Projeto 1 É fato ou fake?

Projeto 1 — É fato ou fake?

Introdução

Neste projeto, a pergunta investigativa É fato ou fake? introduz a discussão entre os estudantes do 5º ano sobre o que são fake news e a importância de checarmos as informações que chegam a nós por diferentes meios. Também é uma proposta que relaciona a ética ao estudo, valoriza a pesquisa científica e trabalha com fontes confiáveis.

Desse modo, os estudantes entram em contato com uma realidade bastante presente no cotidiano e podem olhá-la de diferentes ângulos, questionando-a, tornando-se mais críticos. Essa simples pergunta investigativa, disparadora do projeto, convida-os a ampliar seus conhecimentos e a experimentar novas soluções. Este tipo de proposta permite que eles compartilhem seus conhecimentos, questionando-os e buscando especialistas que possam validá-los.

Trata-se, portanto, de uma proposta que favorece aprendizagens dentro e fora da escola, pois propõe a investigação de um problema sobre as relações sociais e sobre o impacto de notícias falsas na vida de todos. O objetivo é que os estudantes possam discutir o conceito de informações científicas e notícias verdadeiras e falsas; investigar e pesquisar informações em fontes confiáveis; conhecer as possibilidades de ações e atividades que contribuam para a produção de notícias de cunho jornalístico-científico; e pensar em soluções para o problema investigado.

Durante as etapas do projeto, os estudantes vão compreender assuntos e temas tratados em textos de diferentes gêneros e elaborar textos de divulgação científica e jornalístico-midiáticos.

Abertura

Reúna os estudantes em uma roda de conversa e questione-os sobre a pergunta investigativa e norteadora do projeto. Pergunte o que eles entendem como fato e como fake. Espera-se que eles indiquem que o fato é algo real ou um acontecimento. Já o fake (termo em inglês) é falso. Amplie a discussão com outras perguntas e as questões que eles trouxerem, como:

• Onde encontramos informações fake (em inglês) ou falsas (em português)?
• Como sabemos que uma informação ou notícia é falsa?
• Por onde as informações falsas são compartilhadas?
• É possível checar a veracidade de uma informação?
• O que acontece com quem compartilha informações falsas?
• Quem pode criar informações falsas?

Elas têm como objetivo engajar os estudantes, apresentando um grande desafio e prendendo-os a uma questão real. Ressalte que, para solucionar este problema, eles devem atuar de forma colaborativa, buscando soluções para problemas reais e atuais. Para valorizar a troca, anote algumas das hipóteses para serem discutidas ao longo do projeto.

Peça aos estudantes que observem individualmente a imagem, compartilhando suas impressões a seu respeito. Faça a leitura da imagem coletivamente e chame a atenção deles para seus elementos. Primeiro, analise o site com eles, verificando se conseguem identificar nele as características de um site, como barra de endereço, menu, barra lateral de rolagem etc. Verifique se eles conseguem identificar os elementos que classificam o site como um jornal digital: manchetes, imagens, notícias, data etc. Depois, explore com eles cada uma das manchetes e suas respectivas imagens. Questione-os a respeito da relação entre imagem e texto escrito. Pergunte:

• O que está indicado em cada uma das manchetes?
• Como é a imagem que acompanha cada uma delas?
• As imagens reforçam ou complementam as manchetes?
• Como podemos saber se essas informações são verdadeiras?
• Qual das três informações vocês compartilhariam com famílias e amigos? Por quê?

  Deixe que eles respondam livremente com base em seus conhecimentos prévios a respeito do tema. Por fim, deixe claro que se espera que eles apenas levantem hipóteses que devem ser verificadas, assim como as informações. Questione-os qual seria a melhor forma de saber se uma informação é verdadeira ou falsa.

1. Espera-se que os estudantes identifiquem que são notícias on-line, devido à forma composicional das manchetes e imagens de destaque.

2. Os alunos deverão se questionar sobre a veracidade ou a confiabilidade das informações e suas fontes, para responder à pergunta.

3. As afirmações “manga com leite faz mal” e “beterraba acaba com a anemia” são falsas, pois não há evidências científicas sobre elas. A quantidade de ferro da beterraba não é suficiente para curar uma anemia. A afirmação “comer fibras ajuda a regular o intestino”, por sua vez, é verdadeira, pois as fibras ajudam a normalizar a função intestinal.

Justificativa

Na era do excesso de informação, tem sido cada vez mais comum a circulação de informações duvidosas. Tanto informações científicas como notícias jornalísticas manipuladas e/ou falsas estão presentes no cotidiano de crianças, jovens e adultos. Estamos diante de uma crise da informação, o que torna essencial que os estudantes aprendam a questionar as informações que circulam na internet, a valorizar os conhecimentos científicos e a reconhecer a importância dos valores éticos na esfera jornalística.

Objetivos da missão

O projeto integrador incentiva a pesquisa por informações e dados em fontes confiáveis e a checagem de conteúdos. Tem como objetivo rever hábitos sociais cotidianos, questionar informações e fontes e inserir os estudantes em um processo autônomo de busca por informações reais a partir de exemplos de informações que circulam na internet, além de levá-los ao entendimento de que se deve atuar de forma responsável e ativa.

Materiais necessários

Oriente os estudantes na seleção dos itens de que irão precisar para cumprir esta missão!

Explique aos estudantes que o diário de bordo é fundamental para a missão e que é onde devem fazer anotações, inserir informações importantes, analisar atividades e registrar as perguntas durante as diferentes etapas do projeto.

Cronograma da missão

Apresente aos estudantes a proposta do projeto. Eles devem se sentir corresponsáveis pelo cumprimento da missão e estar engajados na investigação. Antes de apresentar as etapas a eles, leia todas as atividades propostas, identificando se há alguma que necessitará de maior intervenção e em quais eles poderão desenvolver maior autonomia. Leia as propostas, as etapas com eles, mesmo as realizadas em grupo, e, em seguida, estabeleçam uma data para finalizá-las.

Caso necessário, realize ajustes para que o cronograma estabelecido seja cumprido. Planeje intervenções para incentivar o engajamento e o comprometimento dos estudantes nas diferentes etapas.

Competências e habilidades

Este projeto permitirá ao estudante mobilizar diferentes competências e habilidades e desenvolver os componentes essenciais da alfabetização listados a seguir.

No final do Livro do Estudante, há o detalhamento dos itens.

Boxe complementar:

Competências gerais

1, 4, 5, 7.

Competências de Linguagens

1, 3, 6.

Competência específica de Ciências Humanas

2

Habilidades de Língua Portuguesa

(EF15LP01), (EF15LP02), (EF15LP03), (EF15LP05), (EF15LP06), (EF15LP07), (EF35LP01), (EF35LP03), (EF35LP04), (EF35LP16), (EF35LP17), (EF05LP15), (EF05LP16).

Habilidade de História

(EF04HI08)

Fim do complemento.

Política Nacional de Alfabetização (PNA)

Fluência em leitura oral; desenvolvimento de vocabulário; compreensão de textos; produção de escrita.

Este projeto possibilita o trabalho a partir da integração de diferentes áreas, componentes curriculares e conteúdos.

Etapa 1 – Ponto de partida

Para iniciar as atividades dessa etapa, organize os estudantes em uma roda de conversa com o objetivo de verificar seus conhecimentos prévios sobre o tema. Pergunte como eles se informam a respeito do que acontece no lugar onde vivem, no Brasil e no mundo. Liste os meios pelos quais as informações e as notícias chegam a eles, como telejornais, jornais impressos, jornais digitais, redes sociais, por meio de alguém etc.

Leia a primeira pergunta, verificando não apenas qual a informação falsa, mas, também, por qual meio ela chegou ao conhecimento do estudante, identificando a cadeia de informações. Peça a eles que indiquem como ficaram sabendo da falta de veracidade, se por meio de uma nova informação ou se tiveram curiosidade em ir atrás dela.

Enquanto eles compartilharem exemplos de informações falsas, liste os principais assuntos que aparecem. Em seguida, peça aos estudantes que falem sobre como descobriram que as informações eram falsas. Chame a atenção deles sobre as diferentes formas de se checar informações. Exemplifique para que a troca seja mais concreta e resgate uma das duas informações falsas na imagem do início do projeto.

Questione-os sobre como é possível confirmar que a informação de que “manga com leite faz mal” ou de que “beterraba acaba com a anemia”. Esta atividade não pode ser feita com base apenas em opiniões ou mesmo conhecimentos prévios dos estudantes. É preciso fazer mais perguntas e, em seguida, buscar informações em fontes confiáveis, como nos sites governamentais, para que sejam checadas. Por exemplo, no caso da beterraba, explique a eles que uma das formas de acabar com anemia é consumindo alimentos ricos em ferro. As respostas dadas pelos estudantes ajudarão a orientar o encaminhamento da atividade. Suas dúvidas e conhecimentos sobre os tópicos serão um bom parâmetro para pensar a condução do trabalho. Em seguida, questione-os:

• Qual é uma boa taxa de ferro para ajudar anêmicos?
• E quais alimentos apresentam essa taxa?
• A beterraba é um deles?
• Qual é a taxa de ferro da beterraba?

  Explique aos estudantes que, com base em informações retiradas do site oficial do Hospital Albert Einstein, a deficiência crônica de ferro que causa a anemia pode ser combatida por meio da ingestão de dois tipos de alimentos, que são absorvidos de formas diferentes no organismo: alimentos com ferro heme, como carnes, e alimentos com ferro não heme, como vegetais e legumes, entre eles, a beterraba. O ferro não heme pode sofrer alguns problemas para ser absorvido quando há ingestão de chás e cafés, por exemplo. Ou seja, a resposta para essa checagem a partir de uma fonte confiável científica é mais complexa do que eles podem pensar, pois não é porque a beterraba está entre os alimentos que contêm ferro que pode contribuir para a cura da anemia. Disponível em: http://fdnc.io/gvK. Acesso em: 8 fev. 2021.

Em seguida, proponha que sejam realizadas duas leituras do texto “Chá de boldo pode melhorar os sintomas ou curar a covid-19?”: a primeira sem pausas e a segunda com pausas. O objetivo de reler o texto com as pausas, na segunda leitura, é observar o que está explícito e o que está implícito sobre o assunto, relacionando esses dados oralmente às questões trazidas na roda de conversa, sobre a importância de verificar e checar informações.

Ambas as leituras devem ser realizadas de forma compartilhada e em voz alta, ou seja, cada estudante deve acompanhar a leitura pelo texto do seu livro, enquanto o colega lê em voz alta. Em ambos os casos, os estudante serão chamados para realizar a leitura em voz alta de um parágrafo. Lembre-se de que é importante chamar todos os leitores, mesmo aqueles não fluentes, para identificar os problemas de leitura. O objetivo é incentivá-los no exercício da leitura em voz alta, para maior fluência e cuidado com a entonação.

Antes de iniciar a primeira leitura, leia em voz alta a pergunta que intitula o texto de divulgação científica. Peça aos estudantes que respondam essa pergunta a partir do levantamento de hipóteses, que devem ser justificadas. Explique a eles que que o boldo é uma planta e seu chá é consumido para ajudar no funcionamento do fígado. Após o levantamento das hipóteses, discuta se essa notícia deveria ser compartilhada apenas por conta do título. Espera-se que eles comecem a afirmar que precisam ler o texto antes de compartilhar e, depois, checar as informações.

Antes de responder às questões propostas, verifique se os estudantes identificam as principais informações sobre o texto. Retome com eles algumas partes, para que possam identificar o que é boldo, seus benefícios e seus malefícios, além de relacionar essas informações com a notícia falsa que foi circulada. Neste momento, peça a eles que grifem as informações que podem ajudá-los a responder às questões.

Durante essa verificação, questione-os a respeito do conceito de viralizar. Pergunte se eles conhecem o significado do verbo que aparece no último parágrafo do texto. Espera-se que digam que um conteúdo se torna viral (ou viraliza) quando ele é compartilhado por muitas pessoas, especialmente em redes sociais.

Em seguida, oriente-os a responder às questões. Em um primeiro momento, chame a atenção para as informações científicas e comprovadas sobre o boldo. Ensine que beneficência e não maleficência, conceitos presentes no texto, têm significados distintos: beneficência significa “o que faz bem”, enquanto não maleficência é o que não faz mal, mas, também, não significa que faça bem. Amplie o assunto, relacionando-o aos saberes populares de comunidades e famílias, valorizando-os. Explique que há diversos tipos de saberes populares relacionados às populações indígenas e rurais, entre eles, a medicina caseira, que se utiliza de plantas para produzir medicamentos de diferentes finalidades. Esses tipos de medicamentos são, muitas vezes, estudados e pesquisados para comprovar cientificamente sua eficácia para que, assim, possam ser incorporados à produção farmacêutica.

E, em um segundo momento, chame a atenção para as tentativas de usar as informações cientificamente comprovadas em relação ao boldo para disseminar uma notícia falsa, que começou com uma piada. Destaque as informações sobre os benefícios do boldo, chamando a atenção para o fato de a propriedade anti-inflamatória comprovada ser manipulada, de modo a imitar ou simular uma informação verdadeira. Caso os estudantes não compreendam o conceito de inflamação, realize com eles um experimento de observação de um machucado, para que compreendam o conceito, como sendo uma reação do corpo a uma infecção ou lesão.

Chame a atenção dos estudantes para o fato de um texto de divulgação científica contribuir com informações e dados importantes, sendo uma fonte confiável de informações. Com a ajuda deles, resuma na lousa aquelas a respeito dos elementos que constituem o artigo de divulgação científica, como, por exemplo, o conteúdo que ele traz, a maneira como as informações são apresentadas, a presença de fontes e referências e o uso de linguagem objetiva e formal.

Ressalte que o artigo de divulgação científica é um texto expositivo-argumentativo, ou seja, ele apresenta dados de pesquisa que são fundamentados teoricamente e/ou que acompanham informações das investigações realizadas sobre o tema. Mesmo que os estudantes sejam leitores fluentes, é importante orientá-los na localização dessas características.

É importante ressaltar as mudanças sociais responsáveis por colocar em xeque tanto a credibilidade do campo jornalístico-midiático como do campo de divulgação científica, em razão das práticas da internet. No caso do campo jornalístico, as notícias, os textos elaborados com base em fatos e evidências apresentam um panorama crítico e as chamadas fake news (ou notícias falsas) ganham força e podem até mesmo influenciar decisões importantes de um país. Da mesma forma, as informações falsas prejudicam os textos de divulgação científica ao questionar sua credibilidade e sua veracidade, tendo como contraponto fontes irreais ou mesmo opiniões pessoais.

Para realizar as atividades sobre o sistema digestório da página seguinte, verifique os conhecimentos prévios dos estudantes a respeito do tema. Caso eles não tenham entrado em contato com este conteúdo, oriente uma pesquisa em grupo sobre o funcionamento e o caminho dos alimentos. Organize os grupos e peça a eles que pesquisem em livros de Ciências ou em revistas digitais na internet, como, por exemplo, na Ciência Hoje das Crianças, informações sobre como funciona o sistema digestório e escrevam um resumo do que aprenderam no diário de bordo.

Verifique se eles compreendem que a digestão se inicia na boca, com a atuação da saliva, dos dentes e da língua, que trituram e umedecem o alimento, formando o bolo alimentar. Este é engolido, passando pela faringe e pelo esôfago até chegar ao estômago, onde o suco gástrico transforma o bolo alimentar em pedaços menores, passando a se chamar quimo. Depois do estômago, o quimo vai para o intestino delgado, onde se mistura ao suco pancreático (vindo do pâncreas), à bile (vinda do fígado) e ao suco entérico do intestino. É no intestino delgado que os nutrientes são aproveitados e vão para o sangue. Aquilo que não é aproveitado como nutriente pelo corpo se transforma no quilo, que segue para o intestino grosso, onde a água e os sais minerais ainda são aproveitados. O que sobrou do quilo se transforma em fezes, que passam pelo reto e são eliminadas do corpo pelo ânus.

Orientações

1. Com base na ilustração e nos conhecimentos prévios dos estudantes, espera-se que eles comentem o que sabem sobre a digestão ou como acreditam que ela ocorra.

2. Os estudantes podem desenhar o caminho que acreditam que o alimento faça durante a digestão, passando por cada órgão e percebendo como estão interligados durante a digestão.

3. Com a pesquisa, os estudantes poderão confirmar suas hipóteses sobre a digestão, feitas nas questões anteriores, refazendo o desenho, se necessário.

4. e 5. Por meio de uma rápida verificação prévia oral, identifique se eles sabem como os nutrientes chegam no sangue e outras questões envolvendo a ingestão dos alimentos. Caso identifique que a maioria não teve contato com esse conteúdo, oriente-os a pesquisar antes de realizar a atividade. Do contrário, promova uma troca entre eles, para que possam, em um primeiro momento, responder a essas questões e, depois, buscar informações em fontes confiáveis para validar suas respostas.

Orientações

A partir da questão 6, espera-se que os alunos comecem a relacionar as informações pesquisadas com sua própria vida. É importante respeitar o modo de vida de cada indivíduo, incluindo sua alimentação, que é uma questão de política pública e não está pautada apenas em preferências, mas também em questões sociais, econômicas e culturais, pois está diretamente relacionada à identificação das condições em que os alunos vivem, bem como seus hábitos de higiene, cuidados com a alimentação e com o corpo.

Atualmente, muitas crianças preferem alimentos industrializados, lanches e doces, escolhas que refletem em sua saúde. Para que eles possam refletir sobre sua qualidade de vida, é preciso repensar os hábitos alimentares, considerando as diferentes possibilidades. Deste modo, a troca entre os alunos possibilita a discussão sobre algumas das refeições diárias e a proposição de sugestões de alimentação saudável para esta faixa etária.

7. Verifique com os estudantes se entenderam como vão fazer o preenchimento do quadro, antes de iniciarem os registros.

8. Espera-se que os estudantes reflitam sobre seus hábitos alimentares, considerando, por exemplo, o grande consumo de alimentos ultraprocessados, como salgadinhos, biscoitos recheados e refrigerantes.

9. Espera-se que os estudantes mobilizem seus conhecimentos sobre os alimentos considerados saudáveis ou não saudáveis, que podem ter ouvido de seus familiares ou lido em textos de jornais, revistas e internet. Algumas informações podem ser verdadeiras, com embasamento científico, enquanto outras podem se tratar de fake news, conforme vão averiguar nas demais etapas do projeto.

10. Para a realização da atividade 10, organize os alunos em grupos, que serão os mesmos a partir da próxima etapa do projeto. Para isso, utilize o método de trabalho em grupo da professora da Universidade de Stanford, Rachel Lotan. A especialista em ensino para a equidade considera que os alunos possuem conhecimentos e habilidades distintos que se complementam no trabalho em grupo, ou seja, um pode contribuir com a aprendizagem do outro. Organize as atribuições dos integrantes do grupo. Explique que todos devem participar de todas as etapas e se corresponsabilizar pela investigação e por seus procedimentos. Além disso, cada integrante terá um papel. Entre eles, estão o de:

1. facilitador: responsável pela leitura e compreensão;

2. monitor de recursos: responsável por solicitar ou mediar a atuação do grupo com ferramenta ou material;

3. repórter: responsável por registrar as atividades e compartilhá-las;

4. harmonizador: responsável por assegurar que todos realizem as atividades e que sejam ouvidos;

5. controlador do tempo: responsável por mensurar e monitorar o tempo estipulado para a realização das atividades.

Os papéis devem ser distribuídos em um sorteio. Observe como se distribuem ao longo das atividades e, se necessário, é possível sugerir a troca, mas, neste caso, deve-se evitar a atribuição de um papel que apenas reforce habilidades já desenvolvidas.

Neste contexto, atue como mediador e organizador do trabalho. Suas intervenções devem ser poucas e bem planejadas, de modo a contribuir com a autonomia dos integrantes do grupo.

Etapa 2 – Vamos pesquisar?

Para a realização dessa etapa, oriente os estudantes a se organizarem nos grupos formados na etapa anterior. Ressalte que, a partir de agora, eles vão trabalhar, pesquisar e trocar ideias no grupo e que você fará intervenções e orientações ao longo das atividades, quando necessário. Relembre que todos devem participar do processo de investigação. Acompanhe os estudantes para observar suas atuações individuais nos respectivos grupos.

Oriente-os a responder a partir da discussão inicial do grupo, considerando seus conhecimentos prévios. Em seguida, medie a pesquisa em textos informativos de caráter científico. Desta forma, eles conseguirão validar os conhecimentos e responder de forma mais adequada ao que se pede. Organize a pesquisa de modo que os grupos tenham acesso a textos escritos impressos e digitais, audiovisuais, jornais, revistas, sites, enciclopédias, entre outras. A forma proposta para a realização das atividades estimula o desenvolvimento do pensamento computacional ao encaminhar a solução do problema a partir de sua divisão em pequenas partes, para que os detalhes possam ser melhor analisados.

Peça aos grupos que indiquem o alimento escolhido e, em seguida, busquem as diferentes formas de ser consumido. Para a pesquisa a respeito dos nutrientes, ajude-os a identificar as informações nas tabelas de valores nutricionais em rótulos de alimentos que trouxerem à classe. No caso de alimentos naturais, os estudantes deverão buscar informações em livros, revistas científicas e sites.

Peça aos grupos que leiam silenciosamente os dados dos rótulos, registrando no diário de bordo os que mais chamam a atenção. Levante hipóteses sobre o porquê de os números das porções serem diferentes. Questione-os a respeito do valor diário de referência indicado. Explique aos estudantes que esta informação costuma aparecer em todos os rótulos de alimentos. Em seguida, proponha a comparação entre o tamanho e o peso de uma porção em relação à quantidade que vem indicada no pacote. Espera-se que eles concluam que há alimentos que apresentam a referência de várias porções em uma mesma embalagem.

Por fim, use uma única tabela nutricional para modelar sua leitura e sua análise, mostrando e nomeando as linhas. Questione as quantidades de colunas em relação a cada linha, demonstrando que também é importante ler e analisar os títulos das colunas e as informações, inclusive aquelas que estão no rodapé da tabela.

Ampliando a investigação

Se possível, distribua aos estudantes jornais e revistas impressas ou acesse digitalmente estes e outros materiais e recursos para ajudá-los na busca de dados e informações. O objetivo é que a busca em fontes confiáveis contribua para a pesquisa e para o desenvolvimento de sua autonomia.

Convide os grupos a relatar como foi a experiência de pesquisar informações e de confirmá-las, identificando dificuldades e compartilhando as boas práticas e experiências. Lembre-os de que esse momento coletivo é uma troca procedimental. Eles não precisam apresentar aos colegas os conteúdos pesquisados ou as respostas elaboradas.

Hora de escrever!

Para a elaboração do texto informativo de cunho científico, peça aos grupos que retomem as informações pesquisadas e avaliadas sobre o alimento escolhido: nutrientes e demais informações nutricionais, forma de preparação, em que este alimento contribui para a saúde do corpo humano (considerando os sistemas), entre outras informações. Os grupos também devem selecionar imagens desse alimento para ilustrar o texto informativo. A organização das informações encontradas e a seleção das relevantes, essenciais para a realização da proposta de produção textual, são estratégias que também estimulam o desenvolvimento do pensamento computacional.

Após a elaboração da primeira versão escrita, proponha que a revisão seja feita pelos demais grupos. Para parametrizar essas revisões, estabeleça alguns pontos a serem analisados, como a presença das informações pesquisas e as características do gênero, como, por exemplo, o uso correto dos tempos verbais e a ortografia. Os grupos também devem verificar se a linguagem usada é específica dos textos informativos, ou seja, clara, direta e objetiva, apresentando informações de fontes confiáveis.

Após a revisão dos textos, os grupos devem elaborar uma segunda versão escrita, já indicando quais imagens acompanhariam quais trechos. Revise a segunda versão. Para finalizar essa produção, os grupos devem escolher como vão compartilhar essas informações.

No caso da publicação impressa, é possível organizar a elaboração dessa versão final de modo que cada grupo contribua para a elaboração da enciclopédia no formato de papel, incluindo capa e página de rosto com os nomes dos autores, índice, ilustrações e organização dos verbetes em ordem alfabética.

Se os grupos escolherem a publicação digital, monte a enciclopédia utilizando um programa para criação, edição e exibição de apresentações gráficas. As produções escritas e suas imagens devem ocupar duas páginas. Oriente os grupos, mostrando que há diversas formas de organizar e combinar texto e imagem em uma página. Para isso, explore o programa e suas ferramentas antecipadamente. Lembre-se de que não se trata de uma apresentação, mas da montagem de um guia de alimentos.

O arquivo também deve conter capa, índice etc. Ao finalizá-lo, salve-o como PDF. Em “salvar como”, quando abrir a tela de opção de pasta onde salvar, há o espaço para preencher com o nome do arquivo. Nomeie-o com o título criado por eles e, no tipo de arquivo, escolha PDF.

Etapa 3 – Experimentando

Esta etapa tem como objetivo incentivar a leitura e a análise de notícias para identificar notícias falsas, também conhecidas como fake news. Os estudantes devem refletir sobre a disseminação desse tipo de notícia e discutir sobre como é possível checar sua veracidade.

Para iniciar, explique aos grupos que eles devem selecionar e ler notícias a respeito do alimento escolhido para verificar a veracidade das informações. Oriente-os a, em um primeiro momento, discutir em grupo alguns tópicos:

• Como as pessoas se mantêm informadas atualmente?
• Quais são suas fontes?
• De que modo a notícia pode chegar a alguém?

  Espera-se que os grupos discutam e registrem a forma como eles têm acesso a notícias, que pode ser por meio de televisão, jornais e revistas impressos e/ou digitais, rádio, redes sociais e aplicativos de mensagem instantânea.

  Em seguida, proponha que discutam a checagem de notícias. Eles devem fazer anotações e elaborar um passo a passo sobre como consultar fatos e checar a veracidade das informações.

Para contribuir com a investigação, apresente aos grupos o trabalho de agências de checagem de informação. No Brasil, existem muitas agências de verificação e checagem de informações e notícias que identificam fake news. Entre as mais conhecidas estão:

• Agência Lupa. Disponível em: http://fdnc.io/6sP. Acesso em: 9 fev. 2021.
• Aos Fatos. Disponível em: http://fdnc.io/g1F. Acesso em: 9 fev. 2021.

  Explique aos estudantes que esses serviços jornalísticos de verificação de fatos surgiram justamente devido ao impacto negativo das notícias falsas na sociedade.

14. Na área da Educação, existe o projeto “Mentira na Educação, não!”. Disponível em: http://fdnc.io/gvM. Acesso em: 9 jan. 2021. A atividade 3, ao estimular o reconhecimento de características comuns e a identificação de padrões para a classificação dos textos, também estimula o desenvolvimento do pensamento computacional.

    Os grupos devem planejar o tempo para a realização de cada uma das atividades, tendo em mente que precisam, ao final, apresentar uma proposta de solução para a pergunta pesquisada. Oriente-os a registrar as atividades em seus diários de bordo.

    Para finalizar, proponha a criação de um mural na sala de aula com as notícias lidas e analisadas pelos grupos. Oriente a participação de todos os grupos na montagem do mural “Fato ou fake”. Providencie canetas e os papéis coloridos, para que possam tornar o mural um suporte interessante para a atividade. Eles podem colocar as notícias retiradas diretamente de suas fontes.

    Caso não seja possível, considere a possibilidade de usar softwares para edição de texto na reescrita da notícia. Os carimbos de “fato” e “ fake ” podem ser feitos de borracha ou com papéis coloridos, de preferência verde para o primeiro e amarelo para o segundo.

Etapa 4 – Hora de produzir!

O projeto integrador tem como objetivo tornar a escola um espaço vivo e aberto por meio da investigação. Por isso, as propostas apresentadas devem ser valorizadas. Além disso, siga estas etapas importantes:

1. balancear os limites e desafios dos grupos, evitando que os estudantes assumam produções complexas;

2. acompanhar e incentivar as experiências e testagens das soluções, verificando se as ideias têm base nas pesquisas e nas experimentações realizadas;

3. orientar os grupos na sistematização de seus percursos para a elaboração de uma produção final que tenha sentido e que seja coerente como resolução da situação-problema proposta pelo projeto;

4. identificar e avaliar quais aprendizagens foram adquiridas ao longo do processo e que são utilizadas na hora da sistematização e da produção.

   Para que os grupos assumam a elaboração de produções reais e tangíveis, apresente recursos, procedimentos e estratégias que os ajudem a organizar suas anotações referentes às etapas de produção. A elaboração do roteiro de planejamento da atividade estimula o desenvolvimento do pensamento computacional ao propor a sequenciação das instruções para a solução de um problema. O objetivo é contribuir para que eles possam desenvolver a autopercepção e realizar as atividades da etapa de modo autônomo e autoral. Para sistematizar os conhecimentos e as pesquisas realizadas neste projeto, as produções finais dos grupos podem ser um jornal impresso, um jornal digital, um blog de cunho informativo-científico ou um canal de vídeos com um vlog científico sobre os alimentos. Discuta com os grupos quais são suas produções e peça a eles que estabeleçam as etapas para essa elaboração. Neste momento, verifique se todos os integrantes dos grupos se envolvem na produção e se são responsáveis coletivamente para a elaboração final.

   No caso da criação da produção de um jornal temático, oriente o grupo a definir o nome, a periodicidade, os tipos de notícias, as reportagens, os classificados etc.; quais seções e partes do jornal são interessantes, entre outros. Cada membro do grupo deve ser responsável por uma seção ou um caderno. Esse jornal pode ser produzido inteiro no papel ou com o auxílio das ferramentas do computador. As notícias podem ser feitas com base nas informações pesquisadas e as propagandas podem estar relacionadas ao incentivo de uma alimentação de “comidas de verdade”.

   Depois da ação, oriente os estudantes a discutir se alguma situação inesperada aconteceu durante as atividades e a registrá-la em seus diários de bordo. Eles também devem indicar o que poderia ter sido mais bem planejado e se é possível realizar outras atividades para que a produção tenha um melhor resultado. Ajude-os a sistematizar suas produções.

Etapa 5 – Compartilhando as descobertas

Esta atividade pretende incentivar o compartilhamento coletivo das ideias e das possíveis soluções criadas por cada grupo por meio de exposições orais de cunho científico. O objetivo é que todos possam ser orientados a expor suas pesquisas e produções. Oriente os grupos para tal, considerando as informações escritas nos diários de bordo e as etapas realizadas durante a pesquisa realizada, além de suas respectivas produções finalizadas.

Em relação à produção do jornal impresso, o grupo envolvido nesta atividade pode, por exemplo, agendar uma data para o lançamento do jornal e promover uma coletiva de imprensa na qual os demais grupos possam fazer perguntas sobre o processo de investigação e, também, a respeito do jornal impresso produzido. Oriente-o a elaborar previamente diferentes perguntas e respostas a respeito da pesquisa, das etapas percorridas e do jornal produzido. Deve ser definido um dia para que os grupos se juntem e outras pessoas da comunidade escolar participem, elaborando perguntas.

Na data agendada para o lançamento do jornal impresso, proponha que o grupo comece com a coletiva, organizando a sala de modo que eles se sentem à frente do público a fim de incentivar as perguntas, começando por aquelas previamente preparadas. Antes de começar a coletiva, faça combinados entre o grupo e o público, como levantar a mão para fazer uma pergunta e esperar sua vez de falar. Ao final, organize o lançamento do jornal impresso, distribuindo-o ao público participante.

Para ampliar

Organize uma visita de um repórter em sua escola, que tenha textos publicados em seu nome. O objetivo é que o convidado possa explicar aos estudantes como é a rotina de trabalho desse profissional. Solicite aos estudantes que mostrem algumas notícias e matérias retiradas de jornais impressos ou digitais para trocar suas leituras com o convidado. Proponha que eles realizem uma roda de conversa para saber mais sobre a pesquisa jornalística e a produção escrita. Após a experiência, proponha aos estudantes uma discussão coletiva sobre a importância e a produção de textos jornalísticos e sobre a ética necessária neste tipo de produção no compartilhamento de informações.

Etapa 6 – O que aprendemos?

Nesta etapa final do projeto, convide os estudantes a se organizarem em uma roda de conversa, para trocarem seus aprendizados. Deixe-os falar livremente sobre as atividades que realizaram ao longo do projeto. Verifique se eles respeitam os turnos de fala dos colegas e, também, suas vivências. Ressalte que você também usa um diário de bordo para registro do desenvolvimento do trabalho e dos envolvidos e que ele é um instrumento para orientar suas ações.

Conclusão: Avaliação

Em um segundo momento, explique a importância desta etapa de avaliação. Leia em voz alta as questões e oriente-os a respondê-las individualmente em seus diários. Explique as diferenças entre autoavaliação, avaliação do grupo e avaliação do projeto.

A respeito da autoavaliação, explique aos estudantes que este é um instrumento para desenvolver autonomia e autocrítica e, por isso, deve ser um momento de reflexão individual de cada um sobre seu próprio desempenho atribuindo a si mesmo um conceito.

Em seguida, convide-os a avaliar a atuação do grupo. Esta avaliação deve ser resultado de uma discussão entre todos os integrantes do grupo. Cada integrante do grupo deve atribuir um desempenho a si mesmo para cada pergunta e, depois, compartilhá-la com o grupo.

Enquanto os grupos conversam, circule entre eles, apresentando alguns pontos que você registrou e avaliou durante as diferentes etapas dos trabalhos. Fale sobre a contribuição de cada integrante, verificando se o grupo concorda ou discorda, e peça para que eles respondam se foram ativos, participativos e colaborativos durante o processo.

Liste dúvidas e observações que surgiram ao longo da etapa e, ao final, realize uma autoavaliação e uma avaliação do projeto. Na autoavaliação, considere sua atuação e suas intervenções durante os trabalhos em grupo. Analise também a pertinência do uso do diário de bordo como instrumento para auxiliar nas avaliações formativas realizadas ao longo do processo. Para realizar a avaliação do projeto, convide a equipe pedagógica e apresente um levantamento de dados e os registros elaborados a partir do acompanhamento da atividade. Entre essas informações, devem constar a contribuição do projeto nas aprendizagens dos estudantes. O objetivo dessas avaliações é regular as expectativas do processo de aprendizagem deles.

Leia com os estudantes as sugestões de leitura apresentadas e pergunte por qual se interessaram. Você poderá aproveitar para fazer uma visita com eles à biblioteca da escola ou da região e buscar livros que abordem esses temas.