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3º ANO – Lutas

TEMA 1 – O que são lutas?

Tabela: equivalente textual a seguir.

Prepare-se para as aulas

Objetivos

Reconhecer os principais elementos que caracterizam a luta.

Identificar as lutas como prática da cultura corporal de movimento, diferenciando-as das situações de briga.

Reconhecer e valorizar a prática de lutas por mulheres.

Habilidades da BNCC

EF35EF13, EF35EF14 e EF35EF15

Número de aulas

8

Materiais

Papel sulfite, lápis de cor, barbante, prendedores de roupa, dispositivo eletrônico para reprodução de música, cópias de imagens de lutadores executando saudações, canudo plástico, sabão neutro e apetrecho para fazer bolhas de sabão.

Sequência de atividades

Apresente aos alunos um cartaz com imagens de várias práticas corporais e peça que indiquem as que retratam lutas. A seguir, nas próximas aulas, realize as atividades propostas na seção “Experimentação e Fruição”.

Sensibilização

Após as atividades anteriores, realize as propostas da seção “Construção de valores”.

Avaliação

Compare as respostas dos alunos às questões propostas no final do tema com as que foram dadas ao longo das aulas e observe se houve avanços na compreensão das lutas e de sua diferença em relação às brigas.

Para começar

Inicie o tema fazendo uma avaliação diagnóstica para identificar o que os alunos sabem sobre lutas. O registro dessa avaliação é importante para nortear o planejamento das aulas e as discussões subsequentes, além de balizar a avaliação do processo. Esse procedimento também favorece a introdução do tema.

Confeccione um cartaz com imagens de práticas corporais diversas (danças, ginásticas, esportes, brincadeiras e jogos, lutas). Apresente-o aos alunos e solicite que indiquem as imagens que retratam lutas.

É importante mostrar no cartaz imagens de lutas do contexto comunitário e regional. Verifique se os alunos as reconhecem e, se necessário, identifique-as, explicitando a relação com o contexto em que vivem. Valorize a cultura local ressaltando as lutas que ali foram originadas, como a capoeira (Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco), o huka-huka (Mato Grosso), o jiu-jítsu brasileiro (Rio de Janeiro) e a esgrima facão (Rio Grande do Sul).

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Faça algumas perguntas estratégicas para a abordagem do tema: “O que é luta?”, “Quem pratica (ou já praticou ou pretende praticar) algum tipo de luta? Qual?”, “Onde ela pode ser aprendida?”, “Essa luta (citada pelos alunos) é muito praticada na comunidade, na região ou em nosso país?”, “É possível ‘brincar’ de luta sem machucar o colega?”, “Como vocês acham que as lutas surgiram?”, “Briga e luta são a mesma coisa? Por quê?”.

Se considerar oportuno, leve para a aula outro cartaz no qual constem pinturas rupestres (feitas nas pedras) associadas às lutas, para que os alunos percebam que elas fazem parte da vida humana há muito tempo. No boxe “Para saber mais”, há indicações de sites para acessá-las. Com base nas respostas obtidas, conduza a discussão de modo que possa abordar os elementos que caracterizam as lutas e os que as diferenciam das brigas. Diga aos alunos que, assim como nas brincadeiras de pega-pega e esconde-esconde, nas lutas também há regras que devem ser seguidas, o que não ocorre nas brigas. Evidencie que as regras evitam excessos na realização das lutas e que o oponente é respeitado, situação bem diferente da observada em uma briga. Apresente um exemplo envolvendo uma luta do contexto comunitário ou regional. É provável que a luta selecionada tenha regras que estabelecem a duração da disputa, o uso de vestimenta adequada, bem como interrupções do combate no caso de risco de lesão de um dos oponentes.

Explique aos alunos que, numa luta, o adversário não é inimigo, mas um colega, pois sem ele não haveria competição. Ressalte também que nas lutas, assim como em muitos esportes, os lutadores se cumprimentam antes do combate, demonstrando respeito ao adversário, como no caso do judô, modalidade integrante das Olimpíadas, muito conhecida e praticada no Brasil há mais de 70 anos. Nas brigas, não há esse respeito.

Em seguida, reapresente aos alunos o primeiro cartaz e peça a eles que observem que as lutas são práticas corporais criadas pelo ser humano há muito tempo e, assim como as demais práticas, têm, entre seus propósitos, a melhoria da saúde, o lazer e a participação em disputas esportivas. Portanto, todas essas práticas precisam de uma organização para que sejam realizadas. As brigas, por sua vez, expressam o desejo de agressão mútua por meio da violência física, constituindo-se numa disputa sem regras, que não requer organização e que não preza pela integridade física das pessoas. É imprescindível que os alunos formem um conceito de luta adequado, evitando associá-la à violência e compreendendo-a no contexto da produção humana.

Finalize essa conversa explicando aos alunos que, no decorrer das aulas, eles provavelmente vão perceber melhor as diferenças entre lutas e brigas.

Sempre que necessário, consulte o quadro a seguir para reforçar essas diferenças (ou reproduza-o na lousa ou em folha de cartolina).

Tabela: equivalente textual a seguir.

DIFERENÇAS ENTRE LUTAS E BRIGAS

Lutas

Brigas

Há regras que precisam ser seguidas, as quais incluem: duração do embate, vestimenta, equipamentos de proteção, locais de disputa, golpes permitidos e proibidos etc.

Não há regras.

Contam com entidades reguladoras: associações, federações, confederações.

Desentendimento entre duas ou mais pessoas sem nenhum tipo de organização oficial.

Valorizam o respeito entre os adversários nas competições.

Resultam de sentimentos de repúdio, ódio, aversão, raiva etc.

Fonte: elaborado pelo autor.

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Análise e Compreensão

O conceito de luta

A palavra “luta” vem do latim lucta e pode ser definida como combate entre duas ou mais pessoas, com ou sem o uso de armas.

A BNCC (BRASIL, 2018) 1 define luta como “disputas corporais, nas quais os participantes empregam técnicas, táticas e estratégias específicas para imobilizar, desequilibrar, atingir ou excluir o oponente de um determinado espaço, combinando ações de ataque e defesa dirigidas ao corpo do adversário”.

Diversos estudos, como o de Gomes (2008) 2 , apontam que a luta está presente há séculos na cultura de muitas civilizações, sendo reconhecida de diferentes maneiras, como rito, prática religiosa, preparação para a guerra, jogo e exercício físico.

A maioria dos relatos de povos antigos conta com distintas manifestações de atividades de luta, que expressavam seus costumes e tradições, delineando sua história, fosse ela ocidental ou oriental.

Os autores desses estudos entendem que as lutas trazem para o mundo da Educação Física parcelas de tradição, religião, cultura, filosofia, rituais e disciplina, além de aspectos relacionados ao corpo passíveis de serem transmitidos, preservados e reorganizados no decorrer de suas atividades milenares. Há publicações que utilizam diferentes terminologias, como arte marcial, esportes de combate e luta, dependendo do entendimento e dos objetivos do pesquisador.

Dessa forma, pode-se perceber que o significado e o conceito de luta não abarcam a violência, assemelhando-se mais a um jogo ou esporte, o qual envolve a disputa por espaços, habilidades de equilíbrio e desequilíbrio, imobilização e esquiva, contendo regras, disputas e campeonatos.

Devem ser ressaltados também os benefícios que essas práticas corporais podem nos propiciar, como momentos de lazer, aprimoramento das capacidades físicas e motoras, elevação da autoestima, desenvolvimento dos diversos aspectos do comportamento humano e da cidadania, melhora da qualidade de vida e ampliação do acervo da cultura corporal de movimento.

Por outro lado, em uma briga prevalecem a violência, a intenção de agressão ao adversário, seja ela moral ou física. Infelizmente, é o que ocorre comumente no trânsito ou nos arredores de estádios de futebol em conflitos envolvendo geralmente torcidas organizadas.

As saudações nas lutas

Na maioria das lutas, há saudações, que são formas de cumprimentar respeitosamente as pessoas que as praticam. Elas podem ser feitas em pé ou de joelhos. No judô, por exemplo, a saudação geralmente é conhecida por ritsurei ou tachirei (quando os oponentes se cumprimentam em pé, curvando o corpo diante do adversário), podendo também ser chamada de zarei (quando os praticantes se ajoelham).

Nota de rodapé: 1. BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2018. Fim da nota.

Nota de rodapé: 2. GOMES, M. S. P. Procedimentos pedagógicos para o ensino das lutas: contextos e possibilidades. Dissertação de Mestrado em Educação Física. Faculdade de Educação Física. Universidade Estadual de Campinas, 2008. Fim da nota.

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Na maioria das lutas orientais, as saudações em pé devem ser feitas sempre ao entrar e sair do local de treino, o dojo (tradução do japonês: local do caminho), aos professores (sensei), aos faixas-pretas e ao iniciar e terminar qualquer atividade com um companheiro no dojo ou no shiai (competição). As saudações de joelhos (zarei) devem ser feitas ao iniciar e terminar o treino, caso o professor e/ou faixa-preta estejam ajoelhados ou em qualquer atividade no solo.

Nos momentos da saudação, os judocas devem afastar maus pensamentos, preocupações e estar certos de que se encontram libertos de tudo o que possa prejudicá-los, pois esses momentos constituem uma pausa que os levará à serenidade, ou seja, a saudação faz parte da própria finalidade da arte. Na tradição do judô, durante os rituais de saudação, os alunos e o professor fazem uma espécie de meditação na posição sentada, procurando acalmarem-se, elevando os pensamentos a um estado tranquilo e límpido. Outro aspecto que observamos nesses rituais é o respeito, característica fundamental de um praticante de arte marcial e herança do bushido (código de conduta dos samurais).

Experimentação e Fruição

As atividades apresentadas a seguir podem ser realizadas na quadra, no pátio ou em uma sala grande.

1. Desenhando uma luta

Objetivos: Explorar os conhecimentos prévios dos alunos, especialmente os relacionados à associação entre luta e violência. Preparar os alunos para posterior vivência prática.

Materiais: papel sulfite, lápis de cor, barbante e prendedores de roupa

Procedimentos

Peça a cada aluno que faça um desenho de uma situação de luta. Por meio desses registros, você pode verificar se eles associam ou não a luta à violência, se sabem sobre os locais em que ela ocorre, quem a pratica, os materiais e elementos nela presentes, entre outras informações. Solicite a eles que priorizem as lutas presentes no contexto comunitário e regional.

Use o barbante para construir um varal e os prendedores para fixar nele os desenhos. Incentive os alunos a apreciar e analisar a produção dos colegas e a socializar os diversos entendimentos e formas de expressão.

2. Estátua de lutas

PROFESSOR Imagem: Ícone: ATENÇÃO PARA A SEGURANÇA. Fim da imagem.

Objetivo: Explorar os conhecimentos prévios dos alunos, especialmente quanto aos movimentos característicos das lutas.

Material: dispositivo eletrônico para reprodução de música

Procedimentos

Delimite um espaço pelo qual os alunos possam andar em diferentes direções. Oriente-os a se movimentar simulando a postura de lutador (compenetrados, atentos, prontos para entrar em ação) sem encostar nos colegas.

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Ao seu sinal, eles devem parar na posição de “estátua de lutador”, representando qualquer movimento que entendam ser de luta. Com outro sinal, os alunos voltam a circular, repetindo a tarefa e variando apenas as representações. O sinal também pode ser realizado com músicas que lembrem situações de luta, como “ Eye of the tiger” 3 , associada a um famoso personagem de cinema lutador de boxe, ou então “ Paranauê”, música típica da capoeira, por exemplo. Sempre que possível, explique para os alunos o que cada música representa.

Em cada uma das execuções, peça aos alunos que descrevam o movimento e a qual luta está relacionado.

3. Variação da estátua de lutas

PROFESSOR Imagem: Ícone: ATENÇÃO PARA A SEGURANÇA. Fim da imagem.

Objetivo: Reconhecer a interação entre os lutadores como elemento básico da luta.

Procedimentos

Peça aos alunos que andem livremente pelo espaço destinado à atividade e que, ao seu sinal, formem duplas e, sem tocar o colega, imitem estátuas representando uma situação de luta.

Analise se, de fato, eles estão representando uma situação de luta, questionando-os, se necessário, e apresentando suas considerações sobre as explicações. Evidencie para os alunos as situações que envolverem uma luta presente no contexto comunitário ou regional, a fim de valorizá-las.

4. A saudação

PROFESSOR Imagem: Ícone: ATENÇÃO PARA A SEGURANÇA. Fim da imagem.

Objetivos: Compreender o conceito de luta e destacar os elementos que a diferenciam das brigas.

Material: cópias de imagens de lutadores executando saudações, incluindo de lutas presentes nos contextos comunitário e regional

Procedimentos

Explique aos alunos que a saudação é um dos elementos característicos das lutas e que as diferenciam das brigas. Leve para a aula cópias (preferencialmente ampliadas e coloridas) de imagens como as que se veem a seguir, que mostram saudações feitas por lutadores de judô e taekwondo.

Imagem: Fotografia. Saudação no judô. Dois homens usando quimono, um de frente para o outro, com as mãos abertas próximo à coxa, com a cabeça inclinada e uma pequena inclinação do tronco. Fim da imagem.

LEGENDA: Saudação no judô. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Saudação no taekwondo. Um homem e um menino usando quimono. Eles estão um de frente para o outro, com os punhos fechados próximo à coxa, com a cabeça e o tronco bem inclinado.  Fim da imagem.

LEGENDA: Saudação no taekwondo. FIM DA LEGENDA.

Nota de rodapé: 3. SURVIVOR. Eye of the tiger . USA: Scotti Brothers, 1982. 1 disco sonoro. Fim da nota.

Imagem: Esquema. Movimentos realizados por boxeadores composto por ilustração de crianças uniformizadas, sendo: Um menino exemplifica em três movimentos um Cruzado: 1. Ele está em pé com as pernas afastadas, com os punhos fechados e cotovelos flexionados com os braços para cima, próximo ao rosto. 2. O braço direito está estendido para frente com o punho fechado e o braço esquerdo permanece flexionado. 3. Ele está com o corpo inclinado para esquerda com o cotovelo direito flexionado, com o braço virado de lado. Ao lado, uma menina exemplifica em três movimentos de Direto.  Fim da imagem.

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Mostre esses movimentos aos alunos e solicite que os retribuam. Depois, organize-os em duplas e peça-lhes que façam as saudações aos seus colegas. Esta atividade também pode ser realizada com todos os alunos alinhados ou em círculo, em pé ou ajoelhados, em um ambiente de respeito.

As saudações devem fazer parte da rotina das aulas de luta. Elas podem ser executadas no início e no fim de determinada atividade, estimulando o respeito entre os alunos.

5. Teatro de lutas

PROFESSOR Imagem: Ícone: ATENÇÃO PARA A SEGURANÇA. Fim da imagem.

Objetivos: Diferenciar luta de briga. Reconhecer a saudação.

Procedimentos

Conte aos alunos histórias relacionadas com lutas e, em seguida, com brigas. Para começar, use como exemplos dois garotos disputando uma competição de judô e dois deles brigando na rua. Peça a eles que representem concomitantemente o que estiver sendo narrado. Proponha outras situações para os dois casos, sugerindo-lhes que incluam o gesto da saudação nas representações de luta. Modalidades que podem ser exploradas: caratê, esgrima, boxe, capoeira e outras lutas presentes nos contextos comunitário e regional. Situações de briga: por posse de bola, por disputa de bebedouro (ser o primeiro a beber água), por ter feito o colega tropeçar, por furar a fila etc.

6. Luta com a bolha de sabão

PROFESSOR Imagem: Ícone: ATENÇÃO PARA A SEGURANÇA. Fim da imagem.

Objetivos: Executar movimentos característicos das lutas. Reconhecer a necessidade do cuidado com a segurança para preservar a integridade física pessoal e a dos colegas.

Materiais: canudo plástico, água, sabão neutro e recipiente para a mistura ou apetrecho próprio para bolhas de sabão

Procedimentos

Reúna os alunos em círculo e, sem a necessidade de técnica refinada, mostre a eles alguns tipos de golpes feitos com as mãos (boxe) e com os pés (caratê). Use as figuras a seguir como referência para esses movimentos.

LEGENDA: Cruzado. FIM DA LEGENDA.

Imagem: 1. Ela está com as pernas afastadas, com os punhos fechados e cotovelos flexionados com os braços para cima, próximo ao rosto. 2. Ela está com os joelhos flexionados e está com os cotovelos um pouco para trás. 3. Ela está com o braço direito estendido para frente com o punho fechado. Ao lado, outra menina exemplifica em três movimentos o Upper.  Fim da imagem.

LEGENDA: Direto. FIM DA LEGENDA.

Imagem: 1. Ela está com as pernas afastadas, com os punhos fechados e cotovelos flexionados com os braços para cima, próximo ao rosto. 2. Ela está na mesma posição com o tronco em torção para a esquerda. 3. Ela está na mesma posição com o tronco em torção para a direita. Abaixo, uma menina exemplifica em três movimentos o Gancho.  Fim da imagem.

LEGENDA: Upper. FIM DA LEGENDA.

Imagem: 1. Ela está com as pernas afastadas, com os punhos fechados e cotovelos flexionados com os braços para cima, próximo ao rosto. 2. Ela está com o braço direito flexionado com o cotovelo para trás. 3. Ela está com o corpo em torção com o braço estendido na diagonal fazendo um arco. Ao lado, um menino exemplifica em três movimentos, o Jab.  Fim da imagem.

LEGENDA: Gancho. FIM DA LEGENDA.

Imagem: 1. Ele está em pé com as pernas afastadas, com os punhos fechados e cotovelos flexionados com os braços para cima, próximo ao rosto. 2. Ele está na mesma posição com o braço direito semi-flexionados para frente. 3. Ele está com o braço direito estendido para frente e com a mão esquerda próximo ao rosto.  Fim da imagem.

LEGENDA: Jab. FIM DA LEGENDA.

LEGENDA: Movimentos realizados por boxeadores. FIM DA LEGENDA.

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Imagem: Esquema. Crianças usando quimono exemplificando os seguintes movimentos: Mae gueri keague: uma menina com cabelo na altura do pescoço, com a perna esquerda apoiada no chão e a perna direita estendida para frente com joelho flexionado.  Fim da imagem.

LEGENDA: Mae gueri keague. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Mae gueri kekome: uma menina com cabelos presos, com a perna esquerda apoiada no chão e a perna direita estendida para frente.  Fim da imagem.

LEGENDA: Mae gueri kekome. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Yokogueri keague: Um menino negro, com a perna esquerda estendida na diagonal e a perna direita apoiando no chão.  Fim da imagem.

LEGENDA: Yokogueri keague. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Yokogueri kekome: Uma menina com cabelos cacheados com a perna esquerda estendida para o lado esquerdo com o joelho e os dedos dos pés voltados para baixo, e a perna direita apoiando no chão.  Fim da imagem.

LEGENDA: Yokogueri kekome. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Hiza gueri: Um menino com cabelos cacheados, com a perna esquerda apoiada no chão e para direita flexionada para frente mostrando a sola do pé.  Fim da imagem.

LEGENDA: Hiza gueri. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Ushiro gueri: Um menino com cabelos loiros exemplifica em dois movimentos: 1. Ele está com a perna esquerda flexionada com o calcanhar apontado para cima e o pé direito apoiado no chão. 2. Ele está com a perna esquerda estendida para o lado e com o pé direito apoiado no chão.  Fim da imagem.

LEGENDA: Ushiro gueri. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Mawashi gueri: Uma menina com cabelos enrolados com a perna esquerda estendida para a diagonal e a perna direita apoiada no chão.  Fim da imagem.

LEGENDA: Mawashi gueri. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Mikazuki gueri: Um menino com cabelos pretos, com o pé esquerdo apoiado no chão e a perna direita estendida para frente.  Fim da imagem.

LEGENDA: Mikazuki gueri. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fumikomi. Uma menina com maria-chiquinha exemplifica em dois movimentos: 1. Ela está com a perna direita estendida para o lado esquerdo com o pé um pouco afastado do chão. 2. Ela está com a perna direita estendida para a direita e o pé esquerdo apoiado no chão.  Fim da imagem.

LEGENDA: Fumikomi. FIM DA LEGENDA.

LEGENDA: Movimentos realizados por praticantes de caratê. FIM DA LEGENDA.

Depois dessa exibição, misture água e sabão neutro em um recipiente. Tanto você quanto os alunos devem usar os canudinhos de plástico para formar bolhas de sabão.

Oriente então os alunos a tentar acertar essas bolhas com socos, chutes, cabeçadas, joelhadas, enfim, a explorar diversas formas de movimentos. Instrua-os a começar suas tentativas com socos e chutes antes de tentarem outros tipos de golpe.

Importante: Para evitar acidentes, os alunos precisam manter uma distância adequada entre eles durante a realização da atividade. Esteja atento a essa questão relacionada com a integridade física deles e incentive o grupo a ter esse mesmo cuidado.

7. Luta de dedos

PROFESSOR Imagem: Ícone: ATENÇÃO PARA A SEGURANÇA. Fim da imagem.

Objetivos: Reconhecer o conceito de luta. Realizar uma luta de contato.

Procedimentos

Organize os alunos em duplas e explique que essa atividade é feita principalmente com os polegares. Para a luta começar, os adversários seguram as mãos um do outro com quatro dedos, deixando os polegares livres. O polegar de cada lutador também precisa estar em contato com a digital do polegar do oponente. Ao sinal do juiz, a disputa começa. Vence quem conseguir imobilizar o polegar do oponente.

As disputas costumam ser breves e, por isso, podem ser realizadas diversas vezes.

Para incrementar a luta, solicite aos alunos que desenhem olhos, nariz e boca nos polegares.

Procure alternar as duplas, de forma que os alunos possam experimentar disputas com colegas de diferentes características físicas. Se necessário, faça adaptações para alunos que tenham limitação nos membros superiores. Nesse caso, a luta poderá ser feita com o dedo do pé.

Imagem: Fotografia. Destaque de duas mãos com os dedos entrelaçados e o dedão em pé um de frente para o outro.  Fim da imagem.

LEGENDA: Luta de dedos. FIM DA LEGENDA.

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8. Imite o mestre

PROFESSOR Imagem: Ícone: ATENÇÃO PARA A SEGURANÇA. Fim da imagem.

Objetivo: Reconhecer movimentos característicos das lutas.

Procedimentos

Solicite aos alunos que representem individualmente movimentos que acreditam fazer parte da luta que será abordada.

Depois, mostre a eles uma sequência com cinco movimentos simples, comumente usados nas lutas, como os katas, do caratê, ou os katis, do kung fu. Por exemplo: salte sem sair do lugar, dê um passo para a frente assim que os pés tocarem novamente no chão e, em seguida, chute o ar à sua frente com uma das pernas. Depois, dê um passo para a direita, um soco no ar, gire o corpo e finalize a sequência unindo as pernas e aproximando os braços do tronco. Segue referência de um vídeo disponibilizado na internet contendo uma sequência de movimentos como exemplo a ser mostrado aos alunos. Karate Japan vs Italy. Final Male Team Kata. WKF World Karate Champions 2012. Disponível em: http://fdnc.io/dLr. Acesso em: 18 fev. 2021.

Discussão

No decorrer de cada uma das atividades iniciais, estabeleça a relação com as principais características e demais aspectos das lutas, ressaltando as peculiaridades que as diferem de outras modalidades, como situações de equilíbrio e desequilíbrio provocadas por meio de técnicas não violentas.

Nas práticas que enfatizam a diferenciação entre lutas e brigas, identifique os elementos que as diferem.

Depois de finalizadas as lutas de dedos, destaque que nelas ocorre uma situação de luta, e não de briga, pois a intenção dessa disputa é que os participantes empreguem técnicas, táticas e estratégias específicas para imobilizar o dedo do colega. Ressalte que o oponente é compreendido como adversário, e não inimigo, e que, sem ele, a disputa não seria possível. Nesse confronto, não temos a intenção de agredi-lo nem queremos que ele se machuque, apenas fazemos uso de técnicas na tentativa de vencê-lo, respeitando as regras estabelecidas.

Na atividade do teatro de luta, pergunte a eles em quais momentos se tratava de uma briga ou de uma luta e como chegaram a essa conclusão. Relembre também os alunos de que nas lutas são realizadas as saudações como forma de respeito ao adversário, o que não ocorre nas brigas.

Ao final das atividades propostas, reforce o conceito de lutas questionando os alunos novamente se eles lutaram ou brigaram, ressaltando elementos importantes da luta, como intenções (diversão, tentativa de superação etc.), regras e respeito ao adversário. Faça também perguntas que os incentivem a expressar o que sentiram: “O que você sentiu ao lutar?”, “Alguém teve medo? O que fez para superá-lo?”, “Como se sente a pessoa que vence? E a que perde?”, “Qual foi a motivação proporcionada pela vitória? E pela derrota?”.

Comente também a existência das lutas desde os primórdios da humanidade e os possíveis motivos pelos quais as pessoas lutavam ou aprendiam a lutar, diferenciando os objetivos da prática naquela época e na atualidade.

Sempre que possível, associe as atividades e os comentários dos alunos às lutas valorizadas na comunidade e na região onde vivem.

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Construção de valores

As mulheres nas lutas

PROFESSOR Imagem: Ícone: ATENÇÃO PARA A SEGURANÇA. Fim da imagem.

Objetivos: Reconhecer e valorizar a prática de lutas por mulheres.

Procedimentos

Leve para a aula imagens impressas da internet que mostrem lutadoras brasileiras participando de competições e também recebendo medalhas 4 . Pergunte aos alunos se eles conhecem mais mulheres ou homens que praticam alguma modalidade de luta. Em seguida, comente que, erroneamente, muitas pessoas ainda compreendem as lutas como práticas corporais masculinas.

Peça aos alunos que relatem a satisfação que as atividades de luta podem propiciar e conduza a conversa evidenciando que elas independem do sexo.

Dicas

No decorrer das atividades propostas, alterne as duplas para que os alunos possam experimentar disputas com oponentes de diferentes características e gêneros.

No momento das discussões, ressalte para o grupo a participação das meninas nas disputas. Pergunte a todos se gostaram dessa experiência. Peça-lhes que justifiquem suas respostas e aproveite os comentários associados aos conteúdos tratados. Enfatize, na sua intervenção, que gostar ou não de uma prática corporal independe do gênero.

Boxe complementar:

Para saber mais

  1. CARREIRO, E. A. Lutas. In: DARIDO, S. C.; RANGEL, I. C. A. (coord.). Educação Física na escola: implicações para a prática pedagógica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
  1. livro traz capítulo que apresenta possibilidades para a sistematização, a organização e o ensino de lutas na escola.
  1. REID, H.; CROUCHER, M. O caminho do guerreiro. São Paulo: Cultrix, 2003.
  1. livro discute a história das lutas e o paradoxo implícito entre a defesa pessoal e a iluminação espiritual para a paz por meio da prática de lutas.

Fim do complemento.

Avaliação e Registro

PROFESSOR Imagem: Ícone: ATENÇÃO PARA A SEGURANÇA. Fim da imagem.

Reúna os alunos em círculo e mostre a eles imagens de pessoas lutando e brigando. Essas imagens podem ser obtidas na internet. Ao selecionar imagens de briga, prefira as que expressam apenas a intenção do gesto, e não brigas que possam impressionar os alunos. Depois, individualmente, pergunte quais delas são de luta.

Na sequência, solicite a eles que pesquisem imagens de lutas praticadas na comunidade. Caso algum aluno seja praticante de luta, estimule-o a apresentar imagens da própria prática. Organize uma exposição na sala com essas imagens, identificando as lutas retratadas.

Durante esse processo de avaliação, compare as respostas atuais dos alunos com as observadas ao longo das aulas, identificando os avanços na compreensão das lutas e sua diferença em relação às brigas e comente os resultados com os alunos.

Nota de rodapé: 4. Sugestão de mulheres lutadoras: Amanda Nunes, Cristiane Justino e Bethe Correia (MMA), Sarah Menezes e Rafaela Silva (judô), Natália Falavigna (taekwondo). Digite um desses nomes em um site de busca para obter as imagens. Fim da nota.

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TEMA 2 – Huka-huka: luta indígena

Tabela: equivalente textual a seguir.

Prepare-se para as aulas

Objetivos

Reconhecer o papel das lutas em rituais da cultura dos povos indígenas.

Compreender e experimentar a dinâmica da luta huka-huka das etnias do Parque Indígena do Xingu.

Identificar e adotar valores de respeito mútuo e solidariedade presentes nas lutas indígenas.

Fazer um paralelo com as lutas presentes nas sociedades não indígenas e seus aspectos marciais, culturais e o respeito intrínseco entre sociedades diferentes.

Habilidades da BNCC

EF35EF13, EF35EF14 e EF35EF15

Lutas de matriz africana serão abordadas no 4 ano.

Número de aulas

8

Materiais

Fitas, coletes, barbantes (ou objetos semelhantes).

Sequência de atividades

Pergunte aos alunos sobre acidentes vivenciados por eles (por familiares ou amigos) em razão do descuido com a segurança durante uma luta. A seguir, nas próximas aulas, realize as atividades propostas na seção “Experimentação e Fruição”.

Sensibilização

Após as atividades anteriores, realize as propostas da seção “Construção de valores”.

Avaliação

Verifique os acertos e os erros nos registros feitos pelos alunos após observarem as técnicas apresentadas em imagens de diferentes lutas.

Para começar

Explique aos alunos a importância da segurança para a realização de uma luta e que eles devem se preocupar com ela todas as vezes que forem lutar ou treinar. Ressalte que devemos usar equipamentos de proteção e escolher um local adequado para a realização da atividade, ou seja, eles não devem lutar nem treinar sem uma estrutura mínima de segurança e em qualquer lugar. Aprofunde o debate sobre esse tema perguntando aos alunos sobre acidentes vivenciados por eles (por familiares ou amigos) em razão do descuido com a segurança. Analogias com situações de trânsito podem ajudar nesse entendimento. Lembre-os de que jogadores de futebol, pilotos de carros de corrida e ciclistas fazem questão de zelar pela sua segurança. Ressalte que a segurança também está relacionada com o respeito aos próprios limites e aos dos outros.

Análise e Compreensão

A luta huka-huka e o Kwarup

Assim como em outras culturas, os indígenas também possuem suas lutas, que se originam no treinamento dos guerreiros. Uma dessas lutas, praticada pelos povos do Parque Indígena do Xingu, é a chamada huka-huka, que se aproxima do que podemos chamar de esporte de combate. As diferentes etnias do Xingu lutam praticamente com as mesmas regras e se encontram em eventos multiculturais para competir, caracterizando uma certa esportivização.

O evento principal dos povos do Xingu é o Kwarup, que acontece anualmente para celebrar a morte dos parentes indígenas. Várias aldeias são convidadas e participam mais de mil indígenas de várias etnias, como Kamayurá, Kuikuro, Mehinako, Kalapalo, Matipu, Waurá, Kaiabi e Aweti.

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São colocados no centro da aldeia troncos de madeira ornamentados representando cada um dos homenageados. No primeiro dia do evento, em torno desses troncos, a família chora seus mortos e reza por eles. No segundo dia, começa a luta huka-huka.

No huka-huka, os guerreiros se enfrentam com o objetivo de tocar a mão atrás da coxa do adversário ou derrubá-lo. Quem conseguir isso primeiro vence a luta. Em seguida, o encerramento do Kwarup acontece com a entrega dos ornamentos colocados nos troncos às famílias dos mortos homenageados. Depois disso, os troncos são atirados no rio ou na lagoa da aldeia para que a alma dos mortos seja libertada.

Apresente a foto a seguir aos alunos e peça a eles que analisem o que está acontecendo. Espera-se que identifiquem uma luta entre duas pessoas, cujos corpos estão pintados, e que se trata de uma luta agarrada. Além disso, é importante chamar a atenção para o fato de que são homens jovens e adultos. Essas primeiras observações auxiliarão na discussão sobre a participação de mulheres e crianças na luta e na aproximação com a cultura indígena e seus povos.

Resumindo, o huka-huka é disputado sempre entre dois lutadores que se desafiam, um de frente para o outro, girando simultaneamente no sentido horário até que um dos oponentes se ajoelhe e o outro repita o gesto. Em seguida, agarram-se no tronco, ombros, braços, pescoço ou cabeça do oponente. O objetivo do jogo é derrubar o adversário, fazendo com que ele toque as costas no solo; no entanto, um simples toque de mão atrás da perna do adversário também pode encerrar a luta.

Imagem: Fotografia. Dois indígenas com os corpos pintados. Um deles está com os pés na areia e os joelhos próximo do chão e os braços estendidos para frente. Ao lado, o outro indígena está de joelhos, segurando com os braços a cabeça do adversário. No fundo, outros indígenas olham para eles.   Fim da imagem.

LEGENDA: Dois lutadores de huka-huka do povo Waurá se enfrentando. O povo Waurá vive no estado de Mato Grosso e é notório por sua cerâmica, pelo grafismo de seus cestos e pela complexa cosmologia. Foto de 2016. FIM DA LEGENDA.

Lutas-treino masculinas podem acontecer durante todo o ano, quando um povo visita o outro. Além disso, os jovens são apresentados publicamente após um longo período de reclusão pubertária e se enfrentam em lutas durante o Kwarup. As mulheres têm a oportunidade de lutar em outra celebração, chamada Jamugikumalu, podendo lutar apenas durante o período desse ritual (HERRERO, 2006).

A aplicação do huka-huka no 3º ano do Ensino Fundamental significa a iniciação nas técnicas de lutas agarradas, como judô, jiu-jítsu, luta olímpica, entre outras. Nessa faixa etária, na escola, não é necessário definir técnicas específicas de ataque e defesa, mas sim estimular a descoberta delas. As próprias atividades e suas regras permitem essas descobertas.

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As lutas agarradas se caracterizam pelo combate corpo a corpo com técnicas de clinch, arremessos e derrubadas, chaves, estrangulamentos e outros golpes, a fim de subjugar ou desequilibrar o oponente. Não são permitidos golpes traumáticos, como tapas, socos e pontapés.

Experimentação e Fruição

Para as atividades realizadas com os alunos ajoelhados, o ideal é utilizar um tatame típico de judô ou jiu-jítsu. Um tablado de ginástica solo ou colchões grandes de ginástica unidos também são excelentes. É possível adaptar o espaço estendendo uma lona sobre a grama ou realizar a atividade na areia (como os indígenas fazem).

1. Pega-pega cola

PROFESSOR Imagem: Ícone: ATENÇÃO PARA A SEGURANÇA. Fim da imagem.

Objetivo: Praticar um jogo tradicional, desenvolvendo estratégias de ataque (pegar) e defesa (esquiva) de forma dinâmica.

Procedimentos

Os alunos devem escolher um dos colegas como pegador. Todos os demais serão fugitivos, espalhados pelo espaço do jogo.

Ao iniciar o jogo, o pegador persegue os fugitivos e tenta pegar um deles. O que foi pego passa a ser o pegador; porém, uma de suas mãos deve ficar “presa” à parte de seu corpo que foi tocada, como se tivesse recebido uma cola. Por exemplo, se o aluno for pego nas costas, ele será pegador e deverá perseguir os colegas com uma das mãos nas costas, no local onde foi tocado.

Depois de cerca de 10 ou 15 minutos, interrompa a atividade e questione os alunos, em roda, sobre os objetivos da atividade e suas relações com a luta.

2. Rouba rabinho

PROFESSOR Imagem: Ícone: ATENÇÃO PARA A SEGURANÇA. Fim da imagem.

Objetivos: Praticar um jogo de luta, desenvolvendo estratégias de ataque (roubar o rabinho) e defesa (esquivar-se). Valorizar a experiência de lutar de forma lúdica.

Materiais: fitas, barbantes ou outros objetos semelhantes

Procedimentos

Organize a classe em duplas. Coloque na parte de trás da calça ou da bermuda dos lutadores fitas de pano (ou barbantes), que serão os rabinhos, fáceis de serem retiradas com um puxão. Deixe pendurados pelo menos 30 centímetros da fita para fora da calça.

O objetivo da luta é retirar a fita do oponente. A cada retirada do rabinho, o lutador ganha um ponto.

Num primeiro momento, o combate acontece no plano alto, com os oponentes em pé. Após algumas trocas de adversários, mude a luta para o plano baixo, com os oponentes ajoelhados, caso haja condições para isso.

Imagem: Ilustração. Duas crianças uniformizadas, com fitas coloridas presas no short. Eles estão de pé, de frente um para o outro com as mãos estendidas para frente.  Fim da imagem.
Imagem: Ilustração. Dois meninos uniformizados, com fitas coloridas presas no short. Eles estão de joelhos, de frente um para o outro com as mãos estendidas para frente.  Fim da imagem.

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3. Luta do toque atrás da perna

Imagem: Ícone: ATENÇÃO PARA A SEGURANÇA. Fim da imagem.

Objetivos: Praticar um jogo semelhante à luta indígena huka-huka, desenvolvendo estratégias de ataque e defesa no contexto do lúdico. Introduzir a luta agarrada de joelhos para a descoberta das técnicas de desequilíbrio do adversário.

Procedimentos

Organize os alunos em duplas. Eles ficarão posicionados um de frente para o outro, ajoelhados, sem se deslocar muito pelo espaço.

O objetivo é tocar com a mão atrás de uma das pernas do oponente, sem ser tocado.

Para isso, é permitido agarrar o adversário no tronco, nos braços ou nas pernas, deslocando-o em qualquer direção e ludibriando sua defesa. Os próprios alunos vão descobrir técnicas de torções e desequilíbrios do adversário para atingir o objetivo.

A cada toque, o lutador ganha um ponto.

Troque os componentes das duplas após algum tempo.

Para que não ocorram acidentes, advirta os alunos para que tenham cuidado e não choquem, principalmente, as cabeças.

Imagem: Ilustração. Duas meninas uniformizadas. A da esquerda está de joelhos com a mão esquerda estendida na direção da outra. À direita, a menina está com o joelho esquerdo no chão e a perna direita estendida, com o braço direito levantado com a palma da mão aberta, com um olho fechado e sorrindo.  Fim da imagem.

4. Luta huka-huka

PROFESSOR Imagem: Ícone: ATENÇÃO PARA A SEGURANÇA. Fim da imagem.

Objetivos: Praticar a luta indígena huka-huka propriamente dita, desenvolvendo estratégias de ataque e defesa. Valorizar a experiência de lutar de forma lúdica. Praticar uma luta agarrada típica, aplicando conceitos e descobertas de técnicas de desequilíbrio, torções e projeções do oponente.

Procedimentos

Antes da vivência da luta huka-huka, é interessante reproduzir para a turma um vídeo sobre essa luta dos povos indígenas do Xingu. Recomendamos o vídeo produzido pelo Sesc-SP para o livro e documentário Jogos e brincadeiras do povo Kalapalo, disponível em: http://fdnc.io/5xZ. Acesso em: 18 fev. 2021.

Organize os alunos em duplas e oriente-os a reproduzir o ritual de iniciar a luta deslocando-se em círculo e emitindo o som de huka-huka.

Em seguida, para dar início ao combate, eles devem ajoelhar um próximo ao outro e se agarrar na tentativa de derrubar o oponente com as costas no chão ou tocar a mão atrás de sua perna.

Reforce para os alunos que se trata de uma luta agarrada; portanto, são proibidos tapas, socos ou pontapés. Oriente-os a agarrar tronco, pernas e braços apenas para deslocar e desequilibrar o oponente, além de não lutarem em pé. As quedas em pé são bem mais fortes.

Imagem: Fotografia. Dois meninos indígenas com os corpos pintados de joelhos. Um deles segura com as mãos a cabeça do outro.  Fim da imagem.

LEGENDA: Crianças da etnia Kuikuro treinando huka-huka. Alto Xingu. Os Kuikuro vivem em Mato Grosso. Foto de 2015. FIM DA LEGENDA.

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É importante reforçar também a necessidade de respeito pelo outro e cuidado para com ele durante a luta.

Para prevenir acidentes, proíba que se agarrem no pescoço e na cabeça, restringindo os contatos aos ombros e ao tronco.

Discussão

Com os alunos sentados em roda, converse sobre a cultura dos povos indígenas, que é diferente da das populações que vivem em áreas urbanas. No entanto, isso não significa que uma cultura seja melhor ou pior que a outra; são apenas diferentes em seus costumes. Ajude-os a perceber que a luta faz parte de rituais importantes daqueles povos e que, por isso, há grande respeito entre todos os envolvidos. Faça um paralelo com as lutas presentes nas sociedades não indígenas e seus aspectos marciais, culturais e o respeito intrínseco.

Boxe complementar:

Para saber mais

  • V Jogos Indígenas. Huka-huka entre homens e entre mulheres. Disponível em: http://fdnc.io/6ii. Acesso em: 27 jun. 2022.
  • HERRERO, M.; FERNANDES, U.; FRANCO NETO, J. V. Jogos e brincadeiras do povo Kalapalo. São Paulo: Sesc, 2006. 272 p.

    Relato de experiência do projeto “Brincando e aprendendo com o povo Kalapalo” na Educação Física escolar no Ensino Fundamental.

  • Huka-huka: a luta indígena genuinamente brasileira. Disponível em: http://fdnc.io/dLt. Acesso em: 18 fev. 2021.
  • Kuarup - O ritual sagrado do Alto Xingu. Disponível em: http://fdnc.io/fBe. Acesso em: 27 jun. 2022.
  • TAVARES, S. C. O campeão: um protótipo do tipo ideal xinguano. Conexões: Revista da Faculdade de Educação Física da Unicamp (ISSN: 1983-930), Campinas, n. 4, p. 44-54, jan./jun. 2000.

    O artigo apresenta um estudo sobre a reclusão pubertária em jovens Kamayurá no Alto Xingu.

Fim do complemento.

Avaliação e Registro

Objetivos: Estabelecer relações com tipos semelhantes de lutas agarradas e o huka-huka. Sedimentar os conceitos de lutas agarradas e lutas de chão, bem como algumas de suas técnicas.

Procedimentos

Apresente aos alunos imagens de lutas agarradas, como judô, jiu-jítsu, luta olímpica e huka-huka. As imagens devem ser de diferentes lutas, em situações de combate ou de treino.

Organize os alunos em quartetos. Cada grupo analisa as imagens e registra se a técnica representada é de agarre na guarda ajoelhado, derrubada (projeção) ou de imobilização.

Ao final da atividade, verifique os acertos e os erros nos registros, devolvendo-os a cada aluno. É possível aprofundar detalhando as técnicas utilizadas para agarrar, derrubar e imobilizar o oponente. Evidencie as lutas da comunidade ou do contexto regional e estabeleça relações com a luta indígena.