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ANO Danças

TEMA 1. As brincadeiras cantadas: movimentos e sons

Tabela: equivalente textual a seguir.

Prepare-se para as aulas

Objetivos

Vivenciar e reconhecer as brincadeiras cantadas com base nos saberes da família e da comunidade.

Ampliar os conhecimentos sobre essas manifestações culturais.

Experimentar os gestos e os ritmos que são tematizados com essas brincadeiras.

Compreender e respeitar pessoas com algum tipo de deficiência motora por meio de brincadeiras realizadas com a introdução de algumas limitações físicas.

Habilidades da BNCC

EF12EF11 e EF12EF12

Número de aulas

10

Materiais

Dispositivo eletrônico para reprodução das cantigas, vendas para os olhos.

Sequência de atividades

Pergunte aos alunos que brincadeiras cantadas eles conhecem e incentive-os a mostrá-las. A seguir, nas próximas aulas, realize as atividades propostas na seção “Experimentação e Fruição”.

Sensibilização

Concluídas as atividades anteriores (em sua totalidade ou as selecionadas), realize as propostas da seção “Construção de valores”.

Para começar

Disponha os alunos em roda e converse com eles sobre as brincadeiras cantadas que conhecem e onde costumam brincar. Incentive-os a falar com quem aprenderam as brincadeiras e se conhecem outros modos de brincar.

Caso algumas dessas brincadeiras sejam desconhecidas do grupo, peça aos alunos que as mencionaram que as ensinem aos demais. Se eles citarem um grande número de brincadeiras, peça-lhes que escolham algumas delas para serem exploradas na aula. Se necessário, ajude-os nessa seleção.

Brinque com os alunos e incentive-os também a brincar sozinhos. Atente para questões de segurança no espaço destinado à atividade (degraus que podem causar acidentes, quinas, postes etc.).

Ao final da atividade, disponha novamente os alunos em roda e pergunte como eles se sentiram enquanto brincavam. Quais eram as brincadeiras mais conhecidas? Todos brincaram com o mesmo entusiasmo?

A partir dessa mobilização inicial, proponha novas possibilidades para a realização de determinada brincadeira.

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Análise e Compreensão

As brincadeiras cantadas

As brincadeiras cantadas são maneiras de brincar com o corpo com base na relação entre o movimento corporal e a expressão vocal, sob a forma de músicas, frases, palavras ou sílabas ritmadas, as quais integram a cultura popular ou fazem parte das criações contemporâneas. Elas se fundem com musicalidade, dança, dramatização, mímica e jogos, podendo ser caracterizadas como formas de expressão do corpo que integram a cultura popular (LARA; PIMENTEL; RIBEIRO, 2005) 1 .

Podem ser utilizadas diferentes formações para o desenvolvimento das brincadeiras cantadas, como rodas, filas, na posição sentada e/ou em pé, entre outras, e, dessa forma, as possibilidades de criação de novas maneiras de brincar também são multiplicadas.

Há diversas brincadeiras cantadas que são, em sua maioria, bastante exploradas no universo infantil. É imprescindível, contudo, atribuir outros significados a elas, valorizando-as como importantes manifestações da cultura da humanidade e não apenas por serem divertidas e atraentes. Para tanto, nesta obra serão oferecidas algumas possibilidades didáticas para o tratamento desse conteúdo.

Nesse contexto, é interessante mostrar também aos alunos de que forma as brincadeiras cantadas se apresentam como um dos conhecimentos das aulas de Educação Física com uma gama de ritmos, gestos e movimentos, e reforçando aprendizagens, como a valorização da cultura brasileira.

Alguns exemplos de brincadeiras cantadas são: “Ciranda, Cirandinha”, “Rosa juvenil”, “Sapo cururu”, “O cravo e a rosa”, “Fui morar numa casinha”, “A canoa virou”, entre outras.

Mesmo sem uma definição exata da origem das brincadeiras cantadas, pode-se dizer que elas são fruto das misturas culturais de diferentes grupos étnicos (africanos, indígenas e europeus), que, de certo modo, criaram formas variadas de representação corporal transmitidas e ressignificadas ao longo do tempo (LARA; PIMENTEL; RIBEIRO, 2005) 2 .

Sugerimos que, antes de propor uma nova brincadeira, pergunte aos alunos se eles conhecem outra forma de realizá-la, pois, devido à diversidade cultural entre as regiões do Brasil, as brincadeiras apresentam variações, inclusive, nas letras das cantigas e parlendas. Essa estratégia permite que os alunos se sintam parte do processo de aprendizagem e protagonistas dos conhecimentos abordados nas aulas.

Experimentação e Fruição

1. Corre cutia

Objetivos: Aprender a cantiga da brincadeira “Corre cutia”. Desenvolver de forma conjunta a cantiga e a brincadeira. Brincar com os colegas.

Material: dispositivo eletrônico para reprodução da cantiga (reprodutor de CD ou DVD; computador)

Nota de rodapé: 1. LARA, L. M.; PIMENTEL, G. G. A.; RIBEIRO, D. M. D. Brincadeiras cantadas: educação e ludicidade na cultura do corpo. Lecturas: Educación Física y Deportes, Buenos Aires, ano 10, n. 81, fev. 2005. Disponível em: http://fdnc.io/fdi. Acesso em: 20 jan. 2021. Fim da nota.

Nota de rodapé: 2. Op. cit. Fim da nota.

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Imagem: Ícone: ATENÇÃO PARA A SEGURANÇA. Fim da imagem.

Procedimentos

Disponha os alunos sentados em círculo. Coloque a cantiga para o grupo escutar. Lembre-se de que há diferentes versões da letra de “Corre cutia”, as quais podem ser consultadas pela internet. Em seguida, ensine aos alunos a letra escolhida.

Optamos pela seguinte versão:

Corre cutia, na casa da tia.

Corre cipó, na casa da vó.

Lencinho na mão caiu no chão.

Moça bonita do meu coração.

É um, é dois, é três!

Quem olhar é freguês, freguês.

Apaga a luz de uma vez!

Corre cutia, na casa da tia.

Corre cipó, na casa da vó.

Lencinho na mão caiu no chão.

Moça bonita do meu coração.

Posso jogar? Pode!

Ninguém vai olhar?

Não!

FONTE: Da tradição popular.

Depois de aprendida a letra, explique a brincadeira com uma demonstração feita pelos alunos. Escolha um deles para esconder o lenço. Enquanto ele anda do lado de fora do círculo com um lenço na mão, todos cantam a primeira parte da cantiga.

Quando cantarem o verso “Apaga a luz de uma vez!”, todos abaixam a cabeça e fecham os olhos. Nesse momento, o aluno que está em pé coloca o lencinho atrás de um dos colegas sentados no círculo, enquanto canta a segunda parte da cantiga, e continua andando.

Os que estiverem na roda devem verificar se o lenço foi deixado atrás de si logo após a passagem do colega. Quem estiver com o lenço precisa pegá-lo e, por fora do círculo, tentar alcançar o aluno que o escolheu.

O aluno perseguido corre para tentar sentar no lugar do colega que agora tem o lenço.

Se o aluno perseguido for pego na corrida, ele percorre novamente a roda para colocar o lenço atrás de outro colega. Se ele não for pego, a brincadeira recomeça com quem ficou com o lenço.

Ressalte que todos os participantes são importantes no desenvolvimento da brincadeira, valorizando a presença de cada um para que a atividade seja desfrutada intensamente.

2. Variação de Corre cutia

Imagem: Ícone: ATENÇÃO PARA A SEGURANÇA. Fim da imagem.

Se todos os alunos já souberem brincar de “Corre cutia”, sugira uma variação para a brincadeira.

A letra da cantiga é a mesma e a disposição em roda, também; contudo, todos cantam a música duas vezes seguidas e de olhos fechados.

O aluno que ficou com o lenço deve escondê-lo em qualquer lugar do espaço de aula antes que a música acabe e todos abram os olhos.

Quando a música acabar, todos se levantam e correm para procurar o lenço. Quem o encontrar recomeça a brincadeira. Além dessa variação, você pode criar outras, colocando os alunos como protagonistas da atividade e valorizando os saberes locais.

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Boxe complementar:

A cutia é um pequeno roedor veloz, esperto e muito gracioso, que vive em áreas do Cerrado, da Caatinga e da Mata Atlântica. Trata-se de um animal muito importante, pois, ao se alimentar de pequenos frutos, espalha diversas sementes pela floresta, contribuindo para que outras árvores sejam semeadas.

A cidade de Cotia, localizada no interior do estado de São Paulo, recebeu esse nome, segundo uma das versões de sua origem, porque os indígenas que habitavam aquela região gostavam muito desse animal.

Imagem: Fotografia. Uma Cutia, animal quadrúpede com pelo ralo e orelhas pequenas. Ela está com o focinho esticado para frente. Ao lado, um filhote com o focinho encostado no peito dela. Fim da imagem.

LEGENDA: Cutia amamentando filhote no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2020. FIM DA LEGENDA.

Fim do complemento.

3. Fui morar numa casinha

Imagem: Ícone: ATENÇÃO PARA A SEGURANÇA. Fim da imagem.

Objetivos: Aprender a cantiga da brincadeira “Fui morar numa casinha”. Cantar e explorar gestos e ritmos com os colegas. Recriar a brincadeira com o seu auxílio. Valorizar esse conhecimento como parte da cultura local.

Material: dispositivo eletrônico para reprodução da cantiga (reprodutor de CD ou DVD; computador)

Procedimentos

Apresente a cantiga aos alunos. Sugira procedimentos para acompanhar a cantiga, como cantá-la caminhando de mãos dadas ou girando em roda no sentido anti-horário.

Fui morar numa casinha-nha,

Enfeitada-da de florzinha-nha.

Saiu de lá-lá-lá uma princesinha-nha

Os alunos param onde estão e batem palmas ao cantar as sílabas NHA-NHA, DA-DA e LÁ-LÁ-LÁ.

Olhou pra mim, olhou pra mim e fez assim…

Em “e fez assim”, os alunos mandam dois beijinhos com a mão.

Da tradição popular.

4. Vamos recriar essa brincadeira?

Imagem: Ícone: ATENÇÃO PARA A SEGURANÇA. Fim da imagem.

Peça sugestões aos alunos de novos movimentos que podem ser acrescentados à brincadeira. Em vez de palmas, incentive-os a criar outros sons com o corpo. Nessa recriação, não é necessário realizar um movimento que esteja relacionado diretamente com a letra. Veja a seguir algumas sugestões.

Organize os alunos em dois grupos. Um deles acompanha você cantando enquanto o outro bate palmas. Depois, invertem os papéis.

Incentive os alunos a experimentar e a descobrir a maior quantidade de sons que o corpo consegue produzir sem o uso de qualquer tipo de material, como batida de pé no chão, estalar dos dedos, diversos tipos de palmas, batidinhas em diferentes partes do corpo e sons feitos com a boca. Incentive-os a perceber a relação entre movimento e som.

Sugira aos alunos que troquem as palmas por outro som, como o produzido quando se bate o pé mais forte no chão ou quando se estalam os dedos, a língua, entre outras possibilidades.

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Se considerar oportuno, varie o ritmo da música, cantando e dançando lenta ou rapidamente. Explore também cantar mais alto, baixo, murmurando ou só assoviando.

Discussão

Essas atividades (e a recriação delas) permitem aos alunos ampliar o repertório de brincadeiras, vivenciá-las e assumi-las como um conhecimento relevante desde que sua intervenção seja diretiva nesse sentido. É importante destacar que essas brincadeiras, transmitidas oralmente de geração em geração, trazem em seu bojo relevante significado histórico-social. Por meio delas, sucessivas gerações de crianças se divertiram, aprenderam e introduziram mudanças de acordo com sua época a partir da exploração de gestos e ritmos. É possível promover, com o professor da turma, o resgate do folclore e das parlendas, trabalhados nas aulas de Língua Portuguesa ou de História e Geografia.

5. Fui no Itororó

Imagem: Ícone: ATENÇÃO PARA A SEGURANÇA. Fim da imagem.

Objetivos: Aprender a cantiga da brincadeira “Fui no Itororó”. Cantar, fruir e experimentar a brincadeira com os colegas. Valorizar esse conhecimento como parte da cultura popular. Ter consciência de que se trata de um recorte das práticas corporais que foram (e continuam sendo) transformadas pela sociedade.

Material: dispositivo eletrônico para reprodução da cantiga (reprodutor de CD ou DVD; computador)

Procedimentos

Disponha os alunos em círculo. Pergunte a eles se conhecem a letra da cantiga “Fui no Itororó”. Caso alguém a conheça, solicite que a cante para o grupo.

Se for possível, reproduza o áudio da cantiga. Disponível em: http://fdnc.io/fdj . Acesso em: 20 jan. 2021.

Escolhemos a seguinte versão para ser ensinada aos alunos:

Fui no Itororó

Beber água e não achei

Encontrei bela morena

Que no Itororó deixei

Aproveita minha gente

Que esta noite não é nada

Se não dormir agora

Dormirá de madrugada

Oh! Dona Maria!

Oh! Mariazinha!

Entrarás na roda

E ficarás sozinha

Sozinha eu não fico

Nem hei de ficar

Porque eu tenho o Joãozinho

Para ser meu par

Da tradição popular.

Depois de o grupo ouvir a música, solicite a um voluntário que fique no centro do círculo. Enquanto ele estiver nessa posição, estimule-o a dançar e a se expressar livremente; o mais importante é não ficar parado. Ao recolocar a música, os alunos dão as mãos uns aos outros, a roda começa a girar e permanece girando durante as duas primeiras estrofes.

Na terceira estrofe, os nomes Maria e Mariazinha devem ser substituídos pelo do aluno que se ofereceu para ficar no centro da roda. A última estrofe é cantada somente por quem estiver no centro da roda, que troca o nome “Joãozinho” pelo da pessoa escolhida por ele para ficar em seu lugar.

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Após realizar a atividade várias vezes, incentive os alunos a cantar a letra sem o acompanhamento musical.

Em um segundo momento, alterne o ritmo da cantiga, que ora deve ficar mais acelerado, ora mais lento. Solicite também aos alunos que cantem a música com voz de terror, de tristeza (choramingando), de alegria, entre outras possibilidades.

Boxe complementar:

Será que existe um lugar chamado Itororó?

Itororó não é ficção. É uma fonte localizada na cidade de Santos, no litoral sul de São Paulo, e dela não brota mais água. Olao Rodrigues relata em seu livro Cartilha da história de Santos (1980) que a água da fonte do Itororó era cristalina e refrescante. Por essas características, muitas pessoas iam até lá para experimentá-la e aproveitar suas propriedades medicinais. A fonte ganhou fama e foram criadas em torno dela lendas e canções tradicionais, como a que aprendemos na aula.

Imagem: Fotografia. Uma fonte com uma pia verde. No fundo, vegetação. Fim da imagem.

LEGENDA: Fonte do Itororó, na Praça Corrêa de Melo, em Santos, SP, 2021. FIM DA LEGENDA.

Fim do complemento.

6. Laranja baiana

Imagem: Ícone: ATENÇÃO PARA A SEGURANÇA. Fim da imagem.

Objetivos: Aprender a letra de “Laranja baiana”. Criar movimentos diferenciados para essa parlenda. Respeitar os espaços e os gestos na brincadeira.

Procedimentos

Forme um círculo com todos de mãos dadas e escolha um aluno para ficar no centro (ou solicite um voluntário). Comece a girar a roda com os alunos de mãos dadas e a recitar a parlenda:

Laranja baiana que vira pó

galo que canta coró-có-có

pinto que pia piri-pi-pi

moça bonita que saia daqui.

Laranja baiana que vira pó

galo que canta coró-có-có

pinto que pia piriu-piu-piu

moça e moço bonito que fazem assim…

Da tradição popular.

Crie alguns ritmos para recitar a parlenda.

No verso “moça e moço bonito que fazem assim…”, oriente os alunos a virar “estátuas” (parados, imóveis). Quem estiver no centro da roda pode dançar e se divertir com a parlenda. Quando terminar sua dança, esse aluno escolhe outro para substituí-lo.

Pode-se combinar com o grupo que, na rodada seguinte, virem “estátuas” de animais, ou ainda “estátuas” sentadas, ou em duplas, ou com um pé só, entre outras possibilidades. Estimule a criatividade dos alunos solicitando a eles sugestões de como deve ser a “estátua”.

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Construção de valores

Todos podem dançar?

Imagem: Ícone: ATENÇÃO PARA A SEGURANÇA. Fim da imagem.

Objetivos: Vivenciar atividades por meio da introdução de algumas limitações físicas visando sensibilizar os alunos para essa questão. Compreender e respeitar as pessoas com algum tipo de deficiência física.

Material: vendas para os olhos

Procedimentos

Proponha aos alunos a repetição de algumas das brincadeiras vivenciadas por eles, mas desta vez com algumas limitações físicas.

  1. Com os olhos vendados: realize a atividade “Fui no Itororó” com alguns alunos utilizando vendas nos olhos. Essa proposta pode ser realizada tanto com os que compõem a roda como com aqueles que vão ao centro. Nesse caso, outro colega poderá atuar como acompanhante para dar maior segurança.
  1. Com um dos braços preso ao corpo ou movendo apenas uma das pernas: durante “Corre cutia”, o aluno responsável por colocar o lenço atrás de um colega terá de correr com um dos braços preso ao corpo ou com apenas uma das pernas.

    Discussão

    Ao final dessas vivências, converse com os alunos sobre as dificuldades que eles enfrentaram. Procure saber se foi mais difícil brincar sem enxergar (confiando no acompanhante), na primeira atividade, ou na segunda, em que estavam com um dos braços preso ao corpo ou movendo apenas uma das pernas. Como eles se sentiram em cada situação?

    Com base nas respostas dos alunos, peça que reflitam se é possível a participação de pessoas com deficiência física nas atividades exploradas. Aprofunde esse debate.

    É importante ressaltar que as limitações físicas introduzidas nessas brincadeiras não impediram a participação de todos. Pessoas com deficiência devem ser respeitadas, pois, apesar de suas dificuldades, elas também são ativas e participativas, contribuindo para o bom desenvolvimento das tarefas propostas. Além disso, é direito de todo ser humano ter acesso à escola e às aulas de Educação Física, sendo necessário cultivar um espaço de aprendizagem inclusivo e democrático.

    Caso haja em sua turma aluno com deficiência visual ou física, inclua-o nas atividades adaptando espaços, materiais e promovendo discussões sobre o assunto. Permita que ele verbalize como se sente nas aulas e o que a comunidade escolar pode fazer para que suas experiências de aprendizagem sejam ampliadas. As atividades propostas nesta seção permitem que os demais alunos se aproximem de situações vivenciadas por aqueles que têm alguma deficiência e compreendam melhor a importância da inclusão.

Boxe complementar:

Para saber mais

  • Folha de S.Paulo. Brincadeiras cantadas. Disponível em: http://fdnc.io/fdk . Acesso em: 20 jan. 2021.
  1. No “Mapa do brincar”, você encontra um acervo com diversas brincadeiras cantadas nas diferentes regiões do Brasil. Procure partir do contexto local ou regional e, depois, amplie as experiências.

Fim do complemento.

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TEMA 2. A importância do ritmo e as brincadeiras cantadas

Tabela: equivalente textual a seguir.

Prepare-se para as aulas

Objetivos

• Experimentar gestos em diferentes ritmos.

• Identificar e diferenciar o ritmo nas brincadeiras cantadas.

• Compreender o ritmo como um dos elementos fundamentais dessas brincadeiras.

• Compreender e respeitar pessoas com deficiências por meio de brincadeiras realizadas com a introdução de algumas limitações físicas.

Habilidades da BNCC

EF12EF11 e EF12EF12

Número de aulas

14

Materiais

Dispositivo eletrônico para reprodução das músicas e cantigas e vendas para olhos e corda de pular.

Sequência de atividades

Apresente aos alunos músicas com diversos ritmos e peça que tentem identificá-los. A seguir, nas próximas aulas, realize as atividades propostas na seção “Experimentação e Fruição”.

Sensibilização

Concluídas as atividades anteriores (em sua totalidade ou as selecionadas), realize as propostas da seção “Construção de valores”.

Avaliação

Incentive os alunos a refletir sobre as experiências construídas ao longo do tema. Peça que façam um desenho para registrar uma das brincadeiras aprendidas.

Para começar

Disponha os alunos em roda. Diga para eles que o tema principal da aula é “ritmo”. Para ajudá-los a compreender o significado do tema, disponibilize músicas com ritmos diferentes e peça-lhes que tentem identificá-los.

Não é o momento de classificar acertos e erros, mas de explorar os conhecimentos dos alunos sobre o tema.

Análise e Compreensão

Ritmo: conceito e importância

A palavra “ritmo” vem do grego rhuthmós, que significa “movimento regular”, “o que flui em determinada sequência”. Podemos dizer que se trata de um fluxo de movimentos produzidos pela organização de elementos que se inter-relacionam de diferentes formas, harmoniosamente ou não. Na música, podemos identificar claramente um ritmo sonoro, marcado por pausas e sequências que se repetem ao longo de determinado espaço de tempo. Na dança, percebemos essas sequências e pausas por meio do ritmo visual que gradativamente se relaciona com o ritmo sonoro de uma música.

Contudo, o ritmo pode ser entendido de forma mais ampliada, uma vez que diariamente geramos uma forma distinta, como o ritmo do movimento orgânico, dos elementos da natureza e das atividades diárias (JOURDAIN, 1998) 3 . Dessa maneira, é possível afirmar que ele está presente em diferentes atividades do cotidiano, em instâncias voltadas ao lazer, à saúde, aos esportes e ao trabalho. Tudo se desenvolve a partir de um determinado ritmo, ou seja, de uma espécie de cadência e sequência.

Nota de rodapé: 3. JOURDAIN, R. Música, cérebro e êxtase: como a música captura nossa imaginação. Rio de Janeiro: Objetiva, 1998. Fim da nota.

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Por exemplo, os períodos do dia (manhã, tarde e noite), as estações do ano, as fases da Lua, as semanas, meses e anos, entre outros. Vivemos a partir de determinado ritmo nas diferentes ações e tarefas do dia a dia (JESUS, 2008) 4 .

Pensando nessa concepção, percebemos que o corpo nos fornece elementos para compreender os ritmos do nosso ambiente e criar outros a partir dele mesmo, para depois evoluir em suas diferentes manifestações. O ritmo se encontra permeado em muitos aspectos corporais do ser humano, podendo ser considerado até mesmo um princípio ordenador do movimento (LÓPES, 1977) 5 .

Com base nessas definições, percebe-se a importância de abordar esse tema desde a Educação Infantil, quando a criança começa a desenvolver essa capacidade física e já é capaz de transpor esse conhecimento para diferentes áreas de sua vida.

As práticas corporais podem impor diferentes cadências e ritmos. Quando uma pessoa corre ou desempenha uma atividade cotidiana, ela impõe determinado ritmo a suas ações. A atuação dos professores de Educação Física pode beneficiar o desenvolvimento da capacidade rítmica dos alunos, uma vez compreendidas as diferentes velocidades e o tempo em que cada tarefa pode ser desenvolvida. Logo, as aulas desse componente podem oferecer diferentes possibilidades para que os alunos usufruam e comecem a entender como o ritmo está presente em diversas situações.

O conteúdo “dança” é mais próximo da compreensão dos alunos devido à relação deles com a música, assumindo grande expressividade ao abordar o tema “ritmo”. Portanto, aproveite a oportunidade e invista nessa estratégia de atuação.

O acompanhamento de uma música em diferentes ritmos por meio da movimentação de várias partes do corpo possibilita um conhecimento diversificado desse conteúdo. Introduza aos poucos a relação entre música e ritmo, bem como a definição desses conceitos, e os explore com diversas estratégias e atividades.

Temas que devem ser enfatizados na aula: “A importância do ritmo”, “A interferência do ritmo na vida de cada um” e “Onde podemos encontrar ritmo”.

Experimentação e Fruição

1. Borboletinha

Imagem: Ícone: ATENÇÃO PARA A SEGURANÇA. Fim da imagem.

Objetivos: Experimentar gestos das brincadeiras cantadas em diferentes ritmos. Identificar e diferenciar o ritmo dessas brincadeiras.

Material: dispositivo eletrônico para reprodução da cantiga (reprodutor de CD ou DVD; computador)

Procedimentos

Disponibilize para os alunos a cantiga da brincadeira cantada “Borboletinha”.

Ensine a letra a eles e, caso alguns já a conheçam, solicite que ajudem o grupo a aprendê-la.

Se possível, exiba um dos muitos vídeos disponíveis na internet que se referem a essa brincadeira. Sugerimos Galinha Pintadinha 2. Borboletinha. Disponível em: http://fdnc.io/fdm (a partir de 5”). Acesso em: 20 jan. 2021.

Nota de rodapé: 4. JESUS, G. B. As atividades rítmicas e a Educação Física escolar: possibilidades de um trato em um outro ritmo. 218 f. Dissertação de mestrado em Ciências da Motricidade Humana. Departamento de Educação Física. Rio Claro: Unesp, 2008. Fim da nota.

Nota de rodapé: 5. LÓPES, M. A. Movimiento, ritmo y educación. Buenos Aires: Tekne, 1977. Fim da nota.

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Essa cantiga também pode ser encontrada no CD Sucessos da minha escolinha (gravadora Sky Blue, volume 2, 2006).

Borboletinha

Tá na cozinha

Fazendo chocolate

Para a madrinha

Poti, poti

Perna de pau

Olho de vidro

Nariz de pica-pau

Pau pau.

Fonte: Da tradição popular.

Peça aos alunos que tentem cantar no mesmo ritmo proposto no vídeo ou no CD. A intenção é levá-los a experimentar de forma prazerosa esses momentos de aprendizagem.

2. Experimentar vários ritmos

Imagem: Ícone: ATENÇÃO PARA A SEGURANÇA. Fim da imagem.

Objetivos: Aprender uma coreografia simples e curta. Experimentar diferentes ritmos e gestos durante a realização de brincadeiras cantadas.

Material: dispositivo eletrônico para reprodução da cantiga (reprodutor de CD ou DVD; computador)

Procedimentos

Depois que os alunos tiverem aprendido a letra da cantiga, proponha uma sequência de movimentos para determinados versos. Veja a sugestão a seguir.

Borboletinha / Tá na cozinha

[Imitar uma borboleta voando.]

Fazendo chocolate / Para a madrinha

[Fingir que mexe com uma colher num caldeirão.]

Poti, Poti

[Bater duas palmas.]

Perna de pau

[Dar dois tapinhas em uma das pernas.]

Olho de vidro

[Piscar um dos olhos.]

Nariz de pica-pau / Pau pau

[Apontar para o nariz.]

Proponha diferentes ritmos para cantar essa cantiga com os alunos. É possível partir daqueles que eles já conhecem e, depois, ampliar para outros. Sugestões:

Rap

Forró

Samba

Para marcar esses três ritmos, utilize as mãos para bater palmas ou instrumentos adaptados, como garrafas plásticas contendo pequenas pedras, baldes de diferentes tamanhos e latinhas de refrigerante com pouca quantidade de arroz dentro delas. É possível encontrar bases musicais desses ritmos na internet, as quais podem ser usadas para enriquecer a atividade ou para auxiliar que os alunos os conheçam e os identifiquem. Outra possibilidade é escolher uma música de cada um desses três ritmos e substituir a letra original pela da cantiga “Borboletinha”.

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Incentive os alunos a lidar com diferentes ritmos e movimentos corporais para uma mesma letra de música. Essa experiência é capaz de lhes proporcionar momentos enriquecedores e motivá-los a explorar esses ritmos por meio de pequenos instrumentos.

Forme dois grupos: enquanto um desenvolve movimentos, o outro explora os instrumentos.

Ofereça oportunidade para que os alunos façam os movimentos que eles consideram adequados a cada ritmo, bem como desfrutem essas experiências.

Explore outros ritmos além dos propostos, criando possibilidades diversas. É importante auxiliar os alunos no acompanhamento de cada ritmo, de forma que eles consigam diferenciá-los.

Por meio dessa atividade, os grupos são capazes de identificar os diferentes elementos constitutivos das brincadeiras cantadas no contexto comunitário, isto é, os ritmos, os movimentos e o espaço.

Discussão

Ao final da atividade, converse com os alunos sobre qual ritmo eles mais gostaram de usar na cantiga “Borboletinha” e as razões dessa escolha. Foi o mais fácil? O mais conhecido?

Com base nas respostas, reafirme a importância de se conhecer novas possibilidades rítmicas, muitas delas bem diferentes das que eles estão habituados em seu contexto comunitário. É fundamental valorizar os conhecimentos expostos pelo grupo, bem como ampliar o repertório cultural de suas práticas.

Essas informações podem oferecer subsídios para compreender como os alunos entenderam o tema da aula e como ele pode ser aprofundado.

Explique que, embora possamos apreciar um ritmo mais do que outro, todos são legítimos representantes da cultura de um povo e de sua riqueza e criatividade musical. Diga-lhes que, além dos ritmos apresentados até este momento, há muitos outros que não foram abordados nessa brincadeira, como rock, sertanejo, pagode, salsa etc.

3. Para dançar

Imagem: Ícone: ATENÇÃO PARA A SEGURANÇA. Fim da imagem.

Objetivos: Experimentar e ampliar conhecimentos sobre gestos característicos de alguns ritmos. Ampliar o repertório rítmico.

Procedimentos

A partir dos ritmos indicados para a cantiga “Borboletinha”, peça aos alunos que realizem movimentos e passos diferentes daqueles já realizados.

Sugestões:

  1. Para o rap , você pode propor saltos, giros, movimentos no plano baixo, palmas etc.
  1. Para o forró, proponha passinhos para um lado e para o outro (“dois pra lá, dois pra cá”).
  1. Para o samba, incentive a realização, em duplas, de passos desse gênero musical.
  1. Reforce a importância de realizar os passos (movimentos) no mesmo ritmo da música.

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Faça os movimentos com os alunos para facilitar o aprendizado dos ritmos, além de estimulá-los a criar outros e a se expressarem em cada um deles.

4. Apresentação para os colegas

Imagem: Ícone: ATENÇÃO PARA A SEGURANÇA. Fim da imagem.

Objetivos: Criar uma coreografia simples e curta. Organizar uma apresentação na escola com uma das brincadeiras cantadas praticadas nesta unidade temática.

Procedimentos

Escolha com os alunos um dos ritmos explorados nas brincadeiras cantadas. Oriente-os a ensaiar o ritmo escolhido para aprimorar os movimentos. Depois que todos estiverem bem preparados, incentive-os a criar outras variações.

Confeccione com eles fantasias e adereços que possam ser utilizados na apresentação, tornando-a ainda mais interessante.

Escolha com a turma dia, horário e local para a apresentação da coreografia (pode ser no início ou no fim do recreio, na hora da saída para casa, no intervalo entre duas aulas ou outra possibilidade).

Dicas

Caso os alunos sintam dificuldade de passar de um ritmo para outro, desenvolva as atividades de forma mais lenta, sem pressioná-los. Propicie o tempo necessário para que eles vivenciem cada desafio e possam aprender com as limitações encontradas ao longo do percurso.

Para a criação e apresentação da coreografia, dê preferência ao ritmo que eles tiveram mais facilidade de aprender. Além disso, a fim de promover uma aproximação com a expressão artística, convide o professor da turma para auxiliar nessa proposta. Juntos, vocês podem ampliá-la e integrar elementos da cultura corporal de movimento e da Arte, como a exploração de figurinos.

Estimule a parceria e a colaboração de todos para que o objetivo coletivo seja alcançado.

5. O jipe da Frida

Imagem: Ícone: ATENÇÃO PARA A SEGURANÇA. Fim da imagem.

Objetivos: Aprender a letra da cantiga da brincadeira “O jipe da Frida”. Experimentar alguns gestos criados para a brincadeira. Acompanhar o ritmo da música com movimentos corporais.

Procedimentos

Crie, em conjunto com a turma, uma melodia para acompanhar a cantiga. Vocês podem se inspirar em outras já existentes.

O jipe da Frida fez um furo no pneu

O jipe da Frida fez um furo no pneu

O jipe da Frida fez um furo no pneu

Colamos com chicletes.

Adaptado da tradição popular.

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Em círculo, os alunos devem cantar a música e executar gestos sugeridos pela letra. Veja as sugestões a seguir.

Sugestões

A cada repetição da cantiga, os alunos precisam omitir uma palavra-chave e realizar apenas o movimento correspondente a ela. Por exemplo: “O (movimento que simula um jipe) da Frida fez um furo no pneu” (em vez de cantarem a palavra “jipe”, os alunos a substituem pelo movimento que representa o carro). Continue substituindo as seguintes palavras-chave por movimentos: “Frida”, “furo”, “pneu”, “colamos”, “chicletes”.

Na última passagem da cantiga, prevalecerá uma sequência de movimentos em meio à pronúncia de algumas palavras (“O”, “da”, “fez um”, “no”, “com”).

Possibilidades de movimentos:

Imagem: Ilustração. Um menino negro com cabelos curtos, uniformizado. Ele está com os dois braços esticados para frente. Ao lado das mãos, há duas setas indicando um movimento circular. Fim da imagem.

Enquanto os alunos cantam “jipe”, peça a eles que estiquem os braços para a frente, com as mãos fechadas, simulando dirigir um carro. Eles devem mexer um dos braços ligeiramente para cima e o outro, para baixo (e vice-versa).

Imagem: Ilustração. Uma menina com cabelos laranja, uniformizada, sentada em uma cadeira de rodas. Ela está com as mãos próximas. Fim da imagem.

Quando chegarem em “Frida”, é o momento de executar uma palma.

Imagem: Ilustração. Uma menina com cabelos cacheados e presos, uniformizada. Ela está em pé, os braços na frente do corpo, com a mão sobre a outra e com a boca em formato de sopro.  Fim da imagem.

Sugira a substituição da palavra “furo” pelo movimento de soprar com a boca, imitando a saída de ar de um pneu furado.

Para representar o “pneu”, os alunos devem ficar com os braços dobrados na altura do peito e com as mãos fechadas. Eles devem girar um braço sobre o outro para representar um pneu rodando.

Imagem: Ilustração. Uma menina loira e robusta, com cabelos presos e uniformizada. Ela está com a mão direita sobre a mão esquerda. Fim da imagem.

Para a palavra “colamos”, uma boa opção é pedir aos alunos que encostem os dedos fechados de uma das mãos na palma aberta da outra mão, simulando uma colagem.

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A palavra “chicletes” deve ser representada com os dedos fechados de uma das mãos encostando nos lábios, como se os alunos estivessem retirando algo da boca.

Se considerar oportuno, solicite aos alunos que criem novos gestos em substituição às palavras-chave, ou seja, que eles explorem, em grupo, outras possibilidades de movimento.

Outra possibilidade seria trocar o nome “Frida” pelo nome dos alunos da turma, de forma que cada um poderia escolher o gesto que seria realizado quando chegasse a sua vez.

Construção de valores

1. Deficiência visual

Imagem: Ícone: ATENÇÃO PARA A SEGURANÇA. Fim da imagem.

Objetivos: Estimular os alunos a ficar mais atentos ao ritmo. Sensibilizá-los para a questão da deficiência visual.

Materiais: vendas para os olhos e corda de pular

Procedimentos

Disponha os alunos em roda e distribua vendas para a metade do grupo.

Aqueles que estiverem sem vendas devem bater quatro palmas em um ritmo combinado previamente. Exemplo: quatro palmas aceleradas. Esse grupo é que vai determinar o ritmo das palmas.

Os que colocaram as vendas precisam repetir os ritmos propostos. É importante que todos os alunos vendados tentem bater palmas juntos e que você os oriente para que sejam bem-sucedidos.

Caso seja necessário, sugira algumas sequências para serem executadas pelo grupo que estiver sem as vendas, como a batida de duas palmas aceleradas seguida por duas lentas; de uma palma lenta e três aceleradas. Aumente gradativamente o número de palmas até chegar a seis. Apesar de suas sugestões, incentive a autonomia do grupo na escolha das variações dos ritmos das palmas.

Ao final, inverta os grupos.

Discussão

Compare as experiências dos alunos. Como foi ficar sem a visão? Foi difícil acompanhar o ritmo dispondo apenas da audição?

Espera-se que os alunos concluam que, sem a visão, eles precisam se concentrar mais na audição na tentativa de reproduzir os ritmos. Explique ao grupo que o nosso organismo está habituado a receber informações por meio de diferentes sentidos (tato, visão, olfato, paladar e audição). Por isso, sentimos dificuldade em realizar a atividade proposta com a visão coberta, mesmo sendo a audição o sentido que usamos para captar sons. Essa limitação torna a experiência dos alunos rica do ponto de vista sensorial.

A adaptação do organismo permite que pessoas privadas da visão desenvolvam mais outros sentidos, pois o cérebro procura maneiras diversas de nos oferecer as informações de que precisamos. Logo, podemos afirmar que deficientes visuais também podem participar dessa atividade, explorando múltiplos ritmos e realizando sua reprodução.

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2. Deficiência física

Imagem: Ícone: ATENÇÃO PARA A SEGURANÇA. Fim da imagem.

Objetivos: Desenvolver a percepção do ritmo e da coordenação. Sensibilizar os alunos para a questão da deficiência física.

Material: corda de pular

Para alunos com deficiência física, como a paralisia nas pernas, outra possibilidade é a brincadeira “zerinho”, ou seja, aquela em que é preciso passar correndo pela corda quando ela estiver alta, sem saltá-la, na tentativa de não ser tocado por ela. Essa corda é movimentada por duas pessoas, cada qual localizada em uma das suas extremidades.

Caso os alunos cadeirantes tenham dificuldade de passar pela corda sozinhos, peça a um aluno que os auxilie a movimentar a cadeira. Sugira um revezamento entre os alunos para bater a corda, inclusive entre aqueles com alguma deficiência. É importante que essa ação seja aprendida por todos, uma vez que envolve percepção rítmica e coordenação.

Você também pode contar com a ajuda dos alunos, os quais devem aproximar a corda do cadeirante em diferentes ritmos (acelerado e lento). Ele precisa evitar que a corda toque em sua cadeira.

Discussão

Incentive sempre a reflexão dos alunos sobre possíveis dificuldades encontradas na realização de práticas corporais, tenham eles alguma deficiência ou não.

Nas aulas de Educação Física, eles encontrarão colegas com diferentes características e dificuldades. Nem todos têm o mesmo desempenho. Situações como essas requerem a atenção e o cuidado de todos a fim de garantir respeito aos diversos desempenhos corporais.

Imagem: Ilustração. Duas mulheres com jaleco branco afastadas segurando uma corda com as mãos no ar. Abaixo da corda, um menino e uma menina uniformizados correm. Atrás deles, uma fila de crianças uniformizadas.  Fim da imagem.

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3. Deficiência intelectual

Imagem: Ícone: ATENÇÃO PARA A SEGURANÇA. Fim da imagem.

As deficiências intelectuais possuem diferentes graus e diagnósticos, portanto é difícil sugerir adaptações quando não há informações específicas sobre cada caso.

Por se tratar da ocorrência genética mais comum no mundo (um caso a cada 700 nascimentos), é provável que muitos professores tenham alunos com síndrome de Down em suas aulas e, certamente, essa experiência será enriquecedora tanto do ponto de vista profissional quanto humano.

A síndrome de Down é uma alteração genética que se caracteriza pela presença de 47 cromossomos em vez de 46. Essa alteração interfere no desenvolvimento do indivíduo, determinando algumas características físicas e cognitivas.

Embora os alunos com essa síndrome apresentem deficiências intelectuais e de aprendizado, eles conseguem estabelecer boa comunicação com os demais colegas e com os professores, o que facilita o seu processo de socialização. Quanto mais estimulados desde a infância, melhor a sua capacidade de aprender e de interagir.

Portanto, os alunos com síndrome de Down podem ter um bom desenvolvimento intelectual e atuar com certa autonomia nas atividades propostas. Caso eles apresentem dificuldades em realizar determinada atividade sozinhos, peça a alguns alunos que os acompanhem durante as brincadeiras.

Boxe complementar:

Para saber mais

  • VERDERI, E. Dança na escola: uma proposta pedagógica. São Paulo: Phorte, 2009.

    Esse livro traz textos, orientações e atividades que podem ser desenvolvidas com os alunos. Faça também bom uso do CD que o acompanha; ele contém músicas que podem ser utilizadas em suas aulas.

Fim do complemento.

Avaliação e Registro

  1. Peça aos alunos que façam um desenho para registrar o que eles aprenderam nas aulas. Oriente-os a usar lápis de cor para pintar o que mais gostaram.
  1. Incentive os alunos a lhe dizer o que aprenderam nas aulas de dança. Procure saber o que foi mais difícil fazer e por quê.
  1. Escreva na lousa a letra da cantiga “Corre cutia”. Os alunos devem copiar a letra em uma folha e fazer o desenho das palavras que estiverem faltando.

    Corre cutia na _____ da tia.

    Corre cipó na casa da vó.

    Lencinho na _____ caiu no chão.

    Moça bonita do meu _____.

    É um, é dois, é três!

    Quem olhar é freguês, freguês.

    Apaga a luz de uma vez!