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Unidade 4. Herança cultural

Imagem: Fotografia: templo em pirâmide de quatro lados, nos centros de quatro lado há escadas e topo reto.  Fim da imagem.

LEGENDA: Templo maia construído em Chichén Itzá, em homenagem à divindade da serpente emplumada em Yucatán, México, 2020. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia: Destaque de templo em ruínas com escultura de animais deitados em colunas baixas.  Fim da imagem.

LEGENDA: Antigo templo dos faraós em Naqa, no Sudão, no continente africano, 2018. FIM DA LEGENDA.

MANUAL DO PROFESSOR

Introdução

A unidade 4, Herança cultural, procura aprofundar discussões sobre questões relativas à passagem do tempo e sua percepção e sobre os diferentes tipos de fonte histórica. A unidade também aborda o trabalho de diversos profissionais no processo de pesquisa e escrita de estudos históricos.

Em consonância com as Competências Gerais da Educação Básica 3 e 4 da BNCC, a unidade incentiva os estudantes a valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e a utilizar diferentes linguagens para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos, produzindo sentidos que levem ao entendimento mútuo.

Em consonância com as Competências Específicas de Ciências Humanas para o Ensino Fundamental 1 e 3 da BNCC, a unidade busca incentivar os estudantes a exercitar o respeito à diferença em uma sociedade plural, bem como a identificar, comparar e explicar a intervenção do ser humano na natureza e na sociedade. A proposta da unidade relaciona-se, ainda, com as Competências Específicas de História 2 e 6 da BNCC, e desse modo visa contribuir para que o estudante possa compreender acontecimentos históricos e a historicidade no tempo e no espaço e compreender e problematizar os conceitos e procedimentos norteadores da produção historiográfica.

Unidade temática da BNCC em foco na unidade:

  • Registros da história: linguagens e culturas

    Objetos de conhecimento em foco na unidade:

  • As tradições orais e a valorização da memória
  • O surgimento da escrita e a noção de fonte para a transmissão de saberes, culturas e histórias
  • Os patrimônios materiais e imateriais da humanidade

    Habilidades da BNCC em foco nesta unidade:

    EF05HI07, EF05HI08, EF05HI09 e EF05HI10.

    Objetivos pedagógicos da unidade:

  • Conhecer algumas das principais medidas de tempo e os respectivos instrumentos de medição.

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Boxe complementar:

Vamos conversar

  1. Observe as imagens. O que os lugares retratados nas fotografias têm em comum? Como você acha que eles foram construídos?
  1. Você acha que as pessoas que os construíram imaginavam que eles durariam tanto tempo?

Fim do complemento.

Imagem: Fotografia: Vista superior de cidade com templos, em destaque há um muro alto de pedras grandes sobre uma praça, na frente do muro há pessoas.  Fim da imagem.

LEGENDA: Muro das Lamentações e a Cúpula da Rocha ao fundo, na cidade velha de Jerusalém, Israel, 2018. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia: Vista superior de arquibancada de pedra formando um semicírculo ao redor do palco, atrás do palco há ruinas de muros com janelas e arcos.   Fim da imagem.

LEGENDA: Anfiteatro nas encostas da Acrópole em Atenas, Grécia, 2020. FIM DA LEGENDA.

MANUAL DO PROFESSOR
  • Discutir questões relativas à passagem do tempo e sua percepção, considerando a possibilidade de diferentes durações.
  • Reconhecer os diferentes tipos de fonte histórica e a aplicação de métodos e técnicas de interpretação por historiadores e arqueólogos.
  • Identificar o ofício de diferentes profissionais no processo de pesquisa e escrita de estudos históricos, podendo valorizá-los no mundo do trabalho.
  • Discutir o conceito de memória e seus usos, considerando as dimensões coletiva e individual, pública e privada.
  • Refletir sobre a construção e a importância dos marcos de memória para as minorias e para a sociedade como um todo.

    Roteiro de aula

    A aula prevista para os conteúdos da abertura da unidade 4 pode ser trabalhada na semana 29.

    Orientações

    As atividades de abertura da unidade podem ser conduzidas como atividades preparatórias para o trabalho com conteúdos, competências e habilidades que serão desenvolvidos com os estudantes. Sugerimos que inicie as propostas da unidade com as seguintes atividades preparatórias:

    Aproveite as imagens das páginas de abertura e pergunte aos estudantes se já ouviram falar do rio Nilo, do Muro das Lamentações e de outros monumentos da Antiguidade.

    É importante fazê-los perceber que todas as gerações têm o direito de conhecer o passado, e preservar as construções antigas é uma maneira de ter e promover o contato com a cultura de povos que viveram muito antes deles.

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Capítulo 1. A humanidade e o tempo

A percepção da passagem do tempo organiza nosso cotidiano. Mesmo sem relógios e calendários, somos capazes de perceber que depois do dia vem a noite, as mudanças de fase da Lua, os ciclos de plantio e de colheita, as estações do ano, o desenvolvimento de plantas e de animais e até mesmo as fases da vida de um ser humano.

Ao observar a natureza, os seres humanos aprenderam a identificar fenômenos que indicam a passagem do tempo. Com base nessas observações, foram criados instrumentos para marcar o tempo decorrido entre um evento e outro.

Imagem: Fotografia. Vista superior de relógio de sol preto com símbolos cinzas com números romanos ao redor e ponteiro retangular de pedra formando sombra pela estrutura.   Fim da imagem.

LEGENDA: No relógio de sol, a sombra de uma vareta fixada no centro de um disco é utilizada para registrar o movimento aparente do Sol. Namíbia, 2017. FIM DA LEGENDA.

Como percebemos o tempo?

Um dos primeiros instrumentos para a medição do tempo foi o relógio de sol, provavelmente criado pelos egípcios há mais de 4 mil anos. Mais tarde, os seres humanos criaram outros tipos de relógio, como a ampulheta e o relógio de água. Essas invenções para medir a passagem do tempo reduziram a necessidade de observação da natureza, por exemplo, para marcar as horas.

Antes da utilização dos relógios, a quantidade de horas trabalhadas no campo, por exemplo, era determinada pelo nascer e pelo pôr do sol.

A nossa percepção do tempo pode fazer uma hora parecer mais lenta ou mais acelerada, dependendo da atividade. Quando estamos nos divertindo, por exemplo, o tempo parece passar mais rapidamente do que quando fazemos algo de que não gostamos. Isso não faz com que uma hora dure mais ou menos, mas mostra que nem sempre percebemos a passagem do tempo da mesma forma.

MANUAL DO PROFESSOR

Roteiro de aula

A aula prevista para os conteúdos das páginas 110 e 111 pode ser trabalhada na semana 29.

Objetivos pedagógicos do capítulo

  • Refletir sobre a passagem do tempo por meio de mudanças e permanências.
  • Compreender a função dos relógios e calendários como instrumentos de medição do tempo, reconhecendo as variadas formas que eles assumem em diferentes civilizações.
  • Conhecer formas de marcação da passagem do tempo adotadas por povos africanos e indígenas.
  • Discutir questões relativas à passagem do tempo e sua percepção, considerando a possibilidade de diferentes durações.

    Orientações

    O tema deste capítulo possibilita resgatar e aprofundar as questões sobre passagem, medição e percepção do tempo estudadas em unidades anteriores. Para iniciar a abordagem, pode ser interessante conversar com os estudantes sobre o que se lembram desses assuntos, levantando conhecimentos prévios que podem contribuir no andamento das atividades didáticas.

    O que é o tempo?

    Que é, pois, o tempo? Quem poderá explicá-lo clara e brevemente? Quem o poderá apreender, mesmo só com o pensamento, para depois nos traduzir por palavras o seu conceito? E que assunto mais familiar e mais batido nas nossas conversas do que o tempo? Quando dele falamos, compreendemos o que dizemos? Compreendemos também o que nos dizem quando dele nos falam?

    O que é, por conseguinte, o tempo? Se ninguém me perguntar, eu sei; se o quiser explicar a quem me fizer a pergunta, já não sei.

    FONTE: AGOSTINHO, Aurélio. Confissões . São Paulo: Nova Cultural, 1999. p. 322.

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  1. De que maneira podemos medir o tempo com base na observação da natureza? Cite dois exemplos.
PROFESSOR Resposta: Podemos medir o tempo pela observação dos fenômenos da natureza, por exemplo, ao perceber a passagem do dia para a noite, as estações do ano ou os ciclos da Lua.
Imagem: Ícone: Atividade em grupo. Fim da imagem.
  1. O relógio de sol é uma das maneiras mais antigas que conhecemos para medir o tempo. Em grupo, sigam as instruções a seguir para produzir um relógio de sol.
PROFESSOR Atenção professor: Ver orientações específicas deste volume. Fim da observação.
Imagem: Fotografia. Vista de relógio de sol amarelo com números romanos em preto ao redor e ponteiro retangular de pedra formando sombra pela estrutura, está sobre uma praça aberta com prédio ao fundo.   Fim da imagem.

LEGENDA: Relógio de sol em Gatchina, Rússia, 2018. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Ícone: Atividade para casa. Fim da imagem.
Imagem: Ícone: Atividade oral. Fim da imagem.
  1. De que maneira você percebe a passagem do tempo em seu cotidiano? Converse com um adulto de sua família sobre a percepção de vocês da passagem do tempo no cotidiano. Escreva um texto registrando suas impressões. Depois leia para os colegas em sala de aula.
PROFESSOR Atenção professor: Ver orientações específicas deste volume. Fim da observação.
MANUAL DO PROFESSOR

Auxilie os estudantes na execução da atividade 2, que propõe a construção de um relógio de sol. Se necessário, acesse o vídeo Relógio de sol com garrafa PET , do canal Manual do Mundo, disponível em: http://fdnc.io/dNF (acesso em: 8 jun. 2021), que ensina o passo a passo de construção de um relógio de sol e indica a posição correta em que deve ser colocado em relação aos meridianos.

Atividade 3. Sugerimos que a atividade seja realizada em casa, possibilitando um momento de literacia familiar, de leitura oral e dialogada e interação verbal. Dessa forma, a atividade favorece a troca de ideias entre os estudantes e seus familiares, o reconto do que foi estudado e a integração dos conhecimentos construídos por eles em casa e na escola. Para consolidar os conhecimentos de literacia e de alfabetização, esta atividade trabalha a interpretação e a relação de ideias e informação. É possível citar inúmeras formas de perceber a passagem do tempo: ligadas à cronologia (contagem em relógios e calendários), à natureza (mudanças relacionadas à estação do ano, a fases da Lua ou, ainda, a transformações como o próprio crescimento) e outras associadas a fatores sociais (realização de tarefas, inovações de tecnologia, atividades escolares) etc.

As atividades desta página permitem a mobilização de aspectos da habilidade EF05HI08: Identificar formas de marcação da passagem do tempo em distintas sociedades, incluindo os povos indígenas originários e os povos africanos.

Sobre o tempo

Os relógios não medem o tempo? Se eles permitem medir alguma coisa, não é o tempo invisível, mas algo perfeitamente passível de ser captado, como a duração de um dia de trabalho ou de um eclipse lunar, ou a velocidade de um corredor na prova dos cem metros. Os relógios são processos físicos que a sociedade padronizou, decompondo-os em sequências – modelo de recorrência regular, como as horas ou os minutos. Essas sequências podem ser idênticas em toda a extensão de um país, ou até de vários, quando a evolução da sociedade o exige e autoriza. [...] Graças a eles, é possível comparar a duração ou a velocidade de processos que se desenrolam sucessivamente e que, por isso mesmo, não podem ser diretamente comparados – como a duração de dois discursos, proferidos um após o outro.

FONTE: ELIAS, Norbert. Sobre o tempo . Rio de Janeiro: Zahar, 1998. p. 7.

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Calendários

Outra forma de observar a passagem do tempo é por meio do calendário. Esse sistema mede a passagem dos dias e, por isso, é usado para calcular períodos de tempo mais longos. Muitas sociedades antigas construíram seus próprios calendários, baseados nos ciclos solares ou lunares, para organizar a passagem do tempo. Alguns desses povos observavam os astros como uma forma de perceber outros ciclos temporais, como as estações do ano, e assim nasceu a Astronomia, uma ciência que estuda os corpos celestes no espaço e no tempo.

Formas de medir o tempo: sumérios, egípcios e maias

A observação da natureza e o desenvolvimento da Astronomia foram muito importantes para o estabelecimento dos calendários. Os sumérios, que habitavam a região da Mesopotâmia, estabeleceram um sistema de medição do tempo dividido em 12 meses, com base nos ciclos lunares.

Os egípcios desenvolveram seu primeiro calendário solar há cerca de 5 mil anos. Ele foi criado de acordo com a observação do nascer e do pôr do sol e dos ciclos de cheias e secas dos rios. Para os egípcios, que dependiam da água do rio Nilo para produzir alimentos, era muito importante saber o momento certo de preparar o solo e fazer o plantio e a melhor época para a colheita. Desenvolver um calendário com o qual era possível entender os ciclos da natureza possibilitou aos egípcios controlar a produção de grãos e de frutas.

Os povos que viviam no continente americano também elaboraram diversos calendários. Os maias criaram um calendário bastante preciso fundamentado nas fases da Lua: um ano equivalia a 18 meses, cada mês tinha 20 dias, além de um intervalo mais curto, de 5 dias, somando, 365 dias.

Imagem: Fotografia. Faixada de templo de pedras com escadas centrais e colunas de pedras arredondadas acopladas a um paredão de pedras. Ao fundo, uma estrutura cilíndrica com aberturas e telhado arredondado.   Fim da imagem.

LEGENDA: Observatório astronômico “O caracol”, da civilização maia, construído há cerca de 1.100 anos. Yucatán, México, 2018. FIM DA LEGENDA.

MANUAL DO PROFESSOR

Roteiro de aula

A aula prevista para os conteúdos das páginas 112 e 113 pode ser trabalhada na semana 30.

Orientações

A abordagem sobre a passagem do tempo entre as sociedades antigas pode ajudar a retomar e aprofundar os estudos sobre esses povos feitos nas unidades anteriores. É importante que os estudantes notem que a medição do tempo varia de acordo com a cultura de cada povo e seu grau de conhecimento sobre a natureza e seu desenvolvimento tecnológico, servindo ao propósito comum de organizar as atividades cotidianas.

História do calendário

Nas cidades às escuras durante a noite, em meio aos rebanhos no campo, isolado nas florestas, nos acampamentos das caravanas, nas tendas dos acampamentos militares ou de caça, nas cobertas dos navios, o homem tinha os olhos fixos no céu. De lá vinham predições do tempo, avisos quanto às vontades dos deuses e a direção correta dos caminhos desejados.

Reconheceu as estrelas fixas e ao fazê-lo descobriu maravilhado que o mundo não era imóvel, ou estático. Ao contrário, todos os dias se movia num sentido regular, a uma velocidade estabelecida. Ao fim de certo tempo, lá estavam as mesmas estrelas nos mesmos lugares em relação aos montes, aos desertos e aos outros astros. Entre esses outros astros, o Sol. Nasceu dessa verificação o espaço de tempo a que chamamos Ano .

FONTE: DONATO, Hernâni. História do calendário . São Paulo: Melhoramentos, 1976. p. 42.

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  1. Observe a imagem a seguir e reflita: na sua opinião, a observação da natureza contribuiu para a criação dos calendários pelos egípcios na Antiguidade?
Imagem: Fotografia. Vista de rio largo, à esquerda da margem há árvores e campos de plantação, à direita há árvores e cidade extensa.  Fim da imagem.

LEGENDA: Campos de cultivo próximos ao rio Nilo, onde ficava parte do Egito antigo. Hoje, a região é compartilhada pelo Sudão e pelo Egito. Fotografia de 2016. FIM DA LEGENDA.

  1. Leia o texto e responda às questões.

Outro acontecimento cíclico [...] era o ciclo da Lua, cujas fases – nova, crescente, cheia e minguante – se repetem a cada 29 dias [...]. Para medir a passagem do tempo ao longo do ciclo solar, ou seja, ao longo do ano, os egípcios utilizavam os ciclos da Lua, arredondados para 30 dias. Assim, foi criado o mês. Um ciclo do Sol contém aproximadamente 12 ciclos da Lua, surgindo daí o ano de 12 meses. [...] Essa contagem apresentava um erro de 5 dias por ano [...].

FONTE: Marcos José Chiquetto. Breve história da medida do tempo . São Paulo: Scipione, 1996. p. 22-23.

Imagem: Fotografia em preto e branco. Lua chega vista por completo.   Fim da imagem.

LEGENDA: Eclipse lunar em junho de 2020 na lua cheia. Fotografia tirada no espaço profundo, Treviso, Itália. FIM DA LEGENDA.

  1. Segundo o texto, que ciclos da natureza os egípcios observavam para medir o tempo?
  1. Qual era a importância dos ciclos lunares para os antigos calendários?
PROFESSOR Atenção professor: a) e b) Os egípcios mediam o tempo através da observação dos ciclos lunar e solar. Por meio da observação da repetição das fases da Lua, os egípcios estabeleceram a divisão do ano em 12 meses com 30 dias cada um. Ver orientações específicas deste volume. Fim da observação.
MANUAL DO PROFESSOR

Atividade 4. Os egípcios desenvolveram o calendário para saber o momento certo de preparar o solo e fazer o plantio e a melhor época para a colheita. O controle do tempo e a observação de fenômenos como as cheias e as secas dos rios ajudavam nisso.

As atividades 4 e 5, de compreensão do desenvolvimento do calendário por civilizações na Antiguidade, contribuem para o desenvolvimento da habilidade EF05HI08: Identificar formas de marcação da passagem do tempo em distintas sociedades, incluindo os povos indígenas originários e os povos africanos.

O texto reproduzido na atividade 5 possibilita uma discussão sobre o calendário lunar e sua relação temporal com o calendário solar. Considere apresentar um calendário lunar para os estudantes, deixando que o observem com atenção, e explique a eles as diferentes fases da lua e quanto tempo se passa entre cada ocorrência delas. Para consolidar as discussões, pode ser interessante propor uma atividade de observação e registro das fases da lua ao longo de um tempo determinado.

Atividade complementar: Confecção de calendário

Envolva os estudantes na produção de um calendário. Use uma folha de cartolina e registre os doze meses do ano. Peça a cada um deles que anote o dia em que nasceu.

Exponha o cartaz na sala de aula e advirta os estudantes nas datas marcadas.

Com base na confecção do calendário e na utilização dele no dia a dia, promova um debate sobre como a sociedade em que vivemos compreende o tempo e o organiza.

Pergunte aos estudantes sobre situações em que precisam consultar o calendário.

Finalize a atividade conversando sobre a comemoração dos aniversários e o que essa tradição significa, levando-os a entender a prática como uma construção histórica.

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O tempo para os iorubás

Entre os povos africanos trazidos para o Brasil durante o período da escravidão estavam os iorubás. Antes de serem obrigados a adotar o calendário europeu, os iorubás reconheciam os ciclos lunares, mas lhe davam pouca importância. Eles dividiam a semana em quatro dias, cada um deles dedicado a uma divindade. Além disso, marcavam a passagem do ano pela repetição das estações.

As fases agrícolas e as estações do ano também serviam de marco para as festas religiosas. Os eventos reconhecidos por toda a comunidade, como o nascer do Sol, o entardecer e o cantar do galo, marcavam a duração dos períodos do dia.

O calendário Suyá

Muitos povos indígenas que vivem no Brasil atualmente também utilizam a observação e o modo como se relacionam com a natureza para marcar a passagem do tempo.

O calendário que você vê nesta página foi feito por Thiayu Suyá, do povo Suyá. Esse calendário tem formato circular e não mostra os dias nem as semanas. Ele é dividido em doze partes, que representam os meses do ano. Em cada uma dessas partes há um desenho. Em alguns meses, os desenhos mostram fenômenos da natureza, como o período da cheia dos rios (fevereiro). Em outros meses, os desenhos mostram as atividades relacionadas ao trabalho, como a pesca (abril), o plantio (setembro) e a colheita (janeiro, março, outubro e dezembro).

Imagem:  Ilustração. Calendário com ilustrações diferentes pelos meses. Janeiro - Milho: ilustração de um milharal e uma espiga de milho. Fevereiro – Rio cheio: ilustração de um rio com um peixe. Março – Abacaxi: Ilustração de plantação e um abacaxi. Abril – Pescaria: Ilustração de uma grelha com peixes sobre fogueira. Maio – derrubada: ilustração de uma árvore cortada e um machado. Junho – tempo de gaivota: ilustração de uma gaivota sobrevoando o rio. Julho – Tracaja bota ovo: ilustração de tartaruga e ovos. Agosto – Festa kuarup: Ilustração de adornos coloridos e uma fogueira acesa. Setembro – Plantio de mandioca: ilustração de plantação de mandioca. Outubro – Pequi: Ilustração de árvore com fruto pequi no chão e na árvore. Novembro – Verão: Ilustração de sol vermelho com olhos fechados e sorriso. Dezembro – melancia: plantação de melancias.   Fim da imagem.

LEGENDA: Calendário indígena feito por Thiayu Suyá. In: Geografia indígena: Parque indígena do Xingu. São Paulo: Instituto Socioambiental, 1995. p. 55. FIM DA LEGENDA.

Boxe complementar:

Hora da leitura

• Contos da floresta, de Yaguarê Yamã. São Paulo: Peirópolis, 2012.

Nesta obra, o escritor indígena Yaguarê Yamã reconta lendas e mitos do povo Maraguá, que vive no estado do Amazonas.

Fim do complemento.

MANUAL DO PROFESSOR

Roteiro de aula

A aula prevista para os conteúdos das páginas 114 e 115 pode ser trabalhada na semana 30.

Orientações

As discussões da página 114 apresentam diferentes formas de perceber a passagem do tempo, abordando os marcos adotados pelos povos iorubás e um calendário produzido por um indígena Suyá. Sugerimos incentivar os estudantes a identificar as especificidades de cada um desses povos na marcação da passagem do tempo.

Pode-se comentar que, embora a relação com a natureza influencie diretamente o modo como esses povos percebem a passagem do tempo, as formas de marcação adotadas por eles são diferentes. Os meses, que servem de base para a organização do calendário Suyá, por exemplo, são praticamente ignorados pelos povos iorubás, cuja organização se baseia em uma semana de quatro dias e nas estações do ano.

O tempo para as sociedades africanas

De fato, os africanos têm uma ideia do tempo baseada no princípio da causalidade. Este último, contudo, é aplicado de acordo com normas originais, em que o contágio do mito impregna e deforma o processo lógico; em que o nível econômico elementar não cria a necessidade do tempo demarcado, matéria-prima do lucro; em que o ritmo dos trabalhos e dos dias é um metrônomo suficiente para a atividade humana; em que calendários, que não são nem abstratos nem universalistas, são subordinados aos fenômenos naturais (lunações, sol, seca), aos movimentos dos animais e das pessoas. Cada hora é definida por atos concretos.

FONTE: KI-ZERBO, Joseph. Introdução geral. In : KI-ZERBO, Joseph (ed.). História geral da África : metodologia e pré-história da África. 2ª ed. Brasília: Unesco, 2010. p. LI. v. 1.

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O desenho pode representar também um evento importante na aldeia. Observe que, em agosto, há um desenho de um tronco de árvore enfeitado. Isso significa que, nesse mês, os Suyá realizam o Kuarup, um ritual em homenagem aos mortos.

Imagem: Fotografia. Campo de areia com fila extensa de homens de rostos e corpo pintado com tanga colorida e adornos coloridos pelo corpo.   Fim da imagem.

LEGENDA: Indígenas da etnia Waurá da aldeia Piyulaga durante o ritual do Kuarup, no Parque Indígena do Xingu, município de Gaúcha do Norte, Mato Grosso, 2019. FIM DA LEGENDA.

  1. Responda às questões a seguir sobre o calendário feito por Thiayu Suyá.
  1. Qual é o formato desse calendário? Como ele divide o tempo de um ano?
  1. O que foi representado nos diferentes períodos do ano? Cite um exemplo.
  1. Leia o texto e responda às questões.

    A duração de cada período de tempo era marcada por eventos experimentados e reconhecidos por toda a comunidade. Assim, um dia começava com o nascer do Sol, não importando se às cinco ou às sete horas, em nossa contagem ocidental, e terminava quando as pessoas se recolhiam para dormir [...], o que podia ser às oito da noite ou à meia-noite em nosso horário. Essas variações, importantes para nós, com nosso relógio que controla o dia, não o eram para eles.

    FONTE: Reginaldo Prandi. O candomblé e o tempo. Concepções de tempo, saber e autoridade da África para as religiões afro-brasileiras. Revista Brasileira de Ciências Sociais , São Paulo, v. 16, n. 47, p. 46-47, 2001.

  1. Segundo o texto, que eventos os iorubás utilizavam para marcar a passagem de um dia?
  1. A divisão do dia pelas horas do relógio era importante para esses povos? Explique.
PROFESSOR Atenção professor: Atividades 6 e 7: ver orientações específicas deste volume. Fim da observação.
MANUAL DO PROFESSOR

Atividade 6. a) O calendário tem o formato circular e divide o tempo de um ano em doze meses.

b) Em cada um dos doze meses foram representados fenômenos da natureza, atividades relacionadas ao trabalho e o Kuarup. No mês de abril, por exemplo, foi representado o período da pesca.

Atividade 7. a) Para os iorubás, o dia começava com o nascer do sol e terminava quando as pessoas iam dormir.

b) Não. Os iorubás marcavam a duração de cada período por meio de eventos experimentados e reconhecidos por toda a comunidade, independentemente do horário do relógio.

Ao abordar as formas de marcação da passagem do tempo adotadas pelos povos iorubás e Suyá, as atividades 6 e 7 contribuem para o desenvolvimento da habilidade EF05HI08: Identificar formas de marcação da passagem do tempo em distintas sociedades, incluindo os povos indígenas originários e os povos africanos.

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Boxe complementar:

Você sabia?

Os diversos povos indígenas do Brasil desenvolveram muitos conhecimentos em Astronomia. Com a observação do céu e do movimento dos astros, eles definiam a contagem dos dias, dos meses e dos anos, o tempo de colheita, a chegada das chuvas e identificaram inúmeras constelações. O físico e pesquisador brasileiro Germano Bruno Afonso estudou esse tema, investigando e conversando com famílias indígenas sobre seus conhecimentos em Astronomia. Saiba mais sobre isso no texto a seguir.

Durante nossas pesquisas em etnoastronomia tupi-guarani, tivemos diálogos informais e realizamos observações do céu com pajés de todas as regiões brasileiras. Além disso, utilizamos documentos históricos que relatam diversos mitos, constelações e a importância da astronomia no cotidiano das famílias indígenas. [...]

As observações do céu que realizamos com os indígenas permitiram localizar a maioria das constelações tupinambá e de diversas outras etnias da família tupi-guarani. Verificamos que etnias diferentes – distintas culturalmente, como seria de esperar – possuem um conjunto muito semelhante de conhecimentos astronômicos, utilizados para materializar tanto o calendário como os sistemas de orientação. Esse conjunto comum se refere, principalmente, ao Sol, Lua, Vênus, Via Láctea, e às constelações do Cruzeiro do Sul, Plêiades e das regiões do céu onde se situam Órion e Escorpião, constelações ocidentais que surgem, respectivamente, no verão e no inverno, no Hemisfério Sul.

[...]

Os tupis-guaranis, em virtude da longa prática de observação da Lua, conhecem e utilizam suas fases na caça, no plantio e no corte da madeira. Eles consideram que a melhor época para essas atividades é entre a lua cheia e a lua nova (lua minguante), pois entre a lua nova e a lua cheia (lua crescente) os animais se tornam mais agitados devido ao aumento de luminosidade. Certa noite de lua crescente estava observando as constelações com os guaranis na ilha da Cotinga, Paraná.

Imagem: Ilustração. Constelação com pontos formando linha traçada em formato de corpo segurando um arco.   Fim da imagem.

LEGENDA: Constelação de Órion no espaço profundo. FIM DA LEGENDA.

MANUAL DO PROFESSOR

Roteiro de aula

A aula prevista para os conteúdos das páginas 116 e 117 pode ser trabalhada na semana 31.

Orientações

Ao trabalhar esta dupla de páginas com os estudantes, comente que, segundo o físico Germano Bruno Afonso, os povos tupis-guaranis determinaram o meio-dia solar, os pontos cardeais e as estações do ano. Isso é feito com base nas observações do Sol e com a construção do relógio solar vertical. Esse relógio é constituído por uma haste cravada verticalmente em um terreno horizontal. Para utilizá-lo, devemos observar a sombra projetada pelo Sol, e a haste vertical aponta para o ponto mais alto do céu.

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De repente, um deles me disse que seria melhor observarmos quando não houvesse Lua. Rapidamente, com meu conhecimento ocidental, respondi que estava de acordo, pois o brilho da Lua ofuscava o brilho das estrelas, embora conseguíssemos enxergar bem a Via Láctea. Ao que ele retrucou dizendo que, na realidade, o que o incomodava era a quantidade de mosquitos, muito menor quando não há Lua. Nunca havia percebido essa relação, que de fato existe, entre as fases da lua e a incidência de mosquitos.

Os guaranis que atualmente habitam o litoral também conhecem a relação das fases da Lua com as marés. Além disso, associam a Lua e as marés às estações do ano (observação dos astros e dos ventos) para a pesca artesanal. Segundo eles, o camarão é mais pescado entre fevereiro e abril, na maré alta de lua cheia, enquanto a época do linguado é no inverno, nas marés de quadratura (lua crescente e lua minguante).

FONTE: Germano Bruno Afonso. Mitos e estações no céu Tupi-Guarani. Scientific American Brasil (Edição Especial: Etnoastronomia), v. 14, p. 46-55. 2006.

Imagem: Fotografia. Via láctea com estrelas em tons de azul e faixa clareada ao centro em tons de branco, azul e roxo.   Fim da imagem.

LEGENDA: Via Láctea vista na região do Afluente Azul, no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, município de Alto Paraíso de Goiás, Goiás, 2015. FIM DA LEGENDA.

Ainda de acordo com o físico Germano Bruno Afonso, os povos tupis-guaranis também se baseiam em observações do Sol, determinando, por exemplo, o meio-dia solar, os pontos cardeais e as estações do ano. Isso é feito com o relógio solar vertical, constituído de uma haste cravada verticalmente em um terreno horizontal. Por meio desse instrumento, é possível observar a sombra projetada pelo Sol. A haste vertical aponta para o ponto mais alto do céu. O relógio solar vertical foi também usado por outros povos, como no Egito, na China e na Grécia antiga.

Fim do complemento.

MANUAL DO PROFESSOR

Também pode ser interessante conversar com os estudantes sobre a forma como nossa sociedade marca a passagem do tempo. Se necessário, uma alternativa é relembrar brevemente as características do calendário gregoriano. Com base nessa conversa, pode-se incentivar os estudantes a identificar semelhanças e diferenças com o povo indígena citado nesta seção.

Para você acessar

Você sabia que existem três tipos de relógio de sol na UFSM?

Disponível em: http://fdnc.io/guS. Acesso em: 8 jun. 2021.

Reportagem sobre três monumentos que formam o Parque do Tempo da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no estado do Rio Grande do Sul. Esse parque foi construído como uma área de lazer e educação.

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Para ler e escrever melhor

Agora você vai conhecer dois pontos de vista sobre os vestígios do passado. Compare as opiniões registradas nos textos a seguir escrito pelo filósofo francês Denis Diderot no século XVIII, e pela historiadora Françoise Choay, nos dias de hoje.

Os vestígios e a ação do tempo

As ideias que as ruínas me despertam são grandes. Tudo se aniquila, tudo perece , tudo passa. Só fica o mundo. Somente o tempo perdura. Como é velho este mundo! Caminho entre duas eternidades. De qualquer parte para onde lanço o olhar, os objetos que me rodeiam me anunciam um fim e me resignam àquele que me espera. Que é minha existência efêmera , comparada com a deste rochedo que cai, deste vale que se aprofunda, desta floresta que vacila, destas massas suspensas acima de minha cabeça e que me abalam? Uma torrente arrasta as nações umas sobre as outras para o fundo de um abismo comum; eu, eu só, pretendo parar na margem e atravessar a corrente que corre a meus lados!

FONTE: Denis Diderot (1713-1784). Citado em: Jean Starobinski. As máscaras da civilização . São Paulo: Companhia das Letras, 2001. p. 203.

Imagem: Fotografia. Sitio arqueológico de ruínas formada por pequenos muros baixos de pedras grandes e largas. Ao redor, rochas alongadas espalhadas pelo terreno. Ao fundo há montanhas com cidade.   Fim da imagem.

LEGENDA: Vista das ruínas do Templo dos Obeliscos, construído há cerca de 3 600 anos, na cidade fenícia de Biblos, Líbano, 2019. FIM DA LEGENDA.

MANUAL DO PROFESSOR

Roteiro de aula

A aula prevista para os conteúdos desta seção pode ser trabalhada na semana 31.

Objetivos pedagógicos da seção

  • Ler e comparar textos científicos sobre um mesmo assunto.
  • Conhecer e interpretar figuras de linguagem.
  • Refletir sobre aspectos da construção do argumento em um texto científico.

    Orientações

    A leitura de ambos os textos da página 118 possibilita uma dimensão importante do olhar do historiador para as fontes: o fato de que elas informam não só o tempo em que foram produzidas e o povo que as produziu, mas também as transformações de diversas ordens que sofreram até o tempo presente.

    Para ilustrar essa questão, pode ser interessante apresentar aos estudantes a ideia do kintsugi, uma técnica japonesa de restauração de objetos que consiste no preenchimento de rachaduras, ocorridas pelo desgaste do tempo, com ouro líquido. Assim, buscam valorizar esses acontecimentos e incorporá-los à essência dos objetos.

    Literacia e História

    A comparação de textos diferentes sobre um mesmo assunto possibilita aos estudantes o domínio do registro escrito e o desenvolvimento de habilidades de interpretação e análise crítica. Por meio dessa comparação, podem compreender que é possível elaborar conhecimentos sob diferentes pontos de vista que são, muitas vezes, complementares, além de criar noções de maior aproximação ou distanciamento do que pensam em relação a essas elaborações.

    Comparação entre documentos

    [...] A história que propõem será associada ao uso de documentos variados, que ajudariam nas “respostas” às perguntas formuladas pela problematização inicial. Os documentos eram de ordem variada, organizados, portanto, conforme as necessidades da pesquisa. [...]

    Para Marc Bloch, fundador dos Annales , o conhecimento do historiador é sempre produzido com vestígios, documentos incompletos de fenômenos, em si, impossíveis de captar. O que se tem acesso no presente é um fragmento do passado. E tais testemunhos são extremamente diversos, quase infinitos. Tudo o que o homem escreve, fabrica e toca serve para informar sobre ele. A pesquisa histórica deve levar em consideração uma multiplicidade de documentos e testemunhos para se realizar.

MP147

[...] em que se compraz a alma romântica, quando ela transforma em estigma as marcas deixadas pelo tempo nas construções dos homens. Entendidas como símbolos do destino humano, estas adquirem um valor moral: emblema duplo da arché criadora e da transitoriedade das obras humanas. A ruína medieval, menos antiga, mais difundida e familiar, é uma testemunha mais dramática que a ruína antiga. O castelo fortificado reduzido a muralhas, a igreja gótica da qual resta apenas o esqueleto revelam, mais do que se estivessem intactos , o poder fundador que os mandou construir; mas os musgos corrosivos , as ervas daninhas que desmantelam os telhados e arrancam as pedras das muralhas [...] lembram que a destruição e a morte são o término desses maravilhosos inícios.

FONTE: Françoise Choay. A alegoria do patrimônio . São Paulo: Estação Liberdade, 2001. p. 133.

Imagem: Fotografia. Castelo de pedras com torres retangulares com janelas pequenas. Na parte frontal torres baixas com porta de madeira central, ao fundo, torre maior.   Fim da imagem.

LEGENDA: Ruínas de um castelo medieval em Tynemouth, Inglaterra, 2019. FIM DA LEGENDA.

PROFESSOR Atenção professor: Ver orientações específicas deste volume. Fim da observação.
  1. Com base na leitura que você fez dos dois textos, procure identificar qual palavra descreve melhor o sentimento expresso pelo filósofo Denis Diderot: tristeza, alegria, paixão ou vergonha?
  1. O que são as ruínas a que o autor se refere? Por que o filósofo teria esse sentimento diante delas?
  1. Que elementos da natureza são usados no segundo texto para indicar a passagem do tempo sobre os vestígios, como o castelo e a igreja?
  1. Escreva um pequeno texto apresentando os elementos que são comuns a Denis Diderot e a Françoise Choay.
MANUAL DO PROFESSOR

Não haveria, portanto, um único documento para um único problema. A exaustiva tarefa de reunir bases documentais, compreender suas lógicas próprias e verificar as ausências seria o primeiro esforço do historiador para a construção de problemas para a pesquisa. O trato com fontes diversas era uma premissa da história-problema, construída como método crítico.

FONTE: NASCIMENTO, Flávia Brito do. Patrimônio cultural e escrita da história: a hipótese do documento na prática do Iphan nos anos 1980. Anais Museu Paulista , n.3, São Paulo, set./dez./ 2016. Disponível em: http://fdnc.io/guT. Acesso em: 6 jun. 2021.

Auxilie os estudantes na interpretação e na comparação dos textos, bem como na resolução das atividades sugeridas. É possível que tenham dificuldades com as figuras de linguagem utilizadas pelos autores. Nesse caso, talvez seja necessário reservar um tempo da aula anterior à resolução das questões para discuti-las e garantir que os estudantes possam compreendê-las.

Atividade 1. Tristeza.

Atividade 2. As ruínas são os vestígios de antigas construções humanas. Elas lembrariam ao filósofo que a existência humana na Terra é finita, limitada. Remetem, também, à passagem do tempo, o que provocaria tristeza.

Atividade 3. Os musgos e as ervas daninhas, que, como sinais da passagem do tempo, seriam capazes de desfazer os telhados e as muralhas das construções citadas.

Atividade 4. Os estudantes podem indicar elementos de ambos os textos relacionados aos sentimentos provocados pela percepção da passagem do tempo e pelas ideias de finitude e declínio.

As atividades desta seção possibilitam a mobilização de aspectos das habilidades EF05HI08: Identificar formas de marcação da passagem do tempo em distintas sociedades, incluindo os povos indígenas originários e os povos africanos e EF05HI09: Comparar pontos de vista sobre temas que impactam a vida cotidiana no tempo presente, por meio do acesso a diferentes fontes, incluindo orais.

MP148

Capítulo 2. Descobrindo a História

Ao analisar uma fotografia antiga, é possível notar que, em outros tempos, alguns elementos do cotidiano eram diferentes dos atuais. As roupas, a postura das pessoas, as técnicas usadas para fotografar e até mesmo as relações familiares podem ter traços em comum e outros diferentes dos atuais. Todos esses elementos podem ser analisados em uma pesquisa histórica, por isso, existem muitos tipos de documentos históricos que possibilitam descobrir informações sobre as formas de viver no passado.

Documentos históricos

As fontes históricas são classificadas como materiais ou imateriais, mas existem também outras formas de considerá-las. Por exemplo, as leis e os tratados que foram criados por governantes e que orientaram regimes políticos são chamados de documentos oficiais, porque apresentam as informações do ponto de vista de quem estava no poder no momento em que foram produzidos. Mas existem também os documentos não oficiais, que são assim considerados porque expressam pontos de vista de pessoas que não estavam necessariamente no poder. Os jornais, as esculturas, as pinturas, as construções arquitetônicas, a música, o cinema, as cartas, os mapas e os livros de gêneros diversos, incluindo a literatura, são considerados documentos não oficiais.

Imagem: Ilustração. Carta escrita indicando “Constituição Politica do Império do Brasil”.  Fim da imagem.

LEGENDA: Página da Constituição Política do Império do Brasil, promulgada em 1824. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Ilustração. Homem de chapéu preto, vestindo camiseta branca e calça bege, agachado ao chão em frente a um cesto com frutas. Ao lado, mulher de cabelo longo grisalho, vestindo vestido branco com listras rosas e menina de cabelo curto, vestindo vestido azul. Estão segurando cestos.   Fim da imagem.

LEGENDA: Mercado caipira, obra de Oscar Pereira da Silva, produzida em 1937. Óleo sobre tela, 26 cm x 38 cm. FIM DA LEGENDA.

MANUAL DO PROFESSOR

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para os conteúdos das páginas 120 e 121 podem ser trabalhadas na semana 32.

Objetivos pedagógicos do capítulo

  • Discutir o conceito de documento histórico, compreendendo sua importância na construção do conhecimento sobre o passado.
  • Refletir sobre a relação entre documento e escrita da história, avaliando como a escolha de fontes reverbera na construção de narrativas com função política e social.
  • Reconhecer os diferentes tipos de fonte histórica e a aplicação de métodos e técnicas de interpretação por historiadores e arqueólogos.
  • Identificar o ofício de diferentes profissionais no processo de pesquisa e escrita de estudos históricos, podendo valorizá-los no mundo do trabalho.

    Orientações

    Para proceder com a discussão sobre documentos históricos proposta no texto da página 120, considere retomar as discussões sobre fontes históricas com os estudantes. Pergunte à turma o que são fontes e qual sua importância no trabalho do historiador para a interpretação do passado. Em seguida, aborde os diferentes tipos de fonte e como eles podem ser utilizados para o estudo de determinados assuntos. Nesse momento, pode ser interessante pedir que deem exemplos de fontes e o que pode ser estudado baseado nelas.

    A transcrição paleográfica e a edição de fontes

    A transcrição de documentos manuscritos exige cuidados mínimos, e muitas vezes o pesquisador ignora tal necessidade. [...] Isso, porém, não é tão simples como possa parecer. Embora pouco divulgada nos cursos de História, há uma regulamentação a esse respeito: as Normas técnicas para transcrição e edição de documentos manuscritos. [...] A manutenção da grafia original, transcrita para caracteres modernos, é sempre mais interessante do que as tentativas de modernização. Esta sempre traz embutido o risco de má interpretação, alterando-se o sentido original do texto.

    FONTE: BACELLAR, Carlos. Uso e mau uso dos arquivos. In : PINSKY, Carla Bassanezi (org.). Fontes históricas . São Paulo: Contexto, 2008. p. 59.

MP149

O passado também pode ser estudado por meio dos vestígios arqueológicos, isto é, por meio de objetos que foram produzidos por grupos humanos no passado e que ficaram depositados em determinados locais, nos chamados sítios arqueológicos.

Imagem: Fotografia. Homens e mulheres em sitio arqueológico em terreno de areia. Estão ao redor de um esqueleto humano, apontando câmeras.  Fim da imagem.

LEGENDA: Arqueólogos realizam escavações em sítio arqueológico na Província de Van, na Turquia, em 2020.FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Destaque de placas de informação com objetos quebrados e lascados de cerâmica pintada.   Fim da imagem.

LEGENDA: Fragmentos de objetos do acervo do Centro de Arqueologia de São Paulo, município de São Paulo, estado de São Paulo, 2016. FIM DA LEGENDA.

  1. Observe o retrato de família tirado nos anos 1940 e descreva as diferenças que você identifica entre essa fotografia e as fotografias atuais.
PROFESSOR Atenção professor: Os estudantes poderão considerar as roupas: todas as mulheres estão de vestido e cabelos presos, e os homens usam terno e seguram um chapéu. Poderão considerar também a pose da família retratada: algumas pessoas em pé e outras sentadas, além do fundo, que é cenográfico. Fim da observação.
Imagem: Fotografia em preto e banco. Homem de cabelo curto, vestindo camisa, paletó e calça. Está sentado em uma cadeira, segurando um chapéu. Ao redor, menino de cabelo curto, vestindo paletó e calça, segurando um chapéu, três mulheres de cabelo preso, vestindo vestido até o joelho.  Fim da imagem.

LEGENDA: Família fotografada nos anos 1940, município de Diamantina, estado de Minas Gerais. FIM DA LEGENDA.

  1. Explique o que são documentos oficiais e não oficiais. Dê exemplos.
Imagem: Ícone: Atividade para casa. Fim da imagem.
Imagem: Ícone: Atividade oral. Fim da imagem.
  1. Observe as fotografias preservadas em sua casa junto com um familiar. Escolham uma fotografia significativa para ser analisada como documento histórico em sala de aula com os colegas e o professor.
PROFESSOR Atenção professor: Atividades 2 e 3: ver orientações específicas deste volume. Fim da observação.
MANUAL DO PROFESSOR

Atividade 1. No começo do século XX, tirar fotografias de família era considerado um evento formal. Por isso, hoje, muitos elementos podem ser diferentes, já que as fotografias são tiradas frequentemente e tendem a ser informais por fazerem parte do cotidiano das famílias.

Atividade 2. Os documentos oficiais são aqueles que apresentam o ponto de vista de quem esteve no poder no momento em que foram produzidos. Os tratados, as leis, os registros administrativos, as certidões e os inventários são exemplos. Já os documentos não oficiais expressam pontos de vista de pessoas que não estavam necessariamente no poder. Diários, livros, jornais, panfletos, fotografias de família, filmes e vestígios arqueológicos são exemplos. É importante que os estudantes percebam que essa classificação diz respeito a quem produziu o documento, e não se a fonte é material ou imaterial.

Atividade 3. Sugerimos que a atividade seja realizada em casa, propiciando um momento de literacia familiar, de troca de ideias entre os estudantes e seus familiares, de leitura dialogada, de interação verbal e reconto do que foi estudado.

As atividades 1, 2 e 3, de análise de fonte iconográfica e de definição de documentos oficiais e não oficiais, contribuem para o desenvolvimento da habilidade EF05HI09: Comparar pontos de vista sobre temas que impactam a vida cotidiana no tempo presente, por meio do acesso a diferentes fontes, incluindo orais.

Atividade complementar: Comparando fotografias do passado e do presente

Peça aos estudantes que tragam uma fotografia antiga e uma recente da própria família para a aula seguinte.

No dia combinado, peça que analisem as diferenças e semelhanças entre as pessoas representadas como vestimentas, número de membros familiares, a pose dos fotografados, os ambientes, os objetos e o que mais for possível identificar.

Em grupos, eles devem conversar sobre o que descobriram a respeito da própria família. Se possível, solicite a eles que façam a mesma análise com as fotografias dos colegas.

MP150

Estudos e técnicas

Historiadores e arqueólogos trabalham a partir de fragmentos diversos para estudar sinais do passado e suas relações com o presente. Eles buscam pistas de outros tempos e, ao encontrá-las, procuram estabelecer relações com diversos campos de conhecimento.

Para fazer suas pesquisas, os historiadores costumam consultar arquivos e bibliotecas. Se a pesquisa é feita em jornais e revistas, o historiador pode frequentar uma hemeroteca, local em que esses materiais são arquivados. Nos arquivos, os pesquisadores consultam fundos documentais que reúnem coleções de documentos que têm uma origem comum. É preciso também aprender a interpretar imagens, pois os documentos muitas vezes são fotografias ou obras de arte. A essa habilidade chama-se leitura iconográfica. As fontes pesquisadas também podem ser manuscritas (feitas à mão) ou impressas .

Os arqueólogos precisam lançar mão de conhecimentos técnicos bastante complexos para investigar o passado por meio de objetos encontrados nos sítios arqueológicos. O terreno desses locais que foram ocupados por antepassados humanos é cercado e escavado; apenas a equipe de arqueólogos pode ter acesso a eles para que nada seja danificado; os objetos são cuidadosamente separados e analisados e tem-se o cuidado de procurar fragmentos de peças eventualmente quebradas.

Imagem: Fotografia. Homem de cabelo curto preto e óculos de armação arredondada preta, vestindo camiseta bege. Ao lado há uma mesa com peças em forma de crânio. Ele está manuseando massa de reconstituição facial.   Fim da imagem.

LEGENDA: Pesquisas recentes usam fotografias produzidas em escavações para propor catalogações de vestígios arqueológicos, trabalho que é desenvolvido, por exemplo, pelo arqueólogo Sergio Monteiro, da Universidade Federal de Pernambuco. Fotografia de 2000. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Vista superior de homens trabalhando em escavação em campo aberto. Há sistema de madeira auxiliando áreas de estudo.   Fim da imagem.

LEGENDA: Arqueólogos em escavação em Münster, Alemanha, em 2019. FIM DA LEGENDA.

MANUAL DO PROFESSOR

Roteiro de aula

A aula prevista para os conteúdos das páginas 122 e 123 pode ser trabalhada na semana 33.

Orientações

Ao abordar a questão da leitura iconográfica com os estudantes, pode ser interessante explicar que a fotografia é a técnica de criar imagens por meio da exposição de um material que reage à luz. No passado, as fotografias dependiam do filme fotográfico, que depois era revelado. Atualmente, elas podem ser feitas em formato digital, sem filme. Diante disso, pergunte aos estudantes se o trabalho de conservação e catalogação de fotografias, alguns dos trabalhos necessários no trato de fontes históricas, são no presente como eram no passado. Pergunte também se as técnicas e os métodos de estudo das fotografias do passado e do presente são os mesmos.

Converse com os estudantes sobre os campos do conhecimento citados no texto da página 122, a Arqueologia, a História e a Antropologia, explicando os objetos de interesse de cada um e sua importância no conhecimento das sociedades no passado e no presente. Pode ser interessante chamar a atenção deles para a necessidade de trabalho em conjunto dos profissionais dessas áreas.

A Arqueologia como disciplina histórica e as fontes

A Arqueologia deriva, ela própria, da História, tendo surgido como uma maneira de se disponibilizar as fontes escritas sobre o passado e de complementar as informações existentes com evidências materiais sem escrita. [...] Uma consequência natural dessa preocupação com a documentação fez surgir grandes iniciativas arqueológicas de coleta e publicação de artefatos, edifícios e outros aspectos da cultura material, que deve ser entendida como tudo que é feito ou utilizado pelo homem.

FONTE: FUNARI, Pedro Paulo. Os historiadores e a cultura material. In : PINSKY, Carla Bassanezi (org.). Fontes históricas . São Paulo: Contexto, 2008. p. 84-85.

MP151

Os arqueólogos também estudam sítios arqueológicos nas cidades e no fundo do mar (trata-se da Arqueologia subaquática). Antes da realização de grandes obras públicas, como construção de metrôs, pontes e viadutos, esses profissionais são acionados.

Por meio de entrevistas, observação de campo com os grupos e o estudo dos costumes, dos mitos, das línguas e das crenças, os antropólogos também investigam as configurações sociais. A pesquisa em Antropologia relaciona-se com os estudos históricos e é muito importante para a compreensão das sociedades do passado e do presente.

  1. Observe a imagem e descreva como são feitos os estudos de Arqueologia.
PROFESSOR Atenção professor: Ver orientações específicas deste volume. Fim da observação.
Imagem: Fotografia. Vista superior de mulheres trabalhando em terreno ao redor de estrutura de pedra arredondada, montando reconstituição de artefato antigo.   Fim da imagem.

LEGENDA: Arqueólogos trabalhando na restauração de urna funerária no sítio arqueológico Altos de São José, município de São José dos Campos, estado de São Paulo, 2016. FIM DA LEGENDA.

  1. Quais são as semelhanças e as diferenças entre os pesquisadores das áreas da História e da Arqueologia?
Imagem: Ícone: Atividade em dupla. Fim da imagem.
  1. Reúna-se com um colega. Leiam as adivinhas a seguir e procurem descobrir as respostas para cada uma delas, tomando como base as dicas que aparecem nos quadros na cor cinza, logo abaixo. Anotem as respostas no caderno e verifiquem se as demais duplas da turma chegaram às mesmas conclusões.

    Quadros cinza: Hemeroteca; Leitura iconográfica; Fundo documental; Fonte manuscrita

O que é, o que é?

Análise de imagens como fotografias e obras de arte.

PROFESSOR Resposta: Leitura iconográfica.

O que é, o que é?

Documentos que foram escritos à mão.

PROFESSOR Resposta: Fonte manuscrita.

O que é, o que é?

Local onde são arquivados jornais e revistas.

PROFESSOR Resposta: Hemeroteca.

O que é, o que é?

Coleção de documentos que têm a mesma origem.

PROFESSOR Resposta: Fundo documental.
MANUAL DO PROFESSOR

Atividade 4. Esses estudos são feitos por equipes de pesquisadores com conhecimentos técnicos complexos que investigam espaços que foram ocupados no passado. Quando encontram vestígios, eles cercam o lugar, que se torna um sítio arqueológico, onde os objetos encontrados são cuidadosamente separados e analisados.

Atividade 5. Os estudantes poderão indicar que historiadores e arqueólogos são investigadores que estudam pistas do passado e suas relações com o presente. Os arqueólogos, porém, utilizam conhecimentos específicos de outras áreas, como Química e Biologia, e estudam apenas os vestígios físicos das sociedades.

As atividades 4, 5 e 6 contribuem para o desenvolvimento da habilidade EF05HI09: Comparar pontos de vista sobre temas que impactam a vida cotidiana no tempo presente, por meio do acesso a diferentes fontes, incluindo orais e da competência específica de História 6 da BNCC: compreender e problematizar os conceitos e procedimentos norteadores da produção historiográfica.

A História como base para o saber científico

O trabalho historiográfico, como sabemos, se dá a partir de um trabalho de coleta, seleção e análise de documentos (numa acepção bastante ampla do termo “documento”). Entretanto, há quem acredite que o documento não seja necessário no ensino de História, e que o material didático deveria simplesmente apresentar os conteúdos de forma sistematizada e simplificada. Mas isso está errado. É preciso admitir que em certa medida o material didático deve sistematizar e simplificar o saber histórico produzido na academia, mas o ensino de História não para aí. Numa perspectiva progressista, o professor deve fazer da sala de aula uma comunidade de investigação científica. [...]

FONTE: MOREIRA, Cláudia Regina Baukat Silveira; VASCONCELOS, José Antonio. Didática e avaliação no ensino de História . Curitiba: IBPEX, 2007. p. 51-52.

MP152

Capítulo 3. Marcos de memória

A memória é um conceito que pode significar muitas coisas, mas não é sinônimo de história. Essas noções se relacionam, mas não são a mesma coisa. A memória se nutre da história e de seus processos, mas a ultrapassa. Quando usamos essa palavra – memória –, normalmente estamos considerando-a equivalente à lembrança. Caso perguntem a você: “Onde passou as últimas férias?”, depois de pensar, você encontrará a informação em sua memória.

Existe também outro significado para memória, que diz respeito a hábitos que herdamos culturalmente. Isso ocorre quando percebemos que não chegamos a viver em determinado tempo, quando certo costume foi inventado, mas ele chegou até nós. Isso quer dizer que existe uma memória coletiva sobre esse hábito, que foi praticado de geração em geração e passado oralmente às pessoas. Há vários exemplos disso: uma forma de fazer uma comida que se aprendeu com a família; um tipo de bordado que as famílias de certa região praticam; hábitos de cura por meio de uso de chás ou medicina natural.

Também podemos dizer que existe uma memória que é construída com a mobilização e o uso de processos históricos para fins determinados. Por exemplo: se algum grupo político fez questão de esconder determinados fatos da população, aqueles que se sentiram prejudicados podem se mobilizar para reivindicar a memória histórica coletiva que se tentou apagar.

Imagem: Fotografia. Destaque de duas placas em rua. Uma placa circular com contorno vermelho e interior branco, com duas setas pretas verticais em direções opostas. Ao lado, placa retangular azul destacando nome da rua “Rebouças”.   Fim da imagem.

LEGENDA: Placa da Avenida Rebouças no município de São Paulo, estado de São Paulo. O nome da avenida presta homenagem ao engenheiro e abolicionista negro André Rebouças. Fotografia de 2017. FIM DA LEGENDA.

Boxe complementar:

Hora da leitura

• Nossa rua tem um problema, de Ricardo Azevedo. São Paulo: Ática, 2019.

O livro apresenta os diários de duas crianças: Clarabel e Zuza. Cada personagem trata dos mesmos fatos do cotidiano, ocorridos na rua em que vivem, mas sob diferentes pontos de vista. Com texto leve e sensível, a obra aborda as relações entre as pessoas e a importância do convívio com as diferenças.

Fim do complemento.

MANUAL DO PROFESSOR

Roteiro de aula

A aula prevista para os conteúdos das páginas 124 e 125 pode ser trabalhada na semana 33.

Objetivos pedagógicos do capítulo

  • Discutir o conceito de memória e seus usos, considerando as dimensões coletiva e individual, pública e privada.
  • Relacionar a memória a fatores diversos, desde a manifestação de expressões culturais até lutas políticas.
  • Refletir sobre a construção e a importância dos marcos de memória para as minorias e para a sociedade como um todo.
  • Compreender os usos políticos da memória histórica na construção de narrativas nacionais com pretensões hegemonistas.
  • Compreender os seres humanos e as sociedades como frutos de seu tempo e agentes de transformações.
  • Conhecer aspectos da produção de conhecimento no campo da história oral.

    Orientações

    Apresente aos estudantes a discussão sobre memória, debatendo suas diferentes dimensões e usos. Pode-se iniciar a abordagem perguntando a eles o que entendem por memória individual e memória coletiva, diferenciando aquilo que é registrado pela experiência do indivíduo e aquilo que faz parte da experiência da comunidade. Se considerar válido, discuta também as relações entre memória e esquecimento, isto é, aquilo que alguém ou um grupo decide lembrar e o que se deixa esquecer, selecionando, assim, os episódios com os quais prefere traçar seu discurso histórico.

    As relações entre memória e história

    Memória e história: longe de serem sinônimos, tomamos consciência que tudo opõe uma a outra. A memória é a vida, sempre carregada por grupos vivos e, nesse sentido, ela está em permanente evolução, aberta à dialética da lembrança e do esquecimento, inconsciente de suas deformações sucessivas, vulnerável a todos os usos e manipulações, susceptível de longas latências e de repentinas revitalizações. A história é a reconstrução sempre problemática e incompleta do que não existe mais. [...] A memória se enraíza no concreto, no espaço, no gesto, na imagem, no objeto. A história só se liga às continuidades temporais, às evoluções e às relações das coisas. [...]

    FONTE: NORA, Pierre. Entre memória e História: a problemática dos lugares. In : Projeto História : Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados de História da PUC/SP, São Paulo, n. 10, p. 7-28, dez. 1993.

MP153

Por outro lado, pode acontecer também de um grupo político querer valorizar sua proposta de governo, recorrendo ao passado e destacando figuras ou momentos significativos – heróis, grandes batalhas – que podem evidenciar algum aspecto do projeto que ele divulga. Trata-se, nesse caso, da tentativa de construção de uma memória histórica usando o passado para alcançar um objetivo. Esse tipo de memória está muito relacionado às homenagens e comemorações.

Boxe complementar:

Você sabia?

Geralmente, os nomes que são dados às ruas ou às grandes avenidas dos municípios brasileiros são homenagens a pessoas que já morreram, sejam elas personalidades ligadas à história local, à cultura ou a outro aspecto histórico relevante para determinada localidade. Muitas dessas escolhas seguem critérios políticos.

Fim do complemento.

  1. Observe a imagem, leia a legenda e responda à questão.
Imagem: Fotografia. Mulher e cabelo médio preto e turbante preto sobre a cabeça. Veste túnica preta e azul. Está segurando um instrumento grande musical de cordas e semicírculo na parte inferior ligada a cabo fino, ligando-os pelas cordas. Fim da imagem.

LEGENDA: Na tradição africana, o griot é aquele que transmite os saberes, informações e cultura de seu povo por meio da narração de histórias, práticas culturais e tradições que são passadas de geração em geração pela oralidade. Mulher griot no Mali, África, 2008. FIM DA LEGENDA.

PROFESSOR Resposta: Trata-se de uma dimensão da memória que diz respeito a hábitos herdados culturalmente. Não vivíamos no momento em que esses hábitos foram criados, mas os herdamos por meio da memória coletiva, que nos foi passada oralmente, nas cerimônias familiares, por exemplo.
  1. Como a memória pode se relacionar a formas de homenagens e comemorações?
  1. Registre uma lembrança pessoal que compõe a sua memória individual.
Imagem: Ícone: Atividade para casa. Fim da imagem.
Imagem: Ícone: Atividade oral. Fim da imagem.
  1. Converse com um adulto da sua família sobre uma lembrança que compõe a memória familiar. Depois conte aos colegas em sala de aula.
PROFESSOR Atenção professor: Atividades 2, 3 e 4: ver orientações específicas deste volume. Fim da observação.
MANUAL DO PROFESSOR

Roteiro de aula

A aula prevista para os conteúdos da página 125 pode ser trabalhada na semana 34.

Atividade 2. Nos dois casos, a memória é usada para fins políticos. No primeiro, costuma ocorrer quando um governo tenta apagar a memória para não deixar transparecer seus próprios atos, geralmente marcados por opressão e violência. Aqueles grupos que são oprimidos então se rebelam para preservar a própria memória. A dimensão de comemoração geralmente se manifesta quando um grupo que está no poder pretende valorizar seu projeto ou sua plataforma política. Então, escolhe uma personagem ou um momento significativo do passado, ao qual atribui valor positivo, e associa seu projeto a esses exemplos selecionados da história.

Atividade 3. Resposta pessoal.

Atividade 4. Sugerimos que a atividade seja realizada em casa, possibilitando um momento de literacia familiar, de leitura oral e dialogada e interação verbal. Dessa forma, a atividade favorece a troca de ideias entre os estudantes e seus familiares, o reconto do que foi estudado e a integração dos conhecimentos construídos por eles em casa e na escola. Para consolidar os conhecimentos de literacia e de alfabetização, essa atividade trabalha a interpretação e a relação de ideias e informação.

As atividades 1, 2, 3 e 4, de compreensão dos marcos de memória, contribuem para o desenvolvimento da habilidade EF05HI07: Identificar os processos de produção, hierarquização e difusão dos marcos de memória e discutir a presença e/ou a ausência de diferentes grupos que compõem a sociedade na nomeação desses marcos de memória.

O conteúdo e as atividades propostas ao longo do capítulo 3 favorecem o aprofundamento do trabalho com o tema de relevância em destaque neste volume, “Cidadania e patrimônio cultural”. Compreender como viviam os seres humanos em diferentes períodos, realizando estudos fundamentados sobre seus marcos de memória, é fundamental para entendermos as raízes do desenvolvimento histórico da nossa espécie.

MP154

O mundo que queremos

Imagem: Ícone: Pluralidade cultural. Fim da imagem.
Imagem: Ícone: Formação cidadã. Fim da imagem.

Mulheres que fazem história

Caminhamos diariamente por ruas, vielas, pontes, praças e avenidas e, muitas vezes, não percebemos que os nomes desses lugares por onde passamos têm muita história. Em geral, a maior parte dos nomes de ruas e avenidas é homenagem a pessoas ou eventos significativos para a história do Brasil, do estado ou do município em que vivemos. O texto a seguir traz alguns exemplos disso, mais especificamente no município de São Paulo.

A trajetória da cidade de São Paulo está diretamente ligada ao papel da mulher paulistana. Para dar destaque a elas, escolhemos alguns exemplos de personagens icônicas que dão nome a ruas, praças, locais e espaços públicos. Sejam elas personalidades, militantes ou ícones intelectuais de nossa sociedade, nascidas aqui ou “apaulistadas”.

São mulheres que deixaram de alguma forma suas marcas na cidade ao longo do tempo e que até hoje enchem a cidade de orgulho a cada esquina. Vamos a elas.

Imagem: Fotografia em preto e branco. Mulher idosa de cabelo curto e chapéu curto, vestindo vestido estampado.   Fim da imagem.

LEGENDA: Fotografia da pintora Anita Malfatti em São Paulo, em 1955. FIM DA LEGENDA

Rua Anita Malfatti (Casa Verde)

Anita Malfatti (1889-1964) foi uma artista plástica nascida em São Paulo. A mostra expressionista da pintora realizada em São Paulo na Exposição de Pintura Moderna foi um marco para a renovação das artes plásticas no Brasil. [...]

Avenida Anália Franco (Tatuapé)

Escritora, professora e jornalista, Anália Franco Bastos nasceu em Resende em de fevereiro de 1856. Colaborou em jornais literários e na imprensa feminista. Em 1901, criou a Associação Feminina Beneficente e Instrutiva de São Paulo, preocupando-se com a miséria e a erradicação do analfabetismo. [...]

MANUAL DO PROFESSOR

Roteiro de aula

A aula prevista para os conteúdos desta seção pode ser trabalhada na semana 34.

Objetivos pedagógicos da seção

  • Compreender a importância da memória para a história de uma sociedade.
  • Avaliar como os debates sobre a memória se inserem na atualidade.
  • Valorizar marcos de memória no local em que os estudantes vivem, reconhecendo sua função na construção da narrativa nacional.

    Orientações

    O tema da seção possibilita ampliar a compreensão dos estudantes sobre a importância da preservação da memória e do discurso histórico, além de incentivá-los a valorizar as discussões teóricas, aplicadas a um contexto específico.

    Nesta seção, os estudantes são incentivados a conhecer as origens de alguns nomes de vias públicas na cidade de São Paulo, identificando que os exemplos mostrados no texto da seção referem-se a nomes de mulheres que tiveram papel significativo para contextos históricos relativos à memória e à trajetória da cidade. Desse modo, os estudantes podem compreender a importância da memória para a história de uma sociedade.

    Segundo levantamento feito pela Folha de S.Paulo em 2019, apenas 16% das vias públicas na cidade de São Paulo são batizadas com nomes de mulheres. Você pode acessar a reportagem completa, que fala sobre esse levantamento, no seguinte endereço: http://fdnc.io/guU. Acesso em: 6 jun. 2021. Com base nas informações da reportagem, é possível ampliar o debate realizado nesta seção, conversando com os estudantes sobre a escolha dos marcos de memória em determinadas cidades e por que determinados marcos de memória recebem tal status em detrimento de outros.

MP155

Largo Dona Ana Rosa (Vila Mariana)

Ana Rosa de Araújo Marcondes, nascida em 1786, natural de São Paulo, é filha de Manoel Antonio de Araujo e dona Joaquina de Andrade. [...] Sua vida foi dedicada exclusivamente às obras de caridade. [...]

Imagem: Fotografia em preto e branco. Mulher de cabelo curto, vestindo camiseta regata.   Fim da imagem.

LEGENDA: A atriz Cacilda Becker durante uma entrevista em São Paulo, estado de São Paulo, em 1968.

Rua Cacilda Becker (Itaim Bibi)

Cacilda Becker é considerada uma das maiores atrizes de palco do Brasil. Em 30 anos de carreira, Cacilda encenou 68 peças, fez dois filmes e uma telenovela, além de outras participações em teleteatros na televisão. [...]

FONTE: Mulheres que dão nome a ruas, avenidas e praças de São Paulo. São Paulo São , 30 mar. 2020. Disponível em: http://fdnc.io/guV. Acesso em: 17 mar. 2021.

PROFESSOR Atenção professor: Ver orientações específicas deste volume. Fim da observação.
  1. O texto que você acabou de ler mostra as origens de alguns nomes de vias públicas na cidade de São Paulo. O que os nomes das vias públicas citadas no texto têm em comum?
Imagem: Ícone: Atividade oral. Fim da imagem.
  1. Há, no município em que você vive, vias públicas cujos nomes prestam homenagem a mulheres? Identifique esses casos e faça uma pequena pesquisa sobre a história de vida das mulheres homenageadas. Apresente suas descobertas em uma roda de conversa com os colegas e o professor. Comente também em que bairros do seu município ficam as ruas com nomes de mulheres que você pesquisou. Ouça com atenção a exposição dos colegas e identifique semelhanças e diferenças nas informações coletadas por vocês.
MANUAL DO PROFESSOR

Atividade 1. Todos os nomes de vias públicas que aparecem no texto são nomes de mulheres.

Atividade 2. Incentive a pesquisa, conversando com os estudantes sobre a existência (ou não) de vias públicas no município em que vivem que recebem nomes de mulheres. Caso o município não apresente ruas, praças ou bairros cujos nomes façam homenagem a alguma mulher, converse com a turma a respeito dessa questão, procurando compreender por que os marcos de memória locais não se relacionam com a história das mulheres.

As atividades 1 e 2 possibilitam a mobilização das habilidades EF05HI07: Identificar os processos de produção, hierarquização e difusão dos marcos de memória e discutir a presença e/ou a ausência de diferentes grupos que compõem a sociedade na nomeação desses marcos de memória e EF05HI09: Comparar pontos de vista sobre temas que impactam a vida cotidiana no tempo presente, por meio do acesso a diferentes fontes, incluindo orais.

Educação em valores e temas contemporâneos

O texto, as fotografias e as atividades desta seção possibilitam aos estudantes contato com aspectos da história das mulheres, importante campo de estudos que tem como objetivo principal o resgate da participação feminina ao longo do tempo.

MP156

Marcos de memória: história oral

Por meio de pesquisas de variados tipos pode-se estudar como grupos oprimidos lutaram para difundir suas vozes na sociedade e para que fossem lembrados historicamente. Nesses casos, são estudos que valorizam os protestos pela preservação da memória coletiva. O historiador pode buscar suas fontes de pesquisa em arquivos, bibliotecas e hemerotecas ou mesmo estudar a memória das pessoas que ainda estão vivas, por meio de entrevistas, em uma vertente que se chama história oral.

Durante a pesquisa em história oral são realizadas entrevistas com pessoas que vivenciaram determinados acontecimentos ou que tiveram alguma experiência em comum que estão sendo estudadas. As entrevistas depois são transcritas (transformadas em texto), para que possam ser analisadas. Muitas vezes, o que é narrado em uma entrevista se repete em outra, com algumas mudanças. Isso quer dizer que, apesar de os dados narrados estarem nas memórias individuais, eles fazem parte também de uma dimensão coletiva.

Imagem: Fotografia. Homem de cabelo curto preto, vestindo camiseta branca e calça cinza, segura um lápis e um caderno. À frente, mulher idosa de cabelo curto e laço preto, vestindo camiseta branca e calça azul. Estão sentados em um sofá preto.   Fim da imagem.

LEGENDA: Estudante realizando entrevista com moradora do município de São Paulo, estado de São Paulo, 2016. FIM DA LEGENDA

Boxe complementar:

Você sabia?

Para realizar um trabalho de história oral é necessário realizar entrevistas com uma rede de pessoas que tenham relação com o tema estudado. Para isso, usam-se gravadores e microfones, bem como um roteiro de entrevista, que é seguido pelo entrevistador. O roteiro é focado em aspectos da vida pessoal do entrevistado para resgatar aspectos de sua memória. Os entrevistadores devem deixar a pessoa falar livremente sobre sua vida e seu passado. É importante que o entrevistado seja questionado se sua identidade pode ser revelada ou se ele prefere o anonimato. Nesse último caso, usa-se um pseudônimo.

Fim do complemento.

MANUAL DO PROFESSOR

Roteiro de aula

A aula prevista para os conteúdos das páginas 128 e 129 pode ser trabalhada na semana 34.

Orientações

Converse com os estudantes sobre a história oral, campo da historiografia que valoriza a oralidade como fonte. É importante ressaltar que o trabalho com entrevistas é complexo, envolvendo desde uma pesquisa anterior sobre o assunto para elaborar adequadamente as perguntas e direcionar um roteiro eficiente para os objetivos da pesquisa, até a transcrição dos relatos obtidos, com a devida precisão técnica, passando pela escolha das fontes e sua “autoridade” diante do grupo evidenciado na pesquisa. Muitas vezes as pesquisas são feitas com base em mais de uma entrevista, o que possibilita identificar padrões e confirmar dados.

Ao ler a seção Você sabia?, os estudantes poderão conhecer alguns cuidados importantes na realização de entrevistas, como a necessidade de autorização dos entrevistados e a preservação da identidade das fontes. Por meio dela, espera-se que avaliem a forma como fazem as entrevistas solicitadas ao longo do processo didático.

Escavar para decifrar

O historiador deve trabalhar com documentos com muito cuidado e critérios rigorosos. Nesse trabalho é preciso muitas vezes recorrer a técnicas especiais. [...]. Mas, no meio da poeira dos documentos antigos, na lama das escavações ou no manuseio dos instrumentos muito desenvolvidos tecnicamente, é sempre o homem vivo que o historiador procura encontrar, é a sociedade na qual o homem viveu, trabalhou, amou, procriou, guerreou, divertiu-se, que o historiador quer decifrar. E, para tal, todo tipo de documento que esclareça esses aspectos é de fundamental importância.

FONTE: BORGES, Vavy Pacheco. O que é história . São Paulo: Brasiliense, 1985. p. 60-61.

MP157

A história é filha de seu tempo?

Independentemente da maneira de pesquisar a memória, é importante saber que os temas e as abordagens escolhidos nas pesquisas revelam muito sobre o momento em que o historiador vive. O historiador é uma figura que vive o seu tempo (e não está à frente dele), que reflete sobre as ansiedades e projeções de seu presente, com base nas questões que o afetam. Assim, quando lemos livros de antigos historiadores, é possível perceber alguns motivos os levaram a escrever daquela maneira.

Isso mostra que o conhecimento histórico não é único. Ele muda com o tempo e de acordo com as leituras que os historiadores fazem do passado. A essa forma que cada geração de historiadores entendeu a história damos o nome de historiografia, que é a análise de como a história foi escrita de certa maneira, em determinado tempo.

  1. O que é a história oral?
  1. O que é historiografia?

    Imagem: Ícone: Atividade em grupo. Fim da imagem.

  1. Reúna-se com dois ou três colegas e escolham uma pessoa que vive próxima a todos para ser entrevistada.
    • Elaborem um roteiro com perguntas como nome, idade e profissão; depois, perguntem qual foi o período mais marcante da vida dessa pessoa e deixe que ela fale livremente.
    • Apresentem um resumo da entrevista aos colegas de turma.
Imagem: Fotografia. Mulher de cabelo curto preto, vestindo camiseta branca e saia longa rosa. Ao lado, homem jovem de cabelo curto, vestindo camiseta e calça azul. Está segurando um gravador em direção a mulher. Ao fundo há lixeiras coloridas. Fim da imagem.

LEGENDA: Estudante durante entrevista com uma idosa. Município de São Paulo, estado de São Paulo, 2016. FIM DA LEGENDA

Boxe complementar:

Hora da Leitura

• A África explicada aos meus filhos, de Alberto da Costa e Silva. São Paulo: Nova Fronteira, 2016.

Escrito com linguagem simples e agradável para jovens leitores, este livro apresenta um interessante exercício de análise da historiografia produzida sobre o continente africano.

Fim do complemento.

MANUAL DO PROFESSOR

Roteiro de aula

A aula prevista para os conteúdos da página 129 pode ser trabalhada na semana 35.

Orientações

Auxilie os estudantes a compreender o que é historiografia e a diferenciar esse conceito de História. Considere simplificar a explicação para torná-la palatável o suficiente para a faixa etária, conduzindo-os a entender que História é tudo aquilo que faz parte do passado dos seres humanos e que é de interesse dos historiadores; historiografia, por outro lado, é a maneira como os historiadores escrevem a história, isto é, como a interpretam e constroem narrativas.

Atividade 5. Forma de pesquisa na área de História que lança mão de entrevistas de uma rede de pessoas para acionar narrativas e informações sobre determinado tema que está sendo estudado pelo pesquisador.

Atividade 6. É a análise de como a história foi escrita de certa maneira em determinado tempo. As marcas do tempo ficam também no modo como o conhecimento histórico é construído.

Atividade 7. Esta atividade favorece a consolidação de conhecimentos a respeito do conceito de história oral.

As atividades 5, 6 e 7 contribuem para o desenvolvimento da habilidade EF05HI07: Identificar os processos de produção, hierarquização e difusão dos marcos de memória e discutir a presença e/ou a ausência de diferentes grupos que compõem a sociedade na nomeação desses marcos de memória e da Competência Específica de História 6 da BNCC: Compreender e problematizar os conceitos e procedimentos norteadores da produção historiográfica.

Atividade complementar: Histórias orais, um desafio

Desenvolva com os estudantes a brincadeira do “telefone sem fio”. Sussurre uma frase bem rapidamente no ouvido de um estudante, que deverá sussurrá-la no ouvido do estudante seguinte até o último da turma, que tem de pronunciar a frase em voz alta. É provável que a frase final seja muito diferente da frase original.

Após a brincadeira, converse com os estudantes sobre as dificuldades do historiador que trabalha com a história oral.

Explique que os historiadores tomam muito cuidado para analisar os relatos orais, de modo a separar o que foi realmente vivenciado pelos depoentes e o que foi distorcido ou somente imaginado.

MP158

Como as pessoas faziam para...

Produzir e divulgar conhecimento histórico

A produção de conhecimento histórico acontece nos centros de pesquisa e universidades, que oferecem oportunidades para estudantes e professores desenvolverem projetos de construção de conhecimento.

Para que um trabalho acadêmico seja produzido, existem diversos passos a seguir.

Imagem: Fotografia. Homem calvo, vestindo camisa azul. Está com um lápis apoiado sobre um caderno e um livro aberto. Ao lado, um menino de cabelo curto preto, vestindo camiseta verde, observando-o.  Fim da imagem.

LEGENDA: Professor e estudante, 2016. FIM DA LEGENDA.

Escolha do tema e orientação

Escolher o tema é fundamental. O tema precisa ser inspirador, pois o pesquisador o estuda durante o período de um a quatro anos, dependendo do nível da pesquisa. Esse trabalho demanda uma supervisão: alguém mais experiente, que já fez muitas pesquisas e deve ajudar o novo pesquisador a conduzir o estudo.

Imagem: Fotografia. Homens em campo aberto com vegetação baixa. Homens veste camiseta branca e colete vermelho, estão tocando instrumentos musicais. Atrás há mulheres de vestido longo branco e vermelho com chapéu vermelho na cabeça.  Fim da imagem.

LEGENDA: Músicos durante apresentação de reisado na comunidade quilombola de Inhanhum, no município de Santa Maria da Boa Vista, estado de Pernambuco, 2019. O reisado é considerado um patrimônio cultural. FIM DA LEGENDA.

Temas, tempos e espaços

Temos de definir o tema e escolher um período específico e um espaço geográfico a ser estudado. Os períodos e os espaços podem ser mais ou menos amplos, a depender de como o projeto é estruturado.

Imagem: Fotografia. Oca alta com telhado de palha e torre de base de observação no centro do telhado. Ao redor, vegetação e estradas de terra.   Fim da imagem.

LEGENDA: Parque Memorial Quilombo dos Palmares, município de União dos Palmares, estado de Alagoas, 2015. FIM DA LEGENDA.

Fontes da pesquisa

Não existe trabalho de historiador sem fontes documentais. Os documentos históricos – manuscritos ou impressos, oficiais ou não – são guias da pesquisa. A análise desse material é que traz inovações interpretativas ao conhecimento histórico.

MANUAL DO PROFESSOR

Roteiro de aula

A aula prevista para os conteúdos desta seção pode ser trabalhada na semana 35.

Objetivos pedagógicos da seção

  • Conhecer as etapas da produção acadêmica do conhecimento histórico no Brasil.
  • Reconhecer a importância do rigor científico para a produção de historiografia de qualidade.

    Orientações

    Nesta seção, os estudantes poderão conhecer alguns aspectos da produção de conhecimentos históricos hoje em dia. É importante ressaltar, porém, que se trata especialmente do processo acadêmico e que a interpretação da História pode ser feita de outras maneiras – como operam as comunidades tradicionais, por exemplo.

    Explique aos estudantes a importância da adequação entre o objeto escolhido para a pesquisa e as fontes a serem acessadas para desenvolvê-lo. Muitas vezes, um projeto pode não ser bem trabalhado por ter se baseado em fontes insuficientes ou pouco relacionadas ao assunto tratado. Em alguns casos, ainda é possível que as fontes necessárias não estejam disponíveis, o que exige do pesquisador mudança de estratégia.

MP159

Imagem: Fotografia. Destaque de uma mesa com livros abertos. Ao fundo, há estantes com livros empilhados.  Fim da imagem.

Leitura e teoria

Muitas vezes, não sabemos como analisar os documentos, pois eles mostram muitas coisas. Leituras teóricas, ou seja, reflexões mais amplas ajudam a definir caminhos. Também poderão ser estudadas as formas de pensar e de sentir dos homens e das mulheres em determinado contexto.

Problemas e objetivos

A história, em uma concepção mais moderna, não é um apanhado de fatos ordenados cronologicamente. As pesquisas são feitas para revelar uma nova interpretação sobre o passado, descobrir algo novo, que ilumine um campo ainda não estudado, e contestar leituras do senso comum. Assim, é preciso eleger questões que justifiquem a importância daquela pesquisa. Também é preciso saber o que o projeto pretende alcançar com a investigação.

Imagem: Fotografia. Destaque de mãos de um homem digitando em um notebook apoiado sobre uma mesa de madeira. Ao redor há cadernos.  Fim da imagem.

A escrita do projeto

Depois dessas definições, é feito um documento com as intenções da pesquisa: o projeto. Nele, justificam-se a importância do estudo e as questões propostas, indicam-se o tema, os documentos, o período e o local que serão estudados e apresenta-se o apoio teórico utilizado.

Imagem: Fotografia. Vista lateral de auditório com pessoas sentadas em frente a um palco. Sobre o palco há um homem de cabelo curto grisalho, vestindo paletó e calça azul, segurando um microfone.    Fim da imagem.

LEGENDA: Palestra em Universidade, 2016. FIM DA LEGENDA.

Divulgação e publicação

O ideal é que o conhecimento produzido seja compartilhado. Por isso, existem os congressos, as revistas acadêmicas e também os livros. Esses são meios pelos quais é possível compartilhar o conhecimento histórico que foi construído durante a pesquisa.

Imagem: Ícone: Atividade oral. Fim da imagem.
  1. Refita sobre um tema histórico que você gostaria de estudar mais profundamente:
PROFESSOR Atenção professor: Ver orientações específicas deste volume. Fim da observação.
MANUAL DO PROFESSOR

Atividade 1. De maneira simplificada, demonstre aos estudantes alguns procedimentos importantes na produção de conhecimento histórico. Para isso, proponha que realizem uma pequena pesquisa orientada por você e outros professores.

Em duplas, os estudantes deverão escolher um tema para pesquisa e consultar sua pertinência com você, que, por sua vez, deverá indicar caminhos para os estudantes pesquisarem o tema escolhido, sugerindo sites e livros confiáveis e acessíveis para a faixa etária. Na escolha das fontes de pesquisa, é importante que os estudantes privilegiem fontes primárias, isto é, textos e imagens de época que poderão interpretar para elaborar a pesquisa.

As informações coletadas poderão ser reunidas em um relatório ou apresentadas aos demais estudantes em sala de aula no formato de seminário.

Esta atividade favorece a mobilização das habilidades EF05HI07: Identificar os processos de produção, hierarquização e difusão dos marcos de memória e discutir a presença e/ou a ausência de diferentes grupos que compõem a sociedade na nomeação desses marcos de memória e EF05HI09: Comparar pontos de vista sobre temas que impactam a vida cotidiana no tempo presente, por meio do acesso a diferentes fontes, incluindo orais.

MP160

Capítulo 4. Registros de memória

Os povos antigos deixaram muitos legados. Já tivemos a oportunidade de conhecer alguns: a forma de organizar o tempo, o alfabeto, os números, as obras de arte, as ruínas, os bens arquitetônicos, a culinária e os aspectos da cultura religiosa.

O patrimônio cultural divide-se entre material e imaterial. Como já vimos, o de primeiro tipo é composto de materiais concretos, enquanto o segundo é considerado intangível, formado por práticas, podendo passar por mudanças ao longo do tempo. Esse conhecimento chega até nós trazendo marcas do passado e colaborando para formar a cultura do presente.

As obras arquitetônicas são exemplos de bens que fazem parte do patrimônio material e que são legados culturais. Um exemplo bastante característico é o Partenon, templo dedicado à deusa Atena e construído há 2 500 anos. A forma de construção das colunas foi especialmente desenvolvida pelos antigos gregos, e as colunas foram inspiração para a arquitetura ao longo da história. Às vezes, com fins políticos, para mostrar imponência e grandiosidade, como pode ser visto na construção do edifício da Suprema Corte dos Estados Unidos, sede do tribunal federal dos Estados Unidos.

Imagem: Fotografia. Pessoas caminhando em direção a sitio arqueológico de monumento formado por colunas cilíndricas em área retangular com vistas horizontais as ligando na parte superior.  Fim da imagem.

LEGENDA: Partenon, em Atenas, Grécia, 2018. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Vista de prédio formado por faixada de colunas cilíndricas verticais e esculturas na parte superior. À frente há uma escadaria e calçada com pinturas em formas geométricas.   Fim da imagem.

LEGENDA: Suprema Corte, em Washington, Estados Unidos, 2021. FIM DA LEGENDA.

MANUAL DO PROFESSOR

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para os conteúdos das páginas 132 e 133 podem ser trabalhadas na semana 36.

Objetivos pedagógicos do capítulo

  • Discutir e aplicar os conceitos de patrimônio material e imaterial.
  • Compreender a relação entre patrimônio histórico e legado cultural.
  • Identificar patrimônios históricos produzidos na Antiguidade e reconhecer neles possíveis contatos entre os povos.
  • Relacionar estética e funcionalidade aos valores e às tecnologias de um povo em determinada época.
  • Compreender a filosofia antiga como um legado cultural das civilizações antigas à mentalidade ocidental atual.

    Orientações

    O último capítulo da unidade propõe discussões sobre os patrimônios produzidos pela humanidade e sua natureza como registros de memória. É importante que os estudantes compreendam que a estética das colunas gregas, como apontado no texto da página 132, é relativa aos valores e ao que era considerado belo no período de sua construção. A reprodução das colunas em outros tempos históricos por povos diversos pode ser interpretada como uma referência aos clássicos e uma permanência de estilo e valores no imaginário dos seres humanos ao longo dos séculos.

    O conteúdo e as atividades propostas ao longo do capítulo 4 favorecem o aprofundamento do trabalho com o tema atual de relevância em destaque neste volume, “Cidadania e patrimônio cultural”. Incentive os estudantes a compreender as noções de patrimônio cultural material e imaterial e destaque a importância da cultura material para o registro de memória de sociedades antigas.

MP161

Imagem: Fotografia. Lanche formado por massa e no interior pedaços de camarão e queijo.  Fim da imagem.

LEGENDA: O acarajé é patrimônio brasileiro de origem africana. FIM DA LEGENDA

Além dos bens materiais, existem também os imateriais, e eles podem ser de diferentes tipos. A gastronomia é um deles. Um exemplo bastante conhecido é o acarajé. A receita é uma mistura das tradições africana e brasileira; esse prato é considerado um bem significativo da nossa cultura e foi declarado parte do nosso patrimônio imaterial.

As festividades e as celebrações também são bens imateriais. No estado do Maranhão, por exemplo, as celebrações do bumba meu boi são consideradas patrimônio imaterial do país. As celebrações e apresentações do bumba meu boi ocorrem em todo o estado do Maranhão e concentram-se durante as festividades juninas.

Imagem: Fotografia. Homens fantasiados de boi preto com tecidos, fitas e pinturas coloridas por toda a fantasia.  Fim da imagem.

LEGENDA: Realização da festa popular do bumba meu boi, no município de São Luís, Maranhão, em 2019. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Ícone: Uso de tecnologias. Fim da imagem.
  1. Observe a imagem e responda às questões.
Imagem: Fotografia. Colunas cilíndricas com bases em esculturas formando arabescos.     Fim da imagem.

LEGENDA: Cinco diferentes tipos de coluna e de capitel demonstram um pouco da sofisticação da arquitetura grega antiga que continua a ser usada atualmente. Atenas, Grécia, 2017. FIM DA LEGENDA.

PROFESSOR Atenção professor: 1. Ver orientações específicas deste volume. Fim da observação.
  1. Por que a maneira como os antigos gregos construíam colunas é considerada um legado cultural?
  1. Faça uma pesquisa sobre os tipos de colunas e capitéis mais comuns na Grécia antiga e descreva cada uma delas.
Imagem: Ícone: Atividade para casa. Fim da imagem.
  1. Converse com um adulto da sua família sobre possíveis exemplos de patrimônios imateriais da cultura brasileira. Registre suas conclusões no caderno. Depois, compartilhe com os colegas em sala de aula.
PROFESSOR Atenção professor: 2. Para trazer o tema dos patrimônios imateriais para a realidade dos estudantes, solicite que conversem com seus familiares e perguntem sobre festas, receitas e tradições típicas da região onde vivem. Depois, peça a eles que compartilhem com os colegas o que aprenderam. Ver orientações específicas deste volume. Fim da observação.
MANUAL DO PROFESSOR

Atividade 1. a) Porque essa maneira de construir continuou sendo utilizada ao longo do tempo por diferentes povos.

b) São elas: dóricas (mais simples, sem base e com estátuas de deuses e heróis no topo), jônicas (mais detalhada; base semelhante a uma pilha de anéis e espirais em linhas curvas na parte de cima) e coríntias (mais exuberante na decoração, têm representações de folhas na parte de cima).

Atividade 2. Sugerimos que a atividade seja realizada em casa, propiciando um momento de literacia familiar em que estudantes e seus familiares possam trocar ideias e conhecimentos a respeito do tema estudado e os estudantes possam contar e explicar o que aprenderam, desenvolvendo a fluência em leitura, a leitura dialogada, a interação verbal e a compreensão de texto. Dessa forma, a atividade favorece a integração entre os conhecimentos construídos pelos estudantes em casa e na escola.

As atividades 1 e 2 contribuem para o desenvolvimento da habilidade EF05HI10: Inventariar os patrimônios materiais e imateriais da humanidade e analisar mudanças e permanências desses patrimônios ao longo do tempo.

Para o estudante acessar

Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan)

Disponível em: http://fdnc.io/zN. Acesso em: 6 jun. 2021.

MP162

Imagem: Fotografia. Mosaico com pequenas pesas formando um quadro azul com imagem de três pombas brancas e uma caixa.  Fim da imagem.

LEGENDA: Mosaico de pombas de Pompeia, na Itália. Produzido aproximadamente no século II a.C. FIM DA LEGENDA.

Patrimônios materiais

As ruínas da Antiguidade, com restos de construções que resistiram ao tempo, são consideradas

bens materiais. Algumas dessas construções ficaram preservadas por motivos diversos. Vamos conhecer um exemplo? No ano 76, o vulcão Vesúvio, localizado nas proximidades da atual cidade de Nápoles, em uma região da Itália conhecida como Campânia, entrou em erupção e soterrou as cidades de Pompeia, Herculano e Estábia. Do total de 36 mil habitantes de Pompeia, cerca de dois mil foram mortos. As cidades foram cobertas por cinzas e depósitos vulcânicos que atingiram a altura de seis a sete metros. No final do século XVI, as cidades soterradas foram descobertas. Afirma-se que as escavações feitas ali na primeira metade do século XVIII marcam o início da arqueologia moderna.

Boxe complementar:

Você sabia?

Segundo pesquisadores, na época da erupção do Vesúvio, a cidade de Pompeia contava com aproximadamente 12 mil habitantes no meio urbano e 24 mil habitantes no meio rural. Pompeia era cercada por diversas muralhas, e em seu interior havia uma rica vida urbana, marcada por uma variedade de construções: templos, lojas, banheiros públicos, casas de banho, residências, anfiteatros, entre outras.

A preservação de grande parte dessas construções e de muitos afrescos e mosaicos tornou possível a arqueólogos, historiadores e pesquisadores compreender o funcionamento da vida cotidiana dessa cidade do passado.

Imagem: Fotografia. Vista de vasos e jarras de cerâmica em formatos diversos sobre galpão com prateleiras.    Fim da imagem.

LEGENDA: Vestígios arqueológicos encontrados em Pompeia, Itália, 2015. FIM DA LEGENDA.

Fim do complemento.

MANUAL DO PROFESSOR

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para os conteúdos das páginas 134 e 135 podem ser trabalhadas na semana 36.

Orientações

Ao apresentar aos estudantes o conteúdo de patrimônios materiais da humanidade, considere propor inicialmente uma análise das imagens disponíveis na página 134, orientando a leitura das legendas para a identificação do período em que essas construções foram erguidas e dos povos que as fizeram. Em seguida, peça que reflitam sobre o porquê de essas estruturas serem consideradas patrimônios da humanidade e qual a importância desse título. Considere retomar as discussões sobre a eleição de Mbanza Kongo a patrimônio da humanidade pela Unesco, feitas na seção O mundo que queremos da página 90, para facilitar a apreensão dessas questões.

Educação patrimonial: um tecido urdido com pequenos fragmentos

Nada substitui o objeto real como fonte de informação sobre a rede de relações sociais e o contexto histórico em que foi produzido, utilizado e dotado de significado pela sociedade que o criou. Todo um complexo sistema de relações e conexões está contido em um simples objeto de uso cotidiano, uma edificação, um conjunto de habitações, uma cidade, uma paisagem, uma manifestação popular, festiva ou religiosa, ou até mesmo em um pequeno fragmento de cerâmica originário de um sítio arqueológico. Descobrir esta rede de significados, relações, processos de criação, fabricação, trocas, comercialização e usos diferenciados, que dão sentido às evidências culturais e nos informam sobre o modo de vida das pessoas no passado e no presente [...].

FONTE: HORTA, Maria de Lourdes Parreiras et al . Guia básico de educação patrimonial . Disponível em: http://fdnc.io/TS. Acesso em: 6 jun. 2021.

MP163

Imagem: Fotografia. Destaque de duas pirâmides de pedra com entradas formadas por colunas retangulares e porta estreita central. À direita, pirâmide possui uma pequena entrada de luz no topo.  Fim da imagem.

LEGENDA: Pirâmides do norte do cemitério de Méroe, Núbia, Sudão, 2018. FIM DA LEGENDA.

Patrimônios materiais e intercâmbios

Muitas construções da Antiguidade são consideradas patrimônios materiais e reúnem tradições de diferentes tempos e origens. As pirâmides localizadas nas terras próximas ao rio Nilo, os túmulos de reis e rainhas de Méroe têm estruturas e elementos decorativos que remetem a outras culturas antigas, como as do Reino de Cuxe, do Egito, da Grécia e de Roma.

Há cerca de 2 300 anos, Méroe era a capital do Reino de Cuxe e tornou-se um grande entreposto de produtos vindos de vários pontos da África, do Mediterrâneo e do Oriente; os legados das artes e da tecnologia meroíta refletem esses intercâmbios e essas marcas do tempo.

Imagem: Fotografia. Anel dourado com pedras pequenas azuis, verdes e vermelhas sobre a cabeça de um bode e semicírculo inferior formando parte de um escudo.    Fim da imagem.

LEGENDA: Anel em forma de escudo com cabeça de carneiro, encontrado em uma pirâmide de Méroe, Núbia. FIM DA LEGENDA.

  1. O que a descoberta das cidades encobertas pelas cinzas do Vesúvio representou para a ciência?
PROFESSOR Resposta: Um desenvolvimento muito grande nos estudos arqueológicos, sendo possível afirmar que a Arqueologia moderna nasceu com essa descoberta. Ver orientações específicas deste volume.

Boxe complementar:

Hora da leitura

• Diário de Pilar na África, de Flávia Lins e Silva. São Paulo: Pequena Zahar, 2015.

Pilar e seus amigos viajam pelo continente africano e visitam diferentes países, da Nigéria a Angola. As crianças aprendem sobre a história e a cultura da África enquanto conhecem cidades, atravessam florestas e rios agitados.

Fim do complemento.

MANUAL DO PROFESSOR

Atividade 3. Os estudantes poderão atentar para o fato de que os habitantes da cidade foram surpreendidos pela erupção do vulcão e que, por isso, as pessoas petrificadas ainda mantêm os sinais de seus movimentos.

Esta atividade contribui para o desenvolvimento das habilidades EF05HI07: Identificar os processos de produção, hierarquização e difusão dos marcos de memória e discutir a presença e/ou a ausência de diferentes grupos que compõem a sociedade na nomeação desses marcos de memória e EF05HI10: Inventariar os patrimônios materiais e imateriais da humanidade e analisar mudanças e permanências desses patrimônios ao longo do tempo.

Patrimônio: uma ferramenta de produção de cultura

O trabalho com Educação Patrimonial envolve a análise dos processos de reutilização, absorção, e a consequente reelaboração/reconstrução de significados. Então, mais do que aprender o patrimônio, importa aprender os instrumentos de sua constituição. [...] Portanto, nas ações educativas propostas, é importante promover a capacidade de reconstruir os modelos explicativos do universo cultural através de lógicas diferenciadas. Essa capacidade é o que nos coloca como sujeitos efetivos da nossa história: usamos o conhecimento para romper com a força normatizadora dos paradigmas. [...]

FONTE: MACHADO, Maria Beatriz Pinheiro; MONTEIRO, Katani Maria Nascimento. Patrimônio, identidade e cidadania: reflexões sobre educação patrimonial. In : BARROSO, Vera Lucia Maciel et al . Ensino de história : desafios contemporâneos. Porto Alegre: EST Edições; ANPUH, 2010. p. 33-34.

MP164

Boxe complementar:

Você sabia?

As ruínas das cidades de Pompeia e Herculano e o sítio arqueológico de Méroe, que você conheceu nas páginas anteriores, fazem parte da lista do Patrimônio da Humanidade.

O termo Patrimônio da Humanidade é usado para designar os patrimônios culturais considerados de fundamental importância para toda a humanidade. O órgão responsável por classificar, divulgar e organizar os cuidados dos patrimônios é a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Além dos bens classificados como materiais e imateriais, há os bens naturais (áreas de preservação ambiental, florestas, ecossistemas e estruturas geológicas, por exemplo). Em 2021, a lista de Patrimônio da Humanidade da Unesco contava com 1 121 bens, espalhados por todos os cantos do mundo. Conheça alguns desses bens a seguir.

Cidade de Potosí

Localizada na atual Bolívia, a cidade de Potosí situa-se em uma área em que houve intensa exploração de prata no século XVI e conta até hoje com importantes edificações do período.

Imagem: Fotografia. Vista superior de casas e poucos prédios baixos. Em segundo plano há duas montanhas com vegetação baixa em tons de laranja e vermelho.  Fim da imagem.

LEGENDA: Vista da cidade de Potosí, na Bolívia. Fotografia de 2019. FIM DA LEGENDA.

Centro Histórico de São Luís

A cidade de São Luís, no estado do Maranhão, foi fundada no século XVII. Em seu centro histórico, bem preservado, podemos encontrar casarios e edifícios construídos entre os séculos XVII e XVIII.

Imagem: Fotografia. Faixada de casa de três andares azul com varanda estreita e portas pequenas azuis.    Fim da imagem.

LEGENDA: Casas coloniais no centro histórico de São Luís, estado do Maranhão. Fotografia de 2020. FIM DA LEGENDA.

MANUAL DO PROFESSOR

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para os conteúdos das páginas 136 e 137 podem ser trabalhadas na semana 36.

Orientações

Retome com os estudantes o conceito de patrimônio cultural. É interessante destacar que as construções materiais, como as pirâmides do Egito, e as manifestações culturais imateriais, como a dança, as técnicas e as formas de se alimentar, fazem parte da cultura de um povo e por isso são consideradas patrimônios.

Também é importante destacar que diversos patrimônios culturais, materiais e imateriais, constituem um legado da Antiguidade. Se possível, proponha aos estudantes que pesquisem publicações da Unesco, no próprio site da organização, os principais patrimônios culturais, materiais e imateriais da Antiguidade.

Compreender a relação dos povos antigos com a natureza e conhecer as técnicas que desenvolveram para superar os obstáculos por ela impostos é fundamental para compreender a história da civilização humana. Essa compreensão pode ser alcançada analisando os vestígios deixados por esses povos: registros escritos, achados arqueológicos, herança linguística e de práticas culturais, entre muitos outros.

Patrimônio cultural e patrimônio natural

O patrimônio cultural é composto por monumentos, conjuntos de construções e sítios arqueológicos, de fundamental importância para a memória, a identidade e a criatividade dos povos e a riqueza das culturas. Esta composição está definida na Convenção para a Proteção do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural, elaborada na Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em Paris (França), em 1972, e ratificada pelo Decreto No 80.978, de 12 de dezembro de 1977.

A Convenção definiu, também, que o patrimônio natural é formado por monumentos naturais constituídos por formações físicas e biológicas, formações geológicas e fisiográficas, além de sítios naturais.

MP165

Parque Nacional Rapa Nui

O parque localiza-se na Ilha de Páscoa, situada no oceano Pacífico, a 3 700 km de distância da costa oeste do Chile, e conta com inúmeras estátuas construídas entre 1250 e 1500.

Imagem: Fotografia. Esculturas em formas de rostos compridos de homens em campo aberto.  Fim da imagem.

LEGENDA: Parque Nacional Rapa Nui, na Ilha de Páscoa, no Oceano Pacífico, que pertence ao Chile, 2020.

Muralha da China

A chamada Grande Muralha da China é constituída de uma série de fortificações de pedra, tijolo, terra compactada, madeira e outros materiais. Um dos trechos mais conhecidos da muralha foi construído entre 220 a.C. e 206 a.C.

Imagem: Fotografia. Vista de montanhas através de uma muralha extensa que percorre todo o caminho das montanhas.  Fim da imagem.

LEGENDA: Grande Muralha da China, em Pequim, na China, 2020. FIM DA LEGENDA

Parque Nacional do Iguaçu

O parque está localizado próximo à cidade de Foz de Iguaçu, no estado do Paraná. Nele se encontra um impressionante conjunto de cataratas, chamadas Cataratas do Iguaçu. Esse é um exemplo de bem do patrimônio natural.

Imagem: Fotografia. Vista aérea de cachoeiras formando um grande paredão.   Fim da imagem.

LEGENDA: Cataratas do Iguaçu no Parque Nacional do Iguaçu, Foz do Iguaçu, estado do Paraná, 2019.

Fim do complemento.

MANUAL DO PROFESSOR

Nele a proteção ao ambiente, do patrimônio arqueológico, o respeito à diversidade cultural e às populações tradicionais são objeto de atenção especial.

Nesse sentido, a Lista de Patrimônio Mundial apresenta a conformação de um patrimônio comum, partilhado entre todos os países. Sua constituição é o resultado de um processo onde os países signatários da Convenção indicam bens culturais e naturais a serem avaliados.

FONTE: Patrimônio Mundial Cultural e Natural. Iphan. Disponível em: http://fdnc.io/2gu. Acesso em: 14 jul. 2021.

Se desejar, comente com os estudantes que há uma lista que define as chamadas Sete Maravilhas do Mundo Antigo. Explique que essas construções constituem grandes feitos arquitetônicos erguidos durante a Antiguidade. Sua origem se atribui a um poeta grego, Antípatro, e a lista inclui:

  • Pirâmide de Gizé;
  • Jardins suspensos da Babilônia;
  • Templo de Artémis, em Éfeso, atual Turquia;
  • Estátua de Zeus em Olímpia;
  • Mausoléu de Halicarnasso;
  • Colosso de Rhodes;
  • Farol de Alexandria.

    De todas essas construções, apenas a pirâmide de Gizé sobreviveu ao tempo.

MP166

Imagem: Fotografia. Estátua com o busto de um homem de cabelo curto e barba longa.  Fim da imagem.

LEGENDA: Busto de Platão (428 a.C.-347 a.C.), filósofo grego da Antiguidade. FIM DA LEGENDA

Filosofia como legado cultural

Ao lado de tantos outros filósofos da Grécia antiga, Platão, que viveu há 2 400 anos, compôs um corpo de ideias e reflexões sobre a vida e o mundo por meio da filosofia. Na obra A república, desenvolveu uma noção conhecida como alegoria da caverna para refletir sobre formas de conhecer a verdade e sobre as questões que impedem a percepção dela.

Imagine pessoas que vivem presas numa caverna e estão de costas para o mundo externo. Elas acompanham o que se passa do lado de fora apenas pelas sombras que se projetam na parede ao fundo da caverna onde vivem. Todo contato com a realidade se dá exclusivamente pelas sombras. Mas como seria, se essas pessoas saíssem para o mundo exterior? O que se passaria com elas? Como reagiriam as pessoas que permaneceram na caverna ao ouvir as histórias das que voltassem? O que tem maior valor: o conhecimento da realidade ou a representação dela, que é marcada por convenções sociais? Para Platão, a filosofia – palavra de origem grega que quer dizer amor (phílos) à sabedoria (sophia) – seria o meio de sair dessa caverna.

O pensamento filosófico pode ser considerado um legado cultural, pois esse modo de refletir procurou compreender o mundo e a natureza sem, necessariamente, recorrer aos deuses e mitos. Apesar disso, a filosofia e a religiosidade conviveram por muito tempo na Grécia antiga. As questões relacionadas à filosofia contribuem para a construção dos conhecimentos ao longo do tempo e instigam nossas reflexões até hoje.

Imagem: Ilustração. Vista de uma torre com tocha de fogo. À frente, um homem de túnica longa segura uma escultura em forma de pássaro contra a luz formando uma sombra na parede. Próximo a parede e sombra do pássaro há um homem de cabelo longo e barba longa, vestindo tanga, está com os braços posicionados em ataque.   Fim da imagem.

LEGENDA: Ilustração representando a alegoria da caverna. FIM DA LEGENDA]

MANUAL DO PROFESSOR

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para os conteúdos das páginas 138 e 139 podem ser trabalhadas na semana 37.

Orientações

Retome com os estudantes as discussões sobre a noção de legado cultural para introduzir o assunto proposto nesta dupla de páginas. Aqui, o tema em evidência é a filosofia elaborada pelos antigos e suas reverberações no tempo presente.

Introduza os estudantes ao pensamento de Platão por meio das informações do texto da página 138. Se considerar válido, apresente a eles uma pequena biografia do filósofo, abordando o período em que viveu na Grécia antiga e como este contribuiu para a elaboração de suas visões do mundo e da política.

É importante ressaltar que, como estudado na unidade anterior, o pensamento filosófico foi desenvolvido concomitantemente à vigência da religiosidade entre os gregos antigos. Essa reflexão possibilita compreender a complexidade das temporalidades e da experiência humana, em que convivem estruturas que, a princípio, podem parecer contraditórias, como o desenvolvimento do conhecimento científico e a permanência do pensamento mágico.

Auxilie os estudantes a compreender a metáfora do conhecimento e a representação de mundo elaborada por Platão com base no Mito da Caverna. É importante, neste momento, ressaltar a valorização da razão para alcançar uma vida plena, isto é, o usufruto das possibilidades do mundo.

Atividade 4. A filosofia pode ser considerada um legado cultural porque seu procedimento, suas questões e reflexões têm impacto nas formas de investigar o mundo até hoje. Os estudantes poderão indicar também que a filosofia procurou compreender variados aspectos do mundo, da natureza e da vida comum, considerando pontos de vista diferentes da mitologia e da religiosidade da Grécia antiga.

Atividade 5. Os estudantes poderão considerar filósofos da Antiguidade grega, como Sócrates, Platão e Aristóteles. Ou ainda Heráclito e Anaxágoras. Poderão considerar também filósofos de outras tradições, como Kong Fu-zi, conhecido no Ocidente como Confúcio.

MP167

Boxe complementar:

Você sabia?

São inúmeras as contribuições da filosofia para o desenvolvimento do pensamento ao longo da história. A ciência é um campo de saber diretamente influenciado pela filosofia. Podemos citar como exemplo o pensamento do filósofo grego Aristóteles, que foi aluno de Platão e que contribuiu para a construção dos conhecimentos científicos modernos. Para conhecer mais sobre esse assunto, leia o texto a seguir.

Imagem: Fotografia. Estátua com o busto de um homem de cabelo curto e barba curta cacheada.   Fim da imagem.

LEGENDA: Busto do filósofo grego Aristóteles (367 a.C.-347 a.C.). FIM DA LEGENDA

A segunda inovação de Aristóteles foi no campo da lógica. De acordo com o filósofo, determinar uma verdade comum a todos os componentes de um grupo de coisas é a condição para conceber um sistema teórico. [...]

Aristóteles [...] desenvolveu o sistema que ficou conhecido como silogismo. Ele consiste de três proposições – duas premissas e uma conclusão que, para ser válida, decorre das duas anteriores necessariamente, sem que haja outra opção.

Exemplo clássico de silogismo é o seguinte. Todos os homens são mortais. Sócrates é um homem. Portanto, Sócrates é mortal.

Isso não basta, porém, para que a lógica se torne ciência. Um silogismo precisa partir de verdades, como as contidas nas duas proposições iniciais. Elas não se sujeitam a um raciocínio que as demonstre. Demonstram-se a si mesmas na realidade [...].

[...]

FONTE: Aristóteles: o defensor da instrução para a virtude. Nova Escola , ed. 1022, ago. 2015. Disponível em: http://fdnc.io/guW. Acesso em: 6 abr. 2021.

Fim do complemento.

PROFESSOR Atenção professor: Atividades 4 e 5: ver orientações específicas deste volume. Fim da observação.

4. Explique por que a filosofia pode ser considerada um legado cultural.

Imagem: Ícone: Uso de tecnologias. Fim da imagem.

  1. Faça uma pesquisa sobre três filósofos da Antiguidade clássica e suas principais colaborações. Organize as informações, registre-as a seguir no caderno e exponha-as para a turma.
MANUAL DO PROFESSOR

Conclusão

Na perspectiva da avaliação formativa, este é um momento propício para a verificação das aprendizagens. Sugerimos que você avalie o trabalho realizado ao longo do bimestre e da unidade, buscando observar se todos os objetivos pedagógicos propostos foram plenamente atingidos pelos estudantes para que você possa intervir e consolidar as aprendizagens.

Dessa forma, observe a produção dos estudantes, a participação e intervenção deles em sala de aula, individualmente, em grupo e com toda a turma, procurando perceber os seguintes pontos: se eles conhecem algumas das principais medidas de tempo e respectivos instrumentos de medição; se são capazes de discutir questões relativas à passagem do tempo e sua percepção, considerando a possibilidade de diferentes durações; se reconhecem os diferentes tipos de fonte histórica e a aplicação de métodos e técnicas de interpretação por historiadores e arqueólogos; se identificam o ofício de diferentes profissionais no processo de pesquisa e escrita de estudos históricos; se conseguem refletir e discutir sobre o conceito de memória e seus usos; e se conseguem refletir sobre a construção e a importância dos marcos de memória para as minorias e para a sociedade como um todo.

A avaliação proposta a seguir será uma maneira de observar alguns aspectos do processo seguido por cada estudante e pela turma, possibilitando identificar se todas as habilidades foram desenvolvidas, seus avanços, dificuldades e potencialidades, estabelecendo permanente diálogo com eles para que continuem desenvolvendo suas aprendizagens.

As atividades 4 e 5 contribuem para o desenvolvimento da habilidade EF05HI09: Comparar pontos de vista sobre temas que impactam a vida cotidiana no tempo presente, por meio do acesso a diferentes fontes, incluindo orais.

MP168

O que você aprendeu.

  1. Como o desenvolvimento da tecnologia impactou na percepção do tempo?
PROFESSOR Atenção professor: Ver orientações específicas deste volume. Fim da observação.
  1. Cite três formas de contagem do tempo desenvolvidas na Antiguidade.
PROFESSOR Atenção professor: Ver orientações específicas deste volume. Fim da observação.
  1. Descreva como os povos africanos iorubás organizavam suas atividades e marcavam a passagem do tempo antes de entrarem em contato com os europeus.
PROFESSOR Resposta: Antes de serem obrigados a adotar o calendário europeu, os iorubás reconheciam os ciclos lunares.
  1. O calendário do povo indígena Suyá, que você conheceu nesta unidade, está organizado de que maneira? Quais marcos definem a passagem do tempo nesse calendário?
PROFESSOR Resposta: O calendário Suyá tem formato circular e não mostra os dias nem as semanas. Ele é dividido em doze partes, que representam os meses do ano.
  1. Observe as imagens a seguir. Quais são os tipos de documentos históricos ou técnicas de pesquisas retratados em cada uma delas? Componha um pequeno texto para cada uma das imagens.
Imagem: Fotografia. Sala com prateleiras com cadernos, papéis e caixas. À frente, uma mesa com jornais antigos amarelados.  Fim da imagem.

LEGENDA: Arquivo histórico do Instituto Câmara Cascudo em Natal, estado do Rio Grande do Norte, 2014. FIM DA LEGENDA

PROFESSOR Resposta: Arquivo ou hemeroteca.
Imagem: Fotografia. Vista de submarino naufragado coberto por algas.   Fim da imagem.

LEGENDA: Parte de sítio arqueológico subaquático. Albânia, 2017. FIM DA LEGENDA

PROFESSOR Resposta: Arqueologia (nesse caso, arqueologia subaquática).
MANUAL DO PROFESSOR

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para a avaliação da seção O que você aprendeu podem ser trabalhadas na semana 38.

Orientações

Antes de orientar os estudantes a iniciar as atividades de avaliação, pergunte a eles de quais conteúdos estudados até então eles se recordam. Procure retomar com a turma esses pontos, comentando outros que ficaram esquecidos. Pergunte quais conteúdos mais gostaram de estudar e quais atividades mais gostaram de realizar e por quê. Verifique se as habilidades trabalhadas foram desenvolvidas pelos estudantes. Caso alguns deles ainda não tenham conseguido desenvolver todas as habilidades, faça novas intervenções, conforme a necessidade de cada um, de modo que todos possam atingir os objetivos de aprendizagem.

Atividade 1. A tecnologia dá a impressão de aceleração do tempo. Ela propicia o deslocamento de maiores distâncias em menor tempo. Assim, parece que conseguimos fazer mais coisas do que se dependêssemos estritamente da natureza.

Atividade 2. Os estudantes poderão citar o relógio de sol, a ampulheta, o relógio de água, além de diferentes calendários (como os estudados nesta unidade: calendário egípcio, sumério ou maia).

Atividade 3. O estudante também pode reconhecer que os iorubás dividiam a semana em quatro dias, cada um deles dedicado a uma divindade, e marcavam a passagem do ano pela repetição das estações. Os eventos reconhecidos por toda a comunidade, como o nascer do sol, o entardecer e o cantar do galo, marcavam a duração dos períodos do dia.

Atividade 4. Para complementar a resposta a esta atividade, o estudante pode indicar que em cada uma das partes desse calendário há um desenho retratando fenômenos da natureza ou atividades relacionadas ao trabalho.

As atividades 1 a 4 possibilitam a mobilização de aspectos das habilidades EF05HI08: Identificar formas de marcação da passagem do tempo em distintas sociedades, incluindo os povos indígenas originários e os povos africanos e EF05HI09: Comparar pontos de vista sobre temas que impactam a vida cotidiana no tempo presente, por meio do acesso a diferentes fontes, incluindo orais.

MP169

Avaliação processual

Imagem: Fotografia. Salão com pessoas caminhando entre quadros de pinturas antigas e esculturas.  Fim da imagem.

LEGENDA: MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, estado de São Paulo, 2017.FIM DA LEGENDA

PROFESSOR Resposta: Museu.
Imagem: Fotografia. Sala com prateleiras repletas de livros.  Fim da imagem.

LEGENDA: Biblioteca Pública Municipal Rui Barbosa, em Itaituba, estado do Pará, 2017. FIM DA LEGENDA

PROFESSOR Resposta: Biblioteca.
Imagem: Fotografia. Sítio arqueológico com ruinas de muros formados por pedras grande e largas.  Fim da imagem.

LEGENDA: Sítio arqueológico em São Miguel das Missões, estado do Rio Grande do Sul, 2016. FIM DA LEGENDA

PROFESSOR Resposta: Sítio arqueológico.
Imagem: Fotografia. Menina de cabelo longo castanho, segurando uma caneta e uma prancheta. À frente, um homem de cabelo curto cacheado e barba curta. Ao lado, mulher de cabelo longo preto.    Fim da imagem.

LEGENDA: Jovem conduz entrevista durante a realização de pesquisa. FIM DA LEGENDA

PROFESSOR Resposta: Entrevista.
MANUAL DO PROFESSOR

Atividade 5. a) A imagem retrata um arquivo (ou hemeroteca), local em que são preservados e organizados documentos históricos (revistas e jornais).

b) A imagem retrata uma pesquisa em arqueologia no fundo do mar, também conhecida como arqueologia subaquática.

c) A imagem retrata um museu de arte, que organiza, estuda e divulga trabalhos artísticos visuais que podem ser considerados fontes iconográficas (ou fontes visuais).

d) A imagem retrata uma biblioteca, que organiza, estuda e divulga livros, revistas, jornais, filmes e outros materiais importantes para pesquisa.

e) A imagem retrata um sítio arqueológico, local em que estão objetos e construções deixados por grupos humanos de outros tempos, ou seja, os vestígios arqueológicos.

f) A imagem retrata uma entrevista; nas pesquisas em história oral são feitas entrevistas com pessoas que vivenciaram determinados acontecimentos ou que tiveram alguma experiência em comum com o tema que está sendo estudado.

A atividade 5 mobiliza aspectos da habilidade EF05HI07: Identificar os processos de produção, hierarquização e difusão dos marcos de memória e discutir a presença e/ou a ausência de diferentes grupos que compõem a sociedade na nomeação desses marcos de memória.

Para o estudante acessar

Ciência Hoje: Máquina do tempo. Disponível em: http://chc.org.br/maquina-do-tempo/ . Acesso em: 2 jun. 2021.

Texto divertido sobre a percepção do tempo para diferentes pessoas e sobre como o estudo dos vestígios possibilita às pessoas uma “viagem” no tempo para conhecer melhor o passado da Terra.

Habilidades da BNCC em foco nesta seção

EF05HI07, EF05HI08, EF05HI09 e EF05HI10.

MP170

  1. Cite um exemplo de como é possível preservar a memória histórica.
PROFESSOR Atenção professor: Atividades 6 e 7: ver orientações específicas deste volume. Fim da observação.
  1. Explique o que é história oral.
  1. Leia, a seguir, o depoimento de um senhor chamado Ariosto. Observe a imagem e, depois, faça o que se pede.

    Nasci na avenida Paulista, em 1900, numa travessa chamada Antônio Carlos, dia 20 de setembro. [...]

    A avenida Paulista era bonita, calçamento de paralelepípedos, palacetes. As outras ruas eram semi calçadas, cobertas de árvores, de mata. De noite, os “lampioneiros” vinham acender os lampiões e de madrugada voltavam para apagar. Minha rua tinha poucas casas, uma aqui, outra a quinhentos metros. [...] a nossa [casa] tinha quintal com pés de laranja, [mexerica], ameixa e abacate. Minha mãe gostava muito de flores e plantava rosas, margaridas, violetas. Todo dia de manhã cedo ia regar as flores com seu regadorzinho. E eu ia atrás dela.

    [...]

    Naquela época não existiam brinquedos. Penso que eles começaram a surgir só depois de 1910, 1911, mas vinham de fora. Eu fazia carrinhos com rodas de carretel de linha e nós brincávamos o dia todo, livremente, nunca me machuquei porque a rua não tinha carros.

    FONTE: In : Ecléa Bosi. Memória e sociedade : lembranças de velhos. São Paulo: Companhia das Letras, 1994. p. 154-155.

Imagem: Fotografia. Vista aérea de avenida dupla com três faixas cada lado. Ao redor da rua há prédios e árvores.   Fim da imagem.

LEGENDA: Vista da avenida Paulista, no município de São Paulo, estado de São Paulo, em 2020. FIM DA LEGENDA

PROFESSOR Atenção professor: a) A fotografia trata da avenida Paulista no presente, e o depoimento trata da avenida Paulista no passado. Ver orientações específicas deste volume. Fim da observação.
  1. Tanto o depoimento do senhor Ariosto como a fotografia desta página tratam da avenida Paulista. Qual fonte histórica (depoimento ou fotografia) trata da avenida no presente? E qual fonte histórica aborda aspectos da avenida no passado?
  1. Faça uma comparação entre o depoimento do senhor Ariosto e a fotografia, identificando semelhanças e diferenças entre as duas fontes históricas.
MANUAL DO PROFESSOR

Atividade 6. Entre os exemplos possíveis, o estudante pode indicar os marcos de memória vistos na seção O mundo que queremos, nas páginas 126 e 127, que mostra algumas ruas do município de São Paulo que receberam nomes de mulheres importantes para a história local.

Atividade 7. Trata-se de uma técnica desenvolvida por historiadores para buscar elementos da história que nem sempre ficam registrados em outras fontes. Ela faz uso de gravações por meio das quais indivíduos que viveram determinado contexto histórico narram seu envolvimento com o tema estudado.

As atividades 6 e 7 mobilizam aspectos das habilidades EF05HI07: Identificar os processos de produção, hierarquização e difusão dos marcos de memória e discutir a presença e/ou a ausência de diferentes grupos que compõem a sociedade na nomeação desses marcos de memória e EF05HI09: Comparar pontos de vista sobre temas que impactam a vida cotidiana no tempo presente, por meio do acesso a diferentes fontes, incluindo orais.

Atividade 8. b) Algumas diferenças: no passado, segundo o depoimento, a avenida apresentava calçamento de paralelepípedos e palacetes. As demais ruas eram cobertas de árvores, de mata (segundo o senhor Ariosto). Carros praticamente não passavam pelas ruas. Já no presente, ao observarmos a fotografia, vemos que na atual avenida Paulista há muitos prédios e trânsito regular de automóveis.

A atividade 8 possibilita a mobilização de aspectos da habilidade EF05HI09: Comparar pontos de vista sobre temas que impactam a vida cotidiana no tempo presente, por meio do acesso a diferentes fontes, incluindo orais.

MP171

  1. Observe a imagem, leia o texto e responda à questão.

Ofício das paneleiras de Goiabeiras

O saber envolvido na fabricação artesanal de panelas de barro foi o primeiro bem cultural registrado [...] no Livro de registro dos saberes , em 2002. O processo de produção no bairro de Goiabeiras Velha, em Vitória, no Espírito Santo, emprega técnicas tradicionais e matérias-primas provenientes do meio natural. A atividade [...] é tradicionalmente repassada pelas artesãs paneleiras às suas filhas, netas, sobrinhas e vizinhas [...]. As panelas continuam sendo modeladas manualmente, com argila sempre da mesma procedência e com o auxílio de ferramentas rudimentares. Depois de secas ao sol, são polidas, queimadas a céu aberto e impermeabilizadas [...] quando ainda quentes. Sua simetria, a qualidade de seu acabamento e sua eficiência como artefato devem-se às peculiaridades do barro utilizado e ao conhecimento técnico e habilidade das paneleiras, praticantes desse saber há várias gerações. A técnica cerâmica utilizada é reconhecida por estudos arqueológicos como legado cultural Tupi-guarani e Una [...]. O saber foi apropriado dos índios por colonos e descendentes de escravos africanos que vieram a ocupar a margem do manguezal, território historicamente identificado como um local onde se produziam panelas de barro.

FONTE: O ofício das paneleiras de Goiabeiras. Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) . Disponível em: http://fdnc.io/guX. Acesso em: 18 mar. 2021.

Imagem: Fotografia. Mulher de cabelo médio cacheado preto, vestindo vestido preto com flores vermelhas e rosas. Está moldando um vaso de argila.   Fim da imagem.

LEGENDA: Artesã produzindo panela de barro no município de Vitória, Espírito Santo, 2018. FIM DA LEGENDA

PROFESSOR Resposta: Sim, pois essa prática traz consigo tradições mais antigas (como de origem Una e Tupi-Guarani) e passadas de geração em geração.
  1. Nesta unidade, você conheceu alguns legados culturais da Antiguidade.
    1. Agora, com base em seus conhecimentos, registre no caderno um exemplo de legado cultural para cada um dos itens a seguir.
  1. Um exemplo de legado cultural egípcio.
  1. Um exemplo de legado cultural grego.

    c) Um exemplo de legado cultural africano.

PROFESSOR Atenção professor: Ver orientações específicas deste volume. Fim da observação.
MANUAL DO PROFESSOR

Atividade 9. A leitura do texto “Ofício das paneleiras de Goiabeira s” possibilita aos estudantes que conheçam e discutam um patrimônio imaterial produzido no Brasil. Com base no texto, estimule-os a pensar em outros exemplos semelhantes presentes no dia a dia deles, como ofícios, rituais, técnicas, entre outros. É importante chamar a atenção deles para essas manifestações, de modo a possibilitar a compreensão da cultura como algo que permeia todas as atividades humanas que produzem patrimônios de diferentes naturezas.

Atividade 10. a) O estudante pode citar formas de medição do tempo (calendários, relógios), arquitetura e formas de escrita.

b) O estudante pode citar formas de arquitetura e filosofia.

c) O estudante pode indicar, entre outros exemplos, a arquitetura meroíta.

As atividades 9 e 10 mobilizam aspectos das habilidades EF05HI07: Identificar os processos de produção, hierarquização e difusão dos marcos de memória e discutir a presença e/ou a ausência de diferentes grupos que compõem a sociedade na nomeação desses marcos de memória e EF05HI10: Inventariar os patrimônios materiais e imateriais da humanidade e analisar mudanças e permanências desses patrimônios ao longo do tempo.

Atividade complementar: Pesquisa sobre máscaras africanas

Solicite aos estudantes que façam uma pesquisa sobre um tipo de patrimônio material e imaterial: as máscaras africanas. Elas são geralmente feitas de madeira e têm uma função ritual. Discuta, nesses termos, as razões de serem consideradas patrimônios de ambas as naturezas.

Depois de realizada a pesquisa, peça aos estudantes que partilhem as informações que obtiveram sobre o assunto.

Converse com eles a respeito de como diferentes povos incorporam a arte em seu dia a dia. Destaque que, em vários locais do mundo, a arte deve ser exposta em museus, enquanto em muitas culturas, como as africanas, a arte tem valor em seu uso cotidiano.

MP172

Comentários para o professor:

GRADE DE CORREÇÃO

Tabela: equivalente textual a seguir

Questão

Habilidades avaliadas

Nota/conceito

1

EF05HI08: Identificar formas de marcação da passagem do tempo em distintas sociedades, incluindo os povos indígenas originários e os povos africanos.

EF05HI09: Comparar pontos de vista sobre temas que impactam a vida cotidiana no tempo presente, por meio do acesso a diferentes fontes, incluindo orais.

2

EF05HI08: Identificar formas de marcação da passagem do tempo em distintas sociedades, incluindo os povos indígenas originários e os povos africanos.

EF05HI09: Comparar pontos de vista sobre temas que impactam a vida cotidiana no tempo presente, por meio do acesso a diferentes fontes, incluindo orais.

3

EF05HI08: Identificar formas de marcação da passagem do tempo em distintas sociedades, incluindo os povos indígenas originários e os povos africanos.

EF05HI09: Comparar pontos de vista sobre temas que impactam a vida cotidiana no tempo presente, por meio do acesso a diferentes fontes, incluindo orais.

4

EF05HI08: Identificar formas de marcação da passagem do tempo em distintas sociedades, incluindo os povos indígenas originários e os povos africanos.

EF05HI09: Comparar pontos de vista sobre temas que impactam a vida cotidiana no tempo presente, por meio do acesso a diferentes fontes, incluindo orais.

5

EF05HI07: Identificar os processos de produção, hierarquização e difusão dos marcos de memória e discutir a presença e/ou a ausência de diferentes grupos que compõem a sociedade na nomeação desses marcos de memória.

6

EF05HI07: Identificar os processos de produção, hierarquização e difusão dos marcos de memória e discutir a presença e/ou a ausência de diferentes grupos que compõem a sociedade na nomeação desses marcos de memória.

EF05HI09: Comparar pontos de vista sobre temas que impactam a vida cotidiana no tempo presente, por meio do acesso a diferentes fontes, incluindo orais.

7

EF05HI07: Identificar os processos de produção, hierarquização e difusão dos marcos de memória e discutir a presença e/ou a ausência de diferentes grupos que compõem a sociedade na nomeação desses marcos de memória.

EF05HI09: Comparar pontos de vista sobre temas que impactam a vida cotidiana no tempo presente, por meio do acesso a diferentes fontes, incluindo orais.

8

EF05HI09: Comparar pontos de vista sobre temas que impactam a vida cotidiana no tempo presente, por meio do acesso a diferentes fontes, incluindo orais.

9

EF05HI07: Identificar os processos de produção, hierarquização e difusão dos marcos de memória e discutir a presença e/ou a ausência de diferentes grupos que compõem a sociedade na nomeação desses marcos de memória.

EF05HI10: Inventariar os patrimônios materiais e imateriais da humanidade e analisar mudanças e permanências desses patrimônios ao longo do tempo.

10

EF05HI07: Identificar os processos de produção, hierarquização e difusão dos marcos de memória e discutir a presença e/ou a ausência de diferentes grupos que compõem a sociedade na nomeação desses marcos de memória.

EF05HI10: Inventariar os patrimônios materiais e imateriais da humanidade e analisar mudanças e permanências desses patrimônios ao longo do tempo.

MP173

Sugestão de questões de autoavaliação

Questões de autoavaliação, como as sugeridas a seguir, podem ser apresentadas aos estudantes para que eles reflitam sobre seu processo de ensino e aprendizagem ao final de cada unidade. O professor pode fazer os ajustes que considerar adequados, de acordo com as necessidades de sua turma.

Tabela: equivalente textual a seguir

AUTOAVALIAÇÃO DO ESTUDANTE

MARQUE UM X EM SUA RESPOSTA

SIM

MAIS OU MENOS

NÃO

1. Presto atenção nas aulas?

2. Tiro dúvidas com o professor quando não entendo algum conteúdo?

3. Trago o material escolar necessário e cuido bem dele?

4. Sou participativo?

5. Cuido dos materiais e do espaço físico da escola?

6. Gosto de trabalhar em grupo?

7. Conheço as principais medidas de tempo e os principais instrumentos de medição?

8. Reconheço os diferentes tipos de fonte histórica e identifico algumas técnicas de interpretação usadas por historiadores e arqueólogos?

9. Reconheço o ofício de diferentes profissionais no processo de pesquisa e escrita de estudos históricos?

10. Identifico a importância dos marcos de memória para as minorias e para a sociedade?

11. Compreendo o conceito de documento histórico e sua importância na construção do conhecimento sobre o passado?

12. Conheço os principais aspectos da produção de conhecimento no campo da história oral?

13. Compreendo os conceitos de patrimônio material e patrimônio imaterial?

14. Reconheço patrimônios históricos produzidos na Antiguidade, identificando e reconhecendo nesses patrimônios os possíveis contatos entre os povos?