Projeto 2. O que será que vai acontecer se a água potável acabar?

Projeto 2 — O que será que vai acontecer se a água potável acabar?

Introdução

O projeto integrador é uma das formas de desenvolver competências e habilidades específicas nos estudantes e, ao mesmo tempo, garantir que a curiosidade e a ludicidade infantis sejam incentivadas. Por esse motivo, é composto por atividades significativas e conectadas à realidade, tornando o mundo um laboratório aberto para pesquisa e resolução de problemas. Alguns desses problemas parecem distantes ou impossíveis de serem resolvidos. Entretanto, uma das formas de driblar a realidade e prospectar mudanças em longo prazo é propor que eles imaginem como o futuro pode ser.

Neste projeto, a pergunta O que será que vai acontecer se a água potável acabar? convida os estudantes ao jogo de “E se...?”, que permite que eles entrem em contato com uma crise futura e complexa a partir de uma situação-problema apresentada pela pergunta investigativa disparadora. Eles são convidados, portanto, a pensar em soluções e maneiras de como mudar o futuro.

O objetivo é que eles possam pesquisar, refletir e participar, de forma lúdica, compreendendo-se de forma mais concreta enquanto agentes potentes e ativos das transformações sociais e ambientais.

Durante as etapas do projeto, os estudantes vão aprender os cuidados necessários de utilização dos recursos naturais, como a água potável; compreender assuntos e temas tratados em textos de diferentes gêneros, tanto do campo da divulgação científica como jornalística-midiática e elaborar textos que podem ser instrucionais e/ou explicativos.

Abertura

Compartilhe com os estudantes a proposta do projeto. Leia com eles a pergunta investigativa. Compartilhe tudo o que será feito e convide-os a fazer novos questionamentos a partir da pergunta investigativa, incentivando a curiosidade e convidando-os a se sentirem parte da situação-problema. Para iniciar essa conversa, reúna-os em uma roda de conversa coletiva e comece perguntando-lhes a respeito do que entendem por “água potável”. Faça perguntas como:

• O que é água potável?
• Como ela é?
• Onde podemos encontrá-la?
• Em quais situações consumimos água potável?

Em seguida, questione-os sobre a pergunta investigativa e norteadora do projeto. Amplie a discussão com outras perguntas, como:

• O que aconteceria se a água potável acabasse?
• Como a escassez de água potável afetaria a vida das pessoas?
• O que você faria para sobreviver a esta crise? Como ajudaria os outros?
• Como garantir a sobrevivência das gerações futuras diante da escassez da água doce?

  Essas perguntas são tão desafiadoras quanto a pergunta do projeto e têm como objetivo engajar os estudantes, apresentando um grande desafio e prendendo-os a uma questão real. Explique aos estudantes que, para solucionar este grande problema, eles devem atuar de forma colaborativa e pensar em longo prazo, imaginando e buscando um futuro coletivo. Para valorizar a troca, anote algumas das hipóteses a serem discutidas ao longo do projeto.

  Orientações

1. Os estudantes devem perceber a poluição do lugar ao observar a fotografia.

2. Espera-se que os estudantes percebam que o rio está poluído com detritos, lixo orgânico e possivelmente com o esgoto das casas construídas às suas margens.

3. Pode-se dizer que o local sofre com a poluição devido à imagem do que parecem ser sacolas e restos de embalagens e possivelmente lixo orgânico na água.

   Peça aos estudantes que observem individualmente a imagem por um tempo. Depois, convide-os a compartilhar suas impressões e percepções a respeito dela. Faça a leitura da imagem coletivamente. Chame a atenção deles para os elementos que compõem a fotografia. Verifique se eles conseguem identificar os elementos naturais da paisagem, como terra, água etc., e os elementos não naturais, como pedaços de telhas, plásticos etc. Discuta com eles a presença desses elementos não naturais na paisagem, certificando-se de que eles os reconhecem como lixo ou poluição. Depois, explore com eles as dificuldades vividas pelas pessoas que tentam transitar pelo local. Pergunte:

   • De onde vem essa água?
   • E os objetos que estão nela?
   • É recomendado beber a água dessa garrafa? Por quê? Além de dificultar o trânsito das pessoas, que outros problemas podem ser associados à água que invade a rua?

     Deixe que levantem hipóteses livremente. Por fim, comente que a água pode estar contaminada e pode ser responsável por transmitir doenças. A partir dessa análise, é importante informar os estudantes que muitas pessoas correm riscos por precisarem viver em locais insalubres ou por não terem acesso à água potável.

Objetivos da missão

Tendo em vista a atual situação socioambiental, o projeto integrador incentiva a busca por soluções, prospectando mudanças em longo prazo, além de garantir uma formação de base que deve contribuir com o desenvolvimento de uma real percepção do indivíduo em sua capacidade de transformar o ambiente.

O objetivo é levar os estudantes ao entendimento de que devem atuar de forma responsável e ativa, pois há condições indispensáveis para a sobrevivência humana que não estão garantidas às futuras gerações e a todas as formas de vida do planeta, com destaque especial aos mananciais de água doce. A utilização racional dos recursos naturais, a preservação, a conservação ou a recuperação do meio ambiente são, portanto, um direito e um dever.

O projeto O que será que vai acontecer se a água potável acabar? busca formar novos hábitos, questionar valores e inserir os estudantes em um processo autônomo de busca por soluções a partir de questões do cotidiano, para que a investigação seja mais concreta. O objetivo é torná-los corresponsáveis, mas também agentes de mudanças socioambientais.

Justificativa

Diante da crise hídrica e outras complexas questões ambientais, é necessário que a escola apresente propostas pedagógicas que contemplem a Educação Ambiental, que deve ser reconhecida como prática integrada aos conteúdos de diferentes componentes curriculares.

Materiais necessários

Oriente os estudantes a selecionar os materiais que eles vão precisar para cumprir essa missão! Cada um deve escolher o que quer levar para esta aventura.

Um item importante é o diário de bordo. Explique aos estudantes que este item é fundamental para a missão, pois é nele que devem fazer anotações, inserir informações que julgam importantes e realizar análises das atividades e das etapas do projeto. Ter um diário de bordo contribui para identificar as aprendizagens de conteúdos e procedimentos de organização de textos, desenhos, relatórios e outros materiais produzidos. Deste modo, é possível acompanhar os percursos individuais e coletivos.

Crie seu próprio diário de bordo para documentar as aprendizagens dos estudantes e avaliar suas participações nas diferentes etapas do projeto. Este é um importante instrumento de registro qualitativo, que garante o acompanhamento e a avaliação das aprendizagens dos estudantes ao longo do projeto, compartilhando as anotações e reflexões com a equipe pedagógica.

A água tem sido um assunto muito discutido dentro e fora da escola por causa dos problemas de poluição, de acesso e, também, de escassez. Muitas comunidades demonstram ter cuidados essenciais com esse recurso natural, enquanto outra parte da sociedade parece consumi-la sem pensar no futuro. Por esse motivo, os conhecimentos dos estudantes a respeito da água potável e dos impactos de sua escassez devem ser aprofundados com base em uma proposta investigativa que contenha atividades significativas e cotidianas que promovam reflexão, construção de novos conhecimentos, desenvolvimento de atitudes e valores, cuidado com a comunidade e conscientização socioambiental.

Cronograma da missão

Convide os estudantes para conhecer a proposta do projeto, tornando-o um percurso seguro. Antes de apresentar as etapas para os estudantes, leia todas as atividades propostas, identificando em quais será necessário ajudá-los e em quais eles poderão ter maior autonomia. Depois de se apropriar de cada uma das etapas, compartilhe, de modo geral, a proposta de cada uma delas.

É importante definir com os estudantes o tempo destinado a cada etapa, para que eles possam atuar como participantes ativos do projeto.

Ao final, avalie a organização do tempo em relação às etapas, identificando se deveria ter sido atribuído um tempo maior ou menor para alguma delas.

Competências gerais, competências específicas e habilidades

Este projeto permitirá aos estudantes mobilizar as competências, habilidades e componentes essenciais da PNA listados a seguir. A descrição encontra-se na página 90 do Livro do Estudante.

Boxe complementar:

Competências gerais

2, 7, 10

Competências específicas de Linguagens

2, 4

Competências específicas de Ciências Humanas

3, 6

Habilidades de Língua Portuguesa

(EF15LP01), (EF15LP02), (EF15LP03), (EF15LP05), (EF15LP06), (EF15LP07), (EF35LP01), (EF35LP03), (EF35LP04), (EF35LP17), (EF04LP19), (EF04LP21).

Habilidade de Arte

(EF15AR05).

Habilidades de Geografia

(EF03GE09), (EF03GE10), (EF05GE10).

Fim do complemento.

Política Nacional de Alfabetização (PNA)

Fluência em leitura oral; desenvolvimento de vocabulário; compreensão de textos; produção de escrita.

Etapa 1 – Ponto de partida

Para iniciar a primeira etapa do projeto, convide os estudantes para uma roda de conversa. Ressalte que, antes de começar a leitura dos textos, este é o momento para troca de conhecimentos sobre o tema.

Explore os conhecimentos que eles têm sobre água salgada e água doce. As respostas a esses questionamentos iniciais permitem uma avaliação a respeito dos conhecimentos prévios dos estudantes e ajudam a direcionar as atividades. Peça a eles que indiquem onde podemos encontrá-las, como mar, rio etc. Monte uma tabela na lousa dividida em “onde podemos encontrar água salgada” e “onde podemos encontrar água doce”. Verifique se eles acham que podemos beber uma ou outra e em quais condições.

Em seguida, oriente a leitura do livro didático. Leia em voz alta para os estudantes o trecho introdutório e explicativo sobre a água, pedindo que eles acompanhem a leitura. Trabalhe com eles a escolha da palavra “doce” para designar a água que não é salgada. Espera-se que percebam que ela provavelmente foi escolhida por ser oposta ao adjetivo “salgado”. Ao final, retome o trecho lido para resgatar as informações que eles apresentaram, validando ou rediscutindo os conhecimentos previamente apresentados.

Explore com os estudantes o mapa. Verifique seus conhecimentos sobre a localização dos estados brasileiros. Caso não os conheçam, introduza a proposta de trabalhar a localização geográfica dos estados no mapa, relacionando as diferentes características naturais do mapa físico: hidrografia, relevo, clima e vegetação. Apresente um mapa com cada uma das características e, em seguida, foque na relação entre o mapa físico com a separação por regiões e o mapa hidrográfico. Ajude-os na leitura de modo que possam verificar em qual região hidrográfica o estado onde vivem está localizado.

Chame a atenção, no mapa, para os rios do local onde eles vivem. Se houver algum rio próximo da escola, é interessante planejar uma saída pedagógica para identificação e análise das suas condições. Organize-a junto à equipe pedagógica e à gestão escolar. A experiência de realizar um estudo de meio faz parte do trabalho com o projeto. Para que os estudantes possam responder se os rios estão limpos ou sujos, eles precisam de evidências. Caso não seja possível realizar um estudo de meio, peça a eles que busquem evidências em fotos, relatos e notícias. Eles devem trazê-las para a sala de aula, compartilhar com a turma e, ao final, chegar a uma conclusão baseada em fatos.

Água é vida!

Antes de orientar os estudantes sobre os procedimentos da leitura do texto “Água é vida!”, verifique quais são as expectativas deles em relação a esse texto. Pergunte se eles acham que água é vida. Em seguida, proponha que sejam realizadas duas leituras: uma do texto completo, a ser realizada por eles individualmente e em silêncio, e outra em voz alta, de forma compartilhada.

Para a segunda leitura, oriente que cada parágrafo seja lido por um estudante e em voz alta. É importante chamar todos os tipos de leitores, do mais iniciante ao mais fluente, dando a cada um tempo para a realização da leitura para, assim, não gerar ansiedade e respeitar os ritmos de leitura. Convide os demais a prestar atenção e colaborar com o colega.

Após a leitura de cada parágrafo, identifique com eles as informações mais importantes do trecho, pedindo a eles que destaquem com um lápis ou marcador de texto colorido. Ao final da leitura, retome as expectativas dos estudantes sobre o texto, pedindo que eles mesmos façam a verificação.

Chame a atenção dos estudantes para o fato de um texto de divulgação científica ser uma fonte confiável de informações importantes. Com a ajuda deles, resuma na lousa os dados a respeito dos elementos que constituem o artigo de divulgação científica, como, por exemplo, seu conteúdo, como as informações são apresentadas, a presença de fontes e referências e o uso de linguagem objetiva e formal.

Ressalte que o artigo de divulgação científica é um texto expositivo-argumentativo, ou seja, ele apresenta dados de pesquisa que são fundamentados teoricamente e/ou que acompanham informações das investigações sobre o tema. Mesmo que os estudantes sejam leitores fluentes, é importante orientá-los na localização dessas características.

Orientações

1. Comente com os estudantes que o texto pode ser considerado de divulgação científica.

2. Os estudantes podem chegar a duas respostas diferentes. Uma possibilidade é que o texto foi escrito para qualquer pessoa interessada em Ciência e que queira saber mais informações sobre a água do planeta. A segunda possibilidade, que pode ser guiada por você, é observar o título do jornal em que foi publicado: Ciência Hoje das Crianças, em 2010. A partir disso, podem inferir que o texto foi escrito para crianças interessadas em Ciência.

3. O texto afirma, conforme evidências científicas, que o aparecimento de vida na Terra ocorreu por meio da formação dos lagos e oceanos. Como a água em estado líquido é recurso primeiro para a existência da vida na Terra, os seres humanos, por meio dos cientistas, buscam esse mesmo recurso em outros planetas, pois partem do princípio de que seres dos outros planetas também precisariam de água para viver.

4. Apenas 0,003% da água da Terra é potável e, portanto, indicada para o consumo humano.

5. a) O texto afirma que 7 copos correspondem à água no estado líquido; o restante é água em forma de gelo: 25 − 7=18.
   2. Como o texto afirma, 7 copos correspondem à água no estado líquido.
   3. De acordo com o texto, a água potável corresponde a somente um gole de um dos 7 copos de água no estado líquido.

6. Como a água potável representa apenas 0,003% da água do planeta, espera-se que os estudantes percebam que a água potável é um recurso com pouca disponibilidade no planeta, portanto, deve ser usado de modo consciente.

8. Exemplo de cálculo:

   Domingo: 5 copos

   Segunda-feira: 6 copos

   Terça-feira: 5 copos

   Quarta-feira: 4 copos

   Quinta-feira: 7 copos

   Sexta-feira: 6 copos

   Sábado: 4 copos

   Copos consumidos durante a semana:

   5 + 6 + 5 + 4 + 7 + 6 + 4 = 37

   Considerando que cada copo tem 250 mL, é preciso multiplicar 250 por 37: 250 X 37 = 9250 mL.

   Fazendo a conversão de mililitro para litro:

   250 mL = 9,25L

9. Exemplo de cálculo:

   Domingo: 10 minutos

   Segunda-feira: 7 minutos

   Terça-feira: 15 minutos

   Quarta-feira: 8 minutos

   Quinta-feira: 10 minutos

   Sexta-feira: 12 minutos

   Sábado: 9 minutos

   Minutos de banho na semana:

   10 + 7 + 15 + 8 + 10 + 12 + 9 = 71

   Considerando que cada minuto gasta 3 L de água, é preciso multiplicar 71 por 3: 71 X 3 = 213 L.

10. a) É preciso multiplicar a resposta da atividade 2 por 4. Por exemplo: 9,25 X 4 = 37 L.
    2. É preciso multiplicar a resposta da atividade 3 por 4. Por exemplo: 213 X 4 = 852 L.
    3. É preciso somar os itens a e b. Por exemplo: 37 + 852 = 889 L.

11. No exemplo dado, 889 é menor que 3 000, isto é, o valor está dentro do recomendado pela ONU, mas alerte os estudantes que ainda existem muitas outras atividades de que eles participam na família que não foram listadas. Portanto, o número real deve ser maior. Alerte-os sobre a necessidade do consumo consciente. O único hábito que não deve ser alterado é o de beber água, já que ela é necessária para o bom funcionamento do organismo.

Etapa 2 – Vamos pesquisar?

Para a realização dessa etapa, oriente os estudantes a se organizarem em grupos. Ressalte que, a partir de agora, eles vão trabalhar, pesquisar e trocar de papéis no grupo, e que você fará intervenções e orientações ao longo das atividades, quando necessário. Relembre-os de que todos devem participar do processo de investigação. Acompanhe os grupos para observar suas atuações individuais e, também, suas participações no grupo. Se necessário, faça orientações que busquem o desenvolvimento de autonomia e de regulações entre eles.

Para as atividades 1 e 2, oriente os grupos a, em um primeiro momento, fazer as indicações a partir de uma discussão inicial a ser realizada a partir dos conhecimentos prévios dos integrantes, e, depois, a buscar informações em textos informativos de caráter científico, verificando se as atividades precisam ou não de água potável. Desta forma, eles conseguem validar os conhecimentos. Organize o momento de pesquisa de modo que os grupos tenham acesso a diferentes fontes, tais como textos escritos impressos e digitais, audiovisuais, jornais, revistas, sites, enciclopédias, entre outras.

Peça para que os grupos organizem uma relação entre a atividade indicada e a quantidade de água que é necessária para a sua realização. Dessa forma, além de eles verificarem a necessidade do uso de água potável, eles podem comparar sua quantidade. Oriente-os a retomar a discussão da etapa inicial sobre as situações em que eles consomem água. Peça a eles que conversem sobre a relevância da água para o consumo humano de forma geral, como sua importância para o funcionamento e a manutenção do organismo, para a limpeza do corpo, o cozimento de alimentos etc. Destaque também sua importância para o trabalho e para a manutenção da vida não humana, como dos animais e das plantas. A atividade permite que os estudantes reconheçam características comuns e encontrem padrões, habilidades importantes para o desenvolvimento do pensamento computacional.

Para ampliar

Explique aos grupos que em algumas atividades nas quais é necessário usar água, a água potável pode ser substituída por água da chuva, por exemplo, por meio de um sistema de coleta chamado “cisterna”. Esta água não pode ser consumida diretamente pelo ser humano, mas pode ser utilizada em atividades, como na limpeza da casa, na irrigação de jardins e em descargas do vaso sanitário. Oriente um experimento cotidiano. Peça a eles que tentem utilizar a menor quantidade de água potável possível em um dia, imaginando um cenário futuro em que ela esteja para acabar.

Oriente-os a registrar suas experiências individuais no diário de bordo, para discuti-las em grupo, depois.

Orientações

2. a) As principais atividades do ser humano que utilizam a água potável envolvem consumo direto, produção e preparo de alimentos, higiene pessoal e da casa, assim como agricultura (irrigação das plantações) e pecuária (consumo de água pelos animais). A partir disso, os estudantes devem rever suas respostas anteriores.
   2. Em geral, a água potável é obtida por meio de poços que perfuram o solo e retiram água subterrânea, ou por meio de sistemas de abastecimento de água, em que empresas coletam e tratam a água antes de enviá-la à população, caso esteja contaminada de alguma forma.
   3. Espera-se que os estudantes percebam que o acesso à água potável não é igual para todos no Brasil e no mundo. Como as reservas naturais estão cada vez mais escassas, devido ao avanço das cidades e da poluição, a população fica dependente dos sistemas de abastecimento, que cobram pela coleta e pelo tratamento das águas. Muitas pessoas não têm condição de pagar pelo serviço e acabam fazendo ligações clandestinas, que nem sempre garantem a qualidade da água consumida. Além disso, há regiões em que não são disponibilizados esses sistemas de abastecimento, e as pessoas são obrigadas a percorrer longas distâncias em busca de um pouco de água potável.
   4. O principal motivo que ameaça a água potável do planeta é a poluição. O avanço desordenado das cidades e a desigualdade no acesso à água faz com que muita água suja utilizada pelo ser humano (esgoto, por exemplo) seja devolvida aos rios sem tratamento. Esse tipo de prática promove a morte de rios ou a sua difícil recuperação. Portanto, a água potável pode acabar pela falta de fontes de água limpa.
   5. Com o fim da água potável, não haveria condições para a existência da vida humana na Terra. Diante desse cenário, o ser humano seria obrigado a buscar alternativas de tratar as águas contaminadas ou obtê-la por meio da dessalinização da água salgada (um recurso caro e difícil de ser conseguido). Isso aumentaria ainda mais a desigualdade do planeta no acesso à água, de modo que muitas pessoas sofreriam pela sua escassez.

      Para ampliar

      Para contribuir com a busca de informações, é importante oferecer aos estudantes fontes confiáveis e materiais que os oriente em seus processos de estudo e pesquisa. Veja sugestões na página MP61.

Hora de escrever

Vivemos em uma era geológica denominada de antropocêntrica por causa do impacto humano sobre o planeta. Assim, a humanidade deveria aceitar seu papel de guardião da Terra! Proponha que os grupos elaborem um jogo de prognóstico, que é massivo e para múltiplos jogadores. Este tipo de jogo combina a inteligência coletiva com a simulação em escala planetária. Nele, os jogadores são desafiados a imaginar e inventar soluções para possíveis crises. Uma delas é “como conseguimos água se ela acabar?”. Além disso, seu desenvolvimento estimula habilidades necessárias para o desenvolvimento do pensamento computacional, uma vez que, para seu sucesso, é preciso criar e seguir um sequenciamento de ações, sem o qual não se viabiliza a atividade.

Oriente os grupos na elaboração e na produção deste jogo. A ideia é que eles proponham a possível crise, que pode ser por meio de uma pergunta, como, por exemplo, “como vamos nos alimentar?”, “como vamos nos transportar?” etc. Em seguida, eles devem estabelecer as regras do jogo e, também, orientar como se deve jogar.

Se o jogo for impresso, oriente os grupos na produção dos materiais e na elaboração dos textos instrucionais. Se for em outras mídias, é preciso pensar nos recursos digitais, passar o texto para um arquivo digital e discutir como esse jogo será compartilhado e de que forma os jogadores vão jogar. Se for uma pergunta a qual os jogadores tenham de responder a partir de uma vivência ou da imaginação de uma situação, é importante que haja um espaço para a inserção dessas respostas, sejam elas textos, vídeos ou imagens. Os grupos devem indicar que quem enviar vídeo deve mandar também uma autorização de uso de imagem. Esta é uma boa oportunidade para elaborar com eles esse tipo de texto e explicar a importância de garantir essa autorização, principalmente quando o jogador for uma criança. A autorização tem de ter a assinatura e o consentimento de um familiar ou responsável.

Para que os jogadores enviem suas histórias, proponha que seja criado um e-mail e um blog da turma. Crie o e-mail, colocando como login o nome do colégio e a turma. Esse acesso deve ser apenas seu. Após, combine que ele será acessado uma vez ao dia para que possam verificar se há respostas dos jogadores. As respostas devem ser postadas no blog da turma, indicando a data em que foi enviada. Dessa forma, é possível compartilhar todas as resoluções encontradas pelos jogadores.

Etapa 3 – Experimentando

Esta etapa inicia-se com duas atividades que apresentam ideias e ações realizadas para que os grupos possam partir de soluções concretas. Desse modo, oriente-os a retomar suas pesquisas investigativas, ampliando-as e idealizando uma solução para o problema para, posteriormente, pensar em sua produção.

Antes de orientar a leitura do texto O menino que descobriu o vento como fonte de energia e venceu a seca, verifique a expectativa dos grupos a respeito dessa leitura. Instigue-os com perguntas: “Como é possível que uma criança resolva um problema como a fome?”. Peça para que eles discutam em seus grupos e, depois, que o representante de cada grupo apresente uma síntese da discussão.

Anote as respostas e, em seguida, oriente a leitura do texto. Os estudantes devem realizar a primeira leitura de forma individual e silenciosa, anotando as informações que julgarem importantes. Depois, cada integrante deve ler um parágrafo. Na sequência, eles devem retomar o que foi apresentado em relação à pergunta investigativa realizada antes da leitura, verificando os pontos da discussão.

O menino que descobriu o vento como fonte de energia e venceu a seca

Explique aos estudantes que o que William fez foi criar uma tecnologia para gerar eletricidade por meio de uma fonte de energia renovável abundante em sua região: a energia eólica. Verifique se eles compreendem o que é esse tipo de energia. Peça aos grupos que pesquisem outros lugares que a utilizam e quais os benefícios que ela traz. Questione-os se essa seria uma alternativa, caso fosse necessário gerar energia no lugar onde vivem. É importante que eles considerem as características físicas da cidade e, também, quais tipos de produção e atividades são realizadas. Peça aos grupos que compartilhem suas pesquisas.

Nas atividades 1 a 8, com base no texto lido e analisado, incentive os estudantes a refletirem sobre as suas experiências e a compartilharem ideias e possíveis soluções.

Nessa fase em que os grupos vão selecionar uma questão e começar a buscar soluções, ajude-os a estabelecer objetivos e direcionarem o trabalho coletivo, por meio do alinhamento de informações antes das atividades e do compartilhamento de informações ao longo delas. Quadros e anotações compartilhados na lousa, para exemplificar o que pode ser feito, podem servir de auxílio nesse direcionamento.

Ampliando a investigação

Após conhecer e analisar um exemplo de solução concreta, tendo como exemplo a ideia do jovem William, convide os grupos a retomar seus processos investigativos e desenhar possíveis soluções.

Explique aos grupos que prototipar uma ideia é materializá-la de forma objetiva. Fazer um protótipo é criar uma representação primária da ideia, ou seja, um esboço ou uma versão inicial da produção. Com essa versão inicial, é possível discutir, testar, detalhar e rever a proposta antes de colocar a mão na massa. Oriente os estudantes a escolher materiais simples (papel e caneta, por exemplo). Eles podem desenhar a ideia para materializá-la e, por meio de setas indicativas, explicar a funcionalidade de cada parte da produção. Os grupos devem discutir para refiná-la, estabelecendo os materiais e os procedimentos que serão necessários.

Orientações

Oriente-os a realizar as tarefas propostas, lembrando que eles podem realizar outras atividades além dessas, como novas pesquisas e coletas de dados, entrevistas com ONGs e especialistas. Respeite o percurso investigativo de cada grupo, validando ou intervindo nessas escolhas, para que as propostas não sejam abertas demais e que tenham objetividade em sua realização. Peça a eles que registrem por escrito suas motivações iniciais, tendo como referência a solução estudada.

9. A lista de ideias favorece a troca de soluções entre os grupos, ampliando o repertório de possíveis ações a serem feitas. Rever as soluções pensadas anteriormente, com base na pesquisa de outras ações já realizadas pela sociedade, é fundamental para verificar quais já são feitas e quais são possíveis de se fazer. Um grupo pode dizer que pretende despoluir um rio, mas isso realmente é viável de ser realizado pelos integrantes? Por quê? Promova essa reflexão com a turma. Algumas vezes, os estudantes podem não ser capazes de realizar a ação por completo, mas conseguem criar protótipos que ajudem a colocá-la em prática. As crianças podem não conseguir despoluir um rio por completo, por exemplo, mas podem criar um protótipo de equipamento que promova a limpeza de uma água suja.

Etapa 4 – Hora de produzir!

Nesta etapa, oriente os grupos para que eles assumam produções reais e tangíveis, contribuindo com procedimentos e estratégias para a organização das etapas de produção. Ajude-os a desenvolver a autopercepção e estimule-os a identificar e realizar as atividades da etapa de modo a acompanhar e a mediar a elaboração das produções. Ao sequenciarem as ações necessárias para solucionar o problema proposto, por meio de desenhos ou de texto verbal, os estudantes percebem a importância da organização das etapas a serem seguidas, habilidade essencial para o desenvolvimento do pensamento computacional.

Oriente-os a realizar tanto as testagens das ideias como o tratamento das informações. Eles devem usar o diário de bordo como um dossiê de síntese, indicando os aspectos testados e tratados, além de anotar perguntas que ficaram abertas para futuras pesquisas.

Verifique com os grupos quais são os seus objetivos, as etapas que devem seguir para realizar a produção, a importância do envolvimento de todos e a responsabilidade de cada um nesta elaboração. Ao final desta etapa, a produção deve ser concluída. Para isso, é preciso que os grupos planejem e elaborem suas respectivas produções.

No caso da produção de um filtro, o grupo deve separar o material necessário para a produção, como garrafa PET, tesoura, algodão, areia, cascalho (fino e grosso), água com barro etc. Depois, deve pesquisar e selecionar um texto com instruções de produção de filtro e, assim, prototipar o filtro, seguindo o passo a passo apresentado. Os integrantes do grupo devem anotar em seus diários de bordo não apenas quais os materiais usados, como o passo a passo seguido. Este texto pode servir de base para que eles descrevam seus procedimentos por escrito e, também, para a divulgação de como fazer um filtro, incentivando o compartilhamento dessa informação com outras pessoas.

Para esta atividade, oriente os estudantes a observar o funcionamento da ação e anotar no diário de bordo tudo o que acontecer durante esta etapa de produção. No caso da produção de um protótipo de filtro, chame a atenção do grupo para o fato de eles precisarem verificar se a água ficou realmente limpa, por exemplo. Convide o professor de Ciências da escola para contribuir com as validações das produções. Os grupos também devem discutir e anotar se os resultados esperados foram ou não atingidos, justificando suas respostas. Essas anotações vão auxiliar os grupos no momento de avaliação. Continue a fazer registros em seu diário de bordo sobre o desenvolvimento dos estudantes individualmente e do grupo. Eles o ajudarão a organizar suas considerações e orientações a respeito do trabalho que está sendo desenvolvido.

Etapa 5 – Compartilhando as descobertas

Nesta etapa, oriente os grupos a planejar e organizar um evento que podem chamar de Feira do Conhecimento. Este evento tem como objetivo apresentar os percursos e são voltados para a divulgação de suas produções e criações de soluções sustentáveis para o problema da água. Trata-se de uma celebração do trabalho desenvolvido pelos estudantes ao longo do projeto. Os convidados podem ser os estudantes de outras turmas, a comunidade escolar, familiares e responsáveis e outros adultos da comunidade. Os visitantes devem ter a oportunidade de conhecer os percursos investigativos dos grupos e os estudantes podem convidá-los a fazer parte dos passos para solucionar o problema apresentado pelo projeto.

Convide o gestor escolar para assistir às apresentações dos grupos em uma data agendada. Para isso, oriente-os a planejar o evento, solicitando que cada grupo se comprometa com uma atividade específica da organização, que pode ser: organização das produções nos espaços; produção de cartazes e textos informativos para compor as exposições; preparação dos ambientes; organização de jogos e rodas de conversa; e outras formas de o público interagir com o tema etc. Os estudantes também devem ser organizar para elaborar convites e cartazes escritos e ilustrados para divulgar a feira. Essas produções devem ter textos explicativos contendo o local, a data, o horário e o nome do evento “Feira do Conhecimento”. Oriente-os na elaboração prévia dos textos, considerando a revisão e a reescrita antes da diagramação e, por fim, a divulgação.

Para a apresentação de suas produções, incentive-os a elaborar apresentações com uso de recursos multissemióticos (imagens, diagrama, tabelas etc.), prever os turnos de fala, reservando um tempo final para responder a eventuais dúvidas e adequar a linguagem à situação comunicativa da Feira, apresentando o percurso do grupo para um grupo de pessoas que desconhece o projeto e está lá para conhecê-lo. Oriente-os a ensaiar, simulando a apresentação oral a ser realizada. Após a realização do evento, realize uma avaliação coletiva dessa etapa. Peça aos estudantes para avaliarem tanto a organização como a realização do evento.

Etapa 6 – O que aprendemos?

Nesta última etapa do projeto, convide os estudantes para uma conversa coletiva sobre o processo de investigação que vivenciaram.

Conclusão: Avaliação

Em um primeiro momento, deixe-os se expressarem livremente sobre suas pesquisas, suas produções e suas aprendizagens. Depois, peça a eles que verbalizem sobre suas participações nas diferentes etapas do projeto, tanto nos momentos coletivos como em grupo.

Agora é hora da autoavaliação. Este tipo de avaliação é um importante instrumento para desenvolver a autonomia e a autocrítica dos estudantes, pois permite que eles tenham um momento individual voltado ao seu desempenho. Ressalte que as perguntas envolvem, principalmente, comportamentos e procedimentos, pois é importante que eles pensem nesses pontos. Oriente-os a indicar os próprios desempenhos e, se necessário, questione-os a respeito da necessidade de avançar ou reavaliar algum item. Para que a reflexão não seja superficial, ajude-os individualmente a retomar alguns pontos que você tenha identificado ao longo do processo.

A avaliação da atuação do grupo segue após a autoavaliação e deve ser respondida individualmente, para, depois, ser discutida em grupo. Oriente-os no diálogo, explicando que este é um importante momento para trocar, comparar e discutir os pontos avaliados e os desempenhos atribuídos. Por fim, os estudantes devem avaliar o projeto. É importante que eles realizem essa avaliação de forma individual para, em seguida, trocarem informações com a turma. Neste momento, chame a atenção para as questões tanto procedimentais como de conteúdo. Relembre-os de que a avaliação é importante para que todos possam tomar consciência dos percursos pelos quais os grupos passaram e se corresponsabilizem pelas aprendizagens garantidas e pelo empenho em avançar.

Ao final do projeto, realize uma autoavaliação tendo como itens a ser avaliados seu papel de mediador e faça uma reflexão sobre a qualidade de suas contribuições e intervenções para a investigação e para o trabalho em grupo. Reflita sobre a relevância dos registros feitos em seu diário de bordo como instrumento auxiliar para a realização de avaliações formativas ao longo do processo. Faça, também, uma avaliação do projeto com a equipe pedagógica, discutindo a proposta e os encaminhamentos. É importante diagnosticar de que modo o projeto contribuiu com as aprendizagens dos estudantes e com o desenvolvimento das habilidades indicadas. A autoavaliação docente e a avaliação do percurso investigativo são importantes para que as práticas pedagógicas sejam cada vez mais intencionais e significativas, tanto para os estudantes como para o professor.

A seguir, encontram-se sugestões de sites oficiais que devem ser acessados com a supervisão do professor:

• Agência Nacional de água e saneamento básico (ANA), disponível em: http://fdnc.io/fAi.

1. Acesso em: 26 jan. 2021.

   Instituição federal vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Regional. ANA é responsável pela implementação da gestão dos recursos hídricos brasileiros. Antigamente, o nome desse órgão era Agência Nacional de Águas.

   Revistas e jornais para o público infantil:

   • Revista Ciência Hoje para Crianças: http://fdnc.io/s. Acesso em: 26 jan. 2021. Publicação brasileira de divulgação científica criada para os públicos infantil e juvenil.

     Com o objetivo de despertar o gosto pela leitura, instigar a curiosidade e promover o pensamento científico, a publicação tem versão impressa e digital.

   • Jornal Joca. Disponível em: http://fdnc.io/dNb. Acesso em: 26 jan. 2021.

     O Jornal Joca é impresso e digital, voltado para jovens e crianças. Ele traz notícias da atualidade, abordando diferentes assuntos e temas, como o meio ambiente.

     Livros e outras publicações:

   • A água em pequenos passos, de François Michel. São Paulo: Companhia Editora Nacional. 2005.
   14. Neste livro, o leitor vai conhecer um pouco mais sobre o ciclo da água e sua presença no solo, na atmosfera, no corpo humano etc.
       • Eu fecho a torneira, de Jean-Rene Gombert. São Paulo: Girafinha, 2007.

         O livro faz parte da coleção “Com os pés no chão” e conta com uma personagem inusitada, que ensina como economizar a água. Além de uma história que trata dessa questão, conta com um pequeno glossário, que explica termos e apresenta vocábulos científicos para o leitor.