MP125
5 º ANO
UNIDADE 11. BRINCADEIRAS E JOGOS
LEGENDA: Menina jogando dodgeball, s. d. FIM DA LEGENDA.
Boxe complementar:
Habilidades e competências presentes nesta unidade
(EF35EF01) Experimentar e fruir brincadeiras e jogos populares do Brasil e do mundo, incluindo aqueles de matriz indígena e africana, e recriá-los, valorizando a importância desse patrimônio histórico cultural.
(EF35EF02) Planejar e utilizar estratégias para possibilitar a participação segura de todos os alunos em brincadeiras e jogos populares do Brasil e de matriz indígena e africana.
(EF35EF03) Descrever, por meio de múltiplas linguagens (corporal, oral, escrita, audiovisual), as brincadeiras e os jogos populares do Brasil e de matriz indígena e africana, explicando suas características e a importância desse patrimônio histórico cultural na preservação das diferentes culturas.
(EF35EF04) Recriar, individual e coletivamente, e experimentar, na escola e fora dela, brincadeiras e jogos populares do Brasil e do mundo, incluindo aqueles de matriz indígena e africana, e demais práticas corporais tematizadas na escola, adequando-as aos espaços públicos disponíveis.
Competências Gerais: 1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9 e 10
Competências de Linguagens: 1, 2, 3, 4, 5 e 6
Competências de Educação Física: 1, 2, 3, 6, 7, 8, 9 e 10
Fim do complemento.
Objetivos
- Vivenciar brincadeiras e jogos populares do Brasil, do mundo, e os de matrizes indígena e africana.
- Vivenciar e recriar as brincadeiras e os jogos nas suas recriações regionais e comunitárias, valorizando a diversidade cultural.
- Reconhecer a diversidade cultural brasileira, valorizando e respeitando o patrimônio cultural.
- Valorizar as práticas visando ao desenvolvimento físico e social dos estudantes.
- Ampliar a consciência corporal, o planejamento e as estratégias na superação dos objetivos propostos pelas brincadeiras e pelos jogos.
MP126
PROSEANDO SOBRE BRINCADEIRAS E JOGOS
As brincadeiras e os jogos são atividades muito importantes para o desenvolvimento de cada indivíduo. Elas contribuem para o aprimoramento das capacidades físicas, das habilidades motoras, das relações sociais e para a formação do caráter. Por meio delas, também é possível conhecer as culturas de várias regiões e países do mundo, e reconhecer a formação cultural brasileira como fruto da influência de diferentes nações e povos.
As brincadeiras, geralmente, apresentam um caráter recreativo, possibilitando a interação social, a oportunidade da diversão e do lazer. Já os jogos, apesar de muitas vezes incluírem também esses aspectos, trazem a competição, que pode ser útil para formar valores como respeito, esforço, dedicação, cooperação, superação, entre outros.
Darido (2013)1 afirma que, ao permitir uma flexibilidade que o esporte não possibilita, o jogo compreende diferentes situações e aspectos, manifestando-se de formas competitivas, cooperativas ou recreativas, tornando-se assim uma excelente estratégia para desenvolver os estudantes, tanto nos aspectos motores quanto na criação de valores éticos.
Assim, é necessário utilizar as brincadeiras e os jogos como ferramentas essenciais para contemplar as necessidades das crianças, sempre respeitando suas características e individualidades. É natural que a criança possua características egocêntricas e, aos poucos, aprenda a dividir, consiga construir relações, entenda os fracassos e celebre as vitórias.
De acordo com Luciana Alves e Maysa Alahmar Bianchin:
[...] o jogo como instrumento de aprendizagem é um recurso de extremo interesse dos educadores, uma vez que sua importância está diretamente ligada ao desenvolvimento do ser humano em uma perspectiva social, criativa, afetiva, histórica e cultural (ALVES; BIANCHIN, 2010. n. p.) 2 .
É essencial que as aulas de Educação Física na escola possibilitem aos estudantes vivenciar atividades com essas intencionalidades, desenvolvendo seu caráter, sua criatividade e construindo valores importantes para seu desenvolvimento integral como cidadãos. Nesse sentido, Makiguchi afirma que:
[...] A criação de valores é, na realidade, a essência da natureza humana. Quando elogiamos pessoas por sua “força de caráter”, estamos, na verdade, reconhecendo sua capacidade superior de criar valores (MAKIGUCHI, 2002, p. 23) 3 .
No 5º ano do Ensino Fundamental, por meio das brincadeiras e dos jogos do Brasil, do mundo e de matrizes indígena e africana, nas suas adaptações para o contexto regional e escolar, além de trabalhar as capacidades físicas e motoras e as questões históricas, culturais e sociais, as atividades devem contribuir para a formação de valores com vistas ao desenvolvimento pleno do indivíduo como ser social.
PRATICANDO BRINCADEIRAS E JOGOS
Prática 1: QUEIMADA OU DODGEBALL
Conhecendo a prática corporal
O jogo popularmente conhecido no Brasil como “queimada” ou “caçador” também é muito conhecido e praticado em diversos países. Nos Estados Unidos, por exemplo, é chamado de “ dodgeball ”, fazendo parte, inclusive, de competições oficiais.
Bastante jogada nas escolas, a queimada tem também uma série de variações e possibilidades de regras, de acordo com o grupo que as estabelece e a região em que é jogada.
Essa é uma atividade excelente para os estudantes aprimorarem as capacidades físicas como potência muscular, agilidade e tempo de reação; as habilidades motoras como lançar, segurar; e as habilidades de locomoção. Além disso, também estimula o trabalho em equipe e, por ter um caráter competitivo, traz à tona as questões sobre ganhar e perder.
O jogo em si é bastante simples, porém possibilita uma oportunidade vasta de aprendizagens. Inicie uma conversa com os estudantes, fazendo-lhes algumas perguntas para ativar o conhecimento e a curiosidade deles:
Boxe complementar:
QUESTÕES GERADORAS
Vocês conhecem o jogo de queimada?
Costumam jogar em duplas ou por equipes?
Preferem “queimar” ou se esquivar?
Conhecem variações desse jogo?
Fim do complemento.
Nota de rodapé: 1. DARIDO, Suraya Cristina; SOUZA JÚNIOR, Osmar Moreira. Para ensinar educação física: possibilidades de intervenção na escola. 7ª ed. Campinas: Papirus, 2013. Fim da nota.
Nota de rodapé: 2. ALVES, Luciana; BIANCHIN, Maysa Alahmar. O jogo como recurso de aprendizagem. Revista Psicopedagogia. São Paulo, v. 27, n. 83, 2010. Disponível em: http://fdnc.io/fcR. Acesso em: 12 abr. 2021. Fim da nota.
Nota de rodapé: 3. MAKIGUCHI, Tsunessaburo. Educação para uma vida criativa. 5ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2002. Fim da nota.
MP127
Vivenciando a prática corporal
Materiais: bolas leves.
Escolha com os estudantes um espaço adequado para a realização do jogo. Na sequência, organize-os em duas equipes, com número igual de participantes, cada uma em um lado do campo de jogo. O objetivo é acertar o adversário com a bola, ação chamada de “queimar”.
O jogador que iniciar com a posse da bola deve lançá-la no campo adversário, tentando acertar um jogador da equipe oponente. Se o jogador for “queimado”, ele pode ir para a parte do campo chamada “cemitério”, que nada mais é do que um espaço atrás da área do oponente.
Para aumentar o nível de dificuldade, defina as regras com a turma. Por exemplo, as mãos podem ser usadas para se defender, estimulando assim a tentativa de segurar a bola; a cabeça é “fria”, ou seja, não pode ser acertada; se conseguir segurar a bola lançada pelo adversário, este está “queimado”; ao conseguir segurar a bola, resgata-se alguém do cemitério; quem está no cemitério pode ou não queimar; pode-se utilizar mais de uma bola no jogo etc. Varie as regras como forma de estimular a participação dos estudantes, possibilitando que todos tenham oportunidades e avancem no processo de aprendizagem.
LEGENDA: Jogo dodgeball. FIM DA LEGENDA.
Dialogando sobre a prática
Ao final da aula, realize uma roda de conversa com os estudantes e retome as perguntas iniciais: Vocês conheciam o jogo de queimada? Preferem queimar ou se esquivar? Conhecem variações desse jogo? Quais foram as principais dificuldades durante a prática? Quais foram as principais capacidades físicas apresentadas, como a potência muscular, a agilidade e o tempo de reação? Quais foram as principais habilidades motoras requeridas para a atividade?
Peça aos estudantes que identifiquem em quais espaços a prática pode ser realizada, e se é possível adaptá-la aos locais em que brincam no dia a dia.
Registrando
Como atividade de registro, proponha aos estudantes que se organizem em grupos e exercitem a comunicação e a criatividade propondo diferentes maneiras de praticar a queimada. Após o registro, eles devem apresentá-lo ao restante da sala e propor uma experimentação para que todos participem.
Ao final, devem fazer uma avaliação do resultado da própria proposta: Funcionou ou não? Se não funcionou, o que deu errado? O que fazer para solucionar o que deu errado? Todos conseguiram praticar igualitariamente ou a atividade proposta beneficiou os mais aptos? Se isso ocorreu, que modificações podem ser feitas para equilibrar as atividades incluindo todos de maneira justa? Qual foi o resultado?
Esse procedimento é muito interessante, pois possibilita aos estudantes a produção, a experimentação, a avaliação e a reprodução das próprias ideias. É importante que tenham uma ação flexível, adaptando-se às necessidades do grupo e não valorizando somente alguns dos colegas.
Avaliação
Utilize os registros para compor a sua avaliação.
Prática 2: CABO DE GUERRA
Conhecendo a prática corporal
O cabo de guerra, também conhecido como “cabo de força”, é um jogo muito antigo e presente em várias culturas. Há registros históricos que revelam a presença dos jogos de tração e de puxar cordas em alguns rituais e cultos de diversas civilizações africanas, asiáticas e das Américas.
Entre 1900 e 1920, o cabo de guerra era uma das modalidades que faziam parte dos Jogos Olímpicos. Também está presente na cultura indígena, como atividade que serve para medir a força entre os membros das tribos. Apesar de, atualmente, existir uma confederação internacional da modalidade, no Brasil é mais comum observar esse jogo em atividades recreativas.
A atividade estimula muito o trabalho em equipe, além de desenvolver bastante a força muscular.
Para aprofundar um pouco mais sobre o tema, pergunte aos estudantes:
Boxe complementar:
QUESTÕES GERADORAS
Vocês já conhecem esse jogo?
Como uma atividade pode percorrer várias culturas?
De quais habilidades e capacidades precisamos para vencer nesse jogo?
Fim do complemento.
MP128
Vivenciando a prática corporal
Materiais: corda grande e marcadores.
Organize os estudantes em duas equipes. Fique atento para deixar que elas tenham equilíbrio numérico e técnico.
Mantenha os estudantes alinhados ao longo da corda e peça a todos que segurem com as duas mãos. Faça uma marca no meio da corda e outra no chão.
As equipes devem puxar a corda, fazendo com que a marca central ultrapasse a marca do chão. Como as crianças usarão bastante as mãos e os braços, oriente-as para que não se machuquem.
Mediante os resultados, mescle as equipes, proporcionando situações passíveis de reflexão, como meninos contra meninas, maiores contra menores, equipes com números de jogadores diferentes.
LEGENDA: Jogo cabo de guerra. FIM DA LEGENDA.
Dialogando sobre a prática
Ao final da aula, converse sobre a experiência desenvolvida. Pergunte aos estudantes: Gostaram da atividade? Acharam fácil ou difícil? Quais habilidades motoras vocês mais usaram? Quais capacidades físicas e quais regiões corporais foram solicitadas?
Reflita com os estudantes sobre os resultados das rodadas e como foram os desempenhos. Será que as alterações nas equipes surtiram efeito? Existe diferença de força entre meninos e meninas? Ou entre pessoas com biotipos diferentes? Reforce sobre as diferenças de desempenho e como o trabalho em conjunto pode tornar os indivíduos mais fortes. Relembre também que as capacidades físicas e as habilidades motoras podem ser aprimoradas, sempre respeitando as diferenças individuais.
Registrando
Peça aos estudantes que registrem o que sentiram durante a atividade e relatem sobre o respeito às diferenças e a importância do trabalho em grupo.
Avaliação
Utilize os registros dos estudantes como avaliação. Peça que compartilhem as respostas para que todos possam compreender o que se entende por respeito às diferenças e a importância do trabalho em grupo. Em geral, surgem muitas frases interessantes dos estudantes nessa proposição. Peça a um ou dois estudantes que registrem em uma cartolina, em papel kraft ou na lousa as proposições de modo que todos possam observar. Se alguém tiver dúvida sobre a proposição, pode perguntar ao autor. Sistematize esses registros fazendo com que os estudantes percebam que existem sempre diferentes pontos de vista sobre um mesmo assunto e que devem buscar o diálogo para compreender o outro, mesmo que seja diferente do próprio modo de ver as coisas.
Prática 3: PETECA
Conhecendo a prática corporal
A peteca é um jogo que se popularizou através dos tempos, tornando-se inclusive um esporte. Presente na cultura indígena desde os tempos em que os portugueses chegaram ao Brasil, a peteca era utilizada pelos indígenas como forma de recreação. O nome “peteca” é de origem tupi e significa “bater com a mão”.
Com o passar dos anos, o jogo se espalhou pelo mundo todo, ganhando vários adeptos, e tornou-se um esporte competitivo. Algumas modalidades, inclusive, foram inspiradas na peteca, como o badminton .
Originalmente, ela era feita pelos indígenas com palha seca de milho, cipó e penas de aves, mas, atualmente, pode ser feita com materiais sintéticos. É possível também fazê-la de forma adaptada, com folhas de jornais.
Seja de forma recreativa ou competitiva, a peteca é uma excelente atividade para desenvolver as capacidades físicas e as habilidades motoras, além de estimular a noção espacial e o trabalho em grupo.
Pergunte aos estudantes sobre as experiências e os saberes deles acerca dessa atividade.
Boxe complementar:
QUESTÕES GERADORAS
Quem já jogou peteca?
Vocês jogaram de forma competitiva ou recreativa?
Quais dificuldades encontraram?
Fim do complemento.
MP129
Vivenciando a prática corporal
Materiais: petecas, folhas de jornais, tesoura sem ponta e fita adesiva.
A peteca pode ser jogada de duas formas: recreativa e competitiva. Para jogá-la de forma recreativa, divida os estudantes em pequenos grupos e posicione-os no espaço. Com posse de uma peteca, eles devem rebatê-la para o alto, sem deixá-la cair. Esse formato também pode ser usado como uma atividade de iniciação.
A forma competitiva se assemelha ao vôlei. Divida os estudantes em duas equipes separadas por uma rede. Eles devem fazer com que a peteca caia no campo do adversário, rebatendo-a por cima da rede. Vence quem conseguir marcar mais pontos.
Para aumentar o nível de dificuldade, organize com os estudantes as regras, tais como: a quantidade de vezes que uma pessoa pode fazer rebates seguidos; se pode rebater direto; se é preciso trocar passes.
Nessa atividade, é possível que nem todos acertem e que desistam dos desafios nas primeiras tentativas. Estimule-os a ter bastante atenção e motive-os a tentar novamente, sem desistir.
Para que a prática seja ainda mais inclusiva, crie com os estudantes as suas próprias petecas. Basta fazer uma bola com uma folha de jornal, amassando-a bem, depois posicionar a bola de papel no centro de outra folha, juntar as pontas, fazer uma cinta na base com fita adesiva e cortar o excesso de papel das pontas.
LEGENDA: Jogo de peteca. FIM DA LEGENDA.
Dialogando sobre a prática
Ao final da aula, reúna os estudantes para uma roda de conversa. Questione quais sensações eles tiveram: Acharam fácil ou difícil? Conseguiram manter a peteca no ar? Preferiram a versão recreativa ou a competitiva? Conseguiram controlar os movimentos ao rebater? Como foi o processo de construir a própria peteca?
Aproveite a oportunidade para conversar sobre o uso de materiais reutilizáveis para a construção de brinquedos para as práticas de jogos em situações de lazer.
Registrando
Como registro, peça aos estudantes que descrevam como foi o processo de produção da peteca, identificando, inclusive, outros materiais que poderiam ser utilizados e adaptados para jogar.
Em seguida, eles devem fazer adaptações sugeridas para novas experimentações, entregando ao professor, ao final, um relatório sobre esse processo.
Avaliação
Dê um retorno individual, por escrito, aos estudantes, pontuando sobre o que observou. O relatório deve valorizar a criatividade, a participação e o envolvimento com o processo, não o resultado.
Prática 4: SALTANDO O FEIJÃO
Conhecendo a prática corporal
Saltando o feijão é um jogo de corda, bastante popular na Nigéria. Aqui no Brasil é conhecido em algumas regiões como “reloginho” ou “pega canela”. Esse é um dos jogos de matriz africana que também está incorporado à cultura brasileira. Pode ser jogado por vários estudantes ao mesmo tempo e tem regras bem simples.
Para ativar os conhecimentos prévios dos estudantes, pergunte-lhes:
Boxe complementar:
QUESTÕES GERADORAS
Vocês conhecem esse jogo?
Sabem em que país ele é bastante popular?
Conseguem pular se a corda girar bem rápido?
É mais fácil girar a corda ou pular?
Fim do complemento.
Retome com os estudantes quanto a cultura africana está presente nos hábitos e nos costumes brasileiros devido à sua forte influência no nosso país.
Além do aspecto cultural, esse jogo é muito interessante para desenvolver o tempo de reação, a agilidade e a percepção de distância e de espaço.
Vivenciando a prática corporal
Materiais: corda, sacola e uma bola pequena.
Coloque a bola dentro da sacola e amarre-a em uma das extremidades da corda, formando assim o “feijão”.
MP130
Organize a turma em uma roda e escolha um estudante para girar a corda com o feijão no chão. Ele deve girá-la de forma rasteira e os demais devem pular para não serem atingidos pelo feijão. Permita que todos experimentem a função de girar a corda. Os estudantes que forem acertados podem perder pontos ou ser eliminados um a um, até que se tenha um vencedor, quando, então, se inicia uma nova rodada.
LEGENDA: Brincadeira saltando o feijão. FIM DA LEGENDA.
Dialogando sobre a prática
Ao final da aula, pergunte aos estudantes sobre o que acharam da atividade. Já conheciam essa atividade? Gostaram? Foi mais fácil pular ou girar a corda? Em que espaços públicos no bairro em que vocês moram é possível praticar esse jogo?
Retome ainda as questões culturais envolvidas nas brincadeiras e nos jogos de matrizes africanas e reforce como eles estão presentes em nossa cultura, e como, de modo geral, a formação cultural brasileira apresenta traços dos povos africanos.
Registrando
Como registro, peça aos estudantes que pesquisem outras brincadeiras e jogos de matrizes africanas e os apresentem para a turma. Eles podem pesquisar na internet, em livros ou com seus familiares. Após a pesquisa, organize uma exposição dos trabalhos e permita que os estudantes vivenciem as atividades pesquisadas.
Avaliação
Como avaliação, peça aos estudantes que façam uma comparação entre as atividades praticadas nesta unidade, considerando: as capacidades físicas envolvidas; as habilidades motoras; as regiões corporais solicitadas; os espaços e os materiais necessários para a prática; de qual atividade mais gostaram; qual acharam mais fácil; qual acharam mais difícil; se poderiam adaptar essas atividades para a prática fora da escola.
Esse relatório deve ser entregue ao professor e compor o portfólio final de avaliação desta unidade.
Boxe complementar:
NÃO PARE POR AQUI
Essas são algumas sugestões apresentadas para a prática de brincadeiras e jogos. Você pode utilizar outras de acordo com a sua região, a estrutura escolar e a necessidade dos estudantes.
Lembre-se de construir os roteiros de aula com base nas dimensões do conhecimento, observando a formação de competências tanto as gerais, quanto as da área de Linguagens e as específicas de Educação Física e suas habilidades.
Estimule os estudantes a conhecer, por meio de jogos e brincadeiras, as diferentes culturas existentes no mundo e a valorizar a identidade da comunidade e o contexto regional, reconhecendo a prática corporal como parte da construção histórica, social e cultural em suas várias formas de expressão.
Ademais, incentive as manifestações de atitudes de respeito e empatia, combatendo quaisquer ações discriminatórias em relação a outros costumes e hábitos de diferentes povos.
Outros materiais sobre brincadeiras e jogos podem ser encontrados em:
Apostila de jogos infantis africanos e afro-brasileiros: http://fdnc.io/dhH. Acesso em: 28 abr. 2021.
Brincadeiras e jogos africanos: http://fdnc.io/fcS. Acesso em: 28 abr. 2021.
Brincadeiras indígenas: http://fdnc.io/fbd. Acesso em: 28 abr. 2021.
Brinquedos e brincadeiras indígenas: http://fdnc.io/2Aw. Acesso em: 28 abr. 2021.
PARANÁ. Secretaria de Educação do Estado. Os desafios da escola pública paranaense na perspectiva do professor PDE – Produções didático-pedagógicas. 2016. Disponível em: http://fdnc.io/fc8. Acesso em: 18 mar. 2021.
Fim do complemento.
MP131
5º ANO
UNIDADE 12. ESPORTES
LEGENDA: Crianças jogando futebol. Fotografia de 2017. FIM DA LEGENDA.
Boxe complementar:
Habilidades e competências presentes nesta unidade
EF35EF05): Experimentar e fruir diversos tipos de esportes de campo e taco, rede/parede e invasão, identificando seus elementos comuns e criando estratégias individuais e coletivas básicas para sua execução, prezando pelo trabalho coletivo e pelo protagonismo.
(EF35EF06): Diferenciar os conceitos de jogo e esporte, identificando as características que os constituem na contemporaneidade e suas manifestações (profissional e comunitária/lazer).
Competências Gerais: 1, 2, 4, 5, 7, 8, 9 e 10
Competências de Linguagens: 2, 3, 4 e 6
Competências de Educação Física: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10
Fim do complemento.
Objetivos
- Experimentar e fruir tipificações dos esportes das modalidades campo e taco, rede e invasão, compreendendo os elementos que distinguem essas modalidades esportivas.
- Elaborar estratégias e ações táticas individuais e coletivas nas modalidades esportivas, privilegiando o trabalho coletivo e o protagonismo.
- Diferenciar o conceito de jogo e esporte, identificando suas manifestações.
- Refletir sobre os contextos sociais, históricos e culturais das modalidades esportivas de campo e taco, rede/parede e invasão.
MP132
PROSEANDO SOBRE ESPORTES
A Base Nacional Comum Curricular – BNCC – sugere para o 5º ano do Ensino Fundamental, na temática de esportes, a continuação da abordagem das modalidades de campo e taco, rede/parede e invasão. De forma sucinta, o principal objetivo de jogo para a marcação de pontos nas modalidades de campo e taco é rebater para longe a bola lançada pelo adversário, a fim de que se tenha oportunidade de pontuar; enquanto, nas modalidades de rede/parede, é marcar pontos ao lançar o objeto de jogo no campo adversário, impossibilitando a defesa ou o contra-ataque; e, nas modalidades de invasão, o principal objetivo é invadir o campo do adversário para marcar ponto em seu território.
Dividir os esportes em grupos de acordo com alguns critérios é essencial para a sua compreensão cognitiva, o que possibilita a correlação entre modalidades de características semelhantes, por meio de elementos comuns existentes entre elas.
Na abordagem das modalidades, a BNCC se apoia em uma sequência lógica, iniciando com modalidades de habilidades e competências mais simples, e ampliando para modalidades que apresentam a combinação de habilidades motoras e ações táticas que exigem decisões com maior número de elementos a considerar.
Uma característica dessas modalidades, que vem ao encontro dessa proposta, é a imprevisibilidade e a complexidade da ação, o que as torna sem um padrão fixo de resposta, proporcionando inúmeras possibilidades de estratégias e ações individuais e coletivas para superar as diversas situações que surgem durante o jogo.
Nas abordagens das modalidades é fundamental que se diferencie as manifestações dos esportes, ou seja, a diferenciação do esporte e do jogo. O primeiro é normatizado por meio das federações e associações responsáveis em âmbito estadual, nacional, continental e mundial, que visa prioritariamente à competição, e, no caso do esporte profissional, também o retorno financeiro. Já o jogo é a apropriação do esporte pela comunidade para fins de lazer, mantendo a essência de suas características, porém ajustando as regras e os elementos de acordo com as necessidades e os interesses dos participantes.
Para Garganta (1995) 1 , Reverdito e Scaglia (2020) 2 , experimentar as tipificações do esporte não deve se limitar a saber como jogar, mas sim usufruir delas como oportunidades de desenvolvimento integral, úteis às atribuições da vida cotidiana.
O esporte, visto como um fenômeno da cultura corporal, deve ainda ser abordado em seus aspectos antropológicos e socioculturais, o que lhe dá sentido e significado para a compreensão do lugar que ele ocupa na sociedade.
PRATICANDO ESPORTES
Prática 1: BEISEBOL
Conhecendo a prática corporal
O beisebol é um esporte bastante comum nos Estados Unidos. No Brasil, esse esporte é comumente praticado por descendentes de japoneses.
Retome os aspectos principais do grupo das modalidades esportivas de campo e taco, e apresente a dinâmica do beisebol que, de um modo geral, funciona da seguinte maneira:
O campo
O campo de beisebol tem formato triangular, com um lado arredondado, assim como o campo de softbol, parecendo um diamante. No centro do campo fica a área do arremessador.
LEGENDA: Campo de beisebol. FIM DA LEGENDA.
O jogo
- O arremessador lança a bola visando à zona de strike, onde o bastão está posicionado.
- O rebatedor tem três chances de rebater a bola, sendo substituído por outro rebatedor se não tiver êxito.
- Se o rebatedor acertar a bola, ele
deve
correr conquistando o maior
número
de bases que conseguir, até que a bola seja recuperada pela outra equipe. Cada vez que todas as bases forem conquistadas, a equipe marca um ponto.
Explique aos estudantes que eles irão construir uma tipificação do beisebol com base nas regras oficiais da modalidade. Parta da explanação formal da modalidade para uma construção em grupo.
Nota de rodapé: 1. GARGANTA, Julio. Para uma teoria dos jogos coletivos. O ensino dos jogos desportivos. 2ª ed. Porto: Universidade do Porto, 1995. Fim da nota.
Nota de rodapé: 2. REVERDITO, Riller Silva; SCAGLIA, Alcides José. Pedagogia do esporte: jogos coletivos de invasão. São Paulo: Phorte, 2020. Fim da nota.
MP133
Boxe complementar:
QUESTÕES GERADORAS
Alguém já viu um jogo de beisebol na TV ou em algum filme? Que características do jogo vocês observaram?
Como podemos simplificar as regras para a prática?
Quais devem ser as dimensões do campo?
Que materiais deverão ser utilizados para que o jogo aconteça?
Fim do complemento.
A partir da área disponível, oriente os estudantes a criar as regras. Peça que registrem o conjunto das regras adaptadas em uma cartolina. Para a construção do jogo, os estudantes ajustarão inclusive como serão as luvas, os tacos e as bolas.
Vivenciando a prática corporal
Materiais: tacos, luvas, bolas e fitas para demarcação.
Os estudantes deverão vivenciar a prática do beisebol de acordo com as regras propostas por eles. Durante as experimentações eles podem modificá-las e, inclusive, alterar os equipamentos ou adaptar os espaços.
Os movimentos básicos presentes no jogo de beisebol são:
LEGENDA: Arremesso. Fotografia de 2018. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Rebatida, s. d. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Corrida pelas bases. Fotografia de 2020. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Apanhar a bola. Fotografia de 2017. FIM DA LEGENDA.
Dialogando sobre a prática
Retome as questões geradoras para que os estudantes reflitam sobre as experiências. Questione-os: Se o beisebol tivesse de ser praticado como um esporte e não como um jogo, seria possível realizar essa prática na escola?
Registrando
Peça aos estudantes que realizem uma pesquisa contendo: a história do beisebol; sua origem; principais países que praticam a modalidade; como a modalidade chegou ao Brasil; se existem outros esportes semelhantes ao beisebol além do softbol; como são os materiais utilizados na prática, incluindo a roupa dos praticantes; quais são os principais movimentos corporais; quais são as capacidades físicas presentes; quais são as principais regiões corporais solicitadas; e se existe algum local no município com um campo de beisebol que possa ser visitado.
Avaliação
Utilize a pesquisa dos estudantes como um instrumento de avaliação. Eles devem compartilhar as pesquisas entre si para que avaliem uns aos outros quanto à clareza e à presença de todas as informações solicitadas. Eles devem perguntar aos colegas caso surja alguma dúvida durante a avaliação.
Prática 2: MINITÊNIS
Conhecendo a prática corporal
A principal característica das modalidades de rede está na divisão da quadra por uma rede, em que o objetivo é passar um objeto para o outro lado, forçando o erro adversário.
Inicie a abordagem com esse conceito, apresentando aos estudantes algumas modalidades de rede/parede, e peça a eles que falem sobre os esportes apresentados ou outros que conheçam, incentivando-os a verbalizar as explicações com base no conceito, garantindo que compreendam a definição desse grupo esportivo.
MP134
Depois, diversifique os tipos de esportes da modalidade e apresente algumas características próprias de cada prática, por exemplo, se o jogo é individual, em dupla ou em equipe; jogado com bola ou peteca; se demanda uso apenas das mãos ou da raquete; se a bola é passada para o campo adversário com apenas um toque ou se pode passar por outros membros da equipe, a fim de que percebam que um grupo de esportes diferentes pertence a uma mesma modalidade esportiva pela existência de elementos comuns entre eles como no caso do tênis, tênis de mesa, vôlei, vôlei sentando, entre outros.
LEGENDA: Tênis. Gustavo Kuerten, tenista brasileiro, Olimpíada de Atenas, Grécia, 2004. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Tênis de mesa. Hugo Calderano, mesatenista brasileiro, Jogos Olímpicos, Rio de Janeiro, 2016. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Vôlei sentado. Seleção canadense de vôlei sentado feminino, Paralimpíadas, Brasil, 2016. FIM DA LEGENDA.
Apresente, então, o tênis como a modalidade a ser abordada, especificando suas características básicas, como a utilização de raquetes e bola, e de uma quadra grande para a prática, podendo ser jogado de forma individual ou em dupla, com a possibilidade de golpear a bola, tanto após quicar, como de voleio (sem deixar que a bola quique).
Em linhas gerais, apresente a dinâmica do tênis:
- A modalidade é jogada através do confronto individual ou em duplas, em que cada jogador, ou dupla, defende uma quadra, separada por uma rede.
- Set é o nome dado à divisão de uma partida de tênis, composta de vários games . Um set é finalizado com 6 games vencidos por um dos lados, com diferença mínima de dois games (6-4). Havendo empate em 5-5, o set continuará até um desempate em 7-5.
- Game é a etapa do set definido a favor de quem completar 4 pontos primeiro, mantendo-se o mesmo sacador até seu final. Seis games de um mesmo jogador definem o set.
- Tie breaker é o game de desempate ao final do set (6-6), em que cada saque bom vale 1 ponto. O primeiro jogador sacará nos 1º, 4º e 5º pontos. O segundo sacará nos 2º, 3º, 6º e 7º pontos, e assim sucessivamente. Vence o game quem acumular 7 pontos primeiro.
- A contagem de pontos no tênis tem um intricado sistema de pontuação, que subdivide o jogo em
games
/jogos e sets /partidas. Grosso modo, um
game
é um conjunto de pontos (15-30-40
games
) e um set é um conjunto de
games
(1-2-3-4-5-6 sets).
Motive os estudantes a sempre criar novas possibilidades, de acordo com as tarefas da atividade, instigando-os a refletir sobre questões importantes, como:
Boxe complementar:
QUESTÕES GERADORAS
Que movimentos podemos realizar para rebater a bola para a quadra adversária? Deixe que percebam a força e a angulação para defender a bola, de acordo com sua relação com a rede, e as noções de direção, espaço e tempo.
Como golpear a bola quicando? E de voleio?
Onde colocar a bola: próximo ou longe da rede, à direita, no meio ou à esquerda do adversário?
Quais são as possibilidades e as diferenças de golpear a bola sem e com quique antes?
Quais emoções, normalmente, estão envolvidas no jogo e como lidamos com elas?
Fim do complemento.
Para o estabelecimento de um ambiente positivo para as experimentações, reforce que as atividades serão tipificações do tênis, nas quais os estudantes assumirão o protagonismo da prática, cujo ambiente representa um laboratório para a experimentação do jogo.
MP135
Dialogue ainda sobre as emoções presentes no jogo como confiança/medo, pensamentos negativos/pensamentos positivos e raiva/calma. Esses elementos serão também abordados e refletidos nas experiências.
Vivenciando a prática corporal
Materiais: rede ou corda, bolas e raquetes.
Mostre aos estudantes alguns movimentos do tênis, e acrescente termos técnicos simples do jogo como forehand (frente de mão) e backhand (costas da raquete). Faça-os pensar de que lado usarão a raquete de acordo com a posição da mão.
LEGENDA:Saque. Fotografia de 2018. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Forehand – golpe com a frente da raquete. Fotografia de 2010. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Backhand – golpe com as costas da raquete. Fotografia de 2011. FIM DA LEGENDA.
Antes de iniciar os jogos, é interessante que os estudantes pratiquem algumas rebatidas, golpeando a bola sem tocar no chão e quicando antes da rebatida.
Após essa pequena prática, discutam sobre as adaptações, por exemplo: a quantidade de jogadores nas miniquadras; a forma de revezamento entre os participantes; a simplificação da contagem de pontos, como a utilização da pontuação normal (1, 2, 3, 4); a ordem de saque, considerando que no tênis, em cada game , um jogador saca, pode-se alternar isso para se jogar apenas um game , revezar os adversários e aumentar a rotatividade.
Além de combinar as regras do jogo e as adaptações do espaço, construam os materiais, se necessário. É possível fazer as raquetes com arame e meia-calça ou com papelão. Em relação às bolas, evite bolas oficiais, pois quanto maior for a bola, mais êxito eles terão na prática, e isso aumentará o engajamento dos estudantes nas atividades. É importante que a necessidade de construção dos materiais seja avaliada e providenciada com antecedência.
Converse com os estudantes acerca das emoções envolvidas no jogo, como raiva quando se erra, medo de errar, e como eles podem lidar com essas emoções para que a experimentação seja agradável.
Durante as atividades, assim que estiverem com mais domínio dos movimentos, proponha que pratiquem o minitênis sentados em cadeiras, e conversem sobre a prática de esportes por pessoas com necessidades especiais, a fim de incentivar a empatia e a desmistificação em relação aos participantes das práticas corporais.
Dialogando sobre a prática
Ao final das atividades, reflita com os estudantes acerca das experiências vividas, conversando com eles sobre como lidaram com as diversas emoções na experimentação do jogo, e fazendo-os refletir sobre as próprias atitudes, exercitando, assim, a fluência oral quando argumentam como poderiam ter agido em determinadas situações.
MP136
Registrando
Peça aos estudantes que façam uma pesquisa na internet nos mesmos moldes da realizada sobre o beisebol. A pesquisa deve ser complementada com uma comparação entre essas modalidades, especialmente referindo-se aos elementos comuns estabelecidos pela BNCC.
Avaliação
Distribua as pesquisas entre os estudantes para que procedam com a avaliação assim como realizaram na modalidade de beisebol. Recolha as pesquisas e as correções realizadas pelos estudantes para compor a avaliação final dos esportes para o 5º ano junto com a prática final.
Prática 3: FUTEBOL
Conhecendo a prática corporal
Conforme vimos, as modalidades esportivas de invasão têm por objetivo fazer gols ou pontos na meta adversária, compartilhando o mesmo espaço no campo, seja no de defesa ou no de ataque, como acontece no futebol de areia, no rúgbi e no hóquei de grama, por exemplo.
Inicie a contextualização apresentando essas modalidades com suas características e descreva os sete elementos que compõem um jogo de invasão: uma meta para atacar, uma meta para defender, companheiros, adversários, campo de jogo compartilhado, um objeto e regras específicas.
Comece apresentando aos estudantes as modalidades de invasão, como futebol, ultimate frisbee e futebol de areia.
LEGENDA: Futebol. Pelé, no Amistoso entre Suécia e Brasil, Suécia, 1960. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Ultimate frisbee. Participantes do Torneio de Ultimate Frisbee, Polônia, 2017. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Futebol de areia. Jogadores da seleção russa e brasileira de futebol de areia, Catar, 2019. FIM DA LEGENDA.
Para abordar o futebol, apresente outras derivações como o futsal e o futebol de areia, ambas praticadas, inicialmente, de maneira informal e, posteriormente, transformadas em modalidades esportivas, o que ressalta a importância de se ter experiências nas tipificações do esporte.
O futebol, oficialmente, é jogado com onze jogadores e com goleiro. As equipes dividem um campo com gramado e com duas traves defendidas por um goleiro em cada trave. O objetivo é colocar a bola após a linha da meta adversária, tendo assim o gol, e a equipe que tiver mais gols vence a partida. No futebol, pode-se ter empates, ao contrário do basquetebol, em que são jogados tempos extras até desempatar.
A seguir, veja algumas regras básicas do futebol:
- O jogo é disputado em um campo gramado, no confronto entre dois times de onze jogadores cada, tendo obrigatoriamente um goleiro.
- O jogo é comandado por um árbitro e seus auxiliares.
- As partidas têm duração de dois tempos de 45 minutos e é acrescido um tempo de acordo com as paralisações feitas no jogo.
- Marca o gol a equipe que fizer a bola entrar na meta adversária e ultrapassar totalmente a sua linha.
- Ao sair do campo de jogo, a bola pode ser reposta com tiro de meta, tiro de canto (escanteio) ou arremesso lateral (a única reposição feita com as mãos).
MP137
Apresente aos estudantes alguns dos movimentos do futebol.
LEGENDA: Chute a gol, s. d. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Defesa. Fotografia de 2016. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Cabeceio para finalizar, passar ou defender. Fotografia de 2017. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Arremesso lateral. Fotografia de 2014. FIM DA LEGENDA.
O futebol, como forte elemento da cultura corporal, apresenta diversas formas de se jogar com tipificações bem populares. Para esta unidade, como sugestão, serão abordadas duas: o gol a gol e o golzinho (essa tipificação tem nomes regionalizados no Brasil como barrinha, travinha, entre outros).
Planeje com antecedência todos os passos, a segurança do espaço de práticas, verificando se as traves estão bem fixas, se as paredes ou cercas estão suficientemente afastadas, prevenindo situações que representem riscos de acidentes.
Como protagonistas, possibilite que os estudantes proponham adaptações às práticas, auxiliando-os a ter bom senso em cada decisão.
Com a empolgação do futebol, um cuidado extra deve ser tomado, pois em geral duas situações são típicas: motivação em excesso por ser a modalidade mais popular e mais esperada por alguns e a mais desmotivante para aqueles que têm dificuldades de jogar. Esteja atento a isso.
Prossiga com algumas reflexões:
Boxe complementar:
QUESTÕES GERADORAS
O que devemos fazer para atacar e defender, sozinhos e com os companheiros?
Quais movimentos utilizamos com os pés para jogar melhor?
Todos podem praticar o futebol independentemente de gênero ou biotipo?
Fim do complemento.
Vivenciando a prática corporal
Materiais: bolas, cones e giz ou fitas demarcatórias.
As tipificações do futebol sugeridas para esta unidade são o gol a gol e o golzinho. No entanto, antes de praticá-las, realize algumas atividades preparatórias com os pés.
Você pode praticar o toque de bola entre duas crianças; pode alinhar os estudantes para que disputem quem leva a bola primeiro ao gol com o uso dos pés; pode ainda praticar chutes a gol.
Gol a gol
Inicie pelo gol a gol perguntando aos estudantes quem tem o hábito de praticar esse jogo e quais regras utilizam, auxiliando-os a ajustarem-nas, caso necessário.
Estabeleça a mesma quantidade de jogadores em cada minicampo, coloque uma meta em cada lado, com uma distância compatível com o nível de dificuldade da turma. Para fazer a meta, utilize cones, giz ou fitas demarcatórias e inicie sem goleiro.
Determine com os estudantes a que distância do gol pode ser feita a finalização do ataque, incite-os a criar regras sobre chutar com o pé direito ou esquerdo e número de toques antes de chutar, por exemplo.
No segundo momento, inclua um goleiro e ajuste as regras de sua utilização. Verifique se as bolas não são pesadas e adéque a distância dos chutes.
MP138
Caso sinta necessidade, pratique alguns fundamentos de defesa, como segurar e espalmar bolas altas e baixas.
Peça que comparem o jogo do gol a gol com e sem goleiro.
Golzinho
O golzinho nada mais é do que um jogo de futebol no formato reduzido, normalmente praticado por equipes com número de jogadores no formato 2 x 2 ou 3 x 3. Contextualize o nome da brincadeira de acordo com a região, pois há variações conhecidas como barrinha ou travinha, por exemplo.
Ajuste com os estudantes a quantidade de jogadores de cada time, combinando as regras, o campo de jogo, se o jogo será finalizado por tempo ou quantidade de gols, e estabeleça uma forma de revezamento entre as equipes.
Demarque os campos e organize as equipes. Lembre-os de que as equipes do mesmo nível deixam a disputa mais motivante.
Se o espaço não for adequado para várias miniquadras, aumente o número de participantes de cada equipe, e faça jogos mais rápidos para aumentar o revezamento. Como sugestão, coloque jogadores nas linhas laterais para aumentar o número de estudantes envolvidos na atividade.
A todo momento, demonstre uma postura ativa e estimule os estudantes, mas deixe o protagonismo da atividade para eles, de modo que possam ter autonomia durante as vivências.
Amplie a experiência introduzindo o goleiro no jogo, formulando juntamente com os estudantes novas regras. Antes de o goleiro ser inserido, pratique alguns fundamentos de defesa.
Dialogando sobre a prática
A prática das tipificações de futebol, golzinho e gol a gol, permite um novo olhar para atividades que parte dos estudantes já vivenciam. Por meio da reformulação dessas práticas, foque no processo integral, nas dimensões procedimentais, cognitivas e socioafetivas. Retome as questões geradoras, possibilitando que os estudantes relatem a própria experiência, exercitando a oralidade, a comunicação e a argumentação.
Registrando
Peça aos estudantes que realizem uma pesquisa sobre a modalidade experimentada, utilizando como referência as pesquisas realizadas anteriormente. Eles devem fazer a comparação entre essas modalidades e o que experimentaram nessa atividade. Peça que finalizem com um breve relato sobre as próprias experiências: de quais práticas gostaram mais; em quais tiveram mais dificuldade; quais são as modalidades preferidas e por quê; como foi adaptar os espaços para realizar as práticas; se estão motivados a praticar essas atividades em outros lugares fora da escola.
Avaliação
Utilize o registro dos estudantes como avaliação e, mais uma vez, peça a eles que avaliem os registros dos colegas, fazendo perguntas quando julgarem necessário, pedindo explicações quando não entenderam algum termo, ou apontando a falta de algum elemento da pesquisa que não encontraram.
Compile as avaliações dos estudantes juntamente com as suas observações durante o desenvolvimento dos temas dessa unidade. Sugerimos que retorne aos estudantes o resultado da avaliação por meio de um texto, mostrando a eles os avanços que tiveram e os pontos que podem ser melhorados.
Boxe complementar:
NÃO PARE POR AQUI
Utilize as sugestões aqui apresentadas como ponto de partida para que os estudantes fiquem motivados a pesquisar e a praticar outras modalidades esportivas de campo e taco, rede/parede e invasão. Procure organizar roteiros de aula nos quais os estudantes percebam de que modo as práticas corporais dialogam com outras áreas do conhecimento.
A seguir, deixamos algumas sugestões de consulta para as práticas de esportes propostas para o 5º ano.
Confederação Brasileira de Beisebol e Softbol (CBS): http://fdnc.io/fcd. Acesso em: 12 abr. 2021.
Confederação Brasileira de Futebol (CBF): http://fdnc.io/54G. Acesso em: 12 abr. 2021.
Confederação Brasileira de Tênis (CBT): http://fdnc.io/fcT. Acesso em: 12 abr. 2021.
Esporte de campo e taco: http://fdnc.io/fbp. Acesso em: 12 abr. 2021.
Esporte de invasão: http://fdnc.io/fbq. Acesso em: 12 abr. 2021.
Esporte de rede e parede: http://fdnc.io/fbr. Acesso em: 12 abr. 2021.
GALLAHUE, David L.; OZMUN, John C.; GOODWAY, Jackie D. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. Porto Alegre: AMGH, 2013.
REVERDITO, Riller Silva; SCAGLIA, Alcides José. Pedagogia do esporte: jogos coletivos de invasão. São Paulo: Phorte, 2020.
SADI, Renato Sampaio et al. Pedagogia do esporte. Brasília: Editora UnB: MEC, 2004.
Fim do complemento.
MP139
5º ANO
UNIDADE 13. GINÁSTICAS
LEGENDA: Apresentação de ginástica, durante os Jogos de Arirang, Coreia do Norte, 2012. FIM DA LEGENDA.
Boxe complementar:
Habilidades e competências presentes nesta unidade
(EF35EF07) Experimentar e fruir, de forma coletiva, combinações de diferentes elementos da ginástica geral (equilíbrios, saltos, giros, rotações, acrobacias, com e sem materiais), propondo coreografias com diferentes temas do cotidiano.
(EF35EF08) Planejar e utilizar estratégias para resolver desafios na execução de elementos básicos de apresentações coletivas de ginástica geral, reconhecendo as potencialidades e os limites do corpo e adotando procedimentos de segurança.
Competências Gerais: 1, 2, 3, 4, 5, 8, 9 e 10
Competências de Linguagens: 1, 2, 3, 5 e 6
Competências de Educação Física: 1, 2, 3, 6 e 10
Fim do complemento.
Objetivos
- Elaborar pequenas coreografias com elementos da ginástica geral, utilizando estratégias para transpor os desafios decorrentes da prática corporal.
- Participar de uma coreografia de ginástica geral, envolvendo-se ativamente no processo de planejamento e construção coletiva.
- Experimentar e fruir as práticas corporais da ginástica geral produzindo registros escritos, orais e corporais.
- Respeitar as potencialidades e os limites do próprio corpo e os dos colegas.
- Cooperar com o cumprimento das regras de segurança.
MP140
PROSEANDO SOBRE GINÁSTICAS
Quando ouvimos as pessoas utilizarem o termo ”ginástica“, é comum se referirem a inúmeras práticas corporais. Em geral, utilizam esse termo quando estão falando de atividades praticadas em ruas, praias, academias, clubes, praças, parques, quadras ou centros comunitários, mencionando atividades individuais e em grupo, voltadas ao lazer ou à saúde, como caminhada, corrida, musculação, alongamento, CrossFit , pilates, ioga, entre outros.
No entanto, quando nos referimos à ginástica geral, é importante que os estudantes reconheçam que essa é uma modalidade específica praticada com um objetivo que difere daquele relatado pelas pessoas nas práticas corporais acima citadas.
Ao se tentar organizar o percurso histórico da ginástica através dos tempos, pode-se incorrer no erro de se obter uma visão reduzida acerca tanto do seu surgimento como do seu desenvolvimento. Na perspectiva ocidental, os gregos foram os primeiros a utilizar o termo ”ginástica“, que significava, para eles, “arte de exercitar o corpo nu”.
A arte de exercitar o corpo nu traz consigo a ideia do simples, do limpo, do livre, desprovido de maldade, do puro. Para os antigos gregos, a ginástica significava a realização de exercícios físicos em geral (corridas, saltos, lutas etc.), ou seja, grande parte dos exercícios que hoje praticamos e conhecemos (especialmente, o atletismo e as lutas) têm sua origem na ginástica (OLIVEIRA, 2007) 1 .
Para o desenvolvimento desta unidade, iremos utilizar termos mais recentes que consideram as definições mais contemporâneas das ginásticas, conforme proposto pela Base Nacional Comum Curricular – BNCC.
No início, praticar ginástica significava exercitar-se e, com o passar do tempo, foram acrescidas finalidades que multiplicaram as possibilidades de olhares e interpretações. De acordo com Souza (1997, p. 24 apud FIORIN, 2002) 2 , a ginástica pode ser dividida em cinco categorias:
1. Ginástica de condicionamento físico: engloba todas as modalidades que têm por objetivo a aquisição ou a manutenção da condição física do indivíduo normal e/ou do atleta, tais como hidroginástica, aeróbica não competitiva, step , spinning , enfim, as diversas formas de ginástica que hoje são encontradas nas academias e na preparação física em geral.
2. Ginástica de competição: reúne todas as modalidades competitivas, tais como: ginástica artística, rítmica, acrobática, aeróbica, entre outras.
3. Ginástica fisioterápica: responsável pela utilização do exercício físico na prevenção ou no tratamento de doenças, tais como: RPG, rolfing e outras técnicas.
4. Ginástica de conscientização corporal: reúne as novas propostas de abordagem do corpo como: antiginástica, eutonia, feldenkrais etc.
5. Ginástica de demonstração: é representante desse grupo a ginástica geral, cuja principal característica é a não competitividade, tendo como função a interação social.
Desse modo, a modalidade de ginástica à qual a BNCC se refere é aquela voltada para demonstração, ou seja, que não tem finalidade competitiva, de desempenho ou terapêutica.
Busca-se, nessa prática, a elaboração de movimentos de ginástica organizados em coreografias elaboradas pelos estudantes, procurando utilizar os conhecimentos prévios sobre a prática: os movimentos que aprenderam e desenvolveram nos anos anteriores; os cuidados com a segurança tanto pessoal quanto dos colegas; a organização de sequências de movimentos que podem ser integrados e utilizados de modo a compor uma apresentação; a participação de todos de acordo com suas potencialidades.
Essa é uma grande oportunidade para observar as competências dos estudantes em relação a como colocar em prática tudo aquilo que aprenderam sobre a prática corporal. Podemos enumerar aqui algumas competências relacionadas ao desenvolvimento dessas atividades, como: a empatia ao considerar as possibilidades de movimento de todos para compor as coreografias; a comunicação e a argumentação para a escolha das sequências, das músicas, dos temas a serem desenvolvidos; o conhecimento sobre as práticas utilizadas; a diversidade cultural presente na escola e no cotidiano dos estudantes que pode se tornar tema das coreografias; a utilização de ferramentas digitais para pesquisas sobre movimentos e temas a serem desenvolvidos. Enfim, é importante perceber que o desenvolvimento das experimentações e a criação das coreografias constituem-se em uma importante oportunidade para o desenvolvimento das competências.
Sugerimos que observe atentamente as produções dos estudantes e faça registros que possibilitem, posteriormente, um diálogo com eles evidenciando os avanços e as aprendizagens deles, e pontuando questões a serem aprimoradas.
Nota de rodapé: 1. OLIVEIRA, Nara Rejane Cruz de. Ginástica para todos: perspectivas no contexto do lazer. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, v. 6, n. 1, p. 27-35, 2007. Disponível em: http://fdnc.io/fcU. Acesso em: 3 abr. 2021. Fim da nota.
Nota de rodapé: 2. FIORIN, Cristiane Montozo. A ginástica em Campinas: suas formas de expressão da década de 20 à década de 70. 2002. 148 p. Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2002. Disponível em: http://fdnc.io/fcU. Acesso em: 3 abr. 2021. Fim da nota.
MP141
PRATICANDO GINÁSTICAS
Prática 1: GINÁSTICA GERAL
Conhecendo a prática corporal
Inicie essa prática com um breve resumo do que os estudantes já experimentaram e aprenderam sobre as ginásticas. Pode-se, inclusive, retomar algumas práticas para que voltem a experimentar os movimentos, sempre de modo autoral e respeitando a segurança consigo e com os outros.
Possibilite que exponham aquilo que eles aprenderam sobre a prática corporal, e relatem como se sentem ao voltar a experimentá-la. Questione os estudantes sobre o conhecimento deles em relação à expressão ”ginástica geral“ e, mais uma vez, permita que verbalizem os próprios entendimentos. Observe se classificam a ginástica de modo correto ou se a confundem com outras atividades físicas.
Sugerimos que classifique os tipos de ginástica conforme as informações do texto inicial, ressaltando que a ginástica geral é um modelo de ginástica de demonstração.
Para que compreendam melhor esse modelo, sugerimos que apresente trechos de abertura de eventos que utilizam a ginástica de demonstração, como este da abertura oficial dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro 2016, disponível em: http://fdnc.io/fcV. Acesso em: 15 abr. 2021.
Ao selecionar os trechos, peça aos estudantes que observem e registrem: a música, as roupas, os movimentos, as sequências, os materiais, enfim, todos os componentes necessários para compor uma apresentação de ginástica geral.
Em seguida, dialogue com eles sobre qual ou quais temas serão desenvolvidos na apresentação de ginástica. Dê preferência a temas do cotidiano, possibilitando aos estudantes que exercitem a observação e a criatividade. Além desses, podem ser sugeridos outros, relacionados aos temas transversais contemporâneos propostos pela BNCC, como: direitos da criança e do adolescente, educação para o trânsito ou educação ambiental, por exemplo.
É importante auxiliá-los nesse processo. Para isso, instigue-os a fazer algumas reflexões como:
Boxe complementar:
QUESTÕES GERADORAS
O que devemos considerar para a escolha do tema e da música de uma coreografia?
Como dividir e organizar as partes da apresentação?
Qual critério utilizar para a divisão dos grupos?
Quais materiais utilizar na coreografia?
Fim do complemento.
Uma vez escolhido(s) o(s) tema(s) e a(s) música(s), é a hora de compor a coreografia utilizando os movimentos que já conhecem ou que tenham incorporado ao seu acervo motor no último ano. Os estudantes devem compor e ensaiar os movimentos de modo individual ou em grupo de acordo com a música.
É importante que a seleção de movimentos e a duração da coreografia sejam adaptadas às capacidades dos estudantes, priorizando a simplicidade de movimentos e a curta duração.
Como forma de organização do trabalho, proponha que preencham uma ficha de acordo com as necessidades do projeto, pois eles a utilizarão tanto para se organizarem quanto para registro e avaliação desta unidade, conforme exemplo abaixo:
Quadro: equivalente textual a seguir.
Tema da apresentação: Música: |
|
---|---|
Em quantas partes será(ão) dividida(s) a(s) música(s)? |
Cinco partes. |
Quantos grupos iremos compor? |
Três grupos. |
Como será dividida a coreografia? |
1ª parte – todos os estudantes 2ª parte – grupo 1 3ª parte – todos os estudantes 4 ª parte – grupo 2 5ª parte – todos os estudantes |
Quem serão os integrantes dos grupos? |
Nomes dos integrantes dos grupos 1 e 2. |
Como serão os movimentos da parte 1? |
Todos os estudantes com um bambolê girando e passando de uma mão para a outra, enquanto andam em círculo. |
Como serão os movimentos da parte 2? |
Cinco estudantes farão uma pirâmide. |
Como serão os movimentos da parte 3? |
Todos os estudantes em duplas: um deles faz uma parada de mãos ou uma vela e o outro segura as suas pernas. Depois alternam as posições. |
Como serão os movimentos da parte 4? |
Dez estudantes divididos em duplas. Enquanto um faz um rolamento para a frente, o outro salta sobre ele ou o auxilia com um impulso para que finalize em pé. Depois alternam as funções. |
Como serão os movimentos da parte 5? |
Todos os estudantes com fitas girando acima da cabeça e realizando movimentos de sentar, rolar, saltar, entre outros. |
Quais serão os materiais necessários? |
Fitas, bambolês e colchonetes. |
MP142
Vivenciando a prática corporal
Material: equipamento audiovisual.
Esse é um momento importante de criação e experimentação por parte dos estudantes. Por isso, a fim de elaborarem a coreografia, eles podem pesquisar na internet, visitar centros de práticas disponíveis na comunidade, convidar um(a) professor(a) especialista para uma visita à escola para realizar uma oficina que os auxilie na montagem das coreografias, entre outras possibilidades.
Observe que o modelo por competências propõe que os estudantes encontrem soluções diante de situações-problema. Portanto, embora sua orientação seja extremamente importante, considere que, em situações reais do dia a dia, você não estará presente e, por isso, os estudantes devem tentar resolver o desafio sozinhos, recorrendo a você nos momentos que julgarem necessário. Acompanhe e registre todo o processo.
Retome os movimentos que aprenderam sobre as ginásticas e proponha que partam deles para a criação das coreografias. Questione-os: O que cada um consegue fazer para contribuir para a coreografia? Conseguem ajudar os colegas com esses movimentos? Como poderiam adaptar os movimentos para compor a coreografia de acordo com as habilidades de cada um? Podem partilhar os movimentos para melhorar as habilidades e deixar a coreografia mais bonita?
Proponha um momento de criatividade e liberdade por parte dos estudantes e medeie esse processo por meio de:
- Ajuda na adequação dos movimentos ginásticos eleitos.
- Sugestão de novos movimentos para a composição da sequência.
- Motivação dos estudantes com feedback positivo em relação à resolução de conflitos, ao esforço coletivo e à liderança observada.
- Subsídio dessa experimentação com novas informações necessárias ao longo do processo.
- Encorajamento dos estudantes para se apresentarem e vencerem a timidez.
Dialogando sobre a prática
Ao final das experimentações, possibilite um espaço de diálogo para que os estudantes relatem como foram as experiências: de criação da coreografia; de divisão das atividades; de escolha do tema, da música e dos movimentos; de trabalho em equipe. Instigue-os a falar sobre os próprios sentimentos, positivos e negativos, em relação às experiências, auxiliando-os a lidar com conflitos e frustrações.
Registrando
Solicite aos estudantes que componham um relatório sobre a experiência no qual irão descrever passo a passo o processo: como foi voltar a experimentar os movimentos; compor as coreografias; auxiliar os colegas; adaptar as práticas às características de todos; a própria evolução de acordo com a prática; o auxílio do professor para superar desafios; ser autor do processo de produção.
Avaliação
Recolha o relatório de experiências dos estudantes para que, ao final desta unidade, seja anexado à produção da próxima prática para compor a avaliação final.
Prática 2: APRESENTAÇÃO DE GINÁSTICA PARA TODOS
Conhecendo a prática corporal
A ginástica geral, a partir de 2016, passou a ser denominada Ginástica para Todos pela Federação Internacional de Ginástica. Os festivais dessa modalidade esportiva não competitiva são chamados Gymnaestrada. Essa é uma modalidade ginástica de apresentação que abrange todas as outras manifestações: ginástica artística, ginástica rítmica, ginástica acrobática, ginástica aeróbica e ginástica de trampolim, além de utilizar elementos de danças, jogos, brincadeiras e folclore, expressos através de uma coreografia única.
LEGENDA: Apresentação de ginástica geral. FIM DA LEGENDA.
MP143
Cada coreografia é praticada por homens e mulheres com diferentes níveis de habilidades, com uso ou não de materiais. Os equipamentos podem ser oficiais como arcos, bolas, fitas etc. ou não estruturados como tecidos grandes, lenços ou garrafas plásticas. Os movimentos podem ser tanto os pertencentes às ginásticas, como piruetas, pirâmides, rolamentos, apoios invertidos, espacates, quanto outros criados pelos integrantes.
Uma característica da ginástica para todos é que os integrantes do grupo podem realizar movimentos idênticos ou sincronizados e também há a liberdade de participações individuais com o destaque de algum elemento mais complexo.
A ginástica para todos é uma ferramenta motivacional, tanto de envolvimento da comunidade escolar, quanto para colocar em evidência a ginástica, ressaltando sua importância histórica e cultural.
Quando não existe a competição, a comparação, e o enaltecimento de um participante em detrimento do outro, todos podem participar dentro de suas possibilidades, seus limites, suas vivências, suas potencialidades, e seus ideais (TOLEDO; TSUKAMOTO; CARBINATTO, 2016 apud NUNOMURA, 2016, p. 42 3 ).
É interessante mostrar o que é a ginástica para todos com o compartilhamento de vídeos, fotografias ou textos. Busque por esse acervo ou utilize um dos vídeos sugeridos.
Aula ilustrativa sobre ginástica para todos: http://fdnc.io/fcW. Acesso em: 4 abr. 2021.
13ª World Gymnaestrada – Apresentação de grupo brasileiro: http://fdnc.io/fcX. Acesso em: 4 abr. 2021.
Unicamp (2016) – Apresentação de ginástica para todos com bolas: http://fdnc.io/fcY. Acesso em: 4 abr. 2021.
Sesc 2019 – Idosos praticando a ginástica para todos: http://fdnc.io/fcZ. Acesso em: 4 abr. 2021.
É importante introduzir o tema aos estudantes, especialmente no que se refere ao uso do termo. As duas modalidades têm a mesma proposta não competitiva e de inclusão. Faça dessa prática uma continuidade da outra, propondo aos estudantes uma apresentação de maior complexidade. Para isso, parta dos elementos já construídos e experimentados na prática anterior e organize com eles uma apresentação.
Boxe complementar:
QUESTÕES GERADORAS
O que podemos fazer para deixar a apresentação anterior ainda mais rica?
Que movimentos, elementos ou materiais podemos incluir?
O que precisamos ajustar na ficha de planejamento do projeto?
Onde e como podemos divulgar ou apresentar a coreografia de ginástica para todos?
Fim do complemento.
Vivenciando a prática corporal
Materiais: aparelho de som e itens opcionais, como malabares, colchões, vestuário, acessórios para manipulação, buscando na escola o que está disponível para compor a experiência.
O planejamento nessa prática é fundamental para que tudo funcione no dia da apresentação, e durante todo o processo. Lembre-se de fazer rodas de conversa e anotar as sugestões dos estudantes, que devem ser os protagonistas.
Algumas decisões e mediações do professor são necessárias, como: organizar as ideias dos estudantes em forma de lista; auxiliá-los a reconstruir o planejamento do projeto; mediar os conflitos entre os estudantes na tomada de decisões; disponibilizar os equipamentos e os materiais escolhidos; otimizar o uso de elementos ginásticos; ajudar na segurança do ambiente físico; favorecer a não competitividade; exaltar o prazer em fazer ginástica e valorizar cada contribuição dos estudantes.
Decisões coletivas sobre as quais os estudantes precisam conversar: Quais passos de dança e elementos ginásticos estarão presentes? Todos os estudantes farão as práticas corporais sincronizadas ou haverá um momento livre em que cada um poderá mostrar suas potencialidades? A música permanecerá a mesma ou será um pot-pourri musical? Haverá um vestuário semelhante ou utilizarão roupas que costumam ir à escola? Será utilizado algum material ou adereço? Quais serão as funções de cada participante da turma?
Estimule-os a incluir os movimentos da ginástica: rolamentos, estrelas, equilíbrios, pirâmides, malabares, apoios invertidos, pois aqui vale tudo o que o corpo e a imaginação criarem.
Mostre aos estudantes e relembre alguns elementos da ginástica a fim de inspirá-los e auxiliá-los nas escolhas, ampliando as possibilidades de criação coreográfica.
Nota de rodapé: 3. NUNOMURA, Myrian. Fundamentos das ginásticas. 2ª ed. Várzea Paulista: Fontoura, 2016. Fim da nota.
MP144
LEGENDA: Pirâmides. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Formações no espaço. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Materiais estruturados e não estruturados. FIM DA LEGENDA.
MP145
LEGENDA: Elementos ginásticos – apoios invertidos. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Elementos ginásticos – rolamentos. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Elementos ginásticos – saltos. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Elementos ginásticos – equilíbrios. FIM DA LEGENDA.
MP146
Chegou a hora! Com tudo combinado e bem ensaiado, faça uma apresentação leve, divertida, prazerosa em um ápice de divulgação coletiva da ginástica, que é para todos e foi idealizada por todos!
Cada um tem um papel fundamental nesse projeto. Não esqueça de fazer fotografias, filmagens, registros por desenhos, pesquisa de avaliação dos espectadores, e eternize esses momentos de aprendizagem.
LEGENDA: Apresentação de ginástica para todos. FIM DA LEGENDA.
Dialogando sobre a prática
Após a apresentação, mostre aos estudantes as filmagens e peça que comentem sobre o processo em todas as suas etapas. Valorize as questões relacionadas ao processo e não ao resultado estético das apresentações. Faça com que os estudantes percebam que conseguiram avançar em relação aos próprios movimentos, mas principalmente que foram capazes de criar uma apresentação por meio do próprio esforço e da capacidade coletivos.
Combine com os estudantes de que maneira poderiam divulgar ou publicar a apresentação, incluindo as falas deles para produzir um documentário que pode ser exposto em algum canal nas mídias sociais ou no site da escola.
Registrando
Em uma folha, peça aos estudantes que façam uma autoavaliação em relação à produção: Como foi a sua participação na sugestão de temas de músicas ou de coreografias? Esforçou-se para realizar e praticar os movimentos envolvidos na coreografia? Auxiliou na escolha ou na elaboração dos materiais? Procurou ajudar os colegas com dificuldades? Pediu ajuda aos colegas e ao professor quando teve dificuldade? Essas são algumas entre outras questões importantes para fazer aos estudantes ao final do processo.
Avaliação
Una a avaliação dos estudantes ao registro da atividade anterior para compor a avaliação final. Dê um retorno a eles com comentários escritos acerca da produção, da própria autoavaliação e da observação do professor durante as aprendizagens nesta unidade.
Boxe complementar:
NÃO PARE POR AQUI
De acordo com os recursos disponíveis na estrutura escolar, amplie ou adapte as atividades sugeridas a fim de assegurar oportunidades de aprendizagem para todos os estudantes. A seguir, estão alguns outros materiais para consulta:
Ginástica para Todos: TV escola (2017), parte 1: http://fdnc.io/fd1. Acesso em: 4 abr. 2021.
Ginástica para Todos: TV escola (2017), parte 2: http://fdnc.io/fd2. Acesso em: 4 abr. 2021.
DARIDO, Suraya Cristina; RANGEL, Irene Conceição Andrade. (coord.). Educação física na escola: implicações para a prática pedagógica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
NUNOMURA, Myrian. Fundamentos das ginásticas. 2ª ed. Várzea Paulista: Fontoura, 2016.
OLIVEIRA, Nara Rejane Cruz de. Ginástica para todos: perspectivas no contexto do lazer. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, v. 6, n. 1, p. 27-35, 2007. Disponível em: http://fdnc.io/fcU. Acesso em: 3 abr. 2021.
Fim do complemento.
MP147
5º ANO
UNIDADE 14. DANÇAS
LEGENDA: Crianças dançando fandango, Paranaguá, PR, 2019. FIM DA LEGENDA.
Boxe complementar:
Habilidades e competências presentes nesta unidade
(EF35EF09) Experimentar, recriar e fruir danças populares do Brasil e do mundo e danças de matriz indígena e africana, valorizando e respeitando os diferentes sentidos e significados dessas danças em suas culturas de origem.
(EF35EF10) Comparar e identificar os elementos constitutivos comuns e diferentes (ritmo, espaço, gestos) em danças populares do Brasil e do mundo e danças de matriz indígena e africana.
(EF35EF11) Formular e utilizar estratégias para a execução de elementos constitutivos das danças populares do Brasil e do mundo, e das danças de matriz indígena e africana.
(EF35EF12) Identificar situações de injustiça e preconceito geradas e/ou presentes no contexto das danças e demais práticas corporais e discutir alternativas para superá-las.
Competências Gerais: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 9 e 10
Competências de Linguagens: 1, 2, 3, 5 e 6
Competências de Educação Física: 2, 5, 6, 7, 8 e 10
Fim do complemento.
Objetivos
- Experimentar e fruir as danças do Brasil e do mundo e as danças de matrizes africana e indígena.
- Perceber semelhanças e diferenças entre os elementos constitutivos das danças.
- Combater as formas de preconceito em relação às danças e a seus praticantes.
- Valorizar a diversidade cultural.
- Criar estratégias para transpor os desafios exigidos pelas danças.
MP148
PROSEANDO SOBRE DANÇAS
Dançar é uma forma de expressão corporal na qual manifestamos sentidos e significados culturais por meio dos gestos combinados com o ritmo e o espaço.
A ocupação dos espaços e os deslocamentos são movimentos que podem ser tanto os coreografados quanto aqueles utilizados em nossa vida cotidiana. Quando realizados nas danças, os movimentos são livres do ato utilitário, fato que liberta a criatividade e a possibilidade de se movimentar, ocupar os espaços e se deslocar de maneira quase infinita.
Essa liberdade proporciona ao indivíduo a descoberta de potencialidades que estavam subjacentes, porque as demandas de movimento da vida cotidiana nem sempre permitem o acesso a elas, e, portanto, ficam latentes na pessoa. O que significa dizer que as aprendizagens da dança ocorrem na própria ação, nos deslocamentos e nos planos que envolvem descobertas de como se movimentar no espaço em determinado ritmo. Essas descobertas possibilitam a aprendizagem de múltiplas dimensões relacionadas à movimentação corporal.
Quando atravessamos uma rua, e precisamos calcular o tempo necessário para efetuar deslocamentos no ambiente, estamos constantemente integrando e avaliando, de forma intuitiva, as informações sobre tempo, distância e velocidade. Trabalhar o desenvolvimento espaço-temporal de maneira prática é fundamental durante as aulas de dança para a aquisição dessas habilidades.
Toda criança precisa conhecer as potencialidades referentes à compreensão da relação existente entre o deslocamento do corpo ou parte dele no espaço, e de quanto tempo essa ação necessita para se concretizar. Na conexão entre ambos está inserido o conceito de ritmo.
Para dançar é necessário um controle cognitivo para organizar a sequência de movimentos no tempo e no espaço, pois, sem essa capacidade, o resultado da dança fica completamente comprometido, tanto na sua proposição quanto esteticamente. Na verdade, esse controle está presente na vida cotidiana por meio de outras práticas corporais, mas é o dançar que potencializa o desenvolvimento da estrutura espaço-temporal, pois nele há uma correlação direta e momentânea de interdependência das ações, em que qualquer equívoco em relação ao movimento no tempo ou no espaço, por menor que seja, compromete a ação como um todo.
Dessa forma, é fundamental que as crianças, ao dançarem, possam compreender a importância do desenvolvimento da relação espaço-temporal e do controle corporal para garantir o desenvolvimento e a estética do fazer coletivo, ressaltando ainda essas habilidades como fundamentais não somente para o dançar, mas também para a vida cotidiana.
No aspecto social, é importante ressaltar que os movimentos realizados ao dançar criam uma condição de interdependência entre o movimento individual e a ação coletiva. Nesse sentido, é imprescindível mostrar aos estudantes que essa interdependência está relacionada ao fazer individual e à capacidade de organização rítmica de cada participante, criando, assim, o senso de responsabilidade, fundamental para o desempenho coletivo ao dançar.
No âmbito cultural, viver essa experiência por meio da compreensão dos gestos que representam as diferentes culturas visitadas nesta unidade possibilita, além de experimentar diferentes gestos realizados no ritmo e no espaço, a conexão com diferentes culturas e a (res)significação da linguagem corporal manifestada por meio dos movimentos que caracterizam as propostas das danças e os traços culturais dos povos que as praticam, possibilitando, inclusive, reconhecer elementos comuns entre elas.
PRATICANDO DANÇAS
Prática 1: DANÇAS DO BRASIL
Conhecendo a prática corporal
Mantendo a proposta dos 3º e 4º anos, esta unidade traz ainda outras danças praticadas no Brasil, o que reforça a diversidade brasileira evidenciada pela prática de diferentes manifestações em uma mesma região.
Mostre aos estudantes algumas outras danças brasileiras praticadas em cada região, conforme as sugestões a seguir:
Balaio: dança típica do Sul, na qual os participantes formam duas rodas concêntricas, uma de homens e outra de mulheres, em que executam movimentos circulares e sapateado. Mostre aos estudantes o vídeo disponível em: http://fdnc.io/fd3 (acesso em: 24 abr. 2021) para que conheçam o balaio.
Mineiro-pau: dança típica do Sudeste, com formação em roda e em fileira, com execução de batida de bastões no chão e entre os participantes. Mostre aos estudantes o vídeo disponível em: http://fdnc.io/fd4 (acesso em: 24 abr. 2021) para que conheçam a dança.
Camaleão: dança típica do Norte, praticada aos pares, com formação em roda e execução de passos laterais, troca de lugares, requebrados e palmeados. Mostre aos estudantes o vídeo disponível em: http://fdnc.io/fd5 (acesso em: 24 abr. 2021) para que conheçam essa dança do Norte.
Vilão: dança típica do Centro-Oeste, praticada em grupo, com execução de passos e batidas de bastões marcados pelo apito do regente.
MP149
Mostre aos estudantes o vídeo disponível em: http://fdnc.io/fd8(acesso em: 24 abr. 2021) para que conheçam a dança do vilão.
Coco: dança típica do Nordeste, marcada por melodia com refrão responsivo e movimentos em roda, em fileiras, em pares e solo. Mostre aos estudantes o vídeo disponível em: http://fdnc.io/fd7 (acesso em: 24 abr. 2021) para que conheçam a dança.
Para ampliar o engajamento dos estudantes em relação ao tema e integrá-los à percepção de ritmos, movimentos e espaço, pergunte a eles:
Boxe complementar:
QUESTÕES GERADORAS
Alguém conhece alguma dessas danças?
Quais semelhanças e diferenças podemos perceber entre elas em relação ao ritmo, aos movimentos e ao espaço?
Quais danças temos em nossa região?
Vocês conhecem alguém que pratica algum tipo de dança? Quem? É homem? É mulher? É criança?
Fim do complemento.
Em posse das respostas, é possível construir um quadro sociocultural da relação entre a dança e a comunidade, evidenciando-a como uma manifestação da expressão cultural coletiva e incentivando a valorização da diversidade e das vivências culturais.
Durante a reflexão, esteja atento a qualquer demonstração de preconceito tanto em relação à prática das danças quanto em relação às culturas que elas representam e a seus praticantes.
Vivenciando a prática corporal
Dança do coco
Material: equipamento audiovisual.
Aprofunde as aprendizagens sobre a dança do coco, reservada para experimentação nesta unidade.
Coco é uma dança originária da região Nordeste, mais especificamente dos estados de Pernambuco, Alagoas e Paraíba. Seu surgimento tem como referência os engenhos de açúcar operados por homens e mulheres escravizados, que trabalhavam como coqueiros e coqueiras, ou quebradores de coco.
A dança é marcada pelos tambores, cantos que retratavam a realidade dos trabalhadores e manifestações do coletivo de participantes que dançavam em roda, em fileiras, aos pares e com passos solos.
A origem e o senso comunitário da dança precisam ser contextualizados, pois são molas que impulsionarão os estudantes a conversar e a refletir sobre possíveis posturas preconceituosas e injustiças em relação a temas como o racismo e o sexismo, vislumbrando nas discussões a construção de ideias alinhadas à consciência crítica, à democracia, ao respeito às diferenças e ao exercício da cidadania.
LEGENDA: Dança do coco. Apresentação de coco pela Trupé Cia. de Artes durante o evento Arraial Arte, Pirapora do Bom Jesus, SP, 2019. FIM DA LEGENDA.
Diferentemente de outras danças, o coco não demanda um grande local para a prática, e permite aos dançarinos liberdade de criação de seus passos, possibilitando uma ampla gama de exploração de movimentos no espaço, conforme a marcação rítmica.
Nesse sentido, começando pelo passo base é possível criar uma infinidade de outros passos usando habilidades motoras combinadas com movimentos de braços, pernas e tronco.
Coloque, então, uma música para que os estudantes experimentem livremente o ritmo do coco e, posteriormente, oriente-os a executar uma pequena apresentação. Por meio da mediação, auxilie-os a organizar a formação no espaço para os passos de início da apresentação; os momentos para as dinâmicas coletivas, em pares e solos; e a formação e os movimentos de encerramento.
Você encontra uma música de coco disponível em: http://fdnc.io/fd6 (acesso em: 24 abr. 2021).
Dialogando sobre a prática
Ao final da experiência converse com os estudantes sobre as sensações deles ao dançar; como foi a experiência de expressão corporal do coco, levando em consideração seu significado cultural; se havia algum preconceito ou resistência em relação à prática; se houve alguma dificuldade em relação ao ritmo, aos movimentos e aos deslocamentos.
Faça com que eles reflitam e conversem sobre a preservação cultural e a narrativa de recortes históricos ou cotidianos mantidos vivos pelas danças ao longo do tempo.
MP150
Registrando
Transpondo a prática vivenciada para a realidade dos estudantes, peça a eles que realizem uma pesquisa na própria comunidade sobre as danças que representam a cultura local; quais sentidos e significados elas guardam sobre a história da região e da comunidade; se as pessoas pesquisadas praticam as danças.
Solicite, ainda, que, ao final das descobertas, eles escrevam um parágrafo com a própria opinião sobre a preservação das manifestações culturais.
É importante reservar espaço para as experimentações das danças da própria região.
Avaliação
Como avaliação parcial dos estudantes na unidade de danças, considere suas observações e anotações sobre: a valorização das origens das danças, seus sentidos e significados; a construção de diálogos que reforcem uma postura democrática e de combate a preconceitos; as percepções sobre ritmo, gestos e espaço; e as estratégias utilizadas para superar os desafios dos elementos constitutivos das danças.
Prática 2: DANÇA DO DRAGÃO
Conhecendo a prática corporal
Dada a notoriedade que a China tem no cenário mundial e o número de imigrantes desse país no Brasil, é interessante promover a experimentação de uma dança que é destaque nas celebrações chinesas. Assim como outros elementos da cultura desse país asiático, a dança tem se tornado presente em manifestações culturais no Brasil e no mundo.
A dança do dragão traz uma figura enigmática. Símbolo dessa cultura, o dragão chinês é uma combinação de olhos de coelho, chifres de veado, garras de tigre, orelhas de touro e escamas de peixe no corpo de uma longa serpente. Ele representa a sorte, o poder e a dignidade.
LEGENDA: Dança do dragão. Cerimônia anual em homenagem a Huangdi, China, 2021. FIM DA LEGENDA.
Representar em si várias espécies de animais explica seus movimentos ondulados, ao ritmo de batidas de tambor, que simulam ações na água e na terra, como mergulhar e rastejar, seguindo uma bola, a pérola do dragão.
Apresente aos estudantes um vídeo da dança do dragão, e, então, proponha algumas perguntas:
Boxe complementar:
QUESTÕES GERADORAS
Como são os gestos, o ritmo e o espaço da dança do dragão?
Quais habilidades motoras e capacidades físicas estão presentes nessa dança?
Vocês conhecem alguma outra dança em que os dançarinos manipulam algo que tenha algum tipo de sentido ou significado cultural para determinado povo?
Fim do complemento.
Vivenciando a prática corporal
Materiais: tambores, tecido TNT, caixas de papelão, bastões ou bambolês, tintas guache, pincéis, barbante e cola. Outros materiais são opcionais, como tampinhas de garrafa, papel crepom e EVA.
Na dança, o dragão persegue uma bola (pérola), simulando que está brincando com ela. O participante que a conduz dirige todo o grupo e orienta o movimento da cabeça do dragão, que se reflete nos movimentos de todo o corpo até a cauda.
A vivência dessa prática é interessante, pois, além dos aspectos culturais nela contidos, há a possibilidade de os estudantes se identificarem com atividades diversas, porque, para a execução da dança, será necessário: confeccionar o dragão; planejar quais movimentos serão executados; escolher quem irá conduzir a bola; quem estará na cabeça; quem ficará com o movimento do corpo; quem ficará na cauda; e quem tocará o tambor.
Essa diversidade de ações possibilita aos estudantes perceberem as próprias afinidades em relação às tarefas e escolherem papéis que melhor se adequem às próprias aptidões.
Sugerimos que seja reservado um momento para a confecção do dragão, que pode ter como cabeça uma caixa de papelão ornamentada com crepom, EVA, pinturas e tampinhas de garrafa para fazer os olhos. O corpo pode ser feito com TNT preso a bastões (de madeira ou PVC) ou bambolês (de plástico ou arcos confeccionados com papelão), com as escamas pintadas com tinta guache e outros ornamentos que os estudantes queiram incluir.
Ensaiem uma coreografia criada pelos estudantes e, se possível, apresentem circulando pelos espaços da escola.
MP151
Dialogando sobre a prática
Reúna os estudantes e conversem sobre as aprendizagens proporcionadas pela prática. Pergunte a eles quais habilidades motoras estiveram presentes; quais capacidades físicas os movimentos apresentaram; quais estratégias cada participante utilizou para conduzir o grupo, acompanhar a bola, harmonizar o corpo com a cabeça, acompanhar o ritmo do tambor, tocar o tambor e se deslocar no espaço.
Questione-os sobre as fases dessa experimentação e sobre quais aprendizados extraem dela, sejam culturais, motores ou atitudinais.
Ressalte a importância do planejamento, do trabalho em equipe e da cooperação para o alcance de um objetivo comum.
Registrando
Como registro, solicite aos estudantes que pesquisem na internet quais elementos da cultura chinesa estão presentes no Brasil.
Acerca dos elementos constitutivos das danças, peça aos estudantes que reflitam sobre a dança do dragão e a dança do coco, e construam um quadro com as seguintes observações sobre características, semelhanças e diferenças entre elas: sentido e significado da dança; características do espaço; tipos de formação; gestos livres ou coreografados; ritmo; dança coletiva, de par ou solo.
Avaliação
Para compor a avaliação dos estudantes, utilize suas observações e anotações, bem como os registros, e observe as aprendizagens que se referem aos elementos constitutivos das danças, a capacidade dos estudantes de compará-los entre as diversas manifestações culturais e as estratégias utilizadas para superar o desafio de executá-los.
Prática 3: TORÉ
Conhecendo a prática corporal
A toré é uma prática presente entre os povos indígenas do Nordeste brasileiro, Tupinambá, Xucuru-Kariri, Kariri-Xocó, Tumbalalá, Pankararú e Pataxó-Hãhãhãe. A dança tem variações de acordo com os grupos que a praticam, apresentando versões como dança circular, em fila ou em pares, acompanhada por canto e maracás (chocalhos).
A prática remete à espiritualidade, realizada como um ritual aos seres espirituais, que para os indígenas são representados por elementos da natureza. A pulsação é marcada pelo chocalho, que simboliza o pulsar da vida.
LEGENDA: Toré. Indígenas da etnia Pankararu, Festa do Menino do Rancho, Pernambuco, 2014. FIM DA LEGENDA.
Esse vídeo pode ser utilizado tanto como música de fundo para a prática quanto para que os estudantes conheçam a dança: http://fdnc.io/fd9. Acesso em: 24 abr. 2021.
Proponha alguns questionamentos aos estudantes:
Boxe complementar:
QUESTÕES GERADORAS
Qual é o sentido e o significado da toré para os indígenas?
Como vocês percebem os elementos ritmo, espaço e gestos nessa dança?
Se nós pudéssemos recriar a dança, mantendo a reverência à natureza, quais gestos e movimentos poderíamos incluir?
Fim do complemento.
Vivenciando a prática corporal
Materiais: equipamento de áudio, garrafa PET pequena e grãos de feijão.
Como vivência, proponha aos estudantes a recriação da toré. Desafie-os a manter o sentido e o significado da dança, e, ao ritmo dela, organizar outros deslocamentos e gestos que remetam ao respeito à natureza, ora realizando os movimentos no coletivo, ora individualmente ou aos pares.
Os estudantes podem simbolizar, por meio dos gestos, a chuva, a terra, o Sol, a Lua, as plantas, os animais, como um conjunto de elementos que compõem a harmonia do todo, a fim de que sejam sensibilizados pela cultura indígena de preservação da natureza.
Reserve um momento para a confecção dos próprios chocalhos para a prática da toré.
MP152
Você pode sugerir aos estudantes, inclusive, que pintem parte do corpo ou criem outros acessórios, conforme o desejo de experimentação deles.
Se o recurso fotográfico estiver disponível, capte imagens dessa experiência como registro.
Dialogando sobre a prática
Reúna os estudantes em roda e conversem sobre as situações de aprendizagem contidas nessa prática. Possibilite que narrem as próprias percepções a respeito da cultura indígena, observando quais aspectos trazem no relato sobre a vivência experimentada. Então, direcione alguns questionamentos, como: Quais foram os desafios encontrados ao recriar a dança? Quais estratégias e soluções foram utilizadas para superá-los? Como foi experimentar e valorizar os elementos culturais indígenas? Quais outros aspectos da cultura indígena vocês conhecem? Há traços culturais indígenas na cultura brasileira?
Registrando
Como registro, disponibilize cartolinas, canetinhas e fotografias da prática vivenciada. Proponha aos estudantes a construção de um painel coletivo no qual devem juntar as cartolinas, colar as fotografias e/ou criar desenhos, elaborar um título e escrever um relato pessoal sobre a experiência. O aspecto trazido pelo depoimento dos estudantes é livre. Eles podem escrever sobre a cultura indígena; as características dos elementos da dança; as aprendizagens pessoais; entre outros.
Avaliação
Para compor a avaliação dos estudantes, considere as suas anotações e o material de registro, observando a aplicação dos elementos constitutivos na recriação da toré; a valorização e o respeito ao multiculturalismo; a reflexão sobre os sentidos e os significados da dança; as estratégias de enfrentamento aos desafios advindos da prática.
Prática 4: JONGO
Conhecendo a prática corporal
Jongo é uma manifestação da cultura africana praticada pelos afrodescendentes, especialmente, na região Sudeste.
Não se sabe, ao certo, se ele teve origem no Brasil ou se era praticado na África e foi trazido para cá pelos negros escravizados.
A dança é praticada em roda, que tem ao centro dois participantes que executam movimentos de aproximação e separação, chamados umbigada, ao som de tambores, palmas e versos cantados.
LEGENDA: Jongo. Núcleo de Arte e Cultura de Campos - Cia. Gente de Teatro, Campos dos Goytacazes, RJ, 2019. FIM DA LEGENDA.
Mostre o vídeo disponível em: http://fdnc.io/fda (acesso em: 25 abr. 2021) para que os estudantes conheçam a dança.
Então, proponha alguns questionamentos:
Boxe complementar:
QUESTÕES GERADORAS
Quais gestos estão presentes na dança do jongo?
Os elementos do jongo têm alguma similaridade com alguma das danças vistas nesta unidade? Qual(is)?
Fim do complemento.
Vivenciando a prática corporal
Material: equipamento de áudio.
Ao som das canções afro-brasileiras para dançar jongo, possibilite aos estudantes que experimentem, naturalmente, o ritmo marcado pelas batidas de tambores. Depois, peça a eles que se organizem em duplas para experimentar a execução de alguns passos, buscando movimentos de aproximação e separação, e o levantamento ou afastamento dos braços, adequando as expressões corporais ao ritmo e aos deslocamentos no espaço.
Então, peça a eles que formem uma roda de jongo, acompanhando o ritmo com palmas e experimentando passos em dupla ao centro. Encoraje-os a ousar em seus movimentos, incluindo giros e formas variadas de se deslocar no centro da roda.
Dialogando sobre a prática
Ao final da experiência, reúna os estudantes e conversem sobre a experimentação do jongo.
Faça-os refletir que a dança foi uma forma de resistir ao sofrimento causado pela escravidão, recorrendo a manifestações que guardassem os traços culturais de origem africana.
MP153
Comente com os estudantes que, atualmente, os afrodescendentes continuam a cultivar não só a dança, mas os costumes, a religião e outras práticas relacionadas às suas raízes.
Registrando
Dada a semelhança entre as danças coco e jongo, não só pelo ritmo, mas pelos elementos culturais africanos, solicite aos estudantes que observem essas manifestações e apontem os aspectos semelhantes e diferentes.
Depois disso, peça a eles que experimentem dançar jongo com uma música de coco e observem se os gestos e os deslocamentos podem ser feitos sem necessidade de adaptação ao ritmo.
Como resultado dessa experimentação, solicite aos estudantes que escrevam um relatório sobre as próprias percepções e descobertas.
Em duplas, solicite que leiam o relatório do colega e percebam se as observações apontadas foram as mesmas. Possibilite aos estudantes, por meio dessa ação, que notem as afinidades de opinião e os pontos de discordância, conversando a respeito com o objetivo de exercitar as habilidades de argumentação e de aceitação de pontos de vista diferentes.
Avaliação
Além de considerar as aprendizagens específicas dessa prática para compor a avaliação, faça um balanço de todas as práticas realizadas nesta unidade e privilegie o progresso que os estudantes apresentaram quanto à valorização do multiculturalismo; às percepções em relação aos elementos constitutivos das danças; às estratégias criadas para superar os desafios encontrados.
Boxe complementar:
NÃO PARE POR AQUI
As práticas aqui apresentadas são algumas possibilidades para a experimentação das danças brasileiras e do mundo, e das danças de matriz indígena e africana, possibilitando: a compreensão dos elementos constitutivos das danças; a ampliação do acervo motor, cultural e cognitivo na busca de estratégias para superar os desafios das danças; e a valorização e o respeito às diferentes culturas.
No entanto, você pode realizar outras práticas, de acordo com a estrutura escolar, as características regionais e as necessidades dos estudantes, lembrando-se de, nas suas criações ou adaptações, referenciar-se na Base Nacional Comum Curricular – BNCC, e nas indicações de habilidades, competências e dimensões do conhecimento apontadas por ela.
Você pode encontrar outros materiais de apoio em:
ALMEIDA, Magdalena. Samba de coco em Pernambuco: os brincantes e alguns conceitos de cultura. Brasília, DF: Fundação Cultural Palmares, 2014.
BRASIL. SILVA, René Marc da Costa (org.). Cultura popular e educação. Salto para o futuro. Brasília, DF: Ministério da Educação/Cultura popular e educação/Organização Secretaria de Educação a Distância, 2008.
MARQUES, Isabel A. Dançando na escola. São Paulo: Cortez, 2012.
OLIVEIRA, Marilza. Danças indígenas e afrobrasileiras. Salvador: Universidade Federal da Bahia, 2018. Disponível em: http://fdnc.io/fcE. Acesso em: 5 abr. 2021.
Fim do complemento.
MP154
5º ANO
UNIDADE 15. LUTAS
LEGENDA: Huka-huka, Parque Indígena do Xingu, Mato Grosso, 2016. FIM DA LEGENDA.
Boxe complementar:
Habilidades e competências presentes nesta unidade
(EF35EF13) Experimentar, fruir e recriar diferentes lutas presentes no contexto comunitário e regional e lutas de matriz indígena e africana.
(EF35EF14) Planejar e utilizar estratégias básicas das lutas do contexto comunitário e regional e lutas de matriz indígena e africana experimentadas, respeitando o colega como oponente e as normas de segurança.
(EF35EF15) Identificar as características das lutas do contexto comunitário e regional e lutas de matriz indígena e africana, reconhecendo as diferenças entre lutas e brigas e entre lutas e as demais práticas corporais.
Competências Gerais: 1, 2, 3, 4, 8, 9 e 10
Competências de Linguagens: 1, 3 e 5
Competências de Educação Física: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 10
Fim do complemento.
Objetivos
- Diferenciar o lutar e o brigar em situações de lutas comunitárias e regionais.
- Perceber, ao vivenciar movimentos típicos de lutas como agarrar, puxar, derrubar, que é funda-mental respeitar o oponente e as regras de segurança estabelecidas, a fim de criar um ambiente coletivo seguro.
- Identificar os movimentos e as estratégias característicos das lutas no âmbito regional e comunitário, percebendo suas semelhanças e diferenças em relação às outras práticas corporais.
- Experimentar, fruir e valorizar as lutas de matriz indígena e africana, conhecendo e valorizando seu contexto histórico e cultural.
MP155
PROSEANDO SOBRE LUTAS
Ora para sobreviver ou conquistar um território, ora para participar de uma arte marcial com regras elaboradas, as lutas atravessam gerações e estão presentes em diversos contextos.
Antigamente, os seres humanos lutavam contra animais ou agrupamentos inimigos. Com o passar do tempo, esses combates recrudesceram com as guerras entre as civilizações. Aos poucos, esses gestos corporais de embate foram adquirindo características de disputas com caráter recreativo e competitivo.
Em uma análise contemporânea, as disputas presentes no cotidiano do universo infantil, tais como guerra de travesseiros, pequenas lutas corporais no chão ou a interpretação de personagens que salvarão o mundo vencendo o inimigo, têm uma intencionalidade relacionada ao prazer, ao lúdico e à autossatisfação. As crianças elaboram as regras de seus confrontos corporais com e sem objetos e as modificam de acordo com seus desejos e necessidades.
A proposta de contemplar as lutas no currículo de Educação Física fundamenta-se no resgate desse repertório de lutas no contexto regional e comunitário para ampliá-lo, por meio de um aprofundamento de olhares em relação a essas práticas corporais, apresentando outros contextos e objetivos sobre elas.
Os jogos de oposição com regras simplificadas são experiências interessantes para além da realização de gestos corporais típicos. Eles envolvem a possibilidade de o professor mediar a aprendizagem de habilidades presentes nessas dinâmicas, tais como: respeitar o adversário, elaborar estratégias eficientes para vencer a disputa, criar adaptações para as regras e interagir de maneira segura com o oponente.
Não é tarefa fácil elencar lutas de origens indígenas e africanas para experimentar nas aulas de Educação Física. São muitas as opções e as peculiaridades. Nessa unidade, pela sua representatividade e possibilidades ímpares de aprendizagens, as lutas huka-huka e a nguni , lutas indígena e africana, respectivamente, aparecem como exemplos. No entanto, outras tantas lutas podem ter maior significado, dependendo da singularidade de cada escola.
Essas lutas têm grande capacidade de envolver as crianças, propondo um mergulho nesse universo tão rico e cheio de valores extrínsecos e intrínsecos. No movimento de resgate das matrizes brasileiras, há um potencial para valorizar e respeitar as lutas por meio da experimentação de seus rituais e seus significados.
PRATICANDO LUTAS
Prática 1: JOGOS DE OPOSIÇÃO
Conhecendo a prática corporal
Os jogos de oposição englobam pequenos embates corporais em duplas, trios ou grupos que utilizam gestos de enfrentamento como puxar, agarrar, empurrar, imobilizar e equilibrar-se.
É notável a variedade de possibilidades de aprender ao percorrer alguns desses jogos: respeito às regras; testar potencialidades e limites do corpo; enfrentar o insucesso ao ser derrotado; saber vencer sem rebaixar o oponente; elaborar regras para simplificar ou dificultar essas disputas, recriando um ambiente seguro e justo, diferenciando o lutar e o brigar, dentre outras tantas que podem ser planejadas antes da prática pedagógica ou aparecerem ao longo do percurso.
Antes de experimentar corporalmente os gestos tipificados de lutas, reforce as diferenças entre o lutar e o brigar.
Pergunte-lhes:
Boxe complementar:
QUESTÕES GERADORAS
Vocês já participaram de alguma luta? Onde?
Como uma luta pode se tornar uma briga?
O que devemos fazer para evitar que uma luta se torne uma briga?
Fim do complemento.
Anote as histórias das crianças e auxilie-as nas reflexões acerca das diferenças entre lutar e brigar, assim como por que rapidamente uma luta pode virar uma briga, tornando-se violenta.
Parece algo muito óbvio, mas cabe ao professor desconstruir esse processo que parece natural para construir o real valor da coletividade relacionada à luta enquanto fenômeno humano, pois aí reside a diferença fundamental entre lutar e brigar. Outro aspecto é estimular os estudantes a não agirem de forma violenta deliberada para ferir o oponente. Nos golpes, é preciso direcionar as ações para objetivos comuns acordados, assim como em jogos de desequilíbrio, deve-se desequilibrar o adversário da maneira mais eficiente possível para que a queda não provoque mais do que um pequeno desconforto momentâneo.
Ressalte que a luta não acontece de forma isolada e individual, mas tem relações sociais presentes e fundamentais para estabelecer ações e estratégias durante a sua prática. Não é possível lutar sem um adversário. Por mais que seja um adversário na luta, é ele que possibilita tal experiência, e é nesse sentido que merece respeito, em uma dinâmica de cooperação mútua.
MP156
Estimule a fluência oral dos estudantes de forma coletiva, alternando turnos de fala, fazendo com que fiquem atentos aos relatos dos colegas e contribuam para as reflexões de maneira colaborativa.
O ambiente físico é um elemento fundamental para a prática das lutas de maneira geral e, para realizar a adaptação de maneira específica, em alguns momentos, é necessário forrar o chão com tatames ou colchões para amortecer possíveis quedas e prevenir acidentes.
Vivenciando a prática corporal
Luta dos pregadores
Materiais: pregadores.
O jogo ocorre em duplas dispostas frente a frente, cada oponente com o mesmo número de pregadores disponíveis. Pode-se estabelecer onde os pregadores estarão (na manga, na barra e/ou na gola da camiseta) ou deixar que elaborem estratégias de locais mais desafiadores para o oponente marcar um ponto. Ao sinal, ambos devem tentar tirar os pregadores do adversário e, ao mesmo tempo, impedir que os seus sejam extraídos. Vence quem conseguir retirar todos.
Elabore variações de acordo com o interesse do grupo e dos objetivos pretendidos.
LEGENDA: Jogo dos pregadores. FIM DA LEGENDA.
Quero ficar e quero sair
Materiais: giz, corda ou bambolê para marcar o círculo no chão.
Demarque uma área pequena, com aproximadamente um metro de diâmetro. Nesse jogo, os oponentes terão objetivos opostos.
- Quero ficar! Um praticante tem como meta ficar na roda, enquanto o outro empurra-o ou puxa-o para tirá-lo do espaço.
- Quero sair! Enquanto um participante tenta sair da roda, o outro agarra-o impedindo sua saída.
Coletivamente, construa as regras principais e faça as adaptações necessárias baseando-se no espaço físico e no envolvimento dos estudantes.
LEGENDA: Quero ficar. FIM DA LEGENDA.
LEGENDA: Quero sair. FIM DA LEGENDA.
Dialogando sobre a prática
Em uma roda de conversa, escute as impressões dos estudantes sobre a participação nessas práticas corporais.
Faça a mediação de discussões que abordem questões de gênero, respeito ao adversário e estratégias biomecânicas para vencer. Pergunte-lhes: Quais partes do corpo não podemos tocar quando empurramos/agarramos o oponente? Meninos e meninas podem participar juntos? Quais são as melhores estratégias para tirar os pregadores e não permitir que retirem os seus?
Encoraje os estudantes a se expressarem perante o grupo, proporcionando as mesmas oportunidades para todos.
Registrando
No caderno ou em uma folha à parte, peça aos estudantes que escrevam e ilustrem suas respostas a respeito das práticas das lutas.
MP157
Quadro: equivalente textual a seguir.
Nome: |
Classe: |
---|---|
Eu luto quando... |
Eu brigo quando... |
Eu já lutei... |
Quando vejo uma briga eu... |
Avaliação
O registro escolhido nessa prática pode ser utilizado como avaliação individual e coletiva. Novamente em roda, após observar cada registro, busque apresentar aos estudantes pontos comuns e divergentes em cada questão. Compartilhe dados relevantes que apareceram nesses indicadores.
Uma sugestão é considerar os âmbitos individual e grupal. Por exemplo, quantos estudantes relataram ter praticado lutas anteriormente ou presenciado uma situação de briga corporal? Quais as estratégias em comum utilizadas pelos estudantes ao presenciarem uma agressão física dentro e fora da escola? Que caminhos escolheram?
Prática 2: HUKA-HUKA
Conhecendo a prática corporal
Quais são as principais lutas de origem indígena no Brasil? É difícil responder a essa pergunta, porque há tanto as tribos contemporâneas, que têm sua cultura conhecida, quanto as tribos que foram extintas. Infelizmente, para compreender o modo de vida e os costumes gerais dessas tribos já desaparecidas, é preciso contar apenas com relatos dos antigos exploradores.
Com a imensidão do Brasil, nota-se um grande número de tribos indígenas com diferentes etnias. Enquanto na região do atual estado do Rio de Janeiro havia os Goytacazes, índios considerados bravos, corredores e nadadores extraordinários, caçadores potentes, mas dos quais não se sabe suas habilidades em relação a algum tipo de luta, na região dos povos indígenas do Xingu e Bakairi, ambos localizados no estado do Mato Grosso, existe a luta huka-huka, que tem sido cada vez mais conhecida e popularizada pela sua expressividade.
Essa luta tem um duplo caráter: ritualístico e disciplinar. Como luta ritual, a huka-huka é praticada durante o quarup/ kuaup, em homenagem aos mortos ilustres da tribo. Por outro lado, como luta disciplinar e competitiva, apresenta o simbolismo da necessidade de testar a força e a virilidade dos jovens.
Os lutadores do sexo masculino iniciam a luta ajoelhados, um de frente para o outro. Em seguida, giram de forma circular em sentido horário e emitem sons semelhantes ao do nome da luta huka-huka, “ú, ú”. O objetivo é levantar o oponente e levá-lo ao chão ou agarrar o seu joelho e puxá-lo. No caso das mulheres, elas não giram nem fazem sons antes da luta, já começam frente a frente, agarrando-se, utilizando os mesmos critérios dos homens para vencer.
Em um contexto mais amplo sobre lutas de origem indígena, pode-se citar:
• Idjassú, que se diferencia da huka-huka, principalmente, porque os lutadores iniciam a luta em pé, agarrando-se pela cintura, até que um consiga derrubar o outro.
• Derruba-toco, da etnia Pataxó, também chamada “luta de maracá” pelos Tupinambás, é usada como ritual de casamento cujo objetivo é derrubar um toco de madeira que está no chão utilizando o corpo do adversário.
• Luta marajoara, com raízes indígenas e africanas, praticada no Norte brasileiro, na qual os lutadores posicionam-se em pé, frente a frente, buscando desequilibrar o adversário e fazê-lo depositar as costas no chão.
De maneira geral, as lutas de origem indígena citadas têm características muito parecidas: o contato físico direto, a tentativa de desequilibrar e fazer o adversário tocar parte do corpo em um ponto específico, sem desferir golpes como socos, chutes, pontapés ou estrangulamentos.
O espaço físico em que acontecem as lutas de origem indígena são pisos de areia ou terra. Para a experimentação da huka-huka na escola, deve-se procurar por superfícies seguras que amorteçam a queda, como areia, tatame ou colchões, em um espaço livre de grades, pilares, cercas ou muretas.
É necessário considerar aqui a ação desafiadora de manter-se em pé e desequilibrar o adversário. Ao praticarem essa luta, os estudantes elaborarão estratégias alternando turnos de golpes ofensivos e defensivos para vencer. Com as mãos livres e uma boa base de apoio no chão, os lutadores provocarão o desequilíbrio do oponente, ocasionando a sua queda e a vitória. Capacidades motoras bem presentes e utilizadas nessa luta são agilidade, força, resistência, flexibilidade e coordenação.
Coloque os estudantes em roda e dispare algumas perguntas para aguçar a curiosidade sobre a huka-huka, assim como sobre os costumes indígenas.
Boxe complementar:
QUESTÕES GERADORAS
As mulheres das tribos participam dessa luta?
É possível praticar essa luta na aula de Educação Física?
Que adaptações de regras, lugares, vestuários e participantes teríamos de fazer para viabilizá-la?
Fim do complemento.
MP158
A huka-huka é uma prática corporal com bastante contato físico. Dessa maneira, é fundamental reforçar para os estudantes a necessidade de respeitar o adversário, para que a experiência seja segura e harmoniosa.
LEGENDA: Huka-huka. FIM DA LEGENDA.
Vivenciando a prática corporal
Material: equipamento audiovisual.
Por se tratar de uma luta com menor divulgação midiática e com singularidades, sugerimos a exibição de um vídeo para familiarização dos estudantes com a prática corporal, como este disponível em: http://fdnc.io/fdb. Acesso em: 6 jun. 2021.
Converse com os estudantes sobre questões referentes aos aspectos do modo de vida indígena: O que comem? Quais seus costumes, crenças e valores? Quais são suas visões do mundo? Qual é a sua relação com a terra? Onde moram? Quais são suas vestimentas? Discuta com os estudantes se eles percebem traços diferentes em relação ao próprio modo de vida ou da própria comunidade.
Um dado interessante é que os lutadores pintam o corpo para deixá-lo mais bonito. Eles também passam óleo de urucum com pequi, dentre outros, para o corpo ficar escorregadio e o adversário ter dificuldade de agarrar o oponente.
É possível que surjam comentários sobre estereótipos. Por isso, deixe claro para os estudantes que nessa prática corporal nem todos os gestos e rituais combinam com a realidade deles e que a ideia é experimentar a huka-huka guardadas suas adaptações. Todos os estudantes podem participar como lutadores, plateia ou donos da luta. No entanto, o professor deve fazer as mediações necessárias sugerindo também flexibilizações das regras combinadas pelo grupo.
Apresente as regras e os rituais oficiais dessa luta indígena e elabore coletivamente as adaptações necessárias para a prática. Auxilie-os a pensar sobre o espaço a ser utilizado, o piso disponível mais adequado, como será a divisão das duplas, quanto tempo será disponibilizado para cada combate, qual será o papel dos espectadores e do dono da luta.
Uma sugestão é iniciar com as regras do ikindene e depois avançar para uma aproximação da huka-huka.
- Ikindene: proposta similar à huka-huka, mas com a simplificação da regra da vitória, em que tocar na perna do adversário leva ao encerramento da luta. Essa luta indígena, presente entre os Kalapalos no Xingu, é uma boa maneira de começar a envolver os estudantes na experimentação, pois exige menor contato físico e não tem quedas. Na luta original, ao derrubar o oponente também se vence. Os homens lutam no ritual quarup e as mulheres, na festa jamugikumalu (espécie de ameaça aos homens que não cumprem seus deveres e traem suas mulheres).
-
Huka-huka: divida os estudantes em trios, sendo dois lutadores e um dono da luta. Nessa prática, a
plateia
forma uma roda em volta dos lutadores e do dono da luta para apreciá-la. Pode-se demarcar a roda com uma corda, com os tênis dos participantes fazendo uma linha, com um risco sobre a areia ou com o próprio tatame. São indicados dois a três metros de diâmetro e um minuto por luta para dar uma dinâmica para as práticas corporais. Nessa etapa, se houver consenso, ganha a luta quem derrubar o adversário, salvos os critérios de segurança e peculiaridades do grupo. Podem-se utilizar adereços indígenas, opcionais, para trazer os simbolismos da luta. Ritualmente, os meninos giram no sentido horário emitindo o som “ú,ú”, ajoelham-se e a luta começa, enquanto as meninas já começam em pé, frente a frente. Por ser uma tipificação dos gestos da luta huka-huka, meninos e meninas podem enfrentar-se, assim como escolher os rituais de preferência.
Dialogando sobre a prática
Nessa etapa da prática corporal, valorize as questões ritualísticas presentes na huka-huka, motivando os estudantes a refletir sobre os sentidos dessa luta representativa da cultura indígena. Auxilie-os a comparar os significados das lutas em outras culturas e a identificar semelhanças e diferenças entre elas.
Outro aspecto interessante é a estranheza ou a familiaridade sentidas pela comunidade escolar ao experimentar essa expressiva luta indígena. Houve algum desconforto? Como lidar com as lutas que diferem do regional e do cotidiano e valorizá-las?
Proponha, ainda, uma reflexão sobre a participação feminina na luta para identificar e dialogar sobre qualquer forma de preconceito em relação aos participantes das práticas corporais e a formação de estereótipos e padrões que causem discriminação.
MP159
Registrando
Na etapa de registro, sugerimos que os estudantes utilizem os recursos de linguagem oral e escrita. Solicite a eles que reconheçam na huka-huka as estratégias utilizadas para vencer o oponente e comparem-nas com as práticas corporais de outras lutas ou jogos de oposição.
Peça ainda que relatem as principais atitudes para preservar o sentido da luta, distanciando-a de qualquer similaridade com o que seria uma briga.
Avaliação
Faça uma roda e compartilhe os registros em forma de entrevistas. Cada criança pode questionar o colega e relatar as próprias observações. Valorize a participação, especialmente nos pontos desafiadores como organização, dedicação e vencer a timidez.
Retome o passo a passo dos estudantes nas etapas dessa prática corporal e como a construíram de maneira colaborativa. Nesse processo, sugira a autoavaliação para investigar a percepção individual das contribuições dos estudantes, utilizando, conforme a tabela a seguir, critérios de acordo com os níveis de aprendizagem.
Quadro: equivalente textual a seguir.
Insatisfatório |
O estudante deve atribuir esse conceito quando perceber que o processo não resultou em novos conhecimentos ou que eles foram insuficientes para fazer diferença em relação ao que já sabia. |
Satisfatório |
O estudante deve atribuir esse conceito quando perceber que tem algum conhecimento sobre o tema, compreendeu-o e experimentou-o parcialmente. |
Plenamente satisfatório |
O estudante deve atribuir esse conceito quando perceber que domina o assunto em diversos campos do conhecimento. |
Não se aplica . |
Quando um conhecimento não se aplica a algum dos objetivos, o estudante ou professor escreve no campo NSA (não se aplica). |
Disponibilize aos estudantes uma tabela para que possam pensar sobre todo o processo de aprendizagem.
Quadro: equivalente textual a seguir.
Nome: _____ |
Classe: _____ |
||
Prática: HUKA-HUKA |
Data: _____ |
||
Objetivos |
Níveis de aprendizagem |
||
Plenamente satisfatório |
Satisfatório |
Insatisfatório |
|
Compreender o contexto da luta huka-huka, valorizando-a. |
_____ |
_____ |
_____ |
Experimentar, fruir e valorizar os movimentos de ataque e de defesa em situações tipificadas da huka-huka. |
_____ |
_____ |
_____ |
Respeitar os adversários e os rituais, contribuindo para uma prática pedagógica segura e harmoniosa. |
_____ |
_____ |
_____ |
MP160
Prática 3: NGUNI OU INTONGA
Conhecendo a prática corporal
Boxe complementar:
QUESTÕES GERADORAS
Onde se localiza a África do Sul?
Quais lutas de origem africana vocês conhecem?
Vocês conhecem alguma luta com bastões?
Fim do complemento.
O nguni é uma luta de origem africana, vinda de povos localizados entre a Etiópia e a África do Sul, denominada nguni pelos sul-africanos, especialmente os zulus. É conhecida também como intonga por outros povos com línguas diferentes.
Praticada por Shaka Zulu e Nelson Mandela, trata-se de uma luta ancestral com bastões.
Shaka Zulu foi um monarca do Reino Zulu, um ícone na formação de jovens nessa luta com o intuito de prepará-los para as guerras.
Nelson Mandela, famoso pelo combate ao apartheid (racismo institucionalizado), aprendeu a luta com bastões em sua infância. Alguns afirmam que ele também se arriscou como treinador dessa modalidade quando jovem.
Na luta, os oponentes enfrentam-se com força e agilidade, segurando bastões de madeira em suas mãos. Um dos bastões é para atacar, buscando atingir diversas partes do corpo do adversário. O outro é voltado para a própria defesa.
Atualmente, é um esporte com regras e equipamentos mais elaborados. Utilizam-se capacete, bastões um pouco menores e menos rígidos, além de um escudo para proteção dos golpes do adversário. Durante o tempo da luta, o árbitro contabiliza os pontos de acordo com o número de partes do corpo do adversário que o lutador atinge. Alternam-se turnos de ataque e defesa, utilizando-se as mãos direita e esquerda, uma para cada função.
LEGENDA: Nguni ou intonga. FIM DA LEGENDA.
Vivenciando a prática corporal
Materiais: bastões de madeira e bexigas.
Os movimentos da nguni ou intonga utilizam os bastões de madeira. Portanto, é interessante explorar as possibilidades de gestos corporais na manipulação de tais objetos.
Entregue, inicialmente, um bastão por estudante e peça-lhes que criem movimentos possíveis. Para maior segurança, busque um espaço amplo no qual os estudantes consigam manter-se a certa distância, evitando acidentes.
Se possível, entregue dois bastões para cada um e solicite novas possibilidades de giros, torções, pequenos arremessos e equilíbrios com eles.
Em um segundo momento, outras propostas podem compor essa experimentação:
- Elaborar sequências de movimentos individuais e coletivos.
- Equilibrar o bastão na palma da mão.
- Deixar o bastão no chão, girar 360º e pegá-lo de volta, sem deixá-lo cair no chão.
- Em duplas ou trios, colocar o bastão sobre um dos pés, e, em apoio unipodal, equilibrar o bastão deslocando-se pelo espaço determinado.
Proponha, então, algumas disputas que se aproximem da luta nguni , tipificando sua experimentação:
- Gangorra: sentados frente a frente, pés unidos e joelhos esticados ou semiflexionados, os dois adversários seguram um único bastão. Peça-lhes que tentem tirar o oponente da posição em que está.
- Estoure as bolas: em duplas, um participante solta bolas de bexiga enquanto o adversário tenta estourá-las ou rebatê-las o mais rápido possível. Solicite que troquem de funções na luta.
MP161
Dialogando sobre a prática
Ao final das experiências, reflita em roda com os estudantes e elabore algumas questões, como: O que vocês aprenderam sobre essa luta africana? Vocês já tinham manuseado um bastão de madeira? Vocês conhecem outra prática corporal que utilize bastões (maculelê, dança africana, por exemplo)?
Reforce ainda a importância de conhecer e valorizar as lutas de diversas culturas e de observar as semelhanças e as diferenças entre elas.
Registrando
Os registros são essenciais para a aprendizagem, como forma de consolidação das práticas e materialização das percepções envolvidas.
A ideia é utilizar uma série de produções sobre essa prática e fazer uma exposição na comunidade escolar, como:
- Escultura com argila ou massa de modelar.
- Desenhos e pinturas com tintas.
- Reprodução de adereços como bastões, escudos ou colares.
- Pequenos textos explicativos sobre a luta africana.
- Fotografias com legendas.
- Relatos sobre as sensações de participar da luta.
- Relatos sobre as semelhanças entre essa prática corporal e outras, identificando pontos em comum, como acessórios, movimentos, habilidades, capacidades, sentidos, significados etc.
Avaliação
Sugerimos que faça uma avaliação intrínseca da prática em duas etapas:
- Autoavaliação: pequeno relato em caderno, ou oralmente, em roda, sobre as próprias sensações ao participar da experiência, as contribuições positivas e quais foram os desafios durante a prática ou descrever algo que poderia ter sido feito de forma diferente.
- Observação processual individual e coletiva: anotações do professor durante a prática.
Boxe complementar:
NÃO PARE POR AQUI
As práticas trazidas nesta unidade são sugestões para a vivência de jogos regionais e comunitários e lutas de matrizes indígena e africana. No entanto, podem ser utilizadas outras práticas, aprofundando ideias, conceitos e alternativas.
Estes são outros materiais que podem ser utilizados para a construção dessa unidade:
Costumes e vida indígena brasileira no Xingu. Disponível em: http://fdnc.io/fdc. Acesso em: 6 jun. 2021.
Informações sobre a luta indígena huka-huka. Disponível em: http://fdnc.io/fdd. Acesso em: 6 jun. 2021.
Lutas do Brasil: quem luta não briga! Relatos e pequenos vídeos sobre as lutas indígenas e africanas no Brasil. Disponível em: http://fdnc.io/fde. Acesso em: 6 jun. 2021.
GARCIA, Leandro Fernandes. As lutas como conteúdo escolar: o desafio é ensinar! Universidade Estadual Paulista (Unesp). Faculdade de Ciências, Programa de Pós-Graduação em Docência para a Educação Básica. Disponível em: http://fdnc.io/fdf. Acesso em: 6 jun. 2021.
OLIVIER, Jean-Claude. Das brigas aos jogos com regras. Porto Alegre: Artmed, 2000.
RUFINO, Luiz Gustavo Bonatto; DARIDO, Suraya Cristina. O ensino das lutas na escola: possibilidades para a educação física. Porto Alegre: Penso, 2015.
SANTOS, Sergio Luiz Carlos dos. Jogos de oposição – ensino de lutas na escola. São Paulo: Phorte, 2012.
Fim do complemento.
MP162
ARTICULANDO LINGUAGENS
AS MATRIZES HISTÓRICAS E CULTURAIS BRASILEIRAS
LEGENDA: Crianças de diversas etnias se divertindo. Fotografia de 2018. FIM DA LEGENDA.
Boxe complementar:
Competências Gerais
(1) Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
(3) Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.
(4) Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.
Fim do complemento.
Boxe complementar:
Competências de Linguagens
(1) Compreender as linguagens como construção humana, histórica, social e cultural, de natureza dinâmica, reconhecendo-as e valorizando-as como formas de significação da realidade e expressão de subjetividades e identidades sociais e culturais.
(2) Conhecer e explorar diversas práticas de linguagem (artísticas, corporais e linguísticas) em diferentes campos da atividade humana para continuar aprendendo, ampliar suas possibilidades de participação na vida social e colaborar para a construção de uma sociedade mais justa, democrática e inclusiva.
(3) Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao diálogo, à resolução de conflitos e à cooperação.
(5) Desenvolver o senso estético para reconhecer, fruir e respeitar as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, inclusive aquelas pertencentes ao patrimônio cultural da humanidade, bem como participar de práticas diversificadas, individuais e coletivas, da produção artístico-cultural, com respeito à diversidade de saberes, identidades e culturas.
Fim do complemento.
Povos indígenas, africanos, europeus, asiáticos, entre outros. Quando falamos sobre mistura de etnias, podemos dizer que o Brasil é um país multicultural. O legado dessa construção cultural é visto em nossa língua, comida, roupas, tradições religiosas e folclóricas. Apesar de uma suposta unidade étnico-cultural, é importante perceber que há uma distância social que permeia nosso cotidiano, chegando inclusive à escola.
Apesar desse fato incontestável de que somos, em virtude de nossa formação histórico-social, uma nação multirracial e pluriétnica, de notável diversidade cultural, a escola brasileira ainda não aprendeu a conviver com essa realidade e, por conseguinte, não sabe trabalhar com as crianças e jovens dos estratos sociais mais pobres, constituídos, na sua grande maioria, de negros e mestiços (FERNANDES, 2005, p. 379 ) 1 .
Importante notar que a resistência dos livros didáticos em propor aprendizagens sobre a multiculturalidade brasileira confronta inclusive os parâmetros normativos da educação.
Nota de rodapé: 1. FERNANDES, José Ricardo Oriá. Ensino de história e diversidade cultural: desafios e possibilidades. Cad. Cedes, v. 25, n. 67, p. 378- 388. Campinas: Unicamp, 2005. Disponível em: http://fdnc.io/fdg. Acesso em: 23 jun. 2021. Fim da nota.
MP163
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), ratificando posição da Constituição Federal de 1988, determina que
o ensino da História do Brasil levará em conta as contribuições das diferentes etnias para a formação do povo brasileiro, especialmente das matrizes indígena, africana e europeia (BRASIL, 1996, art. 26, § 4º) 2 .
Para que a multiculturalidade fosse valorizada em nossa educação, foi necessária a criação de leis que obrigam os currículos a ensinarem sobre História e Cultura Afro-Brasileira e Africana e Indígena (Lei nº 10.693/2003 e Lei nº 11.645/2008).
A partir da promulgação dessas leis, portanto, os currículos passaram a ser obrigados a incluir aprendizagens que valorizem a história dessas culturas.
Um dos princípios da Base Nacional Comum Curricular – BNCC – é o de estabelecer aprendizagens essenciais a todos os estudantes, ou seja, um “patamar comum de aprendizagens a todos os estudantes” (BRASIL, 2018, p. 8) 3 .
Por sabermos que a BNCC não é um currículo, e este deve ser construído pelas escolas, municípios, estados, respeitando as suas características, e, valorizando os saberes culturais aos quais pertencem, é importante que os professores proponham aprendizagens que valorizem as diversidades. O documento também orienta a elaboração do currículo neste sentido:
[...] os sistemas e redes de ensino e as instituições escolares devem se planejar com um claro foco na equidade, que pressupõe reconhecer que as necessidades dos estudantes são diferentes.
De forma particular, um planejamento com foco na equidade também exige um claro compromisso de reverter a situação de exclusão histórica que marginaliza grupos – como os povos indígenas originários e as populações das comunidades remanescentes de quilombos e demais afrodescendentes [...] (BRASIL, 2018, p. 15).
As habilidades propostas para a Educação Física nos anos fundamentais propõem inúmeras aprendizagens que valorizam as matrizes indígenas, africanas e as origens das práticas corporais que devem ter o seu contexto histórico e de práticas respeitado e valorizado. Em uma perspectiva da área das Linguagens, essas habilidades constituem um riquíssimo meio de interação com os outros componentes curriculares, pois as práticas corporais são práticas culturais advindas das etnias que constituíram o Brasil e que estão presentes em nosso cotidiano.
Ao tematizar as matrizes históricas e culturais brasileiras e as suas influências, esperamos contribuir com a formação de estudantes mais críticos e conscientes quanto à importância da diversidade na construção de uma sociedade mais justa e ética, posicionando-se contrária a toda forma de preconceito. Apresentamos a seguir algumas possibilidades de articulação entre as áreas.
EDUCAÇÃO FÍSICA
(EF35EF03) Descrever, por meio de múltiplas linguagens (corporal, oral, escrita, audiovisual), as brincadeiras e os jogos populares do Brasil e de matriz indígena e africana, explicando suas características e a importância desse patrimônio histórico cultural na preservação das diferentes culturas.
(EF35EF06) Diferenciar os conceitos de jogo e esporte, identificando as características que os constituem na contemporaneidade e suas manifestações (profissional e comunitária/lazer).
(EF35EF07) Experimentar e fruir, de forma coletiva, combinações de diferentes elementos da ginástica geral (equilíbrios, saltos, giros, rotações, acrobacias, com e sem materiais), propondo coreografias com diferentes temas do cotidiano.
(EF35EF09) Experimentar, recriar e fruir danças populares do Brasil e do mundo e danças de matriz indígena e africana, valorizando e respeitando os diferentes sentidos e significados dessas danças em suas culturas de origem.
(EF35EF15) Identificar as características das lutas do contexto comunitário e regional e lutas de matriz indígena e africana, reconhecendo as diferenças entre lutas e brigas e entre lutas e as demais práticas corporais.
Em Educação Física, são exemplos de aplicação do tema transversal:
Brincadeiras e jogos: nesta unidade, poderão ser mobilizados os conhecimentos dos estudantes e de seus familiares relacionados à herança cultural, resgatando as brincadeiras e os jogos populares do Brasil e de matrizes indígena e africana para se propor uma vivência a todos da comunidade escolar em evento previsto no calendário escolar, como o “dia das crianças”.
Esportes: sugerimos, nesta unidade, a realização de um evento esportivo com características locais, envolvendo a comunidade escolar, nos moldes dos jogos dos povos indígenas.
Ginásticas: propomos que os estudantes sejam incentivados à prática e à experimentação dos elementos da ginástica geral com seus familiares, com o intuito de participarem juntos de uma apresentação coreográfica que retrate a cultura brasileira em evento previsto em calendário escolar, como a comemoração do “dia da família”.
Danças: nesta unidade, poderão ser mobilizados os conhecimentos dos familiares sobre as danças populares do Brasil e do mundo e danças de matrizes indígena e africana, com o objetivo de realizar uma apresentação que retrate a diversidade cultural em evento previsto no calendário escolar, como um “festival de danças”.
Nota de rodapé: 2. BRASIL. Ministério da Educação. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília, DF: MEC, 1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm . Acesso em: 23 jun. 2021. Fim da nota.
Nota de rodapé: 3. BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, DF: MEC, 2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf . Acesso em: 24 jun. 2021. Fim da nota.
MP164
Lutas: assim como na unidade anterior, poderão novamente ser mobilizados os conhecimentos de familiares relacionados às lutas do contexto comunitário e regional e às de matrizes indígena e africana para a organização de um workshop , realizado em evento do calendário escolar para viabilizar o diálogo sobre violência, agressividade e cultura.
ARTE
(EF15AR03) Reconhecer e analisar a influência de distintas matrizes estéticas e culturais das artes visuais nas manifestações artísticas das culturas locais, regionais e nacionais.
(EF15AR04) Experimentar diferentes formas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia etc.), fazendo uso sustentável de materiais, instrumentos, recursos e técnicas convencionais e não convencionais.
(EF15AR05) Experimentar a criação em artes visuais de modo individual, coletivo e colaborativo, explorando diferentes espaços da escola e da comunidade.
(EF15AR13) Identificar e apreciar criticamente diversas formas e gêneros de expressão musical, reconhecendo e analisando os usos e as funções da música em diversos contextos de circulação, em especial, aqueles da vida cotidiana.
O Brasil é um país culturalmente muito diverso, desde as civilizações que já viviam aqui aos europeus, africanos e asiáticos que vieram ao longo dos séculos, e os sincretismos criados por suas interações. De acordo com Ribeiro (2015) 5 , graças a esse fluxo migratório no país, temos os chamados diversos Brasis dentro do Brasil. Junto com a diversidade cultural, temos também a diversidade artística, tanto visual quanto na música e no teatro.
São exemplos de articulação entre Educação Física e Arte para se trabalhar o tema transversal:
Brincadeiras e jogos: nesta unidade, o professor pode propor uma reflexão aos estudantes sobre as origens dos jogos e das brincadeiras abordados. No caso da “peteca”, o professor pode, além contextualizar sobre as origens indígenas, junto com os estudantes, encontrar alternativas para a manufatura dela em aula. Da mesma forma pode ser feito com o “cabo de guerra”, manufaturado em conjunto com os estudantes, trançando panos velhos.
Ginásticas: pode-se propor uma reflexão de como os elementos das danças de diversas culturas podem ser agregados aos elementos artísticos das ginásticas, assim como os elementos comumente usados por ginastas de diversos países, propondo a percepção de padrões em suas construções.
Danças: a “dança do coco” é praticada de diferentes formas e variações rítmicas. Diversos são também seus passos e formações coreográficas, refletindo a grande diversidade de apresentação da dança de acordo com as localidades onde se originaram, como coco de roda, samba de coco, coco de zambê, coco de pareia, coco furado, coco de embolada.
Para ampliar os conhecimentos sobre o coco, podem ser pesquisadas as práticas de diferentes grupos, os instrumentos musicais e os desenhos rítmicos utilizados por eles, assim como as canções. Espera-se que a pesquisa aponte grupos de coco que se apresentam apenas com o canto, sem instrumentos; com instrumentos de percussão; com a inclusão de instrumentos melódicos; apenas com acompanhamento instrumental; utilizando sapatos de madeira como instrumento.
LÍNGUA PORTUGUESA
(EF15LP05) Planejar, com a ajuda do professor, o texto que será produzido, considerando a situação comunicativa, os interlocutores (quem escreve/para quem escreve); a finalidade ou o propósito (escrever para quê); a circulação (onde o texto vai circular); o suporte (qual é o portador do texto); a linguagem, organização e forma do texto e seu tema, pesquisando em meios impressos ou digitais, sempre que for preciso, informações necessárias à produção do texto, organizando em tópicos os dados e as fontes pesquisadas.
(EF15LP09) Expressar-se em situações de intercâmbio oral com clareza, preocupando-se em ser compreendido pelo interlocutor e usando a palavra com tom de voz audível, boa articulação e ritmo adequado.
(EF05LP17) Produzir roteiro para edição de uma reportagem digital sobre temas de interesse da turma, a partir de buscas de informações, imagens, áudios e vídeos na internet, de acordo com as convenções do gênero e considerando a situação comunicativa e o tema/assunto do texto.
Reconhecer que o Brasil é um país multicultural implica constatar a diversidade de suas raízes culturais, que estão presentes, portanto, em uma sala de aula. São essas matrizes culturais que se manifestam cotidianamente na língua portuguesa e em todas as suas expressões nos diferentes campos: artístico-literário, da vida pública e da vida cotidiana.
São exemplos de articulação entre Educação Física e Língua Portuguesa para se trabalhar o tema transversal:
Danças: ao vivenciar as danças de diferentes matrizes, pesquisar sobre elas e compará-las como uma possibilidade de reflexão sobre todo esse aprendizado e de sua divulgação em um evento escolar por meio da elaboração de um jornal multicultural, em que o coco, o dragão, a toré e o jongo seriam conteúdos de uma reportagem digital, apresentada por meio de um roteiro previamente planejado: origem, características, movimentos, ritmos, objetivos, percepções, emoções envolvidas, possíveis entrevistas com familiares e com outras pessoas da comunidade escolar que conhecem essas manifestações culturais enriqueceriam a matéria jornalística, assim como imagens gravadas das atuações dos estudantes nas danças.
Nota de rodapé: 5. RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro. A formação e o sentido do Brasil. 3ª ed. São Paulo: Global, 2015. Fim da nota.