografia. Escultura de mulher com seios e barroa alongadas, sem face e sem roupas.   Fim da imagem.

LEGENDA: A estátua chamada de Vênus de Kostionki, encontrada na Rússia, tem cerca de 25 mil anos e mede 12 cm de altura. FIM DA LEGENDA.

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  1. Quais são os exemplos citados no texto que indicam a importância da mulher nas sociedades agrícolas neolíticas?
  1. Identifique a importância das atividades apresentadas no texto para o desenvolvimento da vida urbana.
Imagem: Ícone: Atividade em dupla. Fim da imagem.
Imagem: Ícone: Uso de tecnologias. Fim da imagem.
  1. O texto a seguir aborda a economia do cuidado. Leia com atenção e, com um colega, façam as atividades propostas.

    Conforme definição da OIT [Organização Internacional do Trabalho], o trabalho de cuidado, que pode ou não ser remunerado, envolve dois tipos de atividades: as diretas, como alimentar um bebê ou cuidar de um doente, e as indiretas, como cozinhar ou limpar. “É um trabalho que tem uma forte dimensão emocional, se desenvolve na intimidade [...]”, diz Guimarães. [...] Os avanços da pesquisa levaram à constatação de que a oferta de cuidados é distribuída de forma desigual na sociedade, recaindo de forma mais intensa sobre as mulheres. Dados do relatório da OIT sobre o tema, publicado em 2019, mostram que nos 64 países pesquisados elas dedicam, em média, 3,2 vezes mais tempo do que os homens com trabalhos não remunerados de cuidado, ou seja, 4 horas e 25 minutos por dia, em comparação a 1 hora e 23 minutos despendida diariamente por homens.

    FONTE: Christina Queiroz. Economia do cuidado. Pesquisa Fapesp , jan. 2021. Disponível em: http://fdnc.io/guu. Acesso em: 4 mar. 2021.

    1. Leiam o texto em voz alta, um integrante da dupla de cada vez. Depois, respondam: de acordo com o texto, o que é trabalho de cuidado?
    1. Qual é a situação das mulheres nesse contexto da economia do cuidado? Vocês imaginam soluções para resolver ou diminuir essa desigualdade?
    1. Façam uma pesquisa na internet sobre a situação da mulher na atualidade. Com base na pesquisa, indiquem três exemplos de papéis importantes que as mulheres exercem na sua comunidade. Escrevam um pequeno texto sobre cada um desses papéis, considerando questões como igualdade e acesso das mulheres aos seus direitos.
    1. Apresentem seus textos aos outros colegas e ao professor, em um dia previamente combinado com a turma.

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Capítulo 2. Grupos organizados agricultura

O desenvolvimento da agricultura gerou uma série de mudanças na organização dos grupos humanos. Por isso, esse contexto do desenvolvimento do cultivo de alimentos e domesticação de espécies animais e vegetais é chamado de Revolução Neolítica ou Revolução Agrícola.

Uma das primeiras consequências do desenvolvimento da agricultura foi o crescimento populacional, porque a maior oferta de alimentos possibilitou uma vida com menos riscos e mais recursos alimentares.

Muitos grupos passaram a se fixar em um mesmo local, formando aldeias, e as necessidades do cultivo da terra levaram à criação de novas formas de organizar a sociedade. As aldeias, muitas vezes, tiveram de se juntar para se protegerem de ataques de outros grupos. Grupos maiores favoreciam também a organização da produção de alimentos, pois dividiam entre si as atividades relacionadas à caça, à pesca, ao pastoreio ou ao cultivo da terra.

Essas mudanças estimularam novas formas de organização política. Foram estabelecidas lideranças nos grupos, exercidas por pessoas específicas ou por alguns setores que se impunham sobre os demais, criando-se assim posições políticas e sociais definidas para cada membro do grupo.

Imagem: Fotografia. Pinturas rupestres de touro com pessoas segurando lanças e flechas ao redor.  Fim da imagem.

LEGENDA: Pintura rupestre em rochas do Saara representando a atividade de pastores sedentários há cerca de 7 mil anos. Região de Tassili, Argélia, 2016. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Vaso de cerâmica largo com alto0relevo de imagens de pirâmides.  Fim da imagem.

LEGENDA: Vaso de cerâmica em forma de sino produzido em 2200 a.C. Museu da Catalunha, Barcelona, Espanha. FIM DA LEGENDA.

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Imagem: Ícone: Atividade em dupla. Fim da imagem.
  1. Com um colega, observem as imagens a seguir. Depois, façam as atividades propostas, com base na leitura atenta das imagens e em seus conhecimentos.
Imagem: Fotografia. Parede formada por rocha com pinturas rupestres de touros e sombras de pessoas.  Fim da imagem.

LEGENDA: Pintura rupestre em rochas do Saara representando a atividade de pastores sedentários há cerca de 7 mil anos. Região de Tassili, Argélia, 1974. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Rocha com pinturas de homem sobre uma carroça puxada pela sombra de um cavalo.   Fim da imagem.

LEGENDA: Pintura rupestre encontrada no sítio arqueológico de Tassili Maghride, Região de Fezzan, Líbia. Produzida há aproximadamente 2 mil anos. Fotografia de 2008. FIM DA LEGENDA.

  1. O que está sendo representado em cada uma das imagens?
  1. Qual imagem está mais diretamente relacionada à prática da agricultura? Expliquem.
  1. As atividades representadas nessas imagens têm relação com a organização dos grupos humanos? Por quê?
Imagem: Ícone: Atividade para casa. Fim da imagem.
  1. Em casa, explique aos seus familiares o que foi a Revolução Neolítica. Depois elabore um registro sintetizando suas conclusões sobre o assunto.

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Ocupações humanas na África e no Oriente

As savanas da África Oriental foram as primeiras regiões do continente africano povoadas por grupos humanos dos quais conhecemos alguns vestígios. Entre os povos que habitaram essa região estão os Khoikhoi e os San, grupos que hoje, geralmente, são tratados de forma unificada (Khoisan), mas são diferentes em suas origens. Os Khoikhoi provavelmente emigraram do nordeste para o sul do continente africano, a partir do Alto Nilo. Eles eram criadores de gado e trabalhavam o metal. Os San, por sua vez, eram caçadores-coletores. Hoje, há grupos remanescentes dessas etnias que vivem em minoria no deserto do Calaari (na Namíbia), em Botsuana e em Angola.

No Oriente Médio, os povos também passaram por um processo de fixação e formação de grupos organizados. A Mesopotâmia foi uma dessas regiões. Entre os rios Tigre e Eufrates, vários povos se estabeleceram em cidades independentes umas das outras.

Imagem: Fotografia. Sombra de pessoas e animais em rochas diversas.   Fim da imagem.

LEGENDA: Pinturas em pedra produzidas pelos San há mais de 15 mil anos. Região das montanhas Drakensberg, África do Sul, 2013. FIM DA LEGENDA.

Boxe complementar:

Você sabia?

As primeiras aldeias na região da antiga Mesopotâmia datam de cerca de 7000 a.C. Depois de 4 mil anos apareceram os primeiros centros urbanos complexos. Entre as primeiras cidades da Mesopotâmia estavam Ur, Uruk e Nippur, e todas elas foram construídas pelos sumérios.

De acordo com pesquisadores, a cidade de Uruk, por exemplo, tinha bairros residenciais, templos, praças, estabelecimentos comerciais e um organizado sistema de administração pública. Em 3300 a.C., a população de Uruk chegava a 40 mil habitantes. Em 2800 a.C., a população já passava dos 80 mil habitantes.

Uruk era, portanto, uma grande cidade e exercia influência regional sobre outras cidades mesopotâmicas vizinhas. Segundo historiadores, o nome Uruk deu origem ao nome do país que hoje se situa naquela região: Iraque.

Fim do complemento.

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No Vale do Indo, nas regiões onde hoje se localizam o Paquistão, o Afeganistão e a Índia, também existiram ocupações humanas milenares favorecidas pelos recursos do rio Indo. Nessa região havia uma cidade com elevado grau de sofisticação, chamada Harapa. Ela era circundada por muralhas e cortada por largas avenidas planejadas e sua cultura influenciou toda a região. Os grupos humanos que ali viviam praticavam a agricultura e desenvolveram técnicas de metalurgia. Além disso, a atividade de comércio na cidade de Harapa era bastante intensa, e seus habitantes mantinham contato com outros povos, como os que estavam estabelecidos na Mesopotâmia.

Imagem: Mapa. Vale do rio Indo. Mapa destacando Himalaia na parte superior com linha saindo do oceano Índico passando pelas cidades Mohenjo-Daro e Harapa, indo até Himalaia e retornando ao oceano. No canto inferior esquerdo há uma rosa dos ventos. Abaixo, escala de 0 a 405 km. No canto superior direito há um mapa destacando a região.  Fim da imagem.

FONTE: Anita Ganeri. Explorando a Índia. São Paulo: Ática, s/d. p. 6 e 8.

  1. Observe a fotografia a seguir e responda às questões.
Imagem: Fotografia. Partes da base de moinhos lado a lado formadas por tijolos em campo terra.   Fim da imagem.

LEGENDA: Partes de moinhos de pedra para grãos, feitos há cerca de 5 mil anos. Região onde se localizava Harapa, Paquistão, 2014. FIM DA LEGENDA.

  1. O que é retratado na fotografia?
  1. Explique a importância desse local para as populações do Vale do Indo.
  1. Por que essa população teria se estabelecido nessa região?

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O mundo que queremos

Imagem: Ícone: Meio ambiente. Fim da imagem.
Imagem: Ícone: Pluralidade cultural. Fim da imagem.

Assim como os primeiros grupos humanos precisaram organizar e dividir o trabalho, outras comunidades, em diferentes momentos da História, também se organizaram para garantir a sobrevivência e a segurança de todos. Agora você vai conhecer um pouco da importância da agricultura de subsistência para uma comunidade quilombola.

Agricultura na comunidade quilombola Ivaporunduva

A comunidade quilombola Ivaporunduva se localiza em Eldorado, no estado de São Paulo, na região do Vale do Ribeira. As populações quilombolas são remanescentes dos povoamentos criados por africanos e seus descendentes que resistiram ao regime de escravidão, vigente no Brasil desde o período colonial até o final do século XIX.

No Vale do Ribeira, muitos quilombos surgiram durante o ciclo de exploração do ouro, no século XVIII. Com o esgotamento do minério, muitas pessoas que trabalhavam no garimpo ficaram sem local fixo e, com o tempo, formaram comunidades, tornando-se trabalhadores rurais autônomos e dedicando-se ao cultivo do arroz e outras culturas de subsistência. A comunidade quilombola Ivaporunduva é uma das mais antigas da região.

Hoje, o quilombo produz arroz, mandioca, feijão, milho, verduras e legumes para o próprio consumo. A comunidade produz, também, banana orgânica e peças de artesanato feitas de palha de bananeira para o comércio. Essas atividades são organizadas pelos próprios membros da comunidade, que dividem a produção artesanal e a comercialização dos produtos. Para realizar suas atividades, a comunidade extrai recursos da natureza de maneira sustentável , contribuindo com a preservação do ambiente.

A agricultura destinada à subsistência é realizada em terras que já foram ocupadas pelos ancestrais. Nelas, os membros da comunidade buscam preservar a cultura afro-brasileira e suas práticas cotidianas, que são transmitidas para as novas gerações, especialmente por meio da tradição oral.

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Imagem: Fotografia. Vista de campo de plantação com casas entre vegetação. Ao fundo há montanhas cobertas por florestas.   Fim da imagem.

LEGENDA: Quilombo Ivaporunduva, no município de Eldorado, estado de São Paulo, 2018. FIM DA LEGENDA.

  1. O que são comunidades quilombolas?
  1. Quais são as atividades realizadas no quilombo Ivaporunduva? Como essa comunidade organiza e divide o trabalho?
Imagem: Ícone: Atividade em grupo. Fim da imagem.
  1. Reúnam-se em grupos e façam uma pesquisa sobre as comunidades quilombolas da região em que vocês vivem, ou ainda, sobre as comunidades do Vale do Ribeira. Cada grupo ficará responsável
    1. por apresentar uma comunidade para a turma e deve considerar os seguintes aspectos:
      • Localização: Onde fica a comunidade escolhida?
      • Histórico: Como essa comunidade se formou?
      • Principais projetos e atividades. Além das atividades de trabalho, o grupo poderá pesquisar sobre tradições culturais, danças, festas e músicas da comunidade escolhida.

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Capítulo 3. Novas formas de organização

Com o desenvolvimento da agricultura, novas formas de organização social surgiram entre os antigos grupos humanos. De maneira geral, a prática da agricultura tornou possível o aumento populacional; com isso, alguns grupos passaram a se organizar em aldeias ou cidades.

Nas aldeias ou cidades, a organização social era feita pelos chefes de família, que compunham os clãs. A reunião de diversos clãs formava grandes tribos, que eram chefiadas por um líder com poder político e religioso. Esse tipo de organização foi comum em cidades do Oriente Médio, como Ur, Uruk e Nippur, localizadas na região do Crescente Fértil.

Em muitas dessas cidades, a atividade agrícola tinha o objetivo de produzir mais alimentos que o necessário, gerando um excedente que era destinado ao comércio e ao sustento das pessoas que exerciam outras atividades, como os sacerdotes e os soldados.

Com essa configuração, pode-se dizer que estavam lançadas as bases para a constituição de um governo, pois existia uma organização social e política com distribuição de funções para cada grupo da sociedade. O trabalho e as funções eram distribuídos de acordo com a origem de cada indivíduo, e os líderes acumulavam obrigações religiosas e políticas. Esse tipo de organização surgiu da necessidade de distribuir as tarefas e acabou se consolidando como uma estrutura social e política comum entre as sociedades do período e outras que viriam a se estabelecer depois.

Imagem: Fotografia. Sitio arqueológico em montanha de areia com muros formados por runas.   Fim da imagem.

LEGENDA: Vista do sítio arqueológico de Nippur, antiga cidade da Mesopotâmia construída há cerca de 5 mil anos, localizada na região que hoje corresponde ao Iraque. Fotografia de 2007. FIM DA LEGENDA.

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Boxe complementar:

Você sabia?

A cidade de Nippur era considerada sagrada e foi um importante centro religioso da Mesopotâmia, com muitos templos e edifícios públicos. Segundo a tradição, Enlil, um dos principais deuses desse povo, teria criado a humanidade na cidade de Nippur. Por isso, ela recebia peregrinos de diversos lugares.

Entre 1889 e 1900, expedições arqueológicas começaram a estudar os vestígios de Nippur. Uma das partes da cidade foi chamada, pelos arqueólogos, de bairro dos escribas, porque ali foram encontrados muitos registros escritos. Mais tarde, em 1990, uma nova expedição arqueológica em Nippur encontrou na cidade os vestígios de um grande templo em homenagem à deusa mesopotâmica da cura.

Imagem: Fotografia. Pedra retangular quebrada em pedaços com alto-relevo em forma de mapa.  Fim da imagem.

LEGENDA: Fragmento de mapa da antiga cidade de Nippur, no atual Iraque. FIM DA LEGENDA.

Fim do complemento.

  1. Observe as imagens a seguir.
Imagem: Fotografia. Estátua em cerâmica de mulher segurando um vaso apoiado na cabeça e vestido longo.  Fim da imagem.

LEGENDA: Estátua representando o rei Shulgi, governante da cidade de Ur entre 2094 a.C. e 2047 a.C. Ele foi representado carregando uma cesta. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Placa em alto-relevo com homem de mãos unidas sobre o peito nu. Está em perfil com inscrições ao redor.   Fim da imagem.

LEGENDA: Alto-relevo representando um dos reis de Lagash, cidade da antiga Mesopotâmia. Ele reinou entre 2424 a.C. e 2405 a.C. FIM DA LEGENDA.

  1. O que as duas imagens representam?
  1. Qual é a relação entre essas duas imagens e as novas formas de organização social vistas no texto da página acima? Para responder, elabore um pequeno texto explicativo no caderno, relacionando as imagens e as informações obtidas até aqui.

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Organização social e religiosidade

Em muitos lugares, a organização política e social esteve ligada a fatores religiosos. Diversos núcleos urbanos se estabeleceram como centros cerimoniais e, em várias sociedades antigas, os poderes políticos e religiosos estavam ligados.

Os centros cerimoniais eram lugares em que se homenageavam figuras religiosas importantes para cada cultura e onde eram feitas oferendas às divindades para comemorar e agradecer pela boa caça ou por uma colheita farta. Os centros religiosos que eram lugares de peregrinação recebiam muitas pessoas e se transformaram em cidades complexas, que podiam estar integradas a uma rede de comércio ou de estradas. Nessas cidades também se desenvolveram funções administrativas e militares.

Assim, a partir de alguns centros cerimoniais surgiram cidades que se organizavam de acordo com uma hierarquia social relacionada a fatores políticos e religiosos.

No continente americano também havia cidades com essas características, como a cidade de Chavín de Huántar, no norte do Peru, que foi um importante local de peregrinação religiosa e centro cultural que se desenvolveu entre 3 500 e 2 500 anos atrás. Na cidade havia edifícios públicos, templos e praças. A influência da cultura de Chavín também se expandiu para as regiões onde atualmente se localizam o Equador e a Bolívia.

Imagem: Fotografia. Vista de sitio arqueológico de casas de pedras em pequenos morros. Ao fundo há montanhas de rochas longas e vegetação.   Fim da imagem.

LEGENDA: Sítio arqueológico da cidade de Chavín de Huántar. Região de Lima, Peru, 2018. FIM DA LEGENDA.

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Boxe complementar:

Você sabia?

Os olmecas foram os primeiros habitantes da região chamada Mesoamérica (onde hoje se localizam o México, Guatemala, Nicarágua, Honduras e outros países) a erguer grandes edifícios com finalidades religiosas. Os deuses olmecas são representados em imagens que associam aves fantásticas, jaguares, serpentes e seres humanos.

A cultura olmeca é considerada a matriz de muitas outras civilizações que surgiram depois e seus vestígios datam de cerca de 4 mil anos atrás.

Acredita-se que La Venta era o principal centro olmeca. A cidade foi erguida numa pequena ilha, em uma área pantanosa. As pedras disponíveis se encontravam a cerca de 60 km de distância do local, mas, ainda assim, existiam ali esculturas gigantescas feitas de pedra. Foram encontrados também vestígios de pirâmides, túmulos circulares e altares esculpidos em pedra. Alguns pesquisadores defendem que as esculturas representavam os soberanos olmecas, outros defendem que eram representações de divindades. Nas duas interpretações, aparecem a religião e o poder mostrando como no mundo antigo essas condições estavam relacionadas.

Imagem: Fotografia. Rocha esculpida em formato de um rosto com um capacete, nariz largo e boca de lábios grossos.   Fim da imagem.

LEGENDA: Escultura olmeca em forma de cabeça humana. Xalapa, México, cerca de 1991. As esculturas olmecas em forma de cabeça medem até 4 metros de altura. FIM DA LEGENDA.

Fim do complemento.

  1. Qual era a importância dos centros cerimoniais e religiosos para as sociedades antigas? Dê exemplos.

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Como as pessoas faziam para...

Fazer registros em rochas

Localizado no estado do Piauí, o Parque Nacional Serra da Capivara é considerado um Patrimônio Mundial da Humanidade. Ele abriga centenas de sítios arqueológicos, muitos deles com pinturas rupestres, que eram feitas em rochas e trazem registros valiosos sobre os primeiros grupos humanos que viveram na região. Saiba como as pessoas faziam esses registros.

Imagem: Fotografia. Homem caminhando em uma passarela de madeira com árvores ao redor. À direita, parede formada por rochas antigas alaranjadas com inscrições.  Fim da imagem.

Os registros mais antigos encontrados no Parque Nacional Serra da Capivara foram feitos há milhares de anos. O local reúne vestígios das ocupações humanas mais antigas de que se tem notícia na América do Sul. As pinturas eram feitas nas paredes e no teto de grutas e cavernas.

Imagem: Fotografia. Rocha com ilustração de homens e mulheres pré-históricos.   Fim da imagem.

LEGENDA: Imagens do Parque Nacional Serra da Capivara, estado do Piauí. Fotografias de 2016 (primeira) e 2015 (segunda).

Para fazer os registros foram utilizados instrumentos variados. Os espinhos (finos e pontiagudos) eram usados para produzir traços finos e desenhos pequenos.

As tintas também eram aplicadas nos desenhos usando-se tubos feitos de ossos, por meio dos quais a tinta era soprada na parede.

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Imagem: Fotografia. Animais em pinturas rupestres em paredes, três animais em tamanhos diferentes, um abaixo ao outro.  Fim da imagem.

Nas pinturas encontradas no local são representadas figuras humanas e de animais em cenas de caça, rituais, danças, batalhas e diversas atividades.

Imagem: Fotografia. Rocha com pinturas rupestres de pessoas segurando árvores em tinta vermelha.  Fim da imagem.

As tintas utilizadas nas pinturas eram produzidas com elementos retirados da natureza. As pinturas mais antigas têm a cor vermelha, pois foram feitas com tintas à base de argila rica em hematita, um mineral constituído de ferro.

Imagem: Fotografia. Rocha com pinturas rupestres de animais em tons de branco.   Fim da imagem.

Fontes: Fundação Museu do Homem Americano (Fumdham). Disponível em: http://fdnc.io/ecH. Museu Histórico Nacional. Disponível em: http://fdnc.io/3zB. Acessos em: 5 mar. 2021.

Além das tintas de cor vermelha, são encontrados registros com tintas feitas de argila contendo minerais que resultavam em cores como amarelo e branco. Em algumas pinturas também foram utilizados pigmentos feitos de carvão vegetal que resultavam em traços na cor preta.

  1. Quais eram os principais instrumentos e pigmentos utilizados nas pinturas rupestres do Parque Nacional Serra da Capivara?
  1. Por que o Parque Nacional Serra da Capivara é considerado um Patrimônio Mundial da Humanidade?
Imagem: Ícone: Atividade para casa. Fim da imagem.
Imagem: Ícone: Atividade oral. Fim da imagem.
  1. Observe as figuras rupestres reproduzidas nessas páginas e discuta o significado delas com alguém da sua família. Registre as impressões de vocês e depois compartilhe com os colegas.

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Capítulo 4. Registros de memória: cultura material

Os objetos do passado que foram preservados nos ajudam a compreender aspectos da vida cotidiana de vários povos. Objetos variados, como itens de vestuário e enfeites, recipientes de uso cotidiano ou religioso, construções públicas e moradias, instrumentos de caça ou festivos podem fornecer informações sobre o modo de vida em outros tempos e espaços e fazem parte da memória de um povo.

Dá-se o nome de cultura material ao conjunto de objetos que dão significado às vidas das pessoas em diferentes momentos da História, conferindo-lhes identidade.

Elementos simbólicos também fazem parte dos objetos que são legados pelos povos. Vejamos um exemplo: na cultura material dos antigos egípcios existem muitas representações de gatos porque esses animais eram considerados sagrados, tendo alguns até sido mumificados . Considerado uma divindade, o gato representava a fertilidade. A representação do gato como um símbolo religioso pode ser explicada como uma referência a um animal que fazia parte da vida cotidiana dos egípcios. Os elementos simbólicos também podem se relacionar com as práticas do dia a dia das pessoas.

Imagem: Fotografia. Escultura de mulher de coroa dourada, cabelo curto, sobrancelhas únicas, colar e túnica branca.  Fim da imagem.

LEGENDA: Enfeites para cabelo, brincos e colares de cerca de 4.500 anos, usados por rainha da cidade de Ur, na Mesopotâmia. FIM DA LEGENDA

Imagem: Fotografia. Estátua de uma gata deitada com filhotes à frente.   Fim da imagem.

LEGENDA: Estátua egípcia de bronze representando uma gata amamentando seus filhotes, de cerca de 2.500 anos atrás. FIM DA LEGENDA.

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  1. Explique o que é cultura material. Dê exemplos.
  1. Observe a imagem, leia a legenda e responda à questão.
Imagem: Fotografia. Estátua de cabeça de um animal com dentes grandes e boca larga, focinho e olhos achatados com crista ao redor.   Fim da imagem.

LEGENDA: Esta imagem representa Quetzalcóatl, uma das principais divindades dos povos que habitavam a região que hoje corresponde ao México. Trata-se da “serpente emplumada”, figura que unia elementos do céu e da terra. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Ícone: Atividade em grupo. Fim da imagem.

  1. Reúna-se em grupo com os colegas para realizar a atividade a seguir.
    1. Selecionem três objetos que vocês usam no dia a dia.
    1. Observem esses objetos com cuidado, como se fossem arqueólogos do futuro que os tivessem encontrado. Na observação, levem em consideração as seguintes questões: Quais seriam as funções desses objetos? Como eles eram usados? O que eles podem indicar a respeito do cotidiano dos povos que os produziram?
    1. Depois, elaborem no caderno um pequeno relatório indicando o que os pesquisadores do futuro poderiam descobrir sobre a sociedade que produziu esses objetos.

Boxe complementar:

Hora da leitura

Egito, Grécia e Roma: um almanaque de história da arte, de Douglas Tufano. São Paulo: Moderna, 2017.

O livro traz, de forma divertida, informações relevantes sobre a arte na Antiguidade e a maneira como os povos antigos a produziam.

Fim do complemento.

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Hábitos e culturas: objetos da cultura material

As ações na vida cotidiana geram métodos próprios e novas técnicas para lidar com as necessidades e os desafios enfrentados pelas pessoas ao longo do tempo. Assim, as construções arquitetônicas ou os utensílios empregados em usos diversos, como cultivar alimentos, cozinhar ou se locomover, guardam as marcas de necessidades e hábitos corriqueiros das populações.

Os avanços tecnológicos são fruto das tentativas de atender às necessidades comuns em uma sociedade. Podemos citar como exemplo elementos da cultura do povo fenício, que atingiu um grau muito alto de aprimoramento técnico na Antiguidade. A Fenícia se situava em uma estreita faixa litorânea próxima ao mar Mediterrâneo, onde hoje se localizam o Líbano e parte da Síria. Esse povo se dedicava ao comércio, especialmente o comércio marítimo, navegando em embarcações chamadas galés, impulsionadas pelo uso de velas e remos. Na região próxima ao mar em que estavam instalados, dedicar-se à navegação era fundamental, e eles souberam aproveitar os recursos naturais do entorno para obter madeira para a construção de embarcações. É possível considerar que as galés são parte da cultura material dos fenícios, pois elas comportam uma tecnologia particular desenvolvida por esse povo.

Imagem: Fotografia. Árvores altas com galhos compridos e copa baixa acompanhando galhos.  Fim da imagem.

LEGENDA: Árvore de cedro, madeira abundante nas florestas das montanhas próximas à Fenícia, onde atualmente se localiza o Líbano. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Jarro de cerâmica azul e pinturas em padrões amarelo e verde.   Fim da imagem.

LEGENDA: Frasco fenício do século V a.C., feito de vidro com núcleo de areia, usado para guardar unguento. FIM DA LEGEDA.

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Boxe complementar:

Você sabia?

Os fenícios construíam as galés com cedro, madeira leve e muito resistente, abundante nas florestas próximas. Além das galés, os fenícios criaram velas e remos para aumentar a velocidade da navegação e, em caso de falta de vento, evitar que o barco ficasse à deriva. As galés foram fundamentais para o desenvolvimento econômico dos fenícios.

Imagem: Fotografia. Navio preto baixo e comprido com remos saindo das laterais. Possui uma vela vermelha e branca.  Fim da imagem.

LEGENDA: Réplica de embarcação fenícia chamada galé, utilizada há cerca de 2 700 anos. FIM DA LEGENDA.

Fim do complemento.

  1. Dê um exemplo de um objeto que pode ser considerado um legado cultural de um povo da Antiguidade.
  1. Observe as imagens e responda às questões.
Imagem: Fotografia. Osso em formato de colher.  Fim da imagem.

LEGENDA: Utensílio de cozinha feito de osso, de cerca de 8 mil anos atrás, encontrado em Çatal Hüyük, sítio arqueológico na atual Turquia. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Miniatura em formato de casa em L com janelas retangulares estreitas.  Fim da imagem.

LEGENDA: Miniatura de casa feita de argila, de cerca de 3 mil anos atrás, construída na Mesopotâmia, na região da atual Síria. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Vaso de cerâmica vermelho com imagens em amarelo.   Fim da imagem.

LEGENDA: Recipiente feito de cerâmica, de cerca de 2 800 anos atrás, encontrado na Mesopotâmia, na região do atual Irã. FIM DA LEGENDA.

  1. De que são feitos os objetos retratados nas fotografias?
  1. Esses objetos têm semelhanças com os que usamos no cotidiano hoje? Por quê?
Imagem: Ícone: Atividade para casa. Fim da imagem.
  1. Selecione junto com as pessoas que moram com você alguns objetos de seu cotidiano que podem ser considerados exemplos de legados culturais. Justifique sua resposta.

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Registros de memória: a escrita

A escrita representa o resultado de um processo de desenvolvimento da comunicação e, entre os povos antigos, tinha uma importante função na vida religiosa e econômica, pois os rituais e a coleta de impostos, por exemplo, eram registrados.

As primeiras formas de escrita conhecidas foram desenvolvidas há cerca de 5 500 anos. Alguns historiadores do passado consideravam seu desenvolvimento uma transformação muito relevante e, por isso, definiram o surgimento da escrita como o marco que separaria dois períodos distintos: a Pré-História e a História. Eles acreditavam que os registros escritos seriam os recursos essenciais para conhecer a vida dos povos do passado. Hoje sabemos que ela é muito importante, mas não é o único recurso.

Diferentes tipos de escrita

Muitos povos antigos desenvolveram maneiras distintas de escrever. Os sumérios, na Mesopotâmia, foram os inventores da escrita cuneiforme, feita sobre argila com um objeto pontiagudo chamado cunha (de onde vem a palavra cuneiforme: em forma de cunha).

Os egípcios inventaram os hieróglifos (hiero = sagrado e glifo = símbolo), uma escrita sagrada realizada por escribas e sacerdotes e muito utilizada em templos e túmulos.

Imagem: Ilustração. Inscrição em hieróglifos sobre estrutura de túmulo.  Fim da imagem.

LEGENDA: Detalhe de inscrição em túmulo fenício de cerca de 3 mil anos atrás. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Ilustração. Placa com ilustração de um homem egípcio sentado em um banco. Ao redor há inscrições em formatos de animais, utensílios e plantas.    Fim da imagem.

LEGENDA: Placa de calcário egípcia com inscrições feitas entre 2613 a.C. e 2498 a.C. FIM DA LEGENDA.

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Os maias, povo que viveu na América entre os séculos III e X, também criaram uma escrita por glifos, símbolos que representavam palavras, por isso sua escrita se chama pictoglífica ( picto = figura e glifo = símbolo).

Diferentemente dos sumérios, egípcios e maias, os fenícios utilizavam um alfabeto composto de 22 letras, sem vogais, que podiam se unir para formar palavras. O alfabeto fenício serviu de base para o alfabeto grego, que, por sua vez, deu origem ao alfabeto que utilizamos na língua portuguesa.

Imagem: Ilustração. Conjunto de placas com ilustração de homens maias com inscrições do alfabeto por toda a placa.  Fim da imagem.

LEGENDA: Detalhe de um conjunto de placas com inscrições maias de cerca de 3.500 anos atrás. FIM DA LEGENDA.

  1. Observe as imagens abaixo e responda às questões.

    Exemplos de escrita suméria e escrita egípcia.

Imagem: Esquema. Ilustração de escrita representando palavras. Boi: Ilustração de um animal e ilustração de um triângulo com o símbolo em V transpassado. Sol: Ilustração de um círculo com ponto no centro e ilustração de dois semicírculos se unindo. Ir: ilustração de duas pernas e ilustração de um contorno de pé. Água: Ilustração de duas ondas paralelas e ilustração de linhas em zig zag.   Fim da imagem.
  1. O que os tipos de escrita representados nas imagens têm em comum? Explique
  1. Crie um sistema de escrita com símbolos para escrever seu nome e o de um colega. Depois, registre sua criação no caderno.

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O que você aprendeu

  1. Cite uma ferramenta ou utensílio utilizado no período Neolítico. Depois, explique: Qual era a função dessa ferramenta?
  1. Leia o trecho de reportagem a seguir e depois faça as atividades propostas.

    Com pequenos robôs equipados com microcâmeras, arqueólogos encontraram sepulturas de humanos e objetos de cerâmica da cultura Chavín, que floresceu entre os anos 1300 e 550 antes de Cristo no atual Peru. [...]

    “As novas descobertas nos mostram um mundo de galerias que têm sua própria organização, com conteúdos distintos”, disse à imprensa o arqueólogo americano John W. Rick, da Universidade de Stanford, que dirige esta pesquisa. [...]

    Acrescentou que “aparentemente, estes lugares serviam para a preparação dos sacerdotes em tempos de Chavín”. [...]

    O Monumento Arqueológico Chavín de Huántar, que foi o centro administrativo e religioso da cultura chavín, é o primeiro grande centro religioso e de peregrinação da América do Sul. Em 1985 foi declarado Patrimônio da Humanidade pela Unesco.

    FONTE: Sepulturas e galerias subterrâneas milenares são descobertas com robôs no Peru. Istoé , 21 ago. 2018. Disponível em: http://fdnc.io/guB. Acesso em: 12 mar. 2021.

Imagem: Fotografia. Vista de campo aberto com morros e ruínas de sítio arqueológico com casas e construções. Ao fundo há montanhas com vegetação baixa e poucas árvores.   Fim da imagem.

LEGENDA: Sítio arqueológico em Chavín de Huántar, Peru, 2018. FIM DA LEGENDA.

  1. Cite duas características da antiga cidade de Chavín de Huántar, no norte do Peru, que você conheceu ao longo desta unidade. Alguma dessas características aparece no trecho da reportagem que você acabou de ler? Explique.
  1. Explique como o uso de novas tecnologias colaborou para as descobertas expostas na reportagem.
  1. Que denominação a antiga cidade de Chavín de Huántar recebeu em 1985, segundo a reportagem? Com base nos conteúdos desta unidade, explique a importância desse fato.

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Avaliação processual

  1. Leia o texto e responda à questão a seguir.

    Foi na parte oriental da África que o homem surgiu, há aproximadamente 3 milhões de anos, como um animal de postura ereta fabricante de utensílios. Por esse motivo, a história dessa parte do mundo é mais longa do que a de qualquer outro lugar; a Idade da Pedra, em particular, foi mais extensa que em outros continentes e em outras regiões da África. Teve início quando os primeiros hominídeos começaram a fabricar, de maneira regular, utensílios de pedra reconhecíveis como tal, com formas e padrões predeterminados. [...]

    É possível que os primeiros utensílios [...] continuem desconhecidos [...]. É também provável que outros materiais, que se teriam decomposto sem deixar vestígios, como a madeira, o couro e o osso, fossem usados e trabalhados pelo menos na mesma época que a pedra. [...]. Portanto, a fabricação de utensílios [...] pode ter começado antes da data sugerida pelos testemunhos de que dispomos sobre aqueles importantes desenvolvimentos. Esses testemunhos consistem nos primeiros utensílios líticos identificáveis, marco inicial da Idade da Pedra, assim chamada por convenção.

    FONTE: J. E. G. Sutton. A pré­história da África Oriental. In : Joseph Ki­Zerbo (ed.). História geral da África : metodologia e pré­história da África. 3ª ed. São Paulo: Cortez; Brasília, DF: Unesco, 2011. p. 512­513. v. 1. Disponível em: http://fdnc.io/guC. Acesso em: 7 abr. 2021.

  1. Observe a imagem e responda à questão.
Imagem: Fotografia. Vista superior de campo de terra com demarcações no chão separando ruínas de sítios arqueológicos formados por muros de pedras incompletos.   Fim da imagem.

LEGENDA: Vista do sítio arqueológico de Harapa, Vale do Indo, construído há cerca de 5 mil anos. Punjab, Paquistão. Fotografia de 2014. FIM DA LEGENDA.

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  1. Como os rios favoreceram a fixação de grupos humanos em determinado local? Dê exemplos.
  1. Observe as imagens. Depois, copie as duas sentenças no caderno, completando as lacunas com os termos corretos.
Imagem: Fotografia. Vista superior de o interior de uma casa sem teto em sítio arqueológico formado por pedras com demarcações de cômodos.  Fim da imagem.

LEGENDA: Parte de vila de cerca de 5 mil anos, descoberta no sítio arqueológico de Skara Brae. Arquipélago Orkney, Escócia. Fotografia de 2014. FIM DA LEGENDA.

  1. Durante o _____, a construção de _____ e assentamentos favoreceu a contra perigos e o armazenamento de _____.
Imagem: Fotografia. Rocha com ilustração de gado em pinturas rupestres em branco, vermelho e preto. Há pessoas entre os animais.   Fim da imagem.

LEGENDA: Pintura rupestre de bovinos do período Neolítico. Região de Tadrat Acacus, Líbia. Fotografia de 2017. FIM DA LEGENDA.

  1. A _____ das espécies animais estimulou o desenvolvimento da agricultura e do _____, que favoreceram a produção de _____ e outros itens, como couros e tecidos.
  1. Quais foram os tipos de organização social característicos dos períodos Paleolítico e Neolítico? Explique.

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  1. Em grupo, leiam em voz alta as sentenças a seguir. Conversem sobre cada uma delas e identifiquem a alternativa que indica apenas elementos que fazem parte da cultura material.
    1. Músicas e instrumentos de caça.
    1. Enfeites e festas tradicionais.
    1. Edifícios e tradições orais.
    1. Instrumentos musicais e vestimentas.
    1. Lendas e vestígios de centros cerimoniais.
  1. Reunidos em grupos, observem as imagens e respondam à questão a seguir.
Imagem: Fotografia. Placa com inscrições em alto relevo de hieróglifo em formatos de símbolos, animais diversos como insetos, aves, cobras e bovinos.  Fim da imagem.

LEGENDA: Placa com inscrições hieroglíficas egípcias. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Relevo em parede de ilustrações diversas de hieróglifos formando rostos, animais e objetos.  Fim da imagem.

LEGENDA: Relevo de pedra com hieróglifos maias. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Tecido com pintura de símbolos diversos em sequência. No centro, ilustração de pessoas com diferentes roupagens formando criaturas.   Fim da imagem.

LEGENDA: Parte de escrito pictoglífico maia. FIM DA LEGENDA.