MP003

APRESENTAÇÃO

Caro colega,

Esta coleção foi elaborada para você a fim de promover o desenvolvimento do componente curricular Educação Física como integrante da área de Linguagens. Os volumes estão pautados na Base Nacional Comum Curricular – BNCC – e na Política Nacional de Alfabetização – PNA –, e se desdobram em duas partes: introdução e unidades temáticas, por sua vez, reunidas em blocos referentes a cada um dos anos iniciais do Ensino Fundamental (o volume 1 apresenta as unidades temáticas relativas aos e 2º anos, e o volume 2, aos 3º, 4º e 5º anos).

Na introdução, são destacados os procedimentos pedagógicos adotados para nortear as práticas pedagógicas relacionadas ao desenvolvimento de competências e habilidades, à progressão e à avaliação. São também descritas a composição e a organização do Manual do Professor.

Nas unidades temáticas relativas aos e 2º anos, são trabalhadas as práticas corporais na perspectiva dos eixos de jogos e brincadeiras, esportes, ginásticas e danças. Nas referentes aos 3º, 4º e 5º anos, a esses eixos é acrescentado o de lutas. As unidades temáticas se desenvolvem tendo como subsídios o contexto histórico, social e cultural e as habilidades e as capacidades físicas como forma de composição, expressão, manifestação e comunicação corporal.

A Educação Física, assim configurada, expande suas possibilidades de conexão com a área de Linguagens, conectando-se, sempre que possível, também a outras áreas do conhecimento. Nesse caminho, promovem-se aprendizagens que ressignifiquem sentidos e significados das práticas corporais.

Embora nesta coleção sugiram-se diversas aplicações tanto para a formação de competências e de habilidades quanto para a oportunidade de se trabalhar com temas transversais que contribuam ainda mais para a formação cidadã e para a construção de uma sociedade justa, inclusiva e democrática, o Manual do Professor possibilita que você adapte, crie ou eleja suas próprias atividades que, porventura, façam mais sentido ao contexto no qual a escola e os estudantes estão inseridos. Dessa forma, a mediação do professor é essencial para que os objetivos de aprendizagem sejam alcançados. Desejamos a você um excelente trabalho!

Os autores.

MP004

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO, p. MP006

ANO

UNIDADE 1 – BRINCADEIRAS E JOGOS, p. MP018

Proseando sobre brincadeiras e jogos, p. MP019

Praticando brincadeiras e jogos, p. MP019

ESTÁTUA, p. MP019

Conhecendo a prática corporal, p. MP019

Vivenciando a prática corporal, p. MP020

Dialogando sobre a prática, p. MP020

Registrando, p. MP020

Avaliação, p. MP020

AMARELINHA, p. MP021

Conhecendo a prática corporal, p. MP021

Vivenciando a prática corporal, p. MP021

Dialogando sobre a prática, p. MP022

Registrando, p. MP022

Avaliação, p. MP022

CINCO-MARIAS, p. MP022

Conhecendo a prática corporal, p. MP022

Vivenciando a prática corporal, p. MP023

Dialogando sobre a prática, p. MP024

Registrando, p. MP024

Avaliação, p. MP024

ELÁSTICO, p. MP024

Conhecendo a prática corporal, p. MP024

Vivenciando a prática corporal, p. MP024

Dialogando sobre a prática, p. MP025

Registrando, p. MP025

Avaliação, p. MP025

PEGA-PEGA, p. MP025

Conhecendo a prática corporal, p. MP025

Vivenciando a prática corporal, p. MP026

Dialogando sobre a prática, p. MP026

Registrando, p. MP027

Avaliação, p. MP027

UNIDADE 2 – ESPORTES, p. MP028

Proseando sobre esportes, MP029

Praticando esportes, p. MP031

ESPORTES DE MARCA, p. MP031

Conhecendo a prática corporal, p. MP031

Vivenciando a prática corporal, p. MP031

Corrida de velocidade, p. MP031

Corrida com obstáculos, p. MP031

Corrida de revezamento, p. MP031

Dialogando sobre a prática, p. MP032

Registrando, p. MP032

Avaliação, p. MP032

ESPORTES DE PRECISÃO, p. MP033

Conhecendo a prática corporal, p. MP033

Vivenciando a prática corporal, p. MP033

Alvo fixo, p. MP033

Alvo móvel, p. MP033

Dialogando sobre a prática, p. MP034

Registrando, p. MP034

Avaliação, p. MP034

UNIDADE 3 – GINÁSTICAS, p. MP035

Proseando sobre ginásticas, p. MP036

Praticando ginásticas, p. MP036

SALTOS GINÁSTICOS, p. MP036

Conhecendo a prática corporal, p. MP036

Vivenciando a prática corporal, p. MP037

Dialogando sobre a prática, p. MP038

Registrando, p. MP038

Avaliação, p. MP038

ROLAMENTOS, p. MP038

Conhecendo a prática corporal, p. MP038

Vivenciando a prática corporal, p. MP039

Dialogando sobre a prática, p. MP040

Registrando, p. MP040

Avaliação, p. MP040

MP005

UNIDADE 4 – DANÇAS, p. MP041

Proseando sobre danças, p. MP042

Praticando danças, p. MP042

RODAS CANTADAS, p. MP042

Conhecendo a prática corporal, p. MP042

Vivenciando a prática corporal, p. MP043

Peixe vivo, p. MP043

Ciranda, cirandinha, p. MP044

A canoa virou, p. MP044

Fui no Itororó, p. MP045

Dialogando sobre a prática, p. MP045

Registrando, p. MP045

Avaliação, p. MP045

ARTICULANDO LINGUAGENS, p. MP046

2º ANO

UNIDADE 5 – BRINCADEIRAS E JOGOS, p. MP050

Proseando sobre brincadeiras e jogos, p. MP051

Praticando brincadeiras e jogos, p. MP051

ESCONDE-ESCONDE, p. MP051

Conhecendo a prática corporal, p. MP051

Vivenciando a prática corporal, p. MP052

Dialogando sobre a prática, p. MP052

Registrando, p. MP052

Avaliação, p. MP053

CORRE CUTIA, p. MP053

Conhecendo a prática corporal, p. MP053

Vivenciando a prática corporal, p. MP053

Dialogando sobre a prática, p. MP054

Registrando, p. MP054

Avaliação, p. MP054

UNIDADE 6 – ESPORTES, p. MP055

Proseando sobre esportes, p. MP056

Praticando esportes, p. MP057

ESPORTES DE MARCA E PRECISÃO, p. MP057

Conhecendo a prática corporal, p. MP057

Vivenciando a prática corporal, p. MP058

Salto em distância, p. MP058

Boliche, p. MP059

Dialogando sobre a prática, p. MP060

Registrando, p. MP060

Avaliação, p. MP060

UNIDADE 7 – GINÁSTICAS, p. MP061

Proseando sobre ginásticas, p. MP062

Praticando ginásticas, p. MP062

O MUNDO DE PONTA-CABEÇA, p. MP062

Conhecendo a prática corporal, p. MP062

Vivenciando a prática corporal, p. MP063

Vela, p. MP063

Ponte, p. MP063

Parada de mãos, p. MP064

Dialogando sobre a prática, p. MP065

Registrando, p. MP065

Avaliação, p. MP065

EQUILIBRANDO JUNTOS, p. MP066

Conhecendo a prática corporal, p. MP066

Vivenciando a prática corporal, p. MP066

Avião, p. MP066

Tartarugas, p. MP067

De mãos dadas, p. MP067

Dialogando sobre a prática, p. MP068

Registrando, p. MP068

Avaliação, p. MP068

UNIDADE 8 – DANÇAS, p. MP069

Proseando sobre danças, p. MP070

Praticando danças, p. MP070

BRINCADEIRAS RÍTMICAS, p. MP070

Conhecendo a prática corporal, p. MP070

Vivenciando a prática corporal, p. MP070

Samba Lelê, p. MP070

Borboletinha, p. MP071

Palma palma pé, p. MP072

Dialogando sobre a prática, p. MP073

Registrando, p. MP073

Avaliação, p. MP073

ARTICULANDO LINGUAGENS, p. MP074

REFERÊNCIAS, p. MP078

MP006

INTRODUÇÃO

Imagem: Ilustração. Uma mulher com cabelos cacheados e camisa amarela está com a mão no queixo. Ao lado de seu rosto, há dois pontos de interrogação. Ao fundo, folhas e céu.  Fim da imagem.

“Você já parou para pensar?” Essa pergunta, tão comum em nossa vida, expressa que a ideia de “pensar parado” representa uma visão cartesiana, pela qual os processos são divididos entre mentais e corporais de maneira hierarquizada.

Apesar de algumas tarefas exigirem que as pessoas estejam sentadas e concentradas, outras acontecem com elas em ação; e algumas pessoas até preferem pensar em movimento, como correr, por exemplo, para organizar os pensamentos.

Mas a questão vai além! Para nos movimentarmos, precisamos de uma série de processos mentais complexos relacionados ao nosso organismo e ao ambiente, como a percepção da relação entre espaço, tempo e objetos (estáticos e dinâmicos), para tomar decisões e executar nossas ações. Nesse sentido, a ideia de “pensar em movimento” rompe com a lógica cartesiana ao religar o pensar ao movimento.

A expressão “pensar em movimento” relaciona-se também aos aspectos da própria Educação Física, já que o movimento é a essência dessa área em suas diversas formas de concretização das práticas corporais.

Do micro para o macro, do regional para o universal, da parte para o todo, do simples para o complexo, dos aspectos biológicos aos culturais, do individual ao coletivo, as práticas corporais abrangem toda a complexidade que o estudo do movimento necessita.

Para dar profundidade aos objetos de conhecimento e compor um programa sequenciado, a construção de narrativas é fundamental, pois elas farão a integração entre os conhecimentos específicos da Educação Física e os de outras áreas. Por meio das vivências, os estudantes refletirão sobre as práticas corporais e as relacionarão à construção histórica, social e cultural, integrando-as ao mundo.

Desse modo, é imprescindível que as práticas corporais proporcionem a construção da valorização dos saberes historicamente construídos, o uso de diferentes formas de expressão da linguagem, a reflexão crítica, a valorização da diversidade de saberes, a igualdade de oportunidades, a inclusão, o respeito às diferenças e a apreciação da expressão corporal. É nessa perspectiva que o principal objetivo desta obra é estabelecer a Educação Física como prática de linguagem corporal, integrando conhecimentos específicos sobre o movimento em todas as suas dimensões. O movimento não é um fim em si mesmo, mas constitui-se objeto para a construção integrada do conhecimento sobre ele em suas variadas formas: nas brincadeiras e jogos, no esporte, na dança, nas ginásticas.

É nesse sentido que não se pode esquecer da importância da experimentação e das estratégias para torná-la positiva. Por isso, é essencial cuidar do planejamento e do ambiente da aula, reforçando o espaço como um laboratório de experimentação no qual o erro é aliado da aprendizagem e o acolhimento do professor e dos colegas é fundamental para garantir o direito às aprendizagens a todos os estudantes.

As dimensões do conhecimento da Educação Física

Durante muito tempo, a Educação Física teve como referência o fazer dos estudantes, o que é inerente à área, pois, para eles aprenderem, é importante que interajam com o seu objeto, o movimento. Entretanto, devemos também proporcionar momentos nos quais os estudantes reflitam sobre o que fizeram e para que fizeram, ampliando a sua relação com saberes importantes do componente curricular. Para isso, no desenvolvimento das unidades temáticas e orientações ao professor, tomamos como base as oito dimensões do conhecimento elencadas pela Base Nacional Comum Curricular – BNCC:

Experimentação: refere-se à dimensão do conhecimento que se origina pela vivência das práticas corporais, pelo envolvimento corporal na realização das mesmas. São conhecimentos que não podem ser acessados sem passar pela vivência corporal, sem que sejam efetivamente experimentados. Trata-se de uma possibilidade única de apreender as manifestações culturais tematizadas pela Educação Física, e do estudante se perceber como sujeito “de carne e osso”. Faz parte dessa dimensão, além do imprescindível acesso à experiência, cuidar para que as sensações geradas no momento da realização de uma determinada vivência sejam positivas ou, pelo menos, não sejam desagradáveis a ponto de gerar rejeição à prática em si.

Uso e apropriação: refere-se ao conhecimento que possibilita ao estudante ter condições de realizar de forma autônoma uma determinada prática corporal. Trata-se do mesmo tipo de conhecimento gerado pela experimentação (saber fazer), mas dele se diferencia por possibilitar ao estudante a competência necessária para potencializar o seu envolvimento com práticas corporais no lazer ou para a saúde. Diz respeito àquele rol de conhecimentos que viabilizam a prática efetiva das manifestações da cultura corporal de movimento não só durante as aulas, como também para além delas.

Fruição: implica a apreciação estética das experiências sensíveis geradas pelas vivências corporais, bem como das diferentes práticas corporais oriundas das mais diversas épocas, lugares e grupos. Essa dimensão está vinculada à apropriação de um conjunto de conhecimentos que permite ao estudante desfrutar da realização de uma determinada prática corporal e/ou apreciar essa e outras tantas quando realizadas por outros.

MP007

Reflexão sobre a ação: refere-se aos conhecimentos originados da observação e da análise das próprias vivências corporais, e daquelas realizadas por outros. Vai além da reflexão espontânea, gerada em toda experiência corporal. Trata-se de um ato intencional, orientado a formular e empregar estratégias de observação e análise para: (a) resolver desafios peculiares à prática realizada; (b) apreender novas modalidades; e (c) adequar as práticas aos interesses e às possibilidades próprios e aos das pessoas com quem compartilha a sua realização.

Construção de valores: vincula-se aos conhecimentos originados em discussões e vivências no contexto da tematização das práticas corporais, que possibilitam a aprendizagem de valores e normas voltadas ao exercício da cidadania em prol de uma sociedade democrática. A produção e partilha de atitudes, normas e valores (positivos e negativos) são inerentes a qualquer processo de socialização. No entanto, essa dimensão está diretamente associada ao ato intencional de ensino e de aprendizagem e, portanto, demanda intervenção pedagógica orientada para tal fim. Por esse motivo, a BNCC se concentra mais especificamente na construção de valores relativos ao respeito às diferenças e ao combate aos preconceitos de qualquer natureza. Ainda assim, não se pretende propor o tratamento apenas desses valores, ou fazê-lo só em determinadas etapas do componente, mas assegurar a superação de estereótipos e preconceitos expressos nas práticas corporais.

Análise: está associada aos conceitos necessários para entender as características e o funcionamento das práticas corporais (saber sobre). Essa dimensão reúne conhecimentos como a classificação dos esportes, os sistemas táticos de uma modalidade, o efeito de determinado exercício físico no desenvolvimento de uma capacidade física, entre outros.

Compreensão: está também associada ao conhecimento conceitual, mas, diferentemente da dimensão anterior, refere-se ao esclarecimento do processo de inserção das práticas corporais no contexto sociocultural, reunindo saberes que possibilitam compreender o lugar das práticas corporais no mundo. Em linhas gerais, essa dimensão está relacionada a temas que permitem aos estudantes interpretar as manifestações da cultura corporal de movimento em relação às dimensões éticas e estéticas, à época e à sociedade que as gerou e as modificou, às razões da sua produção e transformação e à vinculação local, nacional e global. Por exemplo, pelo estudo das condições que permitem o surgimento de uma determinada prática corporal em uma dada região e época ou os motivos pelos quais os esportes praticados por homens têm uma visibilidade e um tratamento midiático diferente dos esportes praticados por mulheres.

Protagonismo comunitário: refere-se às atitudes/ações e conhecimentos necessários para os estudantes participarem de forma confiante e autoral em decisões e ações orientadas a democratizar o acesso das pessoas às práticas corporais, tomando como referência valores favoráveis à convivência social. Contempla a reflexão sobre as possibilidades que eles e a comunidade têm (ou não) de acessar uma determinada prática no lugar em que moram, os recursos disponíveis (públicos e privados) para tal, os agentes envolvidos nessa configuração, entre outros, bem como as iniciativas que se dirigem para ambientes além da sala de aula, orientadas a interferir no contexto em busca da materialização dos direitos sociais vinculados a esse universo (BRASIL, 2018, p. 220 e 221) 1 .

Progressão

A progressão constitui um importante tema a considerar na Educação Física. A evidência das aprendizagens e o seu aprofundamento ano a ano são necessários para que se dê um sentido de sistematização do conhecimento. A BNCC propõe a divisão dos anos em biênios (1º e 2º) e triênios (3º a 5º), com a proposta de “aumentar a flexibilidade na delimitação dos currículos e propostas curriculares, tendo em vista a adequação às realidades locais” (BRASIL, 2018, p. 224). Mesmo assim, estabelece alguns critérios de progressão “sinalizando tendência de organização de conhecimentos” (BRASIL, 2018, p. 219):

Brincadeiras e jogos e Danças: são organizados em objetos de conhecimento conforme a ocorrência social dessas práticas corporais, das esferas sociais mais familiares (localidade e região) às menos familiares (esferas nacional e mundial).

Ginásticas: a organização se dá com base na diversidade dessas práticas e nas suas características.

Esportes: a organização recai sobre a sua tipologia (modelo de classificação).

Avaliação

No modelo por competências, a avaliação deve investigar um modo de agir no mundo por parte dos estudantes, ou seja, o modo como eles utilizam os seus recursos internos, o seu conhecimento e o seu saber fazer para resolver determinada situação que se apresenta em sua vida. Por meio da experimentação, o resultado das ações deve levá-los a refletir se os recursos internos foram mobilizados para o sucesso da tarefa, bem como de que maneira puderam ter acesso ao conhecimento ou construí-lo.

O papel do professor é o de auxiliar o processo de reflexão sobre a prática, ou seja, incentivar os estudantes a expressarem as suas dificuldades e o seu gosto pessoal, analisarem os seus recursos internos, buscarem soluções diferentes, observarem outros modos de resolução, entre outras ações.

Importante considerar que no modelo por competências não devemos pensar em avaliação como “certo” ou “errado” ou “tudo” ou “nada”, ou seja, entre ser competente e ser incompetente, há muitas nuances que influenciam no processo.

Como avaliar?

O processo de avaliação pode conter avaliações somativas, feitas, em geral, ao final de um processo para verificar o sucesso dos estudantes. Se temos, porém, o objetivo de monitorar um processo enquanto ele ainda ocorre, observando como os estudantes interagem com o conhecimento, devemos considerar outras maneiras de avaliar.

Na Educação Física, grande parte das aprendizagens ocorre durante as atividades, pois o fazer, para nós, é um conhecimento, um processo formativo que ocorre durante as práticas e consiste em um importante recurso de investigação das aprendizagens dos estudantes.

Nota de rodapé: 1. BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2018. Disponível em: http://fdnc.io/b9o. Acesso em: 5 fev. 2021. Fim da nota.

MP008

A avaliação formativa pode ocorrer de modo informal, no qual o professor lida com os eventos inesperados, comuns durante as aulas; nela o professor intermedeia a relação do estudante com o conhecimento e realiza ajustes às tarefas, a fim de promover as aprendizagens. Se fazem parte do processo de aprendizagem, servem de parâmetros para avaliação. Para ser considerada como tal, podem-se registrar as ocorrências, as orientações do professor e as respostas dos estudantes.

Algumas formas de avaliação formativa têm se mostrado efetivas na aprendizagem dos estudantes (BLACK et al ., 2004)2 :

Questionamento efetivo: visa a coletar informações sobre o nível atual de compreensão dos estudantes com perguntas que não pressupõem respostas diretas e demandam maior tempo de formulação de respostas, por meio das quais o professor tem uma visão ampla da compreensão dos estudantes e possibilita que eles comparem as respostas entre si.

Feedback para os estudantes: os feedbacks formais são mais efetivos em melhorar as aprendizagens dos estudantes. Podem ser feitos por meio de comentários escritos, em vez de notas. Quando os estudantes recebem notas e comentários, em geral não leem os comentários, aceitam a nota e seguem em frente. Em contrapartida, quando recebem apenas comentários, costumam ler e têm mais disposição para melhorar o seu desempenho.

Autoavaliação e avaliação dos pares: como os professores nem sempre têm tempo de fazer pergunta a todos os estudantes, a autoavaliação e a avaliação por pares possibilitam aos estudantes revisar as suas ideias e aprender novas propostas quando examinam a produção dos colegas. Os estudantes devem aprender a perguntar ao colega por que decidiu fazer de determinada maneira, pedir-lhe exemplos ou evidências e indicar-lhe pontos que não compreendeu, evitando fazer julgamentos de certo e errado.

Outra maneira de avaliar é solicitar aos estudantes que entreguem um “produto” do seu aprendizado. De acordo com a faixa etária, a produção pode ser mais ou menos elaborada. O importante é que o produto evidencie a aprendizagem dos estudantes em relação aos objetivos das aulas. A produção pode ser de um desenho, uma entrevista, uma pesquisa, um trabalho em cartolina, um panfleto, um vídeo, uma poesia, um podcast, entre outras.

Quanto mais informações houver sobre o processo de aprendizagem dos estudantes, mais completa será a avaliação. Por isso, compilar as avaliações em um portfólio possibilita analisar o avanço e as necessidades dos estudantes.

Transição da Educação Infantil para os Anos Iniciais

A fase de transição entre a Educação Infantil e os Anos Iniciais do Ensino Fundamental consiste em um momento muito importante do percurso educacional dos estudantes. Estratégias de acolhimento, adaptações das crianças aos docentes, proposição de tarefas adequadas aos estudantes, evitando-se grandes lacunas entre os segmentos são alguns pontos importantes a considerar nessa fase. Os eixos estruturantes da Educação Infantil são as interações e a brincadeira. É por meio desses eixos que as crianças aprendem, socializam e se desenvolvem, pois possibilitam que ajam e interajam entre si e com os adultos.

Além dos eixos estruturantes propostos pela BNCC, seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento

[...] asseguram as condições para que as crianças aprendam em situações nas quais possam desempenhar um papel ativo em ambientes que as convidem a vivenciar desafios e a sentirem-se provocadas a resolvê-los, nas quais possam construir significados sobre si, os outros e o mundo social e natural (BRASIL, 2018, p. 37).

São direitos de aprendizagem e desenvolvimento na Educação Infantil:

Direitos de aprendizagem e desenvolvimento na Educação Infantil

Conviver com outras crianças e adultos, em pequenos e grandes grupos, utilizando diferentes linguagens, ampliando o conhecimento de si e do outro, o respeito em relação à cultura e às diferenças entre as pessoas.

Brincar cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e tempos, com diferentes parceiros (crianças e adultos), ampliando e diversificando seu acesso a produções culturais, seus conhecimentos, sua imaginação, sua criatividade, suas experiências emocionais, corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais.

Participar ativamente, com adultos e outras crianças, tanto do planejamento da gestão da escola e das atividades propostas pelo educador quanto da realização das atividades da vida cotidiana, tais como a escolha das brincadeiras, dos materiais e dos ambientes, desenvolvendo diferentes linguagens e elaborando conhecimentos, decidindo e se posicionando.

Explorar movimentos, gestos, sons, formas, texturas, cores, palavras, emoções, transformações, relacionamentos, histórias, objetos, elementos da natureza, na escola e fora dela, ampliando seus saberes sobre a cultura, em suas diversas modalidades: as artes, a escrita, a ciência e a tecnologia.

Expressar, como sujeito dialógico, criativo e sensível, suas necessidades, emoções, sentimentos, dúvidas, hipóteses, descobertas, opiniões, questionamentos, por meio de diferentes linguagens.

Conhecer-se e construir sua identidade pessoal, social e cultural, constituindo uma imagem positiva de si e de seus grupos de pertencimento, nas diversas experiências de cuidados, interações, brincadeiras e linguagens vivenciadas na instituição escolar e em seu contexto familiar e comunitário.

Fonte: BRASIL, 2018, p. 38.

Nesta obra, especialmente para o ano, procuramos evidenciar os direitos de aprendizagem e o desenvolvimento das estratégias propostas visando auxiliar os estudantes na sua adaptação ao segmento e formando a base para que avancem em suas aprendizagens.

Nota de rodapé: 2. BLACK, Paul J. et. al. Working inside the black box: assessment for learning in the classroom. Phi Delta Kappan, v. 86, n. 1, p. 9-21, 2004. Disponível em: http://fdnc.io/fap. Acesso em: 23 abr. 2021. Fim da nota.

MP009

Linguagens: uma área pedagógica

Entre outras mudanças em nossos currículos e em nossas maneiras de ensinar e de aprender na escola, a BNCC instituiu as “áreas de conhecimento” como um recurso pedagógico. Trata-se de um conjunto de campos do saber que agrupam componentes curriculares nos quais os objetos de estudo específicos, assim como as metodologias de ensino-aprendizagem a eles associadas, têm alguns elementos em comum.

O principal interesse por esses elementos está nas possibilidades que eles abrem para maneiras conjuntas e articuladas de planejar, contextualizar e otimizar o ensino-aprendizagem, tornando possível o diálogo entre componentes da mesma área.

Assim, sabendo que Educação Física faz parte da área de “Linguagens e suas tecnologias”, o docente pode articular seu planejamento de ensino e suas estratégias didáticas com Língua Portuguesa e Arte, contribuindo para a formação do estudante de uma forma integrada e eficaz.

Você já se deu conta de que Língua Portuguesa, Arte e Educação Física se referem às diferentes práticas de linguagem? Mas o que são, afinal, práticas de linguagem? São formas de interação em que os sujeitos, recorrendo a elementos como sons, cores, gestos, posturas, atitudes etc., produzem sentidos e significados que definam a forma de convívio social. Cada linguagem é, então, uma maneira particular de estabelecer vínculos entre os sujeitos. No processo de produção de sentidos, no entanto, essas práticas quase sempre mobilizam e articulam mais de uma linguagem: palavra e gesto; palavra e imagem; imagem e gesto; gesto e palavra; sons articulados, palavras, ritmos e movimentos; e assim por diante. O que evidencia a necessidade de explorar as possíveis articulações nas práticas cotidianas em uma perspectiva multissemiótica 3 .

Conteúdos procedimentais

Como em qualquer outra área, os conteúdos informacionais e conceituais são relevantes. No entanto, a natureza das práticas que nos interessam demanda uma metodologia de ensino que, além de não ser transmissiva, esteja centrada no ensinar/aprender a fazer, assim como na análise e na reflexão relativa aos fatos de linguagem.

Em resumo: é no interior de práticas de linguagem, é diante de problemas a serem equacionados ou resolvidos pelo aprendiz, é no contexto de projetos específicos e/ou comuns a todos os componentes da área que os conteúdos conceituais e informacionais devem ser abordados.

A lógica para o planejamento do ensino-aprendizagem será, então, a lógica da construção do saber fazer, e não a do saber quê. Os objetos informacionais e conceituais terão, certamente, o seu devido lugar nesse processo, e deverão se justificar e se organizar, nas atividades curriculares, pela contribuição que possam dar a essa empreitada.

Competências e habilidades

Uma das formas de orientar o ensino-aprendizagem de um conteúdo procedimental consiste em identificar as competências e as habilidades fundamentais que lhe são associadas, e em organizar atividades didáticas capazes de mobilizá-las e desenvolvê-las.

Tomando como referência o conjunto de competências comuns à área de Linguagens elencadas na BNCC, o planejamento docente e as práticas de ensino-aprendizagem da área dispõem de uma primeira orientação para a articulação entre os seus componentes, tornando possível eleger, para o trabalho com Educação Física, por exemplo, práticas próprias de seu repertório que, em seu desenvolvimento, associem aos movimentos corporais o uso da língua e/ou de alguma das artes.

Educação Física na área de Linguagens

A inserção do componente na área de Linguagens e suas tecnologias deveu-se a um movimento das décadas de 1970 e 1980 que iniciou um processo de crítica ao modelo até então proposto nas escolas, que se baseava na formação de equipes esportivas e no condicionamento físico. Desse movimento crítico, surgiram várias tendências pedagógicas, chamadas de “abordagens”, que se apoiaram em diferentes referenciais teóricos para fundamentar suas propostas.

A cultura corporal de movimento, que é a abordagem proposta pela BNCC, tem seus fundamentos referenciados em princípios das disciplinas das Ciências Humanas. Na perspectiva dessa abordagem, “[...] o movimento humano está sempre inserido no âmbito da cultura” (BRASIL, 2018, p. 213), perspectiva na qual o seu ensino-aprendizagem deve se dar. Propõem-se, então, como objetos de estudo da Educação Física, as práticas corporais entendidas como práticas de linguagem, abordadas como possibilidades expressivas, moldadas pela cultura de origem e pelo contexto social em que ocorrem.

As práticas corporais visadas pela Educação Física são aquelas realizadas em momentos de lazer: brincadeiras, jogos, danças, lutas e esportes, entre outras. De acordo com a BNCC, ao participar dessas práticas corporais, os estudantes têm acesso a um tipo de conhecimento que só pode ser reconhecido por meio da experiência. Para que essa experiência seja significativa,

[...] é preciso problematizar, desnaturalizar e evidenciar a multiplicidade de sentidos e significados que os grupos sociais conferem às diferentes manifestações da cultura corporal de movimento. Logo, as práticas corporais são textos culturais passíveis de leitura e produção (BRASIL, 2018, p. 214).

Um ponto de partida para a articulação com os demais componentes

Do ponto de vista exposto, é importante que os estudantes se envolvam em práticas que possibilitem uma visão integrada da Educação Física. As propostas de ensino devem, portanto, incluir estratégias nas quais os estudantes possam perceber que as situações reais com as quais irão se defrontar no dia a dia ocorrem em um contexto complexo, que demanda saberes de outros componentes curriculares. Isso vai ao encontro de outra premissa da BNCC: considerar o aprendizado como algo integral e integrado, centrado no desenvolvimento de competências e de habilidades.

Nessa direção, uma boa perspectiva para a articulação de linguagens pode ser a dos “[...] temas contemporâneos que afetam a vida humana em escala local, regional e global, preferencialmente de forma transversal e integradora” (BRASIL, 2018, p. 19).

Nota de rodapé: 3. Dizemos que a abordagem de uma prática de linguagem é multissemiótica quando considera, na análise dos sentidos produzidos em seu interior, o papel das diferentes linguagens em jogo. Fim da nota.

MP010

Afinal, eles contribuem com a contextualização do que se aprende em sala de aula e visam não só a aumentar o interesse dos estudantes pelos estudos, mas também despertar a sua consciência para a cidadania.

Para ilustrar maneiras de articular não só os componentes de Linguagens, mas os de outras áreas, pode-se recorrer a algum tema contemporâneo como referência.

O documento Temas contemporâneos transversais na BNCC, elaborado pelo Ministério da Educação e pela Secretaria de Educação Básica para apoiar a implementação da Base, dispõe os seis temas propostos como se vê na imagem abaixo.

Imagem: Esquema. Ao centro, em um retângulo, a informação: Temas Contemporâneos Transversais BNCC.  Ao redor, retângulos menores com as informações: MEIO AMBIENTE – Educação Ambiental. Educação para o Consumo.  ECONOMIA – Trabalho. Educação Financeira. Educação Fiscal. SAÚDE – Saúde. Educação Alimentar e Nutricional.  CIDADANIA E CIVISMO – Vida Familiar e Social. Educação para o Trânsito. Educação em Direitos Humanos. Direitos da Criança e do Adolescente. Processo de Envelhecimento. Respeito e Valorização do Idoso.  MULTICULTURALISMO – Diversidade Cultural. Educação para Valorização do Multiculturalismo nas Matrizes Históricas e Culturais Brasileiras. CIÊNCIA E TECNOLOGIA – Ciência e Tecnologia.   Fim da imagem.

Fonte: BRASIL (2019) 4 .

É importante ressaltar, no entanto, que essa articulação pode ser empreendida com base em qualquer outro princípio ou critério capaz de garantir um tratamento interdisciplinar dos objetos de estudo, como pode ser visto a seguir.

Articulação com Arte: uma vez abrigada na área de Linguagens, a Educação Física pode estabelecer conexões produtivas com as artes, que em si já agregam artes visuais, teatro, música e dança. Por ter o movimento como principal forma de expressão, a dança já integra o currículo do componente, restando-nos o desafio de nos articular às artes visuais e à música.

Apesar do nome, as artes visuais envolvem elementos que vão além da visão. Nas artes performáticas, por exemplo, utiliza-se o corpo, o público e o lugar do artista e do espectador no mundo. Em uma proposta integradora, as artes e a Educação Física têm em comum dimensões como a criação, a crítica, a estesia, a expressão, a fruição e a reflexão, integrando formas de aprendizagem mediante diversos estímulos e contextualizando o movimento do corpo não somente em relação aos aspectos motores, mas também aos emocionais e estéticos.

Já a música surge nesse contexto de duas maneiras: (1) pode ser mobilizada como material de apoio para as aulas de Educação Física, como trilha sonora, elemento motivador ou mesmo com o objetivo de imprimir ritmo às atividades; (2) pode ser pensada, ainda, no contexto das aulas, por meio de seu conteúdo próprio, principalmente aquele que se relaciona com o campo de experiência “corpo, gesto e movimentos”. Nesse sentido, o professor pode lançar mão dos desdobramentos possíveis do conceito de ritmo – tempo, pulsação, duração, compasso, andamento etc. –, assim como de melodias, com suas possibilidades de acionar as crianças pelas emoções e pelos timbres, ampliando a escuta e a percepção do ambiente.

Articulação com Língua Portuguesa: os objetos de estudo de Língua Portuguesa são as práticas de leitura, a produção escrita, a fala e a escuta capazes de ampliar os níveis e os tipos de proficiência oral e de letramento do estudante, com o objetivo de qualificar sua participação em práticas sociais que envolvem a oralidade e a escrita, frequentemente associadas a outras linguagens.

Em consequência, as práticas corporais visadas pela Educação Física podem desenvolver-se em associação com:

Nota de rodapé: 4. BRASIL. Ministério da Educação. Temas contemporâneos transversais na BNCC: contexto histórico e pressupostos pedagógicos. Brasília: Secretaria de Educação Básica, 2019. Disponível em: http://fdnc.io/faq. Acesso em: 13 jun. 2021. Fim da nota.

MP011

Competências gerais

1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.

3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.

4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.

5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.

6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.

7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.

8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.

9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.

10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

Fonte: BRASIL, 2018, p. 9 e 10.

Competências específicas da área de Linguagens

1. Compreender as linguagens como construção humana, histórica, social e cultural, de natureza dinâmica, reconhecendo-as e valorizando-as como formas de significação da realidade e expressão de subjetividades e identidades sociais e culturais.

2. Conhecer e explorar diversas práticas de linguagem (artísticas, corporais e linguísticas) em diferentes campos da atividade humana para continuar aprendendo, ampliar suas possibilidades de participação na vida social e colaborar para a construção de uma sociedade mais justa, democrática e inclusiva.

3. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital–, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao diálogo, à resolução de conflitos e à cooperação.

4. Utilizar diferentes linguagens para defender pontos de vista que respeitem o outro e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, atuando criticamente frente a questões do mundo contemporâneo.

5. Desenvolver o senso estético para reconhecer, fruir e respeitar as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, inclusive aquelas pertencentes ao patrimônio cultural da humanidade, bem como participar de práticas diversificadas, individuais e coletivas, da produção artístico-cultural, com respeito à diversidade de saberes, identidades e culturas.

6. Compreender e utilizar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares), para se comunicar por meio das diferentes linguagens e mídias, produzir conhecimentos, resolver problemas e desenvolver projetos autorais e coletivos.

Fonte: BRASIL, 2018, p. 65.

Competências específicas de Educação Física

1. Compreender a origem da cultura corporal de movimento e seus vínculos com a organização da vida coletiva e individual.

2. Planejar e empregar estratégias para resolver desafios e aumentar as possibilidades de aprendizagem das práticas corporais, além de se envolver no processo de ampliação do acervo cultural nesse campo.

3. Refletir, criticamente, sobre as relações entre a realização das práticas corporais e os processos de saúde/doença, inclusive no contexto das atividades laborais.

4. Identificar a multiplicidade de padrões de desempenho, saúde, beleza e estética corporal, analisando, criticamente, os modelos disseminados na mídia e discutir posturas consumistas e preconceituosas.

5. Identificar as formas de produção dos preconceitos, compreender seus efeitos e combater posicionamentos discriminatórios em relação às práticas corporais e aos seus participantes.

MP012

Competências específicas de Educação Física

6. Interpretar e recriar os valores, os sentidos e os significados atribuídos às diferentes práticas corporais, bem como aos sujeitos que delas participam.

7. Reconhecer as práticas corporais como elementos constitutivos da identidade cultural dos povos e grupos.

8. Usufruir das práticas corporais de forma autônoma para potencializar o envolvimento em contextos de lazer, ampliar as redes de sociabilidade e a promoção da saúde.

9. Reconhecer o acesso às práticas corporais como direito do cidadão, propondo e produzindo alternativas para sua realização no contexto comunitário.

10. Experimentar, desfrutar, apreciar e criar diferentes brincadeiras, jogos, danças, ginásticas, esportes, lutas e práticas corporais de aventura, valorizando o trabalho coletivo e o protagonismo.

Fonte: BRASIL, 2018, p. 223.

A obra tem como base, ainda, a Política Nacional de Alfabetização – PNA (BRASIL, 2019) 5 –, que prevê o apoio dos componentes curriculares para a alfabetização nos Anos Iniciais, por meio de atividades que possam reforçar os aprendizados das crianças. Durante as orientações ao professor, são propostas estratégias que contribuem com o desenvolvimento de quatro elementos previstos na PNA: a produção de escrita, a compreensão de texto, a fluência oral e a ampliação do vocabulário.

Esta obra concentra as práticas corporais voltadas aos e 2º anos do Ensino Fundamental e traz propostas para as unidades temáticas de brincadeiras e jogos, esportes, ginásticas e danças, conforme apresentadas a seguir nos quadros de planejamento anual.

Quadro: equivalente textual a seguir.

Ano

Unidade temática

Objeto de conhecimento

Habilidades

Objetivos

Brincadeiras e jogos

Brincadeiras e jogos da cultura popular presentes no contexto comunitário regional

(EF12EF01) Experimentar, fruir e recriar diferentes brincadeiras e jogos da cultura popular presentes no contexto comunitário e regional, reconhecendo e respeitando as diferenças individuais de desempenho dos colegas.

(EF12EF02) Explicar, por meio de múltiplas linguagens (corporal, visual, oral e escrita), as brincadeiras e os jogos populares do contexto comunitário e regional, reconhecendo e valorizando a importância desses jogos e brincadeiras para suas culturas de origem.

(EF12EF03) Planejar e utilizar estratégias para resolver desafios de brincadeiras e jogos populares do contexto comunitário e regional, com base no reconhecimento das características dessas práticas.

(EF12EF04) Colaborar na proposição e na produção de alternativas para a prática, em outros momentos e espaços, de brincadeiras e jogos e demais práticas corporais tematizadas na escola, produzindo textos (orais, escritos, audiovisuais) para divulgá-las na escola e na comunidade.

Conhecer as brincadeiras e os jogos como meios de construção dinâmica do conhecimento histórico, social e cultural.

(Re)conhecer as brincadeiras e os jogos nas suas recriações regionais e comunitárias.

Explorar as potencialidades para o desenvolvimento físico e social dessas práticas corporais, dentro e fora do ambiente escolar.

Elaborar estratégias para a superação dos desafios impostos nas brincadeiras e nos jogos.

Esportes

Esportes de marca

Esportes de precisão

(EF12EF05) Experimentar e fruir, prezando pelo trabalho coletivo e pelo protagonismo, a prática de esportes de marca e de precisão, identificando os elementos comuns a esses esportes.

(EF12EF06) Discutir a importância da observação das normas e das regras dos esportes de marca e de precisão para assegurar a integridade própria e as dos demais participantes.

Experimentar modalidades de marca e de precisão.

Identificar as regras dos esportes de marca e de precisão.

Observar a presença dos esportes de marca e de precisão nas práticas regionais e comunitárias.

Explorar as potencialidades para o desenvolvimento físico e social das práticas corporais esportivas.

Identificar os elementos comuns dos esportes de marca e de precisão.

Reconhecer a importância do trabalho coletivo e o protagonismo.

Nota de rodapé: 5. BRASIL. Ministério da Educação. Decreto no- 9.765, de 11 de abril de 2019. Institui a Política Nacional de Alfabetização. Diário Oficial da União, 11 abr. 2019. Disponível em: http://fdnc.io/far. Acesso em: 5 mar. 2021. Fim da nota.

MP013

Quadro: equivalente textual a seguir.

Ano

Unidade Temática

Objeto de conhecimento

Habilidades

Objetivos

Ginásticas

Ginástica geral

(EF12EF07) Experimentar, fruir e identificar diferentes elementos básicos da ginástica (equilíbrios, saltos, giros, rotações, acrobacias, com e sem materiais) e da ginástica geral, de forma individual e em pequenos grupos, adotando procedimentos de segurança.

(EF12EF08) Planejar e utilizar estratégias para a execução de diferentes elementos básicos da ginástica e da ginástica geral.

(EF12EF09) Participar da ginástica geral, identificando as potencialidades e os limites do corpo, e respeitando as diferenças individuais e de desempenho corporal.

(EF12EF10) Descrever, por meio de múltiplas linguagens (corporal, oral, escrita e audiovisual), as características dos elementos básicos da ginástica e da ginástica geral, identificando a presença desses elementos em distintas práticas corporais.

Experimentar e fruir os elementos básicos das ginásticas.

Identificar as potencialidades e os limites do corpo por meio das ginásticas.

Identificar os elementos básicos das ginásticas em outras práticas corporais.

Descrever as características dos elementos básicos das ginásticas.

Propor estratégias em grupo para a execução segura dos movimentos da ginástica.

Danças

Danças do contexto comunitário e regional

(EF12EF11) Experimentar e fruir diferentes danças do contexto comunitário e regional (rodas cantadas, brincadeiras rítmicas e expressivas), e recriálas, respeitando as diferenças individuais e de desempenho corporal.

(EF12EF12) Identificar os elementos constitutivos (ritmo, espaço, gestos) das danças do contexto comunitário e regional, valorizando e respeitando as manifestações de diferentes culturas.

Identificar os elementos constitutivos (ritmo, espaço, gestos) das danças do contexto comunitário e regional.

Experimentar os elementos constitutivos (ritmo, espaço, gestos) das danças do contexto comunitário e regional.

Recriar as danças do contexto comunitário e regional.

Respeitar as diferenças individuais e de desempenho corporal ao dançar.

Valorizar e respeitar as manifestações de diferentes culturas.

Quadro: equivalente textual a seguir.

2° Ano

Unidade temática

Objeto de conhecimento

Habilidades

Objetivos

Brincadeiras e jogos

Brincadeiras e jogos da cultura popular presentes no contexto comunitário regional

(EF12EF01) Experimentar, fruir e recriar diferentes brincadeiras e jogos da cultura popular presentes no contexto comunitário e regional, reconhecendo e respeitando as diferenças individuais de desempenho dos colegas.

(EF12EF02) Explicar, por meio de múltiplas linguagens (corporal, visual, oral e escrita), as brincadeiras e os jogos populares do contexto comunitário e regional, reconhecendo e valorizando a importância desses jogos e brincadeiras para suas culturas de origem.

(EF12EF03) Planejar e utilizar estratégias para resolver desafios de brincadeiras e jogos populares do contexto comunitário e regional, com base no reconhecimento das características dessas práticas.

(EF12EF04) Colaborar na proposição e na produção de alternativas para a prática, em outros momentos e espaços, de brincadeiras e jogos e demais práticas corporais tematizadas na escola, produzindo textos (orais, escritos, audiovisuais) para divulgá-las na escola e na comunidade..

Recriar brincadeiras e jogos do contexto comunitário e regional.

Explicar, por meio de múltiplas linguagens (corporal, visual, oral e escrita), as brincadeiras e os jogos populares do contexto comunitário e regional.

Pesquisar brincadeiras e jogos nas suas recriações regionais e comunitárias.

Aprimorar as potencialidades físicas e as estratégicas por meio dos desafios vivenciados nas brincadeiras e nos jogos.

Colaborar com estratégias para resolver os desafios das brincadeiras e dos jogos populares do contexto comunitário e regional.

MP014

Quadro: equivalente textual a seguir.

2° Ano

Unidade temática

Objeto de conhecimento

Habilidades

Objetivos

Esportes

Esportes de marca

Esportes de precisão

(EF12EF05) Experimentar e fruir, prezando pelo trabalho coletivo e pelo protagonismo, a prática de esportes de marca e de precisão, identificando os elementos comuns a esses esportes.

(EF12EF06) Discutir a importância da observação das normas e das regras dos esportes de marca e de precisão para assegurar a integridade própria e as dos demais participantes.

Analisar as regras dos esportes de marca e de precisão.

Conscientizar os estudantes a preservar a integridade própria e a dos demais participantes.

Experimentar a prática de esportes de marca e de precisão.

Identificar os elementos comuns dos esportes de marca e de precisão.

Valorizar o trabalho coletivo e o protagonismo, na prática de esportes de marca e de precisão.

Ginásticas

Ginástica geral

(EF12EF07) Experimentar, fruir e identificar diferentes elementos básicos da ginástica (equilíbrios, saltos, giros, rotações, acrobacias, com e sem materiais) e da ginástica geral, de forma individual e em pequenos grupos, adotando procedimentos de segurança.

(EF12EF08) Planejar e utilizar estratégias para a execução de diferentes elementos básicos da ginástica e da ginástica geral.

(EF12EF09) Participar da ginástica geral, identificando as potencialidades e os limites do corpo, e respeitando as diferenças individuais e de desempenho corporal.

(EF12EF10) Descrever, por meio de múltiplas linguagens (corporal, oral, escrita e audiovisual), as características dos elementos básicos da ginástica e da ginástica geral, identificando a presença desses elementos em distintas práticas corporais.

Experimentar diferentes possibilidades de movimentos ginásticos individual e coletivamente.

Conhecer e identificar diferentes movimentos ginásticos com materiais, percebendo as potencialidades e as limitações do corpo em face de desafios.

Identificar movimentos da ginástica presentes no cotidiano, valorizando-as nos âmbitos cultural, histórico e social.

Planejar estratégias para resolver os desafios, percebendo a importância da própria contribuição para o su cesso de propostas coletivas da ginástica, como acrobacias em duplas, cooperando com os colegas e respeitando as diferenças individuais.

Registrar, de maneira escrita e oral, as próprias sensações ao experimentar as diferentes práticas corporais da ginástica.

Danças

Danças do contexto comunitário e regional

(EF12EF11) Experimentar e fruir diferentes danças do contexto comunitário e regional (rodas cantadas, brincadeiras rítmicas e expressivas), e recriá-las, respeitando as diferenças individuais e de desempenho corporal.

(EF12EF12) Identificar os elementos constitutivos (ritmo, espaço, gestos) das danças do contexto comunitário e regional, valorizando e respeitando as manifestações de diferentes culturas.

Recriar as danças do contexto comunitário e regional.

Identificar os elementos constitutivos das danças regionais e comunitárias.

Experimentar e fruir os movimentos associados a diferentes tempos rítmicos.

Reconhecer o lugar que a dança tem na história e na cultura comunitária e regional.

Conhecer, valorizar e respeitar as diferentes manifestações culturais.

Os quadros a seguir apresentam uma sugestão de organização e planejamento semanal de conteúdos. Importante ressaltar que uma semana equivale a duas aulas.

MP015

ÍNDICE DE CONTEÚDOS E SUGESTÃO DE PLANEJAMENTO SEMANAL – Ano

Quadro: equivalente textual a seguir.

BIMESTRE

UNIDADE 1 – BRINCADEIRAS E JOGOS

SEMANA

CONTEÚDO

PÁGINA

PRÁTICA 1: ESTÁTUA

MP019

PRÁTICA 2: AMARELINHA

MP021

PRÁTICA 3: CINCO-MARIAS

MP022

PRÁTICA 4: ELÁSTICO

MP024

PRÁTICO 5: PEGA-PEGA

MP025

2º- BIMESTRE

UNIDADE 2 – ESPORTES

SEMANA

CONTEÚDO

PÁGINA

10ª

11ª

12ª

PRÁTICA 1: ESPORTES DE MARCA

Corrida de velocidade

Corrida com obstáculos

Corrida de revezamento

MP031

13ª

14ª

15ª

16ª

PRÁTICA 2: ESPORTES DE PRECISÃO

Alvo fixo

Alvo móvel

MP033

3º- BIMESTRE

UNIDADE 3 – GINÁSTICAS

SEMANA

CONTEÚDO

PÁGINA

17ª

18ª

19ª

20ª

PRÁTICA 1: SALTOS GINÁSTICOS

MP036

21ª

22ª

23ª

24ª

PRÁTICA 2: ROLAMENTOS

MP038

4º- BIMESTRE

UNIDADE 4 – DANÇAS

SEMANA

CONTEÚDO

PÁGINA

25ª

26ª

27ª

28ª

29ª

30ª

31ª

32ª

PRÁTICA: RODAS CANTADAS

Peixe vivo

Ciranda, cirandinha

A canoa virou

Fui no Itororó

MP042

MP016

ÍNDICE DE CONTEÚDOS E SUGESTÃO DE PLANEJAMENTO SEMANAL – 2º ANO

Quadro: equivalente textual a seguir.

BIMESTRE

UNIDADE 5 – BRINCADEIRAS E JOGOS

SEMANA

CONTEÚDO

PÁGINA

PRÁTICA 1: ESCONDE-ESCONDE

MP051

PRÁTICA 2: CORRE CUTIA

MP053

2º BIMESTRE

UNIDADE 6 – ESPORTES

SEMANA

CONTEÚDO

PÁGINA

10ª

11ª

12ª

13ª

14ª

15ª

16ª

PRÁTICA 1: ESPORTES DE MARCA E PRECISÃO

Salto em distância

Boliche

MP057

3º BIMESTRE

UNIDADE 7 – GINÁSTICAS

SEMANA

CONTEÚDO

PÁGINA

17ª

18ª

19ª

20ª

PRÁTICA 1: O MUNDO DE PONTA CABEÇA

Vela

Ponte

Parada de mãos

MP062

21ª

22ª

23ª

24ª

PRÁTICA 2: EQUILIBRANDO JUNTOS

Avião

Tartarugas

De mãos dadas

MP066

4º BIMESTRE

UNIDADE 8 – DANÇAS

SEMANA

CONTEÚDO

PÁGINA

25ª

26ª

27ª

28ª

29ª

30ª

31ª

32ª

PRÁTICA: BRINCADEIRAS RÍTMICAS

Samba Lelê

Borboletinha

Palma palma pé

MP070

MP017

Em relação à organização das unidades, elas refletem as demandas dos objetos de conhecimento expressos na BNCC: brincadeiras e jogos, esportes, ginásticas e danças.

Cada unidade está organizada em torno destas seções:

Registrando: os registros fazem parte das avaliações formativas de processo para evidenciar as aprendizagens e, para isso, podem ser feitos por meio de desenhos, textos coletivos, vídeos, áudios, podcasts, fotografias e qualquer modo que enriqueça as possibilidades de avaliação qualitativa, que deve priorizar o desenvolvimento individual conquistado pelos estudantes.

Avaliação: as avaliações, pautadas nos registros e na observação do professor em cada uma das etapas de desenvolvimento da prática corporal, desde a contextualização até a prática e reflexão, possibilitarão ao docente elaborar relatórios individuais que não só subsidiem uma visão de cada estudante e contribuam para o seu avanço mas também sirvam como fonte norteadora da reorganização da prática docente, favorecendo a percepção de acertos e ajustes pertinentes à condução das atividades didáticas.

IMPORTANTE!

As práticas corporais propostas devem ser adaptadas às possibilidades do espaço escolar, considerando-se a segurança, a disponibilidade de materiais e espaço e recriando-se as práticas, se necessário.