MP050
2º ANO
UNIDADE 5. BRINCADEIRAS E JOGOS
LEGENDA: Crianças posando, s. d. FIM DA LEGENDA.
Boxe complementar:
Habilidades e competências presentes nesta unidade
(EF12EF01) Experimentar, fruir e recriar diferentes brincadeiras e jogos da cultura popular presentes no contexto comunitário e regional, reconhecendo e respeitando as diferenças individuais de desempenho dos colegas.
(EF12EF02) Explicar, por meio de múltiplas linguagens (corporal, visual, oral e escrita), as brincadeiras e os jogos populares do contexto comunitário e regional, reconhecendo e valorizando a importância desses jogos e brincadeiras para suas culturas de origem.
(EF12EF03) Planejar e utilizar estratégias para resolver desafios de brincadeiras e jogos populares do contexto comunitário e regional, com base no reconhecimento das características dessas práticas.
(EF12EF04) Colaborar na proposição e na produção de alternativas para a prática, em outros momentos e espaços, de brincadeiras e jogos e demais práticas corporais tematizadas na escola, produzindo textos (orais, escritos, audiovisuais) para divulgá-las na escola e na comunidade.
Competências Gerais: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9
Competências de Linguagens: 1, 3 e 6
Competências de Educação Física: 1, 2, 6, 7, 8 e 10
Fim do complemento.
Objetivos
- Recriar brincadeiras e jogos do contexto comunitário e regional.
- Explicar, por meio de múltiplas linguagens (corporal, visual, oral e escrita), as brincadeiras e os jogos populares do contexto comunitário e regional.
- Pesquisar brincadeiras e jogos nas suas recriações regionais e comunitárias.
- Aprimorar as potencialidades físicas e as estratégicas por meio dos desafios vivenciados nas brincadeiras e nos jogos.
- Colaborar com estratégias para resolver os desafios das brincadeiras e dos jogos populares do contexto comunitário e regional.
MP051
PROSEANDO SOBRE BRINCADEIRAS E JOGOS
A brincadeira é uma vivência extremamente importante para o desenvolvimento da criança, o aprendizado de novas habilidades e o aprimoramento das capacidades. Ademais, ao brincar com o outro, a criança estabelece relações sociais importantes, aprendendo valores como respeito, amizade e empatia.
Por meio das brincadeiras, também é possível explorar um mundo de possibilidades e estimular o processo criativo e a imaginação, contribuindo para a construção de conhecimentos e para o processo de aprendizagem. Ao simular e representar situações cotidianas por meio das brincadeiras, a criança vivencia oportunidades para interpretar a realidade que a cerca, externando sua visão sobre o mundo.
Para Kishimoto (1997) 1 , a ação de brincar é o fazer em si, em um tempo e em espaços próprios para vivenciar experiências culturais que contribuem para o crescimento, para os relacionamentos grupais e para uma comunicação da criança com ela mesma e com outras crianças.
Os jogos, parecidos com as brincadeiras, também contribuem muito para o desenvolvimento geral do indivíduo. Por apresentarem um caráter competitivo, ajudam a criança a aprender a lidar com dificuldades relacionadas ao ganhar e ao perder, ao respeito ao adversário e, principalmente, à superação de desafios.
Em relação aos aspectos intrínsecos ao movimento humano, ao jogar e ao brincar, os estudantes desenvolvem e aprimoram uma série de habilidades motoras e capacidades físicas. Podemos entender as habilidades motoras como os movimentos que podem ser aprendidos e aprimorados, como andar, correr, saltar e segurar. Já as capacidades físicas estão relacionadas com a qualidade apresentada por esses movimentos.
Ao se movimentarem nas brincadeiras e nos jogos, as crianças utilizam as habilidades motoras aprendidas e, muitas vezes, fazem isso de maneira combinada com outras habilidades, utilizando várias delas em uma mesma atividade, valendo-se de estratégias para superar desafios.
Ao brincar de amarelinha, por exemplo, a criança vai lançar um objeto, saltar, equilibrar-se em um pé só, trabalhando o equilíbrio, a potência muscular e a coordenação motora. Ao possibilitar ao estudante que experimente diferentes práticas, naturalmente ele vai refinar e aumentar seu acervo motor. Isso também ocorrerá com as capacidades físicas, que, por meio da prática, podem ser desenvolvidas e aprimoradas.
Segundo Ida Martins Carneiro,
Brincar tem importância fundamental no sentido de nos fazer humanos, pois a brincadeira permite a elaboração da realidade e a apropriação da experiência social do grupo em que vive a criança, favorece a sua comunicação com outras crianças formando hábitos sociais em direção a ações e objetivos comuns, percebendo nosso papel no grupo e desenvolvendo a capacidade de auto-organização (CARNEIRO, 2009, p. 15-16) 2 .
Nesse sentido, é evidente que as brincadeiras e os jogos são ferramentas essenciais e devem ser trabalhadas com as crianças ao longo de toda a infância, respeitando as características individuais, o nível de compreensão e a faixa etária dos estudantes.
No caso do 2º ano do Ensino Fundamental, essa vivência se dará por meio das brincadeiras e dos jogos do contexto regional e comunitário, os quais, além de trabalhar as capacidades físicas e motoras, inserem a criança no universo histórico, cultural e social que acompanha a tradição dessas práticas, possibilitando-lhe vivenciá-las ainda sob esse aspecto, contribuindo ainda mais para o seu desenvolvimento pleno como ser social.
PRATICANDO BRINCADEIRAS E JOGOS
Prática 1: ESCONDE-ESCONDE
Conhecendo a prática corporal
Esconde-esconde ou pique-esconde é uma brincadeira muito popular em todo o Brasil. Assim como uma grande parte das brincadeiras tradicionais, acredita-se que ela tenha surgido na Europa e, provavelmente, tenha sido trazida ao Brasil pelos imigrantes europeus.
Basicamente, a brincadeira propõe que uma das crianças seja a pegadora, mantendo os olhos fechados por determinado tempo até que todos se escondam, cabendo a ela encontrá-los.
Por meio dessa vivência, as crianças terão diversas variáveis estimuladas, como a criatividade, o raciocínio lógico e a estratégia, além de inúmeras habilidades motoras e capacidades físicas.
Nota de rodapé: 1. KISHIMOTO, Tizuko Morchida (org). Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. São Paulo: Cortez, 1997. Fim da nota.
Nota de rodapé: 2. CARNEIRO, Ida Martins. As relações do professor de educação infantil com a brincadeira: do brincar na rua ao brincar na escola. Piracicaba: Unimep, 2009. Tese apresentada ao programa de pós-graduação em Educação. Disponível em: http://fdnc.io/faT. Acesso em: 12 mar. 2021. Fim da nota.
MP052
Boxe complementar:
QUESTÕES GERADORAS
Quem já brincou de esconde-esconde?
Qual é a dinâmica dessa brincadeira?
De quais estratégias precisamos para procurar os colegas escondidos?
De quais estratégias precisamos para nos esconder?
Fim do complemento.
Vivenciando a prática corporal
Materiais: colchonetes, caixas de papelão, tatame.
Escolha o local para a prática da atividade. Se possível ou necessário, com o auxílio de tatames, caixas de papelão ou colchonetes, monte alguns esconderijos para aumentar as possibilidades para as crianças. Escolha quem será o pegador da primeira rodada e quem serão os fugitivos.
A atividade, então, pode ser realizada da seguinte maneira:
- O pegador deve ficar com os olhos fechados em frente a um local para “bater cara”, também chamado de “pique”, concentrado em uma atividade de contar até certo número combinado entre os participantes (até 10 ou até 20, normalmente), até que todos se escondam.
- Ao concluir a contagem, o pegador anuncia “lá vou eu”, saindo, então, em busca de encontrar cada participante em seu esconderijo.
- Ao localizar um participante, o pegador deve correr até o “pique” e bater no local três vezes com a mão, anunciando para que todos ouçam de onde estiverem “um, dois, três, Fulano pego”. Por sua vez, o participante que for descoberto no esconderijo deve esforçar-se para chegar ao “pique” antes do pegador, anunciando em voz alta“um, dois, três, Fulano salvo”, batendo a mão três vezes no “pique”.
- A brincadeira segue até que todos sejam pegos.
LEGENDA: Brincadeira esconde-esconde. Fotografia de 2018. FIM DA LEGENDA.
Para a próxima rodada, podem ser definidos critérios de quem será o próximo pegador. Pode ser aquele que foi pego primeiro ou o que foi pego por último. O pegador pode ser definido, ainda, por sorteio ou outra maneira acordada entre os participantes.
Dialogando sobre a prática
Ao final da aula, converse sobre a experiência desenvolvida. Pergunte aos estudantes: O que sentiram durante a atividade? Gostaram? Já conheciam? Preferem procurar os colegas ou se esconder? Quais habilidades motoras foram mais usadas?
Permita aos estudantes que verbalizem as próprias impressões e sensações. Esse processo faz com que exercitem a fluência oral.
Questione se os mais velozes sempre se salvam na brincadeira ou se existem outros fatores, como prestar atenção ao pegador, escolher a melhor estratégia para se salvar ou escolher o lugar no qual se esconder. Reforce que as habilidades motoras presentes na atividade, como as de correr, andar, rastejar, agachar, subir e rolar, e as capacidades físicas, como a velocidade, o tempo de reação e a agilidade, podem ser aprimoradas, ressaltando ainda a importância de respeitar as diferenças individuais.
Converse sobre a disponibilidade e o reconhecimento de outros espaços onde possam brincar de esconde-esconde.
Outro ponto importante reside em dialogar sobre a importância cultural e social que a brincadeira tem para a comunidade. Antigamente, as outras gerações brincavam na rua. Hoje em dia, por conta da urbanização e do crescimento das cidades, ficou muito mais difícil brincar nesse ambiente.
Registrando
Observe a possibilidade de estabelecer conexões com outros componentes curriculares indicados na Base Nacional Comum Curricular – BNCC –, como Geografia e a sua unidade temática “O sujeito e seu lugar no mundo” (BRASIL, 2018, p. 372) 3 e História e a unidade temática “A comunidade e seus registros” (BRASIL, 2018, p. 408).
Peça aos estudantes que façam uma entrevista com familiares e pessoas do convívio deles sobre a brincadeira esconde-esconde. Sugerimos as seguintes perguntas:
Nota de rodapé: 3. BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2018. Disponível em: http://fdnc.io/b9o. Acesso em: 12 mar. 2021. Fim da nota.
MP053
O sujeito e seu lugar no mundo – a comunidade e seus registros
Roteiro de entrevista
Nome: _____
Idade: _____
Onde passou a infância?
Bairro: _____ Cidade: _____
Estado: _____ País: _____
Já brincou de esconde-esconde? _____
Onde brincava (na rua, em casa, em um terreno, na escola)? _____
Como eram as regras? _____
LEGENDA: Modelo de roteiro de entrevista. FIM DA LEGENDA.
Nas aulas subsequentes peça aos estudantes que leiam as informações sobre os locais e o modo de prática do esconde-esconde e, a seguir, experimentem as variações encontradas. Quando todas forem experimentadas, peça-lhes que registrem ao final das entrevistas quantas formas diferentes de brincar de esconde-esconde experimentaram. A seguir, conduza um diálogo sobre a grande diversidade presente na comunidade dos estudantes e sobre a oportunidade de conhecer diferentes culturas, valorizando a diversidade.
Permita aos estudantes que verbalizem e registrem as próprias impressões. Anote aquilo que considerar relevante nas falas deles.
Avaliação
Utilize como avaliação o relato dos estudantes sobre as práticas, registrando pontos importantes da fala deles sobre a diversidade e sobre a importância das brincadeiras e dos jogos para o próprio contexto cultural.
Prática 2: CORRE CUTIA
Conhecendo a prática corporal
As rodas ou as brincadeiras cantadas fazem parte da cultura popular, presentes no contexto comunitário e regional, reconhecidas como brincadeiras que utilizam músicas cantadas e parlendas.
Parlendas são versos e músicas infantis repetitivas, curtas e ritmadas, com rimas, e fáceis de memorizar. São transmitidas através do tempo, podendo variar a letra dependendo da região.
Corre cutia é uma brincadeira que combina roda cantada e pega-pega. Em outras regiões ela também é conhecida como lencinho branco ou lenço atrás.
Então, apresente aos estudantes a cantiga Corre cutia e a maneira de praticar a brincadeira. Para ilustrar, você pode exibir um vídeo disponível neste endereço eletrônico: http://fdnc.io/faU. Acesso em: 12 mar. 2021.
CORRE CUTIA
CORRE CUTIA, NA CASA DA TIA.
CORRE CIPÓ, NA CASA DA AVÓ.
LENCINHO NA MÃO, CAIU NO CHÃO.
MOÇA BONITA, DO MEU CORAÇÃO.
POSSO JOGAR? PODE!
NINGUÉM VAI OLHAR? NÃO!
FONTE: (Cultura popular)
Pergunte às crianças:
Boxe complementar:
QUESTÕES GERADORAS
Vocês conhecem alguma roda cantada?
Como ela é praticada?
Quais são as semelhanças e as diferenças entre corre cutia e as outras brincadeiras cantadas ou as rodas que vocês conhecem?
Fim do complemento.
Vivenciando a prática corporal
Material: lenço ou qualquer objeto pequeno.
- Disponha os estudantes em roda e peça-lhes que se sentem no chão.
- Escolha quem será a primeira criança, que deverá andar em volta da roda, enquanto os demais cantam a cantiga: “Corre cutia, na casa da tia. Corre cipó, na casa da avó. Lencinho na mão, caiu no chão. Moça bonita, do meu coração. Posso jogar? Pode! Ninguém vai olhar? Não!”.
- Ao final da cantiga, as crianças que estão na roda devem fechar os olhos, enquanto a que está com o lenço deve colocá-lo atrás de um dos colegas.
- Ao comando do professor, todos devem abrir os olhos e observar se o lenço está atrás de si.
- A criança que estiver com o lenço deve levantar-se e correr atrás do colega que o colocou às costas dela, correndo em torno da roda, tentando pegá-lo.
- O colega deve fugir e tentar ocupar o lugar deixado vago sem ser pego.
- Se ele for pego antes de se sentar, deverá continuar na mesma função. Caso consiga sentar-se, a criança que encontrou o lenço caminhará em torno da roda para deixá-lo atrás de outro participante, e assim segue a dinâmica da brincadeira.
MP054
LEGENDA: Brincadeira corre cutia. Fotografia de 2013. FIM DA LEGENDA.
Estimule a participação de todos e varie as regras: ora podendo correr em qualquer direção do círculo, ora podendo passar no meio do círculo, ora correndo sempre na mesma direção. Peça aos estudantes que observem as questões de segurança e o autocuidado.
Dialogando sobre a prática
Ao final da aula, pergunte aos estudantes o que acharam da atividade. Já conheciam? Gostaram? Conhecem outras brincadeiras e outros jogos parecidos? Como foi correr em círculo para pegar o amigo? Qual tipo de participante da brincadeira cada um prefere ser? Quais regiões corporais foram solicitadas durante a prática? Quais capacidades físicas os movimentos apresentaram, como a velocidade, o equilíbrio e a agilidade? Como deve ser o local para a prática? Amplo ou reduzido? Algum material é necessário? Conhecem as palavras da cantiga?
Registrando
Deixe que os estudantes verbalizem as próprias impressões e respondam às suas perguntas, exercitando a oralidade e a fluência oral. Registre falas e atitudes deles que julgar importantes para compor a avaliação. Peça-lhes que registrem as palavras da cantiga Corre cutia que não conhecem e pesquisem, visando à ampliação do vocabulário.
Solicite aos estudantes que desenhem um momento da atividade que sentiram mais dificuldade e escrevam abaixo o motivo; por exemplo, correr em círculo; levantar-se depressa para pegar o colega ou sentir o objeto nas costas. A seguir devem escrever o que acham que podem fazer para superar essa dificuldade.
Recolha as respostas e dialogue com os estudantes sobre a diversidade de percepção das atividades para que reconheçam e valorizem as diferenças individuais. Além disso, oriente-os sobre a importância de se esforçarem para superar desafios, colocando-se à disposição para apoiá-los e incentivando-os a apoiar uns aos outros.
Avaliação
Utilize como avaliação seus registros sobre as falas e as atitudes dos estudantes durante os momentos de experimentação, diálogo ou registro.
Boxe complementar:
NÃO PARE POR AQUI
Foram apresentadas aqui algumas sugestões para a prática de brincadeiras e jogos, mas você pode incluir outras mais adequadas às necessidades dos estudantes.
Procure estimulá-los a pesquisar brincadeiras e jogos do próprio contexto comunitário para compartilhar com os colegas, adaptando-os à estrutura física da unidade escolar, à disponibilidade de materiais e, principalmente, à diversidade e características dos estudantes, possibilitando a todos a oportunidade de vivência.
Por meio do brincar e do jogar, estimule as crianças a valorizar as práticas corporais como parte da construção histórica, social e cultural em suas várias formas de expressão.
De acordo com as possibilidades, selecione jogos e brincadeiras que se conectem com as outras áreas de Linguagens, como a Língua Portuguesa e a Arte, ampliando as aprendizagens significativas e o reconhecimento das formas diferentes de expressar-se sobre um mesmo tema.
Outros materiais sobre brincadeiras e jogos podem ser encontrados em:
Brincadeiras populares: http://fdnc.io/cCa. Acesso em: 12 mar. 2021.
ALMEIDA, Telma Teixeira de Oliveira. Jogos e brincadeiras no ensino infantil e fundamental. 3ª ed. São Paulo: Cortez, 2015.
MATTOS, Mauro Gomes; NEIRA, Marcos Garcia. Educação física infantil: construindo o movimento na escola. 7ª ed. São Paulo: Phorte, 2008.
PAZ, Claudinara Botton Dal; MORAES, Vera Lúcia Rodrigues. Metodologia da educação física escolar: educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental. Curitiba: IESD, 2019.
Fim do complemento.
MP055
2º ANO
UNIDADE 6. ESPORTES
LEGENDA: Corrida de obstáculos. Fotografia de 2015. FIM DA LEGENDA.
Boxe complementar:
Habilidades e competências presentes nesta unidade
(EF12EF05) Experimentar e fruir, prezando pelo trabalho coletivo e pelo protagonismo, a prática de esportes de marca e de precisão, identificando os elementos comuns a esses esportes.
(EF12EF06) Discutir a importância da observação das normas e das regras dos esportes de marca e de precisão para assegurar a integridade própria e a dos demais participantes.
Competências Gerais: 2, 3, 4, 5, 7, 8 e 9
Competências de Linguagens: 2, 3, 5 e 6
Competências de Educação Física: 1, 3, 4, 6, 7, 9 e 10
Fim do complemento.
Objetivos
- Analisar as regras dos esportes de marca e de precisão.
- Conscientizar os estudantes a preservar a integridade própria e a dos demais participantes.
- Experimentar a prática de esportes de marca e de precisão.
- Identificar os elementos comuns dos esportes de marca e de precisão.
- Valorizar o trabalho coletivo e o protagonismo na prática de esportes de marca e de precisão.
MP056
PROSEANDO SOBRE ESPORTES
Para o 2º ano do Ensino Fundamental, de acordo com Brasil (2018) 1 , os estudantes darão continuidade às modalidades esportivas de marca e de precisão.
Os esportes de marca se caracterizam pela mensuração dos resultados em unidades de tempo, distância ou peso, comuns às provas de atletismo de pista (tempo) ou de campo (distância e peso), além de outras modalidades como o auto-mobilismo, a natação, o ciclismo e o levantamento de peso.
As imagens a seguir apresentam algumas dessas modalidades e destacam atletas brasileiros reconhecidos mundialmente.
LEGENDA: Automobilismo. Ayrton Senna, piloto brasileiro, Fórmula 1 – GP do Brasil, Interlagos, 1991. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Natação. César Cielo, nadador brasileiro, Campeonato Brasileiro Absoluto Troféu Maria Lenk, Santos, 2010. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Ciclismo. Henrique Avancini, ciclista brasileiro, Copa do Mundo de Cross-country, Itália, 2019. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Levantamento de peso. Fernando Reis, atleta brasileiro, Jogos Pan-Americanos, Lima, 2019. FIM DA LEGENDA.
Os esportes de precisão, de acordo ainda com Brasil (2018), caracterizam-se pela ação motora de arremessar/lançar/atirar um objeto em direção a um alvo específico, que pode estar em movimento ou estático. Essa precisão pode ser mensurada de acordo com pontuações preestabelecidas em relação ao número de tentativas, tempo ou distância do alvo. São exemplos dessas modalidades o golfe e a bocha, entre outros.
As imagens a seguir representam alguns exemplos dos esportes de precisão e destacam atletas brasileiros reconhecidos mundialmente nessa modalidade.
LEGENDA: Golfe. Alexandre Rocha, golfista brasileiro, European Challenge Tour, Golf du Gouverneur, Lyon, França, 2008. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Bocha. Dirceu Pinto, atleta paralímpico brasileiro, Jogos Paralímpicos, Rio de Janeiro, 2016. FIM DA LEGENDA.
Nota de rodapé: 1. BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2018. Disponível em: http://fdnc.io/b9o. Acesso em: 19 abr. 2021. Fim da nota.
MP057
De modo geral, o esporte pode ser praticado de maneira livre ou institucional. Quando sua prática não está institucionalizada, ou seja, não está contida no aspecto das federações esportivas, dizemos que é livre, sem o rigor das instituições, reconhecida como tipificação ou variação da modalidade esportiva com regras definidas pelos participantes para fins de lazer. Já a sua prática institucional visa ao rendimento e ao resultado esportivo.
O esporte como prática de lazer deve ser compreendido como fruto da manifestação da cultura humana, recriado a partir das federações e replicado em outros contextos sociais.
Entre as possibilidades de prática do esporte, é importante apresentar aos estudantes a vertente profissional e a tipificada para atender às necessidades dos indivíduos e da sociedade, viabilizando a prática esportiva fora do contexto institucional das federações nacionais e internacionais.
Quando bem ajustadas à infância, as tipificações do esporte são uma rica fonte para o desenvolvimento motor, cognitivo e psicossocial da criança, por abordarem o movimento em uma perspectiva cultural, promovendo ainda o autoconhecimento e a construção de valores que podem ser aprendidos de forma lúdica no contexto educacional.
No 2º ano, de acordo com Gallahue et al. (2013) 2 , a criança está em um momento importante da consolidação das habilidades fundamentais e da transição para o início da fase do movimento especializado, ampliando assim seu repertório motor para ser utilizado nas situações do lazer, do dia a dia e das competições esportivas.
Entre as modalidades esportivas de marca e de precisão, a proposta para o 2º ano do Ensino Fundamental é apresentar as tipificações das provas de saltos, modalidade de marca do atletismo, e o boliche, na forma tipificada da modalidade esportiva de precisão.
O movimento dos saltos, por exemplo, foi utilizado por nossos ancestrais, para vencer obstáculos como rios, valas e vegetações, entre outras situações em que o salto se combinava com o movimento da corrida.
No atletismo, os saltos são considerados provas de campo desde a Grécia antiga, onde atletas gozavam de grande prestígio social. Essas provas já faziam parte do programa olímpico grego. Nos saltos há quatro provas oficiais: salto em distância, salto triplo, salto em altura e salto com vara.
Já o boliche, esporte de lançamento de precisão, surgiu como modalidade esportiva nos Estados Unidos, no final do século XIX. No entanto, de acordo com a Confederação Brasileira de Boliche (CBBOL) 3 , há relatos de que algumas civilizações tinham práticas muito parecidas com as desse esporte.
A prática do boliche é considerada muito cara por sua estrutura bem específica de pista. No entanto, como lazer, há várias pistas em todo Brasil, além de tipificações simples, com materiais bem acessíveis.
Após contextualizar as modalidades esportivas programadas para essa unidade, construa com os estudantes as regras e os equipamentos. Essa será uma oportunidade favorável para trabalhar a participação discente na tomada de decisão em relação às regras e à confecção de materiais, contribuindo ainda mais para a apropriação, a autonomia e o consumo consciente de produtos.
PRATICANDO ESPORTES
Prática: ESPORTES DE MARCA E PRECISÃO
Conhecendo a prática corporal
Comece por descobrir as modalidades esportivas preferidas dos estudantes que: (1) conheceram além daquelas já experimentadas desde o ano anterior; (2) passaram a assistir e a praticar.
Prepare previamente uma apresentação utilizando recursos disponíveis na escola para mostrar aos estudantes imagens dessas modalidades, destacando os atletas profissionais brasileiros, conforme sugestões a seguir. Você poderá optar por outros atletas que julgar interessantes.
LEGENDA: Salto em distância. Duda da Silva, saltador brasileiro, Centro de treinamento, São Caetano do Sul, 2014. FIM DA LEGENDA.
Nota de rodapé: 2. GALLAHUE, David L.; OZMUN, John C.; GOODWAY, Jackie D. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. Porto Alegre: AMGH, 2013. Fim da nota.
Nota de rodapé: 3. CBBOL (Confederação Brasileira de Boliche). História do boliche. Disponível em: http://fdnc.io/faV. Acesso em: 19 abr. 2021. Fim da nota.
MP058
LEGENDA: Salto triplo. Keila Costa, saltadora brasileira, final do Mundial de Atletismo, Grécia, 2009. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Salto em altura. Jessé de Lima, saltador brasileiro, Jogos Olímpicos, Pequim, 2008. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Arremesso de peso. Darlan Romani, arremessador brasileiro, Jogos Olímpicos, Rio de Janeiro, 2016. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Boliche. Fábio Rezende, jogador brasileiro de boliche, Jogos Pan-Americanos, Rio de Janeiro, 2007. FIM DA LEGENDA.
Pergunte, então, aos estudantes:
Boxe complementar:
QUESTÕES GERADORAS
Vocês conhecem os atletas das imagens e as modalidades apresentadas?
Há algumas características comuns que fazem com que as modalidades se assemelhem?
Quais são os movimentos realizados pelos atletas, os locais e o objetivo da modalidade?
Fim do complemento.
A seguir, convide-os a experimentar algumas atividades.
Vivenciando a prática corporal
Salto em distância
Materiais: trena, giz ou fita crepe, colchão.
Na organização dessa atividade, deve-se dar preferência a locais com superfícies diferentes, de modo que os estudantes possam analisar as características desses ambientes no momento da execução dos saltos para amortecer os impactos, tais como gramado e caixa de areia. Na ausência dessas superfícies, deve-se ter um cuidado maior com a aterrissagem e com equilíbrio ao final do salto. Explore a oralidade dos estudantes questionando sobre as características físicas; por exemplo: duro e macio. Peça-lhes que avaliem o espaço mais seguro para realizar as atividades.
Incentive-os a calcular os possíveis riscos decorrentes de atitudes ou condutas impróprias, como empurrões em colegas. Levante hipóteses com os estudantes sobre a presença ou a ausência de regras para o desenvolvimento das atividades. Oriente-os a criar uma lista de regras que deverão ser seguidas durante a atividade para evitar acidentes.
MP059
Explore a imaginação dos estudantes, contextualizando as atividades cotidianas nas quais, eventualmente, precisamos saltar para transpor um obstáculo, por exemplo. Então, desenhe um pequeno riacho no chão e convide-os a saltar de um lado para o outro a fim de atravessar o riacho para chegar ao outro lado. Demarque uma linha no chão com giz ou fita aderente para indicar de onde as crianças devem saltar, sem pisar na linha.
LEGENDA: Criança saltando um “riacho”. FIM DA LEGENDA.
Proponha aos estudantes diferentes situações para a realização dos saltos: com apenas um dos pés, ambos, em deslocamento. Peça-lhes que analisem as diferenças dos saltos realizados.
Aumente progressivamente a distância para que as crianças possam combinar o saltar com o correr. Incentive-as a saltar tanto com a perna direita quanto com a esquerda para que observem o resultado, ora em função da dominância de uma das pernas, ora por meio da impulsão proporcionada pela corrida.
Altere o contexto da atividade e construa várias pistas para a prática dos saltos. Explique aos estudantes que eles deverão tentar saltar o mais distante que conseguirem utilizando a corrida.
LEGENDA: Salto em distância. FIM DA LEGENDA.
Meça os resultados com trena ou com demarcações no chão e explique aos estudantes que deverão utilizar os resultados para comparar somente os próprios saltos. Cuide assim, para evitar discriminações decorrentes da comparação de resultados entre os estudantes.
Boliche
Materiais: bolas, garrafas PET, papel crepom, cartolina e canetinhas hidrográficas.
Na ausência de materiais para o boliche, sugerimos a utilização de opções alternativas, com orientações para confecção:
- Pinos: utilize dez garrafas PET e encha-as com papel crepom.
- Bola: pode-se utilizar bola comum ou confeccionar uma com meia ou papel crepom.
-
Painel de pontuação: utilize uma cartolina e
canetinhas
coloridas para diferenciar as equipes.
Leve os estudantes para um local plano e forme pequenos grupos de aproximadamente três integrantes. Distribua igualmente a cada grupo o mesmo número de pinos por pista, e estabeleça diferentes distâncias de marcação no chão do local de lançamento. Antes de iniciar a atividade, elabore com os estudantes, as regras básicas do boliche. Leia-as em voz alta para que todos estejam cientes.
Questione as estratégias para lançar a bola e acertar os pinos. Como lançar a bola em direção às garrafas para derrubá-las? Quais movimentos fazemos com o corpo ao arremessar a bola de forma rasteira?
Explore as inúmeras possibilidades de lançamento da bola em direção aos pinos. Incentive-os a lançá-la com as duas mãos, alternando-as, rolando e arremessando a bola.
Essa atividade possibilita a exploração de conceitos de espaço importantes, como perto e longe e forte e fraco, além de incentivar a contagem, ao efetuar a adição dos pinos derrubados.
LEGENDA: Boliche com garrafa PET. FIM DA LEGENDA.
MP060
Os grupos poderão ainda ser incentivados a trabalhar coletivamente para a obtenção do maior número de pontos que conseguirem adicionar, considerando a soma dos resultados uma conquista de todos os integrantes. Oriente os grupos, assim, a registrar as próprias pontuações, a fim de incentivar a autonomia e a cooperação.
A complexidade da precisão também pode ser ajustada gradualmente, de acordo com a distância do lançamento.
Dialogando sobre a prática
Reserve um momento da aula para retomar as questões geradoras, organizando e sistematizando as aprendizagens. Pergunte aos estudantes sobre as percepções que tiveram nas práticas corporais, as dificuldades e os desafios, e como foi superá-los. Pergunte-lhes também qual das atividades se caracteriza como esporte de precisão e de marca. Explique-lhes os elementos comuns dessas modalidades.
Comente sobre a importância das regras que foram escolhidas e criadas para que pudessem experimentar as atividades satisfatoriamente. Pergunte aos estudantes se mudariam algo nelas. Sobre as experiências com os saltos e os lançamentos, pergunte a eles sobre as estratégias e as maneiras utilizadas para saltar mais longe e para acertar os pinos.
Por fim, elogie condutas e atitudes empáticas de cooperação que observou durante a atividade.
Registrando
As práticas corporais proporcionaram a oportunidade de discutir sobre muitas aprendizagens. Por isso, grave em áudio as respostas das questões e das reflexões dos estudantes sobre as experiências vivenciadas, assim como os objetivos das aprendizagens das práticas dos esportes de marca e de precisão. Você terá, então, um podcast como registro da unidade de esportes.
Ouça o podcast com as crianças para que se autoapreciem e reconheçam as possibilidades de utilização das tecnologias digitais de informação usadas na construção e na disseminação do conhecimento. Compartilhe o podcast, se possível, nas mídias sociais nas quais a escola possa estar inserida.
Avaliação
Lembre-se de realizar a avaliação para orientar suas práticas e saber o que os estudantes aprenderam. Registre as observações que fez durante cada etapa das situações de aprendizagem: o que os estudantes fizeram, como fizeram, para que e por que fizeram. Anote detalhadamente fatos, datas, condutas, falas, dificuldades e avanços dos estudantes. Assim, terá importantes indicações das aprendizagens deles e também da sua prática pedagógica.
Boxe complementar:
NÃO PARE POR AQUI
As atividades sugeridas são algumas possibilidades para a prática dos esportes de marca e de precisão. Você pode incluir outras, adaptando-as de acordo com a estrutura física escolar, a disponibilidade de materiais e a diversidade dos estudantes.
Você pode pesquisar e encontrar mais sobre os esportes de marca e de precisão em:
Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt): http://fdnc.io/fau. Acesso em: 19 abr. 2021.
Confederação Brasileira de Boliche (CBBOL): http://fdnc.io/fdn. Acesso em: 25 jun. 2022.
Esportes de marca: http://fdnc.io/faW. Acesso em: 19 abr. 2021.
Provas de campo – atletismo paralímpico: http://fdnc.io/faX. Acesso em: 19 abr. 2021.
Regras do boliche: http://fdnc.io/ftC. Acesso em: 25 jun. 2022.
Saltos no atletismo: http://fdnc.io/faZ. Acesso em: 19 abr. 2021.
GALLAHUE, David L.; OZMUN, John C.; GOODWAY, Jackie D. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescente e adultos. Porto Alegre: AMGH, 2013.
MATTHIESEN, Sara Quenzer. Atletismo se aprende na escola. 2ª ed. Várzea Paulista: Fontoura, 2012.
MIAN, Robson. Atletismo: aspectos pedagógicos na iniciação. Várzea Paulista: Fontoura, 2018.
Fim do complemento.
MP061
2º ANO
UNIDADE 7. GINÁSTICAS
LEGENDA: Parada de mãos. Fotografia de 2017. FIM DA LEGENDA.
Boxe complementar:
Habilidades e competências presentes nesta unidade
(EF12EF07) Experimentar, fruir e identificar diferentes elementos básicos da ginástica (equilíbrios, saltos, giros, rotações, acrobacias, com e sem materiais) e da ginástica geral, de forma individual e em pequenos grupos, adotando procedimentos de segurança.
(EF12EF08) Planejar e utilizar estratégias para a execução de diferentes elementos básicos da ginástica e da ginástica geral.
(EF12EF09) Participar da ginástica geral, identificando as potencialidades e os limites do corpo e respeitando as diferenças individuais e de desempenho corporal.
(EF12EF10) Descrever, por meio de múltiplas linguagens (corporal, oral, escrita e audiovisual), as características dos elementos básicos da ginástica e da ginástica geral, identificando a presença desses elementos em distintas práticas corporais.
Competências Gerais: 1, 2, 3, 4, 6, 8, 9 e 10
Competências de Linguagens: 1, 2, 3 e 5
Competências de Educação Física: 1, 2, 3, 5, 6, 7, 8 e 10
Fim do complemento.
Objetivos
- Experimentar diferentes possibilidades de movimentos ginásticos individual e coletivamente.
- Conhecer e identificar diferentes movimentos ginásticos com materiais, percebendo potencialidades e limitações em face de desafios.
- Identificar movimentos da ginástica presentes no cotidiano, valorizando-a nos âmbitos cultural, histórico e social.
- Planejar estratégias para resolver os desafios, percebendo a importância da própria contribuição para o sucesso de propostas coletivas da ginástica, como acrobacias em duplas, cooperando com os colegas e respeitando as diferenças individuais.
- Registrar, de maneira escrita e oral, as próprias sensações ao experimentar as diferentes práticas corporais da ginástica.
MP062
PROSEANDO SOBRE GINÁSTICAS
Um olhar atento aos movimentos livres das crianças possibilita-nos perceber que os movimentos ginásticos estão inseridos no brincar não direcionado, representando a linguagem corporal típica do universo infantil. Exemplos disso são as cambalhotas sobre a cama, equilibrar-se na guia da sarjeta das ruas e das praças, as tentativas de “plantar bananeira”, termo popularmente utilizado para o movimento ginástico “parada de mãos”.
Ao sustentar todo o peso do corpo sobre os braços, por exemplo, quais são as sensações experimentadas pela criança? Quais são as razões para ela experimentar ficar de ponta-cabeça, rolar, pendurar-se, girar e fazer tantas aventuras?
São inúmeras as motivações intrínsecas e extrínsecas que envolvem essas dinâmicas. Frequentemente, atribui-se ao prazer de simplesmente movimentar-se, desafiar-se, sentir o frio na barriga e, talvez, a aventura de pensar “será que eu consigo ou vou cair?”.
No 2º ano, os estudantes conhecerão alguns dos movimentos básicos da ginástica geral, que, de acordo com Brasil (2018) 1 , é composta de um conjunto de acrobacias, piruetas, manuseio de equipamentos, coreografia com movimentos síncronos e assíncronos, entre outras possibilidades.
Os movimentos ginásticos não são rotineiramente utilizados nas aulas de Educação Física, em geral, por falta de experiência dos professores ou de recursos materiais, como equipamentos específicos da modalidade. Mas será que é necessário dispor de um ginásio completo ou um alto nível de conhecimentos técnicos dessa prática corporal para incluí-la no currículo?
Nessa esfera de observação, a experimentação e a aprendizagem de elementos básicos da ginástica podem ser adaptadas e realizadas com segurança, independentemente da realidade escolar, garantindo ao programa a inclusão de um componente culturalmente valorizado.
Nessa perspectiva, a próxima seção trará algumas práticas de ginástica no solo.
PRATICANDO GINÁSTICAS
Prática 1: O MUNDO DE PONTA-CABEÇA
Conhecendo a prática corporal
Desde o ventre materno, os seres humanos experimentam diferentes posturas do corpo no espaço. Algumas semanas antes do nascimento, por exemplo, o feto comumente se vira de cabeça para baixo, em uma posição de preparação para o parto.
Outros movimentos surgem no progresso do desenvolvimento motor humano, entre eles, a quadrupedia, quando a criança pequena apoia as mãos e os pés no chão para espiar as pessoas ou analisar os objetos por outro ângulo. É preciso reorganizar todas as forças para a manutenção dessa nova postura corporal, pois nela tudo fica diferente!
Um dos maiores desafios e, na mesma grandeza, uma das maiores aventuras ginásticas é ficar de ponta-cabeça. Oficialmente, esse movimento é denominado apoio invertido facial, conhecido ainda como parada de mãos. Independentemente da nomenclatura, as crianças experimentarão nessa unidade apoiar as mãos no chão e colocar as pernas para o ar.
Para aprender esse elemento básico da ginástica são necessárias tentativas, repetições, dedicação, foco e determinação. Os insucessos iniciais, na maioria das vezes, são grandes. Por isso, um roteiro de aula bem elaborado e um ambiente motivador, seguro e inclusivo promovem o sucesso curricular.
Partindo das experiências dos estudantes, pode-se perguntar-lhes:
Boxe complementar:
QUESTÕES GERADORAS
Já experimentaram observar o mundo de ponta-cabeça?
Se experimentaram, quais foram as sensações?
Que posições podemos fazer com o corpo para observar o mundo de ponta-cabeça?
Fim do complemento.
Ao tentarem ficar de ponta-cabeça, as crianças podem não ter competência suficiente para fazer o movimento, ou manter a posição, e cair. Para evitar uma queda, os estudantes precisam unir força, equilíbrio e consciência corporal para vencer a gravidade, buscando posições corporais minimamente estáveis e controladas.
Ao inserir movimentos de posições invertidas, o professor deverá garantir a segurança, auxiliando as crianças individualmente nas propostas mais desafiadoras. Por exemplo, o professor pode auxiliar um a um na parada de mãos, por meio de um sistema de rodízio ou circuito, em que os estudantes experimentam outros movimentos que consigam realizar com autonomia, como pequenos saltos, equilíbrios, alongamentos individuais ou outras tarefas que já conseguem executar com segurança.
Uma parede livre de materiais ou uma grade alambrada firme e sem farpas aparentes são opções para facilitar a aquisição da habilidade da parada de mãos.
Nota de rodapé: 1. BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2018. Disponível em: http://fdnc.io/b9o. Acesso em: 19 mar. 2021. Fim da nota.
MP063
Esse apoio vertical pode ser utilizado para apoiar os pés, enquanto as mãos ou a cabeça se mantêm no colchonete a fim de contrabalancear as forças. Assim, os apoios dão suporte ao movimento, possibilitando a graduação da dificuldade e a contemplação dos níveis de habilidade das crianças.
Ficar de cabeça para baixo é tão envolvente que, frequentemente, as crianças saem das aulas de Educação Física fazendo novas tentativas, o que é bastante positivo no âmbito das aprendizagens, porque possibilita a prática além do ambiente escolar. Por isso, é essencial saber como fazer o movimento e reconhecer o espaço adequado para fruir.
Vivenciando a prática corporal
Vela
Materiais: colchonetes, colchões, tatames de EVA ou gramado.
Procure um espaço amplo disponível para realizar as atividades, retire todos os objetos potencialmente perigosos e forre o chão com colchões.
O movimento de vela pode ser feito de maneira independente pela criança, apenas observando o professor e reproduzindo o procedimento.
A prática dessa sequência pedagógica pode ser feita com calçados, porém se recomenda executá-la descalço, pois as experimentações sem calçados ampliam a superfície de contato entre o pé e o solo, favorecendo a propriocepção da criança, a estabilidade e o equilíbrio. Além disso, fortalece a musculatura das pernas e dos pés, contribuindo para o desenvolvimento do arco plantar.
Por ser potencialmente segura, a vela pode ser feita com todo o grupo ao mesmo tempo ou em estações de circuito ginástico.
Pergunte aos estudantes quem já assoprou velinhas no próprio aniversário ou se sabem qual é o formato de uma vela. Chame a atenção das crianças para a firmeza e à retidão desse objeto que nomeia esse movimento tradicional ginástico.
A fim de preparar o corpo para o movimento de vela, faça movimentos de “sim” e “não” com a articulação do pescoço, pequenos giros suaves para a direita e para a esquerda, e aqueça o corpo fazendo a brincadeira da bolinha:
- Sentar no colchão.
- Abraçar os joelhos flexionados à frente do corpo.
- Manter o queixo próximo ao peito.
-
Rolar para trás e voltar sentado tentando não tombar para os lados.
Atente ao posicionar a criança sentada na beirada dos colchões para evitar a batida da cabeça no chão ao rolar posteriormente.
Depois de as crianças sentirem a massagem na coluna vertebral, a força abdominal e a manutenção do equilíbrio, já estarão preparadas para tentar a postura completa da vela, que deve ser executada da seguinte maneira:
- Deitar em decúbito dorsal.
- Elevar as pernas e os quadris.
- Manter o corpo em equilíbrio invertido, apoiado sobre os ombros e o pescoço.
- Apoiar as mãos nos quadris ajudando a mantê-los elevados.
-
Posicionar os braços e as mãos no chão, aumentando a complexidade do equilíbrio estático invertido.
Algumas crianças podem precisar de ajuda para experimentar a vela. Oriente-as a olhar para a ponta dos pés e empurrar os cotovelos pressionando o solo, deixando o corpo bem firme e contraído.
O professor pode ainda segurar as pontas dos pés da criança e, gentilmente, puxá-la para cima, a fim de deixar a vela mais reta, auxiliando na estabilização do movimento.
Cuide para que não haja sobrecarga na região cervical dos estudantes, controlando o número de repetições, realizando o aquecimento inicial e o alongamento final, cuidando assim dos músculos mais requisitados nessa prática.
LEGENDA: Posição de vela. Fotografia de 2017. FIM DA LEGENDA.
Ponte
Materiais: colchonetes, colchões, tatames de EVA ou gramado.
Mantendo os cuidados de segurança da prática anterior, inicie por contextualizar a nomenclatura do movimento.
Pergunte aos estudantes: Vocês sabem o que é uma ponte? Que tal construir uma ponte usando o corpo? Vocês têm uma ideia de que movimento é esse?
Permita que experimentem construir uma ponte com o próprio corpo.
MP064
Por meio dessa liberdade inicial, as crianças poderão formular hipóteses, mostrar o próprio repertório, descobrir novas possibilidades e experimentar as ideias dos colegas por meio da observação.
Proponha questionamentos às crianças com o intuito de ampliar a consciência corporal: Como vocês fizeram a ponte? Que partes do corpo vocês apoiaram no chão? Com quais partes do corpo vocês fizeram mais força? Incentive-as a observar o próprio corpo a fim de conhecê-lo.
Agora, mostre uma imagem da ponte da ginástica ou peça a alguma criança que saiba executar o movimento que o demonstre para o grupo. Após a observação, organize as crianças no espaço a ser compartilhado para que possam praticar e receber apoio do professor, se necessário.
Demonstre sequencialmente os movimentos necessários para construir a ponte e oriente os estudantes para que estejam atentos aos seguintes passos:
- Deitar em decúbito dorsal, apoiando a cabeça no colchonete.
- Flexionar ambos os joelhos, apoiando os pés no chão.
- Apoiar as mãos espalmadas ao lado das orelhas.
- Tirar o corpo do chão por meio da extensão gradual de joelhos e de cotovelos.
- Manter a coluna vertebral hiperextendida, formando a letra “U” de ponta-cabeça.
- Sustentar por alguns segundos.
-
Retornar à posição inicial, colocando o queixo no peito, flexionando joelhos e cotovelos, encostando vagarosamente as costas no chão.
Observe que a cabeça sai do chão com o resto do corpo, e o peso do corpo não fica sobre ela. Nessa postura, apoiar o peso do corpo sobre a região cervical pode machucar. Atente para o fato de que cada criança tem um nível de força e de flexibilidade, adequando, portanto, a complexidade do movimento.
Sugira aos mais habilidosos que tentem elevar uma das pernas para desafiá-los e, ao mesmo tempo, faça as adaptações necessárias para os que estão com dificuldade. Segure a criança que tenta tirar as costas do chão pelos ombros, ajudando-a a puxar o corpo lentamente para cima, atentando ao limite de cada criança.
LEGENDA: Posição de ponte. Fotografia de 2014. FIM DA LEGENDA.
Após a prática é importante fazer as compensações com alongamentos para os punhos e para a coluna vertebral lombar.
Parada de mãos
Materiais: colchonetes, colchões, tatames de EVA ou gramado.
Para a prática da parada de mãos, o ideal é que as crianças já tenham praticado os movimentos propostos anteriormente, pois o desafio do apoio invertido facial exige um pouco mais de coragem, esforço e concentração.
Antes de propor às crianças exercícios preparatórios, busque observar o repertório delas fazendo-lhes perguntas instigantes como: Vocês já ouviram a expressão “plantar bananeira”? Em uma autoavaliação, vocês acreditam que conseguiriam ficar de cabeça para baixo e apoiar-se sobre as mãos? Como será que ficam os objetos e as pessoas quando estamos de ponta-cabeça e mantemos os olhos abertos? Quais partes do corpo terão que permanecer firmes e estendidas? Após escutar ativamente os estudantes, anote as hipóteses e, com base nelas, dialogue com eles apresentando à turma uma parada de mãos em vídeo ou imagem.
Busque objetos ou personagens do universo infantil que tragam associações da postura corporal ao cotidiano, como o cabo de vassoura que não dobra e fica firme como o corpo deve ficar ao realizar esse movimento. As estratégias simbólicas auxiliam na aprendizagem, porque estimulam a criança a criar seus personagens e suas aventuras.
Os movimentos preparatórios para a prática da parada de mãos incluem pequenas transposições do peso do corpo sobre as mãos, mantendo os cotovelos completamente esticados. Lembre-se de reforçar que os braços ficam firmes como se estivessem engessados, evitando assim as quedas sobre a cabeça. Outra orientação essencial trata-se do distanciamento entre as crianças a fim de não se chutarem acidentalmente. Instrua os estudantes para sempre olharem se há algum colega perto antes de levar as pernas para cima e nunca fazerem esses movimentos diretamente no chão, pois é necessário um apoio para amortecer as possíveis quedas.
Oriente as crianças a praticar os seguintes movimentos preparatórios:
Quadrupedias: deslocar-se com os apoios dos pés e das mãos, sem encostar os joelhos no chão. As brincadeiras de pega-pega ou mãe da rua, nas quais todos os participantes, incluindo os pegadores, movem-se pelo espaço nessa posição no chão são grandes aliadas para a motivação das crianças, visto que são posturas que exigem bastante esforço e agilidade.
MP065
Coice do burrinho/cavalinho: individualmente, em uma superfície adequada, a criança deve apoiar as mãos espalmadas no chão, braços firmes, partir da posição de cócoras, jogar os pés juntos para cima como um coice e retornar à posição inicial.
Tesourinha: partir da posição em pé, braços elevados, apoiar as mãos espalmadas no colchonete e, simultaneamente, chutar uma das pernas para cima e alternar com a outra como em um corte de tesoura. Biomecanicamente, é mais fácil ter sucesso nessa tarefa se for possível apoiar as mãos sobre uma superfície elevada (uns 10 cm-25 cm de altura) como um colchonete enrolado, um plinto de madeira, um step de ginástica ou um degrau seguro.
Pés na parede: buscar um apoio vertical que pode ser uma parede livre de objetos, grade ou porta fechada. Posicionar-se de costas para a parede, apoiar as mãos sobre o colchonete, elevar um pé por vez, escalar gradualmente com os pés até chegar à posição de parada de mãos. No início do movimento, as mãos ficarão distantes da parede deixando o corpo inclinado e, aos poucos, de acordo com as habilidades motoras da criança, oriente-a a caminhar com as mãos em direção à parede, verticalizando o corpo.
Talvez a experimentação apresentada até aqui seja suficiente para a maioria dos estudantes. Se quiser aprofundar e aperfeiçoar a parada de mãos, ensine a eles o movimento sem o apoio vertical, parecido com a tesourinha, mas unindo os pés no alto, sustentando o corpo na vertical. Para descer, deve retornar um pé de cada vez ao chão, finalizando o movimento na posição em pé.
LEGENDA: Parada de mãos. Fotografia de 2017. FIM DA LEGENDA.
Esse apoio invertido completo deve ter a ajuda do professor, que segurará os pés da criança no alto, puxando-os para cima e impedindo uma queda posterior ou a queda com a cabeça no chão.
As imagens ou demonstrações são estratégias indispensáveis nessa unidade, pois, quando as crianças observam um modelo, elaboram mentalmente os movimentos ginásticos, facilitando a performance.
Dialogando sobre a prática
Após a atividade reúna os estudantes e questione-os sobre as impressões que tiveram; quais foram as principais dificuldades; como foi ficar de cabeça para baixo; quais foram as principais regiões do corpo solicitadas durante a atividade; quais foram as capacidades físicas presentes, como força muscular, equilíbrio ou flexibilidade; como deve ser o local de prática para conseguirem realizar os movimentos com segurança; como podem ajudar os colegas com dificuldade. Deixe-os responder às suas perguntas, valorizando a fluência e a compreensão oral. Observe as falas dos estudantes e registre os pontos importantes que evidenciam a aprendizagem deles ou aqueles que necessitam de intervenção. Valorize as atitudes positivas e o esforço dos estudantes em aprender novos movimentos e superar desafios.
Registrando
Peça aos estudantes que desenhem o mundo que observaram na posição invertida. Se julgar necessário, faça uma nova prática, dessa vez estimulando-os a se auxiliarem quanto à segurança das práticas. Peça-lhes que escrevam: qual região do corpo sentiram mais durante a atividade; qual foi a capacidade física mais solicitada – a força muscular ou o equilíbrio; como foi receber a ajuda dos colegas para realizar os movimentos; e o que o desenho representa.
Os desenhos dos estudantes podem ser expostos para que todos observem e leiam os registros dos colegas. Questione os estudantes sobre as diferenças entre o que foi desenhado e o que foi descrito, conduzindo um diálogo sobre a importância do respeito às diferenças. Assim como na conversa após a atividade, registre as falas que representam as aprendizagens deles.
Avaliação
Utilize as produções dos estudantes e as anotações do seu relatório de observação como avaliação, identificando o emprego de estratégias por parte dos estudantes para a realização dos movimentos, a percepção de limites e de potencialidades do corpo, o autocuidado e o zelo com os colegas.
MP066
Prática 2: EQUILIBRANDO JUNTOS
Conhecendo a prática corporal
O equilíbrio do corpo pode ser classificado como estático ou dinâmico. Na ginástica, alguns exemplos de equilíbrios estáticos são o avião, a parada de cabeça, os esquadros e as pranchas. Os principais representantes do equilíbrio dinâmico são os rolamentos, os giros, as pirâmides e os movimentos ginásticos sobre a trave.
Sugerimos que experimentem elementos básicos de equilíbrio para os quais necessitem da interação física com os colegas.
Nessa faixa etária, existe uma progressiva transição do ser mais centrado em si para aquele que é capaz de observar e perceber os outros, reconhecer as características e as necessidades alheias, incentivando os estudantes, por meio dessa prática, a agir positivamente em situações de cooperação e a respeitar as divergências de opiniões ou de habilidades.
Nas atividades sugeridas, as crianças terão uma tarefa importante: equilibrar forças, somar esforços e adequar o próprio movimento ao do outro.
Nas atividades em duplas ou coletivas, a mediação do professor é fundamental para intervir ou antecipar situações de injustiça, como uma criança com necessidades educativas especiais não encontrar um parceiro, por exemplo. É essencial facilitar o processo de inclusão e trazer à tona o direito ao acesso de cada indivíduo.
Sugerimos aprofundar os conhecimentos com o uso de algumas imagens de poses de equilíbrios típicas da ginástica para inspirar as crianças a tentar imitá-las ou criar as próprias performances.
Vivenciando a prática corporal
Nessa subseção, foram estruturadas algumas práticas da ginástica geral voltadas ao equilíbrio estático e ao dinâmico nos âmbitos individual e em duplas.
Faça uma roda de conversa com o grupo para criar hipóteses antes da prática.
Pergunte às crianças:
Boxe complementar:
QUESTÕES GERADORAS
Quando vou ficar em um pé só, como o saci-pererê, e não posso me mexer, para onde eu devo olhar?
Ao dar as duas mãos para um colega e girarmos juntos, como deve ser a velocidade durante essa prática?
Se meu parceiro de dupla está com dificuldades para fazer um movimento ginástico, como posso contribuir para o sucesso?
Fim do complemento.
Possivelmente será uma discussão interessante sobre as capacidades físicas como equilíbrio e velocidade; competências socioemocionais, como respeito, responsabilidade, cooperação, tolerância, empatia e resolução de conflitos. Esses são diálogos que possibilitam levar às aulas de Educação Física conteúdos além do saber fazer, como saber ser e saber conviver.
Antes de sugerir às crianças algum movimento ginástico, peça-lhes que, em duplas, experimentem brincar de ginástica. Observe o repertório e faça anotações para encaminhar, se necessário, a sequência pedagógica com ajustes.
Avião
Materiais: colchonetes ou tatames são opcionais para trazer mais conforto, porém qualquer piso liso ou gramado funcionam bem.
Pergunte às crianças: Qual é o meio de transporte mais rápido do mundo? Vocês já observaram um avião voando no céu? Vocês ou alguém da sua família já tiveram a oportunidade de fazer uma viagem de avião?
Introduza a prática ginástica da posição avião, explicando que é um nome popular de um movimento de equilíbrio estático utilizado na ginástica.
Demonstre a posição de avião e oriente os estudantes a experimentá-la sozinhos, testando a perna com a qual terão mais facilidade e a posição mais desafiadora para essa prática.
LEGENDA: Posição de avião. Fotografia de 2017. FIM DA LEGENDA.
Utilizando as letras do alfabeto, solicite-lhes que façam o equilíbrio do avião e pronunciem o alfabeto sequencialmente, “A, B, C, ...”, desafiando-os a ver até que letra conseguem permanecer com apoio unipodal.
MP067
Quando perderem o equilíbrio, devem dizer uma palavra com a letra pronunciada no instante em que o equilíbrio foi perdido.
Posteriormente, forme as duplas por critérios livres, sorteio ou alternância de pares, de acordo com os combinados prévios feitos com o grupo. Proponha-lhes o seguinte problema: Vamos fazer um avião em duplas? Nessa faixa etária é muito importante que explorem todas as possibilidades de resolver um desafio. Testar, criar hipóteses, fazer ajustes, observar como outras duplas estão executando, cair e levantar são passos necessários para a construção de respostas no processo de aprendizagem, bem como são ferramentas fundamentais para que os estudantes se tornem cidadãos seguros, autônomos, que argumentem com base em fatos, que sejam curiosos por explicações cientificamente embasadas, competências essenciais para a vida adulta e para o mundo do trabalho.
Ao final dessa prática corporal, sugira a todos os estudantes que se posicionem em círculo, apoiando-se nos ombros uns dos outros, para que façam juntos a posição de avião, pronunciando as letras do alfabeto.
Tartarugas
Materiais: colchonetes ou tatames são opcionais para trazer conforto. No entanto, qualquer piso liso ou gramado funciona bem.
Em duplas, as crianças devem sentar-se no chão na posição costas com costas e braços entrelaçados. O desafio é levantar-se do chão sem soltar os braços, nem apoiar as mãos no solo.
Utilize o sistema numérico para quantificar o tempo para realizar a tarefa de equilíbrio dinâmico em duplas. Incentive as crianças a contar de 1 a 10 ou de 10 em 10 (10, 20, 30...). Variar as duplas pode ser bem interessante.
Durante a atividade, permita às crianças que conversem entre elas, possibilitando a troca de experiências e dicas de como conseguir levantar-se, partindo da posição sentada, sem soltar os braços.
LEGENDA: Crianças levantando na posição tartarugas. FIM DA LEGENDA.
Estas são outras possibilidades de atividades em duplas para praticar o equilíbrio. Elas podem ser exploradas em uma próxima aula.
LEGENDA: Práticas de equilíbrio em duplas. FIM DA LEGENDA.
De mãos dadas
Material: não exige nenhum material.
Ao dar-se as mãos, frente a frente, um pacto é firmado. Olhos nos olhos e mãos firmes. Uma conexão forma-se em torno de um laço de confiança e de cooperação.
De mãos dadas, as duplas devem girar para a direita e para a esquerda, sincronizando a velocidade.
Inclua à lateralização do corpo estímulos auditivos no momento da troca de direção. As crianças devem girar para um dos lados e, ao sinal, trocar o lado.
LEGENDA: Crianças girando de mãos dadas. FIM DA LEGENDA.
Posteriormente, devem deitar em decúbito ventral (barriga virada para baixo), posicionar os braços esticados ao lado dos ouvidos e, com as mãos entrelaçadas, devem rolar para os dois lados com o corpo completamente esticado no chão.
MP068
Dialogando sobre a prática
Ao final das experiências, reúna as crianças para uma roda de conversa sobre as práticas da ginástica. Pergunte aos estudantes, escute ativamente e anote as respostas dadas aos questionamentos: Quais movimentos foram realizados? Quais foram mais fáceis? De quais vocês se lembram terem sido bem difíceis? No cotidiano, fazemos movimentos similares a algum desses praticados nas aulas? Quais sensações vocês perceberam ao equilibrar-se sozinhos? Ao dar as mãos para um colega, foi mais fácil ou mais difícil executar um movimento ginástico de equilíbrio? Para uma atividade em duplas funcionar, de quais ações vocês precisam para contribuir? Quais movimentos ginásticos vocês tiveram mais medo de fazer? Como enfrentaram esse medo? Vocês tiveram ajuda de algum colega?
Possibilite aos estudantes que verbalizem as próprias impressões. Observe se respeitam a vez de fala, se ouvem os colegas com atenção, se conseguem expressar-se de modo compreensível, se a fala deles corresponde ao que foi perguntado. Esse momento evidencia as aprendizagens dos estudantes; por isso, observe se existem dificuldades ou confusões que necessitem da sua intervenção.
Registrando
Sugerimos que faça com os estudantes uma atividade de registro na qual se evidencia o gosto pessoal deles. Essa atividade também exercita a contagem.
Utilize um quadro ou um pedaço grande de papel Kraft. Escreva algumas questões, conforme as sugestões abaixo.
Quadro: equivalente textual a seguir.
Você prefere realizar atividades sozinho ou em duplas? |
|
---|---|
Sozinho |
Em duplas |
_____ |
_____ |
Quadro: equivalente textual a seguir.
De qual atividade você mais gostou? |
||
---|---|---|
Tartaruga |
Avião |
De mãos dadas |
_____ |
_____ |
_____ |
Insira outras questões que julgar relevantes de acordo com o desenvolvimento das aulas. Os estudantes devem “votar” ou escrever o nome abaixo da resposta com que mais se identificaram. Ao final, devem juntos fazer a contagem de votos. Baseando-se na informação numérica obtida, como registro, construa um gráfico simples para mostrar a estatística das preferências do grupo, para que reconheçam e valorizem as diferenças de escolhas pessoais.
Solicite aos estudantes que façam um desenho de outras situações do dia a dia nas quais o equilíbrio esteja presente, como andar, subir escadas, segurar um copo com água, ficar em pé em um transporte público etc. Eles devem escrever no desenho por que o equilíbrio é importante na situação desenhada. Faça um mural com as produções dos estudantes intitulado: “O equilíbrio em minha vida”.
Convide os estudantes de outras salas, professores e funcionários da escola para visitar o mural.
Avaliação
A análise do modo como contextualizaram as experimentações da aula, os seus registros das falas dos estudantes e as observações durante as práticas podem compor um portfólio de avaliação sobre as ginásticas.
Boxe complementar:
NÃO PARE POR AQUI
As atividades sugeridas podem ser adaptadas de acordo com a estrutura física escolar, a disponibilidade de materiais e a diversidade dos estudantes, garantindo a todos a oportunidade de vivência. É importante considerar, na proposta das atividades, as dimensões do conhecimento da Educação Física, as competências do componente e de área e as competências gerais, bem como a oportunidade de estabelecer relações com os outros componentes curriculares.
Procure dialogar especialmente com o professor de Língua Portuguesa, visando à contribuição da Educação Física no desenvolvimento da Política Nacional de Alfabetização – PNA –, exercitando a fluência oral, a compreensão e a produção de textos e o vocabulário.
Você pode adicionar elementos e experiências em seus roteiros de aula, tais como:
Elementos básicos de ginástica no solo: http://fdnc.io/fb1. Acesso em: 19 mar. 2021.
Movimentos básicos da ginástica: http://fdnc.io/fb2. Acesso em: 19 mar. 2021.
Outros materiais podem ser encontrados em:
ARAÚJO, Carlos. Manual de ajudas em ginástica. 2ª ed. Várzea Paulista: Fontoura, 2012.
NUNOMURA, Myrian. Fundamentos das ginásticas. 2ª ed. Várzea Paulista: Fontoura, 2016.
Fim do complemento.
MP069
2º ANO
UNIDADE 8. DANÇAS
LEGENDA: Brincadeira rítmica. Fotografia de 2019. FIM DA LEGENDA.
Boxe complementar:
Habilidades e competências presentes nesta unidade
(EF12EF11) Experimentar e fruir diferentes danças do contexto comunitário e regional (rodas cantadas, brincadeiras rítmicas e expressivas), e recriá-las, respeitando as diferenças individuais e de desempenho corporal.
(EF12EF12) Identificar os elementos constitutivos (ritmo, espaço, gestos) das danças do contexto comunitário e regional, valorizando e respeitando as manifestações de diferentes culturas.
Competências Gerais: 1, 2, 3, 4, 5, 8 e 10
Competências de Linguagens: 1, 2, 3, 4, 5 e 6
Competências de Educação Física: 1, 2, 6, 7, 8 e 10
Fim do complemento.
Objetivos
- Recriar as danças do contexto comunitário e regional.
- Identificar os elementos constitutivos das danças regionais e comunitárias.
- Experimentar e fruir movimentos associados a diferentes tempos rítmicos.
- Reconhecer o lugar que a dança tem na história e na cultura comunitária e regional.
- Conhecer, valorizar e respeitar as diferentes manifestações culturais.
MP070
PROSEANDO SOBRE DANÇAS
Para este ano, prosseguiremos com o estudo das danças com foco no desenvolvimento da noção espaço-temporal, e dos conceitos de esquerda e direita, frente e trás, em cima e embaixo. A orientação espacial possibilita a alguém nortear-se em um espaço em relação a determinado objeto; por exemplo, uma bola ou outra pessoa. Conforme a criança desenvolve a orientação no espaço, identifica com mais precisão tamanhos, formas e volumes, o que a ajuda na compreensão cada vez mais complexa do ambiente.
Por sua vez, há uma orientação temporal que consiste no desenvolvimento da noção do tempo necessário para a ação, fazendo com que o pensamento para a ação ocorra de maneira antecipada, sintonizando os gestos. Por isso, a criança precisa conhecer a sequência de eventos que determina a ação para tomar boas decisões. O tempo, assim como acontece com a organização espacial, é ordenado por um sistema de operações concretas, indissociável da experiência, daí a fundamental importância das práticas na aprendizagem do movimento na infância.
A relação entre espaço e tempo também envolve a noção de velocidade, pois é na ação que a noção espaço-temporal acontece. A criança deve, assim, organizar seu pensamento-ação para realizar os gestos e os deslocamentos das partes do corpo necessárias para ocupar novos espaços.
Nesse sentido, as atividades rítmicas são uma excelente ferramenta para desenvolver a noção espaço-temporal e a velocidade da ação em crianças do 2º ano, pois, ao praticá-las, a criança realiza movimentos em determinado tempo.
O programa de Educação Física para o 2º ano do Ensino Fundamental prevê a abordagem das danças do contexto comunitário e regional, expressos nessa unidade por meio das brincadeiras rítmicas.
PRATICANDO DANÇAS
Prática: BRINCADEIRAS RÍTMICAS
Conhecendo a prática corporal
As brincadeiras rítmicas são fundamentais para o desenvolvimento da criança. Elas proporcionam a compreensão da organização do movimento no espaço e no tempo, estimulam a memorização, a percepção das rimas e o aprimoramento da coordenação motora e do senso rítmico, essenciais para essa faixa etária.
Nessa idade, as crianças conhecem uma série de cantigas de roda e de brincadeiras rítmicas, o que possibilita explorar o ato criativo por meio da experiência acumulada em relação ao tema. Por isso, na apresentação do tema da aula, procure valorizar tudo o que as crianças sabem sobre as cantigas, como a letra e a maneira de realizar os movimentos.
Sugerimos algumas brincadeiras cantadas, porém é importante utilizar aquelas relacionadas ao contexto comunitário dos estudantes.
Partindo das experiências das crianças, pergunte-lhes:
Boxe complementar:
QUESTÕES GERADORAS
Vocês já praticaram alguma cantiga executando gestos como bater palmas e pés no ritmo da cantiga?
Como podemos fazer para captar o ritmo (tempos) de uma cantiga?
Como podemos cantar e executar movimentos e gestos ao mesmo tempo?
Fim do complemento.
Vivenciando a prática corporal
Samba Lelê
Material: equipamento de som.
Em um espaço amplo peça aos estudantes que formem um círculo, e sugira-lhes que acompanhem o ritmo da música com um movimento corporal. Para marcar o ritmo, explore movimentos pendulares, palmas e pisadas alternadamente com cada um dos pés no solo.
Explore os movimentos de alguns segmentos corporais; por exemplo, tocando na cabeça, de acordo com a sugestão da letra da cantiga.
Outra sugestão para o desenvolvimento e a exploração dos movimentos, é propor aos estudantes, que em roda, realizem o deslocamento, ora para um lado, ora para o outro, marcando o ritmo com o mesmo pé, direito ou esquerdo. Quando perceber que todos estão no mesmo ritmo, proponha ao grupo bater palmas nos tempos, ou seja, quando os pés tocam o chão.
Nesse momento, identifique aqueles estudantes que possivelmente apresentem maior dificuldade com o ritmo. Não se preocupe, pois essa é uma tarefa que exige operações mentais e motoras complexas.
Lembre-se de que eles devem ser incentivados e elogiados; por isso, faça com que se sintam acolhidos.
A partir do momento em que perceber que os estudantes se apropriaram dos movimentos apresentados, estimule-os a criar outros gestos que poderiam ser substituídos ou adicionados à dança. Escute-os e proponha-lhes que testem as sugestões e avaliem o resultado.
Como sugestão de aprofundamento pode-se apresentar o vídeo “Samba Lelê – Barbatuques | Tum Pá”, disponível em http://fdnc.io/fb3 (acesso em: 23 mar. 2021), para que observem os movimentos e os gestos, os ritmos e o espaço.
MP071
Incentive-os a criar novos gestos e movimentos, assim como também explore outros ritmos e o espaço.
SAMBA LELÊ
SAMBA LELÊ ESTÁ DOENTE
ESTÁ COM A CABEÇA QUEBRADA
SAMBA LELÊ PRECISAVA
É DE UMAS BOAS LAMBADAS
SAMBA, SAMBA, SAMBA Ô LELÊ
PISA NA BARRA DA SAIA Ô LALÁ (23 REFRÃO)
Ó MORENA BONITA,
COMO É QUE SE NAMORA?
PÕE O LENCINHO NO BOLSO
DEIXA A PONTINHA DE FORA
Ó MORENA BONITA
COMO É QUE SE CASA
PÕE O VÉU NA CABEÇA
DEPOIS DÁ O FORA DE CASA
Ó MORENA BONITA
COMO É QUE COZINHA
BOTA A PANELA NO FOGO
VAI CONVERSAR COM A VIZINHA
Ó MORENA BONITA
ONDE É QUE VOCÊ MORA
MORO NA PRAIA FORMOSA
DIGO ADEUS E VOU EMBORA
FONTE: (Cultura popular)
Áudio disponível em: http://fdnc.io/fb4. Acesso em: 23 mar. 2021.
LEGENDA: Brincadeira rítmica Samba Lelê. FIM DA LEGENDA.
Borboletinha
Material: giz.
Essa atividade é uma adaptação da cantiga Borboletinha.
A ideia é que as crianças executem uma sequência baseada em saltitar em determinadas posições, orientadas pelo ritmo marcado pela cantiga.
Você pode desenhar as posições dos pés no chão, conforme a indicação do quadro a seguir.
LEGENDA: Sequência de passos da brincadeira rítmica Borboletinha. FIM DA LEGENDA.
MP072
Peça às crianças que cantem a cantiga Borboletinha e executem a sequência de passos no ritmo da cantiga.
De acordo com o quadro, a criança salta para a primeira posição, percorrendo todo o percurso no ritmo da cantiga, e obedecendo à posição estabelecida na sequência.
Ao percorrê-lo, a criança deve pular para fora do percurso e fazer o caminho de retorno para o lado de onde ela iniciou o movimento.
Peça aos estudantes que exercitem a sequência de passos em ritmo lento e, depois, aumentem a progressão ao ritmo normal da cantiga.
LEGENDA: Crianças executando sequência rítmica da cantiga Borboletinha. FIM DA LEGENDA.
Palma palma pé
Material: não há necessidade de materiais específicos.
A brincadeira rítmica Palma palma pé consiste na execução de palmas, quando pronunciada a palavra “palma”, e batida nas pernas, quando pronunciada a palavra “pé”, conforme a sequência:
Quadro: equivalente textual a seguir.
Palma Palma Pé |
Palma Palma Pé Pé |
Palma Palma Palma Pé |
Palma Palma Pé Pé Pé |
A execução da sequência deve obedecer ao ritmo em que as palavras “palma” e “pé” são pronunciadas e à aceleração ao decorrer da brincadeira.
Para ilustração da sequência, observe o passo a passo a seguir:
Quadro: equivalente textual a seguir.
Palma Palma Pé |
Palma Palma Pé Pé |
||||||
Palma |
Palma |
Pé |
Palma |
Palma |
Pé |
Pé |
Quadro: equivalente textual a seguir.
Palma Palma Palma Pé |
Palma Palma Pé Pé Pé |
||||||||
Palma |
Palma |
Palma |
Pé |
Palma |
Palma |
Pé |
Pé |
Pé |
LEGENDA: Sequência rítmica da brincadeira Palma palma pé. FIM DA LEGENDA.
Você pode recriar essa brincadeira, propondo às crianças variações ou, até mesmo, ampliando o grau dificuldade, de modo que elas tenham várias experiências com a brincadeira rítmica.
Veja algumas opções para recriação:
- Executar os movimentos em dupla: nas “palmas”, as crianças devem bater nas mãos uma da outra, e nos “pés”, cada uma bate sobre as próprias pernas.
MP073
- Executar os movimentos batendo sobre a mesa: nas “palmas”, as crianças batem palma e, nos “pés”, batem com as mãos sobre a mesa, para variar o som produzido pela melodia feita entre batidas de mãos e batidas sobre a mesa.
- Executar os movimentos com um
copo
acrílico: nas “palmas”, as crianças batem palma e, nos “pés”, batem um
copo
acrílico com a “boca” virada para a mesa. Ao pegar o
copo
com uma das mãos para executar o movimento, a criança terá outras exigências cognitivas em relação à versão original praticada.
Dialogando sobre a prática
Após a atividade, dialogue com as crianças sobre as práticas, perguntando-lhes: São cantigas que vocês conhecem? Já as praticaram? Sabem o significado das letras das cantigas, como Borboletinha?
Deixe-as verbalizar as próprias impressões, incentivando e valorizando a participação de todas.
Registrando
Solicite aos estudantes que pesquisem, junto aos familiares e pessoas da comunidade, cantigas com outras personagens que remontem à infância delas. Podem ser animais, pessoas, profissões ou locais como rua, praia, mar, rio ou objetos. Peça-lhes que tragam os resultados das pesquisas e os compartilhem com os colegas, propondo experimentações e recriando essas cantigas. Pode-se utilizar a sala de informática para que pesquisem, ouçam as músicas e observem os modos de prática. O incentivo ao uso de recursos digitais é importante para desenvolver na criança o desejo de utilizá-los como instrumentos na busca de informações.
Avaliação
Construa com os estudantes um relatório de aprendizagens. Escreva na lousa, em um quadro ou em um papel alguns apontamentos com o objetivo de evidenciar as aprendizagens deles, como:
- Quais foram os movimentos que realizaram (saltar, girar, agachar, andar de frente, andar de lado, dar-se as mãos, etc.)?
- Quais foram as principais capacidades físicas envolvidas, como equilíbrio, força muscular ou flexibilidade?
- De quais ritmos mais gostaram? Rápidos ou lentos?
- Escreva uma das histórias que as letras das cantigas contam.
-
Como acham que as cantigas surgiram?
Peça aos estudantes que lhe entreguem as respostas e avalie as aprendizagens deles, retornando-lhes com observações quando julgar necessário; por exemplo, devem perceber que muitas cantigas surgiram pelo hábito dos antigos em criá-las para representar assuntos do dia a dia ou situações vivenciadas por eles; que recriar as cantigas perpetua a cultura da comunidade; que ao dançar podemos desenvolver diversas capacidades físicas e aprender novos movimentos.
Oriente os estudantes a registrar as palavras que não conhecem e a pesquisar os significados delas, visando a ampliar o vocabulário sobre as danças e contribuir com a interpretação da letra das cantigas.
Boxe complementar:
NÃO PARE POR AQUI
As atividades aqui apresentadas são algumas possibilidades para a prática de danças do contexto comunitário e regional; porém, outras podem ser acrescentadas, lembrando-se sempre de construir o roteiro de aula com base nas dimensões do conhecimento, observando a formação de competências tanto gerais quanto as da área de Linguagens e as específicas de Educação Física e suas habilidades.
As atividades sugeridas nessa unidade podem ser adaptadas de acordo com a estrutura física escolar, a disponibilidade de materiais e a diversidade dos estudantes, garantindo a todos a oportunidade de vivência.
Outras brincadeiras rítmicas podem ser encontradas em:
Fome come: http://fdnc.io/2yj. Acesso em: 8 abr. 2021.
Pipocas dançantes: http://fdnc.io/fb5. Acesso em: 8 abr. 2021.
Yapo: http://fdnc.io/fb6. Acesso em: 8 abr. 2021.
Outros materiais de consulta podem ser encontrados em:
BITTENCOURT, Alessandra Torres. Atividades rítmicas e dança. Curitiba: IESD, 2020.
SCHWARTZ, Gisele Maria; TREVISAN, Priscila Raquel Tedesco da Costa; CATIB, Norma Ornelas Montebugnoli; AMATO, Daniel. Atividades rítmicas e expressivas: no ritmo do cotidiano escolar. Curitiba: CRV, 2016.
Fim do complemento.
MP074
ARTICULANDO LINGUAGENS
CIÊNCIA E TECNOLOGIA
LEGENDA: Festival de tecnologia na Holanda, 2019. FIM DA LEGENDA.
Boxe complementar:
Competências Gerais
(2) Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.
Fim de complemento.
Boxe complementar:
Competências de Linguagens
(6) Compreender e utilizar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares), para se comunicar por meio das diferentes linguagens e mídias, produzir conhecimentos, resolver problemas e desenvolver projetos autorais e coletivos.
Fim do complemento.
Há muito se discute sobre a tecnologia na escola. Com o advento da internet, a evolução tecnológica e a acessibilidade aos equipamentos eletrônicos, como computadores, celulares e projetores, o foco sobre a tecnologia se voltou quase exclusivamente à utilização das ferramentas digitais como instrumentos de aprendizagem.
No entanto, uma questão importante é a de que o termo ”tecnologia” não se restringe à utilização de ferramentas digitais. Pensando em evolução do ser humano, a tecnologia acompanhou o desenvolvimento das sociedades desde tempos remotos. A utilização, por parte de nossos ancestrais, de lanças feitas com pontas de pedra ou ossos pontiagudos, por acaso, não seria um exemplo de tecnologia? Ouvimos muito falar sobre a revolução que foi a “invenção da roda”, termo que nos dias de hoje utilizamos para nos referir a algo fora do comum ou a algo que alguém já fez.
Partindo desse pressuposto, pode-se dizer que tudo o que o ser humano cria para melhorar a sua vida é tecnologia? De acordo com Veraszto et al. (2008) 1 , existem diversas concepções sobre tecnologia, que se resumem em:
[...] um conjunto de saberes inerentes ao desenvolvimento e concepção dos instrumentos (artefatos, sistemas, processos e ambientes) criados pelo homem através da história para satisfazer suas necessidades e requerimentos pessoais e coletivos. O conhecimento tecnológico é o conhecimento de como fazer, saber fazer e improvisar soluções, e não apenas um conhecimento generalizado embasado cientificamente (VERASZTO et al ., 2008, p. 38).
Nota de rodapé: 1. VERASZTO, Estéfano Vizconde et al. Tecnologia: buscando uma definição para o conceito. Prisma.com, n. 8, 2009. Disponível em: http://fdnc.io/fb7. Acesso em: 13 jun. 2021. Fim da nota.
MP075
Desse modo, consideramos que as ações dos estudantes nas adaptações dos materiais, as ocupações, as transformações dos ambientes da escola, as produções utilizando múltiplas práticas de linguagens (corporal, visual, oral e escrita) para registrar, divulgar e apresentar o que sentem nas aulas são tecnologias que os fazem expressar sentimentos e dialogar com os colegas e com o mundo.
EDUCAÇÃO FÍSICA
(EF12EF01) Experimentar, fruir e recriar diferentes brincadeiras e jogos da cultura popular presentes no contexto comunitário e regional, reconhecendo e respeitando as diferenças individuais de desempenho dos colegas.
(EF12EF05) Experimentar e fruir, prezando pelo trabalho coletivo e pelo protagonismo, a prática de esportes de marca e de precisão, identificando os elementos comuns a esses esportes.
(EF12EF08) Planejar e utilizar estratégias para a execução de diferentes elementos básicos da ginástica e da ginástica geral.
(EF12EF11) Experimentar e fruir diferentes danças do contexto comunitário e regional (rodas cantadas, brincadeiras rítmicas e expressivas), e recriá-las, respeitando as diferenças individuais e de desempenho corporal.
Brincadeiras e jogos: antes da experimentação das brincadeiras e jogos da cultura popular, sugere-se propor aos estudantes situações problematizadoras em que eles possam, de forma cooperativa, planejar e construir soluções para que todos participem das práticas de modo ético, inclusivo e democrático.
Esportes: antes da experimentação dos esportes de marca e de precisão, sugere-se propor aos estudantes situações problematizadoras nas quais, de forma participativa, eles criem implementos característicos dos esportes de marca e de precisão.
Ginásticas: pode-se sugerir aos estudantes a criação de vídeos com eles e os próprios familiares experimentando juntos, no lazer, alguns elementos da ginástica como forma de disseminação do conhecimento sobre os movimentos da prática corporal.
Danças: sugere-se apresentar aos estudantes situações problematizadoras em que eles possam, de forma participativa, utilizar as ferramentas de busca para pesquisar por danças do contexto comunitário e regional onde vivem.
ARTE
(EF15AR05) Experimentar a criação em artes visuais de modo individual, coletivo e colaborativo, explorando diferentes espaços da escola e da comunidade.
(EF15AR06) Dialogar sobre a sua criação e as dos colegas, para alcançar sentidos plurais.
(EF15AR14) Perceber e explorar os elementos constitutivos da música (altura, intensidade, timbre, melodia, ritmo etc.), por meio de jogos, brincadeiras, canções e práticas diversas de composição/criação, execução e apreciação musical.
(EF15AR15) Explorar fontes sonoras diversas, como as existentes no próprio corpo (palmas, voz, percussão corporal), na natureza e em objetos cotidianos, reconhecendo os elementos constitutivos da música e as características de instrumentos musicais variados.
(EF15AR16) Explorar diferentes formas de registro musical não convencional (representação gráfica de sons, partituras criativas etc.), bem como procedimentos e técnicas de registro em áudio e audiovisual, e reconhecer a notação musical convencional.
As artes estão intimamente ligadas ao desenvolvimento científico e tecnológico. Grandes artistas da Antiguidade, para produzir suas obras, tinham de ser cientistas, engenheiros, arquitetos e pensadores, como filósofos e professores. Essas habilidades foram importantes para desenvolver suas tintas, ferramentas para esculpir, máquinas que pudessem auxiliar no seu trabalho, entre outros.
Os instrumentos musicais são os exemplos mais evidentes, sendo feitos de diferentes materiais, como partes de animais (ossos, chifres, peles, vísceras), madeira, ligas metálicas, polímeros e elementos eletrônicos. Além dos instrumentos, a música utiliza diferentes equipamentos eletrônicos para suporte, cujo alcance foi ampliado com o surgimento da internet. Da composição à execução; da gravação e do armazenamento à reprodução, além da música gravada, o estudo e a preparação da performance podem ser auxiliadas por aparelhos de medição, como metrônomos 2 , afinadores, dos mais rudimentares aos mais modernos, hoje em dia disponibilizados em aplicativos para celulares.
Nota de rodapé: 2. Aparelho utilizado para determinar o andamento musical. Fim da nota.
MP076
Outro elemento importante de tecnologia está ligado à escrita da música por meio de representação gráfica, por notação musical 3 tradicional ou pela chamada partitura criativa 4 .
No 2º ano, propõe-se a articulação da Educação Física com a Arte (Música) por meio da percepção auditiva relacionada à identificação de timbres de diferentes fontes sonoras (vozes, objetos, elementos naturais); compreensão de melodia relacionada à execução vocal das parlendas, diferenciando fala, recitação e canto; e a representação das danças por meio de notação em partituras criativas. São exemplos de aplicação da articulação entre a Arte e a Educação Física nas práticas:
Brincadeiras e jogos: na brincadeira “Esconde-esconde”, pode-se trabalhar a escuta como mais uma habilidade. A percepção auditiva está estreitamente ligada ao sentido de localização e pode ser acionada pela criança que está no “pique” para localizar a direção do movimento das outras crianças enquanto se escondem, assim como identificar sons específicos oriundos dos locais de esconderijo. Nos exercícios preparatórios, pode-se reservar um momento para exercitar a percepção das crianças colocando-as de olhos fechados em círculo ou outras formações. O professor nomeia uma criança para “ouvir” e toca outra criança que deve dizer uma palavra escolhida por todos. A criança nomeada deve identificar a outra e apontar a direção de onde veio sua voz. Outra atividade pode ser feita para sensibilização da escuta do espaço onde se realiza a aula, propondo às crianças que identifiquem, no ambiente, diferentes fontes sonoras e as descrevam. Tanto a percepção quanto a observação e a classificação, habilidades trabalhadas nessas atividades, são fundamentais para estimular competências científicas por meio das experiências e percepções do próprio corpo para utilizar estratégias que agucem as habilidades sensoriais.
Na brincadeira “Corre cutia”, o elemento melodia é o mais evidente a ser trabalhado, pois há o uso de uma parlenda falada no ritmo, em volume bem forte, sem o aspecto melódico. O professor pode apontar a diferença entre falar o texto linearmente com ritmo, recitar, imprimindo contorno melódico às palavras, e cantar, o que envolve o ajuste da voz a alturas definidas. Para enriquecer ainda mais a atividade, o professor pode perguntar às crianças se sabem cantar a parlenda ou mesmo propor uma pesquisa: as crianças podem perguntar aos pais, avós ou outros familiares se conhecem a melodia, gravá-la e compartilhá-la com os colegas, comparando os resultados e discutindo se há ou não o aspecto melódico, incentivando o uso da tecnologia para a produção de conhecimentos. Um exemplo da parlenda recitada pode ser ouvido em: http://fdnc.io/cBb. Acesso em: 14 jun. 2021.
Ginásticas: pode-se propor a grupos de estudantes que pratiquem os apoios e reflitam sobre os aspectos visuais artísticos aplicados nas ginásticas. Eles devem experimentar e refletir sobre como o corpo se comporta, sobre como eles sentem os músculos, como forma de estimular a observação, elemento importante na construção do conhecimento científico.
Danças: propõe-se, em danças, articular com a música o conceito de notação musical e partitura criativa, aproveitando a forma como elas são apresentadas na unidade. Na brincadeira rítmica “Borboletinha” é proposto que as crianças desenhem as sequências feitas com os pés. Em “Palma palma pé” também é proposta uma sequência de imagens dos movimentos. Podemos dizer que essas formas de representar o que será executado, corporalmente, com a voz ou em um instrumento musical, são chamadas de partituras. O professor pode propor à turma que crie uma partitura para a execução de “Samba Lelê”, como meio de incentivar a criação e a recriação de instrumentos a serem empregados na atividade proposta.
LÍNGUA PORTUGUESA
(EF15LP01) Identificar a função social de textos que circulam em campos da vida social dos quais participa cotidianamente (a casa, a rua, a comunidade, a escola) e nas mídias impressa, de massa e digital, reconhecendo para que foram produzidos, onde circulam, quem os produziu e a quem se destinam.
(EF15LP08) Utilizar software , inclusive programas de edição de texto, para editar e publicar os textos produzidos, explorando os recursos multissemióticos disponíveis.
(EF15LP18) Relacionar texto com ilustrações e outros recursos gráficos.
(EF02LP02) Segmentar palavras em sílabas e remover e substituir sílabas iniciais, mediais ou finais para criar novas palavras.
(EF02LP14) Planejar e produzir pequenos relatos de observação de processos, de fatos, de experiências pessoais, mantendo as características do gênero, considerando a situação comunicativa e o tema/assunto do texto.
(EF12LP11) Escrever, em colaboração com os colegas e com a ajuda do professor, fotolegendas em notícias, manchetes e lides em notícias, álbum de fotos digital noticioso e notícias curtas para público infantil, digitais ou impressos, dentre outros gêneros do campo jornalístico, considerando a situação comunicativa e o tema/assunto do texto.
Nota de rodapé: 3. De acordo com Stanley (1994, p. 656), “um equivalente visual do som musical, que se pretende um registro do som ouvido ou imaginado, ou um conjunto de instruções visuais para intérpretes”.
SADIE, Stanley (ed.). Notação musical (verbete). Dicionário grove de música. Edição concisa. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1994. Fim da nota.
Nota de rodapé: 4. Na partitura criativa, os símbolos da notação musical tradicional são substituídos por desenhos, gráficos, imagens, relevos ou outras formas que representem a música. Fim da nota.
MP077
Podemos considerar que ciência, tecnologia e educação são conceitos indissociáveis. De acordo com Kenski:
O conceito de tecnologias engloba a totalidade de coisas que a engenhosidade do cérebro humano conseguiu criar em todas as épocas, suas formas de uso, suas aplicações. [...]
A linguagem, por exemplo, é um tipo específico de tecnologia que não necessariamente se apresenta através de máquinas e equipamentos. A linguagem é uma construção criada pela inteligência humana para possibilitar a comunicação entre os membros de determinado grupo social (KENSKI, 2007, p. 22-23) 5 .
Com base nessa interpretação, podemos considerar as diversas linguagens, entre elas a verbal – oral, escrita e digital –, como saberes culturais, tecnologias a serem exploradas na educação.
De acordo com Brasil (2018) 6 , as competências e as habilidades relacionadas ao uso das tecnologias devem ser desenvolvidas tanto de forma transversal como de forma direcionada, tendo como fim seu uso, isto é, utilizá-las com os estudantes para que construam conhecimentos com e sobre o uso dessas tecnologias digitais de informação e comunicação.
Para que a alfabetização e o letramento, digital ou não, conduzam aos aprendizados desejados, é preciso que as tecnologias estejam ajustadas e adequadas aos processos educacionais.
No que diz respeito aos componentes Educação Física e Língua Portuguesa, no 2º ano do Ensino Fundamental, a articulação que podemos promover, considerando as múltiplas linguagens em sua dimensão tecnológica, é adequar as atividades de cada eixo aos objetivos a serem alcançados, dando continuidade ao processo de alfabetização e letramento estreado nos anos anteriores e iniciar o letramento digital.
Brincadeiras e jogos: a atividade“Esconde-esconde”contribui para desenvolver a leitura e a descoberta de palavras escondidas em outras palavras. Assim, uma primeira pergunta poderia ser: “Que palavra se esconde em ‘esconde-esconde’?”. E assim por diante, em “repolho”, “olho”, “caqui”, que tem “cá” e “aqui”, como uma maneira de estimular o olhar de ângulos e pontos de vista diferentes, exercício importante para o desenvolvimento de competências científicas. Um vídeo com a proposta dessa atividade, que pode ser desenvolvida oralmente ou por escrito, e também com palavras sugeridas pelas crianças, pode ser visto em: http://fdnc.io/fb9. Acesso em: 14 jun. 2021.
Esportes: como as modalidades de salto são esportes olímpicos e paralímpicos, é fácil encontrar fotografias de atletas em atividade de salto na internet. Uma busca prévia, com pré-seleção de sites pelo professor, pode dar início à atividade, para que os estudantes observem e apreciem os movimentos e as expressões faciais do corpo em ação, comentando suas observações para chegar à produção de fotolegendas. Legendar significa não só descrever o que se vê nas fotos, mas também adicionar informações resultantes da observação pessoal.
A mesma atividade poderia ser realizada com fotografias dos estudantes que realizaram os saltos e atuaram no boliche. Todo o processo de transferência das fotografias digitalizadas para os aplicativos adequados à realização da tarefa poderia ser acompanhada pelos estudantes como mais um aprendizado envolvendo as linguagens digitais e estimulando a habilidade de classificação da informação.
Ginásticas: a atividade com apoios invertidos propicia uma experiência rica para a expressão verbal da criança. Além dos desenhos produzidos, ou mesmo com base neles ou ainda com eles, é possível propor aos estudantes uma produção escrita que se iniciaria com as provocações: “E se... o que aconteceria?”; “E se o mundo virasse de ponta-cabeça?”; “E se meu quarto, minha casa, minha família estivessem de cabeça para baixo?”. Outra sugestão é a proposta de imaginar o mundo ao contrário: “E se a noite fosse dia/E se o dia fosse noite?”. Essa é uma oportunidade para estimular a formulação de hipóteses e a imaginação.
Uma brincadeira com a própria língua também seria possível: a língua ao contrário. Os estudantes iniciariam cada um escrevendo o próprio nome com as sílabas invertidas (“Camila-Lamica, Pedro-Drope”) e, em seguida, um pequeno texto que se tornaria enigmático, com todas as palavras com mais de uma sílaba, escritas dessa maneira, a ser decifrado pelo colega. Por exemplo,“Lamica diupe ao Drope uma dabilam no tevesor de telacocho, mas lee não deu”. Seria uma forma de praticar a ginástica com as palavras, a ginástica da língua!
Nota de rodapé: 5. KEINSKI, Vani Moreira. Educação e tecnologias: o novo ritmo da informação. 7ª ed. Campinas: Papirus, 2007. Fim da nota.
Nota de rodapé: 6. BRASIL. Ministério da Educação. Tecnologias digitais da informação e comunicação no contexto escolar: possibilidades. Caderno de práticas e aprofundamento para a implementação da Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2018. Disponível em: http://fdnc.io/fb8. Acesso em: 3 jun. 2021. Fim da nota.