Projeto 3. Qual é o segredo de ser um campeão?

Projeto 3 – Qual é o segredo de ser um campeão?

Introdução

O projeto integrador é uma das formas de desenvolver competências e habilidades específicas nos estudantes, e também incentivar a criticidade, a colaboração e a cooperação. É composto de atividades significativas e conectadas à realidade e ao seu cotidiano, permitindo que eles aprendam a trabalhar em grupo para identificar problemas e buscar por resoluções.

Neste projeto, a pergunta investigativa Qual é o segredo de ser um campeão? convida os estudantes a questionar certos valores, a discutir ética e rever conceitos, como competição e vitória. A partir de conhecimentos mais amplos e diversos, eles são convidados a entrar em contato com informações que promovem a descaracterização de estereótipos para questionar discursos, percepções e práticas sociais, além de aprenderem a ser críticos.

É uma proposta que favorece aprendizagens dentro e fora da escola, pois propõe a investigação de uma questão que está presente nas diferentes relações sociais. O objetivo é que os estudantes possam pesquisar, refletir e discutir de forma lúdica, compreendendo-se de maneira mais concreta enquanto agentes potentes e ativos das transformações sociais por meio do esporte e de conceitos e valores associados a essa prática.

Durante as etapas do projeto, os estudantes vão interferir em textos de diferentes temáticas, ler e produzir biografia; vivenciar atividades coletivas e utilizar estratégias para sua execução; representar a posição de objetos, dimensionar espaços, utilizando vocabulário pertinente nos jogos.

Abertura

Compartilhe com os estudantes a proposta do projeto. Comece lendo a pergunta investigativa e incentive-os a compartilhar diferentes pontos de vista. Reúna-os em uma roda de conversa. Além da pergunta disparadora, proponha outras questões, como:

• O que é ser um campeão?
• Os campeonatos estão associados apenas aos esportes e a outros jogos?
• Vocês conhecem outras competições que não são esportivas? Quais?
• O que é preciso para ser um campeão?

Essas perguntas objetivam engajar os estudantes, apresentando um desafio e prendendo-os a questões reais. Provoque-os para que reproduzam estereótipos, questionando-os para desenvolverem um olhar crítico. A pergunta investigativa parece direcionada para esportes, competitividade, vitórias, derrotas etc., mas a real intenção do processo investigativo do projeto é promover uma discussão mais complexa por meio da pesquisa e da troca por meio da coletividade. Para que possam responder a essa pergunta, os estudantes devem trabalhar juntos e de forma colaborativa. Valorize a troca e anote algumas das hipóteses para que sejam discutidas ao longo do projeto.

Deixe os estudantes observarem individualmente a imagem. Em seguida, convide-os a compartilhar suas impressões e percepções. Faça a leitura da imagem coletivamente, chamando a atenção para alguns elementos que compõem a fotografia, como a expressão facial das pessoas fotografadas.

Para contextualizar mais, leia o enunciado e as perguntas. Discuta a relação entre vencer um campeonato e a expressão de orgulho de Usain Bolt na fotografia. Explore seu movimento corporal e o espaço onde ele está (pista). Pergunte:

• Qual é a prova de pista da qual Usain Bolt participa nesta imagem?
• Quais são as outras modalidades de atletismo que conhecemos?
• O que é preciso para vencer uma prova de atletismo?
• Qualquer pessoa pode participar de uma corrida? Por quê?

  Espera-se que os estudantes identifiquem que se trata de uma corrida e que, para ser campeão, Usain Bolt provavelmente treinou muito. Cada competição tem regras e requisitos para que alguém possa vencer.

  Orientações

1. Treinar muito, ser dedicado, ter determinação, ter sido bem treinado, ter recebido oportunidades etc.

2. Ter força, coragem, determinação, foco, persistência, entre outras.

3. Não é possível vencer todas as vezes, ainda que se tenha um título de campeão. As derrotas fazem parte do processo e devem ser encaradas como aprendizado.

   Para ampliar

   Aproveitando a discussão inicial sobre atletismo, apresente a eles o site oficial do Comitê Paralímpico Brasileiro. Disponível em: http://fdnc.io/gvd. Acesso em: 31 jan. 2021. Comente que o atletismo paralímpico é praticado por atletas com deficiência física, visual ou intelectual. Eles participam de provas de arremesso de peso, lançamentos de dardo e de disco e club, corrida e saltos em altura, a distância e triplo, por exemplo.

Objetivos da missão

O presente projeto integrador objetiva, por meio da discussão e da pesquisa, promover a valorização das diferentes experiências e vivências em situações de competição, com recorte nos esportes e além dele.

O projeto Qual é o segredo de ser campeão? pretende exercitar a empatia e a alteridade, fortalecer o trabalho em grupo por meio da cooperação e incentivar o autocuidado e a autocrítica. Um dos objetivos do projeto é fazer com que os estudantes compreendam que são agentes de transformação social e que devem atuar de forma responsável, ética, inclusiva e colaborativa em situações competitivas, principalmente as esportivas.

Justificativa

Tanto no contexto escolar como no social, há falta de entendimento sobre o conceito de coletivo e de colaboração e, também, de desenvolvimento do sentimento de grupo e cooperação. Quando a pauta está relacionada a competições, vitórias, derrotas, campeonatos etc. no contexto do esporte, a situação é ainda mais crítica. De modo geral, o título de “campeão” é atribuído a uma vitória individual, embora os atletas dependam de uma equipe multidisciplinar para treinar, praticar e se cuidar, inclusive os esportistas das modalidades individuais.

O esporte é uma modalidade de experiência corporal e, no contexto escolar, tem como função garantir que todos os estudantes possam participar de práticas esportivas adaptadas às realidades escolares, refletir sobre essas práticas e sobre como os aprendizados e as habilidades desenvolvidas podem contribuir com as ações do cotidiano. Para isso, é necessário discutir nesse contexto o preconceito étnico-racial, a discriminação entre os esportes masculinos e femininos, a violência moral, o individualismo e a competição exagerada.

Nesse contexto, os estudantes vão buscar conhecimentos e práticas para se tornar um campeão (ou uma campeã), considerando o erro, a derrota e as falhas como partes importantes desse processo. Por esse motivo, seus conhecimentos a respeito desses assuntos devem ser aprofundados a partir da proposta investigativa. Espera-se que, assim, eles possam construir novos conhecimentos, desenvolver e rever atitudes e valores, compreender a importância da alteridade e da empatia, além de assumir posturas mais cooperativas e colaborativas, mesmo em contextos de competições.

Materiais necessários

Para esta missão, os estudantes devem selecionar os materiais que vão usar. Oriente-os nesta seleção. Explique a eles o que é o diário de bordo, item fundamental para a missão. Comente que se trata de um caderno, em que poderão fazer anotações, inserir informações que julgarem importantes e anotar análises referentes às atividades e às etapas do projeto. Ter um diário de bordo contribui para identificar as aprendizagens, os procedimentos e os materiais produzidos. E eles podem customizar esse caderno com o tema da missão.

Crie seu próprio diário de bordo para documentar as aprendizagens individuais, coletivas e em grupo dos estudantes. Também é importante anotar informações sobre as participações deles nas etapas do projeto. O objetivo é garantir o registro do acompanhamento e a avaliação das aprendizagens de forma processual e formativa e compartilhar práticas e reflexões com a equipe pedagógica.

Cronograma da missão

Antes de preencher o quadro do cronograma da missão com os estudantes, leia a proposta do projeto, identificando as etapas e atividades nas quais será necessária maior intervenção e quais contribuirão com o trabalho autônomo deles. Em seguida, convide-os a conhecer a proposta.

Competências gerais, competências específicas e habilidades

Este projeto permitirá aos estudantes mobilizar as competências, habilidades e componentes essenciais da PNA listados a seguir. A descrição encontra-se na página 90 do Livro do Estudante.

Boxe complementar:

Competências gerais

6, 8, 9 e 10

Competências específicas de Linguagens

1 e 2

Competência específica de Ciências Humanas

1

Habilidades de Língua Portuguesa: (EF15LP01), (EF15LP02), (EF15LP03), (EF15LP05), (EF15LP06), (EF15LP07), (EF35LP01), (EF35LP03), (EF35LP04), (EF35LP17), (EF04LP13) e (EF04LP21).

Habilidades de Educação Física: (EF35EF05), (EF35EF06).

Habilidade de Geografia:

(EF04GE02)

Fim do complemento.

Política Nacional de Alfabetização (PNA)

Fluência em leitura oral; desenvolvimento de vocabulário; compreensão de textos; produção de escrita.

Etapa 1 – Ponto de partida

Convide os estudantes para uma roda de conversa coletiva. Explique que, antes de começar a leitura dos textos, eles devem trocar com os colegas seus conhecimentos sobre o tema nas atividades 1 e 2. As atividades propostas visam à avaliação diagnóstica, que poderá orientar o encaminhamento do trabalho, em função de dúvidas e/ou dos conhecimentos prévios dos estudantes sobre os tópicos abordados. Comece perguntando a respeito do que eles entendem por “ser um campeão”. Pergunte:

• O que um campeão ganha?
• Existe campeão sem vitória?
• Um campeão já pode ter sofrido uma derrota?
• Há campeões para além dos esportes?
• Um campeão trabalha sozinho ou sempre participa de uma equipe?
• Em quais outras situações e provas podemos ser campeões?

  Anote as respostas em um espaço da lousa, cartolina ou papel kraft. Utilize essas anotações em outros momentos do projeto, como, por exemplo, após as leituras dos textos ou durante a etapa de pesquisa, para que os estudantes possam retomar seus conhecimentos e verificá-los a partir das informações pesquisadas e das atividades realizadas.

  Depois, oriente a leitura do texto “Marta, a rainha do futebol”. Ressalte que serão realizadas duas leituras: uma do texto completo, sem pausas, e outra com pausas. Elas devem ser realizadas pelos estudantes em voz alta. Serão sorteados os nomes de quem vai ler cada parágrafo.

  Para a primeira leitura, leia o título do texto, peça aos estudantes que respondam quem é Marta e verifique se eles sabem por que o título indica que ela é a “rainha do futebol”. Em seguida, incentive-os a explicitar suas expectativas, questionando-os sobre quais informações o texto deve trazer. Comece a leitura em voz alta, para servir de modelo leitor, solicitando que eles a acompanhem em seus respectivos livros.

  Para a segunda leitura, oriente que cada parágrafo seja lido em voz alta por um estudante, mas, ao final da leitura do parágrafo, peça que eles identifiquem as informações mais relevantes do trecho, destacando-as. É importante chamar todos os tipos de leitores, do mais iniciante ao mais fluente, dando a cada um o tempo necessário, para não gerar ansiedade e respeitar o ritmo de leitura de cada um.

  Ao final da leitura, retome os conhecimentos dos estudantes sobre a jogadora e, também, as expectativas sobre o texto.

  Texto “Marta, a rainha do futebol”

  Explique aos estudantes que este é um texto biográfico, verificando o quanto eles conhecem esse gênero e se conseguem identificar algumas de suas características. A biografia conta a história da vida de diferentes pessoas.

Esse gênero mistura fatos e relatos, sendo considerado um texto não ficcional.

Com a ajuda dos estudantes, resuma na lousa as características dos textos biográficos, como nome, data e local de nascimento da pessoa biografada, os fatos mais importantes da sua vida, a narração em terceira pessoa, o uso de pronomes pessoais e possessivos, o predomínio dos verbos no pretérito etc.

Retome a discussão inicial sobre Marta ser considerada a rainha do futebol. Fale sobre a importância do futebol feminino, e sobre meninas e mulheres em outras competições, dos esportes aos jogos de videogame. O objetivo é quebrar estereótipos e desmistificar a questão de corpos, suas estruturas e seus formatos, além de discutir conceitos de força e de fragilidade.

Comece pedindo aos estudantes que indiquem como um jogador de futebol deve ser. Peça para que eles o descrevam fisicamente e indiquem suas habilidades. É provável que a maioria descreva jogadores homens. Se possível, leve como exemplos fotos de jogadoras mulheres que demonstrem força e agilidade no jogo de futebol, para desmistificar o argumento da fragilidade e da estrutura corporal. Explore com eles o site do Museu do Impedimento: http://fdnc.io/eyX. (acesso em: 31 jan. 2021), divulgado na exposição “Contra-ataque” do Museu do Futebol. Explique que até 1979 o futebol feminino era proibido no Brasil.

Orientações

1. Peça para que eles falem sobre as meninas no futebol dentro e fora da escola. Questione-os se eles acham que todos teriam o mesmo interesse pelo esporte se fossem igualmente incentivados a jogar desde pequenos. Caso tenha meninas que jogam ou que gostariam de jogar futebol na turma, peça a elas para falar e para que todos anotem esses depoimentos em seus diários de bordo.

Em seguida, leia as perguntas e peça para que eles as respondam oralmente, respeitando os turnos de fala e as opiniões dos colegas, mesmo que eles discordem. Em caso de alguma colocação que reforce estereótipos, convide-os a conhecer outras opiniões e outros pontos de vista para, depois, pensar de forma crítica sobre o que estão colocando no coletivo.

Orientações

2. Auxilie os estudantes se não conseguirem localizar as informações no texto.

3. De acordo com o texto, pode-se inferir que a mortalidade infantil acontecia em decorrência da fome e da sede. Em busca de melhores condições de vida, as pessoas migram para outros lugares do Brasil.

4. Explore com os estudantes como eles podem transformar sentimentos ruins em bons, enxergando na adversidade uma possibilidade de aprender.

5. a) Como o futebol é um esporte considerado “paixão nacional” e a posição de atacante é uma das mais conhecidas entre os fãs, é possível que os estudantes conheçam a atleta. Caso eles não a conheçam, é possível inferir sua função, quando o texto afirma que Marta faz gols.
   2. Deixe os estudantes livres para comentar as outras posições que os jogadores ocupam.
   3. Os estudantes podem comentar as funções das posições dos jogadores indicadas no item anterior.

      Antes de dar sequência às atividades e à leitura sobre futebol, verifique as predileções dos estudantes sobre o tema, identificando aqueles com mais e com menos conhecimentos prévios a respeito deste famoso esporte. Pergunte:

      • Você gosta de jogar futebol?
      • E de assistir?
      • Você torce para algum time?
      • Você é fã de algum jogador ou alguma jogadora de futebol? Qual?

        Espera-se que os estudantes comentem sobre suas preferências acerca do futebol brasileiro, caso as tenham. Alguns times podem apresentar rivalidade entre si; portanto, alerte-os sobre a importância de manter a cultura de paz. Ressalte que todos os times têm momentos bons e ruins nos campeonatos, e isso faz parte da competição.

        Em seguida, oriente a leitura do livro didático, explicando que o texto apresenta importantes informações sobre as posições dos jogadores dentro de campo. Após a leitura, chame a atenção dos estudantes sobre as diferenças entre essas posições. Para ampliar, elabore uma lista com as características que todos os jogadores devem ter. A partir da comparação entre as características, mostre que há espaço para todos entrarem em campo.

Orientações

6. Espera-se que os estudantes identifiquem algumas características de Marta mencionadas no texto e escolham uma delas, por exemplo, tenacidade, obstinação, determinação, coragem, entre outras. Trabalhe com eles o significado dessas características, se necessário, com o auxílio das definições do glossário e de um dicionário.

7. Espera-se que os estudantes discutam se há preconceitos em relação à participação das meninas no futebol. Durante a discussão, incentive o clima de paz e respeito, encerrando possíveis brigas que possam ocorrer entre eles. Ressalte que as meninas devem ser aceitas no futebol, pois tem os mesmos direitos que os meninos. O mesmo deve valer para todas as atividades da sociedade.

8. Discuta com os estudantes como é possível combater o preconceito sofrido por meninas no futebol e também em outros esportes, por exemplo, a importância de jogar em times mistos, sem a distinção de gênero.

9. Marta serve como inspiração para que meninas também queiram praticar o esporte, incentivando o fim do preconceito contra mulheres na modalidade.

   Orientações

1. Para calcular os pontos finais, é preciso utilizar as regras de pontuação, em que cada vitória vale 3 pontos, cada empate vale 1 ponto e as derrotas não valem nenhum ponto.

2. a) Se o São Paulo perder, passará a ter 6 derrotas. A derrota não vale nenhum ponto, 56 + 0 = 56, então o time continuará com 56 pontos. Se o Internacional ganhar, passará a ter 16 vitórias. Cada vitória vale três pontos. Como o time já tinha 53 pontos, 53 + 3 = 56. Logo, terá 56 pontos. Se o Atlético empatar, passará a ter 6 empates. Cada empate vale um ponto. Como o time tinha 50 pontos, 50 + 1 = 51. Logo, terá 51 pontos. Se o Grêmio ganhar, passará a ter 13 vitórias. Cada vitória vale três pontos. Como o time já tinha 50 pontos, 50 + 3 = 53. Logo, terá 53 pontos.

2. b) São Paulo e Internacional ficariam empatados em 1º lugar, pois ambos estão com 56 pontos. O Grêmio ultrapassaria o Atlético, pois teria 53 pontos, contra 51 pontos do outro time.

   Para realizar as atividades da página 57 do Livro do Estudante, leia o texto sobre o regulamento de pontuação do Campeonato Brasileiro. Em seguida, oriente os estudantes a se organizarem em grupos. Para trabalhar com pontuações e cálculos, é importante promover o esforço produtivo e o ensino afetivo, reforçando que todos são capazes de pensar e de raciocinar. Valorize os esforços de construções e raciocínios dos grupos.

Incentive-os a solucionar os problemas de forma mais criativa e visual, não sendo necessário apresentar as respostas da forma tradicional ou montar as contas. Torne-se provocador e observador ativo da forma como os grupos resolvem os problemas. Você pode fazer perguntas para que eles possam aprofundar seus raciocínios, mas sem entregar as respostas, porque este não é o objetivo das atividades de raciocínio matemático, mas as estratégias que eles usam para pensar e raciocinar. Incentive-os a se arriscar e a trocar informações sobre seus raciocínios, suas estratégias e hipóteses.

Etapa 2 – Vamos pesquisar?

Para orientar a organização do trabalho em grupo, utilize o método de trabalho em grupo da professora Rachel Lotan, da Universidade de Stanford, que considera que os estudantes possuem conhecimentos e habilidades distintos que se complementam no trabalho em grupo. Todos os integrantes devem participar de todas as etapas e se corresponsabilizar pela investigação e por seus procedimentos. Cada integrante terá um papel.

1. facilitador: leitura e compreensão;

2. monitor de recursos: solicitar ou mediar a atuação do grupo com ferramenta ou material;

3. repórter: registrar as atividades e compartilhá-las;

4. harmonizador: assegurar que todos realizem as atividades e que sejam ouvidos;

5. controlador: mensurar e monitorar o tempo estipulado para as atividades.

   Os papéis devem ser distribuídos em um sorteio e é possível sugerir sua troca, evitando-se a atribuição de um papel que reforce habilidades já desenvolvidas.

   Organize os estudantes nos grupos formados na etapa anterior. Nesta etapa da pesquisa, eles irão buscar informações e as discutirão nos grupos. Acompanhe os grupos para observar suas atuações individuais e suas participações, realizando intervenções somente quando necessário.

   Oriente os grupos a buscar informações em textos biográficos e autobiográficos, explicando que, enquanto a biografia é escrita por uma terceira pessoa, a autobiografia é elaborada pelo próprio biografado, com o uso da primeira pessoa. Organize que os grupos tenham acesso a textos impressos e digitais, audiovisuais, jornais, revistas, sites, enciclopédias, entre outras.

   Se houver campeões onde vivem, oriente os estudantes a procurar informações sobre essas pessoas e a entrar em contato com elas, apresentando a proposta de realização de uma entrevista sobre a pergunta investigativa deste projeto Qual é o segredo de ser um campeão?.

   Explique aos estudantes como eles devem se organizar para as gravações, elaborando um roteiro das perguntas e agendando dia e hora com o entrevistado. Anotações das principais informações sobre o entrevistado devem ser feitas e isso irá ajudá-los na textualização da entrevista oral. Ao final da gravação, o grupo deve solicitar a autorização de uso do áudio e das informações por escrito, agradecendo a participação do entrevistado na pesquisa.

Hora de escrever

Oriente os grupos a transcrever as entrevistas orais, comparando a transcrição com suas anotações e ampliando as informações sobre o entrevistado.

Antes de iniciar a elaboração da primeira versão, retome as características dos textos biográficos para garantir que eles os escrevam em terceira pessoa e apresentem informações como: nome do biografado, data e local de nascimento, os fatos mais relevantes de sua vida pessoal e profissional, sua história e sua trajetória no futebol, as informações dos relatos sobre treinos, vitórias e derrotas.

Em seguida, os estudantes devem juntar os dados da pesquisa, as anotações e a transcrição da entrevista. Depois, oriente-os a construir uma linha do tempo, organizando as informações e os relatos da pessoa em ordem cronológica. Oriente-os a usar conectivos e marcadores temporais, como “durante sua infância”, “ao longo de X anos” etc.

Na etapa de leitura e revisão das biografias, apresente para os grupos quais serão os critérios avaliados em relação ao conteúdo, à organização do texto e ao uso de recursos linguísticos característicos do gênero. Revise a primeira versão e a devolva aos grupos para que eles possam organizar o texto e realizar as correções. Oriente-os também a selecionar uma foto do jogador entrevistado para acompanhar a biografia produzida.

Para ampliar

Convide os grupos a ler suas produções para os demais grupos e a mostrar a foto do biografado para a turma. Proponha também que todos os textos revisados e reescritos façam parte de um livro de biografias de campeões. Elabore um texto introdutório, contando o percurso dos estudantes para a realização da produção. As histórias também podem ser digitalizadas, organizadas em ordem alfabética pelo nome dos biografados e conter as fotos dos campeões. Pensem em uma capa e um título para encadernar o livro. O ideal é que o livro seja emprestado, para que todos os estudantes possam apresentá-lo aos seus familiares ou responsáveis. Depois que o livro percorrer a casa de todos da turma, ele pode ser doado à biblioteca da escola para que outras turmas tenham acesso.

Etapa 3 – Experimentando

Para esta etapa, oriente os grupos a retomar o texto elaborado na etapa anterior para extrair dele dados importantes para a investigação. O objetivo é que, por meio da análise das informações, os grupos façam um levantamento das características de um campeão. Após identificá-las, segundo a biografia do jogador, é hora de analisá-las e levantar algumas considerações para responder à pergunta investigativa. Em seguida, os grupos devem realizar cada uma das atividades, controlando o tempo de realização de cada uma delas.

Para a realização das atividades 1 e 2, retome as características da biografia com os grupos. Verifique se eles indicam os diferentes aspectos, como fatos, relatos e vivências, e as diferentes partes da biografia, como a apresentação inicial e a ordem cronológica dos fatos. É uma boa oportunidade para conhecer as histórias de vida selecionadas pelos outros grupos, com o objetivo de encontrar similaridades entre as pessoas escolhidas.

3. Converse com os grupos a respeito das atividades 3 e 4. Discuta com eles a respeito do erro, da falha e da derrota. Ressalte que um esporte de competição como o futebol, se conduzido de forma positiva, pode proporcionar desenvolvimento físico, emocional, mental e social, além de desenvolver a autoconfiança. Neste contexto, é possível perceber reações emocionais tanto nos casos de vitória como de derrota, que devem ser compreendidas como duas faces da prática esportiva. Dessa forma, o esporte pode contribuir para que os estudantes adquiram certa tolerância à frustração e aprendam a superá-la. A atividade 5 trabalha com o reconhecimento de características comuns e a observação de padrões, habilidades importantes para o desenvolvimento do pensamento computacional.

   Nessa etapa, também é importante ir além do futebol e das práticas esportivas. Oriente-os a resgatar outros tipos de competições e campeonatos, como Olimpíadas de Matemática ou de Língua Portuguesa. Chame a atenção para o fato de estas serem atividades competitivas e que algumas características identificadas em esportistas também podem ser necessárias neste tipo de campeonato. Peça para que indiquem quais dentre as características levantadas são importantes nessas competições.

Orientações

5. Espera-se que os estudantes identifiquem como as pessoas resolveram conflitos de suas vidas, com diálogo, cooperação, respeito ao outro, criatividade, inovação, entre outras possibilidades.

6. Para experimentar as características listadas anteriormente, como autonomia, responsabilidade etc., os estudantes podem listar atividades como praticar um esporte, elaborar um jogo, solucionar um desafio, entre outras, que permitam demonstrar suas capacidades e habilidades.

7. Os estudantes devem registrar o que pretendem produzir para a solução da pergunta investigativa: “Qual o segredo de ser um campeão?”.

8. a) Caso os estudantes tenham pensado em um circuito de desafios para serem solucionados, que envolvam formas específicas de lidar com o corpo, é preciso verificar se não terão a saúde colocada em risco. Avalie com eles os possíveis riscos, modificando as atividades quando necessário.
   2. A lista de ideias favorece a troca e a ampliação de soluções entre os grupos.
   3. Deixe os estudantes livres para justificarem sua escolha.

      Ao final, convide os grupos a apresentarem algumas das características dos campeões e a proposta de atividades a ser realizadas, verificando se outros grupos também identificaram as mesmas características e se têm outra proposta de atividade. Oriente-os a anotar em seus diários de bordo as características de um campeão levantadas pelo grupo e pelos demais grupos. Ao final da apresentação, os grupos devem discutir entre eles, identificando quais características são recorrentes e quais não são.

Etapa 4 – Hora de produzir!

Os projetos integradores têm como objetivo tornar a escola um espaço vivo e aberto por meio da investigação. Por isso, as propostas apresentadas devem ser valorizadas. Além disso, esta é uma etapa importante para:

1. balancear os limites e desafios dos grupos, evitando que os estudantes assumam produções complexas;

2. acompanhar e incentivar as experiências e testagens das soluções, verificando se as ideias têm base nas pesquisas e nas experimentações realizadas;

3. orientar os grupos na sistematização de seus percursos para a elaboração de uma produção que tenha sentido e que seja coerente como resolução da situação-problema proposta pelo projeto;

4. identificar e avaliar quais aprendizagens foram adquiridas ao longo do processo e que são utilizadas na hora da sistematização e da produção.

   Outro ponto importante é a elaboração de instruções sequenciadas para a solução de um problema, por meio de texto escrito ou de imagens. Com isso, exercitam-se habilidades importantes para o desenvolvimento do pensamento computacional. Embora as orientações para a realização dessas atividades sejam as mesmas, elas não serão realizadas pelos grupos da mesma forma, pois cada grupo está em seu próprio percurso investigativo.

   Tenha em mente a importância de registrar em seu diário de bordo o desenvolvimento dos estudantes individualmente e em grupo. Ele é um importante instrumento para o registro do trabalho que está sendo desenvolvido e permitirá orientar suas ações, além de compartilhar com os estudantes o desempenho de cada um e das equipes.

   Depois da ação, oriente os estudantes a discutir e a registrar no diário de bordo se alguma situação inesperada aconteceu durante as atividades. Eles também devem indicar o que poderia ter sido mais bem planejado. Indique se é possível realizar outras atividades para que a característica indicada seja identificada. A partir do resultado, ajude-os a sistematizar as resoluções.

Etapa 5 – Compartilhando as descobertas

O objetivo desta etapa é compartilhar as ideias e os processos investigativos dos grupos e divulgar as produções. Peça que elaborem um texto com as instruções para “se tornar um campeão”. Ressalte que esse gênero tem características específicas, como frases curtas elencadas e verbos no imperativo ou no infinitivo. Nesta estrutura, a sequência das ações é muito importante, porque são recomendações para o passo a passo a ser realizado. Oriente-os a relacionar e a sequenciar esses passos de modo a identificar quando há um passo que depende de outro anterior.

No contexto do conteúdo a ser elaborado, chame a atenção ao fato de que as orientações podem ser tanto procedimentais (como devo proceder) como comportamentais (como devo me comportar). Incentive-os a escrever também algumas orientações que sugiram ao leitor (re)pensar alguns pontos, considerando seus conhecimentos prévios. Eles podem, por exemplo, incluir algumas perguntas para incentivar o leitor a pensar em importantes questões discutidas ao longo das atividades pelo grupo.

Oriente os grupos a identificar outros textos instrucionais com passo a passo, impressos ou digitais. Os grupos podem localizá-los em diferentes espaços e ambientes com placas ou cartazes, como a biblioteca. Para a elaboração escrita, oriente os grupos a organizar as ideias, a sequenciar as informações, a elaborar uma relação lógica entre os itens e orientações que promovam a reflexão, considerando o assunto e os interlocutores definidos. Destaque a finalidade do texto e a importância de sua organização em partes: título, passo a passo e orientações e questionamentos, fazendo-os perceber que sem essa organização a função do texto fica comprometida.

Ao final da elaboração da primeira versão, exponha os textos no quadro para que façam comparações. Em caso de diferentes ordenações, incentive a discussão entre os grupos para que concluam se a diferença nas ordenações prejudica ou não a finalidade do texto. Caso aconteça alguma inversão na leitura entre as instruções, questione-os sobre a compreensão do passo a passo, de modo que essa sequência seja coerente.

Em seguida, esses textos devem ser revisados e elaborados em cartazes. Após a versão final, proponha que os estudantes convidem outras turmas para conhecer os segredos de ser campeão.

Etapa 6 – O que aprendemos?

Para finalizar o projeto, organize uma roda de conversa para que os estudantes falem sobre os seus aprendizados ao longo do percurso.

Conclusão: Avaliação

Peça que falem sobre as leituras e as pesquisas e incentive-os a concordar ou discordar respeitosamente das opiniões dos colegas. Eles devem falar também sobre suas impressões do trabalho em grupo.

Oriente os estudantes a elaborar a tabela avaliativa em seus diários de bordo. Em seguida, explique que eles devem respondê-la individualmente, atribuindo a si próprios seus desempenhos. Comente que a autoavaliação é importante porque ajuda cada um a pensar nas suas participações e nos seus procedimentos.

Em seguida, eles devem avaliar o trabalho em grupo. Lembre-os de realizarem a avaliação individualmente, atribuindo ao grupo um desempenho para cada pergunta. Depois, os grupos devem se reunir para discutir os pontos avaliados e os desempenhos atribuídos. Neste momento, passe pelos grupos, contribuindo com suas avaliações a partir de suas próprias anotações sobre as participações individuais nas etapas e, também, sobre o trabalho do grupo de forma geral, explicitando quando eles foram mais ativos, participativos e colaborativos durante o projeto.

Por fim, os estudantes devem avaliar o projeto coletivamente. Oriente, novamente, a avaliação individual para, depois, promover a troca coletiva das atribuições de desempenho.

Para finalizar o projeto, faça uma autoavaliação considerando sua atuação e sua participação na missão dos estudantes. Reflita sobre o uso do diário de bordo como instrumento auxiliar para a realização de avaliações formativas ao longo do processo: foi eficiente para o registro do processo? Auxiliou-o em seu trabalho? Como o uso desse tipo de instrumento pode ser aperfeiçoado? Analise suas intervenções nos trabalhos em grupo e, com a equipe pedagógica, faça uma avaliação do projeto. Deixe registrado em que medida o projeto contribuiu com as aprendizagens dos estudantes e com o desenvolvimento das competências e habilidades propostas.

Leia com os estudantes as sugestões de leitura apresentadas e pergunte por qual se interessaram. Você poderá aproveitar para fazer uma visita com eles à biblioteca da escola ou da região e buscar livros que abordem esses temas.