MP070
4º ANO
UNIDADE 6. BRINCADEIRAS E JOGOS
LEGENDA: Crianças brincando de jankenpon. Fotografia de 2017. FIM DA LEGENDA.
Boxe complementar:
Habilidades e competências presentes nesta unidade
(EF35EF01) Experimentar e fruir brincadeiras e jogos populares do Brasil e do mundo, incluindo aqueles de matriz indígena e africana, e recriá-los, valorizando a importância desse patrimônio histórico cultural.
(EF35EF02) Planejar e utilizar estratégias para possibilitar a participação segura de todos os estudantes em brincadeiras e jogos populares do Brasil e de matriz indígena e africana.
(EF35EF03) Descrever, por meio de múltiplas linguagens (corporal, oral, escrita, audiovisual), as brincadeiras e os jogos populares do Brasil e de matriz indígena e africana, explicando suas características e a importância desse patrimônio histórico cultural na preservação das diferentes culturas.
(EF35EF04) Recriar, individual e coletivamente, e experimentar, na escola e fora dela, brincadeiras e jogos populares do Brasil e do mundo, incluindo aqueles de matriz indígena e africana, e demais práticas corporais tematizadas na escola, adequando-as aos espaços públicos disponíveis.
Competências Gerais: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10
Competências de Linguagens: 2, 3, 4 e 6
Competências de Educação Física: 1, 2, 4, 5, 6, 7, 8 e 10
Fim do complemento.
Objetivos
- Experimentar brincadeiras e jogos populares do Brasil e do mundo, e os de matriz indígena e africana.
- Vivenciar e recriar as brincadeiras e os jogos nas suas recriações regionais e comunitárias, preservando a cultura e a diversidade cultural brasileira.
- Reconhecer a diversidade cultural brasileira, valorizando e respeitando o patrimônio cultural.
- Ampliar a consciência corporal, o planejamento e as estratégias na superação dos objetivos propostos pelas brincadeiras e pelos jogos.
MP071
PROSEANDO SOBRE BRINCADEIRAS E JOGOS
As brincadeiras e os jogos estão presentes no cotidiano dos seres humanos desde os tempos antigos, contribuindo para a formação do indivíduo, tanto nos aspectos físicos quanto sociais. Por meio deles podemos nos expressar, nos relacionar, conhecer o outro, os seus costumes e a sua cultura.
Por falar em cultura, é notório que a brasileira foi formada pela influência de vários povos e nações, fazendo da diversidade um importante componente em nossa sociedade. A própria Base Nacional Comum Curricular – BNCC – ressalta a importância de observar e valorizar a formação multicultural do nosso país, pois o multiculturalismo influencia diretamente os processos de ensino e de aprendizagem. Nesse sentido, é necessário proporcionar aos estudantes diferentes experiências e oportunidades para que eles possam, além de conhecer novas culturas, valorizar o rico e diverso patrimônio cultural brasileiro.
Para compreendermos a importância das brincadeiras e sua relação com a cultura, segundo Fernando Augusto Ramos Pontes e Celina Maria Colino Magalhães:
[...] Qualquer transmissão de um elemento cultural só pode ocorrer dentro de um contexto social. A cultura da brincadeira é um fenômeno de grupo. É só em um conjunto de sujeitos que mutuamente se regulam, com uma identificação própria e com um modo de organização típico, que uma brincadeira tradicional se mantém e é repassada. Nesse sentido, parte-se do pressuposto de que entender a organização social de um determinado grupo é um fator essencial para se estudar a transmissão da cultura (PONTES; MAGALHÃES, 2003, p. 120) 1 .
Já Huizinga (2007) nos traz o entendimento da proposta contida nos jogos, afirmando que jogo:
é uma atividade ou ocupação voluntária, exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e alegria e de uma consciência de ser diferente da vida cotidiana (HUIZINGA, 2007, p. 33) 2 .
Diante do exposto, podemos afirmar que as brincadeiras e os jogos são excelentes estratégias para disseminar novas culturas e aprofundar processos de aprendizagens. Por isso, é fundamental que o professor incentive os estudantes a conhecer, respeitar e valorizar sua cultura, seus hábitos e suas manifestações.
Em especial, no 4º ano do Ensino Fundamental, essa vivência se dará por meio das brincadeiras e dos jogos do Brasil e do mundo, e suas adaptações para o contexto regional dos estados brasileiros, assim como as brincadeiras e os jogos de matrizes indígena e africana. Além de trabalhar as capacidades físicas e motoras, essas práticas possibilitam à criança desenvolver o senso crítico, o respeito e a ampliação de sua consciência como agente transformador da sociedade.
PRATICANDO BRINCADEIRAS E JOGOS
Prática 1: O’TA I INYU (GAVIÃO E GALINHA)
Conhecendo a prática corporal
Essa é uma brincadeira comum entre as crianças indígenas. Dentro de seu imaginário, é comum observar brincadeiras que remetam à natureza, aos animais, às feras etc., em que o animal mais forte caça os animais ou seres mais fracos. De acordo com as histórias do povo Tikuna, povoado indígena da Amazônia, certo dia apareceu uma fera, representada pelo gavião, chamada inyu . Ela vinha pegar crianças e idosos que não conseguiam se defender. Para manter a história viva, as crianças da tribo brincam de gavião e galinha, revivenciando a história que aprenderam com seus antepassados.
Como essa brincadeira é comum em diversas culturas, ela pode apresentar diferentes nomes.
Gavião e galinha é uma espécie de pega-pega, na qual se tem um pegador (gavião), os que são pegos (pintinhos) e a galinha para protegê-los, evitando que sejam pegos pelo gavião.
Na prática, os pintinhos ficam alinhados, enquanto a galinha se posiciona à frente deles para protegê-los do gavião, que tenta passar por ela e pegá-los.
Para conectar as crianças ainda mais com o tema da aula, proponha-lhes alguns questionamentos, como:
Boxe complementar:
QUESTÕES GERADORAS
De quais habilidades o gavião precisa para conseguir passar pela galinha e chegar até os pintinhos?
De quais habilidades a galinha precisa para proteger os pintinhos?
Essa brincadeira tem semelhança com alguma outra que vocês conhecem?
Fim do complemento.
Nota de rodapé: 1. PONTES, Fernando Augusto Ramos; MAGALHÃES, Celina Maria Colino. A transmissão da cultura da brincadeira: algumas possibilidades de investigação. Psicologia: reflexão e crítica, Porto Alegre, v. 16, n. 1, p. 117-124, 2003. Disponível em: http://fdnc.io/fc4. Acesso em: 3 abr. 2021. Fim da nota.
Nota de rodapé: 2. HUIZINGA, Johan. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. 5ª ed. São Paulo: Perspectiva, 2007. Fim da nota.
MP072
Vivenciando a prática corporal
Material: não é necessário nenhum material específico.
Escolha um estudante para ser o gavião, ave forte que caça os pintinhos. Outro participante será a galinha, que fica de braços estendidos, tendo atrás de si todos os demais colegas, os pintinhos, que são seus filhotes. O gavião corre para tentar pegar um dos filhotes, mas ele só pode pegá-los pelos lados da galinha. Ela se posiciona à frente deles tentando impedir que o gavião se aproxime e alcance um deles. Quem for pego por ele se torna o gavião, que se torna galinha, e ela se torna um dos pintinhos, em uma dinâmica de rodízio entre os participantes.
Reforce as questões de segurança, principalmente entre o estudante que será o gavião e o que será a galinha, para que não machuquem um ao outro.
LEGENDA: Brincadeira gavião e galinha. FIM DA LEGENDA.
Dialogando sobre a prática
Ao final da aula, converse sobre a experiência desenvolvida, identificando o que os estudantes mais gostaram na atividade. Pergunte-lhes: Vocês preferiram brincar em qual papel: gavião, galinha ou pintinhos? Como foi a experiência de conhecer uma brincadeira indígena? Quais habilidades motoras estiveram presentes na atividade? Quais foram as capacidades físicas e as regiões corporais envolvidas? Como deve ser o espaço para praticar essa atividade?
Possibilite que verbalizem as próprias impressões.
Reflita com as crianças sobre a cultura do mais forte e do mais fraco, e quais estratégias foram utilizadas pela galinha e seus pintinhos para se fortalecerem como grupo e superar os desafios para se protegerem do gavião.
Registrando
Como registro, incentive os estudantes a recriar a atividade. Pergunte-lhes se teriam alguma ideia a ser acrescentada na brincadeira, por exemplo, os pintinhos se moverem, ou a galinha dar voltas ao redor dos pintinhos, aumentando as possibilidades de pega do gavião, ou ainda se recriariam outra brincadeira, com outros animais.
Forme grupos de cinco estudantes, dê-lhes papéis e canetinhas, permita que organizem as próprias ideias e façam os registros, atribuindo um nome à brincadeira criada. Permita, ainda, aos grupos que vivenciem as brincadeiras e troquem experiências entre si.
Avaliação
Utilize como avaliação os seus registros de observação e o processo de produção dos estudantes. Peça-lhes que façam uma pesquisa sobre outros jogos e brincadeiras de matriz indígena, identificando: quais povos a praticam, o material necessário e as regras ou modo de prática.
Prática 2: PEGUE O BASTÃO
Conhecendo a prática corporal
Pegue o bastão é um jogo de matriz africana, muito popular no Egito, que também está inserido na cultura brasileira. É fundamental ressaltar, nessa prática, como a cultura africana está presente nos hábitos e nos costumes brasileiros.
Com regras bem simples, pegue o bastão pode ser jogado por vários estudantes. Essa prática é bastante interessante para desenvolver nos estudantes a cooperação, o trabalho em equipe, a agilidade, a noção de distância, a noção espacial e o tempo de reação.
Basicamente, o jogo consiste em equilibrar no chão um bastão e caminhar em sentido horário, deixando o próprio bastão para pegar o do outro antes que ele caia.
Proponha, então, aos estudantes alguns questionamentos sobre o jogo:
Boxe complementar:
QUESTÕES GERADORAS
Alguém conhece esse jogo ou algum parecido com ele?
Vocês conhecem outros jogos de origem africana?
Quais habilidades motoras são mais utilizadas nesse jogo?
Fim do complemento.
MP073
Vivenciando a prática corporal
Materiais: bastões ou cabos de vassoura.
Organize os estudantes em uma roda. Com o bastão em mãos, cada criança deve posicioná-lo à frente do corpo, em posição vertical, com uma das extremidades apoiada no chão. Ao sinal do professor, eles devem: deixar os bastões equilibrados, apoiados no chão, deslocar-se em sentido horário e segurar o bastão do colega sem deixá-lo cair, caso contrário, deverá sair da roda. Vence o último que restar.
Outra forma de jogar é contar quantas rodadas os estudantes trocam de posição sem deixar os bastões caírem. Essa variação pode ser jogada com um grande grupo, buscando o máximo de repetições, ou pequenos grupos competindo entre si. Para aumentar o grau de dificuldade, pode-se pedir a eles que se afastem mais, deixando a roda maior, ou que façam as trocas de forma mais rápida.
LEGENDA: Jogo pegue o bastão. FIM DA LEGENDA.
Dialogando sobre a prática
Ao final da aula, pergunte aos estudantes sobre o que acharam da atividade: Já a conheciam? Gostaram de praticá-la? Conhecem outras brincadeiras e jogos parecidos? Quais foram as habilidades motoras requisitadas nessa prática? São habilidades motoras que você utiliza no seu dia a dia? Quais capacidades físicas estiveram envolvidas nessa prática, como agilidade ou velocidade? Quais são as diferenças entre as atividades de matriz indígena e essa?
Solicite aos estudantes que registrem as próprias respostas para compor a avaliação dessa prática. Faça o seu registro também, observando as respostas dos estudantes e intervindo quando julgar oportuno. Esse procedimento exercita a fluência oral, a produção escrita e a compreensão de texto.
Retome as questões culturais envolvidas nas brincadeiras e nos jogos de matrizes africanas e como eles influenciam, ainda hoje, a cultura popular e regional, mesmo que as atividades sofram adaptações de acordo com a região e a cultura local.
Registrando
Como registro, peça aos estudantes que pesquisem outras brincadeiras e jogos de matrizes africanas. Eles podem pesquisar na internet, nos livros ou consultando os familiares. Assim como no registro da atividade anterior, sugira um breve roteiro, por exemplo: o nome do jogo, a origem ou onde é popular e a forma de jogar. Após a pesquisa, organize uma exposição dos trabalhos e permita aos estudantes que vivenciem as atividades pesquisadas.
Avaliação
Organize as produções dos estudantes e o seu relatório de observação para compor a avaliação das brincadeiras e dos jogos de matriz africana. Um procedimento de avaliação interessante consiste em trocar as pesquisas entre os estudantes, solicitando-lhes que avaliem a produção dos colegas, fazendo-lhes perguntas quando tiverem dúvidas. Essa ação valoriza a produção e a compreensão de texto, além da comunicação e da argumentação entre os estudantes.
Prática 3: CORRIDA JANKENPON
Conhecendo a prática corporal
O jankenpon é um jogo de mãos de origem chinesa, popularizado no Japão, muito difundido no Brasil e no mundo, conhecido aqui como «pedra, papel e tesoura» ou simplesmente “jokenpô”. Em alguns registros históricos japoneses, encontram-se referências a ele, como sansukumi-ken , em que ken significa “jogos de punho ” , san quer dizer “três” e sukumi , “impasse”. O sansukumi-ken apresenta o conceito básico desse jogo: três elementos disputando entre si.
O jankenpon como conhecemos hoje seria uma versão mais moderna, criada em meados do século XIX, entre os períodos Edo e Meiji, e a sua popularização para o mundo ocorreu após a abertura do Japão para o Ocidente. Nele os jogadores devem conhecer os três gestos com as mãos:
LEGENDA: Gestos do jankenpon. FIM DA LEGENDA.
MP074
- Pedra: mão fechada – ganha da tesoura (amassando-a ou quebrando-a).
- Tesoura: mão fechada e com os dedos indicador e médio estendidos – ganha do papel (cortando-o).
- Papel: mão totalmente aberta – ganha da pedra (embrulhando-a).
Segundo Celio Amino (2020) 3 , uma curiosidade não muito popular no restante do mundo, mas comum entre as crianças orientais, é que, caso na primeira rodada ocorra empate, a partir da segunda, em vez de se falar jankenpon , deve-se dizer aiko deshou , que significa “foi empate, né?”. Deve-se, então, repetir a jogada até que um dos jogadores vença a rodada.
A cultura oriental é bastante presente no Brasil por conta dos imigrantes que chegaram ao país no início do século XX. Inicialmente, vieram os imigrantes japoneses no famoso navio Kasato Maru, em 1908. Porém, atualmente, existem imigrantes de vários países asiáticos, como China e Coreia do Sul. Esses povos, com seus hábitos e costumes, ajudaram a enriquecer a cultura brasileira. É importante que os estudantes conheçam e valorizem as diferentes culturas do mundo, combatendo atitudes discriminatórias que desrespeitem as diferenças.
Faça alguns questionamentos aos estudantes, como:
Boxe complementar:
QUESTÕES GERADORAS
O que vocês conhecem da cultura oriental e japonesa?
Conhecem outros jogos e brincadeiras desse país?
Há alguma estratégia para vencer o jankenpon?
Fim do complemento.
Apesar de ser um jogo de mãos, essa prática, em especial, é bastante interessante para desenvolver a cooperação, o trabalho em equipe, a velocidade das mãos, a agilidade e o tempo de reação.
Por ser um jogo que envolve uma competição, os estudantes são incentivados a compreender questões sobre ganhar e perder. Além disso, como muitas vezes eles terão que contar com a sorte, nem sempre os estudantes “mais habilidosos” vencerão a disputa, favorecendo a igualdade de participação.
Vivenciando a prática corporal
Materiais: cones ou demarcadores do piso.
Organize a turma em duas equipes, posicionadas em colunas em lados opostos da quadra (pontos “A” e “B”). O campo de jogo é delimitado pelo circuito a ser percorrido pelos participantes. Próximo ao local de início de cada uma das equipes, estabeleça a zona de pontuação dos adversários.
Ao sinal de início, o primeiro estudante de cada equipe deve percorrer o circuito em direção à zona de pontuação do adversário até que ambos se encontrem frente a frente. Nesse momento, uma rápida partida de jankenpon é, então, disputada. Os estudantes devem gritar jankenpon e fazer imediatamente um dos gestos com as mãos: pedra, papel ou tesoura. Para saber quem ganhou, basta comparar os símbolos.
Quem perder retorna para o seu lado, no final da fila. Já o vencedor continua o circuito, em direção à outra equipe, até encontrar o segundo adversário (que também virá correndo em sua direção) para, novamente, disputar uma partida de jankenpon . Quando um dos integrantes chegar até a zona de pontuação e ali ganhar uma partida de jankenpon , será marcado 1 ponto para a sua equipe. Pode-se variar e enriquecer o percurso da corrida, por exemplo, com obstáculos ou curvas.
LEGENDA: Corrida jankenpon. FIM DA LEGENDA.
Nota de rodapé: 3. AMINO, Celio. Jankenpon: conheça a história do famoso jogo pedra-papel-tesoura. Japan House, São Paulo, 2020. Disponível em: http://fdnc.io/fc5. Acesso em: 1º abr. 2021. Fim da nota.
MP075
Dialogando sobre a prática
Ao final da aula, pergunte aos estudantes sobre o que acharam da atividade: Já a conheciam? Gostaram de praticá-la? Conhecem outras brincadeiras e outros jogos parecidos? Quais são os movimentos requeridos pela prática?
Retome as questões culturais envolvidas nas brincadeiras e nos jogos e a sua influência na cultura local.
Registrando
Como registro, peça aos estudantes que recriem outras formas de disputa envolvendo o jankenpon . Organize um momento para que eles vivenciem as atividades propostas.
Sugerimos, ainda, que solicite a eles uma pesquisa sobre jogos e brincadeiras de um dos continentes seguindo o mesmo roteiro proposto na atividade de registro da prática anterior.
Avaliação
Compile as pesquisas e o seu relatório de observação dos estudantes durante as práticas. Faça um painel com todas as pesquisas e peça a eles que leiam as brincadeiras e os jogos pesquisados, registrando aqueles que conhecem. Ao final, peça-lhes que façam uma conta do percentual de brincadeiras que conhecem. Faça uma reflexão coletiva sobre a origem em locais distantes e em diferentes culturas das brincadeiras e dos jogos que praticamos.
Prática 4: ALERTA
Conhecendo a prática corporal
Alerta é um jogo muito popular em todo Brasil, especialmente na região Sudeste. O jogo tem regras bem simples; necessita apenas de uma bola, e pode ser jogado por um grande número de participantes. Na Colômbia, e em alguns países da América Latina, é conhecido como “pare”, com regras similares.
Basicamente, o jogo acontece com uma bola lançada para cima e, enquanto um jogador é convocado para correr em direção a ela para pegá-la, os demais fogem, pois serão alvos daquele que estiver com a posse de bola.
Proponha aos estudantes alguns questionamentos:
Boxe complementar:
QUESTÕES GERADORAS
Quais habilidades são utilizadas no jogo?
O que é mais difícil: arremessar a bola, segurá-la ou desviar dela?
Já conheciam esse jogo ou outro parecido com ele?
Fim do complemento.
É possível que os estudantes conheçam esse jogo com outro nome, assim como em outros países latinos. Comente com os estudantes sobre a vasta diversidade presente em nosso país e como a valorização dessa mistura étnica contribui para que as pessoas convivam em harmonia.
Vivenciando a prática corporal
Materiais: bolas de borracha ou macias.
Organize os estudantes em uma roda, voltados para o centro, de frente uns para os outros. No centro da roda, um participante deve jogar a bola para o alto e chamar o nome de um dos colegas. Este deve tentar segurá-la o mais rapidamente possível, enquanto os demais correm o mais distante possível. Ao segurar a bola, o jogador deve gritar bem alto “alerta”. Nesse momento, os colegas devem parar imediatamente no local em que estão. O participante com a posse da bola deve, então, tentar acertá-la em alguém. Caso consiga, ele marca 1 ponto, e inicia-se uma nova partida.
Para aumentar o grau de dificuldade, pode-se pedir aos estudantes que deem mais passos para se aproximar dos colegas; pode-se combinar apenas uma região do corpo para acertar (pernas, por exemplo); ou ainda permitir ao jogador que estiver parado tentar desviar da bola sem tirar os pés do chão.
LEGENDA: Jogo alerta. FIM DA LEGENDA.
Dialogando sobre a prática
Ao final da aula, faça alguns questionamentos à turma: Como foi realizar os movimentos solicitados? Os movimentos eram fáceis ou difíceis? Quais foram as principais dificuldades encontradas? O que é preciso fazer para superá-las? Quais capacidades físicas vocês acreditam serem as mais importantes nessa prática? Perceberam se algum colega não seguiu as regras, como parar no momento em que gritaram “alerta”? Vocês pararam no momento em que ouviram o grito?
Registrando
Como registro, peça aos estudantes que anotem as aprendizagens dessa aula, respondendo por escrito aos questionamentos feitos no diálogo sobre a prática.
MP076
Avaliação
Recolha os registros dos estudantes e distribua-os aleatoriamente. Os estudantes devem ler e registrar: os pontos de que discordam, como uma capacidade física citada; os pontos que faltam; as dúvidas sobre as descrições das dificuldades e as pontuações sobre o que observaram do colega durante as práticas.
Crie um momento no qual os estudantes responsáveis pelo registro devem explicar os pontos levantados, esclarecendo e argumentando sobre o que escreveram. É importante comparar o que os estudantes descreveram com o que você observou, criando um ambiente no qual os estudantes se sintam amparados e tratados de maneira imparcial.
Boxe complementar:
NÃO PARE POR AQUI
As brincadeiras e os jogos sugeridos nessa unidade podem ser adaptados, lembrando-se de construir o roteiro de aula com base nas dimensões do conhecimento e observando a formação das competências gerais, as da área de Linguagens e as específicas de Educação Física e suas habilidades.
Faça suas adaptações respeitando a estrutura física da unidade escolar, a disponibilidade de materiais e, principalmente, a diversidade e as características dos estudantes, possibilitando a oportunidade de vivência para todos. Deixe-os refletir sobre questões históricas, sociais e culturais, valorizando a identidade da comunidade e o contexto regional ao qual pertencem.
Dentro das possibilidades, selecione jogos e brincadeiras que se conectem com as outras áreas de conhecimento, tornando as aprendizagens significativas e possibilitando o reconhecimento, por parte dos estudantes, da integração dos conhecimentos.
Outros materiais sobre brincadeiras e jogos podem ser encontrados em:
Apostila de jogos e brincadeiras africanas: http://fdnc.io/dhH. Acesso em: 18 mar. 2021.
Brincadeiras do Brasil e do mundo: http://fdnc.io/fc6. Acesso em: 18 mar. 2021.
Brinquedos e brincadeiras indígenas: http://fdnc.io/2Aw. Acesso em: 18 mar. 2021.
Origem de seis brincadeiras populares: http://fdnc.io/fc7. Acesso em: 18 mar. 2021.
PARANÁ. Secretaria de Educação do Estado. Os desafios da escola pública paranaense na perspectiva do professor PDE: produções didático-pedagógicas. 2016. Disponível em: http://fdnc.io/fc8. Acesso em: 18 mar. 2021.
Fim do complemento.
MP077
4º ANO
UNIDADE 7. ESPORTES
LEGENDA: Crianças praticando críquete, Inglaterra, 2019. FIM DA LEGENDA.
Boxe complementar:
Habilidades e competências presentes nesta unidade
(EF35EF05): Experimentar e fruir diversos tipos de esportes de campo e taco, rede/parede e invasão, identificando seus elementos comuns e criando estratégias individuais e coletivas básicas para sua execução, prezando pelo trabalho coletivo e protagonismo.
(EF35EF06): Diferenciar os conceitos de jogo e esporte, identificando as características que os constituem na contemporaneidade e suas manifestações (profissional e comunitária/lazer).
Competências Gerais: 1, 2, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e10
Competências de Linguagens: 2, 3, 4 e 6
Competências de Educação Física: 1, 4, 5, 6, 8, 9 e 10
Fim do complemento.
Objetivos
- Compreender os elementos comuns que distinguem as modalidades esportivas de campo e taco, rede/parede e invasão.
- Experimentar e fruir os esportes das modalidades de campo e taco, rede/parede e invasão, diferenciando o esporte profissional das práticas tipificadas por meio da recriação dos esportes para a apropriação comunitária e para o lazer.
- Ampliar o acervo motor e cognitivo por meio das tipificações das modalidades esportivas de campo e taco, rede/parede e invasão.
- Incentivar o trabalho coletivo e o protagonismo nas práticas das tipificações esportivas.
- Elaborar estratégias individuais e coletivas nas modalidades esportivas de campo e taco, rede/parede e invasão.
MP078
PROSEANDO SOBRE ESPORTES
Para esse ano escolar daremos continuidade aos estudos dos esportes de campo e taco, rede/parede e invasão.
De acordo com Medeiros et al . (2004) 1 , a ideia é a de que, por meio das tipificações dos esportes, se amplie a exigência gradativamente, não apenas dificultando as tarefas motoras, mas também as diversificando, além de propiciar um incremento das habilidades motoras, da ampliação cognitiva e socioafetiva.
Vale ressaltar aqui a diferenciação entre o esporte e o jogo, sendo o esporte de natureza institucional, regido pelas regras de diversas instituições como comitês, ligas, federações e confederações, enquanto o jogo é a prática tipificada do esporte, possibilitando a apropriação e uso da prática esportiva pela comunidade para fins de lazer, com regras construídas pelos participantes.
No caso da prática escolar, ou seja, não profissionalizada, o jogo é considerado objeto de diversos aprendizados, como a resolução de problemas de acordo com as adversidades impostas pelo jogo e/ou adversário, o que exige soluções cognitivas pelas quais os estudantes, por meio de experiências das práticas anteriores, criam novas soluções para as situações apresentadas. O aprender das modalidades esportivas não pode, portanto, estar centrado nos fundamentos técnicos, mas na compreensão do esporte a fim de tipificá-lo, e, por meio da sua prática, ampliar as estratégias motoras para lidar com os eventos do jogo (SADI et al ., 2010) 2 .
Sobre os aspectos que destacam as características das modalidades previstas para o 4º ano, tem-se o confronto contra os oponentes. As modalidades de campo e taco apresentam uma ação importante, principalmente na rebatida, que deverá ser feita com a maior potência possível. Nas modalidades de rede/parede, as ações são individuais ou em duplas, sendo a ação tática individual muito importante. Por último, nas modalidades de invasão, a ação tática coletiva exigida é bastante complexa, pois é necessário, para isso, preencher os espaços enquanto se conduz a bola.
Observa-se, portanto, que o centro do processo de aprendizagem é o estudante, e todas as ações necessitam ser voltadas para ele. Garganta (1995) 3 e Reverdito e Scaglia (2020) 4 concordam que a abordagem deve promover o desenvolvimento integral da criança, não apenas voltando-se para a aquisição de habilidades motoras, mas também para o incremento cognitivo, o lidar com as emoções, a formação de valores morais e as habilidades sociais requeridas nos esportes, fundamentais para o viver em sociedade.
Essa unidade visa, a partir das características formais das modalidades esportivas, a construir práticas tipificadas do esporte por meio de ajustes, conforme as necessidades dos estudantes, promovendo, assim, o seu desenvolvimento integral.
PRATICANDO ESPORTES
Prática 1: SOFTBOL
Conhecendo a prática corporal
Partindo da contextualização do esporte, a principal lógica da modalidade de campo e taco está baseada em:
1. A bola deve ser lançada por um participante (equipe na defesa).
2. Seu adversário (equipe no ataque) deverá rebater a bola o mais distante possível.
3. A equipe que lançou a bola terá de recuperá-la rapidamente, impedindo que a outra equipe faça pontos, conquistando bases.
4. A equipe defensora deverá se esforçar para tomar ou retomar a oportunidade de atacar para que tenha a possibilidade de pontuar.
Um exemplo desse esporte é o softbol, criado em Illinois, Chicago, que se espalhou rapidamente pelos Estados Unidos e pelo Canadá.
Os primeiros eventos de softbol entre nações aconteceram em 1965. Em 1976, foi criada a Liga de Softbol Profissional Feminino Internacional. Em 1996, em Atenas, na Grécia, o softbol feminino passou a fazer parte dos Jogos Olímpicos de Verão.
O softbol é praticado da seguinte maneira:
O campo
1. O campo de softbol tem o formato de um triângulo, com um lado arredondado, semelhante ao campo de beisebol, porém menor. Ele se divide em campo externo e interno, possuindo quatro bases. Uma das bases é denominada home plate (local em que fica o rebatedor), e as outras três marcam os cantos de uma área conhecida como “diamante”.
2. No meio desse “diamante” há um pequeno monte, onde se situa o arremessador, conforme apresenta a figura a seguir.
Nota de rodapé: 1. MEDEIROS, Mara et al. Dimensões pedagógicas do esporte. Ministério do Esporte. Pedagogia do Esporte. Brasília: UnB/CEAD, Unidade, v. 1, p. 6-53, 2004. Fim da nota.
Nota de rodapé: 2. SADI, Renato Sampaio et al. Pedagogia do esporte: descobrindo novos caminhos. São Paulo: Ícone, 2010. Fim da nota.
Nota de rodapé: 3. GARGANTA, Julio. Para uma teoria dos jogos coletivos: o ensino dos jogos desportivos. 2ª ed. Porto: Universidade do Porto, 1995. Fim da nota.
Nota de rodapé: 4. REVERDITO, Riller Silva; SCAGLIA, Alcides José. Pedagogia do esporte: jogos coletivos de invasão. São Paulo: Phorte, 2020. Fim da nota.
MP079
LEGENDA: Campo de softbol. FIM DA LEGENDA.
O jogo
- No jogo há duas equipes, a que arremessa a bola (defesa) e a que rebate a bola (ataque).
- O objetivo da equipe que rebate a bola é rebatê-la o mais longe possível para marcar pontos percorrendo as bases, enquanto a outra equipe recupera a bola rebatida. Cada vez que as quatro bases são percorridas, marca-se 1 ponto.
- O objetivo da equipe que arremessa a bola é fazer com que a equipe que está com o taco perca a oportunidade de marcar pontos ou tenha que entregar o taco à outra equipe, trocando de posição entre a equipe que arremessa e a que rebate.
- A equipe que arremessa a bola pode
obter
o taco das seguintes maneiras: quando o rebatedor acerta a bola, os jogadores do outro time tentam agarrá-la ou arremessá-la à base antes que ele chegue nela; ou após três arremessos seguidos não rebatidos pelo rebatedor.
Para facilitar a compreensão desse esporte pelos estudantes, você pode exibir para a turma o vídeo disponível em: http://fdnc.io/fc9. Acesso em: 12 abr. 2021.
O softbol é similar ao beiseibol, alterando-se as características dos materiais, as dimensões do campo e os tempos de jogo, havendo sete tempos no softbol e nove tempos no beisebol.
Provavelmente, as crianças já viram o beisebol em filmes ou na TV; pergunte, então, a elas se conhecem o beisebol e se percebem as semelhanças entre esses dois esportes. Como os estudantes também experimentaram o tacobol nas práticas de esportes do 3º ano, observe se eles conseguem perceber as semelhanças entre a prática já vivenciada e o novo esporte apresentado.
Aqui há uma oportunidade para que os estudantes reflitam acerca da democratização das práticas esportivas entre os gêneros masculino e feminino e sobre os preconceitos em relação às práticas esportivas, pois é comum que o beisebol seja reservado à prática masculina, enquanto o softbol, à feminina. Converse com a turma a respeito disso para desmistificar qualquer tipo de preconceito em relação às práticas esportivas ou corporais.
LEGENDA: Softbol. Fotografia de 2010. FIM DA LEGENDA.
Discuta com os estudantes algumas questões geradoras para a prática:
Boxe complementar:
QUESTÕES GERADORAS
Qual é a melhor forma de bater a bola com o taco?
Qual é a melhor forma de arremessar a bola?
Quais aspectos da atividade podem ser alterados para possibilitar vivenciá-la no ambiente escolar?
Fim do complemento.
Vivenciando a prática corporal
Materiais: tacos, bola e giz/fita/cones para demarcação.
Reforce que a prática se constitui de uma tipificação do softbol, vivenciada em uma atividade simplificada da modalidade.
Caso os tacos não sejam recursos disponíveis para a prática, eles podem ser construídos unindo-se dois cabos de vassoura com fita adesiva. É importante que se verifique com antecedência a necessidade de confecção de materiais.
Veja alguns movimentos do softbol:
LEGENDA: Arremesso. FIM DA LEGENDA.
MP080
LEGENDA: Rebatida. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Corrida pelas bases. FIM DA LEGENDA.
Utilizando as observações dos estudantes feitas anteriormente sobre o modo de simplificar o softbol para a prática escolar, construam a forma de jogar.
A seguir há uma sugestão de possíveis adaptações. No entanto, de acordo com a realidade escolar e as características dos estudantes, realize os ajustes da maneira que lhe convier. Podemos chamar o jogo de “minisoftbol”.
- Organize o campo de jogo, identificando as quatros bases (com giz, fita ou cones). Lembre-se de sinalizar qual delas é a base principal, onde o rebatedor fica posicionado no início do jogo, que pode ser chamada de “casinha”. Cada vez que as bases forem percorridas e o rebatedor chegar de volta à casinha, marca-se 1 ponto.
- Organize a turma em dois times, o que arremessa e o que rebate.
- Na equipe de defesa, posicione um jogador em cada base e um ao centro (arremessador). E na equipe de ataque, posicione um rebatedor na casinha.
- Os jogadores que estiverem nas bases terão a missão de recuperar a bola rebatida, evitando que o rebatedor faça pontos percorrendo as bases, enquanto a bola é recuperada. Aquele que estiver mais próximo de onde a bola foi lançada deve resgatá-la e atirá-la ao arremessador para o próximo lançamento à base na qual o rebatedor conseguiu chegar.
- Se o rebatedor falhar em três tentativas de rebatida, ele deve ser substituído por outro jogador do seu time.
- Se a equipe de defesa recuperar a bola antes de o rebatedor chegar à base seguinte, ou se lançar a bola rumo à base e esta tocá-la antes que ele chegue até ela, ou, ainda, se a bola “queimar” o rebatedor, as equipes trocam de função.
Ao final da experiência, retome algumas questões sobre a prática: Quais habilidades motoras foram necessárias para arremessar? E para rebater? Como foi a experimentação das partidas de minisoftbol? Do que vocês mais gostaram? Do que não gostaram? Quais foram as principais capacidades físicas que os movimentos apresentaram? Quais regiões do corpo foram solicitadas? Como foi adaptar os espaços e os materiais para as práticas? Há outros espaços aos quais vocês teriam acesso para praticar o minisoftbol? Há outras práticas em que podemos adaptar materiais utilizando itens reaproveitáveis?
LEGENDA: Minisoftbol. FIM DA LEGENDA.
MP081
Registrando
Possibilite que os estudantes dialoguem sobre as respostas e as registrem, evidenciando as próprias aprendizagens.
A seguir, organize a turma em seis grupos e entregue-lhes cartolina para uma produção coletiva de cartazes sobre o minisoftbol, organizando os temas da seguinte maneira:
Grupo 1/Cartaz 1: Desenhar o campo de minisoftbol (bases e posição dos jogadores).
Grupo 2/Cartaz 2: Regras básicas do minisoftbol.
Grupo 3/Cartaz 3: Materiais utilizados no jogo.
Grupo 4/Cartaz 4: Funções do arremessador, rebatedor e defensores das bases.
Grupo 5/Cartaz 5: Capacidades físicas praticadas no minisoftbol.
Grupo 6/Cartaz 6: O que aprendemos com o minisoftbol.
Organize uma exposição no espaço escolar para divulgar o minisoftbol.
Avaliação
Compile as produções dos estudantes para compor um material final dos esportes no 4º ano.
Prática 2: BADMINTON
Conhecendo a prática corporal
As modalidades de rede/parede possuem como característica o ato de o jogador rebater, lançar ou arremessar um objeto, de modo que o adversário não seja capaz de alcançá-lo ou não consiga devolvê-lo.
É importante que os estudantes percebam que nessa modalidade alguns esportes são praticados com as mãos, como a peteca, o voleibol e o vôlei de praia, enquanto outros necessitam da raquete para golpear um determinado objeto, como o badminton e o squash .
Apresente aos estudantes alguns atletas brasileiros praticantes desses esportes.
LEGENDA: Badminton. Ygor Coelho durante o Mundial de Badminton, China, 2018. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Squash. Thaisa Serafini (à esquerda) durante uma partida de squash feminino dos Jogos Pan-Americanos, México, 2011. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Vôlei de praia. Ricardo (à direita) e Emanuel (à esquerda) durante os Jogos Olímpicos, China, 2008. FIM DA LEGENDA.
Para essa vivência de esporte de rede/parede, sugerimos a prática do badminton .
O badminton é jogado com raquetes, mas, ao contrário das modalidades que têm a bola como objeto, joga-se com uma peteca.
Esse é um esporte bastante praticado no Sudeste da Ásia, mas ainda pouco praticado no Brasil.
Apesar de originado na Índia com o nome de poona , no final do século XIX, uma nova versão da modalidade foi jogada na propriedade Badminton, na Inglaterra, dando nome ao esporte, cuja Federação Internacional de Badminton (IBF) foi fundada no mesmo país em 1934.
O objetivo do jogo é não deixar a peteca cair no solo, diferentemente do tênis e do tênis de mesa, nos quais o quicar da bola faz parte das jogadas.
Em linhas gerais, esta é a dinâmica do badminton :
- A modalidade é praticada por meio do confronto individual ou em duplas, no qual cada um defende uma quadra, separada por uma rede.
- A disputa é iniciada com o saque, realizado na diagonal, com o golpeio da peteca de baixo para cima.
MP082
- Cada jogador deverá rebater a peteca diretamente na quadra adversária.
- O jogo é composto de melhor de três sets, e vence o set quem conquistar 21 pontos.
- O jogador que fizer ponto realiza o próximo saque.
Incentive os estudantes a refletir sobre as possibilidades de recriação do jogo de acordo com as tarefas da atividade, indagando-os com questões importantes:
Boxe complementar:
QUESTÕES GERADORAS
Que movimento podemos realizar para passar a peteca para a quadra adversária? Permita-lhes ter a percepção de que o ajuste da angulação é fundamental de acordo com a distância em relação à rede, bem como a noção espacial e a de direção.
Como saber se a peteca ficará mais perto da rede ou do fundo da quadra?
Quais são as possibilidades de rebater a peteca?
Quais atitudes devemos ter nas vitórias e nas derrotas?
Como podemos nos deslocar de forma mais rápida para alcançar a peteca?
Fim do complemento.
LEGENDA: Badminton. Fotografia de 2011. FIM DA LEGENDA.
Vivenciando a prática corporal
Materiais: rede ou corda, peteca e raquetes.
Mostre aos estudantes alguns aspectos sobre a demarcação do espaço no qual o jogo deve acontecer, as regras e os movimentos do badminton , não para estabelecer um padrão, mas como um ponto de partida para recriações ou, até mesmo, para a adoção de movimentos que sejam ideais para lançar e rebater em função de questões fisiológicas.
LEGENDA: Quadra de badminton. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Posição de saque. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Formas de rebater a peteca. FIM DA LEGENDA.
MP083
Realize em duplas a experimentação das jogadas específicas com propósitos educativos; depois estabeleça as partidas, definindo os jogadores na proporção individual ou duplas. Caso haja pouco espaço, forme trios ou quartetos nas mini-quadras, que devem ter o tamanho redimensionado tanto em relação às necessidades das crianças quanto à divisão do ambiente para a prática de todos. Ajuste também a altura da rede ou corda e as pontuações.
Não se prenda às maneiras corretas de sacar e rebater. Permita que as crianças experimentem livremente esses movimentos, elegendo o que lhes parecer mais adequado, pois a essência está nas capacidades, habilidades e potencialidades que a prática proporciona.
Para incrementar a complexidade, os estudantes podem jogar em cadeiras ou mesmo sentados no chão. Essa é uma oportunidade para refletir sobre a inclusão de pessoas com necessidades especiais na prática esportiva, e desmistificar estereótipos e padrões preestabelecidos. Faça-os pensar a respeito por meio de alguns questionamentos: Uma pessoa sem o movimento das pernas pode jogar badminton ? Para que isso seja possível, o que pode ser feito?
LEGENDA: Tipificação do badminton. FIM DA LEGENDA.
Como confeccionar materiais para a prática de badminton
Caso a escola não disponha de materiais para a prática de badminton , eles podem ser confeccionados de forma fácil e com o emprego de materiais comuns. Veja:
Confeccionando a raquete
Materiais: arame ou cabide de arame, meia-calça, fita adesiva e tesoura de pontas arredondadas.
- Molde o arame no formato de uma raquete de cerca de 20 cm de diâmetro e um cabo de cerca de 10 cm. Procure deixar o cabo com arame duplo para facilitar a pega.
- Corte a ponta de um dos pés da meia-calça no tamanho aproximado de 20 cm e vista a circunferência da raquete com ela, de modo a ficar bem esticada para que a peteca ganhe velocidade ao ser golpeada.
- Prenda a meia com fita adesiva, contornando todo o cabo da raquete com a fita, unificando o arame duplo do cabo.
LEGENDA: Raquete feita de material reutilizável. FIM DA LEGENDA.
Confeccionando a peteca
Materiais: tampinha de garrafa PET, jornal e fita adesiva.
1. Coloque a tampinha no centro de um papel do tipo jornal do tamanho de uma folha de papel sulfite.
2. Junte as pontas do papel e, com a fita, prenda a base do papel como se embrulhasse a tampinha, formando uma “cinta”.
LEGENDA: Peteca feita de material reutilizável. FIM DA LEGENDA.
CRÉDITO: ILUSTRAÇÕES: JOSÉ LUÍS JUHAS
Dialogando sobre a prática
Ao final das atividades, leve os estudantes a refletir sobre as experiências, retomando as questões geradoras, perguntando-lhes: Quais são as possibilidades de rebater a peteca? Quais atitudes devemos ter nas vitórias e nas derrotas? Como podemos nos deslocar mais rapidamente para alcançar a peteca? Vocês acreditam que uma pessoa com necessidade especial possa praticar badminton como lazer, assim como participar de outras atividades da vida cotidiana? Vocês acreditam que essas pessoas possam disputar campeonatos? Quais habilidades motoras estiveram presentes nas modalidades? Quais capacidades físicas os movimentos exigiram? Quais foram as principais regiões corporais requisitadas? Como foi produzir os materiais para a prática? Como foi adaptar os espaços?
Questione os estudantes sobre as diferenças entre a prática das modalidades de campo e taco e de rede e parede. Permita que verbalizem as próprias impressões.
MP084
Registrando
Peça aos estudantes que façam o registro das próprias respostas lembrando que esse procedimento exercita a produção de escrita e a fluência oral. Eles devem anotar as palavras que não conhecem para que as pesquisem, a fim de ampliar o vocabulário.
Além do registro de respostas, solicite aos estudantes que pesquisem na internet sobre outras modalidades de rede/ parede e preparem uma apresentação oral sobre as diferenças entre o esporte pesquisado e o badminton . Oriente-os para que falem sobre as circunstâncias que influenciam nas situações de jogo, como piso, objeto (bola e peteca), raquetes, condições ambientais, biotipo, capacidades físicas (força, velocidade, resistência, agilidade) e regras.
Você pode organizar essas informações por grupos, ou até mesmo solicitar-lhes uma produção escrita.
Ao final das apresentações, é interessante que os estudantes experimentem as modalidades pesquisadas.
Avaliação
Organize os materiais de registro produzidos pelos estudantes para compor a avaliação final dessa unidade.
Prática 3: BASQUETE 3 × 3
Conhecendo a prática corporal
Para o grupo que engloba as modalidades esportivas de invasão, o objetivo de uma equipe é invadir a área adversária para marcar cestas, pontos ou gols, tendo como exemplo as modalidades coletivas basquetebol, futsal e handebol.
Apresente aos estudantes modalidades que apresentam essas características e sua sistemática de jogo, como o basquete 3 × 3, o futsal e o handebol.
LEGENDA: Basquete 3 × 3. Jefferson (à esquerda), jogando pela Seleção brasileira de basquete 3 × 3 durante a Copa do Mundo FIBA 3 × 3, Amsterdam, 2019. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Futsal. Falcão, jogando pela Seleção brasileira de futsal durante as quartas de final da Copa do Mundo de Futsal, Tailândia, 2012. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Handebol. Deborah (à direita), jogando pela Seleção brasileira de handebol feminino, Sérvia, 2013. FIM DA LEGENDA.
A prática de modalidade esportiva de invasão a ser vivenciada nesta unidade é o basquete 3 × 3.
Contextualize que, além do basquete 3 × 3, há o basquetebol, e ambos são modalidades olímpicas. A opção pelo basquete 3 × 3 se ajusta mais à vivência escolar, pois é mais simples do que o basquetebol, apresenta menos jogadores por time e demanda menor espaço.
O basquete 3 × 3, como diz o nome, é jogado por apenas três jogadores em cada equipe, os quais dividem uma mesma quadra (proporção de meia quadra do basquetebol), com apenas uma cesta. O objetivo é estar em situação de ataque para poder arremessar e ganhar os pontos.
A modalidade também é conhecida como “basquete de rua”, por ser geralmente praticada nesse local, demandando apenas uma cesta para se jogar. O basquete 3 × 3 começou a se tornar profissional em meados dos anos 1980 e foi incluído nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, pela primeira vez.
Conheça algumas regras básicas do esporte:
- O jogo é disputado em uma quadra com metade da dimensão do tamanho oficial, mantendo as marcações originais e com apenas uma cesta.
MP085
- As equipes são formadas por apenas três jogadores, podendo ter mais um reserva.
- As partidas finalizam quando uma das equipes atinge 21 pontos ou quando concluem 10 minutos de jogo, vencendo quem estiver com maior pontuação nesse momento. No caso de prorrogação, vence quem fizer 2 pontos primeiro.
- Cada time tem 12 segundos de posse de bola, devendo finalizar o ataque na troca de posse.
- As cestas podem valer 1 ou 2 pontos. No lance livre e dentro da linha demarcada (área do arco), a cesta vale 1 ponto, e fora da área vale 2 pontos.
- Ao recuperar a bola, a equipe defensora deverá sair do arco na linha de 2 pontos, para que seja considerada atacante.
No intuito de auxiliar no entendimento das regras da modalidade, você pode exibir o vídeo que está disponível em: http://fdnc.io/fca. Acesso em: 12 abr. 2021.
Com base nas regras, os jogadores devem estabelecer ações táticas para chegar à cesta e também defender a cesta no ataque adversário.
LEGENDA: Basquete 3 X 3. Fotografia de 2015. FIM DA LEGENDA.
Questões geradoras para a prática:
Boxe complementar:
QUESTÕES GERADORAS
Como equipe, de que maneira podemos nos organizar para atacar e defender?
Quais movimentos utilizamos nesse jogo?
Como o biotipo pode interferir no jogo de basquete?
Fim do complemento.
Vivenciando a prática corporal
Materiais: bolas, giz e arcos, se necessário.
Organize equipes de três estudantes e divida a quadra em duas miniquadras, para que dois jogos aconteçam simultaneamente.
Caso a escola disponha de um espaço maior, você pode organizar mais miniquadras.
LEGENDA: Marcações de quadra para a prática de basquete 3 X 3. FIM DA LEGENDA.
O mais importante na demarcação da quadra para a prática tipificada é estabelecer uma divisão de ambiente considerando um espaço dentro da área e fora dela para validar pontuações.
Antes de iniciar a atividade, incentive o protagonismo e combine, com a participação dos estudantes, as regras do jogo. A seguir estão algumas sugestões:
- Para diferenciar as equipes, combine como pode ser feita a diferenciação, ou seja, ajustar um tipo de colete ou identificação para diferenciar os times.
- Limite a relação com a bola, estabelecendo regras para o drible (deslocar quicando a bola), como não andar segurando a bola e, se julgar necessário, regras para, em um primeiro momento, diminuir o contato físico.
- Definir pontuações e duração de jogo com base nas adaptações às regras oficiais.
MP086
LEGENDA: Arremesso. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Passe. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Ação defensiva. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Início do jogo. FIM DA LEGENDA.
Dialogando sobre a prática
Retome as questões geradoras e aprofunde a discussão sobre a relação do biotipo com a prática esportiva de invasão do basquete, identificando quais são as vantagens e as desvantagens de cada biotipo, e como jogar com base nessas informações.
Em relação às capacidades físicas, discuta com os estudantes quando se deve ser mais rápido; se a velocidade diminui a precisão das ações; se a potência do salto pode ajudar no arremesso para ficar mais alto e superar o adversário como obstáculo.
Discuta também quais são as possibilidades de movimentos com a bola: para arremessar, para passar e para driblar (conduzir quicando a bola), e também as ações sem a bola: deslocar-se para receber a bola, bloquear e ocupar os espaços da quadra.
Enfatize as diversas possibilidades que as situações de jogo apresentam e como requerem várias opções de respostas, reforçando quanto as ações são acompanhadas de reflexão sobre a decisão tática a ser tomada.
Você pode enriquecer essa reflexão com suas anotações feitas durante as partidas, direcionando a discussão sobre como executaram os movimentos e quais foram os resultados, envolvendo a causa e as consequências das decisões tomadas.
Por fim, aborde os aspectos socioafetivos envolvidos no jogo, reforçando valores, atitudes e habilidades sociais requeridos na prática, auxiliando-os a perceber como a vivência contribuiu para as aprendizagens aplicáveis à vida cotidiana.
Registrando
Como registro e atividade avaliativa, sugerimos que proponha uma atividade que possibilite aos estudantes refletir sobre as práticas, conforme o modelo a seguir.
MP087
ESPORTES DE CAMPO E TACO, REDE E PAREDE E INVASÃO
- Identifique o que os três esportes (softbol, badminton e basquete 3 × 3) têm em comum. Marque (V) para verdadeiro ou (F) para falso.
( ) São jogados apenas de forma individual.
( ) O biotipo pode influenciar no resultado e na forma de jogar.
( ) Exigem estratégias para vencer o adversário.
- Em que situações cotidianas seu biotipo influencia na realização das tarefas?
_____
- Em que situações do dia a dia as coisas não acontecem como desejamos? Como devemos reagir nessas situações?
_____
Avaliação
Componha um portfólio com as produções dos estudantes para avaliação final. Utilize também os seus registros sobre o que observou durante as práticas e as atividades propostas.
Proponha aos estudantes uma autoavaliação à qual eles vão responder sobre as próprias preferências; sobre as modalidades praticadas; o que aprenderam a respeito dos esportes neste ano e como acreditam que poderiam contribuir com os colegas durante as práticas das modalidades e em outras situações nas aulas de Educação Física.
Lembre-se de que as produções escritas, os diálogos e as apresentações dos estudantes desenvolvem elementos importantes propostos pela PNA, como produção de escrita, fluência oral, compreensão de texto e vocabulário.
Boxe complementar:
NÃO PARE POR AQUI
De acordo com a realidade local, faça uso de outras atividades que abordem os esportes estudados, enfatizando práticas que estimulem o envolvimento e o desenvolvimento dos estudantes, tanto em relação aos desafios motores quanto às competências propostas pela Base Nacional Comum Curricular – BNCC.
Pesquise e encontre mais sobre os esportes de taco e campo, rede/parede e invasão em:
Associação Brasileira de Basquetebol 3 X 3: http://fdnc.io/fcb. Acesso em: 12 abr. 2021.
Confederação Brasileira de Badminton: http://fdnc.io/fcc. Acesso em: 12 abr. 2021.
Confederação Brasileira de Beisebol e Softbol (CBBS): http://fdnc.io/fcd. Acesso em: 12 abr. 2021.
Esporte de campo e taco: http://fdnc.io/fbp. Acesso em: 12 abr. 2021.
Esporte de invasão: http://fdnc.io/fbq. Acesso em: 12 abr. 2021.
Esporte de rede e parede: http://fdnc.io/fbr. Acesso em: 12 abr. 2021.
GALLAHUE, David L.; OZMUN, John C.; GOODWAY, Jackie D. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. AMGH, 2013.
GARGANTA, Julio. Para uma teoria dos jogos coletivos: o ensino dos jogos desportivos. 2ª ed. Porto: Universidade do Porto, 1995.
MEDEIROS, Mara et al. Dimensões pedagógicas do esporte. Ministério do Esporte. Pedagogia do Esporte. Brasília: UnB/ CEAD, Unidade, v. 1, p. 6-53, 2004.
REVERDITO, Riller Silva; SCAGLIA, Alcides José. Pedagogia do esporte: jogos coletivos de invasão. São Paulo: Phorte, 2020.
SADI, Renato Sampaio et al. Pedagogia do esporte. Brasília: Ed. da UnB: MEC, 2004.
SADI, Renato Sampaio et al. Pedagogia do esporte: descobrindo novos caminhos. São Paulo: Ícone, 2010.
Fim do complemento.
MP088
4º ANO
UNIDADE 8. GINÁSTICAS
LEGENDA: Criança “fazendo estrela”. Fotografia de 2019. FIM DA LEGENDA.
Boxe complementar:
Habilidades e competências presentes nesta unidade
(EF35EF07) Experimentar e fruir, de forma coletiva, combinações de diferentes elementos da ginástica geral (equilíbrios, saltos, giros, rotações, acrobacias, com e sem materiais), propondo coreografias com diferentes temas do cotidiano.
(EF35EF08) Planejar e utilizar estratégias para resolver desafios na execução de elementos básicos de apresentações coletivas de ginástica geral, reconhecendo as potencialidades e os limites do corpo e adotando procedimentos de segurança.
Competências Gerais: 1, 2, 3, 4, 6, 8, 9 e 10
Competências de Linguagens: 1, 2, 3, e 5
Competências de Educação Física: 1, 2, 3, 5, 6, 7, 8, 9 e 10
Fim do complemento.
Objetivos
- Elaborar pequenas coreografias com elementos ginásticos, em grupos, com e sem materiais.
- Participar de práticas corporais da ginástica respeitando as regras de segurança.
- Perceber as potencialidades e as limitações corporais.
- Apreciar e valorizar as coreografias apresentadas pelos colegas.
- Reconhecer a ginástica geral como uma forma de linguagem para a expressão corporal.
- Identificar diferentes manifestações da cultura corporal presentes no cotidiano, escolhendo elementos básicos para as composições coreográficas.
- Registrar as produções nas formas escrita, oral e corporal.
- Contribuir ativamente com o processo de experimentação das práticas ginásticas propostas.
MP089
PROSEANDO SOBRE GINÁSTICAS
Se você perguntar às crianças: “Qual movimento de ginástica você gostaria de saber fazer?”, a maioria delas provavelmente responderá “estrela”. Conhecida também por “roda”, o movimento popularmente conhecido como “estrelinha” é encantador. Trata-se de um apoio invertido com pernas afastadas em que o ficar de ponta-cabeça é acrescentado a um giro, em uma combinação de ações organizadamente sincronizadas que se iniciam e terminam na posição em pé.
Esse tradicional e popular movimento acrobático de solo também está presente em outras práticas corporais, como a capoeira, na qual a “estrela” é chamada de “aú”.
Quando a criança experiencia esse movimento tão rico da cultura corporal, ela tem a oportunidade de aprender e internalizar esse movimento utilizando-o em outros contextos dentro e fora do ambiente escolar, uma vez que a base de sua execução permanece no indivíduo.
No entanto, essa manifestação corporal estudada aqui vai além da estrela ou roda. Pretende-se revisitar alguns movimentos, experimentar outros elementos básicos de solo da ginástica e combiná-los em sequências autorais. Os estudantes terão a missão de elaborar o conjunto de rolamentos, apoios invertidos, giros, rotações e equilíbrios no solo em uma série protagonizada por eles.
Elegemos elementos da ginástica artística como referência para uma das práticas, por incluir movimentos de solo e em equipamentos variados. É importante notar que não é necessário um ginásio completo ou equipamentos altamente especializados para experimentar a ginástica na escola. Há a possibilidade de construção e adaptação de alguns deles e, principalmente, utilização de recursos acessíveis como o chão forrado com colchonetes ou tatames ou um gramado para amortecer quedas, dar conforto e maior segurança.
Outra modalidade esportiva que embasará a contextualização dessa unidade é a ginástica rítmica, modalidade que também utiliza o solo como apoio, com manuseio de aparelhos específicos como arco, fita, bola, maças e corda.
Há grande possibilidade de adaptação e construção de equipamentos desse esporte rítmico bem interessante pela possibilidade de coreografar livremente, estimular a criatividade dos estudantes, além da chance de compor as elaborações individuais e, em grupo, usar esses materiais de forma independente.
Segundo Brasil (2018) 1 , os estudantes devem ser incentivados a planejar estratégias para a resolução de desafios corporais, e, ao propor-lhes que elaborem uma sequência de movimentos, eles vão decifrar vários desafios, como saber fazer alguns movimentos, organizá-los em ordem e memorizar, escolher qual espaço é suficiente para praticar, entre outros que podem surgir durante a prática.
A próxima seção trará algumas atividades de ginástica geral em grupo com subsídios para a prática docente.
Recomenda-se a realização de roteiros de aula adaptando-os à realidade escolar, levando em consideração aspectos como tempo, materiais e espaços disponíveis, assim como o contexto de cada turma.
PRATICANDO GINÁSTICAS
Prática 1: SÉRIE DE GINÁSTICA DE SOLO
Conhecendo a prática corporal
A ginástica olímpica é muito popular e, desde 1984, chama-se ginástica artística graças à inclusão de outra modalidade ginástica nos Jogos Olímpicos. Independentemente do nome, ao ver uma apresentação os olhos não piscam, tamanha é a admiração ao apreciar as apresentações habilidosas e deslumbrantes desse esporte.
Atletas de diferentes categorias (feminino e masculino) participam em aparelhos diferentes. As ginastas utilizam quatro aparelhos em suas rotinas: solo, salto sobre a mesa, trave de equilíbrio e barras assimétricas, enquanto os ginastas exploram seis aparelhos: solo, salto sobre a mesa, argolas, barras paralelas, barra fixa e cavalo com alças.
A imagem a seguir mostra o cavalo onde eram realizados os saltos. Desde 2001 foi substituído pela mesa para uma área de contato das mãos com o equipamento e, consequente, uma ajuda biomecânica em saltos mais complexos.
LEGENDA: Ginástica artística feminina. FIM DA LEGENDA.
Nota de rodapé: 1. BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2018. Disponível em: http://fdnc.io/b9o. Acesso em: 5 abr. 2021. Fim da nota.
MP090
LEGENDA: Ginástica artística masculina. FIM DA LEGENDA.
Devido ao alto investimento para estruturar um local apropriado para essa modalidade esportiva, há poucos ginásios disponíveis para a prática gratuita. Apesar de todos os desafios enfrentados, atletas brasileiros persistentes treinam com muita determinação e esforço durante muitos anos, a fim de competir contra atletas de outros países mais desenvolvidos, que disponibilizam condições de treino melhor estruturadas.
Compartilhe vídeos ou imagens de atletas brasileiros praticando a ginástica artística, especialmente no solo, como este sugerido a seguir: http://fdnc.io/fce. Acesso em: 5 abr. 2021.
Então, problematize a temática:
Boxe complementar:
QUESTÕES GERADORAS
Será que meninos e meninas podem praticar a ginástica artística?
Em que local onde vocês vivem é possível praticar a iniciação da ginástica?
Quantas horas por dia os ginastas treinam?
Com quantos anos será que eles começam a treinar?
Quais elementos ginásticos se aprendem primeiro? Por quê?
Será que os atletas frequentam escolas como vocês?
Qual é o vestuário mais utilizado? Eles usam calçados?
O que é uma série de movimentos ginásticos?
Fim do complemento.
Após essas indagações, os estudantes levantarão suas hipóteses, e o professor deve mediar a discussão trazendo elementos importantes para embasar e aprofundar os conhecimentos deles.
Nessa prática, escolheram-se o aparelho solo e os movimentos ginásticos básicos apropriados ao 4º ano: rolamento para a frente e para trás, vela, ponte, rotações, saltos, parada de mãos, parada de cabeça, estrela, rodante, reversões, entre outros.
Vivenciando a prática corporal
Aquecimentos
Material: forrar o chão com colchonetes ou tatames é opcional para trazer mais conforto, mas qualquer piso liso ou gramado funciona bem.
Escolha um espaço adequado e faça preparações corporais antes das práticas. Há muitas opções de aquecimentos, como mobilizações articulares e alongamentos variados das partes do corpo mais utilizadas, como pescoço, punhos, coluna vertebral, tornozelos e joelhos.
LEGENDA: Aquecimentos. FIM DA LEGENDA.
Elementos básicos no chão
Material: qualquer piso liso ou gramado. Forrar o chão com colchonetes ou tatames é opcional para trazer mais conforto.
Escolha um espaço adequado e organize os estudantes em trios ou quartetos. Coloque uma música de fundo que induza a explorar movimentos livremente; pode ser instrumental ou alguma sugerida pelo grupo.
MP091
Neste endereço eletrônico você encontra uma opção: http://fdnc.io/fcf. Acesso em: 5 abr. 2021.
Retome alguns movimentos acrobáticos de solo utilizando imagens ou vídeos, e relembre os nomes dos movimentos e como executá-los. Faça uma seleção simples de elementos, como rolamento para a frente, vela, ponte, parada de mãos, parada de cabeça, giros, espacates, saltos e estrela, conforme sugestão a seguir.
LEGENDA: Rolamento para a frente. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Parada de cabeça. LEGENDA:
LEGENDA: Vela. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Saltos. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Ponte. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Equilíbrios. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Parada de mãos. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Espacates. FIM DA LEGENDA.
MP092
Peça aos estudantes que façam movimentos individuais de ginástica de acordo com suas habilidades e compartilhem as demonstrações com os colegas, auxiliando-os com dicas verbais e, dependendo do contexto, ajuda física, tomando todas as precauções para que não se machuquem.
Como a estrela é um movimento ainda não realizado pelos estudantes nas propostas práticas anteriores, é recomendado exercitar alguns educativos de preparação antes de executá-la.
Demonstre para os estudantes o movimento completo da estrela para que compreendam o movimento como um todo. Você também pode apresentar-lhes o vídeo: http://fdnc.io/fcg. Acesso em: 5 abr. 2021.
Monte estações para a realização dos educativos, conforme as sugestões a seguir.
LEGENDA: Educativo 1. FIM DA LEGENDA.
Fixar uma corda no chão; posicionar uma mão de cada lado da corda; apoiar sobre as duas mãos, sem tirá-las do chão; jogar as duas pernas juntas para o lado esquerdo da corda e depois para o lado direito.
LEGENDA: Educativo 2. FIM DA LEGENDA.
Apoiar sobre as duas mãos; colocar os dois pés juntos de um dos lados da corda, sem tirar as mãos do chão; passar uma perna de cada vez para o outro lado.
LEGENDA: Educativo 3. FIM DA LEGENDA.
Girar à meia altura, rotacionando primeiro um lado do corpo, depois o outro, com as pernas elevadas à altura do quadril.
Agora, convide as crianças a experimentar o movimento completo.
Passo 1
Passo 2
Passo 3
LEGENDA DAS IMAGENS: Execução da estrela passo a passo. FIM DA LEGENDA.
MP093
Os grupos de estudantes comumente são bem heterogêneos. Você observará crianças que chegam à prática realizando a estrela completa, e outros que nunca experimentaram sustentar o corpo sobre as mãos. É preciso, assim, variar os estímulos propondo aos estudantes dinâmicas adequadas a todos os níveis para motivar os que estão além e os que estão aquém.
É importante dialogar com as crianças sobre as experiências prévias desse elemento ginástico e também sobre o respeito aos diferentes níveis de desempenho dos colegas, afinal, o que conta é o testar-se, persistir com determinação e sentir-se satisfeito pelo esforço, não somente com o resultado.
Dialogando sobre a prática
Ao final das experimentações, faça com que os estudantes reflitam sobre a prática. Pergunte a eles: Como foi retomar movimentos ginásticos que vocês já haviam realizado antes? Vocês acham que hoje estão mais competentes em relação ao equilíbrio e à força para realizar esses movimentos? Como foi a experiência da estrela? Vocês acham que tanto meninas quanto meninos podem praticar os movimentos da ginástica, como saltar, ‘virar estrela’, dar piruetas? Quais regiões corporais foram mais solicitadas durante a prática?
Deixe-os responder às suas perguntas exercitando, assim, a fluência oral. Faça anotações que julgar interessantes para compor a avaliação dos estudantes. Registre também o que observou durante as práticas.
Registrando
Como registro, organize duplas para que façam movimentos ginásticos sincronizados.
Entregue às duplas uma ficha de planejamento da sequência de movimentos a serem realizados, como no exemplo a seguir:
Nomes dos integrantes do grupo: _____
Data: _____ Classe: _____
SÉRIE DE GINÁSTICA GERAL: elementos de solo
ENTRADA
_____
ELEMENTO 1
_____
ELEMENTO 2
_____
ELEMENTO 3
_____
SAÍDA
_____
LEGENDA: Ficha de planejamento de movimentos ginásticos. FIM DA LEGENDA.
Depois da fase de planejamento vem a execução. Os estudantes vão praticar a sequência elaborada por eles, pela memorização. Tanto o registro quanto o fazer dos movimentos serão em pares.
Avaliação
Faça uma avaliação da produção coreográfica dos estudantes. Ela, porém, não deve objetivar a análise do “fazer” cada elemento, mas uma avaliação processual do planejamento, das estratégias utilizadas e do enfrentamento dos desafios para a conclusão da proposta.
Organize os resultados para compor uma avaliação final ao fim dos estudos das ginásticas propostos para o 4º ano.
Prática 2: COREOGRAFIA DE GINÁSTICA GERAL COM MATERIAIS
Conhecendo a prática corporal
A ginástica rítmica, antes denominada Ginástica Rítmica Desportiva (GRD), é uma das práticas corporais possíveis para desenvolver as capacidades e habilidades propostas pela Base Nacional Comum Curricular – BNCC – para estudantes do 4º ano.
Partindo dessa modalidade ginástica, pode-se propor aos estudantes a elaboração coreográfica coletiva com manejo de materiais simples, seguindo o ritmo musical e utilizando uma combinação de elementos básicos de solo (saltos, equilíbrios e rotações) realizados individualmente ou em grupos.
MP094
A manipulação dos aparelhos é leve, suave, sincronizada e precisa. Os cinco aparelhos são: fita, arco, bola, corda e maças.
LEGENDA: Aparelhos de ginástica rítmica. FIM DA LEGENDA.
A ginástica rítmica é uma manifestação gímnica praticada, principalmente, por meninas. No entanto, os meninos podem e devem participar com o intuito de desmistificar esse paradigma. Como esse tema aparece frequentemente nessa prática, pergunte aos estudantes: Quem pode praticar ginástica rítmica? Meninas podem jogar futebol e meninos podem fazer ballet ? Anote as respostas e observe o comportamento dos meninos em relação a qualquer tipo de resistência e preconceito. Faça as intervenções e mediações necessárias para eles refletirem sobre o processo de formação de estereótipos em nossa sociedade.
Partindo das experiências dos estudantes, pode-se, ainda, perguntar-lhes:
Boxe complementar:
QUESTÕES GERADORAS
Vocês já conheciam a ginástica rítmica?
Qual aparelho vocês acham que será o mais desafiador para manipular?
Que tipo de música vocês gostariam de utilizar em uma coreografia?
Vocês sabiam que em alguns países existem grupos de homens praticantes da ginástica rítmica?
Fim do complemento.
A seguir, há uma proposta didática generalista e abrangente que pode ser replicada ou adaptada de acordo com as necessidades de cada contexto. Considere os materiais disponíveis na escola, o desejo dos estudantes e o tempo disponível para desenvolver a prática pedagógica.
Vivenciando a prática corporal
Agora é o momento apropriado para decidir sobre os materiais, sendo necessário identificar com antecedência quais já estão disponíveis na escola e quais os estudantes têm interesse em construir ou adaptar.
A seguir são apresentados os movimentos básicos de cada aparelho de ginástica rítmica, suas possibilidades de manuseio e vídeos tutoriais de como construí-los, quando for o caso.
É possível escolher os cinco aparelhos aqui descritos ou eleger alguns, conforme o tempo, os materiais disponíveis ou a dificuldade em confeccioná-los.
Fita
Materiais: fitas oficiais ou vareta (25 cm a 30 cm) e fita de cetim (5 cm × 5 m) para a confecção.
Veja um tutorial de uma das formas de como confeccionar a fita: http://fdnc.io/fch. Acesso em: 5 abr. 2021.
Após a confecção das fitas, se possível coloridas e personalizadas para motivar e envolver os estudantes, toque uma seleção de músicas com variados ritmos e deixe que explorem livremente, fruindo e estimulando a expressão e a consciência corporais. Atente para as orientações de segurança. Mantenha os estudantes a um distanciamento relativo para que a vareta do aparelho não acerte o rosto de algum colega.
Inicie a prática individualmente e, naturalmente, permita que comecem a interagir com colegas de forma livre. Esse processo é importante para que consigam pensar em deslocamentos no espaço e em sobreposições de suas fitas, apreciando a estética dos movimentos produzidos.
A seguir há algumas ideias de movimentos básicos no manejo da fita.
LEGENDA: Espiral. FIM DA LEGENDA.
MP095
LEGENDA: Serpentina. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Circundar. FIM DA LEGENDA.
Arco
Materiais: o arco é o famoso bambolê, um material bem comum nas escolas. Caso não estejam disponíveis, é possível utilizar mangueiras com conectores plásticos ou conduítes formando arcos de 70 cm – 90 cm de diâmetro.
Deixe que os estudantes se movimentem livremente e explorem todas as possiblidades, sozinhos e em grupos.
Veja algumas ideias de movimentos básicos no manejo do arco.
1– Passo inicial.
2– Início do primeiro círculo.
3– Finalização do primeiro círculo.
4– Início do segundo círculo.
5– Fase final.
LEGENDA: Movimento em oito. FIM DA LEGENDA.
MP096
Passo 1
Passo 2
Passo 3
LEGENDA: Balancear. FIM DA LEGENDA.
Passo 1
Passo 2
Passo 3
LEGENDA DAS IMAGENS: Lançar e recuperar. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Lançar e recuperar. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Rotação. FIM DA LEGENDA.
MP097
LEGENDA: Quicar. FIM DA LEGENDA.
Bola
Materiais: bolas plásticas ou de borracha lisas ou ásperas. É importante que sejam leves e quiquem no chão. Oficialmente, na ginástica rítmica, as bolas medem de 18 cm a 20 cm de diâmetro e pesam entre 300 gramas e 400 gramas.
Nessa subseção da prática de manipulação de aparelhos, é importante deixar que usem a liberdade de possibilidades que trazem como repertório e criem os próprios movimentos espontaneamente no início da proposta.
Em algum momento, introduza movimentos diferentes com a bola, buscando o aprofundamento dessa experimentação. Por exemplo, rolar a bola sobre o corpo, passando de uma mão à outra através do tórax ou jogar para o alto e receber nas costas com as duas mãos. A seguir há algumas imagens sobre as possibilidades de movimentos com a bola.
LEGENDA: Passagem sobre o corpo. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Equilibrar. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Lançar e recuperar. FIM DA LEGENDA.
MP098
LEGENDA: Quicar. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Rotação. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Prensar. FIM DA LEGENDA.
Corda
Materiais: cordas individuais de sisal, silicone ou náilon. Para identificar o tamanho ideal, a criança deve pisar no meio da corda, cujas pontas devem ficar à altura das axilas.
No momento de exploração livre do material, faça uma investigação do que os estudantes trazem de conhecimentos, e permita que experimentem as cordas livremente.
As imagens a seguir mostram algumas possibilidades de movimentos ginásticos com corda.
LEGENDA: Envolver o corpo. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Balancear. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Soltura e recuperação. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Rotação. FIM DA LEGENDA.
MP099
Maças
Materiais: um par de maças de madeira, plástico ou acrílico. Esse aparelho assemelha-se às claves do malabarismo circense. Não é muito comum encontrá-lo em escolas, mas é possível construí-lo. Se esse for o caso, você precisará de garrafa plástica com tampinha, tesoura, fita adesiva e jornal.
Veja um tutorial de uma das formas de construir as maças: http://fdnc.io/fci. Acesso em: 5 abr. 2021.
Seguindo a mesma proposta dos outros aparelhos, inicialmente, deixe que os estudantes elaborem movimentos e explorem todas as possibilidades com as maças, e depois mostre outras formas de manipular esse equipamento individualmente e malabareando em duplas ou grupos.
A seguir há uma seleção de imagens de movimentos ginásticos com maças.
LEGENDA: Molinete. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Semicírculo. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Pequeno círculo. FIM DA LEGENDA.
MP100
LEGENDA: Balancear. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Circundar. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Lançar e recuperar. FIM DA LEGENDA.
Use a criatividade! É a sua vez!
Materiais: aparelhos oficiais ou construídos (fita, maças, bola, arco ou corda).
Organize a turma em grupos de três a seis participantes; escolha critérios como sorteio, livre escolha, sugerindo aos estudantes formar grupos mistos para enriquecer a experiência.
Para a seleção dos aparelhos há algumas opções: todos utilizarem o mesmo material, cada grupo escolher um tipo de aparelho ou alguns deles.
Seguindo passo a passo as instruções a seguir, oriente os estudantes a elaborar coreografias criativas com os movimentos ginásticos que eles já conhecem, utilizando o(s) aparelho(s) selecionado(s):
1. Seleção da música (ritmo).
2. Opções de movimentos (manipulação e acrobacias de solo).
3. Formações de diferentes configurações no espaço (ocupação do espaço e noção espacial), conforme a ilustração a seguir.
4. Sincronia de movimentos em contagens de oito tempos (noção temporal).
5. Memorização das sequências dos elementos ginásticos.
6. Prática e apresentação da coreografia para os colegas.
Você pode apresentar algumas referências em vídeo como uma forma de ferramentar e encorajar os estudantes nas criações livres de ginástica geral com aparelhos, como estas disponíveis nesses endereços eletrônicos:
Coreografia com arcos: http://fdnc.io/fcj. Acesso em: 5 abr. 2021.
Coreografias com bolas e fitas: http://fdnc.io/fck. Acesso em: 5 abr. 2021.
LEGENDA: Formações. FIM DA LEGENDA.
MP101
Dialogando sobre a prática
As possibilidades de aprendizagem após as práticas dos elementos das ginásticas são riquíssimas para explorar as sensações e as percepções dos estudantes. Ao encerrar as experimentações, forme uma roda com todos os estudantes e retome algumas questões sobre a prática: Qual foi o aparelho mais desafiador? Qual foi o movimento mais desafiador de fazer com um aparelho? Vocês se sentiram mais satisfeitos ao manipular os aparelhos sozinhos ou em grupo? Quais foram as habilidades motoras requisitadas no manuseio de cada um dos aparelhos? Quais foram as capacidades físicas utilizadas durante as práticas? Quais foram as principais regiões corporais solicitadas durante a execução dos movimentos? Qual é a diferença entre essas práticas e as realizadas nas atividades anteriores?
Registrando
Solicite aos estudantes que registrem as próprias respostas em uma folha a ser entregue ao professor. É importante que os registros contenham relatos de ordem pessoal, como as sensações dos estudantes; os desafios encontrados; as soluções elaboradas para resolver os problemas ao longo das práticas e um breve relato sobre a apresentação ginástica de cada grupo. Sugerimos que seja proposto um meio de divulgação dessa experiência, como a exposição no espaço escolar ou a publicação em alguma mídia social ou website da escola.
Avaliação
Compile os materiais produzidos pelos estudantes. Organize um modo para dar retorno a eles sobre a sua avaliação. Sugerimos que faça descrições individuais, assim eles podem perceber a sua visão acerca dos avanços deles nas aprendizagens da Educação Física. Possibilite um momento no qual os estudantes possam questioná-lo sobre dúvidas acerca da sua avaliação. Essa experiência exercita a comunicação, a argumentação, a fluência oral e a compreensão de texto por parte deles.
Boxe complementar:
NÃO PARE POR AQUI
De acordo com os recursos disponíveis na estrutura escolar, amplie ou adapte as atividades sugeridas a fim de assegurar oportunidades de aprendizagem para todos os estudantes. Lembre-se de evidenciar as competências previstas na BNCC. A seguir há alguns materiais para consulta:
Educativos para estrela: http://fdnc.io/fcm. Acesso em: 5 abr. 2021.
Educativos para parada de cabeça: http://fdnc.io/fcn. Acesso em: 5 abr. 2021.
Ginástica artística: http://fdnc.io/fco. Acesso em: 5 abr. 2021.
Ginástica rítmica: http://fdnc.io/fcp. Acesso em: 5 abr. 2021.
ARAÚJO, Manuel. Ginástica rítmica. In: ARAÚJO, Manuel. Manual de ajudas em ginástica. 2ª ed. Várzea Paulista: Fontoura, 2012.
AYOUB, Eliana. Ginástica geral e a Educação Física escolar. 3ª ed. Campinas: Editora da Unicamp, 2018.
BROCHADO, Fernando; BROCHADO, Monica. Fundamentos da ginástica artística e de trampolins. 2ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
NUNOMURA, Myrian. Fundamentos das ginásticas. 2ª ed. Várzea Paulista: Fontoura, 2016.
Fim do complemento.
MP102
4º ANO
UNIDADE 9. DANÇAS
LEGENDA: Menina dançando frevo. Fotografia de 2018. FIM DA LEGENDA.
Boxe complementar:
Habilidades e competências presentes nesta unidade
(EF35EF09) Experimentar, recriar e fruir danças populares do Brasil e do mundo e danças de matriz indígena e africana, valorizando e respeitando os diferentes sentidos e significados dessas danças em suas culturas de origem.
(EF35EF10) Comparar e identificar os elementos constitutivos comuns e diferentes (ritmo, espaço, gestos) em danças populares do Brasil e do mundo e danças de matriz indígena e africana.
(EF35EF11) Formular e utilizar estratégias para a execução de elementos constitutivos das danças populares do Brasil e do mundo, e das danças de matriz indígena e africana.
(EF35EF12) Identificar situações de injustiça e preconceito geradas e/ou presentes no contexto das danças e demais práticas corporais e discutir alternativas para superá-las.
Competências Gerais: 1, 2, 3, 4, 8, 9 e 10
Competências de Linguagens: 1, 2, 3 e 5
Competências de Educação Física: 1, 2, 5, 6, 7, 8 e 10
Fim do complemento.
Objetivos
- Experimentar e conhecer os movimentos, os sentidos e os significados das danças do Brasil, do mundo, e das de matrizes africanas e indígenas.
- Reconhecer as diferenças e as semelhanças entre os elementos constitutivos das danças brasileiras, do mundo, de matriz indígena e africana.
- Valorizar as diferentes culturas manifestas nas danças, desmistificando preconceitos em relação à sua prática.
- Elaborar estratégias para superar os desafios advindos dos diferentes movimentos, gestos e ritmos executados no espaço.
MP103
PROSEANDO SOBRE DANÇAS
Toda prática corporal tem como elemento visível e mensurável o movimento. É por meio dele que podemos compreender os jogos, o esporte, as lutas e a dança. É fundamental, assim, que os estudantes aprendam a se relacionar com o movimento de maneira complexa. Especificamente no caso das danças, superar a complexidade dos elementos que as constituem: gestos, ritmo e espaço.
Gestos: os movimentos são a expressão da dança pelo corpo, que pode molejar; saltitar; andar; deslocar-se ou não; mover-se de maneira ondulada ou retilínea; mover-se em diferentes direções, planos e formações; fazer sons, seja usando partes do próprio corpo ou objetos.
Ritmo: compreender a pulsação é fundamental para ordenar os movimentos de acordo com as marcações de tempo, conforme o encadeamento lento, moderado ou rápido.
Espaço: para a dança, esse conhecimento é fundamental, porque um importante aspecto da dança é justamente preencher o espaço de maneira dinâmica e harmoniosa, seja de maneira individual ou coletiva. Dentro do espaço há as direções para cima, para baixo, para o lado, para a frente, para trás e nas diagonais; os níveis baixo, médio e alto; as dimensões pequeno, médio e grande e as extensões perto, médio e longe.
Experimentar os elementos constitutivos das danças do Brasil e do mundo, e de matrizes indígena e africana, possibilita ao estudante a identificação e comparação desses elementos, aprofundando seus conhecimentos acerca das habilidades e das capacidades do próprio corpo como condutor de comunicação e expressão corporal, e de diferentes culturas, conectando-se a elas por meio dos gestos e movimentos corporais.
Conforme orientação da Base Nacional Comum Curricular – BNCC –, essa unidade visa a possibilitar vivências corporais aos estudantes nas quais possam experimentar os elementos constitutivos das danças compreendendo seus significados e sentidos.
[...] a unidade temática Danças explora o conjunto das práticas corporais caracterizadas por movimentos rítmicos, organizados em passos e evoluções específicas, muitas vezes também integradas a coreografias. As danças podem ser realizadas de forma individual, em duplas ou em grupos, sendo essas duas últimas as formas mais comuns. Diferentes de outras práticas corporais rítmico-expressivas, elas se desenvolvem em codificações particulares, historicamente constituídas, que permitem identificar movimentos e ritmos musicais peculiares associados a cada uma delas (BNCC, 2018, p. 218) 1 .
PRATICANDO DANÇAS
Prática 1: AS EXPRESSÕES DO BRASIL
Conhecendo a prática corporal
Dada a extensão do território brasileiro, há uma vasta diversidade de danças regionais e comunitárias, que surgiram pelas mais diversas razões.
Algumas danças típicas regionais surgiram pelas manifestações dos imigrantes europeus, na tentativa de preservar a sua cultura de origem. No entanto, em contato com outros imigrantes, indígenas e afrodescendentes, essas danças sofreram alterações, o que as tornou tipicamente brasileiras.
Outras surgiram como formas de distração e diversão, nas quais se criaram ritmos e letras marcados por instrumentos musicais, objetos e vestimentas típicas de determinadas regiões.
Outras, ainda, surgiram durante o labor, no qual as pessoas trabalhavam, cantavam e faziam movimentos que se tornaram típicos de determinadas danças criadas nesse contexto, transmitidas ao longo das gerações, tornando-as tradicionais em determinadas localidades.
Independentemente da maneira como surgiram, todas elas se tornaram expressões da cultura, da história e da forma de viver de cada comunidade, embora ainda estejam em constante transformação, dadas as adaptações que ainda sofrem de acordo com quem as pratica.
Mostre aos estudantes algumas danças típicas praticadas em cada região brasileira, conforme as sugestões a seguir.
Chula: é uma dança típica da região Sul, representada por um desafio entre dois participantes, que realizam uma sequência de passos ao redor de um bastão, como pode ser visto em: http://fdnc.io/fcq. Acesso em: 5 abr. 2021.
LEGENDA: Chula. Apresentação da Chula durante o 12º Rodeio Internacional do Mercosul, Porto Alegre, RS, 2019. FIM DA LEGENDA.
Nota de rodapé: 1. BRASIL. Ministério da Educação . Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2018. Disponível em: http://fdnc.io/b9o. Acesso em: 5 abr. 2021. Fim da nota.
MP104
Cana-verde: típica da região Sudeste e conhecida como Caninha-verde no Nordeste, a dança apresenta coreografia com diversas variações no decorrer da dança, como formação de fileiras, meia-volta, troca de pares, formação circular, sapateios, gingados e balanceios, como pode ser visto em: http://fdnc.io/fcu. Acesso em: 5 abr. 2021.
LEGENDA: Cana-verde. Grupo de Tradições Folclóricas Raízes Nordestinas, Fortaleza, CE, 2014. FIM DA LEGENDA.
Maçarico: típica da região Norte, dançada em duplas de casais, seus versos são cantados pelos próprios dançantes. A coreografia alterna troca de casais, passadas, roda, balanceios e batidas de mãos, como pode ser visto em: http://fdnc.io/fct. Acesso em: 5 abr. 2021.
LEGENDA: Maçarico. Dança do Maçariquinho, Grupo Sabor Marajoara, Belém, PA, 2019. FIM DA LEGENDA.
Siriri: típica da região Centro-Oeste, a dança utiliza instrumentos musicais típicos da região, marcada por alternância de ritmos, coreografia das mulheres e suas saias rodadas e dos homens com seus chapéus, que dançam aos pares soltos, realizando movimentos em fileiras, rodas, palmas e reverência dos homens às mulheres, como pode ser visto em: http://fdnc.io/fcs. Acesso em: 5 abr. 2021.
LEGENDA: Siriri. Grupo de dança em apresentação durante o Festival de Cururu e Siriri, Cuiabá, MT, 2013. FIM DA LEGENDA.
Frevo: típico da região Nordeste, o frevo é uma dança carnavalesca típica de rua, na qual os participantes portam um pequeno guarda-chuva e realizam uma coreografia acrobática, como pode ser visto em: http://fdnc.io/fcr . Acesso em: 5 abr. 2021.
LEGENDA: Frevo. Carnaval, Recife, PE, 2019. FIM DA LEGENDA.
Para ampliar o engajamento dos estudantes em relação ao tema e integrá-los à percepção de ritmos, tempos, movimentos e espaço, pergunte a eles:
Boxe complementar:
QUESTÕES GERADORAS
Todas as danças apresentadas são dançadas aos pares?
Todas elas têm o mesmo ritmo?
Há movimentos que são comuns entre essas danças?
O que vocês perceberam em relação à ocupação do espaço?
Fim do complemento.
MP105
Vivenciando a prática corporal
Frevo
Materiais: equipamento audiovisual, minissombrinha ou flor de crepom.
Selecionado para a experimentação de uma das danças brasileiras, no frevo os estudantes experimentarão alguns movimentos para dançar no espaço coletivo, combinando ritmo e movimentos acrobáticos.
Mostre-lhes novamente o vídeo de apresentação do frevo, orientando-os a atentar aos movimentos da dança.
Depois, coloque uma música de fundo e pratique com calma alguns movimentos, conforme as orientações a seguir.
Durante a prática, incentive os estudantes a compartilhar estratégias que cooperem com o enfrentamento dos desafios da combinação do ritmo e dos gestos no espaço.
Você pode utilizar “ Vassourinhas” como música de fundo. Ela está disponível no endereço eletrônico: http://fdnc.io/fcv. Acesso em: 5 abr. 2021.
LEGENDA: Passo 1. FIM DA LEGENDA.
Saltitar na ponta do pé, fazendo o movimento para dentro e para fora com um pé e, posteriormente, com o outro.
LEGENDA: Passo 2. FIM DA LEGENDA.
Saltitar na ponta do pé e com o calcanhar, mantendo as pernas afastadas.
LEGENDA: Passo 3. FIM DA LEGENDA.
Saltitar na ponta do pé e com o calcanhar de um lado e depois do outro.
LEGENDA: Passo 4. FIM DA LEGENDA.
Saltitar na posição saci-pererê, alternando as pernas.
LEGENDA: Passo 5. FIM DA LEGENDA.
Saltitar chutando com uma perna de cada vez para a frente.
LEGENDA: Passo 6. FIM DA LEGENDA.
Girar saltitando com as pernas cruzadas, trocando as pontas dos pés.
MP106
LEGENDA: Passo 7. FIM DA LEGENDA.
Saltitar fazendo uma tesoura com as pernas, cruzando-as, e chutando com uma delas à frente ao abri-las.
LEGENDA: Passo 8. FIM DA LEGENDA.
Agachar e saltar com as duas pernas flexionadas, passando a sombrinha ou flor de crepom por baixo de uma perna, e continuar saltando nessa posição para passar a sombrinha ou a flor de crepom por baixo da outra perna.
LEGENDA: Passo 9. FIM DA LEGENDA.
Saltar com as pernas afastadas e os braços estendidos em direção às pernas.
Permita que os estudantes dancem livremente, utilizando esses ou outros movimentos que queiram improvisar para experimentar a execução deles ao ritmo do frevo.
Dialogando sobre a prática
Ao final da experiência, pergunte aos estudantes: O que vocês acharam da experiência de combinar ritmo e acrobacias no espaço?
Peça aos estudantes que relatem as próprias percepções em relação à ocupação do espaço, ao ritmo e aos gestos vivenciados no frevo.
Registrando
Pergunte, ainda, aos estudantes se conhecem alguma dança da região onde vivem para que, em uma folha, relatem o nome da dança, a forma de dançar e descrevam como é a ocupação do espaço, o ritmo e os gestos nela constituídos.
Monte um livro sobre as danças regionais catalogadas pelos estudantes e possibilite que eles experimentem as danças relatadas pelos colegas.
Avaliação
Como avaliação, privilegie aprendizagens, superações e avanços ocorridos durante o processo, relacionados à participação, ao interesse e à disponibilidade dos estudantes, em vez do resultado em si.
Prática 2: MACULELÊ
Conhecendo a prática corporal
Diz a lenda que em uma região da África dois povos se encontravam com bastões; seriam os povos “malês”, que esperavam os “macuas a lelê”, para lutar. “Lelês” seriam os paus usados na luta, o que teria dado origem ao nome maculelê , uma prática de origem afro-brasileira recuperada no século XIX e recriada no decorrer do século XX, que expressa na dança os movimentos de luta, combinando deslocamentos, giros e intensidade de movimentos.
Você pode exibir um vídeo que demonstra a dança e seus elementos constitutivos, como este disponível em: http://fdnc.io/fcw. Acesso em: 5 abr. 2021.
Então, proponha aos estudantes uma reflexão sobre algumas questões disparadoras:
Boxe complementar:
QUESTÕES GERADORAS
Qual é o sentido e o significado da dança maculelê para os afrodescendentes?
O ritmo, os gestos e a ocupação do espaço na dança maculelê têm semelhança com alguma dança que vocês conhecem ou que já tenham experimentado nas aulas?
Quais habilidades motoras vocês percebem na dança maculelê?
Fim do complemento.
MP107
Converse com os estudantes sobre a intensidade presente na dança maculelê e peça-lhes que observem as habilidades contidas na dança durante a execução dos movimentos no espaço, de acordo com a pulsação e suas expressões.
Você pode auxiliá-los a recordar quais são as habilidades motoras:
- Habilidades de estabilização: movimentos que permitem a manutenção de uma posição no espaço em relação à força da gravidade, como girar, rolar etc.
- Habilidades de manipulação: movimentos que envolvem a relação da pessoa com algum tipo de objeto, como agarrar, bater, chacoalhar, arremessar etc.
- Habilidades de locomoção: movimentos que permitem os deslocamentos para exploração do espaço, como correr, andar, saltar etc.
Faça ainda com que percebam as diversas possibilidades de ocupação do espaço, a ginga coerente com o compasso marcado pelo ritmo e a expressão corporal manifesta com o sentido e o significado atribuídos à dança a fim de que valorizem e respeitem as manifestações culturais.
Cuide para identificar qualquer resistência ou preconceito em relação à prática corporal proposta.
Vivenciando a prática corporal
Materiais: bastões ou garrafas PET.
Converse sobre a importância das músicas na relação com os movimentos realizados, principalmente na cultura afro-brasileira, em que a música e o som estão presentes em diversas manifestações.
Além de narrar histórias, as músicas e os instrumentos dão o tom para o movimento, e também proporcionam uma energização do ambiente.
Você encontra uma música para a dança maculelê neste endereço eletrônico: http://fdnc.io/fcx. Acesso em: 5 abr. 2021.
Auxilie os estudantes a criar formas de deslocamentos como as apresentadas na dança maculelê, como o andar e o saltitar e a ginga da cintura, buscando organizar movimentos em uma sequência, cuidando para que todos possam se apropriar da experiência.
Passe para o exercício de giro e mostre aos estudantes o trabalho de pernas para que estética e precisão sejam trabalhadas simultaneamente. Veja que o amortecimento da queda é fundamental para a junção de um movimento estético e preciso. A habilidade de estabilização é essencial para o sucesso de uma sequência de passos da dança maculelê.
Depois de aprimorar as habilidades de locomoção e estabilização, dê foco às habilidades de manipulação. Em vez de começar com bastões de madeira, você pode substituí-los, a princípio, por algum tipo de elemento alternativo, como garrafas PET ou outro objeto que possa ser batido pelos estudantes mas que não cause acidentes, caso o movimento saia equivocado.
Explore as batidas dos bastões no chão e em diferentes posições do plano baixo, depois use as batidas no plano médio e termine com saltos e batidas no plano alto.
Oriente os estudantes a fazer individualmente exercícios para a aprendizagem e domínio da habilidade manual e, com o passar do tempo e da experiência, passar a fazer as práticas em duplas, trios e quartetos.
Com a autonomia e a responsabilidade deles, você pode fazer a transição do material alternativo para os bastões de madeira.
Você pode apresentar algumas possibilidades de movimentos para a experimentação individual, aos pares e coletiva, além de diversas possibilidades de formações e deslocamentos no espaço. Veja algumas possibilidades.
LEGENDA: Movimentos de batidas cruzadas aos pares. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Batidas individuais com formação em roda. FIM DA LEGENDA.
MP108
LEGENDA: Batidas individuais com formação em linha. FIM DA LEGENDA.
Comece, então, a construir com os estudantes uma apresentação, mas para isso o primeiro passo é estruturar uma sequência de movimentos. Veja algumas possibilidades, mas dê espaço para a criatividade deles.
- Realizar batidas no plano baixo e deslocamentos com saltos.
- Realizar giros e batidas em duplas no plano alto.
- Realizar deslocamentos com saltitos e terminar com um salto e giro no plano alto.
- Realizar giro no plano baixo, deslocamentos e batidas dos bastões em duplas.
Organize com os estudantes uma sequência de movimentos com base nas experiências de criação e formule uma sequência de passos para compor uma apresentação de maculelê. Não se esqueça da intensidade dos movimentos para expressar corporalmente o sentido e o significado da dança em seus gestos.
Dialogando sobre a prática
Ao final da experiência, converse com os estudantes sobre a vasta possibilidade de exploração da dança maculelê, questionando-os e possibilitando que relatem as aprendizagens sobre o sentido e o significado da dança maculelê para os afrodescendentes; o ritmo, os gestos e a ocupação do espaço na dança maculelê; quais são as habilidades motoras presentes na dança. É importante que percebam as habilidades, como saltar, andar, girar.
Registrando
Como registro, oriente-os para que identifiquem uma dança que guarde semelhanças com o maculelê, seja pelo simbolismo, pelas habilidades, pelo ritmo, pelos gestos, seja pelas formas de ocupação do espaço.
Avaliação
Utilize os registros e suas anotações sobre os diferentes momentos de aprendizagens (contextualização, experimentação e diálogo) para compor a avaliação dos estudantes.
Prática 3: JACUNDÁ
Conhecendo a prática corporal
Jacundá é uma dança bastante comum no Amazonas e no Pará, em um local inicialmente habitado pelos indígenas conhecidos como Gaviões do Pará ou Paracatejês, cidade hoje chamada de Jacundá. A dança recebe esse nome porque simboliza o peixe jacundá, comum nessa região. As manifestações da cultura indígena estão fortemente relacionadas à natureza, e nesse caso a dança simboliza a pesca.
Dançada com formação no espaço em roda, aos pares, com um par no centro dela, simboliza a pescaria em uma expressão que mistura dança e brincadeira. Os integrantes da roda cantam e dançam de mãos dadas, dando dois passos para a esquerda e dois para a direta, impedindo que o casal que está ao centro, representando os peixes, escape. Caso o par consiga sair do centro da roda, o casal que não conseguiu impedi-lo entra nela.
Proponha alguns questionamentos aos estudantes:
Boxe complementar:
QUESTÕES GERADORAS
O que a dança jacundá representa para os indígenas?
Quais desafios encontramos nas danças circulares para coordenar nossos movimentos com os do grupo?
De quais estratégias e habilidades precisamos para escapar do centro de uma roda?
Fim do complemento.
Vivenciando a prática corporal
Material: equipamento de áudio.
Peça aos estudantes que formem uma roda, alternando a formação entre meninos e meninas para a constituição de pares.
Escolha dois participantes para ocupar o centro da roda, representando os peixes jacundás.
Você pode colocar uma música para marcar o ritmo dos passos. Você encontra uma opção em: http://fdnc.io/fcy. Acesso em: 5 abr. 2021.
Então, oriente os integrantes da roda que, ao ritmo da música, de mãos dadas, deem dois passos para a direita e depois dois passos para a esquerda, e assim sucessivamente.
MP109
Os integrantes do centro da roda devem tentar escapar dela, e por onde conseguirem sair farão com que, automaticamente, a dupla entre na roda em seus lugares.
Proponha aos estudantes algumas variações na execução dos passos, como dar dois passos para a esquerda, dar um pequeno saltito, para então direcionar dois passos à direita, repetindo o mesmo movimento. Outra variação pode ser em relação a quem está no centro, que deve também dançar no compasso da música, mantendo as mãos dadas, até mesmo durante a fuga.
LEGENDA: Jacundá. FIM DA LEGENDA.
Dialogando sobre a prática
Ao final da experiência, converse com os estudantes sobre as percepções que tiveram em relação à experimentação. Questione-os sobre os desafios de dançar de mãos dadas em círculo; as dificuldades encontradas ao tentar escapar do centro da roda; as habilidades e as capacidades presentes na dança; os movimentos, o compasso, os deslocamentos e as formações no espaço.
Conversem, ainda, sobre os elementos da cultura indígena presentes na dança jacundá, e proponha-lhes que reflitam e relatem como eles percebem a cultura indígena na formação cultural brasileira.
Registrando
Como registro, oriente os estudantes a identificar diferenças e semelhanças em relação aos gestos, ao ritmo e ao espaço entre as danças jacundá e maculelê, respectivamente de matriz indígena e africana.
Oriente-os a montar dois quadros. Em um eles devem identificar os elementos constitutivos da dança jacundá e no outro, os da maculelê.
É importante que percebam diferenças e semelhanças entre formações, deslocamentos, gestos, compasso, sentido e significado cultural.
Avaliação
Proponha aos estudantes que comparem as próprias percepções com as dos demais colegas e vejam detalhes percebidos uns pelos outros, a fim de que compreendam os diferentes pontos de vista, percepções e argumentações.
Com base nas suas observações, intervenções, anotações e no registro feito pelos estudantes, faça uma avaliação e lhes dê um retorno sobre as aprendizagens dos elementos constitutivos das danças como parâmetro para a análise e o reconhecimento de diferenças e semelhanças entre as danças, sejam elas brasileiras, indígenas, africanas, ou do mundo.
Prática 4: TROIKA
Conhecendo a prática corporal
A Rússia é um dos maiores países do mundo, e, dada a sua extensão territorial, apresenta grande diversidade de danças folclóricas, assim como o Brasil. Além disso, os russos são referência em dança, especialmente por sua excelência no ballet , reconhecido mundialmente. A principal escola de ballet russo é a do Teatro Bolshoi, que possui uma filial no Brasil.
Além da dança clássica, a Rússia possui uma diversidade de danças folclóricas que remetem à vida no campo e seus costumes, como a troika , palavra que significa “três cavalos amarrados”.
A dança, portanto, é inspirada em uma carruagem ou trenó puxado por três cavalos, na qual seus participantes imitam o galope dos equinos.
Outros povos eslavos praticam danças similares a essa, como as danças polonesas krakowiak e trojak .
LEGENDA: Troika. FIM DA LEGENDA.
A troika é dançada de forma coletiva com divisão de grupos compostos de um homem e duas mulheres.
MP110
O homem posiciona-se ao centro, e as mulheres, nas laterais, e juntos, de mãos dadas, realizam movimentos de galope, caminhada, roda, batidas de pés e passam por baixo dos braços uns dos outros.
Você pode exibir um vídeo aos estudantes para que possam conhecer e fruir com essa dança, como este disponível em: http://fdnc.io/fcA. Acesso em: 5 abr. 2021.
Boxe complementar:
QUESTÕES GERADORAS
Quais são os gestos presentes na troika? Como vocês os interpretam?
De quais estratégias precisamos para dançar em trio, harmonizando nossa ocupação no espaço e realizando gestos no ritmo da música?
Vocês conhecem outras danças inspiradas em situações presentes no cotidiano, seja para expressar, seja para remeter à natureza, ao trabalho ou aos costumes de uma comunidade?
O que vocês conhecem sobre a cultura russa?
Fim do complemento.
Vivenciando a prática corporal
Material: equipamento de áudio.
Organize a turma em trios e ao som de música típica da troika , disponível em: http://fdnc.io/fcz (acesso em: 5 abr. 2021), possibilitando que sintam e experimentem ritmo, gestos e deslocamentos livres no espaço.
Posteriormente, apresente-lhes alguns passos dessa dança típica russa.
LEGENDA: Galope FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Passagem por baixo dos braços. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Roda. FIM DA LEGENDA.
De acordo com o repertório de outras experimentações que os estudantes já vivenciaram, conversem sobre as possibilidades de acrescentar outros movimentos, possibilitando que ajustem novos elementos ao ritmo e ao espaço de dança, como o movimento de tesoura do frevo e/ou seus saltitos com chutes à frente.
De acordo com o repertório de outras experimentações que os estudantes já vivenciaram, conversem sobre as possibilidades de acrescentar outros movimentos, possibilitando que ajustem novos elementos ao ritmo e ao espaço de dança, como o movimento de tesoura do frevo e/ou seus saltitos com chutes à frente.
MP111
Dialogando sobre a prática
Ao final da experiência, reúna os estudantes em roda e conversem sobre a experimentação da dança russa troika .
Questione-os sobre os desafios encontrados na experimentação dos movimentos e do ritmo e as estratégias utilizadas para superá-los; sobre as sensações percebidas na experimentação; sobre as capacidades físicas e habilidades motoras presentes; sobre as partes do corpo requisitadas; sobre as impressões que tiveram em relação às danças de modo geral e sobre como expressam elementos da história e do contexto das comunidades que representam.
Registrando
Como registro, peça aos estudantes que escolham uma dança, seja ela brasileira, seja de outras partes do mundo, de matriz indígena ou africana, para que identifiquem elementos como: sentido e significado da dança, ou seja, em que elemento ela é inspirada; gestos, movimentos e ritmos; e se existem situações de preconceito em relação à sua prática.
Monte uma exposição com as produções dos estudantes, possibilitando que apreciem os trabalhos uns dos outros, e peça-lhes que elejam algumas dessas danças para experimentação.
Avaliação
Organize todo o material produzido pelos estudantes nessa unidade, para que percebam quanto puderam aprender sobre as danças. Sugerimos dar-lhes um retorno por escrito, individualmente, para que leiam as suas sugestões, reconheçam os próprios avanços e os pontos que precisam aprimorar.
Boxe complementar:
NÃO PARE POR AQUI
As práticas aqui apresentadas são algumas possibilidades para a experimentação das danças brasileiras, do mundo, de matriz indígena e africana, favorecendo a compreensão dos elementos constitutivos das danças; a ampliação do acervo motor, cultural e cognitivo na busca de estratégias para superar os desafios das danças; e a valorização e o respeito às diferentes culturas.
No entanto, você pode realizar outras práticas, de acordo com a estrutura escolar, as características regionais e as necessidades dos estudantes, lembrando-se, nas suas criações ou adaptações, de referenciar-se na BNCC e nas indicações de habilidades, competências e dimensões do conhecimento.
Você pode encontrar outros materiais de apoio em:
Cultura indígena: http://fdnc.io/fcB. Acesso em: 5 abr. 2021.
Danças do mundo: http://fdnc.io/fcC. Acesso em: 5 abr. 2021.
Danças folclóricas brasileiras: http://fdnc.io/fcD. Acesso em: 5 abr. 2021.
LABAN, Rudolf. Dança educativa moderna . São Paulo: Ícone, 1990.
MARQUES, Isabel A. Dançando na escola. São Paulo: Cortez, 2012.
OLIVEIRA, Marilza. Danças indígenas e afro-brasileiras. Salvador: Universidade Federal da Bahia, 2018. Disponível em: http://fdnc.io/fcE. Acesso em: 5 abr. 2021.
VERDERI, Érica Beatriz. Dança na escola. 2ª ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2000.
Fim do complemento.
MP112
4º ANO
UNIDADE 10. LUTAS
LEGENDA: Jogo de oposição queda de braço. Fotografia de 2015. FIM DA LEGENDA.
Boxe complementar:
Habilidades e competências presentes nesta unidade
(EF35EF13) Experimentar, fruir e recriar diferentes lutas presentes no contexto comunitário e regional e lutas de matriz indígena e africana.
(EF35EF14) Planejar e utilizar estratégias básicas das lutas do contexto comunitário e regional e lutas de matriz indígena e africana experimentadas, respeitando o colega como oponente e as normas de segurança.
(EF35EF15) Identificar as características das lutas do contexto comunitário e regional e lutas de matriz indígena e africana, reconhecendo as diferenças entre lutas e brigas e entre lutas e as demais práticas corporais.
Competências Gerais: 1, 2, 3, 4, 5, 8, 9 e 10
Competências de Linguagens: 1, 2, 3 e 5
Competências de Educação Física: 1, 2, 3, 5, 6, 7 e 10
Fim do complemento.
Objetivos
- Experimentar jogos comunitários e regionais de lutas ou de oposição que envolvam agarrar, puxar, derrubar e imobilizar o adversário.
- Experimentar, fruir e valorizar as lutas de matriz indígena e africana.
- Perceber as diferenças entre brigar e lutar.
- Desenvolver habilidades estratégicas envolvidas no lutar.
- Identificar os movimentos corporais presentes nas lutas e sua diferenciação em relação às demais práticas.
- Compreender a importância das práticas corporais para o desenvolvimento de um ambiente comunitário, no qual o respeito ao oponente e às regras de segurança são importantes.
MP113
PROSEANDO SOBRE LUTAS
A luta é uma atividade ancestral de sobrevivência. Os homens lutavam contra animais ou contra tribos opositoras para defender-se de diversas ameaças. Essa prática corporal é considerada uma das mais antigas do mundo, percorrendo os povos babilônicos, egípcios, japoneses, chineses, gregos e romanos, desde muitos anos antes de Cristo.
O lutar também é uma forma de linguagem e expressão corporal presente nas sociedades do mundo todo, e, no 4º ano, os estudantes conhecerão as lutas regionais e comunitárias e as pertencentes às matrizes indígena e africana, diferenciando o lutar e o brigar em contextos diversos.
Os jogos de luta regional e comunitária são pequenas brincadeiras de conteste, em que os estudantes, ao experimentar o agarrar, o puxar, o derrubar e o imobilizar, entre outros gestos da luta, têm a oportunidade de se opor ao adversário usando a força e o equilíbrio para vencê-lo por meio de brincadeiras de oposição que atravessam gerações.
As lutas indígenas, por sua vez, proporcionam aos estudantes a experimentação da cultura indígena e do que a luta representa para ela, em muitos casos praticada como ritual de passagem dos jovens para provar a força e a virilidade necessárias à sobrevivência, pautando o aprendizado no respeito à natureza e aos animais, muitas vezes seus oponentes em situações de sobrevivência. Já as lutas de matrizes africanas misturam muitos simbolismos, das lutas para provar a força àquelas realizadas com a mescla de dança, religião e movimentos de ataque e defesa.
PRATICANDO LUTAS
Prática 1: JOGOS DE OPOSIÇÃO
Conhecendo a prática corporal
Ao escutar o professor de Educação Física falar: “Vamos aprender sobre as lutas!”, muitos estudantes começam a se animar, se empurrar, dar risadas, fazer gestos típicos com braços e pernas e falam: “Briga! Briga!”. Esse é o pontapé inicial da unidade de lutas: a diferenciação entre lutar e brigar, abordando esse tema antes de qualquer prática.
Antes de aprofundar os conhecimentos sobre as semelhanças e diferenças entre luta e briga, converse com os estudantes sobre esse tema.
Pergunte-lhes:
Boxe complementar:
QUESTÕES GERADORAS
O que é uma luta?
O que é uma briga?
Quais lutas vocês conhecem?
Quais elementos estão presentes nas lutas?
Quando uma luta pode ser violenta?
Fim do complemento.
As questões subjetivas são fundamentais, pois aquilo que pode ser classificado por um estudante como violento pode não ser para o outro. Compreender a diferença entre luta e briga e entre luta e violência é fundamental para toda a sequência do trabalho dessa unidade.
Possibilite que os estudantes verbalizem as próprias impressões a respeito da prática corporal. É importante verificar os conhecimentos prévios deles, bem como pontuar que vão experimentar alguns movimentos das lutas e precisam assumir, para tanto, uma postura de cuidado e respeito com o colega. Esse exercício estimula a fluência oral dos estudantes, a capacidade de comunicação e de argumentação.
Nessa prática, apresentamos disputas individuais e grupais, experimentando os jogos de oposição que envolvem as habilidades de puxar, empurrar, agarrar e imobilizar o oponente. É importante que os estudantes percebam que essas práticas guardam semelhanças com os elementos presentes nas lutas.
Inicie com as práticas quando estiver seguro de que os estudantes conseguiram compreender a diferença entre luta e briga. Segundo essa perspectiva, estabeleça a dinâmica das ações e construa com eles as regras fundamentais para o bom andamento da atividade e o respeito mútuo entre os participantes, garantindo a segurança de todos.
Vivenciando a prática corporal
Cabo de guerra
Material: uma corda de sisal ou náilon de comprimento acima de 3 metros.
Esse é um jogo de oposição bem popular, conhecido pela disputa entre duas equipes que ficam alinhadas nas extremidades da corda. Eles precisam segurar a corda, usar a força de membros superiores e o equilíbrio de pernas para resistir aos puxões da equipe adversária. O objetivo é puxar os oponentes na própria direção, deslocando-os para a frente.
MP114
LEGENDA: Cabo de guerra. FIM DA LEGENDA.
Guerra de polegares
Material: não é necessário nenhum material específico.
É um jogo de luta tradicional entre dois oponentes que seguram as mãos opostas, mantendo os polegares elevados. Dada a partida inicial, tentam agarrar o polegar do adversário prendendo-o embaixo do próprio dedo, e não permitindo que o próprio polegar seja capturado. Não é permitido soltar as mãos, e é recomendado trocar as duplas várias vezes para valorizar as relações sociais na comunidade escolar.
Após a experimentação, peça aos estudantes que desafiem adultos e outras crianças em casa, resgatando a ludicidade dos jogos de oposição regionais.
Valorize os processos de ganhar e perder presentes nessa disputa, ensinando formas de enfrentamento das frustrações.
LEGENDA: Guerra de polegares. FIM DA LEGENDA.
Queda de braço
Material: não é necessário nenhum material específico.
Aqui, novamente, é necessário formar duplas e variá-las ao máximo. Deixe que os estudantes se desafiem livremente, sugira duplas mistas e faça as mediações necessárias.
Explique-lhes que essa é uma disputa bem antiga, com data não mensurada, mas com registros dessa prática nas antigas civilizações por meio de estátuas, pinturas ou gravuras.
Dois oponentes, com os cotovelos apoiados em uma mesa, em um banco ou no chão, entrelaçam as mãos opostas e tentam encostar o dorso da mão do adversário sem desencostar o cotovelo da superfície.
LEGENDA: Queda de braço. FIM DA LEGENDA.
Dialogando sobre a prática
Após a experimentação, aproveite a oportunidade para reforçar os aprendizados e as percepções sobre o brigar e o lutar.
Peça aos estudantes que relatem aspectos relacionados às lutas nos jogos vivenciados, perguntando-lhes: Quais elementos estavam presentes? O que sentiram no corpo, como cansaço, fadiga, suor? Quais capacidades físicas e habilidades motoras estiveram presentes? Por que acham que as regras são importantes?
Permita que os estudantes expressem as próprias impressões sobre as atividades, exercitando a oralidade, a argumentação e a comunicação.
Registrando
Peça aos estudantes que registrem as respostas no caderno. Eles devem, ainda, fazer um relato sobre o próprio gosto pessoal acerca das práticas das lutas, dizendo se gostaram; como foi a interação com o colega; o que poderiam sugerir para a atividade ser igual para todos e o que entenderam sobre a diferença entre brigas e lutas.
Avaliação
Utilize os registros dos estudantes como avaliação. Forme uma roda e peça-lhes que compartilhem as próprias impressões a fim de que percebam as diferenças de afinidade com as lutas, uma vez que essa prática requer, na maioria das vezes, interação com o corpo do outro no sentido de subjugá-lo.
MP115
Valorize questões importantes das práticas das lutas como conhecimento pessoal, respeito ao outro e desenvolvimento das habilidades motoras e das capacidades físicas. Proponha aos estudantes a elaboração de uma frase que corresponda à intenção da classe durante as práticas das lutas, valorizando e respeitando as diferenças entre todos.
Prática 2: LUTA DE MARACÁ OU DERRUBA TOCO
Conhecendo a prática corporal
Essa luta recebe dois nomes diferentes de acordo com a região onde é praticada. A luta de maracá é praticada pelos Tupinambá na região costeira da Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo, enquanto a de derruba toco é praticada pelos Pataxó no extremo sul da Bahia e norte de Minas Gerais, normalmente após os casamentos indígenas.
Nessa luta, há uma disputa entre dois lutadores, que tentam derrubar um toco de madeira usando uma parte do corpo do adversário.
É uma prática indígena com potencial elevado para envolver, deixar todos sem piscar, para não perder o golpe crucial que levará o oponente a tocar no toco e derrubá-lo. Trata-se de um bom controle emocional e uma grande capacidade de superar as derrotas, tendo em vista a presença de muitos espectadores.
Você pode exibir um vídeo para que os estudantes visualizem a prática: http://fdnc.io/fcF. Acesso em: 7 abr. 2021.
Depois, pergunte aos estudantes:
Boxe complementar:
QUESTÕES GERADORAS
Será que as mulheres participam dessa luta?
Vocês conseguem se imaginar experimentando essa luta indígena?
É possível praticar essa luta aqui na escola?
Que adaptações de regras, lugares, vestuário e participantes teríamos de fazer?
Fim do complemento.
Vivenciando a prática corporal
Arranca mandioca
Material: não é necessário nenhum material específico.
Faça um aquecimento com a brincadeira arranca mandioca para envolver os estudantes na temática da cultura indígena, suas nuances e encantamentos.
LEGENDA: Brincadeira indígena arranca mandioca. FIM DA LEGENDA.
Uma criança senta-se no chão e agarra, com toda a sua força, um tronco de árvore, um poste ou a trave do gol. Esse objeto fixo simboliza a mandioca. Atrás dessa criança, outras vão se abraçando e se enfileirando. Uma outra criança ficará de fora e será a coletora de mandiocas. Ela puxará a última criança abraçada à fila e tentará fazer com que ela se solte das demais. Uma opção é fazer cócegas para facilitar a soltura. A criança que for solta deve ajudar a coletora, tirando as outras, uma por vez.
Pode-se realizar a brincadeira com todos os estudantes juntos, ou organizar a turma em dois ou três grupos. Estimule grupos mistos e sugira a eles estratégias de como utilizar a força e o equilíbrio a favor desse jogo de oposição.
Luta de maracá ou derruba toco
Materiais: garrafa PET, giz e espaço de, aproximadamente, 3 m × 3 m forrado com tatames de EVA, colchões ou gramado.
Nas tribos indígenas, os lutadores entram em um círculo de cerca de 8 metros de diâmetro. Um toco de árvore fica no centro, entre eles. O objetivo é derrubar o toco utilizando alguma parte do corpo do adversário.
Peça aos estudantes que levantem hipóteses sobre as adaptações necessárias:
• Espaço: qual é o tamanho do círculo?
• Piso: usaremos qual piso para amortecer as quedas?
• Duplas: como dividiremos os pares?
• Regras: quantos minutos cada dupla terá para as tentativas de derrubar o objeto? O que acontece com quem ganhar ou perder?
Após estabelecer esses combinados, retome a importância de respeitar o adversário e cuidar para que ele não se machuque.
Estas são algumas sugestões de adaptações para a otimização da prática: reduzir o espaço da luta; meninos e meninas podem disputar em igualdade; usar um giz para demarcar o espaço; o toco de madeira pode ser outro objeto, como uma garrafa plástica ou cone.
MP116
LEGENDA: Luta derruba toco. FIM DA LEGENDA.
Dialogando sobre a prática
Neste diálogo, valorize as questões ritualísticas das lutas que estão muito presentes na cultura indígena, questionando os estudantes sobre o que acham dos significados envolvidos nas lutas. É importante que percebam que as lutas são muito presentes em muitas culturas, mas que em muitas delas têm um sentido diferente. Em algumas, como na que experimentaram, a luta tem caráter secundário, pois envolve um ritual de aproximação entre dois jovens.
Registrando
Como registro, peça aos estudantes que façam um desenho sobre a luta de maracá. Eles devem desenhar todos os detalhes da luta: os participantes; o vestuário; o espaço; os objetos; enfim, tudo o que foi significativo e marcante para eles. Devem, ainda, registrar as capacidades físicas e, as habilidades motoras envolvidas, as regiões corporais mais solicitadas, se é necessária alguma estratégia para vencer a luta e, principalmente, comentar sobre a questão ritualística.
Avaliação
Reúna-os em roda, retome as questões disparadoras e compare as respostas. As hipóteses no início da prática foram as mesmas após a prática? O que mudou após a experimentação? O que acham sobre as mulheres participarem de lutas?
Possibilite aos estudantes que verbalizem as próprias impressões. Registre pontos das falas deles que julgar importantes. Faça a mediação entre possíveis momentos de discórdia, propondo-lhes que defendam os seus argumentos.
Valorize falas conciliadoras e de incentivo. Finalize pontuando a cada estudante as suas observações de modo a incentivar os avanços deles nas aprendizagens sobre as lutas e demais práticas corporais.
Prática 3: CAPOEIRA
Conhecendo a prática corporal
Boxe complementar:
QUESTÕES GERADORAS
Quem já viu uma roda de capoeira?
A capoeira é uma dança ou uma luta?
Por quem a capoeira é praticada?
Fim do complemento.
A capoeira é uma luta de matriz africana que surgiu como uma forma de sobrevivência à opressão e à degradação da condição humana impostas aos negros em forma de escravidão.
Confinados em condições impróprias, os negros escravizados trazidos da África ao Brasil e seus descendentes, em seus momentos de trabalho não forçado, conseguiam reunir forças para relembrar os traços culturais de suas terras distantes, seus rituais religiosos, suas músicas, suas canções e suas danças.
Nesse contexto de preservação das raízes africanas, da indigência da vida escrava no Brasil, da ânsia pela dignidade e pela liberdade, surge a capoeira, uma espécie de jogo-dança-luta, formando uma complexa atividade repleta de significados que buscava o reviver da cultura nativa e a luta pela liberdade.
LEGENDA: Johann Moritz Rugendas. Jogo de capoeira ou dança de guerra, em Salvador, litografia colorida à mão, 35,5 cm × 51,3 cm, em Viagem pitoresca ao através do Brasil, 1835. FIM DA LEGENDA.
Mas, afinal, a capoeira é uma luta, um jogo ou uma dança? Por razões didáticas, a capoeira frequentemente se estabelece na unidade de lutas, mas essa prática corporal é muito mais do que isso. Ela é uma mistura de dança com gingados ao som de tambores em que capoeiristas daquela época se uniam para praticar movimentos harmoniosos, entremeados de golpes prontos para serem usados em situações diversas, principalmente de fuga em direção à sonhada liberdade.
MP117
Aponte aos estudantes que a base da luta é voltada para a sobrevivência, e reforce, então, como se deu o surgimento da capoeira, prática de luta de sobrevivência camuflada de ações de dança e de jogo.
A capoeira é um complexo sistema de significados. Por isso, a capoeira precisa entrar na escola com toda a sua complexidade, com o ensino de sua contextualização histórico-cultural, o gingado, os golpes, a roda, as músicas, os instrumentos, as roupas e todo o seu simbolismo.
Em uma análise de prática social, a capoeira engloba fortemente o senso de pertencimento. A ideia de fazer parte de um grupo comunitário é uma possibilidade de trabalho no programa escolar. A escola como fonte de socialização secundária, responsável pela compreensão das diferenças e da convivência pacífica em face delas, tem na capoeira uma grande oportunidade de trabalhar conceitos como formação comunitária, companheirismo, respeito, valores ligados ao coletivo e inclusão.
Vivenciando a prática corporal
Movimentos básicos da capoeira
Material: não é necessário nenhum material específico.
Os movimentos da capoeira são compostos de ginga, movimentos de defesa, ataque e deslocamentos.
Alguns movimentos podem ser complexos para os estudantes, por isso lembre-se de que cada um tem seu tempo de aprendizagem e de que o objetivo principal é a experimentação. Portanto, não se deve exigir um movimento tecnicamente perfeito.
Ginga
Sem ginga não há capoeira. Todos os golpes começam e terminam nela. A ginga é um movimento executado para trás, na contramão daquilo a que estamos acostumados, porque a princípio ela parece com o caminhar de marcha à ré.
Conhecer a ginga é fundamental para compreender a sua função na preparação para os golpes, que são executados com a propulsão da perna que está atrás.
LEGENDA: Ginga. FIM DA LEGENDA.
Outro elemento fundamental da ginga é a posição do braço, já que ele protege a parte frontal do corpo, tórax e rosto, como um escudo protetor. O braço precisa estar sempre colocado de maneira firme para receber o impacto de um golpe e proteger a região do coração e do cérebro, dois órgãos vitais do corpo humano.
A ginga altera a posição dos braços a cada movimento de troca de posição das pernas. Assim, o balançar constante dos braços permite o acúmulo de energia para realizar algum golpe.
Note que pernas e braços opostos vão à frente, enfatizando um estímulo contralateral.
Uma forma interessante de realizar a aprendizagem do gingado é em duplas, de forma espelhada.
Cocorinha
Essa é uma posição de defesa dos golpes do adversário. Na posição agachada, com as solas dos pés totalmente em contato com o piso, apoiando uma das mãos no chão ao lado do corpo e a outra, protegendo o rosto.
LEGENDA: Cocorinha. FIM DA LEGENDA.
Negativa
A negativa é uma forma de se esquivar dos golpes.
Uma perna é esticada à frente, com o calcanhar tocando o chão. O braço deste mesmo lado, esticado, apoia o corpo no chão, enquanto a outra perna se posiciona flexionada para trás e o outro braço protege o rosto.
LEGENDA: Negativa. FIM DA LEGENDA.
MP118
Aú
É um importante movimento da capoeira, também conhecido popularmente com o nome de “estrelinha”. É o movimento inicial da roda de capoeira, usado também, estrategicamente, em deslocamentos, tanto para fins de defesa quanto de ataque.
Ajude os estudantes a executar esse movimento demarcando o piso com uma corda ou um risco com giz. Peça-lhes, então, que se coloquem na posição inicial, com pernas e mãos apoiadas no chão, cujo desafio é sair de um lado da marcação e chegar ao outro, transpondo as pernas para o ar como em um salto lateral. À medida que vão ganhando confiança, acompanhe para que haja uma elevação progressiva das pernas.
LEGENDA: Aú. FIM DA LEGENDA.
Meia-lua de frente
A meia-lua de frente é um giro de perna à frente, utilizado como ataque. Para dar referência da altura da elevação das pernas, no primeiro momento de aprendizagem, coloque os estudantes de frente para algum objeto que possa ser uma barreira física (cones, cadeira ou corda).
Então, em um segundo momento, forme duplas frente a frente. Enquanto um executa o movimento da ginga combinado com o da meia-lua de frente, o parceiro se abaixa em uma das posições de defesa, como a cocorinha. Depois eles se alternam para garantir que ambos façam as duas ações. Para reforçar a aprendizagem, troque de duplas.
LEGENDA: Meia-lua de frente. FIM DA LEGENDA.
MP119
Martelo
O martelo é um golpe de ataque, no qual uma das pernas mantém a base e enquanto a outra eleva o joelho à altura do quadril, esticando a perna para chutar, tentando atingir o adversário com o peito do pé.
LEGENDA: Martelo. FIM DA LEGENDA.
Do individual para o coletivo: a roda de capoeira
Material: aparelho de som com músicas de capoeira ou instrumentos, como berimbau.
Depois de apresentar aos estudantes e experimentar os movimentos básicos da capoeira, o momento seguinte é o de juntar o repertório aprendido em uma sequência de ações.
Em duplas, peça aos estudantes que desenvolvam uma série de movimentos escolhendo diferentes golpes de ataque e defesa.
É importante destacar que agora a aprendizagem se baseia em três pilares fundamentais:
1. A escolha do movimento para elaborar uma sequência de capoeira, de modo a fixar a ginga como elemento central e os golpes concatenados para dar fluência e dinâmica à ação.
2. A aprendizagem da leitura corporal do parceiro é fundamental para a escolha dos movimentos, pois o jogo é dinâmico, e a previsão e a escolha devem acontecer em fração de segundos, dependendo do movimento que ambos executam.
3. A formação de uma identidade de grupo na roda de capoeira faz com que os estudantes ganhem mais harmonia e eficiência na ação coletiva da capoeira; mesmo com um pequeno repertório, é possível um ambiente harmonioso de prática de luta.
Para a prática da capoeira, dois elementos são fundamentais: a música e a roda.
A música é caracterizada pelos elementos da cultura africana.
O bom capoeirista precisa saber tocar instrumentos, cantar, acompanhar com palmas, além de gingar no meio da roda.
Durante todo o ciclo de aprendizagem dos movimentos, coloque músicas de capoeira. Você pode ainda conversar sobre os significados e a simbologia das canções e dos instrumentos.
Música sugerida para a prática: http://fdnc.io/fcG. Acesso em: 7 abr. 2021.
Os instrumentos utilizados na roda de capoeira, normalmente, são o pandeiro, o atabaque e o berimbau, mas em algumas rodas outros instrumentos da cultura africana podem ser observados.
LEGENDA: Instrumentos utilizados na capoeira. FIM DA LEGENDA.
A roda tem um ritual que consiste em um conjunto de regras que ordenam o comportamento dos jogadores dentro da roda e no jogo em geral.
- Dois capoeiristas entram na roda através de uma região conhecida como boca da roda.
- Posicionam-se em cocorinha em frente aos instrumentos musicais, dão-se as mãos e, simultaneamente, realizam um aú.
- Inicia-se então o jogo, que deve se restringir ao espaço da roda.
- Para entrar na roda, deve-se “comprar” o jogo. Um capoeirista se posiciona na boca da roda de cócoras e, quando percebe o momento oportuno, interrompe o jogo, colocando-se à frente daquele com quem deseja jogar.
MP120
- No final da roda, o encerramento acontece com cantigas de despedida.
Após apresentar todo esse ritual aos estudantes, convide-os para fazer uma roda e jogar a capoeira em grupo.
LEGENDA: Crianças quilombolas jogando capoeira durante a Festa de Cultura Afro em homenagem ao Dia da Consciência Negra, Araruama, RJ, 2015. FIM DA LEGENDA.
Dialogando sobre a prática
Ao final das experiências, dialogue com os estudantes por meio de questionamentos: O que vocês aprenderam durante a prática da capoeira? O que vocês melhoraram durante a aprendizagem que tenha exigido esforço? Onde vocês podem praticar ou assistir a rodas de capoeira?
Reforce ainda a importância da capoeira como elemento cultural e sua representação de parte da história do povo negro escravizado no Brasil.
Registrando
Como a capoeira é uma expressão da cultura humana, fruto de um coletivo de autores, os registros e as avaliações precisam reproduzir essa característica de trabalho produzido de forma colaborativa.
Desde o início da atividade, peça aos estudantes que registrem a evolução do trabalho da maneira que lhes convier: fazendo desenhos; tirando fotografias; filmando trechos da aula; escrevendo relatos ou poemas; trazendo informação relacionada às experiências de outras fontes, como jornais, revistas, depoimentos de familiares; pesquisas sobre as cantigas de capoeira, entre tantas outras possibilidades. Incentive cada estudante a descobrir sua principal habilidade de registro.
Oriente-os a trazer os registros sempre que forem produzidos; guarde-os, então, em uma pasta física e/ou virtual para preservar os registros cheios de memórias afetivas.
Ao final do trabalho, abra as pastas e faça uma grande apresentação dos registros, pedindo aos respectivos autores que se sintam livres para construir relatos da experiência com base nos arquivos cuidadosamente guardados.
Na sequência, organize uma exposição de aprendizagem, faça a curadoria com os estudantes, escolham os arquivos mais significativos e organizem a forma de exposição. Decidam juntos se a exposição será aberta aos outros estudantes da escola ou se permanecerá em local restrito ao grupo que participou do projeto e qual será o tempo de exposição, se permanente ou temporário.
Avaliação
Para a avaliação dos estudantes, considere suas observações e suas anotações feitas no decorrer do desenvolvimento da atividade proposta, acrescentando, ainda, os registros feitos ao longo da experimentação e os diálogos construídos em torno das aprendizagens.
Boxe complementar:
NÃO PARE POR AQUI
De acordo com os recursos disponíveis na estrutura escolar, é possível ampliar ou adaptar as atividades sugeridas a fim de assegurar oportunidades adequadas de aprendizagem para todos os estudantes, construindo outras práticas pautadas nas competências, habilidades e dimensões do conhecimento preconizadas na Base Nacional Comum Curricular - BNCC.
A seguir estão alguns materiais de consulta:
Origem e história da capoeira: http://fdnc.io/fcH. Acesso em: 7 abr. 2021.
RUFINO, Luiz Gustavo Bonatto; DARIDO, Suraya Cristina. O ensino das lutas na escola: possibilidades para a Educação Física. Porto Alegre: Penso, 2015.
SANTOS, Sergio Luiz Carlos dos. Jogos de oposição: ensino de lutas na escola. São Paulo: Phorte, 2012.
Fim do complemento.
MP121
ARTICULANDO LINGUAGENS
DIVERSIDADE CULTURAL
LEGENDA: Crianças brincando com o globo terrestre. Fotografia de 2017. FIM DA LEGENDA.
Boxe complementar:
Competência Geral
(3) Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.
Fim do complemento.
Competências de Linguagens
(1) Compreender as linguagens como construção humana, histórica, social e cultural, de natureza dinâmica, reconhecendo-as e valorizando-as como formas de significação da realidade e expressão de subjetividades e identidades sociais e culturais.
(2) Conhecer e explorar diversas práticas de linguagem (artísticas, corporais e linguísticas) em diferentes campos da atividade humana para continuar aprendendo, ampliar suas possibilidades de participação na vida social e colaborar para a construção de uma sociedade mais justa, democrática e inclusiva.
Diversidade, diferença, cultura, multiculturalismo, identidade, talvez sejam alguns dos termos mais discutidos na educação nos dias atuais. Um dos marcos para tal foi a promulgação da Lei no 10.639/2003, que tornou obrigatório, nas escolas brasileiras, os estudos sobre cultura africana, sobre os afrodescendentes e sobre a cultura indígena. As Diretrizes curriculares nacionais de 2013, também propuseram na educação, a inclusão de aprendizagens sobre as relações étnico-raciais e o ensino de história e cultura afro-brasileira e indígena.
Essas proposições são, sem sombra de dúvida, influenciadas pela observação do que se apresentam nas salas de aula: estudantes de diferentes segmentos sociais, condições econômicas, etnias, orientação sexual, gênero, religião, entre outras que necessitam de um olhar heterogêneo.
A palavra “diversidade” deriva do latim diversitas e significa “diferença, variedade, alteração, mudança”. Portanto, a diversidade não existe sem diferenças. No âmbito social, ela se manifesta pela variedade humana, uma característica marcante do povo brasileiro.
Já a cultura assume inúmeros significados que se modificaram através dos tempos. Janzen (2008), ao examinar a visão herderiana de cultura, indica que:
[...] uma visão tradicional de cultura implica a busca do apagamento das diferenças socioculturais, de modo a propiciar uma homogeneização do grupo.
MP122
A homogeneidade interna possibilita a delimitação externa, uma vez que o que é estranho é externo ao grupo. Um dos movimentos de unificação interna e delimitação externa é o de negação dos valores e crenças do outro, do estranho, reforçando uma perspectiva etnocêntrica (comum à visão tradicional de cultura) (JANZEN, 2008, p. 64) 1 .
Em tempos contemporâneos, as Ciências Sociais procuraram estudar a cultura por meio de inúmeras perspectivas, gerando teorias e concepções de ordem particularista, descritiva, científica, funcionalista, simbólica, entre outras.
Godoy e Santos, em seu artigo “Um olhar sobre a cultura”, propõem uma discussão acerca da visão da cultura contemporânea e sua influência sobre o currículo:
A cultura passa a exercer um papel de destaque nas discussões envolvendo a estrutura e a organização da vida cotidiana das pessoas; e os processos de alocação e desenvolvimento de recursos econômicos, materiais e imateriais, portanto, assumem uma posição de destaque para se pensar também as questões da educação escolar [...] para que a escola, por meio das suas disciplinas, transmita-a como capital ou herança. Ela assume um papel de destaque, pois toda a prática social, sendo prática discursiva, possui uma dimensão cultural (GODOY e SANTOS, 2014, p. 39) 2 .
Educar na diversidade cultural envolve, portanto, um
[...] emaranhado complexo de significados e sentidos que se entrecruzam na sociedade brasileira por meio de costumes, usos e das mais diversas práticas criadas pelos homens que vivem em nosso país, cujas origens são variadas, englobando raças tais como: os povos originários (indígenas), povos imigrantes, que vieram dos diversos continentes, e, principalmente, os povos europeus e os povos africanos, esses trazidos para o Brasil para serem escravos (KADLUBITSKI; JUNQUEIRA, 2010, p. 173) 3 .
Representar as diferentes culturas em nossas ações pedagógicas requer considerar toda essa complexidade que envolve o ambiente escolar. É importante que os estudantes saibam se valer das práticas de linguagens como práticas culturais que permitem a eles agir e interagir com o mundo, compreendendo e valorizando a diversidade cultural.
Considerando o tema “Diversidade cultural” apresentamos as seguintes possibilidades de articulação entre as áreas de Linguagens:
EDUCAÇÃO FÍSICA
(EF35EF03) Descrever, por meio de múltiplas linguagens (corporal, oral, escrita, audiovisual), as brincadeiras e os jogos populares do Brasil e de matriz indígena e africana, explicando suas características e a importância desse patrimônio histórico cultural na preservação das diferentes culturas.
(EF35EF06) Diferenciar os conceitos de jogo e esporte, identificando as características que os constituem na contemporaneidade e suas manifestações (profissional e comunitária/lazer).
(EF35EF07) Experimentar e fruir, de forma coletiva, combinações de diferentes elementos da ginástica geral (equilíbrios, saltos, giros, rotações, acrobacias, com e sem materiais), propondo coreografias com diferentes temas do cotidiano.
(EF35EF09) Experimentar, recriar e fruir danças populares do Brasil e do mundo e danças de matriz indígena e africana, valorizando e respeitando os diferentes sentidos e significados dessas danças em suas culturas de origem.
(EF35EF15) Identificar as características das lutas do contexto comunitário e regional e lutas de matriz indígena e africana, reconhecendo as diferenças entre lutas e brigas e entre lutas e as demais práticas corporais.
Em Educação Física, são exemplos de aplicação do tema transversal:
Brincadeiras e jogos: nessa unidade, os estudantes poderão ser mobilizados a descobrir espaços de convivência comum dentro e fora da escola, nos quais as brincadeiras e jogos populares do Brasil e os de matriz indígena e africana ocorrem ou possam ocorrer.
Esportes: assim como na unidade anterior, poderão ser explorados espaços de convivência comum dentro e fora da escola onde se praticam diversos tipos de esportes de campo e taco, rede/parede e invasão para incentivar a participação dos estudantes nessas práticas esportivas.
Ginásticas: os estudantes poderão ser incentivados a propor coreografias com temas voltados à diversidade e apresentados em eventos previstos no calendário escolar transformando-os em momentos de ampliação de conhecimentos da comunidade escolar, e sensibilizando a todos para a importância do tema.
Danças: os estudantes poderão ser mobilizados a se organizar de acordo com os momentos e os espaços de vivência disponíveis na escola, utilizando essas ocasiões para expressar ideias, pensamentos e sentimentos por meio das danças populares do Brasil e do mundo e das de matriz indígena e africana.
Nota de rodapé: 1. JANZEN, Henrique Evaldo. O ateneu e Jakob von Gunten: um diálogo intercultural possível. 2004. Tese (Doutorado em Língua e Literatura Alemã) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2005. Disponível em: http://fdnc.io/fcJ. Acesso em: 3 jun. 2021. Fim da nota.
Nota de rodapé: 2. GODOY, Elenilton Vieira; SANTOS, Vinício de Macedo. Um olhar sobre a cultura. Educação em Revista, v. 30, n. 03, p.15-41, Belo Horizonte, 2014. Disponível em: http://fdnc.io/fcK. Acesso em: 22 jun. 2021. Fim da nota.
Nota de rodapé: 3. KADLUBITSKI, Lidia; JUNQUEIRA, Sérgio. Educação para a diversidade cultural: uma perspectiva para o respeito das diferenças. Campo Grande: Inter Meio. Revista do Programa de Pós-Graduação em Educação, v. 16, n. 32, p. 172- 186, 2010. Disponível em: http://fdnc.io/ftD. Acesso em: 25 jun. 2022. Fim da nota.
MP123
Lutas: assim como na unidade anterior, os estudantes podem se organizar nos momentos e nos espaços de vivência disponíveis na escola para aprender sobre as lutas do contexto comunitário e regional e lutas de matriz indígena e africana, com o objetivo de aprofundar os conhecimentos sobre essa manifestação em diferentes etnias e diferentes regiões do Brasil e, aprofundando seus sentidos e significados, o autoconhecimento e o autocuidado.
ARTE
(EF15AR03) Reconhecer e analisar a influência de distintas matrizes estéticas e culturais das artes visuais nas manifestações artísticas das culturas locais, regionais e nacionais.
(EF15AR04) Experimentar diferentes formas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia etc.), fazendo uso sustentável de materiais, instrumentos, recursos e técnicas convencionais e não convencionais.
(EF15AR05) Experimentar a criação em artes visuais de modo individual, coletivo e colaborativo, explorando diferentes espaços da escola e da comunidade.
(EF15AR13) Identificar e apreciar criticamente diversas formas e gêneros de expressão musical, reconhecendo e analisando os usos e as funções da música em diversos contextos de circulação, em especial, aqueles da vida cotidiana.
De acordo com Candau (2002) 4 , desde os primeiros sinais de comunidades humanas, a Arte esteve intimamente ligada à diversidade cultural, e em suas diversas facetas, como pinturas, desenho, escultura, música e performance, podemos acompanhar seu desenvolvimento ao longo dos séculos. Porém, a intolerância a essa mesma diversidade também foi motivo para conflitos e guerras.
Hoje, com o acesso à informação e à educação, somos capazes de perceber que é possível e necessário viver e conviver com as diferenças. O aprendizado sobre novas culturas agrega na formação da criança como cidadã do mundo, e no seu desenvolvimento crítico sobre o mundo que a cerca.
São exemplos de articulação entre a Educação Física e a Arte em torno do tema transversal:
Brincadeiras e jogos: para essa unidade, sugere-se que a integração com as artes ocorra por meio da contextualização da origem dos jogos e brincadeiras e da manufatura de brinquedos. Uma das heranças africanas é o jogo Matakuza , também conhecido como “Cinco-Marias”, uma atividade já conhecida pelos estudantes. É interessante expandir a vivência da brincadeira africana, apresentando-lhes esta outra similar a uma atividade já praticada por eles em outro momento, explorando as origens, a mudança de nome das brincadeiras ao chegar no Brasil, e a confecção de materiais para brincar que não sejam os tradicionais saquinhos com areia. Para as brincadeiras indígenas é importante contextualizar quem brinca e com o que brincam, com a possibilidade de explorar outras brincadeiras indígenas, como o pião, e formas alternativas de confeccioná-lo e ornamentá-lo.
Ginásticas: as atividades de ginástica artística e rítmica envolvem a seleção de repertório musical a ser utilizado na execução das coreografias. Ao longo dos anos tem havido grande transformação na seleção de músicas. De clássicos da música universal, cada vez mais, as ginastas têm se apresentado com músicas que representam suas origens, trazendo diversidade às competições públicas da ginástica. Como exemplo, mencionamos a escolha da brasileira Rebeca Andrade para os Jogos Pan-Americanos de 2021, com uma fusão da música de Bach com o funk , que pode ser visto neste link : http://fdnc.io/fcM (acesso em: 22 jun. 2021) ou da estadunidense Katelyn Ohashi com sua apresentação ao som de Michael Jackson, disponível em: http://fdnc.io/fcN. Acesso em: 22 jun. 2021. Nesse sentido, a sugestão é que o professor estimule os estudantes a propor as músicas para acompanhar as atividades de ginástica, discutindo as razões da escolha e analisando os elementos que servirão de base para as construções coreográficas, como:
• Pulsação / andamento, relacionados ao estímulo rítmico para a execução.
• Fraseado melódico, relacionado à execução de determinado movimento ou conjunto de movimentos.
• Forma e duração, relacionados à diferentes partes do exercício e ao tempo total de execução. Por exemplo: Uma música com 4 partes distintas que podem estar relacionadas cada uma a uma sequência de movimentos.
• Tema, relacionado à proposta coreográfica ou conjunto de movimentos do exercício.
Danças: a integração da dança com as artes, no contexto das danças tradicionais, pode ocorrer em torno da importância da ornamentação envolvida nas tradições. Muitas danças tradicionais indígenas e africanas comumente têm uma espécie de ornamento ou fantasia que faz parte do imaginário criado para aquela celebração. Fazendo um paralelo com os parangolés 5 , os estudantes podem produzir seus ornamentos para praticar as danças.
Com relação aos aspectos musicais, há pontos de semelhança e diferença no que tange ao instrumental utilizado no acompanhamento musical.
Nota de rodapé: 4. CANDAU, Vera M. (org.). Sociedade, educação e cultura(s): questões e propostas. Petrópolis: Vozes, 2002. Fim da nota.
Nota de rodapé: 5. Parangolés são bandeiras, capas e faixas construídas com tecidos e plásticos. Fim da nota.
MP124
Propomos que os estudantes sejam estimulados a investigar quais instrumentos musicais são utilizados nas danças, quais os mais comuns, e como são chamados nas diferentes regiões do país.
Tomando como exemplo o frevo, que se apresenta com pelo menos três tipos de manifestações: o frevo de rua, o frevo-canção e o frevo de bloco, propomos ainda que os estudantes sejam estimulados a investigar as diferentes variações com que as danças se apresentam de acordo com a região ou o grupo que as pratica.
Lutas: para a unidade de lutas, é interessante pensar com os estudantes as variedades entre as pinturas corporais dos diferentes povos, e a significância que cada um dá em seu contexto. Para as práticas indígenas sugere-se que os estudantes pensem em grupo aspectos em comum entre si em relação aos atributos individuais, e que eles mesmos criem signos para esses atributos.
LÍNGUA PORTUGUESA
(EF35LP17) Buscar e selecionar, com o apoio do professor, informações de interesse sobre fenômenos sociais e naturais, em textos que circulam em meios impressos ou digitais.
(EF04LP21) Planejar e produzir textos sobre temas de interesse, com base em resultados de observações e pesquisas em fontes de informações impressas ou eletrônicas, incluindo, quando pertinente, imagens e gráficos ou tabelas simples, considerando a situação comunicativa e o tema/assunto do texto.
(EF04LP22) Planejar e produzir, com certa autonomia, verbetes de enciclopédia infantil, digitais ou impressos, considerando a situação comunicativa e o tema/assunto/finalidade do texto.
(EF15LP08) Utilizar software , inclusive programas de edição de texto, para editar e publicar os textos produzidos, explorando os recursos multissemióticos disponíveis.
(EF35LP15) Opinar e defender ponto de vista sobre tema polêmico relacionado a situações vivenciadas na escola e/ou na comunidade, utilizando registro formal e estrutura adequada à argumentação, considerando a situação comunicativa e o tema/assunto do texto.
O tema da diversidade cultural na educação remete à importância da valorização dos saberes e da convivência com as diferenças, cujo objetivo é a construção da identidade da criança, para que ela se reconheça como cidadã em seus direitos e deveres na sociedade brasileira. Dentre esses saberes, destacamos a diversidade linguística e a literária, em um país onde essas variações se apresentam não só devido a fatores regionais, mas também a diferenças sociais, etárias e de escolaridade. Reconhecer na Língua Portuguesa as influências das culturas dos povos indígenas e africanos, por exemplo, é também tarefa da educação pela diversidade.
Brincadeiras e jogos: ao trabalhar com brincadeiras e jogos de diferentes matrizes, as atividades poderiam ser enriquecidas com uma pesquisa sobre a presença de palavras de origem indígena, africana e japonesa no vocabulário corrente em muitas das regiões brasileiras. O levantamento dessas palavras certamente forneceria também informações sobre dados históricos e culturais dos povos que aqui habitam e dos que aqui chegaram nos fluxos migratórios. Essas listas de palavras poderiam ser organizadas alfabeticamente em verbetes de uma pequena enciclopédia ilustrada e editada para publicação.
Sugestão de vídeos que tratam das heranças linguísticas dos povos africanos: http://fdnc.io/fcP (acesso em: 18 jun. 2021) e indígenas: http://fdnc.io/fcQ. Acesso em: 18 jun. 2021.
Esportes: as atividades de esportes com bola e peteca podem ser complementadas com uma divertida pesquisa de expressões e/ou ditados populares em que constam as palavras peteca e bola. Partindo da expressão “não deixe a peteca cair”, e de outras, tais como, “você pisou na bola”, “não dá bola pra ele”, “bola pra frente”, o sentido figurado poderia ser trabalhado. Como as diferentes regiões brasileiras apresentam exemplos variados de expressões, é uma boa oportunidade para conhecer as variantes linguísticas regionais, além de introduzir o recurso de figuras de linguagem. Depois de uma seleção feita pelos estudantes com as melhores expressões, elas poderiam ser ilustradas e fazer parte de um texto coletivo multissemiótico a ser digitalizado.
Outra atividade possível consiste em identificar a origem das palavras que dão nome às modalidades esportivas: badminton , basquete, softbol, futsal, handebol etc., denominações essas que têm relação com o lugar que deu origem ao esporte, e como a Língua Portuguesa, assimilando estrangeirismos, se enriquece com essa diversidade.
Ginásticas: as vivências das atividades de ginástica rítmica oferecem a oportunidade de discutir os estereótipos relacionados às práticas desenvolvidas por homens e mulheres. Dando sequência aos questionamentos citados na Unidade 8, “Quem pode praticar ginástica rítmica?” “As meninas podem jogar futebol e meninos podem fazer ballet ?”, uma sugestão é solicitar aos estudantes, depois do debate, um texto escrito em que expressariam sua opinião e a justificariam com argumentos, em um momento de reflexão individual e de elaboração da linguagem de cunho argumentativo.