109

4º ANO – Esportes

TEMA 1 – Esporte não tem gênero!

Tabela: equivalente textual a seguir.

Prepare-se para as aulas

Objetivos

Identificar modalidades esportivas que são determinadas institucionalmente como exclusivamente femininas ou masculinas ou que apresentam estruturas diferentes em relação aos sexos e problematizar esse paradigma.

Vivenciar lutas e ginástica rítmica com os olhos vendados como sensibilização para a questão da deficiência visual.

Habilidades da BNCC

EF35EF05 e EF35EF06

Número de aulas

8

Materiais

Bolas de borracha, arcos, colchonetes, giz (ou pedaço de madeira ou outro objeto), vendas para os olhos e corda grande (ou barbante).

Sequência de atividades

Questione os alunos se conhecem esportes que sejam praticados exclusivamente por mulheres ou por homens. A seguir, nas próximas aulas, realize as atividades propostas na seção “Experimentação e Fruição”.

Sensibilização

Após as atividades anteriores, realize as propostas da seção “Construção de valores”.

Avaliação

Verifique a aprendizagem dos assuntos abordados a partir da realização de pesquisa.

Para começar

Inicie esse tema perguntando aos alunos se eles já viram algum movimento nos esportes cuja execução não seja recomendável para mulheres ou para homens. Sempre que possível, introduza novos questionamentos com base nas respostas deles. Em seguida, questione-os se conhecem esportes que sejam praticados exclusivamente por mulheres ou por homens. Caso os alunos não se lembrem de nenhuma modalidade, cite alguns exemplos. Mulheres: barras assimétricas, na ginástica artística, e nado artístico (antes denominado nado sincronizado). Homens: barra fixa e argolas, na ginástica artística, luta greco-romana e sumô.

Análise e Compreensão

Esportes específicos do sexo feminino e do sexo masculino

Podemos relacionar a história da mulher no esporte com suas conquistas na participação efetiva na sociedade, como o direito ao voto, à inserção no mercado de trabalho, às atividades de lazer, entre outras.

110

A partir do século XX, a mulher ganhou mais espaço na sociedade, o que se refletiu também na prática esportiva. É o que se verifica, por exemplo, no atletismo, ao conquistar o direito de participar das provas da marcha atlética e da corrida com obstáculos, anteriormente destinadas apenas aos homens (MATTHIESEN, 2007) 1 .

É verdade que determinados esportes recebem algum tipo de modificação para atender à demanda física do sexo feminino, como o handebol (diferença no peso e no tamanho da bola) e o voleibol (menor altura da rede).

Com base nesses dois exemplos, caberia uma reflexão sobre quanto esse tipo de regulamentação, pautada exclusivamente nos marcadores das diferenças entre os sexos, é usado como parâmetro de perpetuação das desigualdades de gênero e da invisibilidade das diferenças antropométricas 2 presentes em ambos. Afinal de contas não se pode assumir que existe um homem-padrão e uma mulher-padrão. Ou seja, cabe problematizar o fato de a bola maior de handebol também excluir do jogo homens que têm as mãos menores, e a altura da rede de voleibol também dificultar aqueles de menor estatura. Essa constatação nos leva a pensar que o mais sensato seria adequarmos equipamentos e materiais não ao marcador de gênero, mas ao marcador antropométrico, independentemente do gênero do praticante.

Além disso, alguns esportes estabelecem uma discriminação explícita de gênero, como é o caso do rúgbi de 15 e das lutas de sumô e greco-romana, todos direcionados oficialmente aos homens; ou então a ginástica rítmica e o nado artístico, oficialmente direcionados às mulheres 3 .

As justificativas parecem ser insuficientes e pouco fundamentadas para explicar essas restrições. No caso das lutas greco-romana e de sumô, entende-se que seriam inapropriadas para o corpo feminino por envolverem elevado nível de força muscular e, especificamente no sumô, o sobrepeso.

De acordo com a assessoria da Confederação Brasileira de Lutas Associadas (CBLA), duas correntes internacionais tentam explicar a ausência feminina na luta greco-romana. A primeira, mais aceita no mundo, é a tradição histórica: esse estilo de luta sempre foi disputado apenas por homens e isso nunca mudou ao longo dos anos. A segunda diz respeito a aspectos físicos. “Existe o uso excessivo do tronco no estilo greco-romano, e isso pode prejudicar e machucar os seios das mulheres”, afirma a CBLA.

Mais uma vez, trazemos questionamentos a esses pressupostos: o sobrepeso também não é prejudicial aos homens? Todos eles se enquadram no perfil de força muscular exigido nas lutas? Nenhuma mulher se enquadra nesse perfil? Outras modalidades de luta permitidas, como o boxe, também não causam traumas ao corpo feminino? Caso esses traumas sejam comprovadamente um impedimento, não seria possível o uso de equipamentos protetores ou a adequação das regras de forma a preservar a saúde das atletas? E o que dizer de outros esportes que exigem grande esforço muscular, como o heptatlo e o levantamento de peso, praticados por mulheres? Com relação à questão histórica, podemos afirmar que a tradição não é uma verdade absoluta e inquestionável, merecendo ser desafiada e contestada para que sua validade seja posta à prova.

Nota de rodapé: 1. MATTHIESEN, S. Q. Atletismo: teoria e prática. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. Fim da nota.

Nota de rodapé: 2. Relativo à antropometria, que é um campo da Antropologia voltado para a determinação de medidas nas diversas partes do corpo humano. Fim da nota.

Nota de rodapé: 3. A maioria dessas modalidades tem adeptos do sexo discriminado, no entanto o número de praticantes ainda é pequeno no âmbito internacional. Fim da nota.

111

O contrário também ocorre, ou seja, algumas modalidades, como a ginástica rítmica e o nado artístico, são específicas para as mulheres com a justificativa de que se trata de esportes nos quais os movimentos têm a característica da plasticidade e de uma estética marcada pela delicadeza e graciosidade, não sendo considerados socialmente apropriados para o sexo masculino.

Cabe ressaltar também que, na ginástica artística, alguns aparelhos são diferenciados para contemplar as características dos sexos, tendo como referência a força muscular, para os homens, e a estética, para as mulheres.

As justificativas para as diferenças continuam insuficientes para determinar os esportes específicos para homens e para mulheres, bem como para explicar as diferenças na mesma modalidade para atender a características masculinas e femininas.

É por essa razão que entendemos ser perfeitamente cabível tanto os homens praticarem modalidades com características mais estéticas quanto as mulheres participarem de esportes em que há maior exigência da força muscular.

Experimentação e Fruição

1. Movimentos da ginástica rítmica com a bola e o arco

PROFESSOR Imagem: Ícone: ATENÇÃO PARA A SEGURANÇA. Fim da imagem.

Objetivos: Identificar os aparelhos da modalidade esportiva. Vivenciar os movimentos e manipular os aparelhos.

Materiais: bolas de borracha, arcos e colchonetes

Procedimentos

Depois de entregar a cada aluno uma bola e um arco, organize-os em grupos de quatro a seis integrantes e oriente-os na realização de movimentos com a bola e, posteriormente, com o arco. Peça-lhes que façam as seguintes ações: lançar um dos objetos para cima e pegá-lo; repetir o procedimento anterior, acrescentando a realização de deslocamentos variados (giros, saltos, rolamentos) antes de pegar a bola ou o arco. Em duplas, eles devem, primeiro, lançar um dos objetos um para o outro. Em um segundo momento, oriente-os a executar um salto antes de pegá-lo e, em uma terceira etapa, um giro. Tenha atenção especial com a segurança nessa atividade orientando a distância entre os alunos para que os materiais utilizados não os atinjam.

Discussão

Ao concluir essa atividade, reúna-se com os alunos para avaliar as vivências individuais e em duplas com as bolas e os arcos. Incentive a participação deles por meio de perguntas: “O que vocês acharam de executar movimentos com a bola e o arco?”, “Algum desses objetos foi mais difícil de manipular? Por quê?”, “Para vocês, tanto a bola quanto o arco podem ser manipulados por meninos e meninas? Por quê?”.

Durante a discussão, esclareça aos alunos que a bola e o arco fazem parte da ginástica rítmica – uma modalidade esportiva – e que, nesse esporte, eles são chamados de aparelhos. Explique também que os movimentos realizados durante a atividade foram bem simples e que as atletas executam esses e outros movimentos com um grau maior de dificuldade em suas apresentações. Ressalte que os homens também poderiam participar dessa modalidade e que a restrição à participação deles se deve a questões culturais que estão sendo questionadas por atletas e especialistas da ginástica rítmica.

112

Para finalizar, informe-os de que há competições masculinas dessa modalidade, porém sem muita divulgação pela mídia. Acrescente que a ginástica rítmica masculina não faz parte dos Jogos Olímpicos, que é o principal evento esportivo mundial.

2. Jogos de lutas

PROFESSOR Imagem: Ícone: ATENÇÃO PARA A SEGURANÇA. Fim da imagem.

Objetivos: Vivenciar e experimentar jogos de lutas.

Material: giz, pedaço de madeira ou outro objeto

Procedimentos

Organize os alunos em duplas. Desenhe círculos na quadra com tamanho adequado para a atuação de dois alunos dentro deles (aproximadamente 3 metros de diâmetro) e localizados a 2 metros de distância uns dos outros. Se a atividade for realizada na terra, use um pedaço de madeira (ou outro objeto) para fazer os círculos. Em seguida, proponha as seguintes atividades.

Uma vez dentro dos círculos e sem poder sair deles, cada aluno deve tentar tocar o ombro de seu oponente com as mãos e, ao mesmo tempo, defender-se dos ataques dele por meio de esquivas.

Depois dos ombros, mude os alvos: primeiro, os joelhos e, em seguida, os pés.

Em outro momento, os alunos devem estabelecer contato somente com as mãos, a fim de empurrar o oponente para fora do círculo. Posteriormente, peça-lhes que façam contato apenas com os ombros, com o mesmo objetivo. Como haverá maior contato físico no desenvolvimento das atividades, é importante conscientizar os alunos da necessidade da segurança do colega.

Discussão

Ao término dessa atividade, converse com os alunos sobre a experiência deles com as lutas. Incentive a participação de todos por meio de perguntas estratégicas, que favoreçam o debate: “O que é mais difícil: atacar ou defender? Por quê?”, “Qual parte do corpo é mais fácil de atacar? E qual é mais difícil?”, “Para empurrar o oponente para fora do círculo é preciso somente força ou é necessário também ter habilidade?”, “Para vocês, essa luta também pode ser praticada por meninas? Por quê?”.

Para finalizar a discussão, se considerar oportuno, retome a reflexão proposta em “Para começar” sobre os argumentos da CBLA para o impedimento da participação de mulheres na luta greco-romana e no sumô.

Construção de valores

Lutas e ginástica rítmica com os olhos vendados

Objetivo: Sensibilizar os alunos para a questão da deficiência visual por meio da realização de movimentos com bola e arco da ginástica rítmica e movimentos que levem ao deslocamento do oponente nas lutas.

Materiais: vendas para os olhos, bolas de borracha, arcos e corda grande ou barbante

113

PROFESSOR Imagem: Ícone: ATENÇÃO PARA A SEGURANÇA. Fim da imagem.

Procedimentos

Aqui cabe uma atenção especial quanto à segurança: antes de iniciar as atividades propostas, converse com os alunos a respeito da importância de cuidar de si e dos outros durante a vivência das práticas corporais.

1. Ginástica rítmica

Organize os alunos em duplas e peça a um deles que coloque uma venda, cabendo ao outro colega orientá-lo na realização de movimentos simples com a bola e o arco semelhantes aos da atividade 1 da seção “Experimentação e Fruição”.

2. Lutas

Forme duplas e peça a todos que coloquem as vendas. Faça um círculo no chão com a corda (ou barbante) a fim de que os alunos tenham uma referência tátil do espaço de luta.

Em duplas, os alunos devem executar as últimas atividades propostas na seção “Experimentação e Fruição”: estabelecer contato somente com as mãos, a fim de empurrar o oponente para fora do círculo; posteriormente, peça-lhes que façam contato apenas com os ombros, com o mesmo objetivo.

Discussão

Ao término das atividades, converse com os alunos. Pergunte a eles como se sentiram ao realizá-las privados da visão e quais foram as dificuldades. Ressalte a importância de garantir o direito de todas as pessoas terem acesso ao universo do esporte.

Boxe complementar:

Para saber mais

  • Confederação Brasileira de Ginástica (CBG). Disponível em: http://fdnc.io/dLF. Acesso em: 24 fev. 2021.
  • Confederação Brasileira de Lutas Associadas (CBW). Brasil Wrestling. Disponível em: http://fdnc.io/dLE. Acesso em: 24 fev. 2021.
  • Federação Portuguesa de Sumô. Disponível em: http://fdnc.io/dLD. Acesso em: 24 fev. 2021.

Fim do complemento.

Boxe complementar:

Em algumas modalidades esportivas há a participação de homens e mulheres na mesma equipe, como no tênis de campo, na ginástica acrobática, na ginástica aeróbica e no corfebol. 4

Fim do complemento.

Avaliação e Registro

Proponha aos alunos algumas questões para serem respondidas em casa ou na escola por meio de pesquisa realizada na internet, com a supervisão de um adulto. Peça-lhes que apresentem as respostas na próxima aula. Escreva as seguintes perguntas na lousa (ou distribua cópias delas a cada aluno).

  1. Quais são os esportes praticados somente por mulheres?

    Possibilidades de resposta: Nado artístico, ginástica rítmica etc.

  1. Quais são os praticados apenas por homens?

    Possibilidades de resposta: Rúgbi de 15, luta greco-romana, sumô etc.

  1. Quais esportes tiveram as regras alteradas para serem praticados tanto por mulheres quanto por homens?

    Possibilidades de resposta: Beisebol/softbol, ginástica artística etc.

Nota de rodapé: 4. O corfebol inspirou-se em regras do handebol e do basquete, combinando-as com outras próprias. O jogo é realizado em uma quadra dividida em duas metades, na qual constam dois postes de corfebol, duas cestas, uma bola e dois times com oito jogadores para cada lado (quatro homens e quatro mulheres). O jogador marca pontos quando acerta a bola na cesta do time adversário. Fim da nota.

114

TEMA 2 – Esportes de campo e taco

Tabela: equivalente textual a seguir.

Prepare-se para as aulas

Objetivos

Compreender os elementos comuns dos esportes de campo e taco.

Experimentar jogos de rebater com implemento.

Criar jogos de campo e taco com formação de equipes mistas.

Habilidades da BNCC

EF35EF05 e EF35EF06

No 3ᵒ ano, foram vivenciados os esportes de invasão e observadas as diferenças entre jogo e esporte. Agora, no 4ᵒ ano, serão experimentados os esportes de campo e taco. No 5ᵒ ano, os de rede/parede.

Número de aulas

8

Materiais

Bola de tênis ou de borracha pequena, taco (ou bastão de madeira ou outro material resistente), garrafas PET, giz e arcos (ou bambolês).

Sequência de atividades

Questione os alunos sobre o que sabem dos esportes de campo e taco. A seguir, nas próximas aulas, realize as atividades propostas na seção “Experimentação e Fruição”.

Sensibilização

Após as atividades anteriores, realize as propostas da seção “Construção de valores”.

Avaliação

Verifique a aprendizagem por meio da realização de pesquisa a respeito do tema e questionamentos aos alunos.

Para começar

Esportes de campo e taco são modalidades esportivas que utilizam um implemento para execução do movimento de rebater em um espaço de jogo predeterminado, cujo objetivo é lançar a bola longe dos adversários a partir da rebatida e, dessa forma, ocupar espaços no campo ou promover o maior número de corridas para que elas se convertam em pontos.

Alguns dos esportes que se enquadram nessa categoria são o beisebol (designado oficialmente como modalidade masculina) e o softbol (designado oficialmente como modalidade feminina), que são pouco comuns no Brasil, mas, no caso do beisebol , muito popular em diversos países, principalmente nos Estados Unidos, no Japão e em Cuba. Pelo fato de essas modalidades ou de outras similares não fazerem parte da cultura esportiva brasileira, geralmente os alunos apresentam dificuldade em tarefas que envolvem a habilidade motora de rebater a bola com algum implemento, como é o caso do bastão (taco).

Com base nesse pressuposto, é importante que as aulas de Educação Física proporcionem atividades que estimulem a experimentação do “rebater”. Além da aprendizagem motora, a inclusão do beisebol e do softbol em suas aulas amplia a cultura corporal de movimento por meio de esportes não convencionais na realidade brasileira.

Sugerimos que você comece a exploração desse tema levantando o conhecimento prévio dos alunos sobre beisebol , softbol e críquete. Em seguida, apresente algumas características dessa categoria de esporte: enquanto uma das equipes tem a incumbência de tentar rebater a bola o mais longe possível para percorrer espaços do campo de jogo, o objetivo da equipe adversária é recuperá-la o mais rapidamente possível para sair da defensiva e atacar.

115

Incentive esse debate inicial por meio de perguntas: “Em quais esportes os jogadores usam um bastão (taco) para rebater a bola?”, “Quem já praticou algum desses esportes?”, “Como é feita a contagem dos pontos no beisebol ?”, “O que as equipes precisam fazer para evitar que o adversário marque pontos?”.

Leia o texto da seção “Análise e Compreensão” para obter informações importantes sobre os esportes de campo e taco.

Análise e Compreensão

O beisebol e o softbol

As regras do beisebol são bastante complexas, mas, em sua essência, podemos dizer que duas equipes de nove jogadores se enfrentam em um campo apropriado para essa prática esportiva (fotografia 1). O objetivo de cada time é marcar mais pontos que o oponente, o que pode ser feito usando um bastão (ou taco) para rebater a bola para as regiões mais distantes do campo, o que possibilita que os jogadores corram. A equipe que se defende tenta recuperar a bola para impedir rebatidas e corridas.

O jogo tem nove tempos (chamados innings). Em cada inning, um time arremessa a bola e o outro tenta rebatê-la. Depois, invertem-se os papéis. A partida começa quando o arremessador de um time joga a bola na direção do rebatedor da equipe adversária com o objetivo de eliminá-lo. Para isso, ele tem de jogar três bolas sem que o rebatedor consiga acertá-la com o taco. A bola precisa ser lançada na mão do catcher (outro jogador da sua equipe, que fica posicionado atrás do rebatedor, como mostrado na fotografia 2).

O objetivo do rebatedor é acertar a bola com o taco procurando jogá-la o mais longe possível de si e, em seguida, correr o mais rápido que conseguir para se posicionar na primeira base. Caso o adversário consiga pegar a bola antes que ela caia no chão, o rebatedor sai do jogo (fotografia 3).

Ganha ponto quem conseguir chegar à “quarta base” (conhecida como home plate) ou se o rebatedor enviar a bola para além dos limites do campo, ganhando o direito de correr automaticamente até a quarta base. Caso nesse momento haja outros jogadores ocupando bases, eles também correm até a home plate e cada um marca um ponto.

Imagem: Fotografia. Um campo de beisebol. No centro, um círculo de terra, com um jogador dentro. Ao lado texto: Arremessador. Um quadrado com grama, seguido de um quadrado com terra. No canto à esquerda, um jogador em posição. Ao lado, o texto: Terceira base (jardineiro interno). Atrás, outro jogador, ao lado, o texto: Interbases (jardineiro interno). No meio, atrás, outro jogador, ao lado, o texto: Segunda base (jardineiro interno). À direita, atrás, um jogador, ao lado, o texto: Primeira base (jardineiro interno). À direita, à frente, um jogador segurando um bastão, ao lado, texto: Rebatedor. Atrás dele, um homem agachado com proteção, ao lado, o texto: Catcher ou receptor, seguido de outro homem abaixado, ao lado, o texto: Árbitro. Ao redor deles, gramado verde e no fundo arquibancada e placar digital.  Fim da imagem.

LEGENDA: 1. Formato de um campo de beisebol e posição de jogadores. Kauffman Stadium, Kansas City (EUA), 2017. FIM DA LEGENDA.

116

Imagem: Fotografia. À esquerda, com um capacete, o árbitro. Seguido de um homem com capacete, proteções e uma luva, Catcher ou receptor. Seguido de um homem em pé, com boné e uniforme com um bastão na mão. No fundo, outro jogador com bastão e arquibancada com pessoas olhando na direção deles.  Fim da imagem.

LEGENDA: 2. Catcher ou receptor (o jogador que está abaixado atrás do rebatedor). San Diego Padres × Washington Nationals, Washington, Estados Unidos, 2019. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Um homem com boné preto, uniforme branco, segurando uma luva com a mão esquerda, e uma bola de beisebol. Fim da imagem.

LEGENDA: 3. Bola sendo recuperada antes de cair no campo. Miami Marlins × Baltimore Orioles, Baltimore, Estados Unidos, 2020. FIM DA LEGENDA.

O softbol é muito semelhante ao beisebol . A bola é maior e mais leve, e o campo é menor. Além disso, o movimento de lançamento da bola deve ser realizado com a mão na altura da linha do quadril. Essas adaptações foram feitas supostamente para que a modalidade se tornasse mais apropriada para ser jogada pelas mulheres, afirmação que merece ser problematizada e discutida conforme mencionado no tema 1: “Esporte não tem gênero!”.

117

Boxe complementar:

Diferenças entre o beisebol e o softbol

As bolas de beisebol são brancas, têm entre 22,86 cm e 23,49 cm de circunferência e pesam de 141,74 g a 148,82 g. As bolas de softbol podem ser brancas ou amarelas neon, são menos densas que as de beisebol , têm entre 30,2 cm e 30,8 cm de circunferência e pesam de 178,0 g a 194,8 g.

Os bastões de beisebol têm no máximo 1 m de comprimento. Os bastões de softbol não podem ser maiores que 80 cm.

Um jogo de beisebol tem 9 períodos; um jogo de softbol , 7.

O campo de beisebol deve ter 68,58 m de raio; a distância entre bases é de 27,43 m; base única. O campo de softbol deve ter 60,96 m de raio; a distância entre bases é de 14,2 m; as bases são duplas: uma para a jogadora de defesa, outra para a jogadora de ataque. Dessa forma, evita-se o choque entre as atletas, tão comum no beisebol .

O arremesso no beisebol é feito por cima da mão. O arremesso no softbol é feito por baixo, chamado de “cata-vento”. O arremesso começa e termina no quadril.

Fonte: http://fdnc.io/fBf. Acesso em: 25 jun. 2022.

Fim do complemento.

Experimentação e Fruição

1. Jogo de taco (bets)

PROFESSOR Imagem: Ícone: ATENÇÃO PARA A SEGURANÇA. Fim da imagem.

Objetivos: Identificar os elementos comuns de esportes de campo e taco. Vivenciar um jogo da cultura popular.

Materiais: bola de tênis ou de borracha pequena, taco (ou bastão de madeira ou outro material resistente), garrafas PET e giz

Procedimentos

Organize a turma em grupos com quatro integrantes. Dois deles serão rebatedores e os outros dois, lançadores. Distribua entre cada grupo uma bola de tênis, dois alvos (garrafas PET) e dois tacos de madeira ou de outro material resistente.

Trace no piso dois círculos de aproximadamente 50 cm de diâmetro em lados opostos da área de jogo (sugerimos que a distância entre os círculos seja de cerca de 10 metros, mas ela é flexível) e coloque o alvo (as garrafas PET) no centro de cada círculo. Por segurança, trace também uma linha a 2 metros de distância do centro de cada círculo para que os lançadores se posicionem.

A dupla rebatedora precisa rebater a bola o mais distante possível da garrafa, protegendo-a dos lançamentos da dupla de lançadores, cujos objetivos são evitar que os rebatedores marquem pontos e “conquistar o taco” (o direito de rebater).

Cada vez que a bola for rebatida para a frente, a dupla rebatedora pode trocar de lado, marcando um ponto a cada troca. Vence o jogo a dupla que marcar 12 pontos.

Os lançadores, por sua vez, precisam acertar a bola na garrafa PET para se tornarem rebatedores, o que pode ser feito em um arremesso direto ou quando os rebatedores estiverem correndo. Os lançadores também passam a ser rebatedores se a bola for rebatida para trás em duas ocasiões ou se ela for pega por eles antes de cair no chão após uma ação de rebater do jogador rebatedor.

118

É importante considerar que essas regras podem sofrer alterações de acordo com a região em que esse jogo é praticado ou ser modificadas conforme os interesses e necessidades de cada grupo.

Dicas de segurança

É muito importante que os rebatedores tomem cuidado tanto para não movimentar o taco com muita força para trás, colocando em risco o colega lançador, quanto com a firmeza na empunhadura, para que o taco não escape da sua mão e seja lançado sem direção, pondo em risco todos que estiverem próximos ao campo de jogo. Nesse caso, recomenda-se, sempre que possível, colocar um cordão ou algo semelhante em formato de laço na extremidade do taco, para que o rebatedor mantenha-o preso ao punho durante suas ações de jogo.

Oriente os alunos a não fazer batidas de tacos na movimentação deles para marcar os pontos, pois esse procedimento pode machucar o colega.

2. Jogo de base quatro

PROFESSOR Imagem: Ícone: ATENÇÃO PARA A SEGURANÇA. Fim da imagem.

Objetivos: Identificar os elementos comuns de esportes de campo e taco. Vivenciar jogo adaptado de beisebol/softbol.

Materiais: arcos (bambolês) ou giz, bola de tênis ou de borracha pequena e bastões (tacos)

Procedimentos

Organize a turma em duas equipes com o mesmo número de integrantes e, em seguida, realize um sorteio para iniciar o jogo, definindo as equipes que vão começar no ataque e na defesa.

A equipe de ataque fica com o taco e a de defesa, com a bola. Espalhe quatro arcos (ou desenhe os círculos com giz) na quadra, no pátio ou em outro espaço amplo, formando um quadrilátero, e coloque um arco ou desenhe um círculo aproximadamente no centro do quadrilátero para que seja a base central. Numere de 1 a 4 a sequência das bases (arcos) que precisam ser percorridas pelos atacantes.

A equipe que começa na defesa deve revezar o lançador a cada rebatida dos atacantes, sendo permitidas três tentativas de lançamento para cada rebatedor. Depois de todos os atacantes passarem pela posição de rebatedor, invertem-se as posições de ataque e de defesa entre as equipes.

Uma boa alternativa para facilitar as rebatidas é realizar o jogo em duas rodadas (que seriam os innings do beisebol ). Determine que, em todos os lançamentos, a bola tem de quicar uma vez no chão e chegar à altura do quadril do rebatedor, o que facilita a rebatida.

Depois da rebatida, o jogador deve deixar o taco de lado e correr até a primeira base na tentativa de chegar a ela antes de ser “queimado”. Enquanto isso, a equipe defensora precisa pegar a bola com o intuito de “queimar” os oponentes. Para tanto, deve colocá-la na base central quando um ou mais atacantes estiverem fora da base. Quem for queimado continua no jogo, porém, quando chegar à base quatro, marca 0,5 ponto; no caso de duas queimas, a pontuação cai para apenas 0,25 ponto; quem for queimado três vezes não pontua para sua equipe. Sugere-se esse formato de regra para “queimar” os participantes, evitando que o aluno seja eliminado rapidamente do jogo. Cabe ao professor adotar essa sugestão ou, então, com os alunos, discutir quais as formas mais convenientes para essa situação.

119

Defina com os alunos outras adaptações possíveis nas regras para facilitar a vivência desse jogo.

Discussão

Procure saber com os alunos as dificuldades enfrentadas por eles em vivenciar um jogo pouco comum na nossa cultura: “Como foi participar de um jogo pouco praticado no Brasil?”, “Foi difícil ou fácil assimilar as regras? Por quê?”, “O que poderia ser feito para esse jogo ser mais conhecido em nosso país?”.

Se possível, mostre aos alunos algum vídeo curto sobre regras do beisebol e/ou do softbol, que pode ser encontrado na internet. Sugerimos o seguinte vídeo: Para aprender beisebol. Disponível em: http://fdnc.io/dLH. Acesso em: 24 fev. 2021.

Construção de valores

Criar jogos de campo e taco

PROFESSOR Imagem: Ícone: ATENÇÃO PARA A SEGURANÇA. Fim da imagem.

Objetivos: Criar jogos. Refletir sobre a formação de equipes mistas para participação nas atividades.

Materiais: bola de tênis ou de borracha pequena, taco (ou bastão de madeira ou outro material resistente), garrafas PET e giz

Procedimentos

Peça aos alunos que formem grupos mistos com aproximadamente seis integrantes (procurando ter neles a mesma quantidade de meninos e meninas). Em seguida, solicite a eles que criem um jogo que apresente os elementos intrínsecos à categoria de esportes de campo e taco vivenciados nas atividades do jogo de taco (bets) e do jogo de base quatro (rebater a bola lançada por um integrante da equipe adversária e percorrer espaços predeterminados para a realização dos pontos). Informe que, após a criação do jogo, cada grupo deve demonstrá-lo para os demais.

Terminadas as exibições, explique aos alunos que, embora haja separação de homens e mulheres no esporte profissional, como no beisebol e no softbol, essa divisão pode ser desconsiderada nas vivências realizadas nas aulas de Educação Física ou em momentos de lazer, pois os objetivos são distintos. Aproveite essa atividade para incentivar os alunos a refletir sobre determinados valores, como participação, socialização, respeito, cooperação, tolerância e coeducação.

Boxe complementar:

Para saber mais

  • Britannica Escola. Softbol. Disponível em: http://fdnc.io/dLM. Acesso em: 24 fev. 2021.
  • Cricket Brasil. Disponível em: http://fdnc.io/dLL. Acesso em: 24 fev. 2021.
  • Educa Mais Brasil. Beisebol. Disponível em: http://fdnc.io/dLK. Acesso em: 24 fev. 2021.
  • Matéria sobre o críquete da TV Brasil. Disponível em: http://fdnc.io/fsF. Acesso em: 27 jun. 2022.

Fim do complemento.

120

Avaliação e Registro

Peça aos alunos que realizem uma pesquisa sobre a modalidade esportiva denominada “críquete”. Oriente-os sobre as informações que eles precisam obter para a próxima aula. Distribua entre eles cópias das seguintes perguntas (ou escreva-as na lousa).

  1. Quantos jogadores compõem uma equipe de críquete?

    Resposta: (11 jogadores.)

  1. Qual é o nome da área de arremesso e rebatida?

    Resposta: (Pitch.)

  1. Como são chamados os alvos?

    Resposta: (Wickets.)

  1. Qual é o objetivo do rebatedor?

    Resposta: (Impedir que a bola toque o wicket e, se possível, rebatê-la para bem longe, o que lhe permitirá percorrer o comprimento do wicket o maior número de vezes possível.)

  1. Qual é o objetivo do arremessador?

    Resposta: (Fazer a bola atingir o wicket.)

    Aproveite essa pesquisa para estabelecer relações entre o críquete e o jogo de taco (bets). Ajude os alunos a entender que, apesar do número diferente de integrantes em cada equipe, os objetivos dos atacantes (rebatedores) e defensores (lançadores) são semelhantes.

    Procure também associar o críquete com o beisebol e o softbol, ressaltando que esses esportes pertencem à categoria dos esportes de campo e taco. Para tanto, sugerimos que faça aos alunos algumas perguntas estratégicas: “É possível identificar semelhanças entre o críquete, o beisebol e o softbol? Quais?”, “O que é preciso fazer para marcar pontos nesses esportes?”, “E para evitar que a outra equipe os marque?”, “Em sua opinião, esses esportes têm a mesma lógica do boliche, do atletismo, do futebol e do handebol? Por quê?”.

    Essas questões levam os alunos a resgatar as categorias de esporte abordadas nos anos anteriores. Espera-se, por exemplo, que eles identifiquem o boliche como um esporte de precisão, que relembrem que o atletismo é uma modalidade de marca (os atletas tentam obter os melhores tempos ou as maiores distâncias) e que citem o futebol e o handebol como esportes de invasão territorial. Deve ficar evidente para eles que, nas modalidades analisadas nesse tema, o foco está direcionado para a ação de rebater uma bola e de percorrer espaços do campo de jogo.