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2º ANO Danças

TEMA 1. Danças em diferentes formações

Tabela: equivalente textual a seguir.

Prepare-se para as aulas

Objetivos

Dançar em diferentes formações (filas, colunas, círculos e retângulos; em formato de “T” e de “V”).

Colaborar com o colega na realização das formações coletivas.

Experimentar e fruir os diferentes gestos, ritmos e espaços ao dançar.

Vivenciar as rodas cantadas com limitações auditivas.

Habilidades da BNCC

EF12EF11 e EF12EF12

Número de aulas

10

Materiais

Folhas de cartolina, dispositivo eletrônico para reprodução de cantigas e parlenda, giz (ou fita-crepe ou cordas compridas) e algodão (ou fones de ouvido).

Sequência de atividades

Mostre aos alunos formações coletivas de dança e pergunte se as identificam. A seguir, nas próximas aulas, realize as atividades propostas na seção “Experimentação e Fruição”.

Sensibilização

Concluídas as atividades anteriores (em sua totalidade ou as selecionadas), realize as propostas da seção “Construção de valores”.

Avaliação

Peça aos alunos que produzam um livro ilustrado que mostre as cantigas de roda desenvolvidas em aula. Mostre a eles algumas imagens e peça que identifiquem as que foram exploradas.

Para começar

Leve para a aula três folhas de cartolina e desenhe em cada uma delas um dos seguintes tipos de formação:

Imagem: Ilustração. Cinco crianças uniformizadas sendo que três estão em uma fila vertical e mais duas crianças em uma fila lateral no fundo.  Ilustração. Seis crianças uniformizadas em duas filas laterais paralelas.   Ilustração. Cinco crianças uniformizadas, sendo uma na frente, duas atrás e mais duas atrás e abertas, fazendo o desenho da letra “V”.  Fim da imagem.

LEGENDA: Algumas formações coletivas na dança: “T”, retangular e “V”. FIM DA LEGENDA.

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Reúna os alunos em um grande círculo. Mostre-lhes as formações coletivas de dança e pergunte a eles se as identificam. Questione-os sobre o que é dançar em forma de “T” ou de “V” e em formação retangular.

Peça aos alunos que citem outros tipos de formação (filas, círculos etc.) que podem ser realizados coletivamente.

Dica 1: Caso eles tenham dificuldade de entender as formações, coloque cordas no chão para orientá-los, conforme sugestões a seguir, o que também pode auxiliar alunos com deficiência visual a compreender melhor cada uma delas.

Imagem: Ilustração. Seis formas destacadas com uma corda. Um retângulo. Um círculo com pontas, duas linhas paralelas, um círculo oval e uma letra “V”. Fim da imagem.

LEGENDA: Sugestões de auxílio para a compreensão dos alunos. FIM DA LEGENDA.

Dica 2: Trabalhe em conjunto com o professor da turma, associando saberes sobre as figuras geométricas. Os alunos podem explorá-las no universo do pensamento matemático e depois tentar construí-las corporalmente com os colegas, promovendo a integração de conhecimentos e tornando mais significativa a aprendizagem.

Análise e Compreensão

As formas na dança

Dançar em diferentes formações pode proporcionar novas possibilidades de vivenciar a dança, viabilizando a exploração dessa prática corporal por meio de experiências coletivas. Ao realizar essa atividade, os alunos vão perceber que, para construir formas ou desenhos quando se dança, é fundamental a participação de todos. Além disso, as danças coletivas os ajudam a compreender o espaço que eles precisam ocupar quando as praticam, o que interfere diretamente na maneira como vão lidar com os gestos e com o ritmo.

Propor a construção de formações (círculos, quadrados, retângulos, triângulos, linhas, entre outras opções) incentiva a criação de diferentes coreografias, proporcionando versatilidade aos movimentos realizados durante uma apresentação de dança e possibilitando também a recriação de desenhos pensados pelos alunos, além da integração dos saberes com o pensamento matemático.

Quando falamos das formações em círculo, é possível destacar para essa faixa etária a abordagem das cantigas de roda, as quais permeiam o universo infantil, trazendo significados diversos.

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Essas cantigas se referem a manifestações folclóricas nas quais as crianças, de mãos dadas, formam uma roda e cantam melodias que podem ou não ser acompanhadas de alguma coreografia. Além disso, é importante ressaltar que podemos encontrar várias versões de letras, pois, como essas cantigas são transmitidas de geração em geração, principalmente por meio da oralidade, aos poucos vão sendo formuladas diferentes versões para uma mesma cantiga.

As letras, as melodias e os ritmos são lúdicos e resgatam diferentes temas do cotidiano, o que permite que muitas histórias sejam contadas por meio dessas brincadeiras, proporcionando uma aprendizagem corporal que parte dos saberes locais e se amplia para diferentes regiões do Brasil.

A realização das cantigas em roda também evita a exposição dos alunos mais tímidos, pois todos participam ao mesmo tempo da brincadeira e se identificam como parte do grupo.

Explorar esse conteúdo com os alunos favorece o seu reconhecimento como um elemento importante da cultura, além de possibilitar o resgate das cantigas que, com o tempo, podem ser esquecidas em razão do surgimento de outras brincadeiras e atividades.

Portanto, acreditamos que apresentar essas possibilidades nos anos iniciais do Ensino Fundamental contribui para uma compreensão mais ampla sobre como a dança pode ser desenvolvida em diferentes formações, além de ressaltar a importância do “outro” durante a realização de passos e gestos em grupo. Tais conhecimentos devem ser apresentados aos alunos, reforçando a relevância dessas estratégias para as várias possibilidades coreográficas e dos efeitos dessa diversidade tanto para quem dança quanto para quem assiste a uma apresentação.

Experimentação e Fruição

1. Agrupar para dançar

Imagem: Ícone: ATENÇÃO PARA A SEGURANÇA. Fim da imagem.

Objetivos: Dançar em grupo. Elaborar formações em grupo. Explorar e experimentar os espaços e os gestos em formações diversas.

Materiais: dispositivo eletrônico para reprodução da cantiga (reprodutor de CD ou DVD; computador), giz e fita-crepe ou cordas compridas

Procedimentos

Forme pequenos grupos de seis alunos.

Durante o desenvolvimento da atividade, coloque músicas conhecidas dos alunos e que façam parte do contexto comunitário do grupo. Outra possibilidade é aproveitar esse momento para relembrar as brincadeiras cantadas preferidas deles e que foram trabalhadas no ano anterior.

Peça aos alunos que se movimentem e dancem livremente ao som das músicas. Lembre-os de que eles fazem parte de um grupo.

Ao seu sinal, cada aluno deve rapidamente se reunir com os integrantes do grupo e, de mãos dadas, tentar construir com o corpo as formações vivenciadas na atividade inicial (em “Para começar”). Escolha formações bem diferentes umas das outras (círculos, quadrados, triângulos, colunas, entre outras possibilidades), de modo que os alunos possam experimentá-las nesta atividade. A repetição vai auxiliá-los a compreender cada uma delas.

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É importante que eles identifiquem os elementos constitutivos da dança, como o ritmo, os gestos e, nesta atividade, principalmente, o espaço.

Dicas

Alunos dessa faixa etária podem ter dificuldades em reconhecer quem faz parte do seu grupo. Identifique cada um deles com diferentes cores de fita.

Caso eles não consigam entender as formações, faça grandes desenhos no chão com giz, fita-crepe ou cordas compridas, solicitando que fiquem sobre as marcações ao seu sinal. Esse procedimento facilita a compreensão dos movimentos que devem ser realizados.

Fotografar as formações feitas pelos alunos e analisá-las é outra maneira de ajudá-los a entender os desenhos corporais que estão tentando construir.

2. Dançar em roda: “Hoje é domingo”

Imagem: Ícone: ATENÇÃO PARA A SEGURANÇA. Fim da imagem.

Objetivos: Aprender a parlenda “Hoje é domingo”. Experimentar e fruir os gestos no ritmo da parlenda. Compreender as características das danças desenvolvidas em roda. Assimilar essa manifestação como um saber da cultura.

Dica: A proposta aqui é levar os alunos a conhecer parlendas e cantigas de roda do contexto comunitário deles. Portanto, faça uma seleção do que eles conhecem e, posteriormente, invista na ampliação desses saberes.

Material: dispositivo eletrônico para reprodução da parlenda (reprodutor de CD ou DVD; computador)

Procedimentos

Ensine aos alunos a parlenda “Hoje é domingo”. Caso alguém a conheça, peça que o ajude a ensiná-la aos colegas.

Hoje é domingo

Pede cachimbo

O cachimbo é de barro

Que bate no jarro

O jarro é de ouro

Que bate no touro

O touro é valente

Que bate na gente

A gente é fraco

E cai no buraco

O buraco é fundo

Acabou-se o mundo!

FONTE: Da tradição popular.

Quando o grupo já tiver mais afinidade com a letra, crie diferentes ritmos para a parlenda, a fim de explorar a diversidade rítmica e as variações de velocidade.

Uma vez aprendida a letra e explorados diferentes ritmos, desenvolva a parlenda com todos os alunos em fila, sem contato uns com os outros. Em um segundo momento, organize a atividade em roda, com todos de mãos dadas.

Ao final, compare cada uma das vivências: “O que mudou quando a parlenda foi cantada em roda?”, “Essa formação foi mais ou menos divertida que a outra? Por quê?”, “Qual delas é melhor para dançar com o colega?”. O objetivo dessas perguntas não é desvalorizar a formação em fila (ou outras formações), mas acentuar pontos positivos e negativos de cada uma delas.

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Para a dança em roda, ressalte características dessa formação, como a possibilidade de um aluno ajudar o outro no círculo; a necessidade de cooperação durante a execução da parlenda; a facilidade na execução dos passos nessa formação etc. Já para outras formações, destaque a maior liberdade que cada aluno tem de fazer seus movimentos e, para quem assiste, uma melhor condição de visualização, pois, em uma roda, todos costumam ficar virados para o centro dela.

É importante ressaltar que essa parlenda trata de um saber relevante da cultura, que foi e ainda é transmitida de uma geração para outra, constituindo uma espécie de memória coletiva. Reforce que as brincadeiras cantadas, as parlendas e as cantigas mais características do contexto comunitário podem ser diferentes de uma região para outra, o que pode ser exemplificado pelas experiências particulares dos próprios alunos.

Brincar com a canoa

Imagem: Ícone: ATENÇÃO PARA A SEGURANÇA. Fim da imagem.

Objetivos: Aprender a cantiga “A canoa virou”. Reconhecer a brincadeira como um elemento importante da cultura.

Material: dispositivo eletrônico para reprodução da cantiga (reprodutor de CD ou DVD; computador)

Procedimentos

Ensine aos alunos a letra dessa cantiga. Se possível, reproduza o áudio para eles ouvirem.

Cantar duas vezes

A canoa virou

Pois deixaram ela virar

Foi por causa de [falar o nome do(a) aluno(a)]

Que não soube remar.

Cantar duas vezes

Se eu fosse um peixinho

E soubesse nadar

Eu tirava [falar o nome do(a) aluno(a)]

Do fundo do mar.

Siriri pra lá

Siriri pra cá

[falar o nome do(a) aluno(a)] é belo [ou bela]

E quer brincar.

FONTE: Da tradição popular.

Há versões diferentes dessa cantiga na internet com o nome “Se eu fosse um peixinho”. Como há muitas versões da letra dessa cantiga, sugerimos que você escolha a que melhor se adapte ao seu contexto.

Peça aos alunos que formem uma roda e deem as mãos. Durante a cantiga, eles devem permanecer de mãos dadas e girar para um lado enquanto cantam.

A escolha do nome cantado na primeira e na segunda estrofe deve ser feita pelo grupo, de maneira aleatória. O aluno escolhido vai para o meio da roda e continua dançando no centro dela enquanto a primeira estrofe é repetida. Ele deve ser “resgatado” na segunda estrofe, quando o grupo canta o verso “Eu tirava...” e repete o nome do aluno.

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É interessante que todos experimentem ficar no centro da roda.

Estimule o aluno que estiver no centro a dançar da forma que quiser, batendo palmas, pulando, enfim, torne esse momento divertido para ele e para o grupo.

Dica: Pode ser entregue ao aluno que ficar no centro da roda um adereço, uma máscara ou algo que torne essa experiência ainda mais divertida e prazerosa. Ofereça também instruções para a exploração do espaço, de diferentes níveis (baixo, médio, alto) e de partes do corpo.

Discussão

Discuta com os alunos a importância das cantigas de roda para a composição folclórica do país, reforçando sua presença como patrimônio cultural. Reflita sobre a presença delas na infância de muitas pessoas e sua representação do imaginário infantil por meio de coreografias e letras.

Em um segundo momento, peça aos alunos que comparem a realização das cantigas em roda com atividades feitas em outras formações. O que muda? Leve o grupo a perceber que, em roda, além de cada integrante enxergar os outros, o contato com os colegas é constante e contribui para que um ajude o outro na execução das atividades propostas. Destaque essa cooperação.

Reflita também com os alunos sobre o ritmo e a ocupação dos espaços durante a realização das atividades. É importante identificar com eles os momentos em que exploraram esses elementos para que o processo de aprendizagem seja consciente.

4. Construção de coreografias

Imagem: Ícone: ATENÇÃO PARA A SEGURANÇA. Fim da imagem.

Objetivos: Elaborar coreografias com as formações aprendidas em aula. Experimentar e fruir com gestos, ritmos e construção coreográfica.

Procedimentos

Sugira aos alunos que escolham três ou quatro formações vivenciadas na aula para a elaboração de uma coreografia. Cada grupo deve realizar uma pequena sequência coreográfica empregando as formações escolhidas.

Estimule os alunos a acrescentar outros gestos e a experimentar outras formações.

Cada grupo faz uma apresentação para o restante dos alunos.

Exemplo de coreografia: Os integrantes de determinado grupo entram em roda. Em seguida, eles fazem um giro no lugar, formam um retângulo, batem três palmas e finalizam a apresentação formando um “V”.

Nesta atividade é possível utilizar as cantigas de roda como “músicas-tema” das coreografias ou canções que façam parte do contexto comunitário dos alunos.

Dica: Se eles tiverem dificuldade em elaborar uma coreografia, sugira movimentos para cada grupo e peça aos alunos que apenas finalizem com uma pose. Dessa forma, eles são incentivados a criar passos e a se tornar mais independentes.

Discussão

Converse com os alunos sobre o quanto as formações são importantes para as danças em grupo, pois elas oferecem diferentes efeitos para quem aprecia e para quem participa.

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Dançar explorando algumas formações auxilia os alunos a entender melhor o espaço que o corpo deles ocupa em uma coreografia, além da adequação dos próprios movimentos. Gradativamente, eles começam a apreender as diferenças entre dançar livremente e em grupo, compreendendo limites espaciais, corporais e rítmicos. Demonstre essa diferença por meio de exemplos práticos. Solicite, durante a aula, a realização de um gesto que não possa ser feito em determinada formação. Para exemplificar isso, peça a um dos alunos que vá para o centro da formação em “T” e bata palmas ou que, em roda, de mãos dadas, todos batam palmas enquanto giram. Esses exemplos lhes permitem perceber que os posicionamentos e as formas são relevantes na execução dos movimentos.

Pense também em alternativas que possam ser elaboradas nas aulas, além das propostas pelos alunos (eles gostam de sugerir formações de animais, de flores, de trem ou de outros objetos). Não deixe, contudo, de vivenciar com eles essas propostas, valorizando os saberes do grupo e colocando-os como ativos no processo de aprendizagem. Explorar os desejos dos alunos quando eles se relacionam com o tema da aula enriquece a experiência pedagógica.

Construção de valores

Todos podem dançar as cantigas de roda?

Imagem: Ícone: ATENÇÃO PARA A SEGURANÇA. Fim da imagem.

Objetivo: Sensibilizar os alunos para a questão da deficiência auditiva.

Materiais: algodão ou fones de ouvido e dispositivo eletrônico para reprodução da cantiga (reprodutor de CD ou DVD; computador)

Procedimentos

Reúna os alunos e dê a alguns deles dois pedaços de algodão. Em seguida, peça que insiram, com cuidado, um pedaço de algodão em cada orelha. Pretende-se, dessa forma, limitar a audição deles. Outra possibilidade é pedir que ouçam uma música com fones de ouvido. Nesse caso, cuide para que o volume esteja em um nível adequado a fim de não lhes prejudicar a audição.

Desenvolva uma das cantigas trabalhadas anteriormente com música ou apenas cantarolando a letra. Essa escolha pode ser feita em conjunto com a turma.

Os alunos que estiverem com essas limitações devem ser orientados pelos demais durante a realização da cantiga em relação às direções e aos movimentos que precisam ser executados.

Faça trocas para que mais alunos tenham essa experiência.

Discussão

Converse com o grupo sobre como foi vivenciar as cantigas com essa limitação: “Foi fácil ou difícil?”, “Essa limitação auditiva impede a participação na aula? Por quê?”, “Como cada um se sentiu?”.

É importante reforçar a relevância de o grupo incluir os colegas com dificuldades auditivas nas atividades, pois, apesar das limitações que possam existir, há espaço para todos. Auxilie os alunos a refletir sobre a importância da inclusão e a transferir essa prática para situações que extrapolem o contexto escolar, estimulando-os a respeitar e a conviver com as diferenças em outros espaços sociais.

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Boxe complementar:

Para saber mais

  • Cantigas populares. Disponível em: http://fdnc.io/fdo. Acesso em: 4 fev. 2021.

    Essa página disponibiliza letras de cantigas de roda. Nela é possível encontrar as cantigas sugeridas neste tema, bem como outras opções que podem ser selecionadas durante o processo pedagógico.

Fim do complemento.

Avaliação e Registro

  1. Peça aos alunos que produzam um livro ilustrado que mostre as cantigas de roda desenvolvidas em aula. É importante que eles consigam sinalizar nos desenhos as diferenças entre elas, o que pode ser feito por meio dos movimentos presentes (alunos no centro; apenas em roda) ou mesmo utilizando palavras que aparecem nas canções (peixe, canoa, touro, entre outras), explorando a criatividade. Depois, peça a eles que incluam no livro uma cantiga diferente das vivenciadas pelo grupo.
  1. Leve para a aula cópias das cinco imagens a seguir. Depois de distribuí-las aos alunos, peça-lhes que circulem as imagens que representam as formações exploradas durante as aulas. Ao final da avaliação, solicite a cada aluno que conte qual dessas formações ele mais gostou de fazer e por quê.
Imagem: Ilustração. Cinco crianças uniformizadas sendo que três estão em uma fila vertical e mais duas crianças em uma fila lateral no fundo. Fim da imagem.
Imagem: Ilustração. Seis crianças uniformizadas em duas filas laterais paralelas.  Fim da imagem.
Imagem: Ilustração. Cinco crianças uniformizadas, sendo uma na frente, duas atrás e mais duas atrás e abertas, fazendo o desenho da letra “V”. Fim da imagem.
Imagem: Ilustração. Dez crianças uniformizadas em duas fileiras laterais paralelas. Fim da imagem.
Imagem: Ilustração. Seis crianças uniformizadas em um círculo. Fim da imagem.

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TEMA 2. Danças circulares

Tabela: equivalente textual a seguir.

Prepare-se para as aulas

Objetivos

Experimentar e fruir as danças circulares em seus ritmos, espaços e gestos.

Diferenciar essas danças de outras formas de dança.

Valorizar a importância do outro durante a dança.

Compreender as danças circulares como manifestações culturais que caracterizam diferentes grupos.

Habilidades da BNCC

EF12EF11 e EF12EF12

Número de aulas

8

Materiais

Dispositivo eletrônico para reprodução de áudio.

Sequência de atividades

Elabore o conceito de “danças circulares” com os alunos. A seguir, nas próximas aulas, realize as atividades propostas na seção “Experimentação e Fruição”.

Avaliação

Por meio de análise de figuras, peça aos alunos que identifiquem o formato em que as danças foram desenvolvidas. Pergunte a eles sobre as sensações obtidas com as experiências e peça que reflitam sobre quem pode participar de aulas de dança.

Para começar

Reúna os alunos em um grande círculo. Converse rapidamente com eles sobre como foram as experiências com as cantigas exploradas em aula.

Contextualize brevemente os alunos sobre o que são danças circulares. Leia mais informações sobre essas danças na seção “Análise e Compreensão” a seguir.

Elabore o conceito de “danças circulares” com o grupo ponderando alguns aspectos, como a relevância cultural dessas manifestações, o modo como diferentes grupos se apropriaram socialmente delas e como essas manifestações foram (e são) relevantes para a humanidade.

Análise e Compreensão

As danças circulares sagradas

As danças circulares sagradas são manifestações desenvolvidas em círculo, com todos de mãos dadas e voltados para o centro. Nelas são realizados diferentes passos em grupo, desenhando uma coreografia coletiva que conecta os participantes em uma mesma energia, reunindo símbolos, tradição e cultura de diversas populações (OSTETTO, 2010) 1 .

Essas danças também são conhecidas simplesmente como “danças circulares” ou “danças dos povos”, por sua representatividade cultural. O círculo assume forte simbologia, representando a união e a conexão com a natureza e o Universo. De acordo com Wosien (2004, p. 7) 2 , o círculo é uma forma geométrica e o seu centro é o “símbolo da força da criação divina, que flui incansavelmente para o aqui e agora”.

Nota de rodapé: 1. OSTETTO, L. E. Para encantar, é preciso encantar-se: danças circulares na formação de professores. Cadernos Cedes. Campinas, v. 30, n. 80, p. 40-55, jan./abr. 2010. Fim da nota.

Nota de rodapé: 2. WOSIEN, M. G. Dança: símbolos em movimento. São Paulo: Anhembi Morumbi, 2004. Fim da nota.

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Essas manifestações foram utilizadas ao longo da história da humanidade como uma parte relevante da vida social, sendo empregadas para agradecer os períodos de chuva, uma boa colheita ou caça, bem como em rituais fúnebres e de casamentos. O ser humano se apropriou das danças circulares em diversos eventos de sua vida primitiva e social, transferindo esses saberes de uma geração para outra.

Imagem: Pintura. Crianças, com os pés descalços, de mãos dadas fazendo uma roda em um campo verde com flores. No fundo, um rio e montanhas. Fim da imagem.

LEGENDA: Crianças dançando em um anel, 1872. Hans Thoma. Óleo sobre tela, 161 × 115 cm. FIM DA LEGENDA.

As danças circulares foram estudadas e disseminadas por Bernhard Wosien, que pesquisou danças étnicas em diferentes localidades do mundo. Para Wosien (2000, p. 120) 3 , em uma dança circular “[...] o mundo é de novo circulado e passado de mão em mão”.

As danças circulares apresentam muitas possibilidades afetivas e educativas, além de estimularem a “cultura da paz”. Qualquer pessoa pode participar de uma dança circular, bastando apenas entrar na roda, dar as mãos e dançar. Por isso, essas danças são muito indicadas em contextos educacionais, uma vez que são inclusivas e oferecem espaço para todos. Com base nesses princípios, sugerimos a abordagem das danças circulares no 2ᵒ ano, pois, além de serem compostas de passos simples, elas se caracterizam como um saber presente em diversas culturas.

No contexto brasileiro, as danças de roda possuem forte representatividade, sendo marcadas pelo hibridismo de influências europeias, indígenas e africanas. Um grande exemplo são as cantigas de roda, bastante presentes nas brincadeiras e na infância, além das manifestações folclóricas que se perpetuam por todo o país (KAMENSKY) 4 .

Portanto, explore esses conhecimentos com os alunos, valorizando a pluralidade cultural do Brasil, de modo que seja estimulado o respeito à riqueza de outros povos, bem como o simbolismo que eles passam de geração em geração em suas manifestações.

Experimentação e Fruição

1. Da abóbora faz melão

Objetivos: Aprender a cantiga “Da abóbora faz melão”. Explorar os gestos, a ocupação dos espaços e o ritmo das danças em círculo.

Material: dispositivo eletrônico para reprodução da cantiga (reprodutor de CD ou DVD; computador)

Nota de rodapé: 3. WOSIEN, B. Dança: um caminho para a totalidade. São Paulo: Triom, 2000. Fim da nota.

Nota de rodapé: 4. KAMENSKY, A. P. S. O.; MONTEIRO, G. (org.); PESSOA, J. P. (org.); DISKIN, L. (org.). Circularidades – Danças circulares e diversidades culturais: educação para uma cultura de paz. 1. ed. Salvador: Editora Pontocom, 2016. v. 1. Fim da nota.

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Procedimentos

Imagem: Ícone: ATENÇÃO PARA A SEGURANÇA. Fim da imagem.

Reúna os alunos e pergunte se algum deles conhece essa cantiga. Se houver alguém que a conheça, convide-o a cantar para os colegas. É importante que os alunos tenham sempre a oportunidade de compartilhar seus conhecimentos e de saber que são valorizados. Feita essa aproximação com a cantiga, apresente a eles a letra e a música “Da abóbora faz melão”. Há algumas versões disponíveis na internet. Sugerimos a versão divulgada neste vídeo: http://fdnc.io/fdp. Acesso em: 4 fev. 2021.

Uma vez aprendida a letra e a melodia, desenvolva a coreografia apresentada a seguir, que está relacionada com os versos cantados. É possível também criar novos movimentos com o grupo.

Realize essa atividade em roda.

Todos giram de mãos dadas, no ritmo da música, para a direita.

Da abóbora faz melão

De melão, faz melancia

Todos giram de mãos dadas, no ritmo da música, para a esquerda.

Da abóbora faz melão

De melão, faz melancia

Todos param de girar e fingem que estão mexendo num caldeirão.

Faz doce, sinhá!

Faz doce, sinhá!

Faz doce, sinhá Maria!

Todos giram para a direita, no ritmo da música, batendo palmas.

Quem quiser dançar

Vá na casa do Juquinha!

Todos giram para a esquerda, no ritmo da música, batendo palmas.

Quem quiser dançar

Vá na casa do Juquinha!

Todos param, pulam, giram no próprio eixo e fazem uma “requebradinha” da forma que quiserem.

Ele pula, ele roda,

Ele faz requebradinha.

FONTE: Da tradição popular.

2. Bola de meia, bola de gude

Imagem: Ícone: ATENÇÃO PARA A SEGURANÇA. Fim da imagem.

Objetivos: Desenvolver uma pequena coreografia de dança circular com a canção “Bola de meia, bola de gude”. Experimentar e fruir uma dança circular. Estimular a criação de movimentos.

Material: dispositivo eletrônico para reprodução da canção (reprodutor de CD ou DVD; computador)

Procedimentos

Proponha uma dança circular com trechos da canção “Bola de meia, bola de gude”, de Milton Nascimento e Fernando Brant.

Coloque a música e realize com os alunos os movimentos propostos nos versos a seguir. Antes de iniciar a dança, peça a eles que procurem relaxar e se concentrar para que a coreografia seja bem desenvolvida. Convide-os a cantar enquanto dançam.

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Bola de meia, bola de gude

O grupo, posicionado em círculo com as mãos soltas, bate palmas no lugar.

Há um menino

há um moleque

morando sempre no meu coração

toda vez que o adulto balança

ele vem pra me dar a mão

Todos dão as mãos e giram no sentido anti-horário.

Há um passado

no meu presente

um sol bem quente lá no meu quintal

toda vez que a bruxa me assombra

o menino me dá a mão

Todos soltam as mãos e se deslocam saltando no sentido horário.

E me fala de coisas bonitas

que eu acredito que não deixarão de existir

amizade, palavra, respeito,

caráter, bondade, alegria e amor

No lugar, todos batem uma palma contra a outra na altura do peito e depois batem cada uma das palmas das mãos na coxa correspondente.

Pois não posso, não devo, não quero

viver como toda essa gente insiste em viver

E não posso aceitar sossegado

Qualquer sacanagem ser coisa normal

[...]

FONTE: Milton Nascimento e Fernando Brant. CD Trilhas de Ballet , 2002.

Imagem: Ícone: ATENÇÃO PARA A SEGURANÇA. Fim da imagem.

Depois de assimilarem os movimentos propostos para os versos, estimule os alunos a criar outra coreografia para essa letra. É muito importante que eles possam desfrutar dessa aprendizagem e se tornarem protagonistas. Reforce para os alunos os princípios das danças circulares, como a cooperação entre os colegas e o respeito aos limites de cada um. Se necessário, faça adaptações nos movimentos para incluir todos na atividade. Por exemplo, caso você possua um aluno com deficiência nos membros inferiores, é possível fazer os deslocamentos em roda, mas sem dar as mãos.

Caso seja possível e considere oportuno, realize uma coreografia com a letra completa dessa canção. Disponível em: http://fdnc.io/fdq. Acesso em: 4 fev. 2021.

Discussão

Reúna os alunos e inicie a discussão sobre a atividade fazendo-lhes algumas perguntas motivadoras: “Vocês acham que as danças circulares são importantes para as pessoas? Por quê?”.

Em um segundo momento, desenhe um quadro na lousa e peça aos alunos que identifiquem as diferenças entre cada uma das danças vivenciadas na aula. Esse quadro pode mostrar as especificidades das danças em outras formações (“V”, “T” etc.), das cantigas e de outras vivências, uma vez que cada uma tem um objetivo.

Ao final, reforce para os alunos a relevância das danças circulares como um patrimônio cultural, além de o quanto elas são diferentes de outros tipos de dança por suas especificidades tanto na forma quanto na simbologia.

Incentive o grupo a refletir sobre as possibilidades de movimentos e o impacto da composição coletiva nas danças circulares. Explique que se trata de uma experiência corporal com significados históricos e com trocas constantes de aprendizagem entre as pessoas que participam das danças.

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Boxe complementar:

Para saber mais

  • WOSIEN, M. G. Dança sagrada: deuses, mitos e ciclos. São Paulo: Triom, 2002.

    A autora faz um apanhado significativo sobre as danças circulares e sua relação com o sagrado.

  • OSTETTO, L. E. Para encantar, é preciso encantar-se: danças circulares na formação de professores. Caderno Cedes. Campinas, v. 30, n. 80, p. 40-55, jan./abr. 2010. Disponível em: http://fdnc.io/fdr. Acesso em: 20 maio 2021.

    O texto aponta o quanto o conhecimento sobre os significados das danças circulares é fundamental na formação dos professores e na sua futura atuação pedagógica.

Fim do complemento.

Avaliação e Registro

Para que você possa verificar o que os alunos compreenderam sobre danças e como se sentiram ao realizá-las, sugerimos que faça cópias das atividades a seguir para serem distribuídas aos alunos.

Após os registros, converse com os alunos, pedindo que falem sobre a maior dificuldade que tiveram nas aulas de dança. O que foi mais difícil: acompanhar o ritmo, a localização espacial ou criar movimentos? Utilize as informações obtidas para avaliar o que precisa ser mais explorado com eles.

Na atividade 2, converse com os alunos sobre os motivos de terem se sentido do modo como circularam as carinhas.

Na atividade 3, são dadas as seguintes alternativas: item A, apenas adultos; item B, apenas crianças; item C, apenas jovens; item D, adultos, crianças, jovens e pessoas com deficiência. Espera-se que os alunos compreendam que todas as pessoas podem participar de aulas de dança.

  1. Pinte a figura que representa a formação para dançar uma cantiga de roda.

a)

Imagem: Ilustração. Formas geométricas sendo: Letra a: Um quadrado.  Fim da imagem.

b)

Imagem: Ilustração. Formas geométricas sendo: Letra b: Um círculo.  Fim da imagem.

c)

Imagem: Ilustração. Formas geométricas sendo: Letra c: um triângulo  Fim da imagem.

d)

Imagem: Ilustração. Formas geométricas sendo: Letra d: Um coração.  Fim da imagem.
  1. Circule a carinha que demonstra como você se sentiu ao participar das danças circulares.

a) Feliz.

Imagem: Ilustração. Letra a: Feliz, emoticon com olhinhos e uma boca sorrindo.  Fim da imagem.

b) Cansado.

Imagem: Ilustração. Letra b: Cansado, emoticon com dois X nos olhos e a língua para fora da boca Fim da imagem.

c) Apaixonado.

Imagem: Ilustração. Letra c: Apaixonado, emoticon com os olhos em forma de coração e uma boca sorrindo.  Fim da imagem.

d) Triste.

Imagem: Ilustração. Letra d: Triste, emoticon com os olhos redondos e a boca voltada para baixo.  Fim da imagem.

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  1. Pinte os desenhos da alternativa que mostra quem pode participar de aulas de dança.
Imagem: Ilustração de grupo de pessoas sendo: a) Grupo composto por quatro adultos, um homem robusto com camisa social, gravata e calça, uma mulher com cabelos na altura do pescoço, usando blusa de manga curta e calça, uma mulher robusta com cabelos enrolados na altura do ombro usando vestido, um homem com cabelos curtos, usando camiseta e calça. Fim da imagem.
Imagem: Ilustração de grupo de pessoas sendo: b) Grupo composto por quatro crianças, sendo, um menino com cabelos cacheados, usando camiseta e short. Uma menina com cabelos lisos, usando camiseta e short, uma menina com cabelos cacheados preso em um rabo de cavalo, usando um vestido. Um menino com cabelos lisos, usando camiseta e calça.  Fim da imagem.
Imagem: Ilustração de grupo de pessoas sendo: c) Grupo composto por quatro adolescentes, sendo, um menino usando boné, camiseta larga e calça, uma menina com cabelos lisos, usando um vestido, uma menina com cabelos ondulados, usando camiseta e calça e um menino com cabelos enrolados, usando blusa com mangas compridas e calça.  Fim da imagem.
Imagem: Ilustração de grupo de pessoas sendo: d) Grupo composto por adultos, adolescentes e crianças, sendo um homem com cabelos lisos, usando camisa com manga longa, gravata, colete e calça, um adolescente menino com cabelo baixo, usando camiseta, uma menina com cabelos lisos na altura do pescoço, usando uma blusa de manga curta e saia, um menino com cabelos lisos usando camiseta e calça, sentado em uma cadeira de rodas, uma menina com cabelos ondulados, usando camiseta e short, óculos escuros e segurando uma bengala com a mão direita, um menino usando um blusa com manga compridas e calça, uma adolescente menina com cabelos cacheados usando um vestido e uma mulher robusta com cabelos presos em um rabo de cavalo usando uma camiseta e uma saia Fim da imagem.