Projeto 3 E se uma criança governasse o mundo?

Projeto 3 — E se uma criança governasse o mundo?

Introdução

Neste projeto, a pergunta investigativa E se uma criança governasse o mundo? convida os estudantes do 5o ano a refletir sobre problemas que os cercam e a pensar em soluções para resolvê-los. Dessa forma, há o estímulo à observação da realidade, ao questionamento e ao levantamento de hipóteses em busca de soluções. Trata-se de uma proposta que se baseia em direitos, no desrespeito a eles e em alternativas para evitar que isso ocorra.

Desse modo, os alunos são convidados a observar o mundo que os cerca com olhar crítico e a refletir sobre caminhos para solucionar os problemas percebidos. O objetivo é que os estudantes possam ter contato com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e compreender como as leis são criadas e qual a sua função social; conhecer os direitos garantidos legalmente às crianças e aos adolescentes; analisar situações em que há desrespeito da legislação; desenvolver estratégias argumentativas e buscar soluções para as situações em que a lei não é respeitada. O questionamento disparador do projeto é, na verdade, um convite para que analisem o mundo em que vivem sob diferentes ângulos e se vejam como agentes de transformação.

Durante as etapas que o compõem, textos de diferentes gêneros são usados para a abordagem dos temas e dos assuntos propostos. Atividades de pesquisa, rodas de conversa, criação de história em quadrinhos e planejamento de atividades também estão propostas e associadas ao conteúdo de Língua Portuguesa. Há ainda o trabalho envolvendo conteúdos de História, relacionados aos conceitos de cidadania, diversidade cultural e respeito às diferenças.

Abertura

Reúna os estudantes em uma roda de conversa e apresente a eles a pergunta investigativa. Em vez de respostas para a pergunta, oriente-os a pensar em outras questões que podem ter relação com a questão inicial:

• Você já acompanhou um adulto durante a votação para a eleição de algum governante? Se sim, como foi essa experiência?
• Você acha que seria possível viver em uma sociedade em que não houvesse um governante? Por quê?
• Qual, na sua opinião, são as características que uma pessoa deve ter para ser um bom governante?
• Se você fosse convidado para concorrer ao governo da sua rua, o que faria para conquistar a confiança dos eleitores?

Inicie a exploração da questão investigativa perguntando a eles se governar é sinônimo de mandar. Espera-se que eles indiquem que o ato de governar relaciona-se a administrar, dirigir, sendo, portanto, bastante distinto do de mandar.

Em seguida, peça aos estudantes que observem individualmente a ilustração da abertura do projeto e solicite a eles que compartilhem suas percepções a respeito da imagem. Faça algumas perguntas, como:

• O que representa a imagem que está no centro da ilustração?
• O que representam as partes amarelas e azuis dessa imagem?
• As crianças retratadas na imagem são diferentes entre si. Qual a possível explicação para o ilustrador ter feito o registro dessa forma?
• O que as crianças estão fazendo?
• O que simboliza a ação das crianças?

  Deixe que os estudantes se expressem livremente. Em seguida, peça a um estudante que leia o fragmento do poema de Marcelo Xavier. Além de explorar o conteúdo do texto, aponte que as reticências entre colchetes indicam supressão de partes. Destaque o valor das reticências no título, marcando a abertura para múltiplas possibilidades de completar a oração. Chame a atenção para o fato de o texto ser composto por versos e estrofes e peça que respondam individualmente às três questões. A seguir, algumas sugestões de respostas.

1. Espera-se que os estudantes respondam que governar é liderar, administrar, dirigir, tomar conta, entre outras possibilidades.

2. Os estudantes podem mencionar que um governante tem a responsabilidade de cuidar da população de uma nação ou estado, garantindo a todos os cidadãos os direitos estabelecidos por lei.

3. Os estudantes podem levantar hipóteses iniciais da pergunta do projeto, que se relaciona à frase do livro de Marcelo Xavier. Inspirados pelos versos, eles podem dizer o que gostariam de fazer como governantes.

Objetivos da missão

O projeto integrador incentiva o olhar questionador dos estudantes a respeito da forma como crianças e adolescentes são tratados pela sociedade.

O projeto E se uma criança governasse o mundo? pretende que os estudantes tenham contato com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e compreendam como as leis são criadas e qual a sua função social. Além disso, visa à difusão de direitos garantidos legalmente às crianças e aos adolescentes, à análise de situações em que há desrespeito da legislação sobre o tema, à difusão de direitos garantidos pelo ECA, ao desenvolvimento de estratégias argumentativas e à busca de soluções para as situações em que a lei não é respeitada.

Para ampliar

O Fundo de Emergência Internacional das Nações Unidas para a Infância (Unicef) foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1946, para promover os direitos e o bem-estar de crianças e adolescentes em 190 países e territórios. Atua no Brasil desde 1950, visando especialmente à população mais vulnerável e vítima de violência. Uma visita ao site disponível no link http://fdnc.io/gvX(acesso em: 16 abr. 2021) permite conhecer as ações desenvolvidas em favor do público-alvo da instituição. Tais ações podem servir de inspiração para os estudantes cumprirem a missão proposta neste projeto.

Justificativa

Embora o Brasil e inúmeras outras nações possuam legislações que estabelecem os direitos de crianças e adolescentes, nem sempre elas são respeitadas. As condições de vida bastante desiguais entre os jovens são evidentes, já que nem todos têm seus direitos garantidos.

Por isso, este projeto integrador tem como meta promover o olhar crítico e sensível dos estudantes para a realidade que os cerca, estimulando atitudes questionadoras sobre o desrespeito aos direitos e a busca de soluções para os problemas encontrados, a fim de reforçar a importância de todos os indivíduos para a manutenção e a construção de sociedades justas.

Além disso, o projeto destaca a importância de conhecer a legislação brasileira que trata dos direitos garantidos a crianças e jovens, já que esse conhecimento é uma poderosa arma na luta contra os desrespeitos e as infrações às regras. Por esse motivo, o projeto visa a que os estudantes respondam à questão investigativa proposta com base em informações e dados para a construção de soluções éticas, adequadas, legais e bem estruturadas para os problemas elencados. Estimulados pela forma lúdica como as atividades são apresentadas, o projeto propõe o aprendizado aliando informação, imaginação e criatividade.

Materiais necessários

Oriente os estudantes a escolher os itens necessários à missão. É importante que cada um selecione o que quer levar na mochila e justifique suas escolhas. Durante o desenvolvimento do projeto, retome com eles a lista dos materiais, a fim de que a validem ou reformulem. Essa análise será retomada durante a autoavaliação final.

Mostre aos estudantes o papel fundamental do diário de bordo, instrumento que permite a tomada de notas, a inserção de informações e o registro de reflexões, questionamentos e respostas em atividades, seja por meio de textos escritos, desenhos, colagens ou gráficos. Os estudantes podem usar qualquer caderno, pautado ou não, como diário de bordo. Oriente-os na sua customização com o tema da missão.

É importante que você também crie seu próprio diário de bordo. Explique a eles que você o usa para documentar as aprendizagens e avaliar as participações de todos.

Cronograma da missão

Antes de apresentar as etapas do projeto aos estudantes, conheça todas as atividades propostas, para identificar aquelas em que eles poderão atuar com maior autonomia e as em que sua participação deverá ser mais próxima e direta. Em seguida, apresente a eles a proposta do projeto e de cada uma das etapas da missão. Isso possibilitará que se sintam mais seguros a respeito do que deverão fazer.

Leia o cronograma com eles e discutam as possibilidades de organização, definindo a duração de cada etapa, que poderão sofrer ajustes ao longo do processo.

Sempre que julgar necessário, faça intervenções para contribuir com o engajamento e o comprometimento dos estudantes nas diferentes etapas.

Competências e habilidades

Este projeto permite ao estudante mobilizar diferentes competências e habilidades e desenvolver os componentes essenciais da alfabetização listados a seguir. No final do Livro do Aluno há o detalhamento dos itens.

Boxe complementar:

Competências gerais

1, 8, 9, 10.

Competências de Linguagens

2, 3, 4.

Competências de Ciências Humanas

1,2.

Habilidades de Língua Portuguesa

(EF15LP01), (EF15LP02), (EF15LP03), (EF15LP05), (EF15LP06), (EF15LP07), (EF15LP08), (EF35LP01), (EF35LP03), (EF35LP04), (EF35LP15), (EF35LP17), (EF05LP15), (EF05LP19).

Habilidade de Arte

(EF15AR04)

Habilidades de História

(EF05HI04), (EF05HI05).

Fim do complemento.

Política Nacional de Alfabetização (PNA)

Fluência em leitura oral; desenvolvimento de vocabulário; compreensão de textos; produção de escrita.

Etapa 1 – Ponto de partida

Inicie o projeto fazendo um levantamento do conhecimento prévio dos estudantes sobre o tema a ser trabalhado. Para isso, organize uma roda de conversa coletiva e pergunte aos estudantes se consideram que crianças e adolescentes têm direitos e se conhecem alguns deles. Pergunte também se acreditam que direitos devem ser iguais para todos e se, no mundo real, todas as crianças e adolescentes têm seus direitos garantidos. Questione-os também sobre estratégias de comunicação adequadas para a divulgação desses direitos.

Seus direitos e deveres estão aqui

Em seguida, leia as questões que antecedem o texto e faça uma síntese das respostas. Questione-os também sobre a pertinência da participação de crianças e jovens na elaboração de seus direitos legais e esclareça que apenas adultos eleitos são os responsáveis pela elaboração das leis que valem para todos os brasileiros.

Em seguida, proponha que sejam realizadas duas leituras do texto “Seus direitos e deveres estão aqui”, ambas em voz alta: a primeira por você e a segunda por estudantes escolhidos. É importante ressaltar que todos os estudantes devem acompanhar as leituras pelo texto de seu livro e estudantes com diferentes níveis de fluência leitora devem participar da atividade, a fim de que todos tenham a oportunidade de desenvolver fluência e expressividade oral.

Antes da primeira leitura, chame a atenção para o título do texto, que revela que, além de direitos, crianças e adolescentes também têm deveres, os quais estão elencados no material de onde o fragmento foi extraído.

Durante a primeira leitura, faça pausas após cada parágrafo, converse com os estudantes sobre o conteúdo e esclareça problemas relacionados ao vocabulário, a fim de garantir a perfeita compreensão das informações. Diga que o texto faz parte de um material de divulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente, o que explica o sentido da frase inicial e do termo “próximas páginas”, presentes no parágrafo final. Esclareça também que, nesse mesmo parágrafo, a informação entre parênteses refere-se ao endereço virtual do Plenarinho, portal mantido pela Câmara dos Deputados voltado para crianças e jovens, pais e professores. Discuta o uso do pronome “você” na frase: “Afinal, você, criança cidadã, não pode ficar por fora de seus direitos”, que revela quem são os destinatários do texto.

“O nascimento” e “Sempre atual” Para o trabalho com ambos os textos, empregue a mesma estratégia de duas leituras usada em “Seus direitos e deveres estão aqui”.

4. Durante a primeira leitura de “O nascimento”, verifique com os estudantes se eles sabem o que é a Constituição Federal (principal conjunto de normas jurídicas de um país) e informe que a atual Constituição brasileira passou a vigorar em 1988. O ECA surgiu dois anos depois para detalhar, reforçar e organizar os direitos específicos de crianças e adolescentes, tendo por base o texto constitucional. No texto “Sempre atual”, avalie a oportunidade de explicar o trabalho dos legisladores em suas esferas de atuação: vereadores são os responsáveis pela elaboração das leis dos municípios; deputados estaduais, dos estados; deputados federais e senadores (que, reunidos, formam o Congresso Nacional), da nação. Enfatize também que textos legais não são definitivos e podem e devem ser alterados sempre que for necessário, para garantir o interesse da sociedade.

Oriente os estudantes a responder às questões propostas, reforçando que é importante retomar as informações presentes nos textos lidos. Diferencie as questões 1, 2 e 4, que se baseiam em conteúdos presentes nos textos lidos, da questão 3, que pede ao estudante que faça uma inferência a partir da leitura, o que exige um maior nível de abstração.

Para finalizar, solicite que compartilhem, em voz alta, suas respostas com os colegas, o que permitirá a troca de ideias e o enriquecimento da atividade.

Em seguida, esclareça que a leitura do texto da Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990, ampliará a compreensão a respeito do funcionamento das leis e dos deveres de crianças e adolescentes. Como se trata de texto legal, mostre que a linguagem pode ser pouco acessível a jovens leitores e que ele segue uma organização padronizada. Chame a atenção de todos para aspectos relacionados à estruturação de textos normativos:

1. identificação da lei;

2. apresentação geral de seu conteúdo;

3. identificação dos responsáveis pela decretação e pela sanção da lei;

4. forma de hierarquização dos tópicos: título, artigos e parágrafos.

Oriente a leitura silenciosa por parte dos estudantes, solicitando que destaquem as partes que não ficaram claras e consultem o glossário no final do texto, antes de começarem a responder às questões. Ajude-os a esclarecer as dúvidas que permanecerem. Depois de responder individualmente às questões, podem dizer em voz alta as respostas para os colegas, compartilhando suas ideias.

Durante a correção da questão 1, esclareça que o título pode ser identificado em “Título 1”. Os artigos são identificados por “Art. 1o”, “Art. 2o” etc. No trecho, os artigos apresentam apenas “Parágrafo único”, em outros casos, poderiam ser identificados pelo símbolo “§”. As alíneas são identificadas pelas letras “a)”, “b)”, “c)” etc. Mostre que cada um desses itens funciona de forma hierárquica, isto é, os títulos apresentam artigos que podem conter os parágrafos. Os parágrafos, por sua vez, podem conter alíneas.

A questão 6 exige que os estudantes relacionem o conteúdo do texto legal com sua experiência de vida, seja por meio da observação de seu entorno, seja por meio de informações a que têm acesso de formas variadas. Durante a correção desse exercício, fique atento ao relato de situações que podem exigir a interferência de um adulto ou mesmo do Conselho Tutelar e encaminhe o problema à direção da escola, para que providências sejam tomadas de modo institucional. É importante os estudantes observarem que, embora os direitos sejam legalmente garantidos, isso não significa que, na realidade, todos tenham acesso a eles. Ressalte que os indivíduos e a sociedade organizada podem e devem exigir o cumprimento das leis, o que nem sempre é tarefa fácil, mas é sempre necessária.

A atividade 10 inicia o trabalho de planejamento da pesquisa que os estudantes realizarão na etapa seguinte. Nesse momento, eles já podem ser organizados em grupos, que serão os mesmos a partir da próxima etapa do projeto. Uma boa estratégia para essa organização é utilizar o método de trabalho em grupo da professora da Universidade de Stanford, Rachel Lotan. A especialista em ensino para a equidade considera que os estudantes possuem conhecimentos e habilidades distintos que se complementam no trabalho em grupo, ou seja, avalia que cada indivíduo pode contribuir para a aprendizagem do outro.

Organize as atribuições dos integrantes do grupo. Esclareça que todos devem participar de todas as etapas e ser corresponsáveis pelo bom desenvolvimento de todas as etapas do trabalho. Além disso, ressalte que cada integrante terá um papel atribuído por meio de sorteio. Entre esses papéis, estão:

1. facilitador: responsável pela leitura e compreensão;

2. monitor de recursos: responsável por solicitar ou mediar a atuação do grupo com ferramenta ou material;

3. repórter: responsável por registrar as atividades e compartilhá-las;

4. harmonizador: responsável por assegurar que todos realizem as atividades e sejam ouvidos;

5. controlador do tempo: responsável por mensurar e monitorar o tempo estipulado para a realização das atividades.

   Enfatize que, durante a realização das atividades propostas, as trocas de papéis serão possíveis, a fim de que o trabalho flua da melhor maneira possível. Se isso for necessário, evite atribuir um papel que apenas reforce habilidades já desenvolvidas por determinado estudante. Nesse contexto, sua atuação como mediador e organizador do trabalho é essencial. Faça intervenções que contribuam para que o grupo busque, com a maior autonomia possível, soluções para os problemas vivenciados pela equipe.

   Nesse momento, cada grupo de estudantes deve ter em mente a missão a ser cumprida, já que é ela que determinará todo o desenvolvimento do trabalho, e definir um tema para sua pesquisa, considerando os interesses individuais. É importante que você acompanhe os grupos para garantir que todos os estudantes tenham a oportunidade de se manifestar e a escolha seja feita de forma democrática, após as argumentações de cada um. Lembre aos estudantes de que a tomada de decisão deve ser coletiva.

Etapa 2 – Vamos pesquisar?

Nessa etapa, os estudantes estarão organizados nos mesmos grupos já formados na etapa anterior. Esclareça que todos vão trabalhar, pesquisar e colaborar para que o grupo seja bem-sucedido em sua missão. Observe que você fará intervenções e orientações pontuais ao longo das atividades, com o objetivo de esclarecer dúvidas e ajudar a conduzir a atividade da melhor forma possível. Relembre que todos são responsáveis pelo bom desempenho coletivo e, portanto, devem participar de todas as atividades propostas. Acompanhe os estudantes para observar suas atuações individuais e também suas participações nos respectivos grupos. Faça registros em seu diário de bordo, os quais serão úteis ao longo do processo avaliativo.

Vale destacar que os trechos autênticos do ECA podem ser muito difíceis para as crianças, já que foram redigidos em linguagem típica de textos normativos. Para tentar contornar a dificuldade de compreensão desse material, é possível fazer a mediação com textos de apoio, como o da revista especial da Turma da Mônica, disponível no link: http://fdnc.io/gw1 (acesso em: 16 abr. 2021), e com tirinhas do Plenarinho, disponível no link: http://fdnc.io/g2e (acesso em: 16 abr. 2021).

Uma possibilidade de compartilhamento dos textos é fazer com a turma uma roda de leitura coletiva desses materiais, de modo que cada grupo identifique o direito que escolheu e o que o ECA diz sobre ele.

Além disso, oriente os estudantes a buscar em jornais, revistas e sites notícias que apresentam situações de desrespeito aos direitos das crianças e dos adolescentes e as registrem em seus diários de bordo. Se possível, poderão imprimi-las e colá-las, ou ainda fazer registros sintéticos de seu conteúdo.

As atividades propostas nessa etapa levam os estudantes a dividir um problema em partes menores, para que os detalhes sejam analisados. Tais procedimentos estimulam o desenvolvimento do pensamento computacional.

Oriente os grupos, em um primeiro momento, a anotar no diário de bordo as respostas dadas às questões 1 e 2, estimulando a apresentação sintética do que foi compreendido por todos a respeito do texto legal.

Pandemia de Covid-19 traz impactos para a aplicação do ECA

Apresente aos estudantes o texto “Pandemia de Covid-19 traz impactos para a aplicação do ECA” que acompanha o exercício 3 e explore com eles as pistas que permitem classificar o texto como informativo e como o título esclarece o assunto abordado ou o local de publicação. Concluída essa etapa, peça aos grupos que o leiam silenciosamente. Além disso, mostre que o texto foi construído a partir de dados, informações e declarações. Antes de pedir que façam a atividade, pergunte que lembranças trazem de sua vida escolar durante o período da pandemia e como as avaliam.

Após as exposições orais, oriente os alunos a redigir as respostas dos itens a até d. Para isso, será necessário organizar o momento de pesquisa de modo que os grupos tenham acesso a diferentes fontes, tais como textos escritos impressos e digitais, audiovisuais, jornais, revistas, sites, enciclopédias, entre outras. Com relação ao item c, é essencial considerar que muitas crianças e adolescentes fazem a refeição principal do dia nas escolas e, além disso, a escola é um importante espaço de trocas culturais, práticas de esportes e convívio com colegas, professores e funcionários. Principalmente para os adolescentes, ela também é um local para profissionalização, onde eles decidem seus projetos de vida e podem começar a cursar disciplinas de seu interesse profissional. No caso de escolas técnicas, há inclusive a certificação de uma profissão.

Orientações

3. Após a leitura, peça aos estudantes que respondam às questões.
   1. Espera-se que os estudantes encontrem que a Covid-19 é uma doença causada pelo vírus Sars-CoV-2, também chamado de “coronavírus”. O vírus causou uma pandemia que se iniciou no fim do ano de 2019.
   2. De acordo com o texto, muitos brasileiros não têm acesso à internet ou a um computador para acessar os materiais das aulas on-line. Assim, muitas crianças e muitos adolescentes ficaram privados do direito à educação.
   3. Uma possibilidade de resposta é dizer que, sem a escola, as crianças e os adolescentes podem ter afetados seus direitos à alimentação, à cultura, ao esporte, à convivência comunitária e à profissionalização.
   4. Segundo o texto, quando crianças são obrigadas a trabalhar, isso prejudica o seu desenvolvimento e viola o direito à saúde. Também é possível dizer que, por consequência, o trabalho as retira da escola, violando o direito à educação.

      Em relação à questão d, discuta brevemente com os estudantes que o trabalho precoce não corresponde ao auxílio em tarefas simples do lar, mas a jornadas exaustivas comparadas às de um adulto. Explore também que crianças e adolescentes têm direito a escolherem como querem seguir com sua vida profissional, preparando-se para o mundo do trabalho.

      Antes de organizar a produção textual, solicite aos grupos que retomem as notícias e reportagens que localizaram sobre situações de desrespeito aos direitos de crianças e adolescentes ou suas sínteses. Lembre-os de que tais materiais foram registrados nos diários de bordo.

Hora de escrever

Para a elaboração da história em quadrinhos, peça aos grupos que retomem as informações sobre o ECA e sobre as situações de desrespeito a ele. Oriente-os sobre a organização desse gênero textual. Ressalte que a HQ deve mostrar com clareza o direito escolhido, para que outras crianças possam compreendê-lo.

A história em quadrinhos pode ser feita à mão, com papel e lápis de cor ou em plataformas digitais. Se a opção escolhida for a primeira, destaque a importância do bom aproveitamento do espaço da folha, da construção de balões em tamanhos adequados para que as falas caibam e da legibilidade do texto.

Caso seja feita a opção pelo uso de plataformas digitais, é importante que os estudantes tenham noção de como usá-las, já que muitas são em inglês. Por isso, o ideal é que você prepare uma aula sobre aplicativos ou sites para o desenvolvimento de tirinhas. Outra solução é pedir aos estudantes que conhecem essas ferramentas que atuem como tutores dos colegas.

Mostre a eles a relevância do cuidado estético, que atrairá os leitores para conhecer o conteúdo apresentado. Lembre a todos de que é possível haver quadrinhos sem falas de personagens e, nesses casos, o desenho deve ser, por si só, capaz de transmitir a informação desejada.

Após a elaboração da primeira versão escrita, proponha que a revisão seja feita considerando, por exemplo, se os recursos expressivos típicos dos quadrinhos foram usados, como a presença de onomatopeias e de pontuação expressiva. Os grupos devem verificar também se a ideia foi expressa de forma clara e adequada. Solicite também que façam uma revisão ortográfica e, em caso de dúvidas, consultem um dicionário ou recorram a você.

Após a revisão dos textos, peça aos estudantes que finalizem a produção, compartilhando-a com a turma. Sugestões de melhorias podem ser incorporadas à versão final enviada à biblioteca.

Etapa 3 – Experimentando

Cada grupo deve aprofundar a discussão a respeito do direito de crianças e adolescentes escolhido por ele a partir dos dados e das informações obtidos durante a pesquisa. É importante que os estudantes compreendam não apenas a importância desse direito para o desenvolvimento sadio das crianças e adolescentes, como também a necessidade de garantir o acesso a ele. Ressalte que a garantia legal à saúde para todos não se reflete na realidade de crianças e adolescentes que vivem em regiões sem saneamento básico. Espera-se que percebam que é imprescindível que o ECA seja respeitado. Para isso, os grupos devem analisar as informações e os dados pesquisados, os registros já feitos no diário de bordo e as ideias apresentadas na história em quadrinhos acerca do direito escolhido pelo grupo.

Reforce que, muitas vezes, o desrespeito a um direito da criança e do adolescente acarreta outros desrespeitos. Mostre, por exemplo, que, se a criança ou o jovem não tem acesso à saúde, isso pode prejudicar ou até mesmo impossibilitar o acesso à educação, ao esporte, ao lazer etc. Oriente os grupos a discutir essa relação entre os direitos. Depois, os grupos devem registrar no diário de bordo possíveis soluções para que esse desrespeito não ocorra. Se o ECA considera que assegurar os direitos de crianças e adolescentes é dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público, seria interessante que os grupos pensassem em soluções que pudessem ser desenvolvidas em cada um desses segmentos.

Oriente os estudantes a responder às questões 2 e 3, de modo que preencham o quadro sugerido com o registro de uma forma de desrespeito ao direito escolhido pelo grupo, bem como uma sugestão que possa colaborar para que não seja mais desrespeitado. Caso tenham escolhido o direito à educação, podem registrar, por exemplo, a falta de vagas em escolas públicas ou a ausência de recursos financeiros para ter acesso a livros de leitura. Sugestões como a elaboração de um projeto de lei que garanta vagas para todos ou uma ação comunitária para arrecadar fundos para a compra e a distribuição de livros podem ser possíveis soluções para os respectivos problemas. No primeiro caso, será necessária a elaboração de texto normativo e, no segundo, de cartazes para promover a sensibilização e a conscientização da comunidade.

15. Oriente os grupos a buscar, em sites, jornais e revistas, informações sobre ações anteriormente empreendidas pela comunidade, pela sociedade ou pelo poder público, com o objetivo de solucionar o problema do desrespeito ao direito escolhido. Em seguida, usando as informações obtidas, peça a eles que preencham o quadro apresentado na questão 4. Pesquisar sobre iniciativas já tomadas e aquelas que estão sendo realizadas e compará-las com as soluções apresentadas pelo grupo amplia o repertório de soluções, além de permitir o aprofundamento da discussão e, assim, auxiliar os estudantes a avaliarem a possível eficácia de suas propostas. No link: http://fdnc.io/4PZ (acesso em: 17 abr. 2021), é possível conhecer algumas iniciativas que buscam promover o respeito aos direitos de crianças e jovens.

    No exercício 5, os itens propostos exigem que os estudantes dividam um problema em partes menores, para que os detalhes sejam analisados. Tais procedimentos estimulam o desenvolvimento do pensamento computacional.

    A partir da comparação entre as soluções pesquisadas e aquelas propostas pelo grupo, primeiramente deve ser elaborada e registrada no diário de bordo uma lista final apresentando as soluções cuja realização o grupo considera possível.

    Em seguida, incentive cada grupo a apresentar essa lista para a classe, o que pode ser feito oralmente ou pela circulação das listas entre os grupos. É importante que você também tenha acesso à lista de todos os grupos e possa, assim como os estudantes, fazer observações e sugestões que colaborem para a reflexão a respeito das possibilidades de ações que viabilizem a realização das soluções apresentadas. Após essa troca colaborativa, cada grupo deve escolher a solução mais eficaz e criativa. Finalmente, todos devem fazer, em seu diário de bordo, o registro da solução e da justificativa dessa escolha. É fundamental que o grupo perceba que tal solução deverá responder à pergunta investigativa: E se uma criança governasse o mundo?

Etapa 4 – Hora de produzir!

Os grupos deverão elaborar um roteiro no diário de bordo com as etapas da realização da solução pensada para que o direito de crianças e adolescentes passe a ser respeitado. Ao organizarem a sequência das etapas desse roteiro de solução, os estudantes utilizarão habilidades importantes para o desenvolvimento do pensamento computacional.

Para a atividade 1, lembre-os de que, como governantes, eles têm o dever de buscar soluções para os problemas enfrentados por crianças e jovens que têm seus direitos desrespeitados; para isso, devem estabelecer um objetivo coerente com a ação proposta para alcançá-lo. Como cada grupo escolheu um direito previsto pelo ECA, as soluções apresentadas serão diferentes e é justamente este o objetivo do projeto integrador: diversificar os caminhos investigativos e valorizar as soluções encontradas.

Incentive-os a apresentar argumentos que comprovem a eficiência da solução proposta, elencando seus pontos positivos no diário de bordo e listando o material necessário para a execução da ação planejada.

Para o desenvolvimento de uma solução possível, oriente os estudantes a registrar todas as fases do trabalho. Dê mais atenção aos pontos que não ficaram muito claros, para que eles aprofundem a discussão. Você pode sugerir que eles listem uma sequência das ações necessárias para a solução.

Você fará intervenções pontuais ao longo das atividades, para esclarecer dúvidas e ajudar os grupos a desenvolver cada etapa, para que, ao final do roteiro construído no diário de bordo, eles registrem os resultados que esperam alcançar com a solução executada pelo grupo.

Você também deve registrar no seu diário de bordo a participação, o empenho e a contribuição de cada estudante nas etapas do trabalho, bem como a relação de respeito e colaboração entre os integrantes do grupo.

15. Oriente os grupos a observar o funcionamento de todas as ações planejadas e a anotar no diário de bordo tudo que acontecer, de acordo com as orientações da atividade 2. Depois da ação realizada, os grupos devem registrar no diário se houve algum acontecimento inesperado durante as etapas. Eles podem indicar o que poderia ter sido mais bem planejado e se ainda é possível fazer alterações na solução escolhida para que ela seja melhorada. Por exemplo, a biblioteca comunitária conseguiu tornar os livros mais acessíveis para crianças e jovens? Quais foram os obstáculos encontrados no processo?

Etapa 5 – Compartilhando as descobertas

Peça aos estudantes que leiam as anotações feitas no diário de bordo. Esclareça a eles que as produções de solução são diferentes porque cada grupo escolheu um direito proposto pelo ECA.

Por ser uma atividade relevante em função de sua temática, explique a importância de os grupos compartilharem suas soluções com a turma e com a comunidade escolar. Planeje formas de realizar esse compartilhamento e aprofundar o envolvimento com as propostas de outros grupos. No caso da biblioteca comunitária, podem ser elaborados convites e/ou panfletos para que os colegas possam conhecer melhor a biblioteca e contribuir para sua valorização como leitor, doador de livros ou colaborador do projeto. Os convites devem apresentar com clareza horário de funcionamento, local e forma de participação. Procure incentivar os estudantes a perceber que são agentes transformadores; por isso, podem e devem agir para interferir na realidade, buscando maneiras de solucionar problemas.

Em seguida, sugira aos alunos que organizem um evento na escola com o objetivo de divulgar para a comunidade em geral e familiares as soluções apresentadas pelos grupos. Essa divulgação poderá ser feita por meio de cartazes, rodas de conversa, músicas, poemas, enfim, tudo o que possa atrair a atenção para os direitos de crianças e jovens. O importante é que o evento seja bem planejado, que todos tenham uma função previamente definida e saibam o que e como apresentarão no dia. Para isso, ensaios podem ajudar os estudantes a se sentirem mais seguros.

Etapa 6 – O que aprendemos?

Nesta última etapa do projeto, convide os estudantes para uma roda de conversa sobre o processo que vivenciaram em busca de solução para um problema tão grave como a violação dos direitos de crianças e adolescentes.

Conclusão: Avaliação

Incentive-os a se expressarem à vontade sobre as etapas do trabalho, sobre as pesquisas que realizaram e o que aprenderam com elas, sobre o conhecimento das leis que determinam os direitos e deveres de crianças e jovens e como esse conhecimento pode contribuir para uma sociedade mais justa e igualitária, que ofereça oportunidades para todos, sem discriminações. Peça a eles que comentem sobre as iniciativas que já foram tomadas para combater o desrespeito aos direitos de crianças e jovens e levantem hipóteses para justificar por que o desrespeito ainda ocorre a despeito dessas atitudes combativas. Questione-os se deveria haver participação de crianças e adolescentes na elaboração dos direitos e deveres atribuídos a eles, e o que fariam, quais causas defenderiam, caso isso acontecesse.

Na sequência, esclareça aos estudantes a importância desta etapa de avaliação. Oriente-os a responder às perguntas avaliativas em seus respectivos diários de bordo. Ressalte que você também tem um diário de bordo e o usa para registrar o desenvolvimento do trabalho e dos envolvidos, e que é um instrumento para orientar suas ações. Leia em voz alta as questões e explique as diferenças entre autoavaliação, avaliação do grupo e avaliação do projeto. A respeito da autoavaliação, esclareça que este é um importante instrumento para desenvolver autonomia e autocrítica; por isso, deve ser um momento de reflexão individual sobre seu desempenho.

Durante a avaliação do grupo, todos os integrantes devem ter participação ativa. Tal avaliação deve ocorrer em duas etapas: primeiro, realizada individualmente, e, depois, discutida por todos os membros. O compartilhamento de ideias é essencial e deve ocorrer de forma saudável. Circule pelos grupos e interfira, se julgar necessário.

Aproveite para apresentar sua avaliação do trabalho, valendo-se de suas anotações no diário de bordo. Destaque as contribuições individuais e peça a validação do grupo.

Para finalizar, proponha a avaliação individual do projeto e, em seguida, amplie-a, solicitando que compartilhem suas opiniões. Destaque que há questões que analisam procedimentos e outras, conteúdos.

Esse é o momento de destacar a importância dos processos avaliativos, já que contribuem para o reconhecimento de virtudes e de pontos que ainda precisam ser aperfeiçoados.

Liste dúvidas e observações que surgiram ao longo da etapa. Se necessário, retome algumas questões que foram apresentadas no início do projeto e que não foram discutidas ou respondidas por conta do direcionamento das atividades. Esse também é o momento de esclarecer eventuais dúvidas a respeito do tema do projeto e, se necessário, retomar questões levantadas ao longo das etapas que não foram respondidas.

Finalize apresentando sua autoavaliação, focando na forma como agiu ao longo das etapas e como contribuiu para os trabalhos dos grupos. Analise também a pertinência do uso do diário de bordo como instrumento para auxiliar as avaliações formativas realizadas ao longo do processo. Compartilhe com a equipe pedagógica o trabalho desenvolvido, apresente os dados e os registros presentes em seu diário de bordo e destaque como o projeto contribuiu para a aprendizagem dos estudantes. Todo esse processo avaliativo contribui para regular as expectativas do processo de aprendizagem de cada um dos estudantes e de toda a turma.

Leia com os estudantes as sugestões de leitura apresentadas e pergunte por qual se interessaram. Você poderá aproveitar para fazer uma visita com eles à biblioteca da escola ou da região e buscar livros que abordem esses temas.