MP073

Unidade 2. Cidade e memória

Esta unidade permite que os alunos conheçam aspectos relacionados à memória e ao patrimônio, compreendendo o conceito de marcos da memória com base na investigação de monumentos e em exemplos de preservação de memória coletiva relacionadas à diferentes povos e culturas. Também possibilita investigar os impactos ambientais decorrentes do modo de vida urbano no presente e no passado, reconhecendo as fontes históricas que permitem tal estudo.

Módulos da unidade

Imagem: Ícone referente à seção. Fim da imagem.

Capítulos 5 e 6: exploram o conceito de monumento, abordando os grupos sociais ausentes ou pouco representados nos monumentos, e discutem marcos da memória relacionados às diversas culturas.

Capítulos 7 e 8: exploram os impactos ambientais existentes no espaço urbano e quais fontes históricas permitem analisá-los, incluindo o debate sobre o tratamento de dejetos domésticos ao longo do tempo.

Primeiros contatos

Imagem: Ícone referente à seção. Fim da imagem.

As páginas de abertura da unidade correspondem a atividades preparatórias realizadas a partir da exploração de uma fotografia do Largo do Pelourinho, na cidade de Salvador, Bahia, possibilitando o levantamento dos conhecimentos prévios dos alunos sobre as temáticas que serão trabalhadas nos módulos a seguir, que tratam de aspectos relacionados à memória e ao patrimônio.

Introdução ao módulo dos capítulos 5 e 6

Este módulo é formado pelos capítulos 5 e 6, interligados por uma questão problema apresentada na seção Desafio à vista!, tem como objetivo desenvolver atividades relacionadas à memória individual e coletiva referente à história das cidades e os processos de hierarquização e exclusão na concepção dos marcos da memória.

Questão problema

Imagem: Ícone referente à seção. Fim da imagem.

Qual é a importância dos marcos de memória das cidades?

Atividades do módulo

Imagem: Ícone referente à seção. Fim da imagem.

Possibilitam o desenvolvimento da habilidade EF05HI07, que propõe analisar os processos de produção e difusão dos marcos de memória, identificando grupos sociais que são homenageados, excluídos ou pouco representados nesses marcos de memória.

São desenvolvidas atividades de compreensão de textos, leitura de imagens, pesquisa sobre os monumentos e sobre a memória de povos indígenas no local onde vivem, interpretação de infográfico e tabela. Essas propostas permitem aos alunos discutir o conceito de monumento e reconhecer os marcos da memória ligados à cultura indígena, à cultura negra e dos imigrantes europeus, principalmente italianos e portugueses.

Como pré-requisito é importante que os alunos compreendam o que são registros de memória do local em que vivem (tema trabalhado no 3ᵒ ano).

Principais objetivos de aprendizagem

Imagem: Ícone referente à seção. Fim da imagem.

MP074

UNIDADE 2. Cidade e memória

Imagem: Fotografia. Um amplo espaço aberto de passagem feito com chão de pedras e rodeado por construções assobradadas com paredes coloridas, amplas janelas e com sacadas. As portas também são coloridas e com acesso diretamente à rua, com calçadas estreitas. Entre as construções, estão estabelecimentos comerciais com produtos expostos do lado de fora e um amplo prédio que apresenta um pequeno conjunto de escadas onde estão sentadas algumas pessoas. Do lado direito, uma pequena barraca de vendas e a continuação da rua ao fundo. Fim da imagem.

LEGENDA: Largo do Pelourinho, no município de Salvador, no estado da Bahia. Foto de 2020. FIM DA LEGENDA.

MANUAL DO PROFESSOR

As perguntas do quadro Primeiros contatos têm como objetivo realizar uma preparação para o estudo da unidade.

Conversar com os alunos sobre os elementos da paisagem que observam na fotografia que retrata o Largo do Pelourinho, localizado no município de Salvador, no estado da Bahia.

Comentar com os alunos sobre o calçamento de pedras e o estilo colonial das construções, identificado pelo formato das portas, das janelas e dos telhados.

Pedir a eles que descrevam este calçamento, as construções e as atividades realizadas pelas pessoas retratadas na foto e que reflitam sobre as razões que levam as cidades a passar por transformações ao longo do tempo.

Comentar que o conjunto arquitetônico de estilo colonial do Largo do Pelourinho é, desde 1985, reconhecido como Patrimônio da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Indicar que no bairro encontram-se instituições como o Museu da Cidade e a Fundação Casa de Jorge Amado, que se mostram muito relevantes para a preservação da memória e da história da população local.

Cidade e memória

As lembranças se apoiam nas pedras da cidade. Se o espaço, para Merleau-Ponty, é capaz de exprimir a condição do ser no mundo, a memória escolhe lugares privilegiados de onde retira sua seiva. Em primeiro lugar, a casa materna; tal como aparece nas biografias, é o centro geométrico do mundo e a cidade cresce a partir dela em todas as direções. Dela partem as ruas, as calçadas onde se desenrolou nossa vida, o bairro. Sons que voltam, sons que não voltam mais, pregões, cantilenas que recolhi e procurei gravar em pauta musical. [...]

MP075

Boxe complementar:

Primeiros contatos

  1. Como são as construções e o calçamento do local retratado na foto?
    PROFESSOR Resposta: Calçamento de pedra, construções de três andares, janelas e portas grandes.
  1. No município em que você vive, existem construções semelhantes a essas? Se sim, quais?
    PROFESSOR Atenção professor: Orientar investigação no município dos alunos. Fim da observação.

Fim do complemento.

MANUAL DO PROFESSOR

Escutando muitos depoimentos, nós percebemos que os bairros têm não só uma fisionomia como uma biografia. O bairro tem sua infância, juventude, velhice. Esta, como a das árvores, é a quadra mais bela, uma vez que sua memória se constituiu. Nas histórias de vida podemos acompanhar as transformações do espaço urbano; a relva que cresce livre, a ponte lançada sobre o córrego, a divisão dos terrenos, a primeira venda, o primeiro bazar. As casas crescem do chão e vão mudando: canteiros, cercas, muros, escadas, cores novas, a terra vermelha e depois o verde umbroso. Arbustos e depois árvores, calçadas, esquinas [...].

BOSI, Ecléa. Memória da cidade: lembranças paulistanas. Estudos avançados , v. 17, n. 47, p. 200-204. abr. 2003. Disponível em: http://fdnc.io/fYF. Acesso em: 6 maio 2021.

Compartilhar as respostas das atividades, identificando com os alunos os elementos representados na imagem: as ruas têm calçamento de pedras e as construções possuem dois ou três andares, têm portas nos andares inferiores e diversas janelas, com luminárias instaladas.

A presença de construções e de calçamento do período colonial pode ser verificada em algumas cidades brasileiras na atualidade. Socializar as respostas dos alunos sobre o município onde vocês estão.

O objetivo é que os alunos reflitam sobre as construções do município e que possam diferenciar as mais antigas das mais recentes. Comentar com eles sobre eventuais casos de abertura de ruas e avenidas e/ou novas edificações que hoje estejam em lugares antes ocupados por antigas construções.

Boxe complementar:

Fato de relevância mundial

A fotografia interpretada pelos alunos permite retomar o tema de relevância mundial: a preservação do patrimônio mundial. Comentar com os alunos que o conjunto arquitetônico de estilo colonial do Largo do Pelourinho é, desde 1985, reconhecido como Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Indicar que no bairro encontram-se instituições como o Museu da Cidade e a Fundação Casa de Jorge Amado, que se mostram muito relevantes para a preservação da memória e da história da população local.

Fim do complemento.

MP076

DESAFIO À VISTA!

Capítulos 5 e 6

Qual é a importância dos marcos de memória das cidades?

CAPÍTULO 5. Marcos da memória

Os grupos sociais que vivem em uma cidade podem ter diferentes marcos de memória, como os monumentos citados no texto a seguir.

  1. Quando o professor solicitar, leia o texto em voz alta.

    Monumentos e memória

    Monumentos são criados mundo afora para preservar memórias e marcar acontecimentos. As histórias que eles contam vão desde as civilizações antigas, a exemplo das pirâmides do Egito, até as contemporâneas, como o Cristo Redentor do Rio de Janeiro. Em Campo Grande [no Mato Grosso do Sul], além de indicar aspectos históricos, as construções revelam a cultura, a tradição e a identidade do povo campo-grandense – formadas pelos povos originários do Brasil, os indígenas, e os imigrantes paraguaios, bolivianos, japoneses, sírio-libaneses e europeus.

    Arquiteta da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS), Cláudia la Picirelli de Arruda explica, em linhas gerais, que [...] “[Criam-se] monumentos para guardar lembranças. Eles têm referência simbólica e importância histórica em nossa sociedade. E fazem uma relação entre espaço e tempo”, ensina.

    Bruno Chaves. Criados para preservar a história da cidade, monumentos revelam identidade de Campo Grande. Fundação de Turismo do Mato Grosso do Sul , 26 ago. 2019. Disponível em: http://fdnc.io/fYG. Acesso em: 31 dez. 2020.

  1. Localize e retire as seguintes informações do texto.
    1. Para que são criados os monumentos?
      PROFESSOR Resposta: Para preservar memórias e marcar acontecimentos.
    1. Quais grupos participaram da formação de Campo Grande?
      PROFESSOR Resposta: Indígenas, imigrantes paraguaios, bolivianos, japoneses, sírio-libaneses e os europeus.

      Imagem: Ícone: Atividade oral. Fim da imagem.

  1. Segundo Cláudia Arruda, qual é a importância dos monumentos?
    PROFESSOR Resposta: Criam-se monumentos para guardar lembranças. Eles têm referência simbólica e importância histórica em nossa sociedade.
MANUAL DO PROFESSOR

A BNCC no capítulo 5

Unidade temática

Registros da história: linguagens e culturas.

Objetos de conhecimento

• As tradições orais e a valorização da memória.

• O surgimento da escrita e a noção de fonte para a transmissão de saberes, culturas e histórias.

Habilidade

• EF05HI07: identificar os processos de produção, hierarquização e difusão dos marcos de memória e discutir a presença e/ou a ausência de diferentes grupos que compõem a sociedade na nomeação desses marcos de memória.

Boxe complementar:

De olho nas competências

Os temas trabalhados neste capítulo permitem aos alunos se aproximar da Competência Geral 1, que propõe a valorização dos conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo social, da Competência Específica 3 das Ciências Humanas, que envolve analisar a intervenção humana e propor ideias de ações para a transformação espacial e social e da Competência Específica 5 das Ciências Humanas, que inclui a comparação de eventos ocorridos em tempos distintos em um mesmo espaço.

Este capítulo se aproxima também da Competência Geral 7, ao incentivar a argumentação com base em fatos e informações confiáveis para formular e defender ideias e pontos de vista que promovam os direitos humanos, assim como da Competência Específica 4 das Ciências Humanas, tendo como referência os instrumentos de investigação das sociedades indígenas que viveram ou vivem no mesmo espaço em que os alunos.

Fim do complemento.

Orientar a leitura em voz alta do texto “Monumentos e memória”, permitindo aos alunos exercitar a fluência em leitura oral. Em seguida, orientá-los a localizar e retirar do texto informações para a realização das atividades, operações essenciais para a compreensão de texto.

MP077

Explorar fonte histórica material

Observe a imagem de um monumento em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, representando um grupo social.

Imagem: Fotografia. Destaque de uma escultura de um homem seminu segurando uma lança e com o corpo voltado para frente enquanto cavalga sobre um cavalo.  Fim da imagem.

LEGENDA: Cavaleiro Guaicuru, monumento de Anor Mendes localizado no município de Campo Grande, no estado do Mato Grosso do Sul. Foto de 2015. FIM DA LEGENDA.

  1. Que grupo social formador de Campo Grande foi representado nesse monumento?
    PROFESSOR Atenção professor: Observando a imagem, o aluno deverá levantar suas hipóteses para confrontá-las no decorrer do trabalho. Fim da observação.
  1. Em sua opinião, que materiais foram utilizados pelo artista?
    PROFESSOR Atenção professor: Socializar as hipóteses individuais, que serão ampliadas a seguir. Fim da observação.
  1. Para ampliar suas ideias, leia o texto e responda às questões.

    Monumento do Cavaleiro Guaicuru

    [...] A estátua é uma obra de ferro, resina e pó de mármore, de quatro metros de altura, esculpida pelo artista Anor Mendes, em homenagem aos índios guerreiros da etnia guaicurus.

    Monumento do Cavaleiro Guaicuru é declarado patrimônio histórico do Estado. JD1 Notícias , 12 set. 2017. Disponível em: http://fdnc.io/fsQ. Acesso em: 31 dez. 2020.

    1. Alguma informação do texto confirmou suas hipóteses?
    1. Suas hipóteses foram ampliadas?
PROFESSOR Atenção professor: Orientar os alunos a verificar se em suas hipóteses foram incluídas ideias semelhantes ou diferentes das apresentadas no texto. Fim da observação.
MANUAL DO PROFESSOR

Fonte histórica material: monumento

As atividades propostas permitem aos alunos explorar uma fonte histórica material: um monumento.

Orientar coletivamente a observação da foto do monumento e a leitura da legenda, identificando com os alunos: nome do monumento, autor, local e grupo social representado.

Em seguida, orientar a leitura do texto em que os alunos podem obter mais informações sobre o monumento: materiais de que foi feito, a altura e a que grupo presta homenagem.

Atividade complementar

Para aprofundar o trabalho com os alunos, utilize com eles um programa que apresenta um modelo tridimensional da Terra a partir de imagens captadas de satélite, como o disponível no link: http://fdnc.io/fYH. Acesso em: jul. 2021. Ao acessar o site, clicar em “Abrir”. Depois, clicar na lupa que indica “pesquisar”.

Na caixa de busca, escrevam o nome da cidade onde vivem acrescido do termo “monumentos”, o que vai gerar uma lista de diversos monumentos da sua cidade. Ao clicar sobre cada monumento, o aluno vai ter uma visão tridimensional da área onde ele está localizado e, clicando em uma caixa à direita, acessará informações sobre o monumento e fotos dele e de seus arredores.

MP078

Quem escolhe os monumentos?

Ao longo do século XX, predominaram nas cidades brasileiras os monumentos em homenagem aos personagens considerados heróis pelos governantes da época.

Contudo, nos últimos anos, diversos grupos sociais que vivem nas cidades e pesquisadores questionaram essa situação, denunciando a exclusão de grande parte da população brasileira desses marcos da memória.

Leia, silenciosamente, o texto.

Excluídas

Campinas [no estado de São Paulo] é a segunda cidade do Brasil com o maior número de monumentos por habitante, ficando atrás apenas do Rio de Janeiro (RJ) – mas apenas dois deles homenageiam figuras femininas.

Um levantamento do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Cultural do município (Condepacc) aponta que são cerca de 150 estátuas, marcos e outras estruturas espalhadas pela cidade. [...]

A pesquisadora do Centro de Memória da Unicamp, Maria Silvia Duarte, [...] explicou que a não valorização das mulheres em monumentos faz parte de uma visão conservadora que privilegia a presença de figuras masculinas em postos de poder.

[...]

Maria Silvia disse que a cidade tem centenas de mulheres que poderiam receber homenagens em pontos importantes da cidade [...].

Cecília Polycarpo. Monumentos de Campinas ignoram personagens femininas. ACidadeON , 18 ago. 2019. Disponível em: http://fdnc.io/fYJ. Acesso em: 31 dez. 2020.

  1. Qual é o total de monumentos (estátuas e marcos) existentes em Campinas?
    PROFESSOR Resposta: Cerca de 150.
  1. As mulheres estão representadas em quantos desses monumentos?
    PROFESSOR Resposta: Dois.
  1. Segundo a pesquisadora Maria Silvia Duarte, qual é o motivo da não valorização das mulheres nos monumentos?
    PROFESSOR Resposta: A visão conservadora que privilegia a presença de figuras masculinas em postos de poder.

    Imagem: Ícone: Atividade oral. Fim da imagem.

  1. Em sua opinião, qual é a importância de homenagear mulheres em monumentos instalados nos espaços públicos?
    PROFESSOR Atenção professor: Espera-se que os alunos citem o fato de que homens e mulheres têm os mesmos direitos e importância social e, por isso, devem ser igualmente homenageados nos monumentos. Fim da observação.
  1. Em casa, releia o texto em voz alta para um adulto.
    PROFESSOR Resposta: A leitura em voz alta para um adulto contribui para a fluência em leitura oral.
MANUAL DO PROFESSOR

Encaminhar a leitura silenciosa do texto, procedimento que contribui para o desenvolvimento de habilidades de leitura e compreensão.

Identificar com os alunos: o fato de alguns governantes terem excluído, consciente ou inconscientemente, determinados grupos dos monumentos; o local e a data em que foi feita a reportagem; o grupo excluído (mulheres) e as hipóteses da pesquisadora entrevistada sobre os motivos dessa exclusão.

Orientar individualmente as atividades em que os alunos devem localizar e retirar informações do texto sobre a ausência de mulheres homenageadas em monumentos, procedimento que facilita a compreensão de texto.

Orientar, também, a atividade em que os alunos devem ler em voz alta para adultos de sua convivência. Essa atividade contribui para o desenvolvimento da fluência em leitura oral, essencial para o processo de alfabetização.

História oficial e monumentos

Normalmente, é a história oficial – ou seja, aquela que agrada aos que estão no poder – que se transforma em figuras de pedra, bronze ou ferro fundido.

Mas será que ainda hoje só há espaço para que a história dos grandes homens e de fatos extraordinários seja representada pelas estátuas? Não. Nem sempre é a história dos poderosos, dos grupos privilegiados da sociedade, que aparece nas estátuas. Muitas vezes, grupos historicamente excluídos conseguem representar seus heróis, seus símbolos, sua história.

MP079

Outro grupo pouco homenageado em muitas cidades brasileiras foi citado em reportagem de 2018 sobre Belo Horizonte, no estado de Minas Gerais.

Monumentos de BH que homenageiam a cultura negra ainda são minoria

[...] três monumentos são os únicos de Belo Horizonte que resgatam e prestam homenagem à cultura afro-brasileira.

Um inventário, realizado pela Prefeitura de Belo Horizonte, mapeou cerca de 150 monumentos, bustos e esculturas da capital. Entre eles, muitos italianos, espanhóis, portugueses e militares. Segundo Nila Rodrigues Barbosa, historiadora e pesquisadora de patrimônio cultural, esse apagamento de negros e negras da história está relacionado com o racismo [...].

Larissa Costa. Monumentos de BH que homenageiam a cultura negra ainda são minoria. Brasil de Fato Minas Gerais , 4 jul. 2018. Disponível em: http://fdnc.io/fYL. Acesso em: 31 dez. 2020.

Imagem: Fotografia. Paisagem urbana que apresenta um viaduto sobre trilhos, muitas árvores ao fundo e edifícios que tomam o horizonte.  Fim da imagem.

LEGENDA: Vista aérea do município de Belo Horizonte, no estado de Minas Gerais, em 2020. FIM DA LEGENDA.

  1. Sobre os monumentos em Belo Horizonte, em 2018, responda.
    1. Qual é a quantidade total?
      PROFESSOR Resposta: 150.
    1. Quantos são relacionados à cultura afro-brasileira?
      PROFESSOR Resposta:3.
    1. Esses dados demonstram que a cultura afro-brasileira era bem ou mal representada?
      PROFESSOR Resposta: Mal representada.
  1. Em casa, com a ajuda de um adulto, investigue se no município em que você vive há muitos monumentos em homenagem às mulheres e aos afro-brasileiros. Conte aos colegas suas descobertas.
PROFESSOR Atenção professor: Conversar com os alunos sobre possível fontes de pesquisa sobre o assunto, como jornais locais, órgãos da prefeitura, sites confiáveis, entre outras. Fim da observação.
MANUAL DO PROFESSOR

No Rio de Janeiro, por exemplo, foi inaugurada, em 1986, uma cabeça dedicada a Zumbi dos Palmares, líder negro que lutou pela abolição da escravatura. Tem também estátua dedicada a pai-de-santo, estátua de sambista, estátua para operários… Isso mostra que os grupos foram conquistando espaço para homenagear seus representantes. Ainda bem!

Pedra, bronze, História... Ciência Hoje das Crianças, n. 107. Disponível em: http://fdnc.io/fYK. Acesso em: 6 maio 2021.

Fazer uma leitura dialogada do texto, propondo perguntas durante a leitura dos alunos. Essas perguntas devem permiti-los identificar os elementos a seguir: o local e a data em que foi feita a reportagem (município de Belo Horizonte, no estado de Minas Gerais, em 2018); o total de monumentos (150); a quantidade de monumentos que homenageiam os afro-brasileiros (3); a opinião da historiadora entrevistada sobre o tema.

Orientar, também, a realização da investigação proposta, que deverá contar com a ajuda de um adulto da convivência dos alunos. Em seguida, selecionar fontes de pesquisa confiáveis, como: site da prefeitura, jornais locais impressos ou digitais, internet, livros e enciclopédias. Definir um tempo para a pesquisa, e ao final, organizar a socialização das descobertas individuais.

MP080

Memória indígena

Os indígenas, habitantes originais do território brasileiro e presentes atualmente em todas as regiões brasileiras, também foram pouco contemplados com monumentos nas cidades brasileiras.

Contudo, eles aparecem com frequência em outros marcos da memória, como nos nomes das ruas e dos bairros das cidades.

  1. Quando o professor solicitar, leia um dos quadros.
Imagem: Pintura. Uma ave de grande porte, rosada, bico longo grosso e comprido, pernas finas longas e pés finos. Fim da imagem.

LEGENDA: Guará, pintura de Albert Eckhout, 1640. FIM DA LEGENDA.

Guaratiba

Guaratiba tem origem na língua indígena tupi, por meio da união dos termos agwa’rá (guará) e tyba (ajuntamento), ou seja, “ajuntamento de guarás”, um tipo de ave.

Imagem: Fotografia. Destaque de um rio que corre em um canal estreito e urbano.  Fim da imagem.

LEGENDA: Rio Joana, no bairro do Andaraí, município do Rio de Janeiro, no estado do Rio de Janeiro. Foto de 2019. FIM DA LEGENDA.

Andaraí

O nome vem da expressão indígena Andirá-y Açu, que significa Rio Grande dos Morcegos, nome que os indígenas davam ao atual Rio Joana.

Imagem: Fotografia. Paisagem composta por mata e serra. Fim da imagem.

LEGENDA: Mata do Camorim, no município do Rio de Janeiro, no estado do Rio de Janeiro. Foto de 2018. FIM DA LEGENDA.

Camorim

Derivado de camury, que, na língua indígena tupi, significa “mata com muitos mosquitos”.

Imagem: Fotografia. Um pequeno pássaro de penas verde com detalhes em vermelho, bico pequeno grosso e afiado, olhos pequenos redondos e pés pequenos. Fim da imagem.

LEGENDA: Periquito-maracanã. FIM DA LEGENDA.

Maracanã

Vem do tupi maraka’nã, nome dado a uma ave semelhante ao papagaio.

  1. Qual é a origem do nome desses bairros do Rio de Janeiro?
    PROFESSOR Resposta: Origem indígena.
  1. Em sua opinião, por que o nome desses bairros tem essa origem?
PROFESSOR Atenção professor: Deixar os alunos levantarem livremente suas hipóteses, que serão ampliadas na página seguinte. Fim da observação.
MANUAL DO PROFESSOR

Organizar a leitura em voz alta dos textos dos quadros, contribuindo para o desenvolvimento, pelos alunos, da fluência em leitura oral.

Conversar com os alunos sobre as origens dos nomes dos bairros da cidade do Rio de Janeiro (Guaratiba, Andaraí, Camorim e Maracanã), destacando a relação desses topônimos com os elementos da natureza e a importância desses elementos naturais para os povos indígenas que viveram nesses locais em outros tempos.

Se considerar pertinente, orientar os alunos a pesquisar em livros, enciclopédias e na internet nomes de locais – ruas, avenidas, praças, parques, bairros – do município onde vivem que sejam de origem indígena. Combinar um prazo para a pesquisa. No dia combinado, socializar as descobertas individuais.

Como trabalhar com memória nas aulas de História

[...] “O que faz o aluno entrar em contato com a memória é o desafio com significado social e individual proposto pelo professor. Voltamos ao passado para investigar algo do presente que nos interessa”, diz Maria Auxiliadora Schmidt, professora de Metodologia e Prática do Ensino de História da Universidade Federal do Paraná (Ufpar). É importante estabelecer essas relações sem o juízo de que antes as pessoas eram atrasadas e que agora somos evoluídos, por exemplo. O ideal é entender os fatos como fruto de momentos distintos em que a sociedade se estrutura em outros moldes. Para isso, a turma vai usar diferentes ferramentas e aprender a fazer isso durante as atividades.

MP081

O território que atualmente corresponde ao município do Rio de Janeiro era habitado originalmente por indígenas. Os nomes de muitos bairros do município são marcos de memória que remetem à presença dos indígenas na história da cidade, como ocorre no bairro de Paquetá.

Paquetá

O nome Paquetá significa muitas pacas na língua indígena nheengatu. Esta era a língua falada pelos índios tupis na Baía de Guanabara por ocasião da chegada dos portugueses ao Rio de Janeiro. Há referências da existência de pacas em grande quantidade na ilha de acordo com o relato dos navegadores da época, confirmando o acerto do nome.

[...]

Paquetá foi ocupada pelos índios tamoios até o final do século XV. [...] Sua vegetação original era parte da Mata Atlântica, bastante reduzida nos dias de hoje. [...]

Ilha de Paquetá. Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro , 30 jan. 2010. Disponível em: http://fdnc.io/fYN. Acesso em: 31 dez. 2020.

Glossário:

Paca: animal da família dos roedores.

Fim do glossário.


  1. Qual é a origem do nome Paquetá?
    PROFESSOR Resposta: Paquetá significa “muitas pacas” na língua indígena nheengatu.
  1. Que povo habitava a Ilha de Paquetá no século XV?
    PROFESSOR Resposta: Índios tamoios.
  1. Observe a imagem de um marco de memória de Paquetá e responda às questões.
Imagem: Fotografia. Busto de uma escultura de um homem indígena que usa um cocar, adereço no pescoço e olha para cima. Fim da imagem.

LEGENDA: Monumento aos indígenas tamoios inaugurado em 1998 na Ilha de Paquetá, no município do Rio de Janeiro, no estado do Rio de Janeiro. FIM DA LEGENDA.

  1. A que grupo social se refere esse marco de memória?
    PROFESSOR Resposta: Refere-se aos indígenas tamoios.
  1. Por que monumentos como esse são importantes?
    PROFESSOR Atenção professor: Orientar os alunos a perceber que monumentos como esse são importantes porque registram a memória de fatos, indivíduos ou grupos que marcaram a cidade. Fim da observação.
  1. Em casa, leia o texto “Paquetá” em voz alta para um adulto de sua convivência.
PROFESSOR Resposta: A leitura em voz alta para um adulto contribui para o desenvolvimento da fluência em leitura oral, essencial no processo de alfabetização.
MANUAL DO PROFESSOR

Ao ensinar os alunos a ler uma fotografia de época, por exemplo, faça perguntas como: "Por que esse lugar está assim?", "Será que isso quer dizer alguma coisa?" e "Como é essa situação hoje?". Na sequência, indique a leitura de textos que contenham dois pontos de vista diferentes sobre um mesmo fato histórico ou tema para que tenham mais informação para fazer inferências sobre o período estudado.

FERREIRA, Anna Rachel. História e Geografia: uma visão crítica sobre o mundo. Revista Nova Escola . Disponível em: http://fdnc.io/fYM. Acesso em: 10 abr. 2021.

Solicitar aos alunos que leiam silenciosamente o texto introdutório. Em seguida, realizar uma leitura dialogada do texto “Paquetá”, perguntando aos alunos: Onde fica a Ilha de Paquetá? Qual é o significado da palavra Paquetá? Que povo vivia nesse local antes da chegada dos portugueses? Que animal existia na região?

Encaminhar a observação, pelos alunos, da foto reproduzida na atividade e solicitar que identifiquem o tipo de monumento, o ano em que foi inaugurado, o povo homenageado, os artefatos indígenas representados e a importância desse monumento para a preservação da memória dos povos indígenas que habitavam esse local.

Orientar a leitura em voz alta, em casa, para um adulto da convivência dos alunos, contribuindo para o desenvolvimento da fluência em leitura oral.

MP082

O próprio termo usado para nomear as pessoas que nascem no Rio de Janeiro é de origem indígena, como discutido no texto a seguir.

A origem do termo carioca

[...] A versão mais difundida é a de que o vocábulo “carioca” é uma fusão de kara’iwa (ou simplesmente kari : caraíba, homem branco) com oka (casa). Mas há quem defenda que, na verdade, a junção correta seria de akari (peixe cascudo associado aos portugueses, por causa das armaduras usadas) com oka . Há, ainda, quem afirme que o termo seria um simples aportuguesamento de karióc , nome da aldeia tamoio assentada no sopé do morro do Outeiro da Glória [...].

Márcia Pimentel. O legado indígena na cidade e no povo carioca. MultiRio , 11 ago. 2014. Disponível em: http://fdnc.io/fYQ. Acesso em: 31 dez. 2020.

Imagem: Fotografia. Destaque do interior da mata onde corre um rio sobre pedras e entre árvores. Fim da imagem.

LEGENDA: Rio Carioca no município do Rio de Janeiro, no estado do Rio de Janeiro. Foto de 2020. FIM DA LEGENDA.

  1. Liste as três hipóteses sobre a origem da palavra “carioca”.

    Quadro: equivalente textual a seguir.

    Hipótese 1

    Hipótese 2

    Hipótese 3

PROFESSOR Resposta: Hipótese 1: seria a fusão de kara’iwa (ou kari, homem branco) com oka (casa). Hipótese 2: seria a fusão de akari (peixe cascudo associado aos portugueses) com oka. Hipótese 3: o termo seria um simples aportuguesamento de karióc, nome da aldeia tamoio assentada no sopé do morro do Outeiro da Glória.
MANUAL DO PROFESSOR

Fazer a leitura coletiva do texto da página, identificando com os alunos as três hipóteses sobre a origem do termo “carioca”, conforme indicado a seguir.

Hipótese 1: fusão de kara’iwa (ou simplesmente kari: caraíba, homem branco) com oka (casa).

Hipótese 2: junção de akari (peixe cascudo associado aos portugueses, por causa das armaduras usadas) com oka.

Hipótese 3: aportuguesamento de karióc, nome da aldeia tamoio assentada no sopé do morro do Outeiro da Glória.

Atividade complementar

Para ampliar o trabalho com palavras indígenas, propor aos alunos uma investigação em livros ou na internet de dez palavras de origem indígena e seu significado. Se julgar pertinente, sugerir a eles que acessem uma página do site Povos Indígenas no Brasil Mirim, do Instituto Socioambiental, disponível no link: http://fdnc.io/fYP. Acesso em: 14 maio 2021.

Ao término, socializar as descobertas individuais.

Monumentos indígenas e negros

Dos mais de 360 monumentos que homenageiam personalidades e fatos históricos na cidade de São Paulo, menos de 3% representam pessoas negras e indígenas. Levantamento realizado pelo Instituto Pólis avaliou 367 monumentos oficiais da capital paulista, com o objetivo de identificar como essa população é representada na história visual da cidade.

MP083

Boxe complementar:

Investigue

  1. Em casa, você vai investigar sobre a memória de povos indígenas que habitam ou habitaram a unidade da federação em que você vive. Com a ajuda de adultos de sua convivência, pesquise em livros, enciclopédias, jornais, revistas e na internet informações sobre os seguintes assuntos.
    • Que povos indígenas habitavam a unidade da federação em que você vive há cerca de quinhentos anos e que povos indígenas a habitam atualmente?
    • Na cidade ou unidade da federação em que você vive, há monumentos que homenageiam indígenas? Se sim, quais? Onde estão localizados?
    • Há museus especializados no estudo dos povos indígenas ou que possuem setores sobre esses povos?
    • Há bairros, ruas, avenidas ou praças com nomes de origem indígena? Se sim, quais?

      Imagem: Ícone: Converse com seu colega. Fim da imagem.

      Conte aos colegas suas descobertas e ouça as deles.

      PROFESSOR Atenção professor: Orientar a investigação proposta, conversando com os alunos sobre fontes de pesquisa confiáveis, como órgãos de imprensa, órgãos públicos e ONGs em relação aos povos indígenas. Fim da observação.
    1. Escreva um pequeno texto, explicando como você fez a investigação para coleta de dados e os resultados dela.

      Imagem: Fotografia. Espaço aberto urbano que apresenta uma área de passagem com pedras que formam desenho no chão, pequena área com jardim onde há imagens em tamanho real de crianças indígenas à frente de um prédio de parede amarela e grandes pôsteres com imagens. Ao fundo, uma construção de barro, madeira e teto de palha e algumas árvores.  Fim da imagem.

      LEGENDA: Museu do Índio, no município do Rio de Janeiro, no estado do Rio de Janeiro. FIM DA LEGENDA.

Fim do complemento.

MANUAL DO PROFESSOR

Das 367 obras, 200 retratam figuras humanas, mas apenas cinco são de pessoas negras, sendo quatro figuras masculinas e uma feminina. Em relação a representações de indígenas, quatro estátuas trazem a temática, todas de figuras masculinas. Monumentos em homenagens a homens brancos somam 137 obras. [...]

BOEHM, Camila. Monumentos em São Paulo inviabilizam história de negros e indígenas. Agência Brasil . Disponível em: http://fdnc.io/fYR. Acesso em: 6 maio 2021.

Realizar um levantamento inicial dos conhecimentos prévios dos alunos sobre os povos indígenas que habitam ou habitaram territórios da unidade federativa em que eles vivem. Em seguida, orientar coletivamente a investigação proposta, identificando com os alunos as fontes de pesquisa confiáveis e combinando um prazo para a apresentação dos resultados.

Lembrar aos alunos que eles devem identificar os povos indígenas que viveram e vivem atualmente nessa unidade federativa, e identificar marcos da memória desses povos: monumentos, nomes de ruas, avenidas, praças, bairros etc., museus especializados na memória indígena e em como vivem na atualidade.

Orientar individualmente a produção de escrita, em que os alunos devem retomar os registros da pesquisa e, a partir deles, escrever um texto.

Boxe complementar:

Tema contemporâneo transversal: diversidade cultural

As atividades propostas permitem explorar alguns elementos da cultura indígena e afro-brasileira presentes nos marcos da memória das cidades brasileiras, reforçando a importância do respeito à diversidade cultural brasileira.

Fim do complemento.

MP084

CAPÍTULO 6. Diversos marcos

Nos últimos anos, algumas cidades construíram monumentos relacionados à memória da cultura negra, como o citado no texto abaixo.

  1. Ao ser solicitado pelo professor, leia o texto em voz alta.

    Monumento Zumbi

    O monumento Zumbi, representante da resistência negra contra a escravidão no Brasil, tem 2,20 metros de altura e pesa 300 quilos. Localizado na Praça da Sé, Centro Histórico de Salvador, a escultura é assinada pela artista plástica Márcia Magno.

    Zumbi, também conhecido como Zumbi dos Palmares, foi um líder quilombola brasileiro, o último dos líderes do Quilombo dos Palmares, o maior dos quilombos do período colonial. [...]

    Monumento Zumbi dos Palmares. Prefeitura Municipal de Salvador . Disponível em: http://fdnc.io/fYS. Acesso em: 31 dez. 2020.

    Glossário:

Quilombo: reunião de escravos fugidos.

Fim do glossário.

Imagem: Fotografia. Uma escultura de homem negro de pé que usa uma calça curta e está sem camisa. Ele segura uma lança comprida apoiada no chão, segura um objeto na cintura e está com o pé esquerdo apoiado no joelho direito. Fim da imagem.

LEGENDA: Monumento em homenagem a Zumbi dos Palmares no município de Salvador, no estado da Bahia. Foto de 2020. FIM DA LEGENDA.

  1. Copie a ficha, e localize e retire as informações do texto para preenchê-la.
    • Local onde está o monumento.
      PROFESSOR Resposta: Centro Histórico de Salvador, no estado da Bahia.
    • Pessoa homenageada.
      PROFESSOR Resposta: Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares.
    • Qual é a sua importância para a história do país?
      PROFESSOR Resposta: Zumbi lutou contra a escravidão no Brasil.

Imagem: Ícone: Atividade oral. Fim da imagem.

  1. Você já tinha ouvido alguém falar sobre esse líder ou visto informação em algum meio de comunicação sobre ele? Conte para o professor e os colegas.
PROFESSOR Atenção professor: Socializar os conhecimentos individuais, que serão ampliados na página seguinte. Fim da observação.
MANUAL DO PROFESSOR

A BNCC no capítulo 6

Unidade temática

Registros da história: linguagens e culturas.

Objetos de conhecimento

• As tradições orais e a valorização da memória.

• O surgimento da escrita e a noção de fonte para a transmissão de saberes, culturas e histórias.

Habilidade

• EF05HI07: identificar os processos de produção, hierarquização e difusão dos marcos de memória e discutir a presença e/ou ausência de diferentes grupos que compõem a sociedade na nomeação desses marcos de memória.

Boxe complementar:

De olho nas competências

Este capítulo procura se aproximar da Competência Geral 9, promovendo o respeito às fontes de memória dos africanos e seus descendentes no Brasil, com a valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, e de suas culturas, sem preconceitos de qualquer natureza. Também se aproxima das Competências Específicas 5 e 6 de História, ao estimular a análise e compreensão do movimento de diferentes populações no tempo e no espaço e seus significados históricos, respeitando e se solidarizando com diferentes populações e ao incentivar os alunos a compreender conceitos e procedimentos que norteiam a produção historiográfica, por meio do uso de fontes orais, os depoimentos.

Fim do complemento.

Orientar a leitura em voz alta do texto, que possibilita aos alunos o desenvolvimento da fluência em leitura oral.

Orientar também a ação dos alunos de localizar e retirar informações do texto, um dos procedimentos ligados à compreensão de texto.

Diversidade cultural na escola

Consideramos, [...] que um longo caminho ainda precisa ser percorrido para que a escola seja, de fato, um instrumento de afirmação de uma identidade pluricultural. O ensino de história, ao priorizar a construção da identidade nacional, tem sido bastante omisso no tocante à valorização das culturas das minorias étnicas. Constatamos, também, que a falta de conhecimento das peculiaridades e das especificidades regionais, em um país de continentais dimensões, bem como dos elementos referenciais das culturas silenciadas de índios, negros e imigrantes nos currículos escolares têm contribuído para a formação de preconceitos e estereótipos por parte dos próprios brasileiros. [...]

MP085

Boxe complementar:

Você sabia?

O Quilombo dos Palmares foi formado por escravos fugidos que se reuniram na Serra da Barriga, no atual estado de Alagoas.

Criado por volta de 1580, ele chegou a ter vinte mil pessoas, organizadas em diversos núcleos de povoamento. Praticavam a caça, a pesca, a coleta e a agricultura.

Em 1677, após uma disputa interna com seu tio Ganga Zumba, Zumbi tornou-se líder do quilombo, resistindo aos ataques de pessoas contratadas pelos governantes da época para destruí-lo.

Contudo, em 20 de novembro de 1695, Zumbi foi finalmente preso e morto, o que pôs fim ao Quilombo dos Palmares.

Atualmente, no dia 20 de novembro comemora-se o Dia da Consciência Negra, considerado feriado em muitos municípios brasileiros.

Nesse dia, somos todos chamados a refletir sobre a importância da cultura afro-brasileira e a necessidade de eliminar toda e qualquer forma de desigualdade ou preconceito racial.

Imagem: Fotografia. Espaço aberto gramado com pequeno caminho de passagem e que apresenta construções de alvenaria com colunas de madeiras e um grande telhado de palha em formato de “V” invertido. Pelo local, circulam alguns adultos e crianças. Ao fundo, árvores.  Fim da imagem.

LEGENDA: Parque Memorial Quilombo dos Palmares no município de União dos Palmares, no estado de Alagoas. Foto de 2019. FIM DA LEGENDA.

Fim do complemento.

MANUAL DO PROFESSOR

Precisamos, pois, propiciar, por meio do ensino em todos os níveis, o conhecimento de nossa diversidade cultural e pluralidade étnica, bem como a necessária informação sobre os bens culturais de nosso rico e multifacetado patrimônio histórico. Só assim estaremos contribuindo para a construção de uma escola plural e cidadã e formando cidadãos brasileiros cônscios de seu papel como sujeitos históricos e como agentes de transformação social.

FERNANDES, José R. Oriá. Ensino de história e diversidade cultural: desafios e possibilidades. Cadernos CEDES , v. 25, n. 67, p. 378-388, set./dez. 2005. Disponível em: http://fdnc.io/fYT. Acesso em: 14 maio 2021.

Ler coletivamente o texto do quadro Você sabia? explorando com os alunos: o que foi o Quilombo dos Palmares; onde ele foi formado; quando surgiu; quantas pessoas chegaram a se reunir no local; quais as atividades econômicas principais; quem se tornou líder em 1677; o que ele organizou; quando e como terminou essa luta; por que 20 de novembro é o Dia da Consciência Negra e quais as reflexões ligadas a esse dia.

Boxe complementar:

Para leitura do aluno

Diversidade, de Tatiana Belinky, da editora FTD.

A obra aborda, por meio de versos, a diversidade de jeitos de ser das pessoas e destaca a importância de respeitar as diferenças entre as pessoas.

Fim do complemento.

MP086

Marcos da MEMÓRIA NEGRA no Rio de Janeiro

A presença dos africanos e de seus descendentes é marcante em muitos municípios brasileiros, como o Rio de Janeiro, com destaque para a chamada Pequena África, uma região que abrange a zona portuária e os bairros da Saúde, da Gamboa e do Santo Cristo.

Conheça agora um pouco da história dos locais destacados nos boxes.

  1. Quando o professor solicitar, leia em voz alta um dos trechos do texto.
Imagem: Fotografia. Destaque do interior de um espaço onde um grupo de músicos tocam instrumentos   cantam sentados ao redor de uma mesa. Entre os instrumentos estão violão e cavado.  Ao redor, muitas pessoas observam de pé. Na parede do espaço, há a pintura de um homem negro. Fim da imagem.

LEGENDA: Roda de samba na comunidade Pedra do Sal, no município do Rio de Janeiro, no estado do Rio de Janeiro. Foto de 2016. FIM DA LEGENDA.

Comunidade Pedra do Sal

Uma das mais antigas comunidades afrodescendentes da cidade do Rio de Janeiro. Os pesquisadores acreditam que o samba, ritmo musical possivelmente criado pelos afrodescendentes no Brasil, tenha nascido nesse local.

Imagem: Fotografia em preto e branco. Um grupo composto por seis homens negros de terno claro tocam instrumentos de pé. Entre os instrumentos estão pandeiro, flauta transversal, violão, saxofone e prato.  Fim da imagem.

LEGENDA: João da Baiana (no pandeiro) se apresenta ao lado de Pixinguinha (no saxofone), Donga (prato) e outros no município do Rio de Janeiro, no estado do Rio de Janeiro. Foto da década de 1950. FIM DA LEGENDA.

Largo João da Baiana

O largo recebeu esse nome em homenagem ao músico João da Baiana (1887-1974), que, segundo alguns pesquisadores, introduziu no samba o pandeiro, instrumento musical de percussão.

Fonte: Simone Vassallo. A “Pequena África” no Rio de Janeiro. Observatório do Patrimônio Cultural do Sudeste. Disponível em: http://fdnc.io/fBd. Acesso em: 31 dez. 2020.

Imagem: Ilustração. Um atabaque ao lado de um violão.  Ilustração. Um violão, ao lado de um disco e um atabaque. Fim da imagem.

LEGENDA: Acima, representações de instrumentos musicais usados no samba. FIM DA LEGENDA.

MANUAL DO PROFESSOR

Orientar os alunos na leitura em voz alta de trechos do infográfico, contribuindo para a fluência em leitura oral.

Identificar, com os alunos, os textos dos quadros com imagens. Em seguida, identificar cada um dos marcos de memória negra no Rio de Janeiro: comunidade Pedra do Sal, Largo João da Baiana, Casa do Maranhão, Docas André Rebouças e Cais do Valongo.

Ressaltar a importância da preservação da memória e das tradições culturais africanas e afrodescendentes para a história da cidade do Rio de Janeiro e do Brasil.

Informar que a comunidade Pedra do Sal recebeu esse nome por ser o lugar onde os africanos escravizados descarregavam o sal importado de Portugal. Foi a partir desse local que se desenvolveu a região conhecida como Pequena África, que reúne diversos marcos de memória da história dos afro-brasileiros ao longo do tempo.

Boxe complementar:

De olho nas competências

A proposta de leitura e interpretação do infográfico permite aproximar os alunos da Competência Específica 7 das Ciências Humanas, ao utilizar a linguagem gráfica e iconográfica de informação e comunicação. O infográfico é utilizado com frequência na mídia impressa e digital, conjugando textos escritos e visuais (ilustrações, fotografias, gráficos, tabelas, entre outros) com a função de informar o leitor.

Fim do complemento.

A Pequena África

Lugar de luta e resistência que marcou a história da cidade e, principalmente, dos negros, a área que abrange desde a Zona Portuária até a Cidade Nova, conhecida como Pequena África, hoje é lugar de encontros de turistas e moradores que buscam diversão no Rio de Janeiro. Apesar das iniciativas de revitalização do local, ainda são poucas as ações para resgatar a memória do povo que fundou a região, que tem como principal referência o Cais do Valongo, declarado recentemente Patrimônio Histórico da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

[...]

MP087

Casa do Maranhão

Casa de cultura criada pela comunidade de afrodescendentes maranhenses que foram viver no Rio de Janeiro. A casa organiza festas e reuniões tradicionais culturais maranhenses.

Imagem: Fotografia. Destaque de uma fachada assobradada amarela com muitas janelas e portas arqueadas em tom avermelhado. Na rua, há carros e motos estacionados e poste de iluminação. Fim da imagem.

LEGENDA: Casa do Maranhão, no município do Rio de Janeiro, no estado do Rio de Janeiro. FIM DA LEGENDA.

Docas André Rebouças

As docas, espaço abrigado do Porto do Rio de Janeiro para guardar embarcações e carregar e descarregar mercadorias, receberam esse nome em homenagem ao engenheiro André Rebouças (1838-1898). Ele lutou pela libertação dos escravizados e foi um dos criadores da Sociedade Brasileira contra a Escravidão, em 1880.

Imagem: Fotografia. Um quadro oval com arabescos na moldura e que apresenta uma pintura com o retrato de um homem negro de terno.  Fim da imagem.

LEGENDA: Retrato de André Rebouças, pintura de Rodolfo Bernardelli, 1877. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Pintura. Vista do mar próximo da encosta com algumas embarcações grandes e muitos botes com tripulação. À margem, estão construções. Em primeiro plano, há dois botes, sendo que em um deles há cerca de sete pessoas negras e uma delas sobe em uma plataforma de madeira. Nessa estrutura, há pessoas negras seminuas encostadas e homens brancos fardados diante de uma mesa onde estão dois homens brancos sentados. Fim da imagem.

LEGENDA: Desembarque, gravura de Johann Moritz Rugendas, 1835. A gravura representa a chegada de africanos escravizados ao Cais do Valongo. FIM DA LEGENDA.

Cais do Valongo

Cais localizado na zona portuária do Rio de Janeiro por onde, segundo alguns historiadores, teriam chegado entre 500 mil e 700 mil africanos escravizados ao Brasil entre 1774 e 1831.

  1. Os locais destacados nos quadros podem ser considerados marcos de memória? Explique.
PROFESSOR Resposta: Sim, pois seus nomes relembram personagens e eventos da história do Rio de Janeiro, como a presença dos afrodescendentes na formação da cidade.
MANUAL DO PROFESSOR

A moderna cultura carioca é altamente tributária do cotidiano dos negros, no que chamamos de Pequena África do Rio de Janeiro. A história do samba é muito tributária dessa experiência sociocultural subalternizada, de negros e brancos, mas especialmente de negros na região portuária e das suas festas, das suas tradições culturais e religiosas. Sua importância histórica para a região é porque dali saiu o que hoje a gente chama de moderna cultura carioca. O samba, por exemplo, obteve influência nas casas das tias baianas e nas festas que lá ocorriam.

ALMEIDA, Elisângela. Pequena África: lugar de luta contra a escravidão no Porto. Jornal da PUC . Disponível em: http://fdnc.io/fYU. Acesso em: 6 maio 2021.

Sobre o Largo João da Baiana, comentar com os alunos que é o mais antigo marco de memória do samba carioca. Foi nesse local que tiveram início as rodas de capoeira e de chorinho. Artistas como Donga, Pixinguinha e João da Baiana eram dessa região. Na foto reproduzida, João da Baiana está tocando pandeiro, Pixinguinha está tocando saxofone e Donga está tocando prato com os seus companheiros.

Informar aos alunos que, em 2017, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) concedeu o título de Patrimônio Histórico da Humanidade ao Cais do Valongo e que o sítio arqueológico Cais do Valongo é o mais importante vestígio material, fora do continente africano, sobre o tráfico de pessoas escravizadas.

Acrescentar que a Casa do Maranhão preserva as tradições culturais da comunidade maranhense no Rio de Janeiro, como o Tambor de Mina, o Tambor de Criola e o Bumba meu boi.

MP088

O Cais do Valongo

Um dos marcos de memória da Pequena África, o Cais do Valongo passou por muitas mudanças ao longo do tempo.

Imagem: Fotografia. Plano aberto de uma área urbana com destaque para o chão com grandes pedras e uma área descoberta. No local, há um obelisco e ao fundo estão alguns prédios.  Fim da imagem.

LEGENDA: Vestígios do Cais do Valongo no município do Rio de Janeiro, no estado do Rio de Janeiro. Foto de 2018. FIM DA LEGENDA.

  1. Qual é a importância da descoberta de vestígios do antigo Cais do Valongo feita em 2011?
    PROFESSOR Resposta: A descoberta de vestígios do antigo Cais do Valongo permite reconstituir parte da história dos africanos escravizados que foram trazidos para o Rio de Janeiro.
  1. Identifique os fatos que contribuíram para que os vestígios do antigo Cais do Valongo ficassem escondidos por tanto tempo.
    PROFESSOR Resposta: As reformas determinadas por Dom Pedro II (aterramento para a construção de um ancoradouro) e pelo prefeito Pereira Passos (criação de um jardim suspenso).
  1. Em casa, reconte a um adulto de sua convivência sobre a história do Cais do Valongo.
    PROFESSOR Resposta: O reconto é uma atividade que estimula a fluência oral.
MANUAL DO PROFESSOR

Orientar os alunos para que leiam individual e silenciosamente o texto introdutório, identificando as mudanças ocorridas ao longo da história e a importância da descoberta dos vestígios arqueológicos do antigo Cais do Valongo.

Solicitar que observem a imagem explorando a região da cidade fotografada, o nome do marco de memória, o local dos vestígios encontrados, a presença de pedras e cascalho e de um cercado no sítio arqueológico, a existência de uma praça pública e de edifícios históricos no local.

Na unidade 4, no contexto da discussão dos conceitos e noções relacionados ao Patrimônio Cultural Mundial no Brasil, o Cais do Valongo será retomado na sua condição de Patrimônio Mundial.

Preservação do patrimônio mundial: responsabilidade do poder público

O Cais do Valongo, maior porto de entrada de negros escravizados na América Latina, recebeu [...] o título de Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). O sítio arqueológico fica na zona portuária do Rio de Janeiro e foi descoberto em 2011, durante escavações das obras do Porto Maravilha.

MP089

Explorar fonte histórica oral

Outra forma de conhecer os lugares de memória africana na cidade do Rio de Janeiro é por meio dos depoimentos das pessoas.

Leia os depoimentos de Carmem e Walmir, moradores da comunidade Pedra do Sal, na Pequena África.

Carmem

O território da Pedra do Sal, como local de chegada, recepção e ajuda entre baianos, no final do século XIX, pode ser ainda evidenciado pelas declarações de uma de suas ilustres representantes, Carmem Teixeira da Conceição, conhecida como Tia Carmem: “Tinha na Pedra do Sal, lá na Saúde, ali que era uma casa de baianos e africanos, quando chegavam da África ou da Bahia. Da casa deles se via o navio, aí já era uma bandeira branca, sinal de Oxalá, avisando que vinha chegando gente”.

Rogério Daflon. O Porto Maravilha é negro. Carta Capital , 22 jul. 2016. Disponível em: http://fdnc.io/fYW. Acesso em: 31 dez. 2020.

Walmir

“Nosso samba de segunda-feira é um projeto que nasceu há sete, oito anos, com uma ideologia por trás. Ele tem uma proposta bem definida de responsabilidade social. Queremos associar a questão da cultura negra [...]. Buscamos desdobramentos que vão além da roda semanal”.

O geógrafo e músico (que integra a roda com a cuíca, o tamborim e o pandeiro) acredita que o samba pode ser mais um instrumento imaterial que possibilite à comunidade se ver e ser vista de outra forma. Segundo ele, o comprometimento que a roda assume com a memória da herança africana é muitas vezes maior do que aquele que os moradores demonstram ter.

Júlia Vilhena Rodrigues. Camadas de memória entre o mar e o morro : da Pequena África ao Porto Maravilha. Monografia (Bacharelado em Ciências Sociais) – Universidade de Brasília, Brasília, 2013. p. 25. Disponível em: http://fdnc.io/fYX. Acesso em: 31 dez. 2020.

  1. Interprete e relacione os dois depoimentos e explique que informações sobre a “Pedra do Sal” foram fornecidas por:
    1. Carmem;
      PROFESSOR Resposta: O depoimento de Carmem permite compreender a comunidade da Pedra do Sal como uma casa que acolhe as pessoas vindas da África ou da Bahia.
    1. Walmir.
      PROFESSOR Resposta: O fato de que existe uma roda de samba toda segunda-feira e o depoente quer associar esse projeto de responsabilidade social à cultura negra.
MANUAL DO PROFESSOR

Para a representante da Unesco no Brasil, Marlova Noleto, a entrega do título não se trata de um prêmio, mas de uma forma de reforçar a responsabilidade do Poder Público em preservar a memória e cultura afrobrasileira.

AGÊNCIA BRASIL. Cais do Valongo recebe título de Patrimônio Mundial da Unesco. Disponível em: http://fdnc.io/fYV. Acesso em: 30 jun. 2021.

Fonte histórica oral: depoimentos

A atividade proposta permite aos alunos interpretar dois depoimentos, compreendendo alguns costumes e hábitos da comunidade Pedra do Sal, na Pequena África.

Promover a leitura coletiva do texto introdutório da seção e dos depoimentos apresentados.

Interpretar os textos com os alunos, relacionando elementos da leitura com as seguintes questões: Quem é a Tia Carmem? Qual é a sua importância para a preservação da memória do bairro? A qual época se refere Tia Carmem? Segundo Walmir, qual atividade cultural acontece no bairro? Qual é a sua proposta? Qual é a relação entre essa atividade e a preservação da memória da cultura negra? Por que moradores como Carmem e Walmir são importantes para suas comunidades?

Orientar a atividade em que os alunos deverão interpretar e relacionar os dois depoimentos, identificando suas semelhanças e diferenças.

Atividade complementar

Se considerar pertinente, propor aos alunos um trabalho com fonte histórica oral, identificando uma pessoa da comunidade que possa contar histórias sobre as mudanças que ocorerram na localidade onde vivem.

Elaborar com os alunos um roteiro de perguntas a serem feitas. Em seguida, convidar a pessoa para vir à escola ou organizar uma visita à casa dela. Se possível, gravar a entrevista. Após a entrevista, analisá-la com os alunos, identificando os pontos destacados pela pessoa entrevistada e refletindo sobre eles.

MP090

Marcos da memória dos imigrantes

As cidades podem ter marcos da memória relacionados aos grupos de imigrantes que vieram para o Brasil, como no bairro de Santa Felicidade, em Curitiba, no Paraná.

  1. Quando for solicitado pelo professor, leia o texto em voz alta.

    Imigração italiana

    Festejar com alegria [...] a construção de Santa Felicidade, bairro criado em 1878 por famílias europeias, vindas da região do Vêneto, norte da Itália. [...]

    Serão três dias de festejos com muita comida italiana, músicas típicas, apresentações de danças folclóricas [...].

    A dupla frango e polenta, tradicional na gastronomia do bairro italiano, marcará presença, mas também haverá outras iguarias preparadas seguindo as receitas dos nonos e das nonas: lambari frito, pão com bife, queijos, salames [...]. Para quem prefere os doces, as opções também serão fartas com cucas, caçarolas italianas, tortas e doces preparados no capricho.

    A animação ficará por conta dos corais e grupos folclóricos que vão se revezar no palco para não deixar ninguém parado.

    [...]

    A herança da imigração italiana em Santa Felicidade está na arquitetura [...], visível nos casarões preservados; na gastronomia, com restaurantes típicos [...]; na venda de artesanato e, é claro, na maneira de falar dos moradores.

    Três dias de festa para comemorar os 141 anos da imigração italiana. Prefeitura Municipal de Curitiba , 18 nov. 2019. Disponível em: http://fdnc.io/fYY. Acesso em: 31 dez. 2020.

Imagem: Fotografia. Destaque de uma pista que apresenta uma construção de um arco e torres. Fim da imagem.

LEGENDA: Entrada do bairro de Santa Felicidade, no município de Curitiba, no estado do Paraná. Foto de 2018. FIM DA LEGENDA.

  1. Localize e retire as informações do texto para responder às questões.
    1. Que acontecimento marca a memória italiana para os três dias de festejo?
      PROFESSOR Resposta: A construção do bairro Santa Felicidade.
    1. Que elementos fazem parte do festejo?
PROFESSOR Resposta: Muita comida italiana, músicas típicas, apresentações de danças folclóricas.
MANUAL DO PROFESSOR

Orientar a leitura em voz alta do texto, contribuindo para a fluência em leitura oral dos alunos.

Identificar com eles: o que estava sendo festejado; de onde vieram os fundadores do bairro; quais elementos compunham a festa; qual era a alimentação tradicional do bairro; que outras iguarias eram servidas e que elementos garantiam a animação.

Destacar também outros elementos culturais que mostram a influência italiana no bairro.

Acompanhar a atividade de localizar e retirar informações do texto, que contribui para aprimorar a compreensão de texto.

Culinária e cultura

Existe no corpo físico dos cadernos e livros de receitas uma memória viva, portanto, mesmo que distantes do tipo de vida levado pelos seus ancestrais, os imigrantes – ao conservarem e utilizarem estes cadernos – devotaram nisso um respeito a sua cultura de origem. O passado acaba sendo revisitado, vindo à tona, em memórias dos cheiros e gostos peculiares da infância, junto de seus primeiros donos. Perder estes livros seria, igualmente, deixar de preservar os sabores do passado, cortando os seus vínculos com os dias atuais. Daí sua importância dentro da cultura imigrante.

MP091

  1. Os fundadores do bairro de Santa Felicidade, em Curitiba, vieram de qual região da Itália?
    PROFESSOR Resposta: Vêneto.
  1. Observe as fotos de alguns alimentos e responda à questão.
Imagem: Fotografia. Uma panela que apresenta um prato de aspecto úmido com pedaços de carne e pasta amarela. Ao lado, uma colher de madeira e um pedaço de tomate cortado. Fim da imagem.

LEGENDA: Frango com polenta. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Um prato que apresenta peixes fritos lado a lado com rodelas de limão cortadas e folhas. Fim da imagem.

LEGENDA: Lambari frito. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Um doce folhado com recheio e comprido sobre um guardanapo. Fim da imagem.

LEGENDA: Strudel. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Sobre um prato, uma fatia de doce amarelo de aspecto firme. Fim da imagem.

LEGENDA: Caçarola italiana. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Sobre uma tábua de madeira, um doce de forma quadrada e aspecto granular e macio. Fim da imagem.

LEGENDA: Cuca italiana. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Sobre uma tábua de madeira, um gomo de salame cortado em fatias. Fim da imagem.

LEGENDA: Salame italiano. FIM DA LEGENDA.

  1. Em casa, converse com um adulto de sua convivência e pergunte que alimentos são típicos do local onde vocês vivem. Conte aos colegas as suas descobertas.
PROFESSOR Resposta pessoal que depende da vivência do aluno.
MANUAL DO PROFESSOR

É fato que os hábitos alimentares são instrumentos vivos que marcam a história das civilizações humanas. Em cada época, os alimentos refletiram os comportamentos da sociedade de acordo com o pensamento político, social e avanço científico. Nesse sentido, não se pode negar que a culinária de um povo representa suas tradições culturais, sua compreensão étnica e de grupo. Guarda em suas receitas um valioso patrimônio que deve ser preservado como qualquer obra de arte ou monumento. Cozinhar é um ato cultural e toda nação ou região tem uma marca que identifica sua cultura culinária. [...]

WITTER, Nikelen A.; FRIEDRICH, Fabiana H. A adaptação da culinária dos imigrantes alemães (Rio Grande do Sul: 1850-1930). Revista Disciplinarum Scientia , Santa Maria, v. 13, n. 1, p. 70, 2012. Disponível em: http://fdnc.io/fYZ. Acesso em: 6 maio 2021.

Orientar a realização da atividade em que os alunos devem observar as fotos e as respectivas legendas, identificando os alimentos representados e conferir no texto, quais desses alimentos são de origem italiana e qual não é.

Atividade complementar

Propor aos alunos a investigação em livros e na internet, de alimentos doces e salgados consumidos tradicionalmente no local onde vivem: nomes dos alimentos; fotos; ingredientes e modo de fazer.Investigar, também, a que grupos sociais do município esses alimentos estão relacionados.

Se possível, solicitar aos alunos que apresentem o resultado das suas pesquisas digitalmente, por meio da elaboração de slides ilustrados com imagens. Esse trabalho pode ser executado por meio de programas específicos de criação, edição e exibição de apresentações. Essa atividade permite aproximar o aluno da Competência Geral 5 e da Competência Específica 7 de História, que envolvem a utilização de tecnologias digitais de informação e comunicação.

Na impossibilidade de uso de recursos digitais, as apresentações podem ser criadas em folhas de papel ou outro suporte.

Boxe complementar:

Para leitura do aluno

Coleção Imigrantes do Brasil, da editora Panda Books.

Nessa coleção, todos os livros são compostos de histórias fictícias, mas baseadas em informações reais, que abordam diferentes povos que vieram para o Brasil. As histórias envolvem sempre a relação de uma criança com seu avô imigrante e, por isso, recebem títulos como Meu avô italiano, Meu avô africano e Meu avô espanhol.

Fim do complemento.

MP092

Marcos da memória portuguesa no Rio de Janeiro

A cidade do Rio de Janeiro teve grande influência dos portugueses.

No período em que o Brasil esteve sob domínio de Portugal, a cidade se tornou o principal local de entrada e de saída de mercadorias e de migrantes. Em 1763, os portugueses decretaram esse importante centro comercial e administrativo como a capital de seus domínios na América.

Em 1808, com a vinda da família real portuguesa para o Rio de Janeiro, a cidade ganhou diversas instituições, como a Biblioteca Real (hoje Biblioteca Nacional), o Museu Real (hoje Museu Nacional) e o Jardim Botânico.

Mesmo após a independência do Brasil em relação a Portugal em 1822, a cidade continuou atraindo muitos imigrantes portugueses.

Observe o quadro com os dados de imigração para a cidade do Rio de Janeiro, apurados no censo realizado em 1890.

Quadro: equivalente textual a seguir.

Principais grupos de imigrantes na cidade do Rio de Janeiro em 1890

Bairro

Ilustração. Bandeira que apresenta uma faixa verde e uma faixa vermelha verticalizadas e sobre as quais há um brasão dourado.

Portugueses

Fotografia. Bandeira que apresenta três listras verticalizadas nas cores verde, branco e vermelho.

Italianos

Fotografia. Bandeira que apresenta três listras horizontalizadas, uma amarela ao centro e duas vermelhas paralelas. No canto esquerdo da faixa amarela, está o brasão.

Espanhóis

Candelária, Santa Rita, Sacramento, São José, Santo Antônio e Santa Tereza

42.913

5.886

5.903

Sant’Anna, Gamboa e Espírito Santo

36.426

7.186

3.070

Glória, Lagoa e Gávea

21.818

1.187

2.426

Engenho Velho, Andaraí, Tijuca e São Cristóvão

19.872

1.697

1.712

Engenho Novo e Méier

8.546

833

717

Fonte: Censo de 1890. Citado em Lená Medeiros de Menezes. Imigração portuguesa: lembranças de terras distantes. Revista do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, n. 6, p. 83, 2012.

  1. Usando os dados da tabela, elabore uma pequena produção de escrita, fazendo uma descrição da imigração no município do Rio de Janeiro em 1890.
    • Faça uma introdução citando os três países com grande quantidade de imigrantes para o Rio de Janeiro.
    • Explique de que país veio a maior quantidade de imigrantes e os bairros onde eles mais se fixaram.
PROFESSOR Atenção professor: Orientar a produção de escrita, retomando com os alunos os dados e os elementos que devem constar do texto. Fim da observação.
MANUAL DO PROFESSOR

Fazer uma leitura dialogada do texto, incentivando a compreensão por meio de perguntas: Qual era a importância do Rio de Janeiro na época de dominação portuguesa? O que aconteceu em 1763? E em 1808? O que ocorreu após a independência?

Orientar também a observação e interpretação da tabela, incentivando os alunos a identificar os grupos de imigrantes, bem como a quantidade dos diferentes imigrantes em cada conjunto de bairros da cidade.

Orientar a produção de escrita, retomando com os alunos os dados da tabela e indicando formas de organizar tais dados em um texto.

Rio de Janeiro: cultura e dualidades

Com a transferência da Corte portuguesa para o Brasil, em 1808, o Rio de Janeiro ampliou suas funções, ganhando uma característica ainda mais cosmopolita, pois se transformou na capital do império português e passou a abrigar na cidade antigas e novas dimensões socioculturais. Dessa combinação resultaram os traços fundamentais da cultura carioca.

Entretanto, antes de receber a função de capital, o Rio de Janeiro já acumulava experiências de cidade mercantil, fazendo do seu espaço urbano um local de trocas em vários níveis e de diferenciações sociais que mostravam um cenário repleto de dualidades.

MP093

Os portugueses, maior grupo de imigrantes europeus no Rio de Janeiro no fim do século XIX e início do século XX, criaram associações específicas que remetiam a suas regiões de origem em Portugal. Por isso, essas associações ficaram conhecidas como casas regionais.

Casas regionais portuguesas

As casas regionais, instituições de caráter local, ligadas às tradições e costumes das regiões de onde seus fundadores advêm, são criadas para estabelecer o elo de memória com a tradição e os costumes da terra natal[,] constituindo verdadeiros lugares de memória [...].

Nas casas regionais, os imigrantes e seus descendentes procuravam manter os costumes e tradições de suas terras natais através de celebrações festivas [...].

Antônio Henrique Seixas de Oliveira. Associações e casas regionais portuguesas na cidade do Rio de Janeiro – lugares de memória. 3 Congresso Internacional Interdisciplinar em Sociais e Humanidades . Salvador, n. 3, v. 6, p. 51 e 62, out. 2014.

Imagem: Fotografia. Fachada de prédio assobrado com formato retangular e que apresenta muitas janelas arqueadas na parte inferior e janelas retangulares com sacada na parte superior. Na entrada, há uma pequena escada dupla e colunas na área da porta. Ao redor, carros estacionados.  Fim da imagem.

LEGENDA: Sede atual da Casa dos Poveiros do Rio de Janeiro, no município do Rio de Janeiro, no estado do Rio de Janeiro. A Casa dos Poveiros foi fundada em 1930 por imigrantes vindos da região portuguesa de Póvoa de Varzim. FIM DA LEGENDA.

  1. Segundo o autor, por que as casas regionais portuguesas são lugares de memória?
PROFESSOR Resposta: Porque nelas os imigrantes portugueses e seus descendentes procuram manter os costumes e as tradições de suas terras natais por meio de festas.
MANUAL DO PROFESSOR

A principal delas era aquela que indicava a existência de duas cidades numa só, duas cidades que ocupavam o mesmo espaço. Uma que recepcionou os valores europeus e os combinou com aqueles da nobreza da terra, tornando-se o principal centro político e econômico do Atlântico Sul, definindo-se como cidade-Corte. Outra, que incorporava as tradições da cidade desde sua fundação e combinava-as com as culturas indígena e africana, mantendo-se, de certa forma, à margem do circuito europeu.

ALEIXO, Mariana de Oliveira; BARTHOLO, Roberto. Tradições culturais e gastronomia carioca. Acervo . Revista do Arquivo Nacional , Rio de Janeiro, v. 28, n. 1, jan./jun. 2015. p. 69.

Orientar a interpretação do texto, identificando com os alunos o tema, a função das casas regionais e sua relação com a preservação da memória dos imigrantes.

Solicitar aos alunos que observem a imagem e identifiquem a localização do prédio, a instituição que ele abriga e o ano em que ela foi fundada. Propor que relacionem as informações do texto com a imagem.

Solicitar aos alunos que identifiquem no texto a palavra “tradição” e perguntar o que eles acham que significa essa palavra, realizando um trabalho com desenvolvimento de vocabulário. Depois, solicitar que eles escrevam pequenas frases utilizando a palavra “tradição”.

Boxe complementar:

Tema contemporâneo transversal: educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras

As atividades propostas permitem aproximar os alunos de alguns marcos da memória das cidades – monumentos, nomes de ruas, festas tradicionais, alimentos típicos, entre outros – de alguns grupos – indígenas, afro-brasileiros e imigrantes – que tiveram e continuam tendo participação marcante nas matrizes históricas e culturais brasileiras.

Fim do complemento.

MP094

Outras casas regionais portuguesas do Rio de Janeiro reúnem portugueses vindos de outras regiões de Portugal, como descrito no texto.

Casa do Minho

A Casa do Minho foi criada com a missão de divulgar a tradição minhota e a gastronomia portuguesa. Nas atividades desenvolvidas pela casa são valorizados os mais diversos aspectos dos povos da tão tradicional região do Minho: sua cultura, sua língua, religião, costumes etc.

[...]

Desenvolvemos diversas atividades socioculturais com os objetivos de:

• Promover a fraternidade luso-brasileira.

• Desenvolver a prática de atividades desportivas, recreativas, culturais e sociais.

• Difundir o culto à comunidade lusíada.

• Lutar pelos interesses da região do Minho, ao norte de Portugal (que compreende as cidades do Minho, Braga, Viana do Castelo, Barcelos e Guimarães), tornando conhecidas sua história e belezas naturais e divulgando também o seu folclore.

• Manter vivas as tradições daquela região de Portugal, por meio das atividades dos três ranchos folclóricos, que são: Rancho Maria da Fonte, Rancho dos Veteranos e Rancho Juvenil.

• Valorizar a gastronomia portuguesa, oferecendo pratos e doces típicos em nosso restaurante.

Casa do Minho. Disponível em: http://fdnc.io/fZ1. Acesso em: 31 dez. 2020.

Glossário:

Gastronomia: conhecimentos sobre preparação de alimentos.

Fim do glossário.

Imagem: Fotografia. Fachada de um prédio de seis pisos e que apresenta dois brasões, um em cada coluna na lateral do prédio. Ao centro, nos pisos superiores, há janelas vazadas. Na parte inferior, janelas retangulares com sacadas e portas com formato arqueado com um toldo na entrada principal. Acima das janelas está escrito na parede “CADA DO MINHO”, seguido por um brasão amarelo e vermelho. Ao lado da entrada, há muitos vasos e um canteiro de plantas.  Fim da imagem.

LEGENDA: Casa do Minho no município do Rio de Janeiro, no estado do Rio de Janeiro. A casa foi fundada em 1924. FIM DA LEGENDA.

  1. Selecione um dos objetivos da Casa do Minho e explique por que ele é importante para os imigrantes portugueses e seus descendentes.
    PROFESSOR Atenção professor: Retomar com os alunos os objetivos citados no texto, orientando-os a escolher um deles e justificar a escolha. Fim da observação.
  1. Releia o glossário sobre o termo “gastronomia”. Escreva uma frase usando essa palavra.
    PROFESSOR Atenção professor: Esta atividade permite ao aluno exercitar o vocabulário, importante na alfabetização. Fim da observação.
MANUAL DO PROFESSOR

Fazer uma leitura do texto, identificando com os alunos os seguintes itens: as cidades portuguesas que fazem parte da região do Minho; o nome da instituição; a missão dela; o que é valorizado e as atividades realizadas.

A partir desse levantamento, os alunos podem realizar as atividades propostas.

Socializar as respostas individuais.

A atividade 3 possibilita desenvolver uma produção de escrita relacionada a um gênero textual – texto informativo –, importante neste momento da aprendizagem dos alunos. Orientá-los a escrever em linguagem clara e objetiva e estruturar o texto em três partes: introdução, desenvolvimento e conclusão.

Futebol e identidade coletiva

Não é descabido [...] falar em tribo no futebol, porém não parece a melhor opção. [...] Talvez seja preferível falar em clã. [...] tomemos uma definição mínima: clã é um grupo que acredita descender de um ancestral comum, mais mítico que histórico, contudo, vivo na memória coletiva. Ainda que todo clube de futebol tenha origem concreta e mais ou menos bem documentada, com o tempo ela tende a ganhar ares de lenda, que prevalece no conhecimento do torcedor comum sobre os dados históricos. É nessa lenda, enriquecida por feitos esportivos igualmente transformados em lenda, que todos os membros do clã orgulhosamente se reconhecem. [...] O clã tem base territorial, mas quando precisa mudar de espaço (jogar em outro estádio) não se descaracteriza. Em qualquer lugar, os membros do clã se reconhecem, dizia o grande sociólogo e antropólogo Marcel Mauss, pelo nome, brasão e totem.

MP095

Outro tipo de associação criada pelos imigrantes portugueses no Rio de Janeiro foram os clubes esportivos.

Observe a linha do tempo abaixo.

Imagem: Ilustração. Uma linha do tempo que parte de 1890 e vai até 1930 com alternância de 10 em 10 anos. 1898. Sessenta e dois portugueses e descendentes fundaram o Club de Regatas Vasco da Gama para participar das regatas, competições de barco a remo ou a vela. 1899. Um grupo de sócios do Vasco da Gama decidiu fundar um novo clube para participar das regatas: o Club de Regatas Guanabara. 1913. Portugueses do Rio de Janeiro fundaram três clubes de futebol, que tiveram curta duração: o Centro Esportivo Português, o Lusitano e o Lusitânia. 1916. Estreia do Vasco da Gama no futebol, que estava se tornando um esporte popular no Brasil. 1924. Criação da Associação Atlética Portuguesa, cujo estádio, de 1965, deu origem ao bairro carioca chamado Portuguesa. 1927. Inauguração do estádio do Vasco da Gama, que deu origem, em 1998, ao bairro carioca chamado Vasco da Gama.  Fim da imagem.
  1. Que bairros do Rio de Janeiro tiveram o nome influenciado pelos clubes de futebol de origem portuguesa?
    PROFESSOR Resposta: Portuguesa e Vasco da Gama.
  1. Escolha um dos clubes do município em que você mora. Em casa, com a ajuda de um adulto de sua convivência, pesquise em jornais, livros ou na internet mais informações e imagens sobre a história desse clube. Com base nessas informações, escreva, em uma folha avulsa, um pequeno texto sobre a história desse clube, inserindo as imagens pesquisadas. Não se esqueça de verificar se esse clube teve influência de algum grupo de migrantes.
PROFESSOR Atenção professor: Orientar a produção do texto, listando com os alunos os principais clubes do município e as fontes de pesquisa que podem ser utilizadas nesse estudo. Fim da observação.
MANUAL DO PROFESSOR

O primeiro elemento é fundamental na vida social, já que o nome do clã identifica os indivíduos [...], pretende em si mesmo ser significativo [...].

O brasão ou escudo dos clubes de futebol constitui seu símbolo [...] maior, usado na camisa dos jogadores, na bandeira, [...] nos produtos que vende. [...]

O terceiro elemento citado por Mauss é importante sem ser indispensável [...]. A palavra totem, vinda do vocabulário dos índios norte-americanos ojibwa com o significado de “sinal”, “marca”, “família”, indica objeto que serve [...] de identificador de pertencimento à comunidade [...]. É a representação de animal (às vezes vegetal, mais raramente de objeto) considerado ancestral e protetor do grupo.

FRANCO JÚNIOR, Hilário. A dança dos deuses . Futebol, sociedade, cultura. São Paulo: Companhia das Letras, 2007. p. 214-220.

Solicitar aos alunos que observem a linha do tempo, destacando seus elementos centrais: nomes dos clubes, datas e país de origem dos fundadores.

Ao propor aos alunos a atividade 6, comentar que, na pesquisa, é preciso selecionar as informações com atenção, ser criterioso com os termos de busca, usar fontes confiáveis e selecionar imagens adequadas.

Atividade complementar

Como fechamento desta sequência didática, sugerimos a organização de uma atividade de campo, com a visita dos alunos a marcos da memória presentes na localidade em que vivem.

O primeiro passo é listar locais representativos de diferentes grupos sociais. Em seguida, providenciar autorização da escola e dos familiares para essa saída. Depois, organizar com os alunos um roteiro para a visita.

No dia combinado, mediar a visita com questões que orientem os alunos na observação. Depois da visita, socializar as descobertas individuais.

MP096

RETOMANDO OS CONHECIMENTOS

Capítulos 5 e 6

Avaliação de processo de aprendizagem

Agora, você vai verificar sua aprendizagem. Responda as atividades a seguir em uma folha avulsa conforme orientação do professor.

  1. Identifique e copie as frases que justificam a importância dos monumentos para a sociedade.
    1. São criados para preservar a memória.
    1. São criados para dar nomes às árvores.
    1. São construídos para marcar os acontecimentos.
      PROFESSOR Resposta: As frases corretas são as indicadas pelas letras a, c.
  1. Você estudou que os monumentos são marcos de memória das cidades.
    1. Cite dois grupos estudados que são pouco representados pelos monumentos.
      PROFESSOR Resposta: As mulheres e os afro-brasileiros.
    1. Escreva um parágrafo explicando por que, de acordo com os pesquisadores, esses dois grupos foram pouco representados.
      PROFESSOR Resposta: A exclusão das mulheres está ligada ao machismo, e a dos afro-brasileiros, ao racismo.
  1. Classifique as frases a seguir, criando duas listas a partir dos grupos indicados.

    Quadro: equivalente textual a seguir.

    Marcos da memória italiana

    Marcos da memória portuguesa

    1. Festa de comemoração da construção do bairro Santa Felicidade, em Curitiba.
      PROFESSOR Resposta: Imigrantes italianos.
    1. Fundação de futebol, como o Vasco da Gama.
      PROFESSOR Resposta: Imigrantes portugueses.
    1. Grandes casarões preservados no bairro de Santa Felicidade.
      PROFESSOR Resposta: Imigrantes italianos.
    1. Associações específicas conhecidas como casas regionais.
      PROFESSOR Resposta: Imigrantes portugueses.
    1. O frango com polenta, o salame e os doces característicos.
      PROFESSOR Resposta: Imigrantes italianos.
    1. Nas casas regionais, os imigrantes e seus descendentes procuravam manter os costumes e as tradições como um lugar de memória de seu país.
      PROFESSOR Resposta: Imigrantes portugueses.
MANUAL DO PROFESSOR

Providenciar folhas avulsas pautadas a serem entregues aos alunos e orientá-los a registrar as respostas das atividades na folha, entregando-as ao final para a correção. Pedir que identifiquem cada resposta com o número correspondente à respectiva atividade.

Intencionalidade pedagógica das atividades

Atividade 1 – Objetivo de aprendizagem: identificar a importância dos monumentos para a sociedade.

Ao solicitar que o aluno leia, interprete e identifique as informações corretas sobre algumas características dos monumentos, a atividade permite verificar se ele alcançou o objetivo estabelecido.

Atividade 2 – Objetivo de aprendizagem: compreender por que alguns grupos sociais são excluídos ou pouco representados nos marcos da memória.

Espera-se que o aluno mencione dois grupos sociais excluídos ou pouco destacados nos monumentos e explique os motivos da não representação desses grupos sociais nos monumentos.

Atividade 3 – Objetivo de aprendizagem: identificar marcos da memória de imigrantes italianos e portugueses.

O aluno deverá identificar alguns marcos da memória dos dois grupos mencionados. Em seguida, ele deverá classificar esses marcos da memória, definindo quais são referentes aos italianos e aos portugueses.

MP097

  1. Observe a imagem abaixo.
Imagem: Fotografia. Estátua de uma mulher de nariz e lábios grossos que usa longo vestido largo e está sentada ao lado de uma criança nua de pé ao seu lado.   Fim da imagem.

LEGENDA: Monumento à Mãe Preta, na praça Castro Alves, no município de Sorocaba, no estado de São Paulo. Foto de 2021. FIM DA LEGENDA.

  1. Qual grupo social está sendo homenageado no monumento?
    PROFESSOR Resposta: Os afro-brasileiros.
  1. Liste três outros marcos da memória da cultura desse grupo estudados.
PROFESSOR Atenção professor: O estudante poderá citar o monumento a Zumbi, a Comunidade Pedra do Sal e o Cais do Valongo. Fim da observação.
  1. Liste três marcos da memória indígena estudados.
    PROFESSOR Atenção professor: O estudante poderá citar três, entre nomes de bairros, nomes de ruas, monumento aos indígenas tamoios, nomes de aves. Fim da observação.
  1. Sobre Zumbi dos Palmares, responda às questões a seguir.
    1. Quem foi ele?
      PROFESSOR Resposta: O líder da resistência contra a escravização.
    1. Qual foi sua contribuição para o povo negro?
      PROFESSOR Resposta: Liderou a resistência contra a escravidão.
    1. Por que ele é representado em diversos monumentos?
      PROFESSOR Resposta: Ele é considerado um símbolo da luta negra.

      Autoavaliação

      PROFESSOR Atenção professor: Incentivar os alunos a se autoavaliarem. Fim da observação.

      Agora é hora de você refletir sobre seu próprio aprendizado.

      Copie as perguntas a seguir e responda cada uma delas com uma das seguintes opções: completamente, parcialmente ou não consegui.

  1. Identifiquei a importância dos monumentos para a sociedade?
  1. Compreendi por que alguns grupos sociais são excluídos ou pouco representados nos marcos da memória?
  1. Identifiquei os marcos da memória dos imigrantes italianos e portugueses?
  1. Listei os marcos da memória relacionados à cultura indígena?
  1. Listei os marcos da memória relacionados à cultura negra?
MANUAL DO PROFESSOR

Atividade 4 – Objetivo de aprendizagem: listar marcos da memória relacionados à cultura afro-brasileira.

Ao solicitar que o aluno identifique o grupo representado pelo monumento e elenque outros três marcos da memória do mesmo grupo, os afro-brasileiros, a atividade permite verificar se ele alcançou o objetivo estabelecido.

Atividade 5 – Objetivo de aprendizagem: listar marcos da memória relacionados aos povos indígenas.

Espera-se que o aluno identifique e elenque três marcos da memória de povos indígenas.

Atividade 6 – Objetivo de aprendizagem: reconhecer a importância de Zumbi dos Palmares como símbolo da luta negra.

O aluno deverá identificar e descrever quem foi Zumbi dos Palmares, a sua contribuição para a história do povo negro e porque ele é importante para a memória da cultura negra.

Autoavaliação

A autoavaliação sugerida permite que o aluno revisite o processo de suas aprendizagens e sua postura de estudante, permitindo que reflita sobre seus êxitos e dificuldades. Nesse tipo de atividade, não cabe atribuir uma pontuação ou conceito ao aluno. Essas respostas também podem servir para uma eventual reavaliação do planejamento do professor ou para que se opte por realizar a retomada de alguns dos objetivos de aprendizagem propostos inicialmente que não aparentem estar consolidados.

MP098

Comentários para o professor:

Conclusão do módulo – capítulos 5 e 6

A conclusão do módulo envolve diferentes atividades ligadas à sistematização dos conhecimentos construídos nos capítulos 5 e 6. Nesse sentido, cabe retomar os conhecimentos prévios dos alunos que foram registrados no Desafio à vista!: Qual é a importância dos marcos de memória das cidades? Sugere-se mostrar para os alunos os registros com o que haviam respondido para a questão problema do módulo e, na sequência, solicitar que identifiquem o que mudou em relação aos conhecimentos que foram apreendidos em relação à memória individual e coletiva referente à história das cidades e aos processos de hierarquização e exclusão na concepção dos marcos de memória.

Verificação da avaliação de processo de aprendizagem

Imagem: Ícone referente à seção. Fim da imagem.

As atividades realizadas na seção Retomando os conhecimentos possibilitaram aos alunos recobrar os conhecimentos trabalhados no módulo dos capítulos 5 e 6 relacionados aos marcos da memória e formas diversas de sociabilidade nas cidades. Por meio da realização das atividades propostas, foi realizada uma avaliação do processo de aprendizagem, favorecendo o acompanhamento dos alunos em uma experiência constante e contínua de avaliação formativa. Sugere-se estabelecer pontuações ou conceitos distintos para cada atividade, valorizando as temáticas e os procedimentos que tiveram maior ênfase pedagógica ao longo da sequência didática.

A página MP193 deste manual apresenta um modelo de ficha para acompanhamento das aprendizagens dos alunos com base nos objetivos de aprendizagem previstos para cada módulo.

Superando defasagens

Imagem: Ícone referente à seção. Fim da imagem.

Após a devolutiva das atividades, identificar se os principais objetivos de aprendizagem previstos no módulo foram alcançados.

MP099

Introdução ao módulo dos capítulos 7 e 8

Este módulo, formado pelos capítulos 7 e 8, interligados por uma questão problema apresentada na seção Desafio à vista!, tem como objetivo possibilitar a reflexão dos alunos sobre os impactos ambientais existentes no espaço urbano e sobre quais fontes históricas permitem analisá-los.

Questão problema

Imagem: Ícone referente à seção. Fim da imagem.

Quais são as fontes históricas para o estudo dos impactos ambientais nas cidades?

Atividades do módulo

Imagem: Ícone referente à seção. Fim da imagem.

Ao demandar a reflexão sobre problemas ambientais urbanos, a leitura e interpretação de imagens e de textos que registram esses problemas, também a comparação de diferentes pontos de vista sobre uma solução proposta para a poluição do ar nas cidades, as atividades do capítulo 7 permitem aos alunos refletir sobre os problemas ambientais e as fontes históricas que permitem estudá-los.

Ao abordar as mudanças e permanências nas formas de coleta, transporte e destino dos dejetos domésticos no Brasil em diferentes tempos, o capítulo 8 amplia o trabalho iniciado no capítulo anterior e possibilita desenvolver a habilidade EF05HI09.

Como pré-requisito é importante que os alunos saibam distinguir o modo de vida urbano do rural.

Principais objetivos de aprendizagem

Imagem: Ícone referente à seção. Fim da imagem.

MP100

DESAFIO À VISTA!

Capítulos 7 e 8

Quais são as fontes históricas para o estudo dos impactos ambientais nas cidades?

CAPÍTULO 7. Impactos ambientais nas cidades

Os habitantes das cidades vivenciam diversos problemas ambientais que podem ser estudados por meio de fontes históricas iconográficas ou visuais, como as fotografias a seguir.

Imagem: A. Fotografia. Destaque da extremidade de uma tubulação da qual escoa água com alguns dejetos. Fim da imagem.

LEGENDA: Cena no município de Salvador, no estado da Bahia. Foto de 2020. FIM DA LEGENDA.

Imagem: B. Fotografia. Destaque da parte traseira de um ônibus que apresenta uma chaminé da qual sai densa fumaça. Fim da imagem.

LEGENDA: Cena no município de São Paulo, no estado de São Paulo. Foto de 2017. FIM DA LEGENDA.

Imagem: C. Fotografia. Destaque da curva de uma rua asfaltada onde está uma pilha de entulho.  Fim da imagem.

LEGENDA: Cena no município de Simões Filho, no estado da Bahia. Foto de 2019. FIM DA LEGENDA.

Imagem: D. Fotografia. Destaque de uma rua que apresenta muitos estabelecimentos comerciais com toldos e fachadas com inscrições. No loca, há algumas pessoas.  Fim da imagem.

LEGENDA: Cena no município de Juazeiro do Norte, no estado do Ceará. Foto de 2017. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Ícone: Atividade oral. Fim da imagem.

  1. Descreva cada fotografia, incluindo elementos naturais, objetos, automóveis e pessoas.
    PROFESSOR Resposta: Na foto A, há encanamentos despejando detritos diretamente no rio; na B, há emissão de fumaça por ônibus; na C, lixo espalhado na rua; e, na D, fachadas de imóveis cobertas por propagandas.
  1. Com base nessa descrição, identifique qual das fotos representa uma situação de:

    Poluição do ar

    PROFESSOR Resposta: Foto B

    Poluição visual

    PROFESSOR Resposta: Foto D

    Poluição da água

    PROFESSOR Resposta: Foto A
    1. Acúmulo de lixo
      PROFESSOR Resposta: Foto C
  1. No município em que você vive, existem situações de poluição? Se sim, de qual tipo?
PROFESSOR Atenção professor: Conversar com os alunos sobre os tipos de poluição citados na questão anterior e a possível presença deles no município em que vivem. Fim da observação.
MANUAL DO PROFESSOR

A BNCC no capítulo 7

Unidade temática

Registros da história: linguagens e culturas.

Objeto de conhecimento

• O surgimento da escrita e a noção de fonte para a transmissão de saberes, culturas e histórias.

Habilidade

• EF05HI09: comparar pontos de vista sobre temas que impactam a vida cotidiana no tempo presente, por meio do acesso a diferentes fontes, incluindo orais.

Boxe complementar:

De olho nas competências

A sequência de atividades deste capítulo aproxima-se da Competência Geral 7 ao demandar dos alunos argumentação com base em fatos e informações para defender suas ideias e pontos de vista, promovendo a consciência socioambiental; aproxima-se também da Competência Específica 6 de História, ao estimular a compreensão de conceitos que norteiam a produção historiográfica por meio de fontes históricas.

Fim do complemento.

Conversar com os alunos sobre a questão problema da seção Desafio à vista!, e registrar os conhecimentos prévios a respeito do tema, guardando esses registros para serem retomados na conclusão do módulo.

MP101

As letras de canções também podem ser utilizadas como fontes históricas para o estudo dos problemas ambientais, como no caso da letra da canção a seguir.

Botaram tanta fumaça

[...] Botaram tanto lixo,

botaram tanta fumaça,

Botaram tanta fumaça

por cima dos olhos dessa cidade,

que essa cidade

tá, tá, tá, tá, tá,

está com os olhos ardendo,

está com os olhos ardendo.

Botaram tanto lixo,

botaram tanta fumaça,

botaram tanto metrô e Minhocão

nos ombros da cidade,

que a cidade

tá, tá, tá, tá, tá.

Está cansada,

sufocada,

está doente,

tá gemendo

de dor de cabeça [...].

Botaram tanta fumaça, de Tom Zé. Todos os olhos . Continental/Warner, 1973. LP.

Glossário:

Minhocão: apelido de uma via elevada para tráfego de automóveis no município de São Paulo, no estado de São Paulo.

Fim do glossário.

Imagem: Ilustração. Muitos sucos de lixo amontoados entre dejetos. Ao fundo, altos edifícios e fumaça. Fim da imagem.

Observação: Imagem com finalidade meramente ilustrativa. Fim da observação.

  1. Interprete e relacione a letra da canção com os problemas da cidade. Copie um dos trechos em que um problema é citado.
    PROFESSOR Atenção professor: O aluno responderá com um dos trechos; “Botaram tanto lixo, botaram tanta fumaça, / Botaram tanta fumaça por cima dos olhos dessa cidade, / que essa cidade tá, tá, tá, tá, tá, / está com os olhos ardendo” ou “Botaram tanto lixo, botaram tanta fumaça, / botaram tanto metrô e Minhocão nos ombros da cidade, / [...] Está cansada, sufocada, / está doente, tá gemendo / de dor de cabeça”. Fim da observação.
  1. Em sua opinião, qual é o significado do trecho da canção que diz que a cidade “está cansada, sufocada, está doente”? Explique.
    PROFESSOR Atenção professor: A atividade possibilita que o estudante exerça sua autonomia, refletindo e se posicionando sobre o tema. Fim da observação.
  1. Em casa, leia em voz alta a letra da canção para um adulto de sua convivência.
    PROFESSOR Atenção professor: A leitura em voz alta para um adulto favorece o desenvolvimento da fluência em leitura oral. Fim da observação.
MANUAL DO PROFESSOR

Boxe complementar:

Tema contemporâneo transversal: educação ambiental

As atividades propostas nesta página e nas seguintes permitem aos alunos refletir sobre alguns problemas ambientais vivenciados pelos habitantes das cidades.

Informar aos alunos que entre as cidades mais poluídas do mundo estão Porto Príncipe (Haiti), Dhaka (Bangladesh) e Calcutá (Índia). No Brasil, entre as mais poluídas estão Rio de Janeiro (RJ), Cubatão (SP) e São Paulo (SP).

Fim do complemento.

Fazer a leitura compartilhada da letra da canção “Botaram tanta fumaça”, propondo aos alunos interpretar e relacionar essa canção, com as fotografias da página anterior. Explorar o título da canção, quais são os problemas da cidade apresentados nela e quais são as consequências disso para a cidade.

Em seguida, orientar os alunos a realizar as atividades propostas, solicitando que socializem suas respostas para a atividade 5.

Se possível, reproduzir a canção em sala de aula para que os alunos a ouçam.

Orientar os alunos na atividade de ler em voz alta para adultos de sua convivência. Essa atividade contribui para o desenvolvimento da fluência em leitura oral, essencial para o processo de alfabetização.

Boxe complementar:

Para leitura do aluno

Azul e Lindo Planeta Terra, Nossa Casa, de Ruth Rocha e Otávio Roth, da editora Moderna.

A obra permite ampliar o trabalho com a questão ambiental. O livro aborda diversos tipos de problemas ambientais e as ações que podem diminuir o impacto ambiental causado pelas ações humanas.

Fim do complemento.

MP102

Diferentes pontos de vista

Um dos problemas ambientais enfrentados pelos moradores das cidades é a poluição do ar, devido, entre outros fatores, aos gases poluentes expelidos pelos escapamentos de veículos coletivos e individuais.

Para diminuir a poluição do ar, o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), aprovado pelo Congresso Nacional em 1997 e que continua vigente no Brasil atual, determina algumas medidas destacadas abaixo.

Código de Trânsito Brasileiro

Art. 104. Os veículos em circulação terão suas condições de segurança, de controle de emissão de gases poluentes e de ruído avaliadas mediante inspeção, que será obrigatória [...].

§ 5ᵒ. Será aplicada a medida administrativa de retenção aos veículos reprovados na inspeção de segurança e na de emissão de gases poluentes e ruído.

Código de Trânsito Brasileiro. Disponível em: http://fdnc.io/fZ2. Acesso em: 31 dez. 2020.

  1. Que medida o Código de Trânsito Brasileiro determinou para controlar a emissão de gases poluentes pelos veículos?
    PROFESSOR Resposta: A inspeção obrigatória dos veículos para controle de emissão de gases poluentes.
  1. O que poderia ocorrer com os veículos reprovados?
    PROFESSOR Resposta: Poderiam ser apreendidos.
  1. Em casa, consulte um adulto de sua convivência e pergunte a ele se é a favor ou contra a inspeção veicular e por que.
    PROFESSOR Atenção professor: Depende da pessoa entrevistada, que poderá alegar ser contra ou a favor da inspeção veicular e explicitar os motivos de sua opinião. Fim da observação.
  1. Quando voltar para a sala de aula, troque ideias com o professor e os colegas e, juntos, façam um levantamento das pessoas que são contra e a favor da inspeção veicular.
    PROFESSOR Atenção professor: Organizar o levantamento da coleta de dados dos estudantes, registrando na lousa as pessoas contra e a favor e os principais motivos. Fim da observação.

Boxe complementar:

Você sabia?

Em 2017, foi publicada uma regulamentação do artigo 104, mas, no ano seguinte, a regulamentação foi suspensa. Ou seja, a lei geral que determina a obrigatoriedade da inspeção veicular continua existindo, mas não foi posta em prática por falta da regulamentação.

As dificuldades na aplicação da inspeção veicular prevista na lei refletem a polêmica existente na sociedade brasileira sobre o assunto.

Fim do complemento.

MANUAL DO PROFESSOR

Fazer uma leitura compartilhada do texto referente ao Código de Trânsito Brasileiro, identificando com os alunos seus elementos principais e destacando a medida proposta para a redução da emissão de gases poluentes no ar.

Orientar também a atividade de conversar, em casa, com os adultos da convivência dos alunos sobre essa lei.

Socializar as descobertas individuais dos alunos.

Fazer a leitura compartilhada do quadro Você sabia?.

O desenvolvimento da argumentação

As maiores dificuldades dos alunos, no processo de ensino-aprendizagem das estratégias argumentativas [...], podem ocorrer porque esses não conseguem diferenciar um assunto, um ponto de vista e um argumento favorável ou contrário a um determinado ponto de vista [...]. Essa distinção é básica para qualquer trabalho com a argumentação e deve ser trabalhada desde as séries iniciais.

Embora a argumentação esteja presente em todos os gêneros discursivos, em maior ou menor grau, alguns gêneros parecem ser mais propícios para desenvolver esta habilidade, do ponto de vista pedagógico. Entre esses estão os chamados gêneros opinativos, em que as estratégias argumentativas são mais explícitas [...]: é o caso do artigo de opinião, do editorial e do debate, por exemplo. [...]

MP103

  1. Quando o professor solicitar, leia em voz alta o texto de uma das opiniões.

    Opinião 1

    Do ponto de vista ambiental, sou favorável à inspeção veicular ambiental. Várias metrópoles do mundo adotaram essa medida para tentar controlar a emissão de gases poluentes e tiveram ótimos resultados. [...]

    A concepção geral é ótima e importante. Deve continuar. Mas o procedimento está errado. Acredito que também seria interessante considerar o tipo de combustível que cada automóvel consome. A poluição gerada pelos veículos realmente é um dos principais problemas para a saúde de quem mora nas grandes cidades. [...]

    Opinião 2

    Sou contra a inspeção veicular porque ela é feita nos carros mais novos, que já têm muita tecnologia. Penso que o desenvolvimento tecnológico e as normas de fabricação já garantem uma melhora nas emissões. Os modelos mais velhos, que são os que mais poluem, ficam fora dessa obrigatoriedade.

    A fiscalização deveria ser restrita a carros fabricados há muitos anos. [...]

    Não achei que a qualidade do ar melhorou após a medida e reparo que as pessoas continuam sofrendo por causa da poluição.

    [...] a proposta da inspeção veicular, acho que ela deveria acontecer também em caminhões e em outros lugares, como as fábricas, que poluem de verdade o meio ambiente. Mas, como sempre, quem acaba pagando a conta é o motorista.

    Revista Carro Hoje , ano 1, n. 19, 2012. p.5.

  1. Interprete e relacione as duas opiniões para responder às seguintes questões.
    1. Qual opinião é favorável à inspeção veicular e que argumentos utiliza?
      PROFESSOR Resposta: Texto 1.
      PROFESSOR Atenção professor: Os alunos podem citar: várias metrópoles do mundo adotaram essa medida e tiveram ótimos resultados; a poluição gerada pelos veículos realmente é um dos principais problemas para a saúde de quem mora nas grandes cidades. Fim da observação.
    1. Qual opinião é contrária à inspeção veicular e que argumentos utiliza?
      PROFESSOR Resposta: Texto 2.
      PROFESSOR Atenção professor: Os alunos podem citar que a inspeção é feita apenas nos carros mais novos, que já têm tecnologia para melhorar a emissão, e que ela deveria ser restrita a carros mais antigos. Podem citar também que o entrevistado julga que a qualidade do ar não melhorou, e os caminhões e as fábricas também deveriam ser controlados. Fim da observação.

      Imagem: Ícone: Converse com seu colega. Fim da imagem.

      Imagem: Ícone: Atividade em grupo. Fim da imagem.

  1. O professor vai dividir a classe em dois grupos para organizar um debate sobre a inspeção veicular como medida de diminuição da poluição do ar nas cidades.
    1. Retome com seu grupo os argumentos citados nos textos e outros que considerarem pertinentes.
    1. Bom debate!

Grupo 1

Favorável à inspeção veicular

Grupo 2

Contrário à inspeção veicular

PROFESSOR Atenção professor: Orientar a retomada dos argumentos e a organização do debate. Fim da observação.
MANUAL DO PROFESSOR

[...], o trabalho com esse gênero, no que se refere à leitura, passa, inicialmente pela identificação do assunto que é abordado no texto, do ponto de vista defendido a respeito desse assunto, dos argumentos utilizados para a defesa desse ponto de vista e pela identificação da proposta de intervenção social (se houver). [...]

NASCIMENTO, Erivaldo P. do. O ensino da argumentação nos processos de leitura e de análise linguística na Educação Básica. CASA : Cadernos de Semiótica Aplicada , Araraquara, v. 13, n. 2, 2015. p. 414-416.

Orientar a leitura em voz alta dos textos, o que contribui para o desenvolvimento da fluência em leitura oral.

Solicitar aos alunos que leiam as opiniões 1 e 2 e identifiquem o tema, a fonte, a opinião sobre a inspeção veicular e os argumentos favoráveis e contrários a essa estratégia para reduzir a poluição do ar.

Orientar os alunos a relacionar e interpretar as informações dos dois textos, contribuindo para o desenvolvimento da proficiência em compreensão de texto.

Orientar também a organização do debate, destacando a importância do uso de argumentação consistente.

Boxe complementar:

De olho nas competências

A atividade proposta permite trabalhar com o aluno a argumentação, uma prática que está presente na Competência Geral 7, na Competência Específica 6 das Ciências Humanas e na Competência Específica 3 de História.

Fim do complemento.

MP104

Tempo, tempo...

Os moradores de algumas cidades brasileiras vivenciaram intensamente o problema da poluição do ar. Conheça na linha do tempo a história da cidade de Cubatão, no estado de São Paulo, em relação a esse problema.

Imagem: Ilustração das páginas 75 e 76. Linha do tempo que parte de 1950 a 2020 com alternância de dez anos. De alguns pontos partem fotografias. 
1955. A instalação de uma refinaria de petróleo atraiu muitas indústrias para Cubatão. 
Fotografia em preto e branco. Destaque de altas estruturas engradadas, com torres e tonéis.  
1975. O grande número de indústrias que formavam o polo industrial de Cubatão causava intensa poluição do ar, o que prejudicava a vegetação, os animais silvestres e a saúde dos moradores locais, que desenvolviam problemas respiratórios. 
1980. Cubatão foi declarada a cidade mais poluída do mundo pela Organização das Nações Unidas (ONU). 
Fotografia. Uma área urbana. Em primeiro plano, quatro crianças caminham. Ao fundo, pessoas, casebres e construções com chaminés das quais partem muita fumaça.  
1982. A condição de poluição do ar em Cubatão era tão grave que a cidade passou a ser conhecida como “Vale da Morte”. 
Fotografia em preto e branco. Destaque de uma área com muitos casebres, postes de iluminação e densa fumaça. 
1990. A comunidade, o governo e as indústrias se uniram para reduzir a poluição do ar por meio de medidas como a instalação de filtros nas chaminés das fábricas. 
1992. A cidade reduziu cerca de 90% a poluição do ar e recebeu da ONU o título de “Cidade Símbolo da Recuperação Ambiental”. 
Cartaz. Uma faixa com ilustrações de árvores, pássaros, criança brincando com pipa, pessoas andando de bicicleta, correndo e também sentadas em bancos. Ao fundo, prédios. Abaixo, a inscrição: “Cubatão+20. CIDADE SÍMBOLO MUNDIAL EM RECUPERAÇÃO AMBIENTAL — ONU/1992”.  
2014. A Organização Mundial da Saúde (OMS) avaliou que a condição da poluição do ar em Cubatão estava próxima dos limites aceitáveis. 
Fotografia. Vista aérea de uma extensa área verde ao redor de uma cidade. Do lado direito, ampla construção com galpões e torre. 
 Fim da imagem.
MANUAL DO PROFESSOR

Noções temporais: anterioridade e posterioridade

A análise da linha do tempo permite aos alunos identificar mudanças e permanências na relação entre sociedade e ambiente em uma cidade brasileira.

Observar a linha do tempo com os alunos, explorando os elementos apresentados.

Problematizar a análise da linha do tempo perguntando aos alunos: Qual é a relação entre industrialização, poluição do ambiente e poluição do ar? E qual é a responsabilidade dos governantes? Após a análise, solicitar aos alunos que registrem as respostas no caderno para serem consultadas posteriormente.

Ler com os alunos os textos dos quadros da linha do tempo, explorando as informações.

Ampliar a discussão sobre o tema, perguntando: Como os governos podem evitar que situações como a da cidade de Cubatão ocorram? Que medidas podem ser tomadas pelas indústrias para evitar a poluição do ambiente? E como a população local pode intervir?

História e ambiente

[...] quando os historiadores se voltam para o tema da natureza da forma específica como têm feito, evidenciam como vivem em um lugar social e não no “mundo da lua”. Apresentam-se como homens em diálogo com seu tempo e, principalmente, como pesquisadores de um saber não apenas válido, mas essencial para compreendermos nosso presente e atuarmos na construção de nosso futuro.

Compreender a historicidade das relações entre a sociedade e a natureza pode, certamente, dar-nos instrumentos para assumir uma postura mais crítica frente aos debates sobre o ambiente. Tornarmo-nos mais capazes de perceber mais claramente tanto as falácias do desenvolvimentista como as idealizações autoritárias de algumas propostas ecológicas “alternativas”. Conhecer a história possibilita o amadurecimento das posturas a serem assumidas em defesa da sociedade, numa visão para além de “isso é certo, isso é errado” ou “esses são os bonzinhos e aqueles são os malvados”. [...]

MP105

  1. O recebimento do título de “Cidade Símbolo da Recuperação Ambiental” foi antes ou depois de Cubatão ser declarada a “cidade mais poluída do mundo?”
    PROFESSOR Resposta: Depois.
  1. Ocorreram mudanças na situação da poluição em Cubatão entre 1980 e 1990? Em caso afirmativo, quais foram elas?
    PROFESSOR Resposta: Em 1980, Cubatão foi declarada a cidade mais poluída do mundo; em 1990, a comunidade, o governo e as indústrias se uniram para reduzir a poluição do ar por meio de medidas como a instalação de filtros nas chaminés das fábricas.
MANUAL DO PROFESSOR

No mundo em que vivemos, e já há muitas décadas, a questão ambiental tornou-se um dos mais relevantes impasses a serem enfrentados para a humanidade. A história, ao se voltar para o tema de forma sistemática e minuciosa, cumpre um importante papel. O vigor e a promessa dessa nova perspectiva, pela qual tantos estudiosos vêm se interessando [...] são o fato de que ela poderá (ainda que não necessariamente, é claro) servir prioritariamente à vida e, mais que à sua mera conservação, poderá constituir-se em prol da afirmação de sua abundância. Daí, a história poderá honrar, mais uma vez, a sua disposição de ligar-se à vida presente e aos homens presentes.

DUARTE, Regina Horta. História & Natureza . Belo Horizonte: Autêntica, 2005. p. 32-33.

Atividade complementar

Se considerar pertinente, amplie o trabalho com a linha do tempo, propondo aos alunos que elaborarem uma linha do tempo pessoal, com os acontecimentos ocorridos na vida deles. Caso tenha acesso à internet em sua escola, pesquisar vários modelos de linha do tempo.

Lembrar aos alunos que os intervalos entre uma data e outra devem ser proporcionais e que a linha deve começar no ano de nascimento deles e terminar no tempo presente.

Solicitar a cada aluno que apresente à turma sua linha do tempo, localizando o ano de nascimento e os acontecimentos, como visitas a parentes, eventos ou passeios com a escola, viagens, entre outros.

Após a produção da linha do tempo, lançar um desafio: para cada data (mês ou ano) destacada na linha, o aluno deve pesquisar um acontecimento histórico da cidade, do estado ou do país.

Solicitar aos alunos que adicionem as informações pesquisadas à linha do tempo. A atividade proporciona o desenvolvimento de noções sobre os conceitos de duração e simultaneidade, alguns aspectos de habilidades historiográficas.

MP106

CAPÍTULO 8. Os dejetos domésticos

Os impactos ambientais nas cidades podem ser estudados também por meio de fontes históricas materiais, como objetos e construções de outros tempos.

Há cerca de 300 anos, as pessoas costumavam utilizar penicos e urinóis para coletar os dejetos domésticos, que depois eram descartados diretamente nas ruas, nos rios ou no mar.

Imagem: Fotografia. Um objeto em formato ovalar, cavidade redonda e interior oco com um pegador lateral e superfície prateada. Fim da imagem.

LEGENDA: Penico de estanho, de cerca de 1780. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Três objetos semelhantes de louça que apresentam interior oco, formato comprido e superfície com desenhos em cor azul e branca.  Fim da imagem.

LEGENDA: Urinóis de cerâmica, de cerca de 1850. FIM DA LEGENDA.

Apenas nas casas das pessoas com melhores condições financeiras havia latrinas como a retratada na fotografia abaixo.

Imagem: Fotografia. Interior de um espaço que apresenta um assento de alvenaria com duas aberturas ovalares na superfície. Na parede, janela com duas aberturas ovalares vazadas.  Fim da imagem.

LEGENDA: Latrinas em antiga residência do século XVIII, atual Casa dos Contos, no município de Ouro Preto, no estado de Minas Gerais. FIM DA LEGENDA.

  1. Essas latrinas são semelhantes aos vasos sanitários da maioria das moradias na atualidade? Explique.
    PROFESSOR Resposta: Não, pois eram apenas buracos dispostos lado a lado, sem privacidade e sem tampa.
  1. Em casa, conte a um adulto de sua convivência como eram as latrinas em algumas casas no século XVIII.
PROFESSOR Atenção professor: Essa atividade possibilita ao aluno expressar-se e exercitar a oralidade. Fim da observação.
MANUAL DO PROFESSOR

A BNCC no capítulo 8

Unidade temática

Registros da história: linguagens e culturas.

Objetos de conhecimento

• As tradições orais e a valorização da memória.

• O surgimento da escrita e a noção de fonte para a transmissão de saberes, culturas e histórias.

Habilidade

• EF05HI09: comparar pontos de vista sobre temas que impactam a vida cotidiana no tempo presente, por meio do acesso a diferentes fontes, incluindo orais.

Boxe complementar:

De olho nas competências

A sequência de atividades deste capítulo permite aos alunos se aproximar da Competência Geral 7, ao propor a argumentação com base em fatos e informações para defender ideias e pontos de vista, promovendo a consciência socioambiental, e da Competência Específica 6 de História, ao estimular a compreensão de conceitos que norteiam a produção historiográfica, por meio de fontes históricas.

Fim do complemento.

Destacar o uso dos utensílios para o descarte manual de dejetos – penicos e urinóis – utilizados pelas pessoas há cerca de 300 anos.

Comentar com os alunos que o tratamento dado aos dejetos gerava frequentes queixas dos moradores. Nas cidades, era comum o despejo dos penicos cheios do alto dos sobrados, atingindo, muitas vezes, os pedestres.

Orientar a atividade de reconto, em que os alunos devem contar para um adulto da convivência deles as informações que obtiveram em classe.

MP107

Há cerca de 150 anos, na maioria das cidades brasileiras, o esgoto continuou sendo despejado nas ruas, nos rios e no mar. Poucas cidades iniciaram nessa época a construção de redes de coleta de esgoto, mas elas eram restritas ao centro das cidades, e os moradores dos bairros mais afastados continuaram sem acesso à rede de coleta de esgoto.

Os cartuns, como o reproduzido abaixo, são um tipo de desenho humorístico que pode ser utilizado como fonte histórica sobre esse período.

Imagem: Cartum em preto e branco. Um grupo composto por mulheres, homens e crianças se banha à- beira-mar. Os adultos estão vestidos e as crianças estão com a patê superior do corpo descoberta. Um homem segura um cachorro no colo. Na areia, há algumas barracas montadas. Fim da imagem.

LEGENDA: Cartum de 1874 representando pessoas tomando banho de mar no Rio de Janeiro. FIM DA LEGENDA.

  1. Que tipo de roupa as pessoas representadas no cartum estão utilizando para tomar banho de mar?
    PROFESSOR Atenção professor: Espera-se que os alunos percebam que os adultos foram representados usando trajes de banho que cobriam a maior parte do corpo. Os únicos sem camisa e com calções são os meninos. Fim da observação.
  1. Levando em conta o destino do esgoto na maioria das cidades brasileiras nessa época, responda: que tipos de problema as pessoas retratadas poderiam sofrer? Por quê?
    PROFESSOR Atenção professor: Espera-se que os alunos relacionem o destino do esgoto na maioria das cidades brasileiras nessa época (jogado nas ruas, nos rios ou no mar) com possíveis doenças e problemas de saúde decorrentes do contato das pessoas com os dejetos domésticos. Fim da observação.

    Imagem: Ícone: Atividade em grupo. Fim da imagem.

  1. O professor vai dividir a turma em grupos que vão investigar doenças que podem ser transmitidas pelo despejo dos dejetos diretamente nos rios e mares.

    No dia combinado com o professor, produzam cartazes ou cartuns ou utilizem meios digitais para comunicar as informações coletadas aos colegas.

PROFESSOR Atenção professor: Orientar a investigação, listando com os alunos as fontes de pesquisa que poderão ser utilizadas e combinando um tempo. Auxiliar também na organização dos grupos para a apresentação. Fim da observação.
MANUAL DO PROFESSOR

A análise do cartum permite aos alunos refletir sobre a importância desse tipo de fonte histórica para o estudo das formas de descarte dos dejetos domésticos nas cidades brasileiras ao longo do tempo.

Orientar coletivamente a observação do cartum, identificando com os alunos: as ações realizadas pelas personagens; o local onde ocorrem essas ações; as possíveis consequências dessas ações para a saúde dos seres humanos, considerando que os dejetos eram despejados nos rios e no mar.

Atividade complementar

Propor aos alunos que pesquisem quais doenças podem ser transmitidas pelo despejo dos dejetos diretamente nas águas dos rios e dos mares.

Indicar fontes de pesquisa: sites, livros de Ciências Naturais, revistas especializadas etc.

Solicitar que registrem o nome, os sintomas e as formas de tratamento das doenças transmissíveis pelas águas contaminadas por dejetos. Ao final da investigação, orientar os alunos na comunicação e apresentação da produção que desenvolveram, confeccionando cartazes, cartuns ou outra forma de comunicar as informações coletadas.

Boxe complementar:

Tema contemporâneo transversal: saúde, vida familiar e social

Este é um bom momento para uma roda de conversa com os alunos sobre hábitos de higiene e sua importância para a preservação da saúde pessoal e dos familiares.

Fim do complemento.

MP108

Mudou ou não mudou?

Há cerca de 100 anos, algumas cidades brasileiras passaram a construir suas redes de esgoto. Porém, a maioria dos brasileiros vivia em localidades nas quais os dejetos continuavam sendo despejados diretamente nas ruas, sem rede de esgoto, que facilitava a transmissão de doenças.

Imagem: Fotografia sépia. Destaque de uma ladeira com chão de terra, arbustos e árvores de um lado e casebres com portas e janelas voltadas diretamente para rua do outro. Ao fundo, construções à beira-mar, com algumas embarcações, e vegetação. Fim da imagem.

LEGENDA: Rua sem rede de esgoto no município de Salvador, no estado da Bahia. Foto de cerca de 1880. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia sépia. Destaque de uma ladeira com chão de terra por onde caminham algumas pessoas. No canto direito, uma vala comprida e estreita. Do lado esquerdo, casebres de madeira com muros feitos com pedaços de telhas e ripas também em madeira.  Fim da imagem.

LEGENDA: Rua sem rede de esgoto na cidade do Rio de Janeiro, no estado do Rio de Janeiro. Foto de 1912. FIM DA LEGENDA.

  1. Há 100 anos, qual era o destino dos dejetos domésticos na maioria das localidades? O que isso causava?
PROFESSOR Resposta: Na maioria das localidades, os dejetos domésticos eram jogados diretamente nas ruas, o que facilitava a disseminação de doenças.
MANUAL DO PROFESSOR

Observar e interpretar as imagens com os alunos explorando alguns elementos, como: as características das ruas das cidades representadas; o período; o fato de os bairros serem provavelmente afastados da região central; a presença de ruas de terra e de casas de alvenaria e de madeira; a possível convivência das pessoas com os dejetos e a presença de áreas elevadas, que facilitavam o escoamento de dejetos domésticos para os rios, os lagos e o mar.

Associar esses aspectos à ausência de rede de esgoto e a problemas de saúde pública.

Boxe complementar:

Tema contemporâneo transversal: educação em Direitos Humanos

Conversar com os alunos sobre a existência de leis que garantem a todos os brasileiros o direito de acesso a uma rede adequada de coleta e tratamento de esgoto.

Informar que, contudo, essas leis nem sempre são respeitadas pelos governantes e que, em 2020, 4 em cada 10 brasileiros não tinham acesso a uma rede adequada de esgoto, conforme dados da reportagem da Agência Brasil, disponível no link: http://fdnc.io/fZ3. Acesso em: 14 maio 2021.

Incentivar a reflexão sobre medidas que poderiam ser tomadas para resolver esse problema.

Fim do complemento.

A história oral na sala de aula

Seja por seu papel valioso como fonte e como processo de construção de conhecimento, seja pela riqueza inerente à experiência educacional de ouvir e de registrar histórias, a prática da história oral pode ser transposta para o ambiente educacional de maneira promissora e instigante. Sob variadas formas, ela pode ser utilizada em sala de aula como instrumento pedagógico interdisciplinar, que permite a estudantes (e a professores também) aprenderem com relatos oferecidos em primeira mão, com testemunhos originais que reforçam sentimentos de pertencimento, integração e responsabilidade histórica. Felizmente, parece estar ficando para trás o tempo em que as instituições públicas e privadas demonstravam pouca atenção com a preservação, o registro e a valorização da memória. [...]

MP109

Explorar fonte histórica oral

Depoimentos de pessoas, como os dos moradores do município de Japeri, no estado do Rio de Janeiro, também podem ser utilizados como fontes históricas orais para o estudo dos problemas ambientais.

Moradores do município de Japeri, no estado do Rio de Janeiro

Catlein Santos, estudante e moradora de Japeri, onde não existe tratamento de esgoto, lembra que na época da mãe dela o Rio [...] não era cheio de lixo. Atualmente, o esgoto produzido nas casas dos moradores é lançado diretamente no leito do rio.

“Minha mãe falava que esse rio aqui não tinha esgoto e não tinha esse negócio de garrafa jogada e poluição que tem agora”, lembrou Catlein.

Hercules Trigoli, também morador de Japeri, conta como funciona o sistema de esgoto local.

“O rio é repleto de canos que descem direto das casas. Você aperta a descarga e vai para o rio”, contou Trigoli.

Chico Regueira e Raoni Alves. Nove cidades da Região Metropolitana do RJ não têm nenhum tratamento de esgoto. G1 , 16 jul. 2020. Disponível em: http://fdnc.io/fZ4. Acesso em: 31 dez. 2020. Título adaptado.

Imagem: Fotografia. Destaque de um rio que corre margeado por paredões inclinados de terra e grama. Ao redor, árvores, uma rua de terra de um lado e outra rua asfaltada do outro lado do rio. Fim da imagem.

LEGENDA: Vista de rio no município de Japeri, no estado do Rio de Janeiro. Foto de 2018. FIM DA LEGENDA.

  1. Localize e retire do depoimento informações para responder às questões.
    1. Como era o rio na época em que a mãe de Catlein Santos era jovem e como é atualmente?
      PROFESSOR Resposta: O rio não tinha esgoto, lixo e nem a poluição que tem agora. Atualmente, o esgoto produzido nas casas dos moradores é lançado diretamente no leito do rio.
    1. De acordo com Hercules Trigoli, como funciona o esgoto local?
      PROFESSOR Resposta: O rio é repleto de canos que descem das casas. Ao apertar a descarga, o esgoto vai direto para o rio.
MANUAL DO PROFESSOR

[...] O uso programado da história oral – indo além de um exercício episódico com entrevistas nas aulas de História – pode servir a diferentes disciplinas, inclusive a projetos interdisciplinares; pode ajudar os estudantes a descobrirem mais sobre assuntos específicos e, ao mesmo tempo, a treinarem habilidades amplas, pode contribuir para o aperfeiçoamento do raciocínio e do senso crítico, para estimular a curiosidade e a inciativa, para refinar a sensibilidade e a perspicácia no trato com o outro. [...]

SANTHIAGO, Ricardo; MAGALHÃES, Valéria B. de. História oral na sala de aula . Belo Horizonte: Autêntica, 2015. p. 7-8. (Coleção Práticas Docentes).

Fonte histórica oral: depoimento

A atividade proposta permite aos alunos explorar fontes históricas orais – os depoimentos – que trazem outra visão sobre os impactos sociais e ambientais causados pela ausência de políticas públicas voltadas à implementação de projetos de saneamento básico.

Explorar com os alunos as informações dos dois depoimentos. Para isso, propor as seguintes questões: Catlein e Hercules moram em qual município e estado? Como era o rio quando a mãe de Catlein era jovem? E como ele é atualmente? Quais são as condições da rede de esgoto no município? Que soluções vocês dariam para os problemas apontados nos depoimentos?

MP110

RETOMANDO OS CONHECIMENTOS

Capítulos 7 e 8

Avaliação de processo de aprendizagem

Agora, você vai verificar sua aprendizagem. Responda as atividades a seguir em uma folha avulsa conforme orientação do professor.

  1. Observe a imagem a seguir.
Imagem: Fotografia. Destaque de um córrego com dejetos margeado por arbustos e pequenas casas com paredes sem reboco e caixa d’água no telhado.  Fim da imagem.

LEGENDA: Córrego da Cruz Negra, poluído por lixo e descarte de esgoto, no município de São Paulo, no estado de São Paulo. Foto de 2019. FIM DA LEGENDA.

  1. A imagem acima representa que tipo de fonte histórica: escrita, oral, material ou visual?
    PROFESSOR Resposta: Visual.
  1. Explique a importância dessa fonte histórica para o estudo dos problemas ambientais.
    PROFESSOR Atenção professor: O aluno irá explicar que essa fonte histórica registra a quantidade de lixo e esgoto saindo dos canos, jogados no córrego, provocando impacto ambiental, que pode estar relacionado com mau cheiro e transmissão de doenças. Fim da observação.
  1. Classifique as frases a seguir, criando duas listas a partir dos pontos de vista sobre a inspeção veicular como uma das soluções para a poluição do ar nas cidades.

    Pontos de vista favoráveis

    Pontos de vista contrários

    1. A inspeção veicular ambiental é importante, pois é uma medida para controlar a emissão de gases dos veículos.
      PROFESSOR Resposta: Favorável
    1. A inspeção veicular só é feita nos carros mais novos que já contam com tecnologia.
      PROFESSOR Resposta: Contrário.
    1. A inspeção veicular deveria ser feita apenas para os veículos mais velhos, que são os que mais poluem o ar, emitindo gases.
      PROFESSOR Resposta: Contrário.
    1. Muitas cidades grandes adotaram a inspeção veicular e obtiveram sucesso.
      PROFESSOR Resposta: Favorável.
MANUAL DO PROFESSOR

Providenciar folhas avulsas pautadas a serem entregues aos alunos e orientá-los a registrar as respostas das atividades na folha, entregando-as ao final para a correção. Pedir que identifiquem cada resposta com o número correspondente à respectiva atividade.

Intencionalidade pedagógica das atividades

Atividade 1 – Objetivo de aprendizagem: reconhecer a importância das fontes históricas iconográficas ou visuais no estudo dos problemas ambientais.

O aluno deverá identificar o tipo de fonte histórica reproduzido (fotografia), sua classificação (fonte histórica visual), as informações sobre questões ambientais que são possíveis de obter dessa fonte e a importância que as fontes têm para os estudos históricos.

Atividade 2 – Objetivo de aprendizagem: comparar diferentes pontos de vista sobre as soluções para a poluição do ar nas cidades.

Ao solicitar que o aluno leia, interprete e classifique frases curtas usando como critério os argumentos favoráveis e contrários à inspeção veicular como forma de contenção da poluição do ar nas cidades, a atividade permite verificar se ele alcançou o objetivo de aprendizagem estabelecido.

Atividade 3 – Objetivo de aprendizagem: identificar soluções para a poluição do ar nas cidades.

O aluno deverá observar e interpretar algumas frases, selecionando aquelas que representam medidas para a diminuição da poluição do ar nas cidades.

MP111

  1. Identifique as medidas que contribuem para diminuir a poluição do ar nas cidades.
    1. Evitar andar apenas de automóvel e preferir andar a pé.
    1. Cuidar bem dos cursos de água.
    1. Utilizar transportes públicos de massa.
  1. Manter os veículos regulados para minimizar a emissão de gases.
  1. Não utilizar a buzina sem necessidade.
  1. Utilizar filtros nas chaminés das fábricas.
PROFESSOR Resposta: As frases corretas são as indicadas pelas letras a, c, d, f.
  1. Explique as formas de coleta e de descarte das fezes e da urina nas cidades brasileiras há cerca de 300 anos e atualmente.
    PROFESSOR Resposta: Há cerca de 300 anos eram utilizados penicos e urinóis para a coleta dos dejetos domésticos, que eram jogados nas ruas ou diretamente nos rios e no mar. Atualmente há redes de esgoto em parte das cidades, mas ainda há muitos municípios que descartam os dejetos direto nos rios e no mar.
  1. Você leu os depoimentos de dois moradores do município de Japeri, no Rio de Janeiro. Sobre eles, responda às questões.
    1. Que tipo de fonte histórica representam?
      PROFESSOR Resposta: Oral.
    1. Segundo eles, o descarte do esgoto está adequado em Japeri? Por quê?
      PROFESSOR Resposta: Não, pois é jogado diretamente nos rios, sem tratamento.

      Autoavaliação

      PROFESSOR Atenção professor: Incentivar os alunos a se autoavaliarem. Fim da observação.

      Agora é hora de você refletir sobre seu próprio aprendizado.

      Copie as perguntas a seguir e responda cada uma delas com uma das seguintes opções: completamente, parcialmente ou não consegui.

  1. Reconheci a importância das fontes históricas visuais para o estudo dos problemas ambientais?
  1. Analisei e interpretei a fotografia facilmente?
  1. Compreendi os diferentes pontos de vista sobre soluções para a poluição nas cidades?
  1. Expliquei as formas de coleta e tratamento do esgoto há 300 anos e atualmente?
  1. Realizei a leitura dos textos dos capítulos 7 e 8 com facilidade?
MANUAL DO PROFESSOR

Atividade 4 – Objetivo de aprendizagem: compreender as formas de coleta e tratamento do esgoto em diferentes tempos.

Espera-se que o aluno cite os utensílios utilizados na coleta de dejetos domésticos há 300 anos e explique como eram descartados. Ele deverá também explicar como é feito o descarte de dejetos atualmente.

Atividade 5 – Objetivo de aprendizagem: reconhecer a importância das fontes históricas orais no estudo dos problemas ambientais.

O aluno deverá identificar os depoimentos como fontes históricas orais e explicar as informações sobre os problemas ambientais obtidas por meio dos depoimentos lidos na página 79.

Autoavaliação

A autoavaliação sugerida permite ao aluno revisitar o processo de aprendizagem e sua postura de estudante, permitindo que reflita sobre seus êxitos e dificuldades. Nesse tipo de atividade, não cabe atribuir uma pontuação ou conceito ao aluno. Essas respostas também podem servir para uma eventual reavaliação do planejamento do professor ou para que se opte por realizar a retomada de alguns dos objetivos de aprendizagem propostos inicialmente que não aparentem estar consolidados.

MP112

Comentários para o professor:

Conclusão do módulo – capítulos 7 e 8

A conclusão do módulo envolve diferentes atividades ligadas à sistematização dos conhecimentos construídos nos capítulos 7 e 8. Nesse sentido, cabe retomar os conhecimentos prévios dos alunos que foram registrados no Desafio à vista!: Quais são as fontes históricas para o estudo dos impactos ambientais nas cidades? Sugere-se mostrar para os alunos os registros com o que haviam respondido para a questão problema do módulo e, na sequência, solicitar que identifiquem o que mudou em relação aos conhecimentos que foram apreendidos em relação aos impactos ambientais existentes no espaço urbano e sobre quais fontes históricas permitem analisá-los.

Verificação da avaliação de processo de aprendizagem

Imagem: Ícone referente à seção. Fim da imagem.

As atividades propostas na seção Retomando os conhecimentos possibilitaram aos alunos retomar os conhecimentos trabalhados no módulo dos capítulos 7 e 8 relacionados aos impactos ambientais que atingem o espaço urbano, suas consequências e as fontes históricas que possibilitam estudá-los. Por meio das atividades propostas, foi realizada uma avaliação do processo de aprendizagem favorecendo o acompanhamento dos alunos em uma experiência constante e contínua de avaliação formativa. Sugere-se estabelecer pontuações ou conceitos distintos para cada atividade, valorizando as temáticas e os procedimentos que tiveram maior ênfase pedagógica ao longo da sequência didática.

A página MP193 deste manual apresenta um modelo de ficha para acompanhamento das aprendizagens dos alunos com base nos objetivos de aprendizagem previstos para cada módulo.

Superando defasagens

Imagem: Ícone referente à seção. Fim da imagem.

Após a devolutiva das atividades, identificar se os principais objetivos de aprendizagem previstos no módulo foram alcançados.

• Reconhecer a importância das fontes históricas iconográficas ou visuais e orais no estudo dos problemas ambientais.

• Comparar diferentes pontos de vista sobre as soluções para a poluição do ar nas cidades.

• Compreender as formas de coleta e tratamento do esgoto em diferentes tempos.

Para monitorar as aprendizagens por meio destes objetivos, pode-se elaborar quadros individuais referentes a progressão de cada aluno.

Caso se reconheçam defasagens na construção dos conhecimentos, sugere-se retomar coletivamente com os alunos os impactos ambientais que existiram ou ainda existem no município onde vivem. A partir das indicações trazidas, indagar sobre como eles souberam desses eventos, possibilitando que percebam a importância de trabalhar com fontes históricas para o aprofundamento de investigações e análises. Pode-se propor novas atividades para os alunos com defasagens, incluindo compreensão de textos, leitura e interpretação de imagens e debates sobre a questão ambiental.