MP032

Comentários para o professor:

GRADE DE CORREÇÃO

Tabela: equivalente textual a seguir.

Questão

Habilidades avaliadas

Nota/conceito

1

EF05HI01: Identificar os processos de formação das culturas e dos povos, relacionando-os com o espaço geográfico ocupado.

2

EF05HI01: Identificar os processos de formação das culturas e dos povos, relacionando-os com o espaço geográfico ocupado.

3

EF05HI02: Identificar os mecanismos de organização do poder político com vistas à compreensão da ideia de Estado e/ou de outras formas de ordenação social.

4

EF05HI03: Analisar o papel das culturas e das religiões na composição identitária dos povos antigos.

5

EF05HI07 : Identificar os processos de produção, hierarquização e difusão dos marcos de memória e discutir a presença e/ou a ausência de diferentes grupos que compõem a sociedade na nomeação desses marcos de memória.

6

EF05HI04: Associar a noção de cidadania com os princípios de respeito à diversidade, à pluralidade e aos direitos humanos.

EF05HI05: Associar o conceito de cidadania à conquista de direitos dos povos e das sociedades, compreendendo-o como conquista histórica.

7

EF05HI06: Comparar o uso de diferentes linguagens e tecnologias no processo de comunicação e avaliar os significados sociais, políticos e culturais atribuídos a elas.

EF05HI09: Comparar pontos de vista sobre temas que impactam a vida cotidiana no tempo presente, por meio do acesso a diferentes fontes, incluindo orais.

8

EF05HI08: Identificar formas de marcação da passagem do tempo em distintas sociedades, incluindo os povos indígenas originários e os povos africanos.

9

EF05HI10: Inventariar os patrimônios materiais e imateriais da humanidade e analisar mudanças e permanências desses patrimônios ao longo do tempo.

MP033

Sugestão de questões de autoavaliação

As questões de autoavaliação sugeridas a seguir podem ser apresentadas aos estudantes no início do ano letivo, para que eles reflitam sobre suas expectativas de aprendizagem em relação ao curso e à etapa em que estão no Ensino Fundamental. Além disso, a autoavaliação pode ser uma ferramenta interessante para que eles tomem consciência de suas descobertas anteriores, seu desenvolvimento pedagógico ao longo dos anos, suas facilidades e dificuldades. Essas questões podem ser conduzidas com a turma de maneira oral, em uma roda de conversa, para que todos se sintam à vontade para expressar suas expectativas, seus receios e seus desejos em relação ao ano que se inicia. Você pode fazer os ajustes que considerar adequados, de acordo com as necessidades de sua turma.

  1. Quais são minhas principais expectativas para o ano que se inicia?
  1. Como imagino que será a passagem para o 5º ano do Ensino Fundamental?
  1. Quais facilidades imagino ter ao longo deste ano?
  1. Em qual aspecto imagino que terei mais dificuldade?
  1. Como imagino o estudante do 5º ano?
  1. Quais são minhas principais responsabilidades como estudante ao longo deste ano letivo?
  1. Como gostaria que fosse minha relação com os professores no Ensino Fundamental?
  1. Como desejo que seja minha relação com os colegas de turma ao longo do ano?
  1. Meu cotidiano vai mudar em relação ao do ano anterior?
  1. Existe algum tipo de atividade que gostaria de fazer que não fazia antes?
  1. Como espero que seja o dia a dia no 5º ano?

    12. Quais foram os temas que mais gostei de estudar nos anos letivos anteriores?

    13. O que gostaria de estudar no 5º ano?

MP034

Unidade 1. A formação dos povos

Imagem: Fotografia complementar das páginas 12 e 13. Vista superior de mulher de cabelo longo preto, vestindo camiseta azul e calça cinza, tralhando em um buraco retangular. Há bacias com rochas e escada de madeira.   Fim da imagem.

LEGENDA: Arqueóloga realiza pesquisa em sítio arqueológico na Comunidade Bom Jesus da Ponta da Castanha, na Floresta Nacional de Tefé, Amazonas, 2018. Segundo as pesquisas arqueológicas, a Floresta Amazônica teria sido densamente povoada muito antes da chegada dos colonizadores portugueses. FIM DA LEGENDA.

MANUAL DO PROFESSOR

Introdução

A unidade 1, A formação dos povos, apresenta uma proposta de reflexão sobre o processo de sedentarização dos primeiros grupos humanos, o desenvolvimento da agricultura, a formação de cidades e a criação de sistemas de escrita entre os povos antigos. A unidade também discute as ações dos grupos humanos na natureza ao longo do tempo e procura valorizar a importância do estudo da cultura material de civilizações antigas.

Em consonância com as Competências Gerais da Educação Básica 1, 3 e 6 da BNCC, a unidade estimula os estudantes a exercitar a curiosidade intelectual e a valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais. Em consonância com as Competências Específicas de Ciências Humanas para o Ensino Fundamental 2, 3 e 7 da BNCC, a unidade busca incentivar os estudantes a analisar o mundo social, cultural e digital e o meio técnico-científico-informacional com base nos conhecimentos das Ciências Humanas, bem como a identificar e explicar a intervenção dos seres humanos na natureza e na sociedade e a utilizar diferentes linguagens nesse processo. A proposta da unidade relaciona-se, ainda, com as Competências Específicas de História 2, 5 e 6 da BNCC, e, desse modo, visa contribuir para que o estudante possa compreender acontecimentos históricos e a historicidade no tempo e no espaço e analisar e compreender o movimento de populações e mercadorias ao longo do tempo.

Unidades temáticas da BNCC em foco na unidade:

  • Povos e culturas: meu lugar no mundo e meu grupo social
  • Registros da história: linguagens e culturas

    Objetos de conhecimento em foco na unidade:

  • O que forma um povo: do nomadismo aos primeiros povos sedentarizados
  • As formas de organização social e política: a noção de Estado
  • O papel das religiões e da cultura para a formação dos povos antigos
  • As tradições orais e a valorização da memória
  • O surgimento da escrita e a noção de fonte para a transmissão de saberes, culturas e histórias

    Habilidades da BNCC em foco nesta unidade:

    EF05HI01, EF05HI02, EF05HI03 e EF05HI07.

    Objetivos pedagógicos da unidade:

  • Diferenciar o modo de vida nômade do sedentário e reconhecer o processo de produção de ferramentas e a crescente intervenção humana sobre a natureza.

MP035

Boxe complementar:

Vamos conversar

  1. O que a profissional retratada na imagem está fazendo?
  1. Como podemos ter mais informações sobre o modo de vida dos povos que viveram em outros tempos?

Fim do complemento.

MANUAL DO PROFESSOR
  • Conhecer civilizações antigas e identificar características como o planejamento urbano, o comércio e a importância da religião.
  • Refletir sobre o início da divisão social do trabalho e a organização social a partir dela.
  • Compreender a formação dos grupos sociais em clãs e tribos e, posteriormente, em núcleos maiores e com organização política, como as cidades.
  • Compreender o conceito de cultura material.
  • Refletir sobre as relações entre cultura material, memória, identidade e história de um povo.
  • Problematizar a escolha da escrita como marco do início da História.

    Roteiro de aula

    A aula prevista para os conteúdos da abertura da unidade 1 pode ser trabalhada na semana 2.

    Orientações

    As atividades de abertura da unidade podem ser conduzidas como atividades preparatórias para o trabalho com conteúdos, competências e habilidades que serão desenvolvidos com os estudantes. Sugerimos que inicie as propostas da unidade com as seguintes atividades preparatórias:

    Peça aos estudantes que observem e comentem a imagem das páginas de abertura da unidade. Trata-se de uma fotografia que mostra o trabalho de arqueólogos.

    Incentive os estudantes a refletir sobre o trabalho dos arqueólogos e a reconhecer sua importância para o conhecimento de como viviam e como se desenvolveram os seres humanos ao longo do tempo.

    Proponha a resolução das atividades da página 13. A pessoa na fotografia faz uma pesquisa em um sítio arqueológico localizado na Comunidade Bom Jesus da Ponta da Castanha, na Floresta Nacional de Tefé, no estado do Amazonas, em 2018.

    Com base na observação da fotografia, os estudantes poderão considerar que os vestígios materiais deixados pelos povos de outros tempos podem contribuir de modo impactante para que tenhamos mais informações sobre os modos de vida do passado. No local retratado na fotografia, por exemplo, os vestígios encontrados colaboram para os estudos sobre a história da floresta amazônica, que teria sido densamente povoada muito antes da chegada dos colonizadores portugueses.

MP036

Capítulo 1. Fixação dos grupos humanos

O período anterior ao desenvolvimento da escrita (que surgiu há cerca de 6 mil anos) é conhecido como Pré-História. Esse período foi subdividido em diferentes fases, de acordo com os tipos de ferramenta criados pelos grupos humanos em momentos e lugares distintos. A criação e o uso dessas ferramentas dizem muito sobre o modo de vida das populações da Pré-História. Vamos, agora, conhecer um pouco mais sobre diferentes períodos da Pré-História?

Imagem: Fotografia. Rochas pontiagudas diversas.   Fim da imagem.

LEGENDA: Ferramentas feitas de pedra lascada e de chifre de animal utilizadas no Paleolítico, há cerca de 10 mil anos. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Lanças de ossos e pequenas pedras em diferentes formatos.  Fim da imagem.

Período Paleolítico

No Paleolítico (período em que foram criados os primeiros utensílios de pedra até o início da prática da agricultura, há cerca de 12 mil anos), os grupos humanos eram nômades, caçadores e coletores. Por isso, foi fundamental desenvolver objetos para a caça, a coleta e o processamento de alimentos. Esses objetos, como lanças e machados, geralmente eram feitos de pedra, mas também eram usados madeira, ossos e chifres. Em muitos lugares, as peles dos animais eram utilizadas para fazer vestimentas.

Apesar da diversidade de materiais empregados nos utensílios e ferramentas, o período Paleolítico ficou conhecido como Idade da Pedra Lascada, pois essa era a principal matéria-prima usada entre diferentes povos na confecção dos instrumentos.

MANUAL DO PROFESSOR

Roteiro de aula

A aula prevista para os conteúdos das páginas 14 e 15 pode ser trabalhada na semana 2.

Objetivos pedagógicos do capítulo

  • Diferenciar o modo de vida nômade do sedentário e compreender as principais implicações do sedentarismo no desenvolvimento da história humana.
  • Identificar instrumentos feitos no período Paleolítico e no período Neolítico, reconhecendo as particularidades dos povos que os utilizavam, suas técnicas de fabricação e os materiais utilizados.
  • Reconhecer o processo de sofisticação das ferramentas e o crescente domínio do ser humano sobre a natureza a partir do estabelecimento em locais fixos.
  • Identificar o papel da agricultura e da criação de animais para o início das civilizações.
  • Refletir sobre as relações entre seres humanos e meio ambiente, avaliando os locais de ocupação dos primeiros grupos humanos, como os sambaquis.

    Orientações

    Inicie a abordagem do conteúdo perguntando aos estudantes o que eles entendem pelo termo “fixação” a um lugar. Deixe que contribuam livremente com suas impressões e opiniões sobre o assunto. Explique, então, que se manter fixo a um lugar é uma característica de povos sedentários. Esse conceito será trabalhado ao longo da unidade e é importante para que os estudantes compreendam a formação das civilizações.

    Atividade complementar: Habilidades humanas

    Em interdisciplinaridade com Ciências, promova uma discussão sobre o que diferencia os seres humanos de animais. Peça aos estudantes que reflitam sobre o que os seres humanos são capazes de fazer em relação ao que conhecem sobre o mundo animal. Se necessário, solicite que façam uma pesquisa para preparar seus argumentos para a próxima aula.

    As respostas poderão ser anotadas na lousa para melhor observação dos estudantes. Estimule a troca de opiniões para um processo coletivo e construtivo de aprendizagem. Espera-se que eles notem que, entre outras, as habilidades de planejamento, de questionamento e de elaboração de ferramentas são próprias dos seres humanos.

MP037

Boxe complementar:

Você sabia?

As chamadas bifaces estavam entre as principais ferramentas encontradas no período Paleolítico. Elas eram feitas de pedra, em forma de amêndoa. Segundo pesquisadores, as bifaces mais comuns apresentavam, geralmente, uma ponta e a base arredondada.

As bifaces foram os primeiros utensílios reconhecidos, entre estudiosos e pesquisadores, como ferramentas produzidas na Pré-História. Essas ferramentas, que se diferenciam dos machados, foram extremamente importantes para os grupos humanos do Paleolítico, pois eram usadas para cavar, cortar e tirar a pele de animais.

As imagens a seguir mostram algumas das ferramentas do período Paleolítico, entre elas, a biface.

Ferramentas paleolíticas

Imagem: Ilustração. Rocha semicircular com uma ponta fina na lateral oposta.  Fim da imagem.

LEGENDA: Seixo talhado. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Ilustração. Rocha triangular com pontas arredondadas.  Fim da imagem.

LEGENDA: Biface parcial. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Ilustração. Rocha triangular com posta reta.  Fim da imagem.

LEGENDA: Biface completa. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Ilustração. Rocha triangular bege.  Fim da imagem.

LEGENDA: Ponta levalloisense. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Ilustração. Triangular estreita e alongada marrom.  Fim da imagem.

LEGENDA: Ponta de lança. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Ilustração. Arpão de osso com dentes de ambos os lados formando três dentes em cada lado.  Fim da imagem.

LEGENDA: Arpão. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Ilustração. Agulha fina e alongada com um furo na ponta.   Fim da imagem.

Fonte: Marcel Mazoyer; Laurance Roudart. História das agriculturas no mundo. São Paulo: Editora Unesp, 2008. p. 65.

LEGENDA: Agulha com furo. FIM DA LEGENDA.

Fim do complemento.

  1. Quais são os critérios utilizados para dividir os períodos históricos anteriores ao desenvolvimento da escrita?
PROFESSOR Resposta: Os períodos históricos anteriores ao desenvolvimento da escrita são divididos com base nos diferentes tipos de ferramentas criados ao longo do tempo. Ver orientações específicas deste volume.
  1. Quais eram os materiais usados nas ferramentas do Paleolítico?
PROFESSOR Atenção professor: Ver orientações específicas deste volume. Fim da observação.
Imagem: Ícone: Atividade para casa. Fim da imagem.
  1. Por que o período Paleolítico também ficou conhecido como Idade da Pedra Lascada? Troque conhecimentos sobre o período com seus familiares antes de responder à questão.
PROFESSOR Resposta: Porque nesse período, entre diversos povos, as ferramentas e os objetos criados para as necessidades do cotidiano eram feitos principalmente de pedra.
MANUAL DO PROFESSOR

Converse com os estudantes sobre como os seres humanos são capazes de transformar a natureza para atender a suas necessidades. Estimule-os a imaginar, por um momento, o que é necessário hoje em dia para se alimentar, morar e se vestir. Explique, então, que a tecnologia disponível atualmente foi aprimorada ao longo de muitos séculos.

Atividade 1. Os tipos de ferramenta criados pelos grupos humanos em momentos e lugares distintos.

Atividade 2. As ferramentas eram feitas de pedra, madeira, ossos e chifres.

Atividade 3. Sugerimos que a atividade seja realizada em casa, possibilitando um momento de literacia familiar, de leitura oral e dialogada e interação verbal. Dessa forma, a atividade favorece a troca de ideias entre os estudantes e seus familiares e a integração dos conhecimentos construídos por eles em casa e na escola. Para consolidar os conhecimentos de literacia e de alfabetização, essa atividade trabalha inferências diretas.

As atividades 1 e 4 contribuem para o desenvolvimento da Competência Específica de História 2 da BNCC: Compreender a historicidade no tempo e no espaço, relacionando acontecimentos e processos de transformação e manutenção das estruturas sociais, políticas, econômicas e culturais, bem como problematizar os significados das lógicas de organização cronológica.

Atividade complementar: Estudo de objetos do Paleolítico

Peça aos estudantes que observem com atenção as imagens disponíveis nas páginas 14 e 15. Eles poderão identificar diferentes materiais, formatos e funções de cada ferramenta.

Informe aos estudantes que, durante milhares de anos, esses eram os instrumentos utilizados pelos seres humanos no dia a dia. Estimule-os a elaborar hipóteses sobre como os objetos eram produzidos, em que ocasiões eram utilizados e como viviam os povos do Paleolítico. Elas poderão ser registradas por meio de desenhos ou de pequenos textos. Este exercício visa orientar o olhar para fontes e incentivar a imaginação histórica.

MP038

Período Neolítico

Com o passar do tempo, os grupos humanos desenvolveram novas técnicas para a fabricação de instrumentos de pedra, como machados e raspadores. Com isso, os estudiosos demarcaram um novo período, posterior ao Paleolítico, conhecido como Idade da Pedra Polida ou Neolítico.

O período Neolítico estendeu-se de 12 mil até 6 mil anos atrás, aproximadamente. Por causa da prática da agricultura e da domesticação de animais (como cabras, bois, porcos, cavalos e aves), muitos grupos passaram a se estabelecer em um local fixo.

Aldeias neolíticas

No período Neolítico, foram constituídas aldeias que transformaram alguns aspectos da vida dos primeiros grupos humanos. Para estocar os alimentos foram criados utensílios de cerâmica, e com o desenvolvimento da agricultura novos instrumentos surgiram, como o arado, que serve para preparar a terra para o plantio. Alguns grupos passaram a utilizar tecidos de lã e linho no vestuário, e, para fabricar os tecidos, foram criados fusos e teares.

No final desse período, um novo ciclo se abriu com o desenvolvimento do trabalho com metal, material mais resistente que a pedra ou os ossos. Primeiro foram fabricados instrumentos de cobre, estanho e bronze, que eram mais fáceis de manusear quando submetidos a altas temperaturas. Depois, com o uso de fornalhas, foi possível confeccionar instrumentos de ferro, material que precisa de temperaturas muito altas para atingir a fusão . Esse período, por volta de 5 mil anos atrás, ficou conhecido como Idade dos Metais.

Imagem: Fotografia. Abrigo com laterais e teto fechado em palha com toras sustentando o interior. Faixadas da frente e atrás abertas.   Fim da imagem.

LEGENDA: Réplica de um abrigo do período Neolítico, próximo da caverna de Lascaux, França, 2017. FIM DA LEGENDA.

MANUAL DO PROFESSOR

Roteiro de aula

A aula prevista para os conteúdos das páginas 16 e 17 pode ser trabalhada na semana 2.

Orientações

Prossiga com a abordagem sobre a relação dos seres humanos com a natureza e a elaboração e aplicação de conhecimentos para a sobrevivência. Comente com os estudantes que, no período Neolítico, aconteceu uma grande mudança no modo de vida dos seres humanos: o desenvolvimento da agricultura. A mudança foi tão grande que ela é chamada por especialistas de “Revolução Neolítica”, como será desenvolvido no capítulo 2.

Por meio da observação dos ciclos da natureza, os seres humanos puderam criar técnicas de plantio e colheita de alimentos. Diferente da coleta, a agricultura possibilitava o acesso a quantidades de alimentos superiores ao que era consumido. A partir de então, os seres humanos passaram a exercer cada vez maior domínio sobre o mundo natural e a criar mais autonomia em relação ao suprimento de suas necessidades básicas.

Explique aos estudantes que o modo de vida sedentário, possibilitado pela agricultura e pela criação de animais, era também mais seguro contra o ataque de animais selvagens e variações climáticas.

A Idade dos Metais

Kertesz (1947) entende a Idade dos Metais como o período que se caracterizou pelo uso de instrumentos metálicos. Assim sendo, a Idade da Pedra (paleolítico e neolítico) foi seguida pela dos metais, que abrange as Idades do Cobre, do Bronze (Bronze Antigo, Bronze Médio e Bronze Final) e do Ferro. E apenas quando o comércio com o Oriente contribuiu com o conhecimento dos metais no vale oriental do Mediterrâneo, começou, lentamente, a transformar-se o quadro geral do Neolítico.

Para a referenciada autora, faz-se necessário apresentar uma periodização da Idade dos Metais. E afirma que esse período inicia em torno de 6500 a.C. e vai até o surgimento da escrita.

MP039

Imagem: Ícone: Uso de tecnologias. Fim da imagem.
  1. Skara Brae, localizada na ilha principal de Orkney, no norte da atual Escócia, era uma aldeia do período Neolítico. Suas casas foram habitadas entre 3100 a.C. e 2500 a.C. A sociedade que vivia no local praticava a pesca, a agricultura e a caça. Essa é a aldeia neolítica mais bem preservada e mais completa da Europa e está aberta para visitação do público. Leia mais sobre esse local no trecho de reportagem a seguir.

Skara Brae [...] tinha casas com isolamento térmico e móveis embutidos de pedra, além de camas que seriam forradas com peles de animais e plantas. Havia até versões mais rudimentares de banheiros.

“Eles não eram tão diferentes de nós assim. Eram às vezes até mais inventivos”, diz [o arqueólogo] Nick Card. “Quando muitas pessoas pensam na Idade da Pedra, elas imaginam um estilo de vida bem simplório. Mas a sociedade neolítica pode ter sido relativamente semelhante à nossa em termos de dinamismo e complexidade”.

FONTE: Amanda Ruggeri. O arquipélago escocês que reescreve a história da Idade da Pedra. BBC News , 29 fev. 2016. Disponível em: http://fdnc.io/gus. Acesso em: 4 mar. 2021.

Imagem: Fotografia. Vista aérea de sitio arqueológico de uma casa com divisões em rochas das áreas internas.   Fim da imagem.

LEGENDA: Sítio arqueológico de Skara Brae, em Orkney, na Escócia, 2014. FIM DA LEGENDA.

  1. Segundo a reportagem, como eram as casas da aldeia neolítica de Skara Brae?
PROFESSOR Atenção professor: Ver orientações específicas deste volume. Fim da observação.
  1. Por que o arqueólogo, na reportagem, diz que os habitantes daquela aldeia neolítica “não eram tão diferentes de nós assim” e que eram “às vezes até mais inventivos”?
  1. Faça, na internet, uma pequena pesquisa sobre a aldeia neolítica de Skara Brae ou sobre outra aldeia do período, identificando dois aspectos que mais chamem sua atenção. Pode ser algo referente à moradia, aos móveis ou aos hábitos alimentares de seus moradores. Apresente seu trabalho aos demais colegas da turma, se possível, mostrando a eles (por meio de um retroprojetor ou na sala de informática, por exemplo) algumas imagens da aldeia pesquisada por você.
MANUAL DO PROFESSOR

Marca o avanço das técnicas de produção de artefatos, quando passou a usar moldes de pedra ou barro para colocar o cobre derretido, produzindo armas e ferramentas, bem como o martelo para moldar os objetos depois de frios.

Giordani (1983, p. 43) esclarece que o homem, ao descobrir o fogo, dá início, por meio do calor, à técnica de fundição do cobre. “A constatação da influência do calor sobre o metal, a relativa facilidade com que este adquiria variadas formas abriram novas perspectivas para a técnica industrial.”

FONTE: STAGGEMEIER, Caroline Horvath et al . As joias da Idade dos Metais. Competência , Porto Alegre, v. 4, n. 1, p. 89-102, jul./dez. 2011. Disponível em: http://fdnc.io/gur. Acesso em: 5 jun. 2021.

Atividade 4. a) As casas apresentavam isolamento térmico e móveis embutidos de pedra, versões rudimentares de banheiros etc.

b) Por meio da leitura atenta do texto e de sua interpretação, os estudantes podem perceber que aqueles antigos moradores da aldeia tinham necessidades semelhantes às nossas: suas casas precisavam de isolamento térmico para suportar o frio, eles construíam móveis, camas e banheiros. Ao dizer que eram inventivos, o arqueólogo possivelmente quis demonstrar que aqueles grupos sabiam manejar com destreza e criatividade os elementos da natureza.

c) A internet é uma ótima fonte para uma pesquisa sobre Skara Brae e outras aldeias neolíticas. Os estudantes podem encontrar diversas fotografias dos locais, e o compartilhamento de informações, mesmo que na forma de “curiosidades”, será enriquecedor para a compreensão das relações entre os grupos humanos e a natureza no período Neolítico.

A atividade 4 propõe uma reflexão sobre as tecnologias pré-históricas e as formas de ocupação do espaço, contribuindo para o desenvolvimento da habilidade EF05HI01: Identificar os processos de formação das culturas e dos povos, relacionando-os com o espaço geográfico ocupado.

MP040

Espaço e ocupação

A ocupação dos territórios e a fixação dos grupos humanos em determinados locais aconteceram lentamente ao longo da História. Povos nômades geralmente buscavam locais em que pudessem garantir sua sobrevivência, onde fosse possível encontrar abrigo e proteção e que lhes possibilitassem ampla visão dos arredores. Procuravam, também, locais que tivessem recursos abundantes para a alimentação. Os locais próximos aos mares, lagos e rios, por exemplo, favoreciam a pesca, a caça e a coleta de frutos e vegetais.

Para os povos que começaram a desenvolver a agricultura e a permanecer em um mesmo lugar, novos critérios se tornaram importantes: os núcleos de povoamento deveriam ficar próximos aos rios, porque favoreciam a obtenção de água, a irrigação das plantações e a criação de animais. Assim, historicamente, a partir dos contatos com a natureza e diferentes condições geográficas, os grupos humanos constituíram diversos aprendizados.

Povos dos sambaquis

Vamos conhecer um exemplo de relação entre o ambiente e o desenvolvimento de núcleos populacionais? Não temos de ir muito longe para isso: aqui mesmo, no Brasil, é possível encontrar vestígios dos povos dos sambaquis, que viveram na costa brasileira há cerca de 6 500 anos.

Os sambaquis são montes erguidos por populações que viveram na Pré-História no território que hoje forma o Brasil. Eles contêm restos de conchas, moluscos e ossos humanos e de animais fossilizados , além de fragmentos de cerâmica e de outros objetos fabricados e utilizados por essas populações.

Imagem: Fotografia. Monte de sambaqui formado por restos fossilizados de ossos, conchas e moluscos. Ao redor, árvores e vegetação fechada.   Fim da imagem.

LEGENDA: Sambaqui encontrado no município de Barra de São Miguel, estado de Alagoas, 2016. FIM DA LEGENDA.

MANUAL DO PROFESSOR

Roteiro de aula

A aula prevista para os conteúdos das páginas 18 e 19 pode ser trabalhada na semana 3.

Orientações

Para facilitar a compreensão dos estudantes sobre a relação entre os seres humanos e o espaço, apresente uma situação hipotética para discussão. Eles poderão imaginar que fazem parte de um grupo em busca de um local para estabelecer uma aldeia e todos devem dar sugestões de qual seria o lugar ideal. Oriente-os a refletir sobre quais critérios seriam importantes nessa escolha. Anote as opções na lousa e, se considerar válido, faça uma votação para definir um local entre as opções levantadas pelos estudantes.

Em seguida, peça que leiam o texto da página 18. Com base nas informações, solicite que retomem as sugestões de locais para a aldeia e avaliem quais foram as mais adequadas de acordo com a oferta de água, a fertilidade do solo e demais facilidades para o plantio e a criação de animais, entre outras atividades cotidianas comuns aos primeiros grupos humanos.

Os povos dos sambaquis

Os homens dos sambaquis, do mesmo modo que outros povos caçadores-coletores, viveram em comunhão com seu meio ambiente e possuíam uma percepção aguda (e vital) dos recursos naturais em uma interação dinâmica com seu meio. [...]

Assim os grupos que ocuparam este meio teriam “descoberto” os recursos marinhos e suas vantagens, o que permitiu o estabelecimento permanente das populações humanas nas planícies costeiras. Nas diferentes zonas costeiras esta transição foi mais ou menos rápida de acordo com o grau das pressões climáticas e demográficas, da abundância e da disponibilidade de recursos marinhos.

Há cerca de 7000 anos AP [antes do presente, nomenclatura usada em arqueologia que tem o ano de 1950 por base], a ocupação da costa é um evento global e a presença de sítios semelhantes aos sambaquis é um traço comum.

MP041

O esquema abaixo mostra a formação de um sambaqui.

Imagem: Ilustração. Corte quadrado mostrando homens e mulheres primitivos em atividades diversas. Há uma cachoeira seguindo ao rio. No rio há homens pescando em uma canoa, imagem indica: “As técnicas de construção de barcos e de confecção de flechas e anzóis possibilitaram a pesca em rios e mares, onde os povos dos sambaquis obtinham os recursos para sobrevivência”. Ao lado, homens amontando montes de sambaquis, pessoas enterram um cadáver de monte, imagem indica: “A construção de um sambaqui podia ter finalidade funerária, servir para demarcar o território e depositar restos de alimentos”.   Fim da imagem.

FONTE: O Brasil antes do Brasil. Nova Escola, n. 212, maio 2008. p. 47.

Boxe complementar:

Você sabia?

A palavra sambaqui, de origem tupi, significa “amontoado de conchas”. Mas os sambaquis podem também ser compostos de restos de animais e de vestígios funerários. Esses sítios arqueológicos, que podem atingir até 30 metros de altura, fornecem muitas informações sobre a dieta alimentar e os rituais funerários de povos indígenas que ocupavam a costa brasileira há milhares de anos.

Fim do complemento.

  1. Que fatores ambientais influenciaram a escolha dos locais onde geralmente se estabeleciam os grupos humanos nômades?
PROFESSOR Atenção professor: Ver orientações específicas deste volume. Fim da observação.
  1. Por que o estudo dos sambaquis é importante para o conhecimento do passado?
PROFESSOR Atenção professor: É esperado que os estudantes compreendam que estudar os vestígios arqueológicos dos sambaquis contribui para a compreensão do modo de vida de antigos grupos humanos no Brasil, valorizando, assim, a construção do conhecimento histórico. Fim da observação.
MANUAL DO PROFESSOR

A adaptação dos diferentes grupos humanos ao meio costeiro teria uma série de consequências sobre seu comportamento. [...]

Este tipo de nomadismo é caracterizado pela presença de uma área central de abastecimento [...] de onde os habitantes com embarcações explorariam as vizinhanças.

A utilização de transportes aquáticos reduziria consideravelmente o custo de exploração e de transporte dos recursos mais distantes. [...]

FONTE: FIGUTI, L. O homem pré-histórico, o molusco e o sambaqui: considerações sobre a subsistência dos povos sambaquieiros. Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia , São Paulo, n. 3, p. 67-80, 1993.

Leia com os estudantes o boxe Você sabia? e analise com eles a ilustração Formação de um sambaqui chamando a atenção para as características desse tipo de vestígio arqueológico e a relação dele com a ocupação do espaço. Explique que esse tipo de formação é muito comum no Brasil, mas também pode ser encontrado em diversos locais do mundo.

Atividade 5. Proximidade de fonte de alimentos e condições favoráveis para a vida dos grupos humanos, entre elas, a proximidade com rios, lagos e mares, que favoreciam a pesca, a caça e a coleta de frutos e vegetais.

Atividade 6. Porque o estudo dos vestígios arqueológicos dessas ocupações contribui para a compreensão do modo de vida daqueles antigos grupos humanos, como informações sobre a dieta alimentar e os rituais funerários de povos indígenas que ocupavam a costa brasileira há milhares de anos.

As atividades 5 e 6, de interpretação e elaboração de texto, contribuem para o desenvolvimento da habilidade EF05HI01: Identificar os processos de formação das culturas e dos povos, relacionando-os com o espaço geográfico ocupado e da Competência Específica de História 6 da BNCC: Compreender e problematizar os conceitos e procedimentos norteadores da produção historiográfica.

MP042

Para ler e escrever melhor

O texto a seguir apresenta exemplos para a argumentação sobre a importância do papel da mulher nas sociedades neolíticas. Nessas sociedades, a fertilidade era um elemento simbólico fundamental associado à mulher, por ela exercer atividades ligadas à agricultura e ser, também, geradora da vida.

As mulheres no período Neolítico

Esse processo de […] domesticação, regularidade alimentar, veio introduzir uma segunda fase. […]. Com ele, iniciou­se a reunião sistemática e o plantio de sementes [...]. A domesticação geral foi […] acompanhada de um papel mais importante atribuído à mulher […] plantando sementes e vigiando as mudas, talvez, primeiro num ritmo de fertilidade, antes que o crescimento e multiplicação das sementes sugerisse uma nova possibilidade de […] aumentar a safra de alimentos. […]

[...] Era ela que cuidava dos jardins e foi ela quem conseguiu essas obras­primas de seleção e cruzamento que transformaram espécies selvagens e rudes em variedades domésticas [...] e ricamente nutritivas; foi a mulher que fabricou os primeiros recipientes, tecendo cestas e dando forma aos primeiros vasos de barro. Na forma, também, a aldeia é criação sua: [...] era a aldeia o ninho coletivo para o cuidado e nutrição dos filhos […].

A vida estável da aldeia tinha uma vantagem sobre as formas itinerantes [...] dos grupos menores, pelo fato de proporcionar um máximo de facilidades para a fecundidade, nutrição e proteção [...]. Sem esse longo período de desenvolvimento agrícola e doméstico, os excessos de alimento e capacidade de trabalho que tornaram possível a vida urbana não teriam existido.

FONTE:Lewis Mumford. A cidade na história . São Paulo: Martins Fontes, 1998. p. 17­19.

Imagem: Fotografia. Escultura de mulher com seios e barroa alongadas, sem face e sem roupas.   Fim da imagem.

LEGENDA: A estátua chamada de Vênus de Kostionki, encontrada na Rússia, tem cerca de 25 mil anos e mede 12 cm de altura. FIM DA LEGENDA.

MANUAL DO PROFESSOR

Roteiro de aula

A aula prevista para os conteúdos desta seção pode ser trabalhada na semana 3 e na semana 4.

Objetivos pedagógicos da seção

  • Compreender a importância do conhecimento e das atividades exercidas pelas mulheres no início das civilizações.
  • Reconhecer a valorização da figura feminina entre os povos pré-históricos e antigos.

    Orientações

    A seção destaca o papel feminino no início da agricultura, ressaltando a importância das funções desempenhadas pelas mulheres na divisão do trabalho estabelecida entre os primeiros grupos agricultores. A alimentação e o abastecimento eram garantidos pela domesticação de espécies vegetais e pela produção de cestarias para armazenagem, o que garantia provisões por longos períodos. É interessante destacar para os estudantes que as mulheres ocupam papel importante ainda hoje na agricultura familiar.

    É possível que os estudantes desconheçam o processo de seleção de sementes citado. Explique que os alimentos de origem vegetal que consumimos hoje em dia passaram por uma série de modificações ao longo do tempo. A partir da mostarda silvestre, por exemplo, foram criados o repolho, a couve-de-bruxelas, a couve-flor, a couve e o brócolis. Por isso, é possível que grande parte dos legumes, frutas e verduras que consumimos hoje ainda não existisse no período estudado.

    Literacia e História

    Mesmo que os estudantes tenham dificuldades com a leitura de textos mais complexos, que encadeiam argumentos de maneira mais sofisticada e empreguem termos incomuns no cotidiano, o contato mediado pelo professor com esse tipo textual pode ajudar a familiarizá-los e a garantir maior fluência ao longo do processo de ensino-aprendizagem. A forma narrativa do texto acadêmico e o vocabulário utilizado são importantes para a formação de repertório do estudante, que poderá incorporá-los a seu tempo, à medida que amadurecem seus saberes escolares.

MP043

  1. Quais são os exemplos citados no texto que indicam a importância da mulher nas sociedades agrícolas neolíticas?
  1. Identifique a importância das atividades apresentadas no texto para o desenvolvimento da vida urbana.
Imagem: Ícone: Atividade em dupla. Fim da imagem.
Imagem: Ícone: Uso de tecnologias. Fim da imagem.
  1. O texto a seguir aborda a economia do cuidado. Leia com atenção e, com um colega, façam as atividades propostas.

    Conforme definição da OIT [Organização Internacional do Trabalho], o trabalho de cuidado, que pode ou não ser remunerado, envolve dois tipos de atividades: as diretas, como alimentar um bebê ou cuidar de um doente, e as indiretas, como cozinhar ou limpar. “É um trabalho que tem uma forte dimensão emocional, se desenvolve na intimidade [...]”, diz Guimarães. [...] Os avanços da pesquisa levaram à constatação de que a oferta de cuidados é distribuída de forma desigual na sociedade, recaindo de forma mais intensa sobre as mulheres. Dados do relatório da OIT sobre o tema, publicado em 2019, mostram que nos 64 países pesquisados elas dedicam, em média, 3,2 vezes mais tempo do que os homens com trabalhos não remunerados de cuidado, ou seja, 4 horas e 25 minutos por dia, em comparação a 1 hora e 23 minutos despendida diariamente por homens.

    FONTE: Christina Queiroz. Economia do cuidado. Pesquisa Fapesp , jan. 2021. Disponível em: http://fdnc.io/guu. Acesso em: 4 mar. 2021.

    1. Leiam o texto em voz alta, um integrante da dupla de cada vez. Depois, respondam: de acordo com o texto, o que é trabalho de cuidado?
    1. Qual é a situação das mulheres nesse contexto da economia do cuidado? Vocês imaginam soluções para resolver ou diminuir essa desigualdade?
    1. Façam uma pesquisa na internet sobre a situação da mulher na atualidade. Com base na pesquisa, indiquem três exemplos de papéis importantes que as mulheres exercem na sua comunidade. Escrevam um pequeno texto sobre cada um desses papéis, considerando questões como igualdade e acesso das mulheres aos seus direitos.
    1. Apresentem seus textos aos outros colegas e ao professor, em um dia previamente combinado com a turma.
PROFESSOR Atenção professor: Atividades 1, 2 e 3: ver orientações específicas deste volume. Fim da observação.
MANUAL DO PROFESSOR

Atividade 1. Segundo o texto, as mulheres cuidavam do plantio das sementes e do crescimento das mudas das espécies vegetais que estavam em processo de domesticação. Além disso, elas são citadas como as responsáveis pelo cultivo da terra, pelo cuidado com os jardins, pelo cruzamento e pela seleção de mudas, que produziram grande variedade de plantas utilizadas na alimentação. As mulheres teriam também fabricado os primeiros recipientes, como vasos e cestas utilizados para armazenar os alimentos.

Atividade 2. Segundo o texto, a domesticação de espécies vegetais favoreceu o aumento da quantidade e da qualidade da alimentação, produzindo “excesso de alimento”. Também a organização das aldeias teria favorecido o aumento da população em função da “fecundidade, nutrição e proteção”. A grande produção de alimentos e o aumento da população teriam favorecido o desenvolvimento da vida urbana.

As atividades 1 e 2 propõem uma reflexão sobre a divisão do trabalho nas aldeias neolíticas, contribuindo para o desenvolvimento das habilidades EF05HI01: Identificar os processos de formação das culturas e dos povos, relacionando-os com o espaço geográfico ocupado e EF05HI02: Identificar os mecanismos de organização do poder político com vistas à compreensão da ideia de Estado e/ou de outras formas de ordenação social.

Atividade 3. a) Segundo o texto, trabalho de cuidado pode ou não ser remunerado e envolve dois tipos de atividade: as diretas, como alimentar um bebê ou cuidar de um doente, e as indiretas, como cozinhar ou limpar.

b) Uma pesquisa sobre o trabalho de cuidado revelou que a oferta de cuidados é distribuída de modo desigual na sociedade, recaindo de maneira mais intensa sobre as mulheres. Em geral, as mulheres dedicam mais horas ao trabalho de cuidado não remunerado do que os homens. É esperado que os estudantes consigam identificar algumas ações possíveis, como a divisão igualitária (entre homens e mulheres) dos trabalhos de cuidado e campanhas de conscientização sobre o tema.

c) e d) Os estudantes poderão indicar diferentes papéis sociais e profissões exercidas por mulheres da comunidade local. Se possível, incentive a turma a fazer a pesquisa no seguinte endereço: http://fdnc.io/gut (acesso em: 2 mar. 2021).

MP044

Capítulo 2. Grupos organizados agricultura

O desenvolvimento da agricultura gerou uma série de mudanças na organização dos grupos humanos. Por isso, esse contexto do desenvolvimento do cultivo de alimentos e domesticação de espécies animais e vegetais é chamado de Revolução Neolítica ou Revolução Agrícola.

Uma das primeiras consequências do desenvolvimento da agricultura foi o crescimento populacional, porque a maior oferta de alimentos possibilitou uma vida com menos riscos e mais recursos alimentares.

Muitos grupos passaram a se fixar em um mesmo local, formando aldeias, e as necessidades do cultivo da terra levaram à criação de novas formas de organizar a sociedade. As aldeias, muitas vezes, tiveram de se juntar para se protegerem de ataques de outros grupos. Grupos maiores favoreciam também a organização da produção de alimentos, pois dividiam entre si as atividades relacionadas à caça, à pesca, ao pastoreio ou ao cultivo da terra.

Essas mudanças estimularam novas formas de organização política. Foram estabelecidas lideranças nos grupos, exercidas por pessoas específicas ou por alguns setores que se impunham sobre os demais, criando-se assim posições políticas e sociais definidas para cada membro do grupo.

Imagem: Fotografia. Pinturas rupestres de touro com pessoas segurando lanças e flechas ao redor.  Fim da imagem.

LEGENDA: Pintura rupestre em rochas do Saara representando a atividade de pastores sedentários há cerca de 7 mil anos. Região de Tassili, Argélia, 2016. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Vaso de cerâmica largo com alto0relevo de imagens de pirâmides.  Fim da imagem.

LEGENDA: Vaso de cerâmica em forma de sino produzido em 2200 a.C. Museu da Catalunha, Barcelona, Espanha. FIM DA LEGENDA.

MANUAL DO PROFESSOR

Roteiro de aula

A aula prevista para os conteúdos das páginas 22 e 23 pode ser trabalhada na semana 4.

Objetivos pedagógicos do capítulo

  • Reconhecer o excedente alimentar proporcionado pela atividade agrícola como fator que favoreceu o crescimento populacional e a especialização do trabalho.
  • Estudar formas de organização social de grupos sedentários e o estabelecimento de hierarquias sociais e políticas.
  • Relacionar as primeiras ocupações humanas na África e Ásia às regiões de rios, reconhecendo os motivos que levavam a essa preferência.
  • Compreender a importância dos rios para o estabelecimento de grupos humanos, levando em consideração a agricultura, a pecuária e outras atividades de subsistência.
  • Conhecer algumas civilizações antigas e identificar características como o planejamento urbano, o início do comércio e a importância da religião.
  • Refletir sobre o início da divisão social do trabalho e a organização social a partir dela.

    Orientações

    Converse com os estudantes sobre algumas das consequências imediatas do início da sedentarização dos seres humanos. Para isso, retome a situação imaginária trabalhada no capítulo 1. Pergunte como o grupo composto pela turma passou a viver após escolher um lugar para se estabelecer. Estimule-os a pensar que a vida em coletivo exige algumas formas de organização do trabalho e divisão dos papéis sociais exercidos por cada um.

    O conteúdo e as atividades propostas ao longo do capítulo 2 favorecem o aprofundamento do trabalho com o tema atual de relevância em destaque neste volume: “Cidadania e patrimônio cultural”. Sugerimos, desse modo, explorar com os estudantes questões sobre as formas de organização dos primeiros habitantes, nos períodos Paleolítico e Neolítico, que, com o tempo, deram origem a organizações sociais mais complexas.

MP045

Imagem: Ícone: Atividade em dupla. Fim da imagem.
  1. Com um colega, observem as imagens a seguir. Depois, façam as atividades propostas, com base na leitura atenta das imagens e em seus conhecimentos.
Imagem: Fotografia. Parede formada por rocha com pinturas rupestres de touros e sombras de pessoas.  Fim da imagem.

LEGENDA: Pintura rupestre em rochas do Saara representando a atividade de pastores sedentários há cerca de 7 mil anos. Região de Tassili, Argélia, 1974. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Rocha com pinturas de homem sobre uma carroça puxada pela sombra de um cavalo.   Fim da imagem.

LEGENDA: Pintura rupestre encontrada no sítio arqueológico de Tassili Maghride, Região de Fezzan, Líbia. Produzida há aproximadamente 2 mil anos. Fotografia de 2008. FIM DA LEGENDA.

  1. O que está sendo representado em cada uma das imagens?
PROFESSOR Resposta: A primeira imagem representa pastores próximos a um grupo de animais. Por sua vez, a segunda imagem representa figuras humanas com instrumentos que remetem à agricultura; há também, na cena, um animal.
  1. Qual imagem está mais diretamente relacionada à prática da agricultura? Expliquem.
  1. As atividades representadas nessas imagens têm relação com a organização dos grupos humanos? Por quê?
PROFESSOR Atenção professor: b) e c) Ver orientações específicas deste volume. Fim da observação.
Imagem: Ícone: Atividade para casa. Fim da imagem.
  1. Em casa, explique aos seus familiares o que foi a Revolução Neolítica. Depois elabore um registro sintetizando suas conclusões sobre o assunto.
PROFESSOR Atenção professor: Ver orientações específicas deste volume. Fim da observação.
MANUAL DO PROFESSOR

Atividade 1. b) É a segunda imagem, que representa figuras humanas com instrumentos que remetem à agricultura (arado e bastões) e um animal (possivelmente um cavalo).

c) Sim, tanto a primeira imagem quanto a segunda representam atividades relacionadas à formação de grupos humanos maiores. Isso ocorreu porque o desenvolvimento da agricultura e do pastoreio favoreceram a obtenção de alimentos e vestimentas e o crescimento dos grupos, que passaram a dividir as tarefas.

Atividade 2. Sugerimos que a atividade seja realizada em casa, possibilitando um momento de literacia familiar, de leitura oral e dialogada e interação verbal. Dessa forma, a atividade favorece a troca de ideias entre os estudantes e seus familiares, o reconto do que foi estudado e a integração dos conhecimentos construídos por eles em casa e na escola. Para consolidar os conhecimentos de literacia e de alfabetização, essa atividade trabalha a interpretação e a relação de ideias e informação. A Revolução Neolítica, ou Revolução Agrícola, se refere ao período em que animais e plantas foram domesticados pelos seres humanos, possibilitando um estilo sedentário de vida e profundas alterações nas formas de organização dos grupos.

As a tividades 1 e 2 contribuem para o desenvolvimento das habilidades EF05HI01: Identificar os processos de formação das culturas e dos povos, relacionando-os com o espaço geográfico ocupado e EF05HI02: Identificar os mecanismos de organização do poder político com vistas à compreensão da ideia de Estado e/ou de outras formas de ordenação social.

Atividade complementar: Pesquisa e análise de pinturas rupestres

Organize a turma em grupos de três integrantes. Cada grupo deverá pesquisar imagens de pinturas rupestres, preferencialmente encontradas no Brasil, e elaborar intepretações sobre o que foi representado.

Oriente a utilização de sites e livros acessíveis para a faixa etária e de conteúdo confiável, como fontes de órgãos governamentais, universidades e instituições amplamente reconhecidas.

Os estudantes poderão escrever um pequeno texto com informações sobre as pinturas que selecionaram e hipóteses sobre o modo de vida das sociedades que a produziram. Avalie a possibilidade de exposição dos resultados em sala de aula.

MP046

Ocupações humanas na África e no Oriente

As savanas da África Oriental foram as primeiras regiões do continente africano povoadas por grupos humanos dos quais conhecemos alguns vestígios. Entre os povos que habitaram essa região estão os Khoikhoi e os San, grupos que hoje, geralmente, são tratados de forma unificada (Khoisan), mas são diferentes em suas origens. Os Khoikhoi provavelmente emigraram do nordeste para o sul do continente africano, a partir do Alto Nilo. Eles eram criadores de gado e trabalhavam o metal. Os San, por sua vez, eram caçadores-coletores. Hoje, há grupos remanescentes dessas etnias que vivem em minoria no deserto do Calaari (na Namíbia), em Botsuana e em Angola.

No Oriente Médio, os povos também passaram por um processo de fixação e formação de grupos organizados. A Mesopotâmia foi uma dessas regiões. Entre os rios Tigre e Eufrates, vários povos se estabeleceram em cidades independentes umas das outras.

Imagem: Fotografia. Sombra de pessoas e animais em rochas diversas.   Fim da imagem.

LEGENDA: Pinturas em pedra produzidas pelos San há mais de 15 mil anos. Região das montanhas Drakensberg, África do Sul, 2013. FIM DA LEGENDA.

Boxe complementar:

Você sabia?

As primeiras aldeias na região da antiga Mesopotâmia datam de cerca de 7000 a.C. Depois de 4 mil anos apareceram os primeiros centros urbanos complexos. Entre as primeiras cidades da Mesopotâmia estavam Ur, Uruk e Nippur, e todas elas foram construídas pelos sumérios.

De acordo com pesquisadores, a cidade de Uruk, por exemplo, tinha bairros residenciais, templos, praças, estabelecimentos comerciais e um organizado sistema de administração pública. Em 3300 a.C., a população de Uruk chegava a 40 mil habitantes. Em 2800 a.C., a população já passava dos 80 mil habitantes.

Uruk era, portanto, uma grande cidade e exercia influência regional sobre outras cidades mesopotâmicas vizinhas. Segundo historiadores, o nome Uruk deu origem ao nome do país que hoje se situa naquela região: Iraque.

Fim do complemento.

MANUAL DO PROFESSOR

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para os conteúdos das páginas 24 e 25 podem ser trabalhadas na semana 5.

Orientações

Prepare com antecedência um mapa-múndi grande o suficiente para propiciar a observação por todos os estudantes da turma. Inicialmente, apresente a eles o continente africano e o continente asiático, possibilitando que verifiquem algumas de suas características, como extensão, divisão geopolítica e a existência de rios. Ao longo da leitura do texto didático desta página, localize no mapa as regiões citadas.

O texto trata, brevemente, de algumas das primeiras comunidades humanas, entre elas as chamadas civilizações fluviais, em razão de terem se estabelecido próximo a rios. Além de sua importância no fornecimento de água para o consumo humano e animal, os rios eram utilizados como meio de transporte e fertilizavam suas margens, possibilitando a prática da agricultura.

Converse com os estudantes sobre os usos dos rios e a necessidade de manter uma relação sustentável com esse recurso, evitando que se torne poluído ou seque, por exemplo.

MP047

No Vale do Indo, nas regiões onde hoje se localizam o Paquistão, o Afeganistão e a Índia, também existiram ocupações humanas milenares favorecidas pelos recursos do rio Indo. Nessa região havia uma cidade com elevado grau de sofisticação, chamada Harapa. Ela era circundada por muralhas e cortada por largas avenidas planejadas e sua cultura influenciou toda a região. Os grupos humanos que ali viviam praticavam a agricultura e desenvolveram técnicas de metalurgia. Além disso, a atividade de comércio na cidade de Harapa era bastante intensa, e seus habitantes mantinham contato com outros povos, como os que estavam estabelecidos na Mesopotâmia.

Imagem: Mapa. Vale do rio Indo. Mapa destacando Himalaia na parte superior com linha saindo do oceano Índico passando pelas cidades Mohenjo-Daro e Harapa, indo até Himalaia e retornando ao oceano. No canto inferior esquerdo há uma rosa dos ventos. Abaixo, escala de 0 a 405 km. No canto superior direito há um mapa destacando a região.  Fim da imagem.

FONTE: Anita Ganeri. Explorando a Índia. São Paulo: Ática, s/d. p. 6 e 8.

  1. Observe a fotografia a seguir e responda às questões.
Imagem: Fotografia. Partes da base de moinhos lado a lado formadas por tijolos em campo terra.   Fim da imagem.

LEGENDA: Partes de moinhos de pedra para grãos, feitos há cerca de 5 mil anos. Região onde se localizava Harapa, Paquistão, 2014. FIM DA LEGENDA.

  1. O que é retratado na fotografia?
  1. Explique a importância desse local para as populações do Vale do Indo.
  1. Por que essa população teria se estabelecido nessa região?
PROFESSOR Atenção professor: Na fotografia, podemos observar vestígios arqueológicos da antiga cidade de Harapa. Ver orientações específicas deste volume. Fim da observação.
MANUAL DO PROFESSOR

Atividade 3. a) A fotografia retrata vestígios arqueológicos de Harapa, importante cidade que se constituiu como parte da civilização do Vale do Indo.

b) A cidade de Harapa era sofisticada. A população praticava a agricultura, a metalurgia e o comércio com povos da Mesopotâmia.

c) Pela proximidade com o rio Indo, importante fonte de recursos para a agricultura.

Com base no exemplo de Harapa, discuta com os estudantes o conceito de cidade planejada. Neste momento, é importante ressaltar a relação entre a sedentarização e o início da vida urbana, com a construção de edifícios, muralhas, templos e vias públicas, e a necessidade de organização do espaço.

Um dos principais fatores que podem ser relacionados a essa ocupação é a proximidade da bacia do rio Indo, importante fonte de recursos para a agricultura.

A atividade 3 possibilita a mobilização de aspectos da habilidade EF05HI01: Identificar os processos de formação das culturas e dos povos, relacionando-os com o espaço geográfico ocupado.

MP048

O mundo que queremos

Imagem: Ícone: Meio ambiente. Fim da imagem.
Imagem: Ícone: Pluralidade cultural. Fim da imagem.

Assim como os primeiros grupos humanos precisaram organizar e dividir o trabalho, outras comunidades, em diferentes momentos da História, também se organizaram para garantir a sobrevivência e a segurança de todos. Agora você vai conhecer um pouco da importância da agricultura de subsistência para uma comunidade quilombola.

Agricultura na comunidade quilombola Ivaporunduva

A comunidade quilombola Ivaporunduva se localiza em Eldorado, no estado de São Paulo, na região do Vale do Ribeira. As populações quilombolas são remanescentes dos povoamentos criados por africanos e seus descendentes que resistiram ao regime de escravidão, vigente no Brasil desde o período colonial até o final do século XIX.

No Vale do Ribeira, muitos quilombos surgiram durante o ciclo de exploração do ouro, no século XVIII. Com o esgotamento do minério, muitas pessoas que trabalhavam no garimpo ficaram sem local fixo e, com o tempo, formaram comunidades, tornando-se trabalhadores rurais autônomos e dedicando-se ao cultivo do arroz e outras culturas de subsistência. A comunidade quilombola Ivaporunduva é uma das mais antigas da região.

Hoje, o quilombo produz arroz, mandioca, feijão, milho, verduras e legumes para o próprio consumo. A comunidade produz, também, banana orgânica e peças de artesanato feitas de palha de bananeira para o comércio. Essas atividades são organizadas pelos próprios membros da comunidade, que dividem a produção artesanal e a comercialização dos produtos. Para realizar suas atividades, a comunidade extrai recursos da natureza de maneira sustentável , contribuindo com a preservação do ambiente.

A agricultura destinada à subsistência é realizada em terras que já foram ocupadas pelos ancestrais. Nelas, os membros da comunidade buscam preservar a cultura afro-brasileira e suas práticas cotidianas, que são transmitidas para as novas gerações, especialmente por meio da tradição oral.

MANUAL DO PROFESSOR

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para os conteúdos desta seção podem ser trabalhadas na semana 6.

Objetivos pedagógicos da seção

  • Conhecer a forma de divisão do trabalho em um quilombo.
  • Reconhecer e valorizar a organização coletiva, os valores e a história dos quilombolas.

    Orientações

    Promova uma conversa sobre as diferentes maneiras de dividir o trabalho em uma comunidade, baseando-se no que foi estudado anteriormente e ao longo da unidade até este momento. Em seguida, leia o texto didático com os estudantes e destaque o modo de vida dos quilombolas de Ivaporunduva.

    Educação em valores e temas contemporâneos

    Ao conhecer melhor as organizações quilombolas e seu modo de vida e, principalmente, ao pesquisar informações sobre elas, os estudantes são incentivados a envolver-se com sua história, seus propósitos e seus valores, apropriando-se deles e tornando-se capazes de legitimar sua luta e sua existência. Espera-se que, com a abordagem desta seção, os estudantes compreendam uma realidade diferente da sua e valorizem a diversidade que marca a cultura brasileira.

    História do quilombo de Ivaporunduva

    Alguns registros citam a origem de Ivaporunduva ainda no século XVI. Um deles fala de uma antiga proprietária de terras e de escravos, dona Maria Joana, que teria adoecido e morrido enquanto se tratava no exterior. Sendo viúva e não tendo parentes, as terras ficaram para os escravos. Esse fato teria estimulado também a vinda de escravos fugidos, que resistiram à captura dos capitães do mato por volta de 1690, formando o Quilombo de Ivaporunduva.

    [...]

    Com a crise da exploração do ouro na região, os exploradores se dirigiram para Minas Gerais e abandonaram essa área. Os antigos escravos, que permaneceram, viviam basicamente da roça [...].

MP049

Imagem: Fotografia. Vista de campo de plantação com casas entre vegetação. Ao fundo há montanhas cobertas por florestas.   Fim da imagem.

LEGENDA: Quilombo Ivaporunduva, no município de Eldorado, estado de São Paulo, 2018. FIM DA LEGENDA.

PROFESSOR Atenção professor: Ver orientações específicas deste volume. Fim da observação.
  1. O que são comunidades quilombolas?
  1. Quais são as atividades realizadas no quilombo Ivaporunduva? Como essa comunidade organiza e divide o trabalho?
Imagem: Ícone: Atividade em grupo. Fim da imagem.
  1. Reúnam-se em grupos e façam uma pesquisa sobre as comunidades quilombolas da região em que vocês vivem, ou ainda, sobre as comunidades do Vale do Ribeira. Cada grupo ficará responsável
    1. por apresentar uma comunidade para a turma e deve considerar os seguintes aspectos:
      • Localização: Onde fica a comunidade escolhida?
      • Histórico: Como essa comunidade se formou?
      • Principais projetos e atividades. Além das atividades de trabalho, o grupo poderá pesquisar sobre tradições culturais, danças, festas e músicas da comunidade escolhida.
MANUAL DO PROFESSOR

Construíam suas casas com a técnica do pau a pique, utilizando o barro, madeira, cipós e capim do próprio local. [...] O vestuário era bastante simples, composto principalmente de uma espécie de camisolão, utilizado no dia a dia. Roupas mais elaboradas, só eram utilizadas para ir à cidade e para as missas. Trocavam parte de sua produção por tecidos, querosene, sal e outros produtos utilizados no dia a dia [...].

A luta pela terra e contra as barragens planejadas para o Rio Ribeira fizeram com que a comunidade aumentasse e formalizasse a sua organização. Em 1994 foi fundada a Associação Quilombo de Ivaporunduva.

FONTE: QUILOMBOS DO RIBEIRA. Ivaporunduva : histórico. Disponível em: http://fdnc.io/guv. Acesso em: 6 jun. 2021.

Atividade 1. A comunidade quilombola, forma de organização coletiva e cooperativa da vida cotidiana, deve ser associada ao contexto em que emergiu: a escravidão, que vigorou no país entre os séculos XVI e XIX. Nesse sentido, os quilombos foram importantes focos de resistência e permanecem nos dias de hoje como núcleos de manutenção do modo de vida, da cultura e das tradições de descendentes de escravizados.

Atividade 2. Na comunidade quilombola Ivaporunduva, a principal atividade é a agricultura de subsistência, com o cultivo de arroz, mandioca, feijão, milho, verduras e legumes. Além disso, a comunidade produz banana orgânica e faz peças de artesanato com palha de bananeira. Essas atividades são organizadas pelos próprios membros da comunidade, que dividem as tarefas relacionadas ao cultivo, à produção artesanal e à comercialização dos produtos.

As atividades desta seção contribuem para o desenvolvimento da Competência Geral da Educação Básica 1: Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

Atividade 3. Para mais informações sobre as comunidades quilombolas do Vale do Ribeira, uma sugestão é conhecer o site Quilombos do Ribeira, produzido pelas comunidades quilombolas da região. Disponível em: http://fdnc.io/guw. Acesso em: 6 jun. 2021.

Oriente os estudantes nas pesquisas e na exposição dos resultados. Recomenda-se que busquem informações sobre os quilombos de sua região e, inclusive, que os visitem se possível. Essa orientação visa criar maior conexão com a comunidade em seu espaço de vivência.

MP050

Capítulo 3. Novas formas de organização

Com o desenvolvimento da agricultura, novas formas de organização social surgiram entre os antigos grupos humanos. De maneira geral, a prática da agricultura tornou possível o aumento populacional; com isso, alguns grupos passaram a se organizar em aldeias ou cidades.

Nas aldeias ou cidades, a organização social era feita pelos chefes de família, que compunham os clãs. A reunião de diversos clãs formava grandes tribos, que eram chefiadas por um líder com poder político e religioso. Esse tipo de organização foi comum em cidades do Oriente Médio, como Ur, Uruk e Nippur, localizadas na região do Crescente Fértil.

Em muitas dessas cidades, a atividade agrícola tinha o objetivo de produzir mais alimentos que o necessário, gerando um excedente que era destinado ao comércio e ao sustento das pessoas que exerciam outras atividades, como os sacerdotes e os soldados.

Com essa configuração, pode-se dizer que estavam lançadas as bases para a constituição de um governo, pois existia uma organização social e política com distribuição de funções para cada grupo da sociedade. O trabalho e as funções eram distribuídos de acordo com a origem de cada indivíduo, e os líderes acumulavam obrigações religiosas e políticas. Esse tipo de organização surgiu da necessidade de distribuir as tarefas e acabou se consolidando como uma estrutura social e política comum entre as sociedades do período e outras que viriam a se estabelecer depois.

Imagem: Fotografia. Sitio arqueológico em montanha de areia com muros formados por runas.   Fim da imagem.

LEGENDA: Vista do sítio arqueológico de Nippur, antiga cidade da Mesopotâmia construída há cerca de 5 mil anos, localizada na região que hoje corresponde ao Iraque. Fotografia de 2007. FIM DA LEGENDA.

MANUAL DO PROFESSOR

Roteiro de aula

A aula prevista para os conteúdos das páginas 28 e 29 pode ser trabalhada na semana 7.

Objetivos pedagógicos do capítulo

  • Compreender a formação dos grupos sociais em clãs e tribos e, depois, em núcleos maiores e com organização política, como as cidades.
  • Identificar o início das instituições estatais a partir do excedente de produção e o desenvolvimento do comércio.
  • Refletir sobre as funções exercidas por cada um nas civilizações abordadas, reconhecendo a divisão entre setores produtivos, administrativos e aristocráticos.
  • Problematizar o estabelecimento de autoridades sociais com base no questionamento da naturalidade de sua imposição hierárquica perante um grupo social.
  • Reconhecer a indistinção entre política e religião em sociedades antigas, compreendendo o papel exercido pelos templos religiosos no âmbito da vida urbana.

    Orientações

    Apresente as primeiras formas de organização sociais aos estudantes. Para tornar a apreensão mais fácil, elabore um esquema na lousa com as informações fornecidas no texto didático desta página. Exponha no esquema como os clãs eram pequenas unidades familiares e as tribos eram uma reunião de clãs. Essa organização passou a ser liderada pelos chefes de clãs e, assim, foram criadas hierarquias entre os membros de um mesmo grupo com fins políticos e administrativos.

    Esclareça aos estudantes que, naquele tempo, não havia distinção entre política e religião. Assim, aqueles que eram considerados representantes das divindades na terra eram também aqueles que governavam.

    Atividade complementar: Encenação

    Após a leitura do texto didático e a realização das atividades, proponha aos estudantes que façam uma encenação inspirada no que aprenderam sobre a organização política das primeiras cidades.

    Peça aos estudantes que se dividam entre as diversas funções sociais que era possível ocupar no período e que estabeleçam características de seus personagens.

    A atividade poderá auxiliar os estudantes a compreender noções de Estado e de divisão social do trabalho, uma vez que cada um deve se colocar em uma posição que tende a permanecer inalterada.

MP051

Boxe complementar:

Você sabia?

A cidade de Nippur era considerada sagrada e foi um importante centro religioso da Mesopotâmia, com muitos templos e edifícios públicos. Segundo a tradição, Enlil, um dos principais deuses desse povo, teria criado a humanidade na cidade de Nippur. Por isso, ela recebia peregrinos de diversos lugares.

Entre 1889 e 1900, expedições arqueológicas começaram a estudar os vestígios de Nippur. Uma das partes da cidade foi chamada, pelos arqueólogos, de bairro dos escribas, porque ali foram encontrados muitos registros escritos. Mais tarde, em 1990, uma nova expedição arqueológica em Nippur encontrou na cidade os vestígios de um grande templo em homenagem à deusa mesopotâmica da cura.

Imagem: Fotografia. Pedra retangular quebrada em pedaços com alto-relevo em forma de mapa.  Fim da imagem.

LEGENDA: Fragmento de mapa da antiga cidade de Nippur, no atual Iraque. FIM DA LEGENDA.

Fim do complemento.

  1. Observe as imagens a seguir.
Imagem: Fotografia. Estátua em cerâmica de mulher segurando um vaso apoiado na cabeça e vestido longo.  Fim da imagem.

LEGENDA: Estátua representando o rei Shulgi, governante da cidade de Ur entre 2094 a.C. e 2047 a.C. Ele foi representado carregando uma cesta. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Placa em alto-relevo com homem de mãos unidas sobre o peito nu. Está em perfil com inscrições ao redor.   Fim da imagem.

LEGENDA: Alto-relevo representando um dos reis de Lagash, cidade da antiga Mesopotâmia. Ele reinou entre 2424 a.C. e 2405 a.C. FIM DA LEGENDA.

  1. O que as duas imagens representam?
  1. Qual é a relação entre essas duas imagens e as novas formas de organização social vistas no texto da página acima? Para responder, elabore um pequeno texto explicativo no caderno, relacionando as imagens e as informações obtidas até aqui.
PROFESSOR Atenção professor: Ver orientações específicas deste volume. Fim da observação.
MANUAL DO PROFESSOR

Ao trabalhar os conteúdos das páginas 28 e 29, ressalte que o o excedente de produção alimentar possibilitou aos seres humanos o desenvolvimento de novas atividades, uma vez que algumas pessoas deixaram de se dedicar à subsistência e tinham mais tempo livre. Assim, as atividades nas aldeias, e posteriormente nas cidades, foram sendo diversificadas e divididas entre as pessoas.

Atividade 1. a) A primeira imagem é uma estátua representando o rei Shulgi, governante da cidade de Ur, na antiga Mesopotâmia. Ele foi representado carregando uma cesta. A segunda imagem é um alto relevo representando um dos reis de Lagash, outra importante cidade da antiga Mesopotâmia.

b) É esperado que os estudantes compreendam que as imagens constituem produções culturais realizadas em duas importantes cidades da antiga Mesopotâmia. Ambas se relacionam com os governantes das cidades, ou seja, com o poder político instituído, o que possibilita entender um pouco melhor as novas formas de organização social vistas no texto da página 28.

Essa atividade possibilita a mobilização de aspectos da habilidade EF05HI02: Identificar os mecanismos de organização do poder político com vistas à compreensão da ideia de Estado e/ou de outras formas de ordenação social.

O conteúdo e as atividades propostas ao longo do capítulo 3 favorecem o aprofundamento do trabalho com o tema atual de relevância em destaque neste volume: “Cidadania e patrimônio cultural”. Incentive os estudantes a reconhecer as formas de organização social dos antigos grupos humanos que, com o tempo, deram origem a organizações sociais mais complexas.

Religiosidade e poder na Mesopotâmia

No início, os mesopotâmios adoraram como divindades os fenômenos naturais: o Sol, a Lua [...]. Mais tarde, as divindades ganharam forma humana [...]. A mudança para a forma humana parece ser decorrência de uma progressiva associação do mundo divino com o mundo dos mortais: com o aparecimento das cidades e das dinastias reinantes, os homens começaram a pensar o mundo divino a partir da nova realidade política [...].

Apesar da separação entre o templo e o palácio, o poder jamais se afastou da religião. Pelo contrário, as ideias políticas mesopotâmicas enfatizavam constantemente a origem divina do poder do soberano [...], o rei foi visto como um representante das divindades, escolhido por elas para exercer seus poderes [...].

FONTE: REDE, Marcelo. A Mesopotâmia . São Paulo: Saraiva, 1997. p. 26-35.

MP052

Organização social e religiosidade

Em muitos lugares, a organização política e social esteve ligada a fatores religiosos. Diversos núcleos urbanos se estabeleceram como centros cerimoniais e, em várias sociedades antigas, os poderes políticos e religiosos estavam ligados.

Os centros cerimoniais eram lugares em que se homenageavam figuras religiosas importantes para cada cultura e onde eram feitas oferendas às divindades para comemorar e agradecer pela boa caça ou por uma colheita farta. Os centros religiosos que eram lugares de peregrinação recebiam muitas pessoas e se transformaram em cidades complexas, que podiam estar integradas a uma rede de comércio ou de estradas. Nessas cidades também se desenvolveram funções administrativas e militares.

Assim, a partir de alguns centros cerimoniais surgiram cidades que se organizavam de acordo com uma hierarquia social relacionada a fatores políticos e religiosos.

No continente americano também havia cidades com essas características, como a cidade de Chavín de Huántar, no norte do Peru, que foi um importante local de peregrinação religiosa e centro cultural que se desenvolveu entre 3 500 e 2 500 anos atrás. Na cidade havia edifícios públicos, templos e praças. A influência da cultura de Chavín também se expandiu para as regiões onde atualmente se localizam o Equador e a Bolívia.

Imagem: Fotografia. Vista de sitio arqueológico de casas de pedras em pequenos morros. Ao fundo há montanhas de rochas longas e vegetação.   Fim da imagem.

LEGENDA: Sítio arqueológico da cidade de Chavín de Huántar. Região de Lima, Peru, 2018. FIM DA LEGENDA.

MANUAL DO PROFESSOR

Roteiro de aula

A aula prevista para os conteúdos das páginas 30 e 31 pode ser trabalhada na semana 7.

Orientações

Converse com os estudantes sobre a função dos centros cerimoniais que, no período, podiam ter expressão política e militar, além de cultural e religiosa. Pergunte se eles conhecem ou frequentam algum templo religioso e peça-lhes que comparem suas características às descritas no texto didático, estabelecendo semelhanças e diferenças. Espera-se que notem que o modo de vida e toda a estruturação da vida social entre os primeiros grupos humanos eram amplamente relacionados às religiões a que eram devotos.

Explique aos estudantes que, diferente de hoje em dia, quando a maioria das religiões mais populares é voltada ao culto de um deus único, entre os antigos era comum o politeísmo, isto é, a crença em diferentes deuses.

Centros religiosos e políticos, formados por construções monumentais em pedra e grandes avenidas para a circulação de pessoas, foram encontrados em diferentes civilizações. Chavin de Huantar, bem como outras civilizações mesoamericanas e asiáticas, como a mesopotâmica e a egípcia, portam algumas semelhanças entre si, a exemplo dos templos em formato piramidal e a divisão social do espaço urbano. A forma parte humana, parte animal dos deuses é também comum a diferentes culturas. Isso demonstra aproximações entre os seres humanos de culturas distintas.

A organização social dos povos andinos

Os incas e praticamente todos os povos andinos precedentes apresentavam conformações sociopolíticas com profundas e demarcadas hierarquias.

Havia grandes desigualdades na repartição do poder e das riquezas entre as elites dirigentes e as demais camadas da população. Tais elites exerciam o poder e controlavam aparatos e instituições estatais e, assim, garantiam sua posição de mando.

Estudos arqueológicos e históricos mostram, claramente, a longevidade desse tipo de sociedade no mundo andino, que expressava o seu poder por meio da monumentalidade construtiva.

MP053

Boxe complementar:

Você sabia?

Os olmecas foram os primeiros habitantes da região chamada Mesoamérica (onde hoje se localizam o México, Guatemala, Nicarágua, Honduras e outros países) a erguer grandes edifícios com finalidades religiosas. Os deuses olmecas são representados em imagens que associam aves fantásticas, jaguares, serpentes e seres humanos.

A cultura olmeca é considerada a matriz de muitas outras civilizações que surgiram depois e seus vestígios datam de cerca de 4 mil anos atrás.

Acredita-se que La Venta era o principal centro olmeca. A cidade foi erguida numa pequena ilha, em uma área pantanosa. As pedras disponíveis se encontravam a cerca de 60 km de distância do local, mas, ainda assim, existiam ali esculturas gigantescas feitas de pedra. Foram encontrados também vestígios de pirâmides, túmulos circulares e altares esculpidos em pedra. Alguns pesquisadores defendem que as esculturas representavam os soberanos olmecas, outros defendem que eram representações de divindades. Nas duas interpretações, aparecem a religião e o poder mostrando como no mundo antigo essas condições estavam relacionadas.

Imagem: Fotografia. Rocha esculpida em formato de um rosto com um capacete, nariz largo e boca de lábios grossos.   Fim da imagem.

LEGENDA: Escultura olmeca em forma de cabeça humana. Xalapa, México, cerca de 1991. As esculturas olmecas em forma de cabeça medem até 4 metros de altura. FIM DA LEGENDA.

Fim do complemento.

  1. Qual era a importância dos centros cerimoniais e religiosos para as sociedades antigas? Dê exemplos.
PROFESSOR Atenção professor: Muitos centros cerimoniais e religiosos foram importantes para a cultura e a organização de sociedades antigas. Ver orientações específicas deste volume. Fim da observação.
MANUAL DO PROFESSOR

Essas sociedades hierárquicas disputavam acirradamente as áreas de dominação ou influência por meio de pactos e de guerras, fundamentais para a instauração e manutenção de macroestruturas políticas dos reinos ou impérios.

A história andina pré-hispânica pode ser contada por meio da construção e dissolução dessas redes de hegemonia política e cultural, como foram as redes encabeçadas por Chavin de Huantar, pelos paracas, pelos moches, pelos nascas, por Tiahuanaco, por Huari, pelos chimus, collas, lupacas e, por fim, pelos incas.

FONTE: SANTOS, Eduardo Natalino dos. Machu Picchu reinventada. Carta Capital . São Paulo, 1o dez. 2015. Disponível em: http://fdnc.io/gux. Acesso em: 5 jun. 2021.

Leia o texto da página 31 com os estudantes e auxilie-os a identificar e interpretar informações sobre a civilização olmeca. Se necessário, com a ajuda de um mapa, localize a região onde se desenvolveu essa civilização e explique que ela estava situada na América Central, enquanto a civilização Chavín foi estabelecida na América do Sul. Incentive-os a fazer distinções entre as descrições relacionadas à religiosidade e aquelas relacionadas à organização social e do espaço.

Atividade 2. É esperado que os estudantes comentem que alguns dos antigos centros cerimoniais e religiosos se tornaram centros de peregrinação e difusão da cultura de um povo, outros se transformaram em cidades integradas a redes de comércio e estradas.

Essa atividade possibilita a mobilização de aspectos da habilidade EF05HI03: Analisar o papel das culturas e das religiões na composição identitária dos povos antigos.

MP054

Como as pessoas faziam para...

Fazer registros em rochas

Localizado no estado do Piauí, o Parque Nacional Serra da Capivara é considerado um Patrimônio Mundial da Humanidade. Ele abriga centenas de sítios arqueológicos, muitos deles com pinturas rupestres, que eram feitas em rochas e trazem registros valiosos sobre os primeiros grupos humanos que viveram na região. Saiba como as pessoas faziam esses registros.

Imagem: Fotografia. Homem caminhando em uma passarela de madeira com árvores ao redor. À direita, parede formada por rochas antigas alaranjadas com inscrições.  Fim da imagem.

Os registros mais antigos encontrados no Parque Nacional Serra da Capivara foram feitos há milhares de anos. O local reúne vestígios das ocupações humanas mais antigas de que se tem notícia na América do Sul. As pinturas eram feitas nas paredes e no teto de grutas e cavernas.

Imagem: Fotografia. Rocha com ilustração de homens e mulheres pré-históricos.   Fim da imagem.

LEGENDA: Imagens do Parque Nacional Serra da Capivara, estado do Piauí. Fotografias de 2016 (primeira) e 2015 (segunda).

Para fazer os registros foram utilizados instrumentos variados. Os espinhos (finos e pontiagudos) eram usados para produzir traços finos e desenhos pequenos.

As tintas também eram aplicadas nos desenhos usando-se tubos feitos de ossos, por meio dos quais a tinta era soprada na parede.

MANUAL DO PROFESSOR

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para os conteúdos desta seção podem ser trabalhadas na semana 8.

Objetivos pedagógicos da seção

  • Apresentar características da pintura rupestre produzida no território onde hoje é o Brasil, com destaque para as cavernas da Serra da Capivara (PI).
  • Identificar os materiais que eram utilizados para fazer os registros rupestres.
  • Refletir sobre os significados das pinturas deixadas pelos seres humanos pré-históricos e o que é possível saber sobre seu modo de vida por meio delas.

    Orientações

    Apresente aos estudantes o conteúdo da seção, que trata dos registros feitos por seres humanos pré-históricos. Para iniciar o trabalho, retome o que foi estudado anteriormente sobre fontes históricas e estimule os estudantes a pensar no que é possível conhecer sobre os povos que produziram essas pinturas. Problematize qual teria sido a intenção por trás da produção de pinturas rupestres, chamando a atenção para o suporte e as cenas comuns a esse estilo artístico.

    As tintas e o modo de fazer as pinturas rupestres podem causar curiosidade. Explique que eram utilizadas tintas de origem mineral e vegetal, que possibilitavam os registros em diversas cores e garantiram a durabilidade dos desenhos nas pedras, diferente da utilização de carvão, por exemplo. Se considerar interessante, promova uma atividade de criação de tintas a partir de elementos naturais e a utilização delas para a elaboração de desenhos.

    História da pintura rupestre

    Desde que passou a viver em sociedade, o homem criou formas de se expressar e a arte foi, sem dúvida, a primeira delas, vindo inclusive antes da linguagem escrita, como se conhece atualmente.

    “Sob o escudo de arte rupestre entendem-se todas as inscrições, pinturas ou gravuras deixadas pelos humanos em suportes fixos de pedra, ou seja, em rochas. O termo rupestre vem do latim rupes-is , que significa rochedo. [...] Na Europa, observa-se há mais de 35 mil anos, já no Brasil as mais antigas foram enquadradas numa cronologia próxima dos 30 mil anos, com a possibilidade de passar dos 40 mil [...].”

    As pinturas rupestres são representações estéticas da vida, das ações e afazeres humanos e de seus desejos mais sensíveis. [...]

MP055

Imagem: Fotografia. Animais em pinturas rupestres em paredes, três animais em tamanhos diferentes, um abaixo ao outro.  Fim da imagem.

Nas pinturas encontradas no local são representadas figuras humanas e de animais em cenas de caça, rituais, danças, batalhas e diversas atividades.

Imagem: Fotografia. Rocha com pinturas rupestres de pessoas segurando árvores em tinta vermelha.  Fim da imagem.

As tintas utilizadas nas pinturas eram produzidas com elementos retirados da natureza. As pinturas mais antigas têm a cor vermelha, pois foram feitas com tintas à base de argila rica em hematita, um mineral constituído de ferro.

Imagem: Fotografia. Rocha com pinturas rupestres de animais em tons de branco.   Fim da imagem.

Fontes: Fundação Museu do Homem Americano (Fumdham). Disponível em: http://fdnc.io/ecH. Museu Histórico Nacional. Disponível em: http://fdnc.io/3zB. Acessos em: 5 mar. 2021.

Além das tintas de cor vermelha, são encontrados registros com tintas feitas de argila contendo minerais que resultavam em cores como amarelo e branco. Em algumas pinturas também foram utilizados pigmentos feitos de carvão vegetal que resultavam em traços na cor preta.

  1. Quais eram os principais instrumentos e pigmentos utilizados nas pinturas rupestres do Parque Nacional Serra da Capivara?
  1. Por que o Parque Nacional Serra da Capivara é considerado um Patrimônio Mundial da Humanidade?
Imagem: Ícone: Atividade para casa. Fim da imagem.
Imagem: Ícone: Atividade oral. Fim da imagem.
  1. Observe as figuras rupestres reproduzidas nessas páginas e discuta o significado delas com alguém da sua família. Registre as impressões de vocês e depois compartilhe com os colegas.
PROFESSOR Atenção professor: Ver orientações específicas deste volume. Fim da observação.
MANUAL DO PROFESSOR

“Acredita-se que havia um corpo de especialistas que fazia as pinturas. Eles não funcionavam como profissionais das artes como conhecemos hoje em dia (que fazem arte como trabalho para viver). A arte em rochas integrava a rotina da comunidade, reforçando tradições e vinculando-se ao domínio ritualístico. [...]”

No Parque Nacional Serra da Capivara há duas tradições rupestres, já muito estudadas e que são classificadas em dois grandes grupos: a Tradição Nordeste é caracterizada pela riqueza de informações representadas por meio de figuras humanas e cenas cotidianas [...]; a Tradição Agreste, caracterizada por figuras humanas grandes, algumas delas disformes, provavelmente envolvidas em rituais [...].

FONTE: JUSTAMAND, Michel. As pinturas rupestres do Brasil: memória e identidade ancestral. Memorare , Tubarão, v. 1, n. 2, p. 118-141, jan./abr. 2014. Disponível em: http://fdnc.io/guy. Acesso em: 6 jun. 2021.

Atividade 1. Os estudantes poderão relacionar as cores dos pigmentos utilizados nas pinturas rupestres ao tipo de material empregado para a fabricação das tintas.

Atividade 2. Além de preservar vestígios milenares da ocupação humana na América, o Parque Nacional Serra da Capivara é local de pesquisas científicas sobre a chegada dos seres humanos ao continente americano.

Atividade 3. Sugerimos que a atividade seja realizada em casa, possibilitando um momento de literacia familiar, de leitura oral e dialogada e interação verbal. Desse modo, a atividade favorece a troca de ideias entre os estudantes e seus familiares, o reconto do que foi estudado e a integração dos conhecimentos construídos por eles em casa e na escola. Para consolidar os conhecimentos de literacia e de alfabetização, essa atividade trabalha a interpretação e a relação de ideias e informação.

As atividades desta seção favorecem a mobilização de aspectos da habilidade EF05HI03: Analisar o papel das culturas e das religiões na composição identitária dos povos antigos.

Para você acessar

Museu do Homem Americano

Disponível em: http://fdnc.io/guz. Acesso em: 6 jun. 2021.

O museu conserva e divulga as descobertas e os estudos realizados no Parque Nacional Serra da Capivara.

MP056

Capítulo 4. Registros de memória: cultura material

Os objetos do passado que foram preservados nos ajudam a compreender aspectos da vida cotidiana de vários povos. Objetos variados, como itens de vestuário e enfeites, recipientes de uso cotidiano ou religioso, construções públicas e moradias, instrumentos de caça ou festivos podem fornecer informações sobre o modo de vida em outros tempos e espaços e fazem parte da memória de um povo.

Dá-se o nome de cultura material ao conjunto de objetos que dão significado às vidas das pessoas em diferentes momentos da História, conferindo-lhes identidade.

Elementos simbólicos também fazem parte dos objetos que são legados pelos povos. Vejamos um exemplo: na cultura material dos antigos egípcios existem muitas representações de gatos porque esses animais eram considerados sagrados, tendo alguns até sido mumificados . Considerado uma divindade, o gato representava a fertilidade. A representação do gato como um símbolo religioso pode ser explicada como uma referência a um animal que fazia parte da vida cotidiana dos egípcios. Os elementos simbólicos também podem se relacionar com as práticas do dia a dia das pessoas.

Imagem: Fotografia. Escultura de mulher de coroa dourada, cabelo curto, sobrancelhas únicas, colar e túnica branca.  Fim da imagem.

LEGENDA: Enfeites para cabelo, brincos e colares de cerca de 4.500 anos, usados por rainha da cidade de Ur, na Mesopotâmia. FIM DA LEGENDA

Imagem: Fotografia. Estátua de uma gata deitada com filhotes à frente.   Fim da imagem.

LEGENDA: Estátua egípcia de bronze representando uma gata amamentando seus filhotes, de cerca de 2.500 anos atrás. FIM DA LEGENDA.

MANUAL DO PROFESSOR

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para os conteúdos das páginas 34 e 35 podem ser trabalhadas na semana 9.

Objetivos pedagógicos do capítulo

  • Compreender o conceito de cultura material associando-o à produção material da vida humana.
  • Refletir sobre as relações entre cultura material, memória, identidade e história de um povo.
  • Identificar o modo de vida e os objetos que utilizamos hoje como fruto de elaborações realizadas ao longo do tempo, o que pressupõe a superação de necessidades e a criação de novas.
  • Reconhecer o que são elementos simbólicos e identificar exemplos no passado e no presente.
  • Relacionar a produção material ao conjunto de práticas, valores e crenças de um povo, bem como às características do ambiente em que este habita e trabalha.
  • Refletir sobre a cultura material como importante fonte para o trabalho de interpretação do passado.
  • Conhecer aspectos do início da escrita em diferentes civilizações e discutir a importância da escrita para as sociedades humanas até hoje.
  • Problematizar a escolha da escrita como marco do início da História.

    Orientações

    É importante que os estudantes compreendam que tudo aquilo que é produzido e utilizado por uma sociedade traduz suas mentalidades, suas práticas e seus valores e pode ser considerado parte de sua cultura material. Assim como mentalidades, práticas e valores mudam, a cultura material muda, acompanhando e expressando a sociedade a que pertence.

    O conteúdo e as atividades propostas ao longo do capítulo 4 favorecem o aprofundamento do trabalho com o tema atual de relevância em destaque neste volume: “Cidadania e patrimônio cultural”. Os objetos de tempos remotos que ficaram preservados até hoje nos ajudam a compreender os aspectos da vida cotidiana de vários povos. O patrimônio cultural material pode nos dar uma medida de como era a vida concreta das pessoas em outros tempos e espaços.

MP057

  1. Explique o que é cultura material. Dê exemplos.
PROFESSOR Resposta: São objetos produzidos pelos povos na vida cotidiana e que lhes conferem identidade. A cultura material constitui parte da memória dos povos.
  1. Observe a imagem, leia a legenda e responda à questão.
PROFESSOR Atenção professor: Ver orientações específicas deste volume. Fim da observação.
Imagem: Fotografia. Estátua de cabeça de um animal com dentes grandes e boca larga, focinho e olhos achatados com crista ao redor.   Fim da imagem.

LEGENDA: Esta imagem representa Quetzalcóatl, uma das principais divindades dos povos que habitavam a região que hoje corresponde ao México. Trata-se da “serpente emplumada”, figura que unia elementos do céu e da terra. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Ícone: Atividade em grupo. Fim da imagem.

  1. Reúna-se em grupo com os colegas para realizar a atividade a seguir.
    1. Selecionem três objetos que vocês usam no dia a dia.
    1. Observem esses objetos com cuidado, como se fossem arqueólogos do futuro que os tivessem encontrado. Na observação, levem em consideração as seguintes questões: Quais seriam as funções desses objetos? Como eles eram usados? O que eles podem indicar a respeito do cotidiano dos povos que os produziram?
    1. Depois, elaborem no caderno um pequeno relatório indicando o que os pesquisadores do futuro poderiam descobrir sobre a sociedade que produziu esses objetos.
PROFESSOR Atenção professor: Ver orientações específicas deste volume. Fim da observação.

Boxe complementar:

Hora da leitura

Egito, Grécia e Roma: um almanaque de história da arte, de Douglas Tufano. São Paulo: Moderna, 2017.

O livro traz, de forma divertida, informações relevantes sobre a arte na Antiguidade e a maneira como os povos antigos a produziam.

Fim do complemento.

MANUAL DO PROFESSOR

Atividade 1. Como exemplos de cultura material podem ser citados objetos, utensílios domésticos, vestimentas e alimentos de sociedades do passado e do presente.

Atividade 2. Estão representados dois elementos simbólicos: a serpente que rasteja, provavelmente a terra, e as plumas de um pássaro, que podem representar o céu. Converse com os estudantes sobre os símbolos que eles encontram no dia a dia, como em placas de rua, banheiros públicos, estabelecimentos comerciais, latas de lixo reciclável etc. Se possível, selecione algumas dessas imagens na internet, imprima-as e traga para a sala de aula para que os estudantes identifiquem seu significado.

Atividade 3. Com base nos exemplos de cultura material citados no texto do capítulo, estimule os estudantes a especular o que podemos conhecer sobre as sociedades do passado que as produziram. Comente que, por meio de algumas pinturas rupestres, sabemos, por exemplo, que determinados povos do passado praticavam a caça de animais selvagens. Por meio da cerâmica, podemos imaginar alguns meios de preparo e conservação de alimentos.

As atividades 1, 2 e 3 possibilitam a mobilização de aspectos da habilidade EF05HI07: Identificar os processos de produção, hierarquização e difusão dos marcos de memória e discutir a presença e/ou a ausência de diferentes grupos que compõem a sociedade na nomeação desses marcos de memória.

Atividade complementar: Grafite no futuro

Converse sobre um mural de grafite que todos da turma conheçam ou traga para a sala de aula a fotografia de um muro grafitado.

Levante hipóteses sobre o que os historiadores do futuro poderiam descobrir a respeito da nossa sociedade por meio daquela imagem.

Em seguida, peça aos estudantes que desenhem em uma folha sulfite, ou outro material de sua preferência, um grafite sobre o cotidiano deles.

Peça-lhes que troquem o desenho com um colega e que cada um tente interpretar o grafite feito pelo outro.

MP058

Hábitos e culturas: objetos da cultura material

As ações na vida cotidiana geram métodos próprios e novas técnicas para lidar com as necessidades e os desafios enfrentados pelas pessoas ao longo do tempo. Assim, as construções arquitetônicas ou os utensílios empregados em usos diversos, como cultivar alimentos, cozinhar ou se locomover, guardam as marcas de necessidades e hábitos corriqueiros das populações.

Os avanços tecnológicos são fruto das tentativas de atender às necessidades comuns em uma sociedade. Podemos citar como exemplo elementos da cultura do povo fenício, que atingiu um grau muito alto de aprimoramento técnico na Antiguidade. A Fenícia se situava em uma estreita faixa litorânea próxima ao mar Mediterrâneo, onde hoje se localizam o Líbano e parte da Síria. Esse povo se dedicava ao comércio, especialmente o comércio marítimo, navegando em embarcações chamadas galés, impulsionadas pelo uso de velas e remos. Na região próxima ao mar em que estavam instalados, dedicar-se à navegação era fundamental, e eles souberam aproveitar os recursos naturais do entorno para obter madeira para a construção de embarcações. É possível considerar que as galés são parte da cultura material dos fenícios, pois elas comportam uma tecnologia particular desenvolvida por esse povo.

Imagem: Fotografia. Árvores altas com galhos compridos e copa baixa acompanhando galhos.  Fim da imagem.

LEGENDA: Árvore de cedro, madeira abundante nas florestas das montanhas próximas à Fenícia, onde atualmente se localiza o Líbano. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Jarro de cerâmica azul e pinturas em padrões amarelo e verde.   Fim da imagem.

LEGENDA: Frasco fenício do século V a.C., feito de vidro com núcleo de areia, usado para guardar unguento. FIM DA LEGEDA.

MANUAL DO PROFESSOR

Roteiro de aula

A aula prevista para os conteúdos das páginas 36 e 37 pode ser trabalhada na semana 10.

Orientações

O exemplo da Fenícia pode ajudar na compreensão da relação entre as práticas realizadas por um povo e as condições fornecidas pelo meio em que ele está instalado. Além de ter se desenvolvido em uma região favorável à navegação, o território fenício dispunha de materiais próprios para a construção de embarcações.

Estimule os estudantes a verificar que a cultura material pode refletir não só as necessidades do dia a dia das pessoas, mas também as características do meio ambiente em que vivem e transformam por meio do trabalho. Pode ser interessante retomar os usos do pau-brasil pelos indígenas para exemplificar essa relação. Nesse sentido, os estudantes podem avaliar como cada comunidade aproveita os recursos naturais para a produção de cultura material.

Se, no passado, a madeira era muito utilizada para a construção de embarcações e objetos de utilização cotidiana, atualmente temos o aço, o plástico e outros materiais produzidos pela indústria. Estimule os estudantes a refletir sobre o fato de que grande parte dos objetos da atualidade é aprimoramento dos objetos do passado, sendo produzida, geralmente, em larga escala e de maneira mais rápida, embora nem sempre sustentável.

Para você ler

Cultura material e conhecimento histórico em crianças, de Soraia Freitas Dutra.

Disponível em: http://fdnc.io/eaw. Acesso em: 6 jun. 2021.

Artigo que trata da aprendizagem da História entre crianças e das vantagens dos usos da cultura material nesse processo.

Arqueologia como “História da cultura material”

Por cultura material poderíamos entender aquele segmento do meio físico que é socialmente apropriado pelo homem. Por apropriação social convém pressupor que o homem intervém, modela, dá forma a elementos do meio físico, segundo propósitos e normas culturais. Essa ação, portanto, não é aleatória, casual, individual, mas se alinha conforme padrões, entre os quais se incluem os objetivos e projetos. Assim, o conceito pode tanto abranger artefatos, estruturas, modificações da paisagem, como coisas animadas (uma sebe, um animal doméstico), e, também, o próprio corpo, na medida em que ele é passível desse tipo de manipulação (deformações, mutilações, sinalações) ou, ainda, os seus arranjos espaciais (um desfile militar, uma cerimônia litúrgica). Para analisar, portanto, a cultura material, é preciso situá-la como suporte material, físico, imediatamente concreto, da produção e reprodução da vida social.

MP059

Boxe complementar:

Você sabia?

Os fenícios construíam as galés com cedro, madeira leve e muito resistente, abundante nas florestas próximas. Além das galés, os fenícios criaram velas e remos para aumentar a velocidade da navegação e, em caso de falta de vento, evitar que o barco ficasse à deriva. As galés foram fundamentais para o desenvolvimento econômico dos fenícios.

Imagem: Fotografia. Navio preto baixo e comprido com remos saindo das laterais. Possui uma vela vermelha e branca.  Fim da imagem.

LEGENDA: Réplica de embarcação fenícia chamada galé, utilizada há cerca de 2 700 anos. FIM DA LEGENDA.

Fim do complemento.

  1. Dê um exemplo de um objeto que pode ser considerado um legado cultural de um povo da Antiguidade.
PROFESSOR Atenção professor: Os estudantes podem citar as embarcações fenícias chamadas galés. Fim da observação.
  1. Observe as imagens e responda às questões.
Imagem: Fotografia. Osso em formato de colher.  Fim da imagem.

LEGENDA: Utensílio de cozinha feito de osso, de cerca de 8 mil anos atrás, encontrado em Çatal Hüyük, sítio arqueológico na atual Turquia. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Miniatura em formato de casa em L com janelas retangulares estreitas.  Fim da imagem.

LEGENDA: Miniatura de casa feita de argila, de cerca de 3 mil anos atrás, construída na Mesopotâmia, na região da atual Síria. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Vaso de cerâmica vermelho com imagens em amarelo.   Fim da imagem.

LEGENDA: Recipiente feito de cerâmica, de cerca de 2 800 anos atrás, encontrado na Mesopotâmia, na região do atual Irã. FIM DA LEGENDA.

  1. De que são feitos os objetos retratados nas fotografias?
  1. Esses objetos têm semelhanças com os que usamos no cotidiano hoje? Por quê?
PROFESSOR Atenção professor: Na imagem I, o utensílio de cozinha é feito de osso; na imagem II, a miniatura de casa é feita de argila; na imagem III, o recipiente é feito de cerâmica. Ver orientações específicas deste volume. Fim da observação.
Imagem: Ícone: Atividade para casa. Fim da imagem.
  1. Selecione junto com as pessoas que moram com você alguns objetos de seu cotidiano que podem ser considerados exemplos de legados culturais. Justifique sua resposta.
PROFESSOR Atenção professor: Ver orientações específicas deste volume. Fim da observação.
MANUAL DO PROFESSOR

Conforme esse enquadramento, os artefatos [...] têm que ser considerados sob duplo aspecto: como produtos e como vetores de relações sociais. [...] Em consequência, a Arqueologia não precisa mais ser definida como a disciplina que se ocupa dos artefatos, [...] mas poderia ser recebida no convívio das demais ciências sociais. Em outras palavras, também a Arqueologia estuda os sistemas socioculturais, sua estrutura, seu funcionamento e seu comportamento ao longo do tempo, sua mudança. A particularidade está em que, para essas operações, ela conta exclusiva ou preponderantemente com informação derivada dos restos materiais – a cultura material. Não hesito, pois, em considerar a Arqueologia como História da cultura material.

FONTE: MENESES, Ulpiano Bezerra. A cultura material no estudo das sociedades antigas. Revista de História , São Paulo, n. 115, p. 103-117, 1983. Disponível em: http://fdnc.io/guA. Acesso em: 5 jun. 2021.

Atividade 4. As galés eram necessárias aos antigos fenícios, pois esse povo vivia do comércio praticado no mar Mediterrâneo.

Atividade 5. Apesar de terem sido produzidos há milhares de anos e em locais muito distantes, os objetos retratados têm semelhanças com os que utilizamos hoje porque também vivemos em moradias e precisamos de utensílios para manusear e para guardar alimentos.

Atividade 6. Sugerimos que a atividade seja realizada em casa, propiciando um momento de literacia familiar em que estudantes e seus familiares possam trocar ideias e conhecimentos a respeito do tema estudado. A atividade propicia o desenvolvimento da oralidade, a interação verbal, a produção escrita e a valorização das experiências das pessoas do convívio dos estudantes. Dessa maneira, a atividade favorece a integração dos conhecimentos construídos pelos estudantes em casa e na escola. Eles e seus familiares poderão indicar objetos do uso cotidiano que têm origem em outros tempos relacionados à vida cotidiana (por exemplo, numa comunidade de pescadores, as redes e objetos relacionados à pesca).

As atividades 4, 5 e 6, em que os estudantes deverão compreender a noção de legado cultural e identificar legados relacionados aos povos da Antiguidade e de outros períodos históricos, contribuem para o desenvolvimento da Competência Específica de Ciências Humanas 2 da BNCC: Analisar o mundo social, cultural e digital e o meio técnico-científico-informacional com base nos conhecimentos das Ciências Humanas, considerando suas variações de significado no tempo e no espaço, para intervir em situações do cotidiano e se posicionar diante de problemas do mundo contemporâneo.

MP060

Registros de memória: a escrita

A escrita representa o resultado de um processo de desenvolvimento da comunicação e, entre os povos antigos, tinha uma importante função na vida religiosa e econômica, pois os rituais e a coleta de impostos, por exemplo, eram registrados.

As primeiras formas de escrita conhecidas foram desenvolvidas há cerca de 5 500 anos. Alguns historiadores do passado consideravam seu desenvolvimento uma transformação muito relevante e, por isso, definiram o surgimento da escrita como o marco que separaria dois períodos distintos: a Pré-História e a História. Eles acreditavam que os registros escritos seriam os recursos essenciais para conhecer a vida dos povos do passado. Hoje sabemos que ela é muito importante, mas não é o único recurso.

Diferentes tipos de escrita

Muitos povos antigos desenvolveram maneiras distintas de escrever. Os sumérios, na Mesopotâmia, foram os inventores da escrita cuneiforme, feita sobre argila com um objeto pontiagudo chamado cunha (de onde vem a palavra cuneiforme: em forma de cunha).

Os egípcios inventaram os hieróglifos (hiero = sagrado e glifo = símbolo), uma escrita sagrada realizada por escribas e sacerdotes e muito utilizada em templos e túmulos.

Imagem: Ilustração. Inscrição em hieróglifos sobre estrutura de túmulo.  Fim da imagem.

LEGENDA: Detalhe de inscrição em túmulo fenício de cerca de 3 mil anos atrás. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Ilustração. Placa com ilustração de um homem egípcio sentado em um banco. Ao redor há inscrições em formatos de animais, utensílios e plantas.    Fim da imagem.

LEGENDA: Placa de calcário egípcia com inscrições feitas entre 2613 a.C. e 2498 a.C. FIM DA LEGENDA.

MANUAL DO PROFESSOR

Roteiro de aula

A aula prevista para os conteúdos das páginas 38 e 39 pode ser trabalhada na semana 10.

Orientações

Converse com os estudantes sobre a importância da escrita na comunicação entre as pessoas, no registro de acontecimentos e na transmissão de conhecimentos. Depois, explique também que existem povos ágrafos, ou seja, que não têm registros escritos, hoje em dia. Nesse momento, é importante que os estudantes compreendam que a escrita não é adotada unanimemente por todos os povos: há outras formas de transmissão, como a tradição oral, que são igualmente legítimas.

Explique aos estudantes que, durante algum tempo, os documentos escritos foram considerados essenciais para o estudo da História. Os historiadores acreditavam que tudo aquilo que não estivesse documentado por meio da escrita não podia ser recuperado com precisão. Esse pressuposto desconsiderava outros tipos de vestígio também importantes para o conhecimento do passado e que, muitas vezes, chegam a informar sobre aspectos silenciados na produção escrita.

Atividade complementar: Decifrar códigos

Divida a turma em grupos de cinco integrantes para realizar uma ampliação da atividade de criação de um sistema de símbolos de escrita.

Após cada um criar seus símbolos, peça-lhes que elaborem um gabarito com a correspondência entre letra e símbolo e uma mensagem cifrada em dois papéis separados.

Cada um deverá decifrar as mensagens dos outros colegas do grupo. Oriente-os a buscar o gabarito e a fazer anotações no caderno.

MP061

Os maias, povo que viveu na América entre os séculos III e X, também criaram uma escrita por glifos, símbolos que representavam palavras, por isso sua escrita se chama pictoglífica ( picto = figura e glifo = símbolo).

Diferentemente dos sumérios, egípcios e maias, os fenícios utilizavam um alfabeto composto de 22 letras, sem vogais, que podiam se unir para formar palavras. O alfabeto fenício serviu de base para o alfabeto grego, que, por sua vez, deu origem ao alfabeto que utilizamos na língua portuguesa.

Imagem: Ilustração. Conjunto de placas com ilustração de homens maias com inscrições do alfabeto por toda a placa.  Fim da imagem.

LEGENDA: Detalhe de um conjunto de placas com inscrições maias de cerca de 3.500 anos atrás. FIM DA LEGENDA.

  1. Observe as imagens abaixo e responda às questões.

    Exemplos de escrita suméria e escrita egípcia.

Imagem: Esquema. Ilustração de escrita representando palavras. Boi: Ilustração de um animal e ilustração de um triângulo com o símbolo em V transpassado. Sol: Ilustração de um círculo com ponto no centro e ilustração de dois semicírculos se unindo. Ir: ilustração de duas pernas e ilustração de um contorno de pé. Água: Ilustração de duas ondas paralelas e ilustração de linhas em zig zag.   Fim da imagem.
  1. O que os tipos de escrita representados nas imagens têm em comum? Explique
PROFESSOR Resposta: As duas formas de escrita representadas nas imagens utilizam símbolos para representar ações, elementos da natureza e animais, como ir, sol, boi e água.
  1. Crie um sistema de escrita com símbolos para escrever seu nome e o de um colega. Depois, registre sua criação no caderno.
PROFESSOR Atenção professor: Ver orientações específicas deste volume. Fim da observação.
MANUAL DO PROFESSOR

Orientações

Atividade 7. b) Incentive a elaboração de um tipo de sistema simples de escrita pelos estudantes. Converse com eles sobre as diferentes formas de escrita, explorando as imagens das páginas 38 e 39, de modo a destacar os suportes e usos. Ressalte que o desenvolvimento do comércio e o do Estado foram fundamentais para a criação da escrita, pois esses povos precisavam de meios de registro dos acontecimentos, dos preços e das leis, por exemplo.

A atividade 7, em que os estudantes deverão elaborar uma forma de escrita criptografada, contribui para o desenvolvimento da Competência Geral da Educação Básica 2 .

Conclusão

Na perspectiva da avaliação formativa, este é um momento propício para a verificação das aprendizagens. Sugerimos que você avalie o trabalho realizado ao longo do bimestre e da unidade, buscando observar se todos os objetivos pedagógicos propostos foram plenamente atingidos pelos estudantes para que você possa intervir a fim de consolidar as aprendizagens.

Assim, observe a produção dos estudantes, a participação e intervenção deles em sala de aula, individualmente, em grupo e com toda a turma, procurando perceber os seguintes pontos: se eles são capazes de diferenciar o modo de vida nômade do sedentário; se reconhecem o processo de fabricação de ferramentas e a crescente intervenção humana sobre a natureza ao longo do tempo; se reconhecem algumas características das civilizações antigas; se compreendem os processos que deram início à divisão social do trabalho e à organização social a partir dela; se compreendem o conceito de cultura material, associando-o à produção material da vida humana; se são capazes de refletir sobre as relações entre cultura material, memória, identidade e história de um povo; e se conseguem problematizar a escrita como marco do início da História.

A avaliação proposta a seguir será uma maneira de observar alguns aspectos do processo seguido por cada estudante e pela turma, possibilitando identificar se todas as habilidades foram desenvolvidas, seus avanços, dificuldades e potencialidades, estabelecendo permanente diálogo com eles para que continuem desenvolvendo suas aprendizagens.

MP062

O que você aprendeu

  1. Cite uma ferramenta ou utensílio utilizado no período Neolítico. Depois, explique: Qual era a função dessa ferramenta?
PROFESSOR Atenção professor: Ver orientações específicas deste volume. Fim da observação.
  1. Leia o trecho de reportagem a seguir e depois faça as atividades propostas.

    Com pequenos robôs equipados com microcâmeras, arqueólogos encontraram sepulturas de humanos e objetos de cerâmica da cultura Chavín, que floresceu entre os anos 1300 e 550 antes de Cristo no atual Peru. [...]

    “As novas descobertas nos mostram um mundo de galerias que têm sua própria organização, com conteúdos distintos”, disse à imprensa o arqueólogo americano John W. Rick, da Universidade de Stanford, que dirige esta pesquisa. [...]

    Acrescentou que “aparentemente, estes lugares serviam para a preparação dos sacerdotes em tempos de Chavín”. [...]

    O Monumento Arqueológico Chavín de Huántar, que foi o centro administrativo e religioso da cultura chavín, é o primeiro grande centro religioso e de peregrinação da América do Sul. Em 1985 foi declarado Patrimônio da Humanidade pela Unesco.

    FONTE: Sepulturas e galerias subterrâneas milenares são descobertas com robôs no Peru. Istoé , 21 ago. 2018. Disponível em: http://fdnc.io/guB. Acesso em: 12 mar. 2021.

Imagem: Fotografia. Vista de campo aberto com morros e ruínas de sítio arqueológico com casas e construções. Ao fundo há montanhas com vegetação baixa e poucas árvores.   Fim da imagem.

LEGENDA: Sítio arqueológico em Chavín de Huántar, Peru, 2018. FIM DA LEGENDA.

  1. Cite duas características da antiga cidade de Chavín de Huántar, no norte do Peru, que você conheceu ao longo desta unidade. Alguma dessas características aparece no trecho da reportagem que você acabou de ler? Explique.
PROFESSOR Atenção professor: Ver orientações específicas deste volume. Fim da observação.
  1. Explique como o uso de novas tecnologias colaborou para as descobertas expostas na reportagem.
PROFESSOR Resposta: A reportagem menciona que arqueólogos utilizaram pequenos robôs equipados com microcâmeras e, com essa tecnologia, encontraram sepulturas de humanos e objetos de cerâmica da cultura Chavín.
  1. Que denominação a antiga cidade de Chavín de Huántar recebeu em 1985, segundo a reportagem? Com base nos conteúdos desta unidade, explique a importância desse fato.
PROFESSOR Resposta: Em 1985, a antiga cidade foi declarada Patrimônio da Humanidade pela Unesco.
MANUAL DO PROFESSOR

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para a avaliação da seção O que você aprendeu podem ser trabalhadas na semana 11.

Orientações

Antes de orientar os estudantes a iniciar as atividades de avaliação, pergunte de quais conteúdos estudados até então eles se recordam. Procure retomar com a turma esses pontos, comentando outros que ficaram esquecidos. Pergunte quais conteúdos mais gostaram de estudar e quais atividades mais gostaram de fazer e por quê. Verifique se as habilidades trabalhadas foram desenvolvidas pelos estudantes. Caso alguns deles ainda não tenham conseguido desenvolver todas as habilidades, faça outras intervenções, conforme a necessidade de cada um, de modo que todos possam atingir os objetivos de aprendizagem.

Atividade 1. O estudante pode citar diversas ferramentas, como arado, fuso, tear, moedor, cestos, recipientes de cerâmica etc., e descrever a função (preparar a terra, produzir tecidos e moer e armazenar alimentos). Essa atividade possibilita a mobilização de aspectos da habilidade EF05HI01: Identificar os processos de formação das culturas e dos povos, relacionando-os com o espaço geográfico ocupado.

Atividade 2. a) É esperado que o estudante diga que, por meio de alguns centros cerimoniais, surgiram cidades que se organizavam de acordo com uma hierarquia social relacionada a fatores políticos e religiosos. Esse foi o caso da cidade de Chavín de Huántar. Essas características aparecem no texto, principalmente no trecho: “O Monumento Arqueológico Chavín de Huántar, que foi o centro administrativo e religioso da cultura chavín, é o primeiro grande centro religioso e de peregrinação da América do Sul”.

A atividade 2 possibilita a mobilização de aspectos das habilidades EF05HI03: Analisar o papel das culturas e das religiões na composição identitária dos povos antigos e EF05HI07: Identificar os processos de produção, hierarquização e difusão dos marcos de memória e discutir a presença e/ou a ausência de diferentes grupos que compõem a sociedade na nomeação desses marcos de memória.

Habilidades da BNCC em foco nesta seção

EF05HI01, EF05HI02, EF05HI03 e EF05HI07.

MP063

Avaliação processual

  1. Leia o texto e responda à questão a seguir.

    Foi na parte oriental da África que o homem surgiu, há aproximadamente 3 milhões de anos, como um animal de postura ereta fabricante de utensílios. Por esse motivo, a história dessa parte do mundo é mais longa do que a de qualquer outro lugar; a Idade da Pedra, em particular, foi mais extensa que em outros continentes e em outras regiões da África. Teve início quando os primeiros hominídeos começaram a fabricar, de maneira regular, utensílios de pedra reconhecíveis como tal, com formas e padrões predeterminados. [...]

    É possível que os primeiros utensílios [...] continuem desconhecidos [...]. É também provável que outros materiais, que se teriam decomposto sem deixar vestígios, como a madeira, o couro e o osso, fossem usados e trabalhados pelo menos na mesma época que a pedra. [...]. Portanto, a fabricação de utensílios [...] pode ter começado antes da data sugerida pelos testemunhos de que dispomos sobre aqueles importantes desenvolvimentos. Esses testemunhos consistem nos primeiros utensílios líticos identificáveis, marco inicial da Idade da Pedra, assim chamada por convenção.

    FONTE: J. E. G. Sutton. A pré­história da África Oriental. In : Joseph Ki­Zerbo (ed.). História geral da África : metodologia e pré­história da África. 3ª ed. São Paulo: Cortez; Brasília, DF: Unesco, 2011. p. 512­513. v. 1. Disponível em: http://fdnc.io/guC. Acesso em: 7 abr. 2021.

PROFESSOR Resposta: O texto considera os primeiros utensílios de pedra fabricados pelos humanos como “testemunhos” do desenvolvimento da fabricação de ferramentas. Esses objetos podem ser considerados parte da cultura material.
  1. Observe a imagem e responda à questão.
Imagem: Fotografia. Vista superior de campo de terra com demarcações no chão separando ruínas de sítios arqueológicos formados por muros de pedras incompletos.   Fim da imagem.

LEGENDA: Vista do sítio arqueológico de Harapa, Vale do Indo, construído há cerca de 5 mil anos. Punjab, Paquistão. Fotografia de 2014. FIM DA LEGENDA.

PROFESSOR Atenção professor: Ver orientações específicas deste volume. Fim da observação.
MANUAL DO PROFESSOR

Atividade 3. O texto da atividade pode introduzir uma interessante discussão sobre a durabilidade dos objetos do passado, pois o material de que foram feitos pode tanto possibilitar que se mantenham conservados até os dias de hoje quanto dificultar ou impossibilitar seu estudo.

Atividade 4. Considerando o traçado reto das construções (formando quarteirões e espaços para circulação) e a presença de canaletas (que sugerem o escoamento de água), o estudante pode indicar que a construção da cidade foi planejada.

As atividades 3 e 4 favorecem a mobilização de aspectos das habilidades EF05HI03: Analisar o papel das culturas e das religiões na composição identitária dos povos antigos e EF05HI07: Identificar os processos de produção, hierarquização e difusão dos marcos de memória e discutir a presença e/ou a ausência de diferentes grupos que compõem a sociedade na nomeação desses marcos de memória.

Para você acessar

Museu de Arqueologia e Etnologia – MAE/USP

Disponível em: http://fdnc.io/eUN. Acesso em: 3 jun. 2021.

Site do Museu de Arqueologia e Etnologia localizado na Universidade de São Paulo.

Atividade complementar: Simular uma escavação arqueológica

Selecione imagens de vestígios arqueológicos ou, ainda, peças que simulem vestígios de diferentes épocas. Se possível, imprima e plastifique as fotografias.

Disponha o material escolhido em recipientes com areia ou sobre recortes de tecido, papel kraft, papelão ou outro material. Cada suporte deverá corresponder a um período histórico.

Divida a turma em grupos e convide-os a analisar os artefatos. Caso trabalhe com objetos, deixe ferramentas disponíveis, como luvas (para preservar as peças), pás (para a escavação), pincéis (para remover resíduos) e lupas (para observar os detalhes das peças).

Os grupos deverão cumprir as seguintes etapas: identificar as peças, catalogá-las e analisá-las.

MP064

  1. Como os rios favoreceram a fixação de grupos humanos em determinado local? Dê exemplos.
PROFESSOR Atenção professor: Os rios foram fundamentais para o desenvolvimento da agricultura e da sedentarização. Ver orientações específicas deste volume. Fim da observação.
  1. Observe as imagens. Depois, copie as duas sentenças no caderno, completando as lacunas com os termos corretos.
Imagem: Fotografia. Vista superior de o interior de uma casa sem teto em sítio arqueológico formado por pedras com demarcações de cômodos.  Fim da imagem.

LEGENDA: Parte de vila de cerca de 5 mil anos, descoberta no sítio arqueológico de Skara Brae. Arquipélago Orkney, Escócia. Fotografia de 2014. FIM DA LEGENDA.

  1. Durante o _____, a construção de _____ e assentamentos favoreceu a contra perigos e o armazenamento de _____.
PROFESSOR Resposta: período Neolitico; aldeias; proteção; alimentos.
Imagem: Fotografia. Rocha com ilustração de gado em pinturas rupestres em branco, vermelho e preto. Há pessoas entre os animais.   Fim da imagem.

LEGENDA: Pintura rupestre de bovinos do período Neolítico. Região de Tadrat Acacus, Líbia. Fotografia de 2017. FIM DA LEGENDA.

  1. A _____ das espécies animais estimulou o desenvolvimento da agricultura e do _____, que favoreceram a produção de _____ e outros itens, como couros e tecidos.
PROFESSOR Resposta: domesticação; pastoreio; alimentos.
  1. Quais foram os tipos de organização social característicos dos períodos Paleolítico e Neolítico? Explique.
PROFESSOR Atenção professor: Ver orientações específicas deste volume. Fim da observação.
MANUAL DO PROFESSOR

Atividade 5. No caso do rio Nilo, por exemplo, as cheias tornavam os terrenos mais férteis, possibilitando a fixação da população e a cultura agrícola entre os egípcios. Também pode-se falar da importância dos rios Tigre e Eufrates para as populações da Mesopotâmia.

Atividade 6. a) Durante o período Neolítico, a construção de aldeias e assentamentos favoreceu a proteção contra perigos e o armazenamento de alimentos.

b) A domesticação das espécies animais estimulou o desenvolvimento da agricultura e do pastoreio, que favoreceu a produção de alimentos e outros itens, como couros e tecidos.

A atividade 6 solicita ao estudante o preenchimento adequado de duas sentenças. Contudo, os termos a serem utilizados não estão dispostos no enunciado da atividade, como ocorre em casos anteriores (na primeira atividade da página 11 deste volume, por exemplo). É esperado que o estudante consiga articular seus conhecimentos e preencher adequadamente as sentenças. Caso alguma criança encontre dificuldade, retome conceitos e passagens desta unidade que se relacionem com os temas abordados nas duas sentenças. Se desejar, registre na lousa os termos a serem usados no preenchimento das sentenças, de maneira embaralhada, para auxiliar os estudantes que apresentem dúvidas ou dificuldade.

As atividades 5 e 6 favorecem a mobilização de aspectos das habilidades EF05HI01: Identificar os processos de formação das culturas e dos povos, relacionando-os com o espaço geográfico ocupado e EF05HI02: Identificar os mecanismos de organização do poder político com vistas à compreensão da ideia de Estado e/ou de outras formas de ordenação social.

Atividade 7. Retome as diferenças entre grupos nômades e sedentários e, se necessário, oriente o estudante na associação desses modos de vida ao período Paleolítico e ao período Neolítico, respectivamente.

A atividade 7 mobiliza aspectos da habilidade EF05HI01: Identificar os processos de formação das culturas e dos povos, relacionando-os com o espaço geográfico ocupado.

MP065

  1. Em grupo, leiam em voz alta as sentenças a seguir. Conversem sobre cada uma delas e identifiquem a alternativa que indica apenas elementos que fazem parte da cultura material.
    1. Músicas e instrumentos de caça.
    1. Enfeites e festas tradicionais.
    1. Edifícios e tradições orais.
    1. Instrumentos musicais e vestimentas.
    1. Lendas e vestígios de centros cerimoniais.
PROFESSOR Resposta correta: d) Instrumentos musicais e vestimentas.
  1. Reunidos em grupos, observem as imagens e respondam à questão a seguir.
Imagem: Fotografia. Placa com inscrições em alto relevo de hieróglifo em formatos de símbolos, animais diversos como insetos, aves, cobras e bovinos.  Fim da imagem.

LEGENDA: Placa com inscrições hieroglíficas egípcias. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Relevo em parede de ilustrações diversas de hieróglifos formando rostos, animais e objetos.  Fim da imagem.

LEGENDA: Relevo de pedra com hieróglifos maias. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Tecido com pintura de símbolos diversos em sequência. No centro, ilustração de pessoas com diferentes roupagens formando criaturas.   Fim da imagem.

LEGENDA: Parte de escrito pictoglífico maia. FIM DA LEGENDA.

PROFESSOR Atenção professor: Ver orientações específicas deste volume. Fim da observação.
MANUAL DO PROFESSOR

Atividade 8. É esperado que o estudante diga que somente a alternativa d (instrumentos musicais e vestimentas) apresenta elementos que fazem parte da cultura material. Essa atividade favorece a mobilização de aspectos da habilidade EF05HI07: Identificar os processos de produção, hierarquização e difusão dos marcos de memória e discutir a presença e/ou a ausência de diferentes grupos que compõem a sociedade na nomeação desses marcos de memória.

Atividade 9. É esperado que o estudante indique que as formas de escrita e os próprios registros escritos são importantes para a cultura material de um povo, pois, além de fazerem parte da identidade e da memória do grupo, possibilitam o registro de informações, hábitos, modos de pensar, sendo parte também da cultura de muitas sociedades. Essa atividade favorece a mobilização de aspectos da habilidade EF05HI07: Identificar os processos de produção, hierarquização e difusão dos marcos de memória e discutir a presença e/ou a ausência de diferentes grupos que compõem a sociedade na nomeação desses marcos de memória.

Maracá, um instrumento musical indígena

Há diversas variantes do maracá, consistindo às vezes de uma cabaça [ou porongo] oca repleta de pedrinhas ou sementes e colocada na extremidade de um bastão. Pode ser enfeitado com penas ou pinturas, bem como com trançados de palha, com a qual também podem ser confeccionados. [...] O maracá também pode sinalizar o poder espiritual. É utilizado nas cerimônias religiosas, guerreiras, e nos ritos de cura xamânicos. É o aliado que auxilia nos chamados das forças da natureza. Usado pelas tradições de alguns povos indígenas, é uma representação do universo. Assim, pode-se dizer que o maracá é um objeto que tem um aspecto multifário, ou seja, se exprime de muitos modos, apresentando-se sob diversos sentidos.

FONTE: CARDOSO, Silmara de Fátima. O maracá na escola: pensamento mágico, instrumento percussivo e ritualístico. Moitará: Revista Eletrônica da Fundação Araporã , v. 1, n. 1, p. 44, nov.-dez. 2014.

MP066

Comentários para o professor:

GRADE DE CORREÇÃO

Tabela: equivalente textual a seguir.

Questão

Habilidades avaliadas

Nota/conceito

1

EF05HI01: Identificar os processos de formação das culturas e dos povos, relacionando-os com o espaço geográfico ocupado.

2

EF05HI03: Analisar o papel das culturas e das religiões na composição identitária dos povos antigos.

EF05HI07: Identificar os processos de produção, hierarquização e difusão dos marcos de memória e discutir a presença e/ou a ausência de diferentes grupos que compõem a sociedade na nomeação desses marcos de memória.

3

EF05HI03: Analisar o papel das culturas e das religiões na composição identitária dos povos antigos.

EF05HI07: Identificar os processos de produção, hierarquização e difusão dos marcos de memória e discutir a presença e/ou a ausência de diferentes grupos que compõem a sociedade na nomeação desses marcos de memória.

4

EF05HI03: Analisar o papel das culturas e das religiões na composição identitária dos povos antigos.

EF05HI07: Identificar os processos de produção, hierarquização e difusão dos marcos de memória e discutir a presença e/ou a ausência de diferentes grupos que compõem a sociedade na nomeação desses marcos de memória.

5

EF05HI01: Identificar os processos de formação das culturas e dos povos, relacionando-os com o espaço geográfico ocupado.

EF05HI02: Identificar os mecanismos de organização do poder político com vistas à compreensão da ideia de Estado e/ou de outras formas de ordenação social.

6

EF05HI01: Identificar os processos de formação das culturas e dos povos, relacionando-os com o espaço geográfico ocupado.

EF05HI02: Identificar os mecanismos de organização do poder político com vistas à compreensão da ideia de Estado e/ou de outras formas de ordenação social.

7

EF05HI01: Identificar os processos de formação das culturas e dos povos, relacionando-os com o espaço geográfico ocupado.

8

EF05HI07: Identificar os processos de produção, hierarquização e difusão dos marcos de memória e discutir a presença e/ou a ausência de diferentes grupos que compõem a sociedade na nomeação desses marcos de memória.

9

EF05HI07: Identificar os processos de produção, hierarquização e difusão dos marcos de memória e discutir a presença e/ou a ausência de diferentes grupos que compõem a sociedade na nomeação desses marcos de memória.

MP067

Sugestão de questões de autoavaliação

Questões de autoavaliação, como as sugeridas a seguir, podem ser apresentadas aos estudantes para que eles reflitam sobre seu processo de ensino e aprendizagem ao final de cada unidade. O professor pode fazer os ajustes que considerar adequados, de acordo com as necessidades de sua turma.

Tabela: equivalente textual a seguir.

AUTOAVALIAÇÃO DO ESTUDANT E

MARQUE UM X EM SUA RESPOSTA

SIM

MAIS OU MENOS

NÃO

1. Presto atenção nas aulas?

2. Tiro dúvidas com o professor quando não entendo algum conteúdo?

3. Trago o material escolar necessário e cuido bem dele?

4. Sou participativo?

5. Cuido dos materiais e do espaço físico da escola?

6. Gosto de trabalhar em grupo?

7. Respeito todos os colegas de turma, professores e funcionários da escola?

8. Compreendo as diferenças entre o modo de vida nômade e o sedentário?

9. Conheço algumas características de civilizações antigas, como a fundação de cidades e o início das trocas comerciais?

10. Compreendo o significado de cultura material e cultura imaterial?

11. Consigo identificar e compreender o processo de desenvolvimento da escrita entre civilizações antigas?

12. Identifico o papel da agricultura e da criação de animais para o início das civilizações?

13. Consigo refletir sobre as relações entre seres humanos e meio ambiente, avaliando os locais de ocupação dos primeiros grupos humanos ao longo da história?

14. Compreendo a importância dos rios para o estabelecimento dos primeiros grupos humanos, levando em consideração a agricultura, a pecuária e outras atividades de subsistência?

15. Reconheço a relação entre política e religião em sociedades antigas?